Jornal Locomotiva 81

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Puxando o assunto, trazendo o debate, levando informação Locomotiva 25 de agosto de 2012 - sábado - nº 81 - Distribuição gratuita Conheça a história das fanfarras de Franco da Rocha contada pelo maestro Jairo Farias Pág. 7 Jornal Locomotiva é absolvido pela Justiça em acusação de propaganda eleitoral antecipada Pág. 3 As eleições se aproximam e o asfalto aparece Avenida da Saudade, que foi recapeada recentemente Moradores afirmam que obras de recapeamento, há tempos necessárias, começaram a ser feitas ou finalizadas apenas porque a data da votação para prefeito e vereadores está perto. Porém, eles reclamam que serviço não tem qualidade - Pág. 5 Democracia assegurada As bandas nas ruas da cidade

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25 de Agosto de 2012

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Puxando o assunto, trazendo o debate, levando informação

Locomotiva25 de agosto de 2012 - sábado - nº 81 - Distribuição gratuita

Conheça a história das fanfarras de Franco da Rocha contada pelo maestro Jairo Farias

Pág. 7

Jornal Locomotiva é absolvido pela Justiça em acusação de propaganda eleitoral antecipada

Pág. 3

As eleições se aproximam e o asfalto aparece

Avenida da Saudade, que foi recapeada recentemente

Moradores afirmam que obras de recapeamento, há tempos necessárias, começaram a ser feitas ou finalizadas apenas porque a data da votação para prefeito e vereadores está perto. Porém, eles reclamam que serviço não tem qualidade - Pág. 5

Democracia assegurada

As bandas nas ruas da cidade

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Locomotiva é uma publicação semanal da Editora Havana Ltda. ME.

Circula em Franco da Rocha, Caieiras, Francisco Morato, Mairiporã e região.

E-mail: [email protected] Endereço: Rua Bazilio Fazzi, 442o andar, sala 8

Impressão: LWC Gráfica e editora

Tiragem: 10 mil exemplares

Redação: Pedro Mikhailov e Thiago Lins

Projeto gráfico: Feberti

Diagramação: Luiz Dimm

Todos os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do jornal.

NOS TRILHOS

EDITORIAL

Fogo na represa

Expediente

Na última terça-feira, quem passou pelas imediações da represa Paiva Castro, na divisa de Franco da Rocha com Mairiporã por volta das 17 horas, viu que havia fogo no local. Embora

fosse de pequenas proporções, esse tipo incidente, que muitas vezes é causado por uma ponta de cigarro acesa, pode ter consequências mais sérias, uma vez que há mata no entorno. Em

uma época de falta de chuvas, qualquer fagulha na vegetação é capaz de provocar um incêndio. Portanto, conscientização é a palavra de ordem para evitar acidentes.

EleiçõesFaltam 43 dias para as eleições municipais de 2012. Sem grandes novidades. Iniciou-se o horário gratuito, que em Franco da Rocha é só pelo rádio, já que não tem TV. Com baixíssima audiência.

A chapa começa a esquentarEpisódios de vandalismo com material eleitoral começam a se verificar em vários pontos da cidade, como Lago Azul, Jardim Luciana, Vila Santista etc. Numa cidade assombrada com crimes ligados à política, é um sinal preocupante. Resta saber se são isolados, obra de vândalos ou orquestrados.

Campanha pobreNas eleições municipais temos uma grande oportunidade de discutir os problemas e propor soluções para a cidade. Que não são poucos, já que dispomos de orçamento pequeno para a quantidade de investimentos necessários. Mas,

até o presente momento, pouco foi acrescentado. Os candidatos se esforçam em dizer que vão melhorar a saúde, a educação, a moradia, e por aí afora. Mas, de concreto, apresentam poucas soluções.

ErroEm panfleto da candi-datura do PSDB, que dá uma pequena biografia dos candidatos a prefeito e vice, Pinduca é citado como sen-do José Carlos Pariz Júnior, quando na verdade é José Antonio Pariz Júnior.

Jornal de campanhaEm outro material é citado que o Manoel de Brotas vota em Pinduca. Em que pese ao grande respeito que temos pelo ex-vereador, ele não poderá votar, já que está com os direitos políticos suspensos.

Barulho altoContinua aumentando o número de carros de som pela cidade, com diversos candidatos ostentando jingles, a maioria cópia de músicas famosas, mas que primam pela baixa qualidade e pelo alto barulho. Não respeitando horários nem locais.

Todos conhecem a famosa figura que representa a Justiça. Trata-se de uma

bela mulher vendada. A história tal-vez remeta ao fato de que a perfeição da Justiça esteja no fato de ela não ter preferências, não defender ninguém por princípio, exceto os justos.

O Jornal Locomotiva acaba de ganhar mais uma ação judicial, na qual era acu-sado de fazer propaganda antecipada de certo candidato a prefeito. Bobagem!

O que o jornal fez e continuará fazendo é publicar a verdade. Não nos pretendemos donos absolutos dela, no entanto, temos

mantido a ética e todos os princípios jornalísticos. Nada publicamos que não possa ser comprovado.

Nada dizemos que seja inventado. Infelizmente não conseguimos preen-cher nossas páginas só com coisas boas. Adoramos publicar estas e odiamos publicar as ruins. Mas a vida é dura. E tem que ser conhecida.

Se algumas pessoas não gostam das notícias que tornamos disponíveis no jornal, talvez seja o caso de chamar aquela bela mulher vendada para tra-tar delas.

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Jornal Locomotiva consegue vitória na JustiçaSegundo o TRE, periódico não fez propaganda eleitoral fora do prazo permitido

Francisco Daniel Celeguim de Morais, o Kiko, à prefeitura franco-rochense e que ele é citado apenas na condição de presidente local do PT.

Em seu parecer, o relator do processo, Mário Devienne Ferraz, menciona textos publicados nas edições 49, 50, 52, 53 e 57 do Locomotiva e afirma que não há elementos neles que descumpram a lei.

No entendimento do TRE, as reportagens trazem críticas negativas a Cecchettini, porém, fora do contexto eleitoral. Segundo o relator, as matérias somente citam fatos e emitem opiniões sobre a atual gestão municipal, que, apesar de severas, não caracterizam propaganda eleitoral negativa.

Em seu parecer, o relator afirma que a im-prensa tem direito de emitir opinião favorável

A Justiça absolveu o Jornal Locomotiva no pro-cesso em que era acusado de fazer propaganda eleitoral antecipada. O Tribunal Regional Eleitoral do Estado de São Paulo (TRE-SP) julgou recurso da publicação e considerou improcedente a ação movida pela coligação partidária que apoia a can-didatura de José Antonio Pariz Junior, o Pinduca (PSDB), à prefeitura de Franco da Rocha. A decisão do TRE foi unânime.

O TRE aceitou a argumentação do Locomotiva negando o cunho eleitoral das reportagens veicu-ladas e afirmou tratar-se de “regular exercício da liberdade de expressão e de imprensa”. Pela decisão, a Justiça concordou que não houve propaganda elei-toral negativa contra o prefeito Márcio Cecchettini. Tampouco houve menção à candidatura do petista

ou contra candidatos, pré-candidatos e partidos políticos, desde que não ultrapasse os limites da liberdade de expressão e faça, assim, propaganda eleitoral antecipada positiva ou negativa. Ferraz com-pleta dizendo que “os agentes públicos, pelo próprio papel que exercem na sociedade estão mais sujeitos a serem alvo de críticas por parte da imprensa e da sociedade sem que isso configure ato ilegal”.

Ferraz afirma ainda que não se verifica nos textos do jornal, nem de forma dissimulada, a “intenção de incutir a ideia” de que Kiko seria o melhor nome para administrar a cidade. Também não há nada nas ma-térias sobre a candidatura ou o programa de governo do petista. O relator lembra ainda que a Constituição Federal garante a liberdade de expressão e de infor-mação dentro de uma sociedade democrática.

À direita, trechos da decisão da Justiça em

destaque

À esquerda, trechos de textos do Locomotiva incluídos no processo

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Site da rádio CBN com a reportagem sobre Franco da Rocha

“É a política do governo do Estado para reutilizar prédios públicos que estejam sem uso pelos órgãos responsáveis”

João Pimentel, diretor-técnico do Cati

Franco da Rocha foi motivo de reportagem da rádio CBN. Po-rém, o conteúdo da matéria não fará nenhum franco-rochense se encher de orgulho. O texto mostra que o município e seu vizinho Francisco Morato têm problemas comuns como falta de saneamento básico, de asfalto e casas em áreas sem condições básicas de habitação.

A repórter Karina Gomes des-taca a situação crítica do Parque Pretória, em Franco, área de ocu-pação irregular onde vivem 10 mil pessoas. Ela aponta que o esgoto corre na frente das casas e, como o local não é asfaltado, há poeira por toda a parte. Segundo Karina, a precariedade das ruas obriga os moradores a andar pelo meio da via. No bairro não há linhas de ônibus nem creches. As mães têm de caminhar cerca de 40 minutos a pé para deixar as crianças na creche mais próxima. No entanto, uma moradora conta que quando chove é inviável fazer o percurso.

Outro ponto negativo lem-brado na matéria é a poluição do córrego, sujo pelo esgoto das casas próximas.

A situação mais inusitada está relacionada à entrega de correspondência. Os Correios não sobem os morros do bairro Pretória e em um deles as cartas ficam guardadas em uma caixa de sapato com uma comerciante local. Os moradores pegam a correspondência com ela.

A área de saúde também é retratada na reportagem que cita o fato de Franco da Rocha

Destaque negativo na imprensaReportagem da rádio CBN mostra que Franco da Rocha e a vizinha Francisco Morato têm problemas de infraestrutura semelhantes, como falta de esgoto e de pavimentação

Prédio do órgão foi repassado para a Secretaria de Administração PenitenciáriaCasa da Lavoura está sem sede desde o ano passado

Fechada há oito anos, a Casa da Lavoura não conta mais com o prédio onde funcionava. Como as instalações estavam sem uso, a Co-ordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), órgão vinculado à Secretária da Agricultura, repassou, no início do ano passado, a sede da entidade para a Secretaria de Administração Penitenciária.

A Casa da Lavoura - ou da Agri-cultura, como também é conhecida - é o órgão responsável pelo apoio dado pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Agricultura, ao produtor rural de Franco da Rocha. Esse auxílio significa repasse de es-trutura, informação e facilidade para

obtenção de crédito. Essa perda do prédio torna mais evidente a falta de apoio que o agricultor franco--rochense enfrenta atualmente.

“É a política do governo do Esta-do para reutilizar prédios públicos que estejam sem uso por seus devi-dos órgãos responsáveis”, explica o diretor-técnico da Cati Regional São Paulo, João Pimentel. Segundo ele, o prédio que sediava a Casa teve de ser repassado porque a prefeitura alegou não dispor dos recursos necessários para arcar com o salário de um pro-fissional responsável pelo órgão, algo em torno de R$ 5 mil, na média do mercado. Sem esse profissional, que seria o responsável por analisar e

liberar projetos, a Casa da Lavoura não tem como exercer suas atividades. “Como o prefeito não quis assinar o convênio com o Sistema Estadual Integrado de Agricultura e Abaste-cimento (Seiaa), tivemos de repassar o prédio. A casa da Lavoura fechada deixa de atender os agricultores de Franco da Rocha”, diz Pimentel.

Apesar de o prédio estar em posse da Secretaria de Administração Penitenciária desde o começo de 2011, ainda permanece com as por-tas trancadas. Franco da Rocha tem hoje cinco unidades prisio-nais, entre penitenciárias, centro de detenção provisória e centro de progressão penitenciária.

ter um hospital estadual, mas não ter maternidade. A maté-ria exibe o depoimento de uma franco-rochense que reclama do mau atendimento na Praça da Saúde.

Com relação ao patrimônio da cidade, mais más notícias: prédios históricos tombados dentro do complexo do Juqueri estão degradados e o Museu Osório César, fechado. Nele es-tão obras feitas por pacientes psiquiátricos, porém o público não tem acesso.

No Jardim Alegria, bairro na divisa entre Franco da Rocha e Francisco Morato, a repórter cita o fato de haver quarteirões inteiros sem pavimentação e luz e cheios de buracos, o que impede até a passagem de carros.

Francisco Morato, por sua vez, padece de problemas semelhan-tes: faltam asfalto, saneamento e iluminação, ou seja, a infra-estrutura precária se repete. A repórter destaca que o terminal de ônibus está em obras, tem apenas um acesso para cadei-rantes que é mal localizado e os banheiros existentes no local são químicos, o que desagrada aos passageiros. O transporte via trem também passa longe do conforto. Um entrevistado se queixa de como os vagões ficam lotados nos horários de pico.

A íntegra da reportagem, composta de um áudio e um vídeo, está disponível em globo/Pfoob6.

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Avenida Washington Luiz foi recapeada depois de anos sem melhorias

Faltando pouco menos de 60 dias para as eleições municipais, Franco da Rocha parece tomada por um clima de pressa no que diz respeito à realização de obras. É possível ver diversas delas - que sem dúvida são necessárias - sendo executadas a todo vapor pela cidade e outras tan-tas que serão entregues no período que, coincidência ou não, antecede a ida dos eleitores às urnas. Nessa paisagem de vias recapeadas, o Lo-comotiva foi às ruas saber o que a população pensa disso.

A Avenida da Saudade, que liga o centro da cidade a bairros como Pou-so Alegre, Jardim Progresso e Monte Verde, foi uma das principais vias que receberam asfalto recentemente. “Esse tipo de obra só acontece em época de eleição, os caras (autorida-des municipais) ficaram oito anos sem fazer nada e agora aparecem. Se todo ano fosse de eleição a cidade funcionaria melhor”, diz o comer-ciante Joaquim Carlos, de 55 anos.

Para Hassan Abdel, de 41 anos, a obra ajuda, mas tem sua durabilidade questionada. “Achei bonito, mas não vai durar nada, essa obra é apenas para tapear mesmo, daqui a uns seis meses tem buraco novamente. Era melhor que fizessem um asfalto de qualidade para a gente.”

Cibele Brito, de 26 anos, deixa clara sua opinião sobre o asfalto na Avenida da Saudade. “Eles estão fazendo isso para ganhar votos, fi-caram oito anos e não fizeram nada, meu voto eles não ganham”, afirma.

Na Avenida Washington Luiz, que liga o centro ao bairro do Jardim Pro-gresso, a situação é parecida. Após anos sem melhorias, uma nova capa de asfalto foi feita no local. “Fizeram

um recapeamento de baixa qualida-de, fica claro que fazem isso só para colocar em evidência o candidato da prefeitura”, afirma Ederson Beltrame, de 31 anos, morador do bairro.

A comerciante Silvia Aparecida se diz contra esse tipo de benfeitoria que vem sendo realizada no município. “Para mim esse tipo de obra não vale nada, a cidade está carente de muitas coisas, esses caras passaram oito anos destruindo a cidade e agora vêm fazer isso tentando enganar a gente”, diz.

No bairro da Vila Bela, a Aveni-da Guiuliano Cecchettini também recebeu o novo asfalto, assim como foi feito na Avenida São Paulo, que liga a Vila Bazu ao Parque Paulista e também à cidade vizinha de Fran-cisco Morato. O morador da Vila Bela, Miguel Olegário Siqueira, de 57

Com a proximidade da eleição, ruas começam a ser asfaltadas pela cidadeA menos de dois meses da escolha do novo prefeito, recapeamento é intensificado

“Eles estão asfaltando as ruas para ganhar votos, ficaram oito anos e não fizeram nada, meu voto eles não ganham”

Cibele Brito, moradora

Vila Irma está abandonada, afirmam moradores Diferentemente do que se vê pela cidade, onde

várias avenidas centrais estão sendo recapeadas, moradores da Rua Urano, na Vila Irma, estão sem perspectiva com relação a melhorias na via, que segundo eles se encontra abandonada e ruindo. “Já são sete anos que a rua está ruindo e ninguém parece se preocupar conosco. Reclama-mos muitas vezes na prefeitura, mas parece que por ser uma rua escondida e sem visibilidade a administração não se importa”, desabafa Celso Sola Bicudo. “Essa rua só tem muro de arrimo porque nós moradores fizemos. Se não fosse isso, a rua já teria deixado de existir”, completa.

A via, uma travessa da Rua Ana Nunes Barbosa, tem “diminuído” a cada ano com o desabamento de terra. “Essa rua já foi bem espa-çosa, passava de carro tranquilamente, passava caminhão de lixo; hoje não é mais possível, ele

chega até metade da rua e volta de ré, não tem nem como manobrar”, conta Maria Moreira.

Entrega difícilOs moradores também enfrentam dificuldades

para serviços como entrega de materiais e até para conseguir uma perua escolar para as crianças. “Os caminhões de material de construção deixam a carga na esquina e você tem de buscar porque eles não conseguem chegar. Até para se aproximar da perua escolar para minha filha, tenho de ir em uma ponta ou outra da rua. Os motoristas têm medo de entrar na rua”, afirma André Alexandre.

Além do acesso dificultado, a sujeira se es-palha nas calçadas e o mato invade a rua. “Se os moradores não se juntam e pagam alguém para limpar, fica uma sujeira danada”, explica a moradora Tais Lima.

anos, deixa clara sua ressalva quanto ao trabalho. “Isso aqui já era para ter sido feito faz tempo, nós sempre reclamamos, mas só agora, há três dias, que fizeram e ainda fizeram um negócio de baixa qualidade”, afirma.

Ricardo Basílio, de 40 anos, e mo-rador do Parque Paulista, acha que esse tipo de projeto é incompleto. “Recapearam, então por que eles não sinalizam, não arrumam as guias, as calçadas? Adianta só vir aqui e tapar os buracos?”, questiona. “Mas eles só vão asfaltar as avenidas, as ruas ao redor continuarão esquecidas; uma pena que eles façam isso”, lamenta a moradora Elenice Figueira, de 58 anos.

A reportagem entrou em contato com a prefeitura, mas não conse-guiu falar com nenhum responsável pelas obras.

Casa da Lavoura está sem sede desde o ano passado

Rua Urano está em situação precária

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Sá abriu a loja em 2003 com um sócio

Esta sEção do Locomotiva é dEdicada ao comércio dE Franco da rocha, o mais FortE da rEgião. Em cada Edição, vamos mostrar um produto ou sErviço quE é prEstado aqui, do Lado dE casa.AQUI TEM

“Acho que o principal desafio hoje é a saúde.

Do jeito que está, está um

vergonha”Maria Lúcia Pereira,

59 anos

“Se melhorar a segurança, a saúde e a educação vai fazer muita coisa

pela gente. Mas eu não acredito que vão fazer isso”

Jamil de Souza, 61 anos

“O principal desafio do próximo

prefeito é livrar a cidade da

corrupção que existe hoje na

prefeitura” José Carlos Almeida,

32 anos

“Desafio quem entrar na

prefeitura ir lá e consertar o meu bairro, Pretória.

Ninguém faz nada por lá há muito tempo”

Isac Rocha de Oliveira, 60 anos

“A segurança das pessoas aqui é muito precária. Escuto tantas histórias de

violência que tenho medo de vir

para cá”Neide Aparecida Silva,

44 anos

“A cidade está uma zona. Tem tanta coisa para

resolver que quem assumir vai pegar um pepino muito

grande”Antonio Rodriguez,

48 anos

“É tanta coisa para resolver que não sei nem o que responder”Moacir Moura,

45 anos

“O transporte é muito ruim e muito caro. É um grande

desafio”Suellen Brito, 25 anos

O que a população espera do

próximo prefeito?O Locomotiva perguntou aos eleitores de Franco da Rocha quais são os desafios do futuro prefeito.

Segurança, transporte e saúde são alguns dos temas citados. Uma coisa é certa: o próximo ocupante do principal cargo do executivo

municipal terá muito a fazer. Veja o que os franco-rochenses disseram

Ele une lazer e trabalho Marcio da Silva Sá está entre aqueles pri-

vilegiados que conseguiram unir hobby e negócios. Ele é dono da Global Games, loja de videogames e acessórios localizada na Rua Doutor Hamilton Prado.

Antes de ter seu próprio negócio Sá, hoje com 30 anos, trabalhava como pizzaiolo e, nas horas vagas, dedicava-se à sua grande paixão: desenhar. Foi por meio do desenho que ele conseguiu montar sua loja. “Mandava meus desenhos para a SuperGamePower e a Nintendo World (duas extintas revistas de videogames) e sempre ficava entre os últimos colocados. Mas eu insisti até que passei a ficar em primeiro lugar”, conta Sá. A boa colocação lhe rendeu prêmios. “Meu primeiro prêmio foi um Gameboy Advan-ced (videogame portátil da Nintendo). Fui ganhando mais vezes e abri a loja com essas premiações”, orgulha-se.

Sá montou a Global Games em 2003 com um sócio, mas em 2005 tornou-se único dono. “Todo mundo gosta de videogame, não dá para dizer que é só um brinquedo

de criança, mesmo porque muitas crianças que gostavam de jogar hoje já são adultas.”

A loja, além de vender os jogos e consoles, oferece acessórios e periféricos de informática e trabalha também com assistência técnica de computadores e dos próprios videogames.

Outro diferencial da Global Games é o sistema de troca de jogos originais de Plays-tation 3, Xbox 360 e Nintendo Wii. “A pessoa vem com o jogo usado, escolhe um novo e com uma pequena diferença em dinheiro leva um game diferente”, explica. Porém, para que a troca seja feita, o jogo levado pelo cliente deve estar em bom estado.

E a paixão nacional também se repete no mundo virtual. “Sem dúvida, os jogos campeões de venda são os de futebol”, diz.

Global GamesRua Hamilton Prado, 484Horário: 2a a sábado, das 10h às 19h E-mail: [email protected] www.globalgamesfranco.com.br

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O mestre das fanfarras de Franco da Rocha Maestro Jairo Farias é o responsável pela tradição das bandas do gênero no município

Música é, das linguagens artísticas, talvez a mais universal. Ajuda a definir o caráter de um indivíduo em sua formação cultural e o seu bem-estar. Essas são palavras do maestro Jairo Farias, de 59 anos, responsável pela formação das fanfarras de Franco da Rocha que perduraram durante as décadas de 70 e 80 nas escolas da cidade, que comemora a volta do ensino da música as escolas.“Montamos a primeira fanfarra franco-rochense em 1971, junto ao professor Vicente e a professora Mariza, na escola Befama”, diz Farias. A banda marcial fez tanto sucesso que acabou tornando-se a oficial da prefeitura, antes de marcar a tradição das bandas em Franco. “Foi uma fanfarra que via-jou o país quase inteiro. Foi a primeira banda de fanfarra estudantil a pisar em Brasília, inaugurando o Estádio Nacional de Brasília, o Mané Garrincha em 1976”, relembra. “Até 2004, quando a banda parou de ter apoio da prefeitura, fomos uma das melhores bandas marciais do país”, orgulha-se. A partir dela, outras fanfarras foram formadas em escolas. Rituco Mitani, Domingos Cambiag,Egídio José Porto, Azevedo Soares e Adamastor Batista tiveram bandas que disputavam títulos em desfiles a céu aberto pela cidade, e por outros municípios brasileiros.As bandas de fanfarra vêm das bandas marciais dos exércitos, usadas desde os primórdios das guerras para conduzir as batalhas. São formadas por instrumentos de sopro e de percussão, além de um corpo coreográfico. Uma banda não existe com menos de 15 músicos, mas também não pode passar de 80. “As viagens ficam muito caras. Hoje

não existe nenhum apoio do poder político da cidade. Mas temos um grande parceiro que luta pela cultura na região, que é a Weril, maior fábrica de instrumentos da América Latina, situada em Franco da Rocha.” Todos os instrumentos da banda de Franco e de Morato são emprestados pela fábrica, que tem clientes no mundo inteiro. Jairo se apaixonou pela música cedo, vindo de família de artistas. Em 1956, aos 14 anos, já conduzia sua primeira banda marcial tocando trompete, na Casa Verde, em São Paulo. “Naquela época, os músicos tocavam sem partitura. Então passei a ensinar a ler a música no papel”, afirma. Tornou-se o primeiro professor de fanfarra em escolas de São Paulo e um dos primeiros do Brasil. A vocação de professor e difusor musical fez com que ele já regesse mais de cinco mil músicos desde então. Seus alunos viraram maestros e músicos de oquestras tradicionais, como a de Berlin e outras cidades. Farias ainda recorda dos desfi-les pelo centro da cidade. “A população assistia com uma satisfação imensa. Era muito bonito. Os desfiles aconteceram na rua Jundiaí (hoje Doutor Hamilton Prado), Expedicionários, na 7 de Setembro e na Avenida Liberdade. Tinha um palanque de autoridades, onde a banda parava e fazia reverência. Era emocionante.”

Acima, o maestro Jairo Farias com uma de suas fanfarras. No alto à esquerda, os brasões de algumas bandas. Nas fotos em preto e branco, momentos das fanfarras na década de 70

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NOSSA GENTE

SOCIAIS

nEsta sEção vamos rEgistrar as histórias, os “causos”, a vida dos homEns E muLhErEs quE FizEram E FazEm, a cada dia, a nossa cidadE.

Um jornalista comprometido com a cidade

Flash Lins23 de agosto

Valéria Fonseca26 de agosto

nEsta sEção, trarEmos sEmprE as pEssoas, LugarEs E EvEntos quE briLham na vida sociaL dE nossa cidadE E rEgião.

Aniversariantes

O jornal Locomotiva encerra a série so-bre os ex-prefeitos vivos da cidade na seção Nossa Gente, desta vez com Mario Maurici.

Ele nasceu no começo dos anos 60, no bairro do Pouso Alegre, em parto realizado em casa, em uma Franco da Rocha que já se perdeu no tempo. Eram 30 a 40 mil habitantes, e os ares de uma cidade interiorana.

As brincadeiras da infância foram vividas entre o bairro e o trabalho dos pais, que eram funcionários do Hospital do Juqueri. Ali, frequentou a creche, aprendeu a nadar no rio Juqueri e a jogar bola no campo do “Curinthinha”. Estudou no Grupo Escolar Azevedo Soares, no Pouso Alegre, durante o primeiro ano. Do segundo ao quinto, foi aluno do Primeiro Grupo escolar de Fran-co da Rocha, hoje Domingo Cambriaghi.

A adolescência foi passada em um in-ternato católico fora da cidade. De volta a Franco da Rocha, enquanto cursava a faculdade, conheceu a política estudantil. “Decidi dialogar com pessoas de Franco para montar um jornal e, daí, saiu O Fran-co”, diz Maurici, graduado em jornalismo. “Em torno desse jornal, artistas jovens

franco-rochenses passaram a circular, fizemos exibições de cinema, exposições, muitas atividades culturais”, completa.

Aos 18 anos, ingressou no PMDB, e em 1980 mudou para o PT. “Na leitura política e sociológica que fazíamos da cidade, à época, nossa avaliação é de que a sociedade franco-rochense carecia de organização nos diversos setores. Fomos nós quem reorganizamos a Associação Comercial, a liga Armadora de Futebol e até uma Escola de Samba.”

Disputou a prefeitura em 1982 pelo PT, elegeu-se vereador em 1988 e prefeito em 1992. Lecionou na rede pública, depois foi secretário Municipal e de Comu-nicação em Santo André. Foi Gerente de Logística da TV Brasil em Brasília, e desde 2009 é presidente da Ceagesp.

Maurici comenta o que considera o melhor e o pior de Franco da Rocha. “Difícil dizer o que é melhor. Os ares, as matas, o céu e fundamentalmente, as pessoas. No pior, em minha avaliação, foi não termos ainda conseguido encontrar um caminho para seu desenvolvimento autônomo e sustentável”, diz.

Marcus Brandino20 de agosto

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