Maggie Cox - [Aposta No Desejo] - Coração Marcado (Jessica 146.2)

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8/10/2019 Maggie Cox - [Aposta No Desejo] - Coração Marcado (Jessica 146.2) http://slidepdf.com/reader/full/maggie-cox-aposta-no-desejo-coracao-marcado-jessica-1462 1/81 Coração Marcado Brazilian Boss, Virgin Housekeeper Maggie Cox  As cicatrizes que Eduardo de Souza carregava sobre o corpo eram apenas lembranças visíveis das coisas que havia deixado para trás ao sair do Brasil. Sempre evitando a exposição pblica! ele pre"eria a companhia da solidão. Então! por que havia contratado uma empregada# Ele $amais resistira a uma beleza abandonada% &arianne 'oc()ood estava encantada com o acolhimento de seu che"e! por isso cedeu "acilmente * tentação de se aninharem seus braços. Eduardo! por+m! escondia segredos sombrios e! quando chegaram ao ,io de -aneiro! era apenas questão de tempo at+ que ela descobrisse a verdade... Digitalização: Ana Cris Revisão: Projeto Revisoras

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Coração MarcadoBrazilian Boss, Virgin Housekeeper

Maggie Cox

 As cicatrizes que Eduardo de Souza carregava sobre o corpo eram apenaslembranças visíveis das coisas que havia deixado para trás ao sair do Brasil. Sempreevitando a exposição pblica! ele pre"eria a companhia da solidão. Então! por que havia

contratado uma empregada# Ele $amais resistira a uma beleza abandonada% &arianne'oc()ood estava encantada com o acolhimento de seu che"e! por isso cedeu "acilmente *tentação de se aninharem seus braços. Eduardo! por+m! escondia segredos sombrios e!quando chegaram ao ,io de -aneiro! era apenas questão de tempo at+ que eladescobrisse a verdade...

Digitalização: Ana Cris

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Harlequin2011

Tradução Celina Romeu 

/B'01A23 S3B A13,23 13& 4A,'E5/06 E67E,,0SES 00 B.8.9S.*.r.l.7odos os direitos reservados. roibidos a reprodução! o armazenamento ou a

transmissão! no todo ou em parte.7odos os personagens desta obra são "ictícios. 5ualquer semelhança com pessoas vivas

ou mortas + mera coincid:ncia.

7ítulo original; 3<E,=/' >,EE?! 43/SE?EEE, <0=E1op@right CDC b@ ,ob@n 2onald

3riginalmente publicado em CDC por &ills Boon &oderna ,omance

7ítulo original; B,AF0'0A6 B3SS! 80,>06 43/SE?EEE,1op@right CCG b@ &aggie 1ox

3riginalmente publicado em CCG por &ills Boon &odem ,omance

 ArteH"mai de capa; nucleoHi designers associadosEditoração EletrInica; A B,E/JS SKS7E&

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CAPITULO UM

6ada a detinha! nem mesmo o clima que parecia vir diretamente da Sib+ria!pensou Eduardo. 6as ltimas tr:s semanas! passara a visitar a pequena cidade comercialhistXrica com mais "reqZ:ncia do que quando se mudara para a região Vostensivamente! atraído para certa exibição em andamento na pre"eitura V e não puderadeixar de notar a linda $ovem mida tocando seu violão na calçada $unto * rua e cantandotristes cançWes "olclXricas! que parecia saída direto das páginas de um romance de1harles 2ic(ens. 6ão teria pais ou pessoas que se importassem com ela# Aparentementenão...

Eduardo estava positivamente espantado por ela estar reduzida a ganhar a vidacantando nas ruas! em vez de num tipo de trabalho mais con"ortável. E! de repente!percebeu que ela tinha sido a primeira pessoa! em meses! a romper a muralha queconstruíra para proteger sua exist:ncia solitária V uma condição que havia começado at+mesmo antes de ele chegar * 0nglaterra! vindo do Brasil! e ter tomado a decisão impulsivade morar lá.

Bem... os acontecimentos turbulentos dos ltimos dois anos decerto haviamcobrado um preço alto! com o resultado de que ele se tornara um recluso! distante doresto da esp+cie humana! mas de"initivamente não estava procurando uma "orma demudar aquela situação. 6ão. Seu interesse na garota era apenas uma curiosidadepassageira que! sem dvida! logo desapareceria. A qualquer momento ela poderia semudar e provavelmente nunca mais a veria. arou e colocou uma nota no bon+ velho que

estava no chão aos p+s dela e a "irmou com duas moedas para impedir que "osse levadapelo vento.

V Esta + uma linda canção V murmurou ele.

V 3brigada... mas isto + demais.

Ela parou de tocar! pegou a nota e colocouHa na mão enluvada de Eduardo. Seusolhares se encontraram e se "ixaram! e ele teve a mais perturbadora sensação de que! dealguma "orma! o chão se mexera sob seus p+s.

V 2emais# V Ele ergueu uma sobrancelha! certo de que ouvira errado.

V Sim. Se quiser doar dinheiro para a caridade! há uma igre$a no "im da rua!recolhendo doaçWes para os semHteto locais... a St. &ar@Js. 6ão sou mendiga! nem semHteto.

V &as voc: tem um bon+ para recolher moedas. 6ão + por isto que vem cantar aqui#

Eduardo "oi tomado por uma grande irritação e não conseguiu descobrir o motivopara sua intensidade... a não ser por não estar acostumado a ter sua generosidadere$eitada. or que estava perdendo tempo conversando com aquela garota tão estranha#2evia simplesmente se a"astar e deixáHla sozinha com sua "iloso"ia peculiar de cantar por centavos. &as descobriu que não podia.

Embora ela insistisse que não precisava de caridade! nem de um lar! de alguma"orma sua penria o atingira! ultrapassando suas de"esas de uma "orma que oassombrava. 2ecerto porque V como concluíra antes V era a primeira vez em

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mesesJque ele voluntariamente "azia contato com uma pessoa! e não gostou de ter suaboa ação recusada.

V 1anto porque tenho necessidade de cantar... não pelo dinheiro. 6unca "ezalguma coisa apenas pelo puro prazer de "azer e por nenhum outro motivo#

 A pergunta o "ez se calar por um momento! e mal sabia o que "azer com o

descon"orto que lhe arrepiou a pele e lhe apertou a garganta.V Eu... eu tenho de ir.

Eduardo sabia que sua expressão se tornara gelada e "echada! como era seuhábito! e deu de ombros! subitamente ansioso para voltar a ser apenas um anInimo entrea multidão e a carregar a penosa mas "amiliar carga de seus pensamentos atormentados.

V =aça como quiser. =oi voc: que parou para "alar comigo... lembra#

V 6ão parei deliberadamente para "alar com voc:% V a"irmou ele! "urioso! a raivade sbito crescendo diante do olhar "irme dos olhos cor de avelã da $ovem.

V Agora estou percebendo. 8oc: apenas queria se sentir bem! me deixando uma

quantia ridiculamente generosa! e então se a"astar de novo! satis"eito por ter "eito a boaação do dia. 6ão + isto#

V 8oc: + impossível%

2ese$ando de todo o coração ter ignorado aquele impulso idiota de se aproximar dealgu+m que sinceramente acreditava estar passando necessidade! Eduardo segurou com"orça o cabo de mar"im de sua bengala e se a"astou! desa$eitado. 7inha chegado quaseao "im da rua quando ouviu de novo as cordas do violão da garota e sua voz tristecantando.

7eria ela "icado olhando para ele# 0ncomodouHo muito perceber que ela "izera

exatamente aquilo... por que mais teria esperado tanto tempo para recomeçar a cantar#Sim! ela o estiver a observando! vendoHo se a"astar como o alei$ado que agora era!pensou! en"urecido. Estaria sentindo pena dele# A id+ia era como ácido a corroer seusangue. Bem! se algum dia tivesse a pouca sorte de v:Hla de novo! ele a ignorariacompletamente! prometeu a si mesmo. 5uem diabos ela pensava que era! re$eitando suaboa vontade daquela maneira! quase zombando dele#

&as! enquanto Eduardo se "orçava a andar dolorosamente mais rápido! a perguntaque ela "izera se repetiu em seu c+rebro e apertou sem pena seu coração $á torturado;Nunca fez alguma coisa apenas pelo puro prazer de fazer e por nenhum outro motivo?

ara sua pro"unda vergonha! a umidade lhe cobriu os olhos e! prague$ando! ele

andou para o centro da cidade! mal se dando conta de que sua perna machucada lhecobrava um preço in$ustamente alto... tudo por causa de uma garota que desprezara seudinheiro e lhe "erira o orgulho...

 A temperatura caíra para quase o ponto de congelamento. raticamente incapaz desentir qualquer sensação nos dedos entorpecidos enquanto se moviam pelas cordas doviolão! &arianne decidiu que era hora de terminar por aquele dia. A id+ia de uma canecade chocolate quente e cremoso diante de uma lareira acesa a "ez tomar rapidamente ocaminho de casa! enquanto tentava bloquear o "ato de que voltaria para uma casa vazia./m mausol+u silencioso onde tudo! desde o mais delicado ornamento at+ a adorável sala

de msica com seu brilhante piano! era uma lembrança dolorosa do marido e amigo quelhe "ora tirado cedo demais.

V 1ontinue com sua vida quando eu me "or V pedira 2onal! "ebril! no leito de

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hospital! com uma luz brilhando nos olhos que amedrontara &arianne porque lhemostrara que ele não viveria muito tempo mais. V 8enda a maldita casa e tudo que hánela! se quiser% Saia e ve$a o mundo! encontre pessoas! via$e... viva, pelo amor de 2eus!viva por nXs dois.

E ela o "aria... mas ainda não. Ainda estava tentando encontrar seu caminho semuma bssola num mundo vazio da nica pessoa que $á gostara dela. Estava seguindo em"rente! devagar mas com "irmeza.

1antar na rua parecia um lugar estranho para começar. &as tinha pavor de seapresentar em pblico e queria superáHlo[ assim! de vez em quando! cantava no clubelocal de "olclore sem se despedaçar! e! para ela! no que se re"eria a continuar a vida!&arianne considerava que aquele era um passo muito positivo. 6ão sX estavaen"rentando seu medo e melhorando sua arte! estava dizendo ao universo; Isto é o pior que pode fazer? Tomar meu marido e me deixar completamente sozinha de novo? Bem,apenas olhe! A cada dia tornavaHse mais con"iante e! mais uma vez! a msica a salvava.2onal se sentiria orgulhoso dela! por ter tido a coragem de dar aquele passo tão radical!embora pouco convencional! em direção * prXpria cura. 6o entanto! os dois "ilhos adultos

dele do casamento anterior se aproveitaram V considerandoHo mais uma evid:ncia deque ela era instável V! um sinal de que não tinha sido uma in"lu:ncia \certa\ sobre o paideles! "azendoHo ignoráHlos e deixar tudo o que tinha para ela em seu testamento.

E então! do nada! o rosto duro e cinzelado de um estranho substituiu o gentil e"amiliar rosto do marido! e &arianne "icou chocada ao se lembrar do homem que puserauma nota de cinqZenta libras em seu bon+. 6em por um segundo imaginou que pudesseser uma nota "alsa. 6ão apenas parecera rico! como se vivesse um estilo de vida de elite!distante demais dos sonhos de uma vida con"ortável e segura de pessoas comuns! mastamb+m tinha cheiro de riqueza.

=alava um ingl:s per"eito! com um traço de sotaque... sulHamericano! talvez#

7amb+m se desprendia dele aquele tipo de autoridade que teria "eito &arianne seencolher há não muito tempo. &as cuidar de 2onal durante sua longa e "atal doença edepois "azer companhia a ele no hospital por quase dois meses! enquanto ele se agarrava* vida! antes de entrar em coma! despertaram nela o tipo de coragem e tenacidade queestava determinada a $amais perder.

1om a caneca de chocolate quente nas mãos! olhou para as chamas da lareiraenquanto as "eiçWes atraentes do homem que a perturbara se tornavam ainda mais clarasem sua mente. &arianne $amais tinha visto olhos com aquele tom de azul. 7inham umaexpressão gelada que a "azia se lembrar de um c+u de inverno sem nuvens! e emboraseus cabelos tivessem tons dourados e avermelhados! seus cílios longos eram daquele

intenso castanhoHescuro de chocolate derretido. Seu nariz era aquilino! com uma leveprotuber]ncia na ponta! e a boca! embora "irme e ben"eita! era tão severa que pareciaque sentiria dor "ísica se sorrisse. Embora tivesse conversado ligeiramente com ele!&arianne tinha a impressão de que ele se cercava de um tipo de de"esa totalmenteimpenetrável.

2epois de ter lhe declarado que não cantava apenas por dinheiro! desa"iandoHocom a pergunta de se não "azia alguma coisa apenas por amor! &arianne se arrependeraimediatamente de suas palavras. EncolheuHse de vergonha * maneira grosseira com queo acusara de tentar se sentir bem ao colocar uma quantia tão alta de dinheiro em seubon+. 6ão devia ter "eito aquilo. 1omo ele poderia saber que! depois da trag+dia queso"rera! $urara $amais aceitar a$uda de ningu+m ou precisar dela# 5ue sua con"iança tinhasido totalmente destruída quando! depois de uma in"]ncia in"ernal com um pai alcoXlatra edistante! encontrara "inalmente um pouco de "elicidade em seu casamento apenas paraperder o marido para a morte apenas seis meses depois#

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&as o estranho a olhara como se tivesse demInios pessoais a en"rentar! lembrou!e! por alguns momentos tensos! &arianne não soube o que pensar ou "azer enquantoencontrava seu olhar angustiado. Então! antes que ela tivesse a oportunidade de pedir desculpas! ele se a"astara... mancando

7eria so"rido um acidente ou tivera alguma doença# 6ão parecia certo que umhomem relativamente $ovem! tão grande! tão bonito! de corpo tão ben"eito tivesse aqueletipo de doença Xbvia... embora aquilo não diminuísse nem um pouco o impacto de suaestatura imponente e de suas "eiçWes marcantes! apenas en"atizava aqueles atributos.

&arianne percebeu que o observara quase como se estivesse hipnotizada! comose esquecesse totalmente de quem era e o que estava "azendo. Então! o "rio intenso a"izera voltar ao presente e ela tornara a tocar e cantar com uma determinação estXica dedesa"iar o pior que o clima pudesse "azerHlhe. &as! sob aquela determinação! estiveraatInita e chocada com a noção de que um estranho completo pudesse lhe causar umimpacto tão grande...

8oc: está exagerando de novo! não está#V elo amor de 2eus! não sou criança%

Eduardo olhou para o rosto contraído do homem mais velho e dese$ou mais umavez que pudesse se livrar das visitas quinzenais do m+dico. &as! depois de noveoperaçWes na perna "erida! precisara de atendimento m+dico regular quando se instalarana 0nglaterra! e Evan o)ell era um dos melhores cirurgiWes ortopedistas de 4arle@Street. Al+m disso! tinha sido recomendado por seu prXprio cirurgião do ,io de -aneiro.

V Então siga meu conselho! homem! e pare de tratar seu corpo como se "osseuma máquina mec]nica em vez de carne e nervos muito humanos%

V 2isseramHme que eu recuperaria o uso completo e normal da minha perna como tempo V desa"iou Eduardo! impaciente.

V or que diabos está demorando tanto#

V Seu ":mur "oi praticamente esmagado no acidente e quase totalmentereconstruído. Esperava mesmo se recuperar de nove grandes cirurgias com a mesma"acilidade com que se recuperaria de um res"riado#

V 5uando quiser sua opinião sobre como me comportar V sibilou Eduardo! seuhumor $á amargo piorando a cada segundo V! pedirei%

V Bem! então... V o)ell tirou seu casaco de cashmere das costas da poltrona e

o dobrou cuidadosamente sobre o braço. V 6ão se d: ao trabalho de chamar seu criado!posso sair sozinho. 7enha uma boa noite! sr. Souza.

V =oi um dia ruim... V começou Eduardo! levantandoHse da cadeira eamargamente engolindo um gemido de dor depois do breve mas completo exame daperna.

3lhou para o antigo relXgio "ranc:s sobre o consolo de mármore da lareira e semaravilhou mais uma vez de o tempo continuar! indi"erente! quando a trag+dia que lhematara a mulher e a criança não nascida e quase o deixara alei$ado deveria ter "eito omundo parar de girar.

V 6ão devia ter "alado assim com voc:. =oi gentil de sua parte ter vindo tão longenuma noite como esta! e peço desculpas.

V 6ão "oi nada. V 3 m+dico vestiu o paletX que havia tirado para "azer o exame e

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observou a sala de estar com renovada curiosidade.

Era um belo aposento! de proporçWes per"eitas! muito bem mobiliado e com $anelasaltas que se abriam para o "osso que cercava a casa! os campos de lavoura e a "lorestaal+m. /ma paisagem que agora estava coberta por um tapete pro"undo de neve do queera um dos mais gelados invernos de todos os tempos na região.

V 7alvez o que voc: precise se$a de companhia V sugeriu! o brilho no olhar de\homem para homem\! sugestivo. V 8oc: está muito isolado aqui! e uma acompanhantepode a$udar a distrair sua mente.

Eduardo entrecerrou os olhos.

V 8oc: quer dizer uma mulher#

3 que o surpreendeu "oi que! pela primeira vez em dois anos! não descartouimediatamente a id+ia. 3 que o chocou "oi que! em reação * sugestão! a imagem que lheocorreu "oi a de uma muito atraente cantora de rua! com seus grandes olhos cor de avelã!linda boca e longos cabelos cor de mel. =icou subitamente atInito consigo mesmo.5uantos anos ela teria! DU! D# 3 bom senso o teria desertado tamb+m! $unto com tudo o

mais que tinha import]ncia# Ele poderia mesmo estar pronto para companhia "emininapara diverso, mas não queria se aproximar de mulher nenhuma para nada mais. 2epoisdo que acontecera a Eliana! estava determinado a não ter mais nenhum relacionamentocom mulheres.

3 m+dico sorriu.

V Apenas uma sugestão! meu caro... agora! escute meu conselho e vá com calmacom essa perna. ,ecomendo uma caminhada de apenas vinte minutos por dia... meiahora no máximo. Enquanto isto! se quiser qualquer in"ormação sobre sua recuperação!minha secretária tem ordem de passar seus tele"onemas para mim a qualquer hora!desde que eu não este$a na sala de operaçWes. 8e$o voc: da prXxima vez e boa noite.

1omo se adivinhasse que o visitante do patrão estava pronto para sair! ,icardo! omordomo de Eduardo! apareceu * porta! as manchas molhadas na $aqueta mostrandoque ele trabalhara pesado para limpar a neve acumulada no caminho de carros.

V Boa noite! dr. o)ell... e obrigado mais uma vez por vir aqui numa noite comoesta. Boa viagem e diri$a com segurança.

6a madrugada do dia seguinte! Eduardo tentou ao máximo se concentrar nacom+dia em preto e branco da d+cada de DGRC que passava na imensa televisão deplasma! mas at+ mesmo um breve momento de diversão ou con"orto lhe "ugia. 7inha umaenorme coleção de "ilmes em 282 e adquirira o hábito de v:Hlos at+ a madrugadasimplesmente porque não conseguia dormir. 6ão quando sua mente repassavaincessantemente uma terrível cadeia de eventos! de novo e de novo! como um "ilme depesadelo que se repetia por vontade prXpria. Algumas noites nem mesmo conseguia subir para o quarto[ assim simplesmente deitavaHse num dos con"ortáveis so"ás de couro!cobriaHse com um cobertor e cochilava at+ de manhã. A dor V constante e torturante Vlhe tomava a perna e o quadril! aumentando seus so"rimentos.

Esgotado! Eduardo resistiu * tentação de uma dose de uísque e passou a mão natesta. 3 "ilme não a$udava em nada! assim! desligou a televisão. arecia impossível at+mesmo se perder numa distração como aquela. Era como se estivesse olhando o tempo

todo para um abismo escuro de onde não podia "ugir e não havia esperança de ver denovo a luz do dia ou se sentir aquecido de novo.

Suspirando! re"letiu que at+ mesmo aquela linda cantora de rua devia ser mais "eliz

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com sua vida simples e pobre do que ele! com toda a sua imensa riqueza e privil+gios.

or que não conseguia parar de pensar nela# 0mpaciente! balançou a cabeça. Seuinteresse não "azia sentido... especialmente depois que ela lhe "alara de maneira tãobrusca! deixando claro que desdenhava seu dese$o de a$udáHla. &as! mesmo assim! denovo e de novo! na longa e gelada noite! Eduardo se via pensando nela! perguntandoHsese teria um lugar para viver! se tivera dinheiro su"iciente para comer aquele dia! se estavaaquecida naquela gelada noite de inverno.

5uando a manhã! cinzenta! surgiu entre as "restas das cortinas de veludo! elehavia mais ou menos decidido que! da prXxima vez que "osse * cidade! no a ignoraria!como se prometera. 6ão... conversaria com ela! descobriria como eram suas condiçWesde vida! talvez se o"erecesse para a$udáHla a melhoráHlas. Seria uma idiotice completapensar em adotar um curso de ação potencialmente tão desastroso# Ela na certa riria nacara dele ou lhe diria para procurar algum pobre para quem dar seu dinheiro% 1oncluindoen"im que seu dese$o de a$udar era baseado na id+ia de um "ilho seu en"rentando umasituação semelhante! se tivesse vivido para chegar * idade da garota! ele engoliu o nX deangstia que lhe apertava a garganta e! acomodandoHse da melhor "orma possível no

so"á! "inalmente adormeceu...

CAPÍTULO DOIS

&arianne "ez uma pausa entre cançWes para tomar um ca"+ com leite quente deuma ca"eteria local e restaurar o calor em suas veias em mais um dia gelado o bastantepara trans"ormar uma pedra num bloco de gelo.

2e repente! um raio de sol puro e intenso cobriu a calçada poucos metros diantedela! envolvendo em sua luz uma cabeça dourada que lhe chamou a atenção. Era ele% 3homem de apar:ncia rica! boca severa e a bengala com o punho de mar"im. 6ão pareciamancar tanto naquele dia! re"letiu &arianne! observandoHo! e suas entranhas secontorceram quando viu que se aproximava.

&omentos depois! estava em p+ diante dela! o hálito criando uma nuvem de vapor 

enquanto "alava;V Boa tarde V disse ele! educado! e o canto da boca impossivelmente s+ria se

ergueu muito de leve no que poderia ser o começo de um sorriso.

V 3i V murmurou ela! a mão enluvada apertando o copo descartável de ca"+ comleite.

V 6ão está cantando ho$e#

V Agora não! estou "azendo uma pausa para me aquecer. &arianne sentiu umgrande descon"orto ao se encontrar diante daquele escrutínio silencioso e devastador.7eria ele alguma id+ia de como era intenso seu olhar# 3s olhos dele eram como raios

laser azuis e gelados e mergulhavam diretamente em sua alma. Seu marido! 2onal! $amais a olhara de "orma tão intensa[ seu olhar era in"initamente gentil.

V 1omo vão os negXcios#

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V Bem. V &arianne olhou para a pequena coleção de moedas de baixo valor nobon+ a seus p+s. V 1omo $á lhe disse! não canto apenas por...

V 2inheiro! eu lembro. 8oc: canta porque se sente obrigada pelo... amor ao canto!sim#

V Sim. V Agora se sentia constrangida! lembrandoHse de seu desaba"o do outro

dia. V Escute! desculpeHme se o o"endi de alguma "orma pelo que disse ou "iz! mas hámuita gente em situação muito pior do que a minha! sabe# 6a verdade! não sou tão pobreassim! as apar:ncias podem enganar.

 A testa bronzeada se "ranziu! como se ele estivesse silenciosamente discordandoda avaliação que ela "izera da prXpria situação. 3bservou cuidadosamente suas roupasde lã mal combinadas! que consistiam de calça roxa! botas marrons! um casaco vermelhosobre um su+ter creme e a $aqueta de couro de 2onal! grande demais para ela! e umcachecol bege para agasalhar o pescoço. SX não usava seu multicolorido gorro deesquiar porque o esquecera quando saíra correndo de casa.

V Bem... se quer saber! eu de "ato doei o dinheiro que teria dado a voc: * coleta

da igre$a para os semHteto! como voc: sugeriu. 2eixe que me apresente! meu nome +Eduardo de Souza.

 Apoiando a bengala no corpo! ele tirou a luva da mão direita e estendeuHa para ela.&arianne hesitou pelo que pareceu um segundo interminável at+ tomar a decisão! entãocolocou a mão pequena e enluvada na dele. &esmo atrav+s da lã! ela sentiu em todo obraço o calor que o corpo dele irradiava! "azendoHa estremecer.

V Sou &arianne... &arianne 'oc()ood. 8oc: não + daqui! +#

V &oro agora na 0nglaterra! mas não sou daqui... voc: tem razão. Sou do Brasil...do ,io de -aneiro.

V A terra do samba! do sol e do carnaval# 2esculpe... acho que voc: odeia esteclich:.

V 2e $eito nenhum! tenho orgulho do meu país e do que ele tem a o"erecer.

V E voc: pre"ere estar aqui! se trans"ormando num poste humano de gelo! em vezde tomar todo aquele sol#

Ela não conseguiu suprimir o sorriso provocante! mas a grave expressão deEduardo de Souza não suavizou nem por um momento.

V At+ mesmo a luz do sol pode cansar depois de algum tempo! se voc: temdemais dela. 7ornaHse uma coisa comum e há o risco de não se sentir mais o prazer que

uma vez causou V comentou ele! s+rio. V Al+m disso... sou meio ingl:s! assim esteclima não + novidade para mim. E depois do inverno vem a primavera! e isto +consolador! sim#

V Eu sei! amo a primavera% Então... o que está "azendo aqui ho$e# 1ompras#8isitando um amigo#

V 6enhum dos dois. =ui a uma exposição na pre"eitura. Surpreendentemente! hámuitos lugares de interesse nesta linda cidadezinha.

V ^ verdade! " ica lotada no verão! acredite ou não.

V Acredito.

E agora! para a total surpresa de &arianne! Eduardo sorriu! e seus olhospareceram tão brilhantes como estrelas por um momento.

G

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 Alguma coisa dentro dela reagiu de "orma perturbadoramente intensa! e ela sentiua pele arrepiar.

V Sim! há viagens de barco para "azer no rio! sempre populares entre os turistas.2e qualquer maneira...

&arianne terminou de tomar o ca"+ com leite e $ogou o copo vazio numa lixeira

atrás de si! então pegou o violão que estava na caixa aberta no chão ao seu lado.Surpreendida por um homem tão so"isticado e claramente rico como Eduardo de Souzase dar ao trabalho de se apresentar a uma garota igual a ela... não pIde deixar de sentir um pouco de cautela. &as então! observando aquele rosto lindo como o de um astro decinema e o "ísico impressionante que o casaco de cashemere não dis"arçava! soube quesua intenção provavelmente era apenas a de passar alguns minutos com algu+m tãodi"erente do seu círculo de amizades. 5ualquer outra coisa seria impensável! eles haviamconversado antes e ele estava apenas sendo educado.

V 2esculpe! mas preciso voltar a trabalhar.

,emovendo as luvas! &arianne tocou alguns acordes para a"inar o instrumento.

/m grupo de turistas "ranceses que passava parou e olhouHa com interesse. 5uanto aseu belo visitante! ele "icou parado teimosamente onde estava! aparentemente sempressa de ir embora.

V 2a prXxima vez... que vier * cidade... talvez voc: me permita convidáHla paraalmoçar.

&arianne piscou[ at+ mesmo a idéia de se sentar num restaurante elegante diantedaquele homem por uma hora ou mais a "azia "icar quente e "ria ao mesmo tempo. aracomeçar! o que eles teriam em comum para conversar#

V 3brigada! mas não V respondeu ela rapidamente V! eu não almoço quandoestou trabalhando.

V 5uer dizer que não tira uma "olga para comer# V Ele pareceu divertido com apossibilidade.

V 7iro uma "olga! mas apenas para tomar um ca"+ e comer um bolinho. 7omominha re"eição principal * noite... quando volto para casa.

V Então! que tal se eu lhe pagar o ca"+ e um pedaço de bolo#

Sem encontrar um motivo para recusar! &arianne acenou! descon"ortável.

V Está bem! mas agora realmente preciso voltar ao trabalho.

V Então lhe direi at+ outra hora! &arianne V disse ele com um aceno de cabeça!

a expressão ilegível.

\A outra hora\ aconteceu dois dias depois. 2epois de suportar uma hora de chuvagelada e granizo! encolhida embaixo de um guardaHchuva inadequado! &arianne pensavaseriamente em voltar para casa. &as então o sol saiu! o "rio congelante diminuiu e! comose por magia! Eduardo de Souza apareceu. Estava usando seu casaco de cashemere eum cachecol que combinava em torno do pescoço! e as roupas pareciam muito maisadequadas para uma premi"re no teatro do que para uma visita casual * cidade.

V 3i. V Ele sorriu! a voz rica soando um pouco mais rouca do que ela se

lembrava.&arianne percebeu que inconscientemente estivera procurando por ele! o coração

batendo com o que parecia uma excitada e ridícula antecipação sempre que sua imagem

DC

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lhe cruzava a mente! e tentou responder de "orma natural;

V 3i... V murmurou! dando um passo atrás para sacudir a água do guardaHchuva!"echáHlo e encostáHlo * parede. V 6ão + exatamente o melhor dia para vir * cidade Vbrincou.

V =elizmente "iquei abrigado no pior da chuva. assei a ltima hora na sala de

exposição.V A mesma exposição que voc: viu antes#

V Sim.

V 2eve ser muito atraente para "azer voc: querer visitáHla de novo. 3 que +#

V ^ uma coleção de um "otXgra"o "ranc:s que admiro muito... uma retrospectiva desua vida em aris logo depois da guerra! quando a cidade estava sendo reconstruída. Elemorreu recentemente! e vi um artigo no $ornal local anunciando a exposição.

V 3h% V &arianne tirou o violão do esto$o e sorriu para Eduardo. V Então devovisitáHla antes que termine[ parece "ascinante.

V 8oc: tem interesse no assunto#

V Estou sempre interessada em criatividade e arte... sob qualquer "orma. >osto dedescobrir como outros artistas v:em o mundo! como interpretam o que v:em. &ostra quetodos vemos as coisas de modos tão di"erentes... nunca da mesma maneira.

or um momento! o homem diante dela "icou silencioso! como se considerandocom toda a seriedade a opinião que &arianne acabara de expor! e havia uma expressãode surpresa nos olhos dele.

Então ele olhou as horas num relXgio de apar:ncia muito cara! mas de nenhuma"orma ostensivo.

V 5ue tal se "ormos tomar aquele ca"+ agora#

6ovamente sem encontrar um motivo para recusar e sentindoHse gelada at+ osossos depois daquela chuva! &arianne concordou;

V Está bem! agora + um momento tão bom como qualquer outro! suponho.

6a ca"eteria "amiliar! com suas alegres toalhas quadriculadas cm vermelho ebranco! o cheiro aromático de ca"+ rec+mHcoado misturado com o vapor dos casacosmolhados dos "regueses! agradecidos pelo calor! abrigo e alimento depois de en"rentar a

chuva! &arianne "icou ligeiramente surpreendida pela quantidade de clientes. =elizmenteencontrou uma pequena mesa perto da lareira e a garçonete surgiu quase imediatamentepara receber seus pedidos. &arianne não duvidou de que a causa da urg:ncia "osse aapar:ncia de Eduardo... ele não se parecia em nada com os clientes comuns[ apenascom seu porte r+gio e "ísico imponente comandava a atenção imediata.

SX 2eus sabia o que a pobre moça pensava de &arianne como sua companheira%Ela olhou meio de lado para o violão em seu esto$o velho! como se "osse alguma coisadesagradável. Eduardo "ez o pedido e de repente &arianne se viu sozinha com ele.

Eduardo repousou as mãos sobre a toalha e estudouHa sem "alar. 3 que estaria elepensando#! imaginou &arianne! nervosa. 'impou a garganta e "orçou um sorriso tr:mulo!

sentindoHse descon"ortável e sem graça em suas roupas mal combinadas sob seu olhar intenso.

V Este + um lugar muito agradável! di"erente da cadeia local de ca"eterias que

DD

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geralmente "reqZento. 3 ca"+ + muito bom e as massas tamb+m.

V Estou contente por voc: ter escolhido uma mesa perto do "ogo... voc: parecemeio congelada%

V 6ão estou mais! na verdade estou bem aquecida. V &arianne desabotooualguns botWes do casaco e sorriu para ele! genuinamente emocionada pela preocupação

na voz dele.V reciso saber... V 3 olhar perturbador pareceu "icar mais intenso. V Seus pais

não se aborrecem por voc: cantar na rua# V perguntou Eduardo e! pelo tom! eledesaprovava.

V Eles não estão mais por perto para ter uma opinião V respondeu elaimediatamente! sem pensar! e então uma raiva indignada a tomou pela audácia dele dedesaprovar pessoas que nem mesmo conhecia. V 2e qualquer maneira! não tenho aintenção de ser grosseira! mas isto não + da sua conta.

V 5uantos anos voc: tem# 2ezessete# D#

&arianne parou de mexer no açucareiro sobre a mesa e olhou para ele com suaexpressão mais severa.

V ara sua in"ormação! tenho R anos e sou muito capaz de cuidar de mimmesma e tomar minhas decisWes sem inter"er:ncia nem permissão de ningu+m! incluindomeus pais! se eles estivessem por perto%

V ^ que voc: parece muito mais $ovem... V murmurou Eduardo! o olhar semnenhum sinal de arrependimento.

V 6ão tenho culpa se a gen+tica ou o destino me "azem parecer mais $ovem doque sou%

V 6ão estou criticando sua apar:ncia! &arianne. V Sua voz suavizou e o olhar tamb+m. V Apenas estou preocupado por voc: se colocar no que pode ser uma posiçãopotencialmente muito vulnerável. 6ão pode encontrar outro lugar... outro lugar maisseguro onde se apresentar para cantar#

V 4á um clube "olclXrico onde canto algumas vezes! mas sX abre uma vez a cadaDM dias. Se passar tanto tempo sem cantar! vou perder minha t+cnica. Al+m disso... V7emendo sua desaprovação! &arianne "ortaleceu suas de"esas V ... 3s vendedores domercado cuidam de mim. Algu+m se aproxima imediatamente se aparecer alguma pessoaque pode me aborrecer.

Eduardo suspirou;

V 0sto pelo menos "az com que me sinta um pouco menos a"lito com a situação.V Bem! por "avor! não pense mais nisto. Estou cantando na rua há mais de um ano

e nada me aconteceu ainda%

 A garçonete levou as duas xícaras de ca"+ e dois generosos pedaços de bolo de"rutas que Eduardo pedira para eles[ &arianne pIs mais açcar no ca"+ e o mexeu.

 A expressão dele *s palavras dela revelou mais alarme do que tranqZilidade! eentão pIs a mão no bolso interno do paletX! tirou a carteira! pegou alguma coisa dentrodela e estendeuHa. ensando que ele lhe o"ereceria dinheiro! &arianne estava prestes abrigar quando viu que ele lhe estendia um cartão de visitas.

V ara que + isto#V Se voc: algum dia precisar de alguma coisa...

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V 3 que poderia precisar de um completo estranho# V or algum motivo! viuHsemuito perto de chorar. 3 que vinha acontecendo com "reqZ:ncia exagerada nos ltimosdias.

 A boca de Eduardo "icou mais dura.

V /m emprego! por exemplo... e! como estamos aqui tomando ca"+ $untos! espero

não ser mais um estranho. Se este clima "icar mais "rio... e a previsão não + boa para oresto de $aneiro... voc: pode gostar de ter uma "orma alternativa de ganhar dinheiro. /memprego que tamb+m lhe dará um teto e boa alimentação.

V 5ue tipo de emprego# V 1uriosa agora! apesar de si mesma! &arianne olhoupela $anela o c+u cinzento e a ameaça de mais chuva e granizo. /m tremor involuntáriolhe percorreu o corpo.

V reciso de uma governanta.

V /ma governanta#

V -á tenho um mordomo que cuida das minhas necessidades pessoais! mas!

depois de morar aqui por quase um ano! descobri que preciso de a$uda extra na casa. 6omomento! contrato uma empresa de limpeza dom+stica! e ,icardo! meu mordomo!cozinha. ense no assunto e me tele"one se quiser "azer uma tentativa. A casa + umpouco remota! mas se voc: não se importa com isto e gosta de uma bela paisagem docampo! então acho que não "icará desapontada.

V E voc: me dará casa e emprego sem nem mesmo saber se sou capaz dedesempenhar as tare"as# V 3s olhos cor de avelã de &arianne eram c+ticos.

V 8oc: me parece uma pessoa muito independente... do tipo que aprendedepressa! que "az o que precisa "azer e não se deixa abalar por di"iculdades. Acredito quetudo vai "uncionar bem.

V 8oc: + normalmente tão con"iante com pessoas que nem conhece# osso ser qualquer uma% E se eu roubar a prataria ou alguma valiosa herança de "amília enquantoestiver morando em sua casa#

 AtInita! ela viu os cantos da boca severa de Eduardo se erguerem. or ummomento! &arianne perdeu o "Ilego diante do brilho atraente de humor naqueles olhosazuis.

V /ma garota que canta nas ruas por centavos e me devolve uma nota decinqZenta libras! me dizendo para entregáHla aos semHteto! roubaria at+ mesmo umpedaço de pão do empregador# V Ele balançou a cabeça! a expressão s+ria de novo. V Acho que não.

V Bem! agradeço sua preocupação e o o"erecimento de um emprego! mas nãoestou pronta para mudar. Enquanto não cair uma nevasca que impeça a movimentaçãonas ruas! continuarei a cantar onde estou agora.

V &uito bem... esta decisão + sua! + claro. or que não come o bolo de "rutas#arece muito bom.

V 3brigada! vou comer.

Então conversaram! de modo educado e super"icial! como se tivessem reconhecidoo perigo potencial de abordar questWes mais pessoais e houvessem concordadosilenciosamente em evitáHlas.

8inte minutos mais tarde! se separaram! &arianne para voltar a cantar na rua eEduardo para ir para onde quer que "osse. Ela não lhe perguntara! mas! enquanto ele se

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a"astava pela rua! o coração dela bateu mais depressa ao observáHlo caminhar.

'embrandoHse da surpreendente proposta de emprego! ela se perguntou por quese sentira tão mal por recusar sua a$uda. Seria porque ela sentira um indício demelancolia ou tristeza no olhar magn+tico de Eduardo enquanto conversavam# 3u omotivo por que ele precisava de uma bengala para andar# /ma onda de empatia lhetomou o coração.

V 1ante alguma coisa! amor% V /m dos alegres vendedores! que vendia "rutasnuma barraca de rua! parou diante dela! batendo palmas com um estremecimentoexagerado. V recisamos de alguma coisa para nos aquecer. Está mais "rio do que namaldita Sib+ria! e a previsão do tempo + de mais neve esta noite; Sabe alguma cançãosobre a primavera# Ela despertou de seu devaneio e sorriu.

V 5ue tal \-unto *s doces prímulas\#

V Adorável escolha% V 3 comerciante sorriu! "eliz.

5uando teve a id+ia de a$udar a pequena cantora de rua! Eduardo nem mesmopensou em lhe o"erecer um emprego na sua casa! assim sua proposta o surpreendeutanto quanto a ela. &anter dist]ncia de "axineiras de uma empresa! e lidar com ,icardo! aquem levara do ,io de -aneiro para a 0nglaterra! era uma coisa! mas convidar uma $ovemque conhecera havia tão pouco tempo para partilhar de sua casa e se tornar suagovernanta era outra muito di"erente. Especialmente quando protegia sua privacidadecom tanta intensidade como um banco guarda seus milhWes.

&as era verdade que precisava de uma governanta e! ao ver &arianne tremer de"rio no dia anterior! observando sua luta para se manter aquecida num inverno tão severo!Eduardo pensou de repente que era a solução ideal. &as ela recusara. Era verdade quenão acreditara realmente que ela aceitaria a o"erta! mas! mesmo assim! irritaraHo muitoela não ter aceitado. E era uma certeza que! se tentasse lhe o"erecer dinheiro de novo!para a$udar a melhorar sua situação! ela provavelmente o atiraria de volta e o mandariapara o in"erno com toda a clareza% 7inha um temperamento "orte! isto era evidente. Erealmente chocaraHo saber que não era uma adolescente! mas tinha R anos... era umamulher

'embrandoHse do brilho do "ogo em seus olhos cor de avelã! com o "ormato deam:ndoa! ele sentiu a pele esquentar e enri$ecer. A"astou a sensação irritante eperturbadora! "oi para o luxuoso banheiro de mármore que "azia parte do con$unto de seusaposentos particulares e! por alguns momentos! "icou apenas parado no meio do piso!sem saber bem por que entrara lá. 0nquieto! passou os dedos pelos cabelos e suspirou.

Seria melhor controlar seus impulsos "ilantrXpicos e se concentrar na cura da perna "erida!con"iando que um dia seria capaz de andar tão bem como antes do acidente... comcon"iança e sem mancar.

E depois... Eduardo se aproximou da bancada e olhou para seu re"lexo no grandeespelho oval acima dela! e "ez uma careta ao ver as sombras pro"undas que lhe cercavamos olhos com a agonia do corpo e do espírito e a severa insInia. # depois bem! teria deviver um dia de cada vez! disse a si mesmo! quase incapaz de contemplar um "uturo quenão "osse tão doloroso o in"eliz como o presente. 1omo isto seria possível quando asduas vidas mais intimamente ligadas * sua tinham sido eliminadas# 5uando ele reviviatodas as noites o terrível pesadelo do acidente que as roubara dele... o acidente que ele

provocara#

DR

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CAPÍTULO TRÊS

4ouve realmente uma "orte nevasca aquela noite! como o vendedor de "rutasprevira. 2epois de observar o manto espesso de neve brilhante que cobria o $ardim e arua na manhã seguinte! &arianne arrumou a casa! preparou uma bebida quente para simesma e então trabalhou no piano numa canção que estava compondo. &as seu humor não estava alegre! e ela lutou para a"astar a melancolia que ameaçava domináHla.=inalmente! incapaz de suportar por mais um momento o isolamento! ela se vestiu comum casaco quente! botas! chap+u! $eans e um su+ter e saiu.

3 "rio do ar lhe tirou o "Ilego e lhe levou lágrimas aos olhos! mas "icou maisanimada por apenas estar ao ar livre de novo. =ez uma caminhada longa e di"ícil pela

neve e "oi at+ o parque mais prXximo. Apenas olhar as crianças brincado na neve!descendo de tobogã pelas colinas congeladas e $ogar bolas de neve umas nas outras! lherestaurou o senso de perspectiva e o bom humor. E quando pensamentos tristonhossobre a prXpria in"]ncia! quando "ora privada de diversWes inocentes como aquelas!ameaçaram sua paz de espírito! a"astouHos com "irmeza! sabendo que não tinha sentidose lembrar daquelas coisas! o que apenas a "aria "icar melancXlica de novo.

8oltou para casa e! por volta do meioHdia! quando a escuridão prematura desceu!acendeu todas as luzes da casa e "echou as cortinas. Então se sentou numa poltrona em"rente * lareira e observou as chamas enquanto considerava o que o "uturo prXximo lhereservava. 2onal certamente "icaria zangado com ela por se sentar ali sentindo pena de si

mesma. E! de repente! estava chorando! um "luxo semH"im de mágoa e tristeza haviamuito represado e que não podia mais ser contido... "azendoHa chorar at+ estar totalmenteexaurida.

8oltou para a cama! encolheuHse numa posição "etal e se cobriu toda com oedredom! inclusive a cabeça! sentindoHse entorpecida e vazia. ouco antes de "echar osolhos! $urou a si mesma que $amais se deixaria mergulhar numa autopiedade tão intil denovo. Amanhã seria um novo dia e! quando a luz da manhã chegasse! traria um começonovo e mais positivo. &arianne estava decidida que seria assim.

Entretanto! quando levantou uma ponta do edredom na manhã seguinte e viu que ocobertor de neve era ainda mais espesso! com mais neve caindo diante de seus olhos!

precisou se valer de cada grama de decisão para não recair na melancolia.3s "ilhos adultos de 2onal! &ichael e 8ictoria! haviam contestado o testamento que

o pai "izera! deixando a casa e todos os seus mXveis e ob$etos de arte para &arianne. Elasuportara por mais de D meses o recebimento de cartas "ormais! insultuosas! cru+is!declarando os motivos da contestação e insinuando que o pai deles não estava na plenaposse de suas "aculdades mentais! e agora ela tivera o bastante. Eles poderiam "icar coma casa e tudo o que havia nela. &arianne deixaria tudo para eles sem um olhar para trás esem lamentar nada.

7inha certeza de que 2onal a perdoaria. Agradecia do "undo do coração por tudo oque ele "izera por ela! a$udandoHa a restaurar sua baixa autoestima e encora$andoHa a

acreditar em seus talentos e habilidades! mas a verdade era que &arianne não queriamais dever nada a ningu+m! nem mesmo ao marido morto. recisava ser livre de novo...livre para viver como quisesse! não importava o que pensassem de sua decisão. Assim!

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embalou apenas suas roupas! seu violão! e guardou na bolsa a pequena poupança que"izera. 7udo o mais! at+ mesmo os presentes que 2onal comprara para ela durante ocurto casamento! deixaria para os "ilhos gananciosos dele.

7omada a decisão! ela se dedicou com a"inco *s provid:ncias. assou o dialimpando a casa! guardando livros espalhados nas estantes da biblioteca! "azendo suasmalas e devolvendo as peças de mobília para o mesmo lugar em que estavam quando"ora morar lá com 2onal. 3 corpo pulsava com o calor satis"atXrio de um trabalhoben"eito! e estava cansada demais "isicamente para permitir que at+ mesmo umpensamento negativo lhe invadisse a mente.

E naquela noite... naquela noite dormiu como um beb:.

&as! quando acordou na manhã seguinte! percebeu que a neve ainda caía e nãopoderia ir para a cidade para tocar violão e cantar. Seria louca at+ mesmo se tentasse.&arianne impulsivamente procurou o cartão que Eduardo de Souza lhe dera e digitou onmero da casa dele com dedos tr:mulos. &esmo enquanto digitava! consideravaHseuma louca por at+ mesmo pensar em dar aquele passo tão impensado.

&as podia "icar presa na casa por dias! pensou! atemorizada enquanto esperavaque algu+m atendesse ao tele"one. E agora que tomara a decisão de abandonar tudo ecriar uma nova vida! um novo "uturo para si mesma! estava ansiosa para deixar opassado para trás e recomeçar tudo. 7eria de "azer alguma coisa para melhorar suasituação al+m de superar o medo de se apresentar em pblico e aceitar que agora estavasozinha de novo. or mais improvável que parecesse! este emprego poderia! apenaspoderia! ser o caminho.

V AlI# V /ma voz masculina com um sotaque "orte atendeu.

V ^ o sr. Souza#V perguntou &arianne! o coração disparado.

V 6ão. ode me dizer quem quer "alar com ele#

2evia ser o mordomo! percebeu ela! e respirando "undo ela disse claramente;

V &arianne 'oc()ood. Ele está disponível para atender# 4ouve uma pausa.

V Espere um momento! por "avor! vou ver.

assouHse um tempo tão longo depois que o homem saíra para localizar oempregador que &arianne quase desligou o tele"one. 3 que estava "azendo# 6ão sabianada sobre ser uma governanta e não sabia que esp+cie de empregador Eduardo deSouza seria. Sem dvida seria s+rio e exigente demais! encontrando de"eitos o tempotodo! estudandoHa com aquele olhar intenso e "azendoHa se arrepender do dia em quetomara a decisão impulsiva de trabalhar para ele.

E! no entanto! sob o caos da dvida e do medo! havia um instinto mais "orte epositivo que impulsionava &arianne a tentar.

V &arianne#

 A voz de seu provável "uturo empregador V impaciente e um pouco sem "Ilego!como se tivesse sido interrompido no meio de alguma coisa e não gostara V soou aosouvidos dela.

V 3i! + &arianne! a cantora de rua da cidade V explicou! um ligeiro tremor na voz.V Eu... eu espero que não se incomode por eu tele"onar! mas voc: disse...

V 2o que + que voc: precisa#&arianne respirou "undo para ganhar coragem.

DQ

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V /m emprego... e um lar V explicou! então se obrigou a contar at+ dez para nãose deixar dominar pelo medo e mudar de id+ia. V Ainda precisa de uma governanta#

3 suor cobriu a testa de Eduardo. 3 "isioterapeuta podia ser um torturador saídodireto da 0nquisição espanhola! pensou! atormentado! enquanto o homem manipulava sua

perna coberta de cicatrizes em outra posição extremamente dolorosa para testar sua"lexibilidade.

Ele prague$ou... em voz alta. 3 terapeuta pareceu assustado e moveu com cuidadoa perna do paciente de volta para o diva de tratamento com um pedido de desculpas.Eduardo "ixou o olhar no teto vitoriano ornado da biblioteca onde estava deitado! ocoração disparado voltando lentamente ao ritmo normal.

V 7erminamos#

V Acho que por ho$e "oi o bastante! sr. Souza! e o aconselho a "azer as coisas comcalma pelo resto do dia e tentar dormir * noite.

V 3s pro"essores lhe ensinaram a dizer estas banalidades idiotas na "aculdade#V perguntou Eduardo! irritado! enquanto descia as pernas do diva sem esperar a a$udado especialista.

3 homem sorriu sem se sentir o"endido.

V Algumas vezes o descanso é realmente o melhor curso de ação para curar umtrauma "ísico! senhor. 3 corpo precisa usar seus prXprios poderes de cura! e o descansopermite isto. Sei que ho$e "oi bastante descon"ortável para o senhor! mas sua perna estáde"initivamente se recuperando da ltima cirurgia. &ais um m:s ou dois e o senhor perceberá uma melhora signi"icativa quando caminhar! posso lhe garantir.

V 2:Hme sua mão V resmungou Eduardo! aceitando a$uda para se levantar!

embora se sentisse psicologicamente arrasado por precisar de auxílio quando antes eratão saudável e atl+tico.

 Ao ouvir a pesada porta de carvalho da "rente abrir e "echar! ele se lembrou de quemandara ,icardo levar o RxR para pegar &arianne. 3 que a "izera mudar de id+ia sobreaceitar o cargo# 7alvez não "osse tão di"ícil deduzir! simplesmente o bomHsensoprevalecera e as temperaturas cada vez mais baixas a "orçaram a tomar uma decisãomais sensata sobre seus arran$os de moradia e trabalho. elo menos agora não "icariacom o bemHestar dela em sua consci:ncia! imaginandoHa na rua cantando e terminandonum hospital com hipotermia%

V arece que o senhor terá companhia V disse o terapeuta. or que não medeixa arrumar tudo aqui antes de ir embora#

V ,icardo! por "avor! pegue o casaco da srta. 'oc()ood e o pendure! depoisprepare uma caneca de chocolate quente para ela se esquentar e leve para a sala deestar.

5uando ,icardo a$udou &arianne a tirar o casaco de t$eed grande demais edepois saiu! Eduardo deixou os olhos passarem pelas roupas coloridas que ela usava sobele e a cortina de cabelos longos e cacheados sobre os quais ela pusera umextraordinário chap+u de lã.

V ode ser uma boa id+ia voc: tirar tamb+m o chap+u V disse ele! es"orçandoHsepara não sorrir.

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V 3h! esqueci. V &arianne tirou o chap+u e guardouHo na grande mala de veludoquadriculado em diversas cores que deixara sobre o piso liso de mármore diante de si.

or alguns momentos! a eletricidade estática trans"ormou seus cabelos cor de melnuma nuvem sedosa! e Eduardo não conseguiu tirar os olhos daquela imagem adorável.'ogo! porem! recuperouHse e se lembrou de que precisava de uma governanta! de algu+mque cuidasse dos trabalhos dom+sticos diários e lhe tornasse o exílio autoimposto algumacoisa mais suportável.

V 8enha comigo V disse ele! e seguiu por um corredor que se a"astava do grandehall! com seus sXlidos candelabros de bronze! e passava por diversas portas "echadas at+chegar a uma que estava ligeiramente aberta.

2olorosa e amargamente consciente de que mancava! ele se apoiou com excessode peso na bengala e entrou na sala de estar con"ortavelmente mobiliada.

3 nico som era o do estalar do "ogo e da batida do relXgio no consolo da lareira.Eduardo "icou de lado para deixar &arianne entrar na "rente.

V 3h! que lindo%

3 olhar dela não estava na sala! ele percebeu! mas na paisagem incrível que asamplas $anelas com as cortinas abertas revelavam. Eduardo sentiu uma onda de orgulhoenquanto olhava atrav+s dos vidros lisos para a silhueta dos ma$estosos pinheiros contraa linha azul do c+u. Estrelas brilhavam no "irmamento escuro e uma luminosa luacrescente parecia suspensa! como um brinquedo mágico movido por um titereiro.Eduardo a ouviu arque$ar de prazer.

V Eu lhe disse que não "icaria desapontada com a paisagem! não disse# E istonão + nada comparado ao que verá * luz do dia.

V Esta visão me deixa quase muda de espanto%

Ela se virou para ele e sorriu com total encantamento. E! de novo! Eduardo teve asensação perturbadora de que sua pele estava tensa e quente demais! quase incapaz deconter a avalanche de sensaçWes que o inundou... uma onda tão "ormidável de anseiosensual! tão poderosa e imprevisível como um tsunami... e provocada inteiramente por aquele sorriso "ascinante.

or um momento! ele sX conseguiu olhar para ela e! automaticamente! sua menteretratou as "eiçWes cativantes diante de si! e uma excitação muito antiga! que nãoexperimentava havia anos! pulsou "ortemente em suas veias.

V oderíamos estar numa outra dimensão V disse ela! entusiasmada! os olhos deum verdeHdourado brilhando. V 1omo voc: descobriu este lugar#

V &inha mãe cresceu nesta região. Sempre que ela me trazia aqui quando eu eracriança! eu adorava. Assim! quando procurei uma casa! soube imediatamente onde queriaque "osse. 8isitei diversas antes de encontrar esta. Assim que a vi! soube que era o quequeria.

V 8oc: teve razão quando disse que "icava num lugar remoto. V Ela pegou a alçada bolsa e pendurouHa no ombro! a expressão pensativa. V 5uando ,icardo me trouxe!não vi uma sX casa por quilImetros%

V Acha que talvez se$a remota demais para voc:#

V 6ão acho nada disso! $á que não preciso de companhia o tempo todo. Al+m domais! "icar sempre cercada de pessoas realmente me aborrece! e enlouqueceria se nãotiver um pouco de paz e calma. Entende o que quero dizer#

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V ^ evidente que sim... ou não viveria aqui. V Eduardo sorriu com relut]ncia! masestava sinceramente surpreendido pelo "ato de que ela aparentemente se sentia bem coma prXpria companhia. A maioria das pessoas parecia ansiosa pelo barulho e pela distraçãoconstantes. V 8amos nos sentar $unto * lareira#

2urante alguns minutos! ambos contemplaram as chamas em sil:ncio! amigáveis!e Eduardo se sentiu particularmente tranqZilo ao lado dela.

V Está bem aquecida# V perguntou! quase relutante em romper o sil:ncio e aquietude.

&arianne voltou os olhos para ele e piscou! como se tivesse se esquecidomomentaneamente de quem ele era e por que ela estava ali.

V 3h! sim... bem aquecida! obrigada. Bem! acho que deve estar curioso sobre omotivo de eu ter mudado de id+ia e aceitado seu o"erecimento de emprego V disse elarapidamente! os dedos brancos e "inos se retorcendo sem parar no colo. V A verdade +que percebi que! a"inal! precisava de uma mudança. =icar tr:s dias presa em casa por causa da neve certamente a$udou. Embora pudesse tocar minha msica e "azer o que

amo! não estava muito animada e pensei que era o momento de tentar alguma coisadi"erente.

V Então decidiu me tele"onar. V 6ão "oi uma pergunta[ Eduardo estudou!pensativo! o lindo rosto oval e os expressivos olhos cor de avelã diante de si.

4avia muitas emoçWes con"litantes naquele olhar atraente que ele gostaria decompreender. Estaria ela "ugindo de alguma coisa! alguma crueldade ou in"elicidade quenão queria revelar! algo como um relacionamento em que so"resse abuso#

V 2ecidi e espero que não se importe.

V 6ão lhe teria dado meu cartão se me importasse.

V SX queria ter certeza.V E quais empregos teve antes#

V Bem! eu... V A atenção de &arianne se voltou para o "ogo por um instante!depois olhou direto nos olhos de Eduardo. V 7rabalhei principalmente em lo$as... uma lo$ade roupas! depois uma de instrumentos musicais e pautas... esta esp+cie de coisa.

V 8oc: devia se sentir bem na lo$a de instrumentos musicais V comentouEduardo! $á sabendo que a msica era a paixão dela! tanto quanto a carreira que uma vez"ora a paixão dele% rapidamente a"astou o pensamento.

V Eu me sentia. V 3 sorriso encantador voltou! "ranco e direto! e "oi como se

algu+m tivesse levado uma orquídea linda e rara para uma cela de prisão de concretocinzento. V Escute... sei que não tenho quali"icação para ser uma governanta! dadaminha experi:ncia anterior! mas aprendo depressa e tenho grande prazer em "azer ascoisas que trans"ormam uma casa num lar.

V =alando em casa... onde vivia! &arianne# 6uma comunidade! com um grupo deinvasores de casas vazias! talvez#

Ela se mostrou perturbada.

V 6ão! numa casa que partilhei com uma pessoa.

V /m namorado#

V 6ão... não um namorado. V =ez uma pausa. V odemos "alar sobre o empregoe a rotina diária# >ostaria de ter alguma id+ia antes de começar! para não aborrec:Hlo

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com perguntas demais.

,elutante! Eduardo su"ocou a curiosidade. /ma abordagem direta não era o queesperava de algu+m que parecia tão bo:mia como &arianne! mas isto não odesagradava. 6ão quando percebeu que uma rotina calma e uma casa bem administradapoderiam a$udar a amenizar a tortura mental que o atormentava! agindo como umaesp+cie de escudo para as lembranças terríveis do passado. ara algu+m que $á gostaratanto de correr riscos como ele! o pensamento "oi uma revelação... embora no "undo sedesprezasse por sucumbir a tanta "raqueza.

V -á dei todas as instruçWes a ,icardo sobre suas tare"as. Ele geralmente selevanta muito cedo pela manhã. 8á at+ a cozinha "alar com ele! mas tome primeiro seudes$e$um. Ah! ,icardo! estava dizendo * srta. 'oc()ood que voc: lhe explicará todos osdeveres dela na casa pela manhã.

3 $ovem alto de pele escura! olhos brilhantes e cabelos muito crespos! vestido de $eans e camisa polo de gola alta! sorriu para &arianne! indicando que concordava com oplano.

V Agora! tome seu chocolate quente V disse Eduardo a ela! inve$ando o sorriso"ácil do mordomo e dese$ando não se sentir tão velho e inválido $unto aos dois $ovens. Apesar de seu "erimento! era ainda muito "orte aos PU anos de idade. V ,icardo vaibuscar sua bagagem no carro e lhe mostrar o seu quarto. V levantouHse.

V 3brigada. V &arianne se levantou ao mesmo tempo e dobrou as mãos emtorno da caneca de chocolate quente que ,icardo lhe entregara.

#la parece cansada, re"letiu Eduardo! sem d&vida est' ansiosa para ir para oquarto dela, se instalar e pensar em como ter' sua vida neste lugar isolado com seutaciturno patro  Ela se arrependeria de sua decisão em alguns dias# 1hegaria *conclusão de que cantar na rua era mais agrad'vel não importava inclem:ncia do

clima# Amargamente consciente de suas de"ici:ncias e da maneira como a depressão e!

algumas vezes! o desespero o tomavam! bloqueando todas as "ontes de luz e de alegriadentro dele e condenandoHo a ser um su$eito desagradável e malHhumorado! Eduardosegurou uma praga.

,icardo estava acostumado a seus modos sombrios! mas esta garota de apar:ncia"rágil não estava.

Eduardo deixou &arianne com o mordomo! um homem de personalidade alegre eextrovertida! e tentou se distrair com o livro sobre um artista brasileiro avant(garde que $ácomeçara a ler.

&arianne adorou o quarto que lhe "ora destinado! o mais acolhedor e bonito que $ávira. 2epois de ,icardo colocar a mala sobre a cama larga com cabeceira e p+s de "erro eencostar cuidadosamente o esto$o "echado do violão na parede! ela lhe agradeceu a lhedeu boa noite.

 Assim que "icou sozinha! ela examinou o aposento com a esp+cie de alegria"eminina que não experimentava havia anos.

3s travesseiros macios! em "ronhas brancas! e a colcha bordada com pequenasrosas corHdeHrosa naquela cama adorável "inalmente a "izeram perceber como estavaexausta! "ísica! mental e emocionalmente. &as! determinada! deixou de lado o cansaçoquando concluiu que este seria realmente o quarto per"eito para onde voltar depois de umduro dia de trabalho.

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&arianne abriu as cortinas de seda vermelha e percebeu que tinha a mesma vistaque admirara na sala de estar do andar t+rreo. 3lhando para a noite iluminada pela lua!uma inexplicável sensação de paz a invadiu! "azendo desaparecer qualquer ansiedadesobre a decisão que tomara. 7odas as suas pontes agora estavam queimadas! mas tudo"icaria bem! disse a si mesma.

Estranhamente! tinha uma sensação boa sobre Eduardo de Souza. Ele podia ser enigmático! mas tamb+m era gentil. Ela $á vira muitos exemplos de sua gentileza no curtoperíodo em que se conheciam! assim não tinha nada a temer.

 Atravessou o piso liso e antigo de carvalho e abriu uma cImoda grande de mogno!com um pequeno vaso estreito onde havia um ramalhete de "lores. 1ada gaveta estavacuidadosamente "orrada de seda per"umada e estampada em pequenas "lores. 3 armárioelegante! tamb+m de mogno! tinha muitos cabides "orrados de seda e espaço su"icientepara "azer sua pat+tica coleção de roupas coloridas parecer re"ugiados exaustos.

 Abriu uma porta na parede mais distante da cama e! para sua alegria! descobriuque era um banheiro encantadoramente "eminino. 6o lugar de honra! brilhava umabanheira brilhantemente branca! com p+s em garras! cercada por prateleiras generosaHmente cobertas com lindos vidros de Xleos! sais de banho e per"umes caros. E! noarmário cinzento ao lado de uma $anela arqueada! havia pilhas muito arrumadas detoalhas e roupas de cama de excelente qualidade.

3bservando a suíte! &arianne "ranziu a testa! intrigada. Era mino se ela "osse umaconvidada muito bemHvinda na casa de Eduardo! e não a nova governanta. =icoucomovida ao perceber que ele tinha se dado a tanto trabalho para que ela se sentissecon"ortável! mas não compreendia. Então lembrouHse de que ele lhe perguntara se elavivera numa comunidade ou com um grupo invasor de casas abandonadas! e! somandodois e dois! concluiu que ele provavelmente acreditara que ela estivera vivendo emp+ssimas condiçWes. Sem dvida! o "ato de cantar na rua con"irmara esta opinião e! ao

instaláHla naquela suíte adorável de quarto e banheiro! passava a mensagem de queconhecia sua situação e queria mudáHla.

&as por que um homem como ele se importaria com as di"iculdades que presumiraque ela tivesse# 2e alguma "orma! não combinava com aquela apar:ncia dura! masculinae remota. 2e novo ela pensou que ele era mesmo um grande enigma.

&arianne suspirou! tirou a mala de cima da cama e se deitou. 6ão queria enganáHlo... Especialmente quando ele lhe o"erecera! de boa vontade! esta oportunidade decomeçar de novo e "azer uma vida nova para si mesma. Em algum momento ela lhecontaria a verdade.

5ue "ora casada com um homem que $á estava com uma doença terminal quandoo conhecera! que era muito mais velho do que ela! que ele e ela tinham se trans"ormadoem grandes amigos atrav+s da paixão partilhada pela msica e que! ao descobrir que elanão tinha "amília! casaraHse com ela para lhe dar o amor e o apoio que nunca tivera navida.

E! por "im! em seu testamento! ele lhe deixara a casa e todos os seus bens. 6ãoera a indigente que Eduardo imaginara. 6a verdade! tinha at+ muita coisa[ isto +! tiveraat+ dois dias atrás. Agora! realmente precisava de um emprego e um lar. -á enviara aschaves da casa para &ichael e 8ictoria! e lhes escrevera dizendo que lhe enviassem! pelacaixaHpostal! todos os documentos que precisava assinar para entregarHlhes a casa e osoutros bens. 6ão queria mais uma disputa legal... não compensava as dores de cabeçaque so"rera.

 Al+m disso! de agora em diante! seu ob$etivo era ser o mais independente possível!

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e nunca mais precisar de ningu+m para seu bemHestar e paz de espírito. 2onal lheproporcionara um período de descanso da luta "eroz pela vida! mas agora ele se "ora! e&arianne decidira que um relacionamento não era uma coisa que buscaria por muito!muito tempo... se + que o "aria algum dia. 6ão quando! em sua experi:ncia! as pessoasem sua vida ou a deixavam! de uma "orma ou de outra! ou a traíam.

E! se seu novo empregador imaginasse que era alguma cavadora de ouro semcoração que se casara com um homem velho pelo dinheiro dele! ela lhe diria claramenteque 2onal a amara sinceramente! e ela o amara. 7udo o que tiveram antes de a doençamatáHlo "oram seis meses! mas ele lhe dera muito mais amor do que seus pais.

 As lágrimas lhe desceram pelo rosto. =ora uma viagem emocional di"ícil "azer asmalas e deixar para trás o nico lar de verdade que $amais tivera! assim como umcasamento que terminara de "orma tão trágica! mas esta "ase de sua vida terminara.

&arianne enxugou as lágrimas e se levantou. A nica coisa que podia "azer agoraera garantir que Eduardo não se arrependesse de lhe dar a oportunidade de recomeçar.7inha a impressão de que ele! apesar de gentil! não apreciava muito ter estranhos emseus domínios. -á percebera que ele era muito zeloso de sua privacidade! poispraticamente tudo o que conversaram "ora sobre a situação de &arianne! não sobre adele! e "icara intrigada com isto.

5uando estavam perto da lareira na sala de estar! ela o estudou dis"arçadamenteenquanto ele "alava. ercebera claramente a expressão de dor que! de vez em quando!surgia naqueles "ascinantes olhos azuis e reconhecera o orgulho com que a dis"arçava.Era evidente que o "erimento ou doença que so"rerá era bem recente e acreditava que elese bene"iciaria de um pouco de cuidado a"etivo.

Era bom para ele que a nica coisa que &arianne descobrira 6obre si mesma aolongo da vida era que tinha uma capacidade natural e espont]nea de cuidar de outraspessoas.

CAPITULO UATRO

 Apesar de estar num ambiente totalmente estranho! &arianne não teve problemaspara dormir. Assim que acordou! levantouHse e! descalça! caminhou at+ as $anelas e abriuas cortinas. Embora ainda estivesse escuro! o c+u estava ra$ado de rosa e cinza! como assuaves cores em tons past+is da paleta de um artista.

 A luz da manhã não demoraria! pensou ela. 3 brilho duro da neve e do gelo era tãointenso que! mesmo em meio *s sombras! as colinas e "lorestas eram "acilmente visíveis[a paisagem tão espetacular como "ora na noite anterior.

Ela cruzou os braços sobre o peito e estremeceu com a antecipação do novo dia.2eterminada a ser otimista e esperançosa! disse a si mesma que estava prestes a iniciar uma "ase totalmente nova de sua vida. Era excitante! e não alguma coisa a temer. or algum tempo! apenas "icou lá! contemplando a paisagem e mergulhada num devaneioagradável.

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3 que via poderia ter sido uma cena mágica de uma das páginas ilustradas de umlivro in"antil de contos de "adas. Ela podia ser a princesa encantada! mantida prisioneiranuma torre e olhando para o reino de seu captor malvado...

V Se voc: passasse menos tempo sonhando acordada! &arianne 'oc()ood! emais tempo dedicada aos trabalhos escolares! poderia ser um nmero a menos naestatística de desempregados% V A voz exasperada de uma pro"essora voltou paraassombráHla.

Bem! pro"essoras não sabiam tudo! pensou! aborrecida. Algumas vezes havia bonsmotivos para a desatenção de uma criança! como uma vida dom+stica in"eliz e um paique bebia o tempo todo. Sonhar acordada era essencial para uma criança assim!&arianne poderia ter dito * pro"essora. &as nunca disse[ pre"eria suportar sua dor sozinha.

1om uma pequena careta! a"astouHse! relutante! da vista e "oi para o banheiro.Eram seis horas da manhã e seu empregador lhe dissera que ,icardo se levantava cedo.5uando o encontrasse! certamente ele lhe diria quais eram suas tare"as comogovernanta.

V Bom dia! está com "ome#

5uando ela "inalmente localizou a porta da enorme cozinha da casa! depois deexplorar o andar t+rreo cheio de corredores sem "im com portas e vestíbulos atrás deportas "echadas! encontrou ,icardo preparando bacon e ovos no "ogão moderno! com umavental sobre o $eans e a camiseta e parecendo ter nascido para cozinhar.

&arianne "icou agradavelmente surpreendida. 4avia os cheiros mais apetitosos decomida na cozinha! e seu estImago roncou. 6o dia anterior! comera muito pouco! devidoaos nervos e a emoção! mas agora estava "aminta.

V Bom dia. E sim... definitivamente estou "aminta% V 1om um olhar * mesapesada da cozinha! coberta de cereais! "rutas! pão "resco! manteiga! geleias e umagrande $arra de suco de laran$a! olhou para ,icardo! intrigada. V 8oc: normalmenteprepara tudo isto para o ca"+ da manhã ou o sr. Souza vai se $untar a nXs#

V Ele ainda está dormindo e comerá mais tarde V explicou o mordomo! virandoHse para "itáHla. V >osta de bacon _ ovos# =iz esta especialidade inglesa tradicionalespecialmente para voc:. or "avor! sirvaHse do que quiser.

V -á que não + todo dia que me o"erecem um ca"+ da manhã assim! como possorecusar#

&arianne puxou uma cadeira de pinho! sentouHse * mesa e se serviu de um copo

de suco de laran$a. Estava "rio! "orte e re"rescante! e sentiu como lhe "azia bem. 1omidade qualidade tinha ocupado pouco de sua atenção desde que 2onal morrera! e nãocuidara de si mesma tão bem como deveria. &as! agora que mudara sua situação! ascoisas seriam di"erentes! prometeu a si mesma. 'embrandoHse de que ,icardo disseraque Eduardo ainda estava dormindo! "ranziu a testa.

V Sei que ainda + cedo! mas o sr. Souza normalmente acorda tarde#

3 mordomo "icou imXvel por um momento! mas não se voltou para ela. /msegundo depois! virou o bacon na "rigideira com uma espátula de aço! num movimentotão ágil que não envergonharia um che".

V Algumas vezes sim! outras não. 8oc: verá. V assou o bacon e os ovos paraum prato aquecido que tirou do "orno com uma luva de cozinha e o levou para a mesa!colocandoHo em "rente a &arianne. V 1uidado... o prato está quente. 1oma bem%

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V 3brigada! vou comer.

V 8ou "azer ca"+ para nXs! então podemos conversar sobre seu trabalho.

V Está bem.

V 8oc: gosta de ca"+ ou pre"ere chá#

V 1a"+ está Xtimo! obrigada! e isto aqui está delicioso. 1omo aprendeu acozinhar#

V 1om minha mãe! como todos os meus irmãos e irmãs. Agora coma! vou "azer oca"+.

Enquanto comia o alimento delicioso! &arianne! de vez em quando! erguia os olhospara o homem alto! de pele escura! que se movia na cozinha como se tivesse nascidopara aqui0o. Era evidente que o trabalho dom+stico não o aborrecia nem lhe comprometiaa masculinidade. Era cada vez mais claro para &arianne que ele se sentia per"eitamente* vontade consigo mesmo! não importava o que "azia! e que era absolutamente leal a seupatrão.

E isto a "ez se perguntar por que Eduardo de Souza inspirava lauta lealdade. Suacuriosidade sobre ele aumentou. or exemplo! por que ele não parecia ter uma esposa#7alvez tivesse e ela pre"erisse "icar no Brasil[ ou talvez ele "osse divorciado.

,icardo percebeu que &arianne havia acabado de comer! tirou o prato vazio ecolocou diante dela um bule de ca"+! açcar! leite e uma caneca. Então se sentou diantedela! com sua caneca de ca"+! ainda usando o avental! o que a divertiu.

V Agora vamos conversar V disse ele.

V 3 sr. Souza $á teve uma governanta#

V Sim! ele tem uma no ,io de -aneiro! de onde viemos! mas não nesta casa. Aqui

ele contrata uma empresa de "axineiras para "azer a limpeza. ^ muito bom voc: estar aqui! &arianne! e espero que "ique.

2iante da dvida na voz dele! a curiosidade dela aumentou;

V or que não "icaria#

V SX quis dizer que espero que não ache o trabalho pesado demais ou a casa...solitária demais! e pre"ira estar em outro lugar! + sX.

V 1ompreendo. V &arianne manteve o olhar no belo rosto bronzeado diante de sie percebeu que não era exatamente aquilo que ele insinuara! mas decidiu não discutir. VE o sr. Souza... ele trabalha em casa#

V Sim! mas não está trabalhando agora. Ele se dedica muito a trabalhos de"ilantropia.

V 3h... V 7eria sido por isto que ele a a$udara# orque sua missão na vida eracuidar dos desa"ortunados#

or um momento! um descon"ortável sentimento de culpa a tomou. 6ão seria bomdemorar muito a explicar a ele suas verdadeiras circunst]ncias. 3u! pelo menos! quaistinham sido suas circunst]ncias at+ ela mudáHlas recentemente.

&arianne percebeu a cautela no olhar de ,icardo V sem dvida com medo de quesuas perguntas "ossem indiscretas demais V e sorriu! calorosa.

V Então + melhor me instruir sobre o que devo "azer a cada dia! e quandoterminarmos de conversar vou lavar a louça.

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3 alívio no rosto de ,icardo "oi intenso e imediato.

V ^ um bom plano. Bem! antes de tudo! voc: tem de se levantar *s quatro horasda madrugada.

V 5uatro#% V &arianne olhou para ele! assustada.

V Estou brincando% V 3s olhos negros brilharam de diversão! e ,icardo riu. V A

primeira coisa que precisa "azer neste desagradável clima gelado + acender as lareiras.Eu as deixo preparadas de noite! antes de me deitar.

&ais tarde! naquela manhã! no ltimo andar da enorme casa do s+culo N8000!&arianne estava ocupada com o aspirador de pX! passandoHo em acres de carpeteluxuoso. 2esligou a máquina por um momento para olhar com mais atenção um quadropendurado na parede coberta de papel de seda. A pequena placa na parte in"erior damoldura lhe disse que era uma pintura da casa na virada do s+culo.

1omo nos dias atuais! os telhados com ameias e torreWes! os $ardins! os campos e

a "loresta estavam cobertos por uma camada pro"unda de neve pura. 5uem vivera alinaquela ocasião#! perguntou a si mesma. 1ertamente lorde e lad@ Alguma 1oisa. Ela osimaginou por um momento! at+ mesmo acrescentou crianças * cena; um menino e umamenina com rostos de an$os! os lábios delicados! a pele rosada e saudável.

Sua mente se demorou por alguns instantes na id+ia de ter "ilhos! mas há muitotempo sabia que isto $amais aconteceria. orque quem a amaria e seria pai de seus "ilhos!agora que 2onal se "ora# 6ão que ele... cortou o pensamento rapidamente e voltou aestudar a pintura. 7eriam os proprietários perdido sua riqueza e sido "orçados a vender olar querido para algum no$ento comerciante rico#

Então &arianne pensou que seu empregador devia ser mesmo muito rico para

comprar uma casa daquelas e viver nela. Era um "ilantropo! ,icardo dissera[ de ondeviera sua riqueza# Ele a teria conquistado ou herdado#

Em meio a seu devaneio! uma porta se abriu no "im do corredor! agoraabençoadamente silencioso! e dela saiu o homem cu$a imagem seus pensamentoshaviam evocado. 8estia $eans preto e um su+ter azulHescuro de apar:ncia cara. 3 ouro"osco de seus cabelos e a pele extremamente pálida do rosto chamaram imediatamente aatenção e a preocupação de &arianne.

V Bom dia%

V 2a prXxima vez! comece a usar o aspirador de pX no andar de baixo e nãovenha a este andar at+ depois que eu tiver me levantado e tomado meu ca"+ da manhã%

Ele ignorou o cumprimento amigável! a voz rouca de hostilidade! e passou por elausando a bengala para caminhar! lançandoHlhe um olhar gelado no qual ela percebeuimediatamente uma dor intensa. Seu choque inicial *s palavras ásperas logodesapareceu! e a preocupação aumentou. Semanas sentada ao lado da cama de hospitaldo marido lhe ensinaram a identi"icar aquele olhar! e ela "oi tomada de medo.

Ele estaria doente# Seria alguma coisa grave# Se "osse assim! por que ele ou,icardo não lhe contaram o que havia de errado com ele#

V Sr. Souza%

Ela correu atrás dele e sentiu o coração bater com "orça ao pensar em abordáHlodaquela maneira.

V 3 que +# V Ele parou e se virou lentamente para observáHla. A dor em seu olhar 

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não diminuíra. At+ os nXs dos dedos que seguravam com "orça a bengala estavambrancos.

V 6ão tenho a intenção de me intrometer... mas há algum problema# >ostaria dea$udar! se puder.

V A$udar# V A boca se retorceu num esgar de desd+m. V or acaso voc: "az

milagres# 7alvez eu deva chamáHla de santa &arianne. V A voz era densa de sarcasmo ea "eriu pro"undamente. V or que me pergunta# or acaso pensa em outro papel para simesma al+m do de governanta#

5uase sem poder "alar! rígida de constrangimento e choque! &arianne apenasbalbuciou;

V E claro que não... eu apenas...

V Então minha sugestão para voc:! srta. 'oc()ood! + que cuide de seus assuntose me deixe cuidar dos meus%

Ela mordeu o lábio in"erior e se virou. &as! antes que pudesse se a"astar muito!

Eduardo "alou de novo e! desta vez! a rica voz com o leve sotaque estava áspera com oque parecia remorso genuíno;

V 2esculpe ter "alado assim com voc:. &as realmente... + melhor não se dirigir amim quando eu me levanto! pelo menos não at+ eu ter tomado meu ca"+. 6ão durmobem! e preciso de algum tempo para me tornar humano o bastante para conversar comqualquer pessoa. 6ão sei como ,icardo deixou de advertiHla sobre isto. &as temo que eleeste$a sempre esperando que alguma mudança milagrosa aconteça comigo. 8oc: tomouseu ca"+ da manhã#

V Sim! ,icardo muito gentilmente cozinhou para mim. 6ão comi muito ontem e"oi... "oi muito bom.

3 coração de &arianne ainda não havia se acalmado e ela temia outra explosão deirritabilidade. 3 que tinha certeza de que era conseqZ:ncia da dor e da "alta de sono!como Eduardo dissera. 7omou uma nota mental de sX passar o aspirador na casa muitomais tarde a partir do dia seguinte.

V Bom! então a deixarei para continuar seu trabalho.

V Eu... lamento por voc: não ter dormido bem. 8ou me lembrar de suas instruçWesde não limpar aqui at+ que tenha se levantado.

V =icarei grato.

3s olhos azuis tão atraentes passaram pelo rosto dela antes que ele continuasse o

caminho pelo corredor! mancando mais "ortemente aquela manhã e aumentando apreocupação de &arianne. &as ela aprendera sua lição e não se demorou olhando paraele! e logo retornou ao trabalho! para que ele não pensasse que o estava observando.

V Aqui.

/m copo de água e duas cápsulas brancas "oram colocadas diante de Eduardo *mesa do des$e$um! ao lado da xícara de ca"+. ,icardo estava bem perto atrás dele! orosto "amiliar cheio de preocupação.

V 8oc: não está com boa apar:ncia! posso ver que teve uma noite p+ssima. Sei

que não gosta dos analg+sicos! mas talvez deva tomáHlos ho$e! para ter algum alívio.V 6ão estou inválido! pelo amor de 2eus... e voc: sabe o que "azer com estas

Q

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coisas%

Eduardo $ogou as pílulas na mão do mordomo e dese$ou conseguir controlar o mauhumor que lhe envenenava as manhãs. &us não conseguia. &al dormira por uma horadurante a noite e seus olhos queimavam[ combinado com a dor constante na perna! nãopodia esperar que estivesse no melhor dos humores! podia# Sabia que! * medida que odia passasse! a dor diminuiria mu pouco... se conseguisse relaxar o bastante. Então odescon"orto seria bem menor sem necessidade dos analg+sicos! mas! naquele momento!seria esperar pelo impossível.

E então! por algum motivo inexplicável! lembrouHse de uma voz suave lheperguntando se estava bem e se poderia a$udar. E um anseio intenso e poderoso surgiu equase o su"ocou... quase ,apidamente se controlou[ em que diabos estava pensando#Ela podia ter um cheiro mais doce do que um $ardim de primavera depois de uma chuvade verão! mas o "ato era que ela não podia a$udáHlo[ e detestaria que ela se iludissepensando que poderia.

Ele tinha apenas uma utilidade para uma mulher atraente agora e! no que lhe diziarespeito! seria completamente louco se pensasse em &arianne! uma garota que cantavana rua! desta maneira% Sua honra simplesmente não permitiria. 6ão quando lhe o"ereceraum emprego e um lar e provavelmente o primeiro lugar seguro que ela conhecera por muito tempo. 'evantouHse! pegou a bengala e olhou para ,icardo.

V 6ão tive a intenção de lhe arrancar a cabeça. V =ez uma pequena careta. V8oc: sabe como +.

V /m dia tudo mudará para melhor! tenho certeza.

 A compaixão e a compreensão que brilhavam nos olhos de ,icardo! leais ebrilhantes como sempre! quase "izeram Eduardo tropeçar. Ao deixar seu lar e sua "amíliano ,io de -aneiro! ,icardo escolhera sem hesitação acompanhar seu patrão para uma

vida desconhecida na 0nglaterra! sem saber quando voltaria para casa. Estavaabsolutamente convencido de que! depois da trag+dia que roubara de Eduardo suaesposa e o "ilho não nascido! ele precisaria de um rosto "amiliar ao lado dele sempre queas coisas "icassem di"íceis demais. ,icardo seria este rosto. Aos DU anos! deixara a "avelamiserável onde sua "amília morava para servir * "amília Souza! especi"icamente Eduardo.Ele lhe dera um emprego e um lar! e era seu orgulhoso dever continuar a serviHlo at+ queo patrão dissesse o contrário.

 Agora! lembrandoHse de tudo isto! o nX na garganta de Eduardo o "ez engolir com"orça.

V 6ão posso concordar que as coisas vão "icar melhores! meu amigo! como isto

seria possível# 3 "ato + que estou condenado... condenado por toda a eternidade... e! seminha dor "ísica vai diminuir ou não! nada vai alterar isso.

Sem "azer comentários! ,icardo se virou para a bancada da cozinha e pegou umpano para limpar o mármore $á brilhante que &arianne limpara mais cedo.

V Acho que Eliana! sua esposa! não iria querer que voc: so"resse assim! que seculpasse por tanto tempo. Ela não iria querer isto de $eito nenhum.

V 8amos mudar de assunto! está bem# 8ou para meu escritXrio agora. 7enhomuito trabalho a "azer! e sem dvida isto me distrairá a mente e não me deixará pensar em coisas tão desagradáveis.

V Se vai para o escritXrio! daqui a pouco lhe levarei os $ornais e mais uma xícarade ca"+.

V 3brigado. V A voz áspera! Eduardo deu um passo em direção * porta! então

U

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parou por um momento. V Antes que me esqueça! como "oram as coisas com minhanova governanta esta manhã#

 A expressão de ,icardo se tornou imediatamente alegre.

V -á posso in"ormar que ela + muito trabalhadora V disse ele. V ^ magrinha! mas"orte.

V Bem! me in"orme se houver algum problema. V E! apesar da irritabilidade e dador! não conseguiu deixar de sorrir de leve * descrição rude! mas bemHintencionada domordomo! de &arianne como \magrinha\ mas \"orte\.

&ais tarde! houve uma batida hesitante na porta do escritXrio. 7irando os olhos dotexto na tela do computador V um eHmail de uma instituição de caridade voltada paracrianças! agradecendoHlhe pelo apoio constante e a generosidade V! Eduardo girou osombros para amenizar a tensão entre as espáduas.

V Entre%

V 2esculpe perturbáHlo...Era &arianne! o rosto vermelho por ter estado perto de algum tipo de calor! os

cabelos cor de mel presos num nX "rouxo no alto da cabeça! que! pelas mechas sedosasque "lutuavam em torno do rosto! parecia na imin:ncia de despencar a qualquer momento. /sava um avental riscado de azul e branco sobre calça vermelha de algodão eum su+ter creme de homem! grande demais para ela e que parecia engoliHla. Ela pareciadelicada e! de alguma "orma! inexplicavelmente atraente ao mesmo tempo.

#la estava usando essa roupa esta manh, quando a vi no corredor? Eduardo nãotinha certeza. =icara abalado demais por sua o"erta de a$uda e a gentileza e preocupaçãoevidentes naqueles grandes olhos amendoados da cor de avelã para perceber.

V 3 que +# V perguntou ele! interessado! a tensão e o cansaço que vinhacombatendo esquecidos.

V 2esculpe! estou um pouco atrasada! mas o almoço está pronto. Assei pão e "izsopa! e levou mais tempo do que pensava.

V 8oc: assou pão e "ez sopa# 5ue tipo de sopa#

V 2e batata e alhoHporX... + realmente boa para voc:! especialmente neste clima.7enho certeza de que gostará. 2e qualquer maneira... V 2e repente! ela "icou tímida!como se tivesse presumido demais e estivesse constrangida com o prXprio entusiasmo.V 3nde quer comer# Aqui no escritXrio# 3u posso pIr a mesa na sala de $antar! se

pre"erir.V 3nde voc: vai comer# 6a cozinha#

V Sim. ,icardo "oi * cidade buscar alguns suprimentos e disse que comerá maistarde.

Subitamente cansado da prXpria companhia malHhumorada! e o pensamento depão "eito em casa e sopa mais atraente do que imaginara possível! Eduardo estendeu amão para a bengala e se levantou.

V 8ou me $untar a voc: na cozinha.

V Está bem.3 escritXrio sombrio! com mobília pesada de couro e cheio de estantes de livros!

de repente "icou iluminado pelo sorriso dourado e! ainda sorrindo! &arianne se a"astou

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para deixar que Eduardo saísse da sala antes dela.

CAPÍTULO CI!CO

&arianne estava pensando em milagres. Sabia que existiam porque rezara muitopara que algu+m gentil "izesse parte de sua vida! e então 2onal aparecera.

 Agora! enquanto observava o belo rosto magro e anguloso do outro lado da mesa!com sua expressão preocupada e enigmática! pensava silenciosamente no motivo por que um homem como aquele precisava de um milagre em sua vida. SurgiuHlhe na mente

a possibilidade perturbadora de que ele tivesse uma doença terminal[ a garganta "echou eo apetite desapareceu.

V 0sto está muito bom V disse Eduardo! que! não tendo um dilema como o de&arianne! comia com prazer.

Ele olhou para ela! os olhos azuis intensos mergulhando nos dela! e o estImago de&arianne deu um nX.

V 3brigada.

Eduardo cortou um pedaço generoso de pão! ainda quente do "orno! e mastigou!então colocou o restante no prato lateral. V8oc: realmente sabe cozinhar! o pão tamb+m

está delicioso.V 2izem que a necessidade + a mãe da invenção. 5uando eu era menina! não

havia muito dinheiro em casa! mas meus pais tiveram uma pequena horta por algumtempo! e um ano tivemos uma enorme produção de alhoHporX! cenoura e nabo. Algumacoisa precisava ser "eita com aquilo tudo! e a sopa "oi a solução mais "ácil. 2epois disso!"iquei interessada em cozinha e experimentei algumas receitas com sucesso. E descobrique "azer pão tamb+m + terap:utico.

3 interesse no rosto dele aumentou.

V ensei que não tinha pais.

V 0sto "oi há muito tempo. V 1om o coração apertado! &arianne tomou umacolher de sopa e "icou calada.

V 3 que aconteceu a eles#

Era evidente! pelo olhar intenso de Eduardo! que ele não aceitaria o sil:ncio comoresposta.

V &inha mãe "oi embora para a Am+rica! quando eu tinha DR anos! com umhomem com quem estava tendo um caso. E meu pai...

V Sim#

V 6o momento! meu pai pode estar morto ou desmaiado b:bado debaixo de umaponte em algum lugar de 'ondres. A 7o)er Bridge era uma de suas "avoritas. elomenos... "oi lá que o vi pela ltima vez.

G

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V 5uando "oi isso#

V 1erca de tr:s anos atrás. Ele era... é um alcoXlatra irrecuperável. =oi por istoque minha mãe não conseguiu "icar com ele. Agora tome sua sopa! vai es"riar.

Ela se levantou e "oi at+ a pia se servir de um copo de água. Sua garganta pareciater inchado diante da onda de tormento das lembranças da in"]ncia! e "alar sobre elas

apenas lhe aumentava a tristeza. Sua mãe insistira para que &arianne "osse com ela paraa Am+rica. &as! mesmo com apenas DR anos! ela sentiu que não podia abandonar aruína triste! determinada a se destruir! em que seu pai havia se trans"ormado. 6ão quandono "undo da mente havia lembranças mais amorosas dele! abraçandoHa! brincando comela quando era pequena! chamandoHa de seu an$o. 2epois! quando estavam apenas osdois na casa que não era mais um lar! houve momentos de grande emoção! quando elechorava e implorava que o perdoasse por perder seu negXcio e por precisar beber paraamenizar a dor que a aus:ncia da esposa lhe causava.

Sim! ela compreendia o motivo por que sua mãe não "ora capaz de "icar com umhomem daqueles V mesmo aos DR anos! ela percebera que era uma situaçãoinsuportável V! mas isto não tornou mais "ácil para ela lidar com a situação. 6emdiminuíra sua sensação de traição. A realidade brutal de ser deixada para trás para ser responsável por um homem que não se importava mais se vivia ou morria desde quetivesse a bebida era uma coisa que $amais poderia esquecer.

V &arianne#

V 2esculpe! precisava de um copo de água. V Ela voltou para a mesa! sentouHsee "ez um es"orço valente para sorrir para Eduardo! que tinha os olhos "ixos no rosto dela.

V 8oc: precisa comer alguma coisa V disse ele! brusco! mas a expressão em seuolhar perturbador era compassiva e "irme! ainda mais desconcertante era a di"iculdadeque &arianne sentia em desviar o olhar do dele. V 1rianças precisam dos pais... lamento

que o seu não tenha sido capaz de cuidar de voc: como deveria.V 8oc: tem pais ou irmãos#

V &eus pais vivem no bairro do 'eblon! e agora estão aposentados. 0n"elizmente!não tenho irmãos ou irmãs! sou "ilho nico.

V 5uando era pequena! queria muito ter um irmão ou uma irmã V con"essou&arianne V! mas talvez tenha sido melhor que "osse apenas eu. Agir como pai e mãenão era natural para meus pais! acho.

2epois disso! "icaram em sil:ncio! e ela se sentiu grata por Eduardo não lhe "azer mais perguntas sobre seu passado in"eliz. 7amb+m percebeu que ele gostou de ela não

ter demonstrado curiosidade sobre a prXpria vida. Sua avaliação de que ele era o maisdiscreto dos homens no que se re"eria a si mesmo era cada vez mais pro"unda.1ompreendendo isto! ela não lhe "ez perguntas que ele consideraria impertinentes. Eleapenas lhe dera um emprego e um lar! e ela respeitaria sua necessidade de privacidade.&as o "ato de que ele poderia estar gravemente doente a atormentava. 7alvez pudesseperguntar discretamente a ,icardo! se tivesse a oportunidade.

V 1ostumo caminhar pelos campos depois do almoço. V Eduardo pegou abengala e se levantou. V >ostaria de ir comigo#

&arianne olhou para a paisagem branca e brilhante! coberta de neve! atrav+s da $anela! para o c+u muito azul e sem nuvens e leve um enorme anseio de passear por lá.

&as estava consciente do que era uma empregada daquele homem! não sua convidada.V Eu adoraria sair para caminhar! mas pretendo limpar algumas das salas. 4á

tantas que provavelmente levarei a tarde toda para terminar.

PC

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V A limpeza pode esperar! não + importante V disse ele! um toque de irritabilidadena voz! $á se encaminhando para a porta. V Eu a encontrarei na porta dos "undos em DMminutos. 8oc: tem sapatos adequados para andar na neve# Se não tiver! há muitas botasna área dos "undos! e voc: certamente encontrar um par que lhe sirva.

V 3brigada! mas trouxe botas para neve.

V `timo. V Ele passou o olhar por ela. V 5uinze minutos% V Acrescentou!virandoHse e se a"astando! as costas largas a ltima visão que &arianne teve de seu "ísicoimpressionante enquanto ele saía.

1omeçara a nevar de novo. or quantos dias mais o c+u continuaria a esvaziar suacarga gelada sobre a terra# 6um momento! Eduardo dava as boasHvindas ao sil:ncioabsoluto que a neve deixava numa paisagem que procurara deliberadamente paraesquecer do resto do mundo[ no seguinte... no seguinte! combatia um anseio extremopelo calor! sons e cheiros e a simples sensação de vida que caracterizavam seu país.

1om um suspiro! lançou um olhar de lado para sua companheira de caminhada e

via que o brilhante gorro de lã de &arianne estava coberto de cristais de gelo quederretiam rapidamente. 4avia duas manchas vermelhas nas "aces dela! e sua respiração"ormava pequenas nuvens de vapor.

V Se estiver com "rio demais! podemos voltar para casa V o"ereceu Eduardo!estranhamente relutante em "azer aquilo.

V Estou muito bem V respondeu ela! os olhos cor de avelã brilhantes. V Avantagem do "rio + que depois voc: pode se aquecer. 3 que há ali#

Eles haviam cruzado uma ponte de madeira coberta de treliça sobre o "osso! apintura verde recentemente restaurada por ,icardo! e agora estavam diante de uma

encruzilhada na estrada. /ma das trilhas atravessava os extensos campos da casa! ooutro se apro"undava na "loresta em torno. Era para a segunda trilha que a mão enluvadade &arianne apontava.

V A "loresta... nunca segui esta trilha para ver at+ onde vai.

V Está "alando s+rio# Sempre que vou a algum lugar onde nunca estive e ve$ouma curva na estrada! especialmente no campo! eu me pergunto que aventuras podemestar me esperando do outro lado. 6ão "ica curioso# V Ela parou de repente! aincredulidade evidente na expressão do rosto.

V 6ão at+ agora V admitiu ele V! e! em relação a aventuras... não sãoexatamente o que procuro no momento.

5uase sem perceber! Eduardo lançou um olhar para a perna "erida e a bengala naqual se apoiava.

V 8oc: quer dizer por causa de sua perna# V deduziu &arianne.

 At+ então! ela "ora discretíssima e não lhe "izera perguntas sobre seu "erimento!mas agora ele mesmo tinha inadvertidamente chamado a atenção para o assunto. or umsegundo! a irritação dele consigo mesmo "oi intensa.

/m grande corvo atravessou o c+u! e seu grito agudo pareceu ampli"icar a tensãodentro dele. 3 controle absoluto que mantinha ameaçou se romper diante da sensaçãodesagradável de estar sendo sitiado.

V 3 clima está piorando! talvez se$a melhor voltarmos. V A voz dele era "ria at+para os prXprios ouvidos.

PD

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V 8oc: sente muita dor# V /ma preocupação brilhava nos olhos de &arianne!gentil! e Eduardo se sentiu acuado.

 A neve continuava a cair! grossos "locos gelados que aderiam *s suas roupas e os"aziam parecer homens de neve humanos.

V re"iro não discutir o assunto! se não se importa.

V SX perguntei porque me preocupo.V Então! por "avor! não se preocupe%

V 2esculpe se pareço estar invadindo sua privacidade! não + minha intenção. ^apenas que... bem... se voc: está doente e + alguma coisa s+ria! pode ser bom se eusouber.

V E + aí que voc: está enganada% V Agora Eduardo estava "urioso! com ela econsigo mesmo por convidáHla a acompanháHlo. V 'i que "ilhos de alcoXlatras"requentemente sentem a necessidade de resolver os problemas dos outros. or "avor!não cometa o erro por arrog]ncia de pensar que pode resolver o meu%

E com isto ele se virou em direção * ponte que haviam acabado de cruzar! maisconsciente do que nunca de que sua perna "erida impedia que andasse mais depressa ezangado tamb+m por ter perdido o controle e insultado &arianne. 3 pai dela estava mortoou b:bado debaixo de alguma ponte! e ela era evidentemente traumatizada por umacriação com pais que eram! pelo que ele percebera! absorvidos demais em si mesmospara perceber o so"rimento da "ilha. or que outro motivo ela terminaria cantando na ruapara sobreviver# Ele simplesmente não tinha o direito de descontar nela! como acabarade "azer! estivesse "urioso ou não.

 Achava que $amais tivera tanta aversão por si mesmo como sentia naquelemomento. 0sto +! com exceção do dia do acidente[ naquele dia! ele positivamente se

odiara...

&arianne tinha certeza de que havia es"regado o mesmo lugar do grande armáriode mogno pelo menos D vezes! se não mais. Enquanto a tarde caía! as lareiras eramacesas e as cortinas "echadas! as palavras zangadas de Eduardo se repetiam interminaHvelmente em sua mente;

)i que filhos de alco*latras freq+entemente sentem a necessidade de resolver os problemas de outros  Al+m de colocáHla "irmemente no seu lugar! as palavras brutais ahaviam "eito pensar no passado de novo! mas desta vez com uma nova e assustadoracompreensão. Era isto que tentava "azer com todas as pessoas que amava# rocurar resolver os problemas delas# 1omo se não merecesse ser "eliz! a menos que pudesse!de alguma "orma! tornar tudo certo para todo mundo# 7eria sido por isto que "icara com opai! em vez de aproveitar a oportunidade de ser "eliz com sua mãe num novo país! comuma vida di"erente da exist:ncia dolorosa que suportara por tanto tempo# Sua mãe lheescrevera implorandoHlhe que se $untasse a ela e a >eo"" V seu novo marido V na1ali"Xrnia! especialmente agora que 2onal estava morto. Em sua ltima resposta! novemeses atrás! &arianne lhe dissera que de"initivamente pre"eria "icar na 0nglaterra e! no"undo da mente! havia o pensamento no caso de meu pai precisar de mim &as não via opai "azia tr:s anos! e perdera completamente o contato com ele.

6ão era "ácil saber onde ele estava quando se tornara um vagabundo! e! no "im! a

constante preocupação e a busca sem resultados quase a "izeram adoecer. &as talvezhouvesse algum tipo de organização ou ag:ncia * qual pudesse pedir a$uda para localizáHlo. E! se não! que tal procurar em hospitais! no caso de ele...# Sua mente não lhe permitiu

P

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terminar o pensamento[ roeu a unha do polegar! e o gosto de cera a "ez tiráHlo da bocaimediatamente.

V &arianne#

V ,icardo... 2esculpe... não o ouvi entrar.

Ele entrou na bela biblioteca! com o piso de madeira encerada! diversos tapetes

exXticos e estantes cheias de livros! que! segundo dissera a &arianne quando lhemostrara a casa! vieram do Brasil. Então ele parou perto dela e cruzou os braços sobre opeito.

V 3 sr. Souza pediu um ca"+. Eu teria "eito para ele! mas ele me disse quegostaria que voc: cuidasse disso.

V ^ claro. V &arianne $untou o macio tecido e o polidor que estava usando e seencaminhou para a porta! mas parou no meio da sala! "ranziu a testa e deu de ombros. V Acho que ele está zangado comigo! ,icardo.

V E por que estaria#

V Eu lhe perguntei sobre sua perna... se doía porque ele estava doente ouqualquer coisa assim. Ele não gostou e "icou muito bravo comigo. Estou com medo deque ele pense que sou alguma intrometida.

/ma linha se "ormou na pele da testa cor de ca"+ de ,icardo.

V 8oc: precisa compreender uma coisa sobre Eduardo de Souza. Ele + umhomem que... V =ez uma pausa! como se procurando pelas palavras numa língua quenão era a sua. V /m homem que não gosta que pessoas saibam coisas sobre sua vidaparticular. Se ele pre"ere não explicar algo + porque tem seus motivos. eçoHlhe querespeite estes motivos mesmo que não saiba quais são.

V E eu respeito% ercebo que ele não quer ter sua privacidade invadida! e 2eussabe que compreendo isto! mas eu lhe pergunto; o que há de errado em demonstrar preocupação se ve$o que algu+m está sentindo dor! ou passando por alguma di"iculdade#

V 8oc: tem um coração bondoso! e certamente isto não + um crime! &arianne. Apenas viva um dia de cada vez e eventualmente... aos poucos... Eduardo verá que voc:+ uma pessoa sincera e não quer criar problemas para ele.

 Agora ,icardo sorria! e embora &arianne se sentisse! a princípio! mais tranqZila!seu estImago se apertava! descon"ortavelmente! * id+ia de en"rentar de novo seuempregador e talvez ver suspeita e descon"iança nos olhos dele.

V Espero não ter demorado demais. Eu lhe trouxe alguns biscoitos tamb+m.

6a sala de estar! com a lareira acesa! ela colocou a bande$a na mesa de ca"+diante de Eduardo e esperou que ele dobrasse o $ornal que lia e o descansasse ao ladono so"á.

Ele passou os dedos pelos cabelos! então es"regou o queixo! coberto pela sombrada barba espessa que crescia. As mangas do su+ter estavam enroladas at+ o meio dosbraços musculosos! u ela viu os "inos "ios dos pelos dourados que lhe cobriam a pelo.

V 8oc: não demorou V disse ele! áspero! e se serviu do calo e de um biscoito. V1omo está se saindo#

V Saindo# V 2espreparada! &arianne deixou o olhar nervoso se encontrar com o

dele! e seu estImago apertou tão violentamente ao brilho daqueles olhos azuis intensos!com os longos cílios negros! que mal pIde pensar por um momento.

PP

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V 3 trabalho não + pesado demais para voc:#

V 6ão! de $eito nenhum! na verdade gosto dele. Esta casa + uma alegria! cadasala em que entro + uma revelação%

V /ma aventura! V A boca s+ria e bem desenhada "ormou o mais leve dossorrisos! e &arianne sentiu a cor "orte do constrangimento lhe cobrir o rosto.

V Suponho que voc: ache isto in"antil.V ensa que algu+m como eu + incapaz de sentir a atração da aventura# 5uando

tinha a sua idade! poderia igualar seu anseio pelo inesperado... pela volta da estrada quepoderia levar ao "eliz desconhecido. 0n"elizmente! algumas vezes a vida apresentatamb+m algumas aventuras não tão agradáveis! e isto pode amortecer a esperança $uvenil... at+ mesmo destruíHla para sempre. or que não se senta por um momento e tirauma "olga#

ensando naqueles comentários surpreendentemente reveladores! &ariannesentiu o corpo enri$ecer descon"ortavelmente.

V 'amento que algumas coisas ruins tenham acontecido e diminuído seuotimismo. Sei como +. &as no "im! apesar das coisas que dão errado e nos "erem! temosde continuar e "azer o melhor que pudermos de nossas vidas! não acha#

V E se voc: + culpada por causar dor a algu+m# V Eduardo voltou o assuntoimediatamente para ela! parecendo sinceramente querer uma resposta.

V Então sempre há o perdão... 6ão apenas para a pessoa que o "eriu! mas! maisimportante! para si mesma

V erdoou seu pai por ser um b:bado e não cuidar adequadamente de voc:#

 Ao ouvir a amargura em sua voz! &arianne "ranziu a testa! perguntandoHse se ele

havia magoado algu+m que no o perdoara e ainda estava vivendo com culpa e remorsodemais sobre o que quer que tivesse acontecido.

V Em meu coração! tento sinceramente V disse ela! cuidadosa. V 7enho penadele! se quer saber. Alcoolismo + uma doença de recuperação muito di"ícil. &eu paicomeçou a beber primeiro por causa da pressão sobre ele para ter sucesso... uma coisaque nossa cultura promove sempre. 5uando não conseguimos! nXs nos consideramos um"racasso. 6ão precisamos de "orças externas para nos punir quando "azemos isto muitobem por nXs mesmos... e meu pai + um exemplo.

V 6ão vai se sentar por um momento# Ainda pensando na reveladora troca depalavras e talvez um pouco temerosa de ter "alado demais! ela recusou rapidamente;

V 6ão[ se não se importa! preciso preparar o $antar. ,icardo tem dois patosselvagens que um "azendeiro local lhe deu. ensei em preparáHlos com um bom molho delaran$a e serviHlos com vagens "rancesas e pur: de batatas.

V /ma delícia culinária a ser antecipada com muito prazer! tenho certeza.

V Está sugerindo que não + re"inado o bastante para seu gosto#

V 6ão estava zombando! &arianne! voc: se esquece de que $á provei sua comidae sei que + Xtima cozinheira. 7ive a intenção de lhe "azer um elogio.

V 3h...

Ela estivera inconscientemente enrolando uma longa mecha de cabelos na pontado dedo! sentindoHse cada vez mais tensa por não saber o que esperar daquele homem!de um momento para o outro. 5uando ele a tranqZilizou! ela soltou a mecha sedosa e

PR

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tentou sorrir. Ao lado! na imensa lareira de mármore! o "ogo estalava! convidativo! e se acompanhia de Eduardo lhe causasse menos tensão! ela "icaria contente de aceitar seuconvite para se sentar e descansar por alguns minutos. &as! perversamente! tamb+mestava ansiosa para cozinhar seu primeiro $antar nessa antiga casa adorável e esquecer por algum tempo suas preocupaçWes e ansiedades.

V Bem! então + melhor eu começar. 3 $antar estará pronto por volta de sete horas!está bem para voc:#

V Está Xtimo. E precisamos conversar sobre sua remuneração! ainda nãodiscutimos o assunto. 7alvez! depois do $antar! voc: me encontre no escritXrio.

V Está bem.

Era como se a porta da in"ormalidade! que Eduardo abrira mais cedo! quando aconvidara cordialmente para se sentar com ele $unto * lareira! tivesse sido "irmemente"echada. Em seu lugar! voltou a reinar o distanciamento "ormal! e! quando ela caminhoupelos longos corredores at+ a grande escadaria que levava ao t+rreo! admitiusilenciosamente que não gostava daquilo. 6ão gostava nem um pouco...

CAPITULO S"IS

Eduardo pensara em mencionar seu arrependimento pela explosão de mau humor!quando caminhavam $untos pelos campos! &as então considerara que! se o "izesse!passaria o tempo lodo em que &arianne trabalhasse para ele se desculpando. &elhor queela aprendesse depressa a se adaptar a suas mudanças de humor e lidasse com elas omelhor que pudesse. &as! ao mesmo tempo! aborrecíaHo ela ter se recusado a se sentar  $unto dele e conversar.

2epois do excelente $antar que ela preparara! Eduardo agora a olhava atrav+s daenorme escrivaninha em seu escritXrio.

Estaria deliberadamente colocando barreiras entre eles# 6ão o surpreenderia! nãoquando se sentia cada vez mais cativado por ela e temeroso de para onde isto o levaria.

V Este + o valor que tenho em mente V disse ele em voz alta! empurrando paraela uma "olha de papel no qual escrevera.

&arianne leu o que estava escrito e se recostou silenciosamente na cadeira.

V Bem# V 0mpaciente! Eduardo bateu a caneta no borrão.

V ^ demais.

V 6ão vamos passar por este caminho de novo! vamos#

V 6ão estou sendo deliberadamente di"ícil! sr. Souza... Eduardo. V Ela ruborizou.V ^ certo que o chame de Eduardo quando sou uma empregada! e não uma amiga sua#

6ão me parece correto. 2e qualquer maneira! o que quero dizer + que o que está meo"erecendo me parece generoso demais! especialmente quando estou vivendo aqui e"aço todas as minhas re"eiçWes * sua custa.

PM

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&arianne passou uma suave mecha de cabelos para trás da pequena orelha eergueu o queixo. E! de repente! toda a atenção de Eduardo "ocalizou na boca de&arianne... aqueles lábios lindos! docemente desenhados! nos quais ele percebeu umtremor ar intrigante. /m calor erXtico lhe tomou o corpo com viol:ncia[ $amais sentira umdese$o tão tXrrido e instant]neo percorr:Hlo! com uma "orça quase incontrolável. recisoude um momento para se recuperar antes de ser capaz de "alar.

V 7enho certeza de que não há muitos empregados que reclamem de receber umsalário generoso demais V comentou! seco. V 8oc: certamente + nica! &arianne.

V At+ pode ser! mas! como lhe disse antes! não sou um caso de caridade. 2eveme pagar um salário que normalmente pagaria a algu+m que ocupasse esta posição.

V 1omo sabe que este não + o valor que eu normalmente pagaria#

V 6ão sei! mas acho que + da sua natureza ser gentil... a$udar aqueles que voc:considera menos a"ortunados. 7udo o que peço + que me pague o salário usual do cargo!isto será mais do que bom.

Ela acreditava que era de sua natureza ser gentil. A id+ia quase congelou Eduardo

na cadeira. 2epois de tudo o que acontecera! gentil era a ltima palavra que usaria paradescrever a prXpria natureza. Aborrecido e para provar que ela estava enganada! elepuxou o papel e escreveu um nmero di"erente! diminuindo pelo menos cinco por centodo salário normal de uma governanta que &arianne sugerira que ele lhe pagasse.Empurrou o papel para ela de novo e se levantou.

Ela estudou o que ele escreveu e disse apenas;

V 3brigada.

3bservandoHa se levantar! ele deixou o olhar "aminto percorrerHlhe o corpo esguio!percebendo que o decote do su+ter largo demais escorregara tentadoramente por um

ombro pálido o sedoso! um ombro extremamente "eminino e per"eitamente comestvelEduardo não conseguiu desviar o olhar. 6ão estava apenas excitado[ seu corpo e suamente "oram subitamente consumidos por uma paixão avassaladora! uma necessidade eum dese$o sobre os quais parecia não ter controle nenhum. E soube que isto o deixavavulnerável numa área em que buscara ativamente se proteger... a área de sentimentos eemoçWes.

&arianne começou a andar em direção * porta.

V ,icardo vai ao telheiro buscar lenha para as lareiras para amanhã de manhã.reciso tomar ar! e disse que iria com ele e o a$udaria. 1om licença.

V &arianne#

V Sim# V Ela parou e se virou.

V 8oc: está se dando bem com ,icardo! pelo que percebo.

V Sim! estou.

V 8oc: gosta dele#

V 3 que há para não gostar# Ele + um $ovem muito agradável e de conviv:nciamuito "ácil.

V 8oc: "ala como se "osse vinte anos mais velha do que ele! e não apenas umano%

Ela "ranziu a testa e cruzou os braços! parecendo descon"ortável.

V Acho que minha maneira de "alar parece al+m da minha idade. Estou

PQ

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acostumada a ser responsável pelas coisas. 4ábito! suponho.

V Ele lhe disse que vai via$ar amanhã e "icará "ora por alguns dias# 7em umalonga "olga e vai se encontrar em 'ondres para amigos que vieram do Brasil.

V Sim! ele mencionou a viagem.

V E voc: não "ica inquieta com a id+ia de "icar sozinha comigo enquanto ele está

"ora#3s olhos dela eram "rancos e calmos no rosto de Eduardo.

V E deveria# 8oc: + meu patrão! al+m de um amigo... eu me sinto per"eitamentesegura com voc:.

V =ico "eliz por "inalmente me aceitar como seu amigo! quando antes parecia nempensar nisto e se re"eria a mim apenas como seu patrão%

V Estávamos começando a nos tornar amigos antes de voc: se o"erecer para mea$udar com um emprego e um lar... não estávamos# V Ela "icou ruborizada enquanto"alava.

V Bem... V 3 dese$o parecia aumentar de "orma inconveniente e quase dolorosa!e Eduardo dis"arçou dando de ombros. V Então + melhor que voc: vá se encontrar com,icardo e continue a "azer o que estava "azendo.

V recisa de alguma coisa antes que eu saia# V perguntou &arianne! inocente.

Eduardo quase rezou alto para a 6ossa Senhora Aparecida lhe dar "orças diantedas imagens vividas que lhe tomaram a mente com a pergunta! e sua voz se tornou maisáspera do que pretendia quando respondeu;

V 6ão! não preciso de nada. Se precisar! ,icardo poderá me atender quando elevoltar.

V Está bem.

&arianne saiu do escritXrio e "echou a porta bem suavemente

3rgulhosa de si mesma por sobreviver sem muita con"usão ao dia! &ariannepreparou re"eiçWes e bebidas para Eduardo e ela mesma depois de ,icardo via$ar para'ondres! al+m de executar todos os trabalhos de casa. noite! &arianne pensava apenasnum longo banho quente e em relaxar com um bom livro. &as não estava totalmentetranqZila.

2uas coisas a incomodavam. rimeiro! a descoberta de que! para algu+m queparecia tão interessado numa exposição de "otos que a visitara mais de uma vez!Eduardo aparentemente não tinha uma sX "otogra"ia na casa. 1ertamente não havianenhuma em exibição! e isto lhe parecia estranho. 7alvez! por alguma razão! Eduardoestivesse tentando esquecer seu passado. 3u! pelo menos! deixáHlo para trás. Segundo!no começo da tarde! ele recebera a visita do "isioterapeuta. 3 pro"issional parecera muitoagradável! mas! depois que ele "oi embora! &arianne bateu * porta da sala de estar parao"erecer a Eduardo uma xícara de chá e a tensão no rosto dele e a leve camada de suor na testa a chocaram. 6ão precisara perguntar se sentia dor! a evid:ncia era clara no rostodele.

5uando estava prestes a deixáHlo para "azer o chá! não conseguiu se conter e

voltou! dizendo! irritada;V ensei que um terapeuta devia amenizar a dor... não provocáHla%

PU

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V 3 que sugere que eu "aça# V zombou Eduardo amargamente! erguendo aperna machucada para o so"á e mal reprimindo um gemido.V 5ue o demita#

V 2esculpe V murmurou! e correu para a$udáHlo! então se sentiu intil ao ver queele $á se acomodara bem satis"atoriamente! sem sua a$uda. V 6ão tive a intenção de meintrometer.

V 8oc: se designou meu an$o da guarda pessoal! estou vendo V comentou ele e!antes que &arianne soubesse o que estava acontecendo! tomouHlhe a mão! segurouHa!então acariciouHlhe os dedos com a ponta áspera do polegar.

3 calor sensual que ricocheteou pelo corpo dela "oi como um cala"rio implacável!roubando cada gota de umidade de sua boca e "azendo seu coração disparar. 6o sutiã dealgodão! os mamilos endureceram! quentes e dolorosos. 6unca antes ela experimentamuma reação tão tXrrida ao toque de um homem. Seus ossos pareceram se trans"ormar emágua! e não soube como permaneceu em p+! tão tr:mula estava.

 Antes que pudesse se recuperar! Eduardo lhe libertou a mão para arrumar umaalmo"ada mais con"ortavelmente nas costas. Então sorriu para ela V realmente sorriu V!

e "oi como se! milagrosamente! ela tivesse uma visão impressionante do homem real por trás da máscara distante! cheia de dor! que ele normalmente usava.

 A razão a abandonou por alguns segundos! e &arianne sentiu um impulso quaseincontrolável de tocar a pele do queixo dele. Soube instintivamente que seria como veludoáspero. 5uis desesperadamente tirarHlhe da testa o cacho de cabelo louro que lhe dava aapar:ncia de um garoto. =icou tão atInita pelo poder daquele dese$o que precisou morder o lábio in"erior e apertar as mãos para impediHlas de seguir a ordem de seu coração.

V Acho que aquela xícara de chá será muito bemHvinda agora V comentouEduardo com apenas o indício de um sorriso! divertido! como se soubesse muito bem oe"eito que tivera sobre ela e! o que era ainda mais chocante! que não se arrependia nem

um pouco.2epois de sair da sala de estar e "echar a porta! &arianne conseguiu respirar de

novo com "acilidade e se recostou no painel de carvalho da parede para se controlar. &asprecisou de alguns momentos para ser capaz de se mexer.

3 toque el+trico de Eduardo a deixara em chamas e "ora uma completa revelação.1om os olhos "echados! ela levou uma das mãos ao pescoço e reviveuHo. =inalmente!obrigandoHse a se mover! seguiu meio tonta para o andar t+rreo e at+ a cozinha.

6as primeiras horas da madrugada! com as longas sombras das grandes árvores

re"letidas no quarto pela luz da lua e as batidas do relXgio por companhia! &arianneestava completamente acordada e totalmente sem sono. 1om um suspiro! resignadaacendeu a luz do lindo aba$ur sobre a mesinha de cabeceira e! batendo no travesseiropara lhe restaurar a "irmeza! recostouHse e estendeu a mão para seu livro.

&as o olhar recaiu no violão! ainda na mesma posição em que ,icardo o colocara!encostado na parede. arecia que havia s+culos que não o tocava. 5uem poderia "icar perturbado se tocasse alguns acordes bem baixinho# ,icardo via$ara! e os aposentos deEduardo eram no andar acima do de &arianne. Assim! levantouHse! descartou o livro e sesentiu excitada com a ideia de "azer msica de novo. 7alvez! se a neve diminuísse umpouco! ela pudesse visitar o clube "olclXrico e cantar um pouco.

6o momento em que estendeu a mão para o instrumento! um som de queda lhechegou aos ouvidos! um som alto demais para ser ignorado na quietude da casa e queviera claramente do andar de cima.

P

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0mXvel! amedrontada! &arianne podia $urar que ouvia as batidas do prXprio coraçãoecoarem no quarto. Então! com todos os pensamentos de "antasmas e espíritosdeterminadamente a"astados da mente! outra noção mais amedrontadora a "ez entrar emação. 1orreu de volta para a cama! pegou o roupão! vestiuHo rapidamente sobre acamisola e calçou chinelos.

Saiu para o corredor pouco iluminado! estremecendo agora que nenhum som!apenas o sil:ncio total! a envolvia! e não se demorou. 1orreu at+ a imponente escadariae! com o coração na boca! subiu os degraus acarpetados at+ o ltimo andar.

4esitou por um segundo! então bateu com "orça na porta do quarto de Eduardo.

V Entre logo% V respondeu ele! a voz de"initivamente irritada.

,espirando "undo! ela entrou. As luzes estavam apagadas! mas o "ogo da lareira!que se reduzira a algumas brasas! ainda iluminava suavemente o quarto. As cortinaspesadas tinham "icado abertas e a luz do luar permitiu que &arianne localizasse Eduardoquase imediatamente.

Sentado muito reto no so"á! ele segurava uma das mãos onde havia um corte. Ela

percebeu logo a origem; uma l]mpada quebrada! caída sobre a mesinha do ca"+ diantedele! com os cacos de vidro espalhados por toda parte e brilhando ao luar.

V 8oc: cortou a mão% 2eixeHme ver.

Sem se incomodar em cumprimentáHlo! &arianne correu pelo quarto at+ o lado delee gentilmente lhe tomou a mão ensangZentada na sua. 7irou um lenço dobrado do bolsodo roupão e procurou no corte reto e limpo por pedaços de vidro! então cuidadosamenteenrolou a mão no tecido branco de linho.

3uviu a respiração di"ícil de Eduardo! sentiu a tensão no corpo dele e seuestImago se apertou. 3lhouHo nos olhos! uma pergunta silenciosa neles! e Eduardo a

olhou de volta com uma expressão intensa. Seu coração se encolheu ao perceber o poder quase sinistro daqueles olhos! as margens avermelhadas. A dor exposta que viu nelesquase a "ez arque$ar. Ele parecia um homem que não dormia nem via a luz do dia por semanas e praticamente chegara ao "im de suas "orças. =oi tomada por medo epreocupação.

V 2esculpe ter acordado voc: V murmurou Eduardo! "rustrado! passando a mãopelos cabelos louros que evidentemente $á haviam recebido muitas vezes o mesmotratamento. V 6ão percebi que voc: ouviria meu acidente estpido com a l]mpada.'evanteiHme depressa demais! e minha perna não suportou meu peso por um momento.7entei a"astar a l]mpada quando caí sobre a mesa! e! em vez disso! caí sobre ela e...bem... V 3 sorriso dele era triste e desesperado. V ode ver o resultado.

V 3 "erimento me parece limpo e provavelmente vai sarar logo. or que não pWeos p+s sobre o so"á enquanto vou buscar uma vassoura para limpar os cacos#

Ela desceu correndo o corredor! então a escadaria at+ a cozinha! acendendo todasas luzes enquanto passava para iluminar seu caminho e logo voltou! observando comsatis"ação que ele "izera o que ela sugerira e pusera os p+s para cima do so"á.

ela primeira vez! percebeu que ele ainda usava as roupas que vestira durante odia! embora diversos botWes da camisa azulHclara estivessem desabotoados! a calça pretaestivesse amarrotada e não calçasse sapatos ou meias.

&arianne acendeu outro aba$ur sobre a prateleira de uma estante prXxima erecolheu todos os cacos com rapidez e e"ici:ncia. 2eixou os ob$etos de limpeza perto daporta! para levar pura "ora mais tarde! e voltou para a silenciosa "igura masculina deitadano so"á.

PG

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V ^ melhor eu olhar de novo este corte... para ter certeza de que está realmentelimpo como pensei.

SentouHse ao lado dele! sentindo o corpo aquecer ao contato com o dele! embora aproximidade se devesse * necessidade e não * intimidade! e examinou novamente ocorte. 8iu! para sua satis"ação! que estava tudo bem! e cuidadosamente re"ez o curativocom o lenço! amarrandoHo com um nX "irme.

V 8oc: vai viver. 2oerá um pouco! + tudo! e provavelmente nem mesmo deixaráuma cicatriz. 3 aba$ur "icou muito mais dani"icado[ acha que pode ser consertado# arececaro.

Sentiu que o homem ao seu lado "icava mais tenso e olhou para ele! que "ranzia atesta.

V Acha que me importo com o preço dele# Ela ergueu um ombro.

V ara algumas pessoas! seria um ob$eto de valor.

V 6ão tenho \ob$etos de valor\! assim não precisa se preocupar com isto%

V Está bem! então! não vou me preocupar. 5uer que lhe prepare uma bebidaquente# 'eite quente com conhaque! talvez# Alguma coisa que o a$ude a dormir#

V 8oc: estaria perdendo seu tempo.

V or qu:#

V SX um milagre me "aria dormir.

V &esmo assim! + melhor tentar alguma coisa do que não lazer nada e se resignar ao pior.

V &arianne#

V Sim# Agora ela $á estava em p+! e o pro"undo olhar azul de Eduardo a examinava[ ela se

tornou subitamente consciente de que estava em p+ diante dele vestida apenas com oroupão. Era um roupão prático! simples! sem nada de bonito! mas! mesmo assim. ..&arianne não era imune ao "eitiço da noite e sob a suave lã cinza seu corpo ganhava vidae vibrava com a necessidade! tão longamente reprimida! do toque dele.

V 8oc: deve me achar muito malHeducado. V A voz rica estava ligeiramenterouca! como se a garganta pela qual passava doesse. V 6ão lhe agradeci por me a$udar!e quero que saiba que não sou ingrato.

V 6ão precisa me agradecer! "aria a mesma coisa por qualquer pessoa.V E isto me pWe muito de"initivamente no meu lugar! não +#

V 3 que quer dizer#

V Sua preocupação com meu bemHestar não + particular... por que seria# Eapenas uma reação prática de sua parte e que voc: teria com qualquer pessoa quetivesse a mesma necessidade. 2igaHme! $á houve algu+m em sua vida que mereceu simpreocupação particular! &arianne#

3 homem no so"á estudouHa com uma expressão de tão imensa curiosidade queela soube que não havia possibilidade nenhuma de não lhe dar uma resposta sincera.Seriamente abalada! &arianne lutou para encontrar as palavras que lhe revelariam averdade sobre seu passado! a situação que deveria ter explicado a Eduardo desde omomento em que ele lhe o"erecera um emprego e um lar! e que ela adiara por tantotempo.

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CAPITULO S"T"

3 olhar evidentemente descon"ortável de &arianne se voltou pura as brasas queapagavam na lareira e Eduardo a viu estremecer.

V Está "icando "rio! devo colocar mais carvão na lareira# V indagou ela.

V 2epois que tiver respondido * minha pergunta V disse Eduardo com "irmeza.or algum motivo! seu batimento cardíaco acelerou um pouco diante do que ela poderialhe contar. V =eche a porta! então voc: não sentirá tanto "rio.

Ela "ez o que ele sugerira! então caminhou silenciosamente em direção * lareira.or um momento! estendeu as mãos para "ogo "raco! e então! abraçando o prXprio corpopela cintura! começou a "alar;

V 4ouve um homem de quem gostei muito... "omos casados por menos de umano.

-asada? Ele não repetiu a palavra em voz alta! em espanto! ou talvez em protesto!como seu instinto exigia! mas Eduardo a sentiu ressoar dentro dele com um trovão! oprecursor de uma tempestade de sentimentos e perturbaçWes que ele mal soube comocontrolar.

V 6ão consigo acreditar que voc: tenha se casado tão $ovem comentou eleapenas. V -ovem demais. 3 que aconteceu# 8oc:s se divorciaram#

V 6ão. V &arianne voltou o rosto lindo para ele e lhe segurou o olhar com "irmezaresoluta. V Ele... ele morreu.

V &orreu#

V Sim.

V 1omo#

V /m tipo raro de c]ncer. V 3s ombros dela caíram.

Ela suspirou tão levemente que ele mal ouviu. Eduardo sentiu uma enorme empatiapor ela e quis reagir de maneira adequada! consolandoHa! mas seus sentimentos olembraram de sua prXpria e devastadora perda! e isto o "ez "icar imXvel! como se tivessese trans"ormado em pedra. erguntouHse como as pessoas suportavam as coisas terríveisque aconteciam com elas! onde encontravam "orças para continuar. Então! sabendo que"racassara miseravelmente neste departamento porque ele no tivera "orças V o que o"azia suportar eram a vergonha e a culpa e a necessidade de autopunição! nada nobre V!ele cerrou o queixo com "orça.

V E ele não lhe deixou nada# V perguntou! as palavras carregadas de uma raiva!indignado! por causa de &arianne! $á que o marido a deixara sem absolutamente nada! a

ponto de ela ter de cantar na rua para sobreviver%V 3 qu:# V As palavras dele claramente a espantaram.

V 8e$a a situação em que ele a deixou% 4á quanto tempo morreu#

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V 2ezoito meses.

V E ele a deixou sem nenhum meio de se manter# Eduardo sentiu a "ria eindignação na prXpria voz! mas não se preocupou em dis"arçáHlas.

V 6ão! ele me deixou a casa dele e... algum dinheiro.

 A perplexidade substituiu a raiva e ele olhou para &arianne com grande surpresa.

V Então! o que aconteceu# or que a encontrei cantando nas ruas# E emtemperaturas tão baixas que impediriam que as pessoas saíssem de casa a menos que"ossem obrigadas! e voc: saía para cantar%

V Estava aprendendo a me apresentar em pblico! como lhe disse antes. A msica+ uma paixão para mim! e eu queria melhorar! ensaiar. ensei que algum dia poderia me $untar a uma banda ou alguma coisa! ganhar a vida assim. Estava tamb+m tentandoreconstruir a autocon"iança depois do que aconteceu.

V Então não voltava para alguma... alguma pensão ou abrigo de semHteto todas asnoites#

V 6ão! lamento se lhe dei esta impressão.V E o que aconteceu com a casa e o dinheiro que voc: herdou# or que me

tele"onou e me disse que precisava de um emprego e um lar#

3bservando o rosto $ovem e lindo de &arianne! iluminado tão atraentemente pelaluz suave do "ogo que morria! Eduardo não conseguiu negar o imenso desapontamento ea sensação de traição que lhe subiu ao peito. 5ual era o $ogo dela! enganandoHo sobresua situação daquela maneira# 7eria talvez descoberto quem ele era! que tinha o tipo deriqueza com a qual a maioria das pessoas apenas sonhava# 7alvez a modesta herançado marido de uma casa e algum dinheiro não "osse o su"iciente para uma garotaambiciosa. Apenas a id+ia lhe causou náuseas.

V 5uando tele"onei e lhe pedi a$uda eu realmente precisava dela! não menti. VEla torcia as mãos em torno do cinto do roupão! a expressão genuinamente ansiosa. Vrecisava de um emprego e uma casa! porque...

V 1ontinue.

V orque dei a casa! o dinheiro e tudo o mais que pertencia ao meu marido aos"ilhos adultos dele.

V Seu marido tinha "ilhos adultos#

V Sim.

V 2o que deduzo que era muito mais velho do que voc:.V Sim! ele tinha MG anos quando nos conhecemos.

 A"astandoHse do "ogo! &arianne deu as costas a Eduardo por um momento. Ele viuos ombros estreitos se erguerem c caírem de novo! como se ela estivesse resignada ao"ato de que! agora que começara a histXria! tinha de ir at+ o "im. 5uando se voltou denovo para ele! Eduardo percebeu um leve tremor nos lábios dela.

V Ele era um homem bom! gentil... uma alma genuinamente caridosa. Em poucotempo nos tornamos grandes amigos. 2e pois ele me pediu em casamento e euconcordei. 5uando ele me deixou a casa em testamento! seus "ilhos o contestaram!

insistindo que! como ele estivera muito doente! não tinha condiçWes mentais de "azer umacoisa daquelas. V A expressão dela se tornou angustiada por um momento. V Eu nuncapedi a 2onal! meu marido! que me deixasse nada. Sempre me sustentei antes de

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conhec:Hlo e poderia "azer isto de novo. &as ele me "ez prometer que "icaria com a casa!para que eu pudesse ter alguma sensação de segurança. A vida "icou muito di"ícil depoisque ele se "oi... quero dizer! tendo de lidar com o luto e com a perda. A briga $udicial sobrea casa a tornou ainda mais di"ícil. =inalmente decidi que não queria mais viver lutando!que mais do que qualquer coisa! eu queria paz. Assim! escrevi para &ichael e 8ictoria! os"ilhos dele! e lhes disse que podiam "icar com a casa e o dinheiro[ na mesma carta eu

devolvi as chaves da casa. Assim! voc: v:! quando eu lhe disse que precisava de umemprego e um lar! era toda a verdade. 5ueria ter lhe contado antes! mas de alguma"orma! nunca parecia ser a hora certa.

&assageando as t:mporas! Eduardo "ranziu a esta. 7inha certeza de que nem umaem cem mulheres "aria o que &arianne "izera V abrir mão da casa que era legalmentedela e "icando sem nada. 3 que o marido dela teria pensado daquele gesto# Estava maisperturbado do que admitia ao pensamento de ela ter se casado com um homem que tinhaduas vezes mais do que n idade dela. &ais impressionante ainda era a id+ia de queambos haviam perdido seus cIn$uges! ambos haviam experimentado a dor sombria daperda. Embora! talvez! a perda esperada do marido de &arianne para uma doença "osse

um pouco menos di"ícil de suportar do que o golpe avassalador que o atingira.0ncapaz de repassar todas aquelas lembranças dolorosas novamente aquela noite!

de repente Eduardo percebeu que a mulher diante de si demonstrava todos os sinais deestar quase desmaiando de cansaço... e ele era a causa.

V 8á para a cama V disse secamente V! voc: terá de se levantar cedo amanhã.

V or "avor! não pense que vim para cá sob "alsos pretextos! a odiaria isto. 6ãosou uma mentirosa. 5uando voc: me deu seu cartão e me disse que! se algum diamudasse de id+ia sobre precisar de um emprego e um lar! eu devia lhe tele"onar! acrediteina sua palavra.

V E eu honrei minha palavra! não "oi# Agora! voc: $á "ez demais por uma noite nospap+is de criada e en"ermeira! e + evidente que precisa dormir.

V E quanto a voc:#

Enquanto &arianne andava em direção a Eduardo! a pergunta "icou suspensa noar! que se tornou sbita e intensamente tão carregado com uma consci:ncia sensual quea respiração dele se tornou lenta e a bocaHseca. 6ão conseguia tirar os olhos dela[ suabeleza o hipnotizava. 1om os longos cabelos cobrindo os ombros como mel líquido! acintura impossivelmente estreita e o corpo tão esguio! mesmo naquele roupão sem graça!ela era uma visão que "aria qualquer homem dese$ar possuíHla.

Silenciosamente! ele se entregou *quele anseio. &as! em vez de se deixar vencer 

pelo imenso dese$o de tomáHla nos braços! Eduardo instintivamente "icou tenso. 5ueriadesesperadamente que ela chegasse mais perto! mas! ao mesmo tempo! os pXlosextremos da honra e do autodesprezo o "izeram conter seu dese$o e rezar para que eledesaparecesse.

V 3 que tem# V A voz era rouca.

V 8oc: tamb+m precisa dormir. or "avor! me deixe lhe preparar uma bebidaquente ou lhe trazer um pouco de conhaque.

V Sobrevivi a noites como esta sem a necessidade de bebidas quentes ouconhaque! e "arei isto de novo. or "avor! apenas "aça o que digo e vá para a cama.

V Então está bem... se voc: tem certeza.Evitando encontrarHlhe o olhar! Eduardo olhou para a mão machucada e nada

disse.

RP

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Sabendo que a noite insone de Eduardo "ora ainda mais perturbada pelo acidente!&arianne andou pela casa grande e imponente sem "azer barulho! determinada a realizar seu trabalho o mais silenciosamente possível para não perturbáHlo.

6a cozinha! o rádio estava ligado no volume mais baixo! e a porta "echada

enquanto preparava e picava legumes para outra boa sopa para o almoço. &as! de vezquando! seu olhar seguia para a $anela! para a vista linda do campo! e sentia umavontade louca de passear por lá.

3 inverno "inalmente dava sinais de que chegava ao "im e em toda parte haviaindicaçWes de que a neve estava derretendo. Enquanto raspava cenouras em p+ dianteda pia! &arianne ouvia o gelo sob os galhos pingando suavemente no chão. erguntouHsese Eduardo a convidaria a "azer outra caminhada com ele. Se convidasse! não hesitariaem aceitar! decidiu. 7alvez! agora! pudessem ir um pouco al+m da pequena ponte demadeira sobre o "osso e andar pela "loresta que tinha tanta vontade de explorar. 3 ar limpo e "rio e o exercício seriam decididamente ben+"icos a ele.

3 que perturbaria tão pro"undamente aquele homem e que parecia lhe roubar osimples prazer de estar vivo# odia compreender que um homem $ovem e saudável comoele pudesse se sentir deprimido com uma doença que o impedia de se mover com aliberdade que poderia ter! mas alguma coisa dizia a &arianne que não era apenas adi"iculdade de caminhar que lhe causava dor. 2e vez em quando percebera o queconsiderava um trauma pro"undo naqueles maravilhosos olhos azuis e aquilo estavacomeçando a incomodáHla seriamente. 0sto! e mais a aus:ncia! na casa! de uma sX "otopessoal ou qualquer outra coisa que evocasse seu passado! al+m de sua tend:ncia *reclusão! a "izeram começar a pensar que alguma coisa pavorosa lhe acontecera...alguma coisa tão horrível que at+ seu mordomo ,icardo se recusava a "alar sobre ela.

E agora havia outra coisa que incomodava &arianne. 6a noite anterior! naintimidade do quarto de dormir de Eduardo! vendo o desespero que ele lutava tanto paradis"arçar e percebendo a dor "ísica que o atormentava! ela quase cedera ao enormedese$o de se aproximar dele e lhe o"erecer um con"orto muito mais humano.

SegurarHlhe a mão enquanto examinava o corte que so"rerá tinha sido um teste deresist:ncia em mais de uma "orma... especialmente quando as mãos dela tremeramdurante todo o tempo em que cuidara de seu "erimento. Ela $amais havia sido tão a"etadasX por estar perto de um homem! como se durante toda a sua vida seus sentidosestivessem adormecidos e apenas então tivessem despertado porque ele estava ao ladodela.

 A id+ia de "icar perto de Eduardo lhe causava um enorme tumulto interno.1ertamente ela $amais experimentara um anseio tão intenso quanto doloroso quandoestivera perto do querido 2onal... mas! então! eles nunca tinham sido íntimos! sua doençaos impedira. E! depois que ele morrera! &arianne "icara contente por eles não terem tidouma verdadeira intimidade con$ugai! porque começara a reconhecer que seussentimentos por ele! embora pro"undos! na realidade haviam sido apenas platInicos.

SentindoHse culpada por não t:Hlo amado como ele merecia! ela estendeu a mãopara a$eitar um pequeno vaso de barro onde havia coentro plantado e quase morreu desusto quando a porta se abriu e Eduardo apareceu.

V Bom dia V cumprimentou ele! a expressão bemHhumorada. V 3u devo dizer 

boa tarde# 6ão percebi que dormi at+ tão tarde! voc: devia ter me acordado antes.V 2e $eito nenhum V respondeu &arianne! os olhos cor de avelã se abrindo em

leve reprovação. V arece que um pouco mais de sono era exatamente o que voc:

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precisava% or que não se senta e eu lhe preparo um ca"+# 3u! se pre"erir ir para a salade estar! eu o levarei para voc: lá. -á acendi a lareira e está agradável e quente.

&as Eduardo $á estava se encaminhando para a grande mesa de pinho no centroda cozinha de piso de pedra.

V Acho que vou "icar aqui com voc: V disse ele! puxando uma cadeira e se

sentando. V Estou um pouco cansado da minha prXpria companhia. Estou vendo que aneve está "inalmente começando a derreter.

V ^ verdade! mas ainda está gelado lá "ora.

&arianne seguiu seu olhar para a paisagem al+m da $anela e manteve a vozdeliberadamente neutra! intuitivamente percebendo que era melhor não mencionar a noiteanterior.

&as então! quando estava prestes a encher a chaleira de água! ela viu o corteavermelhado na mão dele e percebeu que ele removera a atadura improvisada.

V 1omo está sua mão esta manhã# Espero que não tenha doído muito durante a

noite.V 6ão + nada! $á esqueci tudo.

V 8ou ver como está depois que voc: tiver tomado o ca"+ V disse &arianneenquanto enchia a chaleira e a ligava * tomada.

V 6ão há necessidade de se incomodar mais por causa disto. Ele não gostava daid+ia de ela tocáHlo# A possibilidade causou uma pro"unda mágoa em &arianne! o que asurpreendeu.

V Bem! talvez então voc: este$a pronto para um bom ca"+ da manhã# Se quiser que cozinhe alguma coisa! não + problema.

V 6ada para comer! apenas ca"+.1omo se percebesse que "ora um pouco áspero! Eduardo suavizou a resposta com

um sorriso. E "oi como se &arianne tivesse recebido o mais maravilhoso dos presentes[sentiu a alegria lhe perpassar o corpo como uma "onte de água quente! e! para esconder o rosto ruborizado! ela se virou para preparar o ca"+ e colocar uma xícara e um piressobre uma bande$a.

V &arianne#

V Sim#

V Estava pensando se voc: aceitaria dar uma caminhada comigo depois que eu

tomar o ca"+. Em direção * "loresta! talvez#V Está se sentindo bem o bastante para ir tão longe#

Ela se virou em tempo de perceber a pequena careta de Eduardo! como se a ltimacoisa que ele precisasse "osse ser lembrado de sua en"ermidade! e &arianne tevevontade de morder a língua por sua "alta de tato.

V Se não estivesse me sentindo preparado para isto! não teria sugerido Vrespondeu ele! claramente tentando reprimir sua irritação e "azendo um es"orçodeliberado para parecer agradável.

V 6este caso! "icarei "eliz de ir com voc: V disse ela! virandoHse para a chaleira e

despe$ando a água "ervendo na ca"eteira.1aminharam at+ a ponte em sil:ncio! atravessaramHna e então tomaram a trilha

sinuosa que penetrava na "loresta densa! ainda coberta de neve. 2e vez em quando!

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&arianne lançava um olhar para o lado! para ter certeza de que Eduardo não estavaen"rentando di"iculdades! mas logo compreendeu que seria imprudente demonstrar preocupação demais[ "oi preciso apenas um olhar de advert:ncia dele. &ariannecaminhou sem comentários! suas botas mergulhando na neve ainda pro"unda e que! emalguns trechos! estava perigosamente escorregadia! o ar gelado acariciandoHlhe o rostocom o bei$o gelado do inverno.

 A cada lado deles árvores imponentes se erguiam como paredes escuras!"echandoHos num tnel branco! e em certos pontos a trilha se reduzia a uma simples "aixa.or mais que quisesse andar sem rumo! ela sabia que não seria uma boa id+ia num diaem que as condiçWes do clima e da natureza eram tão traiçoeiras. Assim que os dias maisclaros e menos "rios da primavera chegassem! aquela seria uma excursão muitoagradável. &as ainda estaria lá na primavera# 3u Eduardo# 0ncapaz de su"ocar o medoque o pensamento lhe causou! &arianne parou de andar para estudar o homem belo esilencioso ao lado dela.

V or "avor! me conte o que há de errado com voc:% V explodiu! a emoçãotomandoHa. V ^ insuportável não saber.

V 8oc: pergunta por causa do que aconteceu a seu marido# V Eduardo suspiroupesadamente no ar gelado. V 6ão tenho uma doença terminal! se + isto que a preocupa.

V Então! o que há de errado com sua perna! e por que voc: parece se a"astar comtanta "reqZ:ncia para um lugar onde ningu+m pode alcançáHlo#

V osso responder * primeira pergunta! mas não * segunda. &arianne esperou! o"rio na ponta dos dedos parecendo dentes de aço lhe mordendo! e ela os uniu para tentar aquec:Hlos.

V Eu me envolvi num acidente de carro! um acidente muito grave. V Ele olhoupara o chão por um longo momento! um msculo pulsando visivelmente no lado do rosto.

V =oi assim que "eri minha perna. 7ive de "azer nove cirurgias para consertar o ossodestroçado e de vez em quando a dor + excruciante.

V 'amento muito.

V 6ão lamente. V 3 queixo dele endureceu e ele olhou para &arianne comaquela expressão dura que algumas vezes lhe tomava os admiráveis olhos azuis. V =oiminha culpa e tenho de pagar o preço.

V 3 que está dizendo! que merece a dor#

V Agora que voc: sabe que não vou morrer tão cedo! vamos continuar a caminhar ou então voltar para casa.

V Eduardo#

V 3 qu:# V 4avia uma impaci:ncia previsível no olhar dele.

V Acho que voc: + duro demais consigo mesmo.

Ela sabia que se arriscava a ouvir que nada daquilo era da sua conta! mas nãoconseguiu se segurar. &ais uma vez ele se a"astara para aquele lugar para onde ningu+mpodia seguiHlo e queria muito traz:Hlo de volta.

V 8oc: sempre diz tão "acilmente o que pensa#

ara a surpresa dela! quando olhou para Eduardo ele estava sorrindo! e seu

estImago deu um salto mortal.V 6em sempre! mas me parece que as pessoas perdem tempo demais "ingindo e

não dizendo o que realmente sentem.

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V rovavelmente voc: está certa sobre isto. Agora! acha que $á teve aventurassu"icientes para uma tarde# E melhor voltarmos! não acha# 3 c+u está escurecendo e háameaça de mais neve.

V Suponho que devemos...

8irandoHse rapidamente demais! &arianne escorregou no gelo e de repente estava

deitada de costas na neve congelante! olhando para Eduardo como se ele "osse umgigante acima dela.

V &arianne% V Enquanto ele se curvava em direção ai ela! a expressão dele erachocada e o rosto não tinha um pingo de cor.

0nexplicavelmente! uma risada surgiu de dentro dela! o som alegre e delicado comoo de um sino tocando na "loresta silenciosa e imXvel e assustando alguns pássaros quese abrigavam num carvalho prXximo. 5uando eles voaram! numa caco"onia de asasbatendo! Eduardo olhou para &arianne! o rosto bonito um retrato de con"usão e incerteza.

V 6ão sei o que + tão engraçado V disse ele! áspero V! voc: poderia ter semachucado seriamente% 6ão tente se levantar depressa demais! aqui... deixeHme a$udáHla.

2eixando a bengala cair ao chão! ele estendeu as duas mãos para a$udar &arianne! mas! mesmo enquanto ela lutava para se levantar! a alegria não desapareceu..

V Eu nem mesmo me machuquei% &as "oi tão engraçado! "iz uma aterrissagemper"eita! como se "osse uma acrobata ou uma primeira bailarina%

3s olhos midos da risada! ela agora estava em p+! o olhai preso ao do homemque ainda lhe segurava as mãos. Então ela viu alguma coisa nos olhos dele que "ez seucoração parecer parar de bater e o riso morreu tão de repente como começara.

V 8oc: tem alguma id+ia de como + linda# 2e como + uma "eiticeira adorável# Vmurmurou Eduardo! rouco.

Então! puxouHa com "orça para seus braços e a bei$ou como se os lábios dela"ossem o oxig:nio de que precisava para viver.

CAPÍTULO OITO

V Estou sonhando# 0sto está realmente acontecendo comigo#

Enquanto Eduardo a abraçava e bei$ava! &arianne esqueceu o "rio intenso etamb+m que seu $eans e $aqueta estavam ensopados e congelando por causa da quedana neve. AgarrouHse ao calor rígido do corpo dele! que atravessava o casaco decashmere! e deixou que os sabores inebriantes e os cheiros erXticos do homem lhedominassem os sentidos. Era seu primeiro bei$o realmente apaixonado! um "ogo intensoem meio ao inverno mais congelante! e queria que durasse pára sempre...

&as Eduardo $á estava interrompendo o bei$o e lhe enquadrando o rosto nas mãoscalçadas com luvas de couro! olhandoHa pro"undamente nos olhos como se pudesse olhar e olhar para seu rosto sem $amais se cansar dele.

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V erdoeHme por esta liberdade que não devia ter tomado V disse! rouco.

&arianne sX conseguia pensar em como eram longos os cílios dele e como aquelapequena protuber]ncia na ponta do nariz era a "alha per"eita num rosto que! de outra"orma! teria sido bonito e inesquecível demais.

V &as não vou lhe dizer que me arrependo V con"essou! um canto da boca

sensual se erguendo com tristeza V! não quando achei que morreria se não a bei$asse%&arianne piscou! surpreendida! suas palavras lhe causando sensaçWes

enlouquecedores de alegria e prazer que a aqueciam como raios do sol de verão.

V =oi um bei$o adorável! Eduardo... e voc: claramente + muito bom nisto%

3uvindo o prazer sem limites na prXpria voz! ela sentiu o rubor autoconsciente lhetomar o rosto! subitamente temerosa de que ele pudesse considerar sua reação "rancademais. &as! então! por que deveria agir como se lamentasse o bei$o! quando nãolamentava#

5uando &arianne tentou desviar o olhar! Eduardo lhe segurou o queixo com os

dedos! a expressão encantada.V Sua total "ranqueza + deliciosa! sem mencionar que a"aga muito meu ego% &as

uma honestidade tão grande assim pode lhe causar problemas! minha querida!especialmente no que se re"ere aos homens. 8enha! vamos voltar agora. 8oc: está "ria emolhada da neve! e precisa tirar estas roupas ensopadas e vestir alguma coisa quente.

V 8oc: tem razão... está "rio. V AbraçandoHse pela cintura!. de repente incapaz decontrolar o tremor violento que a tomou! &arianne olhou para ele com timidez. V Sair num clima assim "oi de"initivamente revigorante.

V Esta + certamente uma das palavras para este passeio V disse Eduardo!malicioso! estendendo a mão para pegar a bengala e então sorrindo V! embora eu possa

pensar em muitas outras igualmente adequadas%

8oltando a seus aposentos depois de uma sessão de uma hora na esteira! naacademia que mandara instalar antes mesmo de se mudar! Eduardo entrou em seuluxuoso banheiro e abriu o chuveiro. Seu corpo pulsava com as atividade... emilagrosamente mal sentia dor! apesar de ter exagerado nos exercícios. Então parou nomeio do piso de mármore. A lembrança do bei$o que roubara de &arianne na "loresta derepente o encheu de calor! um calor que não "ora provocado pelos exercícios punitivos.Seus sentidos reagiam como se ela estivesse em p+ bem diante dele! nua! e numsegundo ele estava sentindo dor e "ome! e precisando dela como $amais precisara deoutra mulher! nem mesmo de sua trágica Eliana. 7ocou os lábios com os dedos com umaesp+cie de rever:ncia e reviveu a sensação erXtica dos doces e midos lábios contra osdele! o gosto da língua sedosa! do corpo delicioso comprimido com "orça contra o dele! detal "orma que sentira cada contorno suave mesmo atrav+s das pesadas roupas de invernoe prague$ou baixinho de pura "rustração.

2eus do c+u% &al conseguia controlar sua necessidade e sua luxria% &as tantascoisas sobre &arianne o haviam atraído aquele dia. Sua risada! por exemplo! penetraradiretamente em seu coração! despertando alguma coisa que at+ mesmo esquecera quetinha; a capacidade de experimentar prazer. 4á quanto tempo não se entregava * alegriatão completamente! sentindoHse vivo! "eliz e sereno como resultado# 6em se lembrava de

um tempo assim... pelo que sabia! podia ter sido há muitos e muitos anos. Então! quandoa a$udara a se levantar! seu divertimento espont]neo o deixara sem "ala. Sua alegria semconstrangimentos a embelezara de tal maneira que Eduardo subitamente ansiara ser 

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parte daquilo; provar com os lábios aquela genuína "elicidade! aquele grande prazer pelomenos nina vez! em vez de amargura e tristeza! lembrar como era estar realmente vivo enão ter os sentidos su"ocados pela dor e pelo remorso.

 A realidade do gosto dela tamb+m não o desapontara. Bei$áHla tinha sido comodevorar cere$as cobertas com calda quente de chocolate num banho de banheira sensuale seu dese$o se tornara explosivo. 7anto que suas mãos doeram para explorar cadacentímetro adorável dela naquele lugar e naquele momento! em meio * "lorestacongelada.

5uando sentiu o que aquele pensamento sensual "azia ao seu corpo! ele olhoupara baixo. Então! erguendo a cabeça e olhando sem ver para a nuvem de vapor que saíado chuveiro quente! percebeu o quanto gostava de ter aquela mulher maravilhosa por perto! percebeu que! se ela não estivesse por perto! poderia a"undar em tristeza edesespero ainda piores. Ela lhe preenchia a mente! lhe despertava a luxria e banira seuhumor sombrio pela primeira vez em anos.

Sentindo alguma coisa prXxima ao otimismo V uma noção a que "ora estranho por tanto tempo V! ele despiu o short e a camiseta que usara para "azer exercícios e entroudebaixo do chuveiro quente.

&arianne tirou as roupas molhadas! colocouHas na cesta de roupa su$a! pendurou a $aqueta num cabide para secar e tomou um banho quente rápido. 2epois de vestir roupasquentes! desceu para preparar a re"eição da noite.

/ma hora depois! "ez um bule de chá e o levou para cima! para o escritXrio deEduardo. Bateu de leve na pesada porta de carvalho e tentou com grande es"orçocontrolar seus nervos.

 Ainda abalada pelo bei$o dele! "oi tomada por uma timidez autoconsciente aopensamento de estar $unto dele de novo! e embora lhe tivesse dito que não se arrependiade t:Hla bei$ado! não conseguiu se impedir de imaginar se ele não teria chegado a umaconclusão di"erente durante aquelas horas que haviam passado em casa.

V Sim%

  resposta de Eduardo! &arianne entrou na sala. Ele estava sentado *escrivaninha! o computador desligado e uma expressão que sugeria que estava pensandopro"undamente! e não mergulhado no trabalho. Ela se perguntou o que o estariapreocupando.

V ensei que voc: poderia gostar de um pouco de chá V o"ereceu ela! tímida!

colocando a pequena bande$a de madeira sobre a escrivaninha ao lado dele.V 0sto "oi muito gentil! obrigado. ara algu+m criado com o "orte ca"+ brasileiro!

estou me tornando um grande apreciador do hábito ingl:s do chá da tarde V comentou! avoz calorosa. V rovavelmente bebo ca"+ demais! o que talvez não se$a muito bom paramim! mas + di"ícil abandonar hábitos antigos.

&arianne se obrigou a olháHlo nos olhos e imediatamente sentiu o cheiro quente elimpo dele! de"initivamente erXtico! misturado ao do sabonete de s]ndalo que emanavadele. 4avia outras coisas que não conseguiu deixar de perceber. 3 cabelo louroHescuroque ainda estava mido do banho recente de chuveiro. A camisa de algodão branca elimpa e o $eans que pareciam ter sido "eitos exclusivamente para seu corpo ri$o e magro.

3 "ato de que ele "izera a barba. 4avia pequeninas manchas de sangue seco no queixo"irme para con"irmar a impressão.

V &arianne#

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V Sim#

V 8oc: está me encarando.

V 2esculpe! estava a quilImetros de dist]ncia. V 2esconcertada! ela se virou.

5uando ela estendeu a mão para o bule para servir o chá! Eduardo lhe pegou ospulsos e puxouHa para si. 8endoHse precariamente equilibrada contra a parede de aço do

peito dele! suas coxas vestidas de $eans "irmemente presas entre as dele enquanto elelhe segurava com "orça os pulsos! ela sentiu o coração bater com tanta "orça que tevemedo de desmaiar.

V 3 que voc:... o que voc: está "azendo#

V Estou retribuindo o elogio V respondeu ele com um pequeno sorriso enigmático.V Agora sou eu que estou encarando voc:.

Sem mais uma palavra! Eduardo lhe libertou os pulsos e começou a desabotoar osu+ter sem "orma! num padrão vermelho! branco e azul que ela usava sempre.

V E agora! o que voc: está "azendo# V perguntou ela! nervosa.

3 toque de suas coxas musculosas! vestidas com o $eans de qualidade que eleusava! praticamente lhe queimava a pele atrav+s do material mais "ino e mais barato desuas roupas.

V 5uero tirar esta coisa para ver exatamente como voc: + "eita. 8oc: pareceinsistir em usar roupas que escondem completamente seu corpo e não compreendo omotivo. Ah... muito melhor! voc: + primorosa! minha querida. Absolutamente linda. /macintura tão "ina e! no entanto! quadris tão "emininos e per"eitos.

7udo o que &arianne usava sob o su+ter grande demais eu uma "ina camiseta eestava sem sutiã. 'embrandoHse do "ato! ela sentiu seus mamilos praticamente "urarem

buracos no material "ino! enquanto os olhos azuis sensuais de Eduardo preguiçosos mascompletamente! lhe examinavam o corpo. Então! sem aviso! ele colocou as duas mãos decada lado dos quadris dela e pressionouHa contra si. &arianne mal acabara de perceber oque ele "izera quando sua boca "oi tomada pela dele e a língua! "aminta! penetrouHapro"undamente numa posse erXtica.

Ela ouviu o gemido rouco que lhe escapou da garganta e mal o reconheceu comosendo dela. &as então at+ sua mente não parecia mais lhe pertencer. =lutuava! suspensanuma outra dimensão inebriante! enquanto uma onda apXs outra das mais deliciosas eurgentes sensaçWes de prazer! luxria e necessidade lhe percorriam o corpo... sensaçWesque! at+ agora! &arianne não havia experimentado.

Eduardo passou as mãos sob a camiseta dela e lhe empalmou e acariciou osseios! in"lamando seus $á dolorosos e ansioso mamilos! trans"ormandoHos em botWesduros. Então! um de cada vez! tomouHos na boca! no momento exato em que &ariannepensava que não suportaria mais se ele não o "izesse! e sugouHo com voracidade.&ordendo o lábio! ela instintiva e gulosamente lhe segurou a cabeça no lugar!mergulhando os dedos nas mechas sedosas e midas dos cabelos enquanto outrosgemidos ainda mais ásperos de prazer e dese$o lhe saíam dos lábios.

/ma sensação ri$a e "echada no mais pro"undo do tero praticamente imploravapara ser liberada. Era disto que sentira "alta lodo este tempo! negando a si mesma aintimidade "ísica e o prazer de estar com um homem# Assim que a pergunta surgiu!&arianne soube que apenas aquele homem era capaz de lhe despertar um abandono tãoselvagem.

Eduardo ergueu a cabeça com uma expressão que era ao mesmo tempo de prazer 

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saciado e de "ome por mais! arrumouHlhe as roupas e se levantou lentamente.

V 7enho uma pergunta a lhe "azer.

Ele lhe passou os braços pela cintura e &arianne ergueu os olho para os delecomo se estivesse sonhando. E! no entanto! estava total e chocantemente consciente doestado de excitação di"icilmente civilizada! quase animal! estampada naqueles

assombrosos olhos azuis. &al conseguia respirar! que dirá ter a esperança de responder a ele.

V Se lhe pedir que venha para mim esta noite e partilhe minha cama... voc: virá#

2eci"rar seus pensamentos em meio ao rugido do sangue na cabeça "oi umdesa"io. &as! embora o corpo de &arianne não tivesse dvidas sobre o que queria! elaainda assim hesitou. Seus dedos se curvaram na cintura de Eduardo + ela suspirousuavemente.

V odemos esperar um pouco antes que isto aconteça# 6ão que eu não o queira!+ apenas que...

V ^ cedo demais para voc:# E claro! eu compreendo. V gentilmente a"astouHadele! e &arianne sentiu subitamente um "rio intenso com a separação e não estavapreparada para aquilo.

V ^ apenas que voc: desperta sentimentos em mim que não experimento hámuito tempo e são um pouco... V ele sorriu. V ... avassaladores.

V 8oc: tamb+m desperta sentimentos assim em mim! Eduardo! sentimentos"ortes. &as talvez possamos passar algum tempo $untos primeiro! nos conhecermosmelhor V sugeriu com o coração disparado com o medo de ele recusar.

Ela viu um tabuleiro de xadrez numa das prateleiras de uma estante e uma id+iacomeçou a se "ormar em sua mente.

V E o que vamos "azer# 7erá de ser alguma coisa que distraia minha mente devoc:! que não me "aça querer tocáHla% admitiu Eduardo com um sorriso sensual.

&arianne sentiu todo o corpo vibrar de prazer e sorriu.

V Estou vendo que voc: tem um tabuleiro de xadrez... voc: $oga#

V E chove no Amazonas#

Eduardo cruzou os braços musculosos sobre o peito e riu. 7inha a expressão maismaliciosa no rosto que ela $á vira e isto "ez com que seu estImago imitasse osmovimentos de um peão.

V 3 que está sugerindo# 5ue passemos a noite $ogando xadrez# Acha que podeme manter ocupado com seu $ogo por bastante tempo! para que não precisemosencontrar outra coisa para "azer#

V Espere e ve$a! posso surpreend:Hlo%

V 8oc: $á me surpreendeu mais do que eu pensava ser possível! meu an$o.

Eduardo pareceu prestes a tomáHla nos braços de novo e eu tão deixou cair asmãos para as laterais do corpo! como se lamentasse ter que reprimir o impulso. &arianneescolheu aquele momento para se a"astar em direção * porta.

V ^ um acordo! então. 8e$o voc: mais tarde V disse ela tímida! enquanto saía.

Eduardo descobriu que! entre as muitas coisas que começava amar sobre

MD

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&arianne! havia algumas relativamente muito inocentes; observáHla se concentrar. &uitasvezes! durante as quase quatro horas que passaram $ogando xadrez! ele a vira mostrar asmais di"erentes e encantadoras expressWes; suspiros! beicinhos! mordidas no lábioin"erior! a unha do polegar roída. Sua "avorita era a pequena ruga que se "ormava na peleper"eita entre as sobrancelhas! geralmente pouco antes de ela "azer um movimento quetinha o mais letal dos resultados! antes de relaxar de novo como se $amais tivesse "icado

tensa.1omo sempre gostara do $ogo! Eduardo se considerava um excelente $ogador!

mas! depois de quatro horas de batalha com &arianne! ela o estava vencendo semmisericXrdia. E o mais surpreendente de tudo era que ele nem mesmo se importava.Enga$arHse naquele $ogo complexo de estrat+gia com uma companhia tão encantadoratinha sido tão "ascinante! tão absorvente e agradável que ele tinha esquecido tudo o maise relaxara. 7anto que ela acabara de declarar xequeHmate.

V 8oc: tem o instinto de uma matadora.

V =icou aborrecido por eu ter vencido#

V 6em um pouco. 8oc: esteve pelo menos dois movimentos a minha "rente otempo todo. 3bserváHla $ogar "oi como observar um general conduzindo uma campanhamilitar% 5uem imaginaria que por trás desses olhos suaves há uma mente organizada ecalculista# 8oc: mereceu ganhar. 5uem a ensinou a $ogar tão bem#

V &eu marido[ passamos muitas horas $ogando quando ele estava con"inado *cama por causa de sua doença.

 Aquelas duas palavras! \marido\ e \cama\! "oram su"icientes para destruir o rec+mHencontrado bom humor de Eduardo com tanta e"icácia como se ela tivesse $ogado umbalde de água gelada sobre sua cabeça.

V 8oc: disse que ele era muito mais velho do que voc:! não "oi# V murmurou! oolhar se "ixando naquelas "eiçWes adoráveis * luz da lareira.

V Sim... ele tinha MG anos! eu lhe disse.

V Então voc: pre"ere homens mais velhos#

Ela riu! e o som o aqueceu da cabeça aos p+s! como se "osse o toque de um an$o.

V 0dade não tem import]ncia nenhuma se voc: gosta de algu+m. ^ na pessoa queestou interessada! não na idade dela! ou no que "az ou qualquer outra coisa. 6ão + sobrenenhuma daquelas coisas bobas que as revistas "emininas gostam tanto de ensinar.

V 4umm...

V 3 que signi"ica isto... humm! 

Ela lhe deu aquele olhar que uma mãe daria a uma criança recalcitrante quandotentava "azer com que ela se comportasse bem! e Eduardo se sentiu impressionado aoperceber que se sentia quase desesperado para receber a aprovação e a atenção dela. 3que estava acontecendo com ele# Sabia que queria leváHla para a cama! mas! depois doque ela dissera antes! quando lhe perguntara se podiam esperar um pouco! não quis usar seus poderes de sedução para persuadiHla contra a vontade dela. &esmo assim! era umaagonia não poder t:Hla imediatamente.

V Signi"ica que amanhã * noite vou lhe dar uma surra quando $ogarmos de novo%V disse! irritado! e se levantou.

&arianne tamb+m se levantou! o rosto iluminado por um enorme sorriso.

V( Então voc: realmente se importou por eu ter vencido#

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V 2e $eito nenhum! apenas quero a oportunidade de uma revanche! + tudo.

V ^ $usto.

1omo se completamente inconsciente da dor que lhe in"ligia V uma necessidadesensual incessante! da qual Eduardo estivera consciente demais durante todo o tempoem que $ogaram! e que aumentara com aqueles pequenos e encantadores suspiros e

beicinhos que ela exibira durante toda a noite V! &arianne es"regou os punhos de levesobre os olhos e boce$ou.

V Acho que o cansaço "inalmente me venceu! preciso me deitar. 2evo apagar o"ogo antes de ir#

V 6ão! deixe V disse ele! tenso! e então percebeu imediatamente que parecia umurso "erido e! de alguma "orma! conseguiu encontrar "orças para sorrir. V 8á para acama! eu cuido do "ogo. Boa noite! &arianne.

V Boa noite! Eduardo. V Ela lhe lançou um pequeno olhar signi"icativo! umsorriso! e então se "oi.

&arianne $amais adivinharia que o supostamente simples $ogo de xadrez! repetidopor tr:s noites seguidas! pudesse se trans"ormar em um tipo de batalha completamentedi"erente. 2epois de praticamente cada movimento "eito no tabuleiro! seus olhos seprocuravam e se prendiam! e a tensão que se construía entre eles se tornava mais "orte eintensa! at+ ela querer desistir e implorar a Eduardo em voz alta que esquecesse abatalha mental de vontades exigida pelo $ogo e a levasse para a cama. &as &arianne sees"orçou para se reprimir e seu nico consolo era que seu parceiro claramente estavaso"rendo tanto quanto ela... se não mais.

Ela sabia por que! embora ele não expressasse em voz alta sua "rustração! seu

temperamento explodia uma ou duas vezes! quando ele "azia um movimento errado e&arianne levava a melhor na $ogada[ ela compreendia que este não era o nico motivopara a perda do controle. &as no dia seguinte ,icardo estaria de volta e! com ele emcasa! a din]mica entre eles mudaria inevitavelmente. E ela se perguntava se continuariama $ogar xadrez como bons camaradas ou se Eduardo voltaria a ser o homem taciturno!"erido e distante que "ora quando ela se mudara.

Ela rezava para que isto não acontecesse. 6aquelas ltimas noites $untosdescobrira que ele podia ser bemHhumorado! brincalhão! de uma "orma que lhe aquecia ocoração V um lado da personalidade dele sobre o qual queria descobrir mais! nãomenos. E isto a "azia acreditar que! talvez! ele estivesse "inalmente se recuperando dotrauma do acidente.

V 8oc: sabe que isto tem sido um exercício de pura tortura# V perguntou eleagora! quando &arianne se levantou da cadeira no "im do $ogo! um que Eduardo vencera!e se espreguiçou e boce$ou.

Ela passou os dedos pelos cabelos rec+mHlavados e sorriu.

V orque "ui muito hábil e voc: não venceu com "acilidade# V provocou.

Eduardo "ranziu a testa.

V 8oc: sabe muito bem que não "oi isto que quis dizer%

Ele prague$ou baixinho e se virou! como se tentasse recuperar o controle. EntãovoltouHse para ela! e o anseio e a pura "rustração estampados nas "eiçWes cinzeladas dobelo rosto quase "izeram os $oelhos de &arianne cederem.

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V 5uero que voc: venha para mim esta noite V disse ele! rouco. V 2igaHme quevirá.

Ela engoliu com di"iculdade! o coração batendo com "orça.

V Sim! eu irei para voc:.

 A voz dela estava rascante com a onda de anseio que a submergia...

&arianne tomou banho! vestiu a camisola e se deitou na cama para ler um pouco!na tentativa de se acalmar! mas não "uncionou. =inalmente desistiu da tentativa decompreender uma sX palavra da página que estava lendo! colocou o livro na mesinha decabeceira! descobriuHse e saiu da cama. A noite estava "ria! mas sua pele estava quasequente demais para suportar. 8estida em uma de suas camisolas brancas e compridas deestilo vitoriano que usava no inverno para se aquecer! ela se moveu graciosamente peloquarto e "oi at+ a $anela. 3 piso polido de madeira estalou suavemente sob seus p+s e osom pareceu quase indecentemente alto no sil:ncio do quarto.

 Aquela noite! a lua estava meio encoberta e a luz que se espalhava pelo quarto eradelicada e "ria. 3 luar! com sua presença et+rea e con"iável! algumas vezes lheproporcionava um estranho tipo de con"orto! mas não aquela noite. Aquela noite! em queantecipava sua visita prometida ao quarto de Eduardo! cada nervo de seu corpo estavatenso! cada sentimento intensi"icado a um grau quase insuportável.

7udo tinha parecido tão... tão certo! quando ele a bei$ara e a tocara no escritXrioalguns dias atrás! como se a intimidade maior "osse completamente deliciosa e tranqZila!at+ mesmo maravilhosa. E! noite apXs noite! enquanto duelavam em seus $ogos dexadrez! a necessidade nela para que ele a abraçasse e a amasse tinha crescido ecrescido! at+ ela achar que "icaria louca se não acontecesse logo.

E! no entanto! &arianne não podia deixar de se sentir apreensiva quando pensavanum aspecto em particular. 3 que Eduardo pensaria quando descobrisse seu segredo Vo "ato de que $amais estivera com um homem! que ainda era intocada depois de seismeses de casamento# Se estivesse esperando o tipo de satis"ação sexual com o qualprovavelmente estava acostumado! a"inal talvez não se sentisse tão ansioso para leváHlapara a cama! que a inexperi:ncia dela impediria que "izessem amor. Se "osse assim!como ela lidaria com o constrangimento e a humilhação# Sem mencionar a "rustração quea re$eição dele lhe causaria#

CAPITULO !O#"

Ela decidiu dizer a Eduardo que não aceitaria o convite para partilhar sua cama.1om medo demais de ser re$eitada quando ele soubesse a verdade! &arianne seconvencera de que era a melhor decisão. Al+m disso! argumentou consigo mesma!

nervosa! enquanto subia a escadaria para o andar superior! as luzes "racas lançando suasombra esguia nas paredes enquanto andava! ela não "ora para lá para ter um caso comEduardo.

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Ele lhe dera um emprego e um lar pelo tempo que ela quisesse e estavam setornando amigos[ dormir com ele comprometeria sua posição e a dele! não importava oquanto a id+ia "osse tentadora para ela.

&as! quando ele abriu a porta depois de sua batida tímida! em p+ diante delavestido apenas com a calça do pi$ama de seda azulHmarinho! baixa nos quadris! aexplicação cuidadosamente ensaiada de &arianne desapareceuHlhe da mente maisdepressa do que gelo numa "ogueira. A garganta seca! tudo o que pIde "azer "oi olhar para aquele esp+cime de masculinidade totalmente atraente e totalmente sex@ diantedela! como se tivesse "icado muda. or sua vez! o lento e silencioso olhar de Eduardopelo corpo dela! sob o roupão que lançara sobre a camisola vitoriana! tinha um brilhode"initivo de diversão mi pro"undidade azul.

V Estava esperando por voc: V disse ele "inalmente! a voz aveludada e ricaarrepiandoHlhe os suaves pelos da nuca. V Entre.

V Eu estava...

V Sim#

5uando ela permaneceu estática! Eduardo lhe tomou a mão e a puxou para dentroda saleta. 2ois aba$ures lançavam uma luz suave e quente no ambiente luxuoso edeixavam áreas em sombras misteriosas.

Ela ousou lançar um olhar sobre o ombro musculoso de Eduardo e viu que a portado quarto de dormir estava entreaberta e seu coração quase subiu para a garganta.

Eduardo "echou a porta externa com "irmeza! trancouHa e se virou lentamente paraobserváHla. /m per"ume quente! terreno! com nuanças de madeira e sabonete masculinopairava hipnoticamente no ar entre eles. Ele sorriu para ela! mas &arianne não conseguiudesviar o olhar da exibição de msculos "ormidáveis no largo peito bronzeado! salpicadocom pelos dourados... visão que a "ez se sentir como se tivesse acabado de tomar umadose "orte de uísque que lhe subira diretamente para o c+rebro.

V 8oc: estava dizendo... V provocou Eduardo! e antes que ela tivesse aoportunidade de dizer qualquer coisa! ele lhe dobrou o queixo para cima e lhe reclamouos lábios tr:mulos no mais suave e! no entanto! no mais devastador dos bei$os.

V Eu... eu esqueço tudo em que estou pensando quando voc: "az coisas assim Vadmitiu &arianne sem "Ilego! as pernas tr:mulas.

V 8oc: tamb+m me "az esquecer tudo quando olho nos seus olhos. V Ele sorriu!tomouHlhe a mão de novo e levouHa em direção * porta do quarto. V 8oc: deve ser umadas poucas mulheres do mundo capazes de usar uma coisa assim e parecer 

simplesmente adorável V dizia enquanto eles paravam ao lado de uma enorme cama dedossel que parecia pertencer a um palácio real.

V /sar o qu:# V 3s olhos cor de avelã estava abertos! a expressão alarmada.

V 0sto... esta camisola virginal mas muito sex@ e atraente. Ele ergueu uma dobrapara estudar o tecido.

1om o comentário muito adequado! embora ele não soubesse! ecoando em seusouvidos! &arianne "icou congelada demais por um momento para se mover e apenas oobservou se debruçar sobre ela e a"astar o roupão de seus ombros em sil:ncio! comouma daquelas criaturas míticas do antigo "olclore! que se trans"ormavam em pedra depoisde ver alguma coisa proibida.

3 roupão caiu no chão num sussurro suave que! mesmo assim! "oi alto demaispara seu a"iado sentido de audição e isto a tirou de seu transe! apenas para deixáHla

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consciente de que os pequenos botWes de madrep+rola do corpete da camisola estavamsendo cuidadosamente desabotoados um por um pelo homem diante dela.

3 olhar dele era "ocalizado e intenso! como se estivesse antecipando a revelaçãode alguma coisa maravilhosa! e Eduardo não dizia uma nica palavra enquanto sededicava sua tare"a.

&arianne começou a tremer e se perguntou o que acontecera * sua decisão de serecusar a partilhar a cama dele aquela noite! or mais que tentasse! sabia que nãoconseguiria mais mant:Hla não com a maneira irresistivelmente sedutora com que aquelehomem lhe comandava! com tão pouco es"orço! a mente! o corpo e a atenção! comoestava "azendo bem agora. 6o entanto! não podia se deixar ser dominada completamentepela sedução habilidosa! ainda não.

5uando ele desabotoou o ltimo botão da longa "ileira no corpete e empurrou otecido para o lado para revelar um ombro sedoso e pálido e uma porção generosa doseio! &arianne colocou uma pequena e ansiosa mão sobre a dele.

V Eduardo... V A voz tremia! insegura. V... 4á uma coisa que preciso lhe dizer.

/ma pequena ruga apareceu entre as sobrancelhas de um louro escuro! aexpressão re"letindo um pouco de preocupação e uma delicada diversão.

V 3 que +! pequenina# 6ão vai me dizer que subitamente $á está se sentindonervosa#

V Se estou nervosa! + porque... porque tenho motivos para estar. Eu nunca...quero dizer... V 3 olhar se a"astou do dele enquanto ela tentava articular as palavras quepareciam presas na sua garganta. V Eu nunca estive com um homem...

Ela soltou a mão de Eduardo! enrolou uma longa mecha dos cabelos cor de melatrás da orelha e mordeu o lábio in"erior ao mesmo tempo.

V 5uero dizer! nunca "iz isto... A princípio! ele pareceu atInito. Então uma sombra escura de raiva passou pelas

"eiçWes atraentes do belo rosto.

&arianne pegou os dois lados da camisola e os "echou sobre i s seios! dando umpasso para trás.

V 1om pode ser! se voc: me disse que "oi casada# 8oc: mentiu#

V 6ão! não menti! mas 2onal! meu marido! estava doente quando nos casamos eele não podia... nXs não... V Sentindo o rosto "icar vermelho por ter de revelar algumacoisa de natureza tão dolorosamente íntima ao homem diante dela! &arianne "ez um

pequeno e desesperado gesto de cabeça.V Está me dizendo que o casamento nunca "oi consumado#

V Sim! estou.

Ele disse alguma coisa em portugu:s que ela tinha certeza de que signi"icavainacredit'vel

V E voc: nunca teve um relacionamento íntimo com um homem antes de secasar#

V 6ão.

&arianne sentiu uma onda de indignação ao ser interrogada assim por Eduardo!por ele achar estranho ou exc:ntrico que ela $amais houvesse dormido com um homem! eseu medo de ser re$eitada por ele a "ez tomar a iniciativa antes que ele pudesse "az:Hlo;

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V 7em mais perguntas a "azer# Se $á terminou de agir como se "osse algum tipode inquisidor! acho que vou voltar para meu quarto%

V &arianne#

0nacreditavelmente! a mão dele estava lhe tomando o queixo! virandoHlhe o rostopara o dele. 2e"initivamente! não agia como um homem prestes a re$eitáHla! percebeu! e

seu coração disparou.V 'amento que voc: tenha sido privada do prazer e do con"orto da intimidade com

seu marido! mas estou honrado por voc: considerar conceder este grande presente amim.

V 8oc:... voc: ainda me quer# V A voz dela era um sussurro rouco.

V &ais do que nunca.

E ele demonstrou! reclamandoHlhe a boca num bei$o tão voraz e exigente que&arianne achou que suas pernas $á en"raquecidas se dobrariam ao peso de seu corpocomo alguma delicada peça de origami.

E! no entanto! sob a carícia sensual! ela teve a sensação clara de que haviacontrole tamb+m! como se ele não quisesse amedrontáHla ou domináHla. 1ertamente erararo encontrar um homem tão preocupado com a sensibilidade de uma mulher a ponto desub$ugar a "orça do prXprio dese$o em respeito * inexperi:ncia dela. SX podia concluir queEduardo de Souza era um homem num milhão.

&as! secretamente! ela queria que ele perdesse o controle com ela! percebeu.Estava certa de que seria capaz de corresponder com a mesma intensidade * paixão delee lhe dar prazer tamb+m! o prazer que ele! inexplicavelmente! parecia se negar com tanta"reqZ:ncia. A"astando os lábios dos dele! &arianne observouHo com ansiedade sob aspálpebras pesadas.

V Eu tamb+m quero voc:! Eduardo! assim não precisa me tratar como se eu "ossede vidro. Sei que! o que quer que aconteça! voc: não me machucará.

&esmo enquanto a con"issão lhe saía dos lábios! seu sangue queimava com odese$o primitivo de estar ainda mais perto dele. 7udo sobre aquele homem parecia deixáHla em chamas! "azendoHa se comportar de uma "orma que era completamente di"erente desua natureza normal.

Ele rosnou e a puxou com mais "orça contra si! e! suspirando! &arianne passou osbraços em torno do pescoço dele para se limiar. 7omada pelo calor e o dese$o! ela soubeque o toque e o bei$o de Eduardo em cada centímetro de seu corpo lhe dariam lotaiprazer.

Estivera sozinha por tempo demais e silenciosamente admitiu sua imensanecessidade de ser abraçada! tocada! provada e at+ mesmo levada * loucura por umamante! algu+m que a a$udasse a esquecer seu passado doloroso e a "azer pensar apenas no ho$e.

E agora! entrando em contato com a carícia íntima da orgulhosa ereção masculinasob a seda macia do pi$ama! &arianne sentiu a p+lvis ser pressionada com "orça contra ade Eduardo para que não tivesse dvida do dese$o dele por ela. As mãos dele lhepercorreram o corpo sobre o tecido da camisola! seguindo cada linha de cada curva comose "osse imperativo que ele conhecesse cada parte dela.

1oncentrada na onda "ebril do dese$o que lhe percorria o corpo! de repente&arianne percebeu que a beira da cama estava a poucos centímetros de dist]ncia. 3quarto pareceu girar no prXprio eixo por um momento! enquanto Eduardo a "azia recuar 

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cm direção * cama! o toque gentil mas exigente.

V 5uero que esta primeira vez se$a inesquecível para voc:! querida. V 3s olhosdele estavam escuros de dese$o. V 7udo o que precisa "azer + se deitar! imXvel! e medeixar lhe dar prazer.

Segurando o algodão da camisola enquanto ela se sentava na cama! ele a ergueu

sobre a cabeça dela e a tirou. 3s longos cabelos cacheados de &arianne caíram comouma nuvem cor de mel em torno de seus ombros e pelas costas e sua pele arrepiou como "rio da noite. 8iu o brilho de apreciação nos olhos ávidos de Eduardo enquanto o olhar via$ava lentamente para cima e para baixo do seu corpo e agora não era apenas o "rioque a "azia tremer.

V 8oc: + ainda mais linda do que eu imaginava V murmurou ele suavemente!segurando mechas dos cabelos sedosos entre os dedos e examinandoHas. V ^ uma"eiticeira e não há um sX homem no mundo que não me inve$aria agora.

SoltouHlhe os cabelos! empurrouHa gentilmente para os travesseiros e debruçouHsesobre ela. 3 sorriso mais libidinoso lhe torcia os lábios. &arianne suspirou[ a sensação do

corpo ri$o e masculino sobre o dela era maravilhosa e seu peso se tornava maior *medida que ele se aproximava cada vez mais! diminuindo lentamente a dist]ncia entreeles. Ele era tudo com que ela sonhara e mais! pensou! ansiosa. A pele ligeiramentebronzeada que cobria os msculos "ortes era macia como seda e quente como cashmere!e a "orma como ele a olhava a "ez se sentir como se ela "osse alguma delícia a ser saboreada e que ele simplesmente precisava ter! como se ela "osse a nica mulher nomundo que ele $amais olhara daquela maneira. &esmo sabendo que aquilo não podia ser verdade! não diminuiu seu prazer.

V =eche os olhos V mandou ele! abaixando a cabeça para a dela.

 As pálpebras "echadas com obedi:ncia! ela sentiu o lento e devastador bei$o de

Eduardo derret:Hla at+ o ]mago. Era como se ela "osse um rio sensual sendo acariciadopor raios de sol vivos! que respiravam. /ma sensação de energia e vitalidade n tomou!"azendoHa se sentir dese$ada e querida al+m da imaginação. Em seu tero! crescia umaespiral tensa e quente! uma sensação nica e avassaladora.

2esinibidamente correspondendo ao bei$o dele! ansiosamente absorvendo eprovando os sabores nicos! masculinos e inebriantes dos quais sabia que $amais secansaria! &arianne não sabia como $amais pensara que "azer amor poderia ser tãosublime. Seus quadris estreitos se moviam inquietos contra os de Eduardo! seu corpoansioso para que ele reclamasse o que agora estava mais do que pronta a lhe dar. &as!ainda assim! ele se demorou! acariciandoHa e tomandoHlhe os mamilos sensíveis na

caverna quente da boca. 3s dentes e a língua a provavam e provocavam at+ ela ter medode explodir com a total eu"oria sensual das carícias.

Enlouquecida de dese$o! &arianne mergulhou os dedos nos cabelos de Eduardo!precisando tocáHlo e sentir cada parte dele! tentando memorizar cada momento! cadadetalhe eletrizante para que $amais os esquecesse.

&oveu as mãos sobre os ombros largos de Eduardo e sentiu os msculos ri$oscobertos pela pele macia com um prazer primitivo e pro"undo. 1ertamente ele era o tipode homem com que cada mulher "antasiava em seus sonhos mais particulares! pensou!enlouquecida.

Sempre que se permitia sonhar com um homem "azendo amor com ela V a

maneira como ele era "eito! como ele se parecia! como era seu gosto V! a realidadedeste homem era o que ela secretamente dese$ava! percebeu[ era absolutamente per"eitode todas as maneiras. 6ão havia con"lito em sua mente sobre entregar a ele sua

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virgindade. E depois não haveria arrependimentos! garantiu a si mesma! nem agora...nem nunca.

Erguendo a cabeça! Eduardo bei$ouHa de novo na boca! a língua penetrandoHa"aminta! acariciando as texturas de veludo e cetim com total habilidade erXtica antes de semover novamente para o corpo dela... desta vez descendo! lenta e devastadoramente!"azendo uma trilha mida e quente pelo peito dela.

 Ao chegar * cintura! a seda de sua língua tocouHlhe intimamente o umbigo!reconheceuHo! provocouHo! e &arianne estremeceu. AumentandoHlhe o tormento! eledesceu ainda mais. En"im! * sensação chocantemente erXtica de sua boca e língua lhetomando o centro mais pro"undamente "eminino! ela se retorceu em intenso :xtase!mordendo o lábio e curvando os dedos nos lençXis de seda enquanto a tensãoinsuportável que se construía dentro dela "inalmente cedeu e ela se entregoucompletamente ao prazer insano que se seguiu.

6ada poderia t:Hla preparado para a plenitude daqueles mo mentos incríveis.3ndas intensas de sensaçWes inacreditáveis a tomaram de novo e de novo! e! de repente!seus olhos se encheram de lágrimas de choque e espanto. -amais experimenta umavulnerabilidade tão absoluta e! ao mesmo tempo! uma conexão tão per"eita com algu+m!e isto lhe chocou a prXpria alma.

V Eduardo... isto "oi maravilhoso. V A voz estava densa de emoção.

3 olhar de Eduardo! quente e cheio de emoção! encontrou o dela quando eleergueu o corpo para se $untar a ela. 1om um olhar maravilhado! &arianne colocou asmãos de cada lado do belo rosto masculino que! ela sabia! "icaria impresso em seucoração e sua mente para sempre.

V 3 prazer "oi meu.

V 3 que eu... como posso... quero dizer! agora quero voc: tamb+m se sinta bem.

Ele riu suavemente.

V Acredite! meu an$o! não me sinto tão bem há muito! muito tempo% &as não sepreocupe! a ainda não terminamos.

1om o olhar preso ao dela! Eduardo se ergueu um pouco e levantou o tXrax dodela! sentandoHse levemente sobre os calcanhares então começou a abaixar a calça dopi$ama que ainda usava.

3bservandoHo! &arianne sentiu a boca secar[ $amais imaginara que uma mulher pudesse sentir por um homem a luxria que um homem sente por uma mulher. E então!ela se lembrou de sua perna "erida e! temendo que ele estivesse sentindo dor eescondendo dela! ela "ranziu a testa e se debruçou para a$udáHlo como pudesse.

V 7enha cuidado% V pediu ela quando o viu "azer uma breve careta.

&as um homem $amais precisou menos de a$uda do que Eduardo precisavanaquele momento! percebeu &arianne. 3 olhar perdeu um pouco do calor e "icou duro.

V Eu a convidei para vir ao meu quarto esta noite para ser minha amante! nãominha en"ermeira% 6ão sou um inválido que precisa de seus cuidados e atençWes! comoseu marido precisou%

 Assombrada pela dureza de suas palavras! &arianne sentiu o rosto queimar deembaraço.

V or que voc: tem de agir assim# V =ez um pequeno gesto de desespero comas mãos. V Sei muito bem que não + um inválido. 8oc: +... voc: + tudo o que sonhei que

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um amante seria! Eduardo.

V Então venha cá.

Ela não hesitou nem por uma "ração de segundo. Seu corpo ainda quente elangoroso do orgasmo que ele lhe dera sentia uma grande necessidade de lhe dar prazer tamb+m. Sabia que este era seu dese$o sincero! assim a ordem em voz rouca apenas a

excitou mais.Ele lhe ergueu o queixo com a ponta dos dedos.

V 6ão tive a intenção de brigar com voc:! apenas rea$o depressa demais. 7alvezvoc: possa me a$udar de outra maneira.

3 brilho de desespero que ela vira brevemente naqueles assombrosos olhos azuis"ora substituído por um sorriso malicioso! e &arianne viu que ele estava abrindo umpequeno pacote de papel laminado e tirando seu contedo. Seu coração perdeu umabatida quando ele a olhou bem dentro dos olhos.

V Sei que voc: nunca "ez isto antes! mas eu a a$udarei! se voc: quiser.

V Está bem. V A voz dela baixara para um simples sussurro. Ele se despiu!revelandoHse em toda a sua glXria masculina! e guiou as mãos dela at+ o preservativo!a$udandoHa a colocáHlo. Ao tocáHlo e v:Hlo daquela maneira! sentindo a sedosa rigidez e ocalor que irradiava com tanta intensidade sob seus dedos! &arianne não conseguiu seimpedir de estremecer. /m tumulto de sensaçWes lhe tomava o corpo e a mente. Sim!estava nervosa! mas tamb+m sentiaHse inegavelmente excitada. 7inha tamb+m um poucode medo da dor que poderia sentir. &as! acima de tudo! estava grata porque seu amantehavia pensado no lado prático da situação... porque ela não pensara.

V 8ai "icar tudo bem! querida! con"ie em mim V tranquilizouHa Eduardo. V Serei omais gentil que puder.

&ontando nos quadris dela! ele baixou a cabeça para mais um bei$o "aminto!apaixonado. A pele áspera pela barba nascente a arranhou um pouco! mas &arianne nãose importou. erdida no prazer total do que estava acontecendo! ela se contraiu quandosentiu as mãos de Eduardo lhe separarem as coxas com "irmeza e seus dedos a tocarem./m calor escaldante se dirigiu imediata mente para seu ]mago! e ela não conseguiusuprimir um gemido sensual. =icou atInita ao perceber como estava pronta e mida paraele! e agora! suas pernas se abriram por conta prXpria para receber a atenção maior deseu amante.

3 sexo ri$o de Eduardo explorouHlhe lentamente a abertura a princípio. Então!percebendo como ela estava pronta! comprimiuHa com um pouco mais de "irmeza.

&arianne "echou os olhos para absorver a sensação desconhecida da penetração. 4ouveum momento de descon"orto e ardor! seguido quase imediatamente pela sensação deplenitude voluptuosa. Então! enquanto ele começava a se mover mais "ácil e ritmicamentedentro dela. &arianne relaxou! entregandoHse totalmente ao prazer que a preenchia. 3solhos azuis escurecidos e "ixos intensamente no rosto dela! o corpo maravilhoso deEduardo "oi tomado por um ob$etivo consumidor. &ais uma vez a tensão se construiudentro dela! e &arianne se ancorou nos braços musculosos enquanto ele a penetrava denovo e de novo! at+ todos os pensamentos lhe desaparecerem da mente numa ondaerXtica que a sacudiu como se nunca mais "osse parar. Ela deve ter gritado! porque!quando o "ez! o homem acima dela se imobilizou por um momento! então deixou escapar um gemido rouco e pro"undo que cortou o ar! agora tomado por um cheiro almiscarado.

/ma leve camada de suor brilhava na testa e nos ombros dele e sua boca se curvou numsorriso sensual.

V ensei que estava no paraíso V disse ele! a voz embargada. AbaixandoHse

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cuidadosamente sobre ela! bei$ou &arianne na boca de novo. 4avia tanta doçura naquelebei$o que lágrimas lhe encheram os olhos. &arianne piscou para a"astáHlas e sorriu!timidamente[ Eduardo ergueu a cabeça para examináHla e havia uma expressãopreocupada em seu rosto.

Ele limpou a umidade do rosto dela com a ponta do polegar! então mergulhou osdedos nos cabelos dela e "ranziu a testa.

V Espero ter sido gentil o bastante para sua primeira vez e que não tenha lhecausado dor.

V 6ão sei por que chorei. 8oc: não me machucou! Eduardo! apenas me senti umpouco emotiva.

V Então vamos nos acomodar e eu a a$udarei a relaxar. 8ou abraçáHla a noitetoda! se voc: quiser! e pode dormir aqui.

V 7em certeza# 5uero dizer! quer que eu passe a noite com voc:#

V ^ claro% ensou que eu a mandaria para longe de mim tão depressa#

V E ,icardo# V perguntou &arianne! lembrandoHse de repente que o mordomo deEduardo deveria voltar da viagem no dia seguinte.

V 3 que tem ele# V /ma sobrancelha loura se ergueu! interrogativa.

V E se ele me vir saindo do seu quarto pela manhã# Eduardo deu de ombros!claramente descartando a preocupação dela.

V Se ele a vir! nem mesmo comentará o "ato. osso con"iar totalmente nadiscrição dele[ assim! não se preocupe.

V Se voc: diz...

V Eu digo. E agora! acomodeHse na cama e pare de procurar problemas onde elesnão existem%

Ele sorriu! e o coração de &arianne se expandiu de alegria porque naquelemomento ele parecia mais "eliz do que ela $amais o vira...

CAPITULO D"$

Eduardo acordou! atInito por ver a luz do dia invadindo o quarto. &al pIdeacreditar quando percebeu que havia dormido praticamente sem acordar nem uma vez anoite toda! exceto quando abriu os olhos sonolentos uma vez! para ter certeza de que&arianne ainda dormia ao seu lado.

&exeu as pernas um pouco para testáHlas e sentiu que havia muito poucodescon"orto ou dor em qualquer lugar. A constatação o deixou assombrado[ em vez de

doer! seu corpo estava descansado e pleno.3lhando para o motivo daquele milagre! ele se virou de lado e! "irmando o rosto na

mão erguida e apoiada no cotovelo! estudou o corpo esguio e adormecido ao lado dele.

QD

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Seu coração pareceu perder uma batida[ mesmo * luz "orte do sol da manhã! quedestacava cada "eição e nada escondia! ela era simplesmente encantadora 1omo nãopoderia ser! com aquela pele tão per"eita e macia como o mais per"eito dos p:ssegosmaduros! os cabelos cor de mel suavemente lhe emoldurando o rosto e descendogentilmente sobre os ombros e as costas! uma grossa mecha lhe tocando de leve o seionuma carícia de amante#

/ma visão daquelas no começo do dia certamente "aria qualquer homem desangue quente se regozi$ar. &ais uma vez Eduardo preparou mentalmente a "oto que "ariadela! sabendo sem vaidade que! se a "izesse! seria muito dese$ada por todos que avissem.

&as + claro que! se tirasse uma "oto de &arianne como estava naquele momento! $amais pensaria em vend:Hla ou dar a algu+m[ ele a manteria para seu prXprio e particular deleite. /m impulso quase irresistível o tomou para se levantar e encontrar sua c]mera!uma 6i(on pro"issional topo de linha! que havia escondido nos bas que guardavam seuspertences que trouxera do Brasil. 6ão importava o quanto tentasse se convencer de queaquilo era parte de sua vida antiga! não da atual! que provavelmente era melhor apenas

esquecer tudo! como havia $urado! enquanto descansava o olhar sobre &arianne.Eduardo não estava nem um pouco convencido de que manteria seu $uramento.

Sorrindo ao se lembrar de como &arianne lhe entregara tão generosamente avirgindade na noite passada! como se entregara tão completamente a ele! Eduardo sentiuo sangue esquentar e o dese$o surgiu novamente! intenso e avassalador! enquantocontinuava a estudáHla.

V 5ue horas são# V 1omo se sentisse sua observação! &arianne abriu os olhos!um tesouro de verde e dourado que o deixou tonto.

V 5uem quer saber# E que import]ncia tem# V Eduardo passou os dedosgentilmente pelo rosto ruborizado numa carícia.

V ^ claro que tem import]ncia% reciso voltar para meu quarto e me aprontar parao dia de trabalho. V &arianne se sentou! puxou os cabelos para trás com uma das mãos!o olhar ansioso procurando suas roupas espalhadas. V 2evem ser oito ou oito e meia! etenho de "azer o ca"+ e acender as lareiras! ou a casa "icará completamente gelada. 3h!Eduardo! por que não me acordou#

V 6ão queria perturbáHla porque voc: parecia tão linda e pací"ica dormindo aí!meu an$o... como a prXpria Bela Adormecida. ode me culpar por simplesmente querer olhar para voc:#

V &as não sou a Bela Adormecida! sou# EsqueceuHse de que sou sua governanta

e tenho trabalho a "azer# A resposta ríspida ao elogio apenas divertiu Eduardo. Ele lhe perdoaria qualquer 

coisa aquele dia depois do prazer que haviam partilhado na noite anterior.

&arianne viu a camisola nos p+s da cama! puxouHa e $ogouHa sobre a cabeça! masnão antes que Eduardo tivesse uma visão muito satis"atXria dos seios corHdeHrosa com osmamilos endurecidos e a cintura "ina. Ele se sentou! circulou possessivamente aquelacintura adorável com os braços e lhe bei$ou a nuca! deixando que o per"ume do xampulhe enchesse as narinas enquanto os cabelos sedosos lhe "aziam cXcegas no nariz.

V 8oc: não precisa trabalhar ho$e! estou lhe dando o dia de "olga.

&arianne virou a cabeça! espantada.V Está tudo bem e certo! mas...

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V 3 qu:#

V 8oc: não pode simplesmente me dar o dia de "olga quando há tanto trabalhoque precisa ser "eito% 8oc: precisa de uma governanta! Eduardo! e posso lhe lembrar que"oi por isto que me contratou#

V >overnanta ou não! o que preciso bem agora + de voc:! aqui na minha cama.

Eduardo sabia que o dese$o lhe deixara a voz rouca e brilhava em seus olhos e não"ez a menor tentativa de escond:Hlo! porque estava se sentindo excitado al+m do quepodia suportar e uma grande necessidade surgira nele de ser totalmente honesto comaquela mulher adorável.

V Acabei de perceber uma coisa% V /ma expressão de encantamento surgiu norosto de &arianne.

V 3 qu:#

5uando se virou na cama para "icar de "rente para ele! o olhar de &arianne eracheio de alegria e contentamento.

V 8oc: dormiu a noite inteira% 6ão acordou nem uma vez... ou! se acordou! nãome deixou perceber. E voc: não acordou! não +# A dor na perna não o perturbou#

Sorrindo! Eduardo emoldurou ternamente o rosto de &arianne com as mãos.

V ^ totalmente verdade. Eu dormi a noite toda e acordei apenas uma vez! nãoporque estava sentindo dor! mas porque queria ter certeza de que voc: estava aqui domeu lado.

V Eu lhe prometi que "icaria V disse ela! tímida! e baixou o olhar. V Estou tãocontente por voc: não sentir dor. -á suportou tanto! com nove cirurgias! e certamentemerece algum alívio.

V 1ertamente não "oi nada "ácil.V 2eve ter sido o acidente mais terrível.

Eduardo retirou as mãos lentamente do rosto de &arianne. 6ão queria arruinar uma manhã que começara tão maravilhosamente se lembrando daquele horrívelacontecimento que o deixara quase alei$ado... no entanto! "izera a si mesmo a promessade ser completamente "ranco com &arianne. 2epois do presente que ela lhe dera na noiteanterior! o mínimo que merecia era saber como ele se "erira.

V =oi o pior dia da minha vida. V Ele se encolheu um pouco.

V 8oc:... voc: pode me contar# Ele assentiu! o rosto s+rio.

V Sim! eu lhe contarei. V Estendeu a mão para a de &arianne! segurouHa eestudouHa por um momento! antes de continuar; V Era tarde da noite e estávamosvoltando de uma "esta para casa.

V 6Xs#

Ele lhe encontrou o olhar interrogador e enri$eceu. 3 cheiro dela! quente e"eminino! tomou o ar em torno dele! e Eduardo quase sugeriu que esquecessem opassado e des"rutassem o que tinham naquele momento! mas! para seu cr+dito! não o"ez. 1om a decisão renovada! ele continuou a histXria;

V &inha esposa! Eliana! estava comigo. Ela dirigia. Eu havia lhe dado um novo

carro esporte de presente de aniversário. Eliana tinha atração por carros velozes einsistira em ir * "esta nele. Eu o dirigi at+ a "esta! para ensinarHlhe a usar os controles elhe dar algumas in"ormaçWes sobre como lidar com ele. Era um modelo poderoso! e ela o

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dese$ara por anos. 7ive minhas dvidas quando o comprei para ela! mas acabei "azendo oque ela queria.

0ncapaz de suprimir a onda de culpa que o abalava sempre que se lembrava deEliana lhe pedindo o carro! sabendo que não devia ter permitido que ela dirigisse at+ ter mais experi:ncia com ele! Eduardo se encolheu e houve um brilho moment]neo de dor nos seus olhos.

V 2e qualquer maneira! quando chegou a hora de voltarmos para casa! ela insistiuem dirigir. 7udo correu bem at+ chegarmos a dez minutos de dist]ncia de nossa casa. VEle engoliu com "orça. V 4avia uma poça de Xleo no as"alto da rua e o carro girou semcontrole. 7entei dizer a Eliana o que "azer e me debrucei para a$udar. &as ela estavagritando! em p]nico! suas mãos praticamente congeladas no volante. 7udo aconteceu tãodepressa. Estávamos numa ladeira e atingimos um muro. Ela morreu instantaneamente! eeu perdi a consci:ncia. 5uando acordei por alguns minutos! estava na sala deemerg:ncia de um hospital! sendo preparado para ser levado para a sala de cirurgia.

V E eles lhe contaram sobre sua esposa... depois da cirurgia#

V Sim. V Eduardo suspirou.1om um pequeno som de angstia! &arianne colocou a mão no braço dele!

acariciandoHo! os olhos cheios de lágrimas.

V 2eve ter sido horrível para voc: perder algu+m que amava tanto! e tão derepente assim... e de uma "orma tão pavorosa.

V Sim. 4ouve uma +poca em que +ramos realmente muito prXximos! mas...

V &as o qu:#

V 6ão... não tem mais import]ncia. 3 que importa agora somos nXs! voc: e eu.Estou cansado de viver no passado. 4o$e + um novo dia! e eu tive a mais satis"atXria das

noites... em mais de uma "orma. Sendo este o caso! quero des"rutar de um dia igualmentesatis"atXrio.

3 olhar que lançou a &arianne "oi cheio de signi"icado. &as! naquele exatomomento! ouviram o som de um carro se aproximando! depois a batida da porta da "rente"echando.

V ,icardo V identi"icou Eduardo! passando os dedos pelos cabelos $á totalmentedespenteados pelo sono! e olhou para ela! um lamento nos olhos. V Ele voltou de suaviagem e terei de "alar com ele por alguns momentos.

V Bem! então... + melhor que eu volte para meu quarto e tome um banho antes de

cuidar do ca"+ da manhã.V 1onversarei com ,icardo na sala de estar. 2:Hme alguns minutos! aí voc:

poderá sair... certo#

V Está bem.

8estindoHse depressa! Eduardo sentiu o olhar ávido de &arianne nele. or algunssegundos! e talvez vaidosamente! dese$ou que seu corpo estivesse como "ora antes doacidente! quando tivera tanto orgulho e prazer na per"eição "ísica que alcançar comcorridas na praia! nadando! "azendo sur"e e exercícios em sua academia particular.

1omo &arianne o via agora#! perguntou a si mesmo. Ela o via como um homem

ainda saudável! no auge da vitalidade! ou um homem que sucumbira "acilmente demaisao desinteresse e desespero sobre seu "uturo por causa dos danos "ísicos e da agoniamental so"ridos depois do acidente# Então se lembrou do que ela dissera sobre idade e

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apar:ncia e que nada daquilo tinha import]ncia... era a pessoa que importava! e não oresto

Eduardo queria que não houvesse mais interrupçWes... ou das lembrançasdolorosas do passado ou de algu+m que precisasse de sua atenção. orque o que queriamais do que tudo no mundo bem naquele momento era passar o dia sozinho com&arianne! mant:Hla ocupada e enrodilhada nos lençXis de seda! "azer amor louco eapaixonado com ela at+ que! saciada e sonolenta! ela adormecesse de novo nos seusbraços.

1ontente por ter a distração das diversas tare"as dom+sticas para lhe ocupar ospensamentos! mesmo assim &arianne precisava tentar com es"orço não "icar olhandopara o relXgio enquanto trabalhava.

Em seu coração! ansiava por manter queimando as chamas da inacreditavelmentemaravilhosa intimidade que partilhara com Eduardo e literalmente doía pela presença delee pela necessidade de sentiHlo abraçandoHa de novo. &as ele e seu mordomo estavam há

bastante tempo "echados na sala de estar e apenas uma vez seu amante a procurara!para pedir que ela lhes levasse ca"+. 5uando entrara com a bande$a! ele mal erguera osolhos para ela! que saíra da sala sem "azer ruído! estranhamente magoada por eleparecer preocupado demais para lhe dispensar sequer um sorriso.

&as &arianne tinha toda a intenção de cumprir a promessa que "izera a si mesma.6ão iria se arrepender de nada! lembrou a si mesma. &esmo se ela se tornasse apenasmais uma de uma longa lista de mulheres que! por mil:nios! haviam amado e perdido ohomem a quem deram seus coraçWes. 2e repente! arque$ou quando compreendeu opensamento que lhe ocorrera. Ela não amava Eduardo... no podia! 2evia estar delirando!ou alguma coisa assim. 2epois que seu pai a abandonara e 2onal morrera! $urara manter seu coração tão "echado que homem algum $amais seria capaz de penetráHlo de novo.ara sua prXpria preservação! tinha de manter aquele $uramento.

3 "ato de ter entregado sua virgindade a Eduardo não signi"icava que o amava[apenas se deixara levar um pouco demais pelos acontecimentos! era tudo.

7entando su"ocar seus pensamentos perturbadores! ela ligou o rádio e tentou seconcentrar na voz melí"lua da apresentadora! que anunciava o programa da tarde! adramatização de uma histXria de "antasmas que talvez a$udasse a lhe distrair a mente eimpedir que se concentrasse no nico assunto que lhe interessava enquanto trabalhava;Eduardo.

 Apenas segundos depois! enquanto examinava o contedo da grande geladeira de

portas duplas para ver o que poderia preparar para o almoço! &arianne se esqueceu doque "azia enquanto se lembrava da revelação de que Eduardo "ora casado e que suaesposa "ora morta no acidente que o "erira tão gravemente.

4avia alguma outra coisa que ele quase revelara sobre a esposa! lembrou. Eledissera que houvera uma época em que eles tinham sido muito prXximos! o que sugeriaque não eram mais tão prXximos na ocasião do acidente. or qu:# 3 casamento estariapassando por di"iculdades# Estaria um deles tendo um caso# E se tivesse sido Eduardo#/ma onda de protesto doloroso a percorreu. Ele era um homem tão bonito! tão viril. Seseu casamento estivesse numa "ase di"ícil! sem dvida haveria muitas mulheres dispostasa consoláHlo! não#

&arianne gemeu alto! como se o prXprio som pudesse a"astar aquelespensamentos perturbadores. orque não podia mais se enganar sobre a verdade... Ela oamava tanto quanto era possível a uma mulher amar um homem! e se ele não pudesse

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ser "iel! então não havia "uturo para ela com ele. 6o passado! o marido de uma grandeamiga tivera um caso e ela vira de perto a destruição que aquilo causava! principalmentena autoestima da amiga! que praticamente desaparecera e a "izera perder a con"iança emsi mesma em quase todas as áreas da sua vida. 7inha sido uma luta para ela apenasviver um dia de cada vez. &arianne $á experimentara aquela sensação de ter pouco valor!de não ter con"iança em si mesma! e não tinha o menor interesse de passar de novo por 

aquilo...V Então! + aqui que voc: está%

 Ao som da voz do homem cu$a imagem lhe ocupara a mente com a exclusão detudo o mais aquela manhã! &arianne se virou. 8estido com uma camisa azul de unho e $eans que lhe abraçavam as longas e musculosas pernas! calçadas em botas pretas! erao tipo de visão maravilhosa que "aria qualquer mulher dos DQ aos QC anos de idadesuspirar.

5uase su"ocada pelo imenso anseio de estar $unto dele de novo! &arianne usou ainsinuação de que ela estaria se escondendo... simplesmente porque se sentiusubitamente insegura.

V Acho que voc: descobrirá que estive aqui o tempo todo em que voc: e ,icardoconversaram. 3nde mais eu estaria! quando tenho que preparar o almoço e o $antar# Eume levantei muito mais tarde do que deveria%

V 8oc: acha que quero v:Hla como uma escrava da pia da cozinha# orque! sepensa! deixe que lhe garanta que este certamente não + meu ob$etivo.

Ele se aproximou por trás enquanto &arianne "icava em "rente * pia! onde lavavaembalagens vazias de "rutas para o lixo reciclável! e passou o braço pela cintura dela!acariciandoHlhe o pescoço com o nariz. 3 calor que a tomou a "ez se sentir como ceraquente se desmanchando sob uma chama e teve que "azer um es"orço supremo para

reprimir o gemido que ameaçava lhe escapar pela garganta.V Entretanto! não peço desculpas pela pequena "antasia de v:Hla em p+ aqui!

usando nada al+m de um avental e um par de sapatos de salto alto.

V Eduardo%

V Sim#

&arianne se virou nos braços dele para olháHlo de "rente e precisou de todas as"orças para suportar o impacto de seus incríveis olhos azuis. 6ão era "ácil! quando $áestava sitiada pela proximidade de seu corpo e excitada pela "antasia que ele tivera sobreela.

V 8oc: e ,icardo querem comer alguma coisa# SX lhes dei ca"+ e biscoitos!devem estar com "ome.

Eduardo suspirou! mas não com exasperação. Em vez disso! o mais atraente eenigmático sorriso lhe iluminou o rosto e ele a apertou com mais "orça! aproximando ascoxas musculosas das dela e deixando o ventre de &arianne no mesmo nível de seusquadris ri$os. Sentindo suas de"esas a abandonarem! ela o olhou com os olhos um poucoassustados.

V 8oc: está sempre cuidando de todo mundo! pequenina V murmurou ele! antesde abaixar a cabeça e lhe tocar os lábios provocantemente com os dele. V 5ue tal medeixar cuidar de voc: por algum tempo! humm#

V 3 que quer dizer#

V Enquanto estava em 'ondres! ,icardo teve notícias de sua "amília no ,io. A

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mãe dele está num hospital! muito doente.

V 3h! lamento muito.

V 6aturalmente ele quer voltar para casa para visitáHla. 1omo ainda não sabe agravidade! do estado dela e ela precisa "azer muitos exames! ele "icará láinde"inidamente. 3 que signi"ica que voc: e eu "icaremos aqui $untos... sozinhos. Eu me

senti tão melhor tendo voc: comigo! &arianne... melhor do que $amais pensei ser possível. Acho que será bom para nXs termos a oportunidade de nos conhecermos aindamais! não acha#

3s dias que se seguiram * partida de ,icardo para o ,io "icaram marcados nalembrança de &arianne para sempre. Ela não era mais simplesmente a governanta deEduardo! mas sua amante e! para sua imensa alegria! sua boa amiga tamb+m.

 A neve começara a derreter! mas o "rio ainda era intenso! assim eles partilharammuitas tardes de conversas diante da lareira! "alando sobre livros! "ilmes! arte e o estadodo mundo... absolutamente tudo.

=oi uma revelação para eles partilharem tantas opiniWes semelhantes. E! quando&arianne discordava de Eduardo! não temia dizer o que pensava. Ela at+ mesmo zomboudelicadamente dele por ser conservador demais! quando ele deixou escapar que nãoadmirava muito a tecnologia mais avançada! considerando seus bene"ícios esprios! semmencionar que su"ocavam a imaginação.

 A proximidade e o companheirismo que se desenvolveram entre eles V semmencionar as noites inesquecíveis que partilhavam na cama V a$udaram a aumentar aautocon"iança de &arianne e! se "osse honesta consigo mesma! suas esperanças para o"uturo.

/ma tarde! ela estava na cozinha preparando uma re"eição especial para a noitedeles! com uma boa garra"a de vinho da seleta adega de Eduardo e luz de velas! quandoo ouviu entrar.

V 3i. V Ela sorriu! calorosa! erguendo o olhar da tábua de cortar legumes eenxugando os olhos. V 6ão se preocupe! não estou chorando! apenas descascandocebolas.

Eduardo se aproximou! tirou da mão dela a pequena "aca e colocouHa sobre abancada.

V odemos conversar# V Seu olhar pensativo! como sempre! lhe percorreuatentamente o rosto.

V 1laro! o que há#

V 2ecidi que $á tive o bastante do inverno brit]nico e quero muito voltar ao Brasilpor algum tempo. retendo "echar a casa e via$ar nos prXximos dois dias. ara dizer averdade! estou sentindo saudade de casa! &arianne.

V Então! o que está dizendo# V Su"ocada pelo desapontamento e pela mágoa aoouvir a notícia! &arianne olhou para ele! chocada. V 5ue quer que eu vá embora eencontre um emprego em algum outro lugar#

V 8oc: "icou louca# ^ exatamente o contrário! quero que vá para o ,io comigo.

V 1omo o qu:# Sua companheira e governanta#6ão "oi possível para &arianne identi"icar todos os con"usos e intensos

sentimentos que a tomaram naquele momento! mas ela soube que o medo era o principal

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deles. 3 medo de que a maravilhosa proximidade que se desenvolvia entre elesrapidamente se tornasse uma coisa secundária quando ele voltasse para sua terra natal!para seus amigos e sua "amília! que ela não conhecia! mas que certamente conheceramsua esposa.

erturbado pela pergunta dela! Eduardo "ranziu a testa.

V 1omo minha amante! a mulher com quem tenho um relacionamento V disse elecom "irmeza! puxandoHa para seus braços. V 6ão + evidente que $á ultrapassamos a "asede empregador9empregada#

V E como vou me manter! se não tiver mais um emprego#

V recisa mesmo me perguntar isto# 8ou cuidar de voc:! &arianne! não precisase preocupar com coisa nenhuma.

1omo &arianne se sentiu subitamente presa numa armadilha! tentou se a"astar dos braços dele! mas Eduardo a segurou com "irmeza! determinado a chegar ao "undo dainquietação dela.

V 6ão gostaria da oportunidade de tomar um pouco de sol e de ser mimadadepois de todas as di"iculdades e tristezas que viveu#

Sentindo os olhos queimarem com o es"orço para não chorar! &arianne "ungou deleve. Era tão acostumada a cuidar de si mesma sozinha V a não ser por aqueles docesseis meses com seu marido doente. odia! algumas vezes! "icar emocionada quandoalgu+m demonstrava gentileza ou cuidado com ela como Eduardo "azia agora. 3 que elediria se adivinhasse que queria ser muito mais do que apenas uma amante para ele#

1omo seus sentimentos estavam * "lor da pele! ela pre"eriu atacar a se de"ender;

V 7alvez tenha sido errado nXs dormirmos $untos. 8im para cá porque precisavade um emprego e um lar! não de "+rias ou de algu+m que cuidasse de mim% 6ão me

entenda mal! estou per"eitamente "eliz por voc: voltar para o Brasil e viver de novo nolugar a que pertence! Eduardo! entre amigos e os membros de sua "amília! mas eurealmente não sei se posso ir com voc:.

V 6ão# 3 que + que realmente a segura aqui! &arianne# 6ão + como se voc:tivesse laços emocionais que a impedissem de deixar o país! +# 8oc: mesma disse quenão v: seu pai há anos e nem mesmo sabe onde ele está. E! embora insista em a"irmar que ainda precisa de um emprego e um lar! nXs agora temos um relacionamento. -á lhedisse que quero cuidar de voc: e terá tudo o que precisar e quiser se "or para o Brasilcomigo%

V or quanto tempo# V A voz dela parecia a ponto de se partir enquanto os olhosse "ixavam naquele olhar de um azul quase et+reo.

3s ombros largos se ergueram e se abaixaram.

V 1omo qualquer um de nXs pode saber quanto tempo um relacionamento vaidurar! minha querida# 6Xs o começamos de boaH"+! mas algumas vezes a vida cobra umpreço alto demais. 8e$a o que aconteceu comigo e o que aconteceu com voc:. 7udo oque podemos "azer + viver um dia de cada vez! não + assim#

Erguendo o queixo! &arianne viu que o olhar de Eduardo era ao mesmo temposábio e terno! e se perguntou como poderia viver mais um dia sequer com aquele homemincrível sem lhe prometer que seu amor por ele duraria para sempre.

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CAPITULO O!$"

 Assim que Eduardo dirigiu o &ercedes que alugara no aeroporto para o meio dotrá"ego pesado da hora do rush! em direção * cidade! a tensão atrás de seus olhos e naboca do estImago aumentou. or mais de seis meses! estivera abrigado no remotocampo ingl:s! sem ver ningu+m! a não ser ,icardo! seu m+dico e seu "isioterapeuta! emais tarde! quando "oi capaz! alguns donos de lo$as quando ia * cidade. Al+m disso! e at+que encontrasse &arianne! seus encontros com outros membros da esp+cie humanahaviam sido mínimos! exatamente como ele queria. 1ertamente! o ritmo intenso da vidano ,io tinha sido uma lembrança quase esquecida... quase.

 Agora! enquanto os raios quentes do sol da tarde passavam pelos vidros do p áraH

brisa! obrigandoHo a en"rentar a realidade brilhante! estava inegavelmente inquieto e! por causa das circunst]ncias que o haviam "eito procurar re"gio no exterior! tamb+mtemeroso.

 A tensão $á havia crescido no aeroporto! enquanto alugava o carro. Se achava quepoderia voltar em abençoado anonimato para o ,io! então de"initivamente se iludira. 3rapaz de quem alugara o carro apenas tivera que olhar para Eduardo para saber quemele era e! com olhos estreitos! lhe dera as condol:ncias pela morte da esposa.

Eliana "ora uma "amosa estrela de novelas de televisão no Brasil e! inevitávelHmente! seu rosto e o de Eduardo eram reconhecidos imediatamente onde quer queestivessem.

Eduardo agradeceu as palavras gentis do $ovem e percebeu que seu interesseevidente havia despertado a curiosidade de &arianne! mas ele pre"eria não explicar naquele momento o motivo de tanto reboliço. 4averia tempo bastante! quandochegassem * sua casa! na praia de 0panema! para lhe contar sobre a celebridade daesposa e dele. Sim! e para lhe dizer que a "ilantropia não tinha sido sua nica ocupação.

4avia outras coisas que ele queria partilhar com ela tamb+m! revelaçWes maispessoais que deviam ser "eitas. &as como# Ele mantivera seus pensamentos elembranças sobre seu casamento c sobre o acidente por tanto tempo para si mesmo quehaviam se tornado um peso que carregava sempre e! in"elizmente! se acostumara com acarga. 2esde que Eduardo compreendera que sua relut]ncia em "alar no assunto era um

enorme so"rimento adicional! al+m da trag+dia em si! e que "inalmente poderia se livrar dele se o partilhasse com &arianne! tomara a decisão irrevogável de "azer exatamenteisto.

&as seu principal ob$etivo em voltar para casa era apanhar os pedaços de umavida que havia sido pro"undamente "erida! quase al+m do suportável! e "inalmenterecomeçar a viver de novo. 2e alguma "orma V e por algum milagre V ele começara aacreditar que merecia aquela oportunidade! e &arianne era o ncleo daquele milagre.

=ora por isto que decidira voltar primeiro para 0panema e não para sua propriedadeno campo. 6ada mais de se esconder ou de se a"astar do resto do mundo! como algumeremita que não suportava que vissem seus pro"undos "erimentos.

3 outro motivo para pre"erir aquela parte mais animada do ,io era proporcionar prazer * sua companheira. ara uma mulher tão $ovem e bela! tamb+m $á tivera uma

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parcela grande demais de trag+dia e ele esperava que um pouco de vida luxuosa! mimose raios de sol a "ariam "lorescer. Então! aos poucos! com o tempo! a lembrança da morteprematura do marido e de sua in"eliz vida "amiliar desapareceria. 3 que Eduardoesperava acima de tudo era que ela começasse a compreender os bene"ícios de estar com ele a longo prazo! e decidir "icar para sempre.

Ele sabia que pareceria inacreditavelmente machista e possessivo! se dissesse aspalavras em voz alta! mas sentia honestamente que &arianne agora lhe pertencia seriaimpensável que ela vivesse sozinha ou com qualquer outro homem que não "osse ele

 A$eitando os Xculos escuros! ele "ez uma pequena careta enquanto ela "icavasentada silenciosamente ao seu lado no banco de passageiros! olhando pela $anela alonga linha do trá"ego diante deles. Ela suspirou.

V 7emo que se$a sempre assim durante a hora do rush V disse ele. V Eu deviater programado nossa viagem para uma hora melhor! mas in"elizmente não me lembrei ecomprei as passagens no primeiro avião disponível. 6ão se preocupe com toda aapaixonada movimentação de mãos dos outros motoristas para "ora das $anelas! parecemais dramático do que realmente +. 6Xs! brasileiros! somos uma nação de "anáticos por telenovelas e não pedimos desculpas por gostar de um pouco de drama em nossas vidas% Alguns podem dizer que + a vida imitando a arte.

V 8oc: está bem#

 A voz suave com que ela "ez a pergunta agiu sobre a mente atormentada deEduardo como um bálsamo. -á estava acostumado * inacreditável percepção de&arianne no que se re"eria a seus sentimentos e emoçWes! e deveria ter percebido quesua alegria "orçada não a enganaria. Agora! em vez de descartar preocupação! como teria"eito há pouco tempo! ele na realidade a recebeu com alívio. &as! então! quanto maistempo passava com esta misteriosa e adorável mulher! mais Eduardo se sentiaapaixonado por ela. Sabia que não teria voltado ao Brasil naquele momento sem ela.

V Sim! estou bem.

V 8oc: pode conversar comigo! sabe. 6ão precisa "ingir que está se sentindo bemse não estiver. 1ompreendo que! ao voltar para casa! voc: terá que en"rentar tanto seusdesa"ios como suas alegrias e quero a$udar a tornar as coisas mais "áceis para voc:! sepuder.

V 8oc: $á tornou tudo mais "ácil quando decidiu vir comigo. Estou "eliz por ter conseguido persuadiHla a vir.

V 1omo se isto tivesse sido di"ícil% V Ela sorriu. 3s olhos brilhantes estavamescondidos pelos Xculos escuros! mas sua doce boca! lindamente cinzelada e sembatom! "ez uma curva deliciosa. V 2eixar o inverno ingl:s para trás e voar para o ,io!onde o sol brilha quase o tempo todo e onde as praias são legendárias# At+ mesmo umagarota pouco so"isticada como eu não recusaria este tipo de persuasão%

Eduardo lançou um longo e apreciativo olhar para ela no tr]nsito quase imXvel. Elausava um simples vestido de verão! o nico que tinha! como con"essara! e! embora "ossede um estilo solto! sem lhe abraçar as curvas! como a camisola vitoriana que usava nacama! era inacreditavelmente sex@ no corpo esguio de &arianne! com seus longoscabelos "lutuando em suas costas.

Sentindo as pernas se encherem prazerosamente de um calor langoroso! Eduardo

não combateu a onda de dese$o que o tomou! simplesmente a des"rutou. 2urante toda anoite anterior! at+ eles se levantarem cedo para sair para o aeroporto! &ariannealimentara o "ogo nele ao ponto da "ebre! como "izera em todas as noites anteriores quehaviam passado $untos! e ele mal conseguia manter as mãos longe dela. Agora! enquanto

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a olhava! vendo o sol trans"ormar as cores dos cabelos dela num halo de ouro e mel! oanseio que ela despertava nele se "ez sentir de novo. SentiuHse impaciente por estaremainda tão distantes de sua casa! onde "inalmente poderia "icar sozinho com ela e t:Hlatoda para si.

V >osto demais de voc: não ser so"isticada! &arianne. 8oc: não tem id+ia dopoder que tem na ponta dos dedos sX por isto%

V oder# V Atrás dos enormes Xculos de sol que lhe cobriam quase todo o rostomido! &arianne "ranziu a testa.

V Sim... poder. /m homem teria de procurar muito para encontrar uma mulher tãolinda e inocente como voc:! &arianne! e estou dizendo isto como um elogio. 8oc: nãotem id+ia de como os homens podem se cansar de mulheres que sentem que precisamse comportar como homens para vencer na vida. E completamente revigorante conhecer algu+m como voc:! algu+m que não se importa em subir os degraus de alguma carreira esim está decidida a seguir suas paixWes%

V Estamos nos movendo de novo V disse ela suavemente! e Eduardo voltou a

atenção para as ruas e para o trá"ego que agora seguia num ritmo estável. E! se seucoração pulava e seu pulso acelerava * id+ia de que poderiam chegar em casa antes doque esperava... quem poderia culpáHlo#

7udo que &arianne havia lido e ouvido era verdade. As praias eram espetaculares!longas "aixas brancas curvadas em torno de um mar de um azul inacreditável que brilhavaao sol. E a casa moderna e per"eita de Eduardo! com as paredes pintadas de brancodiante da praia de 0panema! era o complemento mais adequado para tanta beleza.

Enquanto ele a a$udava a descer do carro! ela olhou para o horizonte de areiabranca e água bei$ada pelo sol! quase incapaz de acreditar que mudara de uma brancuragelada para outra! quente e viva! neste... neste paraíso na 7erra.

/ma $ovem criada e um criado esperavam para levar a bagagem deles para dentroda casa! e Eduardo tomou a mão de &arianne! enquanto segurava com a outra a bengalana qual! observou &arianne! se apoiava com muito menos "orça do que quando haviamse conhecido.

Ele a levou para dentro! diretamente para uma cozinha moderna e impecável ondelhe serviu um longo copo de limonada gelada. 3 gosto amargo mas delicioso da bebidaque acabara de ser preparada lhe encheu a boca de um sabor tão intenso que ela sorriude puro prazer.

V 0sto + celestial%Ele lhe tirou o copo das mãos! colocouHo sobre a bancada de mármore e a tomou

nos braços! o olhar cheio de dese$o.

V E voc: tamb+m. A coisa mais linda e dese$ável de toda esta casa + voc:!&arianne.

 As palavras dele a aqueceram e a "izeram se sentir bela e dese$ada. &as! bem no"undo! &arianne queria mais do que ser apenas dese$ada "isicamente por ele. Se "ossehonesta consigo mesma! diria que esse "ora o motivo por que su"ocara determinadamentesuas dvidas e concordara em via$ar com Eduardo para o Brasil. odia ser um anseio quenão se trans"ormaria em realidade! mas esperava al+m da esperança que um dia Eduardodescobrisse que havia outras e mais pro"undas razWes para ele querer estar com ela al+mde apenas dese$o. E se era assim! então &arianne estava disposta a arriscar tudo para"icar com ele V at+ mesmo a possibilidade de um dia ele a deixar! como os outros

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homens de sua vida haviam "eito.

 A morte trágica da mulher de Eduardo poderia t:Hlo obrigado a "ugir do prXprio país!deixando para trás a lembrança dolorosa para curar suas "eridas longe do brilho do solcom que estava acostumado para mergulhar num triste e melancXlico inverno ingl:s! masisto signi"icaria que ele $amais pensaria em ter outro relacionamento de longo prazo ounem mesmo tentar#

V Ei V provocou Eduardo! as mãos apertandoHlhe um pouco a cintura V! o queestá se passando nessa sua mente misteriosa# 1on"esso que estou com muito cime por seus pensamentos estarem longe! quando eu os quero aqui! comigo%

V Eles esto com voc:! Eduardo. V Ela "icou na ponta dos p+s e lhe deu um bei$ocarinhoso no rosto. V Estou apenas me perguntando como estará se sentindo sobre ter voltado para casa. Este + um lugar tão adorável que não consigo acreditar que tenhaconseguido deixáHlo.

V A tristeza e a dor tamb+m visitam o paraíso! meu an$o.

V 8oc:... voc: e sua esposa "icavam muito aqui#

Enquanto pensava na pergunta! a expressão de Eduardo se manteve serena eterna... pela primeira vez! não houve uma nu vem sombreando os olhos azuis * mençãodo passado. &arianne sentiu uma pequena chama de esperança se acender e respiroucom mais "acilidade.

V 1ostumávamos vir aqui separadamente... com amigos ou sozinhos Vrespondeu ele! pensativo. V 6a verdade! não passamos muito tempo $untos nos ltimosanos de nosso relacionamento.

V 3h#

V Estou vendo que voc: está curiosa sobre isto! mas no momento! antes de eu

responder a mais perguntas! por que não vai ao andar de cima e toma um banho dechuveiro# 7enho certeza de que gostará de se livrar do cansaço e da poeira de nossasviagens! antes que eu lhe mostre a praia e depois a leve a um bar agradável que conheçopara um coquetel.

V 0sto parece sensacional%

V 3 chuveiro# 3u a praia e o coquetel#

V 7udo! mas voc: não quer tomar uma chuveirada tamb+m# Ele trilhou a mãopelo pescoço dela e desceuHa at+ a pelo branca acima dos seios! e &arianne viu umpequeno msculo pulsar no queixo dele.

V Está me convidando para me $untar a voc:# V A voz se tornara baixa esedutora.

,econhecendo a "isgada intensa de dese$o que lhe surgiu imediatamente nosolhos! &arianne sentiu as pernas en"raquecerem! a cabeça girar e seu sangueesquentar... uma reação que se tornara habitual sempre que ele a olhava daquele $eito.6ão era de admirar que os poetas comparassem o amor a uma esp+cie de doença ou"ebre%

V 6ão quis dizer isto. V Ela baixou a cabeça! tímida! e brincou com os cabelos. V&as eu... não acho a id+ia nada má.

V ^ isto que mais amo em voc:. V Eduardo sorriu. V Sua "ranqueza. 8oc: não"az $oguinhos! como algumas mulheres. E! agora que voc: me deu a id+ia! sei que nãoposso recusáHla... assim! venha! vamos tomar aquele banho de chuveiro $untos.

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Enquanto ele a conduzia para uma moderna escadaria em curva que levava aosandares superiores! &arianne viu por uma porta aberta ao lado o que presumiu ser a salade estar. /ma galeria ampla! com grandes "otos emolduradas lhe chamou a atenção.&esmo a dist]ncia! pareciam sensacionais.

Seguindo seu olhar! Eduardo "icou parado ao lado dela.

V osso olhar# V perguntou! a boca seca! nervosa! com medo de que elerecusasse.

V =ique * vontade.

4avia diversas "otos de mulheres de beleza extraordinária V $ovens e idosas V!cenas que capturavam as cores e a excitação do "amoso carnaval do país e "otos danatureza que sugeriam que tinham sido provavelmente tiradas nas pro"undezas da"loresta amazInica.

&as! qualquer que "osse o assunto! cada "oto "ora executada de uma "orma quedespertava a admiração pela beleza "ora do comum e pela habilidade e o g:nio do"otXgra"o.

V Elas são simplesmente sensacionais! Eduardo. V Enquanto "alava! &arianne selembrava daquele dia na cidade inglesa! coberta pela neve! em que vira uma expressãono rosto dele que havia sido uma reação de"initiva ao comentário dela sobre a msica ser sua paixão! o que sempre a intrigara.

Então lembrouHse do reconhecimento excitado do $ovem no aeroporto! quandoEduardo se identi"icara no momento de alugar o carro e se perguntou se haveria umaligação.

V 8oc: tirou estas "otos#

V Sim! tirei V disse ele! suspirando suavemente[ então sorriu! um pouco triste. V

0sto +... era minha paixão.V Era# V 3 coração de &arianne disparou! porque de repente ela soube que o

acidente lhe roubara mais do que pensara antes[ então olhou diretamente para os olhosdele. V Se + a sua paixão! como pode at+ mesmo pensar em abrir mão dela#

Eduardo colocou as mãos nos bolsos traseiros do $eans e moveu a cabeçalentamente de um lado para o outro.

V Eu não estava raciocinando direito quando tomei esta decisão. SentiaHme "eridoe zangado! e sentia que não merecia "azer o que amava.

V orque sua esposa morreu e voc: sobreviveu#

Ele passou as mãos! inquietas! pelos cabelos e sua expressão "oimomentaneamente angustiada.

V Eu devia estar dirigindo aquela noite! não ela. #u era o melhor motorista! o quesabia melhor como lidar com um carro poderoso%

V E por quanto tempo vai se culpar pelo acidente! Eduardo# elo resto da vida#=oi voc: que derramou Xleo na rua# Estas coisas horríveis acontecem de vez em quandoe! como não temos controle sobre elas! nos sentimos impotentes e com medo! ecomeçamos a acreditar que as causamos. 2eixamos de pensar claramente e nosenlouquecemos nos perguntando o tempo todo \e se...\. Bem! na minha opinião! voc: $á

so"reu demais. Suportou nove cirurgias para consertar a perna e se torturou com a culpanoite apXs noite depois que o acidente aconteceu. Agora! tem de tentar deixar o passadopara trás e construir uma nova vida para voc:.

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V 1omo voc: "ez#

V 1omo estou tentando "azer. V Subitamente muito consciente de si mesma!&arianne soube que seu sorriso era um pouco desanimado. V Somos todos um trabalhoem progresso.

V 8oc: tem razão! como sempre! &arianne. Ao ver de novo esta galeria!

compreendo que não posso e não quero desistir de tudo isto. =oi isto que voltei aqui para"azer... o que me deixa "eliz.

V E + seu presente para o mundo! Eduardo. ^ por isto que voc: nunca! $amaisdeve pensar de novo em desistir%

3usando tomar a iniciativa! &arianne se aproximou dele e passou os braços emtorno da cintura de Eduardo. A sensação "oi tão maravilhosa que por um momento eladescansou a cabeça no peito dele! inalando seu cheiro quente! almiscarado! e ouvindo!contente! a batida "orte do seu coração. Estava em seus lábios dizer amo voc. mas noltimo minuto as palavras "icaram presas em sua garganta! tomada que "oi pelo antigomedo de ser deixada ou re$eitada.

V 8oc: sabe o que quero "azer agora! não sabe# V Eduardo lhe bei$ou o topo dacabeça e apertouHa com "orça nos braços! trazendoHa para mais $unto de si.

Sentindo sua ereção pressionada contra o ventre! &arianne sorriu contra a camisadele.

V 'evarHme para a cama#

V &inhas palavras "avoritas.

3s lábios de Eduardo encontraram os dela e os reclamaram! "amintos...

CAPÍTULO DO$"

Estavam sentados no terraço de um bar da moda em um dos bairros luxuosos $unto* praia! "reqZentado por alguns dos mais ricos e "amosos moradores. 6o pequeno palco

do lado de dentro! uma cantora talentosa se apresentava! acompanhada por um coloridoe entusiasmado con$unto de samba.

Eduardo havia contado a &arianne antes de eles saírem que "reqZentara muitoaquele bar no passado! um lugar onde provavelmente encontraria amigos e vizinhos queconhecia havia anos! e lhe perguntara se ela se importaria se eles parassem paracumprimentáHlos.

 Ao ver a mistura de preocupação e dvida nos olhos dele! &arianne se apressara alhe garantir que estaria tudo bem! e lhe segurou a mão e puxouHo para mais perto dela. Aintimidade e o amor a haviam tornado mais ousada! e estava tomada pelo "orte anseio de"azer com que Eduardo compreendesse que sempre estaria ao lado dele para apoiáHlo

pelo tempo que ele quisesse. 7inha esperança de que pudesse ser para sempre! masapenas saber que elo estava disposto a se encontrar novamente com pessoas V que nãose "echaria em sua dor e culpa! como "izera na 0nglaterra V lhe enchia o coração de

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esperança e gratidão pela mudança.

E! na verdade! um "luxo constante de pessoas bemHvestidas realmente parou *mesa deles enquanto se dirigia para as prXprias! ouvindo a msica e tomando coquet+is.E cada uma dessas pessoas cumprimentava Eduardo como se ele tivesse voltado domeio dos mortos! tanta era sua alegria e prazer ao v:Hlo. =oram tamb+m extremamenterespeitosas com &arianne... nem uma delas agindo nem de longe como se ela "osse umausurpadora.

5uando "inalmente tiveram um momento a sXs! &arianne se debruçou sobre amesa de madeira! o som gentil do samba ainda locando ao "undo! e comentou;

V 7odos os seus amigos são tão bonitos e elegantes% Eu me sinto como seestivesse no meio do elenco do "ilme /igh 0ociet1 muito malHvestida em comparação.

Ela olhou! inquieta! para a calça de linho cor de limão muito clara e a blusa brancaestilo cigana que vestia! e! embora estivessem limpas e bem passadas! era "ácil perceber que não eram novas.

V 3s brasileiros adoram se vestir bem... acreditam que voc: X o que parece ser e

que o mundo trata melhor as pessoas que se orgulham de si mesmas. V Eduardoemoldurou o rosto de &arianne nas mãos! observandoHlhe cada "eição com um olhar terno! sem esconder sua admiração. V 8oc: não tem nada com que se preocupar! meuan$o... + a mulher mais bonita neste bar! com ou sem roupas%

V Eduardo! por "avor%

Ela enrubesceu "ortemente! com medo de que algu+m tivesse ouvido! e não viu amulher alta! usando uma saia preta muito $usta e uma blusa de cetim azul de decotebaixo! que se dirigia para a mesa deles at+ parar bem diante dos dois.

V 1om licença. Sr. Souza! provavelmente não se lembra de mim! mas sou

 $ornalista e trabalho para um $ornal do ,io na seção de artes! e "ui amiga de sua esposa.&eu nome + &elissa -ordan... e sou de 6ova Kor(. 6Xs nos vimos uma vez numa "estaem 1opacabana.

Eduardo educadamente se levantou para lhe apertar a mão e! por um instante!&arianne pensou ter visto uma onda de cor lhe tomar o rosto! como se estivesseconstrangido. 3u porque não se lembrava da mulher ou porque ela "ora amiga da esposa"alecida. 6o segundo seguinte! a srta. -ordan esclareceu a dvida de &arianne;

V 8oc: não se lembra de mim! não +# V 0ndignada! havia um tom de acusação navoz dela! e ela pareceu at+ mesmo um pouco desequilibrada enquanto observavaEduardo.

&arianne sentiu um pequeno tremor de inquietação lhe percorrer a espinha.

V &as! tamb+m! por que se lembraria# V continuou &elissa! o corpo balançandoum pouco.

7eria ela bebido demais# reocupada! &arianne percebeu que tinha.

V 6Xs não "reqZentamos o mesmo círculo! não +# =elizmente sua esposa não erauma esnobe como voc:% 6ão + de admirar que ela não suportasse mais estar casada comvoc:! e que tamb+m estivesse doente e cansada dos seus casos% V 3s olhou azuis daloura se voltaram para &arianne! que ainda estava sentada. V E quem + esta# Seultimo brinquedinho na cama# 5ue sorte voc: teve por sua mulher ter morrido.

Economizou uma tonelada de dinheiro para mant:Hla calada sobre suas atividadesimorais! não "oi# 6ão gostaríamos que os $ornais publicassem mat+rias sobre seu maisquerido "otXgra"o num casamento menos do que per"eito! não +#

UM

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V Acho que $á disse mais do que o bastante no momento! srta. -ordan! e agora +melhor que nos deixe. Está causando constrangimento para si mesma e estragando adiversão das outras pessoas. V A voz de Eduardo era serena! mas "irme! e ele colocouuma das mãos sob o cotovelo dela para leváHla para "ora! mas ela deu um sa"anão nele e"ranziu a testa.

V 2eixeHme em paz% 1onheço seu tipo... o pla@bo@ rico e mimado que pensa quepode tratar mal as mulheres quando quiser% osso encontrar meu caminho para "orasozinha! muito obrigada%

 A loura se desequilibrou e tropeçou! e teria caído no chão se Eduardo não a tivessesegurado bem a tempo. -á então os "regueses das mesas do belo terraço! com a vistaimpressionante do ão de Açcar se erguendo a dist]ncia! haviam se virado para ver oque estava acontecendo.

Enquanto isto! o corpo de &arianne passara de um calor intenso para um "riogelado diante do veneno do pequeno discurso de &elissa -ordan.

ercebendo o pequeno aceno de cabeça de Eduardo em direção * parte do

restaurante que "icava dentro da casa! não se surpreendeu ao ver o gerente! bemHvestido!aparecer. 1om um pedido de desculpas murmurado para Eduardo e &arianne! eleescoltou a $ornalista embriagada para "ora do bar.

5uando Eduardo voltou a se sentar! &arianne percebeu que o incidente o haviade"initivamente perturbado! mas ele dis"arçou bem seu descon"orto. Ela sX notou que eleestava abalado porque $á conhecia bem demais cada nuança de expressão e de olhar cauteloso de Eduardo.

,ecostandoHse na cadeira! ele levou um momento para arrumar as abotoaduras dacamisa e passar os dedos pela margem do colarinho[ então sorriu para ela! de modobreve e controlado.

V 'amento realmente que isto tenha acontecido agora V observou ele! a vozmuito baixa. V Espero que não estrague nossa noite.

V 8oc: realmente a conhecia# V perguntou &arianne! secretamente abalada peladvida que ouviu na prXpria voz.

&as como podia evitar! quando as coisas que a mulher dissera tinham atingidosuas mais pro"undas inseguranças! que lhe causavam tanto medo#

V 6o começo! pensei que não. V Suspirando! Eduardo estendeu os braços sobrea mesa e $untou as mãos. V &as! quando ela mencionou a "esta em 1opacabana!percebi que $á a havia encontrado antes! e naquela ocasião tamb+m ela causou muito

aborrecimento.V Então ela era mesmo uma amiga de sua esposa#

V Apenas uma conhecida! e! se me lembro bem! Eliana não gostava muito dela.&as! de vez em quando! nessas "estas e em eventos de levantamentos de "undos de queparticipávamos! havia pessoas da peri"eria que as consideravam uma oportunidade de sepromover. >ente como &elissa -ordan. Ela me pediu para a$udáHla a conseguir umapromoção no $ornal! "alando bem dela para o editor! um amigo meu. A$udo qualquer umque realmente precise! mas o pedido dela "oi tão ousado! tão exigente! que preciseicolocáHla no devido lugar e recusar. Ela claramente ainda tem raiva de mim por isto.

V E as coisas que ela disse! aludindo a... a... voc: se encontrar com outrasmulheres enquanto era casado#

&arianne estava se sentindo tão desorientada que sua garganta ameaçava se

UQ

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uma camisola branca de bordado ingl:s at+ os $oelhos! com delicadas mangas bu"antes.Seus cabelos adoráveis estavam soltos e lhe desciam pelas costas como uma cascata demel! e seus p+s pequenos estavam descalços. 7udo dentro de Eduardo enri$eceu com umanseio quase insuportável ao v:Hla.

V 6ão tive a intenção de duvidar de voc: no restaurante. -á deve saber que gostodemais de voc:! ou nem mesmo estaria aqui. V Ela entrou na varanda e passou osbraços "inos sobre a cintura. V &as quero saber como "oi seu casamento! Eduardo.1omo posso "icar se houver segredos entre nXs#

V 8oc: tem toda a razão. V 3s lábios de Eduardo se comprimiram. V 6ão devehaver segredos entre nXs. A verdade + que! antes de Eliana morrer! ela e eu tínhamosdecidido nos divorciar. V assou uma das mãos sobre o quadril que ainda doíaligeiramente e! deixando de lado a bengala! Eduardo se aproximou um pouco mais de&arianne.

3 per"ume de $asmim e do calor do dia "lutuava no ar entre eles! enquanto a maissuave das brisas lhe erguia os cabelos dourados.

V =omos casados por dez anos e! inevitavelmente! durante este tempo! nXs doismudamos muito. &inha "amília tinha uma grande "azenda de ca"+! que herdei quandotinha Q anos e que vendi um ano depois. =oi nesta ocasião que Eliana e eu noscasamos. 6ão queria administrar uma "azenda! mas me interessava muito por "otogra"ia. Assim! "iz disso uma carreira e tive sorte em alcançar sucesso. Al+m da "azenda! herdeitamb+m muito dinheiro! e ganhava muito bem como "otXgra"o. Eliana tinha se tornadouma "amosa estrela de telenovelas e adorava a boa vida... "estas! carros velozes! "+riasno exterior! roupas de altaHcostura. ara resumir! ela estava se tornando cada vez maismaterialista e centrada em si mesma. Enquanto eu... V =ez uma pausa e deu de ombroscom um pouco de desprezo por si mesmo. V Eu me conscientizava cada vez mais daminha responsabilidade social como dono de uma grande riqueza! e "iquei mais

interessado em encontrar os meios mais adequados de a$udar da melhor maneirapossível os menos a"ortunados.

Eduardo deixou o olhar se perder na linha do horizonte por alguns momentos.

V Eliana "icou cada vez mais in"eliz pelo tempo que eu dedicava ao meu ob$etivo!em vez de participar de tediosas "estas de celebridades ou de sair em "+rias in"indáveis oude acompanháHla aos lugares da moda em todo o mundo! para assistir aos sho)s que elaadorava. A tensão e as brigas entre nXs pioravam a cada dia! at+ que eu "inalmente nãosuportei mais! pedi o divXrcio e ela concordou.

 Ao chegar * parte mais dolorosa de sua histXria V a parte da qual se arrependia

mais V! Eduardo parou para massagear o peito! que estava descon"ortavelmente tenso!e viu o olhar preocupado de &arianne.

V 8oc: está bem#

V Estou Xtimo. 8ou terminar de lhe contar tudo. Estava em casa uma noite! emnossa casa de campo! quando ela chegou de um baile a que comparecera! promovido por um aristocrata que conhecera num des"ile de moda! e aquela noite ela "oi como a Elianaque conheci anos antes! quando começamos a namorar. Estava "eliz e de repente "icoumuito amorosa comigo e me disse que queria conversar sobre uma reconciliação.

SentindoHse ruborizar! mesmo assim Eduardo continuou;

V 3 inevitável aconteceu e passamos a noite $untos. &as! no dia seguinte! quandovoltei ao trabalho! percebi que não era aquilo que eu queria de $eito nenhum! que tinhasido um momento de "raqueza do qual não me orgulhava. Ainda queria o divXrcio.7ele"onei para Eliana e lhe contei minha decisão. ara minha surpresa! ela aceitou e me

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disse que tamb+m considerava a noite anterior um erro. &inha casa de campo + imensa!e podíamos dividiHla sem nos encontrarmos o tempo todo! assim concordamos emcontinuar morando $untos at+ o divXrcio sair. 1erca de um m:s e meio depois disso! eume lembrei de que o aniversário dela estava prXximo. 6osso relacionamento tinha setornado muito mais amigável desde que concordáramos com o divXrcio! e eu lheperguntei o que ela queria de presente. Ela me lembrou que há muito tempo estava me

pedindo para lhe comprar um carro esporte. Alguns amigos dela promoveram uma "estapara ela e perguntaram se eu iria! em nome dos velhos tempos. 1oncordei e!in"elizmente! naquela mesma noite... ocorreu o acidente.

Ele parou de novo! como se precisasse de um pouco de ar para en"rentar o queainda precisava dizer.

V 4á mais uma coisa que preciso lhe contar... V ,espirou "undo! antes decontinuar; V 5uando "oi "eita a autXpsia em Eliana! os m+dicos descobriram que estavagrávida. 6ão se sabe se o beb: era meu ou do aristocrata com quem ela aparentementeestava tendo um caso! e agora $amais saberei com certeza.

Eduardo engoliu com "orça! a tristeza e a tensão desaparecendo lentamente! agoraque a histXria estava quase no "im! e sorriu de leve para &arianne.

V 3 resto voc: $á sabe. Agora lhe contei tudo. 1ada palavra que lhe disse +verdade! e tomo 2eus por testemunha.

V Eduardo#

V Sim#

V Sinto muito! mas tenho de lhe "azer esta pergunta. Se sua esposa tivesse vividoe dado * luz o beb:... voc: continuaria casado com ela#

Era uma pergunta sobre a qual Eduardo havia re"letido muitas e muitas vezes

desde o acidente. E ele daria uma resposta sincera *quela mulher! que! ele agora sabia!sem nenhuma dvida! era a mulher que amava com todo o coração e sem a qual nãopodia suportar viver.

V 6ão! &arianne! não continuaria. Se o beb: "osse meu! ele sX me daria alegria!tenho certeza! mas se "osse de outro homem! ele poderia querer assumir aresponsabilidade! e Eliana poderia querer tamb+m. Sempre quis ser pai! e adoro crianças.7er meu prXprio "ilho teria sido... V engoliu com "orça V ... teria "eito tudo o mais setornar insigni"icante. &as meu casamento com a mãe da criança de"initivamente não teriasobrevivido. 6Xs nos divorciaríamos! como estava plane$ado! e teríamos "eito arran$osamigáveis sobre a custXdia da criança! se ela "osse minha. 7enho absoluta certeza sobreisto.

&arianne respirou "undo e deixou o ar sair lentamente. 6em uma nica dvidapermanecia em sua mente de que Eduardo havia lhe contado toda a verdade.Simplesmente era bom demais para mentir. recisava apenas se lembrar de como eleestendera a mão para ela V uma garota desconhecida cantando na rua V e lheo"erecera um emprego e um lar! mesmo quando ele poderia ter pre"erido se perder na dor e no luto e ignorar o resto da esp+cie humana.

V 3brigada. V &arianne umedeceu de leve os lábios! depois sorriu para ele. V3brigada por me contar a verdade.

V E agora há algo que preciso lhe perguntar.

V 3 que +# V 3 coração de &arianne disparou * expressão s+ria no rosto dele.

V 8oc: amou muito seu marido#

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 A questão a deixou atInita! mas ela lhe daria uma resposta sincera;

V Ele "oi um homem bom e gentil! como voc:! Eduardo! e estava lá para mimquando precisei desesperadamente de um amigo. Então! sim! eu o amei. &as apenascomo um amigo! não como uma mulher ama verdadeiramente um homem. 6ão comoaprendi a amar voc:.

 Agora o homem diante dela tinha um olhar que era parte alegria e parteincredulidade. Ao ver que ele não a re$eitava! ela sentiu esperança e "elicidade lhenascerem no coração.

V 2iga isto de novo.

E de repente ele estava em p+ diante dela! os brilhantes olhos azuis penetrandoHacom seu magnetismo intenso! suas mãoJ descansando possessivamente em sua cintura!o hálito lhe acariciando o rosto e "azendo sua pele vibrar deliciosamente.

V Amo voc:.

V &al posso acreditar! mas! como voc: acabou de me dizer as palavras com uma

expressão nos olhos que me diz que são verdadeiras! não tenho escolha a não ser acreditar% &as como! como pode me amar! &arianne# 6ão sou o homem dos sonhos deuma mulher $ovem e bela! com meu temperamento di"ícil e meus humores oscilantes! quemuitas vezes me levam a me "echar e mergulhar em mim mesmo. rovavelmente adeixarei louca quando estivermos casados! mas eu...

 As mãos de &arianne apertaramHlhe os braços! e os msculos "lexionaram com"orça ao toque dela.

V 1asados#

V =oi o que eu disse. 5uer se casar comigo! &arianne# 1ertamente não a querocomo minha amante ou minha governanta para sempre% 6ão... V Sua voz estava plena

de calorosa provocação. V Embora voc: possa ocupar as duas posiçWes com "acilidade!eu a quero como minha esposa... minha esposa e mãe dos meus "ilhos.

V Eu tamb+m quero isto! Eduardo! e "ico emocionada ao ouviHlo dizer! mas nãoposso deixar de pensar que voc: está "azendo um negXcio muito ruim.

V 1omo assim# V Ele "ranziu a testa! preocupado.

V Bem! não tenho emprego! dinheiro! nada. 8enho de uma "amília dis"uncional enão sou nem um pouco interessada em moda! carros velozes ou...

V 3u# V /ma sobrancelha loura se ergueu em divertimento.

V 3u "utebol% V &arianne concluiu! os dentes mordendo ansiosamente o lábioin"erior.

Ele riu.

V or que "utebol#

V recisa perguntar# Estamos no Brasil! Eduardo% ^ o esporte "avorito do país!não +# At+ eu sei disso%

V Escute! se algum dia voc: repetir de novo até eu neste tom de autodesprezo!como se voc: não "osse uma mulher extremamente brilhante! inteligente e perceptiva!terei de bater em voc: para lhe en"iar um pouco de $uízo nesta cabeça teimosa%

V 8oc: não "aria isto%V 5uer apostar#

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V &as! "alando s+rio! talvez eu costume "alar sobre mim de uma "ormadepreciativa! mas o "ato de minha mãe ter me abandonado quando eu tinha DR anos! emeu pai ser o que era at+ "inalmente tamb+m me deixar! teve um e"eito de"initivamentenocivo em minha autoestima. E na ocasião eu não sabia bem quem realmente era ou doque era capaz. Eu nem mesmo sabia o que queria da vida... 6ão! isto não + inteiramenteverdade.

=ez uma pequena careta ao encontrar o olhar "ixo nela.

V 7udo o que sempre quis "oi ser amada! Eduardo. Sim! ser amada e $amais ser abandonada pelas pessoas a quem entrego meu coração. &as agora sei que precisopensar bem de mim mesma tamb+m! e não "icar me culpando quando as coisas não"uncionam. 5uero que voc: saiba que não estou mais procurando algu+m para me\completar\. 3 que quero + algu+m que se$a meu parceiro verdadeiro na vida! algu+m queestará $unto de mim nos bons e nos maus momentos! como eu estarei para ele. V Elasorriu. V 7alvez voc: não este$a "azendo um negXcio tão ruim assim! a"inal! agora quepensei bem%

Enquanto lhe emoldurava o rosto com as mãos! o coração de Eduardo se re"letiaem seus olhos e o olhar amoroso percorreu todas as "eiçWes animadas de &arianne.

V 7udo o que sei + que sou um homem a"ortunado! afortunado por ter encontradovoc:! meu an$o. 1on"ie em mim quando lhe digo que "arei tudo em meu poder paragarantir que voc: nunca mais "icará sozinha e sem amor de novo! enquanto eu estiver vivo.

V 8ou lhe dizer uma coisa... V AproximandoHse mais! &arianne começou a mexer nos botWes da camisa dele. V Se alguma vez voc: me ouvir me depreciar de novo no"uturo! poderia me bei$ar em vez de me bater#

V ode ter certeza de que darei * sua sugestão minha total e completa

consideração! srta. 'oc()ood.,indo suavemente! então abaixando a cabeça V o coração disparado de alegria V

Eduardo bei$ou sua adorável "utura esposa at+ que a estupenda "aixa branca de areia dapraia de 0panema e o poderoso oceano Atl]ntico deixassem de existir em suasconsci:ncias! tal era a completa "ascinação! devoção e amor de um pelo outro.