Metodologia Da Pesquisa Aulas 1 e 2

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Metodologia da Pesquisa Discussão de texto MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia Científica. 5ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2003.

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Apresentação da aula de Metodologia do Trabalho Científico

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Metodologia da Pesquisa

Discussão de textoMARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva

Maria. Fundamentos de Metodologia Científica. 5ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2003.

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1ª aulaConhecimento Científico

• Conhecimento científico X Conhecimento do senso comum: “tanto o "bom-senso“ quanto a Ciência almejam ser racionais e objetivos: "são críticos e aspiram à coerência (racionalidade) e procuram adaptar-se aos fatos em vez de pennitir-se especulações sem controle (objetividade)". p. 76.

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Conhecimento do senso comum: Características

• Superficial, isto é, conforma-se com a aparência, com aquilo que se pode comprovar simplesmente estando junto das coisas: expressa-se por frases como "porque o vi", "porque o senti", "porque o disseram", "porque todo mundo o diz";

• Sensitivo, ou seja, referente a vivências, estados de ânimo e emoções da vida diária;

• Subjetivo, pois é o próprio sujeito que organiza suas experiências e conhecimentos, tanto os que adquire por vivência própria quanto os "por ouvi dizer";

• Assistemático, pois esta "organização" das experiências não visa a uma sistematização das idéias, nem na fonna de adquiri-las nem na tentativa de validá-las;

• Acrítico, pois, verdadeiros ou não, a pretensão de que esses conhecimentos o sejam não se manifesta sempre de uma forma crítica.

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Conhecimento Científico• Factual ou real: porque lida com ocorrências ou fatos.• Contingente: “suas proposições ou hipóteses têm sua veracidade

ou falsidade conhecida através da experiência e não apenas pela razão, como ocorre no conhecimento filosófico”.

• Sistemático: “saber ordenado logicamente, formando um sistema de idéias (teoria) e não conhecimentos dispersos e desconexos”.

• Verificável: “as afirmações (hipóteses) que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência”.

• Falível: “em virtude de não ser definitivo, absoluto ou final”.• Aproximadamente exato: “novas proposições e o desenvolvimento

de técnicas podem reformular o acervo de teoria existente”. p. 80.

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Conceito de ciência• “Entendemos por ciência uma sistematização de conhecimentos,

um conjunto de proposições logicamente correlacionadas sobre o comportamento de certos fenômenos que se deseja estudar”. p. 80.

• As ciências possuem: • Objetivo ou finalidade. “Preocupação em distinguir a característica

comum ou as leis gerais que regem determinados eventos”.• Função: “Aperfeiçoamento, através do crescente acervo de

conhecimentos, da relação do homem com o seu mundo”.• Objeto. “Subdividido em: material, aquilo que se pretende estudar,

analisar, interpretar ou verificar, de modo geral; formal, o enfoque especial, em face das diversas ciências que possuem o mesmo objeto material”. p. 80.

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Métodos científicos

• Conceito: “Todas as ciências caracterizam-se pela utilização de métodos científicos; em contrapartida, nem todos os ramos de estudo que empregam estes métodos são ciências. Dessas afirmações podemos concluir que a utilização de métodos científicos não é da alçada exclusiva da ciência, mas não há ciência sem o emprego de métodos científicos. Assim, o método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo - conhecimentos válidos e verdadeiros -, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista”. p. 83.

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O método científico ou teoria da investigação• Etapas:• "a) descobrimento do problema ou lacuna num conjunto de conhecimentos. Se o problema não

estiver enunciado com clareza, passa-se à etapa seguinte; se o estiver, passa-se à subsequente;• b) colocação precisa do problema, ou ainda a recolocação de um velho problema, à luz de novos

conhecimentos (empíricos ou teóricos, substantivos ou metodológicos);• c) procura de conhecimentos ou instrumentos relevantes ao problema (por exemplo, dados

empíricos, teorias, aparelhos de medição, técnicas de cálculo ou de medição). Ou seja, exame do conhecido para tentar resolver o problema;

• d) tentativa de solução do problema com auxílio dos meios identificados. Se a tentativa resultar inútil, passa-se para a etapa seguinte; em caso contrário, à subsequente;

• e) invenção de novas ideias (hipóteses, teorias ou técnicas) ou produção de novos dados empíricos que prometam resolver o problema;

• f) obtenção de uma solução (exata ou aproximada) do problema com auxílio do instrumental conceitual ou empírico disponível;

• g) investigação das consequências da solução obtida. Em se tratando de uma teoria, é a busca de prognósticos que possam ser feitos com seu auxílio. Em se tratando de novos dados, é o exame das consequências que possam ter para as teorias relevantes;

• h) prova (comprovação) da solução: confronto da solução com a totalidade das teorias e da informação empírica pertinente. Se o resultado é satisfatório, a pesquisa é dada como concluída, até novo aviso. Do contrário, passa-se para a etapa seguinte;

• i) correção das hipóteses, teorias, procedimentos ou dados empregados na obtenção da solução incorreta. Esse é, naturalmente, o começo de um novo ciclo de investigação“. p. 84-85.

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Método Indutivo

• “Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida fias partes examinadas. Portanto, o objetivo dos argumentos indutivos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam”. p. 86.

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Características do método indutivo• “a) de premissas que encerram informações acerca de casos ou

acontecimentos observados, passa-se para uma conclusão que contém informações sobre casos ou acontecimentos não observados;

• b) passa-se pelo raciocínio, dos indícios percebidos, a uma realidade desconhecida por eles revelada;

• c) o caminho de passagem vai do especial ao mais geral, dos indivíduos às espécies, das espécies ao gênero, dos fatos às leis ou das leis especiais às leis mais gerais;

• d) a extensão dos antecedentes é menor do que a da conclusão, que é generalizada pelo universalizante "todo", ao passo que os antecedentes enumeram apenas "alguns“ casos verificados;

• e) quando descoberta uma relação constante entre duas propriedades ou dois fenômenos, passa-se dessa descoberta à afirmação de uma relação essencial e, em consequência, universal e necessária, entre essas propriedades ou fenômenos”. p. 86-87.

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Etapas do método indutivo

• “a) observação dos fenômenos - nessa etapa observamos os fatos ou fenômenos e os analisamos, com a finalidade de descobrir as causas de sua manifestação;

• b) descoberta da relação entre eles - na segunda etapa procuramos por intermédio da comparação, aproximar os fatos ou fenômenos, com a finalidade de descobrir a relação constante existente entre eles;

• c) generalização da relação - nessa última etapa generalizamos a relação encontrada na precedente, elltre os fenômenos e fatos semelhantes, muitos dos quais ainda não observamos (e muitos inclusive inobserváveis)”. p. 87.

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Método dedutivo• Diferença entre Método dedutivo e indutivo: “Os dois tipos de

argumentos têm finalidades diversas - o dedutivo tem o propósito de explicar o conteúdo das premissas; o indutivo tem o desígnio de ampliar o alcance dos conhecimentos. Analisando isso sob outro enfoque, diríamos que os argumentos dedutivos ou estão corretos ou incorretos, ou as premissas sustentam de modo completo a conclusão ou, quando a forma é logicamente incorreta, não a sustentam de forma alguma; portanto, não há graduações intermediárias. Contrariamente, os argumentos indutivos admitem diferentes graus de força, dependendo da capacidade das premissas de sustentarem a conclusão. Resumindo, os argumentos indutivos aumentam o conteúdo das premissas, com sacrifício da precisão, ao passo que os argumentos dedutivos sacrificam a ampliação do conteúdo para atingir a ‘certeza’”. p. 92.

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Método hipotético-dedutivo

• Observação: “A observação não é feita no vácuo. Tem papel decisivo na ciência. Mas toda observação é precedida por um problema, uma hipótese, enfim, algo teórico. A observação é ativa e seletiva, tendo como critério de seleção as "expectativas inatas". Só pode ser feita a partir de alguma coisa anterior. Esta coisa anterior é nosso conhecimento prévio ou nossas expectativas”.

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• Problema: “Nosso conhecimento consiste no conjunto de expectativas que formam como que uma moldura. A quebra desta provoca uma dificuldade: o problema que vai desencadear a pesquisa. Toda investigação nasce de algum problema teórico/prático sentido. Este dirá o que é relevante ou irrelevante observar, os dados que devem ser selecionados. Esta seleção exige uma hipótese, conjectura e/ou suposição, que servirá de guia ao pesquisador”.

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• Conjecturas: “Conjectura é uma solução proposta em forma de proposição passível de teste, direto ou indireto, nas suas consequências, sempre dedutivamente: "Se ... então." Verificando-se que o antecedente ("se") é verdadeiro, também o será forçosamente o consequente ("então"), isto porque o antecedente consiste numa lei geral e o consequente é deduzido dela”.

• “A conjectura é lançada para explicar ou prever aquilo que despertou nossa curiosidade intelectual ou dificuldade teórica e/ou prática. No oceano dos fatos, só aquele que lança a rede das conjecturas poderá pescar alguma coisa”.

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• Teste de falseamento: “Nesta terceira etapa do método hipotético-dedutivo, realizam-se os testes que consistem em tentativas de falseamento, de eliminação de erros. Um dos meios de teste, que não é o único, é a observação e experimentação. Consiste em falsear, isto é, em tornar falsas as consequências deduzidas ou deriváveis da hipótese. (...) Quanto mais falseável for uma conjectura, mais científica será, e será mais falseável quanto mais informativa e maior conteúdo empírico tiver”.

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Teoria• “Sob o aspecto científico, entretanto, se fato é considerado uma observação empiricamente

verificada, a teoria se refere a relações entre fatos ou, em outras palavras, à ordenação significativa desses fatos, consistindo em conceitos, classificações, correlações, generalizações, princípios, leis, regras, teoremas, axiomas etc.

• Dessa forma, conclui-se que:• a) teoria e fato não são diametralmente opostos, mas inextrincavelmente inter-relacionados,

consistindo em elementos de um mesmo objetivo - a procura da verdade -, sendo indispensáveis à abordagem científica;

• b) teoria não é especulação, mas um conjunto de princípios fundamentais, que se constituem em instrumento científico apropriado na procura e principalmente na explicação dos fatos;

• c) ambos, teoria e fato, são objetos de interesse dos cientistas: não existe teoria sem ser baseada em fatos; por sua vez, a compilação de fatos ao acaso, sem um princípio de classificação (teoria), não produziria a ciência – ter-se-ia um acúmulo de fatos não sistematizados, não relacionados, mas amorfos e dispersos, impossíveis de serem interligados e explicados;

• d) o desenvolvimento da ciência pode ser considerado como uma inter-relação constante entre teoria e fato”.

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Para que serve a teoria?

• 1. A teoria serve como orientação para restringir a amplitude dos fatos a serem estudados - a quantidade de dados que podem ser estudados em determinada área da realidade é infinita.

• 2. A teoria serve como sistema de conceptualização e de classificação dos fatos - um fato não é somente uma observação prática ao acaso, mas também uma afirmativa empiricamente verificada sobre o fenômeno em pauta: dessa forma, engloba tanto as observações científicas quanto um quadro de referência teórico conhecido, no qual essas observações se enquadram”.

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Para que serve a teoria?

• 3. A teoria serve para resumir sinteticamente o que já se sabe sobre o objeto de estudo, através das generalizações empíricas e das inter-relações entre afirmações comprovadas - sumariar sucintamente o que já se sabe sobre o objeto de estudo é outra das tarefas ou papéis da teoria.

• 4. A teoria serve para, baseando-se em fatos e relações já conhecidos, prever novos fatos e relações - a teoria toma-se um meio de prever fatos, pois resume os fatos já observados e estabelece uma uniformidade geral que ultrapassa as observações imediatas.

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Para que serve a teoria?

• 5. A teoria serve para indicar os fatos e as relações que ainda não estão satisfatoriamente explicados e as áreas da realidade que demandam pesquisas - é exatamente pelo fato de a teoria resumir os fatos e também prever fatos ainda não observados que se tem a possibilidade de indicar áreas não exploradas, da mesma forma que fatos e relações até então insatisfatoriamente explicados.

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A relação entre teoria e fato

• 1. Um fato novo, uma descoberta, pode provocar o início de uma nova teoria.

• 2. Os fatos podem provocar a rejeição ou a reformulação de teorias já existentes.

• 3. Os fatos redefinem e esclarecem a teoria previamente estabelecida, no sentido de que afirmam em pormenores o que a teoria afirma em termos bem mais gerais.

• 4. Os fatos, descobertos e analisados pela pesquisa empírica, exercem pressão para esclarecer conceitos contidos nas teorias, pois uma das exigências fundamentais da pesquisa é a de que os conceitos (ou variáveis) com que lida sejam definidos com suficiente clareza para permitir o seu prosseguimento.

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Hipóteses

• Conceito:• a) formulado como solução provisória para um

determinado problema;• b) apresentando caráter ou explicativo ou preditivo;• c) compatível com o conhecimento científico

(coerência externa) e revelando consistência lógica (coerência interna);

• d) sendo passível de verificação empírica em suas consequências.

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Tema e problema

• o tema de uma pesquisa é o assunto que se deseja provar ou desenvolver; "é uma dificuldade, ainda sem solução, que é mister determinar com precisão, para intentar, em seguida, seu exame, avaliação crítica e solução" (Asti Vera, 1976:97). Determinar com precisão significa enunciar um problema, isto é, determinar o objetivo central da indagação. Assim, enquanto o tema de uma pesquisa é uma proposição até certo ponto abrangente, a formulação do problema é mais específica: indica exatamente qual a dificuldade que se pretende resolver.

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Fontes de elaboração de hipóteses

• 1. Conhecimento familiar.• 2. Observação.• 3. Comparação com outros estudos.• 4. Dedução lógica de uma teoria.• 5. A cultura geral na qual a ciência se desenvolve.• 6. Analogias.• 7. Experiência pessoal.• 8. Casos discrepantes na própria teoria.

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2ª aulaA leitura

• A leitura constitui-se em fator decisivo de estudo, pois propicia a ampliação de conhecimentos, a obtenção de informações básicas ou específicas, a abertura de novos horizontes para a mente, a sistematização do pensamento, o enriquecimento de vocabulário e o melhor entendimento do conteúdo das obras.

• É necessário ler muito, continuada e constantemente, pois a maior parte dos conhecimentos é obtida por intermédio da leitura: ler significa conhecer, interpretar, decifrar, distinguir os elementos mais importantes dos secundários e, optando pelos mais representativos e sugestivos, utilizá-los como fonte de novas ideias e do saber, através dos processos de busca, assimilação, retenção, crítica, comparação, verificação e integração do conhecimento: Por esse motivo, havendo disponíveis muitas fontes para leitura e não sendo todas importantes, impõe-se uma seleção.

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Procurando o material adequado para leitura

• a) O título;• b) A data da publicação;• c) A orelha ou a contra-capa;• d) O sumário;• e) A introdução, prefácio ou nota do autor;• f) A bibliografia.

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A leitura de estudo ou informativa

• Absorção mais completa do conteúdo e de todos os significados, devendo-se ler, reler, utilizar o dicionário, marcar ou sublinhar palavras ou frases-chave e fazer resumos

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Fases da leitura de estudo ou informativa

• a) Leitura de reconhecimento ou prévia.• b) exploratória ou pré-leitura.• c) seletiva.• d) reflexiva.• e) crítica.• f) interpretativa.• e) explicativa.

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Ideias centrais• Em primeiro lugar, devemos compreender que cada texto,

capítulo, subdivisão ou mesmo parágrafo têm uma ideia principal, um conceito fundamental, uma palavra-chave, que se apresenta como fio condutor do pensamento. Como geralmente não se destaca do restante, descobri-lo é a base de toda a aprendizagem. Na realidade, em cada parágrafo, deve-se captar esse fator essencial, pois a leitura que conduz à compreensão é feita de tal modo que as ideias expressas são organizadas numa hierarquia para se descobrir a palavra-chave. Ao descobrir, concretizar e formular as ideias diretrizes dos parágrafos, encontra-se todo o fio condutor que dá unidade ao texto, que desenvolve o raciocínio, que demonstra as proposições.

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Sublinhar e resumir• Algumas noções básicas da arte de sublinhar podem ser sintetizadas:• a) nunca assinalar nada na primeira leitura, cuja finalidade é apenas organizar o

texto na mente, de forma hierarquizada, para depois destacar o mais importante;• b) sublinhar apenas as ideias principais e os detalhes importantes, usando dois

traços para as palavras-chave e um para os pormenores mais significativos, a fim de destacar as primeiras;

• c) quando aparecem passagens que se configuram como um todo relevante para a ideia desenvolvida no texto, elas devem ser inteiramente assinaladas com uma linha vertical, à margem. Da mesma forma, passagens que despertam dúvidas, que colidem com o tema exposto e as proposições que o apoiam devem ser assinaladas com um ponto de interrogação, pois constituem material-base para a leitura explicativa, onde sua veracidade será testada, interpretada e confrontada com outros textos. O que consideramos passível de crítica, objeto de reparo ou insustentável dentro do raciocínio desenvolvido, deve ser destacado mediante uma interrogação;

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• d) cada parágrafo deve ser reconstituído a partir das palavras sublinhadas, e sua leitura tem de apresentar a continuidade e a plenitude de um texto de telegrama, com sentido fluente e concatenado;

• e) cada palavra não compreendida deve ser entendida mediante consulta a dicionários e, se necessário, seu sentido anotado no espaço intermediário, para facilitar a leitura. O ideal, entretanto, é que seu significado seja compreendido e a palavra adida ao vocabulário de quem lê. Também é aconselhável que a leitura não seja interrompida diante da dúvida relativa a uma palavra, pois o texto que se segue muitas vezes esclarece qual dos sentidos, apontados no dicionário, mais convém no caso particular. Assim, durante a primeira leitura deve-se anotar os termos e, antes da segunda, consultar a fonte que esclarecerá o sentido deles. Nunca é demais repetir que a leitura é um dos meios para ampliar o vocabulário.

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Análise do texto

• Analisar significa estudar, decompor, dissecar, dividir, interpretar. A análise de um texto refere-se ao processo de conhecimento de determinada realidade e implica o exame sistemático dos elementos; portanto, é decompor um todo em suas partes, a fim de poder efetuar um estudo mais completo, encontrando o elemento-chave do autor, determinar as relações que prevalecem nas partes constitutivas, compreendendo a maneira pela qual estão organizadas, e estruturar as ideias de maneira hierárquica.

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Objetivo da análise do texto• a) aprender a ler, a ver, a escolher o mais importante dentro do texto;• b) reconhecer a organização e estrutura de uma obra ou texto;• c) interpretar o texto, familiarizando-se com ideias, estilos,

vocabulários;• d) chegar a níveis mais profundos de compreensão;• e) reconhecer o valor do material, separando o importante do

secundário ou acessório;• f) desenvolver a capacidade de distinguir fatos, hipóteses e

problemas;• g) encontrar as ideias principais ou diretrizes e as secundárias;• h) perceber como as ideias se relacionam;• i) identificar as conclusões e as base que as sustentam.

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Etapas• a) para se ter um sentido completo, proceder à sua leitura integral com o objetivo

de obter uma visão do todo;• b) reler o texto, assinalando ou anotando palavras e expressões desconhecidas,

valendo-se de um dicionário para esclarecer seus significados;• c) dirimidas as dúvidas, fazer nova leitura, visando à compreensão do todo;• d) tornara ler, procurando a ideia principal ou palavra-chave, que tanto pode estar

explícita quanto implícita no texto; às vezes, encontra-se confundida com aspectos secundários ou acessórios;

• e) localizar acontecimentos e ideias, comparando-os entre si, procurando semelhanças e diferenças existentes;

• f) agrupá-los, pelo menos por uma semelhança importante, e organizá-los em ordem hierárquica de importância;

• g) interpretar as ideias e/ou fenômenos, tentando descobrir conclusões a que o autor chegou e depreender possíveis ilações;

• h) proceder à crítica do material como um todo e principalmente das conclusões.

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Partes da análise do texto

• 1. Análise dos elementos constitutivos do texto.

• 2. Análise das relações dos elementos constitutivos do texto, das partes principais e como elas se relacionam com o tema e a hipótese central.

• 3. Análise da estrutura do texto.

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Materiais de trabalho do pesquisador

• Fichas: Para o pesquisador, a ficha é um instrumento de trabalho imprescindível. Como o investigador manipula o material bibliográfico, que em sua maior parte não lhe pertence, as fichas permitem:

• a) identificar as obras;• b) conhecer seu conteúdo;• c) fazer citações;• d) analisar o material;• e) elaborar críticas.

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Conteúdo das fichas

• O conteúdo que constitui o corpo ou texto das fichas varia segundo sua finalidade.

• Pode ser:• A) Bibliográfica, que se subdivide em• a) bibliográfica de obra inteira; e• b) bibliográfica de parte de uma obra.• B) Citações.• C) Resumo ou de Conteúdo.• D) Esboço.• E) Comentário ou Analítica.

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Fichas de resumo ou de conteúdo• Apresenta uma síntese bem clara e concisa das ideias principais do

autor ou um resumo dos aspectos essenciais da obra. Características:

• a) não é um sumário ou índice das partes componentes da obra, mas exposição abreviada das ideias do autor;

• b) não é transcrição, como na ficha de citações, mas é elaborada pelo leitor, com suas próprias palavras, sendo mais uma interpretação do autor;

• c) não é longa: apresentam-se mais informações do que a ficha bibliográfica, que, por sua vez, é menos extensa do que a do esboço;

• d) não precisa obedecer estritamente à estrutura da obra: lendo a obra, o estudioso vai fazendo anotações dos pontos principais. Ao final, redige um resumo, contendo a essência do texto.

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Ficha de esboço• Tem certa semelhança com a ficha de resumo ou conteúdo, pois

refere-se à apresentação das principais ideias expressas pelo autor, ao longo da sua obra ou parte dela, porém de forma mais detalhada. Aspectos principais:

• a) é a mais extensa das fichas, apesar de requerer, também, capacidade de síntese, pois o conteúdo de uma obra, parte dela ou de um artigo mais extenso é expresso em uma ou algumas fichas;

• b) é a mais detalhada, em virtude de a síntese das ideias ser realizada quase que de página a página;

• c) exige a indicação das páginas, em espaço apropriado, à esquerda da ficha, à medida que se vai sintetizando o material. Pode ocorrer que uma ideia do autor venha expressa em mais de uma página. Nesse caso, a indicação da página será dupla.

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Ficha de comentário ou analítica

• Consiste na explicitação ou interpretação crítica pessoal das ideias expressas pelo autor, ao longo de seu trabalho ou parte dele. Pode apresentar:

• a) comentário sobre a forma pela qual o autor desenvolve seu trabalho, no que se refere aos aspectos metodológicos;

• b) análise crítica do conteúdo, tomando como referencial a própria obra;

• c) interpretação de um texto obscuro para tomá-lo mais claro;• d) comparação da obra com outros trabalhos sobre o mesmo

tema;• e) explicitação da importância da obra para o estudo em pauta.

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Resumos

• Da mesma forma que as fichas, para os pesquisadores os resumos são instrumentos obrigatórios de trabalho através dos quais se podem selecionar obras que merecem a leitura do texto completo. Entretanto, os resumos só são válidos quando contiverem, de forma sintética e clara, tanto a natureza da pesquisa realizada quanto os resultados e as conclusões mais importantes, em ambos os casos destacando-se o valor dos achados ou de sua originalidade.

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Tipos• a) indicativo ou descritivo - quando faz referência às partes mais

importantes, componentes do texto. Utiliza frases curtas, cada uma correspondendo a um elemento importante da obra. Não é simples enumeração do sumário ou índice do trabalho. Não dispensa a leitura do texto completo, pois apenas descreve sua natureza, forma e propósito;

• b) informativo ou analítico - quando contém todas as informações principais apresentadas no texto e permite dispensar a leitura desse último; portanto, é mais 'amplo do que o indicativo ou descritivo. Tem a finalidade de informar o conteúdo e as principais ideias do autor, salientando:

• os objetivos e o assunto (a menos que se encontre explicitado no título);• os métodos e as técnicas (descritas de forma concisa, exceto quando um

dos objetivos do trabalho é a apresentação de nova técnica);• os resultados e as conclusões.

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• crítico - quando se formula um julgamento sobre o trabalho. É a crítica da forma, no que se refere aos aspectos metodológicos; do conteúdo; do desenvolvimento da lógica da demonstração; da técnica de apresentação das ideias principais. No resumo crítico não pode haver citações.