Jornal de Artes | Edição Agosto 2012

8
JORNAL DE ARTES Artes Plásticas Artes Cênicas Cinema Musica Literatura | | | www.facebook.com/ www.twitter.com/ | | | Porto Alegre Agosto 2012 R$ 2,00 jornaldeartes jornaldeartes | IDADES CONTEMPORÂNEAS Museu de Arte Contemporânea do RS inaugura exposição com mais de 60 artistas apresentando sua visão de mundo, através das suas diferentes gerações : DAVID LYNCH O LADO ESCURO DO SONHO Por Marcelo Castro Moraes CRÍTICA Foto: Camila Schenkel; Construção; Divulgação MACR-RS DOS POETAS Por Djine Klein ARTIGO QUEM ESCUTA A VOZ ARTIGO A Necessidade da Arte: Por | Agostinho N. Ruschel

description

Jornal de Artes | Uma públicação da Muruci Editor. Veículo de mídia impressa, com periodicidade trimestral. Circulação em Porto Alegre e Osório nos principais pontos culturais da cidade. Análise crítica da produção artistica e cultural, tanto nacional e gaúcha, quanto internacional.

Transcript of Jornal de Artes | Edição Agosto 2012

Page 1: Jornal de Artes | Edição Agosto 2012

JORNAL DE

ARTESArtes Plásticas Artes Cênicas Cinema Musica Literatura

| | |www.facebook.com/www.twitter.com/

| | |

Porto Alegre Agosto 2012 R$ 2,00jornaldeartes

jornaldeartes

|

IDADES CONTEMPORÂNEAS

Museu de Arte Contemporânea do RS inaugura exposição com mais de 60 artistas apresentando sua visão de mundo, através das suas diferentes gerações

:DAVID LYNCH O LADO ESCURO DO SONHO

Por Marcelo Castro Moraes

CRÍTICA

Foto

: C

am

ila S

chenke

l; C

onst

ruçã

o; D

ivulg

açã

o M

AC

R-R

S

DOS POETASPor Djine Klein

ARTIGO

QUEM ESCUTA A VOZ

ARTIGO

A Necessidade da Arte:Por | Agostinho N. Ruschel

Page 2: Jornal de Artes | Edição Agosto 2012

Porto Alegre |Agosto | 2012 | ARTES | 2

CARTUM

CINEMA

Por | Bilheri

JORNAL DE

ARTESArtes Plásticas | Artes Cênicas |

Cinema | Musica | Literatua

EXPEDIENTEJornal de Artes é uma publicação da

Editor | Design Gráfico/Capa/Diagramação |

[email protected] www.twitter.com/jornaldeartes

CNPJ | 107.715.59-0001/79 (51) 3276 - 5278

MURUCI EditorJoão Clauveci B. Muruci

Mauricio Muruci Email |

Twitter |

Fone |

Colaboradores desta edição

Marcelo Castro Moraes | Djine Klein | Geórgia Quincas | Camila Schekel | Leandro Selistre | Fernanda Blaya Figueiró | Stela Mariz Ribeiro | Lucia Barcelos | Gerci de Oliveira Godoy | Maestro Agostinho N. Ruchel | Dênia Bazanella Fone: (51) 3276 - 5278 • 9874 - 6249 9505 - 4243 Email: [email protected]

www.facebook.com/jornaldeartes • www.twitter.com/jornaldeartes • (51) • (51) • •

Tire seus originais da gaveta!Lembra daquele texto guardado há muito tempo na gaveta?

A hora é agora. Podemos editar seu livro sem que você desembolse recursos seus para isso.

Em Tempos de EleiçãoESQUECE TUDO

SOBRE IDEOLOGIA.A PALAVRA DE ORDEM É QUALQUER ACORDO POR MINUTOS NA TV.

SE TIVERES ESCRÚPULOS,

ESQUECE. O MODERNO AGORA, É ABRAÇAR

ADVERSÁRIOS DA DIREITA, PARA TER MAIS

TEMPO NA TELINHA

Sinopse: Um acidente automobilístico na estrada Mulholland Drive, em Los Angeles, dá início a do primeiro até o final do segundo ato, estejamos (aparentemente) assistindo uma historia com começo, meio e uma complexa trama que envolve diversos personagens. Rita (Laura Harring) escapa da colisão, mas perde a fim. Mas ao surgir a enigmática (e melhor cena) seqüência do Clube Silêncio, de uma forma inesperada, tudo que memória e sai do local rastejando para se esconder em um edifício residencial que é administrado por Coco (Ann assistimos até ali é revertido e o cineasta nos joga em uma realidade, na qual num primeiro momento, ficamos Miller). É nesse mesmo prédio que vai morar Betty (Naomi Watts), uma aspirante a atriz recém-chegada à cidade sem saber o que esta acontecendo realmente.que conhece Rita e tenta ajudar a nova amiga a descobrir sua identidade. Em outra parte da cidade o cineasta Mas o diretor nos deixa a ficar vendo navios? Não exatamente, pois com um belo jogo de câmera, Adam Kesher (Justin Theroux), após ser espancado pelo amante da esposa, é roubado pelos sinistros irmãos Linch nos proporciona um passeio por inúmeras pistas que surgem na tela. Mas não espere ele explicando as Castigliane. cenas, pois é a pessoa que irá assistir que terá que fazer um verdadeiro quebra cabeça mental, com as cenas que

Foi apartir desse filme, que conheci finalmente o universo bizarro de David Lynh. Mais precisamente, são jogadas para ele, desde personagens chaves que surgem em cena, como determinados objetos simbólicos foi numa edição, da saudosa revista SET (com o ET na capa), em que além da critica sobre o filme, tinha matéria que aparecem, como uma chave azul e um piano miniatura como exemplo. Além disso, no decorrer da trama, especial falando um pouco de cada filme que ele criou. Isso foi o suficiente para eu ir à caça, para assistir a essa mesmo com poucos recursos, Lynch gosta de brincar com nossa perspectiva, deixando a gente boiando em alguns obra, mas nem imaginava que ela me pegaria de jeito, muito menos ter imaginado se tornando o meu segundo momentos, fazendo agente acreditar, que o que estamos vendo é uma coisa, quando na verdade é outra. Bom filme preferido da minha vida (perdendo para Blade Runner). exemplo disso é quando surge uma cena de uma atriz cantando, no que aparentemente parece ser um palco, mas

a câmera afasta e revela ser um estúdio, que por sua vez revela não estar num prédio, mas sim num deserto do entardecer, mas que por fim, quando a câmera finalmente para de se afastar, é revelado que tudo aquilo está num grande estúdio de cinema.

Na época, o filme acabou consagrando, até então a desconhecida atriz Naomi Watts, num papel Para David Lynch, os filmes não precisam fazer sentido, pois a própria vida não faz. Com essa opinião que exigiu trabalho em dobro e para aqueles que já viram o filme, sabem do que estou falando. O seu

(e dentre muitas), é o que serve de impulso para ele criar filmes, um tanto que inusitados e diferentes de tudo que desempenho foi tão elogiado, que muitos lamentaram ela não ter sido indicada ao Oscar, o que não quer dizer se vê por ai e o publico a de gostar ou odiar. Quando Mulholland Drive estreou no inicio dessa primeira década do que não choveram inúmeros convites para filmes, que somente levantariam mais o seu status de ótima atriz, século 21, acabou não só gerando debates, como inúmeras teorias levantadas em diversas mídias, como a como Senhores do Crime, 21 Gramas, King Kong e dentre outros. Vale lembrar, que originalmente, Mulholland internet por exemplo. Nem mesmo Matrix, com todas as suas engrenagens filosóficas, superou em termos de Drive foi realizado para a TV, como filme piloto que daria origem a uma série, mas, como a rede ABC rejeitou o debates, discutições e teorias levantadas ao longo do tempo. projeto por achá-lo pesado demais, David Lynch decidiu levá-lo ao cinema. A idéia do filme surgiu quando ele

Se muitos ficaram admirados com número de buscas na rede para entender os mistérios da série visualizou a placa Mulholand Drive, a mítica estrada de Los Angeles, que atravessa as colinas de Santa Mônica, Lost, pode-se dizer que foi Lynch que começou com essa mania. Isso graças ao fato de, não somente esse filme, passando por Hollywood até a praia de Malibu, na Costa Oeste. Durante o último Festival de Cannes, Lynch disse como também outros de sua filmografia, deixar mais perguntas do que respostas nas que se inspirou na visão da placa sendo iluminada pelos faróis dos carros que passam pela estrada à noite,

mentes das pessoas. Para permeada pela inocência perdida de seus fantasmas que queriam conquistar Hollywood. "Que as pessoas se ter uma idéia da entrem, então, nesta viagem por Mulholand Drive e sintam algo que não se explica", disse o cineasta à rede ABC dimensão do cenário da de televisão.é p o c a q u e e s t re o u Mulholland Drive rendeu-lhe indicação ao Oscar de Melhor Direção em 2002 e a conquista da Mulholland Drive, houve Palma de Ouro na mesma categoria no Festival de Cannes 2001, cujo júri foi presidido pelo próprio Lynch. O filme muitas salas de cinema, também foi indicado a quatro Globos de Ouro (Filme-Drama, Direção, Roteiro e Trilha Sonora) e venceu na que pediam as pessoas categoria Melhor Fotografia o Independent Spirit Award, além de ter sido eleito o Melhor Filme de 2001 pelas (após terem assistido o Associações de Críticos de Cinema de Nova York, Boston e Chicago. Com tudo isso, ao longo do tempo, filme), para que não Mulholland Drive veio a se tornar um dos mais importantes filmes da primeira década do século 21. Um filme que contasse os mistérios e mexe com os sentidos do espectador, o faz pensar e adentrar ainda mais no universo de Lynch. Seja por esse filme, revelações da trama, para ou por outros de sua (quase) impecável filmografia cheia de mistérios. aquelas pessoas que iriam pegar a sessão s e g u i n t e . C o n t u d o , Mulholland Drive sendo visto por uma segunda ou terceira vez, consegue até matar a charada, o que não quer dizer que tenhamos uma resposta para tudo que é mostrado em cena. Digamos, que

Por traz das cortinas vermelhas

DAVID LYNCH: O LADO ESCURO DO SONHO Parte 1

Mulholland Drive: desde que estreou no Brasil há dez anos, obra máxima de David Lynch continua sendo um dos mais enigmáticos filmes da historia.

* Marcelo Castro Moraes é crítico de cinema e autor

do blog "Cinema Cem Anos Luz" http://cinemacemanosluz.blogspot.com.br/

Por Marcelo Castro Moraes *

Page 3: Jornal de Artes | Edição Agosto 2012

Porto Alegre | | 2012 | ARTES | Agosto 3

Tire seus originais da gaveta!Lembra daquele texto guardado há muito tempo na gaveta?

A hora é agora. Podemos editar seu livro sem que você desembolse recursos seus para isso.

Fone: (51) 3276 - 5278 • 9874 - 6249 9505 - 4243 Email: [email protected] (51) • (51) • • www.facebook.com/jornaldeartes • www.twitter.com/jornaldeartes •

QUEM ESCUTA A VOZ DOS POETASPor Djine Klein*

ARTIGO

“E as árvores mortas já não mais te abrigam, nem te consola o canto

dos grilos, / E nenhum rumor de água a latejar na pedra seca”.

T.S. Eliot

mas no tempo do verso, no seu país o mar ainda tinha peixe.

Hoje um barqueiro deslizando águas cristalinas é sonho do mar. E

o mar! Quando ele dorme é agasalhado por colcha de plástico. Os olhos do mar

têm sede de gaivotas e albatrozes, mas com menosprezo a boca do homem só

move a mandíbula para dizer não ao pedido de socorro do mar. Lava as mãos e

vira as costas à sua queixa. O mar gritando socorro... Socorro, socorro!

Todavia há os que insistem em preservar uma certeza: a de que

A epígrafe acima é de “O Enterro dos Mortos”, poema do inicio do os meninos podem escutar a voz dos poetas. E se os levarmos desde

Século XX. O poeta T.S.Eliot é um americano radicado em Londres, logo que pequeninos para passear ao ar livre, vão conhecer as muitas formas de vida,

teve inicio a Primeira Guerra Mundial. É um jovem que mira o rio Tâmisa e se vão descobrir a alegria que nasce nesse contato. Mais tarde, crescidos eles

impressiona com o comportamento irresponsável do ser humano, neste caso, saberão o que fazer pelo nosso pobre Mundo. Seus olhos e ouvidos foram

os “nobres europeus”. Em o “Sermão do Fogo”, outro poema de “A Terra sensibilizados, são íntegros e aptos para escutar todas as vozes que chamam

Desolada”, grita o rio sufocado por tanto lixo. “Que raízes são essas que se socorro. Socorro, socorro... E até escutar nas conchas, o barulho do mar.

arraigam, que ramos se esgalham / Nessa imundície pedregosa? Filho do Depois haverá vozes crianças pedindo que toda forma de vida

homem,...” E é possível ver no texto-poema que o olhar do poeta está seja respeitada. Afinal cada nova geração ganha o direito de continuar por nós a

inconsolado diante de tal visão. “O rio não suporta garrafas vazias, restos de viagem do existir. É nossa obrigação cuidar melhor do mundo desde ontem. E

comida, lenços de seda, caixas de papelão, pontas de cigarro...” Então diante da com poesia sim, sim para escutar a voz do poeta mostrando com dor onde está

leitura destes textos, escritos há cem anos, tenho a impressão de que o poeta o equívoco. Mas também em ação o sólido gesto para aplacar atos rudes.

acabou de chegar de um passeio, aqui pertinho de nossas casas. Rios e córregos Chamando por mais respeito pelo Planeta Terra. Lembrando que maltratada a

abarrotados de objetos e o que mais impressiona é a quantidade de calçados Mãe chora por seus meninos, esquecidos de seu imenso e criativo amor.

que aí encontramos. Sapatos o símbolo de homem civilizado, acrescido de todo

tipo de novidade eletrônica, as maravilhas da pós-modernidade. Contudo,

moderno e lúcido era o poeta no final do século XIX. Ele soube dos problemas

que teríamos que enfrentar, pois já estava ali posto, mas só ele viu.

Talvez se escutássemos mais os poetas, menos os políticos...

Talvez tivéssemos apreendido que o Planeta há muito tempo pede socorro.

Aprendido que não é difícil acolher as queixas destes que olham para nossas

vidinhas cotidianas e têm mais visão. Por onde andam os poetas e os loucos em

nós! Aquelas criaturas em que o coração pulsa fora do peito e os olhos têm mais

visão. E aqui lembrando Euclides da Cunha, no final do século XIX, além de um

senhor poeta ao escrever Os Sertões, era engenheiro e tinha a solução para a

seca no Sertão Nordestino. Mas quem para escutar!

E somos hoje os cidadãos do século XXI, mas ainda não

aprendemos a reconhecer o que dá sustentação a nossa existência. Que ainda

não sabemos que todas as formas de vida estão correndo risco de extinção. E

que junto com elas o próprio homem 'extinta' a si mesmo!

De que adianta a ciência, toda a tecnologia de nosso tempo

facilitando nossas vidas. E não conseguimos ainda ver que a Natureza é a fonte

para todas as nossas necessidades. Quantas formas de vidas, quantas criaturas

já desapareceram. Negligenciamos de maneira tão irresponsável, com a

mesma rudeza como vimos fazendo há séculos. Atentando contra quem nos

alimenta e propicia o abrigo.

Que bicho é esse, o homem que controla o Mundo, mas não a sua

fome de domínio e para isso não se importa em aniquilar tudo a sua volta. E no

rastro por onde passa deixa os dejetos de tudo aquilo que industria, querendo

paraíso.

O homem é um forasteiro quando se faz poeta. Esquálido de

abandono e horror narra ao vento às estradas ressequidas que tem que trilhar.

O colóquio é surdo para os outros homens. Mudo de pássaros em seus poemas,

pois não há mais laranjais a margem dos caminhos. A última cigarra de tão

sozinha não teve forças para fazer verão. “É doce morrer no mar” diz Caymmi,

* Djine Klein é contadora de história e artista plástica

Ilust

raçã

o: C

lau

veci

Mu

ruci

Page 4: Jornal de Artes | Edição Agosto 2012

Porto Alegre | | 2012 | ARTES | Agosto 4

ARTES PLÁSTICAS

EXPRESSÕES DE UMA DÉCADA

Mostra coletivaCultura que Gera Memória

Expressões de uma década

O Grupo CEEE e Sistema Fecomércio – RS / Sesc, realizam exposição “Cultura que Gera

Memória: expressões de uma década. A mostra comemora os dez anos de existência Do centro

Cultural CEEE Erico Verissimo, onde mais de 40 exposições de artes visuais, promovendo artistas e

suas obras.

Reunindo um conjunto de obras escolhidas pelos autores, a mostra coletiva do CCCEV em

parceria com o sistema Fecomércio RS/SESC, oportunizam aos portos alegrenses o retorno às

obras já expostas ao longo da existência do Centro Cultural CEEE.

A parceria entre o Grupo CEEE e Sistema Fecomércio RS/ Sesc atuando de forma

expressiva, continuada e sistêmica no campo da cultura artística, promovem o maior

desenvolvimento neste setor, e torna-se um referencial a vida cultural da capital gaúcha.

As ações culturais em conjunto entre entidades institucionais, promovem maior

desempenho entre os artistas, curadores e público que transitam pelo campo da artes visuais,

ampliando e qualificando os seguimentos envolvidos.

Expositores:

Alfeu Viçosa, Alfredo Aquino, Aquino Herskovits, Beatriz Balen Susin, Belony Ferreira, Beto

Rodrigues, Bina Moneiro, Celina Cabrales, Daliana Mirapalhete, Danúbio Gonçalves , Enio Squeff,

Estelita Branco, Francisca Duarte Dallabona, Gilberto Perin, Irene Ludwing, Isabella Carnevale,

Isolde Bosak, Jane Milman, Joyce Loss, Juliano Lopes, Laki Gatti , Marcia Marostega, Maria Inês

Rodruigues, Maria Rita Webster, Marta loguercio, Mauro Holanda, Miriam Tolpolar, Moacir

chotguis, Paulina Elzirik, Paulo Porcella, Romulo Lubachesky , Sérgio Vaz, Valquiria Monenmor,

Vinício Giacomelli, Zoravia B ettiol, Zupo.

Sala O Arquipélago e Memorial Erico Verissimo

Visitação: de 1º de agosto a 15 de setembro de 2012-08-07

De terça a sexta, das 10h às 19h, sábado, das 11às 18h

Alunos da Fabico recuperam antigas técnicas de fotografia

Onze alunos da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação Social (Fabico) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) estão com a exposiçãoAlquimia até 3 de agosto na Galeria Clébio Sória da Câmara Municipal de Porto Alegre. O grupo, coordenado pela professora Andréa Brächer, mostra 62 trabalhos criados em processos históricos de fotografia.

As obras resultam de pesquisas técnicas e estéticas desenvolvidas na faculdade sobre procedimentos fotográficos não-convencionais. Os estudantes recuperam a história do cianótipo (emulsão fotossensível azul, baseada em sais de ferro), do marrom vandycke (emulsão fotossensível marrom, baseada em sais de prata) e do phytotype (emulsão fotossensível de diversas cores, baseada em pigmentos vegetais, como de flores, frutas e legumes)

Experimentações

Na contramão da indústria fotográfica, os alunos optam pela produção artesanal de fotos, por meio do uso do papel de algodão e do emulsionamento dos materiais fotossensíveis. Como atestam, essas experimentações, que incluem a captação das imagens e as práticas laboratoriais, permitem que os trabalhos incorporem ocorrências aleatórias ou provocadas: manchas, variações de tons, apagamentos e metalizações.

Participam da exposição Ana Campos de Carvalho, Ana Rita Graciola, Felipe Beltram Marcelino, João Ricardo Gazzaneo Schmitt, Leonardo Lima Ferreira, Maurício Rodrigues Pereira, Nathália dos Santos Silva, Patrícia Franke da Cruz, Rafael Francisco Carneiro Ferreira, Renan Kovalczuk de Oliveira e Shana Silveira Torres.

A mostra na Câmara (Avenida Loureiro da Silva, 255, térreo) está aberta das 9 às 18 horas, de segundas a quintas-feiras, e das 9 às 15 horas, às sextas-feiras. Entrada franca. Informações (51) 3220-4392, [email protected].

Texto: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)

ALQUIMIA

Tire seus originais da gaveta!Lembra daquele texto guardado há muito tempo na gaveta?

A hora é agora. Podemos editar seu livro sem que você desembolse recursos seus para isso.

Fone: (51) 3276 - 5278 • 9874 - 6249 9505 - 4243 Email: [email protected] (51) • (51) • • www.facebook.com/jornaldeartes • www.twitter.com/jornaldeartes •

A Koralle realiza curso «ArteArquiteruta - Aproximações e Cruzamentos» entre os dias 30 de agosto a 27 de outubro de 2012 (quintas-feiras, das 19h às 21h30).

O curso irá trabalhar as afinidades entre os campos da arquitetura, do urbanismo e das artes visuais, ampliando o repertório cultural dos participantes ao mesmo tempo em que estabelece aproximações e cruzamentos conceituais e processuais entre as áreas. Pretende contribuir com os processos criativos daqueles que trabalham com projetos nas áreas de arquitetura, urbanismo, design e artes visuais.

Tem como público-alvo arquitetos, artistas, designers, profissionais das áreas de criação, estudantes e interessados em geral. O material didático e bibliografias serão fornecidas em CD no final do curso, juntamente com certificados.

ServiçoQuando: 30 de agosto a 27 de outubro de 2012, quintas-feiras, 19h às 21h30 (saída de campo, 27/10, 15h às 17h).Local: Koralle - Av. José Bonifácio, 95 - Porto Alegre/RSValor: R$ 400 (ou 2x de R$225)Carga horária: 16hVagas: máximo 20 alunosInformações e inscrições: [email protected] ou (51) 3226.0265Site: www.koralle.com.br

ARTE E ARQUITETURA:

LUCIANO LANER

APROXIMAÇÕES E CRUZAMENTOS, COM MARCOS SARI E

Foto: Alfeu Viçosa; Sem Título

Page 5: Jornal de Artes | Edição Agosto 2012

Porto Alegre | | 2012 | ARTES | Agosto 5

ARTES PLÁSTICAS

De 23 de agosto a 07 de outubro de 2012 o Museu de Arte Contemporânea

do Rio Grande do Sul inaugura sua mais representativa exposição da programação 2012

(FOLDER ANEXO) IDADES CONTEMPORÂNEAS (CONVITE ANEXO) reunindo nos

espaços das Galerias Sotero Cosme e Xico Stockinger, obras de mais de sessenta

artistas, cuja produção contemporânea recente virá a incorporar o novíssimo acervo do

Museu. A exposição irá contar com intervenções urbanas, vídeos nas redes sociais e

filme que Átila Ferrarez e Gabriel Gambá, da GAD'Red – agência que adotou o Museu –

criaram sobre o lema: DIFÍCIL É ENTENDER O MUNDO CONTEMPORÂNEO / A ARTE

CONTEMPORÂNEA NEM TANTO.

Ana Zavadil, Paula Ramos, Paulo Gomes e Marcelo Gobatto são os curadores

que integram este ambicioso projeto, para o qual tiveram a liberdade de convidar

artistas de diferentes gerações e linguagens.

Ana Zavadil apresenta em sua proposta curatorial Poéticas em Paralelo

artistas que situam o seu intervalo de ação a partir da virada deste novo século:

Alexandra Eckert, Ana Flores, Antônio Augusto Bueno, Amélia Brandelli, Bruno Borne,

Camila Schenkel, Evenir Comerlatto, Guilherme Dable, Jander Rama, Kátia Costa,

Leandro Selister, Leonardo Fanzelau, Marília Bianchini, Rogério Livi e Rogério Severo. As

obras escolhidas foram todas concebidas para esta exposição, sem um tema específico,

o que se impõe é a poética, pois no cotejo e/ou confronto entre as obras, através desse

encontro singular, podemos conferir, comparar e estabelecer novos rumos para a arte

contemporânea.

A curadora Paula Ramos convidou os artistas: Belony, Clóvis Martins Costa,

Dione Veiga Vieira, Fábio Del Re, Fernanda Valadares, Frantz, Gonzaga, Julio Ghiorzi,

Mariza Carpes, Túlio Pinto, Ubiratã Braga e Wilbert. Diante da Matéria é o título da sua

curadoria em que apresentam trabalhos que estão entre o racional e o intuitivo, o

programado e o casual, o geométrico e o orgânico. Entre a linha e a mancha, a síntese e

o excesso, a ordem e o caos. Entre desenho e pintura, pintura e gravura, escultura e

desenho, fotografia e pintura. As obras apresentadas nesta exposição exploram

diferentes procedimentos e materiais, técnicas e linguagens, gestos e temporalidades,

evidenciando o caráter plural da produção contemporânea. Elas também atestam a

postura investigativa de seus criadores, artistas que têm problematizado as tradições

do campo da arte, suas práticas e conceitos, bem como revisitado suas próprias

trajetórias. Diante da Matéria propõe uma experiência entre o espaço, a matéria e o

corpo.

Os curadores Paulo Gomes e Marcelo Gobatto assinam a mostra de

CORPOIMAGEM com a novíssima produção em vídeo na arte contemporânea

brasileira. Esta mostra apresenta a produção de mais de 40 artistas: Alberto Semeler, Ali

Khodr, Amélia Brandelli, Ana Norogrando, André Severo, Bruno Borne, Camila Melo,

Carlos Donaduzzi, Chico Machado, Claudia Paim, Clóvis Martins Costa, Denise Gadelha,

Diogo Dornelles, Dirnei Prates, Elaine Tedesco, Eny Schuch, Fábio Noronha, Fabio Puper

Machado, Fabrício Almeida, Fernando Codevilla, Glaucis de

Morais, Isabel Ramil, James Zortéa, Jorge Soledar, Kelly

Wendt, Letícia Bertagna, Lizangela Torres, Luiz Roque Filho,

Mairon Martins, Manuela Eichener, Marcelo Gobatto,

Maria Lúcia Cattani, Mirieli Costa, Nelton Pelenz, Niura

Borges, Patrícia Francisco, Rafael Rosso Berlezi, Rebeca

Stumm, Renato Heuser, Rochele Zandavalli, Romy

Pocztaruk e Sandra Rey.São filmes e propostas heterodoxas

que tem renovado tanto a produção do que vemos, como a

forma dos artistas se relacionarem com o cinema.

Foto

: C

am

ila S

chenke

l; T

ítulo

: C

onst

ruçã

o

IDADES CONTEMPORÂNEAS

Museu de Arte Contemporânea do RS inaugura exposição com mais de 60 artistas apresentando sua visão de

mundo, através das suas diferentes gerações

Page 6: Jornal de Artes | Edição Agosto 2012

Porto Alegre | | 2012 | ARTES | Agosto 6

Viamão Cultural

Tenho guardada na MEMÓRIA a visão de uma RAMADA de cipó COBREADO que

balançava furiosamente batendo no dorso de um Tobiano, que de VENTA aberta empinou o corpo e saiu

num trote marchado rumo ao campo aberto, em total INDEPENDÊNCIA. O cipó se esparramava por todo

o matagal, com sua ramada pendurada entre maricás,butiazeiros, figueiras e brincos de princesa. O

Tobiano aventado desapareceu sem deixar rastro, deixando o cavaleiro solito da vida... Solito? Solito,

solito não! Que este conto contado é uma velha história do tempo dos amores proibidos. Essa velha

coruja, que já ouviu muito causo, que já viu muita coisa neste mundão velho de Deus, vai lhe recontar,

rapidinho, o acontecido. Os tempos eram de peleia, os dias sombrios e secos, o gado andava magro, o rio

barrento. E alguém disse: este amor não pode ser. Foi o que bastou. Se não pode ser daí é que será.

Quem proibiu o mato não sabe, porque motivo, muito menos. Coisa de gente. Que gente gosta destas

coisas de proibir e de libertar. Proibi para libertar, liberta para proibir. Vive pra lembrar, lembra pra

esquecer... E o proibido foi encontrar abrigo nas ramadas cobreadas do cipó da mata. No tempo que

tinha isso de ter mata. Tempo antigo. Anoitecia, o sol deitava o cabelo no céu tingindo ele de um

alaranjado que só aqui no pampa acontece, os proibidos tinham a doçura e a ternura do amor novo. Que

o amor é coisa muito boa, nos primeiros tempos. Chegaram no dorso do Tobiano, que foi amarrado, sem

a montaria, no pé de uma grande árvore, pra descansar o lombo. Nisto apareceu uma cobra. Chiiiiiiiiiiiii,

Chiiiiiiiiiiiiiii! Pucutum,pucutum,pucutum... A Proibida arregalou os olhos e o proibido foi logo tratando

de encontrar um jeito de acalmar a amada. Hu.Hu.Hu... Piei para ajudar! Disse ele que o Tobiano haveria

de voltar e que a cobra já havia partido. Ah, as cobras... Nunca perdem a chance de dar uma forcinha pra

uma amor proibido. O vento soprou os longos cabelos da amada, que as amadas mantem longos

cabelos, como os cipós cobreados, na pele forte do amado, que os amados tem uma pele forte, como os

brados de independência. Todas as boas histórias de amor acontecem no tempo da juventude. Com a

ajuda da cobra, do vento e da lua, que nessa hora já dominava o horizonte, o amor proibido aconteceu.

Hu,hu,hu... Dizem que foi desse amor que nasceu... Não! Não foi a humanidade, que essa era uma

história mais antiga. Nasceu desse amor um conto contado, dissimulado. Coco Verde e Melancia? Não

sei não seu moço, não é bem o que a coruja tem guardado na memória... Que as corujas guardam os

segredos bem guardados... Hu,hu,hu...

Nascimento do poeta

Lúcia Barcelos

O sol desaparecia envolto em pó dourado.O ocaso, que lento passava,

anunciava ao mundo, o poeta.De origem singela, recém-chegado...

De sonhos presos no canto do olhar...Sorriso tímido, passos macios,

nem faziam rastro no caminhar.Um punhado de rimas nas mãos talentosas

e o veludo das rosas no versejar.Concebido, certamente, sob signo especial...

Nascido do parto dorido e naturalde singela mulher, no meio da gente,

na hora em que a estrela cadentejogava luzes nas areias morenas.

Amigo das brisas e das conchas pequenas,meio-irmão do mar por onde cruzou...

E a lua sorria, quando o poeta chegou!

Aflux de Pôr do sol

Stela Maris Ribeiro

Ah! esse pôr do sol GuaibalescoTão intenso em seu calor e cor

Colore lá dentro de meus olhosA esperança em forma de clamor.

Engana-se quem diz que não cuidamos do mundoPorque não o amamos,

Não sabem eles também,Amamos sim, só que ignoramos

Deram a nós idéias distorcidasDe que o que só vale é o que vem do espírito

Tirando de nós esta verdade lindaQue somos tudo; carne, terra, alma, osso, natureza

Flores do campo como as margaridas.Amém a este pôr do sol Guaibalesco!

Que nos remete além de seu esplendor horizontalE nos permite chance em sua fortaleza

Compreender-nos como parte de toda essa grandezaQue ainda há tempo de nos conscientizarmos

E resgatarmos sim a unicidade do planetaTodos como irmãos benditos

E nesta força colossalAflux de vida...

Em meio a toda esta beleza natural!

O Conto ContadoFernanda Blaya Figueiró (o conto teve como mote: Coco verde e Melancia de Simões Lopes Neto)

Ilust

raçã

o: C

lau

veci

Mu

ruci

Page 7: Jornal de Artes | Edição Agosto 2012

Porto Alegre | | 2012 | ARTES | Agosto 7

v i d a a o v e r s o

Das penas

Por: Gerci Oliveira Godot

uma nesga de natureza

encanta meus olhos

ávidos de verde

um mormaço parado

denuncia o verão

nuvens passeiam no azul

na gaiola o canário canta

Canta?

Ou lamenta a prisão

dor solidão perpetuada

Como João de barro

Solitária na noite

me transporto letra

ave terra plantada no fio

pouso alerta

atropelo linhas tortas

galopo paisagem

garimpo metáforas

roubo a sonoridade da brisa

mudo acordes

sou arremedo

poesia

O Jornal de Artes abre espaço em duas páginas onde estarão as produções do Grupo diVersos e outros amigos, e os autores de

Viamão, para nossos leitores terem contato com um universo maior da nossa produção literária. “É preciso expor a mercadoria”,

enfatizou outro dia Bertolt Brecht, explicitamente. É nosso dever mostrar na prateleira nossos objetos de arte.

A editora de literatura, Djine Klein estará encarregada de trabalhar junto a esses autores, e descobrir o melhor achado, um

pequeno diamante junto a peneira de algum descuidado poeta , e trazer do fundo do rio a tímida criação.

Boa leitura.

A Necessidade da Arte:

Por: Maestro Agostinho N. Ruschel (OMB/RS 21324)

“O homem, que se tornou homem, que superou o limite da animalidade,

transformando o natural em artificial, que se tornou um mágico, o criador da realidade será

sempre o mágico supremo, o Prometeu trazendo fogo do céu para a terra, sempre Orfeu

enfeitiçando a natureza com sua música... Enquanto a humanidade não morrer, a Arte não

morrerá!”

Com estas palavras tão verdadeiras e maravilhosas o poeta, escritor e filósofo

austríaco ERNEST FISCHER finaliza seu livro “VON DER NOTWENDIGKEIT DER KUNST” – Da

necessidade da Arte.

Gostaria de fazer algumas reflexões que julgo de fundamental importância ao se

falar em Arte – Cultura – Educação nos dias de hoje... Desde sempre, a necessidade da Arte –

(expressa nas mais diversas formas) – se fez presente na vida humana. Isso porque,

querendo ou não, consciente ou não, o homem precisa da Música, da Poesia, do Teatro, da

Pintura, para amenizar a sua ânsia de infinito, de eternidade, de superação... (como

“fazedor” ou “receptor” da Arte) –

Sobretudo a Música e a Poesia sabem criar esta realidade virtual e mágica,

mostrando o mundo como possível de mudança, dando ao homem momentos de alívio, de

libertação do “stress” do cotidiano, lembrando-o de sua “humanidade”, de sua dignidade e

de sua grande e possível força criadora, chamando atenção para tudo de bom e belo que

existe...

Você já pensou, alguma vez, em expressar seus sentimentos em forma de poema?

Não gostaria de participar de um grupo de canto, de poesia, de teatro, de dança? Em geral,

falta somente a coragem do primeiro passa! Na verdade, a Arte eleva, dignifica, transforma,

cria elos... Participar de um grupo de Arte é a melhor terapia contra a solidão, o Stress, a

melancolia etc. Formam-se novas e belas amizades, acontecem trocas de ideias,

redescobre-se valores esquecidos e a certeza de que o ser humano, para expressar e

vivenciar sua plenitude, precisa do outro e para sonhar e sobreviver precisa da ARTE!!!

TempoPor: M.Conceição Hipolito

tempo sem pressa

Tece com o fio da vida

Envolve

E talha no corpo

Sua mortalha

...finda vaidades.

Made in China

Por: Dênia Bazanella

Nem santa, nem demônio.

Carne apenas.

Sangrenta, pútrida.

Matéria única.

Benta na cor do vinho, ou no silêncio dos monges.

Sofrida, como o gemido das fontes.

Com o perdão dos sacros,

é original. Autêntica.

Na intimidade dos cantos,

onde o olhar dos sábios não perscruta,

o mais profano dos poemas : "made in china".

Ilustração: Clauveci Muruci

Page 8: Jornal de Artes | Edição Agosto 2012

Porto Alegre |Agosto | 2012 | ARTES | 8

FOTOGRAFIA

Foto: Clauveci Muruci; Dourado em Fundo Azul

Foto: Clauveci Muruci; Em Busca de Inspiração

Foto: Clauveci Muruci; Sem Título

A Poética na Fotografia e suas EspecificidadesPor | Geogia Quintas

A imagem fotográfica é um jogo de visão de mundo e imaginação. E nisto reside toda a complexidade de quem capta e a apreende visualmente. Pois, se ela é o registro de um tempo e de um espaço, de objetos ou pessoas, será irremediavelmente memória de expressão cultural e de significado simbólico. Ou seja, ela também poderá ser tudo e nada. A dimensão subjetiva da fotografia se dá entre o real e a ficção, entre a realidade visível e a construção de um novo realismo, e tudo isso pode vir a ser muito surreal. Não falo do surrealismo enquanto estilo artístico, mas sim, da realidade movediça que se apresenta concreta enquanto índice visual. O que vemos a partir da imagem são as causas e os efeitos dela própria em nosso olhar

Por certo, a fotografia documental reafirma a realidade. Mas não só isso, ao reconduzir o real, uma nova dimensão perceptiva se coloca diante de nós. Sem dúvida, a superfície da imagem é a representação da coisa em si, sua quintessência; entretanto, ela é também, muito além da questão do tempo inerente à natureza fotográfica, intensidade, reciprocidade, atitude, a força do hábito e das idéias de quem faz a imagem fotográfica existir. Se tudo já foi fotografado e o nosso entorno é passível de registro, se as temáticas são recorrentes e os gêneros fotográficos (como o fotojornalismo) inexoráveis, o que fazer ainda através da fotografia?