O Tempo17 de Abril de 2015Gastropag2

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7/17/2019 O Tempo17 de Abril de 2015Gastropag2 http://slidepdf.com/reader/full/o-tempo17-de-abril-de-2015gastropag2 1/1 ¬ LYGIACALIL ¬Oquetemcaradecoxi- nha de frango, gosto e textura do salgadinho, mas não é exatamente o quitute quetodobrasilei- ro conhece? Boa parte dos veganos sabe a res- posta da charada: coxi- nha... de jaca. Assim co- moa receitaqueandafa- zendo sucesso no círculo dequemabandonoupro- dutos animais, há outras alternativas para recei- tastradicionaisqueenga- nam os olhos e, às vezes, o paladar. É o caso da musse da DeliFreshFood,quepas- sabemnoteste.Narecei- ta, nada de chocolate, ovose açúcar: o que dáo corpo e a textura da so- bremesa é o abacate;já a coreosabor,ocacauem pó.“Emboraatexturase-  ja muito parecida com a original,o abacate apare- ce levemente em um re- trogosto. Em geral, só quemnãogosta deabaca- te é que nota. O impor- tante é que ela mata a  vontade de comer doce”, afirmaa chefJulianaMu- radas,proprietáriadade- licatessen.  Além do cacau, um bom substituto para o chocolate é a alfarroba, que traz gosto, cor e tex- turasemelhantesaoorigi- nal,massema gorduraeos elementos estimulantes (além das calorias) do cho- colate. É esse vegetal alter- nativoqueaempresáriaDé- bora Vieirausanobrigadei- roda ChocolateLab,lojaes- pecializada em doces fun- cionais. Para umbrigadeiro maispróximodoreal,épos- síveltrocarapenaso achoco- latado pelaalfarroba. Mas como quem procu- ra fazer essa troca normal- mente está em busca de umaalimentaçãomais sau- dável,manternareceitain- gredientescomo o leitecon- densado e a manteiga não fariamuitosentido.Paraes- saspessoas,há outrassubs- tituições, que embora dei- xem o sabor mais distante dooriginal,trazemaodoci- nho o mesmo aspecto da- quele das festas de criança: é essa receita que Débora cedeu ao Gastrô. “Oqueagentepreserva, para continuar chamando de brigadeiro, é a apresen- tação.Enãoapenasparaos que querem opções mais saudáveis,mastambémpa- ra os alérgicos. Essa apre- sentação, mesmo que sim- bólica, tem um valor afeti-  vo muito grande. No caso dascrianças,paramatarem umpoucoavontadedecon- sumir o quea maioria pode e, para os adultos, tem essa memória afetiva dos doces da infância”, explica ela. Há,ainda,umaterceiraop- ção: trocar os ingredientes básicos do brigadeiro por biomassa de banana verde e mantero chocolate. Deixando o universo das sobremesas,que tal um espaguete ao sugo como prato principal? Mas não a “massada mama” quevocê estápensando. No lugardo macarrão, é possível usar umvegetal,o palmitopupu- nha. Nos supermercados, é possível comprar o pacote  já pronto,congelado. Para intolerantes a glú- ten ou simplesmente quem não quer ingerir uma mas- sacalórica,opalmitosepas- sa pelo macarrão sem pro- blemas no aspecto visual, masnãonotestedogarfo– atexturae osaborsão,sim, diferentes. Mas há vanta- gens nutricionais que po- dem compensar, como ex- plica a nutricionista Pâme- laSarkis,quepreparouare- ceita para esta edição. “O pupunha não tem glúten, é composto de 30% de fibras e, por ser crocante, estimu- la a mastigação. E parece muitocoma massatradicio- nal”, afirma. Já o molho também é mais do que simplesmente aosugodetomate.Maispa- recido nutricionalmente com uma sopa de legumes, eleé enriquecidocombeter- raba e cenoura. “É um mo- lho funcional que pode ser servido a crianças que não comemlegumes,porexem- plo”,comentaela. Salgadinhos.  A partir de seu repertório pessoal de recei- tas sem o uso de produtos deorigemanimal,a empre- sária Franciele Rodrigues abriuumalojanoFacebook chamada Salgados Vega- nos, em que oferece várias  versões “falsas” de pratos tradicionais, como a coxi- nhaqueabreestetexto.En- tre todas as opções, que in- cluem quibe, tortinhas e croquetes, a coxinha é um hit da página, o salgado que mais faz sucesso. “Nin- guémque experimentades- confia que é jaca. O sabor fica muito parecido”, diz ela, que também faz a ver- são sem glúten do salgadi- nho,commassadebatata. Também de batata é uma receita que ela ainda não vende, mas já testou em casa e que pode ser en- caradaquasecomoumahe- resiaparamineirostradicio- nalistas: pão de queijo sem queijo. Ou melhor: sem queijo,semleiteesemovo. “A batata substitui bem os produtosanimais,atextura fica macia como o original.  Acho que dá para matar a saudade do pão de queijo da vovó”, diz a vegana. INGREDIENTES 1 XÍCARA (CHÁ) DE POLVILHO DOCE 1/2 XÍCARA (CHÁ) DE POLVILHO  AZEDO 1/2 XÍCARA (CHÁ) DE ÁGUA MORNA 3 COLHERES (SOPA) DE ÓLEO 2 BATATAS MÉDIAS COZIDAS E  AMASSADAS AINDA MORNAS SAL E TEMPEROS A GOSTO Modo de preparo.  Adi- cionetodos os ingredien- te em uma tigela. Amas- se com a mão até formar uma massa homogênea. Faça bolinhas e dispo- nha em uma assadeira com certa distância umas das outras, porque o pão cresce muito. Asse em forno preaquecido por 40 minutos, em tem- peratura média. Saúde. Versões“fal- sas”dereceitastradi- cionaissãoalternativa paraquemadotaum estilodevidamaissau- dáveloutemrestrições alimentares;conheça opçõesquevãode“pão dequeijo”a”mussede chocolate” “Pão de queijo” sem queijo MARIELAGUIMARÃES Quando as aparências enganam 2  G  O TEMPO Belo Horizonte SEXTA-FEIRA, 17 DE ABRILDE 2015  Gastrô |

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7/17/2019 O Tempo17 de Abril de 2015Gastropag2

http://slidepdf.com/reader/full/o-tempo17-de-abril-de-2015gastropag2 1/1

¬ LYGIACALIL

¬Oquetemcaradecoxi-nha de frango, gosto etextura do salgadinho,mas não é exatamente oquitute que todobrasilei-ro conhece? Boa partedos veganos sabe a res-posta da charada: coxi-nha... de jaca. Assim co-

moa receita queanda fa-zendo sucesso no círculodequem abandonoupro-dutos animais, há outrasalternativas para recei-tastradicionaisque enga-nam os olhos e, às vezes,o paladar.

É o caso da musse daDeliFreshFood,quepas-sabemnoteste.Narecei-ta, nada de chocolate,ovose açúcar: o que dáocorpo e a textura da so-bremesa é o abacate;já acoreosabor,ocacauempó.“Embora a textura se- ja muito parecida com a

original, o abacate apare-ce levemente em um re-trogosto. Em geral, sóquemnão gosta de abaca-te é que nota. O impor-tante é que ela mata a vontade de comer doce”,afirmaa chef Juliana Mu-radas,proprietáriada de-licatessen.

 Além do cacau, umbom substituto para ochocolate é a alfarroba,que traz gosto, cor e tex-turasemelhantes aoorigi-

nal,massema gordura e oselementos estimulantes(além das calorias) do cho-colate. É esse vegetal alter-nativoque a empresáriaDé-bora Vieira usa no brigadei-roda Chocolate Lab, loja es-pecializada em doces fun-cionais. Para um brigadeiromaispróximodoreal,épos-

sível trocarapenaso achoco-latado pela alfarroba.Mas como quem procu-

ra fazer essa troca normal-mente está em busca deuma alimentaçãomais sau-dável, manter na receitain-gredientescomo o leitecon-densado e a manteiga nãofariamuitosentido.Para es-sas pessoas,há outras subs-tituições, que embora dei-xem o sabor mais distantedo original, trazem ao doci-nho o mesmo aspecto da-quele das festas de criança:é essa receita que Déboracedeu aoGastrô.

“Oque a gente preserva,para continuar chamandode brigadeiro, é a apresen-tação. E nãoapenas para osque querem opções maissaudáveis, mastambémpa-ra os alérgicos. Essa apre-sentação, mesmo que sim-bólica, tem um valor afeti- vo muito grande. No casodascrianças, paramataremumpoucoa vontade decon-sumir o quea maioria podee, para os adultos, tem essamemória afetiva dos doces

da infância”, explica ela.Há, ainda, uma terceiraop-ção: trocar os ingredientesbásicos do brigadeiro porbiomassa de banana verdee manter o chocolate.

Deixando o universodas sobremesas,que tal umespaguete ao sugo comoprato principal? Mas não a

“massa da mama” que vocêestápensando. No lugar domacarrão, é possível usarumvegetal,o palmitopupu-nha. Nos supermercados, épossível comprar o pacote já pronto,congelado.

Para intolerantes a glú-ten ou simplesmente quemnão quer ingerir uma mas-sacalórica,opalmitosepas-sa pelo macarrão sem pro-blemas no aspecto visual,mas não notestedo garfo –a texturae o sabor são, sim,diferentes. Mas há vanta-gens nutricionais que po-dem compensar, como ex-

plica a nutricionista Pâme-laSarkis,quepreparouare-ceita para esta edição. “Opupunha não tem glúten, écomposto de 30% de fibrase, por ser crocante, estimu-la a mastigação. E parecemuito coma massatradicio-nal”, afirma.

Já o molho também émais do que simplesmenteaosugodetomate.Maispa-recido nutricionalmentecom uma sopa de legumes,eleé enriquecidocombeter-

raba e cenoura. “É um mo-lho funcional que pode serservido a crianças que nãocomem legumes,por exem-plo”, comenta ela.

Salgadinhos. A partir de seurepertório pessoal de recei-tas sem o uso de produtosde origem animal,a empre-

sária Franciele Rodriguesabriu umaloja no Facebook chamada Salgados Vega-nos, em que oferece várias versões “falsas” de pratostradicionais, como a coxi-nhaqueabreestetexto.En-tre todas as opções, que in-cluem quibe, tortinhas ecroquetes, a coxinha é umhit da página, o salgadoque mais faz sucesso. “Nin-guémque experimentades-confia que é jaca. O saborfica muito parecido”, dizela, que também faz a ver-são sem glúten do salgadi-nho, commassa debatata.

Também de batata éuma receita que ela aindanão vende, mas já testouem casa e que pode ser en-caradaquase como umahe-resiapara mineirostradicio-nalistas: pão de queijo semqueijo. Ou melhor: semqueijo, semleite e semovo.“A batata substitui bem osprodutos animais, a texturafica macia como o original. Acho que dá para matar asaudade do pão de queijoda vovó”, diz a vegana.

INGREDIENTES

1 XÍCARA (CHÁ) DE POLVILHO

DOCE

1/2 XÍCARA (CHÁ) DE POLVILHO

 AZEDO

1/2 XÍCARA (CHÁ) DE ÁGUA

MORNA

3 COLHERES (SOPA) DE ÓLEO

2 BATATAS MÉDIAS COZIDAS E

 AMASSADAS AINDA MORNAS

SAL E TEMPEROS A GOSTO

Modo de preparo.   Adi-cionetodos os ingredien-te em uma tigela. Amas-se com a mão até formaruma massa homogênea.Faça bolinhas e dispo-nha em uma assadeirac o m c e r t a d i s t â n ci aumas das outras, porqueo pão cresce muito. Asseem forno preaquecidopor 40 minutos, em tem-peratura média.

Saúde.Versões“fal-sas”dereceitastradi-cionaissãoalternativaparaquemadotaumestilodevidamaissau-dáveloutemrestrições

alimentares;conheçaopçõesquevãode“pãodequeijo”a”mussedechocolate”

“Pão dequeijo” semqueijo

MARIELAGUIMARÃES

Quando as

aparênciasenganam

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