Jornal de Abrantes - edição de novembro 2013

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Mação, Sardoal, Vila de Rei, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinha jornal abrantes de NOVEMBRO 2013 · Diretora HÁLIA COSTA SANTOS · MENSAL · Nº 5513 · ANO 114 · DISTRIBUIÇÃO GRATUITA GRATUITO Publicidade Riquezas patrimoniais, ambientais e gastronómicas do Médio Tejo vão a votos Págs. 12 e 13 Cónego Emanuel Silva, o novo vice-reitor de Fátima Aos 47 anos, o Cónego Emanuel Silva foi escolhido para ser vice-reitor de Fátima, lugar que não era ocupado há al- guns anos. Recebeu o convite com um misto de surpresa, inquietação, serenidade e confiança. Este abrantino, que já colaborava com o Santuário, estará diretamente envol- vido nas comemorações do Centenário das Aparições: uma “ocasião de fazer Fátima ‘dizer alto’ o cerne de esperança da sua mensagem”. Pág. 3 “Desconsideração” pelo interior é o entendimento dos autarcas Os presidentes das autarquias de Mação e de Vila de Rei re- pudiam o fecho dos respetivos tribunais. Maria do Céu Al- buquerque considera “lamentável que um imenso territó- rio a norte do distrito fique a descoberto” e critica a transfe- rência dos Tribunais de Trabalho e de Família e Menores do seu concelho, Abrantes, para Tomar. Por outro lado, conce- lhos como Constância, Mação, Sardoal e Vila de Rei podem vir a perder as repartições de Finanças. Págs. 4 e 6 Caima anuncia investimento de 35 milhões de euros na área do têxtil A fábrica de celulose do Caima, uma das três unidades da Altri, vai trocar a produção da pasta de papel por pasta so- lúvel usada na indústria têxtil, uma aposta direcionada para o mercado chinês. A fábrica está em fase de testes para atingir o grau de pureza e requisitos do novo produto. A reconversão da unidade não irá afetar o fabrico da pasta de papel até à altura em que começar a nova produção. Pág. 9 ENTREVISTA JUSTIÇA SOCIEDADE A produção dos produtos regionais no Médio Tejo tem represen- tado uma economia que procura vingar bem como salvaguardar o melhor da tradição. Por alguns concelhos encontram-se ca- sas estruturantes que já têm produções industriais, outras que assumem apenas um caráter artesanal. Nesta edição, fomos à procura de alguns desses exemplos. Págs. 14 a 17 CM ABT Fernando Baio ESPECIAL PRODUTOS REGIONAIS

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Jornal de Abrantes - edição de novembro, 2013 . Abrantes, Sardoal, Mação, Vila de Rei, Constância e VN Barquinha

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Mação, Sardoal, Vila de Rei, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinhajornal abrantesde

NOVEMBRO 2013 · Diretora HÁLIA COSTA SANTOS · MENSAL · Nº 5513 · ANO 114 · DISTRIBUIÇÃO GRATUITAGRATUITO

Publicidade

Riquezas patrimoniais, ambientais e gastronómicas do Médio Tejo vão a votos Págs. 12 e 13

Cónego Emanuel Silva, o novo vice-reitor de FátimaAos 47 anos, o Cónego Emanuel Silva foi escolhido para ser vice-reitor de Fátima, lugar que não era ocupado há al-guns anos. Recebeu o convite com um misto de surpresa, inquie tação, serenidade e confiança. Este abrantino, que já colaborava com o Santuário, estará diretamente envol-vido nas comemorações do Centenário das Aparições: uma “ocasião de fazer Fátima ‘dizer alto’ o cerne de esperança da sua mensagem”. Pág. 3

“Desconsideração” pelo interior é o entendimento dos autarcas Os presidentes das autarquias de Mação e de Vila de Rei re-pudiam o fecho dos respetivos tribunais. Maria do Céu Al-buquerque considera “lamentável que um imenso territó-rio a norte do distrito fique a descoberto” e critica a transfe-rência dos Tribunais de Trabalho e de Família e Menores do seu concelho, Abrantes, para Tomar. Por outro lado, conce-lhos como Constância, Mação, Sardoal e Vila de Rei podem vir a perder as repartições de Finanças. Págs. 4 e 6

Caima anuncia investimento de 35 milhões de euros na área do têxtil A fábrica de celulose do Caima, uma das três unidades da Altri, vai trocar a produção da pasta de papel por pasta so-lúvel usada na indústria têxtil, uma aposta direcionada para o mercado chinês. A fábrica está em fase de testes para atingir o grau de pureza e requisitos do novo produto. A reconversão da unidade não irá afetar o fabrico da pasta de papel até à altura em que começar a nova produção. Pág. 9

ENTREVISTA JUSTIÇA SOCIEDADE

A produção dos produtos regionais no Médio Tejo tem represen-tado uma economia que procura vingar bem como salvaguardar o melhor da tradição. Por alguns concelhos encontram-se ca-sas estruturantes que já têm produções industriais, outras que assumem apenas um caráter artesanal. Nesta edição, fomos à procura de alguns desses exemplos. Págs. 14 a 17

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ESPECIAL PRODUTOS REGIONAIS

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2 NOVEMBRO 2013ABERTURA

IDADE 39RESIDÊNCIA AbrantesPROFISSÃO Empresário / Pro-dutor de EspetáculosUMA POVOAÇÃO Aldeia do Mato

UM CAFÉ Chave D’ouroPRATO PREFERIDO Cozido à PortuguesaUM RECANTO PARA DESCO-BRIR Miradouro da Pedreira, Porto SantoUM DISCO Joy Divison - Closer

UM FILME O Fabuloso Destino de AmélieUMA VIAGEM Nova IorqueUMA FIGURA DA HISTÓRIA Martin Luther KingUM MOMENTO MARCANTE Quando fi z trinta anosUM PROVÉRBIO Mais vale tarde do que nuncaUM SONHO Realizar os meus sonhosUMA PROPOSTA PARA UM DIA DIFERENTE NA REGIÃO Picnic no Castelo de Abrantes

FICHA TÉCNICA

DiretoraHália Costa Santos

(TE-865)[email protected]

RedaçãoJoana Margarida Carvalho

(CP.9319)[email protected]

Mário Rui Fonseca (CP.4306)

[email protected]

ColaboradoresAlves Jana, André Lopes,

Francisco Rocha e Paulo Delgado

PublicidadeMiguel Ângelo

962 108 [email protected]

SecretariadoIsabel Colaço

Produção gráficaSemanário REGIÃO DE LEIRIA

Design gráfico António VieiraImpressão

Grafedisport, S.A.

ContactosTel: 241 360 170Fax: 241 360 179jornaldeabrantes

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Editora e proprietáriaMedia On - Comunicação

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Apartado 652204-909 Abrantes

GERÊNCIAFrancisco Rebelo dos Santos,

Joaquim Paulo Cordeiro da Conceição e Paulo Miguel

Gonçalves da Silva Reis.

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Sistemas InformaçãoHugo Monteiro

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Tiragem 15.000 exemplaresDistribuição gratuitaDep. Legal 219397/04

Nº Registo no ICS: 124617Nº Contribuinte: 505 500 094

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Lena Comunicação SGPS, S.A.

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Gonçalo Quintas23 anos, estudante universitário, Espinho

Com a chegada do Inverno, não tenciono comprar roupa nova mas sim renovar e reutilizar a roupa que utilizava nos anos anteriores. Talvez comprar um novo cache-col, um novo guarda-chuva, que perco-os sempre, mas tirando isso normalmente reutilizo a roupa que usava nos anos anteriores. Decido ir ao sótão buscar a roupa antiga ao baú e reutilizá-la.

Telma Dias, 50 anos, proprietária de um estabelecimento comercial, Abrantes

Relativamente ao meu guarda-roupa, continuarei a usar a roupa dos anos anteriores porque cons-idero-me uma pessoa com bom gosto e que consegue dar a volta ao vestuário que tenho, usando-o de várias formas e dando-lhe nuances diferentes. Como toda as pessoas sabem, a vida não está nada fácil e por isso mesmo conti-nuarei a usar as minhas roupas.

Lurdes Frias, 47 anos, operacional de ação médica, Tomar

“Sim, vou utilizar a roupa dos anos anteriores porque não há dinheiro para gastar. Neste momento de crise é um bocadinho complicado para comprar outras, portanto irei recorrer às roupas que já tenho de outros invernos e terá de ser as-sim”.

Não se pode aceitar o que não se compreende

FOTO DO MÊS EDITORIAL

INQUÉRITO

Por muito que se queira viver no in-terior, por muito que se tenha quali-dade de vida na maioria dos concelhos desta região, as ordens que vêm da ca-pital são cada vez mais penalizadoras. Os autarcas falam em discriminação e criticam as opções centrais, mesmo quando são da mesma cor política. Por-que neste, como em muitos outros as-suntos, mais do que os partidos, o que realmente importa são as pessoas. E essas continuam a ser mais atingidas do que quem mora em grandes centros urbanos.

Há anos que quem tem responsabili-dades no interior do país chama a aten-ção para o problema da desertifi cação e para uma realidade que se chama envelhecimento. Fez-se de quase tudo para atrair gente para o interior. A maio-ria dos serviços públicos tem qualidade e, para os tempos de lazer, há muitas opções agradáveis. Mas não chega. As pessoas precisam de sentir que estão em igualdade de circunstâncias com os restantes portugueses. Se pagam os mesmos impostos, devem ter acesso aos mesmos serviços nas mesmas con-dições.

É preciso dar sinais de que as coisas não vão morrer. As pessoas precisam de acreditar que há futuro no interior. Mas como é que isto se faz se num dia lhes tiram serviços de saúde, a seguir lhes ti-ram o acesso aos tribunais e depois os mandam tratar das fi nanças para outro lado? Se ao menos nos mostrassem nú-meros concretos destas alegadas pou-panças… Se ao menos nos mostras-sem que outros cortes também estão a ser feitos noutros sítios… O certo é que ninguém pode aceitar o que não com-preende.

Hália Costa Santos

Nota: Na edição anterior, o Jornal de Abrantes escreveu, erradamente, o nome de um vereador que tomou posse como ve-reador no concelho de Mação. Em vez de Rodrigo Marques deveria ter sido escrito Vasco Marques, o nome correto do vereador em causa. Ao visado e aos leitores, o Jornal de Abrantes apresenta as suas desculpas.

SUGESTÕES

Nuno Madeiras

Dezenas de abrantinos e abrantinas participaram, no dia 30 de outubro, num lançamento de balões cor de rosa, iniciativa que pretendeu “elevar a mensagem de sensibilização para importância do rastreio pre-coce do cancro da mama”. A ideia partiu do movimento “Vencer e Viver”, que é constituído por um grupo de mulheres sobreviventes ao cancro de mama. Tal como aconteceu em cinco outras cidades, às 12h00, o céu de Abrantes fi cou, momentaneamente, colorido de rosa. Minutos antes, pessoas de todas as idades re-ceberam os seus balões, que depois foram lançados em simultâneo. Várias entidades se envolveram nesta iniciativa para assinalar o Dia Nacional de Prevenção do Cancro de Mama, nomeadamente o núcleo de Abrantes da Liga Portuguesa Contra o Cancro, a Unidade de Saúde Pública do Agrupamento dos Centros de Saúde do Médio Tejo e a Câmara Municipal de Abrantes. Juntas, estas entidades e os seus representan-tes quiseram chamar a atenção para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce de uma do-ença que pode atingir qualquer pessoa. Que não se pense que “só acontece aos outros” (ver página 20).

Com o frio a chegar vai renovar o seu guarda-roupa ou recuperar algumas peças?

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3NOVEMBRO 2013 ENTREVISTA

CÓNEGO EMANUEL SILVA, ABRANTINO, RECENTEMENTE NOMEADO VICE-REITOR DO SANTUÁRIO DE FÁTIMA

“A mensagem de Fátima pode ser lida como o triunfo do amor nos dramas da história”HÁLIA COSTA SANTOS

Quando nasceu, em Abrantes, há 47 anos, era simplesmente Ema-nuel André Matos e Silva. Foi o segundo de três irmãos. Fez o “ensino primário” na Escola dos Quinchosos e o “ciclo prepara-tório” na Escola D. Miguel de Al-meida. Viveu, depois, com os Pais e os Irmãos, em Tomar, onde fez o “ensino secundário” até ao 9º ano. Em outubro de 1982, o jo-vem Emanuel começou a traçar o seu destino, entrando no Se-minário de Portalegre e no Co-légio Diocesano de Sto. António da mesma cidade. Depois entrou nos Seminários da Diocese de Lis-boa (Almada e Olivais) e na Fa-culdade de Teologia da Universi-dade Católica Portuguesa. Em ju-lho de 1991 foi ordenado padre e continuou a sua formação. Em 1993 foi nomeado diretor espi-ritual do Seminário Maior de Co-imbra e docente do Instituto Su-perior de Teologia de Coimbra. Em 2010 foi nomeado pároco da Sé de Castelo Branco e dois anos depois foi convidado a colabo-rar a tempo inteiro com Santuá-rio de Fátima. Em entrevista por email (de acordo com a antiga or-tografi a), o Cónego Emanuel ex-plica que recebeu o convite para ser vice-reitor do Santuário de Fátima com “surpresa”, “inquieta-ção” e “confi ança”. Nas linhas que se seguem, há também mensa-gens para os jovens e para quem está em difi culdades económi-cas.

Como foi a sua infância e juven-tude em Abrantes?

Considero-as uma infância e uma juventude absolutamente normais. Foi a experiência de crescer com a família, sempre cristã, com os ami-gos, a escola, os escuteiros, a cate-quese. Foi a experiência normalís-sima das interrogações e das corre-ções, dos receios e das superações, das ansiedades e das conquistas.

Tendo tido uma parte da sua vida em contacto direto com jovens em formação, quais são as men-sagens que considera importante passar à juventude atual?

Uma das mensagens que consi-dero mais importante passar aos jo-vens de hoje é a da “autenticidade” e “honestidade intelectual” (a nível conceptual, emocional, teórico e prático) na abordagem de todas as coisas. Falar de “sentido da vida” é sempre falar de uma direção em que se empreende caminho. Para haver sentido e direção é neces-sário haver finalidades (Para quê? Para onde?). É necessário ser ou-sado para dar à vida de todos os dias a fi nalidade que lhe cabe e que ela merece. E é necessário ser co-rajoso para não aceitar trocar essa fi nalidade por qualquer coisa sem jeito e sem valor. É muito impor-tante ser capaz de dar nome às fi na-lidades da vida.

O que é o que motiva, diaria-mente, no exercício das suas res-ponsabilidades?

Motiva-me e fortalece-me a fi deli-dade à fi nalidade da vida como feli-cidade: “acordar vivo” é um imenso

dom que agradeço e retribuo a Deus. Motiva-me saber que uma pessoa pode fazer a diferença. Mot-iva-me o poder juntar a minha in-signifi cância a outras “insignifi cân-cias” na possibilidade da construção da comunidade.

Como recebeu o convite para de-sempenhar as funções de vice-reitor do Santuário de Fátima?

Com a surpresa de quem acha que está a ser convidado para trabalhar acima das suas capacidades e, por isso, também com alguma inquieta-ção. Mas também com a confi ança e a serenidade de quem percebe que é conhecido (nas suas limita-ções e nas suas capacidades) por quem o convidou. E, por isso, com muita liberdade.

Qual o signifi cado de colaborar com o Santuário de Fátima, so-bretudo com estas novas fun-ções?

Fátima é, para mim, lugar vocação e de peregrinação há muito tempo. Depois, quando trabalhei em Coim-bra, comecei também a colaborar com algumas atividades do Santu-ário e, mais recentemente, com a preparação da celebração do cen-tenário das aparições. Agora, em-bora com outras responsabilida-des, continuo a integrar-me numa equipa de trabalho mais vasta, alar-gada e diversifi cada. E, sobretudo, a trabalhar em equipa. As novas fun-ções surgem no horizonte do ser-viço aos peregrinos e estão relacio-nadas com a ampliação do plano de atuação do Santuário. “O Santuário de Fátima – como afi rmou o Reitor

na data da nomeação do vice reitor - tem alargado progressivamente o seu campo de ação. Hoje, as exigên-cias são claramente mais extensas do que eram antes. A celebração do Centenário das Aparições repre-senta um acréscimo significativo de atividades e de campos de ação, mas também um acréscimo de as-petos da ação pastoral do Santuário que pensamos ser nosso dever con-tinuar no futuro”.

O que é que os peregrinos podem esperar das comemorações do centenário das Aparições?

Os primeiros destinatários e, mui-tas vezes até, os primeiros agen-tes de tudo o que a celebração do centenário está a envolver são os próprios peregrinos. São eles que “constroem” o Santuário e são eles o grande motivo da atenção do San-tuário (as suas razões, as suas expe-riências, as suas vidas, as suas pere-grinações, as suas dificuldades, as suas esperanças). A celebração do centenário é, por isso, também a ocasião de fazer Fátima “dizer alto” o cerne de esperança da sua mensa-gem. A mensagem de Fátima apa-rece e pode ser lida como o triunfo do amor nos dramas da história, uma expressão da misericórdia de Deus, um eco do Evangelho para o nosso tempo, uma mensagem que se “destina de modo particular aos homens do nosso século, marcado pelas guerras, pelo ódio, pela vio-lação dos direitos fundamentais do homem, pelo enorme sofrimento

de homens e nações e, por fi m, pela luta contra Deus até à negação da sua existência”.

Na atual conjuntura económica e social, que mensagem é que se pode deixar às pessoas que estão a passar por difi culdades?

Uma mensagem de profundo res-peito pelo valor maior da sua dig-nidade, uma mensagem de neces-sidade de construir todos os dias uma esperança lúcida, uma men-sagem de compromisso comum e conjunto.

Com consequências muito pal-páveis e experimentadas ao nível económico, fi nanceiro e social (que deixaram a descoberto, sobretudo, os mais vulneráveis), a atual con-juntura coloca-nos a todos diante do nosso próprio reflexo. Existem responsabilidades pessoais, é evi-dente. Mas também existem mode-los de conceção e construção hu-mana que reclamam, transversal-mente, dos vários agentes sociais, políticos, económicos e até religio-sos, a coragem lúcida de reforma e de mudança. Os postulados religio-sos “não resolveram” o problema do homem, dirão alguns. Nem os pos-tulados ateístas, responderão ou-tros. O que pode signifi car que am-bos são instrumentos de uma fi na-lidade maior do que eles próprios, o Homem.

Nota: Esta entrevista tem uma versão mais alongada que será disponibilizada no site da

Antena Livre (www.antenalivre.pt)

• “Motiva-me saber que uma pessoa pode fazer a diferença”

DR

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4 NOVEMBRO 2013

O Tribunal Judicial de Abrantes vai começar a jul-gar no dia 26 de novembro o presidente cessante da Câ-mara Municipal de Constân-cia, Máximo Ferreira, o atual presidente da Assembleia Municipal, António Mendes (CDU), e um chefe de Divisão de Administração e Finanças da autarquia, Francisco Cai-pirra, acusados de um crime de prevaricação e de falsas declarações.

A concelhia do PS de Cons-tância, assistente no pro-cesso, foi quem denunciou as alegadas irregularidades, tendo os autarcas sido pos-teriormente acusados pelo Ministério Público da prática de crime de prevaricação e falsas declarações, em coau-toria, num caso relacionado com um procedimento con-cursal aberto pela Câmara de

Constância para a prestação de serviços, conceção e co-ordenação de atividades no Centro Ciência Viva de Cons-tância.

Após concurso realizado em 2007, o Centro de Ciência

passou a ser gerido por uma empresa de Máximo Ferreira (à altura, ainda fora das vida política) e da qual era sócio-gerente. O astrónomo, sendo aposentado, não podia conti-nuar a colaborar com o mu-

nicípio em regime de avença. Para o processo contaram as perícias informáticas feitas pela Polícia Judiciária.

O Ministério Público dedu-ziu ainda acusação de crime de falsas declarações a Má-

ximo Ferreira por este ter de-clarado que reunia as con-dições legais para ser candi-dato a presidente de Câmara, nas eleições autárquicas de 2009. Pela relação de traba-lho que tinha para com a Câ-mara, o Ministério Público entende que não as reunia.

Foi em outubro de 2009 que o Partido Socialista de Constância expôs ao Ministé-rio Público a situação de “de-sigualdade de tratamento” face à candidatura de Má-ximo Ferreira (candidato e vencedor pela CDU em 2009), lembrando que este era sóc-io-gerente da empresa que geria as atividades do Centro Ciência Viva de Constância, um equipamento municipal.

A concelhia socialista de Constância, através do seu presidente, Marco Gomes, disse ao JA que “a dedução

de acusação pelo Ministério Público resulta de investiga-ções a matéria de facto e não em inverdades, insinuações e calúnias, de que fomos acu-sados pela CDU”.

“Máximo Ferreira não reu-nia as condições para ser o candidato pela CDU nas au-tárquicas de 2009 e foi ela-borado à margem da Lei um contrato público exclusiva-mente para benefício de Má-ximo Ferreira, com a colabo-ração dos outros arguidos. O que queremos é que seja reposta a verdade e a justiça seja feita”, vincou.

A moldura penal para os ca-sos de prevaricação e falsas declarações é de pena de pri-são de dois a seis anos.

Mário Rui Fonseca

JUSTIÇA

Os presidentes das Câmaras de Mação e Ferreira do Zê-zere, Vasco Estrela e Jacinto Lopes, ambos eleitos pelo PSD, afi rmaram repudiar o fe-cho dos respetivos tribunais, considerando a medida dis-criminadora para estes con-celhos do interior do país.

“Esta decisão, a concretiz-ar-se, terá como significado [estarmos perante] mais um dia triste e muito negro para Mação, na medida em que é uma opção desnecessária e reveladora de desconsidera-ção para com os municípios mais sujeitos às adversidades da interioridade”, disse o pre-sidente da Câmara de Mação, Vasco Estrela.

“Lamento e repudio esta decisão, porque temos um concelho muito disperso e com população muito enve-lhecida, que vai fi car a mais de uma hora de viagem do tribunal de referência, e por-que não entendo como possa esta medida ajudar o país na

consolidação das contas pú-blicas”, vincou.

“A decisão diminui a nossa autoestima e revela que se olha mais para os números do que para as pessoas, já de si sacrifi cadas com o peso da interioridade e desertifica-ção”, acrescentou Estrela.

Jacinto Lopes, presidente

da Câmara Municipal de Fer-reira do Zêzere, disse por sua vez que o concelho que pre-side “continua a ser discrimi-nado pela negativa”, tendo afi rmado que, com esta me-dida, “é difi cultado o acesso à justiça e acentua-se a dicoto-mia entre os portugueses de primeira e os portugueses de

segunda”.“É com imensa tristeza que

vejo Ferreira do Zêzere per-der o acesso direto a um ser-viço e um símbolo de so-berania, mais a mais numa medida que não vai poupar dinheiro ao Estado. Não faz sentido”, notou.

A última proposta do Mi-

nistério da Justiça para a Re-forma Judiciária, a que a Lusa teve acesso dia 22 de outu-bro, mantém a extinção de quase meia centena de tri-bunais, entre eles o de Ma-ção e Ferreira do Zêzere, e algumas varas criminais em Abrantes, como o Tribunal do Trabalho, e de Família e Me-nores, e criando secções de proximidade em Alcanena e Golegã, todos no distrito de Santarém.

Uma medida que também não agradou à presidente da Câmara Municipal de Abran-tes, tendo Maria do Céu Al-buquerque (PS) afi rmado ao JA ser “lamentável que um imenso território a norte do distrito fi que a descoberto e bastante desprotegido em relação aos serviços de jus-tiça de proximidade”, tendo apontado para os concelhos de Mação, Sardoal e Ferreira do Zêzere.

“E em Abrantes não faz sen-tido retirar o Tribunal de Tra-

balho e o de Família e Me-nores e transferi-los para To-mar, quando aqui laboravam em espaços próprios condig-nos e quando, em Tomar, não existem instalações próprias para o efeito, o que vai obri-gar a obras e a investimen-tos”, notou.

A última proposta do Minis-tério da Justiça sobre o Re-gime de Organização e Fun-cionamento dos Tribunais Ju-diciais mantém a extinção de quase meia centena de tri-bunais com algumas altera-ções dos concelhos visados e a substituição por mais sec-ções de proximidade.

O documento aponta para a extinção de 47 tribunais, menos dois do que a pro-posta conhecida há um ano, um número que contempla os que encerram definitiva-mente e aqueles que serão substituídos por secções de proximidade.

Mário Rui Fonseca

MAPA JUDICIÁRIO

Câmaras de Mação e Ferreira do Zêzere (PSD) repudiam extinção de tribunais

Autarcas de Constância vão a Tribunal pelo crime de prevaricação

• Máximo Ferreira, à esquerda, é um dos acusados pelo Ministério Público

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Page 5: Jornal de Abrantes - edição de novembro 2013

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5NOVEMBRO 2013 ECONOMIA

A Rede Cidadã para uma Nova Cultura da Água no Tejo/Tajo defendeu a inter-venção da União Europeia sobre um memorando de entendimento assinado por algumas regiões espanholas, alegando que viola a legisla-ção europeia sobre a água.

Os membros da Rede Ci-dadã – pessoas ou grupos portugueses e espanhóis – rejeitaram o conteúdo do memorando subscrito pelas regiões de Múrcia, Comuni-dade Valenciana e Castela-Mancha e o Ministério da Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente em relação à continuidade do Transvase Tejo-Segura, em Espanha.

O porta-voz do Movimento pelo Tejo – ProTejo, Paulo Constantino, disse que o do-cumento “cancela a partici-pação pública, o processo de

planifi cação da bacia do Tejo, e deixa aos defensores dos transvases e ao Ministério es-panhol todas as decisões re-lativas aos transvases do Tejo e ao seu tramo médio”, até Ta-lavera de la Reina.

Além disso, observou, “a sua introdução como uma emenda ao Projeto de Lei de Avaliação de Impacto Ambi-ental é um sinal de desprezo da atual legislação ambiental do Governo espanhol”.

“Este memorando não passa de uma artimanha, a criação de uma lei de subter-fúgio para que não se cum-pra a Diretiva Quadro da Água da União Europeia”, ale-gou o dirigente associativo,

notando que todas as asso-ciações envolvidas na Rede Cidadã “continuam a bater-se para que a água do Tejo fl ua livremente até à sua foz”, em Lisboa.

Segundo o representante, o memorando não garante a recuperação ambiental do Tejo e não protege os seus interesses, já que o rio vai ter “ainda menos água”.

“A União Europeia deve in-tervir e fazer respeitar as ne-cessidades e prioridades a toda a bacia do rio Tejo, ins-critas, aliás, na Diretiva Qua-dro da Água da União Euro-peia em vigor”, defendeu o responsável do ProTejo.

Uma centena de cidadãos a vogar contra a indife-rença

Mais de uma centena de

portugueses e espanhóis de diversas organizações da Rede do Tejo / Red del Tajo reuniram-se no fim de se-mana de 19 e 20 de outubro para marcar a quarta edição da descida de canoagem “Vo-gar Contra a Indiferença”. Este ano, o protesto reivindicativo partiu navegando pelo Tejo e atravessando as emblemáti-cas Portas de Ródão entre os distritos de Castelo Branco e Portalegre.

A ausência de caudais, as descargas poluentes, a po-tencial exploração de urânio fronteiriça e a regulação ex-cessiva do rio, causada pela exploração hidroelétrica, são os principais problemas do Tejo em Portugal.

Mário Rui Fonseca

Rede de defesa diz que memorando espanhol viola legislação sobre água

No âmbito da sua política de promoção da internacio-nalização do tecido empre-sarial da região do Ribatejo, a NERSANT - Associação Em-presarial da Região de Santa-rém está a preparar a realiza-ção de três missões empresa-riais até ao fi nal do presente ano, a Cabo verde, Marrocos e Moçambique.

A NERSANT aposta cada vez mais em ações de apoio à in-ternacionalização das suas empresas associadas, que se traduzem quer na realização de missões empresariais a

países emergentes, quer na receção de delegações em-presariais de diversos países.

Até ao final de 2013, a NERSANT vai acrescentar às ações de internacionalização já promovidas a realização de mais três missões empresari-ais, centradas no continente africano. A associação em-presarial vai liderar estas via-gens de negócio, responsa-bilizando-se por toda a parte logística e de programação das missões, que inclui a mar-cação de reuniões institucio-nais e com empresas locais.

Entre os dias 19 e 25 de no-vembro, a NERSANT vai estar em Cabo Verde, numa ação de internacionalização que inclui ainda a participação na FIC – Feira Internacional de Cabo Verde. Em dezembro, entre os dias 03 e 08, vai rea-lizar-se uma nova missão em-presarial a Marrocos, que in-cidirá especifi camente na ci-dade de Casablanca. Nesta ação as empresas partici-pantes, para além dos con-tactos previamente agen-dados, terão ainda a opor-tunidade de participar, em

stand conjunto, na Mabuild, feira especializada no setor da construção que se realiza em Casablanca de 05 a 08 de Dezembro.

O calendário de ações NER-SANT para 2013 termina com a realização, de 08 a 15 de de-zembro, da Missão Empresa-rial a Moçambique / Encon-tro Internacional de Negó-cios da Beira, evento que tem como principal objetivo pro-mover a realização de negó-cios entre este país e a região do Ribatejo.

NERSANT PROMOVE TRÊS MISSÕES EMPRESARIAIS

Aposta na internacionalização em Cabo Verde, Marrocos e Moçambique A Casa Anadia, sediada na

localidade de Alferrarede, concelho de Abrantes lan-çou recentemente, uma edição especial do azeite Private Collection numa garrafa de espumante, a primeira em todo o mundo.

Já disponível para esta época de natal, trata-se de uma edição especial que utiliza garrafas de espu-mante premium, fechadas e seladas com rolha de cor-tiça e musulet de arame, originais do espumante.

Segundo a Casa Anadia, este azeite já foi premiado com três medalhas, inclu-indo uma de ouro no New

York internacional Olive Oil Competition e é um azeite de qualidade superior, muito complexo e frutado, medianamente amargo, pi-cante e muito persistente na boca.

Azeite Private Collection em garrafa de espumante

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6 NOVEMBRO 2013SOCIEDADE

O Centro Social Interparo-quial de Abrantes anunciou a conclusão da construção de um lar de idosos com capa-cidade para 72 utentes, uma obra que implicou um inves-timento de 2,3 milhões de euros, valor comparticipado em 60% por fundos comu-nitários.

Com a entrada de funcio-namento em pleno prevista para o mês de dezembro, o Lar de Idosos ‘Domus Pa-cis’ - Casa da Paz -, do Cen-tro Social Interparoquial de Abrantes, foi construído na Encosta da Barata, em Abran-tes, numa área 10.500.00 me-tros quadrados.

O novo Lar de Idosos tem quatro pisos, sendo que o

piso do rés-do-chão se des-tina à receção, área de dire-ção e dos serviços adminis-trativos, cozinha, área de re-feições, estar, atividades e área de saúde. O piso da cave contempla as áreas das ins-

talações de pessoal, serviços, lavandaria, apoio domiciliá-rio, área técnica e um giná-sio.

Nos pisos do 1º e 2º anda-res distribuem-se as áreas de quartos e higiene pessoal, sa-

las de atividades, salas de ba-nho de ajuda, salas de sujos e rouparia. Com quartos indi-viduais, duplos e triplos divi-didos pelos andares superi-ores, foram construídos dois elevadores para deslocação entre pisos.

Com a abertura do equipa-mento à comunidade e início de aceitação de inscrições de utentes, o Lar de Idosos Do-mus Pacis - Casa da Paz, cons-truído na Encosta da Barata, vai também prestar serviço de apoio domiciliário para 30 pessoas e dar emprego di-reto a cerca de 35 funcioná-rios.

Mário Rui Fonseca

As mais recentes notícias in-dicam que podem fechar 154 repartições de finanças em todo o país, e o próprio Sin-dicato dos Trabalhadores dos Impostos prevê o encerra-mento de 154 repartições de impostos. O cálculo foi feito cruzando as necessidades de serviço e o pessoal existente em cada repartição.

No caso concreto do distrito de Santarém, estes serviços podem sofrer uma redução até aos 42,86%, sendo que os concelhos que podem vir a perder repartição de fi nanças são os de Alpiarça, Chamusca, Constância, Coruche, Ferreira do Zêzere, Golegã, Mação, Rio Maior e Sardoal. Também Vila de Rei, no distrito de Castelo Branco, e Gavião, já em Por-talegre, estão igualmente na lista dos possíveis municípios que vão perder o serviço.

Esta reorganização, que prevê o fecho de cerca de 50% das repartições, vai levar populações do interior a per-correr grandes distâncias. Os autarcas de Vila de Rei, Mação e Sardoal apelam a um “bom

senso” por parte do Governo, para que ouçam os municí-pios envolvidos no processo.

Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal, expli-cou ao JA que, apesar de uma prevista reorganização, a in-formação que chegou a Ma-ção é de que “irá manter-se um posto de atendimento e de serviço ao público para as questões ligadas às fi nanças”. O autarca lembrou que Ma-ção é um concelho “disperso, envelhecido e com uma po-pulação que não acede facil-

mente à internet”. Para Vasco Estrela, os governantes de-vem ouvir os autarcas que re-presentam os territórios: “O que peço é que este Governo tenha a coragem de falar com as pessoas e com os autarcas, é necessário auscultar para que não haja penalizações para ninguém.”

Por seu lado, Miguel Borges, presidente da Câmara Muni-cipal de Sardoal, afi rmou que “a Câmara não tem informa-ção oficial que o serviço irá encerrar e caso aconteça ha-

verá uma interligação com os municípios”, admitindo que “este é compromisso garan-tido pelo Governo”.

“Temos consciência que terá de haver uma reorgani-zar neste âmbito devido aos compromissos com a Troika, contudo nada nos diz que ha-verá um encerramento total dos serviços. Deverá manter-se um serviço de fi nanças que assegure as necessidades dos munícipes no dia-a-dia”, vin-cou.

Já Ricardo Aires, presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei, apelou ao “bom senso” dos governantes do país no que diz respeito a este serviço, referindo que espera que o governo consiga encontrar uma solução uma vez que “não poderá haver um corte cego nas repartições de fi-nanças, nomeadamente nos concelhos interiores do país, como é o caso de Vila de Rei. Estamos cá para trabalhar e encontrar uma solução con-junta”.

Joana Margarida Carvalho e Mário Rui Fonseca

Finanças: Governo pode encerrar 154 Repartições em todo o país, 11 das quais na nossa região

Paróquia de Abrantes conclui investimento de 2,3 milhões de euros em novo lar de idosos

Transporte a pedido em Mação alargado a todo o concelho

Maria do Céu Albuquerque é a nova presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo

Mação passou a contar com o sistema de trans-porte a pedido em todo o concelho. O serviço de transporte fl exível, que co-meçou por abranger cinco freguesias, passa, assim, a estar ao dispor de todos os habitantes, através de oito percursos pré defini-dos e com horários estabe-lecidos.

A funcionar todos os dias úteis, o cliente tem apenas de fazer uma chamada gra-tuita para o call-center até às 15h00 do dia útil ante-rior ao da viagem. Depois, é só dirigir-se à paragem escolhida na hora mar-cada, adquirindo o bilhete a bordo. Tanto as paragens como os veículos estão identificados com placas do serviço.

O projeto é dinamizado pela Comunidade Inter-municipal do Médio Tejo (CIMT ), que escolheu o município de Mação para a fase experimental devido às características da popu-lação: dispersa e eminente-mente envelhecida.

Apesar do alargamento da área de atuação, que

passa assim a servir cerca de 7400 pessoas, e depois de uma análise feita aos primeiros meses de ope-ração, atualmente o trans-porte é assegurado apenas por dois táxis de oito luga-res, existindo um terceiro veículo, para transporte de quatro pessoas, como re-serva.

Desde o seu arranque, a 21 de janeiro deste ano, este serviço já percorreu mais de 6.700 quilómetros, atendeu 264 pedidos e transportou 622 passagei-ros. O preço do transporte varia entre 1,60 euros e 5,10 euros, de acordo com as distâncias a percorrer.

As mais valias desta pres-tação de serviços à popu-lação foram reconhecidas pela CIMT, e deve estender-se em breve à zona norte do concelho de Abrantes e a todo o concelho de Sar-doal.

MRF

Teve lugar em Tomar, no dia 28 de outubro, a reuni-ão de instalação do Conse-lho Intermunicipal da Co-munidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) na qual tomaram posse os 13 presidentes das Câmaras Municipais dos municípios que compõem esta Comu-nidade. Este Conselho foi eleito por unanimidade, de entre os seus membros, e por meio de lista única. Ma-ria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara de Abrantes, assumiu a presi-

dência da CIMT, tendo Júlia Gonçalves, de Constância, e José Farinha Nunes, da Sertã, fi cado com os luga-res de vice-presidentes da CIMT.

Paul

o So

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Page 7: Jornal de Abrantes - edição de novembro 2013

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Page 8: Jornal de Abrantes - edição de novembro 2013

jornaldeabrantes

8 NOVEMBRO 2013

Após alguns anos dividi-dos entre Abrantes e Cas-telo Branco, os vilarregenses veem agora o seu acesso à saúde resolvido e mais faci-litado.

No passado, os munícipes de Vila de Rei, concelho que pertence ao distrito de Cas-telo Branco, tinham previsto o acesso aos cuidados de sa-úde no hospital daquela ci-dade.

Os utentes tinham assim de percorrer 90 km para se diri-girem à unidade de saúde.

Paulo César, vice-presid-ente na autarquia, explicou que esta era “uma situação que penalizava em muito a vida dos munícipes, na me-dida em que se tratava e se trata de uma comunidade maioritariamente envelhe-cida e com poucos recursos fi nanceiros”.

Segundo o vice-presidente, a pretensão da autarquia

sempre se centrou em recor-rer ao Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), que in-clui as unidades de Abrantes, Tomar e Torres Novas, devido à proximidade do concelho com a região centro.

Neste mês de outubro, e após os esforços levados a cabo pelos responsáveis da autarquia, pela Administra-ção Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e pela Administração Regional de Saúde do Centro, foi delibe-rado, num acordo homolo-gado pelo Secretário de Es-

tado da Saúde, Manuel Tei-xeira, que os habitantes do concelho de Vila de Rei po-dem, agora, ter acesso aos serviços hospitalares no CHMT, em Abrantes.

A luta chega ao fi m e Paulo César admitiu que final-mente “o CHMT está a rece-ber os fundos estatais para conseguir abarcar o muníci-pes vilarregenses que pas-sam, assim, a poder aceder às consultas hospitalares, ao serviços de urgência e de in-ternamento”.

JMC

SAÚDE

O Agrupamento de Cen-tros de Saúde (ACES) do Médio Tejo e Zêzere conti-nua a debater-se com o pro-blema da falta de médicos de família, deixando a des-coberto milhares de uten-tes na região. Dos cerca de 230 mil utentes registados, 35 mil estão sem médico de família, disse ao JA a diretora executiva do ACES do Médio Tejo, Sofi a Theriaga.

Os Centros de Saúde de Abrantes e de Ourém são os que mais preocupam a res-ponsável pela gestão deste ACES, tendo perspetivado que as difi culdades nos cui-dados médicos de proximi-dade se deverão estender pelos próximos 18 meses.

“A falta de médicos de fa-mília é o principal desafio, porque temos zonas com grandes carências de médi-cos”, disse Theriaga, tendo

afirmado que o principal problema se situa nos con-celhos de Abrantes e de Ou-rém.

“O maior problema é em Abrantes, onde contamos vir a colocar agora um mé-dico em Bemposta atra-vés de um banco de horas. Aquela freguesia tem mais de 2 mil utentes sem médico de família, por via da resci-são de contrato de um mé-dico da Costa Rica. Em Ou-rém, o problema também é complicado mas temos a ex-petativa da criação de uma Unidade de Saúde Familiar (USF) e também do início da prestação de consultas descentralizadas através do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), no respetivo centro de saúde”, afi rmou.

“Em Abrantes”, continuou, “ainda não há médicos que se tenham disponibilizado

para avançar com uma USF, e o número de aposenta-ções que perspetivamos não vai ajudar a melhorar a situa-ção. Para o ano, talvez, com os recém especialistas, pos-samos tentar minorar o pro-blema, sendo certo que, de momento, temos de ir arran-jando situações de recurso que ajudem a esbater a falta de médicos, dentro dos re-cursos existentes”.

Sofi a Theriaga disse ainda que o aparecimento de um novo Centro de Saúde em Abrantes, cuja construção está em processo de con-curso público, “vai ser impor-tante” no sentido de incenti-var os profi ssionais de saúde para a criação de uma Uni-dade de Saúde Familiar.

Mário Rui Fonseca

ACES do Médio Tejo tem 35 mil utentes sem médico de família

IMPASSE RESOLVIDO

Vilarregenses com acesso aos serviços do Centro Hospitalar do Médio Tejo

• Sofi a Theriaga, ao centro, diz que o maior problema é em Abrantes

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Page 9: Jornal de Abrantes - edição de novembro 2013

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9NOVEMBRO 2013 ECONOMIA

A fábrica de celulose do Caima, uma das três unida-des da Altri, vai trocar a pro-dução da pasta de papel por pasta solúvel usada na indús-tria têxtil, uma aposta direci-onada para o mercado chi-nês.

O presidente executivo da Altri, Paulo Fernandes, apre-sentou em Constância, o pro-jeto, que implica um inves-timento de 35 milhões de euros, prevendo estar a pro-duzir o novo produto em me-ados de 2015.

Por enquanto, a fábrica está em fase de testes para atingir o grau de pureza e requisitos do novo produto.

A reconversão da unidade, por sua vez, não irá afetar o fabrico da pasta de papel até à altura em que começar a nova produção.

O investimento vai benefi -ciar do apoio do AICEP (Agên-

cia para o Investimento e Co-mércio Externo de Portugal), com quem a Altri assinará um contrato no valor de 65 mi-lhões de euros, também di-recionado para a otimização da produção na Celbi, no dia 8 de novembro.

A China é o principal des-tino da nova pasta solúvel, cuja principal aplicação é a viscose, um material usado na indústria têxtil.

“Vamos mudar o enfoque do mercado europeu [o prin-cipal destinatário da indús-tria papeleira] para o mer-cado chinês”, afi rmou o admi-nistrador da Caima, Dolores Ferreira.

O mercado de pasta solúvel, que encontra também apli-cação no fabrico de acetatos para fi ltros de cigarros, nitra-tos ou até pele de salsicha está a atualmente a crescer 10% ao ano e os preços são

mais altos do que da pasta de papel, “o que significa fazer um produto de maior valor acrescentado”, adiantou.

A matéria-prima usada no novo produto é o Eucalipto,

a mesma usada na pasta de papel.

Segundo o administrador da Caima, o novo produto será todo para exportação e está “desenhado para a China

e Taiwan”, tendo já identifi-cadas a empresas que o vão adquirir.

Os 35 milhões de euros ser-virão para transformar a pro-dução e otimizar a capaci-

dade para produzir 105 mil toneladas/ano de pasta so-lúvel.

Em termos logísticos, o transporte para o mercado chinês não será um pro-blema, segundo Dolores Fer-reira.

“Em termos de localização, estamos muito bem”, assina-lou, adiantando que a pasta vai seguir para o Entronca-mento, a 15 quilómetros (km) e daí será transportada em contentores até Sines e de-pois para Xangai.

Paulo Fernandes estima que as receitas obtidas com o novo produto representem 15% para o grupo papeleiro. A Altri, que possui três fábri-cas de papel com uma ca-pacidade instalada de quase um milhão de toneladas, ce-lebra este ano o seu 125 ani-versário.

Celulose do Caima anuncia investimento de 35 milhões

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2010 - Renault Grand Scénic 1.5 dCi 110Cv Dynamique

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Page 10: Jornal de Abrantes - edição de novembro 2013

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10 NOVEMBRO 2013EDUCAÇÃO

Uma comitiva de 12 pes-soas (dez alunos e dois professores) do Agrupa-mento de Escolas de Sar-doal visitou recentemente a Polónia, no âmbito do Projeto Europeu Comé-nius 2013-2015, subordi-nado ao tema “The Heri-tage of Cultures and Tradi-tions in Pluralistic Society - Religious Tradition”. O 1º encontro realizou-se de 15 a 20 de outubro, na Escola Escola Zespol Szkol Ogol-noksztalcacych nr 2 (Tar-nów). Os principais obje-tivos desta iniciativa pas-saram pela promoção de Valores Culturais, Respeito e Diálogo Inter-religioso numa sociedade europeia

moderna e plularista. Para além das atividades peda-gógicas previstas, os alu-nos ainda tiveram oportu-nidade de visitar a cidade de Cracóvia, o Santuário Łagiewniki e o Centro João Paulo II e o campo de con-centração e de extermínio de Auschwitz. Estiveram presentes escolas de sete países, nomeadamente, Portugal, Turquia, Romé-nia, Bulgária, Espanha e Itália, para além da anfi-triã, a Polónia. O próximo encontro será em março de 2014, no Sardoal.

Joana Margarida San-tos, do 9º ano, e Tânia Pi-res Fontinha, do 12º ano, foram as alunas da Escola Secundária Dr. Solano de Abreu, em Abrantes, dis-tinguidas com o prémio Borralho dos Reis. Esta dis-tinção é relativa aos bons resultados alcançados no ano letivo passado.

Joana tem atualmente 15 anos e mora em Alfer-rarede. Este ano letivo fre-quenta o 10º ano na área de estudos científi co/tec-nológico. Confessa que não esperava receber o prémio, mas sublinha a im-portância de ver o seu tra-balho reconhecido: a sen-sação de ser distinguida é

“excelente”.Tânia Fontinha, de 18

anos, vive na Chainça e completou o 12º ano com média de 17,6 valores. No entanto, este resultado não foi sufi ciente para in-gressar em Medicina. Para concretizar esse sonho, este ano vai repetir os exa-mes de física e química e de matemática, com vista a subir a classifi cação.

Sente-se muito honrada e feliz pela atribuição do prémio, considerando a existência do mesmo uma iniciativa importante e um estímulo para quem se esforça.“Foi muito bom”, conclui, com um olhar bri-lhante de satisfação.

Criar um sistema para car-regar dispositivos eletróni-cos sem a utilização de ener-gia elétrica e sem fios foi a ideia de negócio vencedora do projeto StartUp da UE e veio de quatro alunos do 11º ano da Escola Secundária de Mação.

No jogo pedagógico par-ticiparam mais de 400 estu-dantes do ensino secundá-rio de vários países da União Europeia, mas os portugue-ses tiveram a invenção mais original.

José António Almeida, dire-tor do Agrupamento de Es-colas de Mação, disse ao JA que a importância deste feito e o reconhecimento a nível europeu já levou a que uma universidade escocesa se te-nha disponibilizado para de-senvolver e implementar o projeto.

Além de uma pequena quantia de dinheiro, os estu-dantes vão ter direito a con-sultadoria sobre a sua ideia de negócio pelos elementos do júri do concurso, com-posto por entidades de re-ferência mundial na área do empreendedorismo.

Metodologia EMPRE de

volta às escolas do Médio Tejo pelo sexto ano conse-cutivo

O TAGUSVALLEY – Tecno-polo do Vale do Tejo, em par-ceira com a Comunidade In-termunicipal do Médio Tejo

(CIMT), irá concretizar, neste ano letivo de 2013/2014, a sexta edição da metodolo-gia EMPRE – Empresários na

Escola. Desafi ar alunos e professo-

res a abraçarem este projeto de empreendedorismo em

contexto escolar é o objetivo destas instituições que para tal têm contactado as várias escolas do Médio Tejo.

Este projeto, ao aplicar a sua metodologia, pretende pro-porcionar aos alunos do 5º ao 9º ano de escolaridade o primeiro contacto com a re-alidade empresarial e o fun-cionamento de uma orga-nização trabalhando, desta forma, as competências pes-soais e empresariais dos estu-dantes, despoletando o espí-rito empreendedor e inova-dor nos jovens.

Neste ano letivo, o EMPRE reforçará a sua implementa-ção nos concelhos de Abran-tes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sar-doal, Tomar, Torres Novas, e Vila Nova da Barquinha.

Desde o primeiro ano de implementação pelo TAGUS-VALLEY, o EMPRE envolveu cerca de 1.900 alunos, que criaram 101 projetos, em mais de 30 escolas, perten-centes a um total de 21 con-celhos.

JMC

Alunos de Mação vencem concurso europeu de empreendedorismo

Solano de Abreu distingue as duas melhores alunas

• Os estudantes premiados vão ter apoio para desenvolver o seu projeto

DR

Intercâmbio de jovens promove alimentação saudável

“Junta à cozinha de sabo-res um tanto de saberes” é o tema do projeto que a FA-JUDIS - Federação das As-sociações Juvenis de San-tarém, com sede em Cons-tância, dinamizou entre os dias 28 de outubro e 4 de novembro. Este programa de intercâmbio trouxe até à região cerca de 50 jovens de seis organizações internaci-onais. Para além de Portu-gal, os participantes vieram da Bielorrússia, Itália, Mace-dónia, Moldávia e Roménia.

Este projeto visa sensibi-lizar os jovens para a temá-tica alimentar, para as trocas culturais e gastronómicas, para os segredos culinários seculares, para a recupera-

ção de receitas antigas em harmonia com a criação de receitas criativas, para os métodos de confeção dos alimentos, para a celebra-ção de festividades e co-memoração de tradições, para a relevância da agri-cultura biológica na promo-ção do empreendedorismo e da empregabilidade, bem como para a importância das hortas comunitárias. Um outro objetivo é chamar a atenção para a problemá-tica fast food e para as con-sequências do excesso de peso. Entre outros temas, foi discutido o flagelo da fome em alguns países e o desperdício de comida nou-tros.

Escola do Sardoal visitou a Polónia

Page 11: Jornal de Abrantes - edição de novembro 2013

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11NOVEMBRO 2013

A região do Médio Tejo juntou-se a Lazio, Itália, e ao norte do Brasil no passado dia 1 de novembro, com o reconhecimento internacio-nal do seu património cultu-ral pela Herity - Organização para a Gestão de Qualidade do Património Cultural.

A cerimónia internacional de certificação de 26 bens culturais existentes no terri-tório de intervenção da CIMT - Comunidade Internacional do Médio Tejo, decorreu no Convento de Cristo, em To-mar, e é resultado do projeto intermunicipal “Afirmação Territorial do Médio Tejo”, de-senvolvido no sentido de ala-vancar o desenvolvimento regional com base na cultura e no património.

Uma prova exigente su-perada pelos municípios de Abrantes, Alcanena, Cons-tância, Entroncamento, Fer-reira do Zêzere, Mação, Ou-rém, Sardoal, Sertã, Tomar, Torres Novas, Vila de Rei e Vila Nova da Barquinha, cujo património cultural passará

a integrar uma rede com mais de 240 bens certifi ca-dos e coloca a região do Mé-dio Tejo num lugar de exce-lência a nível mundial.

Entre os locais certifica-dos incluem-se o jardim do Horto Camoniano (Constân-cia), a sinagoga de Tomar, o castelo de Almourol (Barqui-nha), o museu da Geodesia (Vila de Rei) ou as igrejas em Abrantes e Mação.

No futuro, segundo a CIMT, pretende-se criar uma rota para ligar os locais certifi ca-dos.

A Herity é uma organi-zação mundial criada em 2002, com sede em Roma, e reconhecida pela UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

Mário Rui Fonseca

REGIÃO

• O Convento de São Domingos foi um dos monumentos certifi cados pela herity

A primeira sessão da nova série das “Conferências do Liceu” teve como conferen-cista o professor Manuel Car-valho da Silva, que foi secret-ário-geral da CGTP até 2012. O tema da exposição foi “Na Construção de Uma Nova Era: o trabalho, a família, a es-cola, o Estado”. A iniciativa, da Escola Secundária Dr. Ma-nuel Fernandes e da Associ-ação Palha de Abrantes, de-correu na dia 18 de outubro, nas instalações do Sr. Chiado, em Abrantes.

Na sua apresentação, Car-valho da Silva foi claro: “Te-mos de arredar do poder um Governo escandalosamente subserviente, um Governo que destrói emprego, o valor do trabalho, os sistemas de educação e saúde, que nos faz regredir da cidadania so-cial para a caridadezinha. Te-mos de dizer não à ocupação permanente de Portugal.”

“Para onde vai o nosso di-nheiro?”, questionou Carva-lho da Silva, que acrescentou: “O Governo saca-nos o di-nheiro em nome do monstro Estado, para o entregar aos interesses parasitários que se

alimentam dos negócios dos mercados da dívida, da saúde, do ensino e outros.” O antigo sindicalista criticou o facto de a riqueza estar a “acumular-se aceleradamente no topo da pirâmide, cavando desi-gualdades e provocando fra-turas sociais insustentáveis”. Por isso, voltou a colocar uma questão: “Manter-se-á demo-crático durante muito tempo um Estado que é colocado a utilizar o nosso dinheiro para servir uma ínfi ma minoria?”

Como corolário da sua in-tervenção, Carvalho da Silva acrescentaria ainda um de-safi o: “Há que lançar mão do diálogo e da convergência entre quem quer contribuir

para a mudança, aprofundar propostas políticas alternati-vas, utilizar o voto e o direito de manifestação.”

Antes do início da conferên-cia, no exterior das instala-ções do Sr. Chiado, na Praça Raimundo Soares, Carvalho da Silva e todos os presentes foram brindados com uma representação de um grupo de cerca de 20 alunos do 10º ao 12º ano da Escola Secun-dária Dr. Manuel Fernandes. Evocando o centenário do nascimento do poeta brasi-leiro Vinicius de Moraes, fi ze-ram uma encenação do seu poema “O operário em Cons-trução”.

Francisco Rocha

CARVALHO DA SILVA NO SR. CHIADO

“Para onde vai o nosso dinheiro?”

CERIMÓNIA INTERNACIONAL HERITY

Médio Tejo obtém terceira certifi cação de bens culturais a nível mundial

Page 12: Jornal de Abrantes - edição de novembro 2013

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12 NOVEMBRO 2013ESTRELAS MÉDIO TEJO

As riquezas patrimoniais, ambi-entais e gastronómicas do Mé-dio Tejo vão a votos, até 17 de novembro, para se eleger as ‘es-trelas’ da região no âmbito de um programa que visa poten-ciar o turismo no Ribatejo

A iniciativa lançada Associa-ção Empresarial da Região de Santarém tem como objetivo, segundo disse ao JA a presi-dente da direção da Nersant, “distinguir as maravilhas que existem nos vários concelhos e tornar a região mais visível em termos turísticos”.

“Um turista que chegue ao ae-roporto e não tem publicidade ao Médio Tejo e esta região tem uma oferta rica e diversifi cada, seja ao nível dos produtos en-dógenos, seja ao da gastrono-mia, espaços de lazer e sítios históricos e patrimoniais”, disse

Médio Tejo elege ‘estrelas’ patrimoniais, ambientais e gastronómicas

Salomé Rafael.“As pessoas vêm para visitar,

para conhecer e, se souberem que existe mais do que Fátima ou o Convento de Cristo, até são capazes de fi car na região por um ou dois dias, daí a nossa aposta em dinamizar esta inici-ativa e criar um roteiro turístico forte e apelativo”, vincou.

Numa primeira fase, o pro-grama está circunscrito a al-guns municípios do Médio Tejo. Segundo Salomé Rafael, o objetivo é alargar a iniciativa a todo o distrito de Santarém, no âmbito de candidatura a sub-meter ao próximo Quadro Co-munitário de Apoio (QCA).

As categorias a concurso são Património Histórico Edifi cado, Património Cultural, Patrimó-nio Natural (Parques Ambien-tais e Ribeirinhos e Praias Fluvi-ais) e Gastronomia (Prato prin-

cipal e Doçaria).A iniciativa integra-se no pro-

grama Viver o Tejo e a votação pode ser feita no website www.viverotejo.pt.

Os resultados serão divulga-dos no fi nal de novembro.

Associação Empresarial lança portal para atrair turistas ao Ribatejo

A Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant) lançou um portal que con-grega a oferta turística do Ri-batejo com o objetivo de atrair mais visitantes à região.

“A informação turística estava muito dispersa e o objetivo foi congregar num mesmo local todas as ofertas para que o vi-sitante, ou mesmo a popula-ção da zona, tenha informação

ABRANTESPatrimónio Histórico Edifi cado Abrantes candidata o castelo e o C

DomingosPatrimónio Cultural Museu D. Lopo de AlmeidaPatrimónio Natural Praia fl uvial de Aldeia do Mato, Cas

e AquapolisParques Ambientais e Ribeirinhos Parques Urbanos de São Lourenço

Sul do TejoGastronomia Na gastronomia o prato principal é

por açorda de ovas, bacalhau comfataça na grelha, achigã grelhado, com miga, açorda de sável, enguia

Doçaria Palha de Abrantes, broas de mel fe

tigeladas de Rio de Moinhos

MAÇÃOPatrimónio Histórico Edifi cado Mação concorre nesta categoria com a Torre do

RelógioPatrimónio Cultural Estação Arqueológica Romana do Vale de Junco,

Castelo S. Miguel de Amêndoa, Anta da Foz do Rio Frio, o Museu de Arte Pré-Histórica e do Sagrado do Vale do Tejo e as Gravuras Rupestres do Paleolítico no Ocreza

Património Natural (Parques Ambientais e Ribeirinhos e Praias Fluviais) Praias fl uviais da Ortiga, Carvoeiro, Pego da

Rainha, Vergancinho, Eiras e Albufeira da Pracana.

Parque de Merendas do Brejo Gastronomia (Prato principal e Doçaria) Na gastronomia o prato principal é disputado

por açorda de ovas, arroz de lampreia, fataça frita com migas, açorda de sável.

Na doçaria concorrem as trouxas de ovos e as fofas de Mação

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13NOVEMBRO 2013 ESTRELAS MÉDIO TEJO

sobre aquilo que a região ofe-rece”, disse António Campos, da comissão executiva da Nersant.

O portal - www.viverotejo.pt - foi lançado no âmbito do pro-grama Viver o Tejo, e abrange, numa fase inicial, os conce-lhos de Vila Nova da Barquinha, Constância, Abrantes e Mação.

Onde dormir, onde comer e o que fazer são algumas das informações disponibilizadas no portal que sugere aos visi-tantes seis pacotes temáticos: Ribatejo Ativo, Ribatejo Natu-ral, Ribatejo Tranquilo, Ribatejo Histórico, Ribatejo Jovem e Ri-batejo em Férias.

“São sugestões de roteiros que as pessoas podem esco-lher de acordo com as suas pre-ferências, mas que não são li-mitadoras, já que o utilizador e poderá também, em alterna-tiva, criar a sua própria rota e

fazer as reservas que conside-rar mais adequadas”, explicou o mesmo responsável.

O projeto cofinanciado em 70% pelo PROVER (Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos) conta para já com a participação de 49 entidades públicas e priva-das, das quais 40 são empresas nas áreas do alojamento, res-tauração, enoturismo, artesa-nato e produtos gourmet.

De acordo com António Cam-pos, a Nersant pretende agora “avaliar os resultados em ter-mos de aumento de visitantes” aos concelhos envolvidos e, até ao fi nal do ano, “alargar a infor-mação a outros concelhos do Ribatejo”.

CONSTÂNCIAPatrimónio Histórico Edifi cado Constância concorre nesta categoria com a sua

arquitetura urbana.Património Cultural Centro Ciência VivaPatrimónio Natural (Parques Ambientais e Ribeirinhos e Praias Fluviais) Parque Ambiental de Santa Margarida, o Jardim

Horto – Camões e as margens ribeirinhasGastronomia (Prato principal e Doçaria) Na gastronomia o prato principal é disputado

por fataça frita com migas, açorda de sável e enguias fritas.

Na doçaria concorrem os queijinhos do céu, bolo de noz, mel de Constância e lampreia de ovos

VILA NOVA DA BARQUINHAPatrimónio Histórico Edifi cado Vila Nova da Barquinha candidata o Castelo de

Almourol, a igreja da Atalaia, a praça de Touros e a arquitetura urbana de Tancos.

Património Cultural Parque de Esculturas Contemporâneas do

Almourol e o Centro de Interpretação de Arqueologia

Parques Ambientais e Ribeirinhos Parque Ribeirinho em Vila Nova da Barquinha e

as Margens Ribeirinhas de TancosGastronomia O prato principal é disputado por caldeirada de

peixe de rio, fataça na grelha, arroz de lampreia e ensopado de enguias.

Doçaria Trouxas de ovos, doce de pão e lampreia de

ovos.

Convento de S.

stelo de Bode

o e de Rossio ao

é disputado couve a soco, fataça frita

as fritas

ervidas,

Page 14: Jornal de Abrantes - edição de novembro 2013

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14 NOVEMBRO 2013ESPECIAL PRODUTOS TRADICIONAIS

A Associação de Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior, TA-GUS, tem direcionado o seu traba-lho para a promoção e divulgação dos produtos regionais a nível local, nacional e internacional.

Neste ano de 2013, a orientação não foi diferente, a TAGUS esteve envolvida em várias ações de âm-bito promocional relacionadas com os produtos regionais de Abrantes, Sardoal, Constância e Vila Nova da Barquinha.

No passado mês de fevereiro, a TA-GUS marcou presença na 18ª edi-ção do SISAB, Salão Internacional do Setor Alimentar e Bebidas em Lisboa. Mais tarde, em junho, esteve envolvida no encontro mundial do Rotary, que se realizou na FIL com cerca de 30 mil visitantes. Sobre es-

tas participações, Pedro Saraiva, téc-nico coordenador da TAGUS, con-tou ao JA que foram “alguns dias de intenso trabalho, que se destinaram à promoção dos nossos produtos e na composição de vários catálogos em inglês e português sobre os pro-dutos regionais”.

Os Mercados Ribeirinhos que de-correram em Abrantes, Vila Nova da Barquinha e Constância também marcaram a agenda cultural da re-gião. Foram três momentos que re-uniram um conjunto vasto de ativi-dades, para um leque diversifi cado de públicos, onde gastronomia es-teve bem presente.

Anualmente, a TAGUS dedica-se à realização das feiras gastronómi-cas de âmbito nacional. Uma delas aconteceu em Abrantes, em par-

ceria com a Câmara Municipal, nos passados dias 25, 26 e 27 de outu-bro, dedicada à doçaria tradicional. Por sua vez, em Sardoal, e também em conjunto com a Câmara Muni-cipal, a Associação de Desenvolvi-mento tem-se envolvido na promo-ção da Feira Nacional dos Enchidos, Queijo e Pão. Sobre este certame, Pedro Saraiva adiantou que o mesmo tem recolhido, de quem se desloca ao Sardoal de vários pon-tos do país, boas impressões sobre os diferentes produtos. Contudo, e segundo o técnico coordenador, a data de realização da festividade ainda não está fechada: “Temos sen-tido que existe uma boa adesão à feira nos dias das festas concelhias, contudo quando a feira acontecia numa data isolada, os visitantes vi-

nham somente para a mesma. O evento fi cava mais sectorizado, por-tanto as pessoas sabiam ao que vi-nham e a lógica comercial por vezes corria melhor.”

Para além do envolvimento nas feiras, a TAGUS reúne na Praça dos Sabores, sediada no Mercado Cria-tivo em Abrantes, a maioria dos pro-dutos regionais para venda ao pú-blico. Durante os próximos meses, a praça vai voltar a ter uma dinâ-mica mais ativa, com um conjunto de soluções no âmbito das prendas de Natal.

Para Pedro Saraiva, o próximo ano

de 2014 representa um ano de tran-sição para a Associação de Desen-volvimento, “é o início de um novo quadro comunitário e um fecho de ciclo”. O técnico coordenador ad-mitiu que a TAGUS vai continuar a promover as habituais ativida-des, contudo, vai dedicar parte do seu trabalho em reuniões com os seus parceiros, com as associações, os produtores e, assim, preparar a nova candidatura de estratégia de desenvolvimento local.

Joana Margarida Carvalho

José César Jesus, 68 anos, coabita com dezenas de milhar de abelhas “desde os tempos em que se lem-bra”, uma tradição de apicultor e ex-tração de mel que aprendeu desde menino, indo para as colmeias com o seu avô.

Este reformado das telecomuni-cações vive no Pego, Abrantes, mas é num casal em Alvega que trata e cuida das suas “meninas”. São 70 colmeias que, num ano bom, po-dem render sete toneladas de mel.

“O mel sempre teve muita saída, pelas diversas propriedades medici-nais, e desde sempre fi z desta ativi-dade um complemento fi nanceiro à minha atividade profi ssional. Mas é preciso gostar do campo e é pre-ciso muita dedicação”, afi ançou ao JA, João Jesus, tendo acrescentado

que participa anualmente em três ou quatro feiras pela “necessidade” de vender o mel e pelo “gosto” pe-las relações humanas. “De resto, só vendo em casa, aos amigos e aos vi-zinhos”, precisa.

O mel é um dos alimentos mais ri-cos, a nível nutricional, do mundo, sendo utilizado desde tempos ime-moriais pelas suas propriedades curativas, digestivas e energéticas. Muito se deve ao facto de ser «ela-borado» a partir do néctar de inú-meras flores, combinando propri-edades benéfi cas encontradas nas mais diferentes espécies vegetais.

É especialmente recomendado nos casos de anemia, asma, bron-copneumonia, bronquite, gripe, rouquidão, tosse e até defi ciências cardíacas. O poder bactericida do

mel, também está aliado às suas vir-tudes laxativas, melhorando signifi -cativamente o trânsito intestinal.

Ao mesmo tempo, é tido como um excelente tonifi cante dos mús-culos, tecidos, nervos e órgãos em

geral. Todos os que o ingerem com frequência, podem beneficiar de uma resistência acrescida a doen-ças infeciosas. Para além de tudo tem ainda um uso externo, acelera a cicatrização da pele em feridas e queimaduras leves, além de hidra-tar a pele.

“De acordo com a sua origem fl o-ral e regional, este alimento pode variar de tonalidade, densidade e sabor. Em relação à cor, quanto mais escuro for o mel, mais sais minerais contém na sua composição”, ob-serva João Jesus.

“Seja qual for o seu tipo, o mel deve ser mantido num frasco de vi-dro bem fechado, num local seco e fresco”, vincou ao JA.

MRF

O ANO DE 2014 SERÁ UM ANO DE TRANSIÇÃO NA TAGUS

O mel de Abrantes na tradição familiar

TAGUS aposta na afi rmação dos Produtos Regionais

Page 15: Jornal de Abrantes - edição de novembro 2013

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15NOVEMBRO 2013 ESPECIAL PRODUTOS TRADICIONAIS

Entre os dias 15 de novembro e 31 de dezembro a Câmara Muni-cipal, juntamente com seis restau-rantes aderentes, vai promover o último festival gastronómico deste ano. Mação assinalou o ano de 2013 com a gastronomia e os produtos mais típicos do concelho, como a lampreia, os enchidos e o azeite. Os festivais gastronómicos foram uma aposta do executivo agora li-derado por Vasco Estrela. O presi-dente da Câmara Municipal vincou ao JA que “alguns festivais correram muito bem, como foi o caso do fes-tival da lampreia e do arroz, e outros menos bem” referindo-se ao festival dos enchidos, presunto e maranho, admitindo que “após este último festival, chega a altura de repensar e avaliar bem este modelo por forma a melhorarmos o que temos a me-lhorar em 2014”.

O festival gastronómico do azeite e do almeirão é resultado de dois produtos que são uma constante no concelho. No que diz respeito ao azeite, este é produzido em 21 lagares existentes em Mação. Re-lativamente ao almeirão, Vasco Es-trela explicou que é um produto “com bastante tradição no conce-lho, devido à sua abundância nos quintais dos maçaenses”. O presi-

dente explicou ainda que o obje-tivo do festival é “potenciar o que temos de melhor ao nível dos pro-dutos típicos do concelho, aquilo que é diferenciador face ao resto da região e do país, bem como ga-rantir um maior estímulo à restau-ração do concelho”.

Restaurantes aderentes:Avenida (Pica-Fino) – MaçãoCasa Cardoso – EnvendosCasa Velha – MaçãoDona Flor – PenhascosoO Cantinho – MaçãoO Godinho

Joana Margarida Carvalho

Nasceu no dia 16 de outubro de 2001 como uma cooperativa para servir a região, mas a sua existência como lagar tradicional, com pren-sas, pedras e tudo o que diz respeito à transformação antiga da azeitona, remonta há mais de cem anos.

A COOPVAL, cooperativa Agrícola de Olivicultores, está sediada bem no coração do concelho de Sardoal, na pequena localidade de Valhas-cos. Com cerca de 113 cooperan-tes e mais um conjunto signifi cativo de clientes, a cooperativa tem um único objetivo: transformar toda azeitona que recebe.

Adelino Quintas, presidente da COOPVAL, contou ao JA que, desde 2001, o objetivo da casa é servir to-dos aqueles que têm oliveiras mas que não reúnem as condições ne-cessárias para transformar a azei-

tona em azeite: “O nosso serviço de transformação está destinado a toda a região e são sobretudo os concelhos de Abrantes, Vila de Rei e Sardoal que mais procuram os nos-sos serviços.”

Em Valhascos esta é a única coo-perativa que funciona neste mo-delo que se destina apenas à moa-gem. No passado havia sete lagares, com o passar do tempo e, segundo presidente, “tudo foi acabando”.

Hoje a inovação tem sido a pala-vra de ordem na COOPVAL. Todo o sistema da cooperativa é automati-zado e já não há muita mão-de-ob-ra envolvida no processo de trans-formação. O mês de novembro e dezembro são os meses de maior trabalho, que é garantido por cerca de três funcionários e pela direção da cooperativa.

Apesar da crise e dos eleva-dos índices de desemprego, Ade-lino Quintas admitiu que há uma grande diferença entre o trabalho realizado no passado e hoje em dia:

“Antigamente as pessoas estavam sempre dispostas a trabalhar, era tudo feito através da mão do ho-mem. Hoje, apesar do facilitismo que existe devido à existência das

máquinas, falta-nos e vai faltar no futuro mão especializada, profi ssi-onais qualificados para fazer este tipo de serviço. Hoje os mais velhos apanham azeitona, amanhã como será? São poucos os mais novos, que sabem limpar uma oliveira, por exemplo.”

António Esperto, tesoureiro da co-operativa, explicou ainda ao JA que a azeitona mais comum e que chega em maior abundância à COOPVAL é a galega, e que esta é uma variedade de grande qualidade. Este ano, An-tónio Esperto considera que vai ser um bom ano, pois “a chuva veio na altura certa. Há três anos recebemos 400 toneladas de azeitona, o ano passado já foi bem menos, este ano estamos expectantes”.

Joana Margarida Carvalho

CÂMARA MUNICIPAL PROMOVE ÚLTIMO FESTIVAL GASTRONÓMICO DO ANO

Almeirão e Azeite são as propostas para provar nos restaurantes maçaenses

LAGAR CENTENÁRIO CHEGA A RECEBER 400 TONELADAS DE AZEITONA

COOPVAL, a cooperativa que serve região

• Adelino Quintas e António Esperto falam sobre a moagem da azeitona

• O azeite é um dos produtos com mais expressão no concelho de Abrantes

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AZEITE DE MAÇÃO

Câmara Municipal entende que a comercialização é o caminho

O azeite é um dos produtos típi-cos de Mação, um dos produtos com mais expressão no concelho. São cerca de 21 lagares licenci-ados na sua maioria caracteriza-dos por negócios de família, mi-nifúndios e uma produção maior, da responsabilidade da empresa Probeira.

António Louro, vereador na Câ-mara Municipal, explicou ao JA que no passado os pequenos pro-dutores tinham os seus próprios circuitos comerciais que se desti-navam ao escoamento do azeite, contudo e com o agravar da crise estes produtores não têm encon-trado soluções para uma comer-cialização mais efi caz e com bom retorno fi nanceiro.

O papel da autarquia, segundo o vereador, tem sido estar junto destes produtores ao nível de um apoio centralizado no licencia-mento, nas condições de higiene, entre outros fatores essenciais para a existência destes lagares, mas “ o caminho da comerciali-

zação é que ainda está por me-lhorar”. Foi devido a este objetivo, que recentemente e por iniciativa da autarquia que foi criada a As-sociação “Amar Mação”. O obje-tivo da nova entidade passa “por assumir um papel ativo no que diz respeito ao embalamento e comercialização de todos os pro-dutos que estão integrados na Marca Mação: o azeite, os enchi-dos e o mel”.

A azeitona galega é a variedade que mais predomina em Mação e António Louro admite que não é “boa variedade para quem pre-tende ter um retorno rápido das produções, mas é um tipo de azei-tona de qualidade que aguenta muito mais em termos de arma-zenamento”.

Para o vereador, o festival gas-tronómico do novo azeite “é uma forma de dar a conhecer este pro-duto de Mação e mostrar a sua verdadeira qualidade”.

Joana Margarida Carvalho

CM

Maç

ão

Page 16: Jornal de Abrantes - edição de novembro 2013

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16 NOVEMBRO 2013ESPECIAL PRODUTOS TRADICIONAIS

ESTRELA DA BEIRA

Chama-se Estrela da Beira e é uma empresa familiar, que se dedica à produção, transformação e comer-cialização de carne de porco. Ba-seada na cultura tradicional, esta empresa sempre se empenhou “na aposta da qualidade dos seus pro-dutos”. Segundo Jorge Madeiras, as-sistente administrativo, “o facto de termos produtos certifi cados é um bom exemplo do caminho diferen-ciador que temos percorrido nos úl-timos anos”.

A história da empresa, sediada em Milreu, concelho de Vila de Rei, teve o seu início pelas mãos do avô de Jorge Madeiras, que sempre se de-dicou à criação de animais. Em 1986, a empresa arrancou com o fi lho José Manuel Madeiras e a sua esposa Ma-ria Fernanda Madeiras, que acaba-ram por focar o negócio nos fi lhos. De geração em geração a empresa tem-se modernizado e acompa-nhado as tendências no âmbito do

negócio das carnes, cumprindo com uma legislação alimentar cada vez mais rigorosa de modo a levar ao consumidor a um produto seguro.

Desde há algum tempo que a Es-trela da Beira tem como objetivo tornar-se autosufi ciente no que diz respeito à produção animal, dando continuidade ao trabalho de trans-formação e de comercialização que já garante. Jorge Madeiras justifi cou esta opção pelo facto de existirem “constantes oscilações das carnes que recebemos em termos de qua-lidade. Os nossos fornecedores são nacionais, mas muitas vezes depa-ram-se com difi culdades em encon-trar aquilo que pretendemos em termos de produto. Neste sentido, há cerca de três anos, adquirimos mais uma exploração pecuária, com cerca de 200 fêmeas reprodutoras. O nosso objetivo é proporcionar ao cliente uma carne de elevada quali-dade e sermos autosufi cientes em

todo o processo.”Atualmente, a Estrela da Beira re-

úne 32 funcionários, tem cerca de seis espaços comerciais sediados em Chainça, Vila de Rei, Milreu, Fun-dada, Amêndoa, Cardigos e Alcara-vela. Para além destas casas comer-ciais, a Estrela da Beira ainda man-tém um circuito comercial através da Sonae, Pingo Doce e Intermar-ché, entre outros.

Os produtos regionais como o ma-ranho e o bucho recheado e os pro-dutos transformados como o chou-riço, o paio, a farinheira, o bacon, o fiambre, a morcela, a linguiça, e o presunto, podem ser encontra-dos a nível nacional com o selo Es-trela da Beira. A implementação dos produtos no mercado interna-cional é, no entendimento de Jorge Madeiras, um dos desafi os futuros: “Atualmente já exportamos para Inglaterra e pretendemos apostar no mercado angolano e moçambi-

cano, visto que já temos clientes in-teressados, mas é um caminho que se vai fazendo pois a legislação é bastante apertada neste âmbito.”

Para além da produção de fu-meiro, a Estrela da Beira começou recentemente a lançar-se na comer-cialização de queijos tradicionais, realizando a sua primeira experi-ência e contacto com o público na

última feira de enchidos de Vila de Rei. Jorge Madeiras admitiu que o primeiro contacto foi positivo: “Cor-reu tudo muito bem, estamos agora na fase de desenvolvimento de ca-tálogos destes queijos, pois é sem dúvida uma área complementar na área dos transformados.”

Joana Margarida Carvalho

Desde 1986 a produzir fumeiro de qualidade

DR

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17NOVEMBRO 2013 ESPECIAL PRODUTOS TRADICIONAIS

Na doçaria, no âmbito das estrelas gastronómicas da re-gião do Médio Tejo, o con-celho de Vila Nova da Bar-quinha será representado pelo célebre “Pirilau do Frade Ambrósio”, doce de tradição conventual, do século XVII, oriundo do antigo convento do Loreto, situado junto do Castelo de Almourol.

No Século XVII, os frades do Convento do Loreto dedicav-am-se à agricultura e, obvi-amente, à doçaria. A receita deste famoso doce foi sem-pre um segredo bem guar-dado, mas conseguiu chegar aos nossos dias, pelo traba-lho e perseverança dos au-tarcas de Vila Nova da Barqui-nha e do profi ssionalismo da Pastelaria “Palavras Soltas”, no centro histórico da vila. Aliás, o estabelecimento comercial de David Andrade, mestre

pasteleiro em “Pirilaus”, é o único a fabricar e a vender ao público o secular doce con-

ventual.Os “Pirilaus do Frade Am-

brósio”, segundo a lenda, são

uma homenagem às gentes do Tejo. Foi o primeiro bolo a fazer-se no Convento do Loreto, à data com nome do “barquinho”. Nas suas regu-lares visitas ao Convento de Odivelas, não se esquecia o Frade Ambrósio de levar um bolinho para cada residente.

Quando transpunha o por-tal de cerca do Convento e a sineta anunciava a chegada do Frade, logo aumentava a ansiedade. Como o bolo se apresentava de uma forma cilíndrica, as Freiras não tar-daram a chamar-lhe o Pirilau do Frade Ambrósio, nome que se perpetuou no tempo e que antecipou a especiali-zação em outros doces, como são exemplo as marmeladas e as “Barrigas de Freira”.

MRF

Comeres ribatejanosLendo crónicas, cronicões,

corografias e documentos de igual talha fi camos a sa-ber da existência em terras abrantinas e limítrofes de produtos que durante sé-culos motivaram admiração pela sua qualidade, sendo requestados pelos podero-sos e, grandes amigos de remediados, pobres e po-bres de pedir. Anotem por favor: azeite, algum vinho e pão, excelentes frutas caso dos melões, marme-los, pêssegos e romãs «que em grande quantidade vão para Lisboa em barcos», ainda malvasias, gamboas, sem esquecer verduras du-rante todo o ano. Abundan-tes de caça e, a bênção do rio, que fornece grande nú-mero de peixes, os caneiros encaminhavam exemplares de nutrido porte não cau-sando surpresa apanharem-se barbos de uma arroba. Obviamente, tais produtos deram origem a múltiplas representações culinárias de cariz conventual (espe-cialmente na área dos do-ces e lambiscos, a cargo das freiras domésticas), do en-genho de cozinheiras dos possidentes, e das mestras

donas de pouco mas ricas em argúcia de modo a su-perarem o quotidiano pu-jante de necessidades. Até agora, de grosso modo, apenas mereceram registo

e aplauso com rufar de tam-bores as receitas originárias das cozinhas onde abun-davam os recursos, destac-ando-se no conjunto a gulo-dice, não por acaso o sábio

Leite de Vasconcelos dá ên-fase à palha de Abrantes no conjunto de referências da região. Os receituários her-dados limitam-se a registar as componentes e modos

de fazer de cada receita e, por razões compreensíveis, não aludem à origem de cada componente seja no referente ao elemento prin-cipal, seja no respeitante

aos acompanhamentos e condimentos. Os marcos de memória de tais elementos saltam-nos aos olhos, nós é que preferimos ignorá-los, não pensando nas mensa-gens que corporizam. Al-guns exemplos a corrobo-rarem o afirmado: Ameixi-eira, Amêndoa, Amoreira, Casal dos Cordeiros, Casal do Pita, Lampreia, Ortiga, Rio de Moinhos e Souto. Há alguma dúvida? Dúvidas existem no referente à au-toria de diversas composi-ções culinárias, problema a solucionar através de inves-tigação e estudo, importa nesta altura adnumerar re-ceitas de talante oriundas destas paragens: açorda de sável, sopa de feijão-frade com grelos, sopa de peixe, sopa de sável, caldeirada de enguias, migas de feijão, favas com entrecosto, fei-jão guisado com ovos, ca-brito assado, cabrito frito, pombo estufado e perdiz da mesmo modo, ainda per-diz com couves, bolos de batata, empadas divinas e talhadas reais da freira Qui-téria. Que lhes aproveite.

Armando Fernandes

Em Barquinha renasce o “Pirilau do Frade Ambrósio”

• Doce conventual renasce em Vila Nova da Barquinha

Page 18: Jornal de Abrantes - edição de novembro 2013

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18 NOVEMBRO 2013REGIÃO

Soava-me em casa uma música dolente dos Açores quando o telefone tocou: “Morreu o seu amigo Ba-rata Gil”. Senti um estreme-cimento forte, talvez porque por dentro brilhou em re-lâmpago a imagem de uma generosidade sem limites.

Foi na Biblioteca Municipal de Abrantes que o conheci. À noite, no largo da Câmara, onde assegurava o serviço normal, ofi cial, mais o de for-necer a informação clandes-tina. Ali sustentava uma ter-túlia diária onde a ousadia tinha de casar com a cautela. E algumas luzes se acendiam na noite.

Depois, a Biblioteca passou a abrir também de dia, e Ba-rata Gil continuava à noite a dar a assistência a quem o procurava. Até à hora de se reformar, foi um apoio de-cisivo para quem precisava de uma informação, um li-vro, uma pista para um tra-balho académico. “Era rara

a semana em que não apa-reciam lá em casa uma ou duas pessoas a pedir orien-tação ou para consultar um livro”, conta um dos fi lhos. E por isso era um distribuidor para muita gente que nele encontrava abrigo bibliográ-fi co e informativo. Se ele pu-desse, lia tudo, sabia tudo, informava-se sobre tudo. Sempre à volta de um duplo mistério que lhe alimentava

a procura, o mistério do ho-mem e o mistério de Deus.

Nunca saberemos quão importante que foi a sua dedicação à cultura em Abrantes.

Não apenas na Biblioteca. Também aos órgãos da igreja de S. Vicente. Com a sua música deu força e cor à liturgia em décadas suces-sivas. Com o seu empenho, ajudou a que fossem restau-rados os órgãos, mas sobre-tudo a que não deixassem de ser utilizados.

E durante anos assegurou (com Mário Claro) a saída re-gular do quinzenário Nova Aliança.

Também na Hidráulica do Tejo fez, sobretudo em jo-vem e no terreno, um traba-lho importante, mais uma vez discreto e anónimo, de que nem sabemos os bene-fícios.

Logo a seguir ao 25 de Abril aderiu ao PS, onde manteve uma militância comprome-

tida, mas de que não me lembro tenha ocupado al-gum cargo público. Era um homem de retaguarda, dis-creto, mas sempre trabalha-dor, sempre a batalhar por objectivos nobres.

Agora que partiu, com 86 anos, vejo que afi nal sei pouco dele. Mas sei, por exemplo, que tinha uma po-derosa biblioteca, da qual eu e muitos outros nos so-corremos várias vezes, e que em grande parte distribuiu por amigos e por institui-ções que considerava preci-sarem das obras que já não iria ler, já não lhe fariam falta, segundo ele próprio dizia. Outra forma da sua genero-sidade sem limites.

Sem dúvida que o mundo fi cou um pouco melhor pe-las marcas que nele dei-xou, aqui, entre nós, em nós. Obrigado, Barata Gil.

Alves Jana

Carlos Barata Gil partiu sem aviso

A Feira Nacional de Doçaria Tradicional decorreu no fi m de semana de 25 a 27 de outubro. Segundo a TAGUS, Asso-ciação de Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior, “a edição deste ano superou todas as expectativas. Dupli-cou os visitantes, o volume de vendas de doces surpreen-deram pela positiva os expositores e todas as atividades preparadas pela organização esgotaram a participação. É o balanço mais que positivo daquela que pode ser consi-derada a melhor das edições deste certame no Edifício dos Claras”.

Feira Nacional de Doçaria Tradicional superou expectativas e promete voltar no próximo ano

Page 19: Jornal de Abrantes - edição de novembro 2013

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19NOVEMBRO 2013 CULTURA

ANDRÉ LOPES

Os ALF lançaram em se-tembro “Animais Lambendo Feridas”, um disco de ori-ginais que querem mostrar a um maior número de pes-soas possível. A formação da banda começou por ter dois membros, os irmãos João e Pedro Morgado, de Penhas-coso, Mação, mas depressa passaram a quatro, juntando-se André Bispo, de Abrantes, e Bernardo Vasconcelos, de Mação. Os concertos de apre-sentação do novo disco es-tão agendados para novem-bro, dia 15, no Incrível Alma-dense, dia 22, em Vila Franca de Xira, e 30 de novembro, em Cascais. O JA esteve à con-versa com os ALF, banda que sente que é “pouco falada na região”.

Lançaram em setembro um disco de originais. Que disco é este?

João Morgado: O “Animais Lambendo Feridas” é um disco que tem a sigla ALF por trás, que foi baseado mais em sentimentos de dor, de perda, enquanto o disco an-terior, o “Amor Lança Farpas”, era mais de euforia e amor. Este é um disco de sete temas todos cantado em Português, onde aprofundámos os senti-mentos. É um trabalho coeso e que segue uma linha coe-rente, as músicas estão inter-ligadas. O disco foi gravado em Lisboa, nos Nirvana Stu-dios, onde temos uma Box. O Revolver foi o primeiro tema a ser gravado. Gostámos do estúdio e gravámos o disco

todo. Não tivemos apoio para fazer este disco, foi todo com dinheiro que tínhamos anga-riado nos concertos.

O cantar em Português é uma bandeira dos ALF?

J. M.: Sim, sempre cantámos na nossa língua. Quando co-meçámos com a banda era-mos dois, mas era limitativo termos um grupo com gui-tarra, bateria e theremim, e depois, em 2008, entraram o André Bispo e o Bernardo Vas-concelos.

Os ALF começaram por ser dois e atualmente são qua-tro. Como é que o Bernardo e o André se juntaram à banda?

J. M.: Antes dos ALF, tive uma banda de covers onde era o vocalista, mais por ser um dos

que sabia falar Inglês do que por ter a voz mais bonita. Mas quando essa banda terminou, fi quei com o material em casa e começámos a tocar, eu na guitarra e o Pedro na bateria. Começámos a brincar e a par-tir dai, tocávamos como des-carga. Há pessoas que fazem desporto, eu gosto de música e senti que precisava de des-carregar as coisas na música. Naturalmente fomos criando música e começámos a fazer concertos.

Pedro Morgado: O nosso pri-meiro concerto foi engraçado. Tivemos de criar um festival para podermos ir tocar. Ainda ninguém tinha ouvido falar dos ALF. Já na altura da banda, eu e o Bernardo Vasconce-los tínhamos uma banda de covers e, apesar de o André Bispo ser de Abrantes, foi no

Festival Paredes de Coura que o convidámos para vir ensaiar connosco… O Bernardo foi o primeiro a tocar connosco nas Festas de Sardoal. Foi um pro-cesso natural.

Como surge o processo de criação de músicas?

Bernardo Vasconcelos: De uma maneira geral, pri-meiro surge a estrutura da música e, posteriormente, o João adapta uma letra es-crita por ele. A maioria dos te-mas nasce na sala de ensaios, quando estamos os quatro re-unidos. O processo de grava-ção do mais recente disco foi diferente do anterior porque, quando fomos para o estúdio, os temas foram todos grava-dos a quatro, ao contrário de “Amor Lança Farpas”, que era-mos só dois.

Como é que caracterizam o vosso som? Do EP (Extended Play) para este disco há uma evolução.

B. V.: Este disco está mais próximo daquilo que toca-mos ao vivo. Ao ouvirmos as músicas mais antigas, achá-mos que as mais novas são mais reais. Quando partimos para a gravação do EP, não sa-bíamos o que era fazer traba-lho de estúdio, e este álbum foi mais pensado, os temas iam mais trabalhados e a ex-periência foi melhor. As mú-sicas do “Animais Lambendo Feridas” já tinham sido toca-das ao vivo. Quase todos os temas são tocados ao vivo an-tes de serem gravados. É uma maneira de saber a opinião do público, perceber se a mú-sica funciona bem e se é bem recebida.

O nome ALF significa mil e uma coisas. “Amor Lança Farpas”, “Animais Lambendo Feridas”, “Amanhã Levo Flo-res”…

J. M.: Tem tido uma histó-ria ao longo do tempo, existe uma sequência. “Amanhã levo Flores” foi gravado no Sardoal, depois foi a vez de “Amor Lança Farpas”, com quatro te-mas mais trabalhados, e agora o “Animais Lambendo Feri-das”, que é a tragédia depois do amor. A partir daqui não sabemos o que vai acontecer. Esperamos que o álbum que vier a seguir seja melhor, pois a banda funciona como um método de aprendizagem.

Todos têm a música como passatempo. O que fazem para lá da banda?

J. M.: Gosto muito do Carlos Paredes e ele sempre traba-lhou nas Finanças. Era um gui-tarrista que toda a gente ado-rava. Tanto dava um concerto para 5 mil pessoas como para o porteiro, tinha a liberdade que queria ter na música. E eu gosto dessa liberdade. Não tenho necessidade de alterar as minhas músicas para agra-dar a mais pessoas. Para lá da música, sou comercial, ando a percorrer o país de carro e ouço muita rádio, o que me ajuda a saber as novidades musicais. Os outros três mem-bros são futuros Engenheiros Eletrotécnicos, estão a estu-dar em Lisboa

Facebook dos ALF: www.facebook.com/osalf

Entrevista completa em: http://circonatureza.blogspot.pt/

ALF, UMA BANDA QUE CONTA COM ELEMENTOS DO PENHASCOSO, DE ABRANTES E DE MAÇÃO

“Quase todos os temas são tocados ao vivo antes de serem gravados”

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20 NOVEMBRO 2013DIVULGAÇÃO

Mário Rui Lourenço Fon-seca. Tem 46 anos, é natural da Marinha Grande, mas é no Tramagal que tem as suas raízes, uma vez que foi aí que viveu desde tenra idade. A música sempre foi uma paixão na vida de Mário Rui Fonseca. Desde muito novo que se habituou a descobrir e ouvir o que de melhor se fazia na música nacional e internacional e foi por isso que entrou no mundo da rádio como animador de programas na Rádio Tágide onde marcou uma época com o seu “A Norte de Shan-grilá”. Mas o mundo da rádio trocou-lhe as voltas e pouco tempo depois dedicou-se à informação.

Já como jornalista profis-sional, Mário Rui Fonseca tem desde então um vasto currículo. Entre 1998 e 2012 foi jornalista na Rádio Tágide, onde assumiu o cargo de di-retor de informação entre 2010 e 2012. Foi colaborador da revista Focus entre 1999 e 2001 e é ainda colaborador

da revista Visão desde 2008 (onde desenvolve a sua ati-vidade a sua irmã, a conhe-cida jornalista Patrícia Fon-seca). Foi também colabo-rador do Diário de Notícias entre 2006 e 2009, chefe de redação do jornal Abarca em 2005 e 2006 e, pelo cami-nho, foi ainda colaborador dos títulos Gazeta do Tejo e

Primeira Linha, tendo ainda assumido a direção deste último em 2008 e 2009. É desde 2007 o correspon-dente da Agência Lusa na região do Médio Tejo, fun-ção que desde setembro de 2013 acumula em simultâ-neo com as funções de jor-nalista na empresa Média On Comunicação Social Lda,

que detém a rádio Antena Livre e o Jornal de Abrantes.

Quanto à música, Mário Rui Fonseca, acaba por fa-zer o “gosto ao dedo” pro-movendo espetáculos ao vivo no espaço “Borboleta Café Clube” que gere em Tramagal, e que se tornou num dos espaços de refe-rência nas noites da região. Na Antena Livre, podemos ouvi-lo nos espaços informa-tivos da estação de segunda a sexta-feira nas edições alargadas às 00h00, 04h00, 12h00 e 18h00 e, ainda, na “Edição da Manhã” e “Edição da Tarde”. Mário Rui Fonseca contou ao JA que abraçou mais este desafi o “pelo gosto de comunicar e pelas rela-ções humanas e, claro, por ter a noção de quão impor-tante é o exercício de realizar um serviço público em prol das populações da nossa re-gião. Nesta casa queremos cada vez mais exercer um jornalismo de proximidade dando voz àqueles que me-nos a têm”.

O cancro da mama é o tipo de cancro mais comum entre as mulheres, e a segunda causa de morte por cancro, no sexo fe-minino. Apenas 1% dos casos ocorre em homens. Em Portugal, anualmente são detetados cerca de 4.500 novos casos e 1.600 mulheres morrem com esta doença (INE, 2010), ou seja, todos os dias morrem quatro mulheres vítimas de cancro da mama.

Alguns estudos apontam no sentido de que ter um estilo de vida saudável reduz o risco de desenvolver cancro da mama. Estima-se que praticando alimentação saudável e atividade fí-sica regular é possível reduzir em 28% o risco de ter cancro da mama (INCA, 2009). Assim, nas escolhas pessoais merecem es-pecial atenção a prevenção da obesidade, sobretudo na meno-pausa, a redução da ingestão de gorduras, a prática de exercício físico regular e o consumo limitado de bebidas alcoólicas. Neste contexto, é importante que cada vez um maior número possí-vel de mulheres esteja mais consciente sobre a prevenção, para que possam fazer escolhas saudáveis capazes de ajudar a pre-venir o cancro da mama. Por outro lado, na fase inicial, o can-cro da mama raramente provoca sintomas, pelo que a deteção precoce é essencial. O rastreio é realizado através de mamogra-fi a que possibilita a identifi cação de lesões não palpáveis três a quatro anos antes do aparecimento de sintomas. É essencial que as mulheres entre os 45 e os 69 anos adiram ao rastreio do cancro da mama, realizando mamografi a de dois em dois anos. Nos concelhos do ACeS Médio Tejo, este rastreio é assegurado de forma gratuita pela Liga Portuguesa Contra o Cancro, atra-vés de unidades móveis que se deslocam aos vários conce-lhos. Contudo, um grande número de mulheres não adere ao rastreio, ignorando uma medida essencial de prevenção e de redução da mortalidade do cancro da mama. A Unidade de Saúde Pública do Médio Tejo relembra que todos temos um importante “papel” na prevenção e diagnóstico precoce do can-cro da mama, e esse papel começa com cada um de nós - Faça a sua Parte!

Paula Gil, Enfermeira, USP do Médio Tejo

Prevenção e rastreio Uma forte aliança na prevençãodo cancro da mama Mário Rui Fonseca, jornalista com um gosto

especial pela música e pelos espetáculos

ESPAÇO DA RESPONSABILIDADE DA UNIDADE DE SAÚDE PÚBLICA DO MÉDIO TEJOAs caras da rádio

A antiga Escola Primária Dr. Raúl Figueiredo, nas Bar-reiras do Tejo, em Abrantes, passou a ser a sede de dois clubes que desenvolvem a sua atividade em prol da comunidade: o Lions Club e o Rotary Club. Na cerimó-nia de inauguração, os pre-sidentes de ambos os clu-bes agradeceram a cedência do espaço que agora parti-lham, fi cando cada um deles com uma das antigas salas de aula.

As instalações foram ben-zidas pelo Cónego José da Graça. Maria do Ceú Albu-querque, presidente da au-tarquia, lembrou que a ce-dência de uma escola a dois clubes como os Rotários e os Lions faz parte de uma estratégia de dar uma nova utilidade a espaços que já

não cumprem a sua missão inicial, mas que podem con-tinuar a servir, através de “uma nova missão para che-gar às pessoas”.

José Fernando Duque, presidente do Rotary Club de Abrantes, evidenciou o plano de ação que tem vindo a ser desenvolvido por este grupo de profi ssionais,

destacando o apoio às novas gerações, nomeadamente através do programa de bol-sas de estudo, dos cursos de liderança e do rastreio audi-tivo e visual. “O que fazemos, fazemos com espírito de ser-viço à comunidade”, subli-nhou. Eduardo Margarido, presidente do Lions Club de Abrantes, salientou a impor-

tância de o clube ter uma sede onde possa preparar as suas atividades e, também, guardar os seus pertences.

A cerimónia terminou com um momento do poesia, protagonizado por três dos mais de 30 jovens que estão neste momento a formar um Clube Interact, no âmbito do movimento rotário.

Rotários e Lions inauguram sedes para continuar a servir a comunidade

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22 NOVEMBRO 2013CULTURACOORDENAÇÃO DE ANDRÉ LOPES

O cineclube Espalhafitas, que exibe filmes semanal-mente vai exibir a 13 de no-vembro “O Mascarilha”, um fi lme sobre as aventuras do Velho Oeste que transfor-maram John Reid, um ho-mem da lei, num lendário

e obscuro justiceiro, deter-minado a ajudar os pobres e indefesos. A sessão, sem-pre à quarta-feira, às 21h30, continua, na noite de 20 de novembro, com o filme “Um Planeta Solitário”, um drama emocionante sobre

um casal apaixonado e as diversas formas de traição capazes de invalidar todo o passado feliz e vivido em co-munhão. Woody Allen rea-liza “Blue Jasmine”, um fi lme em visionamento no Cine-tea tro São Pedro a 27 de no-

vembro. O drama retrata a história de um casal mul-timilionário, habituado ao luxo, e que se vê confron-tado com o divórcio e a pro-cura de uma nova vida, mais modesta.

Espalhafi tas apresenta programação para novembro

AbrantesAté dezembro de 2013 – Exposição “30 anos de Arquivo em Abrantes” - Arquivo Municipal Eduardo Campos, de segunda a sexta, das 9h às 12h30 e das 14h às 17h3016 de novembro – Festa da Marioneta - “Catabrisa”, pela Artemrede – Cine-Teatro São Pedro, 10h e 15h7 de dezembro – Teatro “O Problema do Corvo”, pela Artemrede – Cine-Teatro São Pedro, 10hCinema – Org. Espalhafitas, Cine-teatro São Pedro, 21h30:6 de novembro - “A Gaiola Dourada”13 de novembro - “O Mascarilha”20 de novembro – “Um Planeta Solitário”27 de novembro – “Blue Jasmine”

ConstânciaAté dezembro – Exposição “Desenhos da Prisão”, desenhos por Álvaro Cunhal – Biblioteca Alexandre O´Neill, das 10h às 18h3012 de outubro a 3 de novembro – Exposição “Do Lagar para a Tela”, pintura de Massimo Esposito – Posto de Turismo, dias úteis das 9h às 18, aos sábados e domingos das 11h às 13h e das 14h às 18hAté 29 de novembro – Mostra Bibliográfica sobre Dan Brown – Biblioteca Alexandre O´Neill, das 10h às 18h309 de novembro a 1 de dezembro – Exposição “…outro olhar”, pintura de Alice Pissarra e Sérgio Correia – Posto de Turismo16 e 17 de novembro – “Conhecer Aromas e Sabores da Natureza”, promover produtos de produção biológica, ar tesanal e doméstica – Parque Ambiental de Santa Margarida, das 14h30 às 18h24 de novembro a 1 de dezembro – XXVII Feira do Livro, Centro Náutico de Constância1 de dezembro – Domingo na Praça – Praça Alexandre Herculano, das 9h às 12hDVDteca à sexta – Biblioteca Alexandre O´Neill, 15h:8 de novembro – “Alice no País das Maravilhas”15 de novembro – “As vinhas da Ira”22 de novembro – “O Gang dos Tubarões”29 de novembro – “Esquecido”6 de dezembro – “O Fantasma da Ópera”

SardoalAté 16 de novembro - Exposição “Imagens que o tempo nos vai roubando”, pintura de Álvaro Mendes – Centro Cultural Gil Vicente Cinema – Centro Cultural, 16h e 21h30:16 de novembro - “Isto é o fim”30 de novembro - “Aviões”

Vila de Rei Até 31 de dezembro – Exposição “A Escola dos Nossos Avós”, trabalhos elaborados pelos alunos do 9º ano da E. B. I. do Centro de Portugal – Museu Escola da Fundada Até 31 de dezembro – Exposição de fotografia “Cheiros & Sabores”, de Jorge Menezes - Biblioteca Municipal José Cardoso PiresAté 30 de dezembro – Exposição de trabalhos do concurso de pintura e desenho “Padre João Maia” – Biblioteca Municipal Até 30 de Novembro – Exposição “Irene Barata: Retratos de um percurso” - Biblioteca Municipal

Vila Nova da BarquinhaAté 31 de dezembro – Exposição “Dimensões do Passado – Homenagem a José da Silva Gomes” – Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo, das 9h às 12h30 e das 14h às 17h30Até 31 de dezembro – Exposição “Uma Linha Raspada”, de Daniel Barroca – Galeria do Parque, Edifício do Passos do Concelho – Quarta, quinta e sexta, das 11h às 13h e das 14h às 18h, sábado e domingo das 14h às 19h4 a 29 de novembro – Mostra bibliográfica sobre Hermann Hesse – Biblioteca Municipal7 de novembro – Simpósio “Ciência e Religião: dualidade ou unicidade?”, Centro de Pré-história do Instituto Politécnico de Tomar – Auditório do Centro Cultural, das 10h às 18h9 de Novembro – XI Gala do Fado com Vicente da Câmara, Nuno Aguiar, Deolinda Bernardo – Clube União de Recreios da Moita do Norte, 21h30 (12,5€)

AGENDA DO MÊS

A Ciência e a Religião têm de estar de costas voltadas ou podem complementar-se? Ci-ência e Religião: dualidade ou unicidade? O simpósio, que decorre no Auditório do Cen-tro Cultural de Vila Nova da Barquinha, no dia 7 de no-vembro, procura responder a estas e outras questões so-bre as duas realidades. Das 9h às 17h30, o simpósio vai ter painéis onde serão debatidos,

entre outros, temas sobre: “A geologia na cultura das po-voações”, “Religião e Ciência. Uma perspectiva judaica” ou “Fé e a Ciência: o testemunho pessoal de um astrónomo”. Este evento conta com a or-ganização conjunta do Cen-tro de Pré-história do Instituto Politécnico de Tomar e da Câ-mara Municipal de Vila Nova da Barquinha.

Simpósio sobre Ciência e Religião na Barquinha

Posto de Turismo de Constância com pintura em acrílico e óleo

A Festa da Marioneta, orga-nizada pela Artemrede e que já vai na sua 5ª edição, acon-tece até dezembro e passa por Abrantes com dois es-petáculos nos próximos me-ses. “Catabrisa”, que conta com a interpretação de Filipe Caldeira, cria um espaço de ideias em forma de sensação,

um lugar de sensações em forma de gesto…para ver, ouvir, sentir e pensar. O espe-táculo, com lotação máxima de 50 lugares para casa ses-são, sobe ao palco do Cine-teatro São Pedro, a 16 de no-vembro, pelas 10h e 15h. “O Problema do Corvo” é levado à cena a 7 de dezembro, às

10h, pela Companhia Partí-culas Elementares, proveni-ente de Ovar. Este teatro de marionetas é uma fábula ter-nurenta, na qual os animais tentam resolver, em Assem-bleia de Bichos, a tendência do Corvo para mentir desca-radamente.

A exposição de pintura de Alice Pissarra e Sérgio Cor-reia vai estar no Posto de Tu-rismo de Constância entre 9 de novembro a 1 de de-zembro. “…outro olhar”, as-sim se chama a mostra de pintura em acrílico e óleo, procura transmitir a ideia de

que cada pessoa tem a sua própria visão da vida e traz consigo lembranças de lo-cais, ruas, casas, portas, entre outros pormenores, mesmo não sabendo o nome da terra onde esteve. Os auto-res são dois colegas que tra-balham na Câmara Munici-

pal de Constância em áreas distintas da pintura, mas que têm o mesmo gosto pelas ar-tes. O Posto de Turismo está aberto de segunda a sexta, das 9h às 18h, sábados e do-mingos, das 11h às 13 e das 14h às 18h.

A Festa da Marioneta passa por Abrantes

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Oh! Minhas treze almas dos afl itos a vós peço pelo amor de Deus, atendei o meu pedido minhas 13 al-mas dos afl itos, a vós peço pelo sangue que Jesus Cristo derramou na cruz, dai-me a vossa proteção, cobri-me com vossos braços e guarde no vosso coração e protegei-me com vosso olhar. Oh! Deus de bondade, vós sois meu advogado na vida e na morte, peço-vos, atendei aos meus pedidos, livrando-me dos males e dai-me sorte na vida, que os olhos do mal não me vejam, cortai as forças dos meus inimigos.

Oh! Minhas 13 almas dos aflitos, se me fizeres que eu alcance esta graça (Pe-dir a graça), fi carei devoto e mandarei celebrar uma missa e também imprimir um milheiro desta oração. Rezar 13 Avé Maria. 13 Pai Nosso

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Ana Catarina Branquinho Peixoto

AGRADECIMENTO

Na incapacidade de agradecer pessoalmente a todos que se juntaram a nós neste momento de dor, no derradeiro adeus à nossa filha, irmã e neta querida Ana Catarina Branquinho Peixoto, vimos por este meio, agradecer o apoio pela presença, pelas palavras e sentimentos de consolo que manifestaram.Que a sua alma descanse em paz na felicidade que pro-curou toda a vida.

Com Eterna Saudade dos pais, irmão e avós.

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