PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO - cnevidigal.seed.pr.gov.br · científica e o que é essencial,...
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO......................................................................................................................03
HISTÓRICO DA ESCOLA........................................................................................................ 04
PARTE I
MARCO SITUACIONAL - REALIDADE DA ESCOLA ........................................................ 07RELATÓRIO DE PESQUISA REALIZADO COM A COMUNIDADE ESCOLAR...................................................................................................................................08RESULTADO DOS DADOS DA PESQUISA REALIZADA A PARTIR DOS ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS DA COMUNIDADE ESCOLAR........................................................10OBJETIVOS DA UNIDADE.......................................................................................................13
PARTE II
MARCO CONCEITUALPRESSUPOSTOS FILOSÓFICOS E PRINCÍPIOS GERAIS....................................................14FILOSOFIADA ESCOLA...........................................................................................................24
ABORDAGEM METODOLÓGICA...........................................................................................26
METODOLOGIA DA CONCEPÇÃO HISTÓRICO CRÍTICA.................................................26
PARTE III
MARCO OPERACIONAL..........................................................................................................32REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................................37
1- APRESENTAÇÃO DO PROJETO
Apresentar o Projeto Político Pedagógico da Escola Estadual de Vidigal é antes de tudo
dizer que ele se constitui em permanente processo de discussão das práticas, das preocupações
(individuais e coletivas), dos obstáculos aos propósitos da escola. Inicia-se a partir de um ideal
e caminha, passo a passo, até transformar-se em realidade.
É um conjunto de princípios que norteiam a elaboração e a execução dos planejamentos,
mostram e definem a identidade da escola. É a “marca da escola”, é a vida escolar concretizada
na dinâmica curricular que expande em espaços de possibilidades, motivações e ações
concretas, otimizando seus tempos, seus recursos, meios e procedimentos.
Segundo Celso Vasconcelos (1995), “Projeto Educativo é o Plano Global da Instituição.
O projeto é justamente um instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os
desafios do cotidiano da escola, só que de forma refletida, consciente, sistematizada, orgânica,
científica e o que é essencial, participativa. É uma metodologia de trabalho que possibilita re-
significar a ação de todos os agentes da escola”.
Enfim, o Projeto Político Pedagógico pode ser entendido como sistematização, nunca
definitiva, de um processo de Planejamento Participativo, que se aperfeiçoa e se concretiza na
caminhada, que define claramente o tipo de ação educativa que se quer realizar. É um
instrumento teórico-metodológico para a transformação da realidade. É um elemento de
organização e integração da atividade prática da instituição neste processo de transformação.
Toda escola deve ter definida, para si mesma e para sua comunidade escolar, uma
identidade e um conjunto de princípios e de normas que iluminem a ação pedagógica cotidiana.
Portanto é necessário que se defina nesta reflexão os passos para a elaboração de um
projeto político pedagógico, o qual é estruturado por mantenedores, diretores, equipe
pedagógica e administrativa, professores e a outros segmentos da comunidade escolar.
Neste processo interativo entende-se como Projeto Político Pedagógico, um conjunto de
princípios que norteiam a elaboração e a execução dos planejamentos. Assim como a avaliação
e a reorganização destes quando necessários tendo em vista sempre a melhoria na qualidade de
ensino.
2. HISTÓRICO DA ESCOLA
A Escola Estadual de Vidigal – Ensino Fundamental, situada na Praça Afrodisio Vidigal,
nº 504, no Distrito de Vidigal, Cianorte – Paraná, mantida pelo Governo do Estado do Paraná,
começou a funcionar dentro da Campanha Nacional das Escolas da Comunidade, onde
professores eram pagos com dinheiro arrecadado da própria comunidade.
Em 1980, com a extinção da Campanha Nacional das Escolas da Comunidade, passou a
ser extensão do Colégio D. Bosco, porém funcionando por dois anos apenas.
Em 1982 a Escola Estadual de Vidigal – Ensino de 1º Grau foi criada pela Secretaria de
Estado da Educação, autorizada a funcionar pela Resolução n.º 3769/82 – DOE 17/02/83. Pela
Resolução n.º 1996/84 – DOE 08/05/84, ficou reconhecido o curso de 1º grau regular.
Em 1987 foi autorizado a funcionar pela Resolução n.º 3884/87 de 05/10/87, o Ensino
Especial na área de Deficiência Auditiva, e em 1990 foi autorizado a funcionar pela Resolução
n.º 1849/90 de 04/07/90, o Ensino Especial na área de Deficiência Mental, havendo cessação do
mesmo em 02/2000.
Considerando a Lei n.º 9394 – Diretrizes e Bases da Educação Nacional, promulgada
em 20/12/96, a Deliberação n.º 003/98 – DO Conselho Estadual da Educação, aprovada em
02/07/98 e a Resolução n.º 3120/98 – Diretoria Geral da Secretaria de Estado da Educação, de
31/08/98, a nomenclatura deste Estabelecimento de Ensino foi adequada para Escola Estadual
de Vidigal – Ensino Fundamental, a partir de 11/09/98.
Desde sua fundação, o papel da escola tem sido no sentido de ofertar os conteúdos
historicamente produzidos e que possam contribuir para a formação de pessoas atuantes na
sociedade.
Para a região do Distrito de Vidigal no qual a escola está localizada, não é exagero
afirmar que a mesma se tornou marco referencial, visto que ela é a única a ofertar o ensino
fundamental num raio de 15 quilômetros e abrangem mais de 5 mil famílias, além disso vem
atendendo a uma demanda educacional que permeia o crescimento do Distrito que por sua vez
tem influenciado no crescimento da cidade de Cianorte.
A carga horária anual é de 800 horas distribuídas em 200 dias letivos, tendo início, o
presente ano letivo, no dia 07/02/2008 e término no dia 18/12/2008, conforme Calendário
Escolar aprovado pelo Núcleo Regional da Educação.
A matrícula na Escola Estadual de Vidigal – Ensino Fundamental obedece ao disposto
no Regimento Escolar, deste Estabelecimento de Ensino, e nas normas estabelecidas pela SEED
(Secretária de Estado da Educação).
A situação de matrícula da Escola Estadual de Vidigal, no ano letivo de 2008, é a
seguinte:
Turmas Número de Alunos Turno
5ª A 24 Manhã
5ª B 29 Manhã
6ª A 33 Tarde
7ª A 25 Tarde
8ª A 21 Tarde
O quadro de funcionários da Escola Estadual de Vidigal é formado por:
Funcionário Formação Função Turno
Américo Henriques Francisco Matemática Diretor Manhãe Tarde
Antonia Aparecida Casotti MontanucciLetras Professora Manhã
Aparecida Martins Faria Curso Normal Superior
Secretária Manhã e Tarde
Edna de Souza da Silva Educação Física ProfessoraManhã e
Tarde
Ernesto Camilo da Silva Ensino Fundamental
Serviços Gerais Manhã e Tarde
Ivete Aparecida Roco Abel Ensino Fundamental
Serviços Gerais Manhã e Tarde
Josiele de Oliveira Cunegundes Letras Professora Tarde
Lilian Maria de Rocco Ciências e Matemática
Professora Manhã e Tarde
Madalena Andriolli Franzóia Letras Professora Manhã
Márcia Joana Ferreira Roco Ensino Médio Serviços GeraisManhã e
Tarde
Maria de Fátima Magri História ProfessoraManhã e
Tarde
Mirna Aparecida de Oliveira Letras Professora Manhã e Tarde
Neide Dolci do Nascimento Letras Professora Tarde
Reginaldo Leão Schieri PedagogiaTécnico
AdministrativoManhã e
Tarde
Rui Silochi Letras Bibliotecário Tarde
Sérgio Aparecido Rodovalho Matemática ProfessorManhã e
Tarde
Silmara Aparecida Trentini Rodrigues da Silva Geografia Professora
Manhã e Tarde
Sueli Ribeiro Comar Pedagogia Pedagoga Tarde
Suely Silvana Alves Silva Letras Professora Manhã
Wânia Cristiane Lawin CarreiraCiências
Biológicas ProfessoraManhã e
Tarde
Observando o quadro acima percebemos a importância que cada setor, representa para a escola
no contexto da educação. Analisando de um ponto de vista da relação esperada entre professor e
aluno, sabe-se que a formação recebida torna-se um aliado do professor no que se refere ao
relacionamento com seu aluno, não na autoridade, mas no diálogo. Portanto, fica óbvio que ao
se formar um quadro como esse, onde a maioria faz parte do magistério ou são efetivos, cria-se
uma mesma direção para o encaminhamento metodológico. Em outras palavras a construção
iniciada em um ano como, por exemplo, os projetos desenvolvidos poderão ser continuados
pelo fato dos educadores criarem vínculos com a instituição, permitindo também, que as ações
que visem a melhoria do processo ensino aprendizagem sejam de responsabilidade da maioria.
PARTE I
MARCO SITUACIONAL
REALIDADE DA ESCOLA
Nesta era de solidão, a escola vive um raro
paradoxo. Dela não se espera nada e dela se
espera tudo.(Pablo Gentilli, 2003)
Entender a realidade da escola atual é antes de tudo entendê-la no contexto de produção
e reprodução da vida social. Dessa forma, dizer que a escola está atravessando sérias
dificuldades, é realidade. Mas o que não podemos desconsiderar é que a crise não é um
fenômeno inerente à escola, mas ao modo de produção capitalista que vem enfrentando crises
cíclicas ao longo da sua história. E ao mesmo tempo em que está em crise, ele também vai
criando estratégias para a sua manutenção.
A formação de um mundo globalizado, posto nas últimas décadas, impõe um modelo
mundial, homogêneo, uniforme, e isso está presente muitas vezes na prática escolar. Sendo
assim, a estrutura capitalista que rege as relações humanas vai determinando conceitos e
valores, os quais são reforçados muitas vezes pelos conteúdos trabalhados na escola.
Diante disso é nossa obrigação otimizar a escola que temos, pois as novas exigências
sociais não permitem a cada um de nós o conformismo. O melhor caminho é o trabalho em
equipe, pois uma equipe bem sucedida é um grupo de muitas mãos tentando encontrar
mecanismos que garantam o cumprimento de tudo aquilo que todos se comprometeram a
realizar coletivamente.
Comprometida com objetivo de realizar um trabalho coletivo e que resulte em
mudanças, a Escola Estadual de Vidigal que está situada na Praça Afrodisio Vidigal nº 504, no
Distrito de Vidigal, distante a 13 Km do município de Cianorte-Pr, elaborou junto com os pais e
os educandos uma pesquisa que mostra a realidade na qual os mesmos estão inseridos.
Concluiu-se que a sua clientela é composta por alunos que residem no próprio Distrito e na zona
rural, podendo ser inseridos na categoria classe média baixa, ligados a atividades agrícolas e
também vínculos empregatícios assalariados.
RELATÓRIO DA PESQUISA REALIZADA COM A COMUNIDADE ESCOLAR
Em pesquisa realizada com todos os alunos deste Estabelecimento de Ensino constatou-
se que os mesmos almejam um ambiente escolar bem organizado no que diz respeito à estrutura
física. Para eles, o pátio da escola pode tornar-se um ambiente agradável onde cada aluno possa
reconhecer suas responsabilidades, mantendo a limpeza e a disciplina.
Observou-se ainda que alguns alunos gostariam de ter a possibilidade de adquirir o
uniforme solicitado pela escola vendo nisso uma forma de segurança dos mesmos. Reiteramos
que, a escola solicita ao aluno que não dispõe de condições para comprar o uniforme, faça uso
ao menos de uma camiseta branca.
Com relação ao horário das aulas, demonstraram a insatisfação com aulas geminadas
argumentando que este processo prejudica a aprendizagem, pelo fato de proporcionar um certo
cansaço, principalmente nas aulas em que envolve o cálculo mental.
Quanto à avaliação os alunos sugeriram que além dos critérios já utilizados como provas
dissertativas e a avaliação contínua do dia a dia que fossem inseridos os gabaritos de respostas.
Pois segundo eles já ficariam acostumados a esse processo quando forem participarem de
vestibular ou algum concurso. Sendo assim, a equipe pedagógica, bem como os professores,
acreditam que a avaliação deve levar em consideração não apenas os aspectos quantitativos,
mas sim os qualitativos ou ainda a avaliação é um recomeçar sempre, pois a avaliação significa
antes de tudo avaliar a sua ação.
Portanto, considera-se que a mensuração e a quantificação não devem ser um processo
mecânico e arbitrário; não é, como alguns pensam, isso que dá caráter científico à ciência, nem
lhe assegura a objetividade e a precisão, ainda que seja importante para isso. Ela é um momento
importante do desenvolvimento do conhecimento alcançado, porém não pode haver
quantificação e medição se estas não passam pela análise qualitativa e a acumulação de
conhecimentos e reflexões sobre o que se pretende medir.
Quando perguntado sobre os recursos tecnológicos os mesmos solicitaram com
veemência uma sala de informática e um rádio para atividades culturais.
No que diz respeito à biblioteca os alunos gostariam de utilizar esse recurso também
fora do horário de aula, pois a escola só dispõe de bibliotecário no período da tarde. Isso
favoreceria as pesquisas e as leituras, uma vez que esses alunos não dispõem desse ambiente e
acervo bibliográficos em suas casas. Outro aspecto é a junção da biblioteca e sala de vídeo no
mesmo espaço. Para os alunos, cada qual deveria ter um espaço específico, pois, a
disponibilidade de tais ambientes atenderia um maior número de alunos.
Em relação à merenda escolar, foi constatada a necessidade de um cardápio mais
variado onde sejam inseridos legumes e verduras.
Por fim diante dos resultados da pesquisa analisamos que a clientela escolar fica
satisfeita em dar suas sugestões para melhoria de itens que tornem a escola um ambiente cada
vez mais agradável e onde o conhecimento e o aprendizado possam ser acessíveis a todos.
Sendo assim várias ações serão realizadas conjuntamente no sentido de adequar, na
medida do possível, as exigências reiteradas pela clientela escolar.
RESULTADOS DOS DADOS DA PESQUISA REALIZADA A PARTIR DOS ASPECTOS
SÓCIO-ECONÔMICOS DA COMUNIDADE ESCOLAR.
GRÁFICO 1: Marco Situacional – Realidade da Escola.
93,48%
5,43%1,09%
Com quem você reside?
Pais ............................................
Avós ...........................................
Outros ........................................
FONTE: Dados da pesquisa.
Ao analisar o gráfico acima percebemos que os alunos da Escola Estadual de Vidigal em
sua maioria moram com seus familiares. Apesar da Escola Estadual de Vidigal considerar a
família um alicerce para a vida do educando isto não tem se comprovado na prática porque
mesmo os alunos estando inseridos no contexto familiar estes demonstram problemas no
emocional e financeiro, desencadeando dificuldades na aprendizagem. Considera-se que os
educandos não têm acesso a livros, jogos e principalmente uma interação familiar. Nesta
perspectiva, sugere-se que a escola esteja se organizando no sentido de fazer um trabalho
direcionado para as famílias desses alunos.
GRÁFICO 2: Marco Situacional – Realidade da Escola.
FONTE: Dados da pesquisa.
O resultado deste gráfico mostra que praticamente todos os pais dos alunos têm um
ganho mensal ou diário, sendo este um fator muito positivo para a nossa atual realidade.
Contudo, o que é preocupante é a diferença extrema entre os que ganham 1 salário mínimo e os
que têm maior renda, ou seja, os alunos inseridos nas famílias mais carentes não conseguem
suprir as suas necessidades básicas.
GRÁFICO 3: Marco Situacional – Realidade da Escola.
FONTE: Dados da pesquisa.
O que se percebe a partir do resultado é que as famílias enfrentam grande dificuldade
por terem uma renda baixa. Isso com certeza refletem no processo ensino aprendizagem dos
alunos, pois, não se pode desconsiderar o social. Em alguns casos o aluno apresenta carência
afetiva e financeira, prejudicando-o em seu desempenho dentro da sala de aula. Muitos
95,65%
1,09%3,26%
Seus pais trabalham?
Sim .............................................
Não ............................................
As vezes ....................................
39,13%
47,83%
13,04%
Qual a sua renda familiar?
1 salário .....................................
2 a 3 salários ............................
4 ou mais salários ....................
gostariam de adquirirem o material escolar como, cadernos, lápis, borrachas, canetas e desta
forma não depender exclusivamente da escola.
GRÁFICO 4: Marco Situacional – Realidade da Escola.
29,35%
51,09%
19,57%
Qual o grau de escolaridade de seu pai?
1º grau completo .......................
1º grau imcompleto ..................
2º grau .......................................
3º grau .......................................
FONTE: Dados da pesquisa.
O resultado do gráfico acima e abaixo denota que um grande número de pais possui o
primeiro grau incompleto e pelos dados obtidos em conversa com os alunos, a maioria desses
não concluíram nem mesmo as primeiras séries iniciais.
GRÁFICO 5: Marco Situacional – Realidade da Escola.
33,70%
50,00% 15,22%
1,09%
Qual o grau de escolaridade de sua mãe?
1º grau completo ......................
1º grau imcompleto ..................
2º grau .......................................
3º grau .......................................
FONTE: Dados da pesquisa.
OBJETIVOS DA UNIDADE
- Garantir um ensino de qualidade e a apropriação do conhecimento científico acumulado
pelos homens durante todo o processo de produção histórica;
- Possibilitar através de uma prática pedagógica comprometida com a formação para a
cidadania a elevação do nível de consciência crítica que possibilite uma reflexão sobre a
realidade social estabelecida nos dias de hoje, para que se possam formar cidadãos atuantes
na sociedade vigente;
- Garantir o acesso e a permanência do aluno na escola, assegurando-lhe um processo
ensino/aprendizagem que o valorize como ser social;
- Garantir a toda comunidade escolar participação democrática nas decisões que envolvam
questões da vida escolar deste estabelecimento;
PARTE II
MARCO CONCEITUAL
PRESSUPOSTOS FILOSÓFICOS E PRINCÍPIOS GERAIS
MUNDO / HOMEM
Sabe-se que o que caracteriza o homem é o fato dele necessitar continuamente estar
produzindo a sua existência. Em outros termos, o homem é um ser natural peculiar, distinto dos
demais seres naturais, pelo seguinte: enquanto estes em geral – os animais inclusive – adaptam-
se à natureza e, portanto, têm já garantidas, pela própria natureza, suas condições de existência,
o homem precisa adaptar a natureza a si, ajustando-a, seguindo suas necessidades. Esta é a
marca distinta do homem, que surge no universo, no momento em que um ser natural se destaca
da natureza, entra em contradição com ela e, para continuar existindo, precisa transformá-la. Eis
a razão pelo qual o que define a essência da realidade humana é o trabalho, pois é através dele
que o homem age sobre a natureza, ajustando-a as suas necessidades.
O que se chama de desenvolvimento histórico não é outra coisa senão o processo através
do qual o homem produz a sua existência no tempo. Agindo sobre a natureza, ou seja,
trabalhando o homem vai construindo o mundo histórico, vai construindo o mundo da cultura, o
mundo humano.
SOCIEDADE E CULTURA
Com relação à sociedade e a cultura, a Pedagogia Histórico-Critica considera importante
os contatos tanto entre educadores e alunos como destes com o meio social, além de considerar
aspectos da intervenção da sociedade na escola.
Considerando que as funções exercidas pelo homem e sua maneira de pensar o mundo
em que vive originam-se do contato com o meio social, a tendência Histórico-Critica denota
importância a toda experiência trazida deste meio social, pois dentro e fora da escola as crianças
estabelecem relações que lhes mostram um enorme universo cultural.
Nesse sentido a educação ocorre a todo o momento de maneira não intencional, a qual
refere-se às influências do contexto social e do meio ambiente sobre os indivíduos, tendo como
pressuposto que toda cultura é produzida por grupos através do trabalho humano, que retira dos
recursos naturais os meios de sobrevivência, colocando a natureza a seu serviço e
transformando-a de maneira que venha atender às necessidades humanas.
Para entendermos a tendência Histórico-Critica devemos ter em mente que existem
diferenças entre as atividades curriculares e extracurriculares, sendo aquelas consideradas como
primárias e estas como secundárias.
A prática educativa não é apenas uma exigência da vida em sociedade, mas também o
processo de prover os indivíduos dos conhecimentos e experiências culturais que os tornem
aptos a atuar no meio social e a transformá-lo em função das necessidades econômicas sociais e
políticas da coletividade.
Como o trabalho docente é uma das modalidades específicas da prática educativa mais
ampla que ocorre na sociedade, cabe ao educador ajudar a criança a se apropriar dos conteúdos,
crenças e valores de sua sociedade.
Ao analisar o processo ensino aprendizagem através da tendência Histórico-Critica,
pode-se observar que as finalidades e os meios da educação subordinam-se à estrutura das
relações entre as classes sociais, ou seja, são socialmente determinados.
Sendo assim, dentro desta tendência, além de haver uma valorização das experiências
trazidas pelos alunos de seus contatos extracurriculares deve-se tomar o devido cuidado durante
o processo ensino – aprendizagem instigando os alunos à crítica dos conteúdos culturalmente
determinados.
Neste início de século a sociedade tem passado por grandes transformações, refletindo
intensamente na vida das pessoas desafiando as organizações e as instituições para a
necessidade de mudanças em seus propósitos, suas políticas, suas estruturas e seus
procedimentos.
Nessa perspectiva, o real compromisso da escola é a transmissão de conhecimentos
numa dinâmica de reflexão histórica que possibilite ao educando: observar, analisar, conhecer,
compreender, refletir, interpretar e pensar criticamente a realidade da sociedade em que está
inserido, tornando-se capaz de atuar como agente transformador.
[...] No plano sócio econômico, o ajustamento de nossas sociedades à
globalização significa dois terços da humanidade excluídos dos direitos
básicos de sobrevivência, emprego, saúde, educação. No plano cultural e ético
– político, a ideologia neoliberal prega o individualismo e a naturalização da
exclusão social, considerando-se este como sacrifício inevitável no processo
de modernização e globalização da sociedade. No plano educacional, a
educação deixa de ser um direito e transforma-se em serviço, em mercadoria,
ao mesmo tempo em que se acentua o dualismo educacional: diferentes
qualidades de educação para ricos e pobres.
[...] Para serem enfrentados os desafios do avanço acelerado da ciência e da
tecnologia, da mundialização da economia, da transformação dos processos
de produção, do consumismo, do relativismo moral, é preciso, um maciço
investimento na educação escolar. É preciso reconhecer a urgência da
elevação do nível científico, cultural e técnico da população, para o que se
torna inadiável e universalização da escolarização básica de qualidade
(Libâneo, 1998).
CONHECIMENTO
A aprendizagem ocorre através da interação entre o aluno e o conteúdo a ser ensinado,
desta forma o aluno é o construtor de seu conhecimento, cabendo ao professor o papel de
mediar, criar condições propícias para que isto possa se tornar real.
No processo de construção do conhecimento o professor deve respeitar as características
individuais dos alunos, bem como o ritmo de cada um. No entanto, isto não significa que o
professor em sua tarefa como mediador do conhecimento deva deixar de propor novas
situações, mediante as dificuldades dos alunos, pois, cada nova situação mesmo que não
resolvida poderá acrescentar algo que será de importância fundamental para a construção do
conhecimento. O professor deve sempre instigar o aluno para o conhecimento, favorecendo
novas situações que levam a novas formas de solucionar o mesmo problema.
Desta maneira, mesmo que em primeiro momento o aluno erre, as novas situações
propostas pelos educadores farão com que o próprio aluno descubra onde errou e faça do erro
um trampolim para a construção de um degrau a mais na escala do conhecimento.
Nessa perspectiva cada aluno poderá ser reconhecido socialmente como capaz; e ser
capaz diz respeito ao sujeito que lê criticamente a realidade e formula solução para os
problemas que detecta. Em resumo, o grande desafio da escola é tornar o aluno um cidadão
crítico, ciente de seu compromisso político.
Para que isso ocorra é necessário que o professor saiba dar sentido em todas as
atividades que as crianças praticam, pois cada atividade traz a possibilidade de novas
aprendizagens e provoca novos desenvolvimentos, o que retoma os fatos da existência de
inúmeros sujeitos sociais que auxiliam na construção do conhecimento.
O conhecimento é proveniente da forma com que os homens se relacionam, assim, é a
própria sociedade que produz a sua realidade histórico-social, daí a importância de inserir o
aluno nas práticas sociais, pois, são estas práticas através do caminhar da humanidade que
definem e produzem os objetos de conhecimento da sociedade.
Em resumo, o conhecimento é construído pelo aluno, mediante a associação do
mediador que é o professor, dos materiais de ensino (exemplo: os livros), dos sujeitos sociais,
que são as próprias experiências individuais do aluno, bem como as experiências adquiridas na
coletividade. Subtende-se, então, que o conhecimento não é algo estático, mas sim algo em
eterno movimento, pois é fruto das relações humanas. Partindo deste raciocínio, chegamos a
conclusão de que é preciso defender a idéia de um Projeto Político Pedagógico discutido no
coletivo que privilegia a realidade do aluno, bem como seu conhecimento adquirido em
experiência externa à escola, oferecendo as mesmas condições para que a partir do
conhecimento da sua realidade possa compreender as relações sociais estabelecidas.
EDUCAÇÃO
Em um sentido amplo, a educação compreende os processos formativos que ocorrem no
meio social. Em sentido restrito, a educação ocorre em instituições específicas, escolares ou
não, com finalidades explícitas de instrução e ensino mediante uma ação consciente, deliberada
e planificada, embora sem separar-se daqueles processos formativos gerais.
Então educação é um fenômeno social. Isso significa que ela é parte integrante das
relações sociais, econômicas, políticas e culturais de uma determinada sociedade. Na sociedade
brasileira atual, a estrutura social se apresenta dividida em classes e grupos sociais com
interesses distintos e antagônicos; esse fato repercute tanto na organização econômica e política
quanto na prática educativa. Assim, as finalidades e meios da educação subordinam-se à
estrutura e dinâmica das relações entre as classes sociais, ou seja, são socialmente determinadas.
Isso significa que a prática educativa, e especialmente os objetivos e conteúdos do ensino e o
trabalho docente, estão determinados por fins e exigências sociais, políticas e ideológicas.
Se a educação é determinada pela sociedade, então ela também interfere sobre a
sociedade, podendo contribuir para a formação de uma outra consciência.
A educação, portanto, não transforma de modo direto e imediato e sim de modo indireto,
isto é, agindo sobre os sujeitos da prática. Portanto a teoria em si não transforma o mundo, mas
contribui para a sua transformação, para isso tem que sair de si mesma, e, em primeiro lugar
tem que ser assimilada pelos que vão ocasionar com seus atos reais, efetivos, tal transformação.
Entre a teoria e a atividade prática se insere um trabalho de educação das consciências, de
organização dos meios materiais e planos concretos de ação; tudo isso como passagem
indispensável para desenvolver ações reais efetivas. Nesse sentido, uma teoria é prática segundo
Saviani, na medida em que materializa, através de uma série de mediações, o que antes só
existia idealmente, como conhecimento da realidade ou antecipação ideal de sua transformação.
Assim, a partir dessas reflexões Saviani define educação como “uma atividade
mediadora do seio da prática social global” (SAVIANI, 1991, p. 120). Daí porque a prática
social foi tomada como ponto de partida e ponto de chegada na concretização dos momentos do
método de ensino por Saviani preconizado.
ESCOLA
A escola é determinada socialmente. A sociedade em que vivemos está fundada no modo
capitalista de produção, e dividida em classes com interesses opostos, portanto, a escola sofre a
determinação do conflito de interesses que caracteriza a sociedade.
A classe dominante procura através da escola reafirmar seus interesses evitando a
transformação da sociedade, ela acredita que a escola deve oferecer aos trabalhadores o mínimo
necessário para que estes possam produzir fazendo crescer o capital.
Segundo Saviani os interesses dos dominantes estão bem claros nos conteúdos ditados
pela escola e é a partir deles que poderemos fazer uma profunda reforma na escola. Diz ele:
Se os membros das camadas populares não dominam os conteúdos culturais,
eles não podem fazer valer os seus interesses, porque ficam desarmados
contra os dominadores, que se servem exatamente desses conteúdos culturais
para legitimar e consolidar a sua dominação. Eu costumo, às vezes, enunciar
isso da seguinte forma: o dominado não se liberta se ele não vier a dominar
aquilo que os dominantes dominam. Então dominar o que os dominantes
dominam é condição de libertação (SAVIANI, 1994, p. 78).
Neste sentido a escola deve valorizar o conteúdo como uma forma de proporcionar uma
mudança no interior da própria escola:
Pedagogia revolucionária esta que identifica as propostas burguesas como
elementos da recomposição de mecanismos hegemônicos e se dispões a lutar
concretamente contra a recomposição desses mecanismos, no sentido de abrir
espaço para as forças emergentes da sociedade, para as forças populares, para
que a escola se insira no processo mais amplo de construção de uma nova
sociedade. (SAVIANI, 1991, p. 67/68).
Uma pedagogia articulada com os interesses populares valorizará, pois, a escola e estará
interessada em métodos eficazes para que a escola funcione bem.
Dessa forma, serão métodos que estimularão a atividade e iniciativa dos alunos sem
abrir mão da iniciativa do professor e favorecerão o diálogo dos alunos entre si e com o
professor, mas sem deixar de valorizar o diálogo com a cultura acumulada historicamente,
levarão em conta os interesses dos alunos, os ritmos de aprendizagem e o desenvolvimento
psicológico, mas sem perder de vista a sistematização lógica dos conhecimentos, sua ordenação
e graduação para efeitos do processo de transmissão – assimilação dos conteúdos cognitivos.
Neste processo, Saviani considera que a apropriação dos conhecimentos se da a partir
dos seguintes passos:
O primeiro passo, é o ponto de partida que é comum a professor e aluno. Ou seja, o
professor a partir do conhecimento que o aluno traz para a escola, o levaria a um saber
sistematizado.
O segundo passo (problematização) trata-se de detectar que as questões precisam ser
resolvidas no âmbito da prática social, e, em conseqüência, que conhecimento é necessário
dominar.
O terceiro passo chamado por Saviani de instrumentalização, trata-se da apropriação
pelas camadas populares das ferramentas culturais necessárias à luta que travam diretamente
para se libertar das condições de exploração em que vivem.
O quarto passo chamado catarse, trata-se da efetiva incorporação dos instrumentos
culturais, transformados agora em elementos ativos de transformação social.
E o quinto passo ou ponto de chegada é a própria prática social, onde os alunos deverão
alcançar a capacidade de expressarem uma compreensão da prática em termos tão elaborados
quanto era possível ao professor.
A escola com que sonhamos é aquela que assegura a todos a formação
cultural e científica para a vida pessoal, profissional e cidadã, possibilitando
uma relação autônoma, crítica e construtiva com a cultura em várias
manifestações: a cultura provida pela ciência, pela técnica, pela estética, pela
ética, bem como pela cultura paralela (meios de comunicação de massa) e
pela cultura cotidiana. E para quê? Para formar cidadãos participantes em
todas as instâncias da vida social contemporânea... (LIBANEO, 1984, p. 56)
ENSINO
Atualmente é difícil explicar o verdadeiro sentido da palavra ensinar, pois as condições
oferecidas ao ensino em nosso país encontram-se precárias. Tanto os professores quanto os
alunos encontram-se desmotivados para ensinar e aprender.
Desconsiderando as condições atuais enfrentadas pelo ensino pode se dizer que ensinar é
expor-se ao educando com objetivo de auxiliá-lo impensadamente a encontrar a ciência pelo
caminho da consciência; que é do outro, do mundo e de si mesmo. Em outras palavras ensinar é
tentar fazer com que o aluno tenha uma jornada inesquecível através do conhecimento. É algo
que nasce em um compromisso de vida, de uma paixão pelo saber e de um gosto pelos
encontros humanos.
Ensinar é uma forma de intervir em vidas humanas não pela invasão, mas sim pelo
convite. Uma coisa é convidar o educando a viver e esgotar os conflitos naturais da vida, outra
diversa é o mestre passar-lhe visões do mundo que vê de dentro dos seus conflitos pessoais, pois
é neste ponto que se dá o engradamento de desencontros interiores incessantemente
transmitidos aos alunos.
Enfrentar os conflitos e inserir os alunos no processo de aprendizagem. Não estamos
falando apenas da inclusão dos alunos que apresentam necessidade, mas incluir toda a clientela
e rever a possibilidade de cada aluno, o seu potencial.
Para que isso se contemple na escola, e diversidade cultural será ensejada tendo em vista
que:
“A diversidade sócio-étnico-cultural significa entender, em primeiro plano, que na
atuação de classe agregam-se outras condições tais como: pertencimento étnico, diferenças
etárias, de gênero, geográficas, religiosas, de visões de mundo, projetos individuais, desejos,
valores, experiências vividas e ressignificadas etc. As diferenças culturais encontram-se
agregadas à condição de classe social, portanto não se trata de categorias que se opõem e nem
de categorias que possam ser substituídas uma pela outra. Existem situações entendidas como
culturais que são usadas para manter certos segmentos sociais na exclusão. Portanto classe
social, origem étnica e situação cultural fazem parte de uma totalidade, na qual as diferenças são
transformadas em desigualdades, mas não aparecem como tais”.
De maneira prática o ensino ocorre dentro ou fora de uma sala de aula, nos momentos de
prática pedagógica, onde o aluno está em busca de conhecimentos específicos e o professor
proporciona condições a ele para alcançá-los através dos relacionamentos humanos e da
exploração temática de conteúdos.
Devemos levar em conta três pontos fundamentais para a compreensão do ato de
ensinar:
É necessário saber apresentar e discutir os conteúdos trabalhados;
É preciso auxiliar o aluno a descobrir o valor da autodisciplina;
É importante desenvolver os itens citados através de uma postura simples, mas marcante, a
iluminação do viver e do conviver.
Saber como apresentar um conteúdo e saber esclarecer para o educando a sua
importância. A motivação também é importante no ensino, pois, quando motivados os alunos
não encontram dificuldades par ouvir e debater os conteúdos trabalhados. A autodisciplina é
outra questão a ser trabalhada no ensino é de fundamental importância que o professor
contribua para que os próprios alunos descubram o valor da autodisciplina.
Para que os objetivos do professor sejam alcançados o profissional da educação deve se
colocar numa posição de educador, vendo a profissão não um simples trabalho, mas um ideal de
vida. Resumidamente, a comunidade escolar necessita desenvolver ações que demonstram
compromisso pelo que se ensina, não perdendo jamais a confiança no homem nutrindo respeito
às vidas que lhe foram confiadas.
PROFESSOR E ALUNO
O professor na perspectiva histórico – social é o mediador entre o conhecimento do
senso comum e o conhecimento científico, portanto este precisa ter além da competência
técnica, compromisso político, porque é através do seu trabalho que se formarão seres
conscientes e comprometidos com as gerações futuras.
O trabalho docente visa nessa concepção, a partir das relações econômicas e históricas
modificarem os seres humanos no que diz respeito à educação e cultura, desta forma, o aluno
torna-se um ser ativo, sujeito do seu próprio conhecimento, inserido numa coletividade
historicamente determinada.
O professor nesse processo precisa ver o seu trabalho como parte de uma ação social
global, para isso precisa ter um amplo conhecimento teórico sobre o real histórico para que
tenha condições de pensar e agir sobre essa realidade concreta, só assim conseguirá atingir na
sua prática uma dimensão histórica no que diz respeito ao processo de conhecimento.
O trabalho de professor assim concebido precisa abranger uma totalidade de
componentes que lhe dêem condições de pôr em prática o ato educativo e possibilitem ao aluno
construir-se como ser social.
Para tanto o professor precisa assumir que seu trabalho é influenciado por determinantes
políticos, econômicos, sociais, biológicos e psicológicos, estes determinantes podem facilitar ou
dificultar a apropriação do saber pelo aluno, por isso o professor necessita assumir sua postura
política se pretende ter como princípios teóricos àqueles que norteiam a pedagogia Histórico-
Crítica.
É mister selecionar os conteúdos que realmente possam formar o aluno para a vida e
organizá-los numa seqüência lógica, de forma que através da sistematização destes conteúdos o
aluno possa aprender de forma significativa.
Durante a prática pedagógica o professor necessita estar subsidiado por uma teoria que
seja capaz de tornar a sua prática mais fundamentada, além disso, é necessários também o
envolvimento com aquilo que ele está realizando e para isso alguns fatores são fundamentais:
– Conhecer e valorizar a prática social diária de seus alunos, tanto quanto as suas experiências
sociais concretas;
– Conhecer como se dão os processos psicológicos e biológicos envolvidos na aprendizagem;
– Dominar os conteúdos a serem trabalhados;
– Selecionar conteúdos significativos do saber elaborado historicamente que sejam úteis para
a vida cotidiana e tenham valor para a formação interdisciplinar e contextualizada;
– Conhecer atividades motivadas e dinâmicas de grupo que possam estimular os alunos para
aprendizagem;
– Ter conhecimentos teóricos – metodológicos e práticas que possam dar instrumentos para o
enfrentamento dos desafios diários da prática pedagógica, estando ciente de que a escola faz
parte de um contexto social histórico determinado.
A partir do momento que o aluno rompe com o conhecimento do senso comum e atinge
o conhecimento de forma mais elaborada através da mediação do professor, aquele
conhecimento passa a ser útil e significativo para ele.
Portanto o conhecimento precisa ir além do concreto, preciso atingir o “empírico”, a
experimentação é passar do real, para o real pensado, o concreto que foi produzido
historicamente por homens determinados em épocas determinadas até se chegar à abstração
daquele conhecimento que tinha como suporte o concreto real.
O trabalho docente baseia-se em três momentos: a cínclise, a análise e a síntese.
– A cínclise é a visão global de um todo fragmentado.
– A análise é o momento do desenvolvimento do real.
– A síntese é a integração entre os conhecimentos adquiridos, que levam a “novas formas de
ação”.
Desta forma a prática docente é mediadora entre o indivíduo e a sociedade, entre a
vivência do aluno e a cultura humanística. Portanto, o aluno é um “ser concreto histórico,
síntese de múltiplas determinações, produto de condições sociais e culturais” (Libâneo, 1984).
É com esses critérios que a avaliação da Escola Estadual de Vidigal será organizada,
considerando o que o aluno tem em seu potencial aliado ao trabalho docente, para chegarmos a
catarse, que é a prática final contextualizada. Por isso não visa o fator qualitativo e não somente
quantitativo da aprendizagem.
FILOSOFIA DA ESCOLA
Vivemos num momento que apesar das lutas de classes, onde existem os dominantes e
dominados as chances de transformações desta sociedade tem sido pequena. Isso ocorre porque
os dominantes (a burguesia) possuem fortes instrumentos de repressão contra eventuais e
tímidos protestos da classe dominada. Cabendo a classe trabalhadora (dominada) apenas
cumprir seu papel a partir de normas e leis vindas da classe dominante, que visam somente
manter seus interesses e o poder.
Sendo a escola uma instância da sociedade com pessoas e condições concretas, a
definição de seu papel depende da função social que se quer dar a ela.
Sabe-se que a classe dominante não tem interesse na transformação histórica da escola
(ela está empenhada na preservação de seu domínio, portanto apenas acionará mecanismos de
adaptação que evitem a transformação), para que ocorra mudança é preciso de uma teoria crítica
formulada a partir do ponto de vista do interesse dos dominados.
Assim, partindo desse pressuposto, cabe a escola pública a garantia de educação a todos,
e, principalmente atender as camadas populares, assegurando a posse sistemática do saber
científico historicamente produzido pelos homens, partindo das experiências de vida e da
realidade social daquele a quem deve educar. Logo, a função social e política da escola pública
de qualidade são a formação do cidadão participativo, responsável, e criativo, através da
apropriação, construção e reelaboração de conhecimentos produzidos nas relações sociais.
Então cabe à escola ensinar, e ensinar bem, transmitindo aos educandos o saber
historicamente produzido, sistematizado na forma de conteúdos escolares, explicitando as
relações sociais da época em que vivem. Para tanto, há necessidade de uma metodologia
dialética, que pressuponha o conhecimento como aquele construído pelo sujeito na sua relação
com outros sujeitos e o objeto do conhecimento.
O método dialético do conhecimento está centrado em três momentos: a cínclise, que é a
“visão do todo, a análise que são as abstrações e determinações mais simples”, e a síntese, que é
uma rica totalidade de determinações e de relações numerosas. Isto é, a relação entre a teoria e a
prática, onde partindo do senso comum levamos nosso aluno a uma reflexão, um
questionamento para o agir, com uma consciência crítica.
Assim, cabe ao professor partir das experiências que o aluno traz do seu cotidiano,
mostrar-lhe o conhecimento sistematizado pelo homem no decorrer da história (conteúdo
científico), ampliando os conteúdos, através da construção e reelaboração do saber.
Nessa perspectiva, a avaliação deve ser um processo contínuo e diagnóstico de
acompanhamento, possibilitando a criação de vínculos entre o ensino e aprendizagem,
conduzindo a pistas que possibilitem a superação dos obstáculos encontrados pelos alunos e
pelos professores, e que permite objetivamente o progresso dos alunos e a aproximação do
objetivo previamente traçado, onde se quer que cheguem sempre partindo de situações reais.
A teoria educacional que esta de acordo com os deveres da escola e as perspectivas da
classe dominada é a Pedagogia Histórico-Crítica, termo usado por Dermeval Saviani:
[...] o que quero traduzir com a expressão “Pedagogia Histórico-Crítica” é o
empenho em compreender a questão educacional a partir do desenvolvimento
histórico objetivo. Portanto, a concepção pressuposta nesta visão da
Pedagogia Histórico-Crítica é o materialismo histórico, ou seja, a
compreensão da história a partir do desenvolvimento material, da
determinação das condições materiais da existência humana (SAVIANI, 1991,
p. 78).
Alguns teóricos, como Dermeval Saviani acreditam que a partir desta teoria é possível
articular uma proposta pedagógica cujo ponto de referência, e cujo compromisso, seja a
transformação da sociedade e não sua manutenção e perpetuação.
Em consonância a Escola Estadual de Vidigal tem se organizado para realizar essa
articulação entre teoria e prática visando melhores resultados na aprendizagem. Na medida do
possível os professores são orientados na revisão da metodologia e das estratégias utilizadas nas
salas de aula.
ABORDAGEM METODOLÓGICA
É dever da escola definir como tratará o conhecimento, o que pensa ser conhecimento e
como será adquirido. Baseada na sua realidade e no sentido sociológico e filosófico da proposta
escolherá sua linha pedagógica de ação.
A escola tratará o conhecimento como resultados críticos da ciência e da filosofia, na
medida em que procuram desvendar a realidade. Procurando com a transmissão do
conhecimento desenvolver no educando habilidades para que ele possa agir em determinada
situação. E junto com essas habilidades para adquirir habito e convicções que auxiliarão a
entender o significado, assumido por sujeito direcionando-se a vida individual e social.
Diante desta preocupação a escola terá sua metodologia embasada nos passos da
metodologia Histórico-Crítica.
METODOLOGIA DA CONCEPÇÃO HISTÓRICO-CRÍTICA
Nos últimos anos a SEED tem oferecido aos profissionais da educação uma formação
continuada, a qual tem sido de grande contribuição teórica. De outra forma muito tem se falado
na definição metodológica fundamentada na concepção histórico-crítica, e a Escola Estadual de
Vidigal tem procurado corresponder a essa temática teórica. Desse modo a praxe fundamentada
entre teoria e prática garantirá à educação a sustentação ao método. A teoria não subsiste sem a
prática, são interdependentes e de modo mais específico, a prática é o ponto de partida e o ponto
de chegada. Sendo assim, o processo pedagógico deverá ser instrumento da ação pedagógica,
posto que o conhecimento científico deve ser do domínio do professor.
Portanto, a metodologia Histórico-Crítica tem como eixo norteador os estudos
realizados sobre a teoria Histórico-Crítica que deve fundamentar todo o trabalho realizado pela
escola tanto na questão administrativa quanto na pedagógica.
A concepção Histórico-Crítica não é um método de ensino que pretenda trabalhar com
regras específicas de ensino e/ou livros didáticos específicos que devam ser seguidos à risca.
Esta metodologia apenas nos mostra um caminho a seguir para que possam ser
colocados em prática os objetivos dessa concepção pedagógica. Desta forma no sentido de
demonstrarmos claramente o processo pedagógico inserido na pedagogia Histórico-Crítica,
descreveremos, resumidamente, cada uma das cinco fases em que se divide a proposta
metodológica da Pedagogia Histórico-Crítica, evidenciando como entendemos que cada um
desse passos deva ser traduzido para a prática escolar.
1) Prática Social Inicial
Saviani (1991:79-80) ao explicitar essa primeira fase de seu método pedagógico afirma
que ele é ponto de partida de todo o trabalho docente.
Este passo consiste no primeiro contato que o aluno mantém com o conteúdo que será
trabalhado pelo professor. É a percepção que o educando possui sobre o tema de estudo.
Freqüentemente é uma visão de senso comum, empírica, geral, um tanto confuso, sincrética,
onde tudo de certa forma aparece como natural.
O professor, por seu lado, posiciona-se em relação à mesma realidade de maneira mais
clara e, ao mesmo tempo, com uma visão mais sintética.
A diferença entre os dois posicionamentos deve-se, entre outras razões, ao fato de o
professor, antes de iniciar seu trabalho com os alunos, já ter realizado o planejamento de suas
atividades, onde vislumbrou todo o caminho a ser percorrido. Isso lhe possibilita conduzir o
processo pedagógico com segurança dentro de uma visão de totalidade.
Esse passo se caracteriza por ser uma preparação e uma mobilização do aluno para a
construção do conhecimento. É uma primeira leitura da realidade, ou seja, o contato inicial com
o tema a ser estudado (Vasconcelos, 1995:44).
O professor anuncia aos alunos o conteúdo que será trabalhado. Dialoga com eles sobre
esse tema buscando verificar qual domínio que já possuem e que uso fazem na prática social
cotidiana. Realiza ainda um levantamento de questões ou problemas envolvendo essa temática;
mostra aos alunos o quanto já conhece a respeito do conteúdo que será trabalhado; evidencia
que qualquer assunto a ser desenvolvido em aula já esta presente na prática social como parte
construtiva dela.
Esta fase consiste em desafiar os alunos a mostrarem o que já sabem sobre cada um dos
itens que serão estudados.
2- Problematização
Esse passo se constitui o elo entre a Prática Social e a Instrumentalização. É a
“identificação dos principais problemas postos pela prática social. (...) Trata-se de detectar que
questões precisam ser resolvidas no âmbito da Prática Social e, em conseqüência, que
conhecimento é necessário dominar” (Saviani, 1991:80)
Os “principais problemas” são as questões fundamentais que foram apreendidas pelo
professor e pelos alunos e que precisam ser resolvidas, não só pela escola, ou na escola, mas no
âmbito da sociedade como um todo. Para isso se torna necessário definir quais conteúdos os
educadores e os educandos precisam dominar para resolver tais problemas, ainda que,
inicialmente, na esfera intelectual.
A problematização tem como finalidade selecionar as principais questões levantadas na
prática social a respeito de determinado conteúdo. Essas questões orientam todo o trabalho a ser
desenvolvido pelo professor e pelos alunos.
Essa fase consiste, na verdade, em selecionar e discutir problemas que tem sua origem
na prática social, descrita no primeiro passo desse método, mas que se ligam e procedem ao
mesmo tempo também do conteúdo a ser trabalhado. Serão, portanto, grandes questões sociais,
mas limitadas ao conteúdo da unidade que está sendo trabalhada pelo professor.
A problematização é o questionamento do conteúdo relacionado à prática social, em
função dos problemas que precisam ser resolvidos no cotidiano das pessoas.
Relacionando o conteúdo com a prática social definem-se as questões que através desse
conteúdo específico podem ser encaminhadas e resolvidas. Elabora-se uma série de perguntas
que orientam a análise e apropriação do conteúdo.
O processo ensino-aprendizagem, neste caso, está em função das questões levantadas na
prática social e retomadas de forma mais profunda e sistematizada nessa Segunda fase.
Nessa etapa do processo duas são as tarefas principais:
1- Organização dos conteúdos em suas dimensões científica, social e histórica.
2- Levantamento, em cada tópico ou sub-tópico, das principais questões da prática social,
diretamente relacionada aos conteúdos levando em conta as três dimensões apontadas.
Para a execução de cada um desses passos há que se tomar o conteúdo do programa
elaborado e levantar junto com os alunos as questões sociais básicas que abrangem o conteúdo a
ser desenvolvido.
Como o conteúdo será trabalhado levando-se em conta as dimensões científicas, social e
histórica, as perguntas que forem elaboradas devem expressar a mesma perspectiva. Como
forma prática para selecionar as questões fundamentais proceda-se da seguinte maneira: repita-
se cada item do conteúdo e em seguida, formule-se junto com os alunos, questões que abranjam
a totalidade desse tópico nas dimensões assinaladas.
As perguntas selecionadas serão respondidas na fase da Instrumentalização quando aos
alunos estarão efetivamente construindo de forma mais elaborada seus conhecimentos.
A problematização é o fio condutor de todas as atividades que os alunos desenvolverão no
processo de construção do conhecimento.
3-Instrumentalização
Para autores como Saviani, esta fase pode ser descrita da seguinte forma:
É apreensão “dos instrumentos teóricos e práticos necessários ao
equacionamento dos problemas detectados na prática social (...) Trata-se da
apropriação pelas camadas populares das ferramentas culturais necessárias à
luta que travam diuturnamente para se libertar das condições de exploração
em que vivem (SANIANI, 1991, p. 103)
É, portanto o momento de evidenciar que o estudo dos conteúdos propostos está em
função das respostas a serem dadas às questões da prática social que foram consideradas
fundamentais na fase da problematização.
A tarefa do professor e dos alunos desenvolver-se-á através de ações didático-
pedagógicas necessárias á efetiva construção conjunta do conhecimento nas dimensões
científica, social e histórica. Em cada área do conhecimento, os professores utilizarão as formas
e os instrumentos mais adequados para a apropriação construtiva dos conteúdos.
Em sentido prático, retomam-se os conteúdos e, a cada tópico, especificam-se os
processos e os recursos que são utilizados para a efetiva incorporação dos conteúdos, não
apenas como exercício mental, mas como uma necessidade social.
Cada tópico que vai sendo trabalhado deverá responder as questões que a partir dele
foram levantadas e selecionadas na problematização.
Este é o momento do método que faz passar da cínclise à síntese a visão do aluno sobre
o conteúdo escolar presente em sua vida social.
Essa etapa consiste em realizar as operações mentais de analisar, comparar, criticar,
levantar hipóteses, julgar, classificar, conceituar, deduzir, generalizar, discutir, explicar, etc.
Na Instrumentalização o educando e o professor efetivam o processo dialético de
construção do conhecimento que vai do empírico ao abstrato para o concreto.
4) Catarse
Uma vez incorporados os conteúdos e os processos de sua construção, ainda que de
forma provisória, é chegado o momento em que o aluno é solicitado a mostrar o quanto se
aproximou da solução dos problemas anteriormente levantados sobre o tema em questão.
Esta é a fase em que o educando manifesta que assimilou, que assemelhou a si mesmo,
os conteúdos e os métodos de trabalho em função das questões anteriormente enunciadas.
Agora ele traduz oralmente e pôr escrito a compreensão que teve de todo o processo de
trabalho. Expressa sua nova maneira de ver a prática social. É capaz de entendê-la em um novo
patamar, mais elevado, mais consistente e estruturado. É a síntese que o aluno efetua, marcando
sua nova posição em relação ao conteúdo e à forma de sua construção no todo social.
O educando mostra que uma cínclise inicial sobre a realidade social do conteúdo que foi
trabalhado, chega agora a uma síntese, que o momento em que ele estrutura, em nova forma,
seu pensamento sobre as questões que conduziram a construção do conhecimento. Esta é a nova
maneira de entender a prática social. É o momento em que o aluno evidencia se de fato
incorporou ou não os conteúdos trabalhados. De outra forma, a catarse pode ser assim definida:
Catarse é a expressão da nova forma de entendimento da prática social a que
se atendeu (...) O momento catártico pode ser considerado como o ponto
culminante do processo educativo, já que aí que se realiza pela meditação da
análise levada a cabo no processo de ensino, a passagem da cínclise à síntese
(SAVIANI, 1991, p. 80).
Na catarse o aluno mostrara que a realidade que ele conhecia antes como “natural”, se
apropriou do conteúdo, como resolveu as questões propostas, como reconstituiu seu processo de
concepção da realidade social e como enfim passou da cínclise a síntese.
5- Prática Social Final
O ponto de chegada do processo pedagógico na perspectiva Histórico-Crítica é o retorno
à Prática Social.
Conforme Saviani (1991:82), a prática social inicial é a mesma, embora não o seja. É a
mesma enquanto se constitui “o suporte, o contexto, o pressuposto e o alvo, o fundamental e a
finalidade da prática pedagógica. E não é a mesma, se considerarmos que o modo de nos
situarmos em seu interior se alterou qualitativamente pela mediação da ação pedagógica...”
Professor e alunos se modificaram intelectual e qualitativamente em relação a suas
concepções sobre o conteúdo que reconstruíram, passando de um estágio de menor
compreensão científica, social e histórica a uma fase de maior clareza e compreensão dessas
mesmas concepções dentro da totalidade.
Este é o momento em que docente e educandos elaborarão um plano de ação a partir do
conteúdo que foi trabalhado. É a previsão do que o aluno fará e como o desempenhará por ter
aprendido um determinado conteúdo. É o seu compromisso com a prática social, uma vez que
esse método de estudo tem como pressuposto a articulação entre a educação e sociedade.
O passo final desta proposta didático-pedagógica consiste basicamente de dois pontos:
a) Nova postura mental do aluno frente à realidade estudada. É a nova maneira de
compreender o conteúdo situando-o de maneira histórico concreta na realidade.
b) Proposta concreta de ação por ter aprendido um determinado conteúdo. É o
compromisso concreto do aluno. É o que ele fará na vida prática, em seu cotidiano,
tanto individualmente como coletivamente.
A prática Social Final é o momento da ação consciente do educando na realidade em que
vive.
CONCLUSÃO
A proposta metodológica da Pedagogia Histórico-Crítica é um caminho de apropriação e
de reconstrução do conhecimento sistematizado buscando evidenciar que todo o conteúdo que é
trabalhado na escola é uma expressão de necessidades sociais historicamente situadas.
Esse conteúdo é reapropriado e reelaborado pelo aluno através do processo pedagógico e
retorna agora, de maneira nova e compromissada para o cotidiano social a fim de ser nele um
instrumento a mais na transformação da realidade.
Os passos pedagógicos de construção do conhecimento escolar, apresentados aqui de
maneira formal, aparecem como se fossem independentes e estanques, mas, na realidade prática
deles constitui um todo indissociável e dinâmico, onde cada fase interpreta as demais.
Assim, as práticas sociais iniciais e finais, são o contexto de onde provem e para onde
retorna o conteúdo reelaborado pelo processo escolar. A problematização, a instrumentalização
e a catarse são três passos de efetiva construção do conhecimento para a prática social.
PARTE III
MARCO OPERACIONAL
Construir o marco operacional do Projeto Político Pedagógico constitui-se também um
dos momentos mais importantes deste trabalho. Isto porque é o momento da práxis, ou seja, é a
teoria subsidiando o fazer na escola.
Mas a ação que se presume subsidiada pela teoria não se faz individualmente porque é
necessário o envolvimento de todos os segmentos da escola visando a sua melhoria. Neste
sentido, elaboramos um plano de ação anual que serve para visualizarmos de forma global as
metas que queremos alcançar. Podemos dizer que ele se constitui em um diário escolar.
Contudo, houve a necessidade de um plano específico o qual nasceu a partir do
conhecimento dos aspectos a serem melhorados. Vale ressaltar que este conhecimento se deu
através de debates e pesquisas no âmbito escolar. No entanto para que as ações fossem
projetadas, nos reunimos em Conselho de Classe, onde analisamos os aspectos requeridos pela
comunidade escolar dentre os quais podemos citar:
- Melhoria no aspecto físico da escola;
- Melhoria no processo ensino-aprendizagem;
- Interação entre professor e aluno;
- Avaliação;
- Biblioteca/sala de vídeo;
- Merenda escolar;
- Horário de aulas;
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LIBANEO, José Carlos. Adeus Professor, Adeus Professora? Novas e exigências
educacionais e profissão docente, v. 67, questões da nossa época, Ed. Cortez. São Paulo, 1998.
LIBANEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública. A pedagogia crítico-social dos
conteúdos. Edições Loyola. Coleção Educar I. São Paulo, 1984. (Excertos)
SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. 20ª edição. São Paulo, Cortez, 1994.
SAVIANI, Dermeval. Pedagogia Histórico-Crítica, primeiras aproximações. 2ª edição.
Editora Cortez, 1991.
VASCONCELOS, Celso dos Santos. Algumas Observações sobre a Mudança na Prática da
Avaliação. IN: Revista de Educação AEC. Ano 24, Brasília – DF, Jan/Mar/1995 (Excertos) p.
87-97.