Projeto Sala do Investidor - Sistema de Desenvolvimento - SDPI

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1 Projeto Sala do Investidor do Sistema de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul Processo para gestão de ações de investimento Gestor do Projeto: Taylor Favero Guedes Participaram da elaboração deste material: Junico Antunes, Taylor Favero Guedes, Alexandre Elmi, Rodrigo Morem, Maria Paula Merlotti, Leonardo Gaffree Dias, Ivan De Pellegrin, Fernando Guimarães Nery dos Santos Filho e Luiz Senandes

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Projeto

Sala do Investidor do Sistema de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul Processo para gestão de ações de investimento

Gestor do Projeto: Taylor Favero Guedes Participaram da elaboração deste material: Junico Antunes, Taylor Favero Guedes, Alexandre Elmi, Rodrigo Morem, Maria Paula Merlotti, Leonardo Gaffree Dias, Ivan De Pellegrin, Fernando Guimarães Nery dos Santos Filho e Luiz Senandes

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1. Justificativa: O conceito-chave da política de desenvolvimento econômico do Governo Tarso Genro (2011-2014) é

o de sistema de desenvolvimento econômico. Esse conceito é capaz de organizar as questões de

natureza prática da política sob uma sólida âncora teórica, dando conta das várias facetas de uma

política de desenvolvimento sem correr o risco de se perder na noção normalmente confusa e por

vezes paralisante, ainda que teoricamente correta, de que há múltiplos fatores a incidir no processo

de desenvolvimento econômico.

Para executar a política de desenvolvimento, é necessário desdobrá-la em um Sistema de

Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio Grande do Sul (SDRS). Esse sistema tem por objetivo

proporcionar ao Estado taxas de crescimento compatíveis com a realidade nacional, perseguindo,

ainda, um adensamento da estrutura produtiva gaúcha e uma redução nas disparidades regionais de

renda. São metas ousadas para um Governo que ambiciona retirar o objetivo estratégico do

desenvolvimento econômico do Estado do ostracismo recente e resgatá-lo para o centro da política

pública.

O sistema de desenvolvimento econômico pressupõe a estruturação dos diferentes agentes ligados

ao Governo do Estado, ao Governo Federal e às Empresas e Cooperativas de forma articulada,

visando à obtenção dos resultados projetados à luz do atual contexto sócio-político-econômico do

Rio Grande do Sul e do Brasil, conforme está demonstrado na Figura 1.

Figura 1: Atores do Sistema de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul

Atores do Sistema

Grupos de atores do

SD/RS

Atores do Governo do

Estado

Atores do Governo Federal

Atores empresariais e

do sistema cooperativista

Atores Locais

Secretarias Municipais de Desenvolvimento e /ou

Conselhos Regionais para o Desenvolvimento

Sistema de Desenvolvimento Econômico do RS - SDRS

Fonte: Elaborado por SDPI/AGDI.

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Para a construção e operacionalização deste sistema, exige-se a transversalidade das ações dos

agentes envolvidos sob a coordenação da Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do

Investimento. Ainda, a Secretaria deverá vincular diretamente as ações da Agência de Gaúcha de

Desenvolvimento e Promoção de Investimento (AGDI) e trabalhar em estreita consonância com as

instituições públicas de financiamento da atividade produtiva do Estado – Banrisul, BADESUL e

BRDE/Agência Porto Alegre. Particularmente relevante, neste contexto, é a reestruturação do

BADESUL (antiga Caixa RS) como um dos elementos centrais do financiamento da atividade produtiva

na economia gaúcha.

O Sistema de Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio Grande do Sul (SDRS) é gerido pela

Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI) que, nas questões relacionadas a

investimentos no Estado, coordena a interação de forma transversal com os demais órgãos do

Governo do Estado, de acordo com o que está apresentado na Figura 2 e demais atores (municípios,

Governo Federal, empresários, entidades patronais e entidades de trabalhadores), conforme foi

demonstrado na Figura 1:

Figura 2: Sistema de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul e demais atores do

Governo do Estado

CDES/RS

Gabinete do Governador

Ati

vid

ad

es -

fim

Ati

vid

ad

es -

mei

o

Secretaria de Infraestrutura e

Logística

Secretaria de Desenvolvimento Rural

e Cooperativismo

AGDI - BADESUL - BRDE

Secretaria da Agricultura, Pecuária e

Agronegócio

Secretaria da Economia Solidária e Apoio à

MPESecretaria do Turismo

SEFAZ

Banrisul

Secretaria do Planejamento, Gestão e Participação Cidadã

Gabinete dos Prefeitos e Relações

Federativas

Secretariada Ciência, Inovação e

Desenvolvimento Tecnológico

Secretariado Meio

Ambiente

Atores do Governo do Estado no Sistema

Sistema de Desenvolvimento Econômico do RS - SDRS

SDPI

Fonte: Elaborado por SDPI/AGDI.

São premissas do Sistema de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul:

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a) Recolocar uma política ativa de desenvolvimento econômico no centro da política pública;

b) Estimular ações coordenadas entre os setores público, empresarial e cooperativista;

c) Aproveitar oportunidades abertas pelo ciclo de crescimento da economia brasileira e pela política de desenvolvimento do Governo Federal.

O Sistema de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul tem como conceito de atuação:

a) Coordenar ações com objetivos claros:

i. Promover o crescimento e o desenvolvimento da economia, ii. Adensar cadeias produtivas,

iii. Reduzir disparidades regionais de renda. b) Promover uma permanente interação entre atores-chave do processo de desenvolvimento.

É importante observar que, tanto nas premissas quanto no conceito de atuação do Sistema de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul, o tema central é a coordenação das ações relacionadas a investimentos. Para realizar a coordenação das ações de investimento de forma eficiente e eficaz, optou-se por estruturar um novo processo capaz de realizar esta tarefa. O processo será denominado Sala do Investidor.

2. Objetivo: A Sala do Investidor é um modelo de atendimento (físico e virtual) às empresas, planejado pela Secretaria do Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI) com o objetivo de coordenar as ações de investimento e integrar os agentes do Sistema de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul - SDPI, AGDI, BADESUL e BRDE (SDRS) com as demais Secretarias, Banrisul, Prefeituras Municipais e agentes do Governo Federal. Visa apresentar aos empresários e entidades empresariais uma Proposta de Valor para implantação ou ampliação de empreendimentos no Estado do Rio Grande do Sul.

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3. Estrutura Analítica do Projeto (EAP) da Sala do Investidor:

O Projeto Sala do Investidor é composto por diversos produtos e serviços, que estão demonstrados na Estrutura Analítica do projeto (EAP), conforme a Figura 3. As informações a respeito dos Pacotes de Trabalho do Nível 2 da EAP (Operacionalização, Material com Orientações e Informações ao Investidor, Plano de Comunicação e Integração com as Prefeituras Municipais) serão detalhadas nos itens a seguir deste documento. Figura 3: Estrutura Analítica do Projeto (EAP) da Sala do Investidor

Fonte: Elaborado por SDPI.

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4. Processos e produtos da Sala do Investidor:

Para estruturar os processos e os produtos da Sala do Investidor, além dos fatores já descritos no item 1 deste documentos e da experiência prática da equipe envolvida no projeto, foram utilizados alguns conceitos do documento “GAMPI – Guia Apex-Brasil de Melhores Práticas na Promoção de Investimento Estrangeiro Direto” (Apex-Brasil, 2011) e do documento “Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos (Guia PMBOK) – Quarta Edição” (PMI, 2008). Segundo o GAMPI (Apex-Brasil, 2011), quando a promoção de investimentos é realizada por diferentes órgãos públicos e privados, sem uma coordenação central e sem a utilização das diferentes especializações, o processo tende a ser descontínuo porque dispersa esforços individuais e não foca em objetivos comuns. Ao não apresentar os resultados esperados, pode haver frustração e, consequentemente, o abandono dos esforços aplicados. Sob a ótica dos investidores, os principais efeitos incluem informações conflitantes, redundantes ou incompletas fornecidas por diferentes órgãos, trabalho duplicado e a ausência de um ponto de contato único que fique responsável pelo atendimento ao investidor dando continuidade ao trabalho durante o longo período que usualmente demora a decisão da realização do investimento. Estes, entre outros problemas, resultam na incapacidade de assistir o investidor e, em última análise, convencê-lo dos benefícios de investir no local ou região. Ainda de acordo com o GAMPI (Apex-Brasil, 2011), “a constituição de uma entidade especializada, com foco na atração de investimentos e a organização e sistematização do trabalho de promoção do investimentos entre os vários atores regionais envolvidos é fundamental para aumentar a eficácia dessas ações. A racionalização e a padronização dos procedimentos de promoção e do atendimento ao investidor poupam recursos públicos e potencializam a taxa de sucesso na atração de novos investimentos, na retenção ou expansão dos mesmos em uma região”. O GAMPI (Apex-Brasil, 2011) sugere que para melhor organizar o trabalho de promoção e atração de investimentos é importante a indicação de um “ponto focal” responsável dentro do estado ou região para concentrar os contatos com os investidores, realizar o atendimento às suas demandas, coordenar e cooperar com os demais órgãos públicos e privados envolvidos no processo de atendimento a investidores. O “ponto focal” deve estar preparado para fornecer toda a assistência necessária a ajudar o investidor em seu processo de tomada de decisão desde o fornecimento de informações sobre a economia, regulamentação, benefícios, infra-estrutura, custos, áreas industriais, até a ajuda na fase de instalação dos projetos, passando por receber e guiar os investidores durante as visitas exploratórias e nas fases finais do processo de seleção de locais para novas instalações ou para expansão das já existentes. A Sala do Investidor do SDRS tem por objetivo cumprir o papel de realizar uma interlocução eficiente entre o empreendedor, as demais Secretarias de Governo, os demais integrantes do SDRS, as Prefeituras Municipais e outros atores relacionados ao projeto em questão, prestando as informações necessárias e garantindo um atendimento profissional.

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Figura 4: Sala do Investidor do SDRS – Operação.

Sala de Investidor do SDRS

Empreendedor

Incentivos Fiscais e Financeiros – Rio Grande do Sul

FUNDOPEM e INTEGRAR/RS:

SDPI

SistemaFinanceiro RS:

BANRISUL

Distritos Industriais de Propriedade do

Estado: SDPI

Distritos Industriais, outras áreas e

Incentivos Municipais:Pref. Municipais

Infraestrutura

Infraestrutura e Logística RS:

SEINFRA

Inteligência:Educação Profissional

Universidades

QuestõesAmbientais:

SEMA -FEPAM

Sala deInvestidor SDRS

Benefícios Fiscais:SEFAZ

Lei da Inovação:SCIT, SDPI,

SEPLAG, SEFAZ

Ambiental Incentivos Fiscais e Financeiros – Federais

Financiamento BNDES

FinanciamentoFINEP

IncentivosFiscais:

Lei do Bem

InformaçõesSocioeconômicas

RS

Outras Informações Estratégicas

Canais de Relacionamento com o Governo

Estudo das Propostas dos Estados Concorrentes

Proposta de Valor RSNegócio

Implantado no Rio Grande do Sul

Sistema Financeiro RS:

SDPI -BADESUL

BRDE

Conhecer o Propósito do

Negócio

Avaliar a Prioridade Estratégica

ParquesTecnológicos

RS

Fonte: Elaborado por SDPI/AGDI. A Figura 4 apresenta o fluxo geral da operação da Sala do Investidor. O acesso do empreendedor pode acontecer de forma reativa (a partir da demanda do empreendedor) ou através de alguma ação de prospecção do SDRS, que em grande parte acontecerá por programas de Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI). A equipe da Sala do Investidor buscará informações sobre o negócio da empresa e o projeto que pretende ser implantado no Estado do Rio Grande do Sul. Com base no escopo e nas demandas da empresa, o projeto será enquadrado conforme a prioridade estratégica do SDRS, que desenvolveu um Planejamento Estratégico, com os seguintes objetivos:

• Construir visão compartilhada do RS;

• Identificar setores prioritários;

• Elaborar diretrizes estratégicas;

• Identificar e encaminhar ações urgentes e de curto prazo.

Como resultado do Planejamento Estratégico, houve a definição de três níveis de prioridade, conforme está demonstrado na Figura 5 a seguir:

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Figura 5: Setores elencados no planejamento estratégico do Sistema de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul

Setores Estratégicos

Fonte: Elaborado por SDPI/AGDI. Os setores elencados como prioritários do planejamento estratégico do SDRS fazem parte dos estudos de programas setoriais. Para cada programa setorial, foi designado um técnico do SDRS responsável por coordenar os estudos do setor e um coordenador geral para cada grupo de programas setoriais. Este trabalho conta com a participação da Secretaria da Fazenda (SEFAZ), que calculou os impactos (sob o ponto de vista de receita) dos setores na economia gaúcha e da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SEAPA). Após conhecido o projeto da empresa e os itens necessários para a ação da Sala do Investidor, inicia-se a operação para a gestão do processo com os demais atores do SDRS, atores do Governo Estadual e outros atores necessários para a estruturação da Proposta de Valor, que será apresentada ao empreendedor. O gestor designado pela SDPI ou AGDI para gerenciar o projeto realizará a interlocução com as demais Secretarias de Governo, Prefeituras Municipais e outros atores que porventura tenham relação com o projeto da empresa. No caso de aprovação da Proposta de Valor, o processo seguirá sendo gerido pela Sala do Investidor até a conclusão das ações do Governo para implantação definitiva do empreendimento em algum município do Estado do Rio Grande do Sul. Para demonstrar de forma didática as etapas do funcionamento da Sala do Investidor, o processo está descrito nas figuras 6, 7 e 8. A seguir, será explicado, de forma detalhada, em que consiste cada uma das etapas:

a) Entrada das demandas:

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Conforme foi comentado anteriormente, o acesso do empreendedor pode acontecer de forma reativa (a partir da demanda do empreendedor) ou através de alguma ação de prospecção do SDRS, que em grande parte acontecerá por programas de Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI). Figura 6: Sala do Investidor: da entrada de demandas à definição quanto a tornar-se projeto

Fonte: Elaborado por SDPI/AGDI.

O acesso das demandas sob a forma reativa poderá acontecer através do Gabinete do Secretário da SDPI, dos setores da SDPI, dos demais atores do SDRS (BADESUL e BRDE), das demais Secretarias de Governo, dos setores da AGDI (incluindo a Presidência) ou através de outros atores (entidades empresariais ou câmaras de comércio entre o Brasil e outros países, por exemplo). A outra “porta de entrada” de projetos de investimentos acontecerá em grande parte através da AGDI, através das

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ações de atração de investimentos, que serão realizadas com os atores dos setores priorizados como estratégicos (Planejamento Estratégico do SDRS).

b) Análise preliminar: Toda a demanda recebida pelo SDRS é analisada preliminarmente pelas equipes da SDPI e AGDI (Gabinete e/ou assessores técnicos e/ou diretoria relacionada com o setor), tendo como base os seguintes fatores:

i. Fonte da indicação (fator político); ii. Volume de investimento (fator financeiro);

iii. Geração de empregos (fator social); iv. Prioridade no planejamento estratégico do SDRS (fator estratégico); v. Geração de PIB ao Estado do Rio Grande do Sul (fator econômico);

vi. Aumento do saldo do ICMS do Estado do Rio Grande do Sul (fator econômico-financeiro). A análise preliminar determinará a alocação das equipes para o atendimento dos empreendedores com base na relevância da demanda em relação aos diversos fatores acima relacionados.

c) Classificação da demanda e definição do atendimento: Após a análise preliminar, a demanda é classificada e é determinada a forma que ocorrerá o primeiro atendimento do empreendedor ou de seu representante:

i. Atendimento estratégico: participa o Secretário da SDPI e/ou o Secretário Adjunto da SDPI e/ou o Presidente da AGDI. São alocados profissionais da equipe da SDPI e/ou AGDI para acompanhar o atendimento.

ii. Atendimento padrão: a empresa (ou seu representante) é atendida por um ou mais

integrantes da equipe da SDPI e/ou AGDI. Em qualquer uma das formas de atendimento relacionadas acima (dependendo da relevância dos fatores descritos no item b “Análise preliminar”), poderão ser alocados para o atendimentos os representantes dos integrantes do SDRS (BADESUL e BRDE), de outras Secretarias de Governo ou de outros atores (entidades empresariais, instituições de ensino, etc). No atendimento à empresa antes ou após tornar-se um projeto do SDRS, poderão acontecer diferentes tipos de reuniões (momento 1, momento 2, momento n), de modo a envolver os diferentes atores que poderão auxiliar no processo.

d) Definir se o atendimento será transformado em um projeto do SDRS:

Se a demanda da empresa estiver estruturada (e for factível) e/ou couber ao SDRS (através da SDPI/AGDI) dar um encaminhamento do pleito diretamente ou através do Centro do Governo ou outra Secretaria de Governo, será constituído um Projeto. De acordo com o Guia PMBOK – Quarta Edição (PMI, 2008), “um projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. A sua natureza temporária indica um início e um término definidos. O término é alcançado quando os objetivos tiverem sido atingidos ou quando se concluir que esses objetivos não serão ou não poderão ser atingidos e o projeto for encerrado, ou quando o mesmo não for mais necessário”. O projeto será gerido por um

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profissional da equipe da SDPI ou AGDI designado pata tal. Ele acompanhará o encaminhamento das demandas da empresa (ver item “e” deste documento). Caso o atendimento não se torne um projeto, suas informações serão registradas e arquivadas pela SDPI/AGDI. Figura 7: Sala do Investidor: da definição do gerente do projeto ao relatório de finalização

Fonte: Elaborado por SDPI/AGDI.

e) Definição do gerente do projeto: Conforme foi comentado no item anterior, quando a demanda torna-se um projeto do SDRS, é designado um profissional, denominado gerente de projetos do SDRS, escolhido entre as equipes da SDPI e AGDI para gerenciá-lo. Preferencialmente, o profissional deverá ter acompanhado a demanda da empresa desde o primeiro atendimento. Conforme o Guia PMBOK – Quarta Edição (PMI, 2008), o gerente de projetos é a pessoa designada pela organização executora para atingir os objetivos do projeto. Para o gerente de projetos, compreender e aplicar o conhecimento, as ferramentas e as técnicas reconhecidas como boas práticas não são suficientes para um gerenciamento eficaz. Além das habilidades na área específica e das competências de gerenciamento geral exigidas, o gerenciamento de projetos eficaz requer que o gerente tenha três características: conhecimento (conhecer gerenciamento de projetos), desempenho (o que o gerente de projetos é capaz de realizar enquanto aplica o seu conhecimento em gerenciamento de projetos) e pessoal (refere-se à atitude do gerente de projetos na sua interlocução com os diversos atores relacionados ao projeto).

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O gerente de projetos do SDRS tem a função de atuar como interlocutor do SDRS com a empresa envolvida com o investimento (ou pleito ao Estado) até a conclusão dos encaminhamentos das demandas recebidas.

f) Conhecer o propósito do negócio: Quando a demanda ao SDRS estiver relacionada a um projeto de investimento, é necessário conhecer os diversos aspectos a ele relacionados. Para isso, foi estruturado um questionário abrangente que possibilita ao gerente de projetos conhecer a dimensão do projeto e dar o encaminhamento mais adequado às necessidades do mesmo, conforme os produtos da Sala do Investidor. As perguntas estão relacionadas no Anexo I e devem ser encaminhadas à empresa quando a demanda tratar-se de projeto de investimento no Estado do Rio Grande do Sul.

g) Verificar em que nível de prioridade estratégica o projeto está enquadrado: Com base nas informações obtidas a respeito do projeto, o mesmo deverá ser enquadrado de acordo com o nível de prioridade estratégica (já explicado anteriormente e relacionado na Figura 5). O enquadramento do projeto auxiliará na estruturação da proposta de valor, principalmente se ela estiver relacionada à necessidade de tratamento tributário diferenciado.

h) Definir o produto da Sala do Investidor: A Sala do Investidor possui cinco tipos de produtos (Figura 8):

i. Produto 1: novos investimentos – prospecção pela AGDI, em sua grande maioria; ii. Produto 2: investimentos de grande porte;

iii. Produto 3: investimentos de médio porte; iv. Produto 4: reinvestimentos em base já instalada – baixa, média e alta prioridade; v. Produto 5: investimentos em geral.

O enquadramento nas categorias de Produto e no nível de prioridade estratégica determinará o direcionamento e a estrutura da Proposta de Valor, que poderá ser mais ousada (caso o investimento potencialize a arrecadação de ICMS e/ou desenvolva uma região deprimida do Estado, por exemplo) ou menos ousada (se o investimento for irrelevante ou relacionado a um setor onde a concorrência será prejudicada, por exemplo).

i) Registrar no Sistema de Acompanhamento de Projetos do SDRS: Todos os projetos do SDRS são acompanhados e registrados em um Sistema de Monitoramento de Projetos, alimentado pelos gerentes de projeto. Esse Sistema consolida as informações e gera relatórios gerenciais para a alta direção do SDRS (Gabinete SDPI e diretoria AGDI, BADESUL e BRDE). O Sistema de Gerenciamento de Projetos nada mais é que um Gerenciamento de Portfólios. De acordo com o Guia PMBOK – Quarta Edição (PMI, 2008), “um portfólio refere-se a um conjunto de projetos ou programas e outros trabalhos, agrupados para facilitar o gerenciamento eficaz desse trabalho a fim de atingir os objetivos de negócios estratégicos. Os projetos ou programas do portfólio podem não ser necessariamente interdependentes ou diretamente relacionados (...) o gerenciamento de portfólios se refere ao gerenciamento centralizado de um ou mais portfólios, que inclui identificação, priorização, autorização, gerenciamento e controle de projetos, programas e outros trabalhos relacionados, para atingir objetivos de negócios estratégicos específicos. O gerenciamento de portfólios se concentra em garantir que os projetos e programas sejam analisados

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a fim de priorizar a alocação de recursos, e que o gerenciamento do portfólio seja consistente e esteja alinhado às estratégias organizacionais”. O Gerenciamento de Portfólios de projetos será realizado por um Escritório de Projetos (Project Management Office, PMO), composto por representantes da SDPI e AGDI. A atualização das informações a respeito dos projetos e de sua evolução aos integrantes das equipes da SDPI, AGDI e demais atores do SDRS acontecerá em reuniões semanais ordinárias. O registro das informações no Sistema de Monitoramento de Projetos deverá acontecer desde a etapa “conhecer o propósito do negócio” (item “f”) até a implantação do projeto e encerramento do mesmo.

j) Calibrar a proposta: Conforme já foi comentado anteriormente, o conhecimento do propósito do negócio, o enquadramento em relação à prioridade estratégica e no tipo de Produto da Sala do Investidor determinará o direcionamento da Proposta de Valor do SDRS.

k) Desenvolver a proposta: Nesta etapa (Figura 8), observada a ressalva do item j, serão realizadas as reuniões e os contatos com os setores da SDPI (no caso do FUNDOPEM/INTEGRAR-RS ou de áreas de Distritos Industriais), com as Secretarias de Governo ou órgãos responsáveis por atividades relacionadas ao projeto da empresa ou com Prefeituras Municipais (no caso de áreas industriais e/ou incentivos municipais).

l) Apresentar a proposta de valor: A Proposta de Valor será apresentada através de um documento à empresa demandante. Dependendo do investimento e de sua complexidade, principalmente se estiver relacionada à tratamento tributário diferenciado, a Proposta de Valor será apresentada através de um Protocolo de Intenções, que deverá ser assinado pelo Governador do Estado, pelo Secretário da SDPI e pelo Secretário da SEFAZ. Caso não haja acordo entre o Estado e a empresa em relação à Proposta de Valor, retorna-se às etapas dos itens “j”, “k” e novamente “l”.

m) Acompanhar a execução da proposta:

Caso a Proposta de Valor seja aprovada, cabe ao gerente de projeto acompanhar o encaminhamento dos processos nos diversos órgãos ou setores responsáveis pelos itens acordados, coordenando o processo e auxiliando o empreendedor.

n) Implantação do projeto: A implantação do projeto conclui o ciclo. Se o projeto estiver relacionado a uma fábrica, encerra quando todas as atividades relacionadas à Proposta de Valor e de responsabilidade do Governo do Estado estiverem concluídas.

o) Relatório de finalização: Após a conclusão do projeto, o gerente de projeto deverá elaborar um relatório final com as informações pertinentes e as lições aprendidas.

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Figura 8: Sala do Investidor: produtos e itens da proposta de valor

Fonte: Elaborado por SDPI/AGDI.

5. Material com orientações e informações ao investidor:

Para orientar o potencial investidor no Estado do Rio Grande do Sul quanto ao objetivo do SDRS e o funcionamento da Sala do Investidor, bem como organizar as informações sobre os serviços oferecidos pela SDPI, AGDI, BADESUL, BRDE, das demais Secretarias de Governo, atores relacionados a investimentos (educação, por exemplo) e de dados socioeconômicos do Rio Grande do Sul, a equipe da SDPI e AGDI elaborou um material específico.

O “material com orientações e informações ao investidor” foi desenvolvido a partir de documentos e informações recebidas dos setores internos da SDPI e de demais Secretarias de Governo e atores relacionados. Seu produto final foi avaliado pelos órgãos responsáveis. Esse material servirá como base de informações para as publicações e para o Portal na Internet da Sala do Investidor, conforme será descrito a seguir no Plano de Comunicação da Sala do Investidor.

6. Plano de comunicação da Sala do Investidor:

O plano de comunicação do processo de atendimento a investidores da Sala do Investidor está estruturado da seguinte forma:

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6.1. Conceito do Plano de Comunicação A figura central do processo de atendimento a investidores do atual governo é o Sistema de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul (SDRS), coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI). O SDRS foi alçado a uma posição estratégica dentro do governo e articula os atores ligados à promoção do investimento no Estado. Três são os agentes do SDRS: a Agência de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI) – braço operacional da SDPI -, o BADESUL e o BRDE, as duas instituições que se somam ao Banrisul no apoio financeiro às empresas dispostas a investir no Estado. Está sendo estruturado um plano de comunicação para o SDRS, que prevê a criação de uma logomarca para o sistema. A nova logomarca será apresentada posteriormente. Reunidos em torno da idéia de uma “Sala do Investidor” – um processo cujo nome ainda precisa ser definido –, os procedimentos de atendimento precisam ser comunicados ao mercado, por meio de alguns mecanismos: Internet, publicações, vídeos, newsletter e identidade visual. 6.2. Portal na internet (website) A internet é o instrumento fundamental de relacionamento com o mercado para qualquer sistema de desenvolvimento. Um site específico, dentro do conceito de um “portal do investidor”, deve ser desenvolvido com o objetivo de permitir aos investidores: a. Conhecer estatísticas atualizadas e confiáveis sobre o mercado do Rio Grande do Sul, as regiões do Estado e os municípios gaúchos. b. Compreender o ambiente de negócios que irá encontrar, o que significa acessar informações sobre panorama legal, tributário, financeiro, entre outros. c. Formular questionamentos customizados. É importante que o site: a. Tenha conteúdo e funcionalidades adequados; b. Forneça informações relevantes, atuais, acessíveis e confiáveis; c. Divulgue serviços e contatos com profissionais; d. Tenha estatísticas funcionais, projeções de mercado, análises comparativas e depoimentos; e. Relate os setores prioritários, de acordo com o plano estratégico – como a indústria oceânica -, com links para informações adicionais e benefícios específicos para cada setor; f. Opere como um guia do investidor, com orientações legais e funcionamento das estruturas de atendimento; g. Mapeie as regiões e as cidades, mostrando as diferenças regionais, as características vocacionais, os recursos materiais, os benefícios municipais e os contatos locais; h. Seja bem ranqueado em motores de busca na internet.

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6.3. Publicações Serão desenvolvidas várias publicações, em princípio no formato de folders, para divulgar o sistema de atendimento do SDRS. Pelo menos em três níveis: a. Publicação síntese sobre o SDRS, com resumo estatístico e sobre as vantagens de se investir no Estado; b. Publicação específica sobre o sistema de atendimento do SDRS, detalhando a operação. c. Publicações temáticas sobre os setores considerados estratégicos para o desenvolvimento do Estado. 6.4. Vídeo Serão desenvolvidos vídeos institucionais para divulgar o sistema de atendimento do SDRS, espelhando a mesma lógica temática das publicações. 6.5. Newsletter Pelo website (portal), os interessados em se relacionar com o sistema de atendimento e de informações do SDRS poderão se cadastrar para receber uma newsletter. Ela será transmitida periodicamente com informações sobre as ações de promoção do desenvolvimento e sobre a movimentação empresarial no Rio Grande do Sul e em setores considerados estratégicos. 6.6. Identidade visual das estruturas para atendimento dos investidores A partir da logomarca que será criada para o SDRS, será desenvolvida uma identidade visual e uma política de uso para todos os atores do SDRS. Esta identidade visual se reproduz no material de divulgação do sistema de atendimento, inclusive no ambiente físico que será criado para receber o investidor.

7. Integração com as Prefeituras Municipais: É de fundamental importância para o funcionamento da Sala do Investidor do SDRS que ocorra uma boa integração entre o SDRS e as Prefeituras Municipais. Um relacionamento próximo entre o Governo do Estado e as Prefeituras Municipais, em especial com as Secretarias Municipais de Desenvolvimento (ou afins), pode qualificar e tornar mais rápida a obtenção das informações necessárias para determinado empreendimento (em especial disponibilidade de terreno e incentivos municipais), maximizando os esforços e sendo muitas vezes determinante para o sucesso da ação. Para realizar a integração entre a Sala do Investidor do SDRS e as Prefeituras Municipais, propõem-se a realização das seguintes ações:

i. Capacitação das Secretarias Municipais de Desenvolvimento ou afins: realizar seminários e treinamentos com os agentes municipais responsáveis para unificar a linguagem e apresentar o funcionamento da Sala do Investidor do SDRS, distribuir material (publicações) e orientar

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sobre a operação do Portal de Internet da Sala do Investidor. Nos seminários ou treinamentos poderão ser realizadas dinâmicas com facilitadores para otimizar a integração e a organização das demandas das Prefeituras Municipais relacionadas a procedimentos para a realização investimentos.

ii. Banco de Informações dos Municípios: buscando a transversalidade e maximização de esforços, o SDRS deverá se integrar ao Gabinete dos Prefeitos e Relações Federativas, aos COREDE´s e à Associação dos Secretários de Desenvolvimento para estruturar um Banco de Informações dos Municípios (com informações municipais úteis aos investidores) para futuramente ser disponibilizado no Portal da Internet da Sala do Investidor do SDRS.

8. Referências Bibliográficas:

APEX-BRASIL – AGÊNCIA BRASILEIRA DE PROMOÇÃO DE EXPORTAÇÕES E INVESTIMENTOS. GAMPI – Guia Apex-Brasil de Melhores Práticas na Promoção de Investimento Estrangeiro Direto. Brasília: Apex-Brasil, 2011. PMI - PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos - Guia PMBOK. 4. ed. Pennsylvannia: Project Management Institute, Inc, 2008.

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ANEXO I

Informações sobre o empreendimento para organizar a ação do Sistema de Desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul :

Qual é a empresa?

Qual a sua nacionalidade? Já possui planta no Rio Grande do Sul ou no Brasil?

Quais os produtos a fábrica irá produzir? Indicar por classificação fiscal NCM (Nomenclatura Comum de Mercadorias)? (projetar quantidade a ser produzida e a expectativa de comercialização)

Quais os mercados pretende atender?

Quantas fases tem o projeto e em que consiste cada uma?

Qual o valor do investimento total e em cada (se houver)?

Quantos empregos diretos gerados em todas as fases do projeto? Como será a formação profissional dos trabalhadores?

Qual a projeção de média salarial dos empregos diretos a serem gerados e/ou o valor estimado da folha de pagamentos por cargo?

Qual a produção anual esperada para a unidade?

Projeção de quantidades discriminada por produto?

Qual a área necessária para a instalação da fábrica? Quais os requisitos, na fase da obra e na fase de produção plena, referentes a energia elétrica, gás, água potável e outros?

Quais são fases do projeto?

Qual o cronograma do projeto?

O que a empresa necessita em termos de apoio do Governo do RS?

A empresa pretende implantar uma área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D)?

Os investimentos gerarão ICMS incremental para o RS? Qual o perfil projetado para as vendas? No RS? Operações

interestaduais? Exportações?

Quais (ou qual) municípios são considerados para o investimento?

A sede da empresa será no RS?

Haverá importação de matérias-primas? Quais serão as matérias primas nacionais e quais as importadas? Quais as matérias-primas que podem ser adquiridas no Estado e quais precisarão ser compradas em outros Estados? Especificar e projetar quantidades.

Haverá aquisições de máquinas e equipamentos no RS? Especificar e projetar quantidades e valores.

Page 19: Projeto Sala do Investidor - Sistema de Desenvolvimento - SDPI

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No caso da empresa já estar instalada no Estado do Rio Grande do Sul, favor informar:

EMPRESA:

CNPJ:

ATIVIDADE:

MUNICÍPIO:

ESTABELECIMENTO MUNICÍPIO MATRIZ/FILIAL IND/ATACADO/VAREJO

SITUAÇÃO FISCAL EM ___/___/______ INSCRITO EM DÍVIDA ATIVA: SIM __ ; NÃO: __

FATURAMENTO/ANO:________ R$

ICMS ANO: __________ R$

DESCRIÇÃO CRÉDITOS (R$) DÉBITOS (R$)

INTERNOS – RS

OUF (Outra Unidade da Federação)

EXTERNOS NIHL

Haverá aquisições de máquinas e equipamentos de outros Estados? Especificar e projetar quantidades e valores.

Haverá importações de máquinas e equipamentos? Especificar e projetar quantidades e valores.

Se houver importação de produto acabado para ser comercializado no Brasil, informar na projeção do faturamento o preço da venda do produto a ser industrializado na fábrica em relação à venda do produto importado. Projetar quantidade e valor.