JORNAL CINEMATECA

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JANEIRO 2015 NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA | D.W. GRIFFITH – NO CENTENÁRIO DE THE BIRTH OF A NATION | CINE BIOSCOOP | DA COLEÇÃO VÍTOR RIBEIRO | SEXTA À MEIA NOITE COM OS BEATLES | DOUBLE BILL | OUTRAS SESSÕES DE JANEIRO | ANTE-ESTREIAS | HISTÓRIAS DO CINEMA: LAURA MULVEY / MAX OPHULS | REALIZADOR CONVIDADO - PEDRO COSTA INTERVALO PARA O CONHECIMENTO | FOCO NO ARQUIVO | CINEMATECA JÚNIOR

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Transcript of JORNAL CINEMATECA

JANEIRO 2015

NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA | D.W. GRIFFITH – NO CENTENÁRIO DE THE BIRTH OF A NATION | CINE BIOSCOOP | DA COLEÇÃO VÍTOR RIBEIRO | SEXTA À MEIA NOITE COM OS BEATLES | DOUBLE BILL | OUTRAS SESSÕES DE JANEIRO | ANTE-ESTREIAS | HISTÓRIAS DO CINEMA: LAURA MULVEY / MAX OPHULS | REALIZADOR CONVIDADO - PEDRO COSTAINTERVALO PARA O CONHECIMENTO | FOCO NO ARQUIVO | CINEMATECA JÚNIOR

Janeiro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema[2]

Programa sujeito a alterações

Preço dos bilhetes: 3,20 Euros

Estudantes/Cartão jovem, Reformados e Pensionistas - > 65 anos - 2,15 euros

Amigos da Cinemateca/Estudantes de Cinema - 1,35 euros

Amigos da Cinemateca / marcação de bilhetes: tel. 213 596 262

Horário da bilheteira: seg./sáb., 14:30 - 15:30 e 18:00 - 22:00Não há lugares marcados | Bilhetes à venda no próprio dia

Informação diária sobre a programação: tel. 213 596 266

Classificação Geral dos Espetáculos: IGAC

Biblioteca, seg./sex., 12:30 - 19:30

Sala 6 X 2, Sala dos Carvalhos e Sala dos Cupidos

seg./sex.,13:30 - 22:00 - entrada gratuita

Livraria Babel CINEMATECA

seg./sex., 13:00 - 22:00, sáb., 14:30 - 22:00

Espaço 39 Degraus:

Restaurante -Bar, seg./sáb., 12:30 - 01:00

Transportes: Metro: Marquês de Pombal, Avenida

bus: 736, 744, 709, 711, 732, 745

CINEMATECA JÚNIOR

Bilhetes à venda no próprio dia (11:00 - 15:00):

Adultos - 3,20 euros; Júnior (até 16 anos) - 1,10 euros

Ateliers Família: Adultos - 6,00 euros; Júnior (até 16 anos) - 2,65 euros

Transportes: Metro: Restauradores

bus: 736, 709, 711, 732, 745, 759

salão foz, praça dos restauradores 1250 -187 lisboa

tel. 213 462 157 / 213 476 129

[email protected]

CINEMATECA PORTUGUESA-MUSEU DO CINEMArua Barata Salgueiro, 39

1269 -059 Lisboa, Portugaltel. 213 596 200 | fax. 213 523 180

[email protected]

CINEMATECA JÚNIOR | SALÃO FOZEm tempo de regresso às aulas, a Júnior propõe dois filmes de aventuras ao seu público juvenil: dia 10, a obra-prima de Fritz Lang, a cores e cinemascope, MOONFLEET ou, no título português, O TESOURO DE BARBA RUIVA, um prodígio de emoção e estímulo para a imaginação dos jovens espectadores. A não perder. No dia 24, PIRATAS, um filme pouco conhecido de Roman Polanski que com o passar dos anos tem sido justamente reavaliado como um irreverente, divertido e provocante filme de aventuras, que reúne a inocência dos clássicos do género antecipando a famosa trilogia dos “Piratas das Caraíbas”.As outras três sessões do mês são destinadas ao público mais novinho. A abrir o ano, dia 3, um clássico de animação da Disney – OS ARISTOGATOS; a 17, outro filme de animação, MADAGÁSCAR 2, onde o leão Alex e amigos têm uma experiência assustadora na floresta africana. Para o fecho, dia 31, o clássico O CIRCO de Chaplin, para voltar às trapalhadas do nosso amigo Charlot no espetáculo circence.Ainda a 31, como é habitual, às 11h00, a Júnior propõe um atelier matinal dedicado às técnicas do cinema de animação, destinado a crianças dos 7 aos 12 anos. A participação neste atelier requer marcação prévia até 27 de janeiro para o e-mail cinemateca.junior @cinemateca.pt, só se realizando com o número mínimo de 10 participantes.De segunda a sexta-feira, a Cinemateca Júnior tem sessões de cinema, ateliers e visitas guiadas à exposição permanente de pré-cinema para escola. Não esqueça a nossa velha máxima: O Cinema voltou aos Restauradores. Venha ao cinema e aproveite, veja, toque e brinque com as magníficas máquinas da nossa exposição permanente.

THE ARISTOCATSOs Aristogatosde Wolfgang ReithermanEstados Unidos, 1970 – 78 min / dobrado em português do Brasil | M/6

Esta produção da Walt Disney Pictures segue a história de uma bonita gatinha e da sua ninhada, beneficiárias de uma herança legada pela dona. Quem não está pelos ajustes é o mordomo da velha senhora disposto a tudo para se desfazer da gataria, que o faria herdeiro da fortuna. A gatinha em perigo é ajudada por um gato vadio e folião que, com o auxílio de outra bicharada, põe o vilão no seu devido lugar.

> SÁB. [3] 15:00

MOONFLEETO Tesouro de Barba Ruivade Fritz Lang

com Stewart Granger, Jon Whiteley, Joan Greenwood, George Sanders, Viveca Lindfors

Estados Unidos, 1955 – 87 min / legendado em português | M/6

O universo de Stevenson, entre Treasure Island e Kidnapped, não teve melhor versão no cinema do que nesta obra-prima de Fritz Lang, que adapta o livro de outro escritor, J. Meade Falkner. A estranha história de um miúdo, órfão, que se liga de amizade com um contrabandista. Juntos, partem à descoberta do fabuloso diamante do Barba-Ruiva, escondido na cisterna de uma fortaleza. “Com MOONFLEET atingimos um dos pontos mais altos da obra de Fritz Lang. Uma das obras mais deslumbrantemente belas alguma vez filmadas, um dos filmes mais fascinantes e mágicos da história do cinema” (João Bénard da Costa).

> SÁB. [10] 15:00

MADAGASCAR: ESCAPE FROM AFRICAMadagáscar 2de Eric Darnell, Tom McGrathEstados Unidos, 2008 – 89 min / dobrado em português | M/6

Os nossos heróis de MADAGASCAR, Alex, o leão, Marty, a zebra, Melman, a girafa, e Glória, a hipopótama, abandonam a ilha de Madagáscar para regressarem ao sossego do zoo de Central Park, em Nova Iorque. A máquina voadora que tomam sofre porém um acidente que os faz descer numa remota e desconhecida região da África, onde os esperam novas emocionantes e divertidas aventuras.

> SÁB. [17] 15:00

PIRATESPiratasde Roman Polanski

com Walter Matthau, Chris Campion, Damien Thomas, Charlotte Lewis

Estados Unidos, 1986 – 117 min / legendado em português | M/12

Eis um “velho” antepassado do capitão Jack Sparrow e dos seus piratas das Caraíbas. Este truculento pirata de seu nome Reed (interpretado com grande graça pelo genial Walter Mathau) não combate fantasmas ou seres do outro mundo, mas sim um “real” galeão espanhol que transporta um fabuloso tesouro. É um irresistível “filme de piratas” em tom ferozmente burlesco e com constantes reviravoltas na ação sempre salpicadas de um violento humor sarcástico.

> SÁB. [24] 15:00

ATELIER FAMÍLIA

AS TÉCNICAS DO CINEMA DE ANIMAÇÃOConceção: Teresa Cortez | Orientação: Rui Telmo Romãodos 7 aos 12 anos | duração 2 horas

Neste atelier, de técnicas de animação com silhuetas, questiona-se o que é o cinema de animação. Será que posso fazer um filme em animação? Vamos perceber que o cinema de animação pode ser feito de diversas formas: para além do desenho, podemos utilizar areia, pintura, recortes, entre outros. No final, iremos animar diferentes personagens de uma história, recorrendo a silhuetas recortadas. Marcação prévia até dia 27 de janeiro para [email protected]ÁB. [31] 11:00

THE CIRCUSO Circode Charlie Chaplin

com Charlie Chaplin, Merna Kennedy, Harry Crocker, Allan GarciaEstados Unidos, 1928 – 70 min / intertítulos em inglês, traduzidos em português | M/6

O nosso conhecido vagabundo, Charlot, vai trabalhar no circo por acaso e torna-se rapidamente a estrela da companhia. THE CIRCUS é das maiores homenagens ao espetáculo circense feitas em cinema, pelo mais sublime palhaço de todos os tempos, Charlie Chaplin.

> SÁB. [31] 15:00

> Índice

> Agradecimentos

> Capa

Laura Mulvey; Pedro Costa; Sarah Mathilde Domogola, Kees Hin; Rui Filipe Torres; Bernie Rao; José Neves, João Queiroz, Paulo Nozolino, Rui Chafes, Leonardo Simões, Olivier Blanc; Maria do Carmo Piçarra, Sofia Sampaio, Paulo Cunha; Luísa Veloso, Frédéric Vidal, Emília Margarida Marques, Jacques Lemière, João Sousa Cardoso, João Rosas; Luís Mendonça; António José Martins (RTP); Catherine Gautier, Cristina Bernaldez (Filmoteca Española); Bryony Dixon, Fleur Buckley (British Film Institut); Vidalie Gaelle, Matthieu Grimault, (Cinémathèque Française); Clementine De Blieck (Cinematek); Marianne Jarris (Danish Film Institut); Anne Morra, Kitty Cleary (MoMA-Museum of Modern Art); Maria Coletti, Juan del Valle; Laura Argento (Cineteca Nazionale); Carmen Prokopiak (Murnau Stiftung); Ellen Barends (Cine Bioscoo p).

NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA 2D.W. GRIFFITH – NO CENTENÁRIO DE THE BIRTH OF A NATION 6CINE BIOSCOOP 7DA COLEÇÃO VÍTOR RIBEIRO 7SEXTA À MEIA NOITE | COM OS BEATLES 8DOUBLE BILL 9OUTRAS SESSÕES DE JANEIRO 10ANTE-ESTREIAS 10HISTÓRIAS DO CINEMA: LAURA MULVEY / MAX OPHULS 11REALIZADOR CONVIDADO | PEDRO COSTA 12INTERVALO PARA O CONHECIMENTO 13FOCO NO ARQUIVO 13CINEMATECA JÚNIOR 2

CALENDÁRIO 15

NOTORIOUS, 1946 Alfred Hitchcock

Janeiro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema [3]

SALA M. FÉLIX RIBEIRO

NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

BADLANDSOs Noivos Sangrentosde Terrence Malick

com Martin Sheen, Sissy Spacek, Warren OatesEstados Unidos, 1973 – 95 min / legendado eletronicamente em português | M/16

A primeira longa-metragem de Malick é um thriller inspirado num caso verídico que teve lugar nos anos cinquenta no sudoeste dos EUA, e ecoa o percurso de Bonnie e Clyde na década de trinta. Martin Sheen e Sissy Spacek formam o par de jovens que têm de enfrentar a oposição paterna para a sua união. Daí resulta o assassinato do pai da rapariga e, depois, uma série de crimes e uma feroz perseguição, com a imprensa a explorar o carácter passional dos acontecimentos. “’O amor é duro e inflexível como o inferno’ (Santa Teresa de Ávila). Este filme é um filme sobre o amor, sobre o inferno ou sobre a dureza e a inflexibilidade? Quanto mais o vejo, menos sei responder” (JBC).

> SEG. [05] 21:30 > TER. [06] 15:30

REBECCARebeccade Alfred Hitchcock

com Laurence Olivier, Joan Fontaine, Judith Anderson, George SandersEstados Unidos, 1940 – 130 min / legendado em português | M/12

REBECCA marca a chegada triunfal de Alfred Hitchcock a Hollywood, já consagrado e com cerca de quinze anos de carreira na Grã-Bretanha. Hitchcock declarou, por sinal, a Truffaut, que achava o filme “demasiado britânico”, pois tanto a autora do romance (Daphne du Maurier) como o ator principal (Olivier) eram britânicos. Romance e filme têm finais

bastante diferentes. Trata-se de umas das obras maiores de Hitchcock, a história de uma mulher frágil que se casa com um homem de uma condição social muito mais elevada e vai viver numa mansão, sobre a qual pairam a sombra sinistra da governanta e a lembrança de Rebecca, a primeira mulher do marido. Na personagem, sem nome próprio, da segunda mulher, jovem e vulnerável, Joan Fontaine no seu mais icónico papel. “O segredo da perdurabilidade deste filme fascinante está na sua estrutura dupla e dúplice, tanto quanto na sua estrutura mítica e onírica” (JBC).

> TER. [06] 19:00

SANSHO DAYU“O Intendente Sansho” de Kenji Mizoguchi

com Kinuyo Tanaka, Yoshiaki Hanayagi, Kyoko KagawaJapão, 1954 – 88 min / legendado em espanhol | M/12

A história de SANSHO DAYU é uma velha lenda japonesa, contada de diversas maneiras (da literatura às canções populares) a partir do século XVI. O filme de Mizoguchi baseia-se na versão dessa lenda, escrita pelo romancista Ogai Mori em 1915. Zushio e a irmã Anju, filhos de um governador exilado pelas suas ideias humanitárias, crescem separados da mãe, suportando e vivendo condições duríssimas, por causa da escravatura imposta pelo Intendente Sansho. Enérgico e cruel, mas também infinitamente poético, SANSHO DAYU é um hino à bondade humana e à compaixão contra a escravidão e a exploração. “Um homem sem misericórdia não é um ser humano” ensina o pai a Zushio. “O INTENDENTE SANSHO é o mais comovente dos filmes de Mizoguchi, ao mesmo tempo o mais docemente triste e o mais lancinantemente triste” (JBC).

> TER. [06] 21:30 > QUI. [08] 15:30

THE RIVERO Rio Sagradode de Jean Renoir

com Adrienne Corri, Patricia Walter, Nora Swinburne, Radha Shri Ran, Esmond Knight, Thomas E. Breen

França, Índia, Estados Unidos, 1951 – 99 min / legendado eletronicamente em português | M/12

THE RIVER marca o início da fase final da carreira de Renoir. Filmado na Índia, a cores, o filme conta a história de uma família inglesa e a “ação” resume-se ao facto de nascer, morrer e amar pela primeira vez. O rio do título é ao mesmo tempo físico (o Ganges) e metafísico (a vida, o tempo). Um dos filmes mais celebrados de Renoir, imbuído de uma espiritualidade assombrosamente serena. “Entre as sestas, os balouços, as fugas e os regressos, o ‘amor ocidental’, associado à morte: ‘Captain John, I Love You’” (JBC).

> QUA. [07] 15:30

MAN HUNTFeras Humanasde Fritz Lang

com Walter Pidgeon, Joan Bennett, George Sanders, John Carradine

Estados Unidos, 1941 – 102 min / legendado em português | M/12

Sexto filme americano de Fritz Lang, o “Lang contra Hitler”, MAN HUNT é uma espécie de fábula política sobre o regime nazi. Em vésperas da Segunda Guerra, um turista inglês é apanhado pela Gestapo quando tem Hitler na mira da sua espingarda de caça… descarregada. Os nazis exploram a situação como um atentado para tentar responsabilizar o governo britânico. Conseguindo evadir-se, a personagem de Walter Pidgeon é alvo de uma perseguição por agentes alemães na Grã-Bretanha, até ser encurralado numa caverna de montanha. Foi o primeiro dos quatro Langs com Joan Bennett, numa assombrosa criação. “Admito que o meu coração estava inteiramente com ela [Joan Bennett/Jenny]” (Fritz Lang). Filmou-a de modo inesquecível neste filme, e numa muito comovente cena de amor e sacrifício numa ponte londrina, “[…] talvez a mais bela cena de amor da história do cinema (entenda-se a mais bela em sentido godardiano) […] Terá havido alguma vez uma ‘decent girl’ como Jenny?” (JBC).

> QUA. [07] 19:00

SOMMARLEKUm Verão de Amorde Ingmar Bergman

com Maj-Britt Nilsson, Alf Kjellin, Birger MalmstenSuécia, 1951 – 93 min / legendado em português | M/12

“SOMMARLEK é o mais belo dos filmes”, escreveu Jean-Luc Godard quando o filme se estreou. Talvez seja mesmo. Baseado num romance que escreveu quando era muito novo, Bergman visita o tempo dos morangos silvestres e do amor absoluto.

A João Bénard da Costa, a Cinemateca dedicou “Filmes de João Bénard da Costa” (2009), “Um Ano Depois, Cinco Filmes para João Bénard da Costa” (2010), entre outras iniciativas e homenagens, muitas lembranças. Neste primeiro mês de 2015, num programa que se estende a fevereiro, a Cinemateca volta “ao cinema de João Bénard da Costa” retomando os filmes por ele apresentados na RTP num programa – “No Meu Cinema” – que incluía as suas introduções aos filmes e comentários finais, filmados por Margarida Gil, e que as sessões deste Ciclo integralmente incluem.O Ciclo é concebido neste momento no contexto do lançamento do primeiro volume de uma ambiciosa edição de compilação dos Escritos sobre Cinema de João Bénard da Costa, em que a Cinemateca tem estado a trabalhar e é um projeto de edição para vários anos, que inclui todos os, impressionantemente muitos, textos escritos por João Bénard na Cinemateca, as “folhas” por ele iniciadas na Fundação Calouste Gulbenkian e textos seus publicados em catálogos coeditados pela Cinemateca e a Gulbenkian. A edição será apresentada em detalhe em breve, prevendo-se para fevereiro próximo o lançamento do primeiro volume.

BITTER VICTORY

A projeção de todos os filmes é antecedida e sucedida pelas apresentações e comentários de João Bénard da Costa filmados por Margarida Gil para a série da RTP “No Meu Cinema”.

Janeiro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema | Sala M. Félix Ribeiro[4]

Sabendo que tudo isso acabou e que nada volta mais. E os amores que regressam nunca são iguais aos amores que foram. Mas a única fidelidade à morte é a vida. “SOMMARLEK est le plus beau des films. Sabe tão bem poder voltar a dizê-lo. Como os Cahiers tinham razão em 1958” (JBC).

> QUI. [08] 19:00

THE WIZARD OF OZO Feiticeiro de Ozde Victor Fleming

com Judy Garland, Ray Bolger, Bert Lahr, Jack Haley, Frank Morgan

Estados Unidos, 1939 – 102 min / legendado em português | M/6

Uma viagem pela estrada de tijolos amarelos até à cidade de Esmeralda, a mais transparente metáfora de Hollywood, que foi também o início da caminhada para a glória de Judy Garland, que ganhou um Óscar especial. Premiada também foi a canção que se tornou o leit motiv na vida de Judy, Over the Rainbow, que culmina a sequência de abertura, a preto e branco, dirigida por King Vidor. “Em Over the Rainbow há outra existência. A existência do cinema, de que esta casa é espaço e tempo. Cada filme só nos faz passar para lá do arco--íris. Sigamos os passos de Dorothy a caminho da cidade das esmeraldas” (JBC).

> SEX. [09] 15:30

TA’M E GUILASSO Sabor da Cerejade Abbas Kiarostami

com Homayun Ershadi, Adbol Hosein, Baghen, Safar Ali Moradi, Mir Hosein Noori

Irão, 1997 – 98 min / legendado em português | M/12

Um carro branco atravessa uma paisagem de colinas empoeirada. Guia-o um homem de 50 anos, o senhor Badii, que se decidiu suicidar e anda à procura de alguém disponível para encher de terra o túmulo que ele próprio escavou, ou a levá-lo para casa, se mudar de ideias. A ideia do filme surgiu da leitura de um aforismo de Cioran: “Se não existisse a possibilidade do suicídio, já me teria morto há muito tempo.” É o filme que Kiarostami completou com um epílogo que assume a diferença também na espessura da imagem.

> SEX. [09] 19:00

NOTORIOUSDifamaçãode Alfred Hitchcock

com Cary Grant, Ingrid Bergman, Claude Rains, Louis Calhern, Leopoldine Konstantin

Estados Unidos, 1946 – 99 min / legendado em português | M/12

Para muitos, trata-se da obra-prima absoluta de Hitchcock, uma soberba história de amor com uma intriga de espionagem por pano de fundo. NOTORIOUS é o filme do voluptuoso beijo entre Ingrid e Cary, num movimento de câmara tantas vezes imitado e nunca igualado. É o filme de uma expiação, de uma mulher pelos homens, primeiro o pai, e depois o amante. É também o filme da suspeita, mas esta exterior, dos serviços secretos americanos a propósito da utilização do urânio no argumento do filme. E é ainda o filme em que ao gosto do champanhe se junta o sabor do suspense. “NOTORIOUS é, mais uma vez, o espaço e o tempo da destruição de uma aparência” (JBC).

> SEX. [09] 21:30 > TER. [13] 15:30

ELde Luis Buñuel

com Arturo de Córdova, Delia Garcés, Luís BeristainMéxico, 1951 – 90 min / legendado eletronicamente em português | M/12

Buñuel e Dali provocaram uma revolução com o ensaio surrealista UN CHIEN ANDALOU, um dos filmes vanguardistas mais famosos de sempre (“un appel passioné au meurtre”, segundo os autores). EL é um dos grandes filmes de Buñuel e um dos mais perversos, cheio de símbolos e fetiches que materializam as fixações e a paranoia do protagonista. Buñuel foi buscar um dos grandes símbolos do macho nos melodramas mexicanos, Arturo de Córdova, transformando-o num impotente, paranoicamente ciumento, e contrapondo-o à elegante atriz argentina Delia Garcés. Como sempre em Buñuel, o filme é repleto de humor. Uma obra-prima indiscutível, que Jacques Lacan mostrou durante vários anos aos seus alunos, como ilustração da paranoia. “Invertendo-os todos [‘normais’ e ‘anormais’], Buñuel conduz-nos à negação da negação” (JBC).

> SEG. [12] 19:00 > QUA. [14] 15:30

VALE ABRAÃOde Manoel de Oliveira

com Leonor Silveira, Luís Miguel Cintra, Isabel RuthPortugal, 1993 – 203 min | M/12

A versão integral de um dos mais célebres filmes de Manoel de Oliveira, inspirado na Madame Bovary de Flaubert, tal como foi recriada por Agustina Bessa-Luís no romance homónimo. VALE ABRAÃO é um filme “sensualista”, dominado pelas cores, os perfumes, as atmosferas, e pela presença majestosa do rio Douro. Seguindo-se a OS CANIBAIS, NON OU VÃ

GLÓRIA DE MANDAR e A DIVINA COMÉDIA, a personagem de Ema, absolutamente central em VALE ABRAÃO, foi a quarta das múltiplas participações de Leonor Silveira em filmes de Oliveira. “Nunca Ema Bovary foi tão intensamente amada. Em sentido etimológico este é o filme da compaixão. Uma sublime compaixão, como creio que, algures, se diz no livro e no filme” (JBC).

> SEG. [12] 21:30

AU HASARD BALTHAZAR…Peregrinação Exemplarde Robert Bresson

com Anne Wiazemsky, François Lafarge, Philippe Asselin, Pierre Klossowski

França, Suécia, 1966 – 94 min / legendado em português | M/12

AU HASARD BALTHAZAR é uma fábula construída em torno de um burro que vagueia, ao acaso, de dono em dono. O cinema de Robert Bresson estava, por esta altura, no máximo do seu despojamento, num misto de simplicidade e gravidade formais. As deambulações do burro Balthazar exprimem uma figura capital no universo do cineasta, o acaso. Através dos seus sucessivos donos, é a Humanidade que Bresson encena, num filme de uma beleza sublime. “AU HASARD BALTHAZAR é um filme ímpar, não só na filmografia do autor, como em qualquer obra do cinema sua contemporânea. Busquem-se-lhe todos os sentidos – pode-se sempre encontrar mais um” (JBC).

> TER. [13] 19:00

THE SAGA OF ANATAHANde Josef von Sternberg

com Akeni Negishi, Takashi SugonumaJapão, 1953 – 92 min / legendado em francês e eletronicamente em português | M/12

O último filme de Josef von Sternberg, e o único desde os filmes com Marlene Dietrich em que teve total liberdade. Numa pequena ilha esquecida, uma mulher torna-se o objeto de desejo de um grupo de soldados japoneses que ali naufragaram durante a guerra e ali vivem durante anos ignorando que o conflito terminara. “[…] Por mais que se veja, continua a ser um filme críptico em muitos sentidos. Tem-se sempre a sensação que se está muito longe de esgotar a sua complexidade, o ‘envio oculto’ (com a devida vénia) que contém” (JBC).

> TER. [13] 21:30

DETOURde Edgar G. Ulmer

com Tom Neal, Ann SavageEstados Unidos, 1945 – 67 min / legendado eletronicamente em português | M/12

Um dos mais míticos filmes negros. DETOUR, realizado com poucos meios e muita imaginação, é a história de um homem que tenta, em vão, fugir à fatalidade que paira sobre ele e que o leva a enredar-se cada vez mais na teia que o há de destruir, como o fio de telefone que estrangula a “mulher fatal”, sem que ele dê por isso. Pouco a pouco, todas as alternativas desaparecem. Uma obra-prima da série B, que parece antecipar um certo cinema dos anos sessenta. “DETOUR é o filme dessa convicção básica, dessa noção visceral da culpa comum aos trágicos gregos (e sabemos que Ulmer amava Eurípides) e ao Antigo Testamento (que dizia ter moral mais forte do que o Novo)” (JBC).

> QUA. [14] 19:00 > SEG. [19] 15:30

SENSOSentimentode Luchino Visconti

com Alida Valli, Farley Granger, Massimo Girotti, Rina MorelliItália, 1954 – 123 min / legendado eletronicamente em português | M/12

Uma das obras-primas máximas de Luchino Visconti, e provavelmente o mais operático entre todos os seus filmes (a famosa cena de abertura tem lugar durante uma récita do Trovador, no La Fenice de Veneza). Durante as lutas políticas na Itália, em meados do XIX, a louca paixão de uma condessa veneziana por um tenente austríaco, paixão que a levará a trair, em vão, a causa do seu país. Na pele da Condessa Livia Serpieri, Alida Valli no seu mais célebre papel. “Mas se alguma vez houve um ‘filme-ópera’ ele chamou-se SENSO” (JBC).

> QUA. [14] 21:30 > TER. [20] 15:30

IT’S A WONDERFUL LIFEDo Céu Caiu Uma Estrelade Frank Capracom James Stewart, Donna Reed, Lionel Barrymore, Thomas Mitchell, Gloria Grahame, Henry Travers, Beulah BondiEstados Unidos, 1946 – 129 min / legendado eletronicamente em português | M/12IT’S A WONDERFUL LIFE marcou o regresso de Frank Capra no pós Segunda Guerra. Transformou-se num filme de culto. Pode ser a história de um homem que vê o seu mundo desaparecer de súbito. Pode ser a história de um anjo que busca também, desde há muito, a oportunidade de arranjar um par de asas. Pode ser, enfim, a história do mundo saído do pesadelo da guerra, perdidas as ilusões e também em busca de nova oportunidade. Uma obra-prima. “Para mim, IT’S A WONDERFUL LIFE é paixão antiga desde que o vi no Politeama, tinha eu doze anos. E muitas vezes, ao longo da vida, me tenho lembrado da moral desta fábula (corn ou not corn) e a tenha contado a gente que repete, com James Stewart, que ‘era melhor não ter nascido’” (JBC).

> QUI. [15] 15:30 > TER. [20] 21:30

FOR EVER MOZARTPara Sempre Mozartde Jean-Luc Godard

com Madeleine Assas, Ghalia Lacroix, Bérangère AllauxFrança, Suíça, 1996 – 84 min / legendado em português | M/12

Godard em Sarajevo, para filmar a guerra e a História, mas também o Amor, a Morte e o Cinema. Todos os temas “godardianos”, portanto, num filme que evoca, em cores, luzes e movimentos de câmara, todos os esplendores de uma arte de que Godard não cessa de encenar o fim. Mas um fim que se pretende glorioso, e por isso FOR EVER MOZART pode ser “uma saturação de signos magníficos banhados na luz da sua ausência de explicação”, como dizem as palavras de Manoel de Oliveira aí citadas.

> SEG. [19] 19:00

RIO BRAVO Rio Bravode Howard Hawks

com John Wayne, Dean Martin, Ricky Nelson, Angie Dickinson, Walter Brennan

Estados Unidos, 1959 – 141 min / legendado em espanhol | M/12

Um dos mais famosos westerns de sempre, e a obra-prima de Howard Hawks, que o fez em resposta a HIGH NOON

SENSO

Janeiro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema | Sala M. Félix Ribeiro [5]

de Zinnemann. Um grupo de homens com uma missão a cumprir é o tema geral dos filmes de aventuras de Hawks, neste caso a de manter a ordem numa pequena cidade, e levar a julgamento um assassino. Mas é também, como todos os filmes do realizador, uma fabulosa variação sobre a “guerra dos sexos”, com um fabuloso duelo verbal entre Wayne e Angie Dickinson. “E como, de cada vez que se vê RIO BRAVO, como de cada vez que se lê a Recherche, há sempre uma sequência – ou um plano – que parece mais central” (JBC).

> QUA. [21] 15:30 > SEX. [23] 21:30

U SAMOGO SINEVO MORIA“À Beira do Mar Azul”de Boris Barnet

com Elena Kuzmina, Lev Sverdlin, Nicolai KriuchkovURSS, 1933 – 71 min / legendado em português | M/12

Este filme é, como a generalidade da obra de Barnet, aparentemente “leve”, de um lirismo magistral, filmado do modo mais livre e menos convencional: dois jovens pescadores de um kholkoze apaixonam-se pela mesma rapariga, tornando-se rivais até um desconcertante final. Uma sequência inesquecível: a “ressurreição” da protagonista. Pouco visto à época, fora da URSS, À BEIRA DO MAR AZUL é hoje unanimemente considerado uma das obras máximas do cinema russo, ou do cinema tout court. “E nunca, a não ser em ORDET de Dreyer, o triunfo dos corpos ressuscitados foi tão físico e tão anímico, tão carne e tão espírito” (JBC).

> QUA. [21] 19:00

GONE WITH THE WINDE Tudo o Vento Levoude Victor Fleming

com Clark Gable, Vivien Leigh, Olivia de Havilland, Hattie MacDaniel

Estados Unidos, 1939 – 223 min / legendado em português | M/12

O monumento de Hollywood a si mesma, cujo verdadeiro autor é o produtor, David O. Selznick, muito mais que os diversos realizadores que se sucederam, entre os quais Cukor e Mamoulian, embora o filme seja assinado por Fleming. Três horas e quarenta minutos a cor (num período em que os filmes a cor eram raríssimos), uma história dividida em duas grandes partes, a guerra e a paz. GONE WITH THE WIND é a saga de uma mulher, rica herdeira de uma plantação no Sul, destruída pela Guerra de Secessão, e a sua paixão por um aventureiro, ambos encarnados à perfeição. Curiosamente, este filme que condensa Hollywood e os seus costumes, tem uma conclusão aberta, com uma das réplicas mais célebres da história do cinema: “Frankly, my dear, I don’t give a damn.”

> QUI. [22] 15:00 ATENÇÃO AO HORÁRIO

ONE FROM THE HEARTDo Fundo do Coraçãode Francis Ford Coppola

com Frederic Forrest, Teri Garr, Raul Julia, Nastassja KinskiEstados Unidos, 1982 – 100 min / legendado em português | M/12

Com esta feérie romântica, Coppola propôs-se reinventar o musical numa Las Vegas de estúdio e com grandes inovações técnicas. Aqui tentou fazer nascer a sua companhia, a Zoetrope, e aqui se afundou economicamente o realizador, mesmo que o filme tenha ficado como uma das obras mais decisivas dos anos oitenta. ONE FROM THE HEART é também um filme indissociável da melancolia da banda musical de Tom Waits, e do tilintar da moeda caída ao chão que se ouve numa das canções.

> SEX. [23] 15:30 > SEG. [26] 21:30

BITTER VICTORYCruel Vitóriade Nicholas Ray

com Richard Burton, Curd Jurgens, Ruth Roman, Raymond Péllegrin

Estados Unidos, França, 1957 – 102 min / legendado em português | M/12

É uma das obras mais admiradas de Nicholas Ray, apesar de ter sido manipulada pelos produtores, à revelia do realizador. Richard Burton tem um dos melhores papéis da sua carreira na figura de um oficial que salva uma missão prejudicada pela cobardia do superior (Curd Jurgens) obcecado pela relação que o subalterno tivera com a sua mulher, “I always contradict myself”. A juntar a Burton e a Jurgens, o deserto, filmado em scope, ganha o estatuto de protagonista ao acolher a inesquecível e belíssima sequência final. O filme que fez Godard dizer na célebre crítica nos Cahiers: “E o cinema é Nicholas Ray.” “Faz-nos fugir o chão debaixo dos pés. Tem o mais portentoso diálogo da história do cinema e as palavras não dizem nada. Tem aquela música e aquela música é um enigma. Tem os mais belos movimentos de câmara, a mais bela montagem e nada se move, nem nada se articula” (JBC).

> SEX. [23] 19:00

SUSPICIONSuspeitade Alfred Hitchcock

com Cary Grant, Joan Fontaine, Cedric Hardwicke, Nigel Bruce, Dame May Whitty

Estados Unidos, 1941 – 99 min / legendado em português | M/12

Obra maior de Hitchcock, SUSPICION é um hábil retrato psicológico da suspeita e do medo, com Cary Grant a dar à sua personagem uma ambiguidade em que se apoia praticamente todo o suspense do filme. E Hitch faz com que os seus mais inesperados gestos e comportamentos transmitam uma sensação de inquietação ao espectador, mesmo que, para este, lhe seja inconcebível ver Grant como (possível) vilão, o que justifica o ambíguo happy-end. “Tudo neste filme fica suspenso. No espaço que vai do desequilíbrio de Joan Fontaine ao equilíbrio de Cary Grant. No medo, na vertigem e na voragem” (JBC).

> SEG. [26] 15:30 > QUI. [29] 19:00

ORDETA Palavra de Carl Th. Dreyer

com Henrik Maalberg, Emil Haas, Prebben Lendorf RyeDinamarca, 1955 – 125 min / legendado eletronicamente em português | M/12

ORDET é, talvez, a obra cinematográfica que melhor põe em cena a questão da fé, construída inteiramente à volta da interrogação: A palavra (Ordet) pode chegar até Deus e Este responder-lhe? O crente, como Dreyer, diz que sim e ORDET (o filme) é a sua expressão. Sobre este filme, José Régio escreveu que era “uma apologia da fé levada ao extremo limite.” “[…] E, por isso, disse S. Paulo que, maior do que a fé, era o amor. ORDET de Dreyer é o filme desse amor” (JBC).

> segunda passagem em fevereiro > TER. [27] 19:00

THE SUN SHINES BRIGHTO Sol Nasce Para Todosde John Ford

com Charles Winninger, Arleen Whelan, John Russell, Stepin Fetchit, Russell Simpson.

Estados Unidos, 1953 – 90 min / legendado eletronicamente em português | M/12

Nova versão de JUDGE PRIEST, que Ford dirigira em 1934. Mas a personagem surge agora envelhecida e o olhar de Ford é mais sereno. Em tempo de eleições para um novo mandato como juiz, Priest ousa enfrentar as convenções sociais da sua cidade em casos polémicos como o julgamento e um negro e o enterro de uma prostituta, o que lhe pode custar a vitória. “O filme mais amado por Ford (“It’s my favorite picture – I love it”). Eis um dos seus filmes mais intimistas e comoventes. Eis um filme para fordianos. Impossível gostar de Ford sem gostar deste filme. Impossível gostar deste filme sem gostar de Ford” (JBC).

> TER. [27] 21:30 > QUI. [29] 15:30

A MATTER OF LIFE AND DEATHCaso de Vida ou de Mortede Michael Powell, Emeric Pressburger

com David Niven, Kim Hunter, Raymond Massey, Roger LiveseyReino Unido, 1946 – 104 min / legendado em português | M/12

Uma obra-prima do cinema fantástico e uma das mais deslumbrantes experiências com a cor no cinema. Um piloto ferido em combate é sujeito a uma melindrosa operação, e o tempo dela é também o de uma digressão pelo “outro mundo” (a preto e branco, contrastando com a cor do mundo real), onde tem de enfrentar um julgamento. “Acima de tudo, A MATTER OF LIFE AND DEATH é um filme sobre essa aparente contradição: um filme sobre o non-sense, construído com todo o sentido” (JBC).

> QUA. [28] 15:30

NOSFERATU, EINE SYMPHONIE DES GRAUENS“Nosferatu, o Vampiro”de Friedrich Wilhelm Murnau

com Max Schreck, Gustav von Wangenheim, Greta Schroeter, Alexandre Granach

Alemanha, 1922 – 67 min / mudo, intertítulos em alemão legendados eletronicamente em português | M/12

“Quando chegou ao outro lado da ponte, os fantasmas vieram ao seu encontro.” Este célebre intertítulo de NOSFERATU, aliás apócrifo, abre as portas do cinema fantástico. A primeira e mais célebre adaptação do romance de Bram Stoker, Drácula, é uma das obras-primas máximas da história do cinema. É também um filme de inúmeras exibições na Cinemateca, onde pela primeira vez foi projetado em 1963. “O sangue, o mar, a mulher. Em torno destas três imagens se articula a primeira das múltiplas adaptações para o cinema da célebre novela de Bram Stoker e do celebérrimo Conde Drácula” (JBC).

> QUA. [28] 19:00

AN AFFAIR TO REMEMBERO Grande Amor da Minha Vidade Leo McCarey

com Cary Grant, Deborah Kerr, Richard Denning, Neva Patterson, Cathleen Nesbitt

Estados Unidos, 1957 – 114 min / legendado em português | M/12

Cary Grant e Deborah Kerr interpretam as personagens que couberam a Charles Boyer e Irene Dunne na primeira versão deste filme, que McCarey dirigiu em 1939, LOVE AFFAIR, e que, como AN AFFAIR TO REMEMBER, se tornou um filme de culto. Trata-se de uma das mais românticas histórias de amor que o cinema nos mostrou e que até hoje não mais deixou de ser citada ou filmada em novas versões. “E tudo anda à roda neste filme de aparências e em que as aparências estão mesmo para iludir. […] AN AFFAIR TO REMEMBER... Mas a memória é tão curta e os ‘affairs’ são tão compridos...” (JBC).

> SEX. [30] 15:30

SOMMARLEK

Janeiro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema | Sala M. Félix Ribeiro[6]

D. W. GRIFFITHNO CENTENÁRIO DE THE BIRTH OF A NATION

INTOLERANCEIntolerânciade D.W. Griffith

com Lillian Gish, Mae Marsh, Robert Harron, Howard Gaye, Margery Wilson, Constance Talmadge

Estados Unidos, 1916 – 210 min / mudo, intertítulos em inglês legendados eletronicamente em português | M/12

com acompanhamento ao piano

Filmado como resposta aos que acusavam o reacionarismo do anterior THE BIRTH OF A NATION, INTOLERANCE foi a todos os níveis um desafio para Griffith, ficando para a história do cinema como um dos seus títulos maiores. Partindo da ideia de uma história contemporânea (“The Mother and the Law”, que foi também o título de trabalho do filme), o projeto evoluiu para uma ambiciosa narrativa em quatro andamentos: quatro histórias que decorrem em épocas diferentes (episódio moder-no; episódio bíblico; episódio medieval e episódio babilónico), intercalam-se e progridem ao mesmo nível até atingirem o clí-max. Para além da complexidade narrativa, das experiências e inovações ao nível das filmagens, os grandiosos cenários mar-caram todo o cinema de reconstituição histórica do futuro.

> QUI. [08] 21:30

HEARTS OF THE WORLDAos Corações do Mundode D.W. Griffith

com Lillian Gish, Robert Harron, Jack Cosgrave, Kate Bruce, Adolph Lestina

Estados Unidos, 1918 – 155 min / mudo, intertítulos em inglês legendados eletronicamente em português | M/12

com acompanhamento ao piano

O filme de Griffith que se seguiu a INTOLERANCE corresponde a uma proposta do Governo Britânico anterior à entrada dos EUA na Guerra. É a primeira produção concebida com intuitos propagandísticos a favor da causa dos Aliados na Primeira Guerra e corresponde ao reconhecimento de Griffith como autor, convidado a visitar as frentes de batalha. As filmagens decorreram em Londres, França e Califórnia (no cenário da Babilónia para INTOLERANCE) onde a maior parte das cenas de guerra foram recriadas. HEARTS OF THE WORLD abre

surpreendentemente com um prólogo em que o próprio Griffith explica a sua implicação na causa com a realização deste filme.

> QUI. [15] 21:30

BROKEN BLOSSOMSO Lírio Quebradode D.W. Griffith

com Lillian Gish, Richard Barthelmess, Donald CrispEstados Unidos, 1919 – 95 min / mudo, intertítulos em inglês legendados eletronicamente em português | M/12

com acompanhamento ao piano

O mais famoso filme de Griffith ao lado de THE BIRTH OF A NATION e INTOLERANCE. Trocando a dimensão épica e espetacular dos primeiros por um lirismo exacerbado, BROKEN BLOSSOMS, à época considerado “a primeira genuína tragédia do cinema” (Photoplay), tem uma rara intensidade emocional, sublinhada por uma atmosfera visual que fez história. Foi a primeira experiência para cinema do fotógrafo Hendrik Sartov, responsável pelos planos de imagens difusas que tornaram célebre a fotografia do filme. Três interpretações inesquecíveis dos protagonistas.

> QUI. [22] 21:30

TRUE HEART SUSIEde D.W. Griffith

com Lillian Gish, Robert Harron, Clarine Seymour, Walter Higby, Loyola O’Connor

Estados Unidos, 1919 – 83 min / mudo, intertítulos em inglês legendados eletronicamente em português | M/12

com acompanhamento ao piano

Um dos filmes mais complexos de Griffith, entre o romance pastoril e o melodrama, centrado numa jovem que se apoia na sombra do homem que ama, que, por sua vez, só a reconhece como amiga. Tom Gunning, um dos mais destacados críticos griffithianos, defende que TRUE HEART SUSIE representa, ao lado de BROKEN BLOSSOMS e WAY DOWN EAST, “o máximo da depuração da obra de Griffith, na inefável aproximação ao mistério dos seres humanos.”

> QUI. [29] 21:30

SPELLBOUNDA Casa Encantadade Alfred Hitchcock

com Gregory Peck, Ingrid Bergman, Leo G. Carroll, John Emery, Michael Chekhov, Rhonda Fleming

Estados Unidos, 1945 – 110 min / legendado em português | M/12

SPELLBOUND marca o encontro de Hitchcock com Gregory Peck e Ingrid Bergman. O tema principal é o amor, numa história de dedicação e sacrifício de uma mulher capaz de tudo para defender o seu amado. Ela é uma psicanalista. Ele é um seu paciente, que se fez passar pelo médico que é acusado de ter morto. E à volta disto, uma incursão pelos meandros da psicanálise, com uma sequência de antologia; o sonho de Gregory Peck, encenado por Salvador Dali. “SPELLBOUND é a ‘casa encantada’ em que nunca mais deixei de viver e é o filme em que mais me reencontro com a magia do cinema. Estou convencido que isto não é psicanalisável – ou não é só psicanalisável” (JBC).

> SEX. [30] 19:00

THE BAD AND THE BEAUTIFUL Cativos do Malde Vincente Minnelli

com Kirk Douglas, LANA TURNER, Dick Powell, Gloria Grahame, Barry Sullivan

Estados Unidos, 1952 – 118 min / legendado em espanhol | M/12

Um dos mais espantosos retratos que Hollywood fez de si própria. Com SUNSET BOULEVARD, THE BAD AND THE BEAUTIFUL “abre” um novo género, o dos filmes de crítica interna ao sistema, aproveitando a perda de poder dos estúdios. O argumento de Charles Schnee ganhou um dos cinco Óscars do filme, indo outro para Gloria Grahame como melhor atriz secundária. Um realizador, uma atriz e um argumentista evocam as suas vidas com um tirânico produtor de cinema, retrato disfarçado de Irving Thalberg. “Em ilusão viveram, em ilusão relembram, em ilusão estamos. Nada acontece neste filme a não ser o cinema. Só o cinema, nada mais que o cinema. Esse pouco” (JBC).

> SEX. [30] 21:30

PARSIFALde Hans-Jürgen Syberberg

com Armin Jordan, Martin Sperr, Robert Lloyd, Michael Kutter, Karin Krick

Alemanha, França, 1982 – 255 min / legendado em francês | M/12

Adaptação integral da última e mais hermética das obras de Wagner, este PARSIFAL designado por Syberberg como um “filme-ensaio” é um ponto maior da fusão das linguagens operática e cinematográfica. A máscara mortuária do compositor preside à recriação da ópera e o papel de Parsifal é confiado a dois atores, com a surpresa de um ser homem e outro mulher, dobrada pela mesma voz (a do tenor Rainer Goldberg). “Este é um filme que também convida ao ‘sommeil de l’extase’. Nos anos oitenta só outro filme atingiu este estatuto transcendental. Foi feito pelo português Manoel de Oliveira e chama-se LE SOULIER DE SATIN. Um e outro reinventaram tudo” (JBC).

> SÁB. [31] 21:30

No ano do centenário de THE BIRTH OF A NATION, tumultuosamente estreado em 1915 num dos primeiros grandes acontecimentos cinematográficos de sempre, obra-prima absoluta da história do cinema, a Cinemateca volta a D.W. Griffith. “Aqui”, as grandes retrospetivas da sua obra – lembre-se – foram já duas, em 1980 (“Ciclo David Wark Griffith”), e em 2004 (“David W. Griffith”) e ocasiões para a publicação de catálogos. Em 2015, entre janeiro e março, haverá quatro sessões Griffith por mês, todas as quintas-feiras à noite. As primeiras quatro dão a ver INTOLERANCE, o monumental “filme-resposta” a THE BIRTH OF A NATION, HEARTS OF THE WORLD, BROKEN BLOSSOMS e TRUE HEART SUSIE. Todos eles obras fundamentais da história do cinema, títulos maiores da arte de Griffith, que, como se lê no catálogo de 2004, “como nenhum outro realizador teve a oportunidade e o mérito de, ao mesmo tempo, construir uma obra pessoal e estabelecer o fundamento de uma arte, ou de um modelo (dominante) dessa arte”. “The task I’m trying to achieve above all is to make you see”, dizia Griffith. Mas é da importância do vento a bater nas árvores que sempre nos lembramos quando lembramos Griffith, “the beauty of moving wind in the trees”.

BROKEN BLOSSOMS

Janeiro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema | Sala M. Félix Ribeiro [7]

BERT HAANSTRA

CINE BIOSCOOPEM COLABORAÇÃO COM O CINEMA BIOSCOOP – FESTIVAL DE CINEMA HOLANDÊS E FLAMENGO

DA COLEÇÃO DE VÍTOR RIBEIRO

Vítor Ribeiro, ou Maçariku, “nome de guerra” pelo qual o próprio fez questão de ser chamado e conhecido, fez de tudo no cinema, no teatro, em organizações políticas e associações culturais. Lutou pela liberdade dentro e fora da cabeça, contra o racismo, o militarismo, a exploração. Trocava artes, coisas e ideias, fazia com e para os outros e colecionava amigos no meio disso. Organizou centenas de encontros e concertos, participou em grandes e pequenos combates, fez de tudo com rebeldia, resistiu até não mais poder. Maçariku cultivou as amizades como quem semeia desobediência, entusiasmo, internacionalismo. Foi também um colecionador compulsivo. Entre tanta coisa deixou também uma coleção de filmes, de posters, cartazes e cartonados, de máquinas do filmar, de projetores de cinema nos mais variados formatos, de lanternas mágicas, etc., etc.. Parte substancial dessa “coleção” foi depositada na Cinemateca. A partir de 2006 foi um dos colaboradores regulares deste casa na legendagem de sessões de cinema. Morreu em agosto passado, e deixou tanta coisa, tanta gente. A Cinemateca, neste mês de janeiro, associa-se à Casa da Achada – Cento Mário Dionísio homenageando e lembrando um amigo, exibindo seis filmes da sua coleção pessoal.

Em 2013 a Cinemateca mostrou um conjunto de filmes de um dos mais importantes realizadores holandeses, Bert Haanstra (1916-1997), agrupados num programa com o título “A Voz da Água”. Em 2014 voltamos a Haanstra com novos filmes e apresentamos um trabalho recente de Kees Hin.

SPIEGEL VAN HOLLAND“Espelho da Holanda”de Bert HaanstraHolanda, 1950 – 9 min / legendado eletronicamente em português

DE STEM VAN HET WATER“A Voz da Água”de Bert HaanstraHolanda, 1966 – 91 minutos / legendado eletronicamente em português

duração total da sessão: 100 minutos | M/12

SPIEGEL VAN HOLLAND foi mostrado pela primeira vez na Cinemateca em 1963 e é o filme com que Haanstra ficou conhecido por ter sido a curta-metragem que conquistou a Palma de Ouro no Festival de Cannes de 1951. Neste poético

retrato documental de uma Holanda espelhada pela água, Haanstra inscreve um tom nostálgico e uma forte melancolia. DE STEM VAN HET WATER retrata a complexa relação de um povo com o mar num país parcialmente conquistado à água através de um engenhoso sistema de diques. “Haanstra fá--lo no registo heteróclito que marca tantos dos seus filmes, construídos num frenesim imagético de ideias e motivos, com passagens, raccords e ligações por vezes bastante imaginativas e divertidas” (Luís Miguel Oliveira).

> SEX. [16] 15:30

DE MUIDERKRING HERLEEFT“O Muiderkring revive”de Bert HaanstraHolanda, 1949 – 11 minutos / legendado eletronicamente em português

EEN PAK SLAAG“Uma Carga de Pancada”de Bert Haanstra

com Jeroen Krabbé, Kees Brusse, Eric van Ingen, Paul Steenbergen Holanda, 1979 – 100 minutos / legendado eletronicamente em português

duração total da sessão: 111 minutos | M/12

Uma breve história do Muiderslot, um imponente castelo medieval situado nas proximidades de Amesterdão, e de um grupo famoso que aí se reunia no século XVII, conhecido como o Muiderkring. O filme convoca esta tradição em que, a convite do anfitrião, o escritor P.C. Hooft, se juntavam personalidades do mundo das ciências e das artes como Huygens ou Maria Tesselschade. EEN PAK SLAAG é uma ficção baseada no romance de 1963 de Anton Koolhaas. Hein Slotter, o impopular diretor de uma fábrica aceita celebrar o seu 25º aniversário com os seus empregados, o que acaba por agravar o conflito entre este e o seu pai, o fundador da fábrica. Primeiras exibições na Cinemateca.

> SEX. [16] 19:00

ALLEMAN“O Homem Comum”de Bert HaanstraHolanda, 1968 – 85 minutos / legendado eletronicamente em português | M/12

Um importante documentário sobre o modo como vivem as pessoas nos Países Baixos. Haanstra filmou as fachadas, a ati-vidade dos portos, mas também mergulhou no interior das casas e da vida dos seus conterrâneos. Registou as pessoas nas ruas, nos barcos em movimento (uma das sequências mais ad-miráveis do filme), nas praias, nos campos,…. Tendo conquis-

tado um Urso de Ouro em Berlim, ALLEMAN é um filme com um apurado sentido de ritmo e de enquadramento. Primeira exibição na Cinemateca.

> SEX. [16] 21:30

GOEDEMORGEN TOEKOMST, OUD IN DE DELTA“Bom dia Futuro, Envelhecer no Delta”de Kees HinHolanda, 2013 – 50 minutos / legendado eletronicamente em português

THE MATCHde Kees Hin, Sandra van BeekHolanda, 2008 – 68 minutos / legendado eletronicamente em português

duração total da sessão: 118 minutos | M/12

com a presença de Kees Hin

A região do Delta tem um grande número de habitantes que já entraram na casa dos cem anos. GOEDEMORGEN TOEKOMST aborda o envelhecimento na região e o modo como as pessoas moldam as suas vidas e se adaptam à questão da idade pois, como diz o texto de apresentação do filme, “ser velho é uma arte em si”. A demência e a solidão são alguns dos principais problemas tratados pelo filme. THE MATCH evoca o caso do homicídio de uma mulher de 80 anos em que 80 homens foram convocados pela polícia para deixar a sua saliva para análises de DNA. Primeiras exibições na Cinemateca.

> SÁB. [17] 21:30

STATCHKA

Janeiro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema | Sala M. Félix Ribeiro[8]

SEXTA À MEIA-NOITE | COM OS BEATLES

Nova rubrica regular de programação em 2015, as meias-noites de sexta-feira vão ser hora de projeções de cinema. A abrir, é “Com os Beatles”. Em janeiro, as sextas à meia-noite vão ser de cinema e música, convocando a mais famosa banda rock britânica dos anos sessenta em filmes da era da Beatlemania – A HARD DAY’S NIGHT e HELP!, ambos de Richard Lester – e dos anos que para John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr foram de estúdio e separação – YELLOW SUBMARINE, de animação trip, realizado por George Dunning, e LET IT BE, de Michael Lindsay-Hogg, uma crónica de desagregação.

A HARD DAY’S NIGHTOs Quatro Cabeleiras do Após Calypsode Richard Lester

com John Lennon, Paul McCartney, George Harrison, Ringo StarrReino Unido, 1964 – 87 min / legendado eletronicamente em português | M/6

O primeiro (e melhor) filme dos Beatles, consegue a proeza de ser ao mesmo tempo um veículo para explorar (e aumentar) a popularidade dos “fab four” e uma obra imbuída do espírito do tempo, em particular da influência do “free cinema”. Documentário simulado de um dia da vida dos Beatles, o filme de Lester propõe um “jogo” que se aguenta, com coerência, do princípio ao fim. Entre as canções do filme, Tell Me Why, I Wanna Be Your Man, She Loves You.

> SEX. [09] 0:00

é o programa britânico humorístico de rádio “Goon Show” (emitido durante a década de cinquenta, com Peter Sellers no “elenco”). Entre as canções do filme, além de Help!, You’re Going to Lose that Girl, You’ve Got to Hide Your Love Away, I Need You. Primeira exibição na Cinemateca.

> SEX. [16] 0:00

YELLOW SUBMARINEUm Submarino Amarelode George DunningReino Unido, 1968 – 90 min / legendado em português | M/12

Nos anos sessenta, muitos viveram num submarino amarelo… Neste célebre filme de animação, os Beatles fazem uma viagem de submarino rumo a Pepperland, para trazer a alegria de volta àquelas terras. Assumem a falsa identidade de The Sargeant Pepper’s Club Band. Uma viagem que é mesmo uma “viagem”, uma autêntica trip, num mundo visual ultratípico dos anos sessenta. Entre as canções do filme: Yellow Submarine, All You Need is Love, When I’m Sixty-Four, Lucy in the Sky with Diamonds.

> SEX. [23] 0:00

LET IT BEImprovisode Michael Lindsay-Hogg

com John Lennon, Paul McCartney, George Harrison, Ringo StarrReino Unido, 1970 – 80 min / legendado eletronicamente em português | M/6

A ideia original era apenas fazer um filmezinho que mostras-se os Beatles a preparar um disco, entre ensaios e gravações. Mas as circunstâncias fizeram de LET IT BE muito mais do que isso: a crónica da desagregação de um grupo que se separa-ria ainda antes de o filme ser estreado. A energia destrutiva, as tensões entre os membros da banda, ferem LET IT BE de uma ponta a outra. Para além disso, o filme inclui a célebre cena do improvisado “concerto no telhado”, para espanto dos transeuntes (e indignação de alguns), momento clássico na história da música pop/rock. Entre as canções do filme, Don’t Let Me Down, I’ve Got a Feeling, I Me Mine.

> SEX. [30] 0:00

HELP!Socorro!de Richard Lester

com John Lennon, Paul McCartney, George Harrison, Ringo Starr, Leo McKern, Eleanor Bron,Victor Spinetti

Reino Unido, 1965 – 96 min / legendado eletronicamente em português | M/12

Foi o segundo filme de Richard Lester com os Beatles, que editaram o famoso álbum com o mesmo título (deles, o quinto), e fizeram saber que foi rodado sob “a haze of marijuana”. A canção – Help! – foi escrita por Lennon que mais tarde a emparelhou com Strawberry Fields Forever como as mais “honestas e genuínas canções Beatles” que escreveu. Também foram os Beatles que disseram que o filme de Lester fora inspirado nos Irmãos Marx (DUCK SOUP). Outra das referências

LA BANDERAA Bandeirade Julien Duvivier

com Jean Gabin, Pierre Renoir, Robert Le Vigan, AnnabellaFrança, 1935 – 90 min / legendado eletronicamente em português | M/12

Depois de matar um homem em Paris, o protagonista foge para Barcelona e alista-se na Legião Estrangeira, sendo en-viado para Marrocos, onde morre heroicamente em combate. À época, um dos trunfos do filme, rodado na zona espanhola de Marrocos, foi o mito da Legião Estrangeira e o das aventu-ras coloniais. É o primeiro filme dos vários temas que acompa-nharam Jean Gabin nos seus anos de ouro: o fatalismo, a dure-za, a derrota final como forma indireta de vitória.

> SEG. [19] 21:30

MILOU EN MAIOs Malucos de Maiode Louis Malle

com Miou-Miou, Michel Piccoli, Michel Duchaussoy, Bruno Carette

França, Itália, 1990 – 107 min / legendado eletronicamente em português | M/12

O maio deste filme de Louis Malle é o de 1968. O ambiente é o campo do sul de França. O meio o da burguesia: uma velha senhora morre. A família junta-se para discutir a herança, enquanto, em Paris, a revolução começa.

> TER. [20] 19:00

SOIS BELLE ET TAIS TOIA Bela e os Gangstersde Marc Allégret

com Henri Vidal, Milène Demongeot, Jean-Paul Belmondo, Anne Collette, Alain Delon

França, 1958 – 110 min / legendado eletronicamente em português | M/12

Ao fugir pela terceira vez de um reformatório, Virginie vê--se acidental e inocentemente envolvida com um gangue de ladrões de joias. As coisas complicam-se quando se apaixona pelo polícia que os persegue. Com argumento de Roger Vadim, o filme foi pensado para Brigitte Bardot. Por impossibilidade desta, o papel foi confiado a Milène Demongeot, que teve neste filme a sua estreia como protagonista, numa tentativa de a promover a sex symbol. Jean-Paul Belmondo e Alain Delon fazem os seus primeiros papéis relevantes. Primeira exibição na Cinemateca.

> QUA. [21] 21:30

À PROPOS D’UNE RIVIÈREde Georges FranjuFrança, 1955 – 25 min / legendado eletronicamente em português

PORTUGAL’S MEN OF THE SEAde George SluizerEUA, 1968 – 25 min / legendado eletronicamente em português

duração total da sessão: 50 min | M/12

Entre 1949, ano em que realizou LE SANG DES BÊTES, a sua primeira curta-metragem a “solo” (e de longe a mais famosa e mais vista) e 1959, em que assinou LA TÊTE CONTRE LES MURS, a sua primeira longa, Franju fez mais de uma dúzia de curtas-metragens documentais que, por várias razões, ficaram na sombra, sendo raramente exibidos. Foi assim com MON CHIEN (1955), exibido na Cinemateca em setembro, no Ciclo dedicado a Henri Langlois, e é assim com este poema sobre a pesca do salmão realizado pelo autor no mesmo ano. Completa a sessão PORTUGAL’S MEN OF THE SEA, um documentário produzido pela National Geographic e realizado por George Sluizer (lembram-se de MORTINHO POR CHEGAR A CASA, com Herman José, e de A JANGADA

DE PEDRA?) sobre a frota portuguesa da pesca ao bacalhau. Primeiras exibições na Cinemateca.

> QUI. [22] 19:00

STATCHKA Grevede Sergei M. Eisenstein

com I. Kliuvin, Alexandr Antonov, I. IvanovURSS, 1924 – 80 min / mudo, intertítulos em russo legendados em inglês | M/12

A primeira longa-metragem de Eisenstein encena uma greve numa fábrica russa no começo do século XX. Ao realizá-la, Eisenstein tinha atrás de si muita experiência em espetáculos teatrais vanguardistas do grupo Proletkult (“cultura proletária”) e estas experiências marcam o filme, assim como as técnicas do grupo de cineastas da FEKS (“Fábrica do Ator Excêntrico”), de Leninegrado. Em GREVE, Eisenstein põe em prática as suas célebres ideias sobre a “montagem de atrações”, fazendo nascer ideias através da associação de planos e criando metáforas visuais. Um dos grandes clássicos de sempre.

> SEG. [26] 19:00

MILOU EN MAI

Janeiro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema | Sala M. Félix Ribeiro [9]

THE THINGVeio do Outro Mundode John Carpenter

com Kurt Russell, A. Wilford Brimley, Richard Dysart, Richard Masur, Donald Moffat

Estados Unidos, 1982 – 108 min / legendado eletronicamente em português

LE HORLAde Jean-Daniel Pollet

com Laurent TerzieffFrança, 1966 – 38 min / legendado eletronicamente em português

duração total da sessão dupla: 146 min | M/12

entre a projeção dos dois filmes há um intervalo de 30 minutos

O primeiro double bill de 2015 junta Carpenter e Pollet. Nova versão do filme de Hawks-Nyby, THE THING FROM ANOTHER WORLD, para o qual John Carpenter trouxe a panóplia da tecnologia moderna para os sofisticados efeitos especiais, o “nec plus ultra” do género até então. A versão de Carpenter é mais fiel à história original Who Goes There de John W. Campbell, sobre o combate de um grupo de cientistas contra um extraterrestre mutante numa estação polar. LE HORLA transpõe livremente uma novela fantástica de Maupassant (primeiro publicada como Lettre d’un Fou e depois Le Horla, em 1885/86), em que um jovem, belo e vulnerável homem, única personagem do filme, é visitado pela loucura numa solitária casa à beira mar. Dois filmes sobre “a coisa”, a coisa inimaginável, isto é, sem imagem possível de fixar.

> SÁB. [10] 15:30

LE HORLA

À letra seria “Sessão Dupla”, mas a designação desta também nova rubrica regular de programação para 2015, todos os sábados a partir das 15h30, é mesmo no original: “Double Bill”, uma sessão para dois filmes concebida com uma lógica única (e de bilhete único). A “tradição” vem dos anos trinta americanos da Grande Depressão e foi uma prática até mais ou menos aos sessenta. O exercício, aqui e agora, é o de trazer para dentro deste “modelo”, a lógica última da programação de cinema, estabelecer pontes entre filmes, pô-los em diálogo, propor rimas, uma montagem, mais ou menos declarados. Os primeiros double bill de 2015 juntam Carpenter e Pollet (THE THING e LE HORLA), Wiseman e Moullet (WELFARE e LA COMÉDIE AU TRAVAIL), Godard e Kramer (LE PETIT SOLDAT e THE EDGE), Tourneur e Lynch (STARS IN MY CROWN e BLUE VELVET).

WELFAREde Frederick WisemanEstados Unidos, 1975 – 167 min / legendado eletronicamente em português

LA COMÉDIE DU TRAVAILde Luc Moulletcom Roland Blanche, Sabine Haudepin, Henri Deus,

Antonietta PizzornoFrança, 1987 – 88 min / legendado eletronicamente em português

duração total da sessão dupla: 255 min | M/12

entre a projeção dos dois filmes há um intervalo de 30 minutos

WELFARE revela a natureza e a complexidade do sistema social norte-americano através de um conjunto de sequências que ilus-tram a diversidade de problemas que dele fazem parte: desem-prego, divórcio, questões médicas e de alojamento, abandono infantil, apoio aos idosos, etc. Wiseman traça o retrato de um centro de assistência social, mostrando como os trabalhadores do sistema e os seus utentes enfrentam uma luta diária para se enquadrar nas leis governamentais que os regem. Um olhar acu-tilante sobre uma instituição americana, que é um dos mais im-portantes filmes de Wiseman deste período. Fazendo jus ao seu título, LA COMÉDIE DU TRAVAIL é uma comédia sobre o absurdo da situação do trabalho na Europa de fins do século XX, girando à volta das intrincadas relações entre o desemprego e o sistema de subsídios para o desemprego. Uma funcionária da Agência Nacional para o Emprego apaixona-se por um desempregado profissional, um homem que consegue desenrascar-se para viver eternamente do magro subsídio de desemprego. A mulher quer que o homem consiga um trabalho, custe o que custar.

> SÁB. [17] 15:30

LE PETIT SOLDAT

DOUBLE BILL

LE PETIT SOLDATO Soldado das Sombrasde Jean-Luc Godard

com Michel Subor, Anna Karina, Henri-Jacques HuetFrança, 1960 – 79 min / legendado em português

THE EDGEde Robert Kramer

com Jack Rader, Tom Griffin, Howard Loeb Babeuf, Robert KramerEstados Unidos, 1967 – 102 min / legendado eletronicamente em português

duração total da sessão dupla: 181 min | M/12

entre a projeção dos dois filmes há um intervalo de 30 minutos

Um desertor francês alista-se num grupo de extrema-direita suíço, do qual mais tarde tenta fugir por amor de uma mulher. Esta é a sinopse de LE PETIT SOLDAT, um dos mais polémicos filmes de Godard, acusado à época de “fascismo” por parte da esquerda oficial e proibido em França durante três anos, devido às muitas alusões à Guerra da Argélia, então no auge (nomeadamente uma longa e célebre cena de tortura). Sempre que Anna Karina (no seu primeiro encontro com Godard) entra em cena rouba toda a luz à sua volta. THE EDGE foi o filme que projetou o nome de Robert Kramer (trata-se da sua segunda longa-metragem), e é uma ficção sobre as lutas políticas dos anos sessenta, muito precisamente as lutas políticas americanas, sobretudo o combate à Guerra do Vietname. O filme situa-se num grupo de intelectuais e militantes políticos de Nova Iorque. Um deles quer assassinar o presidente dos Estados Unidos, mas o grupo opõe-se a esta ideia.

> SÁB. [24] 15:30

STARS IN MY CROWNde Jacques Tourneur

com Joel McCrea, Ellen Drew, Dean Stockwell, Juano Hernandez, Dean Stockwell

Estados Unidos, 1950 – 89 min / legendado em português

BLUE VELVETVeludo Azulde David Lynch

com Kyle MacLachlan, Isabella Rossellini, Dennis Hopper, Laura Dern, Dean Stockwell

Estados Unidos, 1986 – 120 min / legendado em português

duração total da sessão dupla: 209 min | M/16

entre a projeção dos dois filmes há um intervalo de 30 minutos

STARS IN MY CROWN é, talvez, o mais belo e perfeito exemplo daquilo a que se chama “Americana” (evocação nostálgica do passado dos EUA) no cinema. É também o mais pessoal dos fil-mes de Jacques Tourneur, que, para o dirigir, aceitou um salário simbólico. Praticamente sem história, STARS IN MY CROWN é uma coleção de vinhetas da vida numa pequena cidade no inte-rior dos EUA no século XIX, que retrata sentimentos e emoções e tem como ponto de partida a vida de uma criança com o seu pai, pregador, na vila que os adotou, onde o tranquilo deslizar do tempo é por vezes quebrado pelo drama (a tentativa de lin-chamento pelo KKK). Sob a atmosfera idílica de uma comuni-dade rural esconde-se o crime, o vício e a paranoia, num filme que subverte os estereótipos do “filme negro”, BLUE VELVET. David Lynch leva-nos numa viagem iniciática por um mundo si-nistro, a partir da estranha descoberta de uma orelha humana num jardim. Viagem através da luz, viagem através da sombra, num filme pleno de cenas memoráveis. BLUE VELVET ou o ou-tro lado do espelho da Americana, com o mesmo protagonista de Tourneur, Dean Stockwell.

> SÁB. [31] 15:30

Janeiro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema | Sala M. Félix Ribeiro[10]

THE BALDLANDS

OUTRAS SESSÕES DE JANEIRO

MADAME DE…Madame De…de Max Ophuls

com Danielle Darrieux, Charles Boyer, Vittorio de SicaFrança, 1953 – 96 min / legendado eletronicamente em português | M/12

Esta obra-prima de Ophuls forma como que uma trilogia com dois outros filmes do realizador sobre amores femininos fracassados, LIEBELEI e LETTER FROM AN UNKNOWN WOMAN, dos quais são retomadas algumas situações idênticas. Baseado num romance de Louise de Vilmorin e situado em fins do século XIX, o filme conta a história de um triângulo amoroso e de um par de brincos oferecidos pelo marido à mulher, que os vende e, mais tarde, os recebe como prenda do amante, que de nada sabia. Programado em “Histórias do Cinema: Mulvey / Ophuls” a 6, às 18h (ver entrada respetiva), o filme é apresentado em segunda passagem.

> SÁB. [10] 21:30

LA SIGNORA DI TUTTIde Max Ophuls

com Isa Miranda, Nelly Corradi, Memo BernassiItália, 1934 – 85 min / legendado eletronicamente em português | M/12

Depois da chegada ao poder dos nazis, Max Ophuls deixou a Alemanha e, antes de partir para Hollywood, errou por diversos países europeus, realizando filmes em França, Holanda e Itália. Foi neste último país que realizou LA SIGNORA DI TUTTI, uma das suas obras maiores, situada no mundo do cinema. Depois da tentativa de suicídio de uma famosa estrela, a história é contada em flashbacks e mostra-nos a mulher como pasto da curiosidade pública. Todo o esplendor visual do cinema de Ophuls e a maior interpretação de toda a carreira de Isa Miranda. Programado em “Histórias do Cinema: Mulvey / Ophuls” a 8, às 18h (ver entrada respetiva), o filme é apresentado em segunda passagem.

> TER. [12] 15:30

IN MEMORIAM ABEL ESCOTO

SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESENde João César MonteiroPortugal, 1969 – 17 min

O MIÚDO DA BICAde Constantino Esteves

com Fernando Farinha, Leónia Mendes, Rudolfo Neves, Cunha Marques, Júlia Buísel

Portugal, 1963 – 84 min

duração total da sessão: 101 min | M/12

A primeira curta-metragem de João César Monteiro, logo reveladora do fôlego e da originalidade do realizador: SOPHIA…, muito marítimo e muito mediterrânico, supunha ele que fosse antes de mais “a prova, para quem a quiser entender, que a poesia não é filmável e não adianta persegui-la”. O MIÚDO DA BICA é inspirado na história verídica de Fernando Farinha – cuja biografia não reconstitui exatamente –,retratando o percurso de um jovem fadista a quem o sucesso dá algumas voltas à cabeça. É também o retrato de uma Lisboa “típica”, contemporânea mas muito distante da Lisboa de OS VERDES ANOS de Paulo Rocha. A sessão reúne dois dos trabalhos de Abel Escoto (1919-2014), um dos mais importantes diretores de fotografia portugueses, cuja prolífera carreira se iniciou na década de quarenta, como técnico de som e operador de imagem.

> QUI. [15] 19:00

IN MEMORIAM MIKE NICHOLS

WORKING GIRLUma Mulher de Sucessode Mike Nichols

com Harrison Ford, Sigourney Weaver, Melanie Griffith, Alec Baldwin, John Cusack

Estados Unidos, 1988 – 113 min / legendado em português | M/12

Sob esta designação genérica, reúnem-se, em janeiro, duas segundas passagens de dois dos Ophuls programados nas “Histórias do Cinema: Laura Mulvey / Max Ophuls” em cópias que nos chegam de fora (MADAME DE… e LA SIGNORA DI TUTTI), e três sessões “In Memoriam” para lembrar o trabalho de Mike Nichols (1921-2014) (WORKING GIRL e BILOXI BLUES) e Abel Escoto (1919-2014), fundamental diretor de fotografia português (SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN de César Monteiro e O MIÚDO DA BICA de Constantino Esteves).

WORKING GIRL é um badalado filme de Mike Nichols (1921-2014), argumentista e realizador nascido na Alemanha e radicado nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra, onde começou a carreira como ator e encenador. Se se estreou na realização com uma adaptação para televisão de Quem Tem Medo de Virginia Woof? (1966), foi THE GRADUATE / A PRIMEIRA NOITE (1967, com Dustin Hoffman e Anne Bancroft) a garantir-lhe um lugar especial. WORKING GIRL é dos anos oitenta, uma “comédia romântica”, filmada em Nova Iorque, em parte no World Trade Center. O elenco conta com grandes e inspirados atores, entre eles Melanie Griffith, a “working girl”, em estado de graça. Primeira exibição na Cinemateca

> SÁB. [24] 21:30

IN MEMORIAM MIKE NICHOLS

BILOXI BLUESOs Rapazes de Biloxide Mike Nichols

com Matthew Broderick, Christopher Walken, Matt Mulhern, Corey Parker

Estados Unidos, 1988 – 113 min / legendado eletronicamente em português | M/12

É uma comédia, escrita por Neil Simon a partir de uma peça sua de 1985, semiautobiográfica: o jovem Eugene Jerome (Matthew Broderick) é recrutado para um campo no Mississippi durante a Segunda Guerra, determinado a sobreviver às agruras da vida no exército. A história, de tempos de guerra, é também uma história de fim de adolescência e passagem à idade adulta. Primeira exibição na Cinemateca, em memória de Mike Nichols.

> TER. [27] 15:30

ANTE-ESTREIAS

Como rubrica regular, as sessões de “Ante-estreias” prosseguem em 2015, especialmente atentas a produções portuguesas. Em janeiro, duas sessões para dois filmes de longa-metragem, de Rui Filipe Torres (CRIME) e Bernie Rao (THE BALDLANDS).

CRIMEde Rui Filipe Torres

com João D’Ávila, Ruben Garcia, Maria AlbuquerquePortugal, 2014 – 90 min | M/18

com a presença de Rui Filipe Torres

Com realização e argumento de Rui Filipe Torres, CRIME parte da peça de teatro Crime em Nova Iorque de João D’Ávila por sua vez baseado num drama real. A sinopse apresenta-o assim: “O assassínio num quarto de hotel de um corista social, pelo acompanhante, um jovem modelo. Mas distancia-se deste facto, para construir uma ficção/ritual em que a pulsão sexual, as construções sociais das identidades sexuais e a pulsão da morte são trabalhadas como factos sociais na cultura ocidental”.

> QUA. [7] 21:30

THE BALDLANDSA Terra dos Carecasde Bernie Rao

com Murray Davidson, Steven Mcnamara, Alasdair Johnston, Chris Jacobs

Portugal, Nova Zelândia, 2014 – 90 min / legendado em português | M/12

com a presença de Bernie Rao

THE BALDLANDS apresenta-se como um filme independente, “um misto de comédia negra, sátira social e drama distópi-co”. Num futuro próximo, na Nova Zelândia, a calvície passa a ser considerado um crime grave. O filme segue vários per-sonagens, que têm uma coisa em comum as suas vidas estão a ser diretamente afetadas pela suposta existência de uma Terra dos Carecas, onde, segundo o rumor, os carecas podem viver em liberdade.

> QUA. [28] 21:30

SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN, RODAGEM

Janeiro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema [11]

SALA LUÍS DE PINA

HISTÓRIAS DO CINEMA: LAURA MULVEY / MAX OPHULS

INFORMAÇÃO SOBRE AS SESSÕES E VENDA ANTECIPADA DE BILHETES

As intervenções de Laura Mulvey serão feitas em inglês, sem tradução simultânea. Para esta rubrica, a Cinemateca propõe um regime de venda de bilhetes específico, fa-zendo um preço especial e dando prioridade a quem de-seje seguir o conjunto das sessões. Assim, quem deseje seguir todas as sessões (venda exclusiva para a totalida-de das sessões, máximo de duas coleções por pessoa) po-derá comprar antecipadamente a sua entrada pelo preço global de € 22 (Estudantes, Cartão Jovem, Maiores de 65 anos, Reformados: € 12 – Amigos da Cinemateca, Estu-dantes Cinema, Desempregados: € 10) entre 22 e 30 de dezembro. Os lugares que não tenham sido vendidos se-rão depois disponibilizados através do normal sistema de venda no próprio dia de cada sessão, no horário de bi-lheteira habitual e de acordo com o preço específico des-tas sessões, € 5 (Estudantes, Cartão Jovem, Maiores de 65 anos, Reformados: € 3 – Amigos da Cinemateca, Estudan-tes Cinema, Desempregados: € 2,60).

Concebida em setembro de 2011 como rubrica regular de programação assente na ideia de um binómio, “Histórias do Cinema” é uma proposta para cinco tardes e em torno de cinco filmes (ou em cinco sessões, com número variável de obras projetadas): dum lado, um investigador de cinema – historiador, crítico, ensaísta, podendo também tratar-se de realizador ou técnico, por exemplo; de outro, um autor ou um tema histórico abordado pelo primeiro. O investigador discorre e conversa sobre o tema numa sequência de encontros que são antes de mais pensados como experiência cumulativa. Assim decorreram, entre 2011 e dezembro de 2012, as “Histórias do Cinema” “Eisenschitz / Chaplin”, “Berriatúa / Murnau”, “Marías / Buñuel”, “Seixas Santos / Straub--Huillet”, “Douchet / Renoir”, “Pontes Leça / Minnelli”, “Bitomsky / Ford”, “João Mário Grilo: Cinegeografias”, “Perpignani / Montagem”, “Gartenberg / Sonbert”. Esta rubrica é agora retomada com periodicidade mensal. A primeira edição de 2015 traz Laura Mulvey à Cinemateca para mostrar e apresentar cinco filmes de Max Ophuls, a sua escolha.Historiadora, ensaísta e realizadora, Laura Mulvey é atualmente professora no Birbeck College da Universidade de Londres. Tendo começado como crítica, por exemplo no Spare Rib e Seven Days, trabalhou durante muitos anos no British Film Institute. É autora de livros como Citizen Kane (1993), Fetichism and Curiosity (1996), Videodreams: Between the Cinematic and the Theatrical (2004), Death 24x a Second: Stillness and the Moving Image (2006), Visual and Other Pleasures (Language, Discourse, Society) (2007). Escrito em 1973 e publicado em 1975 na revista Screen, sob a influência das teorias de Freud e Lacan, “Visual Pleasure and Narrative Cinema” foi o ensaio que a tornou conhecida como teórica do cinema firmando o feminismo como campo de estudos na teoria do cinema. Como realizadora, entre 1974 e 1982, Laura Mulvey coassinou com Peter Wollen AMAZONS, RIDDLES OF THE SPHINX, AMY!, CRYSTAL GAZING, FRIDA KAHLO AND TINA MODOTTI e THE BAD SISTER. Em 1991, realizou DISGRACED MONUMENTS olhando os monumentos da União Soviética depois da queda do comunismo. Mulvey marcou a teoria cinematográfica europeia nas últimas quatro décadas e tornou-se um dos nomes centrais de uma teoria feminista do cinema que ela própria não cessa de reavaliar e repensar. Abordou a representação feminina e o melodrama, assim com as mutações tecnológicas no cinema e na televisão, e centrou-se em obras como as de Douglas Sirk ou, precisamente, Max Ophuls.

LIEBELEI“Namorico”de Max Ophuls

com Magda Schneider, Wolfgang Liebeneiner, Louise Ullirch, Willi Eichberger

Alemanha, 1932 – 87 min / legendado em francês e eletronicamente em português | M/12

sessão apresentada e comentada por Laura Mulvey

Último filme realizado por Ophuls na Alemanha antes do nazismo e uma das suas obras-primas absolutas. Adaptada de uma peça homónima de Schnitzler, esta dilacerante história de amores contrariados pelo destino é situada nos finais do século XIX, na Viena do imperador Francisco José. Tratando--se de Viena, as alusões à música são muitas. A ação começa durante uma récita de O Rapto do Serralho, a protagonista é cantora e o “tema do destino” da Quinta Sinfonia de Beethoven acompanha o trágico desenlace. Toda a arte de um dos maiores realizadores de sempre está neste filme.

> SEG. [05] 18:00

LA SIGNORA DI TUTTIde Max Ophuls

com Isa Miranda, Nelly Corradi, Memo BernassiItália, 1934 – 85 min / legendado eletronicamente em português | M/12

sessão apresentada e comentada por Laura Mulvey

Depois da chegada ao poder dos nazis, Max Ophuls deixou a Alemanha e, antes de partir para Hollywood, errou por diversos países europeus, realizando filmes em França, Holanda e Itália. Foi neste último país que realizou LA SIGNORA DI TUTTI, uma das suas obras maiores, situada no mundo do cinema. Depois da tentativa de suicídio de uma famosa estrela, a história é contada em flashbacks e mostra-nos a mulher como pasto da curiosidade pública. Todo o esplendor visual do cinema de Ophuls e a maior interpretação de toda a carreira de Isa Miranda. O filme tem uma segunda projeção a 12, às 15h30 (ver entrada em “Outras Sessões de Janeiro”).

> TER. [6] 18:00

LETTER FROM AN UNKNOWN WOMANCarta duma Desconhecidade Max Ophuls

com Joan Fontaine, Louis Jourdan, Mady Christians, Art SmithEstados Unidos, 1948 – 90 min / legendado em português | M/12

sessão apresentada e comentada por Laura Mulvey

Um dos filmes mais belos e mais amados de Ophuls, baseado num conto de Stefan Zweig. A história do amor que uma mulher sentiu durante toda a vida por um homem, que só se dá conta disto na véspera de morrer. Situado, como LIEBELEI, na Viena do Imperador Francisco José, este talvez seja o filme em que a mise-en-scène de Ophuls mais atinge a perfeição, com um equilíbrio absoluto entre a elegância formal e a emoção. Excecional desempenho de Joan Fontaine.

> QUA. [7] 18:00

MADAME DE…Madame De…de Max Ophuls

com Danielle Darrieux, Charles Boyer, Vittorio de SicaFrança, 1953 – 96 min / legendado eletronicamente em português | M/12

sessão apresentada e comentada por Laura Mulvey

Esta obra-prima de Ophuls forma como que uma trilogia com dois outros filmes do realizador sobre amores femininos fracassados, LIEBELEI e LETTER FROM AN UNKNOWN WOMAN, dos quais são retomadas algumas situações idênticas. Baseado num romance de Louise de Vilmorin e situado em fins do século XIX, o filme conta a história de um triângulo amoroso e de um par de brincos oferecidos pelo marido à mulher, que os vende e, mais tarde, os recebe como prenda do amante, que de nada sabia. O filme tem uma segunda projeção a 10, às 21h30 (ver entrada em “Outras Sessões de Janeiro”).

> QUI. [8] 18:00

LOLA MONTESLola Montesde Max Ophuls

com Martine Carol, Peter Ustinov, Anton Walbrook, Oskar Werner

França, Alemanha, 1955 – 115 min / versão alemã, legendada em português | M/12

sessão apresentada e comentada por Laura Mulvey

O último filme de Ophuls foi massacrado à época pela distribuição, que alterou a sua estrutura em flashbacks, e só foi visto na montagem original muito mais tarde. História de uma cantora e cortesã, que termina a sua vida transformada em objeto, apresentando-se num circo, onde a sua própria vida é contada e encenada. Uma obra-prima. Vamos vê-la na versão mais completa que se conhece, falada em alemão.

> SEX. [9] 18:00

LETTER FROM AN UNKNOWN WOMAN

Janeiro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema | Sala Luís de Pina[12]

FOTOGRAFIA DE HENRIQUE CALVET

REALIZADOR CONVIDADOPEDRO COSTA

É outra das novidades na programação da Cinemateca em 2015. Mensalmente, o convite é feito a um realizador para escolher e apresentar uma série de filmes seus e de outros. O primeiro é Pedro Costa, que ao longo de três semanas, entre 12 e 30 de janeiro, concebeu e apresenta um programa que inclui filmes seus em articulação com outras obras, várias delas de oportunidade de exibição rara. O programa contará com as presenças de José Neves, João Queiroz, Paulo Nozolino, Rui Chafes, Leonardo Simões e Olivier Blanc, que acompanharão algumas das sessões em diálogo com Pedro Costa.

PEDRO COSTA E VITALINA VARELA, RODAGEM DE CAVALO DINHEIROFOTOGRAFIA DE MARTA MATEUS

NO QUARTO DA VANDA, FOTOGRAFIA DE RICHARD DUMAS

FOTOGRAFIA DE RICHARD DUMAS

Os títulos e horários deste programa serão detalhadamente divulgados em breve.

Janeiro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema | Sala Luís de Pina [13]

INTERVALO PARA O CONHECIMENTORetomam-se as conferências “Intervalo para o conhe-cimento” realizadas na Cinemateca, este mês com Luís Mendonça.

OS CINEASTAS AMADORES DO PÓS-GUERRA: A FOTOGRAFIA DE RUA COMO SINOPSE DA MODERNIDADE CINEMATOGRÁFICA

Conferência por Luís Mendonça

Na transição da fotografia e da escrita para o cinema, um grupo de nova-iorquinos operou uma revolução silenciosa no coração da linguagem do cinema. Entre um cinema ainda feito sob o signo da Hollywood clássica, o impacto do neo-realismo italiano e as vanguardas emergentes (Nouvelle Vague, New American Cinema e cinema directo), outsiders como Morris Engel, Ruth Orkin, Helen Levitt e James Agee encontraram nas ruas as coordenadas de um cinema livre que pensa em fotografias. É a partir deste “lugar sinóptico” que se propõe a modernidade cinematográfica como (est)ética fotográfica. A conferência será ilustrada com a apresentação de excertos de filmes

> QUA. [14] 18:30

FOCO NO ARQUIVO Retomando a rubrica regular de programação “Foco no Arquivo”, janeiro propõe duas sessões respetivamente organizadas em colaboração com o Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, da Universidade do Minho, e com a equipa de investigação do projeto WORKS, que está a ser desenvolvido pelo Centro de Investigação e Estudos de Sociologia com outros parceiros e o financiamento da FCT. No primeiro caso, dedicando a sessão ao mote “Coleção Colonial da Cinemateca: campo, contracampo, fora de campo”, a Cinemateca propõe a criação de uma plataforma de investigação continuada sobre a sua coleção colonial. No segundo, cujo alinhamento se intitula “O Trabalho no Ecrã”, trata-se de uma primeira sessão dedicada à investigação em curso em filmes da coleção da Cinemateca, a prosseguir mensalmente ao longo de 2015.

COLEÇÃO COLONIAL DA CINEMATECA: CAMPO, CONTRACAMPO, FORA DE CAMPO

STREETS OF EARLY SORROWCaminhos para a Angústiade Graham Parker, Faria de Almeida

com Lionel Ngokani, Olivia FarjeonReino Unido, 1963 – 8 min / sem diálogos

MONANGAMBÉEde Sarah Maldoror

com Mohamed ZinetArgélia, 1968 – 15 min / falado em francês, sem legendas

UM SAFARI FOTOGRÁFICO NAS COUTADAS DA SAFRIQUEde Faria de AlmeidaPortugal, 1972 – 11 min

LE PORTUGAL D’OUTRE MER DANS LE MONDE D’AUJOURD’HUIde Jean LeducPortugal, 1971 – 50 min / falado em francês, sem legendas

duração total da sessão: 84 min | M/12

sessão apresentada por Maria do Carmo Piçarra (CECS), Sofia Sampaio (CRIA), Paulo Cunha (CEIS XX),

Joana Pimentel (CP-MC)

Organizada em colaboração com o Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, da Universidade do Minho, esta sessão marca o lançamento de um debate público em que a Cinemateca propõe a criação de uma plataforma de investigação continuada sobre a sua coleção colonial. Ao campo cinematográfico de afirmação propagandista do Lusotropicalismo, em obras como LE PORTUGAL D’OUTRE MER DANS LE MONDE D’AUJOURD’HUI, opõe-se aqui o contracampo de filmes de resistência como CAMINHOS PARA A ANGÚSTIA, que aborda o Massacre de Sharpeville, e MONANGAMBÉE, que

fixa o desconhecimento da cultura africana e a brutalidade da polícia portuguesa. UM SAFARI FOTOGRÁFICO NAS COUTADAS DA SAFRIQUE mostra como o Estado Novo se quis impor, através da promoção turística das colónias, como “paraíso perdido”. Após a projeção, Maria do Carmo Piçarra, Sofia Sampaio e Paulo Cunha abordarão a política colonial do Estado Novo tal como imaginada no cinema de propaganda, as reações a essa política em filmes de resistência, e, finalmente, o que ficou “fora de campo”. Joana Pimentel fará uma breve apresentação da coleção colonial entendida em sentido lato. Os primeiros dois títulos são apresentados em cópias vídeo. Primeiras exibições na Cinemateca.

> QUA. [21] 18:30

O TRABALHO NO ECRÃ

A VISITA OFICIAL AO BARREIROde autor não identificadoPortugal, 1933 – 8 min / mudo

CRIANDO FONTES DE TRABALHOde João MendesPortugal, 1961 – 24 min

A OLIVEIRA E A PIRITEde Jean LeducPortugal, 1965 – 19 min

VISITA À FÁBRICA: A QUIMIGAL-DPEQ EM 1989de Orlando Santos, António FerreiraPortugal, 1989 – 16 min

duração total da sessão: 67 min | M/12

sessão apresentada pela equipa de investigação responsável pelo Projeto WORKS

Ao longo de 2015, a Cinemateca apresentará mensalmente uma sessão dedicada à investigação que, no âmbito do projeto WORKS, tem incidido sobre a imagem do trabalho no cinema. “WORKS – O trabalho no ecrã: um estudo de memórias e

identidades sociais através do cinema” é um projeto em curso, que inclui já o estudo de cerca de 400 filmes do acervo da Cinemateca – incluindo longas-metragens de fição, documentários, filmes de encomenda e filmes e utilitários – com o objetivo de analisar as representações do trabalho no cinema português e, de modo mais alargado, as relações entre o cinema e as identidades e memórias do trabalho ao longo do século XX. O projeto, financiado pela FCT, está a ser desenvolvido no Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-IUL) do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa, em parceria com o Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA) e o Centro de Estudos de Comunicação e Linguagens (CECL-UNL), e é conduzido pelos investigadores Luísa Veloso (coordenadora, CIES-IUL), Frédéric Vidal (CRIA), Emília Margarida Marques (CRIA), Jacques Lemière (Université de Lille 1), João Sousa Cardoso (CECL-UNL) e João Rosas (CIES-IUL). Num momento em que a ideia de trabalho sofre alterações rápidas e profundas, nomeadamente ao nível do valor que lhe é atribuído, simbólica e monetariamente, esta rubrica de programação propõe-se suscitar uma reflexão sobre as várias formas de filmar o trabalho – quem filma, o que é filmado e o que é dito sobre quem trabalha – pondo em diálogo filmes de autor e filmes utilitários. Neste programa inicial são dados a ver alguns filmes e documentos históricos sobre a cidade do Barreiro e a CUF, e ainda imagens mais recentes em que é registada uma visita à fábrica por parte de trabalhadores daquela empresa. Exceto CRIANDO FONTES DE TRABALHO, os filmes a apresentar são primeiras exibições na Cinemateca.

> QUA. [28] 18:30

LITTLE FUGITIVE (1953) DE RAY ASHLEY,MORRIS ENGEL E RUTH ORKIN

EXPOSIÇÕES TEMPORÁRIAS

A INDÚSTRIA DO DESEJO: RETRATOS, PUBLICIDADE E MARKETING DA “ÉPOCA DOURADA” DE HOLLYWOODEspaço 39 Degraus | 1 de setembro – 30 de janeiro de 2015

Exposição de provas fotográficas de época representativas das campanhas publicitárias dos estúdios de Hollywood nos anos 30-50.

Janeiro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema | Sala Luís de Pina [15]

CALENDÁRIO | JANEIRO 2015 Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema

3 SÁBADO

15:00 | SF CINEMATECA JÚNIOR

THE ARISTOCATSWolfgang Reitherman

5 SEGUNDA-FEIRA

18:00 | LP HISTÓRIAS DO CINEMA: LAURA MULVEY / MAX OPHULS

LIEBELEI“Namorico”Max Ophuls

21:30 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

BADLANDSTerrence Malick

6 TERÇA-FEIRA

15:30 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

BADLANDSTerrence Malick

18:00 | LP HISTÓRIAS DO CINEMA: LAURA MULVEY / MAX OPHULS

LA SIGNORA DI TUTTIMax Ophuls

19:00 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

REBECCAAlfred Hitchcock

21:30 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

SANSHO DAYU“O Intendente Sansho”Kenji Mizoguchi

7 QUARTA-FEIRA

15:30 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

THE RIVERJean Renoir

18:00 | LP HISTÓRIAS DO CINEMA: LAURA MULVEY / MAX OPHULS

LETTER FROM AN UNKNOWN WOMANMax Ophuls

19:00 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

MAN HUNTFritz Lang

21:30 | MFR ANTE-ESTREIAS

CRIMERui Filipe Torres

8 QUINTA-FEIRA

15:30 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

SANSHO DAYU“O Intendente Sansho”Kenji Mizoguchi

18:00 | LP HISTÓRIAS DO CINEMA: LAURA MULVEY / MAX OPHULS

MADAME DE…Max Ophuls

19:00 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

SOMMARLEKUm Verão de AmorIngmar Bergman

21:30 | MFR D.W. GRIFFITH – NO CENTENÁRIO DE THE BIRTH OF A NATION

INTOLERANCED.W. Griffith

9 SEXTA-FEIRA

15:30 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

THE WIZARD OF OZVictor Fleming

18:00 | LP HISTÓRIAS DO CINEMA: LAURA MULVEY / MAX OPHULS

LOLA MONTESMax Ophuls

19:00 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

TA’M E GUILASSO Sabor da CerejaAbbas Kiarostami

21:30 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

NOTORIOUSAlfred Hitchcock

00:00 | MFR SEXTA À MEIA-NOITE | COM OS BEATLES

A HARD DAY’S NIGHTRichard Lester

10 SÁBADO

15:00 | SF CINEMATECA JÚNIOR

MOONFLEETFritz Lang

15:30 | MFR DOUBLE BILL

THE THINGJohn CarpenterLE HORLAJean-Daniel Pollet

21:30 | MFR OUTRAS SESSÕES

MADAME DE…Max Ophuls

12 SEGUNDA-FEIRA

15:30 | MFR OUTRAS SESSÕES

LA SIGNORA DI TUTTIMax Ophuls

19:00 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

ELLuis Buñuel

21:30 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

VALE ABRAÃOManoel de Oliveira

13 TERÇA-FEIRA

15:30 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

NOTORIOUSAlfred Hitchcock

19:00 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

AU HASARD BALTHAZAR…Robert Bresson

21:30 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

THE SAGA OF ANATAHANJosef von Sternberg

14 QUARTA-FEIRA

15:30 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

ELLuis Buñuel

18:30 | LP INTERVALO PARA O CONHECIMENTO

OS CINEASTAS AMADORES DO PÓS--GUERRA: A FOTOGRAFIA DE RUA COMO SINOPSE DA MODERNIDADE CINEMATOGRÁFICAConferência por Luís Mendonça

19:00 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

DETOUREdgar G. Ulmer

21:30 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

SENSOLuchino Visconti

15 QUINTA-FEIRA

15:30 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

IT’S A WONDERFUL LIFEFrank Capra

19:00 | MFR IN MEMORIAM ABEL ESCOTO

SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESENJoão César MonteiroO MIÚDO DA BICAConstantino Esteves

21:30 | MFR D.W. GRIFFITH – NO CENTENÁRIO DE THE BIRTH OF A NATION

HEARTS OF THE WORLDD.W. Griffith

16 SEXTA-FEIRA

15:30 | MFR CINE BIOSCOOP

SPIEGEL VAN HOLLAND“Espelho da Holanda”DE STEM VAN HET WATER“A Voz da Água”Bert Haanstra

19:00 | MFR CINE BIOSCOOP

DE MUIDERKRING HERLEEFT“O Muiderkring revive”EEN PAK SLAAG“Uma Carga de Pancada”Bert Haanstra

21:30 | MFR CINE BIOSCOOP

ALLEMAN“O Homem Comum”Bert Haanstra

00:00 | MFR SEXTA À MEIA-NOITE | COM OS BEATLES

HELP!Richard Lester

17 SÁBADO

15:00 | SF CINEMATECA JÚNIOR

MADAGASCAR: ESCAPE FROM AFRICAEric Darnell, Tom McGrath

15:30 | MFR DOUBLE BILL

WELFAREFrederick WisemanLA COMÉDIE DU TRAVAILLuc Moullet

21:30 | MFR CINE BIOSCOOP

GOEDEMORGEN TOEKOMST, OUD IN DE DELTA“Bom dia Futuro, Envelhecer no Delta”Kees HinTHE MATCHKees Hin, Sandra van Beek

CALENDÁRIO | JANEIRO 2015 Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema

19 SEGUNDA-FEIRA

15:30 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

DETOUREdgar G. Ulmer

19:00 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

FOR EVER MOZARTJean-Luc Godard

21:30 | MFR DA COLEÇÃO DE VÍTOR RIBEIRO

LA BANDERAJulien Duvivier

20 TERÇA-FEIRA

15:30 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

SENSOLuchino Visconti

19:00 | MFR DA COLEÇÃO DE VÍTOR RIBEIRO

MILOU EN MAILouis Malle

21:30 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

IT’S A WONDERFUL LIFEFrank Capra

21 QUARTA-FEIRA

15:30 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

RIO BRAVOHoward Hawks

18:30 | LP FOCO NO ARQUIVO COLEÇÃO COLONIAL DA CINEMATECA : CAMPO, CONTRACAMPO, FORA DE CAMPO

STREETS OF EARLY SORROWGraham Parker, Faria de AlmeidaMONANGAMBÉESarah MaldororUM SAFARI FOTOGRÁFICO NAS COUTADAS DA SAFRIQUEFaria de AlmeidaLE PORTUGAL D’OUTRE MER DANS LE MONDE D’AUJOURD’HUIJean Leduc

19:00 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

U SAMOGO SINEVO MORIA“À Beira do Mar Azul”Boris Barnet

21:30 | MFR DA COLEÇÃO DE VÍTOR RIBEIRO

SOIS BELLE ET TAIS TOIMarc Allégret

22 QUINTA-FEIRA

15:00 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

GONE WITH THE WINDVictor Fleming

19:00 | MFR DA COLEÇÃO DE VÍTOR RIBEIRO

À PROPOS D’UNE RIVIÈREGeorgea FranjuPORTUGAL’S MEN OF THE SEAGeorge Sluizer

21:30 | MFR D.W. GRIFFITH – NO CENTENÁRIO DE THE BIRTH OF A NATION

BROKEN BLOSSOMSD.W. Griffith

23 SEXTA-FEIRA

15:30 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

ONE FROM THE HEARTFrancis Ford Coppola

19:00 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

BITTER VICTORYNicholas Ray

21:30 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

RIO BRAVOHoward Hawks

00:00 | MFR SEXTA À MEIA-NOITE | COM OS BEATLES

YELLOW SUBMARINEGeorge Dunning

24 SÁBADO

15:00 | SF CINEMATECA JÚNIOR

PIRATESRoman Polanski

15:30 | MFR DOUBLE BILL

LE PETIT SOLDATJean-Luc GodardTHE EDGERobert Kramer

21:30 | MFR IN MEMORIAM MIKE NICHOLS

WORKING GIRLMike Nichols

26 SEGUNDA-FEIRA

15:30 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

SUSPICIONAlfred Hitchcock

19:00 | MFR DA COLEÇÃO DE VÍTOR RIBEIRO

STATCHKAGreveSergei M. Eisenstein

21:30 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

ONE FROM THE HEARTFrancis Ford Coppola

27 TERÇA-FEIRA

15:30 | MFR IN MEMORIAM MIKE NICHOLS

BILOXI BLUESMike Nichols

19:00 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

ORDETA PalavraCarl Th. Dreyer

21:30 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

THE SUN SHINES BRIGHTJohn Ford

28 QUARTA-FEIRA

15:30 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

A MATTER OF LIFE AND DEATHMichael Powell, Emeric Pressburger

18:30 | LP FOCO NO ARQUIVO O TRABALHO NO ECRÃ

A VISITA OFICIAL AO BARREIROSem créditos de realizaçãoCRIANDO FONTES DE TRABALHOJoão MendesA OLIVEIRA E A PIRITEJean LeducVISITA À FÁBRICA: A QUIMIGAL-DPEQ EM 1989Orlando Santos, António Ferreira

19:00 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

NOSFERATU, EINE SYMPHONIE DES GRAUENS“Nosferatu, o Vampiro”Friedrich Wilhelm Murnau

21:30 | MFR ANTE-ESTREIAS

THE BALDLANDSBernie Rao

29 QUINTA-FEIRA

15:30 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

THE SUN SHINES BRIGHTJohn Ford

19:00 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

SUSPICIONAlfred Hitchcock

21:30 | MFR D.W. GRIFFITH – NO CENTENÁRIO DE THE BIRTH OF A NATION

TRUE HEART SUSIED.W. Griffith

30 SEXTA-FEIRA

15:30 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

AN AFFAIR TO REMEMBERLeo McCarey

19:00 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

SPELLBOUNDAlfred Hitchcock

21:30 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

THE BAD AND THE BEAUTIFULVincente Minnelli

00:00 | MFR SEXTA À MEIA-NOITE | COM OS BEATLES

LET IT BEMichael Lindsay-Hogg

31 SÁBADO

11:00 | SF CINEMATECA JÚNIOR

Atelier FamíliaAS TÉCNICAS DO CINEMA DE ANIMAÇÃO

15:00 | SF CINEMATECA JÚNIOR

THE CIRCUSCharlie Chaplin

15:30 | MFR DOUBLE BILL

STARS IN MY CROWNJacques TourneurBLUE VELVETDavid Lynch

21:30 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA

PARSIFALHans-Jürgen Syberberg

O PROGRAMA CONCEBIDO POR PEDRO COSTA, “REALIZADOR CONVIDADO | PEDRO COSTA”, A DECORRER NA SALA LUÍS DE PINA AO LONGO DAS TRÊS ÚLTIMAS SEMANAS DE JANEIRO, É DETALHADAMENTE DIVULGADO NUM PROGRAMA SEPARADO.