Fisica 2

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIC ¸OSA Campus de Rio Parana´ ıba Instituto de Ciˆ encias Exatas e Tecnol´ ogicas Rodovia MG-230 – Km 7 – Rio Parana´ ıba – MG – 38810-000 Telefone: +55(34)3855-9300 PROBLEMAS RESOLVIDOS CRP 203 - F ´ ISICA II Gravita¸ ao, Ondas e Termodinˆ amica

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Exercicios resolvidos

Transcript of Fisica 2

  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE VICOSA

    Campus de Rio Paranaba

    Instituto de Ciencias Exatas e TecnologicasRodovia MG-230 Km 7 Rio Paranaba MG 38810-000 Telefone: +55(34)3855-9300

    PROBLEMAS RESOLVIDOS

    CRP 203 - FISICA II

    Gravitacao, Ondas e Termodinamica

  • CRP 203 - Fsica II Prof. Dr. Marcos Paulo de O. Loureiro

    1 Mecanica dos Fuidos

    Fundamentos de Fsica - Halliday et al - Problema 20, Captulo 14, 9 a edicao.

    O tanque em forma de L mostrado na figura esta cheio de agua e e abertona parte de cima. Se d = 5, 0 m, qual e a forca exercida pela agua (a) naface A e (b) na face B?

    SOLUCAO

    DADOS =

    AGUA

    aberto p0 = patmd = 5 mFA = ?FB = ?

    Resolver problemas em Fsica exige que voce siga alguns procedimentossimples. O primeiro deles e a coleta dos dados fornecidos no enunciado.Esta etapa e importante para deixar claro o que o problema exige.Alem disso, a coleta dos dados pode te ajudar a encontrar a equacaoapropriada para solucionar o prolema.

    Uma vez entendido o enunciado, parta para a resolucao do problema. Esta etapa precisa ser clara eobjetiva.

    a) Sabemos que a pressao absoluta e dada por

    p = p0 + gh = patm + gh

    e a forca em uma superfcie de area A pode serescrita como

    F = pA.

    a Inicie a resolucao apresentando o fundamentoteorico. Em uma avaliacao, o fundamentoteorico necessario para solucionar o problemaestara disponvel no formulario.

    Na face A a altura da coluna dagua e contante,h = 2d, e a area da superfcie e A = d2. Sendoassim

    FA = pA d2 =

    (patm + AGUA g 2d

    )d2

    FA = patm d2 + 2

    AGUAg d3

    a Esta e a etapa de desenvolvimento da questao.Ela tem que ser feita de forma clara paraque voce, ou qualquer outra pessoa, consigaentender cada passo da resolucao.

    A resposta deve ser sempre evidenciadade alguma forma.

    E fundamental que a resposta, literal ou numerica, seja apresentada da forma mais simplificadapossvel.

    Caso o problema forneca os valores das grandezas, voce deve substitu-los para obter a respostanumerica. Um erro comum envolve as unidades de medidas das grandezas. Em respostas literais NAOusamos colocar as unidades. Isso porque a unidade de medida surgira do resultado da operacao entre asgrandezas que compoe a resposta. Por outro lado, respostas numericas NECESSARIAMENTE devemser expressas com suas respectivas unidades. (LEMBRE-SE: p = 5 6= p = 5 m 6= p = 5 s 6= p = 5 Pa).

    Edicao 1.0/2014 1 [email protected]

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    Substituindo os valores,

    FA = 1, 013 105 (Pa) 52 (m2) + 2 998 (Kg/m3) 9, 8 (m/s2) 53 (m3)= 25, 325 105 (Pa m2) + 24, 451 105 (Kg m/s2)

    ..........................(N) ....................................(N)

    = 49, 776 105 (N)

    FA ' 5 106 N

    Nao e necessario escrever a unidade de cada grandeza da resposta (como foi feito aqui). Voce podeomiti-las e apresentar a unidade somente ao final.

    Naturalmente, em uma avaliacao onde nao e permitido o uso de equipamentos eletronicos, o queinclui a calculadora, os valores fornecidos seriam mais simples para facilitar os calculos. Por exemplo,pa = 1, 013 105 (Pa) ' 1 105 (Pa)

    AGUA= 998 (Kg/m3) ' 1000 (Kg/m3) = 103 (Kg/m3)

    g = 9, 8 (m/s2) ' 10 (m/s2)Assim,

    FA = 1 105 5 + 2 103 10 53

    = 25 105 + 25 105

    = 50 105

    FA = 5 106 N

    Nao e incomum o estudante esquecer o que foi pedido durante a resolucao do problema. Para evitarerros, releia o enunciado e verifique se voce respondeu exatamente o que foi pedido.

    Agora partimos para o item b)

    b) A forca resultante na face B e a soma das forcasgeradas pelas diferentes pressoes em toda colunade fluido mais a forca resultante da pressao at-mosferica.

    Temos que a contribuicao de forca relativa a pressaodo fluido e dada por

    FBf =

    dF =

    p dA

    a Este e o incio da resolucao do problema e cor-responde a parte de fundamentacao teorica.Um desenho ou esquema pode ser muito util.Muitas vezes por meio deles temos mais faci-lidade de entender o que fazer. Mas atencao,ESQUEMA NAO E RASCUNHO!!! E fatoque quando o estudante desenha um esquemade maneira displicente e incorreta ele e indu-zido ao erro.

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    Sabemos que o elemento de area na face B edA = d dh. Sendo assim,

    FBf =

    3d2d

    AGUA

    g h (d dh)

    = AGUA

    g d

    3d2d

    h dh

    = AGUA

    g d

    (h2

    2

    )3d2d

    = AGUA

    g d

    (9 d2

    2 4 d

    2

    2

    )=

    AGUAg

    5 d3

    2

    A contribuicao de forca relativa a pressao at-mosferica (constante) e dada por

    FBatm = patm d2

    a Esta e a parte de desenvolvimento da questao.Novamente, e necessario que fique claro o quevoce esta fazendo. Nao altere as letras (porexemplo, h por y; d por x; etc) que corres-pondem as grandezas fornecidas no enunciado.Isso tambem induz ao erro pois voce pode es-quecer o que sao e o que representam cadaletra. Um desenvolvimento coerente permiteinclusive que eventuais erros, como o esqueci-mento de um termo ou um sinal, sejam facil-mente identificados.

    Finalmente, a forca total que atua na face B dorecipiente e a soma das forcas devido ao fluido e apressao atmosferica. Portanto,

    FB = patm d2 +

    5

    2

    AGUAg d3

    a Esta e a resposta literal do problema. Ela deveconter, fora as contantes, apenas as grandezasque foram enunciadas.

    Substituindo os valores, temos

    FA = 1, 013 105 (Pa) 52 (m2) +5

    2 998 (Kg/m3) 9, 8 (m/s2) 53 (m3)

    = 25, 325 105 (Pa m2) + 30, 564 105 (Kg m/s2)= 55, 889 105 (N)

    FA ' 5, 6 106 N

    Usando os valores aproximados das contantes,teramos

    FA = 1 105 52 +5

    2 103 10 53

    = 25 105 + 6252 104

    =500

    2 104 + 625

    2 104

    =1125

    2 104

    = 562, 5 104

    FA ' 5, 6 106 N

    a Em geral, existem mais de uma forma de se re-solver problemas de Fsica. Nao importa comoseja resolvido, o importante e que o desenvol-vimento seja claro, para que qualquer pessoaque venha a ler sua resolucao seja capaz deentender como voce chegou ao resultado. Porexemplo, voce seria capaz de explicar por queo resultado da forca da coluna de fluido a umaprofundidade h = 5d/2 e o mesmo do obtidopelo calculo da integral?

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    2 Mecanica dos Fuidos

    Fundamentos de Fsica - Halliday et al - Problema 71, Captulo 14, 9 a edicao.

    A figura mostra um jorro de agua saindo por um furo a uma distanciah = 10 cm da superfcie do tanque que contem H = 40 cm de agua. (a)A que distancia x a agua atinge o solo? (b) A que profundidade deveser feito um segundo furo para que o valor de x seja o mesmo? (c) Aque profundidade deve ser feito um furo para que o valor de x seja omaior possvel?

    SOLUCAO

    DADOSh = 10 cm = 10 102 m = 0,1 mH = 40 cm = 10 402 m = 0,4 m

    No item a) precisamos determinar o valor do alcance x.

    a) x = ???

    Uma vez que desprezamos o atrito da aguacom o ar, sabemos que a velocidade da agua nasada do furo e

    ~v = ~vx = CONSTANTE

    Sendo assim, temos que

    vx =dx

    dt vx =

    x

    t x = x = vx t

    Portanto, para encontrar o alcance x precisamosdeterminar vx e t.

    a O incio da solucao consiste em compreendero problema e estabelecer a estrategia pararesolve-lo.

    Imediatamente apos sair do furo, a aguapossui exclusivamente uma velocidade ho-rizontal. A medida em que ela se deslocaem x, devido a presenca da aceleracao dagravidade, a agua adquire movimento dequeda-livre. Note a semelhanca do movi-mento parabolico da agua com os problemasque foram estudados em Fsica I.

    Como a aceleracao vertical (gravidade) e constante,temos que o deslocamento vertical e

    y = (H h) = v0y t + 12 gt20

    t =

    2(H h)

    g(I)

    a Existindo uma aceleracao constante, o movi-mento e uniformemente variado.

    Na trajetoria parabolica os movimentosem x e y sao independentes mas o tempo te comum.

    Ja encontramos o tempo, agora precisamos determinar a velocidade vx na sada do furo.

    Analisando o problema, nos deparamos com duas situacoes distintas: uma onde o fluido encontra-se em repouso; a outra refere-se ao fluido em movimento ao atravessar o furo.

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    a

    Analisando o esquema, vemos que a uma de-terminada profundidade h

    p1 = p2 = p3FLUIDO EM FLUIDO EM

    REPOUSO MOVIMENTO

    Sabemos que p1 = p2 = patm + g h.Considerando o ponto 3 no limite externoda parede do tanque, temos, da equacao deBernoulli, que

    p3 = patm +1

    2 v2x

    Note que da forma como o referencial xy foi desenhado no esquema, o termo gh na equacao deBernoulli e nulo pois h = 0.Sendo assim, temos que

    patm + g h = patm +1

    2 v2x vx =

    2 g h (II)

    Encontramos entao a velocidade com que a agua vaza pelo furo e o tempo que ela gasta ate tocar ochao. podemos entao determinar o alcance x.Finalmente, utilizando (I) e (II), encontramos

    x =

    2 g h

    2(H h)

    g

    x = 2h (H h)

    Substituindo os valores, temos

    x = 2

    10 (cm) [40 (cm) 10 (cm)] = 2

    300 (cm2)

    x = 20

    3 cm ' 34, 6 cm

    Lembre-se que o uso das unidades durante a solucao e dispensavel. Ela foi apresentada aqui apenaspara mostrar que os calculos foram feitos com as unidades em centmetros.

    Edicao 1.0/2014 5 [email protected]

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    O item b) pede para determinar a posicao de um segundo furo para que o alcance dos dois jatos deagua sejam o mesmo.

    a

    b) h2 = ???

    Procuramos um ponto a uma profundidadeh2 tal que x1 = x2. Mas sabemos que x = vt,entao

    v1 t1 = v2 t2

    Do item anterior, temos que

    v =

    2 g h e t =

    2(H h)

    g

    Substituindo,

    2 g h1

    2(H h1)

    g=

    2 g h2

    2(H h2)

    g

    Substituindo,

    2 g h1

    2(H h1)

    g=

    2 g h2

    2(H h2)

    g

    h1 (H h1) = h2 (H h2)

    Rescrevendo a equacao, temos

    h22 h2H + h1 (H h1) = 0

    Chegamos entao a uma equacao de segundo graucujas razes sao

    h2 =H

    H2 4h1 (H h1)

    2

    a

    O primeiro passo para solucao do problemafoi expressar matematicamente o que foi ditono enunciado: x1 = x2.

    Em seguida, usamos alguns resultadosobtidos no item anterior. Nao e precisodemonstrar e/ou explicar o uso de umaequacao desde que isso ja tenha sido feitoanteriormente.

    Substituindo os valores encontramos

    h2 =40 (cm)

    402 (cm2) 4 10 (cm) [40 (cm) 10 (cm)]

    2

    =40 (cm)

    400 (cm2)

    2

    =40 (cm) 20 (cm)

    2

    Temos entao que h2 = 10 cm ou h2 = 30 cm. Naturalmente, a primeira opcao nao e aceitavel poish1 = 10 cm. Portanto,

    h2 = 30 cm

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    No item c) procuramos um valor de h tal que x xMAXIMO

    .

    c) xMAXIMO

    = ???

    Sabemos que o maximo (ou mnimo) de uma funcao pode ser obtido igualando a primeira derivadada funcao a zero. Entao, para que o alcance x seja maximo,

    dx

    dh= 0 d

    dh(vt) =

    d

    dh

    (2 g h

    2(H h)

    g

    )=

    d

    dh

    (2h (H h)

    )= 0

    2 12

    (h (H h))1/2 ((H h) h) = H 2h(h (H h))1/2

    = 0

    H 2h = 0

    Portanto,

    h =H

    2

    Substituindo, temos que a profundidade h = 20 cm.

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    3 Termodinamica

    Fundamentos de Fsica - Halliday et al - Problema 30, Captulo 18, 9 a edicao.

    Uma amostra de 0, 400 kg de uma substancia e colocada em umsistema de resfriamento que remove o calor a uma taxa cons-tante. A figura mostra a temperatura T da amostra em funcaodo tempo t; a escala horizontal e definida por ts = 80, 0 min.A amostra congela durante o processo. O calor especfico dasubstancia no estado lquido inicial e 3000 J/kgK. Determine(a) o calor de fusao da substancia e (b) o calor especfico dasubstancia na fase solida.

    SOLUCAO

    DADOSm = 0, 400 kg = 4 101 kgdQ

    dt= CONSTANTE

    ts = 80 min = 80 (60 s) = 4800 scL = 3000 J/kgK

    Este e um problema simples que trata do resfriamento de uma substancia. A interpretacao dos dadosfornecidos pelo grafico e a chave para a solucao do problema.

    a) LF = ???

    Sabemos que o fluxo de calor durante uma transicaode fase e dado por

    Q = () mL

    Como o sistema esta perdendo calor durante a transicaoliquido-solido temos que

    QCEDIDO = mLF

    sendo LF o calor latente de fusao da substancia.

    a

    Como sempre, devemos partir dofundamento teorico para iniciar asolucao do problema.

    Lembre-se que o sinal associado ao fluxo de calor durante a transicao de fase depende do sentido dofluxo: se a temperatura do sistema aumenta entao o sistema esta recebendo calor o que resulta emum fluxo positivo

    QRECEBIDO = + mL ;

    se a temperatura do sistema diminui entao o sistema esta perdendo calor o que resulta em um fluxonegativo

    QCEDIDO = mL .

    De acordo com o problema, o processo de resfriamento e mudanca de fase ocorre com a retirada decalor a uma taxa constante. Isto implica que

    dQLIQdt

    =dQTRANS

    dt=

    dQSOLdt

    Em particular, na fase lquida

    dQLIQdt

    QLIQ

    t=

    mcL T

    t.

    Edicao 1.0/2014 8 [email protected]

  • CRP 203 - Fsica II Prof. Dr. Marcos Paulo de O. Loureiro

    Analisando o grafico e substituindo os valores temos

    QLIQt

    =0, 4 (kg) 3000 (J/kgK) (270 (K) 300 (K))

    40 (min)

    =0, 4 (kg) 3000 (J/kgK) ( 30 (K))

    40 60 (s)

    = 360002400

    (J)

    (s)

    = 15 W

    a

    Observe que a unidade de medidade tempo fornecida pelo problemafoi o minuto. Ha entao a necessi-dade de converter a unidade parasegundos.

    Lembre-se que o uso das unidades de medida durante a solucao e desnecessario. Aqui elas sao mos-tradas para auxiliar o entendimento da origem da unidade ao final das contas.

    Sendo a taxa de variacao constante, temos

    dQTRANSdt

    QTRANSt

    = mLF

    tF= 15 W.

    Desta forma, podemos escrever

    LF =15 tFm

    a

    Note a importancia de ler comatencao o enunciado do problema.A informacao sobre a taxa cons-tante de transferencia de calor e achave para determinarmos o calorlatente de fusao da substancia.

    Finalmente, substituindo

    LF =15 (W) (70 (min) 40 (min))

    0, 4 (kg)=

    15 (W) (30 (min))0, 4 (kg)

    =15 (J/s) (30 60 (s))

    0, 4 (kg)=

    15 (J/s) (1800 (s))0, 4 (kg)

    = 67500 (J/kg)

    Portanto,

    LF = 6, 75 104 J/kg

    Da mesma forma que calculamos o calor latente de fusao na letra a) calcularemos o calor especficoda substancia na fase solida neste item.

    b) cS = ???

    Sabemos que, fora da transicao de fase, o fluxo de ca-lor esta relacionado com uma variacao de temperatura daforma

    Q = mcT

    sendo T (Tf Ti). Temos entao que

    QSOL = mcS T

    com cS = calor especfico substancia na fase solida.

    a

    Assim como o calor latente, o ca-lor especfico de uma substancia va-ria nos diferentes estados (solido,lquido, gasoso).

    Edicao 1.0/2014 9 [email protected]

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    Sabendo que a taxa de variacao de calor e constante, do itemanterior temos que

    dQSOLdt

    QSOLt

    =mcS T

    tS= 15 W

    Desta forma, podemos escrever

    cS = 15 tSm T

    a

    Assim como o calor latente, o ca-lor especfico de uma substancia va-ria nos diferentes estados (solido,lquido, gasoso).

    Analisando o grafico temos T = (250 270) e tS = (90 70). Substituindo,

    cS = 15 (W) (90 (min) 70 (min))

    0, 4 (kg) (250 (K) 270 (K))= 15 (W) (20 (min))0, 4 (kg) ( 20 (K))

    =15 (J/s) (20 60 (s))

    0, 4 (kg) (20 (K))=

    15 (J/s) (1200 (s))0, 4 (kg) (20 (K))

    = 2250 (J/kg K)

    Portanto,

    cS = 2, 25 103 J/kg K

    Edicao 1.0/2014 10 [email protected]

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    4 Termodinamica

    Fundamentos de Fsica - Halliday et al - Problema 21, Captulo 18, 9 a edicao.

    Como resultado de um aumento de temperatura de 32 C, umabarra com uma rachadura no centro dobra para cima (ver fi-gura). Se a distancia fixa L0 e 3, 77 m e o coeficiente de di-latacao linear da barra e 25106/C, determine a altura x docentro da barra.

    SOLUCAO

    DADOST = 32 CL0 = 3, 77 m = 25 106/C

    aEste e um problema simples que aborda o tema dilatacao termica.Entretanto, note que o livro texto considera este um problema comde alto grau de dificuldade ( ).

    a) x = ???

    Sabemos que a variacao da dimensao linear (comprimento) da barra e dado por L = L0 T .

    Como a barra esta dividida ao meio, temos que a dilatacao relativa ameia barra e L/2. Analisando o esquema ao lado, vemos que(

    L

    2

    )2=

    (L02

    )2+ (x)2

    Note que esta equacao corresponde a aplicacao do teorema de Pitagorasno triangulo retangulo da figura.

    Mas sabemos que L = L0 + L. Entao,(L0 + L

    2

    )2=

    (L02

    )2+ (x)2

    L20

    4+L0 L

    2+

    (L)2

    4=

    L20

    4+ x2

    Portanto,

    x =

    L0 L

    2+

    (L)2

    4

    Substituindo os valores, temos

    L = 3, 77 (m) 25 106 (C1) 32 (C) = 3, 016 103 (m)

    x =

    3, 77 (m) 3, 016 103 (m)

    2+

    (3, 016 103 (m))2

    4'

    5, 685 103 (m) + 2, 274 106 (m)

    x '

    5, 687 103 ' 0, 075 (m)

    x ' 7, 5 102 m = 7, 5 cm

    Edicao 1.0/2014 11 [email protected]

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    Esta forma como o problema foi resolvido e basica e envolveu apenas calculos matematicos. Agora,vamos pensar na solucao passo-a-passo e chegar a conclusao de que parte dela foi irrelevante.

    Quando calculamos a variacao da dimensao linear, L, encontramos um valor na ordem de 103

    m. Apos analisar a figura, chegamos ao valor do deslocamento x dado por

    x =

    L0 L2 + (L)

    2

    4 103 106

    Note que o segundo termo da expressao e aproximadamente 1000 vezes menor que o primeiro. Istosignifica que a contribuicao do termo (L)2 e irrelevante, podendo ser desprezada neste caso. Assim,

    x =

    L0 L

    2+

    (L)2

    4'L0 L

    2

    Sendo L0 = 3, 77 m e L ' 3 mm, temos

    x 'L0 L

    2'

    3, 77 3 1032

    =

    5, 655 103 ' 0, 075 m = 7, 5 cm

    Edicao 1.0/2014 12 [email protected]

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    5 Termodinamica

    Fundamentos de Fsica - Halliday et al - Problema 47, Captulo 18, 9 a edicao.

    Quando um sistema passa do estado i para o estado f seguindoa trajetoria iaf da figura ao lado, Q = 50 cal e W = 20 cal. Alongo da trajetoria ibf , Q = 36 cal. (a) Quanto vale W ao longoda trajetoria ibf? (b) Se W = 13 cal na trajetoria de retornofi, quanto vale Q nessa trajetoria? (c) Se Eint,i = 10 cal, qual eo valor de E

    int,f? Se E

    int,b= 22 cal, qual e o valor de Q (d) na

    trajetoria ib e (e) na trajetoria bf?

    SOLUCAO

    DADOSQ

    iaf= 50 cal

    Wiaf

    = 20 calQ

    ibf= 36 cal

    Wfi

    = 13 calEint,i = 10 calE

    int,b= 22 cal

    Este e um classico problema em termodinamica que envolve a primeira lei ea mudanca de estados atraves de diferentes processos termodinamicos.

    Os dados fornecem informacoes sobre processos especficos. Um errocomum ocorre quando voce nao identifica corretamente a que (ou quais)processo(s) uma dada energia se refere.

    a) Wibf

    = ???

    Sabemos que a variacao da energia interna entre doisestados termodinamicos independe da sequencia de processosque levaram a mudanca de estado. Sendo assim,

    Eint,iaf

    = Eint,ibf

    Mas, de acordo com a 1a lei da termodinamica,

    Eint = Q W

    Portanto,Q

    iaf W

    iaf= Q

    ibf W

    ibf

    Wibf

    = Qibf Q

    iaf+ W

    iaf

    Substituindo os valores, temos

    Wibf

    = 36 (cal) 50 (cal) + 20 (cal)

    Wibf

    = + 6 cal

    a

    Voce pode considerar a energia in-terna do sistema em um dado es-tado termodinamico como sendo asoma das energias cineticas de cadamolecula de um fluido ideal. Ma-croscopicamente, um estado ter-modinamico e definido atraves deparametros como pressao, volumee temperatura. Uma mudanca deestado se caracteriza pela variacaode um ou mais destes parametros.A forma como o estado varia naointerfere na sua energia interna fi-nal. E por isso que independente-mente do processo que leva a mu-danca de estado, a variacao da ener-gia interna entre os estados e sem-pre a mesma.

    Edicao 1.0/2014 13 [email protected]

  • CRP 203 - Fsica II Prof. Dr. Marcos Paulo de O. Loureiro

    b) Qfi

    = ???

    Novamente, sabemos que a variacao da energia internaentre dois estados termodinamicos independe da sequenciade processos que levaram a mudanca de estado. Sendo assim,

    Eint,if

    = Eint,fi

    = Eint,iaf

    = Eint,ibf

    Aplicando a 1a lei da termodinamica, temos

    Qfi

    + Wfi

    = Qiaf W

    iaf

    Portanto,

    Qfi

    = Wfi Q

    iaf+ W

    iaf

    Substituindo os valores, temos

    Qfi

    = 13 (cal) 50 (cal) + 20 (cal)

    Qfi

    = 43 cal

    a

    O primeiro fato importante quevoce precisa atentar neste item cor-responde a mudanca no sentido doprocesso. Sair do estado i e chegarao estado f e diferente de sair de f echegar a i. Considerando que o vo-lume final do sistema e menor que ovolume inicial, conclumos, pela de-finicao de trabalho, que o trabalho enegativo neste processo, como indi-cado no enunciado. Por outro lado,para reduzir a pressao e o volumedo sistema e necessario retirar calordo mesmo, o que matematicamenteresulta num fluxo negativo de calor.Este e o significado do sinal nega-tivo associado a Q

    fi.

    c) Eint,f

    = ???

    Como discutimos nos itens anteriores, sabemos que,

    Eint,if

    = Eint,iaf

    = Qiaf W

    iaf

    Eint,f Eint,i = Qiaf Wiaf

    Portanto,

    Eint,f

    = Eint,i + Qiaf Wiaf

    Substituindo os valores, temos

    Eint,f

    = 10 (cal) + 50 (cal) 20 (cal)

    Eint,f

    = + 40 cal

    a

    Note que neste item a solucaofoi feita de forma mais direta.Isso porque todo o fundamentoteorico ja foi apresentado nos itensanteriores.

    Aqui usamos os dados referen-tes aos processos iaf . Entretantovoce pode usar os dados relativos aquaisquer outros processos que leveo sistema do estado i ao estado f ,uma vez que a variacao da energiainterna independe da trajetoria.

    d) Qib

    = ???

    Sabemos, de acordo com a 1a lei da termodinamica, que

    Eint,ib

    = Qib W

    ib

    Eint,b Eint,i = Qib Wib

    O trabalho ao longo da trajetoria ibf corresponde a soma dos trabalhos atraves dos processos ib e bf ,entao

    Wibf

    = Wib

    + Wbf

    Edicao 1.0/2014 14 [email protected]

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    Analisando a figura vemos que o processo ib e isobarico e o processo bf e isocorico, portanto

    Wibf

    =

    Vb

    Vi

    p dV +

    Vf

    Vb

    p dV

    = p

    Vb

    Vi

    dV + 0

    = p (Vb Vi) = Wib

    Sendo assim, podemos escreverE

    int,b Eint,i = Qib Wibf

    Portanto,

    Qib

    = Eint,b Eint,i + Wibf

    Sabemos, do item a), que Wibf

    = + 6 cal. Substituindo os valores, temos

    Qib

    = 22 (cal) 10 (cal) + 6 (cal)

    Qib

    = + 18 cal

    e) Qbf

    = ???

    Sabemos, de acordo com a 1a lei da termodinamica, que

    Eint,bf

    = Qbf W

    bf

    Eint,f E

    int,b= Q

    ib W

    bf

    Mas, como vimos no item anterior, Wbf

    = 0 pois o processo bf e isocorico. Portanto

    Qbf

    = Eint,f E

    int,b

    Sabemos, dos itens anteriores, que Eint,f

    = + 40 cal e Eint,b

    = + 22 cal. Substituindo os valores,temos

    Qbf

    = 40 (cal) 22 (cal)

    Qbf

    = + 18 cal

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