PUI CHING TEM MAIS DE 200 ALUNOS A APRENDER LÍNGUA ...PUB Director José Rocha Dinis • Director...

20
PUB Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4378 • Quarta-feira, 23 de Outubro de 2013 10 PATACAS JORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013 FOTO JTM Escola chinesa queixa-se de falta de professores de português PUI CHING TEM MAIS DE 200 ALUNOS A APRENDER LÍNGUA PORTUGUESA MAS FALTAM VAGAS Pág. 3 Três licenças de agências imobiliárias reprovadas pelo Instituto de Habitação O Instituto da Habitação (IH) avançou que até 18 de Ou- tubro foram atribuídas a agências imobiliárias um total de 1.631 licenças, enquanto apenas três foram reprova- das. O IH lembrou que a Lei de Actividade de Mediação Imobiliária prevê que as agências só podem funcionar em edifícios com uso urbano ou comercial, não sendo permitidas em prédios residenciais e industriais. Mais de 500 agências imobiliárias manifestaram-se em Julho contra a lei, no dia em que as novas regras entraram em vigor, por temerem a falência. Primeiro-Ministro chinês diz que dívidas dos governos locais estão sob controlo O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, disse ontem que as dívidas dos governos locais estão sob controlo e prometeu conter o défice fiscal do país, segundo a imprensa oficial. Li também alertou que o crescimento de dois dígitos da receita fiscal exige a manutenção do défice fiscal e do volume da dívida dentro de níveis razoáveis para sustentar uma expansão económica mais ampla. “Ampliámos a auditoria de dívidas dos governos locais e tomámos uma série de medidas para melhorar a administração e controlar os riscos”, disse Li. “O défice fiscal da China está ac- tualmente em 2,1% e vamos controlá-lo com rigidez.” Vícios privados em debate público Lei de dados pessoais deve ser alterada A coordenadora do Gabinete para a Protecção dos Dados Pessoais diz que há necessidade de rever a Lei de Protecção de Dados Pessoais, em vigor desde 2005, por esta já́ não dar resposta às novas tendências internacionais. Pág. 5 Mak Soi Kun culpa a secretária e tribunal O facto de parte da Declaração de Rendimentos de Mak Soi Kun ter sido entregue de forma incomple- ta é culpa da sua secretária e do TUI, diz o deputado. Pág. 2 “Zest Airways” lança voos entre Macau e Manila A “Zest Airways” solicitou à Au- toridade de Aviação Civil autori- zação para operar três voos sema- nais entre o território e Manila a partir de 6 de Dezembro. Última Moçambicanos na RAEM inquietos com crise Houve confrontos entre as forças do Governo e o principal partido da oposição em Moçambique. Em Macau, os acontecimentos são se- guidos com apreensão. Pág. 9 Centrais

Transcript of PUI CHING TEM MAIS DE 200 ALUNOS A APRENDER LÍNGUA ...PUB Director José Rocha Dinis • Director...

Page 1: PUI CHING TEM MAIS DE 200 ALUNOS A APRENDER LÍNGUA ...PUB Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4378 • Quarta-feira, 23 de Outubro de

PUB

Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4378 • Quarta-feira, 23 de Outubro de 2013 10 PATACAS

JORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

FOTO

JTM

Escola chinesa queixa-se de faltade professores de português

PUI CHING TEM MAIS DE 200 ALUNOS A APRENDER LÍNGUA PORTUGUESA MAS FALTAM VAGAS

Pág. 3

Três licenças de agências imobiliáriasreprovadas pelo Instituto de HabitaçãoO Instituto da Habitação (IH) avançou que até 18 de Ou-tubro foram atribuídas a agências imobiliárias um total de 1.631 licenças, enquanto apenas três foram reprova-das. O IH lembrou que a Lei de Actividade de Mediação Imobiliária prevê que as agências só podem funcionar em edifícios com uso urbano ou comercial, não sendo permitidas em prédios residenciais e industriais. Mais de 500 agências imobiliárias manifestaram-se em Julho contra a lei, no dia em que as novas regras entraram em vigor, por temerem a falência.

Primeiro-Ministro chinês diz que dívidasdos governos locais estão sob controloO primeiro-ministro da China, Li Keqiang, disse ontem que as dívidas dos governos locais estão sob controlo e prometeu conter o défice fiscal do país, segundo a imprensa oficial. Li também alertou que o crescimento de dois dígitos da receita fiscal exige a manutenção do défice fiscal e do volume da dívida dentro de níveis razoáveis para sustentar uma expansão económica mais ampla. “Ampliámos a auditoria de dívidas dos governos locais e tomámos uma série de medidas para melhorar a administração e controlar os riscos”, disse Li. “O défice fiscal da China está ac-tualmente em 2,1% e vamos controlá-lo com rigidez.”

Vícios privados em debate público

Lei de dados pessoais deve ser alteradaA coordenadora do Gabinete para a Protecção dos Dados Pessoais diz que há necessidade de rever a Lei de Protecção de Dados Pessoais, em vigor desde 2005, por esta já́ não dar resposta às novas tendências internacionais. Pág. 5

Mak Soi Kun culpaa secretária e tribunalO facto de parte da Declaração de Rendimentos de Mak Soi Kun ter sido entregue de forma incomple-ta é culpa da sua secretária e do TUI, diz o deputado. Pág. 2

“Zest Airways” lança voos entre Macau e ManilaA “Zest Airways” solicitou à Au-toridade de Aviação Civil autori-zação para operar três voos sema-nais entre o território e Manila a partir de 6 de Dezembro. Última

Moçambicanos na RAEMinquietos com criseHouve confrontos entre as forças do Governo e o principal partido da oposição em Moçambique. Em Macau, os acontecimentos são se-guidos com apreensão. Pág. 9

Centrais

Page 2: PUI CHING TEM MAIS DE 200 ALUNOS A APRENDER LÍNGUA ...PUB Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4378 • Quarta-feira, 23 de Outubro de

02 JTM | LOCAL Quarta-feira, 23 de Outubro de 2013

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administração: José Rocha Dinis • Director: José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo: Sérgio Terra • Grandes Repórteres: Fátima Almeida e Raquel Carvalho • Redacção: Helder Almeida e Sandra Lobo Pimentel (editores), Pedro André Santos, Susana Diniz e Viviana Chan • Colaboradores: Rogério P. D. Luz (S. Paulo), Rui Rey e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, António Ribeiro Martins, Daniel Carlier, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua e Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

JORNAL TRIBUNA DE MACAU

JORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

Viviana Chan

MAK SOI KUN REAGIU A COMUNICADO DO TRIBUNAL SOBRE A DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS

A secretária e o TUI é que são os culpadosJá foi enviado um pedido para o tribunal para acrescentar na informação os imóveis que o deputado possui. Já quanto a Fong Chi Keong, que também não listou qualquer imóvel, não houve ainda qualquer explicação

O deputado Mak Soi Kun, cuja par-te IV da Declaração de Rendimen-tos, que é pública, foi preenchida

de forma incompleta, desculpou-se com um erro de uma secretária e com erros de comunicação da parte do Tribunal de Úl-tima Instância (TUI).

O JTM contactou o deputado mas um assistente aconselhou a consulta das ex-plicações que foram prestadas por Mak Soi Kun ao jornal Ou Mun e que foram publicadas ontem.

Assim, segundo justificou, na quinta--feira preencheu os documentos “pes-soalmente” tendo incluído informações sobre as companhias e imóveis dos quais é proprietário, assim como a participação em empresas e associações. Só que algu-mas destas informações terão sido colo-cadas na parte II da Declaração, que não é pública, enquanto só as que não coube-ram passaram para a parte IV.

Depois foi de viagem e deixou “tudo à secretária”. Um funcionário do TUI alertou depois a secretária dizendo que a parte II e a parte IV não podiam ficar misturadas, pelo que o documento teria que ser de novo preenchido.

E terá sido aqui que nasceu o erro, sugeriu, uma vez que a funcionária terá entendido mal a explicação do tribunal, percebendo que quando tinha tivesse sido preenchida a parte II já não seria preciso completar a parte IV. A secretária voltou a imprimir um outro documento que foi preenchido e Mak Soi Kun admi-tiu que assinou sem conferir.

Remete agora a culpa tanto para a sua secretária como para o funcionário do tri-bunal garantindo já ter escrito ao TUI a pedir para preencher de novo a IV parte e a explicar a situação. Agora está à es-pera da resposta, mas garantiu que “não tem medo” que estas informações sejam públicas.

A reacção surgiu depois de um co-municado do TUI que foi publicado na página da internet dos tribunais anteon-tem e através do qual era reafirmado que a parte IV da Declaração não tinha sido preenchida pelo deputado. “É verifica-do de novo pela secretaria do Tribunal de Última Instância que, da Parte IV da Declaração de Bens Patrimoniais e Inte-resses apresentada pelo deputado Mak Soi Kun, constam apenas as informações relativas ao membro de organizações não lucrativas, mas não são preenchidos os espaços destinados aos imóveis ou às empresas comerciais ou estabelecimentos industriais, quotas, acções, participações ou outras partes sociais do capital em so-ciedades civis ou comerciais”.

A secretaria do TUI assegurava ainda que “publicou legalmente a referida De-claração sem proceder a qualquer altera-ção do seu teor”.

Anteriormente, em declarações à TDM, Mak Soi Kun tinha admitido que podia ter havido um esquecimento na nomeação de alguns cargos, como de presidências honorárias ou de consulta-doria em algumas associações, por serem tantos. Mas garantiu que apresentou a in-

formação completa ao Governo. “Eu tenho bens imóveis. Eu listei-os

a todos. Claro que tenho propriedades. Eu preenchi a declaração de acordo com as regras, realmente não percebo porque é que a informação não aparece”, disse então.

Outro deputado que não listou qual-quer imóvel foi Fong Chi Keong, apesar de ter preenchido a parte relativa à parti-cipação nas empresas e os cargos em or-ganizações sem fins lucrativos.

Contactado anteriormente pela TDM,

o deputado disse que possui de facto um apartamento, onde vive, e que seria im-possível para um construtor não possuir nenhum. O deputado garantiu ainda que preencheu a declaração com a ajuda de um funcionário e que por isso o erro de-via ser do Governo. Mas um erro, segun-do Fong Chi Keong, compreensível já que a prática de publicar estas informações online é uma novidade.

Relativamente a este deputado, o TUI não emitiu até ontem qualquer esclareci-mento. H.A./V.C.

Mak Soi Kun garante que não tem receio de publicitar os imóveis que detém

SERVIÇOS DE SAÚDE DEFENDEM NOVO PROJECTO DE LEI

Não confundir erro médico com falha profissionalApós uma série de críticas à proposta do erro médico, a Direcção dos Serviços de Saúde publicou um comunicado ontem à noite a explicar o novo projecto de lei. Mas o presidente da Associação dos Médicos Hospitalares da Função Pública de Macau diz que há falta de consideração para com os profissionais

FOTO

ARQ

UIVO

A proposta de lei do erro médico foi apresentada na sexta-feira pelo Conselho Executivo e logo houve algumas críticas ao diploma. Ontem, em

comunicado, os Serviços de Saúde (SSM) defenderam o projecto de lei, sublinhando que até agora não existia na lei nenhuma definição de erro médico. Por outro lado, dizem que não se devem confundir as queixas sobre o erro médico com as falhas profissionais.

“(...) o projecto de lei destina-se principalmente a resolver o reconhecimento da responsabilidade civil causada por ilícito decorrente de erros médicos e a cor-respondente indemnização, não prejudicando a respon-sabilidade disciplinar e penal dos responsáveis que ao caso couber, nos termos da legislação aplicável”, dizem

os SSM. E acrescentam que “uma vez que o regime de sanção disciplinar aplicado aos médicos em hospital pú-blico, privado e os que exercem a profissão em regime privado é diferente não é adequado atribuir à Comissão de Perícia de Erro Médio o exercício do direito de aplica-ção de sanção”.

É ainda explicado que o “relatório de perícia da Co-missão consiste na verificação do erro médico”. Relativa-mente “aos ilícitos decorrentes de erros médicos, pode-rão [os queixosos] recorrer ao tribunal, de acordo com o respectivo processo do Código de Processo Civil sendo necessário um conjunto de provas de perícia, por isso, o projecto da lei não define o relatório de perícia da Comis-são como a única prova aceitável”.

Para além disso, nos termos do projecto da lei, “o relatório de perícia não é exclusivo, não põe de parte o recurso a outros meios, por parte dos interessados para a realização de investigações e perícias técnicas sobre os

mesmos factos”. Ainda assim, “considerando o profis-sionalismo, independência e autoridade da Comissão de Perícia do Erro Médico, o relatório de perícia e conclusão feito por esta Comissão tem um efeito chave, quer no re-curso contencioso, quer noutros processos”.

Por seu lado, o presidente da Associação dos Médicos Hospitalares da Função Pública de Macau, Warren Tai, queixou-se que a proposta de lei é uma falta de conside-ração para com os médicos, porque não aborda a possibi-lidade de existir um seguro que cubra o erro médico. Na opinião deste profissional, a criação deste tipo de seguro seria uma garantia para os trabalhadores do sector, por-que no caso de ocorrer um erro médico os profissionais estão salvaguardados.

O jornal Ou Mun fala de outras críticas que apontam que a proposta não tem suficiente poder na realidade, des-crevendo-se a futura lei como “um tigre sem dentes”, ou seja, uma ferramenta que não terá muito efeito na prática.

Page 3: PUI CHING TEM MAIS DE 200 ALUNOS A APRENDER LÍNGUA ...PUB Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4378 • Quarta-feira, 23 de Outubro de

Quarta-feira, 23 de Outubro de 2013 JTM | LOCAL 03JORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

DENÚNCIA FEITA ATRAVÉS DE FÓRUM NA INTERNET

Funcionário plagiou para revista da DSEJO texto falava sobre as técnicas de fazer perguntas aos alunos, segundo o que foi escrito no fórum da internet “Cyber CTM”, onde o caso foi denunciado. A DSEJ não explicou o que vai fazer ao funcionário, que o mesmo fórum diz que é um professor

A Direcção dos Serviços de Educação e Juven-tude (DSEJ) confirmou que um texto que foi publicado numa revista editada pela enti-

dade foi plagiado.O Governo salientou através de comunicado

que o artigo foi escrito por um funcionário da DSEJ e que o editor da revista contactou logo, que se soube, o autor do texto para perceber a situação. O funcionário confessou que o texto era mesmo um plágio pedindo para publicar um anúncio a pedir desculpa ao público na próxima edição da revista.

A DSEJ salientou que dá muita importância à protecção da propriedade intelectual e que por isso exige que todos os funcionários sejam éticos. “Exigimos uma boa qualidade em todas as nossas

publicações em termos de edição e de revisão”, mas “a responsabilidade também é do autor”, apontou a DSEJ.

Foi no fórum na internet “Cyber CTM” que foi publicado um texto a denunciar este caso de plágio. Segundo foi referido, o funcionário era um professor contratado pela DSEJ no Interior da Chi-na. O texto falava sobre as técnicas de fazer per-guntas aos alunos e era o mesmo que um outro que podia ser encontrado no banco de dados do motor de busca “Baidu” (o Google da China) com um autor diferente.

A DSEJ não explicou o que vai fazer em relação a este caso.

V.C.

Viviana Chan

ENSINO

Escola chinesa queixa-se de faltade professores de portuguêsA Pui Ching é uma escola privada na Avenida de Horta e Costa e tem mais de 200 alunos a aprender português. E só não tem mais, reclama o director, porque não há disponibilidade da DSEJ para lá colocar mais professores

O director da Escola Pui Ching está preocupado porque por não conseguir mais professores de português numa altura em que cada vez mais

alunos procuram esta língua oficial como disciplina op-cional. Segundo contou ao JTM, o português é cada vez mais popular naquele estabelecimento de ensino só que a obtenção de novos docentes está muito dependente do Governo e este ano lectivo já não se conseguiu aumentar o número de professores pelo que muitos dos interessa-dos não tiveram vaga.

Kou Kam Fai explica que é o Centro de Difusão de Línguas da Direcção dos Serviços de Educação e Juven-tude (DSEJ) que disponibiliza todos os anos docentes de português para darem aulas na sua escola. Foi, aliás, com a ajuda daquele departamento governamental que a instituição conseguiu, em 2011, voltar a disponibilizar aulas de português. Antes, tinham estado suspensas por “falta de condições”.

Actualmente, a Escola Pui Ching, na Avenida de Horta e Costa, tem mais de 200 alunos a aprender por-tuguês, da 1ª classe ao 12º ano. Em 2010/2011, no ensino primário houve três turmas com 30 alunos a aprender a língua portuguesa todas as semanas.

Em 2011/2012, esta cadeira chegou à primária e o número total de turmas chegou a 11.

E neste ano lectivo, a escola decidiu separar os alu-nos com nível inicial e intermédio para aqueles que já te-nham frequentado as aulas possam aprender aumentar o nível de aprendizagem.

O jornal Ou Mun citava ontem Kou Kam Fai, que se dizia muito preocupado porque a DSEJ ia deixar de en-viar professores de português para a escola no próximo ano lectivo pelo que tinha sido pedida ajuda ao Instituto Politécnico de Macau.

Mas ao JTM, o director da instituição desmen-tiu esta informação. Segundo explica, devido a uma

maior procura da aprendizagem de português, há já mais estudantes a querer aprender do que o número de vagas disponíveis. A escola pediu por isso ajuda à DSEJ para ter mais professores e conseguir proporcio-nar mais vagas, só que o Governo não consegue satis-fazer este pedido, tendo aconselhado a escola a con-tratar professores de forma independente, pedindo, por exemplo, um subsídio ao Fundo de Desenvolvi-mento Educativo. Este apoia e impulsiona os diversos planos e actividades educativas com características de desenvolvimento, na área do ensino não superior, através da concessão de subvenções a fundo perdido e de créditos bonificados.

Mas na opinião do director, a contratação de profes-sores de língua portuguesa é muito difícil para as escolas chinesas porque “ninguém sabe falar português, nem sabe como se avalia a qualidade do professor”. Desta

forma, acha que o método existente é bom para ter bons profissionais a dar aulas nas escolas chinesas.

Além disso, explica que como a Pui Ching é uma es-cola privada, a contratação dos professores tem que res-peitar o Quadro Geral do Pessoal Docente das Escolas Particulares. Neste contexto, Kou Kam Fai confessa que para uma escola particular é difícil recrutar docentes de português de forma independente.

Para arranjar uma solução, o mesmo responsável pensa que talvez seja possível ter “apoio exterior”, fora da escola e do Governo, para contratar os docentes ne-cessários. Mas nada está decidido.

O director agradece ainda assim o apoio da DSEJ e salienta que a sua escola dá muita importância ao ensino desta língua oficial.

O JTM contactou a DSEJ mas até ao fecho desta edi-ção não conseguiu obter qualquer reacção.

Escola Pui Ching tem mais de 200 alunos a aprender português e precisa de mais professores

Autor confessou o plágio e quer pedir desculpaaos leitores através de anúncio na mesma revista

Page 4: PUI CHING TEM MAIS DE 200 ALUNOS A APRENDER LÍNGUA ...PUB Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4378 • Quarta-feira, 23 de Outubro de

Quarta-feira, 23 de Outubro de 201304 JTM | LOCALJORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

• • • BREVES

Vice do MNE chinês na RAEMdeixa o cargo em NovembroZhang Jinfeng vai deixar de desempenhar as funções de comissária-adjunta do Ministério dos Negócios Estrangeiros ( MNE) na RAEM no pró-ximo mês. Segundo a “Ou Mun Tin Toi”, a saída foi revelada por aquela responsável durante uma visita à TDM. Zhang Jinfeng assumiu o cargo em Setembro de 2011.

Verbas da Previdência creditadas nas contas de idososO Fundo de Segurança Social (FSS) creditou on-tem as verbas relativas às contas individuais de previdência dos idosos com idade igual ou su-perior a 75 anos. No total, o organismo recebeu 40.562 requerimentos para levantamento das verbas, tendo sido apreciados 18.872 requeri-mentos entregues por idosos com idade igual ou superior a 75 anos, ou residentes que recebem a pensão de invalidez do FSS há mais de um ano ou o subsídio de invalidez especial do Instituto de Acção Social.

Contabilistas fizeram examepara exercer no ContinenteDelegados da Direcção Geral do Ministério chi-nês das Finanças e do Instituto de Contabilistas Registados da China (ICRC) estiveram em Ma-cau para supervisionar a realização do exame nacional de habilitação para o exercício da pro-fissão no Continente por parte de profissionais locais. Este exame integra-se no âmbito dos com-promissos constantes do acordo CEPA.

“Neptune Group” investeem empresa de “junkets”A “Neptune Group”, empresa de investimento na área do jogo VIP, vai pagar 241 milhões de dó-lares de Hong Kong para adquirir uma percen-tagem de 5% na “Joyful Celebrate Global Ltd”, empresa promotora de uma sala para grande apostadores no casino Galaxy Macau, noticiou a edição “online” da revista “Macau Business”. A sala em questão possui pelo menos 16 mesas que movimentam cerca de 7,5 mil milhões de dólares de Hong Kong por mês.

QUALIDADE DO AR CONTINUA AQUÉM DOS PARÂMETROS LEGAIS

16 casinos “chumbaram” em novo teste ao fumoDados da medição da segunda fase de testes à qualidade do ar nas áreas para fumadores revelam que 16 casinos continuam a não cumprir os padrões estabelecidos

O número de espaços de jogo que não respeitam totalmente os parâmetros ao nível da qualida-de do ar definidos para as áreas destinadas a

fumadores baixou, mas continua a ser preocupante. Depois de 28 casinos terem “chumbado” na primeira fase dos testes, o novo ciclo de avaliação levou à des-coberta de 16 casos de incumprimento, revelou ontem, sem especificar, o director dos Serviços de Saúde, du-rante uma visita às instalações dos novos serviços de urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário, que hoje entram em funcionamento.

De acordo com a Rádio Macau, Lei Chin Ion adiantou ainda aos jornalistas que os 16 casinos que reprovaram o exame já apresentaram reclamações so-bre os resultados. Após a análise das queixas, os Ser-viços de Saúde irão decidir se vão ou não diminuir a dimensão das áreas para fumadores, como forma de punição, acrescentou o mesmo responsável.

Em Abril, os Serviços de Saúde indicaram que, na primeira fase, 16 espaços da Sociedade de Jogos de

Macau, três da Galaxy, um da Wynn e oito da Mel-co Crown não observavam “um ou vários parâme-tros” da qualidade do ar nas áreas para fumadores. Os dados tiveram em conta medições efectuadas nos 44 casinos que solicitaram a criação de zonas para fumadores, na sequência da entrada em vigor, a 1 de Janeiro, da proibição parcial do fumo nos casinos, restringindo-o a áreas para o efeito, as quais não po-dem exceder 50 % da área total e têm cumprir uma série de requisitos.

Os Serviços de Saúde recolheram amostras junto do sistema de ventilação nas áreas para fumadores, efec-tuando a medição a seis parâmetros, designadamente dos níveis de monóxido e de dióxido de carbono, de par-tículas suspensas e de compostos orgânicos voláteis.

Caso as empresas de jogo voltem a falhar o cumpri-mento dos critérios, os Serviços de Saúde “vão reduzir a área total para fumadores dos mesmos em conformi-dade com os procedimentos legalmente estabelecidos”, advertiu um comunicado divulgado na altura.

Direcção dos Serviços de Turismo

AVISO

Faz-se público que por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 30 de Setembro de 2013, foram anulados os concursos comuns, de ingresso externo, de prestação de provas, para o preenchimento de oito lugares de auxiliar, 1.° escalão, área de servente, da carreira de auxiliar, e de quatro lugares de motorista de pesados, 1.º escalão, da carreira de motorista de pesados, em regime de contrato de assalariamento da Direcção dos Serviços de Turismo, aberto por avisos publicados no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau, II Série, n.º 27, de 3 de Julho de 2013, e n.º 34, de 21 de Agosto de 2013, respectivamente, para assegurar os princípios da igualdade e da boa fé, consagrados nos artigos 5.º e 8.º do Código do Procedimento Administrativo.

Os interessados serão notificados, por escrito, por estes Serviços.

Direcção dos Serviços de Turismo, aos 17 de Outubro de 2013.

A Directora dos Serviços, Subst.ª, Tse Heng Sai

Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes

Anúncio

Faz-se saber que em relação ao concurso público para a execução da “Empreitada das Novas Instalações no 12º andar F, G e H do FIT (CARISS)”, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau, n° 41, II Série, de 9 de Outubro de 2013, foram prestados esclarecimentos, nos termos do artigo 2° do programa do concurso, e foi feita aclaração complementar conforme necessidades, pela entidade que realiza o concurso e juntos ao processo do concurso.

Os referidos esclarecimentos e aclaração complementar encontram-se disponíveis para consulta durante o horário de expediente no Departamento de Edificações Públicas da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, n°33, 17° andar, Macau.

Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, aos 17 de Outubro de 2013.

O Director dos Serviços, Jaime Roberto Carion

Aviso

A “Associação de Piedade e Beneficiência Tu-Tei-Mio”, na qualidade de proprietária e senhoria, informa publicamente que proce-deu à denúncia, através de carta registada com aviso de recepção, com respeito pelo prazo legal, do arrendamento relativo à loja de Artigos Eléctricos Seng Lei, sita em Macau, na Rua da Ribeira do Patane, n.º 86 “D”, r/c, de que é arrendatário o senhor Chong Koi Peng, para o seu termo, que ocorrerá em 31 de Janeiro de 2014, data em que o contrato de arrendamento caducará, não havendo lugar à sua renovação, devendo o respectivo arrendatário proceder à entrega do locado, nos termos legais, sob pena do recurso às instâncias judiciais para efectivar coercivamente o despejo.

Page 5: PUI CHING TEM MAIS DE 200 ALUNOS A APRENDER LÍNGUA ...PUB Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4378 • Quarta-feira, 23 de Outubro de

Quarta-feira, 23 de Outubro de 2013 JTM | LOCAL 05JORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

Susana Diniz

A coordenadora do Gabinete para a Protecção dos Dados Pessoais diz que há necessidade de rever a lei de protecção de dados pessoas, em vigor desde 2005, por esta já não dar resposta às novas tendências internacionais. À margem de um seminário organizado em parceria com a PJ, foram conhecidos dados estatísticos que revelam um total de 112 processos abertos, dos quais 73 foram concluídos, mas só em quatro foram aplicadas sanções de acordo com a lei vigente

IDEIA DEFENDIDA PELA COORDENADORA DO GABINETE PARA A PROTECÇÃO DOS DADOS PESSOAIS

Lei de protecção de dados pessoais deve ser alterada

Novas tendências internacionais tornam legislação obsoleta, defendeu Chan Hoi Fan

FOTO

ARQ

UIVO

Há necessidade de rever e alterar a lei de pro-tecção dos dados pessoais”. Quem o garante é a coordenadora do Gabinete para a Protecção

dos Dados Pessoais (GPDP), Chan Hoi Fan, à margem do seminário de “Segurança de Dados e Tendência da Criminalidade de Cartão de Crédito” que decorreu ontem no World Trade Center.

A actual legislação de protecção de dados vigora desde 2005, estando, por isso, desactualizada face às novas tendências internacionais.

Chan Hoi Fan esclareceu que, como forma de com-bate a este tipo de crimes, o Gabinete publicou um guia informativo da melhor utilização de cartão de crédito pelos utilizadores. A coordenadora garan-tiu ainda que, de acordo com os dados disponíveis, as ocorrências não são muito graves, por enquanto, denunciando alguns casos de pedidos abusivos por parte de alguns comerciantes, como a cópia do docu-mento de identificação.

No que diz respeito à utilização dos cartões de crédito em compras efectuadas na internet, o Gabi-nete alerta para o aumento deste tipo de crimes, bem como aqueles praticados por “hackers” e recurso a “fishing”.

Como exemplo, a PJ falou da existência de um site onde estão publicados nomes e os montantes em dívida de jogadores, o que viola claramente a lei de protecção de dados pessoais. No entanto, as inves-

tigações revelaram que o servidor desse mesmo site está localizado no estrangeiro, logo, fora da jurisdição da PJ.

À margem do Seminário, o GPDP distribuiu um relatório com dados estatísticos da área jurídica, no período compreendido entre Janeiro e Setembro do corrente ano, que complementaram a conferência.

No que diz respeito a aberturas de processos e acompanhamento de novos casos de violação da lei actual, apenas 30,4 por cento dos casos, num universo total de 112, foram dados como concluídos.

Desses, 17 por cento levaram à investigação de ser-viços públicos, 75,9 por cento a entidades privadas e 10,7 por cento envolveram pessoas singulares, sendo que um processo pode envolver mais do que um tipo de sujeito.

Quanto à natureza dos casos de investigação, a fal-ta de legitimidade do tratamento de dados revelou-se o motivo mais verificado, com 67 casos, seguindo-se a não observação dos princípios de tratamento de dados, com 29 ocorrências, e a protecção inadequada dos direitos do titular, com 26 casos.

Surge ainda no relatório que as causas principais que deram origem à investigação são em 42,9 por cen-to dos casos as queixas, seguidas das denúncias, que representam 34,8 por cento.

Dos 73 processos concluídos, 47,9 por cento, o cor-respondente a 35 casos, seguiram apenas com uma sugestão, enquanto 20 foram arquivados por falta de provas e oito não eram da competência do GPDP. Apenas quatro casos, 5,5 por cento do total, foram concluídos com a aplicação de uma sanção.

FOTO

WON

G SA

NG

PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE PESQUISA DE DELINQUÊNCIA JUVENIL DEFENDE MELHORIAS

Educação sexual sem visão completaO presidente da Associação de Pesquisa de Delinquência Juvenil de Macau defendeu que os professores de Macau precisam ensinar melhor os jovens em matéria de educação sexual. Chiang Cheok Meng afirmou que os conteúdos não conferem uma visão completa e detalhada aos alunos o que conduz a fraca protecção nos contactos sexuais

Num seminário que decorreu no Hotel Royal sobre educa-ção sexual e crimes sexuais

envolvendo jovens em Macau, Hong Kong, China Continental e Taiwan, Chiang Cheok Meng, presidente da Associação de Pesquisa de Delin-quência Juvenil de Macau, pediu me-lhor educação sexual nas escolas do território.

Segundo opinou, os professores devem leccionar o tema de uma for-ma mais compreensiva para os alu-nos, já que estes apesar de receberem ensinamentos na escola, os respecti-vos conteúdos não lhes conferem uma visão completa e detalhada da saúde sexual.

Chiang defendeu que os profes-sores podem sentir-se constrangidos por ensinar estas matérias aos alunos, e podem não estar dispostos a discutir o assunto com os jovens.

Considera, por isso, que deviam ser ministrados cursos de formação para professores, para lhes mostrar a melhor forma de ensinar a matéria aos alunos e o que é necessário para

cada grupo de idades. “Espero que as escolas dêem aos seus alunos uma educação sexual melhor para que eles

tenham mais conhecimento”, disse.Apesar de haver cada vez mais me-

nores com contacto com pornografia

através da internet e a terem relações sexuais, o especialista entende que há falta de informação e protecção.

Disse até que, por não saberem como proteger-se, podem até ter con-tribuído para a falta de denúncia de casos em que foram vítimas e nem se-quer se aperceberam disso.

Sobre a legislação nestas matérias, Chiang disse que por muitas vezes os casos de violações acontecerem com pessoas próximas, é difícil processar alguém, porque os pormenores são muitos encobertos.

Para o dirigente associativo, é ne-cessário tipificar estes actos como cri-me público e é bastante necessário ter uma lei independente, para proteger as crianças da violação, maus tratos e assédio sexual.

Também sobre legislação, mas quanto à violência doméstica, Chiang disse que apoia a tipificação como cri-me público, argumentando que é as-sim que melhor se protege os menores, porque as crianças sofrem nas mãos dos progenitores se um deles se man-tiver em silêncio acerca das agressões.

Page 6: PUI CHING TEM MAIS DE 200 ALUNOS A APRENDER LÍNGUA ...PUB Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4378 • Quarta-feira, 23 de Outubro de

Quarta-feira, 23 de Outubro de 201306 JTM | LOCALJORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

Susana Diniz

Furtava cabos de cobre para vender no Continente

Um indivíduo do Continente foi detido na Avenida do Almirante Lacerda pela Polícia de Segurança Pública por suspeita de furto de cabos de cobre. O indivíduo, que já estava há algum tempo na mira das investigações da polícia, tinha em sua posse luvas, alicates e cabos de cobre dentro de uma mochila. De acordo com as autoridades, o suspeito declarou que em Setembro, na Areia Preta, conheceu um homem, também do Continente chinês, e começaram a operar juntos. Confessou mesmo que já tinha furtado cabos em dois prédios industriais e em quatro fábricas. O detido disse ainda que os cabos furtados eram vendidos no Continente. A PSP deslocou-se a uma das empresas afectadas, que avaliou os prejuízos em cerca de 28 mil patacas. Até ontem, o segundo suspeito ainda não tinha sido identificado.

FOTO

ARQ

UIVO

Desmantelada pequena rede de tráfico de cocaínaAs investigações desenvol-vidas pela Polícia de Segu-rança Pública (PSP) em tor-no de um caso suspeito de consumo e tráfico de estupe-facientes culminaram com a detenção de seis indivíduos. Os agentes começaram por seguir um homem que se di-rigiu num táxi até à Avenida Horta e Costa, onde, em ple-na luz do dia, vendeu cerca de duas gramas de cocaína a uma mulher, a troco de três mil patacas. Apanhados em flagrante, os dois suspeitos acabaram por implicar mais quatro amigos, que se en-contravam num apartamen-to da Areia Preta. Além de efectuar mais quatro deten-ções, a PSP viria a apreender naquele apartamento 5,84 gramas da mesma droga separadas em doses peque-nas. Todos os suspeitos des-te caso, três homens e três mulheres, confessaram ter hábitos de consumo. Ape-nas um deverá ser acusa-do de tráfico, depois de ter contado às autoridades que comprou a droga, por cinco mil dólares de Hong Kong, a um homem que conheceu num casino. Os detidos, três residentes de Taiwan, dois de Macau e um do Conti-nente chinês, têm idades compreendidas entre os 23 e os 48 anos. S.D.

APOSTADOR FICOU SEM 220 MIL HKD E FICHAS

Sorte no jogo, azar no amorUm jogador do Continente garante ter sido vítima de furto depois de ter convidado uma mulher a dormir no seu quarto. Quando acordou, não só a mulher tinha desaparecido como também 220 mil dólares de Hong Kong em dinheiro e fichas de jogo

Acompanhante terá ficado com o prémio ganho pelo jogador num casino

Um homem de 35 anos conheceu o sabor amargo de uma aventu-ra amorosa, depois de uma noi-

te passada no Hotel Mandarin Oriental. O caso começou a ser investigado

na segunda-feira, quando a Polícia Ju-diciária (PJ) recebeu uma participação de um furto, por parte de um turista proveniente do Continente chinês. A vítima declarou que, no dia anterior, chegou ao território acompanhado por um amigo e estiveram a jogar durante várias horas num casino. O homem co-nheceu entretanto uma mulher, de cer-ca de 20 anos, que acabou por acompa-nhar os dois amigos pela noite dentro.

Cerca das nove da manhã e, após al-gumas jogadas bem sucedidas, os dois amigos convidaram a jovem para ir para o hotel onde poderiam descansar.

Segundo declarou às autoridades, a vítima guardou 220 mil dólares de Hong Kong em dinheiro e fichas dentro de uma mala que colocou debaixo da sua almofada. Poucos minutos depois deitou-se e terá começado ontem o “pe-sadelo”.

Cerca do meio-dia, quando acordou, o homem constatou que a sua acompa-

nhante já não se encontrava no quarto. Com ela, desapareceram também as fi-chas e todo o dinheiro colocado na mala.

Pelo menos até ontem à tarde, a PJ

ainda não tinha conseguido identificar a suspeita, mas esperava obter novas pis-tas com a ajuda do sistema de videovigi-lância do casino.

Rm. 1907, 19/F, AIA Tower, Nºs. 251A-301, Avenida Commercial de Macau

(opposite to New Yaohan and Grand Emperor Hotel)

ICQ dental team is a group of dental specialists with internationally recognized qualifications.

We provide all range of dental services:− Oral examination and radiology investigation− Restorative and Cosmetic Dentistry− Children Dentistry− Orthodontic Treatment− Oral and Dental implant Surgery– Endodontic Treatment− Periodontal Treatment− Emergency Treatment

We are committed to deliver high quality dental services with personalized care. We ensure the highest level of infection control.

Website: www.icqoral.com E-mail: [email protected]: www.facebook.com/icqoralConsultation by Appointment Office hour:

10:00 - 19:00Close on Sun, Tue and Public Holiday

Tel: (853)28373266 Fax: (853)28356483

Page 7: PUI CHING TEM MAIS DE 200 ALUNOS A APRENDER LÍNGUA ...PUB Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4378 • Quarta-feira, 23 de Outubro de

Quarta-feira, 23 de Outubro de 2013 JTM | LOCAL 07JORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

FOTO

WON

G SA

NG

WORKSHOP TROUXE A MACAU ESPECIALISTAS DA UNIÃO EUROPEIA

Aposta na educação ambiental através da leiDois especialistas europeus estiveram em Macau para falar sobre educação ambiental e respectiva incorporação na legislação. Os ambientalistas falaram especificamente na integração no sistema de ensino e na criação de Eco-escolas. A iniciativa esteve inserida no segundo Programa de Cooperação na Área Jurídica entre a União Europeia e Macau

EMPREITEIRO JÁ COMEÇOU FABRICO DAS PEÇAS PRÉ-FABRICADAS

Metro Ligeiro “acelera” na TaipaO fabrico de mais de 2.700 peças que vão compor o segmento da Taipa do Metro Ligeiro já começou. As máquinas de instalação chegam a Macau ainda este ano e será o Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes a acompanhar o processo de montagem.

Fumo em chaminé da CEM originou queixa de residente

Os Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) receberam uma queixa de um residente devido ao fumo negro emitido por uma chaminé das instalações da CEM em Ká-Hó. Segundo a TDM, a CEM garantiu que se tratou de uma situação pontual motivada apenas por trabalhos de manutenção em sistemas que estavam desactivados há muito tempo. Ainda assim, a DSPA promete continuar a acompanhar o caso.

Numa iniciativa conjunta, a Direc-ção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) e a Direcção

dos Serviços da Reforma Jurídica e do Di-reito Internacional (DSRJDI) organizaram o workshop sobre a “Implementação de Educação Ambiental através das leis de educação, nos países da União Europeia”.

O objectivo da iniciativa foi o de “re-forçar o intercâmbio entre Macau e a União Europeia no âmbito da educação

ambiental e, simultaneamente, aprovei-tar a oportunidade para aprender com as suas experiências no campo da educação ambiental”.

O workshop esteve inserido no segun-do Programa de Cooperação na Área Ju-rídica entre a União Europeia e Macau, e foram convidados dois especialistas am-bientais da União Europeia.

Os oradores convidados, dois espe-cialistas ambientais, Reiner Mathar, da

Alemanha, e Anna Kristina Linusson, da Suécia, vieram à RAEM compartilhar “as suas valiosas experiências” sobre a forma como os países europeus incorporaram as directivas da União Europeia referen-tes à educação ambiental na legislação, nomeadamente, quanto ao respectivo sis-tema de ensino, nas normas curriculares e sobre a implementação de Eco-escolas, sua eficácia e as dificuldades e o rumo de desenvolvimento futuro.

Segundo comunicado do Governo, os especialistas “falaram sobre as origens da educação ambiental, o processo de desen-volvimento, as formas de incorporação de elementos de educação ambiental na lei da educação”.

Também apresentaram casos e carac-terísticas da educação e gestão ambiental nas eco-escolas nos países da UE, bem como formas de promover o desenvolvi-

mento sustentável e a protecção do am-biente através da educação e a respectiva visão para o futuro, dando aos partici-pantes uma perspectiva sobre o sistema de educação ambiental europeu e a sua tendência de desenvolvimento.

Foram várias as instituições locais que participaram no workshop, nomea-damente, os departamentos governa-mentais responsáveis pela educação, universidades, docentes e alunos de es-tabelecimentos de ensino superior, fun-cionários de instituições de ensino e de associações ambientais.

Com esta iniciativa, a DSPA espera “incentivar a troca interactiva de ideias sobre a educação ambiental, e aprofun-dar o conhecimento e a compreensão dos participantes, no que diz respeito à legis-lação relativa à educação ambiental e eco--escolas”.

Depois dos conflitos com o empreiteiro, as obras estão agora a avançar

no segmento da Taipa do Me-tro Ligeiro. O Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes (GIT) comunicou a “entrada na fase de execução em grande di-mensão”, indicando que o em-preiteiro está a acelerar a cons-trução das fundações em estacas e dos pilares, e já deu início ao fabrico em série das peças pré--fabricadas do viaduto.

O segmento da Taipa é com-posto por mais de 2.700 peças e construído através da elevação e montagem das mesmas. Depois do processo de fabrico em série das peças, que o GIT promete “controlar”, as mesmas serão transferidas, por lotes, para Ma-cau.

“O GIT vai fiscalizar e exa-minar rigorosamente cada pro-cedimento do processo de fa-brico, recorrendo a organismos independentes, nomeadamente as entidades responsáveis pela fiscalização da empreitada e pelo controlo de qualidade, para que a construção do via-duto do Metro Ligeiro possa atingir os padrões internacio-nais do ponto de vista técnico e da qualidade”, disse em comu-nicado.

Com o progresso das obras na Taipa e a conclusão sucessi-va dos pilares do viaduto, está prevista para o corrente ano a chegada das máquinas de ins-

talação das peças pré-fabricadas do viaduto para Macau.

“Os trabalhos de elevação das peças pré-fabricadas vão ser iniciados gradualmente” e o GIT vai coordenar esses trabalhos, de forma a “garantir a segurança da execução de elevação e monta-gem, reduzindo ao máximo os impactos ao tráfego”.

Alternativas do traçado de Macau

O Executivo “está a fazer uma análise interna relativa-mente às possibilidades do tra-

çado”, disse André Ritchie à Rádio Macau. O coordenador--adjunto do GIT acrescentou que a “análise está já quase na fase de conclusão”, e “o Gover-no irá anunciar ainda dentro deste ano os resultados da aná-lise”.

Segundo explicou, a deci-são “vem na sequência de um relatório apresentado pelo Co-missariado Contra a Corrupção. O GIT fez uma análise interna relativamente aos comentários feitos, fez um estudo aprofun-dado sobre todos os impactos

possíveis”, sendo avançadas “algumas alternativas”.

Estas declarações confir-mam o que o JTM noticiou no início de Outubro, em relação ao segmento de Macau, quando o coordenador Lei Chan Tong justificou que pelo facto do iti-nerário do metro do NAPE ter sido muito criticado por vários moradores, iria ser lançada uma proposta para consulta pública mais tarde.

Em causa está o traçado a es-colher para o Metro Ligeiro na Península, existindo a dúvida se

deverá passar por entre os pré-dios, se à beira-rio.

Na mesma altura, Lei Chan Tong admitiu registar-se um atraso de ano e meio no seg-mento de Macau, mas garantiu que essa questão ainda está a ser avaliada. André Ritchie tam-bém disse que “as obras do lado da Taipa tiveram início já há mais de um ano, portanto esta-mos a falar de um desfasamento temporal de um ano e seis me-ses relativamente ao traçado de Macau, cujas obras ainda não começaram”.

FOTO

GCS

Segmento da Taipa é composto por mais de 2.700 peças pré-fabricadasAndré Ritchie disse que até ao final do ano

serão apresentadas alternativas ao segmento de Macau

Page 8: PUI CHING TEM MAIS DE 200 ALUNOS A APRENDER LÍNGUA ...PUB Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4378 • Quarta-feira, 23 de Outubro de

Quarta-feira, 23 de Outubro de 201308 JTM | LOCALJORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

• • • BREVES

Clube Militar organizaconcerto no dia 25O Clube Militar de Macau promove no próximo dia 25, pelas 19:00, no Salão Stanley Ho, mais um concerto do ciclo “Jornadas Musicais”. O concerto contará com interpretações de Warren Lee (piano), Richard Bamping (violoncelo) e Andrew Ling (vio-la). Como é habitual, o Clube vai organizar tam-bém um jantar-convívio, sendo que os bilhetes cus-tam 50 patacas (concerto) ou 180 patacas (incluindo jantar).

Lançadas obras do hotel “Hollywood Roosevelt”Foi lançada ontem a primeira pedra do hotel “Hollywood Roosevelt”, um projecto com mais de 300 quartos que será erguido na Avenida da Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental, no COTAI, e cuja entrada em funcionamento está prevista para 2015. Citado pela “Ou Mun Tin Toi”, Chris-tophe Vielle, CEO do grupo “Hotels G”, disse que Macau dispõe actualmente de hotéis muito seme-lhantes, pelo que o novo projecto visa oferecer uma “experiência totalmente diferente”. Plano de apoio à modaatraiu 27 propostasO Programa de Subsídios à Criação de Amostras de Design de Moda 2013, organizado pelo Insti-tuto Cultural (IC), atraiu um total de 27 propos-tas, tendo 15 sido seleccionados para a fase final de avaliação. Segundo o IC, a ronda final de aná-lise irá decorrer no próximo dia 26 à porta fecha-da, na Galeria dos Espelhos do Teatro D. Pedro V que, por isso, será fechada durante o período de selecção.

MACAU MARCOU PRESENÇA EM GRANDE EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL

Turismo de negócios e MICEpromovidos em Las VegasServiços de Turismo de Macau aproveitaram a participação na maior exposição norte-americana sobre turismo de incentivos para divulgar o seu plano de apoio ao desenvolvimento do sector

Representantes da Direcção dos Serviços de Turismo (DST), Serviços de Economia (DSE), Instituto de Promoção do Comércio e do In-

vestimento de Macau (IPIM) e da indústria turís-tica local participaram em Las Vegas na terceira edição da “Exposição para Turismo de Incentivos, Reuniões e Eventos na América” (IMEX América) com o objectivo de divulgar as potencialidades do território no domínio do Turismo de Negócios e das convenções e exposições (vulgo MICE).

Durante o certame, que é considerado o maior do género nos EUA na área do turismo de incentivos, reuniões e eventos, a DST promoveu o “Plano de Apoio ao Turismo de Incentivos” junto dos agentes profissionais e apresentou informações relaciona-das com os produtos mais recentes desse segmento turístico. O organismo dirigido por Maria Helena de Senna Fernandes, que também participou no evento, aproveitou ainda a ocasião para organizar uma recepção de boas-vindas e uma visita dos ór-gãos de comunicação social ao stand de Macau.

Com estas iniciativas, a DST procurou criar “uma plataforma de intercâmbio e de cooperação” entre os agentes profissionais e os representantes da indústria turística local, segundo explicou em co-municado.

A edição deste ano ocupou uma área de 1.200.000 pés quadrados (mais 17% do que em 2012) no Cen-

tro de Exposições e Convenções da Sands, em Las Vegas.

Mais de 2.500 expositores participaram no cer-tame, cujo programa incluiu várias palestras sobre temas como a educação, desenvolvimento pessoal, formação profissional, seminários, fóruns e sessões sobre ciência e tecnologia, entre outras actividades.

Certame juntou em Las Vegas mais de 2.500 expositores

Page 9: PUI CHING TEM MAIS DE 200 ALUNOS A APRENDER LÍNGUA ...PUB Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4378 • Quarta-feira, 23 de Outubro de

Quarta-feira, 23 de Outubro de 2013

FOTO

S AR

QUIV

O

JTM | LOCAL 09JORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

CONFRONTO ENTRE EXÉRCITO E RENAMO ABRIU CRISE POLÍTICA E MILITAR

Moçambicanos em Macau preocupados com fantasma da guerra civilA base do líder da Resistência Nacional de Moçambique (Renamo) foi atacada e tomada pelo exército da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) na segunda-feira, desencadeando confrontos entre as forças do governo e o principal partido da oposição na zona da serra de Gorongosa. Em Macau, os moçambicanos seguem os acontecimentos com apreensão, com a certeza que os compatriotas querem paz e não a guerra civil que fustigou aquele país até 1992

O Acordo Geral de Paz as-sinado em 1992 está pos-to de lado em Moçambi-

que, depois de na segunda-feira, na zona da Serra da Gorongosa, o exército ter tomado a base da Renamo de Sandjudjira, onde, desde há um ano, estava aquar-telado o líder do agora principal partido da oposição, Afonso Dhlakama.

Em Macau, com o país a vi-ver a maior crise política e mili-tar desde o fim da “guerra dos 16 anos”, os moçambicanos vivem o momento com bastan-te apreensão. Helena Brandão, presidente da Associação de Amigos de Moçambique, diz “lamentar” o que está a aconte-cer.

Sem querer alongar-se em comentários, garantiu apenas que “o povo moçambicano não quer esta situação de guerra”.

Já Hélder Fernando, outro moçambicano radicado em Ma-cau, partilhou com o JTM que as noticias que lhe chegam “é que não existem condições para deflagrar uma verdadeira guer-ra civil”. No entanto, também ouviu que “os confrontos em pequena escala, principalmen-te ao longo deste ano, têm sido abafados”.

O radialista é de opinião de que a Renamo, partido da oposi-ção, “estará a pretender alguma internacionalização do conflito emergente”, e atenta que “em-bora a revolta popular dos que não possuem armas a não ser catanas para trabalhar, venha alastrando, é quase sempre do-minada pelo poder”.

Desde sempre, mais ou me-nos implantada na região da Go-rongosa, na província de Sofala, Hélder Fernando considera que a Renamo “nunca conseguiu, desde a Independência de Mo-çambique em 25 de Junho de 1975, apresentar-se como movi-mento realmente alternativo e com provados e firmes valores democráticos”, apesar de haver ecos muito críticos à Frelimo e ao presidente Armando Guebu-za.

“O governo [de Moçambi-que] é duramente criticado por gastar fortunas em armamento

bélico, ao mesmo tempo que são conhecidas as enormes carên-cias em sectores como a saúde, as infra-estruturas, até os trans-portes públicos praticamente inexistentes na capital Maputo”, sublinhou.

Mas na Frelimo, também parece haver sinais de descon-tentamento. “Os chamados ‘sa-moristas’, fundadores da Fre-limo ou antigos companheiros de luta de Samora Machel, vão dando entrevistas dentro e fora do país, criticando forte e aber-tamente o poder que afirmam ser sustentado pela corrupção e oportunismos vários”.

A manutenção e estabiliza-ção da paz é o caminho que a maioria dos moçambicanos de-seja, mas “a falta de um media-dor credível dificulta”, atentou.

Acordo de paz enterradoO porta-voz da Renamo já

veio a público dizer que “a atitu-de irresponsável do comandan-te em chefe das Forças Armadas pôs termo ao acordo de paz de Roma”, referindo-se ao Presi-dente da República, Armando Guebuza.

Fernando Mazanga falou em Maputo numa conferência de imprensa, na qual confirmou que o exército moçambicano “fustigou e tomou” a residência de Afonso Dhlakama, no centro do país, obrigando-o a aban-donar a casa para um local não revelado, onde “está de boa saú-de”.

“O objectivo da Frelimo e do seu presidente, Armando Gue-buza, é assassinar o presidente Afonso Dhlakama, para subju-garem a vontade dos moçambi-canos, pois ele jamais permitiria que os moçambicanos fiquem acorrentados na ideologia de partido único”, acusou.

Nessa altura, o porta-voz afirmou que Dhlakama ainda não tinha “ordenado” a res-posta das suas forças à alegada incursão do exército, mas teria “autorizado” apenas a retirada da população que vive perto da residência.

Mas na madrugada de on-tem, as notícias davam conta que homens armados da Rena-mo atacaram um posto da polí-cia em Maríngue, no centro de Moçambique, algumas horas

depois do ataque à base do líder.O ataque foi descrito como

“intenso” por uma fonte policial à Rádio Moçambique, tendo du-rado uma hora mas sem causar vítimas, ainda segundo a mesma fonte.

Perto da hora de fecho desta edição, a situação estava mais calma, mas ainda tensa na Vila da Gorongosa.

O comércio e as repartições públicas estavam a funcionar normalmente, mas registava-se um grande movimento de mi-litares armados na localidade e nas suas redondezas.

Na picada de cerca de 15 qui-lómetros que dá acesso à base, os militares controlavam o movi-mento dos jornalistas, ao mesmo tempo que impediam a circula-

ção de outras pessoas e bens.

Governo diz que sofreu ataqueO governo de Moçambique

confirmou o ataque à base da Renamo, mas acrescentou que as forças governamentais posi-cionadas na zona de Sandjudjira “foram atacadas pelos guerri-lheiros da Renamo”, pelo que se tratou de uma resposta, disse o director nacional de Política de Defesa no Ministério da Defesa de Moçambique,

Cristóvão Chume disse que “era preciso parar as pessoas que atacaram”, admitindo que “não é conhecida a localização do senhor Afonso Dhlakama porque quando as nossas forças iam em perseguição dele e dos seus homens, puseram-se em

fuga”.O responsável apelou “à cal-

ma, tranquilidade e serenidade em relação aos diversos pronun-ciamentos que podem seguir-se na sequência desta situação”.

Mortes a lamentarO director nacional de Polí-

tica de Defesa no Ministério da Defesa de Moçambique con-firmou à agência Lusa que as forças do exército se encontram “no local onde se encontrava o senhor Afonso Dhlakama”.

O director assegurou que “não há baixas verificadas nas Forças de Defesa e Segurança, não houve baixas das popula-ções que vivem naquela zona”, tendo confirmado o mesmo em relação às forças da Renamo.

No entanto, em reacção aos acontecimentos, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Governo português, que diz acompanhar a situação em Mo-çambique com preocupação, refere que “lamenta a perda de vidas humanas”.

Numa declaração à agência Lusa, Michael Mann, porta-voz da Alta Representante da União Europeia e vice-presidente da Comissão Europeia para os Ne-gócios Estrangeiros e Política de Segurança, Catherine Ashton, também confirmou a preocupa-ção “com as notícias dos recen-tes confrontos entre a Renamo e o exército nacional, que resulta-ram na perda de vidas humanas e destruição de propriedade, e que estão a levar a um clima de insegurança para a população civil”, afirmou Michael Mann.

A União Europeia diz estar a seguir de perto e com preo-cupação os acontecimentos em Moçambique e apela ao “diálo-go pacífico e inclusivo” entre as partes, assegurando que as ins-tâncias europeias estão “a tentar ter uma melhor compreensão do que se passa no terreno”.

Também a Igreja Católica moçambicana já reagiu, dizen-do que é com “bastante tristeza” que assiste à tensão política e mi-litar em Moçambique, exortan-do as duas principais lideranças políticas do país a reunirem-se para “devolver a esperança ao povo pela via do diálogo”.

O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), tercei-ro maior partido moçambicano, reagiu com “muita angústia” ao agravamento da tensão política no país, apelando ao Governo e à Renamo para que encetem “um diálogo construtivo”.

Em declarações à Lusa, o chefe da bancada do MDM, Lutero Simango, reiterou que “a violência gera violência e os moçambicanos não podem ser submetidos a mais uma guerra civil”.

* com Lusa

O governo [de Moçambique] é dura-mente criticado por gastar fortunas

em armamento bélicoHélder Fernando

O povo moçambicano não quer esta situação de guerra

Helena Brandão

Sandra Lobo Pimentel*

Page 10: PUI CHING TEM MAIS DE 200 ALUNOS A APRENDER LÍNGUA ...PUB Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4378 • Quarta-feira, 23 de Outubro de

Quarta-feira, 23 de Outubro de 201310 JTM | LOCALJORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

PROPOSTA DE ALTERAÇÃO LEGISLATIVA CONCLUÍDA ATÉ AO FINAL DO ANO

Modelo português “adaptável” à realidade da droga em MacauComissão de Luta contra a Droga deverá concluir proposta de revisão da lei até ao final do ano. Augusto Nogueira defende que o modelo português de despenalização, que foi apresentado ontem por Maria de Belém Roseira, deve ser considerado como referência

O presidente da Associação de Reabilitação de Toxicodepen-dentes de Macau (ARTM) de-

fende que a experiência portuguesa de despenalização do consumo de drogas pode servir de “modelo” para a revisão da lei vigente em Macau desde 2009. A revisão está a ser discu-tida pela Comissão de Luta contra a Droga, que deverá enviar as propos-tas ao Governo até ao final do ano.

Augusto Nogueira diz que o mo-delo português tem sido discutido e apreciado nas reuniões da Comissão como uma possibilidade para Macau. “Já estivemos mais longe da possibili-dade de implementar uma política de despenalização. Nas conversas que temos tido, há departamentos gover-namentais que estão interessados em aprofundar mais o sistema português da descriminalização. Agora entre isso e passar à prática acho que ainda estamos um bocado longe”, admitiu no primeiro dia da Conferência Mun-dial sobre Droga e Família, que acon-tece até sexta-feira.

“Achamos que é possível adaptar o modelo português à realidade de

Bowie defende funções “separadas” para regulador do JogoCEO da MGM China acredita que a regulação do jogo em Macau vai evoluir no sentido da separação de funções. Num debate sobre vício do jogo, Grant Bowie admitiu que o combate a esse fenómeno não está a ser tão rápido como devia

O Governo e as entidades reguladoras do jogo devem ser independentes uma da outra, de forma a criar maior “equilíbrio” na indús-

tria, defendeu ontem o CEO da MGM China. Grant Bowie disse defender a separação das funções en-quanto “modelo teórico” e acrescentou que o sis-tema poderá evoluir no futuro em Macau, onde a regulação é assumida pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos.

“Do ponto de vista teórico, existe uma tensão no facto do Governo ser ao mesmo tempo colector de impostos e regulador. Penso que essas funções devem ser separadas, porque esses são os mecanis-mos que costumam funcionar na maior parte das áreas. Em Macau isso poderá desenvolver-se com o tempo, porque todos estamos a evoluir: o Gover-no, a indústria e a própria comunidade”, afirmou, à margem da conferência sobre os temas da droga e da família.

Numa palestra sobre jogo responsável, o CEO da MGM defendeu que Macau “só agora” está a começar a abordar as questões relacionadas com o impacto da actividade dos casinos nas famílias e na

comunidade. Bowie considerou essencial o desen-volvimento de uma estratégia para a prevenção e tratamento do vício do jogo que envolva Governo e empresas do sector mas admitiu que o processo não está a ser tão rápido como devia. “As estraté-gias que estão a ser adoptadas em Macau estão a ser construídas neste momento. Acho que não estão a andar tão rapidamente como poderiam e, porven-tura, não estão a seguir o modelo de colaboração entre entidades mais eficaz. Mas isso é parte do pro-cesso de aprendizagem”, afirmou.

No modelo que está a ser desenhado, Bowie diz que os casinos terão um papel importante na informação e educação da comunidade, mas os tra-tamentos de reabilitação para jogadores viciados devem ser prestados por outras entidades, já que os casinos são olhados como “parte do problema e não da solução”.

O responsável reconheceu que o vício do jogo é um problema em Macau e admitiu também que a indústria possa estar a “causar danos a pessoas e comunidades” na China Continental. “É um grande desafio que temos que perceber melhor. Estudos so-

Macau. Se avançássemos para um modelo de despenalização, os trata-mentos poderiam melhorar, a polí-cia poderia dedicar-se a investigar o grande tráfico e outros crimes. As overdoses, que não sabemos quantas existem em Macau, seriam reduzidas porque quem está com essa pessoa não teria medo de chamar a ambu-lância. As pessoas saíam da sua gaio-la e iam procurar tratamento porque não tinham medo do estigma. Hoje os pais têm medo de pedir ajuda com receio de que os filhos sejam expul-sos da escola e vão parar à prisão”, declarou.

O responsável da ARTM considera urgente uma “revisão profunda das leis da droga”. “Estamos a prender pessoas por pequenas quantidades e o que acontece é que, tendo de optar entre um tratamento de um ano ou dois ou três meses de prisão, as pes-soas preferem ir para a prisão porque saem mais depressa”, afirmou.

No entanto, a vice-presidente do Instituto de Acção Social (IAS), disse que o agravamento de penas para o tráfico de droga e mais opções de tra-

tamento e reabilitação para detidos por consumo de estupefacientes são as linhas de orientação para a revisão da lei da droga. Vong Yim Mui con-firmou que os modelos de despenali-zação do consumo de drogas, como o de Portugal, estão a ser debatidos no seio da Comissão de Luta contra a Droga, no entanto, considerou ainda ser prematuro introduzir este tipo de políticas em Macau.

“A minha opinião pessoal é que tal-vez em Macau ainda haja um longo ca-minho a percorrer. Sei que a descrimi-nalização tem coisas boas, mas talvez não seja fácil [aplicar isso à RAEM]”, afirmou em declarações à Lusa.

Portugal enfrenta “tragédia social”

Maria de Belém Roseira considera que Portugal vive uma situação de “tragédia social” que resulta de “políticas de austeridade sem horizonte”. À margem da conferência sobre droga e família, a antiga ministra da saúde socialista classificou o Orçamento de Estado apresentado recentemente pelo Governo de Passos Coelho como um documento “impiedoso” e de uma “brutalidade inimaginável”. “Obrigar a que haja uma contribuição para o esforço de austeridade por parte de pessoas que não têm suficiente para viver é algo de absolutamente impensável num país europeu que tem obrigações nos domínios dos direitos sociais e portanto é um orçamento que não é possível cumprir” afirmou. A.J.

Page 11: PUI CHING TEM MAIS DE 200 ALUNOS A APRENDER LÍNGUA ...PUB Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4378 • Quarta-feira, 23 de Outubro de

Quarta-feira, 23 de Outubro de 2013 JTM | ACTUAL 11JORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

PROPOSTA DE ALTERAÇÃO LEGISLATIVA CONCLUÍDA ATÉ AO FINAL DO ANO

Modelo português “adaptável” à realidade da droga em MacauComissão de Luta contra a Droga deverá concluir proposta de revisão da lei até ao final do ano. Augusto Nogueira defende que o modelo português de despenalização, que foi apresentado ontem por Maria de Belém Roseira, deve ser considerado como referência

Bowie defende funções “separadas” para regulador do JogoCEO da MGM China acredita que a regulação do jogo em Macau vai evoluir no sentido da separação de funções. Num debate sobre vício do jogo, Grant Bowie admitiu que o combate a esse fenómeno não está a ser tão rápido como devia

comunidade. Bowie considerou essencial o desen-volvimento de uma estratégia para a prevenção e tratamento do vício do jogo que envolva Governo e empresas do sector mas admitiu que o processo não está a ser tão rápido como devia. “As estraté-gias que estão a ser adoptadas em Macau estão a ser construídas neste momento. Acho que não estão a andar tão rapidamente como poderiam e, porven-tura, não estão a seguir o modelo de colaboração entre entidades mais eficaz. Mas isso é parte do pro-cesso de aprendizagem”, afirmou.

No modelo que está a ser desenhado, Bowie diz que os casinos terão um papel importante na informação e educação da comunidade, mas os tra-tamentos de reabilitação para jogadores viciados devem ser prestados por outras entidades, já que os casinos são olhados como “parte do problema e não da solução”.

O responsável reconheceu que o vício do jogo é um problema em Macau e admitiu também que a indústria possa estar a “causar danos a pessoas e comunidades” na China Continental. “É um grande desafio que temos que perceber melhor. Estudos so-

bre o número de jogadores compulsivos dizem-nos que entre 2 a 5% de todos os jogadores podem ser viciados. É uma percentagem baixa, mas estes são jogadores que gastam muito dinheiro e que afectam muita gente à sua volta”, declarou, acrescentando que também os trabalhadores dos casinos, sobretu-do “os mais jovens”, são particularmente susceptí-veis a esse problema.

Após a palestra, Bowie enfrentou questões duras dos participantes da conferência que questionaram o papel dos casinos enquanto promotores de atitudes de jogo responsável. “Acho terrivelmente hipócrita falar sobre jogo responsável. Jogo é jogo. É uma pra-ga e uma doença. Como é possível fazer dessa activi-dade uma actividade responsável?”, questionou um participante. Outro perguntou a Bowie se proibiria as pessoas “mais pobres” de jogar perante a possibilida-de de perderem “tudo o que têm”.

“Não proibiria porque há um momento em que temos sempre poder de escolha. O que faria é tentar que essa pessoa percebesse que um casino não é o melhor local para aplicar os seus recursos limitados. Mas quem sou eu para julgar? É um nó difícil de de

satar. Como podemos proteger uma pessoa de algo quando ao mesmo tempo queremos dar-lhe os di-reitos para poder fazer as suas próprias escolhas?”, afirmou o CEO da MGM, acrescentando que “nin-guém é perfeito” e que “respeita todas as pessoas que tenham opiniões diferentes”.

“Precisamos de pessoas que nos fazem estas interpelações. A espécie humana criou as coisas mais belas e mais destrutivas de todas. Não somos perfeitos. Respeito que pessoas tenham opiniões di-ferentes sobre estes assuntos. Somos melhores aco-modando a diversidade”, finalizou.

A.J.

MARIA DE BELÉM ROSEIRA, antiga ministra da Saúde de Portugal

“O debate sobre a despe-nalização das drogas foi muito difícil. Foram feitas projecções catastróficas de que Portugal se tor-naria num paraíso para droga, que passaria a ter um turismo de toxicodependência. Nada disto aconteceu”

WILSON HON WAI,chefe do Departamento de Prevenção e Tratamentoda Toxicodependência do IAS

“Precisamos de encontrar um consenso em relação à alteração da Lei da Droga, porque a lei só pode apre-sentar um caminho. Do ponto de vista da preven-ção e do tratamento da toxicodependência, gostaríamos de melhorar as respostas que existem para os consumi-dores de droga no sentido de lhes dar mais oportunidades de tratamento. Se a lei en-corajar mais pessoas a contactarem centros de tratamento, então isso será positivo”

MICHEL PERRON,presidente da ONG “Vienna Committee on Drugs”

“Há uma tendência emer-gente para olhar para o fenómeno da droga de uma forma diferente daquelas que são as políticas actuais que são muito baseadas na proi-bição e na repressão. O que é importante é perguntar o que é que isso significa. Para al-guns, a despenalização abre o caminho para a legalização e comercialização e por isso muitos Governos nem querem ouvir falar de alternativas às políticas mais repressivas. A questão que é cada vez mais colocada é olhar para o fenómeno das drogas do ponto de vista dos serviços de saúde”

TING SIK CHUEN,ex-presidente da Sociedadede Psiquiatras de Hong Kong

“Um estudo sobre os hábitos de consumo de droga mostra que há cada vez mais jovens de Hong Kong que vão à China Continental para consumir drogas. Num inquérito que foi realizado, 78,6% dos jovens dizia já ter atravessado a fronteira para consumir drogas. Julgo que é um comporta-mento cada vez mais comum, provavelmente também junto dos jovens de Macau”

Em Discurso Directo

FOTO

JTM

tamento e reabilitação para detidos por consumo de estupefacientes são as linhas de orientação para a revisão da lei da droga. Vong Yim Mui con-firmou que os modelos de despenali-zação do consumo de drogas, como o de Portugal, estão a ser debatidos no seio da Comissão de Luta contra a Droga, no entanto, considerou ainda ser prematuro introduzir este tipo de políticas em Macau.

“A minha opinião pessoal é que tal-vez em Macau ainda haja um longo ca-minho a percorrer. Sei que a descrimi-nalização tem coisas boas, mas talvez não seja fácil [aplicar isso à RAEM]”, afirmou em declarações à Lusa.

A experiênciaportuguesa

O modelo português de despe-nalização do consumo foi ontem apresentado pela antiga ministra da Saúde, Maria de Belém Roseira, que enalteceu os resultados alcançados com a redução no “consumo perigoso de drogas” e também com o decrésci-mo das “doenças infecciosas ligadas à toxicodependência”.

Maria de Belém Roseira enalteceu as vantagens do modelo de despenali-zação mas acrescentou que devem ser as autoridades de Macau a decidir a melhor abordagem para o fenómeno. “Eu não tenho que propor para Macau

uma despenalização do consumo. Eu tenho que apresentar a Macau os bons resultados daquilo que foi a política conduzida em Portugal e depois Ma-cau decide aquilo que é melhor para si próprio, avaliando as possibilidades que existem”, afirmou.

No diálogo que está em curso entre associações, organizações não governamentais e institutos do Go-verno, Augusto Nogueira diz que a discussão “está a pender” para os que os defendem um maior enfoque no tratamento e reabilitação e não para o reforço das penas criminais para consumidores. “No entanto, há grupos que defendem um endureci-mento das leis para o tráfico e consu-mo e que inclusivamente defendem a utilização de testes de urina nas operações policiais em que basta ser apanhado com algum tipo de droga de organismo para se ser enviada ao tribunal”, revelou.

Nuno Jorge, presidente da Fede-ração Internacional de Organizações Não-governamentais para a Preven-ção das Drogas e Abuso de Subs-tâncias, entidade organizadora do congresso, também considera que o modelo português “vale a pena ser estudado e aprofundado”, mas diz não saber se Macau “tem condições para o implementar”. “O que sei é que um drogado é uma pessoa doen-te, de acordo com a OMS, e como pessoa doente tem um direito cons-titucional à assistência médica como qualquer outro. O doente não é um criminoso. Também acho que é uma barbaridade meter jovens na cadeia por causa de pequenos consumos”, afirmou.

A.J.

FOTO

JTM

Page 12: PUI CHING TEM MAIS DE 200 ALUNOS A APRENDER LÍNGUA ...PUB Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4378 • Quarta-feira, 23 de Outubro de

Quarta-feira, 23 de Outubro de 201312 JTM | ACTUALJORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

FOTO

ARQ

UIVO

Os líderes políticos passam, e passam mais rapidamente quer estejam no poder ou a ele aspirem.

De muitos fica um enorme vazio, feito de imobilismo...e mesmo pior.

Mas outros legam à posteridade um testemu-nho excepcional de visão e liderança, abrindo en-tão, com tais qualidades, os caminhos do futuro.

Foi já há 32 anos, exactamente a 6 de Outu-bro de 1981 que foi assassinado no Cairo, por elementos fundamentalistas que integravam um cortejo militar - que perante ele desfilava - um dos homens que, se tivesse vivido mais tempo, teria ajudado a escrever, como actor de primeiro plano, uma História inédita do Médio Oriente.

O seu nome era Anwar el-Sadat, herdeiro po-lítico de Nasser e seu sucessor na chefia do Esta-do, desde a morte desse nacionalista irreverente.

Sadat foi vítima de um julgamento sumário, em que foi condenado por dois crimes particu-larmente “graves”, cometidos contra uma certa visão do Médio Oriente que ainda hoje prospera:

-Foi um amante da paz, tendo provado antes saber fazer a guerra. A não derrota na Guerra do Yom Kipur de 1973 fica-lhe associada, momento em que muitos viram um certo ressurgir da Na-ção Árabe.

- Foi um bravo que estendeu a mão ao inimi-go com quem se reconciliou, atitude que se situa nos antípodas do comportamento político habi-tual.

Recordo vividamente as imagens de 1977 (19-21 de Novembro) de um Sadat sorridente e caloroso, a descer do avião em Jerusalém e a re-ceber, da forma mais efusiva, as boas vindas do PM Menachem Beguin - para estupefacção do mundo!

Alguns chamaram-no demente... ou teme-rário, que é a tradução diplomática da mesma ideia.

Depois, vejo-o na Knesset, a pronunciar, con-victamente, palavras fortes que não mais seriam esquecidas, por expressarem sonhos calados nos corações dos dois povos e da região, no seu conjunto. Duas ou três passagens desse discurso histórico que ressoou como o de Luther King, na década anterior. Porque Sadat pode dizer igual-mente, à sua maneira: “I have a dream”...

Disse então o visitante: “Medo é o instrumen-to mais eficaz para matar a alma de uma pessoa - ou de um povo”.

E começou referindo, logo no início: “Venho para pisar o terreno sólido da paz. (...) Eu vou até ao fim do mundo (para construir a paz)”.

Quem o diria com idêntica convicção, ainda hoje?

Morreu Sadat, vítima de um facciosismo de que o Médio Oriente se não libertou e se expan-diu mesmo, em épocas mais recentes.

Em 4 de Novembro de 1995 – fará quase 20 anos dentro de dias - seria assassinado em Israel o PM Itzak Rabin, vitimado igualmente pelo fac-ciosismo e intolerância religiosos, desta feita o extremismo judeu.

Era assim ceifado um combatente do mesmo quilate, do outro lado da barricada. Igualmente corajoso, igualmente com provas dadas nos cam-pos de batalha.

Duas luzes se apagaram então, com pouco mais de uma década de distância.

Na actual escuridão, quem ousa acender ou-tras?

*Ex-embaixador de Portugal nas Coreias, ASEAN e Indonésia. Docente da Universidade de S. José.

Lembrandoconstrutores da paz

OBSERVATÓRIOCarlos Frota*

CHINA

Detido empresário defensor dos direitos humanosAs autoridades chinesas formalizaram a detenção de Wang Gongquan, investidor que foi acusado de fomentar a perturbação da ordem pública

O empresário Wang Gongquan, conhecido por apli-car parte da sua fortuna na defesa dos direitos hu-manos, foi detido formalmente pela polícia chine-

sa, revelou o seu advogado, Chen Youxi, citado por vários órgãos da imprensa ocidental.

Na prática, Wang já estava detido desde Setembro sob a acusação de “reunir uma multidão para perturbar a or-dem em local público”, uma definição que tem sido usada pelas autoridades para justificar a detenção de membros do “Movimento Novos Cidadãos”. Desde Março já terão sido detidos pelo menos 30 membros deste grupo, que tem recebido ajuda de Wang nos últimos anos.

Wang Gongquan ganhou notoriedade pelo seu apoio a várias causas, designadamente à defesa dos direitos das crianças das zonas rurais e transparência dos bens de fun-cionários governamentais. Estes temas levaram-no mes-mo a convocar reuniões e protestos pacíficos.

Para Maya Wang, responsável da organização não governamental “Human Rights Watch” em Hong Kong, esta “ofensiva” contra os activistas e o “Movimento Novos Cidadãos” constitui “uma forma de redesenhar limites”. “Dissidentes que eram ocasionalmente tolerados pelo Go-verno anterior já não o serão agora”, disse.

O Governo chinês não comentou a prisão de Wang, que fez fortuna através de investimentos nos sectores do imobiliário e tecnologia. O investidor de 52 anos é bastante

seguido no microblog “Weibo” (a versão chinesa do “Twit-ter”), onde a notícia da sua prisão foi amplamente divul-gada, segundo indicou o jornal brasileiro “O Globo”. Ao contrário de outras detenções similares, a de Wang tam-bém foi noticiada pela imprensa chinesa.

Um grupo de 18 académicos chineses também divul-gou uma carta aberta apelando à libertação de Wang. “Não importa a designação do crime que as autoridades tentam imputar ao senhor Wang Gongquan, pois é claro para to-dos que isso não é nada mais do que perseguição política”, denunciaram na missiva.

PORTUGAL/ANGOLA

Luanda rejeita “pagarna mesma moeda” a LisboaProcurador-geral de Angola assumiu que há processos em curso que visam empresas e empresários portugueses por suspeitas de branqueamento de capitais

João Maria de Sousa, procurador-ge-ral da República de Angola afirmou que o Ministério Público (MP) an-

golano tem processos em curso contra portugueses, alguns deles relacionados com branqueamento de capitais, mas escusou-se a identificar os suspeitos para “não pagar na mesma moeda”.

Em entrevista ao semanário an-golano “O País”, à margem da oitava Conferência Anual dos Procuradores Gerais da República do continente, em Cabo Verde, João Maria de Sousa co-mentou a recente polémica em torno de notícias sobre investigações a altos dirigentes angolanos pelo MP portu-guês. Sublinhando que os países são soberanos e que ninguém em Angola é contra a instauração de procedimen-tos penais contra qualquer pessoa, o procurador-geral considerou estranho

que processos salvaguardados pelo se-gredo de justiça sejam “conhecidos em detalhe pelos jornalistas”.

João Maria de Sousa lamentou que esses factos sejam “levados ao conhe-cimento do público por certos jornais, em cujas páginas são feitos autênticos julgamentos públicos com as pessoas a serem achincalhadas de todas as for-mas sem possibilidade de defesa”.

“É disto que deriva a revolta dos angolanos”, reiterou, afirmando que embora seja o procurador-geral é tam-bém “um cidadão angolano, um pa-triota”, pelo que não pode “pactuar com situações que lesam a dignidade dos angolanos”.

O responsável acrescentou que também em Angola há processos em curso contra alguns portugueses, em alguns casos relacionados com bran-

queamento de capitais. “Quando se está perante situações em que não se conhece bem a origem de determina-dos dinheiros, que depois são retirados das contas e desaparecem do território angolano, temos de investigar e refe-renciar as pessoas envolvidas. É disso que se trata”, explicou.

Instado a falar sobre as empresas e empresários em causa, preferiu manter o anonimato dessas pessoas. “Estamos a trabalhar com processos protegidos pelo segredo de justiça e quando che-gar o momento próprio e as coisas es-tejam devidamente clarificadas e não haja possibilidade de se criar qualquer tipo de ambiguidade, então sim, vamos divulgar toda a informação para que a sociedade angolana fique devidamente esclarecida”, afirmou.

JTM/Lusa

Recurso de Bo Xilai decidido na sexta-feira

O Tribunal Popular Supremo de Shandong vai anunciar na sexta-feira o veredicto sobre o recurso do ex-dirigente Bo Xilai, que contestou a condenação, no final de Setembro, à pena de prisão perpétua por corrupção e abuso de poder. O tribunal aceitou examinar o recurso a 9 de Outubro, data a partir da qual dispunha de um prazo de 20 dias para emitir uma decisão. Bo, que foi ministro do Comércio e secretário-geral do Partido Comunista no município de Chongqing, decidiu apelar da sentença no mesmo dia em que esta foi anunciada.

Page 13: PUI CHING TEM MAIS DE 200 ALUNOS A APRENDER LÍNGUA ...PUB Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4378 • Quarta-feira, 23 de Outubro de

Quarta-feira, 23 de Outubro de 2013 JTM | ACTUAL 13JORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

SINGAPURA

Cidade-Estado investe no subsoloNuma altura em que está a ficar sem espaço para os seus 5,4 milhões de habitantes, Singapura planeia apostar em construções subterrâneas

VOLTA AOMUND

CHINAActivistas em protesto contra o domínio chinês sobre o Tibete foram ontem deti-dos depois de escalar um andaime na fa-chada do edifício da ONU em Genebra e pendurar uma faixa, antes de uma sessão sobre a situação dos direitos humanos na China. O grupo pediu aos membros da ONU para impedir a eleição da China para o Conselho de Direitos Humanos, em No-vembro.

COREIAS-IA Coreia do Norte accionou no litoral do país um contingente formado por 130 “hovercrafts”, o que poderá indicar o iní-cio dos preparativos para a realização de manobras militares, informou ontem o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul. Cada um destes veículos anfíbios é capaz de transportar 40 comandos militares a velocidades até 96 km/h.

COREIAS-IIO pequeno arquipélago Dokdo/Takeshi-ma, administrado de facto pela Coreia do Sul e reclamado pelo Japão, alcançou um recorde histórico de turistas, informou a agência Yonhap. Nos primeiros sete me-ses do ano, registaram-se 222.722 visitan-tes, o número mais elevado desde que Seul começou a permitir as visitas ao ar-quipélago em Março de 2005.

FILIPINASAs autoridades das Filipinas elevaram on-tem para 190 o número de mortos no sis-mo de 7,2, que sacudiu o centro do país há uma semana, provocando danos ava-liados em mais de 900 milhões de pesos (cerca de 150 milhões de patacas). O sis-mo causou ainda 605 feridos e danificou 17 igrejas históricas, incluindo a Basílica do Santo Menino, em Cebu, o monumen-to mais antigo da Igreja Católica apostóli-ca romana do país.

TIMOR-LESTEOs jornalistas de Timor-Leste vão reunir--se entre sexta-feira e sábado para apro-var um Código de Ética para o sector e discutir o futuro Conselho de Imprensa no primeiro congresso realizado por aqueles profissionais no país. O Código de Ética visa auto-regular a profissão, garantir a protecção dos jornalistas timorenses e o seu reconhecimento internacional.

AUSTRÁLIAO Território da Capital Australiana, ao qual pertence Camberra, legalizou ontem o ca-samento entre pessoas do mesmo sexo, convertendo-se na primeira jurisdição do país a fazê-lo, mas os seus oponentes que-rem impugnar o ato. As uniões civis entre pessoas do mesmo sexo são autorizadas na maioria dos Estados australianos, mas o casamento rege-se pela lei federal, que o limita à união de um homem com uma mulher.

CUBAO Governo de Cuba anunciou ontem que vai acabar com o sistema de dupla moeda em vigor no país para “restabe-lecer o valor do peso cubano e das suas funções como dinheiro”, segundo fontes oficiais. O Presidente Raul Castro admi-tiu que o sistema de moeda dupla é “um dos obstáculos mais importantes ao progresso” do país.

Singapura tem vindo a construir em direcção ao céu – com pré-dios que chegam aos 70 andares

– e a recuperar propriedades subuti-lizadas para habitação, para além de “esticar” o litoral com o intuito de alargar a área de terras aproveitáveis. No entanto, as opções são limitadas numa cidade que é das mais lotadas do mundo e cuja população deverá acolher mais 1,5 milhões de pessoas nos próximos 15 anos.

Por isso, segundo refere uma re-portagem do “New York Times”, a Cidade-Estado está a avaliar uma nova solução: construir no subsolo para criar uma vasta e interligada rede urbana, com centros comerciais, terminais de transporte, espaços pú-blicos, passadeiras para pedestres e, inclusive, ciclovias.

“Singapura é pequena e quer te-nhamos 6,9 milhões de habitantes ou não, há sempre a necessidade de encontrar novas terras. A utilização do subterrâneo é uma opção para Sin-gapura”, explicou Zhao Zhiye, direc-tor interino do Centro para o Espaço Subterrâneo da Universidade Tecno-lógica Nanyang.

Além das restrições de altura nas áreas próximas de bases aéreas e ae-roportos impedirem as promotoras imobiliárias de desenvolver edifícios mais altos, Singapura tem ainda de li-dar com limites à conquista de terras ao mar. Actualmente, os aterros re-presentam um quinto do espaço total, mas Singapura é vulnerável ao au-mento do nível do mar causado pelas mudanças climáticas. Estes condicio-nalismos conduziram ao fecho de vá-rias propriedades antigas e bases mi-litares por forma a abrir espaço para projectos residenciais e industriais, mas o problema ainda está longe de ser solucionado.

As construções subterrâneas não são uma novidade em Singapura, cujo subsolo concentra dezenas de quilómetros de vias de transportes e onde os sistemas de drenagem e galerias para fios e cabos são traços comuns no cenário urbano. Mas, Sin-gapura pretende agora acentuar essa aposta, estando já a trabalhar numa enorme “casamata” subterrânea para petróleo (“Jurong Rock Caverns”), que irá libertar 60,7 hectares de terra, uma área equivalente a seis centrais petroquímicas.

Entre os projectos em cima da mesa, o jornal norte-americano des-taca ainda a “Cidade Subterrânea da Ciência”, com 40 cavernas integradas para centros de dados e laboratórios de pesquisa e desenvolvimento que visam apoiar os sectores biomédicos e das ciências da vida. Com uma área de 20,2 hectares, o centro científico fi-cará localizado 30 andares abaixo de um parque científico na zona ociden-tal de Singapura, sendo que o plano prevê uma capacidade máxima de 4.200 cientistas e investigadores.

“Muitas instalações podem tor-nar-se subterrâneas se o espaço no subsolo for utilizado por completo. No início poderá haver a questão psi-cológica, mas desde que tenhamos iluminação e ventilação adequadas,

gradualmente as pessoas irão aderir à ideia de trabalhar e viver debaixo da terra”, defendeu Zhao.

Recentemente, Khaw Boon Wan, ministro do Desenvolvimento Nacio-nal de Singapura, destacou a extensão de passagens para pedestres e centro comerciais em países como o Japão e Canadá. Nesse contexto, admitiu a possibilidade de Singapura “criar entroncamentos no subsolo para transporte, passagens para pedestres, ciclovias, unidades para empresas de serviços de utilidade pública, instala-ções para pesquisa e armazenamento, uso industrial, centros comerciais e outros espaços públicos”.

“Quanto mais depressa iniciarmos esse processo, mais rapidamente ire-mos aprender e mais fácil será concre-tizarmos tais planos”, sustentou, num “post” publicado num “blog”.

Custos elevados e cepticismo Para a concretização dessa estra-

tégia importa assegurar orçamentos avultados. Os projectos subterrâneos podem ser três a quatro vezes mais caros do que os desenvolvidos à su-perfície devido aos custos mais ele-vados de construção e à necessidade de análises profundas do solo. Além disso, a ideia de trabalhar e morar no subterrâneo foi recebida com algum cepticismo por parte da população.

“Ao longo dos anos, muitos de nós mudámos de vilas para comple-xos habitacionais altos. Agora que, finalmente, nos adaptámos a morar nesses prédios, surgem planos para vivermos debaixo da terra. Na minha

idade, só espero viver com conforto”, afirmou Joseph Tan, um aposentado de 69 anos, ao “New York Times”

David Ong, antigo professor, tam-bém reconheceu que a geração mais velha poderá não se sentir à vontade com o conceito de morar no subterrâ-neo, em parte por causa da supersti-ção.

Apesar desses sinais de resistên-cia, a verdade é que alguns projectos, como a escavação de túneis e as “Ju-rong Rock Caverns” já estão a avançar a pleno vapor.

Paralelamente, nas duas universi-dades mais antigas da Cidade-Estado - Nanyang e Universidade Nacional de Singapura – estão a ser realizados estudos para identificar áreas adequa-das para a construção de instalações desportivas, bibliotecas e salas de con-ferência subterrâneas. Académicos daquelas instituições de ensino supe-rior acreditam mesmo que um dia os estudantes poderão nadar numa pis-cina subterrânea ou ver um filme num cinema instalado no subsolo.

Todavia, para já, o desenvolvi-mento subterrâneo em Singapura ain-da se encontra numa fase inicial, até porque o plano ainda obriga a várias pesquisas. “Será um grande investi-mento caso queiramos mesmo ir para debaixo da terra, exigindo estudos abrangentes e planeamento cuidado-so. De momento está a ir bem, mas se necessitarmos de espaço no futuro, sabemos que existe a opção de ir para o subsolo”, salientou o director do Centro para o Espaço Subterrâneo da Universidade Tecnológica Nanyang.

Projecto “Jurong Rock Caverns” irá libertar 60,7 hectares de terra

Ideia de trabalhar e morar no subterrâneo ainda é vista algum cepticismo por parte da população

Page 14: PUI CHING TEM MAIS DE 200 ALUNOS A APRENDER LÍNGUA ...PUB Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4378 • Quarta-feira, 23 de Outubro de

Quarta-feira, 23 de Outubro de 2013

Piloto português era apontado como um dos favoritos à vaga da Toro Rosso na Fórmula Um

Benfica sofreu uma derrota pesada no reduto do PSG

14 JTM | DESPORTOJORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

O Benfica mede hoje forças com o Olympiacos, em jogo da terceira jornada do Grupo C da Liga dos Campeões em futebol, o adversário com que deverá discutir o apuramento para os oitavos de final

LIGA DOS CAMPEÕES

Benfica discute apuramento com gregos

FÓRMULA UM

Félix da Costa não integra equipa da Toro Rosso António Félix da Costa afirmou ontem estar “triste” com “a notícia que ninguém em Portugal queria ouvir” de que não vai integrar a equipa de Fórmula 1 da Toro Rosso na próxima época

Esta é uma notícia que ninguém em Portugal queria ouvir, mas a Red Bull optou pelo Daniil Kvyat para a

Toro Rosso em 2014 e o objectivo de entrar na Fórmula 1 como piloto titular não foi, para já, atingido”, afirma Félix da Costa, citado pela sua assessoria de imprensa.

O piloto, de 22 anos, assegura que a decisão anunciada segunda-feira pela es-cuderia Toro Rosso lhe ensinou que “nada na vida é garantido” e promete continuar a tentar chegar à categoria rainha do au-tomobilismo mundial.

“Vou continuar a trabalhar arduamen-te para chegar à Fórmula 1, em conjunto com a Red Bull e toda a estrutura que me acompanha de há vários anos para cá, casos do Tiago Monteiro, o meu irmão Duarte, o meu preparador físico Emiliano Ventura e os meus parceiros”, diz.

O piloto assegura que continua a “fa-zer parte da família Red Bull” e acrescen-ta que “muito brevemente, logo que tudo esteja definido, comunicarei o meu pro-grama desportivo de 2014. Como piloto profissional, garanto a todos os portugue-

ses que vou continuar a competir ao mais alto nível, com a mesma determinação e vontade de vencer”.

Félix da Costa agradece o apoio re-cebido depois do anúncio. “Sinto que os Portugueses estão frustrados, mas con-tinuem a acreditar, pois o meu caminho para a Fórmula 1 não termina aqui!”.

Na segunda-feira, pouco depois de saber que não iria integrar a equipa de Fórmula 1 da Toro Rosso, Félix da Costa deixou uma mensagem a Daniil Kvyat na rede social Twitter.

“Dói, mas é assim. Estou feliz pelo Daniil que continua na família Red Bull. Aproveita, companheiro”, escreveu. O russo, que irá substituir o australiano Da-niel Ricciardo, respondeu a Felix da Costa afirmando: “Obrigado companheiro. Boa sorte para tudo o que fizer”.

A Toro Rosso, escuderia de segunda li-nha da Red Bull, anunciou segunda–feira que o piloto russo Daniil Kvyat iria fazer equipa com o francês Jean-Eric Vergne na próxima temporada do Mundial de Fór-mula 1.

O piloto português António Félix da Costa, que integra o programa de jovens pilotos da Red Bull e este ano concluiu a temporada na Fórmula Renault 3.5 no

terceiro lugar, era apontado como um dos favoritos ao lugar deixado vago por Ric-ciardo.

JTM/Lusa

Após a derrota por 3-0 no reduto do Paris Saint-Germain, o trei-

nador das “águias” esclareceu que o “objectivo é ser apurado neste grupo, sabendo que te-mos de discutir o apuramento com o Olympiacos”.

Os franceses lideram a classificação com seis pontos, seguidos dos gregos, com os mesmos três pontos do Benfi-ca, mas com melhor diferença entre golos marcados e sofri-dos, enquanto os belgas do Anderlecht são últimos, sem pontos. O jogo servirá, assim, para começar a definir a se-gunda vaga de apuramento, numa partida em que o guar-da-redes espanhol Roberto e o argentino Saviola regressam ao Estádio da Luz.

O Olympiacos é líder no campeonato grego e vem de uma goleada fora ao Plata-nias (1-4). Na equipa treinada pelo espanhol Michel, o mé-dio Paulo Machado e o defe-sa brasileiro Leandro Salino (ex-Sporting de Braga) fazem parte das escolhas, mas ape-nas o internacional português

foi opção no primeiro jogo da “Champions”.

Na equipa helénica, a estre-la tem sido o avançado grego Mitroglou, que marcou um “hat-trick” na vitória conse-

guida em Bruxelas e é um dos jogadores nucleares e decisi-vos da equipa, com Saviola a ter um papel mais intermiten-te.

Do lado do Benfica, a épo-

ca tem sido tudo menos bri-lhante. A competitividade de-monstrada nos últimos anos parece ter “fugido” da Luz, num arranque de época muito insuficiente na Liga e uma vi-tória (Anderlecht) e uma der-rota (PSG) na “Champions”.

Pior do que os resultados tem sido a incapacidade da equipa orientada por Jorge Je-sus em mostrar qualidade de jogo, mesmo com uma série de reforços e sem saídas impor-tantes no início de época.

Na partida de hoje Jorge Jesus não deverá contar com Markovic, Sulejmani, André Gomes ou Rodrigo, lesiona-dos, tal como Salvio, a grande baixa da equipa, com o argen-tino ausente dos relvados até Janeiro.

No Grupo C, nesta terceira jornada, o Paris Saint-Germain deverá consolidar a liderança isolada na visita ao Anderle-cht, ficando praticamente com a qualificação para os oitavos de final na “mão”.

Nos jogos de hoje desta-que para a recepção do Real Madrid à Juventus, em jogo

do Grupo B, que opõe os dois grandes candidatos a segui-rem em frente.

Os espanhóis levam a me-lhor, com duas vitórias em ou-tros tantos jogos, enquanto os italianos somam dois empates e precisam urgentemente de uma vitória para manterem acesa a esperança de se quali-ficarem.

No grupo D, o campeão europeu Bayern Munique de-verá ter tarefa fácil na visita aos checos do Plzen, enquan-to, no Grupo A, destaque para o Manchester United, que prossegue a fraca campanha interna – no primeiro ano sem Alex Ferguson –, mas, na Liga dos Campeões, lidera a par do Shakhtar Donetsk. Os ingleses recebem a Real Sociedad, en-quanto os ucranianos viajam até ao terreno do Bayer Le-verkusen.

A partida entre o Real Ma-drid e a Juventus irá contar com transmissão televisão em Macau, a partir das 02h45, no canal de desporto da TDM.

P.A.S.

Page 15: PUI CHING TEM MAIS DE 200 ALUNOS A APRENDER LÍNGUA ...PUB Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4378 • Quarta-feira, 23 de Outubro de

Quarta-feira, 23 de Outubro de 2013 JTM | ROTEIRO 15JORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

TDM 13:01 TDM News - Repetição 13:30 Telejornal + 360° (Diferido) 14:30 RTPi DIRECTO 18:05 Caminho das Índias (Repetição) - India - A Love Story (Repeated) 19:00 TDM Talk Show (Repetição) 19:35 Vingança 20:30 Telejornal 21:05 Montra do Lilau 21:30 Memória Chinesa 22:00 Caminho das Índias (India - A Love Story) 23:00 TDM News 23:35 Resumo da Liga dos Campeões 23:50 Guerra

30 FOX SPORTS13:00 Liga Bbva 2013/14 Athletic Club de Bilbao vs. Villarreal CF 14:30 Dutch Eredivisie 2013/14 Twente Enschede vs. Ajax Amsterdam 16:00 Sickline Extreme Kayak World Champs 2013 17:00 Shriners Hospitals For Children Open 18:00 (Delay) Baseball Tonight International 2013 19:00 (LIVE) FOX SPORTS Central 20:00 La Liga 2013/14 Real Madrid CF vs. Malaga CF 21:00 Shriners Hospitals For Children Open 22:00 UFC Unleashed 23:00 (LIVE) FOX SPORTS Central

31 STAR SPORTS13:00 FINA Aquatics World 2013 13:30 Golf Focus 2013 14:00 Auto GP World Series 15:30 Golf Focus 2013 16:00 Max Power 2013 17:00 FINA Aquatics World 2013 17:30 Liga Bbva 2013/14 Athletic Club de Bilbao vs. Villarreal CF 19:00 Golf Focus 2013 19:30 ATP - If Stockholm Open 21:00 Smash 2013 21:30 (LIVE) Score Tonight 2013 22:00 Rolex Spirit Of Yacht-ing 2013 22:30 Smash 2013 23:00 Dutch Eredivisie 2013/14 Highlights

40 FOX MOVIES11:40 Grown Ups 13:25 Scary Movie 4 14:50 Underworld: Rise Of The

Lycans 16:25 Pirates Of The Caribbean 18:55 The Day After Tomorrow 21:00 Zombieland 22:30 Vamps 00:05 The Details

41 HBO12:10 The Matrix Revolutions 14:20 Courageous 16:30 Something New 18:10 Serangoon Road 19:05 Killer Elite 21:00 Dark Shadows 22:50 True Blood

42 CINEMAX12:45 House At The End Of The Street 14:30 Jurassic Attack 16:00 The Vengeance Of She 17:45 Maverick 20:00 American History X 22:00 The Blob 23:35 Psycho Iv: The Beginning

50 DISCOVERY13:00 Life 14:00 River Monsters Goes Tribal 15:00 Top Hooker 16:00 Ice Cold Gold 17:00 Gold Rush 18:00 How Do They Do It? 18:30 How It’s Made 19:00 Man Vs. Wild 20:00 Behind Bars 21:00 Really Big Things With Matt Rogers 22:00 Secrets Of. 23:00 Mega Builders 5 00:00 Behind Bars

51 NGC12:55 My Sri Lanka With Peter Kuruvita 13:25 Dog Whisperer 14:20 Wild Case Files 15:15 Wicked Tuna 16:10 King Fishers 17:05 Ape Man 18:00 Lords of War 19:00 Dog Whisperer 20:00 Eat Street 20:30 Street Food Around The World 21:00 Wicked Tuna 22:00 Monster Fish 23:00 The Numbers Game 00:00 Brain Games

54 HISTORY13:00 The Pickers 14:00 Counting Cars 15:00 Storage Wars 16:00 Pawn Stars UK 17:00 Brad Meltzer’s Decoded 18:00 Kings Of Restoration 18:30 Pawn Stars 19:00 The Pickers 20:00 Cajun Pawn Stars 21:00 All You Can Eat 22:00 Ancient Aliens 23:00 America’s Book Of Secrets 00:00 Storage Wars

55 BIOGRAPHY13:00 I Survived 14:00 Monster In-Laws 15:00 Shipping Wars 16:00

Barter Kings 17:00 Sell This House: Extreme 18:00 Billy The Exterminator 19:00 A-Mei 20:00 Flipping Vegas 21:00 Southie Rules 22:00 Storage Wars: Texas 23:00 Storage Wars 00:00 Flipping Vegas

62 AXN13:00 Wipeout 13:55 Cash Cab Asia 14:50 Supernatural 15:45 The Amaz-ing Race 16:40 American Ninja Warrior 17:30 Leverage 18:20 Csi: Crime Scene Investigation 20:10 The Voice 21:05 Csi: Ny 22:00 The Blacklist 22:55 Supernatural 23:50 The Blacklist 00:45 Csi: Ny

63 STAR WORLD12:55 Melissa & Joey 13:45 DC Cupcakes 14:35 MasterChef US 16:15 Revenge 17:05 DC Cupcakes 18:00 Once Upon A Time 18:55 How I Met Your Mother 19:50 The Rachel Zoe Project 20:45 America’s Next Top Model 22:35 Once Upon A Time 23:30 Revenge 00:25 Grey’s Anatomy

82 RTPI14:00 Telejornal Madeira 14:36 Biosfera 15:06 Portugal Tal & Qual 15:33 Correspondentes 16:00 Bom Dia Portugal - Directo 16:57 Entre Pratos 17:25 Portugueses Pelo Mundo - São Paulo 18:09 O Teu Olhar ( Telenovela) 18:59 Podium - Orientação em BTT/Maratona Especial 20:00 Jornal da Tarde - Directo 21:15 O Preço Certo 22:05 Correspondentes 22:28 Portugal no Coração - Directo 00:43 Notícias RTP - Madeira (17H00) 01:00 Portugal em Directo - Directo 01:58 Ler +, Ler Melhor 02:14 Bem-vindos a Beirais 03:00 Telejornal - Directo

Número de Socorro 999Bombeiros 28 572 222PJ (Linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PSP 28 573 333Serviços de Alfândega 28 559 944Hospital Conde S. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCAC 28 326 300IACM 28 387 333DST 28 882 184Aeroporto 88 982 873/74Táxi (Amarelo) 28 519 519Táxi (Preto) 28 939 939Água - Avarias 28 990 992Telecomunicações - Avarias 28 220 088Electricidade - Avarias 28 339 922Directel 28 517 520Rádio Macau 28 568 333Macau Cable 28 822 866

• • • TEMPO

210C/280C

• • • CÂMBIOSPATACA COMPRA VENDAUS DÓLAR 7.94 8.04EURO 10.85 10.98YUAN (RPC) 1.266 1.322

SOCIEDADE PROTECTORA

DOS ANIMAIS DE MACAU

TEL: 28715732/63018939ANIMA

TELEFONES ÚTEIS

CLUBE MILITAR DE MACAUAvenida da Praia Grande, 975, Macau

TEL: 28714000

A programação é da responsabilidade das estações emissoras

02:45TDM SPORT

CINETEATROS1 The Best Plan is no Plan14:30 • 16.30 • 19.30 •21.30

S2 Gravity14:30 •21.30

TORRE DE MACAUGravity (3D)14:15 • 18:15 • 21:45

GALAXYTHEATER 6Rush- 20:50

THEATER VÁRIOSDiana14:25 • 18:40 • 2250

THEATER VÁRIOSMake your Move11:50 • 13:55 • 16:35 • 19:15

THEATER 6The Best Plan is no Plan01:10 • 15:55• 17:45 • 19:35 • 23:30

DIRECTOR’S CLUBAbout Time - 17:00

DIRECTOR’S CLUB2Mr. & Mrs. Player12:00

THEATER VÁRIOSSpecial ID01:00 • 13:50 • 15:40 • 17:15 • 17:30 • 19:20 • 20:55 • 21:10 • 22:55

THEATER VÁRIOSThe Complex01:20 •12:15 •23:10

Real MadridVs Juventus

• • • AMANHÃ 24/10

• • • HOJE 23/10210C/280C

Page 16: PUI CHING TEM MAIS DE 200 ALUNOS A APRENDER LÍNGUA ...PUB Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4378 • Quarta-feira, 23 de Outubro de

Quarta-feira, 23 de Outubro de 201316 JTM | OPINIÃOJORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

UM ARTIGOFrancisco José Leandro*

Tive oportunidade de assistir na semana passada ao discurso do Ministro das Finanças do Rei-

no Unido, de ascendência irlandesa, Chancellor of the Exchequer George Osborne, proferido na Universidade de Beijing e onde participou também o Presidente da Câmara de Londres Boris Johnson. Creio que foi um dos discursos que mais me impressionou, desde os tempos da Dama de Ferro. As razões são simples.

Em primeiro lugar, porque se tra-tou de um “smart speech”, tecnica-mente perfeito, enquadrado ao gosto e na justa medida da cultura Chinesa, tirando partido das enormes poten-cialidades oferecidas pelo tradicional conceito de guanxi (关系), isto é, uma relação em rede entre duas partes ou mais partes e que carrega expectati-vas e obrigações. Mas o guanxi não requer uma igualdade posicional relativamente à sua importância pe-rante terceiro. Ao contrário, o guan-xi busca uma igualdade de entendi-mento relativamente a uma ou a um conjunto de acções futuras. Nesta perspectiva, a diplomacia do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, deixou 3 mensagens de en-tendimento relativamente ao papel da República Popular da China num

Entre dois iguaise o crescendo do segundo

mundo globalizado: a reconhecida importância do Renminbi, a neces-sidade de aprofundar as relações com o parceiro económico China no contexto da abertura e da estabili-zação dos mercados, e ainda, uma mensagem de necessidade de coope-ração científica permanente ao mais alto nível. Foi neste contexto que foi enunciado um pacote de medidas onde figuram, designadamente, uma política de vistos mais aberta para os cidadãos chineses, um enorme incen-tivo ao intercâmbio de actividades académicas entre as universidades dos dois Estados, uma maior coope-ração em grandes projectos aeropor-tuários, uma renovada política de investimento externo e a exploração de novas oportunidade no desenvol-vimento de parcerias.

Em segundo lugar, porque o dis-curso de George Osborne transfor-

mou a “qualidade relacional” dos dois Estados ao adicionar a esta igualdade de entendimento o ga-mqing (感情), isto é, a medida que reflecte e dá profundidade ao enten-dimento a que nos referimos atrás. A linguagem seleccionada do discurso que, simultaneamente, oscilou entre o respeito e o elogio de um passado histórico partilhado, às referências ao contexto essencial da cultura da linguagem pictográfica chinesa pro-curando, por vezes, o detalhe atra-vés de alusões familiares próximas (como a menção directa a sua filha de 10 anos e ao seu processo de aprendi-zagem do mandarim) e, ainda, a clara verbalização da abertura a um diálo-go entre iguais, onde há a vontade de aprender com o Oriente, constituíram o grosso de uma mensagem adaptada às realidades dos novos tempos, sem a clássica postura de um Estado Eu-ropeu, centrado na sua posição ficcio-nal de Primeiro Mundo.

Creio que com este discurso Geor-ge Osborne reconheceu indirecta-mente a República Popular da China como um actor-Estado cultural e eco-nomicamente dominante no contexto das relações internacionais globais, ao qual o Reino Unido se deseja as-sociar. Esta ideia ganha particular

consistência, se notarmos que entre as grandes propostas de coopera-ção bilateral que o Reino Unido veio trazer, figura também o domínio do nuclear com fins não militares. Nes-tes termos, penso que é clara a visão da China (por parte do Reino Unido) muito para além do protagonismo regional, como um claro contraponto entre a Europa e a Ásia. Consequen-temente, com este discurso, anuncia--se não só um projecto de interacções entre dois Estados, mas também uma nova era, cuja dimensão soberana é igualitária, mas onde o crescente do império do meio, saí mais reconheci-do e mais respeitado, provavelmente como nunca o foi ao longo de toda sua história política, agora associado como um dos multipólos do poder global. Creio também que este discur-so, confirma que o Presidente Deng Xiaoping não se enganou a afirmar, em 1974, perante a sessão especial da Assembleia Geral das Nações Unidas o seguinte: “sem independência eco-nómica a independência (política) de um Estado é incompleta e incerta”.

* Professor Doutor. Docente na Universidade de São José e no Instituto

de Estudos Europeus de Macau.

Page 17: PUI CHING TEM MAIS DE 200 ALUNOS A APRENDER LÍNGUA ...PUB Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4378 • Quarta-feira, 23 de Outubro de

Quarta-feira, 23 de Outubro de 2013 JTM | OPINIÃO 17JORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

• • • HÁ 20 ANOS In “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau”

23/10/1993

SESSÃO ANIMADA NA ALCOM FOCOS DE INCÊNDIO Como habitualmente o período antes da ordem do dia abriu com uma in-tervenção de Ng Kuok Cheong. Com a habitual descontracção iconoclasta, o deputado falou de urgência em al-terar o Estatuto Orgânico de Macau para permitir à Assembleia Legislativa discutir o orçamento e não as linhas de acção governativa, podendo assim ne-gar autorização à Lei de Meios, quan-do não concordasse com o orçamento. Alberto Noronha tomou a palavra a seguir, desta vez para acusar Rui Afon-so de ter abusiva e falsamente afirma-do ser sua intenção sair da comissão da Administração e Finanças Públicas, levando os colegas a, na última reu-nião, o elegerem para a comissão de Assuntos Constitucionais. Na declara-ção questionou-se sobre “a verdadeira origem da sua manifestada vontade em ver consumado o meu afastamento daquela comissão”. Matutinos de on-tem já referiam que Alberto Noronha iria abordar esta questão, pelo que Rui Afonso tinha já a resposta escrita. Que não era meiga. Como se vê no perío-do inicial: “O sr. deputado Noronha já tinha prestado amplas provas a esta Assembleia da dimensão da sua inteli-gência. Hoje com a sua intervenção, co-meça a ficar mais clara para todos nós também a sua dimensão moral, o seu carácter como homem e deputado”. Rui Afonso reafirmou que por mais de uma vez, na Comissão, Alberto Noro-nha manifestara interesse em sair da comissão, a que aliás, logo de início disse pertencer contra-vontade, tendo sido o próprio Rui Afonso que insis-tiu para que a integrasse. Terminou assegurando que Alberto Noronha seria sempre convidado pela comissão quando se tratasse de assuntos ligados à Administração. Victor Ng, na qua-lidade de elemento da comissão em causa, afirmaria depois que no seu en-tendimento, Alberto Noronha se senti-ria desconfortável naquela comissão, dado que ele subscrevia muitos diplo-mas sobre o funcionalismo, diplomas a serem discutidos depois na comissão que integrava. E que compreendia que por isso quisesse sair. Lao Cheoc Wa interviria para concordar com o que dissera Victor Ng. Na ordem do dia houve momentos quentes. Nomeada-mente quando Aragão Seia, questio-nado por Neto Valente sobre o acesso que vai tendo às contas bancárias, en-tendeu que a pergunta insinuaria a uti-lização de meios ilegais para o obter, o que “não permitiria” por ser ofensivo. O deputado ripostaria que “o sr. Alto--Comissário não vem a esta Casa para permitir ou deixar de permitir”, mas sim para responder ou não, às pergun-tas que lhe fazem.

Dito

(...) “Se não existir vontade de alterar, ninguém na RAEM, nem os mais dis-traídos ou sobreviventes de vénia, vai esperar muito para sentir o sufoco total da língua portuguesa nesta região” (...)

Está no auge a “saison” de Ma-cau. Depois do Festival de Fogo de Artifício e da MIF - este ano

honrada pela presença do Duque de Bragança, Chefe da Casa Real Por-tuguesa - está a decorrer no Clube Militar um Festival de Gastronomia e Vinhos Portugueses e, no Centro Cultural, o do Cinema de Animação. Antes, ainda, do final do mês, have-rá uma récita especial do Dóci Papia-çám di Macau para comemorar o seu aniversário e mais um outro Festival, o do Cinema Europeu de Curtas Me-tragens, na Casa Garden. Finalmente, no princípio de Novembro, o obri-gatório, da Lusofonia aqui na Taipa; todos a caminho do mais celebrado de todos os acontecimentos que é o Grande Prémio de Macau. E tudo isto, além dos espectáculos de luxo sempre a desfilar em alguns hotéis do COTAI. E a gente fica a pensar como é que uma cidade tão pequena é capaz de organizar iniciativas tão difíceis e audaciosas como estas, em princípio só possíveis em grandes capitais. Dir--se-á que tem dinheiro a rodos (pu-dera - se não paga renda de casa…) e é verdade. Mas, se sem ele nada se podia fazer, somente com ele também não. É que, além do dinheiro, há que ter arrojo e capacidade de organiza-ção de grandes acontecimentos quer na área cultural, quer na desportiva que Macau todos os anos prova que lhe sobram.

Vem, pois, aí o Grande Prémio, já o 60º que, apesar do seu cortejo confu-sões do trânsito e contrariedades para os residentes (e, como é habitual, da sempre impune roubalheira dos tá-xis) nos enche de vaidade já que não é qualquer Terra que se abalança a uma proeza destas.

Quando o Engenheiro João Costa Antunes deixou (ou antes, “foi dei-xado”…) a Direcção dos Serviços de Turismo - onde, aliás prestou notáveis serviços a Macau - para passar a coor-denar a tempo inteiro a Comissão do Grande Prémio, alguém que o conhe-ce bem disse-me: “vai ver que o deste

Vem aí o Grande Prémio

POSTAIS DAS ILHASLuiz Oliveira Dias*

ano vai ser o melhor de todos”.Não tenho dúvidas pois não só

passou a contar com toda a sua dispo-nibilidade como com o seu brio pro-fissional que o leva sempre a querer fazer ainda melhor.

Já temos o Grande Prémio à porta: como aquelas irritantes barreiras pre-tas e amarelas a retorcer o trânsito en-costadas em montes de pneus, as tri-bunas a crescerem da noite para o dia, os cartazes, os letreiros e os anúncios a espreitarem-nos de todos os lados e a nova torre de controle – mais que pronta a tempo – a prometer-nos que tudo irá correr como desejamos.

Valeu a pena, Engenheiro Costa Antunes e toda a sua “task force” de luxo – Davínia, Diamantino Torrado, Filipe Coutinho e José Reis. Agora só faltam os carros e as motos a roncar nos treinos para arrelia dos mora-dores do percurso… E, enquanto as meninas das sombrinhas já provam as micro-roupas com que se descas-cam para alegria dos nossos olhos, só faltam a verificação palmo-a-palmo do estado da pista, a colocação das gruas e das ambulâncias nos locais es-tratégicos e a instalação do gabinete médico e da sala para os jornalistas; além, claro, de melhor se assegurar a circulação no paddock e na zona das boxes por meio de uma mais limita-da distribuição daqueles cobiçados livros-trânsito de pendurar ao pesco-ço e… garantir que as taças, as coroas de louros, os Hinos, as Bandeiras e os magnums de champanhe estejam con-fiados a funcionários que não pensem noutras coisas.

É assim, Macau. Esta Macau que nos espanta e nos encanta todos os

anos nesta altura por mais que nos tenha habituado às suas aventuras. Macau sempre animado por grandes e pequenos acontecimentos públicos e de empresas privadas. Que nos chega a fazer sentir também um pouco ma-caenses apesar de muitos termos nas-cido em cidades mais antigas, maiores e de História mais ilustre, e por mais que os seus naturais (sempre conven-cidos de que são os melhores do mun-do) teimem em nos recusarem entra-da nos fortins dos seus segredos, das suas vaidades e dos seus costumes matizados mais de chinês do que de português, que a gente compreende e não leva a mal.

Há dias, na Sé, assisti a uma missa por alma de uma desventurada jovem nascida em Angola mas criada em Macau. Reparei que na igreja cheia, além dos outros residentes angolanos, estavam os de Cabo Verde, da Guiné, de São Tomé, de Moçambique, do Es-tado Português da Índia, do Brasil e mesmo (!) alguns alentejanos. Fiz no-tar isso mesmo a um dos meus amigos cabo-verdianos. Deu-me a lição: “é que somos todos da mesma família”. Como também da família macaense pois que, de braços e corações aber-tos, aqui vamos dando quanto pode-mos pelo seu progresso pois que, se “a minha alma é só de Deus/o corpo dou eu ao mar”. Há muitos séculos.

Lá estaremos, pois, no Grande Pré-mio nem que seja só pela Televisão. A aplaudir os campeões e os que traba-lharam para tudo correr bem. E a pe-dir a Deus que não haja desastres gra-ves e, se os houver, que se limitem a mandar para a sucata os seus reluzen-tes bólides sem aleijar os corredores.

Assim é e sempre será Macau. Pelo menos…por mais 36 anos, como nos foi prometido e a gente acreditou.

P.S: A propósito: será que os pilo-tos de Macau vão mesmo, este ano, correr para ganhar e não apenas pas-sear tranquilamente pela pista só para chegar ao fim?

*Docente. Anterior presidente do Instituto Politécnico de Macau.

UM PONTO É TUDOFerreira Fernandes

“Allô! Allô!”, os americanos escutam

Depois das revelações sobre o Brasil, o México e a Ale-manha, soube-se que também a França foi alvo de es-pionagem maciça feita pela NSA, a agência de segu-

rança americana. A América é mesmo democrática, com ela nem há um

mais igual do que os outros, todos levam com as escutas.Anteontem, o jornal Le Monde explicou o que a palavra

maciça faz nesta história: num mês, entre 10 de Dezembro de 2012 e 8 de Janeiro de 2013, foram gravadas 70,3 milhões chamadas telefónicas francesas! É gravação a mais só para os terroristas de um país (aliás, aliado).

A curiosidade americana estendeu-se a todos os que em França mandam alguma coisa, das finanças à política, e até a todos que tenham dito ao telefone alguma frase ou expressão considerada suspeita.

Atendendo aos números astronómicos avançados, é provável que na sede da NSA, em Fort Meade, no estado de Maryland, se julgue que a tão popular interjeição francesa “oh là là” seja um termo em código para “Ahmed, passa-me a bomba...”

Anteontem, o embaixador americano em Paris foi cha-mado a prestar contas e espera-se que não tenha tentado desanuviar o encontro dizendo ao ministro dos Negócios Estrangeiros francês: “Já sei que o Presidente Hollande lhe telefonou muito zangado...”

Entre os do meio, a sigla NSA era conhecida por “No Such Agency”, o que traduzido dá “Isso Não Existe”.

O erro, pois, não está na espionagem, está no escândalo. Nada menos profissional do que um espião apanhado.

JTM/DNHelder Fernando, in “Hoje Macau”

Page 18: PUI CHING TEM MAIS DE 200 ALUNOS A APRENDER LÍNGUA ...PUB Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4378 • Quarta-feira, 23 de Outubro de

Quarta-feira, 23 de Outubro de 201318 JTM | LAZERJORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

Sara Sampaio deslumbra em MiamiSara Sampaio continua a protagonizar as campanhas da marca italiana Calzedonia. Desta feita, a modelo portuguesa fez uma sessão em Miami, na Florida. As imagens do ensaio mostram Sara em fato-de-banho e biquíni, revelando uma grande forma física. Na sessão em Miami a modelo posou para o conceituado fotógrafo peruano Mariano Vivanco, com quem já trabalhou por diversas vezes, incluindo para um livro de nus.

Gisele Büdchen despe-se para a VogueGisele Büdchen posou nua para a Vogue Paris. A supermodelo brasileira, que surge na capa do novo número da revista, divulgou a imagem em que surge despida no Instagram. A fotografia mostra Gisele em duplicado, com uma pose semelhante, sendo que numa das imagens está nua e na outra usa um vestido Versace. “Oops acho que estou me vendo duplicada!”, escreveu Gisele como legenda da foto.

Rihanna convidada a abandonar mesquita em Abu DhabiUma sessão fotográfica de Rihanna levou os responsáveis da mesquita Sheikh Zayed, em Abu Dhabi, a convidarem a cantora a abandonar o local por a considerarem “inapropriada” e “sugestiva”. Indiferente a este desfecho, a cantora, de 25 anos, partilhou algumas das fotografias no seu perfil do Instagram. Nas imagens, Rihanna aparece toda vestida de preto, com as unhas e os lábios pintados de vermelho e um colar dourado ao pescoço.

Kate Beckinsale diverte-se com a filhaKate Beckinsale levou a filha, Lily Mo Sheen, de 14 anos, a uma festa solidária que reuniu diversas celebridades, e a jovem acabou por estar no centro das atenções, mostrando que herdou a beleza e elegância da mãe. As duas estiveram acompanhadas pelo actual companheiro de Kate Beckinsale, Len Wiseman, que aparenta ter uma excelente relação com a enteada. Lily Mo Sheen é fruto da união da actriz com o também actor Michael Sheen, que durou entre 1995 e 2003.

Compositor gasta 100 mil dólarespara ficar igual a Justin BieberToby Sheldon submeteu-se a diversas cirurgias estéticas nos últimos 5 anos para ficar igual ao seu ídolo: Justin Bieber. De acordo com a revista “Closer”, o compositor, de 33 anos, terá já gastado cerca de 100 mil dólares (aproximadamente 800 mil patacas). Apesar de dizer que não é fã da música do artista canadiano, Toby Sheldon conta que foi o rosto “perfeito” de Justin Bieber que o levou a recorrer à cirurgia estética. Satisfeito com o resultado, o compositor conta ainda que os amigos já o chamam de “Toby Bieber”.

De cheerleader a actrizHayden Panettiere sempre gostou de praticar desporto, mas foi durante o ensino secundário que se começou a destacar como cheerleader. A sua beleza não passou indiferente aos fotógrafos e acabou em capas de algumas revistas. O sucesso rapidamente se espalhou e começou a ter alguns papéis na televisão, onde pretende construir a sua carreira.

Page 19: PUI CHING TEM MAIS DE 200 ALUNOS A APRENDER LÍNGUA ...PUB Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4378 • Quarta-feira, 23 de Outubro de

Quarta-feira, 23 de Outubro de 2013 JTM | LAZER 19JORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

Gente Gira Coordenação:Pedro André Santos

Envie as suas fotos para: [email protected]

O que falta em Macau? por Hoy Chan Patusco

Quando penso em mudar Macau penso numa imagem mais limpa e um local que aproveite melhor

a língua portuguesa, para criar um sis-tema de ensino baseado no sistema económico de países lusófonos, com comunidades de consumismo que avaliam e promovem o que consomem. Acho que os casinos têm uma grande influência nos jovens, devia haver um estudo

neste sentido, sobretudo em relação à camada jovem que pretende viver em Macau a longo prazo. Dever-se-ia apro-ximar mais as pessoas das mais variadas comunidades, algo para ser feito no dia-a-dia. Gostava que reduzissem a quan-tidade de veículos nas ruas e promovessem um sistema de bicicletas como existe em Londres, por exemplo. O Governo poderia também fazer uma isenção de impostos para mo-torizadas eléctricas. Adoro arquitectura antiga, sobretudo

quando passo pelas ruas perto das Ruínas de São Paulo, e acho que o Executivo deveria estudar as zonas que tem inte-resse restaurar ou manter as fachadas com essa arquitectura. Devia investir-se no lazer desportivo, gosto muito de ir dar uma volta na parte da manhã, e vêem-se sempre pessoas nos parques a fazer tudo e mais alguma coisa. Seria também interessante que criassem uma costa de praia em condições para se fazer uma fotografia de postal.

A época dos

caranguejos Carlos Silva é um

grande apreciador de caranguejos e não perdeu a oportunidade de provar algumas iguarias já que,

segundo a tradição chinesa, é a época deles. Anualmente aproveita

para provar os caranguejos vindos de Pequim, contou

ao GENTE GIRA, que sabem sempre muito

bem, sobretudo quando acompanhados por um

bom vinho.

Aniversário em famíliaDavid Alves completou

15 anos de idade e resolveu fazer duas festas,

uma para a família, e outra para os amigos.

Estas imagens são de um pequeno jantar com a família, disse ao GENTE GIRA Vítor Ng Alves, o pai do aniversariante,

tirando partido da visita da avó de David que se encontrava em Macau.

Apesar da tenra idade foi o próprio David a dizer

que não era preciso uma grande festa para os

seus anos, realizando-se apenas uma cerimónia

pequena na companhia daqueles que lhe são

mais próximos. Parabéns!

Visita ao Palácio

Eugénio Novikoff Sales teve conhecimento

que o Palácio do Governo estava

aberto ao público e por isso aproveitou a oportunidade para o visitar. Segundo disse ao GENTE GIRA, já lá

tinha estado na altura da administração

portuguesa, preferindo a

decoração dessa época já que era muito mais acolhedora. Para além disso havia um acompanhamento mais personalizado

durante as visitas. No entanto, foi uma visita

que valeu a pena, concluiu.

Page 20: PUI CHING TEM MAIS DE 200 ALUNOS A APRENDER LÍNGUA ...PUB Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4378 • Quarta-feira, 23 de Outubro de

20 JTM | ÚLTIMAJORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

Quarta-feira, 23 de Outubro de 2013 • Fecho da Edição • 02:10 horas

É com natural preocupação que se acompa-nha a evolução da situação em Moçambique.

Depois de conflitos verbais que duravam há já algum tempo, houve recontros na Provín-cia de Sofala, onde o líder da oposição Afon-so Dlakhama fizera a sua base, estando agora confirmadas as perdas de bens e de vidas.

Dlakhama e seus principais seguidores fu-giram da base, tendo assumido o fim dos Acor-dos de Paz de Roma que tinham conduzido ao fim da luta armada, o que é uma verdadeira declaração de guerra ao Governo de Maputo.

A Renamo promete retomar a guerrilha, e as forças governamentais estão reforçar o seu contingente na zona. Consta, aliás, que nos úl-timos meses as forças governamentais recebe-ram novo e mais sofisticado armamento.

A grande certeza é que estamos perante a pior crise política e militar desde 1992, que po-derá ter graves consequências para o país e a zona do Continente.

Importa, por isso, que seja seguida a via do diálogo construtivo que tem sido proposta por organizações internacionais e por instituições externas e internas.

Qualquer declaração ou atitude em contrá-rio, só prejudicará a população daquele País Irmão de Portugal.

ENPASSANTJosé Rocha Dinis

China e Rússia assinaram 20 acordos de cooperação bilateralA China e a Rússia assinaram ontem cerca de duas dezenas de acor-dos de cooperação em áreas como a energia e a educação. De acordo com a agência Xinhua, depois de um encontro com o seu homólo-go chinês, Li Keqiang, o Primeiro-Ministro russo Dmitry Medvedev adiantou que Moscovo vai fornecer anualmente um volume adicio-nal de 10 milhões de toneladas de petróleo bruto à China ao longo dos próximos 10 anos. O acordo está avaliado em cerca de 85 mil milhões de dólares americanos. No ano passado, a China importou 24,33 milhões de toneladas de petróleo bruto da Rússia. Os dois Go-vernos também concordaram em construir conjuntamente uma refi-naria de petróleo em Tianjin, município a leste de Pequim, revelou ainda Medvedev, que iniciou ontem uma visita oficial de dois dias à capital chinesa. O acordo “demonstra que atingimos um nível mais alto e totalmente novo de cooperação”, salientou Medvedev, citado pela agência noticiosa chinesa.

“Zest Airways” vai lançar em Dezembro voos entre Macau e ManilaA “Zest Airways”, transportadora sediada nas Filipinas, solicitou à Autoridade de Aviação Civil de Macau (AACM) autorização para operar três voos semanais entre o terri-tório e Manila a partir de 6 de Dezembro, revelou o orga-nismo ao JTM, acrescentando que o pedido está em fase final de apreciação e deverá ser deferido ainda esta sema-na. A rota entre Macau e o Aeroporto Internacional Ninoy Aquino é explorada por duas companhias: “Philippines Airlines” e “Cebu Pacific”. A “Cebu Pacific” disponibiliza ainda ligações regulares para o aeroporto de Clark, tam-bém localizado na área metropolitana da capital filipina. A “Zest Airways” é controlada pelo grupo malaio AirAsia e pelos empresários filipinos Romero, Antonio Cojuangco Jr., Marianne Hontiveros e Alfredo Yao. Em breve, a transportadora irá passar a operar com uma nova marca: “Air Asia Zest”. S.T.

Diálogo

Suu Kyi recebeu Prémio Sakharov 23 anos após ter sido agraciadaA dirigente da oposição birmanesa Aung San Suu Kyi recebeu ontem em Estrasbur-go o prémio Sakharov que lhe foi atribuí-do há 23 anos, voltando a pedir aos euro-peus que ajudem a Birmânia a concluir o processo de democratização. “Espero que sejam nossos amigos no nosso contínuo es-forço para assegurar os direitos democrá-ticos. Precisamos de educação, de saúde, da liberdade do direito de forjar o nosso destino, de poder decidir o que é melhor para nós mesmos”, disse Suu Kyi, que foi recebida no Parlamento Europeu com um forte aplauso dos eurodeputados, recebendo depois o prémio do presidente da Eurocâmara, o alemão Martin Schulz. “Para mim e um momento de alegria e de grande significado”, afirmou Suu Kyi. Em liberdade há apenas três anos, depois de 15 em prisão domiciliária, a opositora birmanesa só agora pôde receber em mãos o prémio que lhe foi atribuído em 1990.

Manmohan Singh em Pequimcom defesa na fronteira em agendaChina e Índia deverão assinar esta semana um acordo de cooperação sobre defesa ao longo da fronteira, procurando aliviar um velho foco de tensão entre os dois países mais populosos do planeta, anunciou ontem a imprensa oficial chinesa. Trata-se de um acordo com “regras mais estritas” para as forças militares frontei-riças e será assinado durante a visita de três dias que o Primeiro-Ministro indiano, Man-mohan Singh, iniciou ontem à China, indicou o jornal “Global Times”. China e Índia partilham uma fronteira com cerca de 3.300 quilómetros de extensão cujo traçado é ainda motivo de disputa e já provocou uma guerra entre os dois países, no início da década de 1960. Na primavera passada, as autoridades indianas acusaram um pelotão fronteiriço chinês de ter penetrado 19 quilómetros no seu território. A solução das questões fronteiriças “é uma base fundamental para melhorar as relações sino-indianas em todas as áreas”, disse um jornal indiano, citado pelo “Global Times”.

Nova Zelândia recebepedido de “asilo climático”Um cidadão de Kiribati, ilha do Pacífico, está a tentar obter asilo na Nova Zelândia, sob o pretexto de que as mudanças climáticas estão a ameaçar o seu país. Ioane Teitiota disse ao Supremo Tribunal neozelandês que algumas zonas de Kiribati já estão submersas devido à subida do nível do mar. “Não há futuro para nós quan-do voltarmos para Kiribati”, disse no Tribunal, após ter recorrido da decisão da Imigração neozelandesa, que recusou o seu pedido de asilo. Teitiota vive desde 2007 na Nova Zelândia, onde nasceram os seus três filhos, mas o visto de trabalho expirou recentemente. No iní-cio do ano, a Imigração da Nova Zelândia rejeitou o pedido de asilo, alegando que Teitiota não sofreria per-seguições ou ameaças à sua vida se voltasse a Kiribati.

Restauração bizarra de templo chinês leva à demissão de funcionários Dois funcionários públicos de Chaoyang, nordeste da China, foram de-mitidos depois da “restauração” de um templo ter resultado no desapa-recimento dos seus frescos originais, noticiou ontem a imprensa local. No templo construído há 270 anos, os antigos frescos foram completa-mente cobertos com uma pintura nova, representando personagens de-senhados de forma simplista e com cores brilhantes. A polémica foi sus-citada por um cibernauta que publicou algumas fotos da “restauração”, comparando-as com as pinturas murais originais, e acusou os funcioná-rios de destruírem o património cultural e histórico da cidade. Segun-do o jornal “Global Times”, em resposta, as autoridades da província de Liaoning afastaram o responsável pelo templo e o responsável pela gestão do património da cidade. Muitos cibernautas ridicularizaram o novo visual do templo, frisando que as imagens são “piores do que rabiscos”. “Enquanto residente de Chaoyang, acredito que há aqui algumas pessoas que merecem um transplante de cérebro”, disse um morador.