II ENCONTRO DE FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE AGENTES MULTIPLICADORES DO ECA NA ESCOLA AGOSTO - 2012...

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TEMA 3: TRANSPONDO OS MUROS DA ESCOLA PROBLEMATIZAÇÃO: - A educação vive uma grave crise de autoridade, ainda mais por já termos percebido que a autoridade na educação não se estabelecerá automaticamente pela presença dos mais velhos ou pela ocupação formal da função de educador como ocorria há algumas décadas. - Entre outras causas, está a existência de um jogo de competição e de boicote entre as principais autoridades na vida de uma criança. - Família, Escola e as diversas políticas públicas enfraquecem-se quando se acusam mutuamente e se mostram incapazes de articularem seus discursos e suas práticas. - Seremos capazes de estabelecer um novo jogo,

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TEMA 3: TRANSPONDO OS MUROS DA ESCOLA

PROBLEMATIZAÇÃO: - A educação vive uma grave crise de autoridade, ainda mais por já termos percebido que a autoridade na educação não se estabelecerá automaticamente pela presença dos mais velhos ou pela ocupação formal da função de educador como ocorria há algumas décadas. - Entre outras causas, está a existência de um jogo de competição e de boicote entre as principais autoridades na vida de uma criança. - Família, Escola e as diversas políticas públicas enfraquecem-se quando se acusam mutuamente e se mostram incapazes de articularem seus discursos e suas práticas.

- Seremos capazes de estabelecer um novo jogo, uma prática cooperativa propiciadora do reforço da autoridade e

consequentemente estimuladora da aprendizagem e da autonomização responsável de crianças e adolescentes?

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O ECA, A PROTEÇÃO INTEGRAL E AS PARCERIAS

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Constituição Federal (Art. 227) e ECA (Art.4º e 5º):

“É dever da família, da sociedade e do Estado ( no ECA: da comunidade, da sociedade em geral e do poder público) assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência discriminação, exploração, violência crueldade e opressão”.

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- 1º Passo: De qual escola estamos falando? –

Tabela 2.20.5.1 - População residente, por frequência a escola ou creche e rede de ensino que frequentavam, segundo os municípios –

São Paulo – 2010

Pública Particular

Total - ESP 41 262 199 12 332 765 9 300 861 3 031 904 75,4Santos 419 400 107 186 59 030 48 157 55,1São Vicente 332 445 94 401 74 101 20 300 78,5Guarujá 290 752 84 771 68 986 15 784 81,4P raia Grande 262 051 75 697 62 017 13 680 81,9P eruíbe 59 773 16 865 13 954 2 910 82,7Mongaguá 46 293 12 761 10 961 1 800 85,9Cubatão 118 720 35 204 30 291 4 913 86,0Itanhaém 87 057 25 534 22 056 3 479 86,4Bertioga 47 645 14 241 12 463 1 778 87,5

TotalRede de ensino que frequentavam

Frequência a escola ou creche

Municípios % Pública

Popul. Total

Frequentavam

Fonte: Censo 2010 - IBGE

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Alguns números da educaçãoDo total de 107.186 santistas estudantes, - 6.976 estudam fora de Santos (6,5%);

1. Creche + Pré => 17.645 crianças Rede Municipal 2011 = 7.255 matrículas; (Creche: 3.517 e Pré: 3.738)

2. Ensino Fund. => 45.342 crianças e adolescentes Rede Municipal 2011 = 19.679 matrículas, 15.114 nas séries iniciais; Rede Estadual 2011 = 8.753 matr., 8.340 nas finais

3. Ensino Médio => 19.421 adolesc/ jovens Rede Estadual 2011 = 10.283 matrículas

4. Ensino Superior (graduação) => 19.315 estudantes, a maioria em escolas particulares (menos de 5% são públicas)

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Tabela 2.20.5.2 - População que frequentava creche ou escola, por grupos de idade, segundo os municípios - São Paulo – 2010

Obs 1– Em Santos, 26.831 pessoas com 20 anos ou mais frequentavam escolas; Obs 2 - 19.421 pessoas estavam em escolas de nível médio e 22.198 em escolas de nível superior = graduação (19.315) ou nos cursos de especialização, mestrado ou doutorado (2.884).

0 a 3 anos % 4 ou 5

anos % 6 anos % 7 a 14 anos % 15 a 17 anos % 18 ou 19

anos %

Total ESP 12 332 765 678 563 31,9 971 425 86,5 535 538 96,6 4 913 700 97,1 1 697 923 85,3 529 624 40,3

Santos 107 186 8 101 48,4 8 425 94,0 4 346 98,8 39 343 98,2 13 924 87,4 6 217 53,5

Itanhaém 25 534 1 735 34,0 2 448 86,7 1 339 92,9 11 885 98,1 3 715 83,6 879 32,9

Praia Grande 75 697 4 635 30,8 6 623 82,1 3 332 93,3 34 250 97,2 10 742 84,2 2 880 35,0

Bertioga 14 241 966 30,2 1 448 83,3 820 97,4 7 018 98,2 1 944 78,0 414 28,1

Mongaguá 12 761 795 29,4 1 064 81,8 679 100,0 6 178 98,1 1 890 85,7 412 30,8

São Vicente 94 401 4 579 25,3 7 603 78,8 4 477 93,8 41 530 97,0 13 973 85,1 3 908 35,7

Cubatão 35 204 1 404 20,7 3 358 83,4 1 719 98,1 15 668 98,0 5 197 86,9 1 869 43,7

Peruíbe 16 865 730 20,6 1 594 89,2 669 99,2 8 480 98,6 2 511 84,1 627 32,6

Guarujá 84 771 3 562 20,5 6 604 76,0 4 162 95,9 38 890 95,9 13 135 82,8 3 697 38,5

Frequentavam escola ou cheche

TotalGrupos de idade

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Quem está fora da escola? E quem se preocupa com elas?TRABALHO INFANTIL NA BAIXADA SANTISTA (10 a 13 anos):

elas estão estudando? Onde?

Ocupadas Desocupadas

Total Estado SP 2 649 355 93 862 71 172 22 690 3,5% 75,8%

Santos 21 151 505 291 214 2,4% 57,6%

Peruíbe 4 439 268 214 53 6,0% 80,1%

Bertioga 3 886 225 180 45 5,8% 80,0%

Guarujá 21 052 867 389 478 4,1% 44,9%

Praia Grande 18 316 690 525 166 3,8% 76,0%

Itanhaém 6 380 237 216 21 3,7% 91,0%

São Vicente 22 159 517 340 178 2,3% 65,7%

Cubatão 8 366 158 104 54 1,9% 65,7%

Mongaguá 3 116 38 38 - 1,2% 100,0%

Total de crianças 10 - 13 anos

Condição de atividade na semana de referênciaEconomicamente ativas

TotalCondição de ocupação na

semana de referência"PEA 10 a

13"%

Ocupadas

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.Obs Programa PPAC da FAbrinq: Mongaguá, Praia Grande, São Vicente - 3 dos 64 munic. reconhecidos no ESP em 2012; e 180 no BR todo => de 1.566 que se inscreveram em 2009.

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IDEB - Ensino Fundamental Regular – Rede Pública Santos

Anos IniciaisREDE

Estadual 3,8 4,4 5,0 4,8

Municipal 4,4 5,0 5,3 5,6

Pública 4,4 5,0 5,3 5,5

Anos FinaisREDE

Estadual 3,7 4,3 4,3 4,2

Municipal 4,1 4,3 4,4 4,5

Pública 3,8 4,3 4,3 4,3

IDEB2005

(N x P)

IDEB2007

(N x P)

IDEB2009

(N x P)

IDEB2011

(N x P)

IDEB2005

(N x P)

IDEB2007

(N x P)

IDEB2009

(N x P)

IDEB2011

(N x P)

Fonte: INEP

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O IDEB de algumas escolas selecionadas

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O IDEB de algumas escolas selecionadas

Ensino Fundamental Regular - Anos FinaisTaxa de Aprovação, Prova Brasil, IDEB e Projeções por Escola2005, 2007, 2009 e 2011

SUETONIO BITTENCOURT JUNIOR PROF Estadual 5,89 - 5,2 5,3 5,8

LUIZA MACUCO DONA Estadual 5,34 - 5,2 5,3 5,1

BRAZ CUBAS Estadual 5,07 - 4,6 4,6 3,9

ALZIRA MARTINS LICHTI PROFA Estadual 4,27 - 3,9 3,9 3,3

ZULMIRA CAMPOS PROFA Estadual 4,12 - 2,3 2,8 3,0FLORESTAN FERNANDES PROF UNID MUNICIPAL DE EDUCACAO Municipal 5,70 4,3 4,9 5,4 5,2AYRTON SENNA DA SILVA UNID MUNICIPAL DE EDUCACAO Municipal 5,68 4,2 4,9 4,3 5,1LOURDES ORTIZ UNIDADE MUNICIPAL DE EDUCACAO Municipal 5,21 4,9 4,9 4,9 4,2MARIO DE ALMEIDA ALCANTARA PROF UNID MUN DE EDUCACAO Municipal 5,15 3,7 3,8 3,5 4,0JOSE CARLOS AZEVEDO JR DR UNIDADE MUNICIPAL DE EDUCACAO Municipal 4,80 3,7 3,4 4,2 3,6

IDEB2005

(N x P)

IDEB2007

(N x P)

IDEB2009

(N x P)

IDEB2011

(N x P)

Nota Prova Brasil - 2011 Nota Média

Padronizada (N)

Nome da Escola Rede

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IDEB – Melhores práticas

1 - Baixa rotatividade e qualificação de professores;

2 - Boa gestão, com parcerias e planejamento focado na aprendizagem;

3 - Participação/ presença dos pais na escola;

4 - Apoio pedagógico/ Reforço escolar / Atividades complementares.

Estes fatores tendem a reforçarem-se mutuamente!

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Será que tem a ver??- “As instituições educacionais podem ser um vetor importante para a disseminação de medidas de caráter preventivo capazes de atingir um dos segmentos mais vulneráveis a violência: os adolescentes.

- A escola pode ser um fator que contribui para elevar a desordem e a delinquência nas áreas em que estão situadas (grandes escolas, principalmente de ensino médio).

- A segurança nas escolas é uma grande preocupação dos pais e afeta diretamente a qualidade do ambiente de trabalho dos professores.

- A violência pode afetar negativamente o desempenho escolar, o que representaria um custo para a sociedade”.

Segurança Pública e Dinâmicas Intra-Urbanas: Diagnóstico e Desenho de Políticas no Município de Santos – Leandro Piquet Carneiro, 2009; pg 93 a 98 - “Porque estudar a violência nas escolas?” Acesso em: http://nupps.usp.br/index.php?option=com_content&view=article&id=125&Itemid=73&lang=pt

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“O resultado mais importante foi que a variável que mede a presença de álcool e drogas nas escolas apresenta um efeito significativo sobre os conflitos interpessoais e este por sua vez tem um efeito sobre a delinquência; as demais variáveis (a disciplina acadêmica, a qualidade física das escolas e o padrão de participação dos pais) não apresentaram coeficientes significativos sobre a variável interveniente (conflitos)”.

“Homicídios, drogas e lesões graves provocados por atos de violência não são eventos raros nas escolas de Santos e no seu entorno”.

Diagrama montado com base em questionário respondido por 15 escolas de Santos:

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Impactos da Violência na Escola – Um diálogo com professores Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro (categoria Educação)

A publicação tem o objetivo de tocar o professor e incentivá-lo a superar

a fase das queixas, perceber a importância da sua função e agir localmente para ajudar a implementar um projeto de intervenção local para enfrentamento da violência na escola, que é um fenômeno bem frequente – infelizmente – na realidade do país.

Dois casos recentes de violência em escolas: - Realengo (subúrbio carioca): um estudante atirou em vários colegas, matou 10 crianças e deu fim à própria vida, em abril deste ano (2011); e o mais recente, em São Caetano do Sul, ABC paulista, quando um garoto de 10 anos atirou na professora e depois se matou. Mas para as autoras, embora importante, essa é também uma visão restrita de violência na escola, porque lida com suas manifestações máximas e trágicas, lidas midiaticamente pela estética do espetáculo. O livro aponta outras tantas formas, que acontecem dentro e fora dos muros, mas que tocam de alguma maneira a vida escolar e a vida em sociedade: o bullying físico e digital, as agressões entre alunos, as discussões entre estudantes e professores, e até a situações de violência doméstica e urbana.

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O livro destaca a importância da escola na prevenção da violência, o papel que deve/ pode ser desempenhado por professores, direção e toda a equipe escolar como integrantes de uma rede de proteção de crianças e adolescentes.

“Com toda essa fragilidade social, depositamos uma responsabilidade bastante grande sobre o professor. Sim, ele é um exemplo para os alunos, para os pais e para os profissionais que trabalham com a educação... Ao mesmo tempo, reconhecemos o quanto o próprio professor é vítima de todo esse sistema, o contexto de risco em que algumas unidades escolares estão inseridas; o quanto ele sofre, até sobre a Síndrome de Burnout que recai às vezes sobre a categoria.

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O livro trabalha com estudos de casos e a partir desses exemplos, o professor discute e nesse meio acontece um fenômeno muito importante: o grupo de educadores, ao tomar para si a responsabilidade de agir em relação às violências, se empodera e passa a pensar soluções e estratégias para cada realidade.

“Quem conhece a realidade da educação é o professor. Seria leviano ditarmos regras para os educadores. Criamos um material e um curso que servem de base para o professor se fortalecer e atuar como for preciso, de acordo com sua realidade. O livro sugere que os professores façam inicialmente um diagnóstico de quais são os casos de violência mais presentes na sua escola, quais são as prioridades, etc…

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“Burnout”: exaustão de energia; esgotamento físico, psíquico e emocional.

Síndrome de Burnout - É a doença ocupacional mais frequente entre os

profissionais da área de educação, que trabalham diretamente com as

pessoas.

É uma reação ao estresse ocupacional crônico.

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Atenção! esta NÃO é uma “consulta médica coletiva”, vamos apenas realizar um levantamento rápido: - pensando nos professores que conhecemos, com que frequência e/ou intensidade observamos ou ouvimos queixas deles:

ceticismo, insensibilidade, desumanização, despreocupação, desconforto, ansiedade, apatia, desinteresse, alienação?

tristeza, angústia, insônia, fadiga, irritabilidade, cefaléia, palpitações, tremores, inquietação?

gastrite, alterações menstruais, alergias, hipertensão arterial, uso abusivo de medicamentos e álcool?

... sentimento de divisão entre o que ela sente que pode fazer e o que efetivamente consegue fazer com outras

pessoas (alunos)?

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Estes sintomas acabam acarretando conflitos sociais e familiares e problemas de saúde, levando ao aumento do absenteísmo e à

intenção de abandonar a carreira de docência.

O desgaste emocional a que os docentes estão sujeitos nas relações com o trabalho são fatores

muito significativos na determinação desse transtorno depressivo.

O surgimento dessa patologia entre os docentes afeta diretamente o ambiente escolar e interfere

na obtenção dos objetivos pedagógicos.

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O lazer é um fator de proteção – mas, normalmente os professores utilizam seu tempo de não trabalho

para o descanso e isto não significa lazer. O lazer promove uma sensação de satisfação e bem-estar e propicia descanso e divertimento, além de agir como fator

positivo para o desenvolvimento pessoal e social de cada pessoa.

A baixa valorização dos professores é um fator importante para o desenvolvimento da Síndrome de Burnout.

Essa baixa valorização é consequência do próprio contexto ocupacional e da organização acadêmica e escolar, com situações nas quais se desequilibram as expectativas individuais do profissional e a realidade do trabalho diário.

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As responsabilidades e exigências que recaem sobre os educadores têm aumentado consideravelmente, coincidindo com um processo histórico de uma rápida transformação do contexto social, o qual tem sido traduzido em uma modificação do papel do professor.

Estas transformações trazem aos docentes um desafio pessoal, no sentido de responderem às novas expectativas projetadas sobre eles, acarretando um desgaste físico-emocional que são estressores e, se persistentes, podem levar à Síndrome de Burnout.

Mas, ATENÇÃO...!

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As causas do surgimento da Síndrome de Burnout em professores devem ser procuradas, não a partir do

indivíduo (professor), como se a “culpa” fosse dele, mas de fatores localizados no ambiente social laboral.

Esses fatores estão em três níveis: micro, meso e macrossociais.

Os fatores microssociais estão situados dentro da atividade profissional, ou seja, comprometimento, relacionamentos

profissionais, fatores de interação com os alunos e na relação com os pais pelas expectativas ao seu trabalho de docência.

Os fatores intermediários envolvem as políticas institucionais, aspectos éticos, aspectos culturais do professor e dos alunos;

Os macrossociais seriam todas as forças derivadas das tendências globais e políticas governamentais, podendo ser entendidos como

um novo paradigma estabelecido da escola como empresa prestadora de serviços.

Afinal, nós vivemos numa sociedade de mercado...

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O contraponto necessário: - As escolas possuem a meta de desenvolver habilidades individuais e sociais que auxiliem os alunos na construção de suas vidas e na contribuição para a

vida de outros com os quais se relacionam (OMS). - Como espaços sociais e de convívio, oportunizam ações de promoção de saúde de todos os membros de sua comunidade: professores, funcionários

e familiares, além dos próprios estudantes. Para tanto, elas precisam ser um espaço e um ambiente saudável.

• Ambiente saudável: fruto de vários fatores, entre os quais os ambientes físicos relacionados à infraestrutura predial, até os que se relacionam à saúde, como os psicossociais.

• Ambiente e saúde são interdependentes e inseparáveis (OPAS). • Assim, é preciso estabelecer programas multi e interdisciplinares que

propiciem a construção de ambientes saudáveis, para que se constituam em ferramenta para otimização dos resultados (a educação integral) em um processo gradativo de melhoria da qualidade de vida, preservando também a saúde mental dos trabalhadores e a constituição do ambiente laboral escolar

saudável e sustentável. Uma construção coletiva...

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CÍRCULO VIRTUOSO X CÍRCULO VICIOSO Uma escola que é mal/ bem afamada é fácil/difícil de obter matrícula, recebe qualquer/ bom aluno, recebe os menos/ mais experientes professores e diretores, apresentam maior/ menor rotatividade entre os profissionais e alunos. Os pais e os próprios alunos fazem menos/ mais cobrança em relação ao aprendizado, o que vai consolidando maus/ bons resultados e, por fim, a fama da escola.

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COMO CONSTRUIR UM CÍRCULO VIRTUOSO ? Atores da comunidade escolar, com destaque para:- direção, equipe técnica;- liderança de pais, comunidade;- uma associação de atores comprometidos com a melhoria da escola, sempre tendo por base os quatro pontos apontados em relação ao IDEB.

A cooperação entre os diferentes atores-educadores reforça mutuamente a autoridade e propicia o

acolhimento das crianças e adolescentes em suas necessidades e direitos fundamentais.

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Alexandre Sayad, no Portal Aprendiz – AGOSTO/2012

• Por trilhas alternativas, projetos bem implementados de produção de comunicação por alunos em escolas têm o poder de transformá-las. Esses são realidade em mais de três mil escolas públicas do Brasil.

• A última pesquisa Aprova Brasil do Unicef mostrou que escolas que se aproveitavam do fazer comunicativo obtinham Ideb acima da média porque estimulavam a participação da comunidade nas decisões escolares.

• Não se trata de fórmula mágica. Trata-se de aproveitar o que de melhor o estudante faz fora da sala de aula, vídeos e textos com celulares e redes sociais, e colocá-los a favor da aprendizagem.