Jardinagem e Paisagismo · 2015-05-07 · das plantas ornamentais, equilíbrio das cores e das...

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Jardinagem e Paisagismo Módulo I Parabéns por participar de um curso dos Cursos 24 Horas. Você está investindo no seu futuro! Esperamos que este seja o começo de um grande sucesso em sua carreira. Desejamos boa sorte e bom estudo! Em caso de dúvidas, contate-nos pelo site www.Cursos24Horas.com.br Atenciosamente, Equipe Cursos 24 Horas

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JJaarrddiinnaaggeemm ee PPaaiissaaggiissmmoo

Módulo I

Parabéns por participar de um curso dos

Cursos 24 Horas.

Você está investindo no seu futuro!

Esperamos que este seja o começo de

um grande sucesso em sua carreira.

Desejamos boa sorte e bom estudo!

Em caso de dúvidas, contate-nos pelo

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Atenciosamente,

Equipe Cursos 24 Horas

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Sumário

Introdução...................................................................................................................3

Unidade 1 – Abordagem Inicial..................................................................................5

1.1 – O que é o paisagismo e a jardinagem ................................................................6

1.2 – Os jardins no Brasil e nas Américas................................................................ 10

1.3 – A importância do solo..................................................................................... 15

Unidade 2 – Construindo o Jardim .......................................................................... 30

2.1 – Ferramentas necessárias.................................................................................. 31

2.2 – Etapas de construção de jardins ...................................................................... 40

2.3 – Plantação do jardim ........................................................................................ 48

2.4 – Pragas e doenças das plantas........................................................................... 53

Conclusão do módulo 1 ............................................................................................. 60

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Introdução

Atualmente, grande parte dos brasileiros vive em grandes centros urbanos,

repletos de estruturas de concreto e com o ar poluído. O modo de vida agitado e

inconstante dessas cidades, aliado à falta de contato com a natureza, contribui

significativamente para a piora da qualidade de vida de todos nós.

Dessa forma, se apresenta como uma necessidade contemporânea um retorno ao

contato com a natureza, com sua beleza e pureza. A existência de áreas verdes, não

apenas em residências, mas dentro das casas e nos espaços urbanos públicos melhora a

vida dos moradores das grandes cidades que, além de apreciarem um espaço harmônico,

possuem um espaço de socialização em contato direto com a natureza.

Daí vem a importância da jardinagem e do paisagismo, que são duas áreas do

conhecimento voltadas para a composição de visuais inspirados na natureza, para que

eles sejam agradáveis e harmônicos.

Neste curso não temos a pretensão de esgotar o assunto, pois o paisagismo e a

jardinagem são práticas antigas e ricamente detalhadas, com muitas informações

importantes. Nosso objetivo aqui é expor os conceitos mais fundamentais relativos a

essas duas práticas.

Muitos pensam que construir um jardim harmonioso é tarefa dispendiosa, mas

neste curso mostraremos como é possível montar um belo jardim sem que isso seja

muito custoso para você. Serão mostrados todos os materiais e as etapas necessárias

para a construção de um jardim, assim como as plantas que você pode escolher para

compô-lo e os cuidados que precisa ter na manutenção. Você verá também como é

importante realizar esse trabalho em parceria com um bom profissional, jardineiro e/ou

paisagista.

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Assim, esperamos que você aprenda os conceitos fundamentais sobre jardinagem

e paisagismo, obtendo as ferramentas teóricas necessárias para a construção de um

jardim.

Queremos mostrar também que todos podem possuir um espaço verde belo e

harmônico, independente do tamanho da área e dos recursos disponíveis, colaborando

para a qualidade de vida tanto do proprietário do espaço quanto da comunidade próxima

como um todo, que também será beneficiada pela sua presença.

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Unidade 1 – Abordagem Inicial

Olá aluno (a),

Nesta unidade você irá estudar os conceitos iniciais no que se refere à jardinagem

e ao paisagismo: o que são, qual a importância deles e como contratar um bom

jardineiro.

Em seguida, iremos conhecer como essa prática se desenvolveu e quais são os

estilos de jardim predominantes no Brasil e no continente americano como um todo.

Por fim, veremos o elemento mais essencial na composição de um jardim: o solo.

Quais são os tipos de solo, por que ele é importante e como prepará-lo e adubá-lo

corretamente.

Bons estudos.

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1.1 – O que é o paisagismo e a jardinagem

Na história da evolução humana, podemos

dizer que desde sempre o homem teve sua

existência ligada intimamente à natureza, pois

precisa dela pra sobreviver. Com o

desenvolvimento das sociedades, é sensível que o

ser humano tem se distanciado da natureza, o que

diminui a qualidade de vida de todos.

De acordo com os relatos históricos, percebemos desde as primeiras grandes

civilizações uma preocupação com a manutenção do equilíbrio entre o desenvolvimento

da sociedade e a preservação da natureza. A civilização Suméria, por exemplo,

construiu os Jardins Suspensos da Babilônia no século VI a.C., que são considerados

uma das sete maravilhas do mundo antigo.

No Brasil, o início do desenvolvimento do paisagismo se deu com a chegada da

Família Real Portuguesa, em 1808, com o Rei Dom João VI. Devido à transferência da

Corte para o Rio de Janeiro, a cidade foi urbanizada para recebê-la, e esse processo

incluiu a criação de praças, parques e do Jardim Botânico para abrigar as espécies

vegetais que o rei trouxe consigo.

Depois de Dom João VI, os reis Dom Pedro I e Dom Pedro II deram continuidade

ao desenvolvimento do paisagismo no Brasil, trazendo célebres paisagistas europeus

para a implantação de diversos projetos paisagísticos, principalmente na capital do

Império, Rio de Janeiro.

Atualmente, o paisagismo impõe-se como uma necessidade fundamental para a

sobrevivência e qualidade de vida dos moradores dos grandes centros urbanos, uma vez

que serve para manter o equilíbrio do ecossistema, que é muito agredido pelo

desenvolvimento das cidades.

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Podemos dizer que o paisagismo é a arte de recriar tudo o que é belo. Tem sua

origem na natureza, proporcionando belas paisagens e melhor qualidade de vida aos

indivíduos e à sociedade.

A importância do paisagismo

O paisagismo é uma atividade muito

importante na vida de todos, ainda que muitos

não o reconheçam como tal. Podemos dizer que

ele tem duas funções essenciais: a social e a

ecológica.

A função social do paisagismo se dá por meio da implementação de espaços que

têm o objetivo de favorecer o convívio entre a população de uma região, como praças,

parques e espaços públicos.

Também podemos identificar a função social desta profissão quando pensamos

que é por meio de um bom projeto paisagístico para uma grande cidade que a qualidade

dos habitantes melhora, beneficiando a todos.

Essas melhorias podem se dar através de um projeto que melhore a arborização da

cidade e o ajardinamento, o que ajuda a diminuir o calor naquele espaço e os índices de

poluição.

Já o equilíbrio ecológico se mostra cada vez mais importante em um planeta que

se preocupa crescentemente com a preservação da natureza. O equilíbrio ecológico

depende cada vez mais do paisagismo, com seus projetos de implantação e manutenção

de áreas verdes nas grandes cidades.

Para que exerça essa função, é preciso que o projeto paisagístico não leve em

consideração apenas a dimensão decorativa, mas, sim, que procure se adequar o

máximo possível as necessidades do local em que ele será executado. Isso significa

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incluir espécies de plantas que atraem pássaros e pensar no aumento da densidade das

folhas, que são dois fatores essenciais para a promoção do equilíbrio do ecossistema.

Atrair pássaros às áreas urbanas é importante, pois eles são responsáveis pela

dispersão das sementes das plantas frutíferas e também enriquecem a paisagem das

cidades. A densidade foliar, por sua vez, tem a função de oxigenar o ambiente urbano,

cada vez mais poluído pela grande circulação de veículos e pela atividade industrial.

Jardinagem

A jardinagem é o trabalho de um profissional ou de um leigo para manter um

local público ou privado de acordo com o plano paisagístico projetado para aquele

lugar. Em outras palavras, é o processo de manter as

plantas regadas, podadas e sadias, ou seja, a jardinagem é

responsável pelo cultivo do jardim e pela garantia da sua

existência.

A prática da jardinagem é, na grande maioria dos

casos, destinada a fins ornamentais, mas ela também pode

ser aplicada com fins educativos, como no caso de um zoológico ou jardim botânico,

assim como na urbanização de determinados espaços na cidade, como praças e parques.

Dessa forma, podemos perceber como a jardinagem se relaciona intimamente com

o paisagismo, uma vez que essas duas práticas caminham juntas. O paisagismo é

responsável pela concepção do projeto paisagístico da área, ou seja, pela distribuição

das plantas ornamentais, equilíbrio das cores e das espécies que serão utilizadas e

adequação da utilização do espaço. A jardinagem entra no momento da implantação e

da manutenção do projeto. Em outras palavras, as duas práticas são interdependentes, e

uma estaria incompleta na ausência da outra.

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Como contratar um bom jardineiro

Para ser um bom profissional desta área, é preciso que o jardineiro domine alguns

conhecimentos básicos. Infelizmente, existem muitos jardineiros que não têm os saberes

mínimos para exercer essa profissão, o que tem como consequência o prejuízo do jardim

que deveria estar sendo cuidado.

Para evitar que isso aconteça com o seu jardim é

preciso que sejam tomados alguns cuidados no

momento de contratar uma pessoa para cuidar dele.

Vamos listar alguns passos, como sugestão, que você

pode adotar no momento de escolher o prestador de

serviços:

a) Peça indicações a conhecidos sobre

profissionais em que eles confiam e que já puderam

verificar a qualidade do trabalho.

b) Peça referências de seus últimos trabalhos para conferir a qualidade do serviço

prestado.

c) O bom jardineiro sabe lidar com as plantas de maneira segura, pois possui

experiência com elas. Ele não tem a necessidade de fazer uso de artifícios verbais para

“impressionar” o cliente.

d) A maioria dos bons jardineiros não procura serviço de porta em porta, pois eles

têm sua clientela fixa que já conhece a qualidade do serviço.

e) Um bom profissional de jardinagem possui as próprias ferramentas, sempre

bem conservadas.

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Muitos dos chamados “maus jardineiros” são pessoas que não receberam uma

profissionalização correta ou específica para esta área e muitos apenas encaram essa

atividade como um “bico”, ou seja, um trabalho temporário para ganhar renda extra.

Se você pretende que seu jardim esteja sempre bem cuidado, com uma boa

manutenção das plantas e do espaço, procure um profissional qualificado e com

referências para exercer o trabalho.

Caso não tenha a intenção de contratar um jardineiro, mas fazer você mesmo a

manutenção do seu jardim, listamos alguns “pecados” que devem ser evitados:

- Fazer uma poda desregrada, mutilando as plantas sem deixar condições para que

elas sobrevivam.

- Adição de terra saibrosa, geralmente impermeável, nas áreas do jardim, o que

impossibilita a passagem de água e é danoso às plantas.

- Aplicação de adubos sem o conhecimento da quantidade correta, o que pode

intoxicar as plantas.

- Plantar árvores em buracos muito rasos, ou sobre lajes de concreto, o que

impede que as raízes cresçam e as plantas se desenvolvam.

- Cobrir o gramado com muita terra, impedindo-o de respirar, o que provoca a

morte da grama.

1.2 – Os jardins no Brasil e nas Américas

Um dos fatores que influenciam decisivamente na composição de um jardim é o

contexto cultural em que ele está inscrito. Se compararmos, iremos perceber que um

jardim europeu é muito diferente de um jardim feito no México, por exemplo. Veja a

seguir:

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Jardim do Palácio do Governo, Cidade do México

Jardim do Palácio de Versalhes, França.

Devido à colonização europeia no continente americano, evidentemente que o

estilo da composição das paisagens, que é predominante nas américas, sofreu forte

influência das concepções dos europeus em relação ao que era belo e harmonioso.

Antes da chegada dos espanhóis e portugueses no continente americano, sabe-se –

por meio de escavações arqueológicas – que as civilizações Maia, Asteca, Tolteca e

Inca tinham o hábito de cultivar jardins.

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De acordo com M. Coutinho dos Santos, depois da chegada de Cristóvão

Colombo à América e de Pedro Álvares Cabral às terras brasileiras se expandiu a

influência ibérica e europeia como um todo em nosso continente.

O contato das civilizações ameríndias e europeias teve como consequência o

desaparecimento, quase que total, dos produtos da cultura indígena e, no que se refere

aos jardins, somente possuímos vestígios arqueológicos.

Quando o Estilo Barroco entrou em alta na Europa, no final do século XVII, ele

foi trazido ao continente americano, dando início ao estilo colonial e de missões. A

obrigatoriedade de um pátio nas casas construídas neste estilo causou o aparecimento do

jardim fechado, que lembrava os jardins dos monges na Idade Média, ou os jardins dos

muçulmanos na Espanha ocupada pelos árabes neste período.

Geralmente encontramos todos os tipos de jardins ao longo do continente

americano. Devido à maior influência britânica, a América do Norte apresenta grande

quantidade de jardins à inglesa. No México e em países de língua espanhola e que

conservaram laços com a tradição indígena, o estilo predominante é o Colonial, com

elementos decorativos inspirados na cultura de seu povo.

Já no Brasil a influência dos portugueses foi diferente do que a exercida pelos

colonizadores espanhóis e a jardinagem só foi possível quando se formaram grandes

fortunas e, para abrigar seus donos, determinou-se que deveriam ser criadas chácaras e

quintas, cujas decorações foram descritas por Taunay:

“À frente ou lateralmente às casas grandes, existiam bonitos jardins

cultivados com capricho. Ao centro, ostentavam o invariável repuxo

sobre tanque de azulejos, em que viviam peixinhos de vivo colorido.

Atrás das mansões ou próximos às mesmas surgiam os pomares,

geralmente muito agradáveis e abrangendo grande área toda

plantada de árvores e arvoredos frutíferos da maior diversidade

possível.

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Em local apropriado ficavam as hortas, também agradáveis,

cultivadas com cuidado e sortidas de hortaliças da máxima variedade

e cuidadas, quase sempre, por chacareiros portugueses.

Muito interessante a irrigação praticada nas hortas de antigamente:

pelas principais ruas corriam reguinhos d’água, nos quais, de

distância em distância, haviam pequenas poças no próprio chão,

dessas poças, tiravam os hortelãos a água em cuidas amarradas em

cabos de pau, assim, arremessada aos canteiros.

Dando para o jardim ficavam, geralmente, certas dependências da

moradia, tais como a sala de bilhar, a das armas e a da escola dos

sinhôs-moços, onde o ensino era ministrado por professores

competentes.”

Conde de Taunay, citado em Manual de Jardinagem e Paisagismo.

Atualmente, e, sobretudo, nas grandes cidades, com o desenvolvimento urbano,

tem-se desenvolvido o interesse pelo jardim. Todavia, o elevado custo das áreas urbanas

e a rigidez geométrica dos modernos arranha-céus vão substituindo paulatinamente os

parques das residências senhoriais por pequeninos jardins.

A falta de locais adequados para recreação de crianças e jovens também contribui

para a deterioração precoce dos jardins públicos, o que exige uma cautela dos cidadãos

e das autoridades competentes para a preservação destes espaços.

Mas existem algumas cidades brasileiras que souberam aproveitar seu espaço para

o cultivo de áreas verdes de grande valor paisagístico, em especial no Rio de Janeiro.

Vejamos alguns exemplos de jardins no Brasil.

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Jardim Botânico, no Rio de Janeiro

Jardim do Museu do Ipiranga, São Paulo

Jardim Botânico de Curitiba, Paraná

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Praça dos Cristais, Brasília, DF

1.3 – A importância do solo

Quem planeja ter um jardim saudável e que se perpetue ao longo do tempo,

precisa saber que o primeiro passo para isso acontecer é que o solo seja bem preparado

para receber as plantas. A terra é a sustentação essencial às mudas das plantas e sua

qualidade é determinante para a sobrevivência e o bom desenvolvimento delas.

Em razão disso, quando um jardim é planejado, é preciso que seja feita uma

avaliação do solo, a fim de verificar os seguintes fatores:

- teor de pH

- quantidade de micro e macro nutrientes minerais e orgânicos

- constituição granulométrica

Ao conhecer as propriedades da terra e suas possíveis deficiências é possível fazer

as correções necessárias, de acordo com as plantas que você pretende colocar no jardim.

É preciso que o solo seja bem preparado antes do plantio, para que ele seja um suporte

eficiente, propiciando às mudas um bom desenvolvimento rapidamente.

Em um primeiro momento, observe o que cresce no terreno, pois o tipo de planta

existente é um ótimo indicativo de como está a qualidade do solo. Três plantas que

indicam que o solo está ideal para o cultivo são: o dente-de-leão, a mamona e o picão

preto.

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Dente de Leão

Mamona

Picão Preto

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Quando o solo está muito ácido, plantas como o capim barba-de-bode, a

samambaia das taperas (ou samambaia do campo) e o sapé costumam a crescer. Neste

caso, a correção do pH se torna necessária.

Capim Barba-de-Bode

Samambaia das Taperas

Sapé

Outra maneira de verificar o solo é cavando um pequeno buraco para conferir a

cor dele – quanto mais escuro, mais rico em nutrientes. Se a terra apresentar a cor entre

preto e marrom significa que a sua qualidade é boa, pois ela é rica em matéria orgânica

e é capaz de reter água e ar na quantidade ideal para as plantas ornamentais.

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Se a terra estiver avermelhada significa que o solo é bom para o plantio, mas tem

excessiva quantidade de argila. Neste caso, o indicado é que se misture areia e esterco

no solo. Quando o solo está amarelo, ele possui pouca quantidade de nutrientes e muita

areia e, neste caso em particular, é preciso que seja feita uma análise da terra em

laboratório.

Quando o solo não é analisado, em particular solos visivelmente pobres, podem

acontecer problemas ligados à deficiência de nutrientes e inadequação em relação às

plantas que serão cultivadas, o que acaba tendo como consequência a necessidade de

trocar a terra. Se isso acontecer, o valor inicialmente planejado será acrescido do custo

de troca da terra.

A análise do solo poderá ser feita em laboratórios oficiais ou particulares. Em

geral, o tempo para a avaliação é de uma semana, mas isso pode variar de acordo com a

época do ano, pois em alguns períodos a procura de agricultores por essa análise é

grande e o prazo pode ser estendido.

Os laboratórios fornecem os critérios que deverão ser preenchidos para a análise

do solo, mas, em geral, deve ser coletada uma amostra de terra a cada 500m². Essas

amostras são colhidas de porções de solo de até 30 cm de profundidade, em média, e

postas em sacos plásticos limpos, na quantidade de ½ kg por amostra.

Para ter um resultado mais confiável, é aconselhável que sejam colhidas várias

amostras de terra nos diversos pontos do terreno, misturando-as e, em seguida, tirando a

quantidade necessária para ter a amostra com ½ kg a cada 500m².

A análise é importante porque ela indica o grau de acidez, o teor de hidrogênio,

cálcio, magnésio, alumínio e matéria orgânica existente no solo, sendo que esses são os

elementos que determinam a adubação ideal para o terreno.

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CORREÇÃO DO PH E DA FERTILIDADE

Para medir a acidez do solo, o parâmetro adotado é o pH, em uma escala que varia

de 1,0 a 14,0 – sendo que, quanto mais perto de 1,0, mais ácido é o solo e, quanto mais

próximo de 14,0, mais alcalino. Quando o pH é 7,0 o solo é neutro. Veja a escala

abaixo:

Na maioria dos solos o pH varia de 3,0 a 9,0, sendo o pH ideal entre 6,0 e 6,5 para

a maioria das plantas ornamentais. Se o solo estiver muito ácido, as plantas não

conseguirão absorver os nutrientes da terra completamente e seu crescimento será

prejudicado.

Se você quiser medir o pH da terra de seu jardim, precisa ir a uma loja

especializada em produtos químicos e comprar um peagâmetro, um aparelho que, ao ser

colocado na terra, indica o pH.

Em geral, o solo brasileiro costuma ser muito ácido, o que torna necessária a

correção do pH da terra. Caso verifique a necessidade de correção do pH, a cada ponto

de pH que precise corrigir, misture 150g de calcário dolomítico por m².

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Por exemplo:

pH do solo pH desejado Quantidade de calcário

dolomítico (a cada m²)

4,0 6,0 300g

A conta feita para chegar a este número foi a seguinte:

1 ponto de pH = 150g de calcário dolomítico

Como precisaremos corrigir em 2 pontos o pH do solo, temos:

2 x 150g = 300g

No caso acima, para corrigir um pH de 4,0 para 6,0, é preciso que sejam aplicados

300g de calcário dolomítico a cada metro quadrado. Se o terreno tiver 30m², a conta

ficará da seguinte forma:

Se a cada 1 m² precisamos de 300g de calcário dolomítico, para corrigir todo o

terreno serão necessários:

30 x 300g = 9000g de calcário ou 9 kg

A aplicação do calcário dolomítico

demora 30 dias para fazer efeito e corrigir

o pH do solo, então, faça a aplicação um

mês antes de começar a plantar.

Caso o solo do seu jardim esteja

alcalino é preciso que seja aplicado sulfato

de amônia uma semana antes do plantio.

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TIPOS DE TERRAS E SUAS PROPRIEDADES

Já mostramos que a cor do solo é um bom indicativo da qualidade dos nutrientes

presentes nele. Agora vamos estudar como observar os elementos visíveis que

compõem a terra e o que eles nos indicam sobre a sua qualidade. As características

podem ser classificadas em:

a) Elementos grossos, como pedras e cascalho;

b) Elementos finos, como areia, argila e limo;

A terra que tem grande quantidade de elementos grossos, desde que não apresente

muita argila em sua composição, possui grande permeabilidade. A que possuir muitos

elementos finos, se não tiver uma quantidade de argila menor do que a de húmus, é

pouco permeável e, assim, a água tem mais dificuldade de alcançar as raízes das plantas

.

Para que o solo seja ideal para as plantas ornamentais, é necessário que haja

equilíbrio entre os elementos grossos e finos. Também é preciso manter o maior índice

possível de húmus no solo, o que irá assegurar a sua fertilidade, além de um bom

escoamento da água e as condições necessárias para o desenvolvimento das raízes.

MINHOCAS

Uma medida que interfere pouco na composição original do solo é a inclusão de

minhocas na terra onde será feito o plantio. Elas são trabalhadoras incansáveis na

manutenção do solo, conservando-o areado, o que melhora a sua permeabilidade.

Seu trabalho se dá por meio da escavação constante do solo, formando galerias

rasas que tornam a terra mais fofa e rica em vida micro-orgânica. A alimentação das

minhocas absorve aproximadamente 4% dos nutrientes da terra, e as excreções

produzidas por elas são consideradas um fertilizante natural para o jardim.

A luz do sol é fatal para as minhocas, pois causa desidratação e morte. Por isso,

elas permanecem embaixo da terra durante todo o dia, saindo apenas à noite para se

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reproduzirem. As minhocas também saem da terra quando ela está excessivamente

molhada, pois não conseguem respirar nesta condição em que o nível de oxigênio no

solo é menor.

A incorporação de minhocas à terra dos jardins em que elas não existem, ou que

existem em quantidade insuficiente, é uma técnica que garante a fertilidade natural do

solo, além de favorecer o desenvolvimento mais rápido das raízes das plantas.

1.4 – Preparação do solo e adubação

Para preparar o solo a fim de receber o jardim, o primeiro passo é fazer uma

limpeza geral de toda a área, arrancando as ervas daninhas e a vegetação invasora. Desta

maneira, as ervas daninhas devem ser cortadas

com um arrancador de tiririca, pois essa

ferramenta permite o alcance das raízes mais

profundas da planta.

Ao tirar as raízes e os tubérculos da terra,

eles devem ser colocados em um saco plástico e

incinerados. Essa medida pode parecer um exagero, mas não o é, pois as ervas daninhas

infestam novamente o terreno quando sobrevive algum resquício de tubérculo ou raiz na

tera.

Depois que as ervas daninhas forem eliminadas, o terreno deve ser todo revirado

por enxadão ou enxada rotativa (quando se tratar de grandes áreas), atingindo a

profundidade de 30 cm.

Em seguida, os torrões de terra devem ser quebrados com o forcado ao mesmo

tempo em que se tiram as raízes e restos de entulho, tais como cacos de telhas,

cerâmica, tijolo, entre outros.

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Terminado esse processo, a terra estará limpa e preparada para receber os adubos.

Na incorporação deste, também utilizaremos o forcado para misturar o fertilizante à

terra, renivelando em seguida (ainda que grosseiramente) a área.

Feita a limpeza, a aração e a adubação do solo, a terra terá que ser deixada

descansando por dez dias, sendo regada diariamente. Esse período é importante, pois se

sobrar algum resquício de vegetação, ela brotará nestes dez dias e será possível arrancá-

la antes que o plantio comece. Além disso, os fertilizantes são absorvidos durante esse

tempo, evitando que as raízes se queimem devido ao contato direto com a terra.

A última fase de preparação do solo é seu nivelamento definitivo. Em primeiro

lugar, a terra deve ser movimentada com uma enxada larga, a fim de cobrir as partes que

estão desniveladas. Isso feito, deve-se passar o rastelo para os acertos finais de limpeza

e nivelamento do terreno.

O processo de nivelamento do terreno é importante porque ele garantirá que não

existam pontos em que a água da chuva e da rega fique armazenada, o que causaria um

encharcamento excessivo daquele pedaço de terra.

O terreno deve ser pensado de forma que a água possa escorrer livremente para os

pontos de drenagem, caso contrário a terra ficará muito molhada e com pouco oxigênio,

o que irá matar as plantas.

Por este motivo, é extremamente importante que os pontos de drenagem do jardim

sejam cuidadosamente planejados. Esses pontos têm a finalidade de facilitar o

escoamento do excesso de água que, pelas regas ou ação das chuvas, não é absorvida

pelo solo e que, permanecendo na terra, poderia encharcá-la causando o apodrecimento

das raízes das plantas.

A drenagem do terreno pode ser feita de forma natural ou artificial, dependendo

da topografia e da permeabilidade do solo.

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Se o terreno tiver uma permeabilidade média e for inclinado na direção da rua, o

sistema de valetas subterrâneas pode ser adotado, preenchendo-as com pedrisco grosso,

o que possibilitará o escoamento da água para a rua. O pedrisco grosso é um tipo de

pedra pequena que tem origem na areia dos rios, com acidez neutra e grande capacidade

de drenagem da água. A valeta principal deve ser cavada na porção mais firme do solo,

com uma profundidade média de 40 cm abaixo da superfície. Veja a figura abaixo.

Paisagismo, Jardinagem e Plantas Ornamentais, pág.43

Se o terreno em que você for cultivar o seu jardim for plano, a drenagem pode ser

feita por meio de covas colocadas em pontos estratégicos, com a profundidade média de

40 cm abaixo da superfície de plantio, conforme a necessidade de cada área, também

sendo preenchida com pedrisco grosso. Veja a ilustração abaixo.

Paisagismo, Jardinagem e Plantas Ornamentais, pág.43.

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Os dois últimos métodos descritos são modelos de drenagem natural, que podem

ser adaptados à necessidade do solo em que você irá cultivar o jardim. Nos locais em

que os tipos de drenagem natural não forem possíveis, é preciso recorrer à drenagem

artificial.

Um sistema de drenagem artificial é o que utiliza manilhas furadas, tubos de

concreto com furos que servem para escoar artificialmente a água de um terreno. Estas

manilhas são colocadas na camada firme do subsolo e são cobertas por uma camada de

pedrisco grosso para evitar que a terra obstrua os buracos por onde passará a água.

É importante ressaltar que não apenas em um grande jardim a drenagem se

apresenta como essencial, mas também em jardins internos, vasos e jardineiras. Os

canteiros de concreto, presentes em prédios de apartamentos, por exemplo, também

precisam de um meio de drenagem eficiente.

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ADUBAÇÃO

Como todos os seres vivos, as plantas precisam de nutrientes que serão

responsáveis pela sua manutenção e renovação de suas células. Para que o solo consiga

fornecer esse alimento às plantas, é preciso que ele preserve a própria fertilidade por

meio do equilíbrio biológico, que é mantido pelos micro-organismos que vivem na

terra.

Uma parte dos nutrientes da terra sai dela em função

da rega excessiva ou das chuvas, que carregam muitos

elementos fundamentais para a manutenção da fertilidade

do solo. Na natureza, sem a interferência humana, o equilíbrio é perfeito, pois os restos

de vegetais, insetos, excrementos – entre outros compostos orgânicos – permanecem

sobre a terra, decompondo-se e sendo transformados em adubo natural (ou bio-húmus).

Nos jardins e áreas verdes das grandes cidades isso não acontece devido à

intervenção do homem nesses espaços. Por isso, é importante que, se você for cultivar

um jardim, conserve a fertilidade da terra através da adição de adubos.

Os adubos são fertilizantes do solo que permitem manter a terra em perfeitas

condições para o plantio, repondo os nutrientes perdidos periodicamente pela terra.

A forma mais correta de adubação é a mistura entre componentes químicos, ou

adubos sintéticos (ou inorgânicos) e componentes orgânicos, que devem ser

incorporados à terra a cada seis meses, de acordo com a fertilidade do solo.

Podemos dividir os adubos orgânicos, ou seja, de origem natural ou animal, nas

quatro categorias abaixo:

1) Esterco animal (de cavalo, porco, gado, coelho ou galinha), que é rico em

matéria orgânica e material fibroso.

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- Esterco de cavalo, porco e gado: utilizado bem curtido (ou seja, molhado), na

proporção de 2 kg a cada metro quadrado da porção de terra cultivada. Este tipo de

adubo é deficiente em fósforo e, por isso, é recomendado que sejam adicionados 30g de

farinha de osso a cada quilo de esterco.

- Esterco de galinha: também deve ser usado bem curtido, na quantidade de 200g

a cada metro quadrado de jardim. É deficiente em potássio, portanto precisa ser

complementado com 1 kg de cloreto de potássio a cada 100 kg de esterco. Este adubo é

rico em fósforo e é excelente para o crescimento abundante das plantas.

- Esterco de coelho: dentre os estrumes animais é o melhor de ser utilizado como

adubo, pois há um bom equilíbrio entre os nutrientes, não apresentando necessidade de

ser complementado. Deve ser usado 1 kg a cada metro quadrado do jardim, estando bem

curtido.

2) Farinha de ossos, adubo rico em fósforo. Tem a ação lenta, e seus efeitos

permanecem por até dois anos no solo em que é aplicado. Não deverá ser usado no caso

da terra ter sido misturada com pó calcário, pois este elemento anula os efeitos positivos

da farinha de ossos. Nas áreas gerais do jardim são utilizadas 250g a cada metro

quadrado e nas covas de plantio de árvores e arbustos deverão ser aplicados 800g do

componente, bem misturado à terra. É adubo ideal para áreas com muitas flores e frutos.

3) Farinha de sangue, com alto nível de nitrogênio, age de forma rápida. Para não

perder seu poder fertilizador, deve ser aplicado 15 cm abaixo da superfície do solo.

Devem ser aplicadas 50g a cada metro quadrado.

4) Composto vegetal, que é um adubo

equilibrado e rico em húmus, com custo muito

baixo, pois é produzido a partir dos resíduos

vegetais do próprio jardim.

Em relação aos adubos inorgânicos ou

sintéticos, podemos dividi-los em três tipos:

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I) Adubos nitrogenados: o nitrogênio é responsável pela brotação e pela

estruturação das folhas e dos caules das plantas. Estes adubos devem ser aplicados

sempre na época em que a vegetação estiver brotando, evitando a aplicação na época de

dormência das plantas.

São altamente solúveis em água e, por isso, são levados do solo pela rega e pela

chuva para as camadas mais profundas da terra. Não devem ser aplicados diretamente

nas folhas das plantas, pois isso causará queimaduras. A maneira mais segura de aplicar

os adubos nitrogenados é misturar 2g a cada litro de água e aplicar na terra. Os tipos

mais comuns de adubos nitrogenados são:

a) Salitre do Chile: tem ação alcalina e é usado para corrigir a acidez do solo.

Devem ser aplicadas 50g a cada metro quadrado de terreno a cada seis meses. As épocas

mais apropriadas para a aplicação são: o começo da primavera e o final do verão.

b) Sulfato de Amônio: utilizado para corrigir a alcalinidade do solo. Deve ser

usado com pó de calcário para evitar que o sulfato de amônio queime as raízes das

plantas. Deve ser diluído em água na proporção de 1g por litro. Aplicação anual, no

início da primavera. Sua ação na terra é lenta.

c) Salitre Potássico: fertilizante com dupla ação, que favorece a brotação e a

estrutura foliar das plantas, além de fortalecer seus tecidos, aumentando sua resistência

à seca. Deve ser misturada 1g do produto a cada litro de água, com aplicação no início

da primavera.

II) Adubos fosforados: são responsáveis por estimular a floração, a frutificação e a

formação de sementes, assim como o enraizamento destas. Caso você não queira que

determinadas plantas floresçam ou que haja grama no jardim, aplique apenas a dosagem

mínima de 10g por metro quadrado a cada ano. Os adubos fosforados são mais eficazes

se aplicados no início do outono. Seus tipos são:

a) Superfosfato: é ideal para estimular a floração, frutificação e formação de

sementes em canteiros de flores, árvores, arbustos floríferos, pomares etc. Caso queira

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ter um jardim florido, aplique 50g a cada metro quadrado. Não deve ser aplicado no

solo em que tenha sido usada cal há menos de seis meses.

b) Superfosfato duplo: possui as mesmas propriedades que o superfosfato, sendo

mais concentrado que este. Deve ser aplicado na proporção de 30g a cada metro

quadrado anualmente, de preferência no início do outono.

III) Adubos potássicos: o potássio é responsável pela estruturação das plantas,

fazendo-as mais resistentes aos períodos de seca, assim como doenças e pragas. Tem

lenta absorção pelo solo e, por isso, deve ser aplicado anualmente, no final do outono.

Os mais utilizados são:

a) Cloreto de Potássio: tem a propriedade de absorver a umidade do ar e

incorporá-la ao solo. Para evitar que esse adubo se transforme em água, ele deve ser

armazenado em recipientes hermeticamente fechados. Pode ser misturado com

superfosfato e salitre. Sua aplicação deve ser na proporção de 30g a cada litro de água

por metro quadrado de terreno, uma vez por ano.

b) Sulfato de Potássio: é usado em terras muito ácidas, devido ao seu efeito de

alcalinização. As dosagens e as combinações são iguais aos do cloreto de potássio.

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Unidade 2 – Construindo o Jardim

Olá aluno,

Na Unidade 2 você irá aprender como construir o seu jardim. Veremos quais são

as etapas de construção e quais são as ferramentas necessárias.

Veremos detalhadamente como realizar as nove etapas de construção da sua área

verde, assim como quais são as pragas e doenças mais comuns nos jardins, como

identificá-las e eliminá-las com o mínimo de prejuízo.

Bons estudos!

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2.1 – Ferramentas necessárias

As etapas de construção do jardim são, em linhas gerais, as seguintes:

1) Limpeza e desbravamento do terreno.

2) Terraplanagem.

3) Locação da planta no terreno.

4) Construção das vias de acesso.

5) Reparo do terreno.

6) Plantação do jardim.

Assim que essas etapas tiverem sido superadas, ou seja, quando o jardim já estiver

plantado é preciso começar o trabalho de manutenção. As etapas da manutenção são:

7) Cultura das plantas.

8) Defesa sanitária do jardim.

9) Limpeza.

Vamos abordar cada uma dessas fases mais detalhadamente mais adiante no

presente curso. Neste momento, discriminaremos esses processos para que você possa

conhecer as ferramentas necessárias em cada uma delas.

É importante que você escolha as ferramentas de acordo com a extensão do jardim

que pretende cultivar e selecione os equipamentos de melhor qualidade para que eles

não prejudiquem as plantas e você não tenha gastos futuros com consertos de peças.

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De acordo com as seis etapas de construção do jardim, foram listadas as

ferramentas necessárias a cada uma delas, conforme você pode verificar:

1) LIMPEZA E

DESBRAVAMENTO DO TERRENO

- FOICE - ENXADA - ENXADÃO - FORCADO - ANCINHO - PÁ - CARRINHO DE MÃO - ARRANCADOR DE TIRIRICA

2) TERRAPLANAGEM - ENXADA - ENXADÃO - ANCINHO - PÁ - CARRINHO DE MÃO

3) LOCAÇÃO DA PLANTA NO TERRENO

- BALIZAS - ESTACAS - MACETE - TRENA

4) CONSTRUÇÃO DAS VIAS DE ACESSO

- ENXADA - ENXADÃO - ANCINHO - PÁ - CARRINHO DE MÃO - SOQUETE OU PEQUENO COMPRESSOR

5) PREPARO DAS PEÇAS - ENXADA - ENXADÃO - ANCINHO - PÁ - PÁ DIREITA - CARRINHO DE MÃO

6) PLANTAÇÃO DO JARDIM

- ARRANCADORES - PLANTADORES DIVERSOS - ENXADA - ENXADÃO - PÁ DIREITA - CARRINHO DE MÃO - PODÃO - CANIVETE - TESOURAS DE PODAR

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As ferramentas necessárias entre as etapas 7 e 9 são:

7) CULTURA DAS PLANTAS NO JARDIM

- ESCARIFICADORES MANUAIS - ENXADA - PÁ-DIREITA - TESOURA DE PODA - CANIVETES PARA ENXERTOS - PODÕES - REGADORES OU MANGUEIRA - CORTADOR DE GRAMA

8) DEFESA SANITÁRIA DO JARDIM

- PULVERIZADOR - POLVILHADOR - TESOURAS DE PODA - PODÕES - PINCÉIS PARA CAIAÇÃO DE TRONCOS - ESCOVAS DE AÇO

9) LIMPEZA DO JARDIM

- VASSOURAS - ANCINHO - FORCADO - CARRINHO DE MÃO

A partir da lista apresentada podemos dizer que existe um mínimo de 24 peças

que devem estar presentes na construção e manutenção de um jardim. Veremos a seguir

como são essas ferramentas e que funções elas exercem.

- Foice

A foice é usada no momento de desbravamento do terreno,

quando o objetivo é fazer o corte baixo do mato, preparando o solo para a

capina. Além disso, a foice pode ser utilizada para cortar arbustos e

galhos não muito grossos.

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- Enxada

A enxada será usada na capina do terreno a ser preparado para a jardinagem, ou

seja, ela irá retirar o mato que está no solo. Além de servir para a capina, a enxada é útil

para escavar e revolver a terra, espalhando e misturando adubos, por exemplo. Para

escolher uma enxada de boa qualidade, deve-se observar a qualidade deste material,

lembrando que uma boa enxada deve ter a lâmina de aço e o cabo de madeira lisa, bem

ajustado.

- Enxadão

O enxadão é usado quando

trabalhamos com um terreno muito

compacto, em que haveria muito trabalho

para que a enxada fosse utilizada. O

enxadão é uma enxada de lâmina mais estreita e mais grossa que a enxada comum.

Normalmente, tem o cabo mais curto que o da enxada, formando com ele um ângulo de

90° – sendo que a enxada forma um ângulo menor que o de 90° com o seu cabo.

- Forcado

O forcado é utilizado no processo de juntar o

mato que foi capinado ou roçado. É uma espécie de

garfo grande, que permite a realização do trabalho com rapidez e eficiência.

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- Ancinho

A diferença entre o ancinho e o garfo é que o primeiro tem

dentes mais numerosos e próximos uns dos outros. Isso faz com

que ele seja eficiente em juntar os restos dos detritos resultantes da

capina ou do roçado que eventualmente escaparam ao garfo. Além

disso, o ancinho é útil para espalhar a terra no acabamento final,

servindo também como escarificador.

- Pá

As pás são semelhantes a colheres em

tamanho maior: servem para movimentar

pequenas porções de terra ou para colocar

lixo ou terra nos carrinhos de mão. Existem

pás em tamanhos, formas e cores diferenciadas, mas todas prestam o mesmo serviço.

- Pá-direita

A pá-direita se diferencia da pá comum pela lâmina

mais plana, mais curta, mais estreita e mais grossa do que a

lâmina da pá. Ela serve para revolver e escavar a terra,

arrancar plantas e acertar as bordas do jardim. Em muitos

casos, pode substituir os serviços destinados ao enxadão com maior eficiência.

- Plantadores

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Os plantadores são destinados ao plantio de pequenas mudas e variam em

relação à forma e ao tamanho.

- Arrancadores de plantas (em geral)

Os arrancadores de plantas são engenhosos

utensílios pensados para essa prática, com relativo

sucesso, da operação de arrancar pequenas plantas sem

danificar as raízes. É usado quando você precisar transplantar uma planta ou quando

quiser tirar ervas daninhas do solo.

- Arrancador de tiririca

Os arrancadores de tiririca são instrumentos específicos

para a retirada de ervas daninhas do terreno quando os

arrancadores comuns não se mostram eficientes.

- Tesouras de poda

As tesouras de poda podem ser utilizadas para aparar

gramados e plantas durante as podas de limpeza, para cortes de

ramos finos e para colher flores sem danificar a planta.

- Escarificadores

Esse nome é destinado a uma série de pequenas

ferramentas que têm a finalidade de quebrar a crosta endurecida

que se forma após alguns dias em que o terreno foi preparado e

plantado. Os escarificadores são usados na capina e na retirada

de plantas daninhas quando os outros instrumentos não conseguiram realizar esse

trabalho.

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- Cortador de grama

Os cortadores de grama, como o próprio nome já diz, são as

ferramentas utilizadas para o trabalho de aparar a grama. Existem

vários modelos e tamanhos, mas eles diferem na qualidade do

material e servem basicamente para a mesma utilização.

- Canivetes para enxertar

O canivete para enxertar é adaptado para

facilitar o enxerto de borbulha, que é um processo

de propagação de plantas muito eficiente. Esse

processo consiste em pegar um pedaço da casca da

outra planta, juntamente com um gomo desta, e

inseri-lo no caule de uma segunda planta, para que a primeira cresça a partir da estrutura

da segunda.

- Podão

O podão é o instrumento usado na poda das plantas e é muito útil

no caso de se precisar alisar as superfícies que ficaram ásperas.

- Regadores

Os regadores são recipientes dotados de um cano,

vazado na ponta, que servem para distribuir água às plantas da

mesma forma que a chuva.

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- Mangueira

A mangueira é um tubo de plástico flexível que fica

presa por uma extremidade à saída de água (torneira) e

possui, na outra extremidade, uma abertura por onde passa a

água, da mesma forma que o regador. Mas a diferença

essencial é que a mangueira tem a capacidade de distribuir mais água a uma área maior

do jardim. Não deve ser utilizada no caso da rega de vasos, por exemplo, onde o mais

indicado é o uso do regador.

- Pulverizador

No momento em que você fizer a defesa sanitária de seu

jardim, é preciso utilizar o pulverizador para espalhar sobre as plantas

as diversas soluções para afastar insetos e pragas nocivas ao jardim.

Os pulverizadores variam de acordo com a necessidade de seu jardim:

se ele for pequeno, você pode utilizar um modelo menor, como o

ilustrado pela primeira figura. Se for uma área de extensão média ou grande, utilize o

pulverizador ilustrado na segunda figura.

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- Pincéis para caiação de troncos e escovas de aço

A limpeza e criação dos troncos é feita na fase de defesa

sanitária do jardim. A limpeza dos troncos é feita com a escova

de aço, e a caiação dos mesmos com pincéis comuns,

igual ao utilizado pelos pintores. O processo de caiação

é a pintura dos troncos das árvores com cal, conforme a figura abaixo.

- Vassouras

Na etapa de manutenção do jardim, você precisará

varrê-lo diariamente. Se você for comprar vassouras em uma

loja especializada em produtos de jardinagem, peça uma

específica para limpeza urbana.

- Carrinho de mão

O carrinho de mão é responsável pelo transporte de tudo

que precisamos dentro do jardim. Ele pode ser feito pelo

próprio jardineiro, mas o mais recomendável é que você

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adquira um bom carrinho de mão, feito com material de boa qualidade, em madeira ou

em ferro. Suas dimensões e alguns detalhes de sua constituição são variáveis, mas sem

grande influência na sua utilização.

- Soquete

O soquete, cuja forma também é variável, é

quase sempre um peso de madeiras, ajustado a um

cabo e destinado a comprimir terra nas vias de

acesso, achatando a terra.

2.2 – Etapas de construção de jardins

Agora que você conhece as ferramentas necessárias a

cada etapa da construção do jardim, vamos aprender como

deve ser executada cada uma dessas fases.

Em primeiro lugar, você irá desbravar o terreno. Isso

significa que você irá retirar o revestimento natural daquela

área, preservando as plantas ornamentais de acordo com o

que planeja manter em seu jardim.

No caso de jardins urbanos e residenciais, é muito rara a existência de vegetação

que necessite de maiores reparos. O mais comum é haver mato rasteiro ou ligeiramente

alto, muitas vezes por consequência do abandono da área. Neste momento, você irá

utilizar, de acordo com a necessidade apresentada pela vegetação, a enxada, a foice e o

enxadão. Este último será usado para arrancar os tocos que a enxada não pode remover.

Em seguida, você deve amontoar o mato, que poderá ser queimado ou enterrado.

Enterrar é geralmente a melhor opção, pois essa ação contribui para a fertilidade do solo

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e evita a queima desnecessária de material orgânico, o que polui a atmosfera com o gás

carbônico emitido no processo de queima. Além disso, ao queimar vegetação, em

particular em áreas cercadas por mata nativa, corre-se o risco de dar início a uma

queimada descontrolada, que irá se espalhar por uma área maior do que a inicialmente

prevista, causando danos enormes à natureza.

Feito o desbravamento do solo, o passo seguinte é fazer o nivelamento do terreno,

tampando buracos na superfície e desfazendo montes de terras desproporcionais,

deixando todo o terreno no mesmo nível.

Caso o terreno em que você está trabalhando esteja muito úmido, aplique os

sistemas de drenagem que já vimos no curso para que eles possibilitem o escoamento do

excesso de água.

Concluídos esses trabalhos, é o momento de fazer a locação da planta no terreno,

ou, em outras palavras, fazer a demarcação do jardim. O objetivo da demarcação é

transferir para o terreno as dimensões e posições dos elementos do jardim idealizados

no projeto feito anteriormente.

O projeto do jardim pode ser feito pelo próprio jardineiro ou pelo seu contratante,

dependendo das dimensões deste. Mas você também poderá contratar um paisagista

profissional para elaborar o projeto, de acordo com as necessidades do local onde ele

será realizado.

Para fazer a locação, você deve começar a partir das vias de acesso demarcadas no

projeto, ou seja, a primeira marcação que deve ser feita no terreno é a que corresponde

aos locais destinados à circulação no jardim. As demarcações são feitas por piquetes

amarrados uns aos outros. Piquetes são pedaços de madeira pequenos cravados no solo

para demarcar uma determinada área, conforme a figura abaixo.

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PIQUETE

A marcação do terreno por piquetes permite que o perímetro do terreno seja

contornado, assim como as áreas destinadas a cada parte do projeto do jardim.

Se você for enterrar o mato cortado no desbravamento do terreno, este é o

momento em que isso deve ser feito. Em cada parte do solo que não for se tornar uma

via de acesso, cave um buraco em uma profundidade de aproximadamente 50 cm. Ao

cavar, separe a terra escura, que está no plano mais superficial, da amarelo-

avermelhada, que está por baixo.

Feito o buraco, coloque o mato nele, intercalando com camadas de terra,

colocando primeiro as camadas de terra mais escura, pois elas permitirão que a matéria

orgânica armazenada se decomponha mais rapidamente. Isso garantirá uma maior

fertilidade à terra.

Terminada essa fase, começará a construção das vias de acesso, que é o ponto de

partida da construção do jardim. O primeiro cuidado a ser tomado é para que as águas

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da chuva e da rega não fiquem paradas nas margens na via de acesso. Para isso, as vias

de acesso devem ser projetadas de uma forma em que as margens exteriores estejam um

pouco abaixo da linha da sarjeta, fazendo com que a água escoe neste espaço. Veja a

figura a seguir:

As sarjetas são canais que ficam no contorno das vias de acesso, variando entre 20

e 25 cm de largura. Sua finalidade é proteger a estrada do jardim, impedindo a água de

invadi-la e facilitando seu escoamento por meio das canaletas construídas ao seu redor.

Para pavimentar as vias de acesso em locais onde não está prevista a passagem de

veículos, o mais comum é a colocação de saibro comprimido pelo soquete. Mas existem

três outras possibilidades de pavimentação ornamental: com pedras toscas, com lajotas

de concreto ou com seixinhos lavados.

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Entendemos por pedras toscas aquelas que não têm uma dimensão única entre as

peças, ou seja, são irregulares.

Na colocação dos dois pisos (lajotas e pedras

toscas) o processo é o mesmo, mas a decisão

de colocá-las depende do estilo de jardim

que você quer ter. Se você quiser um jardim

no estilo francês, por exemplo, deve utilizar

as lajotas, que ornam melhor com desenhos

geométricos e de caráter mais harmônico.

Já os pavimentos de pedras toscas são mais aconselhados para jardins com um

desenho mais irregular e assimétrico, condizente com o caráter rústico deste material.

Mas é importante salientar que a dimensão, tanto das pedras toscas, quanto das lajotas,

apesar de ser variável, não deve ser demasiadamente pequena ou grande, a ponto de que

sua manipulação seja dificultada.

Já os seixinhos lavados nada mais são que

pequenas pedras que ficam soltas ao longo das

vias de acesso. Sua utilização é recomendada

apenas em regiões que possuam o material em

grande quantidade.

A colocação deste material é simples: basta

distribuir sobre a estrada já compactada pelo soquete

uma camada de seixinhos com a grossura suficiente

para que a terra que fica abaixo deles não seja vista.

As pedrinhas deverão ser pequenas e possuir, mais

ou menos, o mesmo tamanho entre si.

Depois da colocação do pavimento, você terá completado as fases de construção

do jardim de 1 a 4: limpeza e desbravamento (1), terraplanagem (2), locação da planta

do terreno (3) e construção das vias de acesso (4).

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Agora é a hora de passar à fase 5: o preparo do terreno.

Esta etapa constitui a preparação do terreno para receber a vegetação e se divide

em duas fases distintas: determinação exata do contorno e relevo do terreno e preparo

daste para receber a plantação.

Para determinar o contorno e o relevo do terreno, é preciso estabelecer um

perímetro em cada pedaço do jardim, acentuando cada espaço, o que facilitará a

plantação. Se no perímetro houver curvas que não sejam arcos de círculos, é bom que

você as marque com estacas mais próximas umas das outras.

No caso do espaço ser circular, coloque uma estaca no centro do mesmo, pegue

um barbante e marque todo o perímetro do círculo.

Depois de marcar o limite de cada parte do jardim, é preciso que se pense na

determinação do relevo. Neste momento você deverá nivelar todas as partes que serão

destinadas ao plantio.

Quando damos ao terreno seu formato definitivo, não deixamos de pisá-lo e

repisá-lo, o que tem como consequência o endurecimento do solo. Por isso, é preciso

que seja feito o trabalho de revolvimento do solo, a fim de prepará-lo para o cultivo das

plantas. Neste movimento de terra, o solo do terreno será revolvido para tirar os

elementos residuais, tais quais pedras, restos de construção, pedaços de vidro, etc.

O terreno acabado deve ficar em estado de oferecer às plantas as melhores

condições para o desenvolvimento delas. Por isso, é importante que, no momento que

revolver a terra, você o faça de forma uniforme em todas as partes do terreno em

extensão e profundidade. É nesta fase também que os adubos deverão ser incorporados à

terra. Não se esqueça que existem alguns fertilizantes que precisam ser adicionados ao

solo com certa antecedência ao plantio e, se esse for o caso, aguarde até a terra estar

pronta para o cultivo antes de plantar.

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Na sequência deve ser feito o restabelecimento do perímetro, guiado pelas estacas

que marcaram o espaço. A correção do perímetro é feita por meio do soquete ao redor

de toda a peça. Por fim, retire a maior parte das estacas, conservando apenas aquelas

que servirão como guia para a plantação. Essas últimas deverão ser enterradas no solo.

Isso evitará que alterações no plano original do jardim sejam feitas por falta de atenção

ou precaução.

Feito este trabalho, o terreno estará pronto para receber as plantas. Veremos no

tópico seguinte mais detalhadamente como realizar a plantação.

Depois de plantar as espécies escolhidas, passamos à fase 7, a cultura das plantas

no jardim. Esta fase nada mais é do que a garantia do desenvolvimento do que está

sendo cultivado. É o momento em que o jardim deve ser regado periodicamente, ou

seja, em intervalos regulares, mas não necessariamente todos os dias. De acordo com a

necessidade de cada espécie e o clima do local onde estiver localizado o jardim, a rega

deverá ser feita.

O mais aconselhável é que você regue as espécies a cada dois dias, sempre no

final da tarde ou no começo da manhã, evitando os horários mais quentes do dia.

Leitura complementar

Dicas sobre a rega

Vamos ver alguns conselhos encontrados no livro “O Melhor da Sabedoria

Popular” sobre a rega de plantas:

Quem precisa de quanto?

É principalmente pelas folhas que se pode reconhecer se as plantas precisam

de muita ou pouca água.

- Pouca sede têm as plantas de folhas pequenas, espinhosas, brilhosas ou

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carnudas, assim como as de folhas que apresentam uma camada com

aparência de cera. Entre as plantas que não pedem muita água, além das

variedades de jardim de pedra ou estilo mediterrâneo, estão a hera, o

amaranto, a capuchinha, a sálvia, o cravo-de-defunto e a zínia.

- Plantas com folhas macias, grandes ou muito finas sentem mais sede,

assim como todas as que florescem.

- Regue menos vezes, mais profundamente: entre uma rega e outra, a terra,

menos úmida, favorece a composição de um sistema de raízes mais

ramificado e de maior alcance.

- Um sistema de irrigação econômico pode ser feito a partir de uma

mangueira velha: faça pequenos furos e conecte-a a uma mangueira

principal, o que permite regar na medida certa.

- As folhas não devem ser regadas, principalmente as de melão, pimentão e

tomate. Para evitar doenças causadas por fungos, até a água da chuva deve

ser escorrida das folhas.

- Jamais regue flores. Sob a luz do sol, as gotículas agem como uma lupa,

queimando-as.

- Sob um forte calor, é melhor borrifar as plantas, evitando fazê-lo sob o

sol do meio-dia.

- Os brotos jovens necessitam mais de água que as plantas adultas, que já

possuem raízes profundas.

- A água usada para rega não deve ser muito fria

- Quem não usa o regador todos os dias no verão deve repetir o

procedimento de rega a um intervalo de meia hora. Desse modo, a água

penetra mais profundamente na terra.

- Em casos de sistemas de irrigação, cheque até que profundidade a terra

está seca: se os 3 cm da superfície precisam ser irrigados, calcule o tempo de

irrigação de cerca de 60 minutos; em 5 cm, o tempo aumenta para 90

minutos.

- Os arbustos devem ser regados na área da raiz abaixo dos galhos mais

baixos. Árvores de grande porte, principalmente as frutíferas na época da

floração e do amadurecimento dos frutos, necessitam de muita água em

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períodos de seca. Regue por várias horas usando uma mangueira circular

colocada em torno da árvore.

Fonte: O Melhor da Sabedoria Popular, Monika Dreykorn.

Em seguida, é feita a defesa sanitária do jardim. Essa etapa consiste na aplicação

de preparados que protegerão as plantas de ataques de pragas e doenças. Adiante no

curso, veremos como estes componentes podem ser aplicados e quando eles deverão ser

utilizados.

A última etapa é a limpeza do jardim. Antes da limpeza, deve ser feita toda uma

revisão da área, dos locais de escoamento de água, das covas – para verificar se estão

bem plantadas e se as espécies aderiram ao solo – e das instalações elétricas, se houver.

A limpeza consiste na capina das vias de acesso, em varrer as folhas, os ramos e os

frutos que caíram das árvores ou se soltaram de algumas plantas etc.

A conclusão desse trabalho é o término da construção do jardim. Deste momento

em diante, a existência dele dependerá do proprietário, que deve contratar um jardineiro

qualificado para manter corretamente as instalações, conforme os critérios já citados.

2.3 – Plantação do jardim

Agora que o terreno está preparado para o recebimento das plantas, veremos como

planejar e realizar a plantação das espécies selecionadas para compor o jardim. Em

primeiro lugar, vamos pensar no alinhamento das plantas, que é um diferencial para a

composição da paisagem.

Os alinhamentos das plantas podem ser retilíneos, ou seja, traçados em linhas

retas, ou em formato de curvas, de acordo com o estilo que você pretende dar ao seu

jardim. A seguir, vamos ver os seis tipos principais de alinhamento das plantas:

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1. a) Disposição linear retilínea:

b) Disposição linear curvilínea:

2. Alinhamento em triângulos equiláteros, ou seja, com todas as distâncias iguais:

3. Disposição triangular curvilínea:

4. Alinhamento em quadrados:

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5. Disposição retangular:

6. Alinhamento em quadrados em grupos de cinco, com um no meio (ou

quincôncio):

Para fazer o alinhamento é preciso que você assinale no terreno o local onde as

plantas serão colocadas. Os materiais necessários para fazer a marcação são: balizas,

estacas, trena e martelo.

As balizas são hastes em formato de hexágono de madeira, com o comprimento

entre 2m e 2,5m, com a ponta de metal, o que facilita sua penetração no solo. Em geral

elas são pintadas com listras vermelhas para que possam ser visualizadas a grandes

distâncias.

As estacas têm o comprimento de 30 cm a 1m, sendo feitas de madeira e marcam

o local onde as plantas serão fixadas. Para que sejam colocadas no solo, elas precisam

ter uma das pontas talhada. A fixação das estacas é feita com o martelo.

Para fazer os alinhamentos, coloque as estacas nas extremidades de cada

marcação, de acordo com o alinhamento escolhido. Se ele for em quadrados, em grupos

de cinco, por exemplo, coloque as estacas nas extremidades marcadas, conforme abaixo:

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Com a trena, marque os locais onde deverão ser colocadas as estacas, para marcar

onde ficarão as plantas e, em seguida, coloque as estacas com o auxílio do martelo.

Feito o trabalho de marcação do terreno, agora é a fase de plantar efetivamente.

Vamos ver como isto pode ser feito com plantas isoladas, com gramados e em vasos.

PLANTAS ISOLADAS

Em primeiro lugar, devem ser feitas as covas para receber as plantas em cada peça

do jardim, separando a terra superficial da terra mais profunda. Quando você for colocar

a terra na cova, ponha primeiro a terra que estava mais próxima à superfície, pois ela é

mais rica em nutrientes e isso fará com que a planta se desenvolva mais rapidamente.

Para esse fim, também é proveitoso colocar uma camada de esterco na terra, de acordo

com as necessidades do solo e da espécie a ser plantada.

Ao assentar a planta na cova, tome cuidado com a força empregada, pois isso

pode danificar a raiz de determinadas espécies mais frágeis. A terra deve ser

comprimida ao redor da planta para que não fiquem espaços vazios ao redor da

vegetação, o que acaba prejudicando sua adesão ao solo. Isso feito, a planta deve ser

regada para que as camadas laterais de terra se ajustem ao seu formato.

GRAMADOS

O gramado, ou tapete verde, é um

elemento de alto valor para a composição da

paisagem ornamental de seu jardim. Por isso,

sua plantação deve ser feita criteriosamente

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pelo jardineiro, pois se for feita de forma negligente levará o gramado à morte.

A plantação pode ser feita a partir das sementes da grama, jogadas sobre a terra já

preparada. Em seguida, é necessário regar com a mangueira ou com o regador que tenha

uma abertura para a água em buracos pequenos, evitando que a água jorre de forma

muito forte (o que agride as sementes e a terra no momento inicial da plantação), para

que as sementes fiquem bem aderidas ao solo.

Outra forma de realizar a plantação do gramado é por meio de mudas de grama,

colocadas em covas rasas próximas umas das outras – com a distância máxima de 5 cm

entre elas – sem se preocupar com o alinhamento, pois as mudas crescerão e

preencherão estes espaços. Após a colocação das mudas de grama, deverá ser feita uma

rega periódica no jardim, de manhã e à tarde se o tempo estiver seco.

Esse processo pode ser feito em qualquer época do ano, mas é mais proveitoso se

for realizado em meses em que as chuvas são regulares e/ou nos períodos em que não

faz um calor excessivo. O mais adequado para a plantação das mudas de grama é que

este trabalho seja feito no final da tarde, o que poupará as mudas recém-plantadas da

exposição a um sol muito forte, o que pode prejudicar o seu desenvolvimento.

No caso de haver um jardim em que se planeje a plantação de grama e plantas

isoladas, primeiro plante as espécies isoladas e depois a grama.

VASOS

Para realizar a plantação em vasos, é preciso que

sejam seguidos seis passos simples para o bom

desenvolvimento das plantas:

1º) Colocar na primeira camada do vaso, logo acima do buraco para escoamento

da água que fica no fundo dos mesmos, uma porção de pequenas pedras (podem ser

também pedaços de telha, de tijolo), para garantir a vazão da água.

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2º) Deixar a terra que será colocada no vaso úmida, com a antecedência mínima

de 10 dias, incorporando os adubos necessários à espécie a ser cultivada.

3º) Colocar a terra no vaso em quantidade suficiente para fazer a plantação.

4º) Efetuar o plantio com os mesmos cuidados descritos na etapa das plantas

isoladas.

5º) Após colocar a planta, encher o vaso com terra até que fique próximo da

borda, com uma distância máxima de 1,5cm.

6º) Assim como nos casos que vimos anteriormente, a muda plantada deve ser

regada na sequência do plantio, com um regador com buracos finos para vazão da água,

para não agredir a terra e/ou a muda.

2.4 – Pragas e doenças das plantas

Conforme vimos, a oitava etapa na construção do jardim é a defesa sanitária. Mas,

para isso, é preciso que conheçamos as principais pragas e doenças que podem atacar as

plantas e quais os meios para combatê-las.

Pragas

A seguir, veremos as pragas mais comuns em jardins, as consequências de sua

ocorrência para o desenvolvimento das plantas e como exterminá-las.

BESOUROS

Existem muitas espécies de besouros e

grande parte delas é nociva às plantas, pois destrói

as folhas, as flores e os brotos, o que impede o

desenvolvimento da espécie cultivada. Os

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besouros são insetos com hábitos noturnos, que se escondem debaixo das folhas durante

o dia. Por isso, o mais indicado é a aplicação de inseticidas fosforados ou

clorofosforados durante o dia no jardim.

BROCAS

As brocas são larvas de besouro ou de mariposa

que, quando saem dos ovos, entram no caule das

plantas, consumindo os nutrientes e causando morte

precoce dessas plantas. É possível detectar a

infestação desta praga através de furos nos caules, de

onde sai uma espécie de serragem em pó e fezes das brocas. Os inseticidas mais

indicados são os do grupo clorofosforado que devem ser pulverizados nos buracos feitos

pelas brocas, tampando-os em seguida com algodão, cera de vela ou massa de

vidraceiro.

COCHONILHAS

É uma praga que ataca quase todas as

espécies de plantas em várias partes, como as

folhas, os galhos novos e até mesmo as raízes que

estão abaixo do solo. As cochonilhas se

reproduzem muito rápido e cobrem a planta com

uma espécie de espuma branca, resultado de sua

secreção cerosa.

Outros tipos de cochonilhas permanecem isoladas e são parecidas com pequenas

tartarugas, medindo 5 milímetros, com cor amarronzada ou castanho-amarelada, com

carapaça cerosa.

Essa praga deve ser combatida com a pulverização de óleo miscível, diluído na

proporção de 10cm³ a cada litro de água, que ficará preso na carapaça da cochonilha,

promovendo o seu asfixiamento.

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ÁCAROS

São aracnídeos minúsculos, que não podem ser

vistos sem auxilio de uma lente de aumento. Eles

fazem uma teia na parte interior das folhas e sugam os

nutrientes até causar a morte da planta. A melhor

maneira de combatê-los é usar enxofre em pó

molhável ou acaricida sistêmico.

TRIPES

É um inseto invisível a olho nu, que causa a

perda da clorofila das folhas (substância que dá o

verde à planta), portanto, sua presença pode ser

percebida quando a planta fica pálida ou quando

apresenta manchas nas folhas. Deve ser combatido com inseticida fosforado.

PULGÕES

Os pulgões são uma praga comum na maioria dos jardins e

ficam nas extremidades dos maiores ramos da planta, onde há mais

nutrientes para serem sugados. Existem vários tipos de pulgões,

sendo os mais comuns os pretos, verdes e amarelos. As plantas se

tornam amareladas e sem vida com a ação dos pulgões.

Além de sugarem a seiva, eles também podem transmitir vírus que causam

doenças às plantas. Em geral, esses insetos são transportados pelas formigas de uma

planta para outra. Eles são combatidos com inseticidas fosforados.

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LAGARTAS

As lagartas são a fase jovem das borboletas e

das mariposas, sendo muito comum a existência delas

nos mais diversos climas e espécies vegetais. Dentre

todas as pragas, as lagartas são as que causam mais

estragos no jardim. Elas fazem sérios danos às folhas,

podendo destruir algumas plantas completamente,

como a palmeira, por exemplo. Cada tipo de planta

tem um tipo de lagarta que a ataca exclusivamente (lagartas de palmeiras não atacam

ipês, por exemplo).

As lagartas são caçadas por pássaros e atraí-los para o jardim é uma maneira de

combatê-las (você pode atrair pássaros colocando frutas ou alpiste em partes altas do

terreno, por exemplo), ou com inseticida biológico.

FORMIGAS

As formigas causam danos irreparáveis às plantas, pois

cortam suas folhas rapidamente e em uma quantidade

assombrosa. Existem espécies particularmente sensíveis à sua

ação, como as roseiras e as azaleias, que em uma única noite

podem ter todas as suas folhas cortadas e carregadas pelas

formigas. Elas são combatidas com formicidas em iscas ou pó.

LESMAS

Caracóis e caramujos são pragas de hábitos

noturnos que se alimentam de folhas e de brotos de

plantas e que durante o dia se abrigam em locais escuros

e úmidos. O combate a esta praga pode ser feito por

meio da catação manual, tomando o cuidado de fazer

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este trabalho sem tocar no animal, que pode transmitir doenças, ou através da aplicação

de inseticidas com cloro específicos para moluscos.

TATUZINHO

Conhecidos também como tatu-bola, bicho-de-conta

ou tatuzinho-de-jardim, estes animais são de hábitos

noturnos que atacam as raízes das plantas, danificando-as.

São combatidos com inseticidas clorados.

NEMATOIDES

Os nematoides são vermes invisíveis a olho nu

que atacam as raízes das plantas ao perfurá-las,

injetando líquidos que causam a morte da planta. Sua

presença pode ser detectada pelas folhas murchas que

depois caem, na fase em que a planta já está

seriamente danificada.

A detecção é possível olhando as raízes e, se

nelas contiverem nódulos grossos (como na figura

acima), é sinal de que ela está infestada de nematoides. Os inseticidas para combatê-los

são os nematicidas.

Doenças

Além de serem atacadas por pragas, as plantas também podem sofrer com a ação

de fungos e vermes que lhes causam doenças. Vamos ver como se dão essas doenças e

como combatê-las.

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ORELHA-DE-PAU

Essa doença é causada por um fungo que se

instala na madeira morta de árvores ocas,

entrando por feridas causadas, em geral, pelo

próprio homem, por meio de pregos cravados na

casca da planta, podas mal feitas, etc. Das partes

mortas da madeira, o fungo penetra mais fundo

na planta, roendo os tecidos vivos que a

alimentam, podendo causar até mesmo sua morte.

Não existe tratamento para essa doença. O mais recomendado é que as partes

mortas da planta sejam cortadas totalmente. Após fazer isso, pode-se aplicar fungicida e

esperar alguns dias. Se o tronco começar a se apresentar oco é preciso cortar a planta

para que a doença não se espalhe pelo jardim.

VÍRUS

O vírus ataca a planta ao se instalar no

interior dela, modifica seu funcionamento

orgânico e passa a produzir mudanças exteriores,

o que pode servir de sinal de que a planta está

doente. Um determinado tipo de vírus se

exterioriza através do amarelamento das folhas, como ilustrado acima. Outros tipos de

vírus causam sintomas como manchas nas folhas ou causam sua murcha.

O tratamento das plantas atacadas por vírus é tão difícil que a melhor medida é

que as atingidas sejam arrancadas – sem se esquecer das raízes que podem ficar no solo

– e incineradas para que se evite o contágio de todo jardim.

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FUNGOS

Os fungos destroem muitas plantas e se alastram

rapidamente. Entre os vários fungos que atacam as plantas

ornamentais, podemos apontar a ferrugem; as escamas

brancas nos caules, as machas cinzentas, brancas ou

negras. O combate aos fungos deve ser feito com a

aplicação periódica de fungicida nas plantas doentes.

Planta atingida por ferrugem

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Conclusão do módulo 1

Parabéns por ter chegado até aqui!

Esperamos que tenha compreendido os conteúdos propostos até aqui.

Para dar continuidade ao seu curso, faça a avaliação referente ao Módulo I em

seguida você terá acesso ao material do Módulo II.

Boa sorte!