Obesidade[1] Livro

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Dr. Carlos Augusto Anselmo Abraho

Dr. Carlos Augusto Anselmo AbrahoEndocrinologista e Nutrlogo

Dietoterapia na OBESIDADE e doenas afins

OBESIDADEe doenas afins(colesterol, triglicrides, diabetes e cido rico)Incluindo avaliao da sua biopersonalidade e a dieta especfica para cada caso Guia de Fast Food

Dietoterapia na

E a dieta da moda na Europa: Os Nutripontos

Dr. Carlos Augusto Abraho mdico, formado pela Faculdade de Medicina de Catanduva em 1982. Atua na rea de Endocrinologia e Metabolismo, com nfase em Nutrio e Dietoterapia. especialista em Nutrologia pela ABRAN Associao Brasileira de Nutrologia , filiada Associao Mdica Brasileira . membro da Sociedade LatinoAmericana de Tireide, Sociedade Brasileira de Diabetes, Sociedade LatinoAmericana de Diabetes, Associao Brasileira para o Estudo da Obesidade (Brazilian Association for Study of the Obesity), filiada Federao Latino-Americana para o Estudo da Obesidade, Sociedade Brasileira de Clnica Mdica, Associao Mdica Brasileira de Oxidologia, Sociedade Brasileira de Medicina Biomolecular e Radicais Livres e Associao Brasileira de Nutrologia, filiada AMB .

Dietoterapia na

OBESIDADEe doenas afins

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Dr. Carlos Augusto Anselmo AbrahoEndocrinologista & Nutrlogo

Dietoterapia na

OBESIDADEe doenas afins(Colesterol, Triglicrides, Diabetes e cido rico) (Teoria, avaliao, perda e manuteno do peso aps perda)

Manual prtico para o leigo

So Paulo - SP 2000

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Aos meus pais Jamil e Lygia Aos meus tios Eunice e Andr meu irmo e minha cunhada Marilza e Carlos Eduardo, presentes na hora de maior necessidade s minhas filhas Lyvia e Fernanda e minha querida esposa Grace Mnica, cuja ajuda e compreenso foram de fundamental importncia para a feitura desta obra. 5

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PrefcioFoi com imenso prazer que recebi a incubncia de prefaciar o livro Dietoterapia na Obesidade e Doenas Afins de autoria do Dr. Carlos Augusto Anselmo Abraho. Fiquei ainda mais feliz aps a leitura do mesmo, pois trata-se de um compndio que abrange os captulos essenciais sobre a Obesidade e o tratamento racional da mesma. A linguagem simples, clara; a nomenclatura qumica atual nos proporciona uma leitura agradvel, leve e completa sobre o tema. Embora o assunto tenha sido tema de muitos livros, livretos, opsculos etc. sobre o assunto em questo, no presente livro destaca-se, entre outros, o Plano alimentar definitivo ou de manuteno, pois, o que se v na prtica diria a facilidade de perder peso e a dificuldade em se manter enxuto. Na nossa opinio o livro proporciona os necessrios princpios bsicos do emagrecimento atravs da dietoterapia racional e fisiolgica sendo, pois, recomendado todos que necessitem desse tratamento, bem como estudantes de medicina e paramedicina como um manual de conhecimentos gerais. Finalmente, destacamos um ponto muito importante, na nossa opinio: o Autor segue na sua obra as normas da Associao Brasileira para o Estudo da Obesidade (ABESO), entidade mdica ligada s Associaes mdicas, endcrinas, etc. congneres no nosso meio. Est, pois, de parabns o Dr. Carlos Augusto Anselmo Abraho. So Paulo, Junho de 2000.

Professor Dr. Jos Carlos da RosaLivre Docente de Cirurgia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de So Paulo. Chefe da Seo de Cirurgia Endcrina e Cervical do Hospital do Servidor Pblico Estadual. Ex-Professor Titular das Faculdades de Medicina de Jundia, Sorocaba e Santos.

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Contedo1 - TEORIA Alimentos .................................................................................................... 17 gua ........................................................................................................... 18 Hidratos de Carbono................................................................................... 21 Fibras .......................................................................................................... 23 Lipdios........................................................................................................ 29 Protenas ..................................................................................................... 35 Minerais ...................................................................................................... 47 Vitaminas .................................................................................................... 53 Nutrio ...................................................................................................... 63 Pirmide alimentar ...................................................................................... 69 Obesidade ................................................................................................... 75 Classificao e formas clnicas................................................................... 79 Transtornos alimentares .............................................................................. 91 Depresso ................................................................................................... 95 Atividades fsicas e exerccios.................................................................... 99 Clculo da gordura corporal ....................................................................... 102 Dvidas ....................................................................................................... 104 2 - PLANO ALIMENTAR PARA A PERDA DE PESO Introduo parte 2 ................................................................................... Programa alimentar a perda ................................................................... Parte prtica da perda ................................................................................ Planejamento da atividade fsica ................................................................. A caminhada Light ................................................................................ Valores calricos da atividade fsica ........................................................... 3 - MANUTENO Manuteno ................................................................................................ 2.200 calorias .............................................................................................. 2.400 calorias .............................................................................................. 2.600 calorias .............................................................................................. 2.800 calorias ..............................................................................................

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Grupos de alimentos ................................................................................... 146 Combinaes alimentares ........................................................................... 152 Regras de ouro para no voltar a engordar ................................................ 157 4 - DIETOTERAPIA NAS DOENAS AFINS (COMORBIDADES) Hiperuricemia ............................................................................................. 161 Dislipidemias ............................................................................................... 165 Dieta especial para o paciente diabtico .................................................... 171 5 - CALORIA DOS DIVERSOS ALIMENTOS + GUIA FAST FOOD Burger King ................................................................................................ McDonalds ................................................................................................ Pizza Hut .................................................................................................... China in Box ............................................................................................... Molhos e temperos ..................................................................................... Bebidas e lanches ....................................................................................... Outros alimentos .........................................................................................

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6 - DIETAS ESPECIAIS Uma dieta para cada personalidade ........................................................... 197 Um plano alimentar para cada personalidade............................................. 205 A dieta dos nutripontos ............................................................................... 228 7 - CURIOSIDADES Farmacoterapia da obesidade ..................................................................... Nutracuticos.............................................................................................. Diet ou Light ............................................................................................... Consideraes finais ...................................................................................

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IntroduoQuando resolvi escrever esse livro, confesso que tinha em mente ofecerer populao leitora, um pouco da minha experincia no diagnstico, tratamento e controle da obesidade e doenas afins. Com o decorrer das pginas, foram aparecendo algumas idias novas e ento, resolvi extend-las ou melhor, aprofund-las. Portanto, onde existia o plano de transmitir meras informaes, na realidade foram substitudas por um verdadeiro manual faa voc mesmo. Deixo claro que este livro segue as normas da ABESO - Associao Brasileira para o Estudo da Obesidade, na qual honradamente fao parte, e tenho muito orgulho de divulgar seus objetivos. Seguirei os conceitos e normas estipuladas pelo Consenso Latino-Americano de Obesidade de 1998, da mesma maneira que os pratico em minha clnica particular. Dividimos o livro em sete partes para melhor entendimento. Parte 1 - Teoria Parte 2 - Plano alimentar para perda de peso Parte 3 - Plano alimentar definitivo ou de manuteno Parte 4 - Dietoterapia nas doenas afins (comorbidades) Parte 5 - Quantidade de calorias dos diversos alimentos + fast-food Parte 6 - Dietas especiais Parte 7 - Curiosidades + Farmacoterapia na obesidade A obesidade hoje definida como uma doena endcrino-metablica crnica e heterognea, com uma forte base gentica que se apresenta quando esta se associa a fatores do meio tais como alimentao hipercalrica-hipergordurosa e o sedentarismo. O hbito alimentar das pessoas vm se modificando de forma importante nas ltimas dcadas, tendo hoje um perfil que contempla: 1 - Dietas ricas em gorduras 2 - Consumo elevado de carbohidratos simples (acares) ou refinados 3 - Uso de alimentos de alto valor calrico 4 - Ingesto calrica acima das necessidades nutricionais. 5 - Abuso de bebidas alcolicas

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Isso tudo leva ao sobrepeso e que pode por sua vez instalar uma doena crnicaa obesidade; com todas as suas conseqncias. Portanto, mais do que uma cura pelo emagrecimento, necessita-se de um programa de tratamento: uma mudana no modo de vida graas a qual o paciente se concientiza em comer de maneira moderada e cuidadosa e em ser fisicamente ativo. Por isso, para que se possa realmente fazer esse planejamento alimentar, fiz questo de explicar detalhadamente as composies qumicas dos alimentos, definindo gorduras, protenas, hidratos de carbono, minerais, vitaminas e a prpria gua. Essa definio muito importante para que o leitor possa inclusive, identificar seus prprios alimentos, e saber da sua utilidade na composio da nova alimentao diria. Tambm o leitor vai saber fazer seus clculos metablicos e a partir dai, personalizar uma dieta para si mesmo, da melhor maneira que lhe convir. Isso importante, pois o leitor adaptar sua dieta ou plano alimentar de acordo com suas necessidades ou convenincias. Acredito que a pessoa quando realmente fica conhecendo o problema que lhe aflige, acaba tomando concincia e, de uma maneira ou de outra, procurando ajuda. exatamente essa ajuda externa que eu vou tentar passar nas pginas vindouras. Ns mdicos, que tratamos entre outras, a obesidade, estamos cansado de conhecer o perfil psicolgico do paciente obeso. Sabemos que ele procura o mdico somente quando est vivendo uma situao nova no seu dia a dia, que, na maioria das vezes, de carter emocional. o caso do jovem obeso que conhece uma jovem, ou um rapaz se for mulher, e se apaixona. Imediatamente ele se sente inferiorizado porque no nosso meio o obeso discriminado; motivo de chacota; a mdia valoriza o magro; a sociedade cultua o corpo esbelto; vtima de preconceitos diversos. Na maioria das vezes essas pessoas obesas so deprimidas pois j fizeram inmeras dietas malucas buscando sucesso; ficam neurticos com a balana; vivem atormentados com a cobrana dos outros e sentem-se culpados pelo insucesso no emagrecimento. Mais que depressa, esse ou essa jovem nos procura profissionalmente, agora decididos (a maioria das vezes momentaneamente) a empreender um tratamento srio a fim de superar todos esses obstculos para se sentir apto ou apta empreender a nova conquista. Esses jovens, na maioria das vezes, apresentam taxas bioqumicas sangneas normais e raramente, algum fator endcrino. O problema quase exclusivamente esttico mas, bvio, deve ser investigado. Outro tipo comum de pessoas que nos procuram so aqueles que apresentam alguma alterao do tipo Diabetes, Dislipidemias, Hipertenso, problemas cardacos, etc, na maioria das vezes associados, e, devido obesidade. Nesse caso o processo se deve mais parte metablica funcional e nem tanto parte esttica. De qualquer

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maneira, percebemos que a aderncia do paciente ao tratamento, no comeo de 100% e essa taxa vai caindo a ponto de, quando chegar na manuteno estarmos com apenas 15% daqueles que comearam o programa, sendo que, 90% deles proveniente do 2 caso. Isso alarmante!!! Sabemos que principalmente os fatores tempo, disponiblidade e gastos com medicamentos e tambm com determinados tipos de alimentos especiais pesam bastante, porm, tambm sabemos que o paciente quando perde alguns quilos, j se considera bem e, com isso, abandona o programa alimentar. Talvez, a principal causa de abandono do tratamento seja a desinformao. Por mais que falemos e expliquemos, os pacientes parecem no ouvir. Temos concincia que a atividade fsica das pessoas inversamente proporcional ao avano da tecnologia. Hoje em dia, tudo facilitado pelo avano tecnolgico do mundo; Andamos pouco (o automvel faz esse papel), no subimos escadas (elevadores), at o ato de mudar o canal do televisor j feito pelo controle remoto. Portanto, o avano da tecnologia nos torna cada vez mais sedentrios. Tambm o aprimoramento da engenharia de alimentos, tornando-os mais palatveis e, claro, para que isso ocorra necessria a adio de gorduras. Ento, atravs deste livro, os leitores e, principalmente, os leitores em tratamento vo saber avaliar a importncia do programa e sua concluso ou melhor, sua manuteno. Sim, manuteno porque aps a perda de peso, voc nunca ser um paciente magro e sim, um ex-obeso (qualquer regresso aos maus hbitos, far com que o paciente regresse ao sobrepeso). Isso fortalece a obrigatoriedade de uma manuteno prolongada e, por que no, permanente? Portanto, como vero no decorrer dos captulos, a obesidade uma doena onde a perda de peso apenas uma parte do tratamento e que antecede a manuteno.

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Parte 1

Teoria

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AlimentosSo substncias que quando introduzidas no organismo, tm a finalidade de promover o crescimento, a reparao dos tecidos, a produo de energia e o equilbrio das diversas funes orgnicas. Eles podem ter origem animal, vegetal ou mineral. Exemplo de alimentos: Arroz, feijo, carne, leite, ovos etc. Ento, nosso organismo requer alimentos para os seguintes propsitos: Fornecer energia para as funes orgnicas Fornecer energia para o movimento e o trabalho do corpo Manter a temperatura do corpo Fornecer materiais para a produo de enzimas Fornecer materiais para o crescimento, para substituies e reparaes

Classificao dos alimentosOs alimentos se dividem em: Plsticos - So os alimentos que contm nutrientes que entram na formao da estrutura celular: protenas, clcio e gua. Energticos - So os alimentos cujos nutrientes predominantes produzem calorias: gorduras, glicdios e protenas. Reguladores - So os alimentos que permitem o equilbrio das diversas funes por possuirem vitaminas (A, B. C etc) e sais minerais (Ferro, Clcio, Sdio etc). Nutrientes So as substncias qumicas que constituem os alimentos e que podem ser utilizadas pelo organismo (so necessrias para as funes orgnicas). O organismo necessita de seis (6) categorias de nutrientes para levar avante suas funes: gua - Hidratos de Carbono - Lipdios - Minerais - Protenas - Vitaminas Descreverei a seguir, resumidamente, as 6 categorias de nutrientes citadas acima para que o leitor tenha uma melhor compreenso e realmente saiba o que significam.

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GUAA gua s menos importante que o oxignio em relao sua necessidade para a vida; sua falta resulta em morte em questo de dias. Admitindo-se que 70% do peso corporal seja gua, 5% so constitudos de plasma (parte lquida do sangue), 15% como lquido intersticial e 50% como lquido intracelular (Essas propores so relativas ao peso corpreo total). Na verdade, o estoque de gua do corpo, alm de participante, responsvel por praticamente todos os processos orgnicos, inclusive digesto, absoro, circulao e excreo. A gua tambm o principal transportador de nutrientes, sendo necessria a todas as funes estruturais do corpo.A gua ajuda a manter a temperatura normal e essencial para eliminar excrees do corpo. Portanto, muito importante repor diariamente a gua continuamente eliminada pelo suor e pela urina. essencial para o funcionamento adequado do corpo beber pelo menos oito copos de gua pura por dia, isso porque o adulto necessita consumir de 2 a 4% do peso do seu peso corpreo em gua. Lembre-se que, embora o corpo possa sobreviver sem alimento durante cerca de cinco semanas, no consegue sobreviver sem gua por mais de cinco dias. Os lquidos proporcionam a principal fonte de gua porm, parte dela obtida da oxidao dos alimentos (as dietas mistas proporcionam cerca de 12 gr de gua por 100 calorias) e parte pela oxidao dos tecidos orgnicos. A gua necessria para que o organismo metabolize os alimentos de forma correta. Alm disso, uma pessoa desidratada se cansa mais facilmente, e, quem se exercita deve redobrar a ateno. Deve-se ingerir 600 ml de gua por hora (3 copos mdios). Beber pouco lquido provoca queda no rendimento fsico, reduo da coordenao motora e mais risco de leso muscular. Seria relativamente fcil usar ou comprar gua que atenda as nossas necessidades particulares; no entanto, devido aos inmeros tipos de classificao dadas gua, o consumidor mdio pode ficar confuso com o que existe no mercado. A gua normalmente classificada pela sua procedncia (fonte, balnerio, giser, fornecimento pblico etc.), pelo seu contedo mineral (contendo pelo menos 500 partes por milho de slidos dissolvidos) ou pelo sistema de tratamento pelo qual passou (purificada, deionizada, fluorada, destilada a vapor etc.). Devido grande superposio de critrios usados para classificar a gua, algumas guas aparecem em mais de uma categoria. Alm disso, no h regras que normatizem.

a) gua duraContm clcio e magnsio. Esses minerais impedem que o sabo faa espuma e depositam uma pelcula sedimentar nos cabelos, roupas, canos, pratos e banheiras.

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Estudos mostram que o ndice de mortalidade por doenas cardacas menor nas reas onde ela consumida.

b) gua brandaPode ser naturalmente branda ou pode ser a gua dura tratada com sdio para retirar o clcio e o magnsio. A gua artificialmente branda pode dissolver o revestimento dos canos de chumbo. Os canos de cobre promovem nveis perigosos de cobre, ferro, zinco e arsnico no corpo mediante o uso de gua branda.

c) gua deionizada ou desmineralizada aquela gua que teve sua carga eltrica neutralizada pela remoo ou adio de eltrons. Esse processo remove da gua nitratos, clcio e magnsio alm de cdmio, brio, chumbo e algumas formas de rdio.

d) gua filtrada o meio pela qual a gua transformada em gua pura, limpa, no-contaminada e de melhor sabor. A natureza filtra a gua fazendo-a passar por riachos. Quando a gua passa pelas pedras dos riachos, as bactrias presentes na gua prendem-se s pedras e so substitudas por minerais como clcio e magnsio. Alm da natureza, h muitas formas artificiais de se filtrar a gua, como a destilao, o uso de carvo ativado e osmose reversa. Contudo, acredito que nenhum filtro capaz de evitar a passagem de bactrias ou vrus. Cada poro do filtro mais fino existente grande o bastante para que milhes de germes possam penetrar.

e) gua fluoretadaAcrescenta-se fluor a gua para ajudar a manter ossos e dentes fortes. H uma corrente de pesquisadores que so contrrios a essa atitude pois acham que a fluorina (substncia venenosa da qual deriva o fluoreto) causa danos irreparveis ao sistema imunolgico. Atualmente a fluoretao tem sido o padro e no a exceo.

f) gua mineral a gua da fonte natural. No pode ser bombeada ou forada do solo e deve ser engarrafada na fonte. Se estiver bebendo gua mineral que contm minerais que voc no precisa, estar fazendo mais mal do que bem a voc mesmo.

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g) gua da fonteO contedo mineral no foi alterado, mas pode ou no ter sido filtrada ou tratada. Essa gua no processada e pode-se acrescentar a ela sabor ou gases

h) gua destilada a vaporA destilao o processo de vaporizar a gua por meio de sua fervura. O vapor sobe, deixando para trs grande parte das bactrias, vrus, substncias qumicas, minerais e poluentes de gua. O vapor vai em seguida para uma cmara de condensao onde resfriado e condensado para se tornar gua destilada. Depois de consumida, a gua destilada expulsa do corpo minerais inorgnicos rejeitados pelas clulas dos tecidos. Por isso, importantssimo consumir gua destilada.

i) gua de torneiraA gua que sai das torneiras e pias vem dos lenis de gua, ou seja, gua que flui de lagoas, crregos, riachos, rios e lagos. Contudo, a gua da chuva pode levar poluentes a esses corpos de gua, fazendo com que a gua que bebemos fique contaminada. Os resduos de fertilizantes e inseticidas podem ser facilmente lavados nos lenis freticos, assim como o chumbo dos automveis e emisses de fbricas. Alm disso, a fim de purificar a gua potvel, so muitas vezes utilizadas substncias qumicas como alume, carbono, cloro, flor, cal, fosfatos, carbonato de sdio e aluminatos de sdio. Essas substncias qumicas so usadas para matar as bactrias encontradas na gua, mas atualmente acredita-se que causem cncer.

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HIDRATOS DE CARBONOOs hidratos de carbono (HC) so nutrientes eminentemente energticos e que fornecem energia aos processos vitais. So nutrientes compostos dos elementos carbono, hidrognio e oxignio. Sob o ponto de vista qumico eles se dividem em 3 grupos:

Monossacardeos ou oses DissacardeosGlicose - Frutose - Galactose - Pentoses Lactose - Sucrose - Maltose - Trehalose

PolissacardeosAmido - Amilose - Amilopectina - Glicognio Os HC so classificados de acordo com suas unidades de acar ou sacrides. Os acares so excelentes agentes redutores (doam eltrons). Um monossacride um acar simples. No pode ser desdobrado em nenhuma outra unidade de acar simples. Eles tm somente 1 molcula porm 2 frmulas estruturais: a forma D (onde o carbono assimtrico desvia a luz polarizada para a direita) e a forma L (onde o Carbono assimtrico desvia a luz polarizada para a esquerda). Nosso organismo assimila somente a forma D. Os monossacrides tem a mesma frmula qumica

C6 H12 O6porm o arranjo das molculas, conforme visto anteriormente, difere de uma para outra. As hexoses (glicose) so os monossacardeos mais comuns. Quando dois monossacrides se juntam ou se combinam eles formam um dissacride. Polisscarides so compostos complexos resultantes da combinao de muitas unidades de monosscarides ou acar simples. Eles funcionam como reserva calrica no nosso organismo. O principal o glicognio e nos vegetais, o amido. Os polissacrides so insolveis em gua e so digeridos em vrias etapas de degradao. H alguns polissacrides que so classificados como no digerveis. Esses polissacrides incluem celulose, hemicelulose, pectina, gar, cargeno e lignina. Estas substncias so denominadas genericamente de fibras. O organismo no possui enzimas capazes de diger-los, portanto as fibras passam pelo tubo digestivo e levam com elas muitas substncias que do contrrio ficariam alojados no prprio intestino.

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Alguns polissacrides tem funes especiais principalmente estruturais como os mucopolissacrides. Dentre eles citamos o cido hialurnico e a heparina. Nas plantas os HC so armazenados na forma de amido. So grnulos envoltos por paredes celulsicas. O cozimento causa inchao dos grnulos e o rompimento da parede celulsica, o que permite o contato dos grnulos com as enzimas digestivas e possibilita sua digesto. Por isso nas dietas hipocalricas podemos comer verduras e legumes crus vontade porm, quando cozidos devemos limit-los. Os HC so armazenados no organismo como glicognio, em quantidade limitada. Aproximadamente de 300 a 500 gr de HC so armazenadas no organismo de um adulto com sade dividos assim: - figado 100 gr - msculos lisos, esqueleticos e corao 200 a 250 gr, e lquido extraceluar 15 gr Oficialmente no so estabelecidos os requerimentos dirios recomendados (RDA = required daily allowance) para os HC; eles constiteum parte dos requerimentos energticos. Pelo menos 50 a 100 gr dirios so necessrios para prevenir a cetose. Os HC so as fontes preferdas de energias para o organismo, e so necessrios para a oxidao das gorduras. Nos USA h organismos que recomendam que de 55 a 60% do total calrico devam ser cobertos com hidratos de carbonos (United States Dietary Goals - U.S.Sent, 1977). Os hidratos de carbonos uma vez digeridos e absorvidos, seguem um dos trs caminhos: - Podem ser metabolizados para atender as necessidades energticas do organismo - Podem ser convertidos em glicognio e armazenados no fgado ou msculos. - Finalmente, podem ser convertidos em gordura e armazenados para necessidades futuras de energia Os produtos finais do metabolismo dos hidratos de carbono so: dixido de carbono, gua e energia. Um grama de Hidrato de Carbono fornece 4 calorias ou 16.8 Joules.

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FIBRASPor considerar as fibras fundamental em nossa alimentao, principalmente nos dias de hoje onde notamos por parte das pessoas um total desconhecimento nutricional, dedico especialmente este captulo elas. Seja por fatores culturais, por fatores monetrios ou simplesmente por no gostar de determinadas comidas, uma grande parte das pessoas deixa de consumi-las. J sabemos de captulos anteriores que as fibras so hidratos de carbono do tipo polissacardeos que so compostos complexos resultantes da combinao de muitas unidades de acar simples, ou monossacrideos. Elas so insolveis em gua e so classificados como no digerveis. Encontradas em muitos alimentos, as fibras ajudam a adminuir os nveis de colesterol e a estabilizar os nveis de acar no sangue, beneficiando principamente os portadores de colesterol elevado e diabticos, ajudam a evitar o cncer do instestino grosso, priso-de-ventre, hemorridas, obesidade e muitos outros problemas. Alimentos com altos de teor de fibras passam pelo aparelho intestinal devido ao peristltica do canal alimentar, e levam com elas muitas substncia txicas que do contrrio ficariam a alojadas. As fibras alimentares agem sobre o peso das fezes. A ingesto de 100-170 gramas de fibras por dia provoca um trnsito intestinal de 30 horas (peso 500 gr). J os americanos, ingerindo cerca de 20 gramas por dia, tm um trnsito de 48 horas e um peso menor que 100 gramas. Da ser usada no tratamento da constipao intestinal, assim como em casos de diarria, provocando a normalizao do trnsito, j que o maior peso causa menor presso da defecao com menos estresse inflingindo as paredes, da diminuindo a incidncia de formao de diverticulos. A digesto dos alimentos beneficiada pelas fibras que alteram o trnsito intestinal e o esvaziamento gstrico.A glicemia tambm se normaliza, j que a absoro se torna mais lenta. Os metais txicos so eliminados porm os essenciais tambm podem s-lo. Da os riscos que uma dieta estritamente vegetariana pode causar em relao ao Zinco, que pode ser depletado pelas fibras (este metal s praticamente encontrado em fontes animais). As fibras pouco solveis tem ao menor (farelo de aveia); a fermentao das fibras produzem cidos graxos de cadeia curta (actico-propinico-butrico) que exercem proteo a parede intestinal inclusive inibindo a gnese do carcinoma intestinal. Com a ingesto de fibras, a flora intestinal se torna predominantemente de lactobacilos, consequentemente, diminuindo a flora patognica. A preveno da obesidade vem do fato que as fibras causam um aumento na mastigao melhorando o processo alimentar e com isso, aumentando a perda fecal de calorias, aumento da reao de enzimas digestivas, aumento da saciedade e melhora da tolerncia glicose. Se essas substncias nocivas no so expulsas pelo corpo, resultam em doenas. H sete formas de fibras, e cada forma tem sua prpria funo.

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As fibras so:01-Pectina Devida a lenta absoro de alimentos aps as refeies, a pectina benfica para os diabticos. Tambm retira metais e toxinas indesejveis no corpo, valiosa na radioterapia, ajuda a diminuir o colesterol (atravs da formao de gel), e reduz o risco de doenas cardacas e clculos biliares.Tambm tem ao como anorexgeno (diminuio do apetite). A pectina encontrada em ma, cenoura, beterraba, banana, repolho, fruta ctricas, ervilhas secas e quiabo. 02-Celulose um hidrato de carbono no digervel encontrado na camada externa de verduras e frutas. benfica para hemorridas, varizes, colite e priso-de-ventre, alm de remover substncias cancergenas da parede do clon. encontrado na ma,pera, cenoura, brcolis, ervilhas, gros integrais, castanha-do-par, vagem e beterraba. 03-Hemicelulose um hidrato de carbono complexo, no digervel, que absorve gua. benfica para quem quer perder peso, priso-de-ventre, cncer de colo e para controlar substncias cancerognicas no aparelho intestinal. encontrada em ma, beterraba, cereais de gros integrais, repolho, banana, leguminosas, milho, pimento, verduras epera. 04-Lignina Esta fibra boa para diminuir as taxas de colesterol e previnir a formao de clculos biliares ao unir-se aos cidos biliares. benfica para aqueles que tm diabetes ou cncer de clon. Exercem poderoso efeito anticncer e antibacteriano. encontrada em cenoura, vagem, ervilha, gros integrais, castanha-do-par, pssego, tomate, morango e batata.

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05-Farelo a parte grosseira da semente do gro do cereal, separada da farinha por peneirao ou coagem. Ajudam a diminuir o colesterol. So usadas principalmente os farelos de aveia, trigo, arroz e milho. 06 e 07-Gomas e Mucilagens Tanto as gomas quanto as mucilagens ajudam a regularizar as taxas de glicose do sangue e a diminuir o colesterol alm de remover toxinas do corpo. So encontradas na farinha de aveia, farelo de aveia, gergelin e leguminosas secas. Como exemplos de gomas e mucilagens citaremos as 3 mais usados atualmente: a) Glicomanana Captura e remove gordura da parede do clon. benfica para diabete e obesidade pois um mobilizador de lipdeos. Normaliza o acar no sangue. Expande at 60 vezes seu peso ajudando a diminuir o apetite. b) Goma Guar Ajuda a diminuir o apetite, colesterol, triglicrides e diabete. Diminue os nveis de LDL-colesterol (colesterol ruim) e ajuda a expulsar substncias txicas do corpo. c) Sementes de pslio Amolecedor de fezes. uma das fibras mais usadas inclusive pela indstria farmacutica. So usados como laxantes e como suplemento de fibras. Tambm ajuda a diminuir o apetite, colesterol, triglicrides e diabete.

Agora, faa voc mesmo um teste rpido e funcional e veremos como estsua ingesto diria de fibras

Marque um X naqueles itens que voc consome diariamente e some ospontos obtidos (cada item tem seu valor correspondente do lado direito)

Depois some os trs subtotais obtidos e vamos ter nosso valor finalImportante: Aquele alimento que voc consome mais de uma vez ao dia deve ser somado tantas vezes quantas o consumir. Por exemplo: Se come uma ma de manh e uma ma a tarde, deve somar a pontuao correspondente a ma duas vezes.

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No caf da manh e lanches 01 ma mdia com casca 01 fatia de po branco tostado 01 fatia de po integral 01 copo de suco de laranja 01 fatia de queijo xcara de leite com fibras (cereais matinais) xcara de leite com 01 fatia de po francs No almoo e jantar 01 poro de carne vermelha / branca / peixe 0 xcara de lentilhas cozidas xcara de arroz integral xcara de arroz branco No consome legumes xcara de vegetais cozidos: abobrinha brcolis espinafre couve de bruxelas batata doce Vegetais crus: 01 xcara de alface 01 tomate mdio 01 cenoura mdia 01 misto quente 01 Cheese burger No consome verduras

30 1,9 0 12,2 0,8 Ttl oa

3,7 1,7 0,6 0 1,3 2,0 2,0 3,4 1,7 1,0 1,6 2,3 0 0 0 Ttl oa

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Sobremesas 01 taa de morangos 01 laranja mdia 01 banana mdia 01pera mdia com casca 01 pssego com casca No consome frutas

3,9 3,1 1,8 4,3 1,4 0 Ttl oa

Se a pontuao obtida for: De 20 a 35 pontos = Ok. Voc est consumindo a quantidade recomendada de fibras. Continue assim!!! Menos de 20 pontos = Significa que est consumindo poucas fibras e que deve aumentar seu consumo. Como fazer para consumir mais fibras? - Consuma diariamente vegetais e frutas - Incorpore legumes e cereais integrais em sua alimentao No se esquea... Que o caf da manh uma excelente ocasio para consumir alimentos ricos em fibras combinados com leite, iogurte, vitamina de frutas, mamo com laranja e outros. Uma prtica e saborosa maneira de consumir fibras tem sido explicada e colocada em uso na nossa clnica particular. acessvel monetariamente a qualquer pessoa e facilmente encontrada nos supermercados ou mercearias. Oriento nossos pacientes a misturar em um recipiente (de preferncia um frasco de 2 ou 3 litros) com tampa os seguintes ingredientes: - 01 pacote de FIBRE-1 (cereal matinal de trigo e milho) - 01 pacote de ALL-BRAN (cereal matinal base de trigo) - 01 pacote de BASIC SEVEN (cereais naturais, ma, cco, uva passa e mel) - 01 pacote de CORN FLAKES sabor cco - 01 pacote de 300 gr de FARELO DE TRIGO de qualquer marca. Cada 30 gramas (2 colheres de sopa rasa) desta mistura fornecem 90 calorias. Se misturarmos esse preparado com 01 copo de leite desnatado (200 ml) teremos uma quantidade calrica de 165 calorias.

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Acrescente os seguintes alimentos sua dieta: Cereais e farinhas de gros integrais, arroz integral, todos os tipos de farelos, damasco, ma, ameixa seca, frutas, nozes, sementes, feijo, lentilhas, ervilha e hortalias. Se quiser perder peso, fibras e exerccios devem fazer parte do programa. Encontre a fibra que apresenta melhores resultados para voc. Comer pipoca sem sal e sem manteiga tambm uma forma excelente de acrescentar fibras. Recomenda-se uma ingesto diria de 0,5 grama de fibras para cada 100 calorias.

Alimentos ricos em fibras (Coma as sementes, cascas e folhas sempre que possvel).Verduras e legumes Abbora Brcolis Cebola Cenoura Couve Ervilha Feijo (qualquer tipo) Milho verde Pimento Repolho Soja em gro Frutas Ameixa Banana Cco Goiaba Kiwi Laranja Ma Morango Pera Pistache % em fibras 3,5 4,1 2,1 3,7 3,1 7,8 7,75 4,7 2,1 2,8 4,2 % em fibras 1,8 1,8 3,8 5,3 3,4 2,1 3,4 2,1 2,4 10,8

Lembre-se sempre que os alimentos com contedo escasso de fibras como os lcteos, ovos e carnes devem estar includos em sua alimentao devido ao aporte de nutrientes essenciais para a sade e o bem-estar.

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LIPDIOSOs lipdios so compostos por um grupo heterognio de substncias que apresentam como propriedade comum a insolubilidade na gua e a solubilidade nos solventes orgnicos como etanol, ter, benzeno e acetona e capazes de reagir formando steres com os cidos graxos (de alto peso molecular). Os lipdios so compostos de carbono, hidrognio e oxignio, porm em propores diferentes dos hidratos de carbono. Os lipdios representam de 35 a 45% da dieta americana. A ingesto de gorduras tende a aumentar nas classes abastadas. prefervel usar o termo lipdios, ao invs de gorduras, porque abrange no s as gorduras, como os leos. Os leos so lquidos temperatura ambiente, enquanto as gorduras so slidas a esta mesma temperatura.

Os lipdios so classificados como:a) simples b) compostos c) derivados Simples - So steres de glicerol e cidos graxos. Um ster um composto formado por alcol e cidos graxos, com remoo de gua. O glicerol um alcol formado por 3 carbonos e 3 grupos oxidrilas (OH), cada um dos quais pode combinar com um cido graxo. Exemplo de lipdios simples so os monoglicerdeos, os diglicerdeos, os triglicerdeos e os cerdeos (as cras). Compostos - so formados por steres de glicerol, cidos graxos e outras substncias, tais como hidratos de carbono, fosfatos ou compostos nitrogenados. Exemplo de lipdios compostos: fosfolipdios, lipoprotenas e glicolip-dios. Derivados - So substncias gordurosas obtidas de gorduras simples e compostas, atravs da ao de enzimas ou hidrlises. Incluem cidos graxos, glicerol, esteris, carotenides e as vitaminas A, D, E e K. Exemplo de lipdios derivados: colesterol, hormnios esterides (sexuais) e ergosterol. Os triglicrides constituem aproximadamente 98% das gorduras contidas nos alimentos e 90% da gordura contida no organismo humano. Os triglicrides so classificados como simples ou mistos. Um triglicride simples contm trs cidos graxos iguais. Um triglicride misto contm pelo menos dois cidos graxos diferentes.

Os cidos graxos podem ser:a) Saturados b) Insaturados - cis - trans

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Os cidos graxos trans no organismo humano podem tornar-se extremamente txicos. Assim, na hidrogenao da margarina h a formao abundante de cidos graxos transque podem inclusive inibir enzimas importantes como a delta 6 desaturase. Hidrogenao o processo pelo qual os tomos de hidrognio so adicionados aos cidos graxos para torn-los mais slidos e saturados. No campo da medicina, crescente o aumento do interesse a respeito do nvel de saturao dos cidos graxos, em relao com os nveis sangneos de colesterol. Um cido graxo saturado contm o nmero mximo de tomos de hidrognio de que pode se apoderar. Um cido graxo insaturado pode formar uma ligao com outro tomo de hidrognio. Um cido graxo poliinsaturado pode ainda receber mais de um tomo adicional de hidrognio. Os cidos graxos insaturados e poliinsaturados apresentam mais baixo ponto de fuso e so lquidos temperatura ambiente. Os cidos graxos saturados parecem elevar os nveis sangneos do colesterol. Os cidos graxos insaturados parecem no afetar apreciavelmente os nveis sangneos do colesterol. Os cidos graxos poliinsaturados parecem baixar os nveis do colesterol sangneo. A maioria das gorduras animais saturada, enquanto a maioria dos leos vegetais e de peixes contm grandes quantidades de cidos graxos insaturados e poliinsaturados. O leo de coco, o de dend e o chocolate, embora sendo produtos vegetais, contm maiores quantidades de cidos graxos saturados do que insaturados e poliinsaturados. H um cido graxo que o organismo incapaz de sintetizar e por isso ele se torna um componente essencial da dieta. o cido linolico que considerado cido graxo essencial. um cido graxo poliinsaturado, encontrado nos leos de aafroa, soja, milho, semente de algodo e de amendoim.

Aspectos metablicos dos lpidesOs principais lpides para o ser humano so: cidos graxos, colesterol, triglicrides e fosfolipdios. Estas molculas constituem a poro lipdica das lipoprotenas (que a forma de transporte dos lpides na circulao sangnea). A maioria dos cidos graxos pode ser sintetizada pelo fgado, com exceo do linolico e de seu metablito, o cido araquidnico (cidos graxos essenciais). a outra parte das lipoprotenas constituda de protenas especiais, denominadas apolipoprotenas ou apoprotenas (apo). Estas tm as seguintes funes: a) transporte dos lpides na corrente sangnea b) ligao com os receptores celulares c) ativao de determinadas enzimas

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O colesterol importante para a formao e funo das membranas celulares e para sintese de sais biliares, de hormnios esterides (sexuais) e da vitamina D. Os triglicrides tm papel energtico, para utilizao imediata ou aps armazenamento, enquanto os fosfolpides so importante para manter a integridade das membranas celulares e a solubilidade dos steres de colesterol e dos triglicrides no interior das lipoprotenas. As fontes de lpides do organismo so a sntese interna (endgena) e a alimentao (exgena).

Ciclo exgeno:A gordura (triglicrides) proveniente da alimentao, hidrolisada (quebrada) pela Lipase Pancretica a diglicerdeo e monoglicerdeo que junto com os cidos graxos e os sais biliares, formam as micelas que permitem o transporte dos lipdios atravs da parede intestinal. Nestas, os monoglicerdeos so reesterificados (rejuntados) a triglicrides que unindo-se a uma poro proteica (apoprotena) vo formar os quilomicrons. Estes vo circular no sangue e, nos capilares do tecido gorduroso ou muscular eles so metabolizados pela Lipase LipoProteica (LLP) a qual hidrolisa os triglicrides, retirando os cidos graxos dos quilomicrons. Estes se tornam de menor tamanho e so rapidamente removidos da circulao pelo fgado.

Ciclo endgeno:Tem incio com a formao pelo fgado de uma lipoprotena denominada VLDL (very low density lipoprotein) ou lipoprotena de muito baixa densidade, a qual contm como lpides principalmente os triglicrides. No capilar sangneo eles entram em contato com a enzima Lipase LipoProteca (LLP) e so absorvidos pelo fgado ou sofrem ao da Lipase Heptica dando origem s LDL (low density lipoprotein) ou lipoprotena de baixa densidade. As LDL so retiradas da circulao por clulas principalmente do fgado, fragmentadas e, liberam colesterol livre e aminocidos na circulao. O colesterol livre utilizado imediatamente ou armazenado aps esterificao. Parte do material liberado pela ao da LLP sobre os quilomicrons e as VLDL utilizado na fabricao de outra lipoprotena: a HDL (high density lipoprotein) ou lipoprotena de alta densidade, sintetizada no intestino e no fgado. responsvel pelo chamado transporte reverso do colesterol: retira-o das clulas e troca-o com outras lipoprotenas (principalmente as VLDL) ou leva-o diretamente para o fgado. A nica maneira que o organismo dispe para eliminar colesterol atravs da bile, como colesterol livre ou como cido biliar.

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Sendo a gordura insolvel, ela circula no sangue sob a forma de lipoprotenas. De grande interesse para a comunidade mdica a relao entre as lipoprotenas de alta densidade e as doenas cardacas. As lipoprotenas de alta densidade contm uma alta proporo de protenas, fosfolipdios e colesterol e no parecem ser grandemente afetadas pela dieta ou idade. As lipoprotenas de baixa densidade so compostas de triglicrides, colesterol, fosfolipdios e protenas e parecem estar relacionadas com a dieta e com a idade. Tem sido verificada uma proporo inversa entre altos nveis de lipoprotenas de alta densidade (HDL) no sangue e as doenas cardacas. A gordura a forma de armazenamento de energia do organismo. A poro glicerol da gordura pode ser convertida em glicose pelo processo de gliconeognese (transformao qumica da gordura em glicose para obter energia). Todas as clulas do organismo, exceto as do sistema nervoso central e as clulas vermelhas do sangue, podem oxidar cidos graxos para produzir energia. Embora as clulas do sistema nervoso central necessitem de glicose como fonte de energia, aps um perodo de desnutrio, elas podem adaptar-se ao uso de aminocidos e de corpos cetnicos, obtidos das gorduras, para suas necessidades energticas. Os produtos finais do metabolismo das gorduras so os cidos graxos e o glicerol. Estes produtos podem ser anabolizados em tecido gorduroso ou catabolizados em dixido de carbono, gua e energia. Um grama de gordura proporciona 9 calorias (38 joules). As gorduras so tambm fontes de vitaminas lipossolveis: A, D, E e K

Contedo de gordura total e saturada na carne bovina:Tipo de carne Alcatra magro Alcatra gordo Coxo mole magro Coxo mole gordo Fil mignon magro Fil mignon gordo Lagarto magro Lagarto gordo Patinho magro Patinho gordo Gordura total 7,0 gr 16,9 gr 6,2 gr 8,8 gr 9,3 gr 17,2 gr 6,5 gr 14,2 gr 9,7 gr 14,8 gr Gordura saturada 2,6 gr 6,8 gr 3,3 gr 3,6 gr 3,6 gr 7,0 gr 2,5 gr 5,6 gr 3,4 gr 5,6 gr

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Gordura em vrios tipos de carneTipo de carne Pescada branca # Peru-Carne branca + Peito de frango * Lombo de porco + Sobrecoxa de frango + # - Cozido Gordura total 2,6 gr 3,2 gr 3,6 gr 7,3 gr 10,9 gr + - Assado Gordura saturada 0,7 gr 1,0 gr 1,1 gr 2,6 gr 3,1 gr * - Grelhado

* Adaptado de: USDA = United States Department of Agriculture, composition of food.

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PROTENASProtenas so nutrientes compostos de Carbono, Hidrognio, Oxignio e Nitrognio. Alm disso, quase todas contm certa quantidade de Enxfre e Fsforo. Elas constituem o tecido nobre do organismo humano. As protenas so compostos nitrogenados de grande peso molecular. Os aminocidos so os componentes mais importantes da protena. Os aminocidos so essenciais para a sntese dos tecidos orgnicos em crescimento, para sua manuteno e reparao. As protenas podem tambm ser usadas como fonte de energia. Elas representam cerca de 15% do teor calrico da dieta normal Americana. A ingesto de protenas tende a aumentar medida que aumenta o poder aquisitivo. No Brasil, a limitao desse poder se reflete na reduo da ingesto proteica. A protena constituda por aminocidos: - Alifticos - Aromticos - Indlicos - cidos - Bsicos Os aminocidos se unem atravs da ligao CO-NH formando peptdeos os quais vo formar os protdeos de peso molecular mais elevado. Os aminocidos so classificados como essenciais e no essenciais. Um aminocido essencial aquele que o organismo incapaz de sintetizar e que portanto deve estar presente na dieta. So eles: - Histidina - Isoleucina - Leucina - Lisina - Metionina - Fenilalanina - Treonina - Triptofano - Valina Os aminocidos no essenciais podem ser sintetizados pelo organismo nas quantidades necessrias para o seu funcionamento normal. Os aminocidos no essenciais so necessrios ao organismo; entretanto, se eles podem ser fabricados pelo organismo a partir de outros aminocidos, no so considerados essenciais dieta. Quando o organismo necessita destes aminocidos, ele pode sintetiz-los a partir dos componentes proteicos dos alimentos.

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Os aminocidos no essenciais so: - Alanina - Arginina - cido asprtico - Citrulina - Cistina - cido glutmico - Glicina - cido hidroxiglutmico - Hidroxiprolina - Norleucina - Prolina - Serina - Tirosina O valor biolgico de uma protena a capacidade desta protena de, por si s, conseguir manter a vida. Isso determinado pela existncia de aminocidos essenciais nesta protena, em quantidades e qualidades suficientes. Esses aminocidos essenciais s existem em quantidades suficientes nos alimentos de origem animal. Os alimentos de origem vegetal tem menor quantidade de alguns aminocidos. O aminocido que existe em menor quantidade em uma protena chamado aminocido limitante. Ele limita a absoro dos outros aminocidos da mesma protena. Se considerarmos os aminocidos que compe as protenas, podemos imaginar as paredes de uma piscina com quatro lados iguais e da mesma altura. Estas representam os aminocidos essenciais (fig. 1). Para que exista absoro dos nutrientes nvel intestinal, necessrio que existam em um mesmo momento todos os aminocidos essenciais nas quantidades mnimas. As paredes da nossa piscina estando completas e iguais, permitem que a piscina encha de gua por completo. Representar a absoro de todos os aminocidos. Representa uma protena de alto valor biolgico, por exemplo, a casena do leite. Se na nossa piscina tivermos 3 paredes de alturas diferentes, umas maiores e outras menores e colocarmos gua em seu interior, o limite de lquido que poderemos AA BB CC DD

Fig. 1 - Protena de alto valor biolgico. Lados iguais, portanto capazes de ar mazenar guapor completo.

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colocar vai corresponder borda de menor altura. Portanto, essa piscina representa uma protena incompleta (fig.2). A absoro se dar a partir do aminocido que estiver em menor quantidade, indicado aqui pela parede de menor altura. A este aminocido chamamos de aminocido limitante. Como exemplo, citamos a protena da soja, que tem como amionocido limitante a metronina. Fig. 2 - Protena incompleta. Lados diferentes. O nvel de gua ser limitado pela parede de menor altura. (aminocido limitante).

AA

BB

CC

DD Se faltar uma parede nesta piscina (fig.3), nenhum lquido poder ser colocado em seu interior. Cada parede da piscina, representa um aminocido. Portanto, a falta de um aminocido a nvel intestinal impedir a absoro de todos os demais, embora possam existir em quantidades grandes. Essa protena ter um valor biolgico nulo. Como exemplo, citamos a protena da gelatina em que falta o aminocido triptofano. Fig. 3 - Exemplo grfico de protena de valor biolgico nulo. Observe que a falta de um lado da parede faz com que no se consiga armazenar gua no seu interior.

AA

BB

DD

A figura 4 representa uma mistura de protenas. Temos a correo do tamanho de uma parede por um remendo que a torna maior e, portanto, permitindo colocao de maior quantidade de lquido no seu interior. A nvel intestinal o mesmo acontecer se fizermos a mistura de duas ou mais protenas, ingeridas concomitante em uma mesma refeio. Como exemplo podemos citar o feijo, que sendo rico em um aminocido chamado lisina, no possui em quantidades suficiente o aminocido metionina. Portanto, embora seja um alimento rico em protena no tem uma absoro completa a nvel intestinal. uma protena incompleta - de baixo valor biolgico.

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O mesmo fato ocorre com o arroz, que sendo um alimento rico em metionina no possui em quantidade suficiente o aminocido lisina. Ser portanto, uma protena incompleta. Se misturarmos em uma mesma refeio o arroz e o feijo, conseguiremos fornecer um alimento protico completo, pois, como demonstra a figura 4, ser corrigida a falha na quantidade de aminocido e haver uma absoro total dos aminocidos essenciais. A essa associao, chamamos de mistura protica. Fig. 4 - O grfico representa uma complementao da 3 parede que era menor que as outras. Com isso, a parede foi reconstruda e podemos encher com lquido at a borda.

CC

AA

BB

EE

DD

Protenas PlasmticasNo plasma sangneo h muitas protenas que desempenham papel relevante. Como ilustrao citaremos algumas: Pr albumina - Transporta a vitamina A e a Tiroxina (transtiretina) Albumina - Importante papel na manuteno da presso osmtica e tambm no transporte de cidos graxos no esterificados e de metais de transio (ferro). Isso confere a esta protena papel fundamental na manuteno do equilbrio oxidativo j que o ferro participa ativamente na formao do OH* (radical hidroxila) que um radical livre danoso ao nosso organismo. Alfa 1 e Beta Lipoprotenas - Respectivamente so as HDL e LDL que so as protenas responsveis pelo metabolismo do colesterol que por sua importncia veremos em captulo especfico. Haptoglobina e a Hemopexina - So duas protenas plasmticas que se combinam com a hemoglobina livre, impedindo que a mesma provoque leses nos tbulos renais. Elas tem sua quantidade diminuda nos processos hemolticos. Ferritina - a forma de armazenamento do ferro no organismo. um espelho do que ocorre com o ferro. Traduz a reserva do mesmo. Uma molcula de ferritina pode ter at 4.000 molculas de ferro. Infeco tende a diminuir o nvel sangneo de ferritina. Por outro lado, a doena heptica ou a Hepa-

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tite elevam esses nveis. A hemossiderina um derivado parcialmente desidratado e insolvel da ferritina. Protenas de fase aguda - So aquelas que se elevam por ocasio da destruio tecidual. As principais so: - Antitripsina - Ceruloplasmina - Protena C reativa - Fraes do complemento (C3 - C4) As protenas so classificadas como Simples, Conjugadas e Derivadas. Uma protena Simples aquela que quando hidrolisada dar em resultado somente aminocidos ou seus derivados. A Albumina e a Globulina so exemplos de protenas simples. Protenas Conjugadas so as compostas por uma protena simples e uma substncia no proteica. Mucoprotenas e lipoprotenas so exemplos de protenas conjugadas. Protenas Conjugadas no so mais que estgios da decomposio da molcula proteica. Proteoses e Peptonas so protenas derivadas. As protenas so tambm classificadas de acordo com seu valor nutricional. Uma protena completa contm todos os aminocidos essenciais em quantidades suficientes para manter o balano de Nitrognio e sustentar o crescimento. Uma protena completa tambm quando possui alto valor biolgico. As protenas existentes na carne de vaca, de galinha, do peixe, no leite e nos ovos so protenas com alto valor biolgico ou protenas completas. Protenas incompletas so aquelas que no possuem quantidades suficientes de aminocidos necessrios para o balano de nitrognio e para o crescimento do organismo, como o caso dos existentes nos cereais, nas leguminosas e vegetais em geral. Comentaremos a seguir a funo e a importncia especfica de cada aminocido: a) cido Glutmico - Glutamina - cido Gama Amino Butrico (GABA). (no essencial) So neurotransmissores. O cido glutmico excitatrio e a Glutamina e o Gaba exercem efeito inibitrio nvel de sistema nervoso. Sob o efeito da vitamina B6, o cido glutmico se transforma em Gaba. No tecido nervoso o cido glutmico se transforma em Glutamina atravs da enzima Glutamina Sintetase. Esta enzima muito sensvel aos Radicais Livres (RL). Quando o organismo passa por um estresse oxidativo e gera RL em excesso, o aumento de

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RL provoca uma destruio desta enzima. Como consequncia vai haver acmulo de cido glutmico que por ser excitatrio provoca o aumento da entrada de Clcio ++ no tecido nervoso e morte neuronal. Isto ocorre em vrias doenas neurolgicas como: Alzheimer, Parkinson, Esclerose lateral amiotrfica e outras. Por ser um aminocido no essencial, o cido glutmico pode ser sintetizado pela Ornitina, Arginina e pelo cido alfa-cetoglutrico. De acordo com Hayashi, as clulas do Sistema Nervoso consomem no s a energia dos Carbohidratos mas tambm a de alguns aminocidos principalmente do Gaba. Outros autores inclusive Takahashi, demonstram que o Gaba funciona de modo a induzir a ao de normalizar os EletroEncefaloGramas (EEG) ricos de ondas vagarosas. Mas, em funo de doses maiores ou menores, ele pode recuperar a hipo ou hiperfuno do sistema nervoso central, conduzindo-as normalidade e, quando usado por via intravenosa, age rapidamente como uma substncia aceleradora do metabolismo, especialmente nos casos de hipofuno. O Gaba usado clinicamente para melhoria do aprendizado na criana excepcional. Usado tambm como teraputica auxiliar nas sequelas dos acidentes vasculares cerebral (Derrame) e arterioesclerose. A Glutamina exerce efeito benfico sobre o alcoolismo e a baixa de Gaba provoca um aumento do apetite. b) Serina - (no essencial) um aminocido no essencial que se transforma em Glicina atravs da Vitamina B3. c) Alanina - (no essencial) Aminocido no essencial que desempenha papel importante na sntese de Glicognio e parece desempenhar papel essencial na preveno do clculo urinrio. d) Treonina - (essencial) Grande formadora de Glicina no crebro. Tem papel decisivo na liberao do Hormnio do crescimento (GH). utilizada no tratamento da depresso e epilepsia. e ) Glicina - (no essencial) Liberadora do Hormnio do crescimento (GH - growth hormone) . importante nos casos de insnia, distrbios de memria, epilepsia, dor (efeito morfina-smile), cicatrizao. um poderoso desintoxicante. Forma a dimetilglicina (Vitamina B 15) poderosa imunomoduladora. No olho ela sintetizada a partir do GABA.

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f) Triptofano - (essencial) a fonte de serotonina, da suas deficincias estarem diretamente envolvidas no processo de depresso. O deficit de serotonina acarreta agressividade, insnia, depresso, desejos por aucar. Participa da sintese de melotonina que antiestressante e antioxidante. Participa tambm da sntese de vitamina B3. usado no tratamento da depresso. Tem melhor efeito quando administrado conjuntamente com glicdios (hidratos de carbono). Da o motivo de usarmos frutas conjuntamente. A vitamina B6 e o cido flico favorecem sua ao. Quando temos baixos nveis de B6 e Magnsio (estresse, uso de anticoncepcionais e depresso) o triptofano se transforma em cido xanturmico que se combina com a insulina diminuindo-lhe a atividade. Por isso, mulheres tomando plula apresentam nvel glicmico (curva glicmica) alterado (aumentam a taxa de glicose no sangue) o que no ocorre se administrarmos vitamina B6. O triptofano provoca liberao do hormnio do crescimento (GH) atuando sobre o metabolismo muscular exercendo efeito anablico. Nos EUA grande nmero de atletas usaram o triptofano como anablico. Um laboratrio japons lanou um novo triptofnio por engenharia gentica com alterao em sua molcula. Com isso, vrias pessoas, especialmente os atletas tiveram quadros de destruio muscular, levando at a morte (Sndrome de eosinofilia mialgia). Por isso, o FDA proibiu o triptofano at melhores esclarecimentos. Continua proibido apesar da constatao de que houve falha na fabricao. g) Aminocidos com cadeia ramificada - Leucina - Isoleucina - Valina (essenciais) So 3 aminocidos essenciais chamados BCAA (Branched Chain Amino Acids). Sua falta causa a doenado Bordo em que a urina dos pacientes tem o odor desta substncia. Nesta doena, eles tem que ser retirados da alimentao por causa da sua metabolizao deficiente. h) Arginina e Citrulina - (no essenciais) Arginina poderoso liberador do Hormnio do crescimento (GH). formadora de massa muscular. A arginina forma o xido ntrico que um potente vasodilatador. Diminui o colesterol sangneo. Tem ao oncosttica (inibidora do crescimento do cncer). usado com sucesso no tratamento da infertilidade. i) Fenilalanina - (essencial) Se houve forma em tirosina com papel importante da vitamina C e cido flico nesta reao. Sua deficincia causa fenilcetonria (oligofrenia fenilpirvica). usado no tratamento da depresso pois sintetiza catecolaminas. A fenilalanina tambm forma feniletilamina, que uma substncia importante na gnese do prazer. Da ser freqente encontrar-se depresso por carncia desta. O interessante que o chocolate rico em feniletilamina e h casos de depresso por deficincia desta, em que pacientes,

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instintivamente, aumentam a ingesto de chocolate. O uso de fenilalanina restrito em casos de cncer do tipo melanoma, j que participa ativamente da sntese de melanina. Ao contrrio, em casos de Vitiligo, tm sido prescrita com real xito. No deve ser usada em pacientes tomando inibidores da MAO (mono-amino oxidade). A fenilalanina provoca a liberao de colecistoquinina, hormnio gastrintestinal, que alm de sua conhecida ao digestiva (aumento da secreo pancretica e contrao da vescula biliar), tem importante ao anorexgena (inibio do apetite) e antidepressiva. O aspartame contm fenilalanina. j) Tirosina - (no essencial) precursor das catecolaminas (adrenalina, noradrenalina e dopamina) e da melanina, assim como dos hormonais tireoidianas. Ela se transforma em dopamina cujo excesso tem papel importante na genese da esquizofrenia. Os antipsicticos bloqueiam esta converso. A tirosina diminui no estresse e sua administrao causa melhora do mesmo. Em alguns tipos de depresso, h uma grande diminuio da formao de catecolaminas. Como o produto final do metabolismo das cotelaminas o MHPG (metoxi-hidroxifenilglicol) esse metablito estava com nveis baixos. Esse nvel abaixo do normal um excelente marcador desta forma de depresso e a administrao da tirosina provoca melhora clnica com elevao de MHPG. A tirosina tem sido moda principalmente por via sublingual, como afrodisaco, especialmente em associao com a ioimbina. k ) Lisina - (essencial) Forma a cetrulina. Tem sido usada no tratamento do herpes simples, provavelmente competindo com a arginina, que parece ser necessria ao crescimento deste virus. Por isso, restingue-se o uso de alimentos ricos em arginina (chocolate, gelatina, nozes, amndoas, amendoim, castanha-de-caj, avel) em pessoas acometidas deste mal. imunoestimulante. Aumenta a liberao de hormnio do crescimento (G.H.). H diminuio de lisina no estresse e na osteoporose. l) Carnitina - (no essencial) usada como tnico cardaco, e como coadjvante no tratamento da obesidade. Atua tambm nos distrbios do Sistema Nervoso, especialmente na doena de Alzheimer. Sua falta pode dar cimbras. Na hemodilise seus nveis esto diminudos. Sua injesto melhora o exerccio muscular, assim como a musculatura em geral (especial-

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mente no hipotiroidismo). Outras indicaes - alcoolismo, infertilidade masculina (aumenta motilidade dos espermatozides) arritmas, anginas, fraqueza muscular em geral. importante para aumentar o colesterol HDL (bom) e diminuir o LDL (ruim). Alimentos ricos em carnitina: carne vermelha, ovos, laticnios. m)Histidina (no essencial) Tm sido usada no tratamento da artrite reumatide. Forma a Histamina que possue ao vasodilatadora potente e provoca ereo peniana. Sua deficincia causa histapenia (diminuio do nmero de basfilos no sangue para menos de 15/mm3) e agitao que pode ser tratado com Vitamina B12 e cido flico. Em contra partida, o uso destas vitaminas contra indicado em pacientes histadlicos com contagem de basfilos sangneos superiores a 40/mm3 com um quadro de depresso as vezes grave. Contudo, o uso de Clcio, Vitamina C e Metionina provoca melhora clnica acentuada na histadelia. Na catarata comum estar diminuido os nveis de histidina. n) Prolina e Hidroxiprolina - (no essenciais) A prolina tem papel importante no metabolismo do colgeno, transformando-se em hidroxiprolina. No crebro, a presena de hidroxiprolina pode indicar um estresse oxidativo poderoso. A prolina pode ser sintetizada a partir da ornitina ou do cido glutmico. A dosagem de hidroxiprolina na urina utilizada como marcador de destruio do colgeno (doenas dos ossos, pele e msculos). Tambm a ingesto de protenas (gelatina, carne) em quantidade excessiva pode aumentar-lhe a excreo, assim como a febre. No alcoolismo, especialmente na cirrose, encontramos nveis altos de prolina, o mesmo ocorrendo no cncer. A prolina se acha envolvida na cicatrizao e faz parte da molcula de um peptdeo neurotransmissor: a substncia P. o) cido asprtico e asparagina - (no essenciais) O cido asprtico exerce um efeito excitatrio no crebro. O magnsio exerce, neste caso, um efeito inibidor. No cncer, h um excesso de formao de asparagina, sendo que o cido asprtico tem efeito imunoestimulante, assim como antifadiga (aspartato de potssio e magnsio). O cido asprtico, junto com a fenilalanina, faz parte do edulcorante aspartame.

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p) Aminocidos sulfurados - (no essenciais) Os trs mais importantes so: cistena - metionina - taurina Oxida-se a cistena facilmente formando cistina (no organismo a vitamina C protege-a da oxidao). Reagindo com a glicina e o cido glutmico, forma um tripeptdeo glutatio (cido glutmico + cistena + glicina). O glutatio desempenha papel de enorme relevncia no organismo, protegendo as clulas do estresse oxidativo. A cistena tem sido usada no tratamento da psorase e da queda de cabelos. O principal agente teraputico, no obstante, a cistena sob forma acetilada (Nacetilcistena), em que ela muito mais absorvida e se transforma mais facilmente em glutatio. Vios peridicos de renome tm publicado trabalhos visando administrao preventiva de N-acetilcistena no cncer e, principalmente, na AIDS. Como as clulas ricas em glutatio so extremamente resistentes ao vrus da AIDS, este agente parece ser uma grande promessa no tratamente desta condio. Alis, estudos de Drge comprovam que antioxidantes como a N-acetilciastena, cido lipico e succinato de tocoferol impedem a transcrio do fator NF Kappa-B (NFKB), que indispensvel replicao do HIV. A cistena minora os problemas com fumo e poluio, melhora a artrite reumatide e usada como agente preventivo do cncer e catarata, assim como aumenta a resistncia infeces e melhora a cicatrizao tissular. q) Metionina - ( essencial) A metionina combina-se com a adenosina formando S-adenosil metionina (SAM) que um poderoso agente metilante. O SAM tem sido usado como agente antidepressivo e tambm na terapia do parkinsonismo, j que aumenta a formao de dopamina a partir da L-dopa. A metionina em condies de deficit de B6, forma a homocistena, a qual aterognica, aumentando a agregao de plaquetas. Pode participar da gnese de quadros psicticos que respondem bem ao tratamento com megadoses de piridoxina (vitamina B6). De modo inverso, em outras formas de esquizofrenia a metionina no pode ser usada, j que h excesso de metilao, formando-se uma substncia alucingena (dimetiltriptamina). Quando o nvel desta triptamina est elevado na urina, administramos Nicotinamida (vitamina B3) que vai varrer os Radicais Livres Metila e ser excretada na urina como metilnicotinamida. Em poucas semanas h recuperao total do paciente.

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r) Taurina - (no essencial) abundantemente encontrada no corao, sistema nervoso central e msculo esqueltico, sendo o mais abundante aminocido da retina e do crebro. importante para a viso e tem sido usada no tratamento antioxidante da degenerao macular da retina. formada a partir da cistena, numa reao B6 dependente, e desempenha, no crebro, um papel inibidor . A taurina tem sido usada como ansioltico e melhora as arritmias e a insuficincia cardaca. Junto com outros antioxidantes, tem real efeito teraputico no prolapso da vlvula mitral. Baixa os nveis de colesterol. Aumenta a motilidade dos espermatozides e atua nas disbioses intestinais. Na epilepsia tem sido usada como substncia inibidora. O monossdioglutamato (MSG), tempero usado nos restaurantes chineses, baixa a formao da taurina, enquanto o zinco auxilia na formao da mesma. Existe um sal usado no tratamento da hipertenso, sem sdio, constitudo por ornitina e taurina. s) Glutatio - (no essencial) um tripeptdio constitudo de trs aminocidos, a saber: - Glicina - Cistena - cido glutmico um marcador de sade celular j que, potente antioxidante, impede o estresse oxidativo celular. H duas enzimas importantes em seu metabolismo, que so: - Glutatio peroxidade (selnio-dependente) - catabolisa os perxidos. - Glutatio redutase (B2-dependente) - sintetiza o glutatio reduzido (forma ativa) a partir do oxidado. estimulante da imunidade e anti-hemoltico, auxiliando na eliminao de metais pesados. Neutraliza radiaes e Radicais Livres, tendo ao anticncer. preventivo da catarata. importante no tratamento de doenas renais e na doena de Wilson, j que retira o cobre livre. Alguns trabalhos sugerem a possibilidade de o glutatio ser um neurotransmissor.

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Grupo

Substncias txicas eliminados pelo glutatio (GSH). SubstnciaNitratos - Nitrosaminas - Nitritos Clorofrmio Organofosforados - Malathion Derivados clorofenlicos Antiquinonas Cdmio Mercrio Chumbo Derivados quinnicos Asbestos Metais Solventes, etc.

Nitrogenados Solventes Tetracloreto de carbono Fungicidas Quinonas Metais pesados Fumo Poluentes atmosfricos e da gua

Para finalizar o captulo sobre protenas, farei aqui um breve resumo das principais aes dos aminocidos. Todos na forma L, com exceo da metionina e fenilalanina (DL). Diminuem o colesterol e os triglicrides: arginina - carnitina - glicina - metionina - taurina Promovem a liberao do hormnio do crescimento (GH): arginina - glicina - triptofano - valina - ornitina - lisina Promovem o aumento da massa muscular: arginina - carnitina - alanina - leucina - isoleucina - valina Aumento da histamina: carnitina - dimetilglicina Ajudam a abaixar a presso sangnea: GABA - taurina - triptofnio Diminuio da dor: metionina - triptofano - DL-fenilalanina Melhora dos sintomas da doena de Parkinson: triptofano - tirosina - L-Dopa - metionina - GABA - treonina Insnia: triptofano - GABA - taurina - glicina Agressividade (promove melhora nos sintomas): triptofano - GABA - taurina

Um grama de protena fornece 4 calorias ou 16.8 Joules.

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MINERAISSo elementos inorgnicos necessrios ao organismo, para atuarem como catalisadores (aceleradores) nas reaes bioqumicas. Portanto, assim como as vitaminas, funcionam como coenzimas (catalisadores) possibilitando que o corpo realize rpida e precisamente suas atividades. So necessrios composio adequada dos fluidos corporais, formao do sangue e ossos e manuteno da sade do sistema nervoso. Os minerais so elementos que ocorrem naturalmente, encontrados na terra. As formaes rochosas so feitas de sais minerais. Em milhes de anos de eroso, as rochas e pedras vo sendo quebrados em pequenos fragmentos, p e areia vo sendo acumulados e forma-se a base do solo. Alm desses nfimos cristais de sais minerais, o solo est repleto de micrbios que os utilizam. Os minerais so ento passados do solo s plantas, que so consumidas por animais herbvoros. O homem, por sua vez, obtm esses minerais utilizados pelo organismo ao consumir essas plantas ou animais herbvoros. A importncia dos minerais para o nosso organismo constitui ponto pacfico e sem discusso para a cincia mdica. Alguns so necessrios em quantidades maiores - os macrominerais - Eles so requeridos em quantidades de 100 mg ou mais por dia. Macrominerais Clcio, Fsforo, Sdio, Potssio, Magnsio, Cloro, Enxfre. Outros so indispensveis para o organismo, porm em quantidades bem menores os oligoelementos - Somente poucos miligramas ou traos so necessrios diariamente. So tambm conhecidos como elementos trao. Oligoelementos Cobalto, Cobre, Cromo, Estanho, Ferro, Flor, Iodo, Mangans, Molibdnio Selnio , Silcio, Zinco. Outro grupo, os minerais possivelmente essenciais, encontra-se sob constante investigao cientfica para identificao de suas funes biolgicas: Boro, Estrncio, Germnico, Ltio, Nquel, Rubdio, Vandio. Vrios desses possivelmente essenciais j foram associados com funes definidas, como o caso do Boro na formao ssea, o Vandio no metabolismo lipdico e glicdico, o Estrncio na formao da matriz ssea.

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Resta relacionar o grupo dos minerais txicos, aqueles para os quais foram descritos quadros de intoxicao aguda ou crnica e no apresentam funes biolgicas conhecidas. Neste grupo, os principais so: Alumnio, Arsnico, Cdmio, Chumbo, Mercrio. Como melhorar a absoro de minerais As formas queladas e complexidas de minerais (ligadas a uma molcula protica que os transporta para o sangue para melhorar sua absoro) so as que apresentam melhor absoro pois o metal (ou mineral) encontra-se protegido no interior da molcula, no sendo passvel de ataque por parte do cido estomacal. Os minerais podem ser quelados com aminocidos ou com cidos orgnicos nutrientes. As formas com aminocidos so muito absorvidas devido ao grande nmero de receptores existentes nivel intestinal. A utilizao de sais orgnicos dos minerais (lactato, gluconato, fumarato etc) permite uma boa absoro, pois os cidos orgnicos selecionados, sendo parte de nossa dieta e encontrados na alimentao, facilitam a entrada do metal na circulao. Os suplementos minerais ingeridos durante a refeio so em geral quelados automaticamente no estmago durante a digesto. H controvrsias quanto ao tipo de mineral a tomar. Na minha clnica preferimos usar os preparados quelados tendo como sais orgnicos os orotatos e os arginatos. Citarei a seguir, suscintamente, algumas funes dos minerais: Clcio Importante para conduo de estmulos nervosos Contrao dos msculos Controle da freqncia cardaca Em excesso pode provocar clculos renais ou piorar a tenso pr-menstrual. Caf e comidas muito salgadas aumentam a perda de clcio pela urina. Nveis fisiolgicos sangneos de clcio (7 a 10 mg / 100 ml) so mantidos atravs da glndula paratireide. Os hormnios da paratireide estimulam a absoro intestinal, reabsoro pelos rins e mobilizao de clcio sseo. A vitamina D facilita a absoro do clcio.

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Sendo o clcio mais solvel em meio cido, sua absoro decai com a idade pelo decrscimo da secreo gstrica de cido clordrico. Fontes: sardinha, siri e salmo (com esqueleto), legumes, nozes, verdura, gema de ovo, fgado, leite e derivados. Magnsio Dificulta a formao de clculos renais. Em grande quantidade laxante. Promove o relaxamento muscular em repouso. Sua deficincia causa insnia, nervosismo, depresso, fraqueza muscular. No meio extracelular das clulas nervosas, o clcio faz o papel de estimulador enquanto o magnsio, o de relaxador. Fontes: tofu, germe de trigo, castanha de caju, batata, espinafre, peito de frango, leite, po branco. Sdio Seu excesso pode causar inchao, presso alta, falta de potssio, problemas renais e cardacos. Est presente em todos os alimentos. Uma colherzinha de ch de sal de cozinha (cloreto de sdio) contm 2 gramas de sdio. Recomenda-se para quem no tem problema de hipertenso + ou - 5 gramas por dia. Potssio Participa da contrao muscular, conduo nervosa, batimentos cardacos, produo de energia e sntese de protenas. Alimentos ricos em potssio combatem a presso alta. Melhora o desempenho de atletas. O potssio trabalha com o magnsio como um relaxante muscular em oposio ao clcio que causa a irritao e contrao muscular. O potssio extracelular afeta os msculos estriados e pode causar paralisia quando em excesso. Fontes: abacate, espinafre, passas, feijo preto, leite, cebola, batata, laranja.

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Ferro o mineral mais importante no processo de produo de energia no organismo. Enzimas ricas em ferro participam do processo de queima de acar. A hemoglobina rica em ferro. Sua falta causa a anemia ferropriva (microctica). Fontes: melado, ovos, vsceras, frango, germe de terigo, fgado.

Fsforo Participa da produo e armazenamento de energia, transmisso de informaes biolgicas, contrao cardaca. Em atletas aumenta a resistncia e combate a fadiga.

Cobre Tambm faz parte da hemoglobina (responsvel pelo transporte de oxignio no organismo). Em excesso estimula o efeito dos Radicais Livres podendo induzir o cncer.

Zinco Principal protetor de sistema de defesa do organismo. Com a idade o zinco vai diminuindo. Aumenta a potencia sexual masculina e a libido (desejo sexual). Participa da formao da insulina. A presena do Zinco necessria em mais de 70 enzimas, sendo o mineral envolvido no maior nmero de funes metablicas que conhecemos. Fontes: ostras, germe de trigo, carne vermelha, fgado, amendoim, leite, queijo, ricota.

Boro importante para a preveno e tratamento da osteoporose na menopausa. Auxilia o desenvolvimento da musculatura. Acredita-se que o Boro auxilie a absoro do Clcio no tubo digestivo. Parece ser til na artrite. Fontes: frutas, verduras, legumes e leguminosas

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Cromo considerado o mineral-trao (ou oligoelemento) mais importante para evitar a intolerncia glicose (hipoglicemia, hiperglicemia ou diabetes). Fontes: levdo de cerveja, carne, fgado, trigo integral, batata, ostras ma espinafre e ovos. Mnganes Importante eliminador de Radicais Livres. Sua deficincia est relacionada com a fragilidade dos ossos, problemas cardacos, arritmias cardacas, diminuio da produo de insulina. Fontes: cereais integrais, espinafre, queijo, manteiga e algumas frutas, especialmente a ma. Selnio Sua deficincia leva catarata, distrofia muscular, depresso, necrose de fgado, infertilidade, doenas cardacas e cncer. um excelente antioxidante pois tem a capacidade de eliminar o perxido de hidrognio dos tecidos e de proteger os eritrcitos (clulas vermelhas do sangue hemceas) do acmulo do mesmo. Protege o organismos dos metais pesados e outras toxinas. Fontes: castanha-do-par, cogumelos, salmo, leite, queijo, alho, ovos, carne vermelha, germe de trigo. Flor o microelemento mais abundante do organismo depois do ferro Combate as cries. Tambm ajuda no combate osteoporose (fluoreto). Enxofre componente das vitaminas do complexo B. No h descries especficas sobre sua deficincia ou sobre seu excesso.

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Iodo o componente bsico dos hormnios da tireide. A deficincia de iodo no perodo fetal ou no recm-nascido pode causar cretinismo. A deficincia em crianas e adultos resulta em bcio (aumento da tireide para poder compensar a falta de iodo). Iodo em excesso pode resultar em bcio txico (aumento da tireide devido ao hipertireoidismo). Fontes: sal iodado, alimentos marinhos, aditivos alimentares.

Molibdnio Participa na formao ssea. crescimento e metabolismo. Excesso de molibdnio parece interferir com o metabolismo do cobre. Fontes: gros integrais, frutas e vegetais.

Cobalto Componente da vitamina B12. Esta vitamina a nica fonte nutricional conhecida deste micromineral. absorvido na poro distal do intestino delgado, dependendo da presena do fator intrnseco produzido no estmago. O Cobalto inorgnico apresenta baixa absoro, e pode ser txico. Fontes: carne vermelha, fgado, ostras, leite e derivados.

Vandio Mineral que recentemente foi aceito como necessrio ao ser humano, est envolvido com o metabolismo dos carbohidratos, especialmente da glicose, dos lipdios e das datecolaminas. Estudos demonstraram que a ausncia do mineral na dieta provoca problemas com o crescimento e na reproduo. Sua deficincia relaciona-se altos nveis de colesterol e triglicrides no sangue. Ateno: A gua mineral IBIR (cidade 400 Km noroeste de So Paulo) considerada de maior teor de Vandio do mundo.

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VITAMINASO termo Aminas vem da qumica orgnica onde assim denominamos as substncias qumicas que possuem em uma de suas extremidades o radical NH2 (1 tomo de nitrognio ligado a 2 tomos de hidrognio). Em 1920, cientistas descobriram que algumas aminas eram essenciais para a vida porm o organismo no era capaz de sintetizlas, ou seja, era fundamental que fossem obtidas atravs dos alimentos. Eram as aminas vitais ou Vitaminas. Conforme elas iam sendo descobertas, eram classificadas de acordo com as letras do alfabeto. Assim, foram surgindo as vitaminas A, B, C, D, E etc. As vitaminas so essenciais vida. Elas regulam o metabolismo e ajudam os processos bioqumicos que liberam a energia do alimento digerido. So consideradas micronutrientes, pois o organismo necessita de quantidades relativamente pequenas de vitaminas em comparao outros nutrientes como carbohidratos, protenas, lipdios e gua. Em nosso organismo, as reaes qumicas que ocorrem de forma contnua so ativadas (catalisadas) pelas enzimas (toda enzima uma protena). As vitaminas atuam junto com essas enzimas (como coenzimas), permitindo assim que todas as atividades que ocorrem no organismo aconteam de forma rpida e precisa. As vitaminas podem ser divididas em 2 grandes grupos:

1- Hidrossolveis 2- LipossolveisEsses grupos possuem caractersticas importantes: As vitaminas hidrossolveis devem ser ingeridas diariamente pois no podem ser armazenadas e so expelidas dentro de um a quatro dias. Elas no resistem ao cozimento. Como exemplo citamos a vitamina C e as vitaminas do complexo B. As vitaminas lipossolveis podem ser armazenadas por perodos maiores no tecido adiposo e no fgado. Elas so solveis em gordura e geralmente so resistentes ao cozimento. Dentre essas encontram-se as vitaminas A, D, E e K. As vitaminas lipossolveis devem ser administradas antes das refeies e as vitaminas hidrossolveis entre ou aps as refeies. Os estudos tm demonstrado que suplementos ligados protena so absorvidos, utilizados e retidos nos tecidos melhor do que os suplementos que no so ligados protena. Nos alimentos, as vitaminas e minerais so combinados protenas, lipdios, carbohidratos e bioflavonides.

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Usar uma forma natural de vitaminas e minerais em suplementos nutricionais o objetivo do processo de ligao protenas. Ingerir os suplementos nas refeies oferecer os nutrientes necessrios e tambm uma melhor assimilao. A luz solar pode reduzir a potncia da maioria das vitaminas. Por isso, o frasco que as contm deve ser escuro, impedindo a luz solar. Elas devem ser mantidas em lugar fresco e escuro A Recomendao Diria de Nutrientes (RDA - Recommended Daily Allowance) foi instituda h mais de 40 anos pelo Conselho Norte Americano de Alimentos e Nutrio para determinar a quantidade diria de vitaminas necessrias para a preveno de doenas. Infelizmente o que eles definiram nos d apenas o mnimo necessrio para evitar doenas como raquitismo, beriberi. escorbuto e cegueira noturna. No consideram a quantidade necessria para manter uma sade excelente e sim uma sade duvidosa. Hoje sabemos que vrios estudos mais recentes indicam que doses maiores dessas vitaminas ajudam nossos corpos a funcionar melhor. Portanto, podemos melhorar nossa prpria sade ingerindo uma porcentagem maior que a recomendada. Sinergia Sinergia a combinao de duas ou mais vitaminas a fim de potencializar o efeito da vitamina. Por exemplo, para que os bioflavonides funcionem adequadamente (eles evitam hematomas e sangramentos de gengivas), devem ser ingeridos junto com vitamina C. Relacionaremos a seguir, em ordem alfabtica para melhor efeito didtico, as vitaminas, suas funes, fontes e possveis restries ou advertncias. Vitamina A - (Beta-caroteno) O Beta-caroteno contido no alimento convertido em vitamina A no fgado. De acordo com relatrios recentes, o beta-caroteno ajuda a preveno ao cncer. O beta-caroteno no provoca hipervitaminose, embora a pele possa ficar levemente amarelo-alaranjada. Aes ou funes em nosso organismo: - Evita a cegueira noturna - Melhora a acne - Aumenta a imunidade - Pode curar lceras gstricas - Protege contra a poluio e a formao do cncer - Importante manuteno e regenerao do tecido epitelial - Importante na formao dos ossos e dentes

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- Ajuda o armazenamento de gorduras - Protege contra resfriados, gripes e infeces - Retarda o processo de envelhecimento Principais fontes: leo de fgado de peixe, fgado de outros animais, frutas verdes e amarelas, hortalias. Alimentos com quantidade significativa de vitamina A: - Damasco, manteiga, brcolis, manga, papaia, cenoura, ovo, alface, fgado, pssego, pimento, abbora, espinafre, creme de leite. Advetncia: Pessoas que sofrem de problemas de fgado no devem consumir grandes quantidades de vitamina A na forma de comprimidos ou leo de fgado de bacalhau. Antibiticos, laxantes e alguns remdios para reduzir colesterol interferem na absoro de vitamina A. Os diabticos assim como as pessoas com hipotireoidismo devem evitar o beta-caroteno pois no so capazes de convert-lo em vitamina A.

Complexo vitamnico BVitamina B1 - (tiamina) Se perde com a coco e depletada pelo uso de aucar, caf, tanino (ch preto), nicotina e alcol. Aes ou funces em nosso organismo - Melhora a circulao - Ajuda na produo de cido clordrico - Ajuda na formao do sangue - Ajuda no metabolismo dos carbohidratos Principais fontes: Favas secas, arroz integral, gema de ovo, midos, amendoim, ervilha, sunos, peixes, aves, farelos de arroz e soja, germe de trigo e gros integrais, aspargo, brcolis, maioria das nozes, passas e abacate. Vitamina B2 - (riboflavina). Suas funes em nosso organismo: Participa dos processos de produo de energia nas clulas. antioxidante.

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Favorece o crescimento na adolescncia. Melhora desempenho dos atletas. Protege contra o cncer. Protege contra anemia para aumentar absoro de ferro em nosso sistema digestivo. Quando existe deficincia desta vitamina surgem sinais como rgades (estrias), vermelhido da lngua e eczema (irritao e descamao da pele) na face e nos genitais. A deficincia causada por: Dieta inadaqueda. Alcoolismo. Hipotireoidismo (diminuio do funcionamento da tireide). Uso de quimioterpicos. Uso de psicotrpicos. A riboflavina pode ser encontrada no leite e derivados (queijo, iorgure), folhosos e vegetais verdes, frutas, po, cereais e carnes (especialmente vsceras). Convm lembrar que a luz solar destri a riboflavina do leite. Vitamina B3 - (niacina ou cido nicotnico) Aes ou funes em nosso organismo: Reduz o colesterol e triglicrides e aumenta o HDL, o colesterol bom. Reduz o risco de morte em cardiopatas. Ajuda no tratamento da esquizofrenia. desintoxicante. A manifestao de sua deficincia mxima a pelagra - doena dos 4 D: demncia, dermatite, diarria e depresso. Principais fontes: Carnes magras, peixes e aves. Vitamina B5 - (cido pantotnico) considerada a vitamina anti-stress. muito importante no metabolismo geral, funcionando como parte da coenzima A. A fadiga o sintoma mais comum de deficincia de cido pantotnico. Principais fontes: Levdo, gema de ovo, peixe, galinha, cereais integrais, queijo, amendoim, verduras, legumes e feijo.

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Vitamina B6 - (piridoxina) Aes ou funes em nosso organismo: Necessria para o funcionamento de mais de 60 enzimas. Participa do processo de multiplicao celular. Participa da formao das hemcias (clulas vermelhas do sangue que transportam oxignio). Participa da formao de clulas do sistema imunolgico. Converte o Triptofano em Niacina e Serotonina. Interfere em vrios nveis da neurotransmisso (transmisso de estmulos entre as clulas nervosas). H experincias promissoras de seu uso no tratamento do melanoma, o mais agressivo dos cnceres de pele. Combate a TPM (tenso pr menstrual). Ajuda a controlar o Diabetes. Inibe a formao de catarata. Combate vmitos e tonturas da gravidez. Importante na formao de mielina. Sua deficincia severa causa anemia, distrbios nervosos e problemas de pele. Principais fontes: Carne, gros integrais e o levdo de cerveja.

Vitamina B9 - (cido flico). Aes ou funes em nosso organismo: Combate a anemia. Auxilia a sntese do DNA. Protege contra o cncer do pulmo. Benfico no tratamento da ateroesclerose. A deficincia de cido flico produz sensao de fraqueza generalizada, fadiga fcil, cimbras e irritabilidade. Principais fontes: Folhas escuras (brcolis, alface romana), laranja, arroz, feijo, levdo de cerveja e fgado.

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Vitamina B12 - (cianocobalamina) Aes ou funes em nosso organismo: til em estados de convalescncia, estresse, fadiga, e no tratamento da anemia. Alivia distrbios neuro psiquitricos. Protege contra o cncer do pulmo. Protege contra toxinas alimentares. cofator essencial na sntese do DNA. exclusivamente animal. A Cobamamida, forma coenzimtica da B12 amplamente utilizada em clnica. Principais fontes: Queijo roquefort, queijo, marisco, ovo, arenque, leite, frutos do mar, rim, fgado e tofu. Vitamina B15 - (dimetilglicina - DMG) controvertida j que no existe certeza de que seja indispensvel ao homem.Na Rssia verificou-se que seu uso causava baixa do cido ltico, diminuindo a fadiga muscular em atletas. um poderoso antioxidante. Principais fontes: Cevada, milho, aveia e germe de trigo. Vitamina B17 - (laetrile) outra controvertida. O laetrile (ou amigdalina) composto por 4 molculas: 2 acares 1 benzaldedo 1 grupo cianeto A clula cancerosa muito vulnervel ao laetrile. Principais fontes: Amndoa, brto de feijo, trigo mourisco e feijo. Vitamina C - (cido ascrbico) Aes ou funes em nosso organismo: Manuteno do colgeno. Atua no metabolismo do cido flico e do triptofano.

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Atua no metabolismo da tirosina. Estimula a supra-renal. Auxilia a sntese dos hormnios tireoidianos e do metabolismo do colesterol. Estimula o sistema imune. Inibe a liberao de histamina. Estimula a ao dos fagcitos. Inibe a oxidao da LDL. Combate a artrite. S homem, macaco e cobaia no sintetizam vitamina C, tendo que obt-lo a partir de frutas, verduras e legumes crus, pois o calor a destri rapidamente. Vitamina D - (ergocalciferol, D2, e colecalciferol, D3). Aes ou funes em nosso organismo: Proteo contra o cncer (intestino e mamas). Melhora a hidratao de pele e mucosas. Melhora a psorase. Proteo contra osteoporose e osteomalcia. Preveno do raquitismo. Principais fontes: Peixes gordurosos, fgado e gema de ovo. Vitamina E - (tocoferol). Aes ou funes em nosso organismo: Proteo contra doenas neurolgicas.Melhora a capacidade imunolgica. Proteo do sistema cardiovascular.Proteo contra substncias txicas. Melhora da tenso pr-menstrual.Melhora do desempenho sexual. Aumento da espectativa de vida. Principais fontes: Gros, ovos, leos vegetais, leite, batata-doce, amndoas e folhas verdes. Vitamina K - (filoquinona) Aes ou funes em nosso organismo: Essencial para a coagulao sangnea. Importante na formao ssea e na preveno do cncer.

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Principais fontes: Vegetais e laticnios (iogurte). Vitamina F - (cidos graxos essenciais). Os cidos graxos poliinsaturados (essenciais) so tambm derivados da vitamina F; os mais importantes so o mega-6 (derivado do cido linoleico) e mega-3 (encontrado nos peixes de gua gelada: eicosapentaenico e decosahexaenico). Vitamina P - (bioflavonides) So solveis em gua, a exemplo da vitamina C, com a qual coexistem nos mesmos alimentos. Tm funes similares vitamina C. O nome P se deve a permeabilidade j que tanto a integridade quanto a permeabilidade capilar so melhorados com esta vitamina. Existem mais de 500 bioflavonides na natureza, dentre os quais se destacam a quercetina, a hesperidina e a rutina. Principais fontes: Frutas ctricas, pimento verde, brcolis, tomate, trigo sarraceno e o prpolis. Colina Aumenta a utilizao das gorduras. Pode ser destruda pela coco. Faz parte da acetilcolina. Remove gorduras em excesso no fgado. Pode ser sintetizada a partir da glicina. Principais fontes: Lecitina, gemas de ovo, levdo, germe de trigo, peixe, amendoim, algumas verduras e fgado, carneiro, batata, aspargo, repolho, lentilha, caviar. PABA - (cido para-aminobenzico) uma vitamina do complexo B e faz parte da molcula do cido flico. Estimula a produo de cido flico. Estimula o crescimento dos cabelos e a retomada de sua cr natural. Principais fontes: Fgado, germe de trigo, cereais integrais e ovos.

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Inositol Asso