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Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação 1 Projeto LETDIC - Leitura e Escrita com os usos das TDIC: contribuições humanísticas na formação de engenheiros da UFOP Daniela Rodrigues Dias 1 (UFOP) Hércules Tolêdo Corrêa 2 (UFOP) Resumo: Este artigo relata a experiência de um projeto denominado LETDIC - Leitura e Escrita com os usos das TDIC, desenvolvido com alunos dos cursos de Engenharia da Computação e Engenharia Elétrica da UFOP. O projeto teve como objetivo levar os alunos a ler e produzir textos em diferentes linguagens, a partir da linguagem verbal escrita, usando as tecnologias digitais de informação e comunicação. Como resultado, identificamos formas de aprendizagens significativas e colaborativas, nas quais os alunos utilizaram a multiplicidade de linguagens e recursos multissemióticos, tornando-se assim efetivos leitores e produtores de textos nas culturas digitais, locais e globais. Palavras-chave: multiletramentos, letramento digital, tecnologias digitais de informação e comunicação. Abstract: This article describes the experience of a project called LETDIC - Reading and Writing with the uses of TDIC, developed with students of Computer Engineering and Electrical Engineering UFOP. The project aimed to get students to read and produce texts in different languages, from the verbal written language, using digital technologies for information and communication. As a result, we identified significant and forms of collaborative learning, in which students used the multiplicity of languages and multisemiotic resources, thus becoming effective readers and producers of texts in digital, local and global cultures. Keywords: multiliteracies, digital literacy, digital technologies for information and communication. Considerações Iniciais Atualmente, com a presença das tecnologias digitais de informação e comunicação - TIDC observa-se a criação de novas possibilidades de expressão e 1 Daniela Rodrigues Dias - Mestranda em Educação - Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP - [email protected] 2 Hércules Tolêdo Corrêa - Prof. Orientador - Programa de Pós-Graduação em Educação - PPGE - Mestrado em Educação - Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP - [email protected]

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Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

1

Projeto LETDIC - Leitura e Escrita com os usos das TDIC: contribuições humanísticas na formação de

engenheiros da UFOP

Daniela Rodrigues Dias1 (UFOP) Hércules Tolêdo Corrêa2 (UFOP)

Resumo: Este artigo relata a experiência de um projeto denominado LETDIC - Leitura e Escrita com os usos das TDIC, desenvolvido com alunos dos cursos de Engenharia da Computação e Engenharia Elétrica da UFOP. O projeto teve como objetivo levar os alunos a ler e produzir textos em diferentes linguagens, a partir da linguagem verbal escrita, usando as tecnologias digitais de informação e comunicação. Como resultado, identificamos formas de aprendizagens significativas e colaborativas, nas quais os alunos utilizaram a multiplicidade de linguagens e recursos multissemióticos, tornando-se assim efetivos leitores e produtores de textos nas culturas digitais, locais e globais.

Palavras-chave: multiletramentos, letramento digital, tecnologias digitais de informação e comunicação. Abstract: This article describes the experience of a project called LETDIC - Reading and Writing with the uses of TDIC, developed with students of Computer Engineering and Electrical Engineering UFOP. The project aimed to get students to read and produce texts in different languages, from the verbal written language, using digital technologies for information and communication. As a result, we identified significant and forms of collaborative learning, in which students used the multiplicity of languages and multisemiotic resources, thus becoming effective readers and producers of texts in digital, local and global cultures. Keywords: multiliteracies, digital literacy, digital technologies for information and communication.

Considerações Iniciais

Atualmente, com a presença das tecnologias digitais de informação e

comunicação - TIDC observa-se a criação de novas possibilidades de expressão e

1 Daniela Rodrigues Dias - Mestranda em Educação - Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP - [email protected]

2 Hércules Tolêdo Corrêa - Prof. Orientador - Programa de Pós-Graduação em Educação - PPGE - Mestrado em Educação -

Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP - [email protected]

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comunicação, o que nos faz refletir sobre as exigências dos multiletramentos no

mundo contemporâneo.

É muito importante que a instituição escolar, principal agência de

letramento(s), trabalhe com uma diversidade de textos que circulam socialmente,

que fazem parte da vida do aluno, salientando que o letramento não pode ser

responsabilidade somente do professor de Língua Portuguesa, mas de todos os

professores que trabalham com leitura e escrita.

Em nossas reflexões sobre a área da engenharia, uma das primeiras

compreensões que se apresenta é que é uma área exata, cujo foco está no domínio

da razão, cálculos e raciocínios matemáticos. Entretanto, a linguagem faz parte da

interação em sociedade e da relação do sujeito com os outros que o rodeiam,

portanto, estará presente em todos os campos sociais.

Segundo Bazzo e Pereira (2006), para ser um bom engenheiro não basta

apenas saber usar corretamente os conhecimentos adquiridos na graduação. Não é

suficiente aprender a utilizar eximiamente técnicas e instrumentos, muitos dos

quais obsoletos e outros de que jamais se fará uso na vida profissional. Um

profissional eficiente é, antes de tudo, aquele que sabe utilizar os seus

conhecimentos, o seu raciocínio e a sua capacidade de pesquisar. Mas também é

aquele que sabe se expressar, comunicando com eficácia ideias e resultados de seu

trabalho.

Neste sentido, a leitura, a escrita e a oralidade fazem parte das práticas

sociais dos alunos e, neste caso, como futuros engenheiros se tornarão

pertencentes à àrea não só pelo domínio técnico e de cálculo predominantes nas

áreas de exatas, mas também pelo domínio da linguagem e as relações humanas,

pois participam de diversos eventos de letramento em seu dia a dia.

A grande quantidade de imagens que hoje circulam nas diferentes práticas

sociais colocou a linguagem visual em destaque. Os tradicionais textos escritos

deram lugar a textos que apresentam duas ou mais modalidades semióticas em sua

composição, o que provocou efeitos significativos nas características e formatos

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dos textos. Isso mostra a natureza dinâmica da comunicação na sociedade

contemporânea, onde experimentamos diferentes modos de significar o mundo.

O propósito deste artigo é relatar a experiência e os resultados obtidos no

projeto denominado LETDIC – Leitura e Escrita com os usos das tecnologias digitais

de informação e comunicação, desenvolvido no âmbito da Disciplina Comunicação e

Expressão – Prática de Leitura e Produção de Textos, com alunos do primeiro

período dos cursos superiores de Engenharia da Computação e Engenharia Elétrica

da Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP.

Pressupostos Teóricos

Para execução do Projeto, utilizamos como referenciais teóricos conceitos

associados aos multiletramentos, tais como letramento acadêmico, letramento

digital e letramento metamidiático, segundo pesquisadores como Bakhtin, García-

Canclini, Cope e Kalantzis, Corrêa e Jorge, Coscarelli, Rojo, Lemke, dentre outros.

O uso da tecnologia digital vem se solidificando e se destaca como condição

necessária para acesso à informação e para a melhoria do campo da comunicação

mundial e sua aplicabilidade ao campo educacional tem sido vista, por uma parcela

considerável de educadores e instituições educacionais, como uma possibilidade de

modernização para o sistema escolar. (FRADE, 2010)

Segundo a pesquisadora, o termo “tecnologia digital” refere-se, ao conjunto

de mídias informacionais e comunicacionais (CD-ROMs, websites, chats, blogs,

realidade virtual, jogos, softwares, etc.), entendidas como sendo o conjunto de

“veículos de linguagens” utilizadas para a comunicação humana, que, por sua vez,

visam o cumprimento de diferentes interesses e propósitos, de acordo com o

público que se pretende atingir.

De acordo com Coscarelli (2009), não há como falar em tecnologia e

educação sem falar em linguagem. Falar de uma dessas coisas implica falar das

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outras. As formas de ler e escrever são diferentes hoje e as formas de

disponibilização dos textos também são.

A pesquisadora complementa que, lidar com o computador exige lidar com

linguagens, não apenas a linguagem verbal, que era priorizada na escola, mas

também outros sistemas semióticos, como os ícones e toda linguagem não verbal

dos programas (barras de ferramentas), as linguagens de programação, como HTML,

animações, vídeo, rádio, etc.

Para muitos pesquisadores, dentre os quais Xavier (2005), os profissionais de

educação e linguagem precisam desenvolver estratégias pedagógicas eficazes em

seus mais variados espaços educacionais (salas de aula e laboratório de

informática, por exemplo) para enfrentar os desafios que estão colocados:

alfabetizar, letrar e letrar digitalmente o maior número de sujeitos, preparando-os

para atuar adequadamente no Século do Conhecimento.

Neste contexto, inserir-se na sociedade do conhecimento e informação não

quer dizer apenas ter acesso às tecnologias digitais, mas saber utilizá-las para a

busca e a seleção de informações que permita a cada pessoa resolver os problemas

do cotidiano, compreender o mundo e atuar na transformação de seu contexto,

sendo letrados digitalmente.

Segundo Soares (2003), letrar é mais que alfabetizar, é ensinar a ler e

escrever dentro de um contexto onde a escrita e a leitura tenham sentido e façam

parte da vida do aluno. Afinal, a autora defende que, para a adaptação adequada

ao ato de ler e escrever, “é preciso compreender, inserir-se, avaliar, apreciar a

escrita e a leitura”.

O letramento compreende tanto a apropriação das técnicas para a

alfabetização quanto esse aspecto de convívio e hábito de utilização da leitura e da

escrita. Outro fato destacado pela autora, é que o letramento não é só de

responsabilidade do professor de língua portuguesa ou dessa área, mas de todos os

educadores que trabalham com leitura e escrita.

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Já o letramento digital implica realizar práticas de leitura e escrita

diferentes das formas mais tradicionais de letramento e alfabetização. Ser letrado

digital pressupõe assumir mudanças nos modos de ler e escrever os códigos e sinais

verbais e não-verbais, como imagens e desenhos, se compararmos às formas de

leitura e escrita feitas no livro, até porque o suporte sobre o qual estão os textos

digitais é a tela, também digital, e não o papel. (XAVIER, 2005)

Soares (2002) ressalta que o sintagma letramento digital é usado para referir-

se à questão da prática de leitura e escrita possibilitada pelo computador e pela

internet. Nessa linha, a autora apresenta uma nova visão no conceito de

letramento, bem como a confrontação de tecnologias digitais de leitura e de

escrita com tecnologias tipográficas, salientando que cada uma tem seu espaço e

um efeito na sociedade, resultando em conceitos diferentes de letramento.

A autora enfatiza que há modalidades diferentes de letramento, o que

sugere que a palavra seja pluralizada: há letramentos, e não letramento, isto é,

“diferentes espaços de escritas e diferentes mecanismos de produção, reprodução

e difusão da escrita resultam em diferentes letramentos.”

Multiletramentos

O termo multiletramentos ganhou destaque a partir de 1996 com a

publicação de um artigo intitulado “A Pedagogy of Multiliteracies: Designing Social

Futures”, na Harvard Educational Review, formado por um grupo de dez

acadêmicos dentre os quais americanos, ingleses e australianos, denominado “The

New London Group”, o Grupo de Nova Londres. O argumento usado pelo grupo é o

de que nossa vida pessoal, pública e profissional vem mudando consideravelmente

e que essas mudanças, consequentemente, transformam nossa cultura e o nosso

modo de comunicação.

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Segundo Cope e Kalantzis (2001), precursores, dentre outros, do grupo de

Nova Londres, o termo multiletramentos enfatiza duas mudanças importantes e

correlacionadas. A primeira é o crescimento da importância dada à diversidade

linguística e cultural; isto é, em um mundo globalizado, precisamos negociar

diferenças todos os dias. A segunda é a influência da linguagem das novas

tecnologias.

O significado emerge de modos variados (multimodais) – escrita, imagens,

movimento, áudio, o que requer um conceito de letramento novo e multimodal,

principalmente no letramento visual, em que a importância social da imagem tem

aumentado de forma considerável.

Todos esses termos, de acordo com Kress e Van Leeuween (1996),

reconhecem a multiplicidade de significados que combinam vários modos (visual,

textual, auditivo, movimento, etc.) como também os seus contextos sociais,

levando-nos a compreender a importância dos multiletramentos.

Neste contexto, trabalhar com multiletramentos envolve, comumente, o uso

de novas tecnologias de comunicação e informação e caracteriza-se como um

trabalho que, na proposta de Rojo, parte das culturas de referência do alunato e

de gêneros, mídias e linguagens por ele conhecidos, para buscar um enfoque

crítico, pluralista, ético e democrático - que envolva agência - de textos - discursos

que ampliem o repertório cultural, na direção de outros letramentos, valorizados

(...) ou desvalorizados (...). (ROJO, 2012, p. 08)

No desenvolvimento dos argumentos a favor dos multiletramentos, a

pesquisadora inicialmente localiza a origem histórica desse conceito que procura

cobrir dois “multi”:

• Multiculturalidade - a multiplicidade - variedade cultural das populações

presente em nossas sociedades, principalmente urbanas, na

contemporaneidade.

• Multimodalidade - a multiplicidade - variedade semiótica de constituição dos

textos por meio dos quais a multiculturalidade se comunica e informa.

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No que se refere à variedade cultural, é preciso notar como assinala García-

Canclini (2008[1989]: 302-309), o que hoje vemos à nossa volta são produções

culturais letradas em efetiva circulação social, como um conjunto de textos

híbridos de diferentes letramentos (vernaculares e dominantes), de diferentes

campos (ditos “popular/de massa/erudito”), desde sempre híbridos, caracterizados

por um processo de escolha pessoal e política e de hibridização de produções de

diferentes “coleções”.

No que se refere à variedade semiótica, Lemke (2010[1994a; 1998]) defende

que o que realmente precisamos ensinar, e compreender antes que possamos

ensinar, é como vários letramentos e tradições culturais combinam modalidades

semióticas diferentes para construir significados que são mais do que a soma do

que cada parte poderia significar separadamente. O pesquisador tem chamado isto

de “significado multiplicador”, porque as opções de significados de cada mídia

multiplicam-se entre si em uma explosão combinatória; em multimídia as

possibilidades de significação não são meramente aditivas.

A pesquisadora Rojo (2012), enfatiza que, ao considerar esses dois “multi”, o

conceito de multiletramentos avança em relação ao de letramento que, segundo

ela, “não faz senão apontar para a multiplicidade e variedade das práticas

letradas.”

Segundo Kress e Van Leeuwen (1996), no decorrer no século XX outros

recursos semióticos passaram a se relacionar com a linguagem verbal, de modo que

hoje em dia é bastante comum a produção de textos multimodais nas diversas

práticas comunicativas.

Tais autores defendem que as estruturas visuais assemelham-se às estruturas

linguísticas, visto que aquelas também expressam interpretações particulares da

experiência, além de se constituírem como formas de interação social. Desse

modo, as escolhas de composição de uma imagem também são escolhas de

significado.

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Significados pertencem à cultura, ao invés de modos semióticos específicos (...). Por exemplo, aquilo que é expresso na linguagem através da escolha entre diferentes classes de palavras e estruturas oracionais, pode, na comunicação visual, ser expresso através da escolha entre os diferentes usos de cor ou diferentes estruturas composicionais. E isso afetará o significado. Expressar algo verbalmente ou visualmente faz diferença. (Kress e Van Leeuwen (1996, p. 2)

Para Kress e Van Leeuwen (1996), a comunicação visual tem evoluído através

de seu uso social em sistemas semióticos articulados ou parcialmente articulados, o

que possibilitou os estudos para uma abordagem multimodal e semiótica.

Os autores entendem que cada modo semiótico desenvolve-se enquanto uma

rede de recursos interligados para a produção de signos. As alternativas

selecionadas dentro dessas redes de significado podem ser vistas como traços da

decisão do sujeito em produzir o significado mais apto e plausível em um

determinado contexto de comunicação.

As últimas décadas têm evidenciado uma mudança bastante abrangente no

cenário da comunicação: os textos são irrefutavelmente multimodais. Notícias,

periódicos científicos e campanhas publicitárias, para citar apenas alguns gêneros,

realizam significados por mais de um código semiótico. O que se percebe com isso

é que os modos visual, gestual e sonoro, por exemplo, carregam potencialidades de

significação. Mergulhados nesses diferentes modos de se produzir sentidos, torna-se

impossível lermos um texto prestando atenção somente na mensagem escrita. O

verbal, portanto, é apenas um elemento representacional conjugado a outros.

Para Rojo (2012), o mundo contemporâneo, é caracterizado pela

multiplicidade cultural que se expressa e se comunica por meio de textos

multissemióticos (impressos ou digitais), ou seja, textos que se constituem por

meio de uma multiplicidade de linguagens (fotos, vídeos e gráficos, linguagem

verbal oral ou escrita, sonoridades) que fazem significar estes textos.

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Projeto LETDIC

O projeto LETDIC – Leitura e Escrita com os usos das tecnologias digitais de

informação e comunicação foi desenvolvido no âmbito da Disciplina Comunicação e

Expressão – Prática de Leitura e Produção de Textos, com alunos do primeiro

período dos cursos de Engenharia da Computação e Engenharia Elétrica da

Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP.

A disciplina Comunicação e Expressão – Prática de Leitura e Produção de

Textos foi desenvolvida pelos professores Dr. Hércules Tolêdo Corrêa e Dra. Gláucia

Jorge do Centro de Educação Aberta e a Distância - CEAD da Universidade Federal

de Ouro Preto – UFOP para alunos de cursos de engenharia, com objetivos de

construir competências para ler e produzir alguns gêneros discursivos e construir a

autonomina necessária para ler e produzir textos acadêmicos.

Figura 1: Logomarca Projeto LETDIC

Fonte: Criação Daniela Dias

Segundo Bakhtin (2000 - [1952-1953]), os gêneros discursivos são, portanto,

tipos relativamente estáveis de textos produzidos em um determinado domínio ou

esfera discursiva. Na sociedade contemporânea, grafocêntrica e tecnológica, temos

uma infinidade de domínios discursivos, dentre eles o acadêmico. No âmbito das

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universidades, são produzidos conjuntos de gêneros discursivos, também infinitos e

mais ou menos difíceis de enumerar em sua totalidade. Alguns desses gêneros, no

entanto, são mais produzidos por professores e pesquisadores e, portanto, também

mais solicitados aos alunos e pesquisadores em formação: fichamentos, resumos,

resenhas, relatórios de leitura e artigos científicos.

Schneuwly e Dolz (2004) consideram o gênero como um princípio mediador

entre as práticas sociais e os objetos escolares. A partir dos gêneros é possível

articular uma série de atividades que levem os alunos a ler um texto, partindo da

verificação do conhecimento prévio, proporcionando o conhecimento da situação

de produção, assim como da organização textual, dos elementos linguísticos e não-

linguísticos; promove-se neles não só a competência leitora, como também o

desenvolvimento das capacidades da linguagem que lhes permitirão agir nas

variadas situações de comunicação de que venha a participar.

Salientamos que o interesse sobre os estudos dos Multiletramentos surgiu a

partir da disciplina “Multiletramentos e Formação de Professores”, e também a

partir das discussões do grupo de pesquisa “Multiletramentos e usos de tecnologias

digitais de informação e comunicação na Educação”, coordenado pelo professor Dr.

Hércules Tolêdo Corrêa, do Programa de Mestrado em Educação da Universidade

Federal de Ouro Preto - UFOP.

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Figura 2: Logomarca Grupo de Pesquisa MULTDICS

Fonte: Criação Daniela Dias

Bazzo e Pereira (2006) discorrem que para ser um bom engenheiro não basta

apenas saber usar corretamente os conhecimentos aprendidos num curso

universitário. Não é suficiente saber utilizar eximiamente técnicas e instrumentos,

saber empregar métodos de cálculo e de análise de sistemas, conhecer em

profundidade os procedimentos técnicos pertinentes à profissão. Até porque alguns

deles já estarão obsoletos quando chegar a hora de usá-los na prática; e muitos

outros conhecimentos vistos nas escolas jamais serão de fato necessários - de

forma direta – durante toda a vida profissional. De qualquer forma, todos eles

cumprem o seu papel no processo de educação, de formação de uma mentalidade e

de abordagem de problemas.

Para os autores, um profissional eficiente é, antes de mais nada, aquele que

sabe utilizar os seus conhecimentos, a sua memória, o seu raciocínio e a sua

capacidade de pesquisar. Mas também é aquele que sabe se expressar,

comunicando com eficácia ideias e resultados de seu trabalho. Uma boa solução

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presa na cabeça de seu criador é praticamente inútil. Uma coisa é certa: no seu

dia-a-dia, o engenheiro precisa saber se comunicar. Aliás, a comunicação, em

especial a escrita, é parte inerente ao seu trabalho. Um engenheiro precisa expedir

ordens para os seus subordinados na hierarquia da empresa, realizar projetos para

clientes ou órgãos financiadores, confeccionar relatórios para a direção da

empresa, preparar manuais de utilização de produtos, divulgar seus trabalhos em

congressos, seminários, revistas técnicas etc.

Os autores complementam que, a capacidade de buscar, selecionar e

armazenar informações é um fator preponderante para garantir ao profissional -

notadamente da área tecnológica - o acompanhamento do estado da arte de sua

profissão. Só assim ele consegue desenvolver bem o seu trabalho e comunicar o que

de importante acontece relativo à sua área de atuação.

No entanto, segundo os autores, é bom lembrarmos que alguns estudantes

não têm levado muito a sério essa importantíssima ferramenta, pois relegam a

segundo plano a importância da comunicação na engenharia. Isso acontece na

medida em que refletem a imagem popular de um engenheiro como aquele

indivíduo que decide, projeta, calcula etc., assumindo assim que a comunicação –

em especial a escrita - é algo inteiramente irrelevante para os futuros

profissionais.

Neste sentido, foi desenvolvido o projeto LETDIC que teve como objetivo

precípuo levar os alunos dos cursos de Engenharia a ler e produzir textos em

diferentes linguagens, a partir da linguagem verbal escrita, usando as tecnologias

digitais de informação e comunicação.

Procuramos também abranger atividades de leitura crítica, pesquisa,

análise, produção e apresentação de textos multissemióticos; visar aos

multiletramentos, levando os alunos a se tornarem usuários funcionais, criadores

de sentidos, analistas críticos e transformadores. Os alunos foram motivados a

produzir logomarcas, apresentações e vídeos utilizando as tecnologias digitais de

informação e comunicação e, a partir daí, desenvolveram artigos acadêmicos.

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Figura 3: Multiplicidade de Linguagens e Recursos

Fonte: Criação Daniela Dias

Para tanto, os alunos dividiram-se em equipes e foram orientados a produzir

um nome atrativo para a equipe a partir do tema sugerido; uma logomarca com

explicação e justificativa sobre as cores, escritas e símbolos utilizados; um artigo

científico completo, uma apresentação do tema produzido no artigo e um vídeo

final do tema com exemplos, tutoriais, imagens, músicas e fotos e citações.

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Figura 4: Orientações Projeto LETDIC

Fonte: Criação Daniela Dias

Por tratar-se de um trabalho em equipe, colaborativo e participativo, os

alunos também foram orientados a usarem a criatividade, respeito, cordialidade,

organização e simpatia na apresentação.

Para Bazzo e Pereira (2006), um aspecto parece inevitável no dia a dia do

engenheiro que raramente se isenta da responsabilidade de administrar pessoal.

Aliás, ele passa muito tempo lidando com pessoas, mais do que muitos imaginam.

Assim, a capacidade de manter boas relações pessoais é uma qualidade altamente

desejável. Mesmo porque, para que suas soluções tenham boa aceitação, ele deve

saber o que pensa e quais são as necessidades e aspirações dos clientes,

empregadores, contratantes e, em última instância, da sociedade. Suas decisões,

se insensatas, poderão ser nocivas para grande parcela de pessoas, que serão

afetadas pelo seu trabalho.

Segundo os autores, existem inúmeros exemplos que evidenciam a inter-

relação entre uma grande obra e as pessoas que dela farão uso. Com o seu

discernimento pessoal é que o engenheiro vai julgar os problemas ou os benefícios

sociais que poderão trazer - em termos ecológicos, políticos, econômicos ou outros.

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Através das estratégias didáticas adotadas, a disciplina potencializou a

leitura e produção de textos em diferentes linguagens, a partir da linguagem verbal

escrita, usando as tecnologias digitais de informação e comunicação e a

multiplicidade de recursos (textos, vídeos, imagens, sons, gráficos) em meio

impresso e digital.

Os alunos tiveram adesão total ao projeto e compreenderam a importância

da disciplina em sua vida acadêmica, pessoal e profissional.

O nível dos trabalhos foi elevadíssimo e houve um grande destaque nas

produções dos alunos como criação de logomarcas, apresentações e vídeos,

demonstrando o alto nível de letramento digital. Percebeu-se que as produções da

escrita nos artigos precisam ser aperfeiçoadas através da prática de leitura e

produção de textos acadêmicos.

Através do Projeto observamos alguns aspectos comportamentais dos alunos:

iniciativa e persistência; busca de informações; perspectivas positivas em relação

ao futuro profissional; melhoria da capacidade de expressão; perda da inibição e do

medo de se expor em público; mudanças na apresentação pessoal; melhoria da

auto-estima; motivação para o trabalho em equipe; conscientização da importância

da cidadania; colaboração; interação; autoria; formação ética e estética.

Criações dos alunos com os usos das TDIC

Apresentamos a seguir algumas das criações dos alunos com os usos das

Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação – TDIC.

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Figura 5: Inclusão Digital para Deficientes Visuais através de

Softwares

Figura 6: Acessibilidade na Web

Figura 7: A Engenharia por tras do E-Sport

Fonte: Criação Equipe 1 Fonte: Criação Equipe 2 Fonte: Criação Equipe 3

Figura 8: Nanotecnologia Figura 9: Evolução dos

Consoles

Figura 10: Redes Sociais

Fonte: Criação Equipe 4 Fonte: Criação Equipe 5 Fonte: Criação Equipe 6

Figura 11: Malwares Figura 12: Era Digital Figura 13: Biotecnologia – Casa Sustentável

Fonte: Criação Equipe 7 Fonte: Criação Equipe 8 Fonte: Criação Equipe 9

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Figura 14: Fibras Ópticas e suas Aplicações

Figura 15: Perigos e Vulnerabilidades das Redes Sociais

Fonte: Criação Equipe 10 Fonte: Criação Equipe 11

Considerações finais

A experiência do projeto LETDIC - Leitura com o uso das tecnologias digitais

de informação e comunicação mostrou-se desafiante e enriquecedora, em que os

alunos tornaram-se protagonistas na construção de significados e produtores de

textos ativos nas culturas digitais, locais e globais.

A todo instante vivenciamos experiências diferentes, em contextos sociais

diferentes que nos fazem refletir sobre os multiletramentos e uso das tecnologias

digitais na educação, criando novos significados que são incorporados em nosso dia-

a-dia.

A grande quantidade de imagens que hoje circulam nas diferentes práticas

sociais colocou a linguagem visual em destaque. Os tradicionais textos escritos

deram lugar a textos que apresentam duas ou mais modalidades semióticas em sua

composição, o que provocou efeitos significativos nas características e formatos

dos textos. Isso mostra a natureza dinâmica da comunicação na sociedade

contemporânea, onde experimentamos diferentes modos de significação.

Em nossos resultados, identificamos formas de aprendizagem significativas e

colaborativas, pois os alunos reconheceram a importância da disciplina na vida

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acadêmica e utilizaram a multiplicidade de linguagens e recursos multissemióticos,

tornando-se assim efetivos leitores e produtores de textos, reconhecendo a

Educação 3.0 que tem como princípio preparar os alunos para o mundo de hoje e

de amanhã, para que estejam prontos para atuar em universidades e empresas que

exigem pessoas inteligentes e curiosas, capazes de descobrir as coisas por si

mesmas e aptas a tirar o máximo das tecnologias de informação e comunicação.

Através da experiência, concluimos que os alunos atualmente precisam ser

preparados para produzirem gêneros textuais acadêmicos em nossa

contemporaneidade, o que implica novas formas de ensinar e aprender, novos

conhecimentos, novas informações e novas aprendizagens, proporcionando

transformações e conhecimentos na vida pessoal, acadêmica e profissional.

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