II CONGRESSO PARANAENSE DE MEDICINA DO TRABALHO … · Dura Máter e Raiz Neural Disco...
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II CONGRESSO PARANAENSE DE MEDICINA DO TRABALHO
XXIX JORNADA PARANAENSE DE SAÚDE OCUPACIONAL
I ENCONTRO IBEROAMERICANO
Ferramentas de avaliação de nexo causal para doenças osteomusculares
(CID M)
27 a 29 de novembro de 2014
Dr Eduardo T. Garschagen
Perícia Médica / qualquer outro ramo da medicina – “Clínica é soberana!”
• Existe Doença / Dano?
• Gera incapacidade / redução da capacidade?
• Parcial / Total? - Temporária / Permanente?
• Há nexo?
MÉDICO DO TRABALHO / PERITO:
- Ser capaz de diferenciar / estabelecer relações:
Tríade
História Clínica Exames complementares
Exame físico
• Patologias Musculoesqueléticas:
– etiologias complexas, condições físicas e psicológicas envolvidas, importante papel na gênese
Bugajska et al, Rheumatol Int 2013
Diagnóstico sindrômico x etiológico
– Dor articular x Síndrome do manguito rotador
– Lombalgia x Transtorno do disco cervical com radiculopatia
• Importâncias das descrições no prontuário
Erros de Diagnóstico
• Atestado: conveniência
• Exames complementares: excessos, falso-positivo
– Cuidado com o que (e como) procura, pode se espantar com o que acha.
• Exame clínico: diferenças entre medicina assistencial x legal, qualidade técnica
Atestados: Código de Ética Médica
• Impedimento do médico em ser perito de seu paciente (Art 93)
• Médico assistente: não deve determinar incapacidade, não sugerir conclusões previdenciárias
Exames de Imagem:
• Jensen et al (2004):
– 64% alterações discais em RNM de adultos assintomáticos (média de 42 anos)
• Abaulamentos
• Protrusões
– 19% Nódulos Schmorl
– 14% lesões anulares
– 8% artropatia facetária
– 7%: listese / lise / estenose de canal / estenose foraminal
Exames de Imagem:
• Girish et al (2011):
– 51 homens assintomáticos, média de 56 anos
– alterações US em 96% dos indivíduos
• 39% tendinose do supraespinal
• 22% ruptura parcial do tendão supraespinal
• 10% ruptura total
• 79% espessamento da bursa subacromial/subdeltoidea
• 65% sinais de artrose da articulação acrômio-clavicular
Exames de Imagem:
• Weiss, Zerbini (2013)
– US compatível com tendinopatia / bursopatia: não determinantes para conclusão de incapacidade laboral = 14,28% apenas de incapacidade
– Ausência de sinais clínicos de impacto em mais da metade dos casos, concluindo pela capacidade
• Pyun et al (2005):
– ENMG – aumento do tempo de latência do N mediano no túnel do carpo – frequente em homens assintomáticos = Falso - positivo
20 CIDs com maiores ocorrências entre 2000 e 2011 - Auxílio Doença 50,17% de todos os afastamentos
CID Descrição B91 B31 Total Peso
M54 Dorsalgia 178.356 752.415 930.771 7,03%
S62 Fratura punho / mão
275.248 368.513 643.761 4,86%
Z54 Convalescença 22.723 513.389 536.112 4,05%
S82 Fratura perna / tornozelo
134.528 351.109 485.637 3,67%
F32 Epis. depressivo 20.982 448.609 469.591 3,55%
CID Descrição B91 B31 Total Peso
M65 Sinovite e tenossinovite
127.195 280.139 407.334 3,08%
S92 Fratura do pé 121.532 232.078 353.610 2,67%
M51 Outros transtornos de discos intervertebrais
30.885 299.408 330.293 2,49%
S52 Fratura do antebraço
98.251 214.982 313.233 2,37%
M75 Lesões do ombro 96.281 177.960 274.241 2,07%
CID Descrição B91 B31 Total Peso
S42 Fratura do ombro e do braço
64.288 173.802 238.090 1,80%
K40 Hérnia inguinal 11.668 220.346 232.014 1,75%
S83 Luxação, entorse e distensão das artic. e dos ligam. do joelho
54.743 170.171 224.914 1,70%
I83 Varizes dos membros inferiores
5.877 187.526 193.403 1,46%
O20 Hemorragia do início da gravidez
225 188.523 188.748 1,43%
CID Descrição B91 B31 Total Peso
M23 Transtornos internos dos joelhos
19.059 165.808 184.867 1,40%
I10 Hipertensão essencial (primária)
3.876 159.049 162.925 1,23%
F41 Outros transtornos ansiosos
8.751 151.980 160.731 1,21%
S61 Ferimento do punho e da mão
111.018 47.586 158.604 1,20%
S93 Luxação, entorse e distensão das artic. e dos ligam. tornozelo e do pé
58.321
96.688 155.009 1,17%
Diretrizes de apoio à decisão médico-pericial. Brasília; 2008 – Ministério da Previdência Social
http://www.previdencia.gov.br/arquivos/office/3_081014-104033-571.pdf
Conduta Médico pericial na lombalgia / ciatalgia:
– Avaliação inicial: T1 (contrário) na grande maioria
– DCB: 30 a 60 dias – lombociatalgias. PO – 180 dias
– Reabilitação: casos incompatíveis com a profissão
– R2: situações de complicação
– LI: casos inelegíveis para reabilitação
Diretrizes de apoio à decisão médico-pericial. Brasília; 2008 – Ministério da Previdência Social
http://www.previdencia.gov.br/arquivos/office/3_081014-104033-571.pdf
Conduta Médico pericial na Discite:
– Avaliação inicial: T1 não se aplica
– DCB: prolongado ou R2
– Reabilitação: casos incompatíveis com a profissão e com potencial laborativo residual
– LI: incapacidade permanente, não passíveis de reabilitação
– BPC / LOAS: sequelas importantes, casos graves
Dorsal
•Lombalgia / Ciatalgia
–2ª Consultas no mundo
–1ª Afastamento do Trabalho
Custos elevados: tratamento /
previdenciários
. Aguda ( até 6 semanas ) – 90%
. Sub-Aguda ( até 12 semanas )
. Crônica ( > 12 semanas )
Etiologia:
80-90% Mecânica
4-5% Hérnia de Disco
4-5% Estenose de Canal
4% Fraturas
1% TU 1º, 2º ou
Processo Infeccioso
<1% Doença Visceral,
Aneurisma, Doença Renal
ou Ginecológica
Músculos e Fáscias Facetas Articulares Ligamentos Longitudinais Ligamentos Supra e Interespinhosos Dura Máter e Raiz Neural Disco Intervertebral *** - Estrutura mais sensível e com
alterações mais precoces
Cervical: predomínio processo unciforme - uncoartrose
• Importante componente genético na gênese e gravidade da degeneração discal
Adams, M. A.; Dolan, P. Journal of Biomechanics, 2005
Fatores ocupacionais / postura
• Flexão anterior
• Flexão com rotação do tronco
• Trabalhos físicos pesados e com repetição
• Vibração
• Posturas estáticas
• Monotonia / ambiente de trabalho
Waters e cols. Ergonomics 1993
• Exame físico:
– Inspeção, palpação e mobilidade
– Manobras específicas
• Temerário estabelecer um diagnóstico apenas pela referência de dor
• Contraprovas
• Manobras apenas na certeza da positividade
• Sinais não orgânicos / simulação
• Exame físico:
– Trofismo e tônus muscular / sinais de desuso / calosidades – análise comparativa entre os dimídios
– Fatores tensionais / Sd dolorosas miofasciais / espasmos
L4: Tibial anterior / Reflexo Patelar (+L2/L3) L5: Ext longo do hálux S1: Fibulares / Reflexo Aquileu
C5: Deltóide / Reflexo bicipital (+C6) C6: extensor do punho(+C7) / Reflexo Braquio radial C7: Triceps / Reflexo tricipital C8: Flexores dos dedos T1: abdutores dos dedos
Waddel
• Sinais:
– Região extensa de alterações sensitivas – diferente da neuroanatomia
– Dor cutânea ao simples toque
– Lombalgia após pressão sobre a cabeça
– Limitação incoerente do Lasegue em posições variadas
– Verbalização, sudorese, expressão facial, tensão muscular exagerada
Waddel
– Dor no cóccix?
– Amortece a perna inteira?
– Dor na perna inteira?
– Sua perna falha as vezes?
– Piora da dor mesmo com o tratamento?
– Período com pouca dor nas costas?
– Frequentes das idas ao OS?
Ombros • Mialgias (origem multifatorial)
• Neer (1972) Impacto subacromial: causa de 95% das patologias de manguito (Sd dor subacromial)
– Os acromiale / formato do acrômio / artrose AC
Lesões do Manguito
• Patogênese: – Fatores intrínsecos: vascularização, fenômenos
metabólicos (envelhecimento) = roturas degenerativas
– Extrínsecos: impacto subacromial
– Traumáticos: único ou microtraumas repetitivos
• Fortalecimento músculos do manguito rotador
– Subescapular / SE / IE / redondo menor
• Estabilizadores da escápula: melhoram a rotação da escápula = não migração proximal do úmero – Mais importantes: rombóides, elevador da escápula, trapézio e serrátil anterior
• Diercks et al (2014):
– Nenhum teste isolado é suficiente para diagnóstico
– Combinação do Hawkins – Kennedy, arco doloroso, teste para infraespinal
Cotovelos
• Epicondilite:
– sem evidência de processo inflamatório (degenerativa e falha na reparação)
– Lateral: supinador do antebraço, extensores do punho (ERCC) e dos dedos
– 2ª patologia mais frequente
diagnosticada MMSS Haarh, Andersen. Occup Environ Med, 2003
Cotovelos
• Epicondilite lateral:
– 7x mais comum
– Diferenciar compressão N. interósseo posterior
• Exame clínico é suficiente para diagnóstico
• Cozen / Mill / Maudsley / Cadeira / Xícara de chá
Cotovelos
• Epicondilite lateral
– Episódio típico: duração por volta de 6 a 24 meses, maioria com remissão dos sintomas dentro de um ano Smidt et al, The Lancet. 2002
– Melhora dos sintomas após 52 semanas, mesmo sem qualquer tratamento AMB/CFM, Projeto Diretrizes, 2013
– Tempo médio de afastamento: 29 dias nos últimos 12 meses Walker-Bone et al, Rheumatology, 2012
Punhos / Mãos:
• Síndrome do Túnel do Carpo:
– Compressão do N mediano no Tunel carpal
– Etiologia multifatorial
– Fatores de risco intrínsecos (85%) x extrínsecos (15%) + fatores psicogênicos
Nathan et al. The Journal of Hand Surgery, 2002
• Síndrome do Túnel do Carpo:
– Forma mais comum de neuropatia periférica entre trabalhadores
– You et al (2014): Metanálise – exposição prolongada a posições não neutras – 2 x maior o risco
– Não é possível associar o uso de computador com a STC.
Mediouni et al. J Occup Environ Med 2014
– Vibração e flexo extensão Ohnari et al. Brain Nerve, 2007
Sd túnel do carpo
• Fatores de risco não ocupacionais:
– Artrose
– IMC elevado**
– AR
– Diabetes
– Gravidez
– Tumores
– Uso de hormônios
femininos (progestogênios)
• Nexo Causal:
– Maior frequência do uso da mão / punho afetado
– Movimentos em posturas inadequadas ou forçadas (hiperflexão / extensão)
– Repetição com frequência abaixo de 30 segundos ou mais de 50% do tempo total
– Força despendida na garra manual ou pinça digital > 6 quilos
– Vibração (média 50 hertz) Kao SY. Journal of American Board Family Practionners, 2003
• Exame complementares:
– US / RNM: resultados imprevisíveis
– ENMG: vieses de execução e confiabilidade / dificuldade de interpretação
• Exame físico:
– Herbert et al (2000): manobras habituais são de desconhecida sensibilidade e especificidade
– Ramonda et al (2002): Tinel, Phalen, Durkan: 84% concordância com a ENMG
– Padua et al (2002): dissociação entre gravidade e os déficits funcionais
• Critérios de diagnóstico:
– Rempel et al (1998):
• não há um padrão – ouro
• combinação entre ENMG e achados nos sintomas característicos: melhor método diagnóstico
Tenossinovite de De Quervain – Bainha do T abdutor longo e extensor curto do
carpo
– Teste de Finkelstein
– Dor, edema, crepitação
Tenossinovite de De Quervain
• Stahl et al (2013): Metanálise
– sem evidência científica para confirmar relação causal com fatores de risco ocupacionais
Conhecimento dos fatores intrínsecos do indivíduo, atividade laboral, diagnóstico correto, epidemiologia, relação temporal
Nexo Causal
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