Havanir Vitória de Souza Pinto Lucy Mary Nunes...

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Havanir Vitória de Souza Pinto Lucy Mary Nunes Monteiro Titulo: A CONTABILIDADE E A CONTROLADORIA AMBIENTAL Tema: O IMPACTO DA CONTABILIDADE AMBIENTAL NO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL Monografia apresentada ao Programa de Pós- Graduação Lato Sensu em Controladoria, Auditoria, Perícia e Docência Superior da Universidade Tuiuti do Paraná como requisito para obtenção do título de especialização. Área de Concentração: Contabilidade Ambiental. Orientador: Prof. Marcus José Gomes Costa, Mestrando BRASÍLIA, DF 2009 II

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Havanir Vitória de Souza Pinto

Lucy Mary Nunes Monteiro

Titulo: A CONTABILIDADE E A CONTROLADORIA AMBIENTAL

Tema: O IMPACTO DA CONTABILIDADE AMBIENTAL NO SISTEMA DEGESTÃO AMBIENTAL

Monografia apresentada ao Programa de Pós-

Graduação Lato Sensu em Controladoria, Auditoria,

Perícia e Docência Superior da Universidade Tuiuti

do Paraná como requisito para obtenção do título de

especialização.

Área de Concentração: Contabilidade Ambiental.

Orientador: Prof. Marcus José Gomes Costa,Mestrando

BRASÍLIA, DF2009

II

RESUMO

O trabalho propõe um sistema de gestão com ênfase na contabilidade e controladoria

ambiental. Apresenta uma forma de contabilizar os impactos das empresas sobre o meio ambiente,

de maneira preventiva. Primeiramente o estudo enfoca a gestão social e ambiental, a contabilidade

ambiental. Apresenta-se uma abordagem da controladoria nas empresas, a medição de desempenho

ambiental e a prática da política ambiental.

O Sistema Contábil Gerencial Ambiental tem como principal objetivo oferecer aos seus

usuários benefícios direcionados aos vários setores da empresa É também seu objetivo oferecer

benefícios ao meio ambiente, pois proporciona o aporte necessário para que a empresa possa, além

de diagnosticar, prevenir possíveis transtornos ocasionados pela má gestão ambiental. Assegura que

a empresa esteja em conformidade com as leis ambientais, prevenindo a poluição e corrigindo

eventuais danos ao meio ambiente, adequando seus serviços e funcionários na medida do possível

às especificações ecológicas. Neste sentido o estudo pode verificar o grau de sustentabilidade,

apontar limitações e pontos positivos da gestão ambiental.

Palavras – Chave: Gestão Ambiental; Controladoria Ambiental; Contabilidade Ambiental.

V

SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO.......................................................................................... 72 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO .................................................................... 83 OBJETIVOS ................................................................................................... 104 REFERENCIAL TEÓRICO.............................................................................. 124.1 Gestão Ambiental......................................................................................... 124.2 Da Contabilidade à Controladoria Ambiental: A Evolução Necessária....... 154.2.1 Contabilidade............................................................................................ 154.2.1.1 História da Contabilidade ...................................................................... 154.2.1.2 Funções da Contabilidade ..................................................................... 164.2.2 O Benchmarking ambiental e o Ecobusiness................................. 184.2.2.1 Controladoria Ambiental......................................................................... 214.2.2.2 Responsabilidade Social e Ambiental...................................................... 224.2.2.3 Contabilidade Ambiental – Relatório Para um Futuro Sustentável,

Responsável e Transparente.............................................................................

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4.2.2.4 Ativo Ambiental....................................................................................... 254.2.2.5 Passivo Ambiental................................................................................. 274.2.2.6 Patrimônio Ambiental............................................................................ 294.2.2.7 Finalidade e Destinatário da Contabilidade Ambiental.......................... 294.2.2.8 Áreas da Contabilidade Ambiental......................................................... 314.2.2.9 Momentos da Contabilidade Ambiental.................................................. 314.3 A Contabilidade - Gestão Ambiental........................................................... 334.3.1 Definição ................................................................................................. 334.3.2 Benefícios da Contabilidade de Gestão Ambiental.................................. 334.4 Correlação entre Controladoria Empresarial e Ambiental .......................... 355 METODOLOGIA ........................................................................................... 365.1 Classificação da pesquisa....................................................................... 366 SOBRE O SISTEMA CONTÁBIL DE GERRENCIAMENTO AMBIENTAL -

SICOGEA ...........................................................................................................

37

CONCLUSÃO ................................................................................................ 39REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 41

VI

1. APRESENTAÇÃO

Historicamente, a Contabilidade do Meio Ambiente passou a ter status de um novo

ramo da ciência contábil em fevereiro de 1998, com a finalização do "relatório financeiro e

contábil sobre passivo e custos ambientais" pelo Grupo de trabalho inter-governamental das

Nações Unidas de Especialistas em padrões Internacionais de Contabilidade e relatórios

(ISAR – United Nations Intergovernanmental Working Group of Experts on International

Standards of Accounting and Reporting).

A gestão ambiental começa a ser encarada como um assunto estratégico dentro das

organizações e isso têm se tornado um fator importante de competitividade. Um estudo

realizado pela BAXTER, uma das gigantes indústrias farmacêuticas dos Estados Unidos

(Empresa & Ambiente, 2000), revela que cada dólar aplicado em programas voltados para o

meio ambiente traz uma economia financeira de três a cinco vezes o seu valor. Isto provocou

uma mudança no comportamento das empresas em relação ao meio ambiente, fazendo

aumentar os investimentos em gestão ambiental nos últimos anos.

A Contabilidade do Meio Ambiente tem crescido de importância para as empresas em

geral, porque a disponibilidade ou escassez de recursos naturais e a poluição do meio

ambiente tornaram-se objeto do debate econômico, político e social em todo o mundo.

Continuamente, estão sendo feitos progressos no sentido de se proteger o meio

ambiente e reduzir, prevenir ou mitigar os efeitos da poluição, e, em conseqüência, há uma

tendência das empresas em abrir para a comunidade uma grande quantidade de dados sobre

uma política ambiental, seus programas de gerenciamento ambiental e o impacto de seu

desempenho ambiental em seu desempenho econômico e financeiro.

A gestão ambiental oferecerá à empresa oportunidades de adicionar valor e,

possivelmente, obter vantagem competitiva por meio da percepção pública, economia de

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custos ou rendimentos adicionais, enquanto alivia os efeitos de seus produtos e processos

produtivos no ambiente.

Uma empresa que reconhece suas responsabilidades ambientais deverá diminuir seu

risco financeira futuro resultante de incidentes ambientais. Ao mesmo tempo, esta empresa

deverá pagar menores prêmios de seguro em conseqüência do menor risco. Uma taxa de risco

ambiental baixa também pode assegurar à empresa menores taxas de juros na captação de

recursos.

Portanto, a empresa que demonstrar que está avançada em termos de uso de

tecnologias ambientalmente amigáveis ou em relação à utilização de processos produtivos

sustentáveis poderá angariar benefícios adicionais. Tais como um aumento no

comprometimento dos funcionários, menos taxas e multas por danos ambientais, menores

custos de produção e de disposição de resíduos, além de ter acesso a melhores oportunidades

de negócios. Poderá inclusive explorar a vantagem competitiva de estar fornecendo bens e

serviços ambientalmente adequados.

2 - JUSTIFICATIVA

A utilização irresponsável de meios naturais para a produção de bens e serviços, além

dos danos ambientais óbvios, tende a gerar para a entidade que o provocou o repúdio da

sociedade e dos consumidores. Economicamente, a gestão ambiental não precisa ser encarada

como “um custo a mais”, mas uma ótima oportunidade de demonstrar a responsabilidade

social e melhorar a imagem mercadológica – e por conseguinte – gerar um saudável ciclo de

lucros sustentáveis a médio e longo prazo.

Estamos diante de um novo modelo estratégico, um modelo que tende a se fortificar

nas próximas décadas. Nesse novo ambiente, os interesses dos acionistas dividem espaços

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com as demandas da comunidade e dos clientes, funcionários e fornecedores. É para esse

grupo, os chamados stakeholders, que a empresa do futuro terá de gerar valor.

Hoje, há uma enorme pressão pela qualidade nas relações. Atingi-la ou não será um

fator determinante para o sucesso nos negócios. Essa pressão é devida, em parte, ao poder que

as corporações conquistaram nas últimas décadas. São as empresas, sobretudo as ligadas à

iniciativa privada, que geram empregos e conhecimentos, dominam técnicas de gestão,

dispõem de capital e concentram um número extraordinário de talento e de pessoas

inovadoras que fazem as coisas acontecerem.

O mundo corporativo tem, portanto, um papel fundamental na garantia de preservação

do meio ambiente e na definição da qualidade de vida das comunidades de seus funcionários.

Empresas socialmente responsável geram, sim, valor para quem está próximo. E, acima de

tudo, conquistam resultados melhores para si próprias. A responsabilidade social deixou de

ser uma opção para as empresas. É uma questão de visão, de estratégia e, muitas vezes, de

sobrevivência.

Os assuntos ambientais estão crescendo em importância para a comunidade de

negócios em termos de responsabilidade social, do consumidor, desenvolvimento de produtos,

passivos legais e considerações contábeis. A inclusão da proteção do ambiente entre os

objetivos da administração amplia substancialmente todo o conceito de administração Os

administradores cada vez mais têm que lidar com situações em que parte do patrimônio das

empresas é simplesmente ceifado pelos processos que envolvem o ressarcimento de danos

causados ao meio ambiente, independentemente desses danos poderem ser remediados ou

não.

Nesse cenário, é cada vez mais árdua a tarefa do administrador no tratamento desses

assuntos na Contabilidade e sua divulgação. A complexidade da atividade de certas empresas

muitas vezes é fator que dificulta o tratamento a ser dado no registro e na divulgação,

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principalmente os chamados passivos ambientais. Este assunto envolve julgamento e

conhecimento específico, daí a necessidade de envolver não somente a alta administração e a

classe contábil, mas também engenheiros, advogados, juristas, etc.

Para a tomada de decisões e avaliação regular de tais políticas ambientais, a

contabilidade é imprescindível, pois gera informações relevantes aos administradores de

qualquer entidade.

Portanto, a participação da Contabilidade é de extrema importância, pois vai despertar

o interesse para as questões ambientais, ajudando a classe empresarial a programar, em sua

gestão empresarial, a variável ambiental, não apenas para constar na legislação, mas por uma

verdadeira conscientização ecológica.

Neste sentido, não podemos ficar para trás, não podemos perder mais esta

oportunidade de nos inserirmos no seio da sociedade, assumindo uma nova postura como

cidadão e como profissional perante a sociedade. Porém, estão aí os desafios para nós,

contadores: fazer uma Contabilidade adequada ao um modelo ambiental, integrada e

competitiva, que compreenda movimentos econômicos, movimentos operativos e movimentos

ambientais.

3 - OBJETIVOS

a) – Objetivo Geral

Oferecer às empresas oportunidades de adicionar valor e, possivelmente, obter

vantagem competitiva por meio da percepção pública, economia de custos ou rendimentos

adicionais, enquanto alivia os efeitos de seus produtos e processos produtivos no ambiente.

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b) – Objetivos específicos

• diminuir seu risco financeiro futuro resultante de incidentes ambientais. Ao mesmo

tempo, pagará menores prêmios de seguro em conseqüência do menor risco.

• proteger o meio ambiente e reduzir, prevenir ou mitigar os efeitos da poluição,

com gerenciamento ambiental e o impacto em seu desempenho econômico e

financeiro.

b) – O problema

No Brasil, as informações contábeis relativas ao meio ambiente são escassas. A fim de

se obter uma evidenciação transparente e completa, elas poderiam estar presentes no Balanço

Patrimonial – uso de contas específicas ligadas a preservação, proteção e/ou recuperação

ambiental –, no Relatório da Administração – divulgação das diretrizes ambientais incluídas

entre as políticas da entidade –, no Balanço Social – apresentação de informações referentes a

gastos e despesas com o meio ambiente –, e nas Notas Explicativas – as responsabilidades

perante o meio ambiente. Tal evidenciação permitiria uma melhor avaliação por parte dos

usuários da contabilidade, aproximando-a de uma contabilidade justa e fiel.

A legislação brasileira aborda de forma exaustiva a área ambiental. Dessa forma, o

Brasil apresenta instrumentos legais em grande quantidade para a defesa do meio ambiente.

No entanto, a Lei 6.404, que dispõe sobre as sociedades por ações, não estabelece

nenhuma forma de evidenciação das informações relativas ao meio ambiente e nem maneiras

adequadas para tratá-las. Dessa forma, na maior parte das vezes, as informações contábeis

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relativas ao meio ambiente não são evidenciadas pelas entidades, seja por causa dos elevados

custos ou por que elas não têm interesse em disponibilizar tais informações aos usuários.

c) – Hipóteses

Com a mensuração e divulgação da demonstração da Contabilidade como um

benefício ao meio ambiente, que se tornou uma importante ferramenta no controle ambiental

dentro das organizações sociais, constata-se uma sociedade mais assistida e informada a uma

melhor qualidade de vida.

4 – REFERENCIAL TEORICO

4.1 Gestão Ambiental

SÁ, em artigo publicado no Boletim IOB – Temática Contábil e Balanços n.15 (2001,

p.3), apresenta que “A responsabilidade social das empresas começou a ser discutida por volta

da década de sessenta e os Estados Unidos foram o primeiro país a debater este assunto,

devido à guerra do Vietnã, à fabricação de armamentos e às questões sobre o meio ambiente”.

As atividades de cunho ambiental, de acordo com WERNKE (2001), passaram a ser,

mercadologicamente, estratégicas por uma razão fundamental: influenciam substancialmente

a continuidade da empresa, em decorrência do significativo efeito que exercem sobre o

resultado e a situação econômico-financeira. Isso porque seus impactos podem culminar na

exclusão desta do mercado, basicamente em função da perda de clientes para concorrentes

que ofertem produtos e processos ambientalmente saudáveis; da perda de investidores

potenciais, que estejam preocupados com a questão ecológica global e com a garantia de

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retorno de seus investimentos; de restrições creditícias no mercado financeiro, atualmente

pressionado pelas co-obrigações ambientais; ou de penalidades governamentais de natureza

decisiva, como imposição de encerramento das atividades, ou multas de valores substanciais e

de grande impacto no fluxo de caixa das companhias.

As informações sobre o provável futuro ambiental da empresa podem ser utilizadas

para encorajar operações prudentes e defensivas de redução de resíduos, através da melhora

das práticas de fabricação, embarque e disposição. Podem oferecer informações estratégicas

em termos de diversificação de produção, investimento em pesquisa e tecnologia e, até

mesmo, sinalização para mudança de rota nos negócios. Podem, ainda, influenciar agências

reguladoras e formadores de políticas públicas, subsidiar o programa de gerenciamento de

risco e dar transparência a riscos ocultos em fusões e aquisições. Haverá vantagens na

negociação com seguradoras, na determinação de níveis adequados de reservas financeiras e

na reformulação da estratégia da companhia e práticas gerenciais.

Para WERNKE (2001), na gestão ambiental o primeiro passo para conquistar a

vantagem competitiva em custos é eliminar o desperdício. PORTER & LINDE (1995) dizem

que as empresas dificilmente estão cientes do custo da poluição em termos de desperdícios de

recursos, de esforços e diminuição de valor para o consumidor. Nesse caso, a empresa deve

avaliar o seu processo, mediante uma auditoria ambiental, enfocando os custos desnecessários

(gastos excessivos de água e energia). Portanto, o controle de custos pode ser usado como

ferramenta para prevenir futuros impactos ambientais. Dizem ainda que, otimizando custos, a

empresa garante aumento de produtividade e proporciona maior saúde financeira, assegurando

sua continuidade operacional. Necessita ainda, a empresa, oferecer um preço competitivo que

pode ser conseguido por um custo inferior ao da concorrência.

Quanto ao aspecto do posicionamento estratégico, em termos de diferenciação,

WERNKE (2001) diz que a variável ambiental pode ser usada, principalmente para situar o

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produto ou a empresa, de forma a distinguir-se dos concorrentes, justamente pela ênfase na

preocupação ambiental. Diz ainda que o uso de materiais recicláveis, o financiamento a

programas de preservação do meio ambiente, o tratamento de dejetos oriundos de sua própria

linha de produção etc. podem servir como sinalizador perante os consumidores, da

preocupação da empresa com a questão ambiental.

Neste sentido, os gestores necessitam identificar e alocar custos ambientais, de

maneira que as decisões de investimentos estejam baseadas em custos e benefícios

adequadamente medidos.

Várias empresas já têm um profissional trabalhando com Contabilidade Ambiental,

como indústrias de cimento, usinas de asfalto, e muitas outras. É uma tendência com grandes

previsões de crescimento. As empresas querem economizar e, a partir do momento que tiver

um responsável para contabilizar custos e benefícios de matéria-prima, ela estará

economizando. O consumidor, por sua vez, está cada vez mais inteligente, e hoje chega a

fazer boicote, quando acha que está sendo lesado, ou quando reconhece que determinada

empresa está prejudicando a natureza.

Competitividade, eficiência, qualidade, produtividade, flexibilidade de produção,

inovação tecnológica, satisfação de clientes, cuidados com o meio ambiente são alguns

tópicos que fazem parte das preocupações cotidianas dos gestores na atualidade. REBOLLO

(2001) enfoca que o meio ambiente e a gestão ambiental são variáveis que se estão destacando

presentemente no meio empresarial.

Agora, o desafio para a contabilidade está na mudança de paradigma, para um modelo

contábil ambiental, uma contabilidade integrada e competitiva que compreenda movimentos

econômicos, movimentos operativos e movimentos ambientais.

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4.2 – Da Contabilidade à Controladoria Ambiental: A Evolução Necessária

4.2.1 – Contabilidade

4.2.1.1 História da Contabilidade

Não obstante a origem milenar da contabilidade, identificada por historiadores como

praticada em tempos remotos da civilização, embora de forma rudimentar e não sistematizada.

O homem no tempo das cavernas sobrevivia mediante a colheita de frutos e a caçada a

animais que promovia diariamente. A partir do momento que percebeu que poderia guardar as

provisões por mais dias, passou a formar seu primeiro patrimônio e com isso surgiu também a

Contabilidade.

A Contabilidade é uma ciência social que estuda a riqueza patrimonial individualizada,

sob os aspectos quantitativos e qualitativos, tendo como objetivos a geração de informações e

a explicação dos fenômenos patrimoniais, possibilitando o controle, a análise, a avaliação, o

planejamento e a tomada de decisão, no enfoque passado/presente/futuro. Tudo isso servindo

aos mais diversos usuários, para que eles possam, por meio de seus atos, buscarem a

prosperidade da entidade e da sociedade. (KROETZ, 2000, p. 21)

Santos (2007) lembra que desde seu início a Contabilidade teve como característica

primordial a prestação de informações em relação ao ativo e passivo para o proprietário, ou

seja, dava-se à situação um enfoque financeiro, donde se conclui que toda contabilidade é

financeira.

O homem enriquecia, e isso impunha o estabelecimento de técnicas para controlar e

preservar os seus bens. Aí se inicia a história da contabilidade, que segundo historiadores e

estudiosos, se divide em quatro períodos:

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CONTABILIDADE DO MUNDO ANTIGO - período que se inicia com a civilização

do homem e vai até 1202 da Era Cristã, quando apareceu o Liber Abaci , da autoria de

Leonardo Pisano.

CONTABILIDADE DO MUNDO MEDIEVAL - período que vai de 1202 da Era

Cristã até 1494, quando apareceu o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por

Partidas Dobradas) de Frei Luca Paciolo, publicado em 1494, enfatizando que à teoria

contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos, obra

que contribuiu para inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano.

CONTABILIDADE DO MUNDO MODERNO - período que vai de 1494 até 1840,

com o aparecimento da Obra "La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e

Pubbliche" , da autoria de Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria. Obra marcante

na história da Contabilidade.

CONTABILIDADE DO MUNDO CIENTÍFICO - período que se inicia em 1840 e

continua até os dias de hoje.

Contudo, com as mudanças econômicas e sociais ocorridas ao longo dos tempos, a

Contabilidade precisou adaptar-se a novos enfoques.

4.2.1.2 Funções da Contabilidade

A maioria dos autores não fazem uma referência destacada das funções da

Contabilidade, preferindo ater-se no objeto e nos objetivos. Mas evidenciamos as definições

de alguns estudiosos que fazem uma alusão direta das funções da Contabilidade.

Por ser uma ciência social, a Contabilidade deve ser entendida como um sistema

aberto, que viabiliza a obtenção dos objetivos individuais e coletivos, estando estes,

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permanentemente expostos a fatores internos e externos, capazes de modificá-los, conforme

nível de dependência que tenham dos fatores.

Para Kroetz (2000), o objetivo do sistema contábil é produzir informações através das

Demonstrações Contábeis e das análises de diversas naturezas, correlacionando-as com a

riqueza da entidade, e apontando de que forma ela contribui para o ambiente global.

O processamento e a transformação destas informações são utilizados no auxílio da

tomada de decisão, uma vez que o tripé: ser humano, sociedade e entidade estão em constante

interligação.

A primeira função da Contabilidade é a Função Quantitativa. É a materialização da

equação patrimonial básica: ATIVO = PASSIVO, ou ainda todos os seus desdobramentos:

ATIVO + DESPESAS + PERDAS – RETIFICAÇÕES DE ATIVO = OBRIGAÇÕES +

RECEITAS + GANHOS + CAPITAL + LUCROS – RETIFICAÇÕES DE OBRIGAÇÕES ².

A Função Social embora intrínseca ao seu surgimento, somente agora vem sendo

amplamente utilizada. A base de dados oriundos das diversas Demonstrações Contábeis e

financeiras vem servindo de instrumento de balizamento nas relações do homem e das

corporações que estejam inseridos em um mesmo contexto social.

Por possuir diversas vertentes e, dependendo do enfoque necessário, a contabilidade

assume nova postura.

A Contabilidade Financeira é uma expressão técnica que sintetiza a aplicação da

matéria contábil de conformidade com a proposta teórica e prática (...) que em suma

representa uma vertente da contabilidade que a direciona para a gestão financeira do capital

aplicado, e cuida da elaboração das demonstrações financeiras mediante princípios de

Contabilidade geralmente aceitos (http://pt.wikipedia.org/wiki/contabilidade_financeira).

________________________________

² Equação apresentada no Livro: Normas e Práticas Contábeis no Brasil,1994.

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Conforme Revista Contabilidade & Finanças – USP, Toda e qualquer ciência deve

possuir uma representação adequada da realidade com a qual vai trabalhar. A representação

utilizada é fundamental, porque é dela que decorre a natureza das informações que irão

constituir o quadro interpretativo ou modelo de realidade dessa ciência, o qual irá

fundamentar o recolhimento das informações, que, por sua vez, irão dar base às decisões.

4.2.2 – O Benchmarking Ambiental e o Ecobusiness

Gallon et al (2007) afirmam que a sustentabilidade das propriedades rurais demonstra

uma força central na investigação científica acerca das relações entre os homens e a natureza,

transparecendo a dependência de todos os seres vivos, a exigência de preservação do capital

de estoque de recursos naturais, objetivando proporcionar um futuro mais promissor às

gerações vindouras.

As atividades de gestão ambiental originam várias situações favoráveis ao Brasil, no

que diz respeito a informações entre as organizações e dentro destas, facilitando os processos

entre os clientes e os serviços. Nessa perspectiva, Pfitscher et al (2005) afirmam que a

sustentabilidade ambiental esta relacionada aos valores dos indivíduos e do conhecimento

através das atividades de cada organização, num processo de gestão ambiental, que requer as

manobras da contabilidade para formular suas diretrizes.

A contratação e celebração de ações direcionadas ao meio ambiente tem sido uma

estratégia utilizada por algumas empresas com o intuito de obter lucro, dentro de um

condicionamento positivo onde encontram-se as relações sociais.

As questões ambientais motivam especialistas do setor a assumir um comportamento

reativo dentro das organizações. Na busca de maximização de lucros a curto prazo e no

atendimento ás exigências de mercado legalizadas, percebe-se a existência de uma

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contradição entre a responsabilidade e o lucro. Geralmente, a ética ambiental interfere na

missão da empresa, mas o meio ambiente já começa a ser percebido como oportunidade de

negócios (ALMEIDA, CAVALCANTI & MELLO, 2002).

Segundo Muller et al (2007), as empresas interessadas em se manterem no mercado e

atuar na competitividade, vêm adotando sistemas próprios de gestão. O processo de

identificação de metas, planejamento e prática dessas organizações, constitui o benchmarking,

onde a organização analisada necessita controlar também suas parcerias integradas, buscando

a reciprocidade de informações e cooperação, o que pode ser demonstrado na figura a seguir:

Figura 1 – Exemplo de realização de benchmarking (Fonte: ALBERTONI, 2002)

As fases do benchmarking são contempladas por vários aspectos. A identificação do

diagnóstico trabalha para identificar o que marcar para a referência, empresas comparativas e

determinar métodos de coleta de dados. Isso se constitui na primeira fase. Na segunda, são os

projetos de desempenho com dois objetivos: determinar “lacuna” comparativa correta e

projetar futuros níveis de desempenho. A terceira, estabelece metas, parte por comunicar

descoberta de marcos de referências e obter aceitação, como também estabelecer metas

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funcionais. A quarta utiliza o desenvolvimento de planos de ação, implementação de ações

específicas, monitoramento de progressos, recalibragem de marcos de referência. Nesta fase

existe um retorno à primeira para verificar o que se planeja na empresa. Aí se tem a posição

de liderança atingida e as práticas plenamente integradas aos processos. Esses dois itens

pertencem ao resultado do processo. A prática do benchmarking ambiental pode proporcionar

uma equação desejável entre o que é tido como ambientalmente correto, ao menor custo e

dentro da competitividade de mercado (ALMEIDA, CAVALCANTI & MELLO, 2002).

Ainda, para os autores supracitados:

O benchmarking ambiental é entendido como um processo continuo e sistemático de

reconhecimento, avaliação e adoção/adaptação dos melhores métodos e práticas utilizados por

empresas reconhecidas como líderes no comprometimento com o meio ambiente (2002, p.19).

Essa espécie de melhoria contínua auxilia as empresas quando o objetivo é observar,

voltar a conhecer as instituições concorrentes e adaptar novas idéias no planejamento de

gestão de suas empresas.

O planejamento das atividades, incluindo o que se deseja modificar, ao descrevermos

benchmarking ambiental, se refere à redução de resíduos, custos ou otimização de processos,

ou seja, análise do processo na perspectiva de não ocorrerem perdas. É necessário o

estabelecimento de parâmetros mensuráveis para comparação e o envolvimento de todos os

setores, tanto internos como externos.

Importante citar neste contexto, a forma de medição e quantificação, que pode ser

realizada monetariamente em se tratando de valorização ambiental.

Alguns aspectos promovem resultados a longo prazo, por isso, em alguns casos, não é

relevante a magnitude monetária, pois possibilita espaço a distorções das informações e a

fatores de subjetividade e instabilidade nos cálculos. Assim, o ecobusiness pode proporcionar

uma rentabilidade futura (MARTIN et al, 2004).

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4.2.2.1 - Controladoria Ambiental

Apresentar-se-á uma abordagem da controladoria nas empresas, a medição de

desempenho ambiental e a prática da política ambiental.

A controladoria é uma ferramenta que auxilia as empresas a trabalhar para que seus

planos sejam alcançados, exercendo o papel de controlar e gerir o meio ambiente, melhorar o

desempenho, atuar em parceria ex-ante e não pós-factum da gestão ambiental. Enquanto que a

contabilidade ambiental, por sua vez, fornece a mensuração dos eventos econômicos

relacionados com o meio ambiente, proporcionando uma avaliação do patrimônio.

Segundo FERREIRA, (2002 apud PFITSCHER et al, 2006). Afirma que com sabe nas

informações coletadas pela controladoria sobre o ambiente externo e interno os gestores

passam a planejar, dirigir, controlar as atividades da empresa num processo decisório, mas

coerente; assim apresentando vantagens no gerenciamento cumprindo a missão proposta pela

mesma.

A controladoria utiliza-se do benchmarking ambiental, pois, aquelas empresas que têm

interesse em permanecer no mercado de forma competitiva, adotam sistemas próprios de

gestão baseando-se em seus concorrentes. O benchmarking, na busca de identificar as metas e

obter resultados, apresenta diferentes fases em sua implementação: inicialmente um

diagnóstico; depois projetos de desempenho, estabelecendo-se metas; segue-se para o

desenvolvimento de planos de ação.

Com isso, esperam-se alcançar resultados positivos, para uma melhora constante da

organização, segundo Pfitscher (2004). De acordo com Spendoli (1993 apud NUNES et al.

2006), o benchmarking é utilizado como parte de um processo que visa à solução de

problemas e ao aperfeiçoamento do sistema organizacional.

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4.2.2.2 - Responsabilidade Social e Ambiental

A Responsabilidade Social em uma corporação representa o compromisso contínuo da

empresa com seu comportamento ético e com o desenvolvimento econômico, promovendo ao

mesmo tempo a melhoria da qualidade de vida de sua força de trabalho e de suas famílias, da

comunidade local e da sociedade como um todo, sendo hoje um fator tão importante para as

empresas como a qualidade do produto ou do serviço, a competitividade nos preços, marca

comercialmente forte etc.

Segundo REIS, Carlos Nelson dos; MEDEIROS, Luiz Edgar (2007) A gestão

ambiental e da responsabilidade social, para um desenvolvimento que seja sustentável

econômica, social e ecologicamente, precisa contar com executivos e profissionais nas

organizações, públicas e privadas, que incorporem tecnologias de produção inovadoras, regras

de decisão estruturadas e demais conhecimentos sistêmicos (sistema) exigidos no contexto em

que se inserem.

O desenvolvimento econômico e o meio ambiente estão intimamente ligados. Só é

inteligente o uso de recursos naturais para o desenvolvimento caso haja parcimônia e

responsabilidade no uso dos referidos recursos. Do contrário, a degradação e o caos serão

inevitáveis. Na busca do desenvolvimento sustentável, onde três critérios fundamentais devem

ser obedecidos simultaneamente:

• equidade social,

• prudência ecológica e

• eficiência econômica.

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A melhoria das condições de vida, segundo Coelho & Dutra (2000), passa

obrigatoriamente por um conjunto de ações que transcende ao importante item de preservação

ambiental e se expande para a melhoria das condições de trabalho, assistência médica e social,

além de incentivo às atividades culturais, artísticas, bem como à preservação, reforma e

manutenção de bens públicos e religiosos. A questão ambiental está se tornando cada vez

mais matéria obrigatória das agendas dos executivos. A internacionalização dos padrões de

qualidade ambiental descrito na série ISO 14000 (que é um conjunto de normas que definem

parâmetros e diretrizes para a gestão ambiental para as empresas (privadas e públicas)). Estas

normas foram definidas pela International Organization for Standardization - ISO

(Organização Internacional para Padronização).

Estas normas foram criadas para diminuir o impacto provocado pelas empresas ao

meio ambiente. Muitas empresas utilizam recursos naturais, geram poluição ou causam danos

ambientais através de seus processos de produção. Seguindo as normas do ISO 14000, estas

empresas podem reduzir significativamente estes danos ao meio ambiente, à globalização dos

negócios, a conscientização crescente dos atuais consumidores e a disseminação da educação

ambiental nas escolas permite antever que a exigência futura que farão os consumidores em

relação à preservação do meio ambiente e à qualidade de vida deverá intensificar-se.

4.2.2.3 - Contabilidade Ambiental – Relatório Para um Futuro Sustentável,

Responsável e Transparente

Poucas são as empresas que transmitem informações aos usuários da sua relação com

o meio ambiente. As que o fazem, na maioria dos casos, é por intermédio do relatório da

administração, ou do balanço social, sendo que este apresenta pouca abrangência sobre esse

aspecto.

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A preocupação mundial em torno do meio ambiente caminha para um consenso em

torno da adesão a um novo estilo de desenvolvimento que deve combinar eficiência

econômica com justiça social e prudência ecológica. A combinação desses elementos somente

será possível se houver um esforço conjunto de todos com objetivo de atingir o bem-estar

geral no futuro.

Os contadores têm um papel fundamental nesta perspectiva, uma vez que depende

desses profissionais elaborar um modelo adequado para esta entidade, incentivar às empresas

a implementarem gestões ambientais que possam gerar dados apresentáveis contabilmente,

nos balanços sociais, além de criar sistemas e métodos de mensuração dos elementos e de

mostrar ao empresário as vantagens dessas ações.

Para Sá (2001), as exigências sociais e ambientais, aquelas do mercado, a luta

imperialista, a velocidade extrema das comunicações, o progresso espantoso no processo da

informação, as aplicações científicas cada vez mais ousadas em quase todos os ramos do saber

humano, foram os fatores que inspiraram as modificações conceituais, também em

Contabilidade.

Hoje, a Contabilidade mede somente os elementos que possuem preço. Conforme

Gray (2003), a maioria desses elementos ambientais não carrega rótulo de preço e pode,

portanto, ser ignorado. Então, enquanto o ‘encaixe’ não é perfeito, há quase que uma certeza

de que o sucesso contábil e a degradação contábil andam juntos.

O mesmo autor diz que a primeira tarefa da contabilidade ambiental é compreender

melhor este processo e os processos sociais relacionados. A segunda é buscar formas através

das qual a Contabilidade possa ser ajustada dentro da atual ortodoxia, visando encorajar uma

maior interação social e ambiental benigna.

Diante disto, a Contabilidade Ambiental é o processo que facilita as decisões relativas

à atuação ambiental da empresa a partir da seleção de indicadores e análises de dados, da

24

avaliação destas informações com relação aos critérios de atuação ambiental, da comunicação,

e da revisão e melhora periódica de tais procedimentos.

As inovações trazidas pela Contabilidade Ambiental estão associadas à pelo menos

três temas:

• A definição do custo ambiental;

• A forma de mensuração do passivo ambiental, com destaque para o decorrente de

ativos de vida longa, e;

• A utilização intensiva de notas explicativas abrangentes e o uso de indicadores de

desempenho ambiental, padronizados no processo de fornecimento de informações

ao público.

4.2.2.4 - Ativo Ambiental

Os Ativos Ambientais representam os estoques dos insumos, peças, acessórios, etc.

utilizados no processo de eliminação ou redução dos níveis de poluição; os investimentos em

máquinas, equipamentos, instalações, etc., adquiridos ou produzidos com intenção de

amenizar os impactos causados ao meio ambiente; os gastos com pesquisas, visando o

desenvolvimento de tecnologias modernas, de médio e longo prazo, desde que constituam

benefícios ou ações que irão refletir nos exercícios seguintes.

Ativos Ambientais são os bens adquiridos pela companhia que têm como finalidade

controle, preservação e recuperação do meio ambiente.

Neste sentido, RIBEIRO & GRATÃO (2000) dizem que recebem tal classificação

parte dos estoques, especificamente aqueles destinados à finalidade referida. Tais estoques

podem ser compostos por insumos que serão utilizados diretamente no processo produtivo,

25

principalmente pelos que será utilizado diretamente no processo produtivo, para eliminar,

durante os procedimentos operacionais, o surgimento de resíduos poluentes.

Podem ser itens que serão consumidos pós-operação, de forma a realizar a limpeza

dos locais afetados ou a purificar os resíduos produtivos, como as águas, os gases, os resíduos

sólidos que serão depostos, de alguma forma, no meio ambiente natural.

Existem algumas polêmicas na identificação dos ativos ambientais, devido o

surgimento das "tecnologias limpas". Para RIBEIRO & GRATÃO (2000), essas tecnologias

compreendem novos meios de produção, dotados de mecanismos que impedem a produção de

refugos. Tratando-se de meios de produção e transformação, são ativos operacionais

propriamente ditos e não ativos ambientais.

Os ativos operacionais podem sofrer desgaste acelerado em função de sua exposição

obrigatória ao meio ambiente poluído. Nesse caso, de acordo com RIBEIRO & GRATÃO

(2000), os efeitos do diferencial de vida útil, provocado por tal exposição, deve ser

considerado como custo ambiental, dado que reflete as perdas decorrentes do meio ambiente

poluído. Essa situação ficará patente nos casos em que os ativos possam ser comprados, com

seus pares instalados, em ambientes menos afetados pela poluição.

As características dos ativos ambientais são diferentes de uma organização para outra,

pois a diferença entre os vários processos operacionais das distintas atividades econômicas

deve compreender todos os bens utilizados no processo de proteção, controle, conservação e

preservação do meio ambiente.

Os Ativos Ambientais, todos decorrentes de investimentos na área do meio ambiente,

deverão ser classificados em títulos contábeis específicos, identificando, de forma adequada,

os estoques ambientais, o ativo permanente imobilizado ambiental e o diferido ambiental.

Os bens, cuja classificação se der no ativo permanente imobilizado ambiental e ativo

permanente diferido ambiental, exceto.

26

Aqueles de vida útil inferior a 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias, cujos valores

serão excluídos, quando da apuração do Lucro Real, estão sujeitos à depreciação/amortização.

4.2.2.5 - Passivo Ambiental

Passivo Ambiental representa toda e qualquer obrigação de curtos e longos prazos,

destinados única e exclusivamente a promover investimentos em prol de ações relacionadas à

extinção ou amenização dos danos causados ao meio ambiente, inclusive percentual do lucro

do exercício, com destinação compulsória, direcionado a investimentos na área ambiental.

SPROUSE & MOONITZ, apud KRAEMER (2000) afirmam que passivos são

obrigações que exigem a entrega de ativos ou prestação de serviços em um momento futuro,

em decorrência de transações passadas ou presentes.

Passivos ambientais referem-se segundo MARTINS & DE LUCA (1994); a benefícios

econômicos, que serão sacrificados em função de obrigações contraídas perante terceiros, para

preservação e proteção ao meio ambiente. Têm origem em gastos relativos ao meio ambiente,

que podem se constituir em despesas do período atual ou anteriores, aquisição de bens

permanentes, ou na existência de riscos de esses gastos virem a se efetivar (contingências).

Os Passivos Ambientais, conforme RIBEIRO & GRATÃO (2000), ficaram

amplamente conhecidos pela sua conotação mais negativa, ou seja, as empresas que o

possuem agrediram significativamente o meio ambiente e, dessa forma, têm que pagar

vultosas quantias a título de indenização de terceiros, de multas e para a recuperação de áreas

danificadas.

Segundo RIBEIRO & GRATÃO (2000) colocam como exemplo:

a) Os gastos assumidos pela Exxon, no caso do acidente com o petroleiro Valdez, no

Alaska;

27

b) O caso da Petrobrás, na década de 80, no qual a região de Cubatão, no interior do

Estado de São Paulo, foi seriamente afetada pelo vazamento de óleo, que culminou

com a explosão de várias moradias; e.

c) Mais recente, em janeiro de 2000, o vazamento nas instalações da mesma empresa

que provocou o derramamento de milhares de litros do óleo no mar na Baía da

Guanabara, causando a morte de várias espécies de aves e peixes, além de afetar

seriamente a vida das populações locais que viviam da atividade pesqueira.

Tais situações exigiram enormes gastos dessas empresas e, o que é pior, gastos

imediatos, sem qualquer forma de planejamento, o que afeta drasticamente qualquer

programação de fluxo de disponibilidades, independentemente do porte da organização.

Tão alto quanto os custos dos recursos físicos necessários para a reparação dos danos

provocados pelas referidas situações, ou até mais, são os gastos requeridos para retração da

imagem da empresa e de seus produtos, essencialmente, quando tais eventos são alvos da

mídia e da atenção dos ambientalistas e ONGs.

Deve-se ressaltar que os passivos ambientais, como dizem as autoras, não têm origem

apenas em fatos de conotação tão negativa. Eles podem ser originários de atitudes

ambientalmente responsáveis como os decorrentes da manutenção de sistema de

gerenciamento ambiental, os quais requerem pessoas (que recebem uma remuneração) para a

sua operacionalização.

Tais sistemas exigem ainda a aquisição de insumos. Máquinas, equipamentos,

instalações para funcionamento, o que, muitas vezes, será feito na forma de financiamento

direto dos fornecedores ou por meio de instituição de crédito. Esses são os passivos que

devem dar origem aos custos ambientais, já que são inerentes à manutenção normal do

processo operacional da companhia.

28

Para J LEHMAN, G (1999), um Passivo Ambiental deve ser reconhecido, quando

existe uma obrigação por parte da empresa que incorreu em um custo ambiental ainda não

desembolsado, desde que atenda ao critério de reconhecimento como uma obrigação.

Portanto, esse tipo de passivo é definido como sendo ma obrigação presente que surgiu de

eventos passados.

4.2.2.6 - Patrimônio Ambiental

O patrimônio ambiental é composto pelo conjunto dos ativos e passivos ambientais.

De acordo com RIBEIRO & GRATÃO (2000), não há que se pensar em sua identificação

física, já que os recursos próprios são formados ao longo da existência da companhia e são

utilizadas indistintamente nas mais variadas necessidades apresentadas pelo processo

operacional da empresa, não cabendo, portanto, a identificação do capital ambiental ou das

reservas de lucros ambientais.

Há sim, a possibilidade de identificação de uma Reserva de Lucros para Contingências

Ambientais, sendo, contudo, decorrente de uma situação muito específica em que seja prevista

a existência de uma significativa e inevitável perda no futuro.

Assim, o patrimônio ambiental embora existente, não é passível de segregação dos

elementos que compõem o patrimônio líquido na sua forma tradicional.

4.2.2.7 - Finalidade e Destinatário da Contabilidade Ambiental

De acordo com Tinoco; Kraemer (2004) existem três razoes básicas para uma empresa

adotar a Contabilidade Ambiental:

29

1. Razão de gestão interna – Está relacionada com uma ativa gestão ambiental e seu

controle.

2. Exigências legais – A crescente exigência legal e normativa pode obrigar os

diretores a controlar mais seus riscos ambientais, sob pena de multas.

3. Demanda dos partícipes – A empresa está submetida cada vez mais a pressões

internas e externas. Essas demandas podem ser dos empregados, acionistas,

administração pública, clientes, bancos, investidores, organizações ecológicas,

seguradoras e comunidade local.

Convém especificamente saber por que a empresa quer um sistema de Contabilidade

Ambiental. Em outras palavras, que resultados esperam obter com isto. É importante conhecer

quais são os objetivos.

• Saber se a empresa cumpre ou não com a legislação ambiental vigente;

• Ajudar a direção em seu processo de tomada de decisões e na fixação de uma

política e nos objetivos de gestão ambiental;

• Comprovar a evolução da atuação ambiental da empresa através do tempo e

identificar as tendências que se observam;

• Detectar as áreas da empresa que necessitam especial atenção (áreas críticas) e os

aspectos ambientais significativos;

• No caso de empresas com uma política ambiental já estabelecida: conhecer se tem

cumprido com os objetivos ambientais fixados pela companhia;

• Identificar oportunidades para uma melhor gestão dos aspectos ambientais;

• Identificar oportunidades estratégicas: como a empresa pode obter vantagens

competitivas graças a melhoras concretas na gestão ambiental: quais são as

melhoras que dão valor à companhia. Obter informação específica para fazer frente

à solicitação dos partícipes concretos.

30

4.2.2.8 - Áreas da Contabilidade Ambiental

As três grandes áreas que classificam os instrumentos da Contabilidade Ambiental

são: produção (aspectos), direção (decisões) e meio ambiente (impactos).

- Aspectos ambientais – são os elementos específicos das atividades, produtos ou

serviços da empresa que podem interagir positivamente ou negativamente com o meio

ambiente.

- Decisões ambientais – incluem todas as políticas, estratégias, planos de ação e

instrumentos de trabalho que a direção da empresa adota para desenvolver uma gestão

ambiental determinada da companhia.

- Impactos ambientais – se definem como toda troca do meio ambiente seja adversa

ou benéfica ao seu resultado, total ou parcialmente, das atividades, produtos ou

serviços da empresa.

4.2.2.9 - Momentos da Contabilidade Ambiental

Existem três momentos no processo definido de Contabilidade Ambiental de acordo

com a Fundació Fórum Ambiental (1999).

- Medida – consiste na obtenção de dados relevantes. Para isto é preciso ter definidas,

antes, as áreas de influência ambiental e de criação de valor que devem ser estudadas, e os

indicadores a utilizar para obter a informação adequada de cada aspecto relevante dentro de

cada área.

Uma vez estabelecidas à finalidade, os destinatários e os critérios da Contabilidade

Ambiental, podemos entrar no detalhe de suas três etapas principais: a medida, a avaliação e a

comunicação.

31

O que é feito, neste estado, é transformar informações dispersas e heterogêneas em

dados úteis, comparáveis e analisáveis. Para isso, é preciso ter definidos, antes, as áreas de

influência ambiental e de criação de valor que devem ser estudados e os indicadores a utilizar

para obter a informação adequada de cada aspecto relevante dentro de cada área.

O principal instrumento de medida são os indicadores ambientais que expressam

informação útil e relevante sobre a atuação ambiental da empresa e sobre seus esforços por

influenciar em tal atuação.

- Avaliação – consiste na análise e conversão dos dados em informação útil para

tomada de decisão, assim como na valoração e ponderação desta informação.

Uma vez medida a atuação ambiental da empresa, com a ajuda dos indicadores,

transformamos uma informação dispersa em um sistema de dados. É o momento de avaliar e

analisar estes dados, comparando a realidade com os objetivos, políticas e recursos da

empresa.

Nesta fase há duas atividades importantes a realizar:

Analisar, depurar e explorar os dados para obter informação requerida, de modo que se

possam tomar decisões na empresa. Avaliar tal informação através da comparação, da

ponderação e a análises da carteira ambiental.

- Comunicação – da atuação ambiental da companhia, tanto faz dentro como fora da

empresa. Tal processo de comunicação consiste na transmissão de informação sobre a atuação

ambiental da empresa e dos partícipes (stakeholders) externos ou internos, sobre a base da

valoração que a direção realiza sobre as necessidades e interesses, tanto da empresa como dos

diferentes partícipes.

- Destinatário e motivos (para quem?) – A comunicação pode interessar a um

grande número e partícipes, com interesses e prioridades distintos.

32

Em primeiro lugar, a informação deve ser dada ao destinatário. A partir daí, deve-se

estabelecer o conteúdo e a forma da comunicação que mais convém aos interesses da empresa

e das demandas dos distintos partícipes.

4.3 - A Contabilidade - Gestão Ambiental

4.3.1 - Definição:

Até o final da década de 80 e início da década de 90, a gestão ambiental era tratada em

grande parte caso a caso, sendo regulamentada com base no desempenho.

Pode-se definir a Contabilidade de Gestão Ambiental como a identificação, estimação,

a análise, o relatório interno, e o uso dos materiais e da informação do fluxo da energia, da

informação ambiental do custo, e de outras informações dos custos para a tomada de decisão

convencional e ambiental dentro de uma organização.

A aplicação da Contabilidade de Gestão Ambiental pode potenciar grandes poupanças

de custos na gestão de resíduos, dado que os custos de manuseamento e de deposição de

resíduos são relativamente fáceis de definir e de imputar os produtos específicos. Outros

custos ambientais, incluindo os custos da conformidade ambiental, custos legais, deterioração

da imagem da empresa, e riscos e responsabilidade ambiental, são mais difíceis de avaliar.

4.3.2 - Benefícios da Contabilidade de Gestão Ambiental

- Benefícios potenciais à indústria

33

Identifica, estima, aloca, administra e reduzem os custos, particularmente os tipos

ambientais de custos. Controla o uso e os fluxos da energia e dos materiais. Dão informação

mais exata e detalhada para suportar o estabelecimento e a participação em programas

voluntários, custos efetivos para melhorar o desempenho ambiental. Informação mais exata e

mais detalhada para a medida e o relatório de desempenho ambiental, assim melhorando a

imagem de companhia com os stakeholders, tais como clientes, comunidades locais,

empregados, governo e fornecedores.

- Benefícios potenciais à sociedade

Permite o uso mais eficiente de recursos naturais, incluindo a energia e a água;

Reduz os custos externos relacionados à poluição da indústria, tal como os custos da

monitoração ambiental.

Fornece informações para a tomada de decisão, melhorando a política pública.

Fornece a informação ambiental industrial do desempenho que pode ser usada no

contexto mais extenso das avaliações do desempenho e de condições ambientais nas

economias e em regiões geográficas.

Os exemplos de muitas iniciativas ambientais que se beneficiam da Contabilidade de

Gestão Ambiental incluem:

• Prevenção da poluição

• Design e implementação do sistema de gestão ambiental

• Projeto para o ambiente

• Cálculo dos custos, poupanças e benefícios de projetos.

• Estabelecimento de metas quantificadas de desempenho

34

• Divulgação ao exterior de despesas, investimentos e responsabilidades em

ambiente.

• Compra ambiental preferível

• Avaliação anual dos custos/despesas em ambientes

• Relatório externo na área do ambiente ou da sustentabilidade

• Produção mais limpa, prevenção de poluição, gestão da cadeia de fornecedores e

projetos de eco-design

• Avaliação de investimentos, cálculo das opções de investimento.

• Preço dos produtos

• Elaboração de orçamentos

• Avaliação do desempenho ambiental dos indicadores e benchmarking

• Relatório ambiental do desempenho.

4.4 - Correlação entre Controladoria Empresarial e Ambiental

Sua grande importância para o ambientalismo empresarial advém do fato de ter

lançado o conceito de eco-eficiência, que representou o primeiro passo em direção a um

modelo econômico efetivamente sustentável.

Para as empresas que já mantêm estruturas gerenciais sofisticadas a sugestão é

continuar inovando e melhorando. Para aquelas de médio e pequeno porte, com estruturas

gerenciais restritas ou precárias, recomenda-se o seguinte esquema:

• fazer uma lista detalhada da filosofia e dos princípios gerais da empresa e outra

lista, também detalhada, da filosofia e dos princípios ambientais;

35

• fazer uma lista detalhada de todos os objetivos da empresa e outra, também

detalhada, de todos os objetivos ambientais; verificar se algum objetivo está

conflitando com a filosofia e os princípios listados;

• escolher um ou mais indicadores para orientar a consecução de cada objetivo e

estabelecer atributo e valor padrão para cada indicador escolhido;

• listar a quantidade de recursos que será necessário para empreender ações a cada

objetivo;

• listar a maneira como o recurso será utilizado – processados;

• analisar periodicamente (dia, semana, mês e ano) se os recursos gastos estão

equiparados com aquela quantidade de recursos listados anteriormente como

necessários;

• analisar periodicamente (dia, semana, mês e ano) se os objetivos estão sendo

alcançados, se não, avaliar as razões contraditórias;

• comunicar constantemente estas informações para as pessoas que convivem com a

empresa; solicitar opiniões;

• criar uma base de informações históricas e pro ativas;

• ficar atento às mudanças.

5 – METODOLOGIA

5.1- Classificação da pesquisa

A metodologia aplicada na construção deste trabalho será uma pesquisa descritiva de

referencial bibliográfico de origem primária e secundária, além de vasto material coletado.

36

Será utilizado como procedimento para tanto a pesquisa bibliográfica onde se buscará

explicar o problema a partir dos referenciais teóricos já publicados, analisando as

contribuições sociais do passado existente sobre o tema proposto.

Trata-se de uma pesquisa qualitativa quanto à abordagem do problema, visto que a

intenção é contribuir com o processo de mudança pelo qual vem passando a Contabilidade,

mais especificamente, no que tange a busca na melhoria de qualidade de vida e bem estar

social.

Coleta, análise de dados será feita por resultados da pesquisa documental e da

pesquisa bibliográfica.

Na análise documental dos dados objetiva-se relatar o retorno financeiro com

aplicação à programas voltados para o meio ambiente, dentro das organizações envolvidas

Fontes dos dados

a) Os dados primários serão transformados em informações estratégicas, onde serão

expostas opiniões com linguagem próprias;

b) Os dados secundários obtidos diretamente de investigação bibliográfica, textuais,

jornais, revistas, periódicos, legislação e fontes documental, serão utilizados para

fundamentação teórica de revisão bibliográfica.

6 – SOBRE O SISTEMA CONTÁBIL DE GERENCIAMENTO AMBIENTAL –

SICOGEA

Assim, após discorrer sobre a contabilidade e a controladoria ambiental e sobre a

importância destas para o bom andamento ambiental de uma organização, podemos falar

sobre o SICOGEA.

37

O Sistema Contábil de Gerenciamento Ambiental foi formulado a partir da tese de

doutorado de Elisete Dahmer Pfitscher, objetivando a geração de dados ao gestor para utilizar

o ambiente da melhor forma, degradando o mínimo possível, sem perder a competitividade.

A aplicação do SICOGEA é dividida em três etapas, sendo a primeiraa Integração da cadeia, que corresponde a um alinhamento dosprocessos dentro da entidade para verificar a degradação causada porcada um. A segunda etapa é responsável pela Gestão de ControleEcológico, na qual se visa implementar uma gestão ecológica paradiminuir ou eliminar impactos ambientais. Por último, vem a Gestãoda Contabilidade e Controladoria Ambiental, que avalia as ações dosefeitos ambientais e as relaciona a avaliações setoriais dentro daentidade, para a realização do processo de decisão (DAHMER et al,2008, p.2).

Na busca de verificar qual o nível de qualidade da gestão, dentro da instituição, pode-

se fazer uma auditoria, que pode ser definida, conforme Gallon et al (2007), como uma

atividade formal e documentada, coletando informações através de métodos baseados em

evidências objetivas e imparciais, por pessoal que não tenha responsabilidade direta na

execução do serviço que está sendo avaliado, o que permite saber a eficácia dos sistemas e

processos da organização.

Para a área ambiental, pode ocorrer o mesmo sistema de verificação da auditoria, a fim

de obter o nível de qualificação das políticas ambientais definidas pela instituição. Com isso,

o SICOGEA se estrutura de tal forma a possibilitar o conhecimento das diversas áreas da

instituição e seu nível de envolvimento com o meio ambiente, por meio dessa lista de

verificação e sua análise.

38

CONCLUSÃO

Finalizando, devemos ter em mente que vivemos um processo de mudança que exige

de cada empresário e cidadão conhecer, pensar, sentir e agir com responsabilidade ambiental.

Com a globalização da economia e a veloz evolução dos meios de produção, as

empresas buscam a possibilidade de ampliação de seus mercados.

Com relação ao meio ambiente, a polêmica é ainda mais acentuada e, dessa forma, a

distância entre teoria e realidade é bastante extensa. Muitas empresas que se dizem

ambientalmente responsáveis, nada mais fazem do que seguir a legislação ambiental vigente,

a qual devido a falta de fiscalização adequada, na maioria das vezes não é cumprida.

Entretanto a contabilidade, por sua vez, ainda não evidencia, de forma ampla,

informações de cunho ambiental, sendo que, um dos motivos é a carência de estudos sobre o

seu tratamento contábil já que a Contabilidade Ambiental é, ainda, um novo ramo da Ciência

Contábil. Mas, as empresas que o fazem, apresentam de forma pouco expressiva através do

balanço social que evidencia muito pouco sobre o assunto.

Devido a necessidade de avaliar e mensurar informações relativas ao meio ambiente, a

contabilidade passa a inserir em sua estrutura a evidenciação dos aspectos ambientais. Tais

evidenciações podem ser inseridas nas demonstrações contábeis tradicionais, relatórios

complementares e, em alguns casos na demonstração do valor adicionado e entre outras.

Diante das demonstrações contábeis, observa-se a possibilidade de incremento quanto

aos dados que a contabilidade pode oferecer aos usuários e, conseqüentemente a informação

contábil passa a atender um número maior de pessoas cada vez mais interessadas em

informações de cunho ambiental.

Houve a opção neste trabalho pela adoção de um modelo de evidenciação através das

demonstrações contábeis, pois entende-se ser um processo mais fácil, já que os esforços são

39

concentrados principalmente na fase inicial devido, a necessidade da ampliação do plano de

contas das empresas, adaptando-se este ao ramo de atividade. Para o usuário, essa forma de

apresentação, é um facilitador pois não há a criação de novos demonstrativos para a análise

em separado, ocorrendo somente a adaptação dos já divulgados, possibilitando assim, uma

fonte enriquecida de dados.

40

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