OCORRÊNCIA DE PARASITOSES NA POPULAÇÃO HUMANA … · entre os helmintos o Enterobius...

28
UNIVERSIDADE FEDERAL CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS CAMPUS DE PATOS OCORRÊNCIA DE PARASITOSES NA POPULAÇÃO HUMANA DO MUNICÍPIO DE JERICÓ, PARAIBA, BRASIL. LORENA FERNANDES DA SILVA PATOS-PB 2016

Transcript of OCORRÊNCIA DE PARASITOSES NA POPULAÇÃO HUMANA … · entre os helmintos o Enterobius...

UNIVERSIDADE FEDERAL CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

CAMPUS DE PATOS

OCORRÊNCIA DE PARASITOSES NA POPULAÇÃO HUMANA DO

MUNICÍPIO DE JERICÓ, PARAIBA, BRASIL.

LORENA FERNANDES DA SILVA

PATOS-PB

2016

Lorena Fernandes da Silva

OCORRÊNCIA DE PARASITOSES NA POPULAÇÃO HUMANA DO

MUNICÍPIO DE JERICÓ, PARAIBA, BRASIL.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado á Unidade Acadêmica de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos-PB, como requisito básico para obtenção do grau de Licenciada em Ciências Biológicas. Orientador (a): Prof. Dr. Ednaldo Queiroga de Lima PATOS-PB

2016

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO CSRT DA UFCG

S586o

Silva, Lorena Fernandes da

Ocorrência de parasitoses na população humana no município de Jericó, Paraíba, Brasil. / Lorena Fernandes da Silva. – Patos, 2016. 26f.: il. color

Trabalho de Conclusão de Curso (Ciências Biológicas) – Universidade

Federal de Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, 2016.

"Orientação: Prof. Dr. Ednaldo Queiroga de Lima”

Referências.

1. Parasitoses. 2. Frequência. 3. Saúde pública. I. Título.

CDU 576.8

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente á Deus por ter me guiado a todo instante mostrando que sempre

existe uma nova chance para recomeçar.

Agradeço a minha família que sempre torceram pela minha vitória em especial aos meus pais

Izabel e Ronaldo a minha avó Toinha, ao meu namorado Felicio e o meu tio Galvão (in

memoriam).

Ao meu orientador Ednaldo Queiroga por ter me orientado tão bem nessa reta final da minha

jornada acadêmica. Aos meus colegas em especial, Rubênia e Géssica por todo apoio e ajuda

que me deram.

Agradeço a equipe do posto de saúde que disponibilizaram todos os dados para a realização

do presente estudo.

LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Localização do Município de Jericó-PB.................................................................11

Figura 2- Unidade Básica de Saúde de Jericó-PB...................................................................12

Figura 3 - Comparação entre as amostras parasitadas e não parasitadas.................................13

Figura 4- Comparação da presença de parasitoses quanto ao sexo..........................................14

Figura 5 - Comparação entre os casos de monoparasitose e poliparasitose.............................14

Figura 6 - Protozoários e associação com idade de maior ocorrência.....................................16

Figura 7- Helmintos e associação com idade de maior ocorrência..........................................16

Figura 8- Distribuição de protozooes e helmintoses e associação parasitária nos mesmos indivíduos..................................................................................................................................17 Figura 9- Distribuição dos indivíduos parasitos de acordo com o endereço...........................18

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Ocorrência de parasitos em resultados de exames parasitológico realizados no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2015 no município de Jericó - PB, Brasil................................................................................................................................15

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 9

2 MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................... 11

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 13

4 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 19

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 20

6 ANEXOS ..................................................................................................................... 23

7 NORMAS DA REVISTA ........................................................................................... 26

OCORRÊNCIA DE PARASITOSES NA POPULAÇÃO HUMANA NO

MUNICÍPIO DE JERICÓ, PARAIBA, BRASIL.

LORENA FERNANDES DA SILVA¹, EDNALDO QUEIROGA DE LIMA²

1- Graduanda em ciências Biológicas, pela Universidade Federal de Campina Grande campus Patos. ([email protected])

2- Professor da disciplina de biologia da Universidade Federal de Campina Grande campus Patos. Farmacêutico-bioquímico. ([email protected])

RESUMO

Mesmo diante de tantas mudanças benéficas a população, as parasitoses ainda são um

problema de saúde pública, apresentando um quadro de parasitoses endêmicas em diversas

partes do pais. O objetivo desse trabalho foi identificar e quantificar a ocorrência das

enteroparasitoses através dos prontuários médicos dos exames de fezes dos pacientes

atendidos no centro de saúde do município de Jericó-PB, Brasil. Foram analisados os

prontuários médicos de janeiro de 2013 a dezembro de 2015, os mesmo foram separados em

positivos e negativos, sendo então, analisados os principais parasitos encontrados, além de

demonstrar a frequência das parasitoses por sexo, idade e o endereço (Zona rural/Zona

urbana) dos pacientes parasitados. Dos 3.321 resultados analisados 283 (8,50%) foram

positivos, sendo a Giárdia lamblia o protozoário mais frequente com 129 casos (45,58%) e

entre os helmintos o Enterobius vermiculares com 15 casos (5,50%). O sexo feminino

apresentou maior numero de indivíduos parasitados (64,66%) dos casos, dentre os resultados

positivos para parasitoses 191 (67,49%) apresentaram quadro de monoparasitose e 97

(32,50%) de poliparasitose, (66,43%) dos indivíduos parasitados residem na zona urbana da

cidade e (34,27%) na zona rural. Conclui-se que percentual de parasitoses foi baixo, apenas

8,50% dos pacientes, se encontravam infectados com algum tipo de parasita.

Palavra-chave: parasitoses, frequência, saúde pública

ABSTRACT

Even in the face of so many beneficial changes to population, the parasites are still a public

health problem, showing an endemic parasitosis in various parts of the country. The objective

of this work was to identify and quantify the occurrence of enteroparasitoses through the

medical records of examination of feces of the patients treated at the health center of the

municipality of Jericho-PB, Brazil. We analyzed the medical records of january 2013 to

december 2015, the same were separated into both positive and negative, and then analyzed

the main parasites found, in addition to demonstrating the frequency of parasitic infections by

gender, age and address (rural/urban) of patients parasitised. The results analyzed 283 3,321

(8.50%) were positive, and Giardia lamblia the most frequent Protozoan with 129 cases

(45.58%) and among the helminths the Enterobius vermiculares with 15 cases (5,50%). The

higher number of female parasited individuals (64.66%) of cases, among the positive results

for 191 parasitosis (67.49%) presented monoparasitose Board and 97 (32.50%) of

poliparasitose, (66.43%) of individuals living in urban area of parasited City (34.27%) and in

the countryside. It is concluded that percentage of parasitism was low, only 8.50% of patients

were infected with some kind of parasite.

Keyword: parasitosis, frequency, public health

9

1 INTRODUÇÃO

Parasitismo é a associação entre seres vivos, na qual existe uma unilateralidade de

benefícios, com um dos associados prejudicado nessa relação. Tem-se então, o parasito como

agente agressor e, o hospedeiro como agente que abriga o parasito (1).

As infecções parasitarias são causadas por helmintos e protozoários, eles apresentam

ciclos de vida que contam com períodos de parasitose humana, períodos de vida livre no

ambiente e períodos de parasitoses em outros animais (2).

As protozooses e helmitoses são endoparasitas que habitam diferentes partes do

intestino do hospedeiro. Eles podem ser encontrados em forma de ovos, larvas e cisto que são

liberados pelos seres humanos através das fezes, uma vez eliminadas no ambiente os parasitas

contaminam o solo e são levados pelo vento e água contaminando também os alimentos. A

infecção pode ocorrer pela ingestão dos ovos, larvas e cisto do parasita e pela penetração das

larvas de helmintos através da pele ou mucosa (3).

Embora apresentem baixa taxa de mortalidade, as enteroparasitoses são responsáveis

por altos índices de morbidade, especialmente nos países em desenvolvimento, onde são

utilizadas como indicadores do desenvolvimento socioeconômico (4). Ainda, a investigação

parasitológica tem sido amplamente negligenciada no país (5) e de acordo com (4), sua alta

prevalência se deve, principalmente, ao difícil acesso ao saneamento básico e à falta de

programas de educação sanitária para a população mais carente.

Em nosso pais as parasitoses possuem ampla distribuição, podem ser encontradas tanto

na zona urbana como na zona rural, e sua proporção pode variar segundo o ambiente e espécie

parasitaria (6).

Mesmo conhecendo as medidas de prevenção contra as parasitoses intestinais o

homem é o principal responsável pela contaminação do solo e da água, assim propagando a

cadeia de transmissão das parasitoses. A higiene pessoal e domestica feitas de formas

inadequadas e a falta de saneamento básico, juntas são as principais formas de transmissão

dos parasitas (7).

Para que haja maior controle das parasitoses algumas ações devem ser levadas em

conta, como o ciclo de vida do parasita, higiene pessoal e os hábitos alimentares do

hospedeiro, além disso, ver as condições econômicas, atendimento de saúde pública, educação

e a assistência médica da comunidade. Tanto os fatores biológicos e ecológicos juntamente

com as condições de saúde dos animais domésticos e silvestres que habitam o local, devem

estar igualmente em harmonia (8).

10

Estudos relacionados a esse problema são realizados de forma fragmentada, devido às

dificuldades encontradas em organizar amplas investigações epidemiológicas que

complementem todas as características regionais e sociais envolvidas. A carência de dados é

considerada um fator agravante, uma vez que não é possível saber a importância regional do

problema, seu perfil epidemiológico e a distribuição das parasitoses emergentes e

reemergentes (9).

Mesmo diante de tantas mudanças benéficas a população, as parasitoses ainda são um

problema de saúde pública, apresentando um quadro de parasitoses endêmicas em diversas

partes do pais (10).

Com base na literatura consultada o presente trabalho tem como objetivo traçar o

perfil epidemiológico da cidade de Jericó-PB, ressaltando a necessidade da pesquisa sobre as

parasitoses.

Considerando o respeito pela dignidade humana e pela especial proteção devida aos

participantes das pesquisas científicas envolvendo seres humanos o presente estudo foi feito

dentro dos padrões da RESOLUÇÃO Nº 466, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2012.

11

2 MATÉRIAS E MÉTODOS

2.1 Área de estudo

O município de Jericó situa-se na região oeste do Estado da Paraíba, Mesorregião

Sertão Paraibano e Microrregião de Catolé do Rocha (figura 1).

O município se estende por 179,3 km² e contava com 7 538 habitantes no ultimo

censo. A densidade demográfica é de 42 habitantes por Km² no território do município. A

sede municipal situa-se à uma altitude de 238 metros e possui coordenadas de 9.275.395NS e

631.777EW (11).

Conforme o censo 2010 a população de Jericó é distribuída entre homens e mulheres.

A população masculina representa 3.694, enquanto a população feminina é de 3.844

habitantes. O município possui 4.729 habitantes na zona urbana e 2809 habitantes na zona

rural, no município 82,39% da população possuem água encanada sendo 99,87% tem energia

elétrica em suas residências e 89,50% tem acesso a coleta de lixo que ocorre apenas na zona

urbana da cidade (11).

Figura 1. Localização do Município de Jericó - PB

Fonte: IBGE localização, 2010.

12

2.2 Coleta dos dados

O presente trabalho foi realizado através da coleta de dados de resultados de exames

de fezes a partir dos prontuários médicos do laboratório da Unidade Básica de Saúde do

município de Jericó-PB.

A referida pesquisa tem caráter descritivo com abordagem quantitativa, onde se

realizou a análise, buscando traçar um perfil epidemiológico parasitário da cidade.

Os resultados analisados foram os dos anos de 2013, 2014 e 2015, e através deles foi

coletadas as informações referentes ao sexo e faixa etária dos pacientes, a positividade e

negatividade dos exames, os parasitas encontrados e sua frequência em resultados positivos,

local onde reside o paciente e sendo observados também os índices de poliparasitismo e

monoparasitismo nos indivíduos. Os exames selecionados foram baseados no método de

Hoffman Pons e Janer (sedimentação espontânea).

Os dados coletados foram analisados através do programa Microsoft Excel e dispostos

em figuras e tabelas, sendo comparados com a literatura especifica.

Figura 2. Unidade Básica de Saúde do município de Jericó-PB

13

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Entre os anos de 2013, 2014 e 2015 foram registrados 3.321analises de exames de

fezes. Desse total, 283 (8,50%) foram positivos e 3.038 (91,31%) negativos (Figura 3).

Apesar do baixo resultado para parasitoses intestinais positivas contrastar com os

resultados de outros trabalhos, que indicam, por exemplo, norte e nordeste como

representantes de altos índices em comparação com outras regiões (12-13).

No trabalho realizado no município de Conde-PB, observaram uma percentagem de

42,07% de resultados positivos para pelos menos uma espécie de parasita intestinal (14).

Figura 03. Comparação entre as amostras parasitadas e não parasitadas (N= 3.321).

Analisando os dados da figura 4, observa-se que dos 283 casos positivos de parasitoses

a maior concentração foi apresentada no sexo feminino com 64,66% dos casos e o masculino

com 35,33%. Esses dados são semelhantes se comparamos os resultados com o trabalho

desenvolvido na cidade de Água Branca, Paraíba, onde a prevalência de parasitose intestinal

na população humana foi de 65,71% no sexo feminino e 34,29% no sexo masculino (15).

O estudo realizado na região de Cascalheira no município de Barreiras-BA mostra

números compatíveis com o presente trabalho, onde 65,4% das amostras examinadas foram

positivas para o sexo feminino e 34,6% para o masculino (16).

Um dos fatores que explicam tal resultado advém do fato de que as mulheres procuram

mais os serviços médicos do que os homens (17).

8,50%

91,31%

Positivos Negativos

14

Figura 4. Comparação de presença de parasitoses quanto ao sexo (N= 283)

Dos 283 casos positivos de parasitoses 191 (67,49%) apresentaram quadro de

monoparasitose e 97 (32,50%) de poliparasitose como mostra a figura 5.

Comparando os dados da figura 5 com o trabalho realizado entre usuários do centro de

saúde do distrito de Sousas, Campinas, SP, onde a analise em770 prontuários, 62,2% foram

casos de monoparasitose (18).

No Estudo das parasitoses gastrointestinais feito pelo laboratório central do município

de Anápolis-GO verificaram também maior numero de monoparasitose com 51% dos casos e

49% de poliparasitismo (19).

O predomínio do monoparasitismo pode estar relacionado aos parasitas que competem

pelo mesmo nicho, levando à exclusão de uma das espécies, ou pode estar associado à baixa

frequência com que o hospedeiro entra em contato com o meio contaminado com diferentes

espécies ou pode estar ainda relacionada com o grau de imunocompetência do hospedeiro.

Figura 5. Comparação entre os casos de monoparasitose e poliparasitose (N=283)

35,33%

64,66%

Masculino Feminino

67,49%

32,50%

Monoparasitose Poliparasitoses

15

Analisando os resultados dos exames individualmente foram encontrados 369

parasitos, dispostos em sete espécies, cinco do grupo dos protozoários e dois compondo o

grupo dos helmintos. Os protozoários de maior ocorrência foram Giardia lamblia, Entamoeba

histolytica, E. coli, Endolimax nana, conforme representa a Tabela 1.

Estes parasitas também foram os que tiveram maior frequência nas pesquisas

realizadas envolvendo usuários do SUS (10, 20, 21, 22).

Os protozoários Giárdia lamblia, Entamoeba histolytica, E. colli e o helminto

Enterobius vermiculares apresentaram maior ocorrência entre a faixa etária de 0 a 15 anos.

O fato dos casos positivos estarem relacionados a protozoários como Entamoeba

histolytica e Giardia lamblia, sugere que a comunidade pesquisada apresente algum problema

relacionado ao manuseio da água, além da ausência de cuidados higiênicos com as mãos,

principalmente dos manipuladores de alimentos, indicando dessa forma que cuidados básicos

como o lavar das mãos por parte tanto dos alunos quanto das responsáveis pela merenda das

crianças ajudariam a reduzir esses índices (23).

Dos 20 aos 30 ano foi registrado 39 casos do protozoários Endolimax nana e dos 20

aos 35 anos houve 11 casos Iodamoeba butschlii. O helminto Ascaris lumbricoides teve

presente em apenas três casos e os indivíduos parasitados estavam entre a faixa etária dos 40

aos 47 anos.

Tabela 1. Ocorrência de parasitos em resultados de exames parasitológico realizados no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2015 no município de Jericó - PB, Brasil.

Intensidade das parasitoses

Parasito Quantitativo de casos Frequência Idade

Giárdia lamblia 129 45,58% 0 á 15 anos Entamoeba histolytica 112 39,57% 0 á 15 anos Entamoeba coli 65 22,96% 0 á 15 anos Endolimax nana 39 13,78% 20 á 30 anos Iodamoeba butschlii 11 3,88% 20 á 35 anos Enterobius vermiculares 15 5,50% 0 á 15 anos Ascaris lumbricoides 3 1,06% 40 á 47 anos

16

Figura 6. Protozoários e associação com idade de maior ocorrência

Fonte: Atlas Eletrônico de Parasitologia da UFRGS

Figura 7. Helmintos e associação com idade de maior ocorrência

Fonte: Atlas Eletrônico de Parasitologia da UFRG

Giárdia lamblia

Entamoeba histolytica

E. coli

Endolimax nana

Iodamoeba butschlii

Enterobius vermiculares

Ascaris lumbricoides

17

Separando os parasitos em protozooses e helmintoses, encontramos uma grande

quantidade de protozooses com 97,17% casos e um pequeno quantitativo 2,28% para

helmintoses, e apenas 1,76% encontra-se com associação dos dois tipos de parasitas, como

mostra a figura 8.

A alta prevalência de protozoários (97,17%) foi similar ao encontrado em usuários

SUS em Bom Jesus dos Perdões, SP e Ibiassucê, BA, onde as taxas de presença de

protozoários estavam acima de 93% em ambos os casos (20-21).

Figura 8. Distribuição de protozooes e helmintoses e associação parasitária nos mesmos indivíduos

De acordo com as informações das fichas dos pacientes 66,43% dos indivíduos

parasitados residiam na zona urbana da cidade e 34,27% na zona rural (Figura 9).

O resultado do presente estudo mostra-se contrario a outros trabalhos que mostram

maior numero de indivíduos parasitados na zona rural, como no estudo realizado em Itambé

do Mato Dentro (MG), com usuários do SUS, onde a área rural apresentou (39,5%) dos casos

de parasitoses e (24,3%) na área urbana (24).

É possível que indivíduos residentes na zona urbana, com melhores condições de

serviços de saneamento, estão passíveis a acometimento igual ou superior aos residentes em

áreas rurais, pois existem outros fatores intervenientes, como: aglomeração populacional,

consumo de alimentos infectados e sem a devida higienização (25).

1,76% 2,82%

97,17%

Helmintos e Protozoarios

Helmintos

Protozoários

18

Figura 9. Distribuição dos indivíduos parasitados de acordo com o endereço.

66,43%

34,27%

Zona Urbana Zona Rural

19

4 CONCLUSÃO

A partir dos dados obtidos no presente estudo pode-se descrever que, o agente

etiológico das parasitoses que tiveram maior ocorrência na população humana do município

de Jericó-PB, Brasil foi a Giárdia lamblia para os protozoários e Enterobius vermiculares

para os helmintos, o índice de parasitoses foi maior entre o sexo feminino e em pacientes com

faixa etária de 0 a 15 anos, os casos de monoparasitismo foram superiores aos de

poliparasitismo e a ocorrência de indivíduos infectados foi maior na zona urbana.

Os resultados dessa pesquisa mostra que o percentual de parasitoses foi baixo quando

comparado á outros estudos, apresentando apenas 8,50% de casos positivos para parasitoses.

20

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1- NEVES, D. P et al. Parasitologia humana. 12. ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2011. 2- BELO, V.S.; OLIVEIRA, R.B.; FERNANDES, P.C.; NASCIMENTO, B.W.L.;FERNANDES, F.V.; CASTRO, C.L.F.; SANTOS, W.B.; SILVA, E.S. Fatores associados à ocorrência de parasitoses intestinais em uma população de crianças e adolescentes. Rev. Paul Pediatria, v.30, n.2, p.195-201, 2012. 3- SÁ-SILVA, J. R.; PORTO, M. J. F.; SOUSA, C. E. B.; ALMEIDA, F. V. P. Escola,Educação em Saúde e Representações Sociais: problematizando as parasitoses intestinais. Pesquisa em Foco, v. 18, n. 1, p. 82-95, 2010. 4 - Oro, D.; KOPROSKI, G. K.; Oro, N. A.; SBARDELOTTO, C.; SEGER, J. (2010). Prevalência de parasitas intestinais em crianças de Descanso – Santa Catarina – Brasil. Unoesc & Ciência – ACBS. 5-BASSO, R. M. C; SILVA-RIBEIRO, R. T.; SOLIGO, D. S.; RIBACKI, S. I.; CALLEGARI-JACQUES, S. M.; ZOPPAS, B. C. de A. (2008). Evolução da prevalência de parasitoses intestinais em escolares em Caxias do Sul, RS. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. 6-OLIVEIRA, V.F.; AMOR A.L.M. Associação entre a ocorrência de parasitos intestinais e diferentes variáveis clínicas e epidemiológicas em moradores da comunidade Ribeira I, Araci, Bahia, Brasil. RBAC. 2012; 44(1): 15-25. 7-SILVA, J. C.; FURTADO, L. F. V.; FERRO, T. C.; BEZERRA, K. C.; BORGES, E. P.; MELO, A. C. F. L. Parasitismo por Ascaris Lumbricoides e seus aspectos epidemiológicos em crianças do Estado do Maranhão. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. vol 44. no 1. Uberaba Jan./Feb. 2011. 8-LEVENTHAL, R. Parasitologia Médica. 4. ed. São Paulo: Editorial Premier, 2009. 159 p. 9-FERRAZ, R. R. N.; BARNABÉ, A. S.; PORCY, C.; JÚNIOR, A. D.; FEITOSA, T.; FIGUEIREDO, P. M. Parasitoses intestinais e baixo índices de Gini em Macapá (AP) e Timon (MA), Brasil. Cadernos de Saúde Coletiva. Vol 22. N 2. Rio de Janeiro, 2014. 10-BELLIN, M.; GRAZZIOTIN, N, A.; Prevalência de parasitos intestinais no município de Sananduva – RS. Newslab, v. 104, p. 116 – 122, 2011.

21

11-IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Dados gerais sobre o Município de Jericó. Paraíba. 2010. Disponível em: http:// www.cidades.ibge.gov.br. Acesso em: 26 de Março de 2016. 12-ARAÚJO, M. S., et al. Esquistossomose e enteroparasitoses em escolares da rede de ensino público de Belém. In: Congresso Brasileiro de Parasitologia. 1999. XVI. Poços de Caldas–MG. Anais do XVI Congresso Brasileiro de Parasitologia. p. 200. 13-MACEDO, H. W., et. al. Parasitoses intestinais em região semi-árida do nordeste do Brasil: resultados preliminares distintos das prevalências esperadas. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, n. 19(2), p. 667-670, mar./abr. 2003. 14-OLIVEIRA FILHO, A.A.; ABRANTES, H.F.L.; FERNANDES, H.M.B.; VIANA, W.P.;PINTO, M.S.A.; CAVALCANTI, A.L.; FREITAS, F.I.S. Perfil enteroparasitológico dos habitantes de uma cidade do Nordeste do Brasil. Rev Bras Clin Med., v.10, n.3, p.179-182, 2012. 15-SILVA, Erlane Fábia Moura. Prevalência de parasitoses intestinais na população humana do Município de Pedra Branca, PB, Brasil, Trabalho de conclusão de curso como requisito parcial à obtenção do grau de Licenciatura de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Campina Grande, 2014. 16-FERREIRA, V.S.; LIMA, A.G.D.; PESSOA, C.S.; PAZ, F.S.S.; JESUS, J. Estudo comparativo das enteroparasitoses ocorrentes em duas áreas de Barreiras, Bahia. Natureza on line, v.11, n.2, p.90-95, 2013. 17-GOMES, ROMEU; NASCIMENTO, ELAINE FERREIRA; ARAÚJO, FÁBIO CARVALHO. Por que os homens buscam menos os serviços de saúde do que as mulheres? As explicações de homens com baixa escolaridade e homens com ensino superior. Caderno Saúde Pública, vol. 23, n.3, jan- fev, 2007. 18-GIOIA, Prevalência de parasitoses intestinais entre os usuários do centro de saúde do Distrito de Sousas, Campinas, SP, (1986-1990). Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, vol 25, n 3, p. 177-182, jul-set, 1992 19-Fonseca KCLE, SILVEIRA LVP. Estudo das parasitoses gastrointestinais em crianças de 0 a 12 anos atendidas pelo laboratório central do município de Anápolis. Anuário da produção de iniciação científica discente 12: 77-95, 2009

22

20-MATOS, M.A.; CRUZ, Z.V. Prevalência de parasitoses intestinais no município de Ibiassucê – Bahia. Revista Educação, Meio Ambiente e Saúde, v. 5, n. 1, p. 64 – 71, 2012. 21-LODO, M.; OLIVEIRA, C. G. B.; FONSECA, A. L. A.; CAUPUTTO, L. Z.; PACKER, M. L. T.; VALENTI, V. E.; FONSECA, F. L. A. Prevalência de enteroparasitas em município do interior paulista. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, v. 20, n. 3, p. 769 – 777, 2010. 22-MENEZES, R.A.D.; GOMES, M.S.M.; BARBOSA, F.H.F.; BRITO, G.C.M.; PROJETTI JÚNIOR, A. A.; COUTO, A.A.R.D. Enteroparasitoses em pacientes atendidos no laboratório de uma unidade de saúde de Macapá, Amapá, 2011 – 2012. Revista de Biologia e Ciências da Terra, v. 13, n. 1, p. 191 – 198, 2013. 23-ANTUNES, R. M.; ANTUNES, J. V. M.; OLIVEIRA, L. G. A.; BELINELO, V. J. FILHO, S. A. V.Prevalência de enteroparasitoses em crianças de um centro escolar de ambiente rural de São Mateus, ES, Brasil. Enciclopédia Biosfera, Goiânia, v. 7, n. 12, p. 1-8, 2011. 24-MATI, V.L.T.; PINTO, J.H. MELO, A.L. Levantamento de parasitoses intestinais nas áreas urbana e rural de Itambé do Mato Dentro, Minas Gerais, Brasil. Revista de Patologia Tropical, v. 40, n. 1. p. 92 – 100, 2011. 25-BORGES, W.F.; MARCIANO, F.M.; OLIVEIRA, H.B. Parasitos intestinais: elevada prevalência de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviço público de saúde na região sudeste de Goiás, Brasil. Revista de Patologia Tropica, v. 40, n.2, p. 149 – 157, 2011. 26- DE CARLI, G. A. Parasitologia clínica: seleção de métodos e técnicas de laboratório para o diagnóstico das parasitoses humanas. 2ª ed. São Paulo: Atheneu, 2007.

23

ANEXOS

24

Método de concentração por sedimentação espontânea (Hoffmann, Pons & Janer ou lutz 1934).

A técnica de sedimentação é um teste qualitativo para a detecção de ovos e larvas de

helmintos. A sedimentação espontânea, conhecida como método de Lutz ou Hoffman, Pons &

Janer, foi desenvolvida para o diagnóstico das enteroparasitoses. É uma técnica útil para

ensaios preliminares visando identificar que grupos de parasitas estão presentes em uma

amostra.

O principal objetivo da técnica é o aumento da concentração de ovos (operculados e

não-operculados), larvas, cistos e o isolamento de óleos e gorduras da maior parte dos

detritos. Por serem pesados, ovos e larvas são sedimentados espontaneamente, lavados e

concentrados e em seguida examinados.

A sedimentação apresenta uma ação contrária quando comparada com a flutuação. Os

cistos, oocistos, ovos e larvas são retidos no fundo do recipiente, enquanto os detritos são

suspensos para a superfície, não interferindo no diagnóstico final. Esta tem sido indicada

como uma técnica mais eficiente na pesquisa de ovos de helmintos do que na detecção de

cistos de protozoários.

Material 2 a 5g de fezes

Copo de plástico ou becker

Copo cônico (Cálice de decantação)

Parasito filtro para copo cônico

Bastão de vidro ou espátula de madeira (tipo abaixador de língua)

Pipetas Pasteur

1 litro de água

Lâmina e lamínula

Lugol

Técnica

Misture no copo plástico (ou becker) uma pequena quantidade de fezes (2 a 5

gramas) com 50 ml de água e homogeneíze bem com um bastão de vidro (ou palito).Transfira

a suspensão para o copo cônico, filtrando-a com o parasito filtro.

Despreze o material presente no parasitofiltro, e em seguida adicione água até

preencher ¾ do copo cônico, onde ocorrerá a sedimentação espontânea dos ovos e larvas

25

Após 1-2 horas, colete a matéria do fundo (sedimento) com auxílio de uma pipeta

Pasteur e transfira para a lâmina (uma gota).

Adicione 1 gota de lugol, misture e cubra com a lamínula.

Observe a lâmina ao microscópio com uma objetiva de 10x e, posteriormente, mude

para a objetiva de 40X.

26

Normas para publicação- Revista NEWSLAB

Informações aos Autores

O objetivo da NewsLab é publicar bimestralmente editoriais, artigos originais, relatos de

casos, revisões, casos educacionais, resumos de teses etc.

Os editores levarão em consideração para publicação toda e qualquer contribuição que possua

correlação com as análises clínicas, a patologia clínica e a hematologia.

Todas as contribuições serão revisadas e analisadas pelos revisores. Os autores deverão

informar todo e qualquer conflito de interesse existente, em particular àqueles de natureza

financeira relativo a companhias interessadas ou envolvidas em produtos ou processos que

estejam relacionados com a contribuição e o manuscrito apresentado.

Todas as contribuições deverão ser enviadas ao editor no seguinte endereço

eletrônico: [email protected] aos cuidados de Tatiana Ferrador Neix de Brito.

Os manuscritos deverão ser escritos em português com Abstract em inglês. A fonte utilizada é

Times New Roman, corpo 12, entrelinha 1,5.

As fotos e ilustrações devem ter uma resolução do escaneamento de300 dpi's. A NewsLab

publica fotos coloridas sem ônus algum.

As fotos e ilustrações devem ter uma resolução do escaneamento de 300 dpi's. A NewsLab

publica fotos coloridas sem ônus algum.

Os manuscritos deverão estar ordenados em título, nome e sobrenomes completos dos autores

e nome da instituição onde o estudo foi realizado. Além disso, o nome do autor

correspondente com endereço completo fone/fax e e-mail também deverão constar. Seguindo

por resumo, palavras-chave, abstract, key words, texto agradecimentos, referências

bibliográficas tabelas e legendas.

Os artigos deverão conter resumo, abstract detalhado, casuística ou material e métodos,

resultados, discussão e referências bibliográficas.

Relatos de casos e casos educativos, após breve resumo, deverão conter abstract, texto

introdutório, descrição do caso, comentários e referências bibliográficas.

As referências deverão ser enumeradas de acordo com a ordem de entrada no texto, a partir de

sua menção (estilo Vancouver). Elas deverão ser identificadas por números arábicos entre

parênteses. Evite utilizar abstracts como referências. Referências de contribuições ainda não

publicadas deverão ser designadas como: "no prelo" ou "in press".