Fichamento Exercicios Do Ver

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FICHAMENTO-JESUS MARTIN BARBERO-EXERCICIOS DO VER MARTÍN-BARBERO, Jesús; REY, Germán. Os exercícios do ver: hegemonia audiovisual e ficção Televisiva, 2. Ed. São Paulo: SENAC São Paulo, 2001. Em sua obra, Barbero tem o objetivo de analisar as transformações nas formas de visualidade a partir do audiovisual como mediação tecnológica e cultural. Dessa forma compreende o novo regime de visualidade que cerca a sociedade atual, como agente de transformação na forma de construir e transmitir conhecimento. Logo, a técnica per se esta recolocando o "lugar da imagem na prática cotidiana (BARBERO, 2001, p.12). Por conseguinte, a palavra é substituída pela imagem e se torna "lugar de batalhas culturais (idem, ibidem, p.16) que desordenam os laços sociais através dos fluxos audiovisuais. Segundo Barbero, não se lê nem se escreve como antes porque não é possível ver nem se expressar como antes. (2001) APRESENTAÇÃO Sociedade contemporânea: uma sociedade da comunicação. P.10 Proposta do autor: seguir e explorar as mediações que se dão entre as lógicas de produção e as lógicas de recepção. P.10 Objetivo: análise do meio televisão como mediação tecnológica e cultural, para a qual a televisão é tratada através das hibridações entre tecnicidade e visualidade. P.10

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Fichamento do Livro Exercicios do Ver-de Martin-Barbero

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FICHAMENTO-JESUS MARTIN BARBERO-EXERCICIOS DO VERMARTN-BARBERO, Jess; REY, Germn. Os exerccios do ver: hegemonia audiovisual e fico

Televisiva, 2. Ed. So Paulo: SENAC So Paulo, 2001.

Em sua obra, Barbero tem o objetivo de analisar as transformaes nas formas de visualidade a partir do audiovisual como mediao tecnolgica e cultural. Dessa forma compreende o novo regime de visualidade que cerca a sociedade atual, como agente de transformao na forma de construir e transmitir conhecimento. Logo, a tcnica per se esta recolocando o "lugar da imagem na prtica cotidiana (BARBERO, 2001, p.12). Por conseguinte, a palavra substituda pela imagem e se torna "lugar de batalhas culturais (idem, ibidem, p.16) que desordenam os laos sociais atravs dos fluxos audiovisuais. Segundo Barbero, no se l nem se escreve como antes porque no possvel ver nem se expressar como antes. (2001)

APRESENTAO

Sociedade contempornea: uma sociedade da comunicao. P.10

Proposta do autor: seguir e explorar as mediaes que se do entre as lgicas de produo e as lgicas de recepo. P.10

Objetivo: anlise do meio televiso como mediao tecnolgica e cultural, para a qual a televiso tratada atravs das hibridaes entre tecnicidade e visualidade. P.10

Chave metodolgica: fazer avanar metodologicamente a pesquisa das mediaes fazer do cotidiano midiatizado o seu lcus preferencial de estudo. P.11

Tecnicidade: por onde possvel entender a tcnica como constitutiva, como dimenso imanente de uma viso antropolgica de comunicao. P.11

Novo regime de visualidade que introduz alteraes no estatuto epistemolgico do saber, mediante o qual o ver foi desqualificado. P.12

Techn: remetia destreza, arte de fazer, mas tambm de argumentar, de expressar, de criar e de comunicar. P.11

Tcnica: na tcnica h novos modos de perceber, ver, ouvir, ler, aprender novas linguagens. P.11-12Esta recolocando o lugar da imagem tanto na cincia [...] como na prtica cotidiana. P.12

INTRODUO:

A palavra se torna cada vez mais legenda da imagem (STEINER apud BARBERO, 2001). Imagstica: procede de outro elemento csmico, cuja mesma alteridade fascinante. P.15

Lugar de uma estratgica batalha cultural. P.16

Atual regime de visualidade: se acha socialmente dicotomizado entre o universo do sublime e o do espetculo/entretenimento. P.16

Ocultamento do real: produzido pelo discurso audiovisual da informao. P.16

Foco da obra de Barbero: trata dos avatares culturais, polticos e narrativos do audiovisual, especialmente da televiso. P.17

Hegemonia audiovisual: est deslocalizando o ofcio dos intelectuais e introduzindo, no mundo da cultura ocidental, um acre sabor de decadncia incoercvel, produzida pela desordem de que sofrem as autoridades e as hierarquias. P.17 Mdia de massa televisiva: indica a direo da crise da representao e as transformaes que esta atravessando a identidade da mdia. P.17

Narraes televisivas: encarnam a inextricvel conexo das memrias e dos imaginrios. P.17

Desordenamento cultural: se deve, em grande medida, ao entrelaamento cada dia mais denso entre os modos de simbolizao e ritualizao do lao social com os modos de operar dos fluxos audiovisuais e das redes comunicacionais. P.18 Leitura e escrita na atualidade: se j no se escreve ou se l como antes porque tampouco se pode ver nem se expressar como antes. P.18EXPERINCIA AUDIOVISUAL E DES-ORDEM CULTURALA cultura , desde sempre, mais uma forma de ver do que uma imagem em si, negada em sua forma popular, pela elite, que reconhece a existncia do povo na poltica, mas no na cultura (BARBERO, 2001). Logo, na construo de narrativas culturais, a televiso o elemento primordial que molda e deforma o "cotidiano e os gostos populares e uma das mediaes histricas mais expressivas "(BARBERO, 2001, p.26), sendo objeto necessrio de investigao.

Cultura: menos a paisagem que vemos do que o olhar com que a vemos. P.24 Elites ilustradas: ao tempo que afirmavam o povo na poltica, o negavam na cultura. P.24 Televiso: nela que se produz o espetculo do poder e do simulacro da democracia. P.25 Crtica da televiso: (deve ser capaz de distinguir) entre a indispensvel denncia da cumplicidade da televiso com as manipulaes do poder e dos mais srdidos interesses mercantis - que sequestram as possibilidades de criatividade e de enriquecimento cultural, reforando preconceitos racistas e machistas e nos contagiando com a banalidade e a mediocridade apresentada pela imensa maioria da populao. P.26 Televiso: constitui hoje simultaneamente o mais sofisticado dispositivo de moldagem e deformao do cotidiano e dos gostos populares e uma das mediaes histricas mais expressivas de matrizes narrativas, gestuais e cenogrficas do mundo cultural popular. P.26

Esteticismo: explora as tecnologias de maneira exibicionista. P.28

Investigao esttica: incorpora o vdeo e o computador construo de nossas memrias e imaginao de nossos futuros. P.28DO MAL ESTAR DES-ORDEM CULTURAL

Barbero oberva a transformao na linha de cultura ocorrida na sociedade atual,seja pela acelerao temporal e espacial,seja pelas coexistncias de "assincronismos na modernidade (BARBERO, 2001, p.30). Tal fato, o autor compreende como um descentramento, permeado pela fascinao tecnolgica, ambiguidade poltica e apoiada pela racionalidade tcnica.Todos esses elementos tem a imagem como foco central, local de onde possvel compreender novos valores sendo pouco a pouco assimilados pelos sujeitos, num processo que Barbero considera ainda lento. Dessa forma, a histria nacional e suas representaes culturais, so fragmentadas em imagens e experincias audiovisuais que, segundo Barbero,"ope-se radicalmente a ideia listrada de cultura"(BARBERO,2001,P.34).o autor localiza nas mdias visuais,como o cinemae ,particularmente,a televiso as metforas que permitem visualizar as transformaes espao temporais e culturais ocorridas no cenrio social da atualidade. Linha de cultura: se quebrou e com ela tambm a ordem temporal sucessiva. P.29

No contemporaneidade do simultneo: existncia de assincronismos na modernidade. P.30 Des-ordenamento cultural: remete em primeiro lugar, ao descentramento da modernidade. P.30

Amrica Latina: ptria do deboche e da bricolagem. P.30

Razo comunicativa: se acha carregada de opacidade discursiva e de ambiguidade poltica, introduzida pela mediao tecnolgica e mercantil, cujos dispositivos- a fragmentao que desloca e descentra o fluxo que globaliza e comprime a conexo que desmaterializa e hibrida- agencia o devir mercado da sociedade. P.31 Fascinao tecnolgica: aliada ao realismo do inevitvel produz densos e desconcertantes paradoxos: a convivncia da opulncia comunicacional com debilidade do pblico, a maior disponibilidade de informao com a deteriorao palpvel da educao formal, a exploso contnua de imagens com o empobrecimento da experincia, a multiplicao infinita dos signos em uma sociedade que padece do maior dficit simblico. P.31 Convergncia entre sociedade de mercado e racionalidade tecnolgica: dissocia a sociedade em sociedades paralelas: a dos conectados infinita oferta de bens e saberes, a dos inforricos e a dos excludos cada vez mais abertamente, tanto dos bens mais elementares como da informao exigida para poder decidir como cidados. P.31 Valores x imagens: as pessoas podem assimilar os instrumentos tecnolgicos e as imagens da modernizao, porem s muito lenta e dolorosamente podem recompor seu sistema de valores, de normas ticas e virtudes cvicas. P.32 Esfriamento da poltica: surgimento de uma nova sensibilidade marcada pelo abandono das totalizaes ideolgicas e a dessacralizao dos princpios polticos. P.32

Predomnio da racionalidade instrumental: identifica cada dia mais a ao poltica com a comunicao publicitria. P.32

Crise da representao: estilhaa a recm-unificada historia nacional. P.32

Movimentos tnicos: fazem reivindicaes pelo direito ao reconhecimento de sua diferena e, por conseguinte, sua memria. P.33

Cinema:

1. Fazia parte do crescimento do sentido para o igual no mundo. p.31

2. Tornava visvel a modernidade de certas experincias culturais. p.33

3. Fez saltar o mundo carcerrio de nossos bares, de nossos escritrios e habitaes, de nossas estaes e fabricas, para aprisionar-nos sem esperana.

4. Fazia parte do crescimento do sentido para o igual no mundo. p.33

Cinema do autor: recuperava o cinema para a arte e distanciava-o definitivamente da mdia. p.33

Experincia audiovisual: repe radicalmente a ideia listrada de cultura. p.34

Cultura: desprendida de seu lao espao-nacional, a cultura perde seu lao orgnico com o territrio e a lngua, que eram as bases de seu tecido prprio. p.34

Mito nacional: a substituio do mito nacional pela memria supe uma mutao profunda: um passado que perdeu a coerncia organizativa de uma historia se converte por completo em um espao patrimonial. p.34

Novela e jornal: duas formas de imaginao projetadas pela mdia. p.34

Percepo do tempo: est marcada pelas experincias da simultaneidade, do instantneo e do fluxo. p.35

Mdias audiovisuais: constituem ao mesmo tempo o discurso por antonomsia da bricolagem dos tempos e [...] e o discurso que melhor expressa compresso do presente, a transformao do tempo que alcana sua plenitude na simultaneidade. p.35

Fluxo televisivo: constitui a metfora mais real do fim dos grandes relatos pela equivalncia de todos os discursos. p.36

Paradigma do fluxo: conecta hoje os modos de organizao do trafego urbano com a estrutura do palimpsesto televisivo e do hipertexto, com as novas figuras da representao e, inclusive.com as novas abordagens tericas do campo da comunicao e da cultura. p.37

A MODERNIDADE DA TELEVISAO NA AMERICA LATINALogo, se a televiso uma forma de visualizar as metamorfoses que sofreu a cultura nos tempos atuais, particularmente na Amrica latina, Barbero localiza-a como depositria de uma desmedida capacidade de representao (BARBERO, 2001.p.39), uma vez que a imprensa , de modo geral, ainda que espao da opinio pblica decisiva, inacessvel maioria da populao. Diante desse quadro, h uma intensa solicitao social e cultural advinda dos sujeitos em relao mdia televisiva, que vai, em seus simulacros, gerar a imagem da modernidade na Amrica latina (BARBERO, 2001) e proporcionar hibridaes entre o culto, o popular e o massivo. Imprensa: ainda o espao da opinio decisiva dos setores dirigentes. [...]Representa ,no obstante,em muitos pases.uma mdia econmica e culturalmente inacessvel maioria.p.39 Debilidade de nossos processos civis, extensos lodaais polticos e nossa esquizofrenia cultural: causas que alimentam cotidianamente a desmedida capacidade de representao adquirida pela televiso. p.39

Televiso:

1. Mediao lograda por suas imagens. p.40

2. impossvel saber o que a televiso faz s pessoas se desconhecermos as demandas sociais e culturais que as pessoas fazem televiso.

Medo e mdia: dos medos que vivem as mdias. p.40

Medos, enfim, que procedem de uma ordem construda sobre a incerteza e desconfiana que nos produz o outro. p.40

America latina: nas imagens da televiso que a representao da modernidade se faz cotidianamente acessvel s grandes maiorias. p.41

Desajustes com o nacional:

1. Anos 1920: o nacional se impe como sntese da particularidade cultural e da generalidade poltica. p.41

2. Anos 1940-50: nacionalismo se transmuta em populismos que consagram o protagonismo do estado em detrimento da sociedade civil. p.41

3. Anos 1980: a afirmao da modernidade nacional identificada com a substituio do estado pelo mercado como agente construtor de hegemonia. p.41 Populismos de Getulio e Pern: a ideia de modernidade que sustenta o projeto de construo de naes modernas nesses anos articula um movimento econmico a um projeto politico: constitu-las em naes mediante a criao de uma cultura e de uma identidade nacional. p.42

Mdias de massas: cooptadas pela televiso, se converteram em poderosos agentes de uma cultura mundo que se configura atualmente da maneira mais explcita na percepo dos jovens e na emergncia de culturas sem memria territorial. ;43

Duplo descentramento sofrido pela modernidade na Amrica Latina: tem menos a ver com as doutrinas ilustrada e as estticas letradas do que com a massificao da escola e com a expanso das indstrias culturais. p.44

Segundo descentramento: a modernidade se torna experincia coletiva das maiorias latino-americanas graas a deslocamentos sociais e perspectivas de cunho claramente ps-moderno: efetuando fortes deslocamentos sobre os compartimentos e excluses que a modernidade institui por mais de um sculo, isto , gerando hibridaes entre o culto e o popular e de ambos com o massificado. p.44ORALIDADE CULTURAL E IMAGISTICA POPULARPor esse vis, a cultura latina americana esta sendo aos poucos atravessada pela modernidade, apoiada na experincia audiovisual, sem deixar sua caracterstica fundamental de oralidade. Ao contrario, ha ,segundo Barbero uma hibridao de narrativas populares e audiovisuais atravs das experimentaes com mdias como o cinema,o radio e a televiso, gerando abertura a formas culturais muito diversas, que vo acompanhar novas condies de vida urbana. Segundo Barbero,na nova cidade comunicacional, exige-se " a reinveno de laos sociais e culturais e so as redes audiovisuais que instauram, a partir de sua prpria lgica,as novas figuras dos intercmbios urbanos.(BARBERO,2001.p.52) Maiorias da America latina: esto se incorporando a se apropriando da modernidade sem deixar sua cultura oral, isto , no por meio do livro, seno a partir dos gneros e das narrativas, das linguagens e dos saberes, da indstria e da experincia audiovisual. p.47 Visualidade tecnolgica: forma de oralidade secundaria tecida e organizada pelas gramticas tecnoperceptivas do radio e do cinema, do vdeo e da televiso. p.48

Ruptura de geraes nos anos 60: aparecimento de uma comunidade mundial na qual homens de tradies culturais muito diversas emigram no tempo, imigrantes que chegam a uma nova era a partir de temporalidades muito diversas. p.48

Elasticidade cultural: abertura a formas muito diversas, camalenica adaptao aos mais diversos contextos. p.49

Sensorium moderno: hoje articulado pelos jovens s sensibilidades ps-modernas das tribos efmeras, que se movem pela cidade fendida ou das comunidades virtuais, cibernticas. p.49

Atual desordem ps-moderna do imaginrio: remete ao dispositivo barroco, cujos nexos com a imagem religiosa anunciavam j o novo coro com suas prteses tecnolgicas. p.51

Heidegger: mundo se constitui em imagens. a modernidade ( a ) poca das imagens do mundo.p.51

Vattimo sobre o sentido: o sentido em que se move a tecnologia no tanto o do domnio da natureza pelas maquinas, quanto o desenvolvimento especifico da informao e da comunicao do mundo como imagem. pp.51

Cidade comunicacional: se as novas condies de vida na cidade exigem a reinveno de laos sociais e culturais, so as redes audiovisuais que instauram, a partir de sua prpria lgica, as novas figuras dos intercmbios urbanos. p.52

Cidade informatizada: no necessita corpos reunido, mas interconectados. p.53

DISSEMINACAO DO SABER E DOS NOVOS MODOS DE VER/LERNa transformao da cultura, Barbero localiza uma sucessiva modificao nos modos de ver e de ler (que o autor reconhece com aas mais profundas mutaes que podem ocorrer em uma sociedade) bem como a interferncia da televiso na forma como os pais controlam a exposio dos filhos s imagens do mundo. No s na famlia,como na escola,as mdias atravessam a produo de conhecimento e se chocam com o saber letrado que ainda legitimado pela escola e pelos professores fica ento,relegado ao audiovisual,na educao formal, o mero artifcio de "ilustrao do texto escrito,seja acompanhando-a de uma legenda que indique ao aluno o que diz a imagem(BARBERO, 2001,p.57),consolidando um modo de exerccio "do poder"(BARBERO,2001,p.58).Ora, O sistema educativo j faz uso de um sistema comunicativo,seja em suas tarefas pedaggicas ou na prpria produo e reproduo de valores da sociedade aos seus alunos.segundo freire,no h como separar comunicao e educao.Entretanto,ao separar o cotidiano midiatizado dos alunos de sua realidade interna pedaggica,limita-se a no participar dos "nos processos de mudana que nossa sociedade vive "(BARBERO,2001.P.63) e arrisca-se a no "interatuar com as novas formas de participao cidad que o novo entorno institucional abre,hoje, educao.(idem,ibdem,p.63)

Cena domestica: onde o descentramento produzido pela televiso evidencia as figuras mais intimas da desordem cultural. p.55 Televiso: provoca um curto-circuito nos filtros da autoridade parental, transformando os modos de circulao da informao no lar. p.55

Expe as crianas, desde que abrem os olhos, ao mundo antes velado dos adultos. p.55

No opera pelo seu prprio poder, mas cataliza e radicaliza movimentos que estavam na sociedade previamente. p.56

Televiso como revolucionaria: permite aos mais jovens estarem presentes nas interaes entre adultos. p.55

Escola: encarna e prolonga, como nenhuma outra instituio regime de saber que a comunicao do texto impresso instituiu. p.56Buscar controlar a imagem a todo custo,seja subordinando-a a tarefa de mera ilustrao do texto escrito,seja acompanhando-a de uma legenda que indique ao aluno o que diz a imagem. p.57

Professores: detm o saber de uma leitura unvoca, isto , daquela qual de que a leitura do aluno puro eco. p.57

Aprendizagem do texto: associa, atravs da escola, um modo de transmisso de mensagens e um modo de exerccio do poder. p.58

Transformao dos modos de ler: causa uma profunda reorganizao no mundo das linguagens e das escritas. p.58

Transformaes nos modos como circula o saber: constituem uma das mais profundas mutaes que uma sociedade pode sofrer. p.59

Atual diversidade e difuso do saber: constitui, portanto um dos reptos mais srios que o mundo da comunicao apresenta ao mundo educativo. p.59

Converso da comunicao em ecossistema: manifesta a esquizofrenia entre o modelo de comunicao, configurando uma sociedade progressivamente organizada sobre a informao e o conhecimento e o modelo hegemnico de comunicao subjacente ao sistema educativo.

OBS: O sistema educativo j faz uso de um sistema comunicativo, seja em suas tarefas pedaggicas ou na prpria produo e reproduo de valores da sociedade aos seus alunos. segundo freire,no h como separar comunicao e educao. Mdias: deve, sobretudo expandir o auditrio da escola. p.60

Desafio proposto de um ecossistema comunicativo: o que emerge outra cultura, outro modo de ver e de ler,de aprender e conhecer.p.60

Desafio do ecossistema educao: reside no reforo da diviso social e da excluso cultural e poltica a produzida.p.62

Escola e cultura oral:diante da cultura oral,a escola se encontra to desprovida de modos de interao,e to na defensiva,como diante do audiovisual.p.61

Escola e apego ao livro:pela forma como e apega ao livro,a escola desconhece tudo o que de cultura se produz e circula pelo mundo da imagem e das oralidades.p.61

Segunda alfabetizao: abre-nos s mltiplas escrituras, hoje conformando o mundo do audiovisual e da informtica.p.62

Tecnicidade miditica:somente assumindo a tecnicidade miditica como dimenso estratgica da cultura,a escola pode,hoje,se inserir nos processos de mudana que nossa sociedade vive e interatuar com os campos de experincia.p.63

Somente se encarregando dessas transformaes, a escola poder interatuar com as novas formas de participao cidad que o novo entorno institucional abre,hoje, educao.p.63

CAPITULO II:IMAGENS E POLITICABarbero localiza as mdias como o lcus tanto da possibilidade de democratizao das comunicaes, como do contraste cultural, sendo a televiso, o espao da mediao onde se confirma a circulao mundializada da cultura. [...] porem, simultaneamente, o crescimento das afirmaes locais. (BARBERO, 2001, p.70) Televises comerciais: aumentam as possibilidades de contraste cultural, bem como o acesso informao ou recorrncia a modelos de via diferentes dos prprios,tambm segmentam,padronizam e submetem as realidades a incisivos processos de reduo e banalizao.p.70

Televiso:lugar social onde se confirma a circulao mundializada da cultura.[...] porem,simultaneamente, o crescimento das afirmaes locais.p.70

Leitura (Eco): todo texto gera seu leitor modelo.p.71

Mediaes (orozco): processo estruturante que configura e reconfigura tanto a interao dos membros da audincia com a televiso como a criao por eles do sentido dessa interao.p.71

Relaes entre as mdias: chamam a ateno para a democratizao das comunicaes,a salvaguarda da intimidade das pessoas e a inconvenincia das praticas monopolistas.p.72

AS MIDIAS COMO ATORES SOCIAIS: MUDANAS EM SUA IDENTIDADEBarbero considera as mdias, importantes atore s sociais, cuja responsabilidade na formao de culturas e na interface com o Estado tem crescido de forma expressiva nos ltimos anos, posto que sensibilizam a sociedade em relao s intervenes estatais em certas situaes e chegam ate mesmo a serem fatores determinantes da governabilidade (barbero, 2001, p, 74). Sendo permeadas pela lgica empresarial, o fato de operarem na "intermediao entre os cidados e as agencias do Estado, insero nas mobilizaes civis onde antes havia filiaes partidrias (idem, ibdem, p.79), reconsidera o "sentido publico das mdias (idem, ibidem). Interconfluncia entre mdias e gneros: tudo isso somado a mudanas nas percepes sociais sobre as indstrias culturais e nas atuaes da sociedade civil sobre elas.p.73 Significao social das mdias:1. Esta mudando.[...] persiste sua funo socializadora e de formao das culturas polticas.p.73

2. Tambm expressam em seu funcionamento as mudanas vividas pelos Estados que se redesenham,tratando de encontrar o tamanho adequado,a flexibilidade necessria,os campos e as formas de presena mais de acordo com as modificaes que so vividas em outros ambitos da vida em sociedade.p.74

3. Aumentaram o rol de intermedirios entre instituies de Estados e as pessoas,processam a inconformidade da cidadania,sensibilizam a sociedade em relao s intervenes estatais em certas situaes e chegam ate mesmo a serem fatores determinantes da governabilidade local ou nacional.p.74

Meios de comunicao: se veem comprometidos com o aparecimento de novos temas,atores e interpretaes sociais e culturais.p.75

Empresarializao das mdias:representa outra modificao substancial,a passagem do setorial ao multimidial.p.76A adoo de um enfoque empresarial impacta ento,seus sistemas de gesto,reformula severamente as nfases organizacionais.[...] impe racionalidades que esto muito mais prximas das lgicas dos negcios do que de seus anteriores afs editoriais.p.78 Mudanas nas velocidades: trouxeram para as mdias outras exigncias:intermediao entre os cidados e as agencias do Estado,insero nas mobilizaes civis onde antes havia filiaes partidrias,reconsiderao do sentido publico das mdias e,fundamentalmente,de sua operao de um bem social como informao.p.79

FIGURAS DA DEMOCRACIA, METFORAS DO PBLICOAtravessado pelas mdias, o espao publico, ou a agora, de local da comunicao, onde o cidado tem o direito de dirigir-se a outros, torna-se o lugar do exerccio do poder atravs da visibilidade. logo, as mdias atuam em busca da "consolidao de um ns politico", (BARBERO,2001,P.87), considerando o ver e o ser visto como o paradigma da democracia atual e o politico como intrinsecamente imbricado com a televiso.

Dimenso que acompanhou a democracia: a da comunicao.[...] a possibilidade de fazer contrastes de pontos de vista diferentes,o acesso informao de qualidade,a publicidade dos eventos cvicos diante de toda forma de ocultamento,a participao mais completa possvel nos procedimentos decisrios coletivos.p.81 Unio de retrica, comunicao e poltica: inseparvel.p.82

Cidado: o individuo humano a quem o direito de dirigir-se a outros reconhecido por eles.p.82 Ver e luz:atrs da metfora da luz esta a do ver.p.84

Agora:representao fsica e social est associada ideia do aberto, ao cenrio pelo qual circula a palavra,oferecendo uma serie de perspectivas.p.85

Espao aberto: tambm convidava participao casual nos assuntos legais.p.85

Palavra: j no formula, mas debate contraditrio, discusso argumentada.p.86

Comunicao:permite a visibilidade,na medida em que abre o espao da deliberao publica,expe os temas em controvrsia e suas diferentes interpretaes e aumenta a quantidade e sobretudo,a qualidade das formas de acesso ao debate social.p.86

Possui distores,campos restritos de expresso,temas que ainda ficam intencionalmente na sombra.p.86

Consolidao de um ns da sociedade civil [...],a formao de um espao comum e de revelao [...] so desafios com que hoje se defrontam as mdias na busca da visibilidade.p.87 O ver:se transforma em um paradigma conceitual dos vnculos entre democracia e comunicao,entre cidadania e mdias.p.88

Sociedade:ameaa com isolamento e a excluso os indivduos que desviam do consenso.p.89

Sociedade civil: mbito de configurao das culturas polticas,da socializao dos cidados, da resoluo dos conflitos e da expresso da oposio.

Interlocuo: toda restrio da interlocuo conduz,ento a um esvaziamento do publico.p.90 Televiso e publico:o que se viu na historia da televiso foi uma paulatina moldabilidade do publico,a qual emerge das tenses entre o comercial e o cultural.p.91

Politico:precisa da televiso para existir,para ser reconhecido,para situar-se.p.94

VISIBILIDADE , GUERRA E CORRUPCAO: A INFORMACAO COMO RELATO.

Identidade dos polticos: no se constroi somente com as mdias.[...] os polticos renunciam quilo que os constituiu como polticos,ser expresso de uma vontade mais ampla do que a prpria e ao mesmo tempo trabalhar na formao dessa vontade.p.98

CAPITULO III:NARRATIVAS DA FICCAO TELEVISIVA

MATRIZES CULTURAIS E FORMATOS INDUSTRIAISNesse vis a televiso, como "mbito decisivo do reconhecimento cultural (BARBERO, 2001, p.114), consolida uma hegemonia organizada pelas indstrias culturais como um todo, que ao mesmo tempo em que atuam na superao de barreiras e dissoluo de fronteiras [...], jogam no terreno estratgico das imagens que de si mesmos fazem os povos e com as que se fazem reconhecer pelos demais povos. (Idem, ibidem, P.112) Hegemonia audiovisual: alimenta uma profunda contradio cultural enquanto a revoluo tecnolgica se desenvolve como uma expanso e uma diversificao sem limites dos formatos,nos meios de comunicao se vive um profundo desgaste dos gneros uma crescente debilidade do relato.p.109

Zapping: atravs do qual o espectador multiplica a fragmentao da narrao,constitui com seus pedaos um relato outro,um duplo,puramente subjetivo,intransfervel,uma experincia incomunicvel.p.111

Indstrias culturais: constituem hoje a mais complexa reorganizao da hegemonia.p.111

Mudanas e indstria audiovisual:o sentido das mudanas que a indstria audiovisual atravessa Poe constantemente prova o que nossas miopias possibilitam prever.p.111

Indstrias do audiovisual: jogam no terreno estratgico das imagens que de si mesmos fazem os povos e com as que se fazem reconhecer pelos demais povos.p.112

Integrao:superao de barreiras e dissoluo de fronteiras.p.112

Diversificao dos pblicos de cinema: traz consigo mudanas no modo de ver o cinema.p.114

Televiso:constitui um mbito decisivo do reconhecimento sociocultural.p.114

OS AVATARES LATINO-AMERICANOS DA FICCAO TELEVISIVAAo compreender a televiso como o lcus da produo de sabres, representao social e mediao com o Estado na atualidade, Barbero vai tentar identificar formas narrativas da TV latina, como formas expresso cultural que hibridiza o culto, o popular e o massivo. Dessa forma, localiza o teleteatro,a meio caminho entre o radio e a telenovela. Como inaugurador da modernidade colombiana, que foi definitivamente consolidada pela telenovela. Nessa ultima modalidade,o autor compreende a massificao de narrativas e a necessidade de representao dos sujeitos urbanos nas cidades latinas,que assistem unio entre o popular e o massivo atravs do melodrama,que vo produzindo formas culturais e narrativas nos meios massivos,at consolidar-se , de gnero criativo, para gnero de produo,onde.[...] a composio populacional das faixas, os comportamentos rotineiros das audincias e as articulaes com os outros momentos da programao do canal se tornaram elementos que no so negligenciados para poder garantir a acolhida da telenovela (BARBERO,2001,p.172).Nesses meios encontram-se as matrizes culturais latinas,imbricando-se continuamente,do popular ao massivo,sem esquecer o contato com a cultura erudita,com a qual agregam valor a seus produtos.Tornam-se ento,mais d que meio de entretenimento,mas agentes consolidadores de novas formas de ver e ser na atualidade.

Produo da telenovela: representou por sua vez, certa apropriao do gnero em todos os pais, sua nacionalizao. p.118

DO TELETEATRO TELENOVELA

Teleteatro: aparece com a criao da televiso colombiana.

Ascendia a uma mdia que permitia difuses de massas s alcanadas pelo radio. p.123

O meio caminho entre a radionovela e a telenovela, deu sua contribuio, numa televiso nascente, modernidade cultural colombiana. p.141

Telenovela: como gnero em ascenso, representa a nascente massificao das narrativas, o protagonismo cultural da classe media as exigncias de representao feitas pelos novos habitantes urbanos e as presses modernizadoras que chegam tambm com as mdias como a televiso. p.142

Telenovela dos anos 60: assume em cheio sua condio de produto para o consumo de massa, construdo com os mesmos fundamentos da sociedade da poca: migrao, vida urbana, modernizao, pobreza. p.142

Corpos representados pela fico: corpos desejados, exaltados, sujeitos do amor ou das perverses quase sempre ingnuas, so to regulamentados pela imaginao como ordenados pela economia. p.145

Televiso: impe uma linguagem e regras diferentes com relao aos do teatro. P.146

TELEVISAO E LITERATURA: DA TRANSCRICAO INVENCAO

Dialogo do campo literrio com a televiso: dificuldade de captar que o que faz o sucesso dessa mdia remete mais alm da superficialidade dos assuntos, dos esquematismos narrativos e dos estratagemas do mercado s transformaes tecnoperceptivas que permitem s massas urbanas se apropriar da modernidade sem deixar sua cultura oral. p.149

Telenovela: mistura a longa durao do relato primordial [...] com a gramtica da fragmentao do discurso audiovisual predominante na televiso. p.149Fala menos a partir do seu texto do que a partir do intertexto que suas leituras formam. p.151

Possibilitou uma aproximao do regional. p.157

Radionovela: ligao da telenovela com a cultura. [...].conservar a predominncia do contar.p.150

Melodrama: Resultou em uma matriz cultural que alimenta o reconhecimento popular na cultura de massas. p.151

Num pais sem tradio cinematogrfica: a nova relao entre televiso e literatura, instaurada pela televiso, insere-se na nova experincia esttica das massas urbanas. p.154

PAIS COMO EXPERIMENTO AUDIOVISUAL Pais do realismo: no pas do realismo mgico, a realidade desborda a fico e, ultimamente, a desborda em tal grau que, num pas assim, no resta aos ficcionistas outro remdio seno mudar de profisso. p.162 Televiso: dar espao s mudanas vividas por uma gerao despolitizada, atomizada, que transita por uma universidade em crise de autoridade, tanto intelectual como moral e que encontra no clima da nova era a metfora de um regresso ao passado que decifre os enigmas do presente. p.168

NARRACOES TELEVISIVAS DOS ANOS 90

Anos 90: mostram uma telenovela que se consolidou industrialmente com certas cotas de racionalizao exigentes, um manejo gerencial bastante sistemtico da produo e uma explorao constante das reaes dos pblicos. p.169

Internacionalizao: requisito indispensvel do processo de produo melodramtico. p.169

Telenovela dos anos 90: introduz tema novos, compe os personagens de maneira mais complexa, elabora com maiores matizes os contextos, investiga com maior cuidado os dilogos e o universo referencial no qual transcorrem as situaes. p.170

Passagem de uma telenovela de criao para de produo. [...] a composio populacional das faixas, os comportamentos rotineiros das audincias e as articulaes com os outros momentos da programao do canal se tornaram elementos que no so negligenciados para poder garantir a acolhida da telenovela. p.172. Caracterstica da telenovela brasileira: mescla entre o geral e o universalizante e o particular ou prprio. p.171

Hbil combinao de gneros. p.171

Social: no surge somente como um problema de contedos, mas tambm como um estilo de contar. p.172

Percepo do tempo: est marcada pelas experincias da simultaneidade, do instantneo e do fluxo.(BARBERO,2001,p.35)

Predomnio da racionalidade instrumental: identifica cada dia mais a ao poltica com a comunicao publicitria. (BARBERO,2001,p.32)

Cinema: tornava visvel a modernidade de certas experincias culturais.(idem,ibidem,p.33)

Fluxo televisivo:constitui a metfora mais real do fim dos grandes relatos pela equivalncia de todos os discursos.p.36

Escola: encarna e prolonga,como nenhuma outra instituio, o regime de saber que a comunicao do texto impresso instituiu.p.56

Escola e apego ao livro:pela forma como e apega ao livro,a escola desconhece tudo o que de cultura se produz e circula pelo mundo da imagem e das oralidades.p.61

Comunicao:permite a visibilidade,na medida em que abre o espao da deliberao publica,expe os temas em controvrsia e suas diferentes interpretaes .p.86

Ascendia a uma mdia que permitia difuses de massas s alcanadas pelo radio (BARBERO,2001,.p.123)

Telenovela:mistura a longa durao do relato primordial [...] com a gramtica da fragmentao do discurso audiovisual predominante na televiso.p.149