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Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério 1 Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
PEQUENA CENTRAL HIDRELÉTRICA GLICÉRIO
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
Volume I
Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico do Meio Físico.
Setembro de 2014
2 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Índice
1. OBJETIVO ...................................................................................................................................................... 11
2. DISPOSIÇÕES GERAIS .................................................................................................................................... 11
3. DIRETRIZES GERAIS ....................................................................................................................................... 11
4. ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO EIA .......................................................................................................... 11
4.1. Caracterização do empreendedor e da empresa responsável pela elaboração do EIA/RIMA,
considerando: ................................................................................................................................................... 11
4.1.1. Nome, razão social e endereço para correspondência; ..................................................................... 11
4.1.2. Inscrição Estadual e C.N.P.J; ............................................................................................................... 11
4.1.3. Nome, telefone e endereço eletrônico do responsável pelo empreendimento; .............................. 11
4.1.4. Nome, telefone e endereço eletrônico do responsável técnico pelo licenciamento perante o INEA;11
4.1.5. Nome, telefone e endereço eletrônico do responsável técnico pela elaboração do EIA/RIMA........ 11
4.2. Objetivos e justificativas do empreendimento ......................................................................................... 13
4.2.1. Descrever os objetivos e suas justificativas, baseando-se na relevância econômica e social no
contexto regional, estadual e nacional, quando couber; ............................................................................. 13
4.2.2. Deverá ser analisada a viabilidade do empreendimento, integrando aos demais empreendimentos
previstos e existentes na região. .................................................................................................................. 14
4.3. Apresentar cronogramas de todas as fases do empreendimento, desde a implantação até a operação,
seus custos, além das ações a serem executadas, dados técnicos, ilustrados por mapas, plantas, diagramas
e quadros. ......................................................................................................................................................... 16
4.4. Legislação Pertinente ................................................................................................................................ 22
4.4.1. Listar o conjunto de leis e regulamentos, nos diversos níveis (federal, estadual e municipal), que
regem sobre o empreendimento e a proteção ao meio ambiente na área de influência e que tenham
relação direta com a proposta apresentada. Deverá ser procedida, também, análise das limitações por
eles impostas, bem como as medidas para promover compatibilidade com o objetivo do
empreendimento. ........................................................................................................................................ 22
4.5. Programas Governamentais e Políticas Setoriais ...................................................................................... 24
4.5.1. Analisar a compatibilidade do projeto, com as políticas setoriais, os planos e programas de ação
federal, estadual e municipal, propostos ou em execução na área de influência, notadamente em
consonância com a legislação, em especial no que tange ao Plano Diretor e Zoneamento Municipal de
Macaé, anexando a Certidão de Zoneamento, nos termos do Art.10, § 1° da Resolução CONAMA
237/1997 e do art. 9º, parágrafo único do Decreto estadual 42.159/2009. ............................................... 24
4.6. Alternativas locacionais e tecnológicas ..................................................................................................... 28
4.6.1. Apresentar no mínimo três alternativas locacionais e tecnológicas, justificando a alternativa
adotada, inclusive a opção de sua não realização, sob os pontos de vista técnico, ambiental e econômico.28
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Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
4.6.2. Identificar e avaliar, para cada alternativa locacional, os impactos ambientais gerados sobre a área
de influência direta e indireta, em todas as etapas do empreendimento, incluindo as ações de
manutenção e a desativação das instalações, quando for o caso. Deverá ser apresentado quadro
comparativo das alternativas. ...................................................................................................................... 31
4.6.3. Destacar vantagens e desvantagens socioeconômica e ambiental de cada uma das alternativas
tecnológicas, justificando a que possui menor impacto em relação às demais quando na construção e
operacionalização. Apresentar quadro comparativo das alternativas. ....................................................... 34
4.6.4. Plotar todas as alternativas estudadas em mapa. ............................................................................. 36
5. DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO ............................................................................................................ 39
5.1. Caracterizar o empreendimento, apresentando levantamento planialtimétrico georreferenciado com
a localização e situação do projeto, em escala adequada, e contemplando todos os itens abaixo
relacionados: ................................................................................................................................................ 39
5.1.1. Projeto básico; .................................................................................................................................... 39
5.1.2. Situação da hidrografia local (corpos hídricos e/ou nascentes próximas) ......................................... 55
5.1.3. Potência Instalada .............................................................................................................................. 57
5.1.4. Energia firme ...................................................................................................................................... 60
5.1.5. Quantidade e tipo das unidades geradoras; ...................................................................................... 61
5.1.6. Características básicas das estruturas (barragem, subestação, captação, base das torres das linhas
de transmissão e quaisquer outras interferências a serem implantadas); .................................................. 62
5.1.7. Vazões médias, máximas e mínimas históricas no local do barramento; .......................................... 74
5.1.8. Quedas bruta e líquida ....................................................................................................................... 81
5.1.9. Área inundada pelo reservatório ....................................................................................................... 81
5.1.10. Profundidade média do reservatório ............................................................................................... 81
5.1.11. Volume útil e total do reservatório; ................................................................................................. 81
5.1.12. Níveis d’água de operação do reservatório (máximo e mínimo); .................................................... 81
5.1.13. Tomada d’água; ................................................................................................................................ 81
5.1.14. Traçado do conduto forçado e das linhas de transmissão; .............................................................. 82
5.1.15. Ponto de chegada à Casa de Força; .................................................................................................. 83
5.1.16. Localização da Casa de Força; .......................................................................................................... 83
5.1.17. Destinação das diversas áreas de utilização e edificações previstas, devidamente identificadas em
legenda; ........................................................................................................................................................ 85
5.1.18. Planta do percurso da linha de transmissão de energia elétrica desde Casa de Força a até a ligação
com a Linha de Transmissão da AMPLA. ...................................................................................................... 97
5.2. Caracterização do reservatório: curva cota-área-volume, cotas máximas e mínimas de operação, cota
máxima maximorum, cota da tomada d’água, volume útil, volume morto e área alagada; ........................... 99
5.3. Plano para desassoreamento do reservatório; ....................................................................................... 101
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Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
5.4. Laudo de estabilidade da barragem existente, avaliando as condições estruturais da barragem, com
ART do responsável pelo laudo; ..................................................................................................................... 107
5.5. Apresentar, no mínimo, as seguintes informações sobre a fase de implantação: ................................. 114
5.5.1. Descrição das ações para limpeza do terreno, remoção da vegetação e movimentos de terra; .... 114
5.5.2. Localização e dimensionamento preliminar das atividades a serem desenvolvidas no canteiro de
obras (alojamentos, refeitórios, serralheria, depósitos, oficina mecânica, infraestrutura de saneamento e
ponto de lançamento de efluentes líquidos); ............................................................................................ 116
5.5.3. Sistema de drenagem das águas superficiais que tendam a escoar para os sites de implantação,
bem como das águas que se precipitem diretamente sobre essas áreas, indicando os pontos de
lançamento; ................................................................................................................................................ 121
5.5.4. Origem, tipos e estocagem dos materiais de empréstimo, incluindo jazidas e local de bota-fora se
necessário; .................................................................................................................................................. 122
5.5.5. Levantamento das possíveis áreas de bota-fora, visando possível desassoreamento do
reservatório; ............................................................................................................................................... 126
5.5.6. Equipamentos e técnicas construtivas; ............................................................................................ 129
5.5.7. Demanda e origem de água e energia; ............................................................................................ 140
5.5.8. Origem e estimativa da mão de obra empregada;........................................................................... 141
5.5.9. Previsão de tráfego de veículos na fase de construção; .................................................................. 142
5.5.10. Cronograma da obra; ..................................................................................................................... 144
5.5.11. Custos e investimentos da obra. .................................................................................................... 148
6. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL ......................................................................................................................... 149
6.1. Analisar e descrever detalhadamente os fatores ambientais e suas interações de modo a caracterizar as
alterações dos fatores ambientais considerados, incluindo mapas e fotografias. ........................................ 149
6.2. Definir, justificar e apresentar em mapa devidamente georreferenciado os limites da área geográfica a
ser direta e indiretamente afetada pelo empreendimento, considerando, em todos os casos, a bacia
hidrográfica na qual se localiza. ..................................................................................................................... 150
6.3. Meio Físico ............................................................................................................................................... 155
6.3.1. Delimitação da bacia hidrográfica na qual o empreendimento se encontra, indicando sua área, em
mapa georreferenciado; ............................................................................................................................. 155
6.3.2. Caracterização dos recursos hídricos existentes no local e seu entorno, inclusive as áreas brejosas
ou encharcadas, intermitentes ou perenes; .............................................................................................. 157
6.3.3. Definição das áreas susceptíveis a inundação; ................................................................................ 166
6.3.4. Caracterização dos possíveis processos erosivos e de sedimentação, estabilização dos solos,
encharcamento (risco hidrometereológico); ............................................................................................. 167
6.3.5. Estudo Hidrológico com estimativa das vazões para os cursos d’água existentes na área do
empreendimento com Tempo de Recorrência (TR) de 2, 10, 25 e 50 anos. Para o corpo hídrico principal,
rio são Pedro, além das vazões com TR já mencionados, também para TR 100, 1.000 e 10.000 anos; .... 176
5 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
6.3.6. Estudo Hidrológico para vazões mínimas (determinação da Q7,10 e da Q95) a partir do ponto do
barramento; ............................................................................................................................................... 179
6.3.7. Levantamento detalhado e cadastral dos usuários de recursos hídricos se houver no trecho de
vazão reduzida, descrevendo os respectivos usos; .................................................................................... 181
6.3.8. Caracterização do uso e ocupação do solo atual da bacia à montante da barragem; ..................... 182
6.3.9. Levantamento topobatimétrico de 4 (quatro) seções do rio São Pedro, próximas das seguintes
coordenadas de referência: Ponto 1: 22°14’14,07” S e 42°04’22,17” O ; Ponto 2: 22°14’14,54” S e
42°04’08,77” O ; Ponto 3: 22°14’15,20” S e 42°03’56,00” O ; Ponto 4: 22°14’16,07” S e 42°03’38,45” O
(esses pontos deverão ser ajustados, em campo, de forma que a seção seja tomada imediatamente a
montante da contribuição de afluente da margem esquerda do rio São Pedro); ..................................... 183
6.3.10. Caracterização geológica, geomorfológica e pedológica; .............................................................. 189
6.3.11. Caracterização hidrogeológica; ...................................................................................................... 237
6.3.12. Caracterização climatológica. ......................................................................................................... 238
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Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Índice de Figuras
Figura 1. Fases de construção de um empreendimento hidrelétrico. ......................................................... 16
Figura 2. Vista da barragem e do vertedouro de soleira livre. ..................................................................... 66
Figura 3. Vista da barragem e da toma d’água existente. ............................................................................ 66
Figura 4. Localização bota-fora Macabu: Área 1 e Área 2. ........................................................................... 72
Figura 5. Arranjo geral do canteiro de obras da PCH Glicério. ..................................................................... 87
Figura 6. A curva cota x área x volume. ........................................................................................................ 99
Figura 7. Curva cota versus volume versus área – Aproveitamento Glicério. ........................................... 102
Figura 8. Área do reservatório. ................................................................................................................... 103
Figura 9. Ortofoto da área a ser dragada com coordenadas geroreferenciadas. ...................................... 103
Figura 10. Possíveis áreas de bota-fora – Áreas 1 e 2. ............................................................................... 105
Figura 11. Vista geral de jusante. ............................................................................................................... 109
Figura 12. Visão lateral de barragem. ........................................................................................................ 109
Figura 13. Vista da margem esquerda. ....................................................................................................... 110
Figura 14. Vista do vertedouro. .................................................................................................................. 110
Figura 15. Vista da margem direita. ........................................................................................................... 111
Figura 16. Existência de pequenas e espaçadas vegetações. ..................................................................... 111
Figura 17. Percolação e vegetação existente no paramento de jusante. .................................................. 112
Figura 18. Croqui do arranjo geral do canteiro de obras que será instalado na AID da PCH Glicério. ...... 120
Figura 19. Localização bota-fora Macabu: Área 1 e Área 2. ....................................................................... 127
Figura 20. Histograma da estimativa de mão de obra empregada durante os 24 meses de obras. ......... 141
Figura 21. Histograma da estimativa de veículos utilizados na fase de construção (24 meses). ............... 142
Figura 22. Gráficos representando um perfil longitudinal da bacia hidrográfica do rio São Pedro a partir
de um modelo tridimensional do terreno. Distância de valor zero representa área posicionada mais a
oeste da bacia hidrográfica. ....................................................................................................................... 158
Figura 23. Vazões Médias Diárias num ano típico – Posto Galdinópolis, Nova Friburgo. .......................... 159
Figura 24. Assoreamento do reservatório da PCH Glicério ........................................................................ 167
Figura 25. Atividade agropecuária próxima à futura subestação. ............................................................. 168
Figura 26. Área onde será construída a subestação. ................................................................................. 171
Figura 27. Localidade onde será aberta a entrada do túnel de acesso. ..................................................... 172
Figura 28. Área do desemboque do túnel de fuga. .................................................................................... 173
Figura 29. Evidência de processos erosivos desencadeados na encosta ao longo do corte da estrada. ... 173
Figura 30. Processos erosivos localizados no alto do morro na margem esquerda, em acesso no início do
trecho de vazão reduzida. .......................................................................................................................... 174
7 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 31. Talude com forte erosão na margem direita, próximo ao rio. Acesso ao ponto que será aberto
o túnel de fuga. .......................................................................................................................................... 175
Figura 32. Ajuste da Distribuição Log-Normal ............................................................................................ 176
Figura 33. Curva de permanência (%) de vazões médias mensais. ............................................................ 180
Figura 34. Levantamento da seção topobatimétrica a jusante do canal de fuga da PCH Glicério. ........... 185
Figura 35. Levantamento topobatimétrico da PCH Glicério. ..................................................................... 185
Figura 36. Rastreamento com GPS na seção topobatimétrica a jusante do canal de fuga da PCH Glicério.186
Figura 37. Detalhes do rastreamento com GPS. ........................................................................................ 186
Figura 38. Seções topobatimétricas SB-01 e SB-02 do rio São Pedro. ....................................................... 187
Figura 39. Seções topobatimétricas SB-03 e SB-04 do rio São Pedro. ....................................................... 188
Figura 40. Corte da estrada em que se pode observar a espessura do solo de alteração (Projeto Básico da
PCH Glicério). .............................................................................................................................................. 197
Figura 41. Desmoronamento ocorrido após fortes chuvas expondo o solo residual (Projeto Básico da PCH
Glicério). ..................................................................................................................................................... 197
Figura 42. Blocos de granito/gnaisse no leito do rio (Projeto Básico da PCH Glicério). ............................. 198
Figura 43. Blocos de granito/gnaisse o leito do rio, próximo à antiga casa de força (Projeto Básico da PCH
Glicério). ..................................................................................................................................................... 198
Figura 44. Blocos de granito/gnaisse no leito do rio (Projeto Básico da PCH Glicério). ............................. 199
Figura 45. Pegmatito intrudido no gnaisse porfiroclástico (Projeto Básico da PCH Glicério). ................... 199
Figura 46. Granito/gnaisse de granulação grossa granoblástica e porfiritica, cortado por veio quartzo-
feldspático (Projeto Básico da PCH Glicério). ............................................................................................. 200
Figura 47. Contato do pegmatito com o aplito próximo à sondagem SM-303 (Projeto Básico da PCH
Glicério). ..................................................................................................................................................... 200
Figura 48. Banco de sedimentos fluvial pouco a montante da barragem (Projeto Básico da PCH Glicério).201
Figura 49. Afloramento onde se observam veios cortando o granito/gnaisse, com direção preferencial
Leste-Oeste (E-W) (Projeto Básico da PCH Glicério). ................................................................................. 201
Figura 50. Deposito de tálus de granito/gnaisse (Projeto Básico da PCH Glicério).................................... 202
Figura 51. Barragem da PCH Glicério. ........................................................................................................ 203
Figura 52. Tomada d'água e desarenador. Figura representa o perfil geologico, localização das sondagens
301 e 302 e projeção do túnel de adução. ................................................................................................. 204
Figura 53. Representa o perfil geologico, localização das sondagens 301, 302, 303, 304, 305, 306, 307 e
308 e projeção do túnel de adução, casa de força e túnel de força. ......................................................... 206
Figura 54. Representa o perfil geologico, localização das sondagens, 304, 305 e 306 e projeção casa de
força............................................................................................................................................................ 210
Figura 55. Representa o perfil geologico, localização das sondagens - 309 e 310 - e projeção túnel de
fuga. ............................................................................................................................................................ 211
8 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 56. Representa o perfil geologico, localização das sondagens, 304, 305 e 306 e projeção casa de
força............................................................................................................................................................ 212
Figura 57. Representa o perfil geologico, localização das sondagens, 304, 305 e 306 e projeção casa de
força............................................................................................................................................................ 213
Figura 58. Rodovia BR-101, ponte sobre o rio São Pedro. Feições da Unidade Geomorfológica da Baixada
do Rio Macaé. ............................................................................................................................................. 221
Figura 59. Domínio colinoso. Feições da Superfície Aplainada do Litoral Leste Fluminense. .................... 222
Figura 60. Feições do alto curso da bacia do rio São Pedro - Escarpa da Serra de Macaé. ....................... 225
Figura 61. Solo Litólico localizado no corte de estrada. Solo raso pouco evoluído, horizonte A sobre
saprolito (rocha alterada). Predominam as características herdadas do material de origem (rocha). ..... 233
Figura 62. Formação de crosta no solo causada pela ação erosiva da chuva, que compacta o solo e
aumenta sua impermeabilidade. Predomínio de fluxo superficial de água nessas condições. Feição
comum na AII devido a cobertura do solo característica da atividade de pastagem. ............................... 233
Figura 63. Latossolo vermelho-amarelo de textura argilosa. Alta suscetibilidade a processos de erosão e
movimentos de massa devido a cobertura e uso do solo. ......................................................................... 234
Figura 64. Características Globais - El Niño. Acima: Dezembro, janeiro e fevereiro. Abaixo: Junho, julho e
agosto. Fonte: CPTEC-INPE, 2010. .............................................................................................................. 242
Figura 65. Condições de Circulação do Ar na Célula de Walker. Fonte: CPTEC-INPE, 2010. ...................... 243
Figura 66. Características Globais - La Niña. Acima: Dezembro, janeiro e fevereiro. Abaixo: Junho, julho e
agosto. Fonte: CPTEC-INPE, 2010. .............................................................................................................. 244
Figura 67. Eventos conjugados de El Niño e La Niña na região NINO 3. Fonte: CPTEC-INPE, 2010. .......... 245
9 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Índice de Quadros
Quadro I. Identificação do empreendedor................................................................................................... 11
Quadro II. Identificação da empresa de consultoria ambiental. .................................................................. 12
Quadro III. Cronograma de obras. ................................................................................................................ 19
Quadro IV. Alternativas de aproveitamentos energéticos. .......................................................................... 29
Quadro V. Resumo das análises por alternativa. ......................................................................................... 30
Quadro VI. Comparativos de impactos ambientais das alternativas. .......................................................... 33
Quadro VII. Comparativo de vantagens e desvantagens das alternativas. .................................................. 35
Quadro VIII. Dados Fluviométricos das estações de Macabuzinho, Macaé de Cima, Galdinópolis e Piler.. 74
Quadro IX. Série de Vazões Médias (m³/s) – Posto Galdinópolis. ................................................................ 75
Quadro X. Série de Vazões Médias (m3/s) – Posto Macabuzinho ............................................................... 76
Quadro XI. Série de Vazões Médias Naturais (m3/s) – Usina Macabu ........................................................ 77
Quadro XII. Série de Vazões Médias Turbinadas (m3/s) – Usina Macabu ................................................... 78
Quadro XIII. Série de Vazões Médias Naturais (m3/s) – PCH Glicério .......................................................... 79
Quadro XIV. Série de Vazões Médias Mensais (m3/s) – PCH Glicério .......................................................... 80
Quadro XV. A curva cota x área x volume. ................................................................................................... 99
Quadro XVI. Cotas máximas e mínimas de operação, cota máxima maximorum, cota da tomada d’água,
volume útil, volume morto e área alagada. ............................................................................................... 100
Quadro XVII. Origem e destino dos materiais. ........................................................................................... 125
Quadro XVIII. Estimativa da mão-de-obra empregada. ............................................................................. 141
Quadro XIX. Previsão de tráfego de veículos. ............................................................................................ 142
Quadro XX. Estimativa de veículos utilizados na fase de construção (24 meses). ..................................... 143
Quadro XXI. Cronograma de obras. ............................................................................................................ 145
Quadro XXII. Valores dos custos e benefícios incrementais calculados para as alternativas de
motorização. ............................................................................................................................................... 148
Quadro XXIII. Parâmetros da qualidade da água analisados na área de influência da PCH Glicério. VMP =
valor máximo permitido para água doce Classe 2 (CONAMA nº 357/2005). * = parâmetros que tiveram
seus VMPs excedidos. ................................................................................................................................ 165
Quadro XXIV. Tipos de cobertura do solo presentes na área de influência da PCH Glicério. .................... 170
Quadro XXV. Série de Vazões Máximas Anuais (m³/s) - Posto: Macaé de Cima. ....................................... 177
Quadro XXVI. Vazões de Cheia em Função do Período de Recorrência (m³/s) - Posto: Macaé de Cima. .. 177
Quadro XXVII. Vazões de Cheia Instantâneas (m³/s) - Posto: Macaé de Cima. ......................................... 177
Quadro XXVIII. Vazões de Cheia Finais (m³/s). ........................................................................................... 178
Quadro XXIX. Quadro de permanência (%) e vazão (m3/s) do ponto de barramento. ............................. 180
10 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Quadro XXX. Investigações de sub-superfície. ........................................................................................... 196
Quadro XXXI. Tipos de solo presentes na área de influência da PCH Glicério com sua respectiva área
aproximada (km2) e distribuição (%). ........................................................................................................ 230
Quadro XXXII. Ocorrências e intensidades – El Niño e La Niña. Fonte: CPTEC-INPE, 2010. ....................... 245
11 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
1. OBJETIVO
2. DISPOSIÇÕES GERAIS
3. DIRETRIZES GERAIS
Este documento foi elaborado seguindo a itemização da Instrução Técnica (IT) CEAM/DILAM Nº 21/2013,
que tem como objetivo orientar a elaboração do Estudo de Impacto Ambeintal (EIA) e Relatório de Impacto
Ambietal (RIMA). As disposições e direrizes gerais da Instrução Técnica foram seguidas e podem ser
observadas no presente estudo.
4. ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO EIA
4.1. Caracterização do empreendedor e da empresa responsável pela elaboração do EIA/RIMA,
considerando:
4.1.1. Nome, razão social e endereço para correspondência;
4.1.2. Inscrição Estadual e C.N.P.J;
4.1.3. Nome, telefone e endereço eletrônico do responsável pelo empreendimento;
4.1.4. Nome, telefone e endereço eletrônico do responsável técnico pelo licenciamento perante
o INEA;
4.1.5. Nome, telefone e endereço eletrônico do responsável técnico pela elaboração do
EIA/RIMA.
O responsável pela recapacitação da PCH Glicério é a empresa QUANTA GERAÇÃO S/A. As informações de
identificação do empreendedor são apresentadas a seguir.
Quadro I. Identificação do empreendedor.
IDENTIFICAÇÃO
1. Nome QUANTA GERAÇÃO S.A.
2. Número do Registro Legal 07.642.982/0005-98
3. Endereço Completo Rodovia RJ 162, km 31, Glicerio – Macaé - RJ. CEP: 27.985-000
4. Representantes Legais
4.1 Representante Ricardo Magalhães
4.1.1 Nome Ricardo Magalhães
4.1.2 e-mail [email protected]
4.1.3 Telefone/Fax 21 3505-6905
5. Endereço para correspondência Rua Cel. Moreira Cesár 160 sala 1308 – Niterói – RJ CEP: 24.230-062
12 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Os estudos de meio ambiente foram desenvolvidos pela empresa de consultoria ambiental SIGMA
PESQUISAS & PROJETOS LTDA. As informações de identificação da empresa são apresentadas a seguir.
Quadro II. Identificação da empresa de consultoria ambiental.
IDENTIFICAÇÃO
1. Nome SIGMA PESQUISAS & PROJETOS LTDA
2. Número do Registro Legal 09.554.084/0001-80
3. Endereço Completo Rua Senador Rui Carneiro, 301/ sl. 205, Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro, RJ
4. Representantes Legais Monique Medeiros Gabriel e Iuri Veríssimo de Souza
4.1 Representante
4.1.1 Nome Monique Medeiros Gabriel
4.1.2 e-mail [email protected]
4.1.3 Telefone/Fax (21) 9-9982-8235
4.2 Representante
4.2.1 Nome Iuri Verissimo
4.2.2 e-mail [email protected]
4.2.3 Telefone/Fax (21) 9-8858-5855
13 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
4.2. Objetivos e justificativas do empreendimento
4.2.1. Descrever os objetivos e suas justificativas, baseando-se na relevância econômica e social
no contexto regional, estadual e nacional, quando couber;
O objetivo da recapacitação da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Glicério é proporcionar a geração de
energia elétrica, através do aproveitamento do potencial hidráulico existente neste trecho do rio São
Pedro. A PCH Glicério está instalada na região desde 1929, com o nome original de “Hydro-electrica de
Macahé”, sua operação ocorreu até 1972, momento em que foi desativada.
O arranjo escolhido para repotencialização da PCH Glicério contempla a máxima utilização das
características existentes no local, incluindo a preservação da barragem, sendo feita reformas e a
construção de um novo vertedouro. Está prevista a contrução de um túnel subterrâneo e uma nova casa de
força que permitirá o aumento do potencial gerador de energia elétrica do empreendimento, sem alterar a
sua área alagada.
Foi considerada a vazão de 80% da mínima média mensal deste trecho do rio São Pedro para definição da
vazão ecológica no trecho de vazão reduzida (TVR), que corresponde a 0,4 m³/s. Valor este superior ao
recomendado pela Portaria SERLA nº 307/2002, que recomenda 50% da Q7,10, buscando a melhoria da
qualidade ambiental no trecho.
Além disso, o regime de operação do novo empreendimento, que mantém a usina a fio d’água e o pouco
tempo de permanência da água no reservatório também contribui para a baixa interferência no meio
ambiente. Não é esperada alteração significativa na qualidade da água no reservatório, pois devido ao
regime acima citado e seu pequeno reservatório existente (0,04 km²) contribuindo para o baixo passivo
ambiental do empreendimento.
A geração de energia hidrelétrica se justifica por ser considerada uma fonte renovável de energia, pois a
água que movimenta as turbinas do empreendimento e gera eletricidade retorna ao sistema. As
hidrelétricas também não produzem poluentes do ar nem geram subprodutos tóxicos.
Além disso, o potencial técnico de aproveitamento da energia hidráulica do Brasil está entre os cinco
maiores do mundo. No Brasil, 95% da matriz energética são de geração hidráulica, além de ser um fator
histórico de desenvolvimento da economia, que desempenha papel importante na integração e no
desenvolvimento de regiões distantes dos grandes centros urbanos e industriais.
14 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
4.2.2. Deverá ser analisada a viabilidade do empreendimento, integrando aos demais
empreendimentos previstos e existentes na região.
A usina Glicério é o único empreendimento atualmente existente na bacia do rio São Pedro. Após a
obtenção da concessão da PCH Glicério pela QUANTA Geração S.A. em 2006, foram contratados e
executados os estudos de inventário do rio São Pedro (2007). O estudo foi realizado pela empresa THEMAG
e aprovado conforme legislação pertinente da ANEEL, que solicita análise dos projetos dos
empreendimentos baseada no estudo de inventário do rio e o que melhor utiliza os recursos existentes,
reduzindo o impacto ambiental e aumentando a geração.
Este estudo identificou duas diferentes possibilidades de aproveitamento do potencial do rio. A primeira,
chamada de Alternativa 1, contempla a PCH Frade (a PCH Frade é um projeto, ou seja, ainda não foi
construída) e a PCH Glicério I (referente a usina existente recapacitada). Uma segunda opção é a
Alternativa 2, que contempla a PCH Frade (projeto), a PCH Glicério II (referente a usina existente
recapacitada), a PCH São Pedro II e a PCH São Pedro I (estas últimas também estão na fase de projeto,
ainda não foram construídas). Escolhida uma das Alternativas de divisão de quedas, todas as usinas
contempladas nela são passíveis de licenciamento, implementação e operação.
Após todas as análises e considerações, explicitadas neste EIA (Item 4.6. Alternativas locacionais e
tecnológicas), o Inventário do rio São Pedro indicou a Alternativa 1 como a melhor opção de divisão de
quedas, descartando assim a Alternativa 2. Dentre os empreendimentos abrangidos nesta alternativa,
Glicério I foi apresentado como aproveitamento mais indicado a ser desenvolvido, sendo então objeto
deste estudo. O empreendimento Frade continua sendo passível de implementação, não estando este sob
estudo da Quanta Geração S.A no momento. Logo, confirma-se que a PCH Glicério existente e todos os
possíveis empreendimentos foram citados e os estudos de inventário asseguram o aproveitamento ótimo
do rio.
A premissa fundamental do licenciamento ambiental consiste na exigência de avaliação de impacto
ambiental para os empreendimentos e atividades passíveis de licenciamento, de forma a prevenir e/ou
mitigar danos ambientais que venham a afetar o equilíbrio ecológico e socioeconômico, comprometendo a
qualidade ambiental de uma determinada localidade, região ou país.
O estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto ambiental - EIA/RIMA, instituído pela
Resolução do CONAMA nº 001/86, constitui a avaliação de impacto ambiental utilizada nos procedimentos
de licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades consideradas causadoras de significativa
degradação ambiental. Contudo, a critério do órgão ambiental competente, e quando verificado que o
empreendimento ou atividade não é potencialmente causador de significativa degradação poderá ser
solicitado estudo ambiental diverso, em conformidade com a tipologia, localidade e características do
empreendimento ou atividade a ser licenciada.
A resolução CONAMA Nº 001/86 define que o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) é o conjunto de estudos
realizados por especialistas de diversas áreas, com dados técnicos detalhados. No diagnóstico ambiental da
área de influência do projeto de recapacitação da PCH Glicério foram descritos e analisados os recursos
15 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área, antes
da implantação do projeto.
No Estudo de Impacto Ambiental foi considerado o meio físico (o subsolo, as águas, o ar e o clima,
destacando os recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d'água, o regime
hidrológico, as correntes atmosféricas); o meio biológico e os ecossistemas naturais (a fauna e a flora,
destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e
ameaçadas de extinção e as áreas de preservação permanente); e o meio sócio-econômico (o uso e
ocupação do solo, os usos da água e a sócio-economia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos,
históricos e culturais da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os recursos
ambientais e a potencial utilização futura desses recursos).
Também foi realizada a análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através de
identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes,
discriminando: os impactos positivos e negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a
médio e longo prazos, temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades
cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais. A preservação da barragem existente
e seu reservatório, juntamente com o regime de operação a fio d’água e com pouco tempo de residência
do reservatório, contribuem para a pouca interferência no meio ambiente.
Após a identificação e descrição dos impactos, foram definidas as medidas mitigadoras dos impactos
negativos, entre elas os equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a
eficiência de cada uma delas. Foram elaborados programas de acompanhamento e monitoramento dos
impactos positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem considerados.
Alternativa Aproveitamento NA. Mont (m) NA.jus (m) Potência (MW)
1
Frade (projeto) 288,00 266,00 1,80
Glicério I (existente) 240,00 97,00 11,20
2
Frade (projeto) 295,00 270,00 1,80
Glicério II (existente) 240,00 140,00 8,60
São Pedro II (projeto) 135,00 110,00 2,20
São Pedro I (projeto) 110,00 93,00 1,05
16 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
4.3. Apresentar cronogramas de todas as fases do empreendimento, desde a implantação até a
operação, seus custos, além das ações a serem executadas, dados técnicos, ilustrados por
mapas, plantas, diagramas e quadros.
As ações construtivas de um empreendimento podem ser divididas nas fases de planejamento, instalação e
operação. Na fase de planejamento são desenvolvidos os estudos de engenharia, meio ambiente e
socioeconomia; na fase de instalação tem início as obras civis, instalação dos equipamentos e execução dos
programas ambientais; seguido da fase de operação, que é quando o empreendimento começa a sua
atividade.
Figura 1. Fases de construção de um empreendimento hidrelétrico.
O projeto de recapacitação da PCH Glicério contempla um novo arranjo com a implantação de um túnel de
adução subterrâneo e uma nova casa de força. A barragem mantém a sua posição original, sendo
constituída basicamente por um vertedouro de soleira livre em sua grande extensão e barragens de
gravidade nas suas extremidades.
O desvio será realizado através de uma galeria de concreto com vão de 2,00 x 2,50 m, dimensionado para
uma vazão de até 20,7 m³/s, correspondente a cheia de 25 anos, período seco. O sistema de geração,
implantado na sua margem direita, será constituído por uma tomada d’água em poço e adução em túnel
com 1.020 metros de extensão até atingir a casa de força. A casa de força é subterrânea e foi projetada
para abrigar duas unidades Francis de eixo horizontal, cada uma com 5,6 MW de potência. Em função dos
volumes de sedimentos carreados pelo rio São Pedro, conforme observado no reservatório da PCH Glicério
(parcialmente assoreado), será instalado um desarenador.
A estimativa de custo do aproveitamento está apresentada de acordo com o Orçamento Padrão da
ELETROBRÁS para usinas hidrelétricas. Os custos unitários dos principais itens de serviços de obras civis
foram definidos a partir dos preços praticados no mercado para obras de natureza similar, referido ao mês
de junho de 2011.
Para avaliação de custos de equipamentos permanentes previstos no aproveitamento, foram adotados os
preços unitários médios dos equipamentos em R$/kg, para cada tipo de equipamento, levantados por
especialistas, e verificados para outros estudos e projetos de hidroelétricas.
A planilha de estimativa de custo apresentada está de acordo com as recomendações especificadas no
Manual de Descrições e Instruções para Aplicação das Contas de Orçamento Padrão ELETROBRÁS de Usinas
Hidrelétricas. O nível de detalhamento do orçamento apresentado em forma de Planilha Padrão está
também de acordo com o modelo incluído nas Diretrizes para Estudos e Projetos de Pequenas Centrais
Planejamento Obras civis Instalação dos equipamentos
Programas ambientais
Operação
17 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Hidrelétricas. Em todas as estruturas, foi incluído o valor correspondente a 2% do custo total de construção
como Outros Custos para provisão de recursos necessários para execução de serviços dos tipos não
quantificados neste estudo, incluindo retoques e acabamentos diversos que normalmente são realizados
no final da obra.
A título de eventuais, no fechamento de todas as grandes contas, foi aplicada a taxa de 10% sobre a soma
dos custos de obras civis e de equipamentos. Para os custos ambientais foi adotado, como estimativa
preliminar, o valor correspondente a 5% do custo total de implantação da usina (exclusive juros durante a
construção) como custo total da Conta 10. Parte dos custos indiretos foi estimada com aplicação dos
seguintes percentuais:
Implantação de obras e instalações de canteiro, escritórios, almoxarifados, pátios diversos, alojamentos,
refeitórios de campo, etc, 5% do custo total de obras civis.
Outros custos – adotado o valor correspondente a 1% do custo total de obras civis para custeio dos
serviços de terraplenagem, implantação de pistas internas e/ou de serviços.
Operação e manutenção das instalações de canteiro, alojamentos, pátios, pistas de serviços, escritórios,
refeitórios, segurança, etc, 3% do custo total de obras civis.
Engenharia básica – 5% do custo direto total.
Serviços especiais de engenharia – previsão de serviços de laboratórios especializados (concreto, solo,
rocha, hidráulica, etc.), levantamentos topográficos, sondagens, etc., - 1,0% do custo direto total.
Estudos e projetos ambientais – a previsão de recursos necessários para elaboração do projeto básico
ambiental e acompanhamento da implantação de programas ambientais foi estimada em 0,2% do custo
direto total.
Administração do proprietário, incluindo todos os trabalhos de fiscalização e rateio de custos da
administração central – adotada a taxa de 4% do custo direto total.
Os juros foram calculados considerando-se uma taxa de juros de 12,00% ao ano, resultando um total de
juros de 18,41% durante a construção. A planilha de estimativa de custo, da alternativa selecionada, é
apresentada anexa, em forma de planilha padrão OPE da ELETROBRÁS junto com as tabelas resumo de
volumes totais de obras civis previstos, contemplando o detalhamento da Conta 10 e dos custos
decorrentes da interligação ao sistema de transmissão associado.
O cronograma de construção está previsto para um período de 24 meses, que inclui dois períodos de
estiagem. A seguir é apresentado o cronograma de construção do empreendimento, o que deverá ser
adaptado ao início real das obras.
Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério 18 Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério 19 Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Quadro III. Cronograma de obras.
Etapa Meses
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Infraestrutura
Mobilização inicial
Construção dos acessos
Construção do acampamento e canteiro de obras
Obras civis subterrâneas
Casa de Força
Escavação em rocha subterranea
Limpeza e tratamento de fundação
Concreto
Coduto Forçado
Concreto
Túnel de acesso a casa de força
Escavação comum
Escavação em rocha a céu aberto
Escavação em rocha subterranea
Túnel de fuga
Escavação comum
Escavação em rocha subterranea
Desemboque
Túnel de adução
Escavação em rocha subterrânea e horizontal
Janela de serviço do túnel de adução (eventual)
Escavação comum
Escavação em rocha a céu aberto
Escavação em rocha subterranea horizontal
Escavação em rocha subterranea vertical (poço)
20 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Etapa Meses
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Fechamento da janela de serviço
Poços de exaustão e ventilação/ cabos
Escavação em solo vertical
Escavação em rocha subterrânea vertical
Solo grampeado
Concreto
Obras civis do eixo da barragem
Desvio do rio
Ensecadeira de solo e rocha
Remoção da ensecadeira
Tomada d'água
Escavação comum
Escavação em rocha a céu aberto
Escavação em rocha subterranea (poço)
Limpeza e tratamento de fundação
Concreto
Desarenador
Escavação comum
Escavação em rocha a céu aberto
Limpeza e tratamento de fundação
Concreto
Vertedouro
Escavação comum
Escavação de rocha em céu aberto
Demolição parcial da tomada d'água existente
21 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Etapa Meses
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Demolição das barragens de concreto das ombreiras
Demolição parcial das estruturas da barragem existente
Concreto
Barragem terra
Escavação comum
Aterro compactado
Obras de transmissão
Subestação
Linha de transmissão
Montagem eletromecânica
Equipamentos de levantamento
Comportas
Turbinas e geradores
Comissoniamento da Unidade 1
Comissoniamento da Unidade 2
Projeto executivo
Documentos como construído
Programas Ambientais
Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério 22 Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
4.4. Legislação Pertinente
4.4.1. Listar o conjunto de leis e regulamentos, nos diversos níveis (federal, estadual e
municipal), que regem sobre o empreendimento e a proteção ao meio ambiente na área de
influência e que tenham relação direta com a proposta apresentada. Deverá ser procedida,
também, análise das limitações por eles impostas, bem como as medidas para promover
compatibilidade com o objetivo do empreendimento.
O licenciamento ambiental é uma obrigação legal prévia à instalação de qualquer empreendimento ou
atividade potencialmente poluidora do meio ambiente. A responsabilidade pelo licenciamento ambiental é
compartilhada pelos Órgãos Estaduais de Meio Ambiente e pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), como partes integrantes do SISNAMA (Sistema Nacional de
Meio Ambiente).
O projeto foi desenvolvido levando em consideração todas as leis e regulamentos. As principais diretrizes
legais para a execução do licenciamento ambiental da recapacitação da PCH Glicério estão expressas na Lei
6.938/81 (estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e
aplicação, constitui o Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA - e institui o Cadastro de Defesa
Ambiental) e nas Resoluções CONAMA nº 001/86 (estabelece as definições, as responsabilidades, os
critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental como
um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente) e nº 237/97 (revisão dos procedimentos e
critérios utilizados no licenciamento ambiental).
Além dessas, recentemente foi publicado a Lei Complementar nº 140/2011, que discorre sobre a
competência estadual e federal para o licenciamento, tendo como critério a localização do
empreendimento.
Também podemos citar outros dispositivos legais relacionados ao licenciamento ambiental de
empreendimentos potencialmente causadores de impactos ambientais:
a) Resolução CONAMA N° 06 de 16 de setembro de 1987, que Dispõe sobre o licenciamento
ambiental de obras do setor de geração de energia elétrica.
b) A Resolução CONAMA N° 01, de 8 de março de 1990, que resolve que a emissão de ruídos deverá
ser regulada pelos critérios nela estabelecidos, e que não serão aceitos como saudáveis níveis de
ruídos em escala superior àquela estabelecida na NBR 10.152.
c) A Resolução CONAMA N° 307, de 05 de julho de 2002, estabelece diretrizes, critérios e
procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, disciplinando as ações necessárias
para minimizar os impactos ambientais (art. 1º).
d) Resolução CONAMA N° 357, de 17 de março de 2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos
de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e
padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.
e) Instrução Normativa MMA N° 06, de 23 de setembro de 2008, que reconhece as espécies da flora
brasileira ameaçadas de extinção Instrução Normativa MMA nº 03, de 27 de maio de 2003, que
dispõe sobre a Lista Oficial das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção.
f) Na Política Nacional de Recursos Hídricos, instituída pela Lei N° 9.433, de 8 de janeiro de 1997, são
definidos os padrões e critérios para a proteção das águas no Brasil e criado o Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH), responsável pela implementação dessas ações.
23 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
g) A Lei Federal N° 5.197, de 03 de janeiro de 1967, dispõe sobre a proteção da fauna. Esta sofreu
inclusões em seu texto original de duas outras leis, posteriormente promulgadas: Lei N° 7.563, de
12 de fevereiro de 1988; e Lei N° 9.111, de 10 de outubro de 1995.
h) A Lei Federal N° 4.771, de 15 de setembro de 1965, institui o Código Florestal, que visa à proteção da flora brasileira.
i) Lei de crimes ambientais N° 9.605 de 13 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e da outras
providencias.
j) Lei Estadual N° 1356 de 03 de outubro de 1988, dispõe sobre os procedimentos vinculados à
elaboração, análise e aprovação dos estudos de impacto ambiental.
k) Decreto Estadual N° 42.159, de 2 de dezembro de 2009 – Dispõe sobre o Sistema de Licenciamento
Ambiental - SLAM e dá outras providências
l) Deliberação CECA N° 4.888, de 02 de outubro de 2007. Estabelece procedimentos para gradação de
Impacto Ambiental para fins de Compensação Ambiental, de que trata a lei nº 9.985, de
18/07/2000.
m) DZ-041.R-13. Diretriz para Realização de Estudo De Impacto Ambiental – EIA e do Respectivo
Relatório De Impacto Ambiental – RIMA. Aprovada pela Deliberação CECA/CN N° 3.663, de 28 de
agosto de 1997.
n) Resolução INEA N° 53 de 27 de março de 2012 que estabelece os novos critérios para a
determinação do porte e potencial poluidor dos empreendimentos e atividades poluidores ou
utilizadores de recursos ambientais, bem como os capazes de causar degradação ambiental,
sujeitos ao licenciamento ambiental.
o) Portaria SERLA N° 567, de 07 de maio de 2007, que estabelece critérios gerais e procedimentos
técnicos e administrativos para cadastro, requerimento e emissão de outorga de direito de uso de
recursos hídricos de domínio do Estado do Rio de Janeiro.
24 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
4.5. Programas Governamentais e Políticas Setoriais
4.5.1. Analisar a compatibilidade do projeto, com as políticas setoriais, os planos e programas de
ação federal, estadual e municipal, propostos ou em execução na área de influência,
notadamente em consonância com a legislação, em especial no que tange ao Plano Diretor e
Zoneamento Municipal de Macaé, anexando a Certidão de Zoneamento, nos termos do Art.10, §
1° da Resolução CONAMA 237/1997 e do art. 9º, parágrafo único do Decreto estadual
42.159/2009.
A repotencialização e geração de energia da PCH Glicério serão compatíveis com as políticas setoriais, os
planos e programas governamentais na sua área de influência. Entre os planos e programas em
desenvolvimento no município de Macaé podemos citar:
1. CRAS - Centros de Referência da Assistência Social
Oferta de serviços continuados de Proteção Básica Social às famílias, grupos e indivíduos em situação de
vulnerabilidade social. Estes, como unidade pública, concretizam o direito sócio-assistencial quanto à
garantia de acessos a serviços com matricialidade sócio-familiar.
2. Pro-Vida Cidadã (7 a 14 anos)
O objetivo do Programa é proporcionar no período extraescolar, socialização, experimentação de
habilidades, desenvolvimento de potencialidades e construção de conhecimentos teórico-práticos nas
atividades desportivas, artísticas, informativas, educativas, de lazer e outras, além de estabelecer e
aprofundar os vínculos sócio-familiares.
3. Nova Vida (14 a 17 anos)
O objetivo do programa é promover a formação do jovem, incentivando a profissionalização para
posterior inserção no mercado de trabalho formal, respeitando o seu caráter de pessoa em
desenvolvimento conforme preconiza o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente.
4. Projovem (15 a 17 anos)
Proporcionar a capacitação teórica e prática, por meio de atividades que não configuram trabalho, mas
que possibilitam a permanência do jovem no sistema de ensino e o fortalecimento dos vínculos
familiares e comunitários, preparando-o para futuras inserções no mercado de trabalho.
5. BPC (Idosos e pessoas com deficiência)
Consiste no pagamento de um salário mínimo mensal às pessoas idosas e pessoas com deficiência, cuja
renda familiar por pessoa não ultrapasse o correspondente a ¼ do salário mínimo por mês. O BPC é um
benefício financiado integralmente pelo Governo Federal.
6. BPC Escola (pessoas com deficiência)
Promover a elevação da qualidade de vida e dignidade das pessoas com deficiência e beneficiárias do
BPC, garantindo-lhes acesso e permanência na escola, por meio de ações articuladas das áreas da saúde,
educação, assistência social e direitos humanos, envolvendo as esferas federal, estadual e municipal.
7. Benefício Eventual (Cid/fam)
25 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
São provisões suplementares e provisórias, prestadas aos cidadãos e às famílias em virtude de
nascimento, morte, situação de vulnerabilidade temporária e de calamidade pública, que integram
organicamente as garantias do Sistema Único de Assistência Social – SUAS.
8. Passe Social (Idosos e pessoas com deficiência)
Garantir o acesso gratuito ao transporte coletivo público. O cadastro é realizado na Secretaria Municipal
de Assistência Social, Avaliação é feita pela Secretaria Municipal de Saúde e Confecção é realizada pela
Mactran.
9. Carteira do Idoso (Idosos)
Promover o acesso ao transporte interestadual gratuito e/ou desconto aos idosos mais excluídos
socialmente, aqueles que não usufruem de nenhuma proteção social.
10. Bolsa Família
O Programa Bolsa Família (PBF), criado em outubro de 2003, é um programa de transferência direta de
renda, com condicionalidades nas áreas de educação e saúde, voltado para famílias em situação de
extrema pobreza em todo o País. O programa concede benefício financeiro às famílias com renda per
capita de até R$ 140,00 (cento e quarenta reais).
11. Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2)
O projeto foi elaborado pela Empresa Pública Municipal de Saneamento (Esane) para atender a região
serrana, com recursos do Ministério das Cidades. O projeto prevê a implantação de sistemas de
abastecimentos de água nas localidades do Frade, Sana, Glicério, Óleo e Trapiche.
12. Monitoramento Subvenções
Acompanha e avalia os serviços desenvolvidos nas Instituições Sociais, subvencionadas pelo município,
através de ações de abrigo provisório à população em situação de rua, abrigo permanente ao idoso,
bem como serviços de habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência.
13. Programa Macaé Cidadão
Criado em 2001, desenvolve pesquisas científicas para adquirir um conhecimento maior da realidade
municipal, subsidiando assim a elaboração de planos estratégicos. Produz análises sociológicas das
informações levantadas e ainda, coordena as atividades inerentes às informações dos indicadores de
desempenho dos órgãos da Administração Municipal. (http://www.macae.rj.gov.br/).
14. Bolsa Atleta e Prata da Casa
Ooferece aporte financeiro para atletas que se destacam representando a cidade de Macaé. Este
programa atende a jovens maiores de 16 anos e atualmente já está atendendo a mais de 130 atletas. O
projeto Prata da Casa tem o intuito de no futuro formar atletas de ponta, que defenderão as cores
municipais em eventos de grande porte (Anuário de Macaé 2012).
15. Academia na Praça
Academias são instaladas em algumas praças do município, levando esporte e bem estar para os
cidadãos (Anuário de Macaé 2012).
A Certidão de Zoneamento encontra-se a seguir:
26 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
27 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
28 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
4.6. Alternativas locacionais e tecnológicas
4.6.1. Apresentar no mínimo três alternativas locacionais e tecnológicas, justificando a
alternativa adotada, inclusive a opção de sua não realização, sob os pontos de vista técnico,
ambiental e econômico.
A PCH Glicério vem sendo objeto de estudos de projetos de recapacitação desde 1982, com a contratação
de um Estudo de Viabilidade com a Brascep Engenharia. Em 1988 o CNEC elaborou o “Estudo Preliminar
para Reativação da PCH Glicério”. A seguir, em 1989, a SPEC elaborou Estudos de Viabilidade de
Investimentos em Usinas Hidrelétricas, entre elas a PCH Glicério. Em outubro de 1993 a Intertechne
elaborou um Projeto Básico para ampliar a potência instalada para 10 MW e um RCA – Relatório de
Controle Ambiental. Naquela ocasião a CERJ apresentou o RCA e solicitou à FEEMA/RJ a Licença Prévia (LP),
que foi concedida em fevereiro de 1995. Na mesma ocasião, a FEEMA/RJ estabeleceu os condicionantes
que deveriam estar atendidos quando da solicitação da Licença de Instalação.
Com a postergação dos planos de recapacitação do empreendimento, no entanto, o processo de
licenciamento perdeu a validade. Na retomada dos planos de recapacitação, em 1999, a CERJ teve recusada
a renovação daquela LP e precisou se adaptar à nova legislação ambiental, estadual e federal, contratando
os estudos de EIA/RIMA da recapacitação com a MEK em 2002.
Em 2003 a CERJ licitou novo projeto básico de recapacitação da PCH Glicério, visando atualizar e otimizar os
estudos anteriores e atender aos padrões da ANEEL. A Planave venceu o certame e realizou, no ano de
2004, o projeto básico, mantendo a potência instalada de 10 MW do estudo anterior. Apresentou também
uma alternativa, prevendo o aproveitamento da Casa de Força atual, situação em que a potência instalada
estaria limitada a 6,8 MW, alternativa que subutilizaria o potencial de geração de energia com os recursos
hídricos existentes, não sendo considerada viável.
Após a obtenção da concessão da PCH Glicério pela Quanta Geração S.A. de 2006, foram contratados e
executados os estudos de inventário do rio São Pedro (2007). Sendo o estudo realizado pela Themag
Engenharia e aprovado conforme legislação pertinente da ANEEL, que solicita análise dos
empreendimentos baseada no estudo de inventário do rio e o que melhor utiliza os recursos existentes,
reduzindo o impacto ambiental e aumentando a geração.
A realização dos estudos de inventário identificou cinco alternativas locacionais, sendo elas divididas em
duas diferentes alternativas de divisão de quedas do rio. Conforme detalhado adiante, os estudos indicam a
alternativa 1 como a melhor opção de divisão de quedas. Dentre os empreendimentos abrangidos nesta
alternativa, Glicério I foi apresentado como aproveitamento mais indicado a ser desenvolvido, sendo então
objeto deste estudo apenas esta alternativa de local identificada pela Themag Engenharia em 2007 com
potência instalada de 11,2 MW considerada interessante e viável de acordo com as exigências do invetário
(Res. 393 – ANEEL).
A seguir apresentam-se as principais conclusões do último estudo mencionado.
29 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Estudos de Inventário do Rio São Pedro – Themag Engenharia – Outubro, 2007
Esses estudos abrangeram toda a extensão do rio São Pedro, desde a sua cabeceira na Serra de Macaé até
sua foz no rio Macaé. Os critérios básicos para identificação dos novos locais passíveis de aproveitamento
levaram em consideração a topografia, o condicionamento geológico-geotécnico e as interferências sócio-
ambientais, que podem limitar a elevação do nível d´água dos reservatórios, a fim de minimizar os
impactos sob os meios físico, biótico e sócio-econômico.
Como resultado, foi identificado no trecho de interesse um total de cinco alternativas locacionais
(aproveitamentos) divididas em duas alternativas de divisão de quedas (alternativas):
Quadro IV. Alternativas de aproveitamentos energéticos.
Alternativa Aproveitamento NA. mont
(m)
NA.jus
(m) Potência (MW)
1
Frade 288,00 266,00 1,80
Glicério I 240,00 97,00 11,20
2
Frade 295,00 270,00 1,80
Glicério II 240,00 140,00 8,60
São Pedro II 135,00 110,00 2,20
São Pedro I 110,00 93,00 1,05
Com relação a esta análise, devem ser considerados, antecipadamente, os seguintes fatores:
O aproveitamento Glicério I possui reservatório / barramento instalados e em operação há algumas
décadas, apesar de agora inoperante ou desativado; será construída nova casa de força com túnel de
adução;
O aproveitamento Glicério II possui reservatório / barramento instalados e em operação há algumas
décadas, apesar de agora inoperante ou desativado; a casa de força deverá ser mantida no local original
desta estrutura com um novo circuito de adução e geração sendo construído, porém mais curto que o de
Glicério I;
O aproveitamento Frade será novo, para o qual foram projetadas estruturas novas. O aproveitamento
Frade está posicionado no rio São Pedro, a 40 km da foz, onde as condições geológicas e topográficas locais
e vale semi-encaixado, conduzem a implantação de um arranjo compacto constituído por um vertedouro
de soleira livre e conjunto tomada d’água/casa de força localizados na margem esquerda complementado
por barragem de concreto na margem direita, com extensão total de eixo de cerca de 183 m;
O aproveitamento São Pedro I será novo, para o qual foram projetadas estruturas novas. O aproveitamento
São Pedro I apresenta uma queda bruta de 12,00 m, entre as cotas 105,00 m e 93,00 m. O arranjo geral
30 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
buscou adaptar-se ao sítio de implantação, no qual se prevê o represamento do rio por um vertedouro de
soleira livre que ocupa praticamente toda a extensão da barragem, o leito do rio e ambas as margens;
Quadro V. Resumo das análises por alternativa.
Item Alternativa 1 Alternativa 2
Potência Instalada (MW) 13,00 13,65
Energia (MWmed) 7,22 7,58
Custo de Implantação (R$*103) 133 602 213 616
Custo de Instalação (R$/kW) 10 277 15 650
Índice Custo/Benefício (R$/MWh) 236,12 353,33
Verifica-se que a alternativa 2 apresenta potência instalada total dos aproveitamentos ligeiramente
superior à alternativa 1 (5% a mais). No entanto, a alternativa 1 apresenta um índice custo-benefício
bastante inferior (33% a menos), sendo pois, esta alternativa recomendada sob o ponto de vista
econômico-energético. Além disso, no âmbito ambiental, os impactos gerados nas áreas de influência
direta e indireta foram avaliados e serão detalhados no item 4.6.2, e indicam a alternativa 1 como melhor
opção de aproveitamento da região.
Baseado nessas análises, os estudos de inventário do rio São Pedro demonstraram que a melhor alternativa
de divisão de queda é composta pelos aproveitamentos: Glicério I, que considera a implantação de um
novo circuito de geração para o barramento e seu respectivo reservatório existentes, com N.A. montante
na cota 240,00 m e potência instalada de 11,20 MW; e Frade, com reservatório com nível d’água na cota
288,00 m e potência instalada de 1,80 MW.
O aproveitamento Glicério I apresenta índice custo-benefício com valores razoáveis, considerando-se um
cenário de evolução do preço de venda da energia, bem como a avaliação ambiental demonstrou a
pequena relevância dos impactos ambientais a ela associados.
Conclui-se pelos custos e dados apresentados que a ordenação dos aproveitamentos fica como segue:
1. Aproveitamento Glicério I
2. Aproveitamento Frade
Seguindo indicação do inventário a localidade de Glicério I é a mais indicada do ponto de vista técnico,
econômico e ambiental em comparação às quatro outras possíveis localidades apresentadas nas
Alternativas 1 e 2.
31 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
4.6.2. Identificar e avaliar, para cada alternativa locacional, os impactos ambientais gerados
sobre a área de influência direta e indireta, em todas as etapas do empreendimento, incluindo
as ações de manutenção e a desativação das instalações, quando for o caso. Deverá ser
apresentado quadro comparativo das alternativas.
A análise de impactos ambientais estruturada a seguir segue o mesmo padrão para todos os
aproveitamentos, uma vez que suas características de projeto, processos construtivos, processos de
operação e impactos são semelhantes.
A implantação dos aproveitamentos causará modificações no regime de vazões à jusante do barramento,
com pequena regularização e redução dos picos de vazão. Cabe ressaltar, porém, que esta capacidade de
amortecimento de picos será muito pequena, devido ao pequeno volume do reservatório, já que se trata
de uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH) a fio d’água.
A variação em torno dos impactos intrínsecos a cada aproveitamento se dará, principalmente, em função
do impacto gerado em cada localização, sendo que um dos índices mais importantes será aquele atribuído
à criação de novos reservatórios, uma vez que sua construção geralmente acarreta necessidade de maior
controle ambiental em função da aplicação de novas variáveis para a região; neste caso, quanto maior o
número de reservatórios, maior deverá ser o grau de impacto na bacia;
No caso dos aproveitamentos em questão, há que se considerar um fator primordial referente à instalação
de novos aproveitamentos, cujos reservatórios sempre são considerados como de impacto significativo não
apenas para o compartimento terrestre, mas principalmente para o aquático.
No caso do compartimento terrestre, o fato de haver necessidade intrínseca de incremento da área alagada
leva à redução iminente de área marginal e, consequentemente, das faixas marginais de proteção do corpo
hídrico nos trechos de interesse; neste caso, quanto mais aproveitamentos, mais área alagada e maior será
a redução dos biomas vegetais marginais ao corpo d’água.
Este ponto deve ser analisado de forma crítica, uma vez que o fator econômico e social deverá pesar sobre
o fator ambiental, de forma que o custo benefício da geração de energia se sobreponha ao custo ambiental
da instalação dos aproveitamentos, justificando assim sua construção.
Neste caso, a criação de quatro aproveitamentos (Alternativa 2) levará à geração de 13,65 MW, se
contrapondo construção / adaptação de apenas dois aproveitamentos (Alternativa 1) quando seriam
gerados também 13,00 MW, permitindo concluir que a Alternativa 1 seria ambientalmente muito mais
segura tendo em vista a redução significativa de área a ser alagada e sem perda de potencial de geração.
Portanto, a Alternativa 1 demandaria a construção de apenas um novo reservatório a montante de Glicério,
o Frade, que não será desenvolvido pela Quanta Geração S.A., que aproveitará apenas o reservatório já
existente, reduzindo ainda mais os impactos ambientais na região.
Deve ser considerado também o fato de que a construção de novos aproveitamentos a jusante de Glicério
poderá acarretar problemas de ordem social, uma vez que estas estruturas já seriam construídas em áreas
mais próximas de regiões urbanizadas que contam, inclusive, com apelo turístico, uma vez que ali, o rio São
Pedro já é usado inclusive para campeonatos de rafting e outros esportes aquáticos.
Assim sendo, a Alternativa 1 se sobrepõe claramente à Alternativa 2 em termos de melhor opção de
controle ambiental para a instalação de novos aproveitamentos na região.
32 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
É preciso considerar que a PCH Glicério está instalada desde 1929, e que o arranjo escolhido para sua
repotencialização se utiliza das características existentes no local. O projeto de ampliação da PCH Glicério
prevê a preservação da barragem existente, sendo feita apenas reformas e a construção de um novo
vertedouro. Com a construção de um túnel subterrâneo e uma nova casa de força será possível aumentar o
potencial gerador do empreendimento, ou seja, gerar mais energia elétrica sem alterar a sua área alagada e
sem gerar impactos ambientais significantes.
O regime de operação do novo empreendimento, que mantém a usina a fio d’água e o pouco tempo de
permanência da água no reservatório, também contribui para a pouca interferência no meio ambiente. Não
é esperada alteração significativa na qualidade da água no reservatório, devido ao regime acima citado e o
tamanho reduzido do reservatório existente, com 0,04 km² de área. Optou-se por utilizar 80% da Q min
média mensal de 0,4 m³/s para vazão sanitária, valor este superior ao recomendado pela Portaria SERLA nº
307/2002.
A análise das alternativas apresentadas mostra que em comparação com os outros empreendimentos,
Glicério I apresenta a maior capacidade de potência máxima instalada, de até 11,2 MW. Nesta alternativa,
os impactos sobre o meio biótico não comprometem o ecossistema, principalmente porque já existe uma
área inundada. Para o meio físico e socioeconômico, a maioria dos impactos identificados são temporários,
e só ocorrem durante as obras.
33 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Quadro VI. Comparativos de impactos ambientais das alternativas.
Alternativa Aproveitamento Potência
(MW) Impacto Ambiental
1
Frade 1,80
Redução de área marginal e das faixas marginais de
proteção do corpo hídrico;
Redução dos biomas vegetais marginais ao corpo d’água;
Glicério I 11,20 Sem impactos consideráveis em comparação com os
outros aproveitamentos.
2
Frade 1,80
Redução de área marginal e das faixas marginais de
proteção do corpo hídrico;
Redução dos biomas vegetais marginais ao corpo d’água;
Glicério II 8,60 Sem impactos consideráveis em comparação com os
outros aproveitamentos.
São Pedro II 2,20
Redução de área marginal e das faixas marginais de
proteção do corpo hídrico;
Redução dos biomas vegetais marginais ao corpo d’água.
Possíveis problemas de ordem social, causados pela
construção em áreas mais próximas de regiões urbanizadas
(para empreendimentos a jusante de Glicério).
São Pedro I 1,05
Redução de área marginal e das faixas marginais de
proteção do corpo hídrico;
Redução dos biomas vegetais marginais ao corpo d’água.
Possíveis problemas de ordem social, causados pela
construção em áreas mais próximas de regiões urbanizadas
(para empreendimentos a jusante de Glicério).
34 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
4.6.3. Destacar vantagens e desvantagens socioeconômica e ambiental de cada uma das
alternativas tecnológicas, justificando a que possui menor impacto em relação às demais
quando na construção e operacionalização. Apresentar quadro comparativo das alternativas.
A Alternativa 1, composta pelos empreendimentos Glicério I e Frade, apresenta a melhor alternativa de
divisão de quedas, considerando aspectos econômico-tecnológicos e devido ao seu menor impacto
ambiental. Além disso, a já existência da área alagada em Glicério I torna os impactos causados pelo
empreendimento pequenos e em grande parte limitados ao período de obras.
Considerando a elevada potência instalada e o melhor custo-benefício detre as alternativas, Glicério I foi
selecionado pela Quanta Geração S.A. como empreendimento a ser desenvolvido, se mostrando o melhor
investimento em termos locacionais do ponto de vista técnico, econômico e ambiental em comparação aos
outros aproveitamentos analisados no estudo de inventário.
35 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Quadro VII. Comparativo de vantagens e desvantagens das alternativas.
Alternativa Aproveitamento Desvantagens Vantagens
1
Frade
Redução de área marginal e das faixas marginais de proteção do corpo hídrico;
Redução dos biomas vegetais marginais ao corpo d’água;
Ambientalmente muito mais segura tendo em vista a redução significativa de área a ser alagada;
Glicério I Aspectos negativos específicos não
foram identificados quando comparado às demais alternativas.
Ambientalmente muito mais segura tendo em vista a redução significativa de área a ser alagada;
Maior custo/benefício;
Impactos gerais descritos no item 4.6.2
2
Frade Redução de área marginal e das faixas marginais de proteção do corpo hídrico;
Redução dos biomas vegetais marginais ao corpo d’água;
Possíveis problemas de ordem social, causados pela construção em áreas mais próximas de regiões urbanizadas (para empreendimentos a jusante de Glicério);
Maior custo de instalação;
Maior custo de operação;
Menor custo/benefício;
Maior potência instalada;
Glicério II
São Pedro II
São Pedro I
36 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
4.6.4. Plotar todas as alternativas estudadas em mapa.
Os Mapas das Alternativas Locacionais (inventário hidrelétrico) estão no Anexo I.
Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério 37 Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
38 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério 39 Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
5. DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO
5.1. Caracterizar o empreendimento, apresentando levantamento planialtimétrico
georreferenciado com a localização e situação do projeto, em escala adequada, e contemplando
todos os itens abaixo relacionados:
5.1.1. Projeto básico;
O projeto da recapacitação da PCH Glicério, objeto deste relatório, contempla um novo arranjo com a
implantação de um aproveitamento de 11,2 MW de potência instalada, obedecidos os níveis operacionais
fixados no Inventário do rio São Pedro, aprovado pelo Despacho nº 1.651 da ANEEL, em 9 de Junho de
2010, sendo o único projeto a considerar o estudo de enventário do rio São Pedro, sendo então o único
válido conforme legislação pertinente.
O novo arranjo da PCH Glicério é estabelecido pelas condições da topografia local, principalmente com
relação a forte declividade do rio, estabelecendo-se assim a casa de força afastada do local da barragem
que aproveita uma queda natural de 90 m. A barragem mantém a sua posição original, sendo constituída
basicamente por um vertedouro de soleira livre em sua grande extensão e barragens de gravidade nas suas
extremidades. O desvio é executado através de uma galeria de concreto com vão de 2,00 x 2,50 m,
dimensionado para uma vazão de até 20,7 m³/s, correspondente a cheia de 25 anos, período seco.
Em função dos volumes de sedimentos carreados pelo rio São Pedro, conforme observado no reservatório
da PCH Glicério (parcialmente assoreado), deverão ser implantadas duas galerias a montante da tomada
d’água, permitindo o material característico do rio (areia) seguir seu curso a jusante da
barragem/vertedouro através do desarenador.
O sistema de geração, implantado na sua margem direita, é constituído por uma tomada d’água em poço e
adução em túnel com 1.020 metros de extensão até atingir a casa de força. A casa de força é subterrânea e
foi projetada para abrigar duas unidades Francis de eixo horizontal, cada uma com 5,6 MW de potência, e o
túnel de fuga foi concebido para trabalhar afogado.
40 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Em vista disto, recomenda-se que a ampliação da motorização da PCH Glicério seja implantada. As
principais características da PCH Glicério são apresentadas no quadro abaixo:
Informações N
Cota da crista da barragem (m) 242,50
N.A. Máx. Max. do reservatório (m) 242,00
N.A. Máx. normal do reservatório (m) 240,00
N.A. normal de jusante (m) 97,11
Área do Reservatório (km2) 0,04
Queda Bruta (m) 142,89
Queda Líquida (m) 141,19
Vazão Garantida 95% do tempo (m3/s) 2,80
Vazão MLT (m3/s) 6,93
Vazão de Desvio – 25 anos, seco (m3/s) 20,7
Vazão do Vertedouro – 500 anos (m3/s) 315,80
Vazão Sanitária (m3/s) (80% da QMÍN MÉDIA MENSAL) 0,40
Potência Instalada (MW) 11,20
Número de Turbinas (un) 2
Vazão Turbinada (m3/s) 9,20
Energia Assegurada (MW) 7,39
Custo Total (inc.JDC – junho/11) (R$) 55 192 996
Custo do kW inst. (R$) 4660,09
Prazo de Execução (meses) 24
Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério 41 Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério 42 Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Estudos cartográficos
Foram considerados como dados básicos a seguinte cartografia existente:
Cartas elaboradas pelo IBGE na escala 1:250.000:
Folha Macaé (SF-24-Y-A);
Folha Rio de Janeiro (SF-23-Z-B/D).
Cartas elaboradas pelo IBGE na escala 1:50.000:
Folha Trajano de Moraes (SF-23-Z-B-III-2);
Folha Conceição do Macabu (SF-24-M-I-1);
Folha Macaé (SF-24-M-I-3);
Folha Casimiro de Abreu (SF-23-7-B-III-4);
Folha Quartéis (SF-23-Z-B-III-3);
Folha Cordeiro (SF-23-Z-B-III-1).
Ortofotocarta Digital com restituição aerofotogramétrica na escala 1:10.000, obtida a partir de fotografias
aéreas na escala 1:30.000, elaborada pela Ampla.
Foi realizada a análise dos dados cartográficos existentes, que teve por objetivo definir a pertinência e sua
importância para o estudo, bem como contribuir para o planejamento dos estudos e levantamentos
complementares.
Verificou-se que a cartografia básica existente é de muito boa qualidade, sendo todos os levantamentos
considerados adequados para a realização dos estudos previstos.
Levantamentos Complementares
Na área de implantação do aproveitamento foram realizados, pela Promap Topografia Ltda., os serviços
necessários para obtenção de uma planta em escala 1:1.000 com curvas de nível de metro em metro,
visando subsidiar os estudos de projeto básico. O levantamento foi executado em duas áreas distintas, uma
a montante, englobando as obras de barramento e da tomada d’água do túnel de adução e outra a jusante,
abrangendo as obras do desemboque do túnel de fuga e a casa de força.
Também foram implantados e levantados os pontos de investigação geológico-geotécnica.
Desta forma os serviços foram executados de acordo com as normas aplicáveis e compreenderam:
Transporte de Coordenadas (GPS);
Levantamento planialtimétrico cadastral;
Levantamento de perfil longitudinal do rio;
Locação de furos de sondagens,
Implantação dos marcos
Cálculos e desenhos.
43 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
As quantidades foram:
Levantamento planialtimétrico 92.140 m²
Implantação de Marcos 04 unid.
Levantamento Perfil 7.107 m/linear.
Locação de furos de sondagens 11 unid.
Para as atividades desenvolvidas (campo e gabinete), foram utilizados os seguintes equipamentos:
Estação Total Nikon-332, e acessórios;
Estação Topcon 235, e acessórios;
Receptor GPS Topcon Hiper L1/L2
Microcomputador Pentium IV;
Software TopoGRAPH 98SE;
Software Topcon Tools;
Plotter Xerox 2230ij.
Relação dos Marcos Geodésicos Oficiais (RN's e Vértices)
Os serviços realizados tiveram como origem os seguintes marcos oficiais, cujos relatórios oficiais do IBGE
são apresentados a seguir:
Vértice – RIOD, da RBMC do IBGE;
Referência de Nível - RN2839R.
44 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
45 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
46 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
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47 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
48 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
49 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
50 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Monografia dos Marcos Geodésicos Implantados
51 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
52 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
53 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
54 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Memorial Descritivo dos Serviços Realizados
Apoio GPS
Após o reconhecimento da área foram implantados 4 (quatro) pontos de apoio planimétrico,
materializados com pino de aço e marcos de concreto, em locais que ofereciam condições de perenidade e
com boa visibilidade, tanto para os satélites quanto para o apoio topográfico. Para a determinação dos
pontos de apoio, o serviço foi executado utilizando-se GPS.
O equipamento GPS utilizado foi o Topcon Hiper L1/L2, com as seguintes especificações: com código c/a e
frequências L1 e L2; mínimo de 9 canais; desvio padrão com posicionamentos diferenciais, rastreando um
mínimo de 5 satélites, continuamente, por período não inferior a 1hr.
O processamento utilizou como referência os vértices RIOD, da RBMC do IBGE, bem como o RN2839R.
No escritório foi feito o processamento dos dados de campo. No software Topcon Tools foi feito o
ajustamento vetorial, para obtenção de uma precisão melhor ou igual a 10ppm, a 95% de nível de
confiança.
Poligonal Principal
A partir dos vértices da base de apoio (GPS), visando apoiar os trabalhos topográficos, foi implantada
poligonal da classe IIIP (NBR-13133). Esta poligonal apresenta as seguintes características:
Medições angulares e lineares com utilização de Estação Total Nikon com coletora de dados e
acessórios. As medidas angulares serão feitas com 2 (duas) séries de leituras conjugadas, na
posição direta e inversa da luneta;
Materialização dos vértices com pinos de aço e/ou piquetes de madeira;
Erro angular obtido foi:
Perfil longitudinal 0º 01’ 41”;
Área 01 0º 00’ 10,5”;
Área 02 0º 00’ 32,8”.
O erro linear obtido foi:
Perfil longitudinal 1:13.822;
Área 01 1:13.159;
Área 02 1:72.564.
Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério 55 Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
5.1.2. Situação da hidrografia local (corpos hídricos e/ou nascentes próximas)
A bacia hidrográfica do rio São Pedro situa-se na região Sudeste do Brasil, no estado do Rio de Janeiro,
município de Macaé, bacia hidrográfica número 5 (Bacia do Atlântico Leste), sub-bacia hidrográfica 59. O
rio São Pedro é afluente da margem esquerda do rio Macaé, que constitui uma bacia costeira, desaguando
no Oceano Atlântico.
O rio São Pedro, principal afluente do rio Macaé pela margem esquerda, nasce na serra de Macaé, a uma
altitude de 1.500 metros, tendo seu curso cerca de 48 km de extensão. É formado pela união do rio São
Pedro e do rio das Pedras e desemboca no rio Macaé, a aproximadamente 15 km da foz deste no Oceano
Atlântico. Seus principais afluentes pela margem direita são o rio das Pedras, rio Duas Barras e o córrego do
Ouro. Já pela margem esquerda tem-se o córrego do Sertão, córrego do Boião, rio do Lírio, rio Bom Jardim
e córrego das Aduelas.
Sua bacia hidrográfica tem 480 km2 de área e apresenta uma forte declividade em seu segmento inicial,
com um gradiente médio de 200 m/km. Já no segmento seguinte, entre a Fazenda São José e a PCH
Glicério, apresenta um gradiente médio de 35 m/km.
Com base nas características físicas da bacia pode-se dizer que a Densidade de Drenagem da bacia - dada
pela relação entre a extensão total do curso d’água e a superfície correspondente - é de 0,10 m/km2. Já a
Extensão Superficial Média, que é a média das distâncias percorridas pelo escoamento superficial até
atingir o curso d’água, é de 0,21 km. O Fator de Forma, que é dado quociente entre a largura média
(relação entre a área da bacia e o estirão do rio principal) e o comprimento do curso d’água considerado, é
de 0,21 km.
Com base nestes parâmetros pode-se dizer que a bacia é pouco alongada e irregular, sujeita a cheias
intensas, porém de curta duração. O rio São Pedro, tanto no alto quanto no médio curso apresenta-se
sinuoso, com leito e margens pedregosas e sedimentos predominantemente argilosos. Seu regime natural
encontra-se modificado devido ao aporte de água que recebe da bacia do rio Macabú.
Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério 56 Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
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5.1.3. Potência Instalada
A partir dos estudos de Inventário realizados, foram feitos estudos de motorização para alternativas de
potências instaladas buscando avaliar o ponto ótimo a ser instalado, conforme detalhamento seguinte.
Como condições de contorno desses estudos, foram considerados o nível d’água normal a montante igual a
240,00m, o nível d’água na restituição da casa de força igual a 96,9 m (correspondente à vazão média de
longo termo), perda de carga no circuito de adução igual a 1,70m (calculados utilizando a máxima vazão
turbinada), rendimento do conjunto turbina-gerador igual a 0,89 e fator de indisponibilidade (programada
+ forçada) dos equipamentos igual a 3%.
Para a realização dos estudos energéticos foi utilizado um modelo específico de simulação hidroenergética,
de passo mensal.
O modelo foi montado de forma a permitir a definição dos elementos do sistema e das regras de operação.
A premissa básica do modelo é a obediência à equação da continuidade, tratando-se os fluxos de volumes
d’água com restrições máximas e mínimas impostas.
Para iniciação do algoritmo do modelo deve-se fornecer um valor da chamada “potência objetivo”, definida
como a energia a ser buscada pelo sistema durante o período de tempo adotado para a simulação. A
variável independente é o tempo e o modelo então percorre o período de tempo completo buscando
atender a “potência objetivo”, através de iterações sucessivas, até obter o fechamento da condição de
continuidade hídrica, satisfazendo ainda às condições de contorno impostas ao aproveitamento. A
“potência objetivo” pode ser um valor constante ao longo do ano ou uma função que varia sazonalmente.
Definida, em cada intervalo de tempo, a condição do sistema como um todo, o programa procede à
simulação do aproveitamento, utilizando o “volume objetivo” atribuído a ele naquele intervalo, dentro das
suas particulares restrições e atendendo ao princípio da continuidade.
Como dados de entrada o modelo utiliza: um banco de dados de séries de vazões naturais para o
aproveitamento considerado; um arquivo com informações gerais e topologia adotada para o sistema, o
período de simulação e a “potência objetivo” do sistema. Foi utilizada a série de vazões naturais, estendida
até dezembro de 2008.
58 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Atendimento à Resolução ANEEL nº 407/2000
Para o dimensionamento energético foram utilizados os seguintes critérios:
kWHQP lTTgi 81,9
Onde:
Pi = Potência Instalada (kW);
g
= Rendimento do Gerador;
T
= Rendimento da Turbina;
QT
= Vazão Turbinada (m³/s);
H l = Queda Líquida (m).
Os níveis d’água de montante e de jusante da PCH Glicério são de 240,00m e 97,11m, respectivamente,
resultando em uma queda bruta de 142,89 m.
Para os fatores de rendimento foram utilizados os seguintes valores:
97,0g
92,0T
Para a queda líquida média, utilizou-se o valor de:
HH bl 95,0
Onde, H b corresponde ao valor da queda bruta.
No cálculo da Energia Média Emédia foram realizadas simulações com diferentes valores de potência
instalada, variando de 10 a 12MW.
Para cada valor de potência instalada calculou-se a energia média utilizando as vazões compreendidas
entre QT
25,0 (meia turbina em funcionamento) e QT
, da série de vazões médias mensais.
Calculadas as energias médias, foram verificados os fatores de capacidade F k para cada potência
instalada. O fator de capacidade é a relação entre a Energia Assegurada Easseg e a Potência Instalada
Pi. Para o cálculo da Energia Assegurada utilizou-se o valor de 0,97 para o Fator de Indisponibilidade
FI .
59 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
P
EF
i
asseg
k
Onde:
FIEE médiaasseg
Após o dimensionamento energético, analisou-se o benefício econômico para cada alternativa,
procurando-se obter o ponto ótimo para a instalação.
60 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
5.1.4. Energia firme
Segundo ELLIOT (2000) Energia Firme é a energia possível de ser produzida no período crítico, ou seja, mais
seco do ciclo hidrológico. De acordo com a ANEEL, Energia Firme corresponde à máxima produção contínua
de energia que pode ser obtida supondo a ocorrência da sequência mais seca registrada no histórico de
vazões do rio onde está localizada.
Isto significa que, devido a irregularidade do ciclo hidrológico anual, a energia disponível para alimentar as
cargas poderá ser inferior à energia firme durante algum período de tempo. Em função disso, criou-se o
conceito de Energia Assegurada, que é a máxima energia que uma usina pode fornecer a matriz energética
durante seu pior ciclo hidrológico com uma dada demanda máxima.
De acordo com a ANEEL: "a Energia Assegurada do sistema elétrico brasileiro é a máxima produção de
energia que pode ser mantida (quase) continuamente pelas usinas hidroelétricas ao longo dos anos,
simulando a ocorrência de cada uma das milhares de possibilidades de seqüências de vazões criadas
estatisticamente, admitindo um certo risco de não atendimento à carga, ou seja, em determinado
percentual dos anos simulados, permite-se que haja racionamento, dentro de um limite considerado
aceitável para o sistema.”
Após as obras de recapacitação, a PCH Glicério terá uma Energia Assegurada de 7,39 MW.
61 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
5.1.5. Quantidade e tipo das unidades geradoras;
A Casa de Força do tipo caverna será equipada com duas Turbinas Francis de eixo horizontal com 11,2 MW
de potência, cujas características são as seguintes:
Tipo .................................................................................................... Francis de eixo horizontal
Quantidade ............................................................................................................................... 2
Potência nominal ........................................................................................................ 11,2 MW
Rotação síncrona ........................................................................................................... 600 rpm
Rotação específica .................................................................................................... 111,90 rpm
Queda líquida de referência ........................................................................................ 136,80 m
Sentido de rotação .................................................................................................. anti-horário
Mancais ..................................................................................... escora - guia e guia no gerador
Regulador ................................................................................................................... digital PID
Acumulador ................................................................................................. balão de nitrogênio
Tubo de sucção ................................................................................................................ singelo
Elevação da linha de centro de distribuidor ................................................................. 99,50 m
Nível d'água max. de montante .................................................................................. 242,00 m
Nível d'água de jusante p/ Q = 4,6 m3/s (Unitária) ....................................................... 97,11 m
Comprimento do túnel de adução até a bifurcação ................................................. 1074,84 m
Rugosidade média da superfície ..................................................................................... 0,15 m
Comprimento do conduto blindado até bifurcação........................................................ 10,5 m
62 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
5.1.6. Características básicas das estruturas (barragem, subestação, captação, base das torres
das linhas de transmissão e quaisquer outras interferências a serem implantadas);
A Antiga Usina de Glicério
No ano de 1929 entrou em operação a “Hydro-electrica de Macahé”, no distrito de Glicério, uma das
primeiras hidrelétricas do estado do Rio de Janeiro, com o objetivo de levar energia elétrica a todo o norte-
fluminense. Em 1931 foram iniciados estudos preliminares para a instalação de outra usina hidrelétrica no
rio Macabu que seria integrada a usina de Glicério. Estas águas, depois de movimentarem os geradores da
usina de Macabu, se juntariam ao rio São Pedro, aumentando sua vazão e movendo a usina de Glicério.
A barragem antiga da Usina de Glicério foi construída com pedra argamassada e concreto, e possui 12m de
altura. O tunel de adução, de ferro e com 790m de extensão, levava água do reservatório até a casa de
força, com duas turbinas que eram capazes de gerar até 1,2 MW de enregia elétrica. No ano de 1972, após
problemas no túnel de adução e a alteração do sistema brasileiro para 60Hz, a Usina de Glicério foi
desativada.
Visitas de inspeção foram efetuadas para o levantamento das condições operacionais da usina, juntamente
com o levantamento cadastral das estruturas que compõem o seu arranjo. O estado das estruturas, em
seus aspectos estruturais e eletromecânicos, foi verificado e as possibilidades do seu reaproveitamento no
projeto de recapacitação estão apresentadas a seguir.
1. Barragem e vertedouro
O barramento é constituído, a partir da ombreira direita, por uma barragem de pedra argamassada,
vertedouro com soleira livre, tomada d´água e fechamento da ombreira esquerda através de uma
barragem de pedra argamassada. Após inspeção verificou-se que a barragem do ponto de vista estrutural
não apresenta risco, sendo necessária reforma e adaptação para uma recapacitação.
A presença de pontos isolados de carbonatação do concreto e da argamassa de rejuntamento das
alvenarias de pedra não constitui dano significativo na estrutura, assim como a existência de alguns pontos
isolados de concentração de umidade com a armadura pouco exposta e oxidada com consequente
desagregação do concreto. Pequenos e espaçados merejamentos de água foram visualizados na barragem
durante a visita.
O vertedouro constituído por dois vãos, em soleira livre, perfil Creager com concha de dissipação,
apresenta os mesmos problemas da barragem e deverá sofrer reformas, sendo que apenas o perfil
hidráulico do vertedouro é de concreto convencional.
O levantamento cadastral das dimensões indicou os seguintes valores:
Barragem
Tipo............................................................................Pedra Argamassada e Concreto - Gravidade
Comprimento total da crista..............................................................................................90,00 m
Altura Máxima....................................................................................................................12,00 m
63 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Volume Total (concreto)..................................................................................................4.000 m3
Situação Atual..........Fora de Operação (Aproveitável para o projeto de recapacitação da Usina)
Comporta
Identificação.....................................................................................................Descarga de Fundo
Tipo.........................................................................................................................................Plana
Quantidade..................................................................................................................................01
Altura....................................................................................................................................1,40 m
Largura.................................................................................................................................1,20 m
Material.....................................................................................................................................Aço
Acionamento.......................................................................................................................Manual
Situação Atual...................Fora de Operação (Será utilizada para esvaziamento parcial do reservatório)
Vertedouro
Tipo................................................................................................Pedra Argamassada Gravidade
Comprimento.....................................................................................................................10,90 m
Controle...................................................................................................................................Livre
Situação Atual................Em Operação (Aproveitável para o projeto de recapacitação da Usina)
2. Tomada d’Água
A tomada d’água conduz o fluxo de água através de uma única câmara com ranhuras para a comporta
deslizante e comporta ensecadeira. Para a operação dessas comportas existe uma estrutura metálica em
condições muito precárias na crista da barragem. O novo projeto de recapacitação não prevê o seu
aproveitamento.
O levantamento cadastral das dimensões indicou os seguintes valores:
Tomada d’água
Tipo.................................................................................................................Concreto Gravidade
Situação Atual.............................Fora de Operação (não será aproveitada para a recapacitação)
Comporta
Tipo.........................................................................................................................................Plana
Quantidade..................................................................................................................................01
Altura....................................................................................................................................2,00 m
Largura.................................................................................................................................2,00 m
64 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Material.....................................................................................................................................Aço
Acionamento.......................................................................................................................Manual
Situação Atual.............................Fora de Operação (não será aproveitada para a recapacitação)
3. Conduto Forçado
O conduto forçado antigo, com aproximadamente 800 metros de extensão com diâmetro interno de
1,05 metros, devido a seu avançado estado de corrosão, não será aproveitado no novo projeto de
recapacitação.
4. Casa de Força
A casa de força situa-se na margem direita do rio São Pedro, estando totalmente desativada. O novo
projeto de recapacitação não prevê o seu aproveitamento, sendo instalada uma nova casa de força
subterrânea a jusante.
As dimensões da atual casa de força são:
Casa de Força
Tipo...................................................................................................................................Abrigada
Largura...............................................................................................................................10,00 m
Comprimento.....................................................................................................................22,00 m
Altura....................................................................................................................................7,00 m
Situação Atual.............................Fora de Operação (não será aproveitada para a recapacitação)
5. Válvula, Canal de Fuga, Ponte Rolante, Turbina,Gerador, Transformadores:
O levantamento cadastral das dimensões indicou os seguintes valores:
Canal de Fuga
Tipo......................................................................................................................................Aberto
Situação Atual.............................Fora de Operação (não será aproveitada para a recapacitação)
Ponte Rolante
Identificação..............................................................................................................Casa de Força
Capacidade Nominal..............................................................................................................100 t.
Altura de Elevação................................................................................................................7,00 m
Situação Atual.............................Fora de Operação (não será aproveitada para a recapacitação)
Turbina
Fabricante..........................................................................................................Escher Wyss-Suíça
Tipo....................................................................................................................Francis/Horizontal
Quantidade..................................................................................................................................02
65 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Potência..............................................................................................................................600 kW
Situação Atual.............................Fora de Operação (não será aproveitada para a recapacitação)
Gerador
Fabricante.................................................................................................................................AEG
Quantidade..................................................................................................................................02
Potência Nominal...............................................................................................................750 kVA
Tensão Nominal..................................................................................................................3.000 V
Situação Atual.............................Fora de Operação (não será aproveitada para a recapacitação)
Transformadores
Tipo....................................................................................................................................HPL - 20
Quantidade..................................................................................................................................02
Potência Nominal............................................................................................................5,55 MVA
Relação de tensão.........................................................................................................4,16/ 69 kV
Situação Atual.............................Fora de Operação (não será aproveitada para a recapacitação)
66 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 2. Vista da barragem e do vertedouro de soleira livre.
Figura 3. Vista da barragem e da toma d’água existente.
67 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Descrição e análise das estruturas a serem instaladas
A seguir uma descrição e análise das estruturas que serão instaladas na repotencialização da PCH Glicério,
com dados técnicos e principais características. No Anexo I estão as plantas que constam no Projeto Básico
do empreendimento.
1) Vertedouro e Barragem de Concreto
As estruturas do eixo da barragem existente são constituídas principalmente pelo vertedouro e pelas
barragens de concreto. Complementam a barragem, a estrutura da tomada d’água e uma descarga de
fundo que serão eliminadas no novo arranjo.
O vertedouro de soleira livre existente está subdimensionado e deverá ser ampliado para atender a cheia
de 315,80 m³/s, correspondente ao tempo de recorrência de 500 anos. Essa estrutura vertente terá
63,05 metros de comprimento, soleira na elevação 240,00 metros e lâmina d’água de 2,0 metros. Totaliza
com a barragem de concreto 101,60 metros de comprimento.
O vertedouro existente é construído em pedra argamassada, cuja estrutura será preservada ao máximo e
fará parte da nova estrutura vertente. A demolição parcial do concreto das estruturas existentes deverá ser
feita a frio.
Na ombreira esquerda, adjacente ao vertedouro, está prevista uma barragem de concreto, de gravidade,
coroada na cota 242,50 metros e com 16,00 metros de comprimento. Na ombreira direita, o vertedouro
encosta diretamente na estrutura do descarregador de fundo que por sua vez está ligada ao desarenador.
A barragem de concreto na margem esquerda será do tipo gravidade, com 2,0 metros de largura na crista e
com o paramento de montante vertical e de jusante com a inclinação de 1,0 V:0,7 H.
2) Canal de Adução e Desarenador
O canal de adução, no trecho inicial, terá 115,70 metros de comprimento até a entrada na estrutura de
concreto, que terá 29,10 metros de comprimento e 7,00 metros de largura, com o fundo variando entre as
cotas 234,60 e 233,00 metros.
As galerias do desarenador estão localizadas no trecho final do canal de adução, sendo constituídas por
duas estruturas transversais de captação dos sedimentos, distantes 13,30 m uma da outra. Essas galerias
de concreto, internamente, têm 1,20 metros de largura por 1,20 metros de altura e possuem uma abertura
a montante com 0,25 metros de altura para captação dos sedimentos. Essas galerias seguem paralelas por
cerca de 57,4 metros, na margem direita, até a estrutura de saída do desarenador, que será instalada à
direita da estrutura do descarregador de fundo.
Os equipamentos do desarenador são constituídos por duas comportas ensecadeira de 1,20 x 1,20 metros,
acionadas por meio de uma talha manual e por duas comportas tipo “AWWA” de 1,20 x 1,20 metros,
acionadas manualmente por um sistema com manivela e haste de rosca sem fim que terá a função de
68 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
remover o material sólido granular (areia) que se depositará nas galerias de captação, antes da entrada da
tomada d’água.
O canal de adução foi projetado para uma vazão de 9,22 m³/s, devendo ser implantada em solo no seu
trecho inicial e em rocha sã no trecho final, sendo adotada uma seção com taludes de 1,0V:1,0H nos
trechos em solo. Eventual e localmente, o talude rochoso poderá ser tratado com concreto projetado e
chumbadores.
3) Tomada d'Água
A estrutura da tomada d'água será instalada na margem direita, sendo o seu posicionamento definido para
ser suficientemente submerso e evitar a ocorrência de vórtices, fixando-se a cota superior na
elevação 242,50 metros. O dimensionamento hidráulico fixou, considerando a vazão de 9,22 m³/s, as
velocidades máximas em 0,51 m/s para a grade e em 1,23 m/s para a seção de comporta de emergência.
A tomada d'água constitui-se de uma estrutura de concreto armado com coroamento na cota
242,50 metros e com 10,00 metros de altura, 13,20 metros de comprimento e 7,00 metros de largura. A
tomada d’água é dotada de uma grade metálica de 6,00 x 3,00 metros e de uma comporta vagão de
2,50 x 3,00 metros. O piso da grade deverá ficar na cota 233,50 metros e o das comportas na cota
233,80 metros. As seções de escoamento variam de montante a jusante, passando de uma seção
retangular de 2,50 x 3,00 metros para uma seção circular do poço de adução com 3,00 metros de diâmetro.
A fundação da tomada d'água está prevista para a cota 232,50 metros, em gnaisse alterado e fraturado
(RAD), com características geomecânicas adequadas para a sua implantação, que deverão ser confirmadas
nas próximas fases do projeto.
4) Poço e Túnel de Adução
Iniciando as obras subterrâneas do circuito de adução, está projetado na progressiva 1+0,00 metros um
poço de adução vertical, com 4,00 metros de diâmetro e cerca de 49 m de desnível, entre a cota
227,00 metros e 178,00 metros (referente ao piso do túnel de adução). O eixo do túnel está na
elevação 180,00 metros.
A partir da progressiva 1+0,00 metros se inicia o túnel de adução que tem uma seção arco-retângulo de
4,00 metros e uma declividade constante de 0,5%. O túnel se desenvolve até a progressiva 10+0,00 metros,
quando a declividade passa a ser de 10,0% até a progressiva 51+0,00 metros, onde o eixo do túnel está na
elevação 98,00 metros. Daí até a progressiva 52+0,70 metros, no início do conduto forçado, o túnel é
horizontal. A partir dessa progressiva o túnel segue na horizontal até a caverna da casa de força, na
progressiva 52+2,70 metros, totalizando 1.046,58 metros de extensão. Nessa progressiva está a instalada a
bifurcação de onde saem dois túneis menores com 1,30 metros de diâmetro e 15,50 metros de
comprimento cada.
O projeto geométrico do túnel de adução foi concebido considerando as condições geológicas locais com
grandes espessuras de alteração e presença constante de zonas fraturadas e de veios pegmatíticos,
69 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
resguardando uma grande cobertura e com isso reduzir os tratamentos de estabilização e a aplicação de
revestimento estrutural. As declividades foram adotadas buscando facilitar a construção e drenar por
gravidade as infiltrações d’água.
O dimensionamento hidráulico do túnel foi definido, inicialmente, pela avaliação da perda de carga do
circuito de adução para a vazão de 9,22 m³/s. Por necessidades construtivas, adotou-se uma seção arco
retângulo de 4,0 metros.
As escavações para o túnel de adução deverão ser executadas principalmente em gnaisse são e pouco
fraturado, de boas características geomecânicas, para onde foram definidos avanços de 3 metros, a plena
seção, e estabilizações com tirantes esporádicos e com tirantes sistemáticos na abóbada. Trechos muito
fraturados terão os avanços reduzidos para 1,50 metros e aplicação de concreto projetado com fibra e/ou
tela metálica.
Durante a escavação e o mapeamento geológico nas frentes de escavação será definida a necessidade de
sondagens pilotos horizontais para a identificação de possíveis zonas de instabilidade.
5) Conduto Forçado
O conduto forçado é constituído por uma linha de tubos de aço com 2,20 metros de diâmetro, num trecho
de 10,00 metros de comprimento que se inicia dentro do túnel de adução, em torno da estaca
51+12,70 metros. Desenvolve-se na horizontal até a sua bifurcação, esta na estaca 52+2,70 metros, donde
saem dois tramos com 1,30 metros de diâmetro. Os dois ramais são simétricos, com um trecho inicial de
6,89 metros, uma curva com 2,02 metros e um trecho final de 2,78 metros. Daí, os diâmetros dos tramos
são reduzidos para 1,00 metros até a chegada à válvula borboleta.
Os condutos, dentro do túnel de adução, serão envelopados com concreto. O maciço rochoso no trecho
será drenado a partir da casa de força com furos de 4 polegadas de diâmetro.
A jusante de cada ramal de conduto adutor será flangeada uma válvula borboleta. Estas válvulas permitirão
efetuar os trabalhos de manutenção das turbinas sem a necessidade de esvaziar o conduto forçado e o
túnel de adução, além de se fecharem automaticamente em caso de falha do fechamento pelo distribuidor,
por ação do servomotor ou do contrapeso.
6) Casa de Força
A casa de força é subterrânea dimensionada para abrigar duas unidades geradoras Francis, eixo horizontal,
de 5,60 MW cada. A estrutura para abrigar as unidades terá uma largura de 12,80 metros, comprimento de
31,90 metros e altura máxima de 25,00 metros entre as cotas 92,60 e 117,565 metros. A área de
montagem terá a mesma largura e um comprimento de 6,50 metros, com piso previsto na cota
104,50 metros. Dois poços, um de exaustão e outro de insuflamento, este para a subida dos cabos à
subestação, complementam a casa de força.
70 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
O acesso à casa de força se fará pela área de montagem através de um túnel dimensionado para permitir o
tráfego de caminhão para transporte de até 22 toneladas. O setor da casa de força considerado como
sendo a infra-estrutura é constituído por um único piso principal. Na parte considerada como sendo a
superestrutura, encontram-se os pilares e as vigas para a instalação da ponte rolante, que terá um vão de
12,40 metros entre eixos. A ponte servirá para a movimentação dos equipamentos e respectivos
componentes, tanto na fase de sua instalação, como na fase de operação e manutenção.
A concepção estrutural da casa de força é bastante simples, sendo toda estruturada em concreto com
paredes expostas no maciço rochoso. A casa de força será construída com concreto armado, em camadas
máximas de 1,5 metros de altura. Junto à fundação será executada regularização da superfície com
concreto convencional.
Os poços de exaustão e de insuflamento deverão ter, respectivamente, diâmetros de 2,5 e 5,0 metros. Os
trechos em solo, executados de cima para baixo, deverão ter suas paredes estabilizadas com solo
grampeado, sendo o poço de cabos revestido por concreto estrutural com 0,50 metros de espessura. Os
trechos em rocha poderão ser executados de baixo para cima e deverão ser estabilizados com
chumbadores e concreto projetado.
7) Túnel de Fuga
Os tubos de sucção restituem a vazão turbinada para dois túneis que tem 2,30 metros de largura por
3,10 metros de altura e comprimento de 9,15 metros cada e que se unem em um único túnel, que deverá
trabalhar afogado, para dar vazão de 9,22 m³/s com a velocidade de 1,0 m/s e desaguar no rio São Pedro.
Os pisos dos túneis, junto à casa de força, serão escavados em rocha sã, na cota 93,60 metros em seção
arco retângulo de 2,30 metros de largura e 3,10 metros de altura. Após se juntarem em um único, o túnel
tem uma rampa com 10% de inclinação por cerca de 16,00 metros, onde atinge o greide na cota
92,70 metros. Daí a 212,35 metros, o túnel tem uma declividade de 0,252%, seguindo-se, novamente um
trecho de 25,0 metros em rampa de 10% até atingir a cota 95,00 na saída do túnel.
O desemboque do túnel se dá em solo, o que associado à proximidade da Rodovia RJ - 162 exigiu que um
projeto muito particular fosse adotado no local, incluindo a estabilização do espelho do desemboque com a
técnica de solo grampeado drenado. A escavação do túnel em solo exigirá a utilização de enfilagem, de
treliças metálicas e de concreto projetado para permitir o seu avanço. O trecho final do túnel de fuga, de
cerca de 35 metros, deverá ser revestido com concreto estrutural.
8) Túnel de Acesso
O acesso à casa de força, mais exatamente à área de montagem, se fará através de um túnel projetado
para o tráfego de carretas de até 22 toneladas, devendo servir como acesso permanente para os serviços
de manutenção e inspeção. O túnel terá 188,00 metros de comprimento, seção arco retângulo com 6,00
metros de largura e altura de 5,00 metros com greide subhorizontal na cota 104,40 metros.
71 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Próximo à área de montagem, está projetado um nicho de manobras com raios mínimos de 9,0 e
18,0 metros, respectivamente, interno e externo.
9) Janela de Serviço
Está prevista opção de uma janela de serviço para acessar o trecho de montante do túnel de adução e mais
especificamente, o poço de adução, permitindo assim liberar a concretagem da tomada d’água, o mais
breve possível. O túnel terá 130,65 m de comprimento, seção arco retângulo de 4,00 metros de dimensão e
declividade de 10%.
10) Bota Fora
Está prevista a escavação de um volume de rocha da ordem de 50.775 m³ e uma utilização da ordem de
6.000 m³, resultando num volume de bota-fora de cerca de 44.775 m³. Além disso, está previsto o
desassoreamento do reservatório com deposição do material assoreado na área de bota-fora. O volume
esperado de material é de aproximadamente 60.000 m3. Somando-se o volume de material assoreado ao
volume de terra e rocha das escavações é esperado um volume total de bota-fora de 104.775 m3.
Conforme o Estudo de Impacto Ambiental do empreendimento, Item 5.5.5. “Levantamento das possíveis
áreas de bota-fora, visando possível desassoreamento do reservatório”, as áreas de bota-fora serão
utilizadas para estocagem de materiais inservíveis e materiais excedentes provenientes das escavações das
obras e do desassoreamento do reservatório.
Neste item, foram apresentadas duas áreas para uso como áreas de bota-fora da PCH Glicério, sendo elas
Área 1 e Área 2 de Macabu, as quais foram descritas, localizadas e identificadas em mapas
georreferenciados. As áreas foram escolhidas por estarem situadas em terreno próprio, localizadas a
distância adequada para o transporte dos materiais, não possuírem cobertura vegetal, sendo classificadas
como “pasto”, e por apresentarem capacidades de acomodação de todo o volume previsto. Essas áreas
têm capacidade para comportar volume além do esperado. Dessa forma, não há necessidade de áreas
alternativas para deposição de material.
Complementarmente, foram avaliadas duas áreas adicionais Área 1 e 2 de Glicério, consideradas como
possibilidades em caso de necessidade, apenas com o intuito de fornecer opções à empresa de engenharia.
Devido a maior distância destas áreas e às áreas de Macabu terem capacidade para volume
significativamente superior ao volume calculado de bota-fora, as Áreas de Glicério não serão consideradas
para licenciamento nesse Estudo de Impacto Ambiental. Em caso de necessidade posterior serão
apresentados estudos específicos para esses bota-foras. Sendo assim, os bota-foras considerados no
licenciamento ambiental da PCH Glicério serão Área 1 e 2 de Macabu, que foram consideradas nos
diagnósticos previamente apresentados no EIA e serão descritos a seguir.
A localização das áreas de bota-fora de Macabu, Área 1 e 2, podem ser observadas no Mapa de Áreas de
Bota-Fora, Anexo I – Mapas do EIA Volume I.
72 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Área 1 – Macabu, nas coordenadas 22°13'52,34"S/ 42°05'56,88"O (789.949/ 7.538.816): Essa área se situa
em terreno próprio da Quanta Geração S.A. no lado esquerdo da estrada de acesso à casa de força da PCH
Macabu, à distância de aproximadamente 3,5 km da nova casa de força da PCH Glicério, com área
disponível para armazenar aproximadamente 200.000 m3 de rocha e terra.
Área 2 – Macabu, nas coordenadas 22°13'43,42"S/ 42°05'53,23"O (789.896/ 7.538.785): Essa área se situa
em terreno próprio da Quanta Geração S.A. no lado direito da estrada de acesso à casa de força da PCH
Macabu, à distância de aproximadamente 3,5 km da nova casa de força da PCH Glicério, com área
disponível para armazenar aproximadamente 300.000 m3 de rocha e terra.
Figura 4. Localização bota-fora Macabu: Área 1 e Área 2.
Área 1 Macabu
Área 2 Macabu
PCH Macabu
73 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
11) Linha de Transmissão
A PCH Glicério será conectada a uma Linha de Transmissão já existente da concessionária distribuidora
Ampla paralela a usina, havendo duas opções de conexão: sendo uma em 69 kV (Macabu – Dist. Campos) e
outra de 138 kV (Macabu – Rocha Leão). Para ambas as alternativas poderá ser utilizado circuito simples ou
duplo com um condutor por fase em alumínio ou cobre variando de 75mm² a 310mm², com cabo para-
raios, isoladores de vidro ou porcelana em estruturas metálicas. As conexões se darão com lançamento de
cabo em solo com distâncias aproximadas de 500 m, sem necessidade de supressão de vegetação. A
seleção do projeto levará em conta o Plano de Expansão do Sistema da concessionária local conforme
período de execução.
12) Subestação
A subestação da PCH Glicério terá configuração de barras simples, com duas unidades geradoras e o
transformador elevador conectados à barra de geração através de cabos isolados de 6/10 kV e uma saída
de linha de transmissão que se interligará com a linha de transmissão da concessionária distribuidora local
(Ampla Energia S.A.).
Os equipamentos de alta tensão da subestação (disjuntores, chaves seccionadoras, pára-raios,
transformadores de corrente e potencial, estruturas de suporte dos cabos aéreos, etc.) e a saída da linha de
transmissão para o ponto de conexão serão dispostos no pátio da subestação.
Os equipamentos de alta tensão atenderão a classe de isolamento 72,5/145 kV (de acordo com a tensão de
conexão), próprios para instalação ao ar livre. Os disjuntores serão de comando e acionamento tripolar,
isolamento interno e câmara de extinção a gás, trifásicos montados sobre estrutura metálica.
As distâncias entre equipamentos no pátio e o dimensionamento das vias internas possibilitam o acesso
aos equipamentos e o trânsito de pessoas e veículos para montagem, manutenção e ensaios. Os sistemas
de serviços auxiliares, as proteções e o controle manual dos disjuntores e chaves seccionadoras serão
dispostos na sala de controle, localizada ao lado da subestação.
A subestação será protegida contra descargas de origem atmosférica e sobre-tensões por surtos de tensão
por um sistema de cabos para-raios e blindagens contra surtos.
74 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
5.1.7. Vazões médias, máximas e mínimas históricas no local do barramento;
Para caracterização das vazões na bacia, foram coletados os dados dos postos apresentados abaixo. Como
se observa, a rede hidrométrica em operação se restringe aos postos indicados, situados fora dos limites da
bacia, já que para os postos da bacia não existem dados disponíveis. Desta forma, os postos coletados
darão suporte às análises a serem realizadas.
Quadro VIII. Dados Fluviométricos das estações de Macabuzinho, Macaé de Cima, Galdinópolis e Piler.
Código ANA
Estação Rio Fonte AD
(km2)
Disponibilidade de Dados Início Fim
59100000 Macabuzinho Macabu ANA 626 Set/30 Dez/05
59120000 Macaé de Cima Macaé de Cima ANA 67 Mai/67 Dez/05
59125000 Galdinópolis Macaé ANA 101 Ago/50 Dez/05
59135000 Piler Bonito ANA 75 Ago/50 Dez/05
A determinação da série de vazões mensais para a PCH Glicério foi determinada utilizando-se a correlação
entre as áreas de drenagem do posto fluviométrico Galdinópolis somadas à série de vazões turbinadas da
Usina Macabu, cuja simulação de operação foi realizada nos Estudos de Inventário do rio São Pedro. A
seguir são apresentadas as séries de vazões médias dos postos Galdinópolis e Macabuzinho, da Usina
Macabu e da PCH Glicério.
75 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Quadro IX. Série de Vazões Médias (m³/s) – Posto Galdinópolis.
Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média
1950 1,4 1,7 2,5 4,5
1951 6,0 6,6 10,7 6,8 4,3 3,3 2,5 2,0 1,4 1,4 1,3 4,7 4,2
1952 8,4 25,6 10,8 6,4 4,1 3,3 3,0 2,8 2,8 2,5 6,0 7,8 6,9
1953 4,4 5,5 3,9 4,3 4,5 2,9 2,3 1,9 1,9 1,5 5,6 5,3 3,7
1954 3,4 2,5 2,5 3,7 3,8 2,6 2,4 2,2 1,6 1,4 1,4 2,8 2,5
1955 6,9 3,1 2,7 3,7 2,6 2,6 1,7 1,3 1,2 1,3 4,8 6,1 3,2
1956 6,0 3,0 4,4 3,4 3,5 2,8 2,5 2,4 1,6 1,8 3,4 5,9 3,4
1957 4,9 4,7 6,6 9,6 4,5 3,3 2,6 1,8 2,1 2,1 3,7 11,2 4,8
1958 4,8 4,2 4,7 4,9 5,1 3,6 2,7 2,0 2,2 2,2 7,6 5,2 4,1
1959 6,3 3,6 6,8 4,7 3,7 3,0 2,1 3,4 1,8 1,5 4,4 5,0 3,9
1960 6,6 9,2 11,6 6,8 3,9 2,8 2,8 3,9 2,4 2,4 3,8 6,0 5,2
1961 17,4 17,0 11,8 8,0 5,5 3,9 3,4 2,3 1,8 1,4 2,1 5,4 6,7
1962 9,0 16,4 8,3 5,9 4,3 2,9 2,4 1,8 1,8 2,8 5,4 7,9 5,7
1963 5,8 7,5 4,6 3,8 2,7 2,5 1,8 1,5 1,1 1,2 1,7 1,7 3,0
1964 5,4 9,3 6,6 5,9 3,7 2,9 3,4 2,1 1,8 2,4 4,6 12,4 5,0
1965 13,2 14,9 7,0 5,2 4,4 3,0 2,4 2,0 1,6 2,9 4,3
1966 19,1 4,8 6,3 11,0 4,8 2,9 2,6 2,0 1,7 2,5 6,7 6,0 5,9
1967 16,7 17,0 11,5 7,1 4,6 3,2 4,0 2,1 1,8 1,6 2,4 10,2 6,9
1968 17,0 10,1 16,5 7,6 3,9 2,5 2,2 2,2 2,3 2,1 2,4 4,6 6,1
1969 6,6 5,6 7,3 5,7 3,5 2,9 2,5 1,9 1,4 2,3 4,5 6,4 4,2
1970 7,1 3,5 2,9 2,5 1,8 1,5 1,6 1,4 1,6 2,1 4,6 3,3 2,8
1971 2,6 4,9 7,5 2,2 4,0 3,6 9,2 14,3
1972 5,2 5,0 7,2 4,5 3,0 2,3 2,0 1,8 1,9 2,9 3,2 4,5 3,6
1973 5,6 10,4 4,8 3,7 4,0 2,5 2,3 1,9 2,0 2,7 5,8 4,6 4,2
1974 6,5 3,7 4,3 4,6 3,1 2,7 2,0 1,7 1,5 2,0 2,0 4,1 3,2
1975 7,3 4,8 3,9 4,2 3,6 2,7 2,3 1,7 1,7 2,7 3,0 3,6 3,5
1976 3,5 4,6 3,8 3,1 2,8 2,1 2,0 2,0 2,1 2,9 3,7 8,0 3,4
1977 6,7 4,0 3,0 4,8 3,0 2,2 1,9 1,6 1,7 1,7 4,7 9,4 3,7
1978 16,7 7,4 4,2 4,3 3,3 2,5 2,1 1,9 1,5 1,5 3,0 3,1 4,3
1979 8,9 20,0 13,8 8,1 3,9 2,6 2,8 2,1 2,4 2,1 4,2 6,5 6,4
1980 14,4 11,2 3,6 3,7 2,4 2,0 1,7 1,8 1,8 3,0 4,9 11,0 5,1
1981 12,8 9,2 8,4 9,6 4,6 2,9 2,6 2,0 1,7 1,8 3,1 12,8 6,0
1982 11,4 7,1 14,6 12,4 5,2 3,4 2,5 3,2 2,3 3,5 2,6 5,0 6,1
1983 9,9 5,0 6,1 5,1 4,3 5,2 3,0 2,3 4,4 4,3 5,3 6,5 5,1
1984 5,1 3,7 4,1 5,3 3,5 2,4 2,0 1,9 1,7 1,7 2,8 3,7 3,2
1985 10,4 9,8 9,8 5,7 3,9 2,8 2,2 1,9 1,8 1,8 3,3 3,8 4,8
1986 5,5 5,2 4,5 4,1 3,0 2,2 2,2 1,8 1,9 1,5 2,3 3,9 3,2
1987 6,8 5,4 5,3 4,3 3,3 3,0 2,1 1,8 1,8 1,5 2,3 4,3 3,5
1988 3,3 7,7 4,5 4,0 3,7 3,1 2,5 1,9 1,6 2,3 4,2 3,9 3,6
1989 7,3 4,4 5,5 5,9 4,2 3,4 2,8 2,1 2,0 2,2 2,4 5,1 3,9
1990 2,8 2,5 3,4 4,9 3,6 2,5 2,3 2,0 2,2 2,4 3,3 2,7 2,9
1991 10,9 8,7 5,4 5,3 3,8 3,0 2,3 1,9 2,4 2,6 2,3 3,4 4,3
1992 7,2 4,1 2,8 2,5 2,4 1,7 1,7 1,5 2,6 3,2 4,2 9,0 3,6
1993 4,5 3,3 3,7 3,8 3,0 2,6 2,0 1,6 1,9 2,1 1,7 2,3 2,7
1994 6,9 3,7 9,0 9,9 4,2 3,1 2,4 1,9 1,6 1,8 2,5 7,4 4,5
1995 3,7 5,5 3,2 2,6 2,6 2,0 1,8 1,5 1,9 2,2 2,9 3,8 2,8
1996 4,7 4,1 4,3 3,9 2,9 2,4 1,9 1,7 2,6 2,0 5,0 4,8 3,4
1997 12,6 4,7 5,3 3,8 3,1 2,6 2,0 1,9 1,6 1,8 2,8 3,3 3,8
1998 5,8 9,7 5,0 4,7 3,1 2,5 2,1 1,9 1,8 2,9 4,3 4,3 4,0
1999 4,9 3,7 5,0 4,7 3,1 2,7 2,1 2,0 1,5 2,0 3,1 4,2 3,3
2000 7,9 5,2 6,3 4,8 2,9 2,1 2,0 2,6 3,1 2,1 3,4 5,2 4,0
2001 5,5 4,0 3,5 3,2 2,7 2,1 1,9 1,5 1,5 1,5 2,4 3,5 2,8
2002 4,5 6,7 4,5 3,3 3,0 2,3 2,0 1,7 2,3 1,7 3,7 9,9 3,8
2003 8,5 4,7 4,4 3,3 2,7 2,1 1,9 1,9 1,9 2,2 3,7 8,7 3,8
2004 12,5 7,9 5,2 5,8 4,1 3,1 3,5 2,8 2,1 2,5 4,3 7,3 5,1
2005 8,2 14,2 12,1 5,6 4,4 3,2 3,0 2,2 2,3 2,0 4,2 8,2 5,8
2006 4,5 4,0 4,1 6,1 3,9 3,0 2,3 2,1 2,0 2,4 3,8 6,5 3,7
2007 17,8 7,9 4,3 3,9 3,6 2,9 2,3 1,9 1,6 1,6 2,5 5,3 4,6
2008 6,3 8,7 7,8 7,0 4,2 3,0 2,3 2,0 2,1 2,2 3,9 6,0 4,6
Média 8,0 7,2 6,3 5,3 3,6 2,8 2,3 2,0 2,0 2,2 3,7 6,0 4,3
76 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Quadro X. Série de Vazões Médias (m3/s) – Posto Macabuzinho
Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média
1931 20,4 27,1 28,6 61,6 18,7 16,3 13,0 22,9 36,5 25,5 24,3 36,2 27,6
1932 43,6 37,4 22,0 14,6 37,7 18,0 13,7 11,5 7,7 8,4 19,8 33,9 22,4
1933 56,5 30,6 23,0 25,9 23,1 12,6 11,7 6,9 17,8 21,7 25,7 32,6 24,0
1934 47,6 22,3 34,2 19,0 14,6 10,7 7,9 6,1 9,2 13,7 8,4 26,9 18,4
1935 27,0 50,6 19,9 15,3 9,9 7,7 5,9 5,9 5,1 6,6 9,3 12,9 14,7
1936 5,0 11,6 16,5 20,7 8,4 9,7 6,9 5,4 9,0
1937 40,8 27,7 13,1 25,1 25,8 11,8 13,1 7,5 5,9 7,2 21,3 38,0 19,8
1938
1939 26,2 19,4 10,8 12,8 8,0 6,4 6,2 4,7 9,1 5,7 8,7 14,1 11,0
1940 22,9 23,0 24,4 12,5 9,7 7,4 5,6 4,3 5,2 9,1 30,1 17,7 14,3
1941 17,2 15,0 22,0 19,6 12,5 8,7 9,1 6,5 11,3 10,0 10,6 27,6 14,2
1942 27,9 11,1 12,9 15,5 9,0 7,7 8,2 7,0 6,2 15,2 25,6 75,5 18,5
1943 57,9 42,1 27,9 15,6 11,8 15,0 11,4 10,3 10,4 24,5 23,2 44,6 24,6
1944 28,9 43,8 29,0 27,1 23,3 14,4 11,1 9,0 6,4 6,5 11,0 23,1 19,5
1945 32,0 34,9 18,6 30,8 16,6 12,6 10,1 6,9 11,0 7,4 16,2
1946 24,1 11,0 21,0 17,4
1947 15,4 25,0 40,4 20,6 11,6 12,4 13,6 11,4 16,3 33,6 30,4 38,0 22,4
1948 29,1 26,8 38,9 19,9 21,4 13,3 10,6 8,6 9,1 10,0 11,7 27,7 18,9
1949 43,6 50,9 24,3 21,9 12,2 12,0 9,7 8,1 6,2 8,7 16,5 30,2 20,4
1950 39,0 33,3 24,1 18,9 14,9 10,5 8,4 6,5 5,4 6,4 20,1 22,8 17,5
1951 24,3 19,3 36,8 22,7 17,6 15,0 9,7 7,9 4,9 6,7 5,5 13,5 15,3
1952 43,8 48,1 36,7 16,9 11,4 12,4 11,0 10,9 11,7 10,7 22,9 29,2 22,1
1953 13,8 17,9 11,2 14,5 17,1 8,2 6,3 5,3 6,2 4,3 11,1 21,8 11,5
1954 10,7 5,0 4,4 16,9 11,3 7,0 4,6 4,1 5,3 5,6 5,5 5,1 7,1
1955 6,4 3,7 2,7 5,5 8,1 6,5 4,3 2,9 2,5 3,5 17,4 17,4 6,7
1956 15,5 4,4 7,1 3,5 3,9 3,7 2,7 3,2 2,3 4,9 7,3 19,7 6,5
1957 24,7 12,7 14,2 30,8 21,1 11,0 7,3 4,8 7,1 5,9 19,4 46,8 17,2
1958 13,7 11,2 7,0 10,1 5,2 3,8 5,7 4,5 3,0 6,1 6,4 7,2 7,0
1959 12,5 4,4 11,1 10,9 8,2 4,5 2,9 3,2 3,7 3,4 8,6 12,3 7,1
1960 11,9 39,4 69,5 21,7 5,3 4,6 7,3 13,7 6,7 5,4 18,0 32,6 19,7
1961 68,6 59,8 24,9 21,1 12,3 9,8 6,6 7,4 7,3 3,3 5,7 8,3 19,6
1962 23,5 36,8 18,2 12,0 13,3 4,6 2,9 5,2 5,8 16,2
1963 23,3 12,7 8,5 5,2 4,2 3,6 3,1 2,9 2,0 2,8 4,6 2,2 6,3
1964 11,5 16,5 7,9 4,5 6,4 3,4 4,3 18,8 19,5 25,2
1965 37,3 38,4 26,9 27,3 15,9 16,4 16,6 12,9 14,6 19,0 25,2 28,4 23,2
1966 41,9 16,2 22,4 37,8 17,9 8,9 8,6 4,9 5,9 25,9 19,4
1967 37,9 32,3 23,4 14,9 8,1 7,9 4,5 3,9 3,4 9,3 17,3
1968 16,5 13,9 19,8 8,9 5,9 5,8 8,5 6,9 7,7 14,0 14,3 20,0 11,8
1969 12,8 12,8 24,4 19,0 11,0 18,0 17,9 9,3 7,2 10,3 13,4 16,3 14,4
1970 23,0 11,8 9,7 7,6 5,0 1,0 2,3 0,7 0,5 1,5 5,6 1,7 5,9
1971 7,0 5,6 14,2 7,8 7,1 8,8 6,0 5,9 13,8 10,4 38,3 47,2 14,3
1972 21,6 13,3 14,5 11,0 8,7 6,7 6,3 5,4 13,4 10,2 25,4 18,9 12,9
1973 16,6 20,4 21,9 13,4 11,4 8,0 7,3 6,1 5,8 7,6 14,1 13,3 12,2
1974 17,2 10,4 8,8 11,8 7,0 6,2 5,0 4,3 5,7 13,1
1975 26,9 15,3 7,6 7,5 9,5 6,4 5,2 3,6 4,9 16,8 15,0 8,9 10,6
1976 5,7 6,2 4,1 4,5 4,4 3,4 4,0 4,7 6,7 9,8 12,1 18,0 7,0
1977 12,7 8,0 7,2 10,8 9,6 5,7 4,8 4,2 7,1 12,2 23,0 27,6 11,1
1978 20,6 17,0 11,5 9,1 7,4 6,6 5,8 4,5 3,7 3,3 7,4 9,9 8,9
1979 21,6 54,7 17,2 9,5 6,0 4,9 4,1 3,4 3,3 2,8 4,0 12,2 12,0
1980 28,7 18,9 8,5 10,2 7,7 6,2 4,6 3,9 3,2 9,5 5,8 16,5 10,3
1981 10,8 8,0 8,3 10,2 7,5 4,5 3,6 2,4 1,9 3,2 10,3 11,6 6,9
1982 13,5 10,3 34,4 26,4 13,3 8,1 7,5 5,3 5,7 3,9 10,3
1983 16,9 12,5 8,2 14,2 12,0 9,0 6,5 4,9 18,2 35,5 33,7 36,1 17,3
1984 19,0 12,8 15,1 17,1 8,9 6,2 5,2 5,7 5,2 5,6 9,8 17,8 10,7
1985 36,8 28,7 31,8 12,9 8,4 6,3 5,0 4,5 5,0 5,5 10,9 13,0 14,1
1986 11,5 10,7 8,7 6,1 5,2 4,6 5,8 4,1 5,4 4,2 5,4 10,5 6,8
1987 10,2 7,5 8,6 7,0 4,2 3,5 2,7 2,2 3,0 3,4 7,5 13,8 6,1
1988 4,4 14,5 10,4 6,1 4,8 4,8 3,4 2,4 2,7 4,0 11,9 12,2 6,8
1989 15,7 6,6 7,9 9,9 6,4 6,3 4,2 2,8 2,9 4,6 10,6 19,0 8,1
1990 7,9 5,2 5,6 9,0 5,9 4,5 4,9 4,0 4,4 5,0 6,4 6,0 5,7
1991 18,7 12,8 12,3 9,5 7,5 6,5 5,1 5,1 6,7 6,2 9,7 6,5 8,9
1992 14,6 7,4 5,6 7,0 5,8 4,2 4,4 3,7 10,3 8,4 21,7 22,2* 9,6
1993 11,4 7,5 6,9 7,6 5,7 5,0 3,9 3,6 4,2 3,5 3,4 5,2 5,7
1994 12,6 4,4 18,6 18,6* 10,1 6,6 5,0 3,9 3,6 3,7 4,5 8,7 8,4
1995 4,1 7,4 4,7 4,4 3,7 3,1 3,1 3,1 3,5 5,2 10,6 8,4 5,1
1996 12,1 6,6 10,9 6,0 4,4 3,5 3,0 2,9 9,4 5,2 22,2 26,1 9,4
1997 54,3 14,6 14,3 6,7 5,4 4,0 2,9 3,0 2,6 4,5 8,0 19,4 11,6
1998 11,0 36,4 9,0 6,3 4,5 3,6 2,6 3,7 4,5 11,9 17,3 13,1 10,3
1999 16,3 8,5 13,1 10,3 6,0 6,8 5,5 4,3 3,9 5,0 11,8 19,3 9,2
2000 12,4 17,1 11,3 12,0 6,2 4,5 3,6 3,1 4,3 2,8 5,5 5,7 7,4
2001 6,8 5,1 3,3 2,2 2,0 2,2 1,8 1,8 1,9 7,5 7,2 12,6 4,5
2002 9,5 6,9 3,8 2,4 2,4 2,1 2,0 1,7 2,2 1,7 2,7 8,3 3,8
2003 10,8 3,7 2,6 3,0 2,1 1,6 1,7 1,9 1,9 4,1 6,2 17,9 4,8
2004 18,3 9,7 6,4 9,9 3,4 4,2 3,2 2,2 2,6 3,0 15,9
2005 16,7 32,0 23,2 8,1 5,3 5,5 3,9 2,5 4,3 2,8 14,4 14,7 11,1
2006 5,1 3,5 3,6 4,9 2,6 1,9 1,8 1,4 1,3 3,6 13,0
2007 17,8 5,7 4,3 2,6 1,9 5,4 6,7
2008 7,8 13,5 21,3 14,5 5,2 3,6 2,8 1,8 1,8 3,9 37,3
Média 21,4 19,1 16,8 14,2 9,9 7,3 6,3 5,4 6,6 8,3 13,5 19,7 12,37
77 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Quadro XI. Série de Vazões Médias Naturais (m3/s) – Usina Macabu
Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média
1931 5,7 7,6 8,0 11,4 5,2 4,6 3,6 6,3 9,3 7,2 6,8 9,3 7,08
1932 9,9 9,4 6,1 4,1 9,4 5,0 3,8 3,2 2,1 2,3 5,5 9,1 5,82
1933 11,0 8,6 6,4 7,3 6,5 3,5 3,3 1,9 5,0 6,1 7,2 6,6 6,11
1934 10,2 6,2 9,1 5,3 4,1 3,0 2,2 1,7 2,6 3,8 2,3 7,5 4,83
1935 7,6 10,5 5,6 4,3 2,7 2,1 1,6 1,6 1,4 1,8 2,6 3,6 3,78
1936 1,4 3,2 4,6 5,8 2,3 2,7 1,9 1,5 2,5 2,2 6,0 9,1 3,59
1937 9,6 7,8 3,6 7,0 7,2 3,3 3,6 2,1 1,6 2,0 6,0 9,4 5,27
1938 9,3 6,1 4,6 4,8 3,4 3,6 2,7 3,0 2,5 2,7 3,3 7,7 4,47
1939 7,3 5,4 3,0 3,6 2,2 1,8 1,7 1,3 2,5 1,6 2,4 3,9 3,05
1940 6,4 6,4 6,8 3,5 2,7 2,1 1,5 0,4 1,4 2,5 8,4 4,9 3,93
1941 4,8 3,5 6,2 5,5 3,5 2,4 2,5 1,8 3,2 2,8 2,9 7,7 3,90
1942 9,2 4,2 5,5 4,5 3,4 2,9 3,0 2,5 2,1 4,8 7,5 10,7 5,02
1943 12,0 9,8 9,1 5,1 3,3 3,7 2,4 2,5 2,2 6,6 6,2 10,0 6,08
1944 9,1 9,9 9,1 6,9 4,1 2,9 2,4 2,0 1,6 1,7 2,0 7,1 4,91
1945 8,9 7,7 6,3 7,8 4,2 3,2 2,8 2,0 2,5 1,8 3,8 9,4 5,03
1946 8,7 5,0 4,5 4,8 3,1 2,3 1,7 1,5 1,4 2,9 4,2 4,7 3,73
1947 4,6 8,9 10,2 7,4 4,1 3,4 3,3 3,7 3,6 4,5 5,5 9,4 5,72
1948 8,9 8,5 8,9 5,5 4,5 3,3 2,7 2,0 2,0 1,9 2,9 9,6 5,07
1949 9,6 10,9 7,5 4,6 3,2 3,7 3,2 2,4 1,9 2,8 4,0 7,9 5,14
1950 9,5 8,5 7,9 5,5 4,0 2,7 2,2 1,8 1,6 2,0 3,0 5,4 4,51
1951 7,2 7,9 10,1 8,1 5,2 4,0 3,0 2,4 1,6 1,6 1,5 5,7 4,85
1952 9,2 15,3 10,1 7,7 4,9 3,9 3,6 3,3 3,4 3,0 7,1 9,0 6,71
1953 5,2 6,6 4,6 5,2 5,4 3,5 2,7 2,3 2,3 1,8 6,7 6,4 4,39
1954 4,1 3,0 3,0 4,4 4,6 3,1 2,9 2,6 1,9 1,7 1,6 3,3 3,01
1955 8,3 3,7 3,2 4,4 3,1 3,1 2,0 1,6 1,4 1,5 5,7 7,3 3,78
1956 7,2 3,6 5,3 4,1 4,2 3,3 3,0 2,9 1,9 2,2 4,1 7,1 4,07
1957 5,8 5,7 7,9 9,6 5,4 3,9 3,2 2,1 2,6 2,5 4,4 10,2 5,28
1958 5,8 5,0 5,7 5,9 6,1 4,4 3,2 2,4 2,6 2,7 8,9 6,2 4,90
1959 7,5 4,4 8,2 5,6 4,4 3,6 2,5 4,1 2,1 1,8 5,3 5,9 4,61
1960 7,9 9,5 10,4 8,1 4,6 3,3 3,4 4,6 2,8 2,8 4,6 7,2 5,76
1961 12,5 12,3 10,4 9,1 6,6 4,6 3,9 2,7 2,1 1,6 2,5 6,5 6,22
1962 9,4 12,1 9,2 7,0 5,1 3,5 2,9 2,1 2,1 3,3 6,4 9,1 6,02
1963 6,9 8,9 5,5 4,6 3,2 3,0 2,1 1,8 1,3 1,4 2,1 2,1 3,58
1964 6,5 9,6 7,9 7,0 4,4 3,5 4,1 2,5 2,1 2,8 5,5 10,7 5,55
1965 11,0 11,5 8,4 6,3 5,3 3,6 2,9 2,4 2,0 3,5 5,1 6,8 5,73
1966 13,0 5,7 7,5 10,2 5,8 3,7 3,1 2,3 2,0 3,0 8,1 7,2 5,96
1967 12,2 12,3 10,3 8,5 5,5 3,9 4,8 2,6 2,2 1,9 2,9 9,8 6,41
1968 12,3 9,8 12,1 8,9 4,6 3,0 2,6 2,7 2,7 2,5 2,8 5,5 5,79
1969 7,9 6,7 8,7 6,9 4,2 3,5 3,0 2,3 1,7 2,7 5,4 7,7 5,05
1970 8,5 4,2 3,5 3,0 2,1 1,8 2,0 1,6 1,9 2,5 5,5 4,0 3,39
1971 3,1 5,8 8,9 1,5 1,4 1,7 0,4 2,7 4,8 4,3 9,5 11,3 4,61
1972 8,3 7,8 9,6 7,0 5,3 3,3 2,6 2,3 2,6 4,2 4,8 7,1 5,41
1973 8,2 10,8 6,9 5,1 5,6 3,0 2,7 2,1 2,3 3,4 8,4 6,6 5,42
1974 9,1 5,2 6,0 6,6 4,1 3,4 2,2 1,8 1,6 2,4 2,2 5,8 4,19
1975 9,4 7,1 5,4 6,0 4,8 3,4 2,6 1,9 1,9 3,4 4,0 4,8 4,56
1976 4,6 6,3 4,9 4,0 3,6 2,5 2,4 2,5 2,5 3,7 4,9 9,4 4,28
1977 9,0 5,5 3,9 6,4 3,8 2,7 2,2 1,8 2,0 1,9 6,3 10,0 4,61
1978 12,7 9,3 5,8 5,7 4,3 3,2 2,5 2,2 1,7 1,7 3,8 9,3 5,17
1979 9,5 13,4 11,3 9,3 5,0 4,2 2,7 2,4 2,8 2,4 5,2 8,1 6,35
1980 11,5 10,4 4,5 4,7 2,9 2,3 1,9 2,0 2,0 3,6 6,2 10,4 5,19
1981 11,0 9,7 9,4 9,8 6,0 3,6 3,2 2,2 1,8 2,0 3,8 11,0 6,12
1982 10,6 8,9 11,6 10,8 6,9 4,3 3,0 3,9 2,7 4,3 3,2 6,4 6,39
1983 10,0 6,6 7,9 6,7 5,6 6,6 3,7 2,7 5,7 5,5 7,6 8,5 6,42
1984 6,6 4,6 5,2 7,0 4,5 2,9 2,3 2,2 1,8 1,8 3,4 7,9 4,17
1985 10,6 10,0 10,2 7,4 5,0 3,4 2,5 2,1 2,0 1,9 4,0 4,8 5,31
1986 7,1 6,7 6,2 5,3 3,7 2,6 2,5 1,9 2,1 1,6 2,7 5,4 3,99
1987 8,3 7,0 6,9 5,6 4,1 3,7 2,5 1,9 1,9 1,6 2,7 5,4 4,29
1988 4,2 9,2 5,8 5,0 4,4 3,9 2,8 2,2 2,0 2,7 5,9 4,9 4,41
1989 9,0 5,7 7,2 7,7 5,4 4,3 3,4 2,4 2,3 2,5 2,8 6,3 4,92
1990 3,4 2,9 4,2 6,1 4,5 3,0 2,7 2,3 2,6 2,8 4,1 3,3 3,49
1991 10,2 9,0 6,7 6,5 4,6 3,7 2,8 2,3 2,9 3,2 2,7 4,1 4,88
1992 8,7 4,9 3,4 3,0 2,9 2,0 2,0 1,8 3,1 3,9 5,0 9,4 4,17
1993 5,4 4,1 4,5 4,5 3,6 3,1 2,4 1,9 2,3 2,5 2,1 2,8 3,26
1994 8,3 4,4 9,5 9,8 5,1 3,7 2,9 2,3 1,9 2,1 3,0 8,9 5,15
1995 4,5 6,5 3,9 3,2 3,1 2,5 2,2 1,8 2,3 2,6 3,5 4,6 3,39
1996 5,6 4,9 5,1 4,6 3,5 3,0 2,3 2,1 3,1 2,4 5,9 5,7 4,03
1997 10,8 5,6 6,3 4,6 3,7 3,2 2,3 2,3 1,8 2,1 3,3 3,9 4,16
1998 7,0 9,7 6,0 5,6 3,7 3,0 2,5 2,3 2,1 3,4 5,1 5,1 4,63
1999 5,9 4,5 6,1 5,7 3,7 3,2 2,5 2,4 1,8 2,4 3,7 5,1 3,92
2000 9,1 6,3 7,5 5,8 3,4 2,5 2,4 3,0 3,8 2,5 4,0 6,3 4,72
2001 6,6 4,8 4,2 3,9 3,2 2,5 2,3 1,8 1,8 1,8 2,8 4,2 3,32
2002 5,4 8,1 5,4 3,9 3,6 2,8 2,4 2,0 2,8 2,0 4,4 11,8 4,55
2003 10,1 5,6 5,2 3,9 3,3 2,6 2,2 2,3 2,3 2,6 4,4 10,4 4,58
2004 15,0 9,5 6,2 6,9 4,9 3,8 4,2 3,4 2,5 3,0 5,1 8,7 6,10
2005 9,8 17,0 14,5 6,7 5,3 3,8 3,6 2,7 2,7 2,4 5,0 9,9 6,94
2006 5,4 4,8 4,9 7,3 4,7 3,6 2,8 2,5 2,4 2,8 4,5 7,7 4,45
2007 21,3 9,4 5,1 4,7 4,3 3,5 2,8 2,2 1,9 1,9 3,0 6,3 5,54
2008 7,5 10,4 9,4 8,4 5,0 3,6 2,8 2,4 2,5 2,7 4,7 7,2 5,56
Média 8,39 7,55 6,93 6,10 4,36 3,28 2,70 2,35 2,42 2,75 4,57 7,17 4,88
PCH Macabu (AD = 121 km2)
78 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Quadro XII. Série de Vazões Médias Turbinadas (m3/s) – Usina Macabu
Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média
1931 5,95 5,95 8,70 8,70 5,95 8,70 8,70 8,70 8,70 5,95 5,95 5,95 7,33
1932 5,95 8,70 8,70 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 3,00 3,00 3,00 5,95 5,67
1933 8,70 8,70 8,70 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 4,00 4,00 4,00 5,95 6,15
1934 8,70 8,00 8,00 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 2,00 2,00 2,00 2,00 5,20
1935 5,95 8,70 5,95 4,00 3,00 5,95 5,95 5,95 0,00 0,00 2,50 3,50 4,29
1936 0,00 2,00 2,00 2,00 2,00 5,95 5,95 5,95 2,00 3,00 3,00 5,95 3,32
1937 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 1,50 3,50 3,50 5,95 5,17
1938 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 4,00 4,00 2,50 2,50 2,50 2,50 4,48
1939 2,50 3,50 3,50 3,00 3,00 5,95 5,95 4,00 2,00 1,50 2,50 2,50 3,33
1940 2,00 2,00 4,00 3,50 3,00 5,95 5,95 5,80 0,00 2,50 2,00 2,00 3,23
1941 2,00 4,00 5,95 5,50 3,50 5,95 5,95 5,95 2,00 2,00 2,00 3,50 4,03
1942 5,95 5,95 4,50 4,50 5,95 5,95 5,95 5,00 3,50 5,00 6,13 6,13 5,38
1943 8,70 8,70 8,70 5,00 5,00 6,13 6,13 4,00 3,00 6,13 6,13 6,13 6,15
1944 6,13 6,13 8,70 5,50 5,95 5,95 5,95 5,95 2,50 1,50 1,50 5,50 5,11
1945 5,50 5,50 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 1,50 1,50 1,50 5,00 4,68
1946 5,00 5,00 5,00 3,50 3,50 5,95 5,95 3,00 1,50 3,00 4,50 4,50 4,20
1947 4,50 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 4,00 4,50 5,50 5,95 5,51
1948 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 4,00 2,00 2,00 3,00 5,95 4,88
1949 5,95 5,95 8,70 4,00 4,00 5,95 5,95 5,95 4,00 2,00 1,50 5,95 4,99
1950 5,95 5,95 8,70 3,50 5,95 5,95 5,95 4,00 2,00 2,00 3,00 5,50 4,87
1951 6,13 6,13 6,13 6,13 6,13 5,95 5,95 5,95 1,50 1,50 0,00 2,00 4,46
1952 8,70 8,70 8,70 8,70 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 4,00 6,70
1953 4,00 4,00 4,00 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 2,00 2,00 4,00 4,00 4,48
1954 4,00 3,50 2,50 2,50 2,50 5,95 5,95 5,95 1,50 1,50 1,50 2,00 3,28
1955 2,00 2,00 3,50 3,00 3,00 5,95 5,95 4,00 1,50 1,50 5,95 5,95 3,69
1956 4,00 4,00 4,00 3,00 3,00 5,95 5,95 5,95 2,00 2,00 2,00 5,95 3,98
1957 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 2,50 2,50 4,50 5,95 5,25
1958 5,95 4,00 4,00 4,00 5,00 5,95 5,95 5,95 4,00 4,00 5,95 5,95 5,06
1959 4,00 4,00 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 2,00 2,00 2,00 5,95 4,64
1960 5,95 5,95 8,70 8,70 5,95 5,95 5,95 4,00 4,00 4,00 4,00 5,95 5,76
1961 5,95 8,70 8,70 8,70 8,70 5,95 5,95 5,95 6,13 2,00 2,00 2,00 5,89
1962 5,95 8,70 8,70 8,70 5,95 5,95 5,95 5,95 2,00 2,00 3,00 3,50 5,53
1963 5,95 8,70 5,95 5,95 3,00 5,95 5,95 5,95 1,50 1,50 2,00 2,00 4,53
1964 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 4,00 4,00 1,50 3,00 3,00 5,95 4,76
1965 5,95 8,70 8,70 8,70 4,00 5,95 5,95 5,95 5,95 3,50 3,50 3,50 5,86
1966 5,95 5,95 8,70 8,70 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 2,00 6,13 6,13 6,11
1967 6,13 8,70 8,70 8,70 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,50 3,00 5,95 6,37
1968 5,95 8,70 8,70 8,70 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 2,00 2,00 2,00 5,65
1969 5,95 5,95 5,95 5,00 5,95 5,95 5,95 5,95 2,00 2,00 2,00 3,00 4,64
1970 5,95 5,95 5,00 1,50 1,50 5,95 5,95 5,95 2,00 2,50 2,50 2,50 3,94
1971 2,50 2,50 5,50 1,00 1,50 5,95 5,95 5,95 3,00 3,00 3,50 8,70 4,09
1972 8,70 8,70 8,70 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,50 5,00 5,00 4,00 6,28
1973 4,00 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,98
1974 4,00 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 4,00 2,50 2,50 1,50 2,00 4,35
1975 2,00 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 4,00 3,50 3,50 2,00 4,72
1976 2,00 2,00 2,00 5,95 2,00 5,95 5,95 5,95 2,00 2,00 3,00 5,95 3,73
1977 8,70 5,95 5,95 4,00 4,00 5,95 5,00 5,00 2,00 2,50 5,95 5,95 5,08
1978 5,95 8,70 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,00 2,00 1,50 4,20 5,95 5,25
1979 5,95 8,70 8,70 8,70 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 4,00 3,00 5,95 6,23
1980 5,95 8,70 5,95 2,00 3,00 5,95 5,95 5,95 2,00 4,00 5,95 5,95 5,11
1981 5,95 8,70 8,70 8,70 5,95 5,95 5,95 5,95 4,00 3,00 3,50 5,95 6,03
1982 5,95 5,95 8,70 8,70 8,70 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 4,50 5,95 6,52
1983 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95
1984 5,95 5,95 5,95 4,00 3,50 5,95 5,95 5,95 2,00 1,50 2,50 2,50 4,31
1985 7,00 8,70 8,70 8,70 5,95 5,95 5,95 5,95 4,00 1,50 1,50 5,95 5,82
1986 5,95 3,00 3,00 3,00 3,00 5,95 5,95 5,95 2,00 2,00 4,00 4,00 3,98
1987 4,00 2,00 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 2,00 2,00 2,00 2,00 4,14
1988 2,00 2,00 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 3,00 3,00 3,00 3,00 4,31
1989 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 4,00 2,00 2,00 2,00 4,80
1990 2,00 2,00 2,00 5,95 5,95 5,95 5,95 4,00 2,00 3,00 3,00 3,00 3,73
1991 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 4,00 3,00 3,00 3,00 3,00 4,80
1992 3,00 3,00 3,00 2,00 2,00 5,95 5,95 4,00 3,00 3,00 3,00 4,00 3,49
1993 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 5,95 5,95 5,95 2,00 2,00 2,50 4,50 4,07
1994 4,50 4,50 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 3,00 2,00 2,00 2,00 4,48
1995 2,00 5,95 5,95 2,00 2,00 5,95 5,95 5,95 2,50 2,50 2,50 2,50 3,81
1996 2,50 2,50 2,50 4,50 4,50 5,95 5,95 5,95 2,00 2,00 2,00 5,95 3,86
1997 5,95 5,95 5,95 5,95 4,00 5,95 5,95 4,00 2,00 2,00 2,00 2,00 4,31
1998 2,00 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 4,00 2,00 2,00 2,00 2,00 4,14
1999 2,00 5,95 5,95 5,95 4,00 5,95 5,95 5,95 2,00 2,00 2,00 2,00 4,14
2000 5,95 5,95 5,95 5,95 4,00 5,95 5,95 5,95 2,00 2,00 2,00 5,00 4,72
2001 5,00 5,00 3,50 3,50 2,00 5,95 5,95 4,50 2,00 2,00 2,00 2,00 3,62
2002 2,00 2,00 5,00 5,00 3,00 5,95 5,95 5,95 2,00 2,00 2,00 5,95 3,90
2003 5,95 5,95 5,95 5,00 3,50 5,95 5,95 5,95 2,00 2,00 5,00 5,95 4,93
2004 5,95 8,70 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 5,50 5,95 6,14
2005 8,70 8,70 8,70 8,70 5,95 5,95 5,95 5,95 4,00 4,00 4,00 4,00 6,22
2006 4,00 4,00 4,00 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 2,50 2,50 2,50 5,95 4,60
2007 8,70 8,70 6,13 6,13 6,13 5,95 5,95 5,95 2,00 2,00 3,10 6,13 5,57
2008 5,95 5,95 5,95 8,70 8,70 5,95 5,95 2,50 2,50 4,00 4,00 6,13 5,52
Média 5,16 5,83 6,10 5,59 4,96 5,99 5,93 5,47 2,97 2,81 3,25 4,44 4,88
79 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Quadro XIII. Série de Vazões Médias Naturais (m3/s) – PCH Glicério
Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média
1931 2,4 3,2 3,4 4,8 2,2 1,9 1,5 2,6 3,9 3,0 2,9 3,9 3,0
1932 4,2 3,9 2,6 1,7 4,0 2,1 1,6 1,3 0,9 1,0 2,3 3,8 2,5
1933 4,6 3,6 2,7 3,1 2,7 1,5 1,4 0,8 2,1 2,6 3,0 2,8 2,6
1934 4,3 2,6 3,8 2,2 1,7 1,3 0,9 0,7 1,1 1,6 1,0 3,2 2,0
1935 3,2 4,4 2,3 1,8 1,1 0,9 0,7 0,7 0,6 0,8 1,1 1,5 1,6
1936 0,6 1,4 1,9 2,4 1,0 1,1 0,8 0,6 1,0 0,9 2,5 3,9 1,5
1937 4,1 3,3 1,5 3,0 3,0 1,4 1,5 0,9 0,7 0,8 2,5 4,0 2,2
1938 3,9 2,6 1,9 2,0 1,4 1,5 1,1 1,3 1,1 1,1 1,4 3,3 1,9
1939 3,1 2,3 1,3 1,5 0,9 0,7 0,7 0,5 1,1 0,7 1,0 1,6 1,3
1940 2,7 2,7 2,9 1,5 1,1 0,9 0,7 0,1 0,6 1,1 3,6 2,1 1,7
1941 2,0 1,5 2,6 2,3 1,5 1,0 1,1 0,8 1,3 1,2 1,2 3,3 1,6
1942 3,9 1,8 2,3 1,9 1,4 1,2 1,3 1,0 0,9 2,0 3,1 4,5 2,1
1943 5,1 4,1 3,8 2,2 1,4 1,6 1,0 1,1 0,9 2,8 2,6 4,2 2,6
1944 3,9 4,2 3,9 2,9 1,7 1,2 1,0 0,9 0,7 0,7 0,8 3,0 2,1
1945 3,7 3,2 2,7 3,3 1,8 1,3 1,2 0,9 1,0 0,8 1,6 3,9 2,1
1946 3,6 2,1 1,9 2,0 1,3 1,0 0,7 0,6 0,6 1,2 1,8 2,0 1,6
1947 1,9 3,8 4,3 3,1 1,7 1,4 1,4 1,6 1,5 1,9 2,3 4,0 2,4
1948 3,8 3,6 3,8 2,3 1,9 1,4 1,1 0,9 0,9 0,8 1,2 4,0 2,1
1949 4,1 4,6 3,2 1,9 1,3 1,6 1,3 1,0 0,8 1,2 1,7 3,3 2,2
1950 4,0 3,6 3,3 2,3 1,7 1,1 0,9 0,8 0,7 0,8 1,3 2,3 1,9
1951 3,0 3,3 4,2 3,4 2,2 1,7 1,2 1,0 0,7 0,7 0,6 2,4 2,0
1952 3,9 6,5 4,2 3,2 2,1 1,6 1,5 1,4 1,4 1,3 3,0 3,8 2,8
1953 2,2 2,8 1,9 2,2 2,3 1,5 1,1 0,9 1,0 0,8 2,8 2,7 1,9
1954 1,7 1,3 1,3 1,8 1,9 1,3 1,2 1,1 0,8 0,7 0,7 1,4 1,3
1955 3,5 1,6 1,3 1,9 1,3 1,3 0,8 0,7 0,6 0,7 2,4 3,1 1,6
1956 3,0 1,5 2,2 1,7 1,8 1,4 1,3 1,2 0,8 0,9 1,7 3,0 1,7
1957 2,4 2,4 3,3 4,1 2,3 1,7 1,3 0,9 1,1 1,0 1,9 4,3 2,2
1958 2,4 2,1 2,4 2,5 2,6 1,8 1,3 1,0 1,1 1,1 3,8 2,6 2,1
1959 3,2 1,8 3,4 2,3 1,8 1,5 1,1 1,7 0,9 0,8 2,2 2,5 1,9
1960 3,3 4,0 4,4 3,4 1,9 1,4 1,4 2,0 1,2 1,2 1,9 3,0 2,4
1961 5,2 5,2 4,4 3,8 2,8 1,9 1,6 1,1 0,9 0,7 1,0 2,7 2,6
1962 4,0 5,1 3,9 2,9 2,2 1,5 1,2 0,9 0,9 1,4 2,7 3,8 2,5
1963 2,9 3,8 2,3 1,9 1,4 1,3 0,9 0,7 0,6 0,6 0,9 0,9 1,5
1964 2,7 4,0 3,3 3,0 1,9 1,5 1,7 1,0 0,9 1,2 2,3 4,5 2,3
1965 4,6 4,9 3,5 2,6 2,2 1,5 1,2 1,0 0,8 1,5 2,2 2,9 2,4
1966 5,5 2,4 3,2 4,3 2,4 1,5 1,3 1,0 0,8 1,2 3,4 3,0 2,5
1967 5,1 5,2 4,4 3,6 2,3 1,6 2,0 1,1 0,9 0,8 1,2 4,2 2,7
1968 5,2 4,2 5,1 3,8 1,9 1,3 1,1 1,1 1,1 1,0 1,2 2,3 2,4
1969 3,3 2,8 3,7 2,9 1,8 1,5 1,3 0,9 0,7 1,1 2,3 3,2 2,1
1970 3,6 1,8 1,5 1,3 0,9 0,8 0,8 0,7 0,8 1,1 2,3 1,7 1,4
1971 1,3 2,5 3,8 0,6 0,6 0,7 0,1 1,1 2,0 1,8 4,0 4,8 1,9
1972 3,5 3,3 4,1 2,9 2,2 1,4 1,1 1,0 1,1 1,8 2,0 3,0 2,3
1973 3,4 4,5 2,9 2,1 2,4 1,3 1,1 0,9 1,0 1,4 3,5 2,8 2,3
1974 3,8 2,2 2,5 2,8 1,7 1,4 0,9 0,8 0,7 1,0 0,9 2,4 1,8
1975 4,0 3,0 2,3 2,5 2,0 1,4 1,1 0,8 0,8 1,4 1,7 2,0 1,9
1976 1,9 2,7 2,1 1,7 1,5 1,1 1,0 1,0 1,1 1,5 2,1 4,0 1,8
1977 3,8 2,3 1,6 2,7 1,6 1,1 0,9 0,8 0,8 0,8 2,6 4,2 1,9
1978 5,4 3,9 2,4 2,4 1,8 1,3 1,0 0,9 0,7 0,7 1,6 3,9 2,2
1979 4,0 5,7 4,8 3,9 2,1 1,7 1,1 1,0 1,2 1,0 2,2 3,4 2,7
1980 4,9 4,4 1,9 2,0 1,2 0,9 0,8 0,8 0,8 1,5 2,6 4,4 2,2
1981 4,6 4,1 4,0 4,2 2,5 1,5 1,3 0,9 0,8 0,8 1,6 4,6 2,6
1982 4,4 3,8 4,9 4,6 2,9 1,8 1,3 1,7 1,1 1,8 1,4 2,7 2,7
1983 4,2 2,8 3,3 2,8 2,4 2,8 1,5 1,1 2,4 2,3 3,2 3,6 2,7
1984 2,8 2,0 2,2 2,9 1,9 1,2 0,9 0,9 0,7 0,8 1,4 3,3 1,8
1985 4,4 4,2 4,3 3,1 2,1 1,4 1,0 0,9 0,8 0,8 1,7 2,0 2,2
1986 3,0 2,8 2,6 2,2 1,6 1,1 1,1 0,8 0,9 0,7 1,1 2,3 1,7
1987 3,5 2,9 2,9 2,4 1,7 1,5 1,0 0,8 0,8 0,7 1,1 2,3 1,8
1988 1,8 3,9 2,4 2,1 1,9 1,6 1,2 0,9 0,8 1,1 2,5 2,1 1,9
1989 3,8 2,4 3,0 3,3 2,3 1,8 1,4 1,0 1,0 1,0 1,2 2,7 2,1
1990 1,4 1,2 1,8 2,6 1,9 1,3 1,1 0,9 1,1 1,2 1,7 1,4 1,5
1991 4,3 3,8 2,8 2,7 1,9 1,5 1,2 0,9 1,2 1,3 1,2 1,7 2,1
1992 3,6 2,1 1,4 1,2 1,2 0,9 0,9 0,7 1,3 1,6 2,1 4,0 1,8
1993 2,3 1,7 1,9 1,9 1,5 1,3 1,0 0,8 0,9 1,0 0,9 1,2 1,4
1994 3,5 1,8 4,0 4,1 2,1 1,6 1,2 1,0 0,8 0,9 1,2 3,7 2,2
1995 1,9 2,8 1,6 1,3 1,3 1,0 0,9 0,8 1,0 1,1 1,5 1,9 1,4
1996 2,4 2,1 2,2 2,0 1,5 1,2 1,0 0,9 1,3 1,0 2,5 2,4 1,7
1997 4,5 2,4 2,6 1,9 1,5 1,3 1,0 1,0 0,8 0,9 1,4 1,7 1,8
1998 2,9 4,1 2,5 2,4 1,6 1,3 1,1 0,9 0,9 1,5 2,1 2,2 2,0
1999 2,5 1,9 2,6 2,4 1,6 1,4 1,1 1,0 0,7 1,0 1,6 2,1 1,7
2000 3,8 2,6 3,2 2,4 1,5 1,1 1,0 1,3 1,6 1,1 1,7 2,6 2,0
2001 2,8 2,0 1,7 1,6 1,4 1,0 0,9 0,8 0,8 0,8 1,2 1,7 1,4
2002 2,3 3,4 2,3 1,6 1,5 1,2 1,0 0,8 1,2 0,8 1,9 5,0 1,9
2003 4,3 2,4 2,2 1,6 1,4 1,1 0,9 1,0 0,9 1,1 1,9 4,4 1,9
2004 6,3 4,0 2,6 2,9 2,1 1,6 1,8 1,4 1,1 1,3 2,2 3,7 2,6
2005 4,1 7,2 6,1 2,8 2,2 1,6 1,5 1,1 1,2 1,0 2,1 4,2 2,9
2006 2,3 2,0 2,1 3,1 2,0 1,5 1,2 1,1 1,0 1,2 1,9 3,3 1,9
2007 9,0 4,0 2,2 2,0 1,8 1,5 1,2 0,9 0,8 0,8 1,2 2,7 2,3
2008 3,2 4,4 4,0 3,5 2,1 1,5 1,2 1,0 1,0 1,1 2,0 3,0 2,3
Mínimo 0,6 1,2 1,3 0,6 0,6 0,7 0,1 0,1 0,6 0,6 0,6 0,9 0,1
Média 3,5 3,2 2,9 2,6 1,8 1,4 1,1 1,0 1,0 1,2 1,9 3,0 2,1
Máxima 9,0 7,2 6,1 4,8 4,0 2,8 2,0 2,6 3,9 3,0 4,0 5,0 4,5
PCH Glicério (AD = 51 km2)
80 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Quadro XIV. Série de Vazões Médias Mensais (m3/s) – PCH Glicério
Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média
1931 8,4 9,2 12,1 13,5 8,1 10,6 10,2 11,3 12,6 9,0 8,8 9,9 10,3
1932 10,1 12,6 11,3 7,7 9,9 8,1 7,6 7,3 3,9 4,0 5,3 9,8 8,1
1933 13,3 12,3 11,4 9,0 8,7 7,4 7,3 6,8 6,1 6,6 7,0 8,7 8,7
1934 13,0 10,6 11,8 8,2 7,7 7,2 6,9 6,7 3,1 3,6 3,0 5,2 7,2
1935 9,2 13,1 8,3 5,8 4,1 6,8 6,6 6,6 0,6 0,8 3,6 5,0 5,9
1936 0,6 3,4 3,9 4,4 3,0 7,1 6,8 6,6 3,0 3,9 5,5 9,8 4,8
1937 10,0 9,2 7,5 8,9 9,0 7,3 7,5 6,8 2,2 4,3 6,0 9,9 7,4
1938 9,9 8,5 7,9 8,0 7,4 7,5 5,1 5,3 3,6 3,6 3,9 5,8 6,4
1939 5,6 5,8 4,8 4,5 3,9 6,7 6,7 4,5 3,1 2,2 3,5 4,1 4,6
1940 4,7 4,7 6,9 5,0 4,1 6,8 6,6 5,9 0,6 3,6 5,6 4,1 4,9
1941 4,0 5,5 8,6 7,8 5,0 7,0 7,0 6,7 3,3 3,2 3,2 6,8 5,7
1942 9,8 7,7 6,8 6,4 7,4 7,2 7,2 6,0 4,4 7,0 9,3 10,6 7,5
1943 13,8 12,8 12,5 7,2 6,4 7,7 7,1 5,1 3,9 8,9 8,7 10,3 8,7
1944 10,0 10,3 12,6 8,4 7,7 7,2 7,0 6,8 3,2 2,2 2,3 8,5 7,2
1945 9,2 8,7 8,6 9,2 7,7 7,3 7,1 6,8 2,5 2,3 3,1 8,9 6,8
1946 8,6 7,1 6,9 5,5 4,8 6,9 6,7 3,6 2,1 4,2 6,3 6,5 5,8
1947 6,4 9,7 10,2 9,1 7,7 7,4 7,3 7,5 5,5 6,4 7,8 9,9 7,9
1948 9,7 9,5 9,7 8,3 7,8 7,3 7,1 4,9 2,9 2,8 4,2 10,0 7,0
1949 10,0 10,5 11,9 5,9 5,3 7,5 7,3 7,0 4,8 3,2 3,2 9,3 7,2
1950 10,0 9,5 12,0 5,8 7,6 7,1 6,9 4,8 2,7 2,8 4,3 7,8 6,8
1951 9,2 9,5 10,4 9,5 8,3 7,6 7,2 7,0 2,2 2,2 0,6 4,4 6,5
1952 12,6 15,2 12,9 11,9 8,0 7,6 7,5 7,3 7,4 7,2 8,9 7,8 9,5
1953 6,2 6,8 5,9 8,1 8,2 7,4 7,1 6,9 3,0 2,8 6,8 6,7 6,3
1954 5,7 4,8 3,8 4,3 4,4 7,3 7,2 7,0 2,3 2,2 2,2 3,4 4,5
1955 5,5 3,6 4,8 4,9 4,3 7,3 6,8 4,7 2,1 2,2 8,4 9,0 5,3
1956 7,0 5,5 6,2 4,7 4,8 7,3 7,2 7,2 2,8 2,9 3,7 8,9 5,7
1957 8,4 8,4 9,3 10,0 8,2 7,6 7,3 6,8 3,6 3,5 6,4 10,2 7,5
1958 8,4 6,1 6,4 6,5 7,6 7,8 7,3 7,0 5,1 5,1 9,7 8,6 7,1
1959 7,2 5,8 9,4 8,3 7,8 7,5 7,0 7,7 2,9 2,8 4,2 8,4 6,6
1960 9,3 10,0 13,1 12,1 7,9 7,3 7,4 6,0 5,2 5,2 5,9 9,0 8,2
1961 11,2 13,9 13,1 12,5 11,5 7,9 7,6 7,1 7,0 2,7 3,0 4,7 8,5
1962 9,9 13,8 12,6 11,6 8,1 7,4 7,2 6,8 2,9 3,4 5,7 7,3 8,1
1963 8,9 12,5 8,3 7,9 4,4 7,2 6,8 6,7 2,1 2,1 2,9 2,9 6,0
1964 8,7 10,0 9,3 8,9 7,8 7,4 5,7 5,0 2,4 4,2 5,3 10,5 7,1
1965 10,6 13,6 12,2 11,3 6,2 7,5 7,2 7,0 6,8 5,0 5,7 6,4 8,3
1966 11,4 8,4 11,9 13,0 8,4 7,5 7,3 6,9 6,8 3,2 9,5 9,2 8,6
1967 11,3 13,9 13,1 12,3 8,3 7,6 8,0 7,0 6,9 6,3 4,2 10,1 9,1
1968 11,1 12,9 13,8 12,5 7,9 7,2 7,0 7,1 7,1 3,0 3,2 4,3 8,1
1969 9,3 8,8 9,6 7,9 7,7 7,4 7,2 6,9 2,7 3,1 4,3 6,2 6,8
1970 9,5 7,7 6,5 2,8 2,4 6,7 6,8 6,6 2,8 3,6 4,8 4,2 5,4
1971 3,8 5,0 9,3 1,6 2,1 6,7 6,1 7,1 5,0 4,8 7,5 13,5 6,0
1972 12,2 12,0 12,8 8,9 8,2 7,3 7,0 6,9 6,6 6,8 7,0 7,0 8,6
1973 7,4 10,5 8,9 8,1 8,3 7,2 7,1 4,9 5,0 5,4 7,5 6,8 7,3
1974 7,8 8,1 8,5 8,7 7,7 7,4 6,9 4,8 3,2 3,5 2,4 4,4 6,1
1975 6,0 8,9 8,2 8,5 8,0 7,4 7,0 6,8 4,8 4,9 5,2 4,0 6,6
1976 3,9 4,7 4,1 7,6 3,5 7,0 7,0 7,0 3,1 3,5 5,1 9,9 5,5
1977 12,5 8,3 7,6 6,7 5,6 7,1 5,9 5,8 2,8 3,3 8,6 10,2 7,0
1978 11,3 12,6 8,4 8,4 7,8 7,3 7,0 5,9 2,7 2,2 5,8 9,9 7,4
1979 10,0 14,4 13,5 12,6 8,1 7,7 7,1 7,0 7,1 5,0 5,2 9,4 8,9
1980 10,8 13,1 7,8 4,0 4,2 6,9 6,8 6,8 2,8 5,5 8,6 10,3 7,3
1981 10,6 12,8 12,7 12,9 8,5 7,5 7,3 6,9 4,8 3,8 5,1 10,6 8,6
1982 10,4 9,7 13,6 13,3 11,6 7,8 7,2 7,6 7,1 7,8 5,9 8,6 9,2
1983 10,2 8,7 9,3 8,8 8,3 8,7 7,5 7,1 8,4 8,3 9,2 9,5 8,7
1984 8,7 7,9 8,1 6,9 5,4 7,2 6,9 6,9 2,7 2,3 3,9 5,8 6,1
1985 11,4 12,9 13,0 11,8 8,1 7,4 7,0 6,8 4,8 2,3 3,2 8,0 8,1
1986 8,9 5,8 5,6 5,2 4,6 7,0 7,0 6,8 2,9 2,7 5,1 6,3 5,7
1987 7,5 4,9 8,9 8,3 7,7 7,5 7,0 6,8 2,8 2,7 3,1 4,3 6,0
1988 3,8 5,9 8,4 8,1 7,8 7,6 7,1 6,9 3,8 4,1 5,5 5,1 6,2
1989 9,7 8,4 9,0 9,2 8,2 7,8 7,4 7,0 5,0 3,0 3,2 4,7 6,9
1990 3,4 3,2 3,8 8,5 7,8 7,2 7,1 4,9 3,1 4,2 4,7 4,4 5,2
1991 10,2 9,7 8,8 8,7 7,9 7,5 7,1 4,9 4,2 4,3 4,2 4,7 6,9
1992 6,6 5,1 4,4 3,2 3,2 6,8 6,8 4,7 4,3 4,6 5,1 8,0 5,2
1993 6,3 5,7 5,9 5,9 5,5 7,3 7,0 6,8 2,9 3,0 3,4 5,7 5,4
1994 8,0 6,3 10,0 10,1 8,1 7,5 7,2 6,9 3,8 2,9 3,2 5,7 6,6
1995 3,9 8,7 7,6 3,3 3,3 7,0 6,9 6,7 3,5 3,6 4,0 4,4 5,2
1996 4,9 4,6 4,7 6,5 6,0 7,2 6,9 6,8 3,3 3,0 4,5 8,4 5,6
1997 10,5 8,3 8,6 7,9 5,5 7,3 6,9 5,0 2,8 2,9 3,4 3,7 6,1
1998 4,9 10,0 8,5 8,3 7,5 7,2 7,0 4,9 2,9 3,5 4,1 4,2 6,1
1999 4,5 7,8 8,5 8,4 5,6 7,3 7,0 7,0 2,7 3,0 3,6 4,1 5,8
2000 9,8 8,6 9,1 8,4 5,5 7,0 7,0 7,2 3,6 3,1 3,7 7,6 6,7
2001 7,8 7,0 5,2 5,1 3,4 7,0 6,9 5,3 2,8 2,8 3,2 3,7 5,0
2002 4,3 5,4 7,3 6,6 4,5 7,1 7,0 6,8 3,2 2,8 3,9 10,9 5,8
2003 10,2 8,3 8,2 6,6 4,9 7,0 6,9 6,9 2,9 3,1 6,9 10,3 6,9
2004 12,3 12,7 8,6 8,9 8,0 7,5 7,7 7,4 7,0 7,2 7,7 9,6 8,7
2005 12,8 15,9 14,8 11,5 8,2 7,6 7,4 7,1 5,2 5,0 6,1 8,2 9,1
2006 6,3 6,0 6,1 9,0 7,9 7,5 7,1 7,0 3,5 3,7 4,4 9,2 6,5
2007 17,7 12,7 8,3 8,1 7,9 7,4 7,1 6,9 2,8 2,8 4,3 8,8 7,9
2008 9,1 10,3 9,9 12,2 10,8 7,5 7,1 3,5 3,5 5,1 6,0 9,2 7,9
Mínimo 0,6 3,2 3,8 1,6 2,1 6,7 5,1 3,5 0,6 0,8 0,6 2,9 2,6
Média 8,7 9,0 9,0 8,2 6,8 7,4 7,1 6,5 4,0 4,0 5,2 7,5 6,9
Máxima 17,7 15,9 14,8 13,5 11,6 10,6 10,2 11,3 12,6 9,0 9,7 13,5 12,5
PCH Glicério AD = 51 km2
(Natural) + 121 km2 (Regularizado)
81 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
5.1.8. Quedas bruta e líquida
A Queda Bruta da PCH Glicério é de 142,89 metros; e a Queda Líquida é de 141,19 metros.
5.1.9. Área inundada pelo reservatório
A área do atual reservatório da PCH Glicério é de 0,04 km2 e não terá sua configuração original alterada
com a repotencialização do empreendimento.
5.1.10. Profundidade média do reservatório
A profundidade média do reservatório será de 3 metros.
5.1.11. Volume útil e total do reservatório;
O volume útil do reservatório considera o conceito de usina a fio d’água, e o volume total será de 0,1024 x
106 m3.
5.1.12. Níveis d’água de operação do reservatório (máximo e mínimo);
O Nível d´água Máximo Maximorum do reservatório é de 242,00 metros, enquanto que o Nível d´água
Máximo normal do reservatório é de 240,00 metros. O Nível d´água normal de jusante é 97,11 metros.
5.1.13. Tomada d’água;
A estrutura da tomada d'água será instalada na margem direita, sendo o seu posicionamento definido para
ser suficientemente submerso e evitar a ocorrência de vórtices, fixando-se a cota superior na
elevação 242,50 metros. A estrutura da tomada d’água está ligada ao túnel da adução, por onde passa a
vazão desviada pelo conduto forçado até a casa de força.
O dimensionamento hidráulico fixou, considerando a vazão de 9,22 m³/s, as velocidades máximas em
0,51 m/s para a grade e em 1,23 m/s para a seção de comporta de emergência.
A tomada d'água constitui-se de uma estrutura de concreto armado com coroamento na cota
242,50 metros e com 10,00 metros de altura, 13,20 metros de comprimento e 7,00 metros de largura. A
tomada d’água é dotada de uma grade metálica de 6,00 x 3,00 metros e de uma comporta vagão de
2,50 x 3,00 metros. O piso da grade deverá ficar na cota 233,50 m e o das comportas na cota
233,80 metros. As seções de escoamento variam de montante a jusante, passando de uma seção
retangular de 2,50 x 3,00 metros para uma seção circular do poço de adução.
82 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
A fundação da tomada d'água está prevista para a cota 232,50 metros, em gnaisse alterado e fraturado
(RAD), com características geomecânicas adequadas para a sua implantação, que deverão ser confirmadas
nas próximas fases do projeto.
5.1.14. Traçado do conduto forçado e das linhas de transmissão;
O conduto forçado é constituído por uma linha de tubos de aço com 2,20 metros de diâmetro, num trecho
de 10,00 metros de comprimento que se inicia dentro do túnel de adução, em torno da estaca
51+12,70 metros. Desenvolve-se na horizontal até a sua bifurcação, esta na estaca 52+2,70 metros, donde
saem dois tramos com 1,30 metros de diâmetro. Os dois ramais são simétricos, com um trecho inicial de
6,89 metros, uma curva com 2,02 metros e um trecho final de 2,78 metros. Daí, os diâmetros dos tramos
são reduzidos para 1,00 metros até a chegada à válvula borboleta.
Os condutos, dentro do túnel de adução, serão envelopados com concreto. O maciço rochoso no trecho
será drenado a partir da casa de força com furos de 4 polegadas de diâmetro.
A jusante de cada ramal de conduto adutor será flangeada uma válvula borboleta. Estas válvulas permitirão
efetuar os trabalhos de manutenção das turbinas sem a necessidade de esvaziar o conduto forçado e o
túnel de adução, além de se fecharem automaticamente em caso de falha do fechamento pelo distribuidor,
por ação do servomotor ou do contrapeso.
O traçado do túnel de adução e conduto forçado encontra-se no Mapa de Arranjo Geral.
A PCH Glicério será conectada a uma Linha de Transmissão já existente da concessionária distribuidora
Ampla paralela a usina, havendo duas opções de conexão: sendo uma em 69 kV (Macabu – Dist. Campos) e
outra de 138 kV (Macabu – Rocha Leão). Para ambas as alternativas poderá ser utilizado circuito simples ou
duplo com um condutor por fase em alumínio ou cobre variando de 75mm² a 310mm², com cabo para-
raios, isoladores de vidro ou porcelana em estruturas metálicas. As conexões se darão com lançamento de
cabo em solo com distâncias aproximadas de 500 m, sem necessidade de supressão de vegetação. A
seleção do projeto levará em conta o Plano de Expansão do Sistema da concessionária local conforme
período de execução.
83 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
5.1.15. Ponto de chegada à Casa de Força;
O acesso à casa de força, mais exatamente à área de montagem, se fará através de um túnel projetado
para o tráfego de carretas de até 22 toneladas, devendo servir como acesso permanente para os serviços
de manutenção e inspeção. O túnel terá 188,00 metros de comprimento, seção arco retângulo com 6,00
metros de largura e altura de 5,00 metros com greide subhorizontal na cota 104,40 metros.
Próximo à área de montagem, está projetado um nicho de manobras com raios mínimos de 9,0 e
18,0 metros, respectivamente, interno e externo.
5.1.16. Localização da Casa de Força;
A casa de força é subterrânea e dimensionada para abrigar duas unidades geradoras Francis, eixo
horizontal, de 5,60 MW cada. A estrutura para abrigar as unidades terá uma largura de 12,80 metros,
comprimento de 31,90 metros e altura máxima de 25,00 metros entre as cotas 92,60 e 117,565 metros. A
área de montagem terá a mesma largura e um comprimento de 6,50 metros, com piso previsto na cota
104,50 metros. Dois poços, um de exaustão e outro de insuflamento, este para a subida dos cabos à
subestação, complementam a casa de força.
O acesso à casa de força se fará pela área de montagem através de um túnel dimensionado para permitir o
tráfego de caminhão para transporte de até 22 toneladas.
O setor da casa de força considerado como sendo a infraestrutura é constituído por um único piso
principal. Na parte considerada como sendo a superestrutura, encontram-se os pilares e as vigas para a
instalação da ponte rolante, que terá um vão de 12,40 metros entre eixos. A ponte servirá para a
movimentação dos equipamentos e respectivos componentes, tanto na fase de sua instalação, como na
fase de operação e manutenção.
A concepção estrutural da casa de força é bastante simples, sendo toda estruturada em concreto com
paredes expostas no maciço rochoso. A casa de força será construída com concreto armado, em camadas
máximas de 1,5 metros de altura. Junto à fundação será executada regularização da superfície com
concreto convencional.
Os poços de exaustão e de insuflamento deverão ter, respectivamente, diâmetros de 2,5 e 5,0 metros. Os
trechos em solo, executados de cima para baixo, deverão ter suas paredes estabilizadas com solo
grampeado, sendo o poço de cabos revestido por concreto estrutural com 0,50 metros de espessura. Os
trechos em rocha poderão ser executados de baixo para cima e deverão ser estabilizados com
chumbadores e concreto projetado.
84 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
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Túnel de fuga
Os tubos de sucção restituem a vazão turbinada para dois túneis que tem 2,30 metros de largura por
3,10 metros de altura e comprimento de 9,15 metros cada e que se unem em um único túnel, que deverá
trabalhar afogado, para dar vazão de 9,22 m³/s com a velocidade de 1,0 m/s e desaguar no rio Glicério.
Os pisos dos túneis, junto à casa de força, serão escavados em rocha sã, na cota 93,60 metros em seção
arco retângulo de 2,30 metros de largura e 3,10 metros de altura. Após se juntarem em um único túnel em
uma rampa com 10% de inclinação por cerca de 16,00 metros, onde atinge o greide na cota 92,70 metros.
Daí a 212,35 metros, o túnel tem uma declividade de 0,252%, seguindo-se, novamente um trecho de
25,0 metros em rampa de 10% até atingir a cota 95,00 metros na saída do túnel.
O desemboque do túnel se dá em solo, o que associado à proximidade da Rodovia RJ - 162 exigiu que um
projeto muito particular fosse adotado no local, incluindo a estabilização do espelho do desemboque com a
técnica de solo grampeado drenado. A escavação do túnel em solo exigirá a utilização de enfilagem, de
treliças metálicas e de concreto projetado para permitir o seu avanço. O trecho final do túnel de fuga, de
cerca de 35 metros, deverá ser revestido com concreto estrutural.
85 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
5.1.17. Destinação das diversas áreas de utilização e edificações previstas, devidamente
identificadas em legenda;
Estão previstas áreas de utilização temporária, onde será instalado o canteiro de obras, e edificações
permanentes como a subestação e casa de força.
O canteiro de obras terá suas instalações distribuídas, buscando menor impacto na região e maior
aproveitamento das estruturas existentes. A casa de força antiga e seu entorno serão utilizados para
algumas das instalações do canteiro, a distância segura dos locais de desmonte de rocha a fogo e próximo
ao centro geométrico das frentes de trabalho. A área prevista para bota-fora situada na usina de Macabu e
de propriedade da Quanta será utilizada também para central de concreto e as dependências de Macabu
estarão disponíveis para os funcionários. Será alugada uma casa que funcionará como central de forma e
armação. Para hospedagem dos funcionários serão alugadas casas nas cidades e vilas da região. A região de
emboque e desemboque do túnel de acesso é considerada como apoio, caso seja necessária alguma
alteração na estrutura prevista.
As instalações dos canteiros industriais, administrativos e áreas de vivência serão projetadas e
dimensionadas de acordo com as recomendações das normas regulamentadoras da Portaria 3214, em
especial da NR-18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção.
1) Canteiro Industrial
a) Concreto
Poderá ser necessária a instalação de uma central de concreto móvel, com capacidade de
aproximadamente 30 m3/h, com silo para cimento, reservatórios de água e aditivos e depósito de
agregados (areia e pedra britada). Na obra será instalado o laboratório para controle de qualidade.
b) Oficina de Armação
Será mantida uma pequena oficina de armação em propriedade alugada no entorno do empreendimento,
onde será adquirido, preferencialmente, o aço já cortado e dobrado de fábrica, reduzindo esse trabalho no
local da obra.
c) Carpintaria
O pátio da carpintaria deverá ter um galpão coberto para abrigar equipamentos como desempenadeira,
serras, esmeril, furadeira, etc. para o desempenho das atividades de produção de fôrmas novas e
manutenção e reparo de painéis para reuso. No galpão da carpintaria será prevista a instalação de
exaustores de pó para a coleta de poeira de madeira proveniente dos trabalhos ali realizados.
d) Oficina Mecânica de Manutenção
Está prevista a instalação de oficina mecânica para as manutenções preventiva e corretiva necessárias ao
bom desempenho dos equipamentos de construção.
e) Canteiro eletromecânico
86 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
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O canteiro eletromecânico compreenderá uma oficina para fabricação de peças fixas e tubulações
embutidas no concreto primário, a ser utilizada posteriormente como pipe shop da montagem.
Está previsto almoxarifado coberto e fechado com área aproximada de 100 m2 para estocagem de
materiais diversos. É prevista uma sala climatizada com área aproximada de 50 m2 para estocagem de
painéis, instrumentos, etc.
e) Outras Instalações do Canteiro Industrial
Central de ar comprimido próxima à região da casa de força;
Depósitos de explosivos e acessórios;
Sistemas de ventilação forçada dos túneis.
2) Canteiro Administrativo
Escritório administrativo da construtora, contendo basicamente sala de engenheiros, setor técnico,
setor administrativo e de segurança do trabalho;
Escritório da Fiscalização da obra;
Escritórios de campo móveis, em contêineres metálicos;
Almoxarifados cobertos e áreas de estocagem descobertas.
Guaritas.
3) Área de Vivência
O refeitório da obra terá cozinha, despensa e salões de refeição. O salão do refeitório deverá ter
capacidade para atendimento simultâneo de aproximadamente 50 pessoas. O refeitório, após os horários
de refeição, poderão ser transformados em área de lazer dos trabalhadores.
Também será instalado o ambulatório localizado nas proximidades do escritório administrativo, contendo
sala para consultas e sala de primeiros socorros. O atendimento hospitalar será prestado nos hospitais
conveniados da região.
Nas frentes de trabalho serão instalados sanitários de campo convenientemente localizados para que a
distância máxima a percorrer seja de no máximo 200 m.
Arranjo do Canteiro
A seguir está elaborado um arranjo geral das utilidades contempladas no canteiro de obras. Existirá uma
separação dessas áreas, conforme descrito acima, buscando reduzir os impactos do empreendimento e
aproveitar as estruturas existentes. Considerando a proposta de instalação em áreas separadas, devido às
disponibilidades de terreno, deverá ser utilizado o critério de separação em áreas administrativas, áreas
industriais e áreas de vivência.
87 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
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A eventual central de concreto, com depósitos de agregados, silo ou depósito de cimento, etc. será
instalada em área separada devido ao ruído, poeiras e tráfego de caminhões, próxima a PCH Macabu,
terreno da Quanta.
O canteiro de obras será desativado ao término das atividades construtivas do empreendimento, que está
previsto em 24 meses de duração.
Figura 5. Arranjo geral do canteiro de obras da PCH Glicério.
Foram desenvolvidas plantas das estruturas com uma visão geral do que se pretende para o canteiro.
Alterações serão feitas quando for determinada a melhor alocação das utilidades nas áreas de canteiro
descritas anteriormente.
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5.1.18. Planta do percurso da linha de transmissão de energia elétrica desde Casa de Força a até
a ligação com a Linha de Transmissão da AMPLA.
A PCH Glicério será conectada a uma Linha de Transmissão já existente da concessionária distribuidora
Ampla paralela a usina, havendo duas opções de conexão: sendo uma em 69 kV (Macabu – Dist. Campos) e
outra de 138 kV (Macabu – Rocha Leão). Para ambas as alternativas poderá ser utilizado circuito simples ou
duplo com um condutor por fase em alumínio ou cobre variando de 75mm² a 310mm², com cabo para-
raios, isoladores de vidro ou porcelana em estruturas metálicas. As conexões se darão com lançamento de
cabo em solo com distâncias aproximadas de 500 m, sem necessidade de supressão de vegetação. A
seleção do projeto levará em conta o Plano de Expansão do Sistema da concessionária local conforme
período de execução.
Foram incluídas na AID do empreendimento as áreas dos circuitos simples ou duplo de alumínio ou cobre
que serão interligados à Linha de Transmissão já existente, e a área de bota-fora. Todo o diagnóstico
ambiental (meios físico, biótico e socioeconômico) (inclusive mapas, quadros, tabelas, figuras e anexos) da
área diretamente afetada pelos circuitos e bota-fora incluídas nesta complementação está contemplado no
Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da PCH Glicério.
O Mapa do Percuso da Linha de Transmissão está no Anexo I.
Mapa Detalhamento da Linha de Transmissão
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Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério 99 Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
5.2. Caracterização do reservatório: curva cota-área-volume, cotas máximas e mínimas de
operação, cota máxima maximorum, cota da tomada d’água, volume útil, volume morto e área
alagada;
Figura 6. A curva cota x área x volume.
Quadro XV. A curva cota x área x volume.
Cota (m) Área (m2) Volume (m3) Volume acumulado (m3)
231,90 0 0 0
232,00 266 13 13
233,00 1.274 770 783
234,00 3.690 2.482 3.265
235,00 6.780 5.235 8.500
236,00 10.270 8.525 17.025
237,00 13.450 11.860 28.885
238,00 19.470 16.460 45.345
239,00 28.990 24.230 69.575
240,00 36.580 32.785 102.360
100 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Quadro XVI. Cotas máximas e mínimas de operação, cota máxima maximorum, cota da tomada d’água, volume útil, volume morto e área alagada.
CARACTERÍSTICA VALOR
Cota do nível máximo de operação 240,00 m
Cota do nível mínimo de operação 236,50 m
Cota do nível máximo maximorum 242,00 m
Cota da soleira da tomada d’água 233,80 m
Volume útil Fio d’água
Volume morto 0,078 x 106 m³
Área alagada* 3,658 ha
*Corresponde a área alagada atualmente que não será modificada com a implantação do projeto de ampliação da PCH Glicério. NOTA: Os valores previstos na curva cota x área x volume, respeitando a vazão do TVR, poderão ser utilizados para perfeita manutenção e operação do reservatório.
101 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
5.3. Plano para desassoreamento do reservatório;
O projeto da recapacitação da PCH Glicério, objeto deste relatório, contempla um novo arranjo com a
implantação de um aproveitamento de 11,20 MW de potência instalada, obedecidos os níveis operacionais
fixados no Inventário do Rio São Pedro, aprovado pelo Despacho nº 1.651 da ANEEL, em 9 de Junho de
2010.
Em razão da desativação da usina, ocorreu um acúmulo de sedimentos que devem ser removidos através
da dragagem do material, necessária para que a usina possa ser reativada.
O Plano de Desassoreamento do Reservatório pretendido pela Quanta Geração contempla o procedimento
de dragagem, gerenciamento do material a ser dragado e a disposição final do material, conforme
diretrizes da resolução CONAMA nº 454, de 01 de novembro de 2012.
Segundo resolução do CONAMA, para caracterizar as intervenções e os processos de dragagem, deverá ser
apresentado ao órgão ambiental licenciador o plano conceitual de dragagem, contendo os seguintes dados:
I – Levantamento batimétrico da área a ser dragada;
II – Apresentação das cotas pretendidas e cotas de eventual projeto anterior;
III – Delimitação da área a ser dragada com coordenadas georreferenciadas;
IV – Volume a ser dragado;
V–Delimitação das áreas de disposição propostas, com suas coordenadas georreferenciadas;
VI – Cronograma de execução;
VII – Características dos equipamentos de dragagem.
O Plano de Desassoreamento do Reservatório da PCH Glicério segue as premissas e diretrizes apresentadas
a seguir, contemplando as informações solicitadas em resolução.
O levantamento batimétrico da área a ser dragada foi realizado com base no estudo de inventário do rio
São Pedro realizado pela Themag Engenharia (2007) segundo legislação pertinente da ANEEL, o qual
forneceu os dados utilizados para estimar o volume de reservatório e volume de material assoreado. No
gráfico a seguir apresenta-se a curva cota versus volume versus área, obtida da restituição
aerofotogramétrica, para os aproveitamentos do rio São Pedro.
102 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
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Figura 7. Curva cota versus volume versus área – Aproveitamento Glicério.
A partir da cota máxima do reservatório, prevista no estudo de inventário, de 240 m, obteve-se no gráfico o
valor de volume do reservatório cheio equivalente a 10 x 104 m3.
Para apresentação das cotas pretendidas e cotas de eventual projeto anterior considerou-se que as cotas
apresentadas em projetos anteriores mantêm-se no projeto atual e são especificadas pelos seguintes
valores:
Nível d’água máximo normal = 240,00m;
Nível d’água máximo maximorum = 242,00m;
Nível d’água mínimo = 231,70m.
A delimitação da área a ser dragada com indicação de suas coordenadas georreferênciadas foi realizada e
constatou-se que o reservatório da PCH Glicério totaliza uma área de 0,040 km².
A área assoreada está localizada nas coordenadas UTM do reservatório descriminadas abaixo:
Fim do Reservatório - E = 801188.5700 N = 7537817.3600
Topo do Barramento - E = 801515.3320 N = 7537862.1280
103 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 8. Área do reservatório.
Figura 9. Ortofoto da área a ser dragada com coordenadas geroreferenciadas.
104 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
A análise do volume a ser dragado foi realizada considerando a cota máxima de 240 m. Nessa cota obtemos
o máximo volume do reservatório de 100.000 m3, sendo o volume assoreado, portanto inferior a esse
número e possuindo características de areia, como indicado no inventário e confirmado através da análise
granulométrica, realizada pela empresa Akvos, em 2014.
A análise granulométrica foi realizada seguindo exigência da resolução CONAMA nº 454 e indo além, com
realização de medição em dois pontos do reservatório além dos dois pontos exigidos, totalizando quatro
pontos de coleta. Como resultado obtivemos que nos 4 pontos a porcentagem de areia é igual ou superior
a 95%.
Considerando que o volume a ser dragado é inferior a 100.000 m³ e o material tem porcentagem de areia
superior a 90% nos quatro pontos analisados, o inciso V do Art. 7º da resolução CONAMA nº 454 fica
atendido, dispensando o material de caracterização química e ecotoxicologica e outros estudos
complementares referentes à caracterização.
A delimitação das áreas de disposição, com suas coordenadas georreferenciadas, foi proposta pela Quanta
Geração S.A. As possíveis áreas de bota-fora são próximas à usina de Macabu, de propriedade da própria
Quanta. É possível observar a ausência de vegetação nas áreas selecionadas, representando baixo impacto
ambiental.
Será estudada, conforme Art. 15 da resolução CONAMA nº 454, de novembro de 2012, a possibilidade da
utilização benéfica do material dragado. Algumas das opções consideradas são:
Obras de engenharia – criação e melhoria do terreno, recomposição e engordamento artificial de
praias, estabilização da linha de costa, margens de rios e controles de erosão, bermas offshore,
material de capeamento e preenchimento de células sedimentares, aterro para portos, aeroportos,
ancoradouros, construção de diques, barragens e rodovias;
Construção civil e indústria;
Usos na agricultura e aquicultura;
Melhorias ambientais – restauração e estabelecimento de áreas úmidas, ilhas de nidificação, pesca,
recuperação do solo, recuperação de áreas degradadas, recuperação de margem erodida.
Caso não sejam encontrados usos benéficos para o meterial dragado, serão então consideradas as áreas de
bota-fora já selecionadas para disposição do material.
105 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 10. Possíveis áreas de bota-fora – Áreas 1 e 2.
O cronograma de execução do plano de dragagem segue o cronograma do projeto básico de
desenvolvimento das obras. As etapas de dragagem serão detalhadas antes do início das obras. Salienta-se
a simplicidade de execução da dragagem uma vez que a estrutura e maquinário da obra estarão instalados
no local.
As características dos equipamentos de dragagem foram estudadas pela Quanta Geração S.A.. Nesse
estudo conclui-se que dragagem de manutenção, a ser efetuada no empreendimento PCH Glicério,
compreende a remoção de material assoreado, depositado no corpo hídrico por um processo natural. Esse
tipo de dragagem tem como finalidade a manutenção das profundidades de projeto dos canais, sendo
caracterizada pela retirada de solos não compactados.
Os riscos para o meio ambiente desse processo são em grande parte decorrente da disposição do material
dragado e do aumento de sedimentos em suspensão devido ao processo. A seleção adequada do
equipamento a ser utilizado e dos procedimentos adotados pode amenizar a suspensão de sedimentos,
sendo fundamental em termos ambientais.
Com o intuito de reduzir os impactos causados pela dragagem, uma avaliação prévia dos possíveis métodos
e equipamentos a serem utilizados foi feita.
As dragas operam em sistemas adequados ao material a ser dragado e a sua forma de disposição.
Considerando que o material a ser dragado não está contaminado, as dragas pneumáticas não são
necessárias. Isso resulta em basicamente duas classes de dragas a serem analisadas: as mecânicas e as
hidráulicas.
106 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
As dragas mecânicas se subdividem em três tipos: alcatruzes (AL), mandíbulas articuladas (MA) e
escavadeiras (ES). São utilizadas para a remoção de cascalho, areia e sedimentos muito coesivos,
como argila, turfa, e silte altamente consolidado. Estas dragas removem sedimentos de fundo
através da aplicação direta de uma força mecânica para escavar o material, independente de sua
densidade.
As dragas hidráulicas, por sua vez, se subdividem em três tipos: aspiração (AS), sucção e recalque
(SR) e autotransportadoras (AT). Essas dragas são mais adequadas para a remoção de areia e silte
pouco consolidado, removendo e transportando o sedimento na forma líquida. São em geral
bombas centrífugas, acionadas por motores a diesel ou elétricos, montadas sobre barcas e que
descarregam o material dragado através de tubulações que variam de 0,15 m a 1,2 m de diâmetro,
mantidas sobre a água através de flutuadores. A bomba produz vácuo na entrada da tubulação e a
pressão força água e sedimento através da tubulação. Estas dragas não podem operar com
material que contenha grandes pedras.
As dragas de alcatruzes (AL) são equipamentos que foram muito utilizados na primeira metade do século
passado, e estão atualmente em desuso e não farão parte deste sistema.
O tipo de draga a ser usado será definido para cada trecho do reservatório de acordo com suas
particularidades e características dos equipamentos durante fase de pré-projeto.
Além das medidas descritas acima, necessárias à reativação da usina, medidas de manutenção do
reservatório são necessárias. Com esse intuito, em função dos volumes de sedimentos carreados pelo rio
São Pedro, conforme observado no reservatório da PCH Glicério (parcialmente assoreado), deverão ser
implantadas duas galerias a montante da tomada d’água, permitindo o material característico do rio (areia)
seguir seu curso a jusante da barragem/vertedouro através do desarenador.
As operações de monitoramento na área dragada devem envolver repetidas medições de contaminantes
ou de efeitos, sejam diretos ou indiretos, no meio ambiente aquático. Os propósitos do monitoramento são
determinar os níveis de contaminantes em organismos, os efeitos biológicos e consequências para o
ambiente dragado, causados pelo despejo de material dragado e permitir gerenciar e controlar as
exposições de organismos a esse material e aos contaminantes associados.
Após definido se o material será utilizado para fins benéficos ou disposto em á,rea de jurisdição nacional
selecionada em alinhamento com o órgão licenciador, será, caso necessário, detalhado um plano de
monitoramento.
107 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
5.4. Laudo de estabilidade da barragem existente, avaliando as condições estruturais da
barragem, com ART do responsável pelo laudo;
O presente relatório tem por objetivo descrever as observações efetuadas quando da inspeção à barragem
de pedra argamassada da PCH Glicério, de propriedade da Quanta Geração S. A., visando atender às
solicitações do Instituto Estadual do Ambiente - INEA, quanto às condições estruturais da barragem – EIA e
seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental - RIMA.
O trabalho foi realizado pela empresa Themag Engenharia, atuante há mais de 50 anos em projetos de
engenharia consultiva, sendo apresentada a respectiva ART do responsável (Anexo III) pelo relatório do
projeto básico, no qual as informações aqui presentes foram compiladas e complementadas.
Descrição do aproveitamento
A Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Glicério, possui reservatório, barragem e casa de força no município
de Macaé-RJ. A construção da Usina foi concluída em 1929 e em 1972 houve a desativação da PCH Glicério
devido a problemas no conduto forçado e a troca de frequência, determinada pelo Governo Federal, de 50
para 60 Hz.
Sua barragem é de alvenaria de pedra e concreto, tipo gravidade, com 90 m de comprimento e 12 m de
altura e o reservatório a fio d´água.
A PCH Glicério vem sendo objeto de diversos estudos de projetos de recapacitação, porém em 2007, após a
obtenção da concessão da PCH Glicério pela Quanta Geração S.A., em novembro de 2006, foram
contratados e executados os estudos de Inventário do rio São Pedro, que passam a balizar a recapacitação
da usina.
Após aprovação do Inventário, a Quanta realizou a contratação do Projeto Executivo junto à empresa
Themag Engenharia, que indicou a potência ótima de projeto em 11,2 MW, adequações da barragem,
construção de novo sistema de adução e casa de força.
108 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Dados técnicos do aproveitamento existente:
Nome da usina PCH Glicério
Potência nominal (MW) 0 MW (fora de operação desde 1972)
Bacia hidrográfica/ Sub-bacia/código BH: 5 SB: 59 Cód.: Usina desativada
Nome do rio Rio São Pedro
Estado(s) da Federação Rio de Janeiro
Altura do maciço (m) 12 m (90 m comprimento)
Tipo de material utilizado na barragem Pedra e Concreto (pedra argamassada)
Tipo de fundação Rocha (Barramento – afloramento de rocha sã)
Vistoria da barragem efetuada no projeto básico
O barramento atual é constituído, a partir da ombreira direita, por uma barragem de pedra argamassada,
vertedouro com soleira livre, tomada d´água e fechamento da ombreira esquerda através de uma
barragem de pedra argamassada.
A presença de pontos isolados de carbonatação do concreto e da argamassa de rejuntamento das
alvenarias de pedra não constitui dano significativo na estrutura, assim como a existência de alguns pontos
isolados de concentração de umidade com a armadura pouco exposta e oxidada com consequente
desagregação do concreto.
Pequenos e espaçados merejamentos de água foram visualizados na barragem durante a visita. A barragem
do ponto de vista estrutural não apresenta risco, sendo necessária uma profunda reforma e adaptação para
a recapacitação.
O vertedouro é constituído por dois vãos, em soleira livre, perfil Creager com concha de dissipação, e
deverá sofrer reformas, sendo que apenas o perfil hidráulico do vertedouro é de concreto convencional.
As características estruturais da barragem foram avaliadas na vistoria e concluiu-se que a mesma se
encontra íntegra, não apresentando risco. A recapacitação da PCH Glicério foi estudada e está prevista a
reforma da barragem com os detalhamentos de projeto descritos no Projeto Básico.
109 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 11. Vista geral de jusante.
Figura 12. Visão lateral de barragem.
110 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 13. Vista da margem esquerda.
Figura 14. Vista do vertedouro.
111 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 15. Vista da margem direita.
Figura 16. Existência de pequenas e espaçadas vegetações.
112 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 17. Percolação e vegetação existente no paramento de jusante.
Intervenções de manutenção realizadas
A Quanta realiza rotinas periódicas de inspeção e intervenção na barragem, já tendo sido adequados os
itens identificados referentes a vegetação. Para os demais itens o Projeto Básico já identificou as
necessidades de intervenção incluindo adequação e reforma completa da estrutura, podendo ser
administrada a execução devido à integridade da estrutura existente.
Análise de adequação para recapacitação
O novo arranjo da PCH Glicério é estabelecido pelas condições da topografia local, principalmente com
relação a forte declividade do rio, estabelecendo-se assim a casa de força afastada do local da barragem
que aproveita uma queda natural de 90 m, a barragem mantém a sua posição original, sendo constituída
basicamente por um vertedouro de soleira livre em sua grande extensão e barragens de gravidade nas suas
extremidades, sendo necessária uma profunda reforma e adaptação para uma recapacitação. O desvio será
executado através de uma galeria de concreto com vão de 2,00 x 2,50 m, dimensionado para uma vazão de
até 20,7 m³/s, correspondente a cheia de 25 anos, período seco.
A barragem atual do ponto de vista estrutural não apresenta risco, sendo necessária uma profunda reforma
e adaptação para uma recapacitação. Com isso foi elaborado um projeto básico pela Themag Engenharia,
onde são apontadas as melhorias que devem ser executadas na barragem para que seja possível a sua
utilização para a PCH Glicério recapacitada, onde visa manter e reforçar as estruturas existentes. O
aproveitamento das estruturas existentes prevê a remoção dos blocos de rocha argamassada, sem danificar
as estruturas remanescentes, e as fundações dos reforços deverão ser apoiadas em rocha sã e a demolição
parcial do concreto das estruturas existentes deverá ser feita a frio.
113 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Apresentação do projeto de reforma da barragem
O barramento terá a finalidade de desviar a vazão necessária à adução, sendo constituído basicamente pelo
vertedouro de soleira livre, com 63,05 m de vão, que ocupa todo o leito do rio e é complementado por um
muro de concreto em ambas às ombreiras, totalizando um comprimento de 101,6 m. O desvio será feito
através de uma galeria posicionada na ombreira direita.
Na ombreira esquerda, adjacente ao vertedouro, está prevista uma barragem de concreto, de gravidade
com 2,0 m de largura na crista e com o paramento de montante vertical e de jusante com a inclinação de
1,0 V:0,7 H, coroada na cota 242,50 m e com 16,00 m de comprimento. Na ombreira direita, o vertedouro
encosta diretamente na estrutura do descarregador de fundo que por sua vez está ligada ao desareiador.
O vertedouro de soleira livre existente será readequado para atender a cheia de 315,80 m³/s, construído
em pedra argamassada e está assentado sobre rocha sã de características geotécnicas adequadas. Estão
previstas obras de ampliação neste vertedouro, devendo ser aproveitada grande parte da estrutura
existente, mantendo e reforçando as antigas fundações. Seguem imagens do projeto de recapacitação que
será realizado pela Quanta na PCH Glicério, que mantém parte da estrutura da barragem e reforma as
estruturas necessárias à operação.
Conclusão
A vistoria realizada pela empresa Themag Engenharia indica que a barragem encontra-se íntegra e não
apresenta risco estrutural.
O Projeto Básico para recapacitação da PCH Glicério prevê o detalhamento completo de adequação e
reforma da barragem, conforme desenhos de projeto elaborados já mencionados neste documento.
114 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
5.5. Apresentar, no mínimo, as seguintes informações sobre a fase de implantação:
5.5.1. Descrição das ações para limpeza do terreno, remoção da vegetação e movimentos de
terra;
Estão previstas ações de limpeza do terreno, remoção da vegetação e movimentos de terra durante as
obras de repotencialização da PCH Glicério. Essas ações constituem um conjunto de operações executadas
nas áreas destinadas à instalação do empreendimento, objetivando a remoção das obstruções naturais ou
artificiais, porventura existentes, tais como: árvores, arbustos, tocos, raízes, matacões, camada superior do
solo com materiais orgânicos e resíduos vegetais, etc.
A limpeza do terreno, remoção da vegetação e movimentos de terra podem ser executados por processos
manuais ou mecânicos. Os processos manuais utilizam a força humana, através de ferramentas e está
restrito a pequenos movimentos de terra (100 m³) ou a locais onde seja obrigatório, em vista de condições
peculiares.
Nos processos mecânicos são utilizadas basicamente as máquinas:
a) Pá carregadora: a lança não tem giro nem movimento vertical a não ser em torno do eixo transversal,
podendo-se mudar a posição da caçamba para a descarga, por meio de articulações. As pás-carregadoras
podem ser de roda ou de esteira. Existem diversas marcas, sendo que cada modelo é caracterizado por
alguma medida geométrica básica e por uma determinada capacidade da caçamba.
As pás-carregadoras montadas sobre pneus apresentam certas vantagens e certas deficiências de
operação, se comparadas as de esteira. A vantagem reside na velocidade de deslocamento da máquina. Por
outro lado a tração sobre pneus revela-se deficiente, já que há o risco permanente do seu patinamento.
Por trabalharem diretamente sobre as superfícies escavadas são mais recomendadas para terrenos secos e
duros, pois desta forma as esteiras ou as rodas não causam danos à superfície acabada.
b) Bobby-cat: é uma pá carregadora, porém, de pequeno porte e capacidade tendo, por outro lado grande
versatilidade. É muito utilizada para retirada de terra de subsolos após executadas as lajes, pois devido ao
seu tamanho tem fácil acesso em quaisquer locais. Embora possa ser utilizada para corte, sua potência não
permite que isto seja feito em qualquer tipo de terreno quando então só poderá ser utilizada para carga e
descarga.
c) Escavadeira: é um equipamento que trabalha estacionado, isto é, sua estrutura portante se destina
apenas a lhe permitir o deslocamento sem participar do ciclo de trabalho. Nos trabalhos normais de
movimento de terra as escavadeiras são montadas sobre esteiras, possuindo mecanismos que permitem o
giro de 360°. As escavadeiras podem ser empregadas em trabalhos de escavação bastante diversos,
dependendo do tipo de lança que é utilizado. A lança é o mecanismo que pode ser colocado ou retirado da
escavadeira e é destinado a efetuar certos tipos de escavação.
115 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Existem ainda alguns tipos de escavadeiras, como a escavo (carregadeira que permite movimentos rápidos
e mais precisos que os guinchos e cabos); clamshell (constituída de duas partes níveis, comandadas por
cabos que se podem abrir ou fechar como mandíbulas); e retroescavadeira (semelhante à escavo, mas ao
contrário desta última, a caçamba é voltada para baixo). As escavadeiras podem ser empregadas em
trabalhos de escavação bastante diversos, dependendo do tipo de lança que é utilizado.
Para o transporte da terra serão utilizados caminhões basculantes de descarga traseira feita através de
braços de levantamento de comando hidráulico. A elevação da caçamba permite a abertura da comporta
traseira e a queda do material transportado. Os caminhões basculantes são disponíveis em duas versões:
a) Caminhão toco: possui capacidade de caçamba mínima de 4 m³.
b) Caminhão trucado: dispõe de uma terceira linha de eixo com tração e tem a capacidade dobrada em
relação ao caminhão toco.
Segundo dados do Projeto Básico da PCH Glicério, a remoção da vegetação será necessária em 2,05 ha, e o
detalhamento das fisionomias afetadas encontra-se no Diagnóstico do Meio Biótico. A remoção seguirá os
procedimentos do Plano de Supressão Vegetal, a ser detalhado no Plano Básico Ambiental (PBA).
De uma forma geral, as operações de desmatamento, destocamento e limpeza do terreno podem ser
descritas nas etapas abaixo:
1. O desmatamento compreende corte e remoção de toda a vegetação;
2. O destocamento compreende a operação de remoção de tocos e raízes, após o serviço de
desmatamento na profundidade necessária até o nível do terreno considerado apto para terraplenagem;
3. A limpeza compreende a operação de remoção da camada de solo ou material orgânico, bem como de
quaisquer outros objetos e materiais indesejáveis que ainda subsistam;
4. O material proveniente do desmatamento, destocamento e limpeza deve ser removido ou estocado;
5. Sempre que houver risco de danos a outras árvores, linhas físicas aéreas, cercas ou construções
existentes nas imediações, as árvores a serem removidas devem ser amarradas e, se necessário, cortadas
em pedaços, a partir do topo;
6. Onde houver eminência de queda de árvores, na vegetação remanescente, estas devem ser cortadas;
7. Nenhum movimento de terra pode ser iniciado enquanto as operações de desmatamento, destocamento
e limpeza, nas áreas devidas, não tenham sido totalmente concluídas.
116 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
5.5.2. Localização e dimensionamento preliminar das atividades a serem desenvolvidas no
canteiro de obras (alojamentos, refeitórios, serralheria, depósitos, oficina mecânica,
infraestrutura de saneamento e ponto de lançamento de efluentes líquidos);
Estão previstas áreas de utilização temporária, onde será instalado o canteiro de obras, e edificações
permanentes como a subestação e casa de força.
O canteiro de obras terá suas instalações distribuídas, buscando menor impacto na região e maior
aproveitamento das estruturas existentes. A casa de força antiga e seu entorno serão utilizados para
algumas das instalações do canteiro, a distância segura dos locais de desmonte de rocha a fogo e próximo
ao centro geométrico das frentes de trabalho. A área prevista para bota-fora situada em Macabu e de
propriedade da Quanta poderá ser utilizada para central de concreto e as dependências da usina de
Macabu estarão disponíveis para os funcionários. Será alugada uma casa que funcionará como central de
forma e armação. Para hospedagem dos funcionários serão alugadas casas nas cidades e vilas da região. A
região de emboque e desemboque do túnel de acesso é considerada como apoio, caso seja necessária
alguma alteração na estrutura prevista.
As instalações dos canteiros industriais, administrativos e áreas de vivência serão projetadas e
dimensionadas de acordo com as recomendações das normas regulamentadoras da Portaria 3214, em
especial da NR-18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção.
1) Canteiro Industrial
O canteiro industrial é destinado a fornecer todo o apoio logístico à produção da obra e terá as seguintes
instalações:
a) Concreto
Considerando-se o histograma de concreto da obra, com volume total de aproximadamente 5.000 m3,
picos de poucos meses com aproximadamente 800 m3/mês e média de 400 a 500 m3/mês.
Os fornecedores de concreto usinado estão localizados em Macaé, a distância de aproximadamente 50 km,
podendo inviabilizar o fornecimento de concreto usinado à obra. De qualquer forma, uma das
fornecedoras, a Supermix de Macaé informou que pode atender a região de Glicério, após uma visita ao
local e estudo mais detalhado das condições de fornecimento.
Poderá ser necessária a instalação de uma central de concreto móvel, com capacidade de
aproximadamente 30 m3/h, com silo para cimento, reservatórios de água e aditivos e depósito de
agregados (areia e pedra britada). Na obra será instalado o laboratório para controle de qualidade.
117 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
b) Oficina de Armação
O consumo de aço é de aproximadamente 350 t no total, com picos que podem atingir 50 t/mês. Em
função do planejamento executivo da construtora, os ferros poderão ser adquiridos já beneficiados dos
fornecedores, mantendo-se apenas uma pequena oficina de armação na obra.
c) Carpintaria
Deverão ser utilizados na obra, escoramentos preferencialmente com vigas metálicas e estruturas
tubulares e fôrmas em madeira compensada, porém prevê-se também o uso, em menor escala, de madeira
de reflorestamento em forma de pontaletes, tábuas e sarrafos.
O pátio da carpintaria deverá ter um galpão coberto para abrigar equipamentos como desempenadeira,
serras, esmeril, furadeira, etc. para o desempenho das atividades de produção de fôrmas novas e
manutenção e reparo de painéis para reuso. No galpão da carpintaria será prevista a instalação de
exaustores de pó para a coleta de poeira de madeira proveniente dos trabalhos ali realizados.
Poderá ser conveniente a contratação de empresa especializada em fornecimento de painéis de fôrma,
sendo a carpintaria da obra destinada a pequenos trabalhos de carpintaria.
c) Oficina Mecânica de Manutenção
Será prevista a instalação de oficina mecânica para as manutenções preventiva e corretiva necessárias ao
bom desempenho dos equipamentos de construção.
Serão previstos comboios de lubrificação e abastecimento para atendimento aos equipamentos nas frentes
de serviço e eventual oficina móvel para socorro de emergência a equipamentos no campo.
Em todos os locais com presença de óleo e graxa será prevista a instalação de caixas separadoras de óleo e
água, para evitar que seja lançado óleo nas redes de drenagem. Os óleos coletados das caixas separadoras
serão levados para aterros industriais.
d) Canteiro eletromecânico
O canteiro eletromecânico compreenderá uma oficina para fabricação de peças fixas e tubulações
embutidas no concreto primário, a ser utilizada posteriormente como pipe shop da montagem.
Está previsto almoxarifado coberto e fechado com área aproximada de 100 m2 para estocagem de
materiais diversos. Será prevista uma sala climatizada com área aproximada de 50 m2 para estocagem de
painéis, instrumentos, etc.
Todo o pátio externo será encascalhado para permitir a estocagem de materiais mecânicos e elétricos
diversos a descoberto.
118 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
e) Outras Instalações do Canteiro Industrial
Deverão ser previstas outras instalações, tais como:
Central de ar comprimido próxima à região da casa de força;
Depósitos de explosivos e acessórios dimensionados pra autonomia de 15 dias, localizados e
construídos de acordo com as determinações do Regulamento para Fiscalização de Produtos
Controlados (R-105) do Exército Brasileiro, aprovado pelo Decreto 3665 de 20/11/2000, com
esquema especial de proteção e vigilância policial;
Sistemas de ventilação forçada dos túneis.
As instalações da empresa em Macabu poderão ser utilizadas como ponto de apoio.
2) Canteiro Administrativo
O canteiro administrativo é destinado a fornecer todo o apoio administrativo ao bom andamento das obras
e será composto por:
Escritório administrativo da construtora, contendo basicamente sala de engenheiros, setor técnico,
setor administrativo e de segurança do trabalho;
Escritório da Fiscalização da obra;
Escritórios de campo móveis, em contêineres metálicos;
Almoxarifados cobertos e áreas de estocagem descobertas;
Guaritas.
3) Área de Vivência
Face à localização privilegiada da obra, é prevista a contratação de mão de obra predominantemente da
região de Glicério. O pessoal casado, mobilizado de outras regiões, e o pessoal braçal será alojado em casas
alugadas nas cidades e vilas da região. O pessoal técnico e administrativo que necessite de alojamento,
poderá ser alojado em casa alugada em Glicério.
O refeitório da obra terá cozinha, despensa e salões de refeição, podendo também ser utilizado o recurso
de contratação de alimentação. O salão do refeitório deverá ter capacidade para atendimento simultâneo
de aproximadamente 50 pessoas. O refeitório, após os horários de refeição, poderá ser transformado em
área de lazer dos trabalhadores.
Também no canteiro, será instalado o ambulatório localizado nas proximidades do escritório
administrativo, contendo sala para consultas e sala de primeiros socorros. O atendimento hospitalar será
prestado nos hospitais conveniados da região.
119 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Nas frentes de trabalho serão instalados sanitários de campo convenientemente localizados para que a
distância máxima a percorrer seja de no máximo 200 m.
Redes de infraestrutura
a) Energia Elétrica
O abastecimento de energia será feito através de linha de distribuição da Ampla, Concessionária local.
A subestação principal será instalada junto ao canteiro de obras. A partir dessa subestação, partirá uma
linha alimentando os transformadores a serem instalados no acesso ao túnel auxiliar e na região da tomada
d’água.
b) Água
O consumo médio de água potável, nos meses de pico, será de aproximadamente 1.000 litros/hora. Deverá
ser verificada no local a disponibilidade de água potável da Concessionária local. Como alternativa, poderá
ser estudado o abastecimento por meio de caminhões-pipas ou a pesquisa do aquífero local e perfuração
de poço profundo.
O consumo de água industrial para correção de umidade de aterros, manutenção de pistas para
assentamento de poeira, lavagem de fôrmas, cura de concreto, etc. será da ordem de 2.000 litros/hora.
Deverá ser verificada a possibilidade de captação de água industrial no rio São Pedro, que após decantação
e filtragem, será usada para as finalidades citadas.
c) Águas Pluviais
Toda a área do canteiro que será construída será provida de sistema de drenagem de águas pluviais, com
sistema de valetas a céu aberto projetado para evitar erosão do terreno e tanques de decantação para
evitar carreamento de materiais sólidos ao leito do rio.
O sistema de drenagem de áreas como oficina mecânica, pátio de máquinas, lavagem e lubrificação, posto
de abastecimento deverá prever instalação de tanques separadores de água e óleo de modo a evitar o
lançamento de materiais oleosos no terreno ou no curso d’água.
A drenagem de áreas de estocagem de pedra britada deverá conter tanques de decantação para a
deposição de sólidos e evitar o seu carreamento para as redes de drenagem.
Todos os taludes serão protegidos por valetas de crista e de pé para coleta das águas e prevenção de
erosões.
Essas providências serão extensivas às áreas de empréstimos e áreas de bota-fora.
120 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
d) Esgoto Sanitário
O esgoto sanitário dos escritórios, refeitórios, sanitários, alojamentos e outros serão coletados e terão um
tratamento primário através de sistema de fossa séptica e filtros para permitir o lançamento dos efluentes
ao curso d’água dentro das condições permitidas pelas autoridades ambientais.
e) Lixo e Resíduos
A Construtora deverá implantar um sistema de gerenciamento de resíduos da obra, englobando plano de
redução, de reutilização e de reciclagem de resíduos, visando a redução de desperdícios e de impactos
ambientais e ainda com vantagens econômicas.
Arranjo do Canteiro
A seguir está elaborado um arranjo geral das utilidades contempladas no canteiro de obras. Existirá uma
separação dessas áreas, conforme descrito neste tópico, buscando reduzir os impactos do
empreendimento e aproveitar as estruturas existentes. Considerando a proposta de instalação em áreas
separadas, devido às disponibilidades de terreno, deverá ser utilizado o critério de separação em áreas
administrativas, áreas industriais e áreas de vivência.
A eventual central de concreto, com depósitos de agregados, silo ou depósito de cimento, etc. será
instalada em área separada devido ao ruído, poeiras e tráfego de caminhões, próxima a PCH Macabu,
terreno da Quanta.
O canteiro de obras será desativado ao término das atividades construtivas do empreendimento, que está
previsto em 24 meses de duração.
Figura 18. Croqui do arranjo geral do canteiro de obras que será instalado na AID da PCH Glicério.
Laborat Fiscaliz Escritório Enfermaria Refeitório Vestiário Alojamento
lavand
Alojamento
Guarita
Montagem Carpint/Armaç Oficina Mecânica
AREA
ESTOCAGEM
DESCOBERTA
Almoxarifado
PATIO MÁQUINAS
121 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
5.5.3. Sistema de drenagem das águas superficiais que tendam a escoar para os sites de
implantação, bem como das águas que se precipitem diretamente sobre essas áreas, indicando
os pontos de lançamento;
Toda a área do canteiro será provida de sistema de drenagem de águas pluviais, com sistema de valetas a
céu aberto projetado para evitar erosão do terreno e tanques de decantação para evitar carreamento de
materiais sólidos ao leito do rio.
O sistema de drenagem de áreas como oficina mecânica, pátio de máquinas, lavagem e lubrificação, posto
de abastecimento deverá prever instalação de tanques separadores de água e óleo de modo a evitar o
lançamento de materiais oleosos no terreno ou no curso d’água.
A drenagem de áreas de estocagem de pedra britada deverá conter tanques de decantação para a
deposição de sólidos e evitar o seu carreamento para as redes de drenagem.
Todos os taludes serão protegidos por valetas de crista e de pé para coleta das águas e prevenção de
erosões. Essas providências serão extensivas às áreas de empréstimos e áreas de bota-fora.
O esgoto sanitário dos escritórios, refeitórios, sanitários, alojamentos e outros serão coletados e terão um
tratamento primário através de sistema de fossa séptica e filtros para permitir o lançamento dos efluentes
ao curso d’água dentro das condições permitidas pelas autoridades ambientais.
Atenção especial será dada ao local do canteiro de obras, onde se concentrará a implantação de sites. A
localização das estruturas pode ser observada no Mapa de Arranjo Geral, Anexo I.
122 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
5.5.4. Origem, tipos e estocagem dos materiais de empréstimo, incluindo jazidas e local de bota-
fora se necessário;
As condições geológicas da região, somadas ao arranjo das obras, ou seja, espessuras consideráveis de
cobertura de solo com embasamento rochoso constituído por rocha gnáissica e obras com volumes
reduzidos de terra e de concreto, impõem aspectos relevantes com relação à disponibilidade e obtenção
dos materiais naturais de construção.
A obra foi planejada visando o melhor aproveitamento do material excedente, seja por meio da adoção de
soluções que contemplem a utilização deste material ou na procura por possíveis compradores na região,
sempre visando a redução de áreas de bota-fora.
a) Solos
Os solos serão usados na execução da ensecadeira para as obras de fechamento do barramento. Também
serão utilizados na construção do aterro de acesso à tomada d’água, na margem direita. Nesta obra, os
volumes de escavação obrigatória de solo, principalmente no local do desemboque do túnel de fuga e no
emboque do túnel de acesso garantem por si só a quantidade necessária a ser utilizada nos aterros, não
sendo necessária a implantação de uma área de empréstimo na região do empreendimento.
O material a ser escavado é constituído por solos areno- siltosos e areno-argilosos, com blocos de rocha
imersos na matriz. Será necessário um volume total da ordem de 6.950 m³ de solo.
b) Areia
Com relação às areias, os depósitos aluvionares observados dentro do reservatório da PCH Glicério, que são
constituídos por areias finas a médias, com ocorrência de níveis de cascalho, podem servir, após uma
análise laboratorial, como material de empréstimo a ser utilizado no concreto. Está prevista a retirada
(limpeza) deste material depositado ao longo dos anos no reservatório existente, com o objetivo principal
de melhorar as condições hidráulicas do reservatório e de retirar a carga sobre o barramento.
Também está prevista a compra desse material com fornecedores da região e estocado no depósito da
central de concreto, caso necessário. O consumo de areias para concreto, transições e construções é de
aproximadamente 4.000 m3.
c) Materiais Pétreos
Em relação aos materiais pétreos a região é bastante privilegiada, em função das rochas existentes, de
qualidade geomecânica adequada, que serão obtidas nas escavações obrigatórias do túnel de adução, da
casa de força e dos túneis de fuga e de acesso, garantindo a obtenção e a disponibilidade de materiais
pétreos adequados à utilização na obra.
123 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Do ponto de vista tecnológico, o gnaisse/granito a ser obtido nas escavações é suficientemente conhecido
pelas suas características adequadas para a aplicação no concreto e no enrocamento, não tendo sido
necessário programar ensaios de caracterização nesta fase do projeto.
Está prevista a escavação de um volume de rocha da ordem de 50.775 m³ e uma utilização da ordem de
6.000 m³, resultando num volume de bota-fora de cerca de 44.775 m³, que deverá ser disposto em área
adequada.
d) Origem e Destino dos Materiais
Os materiais de escavação obrigatória terão aproveitamento restrito nas obras de recapacitação da PCH
Glicério, constituídas por estruturas de concreto de pequeno porte no eixo da barragem, pela casa de força
subterrânea e pelas ensecadeiras de montante, devendo a maior parte de o material escavado ser
destinada à área de bota-fora situada cerca de 3,5 km distante, próximo à sede do Distrito de Glicério.
Parte dos volumes de solo e de rocha escavada na área da barragem deverá ser estocada na margem
esquerda para a construção das ensecadeiras de montante. Um volume expressivo de rocha, de até
6.000 m3, deverá ser disponibilizado em pilhas de estoque para uso em concreto e alguns reforços de base
nos acessos internos.
e) Cimento Portland
A estimativa de consumo de cimento na obra, para produção de concretos e argamassas é de
aproximadamente 150 a 200 toneladas por mês.
Existem fábricas de cimento nas regiões de Cantagalo, Volta Redonda e Barra Mansa além de distribuidores
na região de Macaé, que permitem abastecer com tranquilidade as necessidades da obra.
O fornecimento de cimento poderá ser em sacos convencionais ou a granel, em caminhões-silos ou em
contêineres plásticos, escolha a ser definida na fase de planejamento executivo da obra.
O transporte será por via rodoviária através da rodovia RJ 162.
f) Aço para Concreto Armado
Macaé possui filial da distribuidora de aço da Gerdau, que tem outras plantas nas grandes cidades que
poderão contribuir ao atendimento às demandas em caso de necessidade.
No planejamento executivo da obra, a construtora irá, preferencialmente, optar pela aquisição de material
já beneficiado, com a finalidade de reduzir as instalações na obra e do efetivo e agilizar a execução das
obras.
O aço para concreto será transportado por via rodoviária chegando à obra através da rodovia RJ-162. A
estimativa de consumo de aço é pico de aproximadamente 40 t/mês.
124 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
g) Madeira para Fôrmas para Concreto
Sempre que possível, as fôrmas serão do tipo industrializadas, abundantes no mercado, com uso de
estruturas metálicas e painéis de madeira compensada para minimização de uso de madeira bruta.
h) Material Rochoso
O consumo total de material rochoso para as ensecadeiras e enrocamentos é de aproximadamente 1.000
m3. Esses materiais serão provenientes das escavações obrigatórias a céu aberto ou das escavações
subterrâneas dos túneis. O consumo total de material rochoso como agregados para concreto é da ordem
de 5.000 m3.
i) Material Assoreado
Está previsto o desassoreamento do reservatório com deposição do material assoreado na área de bota-
fora. O volume esperado de material é de aproximadamente 60.000 m3.
Será estudada, conforme Art. 15 da resolução CONAMA nº 454, de novembro de 2012, a possibilidade da
utilização benéfica do material dragado. Algumas das opções consideradas são:
Obras de engenharia – criação e melhoria do terreno, recomposição e engordamento artificial de
praias, estabilização da linha de costa, margens de rios e controles de erosão, bermas offshore,
material de capeamento e preenchimento de células sedimentares, aterro para portos, aeroportos,
ancoradouros, construção de diques, barragens e rodovias;
Construção civil e indústria;
Usos na agricultura e aquicultura;
Melhorias ambientais – restauração e estabelecimento de áreas úmidas, ilhas de nidificação, pesca,
recuperação do solo, recuperação de áreas degradadas, recuperação de margem erodida.
Caso não sejam encontrados usos benéficos para o material dragado, serão então consideradas as áreas de
bota-fora já selecionadas para disposição do material.
125 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Quadro XVII. Origem e destino dos materiais.
ÁREA DA BARRAGEM
Material Quantidade (m³) Destinos Quantidade (m³)
Solo 11.330 Bota Fora 10.680
Ensecadeira 650
Rocha 4.115 Bota Fora 2.615
Ensecadeira 1.500
JANELA DE SERVIÇO
Material Quantidade (m³) Destinos Quantidade (m³)
Solo 845 Bota Fora 845
Rocha 2.265 Bota Fora 2.265
TÚNEL DE ACESSO / ÁREA DE MONTAGEM / CASA DE FORÇA
Material Quantidade (m³) Destinos Quantidade (m³)
Solo 6.225 Bota Fora 6.225
Rocha 15.955 Bota Fora 15.955
TÚNEL DE FUGA / CASA DE FORÇA / TÚNEL DE ADUÇÃO / VARIANTE
Material Quantidade (m³) Destinos Quantidade (m³)
Solo 880 Bota Fora 880
Rocha 22.440 Bota Fora 16.440
Pilha de Estoque 6.000
SUBESTAÇÃO / POÇOS
Material Quantidade (m³) Destinos Quantidade (m³)
Solo 25.490 Bota Fora 25.490
ACESSOS INTERNOS
Material Quantidade (m³) Destinos Quantidade (m³)
Solo 15.230 Bota Fora 8.930
Aterros 6.300
126 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
5.5.5. Levantamento das possíveis áreas de bota-fora, visando possível desassoreamento do
reservatório;
Está prevista a escavação de um volume de rocha da ordem de 50.775 m³ e uma utilização da ordem de
6.000 m³, resultando num volume de bota-fora de cerca de 44.775 m³. Além disso, está previsto o
desassoreamento do reservatório com deposição do material assoreado na área de bota-fora. O volume
esperado de material é de aproximadamente 60.000 m3. Somando-se o volume de material assoreado ao
volume de terra e rocha das escavações é esperado um volume total de bota-fora de 104.775 m3. As áreas
de bota-fora serão utilizadas para estocagem de materiais inservíveis e materiais excedentes provenientes
das escavações das obras e do desassoreamento do reservatório.
Neste item, foram apresentadas duas áreas para uso como áreas de bota-fora da PCH Glicério, sendo elas
Área 1 e Área 2 de Macabu, as quais foram descritas, localizadas e identificadas em mapas
georreferenciados. As áreas foram escolhidas por estarem situadas em terreno próprio, localizadas a
distância adequada para o transporte dos materiais, não possuírem cobertura vegetal, sendo classificadas
como “pasto”, e por apresentarem capacidades de acomodação de todo o volume previsto. Essas áreas
têm capacidade para comportar volume além do esperado. Dessa forma, não há necessidade de áreas
alternativas para deposição de material.
Complementarmente, foram avaliadas duas áreas adicionais Área 1 e 2 de Glicério, consideradas como
possibilidades em caso de necessidade, apenas com o intuito de fornecer opções à empresa de engenharia.
Devido a maior distância destas áreas e às áreas de Macabu terem capacidade para volume
significativamente superior ao volume calculado de bota-fora, as Áreas de Glicério não serão consideradas
para licenciamento nesse Estudo de Impacto Ambiental. Em caso de necessidade posterior serão
apresentados estudos específicos para esses bota-foras. Sendo assim, os bota-foras considerados no
licenciamento ambiental da PCH Glicério serão Área 1 e 2 de Macabu, que foram consideradas nos
diagnósticos previamente apresentados no EIA e serão descritos a seguir.
A localização das áreas de bota-fora de Macabu, Área 1 e 2, podem ser observadas no Mapa de Áreas de
Bota-Fora, Anexo I – Mapas do EIA Volume I.
Área 1 – Macabu, nas coordenadas 22°13'52,34"S/ 42°05'56,88"O (789.949/ 7.538.816): Essa área se situa
em terreno próprio da Quanta Geração S.A. no lado esquerdo da estrada de acesso à casa de força da PCH
Macabu, à distância de aproximadamente 3,5 km da nova casa de força da PCH Glicério, com área
disponível para armazenar aproximadamente 200.000 m3 de rocha e terra.
Área 2 – Macabu, nas coordenadas 22°13'43,42"S/ 42°05'53,23"O (789.896/ 7.538.785): Essa área se situa
em terreno próprio da Quanta Geração S.A. no lado direito da estrada de acesso à casa de força da PCH
Macabu, à distância de aproximadamente 3,5 km da nova casa de força da PCH Glicério, com área
disponível para armazenar aproximadamente 300.000 m3 de rocha e terra.
127 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 19. Localização bota-fora Macabu: Área 1 e Área 2.
Área 1 Macabu
Área 2 Macabu
PCH Macabu
Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério 128 Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério 129 Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
5.5.6. Equipamentos e técnicas construtivas;
1. Equipamentos Mecânicos
i) Casa de Força
A Casa de Força do tipo caverna, será equipada com duas Turbinas Francis de eixo horizontal com 11,2 MW
de potência, uma ponte rolante biviga com 300 kN da capacidade, duas válvulas borboletas de 1,00 metro
de diâmetro e uma comporta ensecadeira no tubo de sucção, cujas características são as seguintes:
ii) Turbinas
Tipo .................................................................................................... Francis de eixo horizontal
Quantidade ............................................................................................................................... 2
Potência nominal ........................................................................................................ 11,2 MW
Rotação síncrona ........................................................................................................... 600 rpm
Rotação específica .................................................................................................... 111,90 rpm
Queda líquida de referência ........................................................................................ 136,80 m
Sentido de rotação .................................................................................................. anti-horário
Mancais ..................................................................................... escora - guia e guia no gerador
Regulador ................................................................................................................... digital PID
Acumulador ................................................................................................. balão de nitrogênio
Tubo de sucção ................................................................................................................ singelo
Elevação da linha de centro de distribuidor ................................................................. 99,50 m
Nível d'água max. de montante .................................................................................. 242,00 m
Nível d'água de jusante p/ Q = 4,6 m3/s (Unitária) ....................................................... 97,11 m
Comprimento do túnel de adução até a bifurcação ................................................. 1074,84 m
Rugosidade média da superfície ..................................................................................... 0,15 m
Comprimento do conduto blindado até bifurcação........................................................ 10,5 m
iii) Válvula Borboleta
Quantidade ............................................................................................................................... 2
Diâmetro ......................................................................................................................... 1,00 m
Vedação ................................................................................................. sede metálica (satélite)
Acionamento .......................................................................................................... servo motor
Contra-peso ........................................................................................................................... sim
"By pass"................................................................................................................................ sim
Pressão máxima de trabalho ......................................................................................... 18,5 bar
130 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Vazão nominal (Unitário) .............................................................................................. 4,6 m3/s
Junta de montagem .............................................................................................................. sim
Escotilha de acesso a montante 70 mm ........................................................................... sim
Vedação em contra pressão (jusante)............................................................................. 0,5 bar
iv) Comporta Ensecadeira do Tubo de Sucção
Tipo ............................................................................................................................. deslizante
Quantidade ............................................................................................................................... 1
Dimensões da abertura ............................................................. 2,3 m (largura) x 2,2 m (altura)
Elevação da soleira ........................................................................................................ 93,60 m
NA max. jusante .......................................................................................................... 103,77 m
"By pass" na comporta .......................................................................................................... sim
Acionamento .......................................................................................... viga pescadora e talha
v) Ponte Rolante
Tipo ................................................................................................................................... bi-viga
Capacidades
- guincho principal ...................................................................................................... 300 kN
- guincho auxiliar .......................................................................................................... 75 kN
Quantidade ............................................................................................................................... 1
Velocidade de elevação
- guincho principal ......................................................................................... 2,0/0,5 m/min.
- guincho auxiliar ......................................................................................... 10,0/1,0 m/min.
Velocidade de translação
- ponte rolante ............................................................................................ 10,0/1,0 m/min.
- carro ............................................................................................................ 5,0/1,0 m/min.
Curso do gancho
- principal ................................................................................................................. 12,00 m
- auxiliar ...................................................................................................................... 17,9 m
Vão da ponte ........................................................................................................................ 12,4 m
Comprimento do caminho de rolamento ............................................................................ 37,9 m
Freios de estacionamento dos guinchos ............................................................... eletro hidráulico
Freios de aproximação e descida ............................................................ inversores de freqüência
Alimentação elétrica .................................................................................................... barramento
131 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
vi) Tomada d'Água de Adução
A Tomada d'Água de Adução, constituída de uma torre sobre poço em túnel, será equipada com grades de
proteção, rastelo limpa grades, comporta corta fluxo e ponte rolante com as seguintes características:
a) Grade de Proteção do Emboque
Tipo................................................................................................. guiada, deslizante e removível
Dimensões do emboque ................................................................ 4,6 m (largura) x 6,4 m (altura)
Inclinação...................................................................................................................... 1 V x 0,18 H
Quantidade de elementos ............................................................................................................. 4
Altura de cada elemento ........................................................................................................ 1,6 m
Distância entre barras verticais ............................................................................................ 50 mm
Carga admissível ............................................................................................................... 30 kN/m2
Relação entre freqüência natural das barras sobre freqüência dos turbilhões ....................... 1,6
Velocidade de aproximação da água ................................................................................ 0,16 m/s
Acionamento ................................................................................... viga pescadora/ponte rolante
b) Rastelo Limpa Grades
Tipo.................................................................................................................mecânico com rodas
Capacidade volumétrica útil .................................................................................................. 1,2 m3
Capacidade gravimétrica ..................................................................................................... 15,0 kN
Largura .................................................................................................................................... 2,2 m
Acionamento ............................................................................................................. ponte rolante
c) Comporta Corta Fluxo
Tipo..........................................................................................................................................vagão
Vedação ........................................................................................................................ a montante
Dimensões da abertura .................................................................. 3,5 m (largura) x 3,0 m (altura)
Elevação da soleira ........................................................................................................... 233,80 m
Nível d'água máxima de montante .................................................................................. 242,00 m
Quantidade .................................................................................................................................... 1
Acionamento ............................................................................................................. ponte rolante
Vazão nominal .................................................................................................................... 9,2 m3/s
132 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
d) Ponte Rolante
Tipo..................................................................................................................monoviga com talha
Capacidade da talha ............................................................................................................... 40 kN
Velocidade de elevação .......................................................................................... 0,5 a 5,0 m/min
Velocidade de translação da talha ....................................................................... 1,0 a 5,00 m/min
Velocidade de translação da ponte .................................................................... 1,0 a 10,00 m/min
Vão da ponte .......................................................................................................................... 6,2 m
Comprimento do caminho de rolamento .......................................................................... 12,75 m
vii) Desarenador
Em virtude da quantidade de areia carregada pelo rio São Pedro, foi previsto a instalação de uma estrutura
desarenadora no canal de aproximação do emboque da Tomada d'Água, constituída de duas galerias
equipadas com comportas corta fluxo, comporta ensecadeira e talha de manobras com as seguintes
características:
a) Comporta Corta Fluxo
Tipo ................................................................................................................ deslizante AWWA
Dimensões da abertura livre ..................................................................................... 1,2 x 1,7 m
Elevação da soleira ...................................................................................................... 233,00 m
Elevação do coroamento de manobras ...................................................................... 242,50 m
Tipo de acionamento .................................................................................................. mecânico
Nível d'água max. de montante .................................................................................. 242,00 m
Quantidade ............................................................................................................................... 2
b) Comporta Ensecadeira
Tipo ............................................................................................................................. deslizante
Dimensões da abertura livre ..................................................................................... 1,2 x 1,7 m
Quantidade de elementos ........................................................................................................ 1
Quantidade de comporta ......................................................................................................... 1
Elevação da soleira ...................................................................................................... 233,00 m
Elevação do coroamento de manobras ...................................................................... 242,50 m
Tipo de acionamento ...................................................................... com hastes e talha manual
133 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
c) Talha Monovia
Tipo de corrente.....................................................................................................................manual
Capacidade ............................................................................................................................. 40 kN
Altura de elevação .................................................................................................................. 6,0 m
Quantidade .................................................................................................................................... 1
viii) Descarregador
Em virtude da quantidade de sedimentos carregada pelo rio São Pedro, foi previsto a implementação de
uma estrutura descarregadora no canal de aproximação do emboque da Barragem, constituída de uma
galeria equipada com comporta corta fluxo, comporta ensecadeira e talha de manobras com as seguintes
características:
a) Comporta Corta Fluxo
Tipo .................................................................................................................. deslizante vagão
Dimensões da abertura livre ..................................................................................... 2,5 x 2,5 m
Elevação da soleira ...................................................................................................... 231,00 m
Elevação do coroamento de manobras ...................................................................... 242,50 m
Tipo de acionamento ........................................................................................... ponte rolante
Nível d'água max. de montante .................................................................................. 242,00 m
Quantidade ............................................................................................................................... 1
b) Comporta Ensecadeira
Tipo ............................................................................................................................. deslizante
Dimensões da abertura livre ..................................................................................... 2,5 x 2,5 m
Quantidade de elementos ........................................................................................................ 1
Quantidade de comporta ......................................................................................................... 1
Elevação da soleira ...................................................................................................... 231,00 m
Elevação do coroamento de manobras ...................................................................... 242,50 m
Tipo de acionamento ...................................................................... com hastes e talha manual
c) Talha Monovia
Tipo de corrente, manual
Capacidade ............................................................................................................................. 40 kN
Altura de elevação .................................................................................................................. 6,0 m
Quantidade .................................................................................................................................... 1
134 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
ix) Conduto Forçado Blindado Auto Portante
Nas proximidades da Casa de Força, o túnel será blindado com conduto de 2,2 metros de diâmetro.
Comprimento 2,2 m ......................................................................................................... 10,5 m
Comprimento 1,3m ................................................................................................... 2 x 15,68m
Pressão interna max. de projeto ........................................................................................ 18,5 bar
Pressão externa máxima (injeção) ....................................................................................... 2,0 bar
Velocidade da água com 2 unidades operando ................................................................ 2,42 m/s
Sistema de drenagem externa ................................................................................................... sim
Conexão para esvaziamento ...................................................................................................... sim
2. Equipamentos Elétricos
O Diagrama Unifilar Simplificado do Sistema Elétrico concebido para a PCH Glicério e para a subestação
elevadora associada contempla dois geradores síncronos de 6,9 kV – 6,33 MVA, acionados por turbinas
hidráulicas do tipo Francis de eixo horizontal. Os dois geradores e o transformador elevador de 6,9 / 69-138
kV – 12,7 MVA (trifásico) serão conectados à barra de geração de 6,9 kV através de cabos isolados 6/10 kV.
Os alimentadores para os serviços auxiliares serão derivados da barra de geração. As características
elétricas obtidas no pré-dimensionamento para os equipamentos elétricos principais serão listadas nos
itens a seguir.
Geradores
Tipo ........................................................................................................ síncrono, eixo horizontal.
Potência nominal ............................................................................................................ 6,33 MVA
Rotação nominal ............................................................................................................... 600 rpm
Número de pólos ....................................................................................................................... 12
Fator de potência ................................................................................................................... 0,90
Freqüência nominal ............................................................................................................... 60 Hz
Transformadores Elevadores
Tipo ................................................................................................................................... trifásico
Potência nominal (óleo natural/ar natural) ONAN ......................... a ser definida pelo fabricante
Potência nominal (óleo natural/ar forçadol) ONAF ........................................................ 12,7MVA
Tensão primária ................................................................................................................... 6,9 kV
Tensão secundária ......................................................................................................... 69-138 kV
Reatância ................................................................................................................................ 10 %
Nível de isolamento primário à frequência industrial durante 1 minuto (eficaz) ................. 20 kV
135 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Nível de isolamento primário para impulso atmosférico:
Pleno (valor de crista) ............................................................................................... 60 kV
Cortado (valor de crista) ........................................................................................... 66 kV
Nível de isolamento secundário à frequência industrial durante 1 minuto (eficaz) ........... 140 kV
Nível de isolamento secundário para impulso atmosférico:
Pleno (valor de crista) ............................................................................................. 350 kV
Cortado (valor de crista) ......................................................................................... 385 kV
Ligação ...................................................................................................... delta - estrela aterrada
Sistema de resfriamento ......................................................................................... ONAN / ONAF
3. Equipamentos Elétricos Auxiliares
Serviços Auxiliares em Corrente Alternada
Configuração do Sistema
O Sistema de Serviços Auxiliares de Corrente Alternada será constituído por duas fontes independentes
caracterizadas por transformadores 6900 – 380/220V alimentados através de derivações do barramento de
geração de 6,9 kV e que alimentarão o quadro principal de distribuição de corrente alternada, que está
localizado dentro da casa de força subterrânea. Haverá um ramal saindo do quadro principal em direção a
sala de controle na superfície, onde este ramal alimentará um segundo quadro de distribuição de corrente
alternada, responsável pelas cargas da subestação e da própria sala de controle.
É prevista ainda uma fonte de alimentação de emergência constituída por grupo diesel gerador com
capacidade adequada para atender as cargas essenciais, de ambos os quadros.
O quadro principal de distribuição será equipado por duas barras de distribuição interligadas por disjuntor
motorizado, uma barra destinada às cargas essenciais e a outra barra destinada às cargas não essenciais.
O esquema de manobra adotado prevê que cada transformador de serviços auxiliares possa alimentar as
duas barras do quadro principal de distribuição. Dessa forma, cada transformador será dimensionado para
suprir a totalidade das cargas da PCH Glicério.
Critérios de Operação
Cada transformador de serviço auxiliar será dimensionado para alimentar a totalidade das demandas
máximas simultâneas das cargas da casa de força e da subestação.
Em condições normais de operação ambos os transformadores alimentarão o quadro principal de
distribuição de corrente alternada.
136 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Na falta de ambas as fontes de alimentação, o grupo diesel gerador de emergência entrará
automaticamente em operação.
Serviços Auxiliares de Corrente Contínua
Configuração do Sistema
O sistema de serviços auxiliares em corrente contínua será constituído por duas fontes independentes
caracterizadas por dois retificadores independentes e uma bateria com os retificadores alimentados a
partir da barra de cargas essenciais do quadro de corrente alternada. Cada retificador estará associado a
uma barra independente do quadro principal de distribuição em 125Vcc. Haverá dois ramais saindo, um de
cada barra do quadro principal de distribuição em corrente contínua, em direção a sala de controle na
superfície, onde esses ramais serão responsáveis pelas cargas em corrente contínua da subestação e da
própria sala de controle.
Para assegurar a continuidade de serviço durante os trabalhos de manutenção no sistema, as cargas
principais serão alimentadas por ambas as barras do quadro de distribuição em 125Vcc.
Critérios de Operação
O sistema deverá operar com os dois retificadores em funcionamento, sendo que cada retificador será
dimensionado para alimentar a totalidade de cargas da PCH, enquanto mantém o banco de baterias em
regime de flutuação.
Quando da falta de um dos retificadores por falha da fonte de alimentação em corrente alternada ou por
indisponibilidade do equipamento, o outro retificador deverá assumir toda a carga, além de manter a
respectiva bateria em flutuação.
4. Subestação
A subestação da PCH Glicério terá configuração de barras simples, com duas unidades geradoras e o
transformador elevador conectados à barra de geração através de cabos isolados de 6/10 kV e uma saída
de linha de transmissão que se interligará com a linha de transmissão da Concessionária Distribuidora local
(Ampla Energia S.A.).
Os equipamentos de alta tensão da subestação (disjuntores, chaves seccionadoras, pára-raios,
transformadores de corrente e potencial, estruturas de suporte dos cabos aéreos, etc.) e a saída da linha de
transmissão para o ponto de conexão serão dispostos no pátio da subestação.
Os equipamentos de alta tensão atenderão a classe de isolamento 72,5/145 kV (de acordo com a tensão de
conexão), próprios para instalação ao ar livre. Os disjuntores serão de comando e acionamento tripolar,
isolamento interno e câmara de extinção a gás, trifásicos montados sobre estrutura metálica.
As distâncias entre equipamentos no pátio e o dimensionamento das vias internas possibilitam o acesso
aos equipamentos e o trânsito de pessoas e veículos para montagem, manutenção e ensaios. Os sistemas
de serviços auxiliares, as proteções e o controle manual dos disjuntores e chaves seccionadoras serão
dispostos na sala de controle, localizada ao lado da subestação.
137 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
A subestação será protegida contra descargas de origem atmosférica e sobre-tensões por surtos de tensão
por um sistema de cabos para-raios e blindagens contra surtos.
5. Linha de Transmissão
A PCH Glicério será conectada a uma Linha de Transmissão já existente da concessionária distribuidora
Ampla paralela a usina, havendo duas opções de conexão: sendo uma em 69 kV (Macabu – Dist. Campos) e
outra de 138 kV (Macabu – Rocha Leão). Para ambas as alternativas poderá ser utilizado circuito simples ou
duplo com um condutor por fase em alumínio ou cobre variando de 75mm² a 310mm², com cabo para-
raios, isoladores de vidro ou porcelana em estruturas metálicas. As conexões se darão com lançamento de
cabo em solo com distâncias aproximadas de 500 m, sem necessidade de supressão de vegetação. A
seleção do projeto levará em conta o Plano de Expansão do Sistema da concessionária local conforme
período de execução.
Técnicas construtivas
I) Desvio do Rio
Esquema Geral de Desvio
O desvio será executado em uma única etapa através de uma galeria com vão de 2,00 x 2,50 m localizada
na ombreira direita. A galeria tem capacidade para atender uma vazão de 20,7 m³/s, correspondente a uma
cheia de 25 anos, período seco. Esta solução foi considerada a mais adequada para as características
topográficas locais e para as vazões envolvidas, ensejando melhores condições de construção e de
cronograma de implantação do aproveitamento.
Antes do desvio, o rio correrá pelo seu leito através do descarregador de fundo existente, o que irá permitir
a diminuição de nível do reservatório e possibilitar a limpeza e escavação da área situada a montante da
barragem. Após os serviços de escavação, será lançada a 1ª ensecadeira de montante e deverão ser
iniciados e concluídos os trabalhos de concretagem e montagem das estruturas da ombreira direita que
contém a galeria de desvio. Em seguida, a 1ª ensecadeira será desfeita e as águas do rio serão canalizadas
para a galeria de desvio através do lançamento da 2ª ensecadeira de montante. A ensecadeira de jusante
não será necessária devido à presença de cachoeira imediatamente a jusante.
Considerações Hidráulicas
Antes do desvio, os trabalhos de construção deverão ser desenvolvidos principalmente no período de
estiagem, devendo, porém, ser prevista a possibilidade dos serviços se estenderem pelo período de cheias
que, entretanto, não trará maiores problemas para a obra. As ensecadeiras de montante, com cerca de
40,0 metros de comprimento e crista na elevação 235,70 metros direcionarão o fluxo do rio para o canal de
desvio.
138 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Para a execução das ensecadeiras foi previsto o lançamento de enrocamento a partir da margem esquerda
e, em seguida, o lançamento da transição e do solo argiloso por montante. Para tanto, deverão ser
estocados os materiais necessários à construção da ensecadeira junto à margem esquerda. Uma vez
construídas as ensecadeiras será executada a construção e acabamento das estruturas do vertedouro de
soleira livre e, por final, o tamponamento da galeria de desvio. Ao final da obra, será procedida a remoção
total da ensecadeira.
II) Seqüência de Construção e Características das Principais Estruturas
Considerando que atualmente não existe geração de energia elétrica na PCH Glicério e que o seu pequeno
reservatório apresenta-se assoreado, prevê-se o desvio do rio através de ensecadeiras e em alguns
momentos serão mantidos volumes reduzidos no reservatório, trabalhando com o esvaziamento parcial do
mesmo, respeitando os valores da curva cota x área x volume. Dessa forma, definiu-se a sequência de
construção em duas etapas a seguir descritas.
Na primeira etapa, de maior duração, serão realizadas as seguintes obras:
a) Obras Preliminares
Mobilização
Construção das estradas de acesso e do acampamento;
Construção do canteiro de obras e das instalações industriais;
b) Área da Barragem
Lançamento da 1ª ensecadeira de montante;
Escavação do canal de restituição do novo vertedouro;
Desmonte da tomada d’água existente e de parte das barragens de pedra argamassada da margem
esquerda e direita;
Desvio do reservatório;
Limpeza e escavação do reservatório;
Limpeza e escavação das áreas de implantação das estruturas da galeria de desvio, do desarenador
e da tomada d’água;
Concretagem da tomada d’água, da galeria de desvio, do desarenador e do muro direito;
Montagem dos equipamentos da tomada d’água, galeria de desvio e do desarenador;
Construção do aterro de acesso à tomada d’água.
c) Obras Subterrâneas
Emboque dos túneis de acesso, de fuga e da janela de serviço;
Escavação subterrânea dos túneis de acesso, de fuga e da janela de serviço;
Escavação dos poços de cabos/insuflamento e de exaustão;
Escavação da casa de força subterrânea;
139 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Concretagem primária da casa de força;
Instalação da ponte rolante;
Início da montagem das turbinas e dos geradores.
Na segunda etapa (durante e após o desvio), deverão ser executadas as seguintes atividades:
d) Área da Barragem
Retirada da 1ª ensecadeira de montante;
Lançamento da 2ª ensecadeira de montante;
Desmonte parcial das estruturas existentes;
Concretagem do vertedouro;
Remoção da ensecadeira do leito do rio.
e) Obras Subterrâneas
Concretagem secundária da casa de força;
Fechamento da janela de serviço;
Concretagem do bloco de ancoragem e envelopamento do conduto forçado;
Montagem final dos equipamentos;
Comissionamento e testes;
Geração das unidades.
f) Obras de Transmissão
Subestação;
Linha de Transmissão.
Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério 140 Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
5.5.7. Demanda e origem de água e energia;
Está previsto que o fornecimento de energia será feito através da ligação direta na linha de distribuição da
Concessionária local. Caso seja necessário, uma cabine simplificada de 15 kV será instalada junto ao
canteiro de obras, próximo ao emboque do túnel de acesso a casa de força. A partir dessa cabine, partirá
uma linha para alimentação das cargas no acesso ao túnel auxiliar. Para a região da tomada d’água e
canteiros será utilizado a mesma logística
O consumo médio de água potável, nos meses de pico, será de aproximadamente 1.000 litros/hora. Deverá
ser verificada no local a disponibilidade de água potável da concessionária local. Como alternativas, poderá
ser estudado o abastecimento por meio de caminhões-pipas ou a pesquisa do aquífero local e perfuração
de poço profundo.
O consumo de água industrial para correção de umidade de aterros, manutenção de pistas para
assentamento de poeira, lavagem de fôrmas, cura de concreto, etc. será da ordem de 2.000 litros/hora,
serão analisadas formas de abastecimento considerando as possibilidades locais.
141 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
5.5.8. Origem e estimativa da mão de obra empregada;
O pico previsto é de 166 pessoas empregadas (direta e indiretamente) nas obras no primeiro mês, que
poderão ser da própria região de Glicério onde deverão ser alojados também eventuais trabalhadores
vindos de outras regiões. O número de trabalhadores varia conforme a demanda das obras, todavia a
média mensal é de aproximadamente 80 trabalhadores.
Quadro XVIII. Estimativa da mão-de-obra empregada.
Tipo Meses
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Mão de obra direta 144 20 80 82 82 63 49 106 97 49 78 73 68 82 52 72 72 52 65 65 65 65 52 39
Mão de obra indireta 22 3 12 12 12 9 7 16 15 7 12 11 10 12 8 11 11 8 10 10 10 10 8 6
Total 166 23 92 94 94 72 56 122 112 56 90 84 78 94 60 83 83 60 75 75 75 75 60 45
Figura 20. Histograma da estimativa de mão de obra empregada durante os 24 meses de obras.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Tota
l de
mão
de
ob
ra
142 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
5.5.9. Previsão de tráfego de veículos na fase de construção;
O tráfego gerado pela obra e que pode interferir na malha viária da região será conforme estimado na
tabela apresentada a seguir, para os meses de pico. O tráfego interno da obra, pelos caminhos de serviço,
que não interfere com a malha viária da região, não foi levado em consideração.
O maior volume de tráfego se refere ao transporte de materiais para as áreas de bota-fora, através da RJ-
162.
Quadro XIX. Previsão de tráfego de veículos.
Transporte para Glicério Origem Veículos/ dia
Pessoal Glicério e região 10
Cimento Cantagalo 1
Areia Glicério e região 3
Pedra Britada Glicerio / Macaé 6
Concreto Glicério 8
Aço Construção Macaé 1
Madeira Macaé 1
Bota-fora Glicério 75
Diversos Macaé e Glicério 10
TOTAL VEÍCULOS PESADOS Glicério e região 115
VEÍCULOS LEVES Glicério e região 20
Figura 21. Histograma da estimativa de veículos utilizados na fase de construção (24 meses).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Tota
l de
ve
ícu
los
Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério 143 Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Quadro XX. Estimativa de veículos utilizados na fase de construção (24 meses).
Meses
Veículos/ máquinas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Trator CAT D6 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Escavadeira Hidráulica 3 1 1 1 1 1 1 1 1 1
1
1 1
Caminhões Basculantes 10m3 3 3 4 4 6 11 12 12 11 11 6 5 5 5
3 3
Trator Agrícola 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Rolo Compactador 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Grade de Disco 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Caminhão Pipa 10.000L 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Motoniveladora 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Perfuratriz
1 1 1 1 1 1
Compressor de ar
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Carregadeira sobre rodas
1 2 2 2 2 2 1 1 1 1
Jumbo Perfuração
1 1 1 1 1 1 1 1 1
Caminhão Plataforma
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Bomba Concreto Projetada
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Caminhão Betoneira 5m
3
2 3 3 4 4 4 3 3 3 3 3 3 1 1 1 1 1 1
Bomba Concreto 50 m3/h
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Guindaste Telescópio 30
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Guindaste Telescópio 70
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Caminhão Carroceria 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
Caminhão Guincho 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3 3 3 3 3 3 3 3
Ônibus 1 1 2 2 2 3 3 3 3 3 3 3 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
Veículos leves 3 3 3 5 5 8 8 8 8 8 8 8 8 8 7 7 7 5 5 5 5 5 5 5
Total 18 16 18 21 26 39 44 45 44 45 34 33 32 34 24 23 24 22 20 20 20 24 22 15
Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério 144 Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
5.5.10. Cronograma da obra;
O cronograma de construção está previsto para um período de 24 meses, devendo abranger dois períodos
de estiagem. A seguir é apresentado o cronograma de construção do empreendimento, o que deverá ser
adaptado ao início real das obras.
Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério 145 Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Quadro XXI. Cronograma de obras.
Etapa 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Infraestrutura
Mobilização inicial
Construção dos acessos
Construção do acampamento e canteiro de obras
Obras civis subterrâneas
Casa de Força
Escavação em rocha subterranea
Limpeza e tratamento de fundação
Concreto
Coduto Forçado
Concreto
Túnel de acesso a casa de força
Escavação comum
Escavação em rocha a céu aberto
Escavação em rocha subterranea
Túnel de fuga
Escavação comum
Escavação em rocha subterranea
Desemboque
Túnel de adução
Escavação em rocha subterrânea e horizontal
Janela de serviço do túnel de adução (eventual)
Escavação comum
Escavação em rocha a céu aberto
Escavação em rocha subterranea horizontal
Escavação em rocha subterranea vertical (poço)
146 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Etapa 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Fechamento da janela de serviço
Poços de exaustão e ventilação/ cabos
Escavação em solo vertical
Escavação em rocha subterrânea vertical
Solo grampeado
Concreto
Obras civis do eixo da barragem
Desvio do rio
Ensecadeira de solo e rocha
Remoção da ensecadeira
Tomada d'água
Escavação comum
Escavação em rocha a céu aberto
Escavação em rocha subterranea (poço)
Limpeza e tratamento de fundação
Concreto
Desarenador
Escavação comum
Escavação em rocha a céu aberto
Limpeza e tratamento de fundação
Concreto
Vertedouro
Escavação comum
Escavação de rocha em céu aberto
Demolição parcial da tomada d'água existente
Demolição das barragens de concreto das ombreiras
147 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Etapa 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Demolição parcial das estruturas da barragem existente
Concreto
Barragem terra
Escavação comum
Aterro compactado
Obras de transmissão
Subestação
Linha de transmissão
Montagem eletromecânica
Equipamentos de levantamento
Comportas
Turbinas e geradores
Comissoniamento da Unidade 1
Comissoniamento da Unidade 2
Projeto executivo
Documentos como construído
Programas Ambientais
Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério 148 Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
5.5.11. Custos e investimentos da obra.
Em relação aos custos, o período considerado para amortização do investimento foi de 30 anos, com taxa
de recuperação de capital de 10% ao ano. O custo de operação e manutenção foi considerado igual a 13,00
R$/MWh.
O custo de referência de dimensionamento para expansão do setor elétrico foi tomado igual a 160,00
R$/MWh. Os custos por fase serão definidos em projeto executivo a ser elaborado.
A seguir são mostrados os valores dos custos e benefícios incrementais calculados para as alternativas de
motorização, onde podemos observar que a relação custo/benefício marginal atinge o valor menor e mais
próximo a 1,0 para potência de 11,20 MW.
Quadro XXII. Valores dos custos e benefícios incrementais calculados para as alternativas de motorização.
Potencia
(MW)
Easseg
(MW)FK
Custo de
Instalação
(R$)
Produção
Energética
(MW)
Custo de Oper.
e Manutenção
(R$)
Custo Anual
(R$)
Custo Total
(R$)
Ganho
(R$)
D Custo
(R$)
D Ganho
(R$)
∆Custo /
∆ Benefício
10 7,16 0,72 47.957.358,70 62.751,41 815.768,27 5.088.275,76 5.904.044,03 10.040.224,87 - - -
10,4 7,25 0,70 48.403.531,78 63.519,48 825.753,20 5.135.614,72 5.961.367,92 10.163.116,32 57.323,89 122.891,45 0,47
10,8 7,33 0,68 48.986.732,33 64.180,05 834.340,71 5.197.492,30 6.031.833,01 10.268.808,77 70.465,09 105.692,45 0,67
11,2 7,39 0,66 49.674.495,76 64.770,42 842.015,52 5.270.464,00 6.112.479,52 10.363.267,94 80.646,51 94.459,17 0,85
11,6 7,44 0,64 50.250.284,56 65.143,97 846.871,59 5.331.555,19 6.178.426,79 10.423.035,01 65.947,27 59.767,07 1,10
12 7,45 0,62 50.549.739,90 65.258,21 848.356,78 5.363.327,40 6.211.684,18 10.441.314,19 33.257,39 18.279,17 1,82
149 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
6. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
6.1. Analisar e descrever detalhadamente os fatores ambientais e suas interações de modo a
caracterizar as alterações dos fatores ambientais considerados, incluindo mapas e fotografias.
O diagnóstico ambiental da área de influência da PCH Glicério foi feito com base na Conama 01/86, que
recomenda a descrição e análise dos recursos ambientais e suas interações - incluindo mapas e fotografias -
de modo a caracterizar a situação ambiental da área do empreendimento antes da implantação do mesmo,
considerando:
a) Meio Físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a topografia, os tipos e
aptidões do solo, os corpos d’água, o regime hidrológico etc.;
b) Meio Biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e a flora, destacando as espécies indicadoras da
qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de
preservação permanente;
c) Meio Sócioeconômico - o uso e ocupação do solo, os usos da água e a socioeconomia, destacando os
sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as relações de dependência
entre a sociedade local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos.
150 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
6.2. Definir, justificar e apresentar em mapa devidamente georreferenciado os limites da área
geográfica a ser direta e indiretamente afetada pelo empreendimento, considerando, em todos
os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza.
As áreas de influência foram definidas de acordo com a amplitude geográfica dos impactos identificados
para a PCH Glicério, considerando as definições da diretriz para realização de estudo de impacto ambiental
– EIA e do respectivo relatório de impacto ambiental – RIMA (DZ041-R13).
Segundo essa diretriz, impacto direto é resultante de uma simples relação de causa e efeito; enquanto que
impacto indireto é o resultante de uma reação secundária em relação a ação, ou quando é parte de uma
cadeia de reações. Além disso, como recomendação desta Instrução Técnica, também foi considerada toda
a bacia do rio São Pedro.
Meios Físico-Biótico
Área de Influência Indireta (AII) - Bacia do Rio São Pedro;
Área de Influência Direta (AID) - Entorno do empreendimento.
Meio Socioeconômico
Área de Influência Indireta (AII) - Município de Macaé;
Área de Influência Direta (AID) - Distrito de Glicério.
A PCH Glicério será conectada a uma Linha de Transmissão já existente da concessionária distribuidora
Ampla paralela a usina, havendo duas opções de conexão: sendo uma em 69 kV (Macabu – Dist. Campos) e
outra de 138 kV (Macabu – Rocha Leão). Para ambas as alternativas poderá ser utilizado circuito simples ou
duplo com um condutor por fase em alumínio ou cobre variando de 75mm² a 310mm², com cabo para-
raios, isoladores de vidro ou porcelana em estruturas metálicas. As conexões se darão com lançamento de
cabo em solo com distâncias aproximadas de 500 m, sem necessidade de supressão de vegetação. A
seleção do projeto levará em conta o Plano de Expansão do Sistema da concessionária local conforme
período de execução.
Foram incluídas na AID do empreendimento as áreas dos circuitos simples ou duplo de alumínio ou cobre
que serão interligados à Linha de Transmissão já existente, e a área de bota-fora. Todo o diagnóstico
ambiental (meios físico, biótico e socioeconômico) (inclusive mapas, quadros, tabelas, figuras e anexos) da
área diretamente afetada pelos circuitos e bota-fora está contemplado neste Estudo de Impacto Ambiental
(EIA) da PCH Glicério.
Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério 151 Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
152 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
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153 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
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154 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
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Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério 155 Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
6.3. Meio Físico
6.3.1. Delimitação da bacia hidrográfica na qual o empreendimento se encontra, indicando sua
área, em mapa georreferenciado;
A PCH Glicério está localizada no rio São Pedro, no trecho médio-superior da Sub-bacia do Rio São Pedro,
Bacia do Rio Macaé, sistema costeiro do estado do Rio de Janeiro. A Bacia do Rio Macaé possui uma área
de 1.765km², sendo limitada ao norte, em parte, pela Bacia do Rio Macabu, afluente à Lagoa Feia, ao sul,
pela Bacia do Rio São João, a oeste, pela Bacia do Rio Macacu e, a leste, pelo Oceano Atlântico.
A Sub-bacia do Rio São Pedro, onde está localizado o empreendimento, possui 473 km2 e faz limite com a
Serra de Macaé e Serra dos Crubixais. A metodologia utilizada para a delimitação das bacias hidrográficas
foi a análise dos dados de hidrografia, topografia e ortofotos georreferenciadas, através de um sistema de
informação geográfica (SIG).
Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério 156 Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério 157 Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
6.3.2. Caracterização dos recursos hídricos existentes no local e seu entorno, inclusive as áreas
brejosas ou encharcadas, intermitentes ou perenes;
O empreendimento está localizado no rio São Pedro, no seu trecho médio-superior, que é o principal
contribuinte do rio Macaé. A área de influência indireta (AII) encontra-se inserida completamente dentro
da Região Hidrográfica VIII, que possui como principais rios: Macaé, Imboacica e das Ostras (ou rio Jundiá).
De acordo com mapeamento hidrográfico do IBGE, os principais canais, córregos e rios intermitentes ou
perenes que fazem parte da rede drenagem da bacia hidrográfica do rio São Pedro são: córrego do Ouro,
canal de Frederico, córrego Boião, córrego Cangulo, córrego da Buracada, córrego das Aduelas, córrego do
Sertão, córrego Frio, córrego Grumarim, córrego Santo Antonio, rio Bom Jardim, rio Bom Jardim, rio da
Peroba, rio das Pedras, rio do Lírio, rio do Trapiche, rio dos Crubixais, rio Duas Barras.
Esta bacia possui duas paisagens com características bem peculiares em relação aos recursos hídricos, a de
maior destaque são as drenagens que correm pelas escarpas serranas sobre vales encaixados devido a
formações litológicas predominantes de rochas sãs, que nesta localidade são compostas basicamente por
ganisse e granitos. Nas porções leste e sudeste desta unidade hidrográfica, predomina as feições
geomorfológicas de mar de morros, onde a drenagem corre sobre rochas sedimentares caracterizadas por
áreas mais baixas e de menor declividade.
De acordo com o perfil longitudinal da bacia hidrográfica, apresentado através de dois gráficos, o primeiro
no sentido Oeste-Leste e o outro no sentido Norte-Sul, podem ser analisadas as características desta
unidade de planejamento ambiental.
No quadrante Noroeste (NO) e Sudoeste (SO) do perfil da bacia hidrográfica do rio São Pedro, nota-se que a
maioria das drenagens corre sobre rochas cristalinas e em altas declividades topográficas (escassez de
áreas planas brejosas ou encharcadas), o que dificulta muito a formação de reservatórios naturais de águas
subterrâneas (aquíferos) resultando num ambiente de fortes cursos d’água.
No quadrante Nordeste (NE), ainda estão presentes as características descritas no parágrafo anterior só
que pode ser percebido a transição para uma área de topografia mais plana e com existência de morros
isolados de formação sedimentar. Neste ambiente, os rios correm mais suaves e lentos devido a menor
declividade na topografia e estrutura geológica, que predomina os sedimentos quaternários (aluviões, solos
residuais e sequência de blocos e matacões) que formam solos espessos com os horizontes bem definidos
possibilitando a infiltração da água de modo a diminuir o escoamento superficial e permitir a formação de
reservatórios subterrâneos.
158 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 22. Gráficos representando um perfil longitudinal da bacia hidrográfica do rio São Pedro a partir de um modelo tridimensional do terreno. Distância de valor zero representa área posicionada mais a oeste da bacia hidrográfica.
159 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
O regime fluvial do rio São Pedro sofre influência da bacia do rio Macabú. Uma apreciação geral do
potencial hídrico do rio São Pedro, baseada nas vazões médias diárias do posto fluviométrico Galdinópolis
(59125000), localizado em Nova Friburgo, permitiu concluir que:
I - Os meses de dezembro a março correspondem ao período de cheia nas bacias da região, ficando as
estiagens confinadas aos meses de maio a outubro;
II - O mês de abril corresponde ao início dos meses de vazões reduzidas e o mês de novembro como o início
do período de cheias;
III - Na figura abaixo se apresentam os fluviogramas típicos de um ano úmido e de um ano seco na seção do
posto Galdinópolis no rio Macaé. Como se observa, a estiagem é igualmente severa tanto no ano úmido
como no ano seco, ficando a vazão de base como único escoamento.
Figura 23. Vazões Médias Diárias num ano típico – Posto Galdinópolis, Nova Friburgo.
FIGURA 2.4 - ANO TÍPICO
VAZÕES MÉDIAS DIÁRIAS
POSTO: GALDINÓPOLIS
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
1/1
/1954
15/1
/1954
29/1
/1954
12/2
/1954
26/2
/1954
12/3
/1954
26/3
/1954
9/4
/1954
23/4
/1954
7/5
/1954
21/5
/1954
4/6
/1954
18/6
/1954
2/7
/1954
16/7
/1954
30/7
/1954
13/8
/1954
27/8
/1954
10/9
/1954
24/9
/1954
8/1
0/1
954
22/1
0/1
954
5/1
1/1
954
19/1
1/1
954
3/1
2/1
954
17/1
2/1
954
31/1
2/1
954
Tempo (Dias)
Vazão
(m
3/s
)
Ano Seco Ano Úmido
160 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Caracterização da qualidade da água na AID
A qualidade das águas é representada por um conjunto de características, geralmente mensuráveis, de
natureza química, física e biológica. Sendo um recurso comum a todos, foi necessário, para a proteção dos
corpos d'água, instituir restrições legais de uso. Desse modo, as características físicas e químicas da água
devem ser mantidas dentro de certos limites, os quais são representados por padrões, valores orientadores
da qualidade de água, dos sedimentos e da biota (Resoluções Conama nº 357/2005, Conama nº 274,
Conama nº 344/2004, e Portaria N° 518 do Ministério da Saúde).
Os ecossistemas aquáticos incorporam, ao longo do tempo, substâncias provenientes de causas naturais,
sem nenhuma contribuição humana, em concentrações raramente elevadas que, no entanto, podem afetar
o comportamento químico da água e seus usos mais relevantes. Entretanto, outras substâncias lançadas
nos corpos d'água pela ação antrópica, em decorrência da ocupação e do uso do solo, resultam em sérios
problemas de qualidade de água, que demandam investigações e investimentos para sua recuperação.
Os aspectos mais graves dos poluentes referem-se às substâncias potencialmente tóxicas, oriundas de
processos industriais. Por outro lado, atualmente, observa-se, ainda, a presença, em ambientes
eutrofizados, ricos em matéria orgânica, de microalgas capazes de produzir toxinas com características
neurotóxicas e hepatotóxicas.
A Política Nacional de Recursos Hídricos define o enquadramento dos corpos de água em classes de usos
como importante instrumento de gestão, uma vez que esse enquadramento, segundo os usos
preponderantes, visa a assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes a que forem
destinadas e diminuir os custos de combate à poluição, mediante ações preventivas permanentes. Segundo
a Conama 357/05, as classes vão de especial 1 a 4; sendo as classes especial 1 e 2 como de melhor
qualidade, e 3 e 4 com os piores indicadores. Os indicadores para classificação nas classes são de
parâmetros de qualidade da água (concentração de substâncias) que caracterizam diferentes fontes de
contaminação. Para cada uma das classes definidas a resolução Conama nº 357/2005 estabeleceu um limite
máximo permitido.
Como parte do diagnóstico ambiental dos recursos hídricos, foi realizado um estudo da qualidade das águas
na área de influência da PCH Glicério. O objetivo do estudo foi caracterizar a qualidade da água neste
trecho do rio São Pedro e registrar as condições ambientais antes da instalação do empreendimento, para
que seja possível identificar possíveis impactos sobre a qualidade da água no futuro.
Metodologia de amostragem e análise de laboratório
Foram realizadas coletas de água em três pontos na área de influência direta da PCH Glicério, nas áreas
Controle (montante do reservatório), Reservatório e Vazão Reduzida. O procedimento de coleta foi
baseado no “Guia de Coleta e Preservação de Amostras de Água” CETESB (1988). As amostras de água
foram coletadas contra a correnteza a 20 cm de profundidade.
Na coleta foram utilizados frascos de polietileno e as amostras foram preservadas com as soluções: ácido
sulfúrico a 50% (para analisar demanda química de oxigênio, nitrogênio total e fosfato total); ácido nítrico a
161 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
50% (para analisar metais). Para os outros parâmetros físicos e químicos foram utilizadas amostras sem
solução preservante. As amostras para análises bacteriológicas (coliformes totais e Escherichia coli) foram
coletadas utilizando bolsas plásticas esterilizadas de 100 mL, contendo inibidores de cloro (pastilha de
tiossulfato de sódio).
As amostras foram acondicionadas em caixas de isopor, sob refrigeração e imediatamente encaminhadas
ao laboratório para o processamento das análises, tendo em vista o prazo de validade de 24 horas de
alguns parâmetros.
Foram analisados 25 parâmetros físicos e químicos da qualidade da água, conforme recomendação da
Conama nº 357/2005. As metodologias estão descritas em APHA, 1998. O quadro abaixo descreve os
parâmetros e as metodologias utilizadas:
Referência metodológica de análise dos parâmetros
Cádmio: SMEWW 3030E - Nitric Acid Digestion e 3111B - Direct Air-Acetylene Flame Method
Chumbo: SMEWW 3030E - Nitric Acid Digestion e 3111B - Direct Air-Acetylene Flame Method
Clorofila A e Feofitina A: SMEWW 10200 H - Chlorophy ll
Cobre: SMEWW 3030E - Nitric Acid Digestion e 3111B - Direct Air-Acetylene Flame Method
Coliformes Totais / Escherichia coli: SMEWW 9223 A e B - Tubos Múltiplos Normal
Condutividade: SMEWW 2510 B - Laboratory Method
Cromo: SMEWW 3030E - Nitric Acid Digestion e 3111D - Direct Nitrous Oxide-Acetylene Flame Method
DBO: SMEWW 5210-B. - 5-Day BOD Test
Dureza Total: SMEWW 2340 C. EDTA Titrimetric Method
Ferro: SMEWW 3030E - Nitric Acid Digestion e 3111B - Direct Air-Acetylene Flame Method
Fósforo Total: SMEWW 4500-P E - Ascorbic Acid Method
Mercúrio: SMEWW 3112B - Cold-Vapor Atomic Absorption Spectrometric Method
Níquel: SMEWW 3030E - Nitric Acid Digestion e 3111B - Direct Air-Acetylene Flame Method
Nitratos: SMEWW 4500 NO3- E - Cadmium Reduction Method
Nitritos: SMEWW 4500 NO2- B. - Colorimetric Method
Nitrogênio Amoniacal: SMEWW 4500 NH3- F - Phenate Method
Nitrogênio Total: SMEWW 4500-N
Ortofosfato: SM 22 Ed. 4500-P E - Ascorbic Acid Method
Oxigênio Dissolvido: SMEWW 4500-O C. - Azide Modification
pH: SMEWW 4500 H B - Eletrometric Method
Sólidos Dissolvidos Totais: SMEWW 2540 C. - Total Dissolved Solids Dried at 180ºC
Sólidos Suspensos Totais: SMEWW 2540 D. - Total Suspended Solids Dried at 103-105ºC
Turbidez: SMEWW 2130 B. Nephelometric Method
162 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Resultados
A qualidade da água é influenciada pelas condições naturais e do uso e ocupação do solo na bacia
hidrográfica, depende das condições geológicas e geomorfológicas e de cobertura vegetal da bacia de
drenagem, dos ecossistemas terrestres e aquáticos e das ações do homem (TUCCI 2001). As ações
antrópicas que mais podem influenciar a qualidade da água são o lançamento de cargas nos sistemas
hídricos, a alteração do uso do solo rural e urbano e as modificações no sistema fluvial. Os conceitos de
qualidade e poluição estão comumente interligados. A poluição decorre de uma mudança na qualidade
física, química, radiológica ou biológica do ar, água ou solo, causada pelo homem ou por outras atividades
antropogênicas que podem ser prejudiciais ao uso presente, futuro e potencial do recurso (LIMA 2001).
Segundo PINHEIRO (2008), que avaliou a qualidade da água na bacia, o rio Macaé pode ser considerado
Classe 2 (Conama 357/05), ou seja, águas destinadas: a) ao abastecimento doméstico após tratamento
convencional; b) à proteção das comunidades aquáticas; c) à recreação de contato primário (natação e
mergulho); d) à irrigação de hortaliças e de plantas frutíferas; e) à criação natural e/ou intensiva
(aqüicultura) de espécies destinadas à alimentação humana.
Dentre os usos citados na legislação (BRASIL 2005) os principais hoje verificados no rio Macaé são:
abastecimento de água, recreação de contato primário, diluição de despejos domésticos, industriais e
agrícolas, irrigação e geração de energia elétrica (FGV, 2002). A avaliação da qualidade da água e do uso e
ocupação do solo na bacia sugerem que o despejo de esgoto doméstico é a principal fonte de degradação
em alguns trechos do rio. A autora divide o rio Macaé em três trechos, considerando os resultados de
qualidade da água e do levantamento dos principais usos da água: (i) trecho da cabeceira até Galdinóplis,
(ii) de Galdinóplis até localidade de Santo Antônio , e (iii) de Santo Antônio até a foz (PINHEIRO 2008).
O Inea (Instituto do Ambiente) realiza o monitoramento da qualidade da água na sub-bacia do rio São
Pedro com a coleta de amostras de água em dois pontos: um na foz do rio Duas Barras e outro na ponte da
rodovia BR101. Segundo o Bolhetim Consolidado publicado pelo Inea, o Índice de Qualidade da Água nos
anos de 2012 e 2013 pode ser classificado como “médio”, com valores oscilando entre “bom” e “ruim”
durante os ciclos hidrológicos, conforme o volume da vazão (INEA 2013). O documento cita ainda que os
coliformes fecais e o fósforo total são os principais responsaveis pela queda na qualidade da água, com o
registro de valores acima do permitido.
Os resultados observados na caracterização da qualidade da água na área de influência da PCH Glicério são
similares aos citados em outros estudos realizados na bacia. Entre os indicadores que excederam seus
Valores Máximo Permitido (VMP), definidos na Conama 357/ 05, estão os coliformes fecais e o fósforo
total, que pode indicar que o esgoto doméstico também é a principal fonte de poluição neste trecho da
bacia. O indicador de contaminação fecal representa o potencial do corpo hídrico na transmissão de
doenças, e suas altas taxas no ambiente são naturalmente associadas à ineficiência dos sistemas de
abastecimento de água e de saneamento. PINHEIRO (2008) também registrou um baixo valor de DBO,
sugerindo uma alta taxa de depuração, devido às cachoeiras e corredeiras que são comuns na região.
O fósforo aparece em águas naturais devido, principalmente, às descargas de esgotos sanitários. A matéria
orgânica fecal e os detergentes em pó empregados em larga escala domesticamente constituem a principal
163 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
fonte. Alguns efluentes industriais, como os de indústrias de fertilizantes, pesticidas, químicas em geral,
conservas alimentícias, abatedouros, frigoríficos e laticínios, apresentam fósforo em quantidades
excessivas. As águas drenadas em áreas agrícolas e urbanas também podem provocar a presença excessiva
de fósforo em águas naturais.
O fósforo pode se apresentar nas águas sob três formas diferentes, os fosfatos orgânicos são a forma em
que o fósforo compõe moléculas orgânicas, como a de um detergente, por exemplo, os ortofosfatos são
representados pelos radicais, que se combinam com cátions formando sais inorgânicos nas águas e os
polifosfatos, ou fosfatos condensados, polímeros de ortofosfatos. Esta terceira forma não é muito
importante nos estudos de controle de qualidade das águas, porque sofre hidrólise, convertendo-se
rapidamente em ortofosfatos nas águas naturais. Assim como o nitrogênio, o fósforo constitui-se em um
dos principais nutrientes para os processos biológicos, ou seja, é um dos chamados macro-nutrientes, por
ser exigido também em grandes quantidades pelas células.
O oxigênio proveniente da atmosfera dissolve-se nas águas naturais, devido à diferença de pressão parcial.
A taxa de reintrodução de oxigênio dissolvido em águas naturais através da superfície depende das
características hidráulicas e é proporcional à velocidade, sendo que a taxa de reaeração superficial em uma
cascata (queda d’água) é maior do que a de um rio de velocidade normal. Outra fonte importante de
oxigênio nas águas é a fotossíntese de algas. Através da medição da concentração de oxigênio dissolvido, os
efeitos de resíduos oxidáveis sobre águas receptoras e a eficiência do tratamento dos esgotos, durante a
oxidação bioquímica, podem ser avaliados. Os níveis de oxigênio dissolvido também indicam a capacidade
de um corpo d’água natural em manter a vida aquática.
Foram observados metais pesados chumbo, níquel e cobre com valores acima do permitido. O chumbo é
liberado ao ambiente por atividade antropogênica, principalmente emissão de fundições e fábricas de
baterias. O chumbo metálico é empregado em indústrias químicas e de construção. A contaminação da
água ocorre principalmente por efluentes industriais, sobretudo de siderúrgicas.
O níquel é utilizado principalmente na fabricação de aço inoxidável, e como catalisador em algumas
reações de hidrogenação, como na fabricação da margarina e manteiga a partir de gorduras líquidas.
Também é usado na produção de ligas, baterias alcalinas, moedas, pigmentos inorgânicos, próteses clínicas
e dentárias. O níquel atinge a hidrosfera por remoção a partir da atmosfera (deposição seca e úmida),
erosão de solos e rochas, lixo e efluentes industriais. Nos rios, o níquel é transportado como partículas
precipitadas com material orgânico. O metal pode ser depositado nos sedimentos por processo de
precipitação, complexação, adsorção em argila e agregado à biota.
O cobre é um elemento amplamente distribuído na natureza. Trata-se, no seu estado puro, de um metal
maleável muito utilizado na fabricação de moedas, fios elétricos, tubulações e encanamentos de água
quente, e em combinação com outros metais para a produção de ligas e chapas metálicas. Os compostos
de cobre são usados na agricultura, no tratamento da água para controle de algas (sulfato de cobre
pentahidratado), na preservação de madeira, couro e tecido e como aditivo em alimentos. As principais
fontes antropogênicas do metal são: mineração, fundição, queima de carvão como fonte de energia e
incineração de resíduos.
164 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Apesar de ultrapassar os seus respectivos VMPs, os parâmetros citados acima ainda apresentam
concentrações muito baixas, se considerarmos, por exemplo, a mortandade de peixes e organismos
aquáticos. Segundo CETESB (2005), as doses letais de chumbo para peixes variam de 0,1 a 0,4 mg/L,
embora alguns resistam até 10 mg/L em condições experimentais. Concentrações de 0,5 mg/L de cobre são
letais para trutas, carpas, bagres, peixes vermelhos de aquários ornamentais e outros. Os micro-organismos
morrem em concentrações de cobre acima de 1,0 mg/L.
A agricultura é responsável por grande parte da poluição difusa nos corpos hídricos, pois fertilizantes e
defensivos agrícolas quando utilizados em excesso não são absorvidos integralmente pela planta, e acabam
drenando para o corpo d’água. Em grande parte da bacia são utilizados fertilizantes e defensivos agrícolas
de forma indiscriminada (SEMADS/GTZ, 2001). Além do uso da água destinado a agricultura, podemos citar
a dessedentação de animais como uma fonte pontencial de poluição hídrica pontual, no caso de criação em
confinamento, e difusa, no caso da pecuária extensiva.
O uso da água na indústria é quase integralmente localizado na sede do município de Macaé, devido às
atividades do setor petrolífero e às relacionadas a ele, notadamente montagem, manutenção e logística de
equipamentos. A avaliação da qualidade da água e do uso e ocupação do solo na bacia sugerem que o
despejo de esgoto doméstico é a principal fonte de degradação em alguns trechos do rio (PINHEIRO 2008).
165 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Quadro XXIII. Parâmetros da qualidade da água analisados na área de influência da PCH Glicério. VMP = valor
máximo permitido para água doce Classe 2 (CONAMA nº 357/2005). * = parâmetros que tiveram seus VMPs
excedidos.
Parâmetro Controle Reservatório Vazão Reduzida Unidade de
medida VMP
pH 6,98 6,64 6,93 Não Aplicável 6-9
Potencial Redox 4,5 8,5 -27,3 mV
Sólidos Dissolvidos Totais 26 25 24 mg/L 500
Turbidez 3,41 0,79 0,85 UHT 100
Sólidos em Suspensão Totais 1 1 1 mg/L
Fósforo Total * 0,13* 0,09* 0,11* mg/L 0,03 e 0,05
Nitrato 0,23 0,3 2,99 mg/L 10
Nitrito 0,01 0,01 0,01 mg/L 1
Nitrogênio Amoniacal 0,01 0,01 0,01 mg/L <7,3
DBO 3,49 3,13 3,28 mg/L <5
Condutividade 37,83 36,38 35,66 µmho/cm
Dureza Total 4 < 0,1 < 0,1 mg/L
Ortofosfato 0,08 0,03 0,06 mg/L
Nitrogênio Total 0,61 0,25 0,56 mg/L
Oxigênio Dissolvido * 4,6* 5,3 4,7* mg/L > 5
Escherichia coli* 16.000 16.000 16.000 NMP/100 mL 1.000
Coliformes Totais* 16.000 16.000 16.000 NMP/100mL 1.000
Clorofila A 1,1 0,5 < 0,01 µg/L 30
Cádmio Total < 0,012 < 0,012 < 0,012 mg/L
Chumbo Total * < 0,03* < 0,03* < 0,03* mg/L 0,01
Níquel Total * < 0,06* < 0,06* < 0,06* mg/L 0,025
Cromo Total < 0,01 < 0,01 < 0,01 mg/L 0,05
Mercúrio Total < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 mg/L 0,0002
Ferro Total < 0,047 < 0,047 < 0,047 mg/L 0,3
Cobre Total * < 0,03* < 0,03* < 0,03* mg/L 0,009
166 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
6.3.3. Definição das áreas susceptíveis a inundação;
Não são encontradas grandes áreas de inundação natural neste trecho da bacia do rio São Pedro, em razão
da alta declividade topográfica do terreno, que causa a escassez de áreas planas brejosas ou encharcadas.
As inundações provocadas por causas naturais (grandes eventos pluviométricos) tendem a ocorrer nas
planícies alveolares, sobretudo naquelas que possuem topografia mais plana, favorecendo condições
propícias ao acúmulo de água.
Não haverá inundação dos terrenos lindeiros ao reservatório, pois o mesmo não terá sua cota alterada com
a repotencialização do empreendimento. Também não foi identificada nenhuma outra área passível de
inundação na área de influência direta do empreendimento associada à sua recapacitação. É importante
considerar que a PCH Glicério apresenta um reservatório de pequenas dimensões e opera a fio d’água, ou
seja, não trabalha com acumulação e deplecionamento significativo e contínuo da água do sistema,
contribuindo com menos impacto ao meio hídrico.
167 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
6.3.4. Caracterização dos possíveis processos erosivos e de sedimentação, estabilização dos
solos, encharcamento (risco hidrometereológico);
Conforme citado na caracterização da bacia hidrográfica do rio São Pedro, prevalecem em grande extensão
da bacia as condições de fortes declividades, motivadas pelo processo de aprofundamento da erosão. De
forma geral, a região das cabeceiras é bem preservada na sua cobertura vegetal, com pequenas
propriedades de baixo potencial de uso agrícola por conta das elevadas declividades.
Segundo o Projeto Básico, em função da inexistência de dados medidos na bacia do rio São Pedro,
procurou-se caracterizar o transporte de sedimentos através da publicação “Diagnóstico das Condições
Sedimentológicas dos Principais Rios Brasileiros”, ELETROBRÁS/1988. No zoneamento
hidrosedimentológico prévio do Brasil, a bacia do rio São Pedro encontra-se classificada na Zona E6-Litoral
Leste, apresentando Concentração Média Anual de Sedimentos em Suspensão (CMA), em torno de
220 mg/l; e produção específica de sedimentos em torno de 45 t/km²/ano para bacias até 13.000 km². O
fator de erosividade das chuvas (R) gira entorno de 500 a 750 (t.m/ha) x (mm/h), indicando erosividade
forte.
As obras de engenharia no ambiente fluvial acarretam alterações no regime natural das bacias
hidrográficas. Entre os impactos gerados podemos perceber que o assoreamento no reservatório é uma
tendência recorrente às intervenções realizadas.
Em função dos volumes de sedimentos carreados pelo rio São Pedro, conforme observado no reservatório
da PCH Glicério que atualmente está parcialmente assoreado, deverão ser implantadas duas galerias a
montante da tomada d’água, permitindo o material característico do rio (areia) seguir seu curso a jusante
da barragem/vertedouro através do desarenador.
Figura 24. Assoreamento do reservatório da PCH Glicério
168 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Os principais impactos erosivos sobre o meio físico durante a instalação serão relacionados aos processos
construtivos das aberturas das janelas de serviço, túneis, nos cortes de estradas de acesso, tomada d´água,
casa de força e subestação e no trecho de vazão reduzida. As atividades de escavação de janela de serviço e
abertura de acesso provocam cortes nos taludes, desestabilizando as encostas, alterando seu equilíbrio
dinâmico natural e impondo uma nova condição à topografia. Tal atividade pode induzir à aceleração dos
processos erosivos.
Entre os principais fatores ambientais considerados para a caracterização da suscetibilidade erosiva na AID
do empreendimento podemos citar o clima, relevo, cobertura vegetal e uso do solo; além das diferenças
intrínsecas dos diversos tipos de solos. Foram identificados dois níveis de suscetibilidade erosiva: os locais
que terão intervenções construtivas como abertura de acessos, túneis, casa de força, subestação e tomada
d'água, e que já apresentam potencial erosivo; e os locais que foram observados focos erosivos durante a
campanha de campo, porém não terão intervenção construtiva.
A área diretamente afetada pelo empreendimento encontra-se bastante degradada pela atividade
agropecuária, verifica-se a dominância de espécies gramíneas. Os fragmentos florestais concentram-se nas
porções mais elevadas (e de alta declividade) e em alguns trechos da margem oposta à que haverá
intervenções decorrentes da atividade.
A atividade agropecuária consiste em um impacto considerável, uma vez que remove a vegetação existente
para o plantio do pasto, transformando significativamente as condições naturais de infiltração e
escoamento da água. O pisoteio do gado também atua de forma impactante ao promover a compactação
do solo, e consequentemente reduzir sua capacidade potencial de infiltração.
Figura 25. Atividade agropecuária próxima à futura subestação.
169 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
A AID do empreendimento é caracterizada por solos rasos (Cambissolos, Solos Litólico e afloramentos de
rochas) que se encontram, predominantemente, recobertos por pastagem. Há ocorrência de depósito de
tálus e colúvio sobre as encostas. A amplitude topográfica é elevada, e o gradiente topográfico também.
Segundo o Diagnóstico Geoambiental elaborado pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM),
a precipitação média na região varia de 1.300 a 2.400 milímetros. Todos esses fatores caracterizam a AID
como um ambiente de alta suscetibilidade aos processos erosivos.
Escorregamentos rotacionais (slumps) caracterizam-se por possuir uma superfície de ruptura côncava para
cima, ao longo do qual se dá um movimento rotacional da massa do solo. O início do movimento está
muitas vezes associado a cortes na base das encostas, que pode ter sua origem artificial, como na
implantação de uma estrada, ou natural, pela ação erosiva do rio, por exemplo (FERNANDES e AMARAL,
2003).
A exposição de horizontes mais profundos do solo a superfície também pode gerar exfiltração de água
através da poro pressão positiva. A água que anteriormente percorria fluxos sub-superficiais encontra sob
essa nova condição (corte na encosta) uma descontinuidade hidráulica, que sob poro pressão positiva pode
resultar em exfiltração. A presença de ravinamentos também é frequente nas encostas desprotegidas pela
vegetação. A água ao atingir o solo exposto vai gerando sulcos no solo, erodindo os sedimentos e
carreando-os para jusante.
É importante ressaltar que o trabalho erosivo se distribui heterogeneamente sobre o espaço, e tende a se
concentrar nas porções côncavas da superfície (hollows), que atuam como áreas de convergência de fluxo,
e por isso concentradora do trabalho erosivo. Enquanto as formas convexas, dispersoras de fluxo,
diminuem o poder erosivo (MEIS et at. 1981).
170 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Quadro XXIV. Tipos de cobertura do solo presentes na área de influência da PCH Glicério.
Local Tipo de intervenção Coordenadas Descrição terreno Suscetibilidade
erosiva
Ponto 1 Tomada d'água 801.482 7.537.772 Lavoura, solo aluvial, na
planície fluvial. Moderado
Ponto 2 Janela de serviço 1 801.753 7.537.903 Vegetação, mata ciliar,
alta declividade. Muito Forte
Ponto 3 Encontro RJ-162 ao acesso à
janela de serviço 1 801.999 7.537.826
Vegetação, mata ciliar,
terraço fluvial. Muito forte
Ponto 4 Encontro RJ-162 ao acesso à
subestação 802.178 7.537.828
Vegetação, mata ciliar,
alta declividade. Forte
Ponto 5 Subestação e casa de força
(subterrânea) 802.498 7.537.707
Campo limpo, pasto, alta
declividade. Muito forte
Ponto 6 Túnel de acesso e casa de
força (subterranea) 802.493 7.537.922
Campo limpo, pasto,
montanhoso. Muito forte
Ponto 7 Túnel de fuga 802.658 7.537.892 Campo sujo, pasto,
montanhoso. Forte
Traçado
1 Acesso janela de serviço 801.753 7.537.903
Vegetação, alta
declividade. Forte
Traçado
2
Acesso subestação e casa de
força 802.498 7.537.707
Vegetação/campo sujo,
montanhoso. Forte
Traçado
3 Acesso túnel de acesso 802.493 7.537.922
Vegetação, alta
declividade. Forte
Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério 171 Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 26. Área onde será construída a subestação.
172 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 27. Localidade onde será aberta a entrada do túnel de acesso.
173 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 28. Área do desemboque do túnel de fuga.
Figura 29. Evidência de processos erosivos desencadeados na encosta ao longo do corte da estrada.
174 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 30. Processos erosivos localizados no alto do morro na margem esquerda, em acesso no início do trecho
de vazão reduzida.
175 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 31. Talude com forte erosão na margem direita, próximo ao rio. Acesso ao ponto que será aberto o túnel
de fuga.
176 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
6.3.5. Estudo Hidrológico com estimativa das vazões para os cursos d’água existentes na área do
empreendimento com Tempo de Recorrência (TR) de 2, 10, 25 e 50 anos. Para o corpo hídrico
principal, rio são Pedro, além das vazões com TR já mencionados, também para TR 100, 1.000 e
10.000 anos;
Tempo de Recorrência (TR) ou Período de Retorno ou Período de Recorrência pode ser definido como o
intervalo médio de tempo em anos em que pode ocorrer uma determinada vazão.
Inicialmente, foi desenvolvida uma inferência estatística com a utilização da série de vazões médias diárias
do posto 59120000-Macaé de Cima. A distribuição estatística adotada foi a Log-Normal, corroborada pelo
bom ajuste dos pontos a distribuição. Cabe lembrar que esta mesma distribuição já havia sido adotada nos
estudos anteriores. A série de vazões máximas anuais utilizadas e os resultados alcançados são mostrados
nos quadros a seguir:
Figura 32. Ajuste da Distribuição Log-Normal
FIGURA 2.7
AJUSTE DA DISTRIBUIÇÃO LOG-NORMAL
1,0
10,0
100,0
1000,0
-3,00 -2,50 -2,00 -1,50 -1,00 -0,50 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00
Fator de Frequência
Vari
ável
reta de ajuste dados observados
177 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Quadro XXV. Série de Vazões Máximas Anuais (m³/s) - Posto: Macaé de Cima.
Ano Vazão
Máxima (m3/s)
Ano Vazão
Máxima (m3/s)
Ano Vazão
Máxima (m3/s)
1968 36,0 1981 49,8 1995 10,2
1969 17,3 1982 40,1 1996 11,8
1970 45,7 1983 18,9 1997 12,1
1971 (1) 1984 16,0 1998 21,5
1972 18,9 1985 41,2 1999 15,9
1973 25,7 1986 12,9 2000 43,9
1974 127 1987 18,6 2001 15,2
1975 68,0 1988 78,8 2002 16,7
1976 72,9 1990 45,6 2003 32,7
1977 72,9 1991 56,5 2004 68,2
1978 54,0 1992 53,3 2005 53,3
1979 23,4 1993 71,7
1980 36,7 1994 11,4 Obs.: (1) – Ano com falhas de observação no período de cheias.
Quadro XXVI. Vazões de Cheia em Função do Período de Recorrência (m³/s) - Posto: Macaé de Cima.
TR (anos) Log Normal
2 23,1
10 68,0
25 103,6
50 127,8
500 226,0
1.000 262,0
10.000 406,0
A partir das vazões de cheia definidas, aplicou-se o coeficiente de Füller para transformar vazão máxima média diária em vazão instantânea:
Quadro XXVII. Vazões de Cheia Instantâneas (m³/s) - Posto: Macaé de Cima.
TR
(anos) Vazões Máx. Médias
Diárias Coef. Füller
Vazões Instantâneas
2 23,1 1,76
10 68,0 1,76
25 103,6 1,76 182,0
50 127,8 1,76 224,0
500 226,0 1,76 397,0
1.000 262,0 1,76 460,0
10.000 406,0 1,76 713,0
178 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Aplicando-se o coeficiente obtido pela relação das áreas de drenagem dos dois locais (ADGlicerio/ADM Cima= 0,77) e adicionando a máxima vazão turbinada da usina de Macabu foram obtidas as vazões máximas de cheia para a PCH Glicério.
Quadro XXVIII. Vazões de Cheia Finais (m³/s).
TR
(anos) Vazões de Cheia Macaé de Cima
Coefic. AD
Vazão Turbinada Máxima da Usina
Macabu
Vazões de Cheia PCH Glicério
2 23,1 0,77 8,75 50,5
10 68,0 0,77 8,75 110,0
25 182,0 0,77 8,75 150,0
50 224,0 0,77 8,75 182,0
500 397,0 0,77 8,75 316,0
1.000 460,0 0,77 8,75 364,0
10.000 713,0 0,77 8,75 560,0
179 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
6.3.6. Estudo Hidrológico para vazões mínimas (determinação da Q7,10 e da Q95) a partir do ponto
do barramento;
A vazão Q7,10 pode ser entendida como o valor anual da média de 7 vazões mínimas diárias consecutivas
que pode se repetir, em média, uma só vez a cada dez anos, ou seja, período de retorno de 10 anos (VON
SPERLING, 2007).
Para cada ano da série histórica do local de estudo foi realizada a análise de 365 médias diárias de vazão.
Foi selecionado em cada ano o período de sete dias consecutivos que resultou na menor média de sete
dias. Após foi feita uma análise estatística, com os valores anuais da menor média de 7 dias consecutivos,
que permitiu encontrar o valor da vazão para o período de retorno de 10 anos. Para encontrar este valor de
vazão foram utilizadas distribuições de probabilidade que melhor se ajustaram aos dados observados. De
acordo com Von Sperling (2007) as distribuições utilizadas para este fim são as de Weibull e Gumbel para
valores mínimos. A Q7,10 neste trecho do rio São Pedro foi estimada em 0,330 m3/s.
A vazão Q95 pode ser definida como a vazão mínima esperada em 95% do tempo ou ano hidrológico. Com
base na série de vazões médias mensais da PCH Glicério, foi definida a curva de permanência apresentada
no quadro e na figura abaixo. Como se observa, a curva indica a porcentagem do tempo que um
determinado valor de vazão foi igualado ou ultrapassado durante o período analisado. Para a permanência
de 95%, verifica-se no gráfico e no quadro que a vazão corresponde a 2,8 m3/s.
Considerando o histórico operacional da PCH Glicério, foram consideradas ambas as vazões Q7,10
(usualmente utilizada) e 80% da Q min média mensal para definição da vazão sanitária. Optou-se por
utilizar 80% da Q min média mensal de 0,4 m³/s, valor este superior a Q7,10, buscando gerar melhoria na
qualidade ambiental do trecho. Portaria SERLA Nº 567 de 7 de maio de 2007, no seu artigo 10º, define que
“para fins de cálculo de disponibilidade hídrica será utilizada a vazão de referência “Q7,10”, definida como a
vazão mínima de 7 dias de duração e 10 anos de tempo de retorno, sendo a vazão ambiental mínima a ser
mantida no corpo hídrico definida como 50% da Q7,10”. Sendo assim, a vazão definida no estudo atende a
legislação, mantendo vazão superior a exigida pela Portaria, no TVR.
180 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Quadro XXIX. Quadro de permanência (%) e vazão (m3/s) do ponto de barramento.
Permanência (%) Vazão (m³/s)
0,1 17,7
5 12,5
10 10,3
15 9,6
20 8,9
25 8,4
30 8,0
35 7,7
40 7,4
45 7,2
50 7,0
55 6,9
60 6,7
65 6,0
70 5,4
75 4,9
80 4,3
85 3,8
90 3,2
95 2,8
100 0,6
Figura 33. Curva de permanência (%) de vazões médias mensais.
Curva de Permanência de Vazões Médias Mensais
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
18,0
20,0
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0
Permanência (%)
Vaz
ão (
m³/
s)
181 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
6.3.7. Levantamento detalhado e cadastral dos usuários de recursos hídricos se houver no
trecho de vazão reduzida, descrevendo os respectivos usos;
No trecho de vazão reduzida, entorno da casa de força original de Glicério, existem quatro residências e
mais algumas edificações, sendo sete garagens, uma oficina e um depósito. Nas residências vivem quatro
famílias, todas descendentes de antigos trabalhadores das empresas que administravam a antiga usina de
Glicério.
No local há energia elétrica, as casas são abastecidas com água de uma nascente localizada nas
coordenadas 802.252 e 7.537.842 e contam com fossa séptica. A água é utilizada para uso doméstico, pois
não há produção agrícola e pecuária comercial no local. Existem muitas árvores frutíferas e algumas
famílias cultivam hortas e fazem criação de galinha.
Esta área está localizada no trecho de vazão reduzida do empreendimento, entre a barragem e a nova casa
de força, que dista aproximadamente 500 metros da localidade, a montante. Não foi relatada ou observada
alguma atividade que possa ser comprometida por essa redução de vazão.
Residência U-1:
Seis residentes, sendo quatro adultos e duas crianças. O chefe da família trabalha em comércio. Casa
grande de alvenaria e telha de cerâmica. Há ainda mais duas garagens com telhas de amianto.
Residência U-2:
Três residentes, um deles é um homem de 85 anos, aposentado, que trabalhou nas empresas que
administraram a usina. Sua esposa tem 82 anos e é dona de casa. O filho do casal tem 60 anos, e é
aposentado por invalidez.
A casa conta com cinco quartos, dois banheiros, duas salas e uma cozinha. É de alvenaria, com cobertura de
cerâmica e amianto. Há ainda duas garagens e uma oficina, todas com vigas de cimento e com telhas de
cerâmica e amianto respectivamente.
Residência U-3:
Um residente, que é filho do chefe de família da residência U-2. É um homem de 55 anos que trabalha em
Frade para a empresa Ampla. A casa conta com dois quartos, um banheiro, uma sala e uma cozinha. É de
alvenaria e telha de amianto. Tem uma pequena garagem de madeira e amianto.
Residência U-4:
Nove residentes, todos da mesma família. Afirmam que tem o documento de transmissão de posse da
terra. O chefe da família é a viúva de um ex-funcionário da Cerj, e residem no local filhos/filhas, respectivos
parceiros e netos. A casa conta com seis quartos, dois banheiros, uma sala e uma cozinha. A casa é feita de
alvenaria e cobertura mista, cerâmica e amianto (varanda).
182 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
6.3.8. Caracterização do uso e ocupação do solo atual da bacia à montante da barragem;
A área de estudo tem seu histórico de ocupação diretamente associado à formação do município de Macaé
e seus vizinhos (Trajano de Morais, Conceição de Macabu, Santa Maria Madalena, Campo dos Goytacazes,
Carapebus, Rio das Ostras, Cabo Frio, Casimiro de Abreu, Nova Friburgo). Localmente, próximo ao
reservatório, existem as vilas do Frade e de Glicério (4º e 5º distritos de Macaé, respectivamente), que
apesar de intensos conflitos burocráticos relativos ao desmembramento e remebramento dos limites
distritais desde 2005 (fonte IBGE), oficialmente permanecem com configuração territorial estabilizada.
Esta localidade é caracterizada como área rural do município de Macaé e viveu seu apogeu econômico no
início do século XX, mais precisamente na década de 1920, com o cultivo em grande escala de cereais e
principalmente o café. A produção era escoada pela estação ferroviária de Glicério, inaugurada em 1897.
No entanto, com a crise do café estas áreas perderam importância econômica e voltaram a ser apenas um
lugar de atividades agropecuárias, inclusive resultando no fechamento da estação ferroviária, onde hoje
restam apenas ruínas e sucatas.
A região a montante da barragem da PCH Glicério é pouco ocupada, e o uso do solo predominante é a
atividade pecuária, com pastos e pastos sujos. Também são encontrados alguns núcleos urbanos como o
Frade, e nas residências podem ser observadas hortas e pomares.
A área é capaz de alocar apenas atividades de baixo potencial agrícola, pois está situada em uma escarpa
serrana onde os terrenos são muito declivosos, dificultando a mecanização das atividades. Verifica-se a
ocorrência de fragmentos florestais (Floresta Ombrófila Densa em estágio médio) isolados que tendem a se
concentrar nos topos de morro e nas áreas com maior gradiente topográfico.
183 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
6.3.9. Levantamento topobatimétrico de 4 (quatro) seções do rio São Pedro, próximas das
seguintes coordenadas de referência: Ponto 1: 22°14’14,07” S e 42°04’22,17” O ; Ponto 2:
22°14’14,54” S e 42°04’08,77” O ; Ponto 3: 22°14’15,20” S e 42°03’56,00” O ; Ponto 4:
22°14’16,07” S e 42°03’38,45” O (esses pontos deverão ser ajustados, em campo, de forma que a
seção seja tomada imediatamente a montante da contribuição de afluente da margem esquerda
do rio São Pedro);
O transporte planialtimétrico das cotas e coordenadas foi realizado simultâneo através de rastreamento
com GPS L1 - L2 de dupla freqüência partindo da RN1 da PCH Macabú com as seguintes coordenadas Norte:
7.539.175,024 metros, Este: 798.878,927 m, Altitude Ortométrica: 332,775 metros, localizada no muro de
concreto do canal de fuga da PCH Macabú.
O tempo utilizado para o rastreamento com GPS da RN1 da PCH Macabú para o local de levantamento de
cada seção foi de aproximadamente 60 (sessenta) minutos.
O levantamento das 04 (quatro) seções topobatimétricas foi realizado de jusante para montante no rio São
Pedro na extensão do trecho em corredeiras na saída do canal de fuga da usina. As seções foram
denominadas de (SB01, SB02, SB03 e SB04) com implantação de pontos de apoio, piquete e testemunha de
inicio a partir das coordenadas de referência RN1 localizada nas coordenadas Norte: 7.539.175,024 metros,
Este: 798.878,927 metros, Altitude Ortométrica: 332,775 metros, implantado no muro de concreto do canal
de fuga da usina Macabú.
Em seguida foi realizado o levantamento das seções perpendicularmente ao fluxo do rio, abrangendo todo
o trecho molhado (batimetria) e avançando na parte seca até a cota solicitada. Logo em seguida foi feito o
cadastro do perfil perpendicular ao rio, coletando pontos topográficos do terreno e demais pontos de pés e
cristas para definir o relevo do terreno. Realizado o cadastro do (NA) das margens direita e esquerda do rio,
e no trecho molhado, (batimetria) com pontos de aproximadamente 3 em 3 metros, caracterizando o
fundo do rio em pedra, registrando a data e hora do levantamento de cada seção topobatimétrica.
No trecho fluvial do rio, região das corredeiras, a batimetria foi realizada a vau utilizando baliza e prisma
para as tomadas das profundidades.
Equipamentos utilizados:
GPS Geodésico
GPS LEGACY L1/L2, de dupla freqüência da TOPCON, receptores com 40 canais, no total de 02 unidades.
Estação Total
Estação Total, com precisão de 3” angular e 1mm + 1ppm por km nas medidas lineares. Marca TOPCON,
modelo 229.
184 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Softwares utilizados:
Topcon Tools
Software fornecido pelo fabricante do equipamento GPS HIPER, com pós-processamento, utilizando
efemérides exatas processamento off-line com programa, sendo este dotado de algoritmos de combinação
de observáveis (fase e portadora), busca de ambigüidades e com capacidade de processar a(s) fase(s) da(s)
portadora(s);
TopoGRAPH
Software topográfico, para processamento dos dados coletados em campo com estação total, cálculo de
poligonais, geração de perfil e seções, geração de MDT (modelo digital de terreno) e curvas de níveis.
AutoCAD
Software para desenho em ambiente digital, usado para edição dos trabalhos de campo, gerando a
apresentação final.
Microsoft Word
Software para edição de texto e elaboração dos relatórios.
Microsoft Excel
Software para edição de planilhas, apresentação das monografias e relatórios dos processamentos.
185 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 34. Levantamento da seção topobatimétrica a jusante do canal de fuga da PCH Glicério.
Figura 35. Levantamento topobatimétrico da PCH Glicério.
186 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 36. Rastreamento com GPS na seção topobatimétrica a jusante do canal de fuga da PCH Glicério.
Figura 37. Detalhes do rastreamento com GPS.
187 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 38. Seções topobatimétricas SB-01 e SB-02 do rio São Pedro.
188 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 39. Seções topobatimétricas SB-03 e SB-04 do rio São Pedro.
189 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
6.3.10. Caracterização geológica, geomorfológica e pedológica;
Para o diagnóstico da caracterização geológica, geomorfológica e pedológica da área de estudo foram
utilizados diversos estudos e documentos, coletados nas seguintes fontes:
Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM);
Instituto Estadual do Ambiente (INEA);
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA);
A) GEOLOGIA
A formação dos crátons e faixas móveis que atualmente configuram a estrutura geológica no Brasil
ocorreram no último ciclo termotectônico1 conhecido como Brasiliano (de 700 a 450 Ma). Este ciclo foi
responsável pela formação do continente Gondwana2 que foi resultado da colisão entre as placas
americana e africana seguido por um período de estabilização crustal (400 a 245 Ma).
No inicio do Cretáceo Inferior (150 a 120 Ma) ocorre o rompimento do continente Gondwana, e a
consequente abertura do oceano Atlântico Sul, este movimento extensional de característica rúptil ainda
vem sequenciado de um movimento denominado reativação atlântica que foi responsável pelo rifteamento
da borda atlântica do sudeste brasileiro, levando a formação de horst e grabens que redefinem a topografia
(ALMEIDA, 1976; MOHRIAK, 2004; RICCOMINI et al., 2004).
Este episódio tectônico marcante está representado pela reativação tectônica que se desenvolveu no
período entre o Cretáceo Superior e o Eoceno, que originou o Sistema de Rifts da Serra do Mar (ALMEIDA,
1976) ou Rifts Continentais do Sudeste do Brasil (RCSB; RICOMINNI 1989). Então a Serra do Mar
compreende uma faixa alongada e deprimida com cerca de 1.000 Km de extensão, desde Curitiba (PR) até
Barra de São João (RJ), no litoral fluminense.
O embasamento cristalino da região sudeste brasileira é parte de um importante cinturão orogênico que se
estende paralelamente ao litoral, denominado de Faixa Ribeira, que por sua vez integra um sistema
orogênico maior, incluso na Província Mantiqueira3 (ALMEIDA et al. 1977, 1981).
A Faixa Ribeira constitui um sistema orogênico de direção Nordeste, que se estende por 1.400 km ao longo
da costa Sul-Sudeste do Brasil, resultado da colisão entre os paleo-continentes (crátons) São Francisco–
Congo com a parte ocidental do Cráton de Angola, envolvendo também outras microplacas. A Faixa Ribeira
se desenvolveu em vários episódios de convergência da Orogenia Brasiliana-Panafricana durante o
Neoproterozóico–Cambriano com últimos estágios no Ordoviciano Inferior (HEILBRON et al., 2008). Faixa
Ribeira está inserida na Província Mantiqueira, sendo limitada ao norte pela Faixa Araçuaí, a Oeste-
1Ciclos termotectônicos ou ciclos orogênicos ocorreram, no Brasil, basicamente no Pré-Cambriano, foram períodos de intensas transformações na
crosta terrestre devido a altas temperaturas e pressão. 2 Supercontinente formado pelo amalgamamento das Plataformas Sul-Americana e Africana. 3 Essa entidade cobre uma extensa área (cerca de 700.000km²) com complexa evolução estrutural e litológica afetada pelo Ciclo Orogênico
Brasiliano Neoproterozóico / Cambriano na América do Sul (Geologia e Recursos Minerais da Folha Casimiro de Abreu).
190 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Noroeste (W-NW) pela porção meridional do Cráton do São Francisco, a Sudoeste (SW) pela Faixa Brasília
Meridional e a sul pelo Cráton de Luiz Alves (HEILBRON et al., 2004).
A.1) Geologia da Área de Influência Indireta (AII)
A Área de Influência Indireta (AII) está situada nas cartas geológicas Casimiro de Abreu e Macaé, em escala
1: 100.000 elaboradas pelo CPRM (2012), e de acordo com este levantamento as unidades geológicas
mapeadas são:
A seguir serão descritas com maior detalhe as unidades descritas no relatório do CPRM referentes ao
mapeamento geologico e de recursos minerais.
A.1.1.) UNIDADE SÃO FIDÉLIS
De acordo com o relatório do CPRM (2012), as rochas da Unidade São Fidélis são compostas por gnaisses
com granada, sillimanita e cordierita, que se estendem para nordeste e sudoeste, nas proximidades da
cidade de São Fidélis
No trabalho de SILVA et al. (2000) os tipos rochosos aflorantes na área são relacionados com a Unidade
Santo Aleixo. Esta Unidade é a fácies marginal do Batólito Serra dos Órgãos constituída por granada –
hornblenda - biotita granodiorito, rico em xenólitos de paragnaisses, parcialmente fundidos e assimilados
(migmatitos de Injeção). Algumas intrusões tardias de leuco granitos, tipo S, são comuns. A Noroeste (NW)
da área é descrita por SILVA et al. (2000) o Complexo Paraíba do Sul – Unidade São Fidélis.
Predominam basicamente os seguintes litotipos: granada – biotita - sillimanita gnaisse quartzo - feldspático
(metagrauvacas), com bolsões e veios anatéticos in situ ou injetados, com composição granítica. São
freqüentes intercalações de gnaisse calciossilicáticos e quartzitos. Também ocorrem variedades de
kinzigitos com cordierita e sillimanita, com contatos transicionais com granada - biotita gnaisses. É comum
ocorrerem horizontes de xistos grafitosos. Também ocorrem rochas calcissilicáticas metacarbonáticas e
quartzitos. Em raros domínios com baixa taxa de strain, podem ser encontradas estruturas turbidíticas
preservadas.
A Unidade São Fidelis aqui empregada é interpretada concernente aos metassedimentos do Domínio
Costeiro. Essa unidade é formada dominantemente por gnaisses bandados e migmatitos estromáticos, mas
podem ocorrer também migmatitos de estrutura dobrada, flebítica, schlieren e também migmatitos
homogêneos de estrutura nebulíticas. Ocorrem ainda pequenas lentes calssilicáticas, bancos de quartziticos.
Unidade Litologia
São Fidélis Cordierita granada biotitagnaisses kinzigíticos com grafita.
Imbé Granitos e granodioritos foliados.
Sana Granitos finos a médios.
Cordeiro Leucognaisses foliados.
Diques Máficos Basaltos, diabásios e gabros.
Sedimentos Quaternários Material inconsolidado.
191 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Além de tipos litológicos ortoderivados, sob forma de lentes, englobado pelos gnaisses. Ocorrem ainda
gnaisses finos, hololeucocráticos, de bandamento pouco desenvolvido, constituídos de microclina, quartzo,
plagioclásio e raramente em menor quantidade, biotita, granada e cordierita.
Os gnaisses bandados são finos, biotíticos, com alternância regular de bandas milimétricas a centimétricas,
de tonalidade cinza-claro a cinzaescuro e contêm biotita, quartzo, plagioclásio, microclina, sillimanita e
granada. Estes gnaisses variam lateralmente a migmatitos estromáticos, com bandas de espessura
centimétrica, contendo leucossomas bastante espesso contendo grandes blastos de granada e
ocasionalmente ter um caráter pegmatítico, além de grandes blastos de feldspato e exibir uma textura sub-
facoidal.
Os tipos porfiroblásticos e subfacoidais são de granulação média a grossa, textura granoblástica,
inequigranular, por vezes com cristais xenoblásticos/poiquiloblásticos de granada. A mineralogia deles é
constituída por biotita, quartzo, plagioclásio, microclina e ortoclásio. Granada almandina é quase sempre
presente e abundante; a cordierita está, geralmente, associada à granada e à sillimanita. Hornblenda e
piroxênio ocorrem ocasionalmente e zircão, magnetita, monazita, espinélio e grafita como minerais
secundários.
A.1.2.) UNIDADE IMBÉ
De acordo com o relatório do CPRM, o Gnaisse Imbé (Unidade Imbé) apresenta uma composição
mineralógica peculiar. Em uma mesma lâmina podem coexistir minerais típicos de ortognaisses, como
hornblenda, plagioclásio cálcico e allanita e minerais de paragnaisses, como sillimanita, granada e
muscovita. Sua textura também é intrigante: apesar da intensa deformação intracristalina observada, os
megacristais de plagiclásio são subedrais, com faces bem definidas. A decisão de classificar o Gnaisse Imbé
como uma unidade pré-Brasiliana está ligada ao seu alto grau de deformação plástica e sua semelhança e
associação com os paragnaisses. Foi possível compartimentar está Unidade em dois agrupamentos de
rochas, descritos a seguir.
Gnáisses graníticos (biotita - plagioclásio - microclina gnaisses)
Trata-se de rochas leucocráticas cujas cores podem variar de cinza claro a róseo, até cinza amarelada. A
estrutura pode ser desde suborientada a maciça, assim como gnáissica definida pelos minerais máficos,
agrupados e orientados subparalelamente em linhas descontínuas, ou, em alguns casos, em bandas. A
textura é do tipo granoblástica a granolepidoblástica, com alguns constituintes xenoblásticos e
lepidoblásticos, podendo o quartzo se apresentar arredondado ou em grandes grãos amebóides (até 15
milímetros). Apresentam na sua composição quartzo, plagioclásio, microclina e biotita como minerais
essenciais.
A microclina é de alta triclinicidade e forma cristais que medem mais de 3milímetros e pode apresentar-se
em agregados pavimentosos poligonais e xenoblásticos, mas por vezes ocorre intersticialmente também. O
plagioclásio é do tipo sódico, com teor de anortita variando entre 20 e 25%, e trata-se de oligoclásio. Pode
aparecer em agregados pavimentosos poligonais, como também em agregados xenoblásticos e
granoblásticos, às vezes em parte sericitizados.
192 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
A biotita apresenta-se em grãos ou placas que medem cerca de 2 milímetros de comprimento, são
plaquetas alongadas e orientadas paralelamente aos planos de gnaissificação das rochas.
Gnaisses granodioríticos (hornblenda gnaisses)
A Suíte Imbé se caracteriza pela presença de um hornblenda-biotita gnaisse com megacristais isolados de
hornblenda verde anedral a subedral, biotita marrom a parda avermelhada também em megacristais, em
alta concentração, e em cristais isolados ou em aglomerados na foliação. A granada ocorre em cristais
límpidos e sillimanita (fibrolita) em bandas biotíticas localizadas. Megacristais de plagioclásio An32-49
(andesina) subedral, muitas vezes se apresentam sericitizado. Ocorre também megacristal de plagioclásio
An54 (labradorita) antipertítico e há ainda um megacristal subedral de muscovita. Ortoclásio e microclina
também ocorrem como megacristais, com mirmequita em suas bordas, porém microclina pode ocorrer em
pequenos agregados poligonais intersticiais. Quartzo se apresenta em lentes ou na matriz granoblástica.
Além disto, são observados allanita subedral, apatita, titanita, zircão (em biotita) ou em cristais euedrais
(ou arredondados) isolados. Clorita ocorre como produto de alteração, a partir de biotita, ou em cristais
isolados. Epidoto tem hábito anedral (com núcleo de allanita) isolado ou incluso em hornblenda. Sericita
ocorre como alteração de plagioclásio.
A.1.3.) UNIDADE GRANITO SANA
De acordo com o relatório do CPRM (2012), a intrusão denominada Granito Sana, serve para descrever
todas as intrusões com mesmas caracteríticas composicionais e texturais. Desta forma a série de intrusões
a oeste do Sana é interpretada como seus corpos satélites e são apresentados a seguir.
O monzo a sienogranito Sana exibe índice de cor leucocrático, cinza clara esbranquiçada a branca, maciço,
granulação fina a média (textura microfanerítica), equigranular, com biotita e muscovita. A ocorrência
desta muscovita pode ser atribuída a zonas de cisalhamento dúcteis que ocorrem principalmente na borda
oeste da intrusão principal, segmentando fácies de caráter granular grosso (Peito de Pomba) e fina
predominante na porção leste. A atuação de marcantes zonas de cisalhamento com orientações
preferenciais nos sistemas Norte/ Sul – Nordeste/ Sudoeste, Este-Nordeste/ Oeste-Sudoeste (N/S-NE/SW,
ENE/WSW), registram possível participação de atividade tectônica extensional tardia ao alojamento.
Para o posicionamento tectônico desta Unidade, pode-se levar em conta proposta de distribuição geral das
rochas granitóides no Estado do Rio de Janeiro. Segundo alguns autores, as rochas graníticas dividem-se em
três grupos principais: (i) pré- a colisionais, (ii) tardi-colisionais e (iii) póscolisionais (Machado & Demange,
1992; 1994 a e b e 1995; Machado 1997). O monzogranito Sana, mediante as suas características isotópicas,
composicionais, estruturais e mineralógicas pode ser relacionado ao magmatismo tardi- a pós-colisional
caracterizado como tipo-I Caledodiano (Machado & Peloggia, 1987 e Machado & Demange 1992, 1994 e
1995), que ocorre principalmente na porção sul dos Domínios Litorâneo e Serra dos Órgãos.
A distribuição Leste-Oeste (E-W) dos corpos intrusivos sugerem uma desvinculação das estruturas Nordeste
(NE) do cinturão durante a colocação dos mesmos trunca as estruturas Nordeste-Sudoeste (NE-SW) do
193 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Orógeno Ribeira e é independente de zonas de cisalhamento dúcteis (Machado et al 1996). Alguns autores
têm relacionado esta colocação a uma tectônica extensional (Machado 1997).
Os dados isotópicos U/Pb e Rb/Sr disponíveis são coerentes e apontam idades de 492 Ma (U/Pb, em titanita)
e 488 Ma (Rb/Sr) para os maciços Mangaratiba e Sana, respectivamente (Valladares 1996; Machado 1997).
Uma idade Rb/Sr de 501 Ma foi obtida para o Maciço Nova Friburgo (Tupinambá 1999).
A.1.4.) UNIDADE CORDEIRO
A Unidade Cordeiro possui maior expressão nas Folhas Quartéis e Cordeiro, onde ocorrem em áreas
significativas. Na porção centro-sul da Folha de Quartéis chega a atingir uma largura de aproximadamente
quatro quilômetros. As melhores exposições das rochas desta unidade são observadas ao longo da estrada
entre Lumiar e Sana, principalmente ao longo do curso do rio Macaé.
Esta Unidade corresponde a migmatitos e gnaisses diversos de Rosier (1957 e 1965), parte do que foi
incluindo no Complexo São Fidelis e podem ser interpretados como resultado de fusão desta unidade
metassedimetar. A maioria das ocorrências não apresenta dimensões suficientes para serem cartografadas
na escala de 1: 100.000 e não foram incluídas no mapa apresentado. Estes leocogranitos podem ocorrer em
forma de corpos tabulares variando e holo a leucocrático, com porções gnáissicas de espessura
decimétricas a métricas em contatos abruptos e discordantes da foliação dos paragnaisses encaixantes.
Raramente ocorre como corpos de composição de granodiorito, e neste caso são devido à grande
proporção de máficos, grão médio e textura homófona nas bandas félsicas. Enclaves microgranulares e
enclaves granulares de hornblenda gnaisse, além de schlieren, são frequentes.
Outros modos de ocorrência desta unidade são representados por corpos homogêneos, muito pouco
foliados onde predominam os tipos hololeucocráticos, que variam composicionalmente de granito a álcali-
feldspato granito. Uma segunda forma de ocorrência é como bandas concordantes pegmatóides de
contato definido em meio à biotita finamente laminado que predomina entre os metassedimentos. Outra
feição típica desta unidade é através de corpos de textura migmatítica de geometria variável.
Essas três formas de ocorrência têm em comum, características petrográficas como a muscovita euédrica,
microclina e ortoclásio frequentemente pertíticos, matriz félsica granoblástica, quartzo anedral tardio,
granada e zircão em pequena quantidade.
Como parâmetro de diferenciação com os granitos ortoderivados, que podem ser confundidos com as
porções mais máficas, a forma mais comum de ocorrência do leucogranito Cordeiro apresenta biotita parda,
cristais isolados de hornblenda verde, plagioclásio zonado ou com borda de albita no contato com o k-
feldspato e titanita subedral.
As outras duas formas de ocorrência apresentam biotita marrom clara, granada anedral sem inclusão de e
o que as diferencia é a sillimanita prismática que ocorre nos corpos homogêneos dos tipos
hololeucrocáticos.
194 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Dentro desta unidade são encontradas desde rochas parcialmente transformadas constituindo vestígios do
protólito. De maneira geral, o tipo migmatitico predominante é aquele onde as características da rocha
híbrida neoformada dominam. Nos tipos onde ainda se consegue identificar à fração paleossomática, as
estruturas megascópicas mais comumente observadas são do tipo estromática e flebítica e mais raramente
schlieren, agmáticas e migmatítica. O paleossoma é constituído de uma biotita gnaisse de granulação fina à
média, coloração cinza escura, com boa xistosidade e enriquecido em material quartzo-feldspático na
forma de lentes e leitos mais ou menos contínuos, caracterizando o tipo estromático ou flebítico e veios
discordantes dictioníticos.
Tipos homogêneos
Nos tipos mais homogêneos as estruturas comumente observadas são predominantemente estromática e,
mais raramente, em rochas menos orientadas com caráter nebulítico. É caracteristicamente um migmatito
de granulação media a grosseira cuja coloração mesocrática orientada composta por hornblenda-
biotitagnaisse, de coloração levemente acinzentada a cinza escura em zonas mais biotítica, quando então a
granulação torna-se mais fina. Os minerais máficos, principalmente a biotita, orientam-se conferindo à
rocha uma foliação mais proeminente. Mineralogicamente, é constituído essencialmente de quartzo,
microclina, plagioclásio, biotita e hornblenda, apresentando ou não granada subordinadamente. A fração
leucocrática é um moscovita-biotita-granito gnaisse, predominantemente de cor clara tendendo a cinza
esbranquiçada. Sua granulação ê mais grosseira, com feições de um mobilizado pegmatóide e a orientação
dos minerais é bastante incipiente tornando-se a rocha bem mais homogênea, com aspecto de um granito.
Quando existe esta orientação do leucossoma, ela é dada pelo arranjo planar das placas de biotita e
moscovita. Mineralogicamente, é constituída essencialmente por quartzo, microclina, plagioclásio, biotita e
moscovita, podendo ou não apresentar granada subordinadamente.
Tipos tabulares
Frequentemente o mobilizado quartzo - feldspático ocorre como veios aplíticos ptigmáticos e pegmatóides,
cortando concordante e discordantemente a estruturação da rocha híbrida neoformada. Os veios
pegmatóides comumente observados são de dimensões variáveis geralmente descontínuos, às vezes como
“bolsões”. Mineralogicamente, pobres e monótonos exibem cristais tabulares bem desenvolvidos de
feldspatos róseos (às vezes caulinizados), quartzo e placas bem desenvolvidas de moscovita e biotita com
dimensões variáveis (até seis centímetros).
Tipos migmatíticos
Freqüentemente, os migmatitos desta unidade apresentam inúmeros porfiroblastos de feldspato
(microclina) de até cinco centímetros excepcionalmente atingindo oito centímetros sendo o termo médio
em torno de um centímetro. Normalmente ocorrem sob a forma de olhos, caracterizando tipos oftálmicos,
porém porfiroblastos idiomórficos são frequentemente observados em tipos onde o leucossoma é a fração
da concentração em zonas de de dobras.
Esta orientação é também dobrada. Quando esta orientação se torna incipiente a rocha é tipicamente uma
mesóstase de estrutura granítica. O exame de algumas porções da rocha exibindo estruturas schlieren
195 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
revela uma estruturação semelhante à dos granitóides da Unidade Imbé, isto é os máficos se alinham como
lamelas envolvendo os porfiroblastos de feldspatos que geralmente apresentam-se como pequenos olhos.
São poucas as exposições onde estes migmatitos exibem fração melanossomática típica. Onde identificada,
mostram-se como bolsões irregulares e restos descontínuos ou ainda como bandas centimétricas
alternadas, pouco persistentes, alinhando-se em seus extremos. É de um modo geral, uma mesóstase
constituída essencialmente de anfibolitos (biotita-plagioclásio anfibolito), às vezes com porfiroblastos de
granada (granada-biotita-anfibolito).
Freqüentemente, os tipos migmatíticos mais evoluídos transicionam a tipos granitóides. Estes se
posicionam no conjunto litológico descrito conformando camadas maciças. Estas rochas, bastante
resistentes à erosão, apresentam formas de relevo destacáveis no campo e em fotos aéreas. Possuem
morros arredondados alçados e fortemente escarpados, constituindo relevo típico de “pão de açúcar”.
A.1.5.) DIQUES MÁFICOS
Os diques de composição básica são observados em várias porções da Folha Casimiro de Abreu. Estas
rochas exibem texturas intersticiais e subofíticas, e também textura porfirítica. A assembléia mineral é
homogênea e consiste principalmente de plagioclásio, dois clinopiroxênios (augita e provavelmente
pigeonita) e fase opaca. Olivina é muito rara. A maioria das rochas em a seqüência descrita e possivelmente
originada durante ao período de reativação Waldeniana da plataforma brasileira (Almeida 1969).
A.1.6.) SEDIMENTOS QUATERNÁRIOS
Na região podem ser identificados três tipos de coberturas, “in situ” ou transportadas, que sobrepõe e
escondem o substrato rochoso: Aluviões, Seqüência de Blocos e Matacões, e Solos Residuais
Aluviões: são compostos por sedimentos transportados inconsolidados, de granulometria variada,
provavelmente de idade Quaternária relacionados a depósitos fluviais. Afloram nas proximidades dos
canais e córregos formando áreas planas e ocorrendo em toda a área. Tem espessuras inferidas, variando
desde centímetros até poucos metros.
Sequência de blocos de Matacões: A Seqüência de Blocos e Matacões ocorre na porção oeste e central da
área, associado aos leitos dos rios de médio porte. Estas áreas provavelmente estão associadas ao recuo da
encosta, por efeito erosional ou ainda a paleocanais antigos originados em drenagens formadas em regime
fluvial mais intenso. Atualmente, a energia necessária para movimentar estes grandes matacões parece
incompatível com o regime fluviométrico atual.
Solos Residuais: estão relacionados à alteração dos tipos rochosos existentes, “in situ”. Ocorrem
genericamente em toda a área, sendo normalmente menos espessos nas porções com maior declividade,
ou seja, nas encostas e topos de morros. São compostos por material silto-arenoargiloso com espessuras
variando até 5 metros.
Ainda podem ser individualizados Depósitos de Tálus nos sopés de alguns morros, com declividade alta. São
coberturas típicas, formadas pela queda de material das encostas, normalmente por gravidade,
196 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
potencializado por processos físicos e químicos naturais de deterioração das rochas e solos. Estes materiais
se acumulam nos flanco das encostas, apresentando intensa variação composicional e granulométrica
(desde matacões até argilas).
A.2.) Geologia da Área de Influência Direta (AID)
Para o diagnóstico geológico da AID foram utilizados os dados de sondagem presentes no projeto básico.
Para melhor reconhecimento da região de implantação do empreendimento, foram realizadas, pela
PROGEO, 11 sondagens rotativas nas áreas onde serão implantadas as estruturas. Para o estudo das
condições de fundação foram programadas e executadas sondagens mistas (percussão + rotativa) que
auxiliaram na caracterização geológica e geotécnica da área da tomada d’água, do túnel de adução, da casa
de força e do túnel de fuga. Os dados obtidos nas sondagens foram descritos e consolidados na forma de
perfis individuais de sondagem.
Quadro XXX. Investigações de sub-superfície.
Sondagem
N.º
Profundidade
Total (m)
Solo
(m)
Rocha
(m) Margem Estrutura
SM-301 50,17 7,80 42,37 Direita Tomada D’água
SR-302 65,13 4,29 60,84 Direita Túnel de Adução
SM-303 50,62 1,76 48,86 Direita Túnel de Adução
SR-304 60,09 26,91 33,18 Direita Casa de Força
SM-305 88,00 29,08 58,92 Direita Casa de Força
SM-306 75,08 31,34 43,74 Direita Túnel de Fuga
SM-307 45,21 16,93 28,28 Direita Túnel de Fuga
SM-308 25,28 16,48 8,80 Direita Túnel de Fuga
SM-309 60,03 24,08 35,95 Direita Casa de Força
SM-310 60,40 38,33 22,07 Direita Casa de Força
SM-311 35,00 29,40 5,60 Direita Tomada D’água
TOTAL 615,01 226,40 388,61
Localmente foi observada a ocorrência de granitos com grau de alteração acentuado de espessuras
métricas, superiores a 15 metros no corte de estrada. Ao longo da área podem-se observar afloramentos e
blocos do mesmo granito em alguns pontos, mais especificamente em lugares providos de quedas d’água,
leito do rio e seus mananciais, como podem ser observados nas fotos a seguir.
197 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 40. Corte da estrada em que se pode observar a espessura do solo de alteração (Projeto Básico da PCH
Glicério).
Figura 41. Desmoronamento ocorrido após fortes chuvas expondo o solo residual (Projeto Básico da PCH Glicério).
198 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 42. Blocos de granito/gnaisse no leito do rio (Projeto Básico da PCH Glicério).
Figura 43. Blocos de granito/gnaisse o leito do rio, próximo à antiga casa de força (Projeto Básico da PCH Glicério).
199 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 44. Blocos de granito/gnaisse no leito do rio (Projeto Básico da PCH Glicério).
Figura 45. Pegmatito intrudido no gnaisse porfiroclástico (Projeto Básico da PCH Glicério).
200 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 46. Granito/gnaisse de granulação grossa granoblástica e porfiritica, cortado por veio quartzo-feldspático
(Projeto Básico da PCH Glicério).
Figura 47. Contato do pegmatito com o aplito próximo à sondagem SM-303 (Projeto Básico da PCH Glicério).
201 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Junto à barragem existente observa-se um grande depósito de sedimentos quaternários fluviais compostos
por areias argilo- siltosas com camadas de cascalho.
Figura 48. Banco de sedimentos fluvial pouco a montante da barragem (Projeto Básico da PCH Glicério).
O restante da área é composto por solo coluvionar e residual, derivado da rocha existente na área. Em
alguns pontos podem-se encontrar blocos de granito quartzo-feldspático com elevado grau de alteração,
não apresentando estruturas preservadas.
Figura 49. Afloramento onde se observam veios cortando o granito/gnaisse, com direção preferencial Leste-Oeste
(E-W) (Projeto Básico da PCH Glicério).
202 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 50. Deposito de tálus de granito/gnaisse (Projeto Básico da PCH Glicério).
Nas sondagens, em profundidade, observa-se que na região da casa de força ocorrem grandes espessuras
de solo de alteração, onde comparecem blocos residuais de granito/ gnaisse com grau de alteração
moderado, e alguns pontos com grau de alteração elevado. Ocorrem gnaisses e ou granitos quando em
profundidades elevadas, onde a rocha se torna sã.
Os principais aspectos das condições geológicas e geotécnicas, observadas através das sondagens de
reconhecimento, são apresentados a seguir:
Vertedouro de Soleira Livre
O vertedouro de soleira livre existente está assentado sobre rocha sã de características geotécnicas
adequadas. Estão previstas obras de ampliação neste vertedouro, devendo ser aproveitada grande parte da
estrutura existente, mantendo e reforçando as antigas fundações. Deverão ser verificadas as condições da
fundação nos trechos onde haverá substituição das estruturas existentes, notadamente nos extremos do
barramento e na bacia de dissipação.
203 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 51. Barragem da PCH Glicério.
Tomada d'água e desarenador
Toda a estrutura da tomada d’água e do desarenador está projetada na margem direita do rio São Pedro,
ainda dentro do reservatório existente e deverá ser assentada sobre rocha gnáissica sã a pouco alterada e
pouco a medianamente fraturada.
204 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 52. Tomada d'água e desarenador. Figura representa o perfil geologico, localização das sondagens 301 e 302
e projeção do túnel de adução.
Os afloramentos observados em superfície e as sondagens SM-301 e SM-311 indicam uma grande variação
na espessura de solo e, consequentemente, na profundidade do topo rochoso.
A sondagem SM-301 (elevação 244,934 m), executada na margem direita do reservatório, junto à rodovia
RJ-162, apresentou inicialmente uma camada de 2,45 metros de aterro utilizado para a construção da
rodovia.
Então, a partir da cota 242,48 metros observa-se um solo coluvionar/tálus até 6,60 metros de profundidade,
na cota 238,33 metros, onde se inicia uma intercalação de rocha alterada dura (RAD) e rocha alterada mole
(RAM) que segue até os 18,45 metros (cota 226,48 metros). A partir dessa profundidade a rocha (gnaisse)
torna-se sã a medianamente alterada (A1/A3) e pouco a muito fraturada (A2/A4), persistindo assim até os
29,05 metros (cota 215,88 metros), quando o gnaisse apresenta-se são (A1) e pouco a ocasionalmente
fraturado (F1/F2), seguindo assim até o final do furo, aos 50,17 metros, na cota 194,76 metros.
Litologicamente, a partir dos 21,83 metros de profundidade (cota 223,10 metros), ocorrem intercalações
do gnaisse com aplitos e pegmatitos. Nota-se, em alguns contatos, a presença de uma rocha alterada e
205 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
fraturada, sendo recomendado que esses contatos sejam mapeados e tratados, caso seja necessário,
durante as obras de escavação. Apesar da presença de feições desfavoráveis nesses contatos, os ensaios de
perda d’água realizados nesta sondagem resultaram em condutividades hidráulicas muito baixas a baixas
(H1/H2), sendo apenas o trecho entre os 21,50 m e 24,50 m o que apresentou uma condutividade média
(H3), com uma perda específica de 3,38 l/min/m/kgf/cm².
Há cerca de 36 metros a montante da SM-301 foi executada a sondagem SM-311
(elevação 243,520 metros), também na margem direita do reservatório. Essa sondagem, apesar da
proximidade com a sondagem 301, não forneceu condições de correlação entre elas, uma vez que não
atingiu o topo rochoso até os 35,00 metros de profundidade, na cota 208,52 metros. A SM-311 apresentou
uma cobertura de solo coluvionar de 2,00 metros, passando, na cota 241,52 metros para um solo de
alteração de gnaisse, silto-arenoso e medianamente compacto. Aos 6,00 metros (cota 237,52 metros)
comparece uma rocha alterada mole (RAM) onde foram executados ensaios de penetração (SPT), indicando
uma areia fina a média medianamente a muito compacta (11 a 27 golpes/30 cm finais).
Entre os 17,40 metros (cota 226,12 metros) e 23,00 metros (cota 220,52 metros) ocorre uma passagem de
rocha alterada dura/mole (RAD/RAM) com baixa recuperação dos testemunhos de sondagem. Dos
23,00 metros até o final do furo, aos 35,00 metros (cota 208,52 metros) retornou a rocha alterada mole
(RAM) compacta (22 a 36 golpes/30 cm finais).
De posse desta informação e da possibilidade de existência de uma estrutura geológica desfavorável entre
essas duas sondagens, a localização da tomada d’água foi alterada, passando a ficar praticamente dentro
do reservatório e mais próximo ao local do barramento, onde observam-se afloramento de rocha sã.
Túnel de Adução
Toda a estrutura da tomada d’água do túnel de adução está situada na ombreira direita do reservatório da
usina de Glicério, e deverá ser assentada sobre rocha gnáissica sã a pouco alterada e pouco a
medianamente fraturada.
As condições geológicas e geotécnicas a serem interceptadas pelas escavações do túnel de adução foram
definidas pelas sondagens SM-301, SR-302, SM-303 e SM-304 que estão representadas na seção geológico-
geotécnica “A”.
206 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 53. Representa o perfil geologico, localização das sondagens 301, 302, 303, 304, 305, 306, 307 e 308 e
projeção do túnel de adução, casa de força e túnel de força.
No emboque do túnel de adução, que será em poço, as condições geológicas e geomecânicas foram
descritas na tomada d’água.
Ao longo do túnel, nenhuma sondagem atingiu a cota de implantação do túnel, porém, apesar disso, todas
apresentaram, nos seus trechos finais, rochas sãs e de excelentes características geomecânicas, ensejando
boas condições no trecho a ser escavado, a menos de possíveis zonas localizadas de fraturas.
A sondagem SR-302 (elevação 227,013 metros), localizada no trecho médio inicial do circuito de geração,
junto ao talvegue mais profundo ao longo do eixo do túnel, foi executada com uma inclinação de 45°
visando a identificação de possíveis feições geológicas verticais que pudessem interferir com as obras e
com a estabilização do túnel de adução. A sondagem apresentou uma cobertura de cerca de 3 metros de
solo coluvionar, encontrando, já na cota 223,98 metros o maciço rochoso constituído de gnaisse de
granulação fina a média com passagens de aplito e pegmatito entre as cotas 213,78 metros e
207,66 metros. O maciço apresenta-se, da cota 223,98 metros até a cota 198,10 metros, pouco a
medianamente alterado (A1/A3) e medianamente fraturado (F3), passando para um maciço são (A1) e
pouco a ocasionalmente fraturado (F1/F2) até o final do furo, na cota 180,96 metros, cerca de 19 metros
acima do teto do túnel de adução.
207 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Os ensaios de perda d’água realizados nesta sondagem, a partir da cota 204,5 metros até o final do furo na
cota 180,96 metros resultaram em valores de condutividade hidráulica baixa a média (H2/H3) em
praticamente todo o trecho, com a exceção do trecho entre as cotas 200 e 198 metros quando o maciço
apresentou uma condutividade muito alta (13,84 l/min/m/kgf/cm²).
A sondagem SM-303 (elevação 203,911 metros), localizada no trecho médio final do circuito de geração,
num talvegue suave, foi executada verticalmente e apresentou uma pequena camada de solo superficial,
passando para um solo de alteração de gnaisse, arenoso e micáceo, com muitos blocos residuais de gnaisse.
Aos 8,01 metros (cota 195,90 metros) comparece uma rocha alterada dura/mole (RAD/RAM) com baixa
recuperação, que segue até os 14,26 metros de profundidade (cota 189,65 metros). A partir daí o maciço
torna-se são (A1) e pouco a ocasionalmente fraturado (F1/F2), seguindo assim até a profundidade de
50,62 metros (cota 153,29 metros), ao final da sondagem, que está a cerca de 32 metros acima do teto do
túnel de adução.
A sondagem SM-304 (elevação 190,124 m), localizada no final do circuito de geração e próximo à casa de
força subterrânea, apresenta uma espessa cobertura de solo coluvionar de 6,45 m, passando, na cota
183,67 m, para um solo de alteração de gnaisse, constituído por areias siltosas (micáceas) e com a presença
de muitos blocos residuais de gnaisse. Esse espesso solo de alteração segue até a profundidade de 33,90 m,
na cota 156,22 m, quando comparece uma rocha alterada dura intercalando-se com uma rocha alterada
mole (RAD/RAM). Aos 54,10 m (cota 136,02 m) a rocha torna-se sã e ocasionalmente fraturada (A1/F1),
seguindo assim até o final do furo, aos 60,09 m, na cota 130,04 m. Nesta sondagem foram observadas
diversas litologias, que apresentaram contatos bruscos e selados quando as rochas mostravam-se sãs.
Foram descritos gnaisses, pegmatitos, aplitos e biotita-gnaisses.
Desta forma, analisando-se os dados obtidos nas sondagens, as interpretações das fotos aéreas e o
mapeamento de campo, prevê-se que o túnel de adução deverá ser escavado na sua maior parte, em rocha
sã e pouco fraturada, constituída essencialmente por gnaisses e biotita-gnaisses, com algumas passagens
de pegmatitos e aplitos.
Em função da grande variação na litologia e no grau de alteração, observadas nas sondagens, recomenda-
se que seja realizado, durante o projeto executivo, um mapeamento sistemático das frentes de escavação
do túnel, além da execução de sondagens sub-horizontais antes do avanço da escavação, com o objetivo de
reduzir os riscos de se encontrar alguma feição geológica desfavorável não determinada pelas investigações
pontuais.
Casa de Força e Poços
As condições geológicas da casa de força e dos poços de cabos (insuflamento) e de exaustão foram
determinadas pelas sondagens SM-304, SM-305, SM-309 e SM-310 que estão representadas nas seções
geológico-geotécnicas “C” e “D”.
A sondagem SM-304 (elevação 190,124 metros), localizada pouco a jusante do eixo das unidades,
apresenta uma espessa cobertura de solo coluvionar de 6,45 metros, passando, na cota 183,67 metros,
208 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
para um solo de alteração de gnaisse, constituído por areias siltosas (micáceas) e com a presença de muitos
blocos residuais de gnaisse. Esse espesso solo de alteração segue até a profundidade de 33,90 metros, na
cota 156,22 metros, quando comparece uma rocha alterada dura intercalando-se com uma rocha alterada
mole (RAD/RAM). Aos 54,10 metros (cota 136,02 metros) a rocha torna-se sã e ocasionalmente fraturada
(A1/F1), seguindo assim até o final do furo, aos 60,09 metros, na cota 130,04 metros. Nesta sondagem
foram observadas diversas litologias, que apresentaram contatos bruscos e selados quando as rochas
mostravam-se sãs. Foram descritos gnaisses, pegmatitos, aplitos e biotita-gnaisses.
A sondagem SM-305 (elevação 184,839 metros), foi locada exatamente sobre o eixo das unidades da casa
de força prevista no início dos estudos. Após a sua execução e interpretação o posicionamento da caverna
foi alterado, deslocando-se cerca de 28 metros para montante em função da pequena espessura de rocha
sã sobre o teto da caverna. Assim, esta sondagem está localizada cerca de 28 metros a jusante do atual eixo
das unidades, mas como atingiu uma profundidade próxima à cota de fundação, será utilizada como
referência nas interpretações do maciço rochoso a ser escavado durante as obras da casa de força.
A SM-305 apresenta inicialmente uma camada de solo coluvionar com 2,60 metros de espessura, passando,
na cota 182,24 metros para um solo de alteração composto por areias siltosas e siltes arenosos, micáceos
pouco a medianamente compactos (5 a 12 golpes/30 cm finais), com a presença de alguns blocos residuais
de gnaisse pouco a muito alterado. Aos 42,80 metros de profundidade (cota 142,04 metros) observa-se
uma rocha alterada dura (RAD) extremamente fraturada, que, aos 43,74 metros (cota 141,10 metros)
torna-se sã a pouco fraturada (A1/A2) e pouco a medianamente fraturada (F2/F3), seguindo assim até os
52,34 metros (132,50 metros) quando ocorre uma passagem de rocha alterada mole (RAM) com
2,28 metros de espessura. Aos 54,77 metros (130,07 metros) a rocha comparece sã (A1) e medianamente
fraturada (F3), seguindo até os 57,00 metros (cota 127,84 m), onde a rocha mantém-se sã (A1), porém,
pouco a ocasionalmente fraturada (F1/F2), seguindo assim até o final do furo, aos 88,00 metros (cota
96,84 metros). Nesta sondagem também foram observadas algumas litologias, que apresentaram contatos
bruscos e selados quando as rochas mostravam-se sãs. Foram descritos gnaisses, pegmatitos e aplitos, com
predominância dos gnaisses.
Os ensaios de perda d’água realizados nesta sondagem, a partir da cota 139,84 metros até a cota
100,84 metros resultaram em valores de condutividade hidráulica baixa a muito baixa média (H1/H2), de
0,00 a 0,43 l/min/m/kgf/cm²).
A SM-309 (elevação 184,253 metros), situada à esquerda hidráulica da casa de força, apresentou uma
cobertura de 2,00 metros de solo coluvionar, até a cota 182,25 metros, passando para um espesso solo de
alteração de gnaisse, composto por areias médias a grossas, micáceas, medianamente compacta a
compacta (13 a 25 golpes/30 cm finais), além da presença de blocos residuais de gnaisse alterado. Aos
26,10 metros de profundidade (cota 158,15 metros) comparece uma rocha alterada dura/mole (RAD/RAM)
e muito a extremamente fraturada (F4/F5), composta por uma seqüência de aplito, pegmatito e gnaisse.
Dos 30,58 metros até os 58,61 metros (cota 153,67 metros até 125,44 metros) a rocha torna-se sã (A1) e
pouco a ocasionalmente fraturada (F1/F2). Neste intervalo ocorre um trecho onde a rocha apresenta-se
medianamente a extremamente fraturada (F3/F5), dos 34,60 aos 39,30 metros (cota 149,65 a
144,95 metros) e trechos muito fraturados (F4), dos 41,00 aos 42,00 metros (cota 143,25 a 142,25 metros)
209 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
e dos 51,16 aos 51,63 metros (cota 133,09 a 132,62 metros). Dos 58,61 m até o final do furo, aos 60,03 m
(cota 124,22 m) a rocha apresenta-se pouco alterada (A2) e muito fraturada (F4). Neste trecho final
também foram observadas intercalações entre o gnaisse, os aplitos e os pegmatitos.
A SM-310 (elevação 187,887 metros), situada à direita hidráulica da casa de força, apresentou uma
cobertura de 6,00 metros de solo coluvionar, até a cota 181,89 metros, sotoposto a um bloco residual de
gnaisse alterado, que aos 7,50 metros (cota 180,39 metros) passa para um espesso solo de alteração de
gnaisse, composto por areias finas a grossas, micáceas, com a presença de blocos e matacões residuais de
gnaisse alterado. Aos 48,62 m de profundidade (cota 139,27 metros) comparece uma rocha sã e pouco
fraturada (A1/F2), seguindo assim até os 60,40 metros (cota 127,49 metros) no final da sondagem. Esse
maciço é composto por uma sequência de pegmatito, gnaisse e aplito.
Como citado acima, após análise e interpretação das seções geológicas e dos perfis de sondagem, foi
identificada uma possível feição geológica desfavorável sobre a abóbada da caverna da casa de força, no
local onde ela havia sido implantada no início dos estudos. Dessa forma, foi definido o deslocamento do
eixo das unidades em cerca de 28 metros para montante, local onde, aparentemente o maciço apresenta
condições mais adequadas para a escavação subterrânea e estabilização da caverna.
Assim, prevê-se que a casa de força deverá ser escavada na sua maior parte, em rocha sã e pouco fraturada,
constituída essencialmente por gnaisses, com algumas passagens de pegmatitos e aplitos. Essa grande
variação na litologia e no grau de alteração, observadas nas sondagens, enseja a realização, durante o
projeto executivo, de um mapeamento sistemático das frentes de escavação da caverna, com o objetivo de
reduzir os riscos de se encontrar alguma feição geológica desfavorável não determinada pelas investigações
pontuais. Com relação aos poços de exaustão e de cabos/insuflamento, prevê-se que grande parte das
escavações será realizada em solo de alteração e rochas alteradas (RAD/RAM), com a necessidade de
tratamento das paredes com solo grampeado.
210 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 54. Representa o perfil geologico, localização das sondagens, 304, 305 e 306 e projeção casa de força.
211 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 55. Representa o perfil geologico, localização das sondagens - 309 e 310 - e projeção túnel de fuga.
212 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Túnel de Fuga
As condições geológicas ao longo do túnel de fuga foram determinadas pelas sondagens SM-305, SM-306,
SM-307 e SM-308 que estão representadas na seção geológico-geotécnica “C”. A SM-305
(elevação 184,839 metros), situada no trecho inicial do túnel de fuga, junto à casa de força, foi descrito no
item Casa de Força e Poços.
Figura 56. Representa o perfil geologico, localização das sondagens, 304, 305 e 306 e projeção casa de força.
213 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 57. Representa o perfil geologico, localização das sondagens, 304, 305 e 306 e projeção casa de força.
A sondagem SM-306 (elevação 163,401 metros), locada no trecho médio inicial do túnel de fuga
apresentou uma cobertura de solo coluvionar de 1,80 metros, constituída por areias siltosas, fofas,
passando para um espesso solo de alteração na cota 161,60 metros. Esse solo, constituído por areias finas a
grossas, micáceas e medianamente compactas a muito compactas apresenta blocos e matacões residuais
de gnaisse são e alterado. Aos 35,67 metros (cota 127,73 metros) ocorre um gnaisse são e muito fraturado
(A1/F4), passando aos 39,31 metros (cota 124,09 metros) para uma rocha alterada mole (RAM) que segue
até os 42,00 metros (121,40 metros), onde o maciço rochoso apresenta-se são (A1) e pouco a
ocasionalmente fraturado até o final do furo, aos 75,08 metros (cota 88,32 metros). Uma exceção ocorre
no trecho entre as profundidades de 63,19 e 64,45 metros (cotas 100,21 e 98,95 metros) onde se observa
um metabasito pouco alterado e extremamente fraturado (A2/F5).
Os ensaios de perda d’água realizados nesta sondagem, a partir da cota 100,01 metros até a cota
93,88 metros, num trecho que compreende o topo e a parte superior do túnel de fuga, resultaram em
valores de condutividade hidráulica muito baixa a baixa (H1/H2), de 0,00 a 0,67 l/min/m/kgf/cm².
A sondagem SM-307 (elevação 139,669 metros), localizada no trecho médio final do túnel de fuga,
apresentou um espesso solo de alteração de gnaisse, areno-siltoso, micáceo, medianamente compacto a
compacto, com muitos blocos residuais de gnaisse são e alterado. Aos 20,85 metros (cota 118,82 metros)
comparece um gnaisse são (A1) e pouco a ocasionalmente fraturado (F1/F2), seguindo assim até os
27,60 metros (cota 112,07 metros) onde ocorre uma sequência de pegmatito/gnaisse alterado (A2/A3) e
moderadamente a extremamente fraturado (F3/F5). Dos 32,83 metros (cota 106,84 metros) até o final da
sondagem, aos 45,21 metros (cota 94,46 metros), o gnaisse torna-se são e pouco fraturado (A1/F2). Cabe
214 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
ressaltar que neste trecho final, que compreende a parte superior do túnel de fuga observam-se algumas
passagens centimétricas alteradas, associadas às fraturas no maciço.
A sondagem SM-308 (elevação 115,607 metros), localizada no final do túnel de fuga e próximo ao seu
desemboque, apresenta uma cobertura de solo coluvionar de 1,50 metros, passando, na cota
114,11 metros, para um solo de alteração de rocha, constituído por areia média a grossa (micácea),
medianamente compacta, nas cotas mais altas e por silte arenoso, medianamente compacto a compacto,
nas cotas inferiores. Esse espesso solo de alteração segue até a profundidade de 16,48 metros, na cota
99,13 metros, quando ocorre um metabasito são (A1) e pouco a ocasionalmente fraturado (F1/F2),
seguindo assim até o final do furo, aos 25,28 metros, na cota 90,33 metros.
Desta forma, analisando-se os dados obtidos nas sondagens, as interpretações das fotos aéreas e o
mapeamento de campo, prevê-se que o túnel de fuga deverá ser escavado na sua maior parte, em rocha sã
e pouco fraturada, constituída por gnaisses (no trecho próximo à casa de força) e por metabasitos (no
trecho próximo ao desemboque), com algumas passagens de pegmatitos e aplitos.
Em função da grande variação na litologia e no grau de alteração e de fraturamento, observadas nas
sondagens, recomenda-se que seja realizado, durante o projeto executivo, um mapeamento sistemático
das frentes de escavação do túnel, além da execução de sondagens sub-horizontais antes do avanço da
escavação, com o objetivo de reduzir os riscos de se encontrar alguma feição geológica desfavorável não
determinada pelas investigações pontuais.
Ainda no que diz respeito a geologia da AID, faz se necessário expor também a caracterização da geologia
feita para a elaboração do Projeto Básico da PCH Glicério, que utilizou como suporte o “Mapa Geológico do
Estado do Rio de Janeiro”, escala 1:500.000, do CPRM (2000), e o “Projeto Carta Geológica do Estado do Rio
de Janeiro, Folhas Trajano de Moraes e Casimiro de Abreu, escala 1:50.000, do DRM-RJ (1980), com dados
sobre as formações geológicas presentes na bacia do rio São Pedro, suas distribuições, litologia e os
aspectos estruturais.
Segundo as cartas geológicas, as rochas cristalinas estão divididas em diversas unidades: unidade Glicério,
unidade Crubixais, Granito Sana. Ocorrem também diques de diabásio do cretáceo-terciário, intrusivos nas
unidades mencionadas anteriormente. A unidade Glicério (equivalente a unidade São Fidelis descrita na
geologia da AII) é caracterizada por quartzo-diorito com trama listrada a mesclada, transicionando
continuamente para trama granitóide, mesocrática, porfiroclástica ou não. Essa unidade apresenta-se
injetada por diques e soleiras de granito fino (rosa e cinza) e pegmatito.
A unidade Crubixais é caracterizada por gnaisse mesclado e listrado-venulado, mesocrático, com amplo
desenvolvimento de neosoma leucognáissico, sublenticular, injetado por diques, soleiras e filões de granito
fino (rosa e cinza) e pegmatito. A trama pode ser porfiroblástica. Outra unidade de importância na área em
estudo é o granito Sana, um microclina-granito, tardicinemático a pós-cinemático, que se apresenta sob a
forma de vários corpos intrusivos e discordantes da estrutura regional.
A partir do Mapa Geológico do Estado do Rio de Janeiro (CPRM 2000), na escala 1:500.000, apresentam-se
na área de interesse as rochas de idade mesoproterozóica do Complexo Paraíba do Sul, as rochas
215 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
neoproterozóicas da Suíte Desengano e os granitóides paleozóicos pós-tectônicos, denominados Granito
Sana. A seguir, é apresenta a caracterização dessas unidades, de forma a complementar a caracterização do
mapa geológico regional do presente estudo, elaborado na escala 1:40.000.
A área de influência do sítio analisado está situada na Zona de Cisalhamento Paraíba do Sul que é uma
importante feição localizada a Sul-Sudeste (S-SE) do Cráton São Francisco, fazendo parte do arcabouço
estrutural do Cinturão Paraíba do Sul/Faixa Ribeira.
A área de estudo representa um segmento da Faixa Ribeira, com deformação menos intensa, porém com
intemperismo acentuado, devido à sua composição, com exceção das zonas mais próximas de seu contato
basal. Nesta área as rochas estão divididas em duas unidades: Unidades São Fidelis e Suite Desengano,
ocorrem também intrusão de inúmeros corpos pegmatíticos, aplitos e veios de direção preferencial Leste-
Oeste (E-W).
As rochas do Complexo Paraíba do Sul são granada-biotita-sillimanita gnaisse quartzo-feldspático, com
bolsões e veios anatéticos in situ de composição granítica. São freqüentes intercalações de gnaisse
calcissilicático e de quartzito. São comuns horizontes de xistos grafitosos, além de ocorrer rocha
calcissilicática, metacarbonática e quartzito.
As rochas da Suíte Desengano são granitos do tipo-S, com granada, muscovita e biotita de granulação
grossa, textura granoblástica e porfirítica, com forte foliação transcorrente. Localmente, podem ser
observados domínios e manchas charnockíticas portadoras de granada e ortopiroxênio. Xenólitos e restitos
de paragnaisses parcialmente fundidos (migmatitos de injeção) ocorrem com freqüência.
Conforme CPRM (2000), o Granito Sana trata-se de um hornblenda-biotita granitóide do tipo-I, de
granulação fina média, textura equigranular a porfirítica, localmente com foliação de fluxo magmático
preservado. Ocorrem como corpos tabulares, diques, stocks e pequenos batólitos cortando as rochas
regionais e também como plútons homogêneos. Fases aplíticas tardias são abundantes.
As principais estruturas geológicas, representadas por falhas, eixos de dobras e foliações, apresentam
direção geral Nordeste-Sudoeste (NE-SW), com marcada influência na evolução do relevo. Na área da
barragem de Glicério, os mergulhos da foliação situam-se entre subverticais e 55o SE.
Falhas geológicas
Os terrenos pré-cambrianos do sudeste brasileiro apresentam uma evolução policíclica, indicada pela
presença de rochas de idade arqueana a neoproterozóica, afetada por eventos termo-tectônicos dos Ciclos
Transamazônico e Brasiliano (HASUI & OLIVEIRA, 1984). A evolução da Faixa Ribeira pode ser dividida em
dois eventos tectônicos principais. O primeiro corresponde a um evento tangencial, no qual houve
cavalgamento dos blocos superiores para Oeste-Noroeste (WNW) (e.g. HEILBRON, 1990; EBERT et al, 1991)
e o segundo é marcado pelo desenvolvimento de um sistema de zonas de cisalhamento transcorrentes
dextrais, que retrabalhou a trama gerada durante o evento tangencial.
216 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Esse sistema de zonas de cisalhamento transcorrente - Cinturão Transcorrente Paraíba do Sul (EBERT et al,
1991), é uma das feições estruturais mais marcantes do cinturão Ribeira, estendendo-se por
aproximadamente 1.000 km, indo do Estado do Rio de Janeiro até o Estado do Paraná, com uma largura
média de 200 km.
As principais estruturas geológicas, representadas por falhas, eixos de dobras e foliações, apresentam
direção geral Nordeste-Sudoeste (NE-SW), com marcada influência na evolução do relevo. Na área da
barragem de Glicério, os mergulhos da foliação situam-se entre subverticais e 55o Sudeste (SE) (Mapa
Geologia Área de Influência Direta).
Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério 217 Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
218 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério 219 Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
B) GEOMORFOLOGIA
A geomorfologia focaliza a investigação sobre a dinâmica dos processos erosivos e deposicionais,
relacionando-os com os fenômenos geológicos e climáticos e integrando-os na paisagem (FREITAS, 2007). O
relevo deve ser entendido como processo, por estar em constante transformação. As formas de relevo são
dinâmicas e têm como mecanismo genético, de um lado, as formações litológicas e os arranjos estruturais,
de outro os processos erosivos e deposicionais associados a climas pretéritos e atuais.
A notável diversificação do cenário geomorfológico do Estado do Rio de Janeiro deve ser compreendida
através de uma singular interação entre aspectos tectônicos e climáticos, que delinearam sua atual
morfologia (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, CPRM, Projeto Rio de Janeiro, Unidades
Geomorfológicas).
A geologia do Estado do Rio de Janeiro tem sua formação intimamente vinculada aos eventos ocorridos no
Pré-Cambriano associados a uma dinâmica Mesozóica. O último ciclo termotectônico no Brasil é datado do
fim do Pré-Cambriano – ciclo Brasiliano, e representa a colisão (orógeno colisional) das placas americana e
africana, durante a formação do continente Gondwana. Tal ciclo gerou rochas metamórficas e processos de
granitização, e também foi responsável pela definição de faixas móveis (porções deformadas) e crátons
(porções estáveis do continente durante a colisão). O Estado do Rio de Janeiro está assentado sobre a faixa
móvel Ribeira.
Posterior a uma fase de estabilidade crustal que dura até o Cretáceo, a plataforma americana sofre outra
movimentação, constituindo-se em um movimento extensional e de característica predominantemente
rúptil: a abertura do oceano Atlântico (150 a 120 Ma). Esse movimento é seguido de uma reativação
posterior (60 Ma), denominada reativação atlântica, responsável pelo rifteamento da borda atlântica do
Sudeste brasileiro, levando à formação de horsts e grabens que redefinem a topografia (Almeida e Carneiro,
1998). Os processos tectônicos descritos acima são de extrema importância para compreendermos sua
atuação como condicionantes morfoestruturais do relevo observado no Estado do Rio de Janeiro.
Foi utilizada a compartimentação do relevo elaborada pelo CPRM para subsidiar as análises
geomorfológicas deste estudo. Esta compartimentação possui grandes influências nos pressupostos da
metodologia proposta por Jurandyr Ross (1990 e 1992). Tendo como princípio teórico os processos
endógenos e exógenos como geradores das formas do relevo terrestre GERASIMOV & MESCHERIKOV (1968)
desenvolveram os conceitos de morfoestrutura e morfoescultura.
Assim, todo relevo terrestre pertence a uma determinada estrutura que o sustenta e mostra um aspecto
escultural que é decorrente da ação do tipo climático atual e pretérito, que atuou e atua nessa estrutura.
Deste modo, a morfoestrutura e a morfoescultura definem situações estáticas, produtos da ação dinâmica
do endógeno e do exógeno, respectivamente. (ROSS, 2003). A partir das contribuições teóricas
supracitadas, Ross desenvolve a taxonomia do relevo. O primeiro táxon corresponde às Unidades
Morfoestruturais, enquanto o segundo se refere às Unidades Morfoesculturais (ROSS, 2003).
220 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
B.1) Caracterização geomorfológica da Área de Influência Indireta (AII)
O Escudo Atlântico ou Cinturão Orogênico do Atlântico, ou Cinturão de Cisalhamento do Atlântico
representa uma das importantes feições geotectônicas da fachada atlântica brasileira, estendendo-se de
Santa Catarina até o norte da Bahia. Compõe-se de diversas faixas de dobramento (faixas móveis), dentre
as quais destaca-se a faixa de dobramentos Ribeira, que abrange todo o Estado do Rio de Janeiro. Esse
cinturão constitui-se em um conjunto diversificado de rochas graníticas e gnáissicas, submetidas a diversos
eventos orogenéticos ao longo do Pré-Cambriano (ALMEIDA et al., 1976; HEILBRON et al., 1995).
As Bacias Sedimentares Cenozóicas representam uma das mais importantes feições geotectônicas
resultantes da tectônica extensional pós-cretácica no Sudeste brasileiro. Compreendem um conjunto de
bacias tafrogênicas continentais: Bacia de Curitiba (PR); bacias de São Paulo e Taubaté (SP); bacias de
Resende, Volta Redonda, Macacu e Itaboraí (RJ). Essas bacias, de idade terciária (Paleoceno ao Oligoceno),
foram denominadas “Sistema de Rifts da Serra do Mar” por Almeida (1976) ou “Sistema de Rifts
Continentais do Sudeste do Brasil” por Riccomini (1989). A AII do empreendimento está assentada sobre
três Unidades Geomorfológicas distintas:
1. Escarpas das Serras de Macaé, Macabu e Imbé;
2. Baixada do Rio Macaé;
3. Superfície aplainada do litoral leste fluminense.
Unidade Morfoestrutural Unidade Morfoescultural Unidade Geomorfológica
Cinturão Orogênico do Atlântico Escarpas Serranas Escarpas das Serras de Macaé,
Macabu e Imbé
Bacias Sedimentares Cenozóicas Planícies Fluviomarinhas (Baixadas) Baixada do Rio Macaé
Cinturão Orogênico do Atlântico Superfícies Aplainadas nas Baixadas
Litorâneas
Superfície Aplainada do Litoral Leste
Fluminense
A seguir será apresentada uma breve descrição de cada Unidade Geomorfológica:
Escarpas das Serras de Macaé, Macabu e Imbé: Caracteriza-se por um conjunto de alinhamentos serranos
escarpados com orientação preferencial Oeste-Leste (W-E) ou Oeste-Sudoeste/ Este-Nordeste (WSW-ENE),
a leste da Serra dos Órgãos, alçados por tectônica a mais de 1.000m de altitude, sendo que alguns picos
atingem quase 2.000 metros. Consiste no último trecho escarpado da cadeia montanhosa da Serra do Mar
em território fluminense.
Baixada do Rio Macaé: Caracteriza-se por superfícies planas de baixo gradiente topográfico com terrenos
muito mal drenados. Compreende os extensos fundos de vales dos rios Macaé e São Pedro preenchidos por
sedimentos de origem fluvial e fluviolagunar. Esses fundos de vales são delimitados pelas colinas baixas da
superfície aplainada do litoral leste fluminense ou por colinas isoladas e as vertentes íngremes situadas no
sopé da escarpa da Serra de Macaé.
221 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 58. Rodovia BR-101, ponte sobre o rio São Pedro. Feições da Unidade Geomorfológica da Baixada do Rio
Macaé.
Superfície Aplainada do Litoral Leste Fluminense: Consiste numa extensa zona colinosa, com topografia
uniforme e topos nivelados de baixa amplitude de relevo em cotas que variam de 40 a 100 metros de
altitude.
222 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 59. Domínio colinoso. Feições da Superfície Aplainada do Litoral Leste Fluminense.
Nesse momento serão descritas as feições geomorfológicas ocorrentes na AII, tendo como referencial o
Mapa Geoambiental elaborado pelo CPRM.
Planícies Fluvio-lagunares (brejos): Planícies fluvio-lagunares e fluviais com sedimentos quaternários,
argilo-arenosos. Ambiente redutor, com Solos Orgânicos distróficos e Gleis Húmicos e Pouco Húmicos álicos.
Campos hidrófilos de várzea ocupados por pastagens e, subordinadamente, por agricultura e pequenos
fragmentos de mata higrófila. A precipitação média anual varia de 900 a 1.500 milimetros. Esta subunidade
se destaca nos baixo-médios cursos dos rios São João, Macaé e Macabu e nas baixadas de Sepetiba e de
Guanabara. Apresenta terrenos inundáveis, com baixa capacidade de carga. Lençol freático subaflorante,
passível de contaminação. Solos podem apresentar sais em subsuperfície.
Planícies fluviais (várzeas): Planícies e terraços fluviais constituídos por sedimentos quaternários, arenosos
e/ou areno-argilosos. Predominam solos aluviais distróficos nos médios cursos e Gleis Pouco Húmicos e
Planossolos álicos nos baixos cursos dos rios. Atualmente, estão ocupados por pastagens e agricultura e,
subordinadamente, por pequenos núcleos urbanos e fragmentos de mata. A média pluviométrica anual
varia de 1.200 a 1.900 milímetros. Esta subunidade é expressiva nos médios cursos dos rios Imbé, Macabu,
Macaé, São João, Bacaxá, Macacu, Guapiaçu, Saracuruna e Iguaçu, dentre outros. Terrenos inundáveis nos
baixos cursos fluviais. Moderada a baixa capacidade de carga. Solos de baixa fertilidade natural. Lençol
freático elevado a subaflorante, passível de contaminação.
Colinas Isoloadas: Colinas residuais sustentadas por ortognaisses, paragnaisses, granitóides e granodioritos.
Estão isoladas pela sedimentação fluvial nos baixos cursos dos principais rios. Amplitudes topográficas
inferiores a 50 metros. Predominam Latossolos e Podzólicos Vermelho-Amarelos álicos. Estão ocupadas por
pastagens e pequenos fragmentos de mata. A precipitação média anual varia de 1.200 a 2.000 milimetros
(no sopé da Serra do Mar). Terrenos suscetíveis à inundação nas áreas baixas e planas entre as colinas
isoladas, e moderada suscetibilidade à erosão nas vertentes mais declivosas. Solos de baixa fertilidade
natural.
223 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Escarpas Serranas: Escarpas serranas sustentadas por granitóides, granodioritos, paragnaisses,
ortognaisses, migmatíticos e charnockitos. Vertentes retilíneas a côncavas. Amplitudes topográficas
superiores a 500 metros. Predominam Cambissolos e Latossolos Vermelho-Amarelos álicos e,
subordinadamente, Podzólicos Vermelho-Amarelos álicos e distróficos. A precipitação média anual varia de
1.300 a 2.900 milímetros. Terrenos escarpados de alta declividade. Ocorrência de depósitos de tálus com
baixa capacidade de carga, e afloramentos de rocha. Alta suscetibilidade a processos de erosão e
movimentos de massa. Solos, em geral, pouco espessos e de baixa fertilidade.
224 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
B.2.) Caracterização da Área de Influência Direta (AID)
A área diretamente afetada pelo empreendimento está localizada na Unidade Geomorfológica da Escarpa
da Serra de Macaé, que por sua vez está inserida na Unidade Morfoescultural das Escarpas Serranas. A
Unidade Morfoestrutural corresponde ao Cinturão Orogênico do Atlântico.
O kinzigito (biotita-gnaisse) da Unidade São Fidélis corresponde o tipo de rocha mais abundante na área
diretamente afetada pelo empreendimento. Há também afloramentos do Granito Sana em alguns trechos
isolados – como o Pico do Frade. O granito possui maior resistência ao intemperismo em relação ao gnaisse,
tendendo a sustentar topografias mais elevadas. A foliação característica da disposição dos minerais nas
rochas gnáissicas oferece planos de fraqueza bem definidos, na camada de minerais menos resistentes ao
intemperismo a decomposição atua de maneira mais acelerada.
A Serra do Mar atravessa praticamente todo o Estado do Rio de Janeiro, no trecho diretamente afetado
pelo empreendimento a mesma possui a denominação local de Serra de Macaé. A partir de Nova Friburgo,
a escarpa da Serra do Mar perde o seu aspecto de uma barreira montanhosa monolítica e passa a adquirir o
padrão de um conjunto de cadeias serranas paralelas entre si e separadas pelos vales dos principais rios
que cortam a região: São João, Macaé, Macabu e Imbé.
A Escarpa da Serra de Macaé é caracterizada por um conjunto de alinhamentos serranos escarpados com
orientação preferencial Oeste-Sudoeste/ Este-Nordeste (WSW-ENE), que se sucedem a leste da Serra dos
Órgãos, alçados por tectônica a mais de 1.000 metros de altitude, sendo que alguns picos atingem quase
2.000 metros. As Escarpas das Serras de Macaé, Macabu e Imbé constituem o último trecho escarpado da
Serra do Mar em território fluminense. A Serra de Macaé caracteriza-se, a oeste, como um relevo de
transição entre a zona montanhosa do alto curso da bacia do rio Macaé e o planalto reverso da Região
Serrana. Em direção a leste, esse escarpamento caracteriza-se com um relevo de transição entre os
terrenos planos e colinas isoladas da planície fluvial do rio Macaé e a zona montanhosa do alto curso da
bacia do rio Macabu. A localidade de Glicério é situada na base da Escarpa da Serra de Macaé.
As serras, escarpas e planícies são formas modeladas na superfície terrestre por uma combinação de
processos erosivos e deposicionais, tendo como substrato não apenas grãos, mas rochas de diferentes
naturezas. Entretanto, serras e escarpas têm uma diferença fundamental em relação à planície, que reside
na escassez de sedimentos em deposição (GIANNINI e RICCOMINI, 2008). Tal escassez tem sua explicação
nas características morfológicas próprias de cada feição. Nas áreas íngremes escarpadas prevalece o
transporte dos sedimentos, enquanto nas áreas planas prevalece a deposição.
No alto curso da bacia do rio São Pedro o gradiente das vertentes é muito elevado e a amplitude
topográfica é alta (em alguns trechos superior a 500 metros). A densidade de drenagens é muito alta e
ocorre a presença de planícies alveolares, que são interrompidas por níveis de base (knickpoint). O rio São
Pedro segue, durante a maior parte de seu percurso, paralelamente ao alinhamento serrano.
Verifica-se a ocorrência de coberturas inconsolidadas nas encostas (colúvio e depósito de tálus). A
geometria das vertentes apresenta padrão retilínea a côncava, por vezes escarpada.
225 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 60. Feições do alto curso da bacia do rio São Pedro - Escarpa da Serra de Macaé.
Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério 226 Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
227 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério 228 Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
C) PEDOLOGIA
O solo é formado por um conjunto de corpos naturais tridimensionais, resultante da ação integrada do
clima e organismos sobre o material de origem (rocha), condicionado pelo relevo em diferentes períodos
de tempo (LARACH e PALMIERI 2003). Nesse sentido, Jenny (1941) propôs que o solo é função de cinco
variáveis independentes, denominadas fatores de formação dos solos: clima, organismos, material
originário, relevo e tempo.
Em razão da sua posição na interface das várias esferas do globo terrestre, representadas pelos organismos
(biosfera), o substrato rochoso (litosfera) e a massa gasosa circundante (atmosfera), com elas interagindo
num contínuo processo de troca de influências mútuas, os solos constituem talvez o principal elemento a
refletir as condições dos ambientes terrestres (Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais - CPRM –
Projeto Rio de Janeiro – Solos).
Os Cambissolos correspondem a tipologia predominante na AII, os Latossolos também ocupam boa parte
da área. A área diretamente afetada é constituída basicamente por Cambissolos, Solos Litólicos, e
afloramentos rochosos, confirmando o padrão de solos rasos para os ambientes de Escarpas Serranas.
Para diagnose da pedologia foi utilizado o mapeamento de solos do CPRM. A seguir serão descritos os
principais tipos de solo ocorrentes na AII e AID da PCH Glicério:
Latossolo Vermelho-Amarelo (LVa): Compreende indivíduos de cores vermelho-amareladas. São solos
minerais não hidromórficos que apresentam como característica diferencial a ocorrência do Horizonte B
latossólico, o qual é constituído essencialmente por minerais altamente intemperizados, e, por conseguinte
a fração argila é de baixa atividade. A classe textural varia de média a muito argilosa. Apresentam elevada
permeabilidade e drenagem de acentuadamente a moderadamente drenada. São solos muito profundos e
de baixa fertilidade natural, fortemente ácidos e com elevados teores de alumínio trocável.
Cambissolo (Ca): Compreende solos minerais, não hidromórficos, com Horizonte B incipiente (Bi), onde o
material subjacente ao Horizonte A sofreu alterações em grau não muito avançado. São solos pouco
evoluídos, de características bastante variáveis, mas em geral pouco profundos ou rasos e com teores de
silte relativamente elevados. Apresentam sequência de horizontes do tipo A-Bi-C, com modesta
diferenciação entre eles.
Devido a seu desenvolvimento ainda incipiente, as características desses solos são em geral bastante
influenciadas pelo material de origem. São os solos dominantes nas regiões serranas do estado, desde a
terminação norte da Serra do Mar, quase às margens do rio Paraíba, ao extremo sul, na divisa com São
Paulo, e ainda na porção da Serra da Mantiqueira, a norte de Resende. Em geral, ocorrem associados à
Latossolos Vermelho-Amarelos, dos quais se diferenciam basicamente pela pouca espessura do horizonte B
dos Cambissolos; ou ainda associados a Solos Litólicos e afloramentos de rocha, nas áreas de relevo mais
acidentado das escarpas serranas.
229 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Afloramento de Rocha (AR): Caracteriza-se pela exposição natural de rochas na superfície. Ocorre em áreas
de declividade acentuada, onde as características do relevo atuam como fator limitante a deposição de solo.
As rochas aflorantes ocorrem em associação aos solos rasos – Solos Litólicos e Cambissolos.
Solos Aluviais (Ad): Ocorrem em extensos domínios das planícies fluviais. Essa classe compreende solos
minerais pouco evoluídos, desenvolvidos a partir de depósitos aluviais recentes, referidos ao Quaternário.
Têm sequência de horizontes do tipo A-C. Apresentam drenagem interna variando de bem a
imperfeitamente drenado e horizonte superficial de cor escura com teores médios de matéria orgânica. Os
horizontes e/ou camadas apresentam cores vivas amareladas e/ou avermelhadas. As camadas mais
profundas, em geral, expressam coloração neutra acinzentada associada à presença do lençol freático.
Podzólico Vermelho-Amarelo (PVa): São solos minerais, não hidromórficos, com horizonte B textural (Bt)
de coloração que varia de vermelha a amarela. São em geral solos profundos e bem drenados com
sequência de horizontes A-Bt-C ou A-E-Bt-C. Se distinguem dos Podzólicos Vermelho-Escuros pela coloração
mais amarelada do horizonte Bt.
Glei Pouco Húmico (GPa): Compreende solos hidromórficos. Apresentam horizonte A superficial de cor
preta. São solos em geral mal ou muito mal drenados, com lençol freático elevado na maior parte do ano, e
sequência de horizontes do tipo A-Cg ou H-Cg. São solos relativamente recentes, pouco evoluídos, e
originados de sedimentos de idade quaternária.
Glei pouco húmico salino ou solódico (GPs): Apresenta de modo geral características muito semelhantes
ao Glei pouco Húmico. Entretanto verifica-se a ocorrência de camadas com caráter solódico e até salino.
Solos Litólicos (Ra): Abrange indivíduos rasos ou muito rasos, pouco desenvolvidos com sequência de
horizontes A, C e R ou A e R. Em geral apresentam horizonte A diretamente sobre substrato rochoso,
contudo, podem exibir horizonte B incipiente pouco espesso, acima do material rochoso intemperizado. Em
geral são solos muito pobres e ácidos. Tendem a ocorrer em associação aos Cambissolos, nas porções mais
íngremes das paisagens.
Solos orgânicos (Od): Solos hidromórficos constituídos de materiais orgânicos produzidos pela vegetação
hidrófila, a qual tem sua decomposição retardada, devido às condições de encharcamento permanente.
Ocorrem em locais deprimidos da planície litorânea, em geral nos baixos cursos dos rios, originados de
acumulações orgânicas sobre sedimentos fluviais ou fluviomarinhos, de idade quaternária. São solos muito
mal drenados. Apresenta horizonte superficial turfoso bastante espesso, de cor preta, com espessura
superior a 40cm. Em geral os solos ocorrem em associação com outros tipos.
230 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Verifica-se que os solos ocorrem em associação com um ou mais tipos. Vale ressaltar que o valor obtido
para a área dos solos foi calculado de maneira bidimensional, não contabilizando as saliências e
reentrâncias do relevo, e por isso carece de precisão, correspondendo apenas a uma aproximação do real.
Quadro XXXI. Tipos de solo presentes na área de influência da PCH Glicério com sua respectiva área
aproximada (km2) e distribuição (%).
Símbolo Descrição das classes de solo Área (Km²) Distribuição (%)
Ca2
Cambissolo álico com argila de baixa atividade,
horizonte A moderado ou horizonte A proeminente
de textura média ou textura argilosa fase não rochosa
ou rochosa
+
Latossolo Vermelho-Amarelo álico pouco profundo ou
não, horizonte A moderado ou horizonte A
proeminente de textura argilosa
108,6 22,7
AR2
Afloramentos de Rocha
+
Cambissolo álico com argila de baixa atividade,
horizonte A moderado de textura média cascalhenta
ou textura argilosa fase rochosa ou não
+
Solos Litólicos álicos com argila de baixa atividade e
horizonte A moderado de textura média
31,2 6,5
Ca6
Cambissolo álico ou distrófico, argila de baixa
atividade, horizonte A moderado ou horizonte A
proeminente de textura argilosa ou média
+
Latossolo Vermelho-Amarelo álico ou distrófico,
horizonte A moderado ou horizonte A proeminente
de textura argilosa
+
Latossolo Vermelho-Amarelo pouco profundo álico ou
distrófico, horizonte A moderado ou horizonte A
proeminente de textura argilosa
30,6 6,4
LVa7
Latossolo Vermelho-Amarelo álico, horizonte A
moderado de textura argilosa
+
Podzólico Vermelho-Amarelo álico ou distrófico,
latossólico ou não, horizonte A moderado de textura
média/argilosa ou argilosa/muito argilosa
21,1 4,4
231 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Símbolo Descrição das classes de solo Área (Km²) Distribuição (%)
PVa4
Podzólico Vermelho-Amarelo álico ou distrófico, argila
de baixa atividade, horizonte A moderado de textura
média/argilosa ou média/muito argilosa
+
Latossolo Vermelho-Amarelo álico ou distrófico,
horizonte A moderado de textura argilosa ou muito
argilosa
4,7 1,0
LVa13
Latossolo Vermelho-Amarelo álico ou distrófico,
horizonte A moderado de textura argilosa ou muito
argilosa
+
Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico com argila de
baixa atividade, horizonte A moderado de textura
argilosa/muito argilosa ou média/argilosa
+
Podzólico Vermelho-Amarelo álico ou distrófico
latossólico, horizonte A moderado de textura
argilosa/muito argilosa
62,3 13,0
Ad1
Solos Aluviais distróficos ou álicos, argila de baixa
atividade, horizonte A moderado de textura média ou
textura média/arenosa
+
Glei Pouco Húmico distrófico com argila de baixa
atividade, horizonte A moderado de textura média ou
argilosa
32,2 6,7
LVa14
Latossolo Vermelho-Amarelo álico ou distrófico,
horizonte A moderado de textura argilosa ou muito
argilosa
+
Cambissolo álico ou distrófico, argila de baixa
atividade, horizonte A moderado de textura argilosa
ou média
80,6 16,9
GPa2
Glei Pouco Húmico álico ou distrófico, argila de baixa
atividade, horizonte A moderado de textura média ou
argilosa
+
Glei Húmico álico ou distrófico, argila de baixa
atividade, horizonte A húmico ou horizonte A
proeminente de textura muito argilosa ou argilosa
25,4 5,3
232 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Símbolo Descrição das classes de solo Área (Km²) Distribuição (%)
Ca7
Cambissolo álico ou distrófico, argila de baixa
atividade, horizonte A moderado de textura argilosa
ou média
+
Latossolo Vermelho-Amarelo álico ou distrófico,
horizonte A moderado de textura argilosa
+
Latossolo Vermelho-Amarelo álico ou distrófico,
pouco profundo, horizonte A moderado de textura
argilosa
48,0 10,0
Od
Solos Orgânicos distróficos
+
Glei Húmico distrófico com argila de baixa atividade,
horizonte A húmico ou horizonte A proeminente de
textura argilosa ou muito argilosa
11,7 2,5
Ra
Solos Litólicos álicos com argila de baixa atividade,
horizonte A moderado de textura média ou argilosa
fase rochosa
+
Cambissolo álico com argila de baixa atividade,
horizonte A moderado de textura média ou argilosa
20,91 4,4
GPs1
Glei Pouco Húmico salino solódico ou não, argila de
alta atividade, horizonte A moderado de textura
argilosa ou média
+
Glei Húmico solódico ou não, eutrófico com argila de
alta atividade ou argila de baixa atividade, horizonte A
húmico ou horizonte A chernozêmico de textura
argilosa ou muito argilosa
+
Glei Húmico tiomórfico com argila de alta atividade
ou argila de baixa atividade, horizonte A húmico ou
horizonte A proeminente de textura argilosa ou muito
argilosa
0,2 0,1
Água
(reservatório) - 0,02 0,004
Total 477,5 100
233 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 61. Solo Litólico localizado no corte de estrada. Solo raso pouco evoluído, horizonte A sobre saprolito (rocha
alterada). Predominam as características herdadas do material de origem (rocha).
Figura 62. Formação de crosta no solo causada pela ação erosiva da chuva, que compacta o solo e aumenta sua
impermeabilidade. Predomínio de fluxo superficial de água nessas condições. Feição comum na AII devido a
cobertura do solo característica da atividade de pastagem.
234 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 63. Latossolo vermelho-amarelo de textura argilosa. Alta suscetibilidade a processos de erosão e
movimentos de massa devido a cobertura e uso do solo.
Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério 235 Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
236 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério 237 Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
6.3.11. Caracterização hidrogeológica;
A caracterização Hidrogeológica do Estado do Rio de Janeiro constitui um desafio, uma vez que a maior
parte de seu território é constituído por rochas cristalinas, de alto grau metamórfico, tradicionalmente
tratadas como de baixa potencialidade para água subterrânea. Com exceção das bacias sedimentares de
Campos e Resende, e de pequenas bacias, como as de Volta Redonda e Itaboraí, preponderam no Estado
do Rio de Janeiro aquíferos fissurais cujas propriedades hidrodinâmicas apresentam uma distribuição
espacial heterogênea e aleatória sendo, portanto, difícil a sua classificação segundo sistemas aqüíferos com
potencialidade hidrogeológica previsível (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, CPRM – Projeto
Rio de Janeiro).
A área de influência direta do empreendimento está localizada na Escarpa da Serra de Macaé, se
caracteriza como um ambiente dotado de alta densidade de drenagem e encostas com declividade
acentuada. Esses dois fatores comprovam a preponderância do escoamento superficial em relação à
infiltração na referida área. Segundo o mapa de favorabilidade Hidrogeológico elaborado pelo CPRM, as
áreas de escarpas do Estado do Rio de Janeiro coincidem com os índices de menor favorabilidade
hidrogeológico, e os vales estruturais, pequenos alvéolos e as regiões de relevo mais arrasado
correspondem a áreas de boa favorabilidade.
A água subterrânea circula nas rochas cristalinas através de suas fraturas e fissuras, portanto, quanto mais
intensamente fraturada uma rocha, maior a sua capacidade de armazenar água subterrânea. O material
que temos disponível para analisar as características hidrogeológicas da área de influência direta do
empreendimento (AID) são as sondagens que foram realizadas (ver quadro de sondagens inserido na
caracterização geológica).
Para o diagnóstico geológico da AID foram utilizados os dados de sondagem presentes no projeto básico.
Para melhor reconhecimento da região de implantação do empreendimento, foram realizadas, pela
PROGEO, 11 sondagens rotativas nas áreas onde serão implantadas as estruturas. Para o estudo das
condições de fundação foram programadas e executadas sondagens mistas (percussão + rotativa) que
auxiliaram na caracterização geológica e geotécnica da área da tomada d’água, do túnel de adução, da casa
de força e do túnel de fuga. Os dados obtidos nas sondagens foram descritos e consolidados na forma de
perfis individuais de sondagem (ler caracterização detalhada das sondagens).
De modo geral as condições de infiltração de água presentes na AID se revelam baixas em decorrência da
alta declividade presente e do tipo predominante de cobertura do solo (pasto), que por sua vez é composto
por gramíneas que não são capazes de alcançar as porções mais profundas do solo. Todas as estruturas
serão construídas sobre rocha sã a pouco alterada com boa capacidade geotécnica, entretanto, durantes as
sondagens foram observados alguns pontos de maior intensidade de fraturas nas rochas, os quais podem
atuar como armazenadores de água sazonalmente.
238 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
6.3.12. Caracterização climatológica.
Devido à sua localização geográfica, a área de estudo é muito influenciada por fatores topográficos, fatores
de continentalidade-maritimidade, cobertura vegetal e, sobretudo, por fatores da dinâmica meteorológica
de macro e meso escalas, tais como as frentes-frias.
Apresenta-se, a seguir, uma breve descrição dos sistemas e fenômenos climato-meteorológicos que atuam
na América do Sul, em especial no Brasil, e que influenciam nas condições atmosféricas de toda região em
estudo e seu entorno imediato.
Dinâmica Atmosférica e Fenômenos Meteorológicos
Circulação Geral da Atmosfera: A configuração do escoamento médio na baixa atmosfera da América do Sul
e oceanos circunvizinhos reflete os mecanismos da Circulação Geral da Atmosfera (CGA), notadamente pela
presença de dois anticiclones semi–estacionários: Anticiclone do Atlântico Sul e Anticiclone do Pacífico Sul.
Esses sistemas são co-responsáveis por parte das condições de tempo sobre o continente sul-americano, já
que deles dependem os mecanismos de penetração de massas de ar provenientes do Continente Antártico
e a geração de sistemas de meso-escala continentais.
Um sistema de grande escala presente na América do Sul é o Anticiclone Subtropical do Pacífico Sul (ASPS).
A circulação atmosférica na sua borda leste é induzida pela orientação da Cordilheira, cuja direção
predominante é sul–norte, estabelecendo assim, um escoamento induzido de ar frio e seco, que associado
à corrente fria de Humboldt determina uma condição de grande estabilidade atmosférica em baixos níveis
(VAREJÃO-SILVA, 2006).
No inverno, o Águas Superficiais do Atlântico Sul (ASAS) exerce uma maior penetrabilidade continental,
influenciando os setores leste e central do Brasil equatorial. Os estados da região Sudeste, também ficam
sob seu domínio e em condições de maior estabilidade atmosférica. O Anticiclone Continental (AC)
constitui-se em outro sistema típico semi-estacionário, que atua no interior do continente sul-americano
nos meses de verão.
A Alta da Bolívia (AB) ocupa, preferencialmente, a Região Centro-Oeste, de 10°S a 25°S e de 52°O a 72°O,
com centro posicionado em torno de 17°S-62°O. É gerada no verão a partir da liberação de calor latente
pelo forte aquecimento convectivo da atmosfera sobre a Região do Chaco, formando uma área de baixa
pressão denominada Baixa do Chaco, que afeta diretamente o sul da Região Centro-Oeste e parte do
Estado de São Paulo. No inverno, entretanto, a baixa continental posiciona-se no extremo noroeste do
Continente Sul-Americano (VAREJÃO-SILVA, 2006).
No interior do continente, a presença da Baixa do Chaco gera uma extensa faixa de convergência com a
circulação proveniente do ASAS, condicionando a ocorrência de convergência de umidade nos baixos níveis
numa faixa orientada de Noroeste para Sudeste: a conhecida Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS).
A ZCAS tem sido ultimamente apontada como um dos principais sistemas formadores de precipitação no
verão nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.
239 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
As condições de tempo locais sofrem influências das perturbações ondulatórias, que migram e modificam-
se enquanto induzidas pela circulação atmosférica dominante. Tais sistemas, como as frentes frias, são
gerados na zona depressionária de latitudes médias e caracterizam-se por movimentos no sentido Pólo–
Equador, embora também, existam forças de componente Oeste–Leste que promovem uma trajetória final
predominante Sudoeste-Nordeste, com pequenas variações sazonais em torno dessa trajetória.
No verão, as frentes frias deslocam-se, predominantemente, de Sul–Sudoeste para Norte–Nordeste,
enquanto no inverno seus deslocamentos tendem a ser de Oeste– Sudoeste para Leste–Nordeste. As
condições de tempo associadas a esses sistemas apresentam, normalmente, nuvens cumuliformes, com
precipitações nas suas bandas frontais.
As frentes quentes, assim como as chamadas linhas de instabilidade, ocorrem preferencialmente nas
latitudes tropicais, embora essas regiões estejam principalmente sujeitas aos mecanismos convectivos,
tendo nas nuvens cumuliformes, seus principais agentes potencias de ocorrência de tempo meteorológico.
No caso das frentes quentes, o ar quente é que substitui o ar frio na superfície e o movimento é do
Equador para os pólos, no sentido Noroeste–Sudeste.
Na situação em que a massa de ar frio não consegue avançar sobre a massa de ar quente, surge a
denominada Frente Estacionária. A precipitação associada a este sistema é geralmente fraca e de origem
estratiforme. Durante o verão, a nebulosidade frontal que chega ao sul do país associa-se à nebulosidade
da Baixa do Chaco, intensificando-se.
Nessa época do ano, os sistemas frontais podem se manter semi-estacionados no litoral da região Sudeste
devido à presença de vórtices ciclônicos em altos níveis na região Nordeste. A permanência dos sistemas
frontais sobre essa região organiza a convecção tropical nas regiões Central e Norte do Brasil e caracteriza a
formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) (Varejão-Silva, 2006).
Os ciclones extra–tropicais são áreas de baixas pressões, típicas de latitudes médias, apresentando
circulação ciclônica com ventos intensos e grande índice pluviométrico. São mais comuns no inverno,
embora comecem a aparecer no outono e, ainda, sejam encontrados na primavera. É um sistema de escala
sinótica, cujo deslocamento predominante se dá de Sudoeste-Nordeste e de Oeste-Leste (SW-NE e de W-E)
no Hemisfério Sul.
Os sistemas frontais atuam durante todo o ano sobre a América do Sul, com maior frequência nas latitudes
mais altas e menor freqüência nas latitudes mais baixas, sendo um dos maiores causadores de distúrbios
meteorológicos sobre o Brasil. A interação entre a convecção tropical e um sistema frontal ocorre, mais
frequentemente, quando este último encontra-se na faixa latitudinal entre 20° S e 35°S (VAREJÃO-SILVA,
2006).
Um Anticiclone Polar constitui-se numa massa de ar frio que tem origem sobre os continentes polares em
ambos extremos do globo. No Hemisfério Sul, apresenta circulação anti-horária, com ventos divergentes à
superfície orientados para a zona depressionária subantártica.
240 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
O Anticiclone Polar Migratório (APM) é caracterizado por ser uma extensa área de alta pressão, constituída
de ar muito frio, denso e seco. O APM não é estacionário e tampouco retrocede a sua posição de origem.
Tal sistema, depois de formado, pode invadir com rapidez o continente Sul-Americano. Apresenta um alto
grau de estabilidade em sua porção central devido à subsidência, proporcionando condições de céu claro e
boa visibilidade. À medida que se desloca para latitudes mais baixas, um APM absorve calor e umidade da
superfície do mar, relativamente mais quente, mudando gradativamente suas características iniciais e se
tornando cada vez mais instável de acordo com sua trajetória (VAREJÃO-SILVA, 2006).
Por outro lado, durante o inverno, pode-se notar, com mais nitidez, o contraste térmico entre as massas de
ar tropical e polar, separadas pela zona frontal no interior do continente. A passagem de intensas massas
polares migratórias no inverno pelo Sul e Centro-Oeste do Brasil pode causar geadas nessas regiões,
principalmente, nas localidades situadas a grandes elevações e em fundos de vales.
Durante o inverno, um APM apresenta-se mais frequente e intenso e com dimensões superiores do que
apresenta normalmente no verão, outono e primavera. Ao atingir o continente, um APM sofre grandes
efeitos de atrito, face à topografia acidentada da superfície, sujeitando-se a frequentes bloqueios em seu
deslocamento, enfraquecendo ou dissipando-se ao entrar em contato com a convergência da baixa
continental (Baixa do Chaco) ou com o ASAS (VAREJÃO-SILVA, 2006).
No verão, as frentes frias podem permanecer quase-estacionárias sobre a Região Sudeste do Brasil em
função do chamado bloqueio atmosférico. Como conseqüência, células convectivas de grandes dimensões
verticais passam a se organizar em faixas entre 15° S/20° S e 40° O/50° O, ocasionando prolongadas
precipitações de caráter intenso (VAREJÃO-SILVA, 2006).
Deve-se enfatizar ainda, que a frente polar quando em caráter quase–estacionário, pode apresentar uma
condição peculiar pós-frontal, como a ocorrência de precipitações de caráter leve e contínuo, associada a
uma nebulosidade estratiforme. Nessa situação prevalece uma circulação marítima, com ventos
predominantemente soprando do oceano para o continente nas Regiões Sul e Sudeste.
Zona de Convergência Intertropical e Massas de Ar Atmosférico: A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT)
forma-se nas áreas de baixas latitudes e consiste na região de convergência dos ventos alísios provenientes
do Sudeste (SE) com os do Nordeste (NE), criando ascendência de massas de ar normalmente úmidas.
Dinamicamente, a ZCIT está associada a uma faixa de baixa pressão e convergência do escoamento nos
baixos níveis da atmosfera, a qual promove as condições favoráveis ao movimento ascendente e
consequente presença de nebulosidade e precipitação.
A ZCIT, acompanhando o Equador Térmico (isoterma da máxima temperatura do globo que segue pelas
massas d’água dos oceanos, adentrando os continentes) sobre a América do Sul, se desloca
aproximadamente 5°S no mês de março e 10°N em setembro (MENDONÇA & DANNI-OLIVEIRA, 2007).
A posição da ZCIT sobre o continente condiciona a pluviosidade regional. No caso da América do Sul e Brasil,
devido ao fato da posição da ZCIT ser predominantemente sobre os oceanos, é observado que seu
mecanismo modifica-se conforme se apresentam anomalias na temperatura da água, sendo diretamente
influenciada pelos fenômenos de El Niño e La Niña.
241 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Outro fator climático importante para incremento ou declínio do índice de precipitação em dada região,
está relacionado às Massas de Ar Atmosférico. Tais massas são classificadas de acordo com seu local de
origem em continentais e oceânicas, e segundo suas características de temperatura e umidade (secas,
úmidas, quentes e frias).
A Massa Equatorial do Atlântico Norte e a do Atlântico Sul (respectivamente mEan e mEas), quentes e
úmidas, têm seu centro de origem no Oceano Atlântico, formadas nos anticiclones dos Açores (ao norte) e
Santa Helena (ao sul), sendo atraídas para o continente devido à diferença de pressão entre este e o
oceano. A mEan atua principalmente na porção litorânea da Amazônia e do Nordeste em alguns momentos
do ano, e a mEas no extremo leste da América do Sul.
A maior amplitude de precipitação ocorre no verão, quando o anticiclone dos Açores é impulsionado para
sul pelo ar frio vindo do Hemisfério Norte, o que faz com que a mEan entre em contato com o ar quente
reinante da ZCIT (MENDONÇA & DANNI-OLIVEIRA, 2007).
A Massa Equatorial Continental (mEc), caracterizada pela elevada temperatura e umidade, é formada pela
convergência dos ventos alísios ou doldrums para a porção centro-ocidental da Planície Amazônica, onde
ocorre o encontro dos ventos quentes formados no Equador Térmico com a quantidade elevada de
evapotranspiração da floresta atribuindo-lhe umidade (MENDONÇA & DANNI-OLIVEIRA, 2007).
A Massa Tropical Atlântica (mTa), quente e úmida, formada sobre o Oceano Atlântico, nas imediações do
Trópico de Capricórnio, exerce enorme influência sobre a parte litorânea do Brasil, conferindo ainda mais
umidade atmosférica e calor. Sua maior contribuição advém no período de verão, cujos ventos de Leste e
Sudeste trazem maior expressividade às características de tropicalidade inerente à região.
Já a Massa Tropical Continental (mTc), quente e seca, se origina na Depressão do Chaco e abrange uma
área de atuação muito limitada, permanecendo em sua região de origem durante quase todo o ano, não
impondo modificações perceptíveis no Litoral Sul e Sudeste do Brasil.
A Massa Polar Atlântica (mPa), fria e úmida, forma-se nas porções do Oceano Atlântico próximas à
Patagônia. Atua mais no inverno e início da primavera, quando adentra o continente, através do Litoral Sul
da Região Sudeste ou do interior dos Pampas Gaúchos, sob a forma de frentes-frias, provocando chuvas e
queda de temperatura, além de precipitações de granizo na Região Centro-Oeste e do fenômeno da
Friagem na região da Amazônia Oriental.
El Niño e La Niña: O fenômeno El Niño, de caráter atmosférico-oceânico, é caracterizado pelo aquecimento
anômalo das águas superficiais do Oceano Pacífico Tropical Oriental. O aquecimento e o subsequente
resfriamento num episódio típico de El Niño duram de 12 a 18 meses. A evolução típica do fenômeno
mostra uma tendência de iniciar-se no começo do ano, atingindo sua máxima intensidade durante
dezembro daquele mesmo ano e janeiro do ano seguinte, vindo a se enfraquecer na metade desse segundo
ano (MENDONÇA & DANNI-OLIVEIRA, 2007; CPTEC-INPE, 2010). Este fenômeno ocorre devido a conjunção
entre um componente oceânico e outro atmosférico.
242 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
A variação da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) influencia diretamente a circulação regional e por
consequência a circulação global, com fluxos anômalos de calor e vapor d’água, causando perturbações na
atmosfera, acarretando valor negativo ou positivo no Índice de Oscilação Sul (IOS).
O aumento dos fluxos de calor sensível e de vapor d’água para a atmosfera, ocasionado pelas elevações das
águas superficiais do Oceano Pacífico Tropical, provoca mudanças na circulação atmosférica e na
precipitação em escala regional e global, que, por sua vez, provocam mudanças nas condições
meteorológicas e climáticas em várias partes do mundo, a partir da mudança nos padrões de vento,
afetando assim, os regimes de chuva em regiões tropicais e de latitudes médias (CPTEC-INPE, 2010). A
figura a seguir representa os principais arranjos e consequências do fenômeno El Niño no mundo.
Figura 64. Características Globais - El Niño. Acima: Dezembro, janeiro e fevereiro. Abaixo: Junho, julho e agosto.
Fonte: CPTEC-INPE, 2010.
243 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
O resfriamento anômalo da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) do Pacífico Tropical que resulta do
fenômeno La Niña, fenômeno oceânico-atmosférico, torna a Célula de Walker, responsável pela circulação
atmosférica local, mais “alongada” lateralmente e bipartida, caracterizando incremento no índice
pluviométrico nas áreas de convectividade e decréscimo nas áreas de movimento descendente da Célula de
Walker (figura abaixo).
Figura 65. Condições de Circulação do Ar na Célula de Walker. Fonte: CPTEC-INPE, 2010.
Na Região Sudeste do Brasil, no período dezembro-fevereiro, em decorrência do fenômeno, há uma
diminuição nas temperaturas médias do ar, enquanto no período de junho-agosto há uma diminuição nos
índices pluviométricos, acarretando a intensificação de regime pluviométrico já deficiente em algumas
áreas (MENDONÇA & DANNI-OLIVEIRA, 2007; CPTEC-INPE, 2010). A figura a seguir representa os principais
arranjos e consequências do fenômeno La Niña no mundo.
244 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Figura 66. Características Globais - La Niña. Acima: Dezembro, janeiro e fevereiro. Abaixo: Junho, julho e agosto.
Fonte: CPTEC-INPE, 2010.
Durante a fase quente da TSM (ocorrência de El Niño) as massas de ar se deslocam do Pacífico Oeste para o
Pacífico Central, enquanto que em sua fase fria a morna (ocorrência de La Niña), estas massas têm seu
deslocamento para o Pacífico Oeste. Contudo, tal processo não acontece exatamente desta forma em
todos os anos de ocorrência dos fenômenos climáticos, podendo apresentar variações devido ao
aquecimento global (CPTEC-INPE, 2010).
Os eventos de El Niño e La Niña tem uma tendência a se alternar a cada 3-7 anos. Porém, de um evento ao
seguinte o intervalo pode mudar de 1 a 10 anos, cujas intensidades variam bastante de caso a caso.
Algumas vezes, os eventos de El Niño e La Niña tendem a ser intercalados por condições normais de
temperatura do Oceano Pacífico e de circulação da Célula de Walker (CPTEC-INPE, 2010).
No quadro abaixo estão apresentados os períodos de ocorrência dos fenômenos de El Niño e La Niña e suas
respectivas intensidades.
245 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Quadro XXXII. Ocorrências e intensidades – El Niño e La Niña. Fonte: CPTEC-INPE, 2010.
É possível denotar o aumento da intensidade e dos períodos de ocorrência conjugada dos fenômenos de El
Niño e La Niña na região do Oceano Pacífico denominada NINO 3.
Nos anos de 1997/98, com ocorrência de El Niño de forte intensidade, a TSM oscilou entre -0,5° em
janeiro/97 e -1,2° em dezembro/98, atingindo intensidade máxima em janeiro/98, com 3,9°C. Em
2007/2008, anos de maior intensidade de La Niña, a variação na temperatura da água de superfície oscilou
entre aproximadamente -0,5° em janeiro/07 e -0,1° em dezembro/08, apresentando menor temperatura
absoluta de -1,6°C em novembro/07 (Primavera e Verão) (CPTEC-INPE, 2010).
Figura 67. Eventos conjugados de El Niño e La Niña na região NINO 3. Fonte: CPTEC-INPE, 2010.
246 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Os últimos episódios de El Niño observados tiveram duração perdurando de 6 a 15 meses, já os efeitos do
fenômeno climático La Niña têm atingido duração média de 5 meses a 2 anos (CPTEC-INPE, 2010).
No episódio 1997-98 do El Niño, considerado pela Organização Meteorológica Mundial como o mais
intenso da história, os mecanismos atmosféricos estabelecidos se mantiveram até abril/maio de 1998 com
intenso vigor, impedindo que as massas polares ultrapassassem o Sul do Brasil, o que levou a inundações
no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, bem como a alteração dos mecanismos de precipitação regular
sobre o Nordeste brasileiro, entre fevereiro e maio, levando à uma seca extrema em grande parte daquela
região (CPTEC-INPE, 2010).
O episódio de El Niño ocorrido em 2006-2007, assolou áreas da Região Sul e parte da Região Sudeste do
Brasil, provocando grandes inundações e chuvas torrenciais, também ocasionadas pelo impedimento do
deslocamento das massas polares (mPa) pela denominada Corrente de Jato, formada por ventos muito
quentes e úmidos provenientes da zona da Floresta Equatorial Amazônica, alcançando altas latitudes a
partir do corredor orográfico formado pela Cordilheira dos Andes até a região do Deserto do Atacama,
partindo daí, paralelamente ao paralelo de 30°S (Trópico de Capricórnio), em direção ao oceano Atlântico,
mais frio e seco (CPTEC-INPE, 2010).
Este episódio do El Niño foi seguido por um intenso episódio de ocorrência de La Niña, em 2007-2008, que
acarretou em chuvas acima dos índices normais para o Nordeste Brasileiro e intensa seca na Região Sul,
acompanhada de diminuição das médias das temperaturas nas Regiões Sul e Sudeste (CPTEC-INPE, 2010).
Caracterização Climática da Região Sudeste
A região Sudeste apresenta uma alta variedade climática, em função de sua posição latitudinal, da
topografia bastante acidentada e da influência dos sistemas permanentes e semipermanentes, sistemas
ondulatórios e sistemas de escala regional ou mesoescala.
O relevo da região apresenta elevações, ondulações e é escarpado. A presença das montanhas contribui
para a formação de um clima predominantemente tropical, com mudanças sazonais significativas.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, cujas características climatológicas
regionais se dão segundo a classificação de Köppen (1948), as médias anuais de temperatura na Região
Sudeste oscilam entre 19° e 28°C, exceto na zona subtropical, onde os valores variam de 17° a 19°C, e nas
serras, onde os valores oscilam entre 15° e 20°C. Já nos trechos litorâneos, as temperaturas médias anuais
variam entre 21° e 24°C.
No entanto, como as características climáticas são condicionadas pela conjunção de fatores endógenos
atmosféricos, topográficos e em relação à proximidade de massas d’água, além de fatores antrópicos, tais
como a diferença entre a cobertura de solo capeada por pavimentação (de ruas e/ou construção de prédios)
e a coberta por vegetação, pelas Normais Climatológicas do período de 1961-1990 do Instituto Nacional de
Meteorologia – INMET (2013), as temperaturas médias anuais oscilaram entre 18° e 26°C na Região
Sudeste como um todo.
247 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
No verão, devido a maior intensidade e duração do período diurno, as temperaturas médias variam de 21 a
27°C, com maiores valores nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, oeste de São Paulo e parte leste
de Minas Gerais, principalmente onde as máximas médias apresentam valores de 33 a 36°C.
Contudo, no inverno, os números caem para o intervalo de 12 a 21°C. Neste caso, cabe destacar as baixas
temperaturas nas cidades de Campos do Jordão/SP e Itatiaia/RJ, as quais contribuem para uma diminuição
destes valores médios, principalmente no inverno onde as mínimas médias oscilam entre 6 e 9°C, devido
principalmente à altitude elevada em que as mesmas se encontram.
A distribuição da precipitação da Região Sudeste é bastante heterogênea, uma vez que, para as regiões de
clima tropical úmido são esperadas precipitações anuais inferiores a 2000 mm anuais, com duas estações
bem definidas, a seca e a chuvosa, esta última no verão, refletindo a maior influência da Massa Equatorial
Continental (mEc) e as peculiaridades orográficas.
Nas porções de clima tropical de altitude, a média de precipitação é de aproximadamente 1500 mm anuais,
enquanto nos trechos subtropicais variam entre 1250 e 2000 mm. Nas Zonas Litorâneas e escarpas da Serra
do Mar, a influência do ASAS induz a uma redução dos valores de precipitação, cuja distribuição torna-se
mais regular do que nas serras (Mendonça & Danni-Oliveira, 2007).
A precipitação anual varia de 900 a 2000 mm/ano, sendo as regiões no entorno das divisas dos estados de
São Paulo e Minas Gerais, aquelas onde são registrados os maiores valores de precipitação em um ano,
especialmente no verão, variando de 240 a 320 mm no mês de janeiro.
O norte de Minas Gerais começa a sofrer a influência do clima semi-árido da Região Nordeste e apresenta
os menores índices pluviométricos do Sudeste.
A caracterização climática da Região Sudeste também pode ser estabelecida a partir da análise descritiva
dos mecanismos de circulação e de geração de fenômenos meteorológicos associados aos parâmetros
estatísticos médios dos principais parâmetros, e pelos critérios de classificação de Köppen.
A classificação de Köppen (1948) é baseada nos valores médios de temperatura do ar (coletados mensal e
anualmente, além das médias do mês mais frio e do mais quente) e de precipitações pluviométricas, porém
sua sazonalidade não caracteriza completamente as condições ambientais de uma região, embora forneça
uma descrição útil dos aspectos climáticos.
De acordo com Köppen, a Região Sudeste apresenta os seguintes tipos climáticos:
Aw: Tropical Úmido com chuvas no verão ou outono, temperaturas elevadas e inverno seco –
Abrange parte do litoral norte/noroeste do Rio de Janeiro, litoral do Espírito Santo, oeste de São
Paulo e parte de Minas Gerais;
Cwa: Tropical de altitude com chuvas de verão, inverno seco, temperaturas moderadas com verões
quentes – Abrange grande parte de São Paulo, Centro Sul de Minas Gerais, e Região Serrana e
Centro Sul do Rio de Janeiro e Espírito Santo;
248 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
Cwb: Tropical de altitude com chuvas de verão, invernos frios e verões brandos – Abrange os
pontos mais elevados da Serra da Mantiqueira no sudeste de Minas Gerais e nordeste de São
Paulo;
Cfa: Subtropical com chuvas bem distribuídas durante o ano e verões quentes – Abrange a parte sul
de São Paulo;
Cfb: Subtropical com chuvas bem distribuídas durante o ano e verões brandos – Abrange parte de
São Paulo.
Caracterização Climática da Área de Influência Direta
Para melhor caracterização dos parâmetros meteorológicos da bacia, foram coletados os seguintes dados:
insolação, temperatura e umidade relativa das estações de Nova Friburgo e Cordeiro, pertencentes ao
INMET e situadas nas proximidades da bacia, com dados disponíveis na publicação “Normais
Climatológicas”, período 1961 a 1990.
Com base dos dados das estações climatológicas do INMET, pode-se aferir que:
O período mais frio na bacia ocorre no trimestre junho a agosto, com temperatura média em torno
dos 17,3°C em Cordeiro e em torno dos 14,5°C em Nova Friburgo;
O período mais quente ocorre no trimestre janeiro a março, com temperatura média em torno dos
23,5°C em Cordeiro e 21°C em Nova Friburgo;
A temperatura máxima absoluta em Cordeiro ocorreu em jan/84, com 36°C. Já a mínima absoluta
ocorreu em jun/79, com 2,1°C. Em Nova Friburgo a máxima absoluta ocorreu em jan/86, com 37°C
e a mínima absoluta em jun/68, com 1°C;
O total anual de insolação é de 1.675 horas na estação de Nova Friburgo, com máximos nos meses
de inverno, com média de 166,1 horas, e mínimos nos meses chuvosos, com média de 105 horas.
Na estação de Cordeiro este parâmetro não foi observado;
A umidade relativa média anual na estação de Cordeiro é de 81%, com valores máximos nos meses
de abril a junho (85%) e mínimos nos meses de agosto a outubro, com valores próximos dos 78,5%.
Já na estação de Nova Friburgo, a média anual é de 80%, com máximas de 83% em junho e julho e
mínimas de janeiro a março com 77%;
A climatologia da bacia do rio São Pedro, segundo a classificação climática de Köeppen, é do tipo
Cwb, com verão brando e temperaturas médias anuais em torno dos 20°C.
A característica da precipitação na região é marcada pela época chuvosa, quente e úmida, que alterna com
a época seca e fria.
A época chuvosa tem início entre outubro e novembro e se estende até março. A época seca tem início em
maio e se estende até setembro. Os meses de novembro a janeiro são os mais chuvosos no ano, enquanto
que junho, julho e agosto são os mais secos. O mês de maio funciona como mês de transição entre a época
chuvosa e a seca. Já o mês de setembro faz a transição entre a época seca e a chuvosa.
249 Estudo de Impacto Ambiental da PCH Glicério
Volume I - Roteiro de elaboração do estudo, Caracterização do empreendimento e Diagnóstico Meio Físico.
A precipitação durante a época chuvosa é intensa. Já para o período seco ocorre de forma esparsa. Com
base nos dados coletados dos três postos, considerando o período comum de jan/1968 a dez/2005,
verifica-se que a média anual da precipitação decresce de oeste para leste, ficando os maiores valores para
o posto Fazenda São João, com 2.137 mm, o posto Fazenda Oratório com 1.596 mm e, na porção mais a
leste, representada pelo posto Macabuzinho, com 1.125 mm. As maiores precipitações na região da
Fazenda São João são explicadas pelo efeito orográfico da Serra do Macabu e da Serra do Caparaó.