Gestão da Logística Reversa
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8/14/2019 Gesto da Logstica Reversa
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CENTRO DE ENSINO ATENAS MARANHENSE
FACULDADE ATENAS MARANHENSE
CURSO DE ADMINISTRAO
FRANSEMARY DA CONCEIO CASTRO
IVANE MENDONA DOS SANTOS
KELLY NASCIMENTO DE AGUIAR
MANOEL RODRIGUES SILVA
SRGIO ROBERTO COSTA RABELO
GESTO DA LOGSTICA REVERSA:um estudo de caso da empresa Morepan Alimentos
So Lus
2008
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FRANSEMARY DA CONCEIO CASTRO
IVANE MENDONA DOS SANTOS
KELLY NASCIMENTO DE AGUIAR
MANOEL RODRIGUES SILVA
SRGIO ROBERTO COSTA RABELO
GESTO DA LOGSTICA REVERSA:um estudo de caso da empresa Morepan Alimentos
Monografia apresentada ao Curso deAdministrao, com habilitao em Anlise deSistemas, da Faculdade Atenas Maranhense,como requisito para obteno do grau de Bacharelem Administrao.
Orientador: Prof. MSc. Gerisval Alves Pessoa
So Lus
2008
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FRANSEMARY DA CONCEIO CASTRO
IVANE MENDONA DOS SANTOS
KELLY NASCIMENTO DE AGUIAR
MANOEL RODRIGUES SILVA
SRGIO ROBERTO COSTA RABELO
GESTO DA LOGSTICA REVERSA:um estudo de caso da empresa Morepan Alimentos
Monografia apresentada ao Curso de
Administrao, com habilitao em Anlise deSistemas, da Faculdade Atenas Maranhense,como requisito para obtenodo grau de Bacharelem Administrao.
Aprovada em ____/____/____
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________Prof. MSc. Gerisval Alves Pessoa (Orientador)
Mestre em Gesto EmpresarialFaculdade Atenas Maranhense
____________________________________________Prof. MSc. Walter Cezar Nunes
Mestre em EconomiaFaculdade Atenas Maranhense
____________________________________________Prof. Moizs Arajo
Especialista em Administrao PblicaFaculdade Atenas Maranhense
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, por ser o meu maior incentivador, por guiar eiluminar sempre os meus passos.
Aos meus pais, Raimundo Pereira Castro e Francisca da Conceio
Castro, que me deram a oportunidade de estar em uma faculdade, torcendo sempre
pela minha felicidade e sucesso, por serem os grandes motivadores da pessoa
responsvel na qual eu me tornei.
Aos meus irmos, Reinaldo da Conceio Castro e Rosemary da
Conceio Castro, por estarmos sempre unidos.Ao meu esposo, Fernando Oliveira Santos, pela pacincia e
compreenso que teve comigo nesses anos de academia e, em especial, ao meu
filho Lucas da Conceio Castro Santos, que o meu maior tesouro e a minha
razo de viver.
Agradeo tambm aos familiares, amigos (as), cunhados(as) e sogra,
que estiveram de forma direta e indireta nessa minha jornada.
Aos meus queridos amigos de trabalhos, Ivane, Kelly, Manoel e Srgio,
que me ajudaram nas horas mais difceis de minha vida, auxiliando-me na formao
deste trabalho.
Aos meus colegas de turma, por esses trs anos e meio de convivncia e
unio, e a todos os professores que estiveram conosco durante esta nossa jornada.
Fransemary da Conceio Castro
A Deus, por ter me dado foras para continuar lutando e por iluminar
meus caminhos em todos os momentos de minha vida.
minha famlia, pelo apoio e por sempre acreditarem em meu potencial,
em especial aos meus pais, Ivaldo Moraes dos Santos e Maria de Nazar
Mendona dos Santos, pelo amor incondicional, e aos meus irmos, Genilson
Mendona e Ivan Mendona, pela amizade e companheirismo.
A meu namorado, Paulo Andr Lucena Oliveira, pela pacincia,
compreenso e pelo incentivo durante esses anos de faculdade.
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Aos meus companheiros de equipe, Fransemary, Manoel, Srgio e Kelly
por estarem comigo nesta longa caminhada, auxiliando-me na construo do
conhecimento.
Aos meus colegas de classe, pelos anos de convivncia, aos
professores, pela dedicao e compromisso, e a todos os que me ajudaram nesta
etapa da minha vida.
Ivane Mendona dos Santos
Quero agradecer primeiramente a Deus, meu refgio e minha fortaleza,
que iluminou o meu caminho durante esta longa caminhada.
Em especial minha famlia, meus queridos pais, Francisco Aguiar eFrancisca Aguiar, e minha irm Kelma Aguiar, que so a base para a minha vida e
que me apoiaram nos momentos difceis, dando-me fora para superar as
dificuldades.
Aos meus amigos Fransemary, Ivane, Manoel e Srgio, meus grandes
companheiros, que durante todo esse tempo me ajudaram na elaborao desta
monografia, pessoas com quem aprendi muito e que me levaram a buscar mais
conhecimento.
Kelly Nascimento de Aguiar
Agradeo aos meus pais, esposa, familiares e amigos, que me apoiaram
durante toda a caminhada at este momento. Quero dizer que sem suas presenas
talvez eu tivesse alcanado os meus objetivos, porm, certamente o sabor da vitria
perderia a intensidade.
Manoel Rodrigues Silva
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A Deus, por direcionar meus passos diante das oportunidades que a vida
me d.
minha esposa Josiane e ao meu filho Gabriel, por toda a motivao e
carinho para viver cada momento da minha vida e compartilhar vitrias.
Aos meus pais, Srgio e Graa, e aos meus irmos, por me incentivarem
a cada dia e pelo apoio na minha formao.
E aos meus amigos Fransemary, Kelly, Manoel e Ivane, pela confiana,
pacincia e carinho nesses anos de convvio.
Srgio Roberto Costa Rabelo
Ao nosso orientador, professor Ms. Gerisval Alves Pessoa, por aceitar
estar conosco nesta caminhada, pela pacincia, interesse e contribuio, que foram
essenciais na construo deste trabalho.
empresa Morepan Alimentos, nas pessoas do Sr. Carlos Augusto Sousa
Moreira e Nicholas Moreira, e demais funcionrios, pela disponibilidade e apoio.
Agradecemos, tambm, a todas as pessoas que colaboraram para aconcretizao deste trabalho.
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Tudo o que um sonho precisa para ser
realizado algum que acredite que ele possaser realizado.Roberto Shinyashiki
http://www.pensador.info/autor/Roberto_Shinyashiki/http://www.pensador.info/autor/Roberto_Shinyashiki/ -
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RESUMO
Aborda o conceito de logstica e sua evoluo ao longo dos anos, bem como as
suas atividades principais que so a gesto de transportes, armazenagem
estratgica, custos e servios logsticos. Explana os aspectos conceituais de
logstica reversa, sua relao com o meio ambiente, seus benefcios, tais como a
reduo de custos, o aumento da competitividade, a melhoria da imagem
corporativa, e mostram-se seus principais canais de distribuio reversos. Descreve
tambm, o processo de logstica reversa da empresa Morepan Alimentos,
demonstrando os benefcios que vm sendo obtidos com a adoo da logstica
reversa e como ela percebida pela organizao e clientes intermedirios no que
tange minimizao dos impactos ambientais e imagem corporativa. Trata de uma
pesquisa descritiva que utiliza como meios de investigao as pesquisas de campo,
bibliogrfica e documental que comprovam a aplicao do processo de logstica
reversa reforando a imagem corporativa. So feitas ainda, consideraes sobre a
percepo do cliente a respeito da poltica reversa adotada pela Morepan, propondo
aes de melhorias no processo, de modo a garantir e impulsionar o processo devalorizao da marca.
Palavras-chave: Logstica. Logstica Reversa. Clientes. Meio Ambiente. Imagem
Corporativa.
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ABSTRACT
This present work explains the concept of logistics and its evolution over the years as
well as its main activities as follow: the management of transport, strategic storage,
cost and logistical services. Explains about the conceptual aspects of reverse
logistics, its relationship to the environment and the benefits that it may cause to the
companies such as reduced costs, improved competitiveness, improving corporate
image, showing its main channels of reverse distribution either. It also describes how
do the process of reverse logistics of the Morepan food company works
demonstrating the benefits that have been achieved with the adoption of this process
and how it has been perceived by the company and intermediary customerswhenwe talk about minimizing environmental impacts and corporate image.The researchis a descriptive study and uses investigation techniques like in loco investigation,
documents and papers research. Something that assure if the implementation of the
reverse logistics procedure reinforces the positive image of organizations to the
market, boosting competitively and the return of the profit. After all study andfocused on considerations about Morepan reverse policy client perception thesuggestions of improvements were given in order to ensure and promote the process
of recovery of the mark.
Keywords: Logistic. Reverse logistic, Clients, Environment, Corporate image.
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LISTA DE ILUSTRAES
Figura 1 Elementos bsicos da logstica
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Quadro 1 Aplicaes de TI para a logstica
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Quadro 2 Estrutura de custos para cada modal
28
Figura 2 Centro de distribuio avanado
29
Figura 3 Sistema de cross-docking
31
Figura 4 Foco de atuao da logstica reversa
36
Figura 5 Esquema das operaes de desmanche de automvel
44
Figura 6 Canais de distribuio diretos e reversos
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LISTA DE GRFICOS
Grfico 1 Pesquisa realizada com os clientes intermedirios da Morepan,
identificando a avaliao do cliente quanto Logstica Reversa
da Morepan................................................................................... 60Grfico 2 Pesquisa realizada com os clientes intermedirios da Morepan,
com o objetivo de identificar qual o prazo mdio de reposio
de um item avariado..................................................................... 61Grfico 3 Pesquisa realizada com os clientes intermedirios da Morepan,
com o objetivo de identificar se o prazo mdio de reposio
atende s necessidades do cliente............................................... 62
Grfico 4 Pesquisa realizada com os clientes intermedirios da Morepan,com o objetivo de identificar o principal motivo do retorno dos
produtos........................................................................................ 62Grfico 5 Pesquisa realizada com os clientes intermedirios da Morepan,
com o intuito de identificar a freqncia de orientao sobre o
armazenamento dos produtos...................................................... 63Grfico 6 Pesquisa realizada com os clientes intermedirios da Morepan,
com o objetivo de avaliar o nvel de reposio de avarias em
relao aos demais concorrentes................................................. 63Grfico 7 Pesquisa realizada com os clientes intermedirios da Morepan,
com o objetivo de avaliar o canal de comunicao entre o
cliente e a Morepan...................................................................... 64Grfico 8 Pesquisa realizada com os clientes intermedirios da Morepan,
com o objetivo de verificar se existem custos ao devolver
produtos avariados para a Morepan............................................. 65Grfico 9 Pesquisa realizada com os clientes intermedirios da Morepan,
com o objetivo de avaliar o nvel de preocupao em relao aodescarte de produtos avariados................................................... 65
Grfico 10 Pesquisa realizada com os clientes intermedirios da Morepan,
com o objetivo de identificar quem realiza o controle de avarias
nas prateleiras.............................................................................. 66
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LISTA DE SIGLAS
CEP - Controle Estatstico do Processo
CLM - Council of Logistics Management
DRP - Distribution Resource Planning
EDI - Eletronic Data Interchange
GIS - Geographical Information System
GPS - Global Position System
ISO - International Organization for Standardization
IBM - International Business Machines
JIT - Just in TimeMNV - Mofado e no vencido
MRP - Material Requirement Planning
PET - Polietileno Tereftalado
PNB - Produto Nacional Bruto
QFD - Quality Function Deployment
RSCM - Reverse Supply Chain Management
SCM - Supply Chain Management
UFMA - Universidade Federal do Maranho
TI - Tecnologia da Informao
VNM - Vencido e no mofado
WMS - Warehouse Management System
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SUMRIO
CENTRO DE ENSINO ATENAS MARANHENSE .......................................................1
FACULDADE ATENAS MARANHENSE .....................................................................1
Monografia apresentada ao Curso de Administrao, com habilitao em
Anlise de Sistemas, da Faculdade Atenas Maranhense, como requisito para
obteno do grau de Bacharel em Administrao.................................................. 2
Monografia apresentada ao Curso de Administrao, com habilitao em
Anlise de Sistemas, da Faculdade Atenas Maranhense, como requisito para
obteno do grau de Bacharel em Administrao.................................................. 3
RESUMO..............................................................................................................8ABSTRACT..........................................................................................................9
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1 INTRODUO
Durante o processo evolutivo das organizaes, a competitividade
assumiu um fator preponderante, fazendo com que toda e qualquer iniciativa
organizacional esteja direcionada criao de um diferencial que aumente a sua
competitividade, passando assim, a ser um fator de longevidade ou de falncia
prematura.
Fundamentadas neste propsito, as organizaes buscam continuamente
uma maior qualidade nos servios, reduo de custos e ainda tentam enfrentar da
melhor forma possvel os problemas advindos das incertezas socioeconmicas, algo
que dificulta bastante o planejamento das operaes e da previso de vendas.Surge ento a necessidade de se desenvolver uma boa poltica de
gerenciamento do fluxo dos produtos, algo que seja programado desde a origem at
o ponto de consumo, fazendo com que chegue [...] o produto certo, na quantidade
certa, na hora certa, no lugar certo ao menor custo possvel (NAZARIO, 2000,
p. 126, grifo do autor).
O fluxo dos produtos escoados para o mercado consumidor tem
aumentado gradativamente. Em grande parte isto se deve a uma produo cada vezmais automatizada que busca atender um consumidor cada vez mais exigente,
muito dos produtos fornecidos aos clientes precisam retornar ao ciclo produtivo para
que sejam tomadas as providncias no sentido de reaproveit-los no processo.
Reparando-os e devolvendo-os aos clientes, recolhendo-os por questes ambientais
ou simplesmente dando-lhes um descarte apropriado.
Lacerda (2003, p. 477) afirma que muitos produtos se tornam obsoletos,
danificados, ou no funcionam e devem retornar ao seu ponto de origem para seremadequadamente descartados, reparados ou reaproveitados. Nota-se que se esses
produtos fossem descartados sem qualquer cuidado, poderiam poluir o meio
ambiente e causar muitos transtornos.
Entende-se como logstica reversa a rea da logstica empresarial
responsvel por gerenciar os aspectos de retorno organizao das embalagens,
bens de ps-venda e de ps-consumo, agregando-lhes valor de natureza
econmica, ecolgica, legal, logstica, de imagem corporativa, entre outras variveis.
Gradativamente, observa-se que essa importante rea da logstica
empresarial vem ganhando espao nas organizaes, tornando-se um diferencial
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para as empresas, para os clientes e principalmente para a sociedade, ao se
preocupar em reparar, reaproveitar ou descartar um produto, agregando valor e
criando assim uma boa imagem.
Diante do exposto, faz-se os seguintes questionamentos: os clientes
intermedirios da Morepan Alimentos se preocupam com o descarte dos produtos?
E de que forma a Logstica Reversa pode contribuir para que a Empresa Morepan
Alimentos minimize os impactos ambientais e otimize sua imagem corporativa?
Busca-se, pois, com este estudo, apresentar a Logstica Reversa da
Empresa Morepan Alimentos, a fim de mostrar como a organizao e clientes
intermedirios percebem a relevncia dessa ferramenta na minimizao dos
impactos ambientais de seus produtos, bem como expor os benefcios que vmsendo alcanados com o uso da Logstica Reversa na organizao e importncia
dessa prtica na imagem corporativa da empresa.
O tema Logstica Reversa foi adotado por ser oportuno e de grande
importncia nas organizaes. Alm disso, algo pouco praticado nas empresas e
muitas vezes at desconhecido pelos seus gestores. Ao realizar pesquisas acerca
do tema, contribui-se para difundir a idia da Logstica Reversa na organizao
escolhida, bem como oportuniza-se que o tema seja tambm aprofundado por outrosacadmicos, justificando-se assim o esforo de se conhecer melhor seus benefcios
e funes atuais, bem como o papel que desempenha.
Para melhor entendimento, este trabalho divide-se em seis captulos,
conforme discriminado a seguir:
No primeiro captulo, apresentada a introduo, que trata de maneira
sucinta sobre a logstica, a logstica reversa e a problemtica encontrada.
No segundo captulo, abordam-se conceitos de Logstica, tais como:histrico, evoluo, logstica empresarial, logstica integrada e Supply Chain
Management (SCM), bem como suas atividades primrias: transporte,
armazenagem estratgica e custos.
No terceiro captulo, trata-se sobre Logstica Reversa, sua importncia e
relao com o meio ambiente e desenvolvimento sustentvel, seus canais de
distribuio reversos e relevncia dessa ferramenta na reduo de custos, na
imagem corporativa e promoo de competitividade.
No quarto captulo, discorre-se sobre a metodologia aplicada para o
desenvolvimento deste estudo.
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No quinto captulo, por meio do estudo de caso, apresentada a empresa
Morepan Alimentos, seu processo produtivo e sua logstica direta e reversa;
realizada tambm a anlise dos questionrios aplicados com os clientes
intermedirios, buscando-se evidenciar qual o nvel de preocupao dos clientes da
Morepan Alimentos quanto destinao adequada dos produtos retornados e qual o
impacto da logstica reversa na imagem corporativa da empresa.
Tambm no referido captulo so sugeridas melhorias ao processo, no
intuito de contribuir para um bom desempenho da empresa.
No sexto captulo, feita a concluso sobre o assunto.
importante ressaltar que a pesquisa ora realizada apresenta
delimitaes, uma vez que foi aplicada no mbito da empresa em estudo eestendida ao cliente intermedirio, no se atendo investigao com o cliente final.
Esta restrio, no entanto, possibilita uma abertura para estudos futuros na rea,
cuja abrangncia investigativa maior pode vir a complementar o tema pesquisado.
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2 LOGSTICA
Inicialmente, o conceito de Logstica estava intimamente ligado s
atividades militares, pois lidava com a distribuio de munies, alimentos, remdios
entre outros suprimentos para as tropas, denotando a preocupao para que nada
disso faltasse nos locais de batalha.
Novaes (2001, p. 31) comenta que:
Ao decidir avanar suas tropas seguindo uma determinada estratgia militar,os generais precisavam ter, sob suas ordens, uma equipe queprovidenciasse o deslocamento, na hora certa, de munio, vveres,equipamentos e socorro mdico para o campo de batalha.
A funo da Logstica era essencialmente abastecer as tropas que
estavam nos combates, permitindo assim a continuao das batalhas. Esse
processo precisava ser bem elaborado para que os combatentes no ficassem sem
suprimentos, o que certamente prejudicaria o andamento das atividades. Hoje, a
Logstica possui um conceito muito mais amplo, principalmente porque ela vista
como uma das principais atividades organizacionais. Para o Council of Logistics
Management (CLM) (2001 apud WANKE, 2003, p. 28):
Logstica a parte do gerenciamento de cadeias de suprimento responsvelpelo planejamento, implementao e controle, de modo eficiente e eficaz,do fluxo e armazenagem de produtos (bens e servios) e informaesrelacionadas, do ponto de origem at o ponto de consumo, com vistas aoatendimento das necessidades dos clientes.
O principal objetivo da Logstica tornar disponveis produtos e servios
nos lugares onde so necessrios, no momento em que so desejados. Bowersox e
Closs (2001, p. 21) afirmam que o objetivo central da logstica atingir um nveldesejado de servio ao cliente pelo menor custo total possvel. Nesse sentido, as
palavras-chave da Logstica so a criao de valor e a reduo de custos, e as
empresas tm obtido muitos ganhos quando conseguem reduz-los. Portanto, o
grande desafio que ela coloca conseguir equilibrar as expectativas de servio e os
gastos de modo a alcanar os objetivos do negcio.
Com base na Figura 1, contendo os principais componentes da Logstica,
toma-se como ponto de partida o estudo e o planejamento do processo, que apsaprovado passa para a fase de implementao, e esse processo apontado por
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muitas empresas como concludo. No entanto, h fatores que devem ser levados em
conta devido complexidade dos problemas da logstica e sua dinmica, pois
constantemente esse sistema necessita de monitoramento, avaliao e controle.
Figura 1: Elementos bsicos da LogsticaFonte: Novaes (2001, p. 36)
Com o intuito de satisfazer s necessidades e preferncias dos
consumidores finais, a Logstica segue fluxos associados como: armazenagem de
matrias-primas, materiais em processamento e produtos acabados que percorrem
todo o processo, comeando dos fornecedores, fabricao, varejistas, para enfim
chegar aos consumidores finais. Alm disso, existe o fluxo financeiro e o de
informao, que comea no consumidor, chegando at os fornecedores de
componentes e matrias-primas. Com isso, importante ter-se conhecimento decada componente do processo, para atend-lo plenamente, buscando solues
eficientes relacionadas ao custo e eficazes dentro dos objetivos traados.
2.1 Evoluo da Logstica
A Logstica passou por vrias etapas at chegar situao em que se
encontra atualmente. Novaes (2001, p. 41) e Ballou (1993, p. 28) classificam oprocesso de evoluo da logstica em quatro fases distintas.
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ao pontode destino
do ponto deorigem
Processo de planejar,operar e controlar
Fluxo e armazenagemMatria-primaProdutos em processoProdutos acabadosInformaesDinheiro
de forma econmica,eficiente e efetiva
satisfazendo asnecessidades e
prefernciasdos clientes
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A primeira fase, que deu origem Logstica Moderna, surgiu aps a
Segunda Guerra Mundial, atendendo a demanda da poca com produtos
padronizados, destacando-se os automveis e os eletrodomsticos. Nesse perodo
as empresas no tinham disposio um sistema de informao como os utilizados
nos dias de hoje, e os controles eram realizados manualmente.
Novaes (2001, p. 43), afirma que as empresas formavam lotes
econmicos, buscando economizar ao utilizar um modal de transporte mais barato,
com veculos de maior capacidade e com empresas que cobravam um frete com
preo reduzido, sem se preocupar com o valor agregado de manuteno de
estoques.
Na segunda fase, o marketingse encarrega de despertar nos clientes odesejo por produtos diferenciados. Os automveis e os eletrodomsticos passaram
a ser vendidos com cores e modelos variados, oferecendo a princpio poucas
opes e aumentando-as gradativamente. Novaes (2001, p. 44) e Ballou (1993, p.
30), comentam que com o aumento da variedade veio o crescimento do nvel de
estoques, acarretando maiores custos na sua manuteno.
Com a ocorrncia da Crise do Petrleo em 1973, que aumentou o preo
do combustvel e afetou diretamente os custos com transporte e distribuio, essepreo foi repassado ao consumidor final. Tal acontecimento fez com que as
organizaes passassem a se preocupar com os gastos, buscando ento utilizar
diferentes formas para o escoamento de seus produtos, fazendo combinao de
modais, objetivando a diminuio dos custos.
O surgimento de novas tecnologias tambm contribuiu para o
desenvolvimento da Logstica. Novaes (2001, p. 44) comenta que esse processo
ocorreu de maneira tmida, com a utilizao de cartes perfurados e fitasmagnticas, substituindo aos poucos as atividades realizadas manualmente. O
computador tambm auxiliou a resolver questes complexas na logstica, permitindo
a racionalizao dos processos.
Nesse sentido, Bowersox e Closs (2001, p. 27) afirmam que:
Os primeiros aplicativos de computador e as primeiras tcnicas quantitativasconcentravam-se no aperfeioamento do desempenho de funes logsticasespecficas, como o processamento de pedidos, previses, controle de
estoque, transporte etc.
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Com o objetivo de reduzir os estoques excessivos, as empresas
passaram a realizar planejamento, buscando abranger os clientes e os
fornecedores. Ento os centros de distribuio da indstria realizavam consultas
com varejistas e clientes, com o intuito de prever a demanda. As informaes
obtidas eram repassadas para a indstria que por sua vez enviava ao setor de
manufatura, o qual tinha a funo de realizar o planejamento da produo,
repassando assim ao setor de compras a quantidade de matria-prima necessria.
J os fornecedores, com a previso de compras em mos, j faziam o planejamento
para realizar a entrega e faziam a contratao de mo-de-obra. Essa abordagem
chamada de Material Requirement Planning (MRP), ou Planejamento das
Necessidades de Materiais.Porm esse planejamento apresentava limitaes, pois no possua
flexibilidade. Novaes (2001, p. 45) diz que essa estrutura ainda muito rgida, pois
no permitia a correo dinmica, real time, do planejamento ao longo do tempo.
O terceiro momento marcado pela integrao entre os participantes da
cadeia de suprimento. Nesse perodo a comunicao entre elementos da cadeia foi
otimizada com o uso do Eletronic Data Interchange (EDI):
a transferncia eletrnica e automtica de dados entre os computadoresdas empresas participantes, dados esses estruturados dentro dos padrespreviamente acertados entre as partes, [...] as redes de EDI so privadas,atendendo de forma exclusiva as firmas participantes. [...] a transferncia deinformaes feita atravs de uma empresa intermediria, que oferece umarede de intercmbio de dados denominada VAN (Value- Added Network)(NOVAES, 2001, p. 79).
O EDI permitiu uma comunicao mais rpida, possibilitando assim
ajustes no processo de programao, o que no ocorria anteriormente.
Tambm, nesse perodo, os gestores comearam a ter maiorpreocupao com o nvel de satisfao do consumidor, percebendo que ele cliente
de todos os membros da cadeia de suprimento.
Novaes (2001, p. 47) destaca a busca por reduo de estoques, com a
inteno de chegar ao utpico estoque zero. Com este termo, queria expressar que
as organizaes almejavam manter quantidades mnimas de estoque e esse
processo deveria ser constante e sistemtico.
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J a quarta fase representou um avano na Logstica, passando esta a
ser vista como ferramenta estratgica para a tomada de decises. Novaes (2001, p.
48, grifo do autor) comenta que:
[...] as empresas da cadeia de suprimento passam a tratar a questologstica de forma estratgica, ou seja, em lugar de otimizar pontualmenteas operaes, focalizando os procedimentos logsticos como merosgeradores de custo, as empresas participantes da cadeia de suprimentopassaram a buscar solues novas, usando a Logstica para ganharcompetitividade e para induzir novos negcios.
Percebe-se que nesse momento, os integrantes da cadeia de suprimento
comearam a realizar suas atividades com maior interao e troca de informaes,
formando parcerias, para juntos buscarem solues para os problemas existentes eassim tornarem-se mais competitivos no mercado. Essa interao resulta em ganhos
para todos os participantes da cadeia de suprimentos que agem em conjunto, de
maneira estratgica para resolver problemas logsticos, na busca da reduo de
custos e agregao de valor para o cliente.
Alm disso, foi introduzida uma nova tcnica na Logstica chamada
postponement (postergao). O procedimento consistia em realizar o acabamento
do produto o mais perto possvel dos centros de consumo, sem alterar suaqualidade, com o objetivo de diminuir prazos e incertezas no decorrer da cadeia de
suprimento. Como exemplo de postergao pode-se citar a montagem de veculos
realizada a bordo de navios, onde os componentes so entregues minutos antes da
partida da embarcao, reduzindo os custos com estoque. O tempo gasto para
realizao da travessia utilizado para montagem dos veculos, para dessa maneira
entregar o produto mais rpido.
Tambm, nesse perodo, surgiram as empresas virtuais, em sua maioriaorganizaes que fabricavam produtos eletrnicos e estavam estrategicamente
localizadas perto de aeroportos, facilitando o escoamento de seus produtos, alm de
possurem forte integrao com o marketing e com os fornecedores.
Percebe-se tambm, na quarta fase, a introduo do Supply Chain
Management(SCM), o que na viso de Fleury, Figueiredo e Wanke (2000, p. 51)
algo diferenciador e com foco na estratgia, atravs da qual os participantes podem
descobrir novas vantagens competitivas em um ambiente onde a globalizao e as
tecnologias da informao se fazem presentes.
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Outra caracterstica importante desse perodo uma maior preocupao
com o meio ambiente. Nota-se o crescimento dos nveis de poluio causados pelas
empresas, ocorrido, sobretudo pela grande quantidade de produtos lanados no
mercado. As empresas passam a ter um olhar mais atento quanto destinao de
seus produtos e so responsabilizadas por todo o ciclo de vida.
2.2 Logstica Empresarial
A Logstica Empresarial explora como se pode alcanar maior
rentabilidade nos servios de distribuio, por meio das atividades de planejamento,
organizao e controle para as tarefas de movimentao e armazenagem que
buscam otimizar o fluxo de pedidos.
Essas atividades so vitais para as organizaes, pois por meio delas
que a empresa administra seus produtos e realiza a entrega para os clientes no
tempo certo, no lugar certo, em perfeitas condies e com o menor custo possvel. E
para que o produto chegue ao consumidor final nas condies citadas, faz-se
necessrio realizar uma correta administrao do sistema logstico da organizao.
Fleury, Figueiredo e Wanke (2000, p. 38) afirmam que a fase entre os
anos de 1980 e 2000 foi caracterizada por grandes mudanas nos aspectos
gerenciais, principalmente no que diz respeito funo de operaes. Juntamente
com os conceitos de qualidade total e produo enxuta vieram inmeras tcnicas
como o Just in Time (JIT), Controle Estatstico do Processo (CEP), Quality Function
Deployment (QFD), Kanban e engenharia simultnea, utilizadas em praticamente
todos os pases industrializados, permitindo um grande salto na qualidade e na
produtividade. Nesta fase, destaca-se tambm o surgimento de dois importantesconceitos: Logstica Integrada e SCM.
2.3 Logstica Integrada
A Logstica Integrada foi introduzida na dcada de 80 e impulsionada pelo
avano da tecnologia e pelo aumento da exigncia por maiores nveis de
desempenho nos servios logsticos. Na viso de Fleury, Figueiredo e Wanke (2000,p. 35), para que a logstica seja administrada de maneira integrada, ela deve ser
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vista como um sistema, isto , um conjunto de partes interligadas, agindo de forma
coordenada, buscando assim atingir os objetivos desejados. Qualquer modificao
realizada em uma parte do sistema afeta diretamente os demais componentes
envolvidos, assim como qualquer melhoria contribui para todas as partes
constituintes.
J Bowersox e Closs (2001, p. 43) afirmam que a logstica observada
como atividade que liga a empresa a clientes e fornecedores. As informaes sobre
os clientes circulam pela organizao e so convertidas em atividades de vendas,
pedidos e previses. Posteriormente, essas informaes so utilizadas para
subsidiar o planejamento das compras e da produo. Todo o caminho que vai
desde o suprimento de materiais at a entrega do produto acabado ao cliente cercado de valor agregado.
Na viso de Fleury (2000, p. 27), o que vem tornando a logstica cada vez
mais imprescindvel so as mudanas de ordem econmica, que pedem o
atendimento das exigncias competitivas, e de ordem tecnolgica, que chegam para
otimizar o gerenciamento dos processos logsticos. Segundo o autor, os principais
aspectos de natureza econmica so:
a) globalizao fenmeno que permite o comrcio entre naes demaneira mais rpida, o qual traz como conseqncia o aumento de
clientes, de pontos-de-venda, dos locais de fornecimento, bem como o
aumento nas distncias, envolvendo tomada de deciso acerca dos
modais de transporte, fazendo com que a atividade logstica torne-se
muito mais complexa e com um olhar mais atento aos custos.
b) incertezas econmicas o aumento das incertezas tem trazido uma
srie de preocupaes aos gestores de logstica, devido constantetroca de bens e servios entre as naes, pois
Para a logstica que precisa atuar em antecipao demanda, produzindo ecolocando o produto certo, no local correto, no momento adequado e aopreo justo, o aumento da incerteza econmica cria grandes dificuldadespara a previso de vendas e o planejamento de atividades (FLEURY, 2000,p. 28).
Assim, mudana de cmbio, recesso, novas regulamentaes sobre
comrcio exterior, aumento do preo do petrleo so fatores de
incertezas resultantes da economia globalizada.
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c) proliferao de produtos caracterizada como um dos efeitos da
globalizao, como resposta das empresas para a grande
necessidade de produtos variados. Houve um aumento significativo na
variedade de produtos, existindo assim muitas alternativas para os
consumidores. Alm disso, a proliferao de produtos teve impacto
para a logstica, acarretando em maiores custos, bem como
dificuldades referentes ao crescimento do nmero de fornecedores,
problemas para controle de estoques, tornando mais complexo
planejar e controlar a produo.
d) menores ciclos de vida dos produtos devido grande quantidade de
lanamento de produtos, o ciclo de vida dos bens vai ficando cada vezmais curto. Com o surgimento de um novo produto, o anterior tende a
ficar obsoleto, o que diminui seu ciclo de vida. Fleury (2000, p. 29) d
como exemplo as indstrias de informtica, em que a mdia de
lanamento de novos produtos de 3 a 4 meses, representando
assim risco financeiro, pois existe a possibilidade de o preo da
mercadoria vendida ser menor que o preo de aquisio. Com o ciclo
de vida mais curto, fica mais difcil planejar as compras e realizarpreviso de vendas e de estoque.
e) maiores exigncias dos servios com o mercado cada vez mais
competitivo, os clientes tambm esto se tornando cada vez mais
exigentes, buscando empresas que ofeream qualidade nos servios,
que no demorem na entrega, eliminando assim as chances de faltar
algum produto na prateleira. J o consumidor final valoriza a
qualidade e a variedade na hora de fazer suas escolhas, procurandoempresas onde possa encontrar na prateleira o produto que deseja.
Essas mudanas econmicas confirmam que a logstica passou a ter
lugar de destaque nas empresas, sendo uma ferramenta estratgica essencial para
que a organizao se mantenha competitiva em meio globalizao.
No que tange aos aspectos tecnolgicos, importante ressaltar que a
revoluo da TI (Tecnologia da Informao) auxiliou a otimizao dos processos
logsticos, permitindo seu gerenciamento de forma integrada, por meio do aumento
do uso das novas tecnologias, conforme pode-se observar no Quadro 1 as principais
aplicaes de TI na logstica.
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Quadro 1: Aplicaes de TI para a logsticaFonte: Fleury (2000, p. 30)
importante ressaltar a relao entre os fatores econmicos e
tecnolgicos. Quanto mais a logstica se torna complexa maior a dependncia da
mesma pelos recursos oferecidos pela tecnologia da informao, evidenciando que
atualmente a TI algo fundamental no gerenciamento da logstica.
2.3 Supply Chain Management
O Supply Chain Management ou Gerenciamento da Cadeia de
Suprimentos uma importante ferramenta que vem sendo utilizada por muitas
empresas com o objetivo de gerar mais lucros e ganhar participao no mercado.
De acordo com o (CLM) (2001 apud WANKE, 2003, p. 28)o SCM :
Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos a coordenao estratgica e
sistmica das funes de negcio tradicionais bem como as aes tticasque perpassam essas funes numa companhia e atravs de negciosdentro da cadeia logstica com o propsito de aprimorar a performance delongo prazo das companhias individualmente e da cadeia de suprimentocomo um todo.
Dessa forma, levam-se em considerao todas as relaes que fazem
com que a cadeia de suprimentos se torne mais competitiva para todos os
elementos que a integram. E todos esses relacionamentos precisam ser gerenciados
com eficcia, alm de todos os seus processos de negcios integrados desde ousurio final at os fornecedores e outros interessados pelo negcio.
Aplicaes hardware Aplicaes softwareMicrocomputadores
PalmtopsCdigos de barra
Coletores de dados
Rdio freqncia
Transelevadores
Sistemas GPS
Computadores de bordo
Pickingautomtico
Roteirizadores
WMSGIS
DRP
MRP
Simuladores
Otimizao de redes
Previso de vendas
EDI
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A organizao pode alcanar muitas vantagens com o SCM, como
reduo nos custos e maior agilidade na entrega de seus produtos. Sendo assim:
A gesto da cadeia [...] pode proporcionar uma srie de maneiras pelas
quais possvel aumentar a produtividade e [...] contribuir significativamentepara a reduo de custos, assim como identificar formas de agregar valoraos produtos. No primeiro plano, estariam a reduo de estoques, [...] aracionalizao de transportes, a eliminao de desperdcios. O valor, poroutro lado, pode ser criado mediante prazos confiveis, atendimento noscasos de emergncias, facilidade de colocao de pedidos, servio ps-venda, e desenvolvimento mais rpido de produtos. (FLEURY;FIGUEREDO; WANKE, 2000, p. 49)
Por meio desse bom gerenciamento de todo o processo da cadeia, a
organizao torna-se mais lucrativa, produtiva, garantindo um bom nvel de servio
aos clientes. Porm poucas empresas conseguiram implantar o SCM com xito.
O SCMno apenas uma extenso da Logstica Integrada, e sim a unio
de vrios processos de negcios que vo alm das atividades da Logstica. Com
isso, as empresas que conseguem implementar o SCM com sucesso obtm
redues significativas nos custos operacionais da cadeia de suprimentos.
Segundo Fleury, Figueiredo e Wanke (2000, p. 45), as razes pelas quais
poucas empresas tm implementado o SCM so: a novidade do conceito, pouco
disseminado entre os profissionais da rea, e a complexidade da implantao doconceito, por ser algo que exige transformaes intensas em prticas enraizadas.
Nesse sentido, torna-se indispensvel quebrarem-se alguns paradigmas
organizacionais oriundos de prticas de gerenciamento obsoletas caracterizadas por
objetivos conflitantes, em que o resultado das partes mais importante do que o
bom resultado do conjunto.
Fleury, Figueiredo e Wanke (2000, p. 45) afirmam que os processos-
chave de negcios para o sucesso da implementao do SCM so:)a relacionamento com os clientes;
)b servio aos clientes;
)c administrao da demanda;
)d atendimento de pedidos;
)e administrao do fluxo de produo;
)f compras / suprimento;
)g desenvolvimento de novos produtos.
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Observa-se que necessrio dispor de profissionais que estejam focados
naqueles clientes estratgicos, atendendo com eficincia, sem erros nos pedidos
dos clientes, dentro do prazo estipulado, alm de gerenciar o relacionamento com os
fornecedores, mantendo o envolvimento dos mesmos no desenvolvimento dos
produtos.
2.4 Gesto de Transportes
O transporte uma das principais atividades logsticas e absorve grande
parte dos custos, existindo por parte das empresas uma preocupao constante
para reduzi-lo. considerado vital, pois nenhuma empresa consegue manter-se seno conseguir movimentar suas matrias-primas para o local de produo e seus
produtos acabados para o consumidor final.
Segundo Novaes (2001, p. 33 grifo do autor), o conceito bsico de
transporte simplesmente deslocar matrias-primas e produtos acabados entre
pontos geogrficos distintos. Ele afirma tambm que o tempo tornou-se um fator
crtico no processo logstico.
dada muita importncia a esta atividade, pelo fato de que a suaparalisao gera uma srie de prejuzos financeiros a inmeras empresas, que
deixam de entregar seus produtos e acabam prejudicando outras organizaes que
dependem desses produtos para dar continuidade s suas atividades. Ballou (1993,
p. 24) comenta que:
[...] essencial, pois nenhuma firma moderna pode operar sem providenciara movimentao de suas matrias-primas ou de seus produtos acabados dealguma forma. Sem transporte, o produto no chega ao cliente, podendo
deteriorar-se ou tornar-se obsoleto.
Os modais de transporte existentes so o dutovirio, martimo, hidrovirio,
rodovirio, ferrovirio e aerovirio, sendo os trs ltimos mais utilizados atualmente.
A empresa deve administrar e decidir qual tipo usar, quais roteiros deve adotar com
a inteno de gerar menos custos.
No Quadro 2, so mostrados os modais de transporte, juntamente com
suas vantagens e desvantagens.
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MODAL VANTAGENS DESVANTAGENS
Ferrovirio Custo varivel baixo Altos custos fixos em equipamentos,terminais, vias frreas, etc.
RodovirioCusto fixo baixo (rodovias estabelecidas e
construdas com fundos pblicos)
Custo varivel mdio (combustvel,
Manuteno)
Aquavirio
Custo varivel baixo
(capacidade para
transportar grande quantidade
de tonelagem)
Custo fixo mdio (navios e
equipamentos)
Dutovirio
Custo varivel mais baixo
(Nenhum custo com mo-de-obra de
grande importncia)
Custo fixo mais elevado (direitos de
acesso, construo, requisitos paracontrole de estao e capacidade de
bombeamento)
Aerovirio Rapidez
Custo fixo alto (aeronaves e manuseio e
sistemas de cargas);
Custo varivel alto(combustvel, mo-de-
obra,manuteno)Quadro 2: Estrutura de custos para cada modalFonte: Adaptado de FLEURY, P.F.; FIGUEIREDO, K; WANKE, ( 2000, p. 129)
No intuito de reduzir cada vez mais os custos que o transporte oferece,
muitas organizaes esto buscando maneiras de integrar diferentes modais, o que
chamado de intermodalidade, alm de fazer uso de operadores logsticos, que
tornam possvel realizar economias.
2.5 Armazenagem Estratgica
A armazenagem uma rea da Logstica que nas ltimas dcadas teveuma evoluo considervel, tendo em vista o aumento da exigncia dos clientes.
Com isso houve a necessidade de se adotarem novos sistemas de informao que
pudessem auxiliar no gerenciamento da armazenagem.
Lima (2003, p. 463) afirma que:
Como resposta a esses desafios, as empresas reestruturam as suasoperaes de armazenagem para atender ao aumento do nmero depedidos (resultado da maior freqncia de entrega e da entrega direta aoconsumidor), a uma maior variedade de itens (devido proliferao donmero de produtos) em um tempo de resposta menor (resultado doencurtamento do prazo de entrega). Assim, os armazns de produto
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acabado com a finalidade de estocar mercadorias esto dando lugar aoscentros de distribuio.
Percebe-se que a base para um bom gerenciamento logstico saber
estruturar sistemas de distribuio que possam atender economicamente todos os
mercados distantes geograficamente do ponto de produo, de forma a proporcionar
nveis de servio cada vez mais elevados no que tange disponibilidade no estoque
e atendimento em tempo hbil.
H uma necessidade e preocupao em garantir boas instalaes de
armazenagem, para que elas possam contribuir no atendimento ao cliente de forma
eficiente e satisfatria, garantindo a entrega do produto. De acordo com Lacerda
(2003l, p. 154), pode-se classificar essa distribuio em dois grupos:
a) estruturas escalonadas: uma rede de distribuio composta de
um ou mais armazns centrais e um conjunto de armazns, ou,
tambm, centros maiores perto de reas de mercado;
b) estruturas diretas: so sistemas de distribuio, em que os
produtos so distribudos de um ou mais armazns centrais indo
direto aos clientes.
Segundo Lacerda (2000, p. 154), os sistemas de distribuio diretospodem utilizar instalaes intermedirias, no para manter estoque, mas para
permitir rpido fluxo de produtos aliados a baixos custos de transporte. As
instalaes so classificadas em transit point, cross-docking e merge in transit.
Portanto, os estoques so enviados a um ponto prximo aos clientes e as
necessidades so atendidas por esse centro avanado, de acordo com seu prprio
estoque. Como se pode observar na Figura 2 exibida a seguir:
Figura 2: Centro de distribuio avanado.Fonte: Lacerda (2000, p. 155)
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Fornecedor ouarmazm central
Centro dedistribuioavanado
Cliente 2
Cliente 3Carga consolidadaGrandes distncias
Carga fracionadaPequenas distncias
Cliente 1
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De acordo com Lacerda (2000, p. 155), os centros de distribuio
avanados so tpicos de sistemas de distribuio escalonados, em que o estoque
posicionado em vrios elos de uma cadeia de suprimentos. Seu principal objetivo
atender s necessidades dos clientes com rapidez.
Uma das vantagens desses centros de distribuio est relacionada
entrega final de forma consolidada. Isso ocorre quando os pedidos dos clientes aos
fornecedores so combinados.
2.5.1 Transit point
Esse tipo de instalao no tem estoques, porm bastante parecidacom os centros de distribuio avanados. De acordo com Lacerda (2000, p. 157),
o transit point localizado de forma a atender a determinada rea de mercado
distante dos armazns centrais e opera como uma instalao de passagem,
recebendo carregamentos consolidados e separando-os para entregas locais a
clientes individuais.
O sistema do tipo transit point possui uma caracterstica em que os
produtos recebidos j possuem os seus destinos estabelecidos. Ele se diferenciadas instalaes de armazenagem tradicional, pois no h espera na colocao dos
pedidos, alm de possuir suas instalaes mais simples, ou seja, de baixo custo na
sua instalao e manuteno.
2.5.2 Cross-docking
Lacerda (2000, p. 157) cita que as instalaes do tipo cross-docking
operam sob o mesmo formato que os transit points, mas caracterizam-se por
envolver mltiplos fornecedores que atendem a clientes comuns. O setor de varejo
o que mais utiliza esse sistema.
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Figura 3: Sistema de cross-docking.Fonte: Lacerda (2000, p. 158)
A Figura 3 mostra como ocorre a operao de cross-docking. Pode-se
observar por meio da figura que carretas completas chegam de mltiplos
fornecedores e depois se inicia um processo de separao dos pedidos,
movimentando-se as cargas da rea de recebimento at a rea de expedio. So
usados ainda leitores de cdigo de barras que mostram a origem e o destino de
cada pedido.
2.5.3 Merge in transit
Segundo Lacerda (2000, p. 159), o merge in transit uma extenso do
conceito de cross-docking combinado com os sistemas Just in Time (JIT).
utilizado a distribuio de produtos de alto valor agregado. Pode-se citar comoexemplo as CPUs, monitores e teclado.
Esse tipo de sistema apresenta alto custo de estoque, devido a uma
grande perecibilidade dos produtos de tecnologia alta. Geralmente os componentes
so colocados em armazns centrais e entregues aos clientes de acordo com a
disponibilidade do estoque, o que acaba gerando um alto custo.
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A B C
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Tambm so analisados aspectos no que tange falha e recuperao.
Bowersox e Closs (2001, p. 24) afirmam que [...] a falha refere-se
probabilidade de o desempenho logstico apresentar problemas, como
por exemplo, produtos avariados, sortimentos incorretos ou
documentao imprecisa.
J a recuperao mede o tempo utilizado para realizar a recuperao de
um produto.
Os clientes desejam uma entrega rpida e sem atraso dos produtos
desejados, caso isso no ocorra, a empresa perde valor para o cliente.
c) confiabilidade est intimamente ligada disponibilidade e ao
desempenho operacional, pois para obter confiabilidade no servio necessrio avaliar a disponibilidade de estoque e o desempenho
operacional, verificando se esto alcanando as metas de servio
desejadas.
Para que a confiabilidade seja uma constante preciso ter um
aperfeioamento contnuo, o que no uma tarefa considerada fcil.
Deve-se analisar, tambm, que as empresas, os clientes e os mercados
so diferentes, precisando muitas vezes de servios diferenciados. Nesse sentido,Bowersox e Closs (2001, p. 24) dizem: [...] necessrio que os executivos
compreendam que os clientes so diferentes e que os servios devem ser ajustados
de modo a satisfazer, de forma especfica, s preferncias e ao potencial de compra
dos clientes.
Portanto, para que a organizao adquira valor perante o cliente, ela
precisa ter sempre produtos disponveis para atend-lo de imediato, cumprindo com
o acordado, alm de possuir grande flexibilidade em caso de emergncias e corrigirfalhas ou realizar recuperaes dentro de um tempo mnimo. Tudo isso faz com que
ela ganhe a confiabilidade, pois estar executando servios logsticos bsicos de
maneira eficiente e eficaz.
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3 LOGSTICA REVERSA
Existem inmeras citaes e conceitos para o termo Logstica Reversa
devido ao crescimento das pesquisas sobre o assunto e do interesse das
organizaes. Alm disso, na viso de Chaves e Chicarelli (2005, p. 2), o conceito
de Logstica Reversa evoluiu, estimulado pelo aumento da preocupao com
assuntos referentes preservao ambiental e busca pela reduo de custos das
organizaes.
Todos os autores comentam o fato de a Logstica Reversa atuar no
retorno de produtos com o objetivo de revaloriz-lo. Stock (1998, apud LEITE 2003,
p. 15) afirma que:
Logstica Reversa: em uma perspectiva de logstica de negcios, o termorefere-se ao papel da logstica no retorno de produtos, reduo na fonte,reciclagem, substituio de materiais, reuso de materiais, disposio deresduos, reforma, reparao e remanufatura [...]
A transio ou a movimentao da matria-prima, estoques, produtos
acabados, peas, embalagens e informaes de maneira ordenada, planejada e
controlada, de um ou mais pontos de consumo ou at mesmo do ponto dedistribuio, para o ponto de fabricao, reciclagem ou redistribuio, formam o fluxo
reverso, ou de retorno dos mesmos, podendo sofrer diversas ligaes na cadeia de
distribuio, de acordo com os objetivos estratgicos e a causa do retorno.
Segundo Leite (2003, p. 16-17):
A logstica reversa como a rea da logstica empresarial que planeja, operae controla o fluxo e as informaes logsticas correspondentes, do retornodos bens de ps-venda e de ps-consumo ao ciclo de negcios ou ao ciclo
produtivo, por meio dos canais de distribuio reversos, agregando-lhesvalor de diversas naturezas: econmico, ecolgico, legal, logstico, deimagem corporativa, entre outros.
Tendo em vista esse conceito, observa-se que o objetivo da Logstica
Reversa gerar matrias-primas reaproveitadas, das quais retornam ao processo
inicial de produo e distribuio.
Nesse sentido, Lacerda (2003, p. 478) afirma que esse processo
normalmente composto de inmeras atividades relacionadas coleta, separao,
embalagem e expedio de itens usados, tendo estes sido danificados ouultrapassados dos locais de consumo at os pontos de revenda ou descarte.
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A logstica reversa tem uma importncia significativa no s para o fluxo,
mas tambm para a agregao de valores ao produto que, por motivos de defeitos
ou falhas de funcionamento, garantia do fabricante, falhas no processamento de
pedidos, avarias ocasionadas no transporte, tem seu destino modificado voltando ao
seu ponto de origem, ou sendo redirecionado para um local adequado.
Observa-se na Figura 4 o campo de atuao da Logstica Reversa, sem a
inteno de esgotar as possibilidades de aplicao nas organizaes.
Figura 4: Foco de atuao da logstica reversaFonte: Leite (2003, p. 19)
Na logstica reversa de bens de ps-venda deve ser realizado o
planejamento do retorno dos bens de ps-venda e, para melhor gerenciamento, feita a diviso em trs grupos: o primeiro garantia/ qualidade, que se refere aos
defeitos de fabricao, avarias tanto no produto quanto na embalagem, alm de
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Bens de ps-venda Bens de ps-consumo
ConsertoReforma EstoquesValidade de
produtos
Disposiofinal
Desmanche
Mercado desegunda mo
Mercadosecundrio de
bens
Mercadosecundrio decomponentes
Comrcio indstria
Fim devida til
Garantia/qualidade Comerciais
Em condiesde uso
Reuso
Substituio
de componentes
Componentes
RemanufaturaReciclagem
Retorno ao ciclo produtivo
Retorno ao ciclode negcios
Mercadosecundrio dematrias-primas
Resduos industriais
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Percebe-se que a Logstica Reversa est cada vez mais presente nas
organizaes, pois elas esto inseridas em uma sociedade mais dinmica, onde so
responsabilizadas por todo o ciclo de vida de seus produtos e pelos problemas que
eles venham a apresentar.
3.1 Logstica reversa e responsabilidade ambiental
As legislaes e novos conceitos sobre a responsabilidade ambiental
aumentaram a preocupao com o fim dos produtos e seus impactos. Isso tem
gerado uma reao nas organizaes, pois de sua responsabilidade o
desenvolvimento de uma srie de solues para destinao de seus produtosdevolvidos, o que inclui tambm os resduos gerados na produo, embalagem e
transporte.
Segundo Leite (2003, p. 124), o destino do produto em seu fim de vida,
que na maior parte dos casos causa impactos ambientais e sofre presses e crticas
dos ambientalistas ao consumo sem responsabilidade empresarial, induzem cada
vez mais as empresas a inclurem em sua contabilidade os custos ecolgicos.
Assim, as empresas gradualmente esto incluindo em seu planejamento
estratgico a idia de responsabilidade ambiental, como formas de ao proativa na
conservao ou promoo de sua imagem corporativa e consolidao de seus
negcios. Em paralelo pode-se ressalvar a crescente conscientizao dos clientes,
que cada vez mais, principalmente nos pases desenvolvidos, tm a preocupao
em adquirir produtos idealizados com sentimentos de responsabilidade ambiental,
mesmo que seus preos sejam maiores. Isso leva as empresas busca de
estratgias de marketing com suscetibilidade ecolgica, estimulando os canais
reversos com propsitos de assegurar uma boa imagem corporativa.
Com o surgimento do comportamento dos consumidores mais exigentes
no que diz respeito aos impactos ambientais, h uma necessidade constante de
controle dos processos produtivos, visando a uma produo com minimizao ou
eliminao de impactos ao meio ambiente. Isso incentiva a organizao a filiar-se
aos movimentos verdes, o que denota a grande preocupao da empresa com a
responsabilidade ambiental. Alm disso, tornou-se para as empresas obrigatria a
incluso das reflexes sobre a preocupao ambiental em suas misses
empresariais.
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Como o conceito de desenvolvimento sustentvel assunto de grande
repercusso nos dias atuais, pois o crescimento econmico necessrio, mas sem
comprometer o fator meio ambiente para as geraes futuras, as legislaes utilizam
regras que esto envolvidas em diferentes ciclos de vida til de um produto, desde a
utilizao da matria-prima at os consumidores e ainda ao retorno de parte desse
produto para disposio final. As empresas que tm seu processo de produo
agressor natureza, tm responsabilidade total sobre seus resduos, tanto de
produo quanto de orientao aos consumidores sobre o correto fim que deve ser
dado aos mesmos.
Atualmente est havendo por parte da sociedade em geral uma grande
sensibilidade ecolgica, devido tendncia de descartabilidade dos produtos, cujociclo de vida est se reduzindo cada vez mais, tornando-se obsoletos rapidamente
pelo grande volume de lanamentos de novos produtos. Ao lado disso, o custo de
reparo de produto alto, quase o preo do bem.
Por causa dessa grande descartabilidade, a sociedade comeou a ver
grandes despejos em rios, crregos, terrenos baldios e tambm grandes tragdias
ambientais nesses locais, o que fez surgir uma maior preocupao com o destino
dos produtos consumidos. Lacerda (2003, p. 476) diz que:
Um [...] aspecto diz respeito ao aumento da conscincia ecolgica dosconsumidores, que esperam que as empresas reduzam os impactosnegativos de sua atividade ao meio ambiente. Isso tem gerado aes porparte de algumas empresas que visam comunicar ao pblico uma imageminstitucional ecologicamente correta.
Diante dessa situao, as organizaes comearam a dar uma maior
ateno Logstica Reversa e essa preocupao aumentou devido crescente
sensibilidade ecolgica da sociedade, que comeou a responsabilizar a empresa
pelo ciclo de vida dos seus produtos.
A grande preocupao das empresas estar mais perto do seu
consumidor final, viabilizando de forma rpida e eficaz o seu produto junto ao cliente.
Tendo em vista o pensamento focado na qualidade dos processos logsticos e dos
servios prestados a um consumidor consciente e preocupado com o mundo que o
rodeia, que se tem discutido bastante a respeito da reverso dos canais de
distribuio da produo.
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3.2 Logstica reversa como fator de competitividade
A valorizao do cliente e a conquista de sua fidelidade tornam-se o
principal objetivo das empresas, pois eles trazem lucratividade. As empresas esto
adequando seus processos s necessidades dos fornecedores e clientes, criando
assim um relacionamento eficaz e agregando valores de diferentes naturezas e
perceptveis para as partes envolvidas.
evidente que a Logstica Reversa gera oportunidade de a empresa ser
um diferencial competitivo nos nveis de servios oferecidos aos clientes, devido s
exigncias destes de melhores servios com menor custo. nesse sentido que a
Logstica Reversa, por meio da diferenciao dos nveis de servios, torna-se umfator competitivo no mercado, pois valoriza seu cliente, tornando-o a principal
estratgia para o desenvolvimento organizacional.
De acordo com Chaves e Chicarelli (2005, p. 4), a Logstica Reversa no
se preocupa apenas em entregar precisamente o produto direto ao cliente, mas em
fornecer suporte depois da venda ou consumo do mesmo. Sendo assim, quando
planejada estrategicamente, pode proporcionar oportunidades que resultaro em
melhorias nas vantagens competitivas. So elas:a) adequao s questes ambientais, por meio da
conscientizao da preservao do meio ambiente, por
meio da reduo de resduos procedentes dos processos
de ps-venda, ps-consumo e do ciclo de vida dos
produtos;
b) reduo de custos: a reutilizao de materiais e
minimizao de embalagens proporcionam vantagens queestimulam novas perspectivas otimizando o processo de
logstica reversa. Como exemplo, destaca-se a reciclagem
de alumnio, que economiza aproximadamente 95% de
energia eltrica utilizada na produo do alumnio primrio.
Este valor significativo, tendo em vista que a energia
eltrica representa 70% no custo de produo do alumnio
primrio. (LEITE, 2003, p. 121);
c) razes competitivas, por meio de polticas liberais que
garantem retorno de produtos. Esta vantagem proporciona
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logstico direto, os canais reversos demonstram pouca lucratividade visvel, da uma
possvel razo para o desinteresse na adoo de uma poltica reversa de
distribuio da produo. Tambm deve-se considerar o foco em atividades ligadas
ao fluxo direto do produto que no contemplam a logstica reversa em si.
3.4 Logstica reversa e imagem corporativa
Os processos de Logstica reversa vm trazendo retornos considerveis
para as empresas, uma vez que ao investir neste tipo de processo as organizaes
obtm uma melhora significativa de sua imagem corporativa perante a sociedade.Segundo Leite (2003, p. 27), as empresas lderes em seus setores j
apresentam posicionamentos de acrscimos de valor a seus produtos e suas
imagens por meio da Logstica reversa, estabelecendo suas redes de distribuio
reversas e introduzindo os preceitos dos projetos correspondentes.
As empresas, sob este ponto de vista, j visualizam a oportunidade de se
tornarem mais competitivas, tendo em vista os ganhos provenientes da adoo das
polticas de logstica reversa.Para Lacerda (2003, p. 476), os clientes valorizam as empresas que
possuem polticas mais proativas de retorno de produtos.
Percebe-se que neste momento os consumidores esto valorizando cada
vez mais as empresas que investem em polticas de retorno dos seus produtos,
garantindo ao cliente o direito de trocar um produto.
Desse modo, a logstica reversa vem sendo utilizada por algumas
empresas como forma de melhorar a sua imagem perante a sociedade.Portanto, atitudes como estas podem ser consideradas estratgias
importantes de marketing que agregam valor marca e garantem prestgio para a
empresa.
3.5 Reverse Supply Chain
medida que os fluxos de materiais descartveis vm gradualmente
aumentando, surge a necessidade de desenvolvimento de filosofias de
gerenciamento que lidem com os canais de reuso. Grande parte desta mudana
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est ocorrendo devido a uma maior conscientizao da sociedade e das empresas
em relao ao meio ambiente. Ao lado disso, conta-se com a crescente presso dos
rgos governamentais de proteo ambiental sobre as polticas de descarte.
Segundo Leite (2003, p. 157), Os fabricantes passam a ser responsveis
pela organizao dos canais reversos dos produtos aps o seu fim de vida,
organizando a coleta, o desmanche e a reciclagem ou reuso dos componentes.
Nos Estados Unidos, por exemplo, j existem leis que regulamentam a
responsabilidade dos fabricantes por seus produtos desde o seu projeto at o seu
descarte final, exigindo do mesmo uma poltica de coleta, tratamento e destinao
do que foi produzido. Dessa forma, ora o fabricante ser bonificado pelo volume de
produo retornado, reutilizado ou descartado, ora ser punido por contaminaooriunda do descarte inadequado.
Vrias empresas j possuem sistemas de Reverse Supply Chain
Management (RSCM) prprios que contemplam um quadro de coleta seletiva,
tratamento adequado das partes e dos ciclos reversos dos seus produtos. A ttulo de
exemplo convm citar a Xerox, Hewlett Packcard e a International Business
Machines (IBM). J outras companhias tratam de terceirizar estes servios como
forma de manterem-se dentro da lei, alm de garantir uma boa imagem perante oconsumidor final. Diante desse novo paradigma, criou-se at um novo ramo no
terceiro setor que atende especificamente s necessidades de orientao da cadeia
reversa e esta nova vertente abriu caminho para que algumas empresas surgissem
no mercado, tais como a Stone Contain, Browning Ferris e American Can.
Todos os indcios mostram que as empresas caminham para uma nova
realidade de conceitos. E o RSCM j um fato. Porm, para que sua implantao
tenha sucesso e suas influncias sejam perceptveis sociedade, necessrio quehaja, entre outros fatores, uma base tecnolgica voltada para a sustentao do
projeto, fazendo com que o mesmo venha a ser vivel economicamente.
Segundo Leite (2003, p. 169), A existncia de tecnologia adequada e
economicamente vivel [...] uma das condies bsicas de estruturao e
organizao das cadeias reversas. A tecnologia uma vez voltada aos processos de
gerenciamento dos fluxos reversos assume uma viso macro do produto e do
processo de produo, atento a cada passo do seu desenvolvimento evitando os
impactos do mesmo para com o meio ambiente e a sociedade, antevendo possveis
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danos que venham a causar e facilitando o seu retorno ao ciclo produtivo ou
descarte.
As colaboraes tecnolgicas se apresentam das mais diversas formas e
tm como intuito possibilitar o avano e a melhoria do reaproveitamento dos
processos logsticos reversos. Algumas contribuies tecnolgicas tm a funo de
diminuir as agresses dos processos produtivos no meio ambiente (reduo do uso
de produtos que possam agredir o meio ambiente, reduo do uso de plsticos e
no reciclveis) e de facilitar o fluxo de retorno e reciclagem dos produtos (reduo
de fixaes com soldas e colas que dificultem o processo de desmontagem, reduo
de uso de ligas e mesclas de materiais em seus produtos, algo que torna difcil e
cara a segregao dos materiais).Um exemplo prtico de tecnologia adequada poltica de RSCM a
indstria automobilstica que j possui estudos aplicados ao desenvolvimento da
poltica de desmontagem de veculos; algo que prev estgios bem definidos de
desmonte e segregao de partes que vo desde a remoo e reaproveitamento de
fluidos at o desmonte e compactao. Tudo de forma a aproveitar o mximo de
material durante o desmanche de um carro-sucata.
Observa-se que o apoio tecnolgico junto indstria automobilsticaajudou a desenvolver os processos, algo que facilitou e dinamizou as diversas fases
que acompanham este procedimento. Como se pode ver na Figura 5 estes mesmos
processos definiram tticas de ao que facilitaram os desmontes e garantiram
velocidade e economia das atividades. A princpio, durante o desmonte veicular que
pode ser observado no Estgio 1, os fluidos sero removidos e reciclados e o que
no puder ser reaproveitado ser incinerado e descartado; no Estgio 2, ser feita a
limpeza do veculo e desmontagem dos painis; no Estgio 3, as partes dianteirassero desmontadas; j no Estgio 4, o automvel ser girado para facilitar o
desmonte de partes inferiores; no Estgio 5, o motor e a transmisso sero
removidos e finalmente o carro vai para o Estgio 6, que a compactao e envio
para as metalrgicas.
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Figura 5. Esquema das operaes de desmanche de automvelFonte: Leite (2003, p. 173)
Outro exemplo interessante de desenvolvimento de procedimentostecnolgicos aplicados ao gerenciamento dos canais reversos o da IBM que,
durante a fabricao de seus computadores, desenvolveu uma tecnologia que
reduziu dez tipos de plsticos em um nico tipo, algo que alm de mostrar-se
economicamente vantajoso, tornou o procedimento de desmonte e segregao de
material mais rpido e barato. Dessa forma percebemos que a gesto tecnolgica
aplicada ao desenvolvimento de um produto deve ir muito alm da concepo do
produto em si, ele deve focar tambm o desenvolvimento de procedimentos e
processos que diminuam o impacto que o mesmo venha a causar no meio ambiente.
A logstica, a exemplo da tecnologia, um fator de grande importncia
durante o gerenciamento de uma cadeia reversa, pois somente a partir de uma
administrao coerente e focada pode-se retornar a distribuio da matria-prima de
ps-consumo acessvel a um custo racionalizado. Do contrrio, o processo logstico
inviabilizar o desenvolvimento das atividades inerentes aos fluxos dos materiais.
3.6 Logstica reversa de ps-consumo
A Logstica reversa de ps-consumo formada por detritos provenientes
das indstrias e por produtos descartados que tiveram a sua vida til encerrada,
tornando-se sem proveito para o proprietrio original. Leite (2003, p. 3) conceitua a
logstica reversa de ps-consumo como:
[...] a rea de atuao da logstica reversa que igualmente equaciona eoperacionaliza o fluxo fsico e as informaes correspondentes de bens deps-consumo descartados pela sociedade, que retornam ao ciclo de
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negcios ou ao ciclo produtivo pelos canais de distribuio reversosespecficos. [...]
Com o surgimento da logstica reversa, fez-se necessrio realizar uma
estruturao dos canais de distribuio reversos por onde segue o fluxo reverso dos
produtos, alm das informaes associadas. Esses canais de distribuio reversos
ainda so pouco estudados e o motivo dessa pouca ateno, na viso de Leite
(2003, p. 4), se deve pouca relevncia no aspecto econmico, colocado frente aos
canais de distribuio diretos: os canais de distribuio reversos representam
apenas uma pequena porcentagem do que comercializado nos canais de
distribuio diretos. Daher (2006, p. 5) comenta que muitas empresas conhecem a
relevncia do fluxo reverso, mas grande parte delas tem dificuldade ou no se
interessam em implementar o gerenciamento da Logstica Reversa. Alm disso, o
autor aponta outros fatores:
A falta de sistemas informatizados que se integrem ao sistema existente delogstica tradicional (CALDWELL, 1999), a dificuldade em medir o impactodos retornos de produtos e/ou materiais, com o conseqentedesconhecimento da necessidade de control-lo (ROGERS & TIBBEN-LEMBKE, 1999), o fato de que o fluxo reverso no apresenta receitas, mas
custos e como tal recebem pouca ou nenhuma prioridade nas empresas(QUINN, 2001), so algumas das razes apontadas para a noimplementao da Logstica Reversa nas empresas.
Segundo Leite (2003, p. 5), os canais de distribuio reversos so
classificados emps-consumo eps-venda.
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Fluxos
MercadoSecundrio
MercadoSecundrio
eversos
ir
t
eversos
Mercadoprimrio
Ps-venda Ps-consumo
Reciclagem
Desmanche
Reuso
DisposioFinal
Retorno
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Figura 6: Canais de distribuio diretos e reversosFonte: Leite (2003, p. 5)
Na Figura 6 pode-se observar que nos canais de distribuio diretos
existe um fluxo de matrias-primas virgens, passando por atacadistas, varejistas at
chegar ao consumidor final, denominado mercado primrio. Tambm possvel
observar que existe uma diviso dos canais de distribuio reversos em ps-
consumo e ps-venda.
O canal de distribuio reverso de ps-consumo composto por parte de
produtos e componentes integrantes vindos do descarte, aps encerrada a utilidade
para a qual foi concebido e que de alguma forma volta ao ciclo de negcios. possvel identificar o canal reverso de reciclagem, o de reuso e o de desmanche.
Uma parte dos produtos pode ser encaminhada para a destinao final segura,
caracterizando-se a preocupao em no poluir o meio ambiente, ou a destinao
no segura, que por sua vez gera danos.
O canal reverso de ps-venda caracterizado por retornos de parte dos
produtos com pouco ou sem uso, devido a problemas relativos qualidade ou
demais procedimentos comerciais, fazendo com que o produto volte para o cicloempresarial.
3.6.1 Canais de distribuio reversos de ps-consumo
Os bens produzidos pelas indstrias so divididos em durveis e no
durveis e aps serem utilizados pelo primeiro consumidor so chamados de
produtos de ps-consumo. Aps esse primeiro uso, o produto pode ter vriosdestinos at o esgotamento da sua vida til.
a) Canal reverso de reuso
Neste canal, estendida a utilizao de um produto, que usado para o
mesmo fim para o qual foi criado. Como primeiro exemplo, podem-se citar os canais
de reuso que Leite (2003, p. 6) define como: [...] aqueles em que se tem a extenso
do uso de um produto de ps-consumo ou de seu componente com a mesma funo
para a qual foi originalmente concebido, ou seja, sem nenhum tipo de remanufatura.
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Como exemplo de reuso, o autor cita os veculos que so comercializados
nos mercados de segunda mo existentes em todos os lugares e suas peas que
so reutilizadas para a mesma funo para a qual foram concebidas. Esses veculos
so revendidos at o fim de sua vida til.
b) Canal reverso de desmanche
O canal reverso de desmanche, segundo Leite (2003, p. 7), consiste em
coletar o produto e submet-lo ao processo de desmontagem, em que os
componentes em condies de uso so encaminhados ao mercado de peas
usadas, enquanto as partes inservveis so direcionadas para aterros ou, em algunscasos, incineradas.
c) Canal reverso de reciclagem
Neste canal, os componentes do produto descartado so transformados
em matria-prima secundria ou submetidos reciclagem para dessa maneira
serem reintegrados na produo de novos produtos. Como exemplo, Leite (2003, p.7) cita os metais que so retirados de diferentes produtos e incorporados novamente
na produo.
Outro exemplo dado pela Recicloteca (2006, apud Guelbert, 2007, p. 6)
refere-se reciclagem das garrafas PET (Polietileno Tereftalado), cujo plstico sofre
reaes qumicas, transformando-se em outro tipo de plstico, podendo ser
reutilizado na indstria para produo de resina de polister, usada na confeco de
fibras para a produo de roupas.Tambm pode-se citar o exemplo da empresa japonesa Matsushita, que
recicla seus condicionadores de ar, por meio da recuperao dos metais do
compressor e do trocador de calor, em um procedimento em que o ferro
reaproveitado para peas do compressor e o cobre juntamente com o alumnio so
reaproveitados para fabricao de outros trocadores de calor. (GIOVINE, 2007, p. 7).
Nesta situao, pode-se perceber que a empresa vislumbrou uma
oportunidade, ao adotar um sistema de logstica reversa.
d) Disposio final
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Os materiais sem condio de revalorizao so descartados, buscando-
se, nestes casos, realizar tal procedimento de maneira segura de modo a no
agredir o meio ambiente. Esse descarte realizado em locais controlados, como
aterros sanitrios, para ocorrer absoro natural, ou incinerados, permitindo, em
alguns casos, a obteno de energia pela queima.
Leite (2003, p. 7) comenta que a disposio final no controlada,
constituda pela deposio desses resduos em lixes no controlados e pelo
despejo em crregos, rios, terrenos etc. acarreta poluio ambiental.
Percebe-se que o fluxo reverso dos bens de ps-consumo busca
recuperar valor dos produtos que j passaram pelo primeiro consumidor.Compreende-se que se esses produtos no retornarem ao ciclo produtivo iro
transformar-se em resduos que iro, no futuro, gerar poluio do meio ambiente.
Os impactos causados pelos produtos, somados aos desastres
ecolgicos evidenciados atualmente, resultaram na criao de regulamentaes de
proteo ao meio ambiente, o que fez aumentar o interesse das organizaes pelos
canais de distribuio reversos de ps-consumo.
3.7 Logstica reversa de bens de ps-venda
Rogers & Tibben-Lembke (1998, apud Rezende, 2006, p. 7) diz que a
logstica reversa de bens de ps-venda tem como caracterstica o retorno de
produtos pouco ou no utilizados que apresentam algum problema. Este de
responsabilidade do fabricante ou da empresa distribuidora ou ocorre em funo de
o cliente estar insatisfeito com o produto adquirido.
3.7.1 Canais de distribuio reversos de bens ps- venda
Os produtos caracterizados como bens de ps-venda retornam por
diferentes motivos. Leite (2003, p. 8) afirma que esses produtos so devolvidos por
uma variedade de motivos, como: por terminar a validade deles, por haver estoques
excessivos no canal de distribuio, por estarem em consignao, por apresentarem
problemas de qualidade e defeitos etc.
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Posteriormente, esses produtos so submetidos aos mesmos processos
realizados nos canais de distribuio reversos de bens de ps-consumo: reuso,
desmanche, reciclagem ou disposio final.
Os canais de distribuio reversos vm ganhando cada vez mais espao
nas organizaes. Segundo Leite (2003, p. 8), nos Estados Unidos, eles so
responsveis por aproximadamente 0,5% do Produto Nacional Bruto (PNB) e a
tendncia aumentar ainda mais. O autor tambm divide as categorias de fluxo
reverso em comerciais, garantia/ qualidade e substituio de componentes.
a) Retornos comerciais
Tm como principal atributo produtos que so retornados devido a falhas
de expedio, estoques excessivos nos canais de distribuio, produtos
consignados, alm de pontas de estoques, que so recolocados no ciclo de
negcios. Os retornos comerciais so classificados em retornos no contratuais e
retornos contratuais.
Nos retornos no contratuais podem-se destacar as devolues nasvendas diretas para o consumidor final, que so causadas por diferentes erros na
vendas diretas, por catlogo e por meio da internet.
As empresas esto mais flexveis quanto questo da devoluo,
recebendo mercadorias devolvidas mesmo que elas no possuam legislao
especfica, buscando assim manter-se competitivas; e as devolues por erros de
expedio d-se quando o produto devolvido assim que recebido pelo cliente,
pois o consumidor nota que o produto no o que ele havia solicitado. Para reduziresses erros, as empresas investem na introduo de processos em busca da
qualidade total, alm de informatizar o processo de expedio.
J nos retornos contratuais nota-se que existe um acordo entre as partes
envolvidas quanto ao retorno de produtos, sendo necessrio haver todo o sistema
reverso preparado. Podem-se citar como exemplo os contratos de consignao.
Nestes fica combinado entre as partes que, ao terminar o prazo estipulado, ser
providenciado o retorno dos produtos que no foram vendidos. Esse tipo de contrato
permite a programao do retorno pela empresa cedente dos produtos.
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b) Garantia / Qualidade
As devolues por garantia/ qualidade so as que ocorrem por defeitos de
fabricao, mau funcionamento, avarias do produto ou embalagens e problemas
relacionados com a qualidade.
Os produtos, ao retornarem cadeia de distribuio, sero submetidos a
reformas ou consertos que iro permitir seu retorno ao mercado como produtos
novos ou destinados a mercados secundrios, o que os revaloriza. Produtos sem
condies de reutilizao so encaminhados para o desmanche. H outra
possibilidade, caracterizada como recall, a qual recorre quando detectado um
problema de fbrica aps a venda. Neste caso, os produtos sero devolvidos oureparados pelos fabricantes.
c) Devolues por qualidade intrnseca
Nesta categoria, pode-se observar a devoluo por produtos defeituosos,
que so os produtos de devoluo entre empresa e consumidor ou entre empresas
de venda direta com motivos previstos em legislaes de proteo ao consumidor.Os motivos podem ser verdadeiros se realmente o produto apresentou um problema
e falso se for devolvido sem defeito, ou se a devoluo causada por m
informao dos manuais de utilizao ou mau entendimento do consumidor.
Tambm encaixa-se nessa situao a devoluo de produtos danificados,
que so os produtos que no chegam ao consumidor final, pois apresentam avarias
durante o manuseio, transporte, acidentes de trajeto e devem ser devolvidos ao
fabricante ou agentes intermedirios. A maior parte das cargas, quando acidentada,tem responsabilidade assumida por companhias de seguro. Neste caso feita a
avaliao da avaria, correes de embalagens e formas de transportes que podem
auxiliar na determinao da comercializao de produtos salvos.
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4 METODOLOGIA
Para atingir os objetivos do estudo, foram utilizadas tcnicas que
fornecessem informaes na quantidade e qualidade desejadas, para, dessa forma,
responder a problemtica proposta neste trabalho.
4.1 Ambiente de pesquisa
O ambiente escolhido para aplicao da pesquisa foi a empresa Morepan
Alimentos, do ramo de panificao, e seus principais clientes intermedirios. A
empresa localiza-se na Estrada da Vitria, bairro do Monte Castelo, na cidade de
So Lus, Estado do Maranho.
4.2 Tipo de pesquisa
Quanto aos fins, a pesquisa de carter descritiva, tomando como base a
taxionomia de Vergara (2007, p. 47). Esta afirma que a pesquisa descritiva expe
caractersticas de determinada populao ou de determinado fenmeno. O presente
estudo tem, pois, o objetivo de realizar um levantamento da percepo dos clientes
sobre a Logstica Reversa da Morepan Alimentos, a preocupao dessa empresa
em relao s questes ambientais e como isso reflete na sua imagem corporativa.
Quanto aos meios de investigao, a pesquisa classifica-se em:
a) pesquisa de campo na viso de Vergara (2007, p. 48), este tipo de
anlise realizada de forma emprica no lugar onde acontece o fato, ou naquele que
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possui componentes que podem elucid-lo. Os locais onde se aplicou a pesquisa de
campo foram a Empresa Morepan Alimentos, por meio de entrevista, e os
estabelecimentos dos clientes intermedirios, por meio de aplicao de questionrio.
b) documental - visando atender aos objetivos propostos, foram
analisadas informaes referentes empresa estudada, sendo classificadas as
informaes disponveis em sites, documentos e demais fontes que se destinam
explicao do tema ora pesquisado.
c) bibliogrfica - foi realizada reviso de literatura em documentos que
referenciam a rea da logstica reversa, tais como livros, revistas, sites e
publicaes.
d) estudo de caso conforme Vergara (2007, p. 49), o estudo de caso o circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como pessoa, famlia,
produto, empresa, rgo pblico, comunidade ou mesmo pas. O estudo de caso
tem como objetivo levantar informaes dos clientes intermedirios sobre a Logstica
Reversa da Morepan Alimentos, bem como avaliar o nvel de interesse em relao
s questes ambientais e obter a opinio dos clientes sobre a imagem corporativa
da Morepan.
4.3 Universo e amostra
De acordo com Vergara (2007, p. 50), o universo toda a populao, ou
seja, um conjunto de elementos que possuem as caractersticas que sero
estudadas. A amostra parte do universo escolhido de acordo com determinado
critrio de representatividade.
Assim, o universo da pesquisa constitudo pela empresa Morepan
Alimentos e seus 700 clientes intermedirios. A amostra classificada como
probabilstica, aleatria simples, totalizando 85 clientes intermedirios, que
representam um erro amostral de 10%. Partindo-se do pressuposto que micro,
pequenas e grandes empresas esto inseridas em realidades diferentes, foi feita
uma classificao em micro e pequenas empresas, representando 75% da amostra,
e grandes empresas, representando 25% da amostra, a fim de compreenderem-se
particularidades em relao logstica reversa de cada uma. importante ressaltar
que a discrepncia entre as porcentagens justificada pelo fato de a Morepan
atender as micros e pequenas empresas em maior quantidade. Foram realizadas
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entrevistas com dois colaboradores da empresa: o funcionrio responsvel pelo
controle de avarias e o presidente da More