GUIA DE BEM-ESTAR ANIMAL - RNP 2015

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O Guia de Bem-estar Animal de Atletas de Pulo do Rodeio Nacional Profissional trás informações importantes sobre o tratamento dos touros utilizados em rodeios, esclarecendo dúvidas sobre manejo, transporte, equipamentos regulamentados, entre outros assuntos. Maio de 2015 Produção: PrimeComm Comunicação & Marketing

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Guia de Bem-estar Animal Rodeio Nacional Profissional

O Rodeio Nacional Profissional preza pela integridade física dos animais em

seus eventos, pois os considera parte essencial do esporte. Sendo assim, o

RNP assegura-se que em todos os seus eventos sejam cumpridas as normas

de bem-estar animal, adequadas aos atletas de pulo, bem como

conscientiza seus profissionais a tratar de forma humanitária estes animais,

tendo em vista que é através deles que tiram seu sustento.

Profissionais, sejam eles proprietários de animais, competidores ou de

outras áreas do esporte que não zelam pelo bem-estar dos animais de

rodeio, não são aceitos nos eventos do RNP. Da mesma forma, qualquer

pessoa presente em um evento que não cumpra as normas de bem-estar ou

cause dano aos animais, seja de forma voluntária ou involuntária, está

sujeito as punições previstas no regulamento, que incluem multas,

suspensão temporária e suspensão permanente.

O RNP entende que o esporte rodeio surgiu através do trabalho nas

fazendas, onde peão e animal se respeitam e se completam. Desta forma, o

esporte rodeio é formado pelo conjunto “homem + animal” e jamais pela

luta “homem vs. animal”. O competidor de rodeio depende inteiramente do

animal, por isso deve zelar por sua integridade física para que o mesmo

tenha sempre bons desempenhos e vida longa dentro e fora do esporte.

A temporada 2014 do Rodeio Nacional Profissional contou com mais de 600 montarias e não houve nenhum incidente

que ocasionasse lesão ou ferimento nos touros

REGULAMENTAÇÃO

No Brasil, o Rodeio é esporte reconhecido pela Lei Federal 10.519,

aprovada em 17 de julho de 2002 e que abrange diversas modalidades que

fazem parte do Rodeio, incluindo a Montaria em Touros. Através desta Lei,

os eventos e os profissionais passaram a ter que cumprir uma série de

normas, principalmente no que diz respeito ao bem-estar animal, como o

uso de equipamentos não dolosos, transporte, manejo, acomodações e

alimentação adequadas, e cuidados com a saúde dos mesmos.

A LEI FEDERAL 10.519

REGULAMENTA O RODEIO GARANTINDO

O BEM-ESTAR DOS ANIMAIS

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CINTA DE LÃ

Esta cinta revestida de lã tem a função de estimular o animal através de cócegas em sua virilha. A Cinta de Lã

não entra em contato direto ou indireto com nenhum órgão do animal e sua pré-regulagem não permite que

ela seja apertada a ponto de causar dor ao mesmo.

Porque ela é usada?

Como já foi comprovado, os animais pulam por instinto. Se o animal não nasce com aptidão, não há como obrigá-lo a pular, uma ou

várias vezes. Outro fato comprovado é que o principal motivo do animal pular é para se livrar de algo que está em suas costas, no caso o

competidor. A virilha é a parte mais sensível a cócegas nestes animais e até mesmo o toque de uma simples pena, faz com que ele reaja,

se movimentando ou “escoiceando”. Sendo assim, a Cinta de Lã é usada para estimular o animal através de cócegas, fazendo com que

ele pule com mais intensidade, o que causa maior dificuldade aos competidores. A Cinta de Lã faz com que o touro pule

ordenadamente. Isso também evita lesões, já que pulando desordenadamente os animais estão expostos a mais riscos de fraturas e

outras lesões.

“A CINTA DE LÃ NÃO TEM NENHUM CONTATO COM OS

ÓRGÃOS GENITAIS DOS TOUROS DE RODEIO.”

A imagem acima demonstra a exata posição onde é colocada a Cinta de Lã, sem tocar nos testículos e na região peniana. O espaço

entre a Cinta de Lã e o couro do animal, também deixa claro que ela não é apertada totalmente

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Erroneamente, muitos acreditam que a Cinta de Lã aperta os testículos do animal, fazendo assim com que ele

pule devido a dor. Porém, ela não tem contato nenhum com as regiões escrotais e penianas dos touros. Entre as

muitas verdades que derrubam esta informação errada, está o fato de que no rodeio há animais castrados,

portanto, sem testículos. Outro fato importante é que nas modalidades de montarias em cavalos, são usadas

também fêmeas de eqüinos.

A Cinta de Lã não causa dor e nenhum outro

prejuízo à saúde dos touros de rodeio

Esta verdade foi comprovada através de um longo e detalhado estudo,

desenvolvido pela UNESP – Universidade Estadual Paulista do campus de

Jaboticabal-SP. O estudo denominado “Avaliação Técnico-Científica da

utilização do sedém em bovinos de rodeio” foi publicado na Revista de

Educação Continuada do Conselho Regional de Medicina Veterinária do

Estado de São Paulo, volume 3, fascículo 2, ano 2000.

Resultados do Estudo

Através deste estudo, comprovou-se que o uso da Cinta de Lã

não causa nenhuma alteração ao organismo ou ao

comportamento do animal. Nos testes, os touros foram

montados normalmente por oito segundos e em seguida,

ainda com a presença da Cinta de Lã presa a sua virilha, foram

expostos a fêmeas no cio. Todos os touros demonstraram

apetite sexual e mesmo com a presença do equipamento

fizeram a “cobertura”. Animais com dor, ou expostos a stress

excessivo tendem a perderem o apetite sexual.

Outra parte do teste comprovou também que mesmo após

serem montados e com a presença da Cinta de Lã, os animais

demonstram disposição para a ingestão de alimentos, o que

não ocorreria se eles estivessem sentindo dor ou com stress

excessivo. O estudo também apresenta resultados a respeito

da fertilidade dos touros testados, que não sofrem nenhuma

alteração, comprovando definitivamente que a Cinta de Lã

não afeta direta ou indiretamente a região escrotal dos

animais.

O único estudo científico

publicado até hoje a

respeito da Cinta de Lã foi

realizado pela Universidade

Estadual Paulista (UNESP)

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OUTROS EQUIPAMENTOS

Esporas

As esporas usadas na Montaria em Touros são padronizadas e

tem o objetivo de auxiliar no equilíbrio do competidor sobre o

animal. Elas são lisas para não causar nenhum ferimento ao

animal quando entra em contato com o mesmo. Assim como os

outros equipamentos, as esporas são vistoriadas antes da

competição. Caso um atleta esteja com a espora fora do padrão,

ele é impedido de competir. Se após a montaria ficar constatado

lesão a pele do animal devido a espora, o atleta é desclassificado

e estará sujeito as punições previstas no regulamento.

A imagem ao lado mostra a espora regulamentada, sem pontas

e com as espessuras mínimas exigidas, para que não cause

ferimentos em contato com os animais

“O couro bovino tem em média 8mm de espessura, ou seja,

é cerca de sete vezes mais grosso que a pele humana.”

Corda de Montaria

A Corda de Montaria, também conhecida popularmente como Corda Americana segue normas padrões para que não cause dor ou

ferimentos aos animais. Confeccionada em seda, ela deve ter acabamento adequado para que

nada, além da própria corda fique em contato com o animal. O regulamento do Rodeio Nacional

Profissional exigi que a alça da corda tenha no máximo 9cm de altura, não permitindo assim

que ela seja apertada além do necessário. Quanto maior a altura da alça, mais o competidor

pode apertar a corda, sendo assim, o RNP não permite nenhuma corda com a alça maior que

esta medida, que é a medida ideal, aceita pelas regras mundiais.

Além da corda em si, são permitidos apenas outros dois complementos: a alça, onde o

competidor coloca a mão e o sino, usado como contra-peso para que a corda não fique presa ao

animal após o competidor soltá-la. Porém, tanto a alça, como o sino não pode ficar em contato

direto com o animal. Da mesma forma que os demais equipamentos, as cordas são vistoriadas

antes da competição e o atleta deve substituir caso apresente a mesma fora dos padrões

permitidos.

“Os juízes são os encarregados de vistoriar os equipamentos

usados pelos competidores e pelos proprietários dos animais, com

autoridade para vetar os que estiverem irregulares.”

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TOUROS

O Rodeio Nacional profissional não contrata para seus eventos

nenhuma empresa que tenha antecedentes de maus-tratos aos

animais, seja em suas propriedades ou em recintos de rodeio.

Nosso regulamento oficial trás um capítulo inteiro a respeito

do bem-estar animal e das normas que todos os profissionais

devem seguir. Os animais contratados devem ser

transportados em veículos apropriados, sem superlotação e é

obrigatório que sejam descarregados e descansados, quando a

viajem exceder o mínimo de tempo recomendado. Durante os

eventos, os animais são acomodados em pastos apropriados e

com disposição de água e alimentação. Só são levados ao

recinto os animais que irão se apresentar naquela determinada

noite. Os demais permanecem no pasto. Tanto dentro como

fora do recinto, é exigido um trabalho de manejo pautado no

bem-estar dos animais, evitando stress, sofrimento, ferimentos

e cansaço, além de ser expressamente proibido o uso de

qualquer aparelho ou equipamento, como expressa a Lei

Federal 10.519. Os currais (fundo de bretes) são montados com

planejamento para que haja espaço suficiente para todos os

animais e a possibilidade de um trabalho de manejo correto.

“Cada touro pode pular apenas uma vez por dia e no máximo duas vezes a cada evento.”

Animais Adequados

São permitidos apenas touros com tamanho e peso adequado a sua raça. Touros adoentados ou que sofram qualquer tipo de lesão,

ficam impedidos de competir até que estejam totalmente recuperados. Devido a seus instintos, os touros podem ferir uns aos outros

durante o transporte, manejo ou descanso. Assim, todos os dias antes de começar a competição, os animais são vistoriados e é feita a

substituição daqueles que não estiverem em condições adequadas.

Cuidados Especiais

Os proprietários dos animais são seus principais defensores. Eles geralmente são pecuaristas ou pessoas com grande experiência no

mundo rural. Em outras palavras, os touros de rodeio pertencem a quem de fato entende sobre a espécie bovina e por conseqüência a

ama e a respeita.

Atletas de pulo, os touros de rodeio precisam ter cuidados especiais quando estão fora das arenas e não podem, nem devem ser

tratados como animais comuns. Entre estes cuidados estão alimentação balanceada e exercícios físicos como caminhada, trote e até

exercícios dentro da água. Os cuidados com a saúde também incluem todas as vacinações adequadas, procedimento de cuidados com

os chifres e cascos.

Devido a estes cuidados de atletas, os touros de rodeio apresentam uma

longevidade maior que os bovinos utilizados para outros fins na pecuária. Um

touro é levado ao rodeio profissional por volta dos quatro anos de idade, quando

já é considerado como adulto e totalmente formado. Em média, os touros pulam

profissionalmente entre quatro e seis anos. Depois deste período, eles não são

sacrificados e mesmo não participando mais dos rodeios, ficam nas propriedades

recebendo os mesmos cuidados de antes, onde geralmente morrem de causas

naturais, acima dos 15 anos, idade considerada avançada para a espécie.

Na imagem ao lado, um touro de rodeio passa pelo procedimento de tratamento dos

cascos ou ‘casqueamento’. Os cascos dos touros equivalem as unhas nos seres humanos e

tanto lesões como doenças podem ocasionar stress, perca de peso e indisposição.

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PERGUNTAS FREQUENTES

EXISTE ALGUMA LEI QUE REGULAMENTA O RODEIO?

Sim. A Lei Federal 10.519, de 17 de julho de 2002 regulamentou o rodeio como esporte, incluindo diversas modalidades que o compõem,

como por exemplo, a montaria em touros.

QUAL A IMPORTÂNCIA DESTA LEI?

Esta Lei Federal regulamenta os equipamentos usados pelos profissionais e o bem-estar dos animais antes, durante e depois das

competições, em todas as modalidades do rodeio.

AS NORMAS DE BEM-ESTAR ANIMAL NO RODEIO SÃO SEGUIDAS APENAS PARA CUMPRIR A LEI?

Não. O bem-estar animal no rodeio serve para a preservação dos animais, que são essenciais para o esporte. Os profissionais de rodeio

são pessoas ligadas ao ambiente rural e desde que são crianças aprendem a amar e respeitar os animais.

QUALQUER TOURO PODE SER UM TOURO DE RODEIO?

Não. Os touros pulam por uma aptidão genética. Sem esta aptidão, não há nada que possa fazer um touro pular. Não há como pegar um

touro comum, sem a aptidão e fazê-lo pular como um touro de rodeio.

TOUROS COM A APTIDÃO DE PULAR SÃO FACILMENTE ENCONTRADOS?

Não. Para saber se um touro tem a aptidão de pulos é preciso testá-los, ou seja, montá-los. Em média, apenas 10% dos touros testados

demonstram aptidão para pulos e um número menor ainda se torna de fato um animal com carreira no rodeio. Portanto, se houvesse

um artifício capaz de fazer qualquer touro pular, 100% dos touros testados estariam no rodeio.

EXISTE ALGUM ESTUDO CIENTIFICO QUE COMPROVE QUE A CINTA DE LÃ NÃO CAUSA DANOS AO ANIMAL?

Sim. A UNESP – Universidade Estadual Paulista do campus de Jaboticabal-SP realizou testes com touros de rodeio e o resultado

encontra-se no estudo denominado “Avaliação Técnico-Científica da utilização do sedém em bovinos de rodeio”, publicado na Revista

de Educação Continuada do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo, volume 3, fascículo 2, ano 2000.

DE QUE FORMA O ESTUDO COMPROVOU QUE A CINTA DE LÃ NÃO CAUSA SOFRIMENTO AO ANIMAL?

Nos testes os touros foram montados normalmente e depois, mesmo com a presença da Cinta de Lã tiveram apetite sexual e apetite

para ingestão de comida e água, o que não ocorre quando o animal está com dor ou com stress excessivo.

EXISTE ALGUM ESTUDO QUE COMPROVE QUE A CINTA DE LÃ CAUSE SOFRIMENTO OU LESÕES AOS ANIMAIS?

Não. Estas alegações são feitas com base em opiniões pessoais e são facilmente contestáveis. O único estudo válido feito a este

respeito no Brasil, comprovou exatamente o contrário, que o uso da Cinta de Lã não causa danos aos animais.

ALGUMAS ENTIDADES DE PROTEÇÃO ANIMAL ALEGAM TER EM MÃOS UM ESTUDO QUE COMPROVA OS DANOS CAUSADOS PELA

CINTA DE LÃ. ESTES ESTUDOS SÃO VÁLIDOS?

O único estudo já feito sobre a Cinta de Lã no Brasil é o “Avaliação Técnico-Científica da utilização do sedém em bovinos de rodeio”

realizado pela UNESP – Universidade Estadual Paulista do campus de Jaboticabal-SP, que comprovou que não há danos aos animais. Os

resultados citados por entidades e/ou profissionais contra rodeio, são totalmente contestáveis, pois não se tratam de estudo cientifico,

não foram realizados por entidades públicas e jamais foram publicadas em nenhuma revista cientifica da área.

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PORQUE A CINTA DE LÃ É USADA?

Ela causa cócegas e faz com que o animal pule com mais intensidade.

A CINTA DE LÃ CAUSA DOR AO ANIMAL?

Não. Ela tem uma pré-regulagem, que não permite que ela seja apertada a ponto de comprimir os órgãos internos do animal. Esta pré-

regulagem faz com que ela fique folgada, permitindo que o animal se mova normalmente, sentindo apenas cócegas.

PORQUE OS TOUROS DE RODEIO PULAM?

Os touros agem por instinto e pulam primeiramente para se livrar do que está em suas costas, no caso o competidor. A maioria dos

touros para de pular ao derrubar o competidor, mesmo com a Cinta de Lã ainda em contato com sua virilha.

OS TOUROS PULAM SOMENTE DEVIDO A CINTA DE LÃ QUE É PASSADA EM SUA VIRILHA?

Não. A Cinta de Lã por si só não faz o touro pular. Este fato se comprova quando notamos touros andando pela arena normalmente,

mesmo com a presença da Cinta de Lã.

A CINTA DE LÃ PODE CAUSAR FERIMENTOS AO ANIMAL?

Não. Ela é confeccionada em lã e não pode conter nenhum outro objetivo que possa causar ferimento aos animais.

A ALEGAÇÃO DE QUE OS TESTÍCULOS DOS ANIMAIS SÃO APERTADOS PARA QUE ELES PULEM É VERDADEIRA?

Não. A Cinta de Lã é passada na virilha do animal e não tem contato nenhum com a região dos testículos e a região peniana. Existem nos

rodeios touros castrados, ou seja, sem testículos, bem como na modalidade de montaria em cavalos, são utilizadas fêmeas de eqüinos.

Ainda com a Cinta de Lã presa a sua virilha, o animal permanece calmo comprovando

que não há nenhum equipamento capaz de fazer com que um animal pule

Na imagem ao lado, o

touro parou de pular

por instinto após

derrubar o competidor

que estava sobre suas

costas

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É VERDADE QUE OS TOUROS SÃO PROVOCADOS ANTES DE SEREM MONTADOS, PARA FICAREM MAIS FURIOSOS?

Não. Deixar um animal furioso não significa que irá fazê-lo pular melhor. Assim como outros fatores, a fúria não fará com que um animal

que não tem aptidão pule.

PORQUE ALGUNS TOUROS FICAM FURIOSOS DENTRO DA ARENA E ATACAM OS PROFISSIONAIS?

Assim como os seres humanos, cada animal tem sua índole. Uns são mansos e outros bravios. Um animal manso no pasto, é um animal

manso dentro da arena, da mesma forma que os animais furiosos dentro da arena, demonstram a mesma fúria quando estão no pasto.

Touros com essa índole, seriam bravios mesmo que não fossem touros de rodeio.

O rodeio não torna o touro dócil ou bravio. Seu temperamento depende

de vários fatores como a raça, genética, entre outros

Na imagem acima, o proprietário remove a Cinta de Lã ainda dentro da arena após mais uma montaria, demonstrando a docilidade do

animal mesmo após ser montado por oito segundos

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AS ESPORAS USADAS PELOS COMPETIDORES PODEM FERIR O ANIMAL?

Não. Elas não possuem pontas, são padronizadas e previamente aprovadas para a competição. Os competidores com esporas fora do

padrão são impedidos de competir. O couro bovino é cerca de sete ou oito vezes mais grosso que a pele humana, portanto os animais

não sentem o contato com as esporas. Mesmo assim, qualquer lesão causada pelas esporas durante a montaria também ocasionam

desclassificação do competidor.

PORQUE AS ESPORAS SÃO USADAS?

Elas servem como um ponto de equilíbrio para o competidor e dão mais aderência aos pés dos competidores.

PESSOAS E ENTIDADES CONTRA RODEIO APRESENTAM FOTOS DE ESPORAS PONTIAGUDAS, ALEGANDO SER DE RODEIO. ESTAS

IMAGENS SÃO REAIS?

Estas imagens certamente não são de rodeio. Todos os rodeios profissionais seguem a regra de utilizar a espora padrão e em nenhum

será encontrado esporas pontiagudas ou similares.

OS EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA MONTARIA EM TOUROS SEGUEM UM PADRÃO?

Sim. Todos os equipamentos utilizados pelos competidores e proprietários de animais devem estar em conformidade com as regras,

para não causar ferimentos ou outros danos aos mesmos.

COMO É FEITO O TRANSPORTE DOS ANIMAIS?

Os animais de rodeio são transportados em veículos apropriados, com espaço equivalente a quantidade e em segurança. Em viagens

longas é obrigatório descarregá-los para descanso periodicamente.

ONDE OS ANIMAIS SÃO ACOMODADOS DURANTE OS DIAS DO EVENTO?

Os animais são acomodados em pastos próprios com disponibilidade de alimentação e água. O regulamento do Rodeio Nacional

Profissional não permite que os animais pernoitem dentro do recinto.

COMO É FEITO O TRABALHO DE MANEJO DESTES ANIMAIS?

O manejo é feito por pessoas com experiência e com técnicas para evitar stress, ferimentos, sofrimento e cansaço nos animais, seja

dentro ou fora do recinto.

EXISTE UM LIMITE DE TRABALHO PARA CADA TOURO DURANTE OS EVENTOS?

Sim. Cada touro pode se apresentar apenas uma vez por dia e no máximo duas vezes a cada evento. Geralmente é feito um rodízio entre

os touros e a maioria deles não vai a arena dois dias consecutivos, reservando um espaço de pelo menos 48 horas entre uma montaria e

outra.

EXISTEM RESTRIÇÕES FÍSICAS SOBRE O TAMANHO E O PESO DOS TOUROS?

Sim. Os touros devem ter tamanho e peso adequado a sua idade e raça.

O QUE ACONTECE QUANDO É CONSTATADO QUE UM TOURO ESTÁ FERIDO OU DOENTE?

Ele é imediatamente substituído por um dos touros reservas. Nenhum animal ferido ou doente, seja qual for a gravidade, será montado

no Rodeio Nacional Profissional.

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É COMUM UM TOURO SE FERIR DEVIDO AS SUAS ATIVIDADES NAS ARENAS?

Como todo atleta e como todo animal que faz atividades, os touros de rodeio estão expostos a riscos, porém o índice de lesões, sejam

pequenas ou grandes, ocasionadas pela atividade do animal são extremamente baixas. Na temporada 2014 do Rodeio Nacional

Profissional ocorreram mais de 600 montarias e nenhum touro sofreu lesão, antes, durante ou depois de sua apresentação.

QUANDO NÃO ESTÃO NOS EVENTOS, OS TOUROS DE RODEIO SÃO TRATADOS COMO TOUROS COMUNS?

Não. Eles são tratados como animais atletas em período integral, recebendo todos os cuidados especiais como alimentação balanceada

e adequada, medicamentos e exercícios periódicos.

COM QUAL IDADE UM TOURO PODE SER MONTADO NO RODEIO PROFISSIONAL?

Em média quatro anos de idade, que é quando já é considerado um animal adulto.

QUANTO DURA A CARREIRA DE UM TOURO DE RODEIO?

Em média os touros de rodeio tem uma carreira que dura entre quatro e seis anos, variando conforme vários fatores. Todos os animais

podem ter uma carreira ainda maior, porém seus proprietários geralmente os tiram de atividade por volta dos nove ou 10 anos de

idade.

O QUE ACONTECE COM UM TOURO APÓS ELE ENCERRAR SUA CARREIRA PROFISSIONAL?

Eles continuam recebendo os mesmo cuidados de antes, como alimentação, medicamentos, exercícios. Nunca houve relatos de

proprietários que abandonaram seus animais quando eles encerraram suas carreiras nas arenas. Eles ficam nas propriedades

descansando até morrerem de causas naturais em idades já avançadas.

Na imagem ao

lado, três touros

atletas que estão

no auge de suas

carreiras e exibem

saúde em perfeito

estado

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Guia de Bem-estar Animal Rodeio Nacional Profissional

Bem-Estar Animal vs. Direitos dos Animais

Uma distinção importante a fazer quando se trata de questões animais é a diferença

entre bem-estar animal e direitos dos animais. Depois de aprender a diferença entre as

duas filosofias, é mais fácil fazer a distinção entre organizações que ajudam diretamente

aos animais e aqueles que desejam acabar com o uso de animais.

Bem-Estar Animal: baseado em princípios de cuidado humano e uso. Organizações que

apoiam os princípios de proteção dos animais procuram melhorar o tratamento e o bem-

estar dos animais. Apoiar o bem-estar animal significa acreditar que os seres humanos tem

o direito de usar os animais para diversos fins, mas junto com esse direito vem a

responsabilidade de prestar cuidados e tratamento adequado e humano.

Direitos dos animais: organizações que apoiam filosofias dos direitos dos animais

procuram acabar com o uso e posse de animais. Organizações de direitos dos animais

procuram abolir por lei a criação de animais para alimentação e vestuário, rodeios,

zoológicos, caça, pesca, o uso de animais em pesquisas para salvar vidas, o uso de animais

no ensino e na criação de animais de estimação.

Guia de Bem-estar Animal do Rodeio Nacional Profissional - 2015

Este guia é um manual sem fins lucrativos, elaborado pelo Rodeio Nacional Profissional como material didático

dirigido a imprensa e outros meios, com o objetivo de esclarecer dúvidas sobre o bem-estar dos animais de rodeio. É proibida a cópia total ou parcial sem autorização do RNP e sem a vinculação da marca.

Produção: PrimeComm Comunicação & Marketing – Direção: Abner Henrique Therézio

Supervisão: Alexandre Bolfer / Bolfer Eventos Colaboração: Prof. Dr. Orivaldo Tenório de Vasconcelos / Dra. Thais Gianotti

Fotos: Rodolfo Lesse / Fernando César Nox / Hugo Lemes Cia. de Rodeio Máfia do Boi / Cia. de Rodeio Bulls 21x