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21º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental ABES – Trabalhos Técnicos 1 III-008 - UTILIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE GEOPROCESSAMENTO COMO AUXÍLIO AO PLANEJAMENTO DE VARRIÇÃO MANUAL NO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE Lucas Paulo Gariglio (1) Engenheiro Civil com ênfase em Hidráulica pela EE UFMG, Especialista em Engenharia Sanitária e Ambiental pela Fundação Christiano Ottoni (DESA/UFMG), Mestrando em Saneamento, Meio Ambiente, Hidráulica e Recursos Hídricos pelo DESA/UFMG. Engenheiro Sanitarista na Superintendência de Limpeza Urbana de Belo Horizonte. Mara Adelina Moura Mesquita Engenheira Civil pela Faculdade de Engenharia da Fundação Mineira de Educação e Cultura, 1993. Especialista em Gestão Ambiental e Empresarial pela PUC-Minas, 1998. Engenheira Civil I, Chefe da Seção de Planejamento de Varrição e Serviços Complementares da Superintendência de Limpeza Urbana de Belo Horizonte. Paloma Pessoa Nogueira Engenheira Sanitarista da Superintendência de Limpeza Urbana de Belo Horizonte. Engenheira Civil, em 1987, pela EEUFMG. Mestra em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos, em 1997, pelo DESA da EEUFMG. Endereço (1) : Rua Conselheiro Dantas, 34 - Prado - Belo Horizonte - MG - CEP: 30410-250 - Brasil - Tel: (31) 3334-6302 - e-mail: [email protected] RESUMO Atualmente, o município de Belo Horizonte conta com o serviço de varrição manual de ruas, englobando a limpeza de sarjetas e calçadas, em grande parte de sua área. Cerca de setenta por cento da área total é atendida com tais serviços, executados por empreiteiras, de forma sistematizada, contando com um planejamento que otimiza sua execução e permite o controle de seu contrato. Os serviços de varrição manual são, dentro daqueles prestados pela Secretaria de Limpeza Urbana de Belo Horizonte, os que apresentam o maior custo por ocupar um grande quantidade de mão de obra. Em função disso, a equipe de planejamento de varrição desenvolveu uma metodologia que utiliza ferramentas de geoprocessamento visando à agilidade e qualidade na elaboração do planejamento, utilização racional dos parâmetros adotados e aproximação das condições de projeto às de campo. O conjunto desses aprimoramentos resulta em economia dos gastos advindos dessa atividade e qualidade na prestação dos serviços. PALAVRAS-CHAVE: Limpeza Pública, Varrição, Geoprocessamento, Planejamento, Eficiência. INTRODUÇÃO Consideradas as modernas técnicas de gestão, aplicáveis indistintamente à utilização de recursos hídricos, à produção e distribuição de água potável, à proteção ambiental, ao planejamento de ações em saneamento etc., constituem indicadores críticos de desempenho: a qualidade, os custos, a eficiência e a produtividade. Para isso, a gestão em bases modernas tem se beneficiado do avanço da tecnologia de informações, ou seja, dos sistemas de informações computadorizadas, como capacitores essenciais dessa gestão moderna. (CAMARGO, 1997) A extensão territorial de uma área objeto de estudo, pode tornar inviável um mapeamento preciso e atualizado, utilizando métodos convencionais de aerofotogrametria, topografia e cartografia para aquisição dos dados. Os custos e prazos para obtenção das informações (considera-se aqui as dificuldades para obtenção de um mesmo padrão de informações quando limites administrativos são ultrapassados) crescem exponencialmente com a dinâmica de alteração do uso do solo em muitas regiões geográficas, notadamente aquelas onde inserem-se os grandes centros de urbanização. (CAMARGO, 1997)

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III-008 - UTILIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE GEOPROCESSAMENTO COMOAUXÍLIO AO PLANEJAMENTO DE VARRIÇÃO MANUAL NO MUNICÍPIO DE

BELO HORIZONTE

Lucas Paulo Gariglio(1)

Engenheiro Civil com ênfase em Hidráulica pela EE UFMG, Especialista em EngenhariaSanitária e Ambiental pela Fundação Christiano Ottoni (DESA/UFMG), Mestrando emSaneamento, Meio Ambiente, Hidráulica e Recursos Hídricos pelo DESA/UFMG.Engenheiro Sanitarista na Superintendência de Limpeza Urbana de Belo Horizonte.Mara Adelina Moura MesquitaEngenheira Civil pela Faculdade de Engenharia da Fundação Mineira de Educação e Cultura,1993. Especialista em Gestão Ambiental e Empresarial pela PUC-Minas, 1998. EngenheiraCivil I, Chefe da Seção de Planejamento de Varrição e Serviços Complementares da Superintendência deLimpeza Urbana de Belo Horizonte.Paloma Pessoa NogueiraEngenheira Sanitarista da Superintendência de Limpeza Urbana de Belo Horizonte. Engenheira Civil, em 1987,pela EEUFMG. Mestra em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos, em 1997, pelo DESA daEEUFMG.

Endereço(1): Rua Conselheiro Dantas, 34 - Prado - Belo Horizonte - MG - CEP: 30410-250 - Brasil - Tel: (31)3334-6302 - e-mail: [email protected]

RESUMO

Atualmente, o município de Belo Horizonte conta com o serviço de varrição manual de ruas, englobando alimpeza de sarjetas e calçadas, em grande parte de sua área. Cerca de setenta por cento da área total é atendidacom tais serviços, executados por empreiteiras, de forma sistematizada, contando com um planejamento queotimiza sua execução e permite o controle de seu contrato.Os serviços de varrição manual são, dentro daqueles prestados pela Secretaria de Limpeza Urbana de BeloHorizonte, os que apresentam o maior custo por ocupar um grande quantidade de mão de obra. Em funçãodisso, a equipe de planejamento de varrição desenvolveu uma metodologia que utiliza ferramentas degeoprocessamento visando à agilidade e qualidade na elaboração do planejamento, utilização racional dosparâmetros adotados e aproximação das condições de projeto às de campo. O conjunto desses aprimoramentosresulta em economia dos gastos advindos dessa atividade e qualidade na prestação dos serviços.

PALAVRAS-CHAVE: Limpeza Pública, Varrição, Geoprocessamento, Planejamento, Eficiência.

INTRODUÇÃO

Consideradas as modernas técnicas de gestão, aplicáveis indistintamente à utilização de recursos hídricos, àprodução e distribuição de água potável, à proteção ambiental, ao planejamento de ações em saneamento etc.,constituem indicadores críticos de desempenho: a qualidade, os custos, a eficiência e a produtividade. Para isso,a gestão em bases modernas tem se beneficiado do avanço da tecnologia de informações, ou seja, dos sistemasde informações computadorizadas, como capacitores essenciais dessa gestão moderna. (CAMARGO, 1997)

A extensão territorial de uma área objeto de estudo, pode tornar inviável um mapeamento preciso e atualizado,utilizando métodos convencionais de aerofotogrametria, topografia e cartografia para aquisição dos dados. Oscustos e prazos para obtenção das informações (considera-se aqui as dificuldades para obtenção de um mesmopadrão de informações quando limites administrativos são ultrapassados) crescem exponencialmente com adinâmica de alteração do uso do solo em muitas regiões geográficas, notadamente aquelas onde inserem-se osgrandes centros de urbanização. (CAMARGO, 1997)

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OS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

Com o advento da cartografia digital e os avanços na área da informática, foi possível trabalhar com umainformação georreferenciada. As ferramentas usadas para isso são chamadas de geotecnologias: sensoriamentoremoto, GPS (Global Position System), cartografia digital, geodesia, ortofotos.

Por sua vez, as redes de comunicação, os recursos de hardware mais potentes e os softwares de GIS(Geographic Information System) mais amigáveis, fáceis de programar, vieram ao encontro desses avanços. Autilização do GIS tem crescido drasticamente em todos os campos da ciência e tecnologia. Na área desaneamento e meio ambiente, essa realidade não é diferente, apontando para um desenvolvimento consistente desuas aplicações para buscar a melhoria na qualidade dos projetos e planejamentos. (BARCELOS, 1999)

No mundo todo, os sistemas de informação geográficas têm sido concebidos com o principal objetivo dedesenvolver novas tecnologias na gestão das cidades. Principalmente as grandes aglomerações urbanas, vêem-seàs voltas com problemas de abastecimento (águas tratada, gás, energia elétrica, etc.) telecomunicações,esgotamento sanitário, controle das condições ambientais, proteção dos mananciais, controle de tráfego,cadastro imobiliário, resíduos sólidos e outros.

Em todas essas questões, os sistemas de informações geográficas aparecem como o mais moderno instrumentopara auxílio ao planejamento, controle e supervisão. Um vez que entre as suas principais aptidões encontra-se ade simular e interrelacionar eventos de natureza intrinsecamente espaciais, esta moderna ferramenta permite aprojeção de cenários para efeito de planejamento, bem como o modelamento de funções de correlação e ainteração de dados de monitorização para efeito de controle, supervisão e obtenção de diagnósticos.(CAMARGO, 1997)

Algumas das vantagens de um sistema informatizado de armazenamento e recuperação de dados sobre sistemasconvencionais são como segue:

è Capacidade de manipulação de um volume de dados muito maior, com eficiência;è Maior capacidade de garantir a qualidade dos dados armazenados;è Capacidade de cruzar dados de qualidade com outros dados relacionados;è Maior rapidez e flexibilidade na recuperação dos dados. Por exemplo: Com um sistema informatizado é

relativamente fácil recuperar dados segundo uma variedade de fatores;è Maior variedade de formas de apresentação. Existe uma ampla variedade de formas de apresentação, se os

dados encontram-se sistematicamente armazenados no computador. Essa capacidade torna-se muitoimportante quando os dados são usados para diferentes finalidades. Cada aplicação usualmente tem suaprópria maneira, mais apropriada, de apresentação de dados;

è Maior acesso a métodos de modelamento estatístico e gráfico para análise e interpretação de dados.Embora, teoricamente, a maioria desse métodos de análise e modelagem possa ser aplicada manualmente,de um ponto de vista prático, a solução do “lápis e papel” é às vezes tão morosa que se torna umaalternativa não realista, especialmente em casos de grandes conjuntos de dados ou métodos de tratamentocomplexos.

O mercado de GIS no Brasil passa por um momento de otimismo, registrando crescimentos significativos.No entanto, a demora no cadastramento de informações e a pouca disponibilidade de mapas atualizadoscontinuam sendo o principal gargalo para a expansão dos sistemas de GIS (CADesign, 2000).

O processo evolutivo dos Sistemas de Informação Geográfica passou por vários estágios até atingir o alto nívelde sofisticação tecnológica observado nos dias atuais. (FATOR GIS, 1995). Esses sistemas são utilizados parainúmeros fins, especificamente no planejamento de varrição manual, conforme descrito no presente trabalho.Aqui, uma periodização abrangente do desenvolvimento:

• Primeira fase (1960-1975), ou período pioneiro, com destaque para os esforços individuais;• Segunda fase, aproximadamente de 1973 até o começo dos anos 80, quando houve a regularização das

experiências e práticas e o surgimento dos órgãos nacionais comprometidos com o desenvolvimento deSIG;

• Terceira fase, a partir de 1982 até a década de 90, quando o fator competitivo do setor comercial reforçoua dinamização do desenvolvimento;

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• Quarta e atual fase, de domínio do usuário, de competições entre empresas fornecedoras de sistemas,padronização e sofisticação dos sistemas e conhecimento de suas potencialidades pelo usuário.

SERVIÇOS DE VARRIÇÃO NO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE

Para obtenção de maior eficiência na prestação dos serviços de limpeza urbana, a Superintendência de LimpezaUrbana (autarquia responsável pelo planejamento e execução dos serviços de limpeza urbana no município deBelo Horizonte) criou 10 (dez) unidades de áreas, definidas como Divisões de Limpeza Pública, que, na suamaioria, obedecem aos limites das Administrações Regionais da Prefeitura do Município de Belo Horizonte.(Portaria 527, Belo Horizonte, 1992)

As áreas do município de Belo Horizonte que contam com atividades de varrição planejada são repassadas aempreiteiras que se habilitam a exercê-las mediante edital de concorrência pública. O restante do município, emtorno de 30%, conta com atividade de varrição que, apesar de ser executada de forma direta pela SLU, commão-de-obra própria, não é planejada. Isso ocorreu devido à prioridade de planejamento das áreas que seriamterceirizadas, visando ao maior controle na fiscalização da execução dos contratos. (SILVA, 1998)

Considerando que, atualmente, 70% da área do município é atendida com atividade de varrição manual,consumindo aproximadamente 50% do orçamento anual da Superintendência de Limpeza Urbana de BeloHorizonte o que resulta, segundo o Relatório de Custos de outubro de 2000, em um custo atribuído a essaatividade da ordem de R$ 2.800.000,00 por mês, a equipe de planejamento de varrição se viu compelida adesenvolver metodologias que, além de aumentar a eficiência da execução dos serviços no campo, possamtambém ser uma ferramenta para o controle da execução dos contratos com as empreiteiras que prestam oserviço. Em vista disso, resolveu-se empreender a busca por uma metodologia de planejamento mais racional,contando com o auxílio das ferramentas informatizadas de Geoprocessamento atualmente disponíveis.

OBJETIVO

O objetivo deste trabalho é apresentar a metodologia para utilização de ferramentas informatizadas degeoprocessamento visando à otimização do planejamento de varrição de áreas do município de Belo Horizonte,onde atuam na atividade servidores da SLU. A metodologia empregada utiliza a base cartográfica digital dacidade de Belo Horizonte gerada a partir do Sistema de Informações Geográficas da PRODABEL (órgãoresponsável pelo processamento de dados e cadastramento urbano no município).

DESENVOLVIMENTO DA METODOLOGIA

O PROCESSO TRADICIONAL

As atividades desenvolvidas pela Seção de Planejamento de Varrição e Serviços Complementares consistembasicamente de:

• Planejamento de varrição do município, suas alterações, ajustes e monitoramento, incluindo o estudo e apesquisa de novas metodologias e equipamentos.

• Gerenciamento e implantação de cestos coletores de resíduos leves.• Locação e acompanhamento da implantação dos pontos de apoio à varrição.

Especificamente, o planejamento de varrição é composto de 6 fases distintas, na ordem:

• Determinação da Produtividade;• Diagnóstico da Varrição Existente e área de implantação;• Planejamento de Varrição: Projeto Básico;• Planejamento de Varrição: Projeto Executivo;• Implantação do Planejamento de Varrição;• Avaliação e Ajustes Necessários.

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O processo tradicional de planejamento rotineiramente utilizado antes da introdução dos mapas digitaisgeorreferenciados da cidade de Belo Horizonte era executado em mapas na escala 1:5.000, os quais eram cópiasxerográficas de originais de cadastros, datados de 1997.

Inicialmente, é feito um estudo da área a ser planejada para receber os serviços das turmas de varrição,procurando identificar as características que interferem na dinâmica do planejamento. Assim identifica-sepreliminarmente a condição urbana e sócio econômica da Região, levantando dados como ocupação urbana,índice de atendimento por serviços de saneamento, identificação de corredores de tráfego, áreas comerciais,estrutura de atendimento ao munícipe, topografia, sentido de tráfego, tipo de pavimento.

Após essa etapa, procede-se ao delineamento dos limites por Divisão, das áreas a serem atendidas por umaturma de varrição composta, a princípio, por 4 garis varredores, 2 garis carrinheiros e 1 monitor.

A divisão da turma deve ser tal que, para um rendimento atribuído a um gari varredor (metros de sarjeta pordia), preestabelecido pelo estudo de produtividade, calcular-se-ia então a extensão total de sarjetas a seremvarridas na área delimitada, considerando o número adotado de garis varredores. Esse valor é então tomadocomo referência para a definição do número de turmas em cada divisão de limpeza da cidade e o desenho doslimites de atendimento por cada turma. Neste diagnóstico, leva-se em conta aqueles logradouros que possuamum freqüência de atendimento superior a uma vez por semana, multiplicando a extensão de sarjetas pelafreqüência de atendimento correspondente.

Seqüencialmente, nas áreas a serem atendidas por cada turma de varrição, são locados pontos de apoio àvarrição, tais como, micropontos de apoio, caixas de ferramentas e sedes de varrição, e definidos os itineráriosde varrição a serem executados pelos garis na operação de limpeza. Esta etapa se constitui como a maisdemorada do processo, demandando mais tempo para a sua conclusão.

As medidas de cada trecho de sarjeta a ser varrido eram feitas utilizando-se o escalímetro nos trechos retos e ocurvímetro digital, para a medição em trechos curvos. As medidas eram efetuadas e anotadas nas cópiasxerográficas dos mapas cadastrais. Durante a definição dos itinerários, também as cotas dos cruzamentos sãoavaliadas a fim de que se observem as declividades dos trechos a serem varridos. Para tanto, eram utilizadosmapas com curvas de nível na escala de 1:5000.

Após a elaboração do itinerário nos mapas, o mesmo é descrito de forma textual em um formulário específicoque relata o sentido de caminhamento dos garis e as respectivas distância em cada trecho de varrição. Tambémessa etapa é bastante morosa, consumindo um tempo considerável por parte dos técnicos de planejamento.

A OCORRÊNCIA DE ERROS

A execução do processo supracitado era desenvolvida sem auxílio de “softwares” específicos, o que acarretavaem inevitáveis erros de natureza humana.

Freqüentemente eram identificados erros nas medidas dos trechos feitas com o uso do escalímetro. Por ser esseum processo longo e repetitivo, os erros tornavam-se maiores na medida em que a tarefa se desenvolvia.Também, com a utilização do curvímetro, foram verificados erros, muitos deles devido à precisão do aparelho eà forma de sua utilização. Como se trata de um equipamento de alta sensibilidade, pequenas alterações na suamanipulação resultam em grandes alterações nas medidas anotadas.

Eram verificadas também, distorções da escala gráfica, provocadas pela utilização de cópias xerográficas, alémda não padronização das medidas, visto que a leitura das mesmas variava dependendo do técnico que asrealizava.

Outro problema bastante freqüente consistia na diferença entre o desenho apresentado no mapa e a situação emcampo. Muitas vezes ruas que se encontravam desenhadas no mapa não existiam em campo e vice versa, oumesmo ruas definidas nos desenhos eram de terra ou invadidas e praças apresentavam traçado diferente daquelemapeado. A adaptação às condições de campo demandavam muito tempo e nem sempre representavamfielmente a realidade.

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Além disso, o gerenciamento global das atividades de planejamento de varrição em todo o município erabastante dificultado devido a forma manual de manipulação de mapas e cálculos de áreas e extensões. Em faceda necessidade de se efetuar cálculos que abrangessem toda uma região ou todo o município, tal tarefademandava um tempo considerável, o que acarretava normalmente em estimativas pouco precisas.

INTRODUÇÃO DO PROCESSO INFORMATIZADO

Considerado o exposto no item anterior e dispondo-se de ferramentas computacionais que auxiliassem aobtenção de melhores resultados no processo de planejamento de varrição, procurou-se desenvolver umametodologia que aprimorasse o trabalho a ser realizado. Lançou-se mão, portanto, de Sistemas de InformaçõesGeográficas, já utilizados por outros órgãos da Prefeitura sob a coordenação da PRODABEL (órgãoresponsável pelo processamento de dados e cadastramento urbano no município).

O SIG ( Sistemas de Informações Geográficas) é um ambiente computacional no qual dados espaciaisrepresentados por entidades gráficas podem ser relacionados entre si e com outros dados não espaciais comoregistros alfanuméricos de um banco de dados convencional e imagens “raster”. O sistema foi declaradototalmente operacional apenas em 1995. Seu desenvolvimento custou 10 Bilhões de dólares. Consiste em 24satélites que orbitam a terra duas vezes por dia e emitem simultaneamente sinais de rádio codificados. [11]

O programa escolhido para a manipulação da base cartográfica digital e o respectivo banco de dados colocadaem disponibilidade pela PRODABEL foi o software “MapInfo professional”. Este programa associa bancos dedados a mapas, apresenta os mapas em vários níveis, faz mapeamento temático e permite trabalhar com imagemraster, seleção e localização de objetos no mapa e consulta SQL. [10]

O Princípio de funcionamento do “MapInfo” consiste na elaboração de mapas computadorizados, organizadosem níveis. Cada nível contém diferentes aspectos que, uma vez sobrepostos de acordo com a conveniência ,darão origem ao mapa final desejado.

Um mapa do “MapInfo” pode conter vários níveis sobrepostos (como um nível de dados de ruas sobre um nívelde fronteiras de uma cidade ou de códigos postais). Normalmente, cada nível de mapa corresponde a uma tabelaaberta havendo também um nível cosmético com objetos de mapa que representam informações temporárias(como títulos). O “MapInfo” usa áreas de trabalho para armazenar tabelas, janelas e posições que se queiraretornar em uma seção posterior. A área de trabalho é um arquivo texto que contem as informações sobre quaisos arquivos utilizados, tamanho e posição das janelas, estilos, padrões, fontes de caracteres e símbolos usadospara exibição dos objetos.

Cada ponto, linha ou região do mapa pode conter informações demográficas ou econômicas associadas. Issopermite que se realize uma grande variedade de análises ao selecionar um objeto ou símbolo no mapa. Porexemplo, assinale-se uma cidade diretamente no mapa e obtenha-se imediatamente o número de habitantes ou arenda média per capita

Dentre seus recursos, pode-se citar:

GeocodificaçãoO processo pode ser descrito como o ato de atribuir coordenadas X e Y aos registros em uma tabela ou bancode dados para que os registros possam ser exibidos como objetos em um mapa e ver como seus dados sãodistribuídos geograficamente, a fim de permitir a tomada de melhores decisões. O arquivo terá de conter dadostextuais de natureza geográfica (tais como estado, município ou endereços de ruas).

SQLApesar do “MapInfo” permitir vinculação de dados a objetos em um mapa, o seu verdadeiro poder analítico estáem sua capacidade de agrupar e organizar dados. Através da utilização da linguagem SQL, ele permite a seleçãoe agrupamento de registros contidos em várias tabelas. O programa possui dois comandos para selecionarobjetos através de consulta: selecionar e selecionar por SQL (SQL – Structured Query Language) – linguagempadrão utilizada para analisar informações armazenadas em bancos de dados relacionais.

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Bancos de dadosOs bancos de dados do “MapInfo” são organizados como tabelas. As tabelas são compostas de linhas e colunas.Cada linha contém informações sobre um determinado acidente geográfico, evento etc. Cada coluna contém umtipo particular de informações sobre itens na tabela, ou seja, seus atributos tais como nome, endereço, códigoetc. Uma vez aberta, uma tabela pode ser visualizada de diferentes maneiras (vistas): como mapa, listagem ougráfico

Com a utilização desses recursos, vislumbrou-se as seguintes possibilidades:• Verificação das possibilidades de evolução urbana e demográfica;• Comparação entre o itinerário planejado e executado;• Revisão de cronogramas de prioridades e investimentos;• Produção de resíduos por setores ou áreas específicas;• Caracterização das áreas urbanas;• Cruzamento dos dados de Produção x Faturamento;• Possibilidade de atualização da base de cadastro;• Agilização das atividades de planejamento• Facilidade de produção de documentos e desenhos• Identificação e análises de fatores influentes• Planejamento e controle sobre as intervenções

UTILIZAÇÃO DO SIG NO PLANEJAMENTO DE VARRIÇÃO

Num primeiro momento, o software foi utilizado apenas com ferramenta para a criação de mapas temáticos eilustrativos e para subsidiar o gerenciamento dos cestos coletores e locação dos pontos de apoio à varrição.

Entretanto, devido a sua capacidade de trabalhar com informações associadas a um banco de dados, suautilização passou a abranger praticamente todas as fases do processo de planejamento.

Para a elaboração do diagnóstico preliminar da área a ser contemplada pelos serviços de varrição manual, oprograma foi utilizado associando o limite das Unidades de Planejamento da Região alvo com os dadoslevantados pela Prefeitura naquela Região. Assim, para a elaboração, por exemplo, do planejamento de varriçãoda Região do Barreiro, elaborou-se o seguinte mapa:

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Figura 1 – associação entre as unidades de planejamento e os setores da Região do Barreiro

Esse mapa foi utilizado como referência para a avaliação das condições sócio econômicas dessa região, sendoassociado às tabelas 1 e 2:

Tabela 1 – Caracterização da infra estrutura urbana do Setor A da DV LPBUnidade de

Planejamento%

água%

esgoto%

ruasárea

residencialáreas verdes renda

médiabanco postos de

(UP) paviment. (m2) (m2) (us $) gasolina

Bairro dasIndústrias

100,0 81,8 100,0 193.460,0 138.308,0 243,56 0 3

Barreiro deBaixo

100,0 68,3 77,7 715.065,0 92.512,0 344,27 7 11

Barreiro deCima

89,6 54,4 72,6 451.314,0 2.817.845,0 190,33 1 0

Cardoso 100,0 72,1 75,2 456.995,0 412.712,0 251,17 0 0

Olhos D'água 73,2 0,0 62,7 19.125,0 731.034,0 146,18 0 0

Barreiro Sul 16,7 0,0 18,4 977,0 14.581.972,0 150,14 0 0

Os dados da tabela 1 foram obtidos junto à prefeitura de Belo Horizonte no trabalho realizado para adeterminação do IQVU (Índice de Qualidade de Vida Urbana), realizado em 1997. A Figura 1 indica alocalização das Unidades de Planejamento em relação à área dos Setores A e B da região do Barreiro. A partir

SETOR A

SETOR B

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dos dados do Projeto Básico, o Setor A foi dividido em 12 turmas de varrição, cujas áreas de abrangênciadentro das Unidades de Planejamento são descritas na tabela 2:

Tabela 2 – Bairros abrangidos pelas unidades de planejamento do BarreiroUnidade de Planejamento Turmas AbrangidasBairro das Indústrias IndustriasBarreiro de Baixo Centro, Barreiro de Baixo e Santa HelenaBarreiro de Cima Cristiano Rezende, Milionários, Barreiro de Cima, Flávio MarquesCardoso Santa Cruz, Cardoso, PongelupeOlhos D’água Olhos D’águaBarreiro Sul Parte da Olhos D’água e Pongelupe

Ainda na etapa de diagnóstico, características fundamentais para a definição dos limites das turmas de varriçãotambém são analisadas, tais como topografia, localização de praças, vilas e favelas, conforme visto nas figuras2 e 3. Também são definidos os limites físicos das áreas de atuação das turmas de varrição, levando-se emconta vários aspectos, tais como, divisores naturais (ex.: limites de bairros, grandes corredores viários,córregos, vias férreas), dificuldades operacionais (áreas de risco, grande fluxo de pedestres e veículos, centroscomerciais, arborização, pavimentação, topografia).

Figura 2 – localização de praças e favelas

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Figura 3 – Análise Topográfica

Após essa etapa inicial, procede-se ao estudo e divisão das áreas a serem atendidas por cada turma de varrição aser implantada. Utilizando recursos do “MapInfo Professional”, através de expressões em SQL, pode-seproceder à medição das distâncias dos trechos dos logradouros. Assim são preliminarmente calculadas asextensões de ruas a serem varridas. Devido a possibilidade de associar as características do mapa a um banco dedados contendo informações a respeito do mesmo, pode-se trabalhar definições prévias tais como freqüência devarrição em cada logradouro, exclusão de ruas de terra e sem atendimento, presença de canteiros centrais,praças, vias de pedestre, viadutos, túneis, rodovias, e dessa forma efetuar a verificação das extensões totais desarjetas em cada turma de varrição. O “MapInfo” também permite que se elabore uma listagem com o nome dologradouro, medida do trecho correspondente e a freqüência de varrição em cada logradouro. Essa listagempode ser transferida para o Excel e ali trabalhada como uma planilha eletrônica convencional, demonstrativa dototal de sarjetas em m/semana que cada turma comporta e os dados modificados retornados ao ambientegeográfico.

Com o rendimento operacional máximo possível (m.sarjeta/gari/dia) e o total de sarjetas a serem varridas,calcula-se o número de garis varredores, garis carrinheiros, monitores e o total de turmas de varrição

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necessárias. Nesta fase, já é possível prever tanto a locação dos novos pontos de apoio à varrição, que podemser sedes (alojamentos contendo vestiários, banheiros, pátio para guardar ferramentas) ou Micro Pontos deapoio (edificações simplificadas, construídas em placa pré-moldadas de concreto, contendo instalaçõessanitárias, chuveiro, pia, armários, aquecedor de marmitas e filtro com água potável), como localizar os jáexistentes nestas áreas.

Assim obtêm-se mapas com divisões preliminares contendo as informações prévias necessárias para acontinuidade do planejamento, conforme visto na figura 4. Nessa etapa do planejamento, o software geográficoatua diretamente permitindo o cálculo automático das extensões de sarjetas em toda a região a ser planejada,obtendo-se o número de turmas de varrição e as extensões correspondentes às áreas de cada turma.

Figura 4 – definição dos limites das turmas de varrição da Região do Barreiro / Setor A

A definição das freqüências em cada logradouro pode também ser visualizada para efeito de análise global daviabilidade de execução em ruas e avenidas, distinguindo através de padrões e cores, a determinação dafreqüência, conforme mostrado na figura 5.

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Figura 5 – definição das freqüências em cada logradouro

Após a definição do limite das áreas atendidas por cada turma, procede-se à elaboração dos roteiros onde sãomedidas as ruas a serem varridas trecho a trecho. Como o “MapInfo” fornece a medida entre eixos doscruzamentos subsequentes, tal valor não poderia ser considerado como trecho a ser varrido pois o mesmoestaria acrescido de um comprimento correspondente à largura da rua.

Assim resolveu-se adotar um valor médio que correspondesse à distância entre o alinhamento de quadrasparalelas, que varia para cada área de turma. Deste valor seria subtraído aquele correspondente à largura médiado passeio e sarjeta. Considerando o passeio como tendo uma largura média de 2,0 m e a sarjeta, um valormédio de 0,5 m, o valor considerado para subtração seria correspondente a 5,0 m. O resultado assim obtidocorresponderia então à extensão a ser varrida em cada trecho. Como o “MapInfo” realiza esta operaçãoautomaticamente e ainda lança o resultado no próprio mapa, a etapa do planejamento correspondente à mediçãodos trecho de varrição seria extremamente simplificada e agilizada, além de eliminar do processo os errosmencionados anteriormente. Um explicação esquemática desse método pode ser vista na Figura 7.

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Figura 7 – Medida de sarjetas a varrer

O “MapInfo” realiza tal operação mediante utilização de uma função SQL (Structured Query Language),mostrada na figura 8 e ainda lança o resultado no próprio mapa, como visto na figura 9. Além das medidas dostrechos de varrição, pode-se inserir no mapa de trabalho, as cotas dos cruzamentos, disponíveis em uma tabelageoreferenciada abrangendo o município de Belo Horizonte. Esta operação substituiu a consulta aos mapascom curvas de nível e agilizou a etapa de avaliação das declividades das ruas.

Figura 8 – expressão em SQL

QUADRA

QUADRA

MEIO FIO

SARJETA

QUADRA

QUADRA

MEDIDA DEVARRIÇÃO

DISTÂNCIACOMPENSADA

MEDIDA DEVARRIÇÃO

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Figura 9 – medição automática dos trechos de varrição

Finda essa fase, os itinerários podem ser elaborados com a máxima rapidez e precisão, economizando umprecioso tempo de mão de obra e conferindo ao planejamento confiabilidade dos resultados. O conjunto dessasações resulta numa economia de tempo estimada em dois meses de trabalho, até a fase de descrição dositinerários.

O traçado dos itinerários ainda é feito manualmente em cópias xerográficas de mapas cadastrais. Entretanto, jáestão sendo desenvolvidos estudos no sentido de se criar uma metodologia para o traçado dos itinerários nopróprio programa de geoprocessamento, resultando numa apresentação mais limpa e possibilitando a impressãoautomática de um descritivo das rotas dos garis em cada turma de varrição.

UTILIZAÇÃO DO SIG COMO FERRAMENTA DE SUPORTE

Além das aplicações diretamente empregadas na execução do planejamento de varrição, os Sistemas deInformações Geográficas podem auxiliar no desenvolvimento das tarefas relacionadas com essa atividade. Umadas formas mais rotineiramente empregadas é a utilização do Software de Geoprocessamento em conjunto comoutra ferramenta SIG. No caso específico do Planejamento de Varrição, utiliza-se o recurso de associar a basede dados com o traçado das quadras em áreas da Cidade de Belo Horizonte com arquivos de aerofotosdigitalizadas e georeferenciadas, à disposição no site www.vistaerea.com.br. Especificamente para os usuáriosda Prefeitura Municipal, essas aerofotos encontram-se disponíveis exclusivamente em arquivos gráficosdiretamente acessíveis.

Dessa forma, em face da necessidade de atualização da base cartográfica digital, pode-se associar o mapa com afoto da mesma área, estando as duas bases nas mesmas coordenadas e no mesmo plano cartográfico.Procedendo-se dessa forma, pode-se traçar logradouros, praças e outros elementos urbanos que não estejam deacordo com a condição de campo mostrada na aerofoto. Além disso, pode-se estabelecer medidas de áreas eextensões que não se encontrem disponíveis no base digital da prefeitura. Um exemplo dessa aplicação pode ser

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visto na figura 10. A utilização das ferramentas de Geoprocessamento apresenta ainda outra vantagem quandopermite que se utilizem arquivos de outras bases de dados e manipulados por softwares distintos tais comoAutoCAD, MicroStation e ArcView ou utilizar arquivos de bancos de dados em programas como Dbase,FoxPro, Access entre outros.

Figura 10 – associação de ferramentas de Geoprocessamento

O geoprocessamento pode ser utilizado também como forma de gerenciamento global dos serviços de varriçãona medida em que elabora mapas, listagens, gráficos e cálculos de maneira ágil e precisa, podendo abranger aatividade desenvolvida em todo o Município de Belo Horizonte. Isso permite que se tenha uma visão macro dasituação em que se encontra os serviços de varrição manual no município e prever futuras intervenções,definindo prioridades e otimizando a aplicação dos recursos de forma rápida e confiável. Um exemplo pode servisto na Figura 11.

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Figura 11 – Gerenciamento dos serviços de varrição no município de Belo Horizonte

Por outro lado, se essa mesma tarefa fosse executada da forma tradicional, demandaria centenas de horas,mobilizando dezenas de profissionais e não garantiria a mesma qualidade de apresentação e a confiabilidade deinformações.

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COMENTÁRIOS / CONCLUSÕES

A metodologia informatizada apresenta inúmeras vantagens em relação à forma tradicional. Além de diminuir ainfluência do erro humano no processo, este novo procedimento agiliza sobremaneira as etapas de execução doplanejamento, obtendo-se assim um considerável ganho de tempo. O rendimento na elaboração do planejamentose torna tanto maior quanto menos rotineiras e repetitivas forem as tarefas.

Igualmente, pode-se introduzir aos mapas de planejamento informações vitais para elaboração mais correta doitinerário de varrição, tais como, cotas dos cruzamentos, sentido de tráfego, tipo de pavimento e outras.

O novo processo resulta na eliminação da maioria dos erros relativos à metodologia convencional,mencionados no presente texto, fazendo com que o resultado final seja o mais próximo possível da condiçãoreal.

Deve-se considerar que a viabilidade do mencionado acima depende basicamente de treinamento de pessoal eaquisição de microcomputadores e softwares e que o ganho conseqüente justificaria plenamente talinvestimento.

Em função da elaboração dos serviços em arquivos eletrônicos, fica viabilizada a capacidade de envio erecebimento de arquivos na forma de mapas, tabelas, gráficos e outros, através da Internet e Intranet, agilizandoa troca de informações.

O manuseio de mapas digitais permite que aqueles gerados em plataformas diferentes possam ser convertidospara a plataforma usual e vice versa, permitindo inclusive a utilização dos recursos específicos disponíveisexclusivamente em um determinado software.

A utilização de equipamentos GPS (Geografic Posytion System) que permitem coletar e atualizar dadosespaciais para bases de dados GIS, associado aos softwares de geoprocessamento pode aumentar sobremaneirao rendimento das atividades de planejamento, multiplicando o potencial de utilização dessas ferramentas.

O uso de uma base gráfica aliada a um banco de dados, contendo informações permite que se elaborem cenáriosdemonstrativos de circunstâncias técnicas definidas ou a definir, permitindo estudos mais elaborados decondições atuais e projeções futuras.

A utilização dos sistemas de geoprocessamento não é, como podem imaginar muitos, uma tecnologiainacessível para os padrões das cidades brasileiras, ou mesmo um luxo dispensável que oneraria as despesas domunicípio, criando gastos desnecessários. Pelo contrário, a sua utilização pode promover o aumentosignificativo da eficiência na execução de projetos municipais, na melhoria da qualidade dos serviços prestados,na rapidez das intervenções necessárias, no gerenciamento integrado do município, no fornecimento de dadosprecisos para tomadas de decisão mais consistentes, na projeção de futuras demandas municipais e na rapidezdo atendimento das atuais, na geração de informações para melhor condução de questões políticas entre outrastantas vantagens. Toda essa gama de benefícios resulta, certamente, na redução de custos no gerenciamento domunicípio, ficando claro que o investimento necessário é muitas vezes compensado pelos resultados obtidos.

A partir de seu emprego no planejamento de varrição, o “MapInfo” passou a ser uma ferramenta de apoio muitoimportante para todas as atividade da seção, desempenhando um papel fundamental que fez com que suaoperacionalização fosse tratada como uma atividade especial ao invés de simples ferramenta.

Além disso, o mais importante a ser frisado é que o estudo do planejamento informatizado está apenas noinício. Tem-se analisado maneiras de eliminar ou minimizar eventuais problemas, utilizando-se softwaresauxiliares na elaboração do mapa das turmas, tais como, CAD’s e gerenciadores de banco de dados. Indo maisalém, pretende-se desenvolver o processo a um ponto tal que o traçado dos itinerários seja feito no próprioprograma “MapInfo”, obtendo-se, dessa maneira, o mapa final a ser entregue às turmas de varrição, com aexclusão de inúmeras etapas até o momento utilizadas e podendo ainda elaborar um descritivo vinculado aodesenho dos itinerários, eliminando as tarefas de digitação.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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e comentários . In: SIMPÓSIO LUSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL,VIII,1998, João Pessoa - Brasil. Anais . p.18 - 31 , vol. 2.

5. BELO HORIZONTE - SUPERINTENDÊNCIA DE LIMPEZA URBANA . Define e aprova novos limitesdas Divisões de Limpeza Pública. Portaria 527/92, de 28 dez. de 1992. p. 1-5.

6. CAMARGO, M. U. C. – Sistemas de Informações Geográficas como Instrumento de Gestão deSaneamento – Rio de Janeiro. ABES, 1997. 224p .

7. SEÇÃO DE ESTATÍSTICA E ANÁLISE – Relatório de Custos das Atividades – Outubro / 2000 –Superintendência de Limpeza Urbana de Belo Horizonte.

8. PLANEJAMENTO DE VARRIÇÃO – Divisão de Limpeza Pública Noroeste – Projeto Executivo -Novembro / 2000 – Superintendência de Limpeza Urbana de Belo Horizonte.

9. PLANEJAMENTO DE VARRIÇÃO – Divisão de Limpeza Pública Barreiro – Projeto Executivo -Dezembro / 2000 – Superintendência de Limpeza Urbana de Belo Horizonte.

10. “MapInfo” Professional – Guia do Usuário - Versão 4.5 – 1998, 591p.11. http://www.igeb.gov