Indicadores de Desempenho
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Pontifcia Universidade Catlica
do Rio de Janeiro
Marcelo Cavalcanti de Albuquerque
Indicadores de desempenho no transporte ferrovirio de carga
Dissertao de Mestrado
Dissertao apresentada como requisito parcial para obteno do ttulo de Mestre pelo Programa de Ps-Graduao em Engenharia Industrial da PUC-Rio.
Orientador: Prof. Jos Eugenio Leal.
Rio de Janeiro Dezembro de 2006
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 0410813/CA
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Pontifcia Universidade Catlica
do Rio de Janeiro
Marcelo Cavalcanti de Albuquerque
Indicadores de desempenho no transporte ferrovirio de carga
Dissertao apresentada como requisito parcial para obteno do ttulo de Mestre (opo profissional) pelo Programa de Ps-Graduao em Engenharia Industrial da PUC-Rio. Aprovada pela Comisso Examinadora abaixo assinada.
Prof. Jos Eugnio Leal Orientador
Departamento de Engenharia Industrial - PUC-Rio
Prof. Luiz Felipe R.R. Scavarda do Carmo Departamento de Engenharia Industrial - PUC-Rio
Prof. Roberto Peixoto Nogueira Departamento de Engenharia Industrial - PUC-Rio
Prof. Jos Eugnio Leal Coordenador Setorial do Centro Tcnico Cientfico - PUC-Rio
Rio de Janeiro, 27 de dezembro de 2006
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Todos os direitos reservados. proibida a reproduo total ou parcial do trabalho sem autorizao da universidade, do autor e do orientador.
Marcelo Cavalcanti de Albuquerque
Graduou-se em Engenharia de Produo na Pontifcia Universidade Catlica do rio de Janeiro no ano de 2003. Atuou na rea de informtica da CCE-PUC e como Engenheiro de Operaes na Ferrovia Centro Atlntica FCA, Vale do Rio Doce .
Ficha Catalogrfica
CDD: 658.5
Albuquerque, Marcelo Cavalcanti de Indicadores de desempenho no transporte ferrovirio de carga / Marcelo Cavalcanti de Albuquerque ; orientador: Jos Eugenio Leal. 2006. 82 f. : il. ; 30 cm Dissertao (Mestrado em Engenharia Industrial)Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006. Inclui bibliografia 1. Engenharia industrial Teses. 2. Ferrovias. 3. Indicadores de desempenho. I. Leal, Jos Eugenio. II. Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro. Departamento de Engenharia Industrial. III. Ttulo.
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Aos meus Pais, sempre presentes.
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Agradecimentos
Ao meu orientador Professor Jos Eugenio Leal pelo estmulo e parceria para a realizao deste trabalho. Ao Professor Erlane Ferreira Soares pela oportunidade de aprendizado. Ao professor Luiz Felipe Scavarda do Carmo pelo incentivo e apoio. Aos meus pais, por toda fora, educao e carinho. A Coordenao Central de Extenso PUC, em especial a Caio Rabelo e Fabiana Gomes. Aos meus amigos Marcio Arruda e Nino Mangano por todos os momentos de descontrao. Aos meus colegas de mestrado. Aos professores que participaram da Comisso examinadora. A todos os amigos e familiares que de uma forma ou de outra me estimularam ou me ajudaram na realizao deste trabalho.
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Resumo
Cavalcanti de Albuquerque, Marcelo; Leal, Jos Eugenio. Indicadores de desempenho no transporte ferrovirio de carga. Rio de Janeiro, 2006. 82f. Dissertao de Mestrado - Departamento de Engenharia Industrial, Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro.
O presente estudo tem como objetivo analisar os indicadores de
desempenho ferrovirio. Para tanto, buscou-se inicialmente mostrar a logstica
como vantagem competitiva, seu modo de gesto e a estruturao do processo
logstico. Os modais de transporte, a multimodalidade e a intermodalidade so
analisados brevemente. A importncia das medidas de desempenho em logstica
comentada, incluindo o seu histrico, passando pelas questes organizacionais,
assim como os modelos mais utilizados de medio de desempenho. No corpo
principal da dissertao, so apresentados e discutidos os indicadores de
desempenho ferrovirio, focando-se a sua importncia, os tipos de indicadores, a
apresentao dos principais indicadores do transporte de carga, a viso do cliente
neste processo e o trafego mtuo e direito de passagem. Concluiu-se que o uso
dos indicadores de desempenho constitui-se em um elemento fundamental nos
resultados do negcio ferrovirio.
Palavras-chave : Ferrovias, Indicadores de desempenho.
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Abstract
Cavalcanti de Albuquerque, Marcelo; Leal, Jos Eugenio. Performance Indicators in freight railway transportation . Rio de Janeiro, 2006. 82p. Msc. Dissertation - Departamento de Engenharia Industrial, Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro.
The objective of the present study is to analyze the rail performance
indicators. For such purposes, logistics is initially presented as a competitive
advantage, its managing type and process structure. The transportation modes, the
multimodal, and intermodal are briefly analyzed. The importance of the
performance metrics in logistics is discussed, including their history, their
organizational issues, and the most common used indicators. In the main part of
this research, the rail performance indicators are presented and discussed,
focusing on its importance, types, main cargo transportation indicators, the
customers perception of this process, mutual traffic and pass through rights. In
conclusion, the performance indicators usage compose a essential element for
railroad business output.
Key words: Railroads, Performance indicators.
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Sumrio
1. Introduo .................................................................................................... 13
2. A logstica como geradora da vantagem competitiva .................................. 16
2.1 Gesto da vantagem competitiva ........................................................ 16
2.2 Dimenses da excelncia competitiva ................................................ 18
2.3 Estruturao do processo logstico ..................................................... 19
2.4 Os modais de transporte...................................................................... 22
2.4.1 Rodovirio ............................................................................ 23 2.4.2 Areo .................................................................................... 25 2.4.3 Ferrovirio ............................................................................ 26
2.4.3.1 O Modal Ferrovirio na Matriz de Transportes ... 28
2.4.4 Martimo / Aquavirio.......................................................... 30 2.4.5 Dutovirio............................................................................. 31 2.4.6 Intermodalidade.................................................................... 32 2.4.7 Multimodalidade................................................................... 33
3. Medidas de Desempenho em Logstica........................................................ 36
3.1 A gesto organizacional e o seu desempenho..................................... 36
3.2 Breve histrico.................................................................................... 36
3.2.1 Medio de Desempenho Tradicional .................................. 37 3.2.2 Medio integrada de desempenho ...................................... 38 3.2.3 Implantao das medidas de desempenho............................ 38 3.2.4 A medio do desempenho visto como um processo........... 40
3.3 Sistema de Medio de Desempenho ................................................. 40
3.3.1 Questes organizacionais ..................................................... 40 3.4 Modelos de medio de desempenho ................................................. 41
3.4.1 Modelo de Bowersox e Closs ............................................... 42 3.4.2 Modelo de Lambert, Stock e Vantine................................... 44 3.4.3 O modelo de Moreira............................................................ 45 3.4.4 O modelo de Christopher...................................................... 46
4. indicadores de Desempenho Ferrovirio...................................................... 48
4.1 Importncia dos indicadores ............................................................... 48
4.2 Indicadores adequados ao transporte ferrovirio de carga ................. 48
4.3 Apresentao dos indicadores............................................................. 50
4.3.1 Principais indicadores do transporte de carga ...................... 51 4.3.2 Viso do cliente .................................................................... 60
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5. Aplicao prtica da relevncia de dois indicadores.................................... 66
5.1 Ciclo mdio de Vages....................................................................... 66
5.2 Eficincia Energtica .......................................................................... 71
6. Trfego mtuo e direito de passagem .......................................................... 73
7. Concluso..................................................................................................... 77
8. Referncias Bibliogrficas ........................................................................... 79
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Lista de Grficos
Grfico 1 A vantagem competitiva e os 3 Cs ..................................................................... 17
Grfico 2 A logstica e a vantagem competitiva .................................................................... 17
Grfico 3 Composio Percentual das Cargas - 2000 ........................................................... 29
Grfico 4 - Composio Percentual das Cargas - 2005............................................................ 29
Grfico 5 O processo de medio do desempenho. Adaptado de Bititci, Carrie & McDevitt, 1997 .............................................................................................................................. 40
Grfico 6 - Evoluo Mensal do ndice de Acidentes - N de acidentes/Milho de trem.Km .......................................................................................................................................... 55
Grfico 7 - Evoluo Mensal do Consumo de Combustvel.................................................... 56
Grfico 8 - Evoluo Mensal da Velocidade Comercial .......................................................... 58
Grfico 9 - Evoluo Mensal da Velocidade Mdia de Percurso ........................................... 59
Grfico 10 Variao do ndice de satisfao do usurio 1999/2000 ................................... 64
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Lista de Tabelas
Tabela 1 - Extenso da Malha Ferroviria (comparativo internacional)................................ 30
Tabela 2 - Principais Mercadorias Transportadas 2003/2004 Tonelada til Tracionada (tu)............................................................................................................................... 51
Tabela 3 - Principais Mercadorias Transportadas em Tonelada por Quilmetro til (tku) 2003 e 2004................................................................................................................... 52
Tabela 4 - Causas dos Acidentes com Trem de Carga ............................................................. 54
Tabela 5 Nmero de Acidentes ................................................................................................ 55
Tabela 6 ndice de Satisfao do Usurio ............................................................................... 63
Tabela 7 Ciclo Mdio dos vages ............................................................................................ 69
Tabela 8 Simulao.................................................................................................................... 70
Tabela 9 Eficincia Energtica ................................................................................................. 71
Tabela 10 Consumo entre modais ............................................................................................ 72
Tabela 11 KM mdio 1996-2000 ............................................................................................. 74
Tabela 12 KM mdio 2000-2004 ............................................................................................. 74
Tabela 13 Trafego Mtuo e Direito de Passagem em 2003 e 2004..................................... 75
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Lista de Figuras
Figura 1 Principais Ferrovias.................................................................................................... 28
Figura 2 Ferrovia Norte-Sul...................................................................................................... 76
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1. Introduo
Em um mercado complexo marcado pela competitividade, as empresas
devem estar sempre frente dos concorrentes e, para tanto, necessrio tomar as
decises de forma correta, em um curto espao de tempo. Contudo, com as
exigncias atuais do mercado, as decises acertadas s podem ser efetivadas a
partir do conhecimento consistente da prpria organizao.
Essas informaes importantes da empresa so fornecidas por meio de
indicadores de desempenho, que podem ser elaborados e efetivados para aferir o
nvel de sucesso de uma determinada estratgia adotada, bem como para se medir
a eficcia no desempenho de atividades na empresa.
Um sistema de indicadores de desempenho bem formulado pode trazer
benefcios relevantes para a organizao, focando a ateno dos dirigentes nos
dados que podem auxiliar a avaliao do xito de vrias estratgias.
O setor ferrovirio, em sua participao na produo de transporte no pas,
medida pela tonelada quilmetro til, teve uma variao, nas dcadas de 80 e 90,
entre aproximadamente 20% e 23%. Este modesto patamar iguala o Brasil a vrios
pases da Europa, como Frana e Alemanha, possuidores de extenso territorial
inferior nossa.
Sabe-se que o transporte ferrovirio de cargas no Brasil restringe-se s
pequenas distncias, que fazem com que as vantagens dos custos e servios
ferrovirios no sejam relevantes. O modal ferrovirio, no segmento de longas
distncias, apontado como sendo o menor dentre todos os existentes em nosso
pas.
Neste sentido, o sistema de indicadores de desempenho pode representar
um relevante instrumento para a otimizao dos resultados do setor. Eles se
mostram cada vez mais indispensveis para a sobrevivncia das organizaes.
Vale ressaltar a importncia da seleo dos indicadores-chave, adequados
ao ramo ferrovirio e estratgia da organizao, de forma a garantir o seu
sucesso, possibilitando aos executivos focarem seus esforos nos dados mais
crticos, ensejando tomadas mais rpidas de decises.
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Neste contexto, o objetivo da presente dissertao analisar alguns
modelos para a avaliao do desempenho logstico de sistemas ferrovirios de
carga. Para tanto, sero apresentados indicadores operacionais relevantes, cujo
propsito servir de base para diminuir o custo do transporte ferrovirio de carga.
Deste modo, pode-se tornar este meio de transporte mais competitivo com os
demais existentes e, conseqentemente, permitir o aumento da fatia de mercado
do transporte ferrovirio de carga pela melhoria do servio prestado.
Esta dissertao ir seguir, quanto metodologia e ao nvel de
desenvolvimento, a pesquisa exploratria, visando formulao do problema,
com a finalidade de desenvolver questes. Muito das datas bases utilizadas sero
resgates de experincias prticas e suas respectivas anlises, interpretaes,
criticando-as, ou mesmo, comentando-as, visando o fim deste trabalho. A
pesquisa se desenvolveu sob uma abordagem qualitativa por meio da pesquisa
bibliogrfica.
Este trabalho foi organizado sob a forma de captulos, estruturado na
seguinte ordem:
Captulo 1 o presente captulo. Apresenta uma breve contextualizao
do assunto a ser desenvolvido. So apresentados os objetivos da pesquisa, a
metodologia adotada e a forma de organizao do trabalho.
Captulo 2 - Apresenta uma reviso de literatura sobre a logstica e suas
atividades, principalmente a estruturao do processo logstico e os modais de
transporte.
Captulo 3 Apresenta uma reviso bibliogrfica sobre as medidas de
desempenho, com abordagens utilizadas por vrios autores. Contempla o processo
de gesto, a medida de desempenho tradicional, implantao das medidas de
desempenho, questes organizacionais e questes de tecnologia.
Captulo 4 - Apresenta os indicadores de desempenho ferrovirio, sua
importncia, os diferentes tipos, os principais indicadores do transporte de carga e
a viso do cliente.
Captulo 5 - Contempla a aplicao prtica da relevncia de indicadores, o
ciclo mdio de vages e a eficincia energtica.
Captulo 6 - Aborda o Trfego Mtuo e o Direito de Passagem, assim
como a legislao pertinente ao tema.
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Captulo 7 - o ltimo captulo, onde se encontram as concluses obtidas
em consonncia com os objetivos propostos e apresenta recomendaes para
trabalhos futuros.
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2. A logstica como geradora da vantagem competitiva
O presente captulo desenvolve uma reviso bibliogrfica sobre a logstica
como geradora da vantagem competitiva e algumas de suas atividades, bem como
a estruturao do processo logstico, o servio ao cliente, o processamento de
pedidos, a comunicao de distribuio e os sistemas de informao, integrando-
os na cadeia logstica, sendo estes assuntos de grande importncia na avaliao do
desempenho logstico. Tambm apresenta os modais de transporte, destacando-se
o ferrovirio, objeto principal deste estudo.
2.1 Gesto da vantagem competitiva
O cenrio em que as empresas atuam nos dias atuais, alm de revelar muita
complexidade altamente competitivo. Por esta razo, elas esto constantemente
buscando o estabelecimento de vantagens competitivas face concorrncia.
Buscando atingir tais objetivos, cada organizao parte para o encontro do
seu prprio caminho; contudo, a opo pela da logstica como instrumento de um
bom desempenho, tem sua base na administrao estratgica dos materiais e das
informaes, direcionando, de forma eficaz, os produtos desde sua origem at seu
destino final.
Christopher (1997) visualiza a gesto da logstica sob a tica da gerao de
vantagem competitiva, afirmando que
[...] o gerenciamento logstico pode proporcionar uma fonte de vantagem competitiva em outras palavras, uma posio de superioridade duradoura sobre os concorrentes, em termos de preferncia do cliente, pode ser alcanada atravs da logstica.
Este autor lembra que a fonte de vantagem competitiva encontrada,
primeiramente, na capacidade de a organizao diferenciar-se de seus
concorrentes aos olhos do cliente, e, em segundo lugar, pela sua capacidade de
operar a baixo custo, e, portanto, com lucro maior.
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O autor exemplifica a situao, como apresentado no Grfico 1, com
modelo simplificado baseado na trilogia companhia, seus clientes e seus
concorrentes os 3 Cs, ilustrando o relacionamento desses trs componentes:
Grfico 1 A vantagem competitiva e os 3 Cs
Fonte: CHRISTOPHER (1997).
Christopher (1997) prossegue lembrando que as bases do sucesso
comercial em qualquer contexto competitivo, na mais elementar das
consideraes, so conquistadas atravs da vantagem de custo ou da vantagem de
valor, ou, de maneira ideal, de ambas.
Prope uma forma de analisar as opes disponveis, atravs da matriz do
Grfico 2: Grfico 2 A logstica e a vantagem competitiva
Fonte: CHRISTOPHER (1997)
Busca benefcios a preos aceitveis
Ativos & utilizao Ativos & utilizao
DIFERENCIAIS DE CUSTO
VA
LOR
VA
LOR
Companhia Concorrente
Cliente
Lder em servios
Mercado de Commodity
Lder em custo
Lder em custos e servios
Baixa
Baixa Alta
Alta
Vantagem em produtividade
Vant
agem
em v
alor
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Em sua anlise, Christopher (1997) defende que
talvez a posio mais defensvel na matriz seja o quadrante direito superior. As companhias que ocupam esta posio tm produtos que so diferenciados nos valores que oferecem e so tambm competitivas nos custos.
Christopher (1997), apresenta com clareza, portanto, o desafio estratgico
para a logstica: procurar estratgias que deslocaro o negcio da extremidade do
mercado de commodity para uma posio mais segura de poder, baseada na
diferenciao e na vantagem de custos.
De qualquer forma, Porter (1989) ensina que a base fundamental do
desempenho acima da mdia, em longo prazo, a vantagem competitiva
sustentvel e alerta que ser tudo para todos uma receita para a mediocridade
estratgica e para um desempenho abaixo da mdia, pois significa normalmente
que uma organizao no apresenta qualquer vantagem competitiva.
Fleury et al (2000) ressaltam que, na busca da excelncia logstica, deve-se
perseguir concomitantemente a reduo de custos e a melhoria do servio ao
cliente. Contrariando Porter (1989), afirmam que
a busca simultnea desses dois objetivos quebra um antigo paradigma, segundo o qual existe um trade-off inexorvel entre custos e qualidade de servios, ou seja, a crena de que melhores nveis de servio implicam necessariamente maiores custos. As empresas que conseguem alcanar a excelncia logstica tendem a quebrar esse paradigma.
2.2 Dimenses da excelncia competitiva
Fleury et al. (2000) listam seis dimenses necessrias ao atingimento da
excelncia logstica:
O sucesso do cliente, dimenso relacionada com a forma como a empresa
enxerga seu relacionamento com os clientes.
A integrao interna, gerenciamento integrado dos diversos componentes
do sistema logstico.
A integrao externa, significando desenvolver relacionamentos
colaborativos com os diversos participantes da cadeia de suprimentos.
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Os processos baseados no tempo, considerando que a velocidade de
resposta um fator determinante para construo da vantagem competitiva.
A mensurao abrangente, pois garantir a velocidade de resposta torna
fundamental a adoo de sistemas de mensurao de desempenho geis,
abrangentes e consistentes.
O benchmarking, direcionador de melhorias contnuas, prioridade para as
empresas que buscam a excelncia logstica.
2.3 Estruturao do processo logstico
Lambert et al. (1998) considera, na Administrao da Logstica, um
conjunto de algumas atividades que compe o fluxo de um produto desde o ponto
de origem at o ponto de consumo, explicando sua importncia:
1) Servio ao cliente:
Pode ser definido como uma filosofia voltada ao cliente que integra e
administra todos os elementos da interface com o cliente dentro de um composto
timo de custo-servio. O servio ao cliente serve como uma fora aglutinadora e
unificadora de todas as atividades de administrao da logstica. Cada elemento
do sistema de logstica de uma empresa pode impactar o recebimento pelo cliente
do produto certo no lugar certo, nas condies certas, ao custo certo e no
momento certo. Portanto, o servio ao cliente implica a implementao bem-
sucedida do conceito integrado de administrao da logstica para proporcionar o
nvel necessrio de satisfao do cliente ao menor custo possvel.
2) Processamento de pedidos:
O sistema de processamento de pedidos o centro nervoso do sistema de
logstica. O pedido do cliente serve como mensagem de comunicao que
desencadeia o processo logstico. A velocidade e a qualidade dos fluxos de
informaes tm impacto direto no custo e na eficincia da operao como um
todo. O processamento de pedidos e os sistemas de informaes formam a base
dos sistemas de informaes gerenciais e corporativas. uma rea que oferece um
potencial considervel para a melhoria do desempenho da logstica.
O ciclo tpico de pedido consiste dos seguintes componentes: (1)
preparao e transmisso do pedido; (2) recebimento e entrada do pedido; (3)
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processamento do pedido; (4) resgate no estoque e embalagem; (5) expedio do
pedido e (6) entrega e descarregamento no cliente.
3) Comunicaes de distribuio:
Hoje, o sucesso no ambiente empresarial exige a administrao de um
sistema complexo de comunicaes. Deve ocorrer uma comunicao eficaz entre:
(a) a empresa, seus clientes e seus fornecedores; (b) os principais componentes
funcionais da empresa marketing, fabricao, logstica e finanas/contabilidade;
(c) as diversas atividades relacionadas logstica, tais como servio ao cliente,
trfego e transporte, armazenagem e estocagem, processamento de pedidos e
controle de inventrio. A comunicao o elo vital entre o processo logstico
como um todo e os clientes da empresa. Uma comunicao precisa e sem atrasos
a pedra fundamental da boa administrao da logstica.
O sistema de comunicaes de uma empresa pode ter a sofisticao de um
sistema de informaes gerenciais ou consistir simplesmente em comunicaes
verbais entre pessoas. Em qualquer sistema, deve haver disponibilidade e
comunicao das informaes vitais entre as pessoas que precisam saber.
4) Controle de Inventrio:
A atividade de controle de inventrio crtica por causa da necessidade
financeira de manter um nvel de estoque de produtos em quantidade adequada
para satisfazer as necessidades dos clientes e da produo. Manter estoques de
matrias-primas, peas de reposio e produtos finais consome espao e capital.
O dinheiro investido em inventrio torna-se indisponvel para outros fins, e
basta mencionar que o custo da manuteno de estoques pode variar de 14 a mais
de 50%, dependendo do produto. Um bom controle de inventrio comea na
determinao do nvel de estoque necessrio para atender ao cliente, ao mesmo
tempo em que se leva em conta o custo de desempenho das outras atividades
logsticas.
5) Previso de demanda:
A previso de demanda consiste na fixao da quantidade de produtos e
servios correspondentes de que os clientes necessitaro em determinada situao.
A necessidade de saber, de forma precisa, a demanda do produto, de grande
importncia para as operaes da empresa marketing, fabricao e logstica. As
previses de marketing em relao demanda futura determinam a alocao de
pessoal de vendas, estratgias promocionais, de preos e atividades referentes
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pesquisa de mercado. As previses de produo determinam escalas de produo,
estratgias de aquisies e compras e decises referentes ao inventrio de fbrica.
As previses de administrao da logstica fixam as quantidades
pertinentes a cada item produzido que sero transportadas aos diversos mercados
que a empresa atende. A administrao da logstica deve tambm identificar a
origem da demanda no sentido de que uma quantidade de produto possa ser
alocada ou estocada em cada rea de seu mercado. O conhecimento de nveis
futuros de demanda permite ao administrador da logstica alocar seus recursos
(oramentos) a atividades que atendero a essa demanda.
6) Trfego e transporte:
Um componente importante do processo logstico o movimento ou fluxo
de bens desde o ponto de origem at o ponto de consumo. Um produto produzido
em um ponto tem muito pouco valor para o cliente potencial, a no ser que o
mesmo seja direcionado ao ponto onde ser consumido. Neste caso, o transporte
opera essa movimentao.
A movimentao por meio de fatores como distncia ou espao cria
utilidade de valor ou lugar. A utilidade de tempo , em sua maior parte, criada ou
adicionada pela guarda e armazenagem do produto at que ele seja necessrio.
Mas o transporte significa um fator na utilidade de tempo, ao determinar a rapidez
e consistncia de um determinado produto que se move de um para outro ponto.
Isto conhecido como tempo-em-trnsito e consistncia de servio. Se um
produto no estiver disponvel na data exata em que se precisar dele, poder haver
repercusses dispendiosas, tais como vendas perdidas, insatisfao do cliente e
parada de produo.
As atividades de trfego e transporte administram a movimentao de
produtos e incluem: escolha do meio de transporte (areo, ferrovirio,
martimo/fluvial, dutovirio, rodovirio); escolha de um caminho especfico
(rota); obedincia a diversas regulamentaes em relao ao transporte, em nvel
municipal, estadual e federal; e conhecimento das exigncias no transporte
domstico e internacional.
O transporte muitas vezes o maior custo individual no processo da
logstica. Portanto, um componente importante que deve ser administrado com
eficcia.
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7) Armazenagem e estocagem:
Armazenagem e estocagem so atividades que administram o espao fsico
necessrio para manter inventrios. parte integrante de todos os sistemas
logsticos, uma vez que desempenha um papel importante em proporcionar o nvel
desejado de servio ao cliente a um baixo custo total. No decorrer do tempo, a
armazenagem evoluiu de uma faceta relativamente menor dos sistemas logsticos
da empresa a uma de suas funes mais importantes.
Podemos definir armazenagem como a parte do sistema logstico da
empresa que estoca produtos (matrias-primas, peas, produtos semi-acabados)
entre o ponto de origem e o ponto de consumo, e proporciona informaes
diretoria sobre a situao, condio e disposio dos itens estocados. O papel
bvio da armazenagem estocar produtos. Entretanto, a armazenagem
proporciona subdiviso, consolidao e servios de informao. Essas atividades
enfatizam o fluxo do produto em vez da estocagem. Uma movimentao rpida e
eficiente de grandes quantidades de matrias-primas, partes sobressalentes e bens
acabados atravs do armazm, combinada com informaes rpidas e precisas
sobre os produtos estocados, a meta de todo o sistema logstico.
2.4 Os modais de transporte
O transporte, sob a tica da logstica, compreende a distribuio do
produto, relacionando-se aos vrios mtodos e mecanismos utilizados no sentido
de movimentar o mesmo. Ao se planejar a movimentao de produtos pela cadeia
de distribuio fsica, deve ser verificado o modal de transporte mais adequado
para conduzir o produto ao seu destino final.
Na perspectiva de Keedi (2001), para o desenvolvimento adequado da
logstica, de importncia fundamental o conhecimento dos diferentes modais de
transporte, bem como as cargas adequadas a cada um deles. Este autor assevera
que, no planejamento da escolha do meio de transporte mais eficaz necessrio
analisar todas as rotas possveis, observando os modais mais adequados a cada
percurso. Devem-se considerar itens como capacidade de transporte, menor custo,
segurana, versatilidade e rapidez.
Os principais modais de transportes so: Rodovirio, Ferrovirio,
Martimo, Areo e Dutovirio.
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2.4.1 Rodovirio
O transporte rodovirio operado em estradas de rodagem, com base em
veculos automotores, tais como caminhes, carretas, entre outros.
A matriz brasileira de transportes tem predominncia do transporte
rodovirio, graas ao baixo preo praticado pelo mesmo. Este fato o causador de
vrias distores do sistema de transportes no Pas.
De acordo com Keedi (2001, p.32) este o nico modal, a rigor,
capaz de realizar um transporte de porta-a-porta, podendo operar absolutamente sozinho, no necessitando se unir a outros modais, uma vez que pode pegar a carga na sua prpria origem, entregando-a no seu ponto de destino final. Esta caracterstica faz dele um modal essencial e absolutamente fundamental multimodalidade e a intermodalidade.
O setor rodovirio de cargas no Brasil no tem uma regulamentao
efetiva que detenha a participao de aventureiros, por haver excesso de oferta. A
concorrncia predatria, por seu turno, torna os preos inferiores ao custo real.
Com o objetivo de regulamentar o setor, a Agncia Nacional de
Transportes Terrestres (ANTT), criou o Registro Nacional de Transportadores
Rodovirios de Cargas (RNTRC), como forma de propiciar a regularizao do
exerccio da atividade por meio do disciplinamento de mercado, habilitao
formal, a identificao de parmetros de participao no mercado, a inibio da
atuao de atravessadores no-qualificados e o conhecimento do grau de
competitividade.
Segundo Lambert (1998, p.169-170),
os transportadores rodovirios geralmente proporcionam um servio mais rpido do que as ferrovias e uma comparao favorvel em relao ao transporte areo, no caso de fretes de curta distncia. Os ndices de perdas e danos no transporte rodovirio so substancialmente menores do que na maioria dos carregamentos ferrovirios e ligeiramente maiores do que nos fretes areos. Nenhuma outra modalidade de transporte proporciona a cobertura oferecida pelo transporte rodovirio.
Normalmente so apontados os custos fixos do modo rodovirio como
sendo baixos e os variveis como sendo elevados, pois incluem gastos com
motoristas, combustvel, pneu, manuteno do veculo e pedgios. Entretanto, no
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Brasil, os custos de mo de obra no so variveis, de modo que os custos fixos
chegam a representar 50% dos custos totais do transporte rodovirio.
Bowersox e Closs (2001) comentam que este modo de transporte mais
indicado para movimentar cargas de pequeno volume, de alto valor agregado e em
curtas distncias. No Brasil, o modo rodovirio concentra 58% das cargas
movimentadas. Mas em um pas em que as distncias percorridas so enormes e
onde h grande nfase nos produtos de baixo valor agregado, o transporte
rodovirio no deveria predominar(CNT/CEL/COPPEAD/UFRJ,2002 apud Coeli,
2004). A concentrao verificada neste caso originada na grande preferncia
dada pelo Governo s rodovias na aplicao de investimentos, de forma a no
refletir as ineficincias deste setor. Em rpida comparao, nos EUA (pas que
possui vasta extenso territorial) o transporte rodovirio movimenta apenas 26%
das cargas.
No transporte rodovirio, o consumo de combustvel por cada tonelada
transportada quatro vezes maior que o do transporte ferrovirio (Ferrovias, 2002
apud Coeli, 2004). Se comparados aos demais modos, o nvel de emisso de
poluentes atmosfricos de transporte rodovirio muito alto, os ndices de
segurana incluindo roubo de cargas e acidentes so enormes e a
produtividade baixa (CNT/CEL/COPPEAD/UFRJ,2002 apud Coeli, 2004).
Apesar de tantas ineficincias, que razo possibilita domnio to grande do
transporte rodovirio na matriz de transporte de cargas brasileira? Como
impulsionadores deste domnio, Bowersox e Closs (2001) destacam a
flexibilidade operacional proporcionada pelo transporte porta-a-porta e os baixos
investimento fixos necessrios para iniciar a operao (pequenas empresas iniciam
e interrompem facilmente sua operao em uma regio conforme necessidade de
mercado). No caso brasileiro, o rpido aumento da demanda exigia a construo
imediata de uma infra-estrutura e transportes. Construir rodovias, alm de ser
relativamente barato, um investimento que pode ser feito em etapas e que
permite uma capilaridade que nenhum outro meio de transporte proporciona.
(Coeli, 2004).
Existem, ainda, algumas particularidades do caso brasileiro que reforam a
dependncia do transporte rodovirio. Uma pesquisa realizada por
CNT/CEL/COPPEAD/UFRJ (2002) comparando as regulamentaes existentes,
no Brasil, existem poucas regras para o transporte rodovirio e , quando existem,
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as deficincias da fiscalizao as tornam ineficazes. Desta forma, so pequenas as
barreiras de entrada no setor, o que leva existncia de um grande nmero de
prestadores de servios autnomos (51% da frota de caminhes brasileira de
autnomos), trabalhando com veculos em estado precrio de conservao e
realizando jornadas de trabalho excessivamente longas. A grande concorrncia
pressiona as tarifas do setor, de modo que se inicia um crculo vicioso em que a
frota renovada com pouca freqncia e a manuteno dos veculos ineficiente.
Assim, os motoristas so forados a trabalhar com peso em excesso e jornada de
trabalhos maiores. Este quadro termina por aumentar ainda mais a oferta,
exercendo presso sobre os preos e alimentando o crculo vicioso. (Coeli, 2004).
Outro fator que estimulou a preponderncia no modo rodovirio no Brasil
foram os baixos investimentos recebidos pelos demais modos de transporte, que
passaram a oferecer pequena disponibilidade e servios de baixa qualidade. Desta
forma, as rodovias se tornaram a nica alternativa vivel para diversos setores
industriais. (CNT/CEL/COPPEAD/UFRJ,2002 apud Coeli, 2004).
2.4.2 Areo
O transporte areo considerado o mais adequado para produtos com alto
valor agregado, pequenos volumes e rapidez na entrega. Entretanto, como
desvantagem possui o maior custo de transporte em relao aos outros modais,
alm da menor capacidade de carga.
Trata-se de uma atividade de transporte que envolve vrios pases, devido
velocidade do meio utilizado. tida como sendo ideal para produtos que
necessitam de extrema rapidez na entrega.
Este modal, no mbito internacional, regulado pelas normas da IATA
International Air Transport Association, e em acordos e convenes
internacionais.
De acordo com a IATA (2006) o transporte areo internacional um dos
setores mais dinmicos e de rpida evoluo do mundo. Por essas caractersticas
esse setor precisa de uma associao representativa, pr-ativa e neutra operando
nos mais altos padres de qualidade profissional. A associao das empresas
areas na IATA voluntria.
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De acordo com Lopes (2000), no Brasil, o rgo que acompanha os
servios prestados pelos transportadores areos e seus respectivos agentes o
DAC Departamento de Aviao Civil, do Comando da Aeronutica.
O transporte areo tem como intervenientes as empresas de navegao
area e os agentes de carga, e tambm a Infraero Empresa Brasileira de Infra-
Estrutura Aeroporturia, que detm o monoplio da administrao e construes
de aeroportos no Brasil, controle de seus armazns de carga e terminais de
passageiros.
2.4.3 Ferrovirio
No Brasil, o modal ferrovirio iniciou-se no sculo XIX, poca em que
implantada a maior parte das malhas at hoje existentes. O investimento foi
realizado por empresas estrangeiras que exploravam este ramo em terras
brasileiras. Implanta-se tambm nesta poca a malha ferroviria paulista,
financiada por cafeicultores do estado de So Paulo.(Dornier, 2000)
A partir do sculo XX, as transformaes mais expressivas se do na rea
institucional, graas ao desenvolvimento do modal rodovirio.
De acordo com Alban (2006), em linhas gerais, com perda para o
interesse privado, inicia-se um processo de incorporao e interligao das malhas
pelo Estado, que atinge seu pice em 1957, com a criao da RFFSA - Rede
Ferroviria Federal, cujo funcionamento se deu de forma aceitvel at o incio dos
anos 1970.
Com a crise fiscal enfrentada pelo Estado brasileiro nos anos 1980, o Setor
Produtivo Estatal deixou de crescer, ensejando o incio de um processo de
conteno de despesas que afetou profundamente o modal ferrovirio.
Em decorrncia do desgaste das vias permanentes, bem como pela perda
salarial dos funcionrios, ocorreu a perda de qualidade e confiabilidade deste
modal, o que afetou negativamente a sua movimentao e, conseqentemente, sua
produo e resultados.
Desta forma, no incio da dcada de 1990, o modal ferrovirio acabou
ficando restrito a uns poucos clientes cativos, produtores de bens de baixo valor
agregado (minrios, derivados de petrleo, cimento e gros).
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Considere-se ainda, os produtos comumente transportados por esse modal
nos pases de dimenses continentais: minrio de ferro, produtos siderrgicos,
produtos agrcolas, carvo mineral, cimento e cal, adubos e fertilizantes, derivados
de petrleo, calcrio, produtos siderrgicos e contineres.
Sabe-se que o transporte ferrovirio tem como complicador o fato de
apresentar diferenas de bitolas nas linhas frreas, constituindo-se um entrave do
desenvolvimento deste modal.
Depois de um perodo de abandono e falta de investimentos, o modal
ferrovirio apresenta recuperao, tendo em vista a efetivao das privatizaes
das ferrovias brasileiras em julho de 1996..
Segundo Rodrigues (2000), este cenrio comeou lentamente a ser
modificado, com a injeo de investimentos privados na recuperao do sucateado
parque de material rodante existente e na busca de solues alternativas para a
transferncia entre diferentes bitolas.
Segundo a ANTT, o modal ferrovirio apresenta, ainda, um nvel maior de
segurana frente ao modal rodovirio, computando-se menor ndice de acidentes,
bem como menor incidncia de furtos e roubos.
As ferrovias, de um modo geral, foram construdas para atender s
demandas do mercado de exportao de bens primrios, unindo os portos s reas
produtoras, funcionando, cada uma, isoladamente.
A ANTT vem empregando uma srie de medidas regulatrias, no sentido
de otimizar a produtividade das ferrovias. Em 2004, publicou resoluo
disciplinando o trfego mtuo e o direito de passagem de trens de passageiros e
cargas, permitindo a ligao entre as empresas de transporte ferrovirio. Essa
medida se reveste de grande importncia no sentido de formar corredores de
transporte para a exportao.
Importante ressaltar que o processo de privatizao foi benfico para o
setor ferrovirio, com significativo aumento da produo e melhorias
operacionais. Este contexto animador oriundo dos investimentos privados
realizados pelas concessionrias. Segundo a ANTT, entre 1997 e 2004, foram
mais de R$ 6 bilhes. O setor pblico, por sua vez deveria investir R$ 4.3 bilhes
at 2008 complementares aos R$ 7,1 bilhes previstos para as concessionrias
Na figura 1 so apresentadas as principais ferrovias do pas.
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Figura 1 Principais Ferrovias
Fonte: ANTT(2004)
2.4.3.1 O Modal Ferrovirio na Matriz de Transportes
O setor ferrovirio participou na matriz de transporte de carga do Brasil,
com o percentual de 20,86%, em 2000 (Grfico 3), considerando o total da carga
transportada no pas.
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Grfico 3 Composio Percentual das Cargas - 2000
0,33%13,86%4,46%
20,86%
60,49% AreoAquavirioDutovirioFerrovirio Rodovirio
Fonte: GEIPOT
Em 2003 com o plano de revitalizao das ferrovias brasileiras lanado
pelo governo Federal, a participao do transporte ferrovirio que em 2002 havia
passado para 23%, alcanou 25% no ano de 2005 (Grfico 4). Grfico 4 - Composio Percentual das Cargas - 2005
13%4%
25%
58%AquavirioDutovirioFerrovirio Rodovirio
Fonte: Ministrio dos Transportes
Ainda assim, pela Tabela 1 observa-se a grande precariedade do sistema
ferrovirio, dada as condies territoriais do pas.
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Tabela 1 - Extenso da Malha Ferroviria (comparativo internacional) Pas Extenso da malha (km) rea do pas (km2)
Brasil 29.798 8.511.965
Estados Unidos 307.000 9.369.091
Frana 34.076 551.000
Japo 21.037 378.000
Mxico 23.619 1.958.201
Argentina 38.197 3.761.274
Alemanha 43.500 357.022
frica do Sul 21.303 1.223.201
Fonte: Melo e Mezzonato, 2004
2.4.4 Martimo / Aquavirio
Segundo a Coppead/UFRJ (2002), este modal composto pela navegao
de interior e pela cabotagem. Os 45.000 km de rios navegveis representam uma
tima alternativa para movimentar uma grande quantidade de bens primrios
produzidos pela economia brasileira.
Atualmente, no Brasil, a navegao fluvial est numa posio inferior em
relao aos outros sistemas de transportes. o sistema de menor participao no
transporte de mercadorias. Isso ocorre devido a vrios fatores. Em nosso Pais,
muitos rios so de planalto, por exemplo, apresentando-se encachoeirados,
dificultando a navegao, a exemplo dos rios Tiet, Paran, Grande e So
Francisco. Outro motivo que os rios de plancie, facilmente navegveis
(Amazonas e Paraguai), encontram-se distantes geograficamente dos grandes
centros econmicos.
Com a preocupao de tornar os rios brasileiros navegveis, vrias obras
tm sido realizadas nos ltimos anos, como a construo de eclusas para superar
as diferenas de nvel das guas nas barragens das usinas hidreltricas.
Os custos fixos do modo martimo se encontram em uma posio
intermediria entre os do rodovirio e os do ferrovirio, enquanto que os custos
variveis so menores (Coeli, 2004).
A navegao de cabotagem pode representar uma grande sada para o
escoamento de produtos, haja vista que o Brasil conta com uma costa ocenica
com 7.367 Km na qual h uma grande concentrao de atividade econmica.
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A navegao de cabotagem, no Brasil, se concentra especialmente no
transporte de granis lquidos e slidos.
Em um estudo realizado pelo CNT/CEL/COPPEAD/UFRJ (2002) apurou-
se que, em 2001, s 10 navios se dedicavam ao transporte de containers.
Neste sentido, Teixeira Filho (2001) afirma que os portos brasileiros
possuem problemas estruturais que afetam a regularidade e a confiabilidade do
servio prestado, bem como cobram elevadas taxas de utilizao.
Outro ponto apontado pela pesquisa, considerado como limitador para o
uso da cabotagem : o desbalanceamento do fluxo de cargas entre as regies
Norte/Nordeste e Sul/Sudeste. Neste caso, o fluxo em direo ao Norte mais
intenso, gerando uma ineficincia no transporte, uma vez que os navios so
obrigados a retornarem ociosos.
No interior, somente 65% dos 45.000 Km de rios navegveis brasileiros
so utilizados no transporte de carga. Ainda assim, parte deles no so
aproveitados, dado necessidade de obras de infra-estrutura nas instalaes
porturias e na construo de eclusas e dragagens. O Brasil, diferentemente do
territrio americano, no possui um sistema hidrovirio capaz de solucionar o
problema do transporte interior.
De acordo com Coeli (2004), a navegao de longo curso utilizada no
comrcio externo, onde, em conformidade com dados da SECEX (2003). 96% das
exportaes e 89% das importaes brasileiras do ano de 2002 foram feitas por
meio de via martima.
2.4.5 Dutovirio
O Transporte Dutovirio concentra-se nas grandes empresas petrolferas e
petroqumicas de cada pas. Isto ocorre pelo fato destas deterem os processos
industriais e comerciais do modal, que podem ser: exportao, explorao,
importao, refino e pontos de distribuio. Deste modo, muitas vezes h um
nico usurio utilizando essa infra-estrutura (Christopher, 1997).
Este modal opera basicamente com o transporte de produtos que so
matria-prima ou fonte de energia para outros processos, como petrleo, leo cru,
gs natural, entre outros. Isto tambm ocorre com produtos qumicos e
petroqumicos.
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Em que pese o fato de ser o modal que apresenta maior custo fixo, requer
tambm grande investimento na instalao das linhas, direitos de uso e
dispositivos de controle, apresenta custo varivel baixo e requer pouca
manuteno. Em muitas vezes, operam alm das fronteiras, atuando, neste caso,
internacionalmente.
A recente abertura deste mercado, em diversos pases, faz com que a
malha dutoviria passe a ser gerida como um modal de transporte comercial,
com tarifas especficas e exigncias cada vez maiores.
No Brasil, a malha dutoviria serve, na sua quase totalidade Petrobras,
geridos pela subsidiria Transpetro.
2.4.6 Intermodalidade
A caracterstica bsica da intermodalidade se utilizar da integrao de
diferentes modalidades de transporte com objetivo principal de obter ganho de
eficincia e reduo de custos.
Sua regra se d pela emisso individual de documento de transporte para
cada modal, assim como, a diviso de responsabilidade entre os transportadores.
Dabbah (1998, p.119), explica que cada modal de transporte contratado
separadamente e tem seu prprio conhecimento de embarque e seu prprio frete.
Vale ressaltar que, para a realizao deste tipo de operao necessrio a
utilizao de mais de um modal de transporte, sendo que, no h limitao na sua
quantidade.
Nesse sentido, Saliba (2000, p.77) afirma que na intermodalidade o
comerciante contrata cada modal de transporte independentemente e recebe o
Conhecimento de Transporte apenas para aquele modal ou trajeto contratado.
Dever constar neste documento, a condio do embarcador de dono da carga.
Keedi (2001, p.81), explica que qualquer problema em que se envolvam o
embarcador e o transportador, ela estar restrita ao transportador que estiver com a
carga naquele momento e cujo documento de transporte esteja em vigor, no
sendo de responsabilidade do transportador anterior ou futuro.
Deste modo, o embarcador dever recorrer contra aquele que lhe causou o
dano, ou ao segurador em caso de ter havido de sua parte a recomendvel
contratao do seguro, ficando a cargo deste a disputa com o transportador.
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2.4.7 Multimodalidade
Segundo Mendona e Keedi (1997), a multimodalidade caracteriza-se
quando a mercadoria transportada por mais de um modal de transporte sob a
responsabilidade de um nico transportador ou operador de transporte
multimodal, que tem a obrigao da entrega da mercadoria em determinado ponto
e cujos trajetos so cobertos por um documento de transporte nico, ou seja, por
um contrato nico. Isto requer o desenvolvimento gerencial de uma poltica de
venda e transporte porta a porta, o que torna a logstica de transporte um exerccio
permanente, para que se possa aproveitar as melhores oportunidades.
O Brasil, dada a sua extenso territorial, deveria ter a multimodalidade
(envolvendo a integrao dos meios de transporte rodovirio, ferrovirio,
martimo e fluvial) como a soluo para os seus problemas de logstica de
transporte.
Segundo Della Giustina (2006), uma pesquisa divulgada pelo Coppead do
Rio de Janeiro, denominada Transporte de Carga no Brasil - As Ameaas e
Oportunidades para o Desenvolvimento do Brasil, mostrou evoluo
significativa, ainda muito longe das necessidades das empresas brasileiras.
O estudo da Coppead afirma que o Brasil concentra 60% do total de carga
transportada por modal rodovirio. Nos EUA, a participao de 26%, na China
24% e na Austrlia 24%, fato que contribui para que a produtividade de transporte
do Brasil seja somente de 22% da produtividade dos Estados Unidos.
O estudo aponta para outros dados positivos. Outros modais apresentaram
um expressivo crescimento nos ltimos anos. O modal ferrovirio cresceu 10,6%
em 2001, em funo da privatizao. Contudo, representa apenas 12% da malha
ferroviria americana e 32% da mexicana.
A lei n. 9.611 de 19 de fevereiro de 1998, que regula a multimodalidade
foi aprovada em 1998 e regulamentada em 2000, dispondo sobre o Transporte
Multimodal de Cargas e d outras providncias;
Como j visto neste estudo, a multimodalidade se configura por meio da
utilizao de mais de um modal de transporte, desde a origem at o destino final
da carga, sendo que todo o trajeto deve ser coberto por um documento de
transporte nico, sob a responsabilidade de um Operador de Transporte
Multimodal (OTM).
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Keedi (2001, p.81), informa que
este documento de transporte emitido pelo OTM, e implica em dizer que ele o responsvel perante o embarcador, que o dono da carga sobre a qual ele est com a responsabilidade de transportar ou obter transporte para ela.
De acordo com Lopez (2000, p.43),
o OTM a pessoa jurdica que conclui contratos de transporte multimodal, nos quais atua como principal e no como agente, podendo ser ou no o transportador. Assume a responsabilidade pela execuo desses contratos, pelos prejuzos resultantes de perda, danos ou avaria s cargas sob sua custdia, assim como pelos decorrentes de atraso em sua entrega, quando houver prazo acordado.
Para tanto, o OTM deve ter um seguro obrigatrio que possa ressarcir o
proprietrio da carga em caso de danos mercadoria, tranquilizando o embarcador
com relao ao seu embarque.
Outro ponto que deve ser realado o de que em uma operao
multimodal pode haver uma operao intermodal. Isto , enquanto o proprietrio
da carga est envolvido em uma operao multimodal, regulado por um
documento de transporte nico, o OTM, no caso de no ser o dono de todas as
embarcaes utilizadas, se envolve em uma operao intermodal, no sentido de
que para cada modal contratado emite-se um conhecimento de embarque cobrindo
cada trajeto, onde sempre ele ser o embarcador.
Keedi (2001, P.82), neste sentido, afirma que:
cada transportador ser responsvel pelo seu trecho em relao ao OTM e, qualquer disputa estar restrita a eles, no envolvendo o dono da carga que est realizando uma operao multimodal e sendo detentor de documento de transporte nico que lhe d direito de resgatar a carga no destino final estabelecido.
Em funo do expressivo movimento de cargas, o OTM, ao contrrio dos
pequenos exportadores e importadores, possui um timo poder de barganha
perante os transportadores, obtendo melhores condies para seus clientes,
repassando ou dividindo os ganhos com os mesmos.
Na perspectiva de Saliba (2000, p. 78), a multimodalidade apresenta como
vantagem, a segurana que proporciona carga, a possibilidade de entrega mais
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rpida e uma reduo de custos em relao ao transporte convencional de carga,
qual seja, a intermodalidade com responsabilidade dividida.
O estudo da COPPEAD acima referido sugere que o governo tambm
precisa fazer a sua parte no sentido de regulamentar as atividades do OTM. A
definio de uma poltica de ICMS (Imposto sobre Circulao de Mercadorias e
Servios) aplicvel em todos os estados e que no penalize as empresas, assim
como a criao de um seguro para Operador Multimodal (eliminando impostos em
cascata) so alguns exemplos.
Quando se tomarem essas iniciativas, principalmente pelo Governo e
investidores estar se caminhando para uma integrao e complementao dos
modais logsticos, caso em que o transporte rodovirio se responsabilizar pelo
frete de ponta, ligando a origem (ferrovia/porto ou porto/ferrovia) e o destino.
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3. Medidas de Desempenho em Logstica
Este captulo aborda os sistema de medio de desempenho, traando um
perfil histrico desde o modelo tradicional at os Sistemas de Medio de
Desempenho Organizacional (SMDOs), contemplando a sua implantao, o seu
processo e os vrios modelos adotados por diferentes autores.
3.1 A gesto organizacional e o seu desempenho
A busca de novas sadas para o aperfeioamento da gesto organizacional
e a melhora de seu desempenho, considerando a inadequao de ferramentas e
metodologias para a rea administrativa e para a gesto da produo de bens e
servios, impe a procura de novas abordagens visando a uma vantagem
competitiva. Essa competitividade pode ser alcanada por meio do
aperfeioamento das atividades e dos processos-chave da organizao, no sentido
de se encaminhar os esforos na melhoria daquilo que efetivamente valorizado
pelo cliente.
Neste contexto, as organizaes que lideram o mercado tm como trao
marcante a capacidade para efetuar com xito a medio do seu desempenho.
Tomando este critrio como ponto de partida, essas empresas passam a ter uma
melhor viso interior, operando a avaliao contnua da eficincia e eficcia da
sua estrutura, dos seus programas, processos e pessoas. Entretanto, esta prtica
no se limita a recolher e a analisar dados sobre o desempenho da organizao.
Seus gestores usam estas mtricas para promover melhorias na transformao da
sua estratgia em iniciativas concretas. Em sntese, fazem uso da medio do
desempenho na sua gesto.
3.2 Breve histrico
Sob o ponto de vista histrico, os sistemas de medio de desempenho
organizacional (SMDO) desenvolveram-se como meio de monitorar e manter o
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controle organizacional. Da, a importncia atribuda aos indicadores no controle
das operaes, no sentido de se conhecer e identificar pontos crticos que
comprometam o desempenho e auxiliar no processo de implementao e
gerenciamento das melhorias e mudanas.
Neely et al., (2002), definem como medida de desempenho "O conjunto de
pessoas, processos, mtodos, ferramentas e indicadores estruturados para coletar,
descrever e representar dados com a finalidade de gerar informaes sobre
mltiplas dimenses de desempenho, para seus usurios dos diferentes nveis
hierrquicos. Com base nas informaes geradas, os usurios podem avaliar o
desempenho de equipes, atividades, processos e da prpria organizao, para
tomar decises e executar aes para a melhoria do desempenho."
Segundo Figueiredo et al (2005), a evoluo dos Sistemas de Medio de
Desempenho Organizacional (SMDOs) pode ser classificada em trs fases
distintas. A fase inicial compreendeu o perodo do sculo XIV ao sculo XIX,
quando ocorreram as primeiras prticas contbeis para controle do processo
produtivo. Neste perodo, comearam a ser desenvolvidos e implementados os
primeiros sistemas de administrao e controle da produo.
Na segunda fase, que foi do incio do sculo XX at a metade da dcada de
1980, a medio de desempenho comeou a fazer parte do ciclo de planejamento e
controle das organizaes. Segundo Ghalayini e Noble, (1996) a Pirmide Du
Pont foi o mais relevante modelo de SMDO utilizado.
A terceira fase teve incio ao longo da dcada de 1980, estendendo-se at
os dias atuais, ocasio em que, baseado nas crticas dirigidas aos modelos de
SMDOs convencionais, novos modelos com vrios mecanismos de dimenses de
desempenho foram propostos e caractersticas importantes sua eficcia foram
identificadas na literatura sobre o tema.
3.2.1 Medio de Desempenho Tradicional
Segundo Kaplan e Norton (1997), ao longo do tempo, observou-se que os
sistemas de medio de desempenho tinham um carter de natureza financeira. O
registro contbil das transaes financeiras data de centenas de anos, tendo sido
criado para facilitar as transaes comerciais. Nos sculos das grandes
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exploraes, as atividades das empresas globais de comrcio eram medidas e
monitoradas pelos livros-caixa de partidas dobradas dos contadores.
Kaplan e Norton (1997) observaram que, na Revoluo Industrial, as
maiores corporaes dos setores txtil, siderrgico, ferrovirio, industrial e
varejista desenvolveram algumas inovaes na medio de desempenho
financeiro, que passaram a exercer papel fundamental em seu crescimento.
Dearden (1973) conclui que indicadores, como a medida do Retorno Sobre
o Investimento (ROI), o oramento de caixa e o operacional, foram de grande
relevncia para o xito de empresas fundadas no incio do sculo XX.
3.2.2 Medio integrada de desempenho
Um sistema de indicadores de desempenho pode ser entendido como sendo
um conjunto integrado de dimenses de desempenho, subdivididas em indicadores
individuais, visando prover informaes sobre desempenho para determinados
fins. Na perspectiva de Meyes (1994), os indicadores de desempenho deve conter
informaes para monitorar o passado e planejar o futuro.
Os indicadores de desempenho tradicionais e os no financeiros devem
fazer parte de um nico sistema, considerando-se informaes dos vrios sistemas
para oferecer o nvel necessrio de dados no que se refere acuracidade e
confiabilidade. Os administradores devem encontrar a soluo para conflitos entre
os vrios indicadores e o equilbrio necessrio do sistema com o ambiente que o
circunda, considerando as medidas internas e externas. No decorrer do tempo de
sua implantao, qualquer sistema de indicadores de desempenho tem como
obrigao refletir as operaes bsicas do suporte organizacional, no se
esuecendo da importante relao entre indicadores de desempenho e estratgia.
3.2.3 Implantao das medidas de desempenho
Na atualidade, em que pese o fato de as organizaes estarem interessadas
pelos novos modelos de SMDOs, uma grande parte delas tem encontrado
dificuldades para implement-los. Segundo Neely et al (2002), cerca de 70%
(setenta por cento) dos novos SMDOs implementados no funcionaram
adequadamente.
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Para Beamon (1999), as medidas de desempenho no devem ser
estabelecidas como meros julgamentos, tais como: boa, justa, perfeita,
fraca, mas sim, como indicadores que permitam um dimensionamento ou
valorao dos (produtos e servios) e de seus processos: volume, percentagem,
nmero de erros, entre outros.
Becker (2001), explica que um sistema eficaz de mensurao apresenta
dois objetivos muito procurados por uma empresa, que a orientao no processo
de deciso e, em conseqncia deste, agiliza o foco em atividades que realmente
agregam valor; e tambm fornece dados importantes para avaliao do
desempenho.
Considerando uma empresa com estrutura tradicional, pode-se constatar
que so organizadas e gerenciadas de forma vertical (por funo), tendo
problemas de qualidade restrito aos limites dos departamentos funcionais. Em
contrapartida, na abordagem de processo, as atividades so organizadas e
gerenciadas de forma horizontal, deixando clara a maneira como as atividades da
empresa agregam valor para o cliente.
Na perspectiva de Harrington (1997), o uso das medidas de desempenho
essencial para que se possa avaliar os resultados e atuao de uma empresa, ou
seja, deve refletir os princpios bsicos da organizao.
Para Kiyan (2001), a medio envolve um conjunto de pressupostos e
tcnicas, que visam quantificar variveis a atributos de objeto a ser analisado.
Quanto expresso desempenho, o autor explica ela em si encerra a idia de algo
que j foi realizado, executado ou exercido.
A maioria das empresas, entretanto, entende que a medio de
desempenho um processo que propicia um melhor entendimento de suas reais
necessidades, permitindo que melhores decises e aes sejam tomadas num
momento futuro.
Explica ainda o autor que medir desempenho de fato, somente se justifica
quando existe o objetivo de aperfeio-lo. Saber especificar o que deve ser
medido e avaliado nas diferentes atividades realizadas por uma empresa no
tarefa simples, salienta Alban (2006): muitas so as variveis que podem ser
medidas e avaliadas, por isso, saber distinguir quais so as essenciais depende no
apenas do bom senso e experincia dos gerentes, mas principalmente do mtodo
ou abordagem a ser utilizado para este fim.
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3.2.4 A medio do desempenho visto como um processo
Na tica de Bititci, Carrie e Mcdevitt, (1997). o processo de medio de
desempenho organizacional pode ser definido como o processo pelo qual a
organizao gerencia sua performance de forma alinhada s suas estratgias
corporativa e funcional e seus objetivos (Grfico.5).
Grfico 5 O processo de medio do desempenho. Adaptado de Bititci, Carrie &
McDevitt, 1997
Fonte: Bititci, Carrie e McDevitt (1997)
Este processo tem como objetivo prover um sistema de controle pr-ativo,
em que as estratgias corporativa e funcional so desdobradas para todos os
processos de negcios, atividades, tarefas e pessoas, e obtido feedback por meio
de um sistema de medio de desempenho que possibilite aos administradores
tomarem decises apoiados em informaes adequadas (BITITCI, CARRIE &
McDEVITT, 1997).
3.3 Sistema de Medio de Desempenho
3.3.1 Questes organizacionais
De forma global, as caractersticas organizacionais devem ser ponderadas
na definio de um SMDO, procurando-se com isso evitar futuros problemas de
adequao entre sistema e organizao.
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De acordo com Spinola apud Kiyan (2001) a forma como feita a anlise
de informaes devem se basear nas caractersticas particulares das organizaes
Deste modo, informaes referentes estrutura hierrquica, departamental ou
funcional podem ser muito importantes nessa fase. Algumas questes podem ser
exemplificadas, tais como: quais profissionais podero ter acesso a quais
informaes, quais bases de dados devem estar integradas, que tipo de
informaes externas sero relevantes, que tipo de metodologia ou poltica, em
geral, que a empresa vai adotar, qual o capital disponvel para se investir no
sistema, em treinamento, entre outros.
3.4 Modelos de medio de desempenho
Segundo Bowersox e Closs (2001, p.369), os trs principais objetivos do
desenvolvimento e da implementao de sistemas de medio de desempenho, so
controlar, monitorar, e direcionar as operaes logsticas, de acordo com o que se
segue:
Medidas de monitoramento: Acompanha o desempenho histrico
do sistema logstico. Medidas de monitoramento tpicas incluem
nvel de servio e os componentes dos custos logsticos;
Medidas de controle: Acompanham de forma contnua o
desempenho e so utilizadas para aprimorar um processo logstico
de modo a coloc-lo em conformidade quando excede padres de
controle e;
Medidas de direcionamento: Tem por objetivo motivar o pessoal,
incluindo as prticas de pagamento de adicional por produtividade.
Tomando como ponto de partida a definio que envolve a
medio de desempenho e das funes ou objetivos de um sistema
de medio de desempenho, ou seja, conhecendo melhor o que se
espera de um SMDO, sero apresentadas a seguir diferentes
abordagens de como alcan-lo, conforme proposta de diversos
autores, em trabalhos considerados importantes.
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3.4.1 Modelo de Bowersox e Closs
Bowersox e Closs (2001) apresentam duas perspectivas de medio. A
primeira consiste na existncia de indicadores baseados em atividades,
concentrados em tarefas individuais necessrias para processar e expedir pedidos.
Entretanto, os indicadores de atividade se concentram na eficincia e na eficcia
das tarefas primrias, contudo, no avaliam o desempenho do processo completo
para satisfao dos clientes. Em razo disto, adotam-se indicadores de processo,
que levam em conta a satisfao do cliente proporcionada por toda a cadeia de
atividades.
Desta forma, Bowersox e Closs (2001), assinalam a seguir, os indicadores
que avaliam a eficincia das atividades e processos internos, baseados nas
pesquisas que sugerem indicadores de desempenho logstico classificados nas
seguintes categorias: produtividade, gesto de ativos, qualidade, custo, e servio
ao cliente.
Produtividade - Este indicador uma taxa ou relao entre o
resultado produzido e a quantidade de insumos como por exemplo:
unidades expedidas por funcionrio; pedidos por representantes de
vendas; comparao com padres histricos; programas de metas; e
ndice de produtividade.
Gesto de ativos Seu foco concentra-se na utilizao de
investimentos em instalaes e equipamentos, bem como a
aplicao do capital de giro em estoque para alcanar as metas
logsticas. Equipamentos, instalaes e estoques quase sempre
representam um valor expressivo dos ativos de uma empresa, sendo
que alguns exemplos de mensurao de ativos so a rotao de
estoque e o retorno do investimento gerado por ativos fixos.
Qualidade Tais indicadores so projetados para determinar a
eficcia de um conjunto de atividades, como: ndice de avarias;
valor das avarias; nmero de solicitaes de crdito; nmero de
devolues; e custo de mercadorias devolvidas.
Custo - O desempenho dos custos logsticos medido em valores
agregados, como por exemplo: custo total; custo unitrio; custo do
depsito,custo como percentual de vendas; frete de entrega; frete
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de suprimentos; custos administrativos; processamento de pedidos;
comparao do valor real com orado; mo-de-obra direta; anlise
da tendncia dos custos; e rentabilidade direta do produto.
Servio ao cliente Tem como objetivo examinar a capacidade
relativa da empresa de satisfazer a seus clientes, tais como: ndice
de disponibilidade de produto; erros de expedio, falta de estoque;
pedidos pendentes; tempo de ciclo; feedback do cliente; e pesquisas
junto ao cliente.
Duas abordagens so propostas por Bowersox e Closs (2001), necessrias
para monitorar, entender e manter o foco no cliente, bem como obter idias novas
de outros setores.
Medio da percepo do cliente: so realizadas a partir das
percepes dos clientes no que se refere resoluo de problemas,
disponibilidades de informao, tempo de ciclo e apoio ao produto.
Segundo os autores, essa pesquisa deve ser conduzida pela empresa ou
deve ser o resultado do monitoramento contnuo dos pedidos dos clientes, tendo
como maior objetivo avaliar regularmente as percepes destes clientes.
Benchmarking das melhores prticas: neste caso, objetiva-se a
avaliao do desempenho por meio da comparao dos resultados
das operaes da empresa com a de concorrentes ou de empresas
modernas de outros setores.
De acordo com os autores, o benchmarking realizado no processamento
de pedidos, estratgia, tecnologia, administrao de ativos, servio ao cliente,
produtividade, qualidade, custos, transportes e armazenagem.
Bowersox e Closs (2001), dando mais profundidade ao tema, explicam
que, realizar um estudo da concorrncia, sob o prisma do benchmarking aplicado
logstica importante para identificar as exigncias dos clientes, tentando
atingir desta forma um mercado potencializado.
O benchmarking traduz-se na ferramenta de anlise sistemtica dos
indicadores como custos, servios a clientes e qualidade do produto e a
flexibilidade das operaes. Tem como ponto de partida a observao do que as
outras organizaes esto realizando, para com isso, conseguir informaes que se
traduzam em economia de tempo e de recursos.
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3.4.2 Modelo de Lambert, Stock e Vantine
Este modelo contempla a avaliao de desempenho logstico baseado no
controle financeiro. Neste sentido, os autores propem a anlise do custo total
como sendo uma ferramenta imprescindvel para administrar a funo logstica.
Neste caso, o que se ressalta o enfoque integrado com as demais funes da
empresa, otimizando-se custos e processos operacionais.
Algumas outras distores tambm so apontadas pelos autores. No caso
dos custos dos fretes, por exemplo, observa-se que a sua mdia sobre a
lucratividade pode afetar sobremaneira o resultado final. Em algumas empresas,
os custos dos fretes so as principais despesas logsticas, o que nem sempre figura
em seus sistemas contbeis.
Outra distoro apontada a falta de habilidade em distinguir entre custos
fixos e variveis. Em grande parte das vezes, as empresas lanam custos fixos e
variveis em uma mesma categoria, esquecendo-se de que os custos fixos
continuam os mesmos independentemente do nvel de atividade.
As falhas na alocao de materiais outra distoro apresentada pelo
autor, quando afirma que muitos sistemas de custos logsticos esto ligados
estocagem de materiais, visando estabelecer o desempenho de segmentos diversos
como clientes, produtos, divises e territrios. O autor aponta este fato como uma
tomada de deciso incorreta, uma vez que equivocada a idia de aproveitar
espaos ociosos para armazenar produtos de diferentes margens de lucratividade.
Uma ltima distoro enfocada pelo autor diz respeito ao controle de
falhas de custeio. citado como exemplo as empresas que vendem mais em
alguns meses do que em outros, em grande parte das vezes caracterizando
perodos sazonais bem definidos. Neste caso, torna-se impossvel calcular a
previso de custos logsticos fixos e variveis dividindo o oramento em doze
meses, considerando que este ser diferente em cada ms fazendo com que a
produo tambm seja.
A partir dessas consideraes, os autores explicam que os dados contbeis
so caracterizados como de vital importncia para a gerncia prospectar novos
mercados, obter vantagens com inovaes nos sistemas de transporte, decidir
sobre seu sistema de distribuio e poltica de estoques, fazer mudanas no seu
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centro de distribuio, alterar embalagens e, entre outras coisas, definir qual ser o
grau de automao do sistema de processamento de pedidos.
Esse modelo tem forte enfoque no controle do desempenho financeiro das
organizaes, sendo que, para efetuar esse controle, necessita de um grande aporte
de informaes contbeis confiveis como requisito para estruturar um SMDO.
Desta forma, o sucesso na implementao desta abordagem est em grande
parte no conhecimento por parte da gerncia dos custos logsticos envolvidos nas
mais diversas atividades logsticas efetuadas dentro e fora da empresa.
Lambert, Stock e Vantine (1998) tecem ainda algumas consideraes sobre
os indicadores de desempenho, reforando a importncia de que eles estejam
inseridos em uma rede de relaes causais que possibilitem a integrao entre
todos eles. Essa rede vai sendo desdobrada conforme vai se diminuindo o nvel
gerencial hierrquico, sendo que para cada nvel devem ser estruturados metas ou
padres a serem atingidos.
3.4.3 O modelo de Moreira
Segundo Razzolini Filho (2006), este modelo tem como diferencial
abranger somente os processos de logstica interna, no fazendo referncia
cadeia logstica de forma global. Sua configurao baseia-se em sete dimenses
das organizaes.
1. Os resultados da atividade, onde se destacam as medidas financeiras;
2. A utilizao dos recursos, contemplando especialmente os custos;
3. A qualidade dos processos;
4. O fator tempo: dirigindo-se para a celeridade da entrega, velocidade de
desenvolvimento e confiabilidade na entrega;
5. A flexibilidade como atributo a ser usado na pronta reao e adaptao s
mudanas;
6. A produtividade: medida em um determinado lapso de tempo quanto
utilizao de um ou mais recursos em relao produo obtida.
7. Capacidade para inovar, no sentido de se usar a criatividade para adaptar ou
criar novos produtos, processos, estrutura e sistemas gerenciais em
conformidade com as demandas da clientela.
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3.4.4 O modelo de Christopher
Christopher (1997) apresenta o seu modelo assinalando dois enfoques para
a medio do desempenho logstico, quais sejam: o primeiro baseado em custos e
o segundo em benchmarking.
A primeira abordagem se desdobra dois princpios bsicos: o custeio
logstico, que deve ser capaz de identificar os custos resultantes do fornecimento
de servio ao cliente e o segundo princpio que repousa na possibilidade de uma
anlise distinta de custos e receitas, por tipo de cliente e por segmento de mercado
ou canal de distribuio.
J o enfoque em benchmarking se ampara na necessidade de demonstrao
da existncia de um elevado nvel de competio no meio empresarial. Nesse
sentido, o autor chama a ateno para a insuficincia da medio de desempenho
em termos absolutos argumentando sobre a importncia de medi-las tambm em
termos relativos concorrncia.
Este modelo traz em si trs dimenses para o problema da medio de
desempenho. A primeira dimenso se apia na assertiva de que o cliente deve ser
a referncia bsica para a medio. Em seguida, o autor argumenta que no
suficiente comparar o desempenho com o imediatamente melhor, sendo
recomendvel comparar-se com o melhor da classe, e por ltimo, a nfase no
pensamento de que tanto os produtos quanto os processos que o produzem devem
ser medidos e comparados.
Tomando estas trs dimenses como ponto de partida, o autor chega ao
benchmarking competitivo, ou seja, a medio contnua dos produtos, servios,
processos e prticas da companhia, em relao aos padres dos melhores
concorrentes e outras companhias que so consideradas como lderes.
Feita a anlise de alguns modelos existentes para indicadores de
desempenho, pode-se depreender que, na definio dos mesmos, deve ser
considerada toda a organizao, e que os mesmos tenham simplicidade de
compreenso e aplicao para todos os setores e nveis da empresa.
Vale ressaltar que no se pode sobrecarregar a empresa com indicadores
em demasia, porque alm da elevao do custo de coleta e processamento, corre-
se o risco de esgotar a capacidade de a mesma utiliz-los em suas tomadas de
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decises. Portanto, devem ser selecionados criteriosamente os indicadores de
desempenho de maior relevncia dentro da capacidade de utilizao da empresa.
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4. Indicadores de Desempenho Ferrovirio
Este captulo aborda especificamente os indicadores de desempenho
ferrovirio, sua importncia, tipos mais utilizados, bem como uma demonstrao
prtica dos principais indicadores do transporte de carga.
4.1 Importncia dos indicadores
O uso de indicadores de grande importncia para o planejamento,
acompanhamento e controle da atividade empresarial. Na rea ferroviria ele se
torna mais relevante ainda, em funo da competio acirrada com outros modos
de transporte, notadamente na rea de cargas.
Os indicadores desempenham papel relevante na correta avaliao dos
resultados das empresas ferrovirias, especialmente no contexto brasileiro, onde
importantes empresas foram privatizadas e, por esta razo, devem se ajustar ao
mercado obtendo bons resultados, uma vez que estes so monitorados pelos
prprios dirigentes, pelos clientes e rgos reguladores do Poder
Concedente.(Castelo Branco, 1998).
Do universo de um grande nmero de indicadores, pode-se depreender que
apenas alguns so suficientes para se analisar o desempenho empresarial. Neste
sentido, este estudo contemplar apenas os mais importantes utilizados na rea
ferroviria de cargas.
4.2 Indicadores adequados ao transporte ferrovirio de carga
Para o presente estudo buscou-se enfocar as diversas orientaes e os
diversos indicadores adequados ao transporte ferrovirio de carga propostos por
TAKASHINA e FLORES (1996), CASTELLO BRANCO (1998), e DE SOUZA
(2001).
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Para a anlise e proposio do indicador, foram utilizados os seguintes
passos e critrios (DIGENES, 2002).
Na definio e mtodo de clculo. Neste caso analisa-se a
base terica das definies, se h complementao, juno ou
divergncia, se o clculo abrangente e de fcil compreenso,
observando, ainda, se o mesmo permite coleta e anlise de dados de
forma simples e direta;
Na associao com outras variveis. Aqui, examina-se a
existncia de alguma varivel que intervenha diretamente em seu
comportamento e quais as tendncias que refletem no sistema, alm
de examinar outros indicadores que podem ser analisados
simultaneamente ou complementarmente;
Nas aes que podem modific-los, analisando-se todas as
aes que podem modificar o indicador e quais as providncias
desejadas, tendo como conseqncia uma maior satisfao para o
usurio e o cumprimento da misso do sistema;
Nos poderes decisrios, em que identificam-se os usurios
do indicador e os responsveis pelas providncias desejadas no
processo de tomada de deciso;
Na sensibilidade temporal onde se pode observar a
sensibilidade temporal de cada indicador, suas relaes com o
sistema e o ciclo de clculo;
Na repercusso quantitativa e qualitativa, em que
enumeram-se quais os instrumentos que repercutem
quantitativamente e qualitativamente na avaliao do indicador
analisado; e, na qualidade do indicador, onde utilizam-se
parmetros de avaliao da qualidade do indicador.
Outro aspecto importante que deve ser levado em considerao na
elaborao da proposta metodolgica pretendida a considerao de que os
indicadores devem respeitar os seguintes requisitos (DIGENES, 2002). (a)
serem de fcil compreenso e aplicao; (b) serem de baixo custo; (c) serem de
fcil acessibilidade; (d) devem perpetuar-se ao longo do tempo; (e) devem
representar satisfatoriamente o processo; (f) devem ser rastreveis; (g) devem ser
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facilmente comparveis; e, (h) devem fornecer respostas na periodicidade
adequada.
A finalidade para o qual o indicador est sendo coletado de grande
importncia, podendo-se exemplificar algumas, tais como a avaliao do nvel de
eficcia, estabelecendo metas a cumprir; o apoio tomada de decises; a medio
do desempenho da empresa; o fornecimento de informaes para entidades
governamentais; e, o subsdio a alocao de recursos.
Como justificativa da proposio de indicadores operacionais devem ser
citadas as seguintes: (a) repercutem a qualidade do servio; (b) so facilmente
compreendidos e calculveis; (c) estabelecem condies quantitativas e/ou
qualitativas; (d) podem apresentam boa cobertura e seletividade; (e) permitem
comparaes histricas, sistemticas e peridicas; (f) so acompanhados por
rotinas e, em termos de rastreabilidade, podem ser recuperados rapidamente num
sistema informatizado com cruzamentos diversificados; e, (g) podem ter grande
importncia para quase todos os atores do sistema.
pacfico entre os diversos autores e as diversas concessionrias que se
deve ter ateno especial s particularidades de cada sistema quando se utiliza
indicadores na comparao dos mesmos. Neste caso, prudente utilizar
indicadores que retratem aspectos semelhantes de cada sistema, e sempre analisar
os fatos que influenciaram cada indicador.
importante ressaltar que a escolha dos indicadores depende,
principalmente, do ponto de vista daquele que ir utiliz-los, deste modo, um
novo conjunto de indicadores pode ser necessrio, caso se queira analisar um
ou