Jornal do Sinttel-Rio nº 1.397

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Ato repudia demissão de sindicalista

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GVT quer impor sua proposta de acordo

Inconformada com a rejeição à sua proposta de acordo coletivo pela ampla maioria dos trababalhadores em quase todos os estados, a GVT vem tentando impor sua posição na marra. A federação e os Sindicato, por sua vez, insistem na retomada do diálogo.

A negociação foi a prpopsta de acordo foi submetida à categoria nacionalmente, em assembleia por estados. Se a maioria tivesse apro-vado o acordo, a federação não teria outra saída senão aceitá-lo, mesmo considerando-o ruim. Mas não foi o que aconteceu. A esmagadora maioria dos dos trabalhadores re-jeitou a proposta, mas a GVT, em vez de respeitá-lo, prefeiu impor a sua vontade na marra.

Para isso, quer obrigar os Sindica-tos, onde as assembleias aceitaram a proposta, a cumprirem o acordo. Já nos estados em que a mesma foi rejeitada, a empresa vem fazendo reataliações de todo tipo. No Rio, por exemplo, onde o acordo também foi rejeitado maciçamente, a GVT está aumentando a jornada de trabalho de 40 para 44 horas. Um absurdo contra o qual o Sindicato já está tomando as medidas legais.

Em vez de querer impor sua props-ta, a GVT devia chamar a Comissão Nacional de Negociação e a Fenattel para o entendimento e reabrir as discussões. Não há outro jeito.

IMPASSE NA ALGARA Algar Telecom também não

fechou a sua propsta de acordo 2013/14. Em mais uma reunião no dia 10, nada ficou definido e uma nova reunião ficou de ser agenda até o final da semana.

A demissão de um combativo líder sindical é também um atentado ao Sinttel-Rio e uma tentativa de calar os trabalhadores hoje insatisfeitos com o arrocho salarial, a redução sistemá-tica de benefícios e vantagens, além da pressão no ambiente de trabalho. Fatos denunciados diverssas vezes por Carlos Augusto.

O motivo alegado para demissão foi uma suposta “reestruturação” em curso na empresa que se prepara para a fusão com a Claro, do mesmo grupo econômico da Embratel (América Mó-vil - mexicano). Mas curiosamente a tal “reestruturação” atingiu apenas Carlos Augusto, profissional com quase 40 anos de serviços prestados à empresa e uma história profissional íntegra.

A demissão não ocorreu por acaso, deu-se logo após ele ter participado ativamente da última campanha salarial da categoria em dez/2013, posicionan-do-se contra a proposta da empresa, e de ter contestado na Telos, no início desse mês, o fechamento do plano de previdência privada existente desde 1998 e a criação de um novo plano, com perdas de vários benefícios para os empregados.

Não temos dúvida de que estes fo-ram os reais motivos da demissão. É evidente que se trata de uma retaliação à sua postura sindical e em defesa da

ATO REPUDIA DEMISSÃO DE SINDICALISTAOs dirigentes do Sinttel-Rio estarão nesta quarta-feira, dia 14, a partir das 12h, em frente ao prédio sede da Embratel, Av. Presidente Vargas, 1.012, para repudiar a atitude antisindical da empresa que demitiu no dia 10, o companheiro Carlos Augusto Machado, poucos meses depois de ele perder a imunidade sindical. A atitude da Embratel é covarde e fere a liberdade de organização e de autonomia sindical. Ato contará com a presença de parlamentares, dirigentes da CUT e demais entidades sindicais do Estado.

categoria. A demissão de um ex-diri-gente do Sinttel, combativo militante dentro da empresa é também uma ten-tativa clara da empresa de silenciar os trabalhadores e impedir a organização sindical. Isso nós não vamos tolerar.

É inaceitável que num país governado há anos por um presidente vindo do mo-vimento sindical e por uma presidente que participou da luta contra a ditadura, empresas desrespeitem, persigam e demitam dirigentes e ativistas sindicais de forma tão arbitrária.

Ao agir dessa forma a Embratel desrespeita o direito constitucional de liberdade de expressão e manifes-tação dos trabalhadores e o direito de liberdade de organização e autonomia sindical. Para não permitir que isso se repita e cobrando a anulação da demis-

são de Carlos Augusto o Sindicato vai denunciar esse arbítrio a todos os fóruns trabalhadores do Brasil e do mundo tais como CUT, OIT, Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho e ao próprio governo federal.

Mesmo sem estabilidade sindical, Carlos Augusto não se omitiu de participar da campanha salarial e de contestar, na Telos, as mudanças que significavam redução de benefícios para os trabalhadores. A Embratel não engoliu isso e, deixando evidente que a realidade dentro da empresa é muito diferente do discurso de “valorização dos empregados” que propagandeia, demitiu o companheiro. A punição a Carlos Augusto, com a pena máxima, tem por objetivo intimidar e tentar imobilizar os demais empregados.

Quem é Carlos Augusto Engenheiro formado pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e

ingressou na Embratel em março de 1975. Foi dirigente do Sinttel-Rio (Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do RJ) nos período de 1990/1992 e 2002/2012, Presidente da Associação dos Empregados da EMBRATEL (AEBT-RJ) entre 1996/2002 e membro da Comissão Nacional de Negociação dos Empregados da Embratel entre 1996 e 2012. Também é representante eleito pelos empregados da Embratel na Telos, fundo de pensão da empresa, desde 2001 até hoje, seja como efetivo ou suplente no Conselho Deliberativo.

socorro andrade

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Onofre

sindicalista já na década de 1970, antes mesmo da fusão dos sindicatos dos trabalhadores em telecomunica-ções, onofre souza Pereira, 71 anos, conhece a realidade da categoria como poucos. dirigente ativo do sinttel-rio desde os anos 1980, presenciou vitórias importantíssimas: a obrigatoriedade de uniformes cedidos pela empresa e o enquadramento da Ler (Lesão por esforço repetitivo) como doença profissional são apenas algumas de-las. atualmente aposentado, dirige o sindicato dos Trabalhadores rurais de são Gonçalo, para deixar claro que, assim como o tempo, a sua luta por dias melhores e uma sociedade mais justa também não têm fim.

“sempre digo que a coisa mais im-portante que temos na vida é a família. em segundo lugar o nosso trabalho, que nos dá dignidade, com o sustento. em terceiro, para mim, está o sindica-to. antigamente, antes de chegarmos ao sinttel, cenas de trabalhadores esquentando a marmita, na calçada, sobre dois tijolos, com um fogareiro de álcool em baixo, eram comuns. conse-guimos, com muita luta, pôr fim nisto. Hoje, apenas para citar um exemplo, os trabalhadores ganham tíquete refeição. e ninguém trabalha mais com roupas rasgadas como antigamente, todos têm uniforme”, destaca.

expulso da Marinha em 1964, quando a ditadura começou, por supostamente ser comunista - o que garante nuca ter sido - Onofre teve dificuldade para con-seguir emprego. chegou a vender balas e livros de porta em porta. Mas o enredo desta história mudaria definitivamente, quatro anos depois. com a ajuda do professor Francisco Freitas Brandão, em 1969, onofre torna-se trabalhador da área das telecomunicações, ao pas-sar no concurso da antiga companhia Telefônica Brasileira (cTB).

“o trabalho no sindicato, para mim, foi ótimo. Já a minha família, por conta do muito tempo que dedicava a enti-dade, não gostava tanto assim. como sou de são Gonçalo, fazia uma mala, vinha para o sinttel, na segunda-feira, e voltava para casa somente na sexta-feira. eram muitas viagens, reuniões, assembleias. Mas não me arrependo de nada. das noites sem dormir, das greves, das ameaças...”, encerra onofre, uma cidadão forjado na luta sindical. Veja o vídeo dessa entrevista no Portal do sinttel-rio (www.sinttelrio.org.br).

Com direito a lançamento não oficial no último sábado, dia 12, na Praça XV, o Carnaval de 2014 não vai ser igual àquele que passou. O Sesc Madureira, por exem-plo, montou uma programação que levará ao palco um bloco por sábado, até o fim de janeiro. E o que é melhor, de graça.

Os ensaios técnicos na Marques de Sapu-caí é outro evento que já ganhou o carioca definitivamente. A partir do 19 deste mês, sempre aos sábados e domingos, é a vez das escolas do grupo de Acesso. Já as agremia-ções do Grupo Especial começam a ensaiar os seus desfiles no dia 2 de fevereiro.

Confira, abaixo, algumas dicas para o Carnaval, que já chegou ao Rio.

SESC MADUREIRA Depois da apresentação do Toca Raul,

que como o próprio nome sugere, executa releituras da música do roqueiro baiano Raul Seixas em ritmo carnavalesco, no próximo sábado, dia 18 de janeiro, é a vez do Cine-bloco, com suas versões de trilhas sonoras do cinema. No dia 25, o Sargento Pimenta, com adaptações de grandes sucessos dos Beatles, fecha o projeto.

ServiçoUm Bloco por Sábado- 18 e 25 de janeiro- sesc Madureira (rua ewbanck da câmara 90 / (21) 3350-7744)

Carnaval já toma as ruas do RioO carnaval este ano será em março. Mas como já é tradição do carioca, mal acaba o réveillon, não se fala em outra coisa que não seja sobre a folia de momo. Para já começar a esquentar os tamborins, agogôs e os outros instrumentos, ensaios das escolas nas quadras e na Marques de Sapucaí e de blocos nas ruas e em casas de espetáculo dão o tom do mês de janeiro.

- 17h30- Grátis

ENSAIOS TÉCNICOS As escolas de samba do Grupo de Acesso

começam a ensaiar, na Marques de Sapu-caí, no dia 19. Já as agremiações do Grupo Especial tomam a avenida a partir do dia 2 de fevereiro

ServiçoEnsaios técnicos Grupo de Acesso- de 19/1 a 1/2- Marques de sapucaí- de 19h30 às 22h- Grátis.

ENSAIO NAS QUADRAS O ritmo é frenético entre as escolas

do Grupo Especial do Rio. Os ensaios, sempre lotados, são um programão para quem quer saber como andam os pre-parativos das agremiações. Vila Isabel, campeã de 2013, Beija-Flor e Imperatriz

Leopoldinense fazem ensaios abertos em suas respectivas quadras.

ServiçoVila Isabel- de 11/1 a 22/2- Quadra da Vila (rua Boulevard 28 de setembro 382 – Vila Isabel)- sábados, a partir da 22h- r$ 10,00Beija-Flor- de 9/1 a 27/2- Quadra da Beija-Flor (Praça Wallace Paes Leme – nilópolis / (21) 2791-2866)- Quintas-feiras, a partir das 21h- GrátisImperatriz Leopoldinense- de 12/1 a 23/2- Quadra da Imperatriz (rua Professor Lacê 235 – ramos / (21) 3593-6582- domingos, a partir das 22h- r$ 15,00

Colônias de férias inscrevem para o Carnaval até o dia 17

O Carnaval no Rio de Janeiro está a cada ano ganhando às ruas e atraindo multidões. Isso é muito bom, especialmente para os amantes da folia, mas há muita gente que prefere aproveitar esses dias em retiros espirituais ou em algum lugar bem sossegado.

Para o grupo que prefere o sossego, umas das opções é ir para uma das colônias de férias do Sinttel em Barra de São João, na Região dos Lagos, ou em Miguel Pereira, Região Serrana.

Como nessa época do ano a procura é grande, os interessados devem se inscrever até o dia 17/01. Se o número de inscritos for superior ao número de vagas disponíveis, como acontece sempre, haverá sorteio no dia 23. Mais informações sobre inscrições, preço e condições de pagamento dos diversos pacotes entre em contato pelos telefones 2568-0572 e 2204-9300 ramal 203.

O show Volta Cazuza, que conta com a exibição da imagem do cantor e compositor em forma de holograma, aterrissa no dia 18, na famosa praia de Ipanema, bairro onde o autor de “Ide-ologia” e “Brasil” viveu intensamente.

O show, gratuito, previsto para co-meçar às 20h30, acontecerá na altura da Avenida Vierira Souto com Paul Redfern, e terá a presença de convida-dos que fizeram parte da carreira e da vida de Cazuza. Entre outros, subirão ao palco, Gal Costa, Paulo Ricardo, George Israel e Leoni.

Serviço:Volta Cazuza- 18 de janeiro- Praia de Ipanema (altura da av. Vieira souto com Paul redfern)- 20h30- Grátis

Cazuza esquenta as areias de Ipanema

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2014, um ano 5G

Não, não estamos discutindo e nem propondo como principal debate em 2014 a nova geração de celular – ainda que já esteja em debate a perspectiva do 5G. O nosso tema neste momento são as cinco gerações que esperam um novo patamar das (tele)comunica-ções no Brasil. Os brasileiros que há cinquenta anos têm as comunicações regidas por uma legislação retrógrada.

O ano de 2014 será marcado por eventos que colocarão as nossas comu-nicações em destaque ou em xeque, o principal deles a Copa do Mundo. O país gastou muito em estádios.

Mas, e as (tele)comunicações? Qual será o legado da Copa? Por isso, já começamos o ano cobrando que sejam investidos consideráveis volumes para garantir não só o espetáculo, mas o pós-evento. Queremos banda larga disponível para todos.

E aí aparece o segundo tema: a re-novação dos contratos de concessão. Para qual serviço serão garantidas metas de universalização, qualidade, reversibilidade de bens? A pré consulta que está sendo realizada pela Anatel vai no caminho de que todos os serviços sejam prestados em regime privado. Ou seja, a banda larga nunca irá atingir a maior parte da população.

O terceiro debate está ligado às eleições para governador, deputado federal, deputado estadual, senador e presidência da República. Nas últi-mas eleições, os vários candidatos à Presidência participaram de debates sobre vários temas. Menos sobre (tele)comunicações.

Cobramos o debate, mas ele não ocorreu. Resultado: ministros de Comunicação subservientes aos inte-resses das teles e dos radiodifusores. O único avanço real veio do Congresso Nacional com a nova lei da TV por assinatura.

O que propomos? Partir do projeto de lei de iniciativa popular sobre a re-gulação da mídia e a proposta de banda larga em regime público entregue, em abril de 2013, ao atual governo. Não dá mais para aguentar o discurso de que é necessário abrir mão de discutir seriamente a regulação das (tele)comu-nicações em nome da governabilidade.

Somos e estamos no campo demo-crático. Não abriremos mão de recha-çar qualquer volta ao passado. Mas isto não pode ser lido como um apoio da sociedade civil a qualquer projeto que prescinda da democratização das (tele)comunicações.

Convocamos toda a sociedade civil - FNDC, universidades, sindicatos, personalidades do campo democrático, centrais sindicais - para cobrar essa pauta desde já. Ao debate. Vamos construir um ano 5G.

Visite o site do Instituto Telecom (http://www.institutotelecom.com.br/)

TRABALHO ESCRAVO

Aumento nas cidades pode ter ligação com tráfico de pessoas

Enquanto dezenas de presos são mortos nos presídios do Maranhão, vítimas de um sistema penitenciário caótico e desumano, algumas poucas ações tentam ajudar detentos e ex-detentos a viver com um pouco mais de dignidade. O projeto “Começar de Novo”, do Conselho Nacional de Justi-ça (CNJ), que visa resgatar a cidadania dessa gente desassistida, como forma de conter a reincidência de crimes, é um deles. Para levar adiante o sonho da reinserção social, o CNJ disponibiliza o “Portal de Oportunidades” (http://www.cnj.jus.br/projetocomecardeno-vo/index.wsp). Nele, empresários e órgãos públicos podem se cadastrar para ajudar nesta tarefa, com vagas de emprego e cursos diversos.

Segundo informações contidas no site do CNJ (http://www.cnj.jus.br), atualmente estão disponibilizadas mais de três mil vagas em todo país, para postos de trabalho, e precisamente 500 vagas para cursos profissiona-

lizantes. Os tribunais de justiça, nos estados, é que estão encarregados de buscar a adesão de instituições pú-blicas e privadas. Um dos principais resultados do programa é o emprego de mais de 700 detentos em obras da Copa do Mundo.

Ainda segundo o site do CNJ, desde que o “Portal de Oportunidades” foi criado, em 2009, já foram ofertadas 10.215 vagas de emprego, sendo 6.046 delas preenchidas. Para dar mais visibi-lidade ao projeto, magistrados de todo o país, reunidos no Conselho Nacional de Justiça, em dezembro do ano passado, decidiram criar um grupo de trabalho com o objetivo de otimizar o uso do Portal de Oportunidades.

Entre as questões a serem discutidas, está a dinâmica do envio de informações relativas ao número de presos emprega-dos – em trabalho interno e externo –, e a melhoria na interação com os órgãos dos governos estaduais, parceiros do CNJ no projeto “Começar de Novo.”

NOTA de FALECIMENTORegistramos como muita tristeza o faleci-

mento de dois companheiros de luta ex-empre-gados da antiga Telerj, atualmente aposentados. Coincidentemente ambos faleceram vítima infarto fulminante no último sábado, dia 11.

Uma das vítimas foi o companheiro GABRIEL RAPOSO, 58 anos, residente em Barra Piraí, onde viveu e trabalhou basicamente durante toda sua vida. Gabriel além de um batalhador pelos direitos dos trabalhadores da então Telerj, especialmente os de sua Região Sul Fluminense, foi diretor do Sinttel-Rio de 1990 a 99.

Atualmente era caminhoneiro, uma paixão de sua vida. Ele sempre dizia que quando parasse de trabalhar voltaria às boleias e a correr o Brasil. Foi o que fez. Ele faleceu em casa e deixa viúva e dois filhos.

Os amigos que fez por onde passou, com-panheiros de luta na Telerj, no Sinttel e na estrada, lamentam a sua perda. A diretoria do Sinttel-Rio também lamenta muito e se solidariza com a família e amigos neste mo-mento de dor.

O companheiro JOSÉ CARLOS SANTIAGO (CARLÃO), que trabalhou na Telerj em Niterói no setor de CPTC, estava aposentado desde 1998. Ativo, sempre participou das lutas da entidade em defesa da categoria, agora aposen-tado, era presença constante nos eventos e festas realizadas na subsede do Sinttel em Niterói. Ele tinha 63 anos e deixa viúva e dois filhos.

As campanhas e os programas de combate ao trabalho escravo no Brasil trouxeram à tona uma realidade pouco conhecida até recentemente: a de que a prática ocorre também nas áreas urbanas do país, e não apenas nos rincões rurais. A última atualização da lista suja do tra-balho escravo, divulgada no fim de 2013 pelo Ministério do Trabalho, mostra 29 empresas localizadas em cidades nessa condição. Na lista anterior, de julho, apenas 14 apareciam na relação. Foram flagradas usando mão de obra em condi-ções análogas à escravidão, confecções, empreiteiras, locadoras de máquinas, uma boate e um hotel. Esses dados são de estarrecer, considerando que estamos no século XXI e quase 126 anos após a assinatura da Lei Áurea.

De acordo com a CUT e a Rede Brasil, o número chama atenção por representar uma mudança significativa do perfil dos patrões que submetem seus empregados a este tipo de situação. Se há dez anos o mapa restringia-se a fazendas e carvoarias situa-das em municípios do interior das regiões Norte e Nordeste, hoje a situação nos centros urbanos tem despertado a preocupação de técnicos, procuradores, fiscais e do Minis-tério Público do Trabalho.

TRÁFICO DE PESSOASPara o procurador-geral do Trabalho, Luís

Camargo, o avanço para as áreas urbanas pode estar ligado diretamente ao tráfico de pessoas, uma vez que tem sido cada vez mais comum a exploração de imigrantes ilegais em empresas localizadas em grandes cida-

des brasileiras. Segundo Camargo, muitos trabalhadores se submetem a este tipo de situação estimulados por falsas promessas. “Nem sempre a pessoa vai obrigada, ela vai para esses falsos empregos por conta da falta de alternativas ou porque é analfabeta fun-cional, não tem formação e acaba envolvida nessa rede, afirma.

125 EMPRESASNa prática, a Lista Suja do Ministério

do Trabalho apresentou, na última semana de 2013, 125 nomes a mais que no balanço passado, divulgado em julho. O referido cadastro, por outro lado, também excluiu 17 empresas, pelo fato dos responsáveis terem cumprido todos os requisitos admi-

“Começar de Novo” ajuda na reinserção de presos

nistrativos exigidos. Os estados onde mais foram observadas

empresas denunciadas, pela ordem, são: Pará (26,08% do total de empregadores mencionados), Mato Grosso (11,23%), Goiás (8,46%) e Minas Gerais (8,12%). O balanço é o resultado da quantidade de autos lavrados ao longo do último semestre pelas fiscalizações do Ministério do Traba-lho – em conjunto ou a partir de denúncias do Ministério. Quem figura na lista suja enfrenta restrições de crédito nos bancos públicos e corre o risco de perder negócios com aproximadamente 180 empresas signa-tárias do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo (responsáveis por um quinto do PIB nacional).

JusTIça sP

Ministério do Trabalho liberta trabalhadores da escravidão

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IMPRESSÃO

CIRCULAÇÃO Semanal

TIRAGEM 12 mil exemplares

humor

Sinttel negocia com empresas que não assinaram

Várias empresas de teleaten-dimento do Rio (Tivit, Provider, Internautica, etc) simplesmente se lixaram para a negociação salarial entre o Sinttel-Rio, as empresas e o sindicato patronal, que culminou com o fechamento da Convenção Coletiva já em vigor.

As empresas não só ignoraram solenemente as negociações como até agora não acenaram com qualquer negociação. O Sindica-to, por sua vez, quer negociar e garantir aos trabalhadores dessas empresas acordos salariais dignos em patamares superiores aos da Convenção. Afinal, se elas quises-sem aplicar a Convenção teriam participado da negociação.

INTERNÁUTICA – O Sin-dicato conseguiu marcar reunião com a internáutica para esta quarta-feira, dia 15, às 9h, na sede do Sindicato, e com a Tivit para a sexta-feira, dia 17, às 10h, também no Sinttel.

De acordo com a diretora de negociações coletivas da entida-de, Virgínia Berriel, o Sindicato quer discutir com todas essas empresas patamares acima dos negociados na convenção do Rio. “Por exemplo, vamos exigir um piso acima do salário mínimo, vale refeição acima de R$ 6,00 e que as empresas já nos apresente uma proposta de PPR,” disse Virgínia que ainda acrescentou que tudo que for negociado deve ser pago pelas empresas retroativamente à data base da categoria, 1º de janeiro.

PROVIDER – A Provider continua se fingindo de morta e não entra em contato com o Sindicato para agendar reunião. Enquanto isso, além da falta do pagamento do reajuste de salários que deveria ter acontecido em 1º janeiro, os trabalhadores têm reclamado de atraso no pagamento dos salários, benefícios e férias. O Sindicato exige uma reunião urgente com a empresa e quer que ela já traga a sua proposta de PPR.

Foi definido, na última terça-feira (13/1), o acordo da Contax, que será levado à aprovação dos trabalhadores, na próxima quinta-feira (15/1), das 10h às 16h. Entre os principais pontos estão o piso salarial de R$ 724,00 e o reajuste de 5,56% para os demais salários, vale alimentação e vale refeição de R$ 5,80 em janeiro, passando a R$ 6,00 em abril, para os que trabalham 180 horas. Já os que têm jornada de 200 horas a 220 horas, o reajuste será pelo INPC (5,56%). No que diz respeito ao auxílio creche, o benefício também será reajustado pelo INPC e estendido em quatro meses, passando dos 44 atuais para 48. Fo-ram mantidos os critérios da PR que, caso o acordo seja aprovado, será paga dez dias após a assinatura do mesmo. Quem tiver até duas faltas injustificadas continuará a receber o benefício integralmente.

CONFIRA OUTROS PONTOS REFERENTES À PR DA CONTAXElegibilidade

Serão elegíveis para receberem os valores estabelecidos no presente programa de PR, todos os empregados que tenham mais de 180 dias de efetivo trabalho no período base, ou seja, de 1º de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2013, e estiverem em efetivo exercício das atividades no dia 31 de dezembro de 2013.

Parágrafo primeiro – Será computado como tempo efetivo de serviço para fins do presente acordo, o período de afastamento do empregado, nas seguintes hipóteses:

Acidente de trabalho e/ou doença profis-sional – código B91

Licença maternidadeParágrafo segundo – O valor da PR será

calculado e pago de forma proporcional para os empregados que tenham mais de 180 dias e menos de 365 dias efetivo de trabalho no período base (1º/1/2013 a 31/12/2013), consi-

CALL CENTER

Contax finaliza proposta de acordo para 2014

derando a contagem de 1/12 avos a cada 30 dias ou fração igual ou superior a 15 dias de trabalho

Campanha contra o absenteísmoConsiderando que a PR/2013 está focada

na campanha de redução dos índices de ab-senteísmo na empresa, com o propósito de reduzir o número de ausência injustificadas dos empregados, que, reconhecidamente, causam grandes transtornos para a organi-zação dos turnos, estabelecem as partes que:

Receberão 100% do valor apurado os empregados que atendam aos pressupostos previstos na cláusula terceira e que contem com uma falta injustificada no ano de 2013;

Receberão 50% do valor apurado os empre-gados que atendam aos pressupostos previstos na cláusula terceira e que contem com duas a três faltas injustificadas no ano de 2013;

Estarão excluídos da PR/2013, indepen-dentemente do tempo de serviço efetiva-mente prestado em 2013, os empregados que contem com quatro ou mais faltas

injustificadas no ano de 2013.

Valores e época de pagamentoA PR será devida no valor correspondente

a 35% do salário nominal, vigente no mês de dezembro de 2013, limitada a PR ao valor de R$ 700,00. A PR será paga em uma única parcela, na folha de pagamento referente ao mês de fevereiro de 2014, ou seja, no primeiro dia útil de março de 2014.

Diretoria, gerência, coordenação e especialista administrativo

O pagamento da PR para os empregados nestes cargos seguirá um programa de ava-liação individual, no qual será verificado o atingimento de metas prévias e anualmente fixadas para cada empregado possuidor de um cargo executivo, sendo que o valor a ser distribuído levará em consideração a sua ava-liação individual e o resultado geral aferido pela empresa, ficando desde já autorizada pelo presente acordo a criação deste programa de avaliação para os executivos.

Cadê o nosso Amarildo? É a pergunta que os trabalhadores rurais de São Gonçalo vêm fazen-do desde agosto do ano passado. Amarildo, neste caso, é o trator agrícola Messey Ferguson mo-delo 284/4 MF série 2834194655 retirado do Sindicato dos Traba-lhadores Rurais do Município por determinação do prefeito Nilton Mulin, no dia 22/08/13.

De acordo com os dirigentes do Sindicato Rural da Região, como Amarildo, desde então

o trator sumiu e ninguém deu qualquer notícia ou pista sobre seu paradeiro. O Sindicato já cobrou oficialmente informações do prefeito e não teve resposta. Agora está recorrendo ao Minis-tério Público Federal para saber o que foi feito do trator.

A máquina tinha um impor-tante fim social na assistência aos assentados da Fazenda Rio Novo e pequenos trabalhadores e produtores rurais de São Gon-çalo, hoje sem qualquer apoio.

Rurais de São Gonçalo também buscam Amarildo?O confisco do trator resultou em prejuízo para dezenas de famílias que não têm como alugá-lo no mercado. O custo é muito alto.

O trator foi cedido ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de São Gonçalo junto com uma retroesca-vadeira, em 2005, mediante parce-ria com administração passada.

Como responsável pelo equi-pamento, o Sindicato cobrava dos trabalhadores uma taxa sim-bólica no valor de R$ 30,00 por hora para uso do equipamento.

Essa taxa tinha por fim custear as despesas com manutenção das máquinas (trator e retroes-cavadeira).

O atual prefeito, ao decidir romper a parceria não ofereceu nenhuma alternativa ao Sindicato para assistir os trabalhadores rurais. O trator é um bem pú-blico, por isso o Sindicato, os trabalhadores e o povo de São Gonçalo exigem transparência e querem saber onde está o trator, o Amarildo.

caMILa PaLMares