O TRABALHO DOS RECURSOS HUMANOS COM ...como os profissionais dos Recursos Humanos intervêm no...

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA O TRABALHO DOS RECURSOS HUMANOS COM FUNCIONÁRIOS QUE FAZEM USO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS Por: Mônica Thomaz de Ávila Orientador Prof. Paulo José Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O TRABALHO DOS RECURSOS HUMANOS COM FUNCIONÁRIOS

QUE FAZEM USO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS

Por: Mônica Thomaz de Ávila

Orientador

Prof. Paulo José

Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O TRABALHO DOS RECURSOS HUMANOS COM FUNCIONÁRIOS QUE FAZEM

USO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão de Recursos Humanos. Por: Mônica Thomaz de Ávila

Rio de Janeiro 2012

3

AGRADECIMENTOS

...aos amigos, familiares e meu namorado...

4

DEDICATÓRIA

...dedica-se a minha mãe, filho e meu namorado...

5

RESUMO

A discussão a respeito das drogas em nossa sociedade tem encontrado diferentes

perspectivas e apontado diversas questões para discussão, tanto por parte da sociedade,

quanto por parte das empresas que prestam a atendimento aos funcionários dependente

de drogas ou profissional que atuam direto com eles. Dentro deste contexto tivemos

como base de analise o trabalho dos Recursos Humanos com funcionários que fazem

uso de álcool e outras drogas da Casa da Moeda do Brasil. Tendo em vista esta

problemática, iniciaremos o trabalho com um breve histórico sobre as drogas, as políticas

de atenção de tais substância e o trabalho no âmbito dos Recursos Humanos. Assim

procuramos entender a dinâmica do trabalho dos Recursos Humanos com sua junto os

usuários de drogas, evidenciando os limites e possibilidades dos profissionais junto a

essa demanda dentro das diretrizes da políticas antidrogas. Em face disto, evidenciamos

como os profissionais dos Recursos Humanos intervêm no dia-a-dia como os funcionários

que fazem uso de drogas, diante das desigualdades sociais que se apresentam na

empresa e na sociedade como todo. Dessa maneira buscaremos refletir sobre os

desafios que se apresentam para os Recursos Humanos na realidade da empresa da

Casa da Moeda Brasil, como buscar uma melhor qualidade de vida para esses

funcionários, observando também as conquistas já alcançadas, assim como detectar

obstáculos que demandam, levantando em consideração à dinâmica institucional.

Palavras-Chaves: Recursos Humanos – Drogas - Trabalho

6

METODOLOGIA

.

Tipo de pesquisa de natureza qualitativa com um estudo exploratório.

Na Casa da Moeda do Brasil, os dados foram coletados através de 04

funcionários do RH, onde utilizamos entrevista aberta e semiestruturadas, porque

possibilita abordagem do tema proposto.

A entrevista é baseada em pontos que estão de acordo com os objetivos

específicos desta pesquisa.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .........................................................................................................08

CAPÍTULO I - ÁLCOOL E DROGAS NA SOCIEDADE E AS POLÍTICAS DE ATENDIMENTO AOS USUÁRIOS DESSA SUBSTÂNCIA. 1.1. Álcool e outras drogas: Breve histórico...........................................................10

1.2. As políticas para atenção integral aos usuários de outras drogas.................16

1.3. O trabalho no âmbito dos Recursos humanos................................................18

CAPÍTULO II - O TRABALHO DOS RECURSOS HUMANOS DA CASA DA MOEDA COM FUNCIONÁRIOS QUE FAZEM USO DE DROGAS. 2.1 Caracterizações do campo de pesquisa (instituição, localizada, histórico, setores,

objetivo).....................................................................................................................21

2.2 Descrever a dinâmica do trabalho do recurso humano com seus funcionários

que fazem uso de álcool e outras drogas com base nos dados................................23

2.3. Evidenciar limites e possibilidades de atuação profissional com esses

funcionários...............................................................................................................25

CONCLUSÃO............................................................................................................29

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ...............................................................................31 ANEXOS

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INTRODUÇÃO

A grande e legítima preocupação que o consumo de drogas lícitas ilícitas traz nos

dias atuais, está fundamentada nos graves danos à qualidade de vida dos usuários, seus

familiares e a sociedade como um todo. Portanto tema droga é assunto que direta ou

indiretamente, diz respeito a todos nos.

E notório que as questões relacionadas às drogas ocupam lugar de destaque em

diferentes níveis e continentes, destaca-se, indiscutivelmente, o compromisso ético que

as empresa tem com a sociedade. Tento em vista que algumas empresas hoje tem se

preocupado com qualidade de vida de seus funcionários, buscamos pesquisar o trabalho

Recursos Humanos com funcionários que fazem uso de álcool e outras drogas.

A pesquisa foi realizada na Casa da Moeda do Brasil, localizada em Santa Cruz,

Rio de Janeiro, com a equipe dos Recursos Humanos, tem como objetivo analisar o

trabalho desenvolvido com essa demanda tem por principio no tratamento, a abordagem

dos transtornos causados pelas drogas, não se limitando, portanto, a eliminação de

sintomas ou desintoxicação, mais na reinserção desse funcionário.

O trabalho esta dividido em dois capítulos, na primeira parte do trabalho iremos

focar sobre álcool e outras drogas, nas políticas sobre essa substância e o trabalho, nos

reportaremos ao um breve histórico sobre as drogas, também retrataremos ainda esse

capitulo o trabalho no âmbito dos Recursos Humanos e as políticas de atenção sobre as

mesmas.

No segundo capítulo buscaremos caracterização do campo da pesquisa onde

iremos analisar o trabalho dos Recursos Humanos da Casa da Moeda do Brasil,

descrevendo dinâmica do trabalho desses profissionais com funcionários que fazem uso

de álcool e outras drogas, evidenciarem os limites e possibilidades de atuação do

profissional junto a essa demanda.

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Dessa maneira buscaremos refletir sobre os desafios que se apresentam para os

Recursos Humanos na realidade da empresa da Casa da Moeda Brasil, como buscar

uma melhor qualidade de vida para esses funcionários, observando também as

conquistas já alcançadas, assim como detectar obstáculos que demandam, levantando

em consideração à dinâmica institucional.

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CAPÍTULO I - ÁLCOOL E OUTRAS NA SOCIEDADE EAS POLÍTICAS DE ATENDIMENTOS AOS USUÁRIOS DESTAS SUBSTÂNCIAS.

As alterações causadas pelas drogas podem variar de acordo com as

características das pessoas que as usam, das substâncias que é utilizada, da

quantidade, do efeito que se espera e das circunstâncias do consumo.

De acordo com Secretaria Nacional Antidrogas-SENAD (2004) ”As drogas

são substâncias: psicoativas, naturais, sintéticas, entorpecente, narcóticos,

substâncias usadas em químicas, farmácias, etc. As mesmas são utilizadas para

produzir alterações nas sensações, grau de consciência e no estado”.

Neste sentido buscamos tratar neste capítulo às questões pertinentes as

drogas desde o seu uso até as políticas que visam tratar à problemática.

1.1 – Álcool e outras drogas: Um breve histórico

A Dependência Química atinge dimensões mundiais. É um grave

problema de saúde pública, mas ao mesmo tempo transcende as dimensões

meramente médica tornando-se também uma questão econômica, social e política,

trazendo consigo muitos contextos que vão além da própria dependência química.

Antes de entramos no objeto central desta pesquisa é necessário percorrer pelo

histórico das substâncias, citando seus primeiros registros na historias.

Dessa forma se inicia uma breve reflexão sobre o consumo de drogas,

lícitas e ilícitas, tais como o álcool que pode ser considerado o tipo de droga, mas

consumido em todo mundo.

O Vinho foi considerado uma dádiva dos Deuses tendo sido oferecido aos

egípcios por Osíris, assim como Noé ofereceu aos Hebreus, as vinhas eram

plantadas para o consumo como sacramento. (COHEN, 2001:19)

O álcool é considerado uma droga lícita e aceita pela sociedade, sendo

ponto de partida para outros tipos de dependências, estão presentes no cotidiano

11

das pessoas de forma concretas em todas as classes sociais, etnia seja meios aos

homens, mulheres, jovens ou mesmo idosos, seja de forma casual ou como

dependência.

De acordo com dados divulgados Centro Brasileiro de informações sobre

Drogas Psicotrópicas CEBRID, inicialmente as bebidas alcoólicas tinham conteúdo

relativamente baixo, como exemplo do vinho e a cerveja já que dependiam

exclusivamente do processo de fermentação. A partir da revolução industrial

registros grande aumento na oferta desse tipo de dádiva, contribuindo para o maior

consumo e consequentemente gerando aumento do numero de pessoas que

passam a apresentar algum tipo de problemas decorrente do uso excessivo do

álcool. (CEBRID).

A droga lícita por serem aceitas pela sociedade tem sua porta de entrada

aberta diante das famílias que em sua maioria, por já estarem dentro de um

contexto de que a droga como álcool e cigarro já fizeram ou farão parte da vida de

qualquer ser humano em algum momento, entram, se percebidas e por já estarem

dentro da cultura não são vista como algo que possa levar o ser humano seu próprio

cárcere. Entrar no âmbito das drogas não é meramente apenas citá-las e sim

conhecer o significado que as drogas trazem para sociedade sendo entendida como

um ponto de vista sociocultural para diferentes povos, sociedade em diferentes

contextos históricos. Fala sobre as drogas necessita entender ou mesmo deserdar

seu conteúdo simbólico, se fazendo entender oque elas significam para quem faz

uso delas.

O uso de drogas acompanha a trajetória do homem em sociedade e, por

isso, deve ser entendida pó ponto de vista sócia cultural. Para diferentes

importantes desvendar o conteúdo desses significados para que se possa pensar

em atingir a droga, que é frequentemente, um artifício de contato com esse

conteúdo simbólico, ou seja: o que representa a droga para quem faz uso?”(Hygie

Garcia2003)”

O cigarro assim como o álcool percorre grande parte a sociedade de

forma aceitável, em meios aos jovens, em e todos os locais, não é visto pela

sociedade como algo “ruim” se enquadra nos momentos de prazer, descontração,

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algo que faz satisfação para quem faz uso e não precisa ser consumido como forma

de proibição dos órgãos públicos.

O tabaco teve seus primeiros registros aproximadamente no ano de 1000

a.C, em sociedades indígenas da América central sendo utilizado em rituais

religiosos , na purificação do corpo , acreditava – se que tal substancia tinha o poder

de predizer o futuro “(Carlini , Nappo ,Noto et al . , 2010)”

Fumo, em latim “fumos denomina-se na chegada de Cristóvão Colombo

aportou, na data de 13 de outubro de 1942, na ilha de salvador, foi recebido pelo

povo indígena que por sua vez para desejar boas graças aos estrangeiros lhe

ofereceu presentes e dentre eles folhas secas. Originário na América, o fumo era

utilizado pelos índios em rituais religiosos e magias, antes da chegada dos

europeus, sendo utilizado em rituais de bruxaria para afastar os maus espíritos.

“(Ferrarini 3° ed p :59)”

A maconha surge com propósitos medicinais com registros de 2.700ª. c

sendo utilizada também na Europa com o mesmo propósito e foi introduzida no

Brasil nos séculos XII e XIX por escravos africanos sendo difundida também entre

os indígenas e utilizada com propósitos em atividades recreativas ou medicinais.

”(Andrade, D’Andrea, Espinheira, 2009)”.

O cânhamo origina-se da Cannabis¹ sativa, ainda da Ásia Central. Na

antiguidade foi utilizado por sacerdotes indianos em cerimoniais por suas

características inebriantes. Na índia difundiu- se para o oriente próximo e para

países do norte da África “(Passos, apud Souza, 2008)”

Com o passar dos séculos a questão das drogas, tomou dimensões

marginalizadas, se em sua inserção tinha um viés ritualístico ou mesmo medicinal,

na atualidade é considerada uma doença para as pessoas que possuem a

dependência sobre essas substancias , afetando os setores da saúde pública, a

questão da segurança a sociedade como um todo.

A cocaína é um alcaloide extraído da planta “coca”. Em 1960, o químico

alemão Wohler, sob auxílio de Niemann, isolou-o. O nome cocaína é originário do

princípio ativo de uma planta chamada coca e teve sendo de origem da América do

sul. A coca tem como nome científico ‘Erithroxlou Coca L “e tem registros segundo o

texto desde quinhentos anos antes de cristo (Ferrarini: p-43)”.

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No século XIX a cocaína foi utilizada como antídoto dos depressores do

sistema nervoso. Nessa época também foi utilizada como anestésico local em

cirurgias oftalmológicas, (Costa, 1999:35) o autor coloca ainda que ao longo da

história da humanidade, diversas substâncias foram utilizadas com estimulantes; o

café, cafeína, tabaco e nicotina são exemplos.

No caso do Brasil, Carlini et al. (1995) apontam que a cocaína esteve

presente também em medicamentos para alívio de problemas respiratórios e que

até o inicio do século XX não havia relatos de abuso ou grandes problemas

respiratórios em relação a esta.

Para tanto entramos no século XIX percebendo a metamorfose quanto às

drogas surgindo outras em um cenário atualizado. A questão do uso de álcool e

outras drogas em nosso país e mundialmente falando têm sido cada vez, mas

atuais, inúmeros jovens têm feito ou já fizeram de algum tipo de substância seja ela

licita ou ilícita.

Em sua retrospectiva do usa de droga, Toscano Jr.(2001) situa o sucesso

dos barbitúricos, derivados a partir da uréia e do ácido malônico, sintetizados

14

desde1903, amplamente consumidos para induzir o sono, até a década de 60

quando o clordiazepóxido e em seguido os benzodiazepínicos, foram introduzido.

Estes pertencem ao grupo dos hipnossedativos e são depressores do sistema

nervoso central.

A grande oferta destes, somada a falta de controle sobre a venda sem

receituário médico e sobre a propaganda na mídia, tem levando muitos a usurários a

ficarem dependentes. Assim como fizemos referência ao uso do álcool, nos mais

variados níveis sociais e etários. (Silva, 2005:40).

Outra droga que se destaca são as anfetaminas, utilizadas num primeiro

momento para substituir a cocaína e, também no tratamento para emagrecimento.

São drogas sintéticas estimulantes do sistema nervoso central que inibem a

sensação de fome, sono e cansaço.

Segundo Velho (1997), no Brasil, estimula-se o uso comunitário das

drogas destacaram-se a maconha e o LSD, grande parte dos jovens usava com

frequência diversificada, vários tipos de drogas, principalmente a maconha.

“Entre meados dos anos 1960 e dos anos 1980, poucos jovens das

camadas medias não tiveram algum tipo de experiência com maconha” (Velho,

1997:12).

Nas últimas décadas do século XX a cocaína reaparece de modo

epidêmico, no Brasil, finais dos 80anos, pela via intranasal e endovenosa. A partir

do ano de 1990, o consumo com do crack, teve grande expansão entre jovens do

sexo masculino e feminino. (Toscano Jr. 2001). A cocaína esta no rol das drogas

ilícitas , assim como o crack , a maconha e outros tipos de drogas que entram

devastando a vida de muitas pessoas, substâncias com consequências não só para

o corpo mais também para a vida como um todo, tornando famílias co-dependentes,

e fazendo escravos por toda parte.

Com o passar dos séculos a questão das drogas, tomou dimensões

marginalizadas, se em sua inserção tinha um viés ritualístico ou mesmo medicinal,

na atualidade é considerada uma doença para as pessoas que possuem a

dependência sobre essas substâncias, afetando os setores da saúde pública, a

questão da segurança a sociedade como um todo.

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O crack por ter efeito mais rápido tem se expandido em meio à sociedade

deixando de ser uma droga consumida apenas pela população de rua e atingindo

todos os níveis da sociedade, nas grandes cidades os usuários de crack se reúnem

para fazer o uso da substância em lugares chamados como Cracolândia.

Segundo centro brasileiro de informação sobre psicotrópicas:

O Extase a MDMD (3.4-metilmooximetanfetamina) que em

registros centro brasileiro de informação sobre drogas

psicotrópicas CEBRID aponta que a droga foi sintetizada em

1912 e patenteada em 1914 na Alemanha com objetivo na

diminuição do apetite, porém sem sucesso nos estudos

clínicos foi abandonados, no fim da década de 70 volta a se

discutir sobre a substância fazendo sua introdução em estudos

psicoterapêuticos, já em 1985 com o grande consumo feito

pelos jovens desta substância foi decidido que a MDMA

entraria na lista como droga de restrição internacional. No

Brasil a substância tem sua chegada ao inicio dos anos 90 com

as primeiras quantidades vendidas na Europa, tendo crescido o

numero de usuário a partir daí. (CABRID: P56)

As drogas não fazem distinção de pessoas nem de classe social, a

dependência de substância lícita ou ilícita se transformou em um problema de

escala internacional, afetando vários setores de ordem pública lidar com a questão

das drogas não é apenas conhecê-las ou mesmo entendermos fatores que levam a

tamanha complexidade do assunto, é necessário conhecer os meios de prevenção,

tratamento as políticas públicas estabelecidas que atuassem sobre esta demanda.

Considerado uma droga lícita e aceita pela sociedade, sendo ponto de partida para

outros tipos de dependências, está presente no cotidiano das pessoas de forma

concretas em todas as classes sociais, etnias sejam meios aos homens, mulheres,

jovens ou mesmo idosos, seja de forma casual ou como dependência.

Nesse contexto, iremos nos reportar a trajetória das políticas de atenção

sobre drogas até os dias atuais, esse conhecimento possibilitará ao setor de

16

Recursos Humanos meios de encaminhar seus trabalhadores no trato para a

dependência.

1.2- As políticas de atenção para usuários de álcool e outras drogas

Na década 1980, a sociedade brasileira passa por um processo de

transição, o órgão nacional antidrogas no Brasil, com objetivos de delibera caminhos

mais adequados para o enfrentamento da questão, priorizando a prevenção nos

seus múltiplos aspectos.

Diante de vários problemas o Brasil aderiu à declaração das Nações

Unidas sobre o combate ás drogas em julho de 1998, neste mesmo ano foi criado a

Secretaria Nacional Antidrogas, este foi à elaboração da política.

Nesse período as políticas de combate ao uso de drogas ainda

priorizavam a repressão ao narcotráfico em detrimento da humanização da

assistência aos usuários

O uso indevido de drogas lícitas ou ilícitas constitui-se, atualmente, em

problema de ordem Internacional, preocupando nações do mundo inteiro. Por sua

complexidade e amplitude, e um mal que ameaça estruturas dos estados afetando

seus valores políticos, econômicos, sociais e culturais.

Em estudo elaborado pela Secretaria Nacional Antidroga- SENAD aponta

no “Levantamento Domiciliar no ano de 2001 sobre o uso Drogas”. O álcool e o

tabaco aparecem como destaque, sendo as drogas mais consumidas no Brasil e as

responsáveis pelos maiores índices de problemas decorrentes de seu uso indevido.

(SENAD: 2006)

Segundo “(Arruda, Duarte e Branco, 2006)” em 1998 o Brasil ainda não

cantava com uma política pública na área da dependência química de álcool e

outras drogas como consequência da XX assembléia geral especial das nações

unidas é criada então a secretaria nacional antidroga (SENAD), tendo sido realizado

em dezembro de 1998 o primeiro o fórum nacional antidrogas para que fosse

permitido o avanço rumo à elaboração de uma política nacional antidrogas e em 26

de agosto de 2002 se constitui a política nacional antidrogas por meio do decreto de

lei nº 4345. Porém devido as transformação na sociedade em diversos setores os

17

fundamentos da PNAD tiveram que ser reavaliados levando então a uma

atualização em relação à realidade da sociedade.

Para Olievenstein (1997), criação do SENAD vem expressar uma

pressão política que demonstra à comunidade internacional a posição brasileira em

assumir o “combata as drogas” como alta propriedade indicado também as drogas

ilícitas como foca de preocupação quando são as drogas licitas as mais consumidas

no país (p20).

De acordo com Richard Bucher, (1992), os conselhos antidrogas

existentes na maioria dos funcionam de modo heterogêneo, com infraestrutura

conveniente, e as composições dos mesmos são por indicações, entre diversas

secretarias de estado, não se levando em conta a experiência com problemas de

drogas, o conhecimento a respeito do assunto e a competência profissional, o que

muitas vezes vem beneficiar medidas de interesses pessoais ou políticos em

detrimentos das diretrizes existente.

Por conseguinte as ações propostas raramente contêm uma pertinência

comprovada, não atinge os alvos prioritários (se é que são definidas) e se baseiam

em vexais distorcidas sobre drogas e drogadição nas respectivas regiões,

privilegiando e repressão ás drogas ilícitas e apelando freqüentemente a

argumentações emocionas e/ou sensacionalistas. (RICHARD BUCHER: 1992.321).

Em 2004 a política vigente passa por um processo de realinhamento

parasse a uma política representativa para sociedade e a demanda em questão

substituindo o termo política antidroga por política nacional sobre drogas em outubro

de 2005, onde foi traçadas diretrizes que vissem dar respaldo a política adequada

para este momento, onde haveria um realinhamento de nossa política sobre drogas,

daí toda a sociedade foi convidada a discutir, participar e opinar para que este

marco fosse alcançado.

Abordando os assuntos relativos à redução da demanda e da oferta de

drogas sobre apolítica que nos envolveria para que fosse alcançado êxito do

combate sobre as drogas, engajando apoio às atividades preventivas com base na

responsabilidade compartilhada. Tudo isso para buscar desestimular o uso inicial de

18

drogas, incentivando a diminuição do consumo e os riscos e danos associados ao

uso indevido de drogas.

Desta forma as diretrizes da Politica Nacionais tentam promover,

estimular e apoiar a capacitação continuada, o trabalho interdisciplinar e

multiprofissional com a capacitação de todos os atores sociais envolvidos no

processo, possibilitando que estes se tornem multiplicadores com o objetivo de

ampliar e fortalecer as redes sociais visando o desenvolvimento integrado do

programa de promoção geral á saúde e de prevenção, desta forma fundamenta-se

as campanhas e programas de prevenção em pesquisa e levantamento sobre o uso

de drogas e suas consequências, de acordo com o público alvo, respeitadas as

características regionais e as particularidades dos diversos segmentos

populacionais e culturais.

Dentre as diretrizes acima, temos ainda propor a inclusão, na educação

básica e superior, de conteúdo que previnam o uso indevido de drogas, para tanto é

preciso priorizar ações interdisciplinares e contínuas, com caráter preventivo e

educativo na elaboração de programas de saúde para os trabalhadores e seus

familiares, desta forma evitando o uso dessas substâncias no ambiente de trabalho,

melhorando a qualidade devida e trabalho e trazendo benefícios para o empregado

e empregador.

Assim trataremos no próximo item sobre o trabalho surgimento dos

Recursos Humanos, como se dá âmbito desse trabalho.

1.3. O trabalho no âmbito dos Recursos humanos.

Podemos definir trabalho como qualquer atividade física e intelectual,

realiza pelo ser humano, cujo objetivo e fazer, transformar obter algo. Este conceito

pode-se ser entendido, na ordem do capitalismo, como a liberdade das empresas

demitirem, aumentar ou reduzir o horário de trabalho, estabelecendo novas

estratégias de contratação e de remuneração entre outras.

Para Sennett (2003, p. 21 s), essa situação faz surgir um novo mundo do

trabalho e, no limite, um novo trabalhador. Isto porque, a moderna estrutura dessas

instituições ditas flexíveis, segue uma inédita lógica capitalista: o trabalho de “curto

prazo”, Ou seja, essas mutações nesse mundo passam a criar novas formas de

19

organização, controle e gestão da força de trabalho; e, no limite, muda-se o perfil

dessa força, bem como se exige alterações importantes em suas qualificações.

Na verdade, na era do capitalismo flexível, para as empresas, o que está

em jogo é criar condições favoráveis à confiança dos investidores, e essas

condições devem ser entendidas como: o desmantelar das normas – “rígidas” - do

mercado do trabalho. Dito de outra forma, para as empresas deste nexo, o trabalho

flexível permite a essas organizações: moldar, cortar e enrolar. Sem, contudo,

receber qualquer tipo resistência por parte dos trabalhadores.

Assim, essas transformações postas atingem de um jeito ímpar, a classe

trabalhadora, nas suas formas de inserção na estrutura produtiva, bem como em

sua representação sindical e política (ANTUNES, 2008). Dessa forma, este estudo

teórico vai refletir estes impactos na classe trabalhadora, já que essa categoria foi

compelida a buscar uma formação geral e polivalente, na tentativa de se manter

empregável dentro deste novo nexo.

Dentro dessa nova lógica de trabalho surgem outros setores para li dar

com os trabalhadores, dentre eles destacamos a atuação dos Recursos Humanos.

Dessa forma a administração de Recursos Humanos surgiu dos primeiros estudos

das relações industriais no inicio do século XX com o advento da Revolução

Industrial, onde foram surgindo estudos cada vez mais profundos sobre o ser

humano nas organizações. Nos Estados Unidos surgiu a ARH no período da 2ª

Grande Guerra Mundial e no Brasil a partir do final da década de 1970.

Sendo assim a Administração de Recursos Hunamos funciona em um

contexto de organizações de pessoas, significa lidar com pessoas que participam de

organizações, e contituem a base fundamental em que fuciona os Recursos

Humanos, visando sempre o bem estar do trabalhador para que o mesmo

desemprenhe suas atividades de forma satisfatória.

E ao lembrarmos que o consumo de Drogas representa um grave

problema de saúde pública, com consequências sociais e econômicas. E que A

dependência química é responsável por grande parte das internações psiquiátricas

no Brasil. O uso de Drogas no ambiente de trabalho aumenta os fatores de risco

para a saúde, e segurança dos funcionários, e traz consequências de acidentes

profissionais com custos materiais e humanos além de absenteísmo. A implantação

20

de programas de prevenção e controle do uso de drogas no ambiente através do

setor de Recursos Humanos de trabalho irá contribuir e garantir o bem estar dos

funcionários.

Diante do exposto, para uma maior aproximação com o fenômeno

estudado, passamos a analise de dados no próximo capitulo.

21

CAPÍTULO II

O TRABALHO DOS RECURSOS HUMANOS DA CASA DA MOEDA

COM FUCIONÁRIOS QUE FAZEM USO DE DROGAS

A análise e interpretação que aqui serão apresentados deram-se a partir

das entrevistas realizada com quarto profissionais de Recursos Humanos que atuam

na Casa da Moeda do Brasil, que estão diretamente envolvidos no programa com

funcionários que fazem uso de álcool e outras drogas, que serviu com lócus para

realização desta pesquisa.

Após iremos expor o campo de pesquisa a fim de torná-lo conhecido e

posteriormente a análise dos dados coletados, que ocorreu a partir dos objetivos e

as questões de nosso estudo.

2.1 Caracterizações do campo de pesquisa

Pode se dizer que em oito de março de 1694 , vincula ao Ministério da

Fazenda foi e fundada a Casa da Moeda do Brasil, empresa pública,acumula mais de

300 anos de existência . Localiza no Distrito Industrial de Santa Cruz, Zona Oeste da

cidade do Rio de Janeiro, cujo o objetivo é de fabricação e controle da moeda:

A empresa dedica-se à produção de moedas, cédulas e documentos de segurança como selos postais, selos fiscais, passaportes, títulos do governo, bilhetes magnetizados para transportes públicos, cartões telefônicos, documentos de identidade, licenças para conduzir veículos, entre outros serviços, entre quais se inclui os Recursos Humanos. (Casa da Moeda do Brasil)

Segundo informações da Casa da Moeda do Brasil está é uma das mais

antigas instituições públicas brasileiras, conquistando assim no decorrer dos tempos o

respeito de seus clientes e de toda a sociedade brasileira, de forma confiável onde os

produtos são de alta segurança de alta qualidade, seguindo os mais exigentes padrões

22

internacionais além de visar à sustentabilidade.

Dentre os serviços oferecidos pela Casa da Moeda, esta os Recursos

Humanos que tem como uma das propostas de trabalho melhora a qualidade de vida

seus funcionários. Nesse sentido foi criado um programa de apoio para todos os

empregados seus familiares.

Tal programa deu inicio 1990 para atender os usuários e dependentes de

drogas lícitas e ilícitas. Inicialmente, as maiores demandas por atendimentos eram

referentes ao uso/abuso álcool, que afetam, principalmente, o trabalhado e sua

produtividade no âmbito do trabalho. Contudo, com passar dos anos, o incentivo ao

consumo de substância, atrelado a indústria massiva e as mudanças de valores culturais

em relação ao uso/abuso de drogas , bem como as alterações no perfil de demandas dos

usuários , os atendimentos tonaram rumos multifacetados, exigindo da equipe técnica

aprimoramento e atualização para novas abordagens e intervenções. (CASA DA MOEDA

DO BRASIL)

A equipe técnica do Programa é composta por profissionais dos Recursos

Humanos e Serviço Social que atende funcionários seus familiares, utilizando-se

abordagens individuais e motivacionais. A procura pode ocorrer de forma voluntária

através de encaminhamento familiar e/ou por encaminhamento da chefia.

Para tanto o Objetivo do programa é prestar apoio interventivo e socioeducativo

a esses funcionários e seus familiares no que diz respeito e Dependência do Álcool e

outras drogas acolherem esses empregados através da abordagem motivacional e

reflexiva, acompanhar os usuários na recuperação do tratamento. , O período de

tratamento se dá no período aproximadamente de seis meses, sendo acompanhado pela

equipe técnica. (CASA DA MOEDA DO BRASIL)

É importante ressaltar que, o PAE, vem passando por avaliações constantes, e

a diminuição dos atendimentos ao longo dos anos, pode ser justificada pela circunstancia

na recuperação dos empregados, sendo observado que a frequência de recaída tem sido

baixa, devido ao pós-tratamento representado pela participação em grupos de mútua

ajuda.

23

2.2 Descrever a dinâmica do trabalho do recurso humano com seus funcionários

que e fazem uso de álcool e outras drogas com base nos dados

O que diz respeito ao primeiro eixo de análise, qual seja a dinâmica dos

Recursos Humanos com funcionários que fazem usuários de álcool e outras drogas:

profissionais têm a possibilidade de desenvolver um trabalho, numa perspectiva de

inclusão social, entendendo que essa é uma questão demandada pelo próprio usuário,

como podemos observar nas falas abaixo:

“Recursos Humanos tem atuado com os usuários de drogas com atendimento individual, onde nesse atendimento busca apreender suas reais necessidades, buscando uma reflexão com as mesmas sobre suas inquietudes, além do comprometido com uso da droga”. (E.Q).

"Quando o funcionário a chega pedir ajuda pela primeira vez, realizamos o atendimento esse empregado, a fim de identificar suas demandas. É nesse atendimento que os Recursos Humanos faz uma avaliação desse as reais necessidades desses empregados”. (EW). .

De acordo com a fala individual dos entrevistados a cima, fica claro que o

atendimento social, é o momento primordial, onde os profissionais têm para oportunizar

as tais funcionários de um tratamento que complete suas demandas além do uso de

drogas.

A percepção dos funcionários para além da questão do álcool e outras drogas

são bem presentes na equipe, onde nossas observações e entrevistas indicaram ser

muito clara para os profissionais, precisam ser escolhidos concomitantemente ao

tratamento a eles proposto, como por exemplo, suas relações profissionais e familiares.

Ainda nesse eixo de análise, os entrevistados evidenciam mudanças no perfil

das pessoas usuárias atendidas na instituição, principalmente em relação ao tipo de

droga. Entre essas mudanças, destacam o aumento do número de funcionário e o

surgimento de consumidores de substância ilícitas e, também para o aumento do uso

fármacos. Com relação a essa mudança, os profissionais afirmam que:

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“Até certo tempo, tínhamos uma adesão maior dos funcionários usuários de drogas lícitas, hoje com o grupo específico de drogas ilícitas. Quando comecei a trabalhar aqui a droga mais usada pelas mulheres era o álcool, hoje são os medicamentos. (XY) "Vejo no atendimento com esse público por questões culturais, medo

de perder o trabalho a dificuldades de aceitar se com um doente,

próprio preconceito deles próprios.”. (EW).

(...) os funcionários tem aparecido agora como chefe de família tem

preocupado de perder emprego, por questões e culturais como

masculino (...) (EX)

“No atendimento com os funcionários percebo que eles colocam

suas questões não só relacionada com as drogas, mas também as

questões familiares, pois se sentem mais á vontade para falar de

suas questões quando são atendidos por outros funcionários

especializados”. (XY).

Diante das falas dos entrevistadores percebemos que os funcionários

concedem o aumento do consumo de drogas entre esses empregados como parte de um

contexto social mais amplo, marcados por mudanças nos estilo de vida deste grupo

populacional. .

Essas mudanças, por sua vez, têm modificado o perfil de fatores de riscos e de

estresses para saúde do funcionário. Em consonância com essa problemática a uma

necessidade de se tornar consciente ou dependente de drogas, portanto, atualmente na

sociedade no mercado de trabalho. Essa explicitação é recebida pelos usuários com

surpresa, e às vezes com certa desconfiança, pois a muitas empresas acostumam

enxergá-lo de uma forma tão discriminatória e preconceituosa, que acabam por isolá-los e

aliena-nos de seus direitos e deveres.

Nesse sentido, o enfrentamento dessa nova demanda requer, sobretudo, a

ampliação de abordagem com esse funcionário âmbito da prática dos profissionais na

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área de dependência de drogas. Tal abordagem pode promover uma tomada de

consciência no sentido de marcar novas perspectivas cognitiva em relação às relações

conceituais e metodológicas desses profissionais responsável pelo tratamento das

demandas trazidas pelos usuários.

Os Recursos Humanos busca trabalhar junto com esses usuários de drogas

peculiaridades das questões trabalho, família e a própria sensibilidade social ônus da sua

ação profissional e de seu histórico constante e exaustivos, tanto em meio ao seu

invólucro teórico, quanto no trato com a equipe multidisciplinar, por entender que o

trabalho em grupo é construído por pessoas capazes de reconhece sua singularidade e

exercerem uma ação interativa em objetivos comuns.

No próximo eixo trataremos os limites e possibilidades institucionais desse

profissional junto a essa demanda.

2.3 Evidenciar limites e possibilidades de atuação profissional com essesfuncionários.

No que diz respeito ao segundo eixo de análise, isto é, os limites e

possibilidades dos Recursos Humanos junto a esses usuários de drogas, a maioria dos

entrevistados aponta a própria empresa como uma limitação ao seu trabalho por tratar de

situações delicadas, pois tem medo de buscar ajuda adequada, dificultando o

desenvolvimento do projeto, o que limita muitas vezes o profissional de RH no

atendimento de primeira vez. Por outro lado esses profissionais conseguiram fazer

parcerias extrâmeros com a rede de recursos que atendessem as demandas dos usuários

além de questão do uso de drogas

Assim como as falas:

"Nós profissionais nos sentimos limitados, pois a demanda e muito grande, precisando de suporte técnico especializado principalmente para acompanhar seus familiares, isso dificulta um trabalho paralelo ao atendimento de primeira vez"(E.Y) "(...) as limitações que eu vejo, é em relação ao número de profissionais que é bem limitado, o que compromete desenvolver um trabalho diferenciado do atendimento de primeira vez”. (E.K)

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"Eu vejo as limitações num tripé, a da instituição, a profissional e a do próprio usuário". (E.Q) "(...) uma das maiores limitações que vejo, é a falta de uma rede de apoio articulada organicamente com a instituição, o que dificulta desenvolvermos um trabalho mais eficaz com esses usuário de drogas".(E.X)

Nesse contexto a atuação dos Recursos Humanos se dá no conjunto de

clínica especializada desigualdade. É nessa atuação que o profissional se depara com a

falta de recursos na instituição para lidar com isso, pois ao mesmo tempo existem

inúmeras demandas trazidas pelo usuário e seus familiares. Fazer com que esses

funcionários aceite o tratamento é fundamental e todas essas dificuldades resultam num

jogo de forças contraditórias que se dá na inter-relação profissional.

Os Recursos Humanos da casa da moeda tem enfrentado grandes

dificuldades para a efetivação do seu trabalho junto a esses empregados usuários de

drogas, pois a falta de informação dificulta o desenvolvimento de programas e projetos

que possam estar intervindo nas questões trabalho, familiar que se apresentam a esses

usuários.

O processo de trabalho desse profissional possibilita ao profissional a

oportunidade de buscar uma maior capacitação, indo além de uma simples rotina

burocrática, sendo, antes, capaz de sistematizar sua prática profissional. Para tanto, é

necessário que o profissional reconheça seus elementos de trabalho como a matéria

prima, os meios e a atividade em si.

Ao analisarmos mais duas falas verificamos que alguns dos entrevistados

apontem as limitações não apenas a institucional, mas também para a fragilidade das

políticas públicas atenção de rede de apoio às famílias.

" para mim, a limitação do RH não está apenas na instituição, mas também nas políticas públicas, o que dificulta a atuação do RH com familiares desses funcionários acompanham o próprio. (EM). “(...) temos o limite institucional, pois não conseguimos formar um grupo desenvolvido especificamente de profissionais, a fim de acompanharmos os familiares de forma continua, a falta de uma estrutura física e de políticas públicas mais eficazes também se

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tornam uma limitação” .(E.Z).

De acordo com os entrevistados a constituição de políticas públicas requer uma

atenção mais global dos interesses econômicos em fluxo, pois diante de uma ordem que

se mudança, como analisar as diretrizes, princípios e ações do que é chamado de política

pública para a área do álcool e outras drogas no percurso de lutas das classes sociais no

capitalismo. O que se verifica é a falta de integração das ações, não só entre órgãos

públicos como também de instituições da sociedade civil, mais a escassez de estudos

sobre o assunto no qual abrem espaços para abordagens mais especulativas e menos

realistas, dificultando a adoção de políticas adequadas e menos paliativas para a nossa

realidade.

Como podemos aferir nas falas abaixo:

“ O profissional tem grande possibilidade de fazer um bom trabalho com as usuárias de drogas ,basta investir conjuntamente com essa usuária na busca e na valorização de elementos que possam compor a rede de apoio para o processo de reinserção “ (E.Y) “Eu como técnico vejo as clínicas especializada em dependência química, pois com as parcerias podemos viabilizar os funcionários recursos profissionais, médicos e outros “(E.X)“ (...) as parcerias se tomaram para os profissionais daqui da instituição uma real possibilidade em oportunizar um resgate desses funcionários usuários de drogas “(EW)”.

O período de abuso das drogas expõe o usuário a rupturas progressivas com a

família, os amigos, o trabalho e a comunidade. É preciso resgatar as redes de

socialização ou estabelecer novas. O processo de reinserção deve ocorrer

simultaneamente ao trabalho ambulatorial, é importante que o profissional saiba trabalhar

a inclusão do usuário em programas ofertado pela empresa, motivando-o para a mudança

do seu estilo de vida, que envolve, sobretudo, a reformulação de hábitos e valores

adquiridos no período ingestão das drogas, e o processo em grupo de mútua ajuda de

apoio no local de trabalho são de grande valia e podem funcionar como fatores de

proteção .É dentro do contexto das transformações da sociedade contemporânea , que o

profissional tem que articular novas propostas , alternativas e possibilidades dentro da

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realidade social trazida pelo usuário que procura atendimento de primeira vez na

instituição .

Assim, tem se mostrando um dos grandes desafios para o RH, não só no seu

enfrentamento do cotidiano, mas também no resgate das redes desses funcionários. Os

profissionais devem investir conjuntamente com os outros profissionais busca no

tratamento e na valorização de elementos que possam compor o serviço especializado

para o processo de reinserção dos usuários.

Percebemos ainda que dois dos entrevistados sinalizaram a própria atuação do

Serviço social como a grande possibilidade de mudanças:

Como podemos observar nas falas abaixo:

“O profissional precisa estar atento para as transformações do mundo do trabalho, mudando de acordo com que lhe vem demandado, propondo, construindo, senão suas possibilidades se Tornarão limitações”. (E.W). “ O RH e Serviço Social por ser a porta de entrada precisam estar sem unindo em um só ideal, se tornando uma equipe homogênea, assim poderemos desenvolver um bom trabalho com as usuárias de drogas “(E.Q).

Entendemos que a realidade com a qual nos deparamos todos os dias, está

sempre a nos desafiar em nossa prática profissional e, por esta razão devemos estar

atentos ás mudanças societárias em curso na sociedade a fim de podemos oferecer

respostas apropriadas. Neste espaço profissional não é diferente, sua demanda peculiar

potencialidades de intervenção que devem ser exploradas por este profissional e que para

isto é preciso estar preparado para tal.

E partido deste princípio, que o RH pode buscar fundamentos pra ampliar o âmbito

de sua prática, a fim de consolidar novas estratégias de intervenção que possam ir de

encontro ás demandas latentes dos funcionários que trabalha nessa instituição.

A fim de finaliza a pesquisa iremos apresentar a conclusão do trabalho, para que

possamos refletir do todo exposto trazido até aqui.

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CONCLUSÃO

Este estudo pretendeu analisar o trabalho dos Recursos Humanos junto aos

funcionários que fazem uso de álcool e outras drogas, realizada na Casa da Moeda do

Brasil. Possibilitando confirmar certos pressupostos, formular novas questões e identificar

certas lacunas, onde percebemos que o trabalho desse profissional nesse projeto é

voltado mais para atendimento de primeira vez, ao analisarmos o trabalho junto aos

empregados, por eles se diferenciarem em relação ao seu comprometimento com uso de

drogas.

As questões desses drogadictos vão além da droga, pois os mesmos trazem

outras questões que geram em torno de problemas imediatos e ligados à sobrevivência,

com a geração de renda (trabalho), moradia, saúde e família.

Dessa forma, iniciaremos junto a esses profissionais uma pesquisa, a fim de

entendemos como esses profissionais atuam junto com esses empregados usuários de

drogas.

Nas últimas décadas as empresas tem se preocupado com qualidades de vida

de seus funcionários, para tanto busca a competência técnica e política necessária á nova

posição, investindo na qualificação profissional permanente.

A partir de nossa aproximação com o fenômeno estudado, verificamos o

quanto à intervenção desses profissionais é rotineiro, entendemos porque suas ações são

tão focalizadas.

Assim, tivemos a possibilidade de afirmar nossa hipótese inicial que existem

sim possibilidades e limites para atuação do RH, frente à situação desses funcionários,

verificamos que a própria dinâmica institucional, dificulta o reconhecimento das

possibilidades de sua atuação.

Diante do exposto, apresentamos o presente trabalho que visa proporcionar

aos Recursos Humanos em uma percepção de como poderíamos buscar alternativas para

o enfretamento da questão em epígrafe ainda que tenhamos que esbarra com inúmeras

limitações existentes neste campo de atuação.

Pode-se motivar o trabalhador, criando um ambiente de participação, de

integração com superiores, com colegas de trabalho, partindo sempre da compreensão

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das necessidades dos empregados, precisa estarem sempre demonstrando que as

pessoas têm um papel importante na organização e que outras pessoas contam com elas.

Sendo conscientes de que o trabalho é vital para o ser humano, torná-lo mais

participativo, utilizando potencialidades e talentos, dar-lhes condições de trabalho

adequadas, isso resultará no aumento da saúde mental e física dos trabalhadores.

Para tanto, é necessário canalizar esforços para alcançar qualidade, mas sem

esquecer o comprometimento humano e que elas são as peças mais importante da

organização. Com isso haverá qualidade e qualidade de vida no trabalho, onde os

entrevistados poderão ser grandes contribuintes para que não ocorra drogadição entre os

demais trabalhadores.

Contudo tal temática requer mais estudo sobre o assunto abordado, onde

buscaremos expansioná-lo no mestrado.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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VELHO, G."Drogas e Construção Social da Realidade”. In: BATISTA, M; INEM; Clara (orgs). Toxicomanias: Abordagem multidisciplinar. RJ, NEPAD/UERJ, Ed: SetteLetras

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ANEXOS

Questionário: Falar sobre o trabalho que é desenvolvido na empresa? Descrever como se dá atendimento para aos funcionários que são usuário de droga? Evidenciar os limites de atuação profissional com esses funcionários? Evidenciar as possibilidades de atuação profissional com os mesmos? Identificar a organização do trabalho com esses funcionários?

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