Manipulação coM horMônios da tireoide§ão da ANFARMAG – Associação Nacional de...

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Publicação da ANFARMAG – Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais. ANO 5 – Nº 22 – OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 ISSN 2178-8405 MANIPULAçãO COM HORMôNIOS DA TIREOIDE: CáLCULOS PARA CORREçãO DE TEOR E UMIDADE PIGMENTAçãO EM FOCO: ALTERAçõES E A MELHOR ESCOLHA DE TRATAMENTO EXCIPIENTE: HPMC PARA CáPSULAS EM FORMULAçõES MAGISTRAIS ANO 5 Nº 22 - OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 – REVISTA TéCNICA DO FARMACêUTICO

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Publicação da ANFARMAG – Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais.

ANO 5 – Nº 22 – OutubRO/NOVEMbRO/DEZEMbRO 2013

ISSN 2178-8405

Manipulação coM horMônios da tireoide:

cálculos para correção de teor e uMidade

pigMentação eM foco: alterações e a Melhor

escolha de trataMento

excipiente: hpMc para cápsulas eM

forMulações Magistrais

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Ana Lúcia Mendes dos Santos Povreslo Diretora técnica da Anfarmag (Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais)

Vamos estudar juntos?

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editorial

Insumos, tecnologias e formas farmacêuticas estão em constante evolução. Para

acompanhar o ritmo, saber das novidades e, principalmente, ter segurança na mani-

pulação para gerar produtos de qualidade garantida, temos que buscar atualização.

Ainda assim, no cotidiano da profissão nos deparamos com dúvidas.

Quando a dúvida surge, nada melhor que procurar a resposta na experiência dos cole-

gas. É por isso que a Revista Técnica do Farmacêutico é como um grande grupo de estudos.

A cada edição, convidamos especialistas e pautamos temas que julgamos perti-

nentes para o dia a dia do farmacêutico. São artigos que surgem a partir de estudos

de diferentes profissionais ou de dúvidas que chegam aos ouvidos e aos e-mails de

nossa equipe técnica na rotina de atendimento ao associado.

Afinal, a dúvida ou a informação surgida da experiência de alguém pode ser útil

até para quem ainda não havia se deparado com o dilema.

A ideia é que o conteúdo que você encontra aqui tenha serventia no laboratório, ajude

a solucionar desafios técnicos, contribua para a qualidade do seu trabalho e gere insights.

Por isso, estamos abertos às suas sugestões. Queremos saber que textos você viu

aqui que foram úteis e que outros assuntos você gostaria de ver abordados.

Também, nossa proposta é que, além de leitor, você seja co-autor. A Revista Técni-

ca do Farmacêutico Magistral só existe a partir da cocriação, pois é pela experiência

múltipla de profissionais de perfil e atuação distintos que conseguimos alcançar um

conjunto pertinente e enriquecedor.

Boa leitura!

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relação de eMpresas anunciantes

Rua Vergueiro, 1855 - 12o andar - CEP 04101-000 - São Paulo - SP E-mail: [email protected] - Site: www.anfarmag.org.br

Tel.: (11) 2199-3499 - Fax: (11) 5572-0132

Revista Técnica do Farmacêutico - Órgão Oficial da Anfarmag Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais

Diretoria NacioNal Gestão 2013 - 2015

PreSidente - Ademir Valério da Silva - SP1° Vice-PresiDeNte - Ivan da Gama Teixeira - SP

2° Vice-PresiDeNte - Carlos Alberto P. Oliveira - DF3° Vice-PresiDeNte - Antonio Geraldo Ribeiro S. Júnior - SP

secretário-Geral - Marcelo Brasil do Couto - PA2ª SecretáriA - Rejane Alves G. Hoffmann - PRteSoureiro - Adolfo Moacir Cabral Filho - SC

2ª teSoureirA - Márcia Aparecida Gutierrez - SP

conSeLho FiScALAna Lúcia Mendes dos Santos Povreslo - SP

Marcos Antonio Costa Oliveira - MGMarina Sayuri M. Hashimoto - PR

diretoriA técnicAAna Lúcia M. Povreslo

diretoriA de coMunicAçãoGerson Appel

Gerente técnico e de ASSuntoS reGuLAtórioSVagner Miguel - [email protected]

equiPe FArMAcêuticA dA áreA técnicAMaria Aparecida Ferreira Soares, Lúcia Helena S. G. Pinto, Carolina Leiva Fiore,

Jaqueline Tiemi Watanabe, Fernando Rodrigo Zolin e Adriana Paula de Mello Alves.

contAto coMerciAL Simone Tavares - [email protected]

reviSão do conteúdo editoriALPresoti Comunicação / Grupo Interface - Melissa Boëchat

FotoSDivulgação e Banco de Imagem

Arte e diAGrAMAção

Fontpress Assessoria de Comunicação

iMAGeM dA cAPAShutterstock

iMPreSSãovox editora - www.voxeditora.com.br

Revista destinada aos farmacêuticos magistrais, dirigentes e funcionários de farmácias de manipulação e de laboratórios; prestadores de serviços e fornecedores do segmento; médicos e outros profissionais de saúde; entidades de classe de todo o território nacional; parlamentares e autoridades da área de saúde dos governos federal, estadual e municipal.

Artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da Anfarmag. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados.

É exPReSSAMeNTe PROIBIDA A RePRODuçãO TOTAL Ou PARCIAL DOS TexTOS DA ReVISTA TÉCNICA DO FARMACêuTICO

Periocidade: Trimestralcirculação: Nacionaltiragem: 5.000 exemplaresdistribuição dirigida

suMário06 | atualidades

08 | farMacotécnicahorMônioS dA tireoide

14 | derMatologiaPiGMentAção eM Foco

22 | nota técnicahPMc PArA cáPSuLAS

24 | insuMoFAtor de correção eM SAMe

26 | legal 1reSíduoS SóLidoS

29 | legal 2rAStreAbiLidAde do ProceSSo MAGiStrAL

32 | norMas

02 – coNsulfarma05 – leD 11 – elyPlast13 – ortofarma21 – seNac35 – alterNate

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ANUNCIOjunho 2013

sexta-feira, 31 de maio de 2013 17:31:39

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atualidades

1. Prescrição de NutricioNista – avaliação e ateNdimeNto

A Anfarmag, no sentido de orientar sobre a recente norma editada pelo Conselho Federal de Nutrição (CFN) publicada no DOu de 28 de junho de 2013, Seção 1, pá-ginas 141 e 142, apresenta informações na forma de per-guntas e respostas para melhor entendimento.

O trabalho foi elaborado pela Anfarmag, com intercâm-bio das entidades APFit e CONBRAFITO.

O embasamento legal foi baseado no texto da resolu-ção em referência.

Referência: ReSOLuçãO CFN Nº 525, De 25 De JuNHO DE 2013 – Regulamenta a prática da fitoterapia pelo nutricionista, atribuindo-lhe competência para, nas mo-dalidades que especifica, prescrever plantas medicinais, drogas vegetais e fitoterápicos como complemento da prescrição dietética, e dá outras providências.

Dúvidas sobre esta norma ou outra podem ser encami-nhadas no portal da Anfarmag, em Acesso Restrito.

Para mais informações, acesse a área restrita ao Associado: http://www.anfarmag.org.br/ler-comunicado/informati-vo---res-cff-n-52513---pratica-fitoterapia-no-ambito-do--nutricionista0

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2. coNselHo Federal de FarmÁcia disPoNibi-liza Portal “saúde baseada em evidêNcias”

A Anfarmag informa que o Conselho Federal de Far-mácia (CFF) vem trabalhando no sentido de promover informação para o aprimoramento técnico-científico dos farmacêuticos. Em parceria com a Secretaria de Gestão do Trabalho e da educação na Saúde (SGTeS/MS) do Ministério da Saúde, o CFF disponibiliza em sua página o link do portal “Saúde baseada em evidên-cias”, para acesso gratuito às publicações científicas em revistas, periódicos e livros organizados pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior/MeC).

o que é?SAÚDe BASeADA eM eVIDêNCIAS – Criado pelo Minis-tério da Saúde em parceria com a Capes/MeC, o Portal Saúde Baseada em Evidências reitera o compromisso do governo brasileiro de aprimorar o exercício dos tra-balhadores da saúde, democratizando as condições de acesso, nas suas áreas de atuação, a conteúdos cien-tificamente fundamentados na perspectiva de melhor atender à população.

o que irá Fornecer?Conhecimento científico por meio de publicações atuais e sistematicamente revisadas. Informações, providas de evi-dências científicas, utilizadas para apoiar tanto a prática clínica, como também a tomada de decisão para a gestão em saúde e qualificação do cuidado, auxiliando, assim, os profissionais da saúde.

queM Pode ter AceSSo?Os profissionais de saúde vinculados ao respectivo Conselho Profissional. Terão acesso à pesquisa os profissionais das áreas de Biologia, Biomedicina, educação Física, enfermagem, Farmácia, Fisiotera-pia e Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Medi-cina, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia, Psicologia e Serviço Social.

coMo AceSSAr?Acesse o Portal Saúde Baseada em Evidências pelo link abaixo:http://aplicacao.periodicos.saude.gov.br Caso seja seu primeiro acesso, utilize o link “Cadastro de novo usuário”.Suporte – Os profissionais podem solicitar informações

Para mais informações, acesse a área restrita do Associado: http://www.anfarmag.org.br/ler-comunicado/informe---por-tal-de-saude-baseado-em-evidencias

pelo e-mail [email protected] ou pelo Disque Saú-de 136 (ligação gratuita).

bases editoriais disponíveis:Dentre as várias as bases editoriais disponibilizadas, des-tacam-se:

Atheneu Livros virtuaisDisponibiliza mais de 200 títulos publicados, com assuntos que englobam a área de Ciências da Saúde e Medicina em geral.DynamedFerramenta de referência clínica, para uso no local de tra-tamento, que contém sumários clinicamente organizados e inclui calculadoras médicas.

embaseFerramenta on-line com revisões sistemáticas em áreas como far-macologia, ciências farmacêuti-cas, toxicologia, alergia e imuno-logia, oncologia, neurologia, car-diologia, química medicinal e descoberta de drogas.Fonte: CFF, com informa-ções do Portal Saúde Ba-seada em Evidências

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8| reviStA técnicA do FArMAcêutico

farMacotécnica

A terapia de reposição dos hormônios tiroidianos tem sido realizada por mais de 100 anos no tratamento do hipo-tiroidismo, e não há dúvida em relação à sua eficácia (WIeR-SINGA, 2001). Os hormônios tiroidianos levotiroxina sódica (T4) e a liotironina sódica (T3) são os fármacos normalmente empregados para a correção dos baixos níveis de T3 e/ou T4 no organismo. O ajuste de doses e o emprego da associação destes dois hormônios são viabilizados por meio do preparo de medicamentos individualizados pela farmácia magistral. Contudo, eventuais desvios da qualidade em medicamentos manipulados contendo T3 e/ou T4 têm sido relatados e publi-cados por laboratórios oficiais. Os resultados desses relatos incluem tanto cápsulas com teores abaixo como acima do es-pecificado para as concentrações rotuladas, além de falta de uniformidade entre as cápsulas (MAGNeLLI et al., 2010).

Assim como para os demais fármacos, o preparo correto e seguro de medicamento contendo hormônio tiroidiano deve ter início com uma interpretação minuciosa dos dados rela-cionados no certificado de análise da matéria-prima. Alguns

resultados dos testes relacionados nesse documento são em-pregados na realização dos cálculos farmacotécnicos. Neste artigo, vamos nos ater à explanação dos cálculos envolvidos para obtenção da correta concentração dos hormônios tiroi-dianos no produto acabado, em acordo com as especificações relacionadas nas monografias da Farmacopeia Americana (uSP), uma vez que não há monografia dessas substâncias na Farmacopeia Brasileira.

Os hormônios tiroidianos T4 e T3, destinados para fins farmacêuticos e relacionados na uSP, estão disponíveis nas respectivas formas químicas de levotiroxina sódica anidra ou hidratada e liotironina sódica anidra. As fórmulas moleculares e estruturais desses hormônios estão representadas abaixo:

• leVotiroxiNa sóDica (t4)

Fórmula molecular C

15H10I4N NaO4 (anidra) PM= 798,86 (anidra). CAS:53-03-8

C15H10I4N NaO4 x H2O (hidrato) PM = varia de acordo com o nº de moléculas de água ligantes (ex. o PM da levotiroxina mono-hidratada é igual a 816,87 CAS: 25416-65-3 ).

Fórmula estrutural (forma hidratada)

manipulação de Formas Farmacêuticas com Hormônios da tireoide:cálculos para correção de teor e umidade

Anderson de oliveira Ferreira, MSc.Ortofarma Laboratório de Controle da Qualidade

este artigo tem o objetivo de descrever os cálculos envol-vidos na obtenção da correta concentração dos hormônios ti-roidianos na manipulação e preparo do produto acabado em acordo com as especificações farmacopeicas. O texto destaca que a qualidade do medicamento magistral, bem como a mini-mização de riscos associados, está diretamente envolvida com a correta interpretação dos resultados expressos no certifica-do de análise da matéria-prima, na avaliação crítica da pres-crição, na precisão dos cálculos farmacêuticos e na execução correta das operações farmacêuticas.

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• liotiroNiNa sóDica (t3)

Fórmula molecular Liotironina sódica anidra (T3) (C15H11I3NNaO4) PM=672,96. CAS: 55-06-1Liotironina (base) (C15H12I3NO4) PM = 650,97. CAS: 6893-02-3

Fórmula estrutural

Liotironina sódica

Liotironina base

É importante considerar previamente algumas definições, conceitos básicos e informações de química analítica para um melhor entendimento do que estamos abordando neste artigo:

*água de adsorção (= água higroscópica): é a água retida

sobre a superfície de substâncias sólidas quando estas estão em

contato com um ambiente úmido. A quantidade de água adsor-

vida dependerá da temperatura e da superfície específica do

sólido. Quanto mais finamente dividida esta substância sólida se

apresentar, maior será sua área específica exposta ao ambiente e,

consequentemente, maior será a quantidade de água adsorvida.

Portanto, toda substância na forma de pó apresenta uma área

expressiva de exposição à umidade ambiental e tende a adsorver

água em maior ou menor grau de forma específica à sua natureza

química e às condições de temperatura e umidade ambiental.

**água de hidratação ou água de cristalização: este tipo de

água participa da estrutura dos cristais, ou seja, é parte do retí-

culo cristalino em proporção fixa em relação aos íons presentes.

É representada na fórmula química e é computada no cálculo do

peso molecular. A água está ligada à substância sólida median-

te ligações de coordenação covalentes, que são normalmente

mais fracas que as eletrostáticas.

entendendo os testes de determinação do

conteúdo de água e perda por secagem

Há uma confusão entre os profissionais farmacêuticos rela-

cionada à interpretação dos resultados de conteúdo de água

(expresso nos certificados de análise como água) e os resulta-

dos de perda por secagem . Há uma considerável diferença en-

tre esses ensaios que precisa ser compreendida.

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10| reviStA técnicA do FArMAcêutico

farMacotécnica

conteúdo de água ou água: é determinado pelo método ti-

trimétrico Karl Fischer e o resultado expressa somente água. O

resultado não inclui outro composto volátil além da água.

Perda por secagem: é determinado pelo aquecimento da

amostra abaixo do seu ponto de fusão em uma estufa e o seu

resultado inclui toda substância volátil, incluindo o conteúdo de

água e solventes. A perda por secagem é uma técnica analíti-

ca inespecífica que remove não somente a água, mas todas as

impurezas voláteis da amostra (ex. álcool). A perda por seca-

gem ou conteúdo total de umidade de substâncias farmacêuti-

cas pode incluir tanto água de ligação (ex. água de hidratação)

como a água livre (ex. água de adsorção). em alguns casos, a

perda por secagem pode ser menor que o conteúdo de água,

devido à não remoção pelo aquecimento da água ligada ao retí-

culo cristalino (ex. água de hidratação ou cristalização). em ou-

tros casos, a perda por secagem pode ser maior que o conteúdo

de água. O teste de perda por secagem envolve o aquecimento

da substância sólida, em estufa, a 105oC por 2 horas, até obten-

ção de peso constante.

A natureza do ingrediente farmacêutico ativo que será pesa-

do e usado na manipulação de uma formulação relacionada em

uma prescrição precisa ser exatamente conhecida. Por exem-

plo, se a levotiroxina sódica é um hidrato, seu peso equivalente

à levotiroxina anidra deve ser calculado. Por outro lado, se hou-

ver umidade adsorvida relacionada no certificado de análise

no resultado da perda por secagem da liotironina sódica, esta

informação também precisa ser usada no cálculo da quantidade

desse insumo que será pesada, de forma a determinar a quan-

tidade exata de substância anidra requerida.

entendendo o ensaio de doseamento

O ensaio de doseamento dos insumos farmacêuticos ativos

é geralmente realizado com a amostra previamente desseca-

da, ou seja, reflete o teor da amostra sem umidade (substância

seca ou substância anidra). Por outro lado, na manipulação o

insumo ativo é empregado sem prévia dessecação. Consequen-

temente, torna-se imperioso que os cálculos para definição da

quantidade a ser pesada considerem essa situação e se corrija

tanto o teor como a umidade. A observação da forma química

do insumo farmacêutico ativo, expressa no resultado do teor, é

também uma informação relevante a ser considerada nos cál-

culos farmacêuticos.

Para obtermos um produto acabado consistente com o teor especificado na rotulagem de formulações com hormô-nios tiroidianos, é necessário considerar nos cálculos os re-sultados de dois testes expressos no certificado de análise:

• ensaio 1 - Determinação do conteúdo de água por Karl Fischer (aplicado na análise da levotiroxina sódica) ou perda por secagem (aplicado na análise da liotironina sódica);

• ensaio 2 - Teor (expresso no doseamento do pó dessecado).

Além desses dados, é importante levar em considera-ção como o teor é expresso na especialidade farmacêutica de referência, ou seja, qual forma química do hormônio é o parâmetro no doseamento no produto acabado. No caso do T4, o teor no produto final deverá ser expresso em termos de levotiroxina sódica anidra, e para os produtos com T3 o teor deverá ser expresso em termos de liotiro-nina base (uSP-36).

Para facilitar a compreensão dos cálculos envolvidos, va-mos considerar os hormônios separadamente no contexto dos exemplos abaixo relacionados:

• leVotiroxiNa sóDicaA levotiroxina sódica está disponível nas formas quími-

cas hidratada e anidra. esta discussão envolve a levotiroxina sódica mono-hidratada. É preciso considerar que a dose de levotiroxina sódica nas preparações farmacêuticas é rela-cionada em termos de levotiroxina sódica anidra.

exemPlo:Considerando um exemplo de um lote real, seguem

abaixo transcritos os resultados expressos em um certifica-do de análise levotiroxina sódica hidratada:

1) Determinação de água por Karl Fischer= 7,69% (especificação relacionada na uSP 36 para esse ensaio= máximo de 11%).2) ensaio de Doseamento (pó dessecado) = 98,8% de levo-tiroxina sódica anidra (especificação relacionada na uSP 36 para esse ensaio = entre 97 e 103%).

A levotiroxina sódica é um fármaco higroscópico, confor-me denota seu alto limite para o ensaio de perda por seca-gem (máximo de 11%). Portanto, a correção do percentual de água de adsorção* e de hidratação** expressas de forma unificada por esse ensaio é impactante e deve ser conside-rada no cálculo da potência e do fator de correção. O ensaio de determinação de água por Karl Fisher é um ensaio volu-métrico que expressa o total de água presente na amostra, incluindo o somatório da água de absorção e hidratação.

Os resultados desses dois ensaios relacionados no certi-ficado de análise são utilizados para calcular o fator de cor-reção conforme cálculos a seguir:

Podemos simplificar os cálculos acima e calcular diretamente:FC = 100

(100% - A%) x T%

ondeA% = percentagem de água (expresso no certificado de análise)

T% = teor de levotiroxina sódica anidra (expresso no certificado de análise)

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12| reviStA técnicA do FArMAcêutico

Gostou deste artigo? opiniões, dúvidas, sugestões ou críticas,escreva para [email protected].

eFetuAndo: FC = 100 = 100 = 100 = 1,096 1,1

(100% - 7,69%) x 98,8% (92,31%) x 98,8% 91,2

→ fc= 1,1 (fator multiplicador para correção do teor e água)

Portanto, em relação ao lote de levotiroxina sódica discuti-da no exemplo, deve-se corrigir a água e o teor com a aplica-ção do fator de correção 1,1. Multiplicando a dose prescrita pelo fator 1,1, estaríamos corrigindo a umidade e o teor.

• liotiroNiNa Baseesta discussão envolve a forma química liotironina sódica,

cuja matéria-prima é doseada em termos de liotironina sódi-ca “seca”. No entanto, a dose de T3 nas preparações farma-cêuticas é relacionada em termos de liotironina base, e não na sua forma de sal sódico (liotironina sódica). Consequente-mente, é preciso, então, empregar uma quantidade equiva-lente da liotironina sódica (C

15H11I3NNaO4) correspondente à quantidade rotulada de liotironina base (C15H12I3NO4). Portan-to, além da correção da umidade e do teor, torna-se também necessária a aplicação do fator de equivalência.

exemPlo:Considerando um exemplo real, seguem abaixo transcri-

tos os resultados expressos em um certificado de análise liotironina sódica:

1) ensaio de Perda por secagem = 3,0% (especificação relacionada na uSP 36 para esse ensaio = máximo de 4%).

2) ensaio de doseamento (pó dessecado) = 96% de levo-tiroxina sódica anidra (especificação relacionada na uSP 36 para esse ensaio = entre 95 e 101%).

FC = 100

(100% - PS%) x T%

onde

PS% = percentual de umidade determinado por perda por secagem (ex-

presso no certificado de análise)

T% = teor de liotironina sódica determinado no pó dessecado (expresso no

certificado de análise)

eFetuAndo:FC = 100 = 100 = 100 = 1,07

(100% - 3%) x 96% (97%) x 96% 93,12

→ fc= 1,07 (fator de correção para o teor e umidade)

Temos que considerar ainda os cálculos para conversão da equivalência entre liotironina sódica anidra (PM= 672,96) e liotironina base (PM=650,97):

Feq = 672,96 ≅ 1,034 650,97fator De equiValêNcia= 1,034Portanto, em relação ao lote de liotironina sódica discutido

no exemplo, deve-se corrigir a umidade e o teor com a aplica-ção do fator de correção 1,07. Deve-se, também, aplicar o fator de equivalência entre a liotironina sódica e a liotironina base (1,034). Podemos unificar estes dois fatores em um único fator de 1,11 (1,07 x 1,034 ≅ 1,11). Multiplicando a dose prescrita pelo fator 1,11, estaríamos corrigindo a umidade, o teor e a equivalência entre o sal sódico de liotironina e sua forma base.

concLuSão:Os hormônios tiroidianos são fármacos de alta potência,

empregados em baixa dosagem (na ordem de microgramas), e o preparo de medicamentos individualizados com esses in-sumos ativos deve observar os requisitos de boas práticas de manipulação (BPM) e preceitos técnicos rigorosos como for-ma de garantir sua eficácia, segurança, e prevenir a ocorrência de eventuais erros que possam levar a resultados nefastos. A qualidade assegurada do medicamento magistral, bem como a minimização de riscos associados, reside também na observa-ção atenta dos resultados analíticos expressos no certificado de análise da matéria-prima, na avaliação crítica da prescrição, na precisão dos cálculos farmacêuticos e na execução correta das operações farmacêuticas de pesagem, mistura e outras envolvi-das diretamente em um procedimento de preparo padronizado previamente verificado e periodicamente monitorado.

reFerênciAS:1. WIeRSINGA, W.M. thyroid hormone replacement therapy. Horm Res 2001;56(suppl 1):74-81.2. MAGNeLLI, R.F. et al. Problemas reincidentes na manipulação de fármacos de baixo índice terapêutico. Bepa 2010;7(79):6-11.3. STACK, B. thyroid Potency calculations. IJPC 2010;14(4):306-309.4. united States Pharmacopeial Convention, Inc. Levo-thyroxine Sodium USP Monograph. uSP 36-NF 31 2013. p.4105-4108.5. Idem. p.4121-4122.6. Ibidem. p.4109-4110.7. Ibidem. p.4122-4123. 8. O’NeIL, M.J. et al. the Merck index. 13th ed. White-house Station, NJ: Merck & CO., INC., 2001.p.5532-5533.

farMacotécnica

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derMatologia

1) resumoDiscromias ou distúrbios pigmentares são alterações na

coloração normal da pele que têm atraído uma crescente preocupação do ser humano, já que tais características re-fletem negativamente em sua estética. Devido a essa imen-sa preocupação, diversas linhas de pesquisa têm sido de-senvolvidas, tentando estudar as causas de tais alterações e como revertê-las. Assim, diversos medicamentos cosmé-ticos estão sendo criados com este fim, muitas vezes asso-ciando diferentes mecanismos de ação para combater, con-comitantemente, múltiplas causas que levam a discromias.

2) iNtroDuÇãoA pigmentação da pele é determinada essencialmente pela

produção de melanina. essa substância atua também como um filtro solar, difratando ou refletindo os raios uV, pelo agru-pamento dos melanossomas (vesículas localizadas dentro dos melanócitos que armazenam melanina) em torno do núcleo, protegendo assim o material genético da célula (Nicoletti et al., 2002). A melanogênese, síntese de melanina, ocorre nos melanócitos, localizados na epiderme. O precursor uti-lizado é o aminoácido tirosina, que sofre duas reações: uma

de oxidação em diidroxifenilalanina (DOPA), e outra de desi-drogenação em dopaquinona, ambas catalisadas pela enzima tirosinase (eveline, 2006, apud Tedesco; Adriano; Silva, 2008). A dopaquinona sofre, então, uma série de reações interme-diárias, gerando dois tipos de melanina: a eumelanina (cor escura da pele negra, branca ou oriental) e a feomelanina (cor avermelhada característica da raça ultiva - ruiva) (Dornellas, 2009). A tirosinase é sintetizada no retículo endoplasmático rugoso e armazenada no complexo de golgi do melanócito. As reações de conversão da tirosina em melanina ocorrem den-tro de vesículas chamadas melanossomas, localizadas dentro do melanócito. Os melanócitos possuem prolongamentos ascendentes, os dentritos, ao longo dos quais os melanosso-mas passam por quatro estágios de maturação, sendo, então, transformados em grânulos de melanina e transferidos para os queratinócitos, na epider-me, onde eles são meta-bolizados (figura 1) .

O estudo das discromias tem aumentado significativamen-te em função da importância que se tem atribuído a elas no campo da dermatologia, visto que influencia as características funcionais e estéticas da pele e, por conseguinte, da saúde e das relações sociais. Os agentes despigmentantes configuram--se como elementos de importante escolha no tratamento das discromias, associados aos cuidados não químicos da pele, e cabe ao farmacêutico uma atenção cada vez maior com esse assunto para a adequada orientação de pacientes.

Pigmentação em foco: alterações e a melhor escolha de tratamento

Pedro Malatesta Procopio de Araujo

Ademir valério da Silva

figura 1: síntese de Melanina eM uM Melanócito (fonte: universidade estadual de londrina)

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Nos indivíduos de cor branca, os melanossomas se de-sintegram e os grãos de melanina não atingem a superfície. Já nos indivíduos de cor negra, esses grãos chegam até as camadas mais superficiais (Nicoletti et al., 2002).

De acordo com Nicoletti et al. (2002), a melanogênese pode ser influenciada por diversos fatores, tais como o fator genético, que controla todas as etapas, inclusive o número, tamanho, tipo e distribuição de melanossomas; o fator hor-monal, pela produção de MSH (Melanocyte Stimulating Hor-mone), hormônio hipofisário que estimula a melanogênese, e pela influência do estrógeno e da progesterona; a ação de raios uV, sendo que os raios uV-B multiplicam os melanó-citos e estimulam a tirosinase, aumentando a produção de melanina e de pigmentação, como uma reação defensiva, e os raios uV-A oxidam e escurecem os precursores da mela-nina, também promovendo pigmentação.

Sendo a coloração da pele uma característica de extre-ma importância funcional e estética, suas alterações têm se tornado um grande foco de pesquisa cosmética. essas alterações, conhecidas como distúrbios pigmentares ou dis-cromias, podem ser causadas por diversos fatores, que po-dem ser genéticos, hormonais, autoimunidade ou respostas inflamatórias, podendo estar associados à exposição solar (Petri, 2009).

As discromias podem ser caracterizadas por manchas com ausência de pigmento, como no vitiligo, onde há au-sência de pigmentação por perda de melanina, causada pela inativação ou destruição de melanócitos. Pode ocorrer também uma hiperpigmentação da pele, que se dá por um aumento do número de melanócitos, resultando em uma produção excessiva de melanina. Isso pode ocorrer de for-ma localizada, como no caso do melasma, caracterizado por uma hiperpigmentação acastanhada localizada principal-mente na face, desencadeada por fatores hormonais, uso de medicamentos e exposição solar. Em gestantes, esta pa-tologia recebe o nome de cloasma ou máscara gravídica. A hiperpigmentação também pode estar associada a doenças sistêmicas, como, por exemplo, a hemocromatose ou diabe-tes bronzeado, incontinência pigmentar e doenças endócri-nas, como a Doença de Cushing (Petri, 2009).

O tratamento dos distúrbios hiperpigmentantes se dá pelo uso de ativos despigmentantes. estes podem atuar por diversos mecanismos de ação:

• inibição da síntese de melanina – pode se dar por ini-bição da biossíntese ou inativação da enzima tirosinase. O agente mais conhecido com este mecanismo é a hidroqui-nona, que inibe a atividade da tirosinase. Tem-se também o ácido kójico, que atua quelando íons cobre no sítio ativo da enzima;

• destruição de melanócitos – se utilizada em altas con-

centrações, a hidroquinona pode ter um efeito inibidor do metabolismo celular, afetando a síntese de DNA e RNA (Parvez et al., 2006);

• antioxidantes – podem possuir efeito direto na produção de melanina, já que a tirosina, precursor da melanina, sofre reações de oxidação catalisadas pela enzima tirosinase para ser converti-da no composto final. Antioxidantes também podem ser utiliza-dos em associação com substâncias despigmentantes para agir contra o envelhecimento cutâneo, impedindo a ação das espé-cies reativas de oxigênio;

• inibição da eT-1 – a endotelina-1 (eT-1) é um mediador pró-inflamatório estimulado pela exposição cutânea a raios uV. um aumento em sua produção ocasiona aumento na produção da enzima tirosinase e na proliferação, migração e formação de dentritos dos melanócitos. Inibir sua atividade leva, portanto, à despigmentação (Costa et al., 2010).

• aceleração do turnover celular – agentes que atuam por meio deste mecanismo são os AHAs (alfa-hidroxi ácidos), que são esfoliantes, provocando a descamação de querati-nócitos pigmentados. Mecanismos sugeridos para tal ação: esses ácidos diminuem a coesão entre corneócitos no extra-to córneo da pele, acelerando assim a descamação epitelial (Barquet; Funck; Koester, 2006);

• interferência no transporte de grânulos de melanina – a soja é um exemplo para este mecanismo, uma vez que ela inibe a expressão de receptores PAR-2 (protease-activated-receptor 2) em queratinócitos. Isso provoca uma redução na fagocitose de melanossomas por queratinócitos, reduzindo, consequente-mente, a transferência de melanina (Parvez et al., 2006);

• bloqueio na ligação de α-MSH a seu receptor – um dos fatores endócrinos que estimulam a produção de melanina é a ação do hormônio melanotrófico-alfa (α-MSH), que se liga a receptores MC1-R na membrana celular dos melanó-citos. essa ligação provoca ativação da enzima adenilato ci-clase mediada por proteína Gs, catalisando a conversão de ATP e AMPc e ativando a enzima tirosinase. um agente que bloqueie a ligação deste hormônio diminui, portanto, a pro-dução de tirosinase, reduzindo a síntese de melanina (Costa et al., 2010; Miot et al., 2009).

Como mencionado antes, as reações de hiperpigmentação da pele podem estar relacionadas a uma resposta inflamató-ria, sendo conhecidas como hiperpigmentação pós-inflamató-ria. Por isso, são comuns as associações de agentes despig-mentantes com anti-inflamatórios. Agentes anti-inflamatórios utilizados são os glicocorticoides, que atuam por mecanismos como apoptose de linfócitos, efeitos inibitórios na cascata do ácido araquidônico e diminuição na produção de citocinas. Os glicocorticoides tópicos são classificados de acordo com sua potência, o que também influencia em sua escolha na terapia. Geralmente são utilizados esteroides mais potentes, seguidos

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derMatologia

pelos menos potentes (Brunton; Lazo; Parker, 2006). Agentes despigmentantes também são comumente

associados com retinoides, que são derivados da vita-mina A. Essa vitamina era utilizada para tratamento de discromias devido ao seu efeito de afetar a diferenciação epitelial. Porém, o aparecimento de efeitos colaterais in-desejáveis levou ao abandono de seu uso. Modificações moleculares levaram, então, à síntese de derivados, apresentando uma maior margem de segurança. Dentre vários outros derivados, destacam-se:

• tretinoína – utilizada no tratamento da acne vul-garis. Também atua melhorando a pele fotodanificada. Seus efeitos epidermais são aumento na grossura gra-nular e epidermal e diminuição na atividade de mela-nócitos, causando uma redução na hiperpigmentação. É utilizada em cremes, géis e soluções, e seu uso deve ser associado à fotoproteção, como uso de bloqueado-res solares;

• adapaleno – é um derivado retinoide sintético, dis-

ponível em formulações de gel, creme e solução. Além de apresentar os efeitos típicos da classe dos retinoides, apresenta propriedades anti-inflamatórias;

• isotretinoína – utilizada oralmente para o trata-mento da acne vulgaris. Atua normalizando a queratini-zação no folículo sebáceo, reduzindo a síntese de sebo (Brunton; Lazo; Parker, 2006).

Algumas composições químicas foram desenvolvidas combinando agentes despigmentantes que atuam por diferentes mecanismos de ação. um exemplo disso é a fórmula de Kligman, desenvolvida em 1975 por Klig-man e Willis, composta por hidroquinona 5%, tretinoína 0,1% e dexametasona 0,1%, com efeito no tratamento de melasma, efélides e hiperpigmentação pós-infla-matória. Neste caso, temos a hidroquinona, que é um agente despigmentante inibidor da enzima tirosinase, envolvida na síntese de melanina, tretinoína – que atua como um esfoliante na descamação epitelial aceleran-do a renovação celular – e a dexametasona, que é um anti-inflamatório glicocorticoide, com atuação benéfica para a hiperpigmentação pós-inflamatória.

Outras composições conhecidas são a de Pathak, que consiste de hidroquinona a 2% e tretinoína a 0,05 – 0,1%, e a fórmula de Westerhof, composta por N – acetilcisteína a 4,7%, hidroquinona a 2% e acetonido de

triancinolona. Neste último, associa-se acetonido de triancinolona, que é um corticoesteroide utilizado

para o tratamento de queloides e cicatrizes hiper-tróficas (Achôa et al., 2011), com hidroquinona e N-acetilcisteína, um antioxidante.

Outra substância que merece destaque por sua atuação como agente despigmentante é o mequinol. Este é um despigmentante de ação lo-cal, que atua impedindo a produção de melanina e aumentando sua excreção pelos melanócitos. estudos recentes comprovam a eficácia da asso-ciação de mequinol a 2% com tretinoína a 0,01%, atuando pela sinergia de mecanismos de ação, já

que o último é um retinoide com ação despigmen-tante esfoliante. Fleischer et al. (1993) mostraram

que esta associação foi clinicamente superior do que ao utilizar-se cada um dos ativos isoladamente no tra-

tamento da lentigo solar.

3) materiais e mÉtoDosForam solicitadas a diversos fornecedores e fabrican-

tes lâminas informativas sobre substâncias despigmen-tantes. A partir do material levantado, foram excluídas composições complexas, bem como extratos vegetais, elaboradas por determinadas empresas, evitando assim a implicação da necessidade de utilização de nomes co-

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merciais. Foram priorizadas, assim, lâminas a respeito de substâncias sintéticas puras. A partir das lâminas obtidas após este processo de filtragem, foi elaborada uma tabela resumindo as principais informações nelas contidas, listando os principais ativos despigmentantes encontrados atualmente no mercado, com seus respec-tivos mecanismos de ação, possibilidades e incompa-tibilidades de associação, e o número caracterizando sua referência, que pode ser encontrada ao final deste artigo, na sessão de informes técnicos.

4) resultaDosComo resultado deste trabalho de compilação, foi

obtida a tabela 1 - Vide tabela nas páginas 18 e 19.

5) Discussão e coNclusãoAo longo deste trabalho, pode-se observar que há

uma ampla variedade de substâncias despigmenta-tes disponíveis no mercado. Estes produtos são fruto, como mencionado antes, de uma imensa preocupação que o ser humano tem com sua estética, que originou uma série de estudos para descobrir detalhadamente o que causa os distúrbios pigmentares. Sabe-se, então, que é a produção excessiva de melanina que provoca tais alterações, sendo que são conhecidas diversas vias pelas quais esta substância pode ser produzida. Assim,

a grande variedade de agentes despigmentantes atua por meio de diferentes mecanismos de ação, que podem ser relacionados com a inibição de enzimas envolvidas na produção de melanina ou à transferência desta para as camadas superficiais da pele. Existem, ainda, agentes que estimulam a renovação celular epitelial, provocando uma descamação que é benéfica para o tratamento da hiperpigmentação.

Outra conclusão à que podemos chegar a respeito das substâncias despigmentantes é que há outros ativos que são utilizados em associação com tais substâncias, em-bora não possuam ação despigmentante. É o caso dos anti-inflamatórios, que podem atuar na pigmentação pós-inflamatória. Muito comum são também as associa-ções com demais agentes dermatológicos, como agentes antienvelhecimento, atingindo assim mais de um obje-tivo terapêutico na mesma formulação. Vale destacar que é importante observar características como pH e concentração ideais de uso dos ativos despigmentantes, para que estes possam ser associados a substâncias ade-quadas para tais exigências.

Finalmente, podemos concluir que os agentes despig-mentantes proporcionam um tratamento eficaz para a hiperpigmentação, mas é um esforço em vão utilizar tais agentes sem tomar os devidos cuidados com relação à

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proteção solar. Conforme foi explicado anteriormente, diversos distúrbios de pigmentação são causados pela exposição em longo prazo aos raios uV-A e uV-B; por-tanto, evitá-los é essencial para a terapia destes distúr-bios. Deve-se, então, concomitantemente ao tratamen-to despigmentante, evitar a exposição direta aos raios solares, utilizando também um filtro solar. Desta forma, se adota duas frentes para o tratamento: a frente farma-cológica, que são os agentes despigmentantes, e a não farmacológica, que é evitar uma das possíveis causas da hiperpigmentação.

6) aGraDecimeNtosGostaria de agradecer ao Dr. Ademir Valerio da Silva e a

todos da Farmácia equilíbrio (equilíbrio Homeopatia e Ma-nipulação – São Paulo/SP), que me deram a oportunidade de estagiar por um mês, que, apesar de pouco tempo, foi o suficiente para complementar meu aprendizado como far-macêutico, e onde também pude obter todo o suporte ne-cessário para desenvolver este trabalho.

Agradeço também a Anfarmag pelo interesse em meu trabalho e me dar esta oportunidade de poder fazer uma pe-quena contribuição em sua revista periódica, e, assim, contri-buir também com o farmacêutico magistral.

SubStÂnciA MecAniSMo de Ação ASSociAçÕeS e incoMPAtibiLidAdeS nº

SiLicAto de ALuMínio

Adsorção de melanina Cremes, loções não iônicas e suspensões aquosas são os veículos mais adequadosIncompatível com hidroquinona, lanette N e gel de carbopol

1

hidroquinonA Inibição da biossíntese de melanina Recomendada a utilização de sistemas antioxidantes por causa da reatividade

em associação com ácido glicólico, deve-se utilizar veículos não iônicos

1

ácido MáLico Reação com grupamentos polares da queratina, aumentando a plasticidade da camada córnea

Ligeiro efeito de peeling, por diminuir a coesão entre os corneócitos

Em caso de pele extremamente ressecada, com escamação severa, é preferível o uso de um veículo que seja uma emulsão óleo/água, com o AHA solúvel em água

1

ácido GLicóLico

Atua como esfoliante, possuindo também ações antienvelhecimento e hidratante

Pode ser utilizado em emulsões renovadoras para a pele, géis e cremes esfoliantes, sérums e loções antienvelhecimento, cremes e loções hidratantes para a pele, formulações para o tratamento da acne, tônicos faciais e peelings rejuvenescedores (a critério médico)

2

n6-FurFuriLA-deninA

Melhora a eficiência de caminhos de manutenção e reparo da síntese proteica, modulando a ação de genes que influenciam a idade

utilizado em substituição ao ácido retinoico em géis, cremes e loções, sem causar vermelhidão ou descamação significativa. Promove redução na perda de água

Não foram observadas incompatibilidades com bases

1

ácido Fítico Ação antioxidante, antiradical livre e clareadora, por ser um inibidor da enzima tirosinase

Pode ser associado ao ácido glicólico e utilizado em pacientes com peles mais sensíveis

Pode ser associado a formulações contendo vitamina C, oligoelementos umectantes e antirradicais livres

Contraindicado em feridas abertas e herpes ativos

Vale destacar a importância do uso concomitante de fotoprotetores para o tratamento de manchas pigmentadas

1

derMatologia

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SubStÂnciA MecAniSMo de Ação ASSociAçÕeS e incoMPAtibiLidAdeS nº

GLAbridinA Inibição da enzima tirosinase envolvida na síntese de melanina

Atuação como antioxidante,

Ação bacteriostática

Pode ser associado no final da formulação, à temperatura ambiente

Pode ser usado em gel, loção ou creme 1

ácido KóJico Atua quelando íons cobre no sítio ativo da enzima tirosinase, bloqueando sua ação e, consequentemente, a formação de melanina

Pode ser associado ao ácido glicólico e outros AHAs, além de hidroquinona

Apresenta incompatibilidade com metais; pode hidrolisar ésteres da formulação

Instável na presença de luz, quela com íons metálicos como ferro, podendo ocorrer mudança de coloração da formulação final

2

ArbutinA É uma hidroquinona glicosilada, apresentando maior estabilidade e menor grau de efeitos tóxicos que a hidroquinona

Inibição da ação da enzima tirosinase

Para evitar hidrólise, acrescentar tampão citrato/ácido cítrico nas formulações Deve-se adicionar de 0,1 a 0,2% de eDTA dissódico às formulações, para evitar possíveis reações de oxidorredução, que podem ser causadas pela presença de metais provenientes de outros ingredientes Não aquecer acima de 70ºC

1

ácido AMinoe-tiLFoSFínico

Inibição da atividade enzimática da tautomerase DOPAcromo, estabilizando o DOPAcromo, intermediário na síntese de melanina

Alta estabilidade em solução aquosa É seguro e não citotóxico.

3

ácido trAne-xÂmico

Inibição da enzima tirosinase Interferência na interação de melanócitos com queratinócitos.

Recomenda-se a incorporação em sérum4

4-Hexilresor-cinoL

Inibição das enzimas tirosinase e peroxidase

Sugere-se a aplicação com loção base não iônica4

niAcinAMindA (vitAMinA b3)

Impedimento da transferência dos melanossomas dos melanócitos para os queratinócitos

Apresenta hidrossolubilidadePode ser associado ao ácido retinoico e resultar em melhora da função barreira cutânea do extrato córneo (TeWL)

5

ácido octAde-cenodioico

Apresenta afinidade pelo complexo protéico PPARγ, que regula a transcrição do gene da tirosinase

Incorporar na fase oleosa acima de 60ºC

6

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derMatologia

7) referêNcias 1. ACHÔA, G. L.; ALVAReS-CAPeLOZZA, A. L.; MARZOLA, C.; TOLeDO-FILHO, J. L.; CAPeLARI, M. M.; TOLeDO, G. L.; ZOR-ZeTTO, D. L. G. o uso do acetonido de triancinolona no tra-tamento de queloides e cicatrizes hipertróficas. Trabalho de monografia. 23f. Curso de Especialização em Cirurgia e Trau-matologia Buco Maxilo Facial da Associação Paulista de Cirur-giões Dentistas. Disponível em <http://www.actiradentes.com.br/revista/2011/textos/6Revista_ATO-uso_do_Aceto-nido_de_Triancinolona-2011.pdf>. Acesso em: 21/02/2011.2. BARQueT, A. P.; FuNCK, A. P. G.; KOeSTeR, L. S. Comparação entre alfa-hidroxiácidos e poli-hidroxiácidos na cosmiatria e dermatologia. revista brasileira de Farmácia, Rio de Janeiro, v. 87, n. 3, 2006. Disponível em <http://www.revbrasfarm.org.br/pdf/2006/N32006/pag_67a73_COMPARACAO.pdf>. Acesso em 18/02/2011. 3. BRuNTON, L. L.; LAZO, J. S.; PARKeR, K. L. Goodman & Gilman’s: the Pharmacological Basis of therapeutics. uni-ted States of America: McGRAW-HILL, 2006. 2021p.4. cosmética em foco. Especial verão 2010 – Parte 2. Dispo-nível em <http://www.cosmeticaemfoco.com.br/2010/01/especial-verao-parte-2.html>. Acesso em 21/02/2010.5. COSTA, A.; CORDeRO, T.; MARMIRORI, J.; MOISÉS, T. A.; AL-VES, C. R. T. Associação de emblica, licorice e belides como al-ternativa à hidroquinona no tratamento clínico do melasma. Anais brasileiros de dermatologia, Campinas, vol. 85, n. 5, 2010. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/abd/v85n5/v85n05a03.pdf> Acesso em 09/03/2011.6. DORNeLLAS, e. discromias. Disponível em <http://xa.yimg.com/kq/groups/27785400/1811836207/name/Discromias.pdf> Acesso em 18/02/2011.7. DRAeLOS, Z. D. The combination of 2% 4-hydroxyanisole (mequinol) and 0.01% tretinoin effectively improves the appearance of solar lentigines in ethnic groups. Journal of cosmetic Dermatology, n. 5, 2006. Disponível em < http://www.femininebeauty.info/f/solar.lentigines.pdf > Acesso em 09/03/2011.8. FLeISCHeR, A. B.; SCHWARTZeL, e. H.; COLBY, S. I.; ALT-MAN, D. J. The combination of 2% 4-hydroxyanisole (Me-quinol) and 0.01% tretinoin is effective in improving the appearance of solar lentigines and related hyperpigmented lesions in two double-blind multicenter clinical studies. Jour-nal of the American Academy of dermatology, vol. 42, n. 3, 1998. Disponível em <http://www.eblue.org/article/S0190-9622(00)90219-6/abstract> Acesso em 09/03/2011.9. GLABRIDIN. Glabridin. Disponível em<http://www.glabri-din.com/glab.htm> Acesso em 23/02/2011.10. KeNT, u. M.; AVIRAM, M.; ROSeNBLAT, M.; HOLLeN-

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nota técnica 1

emprego de HPmc como excipiente para cápsulas em Formulações magistrais

Hélio martins lopes JúniorFarmacêutico – Proquimo Laboratório Ltda

A utilização de hidroxipropilmetilcelulose (HPMC) como excipiente para a forma farmacêutica cápsula em prepa-rações magistrais requer uma avaliação adequada de sua aplicação pelo farmacêutico, em função das características gerais da formulação, dos ativo(s) empregados e das con-dições requeridas para liberação do(s) fármacos constantes da fórmula.

Entre os problemas mais incidentes encontrados na pre-

paração de cápsulas está a escolha inadequada dos exci-pientes. Assim, é de fundamental importância considerar as características do fármaco e/ou da formulação para eleger um excipiente que seja mais adequado para cada caso.

Baseado nas informações de literatura oficial abaixo des-

critas, observa-se que o uso deste excipiente em cápsulas manipuladas deve se restringir a situações específicas, como por exemplo, nos casos em que se necessita a obtenção de um produto de liberação retardada ou prolongada. Por meio do monitoramento de controle de qualidade que a Anfar-mag efetuou por meio do projeto SINAMM, no qual cente-nas de amostras das farmácias participantes foram avalia-das, observou-se que nem sempre o critério de utilização da HPMC estava correto ou seu emprego deu-se em concentra-ções inadequadas, demonstrando – em alguns casos – que o farmacêutico não fez a escolha do excipiente baseada em referências ou estudos consistentes para tal aplicação.

A seguir estão descritas informações sobre a HPMC, res-

paldadas em literatura oficialmente aceita(1):

dAdoS GerAiS A. FórMuLA eStruturAL.

HPMC: R=-H, -CH3, -CH2C(OH)H-CH3 Peso molecular: 10.000 - 1.500.000 Número C.A.S.: 9004-65-3 D.C.B.: Não há.

obtenção da hpmc A forma purificada da celulose obtida do algodão é co-

locada sob reação com solução de hidróxido de sódio, pro-duzindo uma celulose alcalina que é mais reativa do que a celulose não tratada. A celulose alcalina é, então, tratada com clorometano e óxido de propileno para produzir os éte-res de metilhidroxipropilcelulose, os quais são purificados e quebrados em grumos. Na sequência, tais grumos passam por tratamento de uniformização, transformando-os em grânulos ou pó.

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uSo dA hPMc

A HPMC é utilizada para várias funções, dependendo do

contexto da formulação, entre as quais como agente de re-vestimento, formador de filme, matriz para liberação con-trolada, agente estabilizante, agente suspensor, aglutinan-te, agente de viscosidade. Adicionalmente, também pode ser empregada na manufatura de cápsulas como adesivo, plastificante e agente umidificante.

Na concentração de 2 a 5 %, é empregada com a função

de agente aglutinante tanto para via úmida como seca para comprimidos. Já em altas concentrações (10 % a 80 %), é empregada para a liberação retardada em comprimidos ou cápsulas.

deScrição dAS ProPriedAdeS FíSicAS dA hPMc

Acidez/alcalinidade: pH 5,5 – 8,0 para solução 1% (p/p) de solução aquosaDensidade (bulk): 0,341 g/cm³Densidade (tapped): 0,557 g/cm³Densidade (true): 1,326 g/cm³umidade: hidroxipropilmetilcelulose absorve umidade da atmosfera, sendo que a quantidade absorvida depende do conteúdo de umidade inicial, temperatura e umidade rela-tiva da atmosfera.Densidade especifica: 1,26 g/cm³

incoMPAtibiLidAdeS

A Hidroxipropilmetilcelulose é incompatível com alguns

agentes oxidantes, desde que estes sejam não iônicos. A hidro-xipropilmetilcelulose não complexa com sais metálicos ou mo-léculas orgânicas iônicas para formar precipitados insolúveis.

concLuSão

As informações disponibilizadas acima devem nortear o far-

macêutico acerca do uso correto da hidroxipropilmetilcelulose (HPMC), baseada em critérios científicos e referências confiáveis que indiquem quando este excipiente deve ser utilizado e como deve ser sua utilização em cada caso. O estudo levantado a par-tir de dados contemplados por meio do Programa de Controle de Qualidade do SINAMM identificou que algumas vezes este exci-piente foi empregado incorretamente. Sugere-se, a partir disso, que o farmacêutico sempre observe a formulação desejada, o(s) fármaco(s) que comporão a fórmula e as condições específicas de cada prescrição para a elaboração correta e coerente da prepara-ção magistral que atenda à especificidade de cada paciente.

reFerênciAS bibLioGráFicAS1. Handbook of Pharmaceutical excipients, 3ª Ed, p. 252.2. Farmacopeia Japonesa. 15ª ed. - Disponível em <http://jpdb.nihs.go.jp/jp15e/JP15.pdf>. Acesso em: 08/05/2013.3. Farmacopeia europeia – Disponível em <http://www.edqm.eu/en/background-50.html>. Acesso em 08/05/2013.

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nota técnica 2

aplicação de fator de correção em insumo same (ademetionina)

elaborado pela equipe técnica da Anfarmag

Sinônimos: Ademethionine; Ademetioniini; Adémétionin; Ademetionin;Adeetionina; Ademetioninum; S-Adenosyl-L-methionine; Methioninyl adenylate; SAMe.

Nome Químico: (S)-5≅-[(3-Amino-3-carboxypropyl) methylsulphonio]-5≅-deoxyadenosine hydroxide, inner salt.

C15H22N6O5S = 398.4

DCB: 00417 – DCI: 5479 - CAS: 17176-17-9.

Informações: ademetionina é uma molécula de ocorrência natural encontrada em todos os tecidos e fluidos corporais. Atua como um grupo dador de metila em muitas reações de transmetilação e, portanto, está envolvida na síntese ou no metabolismo de uma vasta gama de compostos que mantêm a função celular normal. Sulfato tosilato de ademetionina e butanedisulfonate ademetionina são formas estáveis de ademetionina que têm sido utilizados para o tratamento da depressão, distúrbios hepáticos e osteoartrite.(1) No mercado nacional, é possível encontrar a forma dissulfato tosilato de ademetionina.

diSSuLFAto toSiLAto de AdeMetioninANome Químico: S-(Adenosyl)-L-methionine disul-

fate tosylate ; (3S)-5≅-[(3-Amino-3-carboxypropyl) methylsulfonio]-5≅-deoxyadenosine, disulfate-methylbenze-nesulfonate (2)

C22H34N6O16S4 = 766.80 (2)

DCB: nd – DCI: nd - CAS 97540-22-2 (3) ou CAS 29908-08-0 (2)

Informações: dissulfato tosilato de ademetionina é o sal misto dissulfato-tosilato de uma mistura de diastereoisómeros dos ions ademetionine. Contém não menos que 95% e não

mais de 105% de ademetionina calculado em relação a base anidra.(2) Segundo método de análise, não deve conter mais que 3% de água. (2) Referências relatam a necessidade de reves-timento entérico para aumento da estabilidade e melhora da absorção do SAMe.(5,6)

eSPeciALidAdeS GuMbArAL®

1 Tablet enth.: Ademetionin-tosilat-bis(sulfat) 384 mg (entspr. 200 mg Ademetionin). Adult Dosage Mannitol, Si-liciumdioxid-Gel, Magnesiumstearat, Celluloseacetatphtha-lat, Diethylphthalat, Methylpolysiloxan. (7)

samyr® One 400-mg gastro-resistant tablet contains: ademetio-

nine (S-Adenosyl-L-Methionine) 1.4-butanedisulfonate, 760 mg equal to 400 mg. Excipients: Microcrystalline cellulose, magnesium stearate, polyethylene glycol 6000, polymeth-acrylate, polysorbate, colloidal silica, emulsified silicone, so-dium starch glycolate, talc. (8)

trAnSMetiL® 300 mg Compresse gastroresistenti

Una compressa gastroresistente contiene:Principio attivo:Ademetionina (Solfo-Adenosil-L-Metionina) 1,4-butandi-

solfonato 570 mg pari a ione 300 mg

500 mg Compresse gastroresistentiUna compressa gastroresistente contiene:Principio attivo:Ademetionina (Solfo-Adenosil-L-Metionina) 1,4-butandi-

solfonato 949 mg pari a ione 500 mg (9)

Diante dessas informações, e para a correta manipulação desse insumo, recomendamos a correção em função dos da-dos do quadro a seguir:

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SAMe correção referência

equivalência sal/base

1,92 Peso molecular SAMe dissulfato tosilato 766,79/Peso molecular SAMe base 398,44

correção umidade (água)

Correção de acordo com o lote adquirido

Não mais que 3% (2)

teor Correção em relação à base anidra de acordo com o lote adquirido

Não menos que 95% e não mais de 105% de ademetionina (2)

cáLcuLo dA correção:quantidade a ser pesada = q prescr. x f. equiv. x f cor u x f cor t. x u. posol.

onde:Q prescr.= quantidade prescrita no receituáriof. equiv. = fator de equivalência sal/basef cor u = fator de correção da umidadef cor T. = fator de correção do teoru. posol. = unidades posológicas, ou seja, número de doses solicitadas na prescrição

Exemplo:Para o atendimento de uma prescrição de SAMe 400mg,

30 cápsulas, o cálculo a ser aplicado para obtenção total deste insumo ativo é:

quantidade a ser pesada = Q prescr. X f. equiv. X f cor u* x f cor T.** x u. posol.

quantidade a ser pesada = 400 x 1,92 x 1,02 x 1,02 x 30

quantidade a ser pesada = 23970,81 mg

* considerado o valor fictício de umidade = 2% (f cor u = 100/100 – 2 = 1,02)** considerado o valor fictício de teor = 98% (f cor T = 100/98 = 1,02)

reFerênciAS 1. Martindale 36th, p. 2247.2. uSP/NF 2008, Dietary Supplements, vol.1, p. 907.3. <http://www.chemblink.com/products/97540-22-2.

htm>, acesso em 13/12/2012.4. <http://www.drugs.com/mtm/s-adenosylmethionine.

html?printable=1>, acesso em 13/12/2012.5. Najm WI, Reinsch S, Hoehler F, Tobis JS, Harvey PW (Feb-

ruary 2004). “S-Adenosyl methionine (SAMe) versus ce-lecoxib for the treatment of osteoarthritis symptoms: A double-blind cross-over trial. ISRCTN36233495”. BMC Musculoskelet Disord 5: 6.

6. <http://en.wikipedia.org/wiki/S-Adenosyl_methioni-ne>, acesso em 14/12/2012.

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8. <http://www.biogenesis-antiaging.com/product_info.php?products_id=64>, acesso em 14/12/2012.

9. <http://www.torrinomedica.it/farmaci/schedetecni-che/TRANSMeTIL.asp#axzz2F3QNQ8Wm>, acesso em 14/12/2012.

10. Manual de equivalência Anfarmag, 3ª edição, 2010, pp. 10-12.

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legal

Programa de Gerenciamento de resíduos sólidos das Farmácias - Necessidade de atualização

Compete ao farmacêutico que acompanhar a inspeção colocar à disposição da autoridade sanitária a documentação que compõe o Manual das Boas Práticas de Manipulação (BPMF), conforme determina a RDC nº 67, de 2007, itens 5.19.1 e 5.19.2.

Dentre os documentos, temos o PGrSS – Programa de Gerenciamento

de resíduos de Serviços de Saúde (PGrSS), que deve ser atualizado

sempre que houver alteração no programa original.

O PGRSS é um plano para gerenciar os resíduos, seguin-do rigorosamente as legislações – e, em especial, a RDC 306, de 2004. (5.2, Anexo 6.3, 6.3.1, 6.4 e 6.5 do ANexO VII da RDC 67/2007).

O PGRSS é um conjunto de procedimentos de gestão que vi-sam ao correto gerenciamento dos resíduos produzidos no esta-belecimento. Tais procedimentos consistem em detectar riscos e tomar medidas que eliminem, previnam ou minimizem esses riscos. É o documento que aponta e descreve as ações relativas ao manejo dos resíduos sólidos, observadas as suas característi-cas, no âmbito dos estabelecimentos, contemplando os aspec-tos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta interna, armazenamento, transporte, tratamento e destinação final, bem como os aspectos relativos à proteção da saúde pú-blica e à segurança ocupacional do pessoal envolvido nas etapas do gerenciamento de resíduos baseado nas características e na classificação dos mesmos. (item 6.2, Anexo I da RDC 67/07).

esses procedimentos devem ter o objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos gera-

dos um encaminhamento seguro, de forma eficiente, vi-sando à proteção dos trabalhadores, à preservação da saú-de pública, dos recursos naturais e do meio ambiente. Os procedimentos definidos concentram seu foco no risco do resíduo propriamente dito, na sua capacidade de transmi-tir infecção ou de contaminar – decorrências de acidentes ocupacionais ou de seu manejo indevido.

A elaboração do PGRSS consiste em fazer uma análi-se quantitativa de cada resíduo gerado e organizar sua forma correta de manuseio, da geração até a destinação final, seguindo a legislação de acordo com o tipo de re-síduo gerado.

Sempre que houver alguma alteração em um dos fluxos ou organização, a farmácia deverá rever o programa, efe-tuar a alteração e implantá-la por meio de treinamentos do pessoal envolvido.

Ressalte-se que nenhuma situação é estática. Faz-se o diagnóstico de uma situação específica, num momento de-terminado, como um retrato. Por isso, o plano é avaliado e deve ser ajustado continuamente (por exemplo, a cada ano), de acordo com as necessidades de mudanças.

o PGrSS é eSPecíFico, direcionAdo, inteGrAdo e contínuo, não Sendo APenAS uM docuMento PASSivo.

As etapas de manejo externo devem estar de acordo com as orientações dos órgãos de limpeza urbana e, especi-ficamente, com a etapa de destinação final, que dependerá sempre do licenciamento ambiental da instalação de desti-no e com a qual a farmácia tenha um contrato firmado.

elaborado pela equipe técnica da Anfarmag

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As decisões estão baseadas na premissa da existência de destinos ambientalmente seguros.

o PGrSS não é APenAS uM docuMento!

resumo – PlaNo De GereNciameNto De rss1. Manejo, Tratamento e Destino Final dos Resíduos de Serviços de Saúde2. Geração – Redução na Fonte3. Segregação4. Acondicionamento5. Identificação (usar as cores e símbolos de tipo de mate-rial reciclável)6. Coleta e Transporte Interno7. Armazenamento temporário8. Armazenamento externo9. Coleta e Transporte externo10. Disposição Final11. Recursos Humanos: Capacitação, Treinamento e Educa-ção Ambiental Continuada12. Descrição de Controle de Vetores13. Cronograma para Implantação e Implementação do PGRSS14. Administração (Documentação)15. Responsabilidade

O programa deverá contemplar ações de capacitação e treinamento dos trabalhadores que estão envolvidos no PGRSS. Nessas ações, deverão estar contempladas medidas preventivas e de intervenção que assegurem condições adequadas de saúde. Deve, ainda, abordar itens como:• origem dos resíduos e os respectivos riscos operacionais;

• importância da segregação dos resíduos na origem;• padronização de acondicionadores por tipo de lixo gera-do e forma de apresentação para a coleta;• identificação dos acondicionadores, veículo de coleta e armazenamento de resíduos;• importância e uso de ePI.

cAPAcitAção doS recurSoS huMAnoS (ProGrama De treiNameNto)

elaborar um treinamento dos funcionários envolvidos, visando à conscientização e valorização dos trabalhadores envolvidos no gerenciamento da importância da seguran-ça e da proteção coletiva e individual no trato com os re-síduos, inclusive com o lixo. Este treinamento deve estar incluído em um programa de treinamento, elaborado com base em um levantamento de necessidades e nos registros. (item 3.2 do Anexo da RDC nº 67/2007).

Empresa incumbida da Disposição FinalTer um contrato com a empresa que irá proceder à des-

tinação final dos resíduos. Verificar se a mesma está devi-damente licenciada ou autorizada junto ao órgão do meio ambiente, bem como saber tudo sobre a empresa que es-tará procedendo à destinação final dos resíduos gerados pela farmácia. Ver a indicação do sistema de tratamento externo adotado para os resíduos dos Grupos A, B, C e D, indicando o nome da empresa, endereço completo, telefo-ne, CNPJ, e-mail, fax e nome do responsável.

Diagnóstico da situação dos RSSÉ o “estudo da situação do estabelecimento em relação

aos RSS, o qual identifica as condições do estabelecimento,

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as áreas críticas, e fornece dados (indicadores) necessários para a implantação do plano.” um bom indicador deve ser:• sensível: capaz de registrar diversos tipos de modifica-ções num dado período de tempo;• específico: atribuído a um objetivo/resultado. O mesmo indicador geralmente só pode ser utilizado uma vez; • mensurável: seja em termos quantitativos ou qualitativos;• frequente: os dados necessários para sua leitura es-tão à disposição, podendo ser obtidos notempo neces-sário e mediante recursos proporcionais ao objetivo a ser medido;• pertinente: as mudanças medidas estão diretamente li-gadas às intervenções do PGRSS;• confiável: quando utilizado por várias pessoas, num con-texto idêntico, chega-se ao mesmo resultado.

O diagnóstico abrange o estudo da situação do estabe-lecimento em relação aos PGRSS. Fornece os dados neces-sários para a implantação do plano de gestão conforme a situação seja crítica ou não. Para tanto, deverá:• levantar atividades;• identificar os tipos de resíduos gerados;• avaliar as etapas atuais do processo de GRSS: rotas de coleta e fluxos definidos, compatibilidade com as demais atividades do estabelecimento;• disponibilizar e utilizar os ePI’s;contratadas• apresentarfrequência e modo operacional de coleta;• utilizarveículos ou carros de transporte compatíveis com RSS; e• possuir aslicenças operacionais da farmácia, quando ne-cessário, e da empresa que procede à destinação conve-niente dos resíduos.

“estabelecer os períodos e formas de avaliação do PGrSS, de acordo com indicadores:”• Definir estratégias de acompanhamento.• Construir indicadores.• Avaliar resultados.• Discussão com equipe e sugestão de modificações.• Disponibilizar o documento na área de trabalho o da quantidade gerada de resíduos/habitante/unidade de tempo recuperação de resíduos.• Impactos socioambientais. elaborar um fluxograma específico, documentando os se-guintes aspectos:• atividades envolvidas;• produtos e equipamentos envolvidos;• recursos humanos envolvidos;

• riscos existentes;• danos possíveis (acidentes, doenças, agravos, incidentes);• medidas de controle necessárias; e• Medidas de controle existentes.

O Fluxo das atividades da Farmácia em cada laborató-rio (sólidos, líquidos e semissólidos, bem como controle de qualidade) deve ser inserido também no PGRSS, com a indicação de onde ocorre a retirada dos resíduos gerados.

Fluxo da coleta interna:• Verificar o traçado e desenhar os roteiros (itinerários) das coletas até o abrigo (caminho dos resíduos).• Levantar as frequências, fluxo, nível de ruído e horário das coletas.• Levantar e sistematizar as características de cada roteiro para os diversos resíduos.• Verificar a compatibilidade de roteiros previamente de-finidos para cada tipo de resíduo, bem como horários das coletas em função da distribuição de roupas, alimentos e medicamentos, períodos de visita ou de maior fluxo de pessoas ou atividades.

reFerênciA bibLioGráFicA1. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Re-

solução - RDC Nº 67, de 08 de outubro de 2007 - Dispõe sobre as Boas Práticas de manipulação de Preparações magistrais e oficinais para uso Humano em farmácias.

Gostou deste artigo? opiniões, dúvidas, sugestões ou críticas,escreva para [email protected].

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rastreabilidade do Processo magistral

vagner MiguelGerente Técnico e de Assuntos Regulatórios AnfarmagMaria Aparecida Ferreira SoaresFarmacêutica do Serviço de Atendimento ao Associado Anfarmag

A rastreabilidade é um conceito que surgiu devido à necessidade de saber em que local um produto se encon-tra na cadeia logística, sendo também muito usado em controle de qualidade. Este conceito representa a capa-cidade de traçar o caminho da história, aplicação, uso e localização de uma mercadoria individual ou de um con-junto de características de mercadorias, por meio da im-pressão de números de identificação – ou seja, a habilida-de de se poder saber, por meio de um código numérico, qual a identidade de uma mercadoria e suas origens. Não se encontra o significado de rastreabilidade no dicionário da língua portuguesa, por ser uma palavra composta pelo verbo rastrear, que significa “seguir o rasto ou a pista de; investigar; inquirir; indagar”, e pelo substantivo feminino habilidade, que significa “qualidade de hábil”.

em termos práticos, rastreamento é saber “o quê” (o produto ou bem), “de onde” veio (a origem) e “para onde” foi (destino). Com isso em vista, a definição de ras-treamento exige três dados básicos, quais sejam: • o produto necessita estar identificado – o que se está rastreando;• a origem deve ser conhecida – de onde vem o produto que se está rastreado; e• o destino deve estar definido – para onde este produto será embarcado/enviado.

O sistema de rastreabilidade, numa cadeia de produ-ção, é baseado no conjunto de documentos eletrônicos ou físicos, ordenados cronologicamente, demonstrando o recebimento/aquisição, posse, controle, transferência e disposição de um produto – o que permite a recuperação de todo seu histórico, assegurando a efetividade da ges-tão considerada ideal pela organização.

É fato que a rastreabilidade por si só não resolve todos os problemas da cadeia de valor, mas sem dúvida estabelece a transparência necessária às medidas de controle, resgatando a confiança de consumidores e

clientes – um valor agregado que, incorporado ao pro-duto, lhe confere diferenciação. Afinal, um sistema efi-ciente de rastreabilidade – junto aos atuais sistemas de monitoramento, políticas sustentáveis e investimentos em tecnologia– atrelado às ideias de desenvolvimento sustentável, pode apresentar resultados consistentes no mercado global.

O rastreamento é um instrumento fundamental, tendo em vista que hoje a identificação da origem das maté-rias-primas e das circunstâncias em que se realiza a pro-dução dos alimentos é bastante complexa. Esta indicação permite, ainda, no caso de surgir um problema de saúde pública, identificar todo o lote contaminado e, se neces-sário, retirá-lo do mercado, bem como definir a respon-sabilidade de cada um dos intervenientes na produção. Permite, assim, uma intervenção rápida por parte das autoridades competentes. No cado do produto magistral, por ser individualizado e único, permite pesquisar e saber com precisão se o processo utilizado e seu respectivo mo-nitoramento foram eficientes para assegurar a qualidade preconizada do produto.

A Rastreabilidade, segundo padrões internacionais (ISO 8402 - 1994), é definida como a capacidade de traçar o histórico, a aplicação ou a localização de um produto por meio de informações previamente registradas. Rastrear é manter os registros necessários para identificar e informar os dados relativos à origem e ao destino de um produto.

O processo magistral possui peculiaridades que devem ser registradas em cada fase, de forma a garantir a quali-dade do mesmo por meio do controle dos seus insumos ativos, dos insumos inertes e do processo, com todas suas etapas rastreáveis.

Através do esforço organizado e documentado dentro da empresa, o processo rastreável garante as caracterís-ticas do produto, de modo que cada unidade do mesmo esteja de acordo com suas especificações.

A Rastreabilidade do processo é uma exigência Sanitária. A Resolução RDC 67, de 8 de outubro de 2007 (dispõe sobre

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Nota técNica

Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para uso Humano em farmácias), traz as seguintes diretrizes em relação à rastreabilidade do processo:

Anexo ICAPÍTULO V - CONDIÇÕES GERAIS

5.19. Todo o processo de manipulação deve ser documenta-do, com procedimentos escritos que definam a especificida-de das operações e permitam o rastreamento dos produtos. 5.19.1. Os documentos normativos e os registros das pre-parações magistrais e oficinais são de propriedade exclu-siva da farmácia e devem ser apresentados à autoridade sanitária, quando solicitados. 5.19.2. Quando solicitado pelos órgãos de vigilância sani-tária competentes, devem os estabelecimentos prestar as informações e/ou proceder à entrega de documentos, nos prazos fixados, a fim de não obstarem a ação de vigilân-cia e as medidas que se fizerem necessárias.CAPÍTULO VIII – DA MANIPULAÇÃO

Produto Acabado

Semiacabado

Processo

Quem

Quando

Como

Insumos

Treinamento

Ativos

Data

POPs

Inertes

Fornecedor Externo

Produção Interna

Fornecedor Externo

Produção Interna

Qualificação do Fornecedor

Ficha de Especificação

Ordem de Manipulação

POPs

Qualificação do Fornecedor

Ficha de Especificação

Ordem de Manipulação

POPs

Devem existir procedimentos operacionais escritos para manipulação das diferentes formas farmacêuticas prepa-radas na farmácia.8.1. A farmácia deve garantir que todos os produtos ma-nipulados sejam rastreáveis.CAPÍTULO XV – DA GARANTIA DA QUALIDADE15.5. Documentação.A documentação constitui parte essencial do Sistema de Garantia da Qualidade.15.5.4. A documentação deve possibilitar o rastreamento de informações para investigação de qualquer suspeita de desvio de qualidade.15.5.7. Os documentos referentes à manipulação de fór-mulas devem ser arquivados durante 6 (seis) meses após o vencimento do prazo de validade do produto manipulado.

rAStreAbiLidAde no ProceSSo

FIGuRA 1. DOcuMENtAçãO PARA RAStREAbIlIDADE DO PROcESSO MAGIStRAl

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A farmacotécnica magistral possui especificidades no seu processo que envolvem a utilização de doses mínimas de princípios ativos diversos, associados ou não, podendo haver diluições dos ativos, condições adequadas de ho-mogeneização destes com os excipientes e cuidados em boas práticas, entre outras. esta peculiaridade possibilita o controle analítico do produto acabado e, quando for o caso, o monitoramento do processo e sua consequente rastreabilidade.

A inclusão na rotina de vários procedimentos, registros, ordens de manipulação, fichas de especificação, de referên-cia e de análise, pode se apresentar como um entrave ao processo, e muitas vezes, um bloqueio para a sua aplicação.

Contudo, considerando a importância da rastreabilida-de dentro do processo da Garantia da Qualidade do me-dicamento magistral, é fundamental que o farmacêutico estabeleça os processos dentro do fluxograma do recei-tuário da sua farmácia e aplique os controles e registros necessários que viabilizam a rastreabilidade.

Baseado na esquematização acima, se observa que os documentos de registro dos processos e procedimentos devem estar articulados entre si, e cada documento deve possuir informações específicas e não repetitivas em re-lação aos documentos de interface.

Preferencialmente, toda a documentação utilizada para registro de processos e procedimentos, bem como os documentos que descrevem tais ações, deve possuir uma codificação estabelecida pela farmácia, obedecendo a um sequenciamento ou numeração ordenada e versão

atualizada. É desta forma que a farmácia controlará o sis-tema documental e o atualizará sempre que necessário, sem perder o histórico dos registros anteriores.

Toda a sistemática de documentação também assegu-rará à farmácia a comprovação de sua qualidade, quando necessário for, para defesa perante inspeções sanitárias, denúncias ou simplesmente para levantamento de pos-síveis não conformidades ante reclamações de clientes/usuários de preparações magistrais.

Certamente, o responsável pela Garantia da Qualidade da farmácia é o melhor profissional para controlar todo o sistema documental farmacêutico, bem como para aten-der as necessidades declaradas no parágrafo anterior, acompanhar inspeções sanitárias, auditorias farmacêuti-cas, autoinspeções, ou simplesmente efetuar correções contínuas e coerentes com os procedimentos da farmá-cia – os quais se alteram com o tempo e o espaço, com os profissionais envolvidos e sua qualificação, e com as necessidades de otimização dos processos internos do estabelecimento.

Assim, da qualificação dos fornecedores à entrega das preparações magistrais finais ao cliente/usuário, é mister manter o acervo documental correto, preciso e conciso.

reFerênciA bibLioGráFicA1. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Resolução RDC 67, de 08 de outubro de 2007 - dispõe sobre Boas Práticas de manipulação de Preparações ma-gistrais e oficinais para uso humano em farmácias.

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submissão de artiGo Para PublicaçãoreviStA técnicA do FArMAcêutico

NORMAS PARA APReSeNTAçãO De ARTIGOS

eScoPo e PoLíticAA revista técnica do farmacêutico é uma publicação

trimestral da Anfarmag – Associação Nacional de Farma-cêuticos Magistrais, que objetiva a comunicação e ensino de farmacêuticos e outros profissionais da cadeia da saúde em assuntos/temas relevantes, atuais e de grande interesse para suas práticas profissionais. Tal objetivo atende à ordem estatutária da entidade em apoio ao segmento, como mais uma de suas ferramentas de apoio à contínua qualificação e melhoria da qualidade da área da Saúde no país.

Possui circulação em todo o território nacional e no ex-terior, e seu público-alvo envolve farmácias magistrais, uni-versidades, instituições regulatórias/sanitárias, entidades, empresas da cadeia farmacêutica e profissionais.

Dentro dessa política, tem por premissa publicar artigos de revisão, artigos técnicos e notas técnicas, redigidos em português, que podem ser elaborados por quaisquer profis-sionais, com o escopo voltado para a área magistral.

A Revista Técnica do Farmacêutico possui corpo editorial próprio, formado por acadêmicos de universidades que tam-bém participam de câmaras temáticas da Anfarmag, bem como profissionais farmacêuticos convidados, com relevan-tes conhecimentos e serviços prestados à causa magistral.

Toda essa estrutura permite o fortalecimento de ações e a veiculação de saberes técnico-científicos na área da Saú-de, por meio deste periódico, prestando importantes servi-ços ao segmento.

PrePArAção doS ArtiGoS

Apresentação: Os manuscritos devem ser apresentados em arquivo eletrônico, em formato Word, e encaminhados exclusiva-mente para o e-mail [email protected]. Os textos deverão ser apresentados em lauda padrão A4, espaço de 1,5 entre linhas e parágrafos, com margem superior e esquerda de 3 cm e inferior e direita de 2 cm, parágrafo justificado e não hifenizado, digitados em fonte Times New Roman tamanho 12. Os artigos de revisão devem ter entre 9 e 15 páginas; os artigos técnicos, entre 4 e 8 páginas; as notas técnicas, no máximo 3 páginas.

eStruturA

cabeçalho: constituído por: Título do trabalho, que deve ser breve e indicativo da exata finalidade do trabalho; Au-tor(es) por extenso e apenas o sobrenome em letra maiús-

cula, indicando a(s) instituição(ões) à(s) qual(is) pertence(m) mediante números. O responsável pela publicação deve ser expressamente indicado entre os colaboradores. O autor para correspondência deve ser identificado com asterisco, fornecendo o endereço completo, incluindo o eletrônico.

resumo (em português): deve apresentar a condensação do conteúdo, expondo objetivos, metodologia, resultados e conclusões, não excedendo 250 palavras. Deve vir acompa-nhado do Abstract e Keywords.

unitermos: devem representar o conteúdo do artigo, evi-tando-se os de natureza genérica. Observar o limite máximo de 6 (seis) unitermos.

introdução: deve estabelecer com clareza o objetivo do trabalho e sua relação com outros trabalhos no mesmo cam-po. extensas revisões de literatura devem ser substituídas por referências aos trabalhos bibliográficos mais recentes, nos quais tais revisões tenham sido apresentadas.

Materiais e Métodos: a descrição dos materiais e méto-dos usados deve ser breve, porém suficientemente clara para possibilitar a perfeita compreensão e repetição do trabalho. Processos e Técnicas já publicados, a menos que tenham sido extensamente modificados, devem ser apenas referidos por citação. Estudos em humanos e em animais devem fazer refe-rência à aprovação do Comitê de Ética correspondente.

resultados e discussão: devem ser apresentados de for-ma concisa e em ordem lógica. Tabelas ou figuras, quando possível, devem substituir o texto, na apresentação dos dados. Sempre que pertinente, fornecer as faixas e desvios padrão, e indicar as significâncias das diferenças entre os va-lores numéricos obtidos. A discussão deve se restringir ao significado dos dados obtidos e resultados alcançados, pro-curando, sempre que possível, relacionar sua significância com trabalhos anteriores da área. especulações que não en-contram justificativa para os dados obtidos devem ser evita-das. É facultativa a apresentação destes itens em separado.

conclusões: quando pertinentes, devem ser fundamen-tadas no texto.

Agradecimentos: devem constar de parágrafo à parte, antecedendo as referências bibliográficas, e ser compatíveis com as exigências de cortesia e divulgação. Se houve suporte financeiro, deve ser incluído neste item.

referências: devem ser citadas apenas as essenciais ao conteúdo do artigo e organizadas em ordem alfabética pelo sobrenome do primeiro autor, de acordo com as normas da

norMas

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Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT NBR-6023. A exatidão das referências é de responsabilidade dos auto-res. A seguir, são transcritos alguns exemplos:

1. LivroS

com até 03 autores:ADeS, L.; KeRBAuY, R. R. obesidade: realidade e indigna-ções. Psicologia USP, São Paulo, v. 13, n. 1, p. 197-216, 2002.FArMAcoPéiA brasileira. 4. ed., São Paulo: Atheneu, 1988, xxp.com mais de 3 autores: Na citação referenciar como et al., e nas referências, colocar todos os nomes.autores corporativos:BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC nº. 44, de 17 de agosto de 2009. Dispõe sobre Boas Práticas Far-macêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da pres-tação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências. Diário oficial da união, Brasília, DF, 18 de agosto de 2009, Seção 1, páginas 78 a 81. Dispo-nível em: <http://e-legis.bvs.br/leisref/public/show Act.php?id=16614>. Acesso em: 11 nov. 2007.

2. cAPítuLoS de LivroS

FIeSe, e.F.; HAGeN, T.A. Pré-formulação. In: LACHMAN, L.; LIeBeRMAN, H.A.; KANIG, J.K. teoria e prática na indústria farmacêutica. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2001. p.295-340.

3. teSeS e diSSertAçÕeS

3.1 trabalho de conclusão de cursoBARReIRO, Antônio Carlos Sotto; CAReSATTO, Claudia Tereza; PEREIRA, Selma Gomes. as representações sociais de usu-ários sobre o atendimento em um Serviço de acompanha-mento farmacoterapêutico estruturado em universidade da Baixada santista [monografia]. São Paulo: Curso de Pós--graduação em Atenção Farmacêutica, Instituto Racine, 2010.

3.2 dissertação de Mestrado e tese de doutorado

CLAuMAN, R. C. N. o farmacêutico e a atenção farmacêu-tica no novo contexto de saúde. 2003. 98 p. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-graduação em engenharia da Produção como requisito parcial para a obtenção do Título de Mestre em engenharia da Produção-universidade Fede-ral de Santa Catarina-uFSC, Florianópolis, 2003.

BRAGA, G. K. identificação dos riscos sanitários na manipu-lação de medicamentos alopáticos não estéreis em farmácia comunitária e o papel das boas práticas de manipulação no controle desses riscos. 2009. 126f. Tese (Doutorado em Medi-camentos e Cosméticos) - Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.

4. artiGos De PerióDicos

STORPIRTIS, S. Biofarmácia e farmacocinética: ensino e pes-quisa. infarma, Brasília, v. 2, n. 4, p. 19-20, 1993.

5. eVeNtos cieNtíficos

CONGReSSO BRASILeIRO De MANIPuLAçÕeS FARMACêuTI-CAS, 2., 1998, Goiânia. manual do participante e resumo dos trabalhos. Goiânia: Conselho Federal de Farmácia, 1998. 54 p.

6. norMAS

ASSOCIAçãO BRASILeIRA De NORMAS TÉCNICAS. nbr 9000: normas de gestão da qualidade e garantia da qualidade: dire-trizes para seleção e uso. Rio de Janeiro, 1990.citação bibliográfica: As citações bibliográficas devem ser apresentadas no texto pelo(s) sobrenome(s) do(s) autor(es), em letras maiúsculas, seguidas do ano de publicação. No caso de haver mais de três autores, citar o primeiro e acres-centar a expressão et al., todavia nas referências deverão ser incluídos todos os autores.Abreviaturas e Siglas: podem ser utilizadas, desde que descri-tas integralmente na primeira vez em que aparecem no texto. Por exemplo: Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa.ilustrações: as ilustrações (gráficos, tabelas, estruturas quími-cas, equações, mapas, figuras, fotografias, dentre outros) de-vem ser apresentadas em preto e branco, indicando o local de inserção no texto. Mapas e fotografias devem ser digitalizados em extensão .jpg. As tabelas devem ser numeradas consecu-tivamente em algarismos romanos, e as figuras em algarismos arábicos, seguidos do título. As palavras TABeLA e FIGuRA de-vem aparecer em maiúsculas apenas no título ou na legenda, respectivamente. Legendas e títulos devem acompanhá-las nos arquivos separados, assim como no texto. nomenclatura: pesos, medidas, nomes de plantas, animais e substâncias químicas devem estar de acordo com as regras internacionais de nomenclatura. A grafia dos nomes de fárma-cos deve seguir as Denominações Comuns Brasileiras (DCB) em vigor, podendo ser mencionados uma vez (entre parênte-ses, com inicial maiúscula) os registrados.

Nova ortografia: Apesar de a nova regra ortográfica estar em vigor desde janeiro de 2009, as duas normas – anterior e atual –, poderão vigorar até dezembro de 2012.

PubLicAçãoA publicação de artigos na Revista Técnica do Farmacêu-

tico está condicionada à aprovação do Conselho editorial. Para o recebimento da edição da revista em que constar a publicação do artigo, os autores responsáveis deverão for-necer seus endereços.

Comissão de Publicações Técnicas Anfarmag.

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reGionAL bAhiA/SerGiPePresidente: edza martins Brasilendereço: Av. tancredo neves, 1632, ed. Salvador trade center, loja 25, caminho das árvores salvador – Ba – ceP: 41820-020telefone: (71) 3113-4011e-mail: [email protected] reGionAL diStrito FederAL Presidente: cleide regina da Silvaendereço: siG - quadra 04 - lote 25 - sala 110 – 1º andar - empresarial barão de Mauá Brasília – Df – ceP: 70.610-440 telefone/fax: (61) 3326-1251e-mail: [email protected]

reGionAL eSPírito SAntoPresidente: hugo Guedes de Souzaendereço: - av. Nossa senhora da Penha, 1495 - sala 608 - torre Bt - edifício corporate center - santa lúcia Vitória - es – ceP: 29056-245telefone: (27) 3235-7401e-mail: [email protected]

reGionAL GoiáS/tocAntinSPresidente: Alessandro Marcius Silvaendereço: rua 7-a, nº 189, edifício marilena - Sala 201 - Setor AeroportoGoiânia – Go - ceP: 74075-230telefone: (62) 3225-5582 e-mail: [email protected]

SucurSAL Acre/rondôniAdiretora: êrika Fernandes rosas c. da Silvatelefone: (68) 3901-6314 e-mail: [email protected]

SucurSAL ALAGoASdiretora: tânia bernadete P. Gomestelefone: (82) 3335-2806e-mail: [email protected]

SucurSAL JuiZ de ForAdiretor: rômulo Augusto Modestotelefone: (31) 2555-6875 / 2555-2955e-mail: [email protected]

SucurSAL MAríLiA/PreSidente Prudentediretora: odete Aparecida de Andradetelefone: (18) 8118-9874e-mail: [email protected] PArádiretor: Marcelo brasil do coutotelefone: (91) 3244-2625e-mail: [email protected]

reGionAiS

SucurSAiS

reGionAL MAto GroSSoPresidente: célio Fernandesendereço: Av. ipiranga, 70 cuiabá – mt – ceP: 78020-550 telefone: (65) 3027-6321 e-mail: [email protected]

reGionAL MAto GroSSo do SuLPresidente: Maria beatriz Ferenzendereço: Av. rodolfo José Pinho, 66 - Jardim são Bento campo Grande – ms - ceP: 79004-690 telefone: (67) 3026-4655 e-mail: [email protected]

reGionAL MinAS GerAiSPresidente: Andréa vilela o. Santosendereço: av. do contorno, 2646 sala 1104 – florestabelo horizonte - MG - ceP: 30110-080telefone: (31) 2555-6875 / 2555-2955e-mail: [email protected] reGionAL PArAnáPresidente: cleunice Fidalskiendereço: rua silveira Peixoto, 1040, 9° andar, sala 901 - curitiba – Pr – ceP: 80240-120 telefone: (41) 3343-0893 - fax: (41) 3343-7659 e-mail: [email protected]

reGionAL rio de JAneiroPresidente: Aline coppola nappendereço: rua conde de Bonfim, 211 - sala 401 – tijuca - rio de Janeiro – rJ - ceP: 20520-050telefone: (021) 2569-3897 / fax (21) 3592-1765e-mail: [email protected]

reGionAL rio GrAnde do SuLPresidente: eduardo Aranovich de Abreuendereço: Av. Mauá, 2011 - Sala 607 – centro Porto Alegre – rS – ceP: 90030-080telefone: (51) 3225-9709e-mail: [email protected]

reGionAL SAntA cAtArinAPresidente: rodrigo Michels rochaendereço: rua lédio João martins, 435 – sala 409 - Kobrasol - são José – sc – ceP: 88102-000telefone: (48) 3247-3631e-mail: [email protected]

SucurSAL PArAíbAdiretora: célia buzzotelefone: (83) 3218-2600e-mail: [email protected]

SucurSAL PernAMbucodiretor: José Andrade telefone: (81) 3301-7676e-mail: [email protected]

SucurSAL ribeirão Pretodiretora: rita de Paula ignáciotelefone: (16) 3625-8019e-mail: [email protected]

SucurSAL uberLÂndiADiretor: Hélio Batista Júniortelefone: (31) 2555-6875 / 2555-2955e-mail: [email protected]

SucurSAL vALe do PArAíbAdiretora: Ana helena cunhatelefone: (12) 3942-9736e-mail: [email protected]

SucurSAL vArGinhAdiretor: Leonardo José da Silvatelefone: (31) 2555-6875 / 2555-2955e-mail: [email protected]

endereçoS dAS reGionAiS e SucurSAiS dA AnFArMAG

cArtA do Leitorenvie a sua mensagem para [email protected] ou telefone para 11- 2199-3499

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