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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS CEEBJA – CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE IRATI ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO IRATI - PR 2012

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E

ADULTOS DE IRATI

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

IRATI - PR

2012

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Sumário1. APRESENTAÇÃO............................................................................................................112. INTRODUÇÃO................................................................................................................2

2.1.IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA...............................................................................22.2.ASPECTOS HISTÓRICOS.........................................................................................22.3.ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO...................................................................42.4.OFERTA DE CURSOS E MODALIDADES.............................................................72.5. ORGANIZAÇÃO.......................................................................................................8

2.5.1. ORGANIZAÇÃO COLETIVA..........................................................................92.5.2.ORGANIZAÇÃO INDIVIDUAL.......................................................................92.5.3.NÍVEL DE ENSINO............................................................................................92.5.4.AÇÕES PEDAGÓGICAS DESCENTRALIZADAS........................................102.5.5.FREQÜÊNCIA..................................................................................................102.5.6.EXAMES SUPLETIVOS..................................................................................10

23. OBJETIVOS...................................................................................................................1134. MARCO SITUACIONAL.............................................................................................1345. MARCO CONCEITUAL...............................................................................................17

5.1. SOCIEDADE............................................................................................................195.2. MUNDO...................................................................................................................195.3. HOMEM...................................................................................................................205.4. EDUCAÇÃO............................................................................................................215.5. ESCOLA...................................................................................................................225.6. CONHECIMENTO..................................................................................................235.7. INFÂNCIA...............................................................................................................245.8. ADOLESCÊNCIA....................................................................................................255.9 ALFABETIZAÇÃO .................................................................................................275.10 LETRAMENTO......................................................................................................275.11. NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS...............................................285.12. INCLUSÃO............................................................................................................285.13. ADAPTAÇÃO CURRICULAR.............................................................................305.14. AVALIAÇÃO........................................................................................................30

56. CURRICULO.................................................................................................................316.1.1. ENSINO FUNDAMENTAL - FASE II............................................................326.1.2. ENSINO MÉDIO..............................................................................................34

67. ORGANIZAÇÃO DA HORA-ATIVIDADE................................................................3578. CALENDÁRIO ESCOLAR...........................................................................................3589. REGIMENTO ESCOLAR............................................................................................38910. INCLUSÃO SOCIAL..................................................................................................38

10.1 NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS....................................................3810.2. DIVERSIDADE.....................................................................................................42

1011. AVALIAÇÃO............................................................................................................4311.1. DA RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS...................................................................4411.2. DA PROMOÇÃO...................................................................................................4411.3. DA CLASSIFICAÇÃO..........................................................................................4511.4. DA RECLASSIFICAÇÃO.....................................................................................45

1112. AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL.............................................................................4612.1. PLANO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO CURSO...............................47

1213. AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO.....................................48

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13.1. MARCO OPERACIONAL....................................................................................4913.2. RECURSOS HUMANOS......................................................................................4913.3. ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO.........................................................................5213.4. DEMANDA SOCIOEDUCACIONAL..................................................................5313.5. PLANO DE AÇÃO DA ESCOLA – GESTÃO 2012– 2014.................................5613.6. PROFESSOR PEDAGOGO E COORDENAÇÕES..............................................5813.7. BIBLIOTECA ESCOLAR.....................................................................................6113.8. PLANO DE AÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS........................................................62

13.8.1. DO SETOR ADMINISTRATIVO - SECRETARIA.....................................6213.8.2. DO SETOR DE INTRA-ESTRUTURA E ALIMENTAÇÃO ESCOLAR....63

13.9. PROJETOS DESENVOLVIDOS PELA ESCOLA...............................................6513.10. REUNIÕES PEDAGÓGICAS.............................................................................6513.11. CONSELHO ESCOLAR......................................................................................6613.12. A.P.A.F. (ASSOCIAÇÃO DE PROFESSORES, ALUNOS E FUNCIONÁRIOS).........................................................................................................................................6713.13. CONSELHO DE AVALIAÇÃO..........................................................................6713.14. FORMAÇÃO CONTINUADA............................................................................6713.15. MATERIAIS DE APOIO DIDÁTICO.................................................................6813.16. LABORATÓRIO..................................................................................................6813.17. RECURSOS TECNOLÓGICOS..........................................................................6913.19. EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA...........................................................................7013.20. ESTAGIÁRIOS....................................................................................................7013.21. AÇÕES DO ESTÁGIO NÃO-OBRIGATÓRIO..................................................7013.22. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................71

13PROPOSTA PEDAGÓGICO-CURRICULAR DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS...........................................................................................................................80

1. OBJETIVO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS................811.1. PERFIL DO EDUCANDO..................................................................................811.2. CARACTERIZAÇÃO DO CURSO....................................................................82

ORGANIZAÇÃO COLETIVA.............................................................................83ORGANIZAÇÃO INDIVIDUAL..........................................................................83

1.3. NÍVEL DE ENSINO............................................................................................841.3.1. ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II......................................................841.3.2. ENSINO MÉDIO.........................................................................................84

1.4. EDUCAÇÃO ESPECIAL....................................................................................841.5. AÇÕES PEDAGÓGICAS DESCENTRALIZADAS..........................................851.6. FREQUÊNCIA....................................................................................................851.7. EXAMES SUPLETIVOS....................................................................................851.8. CONSELHO ESCOLAR ....................................................................................861.9. MATERIAIS DE APOIO DIDÁTICO................................................................861.10. BIBLIOTECA ESCOLAR.................................................................................871.11. LABORATÓRIO...............................................................................................871.12. RECURSOS TECNOLÓGICOS.......................................................................88

2. FILOSOFIA E PRINCÍPIOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS.....................................883. INDICAÇÃO DA ÁREA OU FASE DE ESTUDOS.................................................914. MATRIZ CURRICULAR ..........................................................................................91

4.1. ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II..............................................................924.2. ENSINO MÉDIO ................................................................................................93

5. CONCEPÇÃO, CONTEÚDOS E SEUS RESPECTIVOS ENCAMINHAMENTOS

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METODOLÓGICOS.......................................................................................................946. PROCESSOS DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E PROMOÇÃO...................94

6.1. CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO......................................................................946.2. PROCEDIMENTOS E CRITÉRIOS PARA ATRIBUIÇÃO DE NOTAS.........966.3. RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS.......................................................................976.4. APROVEITAMENTO DE ESTUDOS...............................................................976.5. CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO ....................................................97

7. REGIME ESCOLAR...................................................................................................977.1 ORGANIZAÇÃO.................................................................................................987.2 FORMAS DE ATENDIMENTO..........................................................................98

7.2.1 ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II E ENSINO MÉDIO......................987.3 MATRÍCULA.......................................................................................................987.4. MATERIAL DIDÁTICO...................................................................................1007.5. AVALIAÇÃO....................................................................................................1007.6. RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS.....................................................................1017.7. APROVEITAMENTO DE ESTUDOS, CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO .............................................................................................1027.8 ÁREA DE ATUAÇÃO.......................................................................................1027.9 ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO.....................................................................102

8. RECURSOS HUMANOS.........................................................................................1028.1 ATRIBUIÇÕES DOS RECURSOS HUMANOS..............................................102

8.1.1 DIREÇÃO...................................................................................................1038.1.2 PROFESSOR PEDAGOGO.......................................................................1058.1.3. COORDENAÇÕES...................................................................................1098.1.4 DOCENTES................................................................................................1128.1.5 SECRETARIA E APOIO ADMINISTRATIVO .......................................115

9. BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................11810. PLANO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO CURSO................................121ANEXO A PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR..........................................123PARECER Nº 09/2011..................................................................................................125PARECER Nº 32/2010..................................................................................................126ADENDO DE ALTERAÇÃO E ACRÉSCIMO NA PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA EJA Nº 01.................................................................................1277.3 MATRÍCULA........................................................................................................128

18ANEXOS........................................................................................................................130DISCIPLINA DE ARTE...............................................................................................131DISCIPLINA DE BIOLOGIA-CEEBJA / IRATI.........................................................148DISCIPLINA DE CIÊNCIAS - CEEBJA/IRATI........................................................165DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA-CEEBJA-IRATI..........................................175DISCIPLINA DE LEM- INGLÊS ................................................................................185DISCIPLINA DE FÍSICA/ CEEBJA-IRATI................................................................196DISCIPLINA DE HISTÓRIA.......................................................................................213DISCIPLINA DE MATEMÁTICA .......................................................................224DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA...............................................................241DISCIPLINA DE QUÍMICA........................................................................................283DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA.................................................................................311DISCIPLINA DE GEOGRAFIA / CEEBJA-IRATI.....................................................335DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO/ CEEBJA-IRATI........................................357DISCIPLINA DE ESPANHOL / CEEBJA-IRATI.......................................................379

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DISCIPLINA DE FILOSOFIA /CEEBJA-IRATI........................................................411

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1. APRESENTAÇÃOO presente documento, é uma produção realizada no coletivo, embasado

em reflexões com toda a comunidade escolar, através de reuniões e encontros

pedagógicos,para a organização do trabalho educativo.

Entende-se que a elaboração coletiva de um Documento é de profunda

referenciação para a EJA, apresentando uma opção política e constitui, também,

no desafio de garantir que todas as ideias e concepções presentes no cotidiano

da escola fossem manifestadas pelos educadores, participantes e representantes

da comunidade escolar, para que no debate e na reflexão coletiva,

construíssemos e definíssemos a direção político - pedagógica que queremos

para a Educação de Jovens e Adultos.

O Projeto Político Pedagógico norteará todas as ações deste

estabelecimento de ensino, com a intenção de formar cidadãos críticos, atuantes

e responsáveis, capazes de viver em sociedade, exercendo sua cidadania.

A proposta de trabalho do Centro Estadual de Educação Básica para

Jovens, Adultos e Idosos visa à formação humana e o acesso à cultura geral, de

modo que os educandos venham a participar política e produtivamente das

relações sociais, com comportamento ético e compromisso político, através do

desenvolvimento da autonomia intelectual.

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1 2. INTRODUÇÃO

2.1.IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA

CEEBJA – CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E

ADULTOS DE IRATI – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

CURSOS AUTORIZADOS E RECONHECIDOS: ENSINO FUNDAMENTAL, FASE

II E ENSINO MÉDIO

Autorização nº. 5126/1986

Reconhecimento nº. 2977/2001

Parecer de Aprovação do Regimento Escolar pelo NRE nº. 72/2001

Distância da Escola – NRE – 500m

2.2.ASPECTOS HISTÓRICOS

Na história recente, foram várias as tentativas para enfrentar o desafio da

escolarização da população jovem e adulta. No Paraná, o atendimento a essa

faixa etária foi institucionalizada em 1972, com a criação do Departamento de

Educação Complementar que veio a se transformar no Departamento de Ensino

Supletivo. Em acordo com pressupostos tecnicistas, adequado aos moldes da

época, se encontrava na escolarização de adultos, concebida como suplência,

uma estratégia para potencialização da preparação de mão-de-obra e sua

inserção no mercado de trabalho.

Ampliando a rede estadual de ensino público para jovens e adultos, foram

criados na década de 80 os primeiros Centros de Estudos Supletivos, nas

principais cidades do Paraná: Curitiba, Cascavel, Ponta Grossa, Londrina e

Maringá.

Tinham como proposta o ensino seriado, atendimento individualizado,

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flexibilidade nos horários para os alunos e requeriam uma prática quase

autodidata. O CES oferecia monitoramento e acompanhamento ao aluno.

Durante a década de 90, as exigências de escolarização e de melhor

qualificação da mão-de-obra dos trabalhadores fizeram crescer a procura nos

Centros de Estudos Supletivos, que foram respondidas, em parte, pela criação de

outros Centros e pela ampliação do número de professores.

Buscou-se responder a esse novo quadro também com mudanças na

forma de atendimento dessas escolas: maior presença dos alunos na escola,

organização de horários de estudos, combinação de momentos individuais e

coletivos no atendimento ao aluno, atendimento ao alunado com necessidades

especiais e atendimento descentralizado. Desse último, vale registrar que a

proximidade da residência e a ocupação de espaços escolares ociosos, em

parceria com prefeituras, empresas e instituições possibilitaram a oferta e a

escolarização de milhares de pessoas, seja no processo de alfabetização, seja na

conclusão do Ensino Fundamental.

Com a Lei 5692/71 foi atribuído um capítulo para o ensino supletivo e o

Parecer 699/72, do Conselho Nacional de Educação (CNE) regulamentou os

cursos supletivos seriados e os exames com certificação. A organização curricular

e a matriz do ensino supletivo seguiam a proposta curricular do ensino regular,

porém de forma compactada, não denotando qualquer especificidade à população

jovem e adulta neste processo de escolarização.

O ensino supletivo foi apresentado, a princípio, como uma modalidade

temporária, de suplência, para os que necessitavam comprovar escolaridade no

trabalho e para os analfabetos. Porém, se tornou uma forma de ensino

permanente, necessária para atender uma demanda que veio aumentando a cada

ano. Essa modalidade foi considerada como uma fonte de soluções, se ajustando

cada vez mais, às mudanças da realidade escolar.

Tendo em vista a política de continuidade e inovação da mantenedora, ou seja,

manutenção do atendimento no local/região, otimização na gestão e

reorganização para atendimento com maior qualidade e ampliação da oferta, o

Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos do Estado do

Paraná, entende que a oferta de oportunidades educacionais apropriadas às

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características do aluno, de seus interesses de suas propostas de vida e de

trabalho, deve marcar esta nova fase de atuação do Centro que, ao realizar o

processo de ensino-aprendizagem, executa ações calcadas nos princípios de

qualidade e aprimoramento constante do processo.

Apesar de estar vigente uma legislação que garante o acesso e a

permanência à educação para todos os cidadãos, dados estatísticos demonstram

que a grande maioria da população, principalmente as camadas populares, não

temesse acesso garantido, devido à ausência de políticas públicas eficientes e

adequado à diversidade e às necessidades do atual público jovem e adulto.

O Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de Irati

(CEEBJA) iniciou suas atividades em 1986, como NAES (Núcleo Avançado de

Ensino Supletivo), passando a CES (Centro de Estudos Supletivos), com o

objetivo de atender a demanda de jovens e adultos que necessitavam concluir

seus estudos para ampliar seus horizontes no mercado de trabalho e/ou para

conhecer melhor o mundo letrado através da alfabetização.

Hoje o Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de Irati,

oferta escolarização para jovens, adultos e idosos, a partir de 15 anos para

Ensino Fundamental Fase II e 18 anos para Ensino Médio, que buscam dar

continuidade a seus estudos, considerando suas características, interesses,

condições de vida e de trabalho, mediante ações didático-pedagógicas coletivas

e/ou individuais.

A maioria dos alunos são trabalhadores, operários, domésticas, servidores

públicos, entre outros, oriundos de bairros próximos que buscam formação para

crescer intelectual e profissionalmente. A fim de atender trabalhadores de bairros

distantes, bem como agricultores e trabalhadores do campo, a escola desenvolve

Ações Pedagógicas Desecentralizadas( APEDs), que funcionam em escolas

Municipais e Estaduais, respeitando a Proposta Pedagógica e Regimento Escolar.

2.3.ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO

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PLANTA BAIXA 1º PAVIMENTO

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PLANTA BAIXA 2º PAVIMENTO

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2.4.OFERTA DE CURSOS E MODALIDADES

Este estabelecimento de ensino tem como uma das finalidades, a oferta de

escolarização para jovens e adultos que buscam dar continuidade a seus estudos

no Ensino Fundamental e Médio, assegurando-lhes oportunidades apropriadas,

consideradas suas características, interesses, condições de vida e de trabalho,

mediante ações didático-pedagógicas coletivas e/ou individuais.

Portanto, este Estabelecimento Escolar faz a opção pela oferta de

Educação de Jovens e Adultos Presencial, que contempla o total de carga horária

estabelecida na legislação vigente nos níveis do Ensino Fundamental e Médio,

com avaliação no processo.

Os cursos são caracterizados por estudos presenciais desenvolvidos de

modo a viabilizar processos pedagógicos, tais como:

Pesquisa e problematização na produção do conhecimento;

Desenvolvimento da capacidade de ouvir, refletir e argumentar;

Registros, utilizando recursos variados (esquemas, anotações, fotografias,

ilustrações, textos individuais e coletivos), permitindo a sistematização e

socialização dos conhecimentos;

Vivências culturais diversificadas que expressem a cultura dos educandos,

bem como a reflexão sobre outras formas de expressão cultural.

Para que o processo seja executado a contento, serão estabelecidos

planos de estudos e atividades. Tanto no atendimento individual como no coletivo,

os educandos receberão um Guia de Estudos.

Nesse sentido, a escolarização, em todas as disciplinas, será organizada

de forma coletiva e individual, ficando a critério do educando escolher a maneira

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que melhor se adapte às suas condições e necessidades, ou mesmo mesclar

essas formas, ou seja, cursar algumas disciplinas organizadas coletivamente e

outras individualmente.

Atualmente, este estabelecimento é responsável pelo programa

PROJOVEM Campo – Saberes da Terra, o qual foi instituído pela Medida

Provisória nº411/07, onde a mesma representa um indutor de políticas públicas da

juventude nas diferentes esferas e tem por objetivo promover a reintegração de

jovem ao processo educacional, sua qualificação profissional e seu

desenvolvimento humano.

Dessa forma, a escolarização fundamental dos jovens agricultores/as

familiares integradas à qualificação social e profissional torna-se uma estratégia

político-pedagógica para garantir os direitos educacionais dos povos do campo

por meio da criação de políticas públicas nos sistemas de ensino que sejam

estimuladoras da agricultura familiar e do desenvolvimento sustentável como

possibilidades de vida, trabalho e constituição dos sujeitos do campo.

2.5. ORGANIZAÇÃO

O corpo de funcionários do Centro Estadual de Educação Básica para

Jovens e Adultos é composto por uma Diretora, uma Diretora Auxiliar, três

Pedagogas, cinco Coordenadores (APEDse Exame de Suplência), uma

Secretária, quatro Agentes Educacionais I, oito Agentes Educacionais II e o corpo

docente conta com vinte e um Professores, na sede. Todos os professores estão

devidamente habilitados e a maioria já concluiu pós-graduação.

Os conteúdos escolares estão organizados por disciplinas. As disciplinas

referentes ao Ensino Fundamental Fase II e Ensino Médio estão dispostas nas

Matrizes Curriculares, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais,

contidas nos pareceres nº2 e 04/98 – CEB/CNE para o Ensino Fundamental e

Resolução nº 03/98 e Parecer nº 15/98 – CEB/CNE, para o Ensino Médio.

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2.5.1. ORGANIZAÇÃO COLETIVA

Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um

cronograma que estipula o período, dias e horário das aulas, com previsão de

início e término de cada disciplina, oportunizando ao educando a integralização

do currículo. A mediação pedagógica ocorrerá priorizando o encaminhamento dos

conteúdos de forma coletiva, na relação professor - educando e considerando os

saberes adquiridos na história de vida de cada educando.

2.5.2.ORGANIZAÇÃO INDIVIDUAL

Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um

cronograma que estipula o período, dias e horário das aulas, contemplando mais

intensamente a relação pedagógica personalizada e o ritmo próprio do educando,

nas suas condições de vinculação à escolarização e nos saberes já apropriados.

A educação de jovens e adultos não pode ser reduzida às necessidades

restritas do mercado de trabalho, nem pode ser alheia às necessidades de

sobrevivência dos jovens e às exigências da produção econômica, como campo

de onde os sujeitos sociais retiram sua sobrevivência. Em consequência, os

estudos locais, a identificação das oportunidades ocupacionais não é um dado

desprezível, pelo contrário, é parte do processo educativo.

2.5.3.NÍVEL DE ENSINO

ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II

Ao se ofertar estudos referentes ao Ensino Fundamental – Fase II, este

estabelecimento escolar terá como referência as Diretrizes Curriculares Nacionais

e Estaduais, que consideram os conteúdos como meios para que os educandos

possam produzir bens culturais, sociais, econômicos e deles usufruírem.

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Visa, ainda, o encaminhamento para a conclusão do Ensino Fundamental e

possibilita a continuidade dos estudos para o Ensino Médio.

ENSINO MÉDIO

O Ensino Médio no Estabelecimento Escolar terá como referência em sua

oferta, os princípios, fundamentos e procedimentos propostos nas Diretrizes

Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – Parecer 15/98 e Resolução n.º 02

de 07 de abril de 1998/CNE e nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação

de Jovens e Adultos.

2.5.4.AÇÕES PEDAGÓGICAS DESCENTRALIZADAS

Este Estabelecimento Escolar desenvolverá ações pedagógicas

descentralizadas, efetivadas em situações de evidente necessidade, dirigidas a

grupos sociais com perfis e necessidades próprias e onde não haja oferta de

escolarização para jovens, adultos e idosos, respeitada a proposta pedagógica e

o regimento escolar, desde que autorizado pela SEED/PR, segundo critérios

estabelecidos pela mesma Secretaria em instrução própria.

2.5.5.FREQÜÊNCIA

A carga horária prevista para as organizações individual e coletiva é de

100% (cem por cento) presencial no Ensino Fundamental - Fase II e no Ensino

Médio, sendo que a frequência mínima na organização coletiva é de 75% (setenta

e cinco por cento) e na organização individual é de 100% (cem por cento), em

sala de aula.

2.5.6.EXAMES SUPLETIVOS

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Este Estabelecimento Escolar ofertará Exames Supletivos, atendendo ao

disposto na Lei n.º. 9394/96, desde que autorizado e credenciado pela Secretaria

de Estado da Educação, por meio de Edital próprio emitido pelo Departamento de

Educação de Jovens e Adultos.

2 3. OBJETIVOS

O Centro Estadual de Educação para Jovens e Adultos oferta aos

educandos, serviços educacionais com base nos princípios emanados da

Constituição Federal, Estadual, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional, LDB 9394/96 na sua Proposta Pedagógica, buscando os seguintes

objetivos:

• Propiciar uma escola de qualidade, oferecendo um ambiente favorável para

que o aluno desenvolva-se plenamente, respeitando às diferenças

individuais, no que diz respeito à raça, credo, ideologia política, valorizando

os limites e o desempenho de cada um, reforçando a inclusão social e

educacional dos indivíduos portadores de necessidades especiais,

conforme Deliberação 002/2003 da Educação Especial;

• Possibilitar que a avaliação seja contínua, cumulativa, formativa,

informativa e diagnóstica do desempenho do aluno, com prevalência dos

aspectos qualitativos sobre os quantitativos. A mesma deve ser entendida

como um dos meios do ensino, pelo qual o professor estuda e interpreta os

dados da aprendizagem e de seu próprio trabalho, com as finalidades de

acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos alunos, bem

como diagnosticar seus resultados e atribuir-lhes nota, conforme a

Deliberação 007/99;

• Ofertar matrícula de ingresso por transferência, classificação e

reclassificação, às adaptações, a revalidação e equivalência de estudos

feitos no exterior e regularização de vida escolar na modalidade de Ensino

Fundamental – Fase II – e Ensino Médio, no Sistema Estadual do Paraná,

conforme Deliberação 009/2001;

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• Garantir a elaboração do P.P.P. envolvendo todos os segmentos da

comunidade, bem como sua plena execução, zelando pela aprendizagem

dos alunos, adaptando o currículo, à função social da escola conforme a

Deliberação 014/99;

• Garantir a unidade filosófica, política, estrutural e funcional do

estabelecimento, conforme Deliberação 016/99, que trata do regimento

Escolar.

• Garantir o direito à Educação, a Cultura, ao Esporte e ao Lazer, conforme o

artigo 53 do capítulo IV do Estatuto da Criança e Adolescente, lei nº

8069/90, que diz: “a criança e o adolescente têm direito a educação,

visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício

da cidadania e qualificação para o trabalho”.

• Implantar o Ensino de 9 anos em todos os Estabelecimentos de Ensino de

Fundamental, conforme a Instrução N 008/2011.

• Incluir no Currículo Oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática

“História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”, conforme a lei Nº

11.645/2008.

• Incluir no Currículo Oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática

“História e Cultura Afro-Brasileira”, conforme a lei Nº 10.639/2003.

• Tornar obrigatório, no Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública

Estadual de Ensino, conteúdos da História do Paraná, conforme a Lei

nº13381/2001.

• Tornar obrigatório na Proposta Pedagógica Curricular de todas as

disciplinas os conteúdos obrigatórios: História do Paraná ( lei nº

13381/01) , História e Cultura Afro, Africana e Indígena ( lei nº 11.645/08),

música ( lei nº 11.645/08), prevenção ao uso indevido de drogas,

sexualidade humana, educação ambiental, educação fiscal, enfrentamento

à violência contra a criança e o adolescente. Direito das crianças e

adolescente L.F. Nº 11525/07, educação tributária Dec. Nº 1143/99,

Portaria nº413/02, educação ambiental, L.F. Nº 9795/99, Dec. Nº 4201/02,

conforme a Instrução nº 009/2011.

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• Incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática

História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, conforme a lei nº 11645/08.

• Indicar a inclusão do nome social das travestis e transexuais nos registros

escolares (livros de chamadas, cadernetas escolares, históricos,

certificados, declarações e demais registros das escolas e dos Colégios do

Estado do Paraná), conforme parecer nº 01/09.

• Implantar campanhas sobre Educação Sexual, a serem veiculadas nos

estabelecimentos de ensino estadual de 1º e 2º Graus do Estado do

Paraná, conforme Lei 11733/97.

• Tornar obrigatória a veiculação de programas de informação e prevenção

da AIDS para os alunos de primeiro e segundo graus, no Estado do

Paraná,conforme a Lei 11734 - 28 de Maio de 1997.

3 4. MARCO SITUACIONAL

Em toda a história do Brasil, a partir da colonização portuguesa constata-se

a emergência de várias políticas de educação de jovens e adultos, focadas e

restritas principalmente aos processos de alfabetização, sendo muito recente a

conquista, reconhecimento e definição desta modalidade enquanto política pública

de acesso e continuidade à escolarização básica.

Historicamente, a educação formal e não formal dos diferentes grupos

sociais de trabalhadores tem buscado habilitá-los técnica, social e

ideologicamente para o trabalho, tratando a função social da educação de forma

controlada para responder às necessidades de produção.

O paradigma atual para a Educação de Jovens e Adultos busca superar

esta relação direta da educação com a demanda do trabalho, passando a ter

como finalidades e objetivos o compromisso com a formação humana e como

acesso à cultura geral, de modo que os educandos aprimorem sua consciência

crítica e adotem atitudes éticas e compromisso político, para o desenvolvimento

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de sua autonomia intelectual.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN nº 9394/96), em

seu artigo 37 prescreve que “a Educação de Jovens e Adultos será destinada

àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino

Fundamental e Médio na idade própria”. Isto mostra que o caráter supletivo da

Educação de Jovens e Adultos já foi superado, e hoje é característica dessa

Modalidade de Ensino a diversidade do perfil dos educandos com relação à idade,

ao nível de escolarização em que se encontram, à situação socioeconômica e

cultural, às ocupações e a motivação pela qual procuram a escola.

E, especialmente no Estado do Paraná, a Educação de Jovens e Adultos,

através dos Centros Estaduais de Educação Básica para Jovens e Adultos,

CEEBJAs tem um papel fundamental na socialização dos sujeitos, agregando

elementos e valores que levam os educandos jovens, adultos e idosos à

emancipação e à afirmação de sua identidade cultural.

O CEEBJA de Irati, pelas características próprias dos educandos que

atende: jovens e adultos que procuram a escola por que tem a necessidade da

educação formal, seja pelas necessidades pessoais, seja pelas exigências do

mundo do trabalho; pessoas idosas que buscam a escola para desenvolvimento

ou ampliação de seus conhecimentos e oportunidade de convivência; a mulher

que durante anos sofreu e por diversas vezes ainda sofre as consequências de

uma sociedade desigual com o predomínio da tradição patriarcal, que a impediu

de práticas educacionais e escolarização em algum momento de sua história de

vida e ainda os educandos com necessidades educacionais específicas, procura

de todas as formas priorizar ações educacionais específicas que oportunizem o

acesso, a permanência e o êxito destes, no espaço escolar e sua valorização

como seres humanos e agentes históricos.

O CEEBJA de Irati, inserido num município de economia basicamente

agrícola, com industrialização incipiente, assume processos e propostas

pedagógicas próprias e diferenciadas, que valorizam experiências e

conhecimentos adquiridos por meios formais e informais, possuindo uma

organização temporal própria da modalidade para a obtenção da certificação do

educando, porém tendo como objetivo maior a construção da autonomia

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intelectual e moral destes educandos através da educação escolar, com base em

valores como o respeito mútuo, solidariedade e justiça.

As transformações políticas, econômicas, sociais e culturais da sociedade

brasileira nos últimos anos, as contribuições de pesquisadores em educação, o

perfil dos educandos jovens e adultos, assim como os diagnósticos e as

considerações das escolas sobre a Educação de Jovens e Adultos - EJA no

Estado do Paraná desencadearam reflexões que culminaram na necessidade de

se rever as políticas educacionais de EJA e, mais especificamente, a organização

curricular de suas escolas.

A educação de jovens e adultos objetiva criar situações de ensino-

aprendizagem adequadas às necessidades educacionais de jovens e adultos,

realizando suas funções reparadora, equalizadora e permanente, conforme o

determinado no Parecer 11/00-CEB/CNE. A restauração do direito negado (o

direito e uma escola de qualidade e o reconhecimento de igualdade de todo e

qualquer cidadão); a possibilidade de reentrada no sistema educacional, e da

atualização permanente de conhecimentos, norteiam a proposta aqui

apresentada. Nossos alunos são, na sua grande maioria, trabalhadores,

assalariados, que procuram a EJA em busca da escolarização formal; seja pelas

necessidades pessoais, seja pelas exigências do mundo do trabalho.

Esses educandos possuem uma bagagem de conhecimentos adquiridos

em outras instâncias sociais, visto que, a escola não é o único espaço de

produção e de socialização do saber; estas experiências de vida são significativas

ao processo educacional, as quais devem ser consideradas pelos educadores.

A EJA contempla também, o atendimento a educandos com necessidades

educacionais especiais.

Outra demanda atendida pela EJA é a de pessoas de várias faixas etárias

que buscam a escola para o desenvolvimento ou ampliação de seus

conhecimentos, bem como outras oportunidades de convivência. Inclui-se aqui o

convívio social e a realização pessoal. São pessoas que possuem uma

temporalidade específica no processo de aprendizagem.

A EJA contempla a Educação no campo, pois considera que o “campo”

retrata uma diversidade sócio-cultural, que se dá a partir dos sujeitos que nele

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habitam. É sem dúvida, um desafio para a educação escolar, pensar em organizar

em seu currículo as relações com a educação do campo, sem perder de vista os

conhecimentos e a cultura historicamente acumulada na sociedade de um modo

geral.

Em síntese, o atendimento à escolarização de jovens e adultos, não se

refere exclusivamente a uma característica etária, mas a articulação desta

modalidade com a diversidade sócio-cultural, de seu público, que demandam uma

educação a qual considere o tempo/espaço, trabalho e a cultura desses grupos.

Faz-se necessário, proporcionar aos alunos saberes significativos

relacionados com o seu cotidiano, onde com dignidade possam transformar-se e

transformar a sociedade onde estão inseridos.

Organização do tempo escolar destes educandos, viabilizando a conclusão

de seus estudos.

Considerando o perfil diferenciado dos educandos da EJA e suas

necessidades, assim como, as características próprias desta modalidade de

ensino, deve-se garantir o retorno e permanência destes educandos à

escolarização formal, pela manutenção da oferta da Educação de Jovens e

Adultos.

Hoje, um dos grandes desafios para que haja ensino de qualidade é a

necessidade de profissionais competentes, com atitudes, comportamentos e

conhecimentos. Considerando-se que a sociedade passa por transformações

cada vez mais profundas, a formação docente é condição básica para se garantir

a qualidade da educação.

Uma das exigências para os educadores da EJA é compreender a

realidade da parcela de educandos que atende não devendo restringir- se apenas

aos procedimentos didáticos e conteúdos a serem ensinados, pois trata – sede

refletir também sobre a capacidade de mobilização na busca de seus direitos e

objetivos próprios.

É importante ressaltar a respeito da valorização dos professores pelo poder

público, uma vez que estes se sentem desvalorizados no que se refere a salários

e no aspecto humano.

A partir de 2011, a idade mínima para entrar no Ensino Fundamental, Fase

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II na EJA, passou a ser de 15 anos completos, e também em 2012 entrará em

vigor em todos os estabelecimentos de educação o ensino de 9 anos exceto para

a EJA que tem a proposta curricular própria para esta modalidade e fará as

adaptações necessárias de acordo com esta proposta ao receber os alunos

egressos do ensino de 9 anos.

4 5. MARCO CONCEITUAL

Segundo a LDB, em seu artigo 2º, a Educação é dever da família e do

Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade

humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo

para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Em seu artigo 3º, contempla o ensino ministrado com base nos seguintes

princípios:

• Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

• Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o

pensamento, a arte e o saber;

• Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;

• Respeito à liberdade e apreço à tolerância;

• Coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

• Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

• Valorização do profissional da educação escolar;

• Gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da Legislação

dos sistemas de ensino;

• Garantia de padrão de qualidade.

• Valorização da experiência extraescolar;

• Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.

A LDB 9394/96 tem como principal objetivo formar o cidadão.

Na visão democrática, no artigo 14, serão trabalhados os problemas e as

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diferenças, buscando soluções criativas com a comunidade escolar e os

envolvidos, entendendo-se que o bem comum e o objetivo primordial que são os

educandos, será preservado e zelado, garantindo o funcionamento eficiente e

eficaz da instituição, respeito e observância de normas vigentes.

Conforme o artigo 15 da LDB resgataram-se as preocupações

pedagógicas, oportunizando as escolas uma autonomia mais concreta: financeira,

administrativa e pedagógica, com espaços pautados pelo diálogo, análise, crítica,

aprimoramento das ações da gestão pedagógica e administrativa, onde os

envolvidos no processo se coloquem como agentes transformadores, o que passa

pela busca do aprimoramento das ações, fazendo acontecer uma educação de

qualidade. Considerando os trabalhadores em educação como princípio central na

busca da qualidade e sucesso educativo , cabe-lhes cumprir as orientações e

determinações de segmentos hierarquicamente superiores, fazendo acontecer na

prática o que se propõe no plano de ação da escola, efetivando o Projeto Político

Pedagógico.

Nesta perspectiva serão realizadas reuniões para estudos, debates, análise

e tomada de decisões coletivas, envolvendo a Direção, Equipe Pedagógica,

Corpo Docente e Discente e Órgãos Colegiados desta instituição.

A escola pública, segundo as diretrizes curriculares nacionais, está pautada

na contextualização sócio-histórica, tendo como centro do processo didático a

prática social historicamente situada. Atualmente, a realidade social traz para a

escola um grande desafio de transmitir os conteúdos historicamente produzidos

pela humanidade, superando assim, o esvaziamento da consciência humana.

Desta forma, o conhecimento liberta e edifica, constrói o ser humano que

pode ser capaz de modificar as sociedades. Assim o CEEBJA torna-se um

espaço privilegiado para a formação da consciência humana, fornecendo

embasamento para que o aluno torne-se consciente, reflexivo e ativo, levando ao

sucesso no processo educativo, para ter condições de fazer escolhas que não

sejam benéficas somente a ele, mas à sociedade como um todo.

Dentro deste contexto o CEEBJA possui as seguintes concepções que

norteiam a educação.

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5.1. SOCIEDADE

Hoje, os meios de comunicação de massa e os meios mais modernos de

informação, mostram a todo instante que os recursos naturais estão se

esgotando, que o índice de desemprego é alarmante no mundo todo, que a fome

ainda não foi saciada, que os conflitos sociais, políticos e religiosos ainda não

foram resolvidos, e que em muitos países a miserabilidade alcança estatísticas

degradantes, apesar de toda a tecnologia e desenvolvimento científico.

As condições sócio-econômicas do país refletem nas relações

estabelecidas na família, na escola, no trabalho, gerando na maioria das vezes,

violências e revoltas que levam pais a abandonarem seus filhos e crianças a

abandonarem seus lares e acabam fazendo das ruas, a sua morada.

A sociedade apresenta uma realidade complexa e difícil que deve ser

sistematicamente analisada e interpretada, levando em consideração a sua

historicidade e as relações estabelecidas entre os indivíduos. É nesta sociedade

que nossos alunos encontram-se inseridos, portanto devemos ter compreensão

do modo de viver, pensar, sentir e agir das pessoas.

Neste contexto temos a intenção de contribuir na construção de uma

sociedade justa,socialmente equitativa e solidária, politicamente democrática,

culturalmente pluralista e religiosamente ecumênica, pautada pelos princípios

éticos, estéticos e políticos, onde todos sejam verdadeiramente reconhecidos e

respeitados em sua dignidade humana e em suas diferenças; tenham a

possibilidade de desenvolver as suas potencialidade; contribuam para que a

autoridade, o saber, os bens naturais e os produzidos pelo esforço comum

estejam a serviço do crescimento e sejam partilhados coletivamente; tenham a

liberdade e o direito de se associar; onde todos tenham a liberdade de

pensamento, de expressão e consciência; tenham acesso ao conhecimento

científico e recursos tecnológicos.

5.2. MUNDO

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É no mundo que ocorrem as interações homem - homem e homem - meio

social, caracterizado pelas diversas culturas e pelo conhecimento. O mundo

concebido é resultado do processo de estabelecimento das relações entre a

subjetividade individual do homem e a realidade objetiva. É na integração destas

duas dimensões da natureza humana que o indivíduo vai se permitir e conseguir

viver com a grandiosidade da pluralidade da sua capacidade, transcendendo sua

subjetividade.

Devido à rapidez do processo de produção das informações e pela

globalização é necessário proporcionar ao homem condições para que ele

alcance objetivos materiais, políticos, culturais e espirituais, que venham ao

encontro da superação da injustiça, diferenças, distinções, divisões e de todos os

entraves que o detém na sua jornada de aperfeiçoamento, na tentativa de se

formar o ser humano que se imagina e deseja. É neste ponto que a escola pode

ser um espaço que contribua para a efetiva mudança social.

Historicamente a sociedade se transforma heterogenicamente contínua e

“rápida”, de tal forma que nem ao menos os registros dos acontecimentos

conseguem se atualizar.

A educação por sua vez busca receber e respeitar essas mudanças e suas

consequências, com tolerância e democracia, abrindo espaço para as

manifestações dos crescentes esforços em busca do melhoramento humano.

Nessa leitura de mundo, os valores em que cada um acredita têm hoje uma

leitura, amanhã é acrescida de outras, se tornando outro sujeito, dessa forma

compreende que ninguém é melhor que ninguém, todos possuem experiências

diferenciadas, que podem contribuir para uma convivência respeitosa e

democrática.

Portanto, homem e mundo estão entrelaçados, pois o entendimento da

escola, em seu PPP, sobre esta temática deverá evidenciar um ideal de Homem

inserido no Mundo.

5.3. HOMEM

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Partindo do que nos traz Morin (2001: 40) ao se referir sobre a

complexidade do ser humano: “ser, ao mesmo tempo, totalmente biológico e

totalmente cultural", entendemos que o homem, no processo educacional é, ao

mesmo tempo, educador e educando, num acontecimento que poderíamos dizer,

com Paulo Freire, dialético.

O homem é um ser inacabado, inconcluso, em construção.

A partir desta concepção de homem não é difícil que entendamos a

educação como o processo pelo qual o homem se constrói, na sua relação com o

outro, com o mundo, e com o saber acumulado de sua espécie, de sua cultura, de

sua localidade.

Desta forma, o homem não é uma tábula rasa, onde se escreve o que se

quer, mas um ponto no infinito, um ponto em expansão. Negar-lhe esta expansão

é negar-lhe o ser. Ao entender o sujeito tanto físico como social, temos a intenção

de desenvolver no aluno a consciência e o sentimento de pertencer a Terra, de

modo que possa compreender a interdependência entre os fenômenos e seja

capaz de interagir de maneira crítica, criativa e consciente com seu meio natural e

social.

Nesta perspectiva, acreditamos ser possível formar um cidadãoque sabe

mediar conflitos, propondo soluções criativas em favor da solidariedade humana e

do equilíbrio ambiental.

5.4. EDUCAÇÃO

A educação é um fator de suma importância na passagem de formas

primitivas de consciência para a consciência crítica, que por sua vez, não é um

produto acabado, mas um processo contínuo. Assim, é por meio da educação que

se torna possível a formação de um ser humano, o que irá lhe possibilitar, tornar-

se um cidadão pleno e consciente de suas responsabilidades, para que atue com

seriedade e compromisso para a formação de uma sociedade mais justa e

humana.

A instituição escolar deve socializar o saber sistematizado, historicamente

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acumulado, como patrimônio universal da humanidade, fazendo com que esse

saber seja criticamente apropriado pelos estudantes, que já trazem consigo o

saber popular o saber da comunidade em que vivem e atuam.

A qualidade da educação, não acontece sozinha, está vinculada à

comunidade escolar, pais, professores e gestores comprometidos, a participarem

de forma conjunta e democrática na condução das ações que acontecem na

escola. Assim, o CEEBJA ao atender jovens, adultos e idosos, possibilita uma

vivência grupal a qual, permite a melhora da aprendizagem, solidificando uma

educação de qualidade.

5.5. ESCOLA

A escola é o espaço social responsável pela apropriação do saber

universal e pela socialização deste saber, ou seja, responsável pela apropriação

crítica e histórica do conhecimento enquanto instrumento de compreensão da

realidade social e democrática para a transformação desta realidade.

É de responsabilidade da escola não permitir que o aluno permaneça no

mesmo nível (compreensão e visão de mundo) de quando iniciou o processo de

aprendizagem, pois sua prática social precisa ser compreendida e reelaborada

pela via do conhecimento real.

O trabalho pedagógico deve fundamentar-se no compromisso de que a

escola deve levar seus alunos para além, do senso comum e chegar ao

conhecimento mais elaborado sobre a realidade. Isso é garantir o acesso ao

conhecimento.

A principal função social e pedagógica da escola é a de assegurar o desenvolvimento das capacidades cognitivas, operativas, sociais e morais pelo seu empenho na dinamização do currículo, no desenvolvimento dos processos de pensar, na formação da cidadania participativa e na formação ética. Para isso, faz-se necessário superar as formas conservadoras de organização e gestão, adotando formas alternativas, criativas, de modo que aos objetivos sociais e políticos correspondam estratégias adequadas e eficazes de organização e gestão. (LIBÂNEO, 2004, p.137)

Numa perspectiva crítica, cabe ao docente fornecer aos alunos o

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instrumental teórico e os meios necessários para entender os desafios impostos

pela vida social, propiciar a reflexão e o questionamento contínuo sobre as

questões sociais, a relação entre a ciência, tecnologia e sociedade. O professor é

indispensável no processo de ensino e aprendizagem, cabe a este profissional o

papel de mediador, ou seja, de desenvolver procedimentos adequados para

viabilizar a apropriação desse conhecimento aos alunos. É necessário que o

professor domine os fundamentos explicativos dos objetos do conhecimento,

inclusive os fundamentos da própria prática pedagógica e,com este domínio

viabilize o método e as estratégias para que o processo de ensino e

aprendizagem se efetive com sucesso.

5.6. CONHECIMENTO

O conhecimento é a base que serve de estrutura para a educação, a

escola e a sociedade. É real, porque lida com ocorrências ou fatos, isto é, com

toda forma de existência que se manifesta de algum modo. O conhecimento,

portanto, é resultado de um processo de construção, modificação e reorganização

utilizados pelos educandos para assimilarem e interpretar os conteúdos

escolares. Assim, a ação pedagógica deve se ajustar ao que os educandos

conseguem realizar em cada momento de sua aprendizagem, para se construir

em verdadeira ação educativa. Conceber o processo de aprendizagem como

propriedade do sujeito implica valorizar o papel determinante da interação com o

meio social e, particularmente com a escola. O conhecimento dessa cultura não

se faz de uma só vez, mas é um processo que precisa ir sendo cuidadosamente

sistematizado. Como tal, constituir-se-á numa constante reflexão para a

adequação dos conteúdos aos educandos, condição primeira para a

aprendizagem efetiva.

O CEEBJA tem por objetivo proporcionar meios para a formação de

educandos críticos, criativos, independentes, que dominem uma gama de

conhecimentos, para refletirem as problematizações encontradas no contexto

social e possam contribuir para o desenvolvimento social como um todo.

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5.7. INFÂNCIA

A Educação infantil vem sofrendo grandes transformações, surgindo assim

uma nova concepção de criança, diferente da visão tradicional. A criança era vista

como um ser sem importância, sem voz e sem opinião, quase invisível. Hoje ela é

considerada em todas as suas especificidades, com opinião, identidade pessoal e

histórica. Segundo Kramer :

...a idéia de infância (... ) aparece com a sociedade capitalista, urbano-industrial, na medida em que mudam a sua inserção e o papel social da criança na comunidade. Se, na sociedade feudal, a criança exercia um papel produtivo direto (“de adulto”) assim que ultrapassava o período de alta mortalidade, na sociedade burguesa ela passa a ser alguém que precisa de ser cuidada, escolarizada e preparada para uma função futura. Este conceito de infância é pois, determinado historicamente pela modificação das formas de organização da sociedade. ( 2003 : 19 ).

Hoje a concepção de infância é diferente de alguns anos atrás. Pode-se

perceber que a criança por muito tempo foi tratada como adulto em miniatura .

A infância é o período da humanização do indivíduo, da aprendizagem da

natureza humana. Essa humanização só acontece se o meio, a qual, a criança

convive repassa os comportamentos característicos de sua espécie e do seu

grupo. É a influência desse grupo que, define o seu caráter e sua personalidade.

É na infância que se dá o início da construção dos valores que são

complementados na adolescência. É o momento mais importante da vida do ser

humano. Nos primeiros cinco anos de, ou seja, na primeira infância é que são

impressas as melhores e as piores marcas de cada um. O inconsciente é aberto e

tudo o que for inserido, lá ficará para o resto dos seus dias; daí a importância do

cuidado desde a gravidez.

O atendimento das crianças nas escolas, também mudou através de

medidas pois até então, eram matriculados aos seis anos na pré-escola. Agora

devem ser matriculados aos seis anos no primeiro ano do Ensino Fundamental,

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obrigatoriamente.

Essas modificações são citadas no Projeto de Lei nº 144/2005, aprovado

pelo Senado em 25 de janeiro de 2006, estabelece a duração mínima de 9 (nove)

anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis)

anos de idade. Essa medida foi implantada em 2010 pelos Municípios, Estados e

Distrito Federal. Os sistemas de ensino terão prazo para adaptar-se , as novas

mudanças.

5.8. ADOLESCÊNCIA

Existe muita discussão sobre a definição dos termos “adolescência” e

“puberdade”, mesmo entre os profissionais e estudiosos que trabalham na área

educacional. Segundo vários autores, são termos de diferentes concepções, mas

relacionados entre si. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente define a

fase da adolescência como cararacterística dos 13 aos 18 anos de idade. A

adolescência para Zekcer, (1985, p. 11) é descrita da seguinte maneira

Os adolescentes são indivíduos geralmente mais altos que seus pais, desengonçados, faces repletas de espinhas (…) e cravos, nariz geralmente muito grande, e por isso ficam horas no espelho (…). Suas mãos crescem muito e não sabem como segurar (...) as coisas, gozando de boa saúde, voz ora grave ora aguda; deixam crescer os cabelos e barba, têm um linguajar próprio, ingerem litros de Coca-Cola, comem toneladas de hamburger, mascam chiclete, vestem jeans, amam os pais mas os contestam sempre que podem, têm grande rivalidade com os irmãos, mas os defendem sempre, têm períodos de (...) depressão e até crises de choro. Capazes de dar a vida por uma causa que acham justa, não se preocupam muito com o futuro, querendo viver sempre o presente.

A partir da citação de Zekcer, podemos perceber que a adolescência não é

apenas uma fase de mudanças na faixa etária, mas corresponde também a uma

profunda mudança no sistema emocional. São fases de profundas mudanças

hormonais, juntamente com conflitos de personalidade e formação da identidade.

A adolescência é basicamente um fenômeno psicológico e social. Essa maneira

de compreendê-la nos traz importantes elementos de reflexão, pois, sendo um

processo psicossocial, a adolescência terá diferentes peculiaridades conforme o

ambiente social, econômico e cultural em que o adolescente se desenvolve.

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Nessa mesma perspectiva de pensamento, reitera Outeiral ( 1994, p. 06)

A palavra “adolescência” tem uma dupla origem etimológica e caracteriza muito bem as peculiaridades desta etapa da vida. Ela vem do latim ad (a, para) e olescer (crescer), significando a condição ou processo de crescimento, em resumo o indivíduo apto a crescer. Adolescência também deriva de adolescer, origem da palavra adoecer. Temos assim, nesta dupla origem etimológica, um elemento para pensar esta etapa da vida: aptidão para crescer ( não apenas no sentido físico, mas também psíquico) e para adoecer( em termos de sofrimento emocional, com as transformações biológicas e mentais que operam nesta faixa da vida).

Tomando como base os pensamentos e definições de Zekcer e Outeiral,

temos uma nova visão do conceito de adolescente. Dessa forma, a escola precisa

repensar sobre esses conceitos e também as novas perspectivas exigidas sobre

a adolescência no século XXI.

Os adolescentes que chegam na EJA, trazem consigo o estigma de que são

alunos-problemas, os quais já passaram por diversas escolas, não se adaptando

ao ensino regular, devido a estarem fora da faixa etária e tantos outros problemas

dessa natureza. O resultado desse processo é a procura por uma nova dimensão

e concepção de escola. A modalidade de ensino (EJA), muitas vezes, é vista com

a função de acelerar os estudos, facilitando o recebimento da certificação. Esse

pensamento tem sido um conflito e vem sendo discutido pelos educadores, que se

empenham em mostrar o valor e a qualidade do ensino da Eja, fazendo com que

essa modalidade não perca a sua identidade.

Outro termo, o qual precisa ser definido é o conceito de puberdade. Dessa

forma, Outeiral (1994, p. 05), o define como

um processo biológico que inicia, em nosso meio, entre nove e quatorze anos aproximadamente e se caracteriza pelo surgimento de uma atividade hormonal que desencadeia os chamados “caracteres sexuais secundários”.

Nesse sentido, podemos entender a puberdade como um período de

desenvolvimento sexual, caracterizado como capacidade de procriação. Sendo

assim, a puberdade é uma fase que ocorre na fase da adolescência. Nessa fase

temos apenas modificações visíveis no aspecto biológico e não mudanças e

transformações psicológicas. Porém, não podemos pensar adolescência e

puberdade separadamente, uma decorre da outra.

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A escola precisa atuar no desenvolvimento emocional, psicológico, mas

também atender as transformações corporais, as quais, muitas vezes, incomodam

e frustam tanto como meninos como as meninas. Nesse momento de transição, a

educação tem um papel fundamental de integração desse jovem na sociedade. A

escola precisa atender e acolher as especificidades exigidas por essa fase, além

de auxiliá-los na maturação e compreensão do importante papel do jovem na

sociedade.

5.9 ALFABETIZAÇÃO

Alfabetização significa ensinar o alfabeto. Alfabetizar é ensinar a ler e a

escrever, ensinar a reconhecer os símbolos gráficos da linguagem verbal. Ser

alfabetizado significa reconhecer e compreender esses símbolos e ser capaz de

com eles produzir mensagens compreensíveis para outros alfabetizados,

melhorando desse modo a comunicação entre os sujeitos e incrementando o seu

nível e qualidade de vida.

Alfabetização refere um conhecimento obtido, estável. O processo de

alfabetização, não se deve resumir na aquisição de atividades mecânicas do ato

de ler, mas a capacidade de interpretar,compreender, criticar e produzir o

conhecimento.

A Alfabetização envolve também o desenvolvimento de novas formas de

compreensão e uso da linguagem de maneira geral.

5.10 LETRAMENTO

Letrar é mais que alfabetizar, é ensinar a ler e a escrever dentro de um

contexto, onde a escrita e a leitura tenham sentido e façam parte da vida do

aluno.

O sentido ampliado da alfabetização, o letramento, designa práticas de

leitura escrita. A entrada da pessoa no mundo da escrita se dá pela aprendizagem

de toda a complexa tecnologia envolvida no ato de ler e escrever. O aluno precisa

apropriar-se do hábito de buscar um jornal para ler, frequentar revistarias, livrarias

e com esse convívio com a leitura apropriar-se do sistema de escrita.

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O letramento não é só de responsabilidade do professor de lígua

portuguesa ou dessa área, mas de todos os educadores que trabalham com

leitura e escrita.

O letramento é o resultado da ação de ensinar e/ou aprender a ler e

escrever e denota a condição que o indivíduo adquire como resultado de ter-se

apropriado do sistema de escrita.

Na atualidade tão importante como conhecer o sistema de escrita é poder

se engajar em práticas sociais letradas.

Desta forma, percebe-se que ao mesmo tempo que a alfabetização e

letramento são dois processos diferentes, estão interligados. Para uma pessoa

ser letrada é imprescindível ter passado pelo processo de alfabetização.

Enquanto a alfabetização se ocupa da aquisição da escrita por um

indivíduo, o letramento focaliza os aspectos sócio-históricos de uma sociedade.

5.11. NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS

Alunos com necessidades educacionais especiais são aqueles que têm

impedimentos de natureza física, intelectual, mental ou sensorial; Alunos com

transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que apresentam um quadro de

alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações

sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nessa definição

alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Ret, transtorno

desintegrativo da infância (psicoses) e transtornos invasivos sem outra

especificação; Alunos com altas habilidades/superdotação: aqueles que

apresentam um potencial elevado e grande envolvimento com as áreas de

conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual, liderança,

psicomotora, artes e criatividade.

5.12. INCLUSÃO

A SEED, desde 2007, instituiu o Departamento da Diversidade que discute

e define as políticas para o atendimento a todos os sujeitos que historicamente,

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encontrava-se excluídos do processo de escolarização e/ou da pauta das políticas

educacionais. Destacamos, aqui, as populações do campo, faxinalenses,

agricultores familiares, trabalhadores rurais temporários, quilombolas,

acampados, assentados, ribeirinhos, ilhéus, afro-descendentes, povos indígenas,

jovens, adultos e idosos não alfabetizados, pessoas lésbicas, gays, travestis e

transexuais. Bem como, assumiu a continuidade das discussões etnicorraciais.

Faz-se necessário que a escola identifique e reconheça os diferentes

sujeitos (educadores e educandos) e os condicionantes sociais que determinam o

sucesso ou o fracasso escolar, de forma que possa criar mecanismos de

enfrentamento aos diversos preconceitos existentes e para que possa garantir o

direito ao acesso e a permanência com qualidade no processo educacional.

A EJA contempla, o atendimento a educandos com necessidades

educacionais especiais.

As Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica

(2001) em seu artigo 2° orientam que: “Os sistemas de ensino devem matricular

todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos

educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições

necessárias para uma educação de qualidade para todos.” O Plano Nacional de

Educação (2001) destaca no capítulo da Educação Especial que: “o grande

avanço que a década da educação deveria produzir seria a construção de uma

escola inclusiva que garantisse o atendimento à diversidade humana”. Esse

processo exige mudanças, adaptações nos currículos e nas ações educacionais.

Os serviços e apoios especializados de acordo com as Diretrizes de

Educação Especial na Educação Básica (Brasil 2001) destinam-se ao

atendimento de alunos com necessidades educacionais especiais decorrentes

das deficiências intelectuais, visuais, física-neuromotoras e surdez, das condutas

típicas de quadros neurológicos e psiquiátricos e psicológicos graves e das altas

habilidades/superdotação.

Na perspectiva da educação inclusiva, a educação especial é definida

como uma modalidade de ensino transversal a todos os níveis, etapas e

modalidades, que disponibiliza recursos e serviços e realiza o atendimento

educacional especializado.

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O atendimento educacional especializado (AEE) é um conjunto de

atividades e recursos pedagógicos organizados institucionalmenteà formação dos

alunos; integra a proposta pedagógica da escola, envolvendo a participação da

família e a articulação com as demais políticas públicas.

5.13. ADAPTAÇÃO CURRICULAR

A flexibilização do currículo para oferecer respostas educativas às

necessidades especiais dos alunos, no contexto escolar, são denominadas

adaptações curriculares, conforme pode se constatar na definição de estudiosos

da área:

“podemos definir as adaptações curriculares como modificações que são necessárias realizar em diversos elementos do currículo básico para adequar as diferentes situações, grupos epessoas para as quais se aplica. As adaptações curriculares são intrínsecas ao novo conceito de currículo. De fato, um currículo inclusivo deve contar com adaptações para atender à diversidade das salas de aula, dos alunos” (LANDÍVAR, 1999, p. 53).

5.14. AVALIAÇÃO

A avaliação é compreendida como uma prática que alimenta e orienta a

intervenção pedagógica. É um dos principais componentes do ensino, pelo qual

se estuda e interpreta os dados da aprendizagem. Tem a finalidade de

acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos educandos,

diagnosticar os resultados atribuindo-lhes valor. A avaliação será realizada em

função dos conteúdos expressos na proposta pedagógica.

Na avaliação da aprendizagem é fundamental a análise da capacidade de

reflexão dos educandos frente às suas próprias experiências. E, portanto, deve

ser entendida como processo contínuo, descritivo, compreensivo que oportuniza

uma atitude crítico-reflexiva frente à realidade concreta.

A avaliação educacional, neste Estabelecimento Escolar, seguirá

orientações contidas no artigo 24, da LDBEN 9394/96, e compreende os

seguintes princípios:

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• investigativa ou diagnóstica: possibilita ao professor obter informações

necessárias para propor atividades e gerar novos conhecimentos;

• contínua: permite a observação permanente do processo ensino-

aprendizagem e possibilita ao educador repensar sua prática pedagógica;

• sistemática: acompanha o processo de aprendizagem do educando,

utilizando instrumentos diversos para o registro do processo;

• abrangente: contempla a amplitude das ações pedagógicas no tempo-

escola do educando;

• permanente: permite um avaliar constante na aquisição dos conteúdos pelo

educando no decorrer do seu tempo-escola, bem como do trabalho

pedagógico da escola.

Considerando que os saberes e a cultura do educando devem ser

respeitados como ponto de partida real do processo pedagógico, a avaliação

contemplará, necessariamente, as experiências acumuladas e as transformações

que marcaram o seu trajeto educativo, tanto anterior ao reingresso na educação

formal, como durante o atual processo de escolarização.

A avaliação processual utilizará técnicas e instrumentos diversificados, tais

como: provas escritas, trabalhos práticos, debates, seminários, experiências e

pesquisas, participação em trabalhos coletivos e/ou individuais, atividades

complementares propostas pelo professor, que possam elevar o grau de

aprendizado dos educandos e avaliar os conteúdos desenvolvidos.

É vedada a avaliação em que os educandos sejam submetidos a uma

única oportunidade de aferição. O resultado das atividades avaliativas será

analisado pelo educando e pelo professor, em conjunto, observando quais são os

seus avanços e necessidades, e as consequentes demandas para aperfeiçoar a

prática pedagógica.

5 6. CURRICULO

Os conteúdos curriculares estão organizados por:

• Disciplinas

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A organização dos componentes curriculares seguirá o disposto a seguir:

• A Fase II do Ensino Fundamental, por disciplinas;

• O Ensino Médio, por disciplinas.

Os conhecimentos básicos definidos nesta proposta serão desenvolvidos

ao longo da carga horária total estabelecida para cada disciplina, tanto na forma

presencial individual quanto na presencial coletiva, conforme a matriz curricular

em anexo, sendo avaliados presencialmente ao longo do processo ensino-

aprendizagem.

A escola garantirá cem por cento dos conteúdos que integram cada

disciplina.

Do total de carga horária distribuída na matriz curricular do Ensino

Fundamental – Fase II e do Ensino Médio é obrigatória a freqüência de 75%

(setenta e cinco por cento) na organização coletiva e 100% (cem por cento) na

organização individual em cada disciplina, conforme legislação vigente.

O material de apoio didático adotado pela CEJA/SEED é um dos recursos

para o desenvolvimento da escolarização na EJA.

As ações pedagógicas descentralizadas serão solicitadas pela comunidade

ao Estabelecimento de Ensino, conforme regulamentação em instrução própria,

ficando sujeitos a aprovação da CEJA/SEED.

Para que a Proposta Pedagógica Curricular deste CEEBJA se efetive faz-

se necessário a conservação das condições estruturais ( mobiliário,

equipamentos, acervo bibliográfico e materiais didáticos)

6.1. MATRIZ CURRICULAR

6.1.1. ENSINO FUNDAMENTAL - FASE II

MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II

ESTABELECIMENTO: CEEBJA

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ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná

MUNICÍPIO: IRATI NRE:IRATI

ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2011 FORMA: Simultânea

CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1600/1610 h ou 1920/1932 h/a

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DISCIPLINAS TOTAL DE HORAS TOTAL DE HORAS/AULA

LÍNGUA PORTUGUESA 280 336

ARTE 94 112

LEM-INGLÊS 213 256

EDUCAÇÃO FÍSICA 94 112

MATEMÁTICA 280 336

CIÊNCIAS NATURAIS 213 256

HISTÓRIA 213 256

GEOGRAFIA 213 256

ENSINO RELIGIOSO* 10 12

TOTAL DE CARGA HORÁRIA DO CURSO 1600/1610 Horas ou 1920/1932 Horas/aula

*DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO E DE MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO.

6.1.2. ENSINO MÉDIO

MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

ENSINO MÉDIOESTABELECIMENTO: CEEBJAENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do ParanáMUNICÍPIO: IRATI NRE: IRATIANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2007 FORMA: SimultâneaCARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1440 H/A ou 1200 HORAS

DISCIPLINASTotal deHoras

Total dehoras/aula

L. PORTUGUESA ELITERATURA

174 208

LEM – INGLÊS 106 128

ARTE 54 64FILOSOFIA 54 64

SOCIOLOGIA 54 64EDUCAÇÃO FÍSICA 54 64

MATEMÁTICA 174 208

QUÍMICA 106 128

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FÍSICA 106 128

BIOLOGIA 106 128

HISTÓRIA 106 128

GEOGRAFIA 106 128

Língua Espanhola* 106 128

TOTAL 1200/1306 1440/1568

*Língua Espanhola, disciplina de oferta obrigatória e de matrícula facultativa o educando.

6 7. ORGANIZAÇÃO DA HORA-ATIVIDADE

O Centro Estadual de Educação Básica Para Jovens e Adultos, dentro da

hora-atividade, oportuniza ao professor momentos de estudos, permite que o

mesmo acesse o Sistema de Acompanhamento (SABI), proporciona reavaliação

da prática pedagógica para uma ação educativa qualificada. O professor deverá

valorizar e promover o crescimento contínuo de seus alunos, conhecendo seu

potencial de desenvolvimento, oferecendo-lhes um ambiente próprio à

aprendizagem.

Ainda incentiva a participação dos professores e funcionários em eventos e

cursos de capacitação oferecidos pelo NRE e SEED.

7 8. CALENDÁRIO ESCOLAR

O Calendário Escolar será elaborado, anualmente, por este

Estabelecimento de Ensino, apreciado e aprovado pelo Conselho Escolar e após,

enviado ao órgão competente para análise e homologação, ao final de cada ano

letivo, anterior à sua vigência.

Atenderá ao disposto na legislação vigente, funcionando no mínimo 200

(duzentos) dias letivos, bem como as normas baixadas em instrução específica

sobre calendário, organizada pela Secretaria de Estado da Educação, fixando:

• Início e término das atividades docentes;

• Reuniões pedagógicas e/ou administrativas;

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• Feriados e/ou antecipações;

• Recessos escolares;

• Capacitação de docentes;

• Período de férias;

• Atividades culturais.

As alterações do Calendário Escolar, determinadas por motivos relevantes,

serão comunicadas à autoridade competente, em tempo hábil, para as

providências cabíveis.

O artigo 56, da Lei Complementar nº 07, de 23/12/1976 estabelece o

período de férias dos professores que será adotado por este Centro, conforme o

estabelecido para a rede Estadual de Educação Básica.

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOAnexo da Resolução N º 4901/2011- GS/SEED

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS - CEEBJA IRATIConsiderados como dias letivos: semana pedagógica (06 dias); formação continuada (02 dias); replanejamento (01 dia);

reunião pedagógica (01 dias) – Delib. 02/02-CEE

Janeiro Fevereiro MarçoD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S

1 2 3 4 1 2 31 2 3 4 5 6 7 5 6 7 8 9 10 11 17 4 5 6 7 8 9 10 228 9 10 11 12 13 14 12 13 14 15 16 17 18 dias 11 12 13 14 15 16 17 dias

15 16 17 18 19 20 21 19 20 21 22 23 24 25 18 19 20 21 22 23 2422 23 24 25 26 27 28 26 27 28 29 25 26 27 28 29 30 3129 30 31

Abril Maio JunhoD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 1 28 9 10 11 12 13 14 19 6 7 8 9 10 11 12 22 3 4 5 6 7 8 9 18

15 16 17 18 19 20 21 dias 13 14 15 16 17 18 19 dias 10 11 12 13 14 15 16 dias22 23 24 25 26 27 28 20 21 22 23 24 25 26 17 18 19 20 21 22 2329 30 27 28 29 30 31 24 25 26 27 28 29 30

Julho Agosto SetembroD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S1 2 3 4 5 6 7 3 1 2 3 4 18 9 10 11 12 13 14 dias 5 6 7 8 9 10 11 23 2 3 4 5 6 7 8 18

15 16 17 18 19 20 21 12 13 14 15 16 17 18 dias 9 10 11 12 13 14 15 dias22 23 24 25 26 27 28 9 19 20 21 22 23 24 25 16 17 18 19 20 21 2229 30 31 dias 26 27 28 29 30 31 23 24 25 26 27 28 29

30

Outubro Novembro DezembroD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S

1 2 3 4 5 6 1 2 3 17 8 9 10 11 12 13 21 4 5 6 7 8 9 10 18 2 3 4 5 6 7 8 12

14 15 16 17 18 19 20 dias 11 12 13 14 15 16 17 dias 9 10 11 12 13 14 15 dias21 22 23 24 25 26 27 18 19 20 21 22 23 24 16 17 18 19 20 21 2228 29 30 31 25 26 27 28 29 30 23 24 25 26 27 28 29

30 31

Início/Término

Planejamento Férias Discentes Férias/Recesso/DocentesFérias Janeiro 31 janeiro/férias 30Recesso fevereiro 7 janeiro/julho/recesso 15

Semana Pedagógica julho 18 dez/recesso 12Formação Continuada dezembro 12 outros recessos 3

Replanejamento Total 68 Total 60

CALENDÁRIO ESCOLAR – 2012

1 Dia Mundial da Paz 1 planejamento

2,3,6,7 Semana Pedagógica

8 Início das aulas

20 a 22 Carnav al

6 Paixão 1 Dia do Trabalho 7 Corpus Christi21 Tiradentes 9 Formação Continuada 8 Recesso

30 Recesso 18,21,22,23,24 Semana de Int.Esc/Com 29 Reunião Pedagógica

14 Reunião Pedagógica

04 Término do 1º. Semestre 07 Dia do Func. de Escola 7 Independência

19 e 20 Semana Pedagógica 13 Formação Continuada

23 Início do 2º. Semestre 29 Reunião Pedagógica

12 N. S. Aparecida 2 Finados 19 Emancipação Política do PR15 Dia do Professor 15 Proclamação da República 18 Término do ano letivo

16 Recesso 25 Natal20 Dia Nac.Consciência Negra

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8 9. REGIMENTO ESCOLAR O CEEBJA – Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos –

Ensino Fundamental e Médio - funciona de segunda à sexta-feira, no período matutino (das 8 às 12

horas), vespertino (das 13 às 17 horas) e no período noturno (das 18 às 22 horas), de acordo com o

estabelecido pela mantenedora.A organização da oferta dos cursos, conforme as matrizes

curriculares da Proposta Pedagógica deste Estabelecimento de Ensino apresentam características

especificas, vinculadas ao perfil dos educandos jovens, adultos de EJA, adequadas às

normatizações vigentes.

Os educandos com necessidades educacionais especiais serão atendidos por este

Estabelecimento de Ensino, segundo os pressupostos da inclusão, necessários no processo

pedagógico, com adequação às necessidades dos educandos, e corresponderá a um ensino

socialmente significativo, conforme a legislação vigente e regulamentação da SEED.

A Educação neste Estabelecimento de Ensino será ofertada de forma presencial, organizada

individual e coletivamente dependendo da condição e disponibilidade de tempo do educando.

O educando será orientado pelos professores das diferentes disciplinas, que o receberá

individualmente ou em grupos agendados, efetuando as orientações metodológicas, bem como as

devidas explicações sobre os seguintes itens que compõem o Guia de estudos:

• a organização dos cursos;

• o funcionamento do estabelecimento; Horários, calendário, regimento escolar;

• a dinâmica de atendimento ao educando;

• a duração e a carga horária das disciplinas;

• avaliação.

9 10. INCLUSÃO SOCIAL

10.1 NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS

A EJA contempla, o atendimento a educandos com necessidades educacionais especiais.

As Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica (2001) em seu artigo 2°

orientam que: “Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas

organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais,

assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos.” O Plano

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Nacional de Educação (2001) destaca no capítulo da Educação Especial que: “o grande avanço que

a década da educação deveria produzir seria a construção de uma escola inclusiva que garantisse o

atendimento à diversidade humana”. Esse processo exige mudanças, adaptações nos currículos e

nas ações educacionais.

Os serviços e apoios especializados de acordo com as Diretrizes de Educação Especial na

Educação Básica (Brasil 2001) destinam-se ao atendimento de alunos com necessidades

educacionais especiais decorrentes das deficiências intelectuais, visuais, física-neuromotoras e

surdez, das condutas típicas de quadros neurológicos e psiquiátricos e psicológicos graves e das

altas habilidades/superdotação.

Assim, o CEEBJA conta com um professor itinerante, que é um serviço ofertado por

profissional especializado em educação especial, no ensino fundamental e médio. Esse profissional

participa do processo de desenvolvimento e aprendizagem nas atividades escolares, avalia e ajuda

a elaborar objetivos, delineia os conteúdos, as estratégias e procedimentos relativos à dinâmica da

sala de aula e de toda a rotina escolar. O professor itinerante auxilia e dá encaminhamento

pedagógico necessário á aprendizagem, à comunicação e locomoção do aluno. Ajuda nas

adaptações curriculares orientando professores, alunos, equipe pedagógica, família.

A flexibilização do currículo para oferecer respostas educativas às necessidades especiais

dos alunos, no contexto escolar, são denominadas adaptações curriculares, conforme pode se

constatar na definição de estudiosos da área:

“podemos definir as adaptações curriculares como modificações que são necessárias realizar em diversos elementos do currículo básico para adequar as diferentes situações, grupos epessoas para as quais se aplica. As adaptações curriculares são intrínsecas ao novo conceito de currículo. De fato, um currículo inclusivo deve contar com adaptações para atender à diversidade das salas de aula, dos alunos” (LANDÍVAR, 1999, p. 53).

O Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de Irati – CEEBJA foi

contemplado com os materiais para a Sala de Recursos Multifuncionais, razão pela qual a escola

usufruirá dos recursos e materiais da referida sala.

De acordo com a nota técnica – SEESP/GAB/ Nº 11/2010 que orienta a escola para a

Institucionalização da Oferta do Atendimento Educacional Especializado – AEE em Salas de

Recursos Multifuncionais, observa-se que a educação inclusiva, fundamentada em princípios

filosóficos, políticos e legais dos direitos humanos, compreende a mudança de concepção

pedagógica, de formação docente e de gestão educacional para a efetivação do direito de todos à

educação, transformando as estruturas educacionais que reforçam a oposição entre o ensino

comum e especial e a organização de espaços segregados para alunos público-alvo da educação

especial.

Dessa forma, garante-se, que a inclusão educacional se realize, assegurando o direito à

igualdade com igualdade de oportunidades. Isso não significa o modo igual de educar a todos, mas

uma forma de garantir os apoios e serviços especializados para que cada um aprenda, respeitando

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as diferenças e limitações.

“As escolas inclusivas são escolas para todos, implicando um sistema educacional que reconheça e atenda às diferenças individuais, respeitando as necessidades de qualquer dos alunos” (CARVALHO, 2004, p. 26).

Na perspectiva da educação inclusiva, a educação especial é definida como uma modalidade

de ensino transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, que disponibiliza recursos e serviços

e realiza o atendimento educacional especializado.

O atendimento educacional especializado (AEE) é um conjunto de atividades e recursos

pedagógicos organizados institucionalmenteà formação dos alunos; integra a proposta pedagógica

da escola, envolvendo a participação da família e a articulação com as demais políticas públicas.

As Salas de Recursos Multifuncionais são definidas como ambientes dotados de

equipamentos, mobiliários e materiais didáticos para a oferta do atendimento

educacionalespecializado – AEE de forma complementar ou suplementar à formação dos alunos

público-alvo da educação especial.

Os alunos público-alvo do Atendimento Educacional Especializado são:

Alunos com deficiência: aqueles que têm impedimentos de longo prazo de natureza física,

intelectual, mental ou sensorial; Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que

apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas

relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nessa definição alunos com

autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Ret, transtorno desintegrativo da infância

(psicoses) e transtornos invasivos sem outra especificação; Alunos com altas

habilidades/superdotação: aqueles que apresentam um potencial elevado e grande envolvimento

com as áreas de conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual, liderança,

psicomotora, artes e criatividade.

A implantação das Salas de Recursos Multifuncionaisé efetuada sem prejuízo das parcerias

da Secretaria de Educação com os demais órgãos responsáveis pelos serviços de saúde, trabalho,

assistência e outros que têm por finalidade o acesso a recursos e atendimentos clínicos e

terapêuticos, às atividades ocupacionais e de recreação, a programação de geração de renda

mínimos, entre outros.

É atribuição do professor do atendimento educacional especializado:

• Elaborar, executar e avaliar o Plano de AEE do aluno, contemplando: a identificação das

habilidades e necessidades educacionais específicas dos alunos; a definição e a organização

das estratégias, serviços e recursos pedagógicos e de acessibilidade; o tipo de atendimento

conforme as necessidades educacionais específicas dos alunos; o cronograma do

atendimento e a carga horária, individual ou em pequenos grupos;

• Programar, acompanhar e avaliar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos

pedagógicos e de acessibilidade no AEE, na sala de aula comum e nos demais ambientes da

escola;

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• Produzir materiais didáticos e pedagógicos acessíveis, considerando as necessidades

educacionais específicas dos alunos e os desafios que estes vivenciam no ensino comum, a

partir dos objetivos e das atividades propostas no currículo;

• Estabelecer a articulação com os professores da sala de aula comum e com demais

profissionais da escola, visando à disponibilização dos serviços e recursos e o

desenvolvimento de atividades para a participação e aprendizagem dos alunos nas atividades

escolares; bem como as parcerias com as áreas intersetoriais;

• Orientar os demais professores e as famílias sobre os recursos pedagógicos e de

acessibilidade utilizados pelo aluno de forma a ampliar suas habilidades, promovendo sua

autonomia e participação;

• Desenvolver atividades próprias do AEE, de acordo com as necessidades educacionais

específicas dos alunos: ensino da Língua Brasileira de Sinais- Libras para alunos com surdez;

ensino da Comunicação Aumentativa e alternativa- CAA; ensino do sistema Braille, do uso do

soroban e das técnicas para a orientação e mobilidade para alunos cegos; ensino da

informática acessível e dos recursos de Tecnologia Assistiva- tá; ensino de atividades de vida

autônoma e social; orientação das atividades de enriquecimento curricular para as altas

habilidades/superdotação; e promoção de atividades para o desenvolvimento das funções

mentais superiores.

Hoje a educação Especial tem papel fundamental na inclusão, visto que os professores das

disciplinas não possuem formação específica para atender as diferenças, sentindo dificuldades em

desenvolver seu trabalho. Assim, a educação especial possui uma estrutura suficiente para subsidiá-

los. Para os alunos público–alvo da educação especial são prestados de forma complementar,

atividades e recursos pedagógicos, tais como: avaliações e outros trabalhos com tempo maior para

os alunos que necessitam, e com número reduzido de atividades; quando o educando (a) apresenta

lentidão na escrita, são oferecidos conteúdos para que o mesmo (a) possa colar em seu caderno e

apenas responder; auxílio pedagógico na sala de recursos com uso de material concreto, de forma

que o aluno possa aprender o conteúdo explanado; trabalhos em grupo e em dupla em sala de aula;

atividades realizadas no computador para alunos que necessitam desse recurso, etc. O CEEBJA-

IRATI, conta com materiais recebidos do MEC ( Ministério da educação e Cultura) disponibilizados a

alunos especiais. São dois noot books, dois computadores, um deles com teclado colméia para

cegos, mobiliário para os computadores, mesa, cadeiras, quadro branco e armário.

De forma geral o CEEBJA atende os alunos dentro de suas especificidades, respeitando as

diferenças, facilitando a inclusão e o desenvolvimento de todos os educandos. A escola conta com

materiais e equipamentos que auxiliam na aprendizagem do aluno, como uma ampla biblioteca, a

qual recebe periodicamente livros e revistas atualizadas. Também um laboratório de informática com

computadores ligados a internet e um laboratório de ciências com materiais adequados,onde são

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realizadas aulas e experiências científicas.

10.2. DIVERSIDADE

A SEED, desde 2007, instituiu o Departamento da Diversidade que discute e define as

políticas para o atendimento a todos os sujeitos que historicamente, encontrava-se excluídos do

processo de escolarização e/ou da pauta das políticas educacionais. Destacamos, aqui, as

populações do campo, faxinalenses, agricultores familiares, trabalhadores rurais temporários,

quilombolas, acampados, assentados, ribeirinhos, ilhéus, afro-descendentes, povos indígenas,

jovens, adultos e idosos não alfabetizados, pessoas lésbicas, gays, travestis e transexuais. Bem

como, assumiu a continuidade das discussões etnicorraciais.

Faz-se necessário que a escola identifique e reconheça os diferentes sujeitos (educadores e

educandos) e os condicionantes sociais que determinam o sucesso ou o fracasso escolar, de forma

que possa criar mecanismos de enfrentamento aos diversos preconceitos existentes e para que

possa garantir o direito ao acesso e a permanência com qualidade no processo educacional.

Considerando o Parecer n° 04/09 do Ministério Público/Paraná e o Parecer CP/CEE n° 01/09,

que recomendam às instituições do Sistema Estadual de Ensino do Paraná, por meio de seus

colegiados, a promoção de amplo debate sobre a inclusão do nome social do aluno e/ou da aluna

travesti ou transexual nos documentos escolares internos,a Superintendência da Educação e a

Diretoria de Administração Escolar no uso de suas atribuições, instrui: Que o nome civil, constituído

por prenome e sobrenome é um dos principais direitos de personalidade ou direitos personalíssimos,

e estes, segundo o Código Civil, são intransmissíveis e irrenunciáveis. O nome social é o nome pelo

qual os travestis e transexuais, femininos ou masculinos se reconhecem e preferem ser chamados.

1. Os Estabelecimentos do Sistema Estadual de Ensino do Paraná deverão incluir, a partir do

ano letivo 2010, o nome social do aluno e/ou aluna travesti ou transexual, maior de 18 anos, que

requeira, por escrito, esta inserção, nos documentos escolares internos das escolas, tais como:

espelho do Livro Registro de Classe, Edital de Nota e Boletim Escolar. No espelho do livro de

Registro de Classe, Edital de Nota e Boletim, será emitido, automaticamente, do Sistema SERE

WEB, apenas o nome social pelo qual o aluno e/ou aluna travesti ou transexual se identificam.

2. A declaração de solicitação de inserção do nome social do aluno e/ou da aluna travesti ou

transexual nos documentos escolares internos deverá ficar arquivada na Pasta Individual do Aluno

e/ou da aluna.

3. Os documentos escolares oficiais, tais como: Histórico Escolar, Certificado, Diploma, Ficha

individual, relatório Final e Edital de Classificação para ingresso nos cursos técnicos profissionais,

deverão permanecer inalterados.

4. As decisões tomadas sobre os procedimentos a serem adotados referentes ao contido na

presente Instrução deverão ser regimentados.

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5. No Sistema SERE/SEJA será criada uma nova função de Cadastro do Aluno para inclusão

do nome social. O Sistema emitirá automaticamente no espelho do Livro Registro de Classe, Edital

de Notas e Boletim Escolar, apenas o nome social.

10 11. AVALIAÇÃO

A avaliação é compreendida como uma prática reflexiva e diagnóstica que orienta a

intervenção pedagógica, bem como dá indicativos para acompanhar e aperfeiçoar o processo de

aprendizagem dos educandos.

A avaliação será realizada em função dos conteúdos, utilizando técnicas e instrumentos

diversificados, com as finalidades educativas, expressas na Proposta Pedagógica. Assim, utilizará

técnicas e instrumentos diversificados, tais como: provas escritas, trabalhos práticos, debates,

seminários, experiências e pesquisas, participação em trabalhos coletivos e/ou individuais,

atividades complementares propostas pelo professor, que possam elevar o grau de aprendizado dos

educandos e avaliar os conteúdos desenvolvidos.

É vedada a avaliação em que os educandos sejam submetidos a uma única oportunidade de

aferição.

A verificação do rendimento escolar dar-se-á por meio de Avaliações realizadas no decorrer

do processo ensino-aprendizagem, por meio de variados instrumentos elaborados pelos professores

de cada disciplina.

Para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02(duas) a 06(seis) notas por

disciplina que corresponderão às provas individuais escritas e a outros instrumentos avaliativos

adotados a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na presença do professor:

• as disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática do Ensino Fundamental–Fase II, Língua

Portuguesa e Literatura e Matemática do Ensino Médio, constituir-se-ão de 06(seis) registros

de notas;

• as disciplinas de História, Geografia, Ciências Naturais, LEM – Inglês do Ensino Fundamental

– Fase II, constituir-se-ão de 04(quatro) registros de notas;

• as disciplinas de História, Geografia, Química, Física, Biologia, Inglês e Espanhol do Ensino

Médio, constituir-se-ão de 04(quatro) registros de notas;

• Filosofia, Sociologia, Arte do Ensino Médio e Fundamental e Educação Física do Ensino

Médio e Fundamental, constituir-se-ão de 02(dois) registros de notas, de acordo com a

Proposta Pedagógica;

A avaliação como parte do processo ensino-aprendizagem, terá os registros de notas

expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero), de acordo com os seguintes

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critérios:

• para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis vírgula zero), de

acordo com a resolução n.º 3794/04 – SEED;

• o educando deverá atingir, pelo menos 6,0 (seis vírgula zero) em cada registro da avaliação

processual. Caso contrário e também como acréscimo ao processo de apropriação dos

conhecimentos, o educando terá direito à recuperação de estudos, conforme explicitada na

Proposta Pedagógica e Regimento Escolar;

• a cada avaliação processual, em caso de não concordância com o resultado, o educando terá

direito a recurso, desde que solicitado com prazo máximo de 72 horas após sua divulgação;

• para os educandos que cursarem 100% da carga horária da disciplina, a Média Final (MF)

corresponderá à média aritmética das Avaliações Processuais (A), ou seja, a soma das notas

de cada avaliação, divididas pelo número de avaliações efetuadas, devendo os mesmos

atingir no mínimo a nota 6,0 (seis vírgula zero);

Média Final ou MF = soma das avaliações processuais (A) Número de avaliações processuais

Os resultados das avaliações dos educandos deverão ser repassados ao aluno que será

comunicado através de contato direto com o professor, registrados em documentos próprios, a fim

de que sejam asseguradas a regularidade e autenticidade da vida escolar do educando.

O educando portador de necessidades educacionais especiais será avaliado não por seus

limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.

O resultado das atividades avaliativas será analisado pelo educando e pelo professor, em

conjunto, observando quais são os seus avanços e necessidades, e as conseqüentes demandas

para aperfeiçoar a prática pedagógica.

11.1. DA RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS

A oferta da recuperação de estudos dar-se-á concomitantemente ao processo ensino-

aprendizagem, considerando a apropriação dos mesmos.

A recuperação será individualizada, organizada com atividades significativas, com estudos por

meio de exposição dialogada dos conteúdos, com indicação de roteiro de estudos, para melhor

diagnosticar o nível de apropriação dos conhecimentos de cada educando e com novos

instrumentos de avaliação.

11.2. DA PROMOÇÃO

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Para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0(seis vírgula zero), em

cada disciplina, de acordo com a Resolução nº 3794/04 – SEED.

A idade mínima para obtenção do certificado de conclusão do Ensino Fundamental e do

Ensino Médio é a estabelecida na legislação vigente.

11.3. DA CLASSIFICAÇÃO

O Estabelecimento de Ensino poderá realizar a classificação, dentro dos seguintes critérios:

• por promoção, para os educandos que cursaram com aproveitamento suficiente, projetos das

ações descentralizadas e ações pedagógicas do próprio Estabelecimento de Ensino, de

acordo com as normas regimentais.

• por transferência, para os educandos procedentes de outras escolas, do país ou do exterior,

desde que tenha levado em conta sua experiência e nível de aprendizagem;

• será de responsabilidade do educando o número inicial de disciplinas, para matrícula na Fase

II do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, sendo permitido o ingresso em no máximo

quatro disciplinas concomitantes;

• no ato de matrícula, conforme instrução própria da mantenedora, o educando será orientado

pela equipe de professores-pedagogos sobre: a organização dos cursos, o funcionamento do

estabelecimento: horários, calendário, regimento escolar, a duração e a carga horária das

disciplinas;

• o educando será orientado pelos professores das diferentes disciplinas, que os receberão

individualmente ou em grupos agendados, efetuando as orientações metodológicas, bem

como as devidas explicações sobre os seguintes itens que compõe o Guia de Estudos:

organização dos cursos; funcionamento do estabelecimento (horários, calendário, regimento

escolar); dinâmica de atendimento do educando, a duração e carga horária das disciplinas,

conteúdos e encaminhamentos metodológicos, material de apoio didático; sugestões

bibliográficas para consulta; avaliação e outras informações necessárias;

• será considerado desistente o educando que se ausentar por mais de 02 (dois) meses

consecutivos, devendo efetuar nova matrícula, para dar continuidade aos estudos.

11.4. DA RECLASSIFICAÇÃO

Este Estabelecimento de Ensino poderá reclassificar os educandos matriculados, avaliando o

grau de estudos adequado à sua experiência e desempenho independente do que registre o seu

histórico escolar, considerando:

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• a idade para a conclusão do nível de ensino, de acordo com a legislação vigente;

• que o educando matriculado no Ensino Fundamental - Fase I poderá ser reclassificado

somente para a Fase II do Ensino Fundamental, devendo iniciar os estudos nesta Fase;

• que o educando seja aprovado em prova aplicada pela escola, com base nos conteúdos

essenciais de cada disciplina constante na proposta pedagógica;

• o parecer de uma comissão de três professores ou especialistas que ateste o grau de

desenvolvimento e maturidade do educando, bem como indicar quais os conteúdo que deverá

cursar em cada disciplina.

Para participação no processo de reclassificação, o educando deverá ter cursado, no mínimo,

25% do total da carga horária estipulada para cada disciplina, exceto para o Ensino Fundamental -

Fase I.

O processo de reclassificação poderá reposicionar o educando, devendo cursar ainda 50% ou

25% da carga horária total de cada disciplina do Ensino Fundamental Fase II ou do Ensino Médio.

11 12. AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL

A avaliação institucional, cuja finalidade é ser construída de forma coletiva, social e pública

tem grande relevância para a comunidade escolar e sociedade, pois contribui para que estas lutem

pela melhoria da qualidade da escola.

A avaliação institucional se constitui em um instrumento capaz de identificar os destaques e

as fragilidades da escola pública, além de estabelecer a relação da instituição com o sistema e a

comunidade usuária deste serviço.

Em primeira instância se inicia o trabalho de sensibilização envolvendo alunos de todos os

níveis e modalidades de ensino, professores, funcionários e pais.

Assim mobilizada, a comunidade escolar realiza discussões permanentes decorrentes dos

resultados da avaliação, para propor e implementar as mudanças necessárias, aperfeiçoar o que se

deve ser aperfeiçoado e construir o que deve ser construído.

Este processo faz parte da gestão democrática e serve para que os gestores orientem ações

na busca de resultados satisfatórios contribuindo para a formação de cidadãos críticos, autônomos e

socialmente participativos.

O projeto político pedagógico será avaliado para que se estabeleçam novos rumos e para que

a comunidade escolar se coloque como parte do processo, comprometendo-se com ações

inovadoras, visando atingir os objetivos delineados no plano de ação.

A modalidade EJA não participa de algumas das avaliações promovidas pelo governo federal

como, por exemplo, a Prova Brasil. Os alunos do ensino médio têm a possibilidade inscrição no

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Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), pois ele é utilizado como critério de seleção para os

estudantes que pretendem concorrer a uma bolsa no Programa Universidade para Todos (ProUni).

Além disso, algumas universidades usam o resultado do exame como critério de seleção para o

ingresso no ensino superior, seja complementando ou substituindo o vestibular.

Como o CEEBJA não está envolvido diretamente em algumas avaliações, não possuindo nem

mesmo um índice do IDEB (índice de desenvolvimento da educação básica), as avaliações são

realizadas no dia-a-dia na sala de aula, refletidas em reuniões pedagógicas visando aperfeiçoar

diariamente a qualidade do ensino-aprendizagem, pois o nesta modalidade o índice de aprovação é

de 100%, consta no Regimento Escolar.

12.1. PLANO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO CURSO

A concepção de avaliação institucional explicitada pela SEED/PR, afirma que esta “deve ser

construída de forma coletiva, sendo capaz de identificar as qualidades e as fragilidades das

instituições e do sistema, subsidiando as políticas educacionais comprometidas com a

transformação social e aperfeiçoamento da gestão escolar e da educação pública ofertada na rede

Estadual.” (SEED,2004,p.11)

Neste sentido, a avaliação não se restringe às escolas, mas inclui também gestores da SEED

e dos Núcleos Regionais de Educação, ou seja, possibilita a todos a identificação dos fatores e

aqueles que dificultam a oferta, o acesso e a permanência dos educandos numa educação pública

de qualidade.

Aliado a identificação destes fatores deve estar, obrigatoriamente, o compromisso e a efetiva

implementação das mudanças necessárias.

Assim, a avaliação das políticas e das práticas educacionais, enquanto responsabilidade

coletiva a clareza das finalidades essenciais da educação, dos seus impactos sociais, econômicos,

culturais e políticos, bem como a reelaboração e a implementação de novos rumos que garantam

suas finalidades e impactos positivos à população que demanda escolarização.

A avaliação institucional, vinculada a esta proposta pedagógica-curricular, abrange todas as

escolas que ofertam a modalidade Educação de Jovens e Adultos, ou seja, tanto a construção dos

instrumentos avaliação quanto os indicadores dele resultantes envolverão, obrigatoriamente, porém

de formas distintas, todos os sujeitos que fazem a educação na Rede Pública Estadual. Na escola –

professores, educandos, direção, equipe pedagógica e administrativa, de serviços gerais e demais

membros da comunidade escolar. Na SEED, de forma mais direta, a equipe do departamento de

Educação de Jovens e Adultos e dos respectivos NRE's.

A mantenedora se apropriará dos resultados da implementação destes instrumentos para

avaliar as políticas desenvolvidas, principalmente aquelas relacionadas à capacitação continuada

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dos profissionais da educação, bem como estabelecer o diálogo com as escolas no sentido de

contribuir para a reflexão e as mudanças necessárias na prática pedagógica.

Considerando o que se afirma no Documento das Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA

que “... o processo avaliativo é parte integrante da práxis e deve estar voltado para atender as

necessidades dos educandos, considerando seu perfil e a função social da EJA, isto é, o seu papel

na formação da cidadania e na construção da autonomia”. (SEED, 2005, p. 44), esta avaliação-

institucional da proposta pedagógico-curricular implementada, deverá servir para a reflexão

permanente sobre a prática pedagógica e administrativa das escolas.

Os instrumentos avaliativos da avaliação institucional, serão produzidos em regime de

colaboração com as escolas de Educação de Jovens e Adultos, considerando as diferenças entre as

diversas áreas de conteúdo que integram o currículo, bem como as especificidades regionais

vinculadas basicamente ao perfil dos educandos da modalidade. Os instrumentos avaliativos a

serem produzidos guardam alguma semelhança com a experiência acumulada pela EJA na

produção e aplicação do Banco de Itens, porém sem o caráter de composição da nota do aluno para

fins de conclusão. A normatização desta Avaliação Institucional da proposta pedagógico-curricular

por meio de instrução própria da SEED.

Como se afirma no Caderno Temático “Avaliação Institucional”,

“cada escola deve ser vista e tratada como uma totalidade, ainda que relativa, mas dinâmica,

única, interdependente e inserida num sistema maior de educação. Todo o esforço de

melhoria da qualidade da educação empreendido por cada escola deve estar conectado com

o esforço empreendido pelo sistema ao qual pertence. (SEED. 2005, p. 17)

Em síntese, repensar a práxis educativa da escola e da rede como um todo, especificamente

na modalidade EJA, pressupõe responder à função social da Educação de Jovens e Adultos na

oferta qualitativa da escolarização de jovens, adultos e idosos.

12 13. AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

Sendo o PPP uma construção coletiva da Escola, tem se constituído numa forma de garantir

que as diferentes maneiras de pensar sejam compartilhadas e respeitadas pelo corpo docente,

funcionários e alunos.

Como norteador das ações deste estabelecimento o PPP tem garantido também a formação

de cidadãos responsáveis e atuantes no mercado de trabalho e na sociedade, visto que o acesso à

cultura eleva a alta estima, a confiança e a autonomia do cidadão.

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Observa-se que tal documento tem servido de parâmetro para que a prática pedagógica

transcorra de forma ética de acordo com a legalidade como fundamentação das ações da

comunidade escolar.

O desafio da escola ainda se encontra no “fazer acontecer” amplamente o que é proposto no

PPP, assim como estar sempre atualizando-o com ajustes necessários, para melhorar a qualidade

do ensino. Os ajustes e modificações no PPP são feitos quando houver necessidade, nos momentos

de capacitação, na forma de reuniões , semana pedagógica, hora atividade e outras.

13.1. MARCO OPERACIONAL

Todos os segmentos da instituição de ensino devem planejar suas ações a curto, médio ou

longo prazo para proporcionar melhorias na qualidade da educação ofertada pela mesma.

13.2. RECURSOS HUMANOS

FUNCIONÁRIO FORMAÇÃO FUNÇÃO

Isabel Cristina de Almeida TeixeiraLic. Pedagogia

Esp.Metodol. Ens. Superior Direção

Josiane FilipczakGadensLic. Pedagogia

Esp.PsicopedagiaDireção Auxiliar

Dirce de Fátima Pereira Bem Magistério Secretária

Gisele Simone KovalskiPrimonLic. Pedagogia

Lic. Letras Português-InglêsEsp. Língua Portuguesa

Coord.Itinerante de APEDPedagoga

Ida Irene Scheiffer Regalio Lic. Pedagogia Especialização em EJA

Coord. Geral de APEDProfessora

Maria de Lourdes GráciaLic. Pedagogia

Espec. Alfabetização Equipe pedagógica

Martha Elisa Koch Fernandes de Souza

Lic. Ciências - Compl. Biologia

Esp. Proc.Ens. AprendizagemEspec. Instrumentalização no

Ens. de Ciênc. e Biologia

Professora

Rita Zanlorenzi Lic. Pedagogia Equipe pedagógica

Adélia Abib de AlmeidaLic. Ciências.

Compl. Matemática Coordenadora de Exames

Supletivos

Adriane Teixeira Remes Lic. Arte – Educação Professora

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50

Lic. Letras – PortuguêsEsp. Educação do Campo

Ana Alair Fernandes

Lic. Letras Português – Inglês Esp. Tecnologia da Inform. e

da AdministraçãoEsp. Literatura de língua

Portuguesa

Professora

Andréa Luiza Gontarz

Lic. GeografiaLic. Língua Portuguesa

Lic. Artes VisuaisEsp.Metod. do Ensino daAprendiz. da língua

Portuguesa

Professora

Ana Maria Garcez da LuzLic. Ciências Professora

Ana Maria PepeLic. CiênciasHab.em Mate

Professora

Anderson Rodrigo Scheffel Lic. Ciências ProfessorAndreia Sikora Lic. Ciências Professora

Angelita Lopes da Conceição Educação Física ProfessoraCarlos Miguel de Moraes Professor

Cristiane Aparecida Grochovski ProfessoraCristiano Damião Santos Professor

Darcisio Urnau ProfessorEdi Schubalski da Silva Letras Português/Inglês Professora

Elaine Cristina SedoskiCiências

Comp.MatemáticaProfessora

Elaine Cristina Sikora ProfessoraElda Sheley Felix Cararo Lic. Geografia Professora

Elza Luiza Filus Bernaski

Lic. PedagogiaEsp. Ed. Especial – DM

Esp. Em Tecnologias e da comunicação na Promoção da

Aprendizagem

Equipe Pedagógica

Enisionete Krupek Sidoski Ciências ProfessoraFabio Kruk Lic. História Professor

Gilberto Ivan Dias Soares

Lic. Em HistóriaEsp. Met. Do Ens.Aprend. no

Processo Educacional

Professor

Gisele Zavelinski Letras - Português ProfessoraGiseli Alves de Almeida Coordenadora Projovem

Hugo Cesar Iantas Filosofia/Letras ProfessorJailson Domingos de Oliveira Professor

Janete HeppnerCidre

Lic. em HistóriaLic. GeografiaEspec.História

Professora

Josiane Kosinski Letras ProfessoraJucilene Stroka Mendes Pedagogia/Letras Professora

Kassandra Serafini Kreniski ProfessoraLeandro Maravieski Professor

Leoni MalinoskiFillos

Lic. Ciências – Compl. Matemática

Espec. emMatemática Professora Lia Sandra Lourenço de Souza Letras Português/Inglês Professora

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Loriane Druchak Martins Lic. História Professora

Lucélia Blem da Silva Fillus

Lic. Português – InglêsEsp. Concordância Nominal –

Língua PortuguesaEsp. Língua Inglesa

Professora

Luciana Krupek

Lic. HistóriaEspec.Psico Pedagogia Professora

Luciane do P. S. Ventura Lic. Educação ArtísticaEspec. Met. do Ensino da Arte

Professora

Luciane Wynnek dos Santos Lic. Em Geografia ProfessoraLuciano Ditzel Letras ProfessorLuciano Menon Educação Física Professor

Marcos José Nunes Lic. Biologia ProfessorMaria da Conceição Costa Letras Português/Inglês Professora

Maria do Carmo A. T. da MottaLic. Português – InglêsEsp. Ética e Cidadania/

Gestão de PessoasProfessora

Maria Marilene Sauruk Letras Português/Inglês Professora

Maria Silmara Saqueto Letras – PortuguêsProfessora

Marialva do Prado Horstch

Lic. Ciências–compl. Matem.Esp. Metod. do Ensino-

Aprendiz. de Matemática no ProcessoEducativo

Ens. Prática Docente: Trabalho e Cidadania

Professora

Marilice de Cassia Borges Lic. Geografia Professora

Marins Danczuk

Lic. QuímicaMestre em Ciência, área de concentração Fisicoquímica

Professor

Marisa Floriani Letras – Port./ InglêsEspec. Educ. Especial

Professora

Miriam Santos Iwankiw Letras Português/Inglês Professora

Odária Baran CabralPedagogia e Geografia

Espec. Metod. Ens. Geografia ProfessoraPatricia Aparecida Pereira dos Santos Lic. Ciências Professora

Patricia de Oliveira de Ramos Lic. Matemática ProfessoraPrescila Aparecida Cardoso Professora

Rita de Cassia LudvigLetras

Esp. Psicopedagogia Professora

Rosangela Kava StroparoCoordenadora de exames

SupletivosRosnaldo Ferreira dos Santos Lic.Educação Física Professor

Sandra Beatriz Rodrigues França Letras ProfessoraSelma Terezinha Wiciuk Professora

Silvia Valeski ProfessoraSimone Bernadete Paulino Bianco Pedagogia Professora

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Sonia Regina Basilio Pedroso Pedagogia ProfessoraTatiane Rodrigues Pedrozo Professora

Valter Wagner História Professor

Vanessa Cristina Horstch

Lic. Ciências - Compl. FísicaEsp. Metodologia do Ens.

Aprend. de Ciências no Proc. Educativo

Professora

Vera Maria Borges de Carvalho

Lic. PedagogiaEsp. Psicopedagogia

InstitucionalProfessora

Walmor Antunes FilhoLic. em Educação Física

Espec. MetodologiaEns. 1º e 2º Graus

Professor

Antonio Michel Kuller MeiraGeografia – Espec. Em Educação do Campo Técnico Administrativo

Arlete de Souza Rocha BeherMagistério

Curso Técnico FlorestalTec.Gestão Escolar

Técnica Administrativa

Carla Vanessa Golinski Técnica Administrativa

Cyntia Luzia FlorianiEngenharia Civil

Espec. Em Psicopedagogia Técnica Administrativa

Geraldo Fabri Lic. Geografia Técnico Administrativo

Giselda Gonçalves Heraki Marques Lic. Pedagogia Técnica Administrativa

Giselle Claudia RazeraTéc.Contabilidade

Téc.Biblioteconomia Técnica AdministrativaJocimara Cristina Nogueira Pedagogia Técnica Administrativa

Joelma Aparecida Costa Roza Ensino Médio Auxiliar OperacionalJudite da Conceição Padilha Ensino Médio Auxiliar operacional

Kelsy Graciela HorstchLic. Educação Física Técnica Administrativa

Sônia Maria Dias Lic. Pedagogia Técnica AdministrativaMaria Gegin Ensino Médio Auxiliar operacional

Maria de Lourdes Souza de Lara Ensino Médio Auxiliar operacionalSorli Breitenbouch Crovador Ensino Médio Auxiliar operacional

13.3. ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO

A inserção do estágio não obrigatório no Projeto Político-Pedagógico da escola não pode

contrapor-se à própria concepção de escola pública, ainda que o estágio seja, uma atividade que

vise à preparação para o trabalho produtivo, conforme Lei n° 11788/2008. a função social da escola

vai para além do aprendizado de competências próprias da atividade profissional e, nesta

perspectiva, vai para além da formação articulada às necessidades do mercado de trabalho.

Conceber trabalho como princípio educativo pressupõe oferecer subsídios, a partir das

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diferentes disciplinas, para se analisar as relações e contradições sociais, as quais se explicam a

partir das relações de trabalho. Isto implica em oferecer instrumentos conceituais ao aluno para

analisar as relações de produção, de dominação, bem como as possibilidades de emancipação do

sujeito a partir do trabalho.

Formar para o mundo do trabalho, portanto, requer o acesso aos conhecimentos produzidos

historicamente pelo conjunto da humanidade, a fim de possibilitar ao futuro trabalhador se apropriar

das etapas do processo de forma conceitual e operacional. Isto implica em ir para além de uma

formação técnica que secundariza o conhecimento, necessário para se compreender o processo de

produção em sua totalidade.

Os conhecimentos escolares, portanto, são a via para se analisar esta dimensão contraditória

do trabalho, permitindo ao estudante e futuro trabalhador atuar no mundo do trabalho de forma mais

autônoma, consciente e crítica.

Para tanto, o acesso aos conhecimentos universais possibilita ao aluno estagiário, não

somente sua integração nas atividades produtivas, mas a sua participação nela, de forma plena,

integrando as práticas aos conhecimentos teóricos que as sustentam.

Nesta perspectiva, o estágio pode e deve permitir ao estagiário que as ações desenvolvidas

no ambiente de trabalho sejam trazidas para a escola e vice-versa, relacionando-as aos

conhecimentos universais necessários para compreendê-las a partir das relações de trabalho.

Assim, cabe ao pedagogo acompanhar as práticas de estágio desenvolvidas pelo aluno, ainda

que em via não presencial, para que este possa mediar a natureza do estágio e as contribuições do

aluno estagiário com o plano de trabalho docente, de forma que os conhecimentos transmitidos

sejam instrumentos para se compreender de que forma tais relações se estabeleçam histórica,

econômica, política, cultural e socialmente. Cabe ao pedagogo, também, manter os professores das

turmas, cujos alunos desenvolvem atividades de estágio, informados sobre as atividades

desenvolvidas, de modo que estes possam contribuir para esta prática.

Portanto, com base nestas reflexões, as quais carecem de mais aprofundamento conceitual, a

CGE orienta, a priori, cumprimento da Lei em questão. Com base nas considerações destacadas,

ressalta-se que a inserção do estágio não obrigatório, no Projeto Político-Pedagógico, deve tomar

como referência o papel do estagiário a partir das relações de trabalho, o papel do pedagogo na

mediação do estagiário, o papel do aluno estagiário em relação à instituição e às escolas e o papel

do conhecimento escolar na compreensão das relações de trabalho diante da contraditória

sociedade atual.

13.4. DEMANDA SOCIOEDUCACIONAL

Baseados na Instrução 009/2011, discutir as demandas da Coordenação de Desenvolvimento

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Socioeducacional na Escola Publica, hoje, envolve uma compreensão de currículo e das políticas e

documentos oficiais divulgados nas reformas da década de 1990, no Brasil, os quais apontam a

educação como redentora dos problemas sociais e econômicos. Tal contexto nos revela dois

caminhos como necessários: um, na reestruturação produtiva e o segundo, é reflexo desta demanda

aparece como superação da “rigidez tradicional das disciplinas” para a resolução de situações

problemas das mais diversas naturezas como opção inovadora. Sendo assim, ao discutir os temas

que contemplam as demandas Desenvolvimento Socioeducacional na escola, devemos ter clareza

de que a intencionalidade de seu surgimento é a responsabilização da escola no sentido de se

organizar para reparar males das novas configurações do capital (inclusão, sustentabilidade,

cidadania, meio ambiente, etc.). Os conteúdos obrigatórios dispostos na instrução 009/11

SUED/SEED, serão contemplados concomitantes aos conteúdos específicos de cada disciplina, em

consonância com as Diretizes Curriculares Estaduais.

Portanto numa perspectiva progressista, esta discussão não pode se reduzir à legitimação da

lógica capitalista se o desenvolvimento econômico impulsiona a produção e com isso a poluição

ambiental, a escola poderia então transversalizar seu conteúdo com o tema meio ambiente ou

mesmo realizar projetos com o fim de preservação humana, respeito e pluralidade cultural, se a

competitividade econômica exclui milhares de pessoas do processo p

rodutivo e da vida social, a escola poderia desenvolver competências e habilidades genéricas que

pudessem em tese capacitar o indivíduo para o mercado ou para a vida, seu desenvolvimento

tecnológico trouxe consigo a era da informação ou do conhecimento, o papel da escola prescindiria

tanto do conteúdo a ser ensinado como do próprio mediador desse processo (SEED/PR 2008, s/p).

Se estas demandas forem colocadas na escola em formato de “projeto” ou “tema transversal”

descolado de um projeto de sociedade, de escola e de aluno, numa visão utilitária e pontual, será

uma opção de fragmentação do próprio ato de ensinar, privilegiando a construção individual e a-

histórica do conhecimento (Duarte, 2001) e negação de sua totalidade, além da própria função social

da escola: apropriação dos conhecimentos produzidos historicamente pela humanidade. Neste

sentido, a discussão dos desafios educacionais contemporâneos na escola não passará de uma

cortina de fumaça que escamoteia para o entendimento das condições concretas da escola

capitalista.

Alem da dificuldade do resgate da função social da escola, temos acompanhado a

incompreensão do papel do conteúdo, que tem sido contemporaneamente substituído por discursos.

Porem cabe ressaltar que, é somente a partir da compreensão do conteúdo em sua totalidade e a

partir do necessário movimento dialético que as questões apontadas como “demandas” podem e

devem ser discutidas. Para tal, a primeira reflexão ou suporte necessário, seria pensar em que

medidas essas demandas podem ou não passar pelo Currículo e, neste sentido, convergem com a

intencionalidade da escola, permitindo ou não a formação crítica dos sujeitos (SEED, 2008, s/p).

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Desse modo, “se o conhecimento não supera o senso comum, não é conhecimento; são

suposições desagregadas que seduzem os trabalhadores [...] por se aproximarem de sua realidade,

mas o mantém subordinados aos desígnios do espontaneísmo. Esta educação é conservadora”

(RAMOS, 2003 p. 11). Portanto, não cabe aqui uma defesa da teoria em si mesma, mas a

defesa de que a consciência dos sujeitos se dá pela práxis, a qual não pode ser entendida como

somo de partes de partes fragmentadas, dadas pela teoria e pela prática, mas como condição numa

perspectiva de totalidade. É necessário pontuar ainda que alguns dos Desafios Educacionais

Contemporâneos inseridos na escola e nas políticas educacionais, hoje são marcos legais que tem

seus princípios e história determinados pela cobrança da sociedade civil organizada e, mais

pontualmente, dos movimentos sociais – entre outros. Sendo assim, tais leis e lutas históricas e

coletivas da humanidade não serão negadas pela escola, mas são chamadas ao currículo quando

fazem parte da totalidade de um conteúdo nele presente, portanto, fazendo parte do recorte do

conteúdo e com necessidade para explicação de fatos sociais, seja por questões de prevenção ao

uso de drogas, Lei 11,273/95, que institui dentre as atividades preventivas e educativas a

realização de palestras, oficinas, dinâmicas de grupo e debates nas escolas ou enfrentamento a

violência conforme a Lei n° 13.198/01, que dispõe sobre a assistência às vítimas de violência, da

Educação Ambiental, da Cidadania e Direitos Humanos ( Bolsa Família, Educação Fiscal, PETI,

Programa Escola Aberta, Programa Saúde na Escola ).

O Bolsa Família, é um programa de transferência direta de renda com condicionalidades, que

beneficia famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza. O Programa integra o Fome Zero

que tem como objetivo assegurar o direito humano à alimentação adequada, promovendo a

segurança alimentar e nutricional e contribuindo para a conquista da cidadania pela população mais

vulnerável à fome. Instituído pela e Lei 10.836/04 regulamentado pelo Decreto nº 5.209/04.

O PETI é um programa do Governo Federal que visa erradicar todas as formas de trabalho de

crianças e adolescentes menores de 16 anos e garantir que frequentem a escola e atividades sócio-

educativas. Portaria MPAS n° 2.917, de 12/9/2000, que estabelece as diretrizes e normas do

Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI).

O Programa Saúde na Escola (PSE), lançado em setembro de 2008, é resultado de uma

parceria entre os ministérios da Saúde e da Educação que tem o objetivo de reforçar a prevenção à

saúde dos alunos brasileiros e construir uma cultura de paz nas escolas. A Portatia1.861, de 4 de

setembro de 2008, define os critérios do Programa.

O ESCOLA ABERTA é um Programa do Governo Federal. O Ministério da Educação (MEC),

por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD), em parceria

com a UNESCO, os Ministérios da Cultura, do Esporte e do Trabalho e Emprego, desenvolve

atividades de lazer, esporte, cultura, arte, informação, formação inicial para o trabalho, geração de

renda, etc, para as comunidades do entorno escolar, nos finais de semana. Tornou-se política

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pública criado pela Resolução/CD/FNDE/No. 052, de 25 de outubro de 2004.

O Programa Nacional de Educação Fiscal – PNEF foi implantado com os objetivos de

promover e institucionalizar a Educação Fiscal para o pleno exercício da cidadania, sensibilizar o

cidadão para a função socioeconômica do tributo, levar conhecimento ao cidadão sobre

administração pública e criar condições para uma relação harmoniosa entre o Estado e o cidadão de

acordo com a Portaria nº. 413, Art. 1º.

13.5. PLANO DE AÇÃO DA ESCOLA – GESTÃO 2012– 2014

OBJETIVO GERAL

Agir e interagir com o coletivo na perspectiva democrática, construindo o espaço ensino–

aprendizagem através do diálogo, da participação e da responsabilidade com ações que permitam

acontecer a educação significativa e de qualidade.

AÇÕES

Promover espaços pautados pelo diálogo, a análise, a crítica, o surgimento e aprimoramento

das ações da gestão pedagógica e administrativa, onde os envolvidos no processo se coloquem

como agentes transformadores, o que passa pela busca do aprimoramento das ações fazendo

acontecer uma educação de qualidade. Considerando-se que o Diretor, a Equipe Pedagógica

juntamente com o Corpo Docente e Funcionários, são os principais responsáveis pela efetivação do

processo educativo no espaço escolar, cabendo-lhes cumprir as orientações e determinações de

segmentos hierarquicamente superiores e fazendo acontecer na prática o que se propõem no

presente Plano de Ação, efetivando a Proposta Pedagógica do CEEBJA. Nesta perspectiva, serão

realizadas reuniões para estudo, debates, análise e tomadas de decisões coletivas, envolvendo

dentro de cada especificidade, e à luz da legislação vigente, a comunidade escolar: Diretor, Equipe

Pedagógica, Corpo Docente, Conselho Escolar, APAF, Corpo Discente, Funcionários e Pais.

A convivência entre pessoas é marcada por diferenças individuais, tais diferenças quase

sempre são causa do surgimento de conflitos e a escola, muitas vezes, é o espaço onde se

evidenciam estes conflitos. Na visão democrática, serão trabalhados os problemas e as diferenças,

buscando soluções criativas com a comunidade escolar e os envolvidos, entendendo-se que o bem

comum e o objetivo primordial, que são os educandos, será preservado e zelado garantindo o

funcionamento eficiente e eficaz da instituição, respeito e observância de normas vigentes.

O que propõe é continuar oferecendo o atendimento a uma comunidade específica que é o

jovem e o adulto que por diferentes trajetórias de vida não lhes foi possível realizar seus estudos na

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idade que se convencionou nominar adequada.

A característica de nosso trabalho é a acolhida aos alunos que buscam essa instituição e que

na sua grande maioria foram privados de escolaridade em tempo adequado e hoje procuram

resgatá-la pelo imperativo da sobrevivência.

Com essa visão e conhecimento da realidade do aluno, busca-se trabalhar coletivamente,

respeitando as diferenças do seu espaço e vislumbrar outras possibilidades que o conduzam à

realidade transformadora de si próprio e da sociedade na qual está inserido. O conhecimento

constitui a essência da mediação e das relações professor-aluno. Neste sentido, a educação formal

proporcionada e direcionada pela Escola, serve de ponte para ligar o conhecimento já apropriado em

outros espaços e experiências de vida, transpondo-os para o contexto de vida pessoal e social.

O ensino de qualidade está intimamente ligado à competência dos profissionais da educação.

Considerando-se que a sociedade atual encontra-se marcada por mudanças cada vez mais velozes

e profundas, nós educadores, somos freqüentemente flagrados por mudanças que alteram e

transformam conceitos estabelecidos e nos fazem sentir desatualizado e até mesmo anacrônico.

O aprimoramento profissional é o caminho para fazermos frente a esta realidade. A formação

continuada dos profissionais da educação constitui um dos grandes desafios da sociedade e desta

instituição. Busca- se respondê-lo proporcionando e incentivando os educadores e funcionários a

participarem de cursos, simpósios, grupos de estudos, reuniões, debates promovidos pela SEED,

escola e outros. Entendendo-se que o primeiro e principal agente de formação é a própria pessoa,

sem seu envolvimento pouco se atinge. É indispensável e fundamental este aprimoramento para

alcançar uma educação de qualidade. Educar com competência e compromisso ético é questão de

justiça para com os alunos e sociedade.

A Escola é detentora de uma autonomia relativa, hierarquicamente subordinada a outros

setores, seu espaço físico e pedagógico será pautado pelo exercício da democratização das ações e

posturas compreendendo compromisso ético num espaço que é público.

A qualidade do espaço físico é uma das condições fundamentais para que o trabalho

pedagógico e administrativo aconteça com condições adequadas e de dignidade proporcionando o

devido respeito à comunidade educativa. Tal espaço compreende questões de dimensão de área,

conservação, manutenção e higiene. Neste sentido busca-se interagir com nossos parceiros e

mantenedores visando à ocupação de um espaço que melhor atenda nossas necessidades e

promover conscientização e envolvimento da comunidade escolar, preservando e zelando pelo

patrimônio físico e moral da escola.

AVALIAÇÃO

Avaliar é prática inerente a toda proposta de ação. As ações pedagógicas e administrativas

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descritas no presente Plano de Ação serão avaliadas pela observação dos resultados daquilo que se

estabelece como objetivos a serem alcançados.

A avaliação formal ou informal acontecerá pela verificação do rendimento escolar dos jovens,

adultos e idosos, pela inserção deste indivíduo na sociedade, pelo envolvimento e compromisso dos

profissionais da educação e pelo retorno das ações da comunidade.

13.6. PROFESSOR PEDAGOGO E COORDENAÇÕES

Plano de ação do Professor Pedagogo e da Coordenação

Justificativa

O professor pedagogo e a coordenação do CEEBJA trabalham de forma integrada como

apoio pedagógico, priorizando a relação PROFESSOR / ALUNO, mediada pelo conteúdo; seu

trabalho visa ainda informar o aluno, enfatizando a relação homem – trabalho, homem – mundo,

trabalhado pelo desenvolvimento moral, espiritual, físico-intelectual e emocional do ser (vir a ser)

mediada pela realidade social.

Sua ação se dá de maneira interdisciplinar com professores e demais funcionários de outras

áreas afins que prioriza a organização escolar utilizando-se de várias experiências dos elementos

envolvidos no processo ensino-aprendizagem para melhor servir ao educando.

Professor Pedagogo

O professor pedagogo deve ser o articulador das relações aluno-professor-aprendizagem.

Sendo assim, sua função é de trabalhar juntos (professor, aluno, direção, pais e comunidade

escolar) na elaboração de práticas educativas para melhorar o trabalho escolar.

A organização do trabalho pedagógico escolar é uma atividade do pedagogo que passa pela

direção.

O professor pedagogo tem funções no contexto pedagógico e também no administrativo, tais

como:

• orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos de cada disciplina;

• coordenar e acompanhar Ações Pedagógicas Descentralizadas e exames supletivos quando,

no estabelecimento, não houver coordenação (ões) específica(s) dessa(s) ação (ões);

• executar a avaliação institucional conforme orientação da mantenedora.

Coordenações

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As Coordenações de Ações Pedagógicas Descentralizadas – Coordenação Geral e

Coordenação Itinerante, bem como a Coordenação de Exames Supletivos, têm como finalidade a

execução dessas ações pelo Estabelecimento Escolar, quando autorizadas e regulamentadas pela

mantenedora.

Cabe ao(s) Coordenador (es) de Ações Pedagógicas Descentralizadas:

Coordenação Geral

• receber e organizar as solicitações de Ações Pedagógicas Descentralizadas;

• organizar os processos dessas Ações para análise pelo respectivo NRE;

• elaborar os cronogramas de funcionamento de cada turma da Ação;

• digitar os processos no Sistema e encaminhar para justificativa da Direção do

Estabelecimento;

• acompanhar o funcionamento de todas as turmas de Ações Pedagógicas Descentralizadas

vinculadas ao Estabelecimento;

• acompanhar a matrícula dos educandos e a inserção das mesmas no Sistema;

• organizar a documentação dos educandos para a matrícula;

• organizar a lista de freqüência e de notas dos educandos;

• enviar material de apoio didático para as turmas das Ações Pedagógicas Descentralizadas;

• responder ao NRE sobre todas as situações dessas turmas;

• organizar o rodízio dos professores nas diversas disciplinas, garantindo o atendimento aos

educandos de todas as turmas;

• orientar e acompanhar o cumprimento das atividades a serem executadas durante as horas-

atividade dos professores;

• realizar reuniões periódicas de estudo que promovam o intercâmbio de experiências

pedagógicas e a avaliação do processo ensino-aprendizagem;

• elaborar materiais de divulgação e chamamento de matrículas em comunidades que

necessitam de escolarização;

• acompanhar a ação dos coordenadores itinerantes;

• tomar ciência e fazer cumprir a legislação vigente;

• prestar à Direção, à equipe pedagógica do estabelecimento e ao NRE, quando solicitado,

quaisquer esclarecimentos sobre a execução da escolarização pela Ações Pedagógicas

Descentralizadas sob sua coordenação;

• executar a avaliação institucional conforme orientação da mantenedora.

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Coordenador itinerante

• Acompanhar o funcionamento in loco das Ações Pedagógicas Descentralizadas;

• atender e / ou encaminhar as demandas dos professores e dos educandos;

• verificar o cumprimento de horário de funcionamento das turmas;

• observar e registrar a presença dos professores;

• atender à comunidade nas solicitações de matrícula;

• solicitar e distribuir o material de apoio pedagógico;

• solicitar e distribuir as listas de freqüência e de notas dos educandos;

• encaminhar as notas e freqüências dos educandos para digitação;

• acompanhar o rodízio de professores, comunicando à Coordenação geral qualquer problema

neste procedimento;

• solicitar e organizar a documentação dos educandos para matrícula;

• acompanhar o funcionamento pedagógico e administrativo de todas as turmas das Ações

Pedagógicas Descentralizadas sob sua responsabilidade;

• participar das reuniões pedagógicas e da hora-atividade, juntamente com os professores;

• executar a avaliação institucional conforme orientação da mantenedora.

Coordenador de Exame Supletivo

• Tomar conhecimento do edital de exames;

• fazer as inscrições dos candidatos, conforme datas determinadas no edital;

• verificar o número mínimo de candidatos inscritos para que os exames possam ser

executados;

• digitar, no Sistema, a inscrição dos candidatos;

• conferir a inserção das inscrições dos candidatos no Sistema, por meio da emissão de

Relatório de Inscritos;

• solicitar credenciamento de outros espaços escolares, quando necessário, para execução dos

exames;

• solicitar por e-mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, as provas em Braille e as

ampliadas, das etapas a serem realizadas, quando for o caso;

• solicitar por e-mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, para o DEJA / SEED, autorização

para a realização de quaisquer bancas especiais;

• comunicar ao NRE todos os procedimentos tomados para realização dos Exames;

• receber os materiais dos Exames Supletivos nos NREs;

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• capacitar a(s) equipe de trabalho do Estabelecimento para a realização dos Exames

Supletivos, quanto ao cumprimento dos procedimentos, em especial à organização e o

preenchimento dos cartões-resposta;

• acompanhar a aplicação das provas, para que transcorram com segurança e tranqüilidade,

em conformidade com os procedimentos inerentes aos Exames;

• divulgar as Atas de Resultado.

Cronograma

O Plano de Ação será executado no transcorrer do ano letivo.

Avaliação

A avaliação será diagnóstica, analisando os envolvidos no processo educativo dando-se

ênfase ao bom senso, senso crítico, responsabilidade, companheirismo, respeito e cidadania.

Por se tratar de um projeto de longa duração, será feito um acompanhamento rigoroso, no

sentido de detectar falhas e saná-las.

O Plano de Ação, sempre que necessário, será reavaliado e readaptado às necessidades

relevantes que ocorrerem durante o transcorrer do ano letivo.

A ação da Equipe Pedagógica e da Coordenação deve estar voltada para promover um

relacionamento agradável e de cooperação entre os membros da escola, ajudar na resolução de

problemas, mas, principalmente, realizar um trabalho preventivo.

13.7. BIBLIOTECA ESCOLAR

Plano de ação da Biblioteca

A Biblioteca da escola deve ser um espaço silencioso e agradável, onde o leitor possa ter

tranqüilidade para ler, estudar e pesquisar, dependendo do que necessita no momento.

A Biblioteca do Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de Irati –

CEEBJA – funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h; das 13h às 17h e das 18h às 22h e a

escola dispõe de dois responsáveis por este setor.

Além dos livros de leitura e de pesquisa que compõe o acervo da biblioteca, a Escola assina

os jornais O Estado do Paraná, Irati Centro Sul e as revistas: Época, Veja, Super Interessante,

Saúde e Nova Escola.

As atendentes da biblioteca utilizam-se de metodologias diferenciadas para auxiliar o aluno na

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hora da pesquisa, recorrendo muitas vezes à internet, que já é uma realidade em nossa escola.

Quanto ao empréstimo de livros, o controle é feito através do programa de computador

MAXBIBLIOTECA; o prazo é de uma semana, podendo ser renovado por mais uma semana se for

entregue na data prevista.

Os usuários são conscientizados da necessidade de conservação do acervo pertencente à

Biblioteca e que nem um livro ou revista deve sair da biblioteca sem a autorização das responsáveis.

13.8. PLANO DE AÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS

13.8.1. DO SETOR ADMINISTRATIVO - SECRETARIA

A Secretaria é o setor que tem em seu encargo, todo registro de escrituração escolar e

correspondência do Estabelecimento de Ensino. É o suporte fundamental para o bom andamento

desta Unidade Escolar, através de seus relatórios, dos seus registros e de sua organização, dando

assim, um valor legal à ação da escola.

A Secretaria deve manter um trabalho eficiente, dinâmico e racional, capaz de fornecer, no

mínimo espaço de tempo, qualquer informação ou documento solicitado.

A função de Secretário Escolar é exercida por um Agente Educacional II indicado pela direção

do estabelecimento e designado por Ato Oficial, conforme normas da Secretaria de Estado da

Educação – SEED. O serviço da Secretaria é coordenado e supervisionado pela direção.

Cabe ao Secretário (a) desenvolver relações diretas e permanentes com as diferentes áreas

de atuação da escola, sendo que para atingir seus objetivos faz-se necessário o trabalho e interação

com o coletivo escolar.

De acordo com a Lei Complementar Nº 123 – 09/09/2008, segue as atribuições dos

profissionais que ocupam o cargo de Agente Educacional II:

Realizar atividades administrativas e de secretaria da instituição escolar onde trabalha;

auxiliar na administração do estabelecimento de ensino, atuando como educador e gestor dos

espaços e ambientes de comunicação e tecnologia; manter em dia a escrituração escolar: boletins

estatísticos; redigir e digitar documentos em geral e redigir e assinar atas; receber e expedir

correspondências em geral, juntamente com a direção da escola; emitir e assinar, juntamente com o

diretor, históricos e transferências escolares; classificar, protocolar e arquivar documentos; prestar

atendimento ao público, de forma pronta e cordial; atender ao telefone; prestar orientações e

esclarecimentos ao público em relação aos procedimentos e atividades desenvolvidas na unidade

escolar; lavrar termos de abertura e encerramento de livros de escrituração; manter atualizados

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dados funcionais de profissionais docentes e não docentes do estabelecimento de ensino; manter

atualizada lista telefônica com os números mais utilizados no contexto da escola; comunicar à

direção fatos relevantes no dia-a-dia da escola; manter organizado e em local acessível o conjunto

de legislação atinente ao estabelecimento de ensino; executar trabalho de mecanografia e de

reprografia; acompanhar os alunos, quando solicitado, em atividades extraclasse ou

extracurriculares; participar de reuniões escolares sempre que necessário; participar de eventos de

capacitação sempre que solicitado; manter organizado o material de expediente da escola;

comunicar antecipadamente à direção sobre a falta de material de expediente para que os

procedimentos de aquisição dos mesmos sejam realizados; executar outras atividades correlatas às

ora descritas; catalogar e registrar livros, fitas, DVD, fotos, textos, CD; registrar todo material didático

existente na biblioteca, nos laboratórios de ciências e de informática; manter a organização da

biblioteca, laboratório de ciências e informática; restaurar e conservar livros e outros materiais.de

leitura; atender aos alunos e professores, administrando o acervo e a manutenção do banco de

dados; zelar pelo controle e conservação dos documentos e equipamentos da Biblioteca; conservar,

conforme orientação do fabricante, materiais existentes nos laboratórios de informática e de

ciências; reproduzir material didático através de cópias reprográficas ou arquivos de imagem e som

em vídeos, “slides”, CD e DVD; registrar empréstimo de livros e materiais didáticos; organizar

agenda para utilização de espaços de uso comum; zelar pelas boas condições de uso de televisores

e outros aparelhos disponíveis nas salas de aula; zelar pelo bom uso de murais, auxiliando na sua

organização, agir como educador, buscando a ampliação do conhecimento do educando, facilitada

pelo uso dos recursos disponíveis na escola; quando solicitado; participar das capacitações

propostas pela SEED ou outras de interesse da unidade escolar; decodificar e mediar o uso dos

recursos pedagógicos e tecnológicos na prática escolar; executar outras atividades correlatas às ora

descritas.

13.8.2. DO SETOR DE INTRA-ESTRUTURA E ALIMENTAÇÃO ESCOLAR

Os profissionais que ocupam o cargo de Agente Educacional I são responsáveis pela

manutenção de infra-estrutura escolar e preservação do meio ambiente, alimentação escolar e

interação com o educando. Portanto, cabe a estes as seguintes atribuições, de acordo com a Lei

Complementar Nº 123 – 09/09/2008:

Zelar pelo ambiente escolar, preservando, valorizando e integrando o ambiente físico escolar;

executar atividades de manutenção e limpeza, tais como: varrer, encerar, lavar salas, banheiros,

corredores, pátios, quadras e outros espaços utilizados pelos estudantes, profissionais docentes e

não docentes da educação, conforme a necessidade de cada espaço; lavar, passar e realizar

pequenos consertos em roupas e materiais; utilizar aspirador ou similares e aplicar produtos para

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limpeza e conservação do mobiliário escolar; abastecer máquinas e equipamentos, efetuando

limpeza periódica para garantir a segurança e funcionamento dos equipamentos existentes na

escola; efetuar serviços de embalagem, arrumação, remoção de mobiliário, garantindo acomodação

necessária aos turnos existentes na escola; disponibilizar lixeiras em todos os espaços da escola,

preferencialmente, garantindo a coleta seletiva de lixo, orientando os usuários – alunos ou outras

pessoas que estejam na escola para tal; coletar o lixo diariamente, dando ao mesmo o destino

correto; executar serviços internos e externos, conforme demanda apresentada pela escola;

racionalizar o uso de produtos de limpeza, bem como zelar pelos materiais como vassouras, baldes,

panos, espanadores, etc.; comunicar com antecedência à direção da escola sobre a falta de material

de limpeza, para que a compra seja providenciada; abrir, fechar portas e janelas nos horários

estabelecidos para tal, garantindo o bom andamento do estabelecimento de ensino e o cumprimento

do horário de aulas ou outras atividades da escola; guardar sob sua responsabilidade as chaves da

instituição, quando for o caso, ou deixar as chaves nos locais previamente estabelecidos; zelar pela

segurança das pessoas e do patrimônio, realizando rondas nas dependências da instituição,

atentando para eventuais anormalidades, bem como identificando avarias nas instalações e

solicitando, quando necessário, atendimento policial, do corpo de bombeiros, atendimento médico de

emergência devendo, obrigatoriamente, comunicar as ocorrências à chefia imediata; controlar o

movimento de pessoas nas dependências do estabelecimento de ensino, cooperando com a

organização das atividades desenvolvidas na unidade escolar; encaminhar ou acompanhar o público

aos diversos setores da escola, conforme necessidade; acompanhar os alunos em atividades

extraclasse quando solicitado; preencher relatórios relativos à sua rotina de trabalho; participar de

cursos, capacitações, reuniões, seminários ou outros encontros correlatos às funções exercidas ou

sempre que convocado; agir como educador na construção de hábitos de preservação e

manutenção do ambiente físico, do meio-ambiente e do patrimônio escolar; efetuar outras tarefas

correlatas às ora descritas; preparar a alimentação escolar sólida e líquida observando os princípios

de higiene, valorizando a cultura alimentar local, programando e diversificando a merenda escolar;

responsabilizar-se pelo acondicionamento e conservação dos insumos recebidos para a preparação

da alimentação escolar; verificar a data de validade dos alimentos estocados, utilizando-os em data

própria, a fim de evitar o desperdício e a inutilização dos mesmos; atuar como educador junto à

comunidade escolar, mediando e dialogando sobre as questões de higiene, lixo e poluição, do uso

da água como recurso natural esgotável, de forma a contribuir na construção de bons hábitos

alimentares e ambientais; organizar espaços para distribuição da alimentação escolar e fazer a

distribuição da mesma, incentivando os alunos a evitar o desperdício; acompanhar os educandos em

atividades extracurriculares e extraclasse quando solicitado; realizar chamamento de emergência de

médicos, bombeiros, policiais, quando necessário, comunicando o procedimento à chefia imediata;

preencher relatórios relativos à sua rotina de trabalho; comunicar ao (à) diretor (a), com

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antecedência, a falta de algum componente necessário à preparação da alimentação escolar, para

que o mesmo seja adquirido; efetuar outras tarefas correlatas às ora descritas.

PLANO DE AÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS

Os funcionários, dentro da especificidade de sua área de atuação, têm um papel fundamental

no processo educativo, por meio da vivência e da observação de atitudes corretas e respeitosas no

cotidiano da escola. Deve zelar pelo respeito às diversidades tendo uma postura que busque

minimizar discriminações de qualquer natureza no ambiente escolar. Deve orientar, aconselhar e

informar os alunos, agindo como educadores.

Visando uma melhor organização do trabalho, pretende-se desenvolver ações adequadas a

realidade da escola e a especificidade da Modalidade de Ensino a que atende.

Desempenhar ações que visem atender as necessidades da instituição de ensino, prestando

atendimento ao público de forma rápida, eficiente e eficaz. Arquivar a documentação legal da escola,

de alunos, professores, equipe pedagógica e funcionários. Desenvolver de forma ágil toda a rotina

administrativa, auxiliando na administração da escola.

13.9. PROJETOS DESENVOLVIDOS PELA ESCOLA

• Janelas para a cultura

• Diferenças Étnico Cultural – História e Cultura Afro

• Cidadania em ação – Educação Fiscal

• Resgate da Cultura Indígena

• Uma nova leitura do campo – Educação do Campo

• Semana cultural

• 20 de Novembro – Dia da Consciência Negra

• Projetos PDE

• Educador ou trabalhador?

• O Gênero feminino nos gêneros discursivos: novas percepções

• EJA/Literatura Infantil- Meio para a compreensão de Língua Inglesa

• TC 6- Teste de Caminhada de 6 Minutos

13.10. REUNIÕES PEDAGÓGICAS

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Na modalidade EJA o conselho ocorre por meio de reuniões, diferente do conselho de classe

do ensino regular, pois nem todos os alunos estão matriculados nas mesmas disciplinas.

Nessas reuniões, trabalha-se através de palestras, filmes, trabalhos em grupo, abordando

temas que proporcionem uma reflexão no “ser” pessoal do professor, bem como possibilite e

contribua para um repensar no processo ensino-aprendizagem. Durante este processo os

educadores expõem suas dificuldades, necessidades e no coletivo encontramos possíveis soluções

que venham contribuir para que haja uma melhor qualidade do ensino e a superação dos problemas

pedagógicos.

As dificuldades encontradas com relação á evasão e aprendizagem são repassadas para

Direção e Equipe Pedagógica para posterior análise.

13.11. CONSELHO ESCOLAR

O Conselho Escolar, órgão colegiado de natureza deliberativa, consultiva e fiscal, tem como

principal atribuição estabelecer e garantir a implementação da Proposta Pedagógica, eixo de toda e

qualquer ação a ser desenvolvida.

Ele será constituído de acordo com o princípio da representatividade, devendo abranger toda

a comunidade escolar, cujos representantes nele terão, necessariamente, voz e voto.

Poderão participar do Conselho Escolar os representantes dos movimentos sociais

organizados, comprometidos com a escola pública, assegurando-se que sua representação não

ultrapasse 1/5 (um quinto) do colegiado.

O Presidente do Conselho Escolar será o Diretor do estabelecimento, na qualidade de

dirigente da Posposta Pedagógica.

O Conselho Escolar do CEEBJA de Irati será constituído pelas seguintes categorias:

• Diretor;

• representante da Equipe Pedagógica;

• representante da Equipe Administrativa;

• representante de Professores para cada segmento do Ensino Fundamental e do Ensino

Médio, com atividade na Sede do Estabelecimento;

• representantes dos Coordenadores das Ações Pedagógicas Descentralizadas;

• representante dos educandos para cada fase do Ensino Fundamental e do Ensino Médio,

com matrículas ativas.

• representante(s) indicado(s) pelos segmentos organizados da sociedade, composto por, no

máximo, 1/5 da somatória das alíneas anteriores, designados pelo Núcleo Regional de

Educação, em ato próprio.

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13.12. A.P.A.F. (ASSOCIAÇÃO DE PROFESSORES, ALUNOS E FUNCIONÁRIOS)

A Associação de Professores, Alunos e Funcionários deste Estabelecimento de Ensino é

pessoa jurídica, de direito privado, órgão de representação do corpo docente e discente da escola,

de utilidade pública, não tendo caráter partidário, religioso, de raça, e nem fins lucrativos, não sendo

remunerados seus dirigentes e conselheiros, tratando-se de trabalho voluntário.

A A.P.A.F. tem a função de planejar, acompanhar, aplicar e gerenciar os recursos financeiros,

bem como proporcionar condições aos educandos, de participar de todo o processo escolar.

A associação participa, também, da elaboração do Projeto Político Pedagógico da escola.

13.13. CONSELHO DE AVALIAÇÃO

O Conselho de Avaliação é um órgão colegiado de natureza consultiva em assuntos didático-

pedagógicos, com atuação dirigida a cada educando do Estabelecimento de Ensino, tendo por

objetivo avaliar o processo de ensino-aprendizagem.

A finalidade do Conselho de Avaliação é analisar os dados resultantes do processo de ensino

e de aprendizagem, constantes nesta proposta, propondo o aperfeiçoamento do mesmo, de tal

forma que vise assegurar o desempenho escolar do aluno.

13.14. FORMAÇÃO CONTINUADA

A formação continuada dos trabalhadores em educação da educação constitui um dos

grandes desafios da sociedade e desta instituição. Busca- se respondê-lo proporcionando e

incentivando os profissionais da educação e também a comunidade escolar a participarem da

Semana Pedagógica e Reuniões Pedagógicas, previstas em calendário escolar , Grupos de

Estudos, Cursos, Reuniões, Debates, GTR, PDE, CADEP, Profuncionário, Simpósios e Seminários,

promovidos pela SEED, onde há reflexões sobre as práticas pedagógicas e aprofundamento das

dimensões científicas, teóricas e práticas do trabalho de todos os profissionais da escola, Itinerante

um grande espaço de formação continuada que conta com a interação entre os profissionais da rede

estadual de ensino, Professores – Pedagogos poderão realizar a sua Produção Pedagógica, trata-se

de um artigo voltado para a Organização do Trabalho Pedagógico, o qual se consubstanciará, em

mais um espaço de formação continuada das equipes pedagógicas.

O Conselho Escolar e APAF se fazem presentes nas formações, pois integrados do

andamento das atividades escolares as decisões coletivas se tornam mais acertadas.

Entendendo-se que o primeiro e principal agente de formação é a própria pessoa, sem seu

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envolvimento pouco se atinge. É indispensável e fundamental este aprimoramento para alcançar

uma educação de qualidade. Assim são realizadas reuniões periódicas para atualização dos

Trabalhadores em Educação, envolvendo diversos assuntos, dentre eles a questão da mudança do

Ensino Fundamental de 9 anos para conhecimento e reconhecimento da criança que está chegando

a escola nos dias atuais: Quem é ela? Que momento ela está vivendo? Quais são os seus direitos,

interesses e necessidades? Por que ela pode ou deve ingressar no Ensino Fundamental? Qual é

seu ambiente de desenvolvimento e aprendizado? O ser humano constitui um tempo de vida que se

encontra em permanente construção social, assim também a criança que ao longo dos tempos e em

cada momento histórico, as concepções sobre vêm se modificando.

13.15. MATERIAIS DE APOIO DIDÁTICO

Serão adotados os materiais indicados pela Coordenação de Educação de Jovens e Adultos –

CEJA, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, como material básico.

Além desse material, os docentes, na sua prática pedagógica, poderão utilizar outros recursos

didáticos.

13.16. LABORATÓRIO

Ciência e tecnologia são elementos essenciais para a transformação e o desenvolvimento da

sociedade atual. Esta, por sua vez, tem exigido um volume de informações muito maior do que em

qualquer época do passado, quer seja para o acesso ao mundo do trabalho, quer para o exercício

consciente da cidadania e para as atividades do cotidiano.

Em qualquer área de estudo, faz-se necessário unir o conhecimento teórico com a prática. Em

algumas áreas essa relação teoria-prática é mais permanente.

A apropriação significativa do conhecimento científico, de modo a contribuir para a

compreensão dos fenômenos do mundo natural, em diferentes espaços e tempos do planeta, como

um todo dinâmico, como elementos em permanente interação, do corpo humano e da sua

integridade, da saúde como dimensão pessoal e social, do desenvolvimento tecnológico e das

transformações ambientais causadas pelo ser humano, são os resultados esperados na área de

Ciências do Ensino Fundamental e Médio.

As atividades de laboratório, quando bem implementadas, assumem papel de suma

importância, auxiliando o professor no encaminhamento metodológico de temas ou assuntos,

propiciando a participação ativa dos educandos, potencializando as atividades experimentais e

facilitando a compreensão de conceitos ou fenômenos.

Assim, seguindo o entendimento do Conselho Estadual de Educação, expresso no parecer nº

“095/99”... “indubitavelmente, um conceito novo para o espaço denominado laboratório acompanha

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uma educação científica nova, espaço que passará a incluir também o pátio da escola, a beira do

mar, o bosque ou a praça pública...” explicitam a não obrigatoriedade de espaço específico e

materiais pré-determinados, para a concretização de experimentos nos estabelecimentos de ensino,

reforçando o princípio pedagógico da contextualização, que se quer implementar neste Centro

Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos.

O CEEBJA conta com laboratório integrado de ciências, física, química e biologia, contando

com um microscópio, materiais relacionados ao corpo humano, mapas de anatomia e fisiologia

humana, morfologia vegetal, maquete da célula eucariótica, vidrarias e suportes para experiências

químicas, etc.

Conta também com laboratório de informática, com acesso a internet para uso dos alunos e

professores.

13.17. RECURSOS TECNOLÓGICOS

Vivemos em um tempo de “globalização do conhecimento”, quando o cidadão deve dominar

as tecnologias existentes. Assim sendo, a informática na escola é possibilidade de construir

estratégias e habilidades necessárias para compreensão e inserção no mundo atual com novas

formas de expressão e comunicação. Neste enfoque será tratada como um recurso e estratégia para

garantir e ampliar a qualidade do processo ensino-aprendizagem.

É preciso ensinar o aluno a trabalhar a informação, utilizando-a para colaborar na solução dos

problemas da realidade. Dessa forma, o uso da tecnologia (informática, TV e DVD) possibilita

ensinar de formas diferentes, transformando a aula em investigação.

A escola é o lugar da organização dos conhecimentos. E é preciso que jovens e adultos

sejam preparados para lidar com a informação.

A escola conta com laboratório de informática, com acesso a internet, para uso dos

professores e alunos. Todas as salas de aula são equipadas com televisores, conta também com

aparelhos de DVD, aparelhos de som, projetor, etc., equipamentos estes usados diariamente pelos

professores durante as aulas. A escola disponibiliza também um espaço amplo arejado e

silencioso para a biblioteca, proporcionado assim ambiente adequado para estudo e pesquisa dos

educandos, que além dos livros de leitura e de pesquisa que compõe o acervo da biblioteca, a

Escola assina os jornais O Estado do Paraná, Irati Centro Sul e as revistas: Época, Veja, Super

Interessante, Saúde e Nova Escola. Os trabalhadores em educação que atendem a biblioteca

utilizam-se de metodologias diferenciadas para auxiliar o aluno na hora da pesquisa, recorrendo não

só ao acervo como também à internet, propiciando o saber científico aprofundado ao aluno.

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13.19. EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA

O eixo estrutural comum à educação, escola e sociedade é o conhecimento.

Para exercer a cidadania plena é necessário ter acesso à informação e à tecnologia, sabendo

utilizá-la. Desta forma, o conhecimento é o mais eficiente instrumento do homem, sem o qual não é

possível alcançar o êxito pessoal e coletivo.

Compete ainda a todos os envolvidos com a educação responder pela dimensão ética, quer

dizer, pela formação de valores das atitudes e dos procedimentos para que os alunos sejam

membros ativos e úteis à sua comunidade. Valores estes que orientam o uso correto do saber

científico, estético e tecnológico.

A reflexão e o questionamento contêm sobre as questões sociais, a relação entre a ciência,

tecnologia e sociedade, possibilitam o avanço da ciência e a construção do pensamento

permanente.

13.20. ESTAGIÁRIOS

Sabendo-se da importância da realização de estágio para a formação acadêmica, nossa

escola abre seu espaço para acolher e acompanhar estagiários da UNICENTRO.

Os novos recursos didáticos (apresentados pelos acadêmicos), juntamente com os

mecanismos de comunicação, formam o núcleo por meio do qual o agente de ensino e os agentes

de aprendizagem entram em contato.

Considerando-se que a escola é por excelência espaço onde se ensina e aprende, e

fundamentada nessa concepção, essa comunidade escolar aproveita a inovação, novas práticas

pedagógicas e a disposição de estagiários para melhorar a qualidade de ensino.

13.21. AÇÕES DO ESTÁGIO NÃO-OBRIGATÓRIO

Esta instituição proporciona aos alunos a possibilidade de desenvolver o estágio não-

obrigatório de acordo com a lei 11.788/08, com objetivo de permitir ao estudante e futuro

trabalhador ampliar seus conhecimentos escolares, bem como atuar no mundo do trabalho de forma

mais autônoma, consciente e crítica, possibilitando ao aluno estagiário não somente sua integração

nas atividades produtivas, mas a sua participação nela, de forma plena, relacionando as práticas

com o conhecimento científico.

Assim, serão encaminhados às instituições cedentes de estágio os alunos que estiverem

matriculados nesta instituição, com freqüência escolar satisfatória e que tenham interesse em

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realizar o devido estágio.

13.22. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, Maria Conceição Pereira de. Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e

Adultos, a Grande Conquista, Arte & Cultura, 1999, 1ª Edição.

BRZEZINSKI, Iria. LDBEN Interpretada: diversos olhares se entrecruzam. São Paulo: Cortez, 1997.

CARNEIRO, Moaci Alves. LDBEN fácil. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.

(5ª) Conferência Internacional sobre Educação de Adultos (V CONFINTEA).

Conselho Estadual de Educação - PR

Deliberação 011/99 – CEE.

Deliberação 014/99 – CEE.

Deliberação 09/01 – CEE.

Deliberação 008/00 – CEE

Deliberação 07/01 _ CEE

Deliberação 02/03 _ CEE

Deliberação 016/99 _ CEE

Indicação 004/96 – CEE.

Parecer 095/99 – CEE (Funcionamento dos Laboratórios).

Conselho Nacional de Educação

Parecer 011/2000 – Diretrizes Curriculares Nacionais de EJA.

Parecer 004/98 – Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental.

Parecer 015/98 – Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.

Resolução 03/98 – CEB.

Constituição Brasileira – Artigo 205.

DELORS, J.Educação: Um tesouro a descobrir. São Paulo:Cortez; Brasília, DF: MEC: UNESCO,

1998.

DEMO, Pedro. A Nova LDBEN – Ranços e Avanços. Campinas, SP: Papirus, 1997.

DRAIBE, Sônia Miriam; COSTA, Vera Lúcia Cabral; SILVA Pedro Luiz Barros. Nível de

Escolarização da População.mimeog.

DI PIERRO; Maria Clara. A educação de Jovens e Adultos na LDBEN. mimeog.

DI PIERRO; Maria Clara. Os projetos de Lei do Plano Nacional de Educação e a Educação de

Jovens e Adultos. mimeog.

Decreto 2494/98 da Presidência da República.

Decreto 2494/98 da Presidência da República.

Deliberação 016/99

Deliberação 002/2003

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Deliberação 007/99

Deliberação 009/2001

Deliberação 014/99

Deliberação 016/99

ECA 8069/90

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, 40ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.

Instrução 008/2011

Instrução 009/2011

KRAMER, Sônia. A Política do pré-escolar no Brasil: A arte do disfarce. 7ª edição. São Paulo:

Cortez, 2003.

LDBEN nº 9394/96.

LEI 10.639/03

LEI 13381/01

LEI 11645/08

Parecer nº 01/09

LEI 11.733

LEI 11734

OLIVEIRA, Thelma Alves de, et al. Avaliação Institucional (Cadernos Temáticos). Curitiba: SEED –

PR, 2004.

Parâmetros Curriculares Nacionais 1º segmento do Ensino Fundamental.

Parâmetros Curriculares Nacionais 2º segmento do Ensino Fundamental.

Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Médio.

Plano Nacional de Educação – Educação de Jovens e Adultos.

SILVA, Eurides Brito da.A Educação Básica Pós-LDBEN.

SOUZA, Paulo N. Silva & SILVA, Eurides Brito da. Como entender e aplicar a nova LDBEN.

SOUZA, Paulo Nathanael Pereira de; SILVA, Eurides Brito da.Como entender e Aplicar a Nova

LDBEN. SP, Pioneira Educ., 1997. 1ª Edição.

Estatuto da criança e do adolescente. Lei nº 8069 de 13 julho 1990.

ZEKCER, Israel. Adolescente também é gente! São Paulo: Summus, 1985.

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PLANO DE ESTÁGIO NÃO-OBRIGATÓRIOI – IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO:

1 – Denominação Completa do Estabelecimento de Ensino

Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de Irati – Ensino Fundamental

e Médio.

2 – Endereço completo

Rua XV de Julho, 193 – 1º e 2º andar

3 – Bairro/Distrito

Centro

4 – Município

Irati

5 – NRE

Irati

6 – CEP

84500-000

7 – Caixa Postal

8 – DDD

42

9 – Telefone

3423 2414

10 – Fax

3423 2414

11 – E-mail

[email protected]

12 – Site

[email protected]

13 – Entidade mantenedora

Governo do Estado do Paraná

14 – CNPJ/MF

76416965001-21

15 – Local e data

Irati, 30 de novembro de 2011.

16 – Assinatura

Direção

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II-IDENTIFICAÇÃO DO CURSO :

Ensino Médio

A organização do trabalho pedagógico segue as orientações expressas nas Diretrizes

Curriculares Nacionais e Estaduais sendo que o regime de oferta é de forma presencial , organizado

por disciplinas.

Carga horária do curso: 1200 horas

Regime de funcionamento: de 2ª a 6ª feira, nos períodos manhã , tarde e noite.

III- PROFESSOR ORIENTADOR:

Professora Pedagoga Gisele Simone Kovalski Primom, graduada em Letras- Português /

Letras, Pedagogia e Especialização em Língua Portuguesa.

IV-JUSTIFICATIVA:

A Lei nº 11.788/08, que dispõe sobre o estágio obrigatório e não-obrigatório de estudantes, e

a Deliberação nº 02/09 do CEE, que estabelece normas para a organização e a realização dos

Estágios, definem, também, obrigações da Instituição de Ensino para com os estágios não

obrigatórios.

No Parágrafo único do Art. 7º da Lei 11.788/08: “ O plano de atividades do estagiário,

elaborado em acordo das 3(três) partes a que se refere o inciso II do caput do art. 3º desta Lei, será

incorporado ao termo de compromisso por meio de aditivos à medida que for avaliado,

progressivamente, o desempenho do estudante.”

Na Deliberação 02/09 do CEE, Art. 1º, Parágrafo 1º, incisos I e II:

“I – o estágio, obrigatório, e, não-obrigatório assumido pela instituição de ensino, deverá estar

previsto no Projeto Político-Pedagógico;

II – “o desenvolvimento do estágio deverá estar descrito no Plano de Estágio;”.

A Deliberação 02/09, Art. 4°, Incisos III - “Plano de Estágio, a ser apresentado para análise

juntamente com o Projeto Político-Pedagógico, ou em separado no caso de estágio não obrigatório

implantado posteriormente, visará assegurar a importância da relação teoria-prática no

desenvolvimento curricular, deverá ser incorporado ao Termo de Compromisso e será adequado à

medida da avaliação de desempenho do aluno, por meio de aditivos;”.

V- OBJETIVOS DO ESTÁGIO:

Estágio é um ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho,

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cujas atividades devem estar adequadas às exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento

cognitivo, pessoal e social do educando, de modo a prevalecer sob o aspecto produtivo.

• Contribuir para a formação do aluno no desenvolvimento de atividades relacionadas ao

mundo do trabalho que oportunizem concebê-lo como ato educativo.

• O estágio faz parte do projeto pedagógico do curso, alem de integrar o itinerário formativo do

educando.

• Visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização

curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho.

VI- LOCAIS DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO:

• Prefeitura Municipal;

• Indústria e Comércio em geral;

• CIRETRAN;

• COPEL;

• INSS;

• SANEPAR;

• UNICENTRO;

• SETP.

VII-CARGA-HORÁRIA E PERÍODO DE REALIZAÇÃO DE ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO:

A jornada de estágio terá, no máximo, a seguinte duração:

o 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais, no caso de estudantes de Educação

Profissional Técnica de Nível Médio e do Ensino Médio.

A Instituição de Ensino deverá negociar com a instituição concedente o horário de início e

término do estágio de cada aluno durante a semana, de forma a garantir que o aluno cumpra

pontualmente seus compromissos escolares.

VIII – ATIVIDADES DE ESTÁGIO:

1- Os alunos matriculados no Ensino Médio podem realizar atividades que possibilitem:

4. a integração social;

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5. o uso das novas tecnologias;

6. produção de textos;

7. aperfeiçoamento do domínio do cálculo;

8. aperfeiçoamento da oralidade;

9. compreensão das relações do mundo do trabalho, tais como: planejamento, organização e

realizações de atividades que envolvam rotina administrativa, documentação comercial e

rotinas afins.

IX – ATRIBUIÇÕES DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO:

celebrar Termo de Compromisso com alunos e parte concedente após firmado o termo de

Convênio, autorizado pelo Sr. Governador;

incluir o estágio não-obrigatório no PPP;

regimentar o estágio não-obrigatório;

indicar professor orientador, responsável pelo acompanhamento e avaliação das atividades de

estágio;

zelar pelo cumprimento do Plano de estágio;

avaliar as instalações da parte concedente do estágio e sua adequação à formação cultural e

profissional do educando;

exigir do educando a apresentação periódica, em prazo não superior a 6 (seis) meses, de

relatório das atividades;

comunicar à parte concedente do estágio, no início do período letivo, as datas de realização de

avaliações escolares ou acadêmicas.

X - ATRIBUIÇÕES DO PROFESSOR ORIENTADOR DE ESTÁGIO:

1. Elaborar o plano de estágio e orientar sua execução;

2. organizar formulários e registros para acompanhamento do estágio de cada aluno;

3. manter permanente contato com os supervisores responsáveis pelo estágio na parte

concedente;

4. explicitar a proposta pedagógica da Instituição de Ensino e do plano de estágio obrigatório e

não-obrigatório à parte concedente;

5. planejar com a parte concedente os instrumentos de avaliação e o cronograma de atividades a

serem realizadas pelo estagiário;

6. realizar avaliações que indiquem se as condições para a realização do estágio estão de

acordo com o Plano de Estágio e o Termo de Compromisso, mediante relatório;

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7. zelar pelo cumprimento do Termo de Compromisso;

8. orientar a parte concedente e o aluno sobre a finalidade do estágio;

9. orientar a parte concedente quanto à legislação educacional e às normas de realização do

estágio;

10. solicitar relatórios de estágios da parte concedente e do aluno;

11. realizar visitas nas instituições concedentes para avaliar as condições de funcionamento do

estágio;

12. orientar previamente o estagiário quanto:

- às exigências da empresa;

- às normas de estágio;

- aos relatórios que fará durante o estágio;

- aos direitos e deveres do estagiário.

Obs.: No caso de estudante com deficiência, que apresente dificuldades para elaborar o relatório, o

professor orientador deverá auxiliar esse estagiário.

XI - ATRIBUIÇÕES DA PARTE CONCEDENTE: Considerar-se-ão partes concedentes de estágio, os dotados de personalidade jurídica pública ou

privada e profissionais liberais, desde que estejam devidamente registrados em seus

respectivos conselhos de fiscalização profissional.

A oferta de estágio pela parte concedente será efetivada mediante:

I. celebração de Convênio com a entidade mantenedora da instituição de ensino;

II. celebração do Termo de Compromisso com a instituição de ensino e o estudante;

III. a oferta de instalações que tenham condições de proporcionar ao estudante atividades de

aprendizagem social, profissional e cultural;

IV. indicação de funcionário do seu quadro de pessoal, com formação ou experiência

profissional na área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário, para orientar e

supervisionar até 10 (dez) estagiários simultaneamente;

V. contratação de seguro contra acidentes pessoais em favor do estagiário, cuja apólice seja

compatível com valores de mercado, devendo constar no Termo de Compromisso de Estágio nos

casos de estágio não-obrigatório;

a) no caso de estágio obrigatório, a responsabilidade pela contratação do seguro contra

acidentes pessoais, poderá, alternativamente, ser assumida pela mantenedora/instituição de ensino;

VI. entrega do termo de realização do estágio à instituição de ensino por ocasião do

desligamento do estagiário, com indicação resumida das atividades desenvolvidas, dos períodos e

da avaliação de desempenho;

VII. relatório de atividades, enviado à instituição de ensino, elaborado pelo funcionário

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responsável pela orientação e supervisão de estágio, com prévia e obrigatória vista do estagiário e

com periodicidade mínima de 6 (seis) meses;

VIII. a remuneração do agente integrador pelos serviços prestados, se houver.

XII – ATRIBUIÇÕES DO RESPONSÁVEL PELA SUPERVISÃO DE ESTÁGIO NA PARTE

CONCEDENTE:

Acompanhar o plano de atividades do estágio proposto pela parte concedente e a instituição

de ensino:

• tomar conhecimento do Termo de Compromisso;

• orientar e avaliar as atividades do estagiário em consonância com o Plano de Estágio;

• preencher os relatórios de estágio e encaminhar à instituição de ensino;

• manter contato com o Professor orientador da escola;

• propiciar instalações e ambientes favoráveis à aprendizagem social, profissional e cultural dos

alunos;

• encaminhar relatório de atividades, com prévia e obrigatória vista do estagiário, à instituição

de ensino, com periodicidade mínima de 6 meses.

XIII - ATRIBUIÇÕES DO ESTAGIÁRIO:

Considerando a Concepção de Estágio:

ter assiduidade e pontualidade, tanto nas atividades desenvolvidas na parte concedente como na

instituição de ensino;

celebrar Termo de Compromisso com a parte concedente e com a

instituição de ensino;

respeitar as normas da parte concedente e da instituição ensino;

associar a prática de estágio com as atividades previstas no plano de estágio;

realizar e relatar as atividades do plano de estágio e outras, executadas, mas não previstas no

plano de estágio;

entregar os relatórios de estágio no prazo previsto.

XIV- FORMA DE ACOMPANHAMENTO DO ESTÁGIO:

O estágio como ato educativo escolar supervisionado, deverá ter acompanhamento efetivo

pelo professor orientados da instituição de ensino e por supervisor da parte concedente,

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comprovado por vistos nos relatórios referidos no inciso IV do caput do art.7º da Lei nº. 11.788, de

25 de setembro de 2008 e por menção de aprovação final.

XV- AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO:

Analisar em que medida o Plano de Estágio está sendo cumprido.

a) No que se refere ao aluno: embora não tenha função de veto ao estágio não-obrigatório,

faz-se necessário avaliar em que medida está contribuindo ou não para o desempenho escolar do

aluno. Desta forma o professor orientador precisa ter acesso a três documentos do aluno:

· rendimento e aproveitamento escolar;

· relatório elaborado pelo aluno.(Anexo II)

· relatório de desempenho das atividades encaminhado pela parte concedente (Anexo III);

b) No que se refere à parte concedente: o professor orientador, mediante visitas às

instituições e análise dos relatórios, tem a incumbência de avaliar as condições de funcionamento do

estágio, recomendando ou não sua continuidade. Aspectos a serem observados: Cumprimento do

Artigo 14 da Lei 11.788/98 e Artigos 63, 67 e 69 da Lei 8.069/90 - Estatuto da Criança e do

Adolescente.

XVI - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

• Lei nº. 11.788/98

• Lei nº. 8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente.

• Decreto nº. 87.497 de 18 de agosto de 1982.

• Deliberação nº. 02/09 do CEE

• Instrução nº. 028/2010 – SUED/SEED

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13 PROPOSTA PEDAGÓGICO-CURRICULAR DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

14

IRATI

2010

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1. OBJETIVO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

As transformações políticas, econômicas, sociais e culturais da sociedade brasileira nos

últimos anos, as contribuições de pesquisadores em educação, o perfil dos educandos jovens,

adultos e idosos, assim como os diagnósticos e as considerações das escolas sobre a Educação de

Jovens e Adultos - EJA no Estado do Paraná desencadearam reflexões que culminaram na

necessidade de se rever as políticas educacionais da EJA e, mais especificamente, a organização

curricular de suas escolas.

Essas transformações são norteadas, sobretudo, pelos valores apresentados na Conferência

Internacional de Hamburgo, na lei 9394/96 e no Parecer 011/00, do Conselho Nacional de

Educação, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e

Adultos.

Respondendo aos desafios apresentados para esta modalidade de ensino, nossa escola

elege três concepções as quais edificarão a sua ação:

A primeira constitui-se como princípio de direito: a Educação é direito de todos. Portanto a

proposta pedagógica aqui apresentada mostra-se como um instrumento para a efetiva

universalização desse direito à Jovens, Adultos e Idosos, que, nas palavras de Jamil Cury, é “tão

direito quanto a educação (...) para a idade apropriada dos 7 aos 14 anos”.

A segunda concepção parte de que a Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade da

Educação Básica, conforme estabelece a LDBEN 9394/96, ofertada para cidadãos que não tiveram

e/ou não puderam se beneficiar da escolarização básica na idade convencional.

A terceira concepção estabelece que o adulto não é uma criança crescida, portanto, há que

se estabelecer uma pedagogia e correspondente metodologia para a garantia do direito à Educação,

nesta modalidade de ensino.

De fato, a educação de Jovens e Adultos objetiva criar situações de ensino-aprendizagem

adequadas às necessidades educacionais de jovens e adultos, realizando sua função reparadora,

equalizadora e permanente, conforme o determinado no Parecer 011/00-CEB/CNE. A restauração

do direito negado (o direito e uma escola de qualidade e o reconhecimento de igualdade de todo e

qualquer cidadão); a possibilidade de reentrada no sistema educacional, e da atualização

permanente de conhecimentos, norteiam a proposta aqui apresentada.

1.1. PERFIL DO EDUCANDO

Nossos alunos são na sua grande maioria trabalhadores assalariados, os quais procuram a

EJA em busca da escolarização formal; seja pelas necessidades pessoais, seja pelas exigências do

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mundo do trabalho.

Esses educandos possuem uma bagagem de conhecimentos adquiridos em outras

instâncias sociais, visto que, a escola não é o único espaço de produção e de socialização do saber;

estas experiências de vida são significativas ao processo educacional.

Há na EJA uma grande presença da mulher, que durante muitos anos sofreu e por

diversas vezes ainda sofre as consequências de uma sociedade desigual com predomínio da

tradição patriarcal, que a impediu das práticas educativas em algum momento de sua história de

vida.

A EJA contempla também, o atendimento a educandos com necessidades educacionais

especiais.

Uma outra demanda atendida pela EJA é a de pessoas idosas que buscam a escola para

o desenvolvimento ou ampliação de seus conhecimentos, bem como outras oportunidades de

convivência. Inclui-se aqui o convívio social e a realização pessoal. São pessoas que possuem uma

temporalidade específica no processo de aprendizagem.

A EJA contempla a Educação no campo, pois considera que o “campo” retrata uma

diversidade sócio-cultural, que se dá a partir dos sujeitos que nele habitam. É, sem dúvida, um

desafio para a educação escolar, pensar em organizar em seu currículo as relações com a educação

do campo, sem perder de vista os conhecimentos e a cultura historicamente acumulada na

sociedade de um modo geral.

Em síntese, o atendimento à escolarização de jovens, adultos e idosos, não se refere

exclusivamente a uma característica etária, mas à articulação desta modalidade com a diversidade

sócio-cultural, de seu público, que demandam uma educação a qual considere o tempo/espaço e a

cultura desses grupos.

1.2. CARACTERIZAÇÃO DO CURSO

Este Estabelecimento de Ensino tem como uma das finalidades, a oferta de escolarização de

jovens, adultos e idosos que buscam dar continuidade a seus estudos no Ensino Fundamental ou

Médio, assegurando-lhes oportunidades apropriadas, consideradas suas características, interesses,

condições de vida e de trabalho, mediante ações didático-pedagógicas coletivas e/ou individuais.

Portanto, este Estabelecimento Escolar oferta Educação de Jovens e Adultos – Presencial,

que contempla o total de carga horária estabelecida na legislação vigente nos níveis do Ensino

Fundamental e Médio, com avaliação no processo.

Os cursos são caracterizados por estudos presenciais desenvolvidos de modo a viabilizar

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processos pedagógicos, tais como:

1. pesquisa e problematização na produção do conhecimento;

2. desenvolvimento da capacidade de ouvir, refletir e argumentar;

3. registros, utilizando recursos variados (esquemas, anotações, fotografias, ilustrações, textos

individuais e coletivos), permitindo a sistematização e socialização dos conhecimentos;

4. vivências culturais diversificadas que expressem a cultura dos educandos, bem como a

reflexão sobre outras formas de expressão cultural.

Para que o processo seja executado a contento, serão estabelecidos plano de estudos e

atividades. O estabelecimento de Ensino deverá disponibilizar o Guia de Estudos aos educandos, a

fim de que este tenha acesso a todas as informações sobre a organização da modalidade.

ORGANIZAÇÃO COLETIVA

Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um cronograma que

estipula o período, dias e horário das aulas, com previsão de início e término de cada disciplina,

oportunizando ao educando a integralização do currículo. A mediação pedagógica ocorrerá

priorizando o encaminhamento dos conteúdos de forma coletiva, na relação professor-educandos e

considerando os saberes adquiridos na história de vida de cada educando.

A organização coletiva destina-se, preferencialmente, àqueles que têm possibilidade de

frequentar com regularidade as aulas, a partir de um cronograma pré-estabelecido.

ORGANIZAÇÃO INDIVIDUAL

A organização individual destina-se àqueles educandos trabalhadores que não têm

possibilidade de frequentar com regularidade as aulas, devido às condições de horários alternados

de trabalho e para os que foram matriculados mediante classificação, aproveitamento de estudos ou

que foram reclassificados ou desistentes quando não há, no momento em que sua matrícula é

reativada, turma organizada coletivamente para a sua inserção. Será programada pela escola e

oferecida aos educandos por meio de um cronograma que estipula o período, dias e horário das

aulas, contemplando o ritmo próprio do educando, nas suas condições de vinculação à

escolarização e nos saberes já apropriados.

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1.3. NÍVEL DE ENSINO

1.3.1. ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II

Ao se ofertar estudos referentes ao Ensino Fundamental – Fase II, este estabelecimento

escolar terá como referência as Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais, que consideram os

conteúdos ora como meios, ora como fim do processo de formação humana dos educandos, para

que os mesmos possam produzir e ressignificar bens culturais, sociais, econômicos e deles

usufruirem.

Visa, ainda, o encaminhamento para a conclusão do Ensino Fundamental e possibilita a

continuidade dos estudos para o Ensino Médio.

1.3.2. ENSINO MÉDIO

O Ensino Médio no Estabelecimento Escolar terá como referência em sua oferta, os

princípios, fundamentos e procedimentos propostos nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o

Ensino Médio – Parecer 15/98 e Resolução nº02 de 07 de abril de 1998/CNE, nas Diretrizes

Curriculares Estaduais da Educação de Jovens e Adultos e nas Diretrizes Curriculares Estaduais da

Educação Básica.

1.4. EDUCAÇÃO ESPECIAL

A EJA contempla, também, o atendimento a educandos com necessidades educativas

especiais, inserindo estes no conjunto de educandos da organização coletiva ou individual,

priorizando ações que oportunizem o acesso, a permanência e o êxito dos mesmos no espaço

escolar, considerando a situação em que se encontram individualmente estes educandos.

Uma vez que esta terminologia pode ser atribuída a diferentes grupos de educandos, desde

aqueles que apresentam deficiências permanentes até aqueles que, por razões diversas, fracassam

em seu processo de aprendizagem escolar, a legislação assegura a oferta de atendimento

educacional especializado aos educandos que apresentam necessidades educativas especiais

decorrentes de:

1. deficiências mental, física/neuromotora, visual e auditiva;

2. condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos;

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3. superdotação/altas habilidades.

É importante destacar que, “especiais” devem ser consideradas as alternativas e as

estratégias que a prática pedagógica deve assumir para remover barreiras para a aprendizagem e

participação de todos os alunos.1

Desse modo, desloca-se o enfoque do especial ligado ao educando para o enfoque do

especial atribuído à educação. Mesmo que os educandos apresentem características diferenciadas

decorrentes não apenas de deficiências mas, também, de condições sócio-culturais diversas e

econômicas desfavoráveis, eles terão direito a receber apoios diferenciados daqueles normalmente

oferecidos pela educação escolar.

Garante-se, dessa forma, que a inclusão educacional realize-se, assegurando o direito à

igualdade com equidade de oportunidades. Isso não significa o modo igual de educar a todos, mas

uma forma de garantir os apoios e serviços especializados para que cada um aprenda,

resguardando-se suas singularidades.

1.5. AÇÕES PEDAGÓGICAS DESCENTRALIZADAS

Este Estabelecimento Escolar desenvolverá ações pedagógicas descentralizadas, efetivadas

em situações de evidente necessidade, dirigidas a grupos.

sociais com perfis e necessidades próprias e onde não haja oferta de escolarização para jovens,

adultos e idosos, respeitada a proposta pedagógica e o regimento escolar, desde que autorizado

pela SEED/PR, segundo critérios estabelecidos pela mesma Secretaria em instrução própria.

1.6. FREQUÊNCIA

A carga horária prevista para as organizações individual e coletiva é de 100% (cem por cento)

presencial no Ensino Fundamental - Fase II e no Ensino Médio, sendo que a frequência mínima na

organização coletiva é de 75% (setenta e cinco por cento) e na organização individual é de 100%

(cem por cento), em sala de aula.

1.7. EXAMES SUPLETIVOS

Este Estabelecimento Escolar ofertará Exames Supletivos, atendendo ao disposto na Lei

nº.9394/96, desde que autorizado e credenciado pela Secretaria de Estado da Educação, por meio

1CARVALHO. R.E. Removendo barreiras à aprendizagem. Porto Alegre, 2000, p.17

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de Edital próprio emitido pelo Departamento de Educação e Trabalho, através da coordenação da

Educação de Jovens e Adultos.

1.8. CONSELHO ESCOLAR

O Conselho Escolar, órgão colegiado de natureza deliberativa, avaliativa, consultiva e

fiscalizadora, sobre a organização e a realização do trabalho pedagógico e administrativo do

Estabelecimento de Ensino tem como principal atribuição estabelecer e garantir a implementação da

Proposta Pedagógica, eixo de toda e qualquer ação a ser desenvolvida.

O Conselho Escolar será constituído de acordo com o princípio da representatividade,

devendo abranger toda a comunidade escolar, cujos representantes nele terão necessariamente,

voz e voto.

Poderão participar do Conselho Escolar, representantes dos movimentos sociais organizados,

comprometidos com a escola pública, assegurando-se que sua representação não ultrapasse 1/5

(um quinto) do colegiado.

O Conselho Escolar será presidido pelo Diretor do Estabelecimento, na qualidade de dirigente

da Proposta Pedagógica.

O Conselho Escolar do CEEBJA de Irati será constituído pelas seguintes categorias:

a) Diretor;

b) Representante da Equipe Pedagógica;

c) Representante da Equipe Docente;

d) Representante da Equipe Técnico-Administrativa;

e) Representante da Equipe Auxiliar Operacional;

f) Representantes dos discentes;

g) Representante dos pais ou responsáveis pelo aluno;

h) Representante dos movimentos sociais organizados da comunidade.

1.9. MATERIAIS DE APOIO DIDÁTICO

Serão adotados os materiais indicados pelo Departamento de Educação e

Trabalho/Coordenação de Educação de Jovens e Adultos, da Secretaria de Estado da Educação do

Paraná, como material de apoio.

Além desse material, os docentes, na sua prática pedagógica, deverão utilizar outros recursos

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didáticos.

1.10. BIBLIOTECA ESCOLAR

A Biblioteca constitui-se em espaço pedagógico, cujo acervo estará à disposição dos

educandos jovens, adultos e idosos da modalidade de Educação de Jovens e Adultos ofertada pela

escola, assim como a toda comunidade escolar.

Estará a cargo de um profissional qualificado de acordo com a legislação vigente e/ou um

profissional disponível da escola com conhecimento necessário ao cargo.

A biblioteca deverá ter regulamento próprio onde estarão explicitados sua organização,

funcionamento e atribuições do responsável.

1.11. LABORATÓRIO

Ciência e tecnologia são elementos essenciais para a transformação e o desenvolvimento da

sociedade atual. Esta, por sua vez, tem exigido um volume de informações muito maior do que em

qualquer época do passado, quer seja para o acesso ao mundo do trabalho, quer para o exercício

consciente da cidadania e para as atividades do cotidiano.

Em qualquer área de estudo, faz-se necessário unir o conhecimento teórico com a prática. Em

algumas áreas essa relação teoria-prática é mais permanente.

A apropriação significativa do conhecimento científico, de modo a contribuir para a

compreensão dos fenômenos do mundo natural, em diferentes espaços e tempos do planeta, como

um todo dinâmico, como elementos em permanente interação, do corpo humano e da sua

integridade, da saúde como dimensão pessoal e social, do desenvolvimento tecnológico e das

transformações ambientais causadas pelo ser humano, são os resultados esperados na área de

Ciências do Ensino Fundamental e Médio.

As atividades de laboratório, quando bem implementadas, assumem papel de suma

importância, auxiliando o professor no encaminhamento metodológico de temas ou assuntos,

propiciando a participação ativa dos educandos, potencializando as atividades experimentais e

facilitando a compreensão de conceitos ou fenômenos.

Assim, seguindo o entendimento do Conselho Estadual de Educação, expresso no parecer nº

“095/99”... indubitavelmente, um conceito novo para o espaço denominado laboratório acompanha

uma educação científica nova, espaço que passará a incluir também o pátio da escola, a beira do

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mar, o bosque ou a praça pública... explicitam a não obrigatoriedade de espaço específico e

materiais pré-determinados, para a concretização de experimentos nos estabelecimentos de ensino,

reforçando o princípio pedagógico da contextualização, que se quer implementar neste Centro

Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos.

1.12. RECURSOS TECNOLÓGICOS

Vivemos em um tempo de “globalização do conhecimento”, quando o cidadão deve dominar

as tecnologias existentes. Assim sendo, a informática na escola é possibilidade de construir

estratégias e habilidades necessárias para compreensão e inserção no mundo atual com novas

formas de expressão e comunicação. Neste enfoque será tratada como um recurso e estratégia para

garantir e ampliar a qualidade do processo ensino-aprendizagem.

É preciso ensinar o aluno a trabalhar a informação, utilizando-a para colaborar na solução dos

problemas da realidade. Dessa forma, o uso da tecnologia (informática, TV, pendrive e DVD)

possibilita ensinar de formas diferentes, transformando a aula em investigação.

A escola é o lugar da organização dos conhecimentos é preciso que jovens e adultos sejam

preparados para lidar com a informação.

2. FILOSOFIA E PRINCÍPIOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS

A educação de adultos exige uma inclusão que tome por base o reconhecimento do jovem adulto como sujeito. Coloca-nos o desafio de pautar o processo educativo pela compreensão e pelo respeito do diferente e da diversidade: ter o direito a ser igual quando a diferença nos inferioriza e o de ser diferente quando a igualdade nos descaracteriza. Ao pensar no desafio de construirmos princípios que regem a educação de adultos, há de buscar-se uma educação qualitativamente diferente, que tem como perspectiva uma sociedade tolerante e igualitária, que a reconhece ao longo da vida como direito inalienável de todos. (SANTOS, 2004)

A Educação de Jovens e Adultos – EJA, enquanto modalidade educacional que atende a

educandos-trabalhadores, tem como finalidade e objetivos o compromisso com a formação humana

e com o acesso à cultura geral, de modo a que os educandos venham a participar política e

produtivamente das relações sociais, com comportamento ético e compromisso político, através do

desenvolvimento da autonomia intelectual e moral.

Tendo em vista este papel, a educação deve voltar-se para uma formação na qual os

educandos-trabalhadores possam: aprender permanentemente e refletir criticamente; agir com

responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e da vida coletiva; comportar-se de

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forma solidária; acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar problemas novos

construindo soluções originais com agilidade e rapidez, a partir da utilização metodologicamente

adequada de conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-históricos.2

Sendo assim, para a concretização de uma prática administrativa e pedagógica

verdadeiramente voltada à formação humana, é necessário que o processo ensino-aprendizagem,

na Educação de Jovens e Adultos seja coerente com:

a) o seu papel na socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores que os levem

à emancipação e à afirmação de sua identidade cultural;

b) o exercício de uma cidadania democrática, reflexo de um processo

cognitivo, crítico e emancipatório, com base em valores como respeito mútuo,

solidariedade e justiça;

c) os três eixos articuladores do trabalho pedagógico com jovens, adultos e idosos –

cultura, trabalho e tempo;

Segundo as Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA, as relações entre cultura,

conhecimento e currículo, oportunizam uma proposta pedagógica pensada e estabelecida a partir de

reflexões sobre a diversidade cultural, tornando-a mais próxima da realidade e garantindo sua

função socializadora – promotora do acesso ao conhecimento capaz de ampliar o universo cultural

do educando – e, sua função antropológica - que considera e valoriza a produção humana ao longo

da história.

A compreensão de que o educando da EJA relaciona-se com o mundo do trabalho e que,

através deste, busca melhorar a sua qualidade de vida e ter acesso aos bens produzidos pelo

homem, significa contemplar, na organização curricular, as reflexões sobre a função do trabalho na

vida humana.

É inerente a organização pedagógico-curricular da EJA, a valorização dos diferentes tempos

necessários à aprendizagem dos educandos de EJA, considerando os saberes adquiridos na

informalidade das suas vivências e do mundo do trabalho, face à diversidade de suas

características.

E ainda, conforme as Diretrizes Curriculares Estaduais de Educação de Jovens e Adultos no

Estado do Paraná:

I. A EJA deve constituir-se de uma estrutura flexível, pois há um tempo diferenciado

de aprendizagem e não um tempo único para todos os educandos, bem como os

mesmos possuem diferentes possibilidades e condições de re-inserção nos

2KUENZER, Acácia Zeneida. Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000, p.40.

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processos educativos formais;

II. O tempo que o educando jovem, adulto e idoso permanecerá no processo

educativo tem valor próprio e significativo, assim sendo à escola cabe superar um

ensino de caráter enciclopédico, centrado mais na quantidade de informações do

que na relação qualitativa com o conhecimento;

III. Os conteúdos específicos de cada disciplina, deverão estar articulados à realidade,

considerando sua dimensão sócio-histórica, vinculada ao mundo do trabalho, à

ciência, às novas tecnologias, dentre outros;

IV. A escola é um dos espaços em que os educandos desenvolvem a capacidade de

pensar, ler, interpretar e reinventar o seu mundo, por meio da atividade reflexiva. A

ação da escola será de mediação entre o educando e os saberes, de forma a que o

mesmo assimile estes conhecimentos como instrumentos de transformação de sua

realidade social;

V. O currículo na EJA não deve ser entendido, como na pedagogia tradicional, que

fragmenta o processo de conhecimento e o hierarquiza nas matérias escolares,

mas sim, como uma forma de organização abrangente, na qual os conteúdos

culturais relevantes estão articulados à realidade na qual o educando se encontra,

viabilizando um processo integrador dos diferentes saberes, a partir da contribuição

das diferentes áreas/disciplinas do conhecimento.

Por isso, a presente proposta e o currículo dela constante, incluirá o desenvolvimento de

conteúdos e formas de tratamento metodológico que busquem chegar às finalidades da educação

de jovens e adultos, a saber:

- Traduzir a compreensão de que jovens e adultos não são atrasados em seu

processo de formação, mas são sujeitos sócio-histórico-culturais, com

conhecimentos e experiências acumuladas, com tempo próprio de formação e

aprendizagem;

- Contribuir para a re-significação da concepção de mundo e dos próprios

educandos;

- O processo educativo deve trabalhar no sentido de ser síntese entre a

objetividade das relações sociais e a subjetividade, de modo que as diferentes

linguagens desenvolvam o raciocínio lógico e a capacidade de utilizar

conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-históricos;

- Possibilitar trajetórias de aprendizado individuais com base na referência, nos

interesses do educando e nos conteúdos necessários ao exercício da cidadania e

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do trabalho;

- Fornecer subsídios para que os educandos tornem-se ativos, criativos, críticos e

democráticos;

Em síntese, o atendimento a escolarização de jovens, adultos e idosos, não se refere

exclusivamente a uma característica etária, mas a articulação desta modalidade com a diversidade

sócio-cultural de seu público, composta, dentre outros, por populações do campo, em privação de

liberdade, com necessidades educativas especiais, indígenas, que demandam uma proposta

pedagógica-curricular que considere o tempo/espaço e a cultura desses grupos.

15

3. INDICAÇÃO DA ÁREA OU FASE DE ESTUDOS

Propõe-se a oferta do curso de Educação de Jovens e Adultos no nível do Ensino

Fundamental – Fase II e do Médio a jovens, adultos e idosos que não tiveram o acesso ou

continuidade em seus estudos.

4. MATRIZ CURRICULAR

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4.1. ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II

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4.2. ENSINO MÉDIO

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5. CONCEPÇÃO, CONTEÚDOS E SEUS RESPECTIVOS ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de ensino da

Educação Básica, cuja concepção de currículo compreende a escola como espaço sócio-cultural

que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem, ou seja, considera os educandos

como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.

Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva do conhecimento

escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-se no elemento principal de

mediação entre educadores e educandos e deve ser organizado de tal forma que possibilite aos

educandos transitarem pela estrutura curricular e, de forma dialógica entre educando e educador

tornar os conhecimentos significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se

constitui em núcleo estruturador do conteúdo do ensino.

Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de Jovens e Adultos,

prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada em razão dos critérios de uma

seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso aos conhecimentos historicamente construídos e

o respeito às suas especificidades.

Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica, a Educação de

Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da Educação Básica, passa adotar os

mesmos conteúdos curriculares previstos por essas diretrizes.

No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas pedagógicas, dessa

modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos nas Diretrizes da Educação de

Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais devem se articular tendo em vista a

apropriação do conhecimento que não deve se restringir à transmissão/ assimilação de fatos,

conceitos, idéias, princípios, informações etc., mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e

estar intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para Educação

Básica.

6. PROCESSOS DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E PROMOÇÃO

6.1. CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO

A avaliação é compreendida como uma prática que alimenta e orienta a intervenção

pedagógica. É um dos principais componentes do ensino, pelo qual se estuda e interpreta os dados

da aprendizagem. Tem a finalidade de acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos

educandos, diagnosticar os resultados atribuindo-lhes valor. A avaliação será realizada em função

dos conteúdos expressos na proposta pedagógica.

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Na avaliação da aprendizagem é fundamental a análise da capacidade de reflexão dos

educandos frente às suas próprias experiências. E, portanto, deve ser entendida como processo

contínuo, descritivo, compreensivo que oportuniza uma atitude crítico-reflexiva frente à realidade

concreta.

A avaliação educacional, neste Estabelecimento Escolar, seguirá orientações contidas no

artigo 24, da LDBEN 9394/96, e compreende os seguintes princípios:

• investigativa ou diagnóstica: possibilita ao professor obter informações necessárias para

propor atividades e gerar novos conhecimentos;

• contínua: permite a observação permanente do processo ensino-aprendizagem e

possibilita ao educador repensar sua prática pedagógica;

• sistemática: acompanha o processo de aprendizagem do educando, utilizando

instrumentos diversos para o registro do processo;

• abrangente: contempla a amplitude das ações pedagógicas no tempo-escola do

educando;

• permanente: permite um avaliar constante na aquisição dos conteúdos pelo educando no

decorrer do seu tempo-escola, bem como do trabalho pedagógico da escola.

Os conhecimentos básicos definidos nesta proposta serão desenvolvidos ao longo da carga

horária total estabelecida para cada disciplina, conforme a matriz curricular, com oferta diária de 04

(quatro) horas -aula por turno, com avaliação presencial ao longo do processo ensino-aprendizagem.

Considerando que os saberes e a cultura do educando devem ser respeitados como ponto de

partida real do processo pedagógico, a avaliação contemplará, necessariamente, as experiências

acumuladas e as transformações que marcaram o seu trajeto educativo, tanto anterior ao reingresso

na educação formal, como durante o atual processo de escolarização.

A avaliação processual utilizará técnicas e instrumentos diversificados, tais como: provas

escritas, trabalhos práticos, debates, seminários, experiências e pesquisas, participação em

trabalhos coletivos e/ou individuais, atividades complementares propostas pelo professor, que

possam elevar o grau de aprendizado dos educandos e avaliar os conteúdos desenvolvidos.

É vedada a avaliação em que os educandos sejam submetidos a uma única oportunidade de

aferição. O resultado das atividades avaliativas será analisado pelo educando e pelo professor, em

conjunto, observando quais são os seus avanços e necessidades, e as conseqüentes demandas

para aperfeiçoar a prática pedagógica.

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6.2. PROCEDIMENTOS E CRITÉRIOS PARA ATRIBUIÇÃO DE NOTAS

• as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com finalidade

educativa;

• para fins de promoção e certificação, serão registradas 02 (duas) a 06 (seis) notas por

disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e também a outros

instrumentos avaliativos adotados, durante o processo de ensino, a que,

obrigatoriamente, o educando se submeterá na presença do professor, conforme descrito

no regimento escolar. Na disciplina de Ensino Religioso as avaliações realizadas no

decorrer do processo ensino-aprendizagem não terão registro de notas para fins de

promoção e certificação.

• a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os resultados

expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero) para fins de promoção ou

certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis vírgula zero), em cada disciplina, de

acordo com a Resolução n° 3794/04-SEED e frequência mínima de 75% (setenta e cinco

por cento) do total da carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100%

(cem por cento) na organização individual;

• o educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada registro da

avaliação processual. Caso contrário, terá direito a recuperação de estudos. Para os

demais a recuperação será ofertada como acréscimo ao processo de apropriação dos

conhecimentos;

• para os educandos que cursarem 100% da carga horária da disciplina, a média final

corresponderá à média aritmética das avaliações processuais, devendo os mesmos

atingir pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero);

• os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em documentos

próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e autenticidade da vida escolar

do educando;

• o educando portador de necessidades educativas especiais, será avaliado não por seus

limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.

• na disciplina de Língua Espanhola, as avaliações serão realizadas no decorrer do

processo ensino-aprendizagem, sendo registradas 04 (quatro) notas para fins de cálculo

da média final;

• no Ensino Fundamental – Fase II, a disciplina de Ensino Religioso será avaliada no

processo de ensino e aprendizagem, não tendo registro de notas na documentação

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escolar, por não ser objeto de retenção.

6.3. RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS

A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese de construção do

conhecimento, de aceitá-lo como parte integrante da aprendizagem, possibilitando a reorientação

dos estudos. Ela se dará concomitantemente ao processo ensino-aprendizagem, considerando a

apropriação dos conhecimentos básicos, sendo direito de todos os educandos, independentemente

do nível de apropriação dos mesmos.

A recuperação será também individualizada, organizada com atividades significativas, com

indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor diagnosticar o nível de aprendizagem de

cada educando.

Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos conteúdos básicos,

será oportunizada a recuperação de estudos por meio de exposição dialogada dos conteúdos, de

novas atividades significativas e de novos instrumentos de avaliação, conforme o descrito no

Regimento Escolar.

6.4. APROVEITAMENTO DE ESTUDOS

O aluno poderá requerer aproveitamento de estudos realizados com êxito, aomparado pela

legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar, por meio de cursos ou de

exames supletivos, nos casos de matrícula inicial, transferência e prosseguimento de estudos.

6.5. CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO

Para a classificação e reclassificação este estabelecimento de ensino utilizará o previsto na

legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar.

7. REGIME ESCOLAR

O Estabelecimento Escolar funcionará, preferencialmente, no período noturno, podendo

atender no período vespertino e/ou matutino, de acordo com a demanda de alunos do

estabelecimento de ensino e com expressa autorização do Departamento de Educação e Trabalho,

da Secretaria de Estado da Educação.

As informações relativas aos estudos realizados pelo educando serão registradas no Histórico

Escolar, aprovado pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná.

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O Relatório Final para registro de conclusão do Curso, será emitido pelo estabelecimento de

ensino a partir da conclusão das disciplinas constantes na matriz curricular.

Este Estabelecimento Escolar poderá executar ações pedagógicas descentralizadas para

atendimento de demandas específicas - desde que autorizado pelo Departamento de Educação e

Trabalho, da Secretaria de Estado da Educação – em locais onde não haja a oferta de EJA e para

grupos ou indivíduos em situação especial, como por exemplo, em unidades sócio-educativas, no

sistema prisional, em comunidades indígenas, de trabalhadores rurais temporários, de moradores

em comunidades de difícil acesso, dentre outros.

7.1 ORGANIZAÇÃO

Os conteúdos escolares estão organizados por áreas do conhecimento e por disciplinas no

Ensino Fundamental – Fase II e Médio. Conforme dispostas nas Matrizes Curriculares, em

concordância com as Diretrizes Curriculares Nacionais, contidas nos Pareceres nº 2 e 04/98 -

CEB/CNE para o Ensino Fundamental e Resolução n.º03/98 e Parecer n.º 15/98 - CEB/CNE, para o

Ensino Médio e com as Deliberações n°01/06, n°04/06, n° 07/06 e n°03/08, todas do Conselho

Estadual de Educação.

7.2 FORMAS DE ATENDIMENTO

A educação neste Estabelecimento Escolar é de forma presencial, com as seguintes ofertas:

a) organização coletiva e individual para o Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio, em

todas as disciplinas, sendo priorizadas as vagas para matrícula na organização coletiva.

b) a disciplina de Língua Espanhola será ofertada somente na organização coletiva.

7.2.1 ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II E ENSINO MÉDIO

No Ensino Fundamental – Fase II e no Ensino Médio considerar-se-á a oferta de 100% da

carga horária total estabelecida.

7.3 MATRÍCULA

Para a matrícula no Estabelecimento Escolar de Educação de Jovens e Adultos:

a) a idade para ingresso respeitará a legislação vigente;

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b) será respeitada instrução própria de matrícula expedida pela mantenedora;

c) o educando do Ensino Fundamental – Fase II e do Ensino Médio, poderá matricular-se de

uma a quatro disciplinas simultaneamente;

d) no Ensino Fundamental – Fase II, a disciplina de Ensino Religioso é de matrícula

facultativa para o educando;

e) no Ensino Médio, a disciplina de Língua Espanhola é de matrícula facultativa para o

educando e entrará no cômputo das quatro disciplinas que podem ser cursadas

concomitante;

f) poderão ser aproveitadas integralmente disciplinas concluídas com êxito por meio de

cursos organizados por disciplina ou de exames supletivos, série(s) e de

período(s)/etapa(s)/semestre(s) equivalente(s)à conclusão de série(s) do Ensino Regular

mediante apresentação de comprovante de conclusão conforme regulamentado no

Regimento Escolar;

g) para os educando que não participaram do processo de escolarização formal/escolar;

bem como o educando desistente do processo de escolarização formal/ escolar, em anos

letivos anteriores, poderão ter seus conhecimentos aferidos por processo de

classificação, definidos no Regimento Escolar;

h) será considerado desistente, na disciplina, o educando que se ausentar por mais de 02

(dois) meses consecutivos, devendo a escola, no seu retorno, reativar sua matrícula para

dar continuidade aos seus estudos, aproveitando a carga horária cursada e os registros

de notas obtidos, desde que o prazo de desistência não ultrapasse 02 (dois) anos, a

partir da data de matrícula inicial;

i) o educando desistente, por mais de 02 (dois) anos, a partir da data de matrícula inicial na

disciplina, no seu retorno deverá fazer rematrícula na disciplina, podendo participar de

processo de reclassificação.

j) educando desistente da disciplina de Língua Espanhola, por mais de 02(dois) meses

consecutivos ou por mais de dois anos, a contar da data de matrícula inicial, no seu

retorno, deverá reiniciar a disciplina sem aproveitamento da carga horária cursada e os

registros de notas obtidos, caso opte novamente por cursar essa disciplina.

No ato da matrícula, conforme instrução própria da mantenedora, o educando será orientado

por equipe de professor-pedagogo sobre: a organização dos cursos, o funcionamento do

estabelecimento: horários, calendário, regimento escolar, a duração e a carga horária das

disciplinas.

O educando será orientado pelos professores das diferentes disciplinas, que os receberá

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individualmente ou em grupos agendados, efetuando as orientações metodológicas, bem como as

devidas explicações sobre os seguintes itens que compõem o Guia de Estudos:

• a organização dos cursos;

• o funcionamento do estabelecimento: horários, calendário, regimento escolar;

• a dinâmica de atendimento ao educando;

• a duração e a carga horária das disciplinas;

• os conteúdos e os encaminhamentos metodológicos;

• o material de apoio didático;

• as sugestões bibliográficas para consulta;

• a avaliação;

• outras informações necessárias.

7.4. MATERIAL DIDÁTICO

O material didático, indicado pela mantenedora, constitui-se como um dos recursos de apoio

pedagógico do Estabelecimento Escolar da Rede Pública do Estado do Paraná de Educação de

Jovens e Adultos.

7.5. AVALIAÇÃO

a) avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente e permanente;

b) as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com finalidade

educativa;

c) para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02 (duas) a 06 (seis) notas por

disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e também a outros

instrumentos avaliativos adotados, durante o processo de ensino, a que,

obrigatoriamente, o educando se submeterá na presença do professor, conforme descrito

no regimento escolar;

d) a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os resultados

expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);

e) para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis vírgula zero) em

cada disciplina, de acordo com a Resolução n.º 3794/04 – SEED e frequência mínima de

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75% (setenta e cinco por cento) do total da carga horária de cada disciplina na

organização coletiva e 100% (cem por cento) na organização individual;

f) o educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada registro da

avaliação processual, caso contrário terá direito à recuperação de estudos. Para os

demais a recuperação será ofertada como acréscimo ao processo de apropriação dos

conhecimentos;

g) a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das avaliações

processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero);

h) os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em documentos

próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e autenticidade da vida escolar

do educando;

i) o educando portador de necessidades educativas especiais, será avaliado não por seus

limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.

j) para fins de certificação e acréscimo da carga horária da carga horária da disciplina de

Língua Espanhola, o educando deverá atingir a média mínima de 6,0 (seis vírgula zero) e

frequência mínima de 75% ( setenta e cinco por cento) do total da carga horária da

disciplina;

k) Para fins de acréscimo da carga horária da disciplina de Ensino Religioso, na

documentação escolar, o educando deverá ter frequência mínima de 75% (setenta e

cinco por cento) do total da carga horária da disciplina.

l) No Ensino Fundamental – Fase II, a disciplina de Ensino Religioso será avaliada no

processo de ensino e aprendizagem, não tendo registro de notas na documentação

escolar por não ser objeto de retenção.

7.6. RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS

A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese de construção do

conhecimento, de aceitá-lo como parte integrante da aprendizagem, possibilitando a reorientação

dos estudos. Ela se dará concomitantemente ao processo ensino-aprendizagem, considerando a

apropriação dos conhecimentos básicos, sendo direito de todos os educandos, independentemente

do nível de apropriação dos mesmos.

A recuperação será também individualizada, organizada com atividades significativas, com

indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor diagnosticar o nível de aprendizagem de

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cada educando.

Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos conteúdos básicos,

será oportunizada a recuperação de estudos por meio de exposição dialogada dos conteúdos, de

novas atividades significativas e de novos instrumentos de avaliação, conforme o descrito no

Regimento Escolar.

7.7. APROVEITAMENTO DE ESTUDOS, CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO

Os procedimentos de aproveitamento de estudos, classificação, e reclassificação estão

regulamentados no Regimento Escolar e atenderão o disposto na legislação vigente.

7.8 ÁREA DE ATUAÇÃO

As ações desenvolvidas pelo Estabelecimento Escolar Estadual que oferta a Educação de

Jovens e Adultos limitam-se à jurisdição do Estado do Paraná, do Núcleo Regional de Educação,

podendo estabelecer ações pedagógicas descentralizadas, desde que autorizadas pela

mantenedora.

7.9 ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO

Este Estabelecimento Escolar, em consonância com as orientações da SEED, oportunizará o

estágio não obrigatório, como atividade opcional, desenvolvido no ambiente de trabalho, conforme a

Lei Federal n°11.788, de 25 de setembro de 2008.

8. RECURSOS HUMANOS

8.1 ATRIBUIÇÕES DOS RECURSOS HUMANOS

De todos os profissionais que atuam na gestão, ensino e apoio pedagógico neste

Estabelecimento Escolar na modalidade Educação de Jovens e Adultos, exigir-se-á o profundo

conhecimento e estudo constante da fundamentação teórica e da função social da EJA, do perfil de

seus educandos jovens, adultos e idosos; das Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais de EJA;

bem como as legislações e suas regulamentações inerentes à Educação e, em especial, à

Educação de Jovens e Adultos.

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8.1.1 DIREÇÃO

À direção cabe a gestão dos serviços escolares no sentido de garantir o alcance dos objetivos

educacionais do Estabelecimento de Ensino definidos no Projeto Político Pedagógico.

O Diretor deve administrar a escola juntamente com o Conselho Escolar, coordenando a

execução de um plano de trabalho, construído coletivamente no sentido de elevar os padrões de

qualidade do Estabelecimento Escolar.

O diretor exerce a função de liderança na Escola e deverá ser capaz de dividir o poder de

decisão dos assuntos escolares com toda a equipe, criando e estimulando a participação de todos, o

que requer um profissional que possua: comunicação ética, empreendedorismo, capacidade de

informação, acessibilidade, construção de cadeias de relacionamento, motivação, compromisso,

agilidade.

Compete ao Diretor:

• Cumprir e fazer cumprir a legislação em vigor;

• Responsabilizar-se pelo patrimônio público escolar recebido no ato da posse;

• Coordenar a elaboração e acompanhar a implementação do Projeto Político-Pedagógico da

escola, construído coletivamente e aprovado pelo Conselho Escolar;

• Coordenar e incentivar a qualificação permanente dos profissionais da educação;

• Implementar a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino, em observância às

Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais;

• Coordenar a elaboração do Plano de Ação do estabelecimento de ensino e submetê-lo à

aprovação do Conselho Escolar;

• Convocar e presidir as reuniões do Conselho Escolar, dando encaminhamento às decisões

tomadas coletivamente;

• Elaborar os planos de aplicação financeira sob sua responsabilidade, consultando a

comunidade escolar e colocando-os em edital público;

• Prestar contas dos recursos recebidos, submetendo-os à aprovação do Conselho Escolar e

fixando-os em edital público;

• Coordenar a construção coletiva do Regimento Escolar, em consonância com a legislação em

vigor, submetendo-o à apreciação do Conselho Escolar e, após, encaminhá-lo ao Núcleo

Regional de Educação para a devida aprovação;

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• Garantir o fluxo de informações no estabelecimento de ensino e deste com os órgãos da

administração estadual;

• Encaminhar aos órgãos competentes as propostas de modificações no ambiente escolar,

quando necessárias, aprovadas pelo Conselho Escolar;

• Deferir os requerimentos de matrícula;

• Elaborar, juntamente com a equipe pedagógica, o calendário escolar, de acordo com as

orientações da Secretaria de Estado da Educação, submetê-lo à apreciação do Conselho

Escolar e encaminhá-lo ao Núcleo Regional de Educação para homologação;

• Acompanhar, juntamente com a equipe pedagógica, o trabalho docente e o cumprimento das

reposições de dias letivos, carga horária e de conteúdo aos discentes;

• Assegurar o cumprimento dos dias letivos, horas-aula e horas-atividade estabelecidos;

• Promover grupos de trabalho e estudos ou comissões encarregadas de estudar e propor

alternativas para atender aos problemas de natureza pedagógico-administrativa no âmbito

escolar;

• Propor à Secretaria de Estado da Educação, via Núcleo Regional de Educação, após

aprovação do Conselho Escolar, alterações na oferta de ensino e abertura ou fechamento de

cursos;

• Participar e analisar da elaboração dos Regulamentos Internos e encaminhá-los ao Conselho

Escolar para aprovação;

• Supervisionar o preparo da merenda escolar, quanto ao cumprimento das normas

estabelecidas na legislação vigente relativamente a exigências sanitárias e padrões de

qualidade nutricional;

• Definir horário e escalas de trabalho da equipe técnico-administrativa e equipe auxiliar

operacional;

• Articular processos de integração da escola com a comunidade;

• Solicitar ao Núcleo Regional de Educação suprimento e cancelamento de demanda de

funcionários e professores do estabelecimento, observando as instruções emanadas da

Secretaria de Estado da Educação;

• Organizar horário adequado para a realização da Prática Profissional Supervisionada do

funcionário cursista do Programa Nacional de Valorização dos Trabalhadores em Educação –

Profuncionário, no horário de trabalho, correspondendo a 50% (cinqüenta por cento) da carga

horária da Prática Profissional Supervisionada, conforme orientação da Secretaria de Estado

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da Educação, contida no Plano de Curso;

• Participar, com a equipe pedagógica, da análise e definição de projetos a serem inseridos no

Projeto Político-Pedagógico do estabelecimento de ensino, juntamente com a comunidade

escolar;

• Cooperar com o cumprimento das orientações técnicas de vigilância sanitária e

epidemiológica;

• Viabilizar salas adequadas quando da oferta do ensino extracurricular plurilinguístico da

Língua Estrangeira Moderna, pelo Centro de Línguas Estrangeiras Modernas – CELEM;

• Disponibilizar espaço físico adequado quando da oferta de Serviços e Apoios Pedagógicos

Especializados,nas diferentes áreas da Educação Especial;

• Assegurar a realização do processo de avaliação institucional do estabelecimento de ensino;

• Zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários e famílias;

• Manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus colegas, com alunos,

pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;

• Assegurar o cumprimento dos programas mantidos e implantados pelo Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação/MEC – FNDE;

• Cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar.

8.1.2 PROFESSOR PEDAGOGO

O professor pedagogo deve ser o articulador das relações aluno-professor - aprendizagem.

Sendo assim, sua função é de trabalhar juntos (professor, aluno, direção, pais e comunidade

escolar) na elaboração de práticas educativas para melhorar o trabalho escolar.

A organização do trabalho pedagógico escolar é uma atividade do pedagogo que passa pela

direção.

Cabe ao Professor Pedagogo:

• coordenar a elaboração coletiva e acompanhar a efetivação do Projeto Político-Pedagógico e

do Plano de Ação do estabelecimento de ensino;

• orientar a comunidade escolar na construção de um processo pedagógico, em uma

perspectiva democrática;

• participar e intervir, junto à direção, na organização do trabalho pedagógico escolar, no

sentido de realizar a função social e a especificidade da educação escolar;

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106

• coordenar a construção coletiva e a efetivação da Proposta Pedagógica Curricular do

estabelecimento de ensino, a partir das políticas educacionais da Secretaria de Estado da

Educação e das Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais;

• orientar o processo de elaboração dos Planos de Trabalho Docente junto ao coletivo de

professores do estabelecimento de ensino;

• promover e coordenar reuniões pedagógicas e grupos de estudo para reflexão e

aprofundamento de temas relativos ao trabalho pedagógico visando à elaboração de

propostas de intervenção para a qualidade de ensino para todos;

• participar da elaboração de projetos de formação continuada dos profissionais do

estabelecimento de ensino, que tenham como finalidade a realização e o aprimoramento do

trabalho pedagógico escolar;

• organizar, junto à direção da escola, a realização dos Conselhos de Avaliação, de forma a

garantir um processo coletivo de reflexão-ação sobre o trabalho pedagógico desenvolvido no

estabelecimento de ensino;

• coordenar a elaboração e acompanhar a efetivação de propostas de intervenção decorrentes

das decisões do Conselho de Avaliação;

• subsidiar o aprimoramento teórico-metodológico do coletivo de professores do

estabelecimento de ensino, promovendo estudos sistemáticos, trocas de experiência, debates

e oficinas pedagógicas;

• organizar a hora-atividade dos professores do estabelecimento de ensino, de maneira a

garantir que esse espaço-tempo seja de efetivo trabalho pedagógico;

• proceder à análise dos dados do aproveitamento escolar de forma a desencadear um

processo de reflexão sobre esses dados, junto à comunidade escolar, com vistas a promover

a aprendizagem de todos os alunos;

• coordenar o processo coletivo de elaboração e aprimoramento do Regimento Escolar,

garantindo a participação democrática de toda a comunidade escolar;

• participar do Conselho Escolar, quando representante do seu segmento, subsidiando teórica e

metodologicamente as discussões e reflexões acerca da organização e efetivação do trabalho

pedagógico escolar;

• orientar e acompanhar a distribuição, conservação e utilização dos livros e demais materiais

pedagógicos, no estabelecimento de ensino, fornecidos pelo Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação/MEC – FNDE;

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• coordenar a elaboração de critérios para aquisição, empréstimo e seleção de materiais,

equipamentos e/ou livros de uso didático-pedagógico, a partir do Projeto Político-Pedagógico

do estabelecimento de ensino;

• participar da organização pedagógica da biblioteca do estabelecimento de ensino, assim

como do processo de aquisição de livros, revistas, fomentando ações e projetos de incentivo

à leitura;

• acompanhar as atividades desenvolvidas nos Laboratórios de Química, Física e Biologia e de

Informática;

• propiciar o desenvolvimento da representatividade dos alunos e de sua participação nos

diversos momentos e Órgãos Colegiados da escola;

• coordenar o processo democrático de representação docente de cada turma;

• colaborar com a direção na distribuição das aulas, conforme orientação da Secretaria de

Estado da Educação;

• coordenar, junto à direção, o processo de distribuição de aulas e disciplinas, a partir de

critérios legais, didático-pedagógicos e do Projeto Político-Pedagógico do estabelecimento de

ensino;

• acompanhar os estagiários das instituições de ensino quanto às atividades a serem

desenvolvidas no estabelecimento de ensino;

• acompanhar o desenvolvimento do Programa Nacional de Valorização dos Trabalhadores em

Educação– Profuncionário, tanto na organização do curso, quanto no acompanhamento da

Prática Profissional Supervisionada dos funcionários cursistas da escola e/ou de outras

unidades escolares;

• promover a construção de estratégias pedagógicas de superação de todas as formas de

discriminação, preconceito e exclusão social;

• coordenar a análise de projetos a serem inseridos no Projeto Político Pedagógico do

Estabelecimento de Ensino;

• acompanhar o processo de avaliação institucional do estabelecimento de ensino;

• participar na elaboração do Regulamento de uso dos espaços pedagógicos;

• orientar, coordenar e acompanhar a efetivação de procedimentos didático-pedagógicos

referentes à avaliação processual e aos processos de classificação, reclassificação,

aproveitamento de estudos, conforme legislação em vigor;

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• organizar e acompanhar, juntamente com a direção, as reposições de horas e conteúdos

aos discentes;

• orientar, acompanhar e visar periodicamente os Livros Registro de Classe e a Ficha Individual

de Controle de Nota e Frequência, sendo esta específica para Educação de Jovens e Adultos;

• organizar registros de acompanhamento da vida escolar do aluno;

• organizar registros para o acompanhamento da prática pedagógica dos profissionais do

estabelecimento de ensino;

• solicitar autorização dos pais ou responsáveis para realização da Avaliação Educacional do

Contexto Escolar, a fim de identificar possíveis necessidades educacionais especiais;

• coordenar e acompanhar o processo de Avaliação Educacional no Contexto Escolar, para os

alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem, visando encaminhamento aos serviços

e apoios especializados da Educação Especial, se necessário;

• acompanhar os aspectos de sociabilização e aprendizagem dos alunos, realizando contato

com a família com o intuito de promover ações para o seu desenvolvimento integral;

• acompanhar a frequência escolar dos alunos, contatando as famílias e encaminhando-os aos

órgãos competentes, quando necessário;

• acionar serviços de proteção à criança e ao adolescente, sempre que houver necessidade de

encaminhamentos;

• orientar e acompanhar o desenvolvimento escolar dos alunos com necessidades educativas

especiais, nos aspectos pedagógicos, adaptações físicas e curriculares e no processo de

inclusão na escola;

• manter contato com os professores dos serviços e apoios especializados de alunos com

necessidades educacionais especiais, para intercâmbio de informações e trocas de

experiências, visando à articulação do trabalho pedagógico entre Educação Especial e Ensino

Regular;

• assessorar os professores do Centro de Línguas Estrangeiras Modernas e acompanhar as

turmas, quando o estabelecimento de ensino ofertar o ensino extracurricular plurilinguístico de

Língua Estrangeira Moderna;

• orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos dos alunos para cada disciplina, na

modalidade Educação de Jovens e Adultos;

• coordenar e acompanhar ações descentralizadas e Exames Supletivos, na modalidade

Educação de Jovens e Adultos (quando no estabelecimento de ensino não houver

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coordenação específica dessa ação, com a devida autorização);

• assegurar a realização do processo de avaliação institucional do estabelecimento de ensino;

• manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com colegas, alunos, pais e

demais segmentos da comunidade escolar;

• zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários e famílias;

• elaborar seu Plano de Ação;

• cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar.

O professor pedagogo tem funções no contexto e também no administrativo, tais como:

• orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos de cada disciplina;

• coordenar e acompanhar ações pedagógicas descentralizadas e exames supletivos

quando, no estabelecimento, não houver coordenação(ões) específica(s) dessa(s)

ação(ões).

• Acompanhar o estágio não obrigatório;

• organizar, acompanhar e validar a Avaliação da Apropriação de Conteúdos por Disciplina.

• executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora.

8.1.3. COORDENAÇÕES

As Coordenações de Ações Pedagógicas Descentralizadas – Coordenação Geral e

Coordenação Itinerante, bem como a Coordenação de Exames Supletivos, têm como finalidade a

execução dessas ações pelo Estabelecimento Escolar, quando autorizadas e regulamentadas pela

mantenedora.

Cabe ao(s) Coordenador(es) de Ações Pedagógicas Descentralizadas:

Coordenador Geral

• Receber e organizar as solicitações de Ações Pedagógicas Descentralizadas.

• Organizar os processos dessas Ações para análise pelo respectivo NRE.

• Elaborar os cronogramas de funcionamento de cada turma da Ação.

• Digitar os processos no Sistema e encaminhar para justificativa da direção do

Estabelecimento.

• Acompanhar o funcionamento de todas turmas de Ações Pedagógicas Descentralizadas

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vinculadas ao Estabelecimento.

• Acompanhar a matrícula dos educandos e a inserção das mesmas no Sistema.

• Organizar a documentação dos educandos para a matrícula.

• Organizar as listas de frequência e de notas dos educandos.

• Enviar material de apoio didático para as turmas das Ações Pedagógicas Descentralizadas.

• Responder ao NRE sobre todas as situações dessas turmas.

• Organizar o rodízio dos professores nas diversas disciplinas, garantindo o atendimento aos

educandos de todas as turmas.

• Orientar e acompanhar o cumprimento das atividades a serem executadas durante as horas-

atividade dos professores.

• Realizar reuniões periódicas de estudo que promovam o intercâmbio de experiências

pedagógicas e a avaliação do processo ensino-aprendizagem.

• Elaborar materiais de divulgação e chamamento de matrículas em comunidades que

necessitam de escolarização.

• Acompanhar a ação dos Coordenadores Itinerantes.

• Tomar ciência e fazer cumprir a legislação vigente.

• Prestar à Direção, à Equipe Pedagógica do Estabelecimento e ao NRE, quando solicitado,

quaisquer esclarecimentos sobre a execução da escolarização pelas Ações Pedagógicas

Descentralizadas sob sua coordenação.

Coordenador Itinerante

• Acompanhar o funcionamento in loco das Ações Pedagógicas Descentralizadas.

• Atender e/ou encaminhar as demandas dos professores e dos educandos.

• Verificar o cumprimento do horário de funcionamento das turmas.

• Observar e registrar a presença dos professores.

• Atender à comunidade nas solicitações de matrícula.

• Solicitar e distribuir o material de apoio pedagógico.

• Solicitar e distribuir as listas de frequência e de nota dos educandos.

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• Encaminhar as notas e frequências dos educandos para digitação.

• Acompanhar o rodízio de professores, comunicando à Coordenação Geral qualquer

problema neste procedimento.

• Solicitar e organizar a documentação dos educandos para a matrícula.

• Acompanhar o funcionamento pedagógico e administrativo de todas as turmas das

Ações Pedagógicas Descentralizadas sob sua responsabilidade.

• Participar das reuniões pedagógicas e da hora atividade, juntamente com os

professores.

Coordenador de Exames Supletivos

• Acompanhar e viabilizar todas as ações referentes aos Exames Supletivos.

• Tomar conhecimento do edital de exames.

• Fazer as inscrições dos candidatos, conforme datas determinadas no edital.

• Verificar o número mínimo de candidatos inscritos para que os exames possam ser

executados.

• Digitar, no sistema, a inscrição dos candidatos.

• Conferir a inserção das inscrições dos candidatos no Sistema por meio da emissão de

Relatório de Inscritos.

• Solicitar credenciamento de outros espaços escolares, quando necessário, para

execução dos exames.

• Solicitar, por e-mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, as provas em Braille e as

ampliadas, das etapas a serem realizadas, quando for o caso.

• Solicitar, por e-mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, para o DET/CEJA/SEED,

autorização para a realização de quaisquer bancas especiais.

• Comunicar ao NRE todos os procedimentos tomados para realização dos Exames.

• Receber os materiais dos Exames Supletivos nos NREs.

• Capacitar a(s) equipe(s) de trabalho do Estabelecimento para a realização dos Exames

Supletivos, quanto ao cumprimento dos procedimentos, em especial a organização e o

preenchimento dos cartões-resposta.

• Acompanhar a aplicação das provas, para que transcorram com segurança e

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tranquilidade, em conformidade com os procedimentos inerentes aos Exames.

• Divulgar as atas de resultado.

• Acompanhar e executar todas as ações referentes aos Exames On Line.

8.1.4 DOCENTES

Os docentes devem estar conscientes de que a Educação de Jovens e Adultos requer

metodologias próprias e inovadoras que respondam às novas exigências de uma sociedade em

transformações, devendo para isto ter algumas características consideradas básicas para esta

modalidade de ensino: espírito inovador; compromisso com a proposta da EJA; objetividade;

disponibilidade; espírito de coletividade; visão global; postura interdisciplinar e contextualizada;

planejamento de estratégias pedagógicas; busca de aprimoramento profissional constante.

Aos docentes cabe também:

• definir e desenvolver seu plano de ensino, conforme orientações das Diretrizes Curriculares

Nacionais e Estaduais de EJA e da Proposta Pedagógica deste Estabelecimento Escolar.

• conhecer o perfil de seus educandos, jovens, adultos e idosos.

• Utilizar adequadamente os espaços e materiais didático-pedagógicos disponíveis, tornando-

os meios para implementar uma metodologia de ensino que respeite o processo de aquisição

de conhecimento de cada jovem, adulto, idoso deste Estabelecimento.

• participar da elaboração, implementação e avaliação do Projeto Político-Pedagógico do

estabelecimento de ensino, construído de forma coletiva e aprovado pelo Conselho Escolar;

• elaborar, com a equipe pedagógica, a Proposta Pedagógica Curricular do estabelecimento de

ensino, em consonância com o Projeto Político-Pedagógico e as Diretrizes Curriculares

Nacionais e Estaduais;

• participar do processo de escolha, juntamente com a equipe pedagógica, dos materiais

didáticos de apoio, em consonância com o Projeto Político-Pedagógico do estabelecimento de

ensino;

• elaborar seu Plano de Trabalho Docente;

• desenvolver as atividades de sala de aula, tendo em vista a apreensão crítica do

conhecimento pelo aluno;

• proceder à reposição dos conteúdos, carga horária e/ou dias letivos aos alunos, quando se

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fizer necessário, a fim de cumprir o calendário escolar, resguardando prioritariamente o direito

do aluno;

• proceder à avaliação contínua, cumulativa e processual dos alunos, utilizando-se de

instrumentos e formas diversificadas de avaliação, previstas no Projeto Político-Pedagógico

do estabelecimento de ensino;

• promover o processo de recuperação concomitante de estudos para os alunos, estabelecendo

estratégias diferenciadas de ensino e aprendizagem, no decorrer do período letivo;

• participar do processo de avaliação educacional no contexto escolar dos alunos com

dificuldades acentuadas de aprendizagem, sob coordenação e acompanhamento do

pedagogo, com vistas à identificação de possíveis necessidades educacionais especiais e

posterior encaminhamento aos serviços e apoios especializados da Educação Especial, se

necessário;

• participar de processos coletivos de avaliação do próprio trabalho e da escola, com vistas ao

melhor desenvolvimento do processo ensino e aprendizagem;

• Participar de reuniões, sempre que convocado pela direção;

• assegurar que, no âmbito escolar, não ocorra tratamento discriminatório em decorrência de

diferenças físicas, étnicas, de gênero e orientação sexual, de credo, ideologia, condição

sócio-cultural, entre outras;

• viabilizar a igualdade de condições para a permanência do aluno na escola, respeitando a

diversidade, a pluralidade cultural e as peculiaridades de cada aluno, no processo de ensino e

aprendizagem;

• participar de reuniões e encontros para planejamento e acompanhamento, junto ao professor

de Serviços e Apoios Especializados, da Sala de Apoio à Aprendizagem, a fim de realizar

ajustes ou modificações no processo de intervenção educativa;

• estimular o acesso a níveis mais elevados de ensino, cultura, pesquisa e criação artística;

• participar ativamente dos Conselhos de Avaliação, na busca de alternativas pedagógicas que

visem ao aprimoramento do processo educacional, responsabilizando-se pelas informações

prestadas e decisões tomadas, as quais serão registradas e assinadas em Ata;

• propiciar ao aluno a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do

pensamento crítico, visando ao exercício consciente da cidadania;

• zelar pela frequência do aluno à escola, comunicando qualquer irregularidade à equipe

pedagógica;

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• cumprir o calendário escolar, quanto aos dias letivos, horas-aula e horas-atividade

estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à

avaliação e ao desenvolvimento profissional;

• cumprir suas horas-atividade no âmbito escolar, dedicando-as a estudos, pesquisas e

planejamento de atividades docentes, sob orientação da equipe pedagógica, conforme

determinações da Secretaria de Estado da Educação;

• manter atualizados os Registros de Classe, conforme orientação da equipe pedagógica e

secretaria escolar, deixando-os disponíveis no estabelecimento de ensino;

• participar do planejamento e da realização das atividades de articulação da escola com as

famílias e a comunidade;

• dar cumprimento aos preceitos constitucionais, à legislação educacional em vigor e ao

Estatuto da Criança e do Adolescente, como princípios da prática profissional e educativa;

• participar, com a equipe pedagógica, da análise e definição de projetos a serem inseridos no

Projeto Político-Pedagógico do estabelecimento de ensino;

• comparecer ao estabelecimento de ensino nas horas de trabalho ordinárias que lhe forem

atribuídas e nas extraordinárias, quando convocado;

• zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários e famílias;

• manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus colegas, com alunos,

com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;

• participar da avaliação institucional, conforme orientação da Secretaria de Estado da

Educação;

• cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar.

• utilizar adequadamente os espaços e materiais didático-pedagógicos disponíveis, como meios

para implementar uma metodologia de ensino adequada à aprendizagem de cada jovem,

adulto e idoso;

• atuar no estabelecimento de ensino sede, nas organizações coletiva e individual, como

também nas Ações Pedagógicas Descentralizadas, autorizadas pela Secretaria de Estado da

Educação;

• participar da aplicação dos Exames Supletivos autorizados pela Secretaria de Estado da

Educação, quando docente da Educação de Jovens e Adultos.

• conhecer o perfil de seus educandos jovens, adultos e idosos.

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115

• utilizar adequadamente os espaços e materiais didático-pedagógicos disponíveis, tornando-os

meios para implementar uma metodologia de ensino que respeite o processo de aquisição do

conhecimento de cada educando jovem, adulto e idoso deste Estabelecimento.

• organizar os conteúdos a serem abordados de forma interdisciplinar.

• implementar projetos de recuperação de conteúdos para assegurar o sucesso a todos os

discentes.

• organizar, acompanhar e validar a Avaliação da Apropriação de Conteúdos por Disciplina.

• executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora.

O docente suprido neste Estabelecimento de Ensino deverá atuar na sede e nas ações

pedagógicas descentralizadas, bem como nos exames supletivos. Deverá atuar em todas as formas

de organização do curso: aulas presenciais coletivas e individuais.

8.1.5 SECRETARIA E APOIO ADMINISTRATIVO

A secretaria é o setor que tem em seu encargo, todo registro de escrituração escolar e

correspondência do Estabelecimento de Ensino. Este serviço é coordenado e supervisionado pela

direção, ficando a ela subordinado.

O cargo de Secretário é exercido por um profissional devidamente qualificado para o exercício

desta função. Portanto a organização, a minúcia, a seriedade daqueles que ocupam este ambiente

têm, obrigatoriedade, que fazer parte de todas as suas ações.

Aos profissionais que ocupam esta função cabe a tarefa de :

• utilizar somente as matrizes autorizadas pelo órgão competente;

• participar de reuniões, encontros e/ou cursos sempre que convocados e por iniciativa própria

com intuito de aprimoramento profissional;

• auxiliar em todas as atividades desenvolvidas pela escola;

• atender às solicitações do Diretor;I. conhecer o Projeto Político-Pedagógico do

estabelecimento de ensino;

• cumprir a legislação em vigor e as instruções normativas emanadas da Secretaria de Estado

da Educação, que regem o registro escolar do aluno e a vida legal do estabelecimento de

ensino;

• distribuir as tarefas decorrentes dos encargos da secretaria aos demais técnicos

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administrativos;

• receber, redigir e expedir a correspondência que lhe for confiada;

• organizar e manter atualizados a coletânea de legislação, resoluções, instruções normativas,

ordens de serviço, ofícios e demais documentos;

• efetivar e coordenar as atividades administrativas referentes à matrícula, transferência e

conclusão de curso;

• elaborar relatórios e processos de ordem administrativa a serem encaminhados às

autoridades competentes;

• encaminhar à direção, em tempo hábil, todos os documentos que devem ser assinados;

• organizar e manter atualizado o arquivo escolar ativo e conservar o inativo, de forma a

permitir, em qualquer época, a verificação da identidade e da regularidade da vida escolar do

aluno e da autenticidade dos documentos escolares;

• responsabilizar-se pela guarda e expedição da documentação escolar do aluno, respondendo

por qualquer irregularidade;

• manter atualizados os registros escolares dos alunos no sistema informatizado;

• organizar e manter atualizado o arquivo com os atos oficiais da vida legal da escola,

referentes à sua estrutura e funcionamento;

• atender a comunidade escolar, na área de sua competência, prestando informações e

orientações sobre a legislação vigente e a organização e funcionamento do estabelecimento

de ensino, conforme disposições do Regimento Escolar;

• zelar pelo uso adequado e conservação dos materiais e equipamentos da secretaria;

• orientar os professores quanto ao prazo de entrega do Livro Registro de Classe com os

resultados da frequência e do aproveitamento escolar dos alunos;

• cumprir e fazer cumprir as obrigações inerentes às atividades administrativas da secretaria,

quanto ao registro escolar do aluno referente à documentação comprobatória, aproveitamento

de estudos, classificação, reclassificação e regularização de vida escolar;

• organizar o livro-ponto de professores e funcionários, encaminhando ao setor competente a

sua frequência, em formulário próprio;

• secretariar os Conselhos de Avaliação e reuniões, redigindo as respectivas Atas;

• conferir, registrar e/ou patrimoniar materiais e equipamentos recebidos;

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117

• comunicar imediatamente à direção toda irregularidade que venha ocorrer na secretaria da

escola;

• participar de eventos, cursos, reuniões, sempre que convocado, ou por iniciativa própria,

desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento profissional de sua função;

• organizar a documentação dos alunos matriculados no ensino extracurricular e pluringuístico

de Língua Estrangeira Moderna;

• fornecer dados estatísticos inerentes às atividades da secretaria escolar, quando solicitado;

• participar da avaliação institucional, conforme orientações da Secretaria de Estado da

Educação;

• zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários e famílias;

• manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus colegas, com alunos,

com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;

• participar das atribuições decorrentes do Regimento Escolar e exercer as específicas da sua

função.

Compete ao apoio administrativo que atuam na secretaria dos estabelecimentos de ensino,

sob a coordenação do(a) secretário(a):

• cumprir as obrigações inerentes às atividades administrativas da secretaria, quanto ao

registro escolar do aluno referente à documentação comprobatória, necessidades de

adaptação, aproveitamento de estudos, classificação, reclassificação e regularização de vida

escolar;

• atender a comunidade escolar e demais interessados, prestando informações e orientações;

• cumprir a escala de trabalho que lhe for previamente estabelecida;

• participar de eventos, cursos, reuniões, sempre que convocado, ou por iniciativa própria,

desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento profissional de sua função;

• controlar a entrada e saída de documentos escolares, prestando informações sobre os

mesmos a quem de direito;

• organizar, em colaboração com o(a) secretário(a) escolar, os serviços do seu setor;

• efetivar os registros na documentação oficial como Ficha Individual, Histórico Escolar e

outros, garantindo sua idoneidade;

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• organizar e manter atualizado o arquivo ativo e conservar o arquivo inativo da escola;

• classificar, protocolar e arquivar documentos e correspondências, registrando a

movimentação de expedientes;

• realizar serviços auxiliares relativos à parte financeira, contábil e patrimonial do

estabelecimento, sempre que solicitado;

• coletar e digitar dados estatísticos quanto à avaliação escolar, alimentando e atualizando o

sistema informatizado;

• executar trabalho de mecanografia, reprografia e digitação;

• participar da avaliação institucional, conforme orientações da Secretaria de Estado da

Educação;

• zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários e famílias

• manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus colegas, com alunos,

com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;

• exercer as demais atribuições decorrentes do Regimento Escolar e aquelas que concernem à

especificidade de sua função.

• Manter atualizado o sistema de acompanhamento do educando, considerando a organização

da EJA prevista nesta proposta.

9. BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, Maria Conceição Pereira de. Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e

Adultos, a Grande Conquista, Arte & Cultura, 1999, 1ª Edição.

BRZEZINSKI, Iria. LDBEN Interpretada: diversos olhares se entrecruzam. São Paulo: Cortez,

1997.

CARNEIRO, Moacir Alves. LDBEN fácil. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.

CARVALHO, R.E. Removendo barreiras à aprendizagem. Porto Alegre, 2000, p.17.

(5ª) Conferência Internacional sobre Educação de Adultos (V CONFINTEA).

Conselho Estadual de Educação - PR

Deliberação 011/99 – CEE.

Deliberação 014/99 – CEE.

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119

Deliberação 09/01 – CEE.

Deliberação 06/05 – CEE

Indicação 004/96 – CEE.

Parecer 095/99 – CEE (Funcionamento dos Laboratórios).

Conselho Nacional de Educação

Parecer 011/2000 – Diretrizes Curriculares Nacionais de EJA.

Parecer 004/98 – Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental.

Parecer 015/98 –Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.

Resolução 03/98 – CEB.

Constituição Brasileira – Artigo 205.

DELORS, J. Educação: Um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: MEC: UNESCO,

1998.

DEMO, Pedro. A Nova LDBEN – Ranços e Avanços. Campinas, SP: Papirus, 1997.

DRAIBE, Sônia Miriam; COSTA, Vera Lúcia Cabral; SILVA Pedro Luiz Barros. Nível de

Escolarização da População. mimeog.

DI PIERRO; Maria Clara. A educação de Jovens e Adultos na LDBEN. mimeog.

DI PIERRO; Maria Clara. Os projetos de Lei do Plano Nacional de Educação e a Educação de

Jovens e Adultos. Mimeog.

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FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 40ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.

LDBEN nº 9394/96.

KUENZER,Acácia Zeneida. Ensino Médio:construindo uma proposta para os que vivem do

trabalho. São Paulo: Cortez, 2000, p.40.

OLIVEIRA, Thelma Alves de, et al. Avaliação Institucional (Cadernos Temáticos). Curitiba: SEED

– PR, 2004.

Parâmetros Curriculares Nacionais 1º segmento do Ensino Fundamental.

Parâmetros Curriculares Nacionais 2º segmento do Ensino Fundamental.

Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Médio.

Plano Nacional de Educação – Educação de Jovens e Adultos.

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SILVA, Eurides Brito da. A Educação Básica Pós-LDBEN.

SOUZA, Paulo N. Silva & SILVA, Eurides Brito da. Como entender e aplicar a nova LDBEN.

SOUZA, Paulo Nathanael Pereira de; SILVA, Eurides Brito da. Como entender e Aplicar a Nova

LDBEN. SP, Pioneira Educ., 1997. 1ª Edição.

16

17

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121

10. PLANO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO CURSO

A concepção de avaliação institucional explicitada pela SEED/PR, afirma que esta “deve ser

construída de forma coletiva, sendo capaz de identificar as qualidades e as fragilidades das

instituições e do sistema, subsidiando as políticas educacionais comprometidas com a

transformação social e aperfeiçoamento da gestão escolar e da educação pública ofertada na rede

Estadual.” (SEED,2004,p.11)

Neste sentido, a avaliação não se restringe às escolas, mas inclui também gestores da SEED

e dos Núcleos Regionais de Educação, ou seja, possibilita a todos a identificação dos fatores e

aqueles que dificultam a oferta, o acesso e a permanência dos educandos numa educação pública

de qualidade.

Aliado a identificação destes fatores deve estar, obrigatoriamente, o compromisso e a efetiva

implementação das mudanças necessárias.

Assim, a avaliação das políticas e das práticas educacionais, enquanto responsabilidade

coletiva a clareza das finalidades essenciais da educação, dos seus impactos sociais, econômicos,

culturais e políticos, bem como a reelaboração e a implementação de novos rumos que garantam

suas finalidades e impactos positivos à população que demanda escolarização.

A avaliação institucional, vinculada a esta proposta pedagógica-curricular, abrange todas as

escolas que ofertam a modalidade Educação de Jovens e Adultos, ou seja, tanto a construção dos

instrumentos avaliação quanto os indicadores dele resultantes envolverão, obrigatoriamente, porém

de formas distintas, todos os sujeitos que fazem a educação na Rede Pública Estadual. Na escola –

professores, educandos, direção, equipe pedagógica e administrativa, de serviços gerais e demais

membros da comunidade escolar. Na SEED, de forma mais direta, a equipe do departamento de

Educação de Jovens e Adultos e dos respectivos NRE's.

A mantenedora se apropriará dos resultados da implementação destes instrumentos para

avaliar as políticas desenvolvidas, principalmente aquelas realcionadas à capacitação continuada

dos profissionais da educação, bem como estabelecer o diálogo com as escolas no sentido de

contribuir para a reflexão e as mudanças necessárias na prática pedagógica.

Considerando o que se afirma no Documento das Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA

que “... o processo avaliativo é parte integrante da práxis e deve estar votado para atender as

necessidades dos educandos, considerando seu perfil e a função social da EJA, isto é, o seu papel

na formação da cidadania e na construção da autonomia”. (SEED, 2005, p. 44), esta avaliação-

institucional da proposta pedagógico-curricular implementada, deverá servir para a reflexão

permanente sobre a prática pedagógica e administrativa das escolas.

Os instrumentos avaliativos da avaliação institucional, serão produzidos em regime de

colaboração com as escolas de Educação de Jovens e Adultos, considerando as diferenças entre as

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diversas áreas de conteúdo que integram o currículo, bem como as especificidades regionais

vinculadas basicamente ao perfil dos educandos da modalidade. Os instrumentos avaliativos a

serem produzidos guardam alguma semelhança com a experiência acumulada pela EJA na

produção e aplicação do Banco de Itens, porém sem o caráter de composição da nota do aluno para

fins de conclusão. A normatização desta Avaliação Institucional da proposta pedagógico-curricular

por meio de instrução própria da SEED.

Como se afirma no Caderno Temático “Avaliação Institucional”,

“cada escola deve ser vista e tratada como uma totalidade, ainda que relativa, mas dinâmica,

única, interdependente e inserida num sistema maior de educação. Todo o esforço de

melhoria da qualidade da educação empreendido por cada escola deve estar conectado com

o esforço empreendido pelo sistema ao qual pertence. (SEED. 2005, p. 17)

Em síntese, repensar a práxis educativa da escola e da rede como um todo, especificamente

na modalidade EJA, pressupõe responder à função social da Educação de Jovens e Adultos na

oferta qualitativa da escolarização de jovens, adultos e idosos.

11. Formação Continuada

A formação continuada dos trabalhadores em educação da educação constitui um dos

grandes desafios da sociedade e desta instituição. Busca- se respondê-lo proporcionando e

incentivando os profissionais da educação a participarem da Semana Pedagógica e Reuniões

Pedagógicas, previstas em calendário escolar , Grupos de Estudos, Cursos, Reuniões, Debates,

GTR, PDE, CADEP, Profuncionário, Simpósios e Seminários, promovidos pela SEED, onde há

reflexões sobre as práticas pedagógicas e aprofundamento das dimensões científicas, teóricas e

práticas do trabalho de todos os profissionais da escola, Itinerante um grande espaço de formação

continuada que conta com a interação entre os profissionais da rede estadual de ensino,

Professores – Pedagogos poderão realizar a sua Produção Pedagógica, trata-se de um artigo

voltado para a Organização do Trabalho Pedagógico, o qual se consubstanciará, em mais um

espaço de formação continuada das equipes pedagógicas.

Entendendo-se que o primeiro e principal agente de formação é a própria pessoa, sem seu

envolvimento pouco se atinge. É indispensável e fundamental este aprimoramento para alcançar

uma educação de qualidade.

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ANEXO A PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

Anexo 01/2011 Data: 10/03/2011.

O Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos(CEEBJA), município de Irati, manterá a Matriz

Curricular vigente em 2010 até o educando concluir disciplinas iniciadas em 2010 com terminalidade prevista

par 2011.

A partir do ano de 2011 e amparados na Deliberação Nº 05/2010 e na Instrução 032/2010 –

SUED/SEED, este Estabelecimento seguirá a carga horária de 1600/1610 h ou 1920/1932h/a para o curso do

Ensino Fundamental Fase II, nas matrículas de novas disciplinas com a seguinte distribuição de carga horária,

conforme consta na Matriz Curricular:

MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II

ESTABELECIMENTO: CEEBJA

ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná

MUNICÍPIO: IRATI NRE:IRATI

ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2011 FORMA: Simultânea

CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1600/1610 h ou 1920/1932 h/a

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DISCIPLINAS TOTAL DE HORAS TOTAL DE HORAS/AULA

LÍNGUA PORTUGUESA 280 336

ARTE 94 112

LEM-INGLÊS 213 256

EDUCAÇÃO FÍSICA 94 112

MATEMÁTICA 280 336

CIÊNCIAS NATURAIS 213 256

HISTÓRIA 213 256

GEOGRAFIA 213 256

ENSINO RELIGIOSO* 10 12

TOTAL DE CARGA HORÁRIA DO CURSO 1600/1610 Horas ou 1920/1932 Horas/aula

*DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO E DE MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO.

_________________________________________Assinatura do(a) Diretor(a) e carimbo da Direção

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

COORDENAÇÃO DE GESTÃO ESCOLAR/

ASSESSORIA DA SUPERINTENDÊNCIA

NÚCLEO REGIONAL DA EDUCAÇÃO

PARECER Nº 09/2011

Estabelecimento de Ensino: Centro Estadual de Educação Básica (CEEBJA) de Irati

Município: Irati

Assunto: Alteração da carga horária do curso do Ensino Fundamental Fase II

O Núcleo Regional da Educação de Irati no uso das atribuições que lhe são

conferidas, emite o presente PARECER, resultado da análise do anexo da Proposta

Pedagógica Curricular da EJA do Estabelecimento de Ensino.

O Estabelecimento de Ensino fez a adequação da carga horária e da Matriz

Curricular do curso do Ensino Fundamental Fase II – EJA, a partir das matrículas

do ano de 2011, de acordo com a Deliberação nº 05/2010 e a Instrução nº 032/2010 –

SUED/SEED.

Irati, 04 de março de 2011.

______________________________ ______________________________

Equipe Pedagógica e Disciplinar Coordenação da EJA

NRE de Irati NRE de Irati

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

COORDENAÇÃO DE GESTÃO ESCOLAR/

ASSESSORIA DA SUPERINTENDÊNCIA

NÚCLEO REGIONAL DA EDUCAÇÃO

PARECER Nº 32/2010

Estabelecimento de Ensino: Centro Estadual de Educação Básica (CEEBJA) de Irati

Município: Irati

Assunto: Implantação da Língua Espanhola

O Núcleo Regional da Educação de Irati no uso das atribuições que lhe são

conferidas, emite o presente PARECER, resultado da análise do anexo da Proposta

Pedagógica Curricular da EJA do Estabelecimento de Ensino.

A alteração da Proposta Pedagógica Curricular, em relação a implantação do

ensino da Língua Espanhola no curso do Ensino Médio, a partir do ano letivo de

2010 está de acordo com o Parecer 638/10.

Irati, 13de outubro de 2011.

______________________________ ______________________________

Equipe Pedagógica e Disciplinar Coordenação da EJA

NRE de Irati NRE de Irati

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ADENDO DE ALTERAÇÃO E ACRÉSCIMO NA PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA EJA Nº 01

O CEEBJA (Centro Estadual de Educação para Jovens e Adultos), município de Irati, manterá a Matriz Curricular vigente em 2010 até o educando concluir disciplinas iniciadas em 2010 com terminalidade prevista par 2011.

A partir do ano de 2011 e amparados na Deliberação Nº 05/2010 e na Instrução 032/2010 – SUED/SEED, este Estabelecimento seguirá a carga horária de 1600/1610 h ou 1920/1932h/a para o curso do Ensino Fundamental Fase II, nas matrículas de novas disciplinas com a seguinte distribuição de carga horária, conforme consta na Matriz Curricular:MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II

ESTABELECIMENTO: CEEBJA-IRATI

ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná

MUNICÍPIO: IRATI NRE: IRATI

ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2011 FORMA: Simultânea

CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1600/1610 h ou 1920/1932 h/a

DISCIPLINAS TOTAL DE HORAS TOTAL DE HORAS/AULA

LÍNGUA PORTUGUESA 280 336

ARTE 94 112

LEM-INGLÊS 213 256

EDUCAÇÃO FÍSICA 94 112

MATEMÁTICA 280 336

CIÊNCIAS NATURAIS 213 256

HISTÓRIA 213 256

GEOGRAFIA 213 256

ENSINO RELIGIOSO* 10 12

TOTAL DE CARGA HORÁRIA DO CURSO 1600/1610 Horas ou 1920/1932 Horas/aula

*DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO E DE MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO.

_________________________________________Assinatura do(a) Diretor(a) e carimbo da Direção

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7.3 MATRÍCULA

Para a matrícula no Estabelecimento Escolar de Educação de Jovens e Adultos:

a) mantido

b) mantido

c) o educando do Ensino Fundamental – Fase II e do Ensino Médio, poderá

matricular-se de uma a quatro disciplinas simultaneamente. No Ensino Médio, a

disciplina de Língua Espanhola é de matrícula facultativa para o educando e

entrará no cômputo das quatro disciplinas que podem ser cursadas concomitante;

d) mantido

e) revogado

f) mantido

g) o educando que solicitar matrícula por transferência, oriundo do processo

de escolarização formal/escolar, cuja organização de ensino é diferente da

ofertada neste Estabelecimento, não comprovando conclusão de disciplinas(as),

deverá ser matriculado para cursar 100% (cem porcento) da carga horária total da

disciplina, podendo após ter cumprido 25% (vinte e cinco porcento) da carga

horária total da disciplina, participar do processo de reclassificação, definidos no

Regimento Escolar, exceto na disciplina de Língua Espanhola;

h) os jovens, adultos e idosos, que não participaram do processo de

escolarização formal/escolar, bem como o educando desistente do processo de

escolarização formal/escolar, em anos letivos anteriores cuja organização de

ensino é diferente da ofertada neste Estabelecimento, não comprovando

conclusão de disciplina(s), poderão ter seus conhecimentos aferidos por processo

de classificação, exceto na disciplina de Língua Espanhola, definidos no

Regimento Escolar;

i) os educandos inseridos no processo de escolarização formal/escolar,

recebidos por transferência, deverão realizar matrícula inicial em até quatro

disciplinas, podendo participar dos processos de reclassificação – após cursado

25% da carga horária total de cada disciplina, exceto na disciplina de Língua

Espanhola;

j) será considerado desistente, na disciplina, o educando que se ausentar

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por mais de 02 (dois) meses consecutivos, devendo a escola, no seu retorno,

reativar sua matrícula para dar continuidade aos seus estudos, aproveitando a

carga horária cursada e os registros de notas obtidos, desde que o prazo de

desistência não ultrapasse 02 (dois) anos, a partir da data da matrícula inicial,

exceto na disciplina de Língua Espanhola. No retorno do educando, este deverá

reiniciar a disciplina sem aproveitamento da carga horária cursada e os registros

de notas obtidos, caso opte novamente por cursar Língua Espanhola;

l) o educando desistente, por mais de dois anos, a partir da data de

matrícula inicial na disciplina, no seu retorno, deverá fazer matrícula inicial na

disciplina, podendo participar do processo de classificação, exceto na disciplina

de Língua Espanhola.

O adendo de alteração e acréscimo da Proposta Pedagógica da EJA Nº

01, entra em vigor a partir do ano letivo de 2010.

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ANEXOS

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DISCIPLINA DE ARTE

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Da Antiguidade à Renascença, a aprendizagem dos conhecimentos

artísticos se dava pela imitação. Na Renascença passou a ser realizado em

ateliês e o futuro artista adquiriu conhecimentos sobre geometria, perspectiva e

anatomia, o que deu origem às Academias de Arte.

No Brasil, o ensino das artes teve início com a vinda de D. João VI que

criou uma Academia de Belas - Artes, além de escola de educação superior. Até a

proclamação da República, o ensino da arte nas escolas oficiais concentrou-se

naquelas destinadas à produção de bens, incluindo aí o desenho técnico e

geométrico. Tais escolas destinavam-se à classe trabalhadora ou à burguesia

com as chamadas “belas - artes” ensinadas em escolas, academias e

conservatórios especiais.

Segundo estudiosos, nossa visão educacional procurava conciliar e

sintetizar correntes de pensamento diversas e distintas, o que resultou numa

concepção de educação, especialmente em arte, de contornos muito imprecisos.

A semana de Arte Moderna de 22 trouxe uma proposta renovadora, o que

significou a descoberta de novas maneiras de entender a expressão artística. No

período entre a Semana de 22 e a Reforma Educacional de 1971, a arte

continuou a ocupar lugar subalterno. Nas décadas de 40 e 50, educadores e

artistas procuraram, paralelamente ao ensino oficial, a valorização da arte criando

“Escolinhas de Arte”, sendo a primeira fundada em 1948 por Augusto Rodrigues.

Nos anos 60, a ditadura militar desmonta as escolas experimentais e a

condição brasileira de dependência mostra a nossa despersonificação como

nação e como projeto histórico-cultural. A censura abateu-se com rigor sobre a

produção artística nacional. A partir da década de 60, as produções e movimentos

artísticos se intensificaram: nas artes plásticas com as Bienais e os movimentos

contrários a elas; na música com a Bossa Nova e os festivais; no teatro, com o

teatro oficina e o teatro de arena de Augusto Boal e no cinema, com o Cinema

Novo de Glauber Rocha.

Ao longo dos anos, muito se tem falado e escrito sobre a necessidade da

inclusão da arte na escola de forma mais efetiva. Com a reforma educacional de

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1971 (Lei no. 5692), a Educação Artística tornou-se obrigatória nos currículos de

1° e 2° graus. No currículo escolar, a Educação Artística passou a compor a área

de Comunicação e Expressão, o ensino foi direcionado para as artes plásticas

com os trabalhos manuais e técnicas e o ensino de música, enfatizando a

execução de hinos pátrios e de festas cívicas. No Paraná, houve reflexos de

vários processos pelos quais passou o ensino de arte, como no final do século

XIX, com a chegada dos imigrantes e entre eles, artistas, que vieram com novas

ideias e experiências culturais diversas, como a aplicação da arte aos meios

produtivos e o estudo sobre a importância da arte para o desenvolvimento da

sociedade.

A partir dos anos 80 os fundamentos pensados para a educação

destacavam a pedagogia histórico-crítica de Demerval Saviani e a teoria da

libertação de Paulo Freire, que propunham oferecer aos alunos o acesso ao

conhecimento da cultura para uma prática social transformadora.

Nos anos 90 o Currículo Básico e o Documento de Reestruturação do

Ensino Médio foram publicados, mas a implementação interrompida, substituída

pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, encaminhados pelo MEC. Em 2003

houve a retomada das reflexões para a elaboração das diretrizes curriculares

estaduais, no qual o ensino da arte deixa de ser coadjuvante no sistema

educacional para se ocupar também do desenvolvimento do sujeito frente a uma

sociedade construída historicamente e em constante transformação.

A arte implica na expansão do conceito de cultura em que qualquer

produção, modos de conceber e organizar a vida social são levados em

consideração e depende da articulação de três ações básicas: ler obras de

arte,fazer artístico e contextualização.

O processo pedagógico em arte deve promover a interação entre saber e

prática relacionados à história, às sociedades e às culturas, possibilitando uma

relação de ensino- aprendizagem de forma efetiva.

No ensino fundamental a concepção de arte se fundamenta como arte e

linguagem e arte e cultura, sendo que no ensino médio se fundamenta como arte

e ideologia, conhecimento e trabalho criador.

Arte na escola é parte integrante do todo social preparando o aluno a para

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a vida adulta contemplando a arte como área do conhecimento e não como meio

de destacar talentos. A arte possibilita e promove conhecimentos culturais,

incentivando o exercício da cidadania e da ética construtora de identidades

artísticas, através da aprendizagem de conteúdos estruturantes das linguagens

em artes visuais, música, dança e teatro, com o conhecimento dos elementos

básicos e formais, das formas de composição e dos elementos e movimentos

contextualizadores sistematizados no decorrer da história.

12.1. OBJETIVOS

• Conhecer arte através do acesso às produções artísticas de todos os

tempos e culturas, visando à produção social e cultural, contextualizando e

oportunizando ao aluno a humanização dos sentidos humanos e a

experiência estática através de atividades significativas: o fazer, apreciar e

contextualizar a produção social em arte.

• Ampliar e sistematizar o conhecimento do aluno no que se refere às

linguagens artísticas, a partir do aprofundamento das noções de forma,

espaço e tempo, enquanto dimensões artísticas.

• Tornar o aluno capaz de fazer a leitura das apresentações artísticas a partir

do ver, saber e fazer em relação aos diferentes modos de produção e

consumo da arte.

• Levar o aluno a perceber as formas visuais, sonoras e gestuais, através do

uso da percepção, da imaginação e da articulação dos elementos na

estrutura formal.

13. CONTEÚDOS

Cada linguagem artística possui um elemento básico por meio do qual ela

se manifesta: o som na música, o movimento e não movimento na dança, a forma

e luz em artes visuais e a dramatização no teatro. Destes elementos básicos

derivam os elementos específicos de cada linguagem e os conteúdos devem

estar articulados e organizados, para permitir ao aluno ler e interpretar o

repertório e trabalho artístico.

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13.1. ARTES VISUAIS

Forma

Composição - experimentação (como os elementos da linguagem visual se

articulam), suportes (onde está proposta a ideia imagética).

Espacialidade – bidimensional, tridimensional (como está projetada, composta

ou representada no espaço)

Texturas – acabamentos (como as formas se apresentam)

Movimento – dinâmica, força, fluência e equilíbrio (como se alternam os

ritmos).

Luz- decomposição da luz branca, cor, pigmento, tons, percepção da cor,

valores, classificação, sombras e luzes, contraste.

13.2. MÚSICA

• Distribuição dos sons de maneira sucessiva (intervalos melódicos/

melodia).

• Distribuição dos sons de maneira simultânea (intervalos

harmônicos/harmonia)

• Qualidades do som e suas variações: intensidade (dinâmica), duração

(pulsação/ritmo), altura (grave/agudo), timbre (fonte

sonora/instrumentalização)

• Estruturas musicais (organização e articulação dos elementos das

linguagens e formas musicais).

13.3. TEATRO

• Elementos dramáticos- personagem (agente da ação), enredo

(desdobramentos dos acontecimentos), espaço cênico (local onde se

desenvolve a ação cênica).

• Signos da representação teatral – personagem:

visuais: figurino, adereços, gestos.

sonoros: fala, entonação

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espaço cênico: cenário, iluminação, sonoplastia.

• Gêneros teatrais: Tragédia e suas características: fatalidade, sofrimento,

pesar.

• Comédia e suas características: o riso, a sátira, o grotesco.

• Drama e suas características: o conflito

13.4. DANÇA

• Elementos do movimento: corpo (articulações, superfícies, membros do

corpo espaço (amplitudes, progressões e tensões espaciais

• ações (torcer, gesticular, inclinar, deslocar, rodar, parar, expandir, recolher,

saltar).

• dinâmicas(peso, espaço, tempo, fluência).

• relacionamentos

ARTES – ENSINO FUNDAMENTALARTE - ENSINO FUNDAMENTAL - ÁREA MÚSICA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTESELEMENTOS

FORMAISCOMPOSIÇÃO

MOVIMENTOSE PERÍODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

Altura Duração Timbre Intensidade Densidade

Ritmo MelodiaHarmoniaEscalas: diatônica pentatônicacromáticaEscalas Gêneros: folclórico, indígena, popular e étnicoTonal, modal e a fusão de ambos. Técnicas: vocal, instrumental e mista.ImprovisaçãoGêneros: popular, folclórico e étnico.

Greco-Romana Oriental Ocidental AfricanaMúsica popular e étnica (ocidental e oriental)Indústria Cultural Eletrônica Minimalista Rap, Rock, TecnoMúsica Engajada Música Popular Brasileira. Música Contemporânea

ARTE –ENSINO FUNDAMENTAL – ÁREA ARTES VISUAISCONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOSFORMAIS

COMPOSIÇÃOMOVIMENTOSE PERÍODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

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Ponto Linha Textura Forma Superfície Volume Cor Luz

Bidimensional Figurativa Geométrica, simetria Técnicas: Pintura, escultura, arquitetura... Gêneros: cenas da mitologia...Proporção Tridimensional Figura e fundo Abstrata Perspectiva Técnicas: Pintura, escultura, modelagem, gravura... Gêneros: Paisagem, retrato, natureza morta...Semelhanças Contrastes Ritmo Visual Estilização Deformação Técnicas: desenho, fotografia, audiovisual e mista...Bidimensional Tridimensional Figura-fundo Ritmo Visual Técnica: Pintura, grafitte, performance... Gêneros: Paisagem urbana, cenas do cotidiano...

Arte Greco- Romana Arte Africana Arte Oriental Arte Pré-HistóricaArte Indígena Arte Popular Brasileira e Paranaense Renascimento BarrocoIndústria Cultural Arte no Séc. XX Arte ContemporâneaRealismo Vanguardas Muralismo e Arte Latino-Americana Hip Hop

ARTE – ENSINO FUNDAMENTAL – ÁREA TEATROCONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOSFORMAIS

COMPOSIÇÃOMOVIMENTOSE PERÍODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais Ação Espaço

Enredo, roteiro. Espaço Cênico, adereçosTécnicas: jogos teatrais, teatro indireto e direto, improvisação, manipulação, máscara... Gênero: Tragédia, Comédia e Circo.Representação, Leitura dramática, Cenografia.

Greco-Romana Teatro Oriental Teatro Medieval RenascimentoComédia dell’ arte Teatro Popular Brasileiro e Paranaense Teatro AfricanoIndústria Cultural Realismo Expressionismo Cinema Novo

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Técnicas: jogos teatrais, mímica, improvisação, formas animadas... Gêneros: Rua e arena, Caracterização.Representação no Cinema e Mídias Texto dramático Maquiagem Sonoplastia Roteiro Técnicas: jogos teatrais, sombra, adaptação cênica...Técnicas: Monólogo, jogos teatrais, direção, ensaio, Teatro-Fórum... Dramaturgia Cenografia Sonoplastia Iluminação Figurino

Teatro Engajado Teatro do Oprimido Teatro Pobre Teatro do Absurdo Vanguardas

ARTE – ENSINO FUNDAMENTAL – ÁREA DANÇACONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOSFORMAIS

COMPOSIÇÃOMOVIMENTOSE PERÍODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

Movimento Corporal Tempo Espaço

KinesferaEixo Ponto de Apoio Movimentos articulares Fluxo (livre e interrompido) Rápido e lento Formação Níveis (alto, médio e baixo) Deslocamento (direto e indireto) Dimensões (pequeno e grande) Técnica: Improvisação Gênero: CircularPonto de Apoio Rotação Coreografia Salto e queda Peso (leve e pesado) Fluxo (livre, interrompido e conduzido) Lento, rápido e moderadoNíveis (alto, médio e baixo)

Pré-história Greco-Romana Renascimento Dança ClássicaDança Popular Brasileira Paranaense Africana IndígenaHip Hop Musicais Expressionismo Indústria Cultural Dança ModernaVanguardas Dança Moderna Dança Contemporânea

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Formação Direção Gênero: Folclórica, popular e étnicaGiro Rolamento Saltos Aceleração e desaceleraçãoDireções (frente, atrás, direita e esquerda)Improvisação Coreografia Sonoplastia Gênero: Indústria Cultural e espetáculoKinesferaPonto de Apoio Peso Fluxo Quedas Saltos Giros Rolamentos Extensão (perto e longe) Coreografia Deslocamento Gênero: Performance e moderna

ARTE - ENSINO MÉDIO – ÁREA MÚSICA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTESELEMENTOS

FORMAISCOMPOSIÇÃO

MOVIMENTOSE PERÍODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

Altura Duração Timbre Intensidade Densidade

Melodia Harmonia Escalas Modal, Tonal e fusão de ambos. Gêneros: erudito, clássico, popular, étnico, folclórico, Pop...Técnicas: vocal, instrumental, eletrônica, informática e mistaImprovisação

Música Popular Brasileira Paranaense Popular Indústria Cultural Engajada Vanguarda Ocidental Oriental Africana Latino-Americana

ENSINO MÉDIO - ÁREA ARTES VISUAISCONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOSFORMAIS

COMPOSIÇÃOMOVIMENTOSE PERÍODOS

CONTEÚDOS BÁSICOSPonto Linha Forma Textura

Bidimensional Tridimensional Figura e fundo Figurativo

Arte Ocidental Arte Oriental Arte Africana Arte Brasileira

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Superfície Volume Cor Luz

Abstrato Perspectiva Semelhanças Contrastes Ritmo Visual Simetria Deformação Estilização Técnica: Pintura, desenho, modelagem, instalação performance, fotografia, gravura e esculturas, arquitetura, história em quadrinhos... Gêneros: paisagem, natureza-morta, Cenas do Cotidiano, Histórica, Religiosa, da Mitologia...

Arte Paranaense Arte Popular Arte de Vanguarda Indústria Cultural Arte Contemporânea Arte Latino- Americana

ENSINO MÉDIO - ÁREA TEATROCONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOSFORMAIS

COMPOSIÇÃOMOVIMENTOSE PERÍODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciaisAção Espaço

Técnicas: jogos teatrais, teatro direto e indireto, mímica, ensaio, Teatro-FórumRoteiro Encenação e leitura dramática Gêneros: Tragédia, Comédia, Drama e ÉpicoDramaturgia Representação nas mídias Caracterização Cenografia, sonoplastia, figurino e iluminação Direção Produção

Teatro Greco- Romano Teatro Medieval Teatro Brasileiro Teatro Paranaense Teatro Popular Indústria Cultural Teatro Engajado Teatro Dialético Teatro Essencial Teatro do Oprimido Teatro Pobre Teatro de Vanguarda Teatro Renascentista Teatro Latino- Americano Teatro Realista Teatro Simbolista

ENSINO MÉDIO - ÁREA DANÇACONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOSFORMAIS

COMPOSIÇÃOMOVIMENTOSE PERÍODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

Movimento Corporal Tempo Espaço

KinesferaFluxo Peso Eixo Salto e Queda Giro Rolamento

Pré-história Greco-Romana Medieval Renascimento Dança Clássica Dança Popular Brasileira

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Movimentos articulares Lento, rápido e moderadoAceleração e desaceleraçãoNíveis Deslocamento Direções Planos Improvisação Coreografia Gêneros: Espetáculo, indústria cultural, étnica, folclórica, populares e salão

Paranaense Africana Indígena Hip Hop Indústria Cultural Dança Moderna Vanguardas Dança Contemporânea

3. METODOLOGIA

O encaminhamento metodológico para a disciplina de Arte no Ensino

Fundamental e Médio da Educação de Jovens e Adultos da Rede Pública do

Estado do Paraná, esta fundamentado nas Diretrizes Curriculares Estaduais da

EJA, onde estão identificados três eixos articuladores: cultura, trabalho e tempo.

Com base nesses eixos que norteiam o currículo na EJA, elegemos Arte e

Estética, Arte e Identidade e Arte e Sociedade, como eixos específicos da

disciplina de Arte, dos quais derivarão as temáticas propostas e os conteúdos.

Hoje a concepção de infância é diferente de alguns anos atrás. Pode-se

perceber que a criança por muito tempo foi tratada como adulto em miniatura .

A infância é o período da humanização do indivíduo, da aprendizagem da

natureza humana. Essa humanização só acontece se o meio, a qual, a criança

convive repassa os comportamentos característicos de sua espécie e do seu

grupo. É a influência desse grupo que, define o seu caráter e sua personalidade.

É na infância que se dá o início da construção dos valores que são

complementados na adolescência. É o momento mais importante da vida do ser

humano. Nos primeiros cinco anos de, ou seja, na primeira infância é que são

impressas as melhores e as piores marcas de cada um. O inconsciente é aberto e

tudo o que for inserido, lá ficará para o resto dos seus dias; daí a importância do

cuidado desde a gravidez.

O atendimento das crianças nas escolas, também mudou através de

medidas pois até então, eram matriculados aos seis anos na pré-escola. Agora

devem ser matriculados aos seis anos no primeiro ano do Ensino Fundamental,

obrigatoriamente.

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Essas modificações são citadas no Projeto de Lei nº 144/2005, aprovado

pelo Senado em 25 de janeiro de 2006, estabelece a duração mínima de 9 (nove)

anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis)

anos de idade. Essa medida foi implantada em 2010 pelos Municípios, Estados e

Distrito Federal. Os sistemas de ensino terão prazo para adaptar-se , as novas

mudanças.

Existe muita discussão sobre a definição dos termos “adolescência” e

“puberdade”, mesmo entre os profissionais e estudiosos que trabalham na área

educacional. Segundo vários autores, são termos de diferentes concepções, mas

relacionados entre si. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente define a

fase da adolescência como cararacterística dos 13 aos 18 anos de idade. A

adolescência para Zekcer, (1985, p. 11) é descrita da seguinte maneira

Os adolescentes são indivíduos geralmente mais altos que seus pais, desengonçados, faces repletas de espinhas (…) e cravos, nariz geralmente muito grande, e por isso ficam horas no espelho (…). Suas mãos crescem muito e não sabem como segurar (...) as coisas, gozando de boa saúde, voz ora grave ora aguda; deixam crescer os cabelos e barba, têm um linguajar próprio, ingerem litros de Coca-Cola, comem toneladas de hamburger, mascam chiclete, vestem jeans, amam os pais mas os contestam sempre que podem, têm grande rivalidade com os irmãos, mas os defendem sempre, têm períodos de (...) depressão e até crises de choro. Capazes de dar a vida por uma causa que acham justa, não se preocupam muito com o futuro, querendo viver sempre o presente.

De acordo com a Instrução nº 009/2011 torna-se obrigatório na Proposta

Pedagógica Curricular de todas as disciplinas os conteúdos obrigatórios: História

do Paraná ( lei nº 13381/01) , História e Cultura Afro, Africana e Indígena ( lei nº

11.645/08), música ( lei nº 11.645/08), prevenção ao uso indevido de drogas,

sexualidade humana, educação ambiental, educação fiscal, enfrentamento à

violência contra a criança e o adolescente. Direito das crianças e adolescente L.F.

Nº 11525/07, educação tributária Dec. Nº 1143/99, Portaria nº413/02, educação

ambiental, L.F. Nº 9795/99, Dec. Nº 4201/02. Estes conteúdos serão abordados

de forma contextualizada com os conteúdos específicos da disciplina,

considerando os aspectos históricos, sociais e políticos, ofertando ao aluno,

condições para refletir sobre seus conhecimentos e seu papel como sujeito capaz

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de atuar em sua realidade agindo com responsabilidade na sociedade em que

vive.

3.1. ARTE E ESTÉTICA

Hoje se utiliza o termo estética para indicar no campo das belas artes, uma concepção especial, uma maneira de fazer, uma escola ou tendência determinada (Zamacois, 1986)

A experiência estética se revela com a sensibilização, com a descoberta

do olhar, um encontro com as emoções, libertando o aluno para perceber o

mundo em si e ao seu redor, permitindo um pensar filosófico, crítico e reflexivo.

Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, em seu Dicionário da Língua Portuguesa,

apresenta os seguintes significados para a palavra estética: “1- estudo das

condições e dos efeitos da criação artística. 2- (...) estudo racional do belo, quer

quanto á possibilidade da sua conceituação, quer quanto à diversidade das

emoções e sentimentos que ele suscita no homem”.

Partindo dessas definições e as ampliando, a estética aqui é entendida

como sendo “toda teoria que se refira à beleza ou à arte” (Pareyson, 1997, p.2),

sendo derivada de uma experiência filosófica ou concreta. Baseado no

entendimento exposto devemos possibilitara compreensãoe aproximação do

aluno com a experiência estética, “o educando da EJA torna-se sujeito na

construção do conhecimento mediante a compreensão dos processos de

trabalho, de criação, de produção e de cultura”. (Diretrizes Curriculares para a

educação de Jovens e Adultos, p.30).

3.2. ARTE E IDENTIDADE

É comum ouvirmos falar de crise da identidade, mas o que é identidade e

como se revela a partir da arte que produzimos?

Para o dicionário Houaiss identidade é: 1- estado que não muda – a

identidade das impressões digitais. 2- consciência da persistência da própria

identidade. 3- o que faz com que uma coisa seja a mesma que outra. 4- conjunto

de características e circunstâncias que distinguem uma pessoa ou uma coisa e

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graças às quais é possível individualizá-la.

A identidade singulariza e faz com que nos sintamos diferentes dos

demais. Identificar pode ser aplicado a indivíduos e grupos, ou seja, tornar

idêntico, fazer reconhecer, distinguir traços e gostos em música, festas, crenças,

grupos urbanos, rurais, étnicos e entre tantos outros que usam a linguagem

artística para expressar-se e assinar suas características sociais, antropofágicas e

psicológicas.

Diferentes modos de vida social são constituídos a partir das ideias que

as pessoas têm sobre si, e das práticas que emergem dessas ideias e como

afirma Candau(2002, p. 24), “identidade é um conceito polissêmico, podendo

representar o que uma pessoa tem de mais característico ou exclusivo e ao

mesmo tempo, indica que pertencemos ao mesmo grupo”, a identidade permite

que a pessoa ou grupo seja localizado em um sistema social. Em um mundo onde

as mudanças são rápidas face à globalização e aos eventos tecnológicos e

científicos, a arte é um dos elementos que faz parte da identidade dos povos.

Podemos ver com Marques (2003, p.157) que:

Não se domina um país pela invasão territorial, mas principalmente pela superposição e diluição de repertórios culturais e sociais. Caso nossos repertórios não estejam enraizados de forma significativa, ou seja, relacional, consciente e crítica, poderemos ser massacrados pela pasteurização de idéias estéticas.

A proposta deste eixo temático na educação de Jovens e Adultos

preocupa-se em uma educação pela arte que transmita significados que estão

próximos da vida concreta do aluno, produzindo aprendizagem num processo que

mobilize tanto os significados e os símbolos, quanto os sentimentos e as

experiências a que se propõe.

3.3. ARTE E SOCIEDADE

...concernem à determinação social da atividade artística, seja do ponto

de vista da finalidade social das obras – por exemplo, o culto religioso ou o

mercado de arte – seja lugar ocupado pelo artista – por exemplo, iniciado numa

seita secreta, financiado por um mecenas renascentista, profissional liberal ligado

ao mercado de arte, etc. – seja das condições de recepção da obra de arte – a

comunidade de fiéis, a elite cultivada e economicamente poderosa, as classes

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populares, a massa, etc. (CHAUÍ, 2003, pg.153).

A arte não é uma produção fragmentada ou fruto de modelos aleatórios

ou apartados do contexto social nem tampouco mera contemplação, e sim uma

ciência que trabalha com o conhecimento presente em diferentes instâncias

sociais.

A profunda relação entre arte e sociedade é possível na medida em que

pensamos a arte como construção social e não como um Dom natural, talento ou

mera produção, As pessoas são construções sociais que necessariamente

influem e são influenciados pelo fazer e pensar arte. A música rap, por exemplo,

constrói um determinado tipo de consciência social, propaga os conhecimentos de

um grupo popular, que são absorvidos e muitas vezes até revivificados em outras

formas artístico-culturais. A abordagem crítica e intertextualizada é necessária

para que no cotidiano se problematizem as relações entre arte e sociedade e se

permita, assim, a formação de sínteses pessoais enriquecedoras. Em outras

palavras, o conceito de arte e sociedade abrange grandes temas da vida social

como: a relação do homem com o trabalho, as relações de gênero, a ocupação no

espaço urbano e outros. Também podemos compreender a influência da indústria

cultural, segundo a qual, muitas vezes a (pseudo) cultura de massa tenta impor

uma ordem social passiva e alienada. Em contrapartida, o conhecimento em arte

em seu aspecto social, deve-se desvelar-se de modo que o aluno possa

pertencer, dialogar e transformar a realidade que o circunda.

Na educação de jovens e adultos não podemos perder de vista as

concepções de mundo e de sociedade que queremos construir e vivenciar com os

alunos, pois o grande desafio do trabalho pedagógico em arte nos dias de hoje

não se resume somente em aceitar e respeitar a diversidade, mas trabalhar,

partilhar, dialogar e recriar conjuntamente a fim de educar para uma sociedade

mais justa e igualitária. “A ação da escola será de mediação entre o educando e

os saberes, de forma que o mesmo assimile estes conhecimentos como

instrumentos de transformação da sua realidade social (Diretrizes Curriculares

para Educação de Jovens e Adultos, p.31).”

Os temas de estudo direcionam, motivam e articulam a construção do

conhecimento em arte, propiciando diferentes leituras de mundo, de cidadania

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participativa, reflexiva e crítica. O educador escolheráo tema de estudo

abrangente e articulado aos eixos, de maneira a englobar o conteúdo que fará

parte do planejamento da aula.

Segundo as DCEs, a escola deve desenvolver um trabalho com os

Desafios Educacionais Contemporâneos (Educação Ambiental, Educação Fiscal,

Enfrentamento a assuntos serão desenvolvidos concomitantes aos conteúdos da

disciplina, assim como em ações interdisciplinares, de forma organizada e

sistematizada, embasadas no conhecimento científico acumulado historicamente.

Também durante o ano letivo deverão sem contempladas as leis

11645/08 (Cultura Afro e Indígena) e 10639/03 (Cultura Afro).

Segundo as DCEs, a escola deve desenvolver um trabalho com os

Desafios Educacionais Contemporâneos (Educação Ambiental, Educação Fiscal,

Enfrentamento à assuntos serão desenvolvidos concomitantes aos conteúdos da

disciplina, assim como em ações interdisciplinares, de forma organizada e

sistematizada, embasadas no conhecimento científico acumulado historicamente.

No decorrer do ano letivo serão trabalhados os temas contemporâneos

contemplando assim a Lei 11645/08. A História e Cultura Afro-brasileira, e

Africana e Indígena. Esses temas serão abordados através de textos trazidos aos

alunos, pesquisas que eles irão efetuar e discussão e sala de aula.

10. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

A avaliação será diagnóstica e processual, diagnóstica por ser referência

do professor para o planejamento das aulas e da avaliação dos alunos,

processual por pertencer a todos os momentos da prática pedagógica. O

planejamento deve ser constantemente redirecionado, utilizando a avaliação do

professor, da classe sobre o desenvolvimento das aulas e também auto avaliação

dos alunos.

É importante ressaltar que os alunos do ensino médio têm um capital

cultural, que é o conhecimento que cada aluno diferentemente apreende em

outros espaços sociais (família, grupos, associações, religião e outros) e um

percurso escolar também distinto entre os mesmos, pois pela amplitude do

conhecimento artístico e as condições humanas e materiais inviabiliza certa

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unidade na aprendizagem em arte.

Para possibilitar a avaliação individual e coletiva é necessário utilizar

vários instrumentos de avaliação como: trabalhos artísticos, pesquisas, provas

teóricas e práticas, sem parâmetros comparativos, mas por meio da observação e

registro do professor e da recuperação de conteúdos não assimilados no decorrer

da aprendizagem.

Aos alunos com necessidades educacionais especiais a escola deve

proporcionar uma adaptação curricular, para que o aluno possa superar suas

dificuldades de aprendizagem e avançar nos estudos.

Aos alunos com necessidades educacionais especiais a escola deve

proporcionar uma adaptação curricular, para que o aluno possa superar suas

dificuldades de aprendizagem e avançar nos estudos.

11. REFERÊNCIAS

<http://www.artenaescola.org.br>

<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br>

BARBOSA, Ana Mae - A imagem no Ensino da Arte: anos oitenta e novos tempos. 2ª edição, São Paulo: Editora Perspectiva, 1984.

Paraná, Secretaria do Estado da Educação - Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná - Artes e Arte - SEED. 2007.

FERRAZ, M.; FUSARI, M.R. Metodologia do ensino da Arte. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1993.

CANDAU, Vera Maria (org.). Sociedade, educação e cultura: questões e propostas. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2002.

KRAMER, Sônia. A Política do pré-escolar no Brasil: A arte do disfarce. 7ª

edição. São Paulo: Cortez, 2003.

LIVRO DIDÁTICO PÚBLICO -SEED, Curitiba,2006.

MARQUES, Isabel A. Dançando na escola. São Paulo: Cortez, 2003.

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147

OSTROWER, Fayga P. Universos da Arte, 7ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1991.

PAREYSON, L. Os problemas da estética. São Paulo. Martins Fontes, 1997.

ZEKCER, Israel. Adolescente também é gente! São Paulo: Summus, 1985.

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DISCIPLINA DE BIOLOGIA-CEEBJA / IRATI

1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A Educação de Jovens e Adultos - EJA, no Estado do Paraná, de

acordo com suas Diretrizes Curriculares e em consonância com o documento que

norteia as Diretrizes Curriculares Estaduais para o ensino Médio de Biologia da

Rede Estadual de Ensino do Paraná, apresenta os fundamentos teóricos,

metodológicos e avaliativos do ensino de Biologia, que contempla a elaboração

da proposta Nas Diretrizes, ainda, afirma-se que “é objeto de estudo da Biologia o

fenômeno VIDA em toda sua diversidade de manifestações e que ao longo da

história da humanidade, várias foram as explicações para o surgimento e a

diversidade da vida, de modo que os modelos científicos conviveram e convivem

com outros sistemas explicativos como, por exemplo, os de inspiração filosófica

ou religiosa. Elementos da História e da Filosofia tornam possível, aos alunos, a

compreensão de que há uma ampla rede de relações entre a produção científica

e os contextos sociais, econômicos e políticos.

Para o ensino de Biologia, compreender o fenômeno VIDA significa

pensar em uma ciência em transformação onde o caráter provisório do

conhecimento científico possibilita uma mudança constante de conceitos e teorias

elaboradas em cada momento histórico e social.

As Diretrizes do Ensino Médio para a disciplina de Biologia consideram

que “o conhecimento do campo da Biologia deve subsidiar a análise e reflexão de

questões polêmicas que dizem respeito ao desenvolvimento, ao aproveitamento

de recursos naturais e a utilização de tecnologias que implicam em intensa

intervenção humana no ambiente, levando-se em conta a dinâmica dos

ecossistemas, dos organismos, enfim, o modo como a natureza se comporta e a

vida se processa. Sabe-se que desde o surgimento no planeta Terra, a espécie

humana, ou Homo sapiens, não foi o ser predominante, e muito menos, o ser vivo

mais importante dentre todos os diversos seres vivos que por aqui passaram. Por

outro lado, ao longo deste processo de humanização, que durou

aproximadamente três milhões de anos, o homem criou a linguagem, a escrita e a

fala, diferenciando-se de todas as demais formas de vida. Isso possibilitou ao

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homem a socialização, a organização dos espaços físicos, a fabricação de

instrumentos utilitários e o início das atividades agrícolas”.

Ressaltam também,

o papel da Ciência e da sociedade como pontos articuladores entre a realidade social e o saber científico. Cabe aos seres humanos, enquanto sujeitos históricos atuantes num determinado grupo social, reconhecerem suas fragilidades e buscarem novas concepções sobre a natureza (...). É preciso que estes sujeitos percebam que sua sobrevivência, enquanto espécie, depende do equilíbrio e do respeito a todas as formas de vida que fazem do planeta o maior ser vivo conhecido.

É importante que o educando jovem e adulto tenha acesso ao

conhecimento científico a fim de compreender conceitos e relações existentes

entre o ambiente, os seres vivos e o universo, numa concepção flexível e

processual, por meio do saber questionador e reflexivo. Da mesma forma, se faz

necessário que perceba os aspectos positivos e negativos da ciência e da

tecnologia, para que possa atuar de forma consciente em seu meio social e

interferir no ambiente, considerando a ética e os valores sociais, morais e políticos

que sustentam a vida.

Assim, para a construção do conhecimento sistematizado, além do perfil

do educando da EJA, deve-se considerar suas concepções, posicionamentos e

ideias, uma vez que aprender envolve a produção/criação de novos significados.

Também é importante que os aspectos históricos da disciplina de Biologia

sejam trabalhados, pois permitem que o educando perceba que, ao longo da

história da humanidade, o homem sempre procurou entender como os fenômenos

naturais ocorrem, qual a origem e a evolução dos seres vivos e os fatores

determinantes da sobrevivência das espécies ao longo do tempo.

O recente avanço tecnológico e a expansão das pesquisas científicas que

se apresentam na mídia atualmente, especialmente as descobertas científicas da

área da Biotecnologia, despertam o interesse dos estudantes pela compreensão

dos fatos que vêm se revelando à sociedade.

Debater essas informações leva o educando a tornar-se um sujeito crítico,

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investigativo e interessado em compreender a realidade. Dessa forma, a interação

entre o professor e o aluno é fundamental no processo da construção dos

conhecimentos científicos.

Desta forma, os conhecimentos da Biologia são essenciais para o

desenvolvimento de posturas e valores pertinentes as relações entre os seres

humanos, o meio em que vivem contribuindo para uma educação que formará

cidadãos conscientes capazes de realizar ações práticas de fazer julgamentos e

tomar decisões na sociedade em que vivem. Assim, o ensino de Biologia deve:

• preparar o educando para a cidadania no sentido universal e não apenas

profissionalizante, aprimorando-o como ser humano sensível, solitário e

consciente;

• propiciar um aprendizado útil à vida e ao trabalho, no qual as informações

se os conhecimentos transmitidos se transformem instrumentos de

compreensão, mudanças e previsão da realidade;

• aprimorar o conhecimento científico e tecnológicos adquiridos

informalmente;

• relacionar o conhecimento das diversas disciplinas para o entendimento de

fatos ou processos biológicos evitando desta forma uma visão fragmentada

do conhecimento;

• propiciar ao aluno condições para refletir sobre seus conhecimentos e seu

papel como sujeito capaz de atuar na realidade, agindo com

responsabilidade consigo, com o outro e com o ambiente em que vive;

• compreender a relação mútua existente entre a vida e o ambiente;

• conhecer o seu corpo, zelar por ele, valorizando-o e adotando hábitos para

a sua saúde e dos que estão a sua volta;

• estar consciente de que a natureza é um organismo vivo do qual a

humanidade depende e deve preservá-la para as gerações futuras;

• estabelecer conceitos de maneira crítica e construtiva em diferentes

situações;

• entender o impacto da tecnologia associada à Biologia na sua vida

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pessoal, nos processos de produção, no desenvolvimento do

conhecimento e na vida social;

• desenvolver o pensamento biológico de forma a permitir a reflexão sobre a

origem, o significado, a estrutura orgânica e as relações do objeto de

estudo da disciplina com o fenômeno vida.

2. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES- BÁSICOS DA DISCIPLINA

A proposta de sugestão de conteúdos básicos para a elaboração do

currículo da disciplina de Biologia na Educação de Jovens e Adultos – EJA,

fundamenta-se nas “Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino Médio”, da

Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED – PR.

É importante considerar que a organização dos conteúdos curriculares da

disciplina de Biologia na EJA tem o objetivo de contemplar as necessidades e o

perfil dos educandos desta modalidade de ensino da Educação Básica.

Segundo as Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino Médio – SEED-

PR,

os conteúdos básicos são entendidos como os saberes mais amplos da disciplina que podem ser desdobrados nos conteúdos pontuais que fazem parte de um corpo estruturado de saberes construídos e acumulados historicamente e que identificam a disciplina como um campo do conhecimento. Dentro da perspectiva dos conteúdos escolares como saberes, o termo "conteúdo" não se refere apenas a fatos, conceitos ou explicações destinados aos alunos para que estes conheçam, memorizem, compreendam, apliquem, relacionem, etc. Hoje, o critério que decide se certos conhecimentos concretos devem ser incluídos no currículo não se restringe ao seu valor epistemológico e aceitação como conhecimento válido: a relevância cultural, o valor que lhes é atribuído no âmbito de uma cultura particular em um determinado momento histórico, entra em cena.

Segundo as Diretrizes,

estabelecer os conteúdos básicos para o ensino de Biologia requer uma análise desse momento histórico, social, político e econômico que vivemos; da relevância e abrangência dos

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conhecimentos que se pretendem serem desenvolvidos nessa modalidade de ensino; da atuação do professor em sala de aula; dos materiais didáticos disponíveis no mercado; das condições de vida dos alunos e dos seus objetivos. A decisão sobre o que e como ensinar Biologia no Ensino Médio deve ocorrer de forma a promover as finalidades e objetivos dessa modalidade de ensino e da disciplina em questão. Não se trata de estabelecer uma lista de conteúdos em detrimento de outra por manutenção tradicional ou por inovação arbitrária. Referimo-nos aos conceitos e concepções que têm a ver com a construção de uma visão de mundo; outros práticos e instrumentais para a ação, e ainda aqueles que permitem a formação de um sujeito crítico. Precisaremos estabelecer conteúdos básicos que, por sua abrangência, atendem às realidades regionais e, ao mesmo tempo garantem a identidade da disciplina.

Na proposta, elaborada a partir das discussões com os professores do

Ensino Médio Regular, propõe-se ampliar a integração entre os conteúdos

básicos, destacando os aspectos essenciais sobre a vida e a vida humana que

vão ser trabalhados por meio dos conhecimentos científicos referenciados na

prática.

A sugestão de conteúdos básicos estão descritos a seguir:

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS

Organização dos Seres Vivos Mecanismos Biológicos Biodiversidade Manipulação Genética

Classificação dos seres vivos: critérios taxonômicos e filogenéticos. Sistemas biológicos: anatomia, morfologia efisiologia. Mecanismos de desenvolvimento embriológico. Mecanismos celulares biofísicos e bioquímicos. Teorias evolutivas. Transmissão das características hereditárias. Dinâmica dos ecossistemas: relações entre os seres vivos e interdependência com o ambiente. Organismos geneticamente modificados.

Ainda no que consta nas Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino

Médio – SEED-PR, há a justificativa para a organização e distribuição dos

conteúdos básicos, descrita a seguir:

os Conteúdos estruturantes e básicos de Biologia ao mesmo tempo agrupam as diferentes áreas da Biologia e proporcionam um novo pensar sobre como relacioná-los sem que se perca de vista o objetivo do ensino da disciplina no Ensino Médio. Ao estabelecer os conteúdos básicos, significa dar um novo significado de forma a relacioná-los com seus conteúdos específicos sob os pontos de vista

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vertical, transversal e horizontal, procurando uma lógica dialética que leve o professor a integrá-los e relacioná-los de maneira que o aluno não tenha mais uma visão fragmentada da biologia.

Assim, a disciplina de Biologia deve ser capaz de relacionar os diversos

conhecimentos específicos entre si e com outras áreas de conhecimento,

priorizando o desenvolvimento de conceitos cientificamente produzidos. Portanto

é necessário, que os conteúdos básicos sejam desdobrados em conteúdos

específicos, e que estes sejam abordados de forma integrada, oportunizando aos

educandos uma visão mais aprofundada e não fragmentada dos conhecimentos

biológicos. Tais relações deverão ser desenvolvidas ao longo do Ensino Médio,

num aprofundamento conceitual e reflexivo, com vista a dotar o aluno das

significações dos conteúdos em sua formação neste nível de ensino.

Os conteúdos estruturantes de Biologia foram determinados levando em

consideração, não só os aspectos históricos dos conhecimentos biológicos ao

longo da história humana, mas a atual situação social, política, econômica e

ambiental em que vivemos.

Desta forma, são apresentados a origem dos conteúdos estruturantes e

suas possíveis relações com os conteúdos básicos da disciplina de Biologia:

2.1. Organização e distribuição dos seres vivos

O estudo acerca da organização dos seres vivos iniciou-se com as

observações macroscópicas dos animais e plantas da natureza.

Somente com o advento da invenção do microscópio por Robert Hooke

século XVII, com base nos estudos sobre lentes de Antonie Von Leewenhoeck, o

mundo microscópico até então não observado foi evidenciado à luz da Ciência e

da Tecnologia.

A descoberta do mundo microscópico colocou em xeque várias teorias

sobre o surgimento da vida e proporcionou estudos específicos sobre as

estruturas celulares. Como exemplos desta influência têm-se o estudo da

anatomia das células das plantas pelo holandês Jan Swammerdam e, o

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aperfeiçoamento das Teorias Evolucionistas ambas no séc. XVII.

No séc. XIX, à luz destas descobertas e Teorias, o alemão Christian

Heineich Pander e o estoniano Karl Ernst Von Baer desenvolveram estudos sobre

a embriologia que estabeleceram as bases para estudos da Teoria Celular. Hugo

Von Mohl descobriu a existência do núcleo e do protoplasma da célula; Walther

Fleming estudou o processo de mitose nos animais e Eduard Strasburger estudou

este processo nas plantas.

Assim, como relatam GAGLIARD & GIORDAN (apud BASTOS, 1998, p

255),

...a relação entre o nível microscópico e o macroscópico é um conceito básicos: uma vez que o aluno tenha adquirido poderá entender que a compreensão de todos os fenômenos de um ser vivo requer um conhecimento dos níveis moleculares subjacentes. Justifica-se este conteúdo básico por ser à base do pensamento biológico sobre a organização celular do ser vivo, relacionando-a com a distribuição dos seres vivos na Natureza, o que proporcionará ao aluno compreender a organização e o funcionamento dos fenômenos vitais e estabelecer conexões com os demais conteúdos básico da disciplina.

Deste modo, esse conteúdo estruturante deve abordar a classificação dos

seres vivos como uma tentativa de conhecer e compreender a diversidade

biológica, de maneira a agrupar e caracterizar os seres vivos compreendendo

também os fatores que determinaram o surgimento ou a extinção das espécies ao

longo do tempo.

2.2. Biodiversidade

A curiosidade humana sobre os fenômenos naturais e a necessidade de

caçar para se alimentar e vestir, tentar curar doenças, entre outras atividades

vitais, fez com que o homem passasse a estudar e observar a Natureza. Têm-se

registros deste conhecimento biológico empírico das atividades humanas, através

das representações de animais e plantas nas pinturas rupestres realizadas nas

cavernas e também de alguns manuscritos deixados pelos Babilônios por volta do

ano 1800 a.C.

A organização dos seres vivos começou a ser registrada em documentos

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com o Filósofo Aristóteles, que viveu no século IV a.C. e através de suas

observações ele escreveu o livro “As Partes dos Animais”. Seu discípulo Teofasto

deteve-se mais aos estudos das plantas, iniciando uma pré-classificação dos

vegetais agrupando-as em espécies afins. Pelos seus estudos detalhados dos

órgãos vegetais e descrição dos tecidos que as formam, Teofasto é considerado o

fundador da anatomia vegetal.

Percebe-se que as primeiras áreas da Biologia foram a Zoologia e a

Botânica, não só pela curiosidade e necessidade, mas também pela facilidade de

observação da natureza.

Justifica-se estudá-las pelos mesmos motivos dos povos antigos que

seria conhecer a diversidade de plantas e animais que habitam a Terra, qual sua

utilidade para a nossa sobrevivência e a sobrevivência de todos os seres vivos.

Além destes aspectos, há a necessidade de se estudar outras

implicações decorrentes da história da humanidade que permeiam hoje as

atividades agrícolas, de manejo de Florestas, o mau uso dos recursos naturais, a

destruição das espécies de animais e vegetais, a construção de cidades em

lugares impróprios para habitação, como também, a influência da tecnologia em

nosso cotidiano. Esclarecer que ao estudar a Biodiversidade estaremos diante de

grandes desafios diante do progresso científico.

O significado científico, econômico e ético do estudo da diversidade

biológica deve ser compreendido pelos alunos, não só como análise de

espécimes, mas entendendo que a observação e sistematização do observado é

uma atividade científica relevante que se consolida nos sistemas de classificação

e na taxionomia. (KRASILCHIK, 2004)

Portanto, neste conteúdo estruturante, pretende-se discutir os processos

pelos quais os seres vivos sofrem modificações, perpetuam uma variabilidade

genética e estabelecem relações ecológicas, garantindo a diversidade de seres

vivos.

2.3. Mecanismos Biológicos

Este conteúdo estruturante privilegia o estudo dos mecanismos que

explicam como os sistemas orgânicos dos seres vivos funcionam.

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156

Assim, a abordagem desse conteúdo, deve propiciar a compreensão

desde o funcionamento dos sistemas que constituem os diferentes grupos de

seres vivos até o estudo dos componentes celulares e suas respectivas funções.

No século XVII com a invenção do microscópio pelo holandês Antonie van

Leewenhoock (ROOSI, 2001), a biologia chamada celular e molecular tiveram um

grande avanço significativo em suas descobertas. Marcelo Malpighi examinou

grande quantidade de tecidos animais e vegetais, Robert Hooke descobriu a

estrutura celular, e os primeiros microorganismos, inicialmente denominados

animálculos, foram observados (ROSSI, 2001).

Houve muitos avanços tecnológicos decorrentes do advento do

microscópio, inclusive a formulação de novas teorias sobre o surgimento da vida,

colocando à prova teorias tão dogmáticas como foi a Teoria da Geração

Espontânea. Diferentes ideias transformistas foram se consolidando entre os

cientistas, mas o grande marco para o mundo científico e biológico foi a

publicação do livro “Origens das Espécies” de Charles Darwin, no século XIX. Foi

também, na mesma época que Louis Pasteur, demonstrou o papel

desempenhado pelos microorganismos no desenvolvimento de doenças

infecciosas e realizou estudos sobre a fermentação.

Assim, com a construção e o aperfeiçoamento do microscópioe a

contribuição de outros estudos da física e da química, foi possível estabelecer

uma análise comparativa entre os organismos unicelulares e pluricelulares, numa

perspectiva evolutiva.

2.4. Manipulação Genética

No século XX com o advento da invenção do microscópio eletrônico foi

possível em 1953, a descoberta do DNA (ácido desoxirribonucléico), material

químico que constitui o gene. Foram desenvolvidas técnicas de manipulação do

DNA, que permitem modificar espécies de seres vivos; produzir substâncias como

a insulina, através de bactérias; criação de cabras que produzem remédios no

leite; criação de plantas com toxinas contra pragas e, de porcos com carne menos

gordurosa. Além disso, a terapia gênica tem sido bastante estudada com fins de

eliminar doenças geneticamente transmitidas.

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157

A Biologia ajuda a compreender melhor essas e outras técnicas que

podem transformar a nossa vida e aprofundar o conhecimento que temos de nós

mesmos. Daí a importância do seu estudo, dar o mínimo de conhecimento a todas

as pessoas, para que elas possam opinar e criticar a utilização dessas técnicas,

uma vez que o controle delas e a aplicação destas descobertas científicas são

função importante da própria sociedade.

Os avanços científicos atuais permitiram que a genética e a biologia molecular alcançassem uma formidável capacidade tecnológica, que se torna cada vez mais efetiva, como, por exemplo, em poder-se modificar substancialmente um vírus, bactérias, plantas, animais e os próprios seres humanos. (SIDEKUM, 2002).

Esse acelerado desenvolvimento científico e tecnológico possibilitou, ao

homem manipular o material genético dos seres vivos proporcionando um enorme

conhecimento sobre a natureza, nos colocando muitas vezes acima dela.

É importante o estudo da biotecnologia, dos avanços científicos e de suas

implicações éticas e morais na sociedade, para que os estudantes no caso, de

biologia, possam discutir questões como nutrição, saúde, emprego e preservação

do ambiente que indiretamente influenciam suas vidas.

A análise de fenômenos biotecnológicos serve também para diminuir a

divisão entre a escola e o mundo em que os estudantes vivem, na medida em que

estes podem constatar as relações entre a pesquisa científica e a produção

industrial ou a tecnologia tradicionalmente usada em sua comunidade. A busca

das raízes científicas destas tecnologias tradicionais e de maneiras de aprimorá-

las, a fim de que melhor sirvam à necessidade de elevar a qualidade de vida é

uma forma de vincular o ensino à realidade em que vive o aluno. (KRASILCHIK,

2004, p. 186),

Quanto às questões éticas, a atual discussão sobre a manipulação

genética do ser humano provoca inúmeras controvérsias sobre o uso da

tecnologia (biotecnologia) e as perspectivas de mudanças de valores morais. Para

CHAUÍ, 1995, “nossos sentimentos e nossas ações exprimem nosso senso moral”

e movidos pela sensibilidade, somos capazes de reagir, de questionar, de nos

manifestar contra ou a favor de determinadas atitudes para procurar esclarecer ou

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resolver problemas.

Porém, questões sobre aborto, eutanásia, clonagem, transgenia, geram dúvidas quanto à decisão a ser tomada e põem à prova, além do nosso senso moral, nossa consciência moral, “... pois exigem que decidamos o que fazer, que justifiquemos para nós mesmos e para os outros as razões de nossas decisões e que assumamos todas as consequências delas, porque somos responsáveis por nossas decisões”. (CHAUÍ, 1995).Caberá ao professor de Biologia indicar temas de discussão ética e auxiliar o aluno na análise “à luz dos princípios, regras e direitos alternativos, além de levar em conta a avaliação intuitiva do aluno” (KRASILCHIK, 2004)

Assim, este conteúdo estruturante, deve abordar os avanços da biologia

molecular, as biotecnologias aplicadas e os aspectos bioéticos dos avanços

biotecnológicos que envolvem a manipulação genética, permitindo aos estudantes

compreender a interferência do ser humano na diversidade biológica, através de

uma análise crítica dos avanços da ciência na atualidade.

3. METODOLOGIA DA DISCIPLINA

Para o ensino de Biologia, compreender o fenômeno da vida e sua

diversidade de manifestações significa pensar em uma ciência em transformação,

cujo caráter provisório do conhecimento garante uma reavaliação dos seus

resultados e possibilita um repensar e uma mudança constante de conceitos e

teorias elaboradas em cada momento histórico e social.

O recente avanço tecnológico e a expansão das pesquisas científicas,

especialmente na área da Engenharia Genética, despertam o interesse dos

educandos pela compreensão dos fatos que vêm se revelando à sociedade.

Debater estas informações, utilizando a metodologia da investigação, leitura e

pesquisa através de trabalhos em grupos, faz do aluno um sujeito investigativo e

interessado em buscar e conhecer a realidade do ambiente onde está inserido.

A Educação de Jovens e Adultos, enquanto processo educativo, tem um

papel fundamental na socialização dos sujeitos agregando elementos e valores

que os levem à emancipação e à afirmação de sua identidade cultural. Dessa

forma , ao considerar os eixos norteadores que fundamentam as diretrizes da

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159

EJA: Trabalho cultura e tempo, assim como o perfil diferenciado dos educandos

dessa modalidade de ensino estará oportunizando aos educandos, tornarem-se

sujeitos participativos na construção do conhecimento .

Assim, o processo de ensino-aprendizagem na disciplina de Biologia,

adotar-se-á critérios pedagógicos e recursos didático-tecnológicos variados como

vídeos, imagens, transparências, livro didático público, jogos interativos,

atividades práticas no laboratório de ciências, a busca de informações através da

pesquisa via Internet, utilizando o laboratório de informática e o portal Dia-a-dia

Educação. A aula dialogada e expositiva será complementada através de

imagens e vídeos com utilização da TV multimídia, articulando dessa maneira, o

processo de ensino e aprendizagem com os recursos tecnológicos. A leitura, a

escrita, a produção e interpretação de textos, são recursos necessários para

desenvolver o raciocínio e potencialidade dos educandos da EJA.

Assim, a proposta metodológica da disciplina estará centrada numa

pedagogia construtivista, onde o aprendizado se dará pela interação professor,

aluno e conhecimento. Portanto, a participação dos educandos, seus

posicionamentos e experiências de vida, percepções e interpretações dos fatos e

fenômenos biológicos, são importantes, uma vez que aprender envolve a

produção ou criação de novos significados, durante a apropriação dos

conhecimentos científicos pelos estudantes.

De acordo com a Instrução nº 009/2011 torna-se obrigatório na Proposta

Pedagógica Curricular de todas as disciplinas os conteúdos obrigatórios: História

do Paraná ( lei nº 13381/01) , História e Cultura Afro, Africana e Indígena ( lei nº

11.645/08), música ( lei nº 11.645/08), prevenção ao uso indevido de drogas,

sexualidade humana, educação ambiental, educação fiscal, enfrentamento à

violência contra a criança e o adolescente. Direito das crianças e adolescente L.F.

Nº 11525/07, educação tributária Dec. Nº 1143/99, Portaria nº413/02, educação

ambiental, L.F. Nº 9795/99, Dec. Nº 4201/02. Estes conteúdos serão abordados

de forma contextualizada com os conteúdos específicos da disciplina,

considerando os aspectos históricos, sociais e políticos, ofertando ao aluno,

condições para refletir sobre seus conhecimentos e seu papel como sujeito capaz

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160

de atuar em sua realidade agindo com responsabilidade na sociedade em que

vive.

Hoje a concepção de infância é diferente de alguns anos atrás. Pode-se

perceber que a criança por muito tempo foi tratada como adulto em miniatura .

A infância é o período da humanização do indivíduo, da aprendizagem da

natureza humana. Essa humanização só acontece se o meio, a qual, a criança

convive repassa os comportamentos característicos de sua espécie e do seu

grupo. É a influência desse grupo que, define o seu caráter e sua personalidade.

É na infância que se dá o início da construção dos valores que são

complementados na adolescência. É o momento mais importante da vida do ser

humano. Nos primeiros cinco anos de, ou seja, na primeira infância é que são

impressas as melhores e as piores marcas de cada um. O inconsciente é aberto e

tudo o que for inserido, lá ficará para o resto dos seus dias; daí a importância do

cuidado desde a gravidez.

O atendimento das crianças nas escolas, também mudou através de

medidas pois até então, eram matriculados aos seis anos na pré-escola. Agora

devem ser matriculados aos seis anos no primeiro ano do Ensino Fundamental,

obrigatoriamente.

Essas modificações são citadas no Projeto de Lei nº 144/2005, aprovado

pelo Senado em 25 de janeiro de 2006, estabelece a duração mínima de 9 (nove)

anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis)

anos de idade. Essa medida foi implantada em 2010 pelos Municípios, Estados e

Distrito Federal. Os sistemas de ensino terão prazo para adaptar-se , as novas

mudanças.

Existe muita discussão sobre a definição dos termos “adolescência” e

“puberdade”, mesmo entre os profissionais e estudiosos que trabalham na área

educacional. Segundo vários autores, são termos de diferentes concepções, mas

relacionados entre si. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente define a

fase da adolescência como característica dos 13 aos 18 anos de idade. A

adolescência para Zekcer, (1985, p. 11) é descrita da seguinte maneira

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161

Os adolescentes são indivíduos geralmente mais altos que seus pais, desengonçados, faces repletas de espinhas (…) e cravos, nariz geralmente muito grande, e por isso ficam horas no espelho (…). Suas mãos crescem muito e não sabem como segurar (...) as coisas, gozando de boa saúde, voz ora grave ora aguda; deixam crescer os cabelos e barba, têm um linguajar próprio, ingerem litros de Coca-Cola, comem toneladas de hamburger, mascam chiclete, vestem jeans, amam os pais mas os contestam sempre que podem, têm grande rivalidade com os irmãos, mas os defendem sempre, têm períodos de (...) depressão e até crises de choro. Capazes de dar a vida por uma causa que acham justa, não se preocupam muito com o futuro, querendo viver sempre o presente.

4. AVALIAÇÃO

Configurando-se como um instrumento analítico que se processa em um

conjunto de ações pedagógicas pensadas e realizadas ao longo do ano letivo,

para investigar e intervir na melhoria do processo de ensino e aprendizagem, a

avaliação será diagnóstica de forma contínua e sistemática, ou seja, será

acompanhado diariamente o desenvolvimento dos educandos, considerando seus

conhecimentos e experiência de vida, sua cultura, a capacidade de observar e

investigar, discutir ideias, estabelecer conceitos, buscando novos conhecimentos

através da pesquisa, utilizando-se de várias metodologias e instrumentos que

possibilitem o acompanhamento e verificação da aprendizagem com prevalência

dos aspectos qualitativos.

Para Carvalho,

torna-se necessário ampliar o conceito e a prática de avaliação ao conjunto de saberes, destrezas e atitudes que interesse contemplar na aprendizagem de conceitos biológicos, intervindo e reformulando os processos de aprendizagem sempre que for necessário.

Desta forma, a avaliação na disciplina de Biologia, será de cunho

diagnóstico e diversificada, onde além de testes escritos, serão realizados

trabalhos individuais ou em grupos, pesquisas e debates, priorizando as

produções textuais, relatórios de vídeos, palestras e outras atividades

desenvolvidas ao longo do período.

As avaliações terão valores diferenciados, sendo que o resultado da

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média será obtido pela somatória das avaliações realizadas no período

considerando sempre o crescimento pessoal e o aprendizado do aluno.

O valor mínimo para a aprovação do aluno será seis (6,0) com cem por

cento (100%) de frequência com registro de quatro (4) avaliações para alunos que

frequentam a EJA. A Educação de Jovens e Adultos se organiza de duas formas:

A individual está pautada num cronograma que contempla a disponibilidade de

tempo do educando. Ele poderá iniciar a disciplina em qualquer época e

frequentar de acordo com a sua disponibilidade de horário. A carga horária para

conclusão das disciplinas deverá ser de 100 % presencial. A coletiva tem início e

término pré-estabelecido pela escola e a frequência mínima para conclusão é de

75% presencial da carga horária total prevista para cada disciplina.

A recuperação de estudos será ofertada aos alunos que não tiverem uma

aprendizagem satisfatória ou não atingirem a média 6.0, sendo realizada

paralelamente ao desenvolvimento dos conteúdos trabalhados e não assimilados

pelos educandos, oportunizando uma nova aferição do processo de avaliação.

Dessa forma, o processo avaliativo aplicado na EJA estará voltado a

atender as necessidades do educando, considerando seu perfil, seus

conhecimentos acumulados que são importantes para a sua formação e

construção do conhecimento oportunizando-lhe o acesso e a permanência no

sistema escolar.

Aos alunos com necessidades educacionais especiais a escola deve

proporcionar uma adaptação curricular, para que o aluno possa superar suas

dificuldades de aprendizagem e avançar nos estudos.

5. REFERÊNCIAS

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165

DISCIPLINA DE CIÊNCIAS - CEEBJA/IRATI

1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A disciplina de Ciências tem como objetivo de estudo o conhecimento

científico que resulta da investigação da Natureza. Do ponto de vista científico,

entende-se por Natureza o conjunto de elementos integradores que constitui o

Universo em toda sua complexidade. Cabe ao ser humano interpretar

racionalmente os fenômenos observados na Natureza, resultantes das relações

entre elementos fundamentais como espaço, matéria, movimento, força, campo,

energia e vida.

Segundo Lopes (2007), denominar uma determinada ciência de natural é

uma maneira de enunciar tal forma de legitimação, assim as chamadas ciências

naturais passam a ser tomadas como um saber distinto das ciências matemáticas,

das ciências sociais e das ciências aplicadas.

Historicamente a ciência está ligada não somente ao conhecimento

científico, mas também às técnicas pelas quais esse conhecimento é produzido,

as tradições de pesquisa que o produzem e as instituições que os apóiam

(KNELLER, 1980).

Para Gaston Bachelard (1884-1962), existem três grandes períodos do

desenvolvimento do conhecimento científico:

O primeiro período, que representa o estado pré-científico, compreendia

tanto a Antiguidade clássica quanto os séculos do renascimento e de novas

buscas, como séculos XVI, XVII e até XVIII.

O segundo período, que representa o estado científico, em preparação no

final do século XVIII, se estenderia por todo século XIX e início do século XX. Em

terceiro lugar, consideraríamos o ano de 1905 como início da era do novo espírito

científico, momento em que a Relatividade de Einstein deforma conceitos

primordiais que eram tidos como fixados para sempre. (BACHELARD, 1996, p.09)

Desta forma resumidamente podemos dizer que o estude de ciências veio

ao longo dos anos evoluindo e passando por diversos modelos científicos: modelo

anivista, modelo atomista, modelo geocêntrico, modelo heliocêntrico, modelo

organicista, modelo fixista e modelo evolutivo. Compreendemos então que o

estudo científico permeou desde os modelos envoltos em crenças essenciais e

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166

magias, até a compreensão de que na Natureza nada é definitivo, tudo é passível

de mutação e evolução, temos assim uma natureza dinâmica.

A disciplina de Ciências Naturais tem caráter interdisciplinar e de

contextualização sócio-histórica, trazendo em seus conteúdos diversas áreas do

conhecimento, tais como: Astronomia, Geografia, Geologia, Matemática, Física,

Química e Biologia, considerando que esses conhecimentos permeiam os

Conteúdos Estruturantes da Disciplina (Astronomia, Matéria, Sistemas Biológicos,

Energia e Biodiversidade) e que são abordados de maneira integrada, visando

superar uma visão fragmentada dos conceitos.

O processo de ensino aprendizagem de Ciências se constitui num

conjunto de conhecimentos científicos necessários para compreender e explicar

os fenômenos da natureza e suas interferências no mundo globalizado, como um

ser atuante na melhoria da qualidade de vida.

Nesse processo se valoriza a dúvida, a contradição, a diversidade e a

divergência, o questionamento das certezas e incertezas, superando o tratamento

curricular dos conteúdos por eles mesmos, priorizando a sua função social.

As ciências e as demais disciplinas constituem-se modeladores

explicativos em contextos sociais e culturais, devendo assim em conjunto garantir

a compreensão do todo para a construção de uma visão de mundo em toda a sua

complexidade.

Toda a ciência tem sempre um começo filosófico. Inicialmente

suposições; depois as tentativas de provar o que se supôs: é a investigação, a

experimentação.

A disciplina de Ciências Naturais por sua riqueza de diversidade em

conteúdos, abordagem de temas atuais, desenvolvimento científico, problemas

relativos ao meio ambiente e a saúde, tem a preocupação de enfatizar conteúdos

socialmente relevantes e processos de discussão coletiva de temas e problemas

de significado e importância reais e que favoreçam aos estudantes o acesso ao

conhecimento científico.

Conforme consta na abordagem metodológica dos Conteúdos Básicos de

Ciências, deve-se levar em consideração que para formação conceitual, há

necessidade de valorizar as concepções alternativas dos estudantes.

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167

A essência do ensino de ciências é o reconhecimento do ambiente nas

suas interações e transformações e o seu objetivo maior é possibilitar aos

estudantes uma “sociedade mais justa e com oportunidades iguais para todos”

(DCE: 16)

1.1. Objetivos:

• Compreender a natureza como um todo dinâmico e o ser humano, em

sociedade, como agente de transformação do mundo em que vive, em

relação essencial com os demais seres vivos e outros componentes do

ambiente.

• Compreender a ciência como um processo de conhecimento e uma

atividade humana;

• Identificar relações entre conhecimento cientifico, produção de tecnologia e

condições de vida no mundo de hoje em sua evolução histórica e

compreender a tecnologia como meio para suprir necessidades humanas;

• Compreender a saúde a pessoal, social e ambiental;

• Saber utilizar conceitos científicos básicos associados à energia, matéria,

transformação, espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida;

• Aplicar os conhecimentos adquiridos de forma responsável, de modo a

contribuir para melhoria das condições ambientais, da saúde e das

condições gerais de vida de toda sociedade;

• Perceber a profunda interdependência entre os seres vivos, inclusive nossa

espécie e os demais elementos do ambiente;

• Oportunizar o desempenho da consciência que desenvolvam o potencial

de análise crítica do aluno no que diz respeito a sua sociabilidade,

convivência, sexualidade, dragodição e discriminação racial.

2. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

• O currículo de Ciências no Ensino Fundamental é constituído

historicamente por um conjunto de ciências que se somam numa mesma

disciplina escolar para compreender os fenômenos naturais nesta etapa

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168

da escolarização. Os conhecimentos físicos, químicos e biológicos,

dentre outros, são contemplados nessa disciplina com vistas à

compreensão das diferenças e inter-relações entre estas ciências, ditas

naturais, no processo de ensino aprendizagem.

• As ciências de referência orientam a definição dos conteúdos

significativos na formação dos alunos na medida em que oportunizam o

estudo da vida, do ambiente, do corpo humano, do universo, da

tecnologia, da matéria e da energia, dentre outros, fornecendo subsídios

para a compreensão crítica e histórica do mundo natural (conteúdo da

ciência), do mundo construído (tecnologia) e da pratica social

(sociedade).

3. Desta forma são propostos os conteúdos estruturantes da disciplina de

ciências: Astronomia; Matéria; Sistemas Biológicos; Energia e

Biodiversidade.

• A partir desta concepção, os conteúdos específicos serão abordados em

suas inter-relações com outros conteúdos e disciplinas, considerando

seus aspectos conceituais, científicos, históricos, econômicos, políticos e

sociais, as quais devem ficar evidentes no processo de ensino e de

aprendizagem da disciplina. (GASPARIM, 2003)

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169

CIÊNCIAS – ENSINO FUNDAMENTAL

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

ASTRONOMIA

UniversoSistema SolarAstrosMovimentos terrestresMovimentos celestesOrigem e evolução do UniversoGravitação universal

MATÉRIAConstituição da matériaPropriedades da matéria

SISTEMASBIOLÓGICOS

Níveis de OrganizaçãoMecanismos de herança genéticaNíveis de organização CelularCélulaMorfologia e fisiologia dos seres vivos

ENERGIAFormas de energiaConversão de energiaTransmissão de energia

BIODIVERSIDADE

Origem da vidaOrganização dos seres vivos SistemáticaEcossistemasEvolução dos seres vivoInterações ecológicas

14. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO DA DISCIPLINA

Para o ensino de ciências é imprescindível que se crie espaço para o

aluno pensar, discutir, argumentar e formular suas próprias explicações. É

importante estimular o interesse pela investigação que lhe permita construir e

reconstruir suas ideias e assim ampliar sua compreensão de mundo.

Para se ter sucesso no ensino de ciências a metodologia empregada

deve ser diversificada permeando entre o método tradicional que se caracteriza

por aulas expositivas, onde o professor transmite suas ideias considerando o que

é importante, e, o método renovado, onde o professor poderá valorizar as

hipóteses e as perguntas dos alunos, suas conquistas ajudando-os a superar

suas dificuldades, colaborando para o desenvolvimento da auto-estima e de

atitudes de respeito a si próprio e aos outros.

O professor fará uso de diversas abordagens metodológicas como, por

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exemplo: aulas expositivas, atividades em grupo, trabalhos de pesquisa, leitura de

reportagens, filmes, músicas, experimentos, dinâmicas, documentários e pesquisa

na Internet.

Como recursos didáticos poderá contar com o auxílio de livros didáticos,

da TV multimídia e do laboratório de informática, bem como demais recursos

disponíveis na escola.

O ensino de ciências deve contribuir para que os educandos

compreendam melhor o mundo e suas transformações, possam agir de forma

responsável em relação ao meio ambiente, ao seu próprio corpo e aos seus

semelhantes e reflitam sobre as questões éticas que estão implícitas na relação

entre ciência e sociedade.

Nesse processo, o papel do educador é fundamental. Sua atitude é

sempre uma referência para os alunos: a consideração das múltiplas opiniões, a

persistência na busca de informações, a valorização da vida e o respeito às

individualidades serão observados e servirão de exemplo na formação dos

valores dos estudantes.

Assim, a proposta metodológica da disciplina estará centrada numa

pedagogia construtivista, onde o aprendizado se dará pela interação professor,

aluno e conhecimento. Portanto, a participação dos educandos, seus

posicionamentos, percepções e interpretações dos fatos e fenômenos biológicos,

são importantes, uma vez que aprender envolve a produção ou criação de novos

significados, durante a apropriação dos conhecimentos científicos pelos

estudantes.

De acordo com a Instrução nº 009/2011 torna-se obrigatório na Proposta

Pedagógica Curricular de todas as disciplinas os conteúdos obrigatórios: História

do Paraná ( lei nº 13381/01) , História e Cultura Afro, Africana e Indígena ( lei nº

11.645/08), música ( lei nº 11.645/08), prevenção ao uso indevido de drogas,

sexualidade humana, educação ambiental, educação fiscal, enfrentamento à

violência contra a criança e o adolescente. Direito das crianças e adolescente L.F.

Nº 11525/07, educação tributária Dec. Nº 1143/99, Portaria nº413/02, educação

ambiental, L.F. Nº 9795/99, Dec. Nº 4201/02. Estes conteúdos serão abordados

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de forma contextualizada com os conteúdos específicos da disciplina,

considerando os aspectos históricos, sociais e políticos, ofertando ao aluno,

condições para refletir sobre seus conhecimentos e seu papel como sujeito capaz

de atuar em sua realidade agindo com responsabilidade na sociedade em que

vive.

Hoje a concepção de infância é diferente de alguns anos atrás. Pode-se

perceber que a criança por muito tempo foi tratada como adulto em miniatura .

A infância é o período da humanização do indivíduo, da aprendizagem da

natureza humana. Essa humanização só acontece se o meio, a qual, a criança

convive repassa os comportamentos característicos de sua espécie e do seu

grupo. É a influência desse grupo que, define o seu caráter e sua personalidade.

É na infância que se dá o início da construção dos valores que são

complementados na adolescência. É o momento mais importante da vida do ser

humano. Nos primeiros cinco anos de, ou seja, na primeira infância é que são

impressas as melhores e as piores marcas de cada um. O inconsciente é aberto e

tudo o que for inserido, lá ficará para o resto dos seus dias; daí a importância do

cuidado desde a gravidez.

O atendimento das crianças nas escolas, também mudou através de

medidas pois até então, eram matriculados aos seis anos na pré-escola. Agora

devem ser matriculados aos seis anos no primeiro ano do Ensino Fundamental,

obrigatoriamente.

Essas modificações são citadas no Projeto de Lei nº 144/2005, aprovado

pelo Senado em 25 de janeiro de 2006, estabelece a duração mínima de 9 (nove)

anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis)

anos de idade. Essa medida foi implantada em 2010 pelos Municípios, Estados e

Distrito Federal. Os sistemas de ensino terão prazo para adaptar-se , as novas

mudanças.

Existe muita discussão sobre a definição dos termos “adolescência” e

“puberdade”, mesmo entre os profissionais e estudiosos que trabalham na área

educacional. Segundo vários autores, são termos de diferentes concepções, mas

relacionados entre si. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente define a

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fase da adolescência como cararacterística dos 13 aos 18 anos de idade. A

adolescência para Zekcer, (1985, p. 11) é descrita da seguinte maneira

Os adolescentes são indivíduos geralmente mais altos que seus pais, desengonçados, faces repletas de espinhas (…) e cravos, nariz geralmente muito grande, e por isso ficam horas no espelho (…). Suas mãos crescem muito e não sabem como segurar (...) as coisas, gozando de boa saúde, voz ora grave ora aguda; deixam crescer os cabelos e barba, têm um linguajar próprio, ingerem litros de Coca-Cola, comem toneladas de hamburger, mascam chiclete, vestem jeans, amam os pais mas os contestam sempre que podem, têm grande rivalidade com os irmãos, mas os defendem sempre, têm períodos de (...) depressão e até crises de choro. Capazes de dar a vida por uma causa que acham justa, não se preocupam muito com o futuro, querendo viver sempre o presente.

Segundo as DCEs, a escola deve desenvolver um trabalho com Os

conteúdos obrigatórios da instrução 009/11-SUED/SEED.

15. AVALIAÇÃO

A avaliação faz parte do processo de aprendizagem e formação dos

alunos, então precisa ser realizada diariamente, de maneira contínua e

participativa. A partir de uma avaliação constante, é possível retirar informações

para o aprimoramento do ensino na escola, reorganizando as ações dos

professores, e dos estudantes.

Os critérios de avaliação em Ciências estão relacionados com a

abordagem de cada conteúdo específico e também com o instrumento de

avaliação adotado.

Serão utilizados os seguintes critérios para avaliar o desempenho dos

estudantes e também para diagnosticar a eficiência dos procedimentos

metodológicos adotados pelo professor:

• Análise e síntese;

• Argumentação oral;

• Argumentação escrita;

• Interpretação;

• Criatividade;

• Formulação de hipóteses.

• Os instrumentos de avaliação utilizados serão:

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• Provas e trabalhos individuais com consulta;

• Prova individual sem consulta para estimular o estudo prévio;

• Participação em atividades em classe;

• Trabalhos em grupo;

• Relatórios de experimentos.

Buscando dessa forma uma avaliação formativa, contínua, cumulativa e

permanente. Serão atribuídos valores relacionados ao número de atividades

realizadas. Se após as atividades e avaliações propostas o educando ainda não

tiver atingido os objetivos propostos no mínimo exigidos, será proporcionada a

recuperação de conteúdos para a superação da defasagem.

A aprendizagem, segundo Demo (2000) é marcada profundamente pela

virtude de trabalhar os limites em nome dos desafios e os desafios dentro dos

limites. A aprendizagem é no seu âmago, expressão política e ética. Tem como

objetivo a formação do sujeito capaz de saber o que fazer da vida, de construir

sua própria história, mas sempre com o sentido solidário, pois a ética dessa

história se origina no mundo dos valores no qual a educação deve se fundar.

Para que o ser humano seja valorizado em sua totalidade enquanto

sujeito histórico e agente de transformações sociais, os alunos com necessidades

especiais serão avaliados de acordo com suas especificidades conforme a Lei Nº

9394 da LDB, capítulo, artigo 58.

Aos alunos com necessidades educacionais especiais a escola deve

proporcionar uma adaptação curricular, para que o aluno possa superar suas

dificuldades de aprendizagem e avançar nos estudos.

5. REFERÊNCIAS

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KRAMER, Sônia. A Política do pré-escolar no Brasil: A arte do disfarce. 7ª

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DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA-CEEBJA-IRATI

A disciplina de Educação Física, no ensino fundamental e médio, visa

proporcionar ao educando vivências diversas que contribuam para um

desenvolvimento integral, contribuindo para uma melhor qualidade de vida.

A Educação Física ao longo da sua história sofreu influências de várias

correntes filosóficas e estas interferiram na ação pedagógica dos profissionais

desta área. Além disso, o ensino da Educação Física esteve atrelado à

apropriação do conhecimento, sem permitir ao aluno a devida reflexão crítica,

pautando sua prática no cotidiano escolar sem significado social e cultural.

Com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases nº 5692/71, a Educação

Física passa a ser entendida como atividade, conforme pode ser evidenciado no

decreto-lei 69450 de 11 de novembro de 1971, que apresenta a seguinte

concepção de Educação Física: “A atividade que por seus meios, processos e

técnicas desperta, desenvolve e aprimora forças físicas, morais, psíquicas e

sociais do educando, constitui um dos fatores básicos para a conquista das

finalidades da educação nacional”. Passando a Educação Física então, a ter uma

legislação específica, instituindo a integração dessa disciplina como atividade

escolar regular e obrigatória no currículo dos cursos em todos os níveis e

sistemas de ensino.

Apesar de ser revogado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional (LDB) nº 9394/96 de 20 de dezembro de 1996, o decreto-lei nº 69450/71

ainda representa a referencia para a Educação Física nos dias de hoje, pois o

mesmo dispõe sobre objetivos, padrões de referência, planejamento, critérios de

avaliação, fundamentos básicos para a compreensão dos significados da

Educação Física contidos em instrumentos legais, sendo que a lei em vigor não

estabelece esses referenciais.

Através dos diferentes contextos históricos definiu-se a Educação Física

Escolar, ou seja, o que deveria ser ensinado aos alunos. Até o final do século XIX,

quase toda produção ligada à Educação Física era de caráter médico-higienista,

dando grande importância à ginástica, com o objetivo de conservar e restabelecer

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176

a saúde por meio do exercício. Esta prática se orientava pela dimensão biológica

que essa disciplina ainda não superou completamente.

Porém no início do século XX, o panorama de Educação Física escolar, no

Brasil, incorporou um novo determinante para seu ensino, o esporte. Esta

tendência pode ser explicada pelo desenvolvimento do sistema capitalista de

produção que incorpora os princípios de rendimento, competição, da

racionalização técnica, na busca constante de sua superação e vitória. Esta

prática, no campo da Educação Física Escolar, persiste até a década de 70,

quando perde sua especificidade. O discurso e prática da psicomotricidade vieram

a substituir o conteúdo até então de natureza esportiva.

As propostas de ensino, mais diretamente voltadas a psicomotricidade,

preocupavam-se com o desenvolvimento da criança nos processos cognitivos,

afetivos e psicomotor. A Educação Física era apenas um meio. Um meio para

aprender e também, era um meio de socialização.

Neste contexto, a Educação física perde sua especificidade, uma vez que

não tem mais conteúdo próprio e este, talvez, passa a ser o momento mais

contraditório da sua história.

Em pleno século XXI, o ensino da Educação Física na escola, constitui-se

em muitos momentos na instrumentalização do corpo com movimentos

mecânicos e gestos estereotipados, sem reflexão crítica, geralmente, com a

fixação nas práticas esportivas que, normalmente, desconsideram o ser humano

no sentido de sua totalidade. As práticas corporais se restringem ao âmbito da

motricidade.

Com a Educação Física e o Desporto, contava-se que o aluno poderia

compreender de maneira prática, como a atividade física melhoraria a qualidade

de vida em todos os sentidos: físicos, intelectual e psicológico. Reconhecendo o

desempenho individual, sem discriminação por características pessoais, físicas

sexuais ou sociais.

O movimento é uma característica fundamental à sobrevivência do ser

humano, o que o leva a aproximar-se da Educação Física e dos esportes

integrando-o a sociedade como ser participativo, crítico e criativo. Segundo

Platão: “Todo ser vivo tem necessidade de saltar e brincar e é portador de um

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177

ritmo que produz a dança e o canto".

As relações que estabelecemos com os nossos pares em nossas

atividades diárias ocorrem por meio da expressão oral e corporal que nos foram, e

nos são, transmitidas culturalmente e socialmente. Essas relações são

construídas dependendo da preocupação e objetivo de cada momento histórico,

no qual a sociedade está inserida. É importante a escola e o professor, por meio

da sua disciplina, proporcionar ao educando a percepção das relações que se

estabelecem no seu dia-a-dia ligadas a vivência corporal, podendo transformá-la

e entendo como esses entrelaces acontecem.

A Educação Física, integrada a Proposta Pedagógica da Escola, é

componente curricular do Ensino Fundamental e Médio, ajustando-se a faixas

etárias e realidade da comunidade escolar.

Neste sentido, como enfatizam Taborda e Oliveira (apud PARANÁ, 2005,

p.10) os objetivos da Educação Física devem estar voltados para a humanização

das relações sociais, considerando a noção de corporalidade, entendida como a

expressão criativa e consciente do conjunto das manifestações corporais

historicamente produzidas. Esse entendimento permite ampliar as possibilidades

da intervenção educacional dos professores de Educação Física, superando a

dimensão meramente motriz de uma aula, sem no entanto, negar o movimento

como possibilidade de manifestação humana e, desse modo contemplar o maior

número possível de manifestações corporais explorando os conhecimentos já

trazidos pelos educandos e a sua potencialidade formativa.

Segundo Soares et al (1992, p. 50) a Educação Física é conceituada como:

(...) uma prática pedagógica que, no âmbito escolar, tematiza formas de atividades expressivas corporais como: o jogo, esporte, dança, ginástica, formas estas que configuram uma área de conhecimento que podemos chamar de cultura corporal. Esses conteúdos expressam um sentido/significado nos quais se interpenetram.

A partir desse entendimento a proposta para a disciplina de Educação

Física deve favorecer o estudo, a integração e a reflexão da cultura corporal de

movimentos, formando o cidadão que vai produzí-la, reproduzí-la e transformá-la,

instrumentalizando-o para usufruir das atividades proposta em beneficio da sua

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inserção social, levando-o a descobrir motivos e sentidos nas práticas corporais

que favoreçam o desenvolvimento de atitudes positivas, contemplando assim

todas as manifestações corporais e culturais, partindo da realidade local para as

diferentes culturas.

Cabe aos professores de Educação Física mediar o processo de ensino-

aprendizagem deflagrado nas aulas de Educação Física quanto à construção de

um ambiente que proporcione ao aluno a aprendizagem dos conteúdos

significativos para o seu processo de conhecimento e desenvolvimento,

incrementando sua capacidade para tomar decisões relacionadas à atividade

física, isto é, movimento corporal humano.

OBJETIVOS DA DISCIPLINA

• Desenvolver o aspecto reflexivo e participativo.

• Demonstrar capacidade para discutir e modificar regras, reunindo

elementos de várias manifestações de movimento e estabelecendo uma

melhor utilização dos conhecimentos adquiridos sobre a cultura corporal.

• Adquirir consciência da sua importância das atividades físicas

• Participar de atividades em grandes e pequenos grupos, compreendendo

as diferenças individuais e procurando colaborar para que o grupo possa

atingir os objetivos a que se propôs.

• Reconhecer na convivência maneiras eficazes de crescimento coletivo,

dialogando, refletindo e adotando uma postura democrática sobre

diferentes pontos de vista postos em debate.

• Interessar-se pelo surgimento das múltiplas variações da atividade física,

enquanto objeto de pesquisa e área de interesse social de mercado de

trabalho promissor.

• Compreender o funcionamento do organismo humano de forma a

reconhecer e modificar as atividades corporais, valorizando-as como

melhoria de suas aptidões físicas.

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• Desenvolver as noções conceituadas de esforço, intensidade e frequência,

aplicando-as em suas práticas corporais.

• Refletir sobre as informações específicas da cultura corporal, sendo capaz

de discerni-las e reinterpretá-las em bases científicas, adotando uma

postura autônoma, na seleção de atividades procedimentos para a

manutenção ou aquisição da saúde.

• Compreender as diferentes manifestações da cultura corporal,

reconhecendo e valorizando as diferenças de desempenho, linguagem e

expressão.

• Estabelecer de forma sadia momentos de lazer.

• Reconhecer as habilidades desportivas coletivas e individuais.

• Adquirir gosto pela atividade física.

• Proporcionar ao aluno a formação necessária para a vida em sociedade,

integrando-o em novos grupos sociais de uma forma consciente, através

da atividade física.

• Promover o desenvolvimento dos jogos intelectuais como: dama, xadrez e

dominó.

• Consolidar a Educação Física como disciplina escolar com objetivos

pedagógicos que transcendam os objetivos do esporte com um fim na sua

prática.

• Proporcionar a compreensão da prática corporal como parte cultural e

social do meio em que vive, possibilitando a prática social, valorizando a

diversidade cultural dos educandos e a riqueza das suas manifestações

corporais, a reflexão das problemáticas sociais e a corporalidade,

entendida como a expressão criativa e consciente do conjunto das

manifestações corporais historicamente produzidas.

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180

CONTEUDOS ESTRUTURANTES

ESPORTE:

Coletivos, individuais e radicais.

JOGOS:

Jogos de tabuleiro, jogos dramáticos e jogos cooperativos.

DANÇA:

Danças folclóricas, danças de salão e danças de rua.

GINÁSTICA:

Ginástica artística/olímpica, ginástica de condicionamento físico e ginástica geral

LUTAS:

Lutas de aproximação, lutas que mantêm à distância, lutas com instrumento

mediador e capoeira.

METODOLOGIA DE ENSINO

A metodologia do ensino da Educação Física, terá como ponto de partida

uma práxis pedagógica, vinculada aos conteúdos. Os mesmos serão

estruturados de forma a garantir aprendizagens novas e significativas,

despertando o interesse e a atenção dos educandos a consciência da

necessidade de atitudes favoráveis a prática de atividades físicas ao longo da sua

vida, valorizando a cultura, trabalho e tempo.

Nas diretrizes curriculares para o EJA a cultura refere-se a conjunto de

traços característicos do modo de vida de uma sociedade, de uma comunidade ou

de um grupo ai compreendidos os aspectos que se podem considerar os mais

cotidiano. O tempo pode ser considerado de forma cronológica e linear ao aluno

do EJA. O trabalho da ênfase a necessidade do aluno em relação ao mercado de

trabalho bem como enfatiza o futuro capitalista em q vivem. Será proposta a

metodologia de forma a abranger interesses que venham ao encontro das

necessidades individuais do educando e da realidade escolar.

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Os conteúdos propostos serão distribuídos de forma, prática, teórica e

informativa através de aulas expositivas e demonstrativas. Os recursos didáticos

e físicos a serem utilizados serão: estrutura física, quadra poliesportiva no ginásio

municipal de esportes, sala de aula, laboratório de informática, TV, pendrive entre

outros de acordo com a necessidade da aula. Os recursos matérias serão;

raquetes, bolas mesa de tênis de mesa, jogos de xadrez, dominó, aparelho de

DVD e vídeo, livro didático entre outros.

De acordo com a Instrução nº 009/2011 torna-se obrigatório na Proposta

Pedagógica Curricular de todas as disciplinas os conteúdos obrigatórios: História

do Paraná ( lei nº 13381/01) , História e Cultura Afro, Africana e Indígena ( lei nº

11.645/08), música ( lei nº 11.645/08), prevenção ao uso indevido de drogas,

sexualidade humana, educação ambiental, educação fiscal, enfrentamento à

violência contra a criança e o adolescente. Direito das crianças e adolescente L.F.

Nº 11525/07, educação tributária Dec. Nº 1143/99, Portaria nº413/02, educação

ambiental, L.F. Nº 9795/99, Dec. Nº 4201/02. Estes conteúdos serão abordados

de forma contextualizada com os conteúdos específicos da disciplina,

considerando os aspectos históricos, sociais e políticos, ofertando ao aluno,

condições para refletir sobre seus conhecimentos e seu papel como sujeito capaz

de atuar em sua realidade agindo com responsabilidade na sociedade em que

vive.

AVALIAÇÃO

A avaliação esta vinculada ao Projeto Político Pedagógico sendo contínua

permanente e cumulativa. A avaliação é compreendida como uma prática

reflexiva e diagnóstica que orienta a intervenção pedagógica, bem como dá

indicativos para acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos

educandos. .A partir da avaliação o professor reorganizará o seu trabalho

atendendo as reais necessidades dos alunos.

Os alunos serão avaliados de maneira individual e coletiva quando na

execução de atividades praticas e teóricas. O ser humano tem sua individualidade

no desenvolvimento e aquisição de habilidades, dessa forma a avaliação será

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coletiva quando relacionada a trabalhos em grupo e atividades de cooperação de

forma individual quando relacionada à avaliação teórica – pratica.

A avaliação será realizada em função dos conteúdos, utilizando técnicas e

instrumentos diversificados como:

Dinâmicas de grupos em sala;

Discussão dos temas e exemplos contextualizando o tema com o grupo de alunos

Entrega de atividades realizadas; com as finalidades educativas, expressas na

Proposta Pedagógica.

É vedada à avaliação em que os educandos sejam submetidos a uma

única oportunidade de aferição.

A verificação do rendimento escolar dar-se-á por meio de avaliações

realizadas no decorrer do processo ensino-aprendizagem, através de trabalhos

apresentados oralmente, provas teóricas e praticas, debates em sala ,

comprometimento e evolvimento nas aulas teóricas e praticas.

Para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02(duas) notas,

de acordo com as Propostas Pedagógicas, que corresponderão às provas

individuais escritas e / ou outros instrumentos avaliativos adotados a que,

obrigatoriamente, o educando se submeterá na presença do professor.

A avaliação da aprendizagem dos alunos da EJA terá os registros de notas

em uma escala de 0,0 (zero vírgula zero) a 10,0 (dez vírgula zero). Para

aprovação, o aluno deverá atingir a média anual igual ou superior a 6,0 (seis

vírgula zero), e apresentar frequência mínima de 75% do total da carga horária do

curso.

A recuperação será paralela durante o processo de ensino-aprendizagem e

entendida como um dos aspectos do seu desenvolvimento contínuo no qual o

aluno, com aproveitamento insuficiente, ou que não tenha assimilado algum

conteúdo, disponha de condições próprias que lhe possibilitem a apreensão de

conteúdos básicos necessários, constituindo então a recuperação paralela num

conjunto integrado ao processo de ensino além de se adequar às dificuldades do

aluno. Essa recuperação poderá ser feita através de trabalhos, pesquisas, textos

e outras formas para que o aluno possa rever o conteúdo (ou conteúdos) que não

aprendeu e assim recuperá-los, bem como revisá-los de uma maneira

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183

diferenciada.

Aos alunos com necessidades educacionais especiais, a escola deve

proporcionar uma adaptação curricular, para que o aluno possa superar suas

dificuldades de aprendizagem e avançar nos estudos.

REFERENCIAS

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de Escolas Particulares, 1997. p.1-39.

ZEKCER, Israel. Adolescente também é gente! São Paulo: Summus, 1985.

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DISCIPLINA DE LEM- INGLÊS

Apresentação da disciplina

O cenário do Ensino de Línguas Estrangeiras no Brasil e a estrutura do

currículo escolar sofrem constantes transformações com o intuito de atender as

expectativas e demandas sociais e garantir às novas gerações a aprendizagem

dos conhecimentos historicamente produzidos. Esse ensino começou a ser

valorizado depois da chegada da família real portuguesa ao Brasil com o objetivo

de melhorar a instituição pública e atender às demandas advindas da abertura

dos portos ao comércio.

Mais tarde, no governo de Getúlio Vargas, ocorre a criação do

Ministério da Educação e Cultura e as Secretarias de Educação dos Estados.

Nesse contexto iniciam-se estudos para a reforma do sistema de ensino. Com

isso, pela primeira vez, um método de ensino de língua estrangeira foi

oficialmente estabelecido: o Método Direto, método impulsionado pelo ensino das

habilidades orais onde a transmissão de significados ocorre através de gestos,

gravuras, fotos, simulação, enfim, tudo o que possa facilitar a compreensão. Na

gramática pratica-se perguntas e respostas e exercita-se a pronúncia com o

objetivo de atingir uma competência semelhante ao nativo. Cabia ao Ministério da

Educação e Cultura indicar aos estabelecimentos de ensino o idioma a ser

ministrado bem como a metodologia e o programa curricular para cada série.

Comprometido com os ideais nacionalistas, preconizava que a disciplina deveria

contribuir para a formação da mentalidade do aprendiz, e com o desenvolvimento

de hábitos de reflexão para o conhecimento da civilização estrangeira e das

tradições de outros povos. É importante destacar que o ensino de inglês teve o

seu espaço garantido nos currículos oficiais por ser o idioma mais usado nas

transições comerciais.

Após a Segunda Guerra Mundial, a dependência cultural do Brasil em

relação aos Estados Unidos intensificou-se e, com isso, a necessidade de

aprender inglês tornou-se cada vez maior. Assim, falar inglês passou a ser um

anseio das populações urbanas e o ensino desse língua ganhou cada vez mais

espaço no currículo.

As reflexões da Língua Estrangeira e a ser ensinada. A partir destas

reflexões e de suas implicações no ensino de Língua Estrangeira Moderna, serão

apresentados alguns dos fundamentos teórico-metodológicos que referenciam

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estas Diretrizes e os princípios que orientam esta escolha:

• O atendimento às necessidades da sociedade contemporânea brasileira e

a garantia da equidade no tratamento da disciplina de Língua Estrangeira

Moderna em relação às demais obrigatórias do currículo;

• O resgate da função social e educacional do ensino de Língua Estrangeira

no currículo da Educação Básica;

• O respeito à diversidade (cultural, identitária, linguística), pautado no

ensino de línguas que não priorize a manutenção da hegemonia cultural.

Partindo desses princípios, a pedagogia crítica é o referencial teórico

que sustenta este documento de Diretrizes Curriculares, por ser esta a tônica de

uma abordagem que valoriza a escola como espaço social democrático,

responsável pela apropriação crítica e histórica do conhecimento como

instrumento de compreensão das relações sociais e para a transformação da

realidade.

Propõe-se que a aula de Língua Estrangeira Moderna constitua um

espaço para que o aluno reconheça e compreenda a diversidade linguistica e

cultural, de modo que se envolva discursivamente e perceba possibilidades de

construção de significados em relação ao mundo em que vive. Espera-se que o

aluno compreenda que os significados são sociais e historicamente construídos e,

portanto, passíveis de transformação na prática social.

A proposta adotada nestas Diretrizes se baseia na corrente sociológica

e nas teorias do Círculo da Bakhtin, que concebem a língua como discurso.

Busca-se, dessa forma, estabelecer os objetivos de ensino de uma

Língua Estrangeira Moderna e resgatar a função social e educacional desta

disciplina na Educação Básica.

Assim, espera-se que os alunos analisem as questões sociais, políticas

e econômicas a ordem mundial, suas implicações e que desenvolvam uma

consciência crítica a respeito do papel das línguas na sociedade. A língua deve

ser concebida como discurso, e não como código a ser decifrado.

Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 9394

determinou a oferta obrigatória de pelo menos uma língua estrangeira moderna

no Ensino Fundamental, a partir da 5.ª série, o idioma foi atribuído a uma

comunidade escolar, conforme suas possibilidades (Art. 26, § 5.º). Para o Ensino

Médio, a lei determinou que fosse incluída uma Língua Estrangeira Moderna

como disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma em caráter

optativo dentro das possibilidades da instituição (Art. 36, Inc. iii)

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Toda língua é uma construção histórica e cultural em constante

transformação. Como princípio social e dinâmico, a língua não se limita a uma

visão sistêmica e estrutural do código linguístico. Ela é heterogênea, ideológica e

opaca.

Segundo Bakhtin (1988), toda enunciação envolve a presença de pelo

menos duas vozes, a voz do eu e do outro. Para este filósofo, não há discurso

individual, no sentido de que todo discurso se constrói no processo de interação e

em função de outro. E é no espaço discursivo criado na relação entre o eu e o

outro que os sujeitos se constituem socialmente. É no engajamento discursivo

com o outro que damos forma ao que dizemos e ao que somos. Daí a Língua

Estrangeira apresentar-se como espaço para ampliar o contato com outras formas

de conhecer, com outros procedimentos interpretativos de construção da

realidade.

No ensino de Língua Estrangeira, a língua, o objeto de estudo dessa

disciplina, contempla as relações com a cultura, o sujeito e a identidade. Torna-se

fundamental que os professores compreendam o que se pretende com o ensino

da Língua Estrangeira na Educação Básica, ou seja: ensinar e aprender línguas é

também ensinar e aprender percepções de mundo e maneiras de atribuir

sentidos, é formar subjetividades, é permitir que se reconheça no uso da língua os

diferentes propósitos comunicativos, independentemente do grau de proficiência

atingido.

Desta forma, espera-se que o aluno:

• Use a língua em situações de comunicação oral e escrita;

• Vivencie, na aula de Língua Estrangeira, formas de participação que lhe

possibilitem estabelecer relações entre ações individuais e coletivas;

• Compreenda que os significados são sociais e historicamente construídos

e, portanto, passíveis de transformação na prática social;

• Tenha maior consciência sobre o papel das línguas na sociedade;

• Reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, bem como

seus benefícios para o desenvolvimento cultural do país.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

O Conteúdo Estruturante está relacionado com o momento histórico-

social. Ao tomar a língua como interação verbal, como espaço de produção de

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sentidos, buscou-se um conteúdo que atendesse a essa perspectiva. Sendo

assim, define-se como Conteúdo Estruturante da Língua Estrangeira Moderna o

Discurso como prática social. A língua será tratada de forma dinâmica, por meio

de leitura, de oralidade e de escrita que são práticas que efetivam o discurso.

CONTEÚDOS BÁSICOS PARA OS ENSINO MÉDIO E FUNDAMENTAL

LEITURA

• Identificação do tema;

• Intertextualidade;

• Intencionalidade;

• Léxico;

• Coesão e coerência;

• Funções das classes gramaticais no texto;

• Elementos semânticos;

• Recursos estilísticos (figuras de linguagem);

• Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação; recursos gráficos

(como aspas, travessão, negrito);

• Variedade linguística.

• Acentuação gráfica;

• Ortografia.

ESCRITA

• Tema do texto;

• Interlocutor;

• Finalidade do texto;

• Intencionalidade do texto;

• Intertextualidade;

• Condições de produção;

• Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto);

• Léxico;

• Coesão e coerência;

• Funções das classes gramaticais no texto;

• Elementos semânticos;

• Recursos estilísticos (figuras de linguagem);

• Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos

(como aspas, travessão, negrito);

• Variedade linguística;

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• Ortografia;

• Acentuação gráfica.

ORALIDADE

• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc .;

• Adequação do discurso ao gênero;

• Turnos de fala;

• Variações linguísticas;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição.

• Pronúncia.

ESFERAS SOCIAIS DE CIRCULAÇÃO

Cotidiana • Álbum de família -EF

• Bilhetes -EF

• Cartão postal-EF

• Convites-EF

Literária/artística • Biografias-EM

• Contos-EM

• Contos de fadas-EM E FUND.

• Contos de fadas contemporâneos -EM

• Fábulas-EM

• Históricas em quadrinhos- EF

• Lendas-EF

Científica • Debate-EM

• Palestra-EM

• Pesquisas-EM

Escolar • Mapa-EF

• Cartazes-EF

Imprensa • Fotos-EM E FUND.

• Manchete-EM

• Reportagens-EM

• Classificados-EM E FUND.

Publicitária • Anúncio-EM E FUND.

• Músicas-EM E FUND.

• Fotos-EM E FUND.

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Política • Abaixo-assinado-EM

• Assembleia-EM

• Debate-EM

• Fórum-EM

• Panfleto-EM

Midiática • Blog-EM

• Chat-EM

• Email-EM

• Filmes-EM

• Reality-show-EM

• telejornal-EM

METODOLOGIA

A reflexão crítica acerca dos discursos que circulam em Língua

Estrangeira Moderna somente é possível mediante o contato com textos verbais e

não-verbais. Do mesmo modo, a produção de um texto se faz sempre a partir do

contato com outros textos, que servirão de apoio e ampliarão as possibilidades de

expressão dos alunos.

Nas diretrizes curriculares para o EJA a cultura refere-se a conjunto de

traços característicos do modo de vida de uma sociedade, de uma comunidade ou

de um grupo ai compreendidos os aspectos que se podem considerar os mais

cotidiano. O tempo pode ser considerado de forma cronológica e linear ao aluno

do EJA. O trabalho da ênfase a necessidade do aluno em relação ao mercado de

trabalho bem como enfatiza o futuro capitalista em que vivem. Será proposta a

metodologia de forma a abranger interesses que venham ao encontro das

necessidades individuais do educando e da realidade escolar.

A aula de LEM deve ser um espaço em que se desenvolvam atividades

significativas, as quais explorem diferentes recursos e fontes, a fim de que o aluno

vincule o que é estudado com o que o cerca.

O trabalho pedagógico com o texto trará uma problematização e a

busca por sua solução deverá despertar o interesse dos alunos para que

desenvolvam uma prática analítica e crítica, ampliem seus conhecimentos

linguístico-culturais e percebam as implicações sociais, históricas e ideológicas

presentes num discurso – no qual se revele o respeito às diferenças culturais,

crenças e valores.

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Espera-se que o professor crie estratégias para que os alunos

percebam a heterogeneidade da língua. Nesse caso, pode-se dizer que um texto

apresenta várias possibilidades de leitura, que não traz em si um sentido pré-

estabelecido pelo seu autor. Traz, sim, uma demarcação para os sentidos

possíveis, restringida pelas suas condições de produção e, por isso, constrói-se a

cada leitura: quem faz a leitura do texto é o sujeito; portanto, o texto não

determina a sua interpretação.

Os encaminhamentos metodológicos utilizados na LEM estão

embasados no trabalho com conteúdos que estrapolam o conceito de língua

somente como instrumento de acesso à informação, mas que possibilitam aos

alunos uma visão de linguagem de forma a entender o mundo e de construir

significados. Nesse sentido, os procedimentos metodológicos devem possibilitar

atingir as necessidades do aluno, valorizando as experiências cotidianas.

Nessa perspectiva, partindo do Conteúdo Estruturante, a metodologia

utilizada compreenderá questões da prática social como nos aponta a DCE (2008,

p. 63):[...] questões linguísticas, sociopragmáticas, culturais e discursivas, bem como as práticas do uso da língua: leitura, oralidade e escrita. O ponto de partida da aula será o texto, verbal e não-verbal, como unidade de linguagem em uso.

O uso do texto nas aulas de Língua Estrangeira, deverá assumir um

lugar prioritário, devido a sua importância no desenvolvimento desse trabalho.

Ressaltando-se ainda a necessidade de trabalhar com variados gêneros textuais

através de atividades diversificadas. Além de disponibilizar textos aos alunos,

deverá ser possibilitada a reflexão sobre os mesmos, contextualizando-os

No que se refere ao uso dos textos, segundo Antunes (apud DCE,

2008, p.63):

[...] O texto não é a forma prioritária de se usar a língua. É a única forma. A forma necessária. Não tem outro. A gramática é constitutiva do texto, e o texto é constitutivo da atividade da linguagem. Tudo o que nos deve interessar no estudo da língua culmina com a exploração das atividades discursivas.

Salienta-se que o trabalho desenvolvido através de gêneros textuais

precisa estar relacionado com a realidade do aluno e contribuir para reflexão,

despertando a sua curiosidade.

Para tanto, é fundamental que a aprendizagem de Língua Estrangeira

Moderna a partir dos gêneros textuais se desenvolva em três etapas: pré-leitura,

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leitura e pós leitura.

• Pré-leitura: objetiva considerar os conhecimentos prévios do aluno,

construir hipóteses e discutir a temática;

• Leitura: através da qual pretende-se verificar as hipóteses levantadas;

• Pós leitura: é o momento que possibilita observar a compreensão obtida

do texto. Para que uma leitura em LEM se transforme realmente em uma situação

de interação, é fundamental que o aluno seja subsidiado em conhecimentos

liguísticos, sóciopragmáticos, culturais e discursivos .

A oralidade tem como objetivo expor os alunos a textos orais,

pertencentes aos diferentes discursos, lembrando que na abordagem discursiva,

a oralidade é muito mais do que o uso funcional da língua, é aprender a expressar

ideias em língua estrangeira mesmo que com limitações.

Com relação à escrita, não se pode esquecer que ela deve ser vista como

uma atividade sociointeracional, ou seja, significativa. É importante, que o docente

direcione as atividades de produção textual definindo em seu encaminhamento

qual o objetivo da produção e para quem se escreve, em situações reais de uso.

Nessa perspectiva, cabe ao professor criar condições para que o aluno

seja um leitor crítico, interagindo com os textos, buscando respostas e soluções

às suas necessidades.

De acordo com a Instrução nº 009/2011 torna-se obrigatório na

Proposta Pedagógica Curricular de todas as disciplinas os conteúdos

obrigatórios: História do Paraná ( lei nº 13381/01) , História e Cultura Afro,

Africana e Indígena ( lei nº 11.645/08), música ( lei nº 11.645/08), prevenção ao

uso indevido de drogas, sexualidade humana, educação ambiental, educação

fiscal, enfrentamento à violência contra a criança e o adolescente. Direito das

crianças e adolescente L.F. Nº 11525/07, educação tributária Dec. Nº 1143/99,

Portaria nº413/02, educação ambiental, L.F. Nº 9795/99, Dec. Nº 4201/02.Estes

conteúdos serão abordados de forma contextualizada com os conteúdos

específicos da disciplina, considerando os aspectos históricos, sociais e políticos,

ofertando ao aluno, condições para refletir sobre seus conhecimentos e seu papel

como sujeito capaz de atuar em sua realidade agindo com responsabilidade na

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sociedade em que vive.

AVALIAÇÃO

A avaliação da aprendizagem em Língua Estrangeira Moderna está

articulada aos andamentos teóricos explicitados nas Diretrizes Curriculares de

Língua Estrangeira Moderna e a LDB n.º 9394/96.

Ao propor reflexões sobre as práticas avaliativas, objetiva-se favorecer

o processo de ensino e de aprendizagem, ou seja, nortear o trabalho do

professor, bem como propiciar que o aluno tenha uma dimensão do ponto em que

se encontra no percurso pedagógico.

A avaliação, enquanto relação dialógica concebe o conhecimento como

apropriação do saber pelo aluno e pelo professor, como um processo de ação-

reflexão-ação, que se passa na sala de aula através da interação professor/aluno

carregado de significados e de compreensão. Portanto, o aluno será avaliado de

acordo com o engajamento discursivo na sala de aula, seja na interação oral;

verbal ou partir de textos de diferentes formas.

A avaliação de aprendizagens dar-se-á da seguinte forma: escrita, oral

e leitura, compreensão, produção, pesquisa, apresentação, exposição de

trabalhos, atividades em grupos e atividades na classe, ou seja, as avaliações

serão cumulativas, diagnósticas e investigativa.

Ao final das avaliações de aprendizagem (escrita, oral e leitura), bem

como das atividades avaliativas e das atividades extraclasse bimestralmente, será

atribuída uma média e posteriormente uma média anual a cada aluno.

A avaliação da aprendizagem dos alunos da EJA terá os registros de

notas em uma escala de 0,0 (zero vírgula zero) a 10,0 (dez vírgula zero). Para

aprovação, o aluno deverá atingir a média anual igual ou superior a 6,0 (seis

vírgula zero), e apresentar frequência mínima de 75% do total da carga horária do

curso.

Aos alunos com necessidades educacionais especiais, a escola

deve proporcionar uma adaptação curricular, para que o aluno possa superar

suas dificuldades de aprendizagem e avançar nos estudos.

INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO:

• observações diárias;

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• registro de atividades;

• trabalhos de pesquisa;

• tarefas diárias;

• provas e testes;

• apresentação oral de trabalhos;

• participação;

• sínteses de textos lidos;

• síntese crítica de filmes;

• maquetes;

• desenhos;

• cartazes.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO:

• Desenvolver a leitura do aluno, com a intenção de ampliar sua escrita, bem

como seu vocabulário a cada atividade proposta em sala, buscando o

empenho individual de cada um;

• Despertar a oralidade de cada aluno de maneira gradativa, conduzindo-os aos

poucos suas expressões e conversações em inglês;

• Instruir os alunos para com o uso da gramática e léxica em produções

textuais;

• Levar interesse aos alunos sobre questões como cultura e regionalismo

inglesa;

• Conduzir a crítica dos alunos, proporcionando momentos para que opinem

sobre o dado conteúdo em algumas situações comunicativas. A recuperação

dos conteúdos será durante o decorrer do bimestre sempre que o aluno não

atingir os objetivos, e será oferecida a todos.

Durante o curso (língua Inglesa) serão aplicadas 4 avaliações com peso

6,0, e 4,0 pontos de relatórios, leituras, trabalhos orais e escritos. Para os alunos serem aprovados na disciplina precisam atingir nota

6,0 ou mais, se não conseguirem, fazem a recuperação de estudos, e novas

avaliações são promovidas.

A recuperação de estudos acontecerá concomitantemente aos

conteúdos trabalhados, sempre que houver necessidade e será fornecida a todos

os alunos, independente da nota alcançada, prevalecendo a maior nota obtida.

RECUPERAÇÃO PARALELA

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A recuperação será paralela durante o processo de ensino-

aprendizagem e entendida como um dos aspectos do seu desenvolvimento

contínuo no qual o todos os alunos e aqueles que não tenham assimilado algum

conteúdo, constituindo então a recuperação paralela num conjunto integrado ao

processo de ensino além de se adequar às dificuldades do aluno. Essa

recuperação poderá ser feita através de trabalhos, pesquisas, textos e outras

formas para que o aluno possa rever o conteúdo (ou conteúdos) que não

aprendeu e assim recuperá-los, bem como revisá-los de uma maneira

diferenciada.

REFERÊNCIAS

BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1988.

KRAMER, Sônia. A Política do pré-escolar no Brasil: A arte do disfarce. 7ª

edição. São Paulo: Cortez, 2003.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Língua Estrangeira Moderna. Curitiba, 2008.

ZEKCER, Israel. Adolescente também é gente! São Paulo: Summus, 1985.

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DISCIPLINA DE FÍSICA/ CEEBJA-IRATI

1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

O processo ensino-aprendizagem em Física tem sido objeto de pesquisas

por aqueles que se interessam ou se identificam com esse objeto. Parece haver

um certo consenso que "... a preocupação central tem estado na identificação do

estudante com o objeto de estudo. Em outras palavras, a questão emergente na

investigação dos pesquisadores está relacionada à busca por um real significado

para o estudo dessa Ciência na educação básica - ensino médio" (ROSA &

ROSA, 2005, p.2).

Os livros didáticos, de uma maneira geral, apresentam um discurso que mostra uma preocupação com a Física como uma ciência que permite compreender uma imensidade de fenômenos físicos naturais, que seriam indispensáveis para a formação profissional ou como subsídio para a preparação para o vestibular e a compreensão e interpretação do mundo pelos sujeitos-educandos. No entanto, neles a ênfase recai nos aspectos quantitativos em detrimento dos qualitativos e conceituais, privilegiando a resolução de “Problemas de Física” que, quase sempre, se traduzem em exercícios matemáticos com respostas prontas. Esse discurso tem norteado o trabalho de muitos professores e, mais que isso, as estruturas curriculares por eles organizadas.Não é leviano afirmar que as estruturas curriculares se valem dos livros didáticos para se organizarem. A opção de tal e tal livro didático determinará, a princípio, a constituição das disciplinas que assumem seu espaço curricular, demarcado pelo tempo (número de aulas) e profundidade. Mesmo que o discurso didático do professor seja amplo, abrangente e propicie contextualizações, em geral, ele fará uso de exercícios e problemas do livro didático e sua avaliação terá como base a literatura disciplinar do livro adotado. É importante lembrar que os livros didáticos dirigidos ao Ensino Médio refletem o mesmo enfoque disciplinar presente no meio universitário, levando os professores a consolidarem, na sua prática pedagógica, o estilo reprodutivista e disciplinar adquirido em sua formação. (...) Os currículos de Física nos cursos de graduação também colaboram para a manutenção do conhecimento físico ensinado nos moldes ditados internamente pelas disciplinas. (...) Certamente este indicador pode ser estendido, sem muitas ressalvas, à maioria dos cursos de formação de professores de Física e para a maioria das licenciaturas em ciências. O peso de uma tradição disciplinar,

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historicamente constituída, se impõe fortemente aos currículos dos cursos universitários, entre outros motivos, pela sua proximidade (mesmo que virtual) com as comunidades de produtores de conhecimento. (PIETROCOLA; ALVES; PINHEIRO, s/d, p. 6-7)

Nessa perspectiva,

... via de regra, os conteúdos acabam por ser desenvolvido como se estabelecessem relações com eles mesmos, sendo desconsideradas as diversas relações com outros tópicos da própria Física e de outros campos de conhecimento (GARCIA; ROCHA; COSTA, 2001, p. 138).

Essa concepção faz com que o ensino de física se transforme num ensino

livresco, descontextualizado em sua história, não permitindo a compreensão de

que a ciência é uma construção humana, com todas as implicações que isso

possa ter, inclusive os erros e acertos decorrentes das atividades humanas,

levando o estudante

... a ter uma ideia distorcida do que é a Física e quase sempre ao desinteresse pela matéria. Os estudantes devem ser levados a perceber que os modelos dos quais os pesquisadores lançam mão para descrever a natureza são aproximações válidas em determinados contextos, mas que não constituem uma verdade absoluta. Muitas vezes ideias como as de partícula, gás ideal, queda livre, potencial elétrico e muitas outras são apresentadas sem nenhuma referência à realidade que representam, levando o estudante a julgá-los sem utilidade prática. Outras vezes modelos como o de um raio luminoso, de átomo, de campo, de onda eletromagnética, etc., são apresentados como se fossem entes reais. (ALVARES, 1991, p. 42).

Assim, a Física deixa de ser mais um instrumento para a compreensão do

mundo, não permitindo ao aluno o acesso à compreensão conceitual e ao

formalismo próprio deste campo de conhecimentos, essencial para o

desenvolvimento de uma cultura em ciência, tendo em vista que "... um número

elevado dos estudantes brasileiros, ou, não tem acesso aos estudos superiores,

ou, segue cursos para os quais a Física não tem caráter propedêutico"

(ALVARES, 1991, p. 25). Além disso, apesar do incentivo que deve ser dado à

carreira universitária, esta deveria ser mais uma possibilidade e não o objetivo

principal do ensino desta disciplina no nível médio.

Também parece haver um consenso entre os professores em torno da

ideia de que a Física é uma ciência experimental. No entanto, apesar de

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enfatizarem esse caráter experimental da matéria e a importância dessa

consideração no sentido de contribuir para uma melhor compreensão dos

fenômenos físicos, é comum

... adotarem textos que, além de não apresentarem uma só sugestão de experimento a ser realizado pelo professor ou pelos seus alunos, tratam os assuntos sem nenhuma preocupação com seu desenvolvimento experimental. Ou, outros, que se dizem preocupados com um curso voltado para a compreensão dos conceitos, escolherem textos que tratam matematicamente os tópicos abordados, sem trabalharem aspectos cognitivos da aprendizagem. (Ibidem, 1991, p. 25)

Assim,... como um empreendimento humano, a ciência é falível, ela pode degenerar ou pode responder as supremas aspirações dos homens. Como parte da sociedade, a Ciência também está aberta a influências externas, como qualquer atividade social, pode ser bem ou mal usada. (KNELLER, 1980, prefácio da obra)

Deriva-se daí que a Ciência não é neutra visto que o cientista faz parte de

um contexto social, econômico e cultural, influenciando e sendo influenciado por

esse contexto, fato que não pode ser ocultado de nossos estudantes. Isso

significa mostrar que a ciência não está pronta nem acabada e não é absoluta,

mas, revelar aos nossos estudantes “... como é penoso, lento, sinuoso e, por

vezes, violento, o processo de evolução das ideias científicas” (PONCZEK, 2002,

p. 22).

Se o conhecimento físico é ou foi produzido pelos sujeitos sociais que

vivem ou que viveram num determinado contexto histórico, então, ele faz parte da

cultura social humana e, portanto, é um direito dos estudantes conhecê-lo.

Além disso, se queremos contribuir para a formação de sujeitos que

sejam capazes de refletir e influenciar de forma consciente nas tomadas de

decisões, não podemos deixá-los alheios às questões relativas à Ciência e à

tecnologia. Por isto é importante buscarmos o entendimento das possíveis

relações entre o desenvolvimento da Ciência e da tecnologia e as diversas

transformações culturais, sociais e econômicas na humanidade decorrentes deste

desenvolvimento que, em muitos aspectos, depende de uma percepção histórica

de como estas relações foram sendo estabelecidas ao longo do tempo.

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Mas, considerando que também as tecnologias são historicamente

construídas e entendendo que

... tecnologia refere-se à forma específica da relação entre o ser humano e a matéria, no processo de trabalho, que envolve o uso de meios de produção para agir sobre a matéria, com base em energia, conhecimento e informação. (...) refere-se a arranjos materiais e sociais que envolvem processos físicos e organizacionais, referidos ao conhecimento científico aplicável. No entanto, a tecnologia não é propriedade neutra ligada à eficiência produtivista, e não determina a sociedade, da mesma forma que esta não escreve o curso da transformação tecnológica. Ao contrário, as tecnologias são produtos da ação humana, historicamente construídos, expressando relações sociais das quais dependem, mas que também são influenciados por eles. Os produtos e processos tecnológicos são considerados artefatos sociais e culturais, que carregam consigo relações de poder, intenções e interesses diversos.(OLIVEIRA,2001, p. 101-102)

Considerando ainda que, como nos ensina Paulo Freire, ensinar exige

respeito aos saberes dos educandos, o processo de ensino-aprendizagem em

Física deve partir do conhecimento prévio dos alunos respeitando seu contexto

social e suas concepções espontâneas a respeito de ciência.

Em primeiro lugar, de acordo com MOREIRA (s/d, p.2), devemos

abandonar o papel de ser apenas transmissores de conhecimentos e passarmos

a ver, de fato, os sujeitos como elaboradores do saber físico, mas que precisam

do professor como mediador. O autor parte do pressuposto que o objetivo do

ensino é compartilhar, professor e aluno, significados e promover a aprendizagem

significativa. Mas, isso acontecerá somente quando o educando internalizar esses

significados de maneira não arbitrária e não literal, quando as novas informações

adquirirem significado por interação com o conhecimento prévio do aluno e,

simultaneamente derem significados adicionais, diferenciarem, integrarem,

modificarem e enriquecerem o conhecimento já existente.

Em segundo, é preciso considerar que os sujeitos constroem suas ideias,

sua visão do mundo tendo em vista os objetos a que têm acesso nas suas

experiências diárias e nas suas relações afetivas. Segundo Novak, citado por

MOREIRA (1999), os seres humanos fazem três coisas: pensam, sentem e atuam

(fazem). Ou seja, ao se pensar uma metodologia de ensino para a Física é

preciso ter em vista o que os estudantes já conhecem. Esta ideia remete aos

estudos das concepções espontâneas ou ideias alternativas dos sujeitos:

(...) Os estudos realizados sob essa perspectiva revelaram que as

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idéias alternativas de crianças e adolescentes são pessoais, fortemente influenciadas pelo contexto do problema e bastante estáveis e resistentes à mudança, de modo que é possível encontrá-las mesmo entre estudantes universitários (...). Realizadas em diferentes partes do mundo, as pesquisas mostraram o mesmo padrão de ideias em relação a cada conceito investigado. (MORTINER, 1996, p.2)

O educando será apresentado a princípios, concepções, linguagem, entre

outros elementos utilizados pela Física, em que o discurso do professor deve

permitir que ele perceba as diferenças entre a sua forma e a forma utilizada pela

ciência para explicar um determinado fenômeno. Esse processo contribuirá para

que o educando reformule as suas idéias tendo em vista a concepção científica.

Assim, espera-se que esteja reelaborando seus conceitos, mas não

necessariamente, que abandone suas idéias espontâneas. Poderá estar

negociando ou adequando sua interpretação e linguagem ao contexto de

utilização. Ou seja, seus conceitos serão mais elaborados ou menos elaborados,

ou mais próximos do científico quanto maior for a necessidade ou interesse deste

sujeito em utilizar esses conhecimentos no contexto da comunidade científica.

Entendemos, então, que a Física deve educar para cidadania,

contribuindo para o desenvolvimento de um sujeito crítico, "... capaz de

compreender o papel da ciência no desenvolvimento da tecnologia. (...) capaz de

compreender a cultura científica e tecnológica de seu tempo" (CHAVES &

SHELLARD, 2005, p. 233).

Cabe colocar aqui que a cidadania da qual estamos falando não é a

cidadania para o consumo, não é a cidadania construída através de intervenções

externas, doações da burguesia e do Estado moderno, mas, a cidadania que se

constrói no interior da prática social e política de classes. Estamos entendendo

que a

... nossa maneira de estar no mundo e com o mundo, como seres históricos, é a capacidade de, intervindo no mundo, conhecer o mundo. Mas, histórico como nós, o nosso conhecimento do mundo tem historicidade. (...) Daí que seja tão fundamental conhecer o conhecimento existente quanto saber que estamos abertos e aptos à produção do conhecimento ainda não existente. (FREIRE, 1996, p.31)

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Por isso entendemos que a contribuição da Física no Ensino Médio é a

contribuição para a formação dos sujeitos através das

... lutas pela escola e pelo saber, tão legítimos e urgentes (...). Por este caminho nos aproximamos de uma possível redefinição da relação entre cidadania e educação (...) a luta pela cidadania, pelo legítimo, pelos direitos, é o espaço pedagógico onde se dá o verdadeiro processo de formação e constituição do cidadão. A educação não é uma precondição da democracia e da participação, mas é parte, fruto e expressão do processo de sua constituição. (ARROYO, 1995, p.79)

Considerando o perfil diferenciado dos educandos da EJA e suas

necessidades, assim como, as características próprias desta modalidade de

ensino os objetivos tem como finalidade criar oportunidades sistemáticas para que

o educando adquira um conjunto de conceitos, procedimentos e atitudes que

operem como instrumentos para a interpretação do mundo científico e

tecnológico, em que vivemos, capacitando-os nas escolhas que fará como

indivíduo e cidadão levando em consideração os conhecimentos adquiridos em

outras instâncias sociais e motivar a autonomia intelectual a fim de que se tornem

sujeitos ativos do processo educacional.

2. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Considerando-se a amplitude dos conhecimentos físicos, é necessário

pensar a importância e essencialidade dos conteúdos, visando contemplar

aprendizagens significativas aos educandos da EJA.

Para isso, é indispensável que a organização dos conteúdos na proposta

curricular esteja vinculada ao espaço e ao tempo de estudo dos educandos e a

experiência cotidiana destes, procurando apresentar esses conteúdos como

instrumentos de melhor compreensão e atuação na realidade. Para a maioria dos

educandos da EJA, como também

... para uma grande parte da população, os conhecimentos de Física do Ensino Médio têm grande possibilidade de serem os únicos dessa disciplina aos quais os alunos terão acesso pela via escolar. Percebemos, então, a pertinência e necessidade de

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reorganização dos componentes curriculares de física - entendida aqui a ideia de currículo como sendo algo muito mais amplo do que mera listagem de conteúdos de tal forma que possam dar conta, tanto das demandas de continuidade dos estudos e das de natureza profissional como, e principalmente, daquelas exigidas pela vida no seu dia-a-dia. (GARCIA; ROCHA; COSTA, 2000, p. 139-140)

Ao pensar os conteúdos a serem trabalhados, o educador deve priorizar

os essenciais, ou seja, àqueles que possam ter significado real à vida dos

educandos. Os conteúdos devem possibilitar a percepção das diversas

abrangências sobre um determinado fenômeno, portanto, o ensino não pode se

restringir apenas ao livro didático ou ao material de apoio. “A seleção de

conteúdos é tarefa do professor; ele pode produzir uma unidade de ensino que

não existe no livro ou deixar de abordar um de seus capítulos, pode realizar

retificações ou propor uma abordagem diferente” (BIZZO, 2000, p.66).

Considerando-se ainda as Diretrizes Curriculares Estaduais para a

Educação de Jovens e Adultos e as especificidades desta modalidade de ensino,

principalmente no que tange ao tempo de ensino do educador e o tempo da

aprendizagem dos educandos, os conteúdos serão abordados articuladamente,

através da intercomunicação dos conteúdos estruturantes.

Conteúdos Estruturantes Conteúdos BásicosMovimento - Conservação na quantidade de

movimento;

- Variação na quantidade de

movimento;

- Leis de Newton;

- Gravidade;

- Trabalho e potência;

- Princípio da conservação de energia;

- Fluídos.Leis da Termodinâmica. - Lei zero da Termodinâmica;

- Primeira lei da Termodinâmica;

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- Segunda lei da Termodinâmica;

- Terceira lei da Termodinâmica.Eletromagnetismo - Carga, corrente elétrica, campo;

- Força eletromagnética;

- Equações de Maxwell (Lei de Gauss,

Lei de Coulomb), Lei de Ampère Lei de

Faraday;

- Ótica.

3. METODOLOGIA DA DISCIPLINA

Apesar dos avanços científicos e tecnológicos, o conhecimento físico na

EJA ainda é tratado como enciclopédico, resumindo-se a um aparato matemático

que, normalmente, não leva a compreensão dos fenômenos físicos e ainda,

acaba por distanciar o interesse dos educandos pela disciplina.

Nessa perspectiva o ensino de Física apresenta conceitos simplificados e

reduzidos, bem como, leis e fórmulas desarticuladas do mundo vivencial. Além

disso, é tratado como um campo de conhecimentos acabados, como verdades

absolutas, fruto de alguns gênios da humanidade, contribuindo para que os

educandos tornem-se passivos em sala de aula.

É preciso repensar os aspectos metodológicos, para que propiciem

condições de ensino que aproxime educadores e educandos da aventura da

descoberta, tornando o processo de ensino e aprendizagem prazeroso, criativo e

estimulador.

Criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos. (RIBEIRO, 1999, p 7-8)

A partir desse pressuposto, para romper com o modelo tradicional de

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ensino é necessário rever os meios de apresentação dos conteúdos, priorizando

os conceitos físicos e optando por metodologias de ensino que se adaptem às

necessidades de aprendizagem dos educandos. (...),

não vemos como necessário, no momento, grandes alterações nos conteúdos tradicionais, mas sim, na forma como eles serão desenvolvidos. Entendemos que o avanço nos conhecimentos de Física deverá ser dado por uma inovação na metodologia de trabalho e não em termos de conteúdos. (GARCIA; ROCHA;COSTA, 2000, p.40)

Na reflexão desenvolvida com professores de Física da Educação de

Jovens e Adultos, identificou-se algumas estratégias para o desenvolvimento

metodológico da disciplina de Física, considerando que essas estratégias

metodológicas podem contribuir para o ensino e a aprendizagem dos educandos.

Dessa forma, deve ser levado em conta à formação do professor, o espaço físico,

os recursos disponíveis, o tempo de permanência do educando no espaço escolar

e as possibilidades de estudo fora deste, para que as estratégias metodológicas

possam ser efetivadas. Os indicativos discutidos com os professores contemplam:

3.1. A abordagem da Física enquanto construção humana

No desenvolvimento dos conteúdos é necessário abordar a importância

da Física no mundo, com relevância aos aspectos históricos, o conhecimento

enquanto construção humana e a constante evolução do pensamento científico,

assim como, as relações das descobertas científicas com as aplicações

tecnológicas na contemporaneidade.

A história da física não se limita à história de seus protagonistas. Antes ao contrário: é uma história do pensamento em que idéias surgem e desaparecem, em que pensamentos, muitas vezes completamente despropositados na época em que aparecem, tomam forma e ultrapassam as barreiras profissionais contemporâneas. Afinal, a física é hoje – num mundo em que a tecnologia permite revoluções e promete saídas para ao mais graves problemas – uma das manifestações de maior transparência de nossa cultura. (BARROS, 1996, p.7)

3.2. O papel da experimentação no ensino de Física

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O uso da experimentação é viável e necessário no espaço e tempo da

EJA, mesmo que seja por meio de demonstração feita pelo educador, ou da

utilização de materiais alternativos e de baixo custo, na construção ou

demonstração dos experimentos. Assim, “quando o aluno afirma que um imã atrai

todos os metais, o professor sugere que ele coloque essa hipótese à prova com

pedaços de diferentes metais. Por mais modesta que pareça esta vivência, é rica

em ensinamentos” (AXT, s/d, p.78).

3.3. O lúdico – Brinquedos e jogos no ensino de Física

Por meio desta estratégia de ensino o educando será instigado a

pesquisar e propor soluções, visto que a ludicidade “... decorre da interação do

sujeito com um dado conhecimento, sendo portanto subjetiva. Seu potencial

didático depende muito da sensibilidade do educador em gerar desafios e

descobrir interesses de seus alunos.” (RAMOS; FERREIRA, 1993, p.376)

3.4. O cuidado com os conceitos e definições em Física

O educando traz ideias e contextos para as coisas, para compreender e atuar no mundo. Essas ideias podem ser aproveitadas como ponto de partida para a construção do conhecimento científico, mas será necessário fazer a transposição destes conceitos espontâneos ou do senso comum para o conhecimento científico, com os cuidados necessários.

Atualmente o entendimento do ensino de física é fortemente associado às ideias de conceitos espontâneos. Tais ideias indicam que quando as pessoas vêm para a escola, elas já têm um contexto para as coisas. Por outro lado, à medida que vamos inserindo os assuntos na sala de aula, queremos que o aluno vá montando aquela estrutura que nós temos, ligando os conceitos da forma como nós o fazemos. Entretanto, à medida que vamos ensinando, ele vai fazendo as ligações que quer. (...). Que pode, que consegue. E assim, os mesmos conceitos podem ser ligados de maneiras diferentes, em estruturas diferentes. É comum pensarmos que a lógica, a maneira de raciocinar, de inserir algo em contextos mais amplos, utilizados por nós, professores, para construirmos nossas estruturas, seja algo absoluto, algo transcendental. Mas não é. A lógica depende do contexto em vigor. (...), sempre achamos que com a informação que

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fornecemos aos alunos eles farão as ligações que nós fizemos, mas isso não é necessariamente verdade. Não há nada que nos assegure que o aluno faz as ligações que nós gostaríamos que ele fizesse. O que dizemos em sala de aula pode ser interpretado de várias maneiras diferentes. (ROBILOTTA;BABICHAK, 1997, p.22)

3.5. O cotidiano dos alunos/contextualização

O educador deve ser o responsável pela mediação entre o saber escolar

e as experiências provenientes do cotidiano dos educandos, as quais devem ser

aproveitadas no processo da aprendizagem.

Quanto mais próximos estiverem o conhecimento escolar e os contextos presentes na vida pessoal e no mundo no qual eles transitam, mais o conhecimento terá significado. Contextualizar o ensino significa incorporar vivências concretas e diversificadas, e também, incorporar o aprendizado em novas vivências. (SEED-PR, 2000, s/d)

3.6. O papel do erro na construção do conhecimento

Os erros e acertos no processo de ensino e aprendizagem devem ser

considerados como elementos sinalizadores para a reconstrução dos conceitos e

melhor compreensão dos conteúdos. Cabe ao educador administrar este

processo no qual os educandos da EJA necessitam de apoio, principalmente pelo

processo diferenciado de estudo e o tempo que permanecem no espaço escolar.

É essencial valorizar os acertos e tornar o erro como algo comum, caracterizando-

o como um exercício de aprendizagem.

3.7. O incentivo à pesquisa e a problematização

É importante incentivar os educandos para que ampliem seus

conhecimentos por meio de pesquisa, como atitude cotidiana e na busca de

resultados. Para tanto,

será útil distinguir entre pesquisa como atitude cotidiana e pesquisa como resultado específico. Como atitude cotidiana, está na vida e lhe constitui a forma de passar por ela criticamente, tanto no sentido de cultivar a consciência crítica, quanto no de saber intervir na realidade de modo alternativo com base na

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capacidade questionadora. (...). Como resultado específico, pesquisa significa um produto concreto e localizado, (...), de material didático próprio, ou de um texto com marcas científicas. (...). Os dois horizontes são essenciais, um implicando o outro. No segundo caso, ressalta muito mais o compromisso formal do conhecimento reconstruído, enquanto o primeiro privilegia a prática consciente. (DEMO, 1997, p. 12-13)

A problematização consiste em lançar desafios que necessitem de

respostas para determinadas situações. “A essência do problema é a

necessidade.(...), um obstáculo que é necessário transpor, uma dificuldade que

precisa ser superada, uma dúvida que não pode deixar de ser dissipada”

(SAVIANI, 1993, p.25-26). As dúvidas são ocorrências muito comuns na Física,

porém, poderão ser aproveitadas para as reflexões sobre o problema a ser

analisado.

3.8. Os recursos da informática no ensino da Física

O uso da informática na educação vem se tornando uma ferramenta cada

vez mais importante e indispensável para o enriquecimento das aulas teóricas e à

melhor compreensão dos estudos elaborados. A familiarização do educando com

o computador se faz necessária dentro da escola, visto que a tecnologia se faz

presente nos lares, no trabalho e aonde quer que se vá. É necessário o mínimo

de entendimento sobre as tecnologias usuais e como se utilizar desta ferramenta

para ampliar os conhecimentos.

3.9. O uso de textos de divulgação científica em sala de aula

Os textos científicos encontrados em jornais, revistas, sites e em outros

meios de divulgação científica, podem conter conteúdos significativos ao ensino

de Física e serem explorados de diversas formas. Deve-se ter o cuidado de estar

selecionando textos validados por profissionais da área e que tenham cunho

científico, observando a existência de erros conceituais ou informações incorretas.

3.10. A utilização do material de apoio

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O ensino da Física não deve estar apenas pautado no uso do material

didático fornecido pela entidade mantenedora, é fundamental utilizar-se de outros

recursos, como os apontados anteriormente, para enriquecer as aulas e tornar o

processo de ensino mais harmonioso e agradável. Assim, o material deve servir

de apoio, tanto ao educador como ao educando, ao lado de outras alternativas de

ensino e aprendizagem que complementem o conhecimento proposto.

De acordo com a Instrução nº 009/2011 torna-se obrigatório na

Proposta Pedagógica Curricular de todas as disciplinas os conteúdos

obrigatórios: História do Paraná ( lei nº 13381/01) , História e Cultura Afro,

Africana e Indígena ( lei nº 11.645/08), música ( lei nº 11.645/08), prevenção ao

uso indevido de drogas, sexualidade humana, educação ambiental, educação

fiscal, enfrentamento à violência contra a criança e o adolescente. Direito das

crianças e adolescente L.F. Nº 11525/07, educação tributária Dec. Nº 1143/99,

Portaria nº413/02, educação ambiental, L.F. Nº 9795/99, Dec. Nº 4201/02. Estes

conteúdos serão abordados de forma contextualizada com os conteúdos

específicos da disciplina, considerando os aspectos históricos, sociais e políticos,

ofertando ao aluno, condições para refletir sobre seus conhecimentos e seu papel

como sujeito capaz de atuar em sua realidade agindo com responsabilidade na

sociedade em que vive.

Hoje a concepção de infância é diferente de alguns anos atrás. Pode-se

perceber que a criança por muito tempo foi tratada como adulto em miniatura .

A infância é o período da humanização do indivíduo, da aprendizagem da

natureza humana. Essa humanização só acontece se o meio, a qual, a criança

convive repassa os comportamentos característicos de sua espécie e do seu

grupo. É a influência desse grupo que, define o seu caráter e sua personalidade.

É na infância que se dá o início da construção dos valores que são

complementados na adolescência. É o momento mais importante da vida do ser

humano. Nos primeiros cinco anos de, ou seja, na primeira infância é que são

impressas as melhores e as piores marcas de cada um. O inconsciente é aberto e

tudo o que for inserido, lá ficará para o resto dos seus dias; daí a importância do

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cuidado desde a gravidez.

O atendimento das crianças nas escolas, também mudou através de

medidas pois até então, eram matriculados aos seis anos na pré-escola. Agora

devem ser matriculados aos seis anos no primeiro ano do Ensino Fundamental,

obrigatoriamente.

Essas modificações são citadas no Projeto de Lei nº 144/2005, aprovado

pelo Senado em 25 de janeiro de 2006, estabelece a duração mínima de 9 (nove)

anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis)

anos de idade. Essa medida foi implantada em 2010 pelos Municípios, Estados e

Distrito Federal. Os sistemas de ensino terão prazo para adaptar-se , as novas

mudanças.

Existe muita discussão sobre a definição dos termos “adolescência” e

“puberdade”, mesmo entre os profissionais e estudiosos que trabalham na área

educacional. Segundo vários autores, são termos de diferentes concepções, mas

relacionados entre si. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente define a

fase da adolescência como cararacterística dos 13 aos 18 anos de idade. A

adolescência para Zekcer, (1985, p. 11) é descrita da seguinte maneira

Os adolescentes são indivíduos geralmente mais altos que seus pais, desengonçados, faces repletas de espinhas (…) e cravos, nariz geralmente muito grande, e por isso ficam horas no espelho (…). Suas mãos crescem muito e não sabem como segurar (...) as coisas, gozando de boa saúde, voz ora grave ora aguda; deixam crescer os cabelos e barba, têm um linguajar próprio, ingerem litros de Coca-Cola, comem toneladas de hamburger, mascam chiclete, vestem jeans, amam os pais mas os contestam sempre que podem, têm grande rivalidade com os irmãos, mas os defendem sempre, têm períodos de (...) depressão e até crises de choro. Capazes de dar a vida por uma causa que acham justa, não se preocupam muito com o futuro, querendo viver sempre o presente.

4. AVALIAÇÃO

A avaliação deve levar em conta os pressupostos teóricos adotados nas

Diretrizes Curriculares, ou seja, a apropriação dos conceitos, leis e teorias que

compõem o quadro teórico da Física pelos educandos. Isso pressupõe o

acompanhamento constante do progresso do estudante EJA quanto à

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compreensão dos aspectos históricos, filosóficos e culturais, da evolução das

ideias em Física e da não neutralidade da ciência.

Considerando sua dimensão diagnóstica, a avaliação é um instrumento

tanto para que o professor conheça seu aluno, antes que se inicie o trabalho com

os conteúdos escolares, quanto para o desenvolvimento das outras etapas do

processo educativo.

Inicialmente, é preciso identificar os conhecimentos dos estudantes,

sejam eles espontâneos ou científicos, pois ambos interferem na aprendizagem,

no desenvolvimento dos trabalhos e nas possibilidades de revisão do

planejamento pedagógico.

Embora o sistema de registro da vida escolar do estudante esteja

centrado em uma nota para a sua aprovação, a avaliação será um instrumento

auxiliar a serviço da aprendizagem dos alunos, cuja finalidade é sempre o seu

crescimento e sua formação.

A avaliação deve fornecer subsídios para que tanto o aluno quanto o

professor acompanhem o processo de ensino aprendizagem assumindo um

caráter diversificado tanto qualitativo quanto do ponto de vista instrumental.

Desta forma a avaliação na disciplina de Física, será de cunho

diagnóstico e somatório, considerando-se vários instrumentos de avaliação, como

textos escritos, pesquisas, relatórios de experimentos, debates, seminários e

outras atividades desenvolvidas pelo estudante, considerando-se a participação

individual.

Para obtenção da média será considerada 60% (avaliação formal

dissertativa e objetiva) e 40% informal ( trabalhos, pesquisas, experimentos,

debates etc.), sendo 75% de frequência mínima na organização coletiva e 100%

na organização individual.

Aos educandos que não se apropriarem dos conteúdos básicos, será

oportunizada a recuperação de estudos que deve acontecer a partir de uma lógica

simples: os conteúdos selecionados para o ensino são importantes para a

formação do aluno, então, é preciso investi em todas as estratégias e recursos

possíveis para que ele aprenda. A recuperação é justamente isso: o esforço de

retomar, de voltar ao conteúdo, de modificar os encaminhamentos metodológicos,

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para assegurar a possibilidade de aprendizagem.

Aos alunos com necessidades educacionais especiais a escola deve

proporcionar uma adaptação curricular, para que o aluno possa superar

dificuldades de aprendizagem e avançar nos estudos.

5. REFERÊNCIAS

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PIETROCOLA, M.; ALVES, J. de P.F.; PINHEIRO, T. de F. Pratica disciplinar de professores de ciências. In: ttp://www.if.ufrgs.br/public/ensino/vol8/n2/v8_v8_n2_a3.html. Acesso em 09/06/2005.

ZEKCER, Israel. Adolescente também é gente! São Paulo: Summus, 1985.

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DISCIPLINA DE HISTÓRIA

Apresentação da Disciplina

A História como saber disciplinar tem um papel fundamental na formação

da consciência histórica do homem, sujeito de uma sociedade marcada por

diferenças e desigualdades múltiplas.

A contribuição mais significativa do ensino de História ao educando é a

edificação da capacidade de pensar historicamente, ou seja, a percepção da

historicidade de todas as coisas, desde a concepção da História como obra

humana até a capacidade de avaliar corretamente as determinações,

condicionamentos e possibilidades do momento histórico em que se vive.

Como apontam s Diretrizes Curriculares da Educação Básica no Estado

do Paraná, (…) A finalidade da História é a busca da superação das carências

humanas fundamentada por meio de um conhecimento constituído por

interpretações históricas (…). E as próprias Diretrizes especificam que estas

carências humanas são os mecanismos de exclusão social e de desrespeito aos

direitos humanos ligados à vida, à participação política, ao trabalho, à terra. E que

essas carências devem ser superadas nas ações conscientes dos sujeitos

históricos.

E como o ensino de História tem também a função de contribuir com o

indivíduo na tomada de decisões em situações práticas, é na Educação de

Jovens e Adultos que esta disciplina curricular ganha ainda maior relevância e

significado porque, sendo os educandos da EJA pessoas já inseridas no mundo

do trabalho ou nele buscando colocação e portanto, que já se debatem com toda

a complexidade da vida adulta, o ensino de História em articulação com as

demais disciplinas, contribuirá para a formação de atitudes e concepções úteis

para a vida pessoal e cidadã, tais como: respeito à diversidade, espírito de justiça,

criticidade, solidariedade, construção da identidade, entre outras.

Destaca- se também o papel fundamental da Disciplina de História, em

todos os níveis de ensino para garantir a efetiva implantação da Lei 10639/03

edas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-

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Raciais e para o Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, que ainda

enfrenta resistências que se exteriorizam em maior ou menor grau em práticas

racistas e num imaginário racial ainda presentes na estrutura social brasileira,

reforçadas pelo mito da democracia racial, a ideologia do branqueamento, a

negação do racismo e do preconceito e a naturalização das desigualdades raciais

que ainda impregnam o ambiente escolar e as práticas pedagógicas em muitos

casos.

ALei 11645/08 que inclui a obrigatoriedade do estudo da história e cultura

indígena nos currículos escolares, colocando o direito à educação e o direito à

diversidade no mesmo patamar também são amplamente trabalhados nos

conteúdos da Disciplina de História. Quanto a Lei 13381/01, que estabelece o

ensino de História do Paraná nas escolas públicas, é parte inerente aos

conteúdos trabalhados em História.

1. Conteúdos Estruturantes/Básicos de História

O ensino da Disciplina de História no CEEBJA organiza-se segundo as

Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná que considera

Conteúdos Estruturantes da Disciplina de História:

• Relações de Trabalho:

• Relações de Poder;

• Relações Culturais.

O quadro a seguir apresenta os conteúdos básicos articulados com os

conteúdos estruturantes da Disciplina de História para o Ensino Fundamental

Fase II, que na organização pedagógica do CEEBJA não se divide por séries,

porque possui uma carga horária de 192 horas, no regime individual.

1.1. Os Diferentes Sujeitos, Suas Culturas, Suas HistóriasCONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOSRelações deTrabalho.

Relações de Pode.

Relações culturais

A experiência humana no tempo.

Os sujeitos e suas relações com o

outro no tempo.

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As culturas locais e acultura comum

A Constituição Histórica do Mundo Rural e Urbano e a Formação da

Propriedade em Diferentes Tempos e Espaços

Relações de Trabalho.

Relações de Poder.

Relações culturais

As relações de propriedade.

A constituição histórica do mundo do

campo e do mundo da cidade.

A relações entre o campo e a cidade.

Conflitos e resistências e produção cultural campo/cidade.

O Mundo do Trabalho e os Movimentos de Resistência

Relações de Trabalho.

Relações de Poder.

Relações Culturais.

História das relações da humanidade

com o trabalho.

O trabalho e a vida em sociedade

.O trabalho e as contradições da

modernidade.

O trabalhadores e as conquistas de direito.

Relações de Dominação e Resistência: a Formação do Estado e das

Instituições Sociais

Relações de Trabalho.

Relações de Poder.

Relações Culturais.

A constituição das instituições sociais.

A formação do Estado.

Sujeitos, Guerras e revoluções

O quadro a seguir apresenta os conteúdos básicos articulados com os

conteúdos estruturantes da Disciplina de História para o Ensino Médio, que na

organização pedagógica do CEEBJA não se divide por séries, porque possui uma

carga horária de 128 horas, no regime individual.

ABORDAGEMCONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

Relações de Trabalho.Relações de Poder.

Trabalho Escravo, Servil,Assalariado e o Trabalho Livre.

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Relações Culturais. Urbanização e industrializaçãoO Estado e as relações de poderOs sujeitos, as revoltas e as guerras

2. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

A proposta metodológica das práticas pedagógicas da EJA deve

considerar, além dos Conteúdos Estruturantes da disciplina de História, os três

eixos articuladores propostos para as Diretrizes Curriculares da Educação de

Jovens e Adultos: cultura, trabalho tempo, os quais deverão estar inter-

relacionados. De fato, é preciso atender aos interesses e às necessidades de

pessoas que já têm um determinado conhecimento socialmente construído,com

tempos próprios de aprendizagem e que participam do mundo do trabalho e, por

isso, requerem metodologias específicas para alcançar seus objetivos.

Para adaptar o tempo escolar às necessidades dos educandos, o

currículo deve ser organizado de forma que lhes possibilite transitar pela estrutura

curricular, de acordo com o seu tempo próprio de construção da aprendizagem. A

interação entre os conhecimentos apreendidos deve torná-los significativos às

práticas diárias dos educandos e permitir que os conteúdos constituam uma rede

integradora entre os conceitos trabalhados nas diferentes áreas do conhecimento

e as estratégias de investigação da realidade.

Tal como está proposto nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica

para a Disciplina de História, o trabalho pedagógico com os Conteúdos

Estruturantes, básicos e específicos tem como finalidade a formação do

pensamento histórico dos educandos. Para que este objetivo seja alcançado nos

anos finais do Ensino Fundamental priorizam as histórias locais e do Brasil ,

estabelecendo-se relações e comparações com a história mundial. Para o Ensino

Médio, o ensino é organizado por temas históricos, ou seja, os conteúdos básicos

e específicos tem como finalidade a discussão e a busca de solução para um

tema/problema previamente proposto.

O trabalho pedagógico com os conteúdos históricos está fundamentado

em vários autores e suas respectivas interpretações, por meio de manuais

didáticos ou por meio de textos historiográficos, para que o aluno entenda que

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não existe uma verdade histórica única.

Na EJA, onde o educando já tem uma caminhada histórica individual e

social, o trabalho pedagógico é organizado por meio do trabalho com vestígios e

fontes históricas diversas, da fundamentação na historiografia, da

problematização do conteúdo, estruturando esta organização com as narrativas

históricas produzidas pelos próprios educandos.

Os educandos da EJA trazem consigo um legado cultural –

conhecimentos construídos a partir do senso comum e um saber popular, não-

científico, constituído no cotidiano, em suas relações com o outro e com o meio –

os quais devem considerados na dialogicidade das práticas educativas. Portanto,

o trabalho dos educadores da EJA é buscar de modo contínuo o conhecimento

que dialogue com o singular e o universal, o mediato e o imediato, de forma

dinâmica e histórica.

A diferenciação no estudo da História na EJA, não está apenas no

conteúdo, mas na clareza dos objetivos e importância de seu estudo. A principal

diferença está na dialogicidade que deve existir nas aulas, visto que os

educandos possuem uma bagagem cultural valiosíssima e que enriquece muito

as aulas, proporcionando construção e não, repasse de conhecimento. Para isso,

os conteúdos da história devem ser trabalhados de forma crítica e dinâmica,

interligados com a realidade próxima e distante dos alunos.

O primeiro critério para selecionar os conteúdos e as práticas educativas

é dar relevância aos saberes escolares frente à experiência social construída

historicamente.

O segundo critério para a seleção dos saberes e das práticas

pedagógicas tem a ver com os processos de ensino e aprendizagem,

mediatizados pela ação docente junto aos educandos, uma vez que a atividade

escolar possui maior valor pedagógico se estiver associada ao pensamento

reflexivo. O educador deve perceber o que o educando sabe e o que precisa

saber, conhecendo-o no conjunto: profissão, religião, desejos, anseios,

características e ideologias, por meio do diálogo e da observação permanentes.

O terceiro critério refere-se à organização do processo ensino-

aprendizagem, dando ênfase às atividades que permitem integrar os diferentes

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saberes para articular as situações relacionadas na prática escolar com a prática

social, além de privilegiar uma diversidade de ações (experiências, projetos etc.)

integradas entre as disciplinas escolares, a partir de um quadro conceitual

(categorias, ideias etc.) e um quadro instrumental (aula expositiva, pesquisa etc.),

a fim de tornar vivos e significativos os conteúdos selecionados. O quarto critério

para a seleção de conteúdos e práticas refere-se às possibilidades de articular

singularidade e totalidade no processo de conhecimento vivenciado pelos

educandos. Os conteúdos selecionados devem refletir os amplos aspectos da

cultura, tanto do passado quanto do presente, assim como as possibilidades

futuras, identificando mudanças e permanências inerentes ao processo de

conhecimento na sua relação com o contexto social.

Desta forma as aulas serão planejadas e organizadas utilizando as

seguintes estratégias e procedimentos didáticos:

• Aulas expositivas.

• Leituras orientadas do caderno texto, dinâmica de grupo, pesquisa,

trabalho em grupo, projeções de vídeos, debates, visitas e

excursões educativas a museus e patrimônios históricos.

• Avaliação diagnóstica e cumulativa de cada conteúdo trabalhado.

• Trabalho pedagógico com mapas, maquetes, textos e imagens,

histórias em quadrinhos, fotografias, pinturas, músicas e filmes

pertinentes aos diversos conteúdos específicos de cada conteúdo

estruturante.

• A TV multimídia como ferramenta para trabalho com filmes,

documentários, imagens, charges, etc.

• Laboratório de informática e internet para pesquisas e buscas

orientadas com os alunos.

Tudo isto, sempre dentro do enfoque da EJA onde a História, como

disciplina curricular busca trazer os conteúdos para a vida do educando, visto que

os conteúdos precisam estar interligados uns aos outros e ao mesmo tempo, à

prática e à vida do estudante, já que este possui um conhecimento informal

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riquíssimo e sente-se valorizado e motivado quando percebe que pode contribuir

e participar do processo ensino-aprendizagem, não como mero espectador, mas

como um agente formador e transformador do conhecimento. Para tanto é preciso

que essas práticas metodológicas sejam flexíveis, com procedimentos que

possam ser alterados, adaptados às especificidades da comunidade escolar.

De acordo com a Instrução nº 009/2011 torna-se obrigatório na Proposta

Pedagógica Curricular de todas as disciplinas os conteúdos obrigatórios: História

do Paraná ( lei nº 13381/01) , História e Cultura Afro, Africana e Indígena ( lei nº

11.645/08), música ( lei nº 11.645/08), prevenção ao uso indevido de drogas,

sexualidade humana, educação ambiental, educação fiscal, enfrentamento à

violência contra a criança e o adolescente. Direito das crianças e adolescente L.F.

Nº 11525/07, educação tributária Dec. Nº 1143/99, Portaria nº413/02, educação

ambiental, L.F. Nº 9795/99, Dec. Nº 4201/02. Estes conteúdos serão abordados

de forma contextualizada com os conteúdos específicos da disciplina,

considerando os aspectos históricos, sociais e políticos, ofertando ao aluno,

condições para refletir sobre seus conhecimentos e seu papel como sujeito capaz

de atuar em sua realidade agindo com responsabilidade na sociedade em que

vive.

Hoje a concepção de infância é diferente de alguns anos atrás. Pode-se

perceber que a criança por muito tempo foi tratada como adulto em miniatura .

A infância é o período da humanização do indivíduo, da aprendizagem da

natureza humana. Essa humanização só acontece se o meio, a qual, a criança

convive repassa os comportamentos característicos de sua espécie e do seu

grupo. É a influência desse grupo que, define o seu caráter e sua personalidade.

É na infância que se dá o início da construção dos valores que são

complementados na adolescência. É o momento mais importante da vida do ser

humano. Nos primeiros cinco anos de, ou seja, na primeira infância é que são

impressas as melhores e as piores marcas de cada um. O inconsciente é aberto e

tudo o que for inserido, lá ficará para o resto dos seus dias; daí a importância do

cuidado desde a gravidez.

O atendimento das crianças nas escolas, também mudou através de

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medidas pois até então, eram matriculados aos seis anos na pré-escola. Agora

devem ser matriculados aos seis anos no primeiro ano do Ensino Fundamental,

obrigatoriamente.

Essas modificações são citadas no Projeto de Lei nº 144/2005, aprovado

pelo Senado em 25 de janeiro de 2006, estabelece a duração mínima de 9 (nove)

anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis)

anos de idade. Essa medida foi implantada em 2010 pelos Municípios, Estados e

Distrito Federal. Os sistemas de ensino terão prazo para adaptar-se , as novas

mudanças.

Existe muita discussão sobre a definição dos termos “adolescência” e

“puberdade”, mesmo entre os profissionais e estudiosos que trabalham na área

educacional. Segundo vários autores, são termos de diferentes concepções, mas

relacionados entre si. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente define a

fase da adolescência como cararacterística dos 13 aos 18 anos de idade. A

adolescência para Zekcer, (1985, p. 11) é descrita da seguinte maneira

Os adolescentes são indivíduos geralmente mais altos que seus pais, desengonçados, faces repletas de espinhas (…) e cravos, nariz geralmente muito grande, e por isso ficam horas no espelho (…). Suas mãos crescem muito e não sabem como segurar (...) as coisas, gozando de boa saúde, voz ora grave ora aguda; deixam crescer os cabelos e barba, têm um linguajar próprio, ingerem litros de Coca-Cola, comem toneladas de hamburger, mascam chiclete, vestem jeans, amam os pais mas os contestam sempre que podem, têm grande rivalidade com os irmãos, mas os defendem sempre, têm períodos de (...) depressão e até crises de choro. Capazes de dar a vida por uma causa que acham justa, não se preocupam muito com o futuro, querendo viver sempre o presente.

3. AvaliaçãoA concepção de ensino-aprendizagem das Diretrizes Curriculares da

Educação Básica compartilha a ideia de Luckesi a respeito da avaliação

diagnóstica, na qual o professor utiliza várias formas avaliativas, tais como a

avaliação diagnóstica, que permite ao professor identificar o desenvolvimento da

aprendizagem dos alunos para pensar em atividades didáticas que possibilitem a

compreensão dos conteúdos a serem trabalhados; avaliação formativa que ocorre

durante o processo pedagógico e tem por finalidade retomar os objetivos de

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ensino propostos para, a partir dos mesmos identificar a aprendizagem alcançada

desde o início até o momento avaliado e, avaliação somativa, que permite ao

professor tomar uma amostragem de objetivos propostos no início do trabalho e

identificar se eles estão em consonância com o perfil dos alunos e com os

encaminhamentos utilizados para a compreensão dos conteúdos.

Em História os principais critérios são: a formação dos conceitos

históricos básicos e o entendimento das relações tempo-espaço. Será observado

para avaliação se os alunos formaram os conceitos históricos e assimilaram as

relações de poder, de espaço-tempo e de sociedade-cultura para poder

compreender-se como ser histórico.

Para uma prática emancipadora os saberes e a cultura do educando

devem ser respeitados tendo como ponto de partida o real,realizando a avaliação

a partir das experiências acumuladas e das transformações que marcaram o seu

trajeto educativo. A avaliação será significativa se estiver voltada para a

autonomia dos educandos.

A avaliação será formativa diagnóstica e continuada, considerando

sempre que os alunos, especialmente na EJA, onde a diversidade de faixas

etárias e muito grande, tem ritmos e processos de aprendizagem diferentes.

A avaliação formal somativa, registrada de maneira organizada e

criteriosa em documentos próprios usará instrumentos que contemplam várias

formas de expressão dos alunos, como:

• leitura e interpretação de textos;

• produção de textos;

• leitura e interpretação de fotos, imagens, gráficos, tabelas e mapas;

• pesquisas bibliográficas;

• relatórios de aulas de campo;

• apresentação de seminários;

• construção e análise de maquetes, entre outros.

Cada um destes instrumentos serão selecionados de acordo com cada

conteúdo e objetivo de ensino.

Dentro da especificidade pedagógica e da organização didática dos

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CEEBJAs, a recuperação é feita de forma contínua, paralelamente ao conteúdo

trabalhado e não satisfatoriamente assimilado, não havendo período específico ou

diferenciado para recuperação de estudos.

A recuperação dos alunos com necessidades especiais é feita com o

auxílio da professora itinerante que através da adaptação curricular dos

conteúdos e estratégias, busca alcançar o objetivo de acordo com as

peculiaridades de cada necessidade especial. Textos e apostilas transcritos para

o braile, utilização de Libras, recursos audio-visuais e lúdicos para os alunos os

alunos com deficiência de aprendizagem, etc.

4. REFERÊNCIAS:

CURRAN, Mark J. História do Brasil em Cordel. São Paulo. Edusp. 2001.

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Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Educação de Jovens e

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Imprensa Oficial. 2003.

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Século XIX. Guarapuava. UNICENTRO, 2007.

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MUNANGA, Kabengele. Para entender o negro no Brasil de hoje: história,

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Paulo: Global: Ação Educativa, Assessoria, Pesquisa e Informação, 2004, -

(Coleção Viver e Aprender).

MATTOS, Regiane Augusto. História e Cultura afro-brasileira. Ed. Contexto. São

Paulo, SP. 2007.

DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS.

Secretaria de Estado da Educação. Curitiba. 2006.

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223

DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA. História. Secretaria de

Educação do Paraná. Departamento de Educação Básica. Curitiba. 2008.

ZEKCER, Israel. Adolescente também é gente! São Paulo: Summus, 1985.

KRAMER, Sônia. A Política do pré-escolar no Brasil: A arte do disfarce. 7ª

edição. São Paulo: Cortez, 2003.

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DISCIPLINA DE MATEMÁTICA

A Matemática é um importante ramo do conhecimento humano. A sua

origem remonta à Antiguidade Clássica greco-romana, quando era concebida

como um dos conteúdos da filosofia e, portanto, um dos instrumentos da arte de

conhecer o mundo em sua totalidade.

Dessa forma, o educador além de dominar os conteúdos matemáticos,

deve também conhecer os fundamentos histórico-filosóficos da Matemática, e

ainda, o(s) processo(s) pelo(s) qual (is) o educando aprende, a forma como

adquire conhecimentos. Conforme nos diz Mizukami (1996), citada por Perez

(2004, p. 257),

Independente de área específica de conhecimento, linha teórica e/ou proposta pedagógica adotada, (assumida individual ou coletivamente), nível de ensino e tipo de escola em que atua, o professor é o principal mediador entre os conhecimentos socialmente construídos e os alunos. É ele, igualmente, fonte de modelos, crenças, valores, conceitos e pré-conceitos, atitudes que constituem, ao lado do conteúdo específico da disciplina ensinada, outros tipos de conteúdos por ele mediados.

Nesse sentido, é importante que o educador tenha conhecimento das

práticas pedagógicas que norteiam o ensino da Matemática na atualidade. Para

tanto, é necessário resgatar o processo educacional vivenciado, especialmente, a

partir da década de 60 do século passado.

O ensino da Matemática, desde então, tem sofrido alterações na sua

forma de organização e de conceber os conteúdos. Podem-se destacar as

seguintes fases: até meados de 1960, prevaleceu a chamada “Matemática

Tradicional”, em que predominava a valorização do conteúdo desvinculado da

prática e com ênfase na memorização de regras. Depois, surgiu o “Movimento da

Matemática Moderna”, cujo objetivo principal era a unificação dos vários campos

da Matemática, tais como, a Aritmética, a Álgebra e a Geometria. O seu grande

objetivo era o trabalho pedagógico por meio da linguagem dos conjuntos, mas

que ficou reduzida a um simbolismo exagerado a ser memorizado pelo aluno.

Os membros da comissão do Movimento da Matemática Moderna, por sua vez, assinalaram vários defeitos no currículo tradicional

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difundido, afirmando a importância de se abandonar o conteúdo tradicional em favor dos novos conteúdos, entre eles a álgebra abstrata, a topologia, a lógica simbólica e a álgebra de Boole.

Vejamos como Morris Kline exemplifica, como sugestão, uma aula de Matemática, nos moldes da Matemática Moderna:

“A professora pergunta:

― Por que 2 + 3 = 3 + 2 ?

― Porque ambos são iguais a 5 – respondem os alunos sem hesitar.

― Não, a resposta exata é porque a propriedade comutativa da soma assim o sustenta.

― A segunda pergunta é: Porque 9 + 2 = 11 ?

Novamente os alunos se apressam a responder:

― 9 e 1 são 10 e mais um é 11.

― Está errado! – exclama a professora. – A resposta exata é que pela definição 2,

9 + 2 = 9 + (1 + 1) [...] .

Vê-se, portanto, neste exemplo que as propriedades dos Números Naturais, Teoria dos Conjuntos, se sobrepõe ao algoritmo da adição, Aritmética, no mesmo conjunto numérico. No caso, essa sobreposição faz com que a professora classifique as respostas indicadas pelos alunos como erradas, e, logo a seguir, a mesma reforça novamente a resposta correta através da propriedade comutativa.(PETRONZELLI, 2002, p.40-1)

Com o advento da Lei 5692/71, a ênfase passou a ser a metodologia,

justificada pela necessidade do aluno poder desenvolver toda sua potencialidade,

ou seja, valorizou-se a manipulação de materiais concretos, relegando-se a

segundo plano a fase de automação, priorizando-se o atendimento à criança em

sua fase de desenvolvimento, mas descuidando-se da sistematização dos

conhecimentos matemáticos sócio históricos acumulados pela humanidade. A

grande dificuldade dos professores foi, então, a passagem do concreto para o

abstrato, o que é fundamental no ensino da Matemática.

Na atual proposta pedagógica para a EJA, procura-se a interação entre o

conteúdo e as formas. A perspectiva, nesse sentido, é estabelecer uma relação

dialética - teoria e prática - entre o conhecimento matemático aplicado no

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processo de produção da base material de existência humana e as manifestações

teórico-metodológicas que estruturam o campo científico da própria Matemática.

Dessa forma, o ensino da Matemática deve ser concebido de modo a favorecer as

necessidades sociais, tais como: a formação do pensamento dialético, a

compreensão do mundo social e natural, a ciência como obra decorrente do modo

de cada sociedade - Grega, Feudal, Moderna – produzir a vida.

Concebida desta forma, a Educação Matemática desempenhará um papel

fundamental na aquisição da reflexão filosófica por parte dos educandos, isto é,

da consciência crítica que supera o senso comum que toma a aparência das

coisas como sendo verdades absolutas, ou seja, a Matemática deve ser vista,

como uma ciência viva e dinâmica, produto histórico, cultural e social da

humanidade.

Ao revelar a Matemática como uma produção humana, demonstrando as

necessidades e preocupações das diferentes culturas em diferentes épocas e ao

relacionar os conceitos matemáticos de hoje com os construídos no passado, o

educador permite que o educando reflita sobre as condições e necessidades que

levaram o homem a chegar até determinados conceitos, ou seja, o educador

estará proporcionando no processo de ensino-aprendizagem a reflexão da

construção da sobrevivência dos homens e da exploração do universo. Estará,

dessa forma, caracterizando a relação do homem com o próprio homem e do

homem com a natureza.

O produto do desenvolvimento da humanidade pode ser demonstrado

através da historicidade. Isto indica que ao trabalhar nos bancos escolares a

abstração, o conhecimento sistematizado e teórico, o educando entenderá o

avanço tecnológico, a elaboração da ciência, a produção da vida em sociedade.

Portanto, a abordagem histórica da Matemática permite ao educando

jovem, adulto e idoso, compreender que o atual avanço tecnológico não seria

possível sem a herança cultural de gerações passadas. Entretanto, essa

abordagem não deve restringir-se a informações relativas a nomes, locais e datas

de descobertas, e sim ao processo histórico, viabilizando com isso a

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compreensão do significado das ideias matemáticas e sociais.

Mas, além de compreender que o conhecimento matemático é sócio

histórico, faz-se necessário que o educando estabeleça relações entre os

elementos internos da própria Matemática - conteúdos escolares - e os conceitos

sociais.

Esse conhecimento prescinde de um tratamento metodológico que

considere a especificidade da Educação de Jovens e Adultos - EJA e deve

constituir o ponto de partida para todo o ensino-aprendizagem da Matemática, ou

seja, os educandos devem ter oportunidades de contar suas histórias de vida,

expor os conhecimentos informais que têm sobre os assuntos, suas necessidades

cotidianas, suas expectativas em relação à escola e às aprendizagens em

Matemática.

Embora, os jovens, adultos e idosos, com nenhuma ou pouca

escolaridade, dominem algumas noções básicas dos conteúdos matemáticos que

foram apreendidas de maneira informal nas suas vivências, a EJA tem a função

de transformar essas noções elementares, conceitos espontâneos, em conceitos

científicos, fazendo o educando dominar a Linguagem Matemática e suas

Representações, os Conceitos Matemáticos e Sociais, os Cálculos e os

Algoritmos, a História da Matemática e a Resolução de Problemas.

A compreensão e apreensão desses pressupostos metodológicos por

parte dos educandos e dos educadores, dão significado aos conteúdos escolares

a serem ensinados e estudados. Embora seja importante considerar que esses

significados também devem ser explorados em outros contextos, como por

exemplo, nas questões internas da própria Matemática e em problemas históricos.

Desconsiderar esses pressupostos metodológicos na Educação de

Jovens e Adultos significa privilegiar uma prática centrada no desenvolvimento do

pensamento linear e fragmentado, numa concepção de ciência imutável,

estabelecendo definitivamente o rompimento entre o lógico e o histórico, entre o

conteúdo e as formas, entre a teoria e a prática, entre a lógica formal e a lógica

dialética, entre a totalidade e as unidades, enfim, entre o mundo social e natural.

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A Educação Matemática deve ter, então, os seus pressupostos bem

definidos e delimitados, uma vez que a teoria se desdobra em “prática científica”:

Ao professor, como um profissional do ensino, é dada a responsabilidade não só de dominar a teoria como a de inscrevê-la no universo de um cotidiano que a justificaria(...). As abstrações reunidas na teoria, organicamente dispostas em definições e conceitos, devem transitar por um caminho inverso. O professor precisa demonstrar a utilidade ou funcionamento do sistema teórico no real. A teoria precisa transmutar-se em dados ou exemplos concretos, que garantam, justifiquem ou expliquem o já defendido (hipoteticamente) no discurso. Nesse sentido, a teoria precisa desmembrar-se, na voz do professor, no relato de múltiplas interações ou mediações que repõem o problema no rastro de sua solução.(NAGEL, pp. 3-4, 2003) (Grifos nossos)

Nessa perspectiva, há de se considerar como ponto de partida a

construção do conhecimento, os saberes desenvolvidos no decorrer da vivência

dos educandos, que se manifestam em suas interações sociais e compõem suas

bagagens culturais, que são frequentemente desconsiderados na prática

pedagógica da EJA. No entanto, a superação desses saberes e a incorporação

dos conceitos científicos são trabalhos que a escola deve planejar e executar.

É importante enfatizar que, os conteúdos matemáticos quando

abordados de forma isolada, não são efetivamente compreendidos nem

incorporados pelos educandos como ferramentas eficazes para resolver

problemas e para construir novos conceitos, pois, é perceptível que o

conhecimento só se constrói plenamente quando é mobilizado em situações

diferentes daquelas que lhe deram origem, isto é, quando é transferível para

novas situações. Isto significa que os conhecimentos devem ser

descontextualizados, abstraídos, para serem novamente contextualizados, isto é,

fazer a transposição didática.

Nesse sentido, a Educação Matemática para o educando jovem,

adultos e idoso deve ter como objetivo a reversão do atual quadro em que se

encontra o ensino da Matemática, ou seja, a definição dos conteúdos

anteriormente fragmentados deve ser visto em sua totalidade, sem o qual não é

possível querer mudar qualquer prática pedagógica consistente.

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Dessa forma, é necessário que o ensino de Matemática e o seu

significado sejam restabelecidos, visto que, o ensino e a aprendizagem de

Matemática devem contribuir para o desenvolvimento do raciocínio crítico, da

lógica formal e dialética, da coerência e consistência teórica da Ciência – o que

transcende os aspectos práticos. Com isso faz-se necessário repensar o ensino

de Matemática, pois o processo de emancipação política e social da humanidade

estão diretamente ligados ao domínio do conhecimento. Ele é parte constitutiva

da elaboração do pensamento reflexivo.

OBJETIVOS

• desenvolver a capacidade de analisar, comparar, conceituar, representar,

abstrair e generalizar;

desenvolver a capacidade de julgamento e o hábito de concisão e rigor;

habituar-se ao estudo, atenção, responsabilidade e cooperação;

conhecer, interpretar e utilizar corretamente a linguagem matemática associando-

a com a linguagem usual;

adquirir conhecimentos básicos a fim de possibilitar sua integração na sociedade

em que vive;

desenvolver um pensamento reflexivo que lhe permita a elaboração de

conjunturas, a descoberta de soluções e a capacidade de concluir;

associar a matemática às outras áreas do conhecimento;

construir uma imagem da matemática como algo agradável e prazeroso,

desmistificando o mito da genialidade.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/ BÁSICOS

ENSINO FUNDAMENTAL

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Números e Álgebra

Construção do conceito de número (IN, Z, Q, I e R): classificação e seriação.

Conjuntos numéricos: abordagem histórica.

Algoritmos e operações.

Raciocínio Proporcional: regra de três simples e composta.

Expressar generalizações sobre propriedades das operações aritméticas.

Operações com monômios e polinômios.

Equações de 1º e 2º graus.

Sistema de equações de 1º grau – com duas variáveis.

Cálculo Mental e Estimativa.

Grandezas e Medidas

Sistema monetário

Medidas de comprimento, massa, capacidade, tempo.

Medidas derivadas: áreas e volumes.

Medidas de ângulos, temperatura, velocidade.

Trigonometria: relaçõesmétricas no triângulo retângulo .

Geometrias

Geometria plana: conceitos de direção e sentido; paralelismo e

perpendicularismo; figuras planas, polígonos, congruência e semelhança:,

simetria (conceito), Teorema de Tales, teorema de Pitágoras.

Geometria espacial: poliedros e corpos redondos.

Geometria analítica

Noções básicas de geometrias não-euclidianas Conceitos de: direção e sentido;

paralelismo e perpendicularismo.

Funções

Função afim

Função quadrática

Tratamento de Informação

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Probabilidade: experimentos e situações-problema.

Estatística: problematização, coleta, organização, representação e análise de

dados, medidas de posição.

Matemática financeira: porcentagem, juros simples e compostos.

Análise Combinatória: agrupamentos e problemas de contagem.

ENSINO MÉDIO

Números e Álgebra

Números reais:

Números complexos

Sistemas lineares

Matrizes e determinantes

Equações e inequações exponenciais, logarítmicas e modularespolinômios

Grandezas e Medidas

Medidas de massa

Medidas derivadas: área e volume

Medidas de informática

Medidas de energia

Medidas de grandezas vetoriais

Trigonometria: relações métricas e trigonométricas no triângulo retângulo

Trigonometria na circunferência.

Geometrias

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232

Relações entre quadriláteros, quanto aos lados e aos ângulos, paralelismo e

perpendicularismo.

Congruência e semelhança das figuras.

Propriedades de lados, ângulos e diagonais em polígonos.

Ângulos entre retas e circunferências e ângulos na circunferência

Reta e plano no espaço, incidência e posição relativa.

Sólidos geométricos: representação, planificação e classificação.

Cilindro, cone, pirâmide, prismas e esfera.

Geometria Analítica: ponto (distância entre dois pontos e entre ponto e reta); reta

(distância entre retas); circunferência.

Noções de geometriasnão-euclidianas : fractais, geometria hiperbólica e elíptica.

o Funções

Função afim.

Função quadrática.

Função exponencial.

Função logarítmica.

Função trigonométrica.

Função modular.

Progressão aritmética

Progressão geométrica

o Tratamento de Informação

Análise combinatória

Binômio de Newton

Estatística: Gráficos e tabelas, medidas e tendência central, polígonos de

freqüência, análise de dados.

Probabilidade

Matemática financeira: porcentagem, juros simples e compostos.

METODOLOGIA DA DISCIPLINA

Para dimensionar o papel da Matemática na formação do jovem e adulto

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é importante que se discuta a natureza desse conhecimento, suas principais

características e seus métodos particulares, e ainda, é fundamental discutir suas

articulações com outras áreas do conhecimento.

As diversas contingências históricas têm levado os professores a deixar

de lado a importância do conhecimento teórico, no entanto, é de fundamental

importância que o(a) educador(a) tenha clareza que, sem o qual, não é possível

mudar qualquer prática pedagógica de forma significativa. Com isso, só se tem

conseguido mudanças superficiais no que se refere à reposição de conteúdos, por

meio de estratégias metodológicas tradicionais que não levem os educandos a

uma transposição didática.

É perceptível que a mera seleção de conteúdos não assegura o

desenvolvimento da prática educativa consistente. É necessário garantirmos,

como dissemos anteriormente, a relação entre a teoria e a prática, entre o

conteúdo e as formas, entre o lógico e o histórico.

Portanto, é de suma importância que o educador se aproprie dos

encaminhamentos metodológicos do ensino da Matemática, e acrescente, esses

elementos a reflexão pedagógica da Educação de Jovens e Adultos.

Nessa perspectiva, a

contextualização do saber é uma das mais importantes noções pedagógicas que deve ocupar um lugar de maior destaque na análise da didática contemporânea. Trata-se de um conceito didático fundamental para a expansão do significado da educação escolar. O valor educacional de uma disciplina expande na medida em que o aluno compreende os vínculos do conteúdo estudado com uma contextualização compreensível por ele(...). O desafio didático consiste em fazer essa contextualização sem reduzir o significado da idéias matemáticas que deram ao saber ensinado.” (PAIS, 2001, pp. 26-27).

De forma equivocada, a abordagem de determinados conceitos

fundamentais na construção do conhecimento matemático é muitas vezes

suprimida ou abreviada, sob a alegação de que não fazem parte do cotidiano dos

educandos. Tal concepção de ciência e de conhecimento viabiliza na escola uma

visão reducionista da Matemática, cuja importância parece ficar restrita a sua

utilidade prática; ao pragmatismo.

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Nesse contexto, a noção de contextualização permite ao educador uma

postura crítica priorizando os valores educativos, sem reduzir o seu aspecto

acadêmico (PAIS, 2001, p.27).

O processo de seleção dos conteúdos matemáticos escolares envolve um

desafio, que implica na identificação dos diversos campos da Matemática e o seu

objeto de estudo; processo de quantificação da relação do homem com a

natureza e do homem com o próprio homem.

No entanto, não devemos deixar de identificar os conteúdos escolares

matemáticos que são socialmente relevantes para a EJA, pois os mesmos devem

contribuir para o desenvolvimento intelectual dos educandos.

As Diretrizes Curriculares da Educação Básica aponta critérios para a

seleção de conteúdos e das práticas educativas. São eles:

• A relevância dos saberes escolares frente à experiência social construída

historicamente;

• os processos de ensino e aprendizagem, mediatizados pela ação docente

junto aos educandos;

• a organização do processo ensino-aprendizagem, dando ênfase às

atividades que permitem a integração entre os diferentes saberes;

• as diferentes possibilidades dos alunos articularem singularidade e

totalidade no processo de elaboração do conhecimento.

Nessa forma de organização curricular, as metodologias são um meio e

não um fim para se efetivar o processo educativo. É preciso que essas práticas

metodológicas sejam flexíveis, e que adotem procedimentos que possam ser

alterados e adaptados às especificidades da comunidade escolar.

Nessa perspectiva, é de suma importância evidenciar que o ensino-

aprendizagem de Matemática seja permeado pela(os): História da Matemática;

Resolução de Problemas; Jogos & Desafios, Modelagem Matemática, Mídias

Tecnológicas, Investigações Matemáticas e Etnomatemática. Estes elementos

devem permear a Metodologia de Ensino da Matemática, pois eles expressam a

articulação entre a teoria e a prática, explicitando no ato pedagógico a relação

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235

entre o signo, o significado e o sentido dos conteúdos escolares nos diversos

contextos sociais e históricos.

É importante enfatizar que a relação de conteúdos não deve ser seguida

linearmente, mas desenvolvida em conjunto e de forma articulada,

proporcionando ao educando a possibilidade de desenvolver a capacidade de

observar, pensar, estabelecer relações, analisar, interpretar justificar, argumentar,

verificar, generalizar, concluir e abstrair. Dessa forma, serão estimulados a

intuição, a analogia e as formas de raciocínio indutivo e dedutivo.

Os conteúdos matemáticos presentes no ensino fundamental, a serem

ensinados nas escolas de EJA, estão organizados por eixos. são eles: números e

operações, geometria, medidas e tratamento de informação, que compreendem

os elementos essenciais da organização curricular.

Os eixos e seus respectivos conteúdos deverão ser trabalhados de forma

articulada. Esta relação pode ser viabilizada entre os eixos e/ou entre os

conteúdos.

De acordo com a Instrução nº 009/2011 torna-se obrigatório na Proposta

Pedagógica Curricular de todas as disciplinas os conteúdos obrigatórios: História

do Paraná ( lei nº 13381/01) , História e Cultura Afro, Africana e Indígena ( lei nº

11.645/08), música ( lei nº 11.645/08), prevenção ao uso indevido de drogas,

sexualidade humana, educação ambiental, educação fiscal, enfrentamento à

violência contra a criança e o adolescente. Direito das crianças e adolescente L.F.

Nº 11525/07, educação tributária Dec. Nº 1143/99, Portaria nº413/02, educação

ambiental, L.F. Nº 9795/99, Dec. Nº 4201/02. Estes conteúdos serão abordados

de forma contextualizada com os conteúdos específicos da disciplina,

considerando os aspectos históricos, sociais e políticos, ofertando ao aluno,

condições para refletir sobre seus conhecimentos e seu papel como sujeito capaz

de atuar em sua realidade agindo com responsabilidade na sociedade em que

vive.

Hoje a concepção de infância é diferente de alguns anos atrás. Pode-se

perceber que a criança por muito tempo foi tratada como adulto em miniatura .

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236

A infância é o período da humanização do indivíduo, da aprendizagem da

natureza humana. Essa humanização só acontece se o meio, a qual, a criança

convive repassa os comportamentos característicos de sua espécie e do seu

grupo. É a influência desse grupo que, define o seu caráter e sua personalidade.

É na infância que se dá o início da construção dos valores que são

complementados na adolescência. É o momento mais importante da vida do ser

humano. Nos primeiros cinco anos de, ou seja, na primeira infância é que são

impressas as melhores e as piores marcas de cada um. O inconsciente é aberto e

tudo o que for inserido, lá ficará para o resto dos seus dias; daí a importância do

cuidado desde a gravidez.

O atendimento das crianças nas escolas, também mudou através de

medidas pois até então, eram matriculados aos seis anos na pré-escola. Agora

devem ser matriculados aos seis anos no primeiro ano do Ensino Fundamental,

obrigatoriamente.

Essas modificações são citadas no Projeto de Lei nº 144/2005, aprovado

pelo Senado em 25 de janeiro de 2006, estabelece a duração mínima de 9 (nove)

anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis)

anos de idade. Essa medida foi implantada em 2010 pelos Municípios, Estados e

Distrito Federal. Os sistemas de ensino terão prazo para adaptar-se , as novas

mudanças.

Existe muita discussão sobre a definição dos termos “adolescência” e

“puberdade”, mesmo entre os profissionais e estudiosos que trabalham na área

educacional. Segundo vários autores, são termos de diferentes concepções, mas

relacionados entre si. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente define a

fase da adolescência como cararacterística dos 13 aos 18 anos de idade. A

adolescência para Zekcer, (1985, p. 11) é descrita da seguinte maneira

Os adolescentes são indivíduos geralmente mais altos que seus pais, desengonçados, faces repletas de espinhas (…) e cravos, nariz geralmente muito grande, e por isso ficam horas no espelho (…). Suas mãos crescem muito e não sabem como segurar (...) as coisas, gozando de boa saúde, voz ora grave ora aguda; deixam crescer os cabelos e barba, têm um linguajar próprio, ingerem litros de Coca-Cola, comem toneladas de hamburger, mascam chiclete, vestem jeans, amam

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os pais mas os contestam sempre que podem, têm grande rivalidade com os irmãos, mas os defendem sempre, têm períodos de (...) depressão e até crises de choro. Capazes de dar a vida por uma causa que acham justa, não se preocupam muito com o futuro, querendo viver sempre o presente.

16. AVALIAÇÃO

Os conteúdos matemáticos presentes no Ensino Médio, a serem

ensinados nas escolas de EJA, deverão propiciar o desenvolvimento de

conceitos: numéricos, algébricos, geométricos e gráficos e da mesma forma,

devem ser trabalhados como um conjunto articulado. Isso significa que o

tratamento dos conteúdos em compartimentos estanques deve dar lugar a uma

abordagem em que as conexões sejam favorecidas e destacadas.

Nesse contexto, a avaliação em Matemática na EJA deve permitir ao

educador fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e qualitativos

da apreensão do conhecimento pelo educando, estabelecendo inter-relações

entre o conhecimento matemático e o contexto social.

É fundamental que a avaliação seja coerente com a metodologia utilizada

pelo educador, bem como, com os objetivos que se pretende alcançar, visto que,

esta tem a finalidade de fornecer informações do processo de desenvolvimento do

educando - a ele mesmo e ao educador. Essas informações permitem ao

educador, uma reflexão crítica sobre a sua prática pedagógica, no sentido de

captar seus avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma

tomada de decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos, uma vez que os

educandos possuem diferentes tempos de aprendizagem.

O processo avaliativo deve ser um recurso pedagógico, que considera

erros e acertos como elementos sinalizadores para seu replanejamento, ou seja,

toma o erro como ponto de partida para rever caminhos, para compreender e agir

sobre o processo de construção do conhecimento matemático.

No que se refere à avaliação em matemática, considerando o perfil do

educando jovem, adulto e idoso, pontua-se alguns indicativos a serem

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contemplados pelos educadores:

• Considerar todas as formas de raciocínio, ou seja, os procedimentos/métodos utilizados pelo educando para resolver uma determinada situação-problema;

• resultado não é o único elemento a ser contemplado na avaliação matemática, pois, mesmo que este não esteja de acordo, ele pode ter se utilizado de métodos coerentes, equivocando-se em apenas parte do processo de desenvolvimento do raciocínio matemático.

• erro deve ser considerado como ponto de partida para rever caminhos, compreendendo todo o processo de construção do conhecimento matemático.

Portanto, a avaliação da aprendizagem matemática considerada como

mecanismo diagnóstico, deverá englobar todas as instâncias que compõem a

escola: currículo, planejamento, metodologia, conteúdos, o educando, o educador

e a própria escola.

Entendida como processo, a avaliação deverá possibilitar uma constante

elaboração e reelaboração não só do conhecimento produzido, mas da ação

pedagógica como um todo. Deve considerar os caminhos percorridos pelos

alunos, as tentativas de solucionar problemas que lhe são propostos e a partir do

diagnóstico de suas deficiências procurar ampliar sua visão, o seu saber sobre o

conteúdo em estudo.

A recuperação de estudos objetiva assegurar a aquisição dos conceitos

pode ser tratada como um processo de busca da compreensão, devendo ser

participativa, de forma a permitir que o aluno expresse suas inseguranças, tenha

oportunidade de se aprimorar e sanar suas dificuldades. Para tanto, o professor

deve diagnosticar as dificuldades e facilidades do aluno e procurar compreender

seu processo de aprendizagem.

Serão realizadas no mínimo seis avaliações, buscando-se que o aluno

atinja a aprendizagem de 100% dos conteúdos trabalhados. Após cada avaliação,

serão oportunizadas retomadas dos conteúdos e novas avaliações a todos os

alunos.

Os instrumentos de avaliação serão trabalhos individuais e coletivos,

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testes escritos, tarefas extraclasse, debates, questionamentos orais e/ou escritos

e desenvolvimento de pesquisas. Dar-se-á relevância à atividade crítica, à

capacidade de síntese e o crescimento pessoal do aluno.

Os alunos com necessidades especiais também devem apresentar

avanços, obviamente sendo consideradas suas limitações. A esses alunos dar-se-

á atendimento individualizado e serão propostas atividades complementares

sempre que se julgar necessário.

REFERÊNCIAS

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Horizonte: Autêntica, 2001.

BOYER, C. B. História da matemática. Tradução: Elza F. Gomide. São Paulo>

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ensino fundamental: 5ª a 8ª série: introdução.

DUARTE, Newton. O ensino de matemática na educação de adultos. São

Paulo: Cortez, 1994.

FONSECA, Maria da Conceição F.R. Educação Matemática de Jovens e

Adultos: especificidades, desafios e contribuições. Belo Horizonte: Autêntica,

2002.

FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.

MIGUEL, Antonio; MIORIM, Maria Ângela. História na Educação Matemática:

propostas e desafios. Belo Horizonte: Autêntica. 2005.

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Estado de Educação, 2008.

PAIS, L. C. Didática da matemática – uma análise da influência francesa. Belo

Horizonte: Autêntica, 2001.

NAGEL, Lízia Helena. Em questão: profissionalismo no ensino. Maringá: UEM,

2003(texto digitado).

PEREZ, Geraldo. Prática reflexiva do professor de matemática. In: BICUDO,

Maria Aparecida Viggiani; BORBA, Marcelo de Carvalho (org.). Educação

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240

Matemática: pesquisa em movimento. São Paulo: Cortez, 2004.

PETRONZELLI, Vera Lúcia Lúcio. Educação Matemática e a aquisição do

conhecimento matemático: alguns caminhos a serem trilhados, 2002.

(Dissertação de Mestrado, UTP) 166p.

SMOLE, K. S., DINIZ, M. I. Ler escrever e resolver problemas. Porto Alegre:

ARTMED, 2001.

ZEKCER, Israel. Adolescente também é gente! São Paulo: Summus, 1985.

KRAMER, Sônia. A Política do pré-escolar no Brasil: A arte do disfarce. 7ª

edição. São Paulo: Cortez, 2003.

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DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

O processo de ensino de Língua Portuguesa no Brasil iniciou-se com a

educação jesuítica. Essa educação foi o instrumento fundamental na formação da

elite colonial, ao mesmo tempo em que se propunha a “alfabetizar” e “catequizar”

os indígenas (MOLL, 2006, p. 13). A concepção de educação e o trabalho de

escolarização dos indígenas estavam vinculados ao entendimento de que a

linguagem reproduzia o modo de pensar.

Em 1758, com o intuito de tornar hegemônica a Língua Portuguesa em

todo o território, o Marquês de Pombal instituiu um decreto proibindo a Língua

Geral impondo a Língua Portuguesa como idioma oficial do Brasil, primeira

tentativa de efetivar a hegemonia da Língua Portuguesa na Colônia. O ensino, até

então dominado pelos jesuítas, não se limitava mais às escolas de ler e contar, ou

escolas elementares, dirigidas à população indígena. Mesmo com essas

mudanças, o ensino de português continuava ineficiente, ministrado por

professores despreparados, voltado para a elite da colônia que continuaria seus

estudos na Europa.

Esse quadro continuou até a vinda da família real para o Brasil, em 1808,

quando surgiram aqui as primeiras instituições de ensino superior, privilegiando

ainda a classe dominante do Brasil-Colônia. A população menos favorecida

continuou sem acesso à língua usada nas escolas. Em 1837, as disciplinas de

Gramática, Retórica e Poética (Literatura) foram incorporadas ao currículo. A

partir de 1871, o conteúdo gramatical ganhou a denominação de Português, data

em que no Brasil, por decreto Imperial, foi criado o cargo do Professor de

Português. Nesse período, o Latim começou a perder prestígio com a valorização

da língua nacional, fato esse, no contexto do movimento romântico, coincidindo

com a Proclamação da Independência e os ideais burgueses de consolidação do

poder em uma nação recém constituída.

A partir da metade do século XX, com a expansão do ensino primário

público, o trabalho com a Língua Portuguesa, já sob a concepção tecnicista,

passou a ser baseado em exercícios de memorização e contribuía para a

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consolidação da ditadura militar, “impondo uma formação acrítica e passiva”,

muito eficiente para aquele contexto. Mantendo essa ótica, a lei 5692/71 mudou o

Português para Comunicação e Expressão (1° Grau) e Comunicação em Língua

Portuguesa (2° Grau). Nesse período, a teoria da comunicação de Jakobson

postulava o ensino da disciplina referente à língua materna.

Ainda na década de 70 outras teorias a respeito da linguagem passaram

a ser debatidas. Desses debates, surgiu o questionamento sobre a eficácia das

aulas de gramática no ensino de português, embora a prática em sala de aula

continuasse pautada em livros didáticos que reforçavam a concepção tradicional

de linguagem não “possibilitando a todos os estudantes o aprimoramento no uso

da língua materna tanto no ensino da língua propriamente dito, quanto no trabalho

com a literatura.” (Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa, 2008, p. 11).

O objetivo do trabalho com textos literários era pretexto para exercícios

gramaticais ou a transmissão de valores religiosos, morais e cívicos, com o intuito

de formar cidadãos respeitadores da ordem estabelecida. Nesse período, o

ensino de Literatura ocorria somente no segundo grau com ênfase em aspectos

estruturais e/ou historiográficos, no qual cabia ao professor a condução da análise

literária, e aos alunos, a condição de meros ouvintes, sem papel ativo no

processo de leitura. Tal

prática pode ser compreendida pela análise do contexto da época: à ditadura

militar não era interessante despertar o espírito crítico e criador dos alunos, pois

era compreendida como subversiva por levar o sujeito à reflexão e à

compreensão de si mesmo e do mundo. Assim, a literatura perdia muito do seu

valor como instrumento para ampliação do conhecimento, da reflexão e visão de

mundo do leitor.

A partir de 1979, com os cursos de pós-graduação houve o aumento de

uma elite de professores e pesquisadores voltados para o pensamento e

discussões críticas em relação aos rumos da Educação. Esse fato aliado à

abertura política da época possibilitou, a partir dos anos 80, os estudos

linguísticos centrados no texto e na interação social das práticas discursivas,

apoiados na pedagogia histórico crítica, educação como mediação da prática

social. “A prática social, põe-se , portanto, como ponto de partida e ponto de

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243

chegada da prática educativa” (SAVIANI, 2007, p. 420).

Novas concepções sobre aquisição da Língua Materna chegaram ao

Brasil quando as primeiras obras do Círculo de Bakhtin passaram a ser estudadas

nos meios acadêmicos. Surgiram daí produções teóricas que influenciaram

mudanças no ensino da língua não mais voltado a teorias gramaticais, mas que

possibilitassem o domínio efetivo de falar, ler e escrever, nesse sentido, a

linguagem passaria a ser vista como fenômeno social, pois nasce da necessidade

de interação (política, social, econômica) entre os homens. (DCE, 2009, p. 16).

A partir dessas mudanças influenciadas por Bakhtin, o ensino de língua

materna “requer que se considerem os aspectos sociais e históricos em que o

sujeito está inserido, bem como o contexto de produção do enunciado” (DCE,

2009, p.16). Nesse sentido, o discurso oral ou escrito é fundamental para o

processo de ensino/aprendizagem da língua, porque é a partir dele que se

concretizam experiências reais do uso da língua, do uso da palavra em toda sua

amplitude. Enfim, o ensino pautado nessa teoria considera que a aprendizagem

não ocorre a partir de elementos linguísticos isolados, ela acontece a partir do

trabalho com o texto. No entanto, é preciso lembrar que texto não se restringe à

formalização do discurso oral ou escrito, isso porque ele abrange um antes e um

depois, portanto não pode ser pensado apenas em seus aspectos formais, uma

vez que é a linguagem em uso efetivo.

Para Bakhtin, os textos podem ser agrupados em gêneros discursivos,

porém essa definição não limita o texto a determinada propriedade formal, isso

porque “antes de o gênero constituir um conceito, é uma prática social e deve

orientar a ação pedagógica com a língua” (DCE, 2009, p.19). O trabalho

pedagógico desenvolvido a partir dos gêneros é importante uma vez que muitos

deles já fazem parte do cotidiano dos alunos. A escola não deve priorizar apenas

textos didatizados, mas trabalhar textos presentes nas diversas esferas da

sociedade, possibilitando ao aluno a inserção social no sentido de poder formular

seu próprio discurso e interferir na sociedade da qual faz parte.

O trabalho com diferentes gêneros não exclui o ensino de gramática, nem

impede que o professor apresente regras gramaticais aos seus alunos contudo,

essas regras precisam reforçar a compreensão de como se estrutura um texto,

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244

como essas regras se juntam para produzirem determinados efeitos de sentido, e

não se centrar apenas em suas nomenclaturas e classificações.

Com esse trabalho, considera-se o processo dinâmico e histórico nos

agentes verbais e assim se assume uma concepção de linguagem como

fenômeno social. Nesse sentido, é preciso que a escola seja um espaço que

promova, por meio de uma gama de textos com diferentes funções sociais, o

letramento do aluno, nas práticas de uso da língua, ou seja, de leitura, oralidade e

escrita. Portanto, o trabalho com gêneros deverá levar em conta que a língua é

instrumento de poder e que o acesso ao poder, ou sua crítica, é legítimo e é de

direito para todos os cidadãos.

Dessas considerações, evidencia-se que as DCEs (2009) propõem o

trabalho com uma língua “viva dialógica, em constante movimentação,

permanentemente reflexiva e produtiva” (p. 48). Para isso, é importante que a

escola considere as práticas linguísticas que o aluno apresenta ao ingressar nela

para, posteriormente, trabalhar os saberes relativos ao uso da norma padrão e o

acesso aos conhecimentos que levem à construção do multiletramento pela

leitura, escrita e oralidade como forma de participação na sociedade letrada.

OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA

Privilegiar o texto, a partir de um trabalho pedagógico em que estejam

articuladas as três práticas: a leitura, oralidade, escrita e a análise lingüística,

relacionadas às situações reais de comunicação.

Empregar a língua oral em diferentes situações de uso, sabendo adequá-

la a cada cotidiano e posicionando-se diante dos mesmos;

Desenvolver o uso da língua escrita em situações discursivas realizadas

por meio de práticas sociais, considerando-se os interlocutores, os seus objetivos,

o assunto tratado, os gêneros e suportes textuais e o contexto de

produção/leitura;

Refletir sobre os textos produzidos, lidos ou ouvidos, atualizando o

gênero e tipo de texto, assim como os elementos gramaticais empregados na sua

organização;

Aprimorar, pelo contato com os textos literários, a capacidade de

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245

pensamento crítico e a sensibilidade estética dos alunos, propiciando através da

Literatura, a constituição de um espaço dialógico que permita a expansão lúdica

do trabalho com as práticas da oralidade, da leitura e da escrita;

Divulgar e produzir de conhecimentos, bem como atitudes, posturas e

valores que eduquem cidadãos quanto à pluralidade etnicorracial, tornando-os

capazes de integrar e de negociar objetivos comuns que garantam, a todos,

respeito aos direitos legais e valorização de identidade, na busca da consolidação

da democracia brasileira.

Garantir aos alunos os instrumentos necessários para a consolidação dos

direitos e deveres de cidadãos.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

A Diretriz Curricular propõe para a disciplina de Língua Portuguesa a

concepção de linguagem como prática que se efetiva nas diferentes instâncias

sociais tendo como conteúdo estruturante, nesta perspectiva, o Discurso

enquanto prática social.

Para Bakhtin (1999), o discurso é efeito de sentido entre interlocutores,

não é individual, não é um fim em si mesmo, mas tem uma atitude responsiva a

outros textos. Sendo portanto, constituído de atividades que concretizem práticas

do uso real da língua materna nele estarão presentes os conceitos oriundos da

Linguística, Sociolinguística, Semiótica, Pragmática, Estudos Literários,

Semântica, Morfologia, Sintaxe, Fonologia, Análise do Discurso, Gramáticas

Normativas, Descritiva, entre outros, de modo a contribuir com o aprimoramento

da competência linguística dos estudantes.

A partir do conteúdo estruturante inserem-se os conteúdos básicos que

são os gêneros discursivos a serem trabalhados pelas práticas de leitura,

oralidade, escrita e análise linguística de acordo com as necessidades e os

objetivos pretendidos.

As Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná de Língua Portuguesa

(PARANÁ, 2008, p. 50-90) propõem que o trabalho com a língua, na sala de aula,

deve partir da linguagem em uso. “A disciplina vai considerar os gêneros

discursivos que circulam socialmente, com especial atenção àqueles de maior

exigência na sua elaboração formal”. “O professor de Língua Portuguesa precisa,

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246

então, propiciar ao educando a prática, a discussão, a leitura de textos das

diferentes esferas sociais (jornalística, literária, cotidiana, etc). “Caberá ao

professor selecionar os gêneros a serem trabalhados, não se prendendo à

quantidade, mas sim, preocupando-se com a qualidade do encaminhamento, com

a compreensão do uso do gênero e de sua esfera de circulação’. As DCEs

destacam, ainda, que ao escolher um gênero nem sempre todas as práticas

necessitam ser abordadas, tudo dependerá dos objetivos e das intenções do

gênero selecionado para o trabalho.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS/ GÊNEROS TEXTUAIS

• Leitura, interpretação e produção de diversos gêneros:poemas, cartas,

bilhetes, histórias em quadrinhos, letras de música, paródias, anúncios,

publicitários, contas de água e luz, documentos, textos folclóricos, lúdicos, textos

de linguagem visual.

• Reconhecimento da tipologia textual (noção).

• Classes gramaticais presentes em cada texto.

• Re-escrita dos textos observando: paragrafação, pontuação, uso de

pronomes, sinônimos, letra maiúscula, dificuldades ortográficas, variações

linguísticas.

• Apresentações orais.

• Leitura, interpretação e produção de diversos gêneros de textos:,

anúncios publicitários, histórias em quadrinhos, diários, poemas, autobiografia,

paráfrases, paródias, letras de músicas, textos do folclore, gírias, enquête (ênfase

aos

textos narrativos e descritivos).

• Estrutura de cada tipo de texto.

• Aspectos sintáticos gramaticais e morfológicos relacionados ao texto.

• Denotação e conotação, sinônimo e antônimo.

• Re-escrita dos textos.

• Apresentações orais

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247

• Leitura, interpretação e produção de diversos tipos de textos:

narrativos, descritivos e informativos, dissertativos, anúncios publicitários,

charges, entrevistas, paródias, paráfrases, letras de música, linguagem visual,

folclores (ênfase

em todos os textos dissertativos), histórias em quadrinhos.

• Estrutura de cada tipo textual.

• Aspectos sintáticos gramaticais e morfológicos relacionados ao texto.

• Re-escrita dos textos.

Apresentações orais.

• Leitura, interpretação e produção de diversos tipos de textos:

narrativos, descritivos e informativos, poemas, charge, linguagem visual, notícias,

instrutivos, prescritivos (ênfase em todos os textos dissertativos e jornalísticos),

histórias em quadrinhos.

• Re-escrita dos textos.

• Apresentações orais.

• Denotação e conotação, figuras de linguagem.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS DA DISCIPLINA

Os encaminhamentos metodológicos no ensino de Língua seguem os

princípios de interação, base da concepção adotada para a disciplina da Língua

Portuguesa, numa perspectiva sócio interacionista, baseada nas teorias do

Círculo de Bakhtin.

A Língua é o meio e o suporte para outros conhecimentos, portanto o

trabalho com a Teoria Interacionista da Linguagem possibilita ao educando

interagir criticamente em relação às diferentes linguagens, contextos sociais e

culturas, de modo a enriquecer sua aprendizagem global: oralidade – leitura e

escrita.

A base teórica que subsidia as discussões sobre a linguagem, concentra-

se na abordagem enunciativo discursiva de BAKHTIN (91929/1953), que dá

ênfase ao processo de interação verbal ao enunciado.

METODOLOGIA

PRÁTICAS DISCURSIVAS

A interação pela linguagem materializa-se em textos orais, escritos e

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visuais, pois, quanto maior o contato com a linguagem, na diversidade textual,

mais possibilidades se têm de entender o texto como material verbal e não-verbal

carregado de intenções e de visões de mundo.

Nessa concepção de língua, o texto é visto como lugar onde os participantes

da interação dialógica se constroem e são construídos, é a linguagem em uso

efetivo em sua dimensão dialógica presente em atividades que possibilitem

experiências reais de uso da língua materna, abrangendo, além dos textos

escritos e falados, a interação da linguagem verbal com as outras linguagens (as

artes visuais, a música, o cinema, a fotografia, a semiologia gráfica, o vídeo, a

televisão, o rádio, a publicidade, os quadrinhos, as charges, a multimídia e todas

as formas infográficas ou qualquer outro meio linguageiro criado pelo homem),

percebendo seu chão comum (são todas as praticas sociais, discursivas) e suas

especificidades (seus diferentes suportes tecnológicos, seus diferentes modos de

composição e de geração de significados) (FARACO, 2002, p.101).

Dessa forma, os interlocutores vão construindo sentidos e significados ao

longo das suas trocas linguísticas orais ou escritas e mantêm com a língua e

entre si conhecimentos prévios, atitudes. Tudo isto pelo contexto social em que

ocorre a interlocução numa perspectiva interdisciplinar.

Nesta perspectiva, quanto maior o contato com a linguagem na

diversidade textual, mais possibilidades se têm de entender o texto carregado de

intenções e visões de mundo.

A ação pedagógica pauta-se na interlocução e em atividades planejadas

que possibilitem refletir sobre o uso que se faz da linguagem em diferentes

contextos e situações.

A linguagem - Língua materna será vista, assim, como atividade que se

realiza historicamente entre sujeitos, constituindo-se, os sujeitos e a linguagem,

nos múltiplos discursos e vozes que a integram. “Se os gêneros discursivos são

fundamentais para o trabalho pedagógico com a linguagem verbal, os conceitos

de texto, de leitura não se restringem, aqui, a linguagem escrita: eles abrangem,

além dos textos escritos e falados, a integração da linguagem verbal com as

outras linguagens (as artes visuais, a música, o cinema, a fotografia, a semiologia

gráfica, o vídeo, a televisão, o rádio, a publicidade, os quadrinhos, as charges, e

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todas as formas infográficas ou qualquer outro meio linguageiro criado pelo

homem), percebendo seu chão comum e os modos de composição e de geração

de significados.” (Faraco, Apud Kuenzer, 2000).

Essas atividades possibilitam aos alunos e professores experiências

reais de uso da língua materna. Diante de um texto não se torna mais adequada a

pergunta “o que ele quer dizer?” mas “como ele funciona?”. Como é um bom

texto, como se organiza, como se estrutura.

A função do professor da Língua portuguesa e Literatura é ajudar seus

alunos a ampliarem os domínios de uso das linguagens verbais e não verbais por

meio de contato direto com textos dos mais variados gêneros, orais ou escritos,

engendrados pelas necessidades humanas enquanto falantes do idioma. Dessa

forma, o professor é um agente eficaz de alavancamento das relações inter e

multidisciplinares. Dar-se-á um tratamento diferenciado ao erro , apontando para

uma valorização (à variação) e para a superação , conforme se posicione o olhar

no campo do ensino da Língua propriamente ou no campo dos estudos Literários.

Determinados usos linguísticos válidos para um nível informal do discurso podem

não ser válidos para um outro discurso no nível mais formal. Portanto, os alunos,

por meio desse trabalho, conseguirão perceber as relações de poder existente

atrás de cada gênero, como também ingressar no mercado de trabalho e executar

com segurança o comando confiado.

Enfim, possibilitar aos alunos a educação para a criatividade, para a

liberdade para não discriminação e para o exercício da cidadania trocas

linguísticas orais ou escritas e mantêm com a língua e entre si conhecimentos

prévios, atitudes. Tudo isto pelo contexto social em que ocorre a interlocução

numa perspectiva interdisciplinar.

Nesta perspectiva, quanto maior o contato com a linguagem na

diversidade textual, mais possibilidades se têm de entender o texto carregado de

intenções e visões de mundo.

A ação pedagógica pauta-se na interlocução e em atividades planejadas

que possibilitem refletir sobre o uso que se faz da linguagem em diferentes

contextos e situações.

O papel da Língua Portuguesa e Literatura é desvelar as cristalizações

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de verdade da língua, possibilitando aos educandos o entendimento do poder

configurado pelas diferentes práticas discursivas, sociais, o aprimoramento do

domínio discursivo no âmbito da oralidade e da escrita e a interferência nas

relações de poder com seus próprios pontos de vista, fazendo deslizar o “signo

verdade poder” em direção a outras significações, permitindo dessa forma, aos

alunos, a emancipação e a autonomia em relação ao pensamento e as práticas

de linguagem, imprescindíveis ao convívio social.

A linguagem - Língua materna será vista, assim, como atividade que se

realiza historicamente entre sujeitos, constituindo-se, os sujeitos e a linguagem,

nos múltiplos discursos e vozes que a integram. “Se os gêneros discursivos são

fundamentais para o trabalho pedagógico com a linguagem verbal, os conceitos

de texto, de leitura não se restringem, aqui, a linguagem escrita: eles abrangem,

além dos textos escritos e falados, a integração da linguagem verbal com as

outras linguagens (as artes visuais, a música, o cinema, a fotografia, a semiologia

gráfica, o vídeo, a televisão, o rádio, a publicidade, os quadrinhos, as charges, e

todas as formas infográficas ou qualquer outro meio linguageiro criado pelo

homem), percebendo seu chão comum e os modos de composição e de geração

de significados.” (Faraco, Apud Kuenzer, 2000).

Essas atividades possibilitam aos alunos e professores experiências

reais de uso da língua materna. Diante de um texto não se torna mais adequada a

pergunta “o que ele quer dizer?” mas “como ele funciona?”. Como é um bom

texto, como se organiza, como se estrutura.

Enfim, possibilitar aos alunos a educação para a criatividade, para a

liberdade, para não discriminação e para o exercício da cidadania.

METODOLOGIA

PRÁTICAS DISCURSIVAS

A interação pela linguagem materializa-se em textos orais, escritos e

visuais, pois, quanto maior o contato com a linguagem, na diversidade textual,

mais possibilidades se têm de entender o texto como material verbal e não-verbal

carregado de intenções e de visões de mundo.

Nessa concepção de língua, o texto é visto como lugar onde os

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participantes da interação dialógica se constroem e são construídos, é a

linguagem em uso efetivo em sua dimensão dialógica presente em atividades que

possibilitem experiências reais de uso da língua materna, abrangendo, além dos

textos escritos e falados, a interação da linguagem verbal com as outras

linguagens (as artes visuais, a música, o cinema, a fotografia, a semiologia

gráfica, o vídeo, a televisão, o rádio, a publicidade, os quadrinhos, as charges, a

multimídia e todas as formas infográficas ou qualquer outro meio linguageiro

criado pelo homem), percebendo seu chão comum (são todas as praticas sociais,

discursivas) e suas especificidades (seus diferentes suportes tecnológicos, seus

diferentes modos de composição e de geração de significados) (FARACO, 2002,

p.101).

Dessa forma, os interlocutores vão construindo sentidos e significados ao

longo das suas trocas linguísticas orais ou escritas e mantêm com a língua e

entre si conhecimentos prévios, atitudes. Tudo isto pelo contexto social em que

ocorre a interlocução numa perspectiva interdisciplinar.

Nesta perspectiva, quanto maior o contato com a linguagem na

diversidade textual, mais possibilidades se têm de entender o texto carregado de

intenções e visões de mundo.

A ação pedagógica pauta-se na interlocução e em atividades planejadas

que possibilitem refletir sobre o uso que se faz da linguagem em diferentes

contextos e Oralidade.

O ensino da língua oral está previsto nas Diretrizes, porém muitas vezes

é confundido com atividades de leitura em voz alta e conversas informais, que

não preparam para contextos de comunicação.

“Não basta, portanto, que atividades de linguagem oral sejam

consideradas apenas como oportunidades de interação oral com o professor e os

colegas, elas precisam ser planejadas para o desenvolvimento de habilidades de

produção e recepção de textos orais frequentes em situações formais. (SOARES,

199 P.22)

A língua oral está organizada em gêneros (entrevistas, debates,

seminários, depoimentos, etc.), por isso o trabalho com gêneros orais aponta para

diferentes caminhos, como: depoimentos sobre situações significativas

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vivenciadas pelo aluno ou pessoas do seu convívio, dramatização, recado, elogio,

explicação, contação de histórias, declamação de poemas, toca de opiniões,

debates, seminários, júri- simulados entra outras atividades argumentativas.

Nas propostas de atividades orais, o aluno refletirá tanto a partir da sua

fala quanto da fala do outro sobre:

• O conteúdo temático do texto oral;

• Elementos composicionais, formais e estruturais dos diversos gêneros

usados em diferentes esferas sociais;

• A unidade de sentido do texto oral;

• Os argumentos utilizados;

• As diferenças lexicais sintáticas e discursivas próprias da fala formal e a

informal

A Prática da Leitura

Na concepção de linguagem proposta pelas Diretrizes Curriculares da

Educação Básica de Língua Portuguesa, a leitura é percebida como um ato

dialógico, interlocutivo. Nesse processo, o leitor baseado em seu conhecimento

linguístico, nas experiências e na sua vivência sociocultural deve ter um papel

ativo na leitura para, como coprodutor, procurar nos textos pistas formais,

formular e reformular hipóteses, aceitar ou rejeitar conclusões.

Ler é ter contato com os diferentes textos produzidos e disponíveis nas

diversas esferas sociais: jornalística, artística, judiciária,

científica, didático- pedagógica, cotidiana, midiática, literária, publicitária,

etc. Neste processo incluem-se as linguagens não-verbais, a leitura de imagens

como: fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais e virtuais, capacitando os

educandos para o multi letramento, proposto nas Diretrizes, para a Língua

Portuguesa.

O contato com diferentes textos deve proporcionar aos alunos uma

atitude crítica e responsiva, que leve a leituras significativas, mediadas pelo

professor, na busca de um sujeito atuante nas práticas de letramento da

sociedade.

Pelas estratégias de leitura o aluno deve ser capaz de perceber as

intenções dos textos, muitas vezes manipuladas pelos implícitos nos elementos

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da linguagem. Deve-se considerar, mesmo diante da pluralidade de leituras de

alguns textos, o contexto de produção sócio histórico, a finalidade, o interlocutor e

o gênero textual.

As possibilidades de leitura variam dependendo da esfera social e do

gênero discursivo a que os textos pertencem, sendo necessário planejar as

estratégias de leitura de acordo com a finalidade pretendida com a leitura.

Nesse sentido, devemos considerar, também, os suportes de publicação

dos textos, pois, tendo em vista as finalidades, não se lê uma crônica publicada

em um jornal da mesma forma que a publicada em um livro. No jornal temos que

considerar a data de publicação, a fonte, os acontecimentos e a relação entre a

crônica e as notícias veiculadas no suporte, diferente da leitura da crônica no

livro, representativa do cotidiano independente de outros interesses, a exemplo do

jornal.

As estratégias de leitura devem ser adequadas aos gêneros trabalhados.

A leitura de um poema é diferente da leitura de um texto de opinião. No texto

poético atenta-se para o valor estético, o conteúdo temático, os sentimentos, as

figuras de linguagem, as intenções; no artigo de opinião é importante destacar o

local e a data de publicação, contextualizar a temática, dialogar com os

argumentos, observar os operadores argumentativos que revelam o

posicionamento do autor.

Especial atenção deve ser dada aos textos não-verbais como: a charge, a

caricatura, as imagens, as telas de pintura, os símbolos, como possibilidades de

leitura em sala de aula, o que exige que o aluno-leitor esteja atento aos detalhes

dos traços, cores, formas, desenhos. Tratando-se de infográficos, tabelas,

esquemas, é necessário associar o verbal ao não-verbal, uma vez que são

leituras de se correspondem, se complementam.

A esfera digital é outra forma de leitura que se faz necessária na

atualidade e, por sua especificidade, comparada a outros gêneros e suportes,

exige novas estratégias. Para a leitura de hipertextos o leitor tem que estar atento

ao tempo, o ritmo, a velocidade, o movimento, o som, o diálogo com outras

linguagens.

No trabalho com a grande diversidade textual é fundamental considerar o

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contexto de produção e circulação para planejar as atividades de leitura.

Numa atividade de interpretação/compreensão de um texto devemos

considerar o conhecimento de mundo, conhecimentos linguísticos, da situação

comunicativa, dos interlocutores envolvidos, dos gêneros e suas esferas de

circulação, do suporte em que está publicado e o diálogo com outros textos, a

intertextualidade.

Para Koch (2003, p.24) esse trabalho fundamenta-se em três estratégias:

• Cognitivas: representadas pelas inferências, a focalização, a busca de

relevância;

• Socioinstitucionais: preservação das faces, polidez,

atenuação, atribuição de causas a (possíveis) mal-entendidos etc.;

• Textuais: decisões concernentes à textualização, feitas pelo produtor do

texto, tendo em vista seu projeto “projeto de dizer”, ( pistas, marcas, sinalizações).

• Nas práticas de leitura, o professor deve propiciar aos alunos atividades

que levem à reflexão e discussão do gênero a ser trabalhado observando: o

conteúdo temático, a finalidade, os interlocutores, as vozes presentes no discurso,

o papel social, as ideologias, os argumentos e a intertextualidade presentes nos

textos.

Ao selecionar os textos é importante considerar no contexto da sala de

aula, as experiências de leitura dos alunos e seus horizontes de expectativas para

lhes oferecer textos que ampliem suas possibilidades de leitura.

LITERATURA

O encaminhamento metodológico para o trabalho com a Literatura

sugerido nas Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa (Paraná, 2008)

fundamenta-se nos pressupostos teóricos da Estética da Recepção e na Teoria

do Efeito, especificamente no Método Recepcional de Maria da Glória Bordini e

Vera Teixeira de Aguiar.

Nesta proposta de trabalho o leitor tem um importante papel como sujeito

ativo no processo de leitura da obra e, pelo debate reflexivo, tem a possibilidade

de ampliar seus horizontes de expectativas. A proposta divide-se em cinco etapas

cabendo ao professor delimitar o tempo de execução de cada uma, de acordo

com seu Plano de Trabalho Docente e a turma a ser trabalhada.

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Segundo Bordini e Aguiar (1993) a proposta tem como objetivos: efetuar

leituras compreensivas e críticas; ser receptivo a novos textos e leituras;

questionar o horizonte cultural e, pela leitura, transformar os horizontes de

expectativas dos envolvidos na comunidade escolar, familiar e social.

Na primeira etapa, momento de determinação do horizonte de expectativas

do leitor, o professor deve interar-se sobre a realidade sociocultural dos

educandos, pela observação diária em sala de aula, analisando os interesses e o

nível da leitura, no contato com os livros, pelas discussões dos textos e as visitas

à biblioteca.

Após essa investigação, ao determinar o horizonte de expectativas, o

professor deve apresentar aos alunos textos que sejam próximos ao seu

conhecimento de mundo e às suas experiências de leitura. Nesta fase é

importante priorizar obras e textos que permitam suscitar o senso crítico,

possibilitem o interesse por autores consagrados, pelos clássicos da Literatura.

Nesta fase, no trabalho com o Método Recepcional, ocorre a ruptura com

o horizonte de expectativas. Ao aprofundar seus conhecimentos literários os

alunos distanciam-se do senso comum, gerando novas expectativas de leituras e,

consequentemente, pela reflexão e tomada de consciência de suas aquisições,

ampliam seus conhecimentos.

É preciso enfatizar que o trabalho com a Literatura em qualquer nível

deve partir da leitura do aluno, pois, como leitor, é ele quem atribui significados,

dá vida ao que lê, conforme seus conhecimentos prévios, linguísticos e de mundo.

Daí a importância de partir da recepção dos alunos para, ao percebê-la, buscar

aprofundar a leitura e ampliar seus horizontes de expectativas.

A Literatura, como produção humana, está ligada à vida social, às

relações dialógicas em vários contextos. É percebida como a arte que transforma

e humaniza o homem e a sociedade (Cândido, 1972). Sendo assim é função da

escola, do professor trabalhar a Literatura em sua dimensão social e estética,

representada pela tríade obra/autor/leitor.

Devemos, pelas práticas de leitura, levar nossos

educandos a perceberem, as pistas, as estruturas de apelo que direcionam para

as significações do texto, para uma leitura coerente. É importante enfatizar com

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os alunos que apesar das lacunas preenchidas pelo conhecimento prévio de cada

leitor, o texto não está aberto a qualquer interpretação.

Segundo Bordini e Aguiar (1993), ao buscar encaixar o texto literário

dentro das expectativas de seu horizonte de valores, o leitor pode confirmá-lo ou

perturbá-lo por tudo o que julga conhecer e aceitar. Pela orientação, o professor

deve levar o aluno/leitor a um questionamento, a uma auto-avaliação a partir dos

textos trabalhados.

A última etapa do método recepcional caracteriza-se pela ampliação do

horizonte de expectativas após uma reflexão e tomada de consciência das

aquisições que levam, por sua vez, a aprimorar e ampliar os conhecimentos

anteriores. O professor nesta etapa tem um papel fundamental como o mediador

do processo ensino/aprendizagem, pois, independente do nível ou etapa da

escolaridade do educando (Ensino Fundamental ou Médio) deve, no trabalho com

textos literários, levá-lo a entender que é o leitor quem atribui sentidos,

significados ao que lê de acordo com seus conhecimentos prévios, ou seja, de

mundo.

Neste sentido, é importante que os educandos sejam sensibilizados,

provocados ao aproximarem-se dos textos literários para, ao ler, sentirem-se

coautores dos textos trabalhados em sala de aula e fora dela. Outro ponto muito

importante na leitura de textos é a percepção de que a exploração dos sentidos,

significados se efetivam pelos elementos, pelas marcas linguísticas que os

compõem.

O processo de leitura exige que o professor seja, também, além de um

incentivador, um leitor perspicaz, pois dependendo de como faz a abordagem do

texto poderá despertar o gosto pela fruição da leitura, ou afastar os educandos

pela falta de expressividade, de atenção ao valor estético dos textos literários.

Tendo como foco o texto literário e, conforme, a intencionalidade o

professor oportunizará aos educandos experiências diferenciadas com práticas de

leitura, escrita e oralidade, com outros gêneros e formas de expressão como, por

exemplo, o desenho, a dramatização entre outras. Essas novas formas de

representação, contribuem para melhoria da qualidade de análise e interpretação

do texto literário.

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257

Desconsiderar o ritmo na leitura de alguns poemas significa comprometer

a compreensão e interpretação do texto, em outros esse fator não é relevante.

Determinados textos chamam atenção pela pontuação ou pelos elementos

lexicais que os constituem. A contextualização histórica/cultural para a

compreensão de alguns textos é imprescindível, apesar de não devermos ficar

presos à historiografia, estilos e época, em detrimento à valorização no momento

da produção e nos diferentes contextos de recepção quando a leitura, realmente,

se concretiza em diversas possibilidades.

Dentre essas possibilidades, faz-se necessário o professor, atento,

buscar estabelecer relações dialógicas, intertextuais, culturais, discursivas com

outros textos e, interdisciplinares, em outras áreas que possam, eventualmente,

partilhar, contribuir com o processo de significação dos textos literários. Podemos

exemplificar destacando as possibilidades de relações da Literatura com algumas

áreas de estudo, tais como: Literatura e Arte; Literatura e História/Geografia;

Literatura e Biologia; Literatura e Religião; Literatura e Filosofia/Sociologia entre

outras.

O trabalho com a Literatura deve, por meio da leitura de textos literários,

proporcionar aos educandos a possibilidade de estimular, aprofundar e melhorar a

capacidade de pensamento crítico, a sensibilidade estética e a expansão lúdica

da oralidade, leitura e escrita.

A Literatura, ao retratar, representar os segmentos sociais e humanos

proporciona práticas diferenciadas com o Conteúdo Estruturante da Língua

Portuguesa: O Discurso como Prática Social, pois, ao aprimorar o pensamento, o

conhecimento, sensibiliza, humaniza o ser.

Análise Linguística

As aulas de Língua Portuguesa são planejadas de maneira a contribuir

para a compreensão funcional e discursiva da gramática de modo que ela seja

relevante, funcional e contextualizada.

Fundamentados na concepção de que saber a língua é saber a sua

gramática em circunstâncias reais de comunicação, torna-se necessário vincular

os fatos gramaticais a situações contextualizadas, isto é, explorá-los no uso

discursivo, a partir e dentro do texto. Dessa forma, supera-se a rotina tradicional

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em que as atividades de leitura, produção e gramática são tratadas como

compartimentos estanques. O trabalho com a língua interrelaciona-se com as

práticas de leitura, produção e gramática.

A prática de AL é pautada na metodologia da reflexão baseada na

indução tendo como unidade privilegiada o texto e a produção de sentidos e seus

possíveis efeitos. A língua é concebida como ação interlocutiva situada, sujeita às

interferências dos falantes sendo ferramenta para a leitura e a produção de

textos.

Considerar-se-á, assim, a interlocução como ponto de partida para o

trabalho com o texto e os conteúdos gramaticais são estudados a partir de seus

aspectos funcionais na constituição na unidade de sentidos dos enunciados.

Assim sendo, o aluno será conduzido às atividades epilinguísticas e

metalinguísticas, à construção gradativa de um saber linguístico mais elaborado,

a um falar sobre a língua. É necessário que o professor selecione o gênero que

pretende trabalhar e, depois de discutir sobre o conteúdo temático e o contexto de

produção/ circulação, prepare atividades sobre a análise das marcas linguístico

enunciativas, entre elas:

Oralidade

• As variedades linguísticas e a adequação da linguagem ao contexto de

uso: diferentes registros, grau de formalidade em relação ao gênero discursivo;

• Os procedimentos e as marcas linguísticas típicas da conversação

(como a repetição, o uso das gírias, a entonação), entre outros;

• As diferenças lexicais, sintáticas e discursivas que caracterizam a fala

formal e a informal;

• Os conectivos como mecanismos que colaboram com a coesão e

coerência do texto, uma vez que tais conectivos são marcadores orais e, portanto,

devem ser utilizados conforme o grau de formalidade/informalidade do gênero,

etc.

Leitura

• As particularidades (lexicais, sintáticas e textuais) do texto em registro

formal e do texto em registro informal;

• A repetição de palavras (que alguns gêneros permitem) e o efeito

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produzido;

• O efeito de uso das figuras de linguagem e de pensamento (efeitos de

humor, ironia, ambiguidade, exagero, expressividade, etc);

• Léxico;

• Progressão referencial no texto;

• Os discursos direto, indireto e indireto livre na manifestação das vozes

que falam no texto.

No que se refere a escrita, num trabalho de re-escrita, o professor pode

selecionar atividades que reflitam sobre os aspectos discursivos, textuais,

estruturais e

normativos.

Nesse sentido que o aluno será capaz de construir os conhecimentos

sobre a língua e toda sua funcionalidade e dinamicidade, na medida em que o

professor realizar um trabalho constante de AL, seja a partir de textos de autores

e gêneros diversos, ou por meio dos textos produzidos pelos próprios alunos a

partir de um trabalho de re-escrita frequente, mediado pelo professor que

oportunizará- orientação, exercícios práticas.

Escrita

Refletir e analisar os aspectos:

• Discursivos (argumentos, vocabulário, grau de formalidade do gênero);

• Textuais (coesão, coerência, modalizadores,

operadores argumentativos, ambiguidades, intertextualidade, processo de

referenciação);

• Estruturais (composição do gênero proposto para a escrita/oralidade do

texto, estruturação de parágrafos);

• Normativos (ortografia, concordância verbal/nominal, sujeito, predicado,

complemento, regência, vícios da linguagem...);

• Dos recursos gráficos e efeitos de uso, como: aspas, travessão, negrito,

itálico, sublinhado, parênteses, etc.;

• Da pontuação como recurso sintático e estilístico em função dos efeitos

de sentido, entonação e ritmo, intenção, significação e objetivos do texto;

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• Do papel sintático e estilístico dos pronomes na organização,

retomadas e sequenciação do texto;

• o valor sintático e estilístico dos modos e tempos verbais em função

dos propósitos do texto, estilo composicional e natureza do gênero discursivo;

• Do efeito do uso de certas expressões que revelam a posição do falante

em relação ao que diz – expressões modalizadoras

(ex: felizmente, comovedoramente, etc.);

• Da associação semântica entre as palavras de um texto e seus efeitos

para coesão e coerência pretendidas;

• Dos procedimentos de concordância verbal e nominal;

Da função da conjunção, das preposições, dos advérbios na conexão do

sentido entre o que vem antes e o que vem depois em um texto.

Nessa perspectiva, o texto não serve apenas para o aluno identificar por

exemplo os adjetivos e classificá-los. Considera-se que o texto tem o que dizer,

há ideologias, vozes, e para atingir a sua intenção, utiliza-se de vários recursos

que a língua possibilita para criar diferentes efeitos de sentidos. (MENDOÇA,

2006, p 211)

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262

DISCIPLINA DE QUÍMICA

1- DIMENSÃO HISTÓRICA DA DISCIPLINA DE QUÍMICA E A IMPORTÂNCIA

PARA O MEIO SOCIAL POLÍTICO E ECONÔMICO.

O desenvolvimento dos saberes e práticas ligadas às transformações da

matéria estão presentes nas formações das diversas civilizações, estimulado por

necessidades humanas, tais como: a comunicação, o domínio do fogo e,

posteriormente, o domínio do processo de cozimento, necessários à

sobrevivência. Estes saberes (manipulação dos metais, vitrificação, pigmentos

coloridos, feitura dos ungüentos, chás, remédios, iatroquímica, entre outros ), em

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263

sua origem, não podem ser classificados como a ciência moderna denominada

Química, mas como um conjunto de ações e práticas que contribuíram para a

elaboração do conhecimento químico desde o século XVII.

A manipulação e a transformação da matéria, vem sendo aprimorada

desde a Pré-História, com o fato mais importante praticado pelo homem nessa

época sendo a descoberta do fogo, atritando dois pedaços de madeira, a partir

deste momento o homem aprendeu a manipular a argila, com a construção de

materiais cerâmicos, como fornos para trabalhar em altas temperaturas. Após

esse avanço no conhecimento químico, surge na idade antiga, os Egípcios,

gregos, fenícios e chineses, entre outros, conseguindo obter metais (ouro, ferro,

cobre, chumbo etc.), vidro, tecidos, bebidas alcoólicas (vinho e cerveja), sabões,

perfumes e duas ligas metálicas: o bronze (cobre e estanho) e o aço (ferro e

carvão). Já no antigo Egito, o fato mais notável foi a mumificação de cadáveres.

Na Grécia, se destacou a defesa da constituição atômica da matéria.

Após todos esses feitos surge na Idade Média século III, um conceito para

denominar a área da Química com o nome de alquimia ( árabe: al = a). Mistura de

ciência e bruxaria, desenvolvida pelos árabes. Nessa época os alquimistas tinham

dois grandes objetivos: obter o elixir da longa vida; conseguir a pedra filosofal,

que permitiria transformar um metal comum (ferro, cobre, chumbo etc.) em ouro

Segundo, Chassot (2004, p. 119). Tentando atingir esses objetivos, os árabes

obtiveram muitas substâncias (álcool, ácido clorídrico. ácido nítrico, ácido

sulfúrico, água-régia etc.) e construíram vidrarias e equipamentos para laboratório

de Química, usados até hoje (por exemplo, almofariz e alambique).

No final do século XIV e início do século XV, o contexto histórico do fim do

feudalismo, representado pelas aglomerações urbanas emergentes, pelas

péssimas condições sanitárias, pela fome, pelas pestes – em especial a peste

negra de 1347 gerou um desequilíbrio demográfico e problemas relacionados ao

trabalho, o qual também se modificava estruturalmente. A burguesia, classe social

emergente, começava a ocupar o espaço econômico e a comandar a

reestruturação do espaço e do processo produtivo. Este conturbado momento

histórico trazia a preocupação com a relação da mão-de-obra produtiva e os

estudos sobre substâncias minerais para a cura de doenças.

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Surge então na Idade Moderna química médica ou latroquímica (século

XVII). Nessa época, os químicos, liderados pelo suíço Paracelso, abandonaram

as duas metas alquimistas e passaram a descobrir substâncias que curavam

doenças (remédios).

No final do século XVIII, durante a Revolução francesa, a Química, a

exemplo da Física, torna-se uma ciência exata. O químico Lavoisier descobriu

que, durante as transformações químicas e físicas, ocorre a conservação da

matéria (Lei da Conservação da matéria). Foi com Lavoisier que se iniciou, na

Química, o método científico, que estuda os porquês e as causas dos fenômenos.

Neste contexto na idade contemporânea séculos XVIII a XXI começa a

curiosidade e a necessidade do conhecimento da estrutura do átomo. Sendo as

primeiras teorias baseadas na mecânica clássica newtoniana, com os modelos de

Dalton, Thonson, e Rutherford, em parte também Niels Bohr. Em seguida surge

Mecânica Quântica dos cientistas, Niels Bohr, Erwin Schrödinger, Werner

Heisenberg, Einstein, Louis de Broglie, Max Plank, Wolfgang P. revolucionando a

Ciência, em especial a Química e a Física.

Desde então a Química tecnológica toma seu lugar, principalmente com

avanços tecnológicos a partir da Primeira Guerra Mundial e ganhando impulso

com a Segunda Guerra mundial, desenvolvimento de bombas, armas, carros,

caminhões, medicamentos, navios, aviões, alimentos, equipamentos de

transmissão, computadores.

Nota – se a partir da dimensão histórica da área de Química o quanto a

disciplina ou área Química é importante nos setores econômico, social e político.

Por esses e outros fatores é importante que aluno da educação básica tenha a

aquisição de novos conhecimentos científicos relacionados a disciplina de

Química, possibilitando ao aluno a compreensão do processo de elaboração

desses conhecimentos com seus avanços, erros e conflitos, principalmente no

mundo em que vivemos hoje com a degradação da natureza provocada pelo

homem.

O ensino de Química pode revelar futuros cientistas, mas não só isso,

também, teremos na sociedade cidadãos mais conscientes que possam aplicar

seus conhecimentos no sistema produtivo, industrial e agrícola, assim como

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entender a importância dos elementos químicos, os métodos de preparação,

propriedades, aplicações e as correlações entre esses assuntos, capacitando os

alunos a tomarem suas próprias decisões em situações problemáticas,

contribuindo assim para o desenvolvimento do educando como pessoa humana e

como cidadão.

O objetivo da disciplina é formar um aluno que se aproprie dos

conhecimentos químicos e seja capaz de refletir criticamente sobre o período

histórico atual, como

•Descrever as transformações químicas em linguagens discursivas.

•Compreender os códigos e símbolos próprios da Química atual.

•Traduzir a linguagem discursiva em linguagem simbólica da Química e vice-

versa. Utilizar a representação simbólica das transformações químicas e

reconhecer suas modificações ao longo do tempo.

•Traduzir a linguagem discursiva em outras linguagens usadas em Química:

gráficos, tabelas e relações matemáticas.

•Identificar fontes de informação e formas de obter informações relevantes para o

conhecimento da Química (livro, computador, jornais, manuais etc).

•Compreender e utilizar conceitos químicos dentro de uma visão macroscópica

(lógico-empírica).

•Compreender os fatos químicos dentro de uma visão macroscópica (lógico-

formal).

•Compreender dados quantitativos, estimativa e medidas, compreender relações

proporcionais presentes na Química (raciocínio proporcional).

•Reconhecer tendências e relações a partir de dados experimentais ou outros

(classificação, seriação e correspondência em Química).

•Selecionar e utilizar idéias e procedimentos científicos (leis, teorias, modelos)

para a resolução de problemas qualitativos e quantitativos em Química,

identificando e acompanhando as variáveis relevantes.

•Reconhecer ou propor a investigação de um problema relacionado à Química,

selecionando procedimentos experimentais pertinentes.

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•Desenvolver conexões hipotético-lógicas que possibilitem previsões acerca das

transformações químicas.

•Reconhecer aspectos químicos relevantes na interação individual e coletiva do

ser humano com o ambiente e a diversidade.

•Reconhecer o papel da Química no sistema produtivo, industrial e rural.

•Reconhecer as relações entre o desenvolvimento científico e tecnológico da

Química e aspectos sócio-político-culturais.

•Reconhecer os limites éticos e morais que podem estar envolvidos no

desenvolvimento da Química e da tecnologia.

2 - CONTEÚDOS ESTRUTURANTES BÁSICOS DA DISCIPLINA

Baseado nas propostas de Mortimer e Machado (2003), a figura 1 a seguir,

em cujo centro está o objeto de estudo da Química (Substâncias e Materiais)

sustentado pela tríade Composição, Propriedades e Transformações, presente

nos conteúdos estruturantes, Matéria e sua natureza, Biogeoquímica e Química

Sintética.

Figura 1; Inter-relação entre os conteúdos estruturantes

Os conteúdos estruturantes se inter-relacionam e devem estar articulados à

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especificidade regional de cada escola. Para a disciplina de Química, são

propostos os seguintes conteúdos estruturantes:

• Matéria e sua natureza;

• Biogeoquímica;

• Química sintética.

- MATÉRIA E SUA NATUREZA

É o conteúdo estruturante que identifica a disciplina de Química, por se

tratar da essência da matéria requer também dos conteúdos específicos tabela 1

abaixo. É o Conteúdo estruturante Matéria e sua Natureza que abre o caminho

para um melhor entendimento dos demais conteúdos estruturantes.

A abordagem da história da Química é necessária para a compreensão de

teorias e, em especial, dos modelos atômicos. A concepção de átomo é

imprescindível para que se possam entender os aspectos macroscópicos dos

materiais com que o ser humano está em contato diário e perceber o que ocorre

no interior dessas substâncias, ou seja, o comportamento microscópico.

Desde o conceito de átomo indivisível (Leucipo e Demócrito) até o conceito

atual do átomo (partícula-onda), foram desenvolvidos modelos de átomos para

explicar o comportamento da matéria. Por isso, é preciso relacionar os

acontecimentos históricos para perceber que os modelos atômicos foram sendo

substituídos a partir de importantes descobertas, tais como a eletricidade e a

radioatividade.

Tabela 1: Conteúdos Específicos Matéria e sua natureza

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MATÉRIA E SUA NATUREZA

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS NÍVEIS DE EXIGÊNCIA

1 - COMPOSIÇÃO E TRANSFORMAÇÃO DOS SISTEMAS MATERIAIS

1.1 Objetivo da Química. 1.1 Explicitar o objetivo da Química. 1.2 Matéria, massa, energia. 1.2 Definir matéria e massa. 1.3 Substâncias simples, compostas e alotrópicas. 1.3 Descrever e classificar substâncias

simples, compostas e alotrópicas

1.4 Misturas homogêneas e heterogêneas. 1.4 Reconhecer misturas homogêneas e heterogêneas.

1.5 Principais processos de separação e fracionamento das misturas homogêneas e heterogêneas.

1.5 Exemplificar os principais processos de separação de misturas.

1.6 Fenômenos físico e químico. 1.6 Reconhecer fenômeno físico e químico.

2 - NOTAÇÃO E NOMENCLATURA QUÍMICA

2.1 Notação e nomenclatura dos elementos. 2.1 Identificar os elementos químicos por notação e nomenclatura.

2.2 Átomos, moléculas e íons. 2.2 Diferenciar átomo, molécula e íon. 2.3 Número atômico. 2.3 Identificar o elemento pelo seu número atômico. 2.4 Número de massa. 2.4 Determinar o número de massa dos

elementos, através das partículas nucleares.

2.5 Isótopos, isóbaros, isótonos e isoeletrônicos. 2.5 Reconhecer isótopos, isóbaros, isótonos e isoeletrônicos.

3 - ESTRUTURA ATÔMICA

3.1 Histórico do átomo. 3.1 Reconhecer as teorias atômicas de Dalton, Thomson, Rutherford, Böhr e sssSommerfield.

3.2 Configuração eletrônica nos níveis e subníveis do átomo. 3.2 Reconhecer o nível de valência do átomo.

4 - TABELA PERIÓDICA

4.1 Evolução da tabela periódica. 4.1 Aplicar a tabela periódica na solução de problemas.

4.2 Grupos e períodos. 4.2 e 4.3 Identificar a posição dos elementos. 4.3 Classificação dos elementos na tabela periódica. 4.4 Propriedades aperiódicas. 4.4 e 4.5 Aplicar as propriedades dos elementos. 4.5 Propriedades periódicas: eletronegatividade, eletropositividade, potencial de ionização, eletroafinidade, raio atômico, raio iônico, volume atômico, densidade, reatividade química, pontos de fusão e de ebulição.

5 - LIGAÇÕES QUÍMICAS

5.1 Valência. 5.1 a 5.3 Estabelecer as fórmulas químicas dos compostos iônicos Covalentes e metálicos

5.2 Ligação Iônica. 5.3 Ligação covalente5.4 Polaridade das ligações. 5.4 e 5.5 Reconhecer a polaridade das

ligações e das moléculas pelo modelo 5.5 Geometria molecular e polaridade de moléculas. 5.6 Ligação metálica. 5.6 Identificar a ligação metálica. 5.7 Ligações intermoleculares: Van der Waals, dipólo-dipólo e pontes

de hidrogêhidrogênio5.7 Reconhecer a interação entre as moléculas.

5.8 Número de oxidação. 5.8 Determinar o número de oxidação dos elementos nas diferentes substâncias.

6 - REAÇÕES E FUNÇÕES INORGÂNICAS

6.1 Tipos de reações de combinação, decomposição, deslocamento e dupla- troca.

6.1 Identificar, equacionar e ajustar as equações químicas.

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6.2 Caracterização, classificação e propriedades das funções inorgânicas.

6.2 e 6.3 Identificar as funções inorgânicas associadas aos fatos do cotidiano.

6.3 Ácidos e bases de Arrhenius. 6.4 Propriedades das funções inorgânicas. 6.4 Identificar as propriedades das funções.

6.5 Classificação e nomenclatura de ácidos, bases, sais e óxidos. 6.5 Nomear e classificar as principais substâncias inorgânicas.

3.2 - BIOGEOQUÍMICA

Este conteúdo estruturante é caracterizado pelas interações existentes

entre a hidrosfera, litosfera e atmosfera. Historicamente, constitui-se a partir de

uma sobreposição de Biologia, Geologia e Química, com seus conteúdos

específicos abaixo, na tabela 2

Tabela 2: Conteúdos Específicos Biogeoquímica

BIOGEOQUÍMICA

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS NÍVEIS DE EXIGÊNCIA

1 - CÁLCULOS ESTEQUIOMÉTRICOS

1.1 Massa atômica – massa molecular. 1.1 Identificar a massa atômica e calcular a massa molecular.

1.2 Quantidade de matéria – massa molar – número de Avogadro – volume molar.

1.2 Resolver problemas sobre quantidade de matéria, massa, número de moléculas e volume molar.

1.3 Leis Ponderais: Lavoisier e Proust. 1.3 Reconhecer e aplicar as leis. 1.4 Fórmulas: mínima, percentual e molecular.

1.4 Identificar e resolver fórmulas químicas.

1.5 Cálculos estequiométricos. 1.5 Resolver problemas sobre cálculos estequiométricos.

2 - SOLUÇÕES

2.1 Soluções. 2.1 Classificar soluções. 2.2 Classificação quanto ao estado físico, à natureza das partículas dispersas, à proporção entre soluto e solvente. Concentração das soluções: percentagens (m/m,V/V),concentração em g/L e mol/L.

2.2 a 2.4 Resolver problemas sobre concentrações de soluções.

3 - TERMOQUÍMICA

3.1 Conceito. 3.1 e 3.2 Identificar e interpretar gráficos de reações exotérmicas e endotérmicas.

3.2 Entalpia: reações endotérmicas e exotérmicas. 3.3 Fatores que influem na variação da entalpia.

3.3 Reconhecer fatores que alteram a variação da entalpia.

3.6 Energia nuclear. 3.6 Diferenciar fissão e fusão nuclear.

4 - ELETROQUÍMICA

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4.1 Reações de oxi-redução. 4.1 Identificar e ajustar as reações de oxi-redução.

4.2 Série de reatividade química. 4.2 Equacionar as reações de oxi-redução. 4.3 Pilhas. 4.3 Determinar o potencial de uma pilha

através das reações de oxi-redução.

5 - CINÉTICA QUÍMICA

5.1 Velocidade de reação: conceito. 5.1 Resolver problemas sobre velocidade de reações.

5.2 Fatores que influenciam nas velocidades das reações: energia de ativação, temperatura, concentração, pressão, superfície de contato, catalisadores.

5.2 Associar os fatores que influenciam na velocidade da reação aos fatos do cotidiano.

6 - EQUILÍBRIO QUÍMICO

6.1 Condições de ocorrência do equilíbrio. 6.1 Identificar as condições de equilíbrio. 6.2 Equilíbrio iônico: pH e pOH. 6.3 Determinar o pH e pOH, associando-os

aos fatos do cotidiano. 6.3 Hidrólise de sais: caráter ácido e básico de sais.

6.53Reconhecer o caráter ácido e básico dos sais, associando-o ao cotidiano.

3.3- QUÍMICA SINTÉTICA

Este conteúdo estruturante foi consolidado a partir da apropriação da

Química na síntese de novos produtos e novos materiais, e permite o estudo

que envolve os produtos farmacêuticos, a indústria alimentícia (conservantes,

acidulantes, aromatizantes, edulcorantes), fertilizantes, agrotóxicos.

Tabela 3: Conteúdos Específicos Química Sintética

QUÍMICA SINTÉTICA

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS NÍVEIS DE EXIGÊNCIA

1 - COMPOSTOS ORGÂNICOS

1.1 Evolução da Química Orgânica. 1.1 Associar a Teoria de Wöhler ao desenvolvimento da Química Orgânica.

1.2 Hibridação do carbono, boro e berílio. 1.2 Identificar os tipos de hibridação.

1.3 Ligações entre os átomos de carbono. 1.3 Identificar os tipos de ligação do carbono e os orbitais envolvidos.

1.4 Classificação dos átomos de carbono. 1.4 Classificar os átomos de carbono. 1.5 Classificação das cadeias carbônicas. 1.5 Classificar as cadeias carbônicas.

2 - FUNÇÕES ORGÂNICAS

2.1 Conceito, classificação, fórmula geral e nomenclatura oficial e usual dos compostos usuais simples de todas as funções orgânicas.

2.1 Identificar e denominar as funções orgânicas.

2.2 Grupos orgânicos monovalentes. 2.2 Identificar e denominar os grupos orgânicos monovalentes.

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2.3 Propriedades físicas: ponto de fusão, ponto de ebulição,solubilidade, densidade.

2.3 Distinguir as propriedades físicas dos compostos orgânicos.

2.4 Aplicações dos compostos orgânicos. 2.4 Associar as aplicações ao cotidiano.

4 - REATIVIDADE DAS MOLÉCULAS ORGÂNICAS

4.1Teorias ácido-base de Brönsted-Lowry e Lewis.

4.1 Identificar as diferenças entre ácidos e bases.

4.2Caráter ácido e básico dos compostos orgânicos.

4.2 Determinar o caráter ácido e básico dos compostos orgânicos através Ka, Kb, efeitos indutivos e mesoméricos e dos grupos funcionais.

6 - QUÍMICA ORGÂNICA DESCRITIVA

6.1 Petróleo e carvão. 6.1 Reconhecer processos de obtenção e derivados do petróleo e do carvão.

6.2 Glicídios. 6.2 Identificar os glicídios. 6.3 Lipídios: glicerídios e cerídios. 6.3 Identificar os lipídios.

6.4 Aminoáciodos: proteínas. 6.4 Reconhecer os elementos ricos em aminoácidos.

6.5 Polímeros sintéticos. 6.5 Associar as aplicações dos polímeros sintéticos ao cotidiano e classificá-los quanto à reação de obtenção.

4 – METODOLOGIA DA DISCIPLINA

É importante que o processo de ensino aprendizagem, professor aluno ou

aluno professor, parta do conhecimento prévio dos estudantes, no qual se incluam

as idéias preconcebidas sobre o conhecimento da Química, ou o senso comum, a

partir dos quais será elaborado um conceito científico.

O senso comum são conceitos que o estudante adquire no seu dia-a-dia,

na interação com os diversos objetos no seu espaço de convivência. Por sua vez,

a concepção científica envolve um saber socialmente construído e sistematizado,

que requer metodologias específicas para ser disseminado no ambiente escolar.

A escola é o local onde se adquire o conhecimento científico historicamente

produzido. Uma sala de aula reúne pessoas com diferentes costumes, tradições,

preconceitos e idéias que dependem também dessa origem.

Segundo as DCE´s a escola deve desenvolver um trabalho com os

desafios educacionais contemporâneos ( Educação Ambiental, Educação Fiscal,

Educação do campo, , Cidadania, e Direitos, Humanos, Enfrentamento a

Violência e Prevenção ao uso de drogas). Tais assuntos devem ser tratados

concomitantes aos conteúdos da disciplina, e também em ações

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interdisciplinares, de forma organizada e sistemática, baseado no conhecimento

científico Historicamente acumulado. Ainda durante o ano letivo deverão ser

contempladas as leis 11645 / 08 (Cultura afro e Indígena e a lei 10639 / 03

(Cultura Afro).

Aos alunos com deficiências intelectuais a escola deve proporcionar uma

adaptação curricular, para que o aluno possa superar suas dificuldades de

aprendizagem e consiga avançar nos estudos, e ter o conhecimento adquirido.

Com toda essa diversidade o docente deve ter a criatividade de expor os

encaminhamentos metodológicos de diversas formas ou maneiras. Para facilitar a

aprendizagem dos seus alunos. Sobretudo lembrar que a disciplina de química é

também experimental. Desta forma os experimentos podem ser usados como

ponto de partida para a compreensão de conceitos e sua relação com as idéias

discutidas em aula. Os estudantes, assim, estabelecem relações entre a teoria e a

prática e, ao mesmo tempo, expressam ao professor suas dúvidas. Mostrar aos

alunos que a Química não é uma Ciência acabada, sem erros, nem sempre é

exata, ou seja, nem sempre um determinado experimento vai ter o mesmo

resultado.

Por isso sempre deixar os alunos conscientes de que a ciência está em

constante transformação e mudanças, até porquê, ela é desenvolvida pelos

homens e mulheres, que podem falhar. Portanto uma teoria ou modelo que hoje é

aceita, no futuro pode ser mudada, ou sofrer transformações.

4.1 - ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS E RECURSOS

DIDÁTICOS/TECNOLÓGICOS

Esta associação pretende tratar dos conceitos de química ressaltando

primeiramente seu significado científico e seu contexto tecnológico e social.

17. Aulas expositivas e individual sobre os temas centrais, usando e quadro-

negro.

18. Aulas práticas, com materiais de uso cotidiano, ou do laboratório.

19. A adoção de dinâmicas de grupo; com debates dos temas do foco.

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20. A elaboração de perguntas – chave sobre o conteúdo a ser exposto.

21. Pedir a leitura previa do texto a ser estudado.

22. Dinâmica de grupos para montagem de relatórios, murais informativos e

seminários.

23. Possibilidade de visitas em indústrias, locais da comunidade e áreas rurais;

isso contribui para formação de cidadãos.

24. TV Pen drive: Possibilidade de abordar assuntos relacionados à Química

com o seu envolvimento com a natureza, na forma de vídeos, músicas e slides

25. Alunos com deficiências intelectuais, tem o professor de educação especial,

e também o professor da disciplina onde ambos buscam alternativas para o aluno

aprender e ter o conhecimento.

5 – AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS

5.1 – AVALIAÇÃO

A avaliação deve ultrapassar os limites quantitativos e incorporar quatro

dimensões: diagnóstica, processual, contínua, cumulativa e formativa.

Pois a avaliação deve subsidiar o trabalho pedagógico redirecionado ao

processo de ensino – aprendizagem, sempre que necessário. Então é necessário

relacionar questões que avaliem a aprendizagem dos alunos nos aspectos de

análise, interpretação, ponderação e avaliação sobre seu entendimento

conceitual.

A avaliação será realizada em função dos conteúdos, utilizando técnicas e

instrumentos diversificados, com as finalidades educativas, como;

atividades em sala de aula;

provas escrita e oral;

participação nas atividades propostas;

reajuste do plano de ação de acordo com o diagnóstico da turma

( recuperação paralela de conteúdos).

Nunca deixando de ressaltar que alunos com deficiências intelectuais,

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fazem suas avaliações de acordo com o seu potencial e necessidade física.

Além das avaliações, o aluno deve ter uma carga horária de 128 horas /

aula, ou um total de 106 horas, ou seja, no sistema individual o aluno deve ter 100

% de frequência, caso seja aulas no coletivo o aluno para ser promovido deve ter

no mínimo 75 % de frequência.

Para fins de promoção ou certificação e rendimento escolar do aluno para

a disciplina de química, serão registradas 04 (quatro) notas que corresponderão

às provas individuais escritas e a outros instrumentos avaliativos adotados a que,

obrigatoriamente, o educando se submeterá na presença do professor. Exigida

em cada registro da avaliação processual (A) no mínimo 6,0 (seis vírgula zero), de

acordo com a resolução n.º 3794/04 – SEED para fins de promoção ou

certificação. Caso contrário e também como acréscimo ao processo de

apropriação dos conhecimentos, o educando terá direito à recuperação de

estudos, conforme explicitada no Regimento Escolar. As avaliações processuais

serão somadas da seguinte maneira, como explicitado abaixo;

Média Final ou MF = soma das avaliações processuais (A)

Número de avaliações processuais

5.2 – MÉTODO DE AVALIAÇÃO APLICADO

Durante o curso (Química) serão aplicadas 4 avaliações com peso 6,0, e

4,0 pontos de relatórios, leituras, trabalhos científicos.

Para os alunos serem aprovados na disciplina de química precisam atingir

nota 6,0 ou mais, se não conseguirem, fazem a recuperação de estudos, e novas

avaliações são promovidas.

5.3 – RECUPERAÇÃO

A oferta da recuperação de estudos dar-se-á concomitantemente ao

processo ensino-aprendizagem, considerando a apropriação dos mesmos.

A recuperação será individualizada, organizada com atividades

significativas, com estudos por meio de exposição dialogada dos conteúdos, com

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indicação de roteiro de estudos, para melhor diagnosticar o nível de apropriação

dos conhecimentos de cada educando e com novos instrumentos de avaliação.

5.4 - CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO

O estabelecimento de ensino pode realizar a classificação do aluno no

início de sua matrícula, em cada disciplina, conforme especificações no regimento

escolar do estabelecimento de ensino CEEBJA.

O aluno pode também pedir a reclassificação, ou seja, se tiver

aproveitamento no ensino médio regular na disciplina de química, pode ser

recolocado já com cumprimento de 25 % ou até 50 % da carga horário da

disciplina.

6 – REFERÊNCIAS

1 - PARANÁ – SEED. Secretaria de Estado da educação. Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica, 2007.

2 - AXT, R. O papel da experimentação no ensino de ciências. In: MOREIRA, M. A; AXT, R.Tópicos em ensino de ciências. Porto Alegre: Sagra, 1991.

3 - BRADY, J. ; HUMISTON, G. E. Química geral. v.1, ed.2. Rio de Janeiro: LTC, 1981.

4 - BRASIL. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Brasília: MEC/SEMTEC, 2002.

5 - CHASSOT, A . Alfabetização científica: questões e desafios para a educação. Ijuí: Unijuí, 2003.

6 - CHASSOT, A . A ciência através dos tempos. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2004.

7 - CHASSOT, A; OLIVEIRA, J.R. (org.) .Ciência, ética e cultura na educação. São Leopoldo: UNISINOS, 1998.

8 - KRASILCHIK, Myriam. Reformas e realidade: o caso do ensino das ciências. Perspectiva. São Paulo, v.14, n.1, p.85-93, jan/mar. 2000.

9 - KUHN,T. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1996.

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10 - MALDANER, O. A. A formação inicial e continuada de professores de química: professor/ pesquisador. 2. Ed. Ijuí: Editora Unijuí, 2003. p.120.11 - MACEDO, E; LOPES, A. R. A estabilidade do currículo disciplinar: o caso das ciências.

12 - MORAES, R. (org.). Construtivismo e ensino em ciências: reflexões epistemológicas emetodológicas. 2.ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003.

13 - MORTIMER, E. F.; MACHAD0, A. H. Química para o ensino médio. São Paulo: Scipione, 2002.

14 - NANNI, R. A natureza do conhecimento científico e a experimentação no ensino de ciência. Revista Eletrônica de Ciências: v.26, Maio 2004.

15 - OLIVEIRA, R.J. de Reflexões sobre a técnica, a ética e a educação no mundo de hoje. In: Chassot, A. I. ; Oliveira, R. J. Ciência , ética e cultura na educação. São Leopoldo: Unisinos; 2001. p.228.

16 - ROSITO, B. A . O ensino de ciências e a experimentação. In Construtivismo e ensino de ciências: reflexões epistemológicas e metodológicas. 2.ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003.

17 - RUSSEL, J.B. Química geral. São Paulo: McGraw-hill,1981.

18 - SANTOS, W. L. P.; MORTIMER, E. F. Uma análise de pressupostos teóricos da abordagem C-T-S (Ciência-Tecnologia-Sociedade) no contexto da educação brasileira. Ensaio-Pesquisa em Educação em Ciências, v.2, n.2, 2000.

19 - STRATHERN, P. Bohr e a teoria quântica em 90 minutos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.

20 - VANIN, J. A. Alquimistas e químicos: o passado, o presente e o futuro. São Paulo: Moderna, 2002.

21 - CARVALHO, Geraldo Camargo de. Química Moderna, vol. único, Scipione, São Paulo, 2000.

22 - FELTRE, Ricardo. Química, vols. 1, 2 e 3, Moderna, São Paulo, 2000

23 - LEMBO, Antonio. Química - Realidade e Contexto, vols. 1, 2 e 3, Ática, São Paulo, 1999

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DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA

1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A Sociologia enquanto ciência possui como objeto de estudo as relações

sociais, compreendidas como as interações entre os indivíduos no meio social em

que vivem, considerando as mais diversas sociedades e os mais diversos

períodos históricos.

A importância histórica desta disciplina remonta as primeiras obras

introdutórias relativas ao conhecimento sociológico, intitulados manuais, datadas

de 19303. De acordo com a autora Simone Meucci, as teorias sociológicas

presentes nestes trabalhos, enfatizam os países onde as mesmas foram

concebidas, principalmente França e Estados Unidos, justamente por sugerir que

os elaboradores dos primeiros manuais acreditariam que os conceitos e teorias

elaborados nesses países auxiliariam na formação de um conjunto de

conhecimentos sobre a realidade social brasileira4.

Neste sentido, autores brasileiros desejavam utilizar o conhecimento

sociológico expresso de modos distintos nas páginas dos primeiros manuais de

sociologia, no sentido de organizar sob novas bases a vida nacional. Dessa

forma, a sociologia era entendida em alguns manuais, como disciplina normativa,

cuja principal tarefa seria a fixação de certos princípios de organização da

sociedade, através da definição das funções de instituições sociais como a

família, a escola, a igreja, os sindicatos. Em outros manuais, a sociologia possuía

uma visão mais acadêmica, cujos autores procuravam a identificação entre suas

pesquisas e fundamentos sociológicos já realizados em outros lugares,

principalmente nos Estados Unidos. De acordo com a autora, poderíamos

considerar que a constituição da sociologia no Brasil, está intimamente associada

à perspectiva de formação social da nação.

A recente instituição da Sociologia como disciplina obrigatória no Ensino

Médio justifica-se pela necessidade de reflexão em relação aos alunos, acerca da

3MEUCCI, Simone. A institucionalização da Sociologia no Brasil. Os primeiros manuais didáticos de Sociologia no Brasil. Dissertação de Mestrado. Unicamp. 2000. p. 122.4Idem.p. 126.

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realidade social múltipla e complexa. Neste sentido, esta disciplina utiliza-se de

conteúdos fundamentados em pesquisas empíricas, conceitos e teorias

explicativas, visando a construção de um conhecimento sociológico crítico, não

apenas na compreensão dos desafios que se apresentam às novas gerações,

mas também para viabilizar na medida do possível, uma sociedade de inclusão,

justa e solidária5.

Com base nisso, as aulas de Sociologia devem contribuir para o

desenvolvimento da consciência social, principalmente através do ensino do

questionamento crítico relativo ao processo de transformação positiva da

realidade social em que o corpo discente se insere e atua ao mesmo tempo como

agente e paciente; e, incentivar reflexões pertinentes as relações sociais que se

apresentam aos indivíduos em suas múltiplas dimensões, oferecendo assim,

recursos para o desenvolvimento de uma crítica social própria e característica de

uma formação humanística que almeja capacitar os alunos a construírem suas

estruturas intelectuais.

A disciplina visa também auxiliar a compreensão de demandas que

envolvem o cotidiano, sejam elas de caráter pessoal, grupal, ou ainda, relativas à

sociedade a qual pertencemos ou a todas as sociedades.

Em síntese, a disciplina almeja propiciar ao aluno do Ensino Médio

conhecimentos sociológicos de forma que alcance um nível de compreensão mais

elaborado em relação às determinações históricas nas quais se situa, bem como

fornecendo-lhe elementos para pensar possíveis mudanças a partir do

esclarecimento de questões acerca das desigualdades sociais, políticas e

culturais.

2. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E CONTEÚDOS BÁSICOS

De acordo com a DCE, os conteúdos estruturantes e básicos relativos a

disciplina Sociologia, podem ser explicitados de acordo com a organização da

tabela referencial abaixo:

5ARAUJO, Silvia Maria; BRIDI, Maria Aparecida; MOTIM, BenildeLenzi.Ensinar e AprenderSociologia. São Paulo: Contexto. 2009. pp. 10-12.

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Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos

1. O Processo de Socialização e as Instituições Sociais.

• Processo de Socialização; • Instituições sociais: Familiares; Escolares; Religiosas; • Instituições de Reinserção (prisões, manicômios, educandários, asilos, etc).

2.Cultura e Indústria Cultural. • Desenvolvimento antropológico do conceito de cultura e sua contribuição na análise das diferentes sociedades; • Diversidade cultural; • Identidade; • Indústria cultural; • Meios de comunicação de massa; • Sociedade de consumo; • Indústria cultural no Brasil; • Questões de gênero; • Culturas afro brasileiras e africanas; • Culturas indígenas.

3.Trabalho, Produção e Classes Sociais.

• O conceito de trabalho e o trabalho nas diferentes sociedades; • Desigualdades sociais: estamentos, castas, classes sociais• Organização do trabalho nas sociedades capitalistas e suas contradições; • Globalização e Neoliberalismo; • Relações de trabalho; • Trabalho no Brasil.

4. Poder, Política e Ideologia. • Formação e desenvolvimento do Estado Moderno; • Democracia, autoritarismo, totalitarismo• Estado no Brasil; • Conceitos de Poder; • Conceitos de Ideologia; • Conceitos de dominação e legitimidade; • As expressões da violência nas

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sociedades contemporâneas.

5. Direitos, Cidadania e Movimentos Sociais.

• Direitos: civis, políticos e sociais; • Direitos Humanos; • Conceito de cidadania; • Movimentos Sociais; • Movimentos Sociais no Brasil; • A questão ambiental e os movimentos ambientalistas; • A questão das ONG

3. METODOLOGIA

A metodologia deve considerar o aluno da EJA como sujeito no processo

de ensino-aprendizagem, capaz de agir prática e intelectualmente na aquisição do

saber. De acordo com os eixos articuladores – cultura, trabalho e tempo – para a

EJA, os conteúdos trabalhados no decorrer da disciplina requerem a necessidade

de compreender-se as várias dimensões da realidade, como a política, a

econômica, cultural, ideológica, científica, religiosa, considerando diferentes

visões interpretativas das mesmas.

Neste cenário diverso e complexo, traduzido pela variedade de questões

e respostas suscitadas, podemos ressaltar alguns métodos de ensino que

auxiliam na apreensão do mesmo, como o desenvolvimento de dinâmicas de

grupo enfatizando temas que gerem argumentação e contra-argumentação,

debates em relação a temas históricos e contemporâneos, painéis produzidos

como representação das diversas realidades sociais, seminários expondo

variadas visões sobre determinado (s) assunto (s), leituras de textos e

elaborações de pesquisas teórico-empíricas.

Importante também neste processo a utilização de recursos didáticos,

como músicas, filmes, charges, poesias, que retratem determinado período

histórico-social, mensagens de determinados grupos sociais, bem como

conteúdos ideológicos que os permeiam. Neste conjunto inserem-se a análise de

diversas produções culturais, como a literatura, a pintura, a fotografia e a

escultura como importantes elementos tradutores da realidade, que ao trazerem

consigo impressões individuais, revelam também acontecimentos sociais que as

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influenciaram.

A análise da produção midiática, como jornais, revistas, conteúdos

televisivos, vídeos, filmes, músicas e sites da internet, também se faz relevante,

uma vez que possuem subsídios para a compreensão da realidade social cujos

aspectos muitas vezes se fazem presentes na vida do corpo discente. Constituem

também uma oportunidade de reconhecimento de sua experiência de vida,

propiciando o debate crítico através da intermediação do professor ao longo do

processo de ensino-aprendizagem6.

De acordo com a Instrução nº 009/2011 torna-se obrigatório na Proposta

Pedagógica Curricular de todas as disciplinas os conteúdos obrigatórios: História

do Paraná ( lei nº 13381/01) , História e Cultura Afro, Africana e Indígena ( lei nº

11.645/08), música ( lei nº 11.645/08), prevenção ao uso indevido de drogas,

sexualidade humana, educação ambiental, educação fiscal, enfrentamento à

violência contra a criança e o adolescente. Direito das crianças e adolescente L.F.

Nº 11525/07, educação tributária Dec. Nº 1143/99, Portaria nº413/02, educação

ambiental, L.F. Nº 9795/99, Dec. Nº 4201/02. Estes conteúdos serão abordados

de forma contextualizada com os conteúdos específicos da disciplina,

considerando os aspectos históricos, sociais e políticos, ofertando ao aluno,

condições para refletir sobre seus conhecimentos e seu papel como sujeito capaz

de atuar em sua realidade agindo com responsabilidade na sociedade em que

vive.

Hoje a concepção de infância é diferente de alguns anos atrás. Pode-se

perceber que a criança por muito tempo foi tratada como adulto em miniatura .

A infância é o período da humanização do indivíduo, da aprendizagem da

natureza humana. Essa humanização só acontece se o meio, a qual, a criança

convive repassa os comportamentos característicos de sua espécie e do seu

grupo. É a influência desse grupo que, define o seu caráter e sua personalidade.

É na infância que se dá o início da construção dos valores que são

complementados na adolescência. É o momento mais importante da vida do ser

6PEREIRA, Helena Luiza. Qualificando o ensino da Sociologia.XIII CONGRESSO BRASILEIR0 DE SOCIOLOGIA - 29 de maio a 1 de junho de 2007, UFPE, Recife (PE). p. 8.

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humano. Nos primeiros cinco anos de, ou seja, na primeira infância é que são

impressas as melhores e as piores marcas de cada um. O inconsciente é aberto e

tudo o que for inserido, lá ficará para o resto dos seus dias; daí a importância do

cuidado desde a gravidez.

O atendimento das crianças nas escolas, também mudou através de

medidas pois até então, eram matriculados aos seis anos na pré-escola. Agora

devem ser matriculados aos seis anos no primeiro ano do Ensino Fundamental,

obrigatoriamente.

Essas modificações são citadas no Projeto de Lei nº 144/2005, aprovado

pelo Senado em 25 de janeiro de 2006, estabelece a duração mínima de 9 (nove)

anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis)

anos de idade. Essa medida foi implantada em 2010 pelos Municípios, Estados e

Distrito Federal. Os sistemas de ensino terão prazo para adaptar-se , as novas

mudanças.

Existe muita discussão sobre a definição dos termos “adolescência” e

“puberdade”, mesmo entre os profissionais e estudiosos que trabalham na área

educacional. Segundo vários autores, são termos de diferentes concepções, mas

relacionados entre si. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente define a

fase da adolescência como cararacterística dos 13 aos 18 anos de idade. A

adolescência para Zekcer, (1985, p. 11) é descrita da seguinte maneira

Os adolescentes são indivíduos geralmente mais altos que seus pais, desengonçados, faces repletas de espinhas (…) e cravos, nariz geralmente muito grande, e por isso ficam horas no espelho (…). Suas mãos crescem muito e não sabem como segurar (...) as coisas, gozando de boa saúde, voz ora grave ora aguda; deixam crescer os cabelos e barba, têm um linguajar próprio, ingerem litros de Coca-Cola, comem toneladas de hamburger, mascam chiclete, vestem jeans, amam os pais mas os contestam sempre que podem, têm grande rivalidade com os irmãos, mas os defendem sempre, têm períodos de (...) depressão e até crises de choro. Capazes de dar a vida por uma causa que acham justa, não se preocupam muito com o futuro, querendo viver sempre o presente.

4. AVALIAÇÃO

Com base numa concepção de avaliação diagnóstica, formativa, contínua

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e concebendo a avaliação como mecanismo de transformação social articulada

aos objetivos da disciplina, pretende-se a efetivação de uma prática avaliativa que

vise “desnaturalizar” conceitos tomados historicamente como irrefutáveis,

propiciando o aperfeiçoamento do senso crítico e a conquista de uma maior

participação na sociedade.

Quanto aos procedimentos e instrumentos de avaliação, será utilizada a

observação sistemática ou informal, para conhecer melhor os alunos em todos os

aspectos, analisar seu desempenho nas atividades e compreender seus avanços

e dificuldades, ajudando-o em sua aprendizagem.

A prova se constitui em um importante instrumento de avaliação,

porémnão pode ser o único indicador de desempenho, pois apenas fornece um di

6 -REFERÊNCIAS

PARANÁ,Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Diretrizes Curriculares

da Educação Básica de Língua Portuguesa. Seed: Curitiba/2008

Aguiar, Vera Teixeira de; BORDINI, Maria da Glória. Literatura e Formação do

leitor: alternativas metodológicas. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.

ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro & interação. São Paulo:

Parábola, 2003. Muito além da Gramática: por um ensino de línguas sem pedras

no caminho. São Paulo: Parábola, 2007. BAGNO, Marcos. A norma oculta –

língua e poder na sociedade. São Paulo: Parábola, 2003.

BAKHTIN, Michail (Volochinov). Marxismo e filosofia da linguagem. Trad. de

Michel Lahud e Yara Frateschi. 9 ed. São Paulo: Hucitec, 1999. Estética da

Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992. Problemas da poética de

Dostoievski. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997.

BRAIT, Beth. PCNs, gêneros e ensino de língua: faces discursivas da

textualidade. In: ROJO, Roxane (org.). A prática de linguagem em sala de aula:

praticando os PCN. São Paulo: Mercado de Letras, 2000, p. 20.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Linguagens, códigos e suas

tecnologias. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria de Educação Média e

Tecnológica, 1998.

BUNZEN, Clécio. Da era da composição à era dos gêneros: o ensino de produção

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DISCIPLINA DE GEOGRAFIA / CEEBJA-IRATI

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

O papel principal da Geografia é tornar o mundo compreensível para os

alunos, não apenas apresentando uma descrição estática de fatos e

acontecimentos, ao contrário, é necessário mostrar que o mundo é dinâmico e

passivo de transformação.

Até os anos 70 os procedimentos didáticos adotados promoviam

principalmente a descrição e a memorização dos elementos que compõem as

paisagens como dimensão do território e o lugar. Era a chamada Geografia

Tradicional.

Com a revolução Industrial e o período pós-guerra, tomou-se consciência

de que as diferenças tinham raízes históricas. A Geografia ganhou então

conteúdos políticos que passaram a ser significativos na formação do cidadão. É

através do marxismo que o aluno compreende e explica o processo de produção

do espaço, compreendendo as desigualdades na distribuição da renda e da

riqueza. É importante que o aluno compreenda as diferentes formas de as

sociedades se organizarem para produzir bens e serviços, ou seja, como são

estruturados seus modos de produção.

Neste caso de organização da sociedade destaco a importância de discutir

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a Educação no Campo que deve ser valorizada pela sua importância para o

desenvolvimento local, regional e também nacional, destacando também sua

cultura, assim como também conteúdos relacionados a cultura Afro- Brasileira,

pois foi esta a população colonizadora e formadora do nosso país. Todos têm

direito a educação “o povo tem direito a uma educação pensada desde o seu

lugar e com a sua participação, vinculada à sua cultura e suas necessidades

humanas e sociais”(CALDART,2002,p.26).

Os conhecimentos geográficos se fazem importantes para a vida em

sociedade, principalmente para a formação de cidadãos, pois conhecendo as

características sociais, culturais, naturais do lugar onde vive,bem como de outros

lugares, pode-se comparar, explicar e compreender a relação que os diversos

grupos sociais exercem tanto com outros grupos como também com a natureza.

Portanto, a Geografia é entendida como uma ciência que se ocupa da

história para um melhor entendimento das transformações,porém e também uma

ciência do presente que contribui para pensar o espaço enquanto uma totalidade

na qual se passam todas as relações cotidianas.

O objetivo da disciplina de geografia é formar cidadãos com uma visão

mais aberta de mundo,em que possa opinar,participar do campo social e

profissional da sociedade, conhecendo, compreendendo e interpretando os

diversos fatos tanto naturais como antrópicos que acontecem no planeta, bem

como entender as mudanças que ocorrem a partir da ação humana

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES- BÁSICOS DE GEOGRAFIA

De acordo com as Diretrizes Curriculares Da Educação Básica do Estado

do Paraná são Conteúdos Estruturantes Da Disciplina de Geografia

-Dimensão econômica do espaço geográfico

-Dimensão política do espaço geográfico

-Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico

-Dimensão socioambiental do espaço geográfico

A organização pedagógica do CEEBJA não se apresenta seriada, mas sim

por carga horária a se cumprir 192 horas aula com referência a disciplina de

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geografia, os conteúdos básicos se apresentam articulados com os conteúdos

estruturantes.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

Dimensão econômica do espaço

geográfico

Dimensão política do espaço

geográficos

Dimensão cultural e demográfica do

espaço geográfico

Dimensão socioambiental do espaço

geográfico

A formação,mobilidade das fronteiras e

a reconfiguração do território brasileiro.

A dinâmica da natureza e sua alteração

pelo emprego de tecnologias de

exploração e produção

As diversas regionalizações do espaço

brasileiro.

As manifestações socioespaciais da

diversidade cultural.

A transformação demográfica, a

distribuição espacial e os indicadores

estatísticos da população.

Movimentos migratórios e suas

motivações.

O espaço rural e a modernização da

agricultura.

A formação, o crescimento das

cidades, a dinâmica dos espaços

urbanos e a urbanização.

A distribuição espacial das atividades

produtivas, a (re) organização do

espaço geográfico.

A circulação de mão-de-obra, das

mercadorias e das informações.

As diversas regionalizações do espaço

geográfico.

A formação, mobilidade das fornteiras e

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a reconfiguração dos territórios do

continente americano.

A nova ordem mundial, os territórios

supranacionais e o papel do Estado.

O comércio em suas implicações

socioespaciais

A circulação da mão-de-obra, do

capital, das mercadorias e das

informações.

As relações entre o campo e a cidade

na sociedade capitalista.

O espaço rural e a modernização da

agricultura.

A transformação demográfica , a

distribuição espacial e os indicadores

estatísticos da população.

Os movimentos migratórios e suas

motivações.

As manifestações sociespaciais da

diversidade cultural.

Formação, localização,exploração e

utilização dos recursos naturais.

As diversas regionalizações do espaço

geográfico.

A nova ordem mundial , os territórios

supranacionais e o papel do Estado.

A revolução tecnico-científico-

informacional e os novos arranjos no

espaço da produção.

O comércio mundial e as implicações

socioespaciais.

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A formação mobilidade das fronteiras e

a reconfiguração dos territórios.

A transformação demográfica, a

distribuição espacial e os indicadores

estatísticos da população.

As manifestações socioespaciais da

diversidade cultural.

Os movimentos migratórios mundiais e

suas motivações.

A distribuição das atividades

produtivas, a transformação da

paisagem e a (re) organização do

espaço geográfico.

A dinâmica da natureza e sua alteração

pelo emprego de tecnologias da

exploração e produção.

O espaço em rede:

produção,transporte e comunicações na

atual configuração.

ENSINO MÉDIO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

Dimensão econômica do espaço

geográfico

Dimensão política do espaço

geográfico

Dimensão cultural e demográfica do

espaço geográfico

Dimensão socioambiental do espaço

A formação e transformação das

paisagens.

A dinâmica da natureza e sua

alteração pelo emprego de tecnologias

de exploração e produção.

A distribuição espacial das stividades

produtivas e a (re) organização do

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geográfico espaço geográfico .

A formação, localização, exploração e

utilização dos recursos naturais.

A revolução técnico-científico-

informacional e os novos arranjos no

espaço da produção.

O espaço rural e a modernização da

agricultura.

O espaço em rede: produção,

transporte e comunicação na atual

configuração territorial.

A circulação de mão-de-obra, do capital

das mercadorias e das informações.

Formação,mobilidade das fronteiras e a

reconfiguração dos territórios.

As relações entre o campo e a cidade

na sociedade capitalista.

A formação, o crescimento das

cidades, a dinâmica dos espaços

urbanos e a urbanização recente.

A transformação demográfica, a

distribuição espacial e os indicadores

estatísticos da população.

Os movimentos migratórios e suas

motivações.

As manifestações socioespaciais da

diversidade cultural.

O comércio e as implicações

socioespaciais.

As diversas regionalizações do espaço

geográfico.

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As implicações socioespaciais do

processo de mundialização.

A nova ordem mundial , os territórios

supranacionais e o papel do Estado.

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

O desenvolvimento pedagógico proposto com a finalidade de proporcionar

ao educando a compreensão do mundo em que vive,das relações entre

natureza,homem e trabalho; da sociedade como parte integrante participando

como agente de transformação, para p exercício da cidadania ,conduzindo a

reflexão, a leitura do mundo, as transformações sociais, políticas e econômicas,

tornando-se assim mais crítico na sociedade.

Nesta perspectiva é importante que a metodologia possibilite mecanismos

de análise e reflexão. Que o educando sinta-se transformador do espaço,por meio

de suas ações, conhecimento da realidade e suas consequências,podendo levar

esse conhecimento para a sociedade em que vive, evitando omissões as quais

podem trazer, com o decorrer do tempo, inevitáveis catástrofes ambientais.

Os conteúdos serão colocados de maneira que respeite o desenvolvimento

e acompanhamento dos educandos, pois na modalidade EJA, já trazem uma

bagagem cultural com experiências, que enriquecem as aulas, proporcionando

acréscimo aos conteúdos que serão trabalhados de forma crítica e dinâmica,

interligados com o cotidiano e o espaço global. Os procedimentos didáticos

realizam-se em aulas expositivas, relatos dos educandos, leituras orientadas dos

cadernos textos, dinâmica em grupo, pesquisas, formação de textos pelos alunos

com base em pesquisas em jornais,revistas e livro textos,relatórios de

vídeos,conversações, visitas a espaços geográficos e outros interligados com o

meio ambiente para observação e análise,atividades com mapas,leitura

geográfica de ilustração de paisagens em quadros,fotos,imagens de filme

,interpretação de músicas relacionadas as transformações do espaço e

sociedade.

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Neste enfoque, o educador deve encaminhar as ações do dia a dia

possibilitando a construção de conceitos em que serão avaliados de forma

diagnóstica valorizando o conhecimento informal riquíssimo e com o qual o

educando da EJA se sente valorizado e motivado em poder contribuir no processo

da aprendizagem deixando muitas vezes de ser só educando para tornar-se um

participante na formação do conhecimento.

De acordo com a Instrução nº 009/2011 torna-se obrigatório na

Proposta Pedagógica Curricular de todas as disciplinas os conteúdos

obrigatórios: História do Paraná ( lei nº 13381/01) , História e Cultura Afro,

Africana e Indígena ( lei nº 11.645/08), música ( lei nº 11.645/08), prevenção ao

uso indevido de drogas, sexualidade humana, educação ambiental, educação

fiscal, enfrentamento à violência contra a criança e o adolescente. Direito das

crianças e adolescente L.F. Nº 11525/07, educação tributária Dec. Nº 1143/99,

Portaria nº413/02, educação ambiental, L.F. Nº 9795/99, Dec. Nº 4201/02. Estes

conteúdos serão abordados de forma contextualizada com os conteúdos

específicos da disciplina, considerando os aspectos históricos, sociais e políticos,

ofertando ao aluno, condições para refletir sobre seus conhecimentos e seu papel

como sujeito capaz de atuar em sua realidade agindo com responsabilidade na

sociedade em que vive.

Hoje a concepção de infância é diferente de alguns anos atrás. Pode-se

perceber que a criança por muito tempo foi tratada como adulto em miniatura .

A infância é o período da humanização do indivíduo, da aprendizagem da

natureza humana. Essa humanização só acontece se o meio, a qual, a criança

convive repassa os comportamentos característicos de sua espécie e do seu

grupo. É a influência desse grupo que, define o seu caráter e sua personalidade.

É na infância que se dá o início da construção dos valores que são

complementados na adolescência. É o momento mais importante da vida do ser

humano. Nos primeiros cinco anos de, ou seja, na primeira infância é que são

impressas as melhores e as piores marcas de cada um. O inconsciente é aberto e

tudo o que for inserido, lá ficará para o resto dos seus dias; daí a importância do

cuidado desde a gravidez.

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297

O atendimento das crianças nas escolas, também mudou através de

medidas pois até então, eram matriculados aos seis anos na pré-escola. Agora

devem ser matriculados aos seis anos no primeiro ano do Ensino Fundamental,

obrigatoriamente.

Essas modificações são citadas no Projeto de Lei nº 144/2005, aprovado

pelo Senado em 25 de janeiro de 2006, estabelece a duração mínima de 9 (nove)

anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis)

anos de idade. Essa medida foi implantada em 2010 pelos Municípios, Estados e

Distrito Federal. Os sistemas de ensino terão prazo para adaptar-se , as novas

mudanças.

Existe muita discussão sobre a definição dos termos “adolescência” e

“puberdade”, mesmo entre os profissionais e estudiosos que trabalham na área

educacional. Segundo vários autores, são termos de diferentes concepções, mas

relacionados entre si. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente define a

fase da adolescência como característica dos 13 aos 18 anos de idade. A

adolescência para Zekcer, (1985, p. 11) é descrita da seguinte maneira

Os adolescentes são indivíduos geralmente mais altos que seus pais, desengonçados, faces repletas de espinhas (…) e cravos, nariz geralmente muito grande, e por isso ficam horas no espelho (…). Suas mãos crescem muito e não sabem como segurar (...) as coisas, gozando de boa saúde, voz ora grave ora aguda; deixam crescer os cabelos e barba, têm um linguajar próprio, ingerem litros de Coca-Cola, comem toneladas de hamburger, mascam chiclete, vestem jeans, amam os pais mas os contestam sempre que podem, têm grande rivalidade com os irmãos, mas os defendem sempre, têm períodos de (...) depressão e até crises de choro. Capazes de dar a vida por uma causa que acham justa, não se preocupam muito com o futuro, querendo viver sempre o presente.

AVALIAÇÃO

Propõe-se de acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica em

que o processo de avaliação do ensino aprendizagem, seja formativa, diagnóstica

e processual. Deverá englobar todas as instâncias que compõem a escola:

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currículo, planejamento, metodologia, conteúdos, o educando e o educador .

A avaliação deve considerar que os alunos da EJA têm diferentes rítmos de

aprendizagem, com isso deve ser bem diversificada,levando em consideração a

compreensão dos conceitos, a capacidade de análise de texto e de elaborar

relatório de pesquisa. Identificando dificuldades para possibilitar a intervenção

pedagógica sempre que necessária..

O processo de avaliação leva em consideração vários aspectos: mudança de

pensamento, atitude englobando os conceitos e experiências adquiridas, a

capacidade de análise, posicionamento crítico aos diferentes contextos sociais.

Tais aspectos são avaliados por técnicas e instrumentos em que possibilitem

várias formas de expressão dos alunos.

Para isso, destacam-se como os principais critérios de avaliação em

Geografia a formação de conceitos geográficos básicos e o entendimento das

relações socioespaciais para compreensão e intervenção na realidade. O

professor deve observar se os alunos formaram os conceitos geográficos e

assimilaram as relações Espaço Temporais e Sociedade ↔ Natureza para

compreender o espaço nas diversas escalas geográficas.

Alguns dos instrumentos utilizados para a avaliação ; interpretação e

produção de textos, leitura geográfica de fotos,imagens,gráficos,tabelas e mapas;

pesquisas,relatórios de filmes, relatos de experiências e observações, discussão

e apresentação em grupos.

O processo pedagógico é parte integrante da avaliação, deve tanto

acompanhar a aprendizagem dos alunos quanto nortear o trabalho do professor.

Entendida como processo, a avaliação deverá possibilitar uma constante

elaboração e reelaboração não só do conhecimento produzido, mas da ação

pedagógica como um todo. Deve considerar os caminhos percorridos pelos

alunos, as tentativas de solucionar problemas que lhe são propostos e a partir do

diagnóstico de suas deficiências procurar ampliar sua visão e o seu saber .

A recuperação de estudos desenvolve um processo de busca da

compreensão,devendo ser participativo,de forma a permitir que o aluno expresse

suas inseguranças,oportunidade de se aprimorar e sanar suas dificuldades. O

professor deve diagnosticar as dificuldades e facilidades do aluno e compreender

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seu processo de aprendizagem. Deve acontecer a partir de uma lógica simples,

os conteúdos selecionados para o ensino são importantes para a formação do

aluno,então, é preciso investir em todas as estratégias e recursos possíveis para

que ele aprenda. É justamente o esforço de retomar de volta ao conteúdo,de

modificar os encaminhamentos metodológicos para assegurar a possibilidade de

aprendizagem. A recuperação da nota é simples decorrência da recuperação de

conteúdo.

O aluno deverá atingir nota 6.0(seis) com o objetivo de atingir 100% no

mínimo quatro avaliações, subdivididas em provas valendo 6,0 pontose trabalhos,

pesquisas, debates, valendo 4,0 pontos.

Aos alunos com necessidades especiais serão avaliados com referência as

suas possibilidades,procurando respeitar e atender ao máximo possível o grau de

dificuldade. A escola deve proporcionar uma adaptação curricular para que o

aluno possa superar suas dificuldades de aprendizagem e avançar nos estudos.

Os enunciados de atividades avaliativas devem ser claros e objetivos. Uma

resposta insatisfatória, em muitos casos, não revela, em princípio,que o estudante

não aprendeu o conteúdo, mas simplesmente que ele não entendeu o que lhe foi

perguntado. Nesta circunstância, o difícil não é desempenhar a tarefa solicitada,

mas sim compreender o que se pede.

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MOREIRA, Ruy. O que é Geografia. São Paulo: Brasiliense,1981.

RESENDE, M.S. A geografia do aluno trabalhador. São Paulo:

Loyola,1986

RODRIGUES, Neidson. Por uma nova escola. São Paulo: Cortez,1987

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ZEKCER, Israel. Adolescente também é gente! São Paulo: Summus, 1985.

KRAMER, Sônia. A Política do pré-escolar no Brasil: A arte do disfarce. 7ª

edição. São Paulo: Cortez, 2003.

DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO/ CEEBJA-IRATI

1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

De acordo com o antropólogo britânico Edward Burnett Tylor, cultura é “um

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conjunto complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral o

direito, os costumes e outras capacidades ou hábitos adquiridos pelo homem

enquanto membro da sociedade”. Nesta perspectiva, a religião apresenta-se,

como um dos vários aspectos culturais existentes em determinada sociedade.

Contudo, deve-se salientar que a religião não se trata apenas de um mero

aspecto cultural, seu significado para os diversos grupos sociais vai muito além.

Ela tem a capacidade explicar aquilo que a ciência considera como inexplicável,

da mesma forma que se apresenta como última alternativo, mesmo quando

aparentemente ela não mais exista. Embora tenha sido considerado um grande

crítico das crenças religiosas, o pensador Karl Marx definiu de maneira bastante

eficaz o termo religião, quando escreveu que “a religião é o coração de um mundo

sem coração” (Marx in Sociologia, 2006, p.91).

No entanto, é bastante marcante a instabilidade do ensino religioso como

disciplina no contexto histórico da educação brasileira. Sua fragilidade foi

promovida principalmente pelo fato de, em alguns momentos, servir como

mecanismo de firmação de ideologia religiosa predominante (Igreja Católica

Apostólica Romana), e em outros, pela falta de comprometimento por parte do

Estado em relação à sua consolidação.

Não somente o ensino religioso, mas a educação em sua totalidade surge

no Brasil com o objetivo expandir a visão eurocêntrica de mundo, e

principalmente, os ideais religiosos da Igreja Católica Apostólica Romana. Pois é

importante salientar que o encaminhamento de padres jesuítas (que além de

missionários foram os primeiros educadores) à Colômbia era mais uma das

estratégias adotadas após o Concílio de Trento, para combater o avanço das

religiões protestantes que surgiram na Europa Ocidental.

Após a independência do Brasil e elaboração da primeira constituição, em

1824, foi determinado que a religião Católica Apostólica Romana fosse a religião

oficial do Império Romano. Portanto, pode-se concluir que desde o período

colonial até a Proclamação da República (em 1889), o ensino religioso

apresentava-se como uma espécie de catequese da igreja católica.

Com a proclamação da República teve inicio a preocupação em tirar da

igreja católica o monopólio do Ensino Religioso. O ensino passou a ser laico,

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público, gratuito e obrigatório, tornando-se, a partir de 1934, uma disciplina de

matrícula facultativa. E ainda, possuía um caráter confessional de acordo com o

credo de cada família. Contudo, na prática, o Ensino Religioso continuava

apresentando-se como forma de catequese, a única mudança foi que abria

espaço para que alunos tivessem aulas de Ensino Religioso de acordo com a

ideologia de sua família.

A partir de meados da década de 1960, após uma grande quantidade de

debates, “o Ensino Religioso perdeu sua função catequética, pois com a

manifestação do pluralismo religioso na sociedade brasileira, o modelo curricular

centrado na doutrinação passou a ser intensamente questionado” (DCE, p 15,

2008).

Neste contexto, começou a se discutir a necessidade do conhecimento das

diversas crenças e não somente daquela à qual, por tradição da família,

determinado aluno considerava como “ideal”. Porém, o que parecia ser um

progresso do Ensino Religioso, na prática não se efetivou, pois o desinteresse do

Estado em investir nesta disciplina fez com que ela continuasse sendo ministrada

por professores leigos e voluntários, geralmente pertencentes às instituições

religiosas, que, por consequência, agiam de acordo com as concepções religiosas

de seus credos.

Em 1988 entra em vigor a nova Constituição Federal do Brasil, que pelo

fato do país estar saindo de um período extremamente opressivo, trazia a

promessa de uma sociedade que garantisse os direitos de liberdade, igualdade e

fraternidade. E no bojo destas discussões é levantada a questão do respeito à

diversidade cultural, que será base para a organização metodológica do Ensino

Religioso a partir deste momento.

A Constituição Federal de 1988 e a LDBEN de 1996, devem ser vistos

como marcos divisórios do Ensino religioso no Brasil, pois ao que parece,

somente a partir destes documentos é que passou a se pensar de forma mais

séria, seja por parte do Estado ou dos profissionais de educação, sobre este

disciplina.

É certo que ao longo da década de 1990 o Ensino Religioso passou ainda

por inúmeras dificuldades, como por exemplo, a sua transformação em uma

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disciplina exclusiva ao estudo de valores, e ainda, em algumas regiões (e entre

elas o Paraná), a não regulamentação pelo Congresso Estadual de Educação,

levou a disciplina a sua quase extinção no período entre 1995 a 2002.

Nos últimos anos (principalmente após 2002) o Ensino Religioso passa a

ser estruturado de maneira bastante sólida. No estado do Paraná o Conselho

Estadual de Educação aprovou a Deliberação 03/02, que regulamentou o Ensino

Religioso nas escolas públicas e elaborou a Instrução Conjunta n.001/02 do

DEF/SEED que estabeleceu as normas para a disciplina. E em 2006 foi aprovada

a Deliberação n. 01/06, que instituiu novas formas para o Ensino Religioso no

Sistema Estadual de Ensino do Paraná e iniciou-se a construção das Diretrizes

Curriculares de Ensino Religioso para a Educação Básica.

De modo geral, pode-se concluir que o Ensino Religioso, aplicado

atualmente nas escolas públicas do Paraná, visa proporcionar o conhecimento

acerca das diversas concepções religiosas construídas por grupos humanos ao

longo da história, e principalmente, formar cidadãos capazes de entender e

respeitar a diversidade.

Como resultado desse processo é a proposta de implementação de um

Ensino Religioso laico, tendo a definição de “Sagrado” como objeto de estudo,

diferente das Instituições Religiosas que tratam o “Sagrado” como objeto de fé.

2. CONTEÚDOS

Conteúdos Estruturantes

Paisagem Religiosa:

Uma paisagem religiosa define-se pela combinação de elementos culturais

e naturais que remetem a experiência com o Sagrado e a uma série de

representações sobre o transcendente e o imanente, e pode ser constituído por

elementos naturais como; astros, montanhas, florestas, rios, grutas, etc.; ou por

elementos arquitetônicos como templos, cidades sagradas, monumentos, etc.;

que são essencialmente carregados de um valor sagrado.

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Universo Simbólico Religioso:

É o conjunto de linguagem que expressa sentidos, comunica e exerce

papel relevante para a vida imaginativa e para a constituição das diferentes

religiões no mundo e cujas significações se sustentam em determinados símbolos

religiosos que tem como função resgatar e representar as experiências das

manifestações religiosas.

Para a linguagem do Sagrado os símbolos são a base da comunicação e

constituem o veículo que aproxima o mundo vivido, cotidianamente, do mundo

extraordinário dos deuses e deusas.

Texto Sagrado:

Os Textos Sagrados expressam idéias e são o meio de viabilizar a

diminuição e à preservação dos ensinamentos de diferentes tradições e

manifestações religiosas, de diversas maneiras.

Os Textos Sagrados registram fotos relevantes da tradição e manifestação

religiosa, entre eles: as orações, a doutrina, a história das religiões.

Conteúdos Básicos

Organizações Religiosas:

As organizações religiosas estabelecem fundamentos, normas e funções a

fim de compor elementos mais ou menos determinados que unam os adeptos

religiosos e definem o sistema religioso. Nas organizações religiosas poderão ser

destacados os fundadores e/ou líderes religiosos e as estruturas hierárquicas das

diversas religiões.

Lugares Sagrados:

São simbolicamente onde o sagrado se manifesta, destacando-se:

• Lugares na natureza: rios, lagos, montanhas, grutas, cachoeiras, etc.

• Lugares construídos: templos, cidades sagradas, cemitérios, etc...

São identificados como lugares sagrados para as diferentes tradições

religiosas em função de fatos considerados relevantes como morte,

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nascimento, pregação, milagre, redenção ou iluminação de um líder religioso.

Textos Sagrados orais ou escritos:

São ensinamentos sagrados, transmitidos de forma oral ou escrita pelas

diferentes culturas religiosas, como em contos, narrativas, poemas, orações,

pinturas rupestres, tatuagens, história da origem de cada povo contada pelos

mais velhos, escritas cuneiformes, hieróglifos egípcios, etc...

Símbolos Religiosos:

São definidos como qualquer coisa que veicule uma concepção, pode ser

uma palavra, um som, um gesto, um ritual, um sonho, uma obra de arte, uma

anotação matemática, cores, textos e outros que podem ser trabalhados conforme

os seguintes aspectos:

• dos ritos

• dos mitos

• do cotidiano

Temporalidade Sagrada:

O tempo profano está ligado essencialmente, à existência humana. Inicia-

se com o nascimento do homem e tem seu fim com a morte. O tempo do divino

está além da vida simplesmente animal do homem e, por isso, se caracteriza

geralmente pela idéia de eternidade.

A idéia de tempo sagrado é justamente o que fundamente a perspectiva de

vida após a morte que marca, essencialmente, as religiões.

Festas Religiosas:

São os eventos organizados pelos diferentes grupos religiosos com o

objetivo da reatualização de um acontecimento primordial: confraternização,

rememoração dos símbolos, períodos ou datas importantes. Podem ser: festas

familiares, peregrinações, festas nos templos, datas comemorativas.

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Ritos:

São celebrações das tradições e manifestações que possibilitam um

encontro interpessoal. Servem à memória e à preservação da identidade de

diferentes tradições e manifestações religiosas, e podem remeter às

possibilidades futuras decorrentes de transformações contemporâneas.

Destacam-se: os ritos de passagem, os mortuários, os propiciatórios, entre outros.

Vida e morte:

As religiões procuram dar explicações aos seus adeptos para a vida além

da morte, o sentido da vida nas tradições e manifestações religiosas; a

reencarnação; a ressurreição. Apresentação da forma como cada

cultura/organização religiosa encara a questão da morte e a maneira como lidam

com o culto aos mortos, finados e dias especiais para tal relação.

3. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

Ao propor o encaminhamento metodológico para o ensino religioso, tem-se

o cuidado em buscar estratégias que possibilitem atingir de forma satisfatória o

objetivo central de nosso trabalho, que consiste na análise acerca das relações

humanas com o sagrado, buscando o entendimento das crenças religiosas.

A partir do momento em que se abre a possibilidade para o estudo da

diversidade religiosa, automaticamente, é ampliado o universo de formas,

técnicas, métodos e materiais disponíveis. Pois além de tornar-se extremamente

amplo o conteúdo a ser trabalhado, verifica-se que a própria sala de aula

apresenta-se como um rico objeto de estudo. Neste ambiente teremos, na prática,

o exemplo de diferentes concepções religiosas e a maneira como a diversidade

se manifesta no meio social.

É, portanto, necessário que os alunos não sejam meros receptores, mas

que tenham a oportunidade de expressar suas experiências cotidianas

(principalmente religiosas), e assim, aliando o empírico ao científico, seja possível

transformar o espaço escolar em um ambiente para construção do conhecimento.

No entanto, para isso, é necessário que haja o comprometimento do professor,

principalmente no que se refere o desenvolvimento de metodologias de trabalho

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que promovam aulas diversificadas. A sala de aula não deve deixar de ser um

local para o professor repassar o seu conhecimento. Contudo, é também

necessário que seja “palco” de debates, trabalhos em grupo e reflexões.

Entre os materiais disponíveis e necessários às aulas de Ensino Religioso

destacamos os recursos audiovisuais. Seja a partir da exibição de filmes, ou

ainda, em aulas preparadas para a TV multimídia, a utilização deste recurso torna

as aulas mais atrativas, e consequentemente mais satisfatório, no que se refere à

construção do conhecimento.

No entanto, não se deve desconsiderar a importância de materiais

didáticos mais tradicionais como rádio, textos, quadro, giz, cartazes. Pois embora

estejamos vivenciando uma revolução nas novas tecnologias de informação,

devemos ter consciência de que a grande maioria da população está muito longe

de ter estes recursos à sua disposição, e ainda que tenhamos o privilégio de já

poder contar com considerável tecnologia nas escolas públicas, sabemos que o

quadro e giz serão ainda úteis por muito tempo.

Seguindo a proposta das Diretrizes Curriculares, os conteúdos específicos

deverão ser trabalhados de forma que tenham sempre como referência os

conteúdos estruturantes, que compõem conhecimentos mais abrangentes. Deve-

se ainda estar atento à possibilidade de haver uma correlação entre Ensino

Religioso e outra disciplinas, pois a interdisciplinaridade, ao ser promovida de

forma planejada, torna-se um eficiente recurso pedagógico.

É importante alertar ainda que, se por um lado o Ensino Religioso vem

ampliando as possibilidades de trabalho, por outro, o fato de romper com a idéia

de superioridade e inferioridade em favor da concepção de diversidade, faz com

que se tenha uma maior exigência para com os educadores. Estes passam a ter a

difícil tarefa d demonstrar o máximo de neutralidade possível em questões

religiosas. Caso isso não ocorra, estarão sujeitos a colocar em risco a própria

disciplina.

O Ensino Religioso, pela especificidade de seus Conteúdos Estruturantes e

Conteúdos Básicos é oportunidade pedagógica privilegiada para se trabalhar com

os educandos os temas de Desafios educacionais Contemporâneos,

especialmente a inclusão, as relações étnico-raciais, os direitos humanos e o uso

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indevido das drogas. Isto se dá porque ao se trabalhar o universo simbólico

religioso, os textos sagrados e a vida e a morte, concomitantemente está se

trabalhando valores fundamentais como ética, respeito humano, valorização da

vida, solidariedade humana e pluralidade cultural.

De acordo com a Instrução nº 009/2011 torna-se obrigatório na Proposta

Pedagógica Curricular de todas as disciplinas os conteúdos obrigatórios: História

do Paraná ( lei nº 13381/01) , História e Cultura Afro, Africana e Indígena ( lei nº

11.645/08), música ( lei nº 11.645/08), prevenção ao uso indevido de drogas,

sexualidade humana, educação ambiental, educação fiscal, enfrentamento à

violência contra a criança e o adolescente. Direito das crianças e adolescente L.F.

Nº 11525/07, educação tributária Dec. Nº 1143/99, Portaria nº413/02, educação

ambiental, L.F. Nº 9795/99, Dec. Nº 4201/02. Estes conteúdos serão abordados

de forma contextualizada com os conteúdos específicos da disciplina,

considerando os aspectos históricos, sociais e políticos, ofertando ao aluno,

condições para refletir sobre seus conhecimentos e seu papel como sujeito capaz

de atuar em sua realidade agindo com responsabilidade na sociedade em que

vive.

Hoje a concepção de infância é diferente de alguns anos atrás. Pode-se

perceber que a criança por muito tempo foi tratada como adulto em miniatura .

A infância é o período da humanização do indivíduo, da aprendizagem da

natureza humana. Essa humanização só acontece se o meio, a qual, a criança

convive repassa os comportamentos característicos de sua espécie e do seu

grupo. É a influência desse grupo que, define o seu caráter e sua personalidade.

É na infância que se dá o início da construção dos valores que são

complementados na adolescência. É o momento mais importante da vida do ser

humano. Nos primeiros cinco anos de, ou seja, na primeira infância é que são

impressas as melhores e as piores marcas de cada um. O inconsciente é aberto e

tudo o que for inserido, lá ficará para o resto dos seus dias; daí a importância do

cuidado desde a gravidez.

O atendimento das crianças nas escolas, também mudou através de

medidas pois até então, eram matriculados aos seis anos na pré-escola. Agora

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devem ser matriculados aos seis anos no primeiro ano do Ensino Fundamental,

obrigatoriamente.

Essas modificações são citadas no Projeto de Lei nº 144/2005, aprovado

pelo Senado em 25 de janeiro de 2006, estabelece a duração mínima de 9 (nove)

anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis)

anos de idade. Essa medida foi implantada em 2010 pelos Municípios, Estados e

Distrito Federal. Os sistemas de ensino terão prazo para adaptar-se , as novas

mudanças.

Existe muita discussão sobre a definição dos termos “adolescência” e

“puberdade”, mesmo entre os profissionais e estudiosos que trabalham na área

educacional. Segundo vários autores, são termos de diferentes concepções, mas

relacionados entre si. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente define a

fase da adolescência como cararacterística dos 13 aos 18 anos de idade. A

adolescência para Zekcer, (1985, p. 11) é descrita da seguinte maneira

Os adolescentes são indivíduos geralmente mais altos que seus pais, desengonçados, faces repletas de espinhas (…) e cravos, nariz geralmente muito grande, e por isso ficam horas no espelho (…). Suas mãos crescem muito e não sabem como segurar (...) as coisas, gozando de boa saúde, voz ora grave ora aguda; deixam crescer os cabelos e barba, têm um linguajar próprio, ingerem litros de Coca-Cola, comem toneladas de hamburger, mascam chiclete, vestem jeans, amam os pais mas os contestam sempre que podem, têm grande rivalidade com os irmãos, mas os defendem sempre, têm períodos de (...) depressão e até crises de choro. Capazes de dar a vida por uma causa que acham justa, não se preocupam muito com o futuro, querendo viver sempre o presente.

4. AVALIAÇÃO

O processo avaliativo no Ensino Religioso é bastante particular se

comparado com outras disciplinas, pois a avaliação e os seus resultados, não são

critérios para aprovação ou reprovação. O Ensino Religioso apresenta-se como

uma disciplina optativa, sem registros de notas na documentação escolar.

Contudo, o fato de não haver conceitos e reprovação em Ensino

Religioso, não significa que o processo de aprendizagem do aluno não deva ser

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avaliado. Pois é necessário que a avaliação seja estendida como parte integrante

do processo de aprendizagem, e não como uma forma de seleção, como foi vista

ao longo da história. Nesta perspectiva, a avaliação será contínua, onde cada

professor elaborará instrumentos específicos, que o possibilite acompanhar a

apropriação de conhecimento de cada aluno, e a maneira como este saber esta

colaborando para a sua formação pessoal.

Seja a partir de instrumentos pré-elaborados (como trabalhos, debates),

ou da própria observação sobre o aluno em sala de aula, o fundamental é que o

processo avaliativo seja efetivado com a visão de que: “o importante não ‘é fazer

como se’ cada um houvesse aprendido, mas permitir a cada um aprender.”

(PERRENOUD, 1999, p. 165).

Segundo as diretrizes, serão estabelecidos critérios que busquem

identificar a apropriação dos conteúdos específicos fundamentados no

pressuposto do respeito à diversidade cultural e religioso, como:

- o aluno expressa uma relação respeitosa com os colegas de classe que tem

opções religiosas diferentes da sua?

- o aluno aceitas as diferenças de credo ou de expressão de fé?

- o aluno reconhece que o fenômeno religioso é um dado de cultura e identidade

de cada grupo social?

- o aluno emprega conceitos adequados para referir-se as diferentes

manifestações do Sagrado?

A partir dos resultados obtidos na avaliação haverá intervenções no

processo pedagógico a fim de retomar e/ou preencher as lacunas identificadas e

aprofundar os conhecimentos baseados nos conteúdos a serem trabalhados.

A recuperação paralela acontecerá durante o processo de ensino

aprendizagem, durante a carga horária da disciplina.

Aos alunos com necessidades educacionais especiais a escola deve

proporcionar uma adaptação curricular, para que o aluno possa superar suas

dificuldades de aprendizagem e avançar nos estudos.

5. BIBLIOGRAFIA

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DISCIPLINA DE ESPANHOL / CEEBJA-IRATI

o DISCIPLINA DE ESPANHOL/CEEBJA-IRATI

1. Apresentação da Disciplina

Ao propormos o ensino de qualquer língua, neste caso específico da

Língua Espanhola, precisamos refletir sobre a linguagem, articulando as relações

que estabelecemos com o mundo e a visão que construímos sobre ele, porque

tudo o que nós fizermos em sala de aula deve ter um objetivo próprio, e devemos

fazer o melhor de nós professores para que este objetivo seja alcançado, uma vez

que aprender uma nova língua na escola é uma experiência educacional que se

realiza para e pelo aluno como reflexo de valores específicos do grupo social ou

étnico que mantém essa escola.

Considerando que a Língua Espanhola é a segunda língua mais falada no

mundo, é o idioma por excelência, de um reino ( Espanha), de dezoito repúblicas

americanas ( México, Guatemala, Honduras, Nicarágua, El Salvador, Costa Rica,

Cuba, República Dominicana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia,

Chile, Argentina, Uruguai e Paraguai), e um dos países associado aos Estados

Unidos ( Porto Rico). Também falam espanhol, a minoria de origem hispana nos

estados Unidos como também na República da Guiana Equatorial . A procura por

esse idioma adquiriu um âmbito muito maior, tornou-se fundamental que essa

língua fosse inserida no currículo escolar, para possibilitar a toda comunidade seu

acesso. O ensino da língua espanhola é recente, iniciou-se a partir dos anos 90,

impulsionadas por um ideal de redemocratização do país (devido à abertura

política) e pela criação do MERCOSUL, as escolas voltaram a ofertar o ensino da

língua espanhola em seus currículos, porém sem suplantá-la.

A LDB prevê uma Língua Estrangeira Moderna (LEM) como disciplina

obrigatória e uma segunda, como optativa (Art. 36, inc. III). Assim, o objetivo do

ensino da Língua Estrangeira (LE) é permitir ao educando conhecê-la e usá-la

como instrumento de acesso a informações e a outras culturas e grupos sociais.

Precisa-se pensar o ensino e a aprendizagem das Línguas Estrangeiras

Modernas em termos de competências abrangentes e não estáticas, uma vez que

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uma língua é o veículo de comunicação de um povo por excelência e é através de

sua forma de expressar-se que esse povo transmite sua cultura, suas tradições,

seus conhecimentos.

A visão de mundo de cada povo altera-se em função de vários fatores e,

conseqüentemente, a língua também sofre alterações para poder expressar as

novas formas de encarar a realidade. Daí ser de fundamental importância

conceber-se o ensino de um idioma estrangeiro objetivando a comunicação real,

pois, dessa forma, os diferentes elementos que a compõem estarão presentes,

dando amplitude e sentido a essa aprendizagem.

Se entendermos que nossos alunos têm a necessidade de se introduzir

na sociedade, então o professor é que deve oferecer isso a eles, deverá ser

aquele que possibilite essa integração. Diante disso, a metodologia a ser aplicada

deve ser aquela que satisfaça as necessidades dos educandos, trabalhando

neste contexto a realidade apresentada pelos mesmos, valorizando as relações

estabelecidas entre eles e acreditando que cada um deles têm condições de

aprender.

Propõe-se que a aula de LE constitua um espaço para que o aluno

reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, de modo que se

engaje discursivamente e perceba possibilidades de construção de significados

em relação ao mundo que vive. Espera-se que o aluno compreenda que os

significados são sociais e historicamente construídos e, portanto, passíveis de

transformação na prática social.

Uma vez que os alunos deste estabelecimento irão ao mercado de

trabalho se faz necessário o aprendizado do espanhol. Também porque temos

como países vizinhos o Paraguai, Argentina, Uruguai e várias empresas

instaladas na cidade e cidades vizinhas cujos proprietários são argentinos e

espanhóis, motivo pelo qual é de suma importância o conhecimento desta língua

para esses alunos, bem como parte da comunidade escolar.

As diretrizes do ensino de Língua Estrangeira Moderna , na Educação

Básica propõe superar os fins utilitaristas, pragmáticos ou instrumentais que

historicamente têm marcado o ensino da disciplina.

Assim espera-se que o aluno:

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-use a língua em situações de comunicação oral ou escrita;

-vivencie, na aula de Língua Estrangeira , formas de participação que lhe

possibilitem estabelecer relações entre ações individuais e coletivas ;

-compreenda que os significados são sociais e historicamente construidos

e, portanto passíveis de transformação na prática social;

-tenha maior consciência sobre o papel das línguas na sociedade;

-reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, bem como

seus benefícios para o desenvolvimento cultural do país.

2. CONTEÚDOS

Conteúdo Estruturante

Na disciplina de Língua Estrangeira Moderna, o Conteúdo Estruturante é

o Discurso como prática social. Eles se constituem através da história, são

legitimados socialmente e, por isso, são provisórios e processuais. Eles estão

relacionados com o momento histórico-social. Quando o discurso toma a língua

como interação verbal, como espaço de produção de sentidos, ele é chamado de

discurso como prática social, isto é, nele a língua é tratada de forma dinâmica, por

meio de leitura, de oralidade e de escrita que são as práticas que efetivam o

discurso.

Ao contrário de uma concepção de linguagem que centraliza o ensino na

gramática tradicional, o discurso tem como foco o trabalho com os enunciados

(orais e escritos). O uso da língua efetua-se em forma de enunciados, uma vez

que o discurso só existe na forma de enunciados.

Com isso, nas aulas de espanhol será oportunizado ao aluno a percepção

da interdiscursividade, as condições de produção dos diferentes discursos, das

vozes que permeiam as relações sociais e de poder. Os níveis de organização

linguística – fonético-fonológico, léxico-semântico e de sintaxe – sirvam ao uso da

linguagem na compreensão e na produção verbal e não verbal.

Conteúdos Básicos

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315

Os conteúdos básicos que irão ser trabalhados pertencem às práticas da

oralidade, leitura e escrita e análise linguística. Tais conteúdos devem ser

abordados a partir de um gênero, conforme as esferas sociais de circulação:

cotidiana, científica, escolar, imprensa, política, literária/artística, produção e

consumo, publicitária, midiática, jurídica.

No ensino Fundamental,será dado ênfase a leitura, a escrita e a

oralidade, da seguinte forma:

LEITURA:

Advinhas

Álbum de família

Cartão

Fábulas

Histórias em quadrinho

Lendas

Convites

comunicado

Cantigas de roda

Cartazes

Mapas

Charge

Anúncio

Literatura de Cordel

Causos

Crônicas

contos

Pesquisas

Classificados

ESCRITA:

Advinhas

Álbum de família

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316

Cartão

Fábulas

Histórias em quadrinho

Lendas

Convites

comunicado

Cantigas de roda

Cartazes

Mapas

Charge

Anúncio

Literatura de Cordel

Causos

Crônicas

contos

Pesquisas

Classificados

ORALIDADE:

Advinhas

Álbum de família

Cartão

Fábulas

Histórias em quadrinho

Lendas

Convites

comunicado

Cantigas de roda

Cartazes

Mapas

Charge

Anúncio

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317

Literatura de Cordel

Causos

Crônicas

contos

Pesquisas

Classificados

No Ensino Médio, será dado ênfase a leitura, a escrita e a oralidade, da seguinte

forma:

LEITURA

Advinhas

Álbum de família

Anedotas

Ato biografia

Artigos

Anúncio de emprego

Carta Pessoal

Comunicado

Cartão

Fábulas

Histórias em quadrinho

Lendas

Convites

comunicado

Cantigas de roda

Cartazes

Mapas

Charge

Anúncio

Literatura de Cordel

Causos

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318

Crônicas

Contos de Fada

Pesquisas

Classificados

ESCRITA

Advinhas

Álbum de família

Anedotas

Ato biografia

Artigos

Anúncio de emprego

Carta Pessoal

Comunicado

Cartão

Fábulas

Histórias em quadrinho

Lendas

Convites

comunicado

Cantigas de roda

Cartazes

Mapas

Charge

Anúncio

Literatura de Cordel

Causos

Crônicas

Contos de Fada

Pesquisas

Classificados

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319

ORALIDADE

Advinhas

Álbum de família

Anedotas

Ato biografia

Artigos

Anúncio de emprego

Carta Pessoal

Comunicado

Cartão

Fábulas

Histórias em quadrinho

Lendas

Convites

comunicado

Cantigas de roda

Cartazes

Mapas

Charge

Anúncio

Literatura de Cordel

Causos

Crônicas

Contos de Fada

Pesquisas

Classificados

Exposição Oral

Tanto no ensino fundamental quanto no Médio serrão trabalhados:

-Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.

- Elementos coesivos e marcadores do discurso responsáveis pela

progressão textual e coerência do texto;

- Variedades linguísticas: diferentes registros e graus de formalidade;

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320

- Diversidade cultural: entre as comunidades de língua estrangeira e /ou

as de língua materna e, ainda no âmbito de uma mesma comunidade.

-Conhecimentos linguísticos: ortografia, fonética e fonologia, elementos

gramaticais.

Os conteúdos linguísticos tais como, artigos, verbos, pronomes, estarão

presentes no processo pedagógico e serão trabalhados em grau de profundidade

de acordo com o conhecimento do aluno.

Caberá ao professor selecionar um texto significativo pertencente a um

gênero, que deve ser compreendido em sua esfera de circulação. Importa menos

a quantidade de gêneros trabalhados e mais a qualidade do trabalho pedagógico

com aqueles selecionados pelo professor.

Os gêneros serão retomados, respeitando-se o princípio de

complexidade crescente. Vale ressaltar que os gêneros indicados não se esgotam

nesses tópicos.

A abordagem teórico-metodológica e a avaliação estão inseridas na

sequência para compreensão da proposta dos conteúdos básicos de Língua

Estrangeira Moderna.

Os conteúdos gramaticais, sob forma de análise linguística serão

abordadas sempre a partir do gênero. Sendo o discurso como prática social, o

conteúdo que estrutura a LEM e que se manifesta sob a forma de gênero

discursivo, o trabalho da LEM deve partir do texto/gênero discursivo.

LEITURA

• Tema do texto;

• Interlocutor;

• Finalidade do texto;

• Aceitabilidade do texto;

• Informatividade;

• Situacionalidade;

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• Intertextualidade;

• Temporalidade;

• Referência textual;

• Partículas conectivas do texto;

• Discurso direto e indireto;

• Elementos composicionais do gênero;

• Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;

• Palavras e/ou expressões que detonam ironia e humor no texto;

• Polissemia;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no

texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras

de linguagem;

• Léxico.

ESCRITA

• Tema do texto;

• Interlocutor;

• Finalidade do texto;

• Aceitabilidade do texto;

• Informatividade;

• Situacionalidade;

• Intertextualidade;

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• Temporalidade;

• Referência textual;

• Partículas conectivas do texto;

• Discurso direto e indireto;

• Elementos composicionais do gênero;

• Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;

• Palavras e/ou expressões que detonam ironia e humor no texto;

• Polissemia;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no

texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras

de linguagem;

• Acentuação gráfica;

• Ortografia;

• Concordância verbal/nominal.

ORALIDADE

• Conteúdo temático;

• Finalidade;

• Aceitabilidade do texto;

• Informatividade;

• Papel do locutor e interlocutor;

• Elementos extralinguísticos: entonação, expressões faciais, corporal e gestual,

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323

pausas...

• Adequação do discurso ao gênero;

• Turnos de fala;

• Variações linguísticas;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, semântica;

• Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc.);

• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral ou escrito.

Os alunos poderão pesquisar seus trabalhos em livros, revistas, jornais e

outros meios que possam encontrar para que possam realizar suas pesquisas.

Esses temas serão trabalhados basicamente de uma só forma, ou seja, a

conscientização, esta começando a ser levada primeiramente à sala de aula para

ser trabalhada com os alunos, através de textos e outras formas de exposição do

tema, e com isso se espera que seja transmitida adiante, através dos alunos para

sua família, amigos, comunidade e assim por diante.

3. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

O ato de ensinar não se dá através de situações prontas, fechadas,

definitivas, mas sim como processo de reflexão contínua sobre as inúmeras

possibilidades de aprender. Os conteúdos serão desenvolvidos sempre de forma

contextualizada, tendo como referencial para a ação pedagógica a realidade

social do aluno, e a intencionalidade do trabalho está em sintonia com as

exigências que o mundo do trabalho faz àqueles que nele desejam ingressar. Os

alunos trabalharão os conteúdos dados de forma individual e em grupo na

resolução de problemas.

O ensino da língua estrangeira se iniciará com um vocabulário básico,

que faça parte do seu eu e do mundo a sua volta. É preciso criar intimidade com a

língua para depois chegar a objetivos mais específicos como a gramática por

exemplo.

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324

As aulas de língua espanhola constituirão um espaço para que o aluno

reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, de modo que se

engaje discursivamente e perceba possibilidades de construção de significados

em relação ao mundo que vive. Espera-se que o aluno compreenda que os

significados são sociais e historicamente construídos e, portanto, passíveis de

transformação na prática social.

Trabalhar com textos de diversos tipos, como música, propagandas,

rótulos, poemas e informes diversos, é parte importantíssima no processo de

ensino-aprendizagem da língua estrangeira. Através de textos pode-se estudar,

de uma maneira integrada, estruturas gramaticais, vocabulário, compreensão,

leitura e produção de texto. Por isso, se trabalhará em sala de aula uma variação

de textos, desde os mais simples, ou seja, aqueles que o aluno tem um

conhecimento prévio do assunto, até aqueles mais complexos.

No que se refere a texto e baseados nas Diretrizes Curriculares, a ênfase

do ensino recai sobre a necessidade de os sujeitos interagirem ativamente pelo

discurso, sendo capazes de comunicar-se de diferentes formas, materializadas

em diferentes tipos de texto, considerando a imensa quantidade de informações

que circulam na sociedade. Isso significa participar dos processos sociais de

construção de linguagem e de seus sentidos legitimados, e desenvolver uma

criticidade, de modo a atribuir o próprio sentido aos textos.

O discurso entendido como prática social, que se realiza total ou

parcialmente por intermédio de textos. O texto é uma entidade concreta, realizada

materialmente e corporificada em um determinado gênero. O que ele produz, ao

se manifestar em alguma instância discursiva, é o discurso. Assim, o discurso se

realiza nos e pelos textos. Nessa visão, o discurso envolve o texto propriamente

dito e os seus aspectos externos, as condições de produção, ou seja, o contexto

sócio-histórico-ideológico no qual foi produzido.

Em sala de aula será trabalhado os mais variados textos de diferentes

gêneros, que levará ao aluno o interesse à pesquisa e à discussão. Será

oportunizado ao aluno a escolha das temáticas dos textos, uma vez que um dos

objetivos é possibilitar formas de participação que permitam o estabelecimento de

relações entre ações individuais e coletivas. Por meio dessa experiência, os

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325

alunos poderão compreender a vinculação entre auto interesse e interesses do

grupo. Além disso, esta iniciativa poderá levar a escolhas de conteúdos mais

significativos, porque resultam da participação de todos, e é este o principal

objetivo do ensino-aprendizagem de línguas.

Com isso, nas aulas de língua espanhola será abordado vários tipos de

textos, em atividades diversificadas, tais como:

• comparação das unidades temáticas, linguísticas e composicionais de um

texto com outros textos;

• interpretação e oralidade da estrutura de um texto a partir das reflexões da

sala de aula;

• leitura, escrita e análise de textos de países que falam o mesmo idioma

estudado na escola e dos aspectos culturais que ambos veiculam;

• leitura, escrita e análise de textos publicados nacional e internacionalmente

sobre um mesmo tema e das abordagens de tais publicações;

• comparação das estruturas fonéticas, bem como das formações sintáticas e

morfológicas da LE M estudada com a da LM.

O texto como unidade de linguagem em uso, ou seja, de comunicação

verbal - escrita, oral ou visual - será o ponto de partida da aula de LE. Esse texto

trará uma problematização em relação a um tema. A busca por sua solução

deverá despertar o interesse dos alunos para que desenvolvam uma prática

analítica e crítica, ampliem seus conhecimentos linguísticos e percebam as

implicações sociais, históricas e ideológicas presentes num discurso.

Paralelo ao estudo das habilidades acima citadas deverá ser feito um

trabalho de conversação em sala de aula, para que os alunos possam conhecer a

modalidade oral através da simulação de situações reais e proporcionar-lhes uma

total integração com a nova língua e mostrar seu uso no dia-a-dia, fato que os

estimulará no processo de assimilação da nova língua, levando-se em conta as

limitações de cada aluno e, explorando ao máximo seu potencial.

De acordo com a Instrução nº 009/2011 torna-se obrigatório na Proposta

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326

Pedagógica Curricular de todas as disciplinas os conteúdos obrigatórios: História

do Paraná ( lei nº 13381/01) , História e Cultura Afro, Africana e Indígena ( lei nº

11.645/08), música ( lei nº 11.645/08), prevenção ao uso indevido de drogas,

sexualidade humana, educação ambiental, educação fiscal, enfrentamento à

violência contra a criança e o adolescente. Direito das crianças e adolescente L.F.

Nº 11525/07, educação tributária Dec. Nº 1143/99, Portaria nº413/02, educação

ambiental, L.F. Nº 9795/99, Dec. Nº 4201/02.

No decorrer do ano letivo serão trabalhados a História e Cultura Afro-

brasileira, e Africana e Indígena, conforme Lei 11645/08. A. Esses temas serão

abordados através de textos trazidos aos alunos, pesquisas que eles irão efetuar

e discussão e sala de aula.

4. AVALIAÇÃO

A avaliação em língua estrangeira tem como objetivo verificar o

crescimento do educando e deve ser entendida como um dos aspectos do ensino,

através do qual, o professor interpreta os resultados do ensino/aprendizagem, ou

seja, de seu próprio trabalho. Sua finalidade é acompanhar, diagnosticar, reavaliar

e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos alunos, seus resultados,

atribuindo-lhes valor.

A avaliação de aprendizagens dar-se-á da seguinte forma: escrita, oral,

compreensão, produção, pesquisa, apresentação, exposição de trabalhos,

atividades em grupos e atividades na classe, ou seja, as avaliações serão

cumulativas, diagnósticas e investigativa.

O diagnóstico permeará o trabalho fazendo com que haja reflexão e crítica

sobre o processo de ensino/aprendizagem não só no desenvolvimento dos

educandos, mas, principalmente para verificar o desenvolvimento global da ação

pedagógica.

Faz-se necessário termos uma ou mais avaliação por bimestre não

somente para vermos o desempenho do aluno, mas principalmente para poder

perceber em qual assunto os alunos tiveram mais dificuldade para que o

professor possa retomar o conteúdo de outra forma para que possa sanar as

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dúvidas que os alunos possam ter, uma vez que a avaliação é parte integrante do

processo de aprendizagem e contribui para a construção de saberes.

De acordo com a Proposta Pedagógica Curricular, as avaliações serão

diagnósticas, somativa, onde o aluno deverá obter a média 6,0, frequência

mínima de 75% no coletivo e 100% de frequência no individual. Nas avaliações se

preponderá os aspectos qualitativos da aprendizagem sobre os quantitativos, uma

vez que se dará maior importância crítica, a capacidade de síntese e a elaboração

pessoal e social, sobre a memorização, isto quer dizer que a avaliação do

desempenho do aluno e de seu rendimento escolar será contínua, cumulativa e

permanente. O aluno fará avaliação escrita, valendo 6,0 e trabalhos escritos,

leitura, apresentações orais, seminários, pesquisas e outros, valendo 4,0.

Como instrumentos, técnicas e metodologias de avaliação serão

utilizados instrumentos variados, ou seja, será trabalhado com os alunos testes ou

provas de aproveitamento, questionamentos orais e escritos, leitura, elaboração

de relatórios, exposição oral, observação que poderão ser espontâneos ou

dirigidos e experimentação prática .

Porém, às vezes, não é possível ter um diagnóstico real de quanto o

aluno aprendeu somente nas avaliações. O desempenho do aluno durante o

processo de aprendizagem também deve ser levado em conta. Portanto serão

criadas outras situações avaliativas, como: atividades de pesquisa; trabalhos

individuais ou em grupo; produção, síntese e análise de textos, jornais e revistas;

exercícios e outras formas mais que se fizerem presentes e necessárias.

A individualidade do aluno e o seu domínio dos conteúdos necessários

deverão ser assegurados nas decisões sobre o processo de avaliação será

respeitada, bem como a sua participação nas atividades realizadas em sala de

aula.

A recuperação será paralela durante o processo de ensino-aprendizagem

retomando os conteúdos, ofertando a todos os alunos independente da nota

alcançada , possibilitando a apreensão de conteúdos básicos necessários. A

recuperação paralela se constituirá de um conjunto integrado ao processo de

ensino além de se adequar às dificuldades do aluno. Essa recuperação poderá

ser feita através de trabalhos, pesquisas, textos e outras formas para que o aluno

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328

possa rever o conteúdo (ou conteúdos) que não aprendeu e assim recuperá-los,

bem como revisá-lo de uma maneira diferenciada.

A recuperação de estudos será paralela aos conteúdos no período da

carga horária da disciplina, constituindo-se num conjunto integrado ao processo

de ensino/aprendizagem. Nela se desenvolverão estudos paralelos de

recuperação propondo aos alunos desafios e atividades diferenciadas

complementares, articuladas aos conteúdos trabalhados anteriormente. Será feita

com atividades ajustadas às necessidades dos alunos.

Aos alunos com necessidades educacionais especiais a escola deverá

proporcionar uma adaptação curricular, para que o aluno possa superar suas

dificuldades de aprendizagem e avançar nos estudos.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DIRETRIZES CURRICULARES DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA PARA

EDUCAÇÃO BÁSICA. Governo do Estado do Paraná. Secretaria de Estado da

Educação. Superintendência da Educação. Curitiba, 2008.

DISCIPLINA DE FILOSOFIA /CEEBJA-IRATI

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE FILOSOFIA

Esta Proposta Pedagógica Curricular para o Ensino de Filosofia na

Educação de Jovens e Adultos foi elaborada tendo como referência as Diretrizes

Curriculares de Filosofia para a Educação Básica do Estado do Paraná e as

especificidades desta modalidade de ensino que considera os educandos sujeitos

de um processo histórico em que a experiência vivida fora do processos de

educação institucionalizada constitui forte elemento formativo.

As Diretrizes Curriculares de Filosofia pontuam que ao se tratar de ensino

de Filosofia, é comum retomar a clássica questão a respeito da cisão entre

Filosofia e filosofar. Ensina-se Filosofia ou a filosofar? Muitos citam Kant, para

lembrar que não é possível ensinar Filosofia e sim a filosofar. Ocorre que para ele

não é possível separar a Filosofia do filosofar. Kant quer afirmar a autonomia da

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razão filosofante diante da própria filosofia. Do mesmo modo Hegel, não é

possível conhecer o conteúdo da Filosofia sem filosofar. A Filosofia constitui seu

conteúdo na medida em que reflete sobre ele. A prática da Filosofia leva consigo

o seu produto não é possível fazer filosofias sem filosofar, nem filosofar sem

filosofia, porque a Filosofia não é um sistema acabado, nem o filosofar apenas

investigação dos princípios universais propostos pelos filósofos (GALLO &

KOHAN, 2000, p.184).

Não é possível filosofar sem Filosofia e estudar Filosofia sem filosofar.

Deste modo, entende-se que as aulas de Filosofia, na EJA, são espaços de

estudo da Filosofia e do filosofar. A Filosofia apresenta-se como conteúdo

filosófico e também como um conhecimento que possibilita ao educando da EJA o

desenvolvimento de um estilo próprio de pensamento.

As Diretrizes Curriculares para o ensino de Filosofia no Estado do Paraná

propõe que este ensino seja um espaço para criação de conceitos, unindo a

Filosofia e o filosofar como atividades indissociáveis que dão vida a aula.

Seguindo essas Diretrizes, propomos que o trabalho pedagógico com a EJA tome

esse ensino como criação e ressignificação de conceitos.

Sobre a necessidade de pensar a Filosofia e o seu ensino com caráter de

criação de conceitos, Deleuze & Guattari (1992) têm uma significativa

contribuição. Mas o conceito é dado é criado, está por criar; não é formado, ele

próprio se põe em si mesmo, autoposição (DELEUZE & GUATTARI, 1992, p, 20).

Portanto, a Filosofia na EJA, em sua dimensão pedagógica, significa o

espaço de experiência filosófica, o espaço de criação e provocação do

pensamento original, da busca, da compreensão, da imaginação da investigação

e da criação de conceitos.

Os conteúdos devem ser trabalhados na perspectiva de pensar problemas

com significados histórico e social para os educandos, e serão estudados e

analisados com auxilio de fragmentos de textos filosóficos, que devem fornecer

subsídios para que o educando possa pensar o problema, pesquisar, fazer

relações, ressignificar e criar conceitos.

Por isso é importante não fazer apenas uma leitura histórica dos textos

filosóficos, o que seria uma atualização de formas antigas que colocaria em risco

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330

a atividade filosófica. Ir ao texto filosófico ou à história da Filosofia não significa

trabalhar numa perspectiva em que esses conteúdos passem a ser a única

preocupação da aula de Filosofia. Eles são importantes na medida em que

atualizam o problema filosófico a ser tratado com os educandos.

O trabalho realizado em sala de aula deve assegurar, para o educando da

EJA, a experiência do “específico” da atividade filosófica. Este exercício poderá se

manifestar em cada aula refazendo o percurso filosófico. O educador organiza a

aula propondo problematizações, leituras filosóficas e análises de textos; organiza

debates, propõe pesquisas, sistematizações e elaborações de conceitos.

O ensino de Filosofia na EJA possui uma especificidade que se concretiza

na relação com o educando com os problemas suscitados, com a busca de

soluções nos textos filosóficos por meio do diálogo investigativo.

OBJETIVOS DA DISCIPLINA

Para que o cumprimento dessas metas educacionais possam ser

atingidos, ter-se-á traçados os seguintes objetivos:

m)Conhecer a origem e os conceitos filosóficos, explicando o significado

da Filosofia e como filosofar no contexto atual;

n) Conscientizar os educandos da importância de valorizar e apreender a

diversidade cultural como enriquecimento pessoal;

o) Adquirir senso crítico filosófico perante os desafios históricos e atuais;

p) Entender o papel da Filosofia no processo de conhecimento,

identificando seus elementos básicos e fundamentais;

q) Compreender os diversos tipos de conhecimento, seu alcance, sua

grandeza, bem como suas distorções;

r) Verificar a importância do homem do campo para todos nós;

s) Compreender a necessidade dos valores morais e éticos no processo

histórico e em nossa vida;

t) Analisar as diferenças individuais e aprender a respeitá-las, em todas as

circunstâncias;

u) Conhecer a importância da verdade, da liberdade e da responsabilidade

nas relações humanas no âmbito pessoal e social;

v) Estudar a riqueza da cultura afro-brasileira e verificar os resquícios em

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331

nossa própria cultura;

w) Entender a importância da convivência entre os seres humanos para

que haja consciência de si, de seus iguais e do todo social.

x) Articular a teoria filosófica com problemas científicos, éticos, políticos,

sócio-culturais e vivência do homem moderno;

y) Provocar o despertar do pensar, ou seja, ensinar a exercer uma critica

radical (isto é, que chega às raízes), e ensinar a pensar do ponto de vista da

totalidade.

Isso tudo considerando que a Filosofia não busca fins práticos, conteúdos

acabados e sim, ocupa-se de questionamentos cujas respostas estão longe de se

obter através da ciência.

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Na EJA, o trabalho pedagógico com os conteúdos específicos da Filosofia

constitui-se em quatro momentos: a sensibilização; a problematização; a

investigação; e a criação de conceitos.

Em sala de aula, o início do conteúdo pode ser facilitado pela exibição de

um filme ou de uma imagem; da leitura de um texto jornalístico ou literário; da

audição de uma música; ou tantas outras possibilidades (atividades geralmente

conduzidas, pelo educador, com o objetivo de investigar e mobilizar possíveis

relações entre o cotidiano do educando e o conteúdo filosófico a ser

desenvolvido) damos o nome a essa etapa de sensibilização.

Após a sensibilização, inicia-se o trabalho propriamente filosófico – a

problematização, a investigação e a criação de conceitos. Não significa dizer que

a sensibilização não possa ocorrer diretamente a partir do conteúdo

problematizado.

A problematização seria o segundo momento, quando o educador e

educando levantam questões, identificam problemas e problematizam o conteúdo.

Ë importante ressaltar que o recurso utilizado para a sensibilização seja o filme, a

música, ou o texto, filosófico ou não, podem ser retomados a qualquer momento

no trabalho em sala.

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332

Problematizando, o educador convida o educando da EJA a investigar o

problema em questão, isto se dá por meio do diálogo investigativo. O diálogo

investigativo a partir do texto e com o texto é o primeiro passo para possibilitar a

experiência filosófica em sala de aula. Recorrendo à história da Filosofia e aos

clássicos, o educando defronta-se com as diferentes maneiras de enfrentar o

problema e com as possíveis soluções que já foram elaboradas, que não

obstante, podem não resolver o problema, mas orientar a discussão.

A aula de Filosofia na EJA deve estar na perspectiva de quem dialoga

com a vida, por isso, é importante que a busca de resolução do problema se

preocupe também com uma análise atual, fazendo uma abordagem

contemporânea que remeta o educando a sua própria realidade. Desta forma,

partindo de problemas atuais, estudados a partir da história da filosofia, do estudo

dos textos clássicos, da abordagem realizada por outras ciências, e de sua

abordagem contemporânea, o educando da EJA pode formular seus conceitos e

construir seu discurso filosófico. Portanto, o texto filosófico que ajudou os filósofos

do passado a entender e analisar filosoficamente o problema em questão deve

ser trazido para o presente. O contemporâneo, no sentido de fazer entender o que

ocorre hoje e como o educando pode, a partir da história da filosofia, entender os

problemas da nossa sociedade.

Após esse exercício, o educando terá condições de perceber o que está

implícito nas ideias e de com elas se tornam conhecimentos e por vezes

ideologias, criando assim a possibilidade de argumentar filosoficamente, por meio

de raciocínios lógicos um pensar coerente e crítico.

É imprescindível que a aula de Filosofia seja permeada por atividades

individuais e coletivas, que organizem e orientem o debate filosófico, dando um

caráter dinâmico e investigativo ao ato de filosofar.

De acordo com a Instrução nº 009/2011 torna-se obrigatório na Proposta

Pedagógica Curricular de todas as disciplinas os conteúdos obrigatórios: História

do Paraná ( lei nº 13381/01) , História e Cultura Afro, Africana e Indígena ( lei nº

11.645/08), música ( lei nº 11.645/08), prevenção ao uso indevido de drogas,

sexualidade humana, educação ambiental, educação fiscal, enfrentamento à

violência contra a criança e o adolescente. Direito das crianças e adolescente L.F.

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Nº 11525/07, educação tributária Dec. Nº 1143/99, Portaria nº413/02, educação

ambiental, L.F. Nº 9795/99, Dec. Nº 4201/02. Estes conteúdos serão abordados

de forma contextualizada com os conteúdos específicos da disciplina,

considerando os aspectos históricos, sociais e políticos, ofertando ao aluno,

condições para refletir sobre seus conhecimentos e seu papel como sujeito capaz

de atuar em sua realidade agindo com responsabilidade na sociedade em que

vive.

Hoje a concepção de infância é diferente de alguns anos atrás. Pode-se

perceber que a criança por muito tempo foi tratada como adulto em miniatura .

A infância é o período da humanização do indivíduo, da aprendizagem da

natureza humana. Essa humanização só acontece se o meio, a qual, a criança

convive repassa os comportamentos característicos de sua espécie e do seu

grupo. É a influência desse grupo que, define o seu caráter e sua personalidade.

É na infância que se dá o início da construção dos valores que são

complementados na adolescência. É o momento mais importante da vida do ser

humano. Nos primeiros cinco anos de, ou seja, na primeira infância é que são

impressas as melhores e as piores marcas de cada um. O inconsciente é aberto e

tudo o que for inserido, lá ficará para o resto dos seus dias; daí a importância do

cuidado desde a gravidez.

O atendimento das crianças nas escolas, também mudou através de

medidas pois até então, eram matriculados aos seis anos na pré-escola. Agora

devem ser matriculados aos seis anos no primeiro ano do Ensino Fundamental,

obrigatoriamente.

Essas modificações são citadas no Projeto de Lei nº 144/2005, aprovado

pelo Senado em 25 de janeiro de 2006, estabelece a duração mínima de 9 (nove)

anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis)

anos de idade. Essa medida foi implantada em 2010 pelos Municípios, Estados e

Distrito Federal. Os sistemas de ensino terão prazo para adaptar-se , as novas

mudanças.

Existe muita discussão sobre a definição dos termos “adolescência” e

“puberdade”, mesmo entre os profissionais e estudiosos que trabalham na área

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educacional. Segundo vários autores, são termos de diferentes concepções, mas

relacionados entre si. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente define a

fase da adolescência como cararacterística dos 13 aos 18 anos de idade. A

adolescência para Zekcer, (1985, p. 11) é descrita da seguinte maneira

Os adolescentes são indivíduos geralmente mais altos que seus pais, desengonçados, faces repletas de espinhas (…) e cravos, nariz geralmente muito grande, e por isso ficam horas no espelho (…). Suas mãos crescem muito e não sabem como segurar (...) as coisas, gozando de boa saúde, voz ora grave ora aguda; deixam crescer os cabelos e barba, têm um linguajar próprio, ingerem litros de Coca-Cola, comem toneladas de hamburger, mascam chiclete, vestem jeans, amam os pais mas os contestam sempre que podem, têm grande rivalidade com os irmãos, mas os defendem sempre, têm períodos de (...) depressão e até crises de choro. Capazes de dar a vida por uma causa que acham justa, não se preocupam muito com o futuro, querendo viver sempre o presente.

RECURSOS DIDÁTICOS E TECNOLÓGICOS

• Análise conceitual através de textos diversos e do livro didático público;

• Apresentação de slides, filmes, vídeos, documentários e músicas

utilizando a TV multimídia;

• Utilização de textos clássicos para ter um contato direto com as ideias do

autor;

• Debates, produções de textos, seminários, teatro, além de aulas

expositivas;

• Socialização das pesquisas através de exposições e debates com a

turma;

• Análise de conceitos a partir da leitura e discussão dos trechos dos

textos filosóficos onde eles ocorreram;

• Apresentação de slides utilizando a TV Multimídia – após a produção dos

textos dos alunos (já considerando como avaliação) – entrar com a discussão dos

conteúdos específicos (uso do Livro Didático);

• Formar pares ou grupos para realização de atividades em cada abertura

de tema, procurando ao longo das aulas, realizar as atividades propostas pelo

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Livro Didático Público;

• Primeiro problematizar, questionar o aluno sobre o que ele já sabe sobre

o assunto. Depois, num segundo momento investigar o pensamento/conceito dos

autores sobre o tema a ser abordado a partir da leitura do texto do Livro Didático

Público ou de textos clássicos;

• A turma se organizará em grupos e fará uma pesquisa com os

professores da escola, investigando, por meio de entrevistas, quais os

conhecimentos científicos que sustentam as disciplinas escolares. Em plenário,

na sala de aula, apresentam os resultados.

• Jogos educacionais no laboratório de informatica;

• Projetos elaborados em data show na sala de aula;

• Elaboração de slides e vídeos com os alunos em sala de aula ou em

aulas paralelas.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

As Diretrizes Curriculares de Filosofia para a Educação Básica do Estado

do Paraná propõe seis conteúdos estruturantes, com possibilidades para a

organização do ensino de Filosofia, de acordo com o número de aulas disponíveis

no curso ou na matriz curricular.

Esses conteúdos são conhecimentos de maior amplitude e relevância que,

desmembrados em um plano de Ensino, deverão garantir conteúdos significativos

ao educando da EJA. Estes conteúdos são: Mito e Filosofia; Teoria do

Conhecimento; Ética; Filosofia Política; Estética; Filosofia da Ciência.

1. MITO E FILOSOFIA

O homem pode ser identificado e caracterizado como um ser que pensa

cria explicações. Na criação do pensamento está presente tanto o mito como a

racionalidade, ou seja, a base mitológica enquanto pensamento por figuras; e a

base racional, enquanto pensamento por conceitos são constituintes do processo

de formação do conhecimento filosófico. Esse fato não pode deixar de ser

considerado, pois é a partir dele que o homem desenvolve suas ideias, cria

sistemas, inventa e elabora leis, códigos, práticas. Entender a conquista da

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autonomia da racionalidade (LOGOS) diante do mito, marca o advento de uma

etapa fundamental na história do pensamento e do desenvolvimento de todas as

concepções científicas produzidas ao longo da história humana. Autores

sugeridos: Jean-Pierre Vernant, Mircea Elíade, Moses Finley, Vidal Naquet.

1.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

1.1.1 O nascimento da Filosofia;

1.1.2 A vida cotidiana na sociedade grega;

1.1.3 O mito a origem de todas as coisas;

1.1.4 Mito e razão filosófica;

1.1.5 Senso comum e conhecimento filosófico;

1.1.6 Senso comum, conhecimento filosófico e conhecimento científico;

1.1.7 Ciência e senso comum.

2. TEORIA DO CONHECIMENTO

Este conteúdo teoriza e problematiza o sentido, os fundamentos, a

possibilidade e a validade do conhecimento. Evidencia os limites do conhecimento

possibilitando perceber fatores históricos e temporais que influíram na sua

elaboração e assim retomar problemáticas já pensadas na perspectiva de novas

soluções relativas a seu tempo. Entre os clássicos que trataram do problema do

conhecimento podemos citar: Aristóteles, Descartes, Hegel, Hume, Kant, Platão,

Russell.

2.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

2.1.1 O problema do conhecimento;

2.1.2 Fundamentos do conhecimento;

2.1.3 Filosofia e método;

2.1.4 Racionalismo;

2.1.5 Empirismo;

2.1.6 Ceticismo;

2.1.7 Essência da política;

2.1.8 Política e poder;

2.1.9 Política e violência;

2.1.10 Política e liberdade subjetiva;

2.1.11 Política e sociabilidade;

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2.1.12 Formas de governo;

2.1.13 Liberdade Política;

2.1.14 Crise da política contemporânea;

2.1.15 A função do político na contemporaneidade.

3. ÉTICA

Trata dos fundamentos da ação humana e dos valores que permeiam as

relações intersubjetivas. Por ser especulativa e também normativa, um dos

grandes problemas enfrentados pela ética é a tensão entre o sujeito (particular) e

a norma (universal). Outra grande questão está na fundamentação dos valores e

das ações: razão ou paixões/desejos. A ética possibilita a problematização,

análise e crítica dos valores, virtude, felicidade, liberdade, consciência,

responsabilidade, vontade, autonomia, heteronomia, anomia, niilismo, violência,

relação entre os meios e os fins. Alguns filósofos: Adorno, Aristóteles, Nietzsche,

Scheler, Schopenhauer, Sêneca.

3.1 CONTEÚDO ESPECÍFICO

3.1.1 Ética e moral;

3.1.2 Concepções éticas;

3.1.3 O que é liberdade?;

3.1.4 Liberdade e autonomia;

3.1.5 Liberdade e determinismo;

3.1.6 Sociabilidade e reconhecimento;

3.1.7 Autoridade e autoritarismo;

3.1.8 Responsabilidade e liberdade;

3.1.9 Questões de gênero;

3.1.10 Diversidade e sociedade.

4. FILOSOFIA POLÍTICA

Discute as relações de poder para compreender os mecanismos que

estruturam e legitimam os diversos sistemas políticos. Ocupa-se na investigação

sobre a necessidade humana da vida em comum, seja pela capacidade de

autogoverno ou pela necessidade da existência de um poder externo e coercitivo.

Problematiza conceitos como o de cidadania, democracia, soberania, justiça,

igualdade, liberdade, público e privado, retórica, indivíduo e cidadão. Alguns

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pensadores clássicos: Aristóteles, Arendt, Gramsci, Hegel, Hobbes, J.S. Mill,

Kant, Locke, Maquiavel, Marcuse, Marx, Montesquieu, Platão, Rousseau, Voltaire.

4.1. CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:

4.1. O preconceito contra política;

4.1. Os Gregos e a invenção da Política;

4.1. Nascimento da democracia;

4.1. Ética e Política;

4.1. Concepção liberal e Política;

4.1. Crítica de Marx ao liberalismo.

5. ESTÉTICA

Compreender a sensibilidade, a representação criativa, a apreensão

intuitiva do mundo concreto e a forma como elas determinam as relações do

homem com o mundo e consigo mesmo é objeto de conhecimento desse

conteúdo. Voltada principalmente para a beleza e a arte, a estética está

intimamente ligada à realidade e às pretensões humanas de dominar, moldar,

representar, reproduzir, completar, alterar, apropriar-se do mundo enquanto

realidade humanizada. Também estão em questão as diferentes concepções

sobre a arte, as relações entre a arte e pensamento, arte e mercado, arte e

sociedade. Alguns filósofos: Baumgarten, Hegel Hume, Dufrenne, Bachelard,

Schiller, Eagleton, Kant, Benjamim, Adorno Rancière, Merleau-Ponty, Husserl,

Paul Valéry.

5.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

5.1.1 Pensar a beleza;

5.1.2 Estética ou Filosofia da Arte?;

5.1.3 Concepções de estética;

5.1.4 Concepções de Arte;

5.1.5 Arte como conhecimento;

5.1.6 Necessidade ou finalidade da Arte;

5.1.7 Arte e Política;

5.1.8 Crítica do gosto;

5.1.9 Arte e movimento: cinema, teatro e dança;

5.1.10 Perspectivas contemporâneas: Arte conceitual e suas perspectivas.

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6. FILOSOFIA DA CIÊNCIA

É o estudo crítico dos princípios, das hipóteses e dos resultados das

diversas ciências. Discute a provisoriedade do conhecimento científico e o

relaciona com planos epistemológicos, ideológicos, políticos, econômicos,

religiosos. Ciência e tecnologia são frutos da cultura do nosso tempo e envolvem

o universo do empirismo e do pragmatismo da pesquisa aplicada, daí a

necessidade de entendê-las. Filósofos sugeridos: Bachelard, Feyerabend,

Foucault, Granger, Habermas, Kuhn, Popper, Ricouer.

6.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:

6.1.1 O que é Ciência;

6.1.2 Revoluções científicas e progresso da ciência;

6.1.3 As conseqüências sociais e políticas da ciência;

6.1.4 Bioética: geral, especial e clínica;

6.1.5 Tendências da Bioética;

6.1.6 Bioética e Aborto;

6.1.7 Bioética e experiência Genética.

DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS

Na atual polêmica mundial e brasileira acerca dos possíveis sentidos dos

valores éticos, políticos, estéticos e epistemológicos, a Filosofia tem um espaço a

ocupar e uma contribuição a fazer. Basicamente, a Filosofia gira em torno de

problemas e conceitos criados no decorrer de sua longa história, os quais,

devidamente aplicados, geram discussões promissoras e criativas que

desencadeiam, muitas vezes, ações e transformações. Por isso, permanecem

atuais.

Um dos objetivos da Escola de EJA é a formação pluridimensional e

democrática, capaz de oferecer aos estudantes a possibilidade de compreender a

complexidade do mundo contemporâneo e interagir com ele.

A Filosofia pretende abrir um espaço aos desafios educacionais

contemporâneos na forma de compreensão do mundo, como defende Ribeiro

(2005):

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Mas essas discussões nascendo da política, da cultura ou do

comportamento (problemas) não podem dispensar conteúdos filosóficos

nem se pulverizar: gosto da ideia de ciclos de filmes, que dialoguem entre si,

falando por exemplo, na condição social dos personagens, no amor que vivem, na

vinda do imigrante, na luta contra a opressão. Há muito espaço (...) para a

Filosofia.

AVALIAÇÃO DO ENSINO DA FILOSOFIA

Para Kohan e Waksman, (2002), o ensino de Filosofia tem uma

especificidade que deve ser levada em conta no processo de avaliação. Como

prática, como discussão com o outro, como construção de conceitos essa

disciplina encontra seu sentido na experiência do pensamento filosófico.

Entendemos por experiência esse conhecimento inusitado que o educador pode

propiciar, preparar, porém não determinar e, menos ainda, avaliar ou medir.

A avaliação deve ser concebida na sua função diagnóstica; isto é, não tem

finalidade em si mesma, mas tem a função de subsidiar e mesmo redirecionar o

curso da ação no processo de ensino-aprendizagem, pela qualidade com que

educadores, educandos e a própria instituição de ensino o constroem

coletivamente. Apesar de sua inequívoca importância individual, no ensino de

Filosofia, a avaliação não resumir-se-á a perceber quanto o educando assimilou

do conteúdo presente, na história da Filosofia, do texto ou dos problemas

filosóficos, nem a examinar sua capacidade de tratar deste ou daquele tema.

O ensino da Filosofia é, acima de tudo, um grande desafio conforme

salienta Langón (2003, p. 94):

Ora, parece-me que a atividade filosófica do mestre consiste em gerar ou

dar poder ao outro: isto quer dizer também fazê-lo responsável. Nisto reside a

fecundidade, a atividade de “produzir” a capacidade de pensar, dizer e agir de

outro, que implica a realização de pensamentos, palavras, ações diferentes das

do mestre, que lhe escapam ao querer e ao “controle” [...} Querer que o outro

pense, diga e faça o que queira, isto não é um querer fácil.

Ao avaliar, o educador deve ter profundo respeito pelas posições do

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educando, mesmo que não concorde com ela, pois o que está em questão é a

capacidade de argumentar e de identificar os limites dessas posições.

O que deve ser levado em conta é atividade com conceitos, a capacidade

de construir e tomar posições, de detectar os princípios e interesses subjacentes

aos temas e discursos.

Assim, torna-se relevante avaliar a capacidade do educando da EJA

trabalhar e criar conceitos sob os seguintes pressupostos:

• Qual conceito trabalhou e criou/recriou;

• Qual discurso tinha antes;

• Qual discurso tem após o estudo da Filosofia.

CRITÉRIOS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO

Ao avaliar o aluno na Escola de EJA, o professor terá a possibilidade de

aplicar um instrumento avaliativo na sequencia da investigação e a criação de

conceitos acontecerá sem a fragmentação das aulas, pois sendo elas geminadas

o professor terá mais tempo para aprofundar o conteúdo.

A proposta de avaliação ocorrerá no sentido de contribuir tanto para o

desenvolvimento do aluno, como para o professor, possibilitando ao mesmo

avaliar a própria prática.

Avaliar a produção dos educandos não pode significar jamais obrigá-los a

pensar do mesmo modo que nós, professores pensamos, mas a pensar por conta

própria, construir uma concepção do mundo, fazer uma escolha que poderá

eventualmente ser a nossa mesma.

Portanto, a avaliação estará presente em todos os momentos do processo

ensino – aprendizagem, como processo contínuo e permanente que representa

um instrumento da reflexão eficiente, racional, prática, possibilitando democratizar

e auto – avaliar os conteúdos educacionais.

Serão consideradas as participações em debates, trabalhos em grupos e

individuais e principalmente o conceito que cada educando criou e recriou durante

o processo de ensino – aprendizagem.

Alguns instrumentos podem ser adotados como forma de avaliação, tais

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como:

• Textos produzidos pelos alunos, individual ou coletivamente;

• Pesquisas feitas no laboratório de informática;

• Apresentação de temas propostos pelo professor na forma oral ou

escrita;

• O professor pode acompanhar a evolução dos seus alunos através de

um caderno de anotações onde são registrados o desenvolvimento de cada aluno

desde os primeiros dias de aula até o final do curso. A cada etapa do curso os

resultados podem também ser partilhado com os próprios alunos para que os

mesmos possam também perceber seu desenvolvimento ao longo das aulas.

Esse desenvolvimento pode ser avaliado na forma de apropriação de conceitos

por parte dos alunos, criação e produção de ideias, bem como a forma de

apresentação das mesmas diante da turma.

• Realização de debates em sala de aula sobre temas escolhidos pelo

professor ou pelos próprios alunos desde que ao final do debate possa ser feito

uma abordagem do tema sobre o olhar dos autores clássicos da filosofia, de

maneira que se possa interagir o conhecimento teórico e clássico da filosofia com

os questionamentos e debates da atualidade.

• Seminários produzidos e apresentados pelos alunos através de recursos

tecnológicos variados com o vídeos, slides ou músicas utilizando a TV Pendrive,

jogos educacionais trabalhados no laboratório de informática, retroprojetor, data

show e outros.

• Esta forma de avaliação é muito importante, na medida em que, ao

mesmo tempo que aborda o conteúdo proposto, leva os alunos a integrar esses

conteúdos às novas tecnologias. É uma forma muito eficiente de

interdisciplinariedade.

• O alunos podem criar projetos sobre determinado tema a ser elaborado

em sala de aula utilizando-se do data show, de maneira que todos possam fazer

parte da produção do conhecimento. Isso é muito importante na medida que os

alunos se percebem como parte do conhecimento não ficando alienados às

ideias, informação e conceitos que ali são abordados, mas se sentindo parte

integrante da produção do conhecimento.

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ESTRATÉGIAS DE RECUPERAÇÃO DE CONTEÚDOS

Dentro do segmento avaliativo, far-se-á necessária a recuperação

paralela de conteúdos defasados pelo educando. Isso pode ser feito de várias

maneiras, escolhidas pelo professor.

Uma estratégia de recuperação dos conteúdos pode acontecer

paralelamente às aulas na forma de criação de projetos pelos alunos que

precisam recuperar determinado conteúdo.

Na prática o professor pode suscitar ao aluno determinado assunto sobre

o qual o aluno precisa recuperar o conteúdo e delimitar algum tema sobre o qual o

aluno vai trabalhar.

Sobre esse tema o aluno vai elaborar um projeto com objetivos (recuperar

o conteúdo), metodologia, fundamentação teórica, referencias (oferecidas pelo

professor) e um cronograma no qual ele vai descriminar todas as datas do

processo de produção do conhecimento.

Ao final da produção o aluno é convidado pelo professor a apresentar o

trabalho para a turma na forma de seminário.

ALUNOS COM NECESSIDADES ESPECIAIS

Faz-se muito importante, também, rever as metodologias utilizadas com

os alunos portadores de necessidades educacionais especiais.

É necessário que haja uma adaptação nos métodos de trabalho em sala

de aula quando existe alunos com necessidades educacionais especiais, como

por exemplo, se o professor for utilizar vídeos, deve sempre colocar áudio e

legendas. Se o aluno possui dificuldade de aprendizagem o professor deve

proporcionar uma atenção especial bem como fornecer textos de apoio para que

o

aluno possa ler em casa. Se o professor for trabalhar com textos na sala de aula

deve ver a necessidade especial daquele aluno, podendo imprimir textos maiores,

quando o aluno tem dificuldade visual, ou ofertar material em áudio, ou traduzir

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em libras os textos que serão utilizados na sala.

Se o aluno tem dificuldade de concentração o professor pode estar

trabalhando com esse aluno com materiais mais coloridos e com imagens mais

interessantes, para provocar a sua curiosidade.

A avaliação da Filosofia se inicia com a sensibilização, com a coleta do

que o educando pensava antes e o que pensa após o estudo. Com isso, torna-se

possível entender a avaliação como um processo, não como um momento

separado, visto em si mesma.

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