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Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação - 1 - GÊNEROS DIGITAIS NO LIVRO DIDÁTICO DE PORTUGUÊS DO ENSINO FUNDAMENTAL II: LETRAMENTOS POSSÍVEIS José Hipólito Ximenes de Sousa 1 (CMCB) Resumo: Neste artigo, faz-se a análise do estudo dos gêneros digitais proposto em dois livros didáticos de língua portuguesa. A partir do conceito de gêneros digitais proposto por Marcuschi (2005) e das discussões de gêneros textuais em Carvalho (2005), busca-se conhecer a relação entre os gêneros digitais e letramentos possíveis no livro didático, criando um link entre o que é dito na teoria e seus usos práticos. O estudo compôs-se da análise de dois livros didáticos do 6º e 7º anos. No corpus, verificamos quais tipos de atividades foram direcionadas para construção de textos em gêneros digitais. As analises dos dados indicam que a proposta para trabalhar os gêneros digitais não levam em consideração o contexto de circulação do gênero, ou seja, a proposta desconsidera um tipo de letramento mais especifico, que no caso em estudo foi construção de um blog, de um miniblog (twitter) e que o acesso às redes sociais como myspace e o facebook não convergiram para o ensino-aprendizagem de escrita na tela, ao direcionar a concepção do gênero para crianças do ensino fundamental II. É salutar que as instruções para os letramentos digitais das crianças requerem novas habilidades. Palavras-chave: Gêneros digitais, livro didático, ensino-aprendizagem. Abstract: In this paper, we observed that the study of digital genres proposed in two textbooks in Portuguese. From the concept of digital genres proposed by Marcuschi (2005) and discussions of textual genres in Carvalho (2005), seeks to understand the relationship between gender and digital literacies possible in the textbook, creating a link between what is said in the theory and its practical uses. The study was composed of analysis of two textbooks on the 6th and 7th years. In the corpus, we see what types of activities were directed towards construction of texts in digital genres. The analysis of data indicates that the proposed work to the digital genres not take into account the context of the gender. The proposal ignores a type of literacy more specific, which in our case was building of blog, Miniblog (twitter) and that access to social networking sites like myspace and facebook have not converged to the teaching and learning of screen writing, to direct the design of gender for elementary school children II. It is salutary that the instructions for the digital literacies of children require new skills. Keywords: Digital genres, Textbooks, Teach and learning.

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GÊNEROS DIGITAIS NO LIVRO DIDÁTICO DE PORTUGUÊS DO ENSINO FUNDAMENTAL II:

LETRAMENTOS POSSÍVEIS

José Hipólito Ximenes de Sousa1 (CMCB)

Resumo: Neste artigo, faz-se a análise do estudo dos gêneros digitais proposto em dois livros didáticos de língua portuguesa. A partir do conceito de gêneros digitais proposto por Marcuschi (2005) e das discussões de gêneros textuais em Carvalho (2005), busca-se conhecer a relação entre os gêneros digitais e letramentos possíveis no livro didático, criando um link entre o que é dito na teoria e seus usos práticos. O estudo compôs-se da análise de dois livros didáticos do 6º e 7º anos. No corpus, verificamos quais tipos de atividades foram direcionadas para construção de textos em gêneros digitais. As analises dos dados indicam que a proposta para trabalhar os gêneros digitais não levam em consideração o contexto de circulação do gênero, ou seja, a proposta desconsidera um tipo de letramento mais especifico, que no caso em estudo foi construção de um blog, de um

miniblog (twitter) e que o acesso às redes sociais como myspace e o facebook não convergiram para o ensino-aprendizagem de escrita na tela, ao direcionar a concepção do gênero para crianças do ensino fundamental II. É salutar que as instruções para os letramentos digitais das crianças requerem novas habilidades. Palavras-chave: Gêneros digitais, livro didático, ensino-aprendizagem. Abstract: In this paper, we observed that the study of digital genres proposed in two textbooks in Portuguese. From the concept of digital genres proposed by Marcuschi (2005) and discussions of textual genres in Carvalho (2005), seeks to understand the relationship between gender and digital literacies possible in the textbook, creating a link between what is said in the theory and its practical uses. The study was composed of analysis of two textbooks on the 6th and 7th years. In the corpus, we see what types of activities were directed towards construction of texts in digital genres. The analysis of data indicates that the proposed work to the digital genres

not take into account the context of the gender. The proposal ignores a type of literacy more specific, which in our case was building of blog, Miniblog (twitter) and that access to social networking sites like myspace and facebook have not converged to the teaching and learning of screen writing, to direct the design of gender for elementary school children II. It is salutary that the instructions for the digital literacies of children require new skills. Keywords: Digital genres, Textbooks, Teach and learning.

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Introdução

Um dos grandes desafios para os educadores (Moran, 2009) é ajudar a tornar

a informação significativa, a escolher dentre o leque de possibilidades em rede,

aquela que é verdadeiramente importante, compreendê-las de forma cada vez

mais abrangente e profunda, tornando-as parte de nosso referencial.

Ao longo da ultima década temos percebido diversas mudanças tecnológicas

que ocorreram de forma tão vertiginosa e surpreendente que nos tornamos meros

espectadores dessas mudanças. Os avanços advindos das novas tecnologias digitais

da comunicação e transformaram por completo as relações que se estabeleceram

no meio social entre os seres humanos e seu cotidiano. Contudo, os grandes

entraves para a implementação dos recursos tecnológicos não se fizeram sentir

apenas nos meios sociais onde a tecnologia se fez presente em determinado

momento, mas foi na escola onde esse processo de mudança de uma sociedade

“moderna” para uma sociedade tecnológica se fez sentir com mais presteza.

Para Mercado (2002, p. 11),

As novas tecnologias e o aumento exponencial da informação levam a uma nova organização do trabalho em que se faz necessário: a imprescindível especialização dos saberes, a colaboração transdisciplinar e interdisciplinar, o fácil acesso à informação e a consideração do conhecimento como um valor precioso de utilidade na vida econômica.

Nesses novos contextos em que o professor assume os preâmbulos de uso da

tecnologia, é necessário um novo perfil de educador que esteja voltado para

conceber o novo como um processo de inclusão e preparação para os novos

letramentos que se fazem presentes na escola e, principalmente, que nesse novo

perfil, o professor esteja disposto a receber as mudanças de maneira critica,

exigente e interativo.

Frente aos novos contextos que o professor assume nos preâmbulos de uso da

tecnologia, dessa forma a sociedade do conhecimento exige um novo perfil de

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educador: comprometido, competente, critico, disposto a mudanças, exigente e

interativo.

Nesse artigo, procura-se reconhecer dentro de uma educação humanística a

relevância dos usos dos gêneros digitais no livro didático de português que

contribuem para os letramentos tomando por base a tecnologia para a

aprendizagem colaborativa. Uma vez que (Mercado, 2006), é nessa visão de um

ambiente distribuído que a aprendizagem não pode ser dissociada da colaboração.

Em relação ao uso da tecnologia na educação, por longo tempo, a escola

tem sido o local onde as mudanças que começam a ser percebidas na sociedade se

tornam o ponto transformador das questões que se seguem as adequações dos

letramentos. Não percebemos a escola alheia às transformações, mas passiva

diante de um quadro que não a preparou para lidar com a massificação tecnológica

que transforma os espaços dos saberes.

Não percebemos uma escola atuante que veja na aplicação das tecnologias

uma forma de lidar com o currículo e com os novos letramentos que perfazem os

saberes tecnológicos no meio social. Apesar de declararem em suas propostas o

desejo e a intenção de preparar e capacitar criticamente o(a)

educando/cidadão(ã), ainda percebemos, nos livros didáticos, como a integração

de determinados gêneros digitais ainda parecem timidos e, muitas vezes, distantes

das práticas de uso na sociedade.

Letramento digital e escrita

Ao imaginarmos o mundo cada vez mais multifacetado, observamos as

diversas formas em que os letramentos permeiam a sociedade, permitindo, dessa

forma, que em nosso cotidiano, em diferentes situações, entrem em cena os

Multiletramentos. Refletindo sobre letramentos possíveis e sobre os gêneros digitais

que estão envolvidos no processo de ensino aprendizagem da escrita, nos

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envolvemos com o estudo da prática de letramento digital no ensino de escrita, em

especial no meio impresso, onde verificamos a transposição de gêneros.

A escrita no meio virtual requer outras habilidades as quais só são possíveis

em aparatos tecnológicos ( computadores, celulares, Ipads, tablets) e a Internet.

Assim, é preciso analisar os efeitos e/ou impactos em que as novas tecnologias

digitais vêm modificando e transformando nossa concepção sobre as maneiras de

nos relacionarmos com elas. Concordo com Marcuschi (2005), ao se referir aos

impactos que as novas tecnologias digitais assumem em relação ao poder de

destruição e devastação na sociedade contemporânea. Ressalvo que tal “poder”

está centralizado na forma como os usos e apropriações das novas tecnologias são

enraizadas no meio; e transmutados para a escola.

As mudanças trazidas pelas novas tecnologias digitais agregam valores não

apenas sociais e econômicas, mas também linguísticas, quando nos referimos às

questões inerentes da linguagem, tal como observadas por Bolter (1991 apud

Marcuschi 2005,p.14) “a introdução da escrita conduziu a uma cultura letrada nos

ambientes em que a escrita floresceu”. Assim, observamos que a introdução da

escrita em meio às novas tecnologias digitais, nos conduziu a uma forma de escrita

mais econômica, ou seja, abre-se uma lacuna para o internetês, em que

prevalecem as abreviaturas e a facilidade de transposição da fala para a escrita.

Nesse contexto, a escrita ganha novos formatos e exige novas habilidades para

dominar o espaço virtual e se apropriarem dos ambientes tais como sites, e-mail,

blogs, fóruns de discussão, entre outros.

Compartilho das ideias de Souza (2007) que as experiências que os alunos têm

com os gêneros digitais devem implicar um novo olhar sobre o ensino e a

aprendizagem de suas práticas na escola. Por outro lado, permanece o

distanciamento entre a realidade social, em que boa parte dos estudantes já

domina determinada pratica letrada, e as ineficientes politicas de inclusão digital

na escola, como por exemplo, a falta de equipamento necessário à demanda

escolar. Assim, percebo, via de regra que o letramento digital dá-se a partir do uso

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das novas tecnologias digitais no meio social desde então. Não compete apenas à

escola o resgate desses tipos de letramentos, mas a inclusão daqueles alunos que,

por questões sociais, ficaram a margem desses letramentos.

Conforme ALMEIDA (2005, p.174):

O letramento digital implica o reconhecimento da leitura no mundo virtual, do domínio e do uso da tecnologia da informação e da comunicação que propiciam ao cidadão uma produção crítica do conhecimento, fazendo-o exercer sua cidadania, inserido no mundo digital

como leitor ativo, produtor e consumidor de informações.

Por outro lado, Braga (2007) destaca que os estudos do letramento digital têm

algumas particularidades que são novas e outras que transferem para um novo

objeto de análise um conjunto de crenças e promessas antigas sobre o impacto da

escrita na cognição e na sociedade.

Conforme a autora, a escrita digital sendo um tipo de escrita relativamente

recente, ainda não foi ―naturalizada, no contexto das práticas sociais e cujos

modos de aquisição ocorrem fundamentalmente fora das práticas escolares, é de se

esperar que o estudo do letramento digital nos ofereça padrões de comparação

novos para compreensão do próprio letramento tradicional. A mediação tecnológica

nas práticas comunicativas sempre gera mudanças linguísticas, tanto no nível da

modalidade, quanto no nível das convenções de gênero.

O letramento digital, de certa forma, torna muito mais evidente a dinâmica

de diferentes processos de mudanças linguísticas, dada a velocidade com que tais

mudanças ocorrem. Isso se explica pelo fato de que, no contexto digital, a

construção de novas formas expressivas deixa de ser controlada por um grupo

restrito de especialistas – como ocorreu com a escrita e as diferentes formas de

comunicação audiovisuais – e passa a ser produto de uma construção coletiva mais

ampla.

De acordo com Vieira (2005, p.29) “A revalorização da escrita com a

introdução da tecnologia eletrônica é um fato, independente do que significa

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falar/ler/escrever dos limites oral/escrito e de suas novas funções”. No espaço

escolar, contribuir para o letramento digital significa, pois apresentar

oportunidades para que todos possam utilizar as tecnologias da informação e da

comunicação como instrumentos de leitura e de escrita que estejam relacionados

às práticas educativas e como práticas em contextos sociais desses grupos.

Novos letramentos e o ensino de escrita no contexto escolar

O desenvolvimento tecnológico da última década introduziu, no cotidiano,

novas tecnologias e ferramentas que mudaram completamente nossa relação com

os meios de comunicação e de informação. Hoje, temos à disposição ferramentas

que não só nos trazem informações, mas também nos dão a possibilidade de

interagirmos com elas. Estamos nos referindo especificamente às TIC´s. Essa

possibilidade de interação e comunicação usando novas ferramentas e redes como

a Internet também fez surgir novos gêneros textuais e formas de escrita,

possibilitando o surgimento de gêneros híbridos e uma mudança nos conceitos de

letramento, que passa a ser usado no plural, letramentos, e no surgimento de

termos novos como multiletramentos e letramento digital.

Letramentos e possibilidades

Quando nos referimos ao termo letramento não podemos deixar de lado o

conceito primitivo em Soares (2009) que, partindo de estudos etimológicos, afirma

que letrado é o estado ou condição que assume aquele que aprende a ler e a

escrever, todavia atrelado a esse conceito imbrica-se a ideia de que a escrita traz

consequências sociais, culturais, políticas, econômicas, cognitivas, linguísticas quer

para o grupo social em que seja introduzida, quer para o individuo que aprenda a

usá-la. Por outro lado, Kleiman (2008) define letramento como um conjunto de

práticas sociais que usam a escrita, como sistema simbólico e como tecnologia em

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contextos específicos, para objetivos específicos. Assim, percebemos que ambas as

autoras partilham a ideia da escrita como elemento norteador desse espaço de

interação entre as práticas sociais.

Xavier (2007, p.8) afirma que:

O letramento digital, que se realiza pelo uso intenso das novas tecnologias de informação e comunicação e pela aquisição e domínio dos vários gêneros digitais, parecem satisfazer às exigências tanto daqueles que acreditam na funcionalidade e utilidade que qualquer tipo de letramento pode proporcionar aos indivíduos que o adquirem para agir em uma

sociedade, isto é, fazer os indivíduos mais produtivos economicamente, bem como atende aos que postulam o desenvolvimento da capacidade analítica e crítica do cidadão como objetivo maior da aquisição de qualquer tipo de letramento. (Grifo do autor)

Nessa perspectiva a escrita está para o letramento, seja na forma mais

rudimentar em que ela se materializa ou na forma mais moderna em que ela se

apresenta. Seja através de gêneros diversos, com objetivos específicos, ou de

suportes em que se materialize o texto. Pensar, pois, em escrita é também pensar

em letramento.

Como afirmam Garton e Pratt (1992, p.2 apud Rojo 2007, p.68):

Letramento está diretamente envolvido com a linguagem escrita: este é um senso comum que compartilhamos. Entretanto também esperamos que

pessoas letradas falem fluentemente e demonstrem domínio da linguagem falada. Consequentemente, uma definição de letramento deverá reconhecê-lo, especialmente quando se estuda o desenvolvimento das

habilidades de escrita.

Desse modo, desenvolver as habilidades de escrita dentro do contexto

linguístico é o primeiro passo na integração do letramento como prática social. O

fato é que, no mundo contemporâneo, as práticas sociais de leitura e de escrita

tomam diversos aportes diferentes daquelas que ocorriam num passado não muito

distante. Além das práticas de leitura e escrita no formato impresso, agora temos

que conviver com as mesmas práticas numa plataforma eletrônica. Não apenas com

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o texto em si, mas com vários outros recursos que dispõe o meio digital como sons,

imagens, fotografias, vídeos, etc.

Gomes (2007, p. 87) afirma que:

O letramento é, portanto, mais que uma prática social contextualizada que se manifesta no uso, no conhecimento, nos valores, nas crenças e na relevância, a ele atribuída; ele diz respeito também aos aspectos individuais, isto é, às diferentes maneiras de como as pessoas se interagem e se relacionam com a escrita, dentro da sua comunidade nessas práticas.

Precisamos perceber que lidar com o letramento dentro das práticas sociais

individuais vai muito além do que imaginamos que seria ser uma pessoa letrada

tendo formação específica na escola. O direcionamento dessas práticas de escrita,

aprendidas na escola, podem definir o tipo de cidadão que se deseja dentro de uma

sociedade cada vez mais plural. Necessitamos ter um olhar diferenciado da função

específica da escola, que atribuições se fazem sentir quando o mundo inteiro passa

por transformações e a escola ainda fica a mercê dessas mudanças.

Assim, notamos que os letramentos permeiam todo o espaço escolar para

que os alunos sejam capazes de conviver num espaço social multifacetado. Quando

adentramos nesse espaço social é possível redimensionar a forma como passamos a

lidar com as nossas práticas sociais.

Dionísio (2006) nos convida a rever o conceito de letramento. Para ela, o

letramento tem sido empregado em sentido amplo, pois amplia as variedades

terminológicas como letramento científico, novo letramento, letramento visual,

letramento midiático, etc. Desse modo, ela afirma ainda que a noção de

letramento como habilidade de ler e escrever não abrange todos os diferentes tipos

de representação do conhecimento existentes em nossa sociedade.

No meio social, em que os gêneros textuais estão em circulação, uma

pessoa letrada deve ser uma pessoa capaz de atribuir sentidos a mensagens

oriundas de múltiplas fontes de linguagem, bem como ser capaz de produzir

mensagens, incorporando múltiplas fontes de linguagem.

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Assim, surge também a necessidade de atribuir sentido, não apenas à

habilidade de ler e escrever textos com objetivos específicos para fins específicos,

mas ir mais além, procurando redimensionar a forma como concebemos os diversos

tipos de linguagem. Concordo com Gomes (2007, p.90) ao afirmar que:

Sendo o letramento, como vimos, um continuum entre as práticas de uso de escrita fora e dentro do ambiente digital que ocorre de forma processual, não nos parece útil diferenciar ―letramento tradicional‖ de ―letramento digital‖, a não ser para efeito de especificação do contexto em que ele ocorre, ou em referência a práticas onde a tecnologia digital

ocupe lugar central.

Portanto, os letramentos são possíveis e necessários em determinados

contextos sociais; são múltiplos e requerem ações distintas em grupos sociais

distintos, pois convivemos numa sociedade em que a produção do conhecimento é

coletiva e a comunicação ocorre através das diferentes linguagens ( verbal, visual,

digital) que premeia os espaços de comunicação. Nessa sociedade, a capacidade de

rede surge como um núcleo de competências sociais e culturais. Para Jenkins

(2006) um aluno é mais inventivo, não apenas quando possui um amplo leque de

recursos e informações os quais pode escolher, mas quando é capaz de navegar em

contínua mutação no mundo da informação, transformando sua realidade social em

diferentes contextos colaborativos.

Assim, no contexto pedagógico, concordamos com Barros (2009) quando

compreende que a responsabilidade de assumir a intersecção entre os meios

tecnológicos e a educação deve ser de todo professor, independente de sua

formação ou da disciplina que ministra. Nesse contexto, o professor assume o papel

de sujeito atualizado, questionador, crítico, desbravador e, sobretudo um

pesquisador, uma vez que a cultura tecnológica, assim também, como o meio social

estão em permanente transformação, seja na forma, no conteúdo ou nos valores

que carrega.

Cabe ao professor ser o mediador entre os produtos da cultura das mídias que

perpassam as práticas sociais e o conhecimento dos meios e para os meios nas

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intervenções formativas em sala de aula. Observamos o quadro idealizado por

Jacquinot (1998) apud Barros (2009) que mostram possíveis oposições entre a

escola e os meios (Barros, 2009, p.117-118).

QUADRO 1 – Oposições entre a escola e os meios

ESCOLA MEIOS

voltada para o passado (o patrimônio )

interessam-se pela atualidade

repousa sobre a logica da razão sobrevive da surpresa do acontecimento, do

impacto, do emocional

ignora a lógica econômica

só funcionam segundo a lógica econômica

vive da durabilidade vivem da efemeridade

procura formar os cidadãos formam os consumidores

a objetividade é subjacente a todas as

disciplinas ensinadas na escola

valorizam a subjetividade

encarregada de transmitir o saber acumulado

pela cultura

o que é transmitido é menos ―saber‖ e mais

informação superficial

o saber transmitido é selecionado, recortado,

reconstruído

tratam de todos os assuntos, e não há nenhum

controle de aquisição

Análise do gêneros digitais no livro didatico de português do ensino

fundamental II

Apresentamos a seguir os resultados da experiência de uso ao trabalhar com

os gêneros digitais com (02) duas turmas de 6º ano e (03) três turmas de 7º ano,

utilizando os livros didáticos de língua portuguesa e Redação para o ensino

fundamental II: Português: linguagens (CEREJA & MAGALHÃES, 2009); Redação:

todos os textos (CEREJA & MAGALHÃES, 2011).

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Tanto no livro de Português quando no livro de Redação do 6º ano, os

autores propõem o estudo dos gêneros digitais, com uma diferença: no livro de

Português os autores, na parte de produção textual, introduzem o gênero carta

pessoal e o gênero digital e-mail; e no livro de Redação, abrem o capitulo com o

tema: os Gêneros digitais e o e-mail. No livro de português do 7º ano não há

nenhuma referência aos gêneros digitais, já no livro de Redação do 7º ano, os

autores introduzem o capitulo intitulado “O diário e os gêneros digitais”.

Verificamos que há um cuidado dos autores em fazer um link entre os

gêneros que circulam no meio impresso e aqueles que são típicos do meio digital.

Ao introduzirem o gênero carta pessoal, apresentam em seguida o gênero e-mail e

ao proporem o gênero diário fazem uma ligação com os gêneros blog e o miniblog

(twitter). Ao percebermos as propostas sugeridas pelos autores, verificamos que as

orientações são mais de informação do que de uso, ou do modo como devem ser

utilizados os gêneros digitais por professores e alunos.

Idealizamos no quadro a seguir a esquematização presente no livro didático

quanto ao gênero e ao uso proposto a cada série.

QUADRO 2: usos do gêneros digitais

Livro Serie Gênero Uso

Português 6º e-mail Informações sobre o gênero

Curiosidades

Proposta de atividade adequando a linguagem formal

Português 6º e-mail Informações sobre o gênero

Curiosidades

Proposta de atividade adequando a linguagem

formal

Português 7º - -

Redação 7º Blog

Twitter

Informações sobre o gênero

Curiosidades

Proposta de atividades a partir de possibilidades

de acesso a computadores

Instruções para abrir uma conta no twitter

Informações sobre o que e myspace e facebook

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Pelo quadro acima, verificamos que os gêneros digitais representam uma

transmutação do meio virtual para o meio impresso, não contribuindo de forma

eficaz para as possiblidades de letramentos. Os autores enfocam o gênero como se

os mesmos fossem uma atividade distante da maioria das crianças nesse nível de

ensino.

Observamos mais informações sobre o gênero do que de atividades práticas

que contemplem o letramento digital dos alunos e , também, possibilidades de

desenvolvimento das habilidades da escrita digital como por exemplo, saber digitar

e usar as ferramentas computacionais e o acesso a Internet.

Ao introduzir o capitulo sobre os gêneros digitais: e-mail, os autores

quebram a expectativa em relação aos usos efetivos dos letramentos, uma vez que

são mais informações sobre os gêneros.

FIGURA 1 – Abertura do capitulo livro de redação 6º e 7º ano

Os autores contextualizam o gênero no meio social dos alunos. Uma vez que

ressalvam que os alunos “já tenham tido contato com computadores desde que

nasceu”. Ao revelar isso, os autores deixam claro que os alunos são nativos digitais,

o que necessariamente não condiz com a aplicação de uso do gênero e-mail,

apresentando suas características e um design que não condiz com o que os alunos

estão acostumados a encontrar.

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FIGURA 2 – Exemplo de e-mail

Na verdade, o que se observa é a transposição do gênero digital para o meio

impresso e na apresentação de informações sobre o gênero, como se o importante

fosse reconhecer característica peculiares a cada gênero, como se o mesmo fosse

marcado e impossível de sofrer qualquer tipo de alteração.

FIGURA 3 - características do gênero e-mail

É importante que as características dos gêneros sejam bem direcionadas,

pois os meios por onde esses textos circulam, requerem uma configuração

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específica. Por outro lado, observamos que o gênero e-mail, além de ser também

um suporte, não requer uma forma especifica de tratamento. Podemos tanto enviar

um e-mail com uma mensagem curta, ou longa ou ainda, anexar um documento ou

uma foto; que ele não perderá suas características enquanto gênero que só circula

no meio eletrônico.

Quanto aos gêneros digitais blog e twitter, os autores fazem os mesmos

percursos de dar informações e apresentam algumas curiosidades. No caso do blog

começam por definir o que é, e fazem a diferença entre o blog e o diário.

FIGURA 4 – apresentação do blog

FIGURA 5- diferença entre Blog e diário

Com o gênero miniblog (twitter), eles também fazem apresentação do

gênero e direcionam os alunos a fazem uma conta no site do serviço.

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FIGURA 6 – Cadastro no twitter

Os autores finalizam o assunto sobre gêneros digitais, apresentando

informaçoes sobre o que é o my space e o facebook, porém nenhuma das atividades

apresentadas no livro didatico de Português e de Redação direcionam as atividades

para serem feitas com o uso excluisivo do computador. Apresentam apenas

sugestoes de atividades, podendo ser feitas ou não, dependendo da disponibilidade

da escola de possuirem os recursos necessários à atividade.

FIGURA 9 – informações sobre o myspace e o facebook

Considerações finais

A experiência de ensino com gêneros digitais usando o livro de Português e

Redação do ensino Fundamental II, leva nos a refletir sobre as possibilidades de

letramentos digitais para alunos de 6º e 7º anos. Não é a forma como os diversos

letramentos se fazem na sociedade, mas as formas como eles são aplicados na

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escola e principalmente, quando se tratam de gêneros quais as possibilidades que

esses são realizados na escola.

Ao trabalhar a atividade com o gênero e-mail, verifiquei que a maioria dos

alunos possui conta de e-mail, mas não tem acesso diário, pois dependem da

autorização dos pais para utilizarem, ou seja, os pais tem preocupação com qual

tipo de conteúdo os filhos fazem circular na Internet. Outro ponto significativo foi

que a atividade não gerou expectativa nos alunos, da turma de 75 alunos, somente

10 enviaram a atividade proposta. Foi constatado ainda que somente 5 alunos não

possuíam conta de e-mail o que permitiu que pudesse ser criado uma conta de e-

mail para esses alunos.

Quanto aos gêneros blog e miniblog ( twitter) por problemas no laboratório

de informática, não foi possível fazer, naquele momento uma aplicação prática de

criação do blog ou miniblog. Foi observado que muitos alunos possuem contas no

facebook e alguns no twitter.

A proposta de utilização dos gêneros digitais, em sala de aula, ainda aparece

tímida nos livros didáticos. É preciso rever essas questões e, também, propôs

atividades que possam instigar nos alunos a busca por um letramento específico

com o uso de gêneros digitais.

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1 Prof.Ms. José Hipólito Ximenes, SOUSA

Colégio Militar do Corpo de Bombeiros (CMCB) E-mail: [email protected]