Hanseníase - FACIMED · •Forma caracterizada pela grande variabilidade de manifestações...

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Hanseníase

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Hanseníase

História

História

• Até 1874 – Doença hereditária.

– Descobrimento do Micobacterium leprae, por Gerhard H. Amauer Hansen

• 1ª descrição na índia, 600 AC.

• Brasil – Chegou com os portugueses e escravos africanos.

Definição

• Hanseníase é uma doença infectocontagiosade evolução cronica causada peloMicobacterium leprae, acometendo pele enervos.

Definição – Caso de hanseníase.

• Um caso de hanseníase é uma pessoa que apresenta uma ou mais de uma das seguintes características e que requer quimioterapia:– lesão(ões) de pele com alteração de

sensibilidade;

– acometimento de nervo(s) com espessamento neural;

– baciloscopia positiva.

Microbiologia

• O Mycobacterium leprae é um bacilo álcool-ácido resistente, com predileção pela célula deSchwann e pele.

• Não pode ser cultivado, mas existem modelosem animais de laboratório.

• Embora a infecção natural em animais tenhasido demonstrada, esta não parece terimportância epidemiológica, sendo o homem oúnico reservatório com relevância.

Transmissão

Microbiologia

• É um bacilo lento com tempo de

multiplicação entre 11 e 16 dias,

apresentando alta infectividade mas baixa

patogenicidade.

Micobacterium leprae Micobacterium tuberculosis

Genes com proteínas codificicadas

1604 3959

Patogênese

• A transmissão acontece de pessoa a pessoa.

• A maioria dos indivíduos alcança a eliminação da bactéria por meio de uma resposta imune adequada. Por alguma razão ainda não completamente entendida porém relacionada a fatores genéticos (determinados locus do HLA), ambientais e sociais entre outros, algumas pessoas desenvolvem a doença hanseníase.

Epidemiologia

• O Brasil continua sendo o segundo país em número de

casos no mundo, após a Índia.

• Aproximadamente 80%dos casos conhecidos nas

Américas e 94% dos novos diagnosticados são

notificados pelo Brasil.

Epidemiologia

Brasil,Índia,Indonésia

Perfil epidemiológico por grupo de paises

Apresentação clínica

• A apresentação da doença vai depender do tipo de resposta imunológica que o paciente apresentar ao bacilo.

• De acordo com a Classificação de Ridley e Jopling formulada 1966, a hanseníase pode ser dividida em polos de manifestação clínica e perfis de imunidade

Hanseníase infecção

10-20%

Hanseníase indeterminada

50 a 70%Cura

TTp TT DT DD DV VV VVpForma

++++ -

- ++++++

Mitsuda

Baciloscopia

30-50%

Transmissão Ausente Frequente

Forma Indeterminada

• Após um període de incubação de 2 a 5anos surgem manchas hipocrômicas empequeno número com discretasalterações de sensibilidade, semacometimento de troncos nervosos. Apesquisa de BAAR é sempre negativa.

• Esta forma evolui para cura ou para apolarização entre uma das outrasformas.

Forma Indeterminada

Forma Tuberculóide

• Forma com poucas lesões, geralmente representadas por placas com bordas elevadas e hiperemiadas com centro atrófico. A sensibilidade encontra-se prejudicada e pode ocorrer dano neural.

• Nesta forma predomina a imunidade celular.

Forma Tuberculóide

• Forma caracterizada pela grande variabilidade de manifestações clínicas e “instabilidade imunológica”.

• A lesão mais sugestiva é a lesão foveolar, caracterizada por placas violáceas ou hipermiadas com bordas internas nítidas e bordas externas imprecisas e aparência de cura central.

• Pode ocorrer infiltração de face em graus variáveis e lesões difusas hipocrômicas, bem como o precoce acomentimento neural.

• A baciloscopia pode ser positiva ou negativa.

Forma Dimorfa

Forma Dimorfa

Hanseníase Dimorfa

Hanseníase Dimorfa

Forma Virchowiana

• Padrão polar de resposta imune humoral, com baixa resistência ao bacilo, caracterizada clinicamente pela infiltração difusa e progressiva da face, testículos, mucosas de vias aéreas, olhos, linfonodos, fígado e baço. A face assume aspecto infiltrado chamado de “Face leonina”. Acompanha-se de sinais sistêmicos, como edema e artralgia severa, além de danos neurais, em geral tardios.

• A baciloscopia é fortemente positiva.

Classificação operacional

• Classificação prática para classificação rápida e tomada de conduta terapêutica.

• 1-Paucibacilar- Pacientes com até 5 lesões de pele e no máximo 1 nervo periférico acometido com baciloscopia (-). As formas Indeterminada e Tuberculóide são paucibacilares.

• 2-Multibacilar- Pacientes com mais de 5 lesões de pele ou mais de 1 nervo periférico acometido ou baciloscopia (+). As formas Dimorfa e Virchowiana são multibacilares

Estados Reacionais

• São situações de resposta imune aos bacilos e que podem ocorrer antes, durante ou após o tratamento. São mais comuns e mais intensas nos pacientes portadores de formas multibacilares.

Estados Reacionais

• Reação tipo 1/Reação reversa. – Caracteriza-se pelo súbito aparecimento de novas

placas, em geral inflamadas, ou da piora das lesões pré existentes.

– Usualmente não está associado a comprometimento sistêmico de qualquer espécie.

– Usualmente neurites, com novas incapacidades.

• Reação tipo 2/ENL.– Diferencia-se do eritema nodoso clássico por ser

mais generalizado.

– Nódulos de subcutâneo novos sem piora das lesões anteriores.

– Acometimento sistêmico marcante.

Estados Reacionais - ENH

Estados Reacionais - ENH

Estados Reacionais – Reação Reversa

.

Estados Reacionais – Reação Reversa

Estados Reacionais Reação Reversa.

Diagnóstico• Baseia-se fundamentalmente na demonstração de

lesões dermatológicas com hipoestesia ou anestesia, ou lesões neurais.

• Outros sintomas: Artralgia, mialgias, febre baixa (Virchowianos).

• A demonstração do bacilo não é obrigatória, sendo sempre negativa nas formas Indeterminada e Tuberculóide, bem como em alguns casos da forma Dimorfa.

• Apesar disto, quando disponível, a baciloscopia deve sempres ser realizada para adequada caracterização dos casos e controle das formas bacilíferas.

• Para o diagnóstico da hanseníase dispomos dos seguintes recursos:

• Exame Clínico:– Teste de sensibilidade táctil;

– Teste de sensibilidade térmica;

– Teste de sensibilidade dolorosa;

– Palpação dos nervos periféricos;

• Exames subsidiários:– Prova da histamina;

– Prova da pilocarpina;

– Pesquisa de BAAR na linfa;

– Biópsia.

Diagnóstico

Incapacidades

• A prevenção de incapacidades deve ser vista como parte fundamental do tratamento do paciente portador de hanseníase e incorporada às demais ações de controle.

• Não é aceitável que um paciente termine seu tratamento com um grau de incapacidade maior que aquele que tinha ao iniciar o tratamento.

Classificação atual.(1)

Olho Mão Pé Grau

Sinais e/ou

sintomas

D E Sinais e/ou

sintomas

D E Sinais e/ou

sintomas

D E

0 Nenhum problema com os olhos

devido à Hanseníase

Nenhum problema com as

mãos devido à Hanseníase

Nenhum problema com os pés devido à

Hanseníase

1 Diminuição ou

perda da sensibilidade

Diminuição ou

perda da sensibilidade

Diminuição ou

perda da sensibilidade

Lagoftalmo e/ou ectrópio

Lesões tróficas e/ou lesões

traumáticas

Lesões tróficas e/ou lesões traumáticas

Triquíase Garras Garras

Opacidade

corneana central

Reabsorção Reabsorção

Pé caído

2

Acuidade visual

menor que 0,1 ou

não conta dedos a 6 m

Mão Caída

Contratura do

tornozelo

Incapacidades determinadas pela Hanseníase

Incapacidades determinadas pela Hanseníase

Incapacidades determinadas pela Hanseníase

Definição de casos• DEFINIÇÃO DE CASO: um caso de hanseníase,

definido pela Organização Mundial de Saúde-OMS, é uma pessoa que apresenta um ou mais dos critérios listados a seguir, com ou sem história epidemiológica e que requer tratamento quimioterápico específico: lesão(ões) de pele com alteração de sensibilidade; espessamento de nervo(s) periférico(s), acompanhado de alteração de sensibilidade; e baciloscopia positiva para bacilo de Hansen.

• Obs: a baciloscopia negativa não afasta o diagnóstico de hanseníase.

• O tratamento será orientado de acordo com a classificação operacional.

• Formas paucibacilares-PQT-PB-6 meses.

• Formas multibacilares-PQT-MB-12 a 24 meses.

• Critério de regularidade - Todos os tratamentos tem de ser completados em no máximo uma vez e meia o tempo mínimo, independentemente do número de faltas.

TRATAMENTO

Prof. Ms. Alex Miranda Rodrigues

• O tratamento será orientado de acordo com a classificação operacional.

• Formas paucibacilares-PQT-PB-6 meses.

• Formas multibacilares-PQT-MB-12 a 24 meses.

• Critério de regularidade - Todos os tratamentos tem de ser completados em no máximo uma vez e meiao tempo mínimo, independentemente do númerode faltas.

TRATAMENTO

Prof. Ms. Alex Miranda Rodrigues

Blister Paucibacilar Adulto

Prof. Ms. Alex Miranda Rodrigues

Blister Multibacilar Adulto

Prof. Ms. Alex Miranda Rodrigues

Blister Paucibacilar Infantil

Prof. Ms. Alex Miranda Rodrigues

Blister Multibacilar Infantil

TRATAMENTOEstados Reacionais

Reação tipo 1.

• 1. Leve (Sem neurite) - AAS ou paracetamol 500mg de 6/6 horas.

• 2. Grave (Com neurite) - Prednisona 1 a 2 mg/kg/dia. Fazendo retirada gradual.

• Reação tipo 2.

• 1.AAS ou paracetamol 500mg de 6/6 horas.

• 2.Talidomida 100 a 500mg por dia em doses divididas.

• NÃO PODE SER UTILIZADA EM MULHERES EM IDADE FERTIL.- Nesta circunstância usar:

• 3.Prednisona 1 a 2 mg/kg/dia.

• 4.Pentoxifilina 400mg 3x/dia.

• 5.Clorazimina 100mg 3x/dia.

• Quando acompanhado de neurite, orquite ou iridociclite sempre associar a corticóide.

TRATAMENTOEstados Reacionais

Atenção ao paciente portador de hanseníase

1. Diagnóstico adequado.

1. Classificação operacional.

2. Avaliação do grau de incapacidade.

3. Instituição de esquema de tratamento adequado.

4. Identificação e tratamento dos estados reacionais.

5. Prevenção de incapacidades.