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GUIA DE ORIENTAÇÃO PARA GTM, MONITOR E VISITADOR

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Guia de Orientação para GTM,Monitor e Visitador

Secretaria da Saúde do Estado do Rio Grande do Sul

Programa Primeira Infância Melhor

Porto Alegre

2007

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:

1ª edição, 2007© 2003, Secretaria da Saúde do Estado do Rio Grande do SulCopyright©2007 do Governo do Estado do Rio Grande do SulÉ permitida a reprodução parcial desta publicação, desde que citada a fonteTiragem: 3.000 exemplares

Estado do Rio Grande do Sul:Governadora Yeda Crusius

Secretarias Estaduais Integrantes do Programa:Secretaria da Saúde – Coordenação – Osmar Gasparini TerraSecretaria da Educação – Mariza AbreuSecretaria da Cultura – Mônica LealSecretaria da Justiça e Desenvolvimento Social – Fernando Schüller

Agência de Cooperação Técnica:UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.Esta Publicação foi produzida no contexto da Cooperação UNESCO/SES-RS, Projeto 914BRA1088 –Desenvolvimento Integral da Primeira Infância no Estado do Rio Grande do Sul. As opiniões aqui expressas sãode responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a visão da UNESCO sobre o assunto.

Apoios Institucionais:CELEP/Cuba – Centro de Referência Latino-Americano em Educação Pré-EscolarUNICEF – Fundo das Nações Unidas para a InfânciaESP/RS – Escola de Saúde Pública

Revisão de Texto e Formatação: Smirna CavalheiroEditoração Eletrônica: Gisele Mariuse da Silva e Cristiane Kessler de OliveiraIlustrações: Márcio da Silva Morais e Rachel Silvestri Morais

Revisão Técnica:Secretaria da Saúde/Programa Primeira Infância Melhor: Arita Bergmann, Flávia Franco, Lacy Maria da SilvaPires, Leila Maria de Almeida, Liése Gomes Serpa, Maria da Graça Gomes Paiva, Maria Helena Capelli, SandraSilveira Nique da Silva, Vera Maria da Rosa Ferreira e Wilda Maria Blasi.UNESCO: Cíntia Bonder.

Endereço para contato:Programa Primeira Infância MelhorAvenida Borges de Medeiros, 1501, 6º andar - Ala Norte, Centro.Porto Alegre/RS/Brasil – CEP: 90110-150E-mail: [email protected]: www.pim.saude.rs.gov.brFones: (00 55 51) 3288-5853/5955/5887/5888 – Fax: (00 55 51) 3288-5810

Ficha Catalográfica:

Rio Grande do Sul. Secretaria Estadual da Saúde. Programa Primeira Infância Melhor.

GUIA DE ORIENTAÇÃO PARA GTM, MONITOR E VISITADOR. Contribuições

para políticas públicas na área do desenvolvimento infantil – Porto Alegre: Relâmpago,

2007.

70 p

ISBN 978-85-7770-007-3

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SUMÁRIO ........................................................................................................................................ 5

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 7

I– ESTRUTURANDO O PROGRAMA PRIMEIRA INFÂNCIA MELHOR NOMUNICÍPIO ................................................................................................................................. 8

1.1 SENSIBILIZANDO OS GESTORES ...............................................................................................8

1.2 CONSTITUINDO O GRUPO DE TRABALHO ............................................................................8

1.2.1 Quem é o Grupo Técnico Municipal – GTM .....................................................................................9

1.2.2 Quem é o Monitor ...............................................................................................................................10

1.2.3 Quem é o Visitador .............................................................................................................................11

1.3 ESTRUTURANDO O BANCO DE DADOS ...............................................................................13

1.4 TRABALHANDO A INTERSETORIALIDADE .........................................................................14

1.5 CONSTITUINDO O COMITÊ MUNICIPAL ..............................................................................15

II– CONHECENDO A METODOLOGIA DO PROGRAMA ............................................... 17

2.1 CONDIÇÕES NECESSÁRIAS PARA A REALIZAÇÃO DE UM BOM TRABALHOCOM A FAMÍLIA ...........................................................................................................................17

2.2 A VISITA ÀS FAMÍLIAS: ELEMENTO FUNDAMENTAL DO PROGRAMAPRIMEIRA INFÂNCIA MELHOR ...............................................................................................17

2.3 PRIMEIRAS VISITAS .....................................................................................................................18

III– ENTENDENDO AS MODALIDADES DE ATENÇÃO ................................................... 19

3.1 MODALIDADE INDIVIDUAL.....................................................................................................19

3.2 MODALIDADE GRUPAL .............................................................................................................20

3.3 VISITAS DE ACOMPANHAMENTO .........................................................................................20

3.4 REUNIÕES COMUNITÁRIAS COM AS GESTANTES ............................................................21

3.5 ATIVIDADE COMUNITÁRIA .....................................................................................................21

IV– DESTACANDO ASPECTOS RELEVANTES PARA A EXECUÇÃO DOPROGRAMA PRIMEIRA INFÂNCIA MELHOR.............................................................. 22

4.1 UTILIZAÇÃO DE VIAS INSTITUCIONAIS EQUIVALENTES PARA ODESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANÇA.................................................................22

4.2 A TEORIA E A PRÁTICA DAS VIAS INSTITUCIONAIS EQUIVALENTES DEDESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANÇA E SEUS MÉTODOS DETRABALHO .....................................................................................................................................22

4.2.1 Desenvolvimento no período inicial da vida da criança ..............................................................23

4.2.2 Condições que estimulam o desenvolvimento das crianças ........................................................23

V– DEFININDO CONDIÇÕES NECESSÁRIAS PARA O DESENVOLVIMENTOINTEGRAL DE CRIANÇAS DE 0 ATÉ 06 ANOS DE IDADE ....................................... 24

5.1 A IMPORTÂNCIA DA SAÚDE NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL .............................24

5.2 A IMPORTÂNCIA DO ASPECTO SOCIOAFETIVO NO DESENVOLVIMENTOINFANTIL ........................................................................................................................................31

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VI– AS QUATRO DIMENSÕES DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL NOPROGRAMA PRIMEIRA INFÂNCIA MELHOR.............................................................. 39

6.1 REGISTRANDO OS GANHOS DE DESENVOLVIMENTO INFANTIL ...............................40

6.2 ACOMPANHANDO A CRIANÇA EGRESSA DO PIM NO 1º ANO DO ENSINOFUNDAMENTAL .......................................................................................................................... 41

VII– CAPACITANDO OS DIFERENTES ATORES ................................................................... 44

7.1 O QUE É CAPACITAÇÃO? ..........................................................................................................44

7.2 QUEM NECESSITA DA CAPACITAÇÃO? ...............................................................................44

7.3 COMO DETERMINAR O NÍVEL DA CAPACITAÇÃO? ........................................................44

7.4 PARA QUE SERVE O DIAGNÓSTICO? .....................................................................................45

7.5 COMO CLASSIFICAR A INFORMAÇÃO RECEBIDA ATRAVÉS DAS VIASANTERIORMENTE CITADAS .....................................................................................................45

7.6 COMO ELABORAR UM PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO ................................................46

VIII– TRABALHANDO COM AS FAMÍLIAS .............................................................................. 56

8.1 SUGESTÕES DE TÉCNICAS PARA O TRABALHO COM AS FAMÍLIA.............................56

8.1.1 O que são as técnicas participativas? ...............................................................................................56

8.1.2 Quais os passos que sugerimos para aplicá-las? ............................................................................56

8.1.3 Algumas técnicas .................................................................................................................................57

8.2 SUGESTÕES DE ELABORAÇÃO DE BRINQUEDOS PELAS FAMÍLIAS ............................61

8.2.1 Condições necessárias para a elaboração de brinquedos e materiais .........................................61

8.2.2 Uso e funcionalidade dos brinquedos e materiais .........................................................................61

8.2.3 Materiais utilizáveis ............................................................................................................................62

8.3 SUGESTÕES PARA A ELABORAÇÃO DE DIFERENTES BRINQUEDOS LÚDICOS .......62

IX– AVALIANDO O PROGRAMA NO MUNICÍPIO ............................................................. 65

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA .................................................................................................... 68

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INTRODUÇÃO

O Programa Primeira Infância Melhor – PIM foi criado em 2003 pelo Governo do Estadodo Rio Grande do Sul, tendo como referência teórico-metodológica o programa cubano“Educa a tu Hijo”, coordenado pelo Centro de Referencia Latinoamericano para la EducaciónPreescolar – CELEP, tornando-se Política Pública em 03 de julho de 2006, através da Lei Estadualn° 12.544/06. Tem por objetivo orientar as famílias e gestantes, a partir de sua cultura eexperiências, para que promovam o desenvolvimento integral de suas crianças. Desse modo,prioriza o desenvolvimento infantil através de atividades que contemplam aspectos como:comunicação e linguagem; habilidades intelectuais; motricidade fina e ampla; valorização domeio em que vivem; jogos e brincadeiras; afetividade, saúde, higiene e nutrição.

O Programa possui uma estrutura composta pelo Grupo Técnico Estadual – GTE, GrupoTécnico Municipal – GTM, Monitores e Visitadores. Esses, somados, oportunizam aoperacionalização das ações do mesmo, o que viabiliza a construção e o fortalecimento de suasbases: Família, Comunidade e Intersetorialidade.

Aqui, neste Guia, são oferecidas orientações quanto à estrutura, funcionamento e aplicaçãodo Programa às famílias e suas crianças de 0 até 6 anos de idade e gestantes.

Este material servirá como guia de orientação ao GTM, ao Monitor e ao Visitador, demodo a auxiliá-los no desenvolvimento de seu trabalho. Aqui está definido o papel de cada umque compõe a equipe do PIM no Município, suas funções e perfis. Estão descritos tambémtécnicas, orientações e procedimentos indispensáveis para a atuação do GTM e do Monitorjunto aos Visitadores. É responsabilidade do GTM e do Monitor capacitar os Visitadores que,por sua vez, irão orientar adequada e sistematicamente as famílias que os recebem em suasmoradias, contribuindo, assim, para o desenvolvimento integral de seus filhos.

Os conteúdos têm por objetivo contribuir para o aperfeiçoamento diário do trabalho edeverão ser estudados e enriquecidos pelos grupos que venham a se incorporar ao Programa.

O Guia é importante também para aquelas pessoas encarregadas da elaboração,assessoramento e controle de todas as ações relacionadas ao Programa. Portanto, poderá serutilizado pelos integrantes do Comitê Municipal, das Coordenadorias Regionais e SecretariasMunicipais de Saúde, Cultura, Educação e Assistência Social, gestores, educadores e demaispessoas que contribuem e/ou participam da coordenação, organização e execução do Programa.

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I– ESTRUTURANDO O PROGRAMA PRIMEIRA INFÂNCIA MELHOR NOMUNICÍPIO

1.1 SENSIBILIZANDO OS GESTORES

Inúmeros estudos científicos comprovam que são nos primeiros anos de vida – em especialde 0 a 3 anos de idade – que nós, seres humanos, desenvolvemos 90% de nossas conexõesneuronais. Nosso cérebro tem, nesse período, seu momento de maior expansão e capacidadede desenvolvimento. Portanto, é nessa etapa de vida – que se estende até os 6 anos de idade –que os estímulos, responsáveis por promover em habilidades e competências, devem serincentivados com qualidade.

Investir em políticas públicas voltadas à primeira infância é investir na certeza da formaçãode cidadãos com melhores e maiores condições cognitivas e socioemocionais, o que, porconseqüência, resultará na construção de uma sociedade melhor.

Pesquisas científicas já realizadas em diversos países atestam que o investimento naprimeira infância contribui para a sensível redução dos índices de evasão e de repetência escolar,de criminalidade, de necessidade de programas de reabilitação de presidiários e jovens infratores,além de contribuir para a redução de gastos com a segurança pública, saúde e educação.

O PIM concebe a Família como a primeira grande escola do amar e do brincar, fundamentosda condição humana e da constituição de cidadãos mais saudáveis e felizes. Enquanto eixointegrador de políticas públicas, na promoção das competências familiares e do desenvolvimentopleno das capacidades físicas, intelectuais e socioemocionais da criança de 0 até 6 anos, oPrograma tem como desafio a redução dos índices de desigualdade e exclusão social.

1.2 CONSTITUINDO O GRUPO DE TRABALHO

O grupo que desenvolve o Programa Primeira Infância Melhor – PIM no município é compostopor: Grupo Técnico Municipal – GTM, Monitor e Visitador. O número de Visitadores e Monitoresé adequado à demanda do município e seu porte populacional, ou seja, maior númeropopulacional equivale a maior número de Visitadores (ver quadro abaixo) e, conseqüentemente,de Monitores. A figura do Monitor, via de regra, passa a existir quando o município constituium grupo de 5 Visitadores. Assim, para cada grupo de 5 Visitadores, deverá existir 1 Monitorresponsável.

ÇIMPLANTA ÃO DO PROGRAMA

Porte populacional e parecer avaliativo do GTE

Porte Populacional ºN Visitadores

0 a 10 mil habitantes 02

+ de 10 mil habitantes 04

+ de 20 mil habitantes 06

+ de 50 mil habitantes 12

+ de 100 mil habitantes 25

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1.2.1 Quem é o Grupo Técnico Municipal – GTM?

O GTM é constituído porprofissionais responsáveis pelaimplantação, gerenciamento, acom-panhamento e avaliação do Programano município.

Este grupo é composto por ummínimo de três profissionais de nívelsuperior (ou cursando), tendo cadaum formação na área que repre-sentará:

� Secretaria Municipal daEducação.

� Secretaria Municipal daSaúde.

� Secretaria Municipal de Assistência Social.

A presença das três Secretarias no Programa reforça um dos pilares do Programa PrimeiraInfância Melhor que é a Intersetorialidade, através da relação intersecretarias e da Rede de ServiçosPúblicos do Município.

Perfil dos Técnicos

� Experiência em atividade comunitária, com crianças e/ou famílias.

� Disponibilidade de tempo para dedicação ao Programa de, no mínimo, 10horassemanais.

� Facilidade de articulação e organização com os diferentes segmentos do município,sejam públicos ou privados.

� Terceiro grau completo ou em curso – ver Lei n° 12.544/06.

� Disponibilidade e interesse para trabalhar em equipe.

Funções do Grupo Técnico Municipal

� Ser capacitado pelo GTE.

� Gerenciar o Programa no município.

� Ser responsável pela organização, planejamento, execução e acompanhamento dascapacitações e ações dos Monitores e Visitadores.

� Ser responsável pela seleção das famílias que serão beneficiadas pelo Programa, a partirda área escolhida.

� Sensibilizar a comunidade para participar das ações do Comitê Municipal pela PrimeiraInfância.

� Articular, informar e atualizar a rede de serviços existente no município.

� Participar ativamente na promoção da Intersetorialidade.

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1.2.2 Quem é o Monitor?

O Monitor é a pessoa que, no Programa Primeira Infância Melhor de desenvolvimentoinfantil, garante que aqueles que atuam diretamente com os pais/cuidadores e crianças(Visitadores) tenham conhecimento e clareza quanto ao objetivo do seu trabalho. Ele permitiráa melhor realização das atividades para a conseqüente formação e desenvolvimento das crianças.

Perfil do Monitor

� Terceiro grau completo ou em curso.

� Ter capacidade de organizar o seu trabalho, planejando o tempo necessário para realizá-lo e executá-lo na ordem prevista.

� Facilidade em estabelecer boas relações com as crianças, com os pais e com acomunidade, bem como com as autoridades locais.

� Dominar os conteúdos que deverão ser transmitidos, as formas e meios de realizar otrabalho com êxito.

� Ter bom nível crítico para examinar seus próprios erros e aceitar as sugestões dos demais.

� Ser respeitoso, amável e afetuoso no trabalho com as pessoas que capacita, orienta eacompanha.

� Possuir iniciativa para escolher, entre as orientações gerais, aquelas que possam tornarmais efetiva a capacitação.

� Possuir habilidades de comunicação em relação aos meios orais e escritos que devemser utilizados no seu trabalho.

� Conhecer técnicas de trabalho participativo com a comunidade, estimulando asiniciativas de auto-organização de seus integrantes.

� Ter disponibilidade de dedicação ao trabalho.

� Acreditar e ter interesse pela causa do Programa.

� O Monitor poderá ser capacitado pelo GTE ou pelo próprio GTM.

Funções do Monitor

� Participar do planejamento global do Programa no município.

� Demandar e participar dos cursos de formação e atualização propostos pelo GrupoTécnico Municipal e Grupo Técnico Estadual.

� Cumprir com as tarefas solicitadas pelos Grupos Técnicos Municipal e Estadual.

� Selecionar, capacitar e orientar o trabalho dos Visitadores que atuam com as famílias.

� Preparar um plano de metas que permita aos Visitadores desenvolverem suas tarefasde forma exitosa.

� Assessorar, acompanhar e avaliar o trabalho dos Visitadores junto às famílias.

� Atuar e intervir, se necessário, na realização das atividades junto às famílias.

� Mobilizar os recursos da comunidade, em apoio ao trabalho dos Visitadores.

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� Realizar funções de Visitadorpara vivenciar de maneiradireta as particularidadesdeste trabalho.

� Distribuir seu tempo demaneira eficaz para acom-panhar os diferentes aspectosdo seu trabalho.

� Promover as vias institucionaisequivalentes de desenvolvi-mento integral da criança nacomunidade.

� Sensibilizar os integrantes dacomunidade quanto à neces-sidade de proporcionar àscrianças um melhor desenvol-vimento.

1.2.3 Quem é o Visitador?

O Visitador é a pessoa que atua diretamente com as gestantes, pais/cuidadores e suascrianças, nas comunidades vinculadas ao Programa, por meio de atividades específicas.

Perfil do Visitador

� Disponibilidade obrigatória de carga horária: 40 horas para o Programa. Em caso debolsista, 30 horas semanais.

� Escolaridade – nível médio concluído em Magistério ou nível superior em curso.

� Estar identificado com trabalhos e ações voltados à criança.

� Experiência no trabalho comunitário com crianças e/ou famílias.

� Capacidade de organizar o seu trabalho, planejando o tempo necessário para realizá-loe executá-lo nas horas previstas.

� Facilidade em estabelecer boas relações com as famílias e a comunidade.

� Ser respeitoso, amável e afetuoso no trabalho com as famílias.

� Ter senso crítico para examinar suas próprias dificuldades e aceitar as sugestões dosdemais.

� Ter entusiasmo, iniciativa, criatividade, liderança, otimismo e compromisso.

� Saber cooperar, trabalhar em equipe.

� Ser persistente, responsável, disciplinado e ético, mantendo sigilo sobre a situação decada família.

� Perceber, apreciar, respeitar e promover a cultura e os valores da família.

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� Ser capaz de construir e desenvolver conhecimentos junto às famílias e crianças e dereconhecer o enriquecimento do seu saber com a prática.

Funções do Visitador

� Realizar o trabalho diretamente com as famílias, orientando-as e capacitando-as pararealizar as atividades de estimulação para o desenvolvimento integral da criança, desdea gestação.

� Orientar as famílias sobre as atividades de estimulação adequadas a partir dodiagnóstico, ou seja, do marco zero.

� Acompanhar e controlar a qualidade das ações educativas realizadas pelas própriasfamílias junto às crianças e as ações realizadas pelas gestantes.

� Acompanhar os resultados alcançados pelas crianças e pelas gestantes.

� Planejar e executar as Modalidades de Atenção Individual e Grupal.

� Planejar e executar seu cronograma de visitas às famílias.

� Participar da Capacitação de Visitadores, realizadas pelo Monitor/GTM.

� Vestir-se adequadamente, para a execução de suas atividades.

� Receber a formação e a capacitação necessárias.

� Estar disposto a crescer pessoal e profissionalmente.

� Se o Visitador perceber e/ou identificar problemas na família como suspeita de violênciadoméstica, crianças portadoras de deficiência, entre outras, deverá comunicar deimediato o GTM para que seja acionada a rede de serviços.

Para realizar um bom trabalho, devemos conhecer suas características e peculiaridades.Logo, conhecer a comunidade onde será desenvolvido o Programa Primeira Infância Melhor éimprescindível.

Além dos aspectos quantitativos, como o número de famílias, extensão da área etc., aequipe do PIM deve ater-se também aos aspectos subjetivos, ou seja, como a comunidade seorganiza enquanto tal, como se percebe como comunidade, quais suas tradições e costumes,entre outros.

Somente conhecendo a comu-nidade em sua integralidade é que aequipe terá maiores recursos egarantia de sucesso na implantaçãodo Programa.

Todos os integrantes sãoelementos-chave para o êxito doPrograma, em sua divulgação e namobilização da comunidade paraapoiar sua implantação. Oentusiasmo, dedicação, preparação ea disponibilidade de estabelecer boasrelações com as crianças, pais,comunidade e autoridades locais,

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farão com que a equipe adquira respeito e confiança, não apenas dos outros, mas entre a própriaequipe.

Em um primeiro momento, sugere-se uma etapa de sensibilização da Comunidade paraque apóie o trabalho informativo que o Grupo Técnico Municipal, Monitor e Visitador realizam.

Orienta-se que esta se efetive através da:

� Integração das famílias beneficiadas pelo trabalho, com entusiasmo e criatividade.

� Definição dos locais nos quais poderão trabalhar com as crianças.

� Elaboração de materiais e brinquedos para a realização das atividades.

� Elaboração do próprio material para a realização das atividades, estimulando as pessoaspara que atuem como auxiliares ou participantes das ações a serem realizadas.

� Manutenção, guarda e cuidado dos locais e bens disponíveis para realização dasatividades.

Aspectos a serem levantados acerca das características quantitativas da comunidade:

� O censo da população de 0 até 6 anos de idade.

� Censo da população de gestantes.

� A extensão da área.

� O nível sociocultural da população.

1.3 ESTRUTURANDO O BANCO DE DADOS

O Banco de Dados do PIM é um sistema de informações referente às famílias, gestantes eàs crianças de 0 até 6 anos de idade beneficiadas pelo Programa. Serve de base para a definiçãoda atenção à Primeira Infância como prioridade de política pública e seu conseqüenteplanejamento.

Importante observar a necessidade de um sistema cujas informações sejam confiáveis econstantemente atualizadas, para que se constitua também em uma ferramenta deacompanhamento dos resultados do Programa pelo município.

Além dos dados solicitados no Banco de Dados do PIM, são necessárias também outrasinformações para que possa haver comunicação com a rede de informações disponível nãosomente no município, mas também em níveis estadual e nacional. Dessa forma, o municípioterá um Sistema de Informações capaz de subsidiar com fidedignidade o planejamento e oacompanhamento do Desenvolvimento Infantil de sua comunidade.

As informações sugeridas referem-se, entre outras, à:

População infantil: nº por faixa etária, sexo, raça, escolaridade, moradia, renda, entreoutras.

Mortalidade infantil: nº de crianças menores de um ano, expresso por mil nascidos vivos.

Mortalidade materna epré-natal: nº de mulheres que morrem em decorrência de gestaçãopara cem mil crianças vivas. Este dado é de fundamental importância para o planejamento dasações do Visitador, que deve focalizar o acompanhamento pré-natal de, no mínimo, seisconsultas, recomendadas como garantia de saúde da mãe e do bebê.

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Aleitamento materno: exclusivo até os seis primeiros meses de vida, desde que emcondições para amamentar.

Imunização: acompanhamento pela carteira de vacinação.

Violência física e sexual: necessária a existência de um Conselho Tutelar atuante.

Educação infantil: nº de crianças atendidas por creches e pré-escolas no município.

Sites de informações disponíveis:

IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística www.ibge.gov.br/cidadesat

DATASUS: Departamento de Informação e Informática do SUS –www.albatroz.datasus.gov.br/datasus/site/index.cfm

INEP: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira forneceanualmente dados sobre Censo Escolar – www.inep.gov.br

SIPIA: Sistema de Informação para a Infância e a Adolescência. Consiste em um sistemade dados sobre violações dos direitos estabelecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente– ECA.

Os dados são alimentados pelos Conselhos Tutelares que necessitam de cadastramento.www.mj.gov.br/sipia.

1.4 TRABALHANDO A INTERSETORIALIDADE

A intersetorialidade, enquanto um dos eixos estruturantes do PIM, pressupõe ocompartilhamento e a articulação de programas, projetos e serviços de promoção dodesenvolvimento integral de gestantes e crianças de 0 até 6 anos de idade.

A intersetorialidade no PIM define-se não como uma justaposição de programas, mascomo uma rede em que as partes, representadas pelas Secretarias, Coordenadorias Regionaisde Saúde – CRS, Coordenadorias Regionais de Educação – CRE e sociedade organizada,desenvolvem novas ações, acordadas entre si, mantendo a noção do todo, ao mesmo tempo em quepreservam suas identidades enquanto instituições.

Essa cooperação intersetorial, que serviu de referência para a constituição da Coordenação doPrograma, também tem sido referência para a adoção de um novo modelo de gestão pública noEstado e nos municípios. Ao integrar os serviços e ações das demais Secretarias, quando umanecessidade é detectada pelo Visitador na família ou na comunidade, a rede é potencializadade modo a contribuir para melhorar o desenvolvimento social dos municípios que optarampelo Programa Primeira Infância Melhor.

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Exemplo de Rede de Apoio

1.5 CONSTITUINDO O COMITÊ MUNICIPAL

O trabalho do Comitê, promovido inicialmente pelo Grupo Técnico Municipal, consistena integração e articulação de ações de âmbito municipal de atenção à criança. Sua perspectivaé intersetorial, em que entidades e/ou instituições públicas e privadas, voltadas a essessegmentos e dentro de suas especificidades, visam contribuir para a construção e consolidaçãode políticas em favor da primeira infância.

a) Funcionamento do Comitê

Três linhas estratégicas orientam as ações do Comitê:

� Articulação: consiste na análise e integração de políticas públicas com foco na primeirainfância, construindo relações de cooperação entre as três esferas de Governo; trabalharem conjunto com as diferentes instâncias que já desenvolvem ações voltadas à criança,colocando o tema da infância no centro da agenda política do município.

� Intervenção: diz da elaboração de metodologias de intervenção em favor dodesenvolvimento da primeira infância.

� Comunicação: ações de informação, educação, comunicação e mobilização social.

b) Como criar o Comitê da Primeira Infância no município

A estratégia de formação do Comitê Municipal da Primeira Infância consiste em:

� Identificação das entidades ou instituições governamentais ou não-governamentais,da sociedade civil organizada, religiosas, culturais, esportivas, assim como todas aquelas

- Educação Infantil;- Alfabetização;- Formação profissional;- Programa de acompanhamento eavaliação do Ensino Fundamental.

- Saúde da família;- Planejamento familiar;- Aleitamento materno;- Vacinação.

- Eventos culturais,comunitários;- Acesso a acervos museus,bibliotecas, brinquedoteca.

- Apoio e orientação familiar;- Geração de emprego e renda;- Violência doméstica;- Registros de nascimentos.

SERVIÇOS DA

REDE DE

APOIO AO

PIM

ONG e ENTIDADES SOCIAISComitê Municipal para a Primeira Infância

SAÚDE CULTURA

ASSISTÊNCIA SOCIALEDUCAÇÃO

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que possam contribuir na busca de estratégias que garantam os direitos a umdesenvolvimento integral de crianças de 0 a 6 anos.

� Sensibilização dos parceiros para os objetivos do Programa Primeira Infância Melhor.

� Promover ações conjuntas com instituições parceiras que visem à estruturação,organização e funcionamento do Comitê Municipal.

O funcionamento do Comitê Municipal deve ter como referência o Comitê Estadual,instituído por meio do Decreto n° 42.199, de 7 de abril de 2003.

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II– CONHECENDO A METODOLOGIA DO PROGRAMA

É fundamental ter sempre presente que a família tem o papel mais importante naestruturação do indivíduo. É ela o primeiro grupo ao qual o ser humano pertence, portanto,dela dependem as experiências positivas ou negativas que o sujeito irá vivenciar desde a gestação.

Como experiências positivas fundamentais para a construção de uma identidade epersonalidade psicossocialmente sadia, são apontados o afeto, a valorização, o incentivo, oslimites, e outros que a família promove e oferece às suas crianças. Já as experiências negativascomo falta de afeto, desvalorização e não reconhecimento, levam à frustração, à tristeza, àdecepção. Esses sentimentos, assim como os positivos, desempenharão papel determinante naformação da identidade e personalidade. Com sentimentos de menos valia e baixa auto-estimae auto-imagem, o indivíduo terá dificuldades em suas relações sociais, em sua capacidade deaprender, em seu potencial para enfrentar desafios e assumir responsabilidades.

Portanto, a família é a via propulsora do adequado desenvolvimento integral de suascrianças. Crianças amadas e estimuladas terão suas capacidades potencializadas e,conseqüentemente, serão adultos saudáveis física e emocionalmente.

“Quando os pais participam do desenvolvimento de seus filhos, as crianças não só setornam fisicamente mais saudáveis como também mentalmente mais perspicazes e

emocionalmente seguras.” (Fundo das Nações Unidas para a Infância – UNICEF. Situação da Infância Brasileira

2001. Brasília: Cross Content Comunicação Integrada, 2001, p.22.)

2.1 CONDIÇÕES NECESSÁRIAS PARA A REALIZAÇÃO DE UM BOM TRABALHO COMA FAMÍLIA

O trabalho de orientação às famílias que se realiza mediante este Programa requer, emprimeiro lugar, ser compreendido e aceito por essas. O Programa não deve ser imposto, a fimde que as famílias acolham as orientações e realizem com êxito as atividades propostas.

O Grupo Técnico Municipal (GTM), Monitores e Visitadores são os responsáveis poralcançar os objetivos traçados pelo Programa, e, para isto, é importante que sejam pessoasdiscretas, amáveis, que se dirijam com respeito aos membros de cada família e que se interessemsinceramente pelos progressos de cada criança, bem como pelo envolvimento ecomprometimento da família no Programa.

É fundamental e indispensável, como em todo o trabalho com pessoas, paciência ecompreensão. Um sorriso, uma palavra amável ou um gesto de carinho, em alguns momentos,pode ser mais eficaz que insistir em oferecer uma orientação.

2.2 A VISITA ÀS FAMÍLIAS: ELEMENTO FUNDAMENTAL DO PROGRAMA PRIMEIRAINFÂNCIA MELHOR

As visitas às famílias constituem um momento muito oportuno para orientação ecompartilhamento com essas, quanto às suas experiências. É quando se poderá observar oambiente familiar e a qualidade das relações afetivas em que a criança se desenvolve. Em vistadisso, os aspectos mais particulares das famílias devem fazer parte do conteúdo da capacitação

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de todos os Visitadores, mais especificamente daqueles que trabalham com famílias de criançasde 0 até 3 anos de idade e gestantes.

2.3 PRIMEIRAS VISITAS

As primeiras visitas em que são expostas informações sobre o Programa são decisivaspara o sucesso de sua implantação. A disposição da família em se incorporar ao mesmodependerá, em grande parte, da conscientização desta sobre a importância do Programa, daspossibilidades de sua realização e, sobretudo, da forma respeitosa e agradável com que o GrupoTécnico Municipal, Monitor e Visitador apresentam-se à família.

Nessa ou em outras visitas (podem ser necessárias mais de uma para obter a adesão dasfamílias), o Visitador apresentará o Programa Primeira Infância Melhor, ou seja, esclarecerásobre os benefícios que este pode trazer para o desenvolvimento das crianças e dará sugestõesàs famílias com a finalidade de orientá-las quanto a esse processo. Isso faz com que se sintammotivados, ao mesmo tempo em que compreendem que realmente não existem dificuldadespara a realização das atividades, comprometendo-os, então, com o Programa.

Igualmente, será possível obter informações valiosas sobre aspectos importantes para arealização do trabalho. Por exemplo: quantas pessoas integram o núcleo familiar; o espaço quea criança ocupa na família, a forma como a família se relaciona entre si e com a criança – deforma afetuosa ou não – as condições da moradia, entre outros. Por meio dessas informações,será possível a constituição do Marco Zero, ou seja, a elaboração de um diagnóstico inicial dodesenvolvimento da criança, antes do início das atividades propostas pelo Programa.

Na implantação do Programa Primeira Infância Melhor são utilizadas duas modalidades,a Modalidade de Atenção Individual e a Modalidade de Atenção Grupal.

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III– ENTENDENDO AS MODALIDADES DE ATENÇÃO

3.1 MODALIDADE INDIVIDUAL

A sua execução está destinada às famílias com crianças de 0 a 2 anos e 11 meses de idade,bem como às gestantes vinculadas ao Programa. Nesse contexto, as atividades e orientaçõeselaboradas pelo Visitador são oferecidas às famílias, dirigindo-se sempre e primeiramente aoscuidadores para que esses então desenvolvam o trabalho proposto com suas crianças, permitindoa consolidação do vínculo familiar e o comprometimento dos pais para com seus filhos. Nocaso da gestante, as orientações serão dirigidas primeiramente a ela e depois aos familiares. Aperiodicidade é quinzenal, sendo esta intercalada entre uma Modalidade Grupal à Gestante euma Reunião Comunitária.

A Modalidade para as crianças de 0 até 3 anos de idade é realizada semanalmente, naresidência da família. Sua duração é de aproximadamente uma hora, contemplando trêsmomentos fundamentais: o momento inicial, com a retomada da atividade anterior e orientaçãoda atividade do dia; o segundo momento, com a execução da mesma e, o terceiro momento, com aavaliação e orientação para o desenvolvimento da(s) atividade(s) durante a semana.

a) Primeiro Momento/Momento Inicial

É aquele no qual o Visitador retoma com a família ou gestante as orientações da atividadeanterior e, de forma breve e simples, explicita as atividades que serão realizadas no dia. Emrelação às crianças e suas famílias, o Visitador apontará quais aspectos do desenvolvimentoserão favorecidos com a atividade proposta e com a gestante, quais os benefícios da atividadepara a dupla mãe e/ou cuidador/bebê.

b) Segundo Momento/Momento da Atividade em Si

O Visitador, de forma motivadora, desenvolve com a gestante ou com o cuidador e acriança a atividade que planejou (a partir do Marco Zero). É nesse momento que o Visitadortem a oportunidade de “observar” o modo como a criança realiza a atividade, como se expressa,como se relaciona e se apresenta alguma dificuldade na execução. É possível perceber, ainda,se a família dá continuidade às atividades de estímulo à criança, realizando ou não o trabalhosistemático proposto pelo Visitador anteriormente. O mesmo ocorre com relação às atividadesda Modalidade de Atenção à Gestante.

c) Terceiro Momento/Momento Final

É quando o Visitador avalia com a família o que foi observado referente ao desempenhoda criança durante a atividade. Nesse momento, a família também poderá expressar suasopiniões e dúvidas, tanto relacionadas à atividade realizada quanto às orientações dadas peloVisitador para serem desenvolvidas durante a semana. Ainda é trabalhado pelo Visitador,familiares e a criança, a reorganização do ambiente. Com a gestante, as atividades e orientaçõesserão também avaliadas tanto pelo Visitador como por ela e seus familiares.

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3.2 MODALIDADE GRUPAL

Esta modalidade é dirigida às famílias com crianças de 3 até 6 anos de idade, bem como àsgestantes, sendo realizadas uma vez na semana e uma vez no mês, respectivamente. Por estemotivo, são denominadas atividades grupais, as quais podem ser desenvolvidas em locais como:associações comunitárias, salões paroquiais, parques infantis, ambientes espaçosos das própriascasas, entre outros.

O objetivo da Modalidade Grupal é auxiliar de maneira positiva o desenvolvimento dascrianças, socializando-as, além de orientar as famílias para que continuem motivando as criançascom os conteúdos do Programa em suas próprias casas, sendo fundamental que sejamdesenvolvidas brincadeiras como os jogos infantis de faz-de-conta.

A Modalidade Grupal com as gestantes tem como objetivo maior oferecer informaçõesrelevantes sobre esse período, como por exemplo: a importância do amamentar, o parto, entreoutras, além de promover a socialização e trocas de experiências.

Também se compõe de três momentos:

a) Primeiro Momento/Momento Inicial

� Organização e criação de condições necessárias para a realização da Modalidade.

� Utilização de material didático.

� Promover a alegria das gestantes, famílias e suas crianças e a motivação para realizarematividade(s).

� Orientação às famílias gestantes sobre o que fazer, como fazer e por quê.

b) Segundo Momento/Momento da Atividade em Si

� Promoção de um clima favorável para a atividade.

� Facilitação das relações entre as famílias e as crianças.

� Na modalidade dirigida à família e criança, promover a participação de famílias ecrianças na atividade.

� É muito importante considerar as diferenças entre as faixas etárias das crianças, ouseja, o que se pode esperar de cada etapa do desenvolvimento infantil.

c) Terceiro Momento/Momento Final

� Retomada, análise e valorização dos resultados em função dos objetivos da atividade;

� Orientação às famílias e gestantes sobre a continuidade das atividades em suas casas,de acordo com a faixa etária da criança e com o trimestre da gravidez.

3.3 VISITAS DE ACOMPANHAMENTO

Além das duas Modalidades de Atenção (Individual e Grupal), devem ser realizadas Visitasde Acompanhamento junto às famílias com gestantes e crianças na faixa etária de 0 até 6 anos paraevitar possíveis “déficits” apresentados pela criança. Nessas visitas, os familiares recebemorientações sobre como realizar as atividades, como utilizar objetos da vida cotidiana para

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brincar com a criança; como elaborar alguns materiais didáticos, bem como identificar o nívelde satisfação das crianças, de seus familiares e gestantes, com relação ao Programa.

A metodologia do Programa Primeira Infância Melhor tem como pressuposto básico ofato de que crianças com potencialidades promovidas e desenvolvidas, por meio do auxílio dospais ou cuidadores, com respeito, amor e dedicação, alcancem o objetivo proposto quanto aosganhos no seu desenvolvimento integral.

Sendo assim, a Visita de Acompanhamento é um importante momento também para arealização do processo de avaliação do desenvolvimento infantil – trimestral, para crianças de 0 a1 ano e anual, para as demais faixas etárias até 6 anos de idade incompletos.

3.4 REUNIÕES COMUNITÁRIAS COM AS GESTANTES

É um trabalho coordenado e realizado pelo Programa de Saúde da Família - PSF ouSecretaria Municipal de Saúde, com o apoio do Programa Primeira Infância Melhor, através doGTM, no qual são realizadas palestras e/ou oficinas ao grupo de Gestantes, sobre temas relativosà gestação, à amamentação, ao puerpério, dentre outros, sob um enfoque fisiológico einterdisciplinar repassado pela equipe de Saúde.

O Programa Primeira Infância Melhor participará destas ações, mantendo a organizaçãopré-estabelecida pela equipe que coordena este trabalho mensal com as gestantes, sendoimprescindível a presença de um representante do GTM, Monitor e os Visitadores responsáveispelas atividades com as gestantes.

3.5 ATIVIDADE COMUNITÁRIA

Baseia-se no trabalho com a participação dos diversos grupos e segmentos da comunidade,tendo como objetivo melhorar a qualidade de vida da população, estreitar as relações sociaisentre todos os membros da comunidade e motivar as famílias para outras formas deentretenimento e enriquecimento pessoal.

Caso não haja disponibilidade ou mobilização por parte da comunidade, a equipemunicipal (GTM, Monitor, Visitador e Comitê Municipal) deverá incentivar essa atividade.

Para o desenvolvimento da atividade comunitária, são importantes alguns requisitos:

� Levantamento das necessidades, hábitos, costumes e interesses.

� Levantamento dos recursos da comunidade.

� Planejamento conjunto (Secretarias, Comitê, Coordenadorias e parceiros).

� Ampla divulgação das atividades propostas.

� Envolvimento da própria comunidade.

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IV– DESTACANDO ASPECTOS RELEVANTES PARA A EXECUÇÃO DO PRO-GRAMA PRIMEIRA INFÂNCIA MELHOR

4.1 UTILIZAÇÃO DE VIAS INSTITUCIONAIS EQUIVALENTES PARA O DESENVOLVI-MENTO INTEGRAL DA CRIANÇA

O período inicial da vida da criança, desde o nascimento até seu ingresso na escola,constitui-se uma etapa fundamental do seu desenvolvimento. Nessa fase, a criança aprende acaminhar, a falar, a conhecer e utilizar objetos que a cercam e a comportar-se e relacionar-secom os adultos ou com outras crianças. Para um adequado desenvolvimento, a educação que acriança recebe desempenha um papel fundamental, pois desta dependem os avanços importantesque devem ocorrer em cada período evolutivo.

As crianças que freqüentam a rede escolar são atendidas por profissionais qualificados edentro de um programa especialmente elaborado para favorecer seu desenvolvimento. Aeducação das crianças que não freqüentam tais instituições acontece em casa e sua qualidadedepende, em grande parte, do nível de formação que a família possui e de sua maior ou menorpreparação para oferecer à criança a atenção que precisa.

Para o desenvolvimento integral dessas crianças é que surgem outras alternativas,conhecidas como vias institucionais equivalentes. Essas, a partir da realidade da família, preparam-na para que tenham melhores condições de assegurar que seus filhos cresçam mais felizes emais realizados, mediante o desenvolvimento de suas potencialidades.

O Programa Primeira Infância Melhor é um programa para a família, dirigido aodesenvolvimento integral da criança. São oferecidas à família/gestante orientações quanto aoscuidados que as crianças devem receber, através de materiais especialmente elaborados,denominados – Guia da Família e Guia da Gestante. Neste, são recomendadas as atividadesnecessárias para estimular o desenvolvimento, desde a gestação até os seis anos de idade.

Diversas investigações já demonstraram que a realização sistemática dessas atividadescontribui para o desenvolvimento das crianças, estimulando-as para que cresçam sadias, felizese rodeadas de carinho e compreensão por parte daqueles que têm a responsabilidade de criá-las: seus pais e familiares mais próximos.

As crianças têm na família a primeira escola e, nos pais, os primeiros educadores. Énecessário que esses pais estejam preparados para que, com amor, favoreçam o desenvolvimentoadequado de seus filhos.

De modo simples e agradável, o Programa Primeira Infância Melhor orienta e incentiva afamília sobre como ajudar e participar de forma mais efetiva do desenvolvimento de seus filhos,informando sobre o que se pode e se deve alcançar em cada momento. Possibilita também queconheçam, mediante avaliações de fácil entendimento e execução, como a criança progride ecomo a gestante deve conduzir sua gravidez.

4.2 A TEORIA E A PRÁTICA DAS VIAS INSTITUCIONAIS EQUIVALENTES DEDESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANÇA E SEUS MÉTODOS DE TRABALHO

Estratégias para realizar um trabalho efetivo:

� Como alcançar uma boa divulgação comunitária do programa?

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� Como sensibilizar e convencer os pais quanto à importância da estimulação para umdesenvolvimento integral?

� Quais os meios mais efetivos de orientação dos pais sobre o desenvolvimento de seusfilhos?

� Quais os métodos para ensiná-los a elaborar materiais necessários que estimulem odesenvolvimento das crianças, aproveitando os recursos naturais e/ou sucatas?

4.2.1 Desenvolvimento no período inicial da vida da criança

Inclui conhecer e saber sobre as particularidades do desenvolvimento e as necessidadesbásicas das crianças, tais como:

� A importância do desenvolvimento pré-natal e perinatal da criança.

� O desenvolvimento irregular da criança, que tem mudanças rápidas (crises) e mudançaslentas (etapas).

� Cada etapa requer métodos próprios de orientação e educação; as formas deverão variarpara a atenção e estimulação da criança.

� O desenvolvimento apropriado da criança requer que suas necessidades básicas(biológicas, orgânicas e psicológicas) sejam satisfeitas.

� A importância de satisfazer essas necessidades com muito carinho, respeito ecompreensão.

4.2.2 Condições que estimulam o desenvolvimento das crianças

Os métodos e procedimentos a serem utilizados na estimulação do desenvolvimento devemestar de acordo com a idade da criança em relação à sua atividade fundamental e àquelas outrasatividades que venham a contribuir para o seu desenvolvimento.

Há necessidade de que, no processo de aprendizado, a criança desempenhe papel ativo,formando sua própria base de orientação e o adulto atue como facilitador de seudesenvolvimento. Para isto, é importante a existência de um ambiente de comunicação afetivapositivo, em que as atividades sejam realizadas em forma de brincadeiras e se utilizem objetose materiais do mundo que a cerca.

É importante reconhecer e compreender noções básicas sobre:

� Aspectos elementares do crescimento e desenvolvimento da criança.

� Particularidades da sua alimentação e necessidades nutricionais (grupos básicos dealimentos: proteínas, carboidratos, vitaminas).

� Medidas básicas de higiene, bem como a importância de uma rotina de vida adequada.

� Importância das ações básicas de saúde na prevenção de doenças.

� Medidas de segurança no ambiente doméstico e na comunidade para evitar os acidentes.

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V– DEFININDO CONDIÇÕES NECESSÁRIAS PARA O DESENVOLVIMENTOINTEGRAL DE CRIANÇAS DE 0 ATÉ 6 ANOS DE IDADE

5.1 A IMPORTÂNCIA DA SAÚDE NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

A saúde é o equilíbrio entre o organismo do indivíduo e seu meio. Está diretamente ligadaà qualidade de vida, ao bem-estar físico, psíquico e emocional, e não apenas a uma ausência deenfermidade. Corpo e mente constituem, pois, uma unidade para o sentido e a vivência, tantodo adoecer quanto da saúde, e ambos interferem no equilíbrio humano de modo fundamental.

A educação, a saúde e a formação de hábitos são necessários desde a primeira infância. Éimprescindível o conhecimento geral do desenvolvimento do organismo infantil, sabendo queexistem particularidades individuais e “períodos críticos” em que só nesses momentos, conformea idade, deve e pode ser realizada uma ação educativa. A fase do desenvolvimento infantilapresenta alterações e modificações de estrutura e funcionamento de todos os sistemas e essesdevem ser conhecidos e estudados como um processo de evolução contínua.

Uma criança amada, bem-cuidada e alimentada, que é tratada com respeito e carinho, querecebe orientações claras, limites justos e firmes, tem maiores chances de desenvolver seuspotenciais intelectuais e emocionais de modo mais seguro e produtivo.

a) Quando se iniciam o crescimento e o desenvolvimento da criança?

Muito antes de seu nascimento, já na vida intra-uterina, iniciam-se as primeiras percepçõesdo bebê; tem início a formação do vínculo mãe/bebê – bebê/família.

Esse vínculo é gradativo, necessita de tempo, compreensão e amor. Por vezes, algumasmães e pais sentem-se constrangidos em conversar com uma “barriga”, não acreditando queaquele pequeno ser tenha capacidade de sentir e até de perceber determinadas situações. Esseequívoco deve ser desfeito, pois o bebê está diretamente ligado a tudo o que a mãe pensa, sentee fala, ele capta todas as emoções maternas.

Portanto, os cuidados com o bebê não devem restringir-se ao fisiológico, à alimentação, àhigiene pessoal, do ambiente etc. É de extrema importância para o desenvolvimento deste bebêa boa relação emocional com a mãe e familiares. O sentir-se amado e desejado propicia odesenvolvimento saudável do bebê.

Já no momento da concepção, o ser humano inicia sua trajetória como indivíduo singulare único. No período da gestação, quando no útero materno, todos os processos e funções vitaisdo futuro bebê, como a alimentação, a respiração, a defesa, entre outros, estão em formação eem completa dependência do organismo materno. Igualmente vinculado à futura mãe encontra-se sua estabilidade psicoafetiva. Nessa fase é comum que a gestante passe por um período designificativas mudanças físicas e emocionais. Estas últimas, comumente de grande labilidade –instabilidade emocional com alternância de estados de alegria e tristeza, afetam também o bebêque carrega no ventre que, de algum modo, “capta” seu estado de humor, angústia, alegria ousofrimento. Se a gestante estiver emocionalmente tranqüila e em boas condições físicas de saúde,seu filho nascerá com maiores condições para um desenvolvimento saudável e feliz.

Esse período, então, exige cuidados para com a futura mamãe e estão diretamenterelacionados à saúde de ambos: mãe e bebê.

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b) O que acontece no nascimento

Uma vez ocorrido o parto, significativas alterações acontecem na relação do bebê com omundo exterior. Agora a criança também depende dos cuidados do adulto, que terá que suprirsuas necessidades, proporcionar-lhe afeto, dedicar-lhe tempo, dar-lhe suporte e estímulonecessário para ampliar cada vez mais suas experiências e, sobretudo, criar um ambiente decalma e tranqüilidade para cada etapa de seu desenvolvimento.

Ao conhecer bem a criança, pode-se melhor cuidar e desenvolver suas potencialidades.

Ao nascer, esta traz consigo uma série de reflexos incondicionados que lhe permitemviver e criar condições para sua vida futura, e estes são: a sucção, a deglutição, a respiração e osreflexos tônicos, que ainda são primitivos, mas a partir dos quais se desenvolvem novas conexõesnervosas cada vez mais complexas, que dão lugar aos chamados reflexos condicionados. Esses,por sua vez, estabelecem-se por meio de ações sistemáticas e estimuladoras das diversasatividades que o adulto desenvolve com ela.

Muitas mães preocupam-se porque a criança não quer dormir, ou não quer comer, mesmoquando lhe oferecem alimento. Às vezes, desconhece-se que é preciso estabelecer uma ordemnas atividades diárias para obter-se melhores resultados.

O fato de estabelecer hábitos na vida diária da criança, permite que seja introduzido umregime de satisfação de suas necessidades básicas o que, sem dúvida, favorece um melhorfuncionamento do seu organismo e de sua conduta.

Os estados de sono e vigília, e a alimentação devem suprir o regime diário, organizandosua vida de acordo com uma ordem determinada, em que a atividade precedente estimula efavorece o surgimento da seguinte. Por exemplo, se a criança for acostumada a banhar-se depoisde tomar sol, o banho será saudável; se tiver o hábito de dormir depois de sua alimentação, jádurante o banho iniciarão os movimentos gástricos que despertarão seu apetite, e, ao satisfazersua necessidade de alimentação, surgirá novamente sua próxima necessidade: o sono.

Isto quer dizer que cada vez que for estabelecido um regime diário de vigília, alimentaçãoe sono, sempre serão mantidos esses processos habituais; cada atividade precedente estimularáo surgimento da atividade seguinte. Desta forma, a assimilação do horário de vida favorece obem-estar e a saúde da criança e permitirá à mãe organizar adequadamente a vida de seu filho,o que terá uma repercussão em seu sistema nervoso e digestivo.

c) Como é o Sistema Osteomuscular e o Sistema Imunológico da criança

O sistema osteomuscular é imaturo e grande parte dele é formado por tecido cartilaginoso,o que lhe permite mobilidade e flexibilidade. Os músculos não estão bem desenvolvidos; aforça e a resistência só irão aumentar com a idade.

Ao final da etapa infantil é que se fortalecem a maioria dos ossos, sobretudo os da colunavertebral.

Tudo isto é importante para que os adultos que cuidam da criança saibam do cuidado quese deve ter com a postura do bebê quando este é carregado ao colo, quando é colocado sentadoou encostado ou quando permanece parado ou caminhando, pois se não houver o cuidadonecessário, poderão ocorrer desvios na etapas posteriores do desenvolvimento.

O sistema imunológico ou de defesa também mostra imaturidade em seus mecanismos, oque propicia o surgimento de determinadas enfermidades nesse período, devido a uma grande

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susceptibilidade para infecções, sobretudo se não houver hábitos de higiene adequados.Exemplo: diarréia, infecções respiratórias e outras.

Os sistemas respiratório e cardiovascular também se encontram sob a influênciaininterrupta do processo de crescimento e desenvolvimento; é necessário saber que as funçõesdos diferentes órgãos só se aperfeiçoam à medida que a criança cresce. Uma vez exposta aestímulos agressivos desfavoráveis do meio (estresse, ar contaminado, habitação em local poucoventilado) podem levar à ruptura do equilíbrio que permite à criança viver com saúde.

É muito importante que a família saiba que as enfermidades que surgem na idade infantiltêm muita relação com a higiene pessoal, com a alimentação que recebe e com o meio onde acriança se desenvolve.

No primeiro ano de vida as enfermidades mais freqüentes são:

� Diarréias.

� Doenças parasitárias.

� Infecções respiratórias agudas (bronquite, amigdalites, e otites).

A partir do primeiro ano de vida podem aparecer:

� Infecções respiratórias agudas.

� Diarréias.

� Doenças parasitárias.

� Doenças de pele (impetigo e pediculoses).

� Doenças ortopédicas.

Existem muitas outras doenças que se reportam à idade infantil, mas não são freqüentes.Entre estas temos:

� Doenças de olhos.

� Doenças de ouvido.

� Anemia.

As doenças eruptivas da infância são:

� Sarampo.

� Rubéola.

� Catapora.

Tais doenças já não são freqüentes em nosso Estado e País, pois uma grande parte dapopulação infantil está imunizada contra essas.

É importante alertar aos adultos sobre algumas situações que, mesmo não sendo doenças, ocorremcom freqüência nesta idade e podem ser evitadas com relativa facilidade. Trata-se dos acidentes, que emmuitas ocasiões podem ser causa de invalidez ou morte. Nesse sentido, é utilizado o termo “injúria grave”,porque está relacionado a situações de negligência do adulto cuidador.

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Os acidentes mais freqüentes são as quedas, os ferimentos, as queimaduras, as asfixias eas intoxicações por produtos químicos ou medicamentos. Portanto, faz-se necessário que osadultos que cuidam de crianças saibam de uma série de medidas que contribuem para evitaracidentes:

� Não deixar objetos cortantes ou pontiagudos ao alcance de crianças.

� Evitar os acessos à cozinha ou lugares onde hajam recipientes quentes.

� Guardar em lugares altos e seguros os medicamentos ou frascos com produtos tóxicos.

� Ter bem tampado e fora do alcance das crianças recipientes com água ou outros líquidos.

� Proteger as tomadas de luz evitando que a criança toque ou introduza objetos.

� Manter equipamentos e fios elétricos longe do alcance das crianças.

� Ter móveis, estantes ou objetos colocados de maneira que as crianças não possam subir.

Devem lembrar e insistir nas medidas higiênicas que devem ser estabelecidas na vida dacriança, já que essas representam uma série de hábitos que contribuem para a sua saúde. Essasmedidas estão agrupadas da seguinte forma:

� Higiene pessoal da boca, mãos, unhas, pele e roupa.

� Higiene ambiental da casa, escola etc.

� Higiene social do meio em que se desenvolve a criança, suas relações familiares, culturaisetc.

d) Higiene dos alimentos

Existem medidas específicas para se evitar as doenças mais freqüentes que aparecem nainfância e que estão relacionadas a uma via de transmissão.

Para prevenir as enfermidades diarréicas e o parasitismo intestinal, que ocorrem medianteo contato com alimentos e água contaminados por fezes, devemos orientar a família da seguinteforma:

� Manter o adequado controle sanitário da água e dos alimentos.

� Criar e manter o hábito de lavar as mãos antes de ingerir alimentos e depois de utilizaro vaso sanitário.

� Manter limpos e bem tampados todos os utensílios, brinquedos e outros objetos que acriança possa levar à boca.

� Combater a presença de moscas, baratas e outros insetos transmissores de doenças.

� Depositar os restos de alimentos e o lixo em recipientes tampados.

� Manter os animais domésticos afastados da casa ou dos locais onde fica a criança.

No caso das afecções que se transmitem por via nasobucal, por contato com outra pessoadoente, como as infecções respiratórias agudas, deve-se:

� Manter isolada, a pessoa enferma, da criança.

� Manter os locais ou habitação da criança bem ventilados.

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� Higienizar os objetos e utensílios pessoais como copos, jarras, louças etc.

� Manter em dia a higiene dos espaços nos quais a criança costuma permanecer.

e) Importância da alimentação adequada nos primeiros anos de vida da criança

Deve-se insistir e educar as mães para a importância de se alimentar o recém-nascido comleite materno, informando-as sobre as vantagens que esta alimentação proporciona ao bebê.Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, o aleitamento materno deve ser exclusivoaté os seis meses e recomendado até os 2 anos de idade, intercalado com outros alimentos dacriança.

Algumas das vantagens do aleitamento:

� É o alimento ideal para o crescimento e desenvolvimento. Possui as quantidadesapropriadas de carboidratos, proteínas, gordura e outros nutrientes essenciais para obebê.

� Está sempre fresco, na temperatura ideal, livre de bactérias e pronto para beber.

� Contém anticorpos que melhoram o sistema imunológico, protegendo o bebê contrainfecções.

� É mais facilmente digerido.

� O bebê tem menos chances de ser alérgico ao leite materno, principalmente se consumiuo colostro (a primeira secreção do seio após o parto).

� O bebê é menos propenso a ser alimentado em excesso.

� É mais barato.

� É mais prático. Não tem necessidade de lavar e esterilizar mamadeiras e bicos.

� Amamentar ajuda o útero a voltar ao tamanho normal.

� Quase todas as mulheres são capazes de amamentar no seio.

� Ajuda a mãe a perder o seu excesso de peso mais fácil e rápido.

� Diminui os riscos de câncer no seio.

� Promove uma relação efetiva e profunda entre mãe e filho.

Um ótimo estado nutricional favorece a saúde ao predispor o desenvolvimento psíquico efisiológico satisfatório da criança, ao fortalecê-la e aumentar sua capacidade de resistência àsdoenças.

O corpo da criança trabalha como o corpo do adulto, produzindo, armazenando,registrando ou reparando. Além disto, tem outra função importante: o crescimento. O corpo dascrianças aumenta de tamanho dia a dia; por isso, a alimentação é especialmente importante.Sem alimento sadio não há corpo sadio; sem corpo sadio, não há inteligência, crescimento, nemcriança feliz.

O apetite é um bom indicador do estado de saúde da criança e a aceitação dos alimentospor ela não depende apenas de sua preparação, mas também do amor, cuidado, atenção, respeitoe exemplo que lhe são oferecidos. Em algumas ocasiões, o apetite pode ser afetado por:

� Estímulos fortes que podem distraí-los para outros objetivos.

� Tensão emocional.

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� Doenças agudas.

É necessário que isto seja percebido pelo adulto que cuida da criança e que se preste atençãoem sua alimentação, delimitando assim as causas de sua inapetência.

f) O que são nutrientes e para que servem?

São matérias-primas que o corpo humano necessita para viver, para funcionar diariamente,para fortalecer-se e desenvolver-se, para aprender, para desenvolver a imaginação e paraconstruir.

Nem tudo que se come é nutritivo, daí a importância de se orientar na escolha e balanceara alimentação da criança.

Proteínas: contribuem para a construção e reconstrução das células que formam os órgãose aparelhos como o cérebro, o estômago, os pulmões e são encontradas nas carnes, leites, ovose legumes, entre outros.

Carboidratos: sua função é energética e é por meio deles que o corpo obtém a energia quenecessita para movimentar-se. São encontrados, entre outros, nas farinhas e nos açúcares.

Gorduras ou lipídios: sua função é energética, distinguindo-se dos carboidratos porconstituírem combustível de reserva, depósito ou armazenamento de energia. São encontradosno leite integral e seus derivados como a manteiga e o queijo, além do abacate e dos óleos demilho e girassol.

Vitaminas: sua função é a de regular o metabolismo. As vitaminas são encontradas nasfrutas, nos vegetais e no leite. Algumas vitaminas perdem suas propriedades quando recebema luz do sol ou quando aquecidas ou resfriadas em demasia, por isto é recomendável espremer,descascar, partir ou picar as frutas um pouquinho antes de servir. É melhor comê-las cruassempre que possível.

Minerais: sua função é reguladora; fazem parte do organismo e participam das funçõesdas células do nosso corpo. O cálcio é um mineral indispensável para o crescimento das criançase o ferro necessário para a formação dos glóbulos vermelhos, que transportam o oxigênio nosangue, prevenindo assim a anemia.

Água: sua função é promover o equilíbrio dos demais nutrientes e regular a temperatura.Todos os alimentos contêm água. Sem água não se pode conservar a vida.

A alimentação humana não é constituída de nutrientes puros, portanto convém orientarquanto a sua combinação para que se possa conseguir uma dieta nutritiva e balanceada.

g) Como cuidar da saúde bucal

Muitas pessoas não sabem que os cuidados com a saúde da boca da criança começam comorientações de saúde à gestante. É muito importante que a mãe saiba da importância de semanter saudável.

A manutenção da saúde bucal depende de fatores, como a higienização dos dentes e deuma dieta adequada. Por isto, a função do visitador é orientar quanto às causas das principaisdoenças que ocorrem na cavidade bucal e os cuidados básicos para evitá-las, como por exemplo:cárie x açúcar; doença da gengiva x higiene da boca.

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O uso dos alimentos açucarados nas mamadeiras – açúcar, mel e achocolatados –principalmente na hora de a criança adormecer, pode levá-la a ter a chamada “cárie damamadeira”. Os bebês não conhecem o açúcar até que este seja incluído em sua dieta. Pais/cuidadores devem ser orientados sobre os prejuízos causados com a utilização de açúcares eadoçantes naturais tanto na mamadeira quanto na chupeta ou bico.

“Consumo inteligente do açúcar” é o termo que define a maneira mais adequada de seingerir doces sem ter cáries. Consiste em evitar sua ingestão entre as refeições, e oupreferencialmente associá-lo a outros alimentos, poucas vezes ao dia.

Para se ter dentes e gengivas sadios é preciso escovar os dentes e fazer uso do fio dental.As sugestões para uma higiene eficaz são:

• Escovar o lado de dentro (que fica em contato com a língua e o céu da boca) e a partedos dentes que ficam junto à bochecha.

• Realizar movimentos de vaivém nos dentes do fundo, ou seja, na parte onde se mastiga.Usar o fio dental passando-o de forma delicada entre o dente e a gengiva (mesmo queesta sangre) para limpar os locais onde a escova não alcança. Quando não houver fiodental, este pode ser substituído por linha de carretel não muito fina.

Outro material que pode ser utilizado é a ráfia transparente, de embalagem de batata,cebola ou laranja, quando bem limpo. Até uma pequena tira de sacola plástica ou de saco deleite pode ser adaptado como fio dental.

É importante informar também que durante a gravidez pode ocorrer sangramento e inchaçoda gengiva por causas hormonais, sendo por isto importante manter uma excelente higienebucal. O bebê não “rouba” o cálcio dos dentes da mãe e uma quantidade maior de cáries quepossam vir a ocorrer deve-se a modificações nos hábitos alimentares (aumento do consumo dedoces, por exemplo) e o descuido com a higiene da boca. Por essas razões, a gestante deveconsultar o dentista para tratar e/ou prevenir esses problemas ao se dirigir à Unidade Básicade Saúde para fazer o pré-natal.

Quando o bebê estiver próximo dos seis meses de idade, podem aparecer os sinais denascimento dos primeiros dentinhos, e os sintomas podem aparecer juntos ou isolados, e são:

� Salivação aumentada.

� Agitação durante o sono.

� Aumento da temperatura, ou seja, febre.

� Eventuais diarréias.

Deve-se prestar atenção, porque esses sintomas poderão aparecer sem que estejam ligadosao surgimento da primeira dentição do bebê.

Os primeiros dentes que aparecem são os dois inferiores, bem da frente. Até os 11 mesessurgirão os dois superiores. Nesse período deve ser iniciada a higiene dos dentinhos (aalimentação já pode deixar seus resíduos), o que pode ser feito com o uso de uma fralda úmidaenrolada no dedo.

Em torno dos dois e três anos de idade a criança pode habituar-se a escovar os dentes coma orientação dos adultos cuidadores, o que pode ser feito da seguinte maneira:

� Passar uma escova macia na superfície externa (lado de fora), e parte interna (oclusal),a que mastiga, dos dentes da frente e detrás.

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� Utilizar pouca pasta dental na escova (o equivalente ao tamanho de uma lentilha).

� Cuidar para que a criança não engula a pasta dental, pois esta contém flúor, e seuexcesso pode causar manchas brancas nos dentes permanentes. Aconselha-se que pelomenos a escovação da noite deva ser feita pelo responsável até a idade de a criança ir àescola.

� Entre os cinco e seis anos de idade nascem os primeiros molares permanentes atrás dosúltimos dentinhos, sem que caia nenhum dente de leite. Por isto é confundido comoutro dente de leite, às vezes tendo a higiene negligenciada. Comumente são os dentesque mais apresentam cáries.

Nessa fase consolidam-se os hábitos alimentares; assim, é importante continuar oferecendoalimentos saudáveis, e sempre a menor quantidade de açúcar possível e junto às principaisrefeições, evitando balas e outras guloseimas entre as mesmas.

É importante estimular o abandono do uso do bico, pois este entorta os dentes. Para istodeve-se conduzir esta orientação de modo a não torná-la traumática para a criança. A maneiramais adequada é ir modificando este hábito aos poucos, de modo que haja uma adaptaçãoprogressiva à sua ausência.

As cáries dos dentes de leite podem causar dor e desconforto para a criança, diminuindoa sua qualidade de vida e seu bem-estar. A cárie dental pode levar à perda precoce dos dentesde leite, alterações nos dentes permanentes e influenciar em uma mudança da posição normaldo nascimento dos dentes.

Devemos lembrar que os dentes de leite são muito importantes e devem ser tratados como mesmo cuidado que os dentes permanentes.

5.2 A IMPORTÂNCIA DO ASPECTO SOCIOAFETIVO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Os primeiros anos de vida de uma criança constituem a base principal para odesenvolvimento de todo o ser humano. Nesta etapa, todos os processos psíquicos (percepção,pensamento, linguagem etc.) estão em formação. Para obtermos a qualidade futura dessesprocessos, a primeira condição é assegurar uma base sólida desde a gestação para, desta forma,acompanhar desde o princípio as etapas do desenvolvimento infantil, o que deverá resultaruma relação satisfatória e positiva da criança com o adulto.

O adulto é quem organiza a vida da criança e satisfaz suas necessidades básicas,apresentando-lhe o mundo e dando-lhe condições de nele agir e se desenvolver. Partindo-sedesta idéia, deve-se insistir com os familiares e Visitadores para que entendam que nessa faseda vida da criança, em especial nos seus 3 primeiros anos de vida, ela necessita basicamente daatenção, do estímulo e do amor das pessoas responsáveis pelo seu cuidado.

Um afago, um sorriso, uma palavra carinhosa é o incentivo mais importante para obom desenvolvimento da criança.

Por esta razão, converse com os pais para que a todo o momento propiciem uma atmosferade amor e estreita relação com a criança. O afeto é uma condição indispensável para o seudesenvolvimento. O carinho, a palavra afetuosa e o elogio merecido têm que estar presentesnas diversas atividades que realizam com a criança. Dar exemplos de conduta também contribuipara construção de caráter e de gestos solidários.

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As primeiras etapas do desenvolvimento infantil caracterizam-se por incríveis descobertas,conquistas motoras e intelectuais. Portanto, desde os primeiros momentos de sua vida, a criançanecessita de condições favoráveis que garantam o seu desenvolvimento integral. Para isto, osVisitadores devem insistir com a família sobre a importância das atividades propostas pelosGuias.

É importante saber que nessa fase a criança vive um momento de grande atividade motora.Inicialmente, a criança ainda não é capaz de sustentar a própria cabeça. Gradativamente, àmedida que for amadurecendo, já será capaz de caminhar, correr, saltar e até escalar.

O Visitador tem o dever, por exemplo, de explicar aos pais que os exercícios físicospropostos nos Guias exercem uma influência positiva sobre todas as funções do organismoinfantil. Auxiliam no desenvolvimento de seus ossos, de sua musculatura, de seu sistemacardiovascular, assim como na correta formação de sua coluna vertebral e pés, que são os suportesde todo o corpo. Também fortalecem os músculos que participam na respiração fazendo comque esta torne-se mais profunda e rítmica. Em resumo, contribuem para tornar seu organismomais forte e mais sadio.

Os exercícios físicos, portanto, constituem um dos meios que ajudam no desenvolvimentoda motricidade nas etapas iniciais da vida infantil, especialmente no seu primeiro ano.

Na execução dos exercícios físicos, deve-se dar atenção ao que segue:

� Que sejam realizados em lugar ventilado.

� De preferência, antes do banho e de 30 a 45 minutos após ter ingerido qualquer alimento.

� Sobre uma superfície plana, mesa ou piso, coberta com uma toalha dobrada.

O domínio do caminhar até o final do primeiro ano de vida, constitui um momentosignificativo no desenvolvimento dacapacidade motora da criança. Sobreessa base, aproximadamente aos doisanos de idade, começam a formar-sehabilidades motoras mais complexase aparecem novas formas de movi-mento: o salto, a corrida e a escalada.

Os Visitadores devem orientar afamília para que os exercícios dessashabilidades sejam realizados em formade brincadeiras (Ex. “vamos caminharcomo um gatinho”, “voar como avião-zinho”, “saltar como um coelhinho”).Essas são propostas que criam umambiente favorável para que a criançarealize prazerosamente e, de maneirasatisfatória, os movimentos. Realizaros exercícios acompanhados decanções ou instrumentos musicais quemarcam o ritmo, resulta também emmotivações para a criança.

É essencial que a família entendaque esses exercícios não devem ser

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impostos à criança, e, sim, devem atender, principalmente, ao seu desejo e interesses. Se a criançaestiver feliz e interessada no que está fazendo, os resultados serão mais eficazes.

À medida que as crianças avançam em idade e desenvolvimento, os exercícios devem terestímulos mais complexos. Os exercícios de equilíbrio, de engatinhar, de arrastar e escalar, sãopróprios para essas idades e aceitos pelas crianças com muito entusiasmo.

É importante que o adulto realize os exercícios junto com a criança para que seestabeleça um momento de cumplicidade, fortalecendo a relação de ambos.

Como as crianças já começam a descobrir diferentes formas de atuar com o corpo e demover-se no espaço, pode-se enriquecer os exercícios e as brincadeiras que são realizadas. Poristo, é importante que os Visitadores e os pais proporcionem alguns meios ou recursos (cordas,cordões, tábuas, bolas etc.) para que as crianças tenham a oportunidade de repetir as brincadeirase exercícios aprendidos e variá-los conforme sua vontade, criando outros. Uma corda podeservir para caminhar sobre ela, equilibrando-se, ou saltar de um lado para outro como umcoelhinho. Uma tábua ou banco de praça pode servir para caminhar com equilíbrio ou paraarrastar-se e passar por baixo.

A criança aprende pelas ações com os objetos que o adulto lhe apresenta.

Os pais devem saber que os exercícios e as brincadeiras de movimento não precisam serrealizados apenas em um dia determinado, com hora marcada, mas também nos passeios e nassaídas cotidianas, aproveitando todos os recursos oferecidos pela natureza e comunidade ondevivem.

O desenvolvimento dos movimentos na criança, desde os primeiros momentos de vida,ocorre em estreita relação com o desenvolvimento dos órgãos dos sentidos. Por isto, é importantea estimulação sensorial, ou seja, da visão, da audição e do tato. Estimula-se a criança, por exemplo:

a) Quando são mostrados diferentes objetos e esses lhe despertam o interesse, osacompanha com os olhos, tentando tocá-los e manipulá-los.

b) Quando ela escuta os sons do ambiente e tenta identificá-los ou quando lhe é pedidoque preste atenção no que está sendo dito.

c) Quando lhe é mostrada a diferença da superfície de um tecido e de uma lixa.

d) Quando aprende sobre as partes de seu corpo.

Os familiares devem saber que tudo isto é muito importante para desenvolver na criançaa sua própria percepção e do mundo que a rodeia.

A estimulação deve começar desde o nascimento.

Assim, é necessário que os pais conheçam a importância de conversar com a criança desdeos primeiros momentos, não importando se ela ainda não os entende, pois necessita escutar ossons do idioma para diferenciá-los e aprender a falar. É importante lembrar que há múltiplasocasiões para conversar com o bebê, não apenas quando se brinca com ele, mas também no

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cotidiano quando são alimentados, limpos ou mudados de roupa. Inicialmente, não haveráuma resposta, porém, pouco a pouco esta aparecerá: primeiro a criança vai se virar na direçãodo som, depois será um sorriso, logo serão sons sem significado e mais adiante pronunciará,sucessivamente, palavras e frases, que irão facilitar à criança a possibilidade de se comunicarcom os demais, expressando suas idéias e sentimentos. Cantar, para a criança, é um ótimoestímulo para a linguagem e fortalecimento das relações.

O bebê se interessa, a princípio, pela pessoa que lhe fala e lhe sorri, porém, logo seinteressará por seus brinquedos e demais objetos ao seu redor. Esses objetos devem serchamativos pela cor e pelo som, lembrando que devem ser evitados os sons muito fortes porquelhe provocarão medo ou rejeição.

É recomendável que, quando um bebê estiver no berço ou no cercado, sejam colocadosmóbiles em local visível, a uma distância de aproximadamente 50 cm, preferencialmente comos objetos voltados para a criança. Existem diversos tipos de móbiles e muitos deles podem serconfeccionados com facilidade em casa.

Quando a criança está próxima de completar seu primeiro ano de vida, demonstra uminteresse particular pelos objetos, e aprende com facilidade a bater com estes em algumasuperfície, a agitá-los e a atirá-los ao chão. Essas ações são, a princípio, muito simples e aospoucos podem ser dificultadas quando, por exemplo, a criança é incentivada a abrir e fechardiferentes tipos de caixas, a colocar uma sobre a outra, a guardar os objetos dentro de umrecipiente e depois os tirar. Assim, a criança aprende a relacionar os objetos e a desenvolver suaatenção, percepção e raciocínio. Lembrar aos pais que, para estabelecer relações entre os objetosou suas partes, a criança deve:

� Colocar um objeto sobre o outro.

� Guardar e tirar.

� Abrir e fechar.

� Tampar e destampar.

� Enroscar e desenroscar.

� Encaixar.

É necessário saber que, para facilitar a realização dessas ações, é preciso não só colocarbrinquedos e outros objetos ao alcance da criança, mas também ensiná-la a interagir com eles elogo incentivar para que o faça sozinha. É importante elogiar todas as suas tentativas, mesmoque no princípio não consiga, pois logo chegará o momento em que conseguirá.

A família deve saber que essas ações não exigem meios sofisticados. Em qualquer lugarhá objetos de uso comum que podem ser utilizados (caixinhas, tampas e frascos com roscas).Em cada atividade, deve-se considerar a complexidade da ação, passando-se da mais simplespara a mais complexa. Essas ações preparam a criança para fazer construções com blocos, caixasou cubos, que inicialmente serão muito simples, com dois ou três elementos. Mais adiante, acriança poderá fazer construções mais complexas com três, quatro ou até seis cubos.

As crianças também aprendem a realizar ações nas quais utilizam diferentes instrumentos:a colher, um dos primeiros objetos com que a criança entra em contato; a pá ou uma conchapara encher de areia um pequeno balde; um palito para aproximar um objeto; uma escumadeiraou jarra para pescar objetos que flutuem na água etc.

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Todas essas ações com objetos contribuem para desenvolver as capacidades epotencialidades das crianças.

Existem outras atividades que agradam as crianças e também contribuemsignificativamente para o seu desenvolvimento, tais como: desenhar, modelar, rasgar, cortar eamassar.

Deve ser explicado aos Visitadores e aos pais que, por volta dos dois anos, deve seroferecido às crianças lápis, giz de cera, carvão e papel para que desenhem a seu modo. Noinício, os papéis serão grandes (como de jornal) para permitir-lhes movimentos amplos dosbraços, próprios desta idade. Aos poucos, na medida em que forem desenhando, ganharão odomínio do lápis. Essa é uma atividade que, além de satisfazê-las, contribui para odesenvolvimento dos movimentos da mão e prepara para o domínio posterior da escrita.Inicialmente, a criança não tem intenção de representar nada no papel, apenas está se exercitandopara fazê-lo mais tarde. À medida que desenvolve sua capacidade representativa mental, elacomeça a ter motivação para desenhar. É importante que os pais saibam que, mesmo que nãoconsigam entender ou visualizar o que a criança disse ter desenhado, devem elogiar e mostrarinteresse pelo que for narrado.

Como a criança pode representar o que vê e o que conhece, na medida em que tiver maisvivências e experiências com os objetos, fatos e fenômenos do seu meio, mais elementosexpressará através de seu desenho. Por isto, é muito importante convencer a família danecessidade de colocá-la em contato com a natureza e com o mundo que a rodeia: plantas,animais, elementos da natureza (chuva, sol, noite) pessoas e lugares.

É recomendável que a partir dos três anos a criança comece a modelar com massinhas,argila, barro ou areia úmida, com os quais poderá criar, com suas próprias mãos, um mundofascinante de objetos, animais e pessoas. Igualmente, deve-se propiciar a oportunidade derecortar, rasgar, dobrar e amassar. Todas essas são formas de trabalho manual, podendo serutilizado papel, tecido etc. Para recortar, deve-se oferecer para as crianças acima de quatroanos, sempre que possível, tesouras pequenas com pontas arredondadas que se ajustem à mãoda criança e não lhe representem perigo. Além disso, enquanto a criança estiver executandoesta atividade é importante o cuidado de um adulto para que não ocorra nenhum acidente.

É importante salientar aos Visitadores e familiares que, se é desejado que a criança aprendaa desenhar, modelar, rasgar, cortar e amassar, será necessário adequar o tamanho do papel aotamanho da palma da mão da criança. É preciso que ela tenha oportunidades para exercitaressas habilidades, pois irá aprender e desenvolver-se à medida que puder explorar os objetos.Deve-se ter presente também, que ela é capaz de concentrar-se durante um tempo mais oumenos prolongado, na medida em que esteja interessada na atividade. A criança não deve serapressada a terminar ou forçada a continuar quando não o desejar mais.

A realização de todas as atividades deverá começar com a criança aprendendo hábitos deorganização. Pouco a pouco lhe deve ser exigido que, sempre que conclua uma tarefa, guarde eorganize os objetos que utilizou, que não deixe nada espalhado pelo chão ou sujo. Entretanto,nunca se deve limitar uma atividade para que não se suje ou rasgue. A criança tem que aprendere só aprenderá fazendo!

O brinquedo faz a criança feliz e a desenvolve.

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Brincar é a atividade que mais interessa à criança; que mais a satisfaz. Brincando a criançaobserva, pensa, imagina, cria e se relaciona com as demais, e tudo isso faz do brincar a condiçãopara que toda a criança se desenvolva. O brinquedo é a atividade central e constituinte na vidade toda a criança. É um caminho de elaboração pessoal para que ela se descubra como pessoa.

Os pais, e em geral todos os adultosque cercam as crianças, devem saber quenão basta que lhes sejam dadosbrinquedos. É indispensável que, emalguns momentos, brinquem com elas,pois, ao não fazer isto estarão perdendoas muitas oportunidades que essemomento oferece. Além disso, quandoa família interage com as crianças, estápropiciando uma comunicação afetivacom elas. Esse é um momento extrema-mente rico e importante para seusaudável desenvolvimento emocional.Os pais devem, nesse momento, estardispostos a interagir naturalmente coma criança, entrando no seu mundo defantasia, permitindo-se ser o palhaço, aprincesa, o super-herói etc; colocando-se em um lugar além daquele queocupam os educadores, o lugar de parceiros e amigos.

Nenhum outro tipo de atividade pode substituir o brinquedo nessa fase, por isso, é precisoinsistir com os pais sobre a importância de as crianças brincarem todos os dias. É no brincarespontâneo que a criança toma posse de sua liberdade de criação. Ser criativo é usar suapersonalidade integral e é somente sendo criativo que a criança pode se descobrir e conquistaro seu lugar.

Existem múltiplos tipos de brinquedos: de mesa como quebra-cabeças, diferentes tipos dedominó (de forma, de figuras, de cores); brinquedos de movimento como corridas, salto, jogosde bolas, de aros, de cordas, e muitos outros. Alguns desses jogos estão sujeitos a regras fixas eé importante ressaltar que a criança só terá maturidade para entendê-las por volta dos cincoanos de idade.

Em seu segundo ano de vida, aproximadamente, a criança começa a passar do brinquedode exploração motora para uma atividade de “imitação” das ações de sua vida diária, comocomer, tomar banho etc. Nessa fase, a criança utiliza os objetos convencionalmente, ou seja, acolher para dar a comidinha, a escova para pentear o cabelo, reproduzindo assim as ações queos outros fazem com ela. Mais tarde, ela começa a aplicar essas ações em outros, como a mãe oua boneca. Ao final do segundo ano de vida, a criança começa a usar substitutos imagináriosque correspondem aos objetos, ou seja, utiliza alguns objetos por outros: palitos como se fossemcolheres ou termômetro, pedrinhas como moedas ou balas, entre outros. A brincadeira então,passa a ter um caráter representativo da realidade, como o têm, também, o desenho e alinguagem.

O Jogo de Representação tem um significado especial porque produz mudançasimportantes no desenvolvimento intelectual e social da criança.

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No Jogo de Representações

� Surge e se desenvolve o imaginário infantil.

� A criança aprende a conhecer o mundo que a rodeia: o que fazem as pessoas em casa eno trabalho (atividades domésticas e de diferentes profissões como motorista,carpinteiro, professor).

� Realiza as ações em seqüência lógica (como por exemplo: primeiro lava roupa, depoisa estende, a recolhe e a passa).

� Relaciona-se com outras crianças e assimila as normas de conduta social, porque tem apossibilidade de colocá-las em prática (como por exemplo: espera a sua vez, pedepermissão, agradece), aprende a adequar-se aos demais, a lidar com suas diferenças evai aprendendo a relacionar-se socialmente.

Para brincar, não é necessário uma grande quantidade de brinquedos.

É importante explicar aos familiares que a idéia de que para a criança brincar melhor devehaver grande quantidade de brinquedos não está correta. O melhor é oferecer alguns brinquedosacompanhados de objetos aos quais a criança possa dar diversas utilidades: roupas, garrafas deplástico, pedacinhos de tecido, papel ou madeira etc. Também os familiares podem, através desucatas, criar excelentes brinquedos. Deve-se compreender ainda que, quando se reúnem váriascrianças para brincar, não é necessário oferecer um brinquedo para cada uma, pois isto limita apossibilidade de aprenderem a compartilhar.

Os Visitadores devem orientar as famílias sobre formas de como brincar com ascrianças.

Nesse sentido, é bom dar atenção ao seguinte:

Para as crianças pequenas, pode-se começar propondo-lhes ações mais simples como darde comer ao bebê, banhá-lo ou fazê-lo dormir. Às vezes, bastará propor as brincadeiras, porém,haverá ocasiões em que será necessário tomar a iniciativa para que depois as criançasacompanhem.

Participando com eles também é possível demonstrar-lhes que numa brincadeira, um objetopode ser utilizado como se fosse outro e, inclusive, pode-se não ter objeto algum para brincar,bastando um simples gesto ou um som. Mais adiante, a criança o fará por iniciativa própria.

Para que a criança seja cada vez mais independente, nunca se deve impor uma brincadeiraou um companheiro. O momento será mais rico se for feita uma sugestão para estimulá-la paratal. “Do que queres brincar agora?””Quem quer brincar de escolinha com a Ana?”,”Quem quer brincarde gato e rato?””O que está faltando para brincar disto?” Perguntas como essas contribuem paraque organizem suas idéias e o lugar onde irão brincar.

Em algumas ocasiões, os mais velhos poderão manifestar se estão gostando da brincadeirarealizada, se a fizeram bem ou não e porquê. Com esse diálogo, aprendem a fazer uma avaliaçãode sua própria conduta e da dos demais, o que contribui para o desenvolvimento da linguageme do pensamento.

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Lembre-se: na modalidade individual e na modalidade grupal a brincadeira deve seruma atividade priorizada.

Uma idéia muito importante que deve ser transmitida é a de que a brincadeira é o quemais interessa, então, o sucesso será maior se a criança for abordada com atividades lúdicas.Assim, por exemplo, a criança identificará objetos com mais entusiasmo quando lhe for propostoa brincadeira do “adivinha, adivinhador”; pronunciará melhor o som do “s” se brincarem queela é um balãozinho que quando apertado se esvazia etc.

É muito importante que as famílias e a equipe do Programa Primeira Infância Melhor,em geral, compreendam que:

� A brincadeira é fonte de alegria e de desenvolvimento infantil, por isso devem serpropiciados tempo e condições materiais para que a criança brinque.

� Se brincarem com seus filhos, eles se desenvolverão melhor.

� Não é necessário que possuam uma grande variedade de brinquedos, existem outrosobjetos que podem substituí-los, inclusive ações imaginárias em que esses podem estarpresentes.

� Os brinquedos não têm que ser, necessariamente, industrializados e sofisticados; osfamiliares, os visitadores e inclusive as próprias crianças, podem confeccioná-los e/oucolaborar em sua elaboração.

� Se estiverem reunidas duas ou mais crianças para brincar, poderão desenvolver melhora sua conduta social.

� As atividades de aprendizagem terão melhores resultados se forem realizadas na formade brincadeiras.

Cabe ressaltar que a gestante também deverá receber tais orientações, a fim de incorporá-las, tão logo o seu filho nasça.

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VI– AS QUATRO DIMENSÕES DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL NOPROGRAMA PRIMEIRA INFÂNCIA MELHOR

O Programa Primeira Infância Melhor trabalha com as dimensões do desenvolvimentohumano, devido à sua relevância para o pleno progresso das capacidades infantis. Tendo emvista o desenvolvimento integral do indivíduo, o Programa pretende incentivar e estimular, demaneira adequada, os conhecimentos pertinentes a cada dimensão descrita a seguir:

DESENVOLVIMENTO INFANTILDimensão

Linguagem Muito cedo o bebê emite sons, chamados balbucios, que são suas primeirastentativas de expressão verbal. O adulto interpreta essa linguagem peculiar, dando sentido àcomunicação da criança. A construção da linguagem implica, portanto, na verbalização e nanegociação de sentidos estabelecidos entre pessoas que buscam comunicar-se. Além da linguagemfalada, a comunicação acontece por meio de gestos, de sinais e da linguagem corporal, que dãosignificado e apóiam a linguagem oral das crianças. Elas aprendem a verbalizar por meio daapropriação da fala do outro. Esse processo refere-se à repetição, pela criança, de fragmentos dafala do adulto ou de outras crianças, utilizados para resolver problemas em função de diferentesnecessidades e contextos nos quais se encontre.

Aprender a falar, entretanto, não consiste em memorizar sons e palavras. A aprendizagem dafala pelas crianças não se dá de forma desarticulada com a reflexão, o pensamento, a explicitaçãode seus atos, sentimentos, sensações e desejos.

A linguagem oral é um dos elementos importantes para as crianças ampliarem suaspossibilidades de participação nas diversas práticas sociais onde está inserida.

– OlharTocarSorrirBalbuciarRepetirGesticular

Ações observáveis

Motricidade O movimento é uma importante dimensão do desenvolvimento e da culturahumana. A criança se movimenta desde que nasce, adquirindo cada vez maior controle sobre seupróprio corpo. Engatinha, caminha, manuseia objetos ou brinquedos, experimentando semprenovas maneiras de utilizar seu corpo e movimento. Ao movimentar-se, a criança expressasentimentos, emoções e pensamentos, ampliando as possibilidades do uso significativo de gestos eposturas corporais. O movimento humano, portanto, é mais que simples deslocamento do corpono espaço: constitui-se em uma linguagem que permite à criança interagir com o meio no qual estáinserido e com o outro.

– Sugar, Mexer,Sentir, Dançar,Imitar, Correr,Saltar,EngatinharPular, Brincar

Mover

Socioafetiva Desde o nascimento, a criança manifesta necessidades essenciais desobrevivência, alimentação e higiene que dependem da sua interação com o outro, inicialmentecom os adultos mais próximos. Na sua relação com a mãe, em especial, a construção de vínculosafetivos em momentos decisivos de seu processo de desenvolvimento emocional, constitui-setambém em fator essencial, principalmente nos primeiros anos de vida. Entre a criança e oscuidadores que com ela interagem e brincam, estabelece-se uma forte relação afetiva, que vaidesde a troca de olhares até, em etapas posteriores, a verbalização de sentimentos. Essas pessoasnão apenas cuidam da criança, mas também atuam como facilitadores nos seus contatos com omundo. As experiências afetivas nos primeiros anos de vida são determinantes para que a criançaestabeleça padrões de conduta e formas de lidar com as próprias emoções. Logo, as qualidades doslaços afetivos são muito importantes para o desenvolvimento integral da criança.

– Acariciar

Conversar

Tocar, Sentir

Expressar

Doar

ReceberDar atençãoManter contatoolho a olho.

Cognitiva O desenvolvimento cognitivo é um processo interno, mas pode ser observadoatravés das ações e verbalizações da criança. Ele também se dá de maneira contínua desde osprimeiros dias de vida. A criança é um ser social que nasce com capacidades afetivas, emocionais ecognitivas. Tem desejo de estar próxima às pessoas e é capaz de interagir e aprender com elas, deforma que possa compreender e influenciar seu ambiente. Ampliando as relações sociais,interações e formas de comunicação, a criança se sente cada vez mais segura para se expressar,podendo aprender nas trocas sociais, com diferentes crianças e adultos cujas percepções ecompreensões da realidade também são diversas. Sua dimensão cognitiva, ou seja, seu raciocíniológico, a criatividade, o entendimento da orientação espacial, a atenção seletiva, a observação, amemória, o cálculo, os conceitos numéricos, além da capacidade de reflexão e de auto-avaliação,constroem-se a partir da sua natureza questionadora, os “porquês”. Portanto, o processo deconstrução da aprendizagem pela criança requer uma intensa atividade interativa com o outro ecom o meio, para que assim a construção do conhecimento aconteça internamente. Esse processolhe possibilitará modificar seus conhecimentos prévios, ampliá-los ou diferenciá-los em função denovas informações, capacitando-as, desse modo, a realizar novas aprendizagens.

– Questionar

Pensar

Construir

Interagir

Modificar

Escolher

Compartilhar

Observar

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6.1 REGISTRANDO OS GANHOS DE DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Com o propósito de acompanhar o desenvolvimento da criança nas dimensões afetiva,cognitiva, motora e de linguagem, através de uma observação contínua e atenta dos ganhosalcançados, os instrumentos a seguir constituem-se em facilitadores do registro detalhado dessasetapas de desenvolvimento.

a) Quadro para Realização do Diagnóstico Inicial do Desenvolvimento Infantil/MarcoZero:

b) Quadro de Acompanhamento dos Ganhos da Criança

AACCOOMMPPAANNHHAAMMEENNTTOO DDOOSS GGAANNHHOOSS NNOO DDEESSEENNVVOOLLVVIIMMEENNTTOO

Nome da Criança:__________________ N° do Cadastro da Família:_____________ Nome do Visitador:________________________

DE UM A DOIS ANOS(DIMENSÕES A SEREM ACOMPANHADAS: COGNITIVA, MOTORA, SOCIOAFETIVA E LINGUAGEM)

REGISTRO DAS OBSERVAÇÕES1º trimestre

( 1 ano a 1 ano e 3 meses)2º trimestre

(1 ano e 3 meses a 1 ano e 6 meses)

INDICADORES DEDESENVOLVIMENTO

Caminha com equilíbrioSobe e desce escadasChuta uma bolaMonta uma pirâmide com argolasTampa e destampa caixas e frascosCumpre, simultaneamente, até trêsordens simplesFala frases de até três palavrasCome com a própria mão

AACCOOMMPPAANNHHAAMMEENNTTOO DDOOSS GGAANNHHOOSS NNOO DDEESSEENNVVOOLLVVIIMMEENNTTOO

Município:

Nome da Criança:

Idade da Criança :

Data do Marco Zero:

Número do Cadastro da Família:

Nome do Visitador:

INDICADORES DE UM A DOIS ANOS SIM NÃOCaminha com equilíbrioSobe e desce escadasChuta uma bolaMonta uma pirâmide com argolasTampa e destampa caixas e frascosCumpre, simultaneamente, até três ordens simplesFala frases de até três palavrasCome com a própria mão

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Esse instrumento deve conter os registros referentes ao trimestre correspondente à faixaetária em que a criança se encontra, preenchido ao final do mesmo. Por exemplo, no caso deuma criança com idade entre 2 e 3 anos, quando ela estiver com 2 anos e 3 meses de idade, oprimeiro trimestre desse quadro deve estar completamente preenchido.

O seu preenchimento deve ser descritivo e levar em conta a trajetória da criança e seusganhos de acordo com os indicadores. Para tanto, o Visitador deverá aproveitar as ocasiões doatendimento prestado à família, ou seja, ainda que a finalidade de determinada Modalidade deAtenção seja específica e restrita, os avanços relacionados a outros índices do desenvolvimentopoderão ser observados e, portanto, registrados no quadro.

c) Quadro para Avaliação dos Ganhos no Desenvolvimento Infantil

AAVVAALLIIAAÇÇÃÃOO DDOOSS GGAANNHHOOSS NNOO DDEESSEENNVVOOLLVVIIMMEENNTTOO IINNFFAANNTTIILL

Nome da Criança:____________________ N° do Cadastro da Família:_____________ Nome do Visitador:_________________________

ANTES DE PASSAR PARA O PRÓXIMOQUADRO, ASSINALE COM UM “X” AS

DIMENSÕES DO DESENVOLVIMENTO QUE ACRIANÇA APRESENTOU PROGRESSOS.

DE UM A DOIS ANOSConsegue

fazersozinho

Conseguefazer com

ajuda

Ainda nãoconsegue

fazerCognitiva Motora Sócio Afetiva Linguagem

Caminha com equilíbrioSobe e desce escadasChuta uma bolaMonta uma pirâmide com argolasTampa e destampa caixas e frascosCumpre, simultaneamente, até três ordens simplesFala frases de até três palavrasCome com a própria mão

Em seguida, devem ser marcados (neste caso pode haver múltipla escolha) os camposreferentes às dimensões que mais se destacaram no desenvolvimento da criança em relação acada indicador, ou seja, as áreas em que o desenvolvimento foi significativo. São elas: cognitiva,motora, socioafetiva e linguagem.

6.2 ACOMPANHANDO A CRIANÇA EGRESSA DO PIM NO 1º ANO DO ENSINOFUNDAMENTAL

Este instrumento tem como objetivo avaliar a contribuição do PIM para o desenvolvimentoinfantil das crianças egressas do Programa, que passam a freqüentar instituições de ensino.Respeitando as peculiaridades e individualidades de cada aluno, será elaborado um relatóriopela professora titular e equipe diretiva, para dar significado ao processo avaliativo, através daobservação, verificação e interpretação, sob o foco das “Dimensões do Desenvolvimento”.

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AAccoommppaannhhaammeennttoo ddaa CCrriiaannççaa EEggrreessssaa ddoo PPIIMM nnaa EEssccoollaa

Nome da Criança: ___________________________________________________________________Idade: ____________________________ Tempo de PIM:____________________________________Nome da Escola: ____________________________________________________________________Equipe Diretiva: ____________________________________________________________________Professora: ________________________________ Data da Avaliação: __________________________Série/Turma: ______________________ Data de Ingresso na Escola: __________________________

Respeitando as peculiaridades e individualidade de cada aluno, elaborar um RELATÓRIO,dando significado ao processo avaliativo como acompanhamento da evolução do

desenvolvimento da criança egressa do PIM, através da observação, verificação e interpretação,sob o foco das “Dimensões do Desenvolvimento: Linguagem, Motricidade, Socioafetiva e

Cognitiva”.

Sugerimos alguns critérios que podem auxiliar neste acompanhamento:

* Autonomia* Interação e Cooperação* Potencialidades e Habilidades* Participação da Família

Além disso, sugerimos que este relatório seja elaborado conforme os seguintes critérios:

� Autonomia: capacidade de planejar, identificar, formular, refletir sobre umadeterminada situação e levantar hipóteses e verificá-las. Acrescenta-se a capacidade dea criança decidir sozinha entre o certo e o errado no domínio moral, bem como entreverdade e inverdade no domínio intelectual, levando em conta fatores pertinentes,independente de recompensa e punição.

� Interação e Cooperação: capacidade de conviver em grupo de maneira cooperativa eprodutiva.

� Potencialidades e Habilidades: para que a aprendizagem possa acontecer, é necessáriodisponibilidade, envolvimento e que se estabeleçam relações entre o que o sujeito jásabe e o que está aprendendo. É necessário também, que exista uma relação de confiançae respeito mútuo, para assim favorecer um clima de compromisso e responsabilidade.

� Participação da Família: importância da família no acompanhamento do crescimentopessoal e escolar de seu filho, de forma positiva e com real interesse, tanto por suasatividades como por seus sentimentos. Importância do escutar e dialogar com a criança,estar atento para seus compromissos escolares - o comparecimento e participação dospais são importantes, tanto para a criança quanto para a escola (participação dos paisno auxílio dos temas de casa, em reuniões pedagógicas e eventos da escola).

Como divulgar e sensibilizar para esta ação

� Reunião entre GTE, Gestores e GTM tendo como objetivo sensibilizá-los quanto aimportância do instrumento, solicitando apoio para a aplicação do mesmo.

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� Reunião entre GTE, Coordenadorias Regionais de Educação – CRE, GTM, Monitores eVisitadores, durante o primeiro trimestre do ano letivo, para informar sobre oinstrumento, sua metodologia, consolidação e registro, bem como para estabelecerestratégias para a aplicação do mesmo.

� Reunião entre CRE, GTM, e Escolas envolvidas para informar quanto às finalidades,objetivos e pressupostos teóricos do Programa, bem como sobre o instrumento e suametodologia de aplicação. Além disso, solicitar apoio para registro das informações esua fidedignidade.

Período de aplicação do instrumento e entrega dos resultados

� Primeiro mês da criança na escola: reunião do GTM com as famílias de crianças egressasdo PIM.

� Meses de agosto e dezembro: aplicação do instrumento.

� Meses de outubro e março: entrega da consolidação das informações ao GTE.

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VII– CAPACITANDO OS DIFERENTES ATORES

7.1 O QUE É CAPACITAÇÃO?

É um processo educativo contínuo e de participação que objetiva facilitar o trabalho comuma cultura de equipe, onde esta aprende a identificar os problemas, buscar soluções, participarda implantação, implementação e avaliação das ações, desenvolver habilidades necessárias paraque cada membro da equipe e da comunidade assuma o papel que lhe corresponda.

7.2 QUEM NECESSITA DA CAPACITAÇÃO?

� A equipe do PIM no Município, ou seja, GTM, Monitor e Visitador.

� A família que deseja ampliar seus conhecimentos ou se interessa por determinadosaspectos do desenvolvimento de seu filho.

� A comunidade, que pode potencializar sua participação no Programa através de umenvolvimento sistemático orientado.

� Os membros do grupo gestor (Comitê Municipal) encarregados de instrumentalizar oPrograma nos municípios.

7.3 COMO DETERMINAR O NÍVEL DA CAPACITAÇÃO?

Sugere-se que o processo de capacitação seja concebido como uma ação da qual fazemparte, numa primeira fase, a própria formação/capacitação do GTM, do Monitor e do Visitador.Posteriormente, inicia-se a fase investigativa que deverá subsidiar o diagnóstico a ser consideradona estratégia de ação específica para a comunidade em questão. As informações que farão partedesse conjunto de dados obtidos, darão uma visão mais precisa da intensidade dos problemasa serem enfocados nas ações do Programa Primeira Infância Melhor.

Ao longo da implementação e execução do Programa, o diagnóstico deve-se constituir comoum processo sistemático na tomada de decisões. Esse se dará a partir das informações obtidasacerca do andamento do trabalho dos Visitadores, do desenvolvimento das crianças, daaprendizagem e participação das famílias na educação de seus filhos e do funcionamento dogrupo coordenador. O diagnóstico permitirá que sejam conhecidos os problemas que seapresentam, como esses foram abordados anteriormente, que soluções lhes foram dadas e oque falta fazer.

Para se realizar o referido diagnóstico podem ser utilizados os seguintes meios:

� Entrevistas com as famílias vinculadas ao PIM e com a comunidade em geral;

� Observações realizadas pelo Visitador, GTM e Monitor nas famílias com relação àscrianças;

� Estudo de casos que requeiram um tratamento especial;

� Estudo das visitas à família. Ao conversar com a família podem ser obtidas informaçõesacerca do meio em que a criança se desenvolve, sobre o desenvolvimento da mesma,opiniões sobre o Programa, qualidade do trabalho do Visitador e outros aspectos deinteresse;

� Documentos que remontem a história de um problema;

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� Análise de informações e avaliação de dados;

� Resultado de discussões coletivas.

7.4 PARA QUE SERVE O DIAGNÓSTICO?

O diagnóstico, cuja base é a investigação, constitui o meio através do qual será permitidaa elaboração das ações estratégicas a serem implementadas pelo Programa para capacitação.Este deve ser bem organizado e ter em sua constituição um caráter sistêmico e diferenciado,servindo inclusive para se avaliar o andamento das intervenções e ainda:

� Conduzir à descoberta dos problemas mais importantes de cada caso;

� Permitir a determinação das causas, como essas foram abordadas anteriormente e quaisos resultados obtidos – positivos ou negativos;

� Determinar os objetivos, temáticas, bibliografias e atividades de avaliação;

� Estar disponível para desenvolver a capacitação;

� Possibilitar a avaliação dos resultados.

7.5 COMO CLASSIFICAR A INFORMAÇÃO RECEBIDA ATRAVÉS DAS VIAS ANTERIOR-MENTE CITADAS

Com o diagnóstico obtém-se uma variada gama de informações acerca das condições daeducação e do desenvolvimento da criança; da preparação do Técnico Municipal, Monitor e doVisitador; das famílias e da participação do grupo coordenador nas atividades do Programa.Estas informações devem ser processadas a fim de que se possa determinar quais são asnecessidades reais que a capacitação deve contemplar. Questões como:

� Higiene – nas visitas às residências poderão ser conhecidos os hábitos de cuidado elimpeza que adotam os adultos com as crianças pequenas; em que estado conservamos brinquedos e objetos que a criança manipula, entre outros aspectos.

� Atividade conjunta – nas visitas do Monitor e do GTM, a participação das famílias comseus filhos pode ser conferida nas atividades conjuntas, assim como a qualidade dasorientações que os Visitadores oferecem e o uso da retroalimentação para corrigir, alterar,interromper alguma ação, entre outros aspectos importantes. Nas visitas realizadasaos locais de permanência das crianças e famílias que participam das ModalidadesGrupais, é possível comprovar o cumprimento das orientações dadas pelo Visitador.Este é um dos momentos mais importantes, pois a família deverá colocar em prática oque aprendeu para aperfeiçoar o desenvolvimento integral de seu filho.

Como conseqüência do diagnóstico, será possível determinar a necessidade de seabordar diferentes temas, como por exemplo:

� As características das crianças em idade precoce;

� As brincadeiras das crianças;

� O desenvolvimento de hábitos nas crianças;

� A conservação e o cuidado da saúde;

� A caracterização da família e da comunidade;

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� Os métodos de intervenção familiar;

� As formas e métodos de trabalho comunitário, etc.

7.6 COMO ELABORAR UM PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO

O programa de capacitação é um documento elaborado com a participação do Monitorcom base nas orientações do Grupo Técnico Municipal que coordena o Programa no Município.Na sua elaboração, leva em conta as necessidades dos Visitadores, das famílias e da comunidadeao selecionar determinados temas e atividades que serão organizados para auxiliar noatendimento de tais necessidades. Na elaboração do programa de capacitação devem serconsiderados os seguintes aspectos:

a) Formulação dos objetivos

Depois de conhecidas as necessidades existentes, serão propostos os objetivos que nortearãoa capacitação. A própria formulação dos objetivos determinará a forma de organização a serutilizada. Por exemplo:

Se o objetivo for o conhecimento dos aspectos teóricos do Programa, como: concepção,modalidades ou formas de continuidade e avaliação, poderão ser aplicadas outras estratégiasde organização, como conferência ou seminário, entre outros.

Se o objetivo for capacitar os Visitadores na orientação às famílias e suas crianças, aestratégia de maior eficácia deve ser a prática. Nesse caso, após a capacitação teórico-metodológica, pode-se partir para a realização das ações que foram sugeridas.

É possível que, em sendo uma primeira capacitação, haja necessidade de se contemplaremos dois objetivos acima citados.

b) Determinação e agrupamento das temáticas/definição dos conteúdos

As necessidades que forem detectadas e os objetivos estabelecidos irão conduzir à definiçãodas temáticas a serem abordadas, com o cuidado de que não sejam incluídos critérios pessoaisalheios aos dados contidos no diagnóstico já realizado.

Seguindo um dos exemplos apresentados no item anterior, que refere o conhecimento deaspectos conceituais do Programa Primeira Infância Melhor, as temáticas podem ser organizadasa partir de sua estrutura, tratando-se de Visitadores que estão iniciando neste trabalho. Porexemplo:

� Características das crianças em idade entre 0 e 6 anos.

� Atividades que estimulam o desenvolvimento socioafetivo.

� Atividades que estimulam o desenvolvimento intelectual e físico.

� Atividades para o desenvolvimento de hábitos saudáveis.

� Cuidados com a saúde.

� Preparação da criança para a escola.

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Dessa maneira, será possível considerar o desenvolvimento da criança distintamente, paradepois integrá-lo a partir de um enfoque multidisciplinar. É recomendável que seja formulado,além dos objetivos gerais do programa de capacitação, o objetivo específico de cada temática.Nesse caso, os objetivos específicos devem estar em correspondência com os gerais e conduzirao cumprimento desses, por exemplo: o estudo das características do desenvolvimento infantilde 0 a 6 anos, pode ter, como objetivo específico, que os Visitadores conheçam as particularidadesfundamentais das crianças com quem trabalham. Esse objetivo responderá a outro mais geral,referente à preparação dos Visitadores para a orientação do Programa Primeira Infância Melhor.

Nessa etapa também delimita-se a profundidade e complexidade do conteúdo a partirdos objetivos e temas já definidos. Esses devem corresponder às informações contidas nodiagnóstico e à preparação dos que se capacitam. Além disso, deve ser considerado o trabalhoque o Visitador já possa ter realizado até então, cuja experiência pode constituir um indicadorsignificativo da intervenção a ser feita.

Desse modo, o tema não deverá ser tratado com igual nível de profundidade, tanto paraVisitadores que já têm experiência de trabalho quanto para Visitadores iniciantes. Conjuntamentecom a definição dos conteúdos, poderão ser previstas as formas de organização e a bibliografiaa ser utilizada.

c) Seleção das Técnicas

Uma vez definidas as temáticas, já se pode selecionar as técnicas de abordagem dacapacitação. A seguir serão apresentadas algumas delas:

� Oficina

É uma forma de promover a discussão e a análise coletiva sobre determinados temas.Nesta os participantes expressam seus pontos de vista e suas dúvidas, estabelecendo umintercâmbio de idéias para conclusões coletivas.

Na oficina poderão ser confeccionados materiais, analisados conteúdos, feitasdemonstrações de como proceder diante de uma problemática dada, entre outros.

� Análise de situações concretas

Os participantes colocam-se em uma situação próxima da real e, mediante o estudo eanálise de problemas concretos, objetiva-se desenvolver e aperfeiçoar hábitos, atitudes ehabilidades. Descreve-se uma situação ou problema no qual os participantes devem sentir-seincluídos como se fossem os protagonistas. Por exemplo: pode-se colocar o grupo de Visitadoresem uma situação em que considerem as relações pouco afetivas que ocorrem entre os membrosde uma família, sem citar os nomes reais. O grupo deve chegar a conclusões e dar recomendaçõesque possam, possivelmente, resolver o problema.

Essa estratégia de abordagem resulta útil porque o realismo da situação dispõe à aceitaçãodos participantes e facilita a interação no grupo, pois uns aprendem com os outros. Além disto,é possível ver como determinados conceitos acontecem na prática.

Para sua aplicação é requerida experiência na elaboração do caso. Dessa forma érecomendado que seja buscada a colaboração de pessoas que possuam habilidades para tal.

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� Brincadeira de representação

É conhecida também como representação de papéis ou brincadeira de encenação desituações. É uma técnica na qual os participantes assumem uma identidade distinta da quepossuem. Com esta nova identidade são enfrentados problemas reais ou hipotéticos, de umamaneira informal, porém realista.

O ponto de partida é uma descrição mais ou menos detalhada da situação e dos papéis aserem representados. Cada participante decide de forma espontânea seu comportamento durantea representação. Concluída essa etapa, um grupo de participantes que tenha desempenhado afunção de observador, discute as implicações das condutas adotadas.

Para dirigir a aplicação dessa técnica é requerida a participação de um mediadorcompetente e experiente. Sua utilidade manifesta-se provando que se “aprende fazendo”mediante a execução dos papéis; na repercussão que tem sobre a esfera emocional dosparticipantes; na via efetiva para a reflexão, na alteração de atitudes e no desenvolvimento dehabilidades comunicativas.

As técnicas B e C podem ser empregadas de forma integrada.

� Palestras e conferências

É uma forma de dinâmica muito divulgada. Permite trabalhar grande quantidade deinformações em uma seqüência lógica e ordenada, em um determinado tempo. Esta técnicaresulta muito válida para a aprendizagem de conteúdos.

A conferência permite que os que escutam formulem perguntas. Quando possível, éinteressante que sejam utilizados apoios visuais, como lâminas, representações gráficas e outrosmeios.

Para motivar o grupo, viabilizar sua descontração, tornar mais ativa a reflexão e conseguirque experimentem de forma coletiva os diferentes passos para elaboração de um problema,sugere-se a aplicação de técnicas participativas, que podem ser consultadas no item referenteàs técnicas para o trabalho com a família e a comunidade.

É recomendado usar materiais de áudio e vídeo, e outros que colaborem para manter osparticipantes envolvidos e motivados para o tema.

Observação: as estratégias, utilizadas para desenvolver essas atividades são tão importantesquanto os temas desenvolvidos.

d) Definição da bibliografia

Da mesma forma, a bibliografia pode ser tão importante quanto os conteúdos. Há que seter presente que são justamente os conteúdos que levam à busca ou elaboração da bibliografia.Seria errôneo limitar a temática à bibliografia que se tem em mãos, porque corre-se o risco deque esta não esteja totalmente atualizada ou que não abranja tudo o que se necessita.

Por outro lado, não existe um único material de onde possa ser retirada toda a informaçãonecessária para embasar o programa. Por isto, será necessário preparar os temas a partir daconsulta de diversos materiais escritos sobre estes. Não devem ser elaborados temasexcessivamente extensos.

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É importante que se busque apoio no referencial pedagógico à mão, no suporte do Comitêdo seu município, em especialistas, pesquisadores e professores de áreas afins, e também nosprofissionais ou pessoas da comunidade que estejam preparadas para elaborar esses materiais.

e) Avaliação das atividades

Esta etapa é de vital importância, pois assegura o cumprimento dos objetivos que forampropostos e oferece uma valiosa informação acerca de como estão sendo eliminadas asdificuldades.

� Mediante que meios pode ser feita a avaliação?

� Perguntas orais ou escritas.

� Observação da atividade de cada pessoa, nas sessões de capacitação, no trabalho comas crianças e suas famílias e durante o treinamento metodológico.

� Apresentação de informações avaliativas.

Deve-se fazer a avaliação de forma sistemática para que as pessoas se habituem a ela. Issopermitirá tornar conhecido o avanço do Programa e como os capacitandos assimilam osconteúdos. É importante assegurar-se de que as pessoas tenham compreendido corretamente oconteúdo abordado, a fim de que se cumpram os objetivos propostos. Deve-se ter presente quea capacitação está dirigida à provocação de mudanças nas pessoas, por isso elas devem estarconscientes de como aprendem, do que lhes falta, de sua própria capacidade, enfim.

f) Recomendações metodológicas e de organização para a capacitação

Entrar em acordo com os capacitandos ou participantes sobre qual o horário que maislhes convém para realizar as sessões de capacitação. Não perder de vista que boa parte dosparticipantes poderá ser de voluntários que dedicam parte de seu tempo a esta atividade,portanto, é recomendável organizar atividades que os motive, interesse e lhes impulsione aparticipar.

Organizar o horário, tendo em vista os objetivos a serem atingidos e a lógica dos conteúdos,de forma flexível a fim de prevenir o surgimento de imprevistos que venham atrapalhar ocumprimento do programa.

Os temas que já foram tratados podem ser retomados a partir de pontos de vista diferentese combinados com outros para que sejam assimilados de forma sistemática.

As características do desenvolvimento infantil constituem tema que deve ser retomado aose tratar de brinquedos. Os Visitadores devem ter em mente, por exemplo, que as criançasmenores ainda não têm uma linguagem desenvolvida que lhes permita comunicar-seamplamente. Seu pensamento concreto permite-lhes realizar com os objetos as mesmas ações jáapreendidas. Por esta razão as brincadeiras devem ser realizadas com esses objetos e com areprodução de algumas formas de agir dos adultos.

As crianças de quatro a cinco anos têm melhor domínio da linguagem para comunicarem-se entre si e com os adultos; possuem maior precisão em seus movimentos e melhordesenvolvimento perceptivo. Nessa fase estão em condições de desempenhar papéis e interagira partir desses.

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De igual forma, ao tratar outros temas como o desenvolvimento de hábitos higiênico-culturais ou da conservação e do cuidado com a saúde, é sugerido levar em consideração ascaracterísticas das crianças de menor idade.

A duração de cada temática depende do objetivo que for traçado, das técnicas selecionadas,das características do grupo e do conteúdo da abordagem. Por isso, uma mesma temática podeser analisada em várias sessões de capacitação e combinadas com diferentes técnicas.

g) Quem é o capacitador?

O capacitador, no município, é o Monitor e terá auxílio do GTM.

O Monitor não deve centralizar somente na sua pessoa a execução da capacitação. Naprópria comunidade deve ser buscado o apoio do potencial humano em condições para talatividade, como docentes das escolas infantis, médicos, enfermeiros, psicólogos, fonoaudiólogos,especialistas no trabalho com famílias, professores de cursos superiores de áreas afins, pessoasligadas à área da Saúde, Cultura, Educação e Assistência Social, entre outros, com as quais otrabalho poderá ser partilhado.

Para utilizar a Escola Infantil como local de capacitação, é importante contatar previamentecom os diretores dessas instituições, a fim de que juntos possam determinar:

� Os docentes preparados para implantar a capacitação.

� As temáticas nas quais os docentes têm maior domínio, de acordo com o programa decapacitação.

� Os horários que os docentes podem dedicar para a preparação e execução da capacitação.

Como essas organizações ainda não possuem o domínio dos conteúdos do Programa, éimprescindível repassar-lhes os objetivos e através de quais conteúdos estes serão atingidos,além da forma de abordagem e de avaliação do nível de assimilação das pessoas que se capacitam.

Sugerir, também aos docentes, como capacitar os Visitadores, tendo em vista que eles irãoorientar as famílias com crianças que crescem e se desenvolvem em um meio diferente da escolainfantil.

Que requisitos deve possuir o capacitador ?

� Deve ser um bom comunicador e, muitas vezes, um facilitador. Ou seja, deve saberdirigir e organizar a atividade de maneira que as pessoas possam expor suas idéias,opiniões e avaliações, permitindo-lhes uma boa assimilação dos temas. Para que istoseja possível, deve ser criado um clima de confiança e respeito.

� Conhecer como se trabalha com um grupo de pessoas, mediante a aplicação de diferentestécnicas de trabalho coletivo que facilitem a comunicação entre todos.

� Saber dominar as circunstâncias inesperadas sem perder a essência do tema que estásendo abordado.

� Ser aberto e receptivo diante das críticas.

� Conhecer o nível no qual se encontra o grupo.

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� Prestar atenção aos fenômenos observáveis, direta ou indiretamente (linguagem, gestos,condutas, expressões) que, caso não forem consideradas, poderão afetar a comunicaçãono grupo.

� Ter conhecimento profundo do Programa Primeira Infância Melhor e de toda adocumentação de apoio do mesmo;

� Ter domínio do que mais necessitam as pessoas que estão sendo capacitadas.

h) A ação de investigação

A ação de investigação faz parte de uma estratégia de capacitação e constitui parte doprocesso de diagnóstico. Oferece uma metodologia para a análise e planejamento de ações queconvergem para a solução de problemas, conforme já mencionado anteriormente.

Esses elementos e outros que forem obtendo mediante estudos sistemáticos, possibilitarãoexecutar com êxito o trabalho de investigação e capacitação.

Trata-se de fornecer alguns elementos importantes para serem utilizados nas investigações,de caráter profundamente educativo, no sentido de aprender através da busca e realização dasmelhores soluções. Dessa maneira, o conhecimento obtido na própria atividade será transferidodiretamente à ação, com um sentido transformador.

O que é a Ação de Investigação?

Em suas tarefas cotidianas, o GTM e Monitor irão deparar-se com diversos problemaspara os quais devem encontrar soluções eficazes. Por isto, serão fornecidos elementosimportantes do processo investigativo, os quais serão úteis em suas atividades.

Para a solução dos problemas esses podem e devem apoiar-se na experiência e inteligênciacoletiva das pessoas com quem trabalham. Desse modo, os resultados serão obtidos de formamais rápida e duradoura, pois corresponderão aos interesses de muitas pessoas.

Por isto, é recomendada a aplicação, como método de trabalho, da ação de investigaçãocom o objetivo de:

� Orientar como aplicar a ação de investigação.

� Orientar na busca de soluções que elevem a qualidade do trabalho.

� Utilizar as informações obtidas por meio da investigação em planejamento, execução.

� Análise final do resultado das ações dirigidas à solução de um problema.

A participação conjunta é básica, pois contribui para que os implicados sintam como se oproblema fosse seu e se comprometam a resolvê-lo.

O investigador poderá ser o GTM e/ou o Monitor e os sujeitos da investigação osVisitadores e as famílias incorporadas ao Programa Primeira Infância Melhor.

Etapas da ação de investigação

Não se pode apresentar um modelo único, pois deve ser levada em consideração amagnitude do problema, os recursos disponíveis, bem como as limitações que podem existir

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para resolver determinadas questões. Contudo, pode-se falar das etapas e dos aspectosfundamentais de cada uma destas, as quais são:

a) Identificação e análise do problema (diagnóstico).

b) Determinação das ações transformadoras.

c) Execução do plano de ação.

d) Apresentação dos resultados.

A seguir detalharemos cada etapa:

a) Identificação e análise do problema (diagnóstico)

No papel de orientador da investigação, GTM e/ou Monitor podem contar com acolaboração de outras pessoas com experiência (e/ou especialistas). Juntos formam uma equipecom a qual se pode trocar idéias, processar dados e selecionar técnicas de comunicação paraserem aplicadas aos sujeitos da investigação.

A partir daí, formulam-se diferentes perguntas que permitem a identificação e análise dosproblemas. Estas perguntas podem ser:

� Que fatos estão afetando o desempenho e são preocupantes?

� Dos problemas que se tem, qual é o principal?

� Qual a origem dos demais?

� Como se manifesta?

� Quando começou?

� Quem são as pessoas afetadas?

� O que origina este problema?

� O que tem sido feito até o momento para resolvê-lo?

� Que resultados têm sido obtidos?

� Em que aspectos fracassou?

� O que se pode fazer para resolvê-lo?

� Quais soluções estão fora do alcance da equipe?

Durante este processo de perguntas e respostas que aproximam a determinação doproblema, é recomendado que sejam feitas as seguintes considerações:

� O problema pode ser visto de diferentes pontos de vista.

� Os diversos pontos de vista contêm vários aspectos do problema.

� Os vários aspectos do problema podem ser resolvidos em diferentes passos e níveis deações.

� A descrição do problema permite o conhecimento, porém não contém dados suficientes.

� O problema deve ser analisado em relação a outros aspectos da vida diária.

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Se entre todas as possibilidades já tiver sido determinado qual é o problema, o mesmovolta a ser apresentado. É possível que, ao formulá-lo novamente, compreenda-se melhor quaissão as causas que lhe deram origem.

Nesta etapa é necessária a aplicação de Técnicas que ajudem na reorganização dos dados,e que estão melhor explicitadas no quadro seguinte.

Técnicas para identificação e análise do problema

Análise das causas

Para aplicar esta técnica é importante o apoio da equipe, bem comoo apoio dos Visitadores,das famílias e da comunidade, que fazem parte da investigação. À equipe cabe a tarefa deelaborar os instrumentos, reunir os elementos que facilitem o estudo (quadros, gráficos,resumos) e a revisão analítica da informação e interpretação dos dados reorganizados. Aosvisitadores, famílias e comunidade que participam da investigação caberá fazer a avaliaçãodas informações obtidas. A partir daí, poder-se-á falar das causas, conseqüências e história doproblema.

Estudo bibliográficoA realização de uma pes-quisa bibliográfica esti-mula todos a se aprofun-darem na história do pro-blema. De grande utilida-de serão os centros dedocumentação e bibliote-cas, de diferentes institui-ções, organismos e enti-dades.

Mobilizar as pessoas para que revisem os livros que tenham na pequena biblioteca de suascasas. Ajudar a catalogar, classificar e buscar informações, nas quais poderá ser buscado apoiopara esta tarefa junto aos técnicos e bibliotecários dos centros antes mencionados. Para aelaboração dos instrumentos (questionários de entrevistas, enquetes), guias de orientaçãopara observação e análise dos dados qualitativos e quantitativos, é importante buscar a ajudade especialistas, os quais podem fazer parte ou não da equipe que realiza a investigação.

EnquetesA enquete é uma técnicade recolhimento de dadospor meio de perguntas,cujas respostas são obti-das de forma oral ou escri-ta. É útil quando se querindagar sobre as opiniõesde um grande grupo depessoas.

Os requisitos necessários para se aplicar uma enquete são:

Elaborar um questionário com perguntas claras e precisas que estejam relacionadas com aexperiência e os conhecimentos mais próximos dos entrevistados;

Iniciar o questionário com as perguntas mais fáceis, as menos significativas emocional-mente – as mais complexas devem figurar no centro e, ao final, a pergunta aberta, para queos entrevistados expressem as suas opiniões, critérios e desejos;

Agradecer a ajuda prestada; iniciar a enquete informando, brevemente, ao entrevistado oobjetivo desta e solicitando-lhe colaboração para responder às perguntas e criar um climaafetivo e amável que facilite a obtenção da informação desejada.

EntrevistasÉ uma conversação esta-belecida entre a pessoaque faz as perguntas e apessoa que as responde,afim de se obter uma in-formação direta e confiá-vel. Pode ser individualou coletiva.

É recomendável na aplicação da entrevista:Elaborar previamente um questionário;Evitar as perguntas que podem ser respondidas com uma palavra ou de forma breve, poisa informação dada é limitada;

Não insinuar nem sugerir as respostas durante a conversação;Iniciar a entrevista falando de assuntos informais, alheios à questão a ser tratada a seguir,para criar um clima de confiança;Abordar o problema fundamental sem falar demasiado e escutando atentamente;Observar e acolher as atitudes e sentimentos do entrevistado;

Ao terminar, dar oportunidade para que o entrevistado agregue o que desejar e resumir asidéias fundamentais apresentadas e despedir-se com amabilidade.

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Técnicas para identificação e análise do problema

Observação

É dispor-se a ver e ouviros fatos e fenômenos quese está investigando. É se-letiva porque são capta-dos os aspectos e/ou da-dos de maior significação.

Como pode ser a observação:

Mediante de determinados instrumentos ( );

Sem de instrumentos;

Com a participação do investigador como um membro a mais do grupo que se estuda paraconhecê-lo melhor;

Sem a participação do investigador no grupo estudado, ou seja, como espectador do queocorre;

Individual;

Coletiva;

Requisitos que a observação deve cumprir:

Se for utilizado um questionário, é necessário prever com suficiente antecedência o que sevai observar e que aspectos específicos interessam;

Observar o fato ou fenômeno tal e como é, sem incluir pontos de vista e interpretaçõespessoais;

Sistematizar a observação;

Se o fato ou fenômeno é observado só uma vez, o conhecimento obtido provavelmente serámuito limitado;

Determinar o tempo de duração da observação;

Se esta for breve não poderá explicar adequadamente o fato ou fenômeno motivador doestudo.

a utilização guias, quadros, anotações, fotos

a utilização

,

É importante o treinamento na aplicação de técnicas que ajudem a motivar, animar epromover a reflexão dos problemas que são analisados. A técnica deve ser selecionada commuito cuidado, bem como a determinação de como e em que momento deverá ser aplicada,pois uma escolha errada ou falha na condução desta, podem comprometer o bom andamentodo trabalho prejudicando o alcance do objetivo desejado.

Reuniões nas quais sãoaplicadas técnicas degrupo.

b) Determinação das ações transformadoras

Nesta etapa é sugerido que seja apresentado o problema novamente, bem como suas causase manifestações, completando com a informação dos resultados obtidos, através da aplicaçãode técnicas que permitam conhecer melhor as características deste.

Estimular a análise crítica das informações, ou seja, que todos possam ver a realidade tale qual esta se apresenta e não como eles a imaginam ou a interpretam, levados por seussentimentos ou opiniões pessoais. Fazer com freqüência a pergunta: como se pode solucionar oproblema?

Como o processo de análise continua, será necessário fazer ajustes no decorrer deste, afim de que as pessoas não se afastem do caminho traçado.

A proposta de ações para resolver o problema promove novas proposições, novasinformações, novos obstáculos, novos recursos e explicações. Parecerá um retrocesso, mas osaldo será positivo porque todos ganharão em compreensão e clareza quanto ao que fazer.

Sobre a base do analisado será elaborado um plano de ação que, para ser efetivo, deveráresponder às seguintes perguntas:

� O que deverá ser feito?

� Por quem?

� Como?

� Com o que se contará e o que se deve buscar?

� Onde será realizado?

� Quando?

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c) Execução do plano de ação

O Monitor deverá deixar bem claro a todos que a intenção da ação traçada é modificar arealidade e resolver o problema. Não se deve executar mecanicamente as tarefas, por isto, durantea realização do plano, os processos de análise, reflexão e discussão devem continuar.

Nesta fase é importante cuidar, não apenas para que se cumpra com o planejado (o que,quem, como, com o que, onde e quando), mas que, além disto, avalie-se a efetividade das ações.Para tanto é recomendada a aplicação de técnicas como:

� Observação.

� Entrevistas e enquete de opinião.

� Reuniões nas quais se aplicam técnicas participativas.

Poderá ser comprovado, durante a execução das ações que, para solucionar determinadoproblema, são descobertos outros problemas e outras necessidades. Desta forma, a ação seconverte em uma fonte de novos conhecimentos.

d) Apresentação dos resultados

Todos os envolvidos na investigação se inteiraram do que ocorreu em cada momento,uma vez que juntos estiveram participando na identificação e na análise do problema, nadeterminação de ações transformadoras e na execução do plano de ação.

Agora trata-se de elaborar, entre todos, uma informação que, de maneira ordenada,sistematizada e com linguagem acessível, reúna os resultados da investigação.

Uma vez trabalhada, a informação promove novamente a discussão acerca da soluçãoencontrada para o problema e para o cumprimento do plano que foi traçado.

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VIII– TRABALHANDO COM AS FAMÍLIAS

Este material destina-se a ajudar no trabalho desenvolvido através das vias não formaisde desenvolvimento infantil na comunidade e à superação das metas pretendidas. Assim, foramelaboradas técnicas para o trabalho comunitário que podem servir de ferramentas paradesenvolver o trabalho com dinamismo. Seu uso contribuirá para a integração das pessoas queserão assessoradas; aos membros do grupo coordenador do Comitê Municipal que será assistido;aos pais que serão orientados quando for executado o trabalho de apoio; ou outro qualquer.

Também pode ser útil ao grupo Técnico Municipal – na tarefa de desenho, montagem,assessoramento e controle do trabalho das vias não formais em uma região; a grupos depedagogos da educação infantil nos diferentes níveis e aos professores e demais pessoasrelacionadas com a instrumentalização do Programa.

Se ao aplicá-las forem levados em consideração os dados que caracterizam a área e afamília (nível cultural, tradição, linguagem, modo de vida) e o vínculo com outros métodos,como conversas, assembléias, intercâmbio de experiências, leituras comentadas, conferênciade especialistas etc., poderão ser comprovados, com brevidade, os bons resultados alcançados.

Deve-se ter claro que essas técnicas sempre devem ser aplicadas de forma a vinculá-las aum conteúdo específico.

Nesse material poderão ser encontradas técnicas participativas para serem aplicadas aosgrupos de crianças e adultos; de apresentação; de animação; de reflexão e análise e atividadesde divulgação e propaganda.

8.1 SUGESTÕES DE TÉCNICAS PARA O TRABALHO COM AS FAMÍLIAS

8.1.1 O que são as técnicas participativas?

São procedimentos que podem ser utilizados para motivar, animar e integrar osparticipantes no tratamento de determinado tema, a fim de que sejam vencidos os temores einibições; eliminadas as tensões e adquiridas confiança e segurança para tornar mais simples ecompreensíveis os conteúdos abordados, e, por fim, serem introduzidos na análise e reflexãode diferentes programas.

Para que uma técnica participativa seja útil, deve ser aplicada em função de um temaespecífico, com objetivos concretos e, é claro, de acordo com as características das pessoasreunidas.

8.1.2 Quais os passos que sugerimos para aplicá-las?

Em primeiro lugar, são colocadas algumas questões que você mesmo poderá responder:

� Para que quero aplicá-las? (esta pergunta refere-se ao objetivo desejado)

� Qual tema irei desenvolver?

� Com quem vou trabalhar? (isto servirá para saber a linguagem adequada e comoselecionar e ajustar as técnicas segundo a experiência dos participantes).

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Quando forem respondidas as perguntas anteriores, poderão ser escolhidas as técnicasmais convenientes.

Deve ser decidido o momento para aplicação das técnicas. Pode ser no início de umareunião de trabalho para motivar e animar os membros do grupo; podem ser desenvolvidasapós momentos intensos de fadiga para descansar e reconquistar a atenção do grupo e voltar àatividade. É importante ter sempre presente a necessidade de ajustar os procedimentos ao tempodisponível.

Feita a preparação para a aplicação das técnicas selecionadas, devem ser realizadas asorientações abaixo, com criatividade e flexibilidade:

� Motivar os integrantes do grupo para que se envolvam com o tema a ser tratado. Paraisto, deve-se convidá-los a participar ativamente, criando um ambiente de comunicação.

� Depois de aplicada a técnica, perguntar-lhes como se sentiram. Isto permitirá identificaros aspectos principais.

� Deve ser feita uma análise com os grupos dos aspectos levantados. Isto será de grandeajuda na formulação da seguinte pergunta:

“O que pensamos do que acabamos de ver, ouvir e viver?”

� Relacionar a técnica com o que acontece na realidade do bairro, rua, comunidade e/oucidade.

� Para finalizar, concluir ou sintetizar o tema apontado fazendo perguntas como estas:

� Que conclusão podemos tirar?

� Como podemos resumir o discutido?

� O que aprendemos?

� Recomenda-se, novamente, aplicar as sugestões de forma criativa.

8.1.3 Algumas técnicas

a) Técnicas de apresentação

São utilizadas a fim de que cada membro do grupo se apresente, estabelecendo um climafraterno de confiança e segurança. Deve acontecer no início de cursos, seminários, oficinas,jornadas de capacitação etc., com o objetivo de alcançar a integração de todos à atividade queserá desenvolvida.

É muito importante que as famílias que participam do Programa PIM se conheçam eestabeleçam boas relações. Isto contribui para que se estimulem entre si a participar com cadavez mais entusiasmo. Uma das primeiras formas de se conhecer é a apresentação onde cada umpassa saber o nome dos demais. Por isto são recomendadas algumas técnicas que podem serutilizadas com esses propósitos.

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Técnicas de apresentação

Apresentaçãopor pares

O grupo deve ser orientado para se apresentar por pares e para isto deve trocar determinadainformação que é de interesse de todos. Por exemplo, nome, qual o interesse e o que esperam doencontro, coisas que gostam ou desgostam. A duração desta atividade irá depender do número departicipantes, girando em torno de três minutos para cada par, possibilitando que todos seapresentem perante o grupo. A informação deve ser dada de forma geral, simples e breve. Umavariação desta técnica é a apresentação cruzada na qual após a apresentação do par, um apresenta ooutro ao grupo.

Apresentaçãosubjetiva

Cada pessoa se compara a um animal ou coisa na qual, de alguma maneira, identifica traços de suapersonalidade ou características de seu trabalho. Depois cada um diz ao que se compara e por quê.Pode ser aplicada a modalidade da mímica. Para isto, avisar que ao invés de falar, deverão atuar porgestos. Uma variação desta técnica consiste em orientar que cada membro do par pense com qualanimal ou coisa lhe ocorre comparar seu companheiro, seja por suas características físicas, seu modode vestir, andar ou arrumar-se, entre outras. Posteriormente, quando o grupo se reunir, cada um dirácom o que e por que comparou o seu companheiro. Ao invés de animal ou coisa pode ser solicitadoque pensem sobre qual profissão atribuiriam ao companheiro.

Dança deapresentação

Preparar previamente o seguinte: folhas, lápis, alfinetes ou presilhas, um aparelho de som.Distribua uma folha para cada um pedindo que respondam a seguinte pergunta, Por exemplo:

Deve ser solicitado que prendam a folha no peito ou nas costas. Écolocada uma música e pedido que a escutem ou dancem e formem pequenos grupos identificadoscom as respostas similares. A música deverá ser interrompida e é dado um tempo para que aquelaspessoas que permaneceram sós encontrem um grupo afim. Os membros de cada grupo devemdialogar sobre o por que das respostas. Após o grupo todo é reunido e um membro de cada pequenogrupo irá informar aos demais sobre a afinidade que os uniu, assim como o nome dos integrantes doseu grupo. Recomenda-se que esta técnica seja utilizada para conhecer qual a opinião do grupo sobredeterminado assunto ou problema. O procedimento é o mesmo, só que na folha cada qual escreve suaopinião sobre o tema proposto. Exemplo:

Do quemais gostam no trabalho com crianças?

O que você pensa sobre a sua participação nas brincadeiras do seufilho?

b) Técnicas de Animação

São aplicadas para animar e criar um ambiente de participação. Essas técnicas devem serativas, ter elementos que permitam o relaxamento e que todo o grupo se envolva.

É recomendada, posteriormente, a realização de momentos intensos de trabalho.

A seguir, algumas sugestões de técnicas de animação:

O correio

Peça aos membros do grupo que, sentados, formem um círculo. Retire uma cadeira e aquele que ficarde pé vai para o centro da roda para iniciar o jogo e diz, por exemplo: “Trago uma carta para todosaqueles que têm filhos de três anos de idade”. Imediatamente todos que se encontram neste casodevem mudar de cadeira. Aquele que fica sem ela passa para o centro e pensa numa frase nova.Exemplo: “Trago uma carta para todos que nesta semana realizaram atividades com suas crianças emcasa”. Esta técnica também pode ser utilizada para localizar diferentes características como: tipo detrabalho, gostos, atividades que podem realizar os integrantes do grupo e outras.

Técnicas de animação

Canastratravessa

O grupo é orientado para que, sentados, formem um círculo. A pessoa que coordena o grupo fica empé no centro e explica aos integrantes que, quando for dita a palavra ”, apontando uma pessoa,esta deve dizer o nome do colega que estiver sentado a sua direita. Quando for dita a palavra

, a pessoa apontada deve dizer o nome do seu colega da esquerda. Quando a pessoaindicada errar ou demorar mais de quatro segundos para responder, deve passar ao centro da rodatrocando de lugar com o Coordenador. Quando o Coordenador disser, bem alto, a expressão

todos devem mudar de lugar, inclusive a pessoa que estiver no centro, a qualdeverá aproveitar esta oportunidade para ocupar um dos lugares na roda. Quem não conseguiracomodar-se na roda ficará de pé no centro, dando continuidade ao jogo. Esta técnica é utilizada parareforçar o conhecimento dos nomes dos membros do grupo.

“azul

“vermelho”

“canastra travessa”,

A seguir, algumas sugestões de técnicas de apresentação:

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c) Técnicas de reflexão e análise

O objetivo fundamental desta técnica é de fornecer elementos simbólicos aos participantespara que possam refletir sobre situações da vida real.

Possibilita trabalhar diferentes temas, como também resumir, sintetizar ou interpretardiscussões.

A seguir, algumas sugestões de técnicas de reflexão e análise:

Técnicas de reflexão e análise

Sociodrama

Sua aplicação possibilita obter elementos para análise de qualquer tema, baseando-se em situaçõesou fatos da vida real. É uma dramatização em que se utilizam gestos, ações e palavras pararepresentar algum fato ou situação que posteriormente será analisada pelo grupo.Os passos para colocá-la em prática são os seguintes:

Escolha o tema de forma clara e precisa;Converse com o grupo sobre o tema;Escolha os participantes os quais deverão trocar entre si o que sabem sobre o assunto escolhido.

Exemplo: “Proteção de acidentes domésticos". Os atores representarão para o grupo a história comenredo, não precisando de texto escrito, nem roupa especial, nem muito tempo para desenvolver.Concluída a atividade, realiza-se a análise e discussão do tema proposto. Esta técnica pode serutilizada para analisar conteúdos ou para conhecer o que se sabe sobre estes.

Preparar, antecipadamente, lápis, folhas de papel, quadro-negro, giz, canetas etc. Esta técnicapermitirá ao grupo chegar a conclusões, assim como formular alternativas sobre uma situaçãodeterminada. Inicialmente, o executor preparará um resumo sobre uma situação ou um problemaque tenha relação com o tema que deseje trabalhar sob a forma de um caso particular. Por exemplo:“Margarida e Jorge são um casal jovem com um filho de quatro anos, de nome Jorginho. A famíliareside com os avós maternos da criança. Esta passa grande parte do seu dia aos cuidados dos avós.Freqüenta diariamente o bar, o mercado, a padaria, sempre sentado no seu carrinho. Em casa, nosmomentos em que não está nem comendo nem dormindo, continua sentado diante de um livro ou deuma televisão. Jorginho chora e se torna cada dia mais agressivo e a família não sabe o que fazer comele.”O resumo do caso será exposto por escrito e de forma oral para os participantes. Se o número departicipantes for elevado, poderão ser formados pequenos grupos. Depois se discute o casoapresentando idéias, soluções ou interpretações. Ao mesmo tempo, alguém deverá anotar assugestões significativas e as possíveis soluções que emanarem da discussão. Finalmente, entre todos,devem chegar a uma conclusão final. Uma vez terminada a discussão, devem elaborar um resumodos problemas e soluções sugeridas. Deve-se analisar com o grupo a possibilidade de implementartais soluções. Depois se pede a este que reflita sobre a relação do caso e suas soluções a partir da vidareal dos participantes. É importante que a situação ou o caso que se represente seja trabalhado comantecipação e com as informações necessárias para tornar possível a discussão.Recomenda-se esta técnica para:

Chegar em grupo a conclusões sobre situações concretas;Possibilitar a análise concreta de um tema;Quando for necessário, concluir uma tarefa concreta por parte do grupo.

Estudo decasos

Peça ao grupo que fique em pé e conte a seguinte história: “Estamos navegando num enorme barco eapós uma forte tempestade o barco começa a afundar. Para salvarem-se, os participantes devementrar numa lancha salva-vidas. Porém, em cada lancha só pode entrar um número determinado depessoas”. Exemplo: “Em cada lancha só poderão entrar oito pessoas”. Esclarecer que na lancha nãopodem subir nem a mais nem a menos do número determinado. Os que sobrarem devem ir sentar-se(saem do exercício). Para entrar nas lanchas os participantes contam até cinco segundos. Assimcontinua a técnica até que um pequeno grupo possa permanecer como os sobreviventes do naufrágio.Esta técnica poderá ser aplicada na formação de novas equipes.

Os barcos

Técnicas de animação

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Técnicas de reflexão e análise

Chuva deidéias

Esta atividade permite colocar em acordo comum o conjunto de idéias e conhecimentos decada um dos participantes a respeito do mesmo tema, chegando a uma síntese ou conclusão. Parainiciar, formula-se uma pergunta clara que expresse o objetivo que se quer atingir. A pergunta devepermitir que os participantes respondam a partir de suas experiências. Exemplo:

A seguir cada participantedeve dizer o que pensa acerca do tema ou se tem dúvidas para serem esclarecidas. A quantidade deidéias pode ser limitada ou não, mas cada participante deve dizer pelo menos uma. Uma pessoadesignada anotará cada idéia para que todos possam ler. Ao final, será obtido um conjunto de idéiasque indicará onde se concentra a maioria das opiniões do grupo, o que permitirá aprofundar cadaaspecto do tema ao longo da discussão.

“Tem notado quealguma vez seu filho deseja fazer coisas para as quais ainda não está preparado?

d) Técnica de sensibilização

Técnica desensibilização

Deve-se pedir aos pais, por exemplo, que reunidos em determinada atividade na qual não seencontrem presentes os filhos, que escolham um casal. Um se denominará A e ficará de pé frente aooutro, que será o B e ficará sentado. Conversarão sobre um tema previamente selecionado e depois dedois minutos será perguntado como se sentem ao estar assim; pedir que mudem de lugar e quecontinuem conversando por dois minutos. Terminado o tempo, solicitar que expressem suasopiniões a respeito do sentimento que tiveram ao conversar com uma pessoa de diferente estatura ealtura e como acreditam que seja o ponto de vista de uma criança ao falar com os adultos. Paraconcluir, estabelecer um debate entre as diferenças que existem entre a criança e o adulto, tanto emrelação às características físicas quanto psíquicas.

e) Técnica de descrição

Técnica dedescrição

Organizar grupos de 6 a 8 pessoas e solicitar a cada pai ou mãe que descreva seu filho. Pedir queutilizem fotos ou desenhos para elaborar um “retrato” do seu filho ou simplesmente descrevê-looralmente. Preparar com antecedência o material necessário. Com a equipe formada, orienta-se daseguinte maneira: que confeccionem, com o material que possuem, o retrato do seu filho para que osdemais, que não o conhecem, possam ter uma idéia sobre ele. Descrever seu aspecto físico eemocional, gostos, tratando de acrescentar tudo o que sabem sobre o seu filho. Esta atividade deverádurar 20 minutos e as pessoas que apresentarem dificuldades deverão ser ajudadas. Não importa queo desenho seja rudimentar. Quando terminarem, pedir que coloquem na parede ou num mural ou namesa, para que sejam observados pela equipe e convidar os pais para que, durante um minuto, falemdo seu retrato aos colegas de grupo. Finalmente, reunidos num grande grupo, irão refletir sobre asseguintes questões:

Foi difícil descrever seu filho?Como foi, ou como se sente ao descrever seu filho?O que foi mais difícil de descrever, o aspecto físico ou o emocional?

Até o momento, a convivência com seus filhos tem sido suficiente para conhecê-los bem?

f) Atividades de divulgação e propaganda

Além das técnicas já recomendadas, sugerimos algumas atividades para divulgação epropaganda da tarefa na comunidade. Podem ajudar difundir os aspectos mais relevantes edar informações úteis quanto ao trabalho desenvolvido pelo programa.

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Exposições

Podem ser organizadas com a finalidade de conhecer as atividades efetuadas, o esforço realizado e onível que foi alcançado de acordo com os objetivos propostos, os materiais que apoiaram a tarefaeducativa e as diferentes iniciativas que mostram o compromisso da comunidade. Estas exposiçõespodem ser esporádicas ou ocasionais.

Permitem aprofundar alguns temas que são desenvolvidos por especialistas como médicos,psicólogos, pedagogos, assistentes sociais e outros. Deve ser utilizada uma linguagem coloquial esimples, mas científica para fazer chegar a informação aos pais, membros da comunidade e equipe doPrograma.

Conferências

Podem ser usados como apoio a sessões de trabalho com crianças, pais e equipe do Programa. Estesmateriais proporcionam uma atividade atraente para os participantes e podem abordar diversostemas como educação sexual, alimentação, saúde e outros. São valiosos para fazer chegar aos paisinformações difíceis de obter ou relatar.

Filmes e vídeos

Cartazes e murais permitem oferecer informação à comunidade em forma de anúncios, lembretes,conselhos, promoção de atividades etc. Devem ser simples, com cores atraentes e contrastantes comtextos acessíveis à população.

Difusão gráfica

8.2 SUGESTÕES DE ELABORAÇÃO DE BRINQUEDOS PELAS FAMÍLIAS

8.2.1 Condições necessárias para a elaboração de brinquedos e materiais

Os procedimentos e brinquedos constituem recursos materiais necessários para asbrincadeiras e outras atividades da criança.

Na sua elaboração é importante observar o seguinte:

� Devem adaptar-se à idade e interesse da criança para realizar, com esses, diversasatividades;

� Os brinquedos e atividades devem ser voltados para meninos e meninas;

� Devem incentivar a criatividade da criança e possibilitar ações de armar, desarmar,puxar, empurrar e construir, entre outras;

� Devem ser resistentes, bem acabados e seguros, eliminando pontas e lascas;

� Se forem feitos com sementes, contas e outros estes devem estar bem colados;

� É importante cuidar o acabamento e o material utilizado, visto que a criança leva tudoà boca.

8.2.2 Uso e funcionalidade dos brinquedos e materiais

Os brinquedos são para crianças.

Deve-se, então, levar em conta seu uso e funcionalidade.

Antes da elaboração dos projetos, deve-se fazer duas perguntas:

� Que uso e função tem para a criança?

� Será interessante e dará satisfação às crianças?

Os procedimentos e brinquedos poderão ter várias funções como os exemplos a seguir:chocalhos e brinquedos que fazem barulho para escutar, olhar e tocar; pirâmides, para encaixare embutir; quebra cabeças, para pensar, entreter e criar; blocos de madeira ou papelão, parapensar, imaginar, criar, armar e desarmar.

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8.2.3 Materiais utilizáveis

Não se deve perder de vista que todo o tipo de material, natural ou reciclável, pode servirpara construir um brinquedo ou uma atividade necessária para estimular o desenvolvimentoda criança. É importante não jogar fora brinquedos com peças quebradas ou estragadas porquemuitas vezes podem ser reaproveitáveis. Ex. uma roda, cabeça de bonecas e outros. Os materiaisabaixo relacionados são fáceis de conseguir: papel, papelão, metais, bijuterias, pedaços demadeira, brinquedos velhos, panos, caixas de papelão, plástico e metal, roupas velhas, revistas,jornais, cordas, barbantes, tampas e outros. Lugares onde podem ser encontrados os materiais:domicílios, carpintarias, indústrias locais, praias, rios, lagoas e outros.

8.3 SUGESTÕES PARA A ELABORAÇÃO DE DIFERENTES BRINQUEDOS LÚDICOS

Brinquedos e/oumateriais lúdicos

Recursos necessários Como fazer Desenho

Blocos demadeira

Retalhos de madeira, ga-lhos, arbustos, serrote, lixa.

Selecionar os retalhos de madeira de dife-rentes formas como: quadrados, retân-gulos, triângulos etc. Lixar até obter umasuperfície lisa.

Blocos cheios dediferentesmateriais

Retalhos grandes e peque-nos de tecido, fio, agulha etesoura, recheio de palhasuave, roupas velhas.

Blocos quadrados e retangulares:

Blocos cilíndricos:

Blocos em forma de pirâmide:

cortarseis quadrados ou retângulos grandes detecido e costurar um ao outro deixandouma abertura para colocar o recheio.

cortar um retângulogrande e dois círculos. Unir as partes cor-tadas e rechear.

cortarquatro triângulos, uni-los e rechear.

Blocos de encaixevazado empapelão oumadeira

Cartões de diferentes for-mas - quadradas, redondase outros formatos com per-furações.

Usar duas chapas do material escolhidode tamanho igual. Em uma delas, recortaras figuras, de forma que a chapa fiquevazada. Colar uma chapa sobre a outra,sem as figuras.

Blocos de caixas Caixas, tesouras, papéis,cola e recheio de palhasuave.

Montar e fechar as caixas. Depois, pedirpara as crianças decorarem com papéis oudesenhos. Também se pode forrar váriasvezes, aplicando a técnica de papel machée assim aumentar o tamanho das figuras

Blocos paraformar torres,trens e quebra-cabeças

Caixas, tesouras, papéis,cola e recheio de palhasuave.

Utilizam-se os mesmos procedimentosque no projeto anterior, só que agorausando as caixas para formar objetos.

Blocos paraencaixar eembutir

Latas, caixas, tampas erecipientes plásticos dediferentes tamanhos, cabode madeira, espiga demilho.

Encaixar uns dentro dos outros.

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Brinquedos e/oumateriais lúdicos

Recursos necessários Como fazer Desenho

Encaixeemcordão

Fios, barbantes ou corda;contas ou argolas de pape-lão, madeira ou plástico.

Introduzir o fio no orifício das contas eargolas.

Para fazer som Latas, pedras, sementes,conchinhas, frascos plásti-cos com tampas furadas,água; latas grandes, palitosgrandes e médios de madei-ra dura, tampas metálicas,achatadas e perfuradas nocentro para serem trespasa-das por fio, corda ou bar-bante e tampas de panela.

Encher as latas com pedras, sementes ouconchinhas para fazer chocalhos (vedarbem); colocar água dentro dos frascos deplástico furados e deixar gotejar, usar aslatas grandes como tambores, com ospalitos para bater; trespassar as tampasmetálicas com corda ou barbante parabater uma na outra.

Para desenhar Palitos, pincéis velhos ouconstruídos com um pau pe-queno; fio ou barbante; cer-das de cavalo ou de cabelohumano.

Utilizar os materiais para desenhar naareia, molhar e desenhar em piso seco edesenhar em diferentes superfícies.

Quebra-cabeças Revista, jornal, tesoura, colae papelão.

Recortar figuras coloridas de uma revistaou jornal, colar sobre uma folha quadradade papelão e recortar em várias partes, deacordo com a idade da criança (de 2 a 10recortes).

Quebra-cabeçascom caixasdefósforo

De 04 a 09 caixas de fósforos,cola, tesoura e figuras e/oudesenhos.

Colocar de 4 a 9 caixas de fósforo juntas,lado a lado. Colar no verso da lâmina afigura ou desenho do tema escolhido erecortar, ficando um pedaço do desenhoem cada caixa.

Marioneteimprovisadodedoches

Tecidos, penas, fitas, bola depingue-pongue e/ou iso-por, caixas pequenas, teci-do, contas, botões, semen-tes, papel, tinta, canetinha,agulha, tesoura, cola, linha,entre outros.

Usando a imaginação, pode-se criardiferentes personagens usando os dedos eas mãos, pedaços pequenos de tecidos,penas e fitas.São cabeças que se encaixam como dedaisnos dedos da mão. Sobre a cabeça dese-nhar, pintar, bordar, ou colar olhos, boca,nariz e orelhas.

Marionete desaco de papel

Caneta e/ou lápis, saco depapel e papel colorido.

Desenhar a cara no saco de papel e utilizarpapel colorido ou desenhar para fazerolhos, boca, orelhas e etc.

Marionetesplanas

Figuras e/ou desenhos, lâ-minas de papelão e/ou ma-deira, cartolina, cola e tesou-ra.

Recortar ou desenhar a figura de um ani-mal ou pessoa, com frente e verso, colarem papelão ou cartolina entre a frente e overso e colocar uma tira de madeira oupapelão grosso para sustentar.

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Brinquedos e/oumateriais lúdicos

Recursos necessários Como fazer Desenho

Marionete demão

Tecido, cartolina ou bola deisopor, tinta ou canetinha,barbante ou lã, tesoura, agu-lha e linha.

O corpo da marionete se faz com tecido,a cabeça com cartolina ou bola de isopor.Costurar e pintar os olhos, nariz, boca,sobrancelhas. Os cabelos podem ser defios, barbantes ou lã.

Boneca de pano Fios, feno, palha, palha demilho e pano.

Além de bonecas, podem-se fazer ani-mais, bolas, frutas etc. Pode-se recorrer aajuda de avós, que podem estar acostu-madas a fazê-las.

Balaios e cestos Folhas de palmeira, junqui-nhos ou folhas de coqueiro ebutiás, folhas de papel e jor-nal enrolados.

Podem-se usar os cestos para colocar e ti-rar objetos de dentro, construir torres, en-caixá-las, encontrar a tampa certa de acor-do com a cor ou o tamanho.

Gravuras Folhas frescas de diferentesárvores e tamanhos, pape-lão, cartolina, sementes, gra-vetos, areia, conchas, cola,cascas de limão ou laranja.

Colar o material em um papel formandocenas.

Meios detransporte

Vasilhames plásticos, brin-quedos velhos, tampas, la-tas vazias, caroços, pedaçosde madeira, caixas, latas desardinha, reta lhos demadeira, arame etc.

Formar carros, trens, barcos e caminhõesjuntando o material recolhido.

Animais Argila, barro, tecido, reta-lhos de cartolina, cascas defruta, tubos metálicos, se-mentes de pinha para o cor-po, sementes menores paraos olhos, casca de ovos etc.

Criar animais, esculpindo ou unindo omaterial recolhido.

Móveis Caixas de diferentes tama-nhos e formas, tintas e papelpara forrar.

Forrar ou pintar caixas e pedir que a crian-ça crie móveis para casinhas de bonecas,bichinhos etc.

Vasilhas epanelinhas

Garrafas plásticas com aspontas cortadas; frutas cítri-cas cortadas ao meio e semos gomos.

Criar utensílios domésticos como copos,panelas, xícaras etc.

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IX– AVALIANDO O PROGRAMA NO MUNICÍPIO

O PIM apresenta, como componente do seu referencial teórico-metodológico, umasistemática de avaliação, periódica e/ou contínua, através do acompanhamento de suas ações,baseada nas observações e registros, com aportes de natureza quantitativa e qualitativa.

Considerando que o objetivo do Programa é orientar a família para que promova odesenvolvimento integral de suas crianças, desde a gestação até os 6 anos de idade, faz-senecessário um olhar teórico-reflexivo sobre o desenvolvimento da criança em seu contextosociocultural, respeitando e compreendendo suas individualidades, suas manifestações egradativas conquistas.

O processo avaliativo do PIM se constrói através de uma rede de inter-relações, de modoa garantir uma orientação de qualidade às Famílias e às Comunidades que aderiram ao Programa.

A avaliação da qualidade das ações do Programa Primeira Infância Melhor acontece demodo contínuo, a partir da observação e registro das sistemáticas do GTE, GTM, Monitores eVisitadores, sobre o desenvolvimento das Modalidades de Atenção e os ganhos evidenciadosnas famílias, crianças e gestantes.

A cada etapa do Programa – capacitações, visitas sistemáticas dos técnicos do GTE aoMunicípio, acompanhamento do GTM e do Monitor quanto ao trabalho e ações dos Visitadores,desenvolvimento das Modalidades de Atenção Individual e Grupal, entrevistas com as famílias,visitas periódicas aos gestores, entre outros – corresponde um momento de avaliação contínua,com enfoque tanto quantitativo quanto qualitativo. Periodicamente, está prevista a realizaçãode uma avaliação parcial do Programa em alguns Municípios, para a obtenção de uma visãogeral das ações desenvolvidas em nosso Estado. A indicação dos Municípios, que participarãodesta avaliação parcial, segue critérios de regionalização e de cumprimento de requisitosestabelecidos quando da ampliação do Programa.

A sistemática de avaliação do PIM, periódica e/ou contínua, considera o acompanhamentodo desenvolvimento infantil e a reflexão permanente sobre as crianças em seu cotidiano essenciaisao elo da continuidade da ação pedagógica. Por conseguinte, o relato das mães sobre os ganhosde suas crianças, das famílias e comunidade em geral, fazem parte dos registros de naturezaqualitativa.

O acompanhamento dos ganhos das crianças atendidas pelo Programa é realizado atravésde atividades estimuladoras, planejadas e executadas, durante as Modalidades de AtençãoGrupal e/ou Individual, segundo os indicadores das Tabelas de Ganhos existentes nos Guias.No primeiro ano de vida, a avaliação é realizada de 3 em 3 meses e de 1 até 6 anos, anualmente.

Este acompanhamento realizado pelas famílias e Visitadores, sob a orientação do GTE,GTM e Monitores, considera os avanços e outras observações pertinentes à faixa etária em quea criança se encontra, tendo por base o seu Diagnóstico Inicial.

Nesse processo avaliativo, o conhecimento das características da fase do desenvolvimentodas crianças e os resultados evidenciados a partir do Diagnóstico Inicial – Marco Zero –possibilitam a compreensão das diferenças, necessidades e ritmos individuais, além de servirde referência para as etapas subseqüentes.

Os resultados das observações do acompanhamento às crianças, são registrados emdocumento próprio e dizem respeito, basicamente, ao desenvolvimento da criança nasdimensões, socioafetiva, motricidade, linguagem e cognitiva. Através desses registros o Visitador

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pode distanciar-se de si mesmo e refletir sobre as idéias corporificadas, estudando-as,interpretando-as, analisando os quadros ali esboçados, no sentido de encontrar outras respostaspara as situações vivenciadas ou melhores caminhos a percorrer, dando oportunidade aplanejamentos mais adequados.

Para tanto, o Guia de orientação para GTM, Monitor e Visitador do PIM serve de suporteao planejamento, execução e avaliação das ações, por conter aspectos teórico-metodológicosessenciais ao desenvolvimento do Programa.

Neste sistema de avaliação, a Supervisão, Coordenação e Gerência do Programaacompanham o desenvolvimento das ações, através da leitura crítica dos Relatórios de Visitasde Assessoria e de Capacitações dos técnicos do GTE, para que as informações colhidas sejammelhor explicitadas ou sistematizadas, possibilitando, assim o planejamento de visitas maiseficazes e produtivas aos municípios.

Finalizando, a avaliação não é um processo individual, desarticulado do contexto social,mas sim um processo revelador de uma observação contextualizada sobre a família, criança egestante, em seu cotidiano, assegurando assim, uma visão integral do seu desenvolvimento, apartir das ações do Programa.

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Mensagem

O GTM, Monitor e Visitadores, constituem a chamada Equipe Municipal do PIM.Representam uma engrenagem da maior importância, indispensável para o funcionamento doPrograma Primeira Infância Melhor em cada município.

São essas as estruturas promotoras da execução e operacionalização do PIM.

O Programa começa a concretizar-se quando chega aos municípios, sob a supervisão ecom a ação da equipe Municipal, junto às famílias. Cabe ao GTM, aos Monitores e Visitadores,cada um no âmbito de sua competência expressa neste Guia, fazer chegar às famílias oconhecimento do PIM, através da mensagem:

Estamos aqui para auxiliar a vocês, pais, mães, familiares, a partir de sua cultura eexperiências, para que promovam o desenvolvimento integral de suas crianças de zero atéseis anos de idade.

Você, que faz parte de uma dessas estruturas, sinta a importância de seu trabalho, comose fôssemos uma grande orquestra, que só conseguirá encantar ao público, com a execução deuma maravilhosa obra, se todos os instrumentos realizarem seu trabalho no momento certo ede acordo com as indicações da regência.

Faça a sua parte! Você é importante para que, através do Programa Primeira InfânciaMelhor, oportunize-se melhoria na qualidade de vida das crianças deste nosso Rio Grande!

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O Programa Primeira Infância Melhor – PIM é uma política pública pioneira no Estado do Rio Grandedo Sul, com caráter intersetorial, implantado em 7 de abril de 2003, cuja Lei n°12.544 foi sancionada em03 de julho de 2006. É um programa institucional equivalente de ação socioeducativa cujo objetivo éorientar as famílias, a partir de sua cultura e experiências, para que promovam o desenvolvimentointegral de suas crianças desde a gestação até os 6 anos de idade. É baseado cientificamente na teoriaHistórico-Cultural de Vygotsky, na Psicologia do Desenvolvimento com base em Piaget e nos recentesestudos da Neurociência.O trabalho é desenvolvido pelos municípios, sob a Coordenação do Grupo Técnico Estadual que planeja,capacita, monitora e avalia a execução e os resultados alcançados.

GRUPO TÉCNICO ESTADUAL:Gerente do Programa: Arita BergmannCoordenadora Geral: Leila Maria de AlmeidaSupervisoras Técnicas: Fávia Franco, Lacy Maria da Silva Pires, Liése Gomes Serpa, Leila Maria deAlmeida, Maria da Graça Gomes Paiva, Maria Helena Capelli, Sandra Nique da Silva, Vera Maria daCosta Ferreira e Wilda Blasi

CONSULTORES TÉCNICOS:Aline Locatelli Graziela Sutter Kênia Margareth da Rosa FontouraAna Maria Reissig Oliveira Gisele Mariuse da Silva Letícia Ratkiewicz BoeiraAnelise Miritz Iraci Soares Magda KnorrCândida Kirst Janine Garcia Serafim Maria Celeste LeitzkeCarmem Luiza R. Longaray João Luiz Dorneles Antunes Marisa Bento HernandesCarolina de V. Drugg Joice Lopes Zen Neiva Amaral da SilvaCleci de Souza Lima Julia Maria Vargas Rita de Cássia de LimaCristiane Kessler de Oliveira Karine IsisBernardes Scheila Paula Zorzan

Flora Machado Duarte Kelly Oliveira dos Santos

APOIO ADMINISTRATIVO:Claudia Fernanda PieluhowskiFernando dos Santos SilvaJennifer Ferreira Fernandes

BANCO DE DADOS:Dauber Renato Torelli

ENDEREÇO PARA CONTATO:Programa Primeira Infância MelhorAvenida Borges de Medeiros, 1501, 6º andar - Ala Norte, Centro.Porto Alegre/RS/Brasil - CEP: 90110-150E-mail: [email protected]: www.pim.saude.rs.gov.brFones: (00 55 51) 3288-5853/5955/5887/5888 - Fax: (00 55 51) 3288-5810

Miolo - Guia GTM Visitador - 4a Rev.pmd 4/6/2007, 13:5770

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ISBN 978-85-7770-007-3

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