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Grupo de Comunicação
CLIPPING 6 de agosto de 2019
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Grupo de Comunicação
SUMÁRIO
ENTREVISTAS ............................................................................................................................... 4
Usina de biodigestão ...................................................................................................................... 4
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE ....................................................................... 5
Espuma de produto químico acende alerta sobre lançamento irregular de esgoto na várzea .................... 6
Momento Empreende Vale .............................................................................................................. 7
Secretário estadual do Meio Ambiente com prefeitos da região de Prudente .......................................... 8
Andaraguá pedirá licença de instalação ............................................................................................ 9
Vereadores se reúnem com MPF para tratar de danos ambientais causados pelo terminal ..................... 10
Debate municipal sobre a ligação seca entre as margens do Porto de Santos ...................................... 11
UNICA se reúne com indústria automotiva chinesa .......................................................................... 14
Gigante chinesa diz estar interessada na despoluição do rio Pinheiros ................................................ 15
Doria diz que estatal chinesa tem interesse em despoluir o Pinheiros ................................................. 16
Embu das Artes: Sabesp prevê 44% de esgoto tratado em 2022 ....................................................... 18
VEÍCULOS DIVERSOS .................................................................................................................. 20
Política Nacional de Resíduos Sólidos completa 9 anos, mas a lei não saiu do papel ............................. 20
Nove anos após Lei de Resíduos Sólidos, coleta de lixo não melhora no Brasil ..................................... 22
Falta de fósforo pode afetar reação da floresta amazônica às mudanças do clima ................................ 23
Guarujá ganha centro para animais ............................................................................................... 26
Usinas hidrelétricas transformam plantas aquáticas em biocombustível .............................................. 29
O eterno duelo ............................................................................................................................ 30
FOLHA DE S. PAULO .................................................................................................................... 32
Painel: Bolsonaro vincula escolha de novo PGR a segundo escalão conservador ................................... 32
Em meio a briga ideológica, Assembleia de SP volta ao trabalho e mira privatizações .......................... 35
Petrobras anuncia mudança em política de preços do gás de cozinha ................................................. 37
Gigante da carne, Marfrig produzirá hambúrguer vegetal no Brasil .................................................... 38
Marcos Pontes indica militar como diretor interino do Inpe ............................................................... 39
Mônica Bergamo: Bolsonaro deve discutir reforma tributária com lideranças evangélicas ...................... 41
Terremoto de 5,8 é registrado na costa do Nordeste; não há risco de tsunami .................................... 43
ESTADÃO ................................................................................................................................... 44
Aviões que vão cair ..................................................................................................................... 44
Ainda lidamos com o lixo como na Idade Média ............................................................................... 46
Brasil e Paraguai: Itaipu ............................................................................................................... 48
VALOR ECONÔMICO .................................................................................................................... 51
Combustíveis terão venda direta ................................................................................................... 51
Venda direta de etanol a posto será estudada ................................................................................. 52
Governos locais devem levar R$ 21 bi em megaleilão ...................................................................... 54
Petrobras muda a regra para reajuste do gás .................................................................................. 55
Mineradoras questionam ideias para garimpo .................................................................................. 56
Consórcio e governo paulista tentam evitar caducidade no Metrô ...................................................... 58
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Grupo de Comunicação
Geração solar distribuída supera marco de 1 GW ............................................................................. 60
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Grupo de Comunicação
ENTREVISTAS Veículo: Gazeta de Piracicaba
Data: 06/08/2019
Usina de biodigestão
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=28623223&e=577
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Grupo de Comunicação
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E
MEIO AMBIENTE Veículo: Gazeta de Piracicba
Data: 06/08/2019
Riozinho volta a sofrer com a poluição
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=28623223&e=577
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Grupo de Comunicação
Veículo: Quiririm News
Data: 06/08/2019
Espuma de produto químico acende alerta
sobre lançamento irregular de esgoto na
várzea
No último dia 26 de julho, uma densa espuma
branca em grande quantidade foi vista no
córrego que deságua através da comporta da
estrada do Pinhão em Quiririm, na região de
várzea.
O fato atípico chamou a atenção da
reportagem do Portal Quiririm News para a
questão do lançamento irregular de esgoto
nas valetas da várzea. Em entrevista o
engenheiro ambiental da Secretaria de Meio
Ambiente de Taubaté Sr. Gabriel Alcântara
esclareceu algumas dúvidas sobre o fato.
A CETESB ( Companhia Ambiental do
Estado de São Paulo), responsável pelo
controle, fiscalização e monitoramento de
atividades geradoras de poluição em todo o
Estado, também foi consultada e por sua vez
se manifestou em nota.
Confira a reportagem completa em vídeo.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=28624621&e=577
https://quiririmnews.com.br/espuma-de-
produto-quimico-acende-alerta-sobre-
lancamento-irregular-de-esgoto-na-varzea/
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Grupo de Comunicação
Veículo: Todo Dia Americana/Campinas
Data: 06/08/2019
Fogo Cruzado – Estrada da Balsa
http://cloud.boxnet.com.br/yyd9e5c3
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Veículo: Rádio Band Vale
Data: 05/08/2019
Momento Empreende Vale
RÁDIO BAND VALE FM 102,9/SÃO JOSÉ DOS
CAMPOS | JORNAL DO MEIO DIA Data
Veiculação: 05/08/2019 às 12h45
Duração: 00:01:43
Transcrição
João Doria, Marcos Penido Patrícia Iglecias,
licenciamento ambiental
http://cloud.boxnet.com.br/y5obpa95
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Grupo de Comunicação
Veículo: O Imparcial – Presidente
Prudente
Data: 06/08/2019
Secretário estadual do Meio Ambiente
com prefeitos da região de Prudente
http://cloud.boxnet.com.br/y29mg8p7
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Grupo de Comunicação
Veículo: A Tribuna de Santos
Data: 06/08/2019
Andaraguá pedirá licença de instalação
https://mail.google.com/mail/u/1/#inbox/FMfc
gxwDqfBzBqPVcNtZgqCzdwNkmLkB
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Grupo de Comunicação
Veículo: Folha Metropolitana – Osasco
Data: 06/08/2019
Vereadores se reúnem com MPF para
tratar de danos ambientais causados pelo
terminal
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=28611379&e=577
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Grupo de Comunicação
Veículo: PortoGente
Data: 06/08/2019
Debate municipal sobre a ligação seca
entre as margens do Porto de Santos
Márcia Costa*
Polêmica sobre qual a melhor solução de
ligação seca prossegue; desta vez conheça
mais as posições das duas prefeituras
envolvidas, a de Santos e de Guarujá.
O papel das instituições públicas é crucial na
promoção de um amplo debate sobre a melhor
solução de travessia entre as margens do
Porto de Santos, no litoral paulista. Os
questionamentos que o projeto da ponte
projetada pela Ecovias vem recebendo
revelam a necessidade de se discutir melhor
com a população e todos os segmentos
envolvidos. Há planos de se envolver a
sociedade civil nesse debate?
Importante também entender o que a
população das duas cidades avalia das
propostas em questão. Foto: Marcia Costa.
Apesar de a ponte ser um projeto que liga a
Ilha de Santos à Área Continental, ele diz
respeito a dois municípios, pois tem impacto
direto em Guarujá. No entanto, o debate
parece envolver prioritariamente, neste
momento, apenas o Governo do Estado de
São Paulo, a Companhia Docas do Estado de
São Paulo (Codesp) e os chamados players
portuários. A pergunta que se faz é: Qual a
opinião dos prefeitos e como os vereadores
das duas cidades têm atuado sobre o tema?
Na Câmara Municipal de Santos assistimos a
um silêncio nos últimos meses. À audiência
pública que tratou discussão do Estudo de
Impacto Ambiental (EIA) e seu respectivo
Relatório de Impacto Ambiental (Rima) da
ponte projetada pela Ecovias, salvo engano,
apenas o vereador Sadao Nakai (PSDB) esteve
presente.
Apenas na semana passada surgiu o anúncio
de que o Legislativo santista iria discutir a
questão. O vereador e presidente da Câmara,
Rui de Rosis (MDB), afirmou, em sua página
do Facebook, que a Casa vai “assumir o
protagonismo” no processo de escolha da
ligação seca. No momento em que o impacto
ambiental do projeto já vem sendo analisado
pelos órgãos ambientais do Estado, é urgente
o debate com a sociedade, cujo cotidiano será
impactado, de forma negativa ou positiva.
Entre as principais críticas manifestadas
durante a audiência pública sobre o EIA-Rima,
está o fato de que o projeto da ponte não
resolveria por completo o problema da
mobilidade urbana, além da possibilidade de
impactar o trânsito de alguns bairros e afetar
o comércio dessas localidades (Saboó, Monte
Cabrão, Chico de Paula e Alemoa). Além disso,
a ponte pode prejudicar a navegabilidade dos
navios e sua posição afetaria uma área de
expansão e desenvolvimento portuário,
segundo a Codesp. Há também questões
ambientais a serem analisadas no projeto –
especialistas afirmam que o Rima não
envolveu a comunidade, tema que
abordaremos em outra conversa.
O secretário de Governo da prefeitura
santista, Rogério Santos, destaca a
importância de uma ligação seca Santos-
Santos como parte integrante do plano diretor
e como projeto de desenvolvimento da cidade,
promovendo a integração entre as cidades e
facilitando o acesso da população ao outro
lado da margem do porto. “A Prefeitura
colocou a Área Continental como vetor de
desenvolvimento do porto.”
Segundo o secretário, a prefeitura apoia o
projeto da ponte da Ecovias, e concorda que o
tema precisa ser discutido com a sociedade. “É
preciso ater-se às questões do canal da
navegação, ao meio ambiente. Tudo isso
precisa ser visto por todos: a Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo
(Cetesb), a Codesp, os ministérios envolvidos
no tema.”
Pacto federativo
Para que o projeto da ponte seja executado é
preciso, segundo ele, a integração entre os
poderes municipal, estadual e Federal.
“Fizemos um pacto federativo entre
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Grupo de Comunicação
municípios. A ponte faz parte integrante do
projeto da nova entrada de Santos. A
Prefeitura está fazendo sua parte, o Estado
também, e cabe ao Governo Federal fazer a
sua, que é ligar a Anchieta à área portuária.
Essa nova alça teria uma perna que seria o
início da ponte”, argumenta. Todavia, esse
pacto federativo aparenta ainda estar frágil, já
que a Prefeitura de Guarujá não sabia, até
uma semana antes, da audiência pública para
debate do EIA-Rima.
Rogério Santos acredita que a ponte ajudaria
na mobilidade urbana desafogando parte do
trânsito da balsa. “A Prefeitura tem defendido
que entre as soluções de ligação seca a mais
viável é a ponte.” Sobre as críticas da Codesp,
ressalta que o projeto deve levar em conta as
necessidades do Porto, além de trazer
soluções de mobilidade à sociedade. “Faz
parte disso a proposta de pensar a alça
diretamente ligada à Avenida Portuária. E o
projeto da ponte não afetaria diretamente os
bairros no entorno. A Prefeitura tem
desenvolvido as obras que vão facilitar esse
acesso para não prejudicar a região central da
Zona Noroeste.”
O secretário aponta que a ponte e o túnel
(projeto defendido pela Codesp) são duas
soluções necessárias. Segundo ele, o túnel
metropolitano substituiria definitivamente a
balsa, fazendo a ligação Santos-Guarujá. Mas
a ponte, no seu entender, é um projeto mais
próximo de ser efetivado, por conta da
parceria do Governo do Estado com a Ecovias,
fala também presente no discurso da
deputada Rosana Valle (PSB).
Rogério Santos acredita que uma ligação seca
mais próxima do centro atenderia mais ao
porto, enquanto que a mais próxima da Ponta
da Praia serviria à mobilidade urbana. Para
ele, há várias soluções técnicas da engenharia
disponíveis para pensar a ligação seca. “E a
Codesp, trabalhando em conjunto com a
ponte, poderá pensar as soluções. Existem no
mundo experiências que são parte de ligação
por ponte e parte são por túnel, há vários
formatos de engenharia de ponte e túnel.”
Sobre o papel da Prefeitura na promoção do
debate com a sociedade, Santos responde que
as secretarias de Governo e de Assuntos
Portuários têm discutido o tema. “Temos
opinado e temos participado. Estamos como
partícipes acompanhando os projetos da
ponte”. Porém, a audiência pública, um dos
momentos mais importantes do processo,
contou com poucos representantes do poder
municipal.
A ligação seca é um desejo também do
município de Guarujá. Segundo o secretário do
Meio Ambiente daquela cidade, Sidnei Aranha,
ela facilitaria o processo de metropolização
para Guarujá. No entanto, a Prefeitura tem
tido uma participação tímida no processo de
discussão do tema até agora: “A Secretaria
Municipal de Meio Ambiente (Semam) tomou
conhecimento apenas uma semana antes da
audiência pública marcada em Santos para
discutir o projeto da ponte, que há um EIA-
Rima em pauta.”
O secretário-adjunto de Meio Ambiente do
Guarujá, Ricardo de Souza, durante a
audiência do Rima, mostrou preocupação com
as compensações ambientais que o município
teria que receber pelo projeto da ponte. “Não
está sendo anunciada nem uma audiência
pública em Guarujá, o que é preocupante.
Embora seja uma ponte com as duas entradas
instaladas em território santista, é Guarujá
quem sofrerá os maiores impactos, porque é
onde há área retroportuária com possibilidade
de expansão, pois em Santos não há espaço
para crescimento físico. Ocorre que tudo foi
publicizado muito recentemente e ainda
estamos nos apropriando”, explica Aranha.
Aranha afirma que a Semam e o Conselho
Municipal do Meio Ambiente (Comdema) irão
se apropriar do tema e discuti-lo
internamente. “Mas o assunto tem de ser
conduzido pelo Conselho Estadual do Meio
Ambiente (Consema).”
Segundo o secretário, o Comdema deverá se
reunir em breve para analisar o Rima. “O Rima
é um resumo do EIA, mas é importante que o
Consema marque essa segunda audiência
pública, porque, pelo que se falou até agora,
as compensações ambientais pelos danos não
mitigáveis seriam destinadas só para Santos,
sendo que os maiores impactos dessa
natureza serão sentidos em Guarujá. Vamos
provocar o Consema para buscar essa
explicação. Queremos dialogar também com
Santos e a Secretaria de Estado do Meio
Ambiente”, reivindica Aranha.
O prefeito Valter Suman (PSB) informou que a
administração municipal de Guarujá está
acompanhado e observando as discussões
entre a comunidade portuária e o Governo
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Grupo de Comunicação
Federal a respeito do projeto da ponte sob o
aspecto da garantia da segurança da
navegação. “O município defende que a ideia é
bem-vinda, mas seria importante um
complemento, na medida em que temos outro
grande e significativo gargalo, que é a
travessia de balsas. Guarujá e Santos são
conurbadas e quem precisa transitar entre as
duas cidades diariamente sofre com a
saturação desta que é a maior travessia
marítima do mundo em volume de veículos,
com uma média de 23 mil por dia.”
Para Guarujá, o projeto da ponte seria uma
importante opção viária para acesso ao futuro
Aeródromo Civil Metropolitano, em Vicente de
Carvalho, afirma o prefeito. “O rito de análise
referente à implantação da ponte foi realizado
pelo Serviço Regional de Proteção ao Vôo de
São Paulo / SRPV-SP, unidade da Força Aérea
Brasileira, a qual, em reuniões com a
prefeitura, garantiu que a obra não traria
qualquer prejuízo para o projeto do
Aeródromo, o que para a cidade é condição
sine qua non. É importante ressaltar, ainda,
que o projeto do túnel submerso anunciado
em 2013 pelo Governo do Estado permite a
posterior integração de Guarujá ao VLT, outro
importante projeto metropolitano de
mobilidade urbana.”
Ponte ou túnel? O debate da melhor solução
não está nas palavras e afirmações dos
gestores municipais, mas em ações práticas. É
necessário que prefeitos estejam inseridos,
como representantes da população, em
projetos de tamanha importância para as
cidades. É mais do que necessária a
organização de audiências públicas nas duas
cidades envolvidas, ou seremos levados a
pensar que os municípios estão apenas
esperando a ponte surgir entre uma margem e
outra de Santos.
Poderes legislativos
No âmbito do poder legislativo, o deputado
Caio França (PSB), presidente da Comissão de
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
da Assembleia Legislativa do Estado de São
Paulo (Alesp), afirmou que acompanhará o
processo “para garantir transparência”. Filho
do ex-governador Márcio França (PSB), que
autorizou a Ecovias preparar o projeto da
ponte, o deputado apoia a sua construção.
O deputado Kenny Mendes (PP), que marcou
presença em diferentes reuniões sobre a
ligação seca, não estava em Santos durante a
realização da audiência. O período de recesso
parlamentar foi um dos motivos alegados para
a ausência de alguns congressistas.
O debate na Alesp ainda não aconteceu,
mesmo com a Comissão Permanente de
Transportes e Comunicação, e de duas Frentes
Parlamentares terem relação direta com a
obra. A de Apoio à Região da Baixada Santista
e Vale do Ribeira, coordenada por Caio França,
que tem como membros efetivos Professor
Kenny (PP), Tenente Coimbra (PSL), Thiago
Auricchio (PL) e Wellington Moura (PRB) e 27
deputados que são membros apoiadores. E a
frente em Defesa ao Porto de Santos e de São
Sebastião tem como coordenador Paulo Corrêa
Jr. (Patriotas) e os membros efetivos Tenente
Coimbra (PSL) e Luiz Fernando T. Ferreira
(PT), além de contar com membros
apoiadores, no total de 21 deputados. Paulo
Corrêa Jr. afirma estar participando das
discussões sobre o assunto e defende o túnel
como um projeto a ser executado a longo
prazo, sempre em diálogo com a Autoridade
Portuária.
Que se abram as frentes de debate
Como vemos, há muitas frentes a serem
abertas ao debate público. Há uma grande
demanda de informação por parte da
sociedade civil sobre o projeto, tema que
discutiremos aqui na próxima conversa. Para
além dos poderes instituídos envolvidos, todos
nós temos direito ao debate sobre a melhor
solução para a ligação seca.
O engenheiro e consultor Frederico Bussinger
lembra ainda a oportunidade da governança
Inter federativa ser “exercitada” na
escolha/execução da melhor opção para a
ligação. A pergunta mais importante, ao que
parece, para início de conversa, é: a quem
serve a ponte?
Marcia editada
* Jornalista, fotógrafa, pesquisadora, docente,
pós-doutora em Comunicação e Cultura e
diretora da Cais das Letras Comunicação.
Contato: [email protected]
https://portogente.com.br/cais-das-
letras/108244-debate-municipal-sobre-a-
ligacao-seca-entre-as-margens-do-porto-de-
santos
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Grupo de Comunicação
Veículo: Portal UNICA
Data: 05/08/2019
UNICA se reúne com indústria automotiva
chinesa
O etanol pode ser a solução para melhoria da
qualidade do ar e a redução nas emissões de
gases de efeito estufa em grandes centros
urbanos. O assunto foi tratado, na manhã
desta segunda-feira (5), em Pequim, durante
reunião da Associação da Indústria
Automobilística da China (CAAM, na sigla em
inglês) e representantes da União da Indústria
de Cana-de-Açúcar (UNICA), que também
discutiram possibilidades de parcerias e
cooperação em relação ao etanol.
No encontro, o presidente do Conselho
Deliberativo UNICA, Marcelo Ometto,
compartilhou com os representantes da CAAM
informações sobre o Programa de Etanol
Brasileiro e os resultados positivos observados
no país com a utilização do biocombustível.
'O etanol é uma das melhores soluções para
reduzir as emissões de óxido de nitrogênio
(NOx) e material de partículas. No caso de
São Paulo, particularmente, com ajuda do
etanol, o nível de poluição caiu de 54
microgramas/m3 nos anos 2000, para 29
microgramas/m3 nos dias de hoje', explicou
Ometto.
Os representantes da CAAM também
conseguiram esclarecer dúvidas sobre a
mistura de 27% de etanol na gasolina usada
no Brasil, o impacto nos motores dos carros,
benefícios ambientais e reflexos nos preços
nas bombas.
'Tivemos uma ótima reunião na qual
discutimos sobre oportunidades de cooperação
no etanol. Segundo a associação, a frota atual
de veículos, que é de 240 milhões, deverá
duplicar nos próximos anos. E apesar de todos
os incentivos aos carros elétricos na China,
eles acreditam que não deverá ultrapassar
30% da frota. Assim, entendem que o etanol
vai ter que necessariamente fazer parte da
equação no esforço chinês de reduzir poluição
local e emissões de gases de efeito estufa',
destacou o diretor-executivo da UNICA,
Eduardo Leão.
A reunião, organizada pela UNICA, contou com
a participação do Secretário de Agricultura e
Abastecimento do Estado de São Paulo,
Gustavo Junqueira, e de Patrícia Iglecias,
diretora-presidente da Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo
(Cetesb), que integram a comitiva
multissetorial, liderada pelo governador de
São Paulo, João Doria, para a promoção de
negócios entre Brasil e China.
Os executivos da UNICA aproveitarão a missão
para promover o etanol e mostrar o impacto
positivo na melhoria da qualidade do ar a
partir do uso do biocombustível no Brasil. Com
esse objetivo, os representantes do setor
sucroenergético participam de reuniões com
empresas da área automotiva, petróleo e
bioquímica. Entre os pontos a serem
discutidos estão a experiência brasileira,
logística e parcerias futuras
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=28601343&e=577
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Grupo de Comunicação
Veículo: Folha de S.Paulo
Data: 06/08/2019
Gigante chinesa diz estar interessada na
despoluição do rio Pinheiros
Comitiva do governo paulista está na China
para tentar atrair investimentos
Igor Gielow
PEQUIM
A gigante estatal chinesa CRCC afirmou,
durante encontro com comitiva do governo
estadual paulista, estar interessada em
participar da licitação do projeto para despolir
o rio Pinheiros.
A informação foi dada pelo governador João
Doria (PSDB-SP), que reuniu-se com o
presidente da empresa, Chen Fenjian, em
Pequim nesta segunda (5). Não foi falado
nada sobre modelagem ou custos do projeto.
O tucano comanda uma comitiva de 31
empresas e 5 secretários de estado buscando
atrair investimentos para São Paulo.
A despoluição do Pinheiros, e com mais
dificuldade também a do Tietê, entraram no
radar de promessas do governo. No caso do
Pinheiros, há um prazo definido para que isso
ocorra: o fim de 2022. Especialistas avaliam
que é exequível, dado que é um rio com maior
vazão, ao contrário do Tietê.
Segundo Benedito Braga, presidente da
Sabesp (estatal de saneamento), o programa
já começou na prática com uma ação de
despoluição de afluentes do Pinheiros e novas
ligações. “A Sabesp já lançou processo de
licitação para a conexão de um grande número
de residências à rede de esgoto”, afirmou.
Doria disse que a estatal chinesa, que
emprega 300 mil pessoas e fatura US$ 110
bilhões anuais em negócios diversos de
infraestrutura, quer participar do processo —
assim como já faz em outros lugares, como
Moscou.
“Esse é um projeto prioritário do governo”,
afirmou o tucano, que elencou como
contrapartidas para a concessão do trabalho a
exploração das margens revitalizadas do rio e
o transporte de carga e passageiros.
Promessas para limpar os rios que cortam a
capital paulista são tão antigas quanto inócuas
ao longo da história. Em 1993, o governo Luiz
Antônio Fleury (PMDB) prometeu despoluir o
Tietê em 12 anos. O rio segue sendo um misto
de esgoto e espelho d´água, dada sua baixa
vazão. Em 2001, Geraldo Alckmin (PSDB)
disse que o Pinheiros seria limpo com um
método então novo, só para o projeto ser
abandonado logo depois.
A data-limite de Doria coincide com a próxima
eleição majoritária em nível estadual e federal,
da qual o tucano fará parte —só não se sabe
se como candidato à reeleição ou, mais
provável, como postulante à cadeira de Jair
Bolsonaro (PSL).
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019
/08/gigante-chinesa-diz-estar-interessada-na-
despoluicao-do-rio-pinheiros.shtml
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Grupo de Comunicação
Veículo: O Estado de S.Paulo
Data: 06/08/2019
Doria diz que estatal chinesa tem
interesse em despoluir o Pinheiros
Segundo governador, China Railway
Construction Corporate quer aportar recursos
no projeto em troca de explorar transporte no
rio
Pedro Venceslau, enviado especial a Pequim
PEQUIM - Em busca de investidores para
patrocinar o projeto de despoluição do Rio
Pinheiros, o governador de São Paulo, João
Doria, (PSDB) disse nesta segunda-feira, 5,
em Pequim, que a estatal chinesa China
Railway Construction Corporate mostrou "claro
e vivo interesse" em aportar recursos na
iniciativa em troca de explorar o transporte de
cargas e passageiros no rio, além de
entretenimento nas margens.
O governador de São Paulo, João Doria
(PSDB), reuniu-se em Pequim com executivos
da estatal chinesa China Railway Construction
Corporate Foto: Governo de São Paulo
O governador visitou a empresa com os
presidentes da Companhia de Saneamento
Básico do Estado de São Paulo (Sabesp),
Benedito Braga, e da InvestSP, Wilson Mello.
A comitiva também visitou a Beigin Water
Enterprise Group, estatal responsável pelo
saneamento na capital chinesa, e firmou uma
parceria de intercâmbio de técnicos.
O governador prometeu durante a campanha
que iria despoluir o Rio Pinheiros até 2022 e o
Tietê em dez anos.
O projeto Novo Rio Pinheiros está sendo
tratado como uma das maiores de Doria para
apresentar na eleição de 2022, quando o
tucano planeja disputar o Palácio do Planalto.
O modelo de parceria, porém, ainda não foi
definido.
Ao lado de Doria, o presidente da Sabesp,
Benedito Braga, disse que já abriu licitação
para tirar esgoto dos afluentes do Pinheiros.
O plano anunciado por Doria mantém uma
ação já adotada no Rio Pinheiros, mas em
intensidade maior Foto: Felipe Rau/Estadão
Questionado sobre o projeto de despoluição do
Rio Tietê, uma promessa de campanha não
cumprida pelo ex-governador Geraldo Alckmin
(PSDB), Braga disse que não há um prazo
definido.
"Vamos melhorar o Tietê também, mas não dá
para dar um prazo. Mas vai ser em menos de
20 anos", afirmou.
Doria viajou à China com uma comitiva de
cinco secretários, quatro presidentes de
autarquias e 30 empresários.
Na sexta-feira, 9, o governador vai inaugurar
em Xangai um escritório na China para
promoção de investimentos em São Paulo.
"A Apex (Agência Brasileira de Promoção de
Exportações e Investimentos) sofreu em sete
meses duas alterações de direção. Isso cria
instabilidade em uma agência de promoção
internacional. Inspirado nisso, criamos um
novo modelo (na InvestSP) com mais
autonomia política e financeira"
Quando perguntado sobre os resultados
concretos da última viagem à China como
prefeito, em 2017, Doria afirmou que a
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Grupo de Comunicação
aquisição da startup brasileira 99 pela chinesa
Didi Chuxing foi "fruto" daquela viagem.
O governador João Doria (PSDB) viajou à
China com uma comitiva de cinco secretários,
quatro presidentes de autarquias e 30
empresários Foto: Governo de São Paulo
Privatização da Sabesp
Presente na coletiva, o secretário da Fazenda,
Henrique Meirelles, comentou sobre a intenção
de desestatizar da Sabesp. Segundo ele, o
projeto está sujeito a aprovação da lei de
saneamento e a privatização seria mais
atraente.
https://sao-
paulo.estadao.com.br/noticias/geral,na-china-
doria-diz-que-estatal-tem-interesse-em-
despoluir-o-pinheiros,70002955584
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18
Grupo de Comunicação
Veículo: O Taboanense
Data: 06/08/2019
Embu das Artes: Sabesp prevê 44% de
esgoto tratado em 2022
por Redação
THIAGO NEME
A Sabesp iniciou em fevereiro deste ano a
execução de diversas obras para ampliar a
coleta e o tratamento de esgoto em Embu das
Artes. A companhia prevê que dentro de três
anos o índice de esgoto tratado no município
chegue a 44%. Segundo a empresa,
atualmente apenas 24% do esgoto coletado é
tratado na cidade.
Segundo a Sabesp, a empresa iniciou em
fevereiro deste uma série de obras para
ampliar a coleta e o tratamento na região
oeste da cidade de São Paulo e nos municípios
de Taboão da Serra e Embu das Artes.
“Tais ações irão contribuir para a despoluição
do Pinheiros, rio que cruza a cidade de São
Paulo desde a nascente, no encontro do Rio
Guarapiranga com o Rio Grande, e deságua no
Rio Tietê, além de promover um salto nas
condições do meio ambiente, na qualidade de
vida da população local e cidades adjacentes”,
explicou a Sabesp.
A empresa disse que “a implantação das obras
de canalização do Córrego Pirajussara, de
assentamento de coletores troncos de esgoto
ao longo do córrego, bem como as
interligações dos coletores secundários e
instalação da rede coletora nas residências dos
municípios de São Paulo, Taboão da Serra e
Embu das Artes vão levar o esgoto coletado
para a maior estação de tratamento da
América do Sul, a ETE Barueri, uma das
estações ampliadas pelo Projeto Tietê”.
Cerca de 416 mil pessoas serão beneficiadas
diretamente com essas obras na região.
Grande SP
A Sabesp está iniciando o processo de
despoluição de 25 córregos dentro do Novo
Rio Pinheiros, que tem o objetivo de devolver
o rio limpo para a população até 2022. O
investimento do projeto, que é uma das
prioridades do Governo do Estado de São
Paulo, é de aproximadamente R$ 1 bilhão e
inclui ações socioambientais para engajar a
população na recuperação dos cursos-d’água.
O primeiro córrego a receber obras será o
Zavuvus, na zona sul de São Paulo. A licitação
para ampliar a coleta de esgoto na região foi
lançada no dia 20 de junho.
A principal novidade do Novo Rio Pinheiros é a
adoção de inovações tecnológicas em áreas de
habitações irregulares, onde o esgoto acaba
lançado nos córregos porque a ocupação não
deixou espaço para a instalação de coletores.
Nesses locais, a Sabesp estuda, entre outras
possibilidades, implantar estações especiais
que vão tratar a vazão de esgoto do próprio
curso-d’água.
Outro ponto importante será a adoção do
contrato de performance, uma forma moderna
de contratação de serviços que alinha com a
iniciativa privada o objetivo final: a melhoria
da qualidade da água do córrego. Com esse
modelo, a empresa fica responsável por todas
as obras de ampliação e adequação do
sistema de esgoto e sua remuneração
depende do resultado.
Quanto mais limpa ficar a água maior será a
compensação financeira. Para avaliar a
performance, serão consideradas metas como
o total de novos imóveis conectados à rede e a
qualidade da água do córrego. Das 25 sub-
bacias, 16 terão contratos de performance. As
demais receberão ações realizadas pela
própria Sabesp.
No Zavuvus, as obras vão beneficiar 173 mil
moradores, num investimento de R$ 85
milhões, podendo chegar a R$ 94 milhões a
depender o desempenho da empresa
contratada. A expectativa é que em dois anos
e meio ocorra uma melhoria acentuada na
qualidade da água do córrego, com
perspectiva de retomada de vida aquática.
Com 7,8 km de extensão, o Zavuvus deságua
no Rio Jurubatuba, um canal do Pinheiros
próximo da Represa Guarapiranga.
Os outros córregos que estão no programa
são: Jaguaré, Vila Hamburguesa, Pirajussara,
Boaçava, Jockey/Cidade Jardim, Bellini,
Morumbi, Alto De Pinheiros, Cachoeira/Morro
do S, Corujas, Ponte Baixa, Rebouças,
Socorro, 9 de Julho, Sapateiro, Uberaba,
Traição, Água Espraiada, Cordeiro, Chácara
Santo Antônio, Pouso Alegre, Santo Amaro,
Poli e Pedreira.
19
Grupo de Comunicação
Além de contribuir para a melhoria do rio, o
Novo Rio Pinheiros vai beneficiar diretamente
3,5 milhões de pessoas que moram nas
imediações (o equivalente à metade da
população da cidade do Rio de Janeiro), com
melhoria da qualidade de vida e do meio
ambiente, e será um incentivo à economia
paulista, com a criação de empregos e renda.
Educação e engajamento
O Novo Rio Pinheiros é uma ação realizada
pela Sabesp e outros órgãos estaduais
coordenados pela Secretaria de Infraestrutura
e Meio Ambiente. A despoluição dos córregos
requer também a participação efetiva da
população, seja para se conectar à rede de
esgoto já existente, seja para descartar
adequadamente o lixo. Jogado na rua, o lixo
vai parar nas galerias de drenagem da água
da chuva e nos córregos, contribuindo para a
poluição.
Para engajar a população, a operação nos
córregos incluirá ações de educação ambiental
nos bairros e em espaços lúdicos, onde haverá
palestras com temas ambientais e mostras
sobre o andamento e o legado das obras. No
Zavuvus, o espaço ficará nas proximidades da
Estação Jurubatuba da CPTM.
O Novo Pinheiros atua em diversas frentes de
trabalhos da Sabesp e do Governo de São
Paulo para despoluir o rio e devolvê-lo limpo à
população. Uma delas é o programa Córrego
Limpo, feito desde 2007 em parceria com a
Prefeitura de São Paulo, para melhorar a
qualidade da água dos mananciais, rios e
córregos da capital. Já foram despoluídos 152
córregos. Além do meio ambiente, os
benefícios chegam às pessoas que moram
próximas dos cursos-d’água por meio de
adequações no sistema de esgotamento
sanitário, limpeza, manutenção e educação
ambiental.
O Projeto Tietê, que também engloba o
Pinheiros, foi iniciado em 1992 para a criação
de infraestrutura para coleta, transporte e
tratamento de esgotos. Desde o seu início, a
mancha de poluição do rio Tietê diminuiu de
530 km para 122 km, uma redução de 77%.
Os dados são auditados pela SOS Mata
Atlântica. Com investimento de US$ 3 bilhões
no projeto, mais de 10 milhões de paulistas
passaram a ter coleta e tratamento de esgoto,
com a coleta passando de 70% para 87%, e o
tratamento, de 24% para 70%.
https://www.otaboanense.com.br/embu-das-
artes-sabesp-preve-44-de-esgoto-tratado-em-
2022/
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20
Grupo de Comunicação
VEÍCULOS DIVERSOS Veículo: Jornal Nacional
Data: 05/08/2019
Jornal Nacional
Política Nacional de Resíduos Sólidos
completa 9 anos, mas a lei não saiu do
papel
3 min
Exibição em 5 Ago 2019
Um dos maiores problemas ambientais do
Brasil continua sendo o despejo do lixo no
lugar errado
https://globoplay.globo.com/v/7820561/progr
ama/
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Nove anos após Lei de Resíduos Sólidos,
coleta de lixo não melhora no Brasil
País aumentou a produção de lixo, a
reciclagem ainda é baixa e os lixões, que
deveriam ter sido erradicados, continuam em
atividade.
05/08/2019 21h06 Atualizado há 10 horas
Política Nacional de Resíduos Sólidos completa
9 anos, mas a lei não saiu do papel
A Política Nacional de Resíduos Sólidos acabou
de completar mais um aniversário. Agora são
nove anos integrando aquela lista longa e
triste de leis que não são cumpridas no Brasil
- para prejuízo do meio ambiente e da saúde
dos cidadãos.
Toda segunda-feira os restos de frutas,
legumes e verduras separados pelo
engenheiro ambiental Pedro Henrique
Beviláqua são recolhidos por uma empresa:
“Alimentos crus a gente joga, todos eles, no
baldinho da compostagem”.
O lixo orgânico de 1.300 clientes é levado por
ciclistas até o caminhão, que segue para
Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Lá,
o material é misturado a serragem e revirado
uma vez por semana por um trator. Leva-se
quatro meses até que a compostagem chegue
ao fim.
A produção é de 40 toneladas por mês. O
resultado da compostagem é um adubo
orgânico de excelente qualidade, que é
peneirado e ensacado. Parte é devolvida aos
clientes, parceiros do projeto. A outra parte é
vendida no mercado.
A destinação inteligente de resíduos orgânicos
para, por exemplo, produzir adubo, deveria
ser regra no Brasil há pelo menos nove anos,
desde que a Política Nacional de Resíduos
Sólidos entrou em vigor.
Pela lei, só deveriam seguir para aterros
sanitários os rejeitos materiais que não podem
ser reaproveitados como, por exemplo,
embalagem de alumínio e fralda descartável.
A empresa do engenheiro ambiental Lucas
Chiabi cresce 4% ao mês: “No Brasil, 51% do
que a gente joga fora é orgânico. A gente
está, literalmente, desperdiçando uma
oportunidade de estar produzindo adubo e
insumo agrícola numa escala monumental”.
Outra exigência da lei que nunca foi cumprida
é a erradicação dos lixões. São, ao todo, três
mil em todo o país, contaminando o solo e as
águas.
Para piorar a situação, de 2009 para cá, a
quantidade de lixo gerada no Brasil aumentou
26%. Esse volume a mais equivale a dez
estádios do Maracanã cobertos de lixo por
ano. O estímulo à reciclagem também ficou no
papel. Hoje, apenas 3% de todos os resíduos
são reciclados.
Mas certos setores da economia, como o de
pneus e embalagens de agrotóxicos,
conseguiram bons resultados na destinação
destes materiais.
Para a Associação Brasileira das Empresas de
Limpeza Pública, o cidadão precisa pressionar
o poder público, principalmente os prefeitos.
21
Grupo de Comunicação
“O cidadão precisa impulsionar, cutucar o
poder público para dizer: ‘Eu quero que essa
lei seja cumprida, eu quero que os lixões
sejam fechados, eu quero fazer justamente
uma coleta seletiva, que ela aconteça’. Agora,
se o cidadão não se empodera dessa lei, se as
indústrias também não trouxerem para si e
implementarem, essa lei não vai acontecer”,
afirma Carlos Silva Filho, presidente da
Abrelpe.
Se para cumprir a lei ainda há muito a ser
feito, para pessoas como Pedro o primeiro
passo já foi dado: “Você entrega as frutas e
eles devolvem o composto, então você vê ali o
resultado da sua reciclagem. Eu me sinto mais
leve, sabendo que eu estou ajudando o
planeta também”.
22
Grupo de Comunicação
Veículo: G1 Jornal Nacional
Data: 05/08/2019
Nove anos após Lei de Resíduos Sólidos,
coleta de lixo não melhora no Brasil
País aumentou a produção de lixo, a
reciclagem ainda é baixa e os lixões, que
deveriam ter sido erradicados, continuam em
atividade.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos acabou
de completar mais um aniversário. Agora são
nove anos integrando aquela lista longa e
triste de leis que não são cumpridas no Brasil
- para prejuízo do meio ambiente e da saúde
dos cidadãos.
Toda segunda-feira os restos de frutas,
legumes e verduras separados pelo
engenheiro ambiental Pedro Henrique
Beviláqua são recolhidos por uma empresa:
“Alimentos crus a gente joga, todos eles, no
baldinho da compostagem”.
O lixo orgânico de 1.300 clientes é levado por
ciclistas até o caminhão, que segue para
Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Lá,
o material é misturado a serragem e revirado
uma vez por semana por um trator. Leva-se
quatro meses até que a compostagem chegue
ao fim.
A produção é de 40 toneladas por mês. O
resultado da compostagem é um adubo
orgânico de excelente qualidade, que é
peneirado e ensacado. Parte é devolvida aos
clientes, parceiros do projeto. A outra parte é
vendida no mercado.
A destinação inteligente de resíduos orgânicos
para, por exemplo, produzir adubo, deveria
ser regra no Brasil há pelo menos nove anos,
desde que a Política Nacional de Resíduos
Sólidos entrou em vigor.
Pela lei, só deveriam seguir para aterros
sanitários os rejeitos materiais que não podem
ser reaproveitados como, por exemplo,
embalagem de alumínio e fralda descartável.
A empresa do engenheiro ambiental Lucas
Chiabi cresce 4% ao mês: “No Brasil, 51% do
que a gente joga fora é orgânico. A gente
está, literalmente, desperdiçando uma
oportunidade de estar produzindo adubo e
insumo agrícola numa escala monumental”.
Outra exigência da lei que nunca foi cumprida
é a erradicação dos lixões. São, ao todo, três
mil em todo o país, contaminando o solo e as
águas.
Para piorar a situação, de 2009 para cá, a
quantidade de lixo gerada no Brasil aumentou
26%. Esse volume a mais equivale a dez
estádios do Maracanã cobertos de lixo por
ano. O estímulo à reciclagem também ficou no
papel. Hoje, apenas 3% de todos os resíduos
são reciclados.
Mas certos setores da economia, como o de
pneus e embalagens de agrotóxicos,
conseguiram bons resultados na destinação
destes materiais.
Para a Associação Brasileira das Empresas de
Limpeza Pública, o cidadão precisa pressionar
o poder público, principalmente os prefeitos.
“O cidadão precisa impulsionar, cutucar o
poder público para dizer: ‘Eu quero que essa
lei seja cumprida, eu quero que os lixões
sejam fechados, eu quero fazer justamente
uma coleta seletiva, que ela aconteça’. Agora,
se o cidadão não se empodera dessa lei, se as
indústrias também não trouxerem para si e
implementarem, essa lei não vai acontecer”,
afirma Carlos Silva Filho, presidente da
Abrelpe.
Se para cumprir a lei ainda há muito a ser
feito, para pessoas como Pedro o primeiro
passo já foi dado: “Você entrega as frutas e
eles devolvem o composto, então você vê ali o
resultado da sua reciclagem. Eu me sinto mais
leve, sabendo que eu estou ajudando o
planeta também”.
https://g1.globo.com/jornal-
nacional/noticia/2019/08/05/nove-anos-apos-
lei-de-residuos-solidos-coleta-de-lixo-nao-
melhora-no-brasil.ghtml
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23
Grupo de Comunicação
Veículo: Fapesp
Data: 05/08/2019
Falta de fósforo pode afetar reação da
floresta amazônica às mudanças do clima
Experimento pretende usar torres de 30
metros que emitam gás carbônico para testar
a reação das árvores
Do alto da torre de medição, pesquisadores
estão acima do dossel da floresta
João M. Rosa / AmazonFACE
Rafael Garcia
Dentre os diversos fatores que influenciarão o
modo como a Amazônia vai reagir às
mudanças climáticas está a escassez do
elemento fósforo na floresta. Esta foi a
conclusão de um estudo que realizou
simulações usando 14 modelos
computacionais de vegetação para entender o
que acontecerá com as árvores da região. Em
artigo publicado na revista Nature Geoscience
nesta segunda-feira (5/8), um grupo de
pesquisadores liderado pelo ecólogo David
Lapola, da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp), mostra que o solo pobre em
fósforo da floresta pode impedir as árvores de
reagir ao aumento de gás carbônico
atmosférico associado às mudanças climáticas.
Calcular qual será a reação da cobertura
vegetal com a mudança do clima é um dos
pontos centrais para estimar o impacto do
aquecimento global no Brasil. Uma
possibilidade considerada pelos pesquisadores
é a de que, submetida a estresse hídrico, a
floresta tende a encolher, dando espaço para o
avanço de uma vegetação mais típica de
Cerrado.
A hipótese da “savanização”, como ficou
conhecida, perdeu um pouco de força depois
que alguns experimentos em regiões
temperadas mostraram que plantas podem ser
capazes de superar as dificuldades a serem
impostas pela mudança climática. Apesar de
as simulações preverem um ambiente mais
inóspito para muitas espécies de árvores nas
próximas décadas, a maior concentração de
gás carbônico (CO2) no ar – uma das causas
do aquecimento global – traz algo de bom
para as espécies vegetais. O carbono é um
dos principais elementos com o qual as
plantas constroem a si próprias, e uma
concentração maior disponível na atmosfera
poderia ajudá-las a crescer sem gastar muita
energia.
Das seis torres de medição previstas, duas já
foram construídas e vêm produzindo dados
atmosféricos e de condições do solo
João M. Rosa / AmazonFACE
Uma classe de experimentos chamada Free-Air
Carbon Dioxide Enrichment (Face) indicou
que, nas florestas de clima temperado, esse
efeito benéfico do CO2 provavelmente vai
ajudar árvores a se adaptarem ao novo clima
que enfrentarão. Para saber se essa premissa
é válida também para florestas tropicais, um
consórcio internacional liderado pelo Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa)
planejou um experimento similar a ser
realizado ao norte de Manaus.
A proposta do Amazon-Face consiste
essencialmente em borrifar um grande volume
de CO2 sobre algumas parcelas de floresta
para estudar como as árvores ali reagem a
uma maior concentração de carbono no ar.
Ainda em fase de implementação, o
experimento requer grande preparo,
sobretudo o conhecimento de como a floresta
se comporta em condições naturais.
Foi em busca de fatores que podem influenciar
mais a reação da floresta à mudança climática
que pesquisadores do projeto decidiram
simular em computador a dinâmica do fluxo
de carbono e nutrientes das árvores. No caso,
24
Grupo de Comunicação
computaram o ciclo de carbono, fósforo e
nitrogênio para entender quais medições serão
as mais importantes na futura interpretação
dos experimentos.
Lapola conta que um experimento nos Estados
Unidos verificou, nos primeiros anos após o
aumento de CO2, um efeito positivo para as
plantas. Mas depois disso o nitrogênio escasso
no solo se tornou limitante, a despeito do
carbono abundante. “É um bom exemplo do
que pode acontecer na Amazônia com a falta
de fósforo”, afirma. Já se suspeitava que o
fósforo, por ser escasso na maior parte da
extensão de solo amazônico, seria uma peça
fundamental no estudo. Ao longo das eras, as
árvores da região superaram essa limitação,
mas, com a velocidade da mudança climática,
o tempo para o surgimento de novas
adaptações evolutivas é curto. “A ciência ainda
sabe muito pouco sobre como as plantas da
região fazem para burlar essa limitação de
fósforo”, diz Lapola. “Muitas árvores em
florestas tropicais – incluindo as da Amazônia
– obtêm fósforo por meio de interação com
fungos. A planta dá açúcar para o fungo, que
fornece nutrientes para a planta. Mas não
sabemos, por exemplo, se os fungos
preservarão sua habilidade de desmineralizar
fósforo do solo no contexto de mudança
climática.”
Raízes das árvores são responsáveis por
absorver os nutrientes, como o fósforo
João M. Rosa / AmazonFACE
Por ora, entram em cena as simulações de
computador. Dos 14 modelos matemáticos
usados pelos cientistas do Amazon-Face para
esse estudo, três consideravam apenas o ciclo
de carbono e cinco também levavam em conta
o nitrogênio. Outros seis incluíam o fósforo.
Quando comparados uns com os outros, os
resultados indicaram que a escassez de
fósforo dos solos amazônicos comprometeria
em cerca de 50% a capacidade das árvores de
absorver o carbono extra que estará no ar.
As simulações, contudo, apresentaram grande
variação. Medindo a produtividade líquida das
plantas em gramas (g) de carbono absorvidos
por metro quadrado a cada ano e
considerando um cenário de alta concentração
de CO2 no ar, as árvores chegariam a um
valor de cerca de 160 g. Quando a escassez
de fósforo era considerada na equação,
porém, esse valor caía. Alguns modelos
indicaram uma queda pequena, para 142 g.
Outros sugeriram uma queda drástica, para 16
gramas.
A incerteza contida no resultado da pesquisa,
diz Lapola, é um incentivo a mais para os
pesquisadores levarem adiante o experimento
de grande escala do Amazon-Face. O fósforo
deverá ser o fiel da balança na hora de
determinar como a Amazônia vai reagir à crise
do clima. Um aspecto do estudo do grupo de
Lapola é indicar que, em um cenário de
mudança climática, as árvores amazônicas
teriam reduzida sua capacidade de
transformar a energia da fotossíntese em
biomassa.
“De maneira geral, embora isso não seja
exatamente um resultado ruim para a floresta
amazônica, é um resultado ruim para o clima
global”, afirma Marcos Heil Costa, líder do
Grupo de Pesquisa em Interação Atmosfera-
Biosfera da Universidade Federal de Viçosa
(UFV). “Os resultados sugerem que a floresta
amazônica teria um papel menos importante
para sequestrar o carbono emitido pela
humanidade por meio da queima de
combustíveis fósseis, dificultando cada vez
mais estabilizar a concentração de CO2
atmosférico.”
Para Costa, os resultados do Face na
Amazônia trariam grande contribuição para
lidar com a questão da savanização, mas esta
depende também de variáveis como o
aumento da duração da estação seca, o total
anual de chuvas e a frequência de incêndios,
que não estão diretamente ligados à fisiologia
das plantas.
Megaprojeto
O Amazon-Face começou em 2014 como um
projeto estratégico articulado dentro do então
Ministério da Ciência e Tecnologia. Em sua
fase 1, antes da construção das primeiras
torres de emissão de CO2, o programa teve
25
Grupo de Comunicação
apoio do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) e da Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas
(Fapeam). A FAPESP ajudou com auxílio à
pesquisa do programa Jovem Pesquisador e
um financiamento para mobilidade em
colaboração com o Oak Ridge National
Laboratory, que tem ampla experiência nesse
tipo de experimento.
Aparelho mede a fotossíntese nas folhas ainda
presas às plantas: quanto gás carbônico
consome, quanta água se perde por
transpiração
João M. Rosa / AmazonFACE
A estrutura do projeto em sua versão
completa prevê a realização do experimento,
que ainda não começou, em seis parcelas de
floresta circulares, de 30 metros (m) de
diâmetro. Em torno de cada uma delas, devem
ser construídas 16 torres emissoras de CO2,
cada uma com 30 m de altura. Todas são
conectadas a um tanque de 50 toneladas de
CO2 líquido que as abastecerá e permitirá
aumentar a concentração de carbono da área.
Dentro de cada parcela uma torre com
instrumentação científica realizará medições
atmosféricas e de condições do solo.
A concepção original do projeto previa um
orçamento inicial de US$ 88 milhões. Com a
crise econômica e o escasseamento das
verbas federais de pesquisa em 2016, o Face
atrasou. Das seis torres de medição previstas,
apenas duas foram construídas e produziram
dados por três anos. As simulações descritas
agora na Nature Geoscience são parte do
projeto e vão subsidiar a análise de resultados
mais tarde. O restante da infraestrutura ainda
aguarda financiamento.
Um experimento menor que o grupo está
realizando no local é testar a reação de
árvores jovens, com até 3 m de altura, a um
aumento na concentração de CO2. “Nós
instalamos no sub-bosque algumas câmaras
pequenas, que parecem estufas, com 3 m de
altura, para estudar como as arvoretas
reagem a um aumento de 50% na
concentração de carbono”, conta Lapola. “É
importante saber como elas vão se comportar
também, porque essas são as árvores que,
depois de crescer, dominam o dossel da
floresta.”
Projeto
AmazonFace/ME: Projeto de integração
Modelagem-Experimento do Amazon-Face – o
papel da biodiversidade e feedbacks climáticos
(nº 15/02537-7); Programa Jovem
Pesquisador; Pesquisador responsável David
Montenegro Lapola (Unicamp); Investimento
R$ 464.253,22.
Artigo científico
FLEISCHER, K. et al. Amazon forest response
to CO2 fertilization dependent on plant
phosphorus acquisition. Nature Geoscience.
on-line. 5 ago. 2019.
https://revistapesquisa.fapesp.br/2019/08/05/
falta-de-fosforo-pode-afetar-reacao-da-
floresta-amazonica-as-mudancas-do-clima/
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26
Grupo de Comunicação
Veículo: A Tribuna de Santos
Data: 06/08/2019
Guarujá ganha centro para animais
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=28615575&e=577
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27
Grupo de Comunicação
Veículo: Correio Popular
Data: 06/08/2019
Estresse hídrico é desafio para as cidades da
RMC
Informação é de estudo que mapeia a oferta
de água do mundo
Francisco Lima Neto
francisco. neto @rac.com. br
A falta de água que milhões de brasileiros, de
diversas regiões, enfrentam diariamente e que
afeta a produção de energia hidroelétrica,
acaba de ser comprovada pelo novo relatório
do World Resources Institute (Instituto
Mundial de Recursos, em tradução livre). O
trabalho mapeou 189 países do mundo,
incluindo seus estados e municípios. O estudo
mostra que o Brasil, como um todo, não está
entre os que mais sofrerão com a falta de
água no futuro. Porém algumas de suas
principais cidades, sim: São Paulo, Rio de
Janeiro, Brasília, Fortaleza, Recife, Vitória e
Campinas, estão em áreas de risco hídrico
alto, de acordo com o estudo.
Uso industrial é um dos motivos para alta
demanda na região
"O estresse hídrico é a maior crise, da qual
ninguém fala. Suas consequências estão à
vista sob a forma de insegurança alimentar,
conflitos, migração e instabilidade financeira" ,
alerta Andrew Steer, presidente e CEO do
World Resources Institute.
O estresse hídrico, em poucas palavras, é
quando há maior consumo de água do que a
natureza é capaz de oferecer. "A região de
Campinas tem risco de sofrer com isso porque
tem uma população metropolitana significativa
e poucos reservatórios. A maior parte da
captação vem a fio d'água, o que depende do
fluxo hídrico dos rios da região", explica Rafael
Barbieri, biólogo e economista do WRI.
Ainda segundo ele, outro fator que agrava o
problema na região tem a ver com o uso e
ocupação do solo e o baixo percentual de
vegetação nativa. "A cobertura vegetal é
muito aquém do que deveria ter,
principalmente, nas cabeceiras dos rios. Além
disso, há um grande uso industrial e agrícola.
A combinação desses fatores faz com que a
região esteja em sinal de alerta", ressalta o
biólogo, lembrando que as perdas nos
sistemas de distribuição também contribui
para a situação.
O estudo é feito a partir de vários bancos de
dados e os principais itens analisados são a
quantidade de água no subsolo, sazonalidade
climática, proteção das cabeceiras dos rios e a
quantidade de anfíbios ameaçados.
O mapa do risco da água no Brasil mostra
áreas no interior do Nordeste, com um longo
histórico de estresse hídrico em função de
suas condições de clima e geologia, mas
também regiões onde esse risco é claramente
resultado da ação humana. Fatores como
consumo excessivo, desperdí cio, a atual crise
climática, a degradação das áreas de capta
ção dos sistemas de forneci mento e o
desmatamento Amazônia, que tem papel re
gulador das chuvas no país, es tão colocando
as regiões mais populosas do Brasil em risco.
O Atlas Aqueduct de Risco Hídrico mostra que
17 países, que abrigam um quarto da
população mundial, enfrentam um estresse
hídrico "extrema mente alto". Nesses países, a
agricultura, a indústria e municipalidades
estão consumindo 80% das águas superficiais
e subterrâneas disponíveis em um ano médio.
Quando a de manda rivaliza com a oferta,
mesmo pequenos choques de secas - que
devem aumentar devido à crise climática -
podem produzir consequências terríveis.
O relatório do WRI também identifica os
pontos onde há maior risco de falta d'água no
mundo, como, por exemplo, na região do
Oriente Médio e tor Norte da África (MENA),
onde ficam 12 dos 17 países que enfrentam
estresse “extremamente alto”. Nelas,
especialis tas identificaram a escassez de água
como um dos principais fatores de conflito e
migração. O norte da Índia, por sua vez,
enfrenta um severo esgotamento da água
subterrânea que pode ser visualizado nos
mapas do Aqueduct e, por isso, a região foi
incluída em cálculos de estresse hídrico pela
primeira vez. No caso do Brasil, esses pontos
estão mais concentrados no Nordeste, onde
fica o semiárido, mas também no Planalto
Central e ao leste da região Sudeste, onde
ficam São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória e
Campinas.
O Consórcio Intermunicipal das Bacias dos
Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ),
informou que trata as Bacias PCJ como
28
Grupo de Comunicação
estresse hídrico crônico desde que foi fundado,
em 1989.
Repercussão
O estudo aponta que já há tecnologias
capazes de reduzir ou reverter o problema.
"No caso do Brasil, por exemplo, nossos
estudos mostram que investir em
infraestrutura natural, ou seja, na restauração
florestal para oferta de serviços ambientais,
melhora a qualidade da água que chega aos
reservatórios, o que pode facilitar a
capacidade dos governos a se prepararem
para crises", destaca Rachel Biderman,
diretora-executiva do WRI Brasil.
"Temos estudos que mostram como o
investimento na recuperação florestal de áreas
de captação de água em São Paulo e no Rio de
Janeiro torna os sistemas de abastecimento
mais eficientes e resilientes" , informa Rachel.
"Estamos finalizando um estudo em Vitória
com resultados igualmente animadores. Ou
seja, sabemos como enfrentar esse risco
hídrico sistêmico que tende a se agravar com
a crise climática. Basta vontade política para
fazer”, completa.
Ferramenta Aqueduct é uma referência
mundial
L ançada em 2013 pelo WRI, a ferramenta
Aqueduct é usada por mais de 50 mil pessoas
e 300 empresas por ano. Ela utiliza uma
metodologia robusta, revisada por pares, e as
melhores informações disponíveis para criar
mapas globais personalizáveis. A ferramenta
classifica estresse hídrico, risco de seca e risco
de inundações ribeirinhas em 189 países e
suas regiões subnacionais, como estados e
municípios. "A ferramenta Aqueduct foi
atualizada e agora permite que os usuários
vejam e compreendam melhor os riscos
hídricos e tomem melhores decisões para
gerenciar esses riscos. Uma nova geração de
soluções está surgindo, mas precisamos de
uma resposta que seja proporcional ao
estresse que estamos vendo", ressalta Andrew
Steer, Presidente e CEO do World Resources
Institute. O WRI Brasil é um instituto que
transforma ideias em ações para promover a
proteção do meio ambiente. Alia excelência
técnica à articulação política e trabalha em
parceria com governos, empresas, academia e
sociedade civil. (FLN/AAN)
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=28606650&e=577
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29
Grupo de Comunicação
Veículo: G1 Jornal Nacional
Data: 05/08/2019
Usinas hidrelétricas transformam plantas
aquáticas em biocombustível
Nos rios do Sudeste e do Centro-Oeste,
crescimento de algas prejudica funcionamento
de turbinas de usinas. Mas agora, as plantas
viram matéria-prima para o bio-óleo.
Plantas aquáticas viram biocombustível em
usina hidrelétrica
Na divisa de Mato Grosso do Sul com São
Paulo, pesquisadores estão conseguindo
transformar um problema ambiental em fonte
de energia.
As pequenas ilhas verdes no meio da água
chamam atenção pela beleza e escondem um
problemão nos rios do Sudeste e Centro-
Oeste. “São plantas naturais de rios e
reservatórios, que se proliferam onde elas
encontram um ambiente favorável, com luz e
nutrientes”, explica o biólogo Rogério
Marchetto Antonio.
Estudos concluíram que elas receberam uma
carga grande de fertilizantes das lavouras e do
esgoto de cidades próximas. O resultado foi
um crescimento desordenado das plantas, que
viraram uma ameaça para o funcionamento
das usinas hidrelétricas.
“Eu preciso parar a produção de energia em
função do volume com que elas chegam e
tampam a entrada de água para as turbinas”,
diz Cesar Teodoro, diretor de Operação e
Manutenção da CTG Brasil.
Em 2017, essas plantas causaram um prejuízo
milionário na hidrelétrica de Jupiá. Dez
unidades geradoras de energia pararam de
funcionar. Para que isso não aconteça de
novo, a grade da usina, que fica a 33 metros
de profundidade, passa por uma limpeza
diária. Em três anos, os funcionários retiraram
mais de 2 mil toneladas de algas. Mas o que
fazer com tudo isso?
Os pesquisadores já haviam cogitado a
possibilidade de transformar algas em
biocombustível, mas essa é a primeira vez que
o estudo ganha tal proporção. Ainda que em
pequena escala, foi possível extrair o bio-óleo
por meio de plantas aquáticas.
O próximo desafio é processar esse bio-óleo
para que ele possa ser usado nos motores a
diesel. “É um material que tem um impacto
social e ambiental e dá uma destinação - e
uma destinação nobre - para esse resíduo que
é gerado e que tem, associado a ele, questões
financeiras, questões sociais, questões
econômicas. O grande desafio mesmo está na
relevância do material em si”, afirma Hélio
Mera de Assis, pesquisador industrial do ISI
Biomassa.
https://g1.globo.com/jornal-
nacional/noticia/2019/08/05/usinas-
hidreletricas-transformam-plantas-aquaticas-
em-biocombustivel.ghtml
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30
Grupo de Comunicação
Veículo: O Globo
Data: 06/08/2019
O eterno duelo
POR MERVAL PEREIRA
O embate entre desenvolvimentistas e
ambientalistas é constante nos últimos dez
anos, e não importa se o governo é de
esquerda ou de direita. As discussões são
recorrentes, a disputa entre a agricultura e o
meio-ambiente persiste, e os problemas e
soluções são semelhantes.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) sempre foi uma pedra no sapato dos
governantes. A crise gerada pelos números
sobre o desmatamento da Amazônia, que
levou à demissão do presidente do INPE, é
uma repetição do que ocorreu em 2008,
quando o então presidente Lula desacreditou
os números do órgão, negando que o país
estivesse passando por um novo surto de
desmatamento. Não chegou a demitir seu
presidente, mas atribuiu ao órgão números
errados que colocou "sob investigação".
Para o presidente, houve “alarde na
divulgação dos números”. Lula criticou o
Ministério do Meio Ambiente, que era
comandado por Marina Silva, e as ONGs, e
disse que não se pode culpar a agropecuária,
os produtores de soja e os sem-terra
assentados pelo aumento do desmatamento
na Amazônia. Lula afirmou ainda que
pretendia " comprar briga" com as
organizações não-governamentais (ONGs) se
elas insistissem em ligar o crescimento da
agricultura ao desmatamento.
O desenvolvimento da região sempre foi uma
preocupação de Lula, que a certa altura, em
discurso na inauguração de uma usina de
biodiesel no Mato Grosso, afirmou que queria
levantar todos os “entraves que eu tenho com
o meio ambiente, todos os entraves com o
Ministério Público, todos os entraves com a
questão dos quilombolas, com a questão dos
índios brasileiros, todos os entraves que a
gente tem no Tribunal de Contas, para tentar
preparar um pacote, chamar o Congresso
Nacional e falar: ‘Olha, gente, isso aqui não é
um problema do presidente da República, não.
Isso aqui é um problema do País”. As diversas
organizações ambientalistas, daqui e do
exterior, criticaram Lula por opor o meio-
ambiente ao desenvolvimento.
Na assinatura da concessão para a construção
da Usina de Belo Monte, Lula disse: “Vocês
nem imaginam quantos discursos fiz contra a
construção de Belo Monte. “E é exatamente no
meu governo que ela acontece”. O presidente
lembrou na ocasião diversos casos de
obstáculos a obras na região, desde uma
caverna que seria inundada para a construção
da usina Tijuco Alto, uma “machadinha” que
sinalizaria um sítio arqueológico ou a
“perereca” que atrasou as obras de duplicação
da BR-101, no Rio Grande do Sul. Sem falar
dos bagres do Rio Madeira, que tanto
incomodavam Lula na construção das
hidrelétricas de Jirau e Santo Antonio.
O ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro,
Ricardo Salles, queria usar o Fundo Amazônia
para indenizar proprietários rurais em
unidades de conservação, para fazer a
regularização fundiária. Os críticos o acusam
de estar favorecendo os grileiros em áreas
protegidas. Pois o então ministro Mangabeira
Unger, do Planejamento Estratégico, quando
assumiu o Programa da Amazônia Sustentável
(PAS), teve a mesma proposta. Aliás, o fato
de Lula ter dado a Mangabeira o projeto para
a Amazônia foi a gota d’água para a saída da
ministra do Meio-Ambiente Marina Silva, assim
como, anteriormente, o então deputado
federal Fernando Gabeira havia deixado o PT
devido a divergências, especialmente pela
política ambientalista.
Foi editada uma medida provisória que
regularizava a posse de terra na Amazônia,
muito criticada como nociva à preservação
ambiental. Para Mangabeira, "nada na
31
Grupo de Comunicação
Amazônia vai avançar, nenhum aspecto do
desenvolvimento sustentável includente, se
não resolvermos o problema da terra".
Mangabeira tinha à época o mesmo
argumento que Salles tem hoje: "Vamos poder
regularizar a situação de 500 mil famílias
urbanas e 400 mil famílias rurais. Essa é a
população que construiu a Amazônia, que está
construindo a Amazônia". Mangabeira Unger
dizia que chamá-los de grileiros é o mesmo
que chamar de grileiros os que ocuparam e
construíram os Estados Unidos ou a Austrália.
A disputa entre Agricultura e Meio-Ambiente é
outra situação recorrente. Lula chegou a ter
na sua base de apoio o governador do Mato
Grosso Blairo Maggi, o maior plantador de soja
do mundo, a quem a ONG Greenpeace
concedeu a Motoserra de ouro pelo
desmatamento da Amazônia, e Marina Silva
no Meio-Ambiente.
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Data: 06/08/2019
32
Grupo de Comunicação
FOLHA DE S. PAULO Painel: Bolsonaro vincula escolha de novo
PGR a segundo escalão conservador
Presidente quer mudança ideológica em postos
de destaque e equipe sem elo com esquerda e
defesa de minorias
Gustavo Uribe
Talita Fernandes
Reynaldo Turollo Jr.
BRASÍLIA
Na tentativa de blindar medidas polêmicas de seu
mandato, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) tem
vinculado a escolha para a sucessão de Raquel
Dodge na Procuradoria-Geral da República ao
aumento de um perfil conservador no segundo
escalão do órgão.
No momento, o favorito para ser escolhido é o
subprocurador-geral Augusto Aras, que já esteve
ao menos quatro vezes reunido com o
presidente.
Em conversas reservadas, Bolsonaro tem
defendido que o escolhido para a função de
procurador-geral deve promover uma mudança
de caráter ideológico em postos de destaque que
são nomeados por ele, como de corregedor-geral
e de vice-procurador-geral eleitoral.
Manifestações do Ministério Público Federal,
como a defesa de que seja anulada a exoneração
de peritos de órgão de combate à tortura e a
recomendação para que militares se abstenham
de comemorar o golpe de 1964, não agradaram
ao presidente.
A ideia é afastar nomes que tenham vínculo com
o ex-procurador-geral Rodrigo Janot, escolhido
pela ex-presidente Dilma Rousseff, e que se
identifiquem com pautas da esquerda, como as
de proteção a grupos minoritários.
O presidente definiu, por exemplo, a necessidade
de troca no comando da Procuradoria Federal dos
Direitos do Cidadão, que hoje tem à frente a
subprocuradora-geral Deborah Duprat. Ela foi
indicada por Janot e mantida por Dodge, o que
levou Bolsonaro a reavaliar a possibilidade de
reconduzir a procuradora-geral.
Desde o início do ano, a estrutura vinculada ao
Ministério Público Federal tem adotado posições
que contrariaram o presidente, como a
declaração de inconstitucionalidade em mudança
na Lei de Acesso à Informação e nos decretos
que ampliaram a posse e o porte de armas no
país.
Em meio à divulgação de mensagens de
integrantes da Lava Jato, que foram duramente
criticadas pelo presidente, a subprocuradora-
geral também defendeu que o combate à
corrupção deve respeitar o marco legal e que o
jornalismo não poderia ser censurado.
Com o enfraquecimento de Dodge, Bolsonaro
está hoje, de acordo com assessores
presidenciais, em dúvida na escolha entre
Augusto Aras e Mário Bonsaglia.
Bolsonaro promete fazer a indicação até 17 de
agosto, mas o nome pode ser anunciado ainda
esta semana. O mandado de Dodge termina em
17 de setembro.
Aras, que tem perfil conservador e é considerado
favorito, foi apresentado ao presidente pelo ex-
deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF), que
liderou no passado a bancada da bala e é amigo
do presidente.
O subprocurador-geral ganhou a simpatia de
Bolsonaro quando abriu diálogo com o governo
federal para evitar que fosse suspensa a
concessão da Ferrovia Norte-Sul, assinada na
semana passada.
Na última sexta-feira (2), Bolsonaro se reuniu
com Aras, no Palácio do Alvorada, e, segundo
relatos de presentes, disse ter um “alinhamento
de conteúdo” e “uma crescente afinidade
pessoal” com o subprocurador-geral.
“Ele [Aras] é um bom nome que pensa no
progresso e no desenvolvimento do país. E quer
ajudar o Brasil a se desenvolver”, disse Fraga à
Folha.
Primeiro colocado na lista tríplice da ANPR
(Associação Nacional dos Procuradores da
República), Mário Bonsaglia tem também a
simpatia de Bolsonaro e a sua indicação, na
avaliação de assessores palacianos, pacificaria a
relação do presidente com a categoria, que está
insatisfeita com a possibilidade de ele escolher
um nome de fora da eleição interna, como seria o
caso de Aras.
O perfil independente de Bonsaglia, no entanto,
tem gerado receio no Palácio do Planalto. A
preocupação é de que, após ser indicado, ele
Data: 06/08/2019
33
Grupo de Comunicação
adote postura crítica ao Palácio do Planalto, o
que Bolsonaro tenta evitar.
Na semana passada, em conversas com
conselheiros jurídicos, o presidente definiu o
perfil que pretende indicar para o cargo.
Ele quer um subprocurador-geral do Ministério
Público Federal que não tenha vinculação com a
esquerda ou com a defesa de minorias e que não
adote postura de enfrentamento com o Poder
Executivo.
A estratégia do presidente de blindar decisões
polêmicas ao sugerir nomes conservadores
também deve ser reproduzida por ele nas
indicações para o STF (Supremo Tribunal
Federal).
Ele já anunciou que escolherá alguém
“terrivelmente evangélico” para a próxima vaga
aberta no Supremo, a ser aberta em novembro
de 2020. A intenção de Bolsonaro é indicar o
ministro da AGU (Advocacia-Geral da República),
André Mendonça.
Nos últimos meses, Bolsonaro demonstrou
irritação com posicionamentos adotados por
Dodge. Um deles foi o elogio feito pela
procuradora-geral, em junho, no qual ela exaltou
as decisões de criminalização da homofobia e de
suspensão da extinção de conselhos federais.
Em resposta, Bolsonaro criticou o STF e disse que
o tribunal estava "legislando" ao entender que
homofobia era crime no Brasil.
A divergência de pensamento entre Dodge e
Bolsonaro é antiga. Em evento em comemoração
ao aniversário da Constituição Federal, em 2018,
ela exaltou como características da Carta Magna
a “pluralidade étnica, de crenças e de opiniões” e
“a equidade no tratamento e o respeito às
minorias”.
O discurso foi feito em cerimônia no Congresso
ao lado de Bolsonaro, ainda na condição de
presidente eleito.
EMBATES ENTRE A PROCURADORIA DOS
DIREITOS DO CIDADÃO E O GOVERNO
Eleição
Às vésperas da eleição, PFDC (Procuradoria dos
Direitos dos Cidadãos) divulga nota sobre
liberdade de manifestação nas universidades, em
resposta à atuação de juízes eleitorais que
mandaram tirar ou apreender faixas, cartazes e
panfletos que foram entendidos como crítica à
candidatura de Bolsonaro
Escola sem Partido
Procuradoria passou a acompanhar casos de
assédio contra professores em escolas de vários
estados. Docentes se diziam intimidados por
pessoas que queriam filmá-los, por exemplo, a
fim de denunciar suposta doutrinação em sala de
aula —ideia que remete ao Escola sem Partido
Cartilha de saúde trans
Procuradoria oficia Ministério da Saúde após
governo retirar do ar a cartilha “Homens Trans:
vamos falar sobre prevenção de infecções
sexualmente transmissíveis?”, que apresentava
orientações para evitar infecções
ONGs
Procuradoria se manifesta pela
inconstitucionalidade de trecho de medida
provisória de Bolsonaro que falava em
“supervisionar, coordenar, monitorar e
acompanhar” a atuação de ONGs no Brasil
Lei de acesso
Procuradoria diz ser inconstitucional a mudança
que o governo queria fazer na Lei de Acesso à
Informação, que permitiria mais funcionários
públicos pudessem classificar dados como
sigilosos
Combate à fome
Procuradoria se posiciona pela
inconstitucionalidade da extinção do Consea
(Conselho Nacional de Segurança Alimentar),
promovida pelo governo Bolsonaro. O órgão
atuava no combate à fome
Filmagens nas escolas
Procuradoria pede esclarecimentos ao Ministério
da Educação por causa de orientação de filmar
crianças em escolas e ler carta com o slogan da
campanha de Bolsonaro
Incra
Após Incra orientar suas unidades a não atender
entidades ou movimentos “que não possuíssem
personalidade jurídica”, o que excluiria
movimentos sociais no campo, Procuradoria
recomenda a revogação da norma
Golpe de 1964
Procuradoria recomenda que militares se
abstenham de comemorar a data do golpe de
1964, que instituiu a ditadura no Brasil. Medida
veio após Bolsonaro falar em comemorações
Data: 06/08/2019
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Grupo de Comunicação
Conselhos
Junto com as sete câmaras do Ministério Público
Federal, Procuradoria manifesta preocupação
com decreto de Bolsonaro que extinguia
conselhos e comissões de participação social
Armas
Procuradoria envia ao Congresso uma nota
técnica contra o decreto do presidente que
ampliava a posse, a comercialização e o porte de
armas no país. Em 28.jun, após o governo
publicar novos decretos alterando os anteriores,
o órgão voltou a defender sua
inconstitucionalidade
Mensagens da Lava Jato
Em meio à divulgação das mensagens de
Telegram da Lava Jato, obtidas pelo site The
Intercept Brasil, Procuradoria divulga nota
afirmando que combate à corrupção deve
respeitar o marco legal e que jornalista não
poderia ser censurado
Educação domiciliar
Procuradoria recomenda ao Ministério da Mulher,
da Família e dos Direitos Humanos que suspenda
um ato que descaracterizou o homeschooling
(educação domiciliar) como evasão escolar. O
governo tem prometido regularizar o
homeschooling
COMO COSTUMA ACONTECER A ELEIÇÃO DA PGR
Votação
A ANPR (Associação Nacional dos Procuradores
da República) faz a cada dois anos uma eleição
para definir quem os membros da categoria mais
querem no cargo de procurador-geral da
República. Estão aptos a votar cerca de 1.300
procuradores
Candidatos
Tradicionalmente pode se candidatar qualquer
procurador do Ministério Público Federal. Cada
eleitor pode votar em mais de um nome
Lista
Os três candidatos mais votados compõem uma
lista tríplice que é enviada ao presidente da
República. Por lei, o presidente não precisa aderir
à lista, mas essa tem sido a tradição desde 2003
Sabatina
O escolhido precisa ser aprovado em sabatina do
Senado. O mandato é de dois anos
Quem está na disputa
Mário Bonsaglia
1º colocado na lista tríplice
Luiza Frischeisen
2º colocada na lista tríplice
Blal Dalloul
3º colocado na lista tríplice
Raquel Dodge
Atual procuradora-geral, tenta a recondução
Augusto Aras
Atual subprocurador-geral
O que faz o PGR
É o chefe do Ministério Público da União (que
inclui Ministério Público Federal, Ministério
Público Militar, Ministério Público do Trabalho e
Ministério Público do Distrito Federal e
Territórios). Representa o MPF junto ao STF e ao
STJ e tem atribuições administrativas ligadas às
outras esferas do MPU
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/08/b
olsonaro-vincula-escolha-de-novo-pgr-a-
segundo-escalao-conservador.shtml
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Data: 06/08/2019
35
Grupo de Comunicação
Em meio a briga ideológica, Assembleia de
SP volta ao trabalho e mira privatizações
Casa discute neste semestre programas
prioritários para gestão Doria, como incentivos a
montadoras e extinção da Dersa
Carolina Linhares
SÃO PAULO
Na retomada dos trabalhos na Assembleia
Legislativa de São Paulo neste segundo
semestre, os deputados devem enfrentar temas
estratégicos para o governo João Doria (PSDB),
como a despoluição dos rios Tietê e Pinheiros e
os incentivos a montadoras.
Também tratarão de polêmicas, como
privatizações, a extinção da Dersa (estatal de
desenvolvimento rodoviário), o Orçamento de
2020 e a aprovação das contas de ex-
governadores. É possível ainda que a Casa
discuta uma reforma da Previdência, caso o
Congresso não inclua os estados em sua votação.
Tudo isso sob um clima de conflagração entre os
deputados, visto no primeiro semestre e que
deve se manter.
Embora o governo Doria tenha custado a
organizar sua base, com o PSL e o Novo, por
exemplo, pregando independência, ao final
conseguiu aprovar projetos com folga.
A legislatura atual, iniciada em 15 de março, é
caracterizada por renovação e fragmentação. O
PSL, do presidente Jair Bolsonaro, tem a maior
bancada, com 15 parlamentares. Eles
desbancaram o PSDB, que sempre foi maioria e
agora possui 8 deputados. O PT, a segunda maior
bancada, tem 10. Somando PSOL e PC do B, a
oposição alcança 15 cadeiras.
Como os deputados independentes se alinham ao
governo na pauta econômica, Doria consegue
alcançar ampla maioria, ainda que somente cerca
de 35 dos 94 deputados se declarem pró-
governo. Com Geraldo Alckmin (PSDB), esse
número chegou a 75.
Minoritária, a oposição reconhece dificuldade e
diz que permanece a pecha da Assembleia de
“puxadinho” do Palácio dos Bandeirantes, sede
do governo paulista. Agora neste semestre,
planeja seguir com a estratégia de obstruções de
pauta no plenário.
“A oposição fala, ocupa a tribuna, leva o debate
ao máximo desgaste, enquanto os governistas
vão pra guerra”, diz o deputado Teonilio Barba,
líder do PT.
Após reunião com os deputados na quinta (1º),
dia do retorno após o recesso parlamentar, Doria
disse que a desestatização seguirá em curso,
mas não quis informar quais projetos nesse
sentido levará à Assembleia.
“Vamos prosseguir dentro da política de
desestatizar, menos governo e mais privado,
fazendo isso de forma cuidadosa, buscando
minimizar os efeitos dessa decisão e não gerar
desemprego”, disse o governador.
No primeiro semestre, a Assembleia aprovou a
concessão de ginásio do Ibirapuera, Zoológico e
Jardim Botânico, além da fusão ou extinção de
cinco estatais. A extinção da Dersa, mais
polêmica por estar envolvida em corrupção, ficou
para o segundo semestre.
Em relação à reforma da Previdência, Doria disse
estar “no grupo dos otimistas”, acreditando que o
tema será resolvido pelo Congresso. Caso a
proposta que tramita em Brasília não inclua os
estados, uma votação na Assembleia trará
desgaste ao tucano.
“Vai ser uma guerra, muita mobilização,
sindicatos.”, diz o deputado Carlos Giannazi
(PSOL). “Nossa grande ferramenta é a
mobilização social, a pressão externa."
A prioridade do governo no segundo semestre,
no entanto, é a aprovação de projetos que
viabilizam programas já anunciados por Doria,
como o IncentivAuto, que concede desconto no
ICMS para investimentos de montadoras, e a
despoluição dos rios Tietê e Pinheiros, que
depende de autorização de deputados para um
empréstimo de R$ 300 milhões.
Doria ainda encontrará resistência, contudo, na
chamada “bancada da bala”, que pressiona por
aumento de salário das polícias. Na reunião da
última quinta-feira, o governador avisou aos
deputados que não adianta continuar a criticá-lo
publicamente e que até outubro haverá uma
proposta de aumento.
“Até recomendei aos parlamentares que
busquem outras pautas para não ficarem
recorrendo sempre à mesma pauta. [...]
Pretendemos até o final deste ano dar boas
Data: 06/08/2019
36
Grupo de Comunicação
notícias, mas não colocaremos em risco a
estabilidade fiscal do estado”, disse Doria à
imprensa.
Faz parte desse grupo de deputados críticos o
líder do PSL, Gil Diniz. Gil diz que, no segundo
semestre, os membros do PSL continuarão
liberados para votarem como quiserem. Por isso,
geralmente a bancada não vota unida, mas
costuma apoiar Doria em propostas que
enxugam o estado.
A primeira votação polêmica no plenário,
provavelmente já nesta semana, é a do projeto
da deputada Janaina Paschoal (PSL) que garante
à gestante a opção pela cesárea no SUS.
Deputados de esquerda são contra a ideia.
Embates vistos no primeiro semestre devem se
repetir. “No plenário, um critica o Lula, aí outro
responde que o Bolsonaro aquilo. Gente, pelo
amor de Deus, estamos no governo de São
Paulo, não no federal. De fato, que resultado
você vai trazer para a população de São Paulo?
Nenhum”, diz o presidente da Assembleia, Cauê
Macris (PSDB).
O Conselho de Ética já recebeu ao menos cinco
casos para julgar. Macris acredita, no entanto,
que os deputados agora estão mais maduros.
Há ainda outros temas que mobilizarão os
deputados, como as cinco CPIs (Comissão
Parlamentar de Inquérito) em andamento. A CPI
da Dersa, articulada pela oposição para atingir
Paulo Preto e o PSDB, foi inviabilizada por
manobra dos tucanos.
A que tem mais potencial de atingir o governo é
a da Furp (Fundação para o Remédio Popular),
que investiga suspeitas de repasses de propina
da Camargo Corrêa a agentes do estado.
Antes de encerrar o semestre, os deputados
terão que votar o Orçamento de 2020 e as contas
do governador referentes a 2018, que englobam
os últimos meses de Geraldo Alckmin (PSDB) e
Márcio França (PSB). Apesar de as contas terem
sido aprovadas pelo Tribunal de Contas do
Estado, suscitarão debate da oposição em
relação à renúncias fiscais e manobras de gastos
na educação.
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/08/e
m-meio-a-briga-ideologica-assembleia-de-sp-
volta-ao-trabalho-e-mira-privatizacoes.shtml
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Data: 06/08/2019
37
Grupo de Comunicação
Petrobras anuncia mudança em política de
preços do gás de cozinha
Botijão de 13 kg terá o acréscimo dos preços de
frete, transporte e riscos da operação
Diego Garcia
RIO DE JANEIRO
A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (5)
que revisou a política de preços do gás de
cozinha. O produto passa a adotar como
referência o preço de paridade de importação.
A mudança inclui que, a partir de agora, o valor
para o botijão de 13 kg terá o acréscimo dos
preços de frete marítimo, transporte interno e
uma margem para riscos da operação.
Botijão de 13 kg terá o acréscimo dos preços de
frete, transporte e riscos da operação - Paulo
Whitaker/Reuters
O valor por paridade de importação como
referência deixa o gás de cozinha simular ao gás
industrial, disse a Petrobras nesta segunda.
"Com isso, os preços do GLP industrial/comercial
e do residencial envasado em botijões de até 13
kg (P13) passam a ter um alinhamento maior",
informou a petroleira.
Com o reajuste desta segunda, os preços do gás
industrial e do P13 passaram a valer,
respectivamente, R$ 1.953,10 (redução média de
13,3%) e R$ 1.853,70 (8%) por tonelada.
Outra mudança é que, com as alterações, os
reajustes serão feitos agora sem periodicidade
definida, como ocorre com a gasolina e o diesel,
e terão como base as condições de mercado.
Antes, o mecanismo de compensação previsto na
política divulgada em janeiro de 2018 para o
preço do botijão de gás de cozinha de até 13 kg
considerava a média móvel de cotações dos
últimos 12 meses.
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/08
/petrobras-anuncia-mudanca-em-politica-de-
precos-do-gas-de-cozinha.shtml
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Data: 06/08/2019
38
Grupo de Comunicação
Gigante da carne, Marfrig produzirá
hambúrguer vegetal no Brasil
Produto é desenvolvido em parceria com
empresa americana e deve ser lançado até o fim
do ano
Mariana Grazini
SÃO PAULO
A Marfrig vai anunciar, nesta terça-feira (6), um
acordo com a empresa americana agrícola ADM
(Archer Daniels Midland Company) para produzir
hambúrguer vegetal no Brasil.
O produto deverá chegar ao mercado nacional
até o fim deste ano, segundo a Marfrig.
Ele será feito na unidade da empresa em Várzea
Grande (MT).
Parte da base vegetal do hambúrguer sairá da
fábrica da ADM, em Campo Grande. A ADM é
uma das maiores processadoras agrícolas do
mundo.
Além de participar da produção, a Marfrig ficará
responsável por distribuir e vender o produto
para restaurantes e para o varejo.
De acordo com a empresa brasileira, o
hambúrguer vegetal poderá, no futuro, ser
exportado.
A parceria visa o desenvolvimento de outros
alimentos sem origem animal. A Marfrig desponta
entre as principais empresas do mundo no setor
de carne bovina. Abre agora seu leque de
produtos.
“Queremos dar ao consumidor o poder da
escolha. É ele quem decide”, diz Eduardo Miron,
presidente da empresa brasileira.
“O acordo com a Marfrig reforça o propósito de
incentivar o desenvolvimento sustentável da
indústria de alimentos,” afirma Roberto Ciciliano,
presidente da ADM na América Latina.
Segundo informações da Marfrig, uma marca
específica para abarcar os produtos de base
vegetal também será anunciada.
Concorrente da Marfrig, a Seara, da JBS, lançou
uma versão do produto em maio deste ano feito
de soja não transgênica, beterraba, alho e
cebola.
De acordo com a empresa, dois anos de pesquisa
foram necessários para chegar à versão final.
A BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, ainda
não comercializa o hambúrguer vegetal.
Fábio Bagnara, diretor de pesquisa e
desenvolvimento do conglomerado, afirmou que
estudos estão sendo feitos para lançar itens de
proteína vegetal à base de ingredientes como
soja, ervilha e feijão.
“A gente vê que o consumidor está interessado e
curioso em provar novos sabores,” diz ele.
Os estudos feitos pela empresa visam também
neutralizar o sabor da soja. “Até 2023,
esperamos que 10% de nossa receita venha de
novos produtos,” afirma o diretor da BRF.
Recentemente, a Marfrig e a BRF enceraram,
sem êxito, um processo de fusão das
companhias. Se o negócio tivesse vingado, as
empresas formariam a quarta maior companhia
de proteína animal do mundo.
A corrida pelo hambúrguer vegetariano é
tendência no mercado dos Estados Unidos. Uma
das marcas americanas do setor, a Beyond Meat,
abriu seu capital em maio.
A Tyson Foods, empresa americana de
processamento de carnes, confirmou, em
seguida, que lançaria um produto proteico sem
carne.
O McDonald’s começou a vender um hambúrguer
vegetal na Alemanha e o Burger King anunciou
que sua versão do produto poderia chegar às
unidades americanas até o fim deste ano.
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/08
/gigante-da-carne-marfrig-produzira-
hamburguer-vegetal-no-brasil.shtml
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Data: 06/08/2019
39
Grupo de Comunicação
Marcos Pontes indica militar como diretor
interino do Inpe
Darcton Policarpo Damião ocupará a posição;
Ricardo Galvão foi exonerado na sexta (2)
SÃO PAULO e BRASÍLIA
Marcos Pontes, ministro da Ciência e Tecnologia,
nomeou, na tarde desta segunda (5), Darcton
Policarpo Damião como diretor interino do Inpe
(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O ex-
diretor Ricardo Galvão foi exonerado na última
sexta (2).
O anúncio de Pontes foi feito por meio de
postagem em redes sociais. O ministro afirma
que o nome foi enviado à Casa Civil e deve ser
oficializado ainda nesta semana.
"Para quem conhece, sabe que o Deter e o
Prodes [sistemas de monitoramento do Inpe para
desmate] ajudaram na redução do
desmatamento do país e vão ajudar muito mais
agora que nós vamos melhorar os sistemas de
satélites, a analise dos dados e como esses
dados são apresentados para o cliente, que é o
Ibama", diz o ministro, em vídeo, sem detalhar
as possíveis melhorias em questão.
A decisão vem dias depois da polêmica demissão
de Galvão. Galvão foi exonerado após defender
os dados do Inpe sobre desmatamento —que
apontaram crescimento nos últimos meses— e
responder às críticas pessoas feitas pelo
presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Nesta segunda, Bolsonaro chegou a afirmar
durante evento na Bahia que "maus brasileiros
ousam fazer campanha com números mentirosos
contra a nossa Amazônia".
No domingo (4), o presidente afirmou que
ordenou a demissão: “Está a cargo do ministro.
Eu não peço [a demissão], certas coisas eu
mando".
À esquerda, o novo diretor interino do Inpe,
Darcton Policarpo Damião, anunciado pelo
ministro Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia)
nesta segunda (5)
À esquerda, o novo diretor interino do Inpe,
Darcton Policarpo Damião, anunciado pelo
ministro Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia)
nesta segunda (5) - Miguel Ângelo - Portal da
Indústria
O ministério da Ciência e Tecnologia afirma que a
escolha do próximo diretor não tem data prevista
e que haverá comitê de busca com lista tríplice,
como é o costume na escolha de uma nova
direção no instituto.
Damião se formou pela Academia da Força Aérea
em Ciências Aeronáuticas, e tem mestrado em
sensoriamento remoto pelo Inpe, segundo consta
em seu currículo Lattes. Também fez doutorado
em desenvolvimento sustentável pela UnB
(Universidade de Brasília), e cursos de
especialização no MIT (Instituto de Tecnologia de
Massachusetts) e na Universidade da Pensilvânia.
EXONERAÇÃO
Em café da manhã com jornalistas estrangeiros,
ao ser informado sobre o aumento no
desmatamento --documentado a partir de dados
do Deter (projeto Desmatamento em Tempo
Real, que têm a finalidade de ajudar ações do
Ibama no combate ao desmate)--, Bolsonaro
afirmou que Galvão poderia estar a "serviço de
alguma ONG".
No dia 20, ao Jornal Nacional, Galvão afirmou
que "ele [Bolsonaro] tem um comportamento
como se estivesse em botequim. Ou seja, ele fez
acusações indevidas a pessoas do mais alto nível
da ciência brasileira, não estou dizendo só eu,
mas muitas outras pessoas". "Isso é uma piada
de um garoto de 14 anos que não cabe a um
presidente da República fazer", disse o diretor do
Inpe.
Em entrevista à Folha no último dia 21, Galvão
havia dito que até poderia ser demitido, mas que
o instituto era cientificamente sólido o suficiente
para resistir aos ataques do governo.
Após ser exonerado, Galvão afirmou que o que
motivou a demissão foi seu discurso em relação a
Bolsonaro, que criou constrangimento. “Diante do
Data: 06/08/2019
40
Grupo de Comunicação
fato, a maneira como eu me manifestei com
relação ao presidente, criou-se um
constrangimento que é insustentável. Então eu
serei exonerado”, afirmou, na sexta, o diretor,
que disse concordar com sua substituição.
CRONOLOGIA DAS CRÍTICAS AO INPE E AO SEU
DIRETOR, DEMITIDO
19 de julho
O presidente Jair Bolsonaro questiona dados de
desmatamento do Inpe e diz que Ricardo Galvão
poderia estar a “serviço de alguma ONG”. O
presidente diz que conversaria com o diretor do
Inpe
20 de julho
Galvão fala ao Jornal Nacional que Bolsonaro
“tem um comportamento como se estivesse em
botequim” e que os ataques são como “uma
piada de um garoto de 14 anos que não cabe a
um presidente da República fazer”
21 de julho
Bolsonaro recua, diz que não falará com Galvão e
que não quer propaganda negativa do Brasil.
Galvão diz à Folha que poderia até ser demitido,
mas que o Inpe não poderia ser atingido.
Diretores de institutos de pesquisa entregam
carta ao ministro Marcos Pontes (Ciência)
pedindo que ele interceda junto a Bolsonaro por
Galvão e pelos dados de desmate
22 de julho
Pontes, em rede social, diz que compartilha da
“estranheza” de Bolsonaro quanto aos dados de
desmate.
Bolsonaro afirma querer que os dados passem
por ele antes da publicação, para não ser “pego
de calças curtas”
26 de julho
Durante reunião da Sociedade Brasileira para o
Progresso da Ciência, Pontes defende que dados
do desmate não sejam divulgados como ocorre
hoje. Os dados são públicos e podem ser
acessados por qualquer cidadão
31 de julho
Reunião entre Salles, Pontes e representantes do
Ibama e do Inpe. Galvão participaria, mas é
desconvidado de última hora. Salles diz que
dados do Inpe não são corretos e que instituto
reconhece o problema. Inpe nega afirmação
1º de agosto
Em entrevista coletiva com Salles, com o
chanceler Ernesto Araújo e com o ministro-chefe
do GSI, general Augusto Heleno, Bolsonaro diz
que dados do desmate foram “espancados” para
“atingir o nome do Brasil e do atual governo”.
Presidente diz que vai contratar empresa para
fazer monitoramento do desmate
2 de agosto
Galvão é exonerado por Pontes. Em rede social,
ministro agradece Galvão e encerra mensagem
com “abraços espaciais”
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/0
8/marcos-pontes-indica-militar-como-diretor-
interino-do-inpe.shtml
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Data: 06/08/2019
41
Grupo de Comunicação
Mônica Bergamo: Bolsonaro deve discutir
reforma tributária com lideranças
evangélicas
Igrejas têm imunidade tributária, e discussões
sobre cobrança de impostos não evoluíram no
Congresso
As principais lideranças de igrejas evangélicas
devem se reunir com Jair Bolsonaro na quarta
(7) para discutir a reforma tributária.
TODOS JUNTOS
O presidente deve receber líderes como Silas
Malafaia, Jonatas Câmara, RR Soares e José
Wellington Costa Júnior. E também 27 deputados
da bancada evangélica, como o pastor Marco
Feliciano (Podemos-SP) e Silas Câmara (PRB-
AM), que é presidente do grupo.
MESMO LUGAR
As igrejas têm imunidade tributária no Brasil, e
as discussões sobre cobranças de impostos
jamais evoluíram no Congresso. Em 2017,
Malafaia foi a uma audiência no Senado falar
sobre o tema e disse que os que defendem a
medida são “otários”.
MESMO LUGAR 2
Bolsonaro sempre descartou qualquer alteração
nas regras atuais.
CANETA
Uma das polêmicas que persiste é a da obrigação
das organizações religiosas de pagarem imposto
sobre as prebendas [renda] dos pastores. Elas
entendem que a dívida é dos religiosos. A Receita
Federal, no entanto, já aplicou multas a igrejas
por ter um entendimento diverso do delas.
PORTA ABERTA
Fabio Wajngarten, atual comandante da Secom
(Secretaria Especial de Comunicação da
Presidência), voltará a se reunir com alguns dos
principais produtores de cinema e séries do país.
O encontro está agendado para a próxima terça
(13)
PRIMEIRO PASSO
No fim de julho, ele já havia jantado em SP com
Pedro Albuquerque, da Conspiração, Fabiano
Gullane, da Gullane Entretenimento, Beto Gaus,
da Pródigo, e Rodrigo Teixeira, da RT Features,
que mantém uma joint venture com o diretor
americano Martin Scorsese.
VOLTAGEM
O diálogo foi aberto depois de declarações de
Bolsonaro que causaram tensão. Entre outras
coisas, o presidente afirmou que os filmes
nacionais têm que passar por um “filtro” antes de
receberem autorização para captar recursos via
leis de incentivo.
LIVRO
A ideia é mostrar ao presidente a importância da
indústria do audiovisual, a pluralidade da
produção nacional e trabalhar para o
aperfeiçoamento da transparência na aplicação
dos recursos.
SOLTA O SOM
O apresentador Pedro Bial, a jornalista Maria
Prata, o cantor Chico César e a atriz Bárbara Luz
foram ao show “Claros Breus”, de Maria
Bethânia, no Credicard Hall, em São Paulo, na
sexta-feira (2). O músico Letieres Leite e Bob
Veloso, irmão da cantora, também passaram por
lá, assim como o cantor Tim Bernardes e a
empresária Jazzie Moyssiadis.
DOU-LHE UMA
A arrecadação do Fundo Nacional Antidrogas
(Funad) praticamente dobrou. Foram R$ 20,3
milhões no primeiro semestre de 2018. No
mesmo período de 2019, a cifra foi de R$ 39
milhões.
DOU-LHE DUAS
Desse total, cerca de R$ 18 milhões vêm da
venda de bens confiscados de traficantes de
drogas, segundo a Secretaria Nacional de
Políticas sobre Drogas (Senad).
DOU-LHE TRÊS
O órgão contabiliza 80 mil bens apreendidos, dos
quais 30 mil já podem ir a pregão. Neles constam
9.900 veículos, 459 imóveis, 25 aeronaves e
18.900 itens diversos, como celulares.
ACELERA
O Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a
multa aplicada ao governador João Doria (PSDB)
por ele usar o slogan “Acelera SP” quando era
prefeito da capital paulista.
BRECA
Em maio, a Justiça atendeu parcialmente a ação
do Ministério Público e determinou que Doria
pague 50 vezes o valor do salário que recebia na
prefeitura (R$ 24,1 mil). A defesa do governador
agora vai apelar à segunda instância.
Data: 06/08/2019
42
Grupo de Comunicação
É PIQUE
Músicos vão executar ao vivo uma releitura da
trilha sonora do filme “Trainspotting”, de Danny
Boyle, enquanto o longa é exibido na tela. A
sessão integra a programação dos 30 anos da
distribuidora Pandora Filmes, que ocorre de 11 a
18 de setembro no cinema Petra Belas Artes.
É PIQUE 2
Também haverá projeção de clássicos e filmes
inéditos no Brasil, como “Papicha”, de Mounia
Meddour, que passou no Festival de Cannes
deste ano. As exibições serão seguidas de
debates promovidos em parceria com a Abraccine
(Associação Brasileira de Críticos de Cinema).
À MESA
O ex-governador Geraldo Alckmin e a sua
mulher, Lu Alckmin, compareceram ao jantar
oferecido para o presidente da TV Cultura, José
Roberto Maluf, na sexta (2), na casa dos
advogados Nelson e Anne Wilians, em São Paulo.
O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr., e
o secretário de Justiça e Cidadania de SP, Paulo
Dimas Mascaretti, estiveram lá.
CURTO-CIRCUITO
O assador Jorge Boratto oferece jantar com o
chef Fábio Benedetti. Nesta terça (6), na BBQ
Farm, em Pinheiros.
A dupla de DJs Tropkillaz toca na festa em que a
Sephora lança novas marcas do portfólio. Nesta
terça (6), no Ilha, em SP.
A atriz Carolina Dieckmann estreia o show
“Karolkê” ao lado de Vinícius Feyjão . Nesta terça
(6), às 21h, no Teatro Porto Seguro.
Leonardo Coutinho lança o livro “50 Anos de
Viagens”. Nesta terça (6), na Livraria da Vila da
Lorena, às 18h30.
com BRUNA NARCIZO, BRUNO B. SORAGGI,
GABRIEL RIGONI e VICTORIA AZEVEDO
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabe
rgamo/2019/08/bolsonaro-deve-discutir-
reforma-tributaria-com-liderancas-
evangelicas.shtml
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Data: 06/08/2019
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Grupo de Comunicação
Terremoto de 5,8 é registrado na costa do
Nordeste; não há risco de tsunami
Epicentro foi a 163 quilômetros do arquipélago
de São Pedro e São Paulo.
Aliny Gama
MACEIÓ | UOL
Um terremoto de magnitude de 5,8 na escala
Richter foi registrado às 22h40 deste domingo
(4) no oceano Atlântico, com epicentro a 163
quilômetros do arquipélago de São Pedro e São
Paulo.
O conjunto de dez ilhotas fica localizado a 972
quilômetros de Natal (RN). Por ter ocorrido
próximo ao Nordeste, a possibilidade de um
tsunami atingir a região ficou entre os assuntos
mais comentados do Twitter de hoje. Entretanto,
especialistas consultados pelo UOL descartaram o
risco deste evento.
O epicentro do tremor ocorrido ontem está a 738
quilômetros da ilha de Fernando de Noronha, a
1.100 quilômetros do município de São Miguel do
Gostoso (RN), a 1.111 quilômetros de Natal (RN)
e a 1.295 quilômetros de Fortaleza (CE).
Segundo o LabSis (Laboratório Sismológico) da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
esse tipo de terremoto não gera tsunami porque
não houve movimento vertical das placas e a
magnitude também não tem potencial.
"Houve movimento transcorrente, no qual as
placas deslizaram gerando o terremoto. Esse tipo
de evento não gera tsunami porque não houve
movimento vertical do solo. Nesse caso, a
possibilidade de uma onda gigante é zero",
explica o geofísico Eduardo Menezes, do LabSis.
"Este tipo de movimento, mesmo no meio do
oceano, não vai gerar tsunami. Além disso, não
teve magnitude. Um tsunami requer um evento
de magnitude maior que 6.5 e 7, o que não foi o
caso", diz o coordenador do LabSis, Aderson
Nascimento.
Os dois especialistas afirmam que é comum a
ocorrência de terremotos na região entre os
oceanos Atlântico Sul e Norte porque há "bordo
do placa", que existe desde a formação do
planeta.
Eles observam que pelo horário do evento, se
tivesse gerado um tsunami, a onda gigante já
teria atingido o Nordeste.
MEDO DE TSUNAMI
O temor de um tsunami atingir o litoral do
Nordeste fez o assunto ser um dos mais
comentados no Twitter e outras redes sociais
hoje. Apesar do medo, internautas criaram
memes brincando com a história. "Devido à falta
de verbas, o evento tsunami no Nordeste foi
cancelado", escreveu Mara Câimbra.
"Gringos: meu Deus, risco de tsunami, os
brasileiros devem estar desesperados. Os
brasileiros:", escreveu outro internauta
mostrando imagens de memes.
Um terremoto de magnitude 6.0 registrado no
dia 5 de maio de 2011, ocorrido na mesma
região do tremor de ontem, criou boato de que
Natal iria ser atingida por uma onda gigante.
Centenas de banhistas saíram às pressas das
praias do Rio Grande do Norte com medo.
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/0
8/terremoto-de-58-e-registrado-na-costa-do-
nordeste-nao-ha-risco-de-tsunami.shtml
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Data: 06/08/2019
44
Grupo de Comunicação
ESTADÃO Aviões que vão cair
Discurso sobre a dívida pública vale para o meio
ambiente, mas não tem sido assim
Pedro Fernando Nery*, O Estado de S.Paulo
Temos uma contradição no governo: os
argumentos pela reforma da Previdência
contrastam com os sinais da política ambiental. A
ênfase nas próximas gerações na condução da
política econômica, em particular a fiscal, é
deixada de lado na questão ambiental. “Filhos e
netos” apareceram recorrentemente nas falas do
ministro Paulo Guedes, corretas na defesa da
uma reforma da Previdência. São esquecidos nos
discursos oficiais sobre meio ambiente.
“Vocês vão derrotar seus filhos e netos”, urgiu
Guedes sobre a reforma. A resistência a ela foi
comparada a saltar de paraquedas de um avião
sem combustível, mas deixando os jovens no
avião que vai cair no oceano. Frequentemente,
falou-se em libertação dessas gerações: vez de
uma armadilha, vez de uma maldição. “Estamos
ao lado das gerações futuras. Quem votar contra
está contra elas e a favor do colapso”. Nosso
egoísmo e incapacidade de fazer sacrifício
condenariam nossos filhos e netos.
O discurso para o endividamento público vale
para o meio ambiente, mas não tem sido assim
no atual governo. É preciso ressaltar que é
falaciosa a dicotomia entre crescimento
econômico e preservação. Contrariamente ao
senso comum, a teoria econômica não prescreve
a degradação ambiental em benefício do PIB,
precisamente porque mais destruição hoje pode
ser menos PIB amanhã.
O americano Tyler Cowen, em um dos melhores
livros de economia dos últimos anos, nos impele
a ter como objetivo a maximização da taxa de
crescimento de longo prazo: “Devemos proteger
o meio ambiente o suficiente para preservar e na
verdade ampliar o crescimento econômico no
futuro mais distante”.
Não é incompatível tratar de meio ambiente na
análise econômica, porque esta não é centrada
apenas no presente. De fato, cursos de
macroeconomia de mestrado e doutorado se
dedicam a estudar o chamado “modelo de
gerações sobrepostas” e a alocação de recursos
entre gerações. O Prêmio Nobel de 2018 foi dado
a dois estudiosos do crescimento econômico, Paul
Romer e William Nordhaus – este por sua
pesquisa na área ambiental. Foi expressamente
um Nobel pelo crescimento “sustentado e
sustentável”.
Especificamente para a situação do Brasil, na
coluna de Fernando Dantas Meio ambiente é
capitalismo, os gigantes Sandra Rios e Claudio
Frischtak já mostraram como a economia pode
sofrer, das negociações comerciais aos
investimentos estrangeiros em infraestrutura. Já
o FMI calcula que a economia brasileira é uma
das que mais sofrerão com a mudança climática,
ficando atrás apenas das de Índia, Sudeste
Asiático e África Ocidental (enquanto Canadá,
Rússia e escandinavos se beneficiariam).
O paradoxo do apreço pelas gerações futuras na
questão da dívida e seu menosprezo na retórica
ambiental surge com sinal trocado na oposição.
Uns negam a mudança climática, outros negam o
déficit da Previdência. Cada um dos extremos
obscurantistas tem um negacionismo para
chamar de seu. Só que ambas as agendas
deveriam ser orientadas pelo mesmo princípio da
precaução.
De fato, reforma da Previdência e política
ambiental enfrentam dificuldades políticas bem
descritas pela “lógica da ação coletiva”: seus
benefícios são difusos e suas perdas são
concentradas. Perdedores se organizam para
bloquear mudanças, beneficiados não fazem
lobby. Em ambas as questões, os maiores
beneficiados vão estar no futuro. Não têm como
competir na arena política do presente.
Como contornar essa lógica? Qual a solução para
as gerações mais jovens? O filósofo William
MacAskill, de Oxford, sugere em artigo recente
que o peso do voto de cada eleitor seja
inversamente proporcional à sua idade: quanto
mais jovem o cidadão, por mais tempo sofrerá o
impacto por escolhas curtoprazistas como as que
elevam a dívida ou a temperatura do planeta. No
Brasil, o professor Marcelo Neri defendera que
mães possam votar por suas crianças.
Outra saída poderia ser via Judiciário. Em tese,
os direitos difusos da população são
representados pelo Ministério Público. Mas se o
órgão faz um belo trabalho na área ambiental, é
autorreferenciado e corporativista na questão
Data: 06/08/2019
45
Grupo de Comunicação
fiscal. A leitura seletiva da Constituição ignora o
princípio do equilíbrio atuarial na Previdência e a
regra de ouro, que impede o endividamento da
geração atual sem legado para as gerações
futuras.
A inspiração pode vir dos Estados Unidos, em que
pais e organizações da sociedade civil apoiaram o
barulhento processo Juliana v. United States. Na
ação, menores de idade buscam na Justiça a
garantia de seus direitos, ameaçados pela
geração atual via mudança climática. Quantos
aviões sem combustível estamos lançando sobre
o oceano?
*Doutor Em Economia E Consultor Legislativo
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,a
vioes-que-vao-cair,70002956300
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Data: 06/08/2019
46
Grupo de Comunicação
Ainda lidamos com o lixo como na Idade
Média
Produtos de papel têm origem sustentável e
podem retornar à cadeia produtiva
Paulo Hartung*, O Estado de S.Paulo
06 de agosto de 2019 | 03h00
Cada vez mais se fala de bioeconomia e consumo
sustentável. Esse novo paradigma é uma
demanda que o mundo impõe à nossa geração, a
última capaz de empreender ações para
efetivamente diminuir o aquecimento global.
Nossos netos e o mundo exigem
comportamentos mais sustentáveis e isso passa
pela adoção do consumo responsável.
A bioeconomia exige consumidores mais
conscientes. Entender as nossas necessidades e
estudar melhor os produtos que serão adquiridos.
Essa nova dinâmica impulsiona a utilização de
fontes renováveis e biodegradáveis nos produtos
e nas embalagens. Esse caminho ganha impulso
importante a partir das regulações estabelecidas
em alguns países, como Reino Unido, Suíça,
China, Índia, e até em cidades brasileiras que
restringem materiais de recursos não renováveis.
O consumidor passa a entender que a escolha na
gôndola é muito importante e busca produtos de
base biológica, produzidos a partir de recursos
renováveis.
Ao empoderar o consumidor da sua
responsabilidade, outra etapa importante, que
muitas vezes fica longe da atenção de todos,
ganha espaço, o descarte. Não podemos
continuar descartando o lixo que produzimos
como se fazia na Idade Média, colocando-o em
ruas ou a céu aberto, ignorando as
consequências desse gesto danoso e
ultrapassado.
Diante da poluição global causada pelos resíduos
sólidos, principalmente os provenientes dos
polímeros derivados do petróleo, a adoção de
melhores práticas e a migração para produtos de
base renovável são o caminho. Produtos de papel
têm origem sustentável e podem retornar à
cadeia produtiva, mas também são facilmente
compostáveis, sendo biodegradáveis em poucos
meses.
Para incentivar que haja o correto descarte e os
produtos não sejam enviados para aterros,
quando poderiam ser reciclados, as indústrias
investem no desenvolvimento da infraestrutura
de coleta seletiva e nas cooperativas, na
adaptação do seu parque fabril para a
incorporação de fibras recicladas, e na educação
ambiental das comunidades do entorno da sua
operação. Só a Klabin, por exemplo, investiu
cerca de R$ 400 milhões em aumento de
capacidade de produção de papel reciclado, na
cadeia de catadores e aparas e em educação
ambiental.
O resultado é que o Brasil figura entre os maiores
recicladores de papel do mundo, com 5,1 milhões
de toneladas retornando ao processo produtivo
por ano. A taxa de recuperação estimada é de
68%. De todo o lixo que é enviado para aterro
normal, 13% ainda são papel. Apesar de uma
participação relativamente baixa, o setor acredita
que esse desempenho poderia ser melhor.
Muitos produtos de papel, que poderiam ser
reciclados, não são destinados a esse fim. Por
exemplo, aquela caixa da embalagem de
bombons que tem origem sustentável pode e
deve ter uma destinação correta, assim como
caixas de leite, caixas de pizza (com atenção
para as partes engorduradas, que não podem ser
misturadas ao material reciclável) e outros
produtos que estão no dia a dia e têm potencial
para retornar à cadeia produtiva.
Mas nessa construção de corresponsabilidades
não são apenas os consumidores e a indústria
que estão envolvidos. É preciso entender que
outros atores participam, como o poder público,
o varejo e os importadores. Todos têm sua
parcela de participação, ou ao menos deveriam
ter. Nesse quesito, políticas públicas são
imprescindíveis. Hoje, poucas são as cidades dos
5.570 municípios que fazem coleta seletiva. E a
discussão da responsabilidade das importadoras
ainda está em construção.
A bioeconomia é uma visão de futuro que requer
o envolvimento e o amadurecimento de todos os
participantes, além de trazer novos modelos
econômicos, exigindo alta produtividade,
tecnologia e inovação. E novamente o setor de
florestas plantadas está trabalhando nesse
sentido, com pesquisa e desenvolvimento. Um
exemplo disso é a tecnologia em
desenvolvimento de extração de celulose
nanocristalina (CNC), produzida a partir de fontes
renováveis para criar soluções de embalagens de
papel mais sustentáveis e com barreiras
Data: 06/08/2019
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Grupo de Comunicação
biodegradáveis, ou seja, papéis e embalagens
ainda mais resistentes e 100% recicláveis. O
segmento também tem investido em novas rotas
tecnológicas para aproveitamento integral da
madeira, não somente para a produção de
celulose, papel e energia, mas para usos dos
demais componentes da madeira, como resinas e
lignina em bases químicas renováveis,
biodegradáveis e compostáveis.
Os produtos de base biológica, produzidos a
partir de recursos renováveis, ganham espaço e
são considerados o melhor e mais racional uso do
capital natural disponível. Sabemos que o papel,
em suas diversas utilizações, e os produtos de
origem de árvores cultivadas serão
protagonistas.
A cultura do consumo e o modo de vida baseado
em extrair, produzir e descartar têm impactado
negativamente o planeta. O Acordo de Paris, que
foi aprovado por 195 países, incluído o Brasil, é
um reconhecimento desse fato e busca fortalecer
a resposta global à ameaça da mudança do
clima, reduzindo emissões de gases de efeito
estufa e investindo no desenvolvimento
sustentável.
Essa consciência extrapolou o espaço técnico e já
pode ser vista nas megatendências planetárias,
com a sociedade pautando escolhas por um
mundo mais sustentável. Vemos isso nas
preocupações crescentes de marcas globais com
produtos mais amigos do meio ambiente, como
McDonald’s, Coca-Cola, Pepsico e Nestlé.
Está mais do que na hora de todos incentivarem
a consolidação desse modelo econômico que
utiliza matéria-prima renovável e de baixa
emissão de carbono. E convocar todos a serem
responsáveis por sua parcela nessa nova
realidade, investindo em consumo sustentável e,
na outra ponta, praticar o descarte responsável,
muito, muito distante das feições medievais que
ainda caracterizam a destinação de lixo em nosso
país.
*Economista, presidente da indústria brasileira
de árvores (ibá), foi governador do Espírito Santo
(2003-2010/2015-2018)
https://opiniao.estadao.com.br/noticias/espaco-
aberto,ainda-lidamos-com-o-lixocomo-na-idade-
media,70002956243
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Data: 06/08/2019
48
Grupo de Comunicação
Brasil e Paraguai: Itaipu
Rogério Tadeu Romano*
A Itaipu é uma usina hidrelétrica binacional
localizada no Rio Paraná, na fronteira entre o
Brasil e o Paraguai. A barragem foi construída
pelos dois países entre 1975 e 1982, período em
que ambos eram governados por ditaduras
militares. O nome Itaipu foi tirado de uma ilha
que existia perto do local de construção.
Em levantamento de atos administrativos a
respeito da natureza jurídica da empresa Itaipu
Binacional, no sentido da sua exclusão da
classificação como empresa pública para os fins
do decreto-lei 200/1967, colacionamos os
seguintes atos: Parecer L-208, de 22.9.1978 –
Consultoria-Geral da República; Parecer FC-27,
de 9.3.1990 – Consultoria-Geral da República;
Parecer GQ-16, de 29.4.1994 – Advocacia-Geral
da União, Decisão do Tribunal de Contas da
União sobre o Controle dos Atos de Gestão da
Itaipu; Acórdão 279/95 do TCU, referente à
Tomada de Contas 003.064/93-0; Acórdão
1.477/2008 do TCU, referente à Tomada de
Contas 015.096/2008-3.
Nas ações ordinárias 1904, 1905 e 1957, objeto
de Relatoria do ministro Marco Aurélio, temos a
seguinte lição:
“A Itaipu Binacional foi criada pelo Tratado
internacional celebrado em 26 de abril de 1973
entre a República Federativa do Brasil e a
República do Paraguai. Conhecido como Tratado
de Itaipu, o acordo foi devidamente aprovado
pelo Congresso Nacional, por meio do Decreto
Legislativo 23/1973, promulgado pelo Presidente
da República, por intermédio do Decreto
72.707/1973, e passou, então, a integrar o
direito positivo brasileiro. O mesmo ocorreu no
Paraguai, onde o tratado foi aprovado e ratificado
mediante a Lei paraguaia 389/1973.
A finalidade da Itaipu Binacional, de acordo com
o art. I do Tratado é realizar o aproveitamento
hidrelétrico dos recursos hídricos do Rio Paraná,
pertencentes em condomínio aos dois países e,
para o alcance desta finalidade, foi a empresa
binacional criada em igualdade de direitos e
obrigações, preceituando o art. III do Tratado
que:
Artigo III
As Altas Partes Contratantes criam, em igualdade
dedireitos e obrigações, uma entidade binacional
denominada ITAIPU, com a finalidade de realizar
o aproveitamento hidrelétrico a que se refere o
Artigo I.
Parágrafo 1º – A ITAIPU será constituída pela
ELETROBRÁS e pela ANDE, com igual
participação no capital, e reger-se-á pelas
normas estabelecidas no presente Tratado, no
Estatuto que constitui seu Anexo A e nos demais
Anexos.
Parágrafo 2º – O Estatuto e os demais Anexos,
poderão ser modificados de comum acordo pelos
dois Governos.
A sua constituição orgânica e funcional faz-se
pela participação da Eletrobrás e da Ande na
composição, em termos igualitários, do capital de
Itaipu. Neste caráter societário é que o Estatuto
tem ambas empresas como partes da Itaipu
Binacional (art. I e III), sem que isso afete a
especificidade da natureza jurídica da entidade
binacional.
Quanto ao regime jurídico estabelecido nas
normas do Tratado e seus Anexos, é de se
destacar, notadamente, o Estatuto de Itaipu
(Anexo A), que só pode ser alterado, de comum
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acordo, pelos Estados Partes (art. III, §§ 1° e 2°,
art. VI, do Tratado de Itaipu).
O Estatuto da Itaipu dispõe que a empresa
binacional tem capacidade jurídica, financeira e
administrativa, bem como responsabilidade
técnica, para estudar, projetar, dirigir e executar
as obras que tem por objeto, bem como pô-las
em funcionamento e explorá-las. Decorrente
desses atributos e para o efeito de dar-lhes
cumprimento, a entidade poderá adquirir direitos
e contrair obrigações (art. IV).
Além disso, o estrito critério igualitário, que
preside, em todos os momentos, a sua
composição e estrutura, se traduz, também, em
que os órgãos da administração da Itaipu
Binacional sejam integrados por igual número de
nacionais de ambos os países e, a exemplo de
similares no plano internacional, tenham duas
sedes, de igual categoria e importância, em
Brasília e em Assunção, sem que desta peculiar
circunstância resulte a quebra da unidade
institucional (Tratado de Itaipu, art. IV).
A Itaipu Binacional é, portanto, um organismo
internacional privado, dotado de natureza
empresarial, surgido de um tratado e com plena
capacidade de direito internacional. Como afirma
Francisco Rezek, Itaipu, é, com efeito, uma
pessoa jurídica de direito privado binacional.1
Apresenta, contudo, duas peculiaridades que se
destacam. A primeira, é que não se trata de um
tratado multilateral, mas celebrado entre dois
Estados soberanos, que constituem entidade
binacional, a partir da participação, em igualdade
de capital, de duas empresas de nacionalidade
distintas, a ELETROBRÁS – Centrais Elétricas
Brasileiras S.A e a ANDE – Administración
Nacional de Eletricidad, entre as quais não há
posição jurídica sobranceira, mas de
equivalência, ou seja, trata-se, como o próprio
tratado afirma, de uma binacional. A segunda,
decorrente da primeira, é que não existe cisão da
entidade. As duas empresas nacionais se unem
para formar uma terceira, a Itaipu Binacional. E
permanecem com personalidade jurídica própria
na respectiva atuação empresarial no âmbito da
economia interna do país de origem.
Consequentemente, não há falar em: a) dupla e
cindida administração, mas em unicidade; b) em
impossibilidade de controle, nos limites da
legislação de cada uma das altas partes….
Brasil e Paraguai livremente assinaram os termos
do acordo, que faz lei entre as partes – princípio
pacta sunt servanda.
Ocorre que, assim o fazendo, ambos os Estados
abriram mão de parcela de suas competências,
dentre as quais, a de contratar empregados nos
moldes das respectivas legislações internas. Não
há razões, portanto, para fazer prevaler um ou
outro – brasileiro ou paraguaio – regime jurídico.
Como afirmado no Parecer L-208, de 22.9.1978
da Consultoria- Geral da República:
Deveras: parece por inteiro prescindível
fundamentar alongadamente a asserção, pois é
perceptível a todas as luzes que a lei nacional de
um país não se pode irrogar a força de reger
entidade nascida da vontade conjunta de dois
países, além de que não editada em vista disto.
São os termos do tratado bem como os princípios
jurídicos conviventes com a autonomia das
partes e dessumíveis do acordo que podem
regular as situações não previstas
explicitamente.”
Assim desde 1973, Brasil e Paraguai mantêm o
compromisso de adquirir o total da potência
instalada da Usina de Itaipu, conjunta ou
separadamente. Toda eletricidade produzida é
partilhada igualmente, mas o tratado permite
que um país possa vender ao outro aquilo que
não utilizar para o próprio consumo. O Paraguai
consome apenas 15% do que tem direito e vende
o restante ao Brasil.
No dia 24 de maio deste ano, em Brasília,
diplomatas e técnicos dos dois países definiram
um pré-acordo sobre as condições de
remuneração de Itaipu até a revisão dos
contratos em 2023. O Paraguai aceitou, para
essa etapa, um encargo adicional de quase US$
50 milhões anuais, limitado à variação de
consumo (máximo de 6%). Durante dois meses,
esse pré-acordo foi mantido em sigilo. Revelado
na semana passada, deu margem à interpretação
de um entendimento lesivo aos interesses
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nacionais do Paraguai. A oposição local,
majoritária no Legislativo, exigiu a revogação do
compromisso e acusou o governo de Abdo
Benítez de ter cometido crime de lesa-pátria.
Abriu-se uma crise com protestos nas ruas,
inclusive em frente à embaixada do Brasil. No
Senado e na Câmara, em Assunção,
prevaleceram evocações à Guerra da Tríplice
Aliança (1864-1870), travada e perdida contra
Brasil, Argentina e Uruguai. O chanceler e as
equipes diplomática e técnica envolvidas na
negociação renunciaram. Oposicionistas
avançaram na ideia de um pedido de
impeachment do presidente e do seu vice Hugo
Velázquez, envolvido nas negociações.
No caso presente há a discussão sobre o mais
recente acordo entre Brasil e Paraguai, que, de
forma clara, se afiguraria como desproporcional
ao interesse do Paraguai.
O novo chanceler paraguaio, Antonio Rivas
Palacios , anunciou nesta quinta-feira o
cancelamento da ata diplomática que deflagrou
uma grave crise política em Assunção e pôs o
presidente Mario Abdo Benítez sob ameaça de
impeachment . De acordo com a Chancelaria
paraguaia, a decisão foi comunicada ao
embaixador brasileiro Carlos Simas Magalhães.
Na ata, o governo paraguaio havia concordado
em pagar mais pela energia da hidrelétrica
binacional de Itaipu.
“A Alta Parte Contratante paraguaia comunicou
sua decisão unilateral e soberana de deixar sem
efeito a Ata Bilateral de 24 de maio de 2019”, diz
o documento paraguaio, que foi assinado pelo
embaixador brasileiro. Segundo a Chancelaria do
país vizinho, Brasil e Paraguai determinaram que
as instâncias técnicas de Itaipu redefinam o
cronograma de energia a ser contratada pela
Eletrobras e pela Ande (estatal de energia do
Paraguai) no período entre 2019 e 2022.
Foi justamente a pressão brasileira para que o
Paraguai declarasse uma contratação maior da
energia dita “garantida”, deixando de contar com
a chamada “energia excedente”, bem mais
barata, que levou ao acerto de maio e à crise
política que ele provocou. De acordo com
técnicos paraguaios, os gastos do país
aumentariam em ao menos US$ 200 milhões
anuais.
Agiu bem o governo brasileiro, pelo ministério
das relações exteriores, ao, em diligente
conduta, concordou com a proposta de Abdo
Benítez de revogar o acordo. Em ação
coordenada com os Estados Unidos, atuou
diplomaticamente para atenuar a crise, alertando
sobre riscos de desrespeito à Constituição e até
acenando com a cláusula de salvaguardas
democráticas do Tratado do Mercosul.
Entenda-se bem: não se trata de anulação, que
envolve vícios no ato administrativo celebrado,
mas de revogação, que envolve, sem dúvida,
desconstituição do ato administrativo, por razões
de conveniência e oportunidade administrativa.
Trata-se de rediscutir o mérito do ato
administrativo, a partir de seus motivos e
objetos, que são reconsiderados. Não se trata
apenas de um ato político, mas de um ato de
correta administração.
*Rogério Tadeu Romano, procurador Regional da
República aposentado. Professor de Processo
Penal e Direito Penal. Advogado
https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-
macedo/brasil-e-paraguai-itaipu/
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VALOR ECONÔMICO Combustíveis terão venda direta
Por Lu Aiko Otta | De Brasília
O governo pretende aplicar um "choque de
concorrência" para reduzir o preço dos
combustíveis no país. Relatório elaborado pelo
Ministério da Economia recomenda que
atacadistas e usinas sejam autorizados a vender
combustíveis diretamente aos postos. As
sugestões foram apresentadas à Agência
Nacional de Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP), que deverá decidir sobre
elas até o início de outubro.
A venda direta de etanol, porém, está
condicionada a uma alteração na lei do
PIS/Cofins, segundo informou ao Valor o
secretário de Advocacia da Concorrência e
Competitividade do Ministério da Economia,
César Mattos. A operação só será autorizada
depois que a cobrança do tributo tornar-se
monofásica, ou seja, com o recolhimento na
etapa de produção do total do tributo devido por
toda a cadeia.
As recomendações constam de um documento da
Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e
Competitividade (Sepec). O documento servirá
de base à decisão da agência reguladora. Outras
medidas destinadas a aumentar a concorrência
no mercado de combustíveis estão em discussão
em um grupo de trabalho ministerial.
https://www.valor.com.br/brasil/6378949/combu
stiveis-terao-venda-direta
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Data: 06/08/2019
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Venda direta de etanol a posto será
estudada
Por Lu Aiko Otta | De Brasília
O governo discute um "choque de concorrência"
que poderá reduzir o preço dos combustíveis no
Brasil. Relatório elaborado pelo Ministério da
Economia recomenda que atacadistas e usinas
sejam autorizados a vender combustível
diretamente aos postos. As sugestões foram
enviadas à Agência Nacional de Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis (ANP), que deverá
decidir sobre elas até o início de outubro.
A venda direta de etanol, porém, não tem data
para ser implantada, caso a agência decida pela
adoção da medida. Ela está condicionada a uma
alteração na lei do PIS-Cofins, segundo informou
ao Valor o secretário de Advocacia da
Concorrência e Competitividade, César Mattos. A
operação só será autorizada depois que a
cobrança do tributo tornar-se monofásica, com o
recolhimento, na etapa de produção, do tributo
devido em toda a cadeia.
As recomendações constam de documento da
Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e
Competitividade (Sepec) que analisou, sob o
ponto de vista da concorrência, quatro medidas
da esfera de responsabilidade da ANP discutidas
no Conselho Nacional de Política Energética
(CNPE). O parecer é favorável a todas elas.
O documento do Ministério da Economia servirá
de base à decisão da agência reguladora. Outras
medidas destinadas a aumentar a concorrência
no mercado de combustíveis estão em discussão
em um grupo de trabalho ministerial.
A primeira medida recomendada é permitir que
atacadistas de combustíveis concorram com
distribuidoras. Hoje, eles não podem vender
gasolina comum, etanol ou gás de cozinha, por
exemplo, aos postos. É uma situação que existe,
por exemplo, nos EUA. Lá atuam os chamados
"jobbers", que podem comprar de refinarias e
importadores e vender gasolina aos postos,
concorrendo com as distribuidoras.
A segunda medida é a possibilidade de usinas
venderem etanol diretamente a revendedores e
varejistas. "A alternativa tornaria a usina rival da
companhia de distribuição de combustível líquido
no fornecimento de etanol aos postos de
combustíveis", diz o relatório elaborado pela
Sepec.
O documento observa que a proibição à venda
direta de etanol não está em lei, e sim em
normativos da ANP. Segundo os técnicos, não
haveria problema em controlar a qualidade do
etanol, uma vez que é possível atribuir às usinas
as mesmas obrigações hoje aplicadas às
distribuidoras.
No entanto, seria necessário alterar a tributação
do PIS-Cofins. O recolhimento em um único elo
da cadeia tornaria a fiscalização mais simples
para a Receita Federal, explicou Mattos.
A venda direta poderia reduzir em 47% o custo
de logística do etanol no Estado de São Paulo,
aponta estudo citado no relatório da Sepec. O
impacto no preço final seria da ordem de 3%. No
entanto, observa o relatório, o mesmo estudo
aponta a necessidade de investimentos em
infraestrutura de armazenagem. Dessa forma,
não haveria impacto curto prazo.
A terceira medida avaliada pela Sepec é o fim da
fiscalização, pela ANP, da origem do combustível
adquirido por postos de bandeira. Hoje, um posto
que use a marca BR, por exemplo, precisa
comprar o combustível da distribuidora BR. Isso
é fiscalizado pela agência reguladora.
Os técnicos avaliam que a agência deveria
concentrar-se em outras atividades, como
fiscalizar a qualidade dos combustíveis, em vez
de monitorar o cumprimento de contratos entre
privados. O documento ressalva que não se trata
de proibir a exclusividade, e sim de retirar a
tutela do governo sobre essa relação.
Não há diferença de conformidade nos produtos
comercializados em postos com bandeira e
aqueles sem bandeira, aponta o relatório da
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Sepec. Os desempenho é "bastante similar",
afirma.
O quarto ponto é a melhora na prestação de
informações aos consumidores sobre preços
cobrados nos postos. Com as novas tecnologias,
há condições de colher informações mais
detalhadas e em tempo real. Uma possibilidade,
disse o secretário, é haver aplicativos mostrando
os preços cobrados nos postos próximos ao
consumidor.
https://www.valor.com.br/brasil/6378923/venda-
direta-de-etanol-posto-sera-estudada
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Data: 06/08/2019
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Governos locais devem levar R$ 21 bi em
megaleilão
Por Mariana Muniz | De Brasília
O secretário especial de Fazenda do Ministério da
Economia, Waldery Rodrigues, voltou a afirmar
que a União vai ceder a Estados e municípios
cerca de R$ 20,9 bilhões oriundos do megaleilão
do pré-sal. A declaração foi feita durante
audiência de conciliação realizada ontem pelo
Supremo Tribunal Federal (STF) com Estados e
União para tratar da Lei Kandir.
"Estamos falando de 30% do líquido a receber
pela União. A União tem bônus de assinatura na
magnitude de R$ 106,6 bilhões, estimados para o
fim do ano. O recebimento será após pagamento
da Petrobras na ordem de R$ 33,6 bilhões.
Desses, sobram R$ 72 bilhões, para o qual nós
acordamos com governadores e representantes
dos municípios: uma partilha de 15% desse
líquido para Estados e 15% para União", explicou
Rodrigues.
De acordo com o secretário, esse foi um
movimento que partiu do Poder Executivo. "Só
nesse movimento a gente está cedendo de
receita primaria da União cerca de R$ 20,9
bilhões para os Estados", afirmou Waldery. "Essa
colocação é solidária dado o fortíssimo estresse
fiscal dos Estados", completou.
A audiência realizada no Supremo foi convocada
pelo ministro Gilmar Mendes, relator da ação em
que Estados questionam a Lei Kandir, que
desonera exportações de produtos primários de
ICMS. Além de Rodrigues, participam da
audiência representantes de 16 Estados,
incluindo o governador de Minas Gerais, Romeu
Zema (Novo), e o secretário do Tesouro
Nacional, Mansueto Almeida.
https://www.valor.com.br/brasil/6378917/govern
os-locais-devem-levar-r-21-bi-em-megaleilao
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Data: 06/08/2019
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Petrobras muda a regra para reajuste do
gás
Por André Ramalho | Do Rio
A Petrobras anunciou ontem uma nova política de
preços para o gás liquefeito de petróleo (GLP) de
uso residencial, conhecido como gás de cozinha,
comercializado em embalagens de até 13 quilos
(P-13). A estatal passará a trabalhar com
reajustes sem periodicidade definida e com base
no preço de paridade de importação (PPI). Com
as mudanças, a companhia aproxima os preços
do P-13 do GLP de uso empresarial.
O efeito imediato para o mercado será de queda
nos preços, já que a companhia reduziu ontem
em 13,4% o preço do GLP de uso industrial e em
8,2% o do gás de cozinha. O impacto para o
consumidor final, contudo, depende do tamanho
- e da velocidade - do repasse do reajuste por
distribuidores e revendedores.
Até então, para amenizar o impacto da
volatilidade do mercado internacional sobre os
preços internos, a Petrobras adotava reajustes
trimestrais. O preço do P-13 era fixado com base
na média da cotação internacional e do câmbio
nos últimos 12 meses. À referência do mercado
europeu, a petroleira acrescentava uma margem
de 5%. A partir de agora, os preços do P-13
serão reajustados de forma similar ao GLP
vendido para a indústria e comércio. Ou seja,
com base na referência internacional, acrescidos
dos custos do frete marítimo, despesas internas
de transporte, e uma margem para remuneração
dos riscos inerentes à operação.
Segundo a Petrobras, o gás de cozinha e o GLP
de uso empresarial passam a ter um alinhamento
maior, embora mantida a diferenciação de preços
prevista na Resolução 4/2005 do Conselho
Nacional de Política Energética (CNPE).
https://www.valor.com.br/brasil/6378937/petrob
ras-muda-regra-para-reajuste-do-gas
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Data: 06/08/2019
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Mineradoras questionam ideias para
garimpo
Por Francisco Góes | Do Rio
A defesa veemente da atividade garimpeira pelo
presidente Jair Bolsonaro preocupa segmentos da
mineração - em especial o da pesquisa -, que
ainda não sabem o que esperar ao certo das
iniciativas do governo sobre o tema. O Ministério
de Minas e Energia (MME) discute a
regulamentação da mineração em terras
indígenas a partir do que foi estabelecido na
Constituição Federal de 1988. O artigo 231 da
Constituição permite a atividade mineral em
áreas indígenas desde que haja autorização do
Congresso Nacional e mediante consulta às
comunidades.
"Somos técnicos, o discurso é enfrentar o
problema e não fechar os olhos. Queremos o
melhor resultado possível", disse ao Valor
Alexandre Vidigal, secretário de geologia,
mineração e transformação mineral do MME.
Vidigal disse que existe recomendação de 2017
do Tribunal de Contas da União (TCU) para se
buscar a regulamentação do artigo 231 da
Constituição e acrescentou que o trabalho
também é feito sob a orientação de Bolsonaro. O
presidente disse ao jornal "O Globo" que quer
criar "pequenas Serras Peladas" para serem
exploradas por grupos estrangeiros e por
indígenas. Pesquisa do Datafolha mostrou que
86% dos brasileiros discordam da exploração
mineral em terras indígenas.
Serra Pelada, no sudeste do Pará, tornou-se
conhecida, nos anos 1980, pela migração em
massa de garimpeiros para a região. Essa
"corrida" pelo ouro criou problemas ambientais e
sociais. Em debate na GloboNews, Vidigal
afirmou que uma ideia seria lançar editais sobre
áreas de mineração específicas a serem
exploradas em processos nos quais as
comunidades indígenas seriam ouvidas e, depois,
o tema seria submetido ao Congresso, para se
obter a autorização.
Na indústria mineral, há quem reconheça as boas
intenções de Vidigal, mas desconfie que o projeto
conduzido pelo MME pode não "casar" com as
ideias de Bolsonaro. "Os mineradores não são
contra a legalização do garimpo. Não sabemos
ainda se concordamos com a legalização, nos
termos que o nosso presidente defende, pois
ainda não sabemos as bases e premissas dele,
mas esperamos que estas sejam em consonância
com as normas vigentes, para o melhor
aproveitamento dos recursos minerais, a
preservação do ambiente, trazendo assim o
desenvolvimento para o nosso país", disse a
Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa
Mineral (ABPM).
O presidente da ABPM, Luis Maurício de Azevedo,
disse que as mineradoras pagam taxas e
impostos enquanto muitos dos garimpeiros não
pagam nada. Especialistas afirmam que existem
três tipos de garimpeiros no país: os ilegais, os
ilegais que têm potencial de regularização e os
legalizados. Apesar das proibições, existem
atividades de garimpo ilegal em áreas de
conservação ambiental e em reservas indígenas.
Vidigal disse que, em agenda em Roraima neste
ano, o ministro de Minas e Energia, Bento
Albuquerque, foi procurado por indígenas
interessados na mineração. "Queremos enfrentar
o problema, mas não se trata de dar salvo-
conduto", disse Vidigal.
Cálculos de especialistas indicam que no Pará -
onde se concentra o garimpo no país - existem
11 mil requerimentos de permissão de lavra
garimpeira (PLG) apresentados à Agência
Nacional de Mineração (ANM), responsável pela
concessão desses títulos. Até o momento a ANM
avaliou 1,8 mil desses requerimentos, mas não
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concedeu as outorgas por falta de licença
ambiental. Hoje a PLG vem acompanhada da
exigência de licença. Os pedidos de PLG se
concentram em ouro, diamante e cassiterita. O
Pará responde por mais de 80% dos
requerimentos de lavra garimpeira do Brasil,
segundo estimativas de especialistas.
A ABPM considera que, além do número elevado
de requerimentos, existe outro problema. Trata-
se da concentração de outorgas em poucas
pessoas físicas. "Existem duas pessoas físicas
'donas' de uma área [de garimpo] maior do que a
zona sul do Rio de Janeiro", disse Azevedo. Uma
PLG para pessoa física equivale a 50 hectares.
Há, segundo a ABPM, pessoas com cerca de cem
PLGs outorgadas, o que supera os 5 mil hectares.
A concentração, em poucas mãos, de títulos para
lavra garimpeira é ruim, segundo a entidade,
pois a PLG tem um tratamento diferenciado em
relação às atividades de pesquisa mineral feita
por empresas. O título não paga taxa de pesquisa
e exige licenciamento anual mais simples.
A ABPM também manifestou, recentemente,
preocupação com a edição da portaria nº 108 do
MME, que instituiu um grupo de trabalho para
estudar a possibilidade de simplificação do
regime de outorga de lavra garimpeira.
"Infelizmente esta é uma notícia que nos deixa
apreensivos. Todos do setor mineral sabem que o
garimpo deixou de ser uma 'resultante' social
para ser a fonte de trabalho escravo, degradação
ambiental, trabalho infantil, bolsões de pobreza,
e, infelizmente, são inúmeros os casos de
relações incestuosas de 'donos de garimpo' com
políticos e até de tráfico de drogas", disse a
ABPM em nota logo depois da publicação da
portaria nº 108, em julho.
Fontes próximas da ANM dizem que o trabalho do
grupo criado pela portaria se concentra na
revisão normativa da lavra garimpeira. O objetivo
é facilitar a regularização, pelo garimpeiro e fazer
com que esse procedimento possa ser feito on-
line. Também se estuda fazer o monitoramento
por satélite das áreas que são requeridas para o
garimpo. Um dos desafios é a fragilidade da
agência na fiscalização. Em Itaituba, no sudoeste
do Pará, a ANM tem dois servidores para cuidar
de dez mil solicitações de lavra garimpeira.
"Garimpeiros de Itaituba jogam um Brumadinho
por ano no rio Tapajós", disse fonte do setor,
referindo-se aos impactos ambientais do garimpo
ilegal.
Para o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram),
como a regulamentação da exploração mineral
em terras indígenas depende das autoridades
não cabe qualquer iniciativa por parte das
empresas do setor, a não ser "respeitar a
legislação" vigente. A entidade sugere que o
governo elabore mapeamento geológico para se
estabelecer possíveis ocorrências de minérios
nessas áreas. O Ibram reconhece, contudo, que
há ocorrências de garimpos ilegais nas terras
indígenas do Brasil, com danos ao ambiente e
riscos aos indígenas. "Enquanto isso, países
concorrentes em mineração, como Canadá e
Austrália, adotaram, há muitos anos, políticas
que permitem a atividade minerária nas terras
indígenas, que são consideradas exemplares." A
AngloGold Ashanti sinalizou que continuará a
investir onde tem operações. A empresa disse
que seus investimentos no Brasil estão
concentrados na expansão de suas minas em
Minas Gerais e Goiás (Colaborou Ana Paula
Machado, de São Paulo).
https://www.valor.com.br/brasil/6378931/miner
adoras-questionam-ideias-para-garimpo
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Consórcio e governo paulista tentam evitar
caducidade no Metrô
Por Taís Hirata | De São Paulo
Às vésperas de ter sua caducidade decretada, o
consórcio Move São Paulo (formado por
Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC) e o próprio
governo ainda tentam fechar um acordo para
vender a concessão da Linha 6-Laranja do Metrô
até a próxima terça-feira, dia 13 de agosto. No
entanto, analistas veem pouca chance de uma
operação se concretizar.
O grupo de empreiteiras assinou o contrato da
Parceria Público-Privada (PPP) no fim de 2013,
para construir e operar a linha, que ganhou o
apelido de "linha das universidades", por passar
por diversos campi da capital paulista. O trajeto
iria da estação São Joaquim (linha 1-Azul, no
centro) até Brasilândia (zona Norte). Eram
previstos investimentos de R$ 9 bilhões,
repartidos entre concessionária e Estado. No
entanto, as obras foram paralisadas em 2016,
com cerca de 15% de execução.
Agora, governo e empresas correm para costurar
um acordo e evitar a caducidade, que já foi
decretada no fim do ano passado, mas passa a
valer oficialmente só na semana que vem.
O grupo recebeu propostas de três grandes
grupos internacionais, segundo fontes. Os
proponentes se apresentaram há ao menos três
meses e já se reuniram com governo. A avaliação
é que os três interessados teriam fôlego para
fazer os investimentos exigidos no contrato.
A caducidade é considerada o pior cenário para
ambas as partes. Para o governo paulista,
atrasaria a realização das obras. Para as
empreiteiras controladoras da concessionária,
haveria o risco de, como punição, serem
impedidas de firmar novos contratos com poder
público. Além disso, se seguiria uma dura
discussão, em arbitragem, sobre a indenização a
ser paga pelos investimentos feitos e não
amortizados.
Para o secretário de Transportes Metropolitanos,
Alexandre Baldy, apesar de o prazo curto, o
governo não descarta a possibilidade de a venda
se efetivar. No entanto, ele ressalta que a
caducidade só será impedida caso o consórcio
apresente o contrato já assinado com o novo
investidor até o próximo dia 13.
Para analistas, uma venda da concessão a essa
altura é pouco provável, pelo investimento alto
necessário e pela situação jurídica do contrato,
que já teve sua caducidade decretada.
Além disso, está em curso uma disputa arbitral
entre concessionária e Estado que teria
prosseguimento mesmo com a venda.
A Move São Paulo pede reequilíbrio econômico-
financeiro porque o governo calculou mal as
desapropriações e acabou atrasando o
empreendimento. Por outro lado, a gestão
paulista cobra multas pelo atraso de obrigações
contratuais, já que as obras não foram
executadas - atropeladas pela Lava Jato, as
empresas perderam condições de contrair
financiamento.
A avaliação é que a disputa afasta os
interessados - embora no governo se admita
que, caso os controladores da concessão sejam
trocados, haveria uma disposição maior em
renegociar os termos.
Data: 06/08/2019
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Grupo de Comunicação
Independentemente do resultado, o governo
paulista já está pronto para retomar a concessão,
segundo Baldy. "Vamos delegar ao Metrô a
manutenção do que já foi construído, que é
pouco", afirmou o secretário. Em seguida, o
plano é fazer uma nova licitação para viabilizar a
construção e operação da linha.
"Desde janeiro, já encaminhamos o esboço de
um novo edital. É uma opção mais morosa.
Vamos receber de volta o ativo e fazer um
balanço do que de fato foi feito, quais as
condições, para então finalizar o edital", diz ele.
A partir da oficialização da caducidade, as
controladoras Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC
deverão ser alvo de um processo administrativo
para torná-las inidôneas. Com isso, as empresas
ficariam impedidas de assinar com o poder
público. Para um advogado especialista no setor,
caso esse cenário se concretize, deverá haver
uma discussão: seriam barrados contratos com o
Metrô ou com o todo o governo paulista?
Procurado, o consórcio preferiu não se
manifestar. Odebrecht, UTC e Queiroz Galvão
também não quiseram se pronunciar.
https://www.valor.com.br/empresas/6378751/co
nsorcio-e-governo-paulista-tentam-evitar-
caducidade-no-metro
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Data: 06/08/2019
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Grupo de Comunicação
Geração solar distribuída supera marco de 1
GW
Por Camila Maia e Rodrigo Polito | De São Paulo e
do Rio
A capacidade instalada de geração distribuída a
partir da fonte solar fotovoltaica superou 1
gigawatt (GW) no Brasil, segundo dados da
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Nesse tipo de geração, a energia pode ser
produzida remotamente, desde que dentro da
mesma área de concessão, ou diretamente na
unidade consumidora. A energia não consumida
imediatamente é injetada na rede, e
transformada em desconto na conta de luz.
No total, são 94,2 mil unidades de geração
instaladas no país, gerando créditos para 118 mil
unidades consumidoras. Neste, a capacidade
instalada desse tipo de geração subiu 70,9%. O
ritmo de crescimento acelerou neste ano diante
das discussões de mudanças nas regras para
geração distribuída. A expectativa é que as
alterações entrem em vigor no próximo ano, com
possível redução da atratividade dos
empreendimentos por meio da redução de
subsídios, o que fez com que muitos
consumidores antecipassem a decisão de investir
em módulos fotovoltaicos.
O presidente executivo da Associação Nacional
dos Consumidores de Energia (Anace), Carlos
Faria, disse esperar que a Aneel aperfeiçoe a
regulação relativa à geração distribuída GD para
que os usuários de projetos do tipo paguem pelo
uso da rede de distribuição no futuro. "Não dá
para não ter uma cobrança do fio para GD",
disse. Segundo Faria, hoje, o subsídio para quem
usa GD está em torno de R$ 400 mil. Mas, se
nada for feito, explicou, esse impacto pode
chegar a algo entre R$ 4 bilhões e R$ 5 bilhões,
em 2023.
Para Ronaldo Koloszuk, presidente do conselho
da Associação Brasileira de Energia Solar
Fotovoltaica (Absolar), o ritmo de crescimento da
geração solar distribuída seguirá acelerado
mesmo com uma eventual mudança nas regras.
"O que causa o crescimento não é apoio do
governo, mas a questão econômica. Houve uma
redução muito agressiva dos preços dos
componentes dos sistemas, principalmente os
módulos fotovoltaicos", afirmou. Segundo ele, a
marca de 1 GW é importante, mas ainda há
espaço para um crescimento substancial no país.
Minas Gerais é o Estado que concentra a maior
parte dos empreendimentos, tendo atingido 197
megawatts (MW), por meio de 19,6 mil
empreendimentos. Em seguida, aparece o Rio
Grande do Sul, com 159,4 MW em 13,5 mil
unidades. São Paulo é o terceiro Estado, com 127
MW e 16,3 mil instalações.
Segundo a Absolar, os consumidores residenciais
lideram a lista, com 73,8% do total. Em seguida,
aparecem setores de comércio e serviço, com
17,3%. A entidade calcula que os investimentos
em geração solar distribuída no país já somam
R$ 5,6 bilhões desde 2012, quando foram
definidas as regras para esse tipo de geração.
Acompanhando o crescimento da geração
distribuída, grandes empresas de geração de
energia tem apostado em projetos, como AES
Tietê, CPFL, EDP e Energisa. Na semana passada,
Furnas, controlada da Eletrobras, disse que está
investindo R$ 11,6 milhões na construção de três
usinas de 1 MW cada. O investimento é para
autoconsumo da companhia. Mas a estatal,
conhecida pelo seu parque hidrelétrico, quer
adquirir experiência para investir de forma mais
significativa no segmento solar no futuro.
https://www.valor.com.br/empresas/6378729/ge
racao-solar-distribuida-supera-marco-de-1-gw
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