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O PROGRAMA DE INCENTIVO À
INOVAÇÃO DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DE JUIZ DE FORA:
DESENVOLVENDO A TECNOLOGIA
RUMO AO MERCADO
Luciana Paula Reis (UFMG)
Lin Chin Cheng (UFMG)
OIinto Lopes Neto (UFMG)
Letícia Paes Franco (UFMG)
Fernanda Schuchter Gatti (UFMG)
A Tríplice Hélice, como um meio de integração da universidade,
governo e empresa, representa o suporte para o processo de inovação
tecnológica no ambiente acadêmico. Desse processo inovativo, os
resultados esperados são a geração de Empresaas Nascentes de Base
Tecnológica de Origem Acadêmica (ENBT’s de OA) e a transferência
de tecnologias da universidade para empresas estabelecidas como
formas de contribuição para o desenvolvimento regional. Nesse
contexto, surge o Programa de Incentivo à Inovação (PII) que reúne o
incentivo do governo e o suporte da universidade para a criação de
ENBT’s. Neste artigo será apresentado o PII realizado na
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), compreendido entre
novembro de 2007 e março de 2009, que ocorreu por intermédio da
estratégia metodológica de pesquisa-ação. Como resultado do
trabalho, tem-se a geração de uma ENBT, duas transferências
finalizadas, além de três patentes depositadas e nove em processo de
patenteamento. Além disso, observa-se a contribuição do PII para a
inserção da cultura empreendedora no contexto acadêmico,
principalmente daqueles pesquisadores que se encontravam envolvidos
diretamente com o programa.
Palavras-chaves: Inovação, ENBT’s, Programas de Incentivo à
Inovação
XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão.
Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009
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1. Introdução
O processo de inovação exerce grande influência nos aspectos relacionados ao
desenvolvimento sócio-econômico do país, principalmente por meio da criação de novas
oportunidades de negócio. Para a inovação é importante a Tríplice Hélice, conceito criado por
Etzkowitz e Leydesdorff (1996) que reconhece a interação universidade – empresa – governo
como a base da inovação no mundo contemporâneo, além da importância de métodos que
contribuam para a aproximação entre a nova tecnologia e sua efetiva comercialização.
Como forma de incentivar a inovação tecnológica e, conseqüentemente, o desenvolvimento
social, o governo brasileiro vem procurando alterar substancialmente as políticas industrial-
científica e tecnológica (MATESCO & TAFNER, 1996). Segundo o autor, as políticas
industrial-tecnológicas de 1988 e de 1990 passaram a apoiar a capacitação tecnológica nas
empresas industriais, concedendo um conjunto de incentivos para a atividade de Pesquisa e
Desenvolvimento (P&D), juntamente com a posterior criação da lei de incentivos fiscais.
Universidades estão criando centros de apoio ao desenvolvimento tecnológico com o objetivo
de promover a interação entre a oferta e a demanda de conhecimentos científicos e
tecnológicos, informação e prestação de serviços especializados para a sociedade em geral,
através da integração entre as universidades, empresas e a sociedade de uma forma geral
(BERMÚDEZ, 2000). Esses centros propiciam o fortalecimento econômico e social da região.
Neste contexto, o Programa de Incentivo à Inovação (PII) surge como uma iniciativa do
governo em promover a inovação no setor produtivo, através do desenvolvimento dos
conhecimentos e das tecnologias advindas das universidades e dos centros de pesquisa, o que
fortalece as incubadoras de empresas, os parques tecnológicos e a sociedade local.
Então, este artigo objetiva apresentar o PII realizado na Universidade Federal de Juiz de Fora
(UFJF), compreendido entre novembro de 2007 e março de 2009. Para tanto, serão descritos o
processo de intervenção auxiliado pelo Núcleo da Tecnologia da Qualidade e da Inovação
(NTQI, laboratório de pesquisa do Departamento de Engenharia de Produção da Escola de
Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais), as dificuldades encontradas e os
principais resultados alcançados.
2. O Processo de Inovação Tecnológica
2.1 A Inovação como fonte de desenvolvimento regional
A inovação segundo Shumpeter (1949) é a introdução de um produto diferente no mercado.
Uma das formas mais promissoras de se promover o desenvolvimento econômico e social a
partir da inovação proveniente de pesquisas acadêmicas é o apoio à consolidação de empresas
nascentes de base tecnológica (ENBTs) (ROGERS et al., 2001; SHANE, 2004).
Assim, as universidades e centros de pesquisa vêm estimulando iniciativas para a
concretização do seu novo papel: a chamada universidade empreendedora, capaz de
capitalizar o conhecimento que possui, propiciando a geração de riqueza e o desenvolvimento
social (ETZKOWITZ, 1998). Vale lembrar que as universidades nasceram segundo a filosofia
do ensino e depois foram associadas a elas as funções de pesquisa e extensão como forma de
contribuição social. As universidades são detentoras de conhecimentos de naturezas distintas,
o que contribui fortemente para as inovações tecnológicas, por meio da pesquisa e
desenvolvimento.
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O conhecimento científico contribui para o desenvolvimento nacional, uma vez que auxilia na
agregação de valor aos produtos brasileiros. As universidades como formadoras de capital
humano especializado em pesquisas acadêmicas possuem um potencial favorável ao processo
de criação de novas tecnologias. Os conhecimentos e tecnologias desenvolvidos nestas, para
que de fato possam gerar riqueza, podem sofrer a chamada transferência de tecnologia da
universidade para empresas ou a própria universidade pode empreender estas tecnologias
desenvolvidas por meio da abertura de novas empresas de base tecnológica.
Dentro dessa rede, as universidades estimulam a criação de novas empresas por meio das
tecnologias desenvolvidas em seus laboratórios, os denominados spinoffs acadêmicos. Shane
(2004) define spinoff acadêmico como uma nova empresa criada para explorar a propriedade
intelectual desenvolvida nas instituições acadêmicas.
Para promover a criação de um ambiente propício para a integração entre universidade e o
setor privado, são necessários mecanismos que propiciem a comunicação entre estes mundos.
Várias iniciativas, até mesmo governamentais, vêm sendo praticadas a exemplos dos
programas de incentivo à inovação para estimular essa integração, dentro do contexto de
universidades-empreendedoras capazes de capitalizar o conhecimento (ETZKOWITZ, 1998).
Para Rogers et al. (2001), o processo de transferência tecnológica envolve a transferência de
uma inovação tecnológica (idéia, processo e produto criado por um centro de P&D, como as
universidades e laboratórios de pesquisa) para uma organização (ex: empresas privadas,
públicas, etc). Essa transferência pode envolver as empresas estabelecidas no mercado ou até
mesmo Empresas Nascentes de Base Tecnológica (ENBT). No caso das ENBT´s o
pesquisador é um dos membros do negócio, ou então o empreendedor é representado por uma
pessoa externa à universidade e que tem o interesse em viabilizar o empreendimento (Roberts
& Malone´s, 1996).
Considerando-se os caminhos que as novas tecnologias e conhecimentos desenvolvidos em
uma universidade podem seguir, a geração de ENBT’s de OA é considerada mais eficaz para
o desenvolvimento regional do que a transferência da tecnologia, o que está mais detalhado no
item 2.2 O processo de Geração de ENBT’s de OA.
2.2 O Processo de Geração de ENBT´s de OA
As Empresas Nascentes de Base Tecnológica de Origem Acadêmica (ENBT’s de OA) ou
spinoffs acadêmicos são empresas criadas para explorar a propriedade intelectual
desenvolvida nas instituições acadêmicas (Shane, 2004; O’SHEA, 2008). No contexto de
geração de ENBT´s, Ndonzuau, Pirnay e Surlemont (2002) dividem o processo de criação de
um spinoff acadêmico em quatro etapas principais: [i] geração de idéias a partir de resultados
de pesquisa; [ii] finalização do projeto do novo negócio (planejamento tecnológico e plano de
negócio); [iii] lançamento do spinoff; e [iv] fortalecimento econômico da nova empresa.
Percorrendo essa cadeia de inovação, conclui-se que os spinoffs estimulam a economia através
do desenvolvimento de produtos, criação de novas indústrias, empregos e riqueza. Um estudo
de geração de spinoffs realizado por Wright (2008), em contexto europeu, apresenta números
relativamente baixos de ENBT’s com vínculos formais com a universidade. Dessa forma, é
fundamental que as universidades promovam as tecnologias geradas pelos pesquisadores para
que elas possam ser comercializadas mais rapidamente, atuando nos mercados nacionais e
internacionais. Entretanto, também existem empresas sem vínculo formal com a universidade,
apresentadas em maior quantidade, com maior atuação regional e menor atuação fora do
estado de origem. Elas auxiliam na geração de empregos locais, principalmente aqueles de
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alta especialização e qualificação. Oportunidades para atualizar o portfolio de patentes dessas
últimas empresas são identificadas ao analisarem-se suas ligações com a universidade. Elas
são importantes formas de geração de valor e de desenvolvimento social e tecnológico.
No intuito de promover um auxílio ao desenvolvimento das ENBT’s e o conseqüente
desenvolvimento sócio-econômico da região no entorno das instituições geradoras das
pesquisas, o Processo de Planejamento Tecnológico (PPTec) proposto por Cheng et al.
(2007), se mostra um método importante. Esse discorre sobre a integração do trinômio
Tecnologia, Produto/Produção e Mercado (TPM). Cheng et al. (op. cit.) define o PPTec como
“um conjunto de etapas e pontos de decisão que serve para orientar o processo de
incorporação da tecnologia em produtos e serviços apropriados para o mercado”.
O Processo de Planejamento de Negócio (PPN) é obtido através da integração do trinômio
TPM em paralelo ao desenvolvimento do negócio dessas ENBT’s de OA. O PPN pode ser
visto como a evolução do PPTec (Processo de Planejamento Tecnológico), uma vez que
incorpora informações do negócio. No contexto do PII, o PPTec torna-se um método
importante para auxiliar os pesquisadores a desenvolverem os produtos comerciais a partir da
tecnologia das universidades.
Entretanto, para auxiliar na evolução do projeto de inovação tecnológica ao longo das fases do
PPTec, os métodos da Gestão de Desenvolvimento de Produtos (GDP) podem ser adaptados
para o contexto de ENBT’s, objetivando viabilizar o desenvolvimento de produtos comerciais
a partir das tecnologias desenvolvidas nos laboratórios de pesquisa.
2.3 O PPTec como uma Ferramenta de Suporte ao Processo de Geração de ENBT´s de
OA
O Processo de Planejamento Tecnológico (PPTec) auxilia o desenvolvimento das primeiras
versões de protótipos dos produtos, processos ou serviços de valor agregado, por meio da
integração do TPM (CHENG et al, 2007; REIS et al, 2006; REIS et al, 2007) e na
estruturação do negócio de base tecnológica. Dessa forma, o PPTec surge como um
mecanismo facilitador das atividades de pré-incubação e incubação no contexto de criação de
ENBT´s de OA (GASSE, 2002), auxiliando na superação das dificuldades inerentes ao
processo de implantação, desenvolvimento e consolidação dos novos empreendimentos
assistidos pelas incubadoras universitárias.
Para representar as fases que a tecnologia percorre até se transformar em produto comercial, o
pictograma do PPTec, figura 1, é dividido em duas fases: pesquisa acadêmica, que
compreende as etapas de revisão bibliográfica, tecnologia embrionária e protótipo laboratorial
da tecnologia, e a fase de desenvolvimento do spinoff acadêmico, que se refere às etapas de
protótipo laboratorial do produto, protótipo funcional e protótipo comercial.
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Fonte: Cheng et al (2007).
Figura 1: Pictograma do Processo de Planejamento Tecnológico.
Conceituando os termos utilizados para a construção do pictograma do PPTec, tem-se que a
tecnologia embrionária remete à definição do conceito da tecnologia, enquanto que o
protótipo laboratorial da tecnologia é a concretização do conhecimento tecnológico. Já na fase
de desenvolvimento do spinoff, o protótipo laboratorial do produto representa a incorporação
da tecnologia em um produto, depois de priorizada uma aplicação comercial. Há uma grande
preocupação com o funcionamento, desempenho e eficiência da tecnologia até a etapa do
protótipo funcional, enquanto na etapa do protótipo comercial, esse é validado junto aos
clientes e já é possível obter produção em escala para iniciar a comercialização.
Na fase de pesquisa acadêmica, as incertezas tecnológicas e as relacionadas à aplicação
diminuem à medida que aumenta o conhecimento relacionado ao mercado e ao produto. Já na
fase de desenvolvimento da ENBT, os aspectos financeiros e organizacionais, pertencentes ao
plano de negócio, interagem com o desenvolvimento tecnológico, o que favorece a
transposição de uma firma protótipo (protofirm) para um spinoff.
Nesse sentido, a geração de ENBT’s é o principal resultado esperado pelo PII, mas levando-se
em consideração que nem todas as tecnologias são facilmente exploradas por uma empresa
nascente, surge o processo de transferência tecnológica para empresas estabelecidas como
uma alternativa para comercializar a tecnologia.
3. O Programa de Incentivo à Inovação (PII)
O PII é uma iniciativa da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de
Minas Gerais (SECTES/MG), em parceria com o SEBRAE Minas. O objetivo desse programa
é fomentar a cultura empreendedora nas Universidades por meio da: i) conscientização e
mobilização da comunidade acadêmica, órgãos de fomento, empresas e parceiros locais; e ii)
investigação e apoio ao desenvolvimento de tecnologias acadêmicas capazes de gerar
inovações tecnológicas de produtos e processos. A implantação do PII é realizada por uma
entidade executora previamente selecionada pela SECTES/MG e SEBRAE Minas e necessita
da realização de parcerias com outras instituições como agências de fomento e instituições
locais, as quais cabem o papel de colaborar com o auxílio necessário para o sucesso do PII.
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O PII é composto por três fases: Promoção do Edital e Organização do Trabalho, Estudo de
Viabilidade Técnica Econômica Comercial e Impacto Ambiental e Social (EVTECIAS) e
PPTec, conforme mostrado pela figura 2 representativa do PII-UFJF.
Figura 2: Fases do PII-UFJF.
A primeira fase se refere ao planejamento e à estruturação das atividades necessárias para
iniciar o processo de implementação do PII. A organização do trabalho se encontra dividida
em: Chamada Pública dos Projetos, Avaliação e Seleção dos Projetos, Divulgação dos
Projetos Selecionados para Segunda Fase do PII e Contratação dos Analistas.
A segunda fase é a elaboração dos EVTECIAS das tecnologias selecionadas, sendo de
responsabilidade da entidade executora, conduzir e supervisionar esse processo de elaboração.
Após finalizados, os EVTECIAS dos projetos sofrem uma avaliação, o que serve de base para
a seleção dos projetos que devem participar da próxima etapa do programa, que corresponde à
terceira fase. A terceira fase é a elaboração do PPTec e do Plano de Negócio adequado para
ENBT´s de OA´s.
3.1 Metodologia de Pesquisa do PII UFJF
O Programa de Incentivo à Inovação (PII) realizado na UFJF ocorreu no período
compreendido entre novembro de 2007 e março de 2009. Para a realização das atividades,
contou-se com o suporte da equipe do NTQI e com a equipe da universidade. A equipe do
NTQI teve como responsabilidade e interesse primordial a capacitação e o assessoramento à
equipe local para o desenvolvimento das atividades, auxiliando-a como co-orientadores,
juntamente com a liderança local. Além disso, o Núcleo foi o responsável, perante SECTES-
MG / SEBRAE-MG, pelo resultado do trabalho. A equipe local executou atividades que
visando evoluir o projeto dos pesquisadores, ao longo do PPTec, aproximando-os cada vez
mais do mercado. Assim, coletou, tratou e dispôs os dados advindos tanto do próprio grupo de
pesquisa responsável pelo projeto, quanto de fontes externas de informação, utilizando, para
isso, métodos e técnicas advindos da equipe do NTQI e dos coordenadores locais.
O coordenador local, com apoio do NTQI, orientaram o trabalho das equipes locais. Para isso,
realizaram reuniões semanais com a equipe local para acompanhamento dos resultados do
trabalho e orientações metodológicas, e com a equipe do NTQI, mensalmente, para
planejamento das atividades e delineamento de cursos de capacitação. Assim, a organização
das equipes se deu da forma demonstrada pela figura 3:
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Figura 3 – Organização das Equipes.
A figura mostra que os bolsistas da equipe local interagem fortemente com os pesquisadores,
diretamente com os bolsistas do NTQI e com menor intensidade com os sub-coordenadores
desse núcleo. De forma semelhante, os bolsistas do NTQI têm relação direta com seus sub-
coordenadores e uma relação menos intensa com os coordenadores da Equipe Local. No caso
do PII-UFJF, durante os dois primeiros meses e no nono mês de trabalho, foram realizadas
reuniões quinzenais entre o sub-coordenador e os bolsistas do NTQI com o coordenador e
bolsistas locais. Do terceiro ao oitavo mês as reuniões foram mensais. Já o acompanhamento
dos projetos junto aos pesquisadores pelo bolsista local era feito semanalmente. Durante a
segunda etapa, a equipe local contou com a participação de sete alunos divididos entre os 14
projetos selecionados, além do coordenador local. A equipe externa (NTQI), foi composta por
um coordenador geral, uma sub-coordenadora e quatro bolsistas.
Para alimentar o processo foram utilizadas métodos e técnicas da Gestão de Desenvolvimento
de Produtos (GDP), como forma de auxiliar no desenvolvimento das atividades de pré-
incubação dos projetos. Os métodos e técnicas utilizados, dependendo da necessidade de cada
projeto, foram: i) Technology Roadmapping (TRM) em associação com a Strategic Choice
Approach (SCA); ii) Gestão de Plataformas; iii) Gestão de Portfólio de Projetos de
Desenvolvimento de Produtos e o iv) Quality Function Deployment (QFD). Além do
desenvolvimento do produto, foram aprofundados e melhor detalhados os aspectos de
patenteamento e registro de produtos e o aprimoramento da análise financeira.
3.2 Panorama dos Projetos – PII UFJF
A primeira etapa do programa na UFJF contou com 20 projetos, dos quais 14 foram
selecionados para a segunda etapa, por meio de um processo de priorização de critérios
adotado pela banca examinadora do PII, sendo que 13 receberam suporte financeiro e técnico
da equipe do PII e um recebeu apenas o suporte técnico.
No início da segunda etapa do PII, os projetos foram caracterizados de acordo com o estágio
de desenvolvimento (figura 4) e conforme as áreas de aplicação das tecnologias (figura 6),
antes e depois do processo de priorização.
Analisando-se a figura 4 com base nos estágios de desenvolvimento das tecnologias, verifica-
se que a maioria dos projetos antes e depois da priorização enquadra-se nos estágios de prova
de conceito e desenvolvimento do produto. Observa-se, por meio do portfolio de produtos
antes da priorização, que 45% dos projetos encontravam-se no estágio de prova de conceito e
30% no desenvolvimento do produto. Após a priorização, a distribuição mudou para 43% e
36% respectivamente, o que mostra certa tendência em priorizar projetos em estágios mais
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avançados de desenvolvimento. Através da figura também é possível inferir que nenhum
projeto participante do programa estava em fase de transferência de tecnologia.
Figura 4 - Classificação dos projetos quanto ao Estágio de Desenvolvimento
Analisando-se a figura 5, sobre a segmentação do mercado de aplicação de cada tecnologia,
os projetos foram classificados em cinco áreas de aplicação. Nota-se que antes e após o
processo de priorização, a área de atuação C (INDÚSTRIAS DE TRANSFORMAÇÃO)
englobou o maior percentual de projetos, 60% e 57% dos respectivamente. Isso mostra uma
forte tendência dos projetos inscritos no PII a direcionarem suas pesquisas para aplicação
industrial das tecnologias.
Figura 5 - Classificação dos projetos quanto à Segmentação do Mercado
3.3 O Processo de Condução das Atividades
No processo de condução das atividades foram gerados quatro documentos principais,
EVTECIAS (Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica, Comercial de Impacto Ambiental e
Social), RE (Resumo Executivo), Relatório Final e Relatório Geral.
O EVTECIAS foi o primeiro documento gerado, entregue no final da Primeira Etapa do PII
em abril de 2008. Ele foi construído ao longo do desenvolvimento do projeto e teve como
objetivo avaliar o potencial de sucesso deste. Para isso, abrangeu e avaliou cinco dimensões
principais do projeto sendo essas (i) a tecnologia e suas aplicações; (ii) os recursos humanos
envolvidos no projeto (pesquisadores-empreendedores e sua equipe), (iii) o mercado alvo e
potenciais clientes; (iv) o modelo de negócio vislumbrado; e (v) os recursos de pessoal, a
estrutura física e os recursos econômico-financeiros necessários para levar o projeto à etapa
de comercialização. O RE foi um documento gerado a partir do EVTECIAS, como se fosse
um resumo deste. O RE foi apresentado junto ao EVTECIAS à banca que seleciona os
projetos.
Para os projetos selecionados, iniciou-se então a Segunda Etapa do PII. Primeiramente, os
bolsistas locais identificaram junto ao pesquisador onde o projeto se encontrava na figura do
PPTec. Com o auxílio do NTQI foi(ram) definido(s) qual(is) o(s) método(s) de GDP mais
adequado(s) para o projeto e também foram desenvolvidos cronogramas de atividades a serem
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realizadas. Ao longo da Segunda Etapa, os métodos de GDP definidos foram aplicados
gerando novos documentos e as atividades programadas foram realizadas.
Ao final da segunda fase, foi gerado um Relatório Final para cada projeto. Neste constou [i]
um diagnóstico inicial do projeto, qual seu estágio de desenvolvimento no PPTec; [ii] O
resultado esperado da intervenção, com uma representação no PPTec; [iii] a estratégia de
intervenção que seria adotada pelo bolsista e pesquisador; [iv] um plano de ação com as
atividades que deveriam ser desenvolvidas; [v] as atividades que foram desenvolvidas
efetivamente; [vi] os resultados alcançados representados no PPTec; [vi] as dificuldades
encontradas para a realização das atividades programadas e para o desenvolvimento do
projeto no geral; [vii] as atividades que ainda devem ser realizadas após a finalização do PII;
[viii] uma análise financeira do projeto; [ix] anexos com tabelas geradas pelos métodos de
GDP, dentre outras informações relevantes ao projeto.
Além disso, para o encerramento do programa na UFJF, foi elaborado um Relatório Geral ao
final das atividades. O mesmo conteve um panorama dos projetos selecionados para a
segunda etapa do PII, apresentou as atividades realizadas ao longo desta etapa, bem como os
resultados alcançados. Para cada projeto, o relato seguiu a seguinte estrutura: [i]
caracterização da pesquisa contendo um resumo do projeto, diagnóstico inicial, resultado
esperado da intervenção e a estratégia de intervenção; [ii] apresentação das atividades
realizadas, com os respectivos planos de ação e atividades desenvolvidas e [iii] apresentação
dos resultados da intervenção e das dificuldades encontradas pelo projeto, além das atividades
a serem realizadas após o encerramento do programa juntamente com a análise financeira
refinada.
3.4 Os Resultados Alcançados
Com o fim da segunda fase, tinha-se como principal objetivo a comercialização das
tecnologias, seja por meio de licenciamento, seja por abertura de um spinoff. Nesse sentido,
esperava-se a realização do Plano de Negócios para ENBT´s de OA, a partir do EVTECIAS
elaborado, aprofundando na definição das estratégias de mercado, produto e tecnologia a
serem adotadas para o projeto, a partir de análises realizadas por métodos e técnicas
apropriados.
Dos quatorze projetos que foram para a segunda fase, cinco projetos esperavam gerar
ENBT’s, sendo que uma ENBT foi concretizada, cinco esperavam transferir suas tecnologias
para empresas estabelecidas (dessas cinco, duas transferências foram finalizadas) e quatro
ainda encontravam-se em aberto. Além disso, desses projetos, sete chegaram a protótipo
comercial, cinco a protótipo funcional e dois a protótipo laboratorial. Do total de projetos,
três patentes foram depositas (finalizadas) e nove tecnologias estão em processo de
patenteamento. O anexo I apresenta a síntese do acompanhamento dos projetos na segunda
fase do PII-UFJF.
Quanto ao fortalecimento da Cultura Inovadora na Universidade, o PII-UFJF serviu de
incentivo à inovação e ao empreendedorismo para alguns pesquisadores que começaram a
perceber a alternativa de geração de ENBT como uma maneira interessante de viabilizar a
comercialização da tecnologia. Além disso, o NIT (Núcleo de Inovação e Transferência) da
UFJF está desenvolvendo uma metodologia para transferência de tecnologia tendo como
suporte a metodologia do PII; e também está empenhando no processo de transferência das
tecnologias, seja para empresas estabelecidas, seja para ENBT na qual o pesquisador faz parte
ou até mesmo para ENBT incubadas pelo CRITT. Para a elaboração das patentes e
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negociações das tecnologias, os documentos gerados pelo PII (EVTECIAS e Plano de
Negócios Estendidos) foram fundamentais.
3.5 Os Fatores Facilitadores e Dificultadores do PII-UFJF
Este item busca descrever os fatores relacionados aos projetos, ao suporte gerencial da equipe
e ao contexto institucional que influenciaram o desenvolvimento da segunda etapa do PII-
UFJF.
Com relação aos projetos, a intervenção da equipe do NTQI e dos bolsistas locais se mostrou
menos proveitosa nos casos daqueles que se localizavam em estágio prematuro de
desenvolvimento ao início da segunda fase do PII, uma vez que nesses o grau de incerteza era
relativamente grande para direcionar a pesquisa rumo a uma aplicação no mercado. Além
desse fator dificultador, verificou-se que os pesquisadores possuem interesse em fornecer as
informações e contribuir para com o trabalho desde que os recursos do PII estejam
disponíveis. O atraso das compras dos produtos solicitados pelos planos de desembolso,
durante a segunda fase do programa pelo setor administrativo/financeiro do PII-UFJF,
acarretou em desinteresse dos pesquisadores, uma vez que eles tiveram que mudar os planos
de desenvolvimento dos protótipos, atrasando a obtenção dos resultados.
Sobre o suporte gerencial da equipe local, este foi um fator facilitador no desenvolvimento do
programa. A participação ativa dos professores coordenadores e dos envolvidos do núcleo de
inovação tecnológica da UFJF, Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia
(CRITT), foi fundamental para o suporte necessário na realização das atividades.
Considerando-se os empenhos das equipes local e externa, demonstra-se que para a
viabilização de um programa como esse é fundamental a participação ativa de todos os
envolvidos no processo, uma vez que cada um possui responsabilidades distintas.
Por fim, no contexto institucional, se destacou o envolvimento da pró-reitoria de pesquisa e o
suporte do CRITT na proteção das tecnologias (patentes), que foram muito importantes,
principalmente para a segunda fase do PII.
3.6 As Propostas de Melhorias para o Programa
Para que o programa tenha maior chance de sucesso é importante avaliar os fatores: i)
técnicos, relacionados ao conteúdo do trabalho (atividades realizadas para auxiliar no
desenvolvimento do plano de negócio para ENBT´s e do nível do protótipo por meio dos
métodos de GDP e gestão de negócios); ii) organizacionais, relacionados à organização do
trabalho, identificando uma forma adequada de alocar as competências e responsabilidades;
iii) metodológico, referente à metodologia de intervenção, à maneira de como as pessoas se
inter-relacionam; e iv) financeiro, responsável pela administração dos recursos. Por isso é
importante a utilização de programas de conversa on-line como skype, messenger e outros.
Com relação ao fator técnico, percebe-se a importância da capacitação inicial da equipe local
(coordenador e bolsistas) uma vez que ela é a maior responsável por implementar, juntos aos
pesquisadores, os métodos de GDP. Saber adequar as particularidades de cada método a real
necessidade de cada projeto é fundamental para auxiliar o pesquisador a evoluir no PPTec.
Assim, os envolvidos devem aprimorar os conhecimentos e competências não só no que tange
a Gestão do Desenvolvimento do Produto como também a Gestão do Desenvolvimento do
Negócio, uma vez que para se tornar viável a tecnologia é importante identificar um modelo
de negócio satisfatório para explorar o produto tecnológico desenvolvido.
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Para se estruturar o fator organizacional, primeiramente deve-se delinear as responsabilidades
de cada um dos envolvidos. Para o bom andamento do programa, os bolsistas locais devem
ser bem acompanhados, tanto nas suas atividades, quanto nos seus tempos de dedicação ao
programa, e os pesquisadores devem ser motivados a se disponibilizarem a fornecerem
informações sobre as tecnologias.
Com o intuito de melhorar a metodologia do PII (fases apresentadas pela figura 3), sugere-se
que, durante o processo de decisão dos projetos que passarão da primeira para a segunda etapa
do PII, sejam preferidos os projetos em estágio de desenvolvimento mais avançado como,
também, aqueles que seus pesquisadores estão dispostos a comercializar as tecnologias (seja
pela transferência para empresas estabelecidas, seja para geração de ENBT´s). Isso facilita o
desenvolvimento da tecnologia rumo ao mercado no período de desenvolvimento do PII. O
fortalecimento da análise financeira dentro da metodologia do PII também seria muito
interessante para o programa, pois auxiliaria o alcance do seu objetivo, uma vez que facilita a
valoração das tecnologias e subsidia de informações mais apuradas do projeto o processo de
transferências pelos núcleos de inovação tecnológica (NIT).
Sobre o sistema financeiro, sugere-se melhorar o processo de aquisição de compras dos
materiais e equipamentos exigidos pelos pesquisadores. A universidade, juntamente à
fundação, deve identificar maneiras mais eficientes de gerenciar os recursos para,
principalmente, agilizarem o processo. Tendo o pesquisador acesso aos materiais necessários
mais rapidamente, aumentam-se as chances de a pesquisa gerar resultados mais concisos no
período do PII, lembrando que este é também um objetivo do programa.
Para de fato incentivar a inovação nas universidades é importante a presença adequada dos
parceiros. Esses parceiros precisam conhecer as demandas dos projetos para adequarem as
rubricas às necessidades. Pouco adianta os pesquisadores receberem uma equipe de suporte
gerencial sem possuírem fácil acesso ao recurso. Reforça-se que é objetivo do PII gerar o
plano de negócio (somado ao Plano tecnológico e o protótipo).
Além dos fatores mencionados, vale lembrar a importância do sistema de apoio dos parceiros
como a SECTES, SEBRAE e a Universidade, para a articulação política do programa e
adequação dos recursos disponíveis em relação às necessidades dos projetos. Nesse contexto,
é necessário estabelecer um bom diálogo entre os parceiros para adequar a liberação do
recurso conforme as restrições das verbas daqueles que aportam recursos financeiros (a
exemplo da SECTES, SEBRAE e a Fundação).
Para estimular ainda mais a cultura empreendedora dentro das universidades para a geração de
ENBT de OA como uma opção alternativa à transferência, mais estudos precisam ser
realizados sobre o perfil empreendedor dos pesquisadores. Além disso, para atrair mais
pesquisadores, devem-se realizar palestras, cursos, seminários, mesa redonda e outros para
estimular a geração de valor das tecnologias desenvolvidas.
4. Conclusão
Como fruto da ação do Programa de Incentivo à Inovação (PII), esperava-se criar um banco
de oportunidades tecnológicas, respeitando-se as vocações locais para ser apresentado a
possíveis interessados em realizar o seu potencial de uso e geração de valor econômico.
Através da realização do PII na UFJF pôde-se encaminhar esse objetivo pretendido, bem
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como tornar viável a transferência da tecnologia acadêmica para empresas existentes ou
possibilitar a criação de novas empresas de base tecnológica.
Sobre os resultados mais importantes alcançados pelo PII-UFJF, conclui-se que, os
relacionados à universidade foram: o mapeamento do portfolio de tecnologias desenvolvidas
pela instituição, o aumento das chances de comercialização das tecnologias acadêmicas, a
realização de atividade estruturada de Inovação, a disseminação da cultura empreendedora e a
formação de uma estrutura de apoio e gerenciamento das diversas idéias e oportunidades
tecnológicas, além da obtenção de novos recursos para pesquisa e da possibilidade de
emprego para estudantes. No que diz respeito aos pesquisadores, auxiliou-se aqueles
interessados em empreender os resultados de suas pesquisas acadêmicas, cuja relevância
cresceu, como também a interação dos pesquisadores com o setor produtivo.
O PII-UFJF também resultou na indução de investimento em P&D, favorecendo o surgimento
de novas tecnologias e produtos inovadores, auxiliando a universidade na sua missão principal
de promover o ensino e a pesquisa, através do suporte financeiro, gerando empregos e
oportunidades e promovendo a cooperação entre o setor produtivo e as universidades. Além
disso, também houve a capacitação de multiplicadores locais, como os núcleos de
transferência das universidades e incubadoras e a captação de novas fontes d7e investimento.
Resultados relacionados ao setor produtivo também foram alcançados. São esses:, o acesso a
recursos humanos qualificados, laboratórios e instalações das universidades, a prospecção de
tecnologias em estágio avançado de desenvolvimento em sua área de atuação, a redução de
riscos e custos com pesquisa, a identificação de oportunidades para Arranjos Produtivos
Locais e a interação com a universidade para desenvolvimento de parcerias. Por fim, um
resultado relacionado à sociedade, o reconhecimento de que a universidade, além de formar
talentos, pode fornecer o conhecimento e as técnicas necessárias para fomentar a inovação na
indústria, possibilitando o surgimento de novos produtos e processos, úteis para a população.
5. Agradecimentos
Agradecemos a contribuição dos coordenadores do PII da UFJF, dos bolsistas locais, do
CRITT, dos pesquisadores e o apoio do SEBRAE-MG e SECTES para a realização desse
trabalho.
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ANEXO I
Projeto
Intenção
Transferência/
ENBT
Estratégias de IntervençãoAvanço Rumo à Transferência/ENBT
em Relação ao Início do PIIEvolução no PPTec Estágio da Proteção
Agua no Leite ENBT
_ Elaboração QFD
_ Gestão Plataforma
_ Analisar a aceitação de mercado
_ Elaboração de estratégias de
comercialização e posicionamento
_ Premiação Idea to Product (3° lugar)
_ Desenvolveram o protótipo alterando a
tecnologia incialmente proposta para
aumentar a confiabilidade do
equipamento
- Identificação de outras possíveis
aplicações
Protótipo Laboratorial
do Produto para
Protótipo Funcional
Já foi depositada a
patente
Anfifílicos Em aberto
_ Quantificação da demanda de mercado
(consumo de sulfactante e custo dos
concorrentes)
_ Elaboração do TRM para explicitar
informações do projeto
_ Identificação das características da
tecnologia que possibilitam desenvolver
produtos para algumas alicações de
mercados potenciais
_ Levantamento das necessidades do
projeto
Tecnologia Embrionária
para Protótipo
Laboratorial da
Tecnologia
Em processo de
patenteamento
CanaENBT via
parceria
_ Analise de formas de transferência da
EMBRAPA para ENBT
_ Precificação do produto
_ Contato com interessados na parceria
da tecnologia para viabilizar a criação da
ENBT
_ Definição dos custos de processo
_ Definição da planta baixa
Protótipo Laboratorial
da Tecnologia para
Protótipo Comercial
Tecnologia da Embrapa
Caprinos Transferência
_ Acompanhamento o fechamento do
contrato com a DiskLab
_ Documentação decisões e lições
_ Transferência da tecnologia para
DiskLab
Protótipo Comercial
para Protótipo
Comercial (Tec.
Transferida)
Tecnologia da Embrapa
Ejeção Transferência_ Elaboração QFD para software
_ Gestão Plataforma
_ Maiores informações do mercado
(mapeamento das características dos
softwares concorrentes)
Tecnologia Embrionária
para Protótipo
Laboratorial da
Tecnologia
Em processo de
patenteamento
Fluxometro Em aberto
_ Busca por parcerias de empresa na
área médica para comercialização
_ Elaboração QFD
_ Revisão da parceria com Menno
_ Definição das características de
qualidade e qualidade exigida
_ Aproximação da empresa Menno na
transferência da tecnologia
_ Refinamento da pesquisa de mercado
Tecnologia Embrionária
para Protótipo
Comercial
Já foi depositada a
patente
Handrip ENBT
_ Elaboração QFD
_ Identificação do órgão regulatório do
produto (ANVISA, INMETRO)
_Gestão da Plataforma
_ Abertura da empresa com o Plano de
Negócios Refinado
_ Desenvolvimento das características do
produto e protótipo virtual
_ Definição de outras possíveis
aplicações
Protótipo Laboratorial
do Produto para
Protótipo Comercial
Em processo de
patenteamento
Kit Estéril Transferência_ Documentação das decisões e lições do
processo de transferência
_ Transferência em estágio avançado de
negociação
Valor luva: R$ 350.000
Royalties: 2,7¨%
_ Vencedor do prêmio Idea to Product -
Latin America - FGV
Protótipo Funcional
Protótipo Comercial
(em via de
comercialização)
Já foi depositada a
patente
Modem Transferência
_ Elaboração da estratégia de
comercialização - relação empresa
CEMIG
_ Elaboração QFD - desenvolvimento do
produto
_ Busca de informações sobre empresa
indicada para TT
_ Contato com cliente potencial - CEMIG
_ Processo de negociação com
interessado na transferência
Protótipo Laboratorial
do Produto para
Protótipo Funcional
Em processo de
patenteamento
Pavimentos
ENBT -
Prestação de
serviços
_ Aproximação de potenciais clientes
(elaboração de estratégias de divulgação)
_ Definição de preços do serviço
_ Verificação de participação em Editais e
no processo CRIATEC
_ Finalização do Plano de Negócio
_ Finalistas do prêmio Idea to Product -
Latin America (FGV-SP) e da GV Intel
Tecnologia Embrionária
para Protótipo
Funcional
Em processo de
patenteamento
Perimetria ENBT_ Refinamento QFD
_ Desenvolvimento software
_ Definição das características de
qualidade e qualidade exigida
_ Realização de pesquisa de opinião para
compreender a voz do mercado
Protótipo Laboratorial
da Tecnologia para
Protótipo Comercial
Em processo de
patenteamento
Reator Em aberto
_ Elaboração da estratégia de
comercialização
_ Deenvolvimento do protótipo
_ Identificação da forma de proteção da
tecnologia
_ Lista de materiais para desenvolvimento
do protótipo
_ Desenvolvimento do protótipo funcional
Protótipo Laboratorial
da Tecnologia para
Protótipo Funcional
Em processo de
patenteamento
Tacômetro
Transferência
p/ empresa
incubada do
CRITT
_ Elaboração da estratégia de
comercialização
_ Pesquisa de mercado: Quantificação do
concorrentes, definição de frequência de
compras
_ Análise de preços do serviço da
PREDITEC - Antes e depois
_ Início de negociações com a
PREDITEC que receberá a transferência
da tecnologia
_ Análise SWOT
Protótipo Comercial
para Protótipo
Comercial
Em processo de
patenteamento
Vidro Em aberto
_ TRM
_ Alinhamento de interesses dos
pesquisadores ao potencial de geração
de valor do projeto
_ Mapeamento das possibilidades de
aplicação da tecnologia no mercado,
segmentando-o
_ Entrevistas com os clientes/parceiros
potenciais
Protótipo Laboratorial
da Tecnologia para
Protótipo Funcional
Em processo de
patenteamento
OBS.: A tecnologia pode ser comercializada de duas maneira: uma é a transferência para uma empresa no mercado ou a transferência para uma ENBT na qual o
pesquisador participa do novo negócio.
Fonte: Relatório Geral do PII-UFJF, Abril 2009.
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Tabela 1 - Síntese do acompanhamento dos projetos na segunda fase do PII-UFJF