O Bandeirante - Dezembro 2007 - nº 181

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Informativo Mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores Regional do Estado de São Paulo Ano XVI - nº. 181 - DEZEMBRO de 2007 Redação: [email protected] - (11) 9182-4815 OBandeirante Jornal Idéias de Luc Ferry, ateísmo e Natal por Helio Begliomini médico urologista e Presidente da SOBRAMES-SP Continua na página 2 É muito imbecil, ou louco, / quem não vê, na sua estrada, / que com Deus é muito o pouco, /e sem Deus, o muito é nada... Octacílio Cruz Peixoto, trovador. Luc Ferry é um filósofo e cientista social parisiense. Nasceu em 1951, contando, hoje, com 56 anos. Tem-se tornado um escritor voltado para o humanismo secular. Em 2006, ganhou o prêmio Aujourd’Hui com seu livro Aprender a Viver, onde apresenta a história da filosofia desde a antiga Grécia à atualidade. É conhecido como um dos mais radicais defensores do movimento de laicização no Ocidente, particularmente contra o avanço dos fundamentalistas. Quando foi ministro da Educação, na França, entre 2002 e 2004, muito repercutiu o fato àquela época, de proibir o uso de véus das mulheres muçulmanas em escolas públicas. Em seu livro Nouvel Ordre Écologique, além de apresentar crítica aos ecologistas radicais, expressa preocupação no mundo globalizado com o futuro da democracia e a deterioração do poder dos políticos. Com relação ao medo que os jovens contemporâneos enfrentam em relação àqueles dos anos 60, diz: “o que é novo não é a proliferação do medo, mas o fato de que o medo seja desculpabilizado. Em minha infância, o medo era um sentimento negativo, um pouco vergonhoso e que, para crescer, era preciso superá-lo. Hoje se tornou sentimento positivo, como se fosse o primeiro passo para a sabedoria”. Ainda no seu livro Aprender a Viver, Luc Ferry defende que a consciência da responsabilidade do indivíduo sobre a coletividade deve gerar um novo humanismo. Entretanto, embora não se considere nietzschiano, ensina ao homem a ocupar o lugar de Deus, ou a persistir na idéia de divinizar o humano. Assim, defende que a idéia da transcendência desceu do céu para a Terra, na humanidade, especificamente pela sacralização do ser humano. Contrariamente, por incrível que possa parecer, este livro, segundo críticos, poderia ser resumido com um princípio cristão: “não faça aos outros o que não gostaria que fizessem com você”. Entretanto, Ferry acredita que, quanto mais ateu for o filósofo, mais à altura do título de pensador ele possui. No seu livro O Homem Deus, Luc Ferry expressa novamente sua visão laicizante acerca do mundo. Pressupondo a decadência do cristianismo, renova sua crença na divinização do homem. Para ele o indivíduo moderno deve enfrentar sozinho as experiências cruciais da existência, tais como o luto, o mal e o amor. O ateísmo tem-se propagado não somente como uma simples opção, ou mesmo como convicção, mas sim, com a intenção de destruir a fé em Deus. Seus protagonistas jactam-se com ar de superioridade com relação aos demais mortais, pressupondo que atingiram um plano civilizacional superior, pois prescindem de Deus. Entretanto, eles não levam em consideração que crer em Deus como a Causa Primeira de um mega e inúmeros nanouniversos, perfeitamente harmônicos e bem ordenados, não é apanágio apenas dos incultos, dos iletrados, dos simplórios e dos matutos, mas também de cientistas, pensadores, pós- graduados lato sensu, artistas e de intelectuais dos mais variegados matizes. Paradoxalmente, a segurança dos que acreditam em Deus é a mesma daqueles que O negam. Contudo, as considerações dos ateus desarticulam-se e volatilizam-se mais facilmente diante da argumentação filosófica, científica, lógica e racional. Algo jocoso, mas ao mesmo tempo real, aconteceu em Paris, na mesma cidade de Luc Ferry, com um ilustre concidadão seu, há cerca de 200 anos. Jean le Rond d’Alembert (1717-1783), filósofo, matemático e físico que participou da edição da Encyclopédie, primeira enciclopédia publicada na Europa, freqüentemente usava sua inteligência para menosprezar a religião. Certa feita estava num palácio e começou a vangloriar-se de ser ateu. Dizia: neste palácio somente eu não creio, nem adoro a Deus. Entretanto, uma mulher de fé que ali se encontrara respondeu-lhe: estais muito enganado, senhor d’Alembert. O senhor não é o único. Existem outros neste palácio que não acreditam em Deus. Admirado, ele perguntou: e posso saber quem são meus companheiros, minha senhora? Claro! – retrucou ela –, complementando: são os cães, os cavalos e os burros que estão no pátio... Com todo o respeito a pensamentos contrários, diríamos que apenas um irracional pode negar a Deus. Explicitando: O irracional não tem capacidade de articular a razão – conseqüentemente, Deus é a realidade mais evidentemente inegável. Os crédulos não o são por medo do desconhecido, pela ignorância, pela falta de explicação abstrata ou pelas superstições, mas sim, concebem a noção de um Criador também pela intuição e pela dedução racional. Diríamos que no homem existe o instinto da religiosidade como outro qualquer. A sua sede pelo transcendente lhe é inata. O genial filósofo Aurélio Agostinho de Hipona (354-430), que passou boa parte de sua vida menosprezando o transcendente, sintetizou este anseio de forma simples, densa e lapidar: “Tu nos fizeste para ti, Senhor, e inquieto é o nosso coração enquanto não repousa em Ti” (Confissões I,1). Ainda é do genial Agostinho esta reflexão contida em seu Sermão 126,3: “Eleva o olhar racional, usa os olhos como homem, contempla o céu e a terra, os ornamentos do céu, a fecundidade da terra, o voar das aves, o nadar dos peixes, a força das sementes, a sucessão das estações. Considera bem os seres criados e busca o seu Criador. Presta atenção no que vês e procura quem não vês. Crê naquele que não vês, por causa das realidades que vês. E não julgues que é pelo meu sermão que és assim exortado. Ouve o apóstolo que diz: – ‘As imperfeições invisíveis de Deus tornaram-se visíveis, desde a criação do mundo, pelos seres por ele criados’ (Rm 1,20)”. O irreverente François-Marie Arouet, filósofo iluminista francês, mais conhecido pelo pseudônimo de Voltaire (1694-1778), no tocante ao Criador, dissera: “todo relógio tem um relojoeiro!”. Acreditava explicitamente na existência de Deus. Para Voltaire, “Deus é a suprema inteligência do mundo, obreiro infinitamente capaz e infinitamente imparcial”.

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Informativo Mensal da Sociedade Brasileira de Médicos EscritoresRegional do Estado de São Paulo

Ano XVI - nº. 181 - DEZEMBRO de 2007

Redação: [email protected] - (11) 9182-4815

OBandeiranteJornal

Idéias de Luc Ferry, ateísmo e Natalpor Helio Begliomini médico urologista e Presidente da SOBRAMES-SP

Continua na página 2

É muito imbecil, ou louco, / quem não vê, na sua estrada, / que comDeus é muito o pouco, /e sem Deus, o muito é nada...

Octacílio Cruz Peixoto, trovador.

Luc Ferry é um filósofo e cientista social parisiense. Nasceuem 1951, contando, hoje, com 56 anos. Tem-se tornado um escritorvoltado para o humanismo secular. Em 2006, ganhou o prêmioAujourd’Hui com seu livro Aprender a Viver, onde apresenta a históriada filosofia desde a antiga Grécia à atualidade.

É conhecido como um dos mais radicais defensores domovimento de laicização no Ocidente, particularmente contra o avançodos fundamentalistas. Quando foi ministro da Educação, na França,entre 2002 e 2004, muito repercutiu o fato àquela época, de proibir ouso de véus das mulheres muçulmanas em escolas públicas.

Em seu livro Nouvel Ordre Écologique, além de apresentarcrítica aos ecologistas radicais, expressa preocupação no mundoglobalizado com o futuro da democracia e a deterioração do poder dospolíticos.

Com relação ao medo que os jovens contemporâneosenfrentam em relação àqueles dos anos 60, diz: “o que é novo não é aproliferação do medo, mas o fato de que o medo seja desculpabilizado.Em minha infância, o medo era um sentimento negativo, um poucovergonhoso e que, para crescer, era preciso superá-lo. Hoje se tornousentimento positivo, como se fosse o primeiro passo para a sabedoria”.

Ainda no seu livro Aprender a Viver, Luc Ferry defende que aconsciência da responsabilidade do indivíduo sobre a coletividade devegerar um novo humanismo. Entretanto, embora não se considerenietzschiano, ensina ao homem a ocupar o lugar de Deus, ou a persistirna idéia de divinizar o humano. Assim, defende que a idéia datranscendência desceu do céu para a Terra, na humanidade,especificamente pela sacralização do ser humano.

Contrariamente, por incrível que possa parecer, este livro,segundo críticos, poderia ser resumido com um princípio cristão: “nãofaça aos outros o que não gostaria que fizessem com você”. Entretanto,Ferry acredita que, quanto mais ateu for o filósofo, mais à altura dotítulo de pensador ele possui.

No seu livro O Homem Deus, Luc Ferry expressa novamentesua visão laicizante acerca do mundo. Pressupondo a decadência docristianismo, renova sua crença na divinização do homem. Para ele oindivíduo moderno deve enfrentar sozinho as experiências cruciais daexistência, tais como o luto, o mal e o amor.

O ateísmo tem-se propagado não somente como uma simplesopção, ou mesmo como convicção, mas sim, com a intenção de destruira fé em Deus. Seus protagonistas jactam-se com ar de superioridade comrelação aos demais mortais, pressupondo que atingiram um planocivilizacional superior, pois prescindem de Deus. Entretanto, eles nãolevam em consideração que crer em Deus como a Causa Primeira de ummega e inúmeros nanouniversos, perfeitamente harmônicos e bemordenados, não é apanágio apenas dos incultos, dos iletrados, dossimplórios e dos matutos, mas também de cientistas, pensadores, pós-graduados lato sensu, artistas e de intelectuais dos mais variegados matizes.

Paradoxalmente, a segurança dos que acreditam em Deus é amesma daqueles que O negam. Contudo, as considerações dos ateus

desarticulam-se e volatilizam-se maisfacilmente diante da argumentaçãofilosófica, científica, lógica eracional.

Algo jocoso, mas aomesmo tempo real, aconteceu emParis, na mesma cidade de Luc Ferry,com um ilustre concidadão seu, hácerca de 200 anos. Jean le Rondd’Alembert (1717-1783), filósofo,matemático e físico que participouda edição da Encyclopédie, primeiraenciclopédia publicada na Europa,freqüentemente usava sua inteligênciapara menosprezar a religião. Certafeita estava num palácio e começou avangloriar-se de ser ateu. Dizia: neste

palácio somente eu não creio, nem adoro a Deus. Entretanto, umamulher de fé que ali se encontrara respondeu-lhe: estais muito enganado,senhor d’Alembert. O senhor não é o único. Existem outros neste palácioque não acreditam em Deus. Admirado, ele perguntou: e posso saberquem são meus companheiros, minha senhora? Claro! – retrucou ela –,complementando: são os cães, os cavalos e os burros que estão no pátio...

Com todo o respeito a pensamentos contrários, diríamos queapenas um irracional pode negar a Deus. Explicitando: O irracional nãotem capacidade de articular a razão – conseqüentemente, Deus é a realidademais evidentemente inegável.

Os crédulos não o são por medo do desconhecido, pelaignorância, pela falta de explicação abstrata ou pelas superstições, massim, concebem a noção de um Criador também pela intuição e peladedução racional. Diríamos que no homem existe o instinto da religiosidadecomo outro qualquer. A sua sede pelo transcendente lhe é inata. O genialfilósofo Aurélio Agostinho de Hipona (354-430), que passou boa partede sua vida menosprezando o transcendente, sintetizou este anseio deforma simples, densa e lapidar: “Tu nos fizeste para ti, Senhor, e inquietoé o nosso coração enquanto não repousa em Ti” (Confissões I,1).

Ainda é do genial Agostinho esta reflexão contida em seuSermão 126,3: “Eleva o olhar racional, usa os olhos como homem,contempla o céu e a terra, os ornamentos do céu, a fecundidade da terra,o voar das aves, o nadar dos peixes, a força das sementes, a sucessão dasestações. Considera bem os seres criados e busca o seu Criador. Prestaatenção no que vês e procura quem não vês. Crê naquele que não vês, porcausa das realidades que vês. E não julgues que é pelo meu sermão que ésassim exortado. Ouve o apóstolo que diz: – ‘As imperfeições invisíveisde Deus tornaram-se visíveis, desde a criação do mundo, pelos seres porele criados’ (Rm 1,20)”.

O irreverente François-Marie Arouet, filósofo iluministafrancês, mais conhecido pelo pseudônimo de Voltaire (1694-1778), notocante ao Criador, dissera: “todo relógio tem um relojoeiro!”. Acreditavaexplicitamente na existência de Deus. Para Voltaire, “Deus é a supremainteligência do mundo, obreiro infinitamente capaz e infinitamenteimparcial”.

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Jornal O Bandeirante

ANO XVI - nº. 181 - Dezembro 2007

Publicação mensal da SOBRAMES-SP -

Sociedade Brasileira de Médicos

Escritores - Regional do Estado de São Paulo

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Editores: Flerts Nebó, Marcos GimenesSalun.Redatores: Helio Begliomini, MarcosGimenes Salun, Flerts Nebó.Revisão: Ligia Terezinha Pezzuto(MTb 17.671 - SP).Jornalista Responsável: Marcos GimenesSalun - (MTb 20.405 - SP).Redação e Correspondência: Av.Prof.Sylla Mattos, 652 - ap. 12 - Jardim SantaCruz - São Paulo - SP - CEP 04182-010.E-mail: [email protected].: (11) 9182-4815 / 6331-1351

Colaboradores desta edição: Camilo AndréMércio Xavier, Flerts Nebó, Arlete MazziniMiranda Giovani, Alitta Guimarães CostaReis, Roberto Caetano Miraglia, SôniaAndruskevicius de Castro e Josef Tock

Diretoria - Gestão 2007/2008 - Presidente:Helio Begliomini; Vice-Presidente:

Josyanne Rita de Arruda Franco; Primeiro-

Secretário: Maria do Céu Coutinho Louzã;Segundo-Secretário: Evanir da SilvaCarvalho; Primeiro-Tesoureiro: MarcosGimenes Salun; Segundo-Tesoureiro: LigiaTerezinha Pezzuto; Conselho Fiscal

Efetivos: Flerts Nebó, Arary da Cruz Tiriba,Luiz Jorge Ferreira; Conselho FiscalSuplentes: Carlos Augusto Ferreira Galvão;Geováh Paulo da Cruz; Helmut AdolfMataré.

Projeto Gráfico e Diagramação:Rumo Editorial Produções e EdiçõesLtda. CNPJ.07.268.251/0001-09E-mail: [email protected]

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O Bandeirante - Dezembro de 20072

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Para o famoso escritor e poetafrancês Victor Hugo (1802-1885), “Deus é oinvisível evidente”. Jacques Anatole FrançoisThibault, mais conhecido como Anatole France(1844-1924), também escritor, recebido naAcademia Francesa em 24 de dezembro de 1896e laureado com o prêmio Nobel de Literatura,em 1921, consignou primorosamente que “oacaso é, talvez, o pseudônimo de Deus, quandoEle não quer assinar o seu nome”.

Assim poder-se-ia elencar uma sériede outros homens notáveis – religiosos,filósofos, teólogos, escritores, artistas, músicos,cientistas, intelectuais... –, que acreditavam emDeus ou que a Ele chegaram pelas evidências deseus misteres: Francesco Bernardone ouFrancisco de Assis (1181-1226), eleito no finaldo século XX, pela revista Times, como opersonagem que mais marcou o milênio passado;Tomás de Aquino (1225-1274), NicolauCopérnico (1473-1543), Galileu Galilei (1564-1642), Johannes Kepler (1571-1630), RenéDescartes (1596-1650), Blaise Pascal (1623-1662), Isaac Newton (1643-1727), GottfriedWilhelm von Leibniz (1646-1716), Ludwig vanBeethoven (1770-1827), André Marie Ampère(1775-1836), Louis Pasteur (1822-1895), paida microbiologia; Antoine Henri Becquerel(1852-1908), prêmio Nobel de Física, em 1903,pela descoberta da radioatividade; Max Planck(1858-1947), prêmio Nobel de Física, em 1918,pela descoberta do “quantum” de energia;Andrews Millikan (1868-1953), prêmio Nobelde Física, em 1923, pela descoberta da cargaelétrica elementar; Maratma Gandhi (1869-1948), Alex Carrel (1873-1944), prêmio Nobelde Fisiologia ou Medicina, em 1912, pelas suaspesquisas em sutura vascular; Albert Schweitzer(1875-1965), prêmio Nobel da Paz, em 1952;Albert Einstein (1879-1955), prêmio Nobel deFísica, em 1921, pela descoberta do efeito foto-elétrico; Erwin Schrödinger (1887-1961),prêmio Nobel de Física, em 1933, pelodescobrimento de novas fórmulas da energiaatômica; Agnes Gonxha Bojaxhiu, Teresa deCalcutá (1910-1997), prêmio Nobel da Paz,em 1979; Jérôme Lejeune (1926-1994), pai dagenética moderna; Martin Luther King (1929-1968), prêmio Nobel da Paz, em 1964;Desmond Mpilo Tutu (1931-), prêmio Nobelda Paz, em 1984, dentre outros milhares ou

milhões, que mais prestaram e prestam serviçoao pensamento, à ciência, às artes, enfim, aohomem e à civilização do que o mal que fizeramou que fazem à humanidade expoentes dopragmatismo ateu como Josef Stalin (1878-1953), Adolf Hitler (1889-1945), Mao Tsé-Tung (1893-1976), Saloth Sar, mais conhecidopor Pol Pot (1925-1998), Fidel AlejandroCastro Ruz (1926-), além de outros carrascosque assassinaram mais de cem milhões depessoas.

Os homens não são iguais entre si, e,no que tange ao ateísmo implícito e explícitono pensamento de Luc Ferry, assim como deoutros militantes, ele é rechaçado por 97,5%da população mundial que se declaram crentes.Felizmente não é necessário ter muitosneurônios para se chegar a essa constatação enem ostentar arrogância de superioridadeintelectual! Contrariamente ao que asseveraLuc Ferry, diríamos que, quanto mais humildefor o filósofo, mais à altura do título depensador ele possui. Aliás, Sócrates (470 a.C.-399 a.C.), filósofo ateniense e um dos maisimportantes pensadores do Ocidente, jáentendera que “quanto mais sei, mais sei quenada sei”.

Ao ensejo dessas ponderações, valea pena aduzir o nome de Francis S. Collins,diretor do Projeto Genoma Humano, que assumeser cristão, exibindo uma trajetória que vai doateísmo à crença. Collins lançou recentemente,nos Estados Unidos da América, umainteressante obra, cuja tradução para oportuguês tem como título A Linguagem de

Deus – Um Cientista Apresenta Evidências de

que Ele Existe, mostrando, assim, comoinúmeros outros, que não há contradição entreciência e fé.

É de se esperar, pois, que, neste mêsde dezembro, Luc Ferry e seus simpatizantesateus aceitem de 1/5 da humanidade que é cristã,um feliz Natal, entendido como o Deus que setornou homem para resgatá-lo de seu própriomal e dar um sentido redentor às suas angústias,achaques, imperfeições, pecados e sofrimentos.

(Continuação da página 1)

Walter Whitton Harris

Cirurgia do Pé e TornozeloOrtopedia e Traumatologia Geral

CRM 18317Av. República do Líbano, 34404502-000 - São Paulo - SP

Tel. 3885 8535 / Cel. 9932 5098

Page 3: O Bandeirante - Dezembro 2007 - nº 181

A

Q

Camilo André Mércio Xavier

Médico ortopedista - Ribeirão Preto - SP

3O Bandeirante - Dezembro de 2007 - SUPLEMENTO LITERÁRIO

Natureza

Ao longo da vidaA naturezaImpõe-nos suas regrasDesde o mais simples gestualAo complexo existirSomos envolvidospor uma intensa mobilidadeporque tudo nela circula

De onde vem essa ordem?Esse imperativo?Da poderosa força que nos sustentaQue nos agitaQue reside em nósE que tudo comanda

Dentro de uma relação especialEla preenche e ocupa nossos vaziosDo corpo, da almaPenetra em nósInstala seu impérioEmissor – receptorTransborda, transformaTraços – pedaçosIncluídos em nós

O efêmero passa a permanenteO oculto torna-se aparenteE assim ficamos todosSujeitos ao imponderávelÀ mercê da mãe naturezaAo final o que contaE o que venceÉ a vontade de permanecer.

Quando a Lua surgiu, de trás da serra, toda anatureza noturna se alegrou.

Era mais uma nova noite e os pirilampos, comseu intermitente iluminar, faziam-nos lembrar dos bonstempos em que a luz da iluminação noturna das cidadesera fraca ou inexistente e desse modo podíamos admiraro faiscar das estrelas longínquas.

Era o Cruzeiro do Sul, as Três Marias ou aVespertina que, com seus albedos, deixava-nos extasiadosao mirá-las.

As estrelas cadentes, que riscavam o céu numrápido passar e com eles iam nossos pedidos a Deus.

O medo que tínhamos de apontar, com nossoindicador, alguma estrela, pois poderia nascer uma verrugana ponta dele, fazia com que procurássemos indicar a“estrela” que sempre acompanhava a Lua, com a pontade nosso queixo, procurando dizer qual era a quedeveríamos ver, naquelas noites de luar.

Oh! Que saudades...

Noite de luarFlerts Nebó

Médico reumatologista - São Paulo - SP

Diziam que aquela estrelinha vermelha não erauma estrela... (que mentira...), mas que era um planeta,onde morava o deus da guerra. Seu brilho, embora nãopiscasse como as outras, era permanente e para mim erauma estrela colorida no fundo de um céu gostoso de seadmirar.

A Lua ia declinando e pouco a pouco desapareciaaos primeiros alvores do despontar de um novo dia queamanhecia. Fora mais uma noite de luar... que beleza!

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F

O que é ser

enfermeira?

Arlete Mazzini Miranda GiovaniMestre em Ciências e enfermeira

São Paulo - SP

SUPLEMENTO LITERÁRIO - O Bandeirante - Dezembro de 20074

Freqüentemente pergunto a mim mesma o que é ser

enfermeira e o que gostaria que fosse dito em alguma

comemoração em que fosse lembrada. Deixo aqui com vocês a

resposta. Se vocês estiverem ao meu lado nesta comemoração,

lembrem-se de que não quero uma longa comemoração e nem

mesmo um longo discurso.

Digam-me para não falar muito, para não dizer que

tenho trezentos certificados de cursos e congressos realizados.

Isso não é importante. Para não dizer que fiz curso universitário

e tenho trabalhos publicados. Isso também não é importante.

Para não dizer o lugar onde estudei. Para não dizer o cargo que

ocupo. O local onde trabalho. Os anos trabalhados.

Eu gostaria, sim, que alguém mencionasse aquele dia

em que tentei dar o melhor de mim a serviço dos pacientes,

razão maior de minha profissão; em que tentei desempenhar, da

melhor maneira, tudo que aprendi e que continuamente aprendo;

em que procurei amenizar a dor, colaborar para a recuperação

da saúde, dar um novo ajuste na condição de vida daqueles

que, um dia, a sorte por um instante esqueceu; em que tentei

ser honesta nas minhas atividades e caminhar na busca da

assistência ideal, apesar dos tropeços; em que tentei aliviar a

dor da internação e do afastamento dos familiares daqueles

que o mundo passou a ser um leito de hospital; em que tentei

enxugar uma lágrima e arrancar um sorriso de rostos tão sofridos;

em que tentei distribuir otimismo, descontração, sorrisos,

esperança, carinho e sobretudo profissionalismo a seres tão

humanos quanto eu.

Sim, se quiserem dizer algo, digam que fui implacável

defensora da justiça, dos direitos e dos deveres de todos e,

sobretudo, da paz. Da paz do espírito, do dever cumprido e da

missão realizada.

Todas as outras coisas, triviais, não têm importância.

Não quero deixar para trás nenhuma homenagem

póstuma, nenhum busto, nenhuma placa e nenhum nome de

rua. Só quero deixar uma vida profissional de dedicação e

realizações, sempre caminhando adiante. Passar a imagem de

que ser enfermeira é, sobretudo, ser gente, possuir alma, ter

defeitos e virtudes. Será que algum dia todos olharão para a

enfermeira e enxergarão que ela tem também uma alma, ama,

sofre, respira, alimenta-se, é mãe, é esposa, namorada, filha... e

não apenas o robô infalível que, se erra, não tem competência

e, se acerta, não fez nada mais do que a obrigação? Ela é

responsável por tudo, está no hospital 24 horas, mas será sempre

uma sombra nos resultados.

Portanto, ser enfermeira é, antes de tudo, sergente.

Florence Nightingale (1820-1910) considerada a

fundadora da enfermagem moderna.

Tempo de irAlitta Guimarães Costa ReisMédica psiquiatra

São Lourenço - MG

NNão, pai. Não vai embora.Como saber, assim, de repente,o que te dizer?Ainda não, pai. Demora.Fica comigo, por prazer,por todo aquele tempoque faltou.Fixa em mim o teu olhar.Assim sinto tua presençanesses dias quietos.Teu sangue flui.Tu já tens bisnetos.Também flui meu amor.Suave, cheio de luz,como o bom champanheem tuas queridas taças de cristal.“Prost!”. Pruridos no nariz.Tu eras tão feliz!Está bem, então. Não choro mais.Querias que eu fosse forte!E aqui estou.Contigo, além da morte.Mas sei que tens de ir.Está bem, então. Vai.Não sou mais criança,desnorteado amor,desamparada esperança.O meu amor te liberta.Voa pela janela abertaAlém de onde minha vista alcança.Já sei honrar a essênciade tua magia,que era viver feliza cada dia.

Page 5: O Bandeirante - Dezembro 2007 - nº 181

J

5O Bandeirante - Dezembro de 2007 - SUPLEMENTO LITERÁRIO

Um susto e uma corridaRoberto Caetano Miraglia

Advogado - São Paulo - SP

Já passava das cinco da tarde quando o corpo do velhoitaliano Ciccillo chegou ao improvisado velório do Hospital Municipalde São Paulo.

A frente do hospital que dava para a Rua Vergueiro estavaem fase final de acabamento, mas a lateral da Rua Castro Alves e osfundos da Rua Apeninos ainda funcionavam precariamente. Os velhoscasarões desapropriados ainda não haviam sido demolidos para aconstrução da nova ala e por isso as suas garagens serviam de localpara as famílias velarem seus mortos.

Década de 50, garoa fina e um friozinho típico da épocaeram cenário do triste epitáfio dobom Ciccillo.

A pequena família foichegando aos poucos para passara noite, que certamente seria longae fria.

Luicella, 83 anos, e,Cosentina, 87, irmãs do falecido,foram as primeiras a chegar comMicusso, marido de Luicella, numtaxi Chevrolet, preto, ano 52, quemais parecia um rabecão de tãogrande.

Micusso, sempreprestativo, acertou a corrida e logoabriu a porta de trás para as irmãsdescerem. Luicella, apesar daidade, desceu bem, masCosentina... eram 100 quilosentalados na porta traseira do táxi. Os numerosos botões da saiapreta, a calçola apertada e os sapatos novos com um número menor,comprados na fina e elegante Casa Fidalga da Rua Quintino Bocaiúva,dificultavam ainda mais a empreitada.

Cosentina gostava de chamar atenção sobre si e fazer-sede doente, mas aquela situação era constrangedora. Se pra entrar foifácil, por que pra sair estava tão difícil? Seria encenação?

Luicella puxava o braço direito da irmã, Micusso oesquerdo, e o motorista do taxi empurrava pelas costas. Cosentinasuava. E os outros também.

- Mio Dio! Ma que trambolho! – sussurrou Micusso. - Que dicce? – perguntou Cosentina, levantando o véu de

renda preta do rosto para poder esbravejar melhor. - No, io parlato... que imbroglio... capicci... que imbroglio!

– disfarçou Micusso. - Va bene! Ma que io escuitei trambolho, isso io escuitei! - Ma carma Cosentina, per piacere, vê se dá uma

mãozinha! - Ma como carma? Voceis tão mi empurrando e puxando e

amassando, como se fosse massa de inhoque de batata, ma não tãovendo que io to ca borsa presa no banco do carro. Se arrebentá aarça io vô despencá, cáspita!!!

- É vero! – disse o brincalhão Micusso - E vai acontecêiguar aconteceu em Nova Iorque em 1929! Voceis no ricorda?

- Ma sei pazzo Micusso? Qui é qui tem qui vê a bunda cascarça?

- É qui em 1929 teve o crack da Borsa de Valor de NovaIorque, capicce? Intó, foi por causa da quebra da borsa qui arrebentôos banco e tudo despencô! Deu pra entendê?

- Mio San Genaro, onde você foi pará Micusso? Luicella,vê se tuo marido tá com febre!

Depois de um grande esforço coletivo, a grande damaconseguiu sair do carro e, mesmo assim, reclamando de dor nas pernase nos braços e nas costas... Mas, ainda que não bastasse a descidatriunfal, Cosentina ainda precisou da ajuda da bengala e de sua dedicadairmã para poder caminhar até o interior do velório.

Outros familiares estavam chegando. Gaetano e Josephina,com os filhos Francisca, Antonieta, Helena, as gêmeas Mafalda eIolanda, Maria, Benedito, Antonio, Roberto e Vera chegaram com obonde Praça da Árvore que passava na Rua Vergueiro. Adolpho, Ida,Marina, Cosme e Alfredo, filhos de Micusso e Luicella, chegaram de

taxi. Passava das oito da

noite, quando um outro caixão foicolocado num canto escuro damesma garagem. Soube-se que eraum senhor que morrera afogado narepresa de Santo Amaro.

Vendo aquele caixãosimples num canto abandonado, semninguém para velar o pobre defunto,Cosentina pediu aos sobrinhos paraque colocassem uma das quatrovelas que estavam ao lado do caixãode Ciccillo próxima ao caixãosolitário.

- Venham aqui, filhosmio! Bota questa vela pra iluminá aarma do povorelo! Se io pudesse iomesma ia colocá. Ma questa perna...Io tô com dor nas costa por causa

da espinha torta... Mio braço tá ardendo qui nem fogo... E ainda ionon vô di corpo já faiz uns quatro dia, dispois qui comi os dois quilode jabuticaba qui comprei na feira....

Depois das lamentações, o pedido foi atendido. O pobredefunto tinha uma vela para iluminar sua alma.

O tempo foi passando e o frio aumentando. O irmãosGaetano e Micusso foram até a esquina da Rua Tamandaré tomar umgolezinho de vinho Sangue de Boi para esquentar, antes que a adegafechasse. Os mais moços, encolhidos em suas cadeiras, contavamhistórias de fantasmas e inventavam situações de terror para colocarmedo nas moças. Cosentina e Luicella rezavam o terço entre um cochiloe outro. Às vezes acordavam assustadas e uma rezava a Ave-Maria ea outra já pulava para o Pai-Nosso, e acabavam discutindo pra ver emqual conta haviam parado.

Lá pelas tantas, com o vento soprando forte mais para olado do caixão do afogado, a vela que Cosentina mandou colocar foideslocando-se e, com o peso da parte derretida, acabou caindo emcima da base de metal.

Foi um barulho e tanto, que ecoou por toda a garagem,quebrando abruptamente o silêncio da madrugada.

Todos levaram um tremendo susto, e as moças gritavamque o defunto afogado estava levantando-se do caixão.

Ao ouvir isto, a gorda e dolorida Cosentina, que mal podiaandar gritou:

- Madonna mia! Ciccillo que me descurpe! Ma io non ficonem mais um minuto qui!

E falando isso, levantou com rara agilidade seus cem quilosda cadeira num único salto, jogou a bengala pro lado e saiu correndodo velório com uma velocidade nunca vista!

Page 6: O Bandeirante - Dezembro 2007 - nº 181

A

C

SUPLEMENTO LITERÁRIO - O Bandeirante - Dezembro de 20076

Soneto e carnavalSônia Andruskevicius de Castro

Médica intensivista - São Paulo - SP

Josef TockMédico oftalmologista

São Paulo - SP

Moça na porta

Como um soneto comporQue fala de samba e carnavalNa letra um enredo nacionalDe paz, alegria e amor

Se o soneto verdadeiroPede fraque e cartolaAs senhoras de estolaElegância por inteiro

E o carnaval é ousadiaQuando varre a avenidaÉ passagem só de idaPara toda freguesia

Se tanta alegria transpassaDo soneto, a frase que morreSe tentar a espuma escorrecomo champanhe na taça.

A moça bateu à porta.Na arquitetura da vida,era tudo tão estático;e o amor passou na secante.

Na literatura dos logarítmos,ela estudava a matemática do ego.E sobravam favores, e faltava justiça.Era o topônimo superlativo.

O ego era a incógnita.Bastante indefinida, se fazia mártir;na vinicultura do versejar,os goles tragando no palavrear.

Nos vocábulos absurdos,o transitivo vulgar;sem datas, sem erros,a prosódia popular.

A moça bateu à porta,abri em prossecução.O ego ferido,a alma combalida.

E nas ordenadas da vida,vocábulos em versos prosadosno amor gentio usados.

Page 7: O Bandeirante - Dezembro 2007 - nº 181

7O Bandeirante - Dezembro de 2007

estante

Esta seção tem como objetivo divulgar e promover a venda dos livros dos associados adimplentes. Para participar, os autoresinteressados devem enviar as seguintes informações sobre os livros que pretendam divulgar: Título, Editora, Ano e Cidade da

Publicação, Nº. de Páginas, Preço, Forma de contato e aquisição e um arquivo magnético, contendo a foto da capa do livro (extensãoJPG). São dispensadas essas informações caso o livro já esteja disponível no acervo da SOBRAMES-SP. Opcionalmente o autor poderá

também enviar o livro, ainda que por empréstimo, para a redação do jornal. O envio do material, assim como de notícias, publicações ouinformações sobre lançamentos de livros deve ser feito para: Jornal “O Bandeirante” - Redação: Av. Prof.Sylla Mattos, 652 - ap.12Jardim Santa Cruz - São Paulo - SP - CEP 04182-010 - Também serão recebidas as informações pelo e-mail: [email protected].

Alçando Novos

Ares - Helio

Begliomini -

Expressão & Arte -

2007 - São Paulo -

SP - 80 p.

Helio Begliomini, médico urologista eatual presidente da SOBRAMES-SP dámais um passo em sua profícuatrajetória literária e cultural. Emmarço de 2007, ele tomou posse,como sócio-efetivo, do InstitutoHistórico, Geográfico e Genealógicode Sorocaba - SP e, para comemorara efeméride, lançou mais um livro:Alçando Novos Ares. No volume eleregistra seu discurso de posse, asaudação feita pela jornalista ÂngelaMaria Sisternas Fiorenzo, bem como oestatuto, as ações e o quadroassociativo daquele Instituto, cujafundação remonta a 3 de março de1954. Para maiores informações eaquisições, escreva para o e-mail:[email protected]

Aventuras de

Isadora e

Branquelo -

Thereza Freire

Vieira - Ediame -

2007 - Porto Alegre

- RS - 136 p.Outra escritora que vem sedestacando pela proficuidade de suaprodução é a geriatra Thereza FreireVieira, moradora na cidade deTaubaté. Sua obra é bastantediversificada, indo do romance àpoesia e dos ensaios e biografias atéas histórias infantis. É neste últimoporto que ancora sua obra maisrecente. Em As Aventuras de Isadorae Branquelo, Thereza exercita toda amagia de sua narrativa sempre muitofluente e bem do agrado das criançase jovens que têm recebido os seuslivros, habitualmente entregues abibliotecas e a escolas. Saiba maissobre os livros da autora, escrevendopara Rua 29 de Agosto, 177 - CEP12060-410 - Taubaté - SP

Queixa Principal -

- Vários autores -

SOBRAMES-CE -

2007 - Fortaleza - CE

- 164 p.

Lucio Alcântara, médico e membroefetivo da Academia Cearense deLetras, assim se manifestou sobre a22ª. Coletânea da regional cearenseda SOBRAMES: “...Imprensados entreas tabelas do SUS, a burocracia dosatendimentos, os baixos salários, asnovas tecnologias e a demandacrescente, os médicos escritores,seguindo antiga afinidade, libertam-sepela palavra e abraçam a literaturacomo um escape para a ansiedade etensões profissionais.” Abrangendopoesias, crônicas, conto e memória, aobra registra o talento literário de 24autores médicos da SOBRAMES doCeará, em mais uma mostra daconstante atividade daquela regional.Informações: [email protected]

registro

visita INa 209ª. PizzaL i t e r á r i a ,realizada no dia2 0 . 1 2 . 2 0 0 7 ,tivemos a honrade receber avisita da Dra.

Maria de Fátima Barros Calife Batista, daSOBRAMES-PE, que trazia mensagem dorecém-empossado presidente daquelaregional, Dr. Paulo Camelo, ao presidenteda regional paulista. Na foto a Dra. Mariade Fátima aparece ao lado de Wladimir doCarmo Porto, Helio Begliomini e MarcosGimenes Salun.

tema livre na superpizzaComo a maioria dos autores têm

preferido escrever sobre temas livres emvez dos propostos pela diretoria, o

próximo desafio da SUPERPIZZA, a serrealizado na reunião de 21 de fevereiro,terá a participação de TODOS os textosapresentados. O autor do trabalho quemais agradar ao leitor que os receberá

para análise será brindado com um mimo.

na imprensaA edição de 30 de novembro de 2007 dojornal O Semanário da Zona Nortepublicou, em sua página 14, uma

,tam-bém

visita IIA poeta brasileira,Mercedes Gomes,uma das fundadorasda regional São Pauloda SOBRAMES, veiomatar saudades,depois de longaausência. Há cinco

anos Mercedes fixou residência emLuanda, na África, e durante todo essetempo foram raros os contatos com osconfrades paulistas. Para marcar aocasião, Mercedes recitou poesias desua autoria durante a Pizza Literária dodia 20 de dezembro.

vem aí outra fornadaEm 2008 a SOBRAMES-SP pretende

lançar mais uma edição da sua série decoletâneas, que tem recebido o título

de A Pizza Literária. Será o 10ª. volumeda série, cuja publicação teve início em1990 e vem brilhando a cada dois anos.A participação será por cotização entreos autores. Em breve você terá todos os

detalhes e informações a respeito.

visita IIINa primeira semana dejaneiro de 2008, foi a vezdos confrades cearensesaportarem em Sampa. Nodia 8 de janeiro, tivemosa honra de receber avisita do Dr.PedroHenrique Saraiva Leão, ex-presidente daSOBRAMES Nacional (1996/1998) e doatual presidente da regional cearense daSOBRAMES, Dr. José Maria Chaves(abaixo). Durante um fraterno almoço, osilustres representantes da regionalnordestina entregaram a Marcos Gimenes

Salun, da regionalpaulista, cartazes e umaprévia do programa doXXII Congresso Brasileirode Médicos Escritores edo III Comitê Feminino daSOBRAMES, que serãorealizados em Fortaleza-CE, de 4 a 7 de junho de

2008. Além de noticiarem a empolgaçãoque vivem todos os confrades cearensesna expectativa do evento, Pedro Henriquee José Maria manifestaram todo o cari-nho que sempre nutriram pelos paulistas,brindando-nos com alguns exemplares desua coletânea Queixa Principal e tam-bém da revista Literapia, editada porPedro Henrique .

reportagem sobre o lançamento do livroSangue Quente, de nossa associada e ex-presidente Dra. Karin Schmidt RodriguesMassaro, evento realizado no dia 28daquele mês.

Page 8: O Bandeirante - Dezembro 2007 - nº 181

agenda

REVISÃOde textos em geral

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Definido valor da

anuidade para 2008

Foi fixado em R$ 140,00 (centoe quarenta reais) o valor da anuidadede 2008. Esse valor é válido para os queefetuarem o pagamento até o dia31.03.2008. A partir de 1º. de abril, ovalor passa a ser de R$ 170,00 (centoe setenta reais).

Os pagamentos podem ser feitosdurante as Pizzas Literárias ou atravésdo envio de cheque cruzado, nominalà SOBRAMES-SP, para o endereço doatual tesoureiro:

Marcos Gimenes SalunAv.Prof.Sylla Mattos, 652 - apto.12Jardim Santa Cruz - São Paulo - SP

CEP - 04182-010

Nunca é demais salientar que o valorda anuidade é uma das únicas fontesde receita da SOBRAMES-SP, para queesta possa continuar realizando suasatividades e bancando seus compro-missos, tais como publicação de jornal,correio, material de expediente,impostos e taxas legais, publicação deantologias etc... Por essa razão,contamos desde já com a colaboraçãode todos os associados.

Prêmios de assiduidade e desempenho 2007Ligia Terezinha Pezzuto,

responsável pela apuração dosconcursos “Prêmio Rodolpho Civile” deassiduidade e “Prêmio Aldo Miletto” demelhor desempenho, levantou osresultados da edição 2007, que seencerrou em dezembro.

Os associados mais assíduos, nacategoria Grande São Paulo, quecompareceram às 12 reuniões da PizzaLiterária realizadas em 2007 ereceberão certificado do “PrêmioRodolpho Civile” são: Marcos GimenesSalun, Maria do Céu Coutinho Louzã,Roberto Antonio Aniche e SérgioPerazzo. Na categoria Interior,marcaram 11 presenças os associados

Geováh Paulo da Cruz e Rodolpho Civile,que também receberão certificados.

O vencedor do “Prêmio AldoMiletto” de melhor desempenho naSOBRAMES-SP em 2007 foi HelioBegliomini, que totalizou 45 pontos nasoma de todos os quesitos. Forampontuados: publicação de livros,apresentação de trabalhos em Jornada,participação em Antologia e presençaem Pizzas Literárias.

A todos, os parabéns! Em janeirode 2008, começam a ser somadospontos para a segunda edição dessesdois certames. Confira a agenda deatividades abaixo e não deixe departicipar.

A diretoria elaborou a agenda deatividades para o ano de 2008. Comoalguns eventos ainda precisam deconfirmações, pedimos sua atençãopara este espaço, onde mensalmenteserão detalhados todos eles einformadas eventuais alterações naprogramação, especialmente em razãode alguns feriados. Anote:

JANEIRO - 10 reunião de diretoria /

17 Pizza Literária.

FEVEREIRO - 07 reunião de diretoria

/ 21 Pizza Literária (Superpizza).

MARÇO - 6 reunião de diretoria / 20Pizza Literária.

ABRIL - 3 reunião de diretoria / 17

Pizza Literária / 26 Sabatina Literária(Jundiaí).

MAIO - 8 reunião de diretoria /

29 Pizza Literária

JUNHO - 4 a 7 XXII CongressoBrasileiro de Médicos Escritores(Fortaleza-CE) / 12 reunião de

diretoria / 19 Pizza Literária.

JULHO - 3 reunião de diretoria /

17 Pizza Literária.

AGOSTO - 7 reunião de diretoria /

21 Pizza Literária.

SETEMBRO - 4 reunião de diretoria /

18 Pizza Literária (eleições eAniversário da SOBRAMES-SP)

OUTUBRO - 2 reunião de diretoria /

16 Pizza Literária.

NOVEMBRO - 6 reunião de diretoria /

20 Pizza Literária / 29 lançamento da10ª coletânea.

DEZEMBRO - 4 reunião de diretoria /

18 Pizza Literária (posse da diretoriaeleita para 2009/2010)

O Bandeirante - Dezembro de 20078