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ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES ACH 0011 CIÊNCIAS DA NATUREZA Ciências da Natureza Edição 2008

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Revista da disciplina ACH0011 Ciências da Natureza, que reúne textos escritos por alunos ingressantes da EACH/USP Leste em 2008.

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ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES ACH 0011 CIÊNCIAS DA NATUREZA

Ciências da Natureza

Edição

2008

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Atribuição-Uso Não-Comercial-Não a obras derivadas 2.5 Brasil

Você pode:

copiar, distribuir, exibir e executar a obra

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Atribuição. Você deve dar crédito ao autor original, da forma especificada pelo autor ou licenciante.

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V O L U M E E S P E C I A L D A R E V I S T A C I Ê N C I A S D A N A T U R E Z A 2 0 0 8

Mudanças climáticas

E D I T O R R E S P O N S Á V E L : P A U L O R O G É R I O M I R A N D A C O R R E I A

A publicação desta revista é uma atividade do Programa "A EACH no Ano Internacional do Planeta Terra - AIPT".

Editores: Profs Drs Maria Elena Infante-Malachias ([email protected]), Paulo Rogério Miranda Correia ([email protected]), Rita

Yuri Ynoue ([email protected]), Thomás Augusto Santoro Haddad ([email protected]) e Victor Velázquez Fernandes ([email protected])

Escola de Artes, Ciências e Humanidades, Universidade de São Paulo Av Arlindo Bettio 1000 • 03828-000 • Ermelino Matarazzo • São Paulo - SP

Comentário: Embora todo esforço seja feito para garantir que nenhum dado, opinião ou afirmativa errada ou enganosa apareça nessa revista, deixa-se claro que o conteúdo dos textos aqui publicados é de responsabilidade, única e exclusiva,

dos respectivos autores envolvidos.

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ÍndiceApresentação 1

Editorial 3

S E Ç Ã O I A ciência básica das mudanças climáticas A fantástica fábrica de poluição Filipe S. Romano e Silvio L. B. Britts Filho 4 A ação humana e as mudanças climáticas Daniela S. Marcilio e Denise R. Nascimento 5 Futuro promete fim de vidas no planeta Terra Luciana C. Braga e Francine S. Aguiar 6 Não basta ler e sentir, é preciso agir! Bruna M. Cremona e Caio T. S. Pascoal 8 As ações humanas e os processos que originaram o aquecimento global Rafael V. Campos e Daniel R. Ebbinghaus 9 Progresso da tecnologia e suas conseqüências João P. K. Campos e Giovanni Fallico 10

S E Ç Ã O I I Mudanças climáticas e tecnologia O dilema da tecnologia: mocinha ou bandida? Bruna L. Gomes e Mateus H. A. Castro 12 O causador é a cura Carolina Gancev e Gabriela Lotto 13 Ainda há tempo Drielle Taccola e Eduardo da Cunha Palácios 14 Ciência: a solução ou o motivo de existência do aquecimento global? André G. Lorenzini e Bruna V. Meira 16 Tecnologia: de causa à solução do aquecimento global Bruno M. Oliveira e Victor S. Resende 17 Planeta Terra: ame-o ou deixe-o Allan B. Guerra e Caroline M. Komukaib 19 Tecnologia do bem e do mal Felipe S. N. Andrade e Paula V. S. Bandeira 20 A contradição Ana Cristina M. A. Castilho e Fernanda C. Bico 21 Tecnologia e o futuro Eduardo G. Oliveira e Fernando V. Peres 22 Tecnologia e atitude, o futuro do planeta Elton Y. K. Odaguil e Guilherme T. Nunes 23

Mudanças climáticas e doenças infecciosas endêmicas Sérgio N. Silva Jr e Paola D. Ferrete 25 Brasil, o que é feito para deter o desmatamento? Cláudia A. B. Charro e Edir C. Santana 27 Uma reflexão sobre a cultura da tecnologia e do consumo Flávia G. Gomes e Luci T. Miyano 28

S E Ç Ã O I I I Mudanças climáticas e educação ambiental Indústria x Meio ambiente Cinthia C. Ponce e Milena Telles 30 O meio ambiente e conscientização Ana Maria G. M. Reis e Daiane O. Fontes 31 Vai de carro ou vai de trem? Chuva ácida como conseqüência da poluição nossa de cada dia Gabriela M. Hugues e Leonor R. Pinheiro 32 Uma verdade inconsistente Miriam T. C. Takitow e Thiago F. Nóbrega 34 Turismo, vilão ou vítima? Letícia O. Aio e Giuliano F. Pieve 36 Como a universidade ajuda as escolas fundamentais na educação ambiental? Alice A. L. Puelles e Fabiana H. Miyada 37 Educação ambiental: uma ação que poderá solucionar os problemas ambientais da modernidade Nathália A. Alves e Stella A. Costa 39 Prevenções básicas através da educação ambiental Margarete G. Almeida e Juliana C. Carmo 41 Mudanças climáticas: conhecer para enfrentar Regina L. Nery e Suellen F. Oliveira 42 A conscientização para o despertar Caroline M. Bernardo e Elise N. Massarini 43 O problema está em cima Érika G. Faria e Sônia A. Sousa 45 Plantando o futuro Priscila S. Moreno e Felipe Kertes 46

S E Ç Ã O I V Mudanças climáticas e seus impactos na economia e nos negócios Sustentabilidade para uma economia saudável Angélica T. Reis e Lívia R. Bambuy 48

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Créditos de carbono e o direito de poluir Beatriz M. Gesqui e Thaíssa A. Bessa 49 As mudanças climáticas afetam os principais setores da economia Juliana S. Costa e Thaís G. Ferreira 50 Um consumo sustentável é possível? Mônica L. Storolli e Priscila Ferrari 52 Crescimento econômico: negócio da China? Daniel F. Bom e André L. D. M. Pazin 54 Mudanças no clima e no hábito Bruno C. Vieira e Tiago L. Bezerra 55 O transformar do olhar empresarial Caio C. L. Bastos e Haiser A. Ferreira 56 Etanol: a energia do futuro Henrique O. Cintra e Regiane M. Kuba 57 Mudanças climáticas e seus impactos na economia Maike R. Jesus e Juliana Nadu 59 O dinheiro que dá em árvores Tiago L. Fernandes e Larissa C. Gios 60 Novas tendências econômico-ambientais Durval Salina Jr e Rodrigo A. Ventura 62 O impacto das mudanças climáticas na economia Bruno F. Gasparin e Felipe Matarucco 63 O preço de não agir agora Caynnã C. Santos e Felipe Camargo 64 Um novo clima está mudando o turismo Gabriela Firmino e Nathalia Almeida 66 A Terra esquentando e o turismo esfriando Ana C. Clemente e Larissa Fantazzini 67 Crescimento econômico renovando o negócio e favorecendo a vida Jorge Barbosa e Fernando Maneliche 69

S E Ç Ã O V Mudanças climáticas e políticas locais, nacionais e internacionais Faça a sua parte! Juliana C. Souza e Leonardo X. Silva 71 O viés político da natureza Eduardo S. Melo e Daniel M. M. Costa 72 Degradação por processos antrópicos Lia T. Troncarelli e Alexandre L. F. Santo 74 O protocolo de Kyoto e as políticas ambientais Luiz F. Almeida e Felipe N. L. Gonçalves 76 O comércio de carbono Christian F. Lima e Cláudio V. Gomes Neto 77 Combustíveis renováveis: será a solução? Thiago T. Teruya e Mariana C. Tudela 78 A internacionalização da questão ambiental Ryane S. Leão e Letícia J. Godoy 80 Lixo limpo em Nova Iguaçu, RJ, BrasilX Maria J. A. Torres e Samila Franco 81

S E Ç Ã O V I Mudanças climáticas e saúde Implicações dos impactos ambientais na saúde coletiva Natália Nicola e Priscila P. P. Nascimento 83 Estamos comendo o planeta! Geórgia A. S. Araújo e Paola E. S. Gasparini 85 A Terra está doente Juliana Ferreira e Natalie K. Garcia 87 Condições humanas de saúde no cenário atual das alterações climáticas Julio C. C. F. Santos e Marina M. M. Souza 89 A dengue e o aquecimento global Pâmela C. Rodrigues e Simone M. B. Santos 90 Emergente estado de alerta Marcelo Piovezan 91 Mudanças climáticas e seus impactos na saúde Priscila S. Antônio e Rosana M. Souza 93 As mudanças climáticas afetando a saúde do homem Paulo M. Neto e Gabriel L. G. Campos 94 Saúde em risco André K. Oliveira e Leandro C. C. Silva 95 A globalização das doenças tropicais Cássia O. Veiga e Édipo A. Gonçalves 96 Alterações climáticas: um reflexo na saúde do planeta André A. S. Marques e Viviane C. Capetine 97 Influência das mudanças climáticas na proliferação de doenças Cristina S. A. Castro e Fabrício R. Silva 99 Conseqüências do aquecimento global: como isso afeta sua saúde Maria C. A. Ferreira e Manuela P. Alves 100 A contribuição do aquecimento global para a proliferação de doenças tropicais infecciosas Laís Markarian e Stefano T. Muto 101 Sua saúde: outra vítima do aquecimento global Bianca L. Rocha e Deborah M. Santos 102 Clima em transição, mosquito em ação! Juliana F. Pereira a e Renée S. Okada 104 O desenvolvimento de doenças devido ao aquecimento global Natália C. C. Faria e Andrea M. Oda 105 De que maneira as mudanças climáticas podem afetar a vida dos brasileiros? César E. Martins e Rafhaela M. F. Priolli 107 A repercussão dos problemas ambientais na saúde do planeta Ana C. Maragno e Flávia M. Nastari 108 A ameaça do homem para o homem Flávia P. Oliveira e Tamiles M. Miyamoto 110 As doenças e as epidemias resultantes do aquecimento do planeta Flávio F. Fernandes e Gabriel C. Melo 111

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S E Ç Ã O V I I Mudanças climáticas e o desenvolvimento sustentável Os desafios para a contenção do desmatamento da floresta amazônica Wedna L. P. Nascimento e Bianca M. C. Rocha 114 Desenvolver sem destruir: maneiras de amenizar as mudanças climáticas Mariana G. N. Lima e Luana A. Silva 116 Sustentabilidade corporativa Lucas G. Z. Fernandes e Karen S. Lemos 117 O papel das ecovilas na mudança para uma consciência ambiental Fernando M. Meyera e Eduardo C. Santos 118 Aquecimento global em função do desenvolvimento do conforto humano Henrique D. H. Mina e Thiago C. B. Im 120 Mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável Marco A. Barbosa e Kaori Adachi 122 China, uma esperança Marcela R. Leite e Júlia C. Dávila 123 Desenvolvimento e meio ambiente Maria C. M. Vieira e Rosana P. Silva 124 Um protocolo para a vida Daniel L. P. Soares e Jeniffer P. Freitas 126 Medidas para um desenvolvimento sustentável Nina Sawada e Raquel J. Siqueira 127 Tijolo ecológico: futuro social e justo Andressa Lima e Anderson P. Almeida 129 Será preciso frear o desenvolvimento econômico para proteger o meio ambiente? Ana Paula Garbulho e Cristina B. Guimarães 130 Uma verdade inconsciente: o mau dos recursos! Denise Martins e Lissa F. Lansky 131 O planeta e a (in)sustentabilidade Kátia S. S. Anjos e Regiane R. G. Lima 133 Eco-desenvolvimento no Brasil Yasmin S. Baggi e Hugo C. S. Ledo 134 A integração do desenvolvimento do meio ambiente com relação às múltiplas questões sociais Camila S. Kanashiro e Catarina N. Stetner 136 Biodiesel: a alternativa Maíra S. Souza e Jessé F. Silva 137

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Apresentação ACH 0011 Ciências da Natureza

disciplina Ciências da Natureza (CN) é oferecida a todos os mil e vinte alunos que ingressam na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH). Juntamente com outras cinco disciplinas gerais e a Resolução de Problemas, CN compõe o núcleo duro do Ciclo Básico, pelo qual os alunos passam nos dois primeiros semestres acadêmicos. Esse desenho pedagógico impõe um grande

desafio para os docentes envolvidos com as disciplinas gerais: atingir um público heterogêneo a partir de temáticas relevantes, que alicerçam a formação ampla dos alunos e extrapolam os conhecimentos e técnicas específicas dos cursos. O desafio aumenta quando consideramos que a composição das classes de sessenta alunos é planejada para misturar doze alunos de cinco cursos diferentes. Como contemplar interesses tão diversos? Como, no caso da disciplina CN, dar conta de apresentar as ciências naturais para os alunos ingressantes, explorando suas relações com a sociedade? As respostas fogem das soluções triviais, que expõem friamente o conhecimento acumulado pela ciência desde meados do século XVII. Não basta apresentar teorias, nem enumerar todas as figuras de destaque que contribuíram para essa construção humana. Em outras palavras, o trajeto de Galileu a Einstein não é garantia de sucesso. É preciso agregar um olhar humanístico, contextualizando a ciência no seu tempo histórico, mostrando que ela está imersa numa sociedade onde atuam fatores políticos, econômicos, religiosos e éticos. Desta forma, o exercício docente passa pela busca por soluções didáticas inovadoras, a fim de responder aos novos desafios apresentados no contexto das disciplinas gerais.

Ciências da Natureza: uma revista para os alunos ingressantes

ma das atividades propostas em 2008 foi a elaboração de uma revista, para consolidar a produção intelectual dos alunos ingressantes. Para isso, a temática ambiental foi escolhida por ser abrangente, e por permitir uma abordagem científico-humanista. Além disso, a urgência em discutir os problemas ambientais impacta toda a sociedade, devendo despertar o interesse de

qualquer cidadão do século XXI. Desta forma, a revista Ciências da Natureza é proposta com a missão de registrar o pensamento dos alunos ingressantes que cursam a disciplina CN. No seu volume desse ano, a temática selecionada foi “Mudanças climáticas”.

O corpo editorial do volume 2008 da revista Ciências da Natureza é composto pelos cinco docentes que ministraram a disciplina CN. Cada docente foi responsável por organizar o trabalho de suas turmas, compilando os textos produzidos pelos alunos.

Os textos produzidos pelos alunos foram organizados em seções, de acordo com o enfoque da discussão proposta pelos autores. Sete seções diferentes foram sugeridas para que a diversidade de interesses dos alunos pudesse ser contemplada da melhor maneira possível.

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Seção 1. A ciência básica das mudanças climáticas Seção 2. Mudanças climáticas e tecnologia Seção 3. Mudanças climáticas e educação ambiental Seção 4. Mudanças climáticas e seus impactos na economia e nos negócios Seção 5. Mudanças climáticas e políticas locais, nacionais e internacionais Seção 6. Mudanças climáticas e saúde Seção 7. Mudanças climáticas e o desenvolvimento sustentável

Avaliação por pares vivenciada durante a disciplina

s procedimentos utilizados na avaliação de trabalhos científicos foi incorporada na avaliação da disciplina: todos os textos produzidos pelos alunos foram submetidos à avaliação por pares no sistema duplo cego, recebendo dois pareceres independentes. Nesse processo, os alunos “autores” passaram a desempenhar o papel de “pareceristas”, elaborando um parecer

circunstanciado sobre o texto produzido por outros alunos. Além de convidá-los a participar mais diretamente do processo avaliativo, os alunos envolvidos puderam vivenciar uma experiência comum àqueles que produzem conhecimento científico. Isso expõe de maneira muito intensa um dos mecanismos de funcionamento da ciência.

O Ano Internacional do Planeta Terra

O Ano Internacional do Planeta Terra (AIPT) foi proclamado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2006, com o apoio de 191 países, para ser comemorado no triênio 2007 a 2009, com ênfase no ano de 2008. O AIPT tem por objetivos gerais demonstrar o grande potencial das Ciências da Terra na construção de uma sociedade mais segura, sadia e sustentada, e encorajar essa mesma sociedade a aplicar esse potencial mais eficientemente em seu próprio benefício. As ações do AIPT, conforme o programa originalmente divulgado pela UNESCO, concentram-se em dois focos principais, Ciência e Divulgação, e as atividades relacionadas devem, além de atingir os principais objetivos propostos, levar a sociedade à reflexão sobre várias questões envolvendo riscos e recursos naturais, saúde em relação com o ambiente, além de vários outros aspectos que relacionam as Ciências da Terra e a Sociedade. Na EACH, o programa “AIPT na EACH” desenvolve e apóia várias atividades em 2008, inclusive a publicação desta revista.

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Editorial As mudanças climáticas e a importância da disciplina CN

impacto da ação humana sobre os recursos naturais do planeta atingiu uma condição limite. Uma missão que está reservada aos cidadãos do século XXI é encontrar uma nova maneira de se relacionar com a natureza. O desenvolvimento sustentável é o conceito que sinaliza a preocupação com as futuras gerações e, por esse motivo, o desenvolvimento econômico deve

considerar os possíveis desdobramentos ambientais.

É dever de todos refletir sobre os impactos da ciência e da tecnologia sobre a sociedade e o ambiente. A revista Ciências da Natureza é o resultado dessa reflexão: os alunos das turmas 33, 34, 44 e 53 produziram os 93 textos que compõem esse fascículo. O material consolidado nessa publicação deve ser analisado a partir do ponto de vista didático, apresentando como características principais a valorização da produção intelectual dos alunos ingressantes, bem como a possibilidade de introduzir a análise por pares como estratégia de avaliação durante uma disciplina. Julgamentos sobre a qualidade dos textos e da precisão das informações apresentadas tornam-se menos importantes: cabe lembrar que os autores são recém-chegados ao ambiente acadêmico que, ao longo de 4 anos, dará conta de formá-los com conhecimentos específicos. Certamente, os textos produzidos por esses alunos “autores” no final da sua trajetória na graduação serão de qualidade superior aos aqui apresentados. De qualquer forma, vale a consolidação dos trabalhos dos alunos e fica o convite para a utilização do presente material como subsídio para as disciplinas que o acharem pertinente. Há, nesse documento, um registro das concepções atuais dos alunos ingressantes de 2008 sobre o tema “Mudanças climáticas”.

Boa leitura,

Paulo R. M. Correia

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A fantástica fábrica de poluição

Filipe Soares Romano a e Silvio Luiz Brandão Britts Filho b

aAluno do curso de Ciências da Atividade Física. E- [email protected] bAluno do curso de Ciências da Atividade Física. E- [email protected]

Palavras-Chave: efeito estufa, mudanças climáticas, impactos ambientais.

esde a formação da Revolução Industrial, a concentração de gases do efeito estufa na atmosfera terrestre, vem aumentando através da crescente atividade industrial, principalmente pelo uso dos combustíveis fósseis. Esses combustíveis são fontes de energia não

renováveis e quando queimados liberam uma grande concentração de gases específicos (como CO2) na atmosfera terrestre; o acumulo desses gases impedem que a radiação da superfície seja liberada de volta para o espaço, aprisionando o calor na Terra.

Os gases do efeito estufa, em pequena escala, são de grande necessidade para a manutenção da vida terrestre, pois atuam como um ‘‘cobertor em volta da Terra’’, mantendo o planeta aquecido. Porém, a intensificação do efeito estufa acarreta em grandes impactos ambientais. Devido à queima de carvão (principalmente de dióxido de carbono); a destruição de florestas e atividades que resultem em emissão de metano; com essas atividades o “cobertor” está engrossando. Alguns efeitos das mudanças climáticas são: Aumento da Temperatura média do Planeta; derretimento das geleiras; elevação do nível dos oceanos; mudança no regime de chuvas; intensificações das secas; inundações e furacões; perca da biodiversidade, entre outros.

Um estudo apresentado em 1972 no Clube de Roma apontava os limites do crescimento da população, devido ao fim das reservas mundiais de recursos não-renováveis, o que comprometia a vida do planeta, gerando conflitos e crises inter/intra-regionais, verificando-se a diferença entre os mais ricos e mais pobres.

Atualmente, questões econômicas, sociais e ecológicas são vistas com o objetivo de visar a sustentabilidade, essas discutidas quanto a sua estrutura mundial. Outro aspecto a ser vistoriado é o compromisso com a biosfera, para que as futuras gerações não sejam gravemente afetadas.

O desenvolvimento sustentável é um grande desafio, pois visa suprir as necessidades da geração atual com práticas positivas quanto ao meio-ambiente. A utilização de energias renováveis (como a solar) contribui para descarbonização da matriz energética. Por outro lado, as indústrias resistem a

Seção I A ciência básica das mudanças climáticas

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essas propostas, pois assim perderiam parte de seu mercado e teriam que adotar mudanças radicais no núcleo dos seus negócios.

O Brasil, graças a suas matrizes energéticas, é considerado um país pouco poluente. O representante sul-americano é um forte candidato a cumprir metas de países industrializados (principalmente os europeus), com a criação do Programa Pró-Alcóol que ajudou na redução de emissão de gases poluentes, assim o Brasil deixou de consumir o dobro de gasolina, que somam 15% das emissões em todo país. Essas diminuições devem gerar US$ 200 milhões por ano, contando apenas com o esforço de uma negociação diplomática, chegando a US$3 bilhões, esses recursos serão investidos em tecnologias limpas e modernização da economia brasileira.

Faz-se necessário substituir um pensamento egoísta, dos empresários e destruidores da natureza (como exemplo), que isola e separa; por um pensamento humanitário que distingue e une os povos com o mesmo objetivo (preservação para o próximo). Nessas condições, tanto a ciências humanas quanto a ciências naturais poderão ser articuladas de modo a converter o melhor para todos.

A ação humana e as mudanças climáticas

Daniela Signorini Marcilio a e Denise Renata do Nascimento b

aAluna do curso de Lazer e Turismo. E- [email protected] bAluna do curso de Lazer e Turismo. E- [email protected]

Palavras-Chave: efeito estufa, aquecimento global, Protocolo de Kyoto.

planeta sofre as conseqüências da ação humana sobre a natureza. As mudanças climáticas estão mais presentes e evoluindo depressa, trazendo expectativas não muito positivas.

O que está acontecendo no clima pode ser explicado. O efeito estufa é um fenômeno natural e necessário para reter o calor na superfície da Terra, impedindo que este calor se espalhe para o Universo e, se não existisse, a temperatura em nosso planeta seria -19 °C. O problema está no aumento dos gases estufa, ou seja, de gás carbônico, que retêm cada vez mais calor desencadeando o chamado Aquecimento Global.

Após a Revolução Industrial, houve um aumento do consumo de energias. Primeiramente com o uso de carvão e mais recentemente, com a evolução tecnológica, temos o uso dos combustíveis fósseis. Estes combustíveis derivados do petróleo são liberados em altas quantidades tanto por indústrias, quanto pelos automóveis. O grande aumento da quantidade de gás carbônico na atmosfera a partir dessa revolução vem sendo estudado nos anos 90 pelo IPCC, Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, e os resultados

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indicam que o ser humano tem importante papel na elevação destes gases. Não podemos esquecer que as queimadas liberam altas quantidades de gás carbônico, sendo também responsáveis pela sua elevação.

Devido a essas ações, a temperatura da Terra vem aumentando continuamente desde 1995 e as previsões futuras são catastróficas. Podemos citar a desertificação de savanas, ondas de calor mais intensas, alta pluviosidade em determinadas regiões, aumento de tempestades tropical, falta de água potável e de alimentos, derretimento das calotas polares, interferência na fauna e na flora, dentre outros problemas. A sociedade, a economia e a política são afetadas, pessoas são forçadas a migrar para outras regiões, políticas de sustentabilidade são implantadas e há um debate sobre a gravidade das conseqüências dos efeitos do Aquecimento Global.

Para discutir essas questões, organizações vêm buscando implementar medidas que controlem a liberação destes gases, inclusive nos países desenvolvidos. Isso é um dos objetivos de Protocolo de Kyoto, assinado em 1997 por algumas nações com o intuito de reduzir 5,2 % das emissões até 2012. Determinados países tiveram cotas diferenciadas por estarem em processo de desenvolvimento econômico. O protocolo ainda vem desenvolvendo novos mecanismos para uma redução global dos efeitos deste aquecimento, como o MDL, Mecanismo de Desenvolvimento Limpo em que países em desenvolvimento seriam financiados pelo desenvolvidos, no que se refere a projetos de desenvolvimento sustentável.

Maneiras para amenizar esta situação vêm sendo apresentadas pelo senso comum, e podemos citar o uso de energias renováveis, desenvolvimento sustentável, desenvolvimento de produtos sustentáveis, desenvolvimento de energias limpas através de novas tecnologias. De maneira geral, reduzir as emissões de poluentes através dessas medidas são o objetivo central desses estudos e discussões.

Esperamos que todos os estudos científicos sejam aproveitados e inseridos nas políticas de todos os setores, no que se refere aos países industrializados e aos que ainda estão se industrializando, para mudarmos as futuras previsões negativas que se têm do planeta.

Futuro promete fim de vidas no planeta Terra

Luciana da Costa Braga a e Francine dos Santos Aguiar b

aAluna do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza. E- [email protected] bAluna do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza. E- [email protected]

Palavras-Chave: aumento de temperatura, efeito estufa, mudanças climáticas.

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eteorologistas vêm registrando nos últimos anos , um grande aumento de temperatura em todo o planeta. Esse aquecimento vem ocorrendo devido ao chamado “EFEITO ESTUFA”: - O Sol emite seus raios à Terra em forma de luz. Cerca de 30% dessa

energia luminosa reflete de volta ao espaço por áreas de gelo e neve, que funcionam como refletores naturais. Parte dessa radiação térmica vai para o espaço, mais a maior parte fica retida na atmosfera (camada de proteção da Terra), absorvida por dióxido de carbono (CO2), metano e outros gases. A atmosfera, a terra e as águas dos oceanos, absorvem cerca de 70% dessa radiação, ampliando bruscamente gases poluentes, principalmente o CO2, provocando o aquecimento do planeta.

A temperatura do planeta deveria variar naturalmente devido a produção de CO2 da respiração de plantas e animais, mantendo-se equilibrada, mas graças à intervenção humana isso não ocorre.

O Relatório do IPCC (painel intergovernamental de mudanças climáticas) afirmou que esse aumento de CO2 na atmosfera vem ocorrendo desde a “Revolução Industrial”, com o uso de combustíveis fósseis, o desmatamento e a decomposição de matéria orgânica em aterros, depósitos de lixo, e arrozais, que passaram a liberar uma quantidade imensa de gases que aprisionam calor na atmosfera.

O Efeito Estufa eleva a temperatura média da Terra, podendo causar a diminuição das calotas polares, aumentando o nível das águas marítimas, causando inundações e extinção do ecossistema, e de muitas espécies. As conseqüências de uma mudança climática de tal proporção é catastrófica. A natureza é um ecossistema em equilíbrio, porém a ação do Homem sobre o meio ambiente já foi devastadora demais.

Se o atual ritmo de exploração dos recursos do planeta continuar, não haverá no futuro fontes de água ou de energia, reservas de ar puro, nem terras para a agricultura em quantidade suficiente para a preservação da vida. Em pouco tempo, cerca de vinte ou trinta anos, o derretimento das geleiras provocará grandes inundações e avalanches, seguidos de uma seca, em razão da redução do fluxo dos rios, causando doenças endêmicas à população, dentre outras catástrofes.

Essas constatações devem levar a humanidade a repensar seus conceitos de crescimento e desenvolvimento econômico predatórios, tentando achar vias para que se mantenha o progresso material em harmonia com a preservação do meio ambiente.

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Não basta ler e sentir, é preciso agir!

Bruna Mayara Cremona a e Caio Tadeu de Souza Pascoal b aAluna do curso de Gestão Ambiental. E- [email protected] bAluno do curso de Gestão Ambiental. E- [email protected]

Palavras-Chave: aquecimento global, controvérsias, conscientização.

hegamos a um ponto na discussão sobre o aquecimento global no qual nenhum cientista nega a evidência do aumento na temperatura mundial. No entanto, muito se discute quando se trata da influência humana nesse processo e das ações adequadas para combater as

mudanças que estão ocorrendo no clima.

Entende-se por aquecimento global o resultado da grande quantidade de gases que “seguram” os raios solares na atmosfera ao impedir que estes retornem ao espaço, intensificando o chamado efeito estufa. A concentração normal de tais gases regula a temperatura terrestre, mantendo-a no nível ideal para os seres vivos. Entretanto, em quantidade exagerada é excepcionalmente maléfica.

Sabe-se que anteriormente o planeta passou por períodos de aquecimento e resfriamento alternadamente, e justamente por esse motivo alguns cientistas defendem a idéia de que esta é apenas mais uma alteração climática que independe da ação humana. Porém, existem evidências relevantes: o clima nunca se apresentou tão instável e com temperaturas tão elevadas; o aquecimento anterior foi também devido à alta concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, com a diferença de que foi provocado por gigantescas erupções vulcânicas e não pela queima de combustíveis fósseis, como ocorre atualmente com intensidade.

Além das grandes divergências relacionadas à intervenção humana, outro assunto divide a opinião dos cientistas: qual atitude deve-se tomar para solucionar esse quadro de aquecimento? Uma das propostas se refere à utilização de fontes de energia menos poluentes para reduzir a emissão desses gases (por exemplo, gás carbônico). Outra incentiva o desenvolvimento de tecnologias que permitam a sobrevivência e convívio do homem diante de tais alterações climáticas.

De qualquer forma, a situação climática atual não pode ser revertida, apenas minimizada. E para que isso aconteça é fundamental a conscientização e engajamento de todos nesse processo de luta pela qualidade da vida na Terra, envolvendo desde atitudes mínimas e individuais até decisões em larga escala. Às vezes decisões individuais parecem insignificantes diante do tamanho da Terra e do número da população, porém se todos pensarem dessa forma ao final o que se verá é uma sociedade negligenciando sua própria qualidade de vida.

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A mudança de pequenas ações e hábitos do dia-a-dia, como evitar ao máximo o uso do automóvel e não desperdiçar energia elétrica, é o primeiro passo para preservar o meio ambiente e recuperar o equilíbrio ecológico do planeta. Não se acomode a apenas ler as notícias ou perceber o calor intenso sem tomar alguma decisão. Seja exemplo nessa luta!

As ações humanas e os processos que originaram o aquecimento global

Rafael Viu de Campos a e Daniel Reis Ebbinghaus b

aAluno do curso de Gestão Ambiental. E- [email protected] bAluno do curso de Gestão Ambiental. E- [email protected]

Palavras-Chave: radiação solar, efeito estufa, aquecimento global.

ntes de entrarmos no processo de explicação, é necessário entendermos as relações existentes entre a atmosfera e o solo com a radiação solar, que interligados são responsáveis pelos fenômenos de absorção e reflexão. A absorção consiste em assimilar a radiação

solar e converte-la em calor. A reflexão tem como função refletir a radiação solar fazendo com que ela retorne ao espaço. A radiação solar recebida pela Terra é em formas de ondas curtas (luz ultra violeta, luz visível e comprimentos de ondas infra-vermelha próximas), que é absorvida (aproximadamente 70%) ou re-emitidas (aproximadamente 30%) pela superfície terrestre em forma de ondas longas (infra-vermelha termal, calor). Essa radiação re-emitida se transforma em calor que fica preso na atmosfera, esquentando-a e caracterizando o fenômeno efeito-estufa.

O efeito-estufa é um efeito natural e responsável pela manutenção da temperatura na Terra, mas nos últimos anos, vem sendo aumentado de forma indireta significativamente, fazendo com que a temperatura média do planeta também aumente. Ele consiste no reenvio dos raios infra-vermelhos refletidos pela superfície terrestre, através dos gases estufa CO2, CH4, N2O, CFC’s e HFC’s.

O aumento do efeito estufa deve-se principalmente à grande emissão desses gases estufa na atmosfera. Esse aumento de emissão de gases é gerado, em sua maioria, pela queima de combustíveis fosseis, intimamente relacionada com o grau de industrialização dos países. Historicamente, esse aumento da emissão esta correlacionada com a revolução industrial. Estudos indicam que antes da revolução, a concentração desses gases na atmosfera se mantinha constante e após o acontecimento, houve um aumento de 130% na concentração de CH4 (metano) e de 35% na de CO2 (dióxido de carbono).

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Como principal conseqüência do aumento do efeito estufa, temos o aquecimento global, que, por sua vez, nos trás inúmeras conseqüências:

• Desrregulação e aumento da precipitação;

• Derretimento significativo das geleiras, por conseqüência, elevação no nível dos oceanos;

• Expansão na distribuição de vetores de doenças tropicais devido ao aumento da temperatura;

• Aumento da variação climática;

• Perda da biodiversidade.

Conseqüências gerais como as mencionadas acima podem nos colocar em uma situação não agradável perante aos acontecimentos naturais desastrosos, que de certo modo, afeta a vida como um todo e o bem estas da população mundial, gerando grandes perdas sociais e econômicas. A mudança de comportamento de cada um de nós, juntamente com a mudança de valores, são essências para amenizarmos o aquecimento global.

Progresso da tecnologia e suas conseqüências

João Paulo Kiciolar Campos a e Giovanni Fallico b

aAluno do curso de Sistemas de Informação. E- [email protected] bAluno do curso de Sistemas de Informação. E- [email protected]

Palavras-Chave: tecnologia, mudanças climáticas, combustíveis.

esde o século XIX, com o início da Revolução Industrial, um processo de transformações de determinados setores vem ocorrendo, dentre eles destaca-se a tecnologia o qual a cada dia que passa torna-se um dos fatores influentes em questão as mudanças

climáticas no nosso planeta.

A primeira Revolução Industrial baseou-se na mecanização do trabalho à medida que as empresas buscavam maior lucro. Assim elas tiveram que substituir o trabalho artesanal pelo maquinário, o qual consistia na utilização do carvão como combustível para mover as máquinas à vapor.

Com o passar do tempo, houve a necessidade de um aumento ainda maior da produção, então ocorreu o surgimento de novas tecnologias movidas a máquinas energéticas. Foi ai que surgiu o grande uso do petróleo, que se tornou a principal matriz energética mundial e conseqüentemente tornando-se também uma das maiores fontes poluidoras.

Por parte do homem, ainda hoje está havendo um uso excessivo dessa energia contida nos combustíveis derivados do petróleo, já que são fontes energéticas

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abundantes e baratas, assim acarretando graves mudanças no clima global. Um exemplo dessas mudanças é a precipitação das estações climáticas, visto que agora não vemos mais períodos de verão ou inverno, tudo se tornou mais imprevisível.

Hoje começamos a nos preocupar mais com o mundo, pois percebemos que se não moderarmos ao usar essas fontes só estaremos nos auto-prejudicando, por isso os países começaram a se preocupar em investir em fontes alternativas que diminuem a agressão ao meio ambiente, como por exemplo, o etanol (um combustível renovável).

Mesmo com a validez dos combustíveis renováveis, a quantidade de energia gerada por eles não seria suficiente para gerar a quantidade gerada pelo petróleo, já que precisaríamos usar uma área de plantio maior do que a área das plantações de todo o mundo, ou seja, seria uma alternativa a ser complementada.

No estado em que nos encontramos, precisaríamos que a tecnologia voltasse mais ao lado da preservação do que resta, ou seja, utilizarmos melhor as áreas no qual já há plantio invés de prejudicar ainda mais o meio ambiente no qual vivemos. Só assim seria possível amenizar essas mudanças climáticas que nos afetam.

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O dilema da tecnologia: mocinha ou bandida?

Bruna Luiza Gomes a e Mateus Henrique Araujo Castro b

aAluna do curso de Lazer e Turismo. E- [email protected] bAluno do curso de Lazer e Turismo. E- [email protected]

Palavras-Chave: mudanças climáticas, tecnologia, responsabilidade.

“O mínimo que é cientificamente necessário para combater o aquecimento global excede de muito o máximo que é politicamente viável”

Al Gore

ão é de hoje em dia que o papel desempenhado pela tecnologia como um todo, na vida humana, é debatido e analisado por estudiosos dos mais variados campos do conhecimento. Através de diversos estudos ao longo dos anos, pudemos constatar que a

tecnologia, que hoje está tão presente no nosso dia a dia, é responsável pelo agravamento do quadro do aquecimento global, que está diretamente ligado às mudanças climáticas que estão se manifestando pelo mundo todo.

Se antes a tecnologia era sinônimo de progresso e desenvolvimento, hoje ela é a “causadora” das dores de cabeça do planeta. Ao fundamentarmos os nossos chamados “progressos” em fontes energéticas poluentes e não-renováveis como o petróleo e o carvão mineral, desencadeamos a emissão desenfreada de gases e materiais particulados. Nós nos acomodamos tanto a este padrão tecnológico, que teremos um árduo trabalho para conseguirmos reverter os danos que já começaram a apresentar sintomas alarmantes, a um bom tempo atrás, através das mudanças climáticas.

Além de ser a “grande vilã” de tais alterações, a tecnologia, paradoxalmente, pode se tornar uma das ferramentas fundamentais na reversão desse quadro, através do desenvolvimento de fontes energéticas renováveis ou alternativas, como por exemplo, a eólica, a solar, o biocombustível, o hidrogênio, entre outras. Já nos foi mostrado que, quando utilizada de forma consciente e sustentável, a tecnologia só trouxe benefícios, sem conseqüências negativas, tanto para o ser humano, quanto para o meio ambiente.

Com o desenvolvimento tecnológico alcançado nos dias de hoje, cabe ao ser humano a tarefa de encontrar uma maneira de utilizar essa mesma tecnologia para solucionar o problema que ele próprio criou. É fundamental que tenhamos a exata noção da complexidade dessa questão, que a sociedade se conscientize da importância das decisões em relação aos seus governantes e de

Seção I I Mudanças climáticas e tecnologia

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si própria, visando desenvolver a auto-educação em prol do espaço no qual ela vive, afinal, uma vez destruído, não teremos outra oportunidade de reverter este processo degenerativo do nosso único lar: o Planeta Terra.

O causador é a cura

Carolina Gancev a e Gabriela Lotto b

aAluna do curso de Marketing. E- [email protected] bAluna do curso de Marketing. E- [email protected]

Palavras-Chave: efeito estufa, economia, tecnologia e investimento.

s mudanças climáticas tiveram ênfase após a revolução industrial, em que surgiram inúmeras fabricas e em conseqüência disso, houve o aumento demográfico e econômico. Porem, somente no final do século passado, o meio ambiente e sua degradação vem sendo alvo

de pesquisas e congressos no mundo inteiro. A preocupação com as conseqüências do uso indevido das fontes de matérias-prima naturais é considerável visto que, segundo dados das ultimas pesquisas sobre tais mudanças climáticas, o homem é o maior contribuinte dessa causa que tem como principal conseqüência o aumento do efeito estufa.

Efeito estufa é um processo natural pelo qual o planeta passa para que a temperatura na Terra fique em torno dos 17ºC, tornando possível assim a existência da vida. O uso inapropriado de método de extração das fontes naturais da energia, como o carvão mineral e petróleo, por exemplo, emite gases poluentes (em especial o gás carbônico) na atmosfera. Esses gases, em conjunto com os já existentes devido ao efeito estufa, se acumulam formando uma extensão não só em torno da atmosfera terrestre. Essa camada contribui não só em manter a temperatura na Terra como também no seu aumento, o que torna o ambiente no planeta mais quente causando o derretimento das calotas polares, mudanças drásticas nas estações do ano intensificação nos desastres naturais, além do aumento do nível do mar.

Para tanto, foram necessários anos e anos de emissão do gás carbônico na atmosfera. E, a previsão dos cientistas é que, se não fizermos nada para impedir ou reduzir essas emissões, a vida na Terra chega a extinção e o prazo inversamente proporcional à quantidade de CO2 emitido ao longo dos próximos anos. Entretanto, para que uma redução seja possível, temos primeiro que investir em tecnologia, recursos do qual alguns países, em sua maioria em desenvolvimento, ainda não possuem.

A tecnologia vem para ajudar em dois aspectos. Primeiro, na pesquisa e aprimoramento de meios alternativos de energia, com a eólica, solar, biomassa, todas renováveis e não poluentes. Segundo, na melhoria dos mecanismos emissores de gases, como motores de carros e chaminés de fabricas e ainda, na elaboração de sistemas mais eficientes para coleta e separação de lixo.

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Para tentar diminuir o aumento de emissões dos gases, em 1997, foi criado o Protocolo de Kyoto, cujo objetivo final é a redução dos gases poluentes por parte dos países membros com base nos níveis de tais emissões no ano de 1990. Com a possibilidade dos países não conseguirem alcançar tais metas, criou-se a política de “créditos de carbono”, em que países que alcançaram suas metas e ainda não as ultrapassaram, podem vender os excedentes à países que ainda não atingiram tais metas.

Porém, os países em desenvolvimento, ainda não possuem tecnologia suficiente para que isso ocorra e, em sua maioria, não há interesse por parte dos governos em investir dinheiro nesse tipo de pesquisas. Uma das soluções possíveis para esse problema seria importar tecnologia de países desenvolvidos ou até mesmo a doação de tal tecnologia por parte deles. Porém, importá-la requer investimento financeiro por parte dos menos desenvolvidos e doá-la não fornece nenhum lucro financeiro aos mais desenvolvidos. Portanto, além de todos os problemas ambientais já enfrentados, ainda temos o impasse que impedem a resolução de tais problemas.

Como visto, ainda falta muito investimento por parte dos países desenvolvidos e muito mais em desenvolvimentos. Além de investimentos em pesquisas, falta planejamento para que haja uma melhora no quadro de aquecimento global e, conscientização da população. “Precisamos mudar para uma economia mais segura, acessível, que beneficie trazer a cooperação tecnológica para o coração das discussões formais no mandato de Bali” – Hans Verlme. O planeta precisa se preparar para o inevitável, causado pela própria humanidade.

Ainda há tempo

Drielle Taccola a e Eduardo da Cunha Palácios b

aAluna do curso de Sistemas de Informação. E- [email protected] bAluno do curso de Sistemas de Informação. E- [email protected]

Palavras-Chave: novas tecnologias, conscientização, futuro.

tualmente é fácil ouvir o termo “aquecimento global” porém poucos têm informações suficientes para entender exatamente quais são as principais características dessa ocorrência que vem se intensificando com o tempo, especialmente após a Revolução Industrial, marcando

o início de um processo de transformações em diversas áreas, principalmente na tecnológica e ambiental. Infelizmente, além das melhoras, ela também trouxe alguns problemas que vêm se tornando altamente prejudiciais e cruciais para nosso futuro, as chamadas mudanças climáticas. Elas estão sendo causadas pela intensificação do efeito estufa, um processo que ocorre quando os raios solares são absorvidos pela atmosfera e permanecem nela aumentando a temperatura média do planeta; tudo isso graças ao aumento percentual das emissões de GEE’s (gases do efeito estufa), como o dióxido de carbono (CO2)

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e o metano. Esse aumento é uma das principais conseqüências negativas iniciadas pela Revolução Industrial.

Estamos vivendo em um momento critico: precisamos agir em conjunto para tentar amenizar a situação que nosso planeta se encontra, senão, as conseqüências futuras serão drásticas. Em meio a essa situação encontramos um dilema: apesar de termos tecnologia necessária para reverter esse cenário, teremos tempo para fazê-lo.

É de unânime opinião entre os cientistas que o Brasil dispõe de potencial, conhecimento e tecnologia para fazer uso de energias renováveis, mas a razão dessas medidas não terem sido mais amplamente implementadas, segundo Gilberto Januzzi (professor e pesquisador da Unicamp), é porque “trata-se de uma conjuntura de desenvolvimento econômico que escolheu os combustíveis fósseis como seu eixo principal”. O uso de derivados de petróleo em motores está aumentando a contaminação do ar, gerando uma série de impactos ambientais, tais como o aumento da temperatura média do planeta, elevação do nível oceânico, perda da biodiversidade, entre outros.

Novas tecnologias têm uma importância vital para a redução do uso de combustíveis fósseis. Uma forma de combater o aquecimento global é o seqüestro de carbono já existente na atmosfera. Essa reabsorção é feita através da fotossíntese de plantas e algas. O replantio de florestas é um dos modos de aumentar esse processo. Outra maneira que a Ciência vem pesquisando é intensificar a capacidade de reabsorção de gás carbônico das plantas.

“É possível atender a demanda energética global de maneira limpa e sustentável até 2050 e evitar que o planeta sofra ainda mais com as mudanças climáticas.” Essa é a conclusão do novo relatório da rede WWF, em Gland, na Suíça; o documento indica que as tecnologias disponíveis são suficientes para vencer o aquecimento do planeta, ainda há tempo. Os especialistas estão revisando uma série de fontes de energias renováveis bastante conhecidas, como solar e eólica, e criando outras alternativas, como o caso do álcool derivado da cana-de-açúcar.

Agora o que nos resta é dar inicio a esse processo, fazendo o uso correto e eficaz da tecnologia disponível, vencendo o desafio de minimizar o aquecimento global colocando a preservação do meio ambiente como prioridade em relação ao uso de combustíveis fósseis. Dessa forma, além de uma melhora de vida, teremos a garantia de nosso futuro.

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Ciência: a solução ou o motivo de existência do aquecimento global?

André Gaspar Lorenzini a e Bruna Verônica Meira b

aAluno do curso de Sistemas de Informação. E- [email protected] bAluna do curso de Sistemas de Informação. E- [email protected]

Palavras-Chave: aquecimento global, tecnologia, ciência.

uando falamos de mudanças climáticas, a primeira coisa que nos vem à cabeça é o termo “Aquecimento Global”. E apesar de esta ser uma questão muito mais ampla, isso acontece porque este é o problema mais grave que os cientistas estimam que venha a

acontecer nos próximos anos, em relação ao meio ambiente, e que afetará a humanidade diretamente.

O site www.wikipedia.com.br define “aquecimento global” como:

“A locução aquecimento global refere-se ao aumento da temperatura média dos oceanos e do ar perto da superfície da Terra que se tem verificado nas décadas mais recentes e à possibilidade da sua continuação durante o século atual.”

A ciência ainda não sabe se esta mudança de temperatura se deve a causas naturais ou a ações tomadas pelos homens. No entanto, diversos meteorologistas e climatólogos dizem ter provado que o ser humano atua diretamente neste problema.

Existe um órgão que possui a função de verificar soluções para essas mudanças. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) é composto por representantes de 130 governos para avaliar a mudança climática. Foi criado em 1988. Seu início se deu ao fato de que as ações humanas podem estar afetando ao meio ambiente e às mudanças climáticas.

O IPCC possui modelos climáticos que estimam um aumento de temperatura mundial calculado entre 1,1 e 6,4 ºC entre 1990 e 2100. Apesar de parecer pouco, vários problemas surgiriam se isso realmente acontecesse.

O aquecimento global também se deve a algo muito discutido nos tempos atuais: o efeito estufa. Este fenômeno ocorre pela existência de gases que absorvem as radiações solares, retendo o calor na atmosfera terrestre. Sem isso não existiria vida na Terra, mas até certo ponto. Atualmente, com o excesso de gases sendo liberados pelo homem, através de fábricas, queima de certos materiais, entre outros, a absorção dessa radiação aumentou o suficiente para chamar a atenção dos cientistas e causar diversos problemas no futuro.

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A influência da tecnologia nas mudanças climáticas também é muito discutida hoje em dia. Cientistas afirmam que, a partir dos novos conhecimentos, haverá a possibilidade de mudar o curso do aquecimento global. Outros consideram tais pesquisadores como catastrofistas e que essas informações não prevêem o futuro do planeta.

Com a evolução da ciência e de acordo com as necessidades do homem, a tecnologia fez os bens de consumo se tornarem mais acessíveis, tornando a população ainda mais capitalista. Além do uso abusivo da matéria-prima proveniente da natureza e da poluição do ar e dos rios realizada pelas indústrias. Assim, a emissão de gases estufa, como o CO2, que com as queimadas não é absorvida pelas árvores, cresce contribuindo para o aquecimento global.

Por outro lado, a tecnologia permitiu detectar e prever este aquecimento. Mobilizou órgãos técnicos de governos e ambientalistas, o que tornou o tema presente em diversos países. Graças às pesquisas realizadas, é possível investir em energias alternativas, usando fontes renováveis, desenvolver estudos sobre o combustível do futuro, o biodiesel, e o desafio de atenuar o armazenamento do óxido nitroso (N2O) incorporado pelo solo.

É importante salientar que apesar dos malefícios que a tecnologia pode oferecer, ela surgiu para melhorar as condições de vida do ser humano e seu ambiente. Portanto, ao ser utilizada na ciência, será capaz de desenvolver alternativas que permitam diminuir emissões de gases que atuam diretamente na atmosfera.

Não há como fugir da realidade de que a vida do planeta está em risco. O primeiro passo é reconhecer que a Terra se encontra em uma crise e que devemos buscar diferentes caminhos para resolver este problema. Pesquisas científicas e tecnológicas podem ajudar a achar soluções. Se foi possível prever a catástrofe, também será possível encontrar um modo de resolvê-la.

Tecnologia: de causa à solução do aquecimento global

Bruno Martinez de Oliveira a e Victor dos Santos Resende b

aAluno do curso de Marketing. E- [email protected] bAluno do curso de Marketing. E- [email protected]

Palavras-Chave: tecnologia limpa, aquecimento global, modernização.

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esde a Revolução Industrial, o mundo vem se modernizando e crescendo em um ritmo cada vez mais intenso. No entanto, essa modernização vem sendo feita em detrimento do meio ambiente.

O aumento das áreas destinadas à produção de alimentos, os vários aterros sanitários e a queima de combustíveis fósseis, sendo que os dois últimos estão diretamente ligados à modernização e ao consumo irresponsável, são exemplos de grandes causadores do aquecimento global, um dos problemas ambientais mais discutidos nos dias de hoje.

No entanto, algumas medidas estão sendo adotadas a fim de evitar o aquecimento do planeta. O protocolo de Kyoto é um desses esforços, ele propõe o estabelecimento de metas destinadas à diminuição da emissão dos gases responsáveis pelo efeito estufa (gás carbônico e metano principalmente) aos países que o adotou.

Uma forma de atingir esse objetivo que vem despertando o interesse, em especial dos países ricos, é investir tecnologia limpa em países subdesenvolvidos, uma vez que o custo é muito inferior a tentativas de redução dos gases poluentes em seus próprios territórios.

Um exemplo prático desse tipo de tecnologia são os aterros sanitários que se preocupam com os gases provenientes dos resíduos sólidos, seja transformando-os em energia ou convertendo o metano em gás carbônico, que possui um potencial de aquecimento global vinte e três vezes maior que o primeiro.

Outro uso de tecnologia que minimiza aquecimento do planeta é o Pastoreio Racional Voisin, que consiste basicamente na rotação racional das pastagens destinadas à pecuária, trazendo vários benefícios ao meio ambiente: aumento da produtividade, evitando possíveis desmatamentos de novas áreas; diminuição da emissão de metano pelos animais; e seqüestro de carbono.

Dos problemas que agravam o aquecimento global, a queima de combustíveis fósseis é um dos mais preocupantes. Mas até mesmo para ele podemos encontrar uma solução através da tecnologia. A célula combustível de hidrogênio é uma possível alternativa energética que, apesar de cara, tem a capacidade de gerar energia em abundância sem os malefícios derivados da queima de combustíveis fósseis.

Ao mesmo tempo em que existem tecnologias já em uso, há outras que seriam muito eficientes porem estão apenas em projeto. Um exemplo são as árvores artificiais. Trata-se de equipamentos programados para capturar a maior quantidade possível de gás carbônico da atmosfera. O único problema é que esse tipo de tecnologia tem um alto consumo de energia. Mas seria uma eficaz alternativa, já que cada vez mais o homem se esquece da importância das árvores naturais para o equilíbrio do planeta.

Tendo em vista tantos casos do uso da tecnologia a favor do meio ambiente, podemos verificar que apesar de grande responsável pelo quadro atual do aquecimento global é ela que trará possivelmente a solução para o problema. A mobilização da comunidade científica em busca de novas possibilidades tecnológicas poderá alterar o quadro atual que se mostra alarmante.

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Planeta Terra: ame-o ou deixe-o

Allan Barrach Guerra a e Caroline Mami Komukaib b

aAluno do curso de Sistemas de Informação. E- [email protected] bAluna do curso de Sistemas de Informação. E- [email protected]

pós a Revolução Industrial, fato caracterizado principalmente pelo grande avanço tecnológico, o mundo passou por várias mudanças. Entre a criação de ferrovias e automóveis, surgiram novas fontes de energia, como as hidrelétricas e a derivada do petróleo. Apareceram

também várias indústrias e multinacionais com produções automatizadas em série. Em meio a isso, surge uma nova sociedade, a consumista.

A tecnologia facilitou e melhorou, sim, a vida de todos; porém, o consumo desenfreado e intensivo dessas fontes, como carbono estocado durante milhões de anos em forma de carvão mineral, petróleo, e gás natural, para gerar energia para as indústrias e para os veículos, a rápida destruição e queimadas de florestas, e o crescimento descontrolado da população vem causando muitos impactos no meio ambiente e na natureza, impactos estes que ainda não eram vistos com devida preocupação.

Os danos ao meio ambiente têm sido tão vastos que a vida terrestre fica ameaçada. Somente no último século, a temperatura da Terra aumentou em 0,8ºC. Parece pouco, mas esse aquecimento já está alterando o clima em todo o planeta. Gases como o dióxido de carbono (CO2), o metano e o vapor d’água existem naturalmente em nossa atmosfera, sendo eles os principais agentes que aprisionam parte do calor solar. Esse fenômeno é chamado de Efeito Estufa.

O que tem causado o aumento desse efeito e, por conseguinte, o aquecimento global, é a emissão excessiva de gases estufa, que se mantém na atmosfera e aumenta a temperatura no planeta. A quantidade liberada desse gás tem sido tão grande que nossas florestas e oceanos não estão sendo capazes de absorvê-las.

Em resposta a isso tudo, várias regiões do planeta tem sentido as conseqüências. O derretimento de grandes massas de gelo está aumentando o nível médio do mar, ameaçando as ilhas oceânicas e as zonas costeiras; furacões, tufões e ciclones ficam mais intensos e destrutivos; temperaturas mínimas ficam mais altas, enxurradas e secas mais fortes e regiões com escassez de água, como o semi-árido, viram desertos.

Daqui em diante, ou reduzimos nossas emissões de gases poluentes, fato que foi tratado no Protocolo de Kyoto, ou iremos sofrer com as mudanças climáticas. Existem várias maneiras de reduzir essas emissões. Menos desmatamento, uso de energias renováveis não-convencionais (que não vem de combustíveis fósseis), reciclagem de materiais e eficiência enérgica. Apesar do

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desenvolvimento descontrolado, a tecnologia pode ajudar e muito. Combustíveis fósseis e a hidroeletricidade podem ser substituídos por outros tipos de energia, como solar, a eólica. Existem meios de diminuir a emissão de gases por exemplo em Usinas Termoelétricas, com o reaproveitamento dos gases liberados da queima dos combustíveis, aumentando a eficiência em até 50%.

Agora cabe a nós cobrar de nossos representantes que cumpram o dever deles com o meio ambiente para um futuro melhor para nós e para a próxima geração.

Tecnologia do bem e do mal

Felipe de Sousa Neves Andrade a e Paula Vergaças de Sousa Bandeira b

aAluno do curso de Gestão Ambiental. E- [email protected] bAluna do curso de Gestão Ambiental. E- [email protected]

Palavras-Chave: fonte de energia, explosão populacional, revolução tecnológica.

tecnologia em sua essência não pode ser definida como boa ou má, tudo depende da utilização que daremos a ela e analisando a relação entre ser humano e tecnologia poderemos concluir que ao logo não temos usado nossas criações de maneira consciente. É comum

associar tecnologia com desenvolvimento econômico e humano desde a Revolução Industrial, que foi um marco tratando-se de evolução tecnológica, não nos preocupamos com impactos que emissão de gases, desmatamento para desenvolvimento da pecuária, agricultura e implantação de parques industriais e poluição de corpos de água podem nos causar.

A capacidade do homem de gerar e dominar tecnologias aumentou a produção de alimentos e melhorou a medicina, diminuindo a mortalidade e aumentando a expectativa de vida gerando uma explosão populacional, ou seja, a tecnologia gerou condições favoráveis para a proliferação da espécie humana que se sobressaltou intelectualmente em relação a outras espécies e obteve maior domínio sobre os recursos disponíveis.

Tecnologia gera tecnologia e nos dias atuais o homem necessita cada vez mais de energia para sustentar seu modo de vida o que leva ao esgotamento de fontes energéticas, diminuição de biodiversidade, alterações nos processos biológicos e geoquímicos e mudanças nas paisagens originais. Esses problemas interligam-se e em conjunto causam mudanças climáticas.

Uma das mudanças climáticas em pauta é o aquecimento global que consiste no aumento da temperatura média do planeta, a emissão de dióxido de carbono e metano que são produtos da queima de combustíveis fósseis que é

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uma das principais fontes de obtenção de energia, contribuem para a aceleração desse processo.

Para desacelerar o processo de aquecimento do planeta o homem vem desenvolvendo e implantando tecnologias sustentáveis na produção de energia entre as quais a solar, eólica, biocombustíveis e nuclear, apesar de apresentarem problemas que devem ser analisados, aparecem como alternativa na tentativa de diminuir a emissão de gases na atmosfera.

Do mesmo jeito que a tecnologia é uma das causas das mudanças climáticas pode ser uma solução, trazendo a possibilidade de uma visão diferenciada em relação ao meio ambiente e as conseqüências que uma exploração sem limite pode trazer.

A contradição

Ana Cristina Mitiko Ayta de Castilho a e Fernanda Cordeiro Bico.b

aAluna do curso de Marketing. E- [email protected] bAluna do curso de Sistemas de Informação. E- [email protected]

Palavras-Chave: aquecimento global, meio ambiente, tecnologia.

m ser vivo aprende a viver com os recursos naturais de seu habitat, o ser humano os modifica.

Com a revolução industrial o homem passou a usar a máquina em seu benefício, usando-a em indústrias por ter capacidade de não só

multiplicar a quantidade de produtos como a de diminuir mo tempo de sua fabricação. Até mesmo para seu próprio conforto como a utilização de carros como meio de transporte.

Máquinas para realizarem tarefas precisam de energia, esta obtida a partir da queima de combustíveis fósseis que liberam gás carbônico. Este gás acumula-se na atmosfera, retendo raios infravermelhos providos do Sol, que ao serem refletidos, aumentam a temperatura do planeta. Tal acontecimento é chamado de aquecimento global.

Cientistas relacionaram este aquecimento como causa para diversas mudanças climáticas, entre elas: mudanças nas estações do ano, alteração nas correntes marítimas, aumento na velocidade dos furacões, além do derretimento das calotas polares que pouco a pouco elevam o nível dos oceanos.

Preocupados, estes cientistas buscaram formas para reverter esta situação. Combustíveis fósseis, como o petróleo, além de causarem sérios danos ambientais, demoram anos para serem formados e são fontes de energia não renováveis. Portanto, recorreu-se à formas de energia alternativas, como o etanol, que poderia substituir estes combustíveis, sendo renovável e não prejudicial ao meio ambiente. Além disso, várias conferências foram realizadas

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entre países para a diminuição da emissão de gases poluentes ao meio ambiente. Mas, até o atual momento nada do que se foi feito gerou grandes resultados para a melhoria da situação.

A regra é: um ser vivo aprende a viver com os recursos naturais de seu habitat, o ser humano os modifica. O homem é uma exceção à regra, pois com seu desenvolvimento ele foi contra a ordem natural dos acontecimentos, ao usar sua inteligência desenvolveu diversas formas de tecnologia que não só contribuíram em situações cotidianas como acabaram por prejudicar seu habitat natural, que até as atuais descobertas é o único ambiente em que este ser pode sobreviver.

O ser humano não só prejudicou a si mesmo como suas atitudes influenciaram em outras formas de vida no planeta. O aumento da temperatura gerou conseqüências irreversíveis como a mudança da extinção natural, sendo que muitas espécies de animais já foram extintas ou correm o perigo de extinção. Um urso morre afogado no Pólo Norte porque você ajudou a poluir a atmosfera aqui no Brasil.

Tecnologia e o futuro

Eduardo Gouveia de Oliveira a e Fernando Vicente Peres..b

aAluno do curso de Sistemas de Informação. E- [email protected] bAluno do curso de Sistemas de Informação. E- [email protected]

Palavras-Chave: tecnologia, clima, ação antropológica.

á, com certeza, grandes relações de causa e efeito coletadas á mudanças climáticas e tecnologias, tanto positivamente, quanto negativamente.

Constantemente ouvimos que a maior causa do aumento da temperatura é a ação antropológica em diversos aspectos poluidores, contudo, se tratando de novas tecnologias, como deve haver tal processo inovador sem grandes prejuízos ambientais?

Inúmeras áreas do estudo vêm apresentando inovações tecnológicas para conter esse fato, que está se aproximando do seu limite, e também acordos e protocolos vêm sendo assinados entre países para que haja a diminuição na emissão de gases estufa na atmosfera, que são liberados por motores á combustão, usados em fábricas e veículos, principalmente, e é a principal causa desse problema.

Um exemplo de desenvolvimento mais eficaz, no que diz respeito à poluição, é o que acontece no Brasil, em Nova Iguaçu. A central de tratamento de resíduos dessa região implantará um sistema inovador que transforma o gás metano produzidos por 3 mil toneladas diárias que o aterro recebe de lixo, em energia elétrica. Com essa nova tecnologia o aterro recebe de lixo será capaz de

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gerar 10 megawatts, que são suficientes para abastecer uma cidade de 1 milhão de habitantes.

Outro exemplo é à procura de variedades energéticas menos poluidoras para movimentação de veículos. Hoje a frota de veículos passa dos 6 milhões apenas na cidade e São Paulo, o que torna a importância dos estudos dobrada. Há diversas pesquisas e protótipos de veículos movidos por energia solar, porém as células fotovoltaicas, que absorvem e transformam a energia solar, ainda são muito caras e existe ainda o problema e área de contato, que deve ser muito grande, tornando veículos em enormes máquinas.

As opções mais viáveis para combustíveis alternativos limpos são o gás natural e o etanol. O uso do gás já é uma realidade, sendo muito menos poluidor que outros derivados do petróleo, contudo também é uma fonte não renovável. Já o etanol é uma fonte renovável cíclica que não incrementa gás carbônico na atmosfera, pois o plantio da cana absorve o que será liberado, formando assim, um ciclo de utilização do mesmo carbono. O Brasil é grande contribuidor nas pesquisas e desenvolvimento do etanol vindo da cana-de-açúcar.

Por fim, a ação aquecedora dos gases estufa é propiciada pela prisão de raios infravermelhos. Os raios entram na atmosfera vindos do sol, são refletidos pela Terra e tendem a voltar ao espaço, porém tais gases impedem a passagem dos raios, aprisionando-os e causando o aumento da temperatura. Isso se dá pela organização espacial de gases estufa que causam a reflexão dos raios. Tal aumento de temperatura propicia efeitos já conhecidos como, a extinção de espécies, aumento de vetores de doenças, aumento do nível dos oceanos e derretimento de calotas polares.

A tecnologia, portanto, traz progresso, contudo é necessário que o progresso não prejudique, ou seja, o máximo ameno ao meio ambiente e conseqüentemente à gerações futuras.

Tecnologia e atitude, o futuro do planeta

Elton Yukio Kitadani Odaguil a e Guilherme Torcioni Nunes..b

aAluno do curso de Sistemas de Informação. E- [email protected] bAluno do curso de Sistemas de Informação. E- [email protected]

Palavras-Chave: energias renováveis, bicombustível, aquecimento global.

udo começou a partir da Revolução Industrial, novas tecnologias foram implantadas para abastecer veículos, aquecer casas, produzir e vender produtos, e gerar energia. Alguns países se desenvolveram antes do que outros e, atualmente, essa diferença está no nível de

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emissão de gases poluentes, entre eles o mais importante é o dióxido de carbono (CO2).

Os gases poluentes, de forma abundante na Terra, prejudicam os seres humanos e coloca em risco a vida das próximas gerações. A temperatura irá aumentar a cada ano, reduzindo as coberturas de neve e geleiras, o que faz com que a média global do nível do mar aumente em ritmo cada vez mais acelerado. Os efeitos podem ser facilmente notados, o mar avançando sobre as praias, as enchentes e ondas de calor, o aumento de ciclones tropicais no Atlântico Norte, são alguns exemplos que estão acontecendo em nosso cotidiano.

Uma das maiores preocupações com o aquecimento global é na questão do aumento do nível do mar, segundo o Ministério do Meio Ambiente, até o fim deste século, aproximadamente 42 milhões de pessoas que habitam o litoral do Brasil podem ser afetadas com esse problema. Devido ao calor excessivo, doenças como febre amarela, malária e dengue podem vir a aumentar, e a Amazônia pode ter sua temperatura aumentada em até 8ºC e ficar com uma vegetação semelhante ao do cerrado.

A tecnologia surgiu criando uma nova época ciente de que os resultados poderiam ser desastrosos para o meio ambiente, ainda assim, continuou a se desenvolver deliberadamente, sem os cuidados que agora são essenciais para uma era de sustentabilidade.

Hoje, corremos atrás do que poderia ter sido evitado, cada indivíduo tem a responsabilidade de reduzir a emissão de gases prejudiciais com mudanças no estilo de vida.

O Brasil se destaca nesse meio com a produção de etanol e biodiesel. O desafio da questão do etanol é que apenas um terço da cana-de-açúcar é utilizada na produção de açúcar e do álcool combustível. Para mudar esse cenário deseja-se utilizar também a celulose que é descartada na colheita, aumentando assim a produtividade sem aumentar a área de plantio. Uma recomendação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) é a adoção do plantio direto nas lavouras que mantém o carbono imobilizado no tecido vegetal, tendo assim um seqüestro de carbono.

Os sistemas de transporte público em muitos países são precários, portanto muitos dependem de seus carros. Em São Paulo, estão sendo feitos programas que beneficiam o usuário de metrô, ônibus e trem nos finais de semana (bilhete lazer – BLA), porque nos sábados estão acontecendo congestionamentos como acontecem durante os dias úteis.

A fonte de energia da maioria dos veículos é o petróleo, que polui mais do que o álcool, obtido da cana-de-açúcar ou do milho. O Brasil tem vastas áreas para o plantio de cana, agricultura moderna e competitiva e tradição na produção de álcool. Por causa disso, os carros com bicombustível estão ganhando mais mercado, o consumidor pode calcular qual o combustível mais econômico e optando pelo álcool ele contribui para um menor agravamento do efeito estufa.

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Muitos motoristas estão escolhendo, também, o kit GNV, gás natural veicular. A maior vantagem dos GNVs é o fato deles reduzirem as emissões de gases prejudiciais ao meio ambiente: 33% da emissão dos diversos óxidos de nitrogênio e 50% dos hidrocarbonetos reativos quando comparados aos veículos movidos a gasolina. Em média, os custos de abastecimento com o gás natural são 1/3 menores do que os de gasolina. No Brasil, um carro com GNV tem descontos no pagamento do IPVA do carro, Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores.

A montadora Toyota desenvolveu o sistema HSD em 1997, que em inglês é Hybrid Synergy Drive, o carro é constituído por dois motores, um a gasolina e outro a eletricidade, possui uma bateria que é recarregada através do alternador enquanto circula a gasolina. A Toyota afirma que conseguiu reduzir de 89% as emissões libertadas, comparando ao veículo a gasolina. Atualmente, outras montadoras já utilizam a mesma tecnologia e estão sendo desenvolvidos carros movidos a gasolina auxiliado por hidrogênio, e carros híbridos que carregam na tomada, além de pesquisas sobre outras fontes que são renováveis, que podem gerar performance, economia e baixas emissões de CO2.

O Brasil e o mundo caminhando juntos podem reverter esse quadro que atinge o planeta, devemos mudar nossa forma de agir e gastar os recursos da natureza. Com estudos, novas tecnologias e uma nova forma de educação nós podemos ajudar nosso planeta a se manter vivo. O primeiro passo parece já está sendo tomado, a conscientização.

Mudanças climáticas e doenças infecciosas endêmicas

Sérgio Noronha da Silva Jr a e Paola Danielle Ferrete..b

aAluno do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza. E- [email protected] bAluna do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza. E- [email protected]

Palavras-Chave: mudança climática, efeito estufa, dengue.

efeito estufa nada mais é que um efeito natural que através de gases como CO2, CH4 e NO2 permitem que a superfície da terra mantenha uma temperatura média sem grandes oscilações, porém com a Revolução Industrial em meados do século XVIII, ocorreu

um grande impacto social devido à evolução tecnológica e o começo de uma grande alteração negativa ao meio ambiente, juntamente com o crescimento populacional e econômico.

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Com o passar dos anos as inovações tecnológicas evoluíram, principalmente na criação de motorização e conseqüentemente ocorreu às crescentes emissões de gases do efeito estufa que são subprodutos da queima de combustíveis fósseis e da madeira, e assim uma boa parte do calor que seria refletido para o espaço é enviado de volta para Terra ocasionando nas mudanças climáticas.

As Mudanças climáticas se dão pela alteração da temperatura proveniente destes gases, entretanto o que era um efeito natural e benéfico se torna um desastre ambiental e uma grande ameaça ao homem. Entre vários problemas podemos citar o derretimento de geleiras, oscilações de temperatura, degradação do solo, perda de biodiversidade entre outros que de forma direta ou indireta, contribui para o aumento de doenças.

Em nível mundial, segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) estudos realizados em 2005 estimaram que as mudanças no clima contribuem para a morte de 150.000 pessoas naquele ano, enquanto 05 milhões ficaram doentes. Já no território brasileiro, um dos fatores mais preocupantes são as proliferações de vetores transmissores de doenças infecciosas, tais como dengue, malária e leishmaniose que estão diretamente relacionadas com as alterações dos ciclos naturais que favorece tanto o aumento como a diminuição da temperatura, da umidade e do regime de chuvas provocando inundações e secas constantes aliadas com desmatamento.

Em conseqüências temos os surtos destas doenças e se analisarmos pelas situações – problemas o Brasil não teria recursos imediatos sobre os serviços de saúde para atender uma grande demanda de pessoas infectadas, um exemplo é o último surto de dengue ocorrido no Rio de Janeiro onde foram registradas 41,9 mil pessoas infectadas e 54 mortes confirmadas pelas autoridades de saúde, sendo sua maioria crianças e adolescentes. As filas de espera eram de aproximadamente 6 horas o que contribui para o agravamento da doença que por sua vez está matando em um ritmo cinco vezes maior. (Segundo a Revista Carta na escola ed.26 de Maio 2008) e também vale ressaltar que esta variedade de vírus estava ausente na região desde a década de 90.

A dengue é transmitida pela picada do mosquito Aedes Aegypti e Aedes Albopictus que habita as regiões de clima tropical nas proximidades de dentro de áreas urbanizadas. Proliferam – se em águas relativamente limpa acumulada em vasos, pneus velhos e até em plantas como as bromélias.

Por isso, o Brasil se encontra em uma situação de vulnerabilidade que precisa ser modificada antes que maiores impactos decorrentes da alteração do clima ocorram e piore ainda mais a situação, uma vez que já está comprovado através de casos ocorridos, o agravamento de doenças infecciosas endêmicas e a carência dos órgãos públicos.

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Brasil, o que é feito para deter o desmatamento?

Cláudia Andréia Bállico Charro a e Edir Cabral Santana.b

aAluna do curso de Sistemas de Informação. E- [email protected] bAluno do curso de Sistemas de Informação. E- [email protected]

Palavras-Chave: desmatamento, efeito estufa, Amazônia.

om o gás carbônico e outros gases lançados em grande quantidade, a atmosfera ficou mais espessa, retendo calor e intensificando o efeito estufa. O efeito estufa é a “ação que certos gases exercem sobre as radiações do calor da Terra, interceptando-as e transmitindo-as de

volta à superfície” (VESENTINI; 2000). Este é um fenômeno natural que ajuda a manter a temperatura e a vida no planeta. O problema se encontra no fato da intensificação artificial desse fenômeno, desde a Revolução Industrial, ter aumentado demasiadamente a temperatura.

De acordo com dados divulgados em 2004 pelo Carbon Dioxide Information Analysis Center, o Brasil está na 16º posição no ranking mundial dos países que mais emitem dióxido de carbono (CO2) na Atmosfera. Porém, este número considera apenas a queima de combustíveis fósseis que representa cerca de 25% das emissões do país. Se for contabilizada a devastação ambiental (cerca de 70% das emissões) o Brasil configura-se como o quarto maior emissor mundial.

A proposta brasileira durante o Protocolo de Quioto considera que a avaliação das emissões anuais por cada país é importante para dimensionar e controlar as emissões de CO2, assim como compreender a evolução futura. Mas, as emissões anuais de gases não representam a responsabilidade real dos países, é importante considerar a acumulação histórica e o aumento da temperatura média da superfície terrestre daí resultante.

Dessa forma, com o Brasil já figurando-se entre os países que contribuem significativamente para o aquecimento global, é preciso que medidas urgentes sejam tomadas, especialmente através de políticas públicas. Segundo uma projeção da EIA (Energy Information Administration – Us Dept of Energy) de 2003 a 2030 o Brasil terá aumentado em cerca de 75% a emissão de CO2 na atmosfera. Assim, faz-se urgente, além da conscientização individual, políticas severas que busquem preservar a possibilidade de vida das futuras gerações.

Dado o cenário brasileiro, as políticas na área da preservação, uso sustentável e recuperação das florestas são importantes e urgentes. Essas políticas objetivam a regulamentação desde a concessão para a utilização dos recursos naturais até incentivos econômicos para iniciativas que promovam a preservação e/ou recuperação das florestas. Porém, devido à grande diversidade de agentes provocadores do desmatamento e a vastidão das áreas florestais a serem

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fiscalizadas, para que seja garantido o cumprimento das determinações legais, é necessário um monitoramento efetivos dessas regiões. Com esse intuito foi criado o DETER (Detecção de Desmatamento em Tempo Real), que permite um acompanhamento das áreas que estão sofrendo desmatamento, e possibilita à sociedade e aos órgãos competentes avaliarem a aplicação de planos de ação.

Segundo dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) os dados do acompanhamento do DETER demonstram que já há uma queda significativa das áreas desmatadas na Amazônia Legal (cerca de 80% em Março de 2008). Além disso, quando utilizado para promover a rápida fiscalização e ação de combate ao desmatamento, a tecnologia representada pelo sistema DETER constitui-se uma importante ferramenta.

Assim com ações que integrem a Polícia Federal, o IBAMA, a Força Nacional de Segurança e a sociedade civil, a tecnologia pode orientar a fiscalização e proporcionar ações rápidas. Portanto, junto com os aparatos tecnológicos, é importante que a legislação estabeleça diretrizes energéticas par a ação desses órgãos e que a sociedade fique atenta para denunciar e não colaborar com o desmatamento, seja ativamente ou passivamente, como faz ao consumir produtos provenientes de ações ilegais.

Referência

VESENTINI, J. William, Sociedade e Espaço. Geografia Geral e do Brasil. Editora Ática: 2000.

Uma reflexão sobre a cultura da tecnologia e do consumo

Flávia Gonzaga Gomes a e Luci Tiemi Miyano.b

aAluna do curso de Têxtil e Moda. E- [email protected] bAluna do curso de Têxtil e Moda. E- [email protected]

Palavras-Chave: biocombustíveis, dióxido de carbono, consumo.

o inicio de 2007, o IPCC publicou um relatório sobre as conseqüências das mudanças climáticas no globo até o final do século XXI. E pela previsão poderá ocorrer além do aumento da temperatura; derretimento de geleiras, seca e desequilíbrio no

ecossistema, etc.

Embora alguns pesquisadores acreditem que a elevação da temperatura seja resultado da própria dinâmica climática do planeta, é grande o número de

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especialistas que reconhecem que as emissões de gases-estufa aceleram as mudanças climáticas globais.

Desde a Revolução Industrial, a tecnologia tem sido usada para aumentar a produtividade e melhorar a produção para atender a demanda do consumo. E também desde essa época, começou a haver o aumento da concentração de dióxido de carbono na atmosfera, que é o principal agente das mudanças climáticas, e provém da queima de combustíveis fósseis que são a energia utilizada peles máquinas e automóveis.

Como conseqüência temos acumulado na atmosfera, um alto nível de dióxido de carbono, que já não é mais suficientemente absorvido e, portanto, permanecerá na atmosfera por muitos anos, além de que seus efeitos serão sentidos em áreas bastante abrangentes, devido ao transporte feito pelas correntes de ar. Outro problema, é que o dióxido de carbono é absorvido pelas árvores, mas está havendo um grande desmatamento, principalmente na Floresta Amazônica, onde as árvores são geralmente cortadas para virarem matéria-prima contrabandeada da indústria e a área é utilizada para virar plantação, muitas vezes, de soja que é adaptável a diferentes solos e é um produto em alta no mercado.

Mas felizmente, algo tem sido feito para amenizar a emissão de dióxido de carbono. Com a preocupação ambiental que surgiu nos últimos anos, a tecnologia vem sendo utilizada para desenvolver novas fontes de energias “limpas”, como os biocombustíveis.

Produzidos a partir da cana - de- açúcar, do milho e de outros vegetais, o biocombustível é a grande promessa para o futuro, já que boa parte do dióxido de carbono é emitida pelos automóveis e a utilização destes só tende a aumentar; pelo menos haverá um consumo mais ecológico e porque não, mais promissor para países sem desenvolvimento como o Brasil, que pode se tornar um dos grandes produtores de biocombustível, e também uma das nações que mais incentivam outros países em pobres a produzirem o biocombustível como forma de se inserirem no contexto econômico mundial. Vale lembrar que os países em desenvolvimento, apesar de não serem os maiores emissores de gases-estufa, serão os mais prejudicados pelas mudanças climáticas, tanto pela falta de estrutura financeira para se proteger dos efeitos.

Outro fator importante é que as grandes nações industrializadas se comprometam em cumprir o Protocolo de Kioto, diminuindo a emissão de gases poluentes.

Mesmo que a produção não possa diminuir e que a cultura do consumo excessivo já esteja estabelecida na maior parte das sociedades do mundo, a consciência em preservar um cenário prospero à vida na Terra tem que se tornar uma prioridade daqui pra frente, pois os efeitos das mudanças climáticas no mundo são capazes de comprometer diretamente a saúde e a qualidade de vida na Terra.

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Indústria x Meio ambiente

Cinthia Costa Ponce a e Milena Telles b

aAluna do curso de Gerontologia. E- [email protected] bAluna do curso de Gerontologia. E- [email protected]

Palavras-Chave: consciência, homem, meio ambiente.

natureza com sua complexidade, garante sua existência por meio de um ciclo reciclável. Nesse ciclo, ocorre a reciclagem de materiais orgânicos, formando combustíveis fósseis no subsolo e possibilitando a reabsorção de nutrientes pelo meio ambiente. Porém

o homem, com sua racionalidade, extrai esses combustíveis para seu proveito, prejudicando a natureza, pois ela é incapaz de renovar rapidamente materiais já decompostos por ela, o que gera grandes mudanças ambientais.

A sociedade atual prega como solução para as mudanças ambientais e climáticas, conceitos como o “faça sua parte” e “tenha consciência ambiental”. No entanto, esses conceitos de incentivo a conscientização individual são insuficientes, pois os que mais agridem o meio ambiente com dejetos e poluentes são as grandes indústrias capitalistas.

Por exemplo, a indústria a carvão da China pode ser considerada responsável por mais de um quarto do “Smog” (nuvem de poluentes que fica em cima das cidades) que ocorre na Califórnia. Porém, de acordo com o Protocolo de Kyoto, a China por ser um país em desenvolvimento, não precisa reduzir drasticamente seus índices de poluição.

A cada ação humana o meio ambiente apresenta uma reação, por isso, hoje as sociedades enfrentam conseqüências desastrosas como furacões, inundações, secas e terremotos.

De alguma forma, a própria sociedade capitalista incentiva as práticas prejudiciais ao meio ambiente, por meio do consumismo e de excessos, como sabemos, por exemplo, dos excessos de embalagens de empresas alimentícias que utilizam, muitas vezes plástico, elemento esse que em aterro sanitários sofrem um processo muito longo de decomposição. Outro fator prejudicial é a própria consciência humana, voltada principalmente para interesses individuais. A utilização da água é um exemplo dessa “política de interesses” humana. O homem precisa da água para sua sobrevivência e, mesmo assim, a utiliza de maneira inadequada com desperdícios e falta de cuidado com as suas reservas.

Os fatos citados acima, não excluem a possibilidade de haver equilíbrio entre a manutenção da natureza e a sobrevivência do homem. Pois a junção de práticas individuais e a ação conjunta da sociedade contra os abusos das

Seção I I I Mudanças climáticas e educação ambiental

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indústrias capitalista, resultariam nesse equilíbrio. Práticas pequenas tornam-se maiores quando unidas no contexto coletivo.

Um exemplo de sucesso de práticas da sociedade a favor do meio ambiente, que trabalha em coletivo pensando no benefício para todos, são as ONG’s não governamentais e os protestos de pequenos grupos com intuito de preservar a natureza. É o caso da organização Greenpeace que vem conquistando atenção no meio publicitário, pelo mundo todo, para questões ambientais urgentes e do desenvolvimento sustentável com protestos e manifestações, buscando a sensibilização da opinião pública, confrontando e constrangendo aqueles promovem agressões ao meio ambiente.

Poucas pessoas sabem o que podem realizar diante dessa problemática. Talvez a expressão “Faça sua parte” não esteja de tudo equivocada, pois ela expressa os deveres que cada pessoa deve realizar em suas casas, porém os maiores causadores da poluição mundial, os que causam danos à natureza, deveriam ser o principal alvo para que as mudanças ocorressem, e não apenas uma pequena parte da população mundial, já conscientizada, que para alcançar seus objetivos devem se juntar com pessoas que possuem as mesmas preocupações, visando maiores resultados. O projeto de ONG’s, como o Greenpeace ajuda na melhoria da educação ambiental das grandes empresas, devido a má publicidade que pode prejudicá-los, porém ainda é pouco para tantas mudanças que ainda devem ser realizadas.

O meio ambiente e conscientização

Ana Maria Guedes Moreira Reis a e Daiane de Oliveira Fontes b

aAluna do curso de Gerontologia. E- [email protected] bAluna do curso de Gerontologia. E- [email protected]

Palavras-Chave: natureza, educação ambiental, degradação.

educação ambiental se constitui numa forma abrangente de educação, buscando infiltrar nos cidadãos, uma consciência crítica sobre os problemas ambientais.

O homem retira da natureza os elementos essenciais à sua subsistência e ao mesmo tempo a modifica. E essas modificações muitas vezes são prejudiciais ao meio ambiente, causando calor fora de época, alterações da estação chuvosa, descarga de poluentes na água e no solo, sempre repletos de resíduos humanos e industriais, que se acumulam rapidamente, pois a maioria não são biodegradáveis. Todos esses fatores são muitas vezes responsáveis pela mudança climática presente hoje na natureza.

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É relevante o quanto se fala sobre o meio ambiente e em contraposição é inegável que nunca se degradou tanto, esquecendo que a Terra tem capacidade limitada para sustentar a humanidade e esta capacidade esta diminuindo irreversivelmente em inúmeras regiões.

A responsabilidade de viver o presente não esquecendo o futuro requer que pessoas e empresas se unam para que todos tenham uma conscientização ambiental.

As mudanças climáticas são um grito de socorro por parte da natureza para que o homem se conscientize, como por exemplo a ação de empresas que aderiram ao desenvolvimento sustentável como forma de manter a produção, causando o menor impacto possível ao meio ambiente. Outra atitude viável é substituir a tecnologia que degrada a natureza, por uma alternativa ecológica.

Os recursos naturais devem ser utilizados racionalmente por todos os seres humanos e a biosfera ser compreendida e respeitada, pois o progresso e o bem estar da humanidade não são incompatíveis com a adoção de medidas de proteção ambiental.

Incutindo na consciência das pessoas, tanto no poder civil, estatal e empresarial a importância de cuidar e preservar o meio ambiente, poderemos contar com ele por muitas gerações, pois a natureza não pode continuar sendo considerada uma fonte inesgotável de bens.

Vai de carro ou vai de trem? Chuva ácida como conseqüência da poluição nossa de cada dia

Gabriela Macedo Hugues a e Leonor Ramos Pinheiro b

aAluna do curso de Obstetrícia. E- [email protected] bAluna do curso de Obstetrícia. E- [email protected]

Palavras-Chave: poluição, chuva ácida, ecossistema.

uito se discute hoje em dia sobre as mudanças climáticas e suas conseqüências para a vida da população e do planeta Terra. Muito também tem sido feito (ou pelo menos tentado) para que a Terra não entre em colapso com as mudanças climáticas geradas por esta

intrincada relação entre economia, desenvolvimento, industrialização, tecnologia e meio ambiente. É utópico pensar que toda uma população de mães vai voltar a usar fraldas de algodão em seus bebês pra salvar o planeta Terra! Assim como também é utópico pensar que um aluno da EACH que tem carro e vive na Zona Sul de SP vai deixar seu carro na garagem, pegar ônibus e

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trem lotados pra chegar a seu destino porque a emissão de poluentes de seu carro gera chuva ácida que tem efeitos em vários ecossistemas. Apesar de ser uma questão a ser pensada e ajudada por todos, do cidadão comum ao Estado, passando pelas indústrias, acreditamos que seja algo que deva realmente começar de cima para baixo. Governos unidos pela questão ambiental, descrevendo normas e colocando regras de produção em seus países de forma unificada. Unificada porque se um país deixa que a produção industrial corra solta, as indústrias simplesmente se mudarão para este país onde as leis são mais brandas, mas isto é assunto para outro dia...

Surgiu então o Tratado de Quioto, que tem como objetivo redução e controle de gases que causam o efeito estufa em aproximadamente 5% abaixo dos níveis registrados em 1990. De acordo com o Ministério de Ciência e Tecnologia, a Carta de Ratificação do Protocolo de Quioto foi assinada por 141 países, à exceção de EUA, que é 2ª maior nação emissora de gases poluentes, tendo sido ultrapassada pela China recentemente. Em dezembro de 2007, o último país a ratificá-lo foi a Austrália, responsável por apenas 2% das emissões de gases no mundo, mas é um importante exportador de carvão, uma das fontes de energia que mais contribuem para o aquecimento global.

Uma conseqüência da poluição industrial e automotora que atinge de modo silencioso vários ecossistemas e a vida da população é a chuva ácida. Ela não é um fenômeno recente, ninguém se dá conta no dia-a-dia, ninguém a vê, a água não fica mais ácida em termos gustatórios, nem perigosa para banho, mas ela pode aumentar a incidência de doenças respiratórias na população, influenciar na diminuição da colheita de alimentos, corroer monumentos históricos, contaminar águas que abastecem as cidades e a inviabilizar como água potável, além de também afetar o gado cuja carne pode se tornar inviável para o consumo.

O termo "chuva" ácida significa precipitação de componentes ácidos encontrados em chuvas, neves, neblinas ou partículas secas. O termo mais preciso seria precipitação ácida, já que a chuva "limpa" tem um pH levemente ácido de porque o H2O + CO2 reagem formando ácido carbônico, que é um ácido fraco e útil ao ecossistema, pois participa do processo químico de formação dos solos argilosos. A maior acidez na chuva vem da reação de óxidos de enxofre e óxidos de nitrogênio com a água no ar formando ácidos fortes (ácido sulfúrico - H2SO4 - e ácido nítrico - HNO3). Os seus efeitos podem ser notados na pesca, na cadeia alimentar, na vegetação e na saúde dos seres humanos e de animais. Na pesca, as gotas contendo os contaminantes são tóxicas para os peixes, principalmente os pequenos e jovens. A permanência desta acidez por um longo período os leva à esterilidade. Na cadeia alimentar, ela pode causar sérios problemas a diversos animais e plantas. Por exemplo, ela pode fazer com que o fitoplâncton nos lagos morra. Os insetos que se alimentam dele começam a morrer por pouca oferta de comida. Estes insetos são alimento para outros animais como peixes, pássaros, sapos. Com a morte dos insetos, há menos oferta de alimento a estes animais. Este processo vai subindo e atinge todos os níveis tróficos. Apesar não afetar certas espécies de plantas ou animais diretamente, a chuva ácida pode afetar toda a cadeia, limitando o número de organismos que podem existir no ecossistema,

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gerando impacto ambiental. Na vegetação, embora as folhas das plantas sejam capazes de assimilar sulfatos, nitratos e outras espécies solúveis em água, a concentração de íons de hidrogênio livres na precipitação ácida é o que pode causar os efeitos diretos e prejudiciais na vegetação. E na saúde, seu prejuízo não é direto. Como já citamos, nadar num lago “ácido” não causará danos à saúde, mas os poluentes que causam esta acidez sim, danificam a saúde humana. Estes gases interagem na atmosfera e formam partículas finas de sulfato e nitrato que podem se transportar por longas distâncias pelos ventos e serem inaladas nos pulmões dos seres humanos, causando asma e bronquite, além de aumento de alergia, resfriados, tosses. Além disto, os metais tóxicos como alumínio e mercúrio podem ser lançados no meio-ambiente pela acidificação das terras e atingir as águas potáveis, colheitas e peixes que serão ingeridos pelo ser humano. Em grandes quantidades, podem ter efeitos tóxicos à saúde humana e dos animais em geral. Estudos indicam que há uma forte correlação entre a quantidade de alumínio no corpo e o mal de Alzheimer.

É indubitavelmente uma tarefa árdua, uma tarefa de todos. Negar os benefícios da industrialização, da modernidade e da tecnologia é impensável. A grande maioria da população não vai abrir mão dos benefícios tecnológicos, nem se sacrificar no dia-a-dia, seja usando transporte público ou utilizando fraldas de algodão. Mas a idéia de continuarmos a nos desenvolver como País, como Nação e como Planeta é atraente a toda a população. Com investimento correto, com o uso da tecnologia a favor do desenvolvimento sustentado poderemos chegar ao dia em que pegar um ônibus e um trem não será um sacrifício, apenas uma opção.

Uma verdade inconsistente

Miriam Tiemi Costa Takitow a e Thiago Felipe Nóbrega b

aAluna do curso de Têxtil e Moda. E- [email protected] bAluno do curso de Têxtil e Moda. E- [email protected]

Palavras-Chave: impacto ambiental, vestuário, conscientização.

homem em suas atividades diárias produz diversas conseqüências. Na maioria das vezes sem perceber toma práticas que danificam o meio ambiente, e em muitas delas não sabe como proceder diante de determinadas situações. Por isso a educação ambiental se faz

necessária para conscientizar.

Antes não havia uma preocupação, o termo “impacto ambiental” não fazia parte do vocabulário trivial, como ocorre hoje em dia. O ser humano e as indústrias desfrutavam da capacidade de exploração dos recursos, visando apenas lucro. A noção de poluição e de suas conseqüências surgiu quando observaram que, de uma época a outra, houve um grande contraste em relação ao clima, as águas e ao ar. O aquecimento global e as mudanças climáticas vêm aparecendo como evidências relevantes de que nossas ações passadas trazem

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um reflexo no futuro. Aliás, percebeu-se que esses fenômenos podem prejudicar a vida, por meio da intensificação de doenças, conflitos territoriais pela fome, água, energia, e também da destruição da biodiversidade.

Essa percepção ainda não foi concretizada, ou seja, apesar dos fenômenos decorrentes das mudanças climáticas, ela desperta preocupação momentânea, que impede o indivíduo de pensar conscientemente. Para estimular esta idéia, surgiram as organizações de educação ambiental. Esta visa um olhar mais atencioso nas ações cotidianas, desde a alimentação até a geração de energia, com o objetivo de preservar o meio ambiente.

O vestir é uma ação indispensável e se desenvolveu proporcionalmente a evolução humana. Assim a elaboração do vestuário passou a exigir mais tecnologia, e conseqüentemente uma maior utilização de insumos prejudiciais ao meio ambiente.

Para se produzir certa quantidade de tecido são necessárias diversas etapas e beneficiamentos, os quais geram imenso impacto ambiental. Este assunto incentivou pesquisas de novos métodos de produção, diminuindo o uso de materiais tóxicos, como no caso da Viscose, que é originada da celulose, e largamente utilizada no vestuário contemporâneo, mas que recentemente foi aperfeiçoada para um processo que polui menos e produz um tecido com melhores características chamado Liocel. A descoberta de novas fibras e de novas maneiras de tratá-las trouxe benefício ecológico, porém com alto custo devido ao preço elevado dos meios de produção “limpos”. Estimulou-se também novas formas de confeccionar as peças do vestuário utilizando-se um mínimo de área de tecido necessária, desta forma evitando o desperdício.Uma grande técnica atual consiste na otimização na utilização do tecido, chamada A-POC (A Piece of Cloth), desenvolvido pelo designer têxtil japonês Issey Miyake, na qual uma máquina industrial é alimentada com tecido e produz um tubo que contém o molde e a forma do produto final, podendo este ser qualquer peça.

Antigamente, peças de roupa permaneciam em uso por muito tempo, chegando até a participar de inventários de herança, passando assim de geração em geração, principalmente devido ao alto custo de se produzir uma peça. Hoje se substituem peças ainda novas por outras cujo estilo se adeque mais a moda vigente.

Outra inovação é a produção de peças a partir da reutilização de tecidos, antes descartados. Como se tem observado a tendência por parte de algumas marcas ao reutilizar tecidos de temporadas anteriores, quebrando o conceito de “coleção passada”.

A partir dessas mudanças, nota-se uma diferenciação do modo de encarar o contexto no qual estamos inseridos. O que somente foi possível através de uma percepção sensível às alterações necessárias, capazes de transformar essa verdade inconsciente num pensamento construtivo, criando novas dimensões nos campos de pesquisa que trazem benefícios na qualidade de vida da humanidade e do planeta.

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Turismo, vilão ou vítima?

Letícia de Oliveira Aio a e Giuliano Fanhani Pieve b

aAluna do curso de Lazer e Turismo. E- [email protected] bAluno do curso de Lazer e Turismo. E- [email protected]

Palavras-Chave: turismo, impactos ambientais, meio ambiente.

turismo pode ser considerado um dos fatores agravantes das mudanças ambientais que ocorrem no mundo, uma vez que envolve transporte de passageiros, pode causar muita poluição por exemplo. É por esse motivo que vários pesquisadores estudam

meios de reduzir os impactos ambientais e construir uma política de educação ambiental no turismo.

Destacamos as vertentes do meio ambiente que sofrem impactos do turismo. Meio ambiente, segundo Swarbrooke (2000) pode ser dividido em cinco partes distintas:

• Meio ambiente natural: hoje existem poucas áreas naturais, quase todas foram de algum modo, modificadas pela ação do homem.

• Meio ambiente construído: agrega construções, estruturas e povoados.

• Meio ambiente rural: pode cobrir uma grande variedade de sistemas agrícolas.

• Vida selvagem: onde a vida é o maior atrativo.

• Recursos naturais: água, solo, fontes, etc. São os principais atrativos de uma região.

O turismo pode ser uma atividade muito predatória quando mal realizado, por isso, os estudos de educação ambiental no turismo tornam-se tão importantes. Os autores que escrevem sobre essa temática recorrem ao uso da lei promulgada em abril de 1999. Esta lei instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental (Lei nº 9.765), definindo educação ambiental como “os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimento, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente.” O ar, o solo e a vegetação, os recursos hídricos e as paisagens são exemplos de recursos afetados pelo turismo.

É importante ressaltar que as mudanças climáticas também afetam diretamente o turismo. Segundo Achim Steiner, diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, “o setor turístico deve enfrentar o desafio da mudança climática, ao mesmo tempo em que contribui para as emissões de gases que provocam o efeito estufa”. Dados da ONU afirmam que cerca de 4% a 6% do total das emissões de gás carbônico vêm do turismo, porém as estimativas afirmam que o crescimento contínuo do setor pode elevar em 150% essa emissão nos próximos 30 anos (IBPS, 1/10/2007).

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A partir dessas exposições, percebe-se a necessidade de uma política de educação ambiental no turismo. Reinaldo Dias coloca algumas alternativas e sugestões para que a educação ambiental possa deixar de ser teoria e passar a ser praticada. Explica que as escolas possuem um papel altamente importante, através de visitas monitoradas à áreas protegidas, podem formar uma consciência sobre a necessidade de preservar o meio ambiente. Além disso, ressalta que a consciência ambiental é a base para a conservação da biodiversidade, conseqüentemente, fundamental para a inclusão da população em programas educativos. Aponta também, que o ecoturismo é uma forma de educação ambiental, pois coloca as pessoas em contato direto com experiências que geram aprendizados sobre o meio ambiente. Para isso, devemos contar com profissionais não só da área do turismo, mas também formados em áreas do meio ambiente, como ciências da natureza e gestão ambiental.

A discussão já foi iniciada. Todos nós fazemos parte de um grupo de turistas, seja internamente ou externamente. Cabe a nós avaliarmos se vale a pena destruirmos o meio ambiente apenas para um dia de lazer. Temos que preservar nosso planeta, pois é a única casa que conhecemos e certamente o único planeta que habitaremos.

Referencias bibliográficas:

SWARBROOKE, J. “Turismo sustentável: conceitos e impacto ambiental, Vol. 1”. São Paulo: Aleph, 2000.

DIAS, R. “Turismo e Meio Ambiente”. São Paulo: Atlas, 2003.

FERRETTI, E. R. “Turismo e Meio ambiente – Uma abordagem integrada”. São Paulo: Rocca, 2002.

IBPS “Turismo sofre com as mudanças climáticas, alerta ONU.”. Disponível via URL: http://www.ibps.com.br/index.asp?idnoticia=4004 (acesso em maio de 2008)

Como a universidade ajuda as escolas fundamentais na educação ambiental?

Alice Aparecida Labarca Puelles a e Fabiana Hiromi Miyada b

aAluna do curso de Têxtil e Moda. E- [email protected] bAluna do curso de Têxtil e Moda. E- [email protected]

Palavras-Chave: educação ambiental, comunidade, universidade.

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“Educação Ambiental é um processo que envolve um vigoroso esforço de recuperação de realidades e que garante um compromisso com o futuro. Uma ação entre missionária e utópica destinada a reformular comportamentos humanos e recriar valores perdidos ou jamais alcançados. Trata-se de um novo ideário comportamental, tanto no âmbito individual como objetivo".

Aziz Ab'Saber

construção humana é chamada de educação. Ela pode ocorrer através de processos informais e/ou processos formais que se constroem nas escolas. A produção de conhecimento tem que ter um compromisso social de intervenção da realidade para transformação.

O objetivo é mostrar uma construção do pensamento científico desde a fase inicial da escola, traduzindo o conhecimento em ações no dia-a-dia das crianças e suas famílias.

Com a construção do pensamento científico, vem a interdisciplinaridade, misturando diferentes áreas do conhecimento e trazendo novas alternativas. Com base nela, as crianças se envolvem mais com os assuntos relacionados ao meio ambiente, saindo da sala de aula, incentivadas a discutirem os problemas de sua cidade e do mundo através da Educação Ambiental.

De acordo com a Lei No. 9795, de 27 de abril de 1999, nos dois primeiros artigos explicam o que se entende por Educação Ambiental e que seus processos, individuais ou coletivos, constroem valores e conhecimentos para uma vida mais sadia e de uso comum ao povo. Mencionam também a importância dela na educação nacional, "devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal".

A Educação Ambiental é importante para a conscientização de cada sujeito e como devemos preservar o ambiente no meio cotidiano, tendo uma maior participação da comunidade em como melhorar o nosso sistema, ampliando o projeto pedagógico, fazendo com que saia da escola e atinja a vizinhança ao seu redor.

Em 2007, na Universidade do Planalto Catarinense, foi discutida em uma conferência sobre o meio ambiente a importância de capacitar e sensibilizar os professores para que envolvam os líderes comunitários, empresas, ONGs e o município sobre o tema educação ambiente e mudanças climáticas.

Ressaltaram também para conscientizar a população, que suas atitudes individuais ou coletivas podem contribuir para o combate ao aquecimento global, redução das emissões de dióxido de carbono e a importância do uso de energias renováveis e do consumo consciente (reduzir, reutilizar e reciclar). Não temos apenas que explicar tudo isso às crianças, mas esclarecer a sociedade inteira.

A Universidade de São Paulo é uma das principais auxiliadoras em projetos pedagógicos, cedendo alunos, professores e funcionários, além dos espaços físicos dos campi, para explicar como funcionam as mudanças climáticas, preservação do meio ambiente, reciclagem e como tudo isso afeta em nossas vidas e o que podemos fazer a respeito.

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Em parceria com a Ufscar (com ajuda da Fapesp e Cnpq), o Centro de Divulgação Científica e Cultural da USP lançou o projeto Biologia e Educação Ambiental, onde organizam cursos relacionados à Educação Ambiental, fornecendo materiais a professores e alunos, orientando para pesquisas e trabalhos escolares, realizando visitas a bacias hidrográficas, assim, os alunos terão uma compreensão maior da qualidade ambiental nos rios e matas. Em seu site, você pode ver projetos ambientais já desenvolvidos, pode visualizar materiais disponíveis e conhecer o Museu da Ecologia, que trata da relação entre os animais, vegetais e o meio ambiente.

A Educação Ambiental não é apenas importante para as escolas, mas para a toda comunidade, podendo esses serviços das universidades serem ampliados para a população, esclarecendo sobre as mudanças climáticas e o meio ambiente e que atitudes devemos tomar agora para evitar um mal maior.

Educação ambiental: uma ação que poderá solucionar os problemas ambientais da modernidade

Nathália de Almeida Alves a e Stella Aline Costa b

aAluna do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza. E- [email protected] bAluna do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza. E- [email protected]

Palavras-Chave: educação ambiental, meio ambiente, realidade concreta.

ivemos numa sociedade onde existem muitos problemas, nos quais alguns acabam passando despercebidos, mas isso não significa que sejam menos importantes, como no caso das mudanças climáticas. A cada no que passa esse problema vem se agravando mais e se

intensificou com a busca do progresso na corrida pelo desenvolvimento econômico. Essa busca trouxe grandes conseqüências para o homem, gerando vários impactos ambientais.

Com a Revolução Industrial o número de fábricas intensificou-se, contudo não era igual aos de hoje, e o mesmo pode-se dizer a respeito da emissão de gases fósseis (CO2- gás carbônico, CH4- gás metano, N2O- óxido nitroso, O3- ozônio e CFCs-clorofluorcabonos), e do desmatamento, que contribuem para a degradação da natureza. Com a diminuição de florestas a capacidade do planeta de absorver os gases nocivos ao meio ambiente, também diminui.

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Parte da humanidade reconhece esse problema e vem tentando modificar o cenário, através de medidas como: o “Protocolo de Kyoto, onde estabelece que os países desenvolvidos, devem reduzir suas emissões de gases do efeito estufa, principalmente o CO2 (76% do total de gases relacionados ao aquecimento global), entre 2008 e 2012, para no mínimo 5% abaixo dos níveis de emissão de 1990. Os países em desenvolvimento, como o Brasil, comprometem-se a adotar medidas para que o crescimento dessas emissões seja contido, contando para isso com recursos financeiros e tecnologia os países desenvolvidos” (Revista Guia do Estudante/ Atualidades do Vestibular 2008, p. 50/ Editora Abril, 6ª edição).

Outra medida interessante para tentar diminuir o aquecimento global e suas conseqüências é a Educação Ambiental.

“... se a educação é a mediadora na atividade humana, articulando teoria e a prática, a educação ambiental é mediadora da apropriação pelos sujeitos, das qualidades e capacidades necessárias à ação transformadora diante do ambiente em que vivem.” (Tozoni- Reis, Marília Freitas de Campos, p.147).

Algo importante a ser salientado é a diferença entre educação ambiental e adestramento ambiental. A educação é algo mais amplo, onde o objetivo está em se conscientizar os educandos, para que estes se tornem cidadãos mais críticos, e não somente algo mecânico, com restrições obedecidas como regras que é o caso do adestramento ambiental.

Esta educação deve ser realizada de uma forma Construtiva, também baseada nos métodos segundo Paulo Freire (referência na área de educação), onde se deve usar de tem, as ambientais locais, partir do concreto, já que segundo o próprio Paulo Freire: “Educar é um ato de conhecimento da realidade concreta, ...”, para que essas pessoas se apropriem do conhecimento.

É preciso aprender a fazer uma leitura crítica do mundo, fazer com que a relação Homem x Natureza possa ser realizada de uma forma mais harmoniosa e equilibrada. Já que é preciso da natureza, do meio para sobreviver, aprender a conviver com ele e se conscientizar dos atos, se torna algo vital e imprescindível para a manutenção do meio ambiente, pois sua dinâmica natural é fundamental para a sobrevivência de todos os seres vivos.

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Prevenções básicas através da educação ambiental

Margarete Gaspar de Almeida a e Juliana Crystiane do Carmo b

aAluna do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza. E- [email protected] bAluna do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza. E- [email protected]

Palavras-Chave: conscientização, prevenção, educação ambiental.

educação ambiental deu um salto quantitativo e qualitativo no cenário nacional. Embora a maioria ainda compreenda que “ambiente” seja sinônimo de “natureza”, esta visão tem sido modificada ao longo dos anos, dando lugar a uma percepção mais

crítica, com elementos culturais e naturais, conferindo uma preocupação social adequada na dimensão ambiental.

Quando ouvimos ou lemos as palavras mudanças climáticas, não devemos associá-las as mudanças de estações. Podemos entender basicamente como e porque ocorrem as mudanças climáticas.

A princípio podemos imaginar como a poluição altera a temperatura da atmosfera, através da emissão de gases como: monóxido e dióxido de carbono, dióxido de enxofre, óxidos de nitrogênio e outros gases tóxicos. Os principais agentes poluidores são as indústrias, os veículos automotores, as usinas termelétricas, etc. Alguns tipos de indústrias poluem mais a atmosfera: fábrica de cimento e de produtos químicos, refinaria de petróleo, siderúrgicas e metalúrgicas.

A atmosfera terrestre é constituída de gases, que são transparentes à radiação solar, enquanto absorvem grande parte da radiação emitida pela sua superfície aquecida. Esse processo mantém a temperatura da Terra equilibrada, favorecendo a existência da vida. Tal processo é conhecido como efeito-estufa.

Percebe-se estas alterações climáticas em decorrência de atividades humanas. Outras ações do homem, também contribuem para que ocorra a mudança climática, entre as quais, podemos citar: as queimadas e o desmatamento das florestas, causando a perda da biodiversidade, e o excesso de pesticidas lançados nas plantações agrícolas contaminando-as, prejudicando o solo e lançando na atmosfera gases tóxicos.

Diante desta situação negativa, através da educação voltada para o meio ambiente, podemos pensar na Prevenção da Educação Ambiental como agente

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catalisador. Esta prevenção tem como papel funcional informar insistentemente à sociedade a buscar e participar desta nova concepção de vida.

Promover a educação do meio ambiente para o meio ambiente, retornando para a sociedade os benefícios que a natureza lhe proporciona e vice-versa.

A conscientização e as atitudes positivas da população em relação ao meio ambiente como: economizar água e energia elétrica, dar preferência ao transporte público, fazer coleta seletiva, dar preferência a embalagens retornáveis e recicláveis e também conhecer a procedência dos produtos adquiridos, já são ações de grande relevância que farão as próximas gerações adquirir bons hábitos, tanto de praticá-los como em cobrar-los das autoridades quando necessário.

Através do recado de Clarita Müller – Plantenberg podemos refletir melhor sobre Educação Ambiental:

“As estimativas das ações defensivas para eliminação dos custos espacialmente externalizados precisam incluir obrigatoriamente os danos sociais e ecológicos causados além-fronteiras pelo nosso consumo e produtivismo. Tornaremos ao início! Por que teremos de pagar ainda para arruinar irreversivelmente a natureza terrestre – o maior bem que deixaremos para os nossos filhos? Não seria mais valioso deixar uma herança justa para os homens e a natureza?”.

Mudanças climáticas: conhecer para enfrentar

Regina Lemos Nery a e Suellen França de Oliveira b

aAluna do curso de Gestão Ambiental. E- [email protected] bAluna do curso de Gestão Ambiental. E- [email protected]

Palavras-Chave: difusão de informações, educação ambiental, cidadão.

ssume-se nos dias de hoje que as causas das mudanças climáticas decorrem de ações antropocêntricas: desmatamentos, queimadas e potencialização do efeito estufa (através do despejo dos gases estufa – especialmente o dióxido de carbono, metano e óxido nitroso – em

uma quantidade que causa um aumento superior ao necessário para a manutenção da vida no planeta).

Temas ambientais são discutidos em variados círculos sociais, até mesmo em programas de televisão. As mudanças climáticas talvez seja o tema ambiental mais comentado do momento. Pelo menos para o grande público, é um assunto discutido ainda de forma superficial. Muitas vezes não se consegue ao menos associar algumas das conseqüências dessas mudanças, como: deposição ácida (chuva, granizo, neve), extinção de espécies da fauna e flora, desertificação e salinização do solo, ilhas de calor.

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Faz-se necessário uma divulgação aprofundada com embasamento científico e tecnológico das causas e conseqüências das mudanças climáticas para a população. Algumas formas para se alcançar essa difusão de informações são: debates, acompanhamentos de relatórios e conferências internacionais, programas de educação ambiental nas escolas para diversas faixas etárias. É importante também rever os padrões de consumo e obtenção de recursos dos países desenvolvidos e em desenvolvimento.

A função da educação ambiental é fornecer conhecimento que fortalecerá ações locais, regionais e globais para reverter a situação. Esse conhecimento dará condições para que a sociedade civil possa cobrar medidas do poder público para combater o problema. O indivíduo precisa de consciência ambiental para ter possibilidade de organizar-se coletivamente, isto é, exercer seu papel de cidadão, para a reversão do quadro de mudanças climáticas.

A conscientização para o despertar

Caroline Miranda Bernardo a e Elise Neris Massarini b aAluna do curso de Têxtil e Moda. E- [email protected] bAluna do curso de Têxtil e Moda. E- [email protected]

Palavras-Chave: destruição do planeta, gás carbônico, conscientização.

“Caros membros do conselho, precisamos decidir qual será a nossa próxima invasão. Que tal a Terra, Senhor? Ela ocupa a terceira órbita em torno do Sol e é a única em todo o sistema solar que fornece luz e calor nas proporções corretas. Não sei, penso que seja inútil, afinal há milênios que os seres primitivos que o habitam se matam, e mesmo que 90% queiram salva-lo crestam os 10% que o dominam e o destroem. Vamos para a questão de Urano.”

ste comercial se torna o reflexo do mundo em que vivemos e destruímos. Começamos a consumi-lo há algum tempo, desde os primórdios da Revolução Industrial e suas insaciáveis queimas de carvão, ao ápice do desenvolvimento capitalista com a queima dos

derivados de petróleo, que acabam gerando a liberação de gases como CO2, na atmosfera. Dentro destes aspectos um dos grandes motivos para continuarmos a destruir nosso planeta é a “tecnocracia”, aquela que prioriza tudo o que seja calculável, quantificável ou valível, e nos faz parar de refletir sobre os reais custos do desenvolvimento, visando sempre os maiores lucros. Como algumas indústrias da cidade de São Paulo, que liberam cerca de 38 milhões de toneladas de gás-estufa ao ano.

E o que causam esses gases? O famoso efeito estufa, que provoca o superaquecimento leva à alterações como já estamos cansados de saber, uma maior freqüência de furacões, tempestades e até mesmos as secas. Um dos pontos mais extremos dessa problemática é o possível desaparecimento da

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corrente do golfo, uma corrente marinha que desloca água quente do golfo do México até a Europa, contribuindo para um clima mais ameno, sem ela a Europa iniciaria um novo período de glaciação. Não podemos esquecer que no último século a temperatura da Terra aumentou 0,7 graus Celsius, um número pequeno para tamanhas proporções.

Freqüentemente contribuímos para emissões de gases sem nem perceber, baseado nos dados da ONG Iniciativa Verde, cada um de nós libera cerca de 2 toneladas de CO2 por mês,o equivalente à 24,84 toneladas por ano. O consumo de energia elétrica por uma pessoa que utiliza 100Kwh/mês, gera uma emissão de 0,32 toneladas de CO2. Enquanto a emissão de gás de cozinha gera 2,4 ton., e um carro de pequeno porte 18,06. Contribuímos também quando consumimos abusivamente de produtos, como as sacolas plásticas, que aparentemente parecem ser apenas um problema de poluição, porém é uma questão mais profunda, a partir do momento em que são feitas de polietileno vindas do petróleo, ou seja, sua produção gera a formação de combustíveis fósseis que acarretam na emissão de gases.

Olhamos para todos esses problemas sentados em nossas confortáveis poltronas, e pensamos, “E o que eu posso fazer?”. É neste momento que entra a educação ambiental, responsável pela educação do individuo e conseqüentemente da sociedade, uma vez que há o repasse de informações, gerando um sistema dinâmico e abrangente a todos. Informações que possam solucionar desde os problemas mais complexos como o caso das indústrias, realizando a utilização de energias renováveis, passando para a quantidade de CO2 liberada por cada um de nós, onde a solução encontra-se na diminuição do consumo energético, chegando até ao uso de sacolas alternativas como as de juta que são totalmente biodegradáveis.

Temos então que nos conscientizar agora para que frases como a de um militante do Greenpeace, “O homem só perceberá a impossibilidade de se comer dinheiro quando a última árvore e o último rio morrer” não se torne realidade. Devemos sair da conformidade de um futuro distante, não esperar que o rio Tietê nos incomode realmente, com que a fome, e todas as mazelas causadas ou não pelos impactos das mudanças climáticas nos alcancem para só assim nos despertarmos. Resta-nos então a esperança de que quando a humanidade despertar não seja tarde demais.

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O problema está em cima

Érika Gold Faria a e Sônia Alves de Sousa b

aAluna do curso de Têxtil e Moda. E- [email protected] bAluna do curso de Têxtil e Moda. E- [email protected]

Palavras-Chave: efeito estufa, meio ambiente, energia alternativa.

planeta Terra possui um conjunto de características essenciais para que possa haver vida nele. Uma dessas características é a sua temperatura constante de 15 graus Celsius. Se esta temperatura fosse menor, a biodiversidade do planeta teria problemas graves.

Para que a temperatura permaneça constante há, na atmosfera, uma camada protetora composta de dióxido de carbono (gás carbônico), metano e vapores d'água. Essa camada tem como função reter parte dos raios solares, controlando a temperatura terrestre para que ela nem superaqueça nem que diminua. Porém, quando em excesso, o dióxido de carbono e o metano (emitidos pela fumaça de fábricas, queima de carvão, queima de combustíveis fósseis, etc) causam o efeito estufa.

O efeito estufa é a conseqüência do engrossamento da camada filtradora de calor. Esta, quando mais grossa, impede que o excedente de calor se dissipe para as camadas atmosféricas superiores, aumentando a temperatura da superfície terrestre.

Esse aquecimento é causador das mudanças climáticas que vêem ocorrendo no planeta, como degelo dos pólos, que aumento o nível do mar e ameaça a vida marinha e das populações de vilas e cidades costeiras; maiores incidências de fenômenos naturais como ciclones, chuvas fora de época e local, seca e estações não mais bem definidas entre outros.

Como principal culpado e vitima ao mesmo tempo, o homem deve conscientizar-se que o efeito pode e deve ser minimizado, tomando as seguintes medidas:

utilização de energia limpa e renovável, como a eólica (energia dos ventos) e solar;

utilização de biogás, gerado em aterros sanitários cujo produtor pioneiro e o Brasil no Rio de Janeiro;

alternação para o uso de álcool e biodiesel no lugar de combustíveis fósseis, um dos principais emissores dos gases poluentes;

prioridade para os transportes coletivos;

reflorestamento das áreas desmatadas e reorganização da agricultura, para que esta seja utilizada como desenvolvimento sustentável;

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Tomadas tais medidas, que não são as únicas, além de contribuir com o diminuição do efeito estufa, poderemos também melhorar o meia ambiente em geral, e poder dizer então que estamos em processo de evolução e somos vida inteligente no Universo.

Plantando o futuro

Priscila Santiago Moreno a e Felipe Kertes b

aAluna do curso de Têxtil e Moda. E- [email protected] bAluna do curso de Têxtil e Moda. E- [email protected]

Palavras-Chave: aquecimento global, educação ambiental, meio ambiente.

quecimento global? Mudança climática? Isso significa que no inverno não teremos mais frio e viveremos num verão interminável? Se você saiu correndo para buscar seus trajes de banho, volte aqui, não é nada disso!

Segundo o último relatório do IPCC (a sigla em português significa “Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas” – órgão ligado ao Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e à Organização Metereológica Mundial) diz que o aquecimento tem sido provocado pelo aumento do efeito-estufa. Esse efeito é responsável por reter parte do calor solar na superfície terrestre – e é graças a ele que é possível a vida na Terra.

O problema é o nosso abuso. A capacidade da Terra de reabsorver o gás carbônico que emitimos é inferior à nossa capacidade de emissão. Ou seja: se continuarmos emitindo esse gás nessa proporção, vamos derreter – ou melhor, as geleiras vão derreter. Explicando de outro jeito: na Terra, os gases que mais contribuem para o efeito estufa são o vapor de água, que causa de 36 a 70% do efeito estufa natural; o dióxido de carbono, de 9 a 26%; o metano, com 4 a 9%; e o ozônio, que contribui com 3 a 7%.

Várias ações promovidas pelo homem aumentam as concentrações de alguns desses gases, como o dióxido de carbono (CO2), por exemplo.

Que ações são essas? Respirar, por exemplo. É claro que respirar não é o problema – desde que você consiga, apesar da poluição, pode respirar sossegado. O problema consiste no fato de que o dióxido de carbono lançado para a atmosfera resulta da queima de combustíveis fósseis do setor industrial e de transportes, numa escala em que os chamados “sumidouros” não funcionam. Além disso, estes sumidouros – ecossistemas com capacidade de absorver CO2 – também são afetados por ações humanas muito prejudiciais. Como as queimadas.

Sendo assim, é nossa responsabilidade repensar o sistema em que vivemos – o quê e o como fazemos ou consumimos deve mudar.

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Algumas escolas em São Paulo tomaram a iniciativa e preparam o futuro desde cedo: ações como o plantio de árvores, a redução e a reciclagem do lixo e até a compostagem de resíduos orgânicos faz parte do programa curricular.

Na “Creche Oeste”, mantida pelo Coseas no campus da USP na capital, as crianças recebem uma educação ambiental que nós não recebemos: constroem brinquedos a partir de lixo reciclável; fazem uma horta; mantém uma composteira – metade do composto produzido é utilizado na própria horta, e o restante é vendido aos pais.

As gerações dos anos 80 e 90 cresceram assistindo filmes sobre a importância do meio ambiente e da sua preservação. Esta geração crescerá aprendendo a preservar na prática.

A Lei da Educação Ambiental, de 27 de abril de 1999, em seu artigo 2 afirma: “a educação ambiental e um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente de forma articulada em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal”.

Se o objetivo desta lei for colocado em prática não só nas escolas mas também nas casas, nas empresas, e nas instituições sociais, poderemos superar nosso modo de vida antropocêntrico e lembrar que fazemos parte da natureza – não somos seus donos, não a criamos.

É por iniciativas como essas que as próximas gerações não vão pensar em sungas ou biquínis ao ouvir a expressão “aquecimento global”!

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Sustentabilidade para uma economia saudável

Angélica Tomas dos Reis a e Lívia Rufino Bambuy b

Palavras-Chave: economia, sustentabilidade, desenvolvimento.

missão excessiva de dióxido de carbono (CO2); má administração de recursos naturais não renováveis, falta de consciência ambiental e ética, estão contribuindo de forma agravante para o aquecimento global e trazem sérias preocupações para a economia mundial, a qual

atualmente, tem buscado alternativas sustentáveis para amenizar esses problemas.

Os índices econômicos tendem a se desestabilizar, já que estamos passando por uma crise relacionada à alta do petróleo, a falta de energia não- renovável e escassez de matéria-prima elevando o preço das commodities que são base para atividades primordiais das organizações, tendenciando o encarecimento dos serviços e produtos destas empresas.

A população, principalmente a de baixa renda, sofre diretamente com as conseqüências do desequilíbrio econômico, pois com o excessivo aumento dos preços, ela perde o poder aquisitivo, não conseguindo suprir a todas as necessidades básicas. Temos como exemplo os países africanos que sofrem com a desertificação intensificando a carência por alimentos. Além disso, esse desequilíbrio, desencadeia uma série de processos inflacionários que afetam as empresas originando perda de recursos produtivos devido ao aumento dos preços, resultado das quebra de safras, a expansão do consumo, a elevação dos juros para conter os preços. Empresas na área de agronegócio, buscam pela inovação tecnológica, com o desenvolvimento de sementes mais resistentes às pragas e às mudanças climáticas.

Algumas organizações estão adotando políticas sustentáveis para diminuir gastos corporativos e amenizar os impactos ambientais negativos relacionados diretamente com a economia, como a redução dos desperdícios, reflorestamento, reciclagem, certificação florestal, utilização de energias limpas ou até mesmo adquirir um seguro de risco ambiental.

A Natura, uma das maiores empresas de cosméticos no Brasil, é um exemplo de organização sustentável. Ela adota já há um certo tempo, a política de responsabilidade ambiental, com o uso de seus refis que diminuem em 50% a produção de suas embalagens. Desde 2007, assumiu o compromisso de neutralizar todas as suas emissões de CO2: o projeto chamado Carbono Neutro (desde da arrecadação de insumos ao fim do processo).Outro exemplo

Seção I V Mudanças climáticas e seus impactos na

economia e nos negócios

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seria da HP, uma empresa do ramo de computadores, que através da reciclagem de equipamentos antigos, conseguiu reduzir a contaminação da água e do solo, além dos custos.

Observa-se então que a mudança climática interfere em quaisquer atividades desenvolvidas pela economia. Cabe as organizações se adequarem de forma rentável e consciente para obter o equilíbrio ambiental necessário mantendo uma economia estável.

Créditos de carbono e o direito de poluir

Beatriz Miranda Gesqui a e Thaíssa Araújo de Bessa b

aAluna do curso de Gerontologia. E- [email protected] bAluna do curso de Gerontologia. E- [email protected]

Palavras-Chave: créditos de carbono, protocolo de Kyoto, gases de efeito estufa.

egundo o texto de Fernanda Müller (CarbonoBrasil) créditos de carbono são certificados gerados por projetos que reduzam ou absorvam emissões de gases do efeito estufa.

Países desenvolvidos que, por seu alto índice de industrialização e desenvolvimento, lançam consideráveis taxas de GEE (Gases de Efeito Estufa) na atmosfera, diferentemente dos países médios e pobres, que por serem pouco industrializados emitem uma quantidade muito menor de gases poluentes.

Devido a essa diferença de quantidade de emissões de carbono, o Protocolo de Kyoto estabeleceu cotas comercializáveis entre os países, exceto os EUA que não aderiu ao Protocolo. Essa compra e venda de carbono, forma uma espécie de mercado de carbono, que em algumas estimativas vão de 50 a 800 bilhões de dólares por ano.

Segundo Sergio Besseman Viana – Presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – “O aquecimento global é uma realidade inegável. Se ele não for tratado pelo mercado financeiro, algum outro mecanismo terá de ser criado para fazê-lo.”. Porém o conceito de poluição não pode ser considerado mercadoria, principalmente quando sua eliminação é o real objetivo.

Para certificação do controle dessas cotas, por determinação de órgãos técnicos da ONU, empresas especializadas calculam as quantidades de toneladas de GEE economizadas ou seqüestradas da atmosfera.

Exemplos deste seqüestro estão nas cidades de Veja (BA) e Nova Iguaçu (RJ), que desenvolvem projetos de aproveitamento do gás metano liberado por lixões. O gás que anteriormente era lançado na atmosfera por meio da

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decomposição do lixo, agora é capturado por uma tubulação e viaja até uma usina onde é transformado em energia elétrica.

Projetos como estes são custeados por empresas da Europa e do Japão, que podem comprar créditos para cumprir até 20% da cota de despoluição estabelecida pelo Protocolo.

O Protocolo de Kyoto também desenvolveu um projeto para auxiliar o processo de emissão de GEE: o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. O MDL tem o propósito de prestar assistência aos países médios e pobres e assim viabilizar o desenvolvimento sustentável através de projetos.

Dentre esses projetos está o da empresa Votorantin Celulose e Papel para reduzir a emissão de GEE na cadeia do seu processo produtivo, além de fazer o reflorestamento.

Só o Brasil tem 285 projetos como este, equivalentes a não-emissão de 284 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2), ou seu equivalente em outros gases estufa.

Na terceira Conferência Nacional do Meio Ambiente que ocorreu em Brasília aprovou o estabelecimento de metas de gases que provocam o aquecimento global pelo Brasil, mesmo o país sendo obrigado a reduzir suas emissões.

Contudo mesmo com o recurso dos créditos de carbono para as empresas, essas podem enxergar este recurso com outros “olhos”, ou seja, podem vê-lo como uma nova operação financeira e não como uma solução que contribua lenta e gradualmente para restauração da “saúde” do nosso planeta.

As mudanças climáticas afetam os principais setores da economia

Juliana Soares da Costa a e Thaís Garcia Ferreira b

aAluna do curso de Lazer e Turismo. E- [email protected] bAluna do curso de Lazer e Turismo. E- [email protected]

Palavras-Chave: agricultura, economia, mudanças climáticas.

crescimento populacional levou à maior quantidade de carros nas ruas, desmatamentos e queimadas com o objetivo de produzir alimentos primários, construção civil, utilização da água dos rios, entre outros recursos que caracterizam a qualidade de vida e

crescimento populacional.

Os resultados desse crescimento serviram como forma de poluir o ar e a água, principais recursos naturais necessários para nossa sobrevivência, levando a água, em um futuro próximo, à sua total escassez. As alterações aos recursos

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naturais resultaram em mudanças climáticas refletindo problemas graves em seus responsáveis.

As mudanças climáticas geram sérias conseqüências na economia. Sir Nicholas Stern, economista, publicou em 2006 um relatório denominado “Stern Review” onde diz que o aquecimento global poderá custar até 20% do PIB mundial nas próximas décadas se não forem tomadas providencias para diminuir a emissão de gases causadores do efeito estufa. Essas providências não custariam mais de 1% do PIB global, porém se nada for feito as conseqüências serão um problema para a economia. Os países que mais sofrerão serão os em desenvolvimento, desastres naturais e as doenças causadas por essas mudanças tenderão a ocorrer em regiões com menor poder econômico e infra-estrutura, por esses países não apresentarem recursos suficientes para investir em adaptação as mudanças climáticas, portanto deveriam começar a investir em metas para redução das emissões de gases.

O setor econômico mais afetado será o agropecuário, pois depende de condições especiais como temperatura e precipitações, além de necessitar de boa qualidade de solo e de água para irrigação, o que se agravaria a cada dia devido às alterações provocadas pelo homem.

Dados recentes do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE) indicam um possível maior prejuízo em regiões onde a temperatura alta já é uma constante, como é o caso das regiões Norte e Nordeste. Fica evidente, por esse estudo, um deslocamento de cultivos que não suportam temperaturas muito altas, migrando para regiões como Sudeste e Sul. No semi-árido nordestino, a questão das secas tende a ficar pior, pois a elevação da temperatura tornará a região ainda menos chuvosa. Os agricultores serão os principais afetados por essa realidade.

Uma saída para a produção de uma “energia limpa” é a utilização de combustíveis renováveis ou biocombustíveis, porém encontrando outras barreiras para serem argumentados. Por um lado, apresenta seu valor positivo na participação para diminuir a emissão de gases que contribuem para o efeito estufa, além de representar mais um setor gerador de lucros para seus produtores, como o Brasil, e por outro lado apresenta um problema em encontrar solo de boa qualidade e água para seu cultivo, alem disso o solo apropriado quase inexistente deixará de ser usado para o cultivo de alimentos para produzir combustíveis para produção de energia.

Contudo concluí-se que, se as devidas providências não forem tomadas em prol da melhor utilização do solo, e a partir disso providencias para viabilizar o uso dos combustíveis renováveis, não somente os agricultores serão afetados, mas a população no geral.

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Um consumo sustentável é possível?

Mônica Laís Storolli a e Priscila Ferrari b aAluna do curso de Gestão Ambiental. E- [email protected] bAluna do curso de Gestão Ambiental. E- [email protected]

Palavras-Chave: consumo, impactos, recursos naturais.

s mudanças climáticas ocorridas nas últimas décadas geraram uma série de modificações, ainda que tímidas, nas relações governamentais, internas e externas das nações.

Essas modificações incitaram também uma série de discussões no meio científico, e que fizeram com que as conclusões alcançadas repercutissem nas relações econômicas. Mas essa preocupação não é recente. Em 1972, foi realizada a primeira Conferência Global sobre meio ambiente, em Estocolmo, visando à formulação de políticas de gerenciamento responsável dos recursos naturais. Vinte anos depois, foi a vez do Rio de Janeiro sediar a Rio-92, que realizou uma abordagem mais atualizada sobre as relações sociais e econômicas, ganhando mais ênfase a questão ambiental e suas implicações. Nesta conferência foi assinada a Convenção do Clima que estabeleceu parâmetros para a estabilização de gases de efeito estufa, baseada em estudos científicos que apontavam para o aumento da temperatura global, ocasionado pela intervenção humana e sua repercussão negativa nos ecossistemas do planeta.

Nesta mesma conferência, um novo modelo de desenvolvimento foi formulado através do documento chamado Agenda 21, o qual sinalizou a adoção de diretrizes básicas aos diversos povos em várias temáticas, um deles, de relevante expressão, o do Consumo.

Podemos definir padrões de consumo como as escolhas feitas pelas pessoas para saciar suas necessidades básicas e desejos, exteriorizados na aquisição da alimentação, no transporte utilizado, nas roupas de seu vestuário, residência, sem falar do consumo do supérfluo. Tais escolhas de grandes massas populacionais, por sua vez, geram demandas alimentares específicas e impactantes sobre os recursos naturais, como, por exemplo, a exploração dos recursos hídricos para irrigação, os quais têm ocasionado quebras de ciclos hidrológicos em diversas regiões do planeta.

A demanda crescente de energia se faz necessária para o desenvolvimento econômico de um país, porém traduz-se como outro fator de pressão ambiental que é a construção de usinas hidrelétricas para geração de energia elétrica, que provoca um balanço negativo no uso dos recursos naturais. Estudos mais recentes comprovam que grandes represas emitem gases do efeito estufa, quando a matéria orgânica florestal não foi retirada antes da formação do lago.

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Outra questão que deve ser considerada é que a base de subsistência da humanidade está fundamentada na produção de alimentos, na criação do leque de empregos que geram renda, e que assim atendem as necessidades básicas do desenvolvimento de um país.

Conciliar a exploração racional dos recursos naturais com o impacto que ele gera está se tornando um desafio à parte da humanidade. Conciliar também a ocupação do solo urbano para a construção das cidades, da escolha equivocada pelo transporte individual, obedecendo-se as regras estabelecidas no Plano Diretor, são medidas que estão modificando o comportamento humano neste ponto. Outra questão que pode ser apresentada é a utilização racional das áreas agrícolas, na adoção de métodos menos agressivos, que não provoquem desmatamentos e queimadas, bem como o controle biológico de pragas, evitando-se a repetição do episódio do defensivo DDT, no passado.

A reflexão sobre as escolhas de consumo deve considerar fatores de produção, seja agrícola, industrial ou até de serviços, que não sejam nocivos ao meio ambiente e à humanidade. As mudanças climáticas colocaram um ponto de reflexão no pensamento humano: que a escolha irracional pelo uso indiscriminado dos recursos naturais, em especial, na produção industrial, gera a maioria dos gases do efeito estufa, que deve ser repensada, e rapidamente, frente aos avisos que a natureza já emitiu. Grandes ciclones e furacões como o Katrina, nos EUA, as chuvas torrenciais no sudoeste asiático, secas em várias regiões do mundo estão se fazendo cada dia mais freqüentes, como conseqüência dessa exploração impensada.

Temos que considerar que o consumo é essencial para a vida humana, visto que cada um de nós é um consumidor. É algoz e vítima de um mesmo processo de expropriação de recursos naturais, concretizado pelas cadeias de consumo que suprem nossas necessidades básicas.

Mas essa reflexão deve ser imediata e urgente. A humanidade deve rever seus padrões de consumo, não podendo relegar a um segundo plano as soluções para minizar esse problema. Interessante que algumas medidas sejam adotadas, como, por exemplo, campanhas de conscientização ao consumidor para combater o seu desconhecimento quanto à repercussão de suas compras no meio ambiente. Relevante também a adoção de outros hábitos, tais como a utilização do transporte coletivo, evitar o consumo de embalagens, de produtos supérfluos cuja produção tenha mais impactos negativos que positivos.

Precisamos, então, escolher melhor e com consciência novos hábitos de consumo, para que a nossa passagem pela Terra, seja considerada somente uma realidade virtual, ou uma simples pegada na areia de uma bela praia.

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Crescimento econômico: negócio da China?

Daniel Ferreira Rosa Pereira Bom a e André Leandro D’Abreu Macedo Pazin b

aAluno do curso de Marketing. E- [email protected] bAluno do curso de Marketing. E- [email protected]

Palavras-Chave: mudanças climáticas, aquecimento global, emissão de poluentes.

s mudanças climáticas têm acarretado não só alterações ambientais como também econômicas ao redor do mundo. A grande busca por adereços menos poluentes e a racionalização das emissões de carbono estão angariando cada vez mais esforços de empresas e

governos. A questão popularizou-se graças ao grande impacto na economia global e às visíveis alterações físicas ocorridas, amplamente divulgadas pela mídia. Segundo Nicholas Stern (conselheiro o Governo Inglês sobre desenvolvimento e mudanças climáticas na economia), estamos vivendo um período de forte aquecimento global onde o aumento médio pode chegar a 5ºC.

Segundo relatório de Stern, os níveis de CO2 na era pré-industrial eram de 280 ppm e agora são 430 ppm. Se o mundo continuar tocando seus negócios desta mesma forma, teremos 850ppm num futuro bem próximo. Apesar de bem conhecidas, as conseqüências não poderiam mais impactantes, como: desertificação, enchentes, cidades litorâneas invadidas pelo mar e perdas de safras.

Pressionados por movimentos ecológicos e por grupos internacionais, vários Estados se manifestaram em reuniões como a Rio 92 e a reunião em Kyoto, que originou o tratado de Kyoto, para tentar encontrar soluções viáveis e eficazes com o intuito de reduzir as emissões de gases poluentes e frear o aquecimento global. Apesar dessas iniciativas, grandes poluentes, como os EUA, não aderiram ao tratado alegando que as metas prejudicariam o seu desenvolvimento. Outra atitude que deveria ser incentivada seria a cooperação tecnológica, em que países desenvolvidos facilitariam a aquisição de tecnologia “verde” por parte de países pobres.

Uma alternativa para países que assinaram o tratado, mas não conseguiriam alcançar as metas de emissão foi a criação dos créditos de carbono. Isto possibilita que países que conseguem cumprir com folga as metas do protocolo de Kyoto vendam o seu excedente para países que não conseguem. Esta medida beneficia ambas as partes porque os países que possuem excedente em sua maioria são subdesenvolvidos e podem investir o dinheiro arrecadado com a venda dos créditos em seu país, enquanto os países que excedem a emissão e precisam dos créditos podem continuar desenvolvendo-se industrialmente como antes.

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Outras áreas, como o setor de serviços, também têm sofrido alterações devido às mudanças climáticas. A construção de estabelecimentos comerciais e a realização de eventos já estão relacionados à redução da emissão de carbono, ou à compensação dessa emissão. Isso prova que não só a indústria está sendo modificada com o propósito de diminuir a poluição.

Há reflexos das mudanças climáticas também na economia agrária; A mudança das características do clima de cada região tem afetado diretamente o plantio. Há exemplos desse tipo de ocorrência nas regiões sul e sudeste do Brasil onde culturas que antes eram plantadas no sul de São Paulo agora são cultivadas no Paraná em busca de climas mais amenos. Os países pobres serão os mais atingidos, segundo Stern. Os efeitos dos gases estufa podem chegar a 20% do PIB destes países e os danos causados pelos desastres ecológicos atingiriam de 5% a 20% do consumo mundial.

Tal contexto traz à tona a necessidade de um consenso geral, envolvendo população, empresas e governos com o intuito de impedir a aceleração do aquecimento global mesmo que para isso seja necessário rever idéias e ações, como as que remetem ao lucro deliberado. O cenário que o planeta apresenta atualmente é de muita preocupação, porém pouca ação, provavelmente porque os resultados estão se mostrando lentamente e as previsões não formam um consenso, só se sabe que serão catastróficas. Crescer economicamente à custa de poluição e destruição pode ser um bom negócio à curto prazo, porém à longo prazo, não só economicamente como socialmente, esse definitivamente não será um negócio da China.

Mudanças no clima e no hábito

Bruno César Vieira a e Tiago Lima Bezerra b

aAluno do curso de Marketing. E- [email protected] bAluno do curso de Marketing. E- [email protected]

Palavras-Chave: mudanças climáticas, impacto na economia, mudança de hábito.

partir da Revolução Industrial, a sociedade presencia um desenfreado processo de industrialização, e como conseqüência que vem acompanhando esse processo, o meio ambiente vem sendo extremamente prejudicado.O início dessa industrialização, em grande

parte desregrada, contava com uma série de deficiências gerenciais, dentre elas: ausência de responsabilidades ambientais, descaso com a qualidade de vida dos trabalhadores e danos causados à saúde tanto destes quanto das populações vizinhas às fábricas.

Dentro desse cenário de desenvolvimento industrial preocupado apenas com a produção e não com suas conseqüências, houve um grande acúmulo de

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poluição no planeta. Até então, era grande o desentendimento do que essa poluição e seus males poderiam acarretar para a sociedade.

O resultado de anos de descaso ambiental ocasionou diversas mudanças no meio ambiente resultando em sérios impactos ao modo de como a sociedade organiza a sua produção. Uma mudança ocorrida no meio ambiente de grande destaque são as mudanças climáticas, que afeta não só o meio ambiente, mas também a economia.

Diante de tal problema, se faz extremamente necessário a busca de alternativas, dadas as previsões catastróficas sobre a continuidade de tais práticas nocivas. Algumas alternativas já estão sendo colocado em prática como o uso de energias limpas (solar, eólica, combustíveis renováveis), produtos ecologicamente corretos, entre outros, porém, essa mudança de hábito traz também uma série de conflitos econômicos. A lógica das empresas atualmente deve obedecer a metas e acordos internacionais, o que altera consideravelmente seus custos operacionais. A questão da agricultura, do desmatamento e uso de recursos florestais são diretamente afetados por essa mudança de paradigma.

A mudança climática vem acompanhada de uma mudança de hábitos, envolvendo empresas e consumidores, pois estes são também grandes responsáveis pelos rumos do planeta. O momento atual é de perspectivas minimizadoras aos impactos ambientais, não sendo, portanto, garantia de soluções definitivas.

O transformar do olhar empresarial

Caio César Leme Bastos a e Haiser Affonso Ferreira b

aAluno do curso de Sistemas de Informação. E- [email protected] bAluno do curso de Sistemas de Informação. E- [email protected]

Palavras-Chave: meio ambiente, impactos ambientais, empresas.

ntigamente, adotar iniciativas em uma empresa favorável ao meio ambiente era inversamente favorável ao setor financeiro da mesma. Entretanto este mito esta sendo desmistificado à medida que novas empresas começam a adotar esta nova forma de política e procurar

certificados como o ISO 14.000. Esta é uma série de diretrizes sobre a área de gestão ambiental. Entre elas:

• Diagnóstico atualizado dos aspectos e impactos ambientais de cada atividade;

• Cumprimento da legislação ambiental;

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• Procedimentos padrões e planos de ação para eliminar ou diminuir os impactos ambientais sobre os aspectos ambientais;

• Pessoal devidamente treinado e qualificado.

Porém muita gente ainda se pergunta: como é que isso pode agregar valor a uma empresa? A resposta é simples: basicamente publicidade, redução de custos, prestação de serviços e prevenção.

A redução de custos acontece porque a empresa implanta algumas ações "verdes” como reutilização da água e utilização de várias fontes alternativas de energia, como a eólica (ventos) e solar (luz do Sol).

São "verdes", pois não agridem o meio ambiente, otimizando a utilização dos recursos para evitar desperdícios e incentivar o reaproveitamento.

Por mais que um sistema de reutilização de água custe caro, a redução da conta de água já seria o bastante para, em longo prazo, "reembolsar" todo o capital gasto. Além deste fator, ainda temos outro de peso: a publicidade.

Com o passar dos anos, a conscientização da população sobre a necessidade de cuidados ambientais vem aumentando. Assim, se um consumidor se deparar com dois produtos de qualidade e preço semelhantes, provavelmente optará por um produto ecologicamente correto. E trará uma vantagem comercial a esta empresa certificada em relação à outra empresa que não tem os mesmos cuidados com a natureza.

Além desses dois pontos importantes, há outras influências menores, mas igualmente importantes, como a redução e/ou a eliminação de acidentes ambientais, evitando deste modo, custos com a remediação destes possíveis impactos ambientais, a redução de multas do poder público pelo mal uso de recursos, evitar barreiras internacionais não tributáveis e até, em alguns casos, facilitar o acesso a algumas linhas de crédito.

Neste novo cenário que tende a uma postura mais favorável ao meio ambiente, as empresas terão que acompanhar esta tendência, seja pela redução de custos, pela política interna da companhia, ou pela publicidade, caso contrário , é muito provável que em um futuro não muito distante, elas simplesmente vão ter uma menor participação no mercado até que façam uma escolha: mudar ou falir.

Etanol: a energia do futuro

Henrique de Oliveira Cintra a e Regiane Mayumi Kuba b

aAluno do curso de Marketing. E- [email protected] bAluna do curso de Gestão Ambiental. E- [email protected]

s mudanças climáticas estão sob as luzes do holofote, muitas pessoas já sabem quais podem ser seus efeitos no mundo e é claro que isso afeta a economia e o mundo dos negócios, a imagem de uma A

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empresa que não se importa com o meio ambiente pode ser arruinada rapidamente, então é importante para as empresas procurarem meios de diminuir o impacto negativo de suas atividades no meio ambiente.

A produção de energia é decisiva para o funcionamento e desenvolvimento da economia, a principal fonte de energia no mundo é o petróleo que é um combustível fóssil, não-renovável e polui o meio ambiente. A dependência desse recurso e o esgotamento das reservas mundiais em um futuro próximo fazem do petróleo um combustível cada vez mais valioso. Além disso, as questões ambientes estão tornando-se cada vez mais relevantes, isso propulsiona a busca de novas tecnologias eficientes na produção e no uso, com baixos impactos sobre o meio ambiente, e isso tende a favorecer fontes de energia renováveis. Uma das melhores alternativas de combustível que pode substituir o petróleo é o etanol. O etanol é uma boa escolha porque já tem uma pesquisa iniciada e não polui tanto quanto o petróleo, e também não perde muito em eficiência para esse. O etanol é obtido da fermentação de açúcares e amidos de plantas como milho, do trigo, e da cana-de-açúcar, portanto não retira CO2 do subsolo e dispensa na atmosfera, como o petróleo faz.

A importância atribuída às fontes de energia sustentáveis reenergizou o mercado de etanol no Brasil, a nossa cana-de-açúcar é uma das fontes mais eficientes de álcool e isso coloca nosso país em uma ótima posição econômica, temos um produto que pode ser usado por outros países para reduzir suas emissões de poluentes e a concorrência não consegue chegar aos nossos níveis de eficiência. Cada hectare de cana-de-açúcar produzida no Brasil gera 6.800 litros de etanol, já os Estados Unidos só conseguem 3.200 litros por hectare de milho plantado, o preço também não pode ser comparado, enquanto cada litro de etanol brasileiro custa 20 centavos de dólar, o americano custa mais que o dobro, 47 centavos de dólar. O álcool também está atraindo muitos investidores, representantes de grandes empresas como Google, Mitsubishi e Shell já perceberam que o etanol pode trazer um ótimo retorno para o seu investimento e isso movimenta ainda mais a economia brasileira.

O Brasil já está à frente com a implementação de motores bicombustíveis em seus automóveis, essa tendência provavelmente vai se espalhar cada vez mais e em breve grande parte das montadoras vai instalar motores Dual Flex em todos seus novos modelos.

O maior concorrente brasileiro é o etanol americano, proveniente do milho, que mesmo estando em desvantagem atualmente, recebe grandes investimentos do seu governo (350 milhões de dólares por ano, já no Brasil apenas 25 milhões são investidos) e pode se tornar um adversário mais notável no futuro, o foco do Brasil deve ser no melhoramento da infra-estrutura para podermos aumentar a exportação (dutos, equipar portos e construir ferrovias) e investir mais em pesquisas.

O etanol é uma grande oportunidade para o Brasil, podemos lucrar e ajudar o meio ambiente, mas é necessário que continuemos nos empenhando para manter nossa posição, e não esquecer investir em pesquisa e desenvolvimento para aprimorar nosso produto.

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Mudanças climáticas e seus impactos na economia

Maike Ramos de Jesus a e Juliana Nadu b

aAluno do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza. E- [email protected] bAluna do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza. E- [email protected]

Palavras-Chave: mudanças climáticas, biocombustíveis, economia.

esde o começo do planeta Terra há mudanças no clima, onde a terra passa por glaciações e aquecimentos freqüentes, tudo isso sendo causados por fenômenos naturais, para que haja um equilíbrio na temperatura do planeta. Mas a partir do século XVIII quando se

iniciou a revolução industrial o mundo passou para outra realidade, o clima da Terra que até então era mudado por fenômenos naturais, passa a sofrer intervenções humanas intensas, e que têm conseqüências inimagináveis, tais como, aquecimento das temperaturas em todas estações do ano na terra e no mar, inundações, o aumento do nível dos oceanos, diminuição da umidade do solo provocando secas, entre outros muitos problemas.

Estudos feitos pelo órgão (IPCC) Painel Internacional sobre mudanças climáticas confirma que os impactos serão drásticos e que não se pode prever as conseqüências em longo prazo, por ter um período pequeno de observações, mas que já dá para se concluir que os efeitos serão diversos. Os estudiosos desse fenômeno concordam que os efeitos são irreversíveis, o que dá para fazer é no máximo amenizar os danos. É curioso que as grandes vítimas desse problema sejam os que contribuíram pouco para que ele se agravasse. Como o Brasil se situa em lugares quentes do planeta e tem uma área relativamente extensa, os impactos serão consideráveis, tanto na economia como nos negócios, esse sendo o principal objetivo deste artigo.

As mudanças climáticas têm um impacto direto nas empresas, e pode afetar diretamente a lucratividade, risco pais e a competitividade das empresas.

As mudanças climáticas têm um impacto direto nas empresas e podem, potencialmente, afetar a sua lucratividade, competitividade e perfil de risco. Contra este efeito, as políticas de seqüestro de carbono deverão ser fortalecidas e deverão abranger um número crescente de nações, o que, no futuro, poderá aliviar o impacto financeiro das medidas que serão necessárias para lidar com os efeitos físicos das mudanças climáticas.

Por fim, "mudanças climáticas" é um assunto de extrema importância para o futuro dos negócios internacionais. Os líderes empresariais terão que compreender que este é um problema que lhes cabe e que serão obrigados a

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mostrar liderança e responsabilidade no desenvolvimento sustentável do planeta. Eles deverão estar à frente do desafio de solucionar as questões que abrangem as mudanças climáticas, integrando-as ao mundo dos mercados e do comércio em uma escala global.

A comunidade dos negócios precisa, da mesma forma, assegurar que as medidas tomadas não tenham custos desnecessários. A necessidade mais urgente é a criação de soluções consistentes, estáveis e previsíveis para atingir a redução global que se impõe.

Reputação e imagem são riscos reais, pois as empresas podem ser penalizadas, tanto por consumidores quanto por investidores, se tiverem sua imagem ligada à degradação ambiental". Por outro lado, muitas empresas hoje estão abordando o tema da sustentabilidade como uma ferramenta de marketing. "Não se trata de uma nova moda. A questão ambiental traz impactos financeiros e de reputação, e é onde as empresas podem ganhar também, com a redução de custos de operação e oportunidades que surgem no mercado de carbono".

O dinheiro que dá em árvores

Tiago Luz Fernandes a e Larissa Camassary Moutinho Cabral Gios b

aAluno do curso de Marketing. E- [email protected] bAluna do curso de Marketing. E- [email protected]

Palavras-Chave: desenvolvimento sustentável, marketing ecológico, mentalidade.

om a crescente preocupação com o meio ambiente e suas drásticas mudanças climáticas, cada vez mais consumidores procuram por produtos ecologicamente corretos e empresas que respeitam colaboram para o desenvolvimento sustentável. A questão é como

aumentar essa procura bem como o comprometimento das empresas quanto à questão da tão almejada sustentabilidade.

Quanto ao comprometimento da sociedade ser ainda muito pequeno isso tende a mudar na medida em que a globalização aumenta, a divulgação da situação critica e irresponsável de nossa relação com o planeta é disseminada. Apesar dos alertas do quadro ambiental, nada adianta se não houver uma mudança no modo de pensar da sociedade.

E é nesse ponto que entram as empresas com seu marketing ecológico, ambiental ou verde. Que como o marketing tradicional, também não se restringe somente a meras divulgações publicitárias. Há empresas que associam suas marcas a montanhas, matas ou animais, entretanto nada fazem de concreto; o real objetivo do marketing ecológico não é mostrar o que há de

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belo e correto, e sim promover uma ação integrada beneficiando o consumidor e o meio ambiente. O marketing ecológico definido por Kotler – especialista em marketing – como “um movimento das empresas para criarem e colocarem no mercado produtos ambientalmente responsáveis em relação ao meio ambiente”, vem crescendo lentamente, porém continuamente, em parte devido a ainda atender a um nicho, entretanto com tendência de ser a principal fonte de diferenciação de produtos em um futuro bem próximo.

A atividade industrial evoluiu desde o escambo até o mercado global, os desejos e necessidades dos consumidores também vêem evoluindo ao ponto em que as pessoas alcançam a conscientização ambiental e acabam por procurar produtos que se adéqüem aos seus ideais. Hoje a comercialização de produtos, serviços e idéias que preservem o meio ambiente têm gerado uma renovação nos planos estratégicos administrativos. O que antigamente era considerado irrelevante para o desenvolvimento da imagem da empresa, hoje é cada vez mais indispensável; por exemplo, a atuação na conservação de patrimônios públicos, o racionamento de recursos não-renováveis, o modo de descarte de resíduos e o envolvimento em causas sócio-ecológicas.

Ao adotar o marketing ecológico, a empresa deve comunicar de forma clara as vantagens dos consumidores adquirirem seus produtos e serviços ambientalmente responsáveis. Dessa forma, além de possibilitar uma extensão no mercado e não ter de se preocupar com o fato de que seus consumidores irão abandonar sua marca, pois percebida a qualidade do produto, o consumidor não dará preferência à um concorrente que agrida a natureza; a organização estará cooperando com o meio ambiente.

Como impactos mais focados para a parte financeira das empresas, podemos citar: redução dos desperdícios de custos, de multa e aumento da competitividade no mercado.

Como exemplo de grandes empresas que apóiam as causas ambientais, temos: O Boticário, Natura, Grupo Pão de Açúcar, Grupo Votorantin, Wal-Mart, Unibanco, BNDS, Bayer e HSBC.

A responsabilidade de reverter ou mesmo amenizar a situação é de todos, já que as mudanças climáticas causadas pela humanidade estão alterando cada vez mais o meio ambiente, e o marketing ecológico é essencial para caminharmos à próxima tendência que é o desenvolvimento sustentável; onde os objetivos das empresas (incluindo lucro e ideais) e as necessidades do consumidor estejam de acordo com o bem-estar da sociedade sem alterar, ou alterando o mínimo possível, o meio ambiente.

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Novas tendências econômico-ambientais

Durval Salina Jr a e Rodrigo de Almeida Ventura b

aAluno do curso de Marketing. E- [email protected] bAluno do curso de Marketing. E- [email protected]

Palavras-Chave: mudanças climáticas, economia ambiental, políticas empresariais.

associação feita por muitas pessoas sobre mudanças climáticas está relacionada, normalmente, com o meio ambiente e aspectos sociais. Entretanto, nos dias atuais, esse assunto abrange também setores mais complexos como economia e negócios.

Alguns especialistas da área afirmam que a preservação do planeta pode ser uma das maiores oportunidades de negócio deste século. Muitas organizações já investem em pesquisas e desenvolvimento visando lançar tecnologias politicamente corretas, como é o caso da Toyota e seu carro híbrido Prius. Soma-se a isso, o fato de muitas empresas aderirem à proposta de diminuir emissões de poluentes para construir uma boa imagem aos seus investidores externos e consumidores preocupados com as questões ambientas.

No setor econômico, um dos mais diretamente afetado é a agropecuária, pois é muito dependente de fatores ambientais como temperatura e precipitações, prejudicando, principalmente, os países subdesenvolvidos que mantém esse tipo de negócio como base principal de suas respectivas economias. Outro setor atingido diretamente são as atividades relacionadas aos corpos hídricos, as quais, na falta de chuva, serão prejudicadas na captação de água e, em caso de cheias, serão necessários altos investimentos para evitar transbordamento. O Brasil, um país que depende fortemente de hidrelétricas, seria altamente prejudicado financeiramente nestes casos.

Ao passo que a mudança climática vai ganhando destaque na sociedade, há uma certa urgência em buscar novas formas para tentar controlar e contornar a situação por meio de políticas empresariais que buscam se inserir nas novas tendências mundiais. Porém, muitas empresas utilizam dessa circunstância de desastres ecológicos para se beneficiarem de forma antiética no mercado competitivo.

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O impacto das mudanças climáticas na economia

Bruno Ferme Gasparin a e Felipe de Carvalho Matarucco b

aAluno do curso de Sistemas de Informação. E- [email protected] bAluno do curso de Sistemas de Informação. E- [email protected]

Palavras-Chave: mudanças climáticas, catástrofes ambientais, aquecimento global.

lguns anos atrás, apareceram cientistas na mídia falando sobre um tal de aquecimento global, que traria diversas catástrofes para a população e o planeta. Mas poucos deram importância a esse fato.

Porém acontecimentos atuais vêm provando que esses cientistas estavam certos; o clima está desregulado e coisas que nunca aconteceram estão acontecendo (O Furação Catarina, que atingiu o litoral sul do Brasil em 2004 é um exemplo), tudo graças ao Aquecimento global.

Essas mudanças vêm causando e ainda causará muitos impactos na economia de todo o mundo. Um exemplo básico é a cultura de uvas para a produção de vinhos. Com o aumento das temperaturas, os produtores de vinho estão migrando das antigas regiões produtoras de vinho (França, Portugal, Itália e outros países da região mediterrânea, por exemplo) para lugares mais próximos aos pólos do planeta, como a Escandinávia, que em um futuro próximo deverá se tornar um dos maiores e melhores produtores de vinho do planeta.

De acordo com Nicholas Stern, ex-economista chefe do banco “World Bank”, o Aquecimento Global pode cortar um quinto do crescimento econômico mundial caso nenhuma ação drástica seja tomada, Ele ainda afirma que se somente 1% do PIB mundial fosse usado para conter esse problema, tal corte seria evitado.

A parte da economia que mais sofrerá será a agricultura, apesar de muitas regiões estar se beneficiando com o Aquecimento Global em sua agricultura, como a própria Escandinávia.

Das regiões afetadas, a que mais sofrerá será a África, já que 70% da população depende da agricultura, que necessita de estações climáticas bem definidas. As mudanças climáticas estão interrompendo o ciclo de produção afetando toda a agricultura da região. Para piorar, o plantio de elementos de biocombustível está ocupando áreas antes destinadas ao plantio de alimentos.

Em suma, é a economia como um todo que sai perdendo, já que uma quantidade maior de dinheiro é necessária para lidar com os estragos das catástrofes naturais (como o degelo de neve dos topos de montanhas, que por sinal afeta a economia de vários países que dependem dos rios que nascem desses degelos), que as mudanças climáticas estão provocando; dinheiro tal que poderia estar sendo usado para outras finalidades, como investimento na educação.

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De acordo com as Nações Unidas, as geleiras do Himalaia, que são a principal fonte de água para os principais rios do sudeste asiático, podem desaparecer por completo em 2035, caso a temperatura continue aumentando. Hoje, mais de 9% dessas geleiras já desapareceram.

Sabendo que aproximadamente 2,4 bilhões de pessoas vivem nas regiões das bacias hidrográficas desses rios que nascem no Himalaia. Esses 2,4 bilhões de pessoas sofrerão com enchentes (o que esta acontecendo com Burma atualmente) seguidas de fortíssimas secas nas décadas seguintes.

A situação esta complicada. Mesmo com o tratado de Quioto, a emissão de gás carbônico (CO2) continua aumentando, e conseqüentemente o Aquecimento Global. Devemos conscientizar que os problemas são reais e que devemos enfrentá-los. Querendo ou não o afetado final será o próprio homem.

O preço de não agir agora

Caynnã de Camargo Santos a e Felipe Cestari de Camargo b

aAluno do curso de Marketing. E- [email protected] bAluno do curso de Marketing. E- [email protected]

Palavras-Chave: economia, urgência, atitudes.

quecimento global, derretimento das geleiras e efeito estufa. Tudo parece caótico atualmente quando o assunto é clima. Porém, muitos defensores do "deixa acontecer" apoiavam-se no argumento de que custaria mais combater o aquecimento global do que ignorá-lo, até a

divulgação de novas pesquisas que comprovam o contrário.

Segundo dados de um relatório apresentado em 2006 referentes ao assunto, elaborado pelo economista inglês Nicholas Stern, os gastos para estabilizar a emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa na atmosfera seriam equivalentes a 1% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial até 2050. Segundo este mesmo relatório, batizado de “Estudo Stern”, na pior das hipóteses esse custo aumentaria para 20% do PIB caso fossem mantidos os padrões de consumo atual. Até mesmo Tony Blair, ex-premiê britânico (sim, aquele mesmo, amigo do Bush, o cara que não assinou o Protocolo de Kyoto) disse que as evidências do aquecimento global são "impressionantes e decisivas".

Parece que agora, quando tocou o bolso dos tomadores de decisões, o assunto recebeu ares de "sério e urgente", já que "sem dinheiro o mundo não gira". Porém, pensando bem, sem vida o mundo "gira"? Não seria mais racional começarmos a tomar atitudes contra um destino quase que inevitável enquanto ainda há tempo do que ficarmos cogitando a magnitude da importância de um quadro caótico que pode ser visto todas as vezes que ligamos a TV?

Os prejuízos pelo mundo já contabilizam em torno de sete trilhões de dólares, e deixando como está, o percentual do PIB que deverá ser gasto para amenizar essa situação pode passar para cerca de 20%, como citado antes, levando em

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consideração gastos com saúde pública, a forma que a vida dos mais pobres será afetada, as limitações que irão surgir na agricultura, entre outros problemas.

Nosso país pode (e deve) contribuir de forma significativa para alterar esse quadro. Além de termos grande potencial hidrelétrica para produção de energia, temos grandes áreas florestais e estamos investindo muito em biocombustíveis. Este último figura como um dos maiores triunfos “verde e amarelo”, pois, entre outros benefícios, seu uso cria uma espécie de ciclo do carbono, que pode reduzir a emissão do gás na atmosfera através da absorção do carbono proveniente da queima do álcool combustível pelas folhas de cana-de-açúcar, por exemplo. Há também as vantagens econômicas provenientes do plantio de diversas culturas, como o desenvolvimento de novas tecnologias e ainda a possibilidade de compartilharmos conhecimentos com outros países subdesenvolvidos.

Diante de tudo isso, torna-se incoerente grandes corporações mundiais e o governo dos Estados Unidos, através de seu presidente, rejeitarem a assinatura e o comprometimento com as bases do Protocolo de Kyoto, alegando que as práticas sugeridas para o combate ao aquecimento global iriam desestabilizar a economia. Porém, nos parece muito mais simples, barato e eficaz concentrar esforços e realmente tomarmos atitudes imediatamente, “gastando” 1% do PIB mundial e, dessa forma, conseguindo atingir níveis satisfatórios de emissões de gases na atmosfera, do que comprometer o planeta como um todo ao discutirmos “a importância das evidências do aquecimento global” e não tomarmos atitude alguma. Protelar a tomada de decisões só agrava o problema e torna cálculos e estimativas cada vez mais incertos, mas com certeza tendendo para valores maiores de recursos que deverão ser gastos. Sem ações imediatas, as opiniões das pessoas que atualmente desacreditam os estudos sobre as mudanças climáticas, vendo-os como algo “apocalíptico”, se tornarão, em um futuro próximo, mais uma lembrança dos tempos em que podíamos agir de forma decisiva, mas pensamos primeiramente no bem estar econômico.

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Um novo clima está mudando o turismo

Gabriela Torres Andrade Firmino a e Nathalia Costa de Almeida b

aAluna do curso de Lazer e Turismo. E- [email protected] bAluna do curso de Lazer e Turismo. E- [email protected]

Palavras-Chave: turismo, mudanças climáticas, economia.

om um pensamento imediato, o turismo tem tentado se beneficiar com as mudanças climáticas vigentes. Vender destinos como à realização de sonhos que logo não existirão mais, tem sido o maior apelo das agências de viagens. O fim do mundo virou um grande

negócio na indústria do turismo. Entretanto este benefício tende a durar muito pouco. A verdade é que muitos desses lugares realmente correm o risco de um dia sumirem do mapa. As geleiras estão derretendo rapidamente, desertos estão se formando e o nível dos oceanos está aumentando.

A nova duração e qualidade das estações turísticas em conseqüência do clima (no caso, por exemplo, do turismo de sol e praia ou das férias concentradas nos esportes de inverno) poderão incidir decisivamente na concorrência entre destinos e, portanto, na rentabilidade das empresas turísticas. Mas o aumento do turismo em massa decorrente da extinção de alguns lugares mais exclusivos pode resultar na super lotação de destinos populares.

Um relatório chamado “Future of World Travel” diz que até 2020 as atrações naturais de algumas das maravilhas mundiais estarão danificadas pelas mudanças climáticas e assim o turismo e sua economia sofrerá impactos irreversíveis.

Destinos famosos como Everglades, pântanos e lagos da Flórida, que fica sob o risco do aumento da freqüência de furacões, Atenas e Grécia, que com o aumento da temperatura do verão para mais de 40°C pode levar ao aumento de stress e de mortes causadas pelo calor, ou países como a Austrália, Caribe e Nova Zelândia estão preocupados com o impacto que as mudanças climáticas e conseqüentemente o aquecimento global podem causar em suas economias.

Felizmente não esta chegando o fim para a indústria turística, o turismo pode até ajudar na batalha contra a destruição do meio ambiente, políticas governamentais devem mostrar que em comunidades locais o turismo pode ser mais lucrativo do que, pó exemplo, explorar a madeira, um turismo mais limitado, mais consciente, fazer do turismo um instrumento eficaz de desenvolvimento econômico e conservação dos recursos culturais e naturais do mundo, pode ser uma alternativa para esta indústria.

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O aumento das temperaturas está fazendo o setor pensar rapidamente. O sucesso futuro dependerá de como as mudanças climáticas evoluirão nos próximos anos, mas também de quem será mais rápido para se adaptar as novas situações.

A Terra esquentando e o turismo esfriando

Ana Cristina Fernandes Clemente a e Larissa Teodoro Fantazzini b aAluna do curso de Lazer e Turismo. E- [email protected] bAluna do curso de Lazer e Turismo. E- [email protected]

Palavras-Chave: impactos na economia, turismo, mudanças climáticas.

s mudanças climáticas são um problema ambiental que a cada dia vem se destacando como um tema que tem como principal causador o homem e afeta diretamente o planeta, assim, a área do Turismo terá que se adaptar aos novos problemas e tendências já que diversos

atrativos alteraram seus perfis.

A temperatura do planeta tem aumentado significativamente nos últimos anos, devido a grande emissão de gases de efeito estufa, principalmente gás carbônico e metano, por indústrias, meios de transporte poluentes e queimada das florestas.

O Aquecimento Global causa o aumento do nível dos mares pelo derretimento das calotas polares, aumento de desastres como furacões, ciclones, entre outros processos naturais e perda de atrativos turísticos que devido aos problemas acima estão desaparecendo. É necessário utilizar-se de meios de transporte coletivos, busca de fontes renováveis (eólica, solar, biomassa, etc), menos emissão de gases causadores do aquecimento global e maior conscientização da população para uma futura solução.

A estação de esqui boliviana Chacaltaya, considerada a mais alta do mundo, esta perdendo sua atratividade, pois o gelo esta derretendo em curto prazo, inviabilizando a prática do esporte. Além dessa, outras inúmeras estações de esqui estão derretendo na Suíça, na Áustria e demais regiões de gelo. O glaciar Upsala, um rio de gelo na Patagônia Argentina passa pelo mesmo problema.

As ilhas do Pacífico podem desaparecer com o aumento do nível dos mares. Em alguns casos, há ilhas que foram divididas ao meio pela água, e cresce o número de refugiados que estão cada vez mais ameaçados. A atividade turística, maior fonte e renda dessas ilhas esta decaindo por esses fatores, causando graves problemas em suas economias.

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Na Amazônia, já foram relatados indícios de seca decorrentes do aumento da temperatura na região, são igarapés secos, barcos encalhados nas areias, cardumes de peixes morrendo e rios que estão secando. Porém, a questão da Amazônia é mais complexa, pois conta com problemas de desmatamento também.

É necessário agirmos rapidamente na buscar de uma solução para esse problema, o Protocolo de Kyoto é um grande passo para que obtenhamos isso. Segundo ele, a maioria dos países industrializados deve reduzir sua emissão de gases estufa em cerca de 5,2% (em relação a seus níveis de emissão desses gases a partir do ano de 1990) até os anos de 2008 a 2012, é uma meta a ser alcançada e diversos países já são membros, inclusive o Brasil, sendo permitido a comercialização das cotas de emissão dos gases. Alguns países ainda não ratificaram esse protocolo, como os Estados Unidos, que temem uma crise em sua economia. O MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo) foi apresentado pelo Brasil na reunião de Protocolo de Kyoto e tem como objetivo ajudar os países que precisam diminuir suas emissões de carbono para cumprir sua meta.

O IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas) é um órgão das Nações Unidas responsável por produzir informações com base científica, divulgando relatórios sobre o assunto desde 1988, mas não participa das discussões sobre o assunto.

Os efeitos do Aquecimento Global já estão sendo vistos por todos, as catástrofes nas cidades, a extinção das espécies marinhas na Austrália e a seca na Amazônia são um dos ícones que devem ser levados em conta pelos pontos de vista de varias áreas.

A área de Turismo é diretamente afetada com o problema, pois perde diversos de seus atrativos naturais (turismo de aventura, ecoturismo, turismo submarino – de observação, pesca esportiva, náutico e gastronômico) e mesmo não-naturais (destruição de aeroportos, hotéis, edifícios, monumentos e demais atrativos turísticos devido aos fenômenos naturais causados/aumentados pelo Aquecimento Global), além de afetar a economia e os negócios de vários países que terão que se adaptar a isso, caso não acordem e busquem soluções plausíveis para amenizar o problema.

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Crescimento econômico renovando o negócio e favorecendo a vida

Jorge Henrique Aceiro Barbosa a e Fernando de Paula Maneliche b

aAluno do curso de Obstetrícia. E- [email protected] bAluno do curso de Obstetrícia. E- [email protected]

Palavras-Chave: mudanças climáticas, cana de açúcar, combustíveis.

om o aumento das emissões de gases poluentes e a despreocupação fiscal quanto a políticas que regularizem as mesmas, está em vigência o Tratado de Quioto em que um de seus braços eficientes que contribui para a moderação das mudanças climáticas são os

incentivos econômico-financeiros com o estabelecimento de uma política pública que incluem projetos de redução de emissões e captura de carbono que traz impactos positivos e as externalidades em termos macroeconômicos e microeconômicos.

O alto nível do uso de gases do efeito estufa em escala mundial é aspecto que há algum tempo vem preocupando estudiosos, autoridades e organizações ao redor do planeta visando mobilizar a população tendo em vista as graves conseqüências ambientais que as emissões abusivas trazem prejudicando o meio da vida no qual estamos inseridos. Com esse quadro uma alternativa bastante promissora para o Brasil é o incentivo à produção de combustíveis renováveis.

Etanol biodiesel são as grandes oportunidades de negócio. Com relação ao etanol, somos a referência mundial. A produção brasileira é em volume tão grande e a um custo tão baixo que inclusive países desenvolvidos irão necessitar de pelo menos dez anos para alcançar os números brasileiros. O biodiesel apesar de incipiente no Brasil, já chega com duas vantagens comparativas: a primeira é a que possui uma diversidade de produtos agrícolas que permitem a produção de óleos vegetais de norte a sul, sem contar que a produção desses óleos depende das atividades extrativistas e agrícolas, ambas têm a capacidade de criar empregos e sendo para a população rural a condição fundamental para promover o desenvolvimento sustentável. A outra vantagem é que ao invés do uso do metanol derivado do carvão mineral, sendo assim um combustível fóssil, na produção do biodiesel brasileiro, o metanol é substituído pelo etanol, um combustível renovável.

O etanol é produto ligado às mudanças climáticas que nos da maior competividade no mercado internacional, o seu uso como combustível automotivo e a exportação de açúcar triplicaram a produção de cana de açúcar

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no Brasil desde 1975. A cana ocupa hoje aproximadamente 9% da área de cultivo no país, está presente em todos os estados, utiliza 300 usinas e 60 mil produtores de cana. Da produção total de etanol no mundo 58% são destinados a combustíveis dos quais o Brasil é responsável por 41%; além disso, a balança energética da produção brasileira é extremamente favorável com mais de oito unidades de energia produzida por unidade de energia consumida.

Apesar dos excelentes resultados alcançados, o setor ainda tem muito espaço para o desenvolvimento, particularmente em relação à melhoria genética da cana com a oferta de variedades específicas para as várias regiões e ambientes de produção, é também necessário o uso de tecnologia para a produção em larga escala de mudas sadias. Na produção de cana existe demanda por inovações tecnológicas que viabilizem a férti-irrigação e a colheita sem queimada.

A meta desejada é a de reduzir os custos da produção de biodiesel, utilizando o etanol como reagente. Essa redução de custos não se restringe somente ao processo industrial, mas também no custo da produção de óleo vegetal e no desenvolvimento de novas utilizações comerciais para o subproduto glicerina, aumentando a receita do processo. Impulsionar a economia e incentivando o negócio na área dos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo é uma grande oportunidade de crescimento nos dando força e prestígio enquanto nação sem esquecer os benefícios ambientais que oferecem, dos quais depende das demandas populacionais como o uso de automóveis que utilizam renováveis e viabilizem a vida na terra.

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Faça a sua parte!

Juliana Cristiane de Souza a e Leonardo Xavier da Silva b

aAluna do curso de Ciência da Atividade Física. E- [email protected] bAluno do curso de Ciência da Atividade Física. E- [email protected]

Palavras-Chave: globalização, movimentos sociais, alternativas ambientais.

homem, para garantir sua sobrevivência, criou meios de eliminar seus predadores com o intuito de reverter seu quadro de suposto “escravo da natureza”, e criou instrumentos e ferramentas, descobriu meios para usar sua inteligência como método de

observação, experimentação e manipulação da natureza, este método é a base da ciência atual e é através dele que se cria a tecnologia, a qual pode solucionar muitos problemas humanos e facilitar a vida da sociedade, mas por outro lado, também trouxe conseqüências ao meio ambiente afetando a vida de população; principalmente devido às mudanças climáticas.

As inovações tecnológicas ditam hábitos e costumes - literalmente, porque devido a elas mudamos nosso comportamento, quando nos adaptamos às novidades e quando precisamos nos unir para reverter a destruição dos recursos naturais e poluição do meio ambiente. Para que a relação entre homem e tecnologia não vire um círculo vicioso é preciso encontrar soluções que permitam a continuidade do crescimento tecnológico e ao mesmo tempo a manutenção do equilíbrio natural da terra.

Hoje em dia, novas formas de lidar com a situação estão aparecendo e, entre elas, a necessidade de mudança de hábito e de pensamentos (em níveis pessoais e globais), pois esses resultados refletem em primeiro lugar um pensamento egoísta do mundo, como se o homem fosse o centro de tudo, ou seja, superior a tudo, e seus interesses, portanto, vêem em primeiro lugar. Para lidar com isso, os grupos de discussão estão levando novas palavras, que retomam conceitos morais como, altruísmo, solidariedade e igualdade; normalmente as pessoas lutam por interesses particulares e contra as desigualdades, mas nesse caso, os problemas ambientais afetam a todos igualmente e as diferenças das pessoas ficam menores, gerando novas possibilidades de convívio.

Muitos grupos de movimentos sociais que antes representavam o interesse de minorias agora estão se reunindo para discutir temas globais, como por exemplo, uma nova forma de sociedade capitalista, a fim de preservar a vida do planeta; esses grupos sociais pela primeira vez não estão contra o capitalismo e sim em busca de novas formas de realizar a organização social; que pelo menos

Seção V Mudanças climáticas e políticas locais,

nacionais e internacionais

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reveja a cultura de desenvolvimento desenfreado e crescimento contínuo e obrigatório.

As pessoas se reúnem em grupos como o Fórum Social Mundial, que periodicamente realiza debates e propõe solução e diretrizes de mudanças para a sociedade. Ou, através de organizações não-governamentais como o Greenpeace, que é uma instituição sem fins lucrativos que se mantém com doações (eles não aceitam doações vindas de governos ou empresas provadas), e hoje é muito conhecida aqui no Brasil por realizar debates sobre assuntos problemáticos na sociedade; eles trabalham em prol da preservação dos recursos naturais e direitos humanos como Amazônia, clima, energia, oceanos, animais e alimentos transgênicos. O trabalho deles é feito através da pesquisa, divulgação à sociedade e denúncia das atrocidades cometidas, propostas de soluções alternativas e a realização de confrontos não violentos.

Como é possível perceber, após tantas separações sociais, um problema trouxe a união das pessoas sobre um tema comum, e uma das necessidades para solucionar os problemas de âmbito global é a revisão de hábitos e costumes e para isso muitas pessoas já estão se reunindo e discutindo alternativas, todo mundo pode participar e dar a sua opinião ou oferecer seu trabalho voluntário.

Faça a sua parte.

O viés político da natureza

Eduardo Souza Melo a e Daniel Moura Martins da Costa b

aAluno do curso de Sistemas de Informação. E- [email protected] bAluno do curso de Sistemas de Informação. E- [email protected]

Palavras-Chave: crise ambiental, resoluções políticas, avanço social.

oje, restam poucas dúvidas a respeito das massivas alterações climáticas induzidas pela ação humana junto à natureza. As altas doses de carbono na atmosfera, o desmatamento e a poluição generalizada, têm alterado amplamente a realidade climática do

planeta. Tal efeito tem impactado diversas áreas da realidade natural, o que acaba resultando, invariavelmente em indeterminações também na vida humana.

Esse panorama desastroso, muitas vezes pode parecer inacessível para o cidadão comum, que acaba delegando a responsabilidade de uma ação efetiva a entidades políticas superiores, normalmente os governos locais ou nacionais. Nada mais junto, pois, para os mesmos, agir de forma a controlar os efeitos climáticos, é de vital importância, uma vez que tal gestão contribui na determinação e preservação da produção alimentícia, gestão da água, produção energética e finalmente, saúde e bem estar de seus cidadãos.

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Fundamentalmente, portanto, o controle ambiental, permite reduzir o impacto que o clima causaria em diversas esferas caras à administração de um país. No entanto, embora, tais instituições sejam plenamente capazes de reduzir índices causadores de malefícios naturais, não são tão hábeis ou capazes de atacar o problema de modo a resolvê-lo. Entram em cena então, instituições supranacionais ou confederações de países, dedicados a encontrar soluções coesas e duradouras para a mazela ambiental.

De fato, tal solução a este problema, é particularizada junto à esfera política, pois põem em teste a capacidade humana de atingir um grau de administração a nível planetário nunca antes formalizado. Além, tal construção, envolve uma cadeia de complexidades, que aponta para outras demandas possíveis de serem abordadas em escala global. Um exemplo disso é o apoio a países em desenvolvimento, impedindo assim que os mesmos recorram a recursos exploratórios na intenção de garantir uma competitividade produtiva.

Tem sido comum, portanto, que tais manifestações políticas encontrem sua concretização em uma diversidade de conferências que tentam estabelecer regras diversas, de forma que permitam aos países agirem de forma coesa no combate dessa questão e, embora seja possível dizer que essas conferências são importantes para o avanço do tema, em muito o resultado das mesmas termina por transparecer o atraso com que o tema foi levantado, além é claro, da morosidade com que os países se dispõem a cooperar para resolvê-lo.

A incapacidade de manter um consenso a respeito das soluções, também tem sido um entrave quando se trata de uma resposta duradoura para o problema ambiental. O protocolo de Quioto, notório por congregar uma diversidade de nações em busca da solução para a diminuição da emissão de gases provocadores do efeito estufa, nesse ano comemora dez anos sem que haja uma aceitação satisfatória por todos os países.

Infelizmente, essa dificuldade em estabelecer o consenso se deve em maior parte à dificuldade de alinhar junto às preocupações ambientais, as diversas realidades econômicas, países como Estados Unidos e China, grandes poluidores em escala global, recusam-se a se comprometer com qualquer tipo de tratado que venha a diminuir sua capacidade de crescimento econômico. Mesmo a criação do mercado de carbono, que tem como principal intenção induzir uma visão econômica junto às emissões de CO2, não tem aceitação junto a tais países que continuam a empregar suas estratégias predatórias, de forma a favorecer sua hegemonia econômica.

Embora seja possível imaginar que cedo ou tarde a aceitação de metas para o controle das mudanças climáticas passe a ser uma preocupação generalizada, existe a preocupação que diz respeito ao prazo que a humanidade tem para uma tomada de atitude em vista de resultados satisfatórios. Ao relegar a questão, ignora-se a grande oportunidade política que se apresenta, de definir valores diplomáticos que favoreceriam uma interligação benéfica entre os países, além de se esquecer de que o que está em jogo é também a capacidade humana de viver harmoniosamente junto à natureza.

A atual problemática demonstra que a tomada de decisões coesas devem ser imediatas, no entanto a dificuldade de estabelecer um consenso, que mantenha

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os interesses econômicos dos países intactos, tem levado essa decisão para além do prazo aceitável.

Este panorama aponta para a necessidade da reavaliação das prioridades, tanto das entidades supranacionais, das nações, apontando finalmente para o indivíduo.

Degradação por processos antrópicos

Lia Taruiap Troncarelli a e Alexandre Limberg F. di Santo b

aAluna do curso de Gestão Ambiental. E- [email protected] bAluno do curso de Gestão Ambiental. E- [email protected]

Palavras-Chave: aquecimento global, políticas públicas, desmatamento.

aquecimento global decorre de um fenômeno natural do planeta, o efeito estufa, que por sua vez está relacionado com alguns gases existentes na atmosfera como o gás carbônico, o metano e outros. Tendo estes a capacidade de absorver calor proveniente do sol,

fator determinante para vida na terra como ela é hoje, porém o que esta ocorrendo é que estes gases estão sendo emitidos de forma demasiada por atividades do homem, por meio do desmatamento que é o meio de maior enfoque desse trabalho, e outros como por industrias e queima de combustíveis fosseis.

Este aquecimento causa mudanças climáticas em todo o globo, tendo muitas vezes conseqüências desastrosas para o homem, por isso a ONU organiza desde 1988 um comitê de cientistas que formam o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), que elaborou em 2007 um relatório analisando as mudanças climáticas e suas conseqüências para população mundial. Entre as diversas conseqüências estão o derretimento das geleiras, extinção de um terço das espécies, aumento no nível dos oceanos, furacões ciclones, enchentes, prejuízos na agricultura, aumento de doenças e muitos outros estão diretamente relacionados.

No Brasil, segundo estudos realizados pelo IMPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), há estimativas de que até o fim do século a temperatura na Amazônia aumente até 8ºC, causando a extinção de diversas espécies da flora e da fauna e transformando a floresta em cerrado, afetando assim não apenas a população ribeirinha, mas os indígenas, a navegabilidade dos rios, a produtividade agropecuária, a qualidade de vida nas cidades, a produção de pescado e também o clima mundial.

O governo do Brasil aposta no biocombustível como maneira de mitigação dos problemas ambientais. No entanto, alguns cientistas manifestaram preocupações como as monoculturas, como a cana e a soja, pelo vasto

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território necessário para o cultivo desses produtos, causando assim o desmatamento de vastas áreas e outros prejuízos ambientais. Segundo Oswaldo Canziani do IPCC, o modo como o biocombustível é produzido pelas monoculturas é destrutivo, e que o interesse do EUA no biocombustível é apenas de caráter econômico, já que o país não apóia a redução da emissão de gases estufa estabelecida pelo Protocolo de Kyoto.

Segundo Carlos Nobre, o Brasil está atrasado na realização de estudos científicos para investigar os impactos que as mudanças climáticas já estão causando. Thelma Krug, secretaria nacional de mudanças climáticas do meio ambiente, disse em maio de 2008 que o plano nacional de mudanças climáticas só será concluído em novembro, embora estivesse previsto para o mês de abril. Paises como a China e México já têm esse trabalho realizado desde maio de 2007. Para Krug a demora se deve a necessidade de participação regional, de estados e municípios.

Marcelo Custódio do Greenpeace diz que o Brasil está entre os cinco maiores emissores de gás carbônico do mundo e pode ser considerado um vilão, devido ao desmatamento e a sua política energética. Sendo uma grande contribuição para este desmatamento, a pecuária que é incentivada pelo governo por créditos a juros subsidiado, a monocultura e a falta de fiscalização existente na região que se da tanto pela falta de profissionais qualificados quanto pela dificuldade de locomoção no território e seu tamanho.

Em Janeiro de 2008, o INPE divulgou dados alarmantes sobre trinta e seis municípios da Amazônia campeãs no desmatamento, com isso o governo federal suspendeu autorização para o desmatamento nesses municípios, localizados em Rondônia, Mato Grasso e Pará. De acordo como o governo, as propriedades rurais dos municípios da lista terão de ser recadastradas e monitoradas, sendo as áreas desmatadas ilegalmente embargadas pela justiça.

As políticas públicas contra o desmatamento no Brasil só irão contribuir para a redução do aquecimento global se houver uma articulação entre os diversos órgãos do governo, como secretarias, governantes, universidades, e a sociedade civil, visando a fiscalização, proteção e estudo das regiões prestadoras de serviços ecossistêmicos. Não podendo vigorar apenas interesses particulares de grandes latifundiários, empresas nacionais e internacionais e muito menos de interesses políticos, mas sim de critérios que visem a qualidade de vida da população como um todo, e assim ajudando a mitigar o aquecimento global causado por ações antrópicas.

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O protocolo de Kyoto e as políticas ambientais

Luiz Felipe de Almeida a e Felipe Noróes Leite Gonçalves b

aAluno do curso de Marketing. E- [email protected] bAluno do curso de Marketing. E- [email protected]

Palavras-Chave: protocolo de Kyoto, ONU, políticas ambientais.

negligência do homem em relação aos cuidados com a natureza desde a revolução industrial ocasionou expressivas mudanças climáticas evidenciadas principalmente a partir da segunda metade do século XX. As possíveis e iminentes conseqüências dessas mudanças

– mesmo na mais otimista das previsões – são desastrosas; tanto que se iniciaram grandes esforços para a minimização da emissão de gases poluentes nos últimos anos. Tais esforços acarretaram em tratados e protocolos que modificaram a política de vários países em relação principalmente aos processos de produção industrial, sendo o mais importante deles o Protocolo de Kyoto.

Em 2005 entrou em vigor esse tratado. Assinado por 55% dos países que produzem juntos 55% dos “gases-estufa” expelidos na atmosfera. Inicialmente o tratado de Kyoto prevê uma diminuição de 5,2% em relação aos níveis de emissão da década de 1990, no período de 2008 a 2012. O tratado também pretende, entre outras metas, incentivar o uso de fontes energéticas renováveis e proteger reservas florestais no mundo todo.

Alguns cientistas acreditam que se o Protocolo de Kyoto for concluído com sucesso, a temperatura global poderá retroceder 5,8ºC até o ano de 2100.

Os EUA e o Protocolo:

Apesar de os EUA serem os principais emissores de gases-estufa do planeta, alegando questões de inviabilidade econômica, o país não aderiu ao protocolo, o que para muitos significou um grande retrocesso nas políticas ambientais mundiais.

O Brasil e o aquecimento global:

O Brasil, nos últimos anos, tem realizado um papel contraditório na questão do aquecimento global. Ao mesmo tempo em que desenvolve e utiliza fontes de energia alternativas e renováveis – que além de diminuírem a dependência de combustíveis fósseis, são economicamente atraentes, sendo o maior produtor de etanol, e utilizando também as hidrelétricas e o biodiesel – carece de iniciativa e recursos na preservação de suas florestas.

A cooperação internacional e os novos tratados:

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Tendo em vista a necessidade de novos e maiores esforços na diminuição dos efeitos das mudanças climáticas, a ONU já se manifestou sobre a implementação de um novo tratado ambiental que deverá substituir o Protocolo de Kyoto. Mais do que nunca será imperativo que países como EUA, China, Índia e Rússia comprometam-se a viabilizar o novo tratado.

De um modo geral, a comunidade internacional, representada pela ONU, tem se mostrado bastante participativa em relação à conscientização e ao combate às causas do aquecimento global; mesmo os EUA – que não aderiram ao Protocolo de Kyoto – tomaram medidas para amenizar os danos do aquecimento global, além de possuírem muitos cientistas que estudam o fenômeno e como minimizar seus efeitos.

É essencial desenvolvermos uma política ecologicamente correta, visto que já não somos capazes de reverter os efeitos do aquecimento global, apenas abrandá-los.

O comércio de carbono

Christian Fernandes de Lima a e Cláudio Vaz Gomes Neto b

aAluno do curso de Sistemas de Informação. E- [email protected] bAluno do curso de Sistemas de Informação. E- [email protected]

Palavras-Chave: protocolo de Kyoto, mecanismo de desenvolvimento limpo, redução certificada de emissão.

preocupação com o meio ambiente levou os países da Organização das Nações Unidas (ONU) a assinarem um acordo que estipulasse um limite sobre as intervenções humanas no clima. Este acordo nasceu em dezembro de 1997 com a assinatura do Protocolo de

Kyoto, que determina que países desenvolvidos signatários reduzam suas emissões de gases do efeito estufa (GEE) em 5,2% em média, relativas ao ano de 1990, entre 2008 e 2012. Este período é conhecido como “primeiro período de compromisso”.

Para não comprometer as economias desses países, o protocolo estabeleceu que parte dessa redução de GEE pode ser feita com base na negociação entre nações através de mecanismos de flexibilização. Um deles é o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), onde o crédito de carbono é um exemplo e se insere com o nome de Redução Certificada de Emissão (RCE). Uma RCE corresponde a 1 tonelada de dióxido de carbono (CO2) equivalente. Esta, por sua vez, é o resultado da multiplicação das toneladas emitidas de GEE pelo seu potencial de aquecimento global.

O CO2 tem o potencial de aquecimento global estipulado em 1 crédito ou 1 RCE como medida padrão. Já o potencial de aquecimento global do gás metano (CH4) é 21 vezes maior que o do CO2, portanto o CO2 equivalente do metano é igual a 21. Logo, 1 tonelada de metano reduzida corresponde a 21

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créditos de carbono. E para medir a quantidade de GEE emitida por cada empresa ou país, haverá instrumentos semelhantes àqueles que são usados pela CETESB para identificar veículos irregulares.

Potencial de aquecimento global dos GEEs:

• CO2 – dióxido de carbono = 1;

• CH4 – metano = 21;

• N2O – óxido nitroso = 310;

• HFCs – hidrofluorcarbonetos = 140 ~ 11700;

• PFCs – perfluorcarbonetos = 6500 ~ 9200;

• SF6 – hexafluoreto de enxofre = 23900.

Os créditos de carbono criam um mercado para a redução de GEE dando um valor monetário – ainda não definido – à poluição atmosférica. O Protocolo de Kyoto determina uma cota máxima que países desenvolvidos podem emitir. Os países, por sua vez, criam leis que restringem as emissões de GEE pelas organizações, principalmente as indústrias que emitem grandes quantidades de poluentes, mas não reduzindo a elas e considerando também os veículos que utilizam combustíveis fósseis.

Assim, aqueles países que não conseguirem atingir as metas de redução de emissões, tornam-se compradores de créditos de carbono. Por outro lado, aquelas indústrias que conseguirem diminuir suas emissões abaixo das cotas determinadas, podem vender o excedente de “redução de emissão” ou “permissão de redução” no mercado nacional ou internacional, criando um novo comércio que visa a proteger o meio ambiente controlando as emissões de GEEs e incentivando o uso de tecnologias limpas.

Combustíveis renováveis: será a solução?

Thiago Toshi Teruya a e Mariana Cardoso Tudela b

aAluno do curso de Ciência da Atividade Física. E- [email protected] bAluna do curso de Ciência da Atividade Física. E- [email protected]

Palavras-Chave: álcool, poluição, impacto ambiental.

ndústrias, poluição, queimadas, e desmatamento. É o homem mudando o clima do planeta e começando a perceber os efeitos de gases liberados na atmosfera: a queima de combustíveis fósseis.

A queima em grande escala começa na época da industrialização na Europa, Revolução Industrial, desde então o mundo começou a entrar em processo de industrialização e, cada vez mais, lançando gases poluentes na

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atmosfera, pois a maior fonte de energia utilizada, era também a mais poluente possível: o carvão mineral.

No Brasil o processo de industrialização foi bem tardio, começou a partir da virada da década de 40 para 50.

O Brasil e o mundo sofreram com a crise do petróleo (1970), onde foi preciso criar estratégias para driblá-lo e o Brasil achou uma solução, a produção do álcool etílico (ou também chamado de etanol).

Passada a crise, caiu a necessidade do uso do álcool em veículos automotivos e a gasolina começa a se tornar novamente o maior combustível utilizado.

Na virada do século XX para o XXI o Brasil mostra uma possível solução para reduzir os problemas de emissão de gases poluentes, que é a “volta” do álcool.

Mas será que o uso do álcool e de outros biocombustíveis irá reduzir nossos problemas ambientais?

Há sentido em discutir o impacto ambiental (ecológico+ socioeconômico) da queima da palha da cana, na medida em que entendemos o impacto ambiental do conjunto dos componentes que atuam no subsistema do cultivo da cana de açúcar.

Muitas pesquisas, como a que a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisas agropecuárias) realiza, dizem que combustíveis renováveis são só renováveis, pois nenhum deles é limpo e sua queima prejudica o ambiente.

Os sistemas de produção de cana de açúcar ainda são bastante heterogêneos a nível nacional no que se pese a modernização tecnológica nessa atividade. O setor canavieiro emprego desde tecnologias de ponta até práticas que datam do neolítico, como uso das queimas para facilitar a colheita.

Segundo a revista Biodiesel BR o Brasil tem hoje muitas áreas destinadas ao plantio da cana de açúcar e soja (biodiesel) “ocupando” o lugar de solos para produção de alimentos podendo futuramente ocasionar danos como escassez de alimentos, alta dependência do álcool entre outros fatores.

A conseqüência dessas mudanças sobre o meio ambiente é a socioeconomia das regiões atingidas direta ou indiretamente, apesar de sua magnitude e importância para o país, ainda são globalmente desconhecidas e deveriam ser levadas em conta, sabendo que são prejudiciais a todos à medida que afeta as mudanças climáticas do mundo.

Segundo ainda a EMBRAPA o álcool polui menos que a gasolina, mas no processo de produção como vimos, além de resíduos químicos que sobram do processo que são jogados em rios, pode ser mais danoso ao meio ambiente do que a própria gasolina utilizada nos automóveis.

A resposta para a solução ambiental deve ser estudada com cuidado, pois nem mesmo os combustíveis renováveis são a melhor opção para a redução de gases que provocam o aquecimento global.

“Às vezes, tende-se a querer reduzir, equivocadamente, o impacto de uma determinada atividade a uma ou outra dessas dimensões. Muitas vezes, o dano ecológico não justifica os ganhos econômicos ou sociais, outras vezes sim.

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Trata-se de questão complexa em que a decisão pode ser inclusive de caráter social ou político” (EMBRAPA).

A internacionalização da questão ambiental

Ryane Siqueira Leão a e Letícia Janini Godoy b

aAluna do curso de Têxtil e Moda. E- [email protected] bAluna do curso de Têxtil e Moda. E- [email protected]

Palavras-Chave: sociedade global, interdependência ambiental, políticas públicas.

Guerra Fria não trouxe à tona apenas uma disputa ideológica entre capitalismo e socialismo coma bipolarização do mundo em torno dos EUA e da URSS. A Guerra Fria também possibilitou a reflexão sobre os efeitos globais de uma possível confrontação nuclear e, por

extensão, os efeitos de fenômenos transnacionais como as migrações internacionais, tráfico de armas e drogas, desequilíbrios ecológico sem uma sociedade cada vez mais globalizada.

Entre os fenômenos que atravessam as fronteiras dos Estados- deixando de ser ocorrências pontuais e localizadas- merece destaque a questão ambiental, mais precisamente as alterações climática, que emergem como tema fundamental do debate político contemporâneo, tornando-se assunto de Segurança Nacional. No passado, falar em aumento da temperatura da Terra era pauta da baixa política (soft) dos governos. Hoje, trata-se de uma questão da alta política (hard).

Antes, os governos atuavam unicamente dentro de seus domínios. Com o passar do tempo, perceberam que os problemas ambientais ultrapassam seus limites, o que exige uma atuação que envolva o maior número possível de países. Assim, as alterações climáticas são problemas ao mesmo tempo domésticos e internacionais.

Além disso, elas exigem a participação de atores não-estatais como os movimentos sociais, as Organizações não-governamentais (Ongs), o Terceiro Setor e empresas multinacionais, indicando uma ação mais pragmática e dinâmica com relação à questão das mudanças climáticas.

O movimento ambientalista internacional ganhou fôlego na década de 90. Desde as eleições presidenciais norte-americanas de 1991, o candidato à vice-presidente Al Gore já assumia uma posição de ativista ecológico e defendia a implantação de um fundo de investimento para os problemas climáticos dos países em desenvolvimento. Um ano depois, a ONU organizou a Conferência Mundial sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente (Rio-92) em que se propôs que os países ricos teriam uma “dívida ecológica” com os países subdesenvolvidos. Alegou-se que o acelerado processo de modernização

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tecnológica resultou, muitas vezes, na apropriação pouco racional do meio ambiente com conseqüências globais, o que necessitava de políticas não apenas locais e nacionais, mas da criação de regimes internacionais que buscassem soluções técnicas e práticas. Outra observação importante é a de que as pesquisas da comunidade científica têm auxiliado as ações do movimento verde. Exemplo notável foi a oposição bem-sucedida dos ativistas da ADOC (Coalizão Antártica e do Oceano Ártico) à presença humana sem planejamento na Antártida baseada nos estudos que comprovam o efeito dos CFCs (clorofluorcarbonos) na destruição da camada do ozônio e do aumento nível dos oceanos decorrente das alterações climáticas. Por outro lado, as descobertas científicas podem inviabilizar os esforços dos ativistas. O Protocolo de Kyoto (regime internacional de administração das mudanças climáticas globais) é fortemente criticado pelos Estados Unidos. O país afirma que as evidências são insuficientes, necessitando de um estudo mais aprofundado dos ciclos naturais e dos efeitos da ação do homem sobre os ciclos, além da falta de um conhecimento mais efetivo dos elementos que alteram o clima e a incerteza do real mudança climática global.

Diante do exposto, fica clara a interdependência da política da política, da economia, do cultural e do ambiental. Os efeitos da economia podem gerar impactos no meio ambientes vice-versa. O Relatório Brundtland produzido pela ONU enfatizou a estreita ligação entre desenvolvimento e problemas ambientais. Vivemos não apenas uma interdependência econômica, mas uma interdependência ambiental.

Caso a sociedade mundializada não se conscientize da importância do aspecto ecológico que a integra, o qualificativo “sociedade de risco” - em que a própria sociedade torna-se um perigo para si mesma e não mais as suas contradições internas – será inevitável.

Lixo limpo em Nova Iguaçu, RJ, Brasil

Maria Juliana Alves Torres a e Samila Franco.b

aAluna do curso de Gerontologia. E- [email protected] bAluna do curso de Gerontologia. E- [email protected]

Palavras-Chave: mecanismos de desenvolvimento limpo, biogás, responsabilidade social.

contexto histórico a que os indivíduos desta e de outras gerações estão inseridos, a preocupação com acontecimentos ocorridos devido a mudanças climáticas tem levantado discussões no âmbito político social e econômico. A busca pela dissolução de parte destas dificuldades, tem

ocasionado congressos e encontros com propósito de unir idéias, ações e projetos. Nisto, um projeto empreendedor brasileiro.

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Os efeitos diretos são descritos como as conseqüências de desastres climáticos na fisiologia humana. Tomando os furacões como exemplo, além das mortes durante o evento, há os traumas tanto físicos quanto psicológicos – decorrentes de inundações e destruição de casas. Temos ainda as ondas de calor, que causaram mais de trinta mil mortes na Europa, no verão de 2003, por desidratação e problemas cardiovasculares.

Já os efeitos socioeconômicos são as conseqüências das mudanças climáticas sobre aspectos da sociedade. Secas prolongadas estimulam migrações, principalmente das populações que dependem da produção agrícola para sobreviver. Esses povos tendem a fixar nova moradia na periferia de grandes aglomerados urbanos, onde o saneamento básico é insatisfatório e os prejuízos à saúde ocorrem em maior número.

Os efeitos indiretos, por sua vez, são aqueles sofridos pelo meio ambiente e que causarão efeitos na saúde humana a curto e médio prazo. Um exemplo claro é o aumento da incidência de doenças tropicais na população. No Brasil, o aquecimento global acelera o metabolismo do mosquito Aedes Aegypti, vetor (transmissor) da malária e da dengue, fazendo com que os mosquitos se tornem adultos em menos tempo e procurem mais alimento: mais mosquitos, mais picadas de mosquitos, maior transmissão de doenças. Moléstias transmitidas por microorganismos também aparecem com maior freqüência, já que a alta temperatura facilita a sua proliferação: a cada 1ºC de aumento na temperatura da água, o número de microorganismos nela aumenta dez vezes. Na região do rio Amazonas, onde os moradores costumam coletar a água da chuva para consumo, a ausência de chuvas força-os a usar a água do rio. Diante disso, o número de casos de cólera tende a subir.

As regiões de riscos dessas doenças também são afetadas. Conforme a temperatura global sobe, as áreas quentes o bastante para a sobrevivência dos vetores se ampliam. Assim, as doenças típicas de clima quente começam a surgir em locais cada vez mais altos e em latitudes maiores.

Outros efeitos indiretos vêm da qualidade do ar, que piora com a escassez de chuvas. O acúmulo de CO2 na atmosfera traz implicações sérias na saúde respiratória, mas esse não é o único caso. Em países europeus, a primavera tem começado mais cedo, e a época na qual o pólen das plantas fica suspenso no ar se prolonga. Pessoas com qualquer tipo de alergia respiratória são as primeiras a sentir os efeitos.

Como visto, os impactos das mudanças climáticas na saúde humana, além de alarmantes, são presentes em nossos dias. O momento das agressões ao meio ambiente se reverterem contra a humanidade está no início. Só cabe à sociedade notar a situação em que se encontra e tomar suas providências, seja por políticas públicas, seja pelo uso racional dos recursos naturais em cada casa. O planeta só terá a agradecer.

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Implicações dos impactos ambientais na saúde coletiva

Natália Nicola a e Priscila Pascarelli Pedrico do Nascimento b

aAluna do curso de Gerontologia. E- [email protected] bAluna do curso de Gerontologia. E- [email protected]

Palavras-Chave: mudanças climáticas, efeitos, saúde.

s mudanças climáticas são decorrentes do excesso lançamento de gases na atmosfera que intensificam o efeito estufa causando o aquecimento global (aumento da temperatura terrestre). Um desses principais gases é o dióxido de carbono (CO2), que devido aos

desmatamentos e à queima de combustíveis fósseis, tais como o carvão, o petróleo e o gás natural, é liberado na atmosfera causando grandes impactos ambientais como o derretimento de geleiras e o aumento do nível dos mares, tempestades, enchentes, furacões, seca, falta de alimento, escassez de água e grandes prejuízos econômicos.

Dessa forma, há várias maneiras pelas quais as mudanças climáticas afetam a saúde da população. Acredita-se que o principal fator prejudicial para o corpo do ser humano seja o próprio “aquecimento global”, ou seja, o efeito do aumento da temperatura no organismo humano. Embora esta afirmação esteja correta, sabe-se que este não é o único fator relevante sobre o efeito das mudanças climáticas no âmbito da saúde coletiva, pois existem outros processos ambientais e sociais que também resultam do aquecimento global e que podem aumentar a incidência de doenças e a mortalidade em todo o mundo.

As mudanças climáticas afetam a saúde e a integridade do ser humano tanto direta como indiretamente. Impactos ambientais como tempestades, enchentes, furacões, secas e ondas de calor são conhecidos como “efeitos diretos”, ou “eventos extremos” resultantes de alterações nos padrões ambientais e que afetam diretamente a saúde das pessoas provocando traumas físicos (integridade pessoal) e psicológicos (abalos emocionais), além de prejuízos econômicos para toda a população atingida.

Os “efeitos indiretos” sobre a saúde estão devidamente associados às modificações causadas no meio ambiente e que resultam em alterações climáticas provocando a falta de alimento, implicando o aumento da desnutrição e péssimo desenvolvimento infantil, a escassez de água e a migração de animais.

Seção V I Mudanças climáticas e saúde

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Tais eventos afetam países de várias regiões. Toda a população encontra-se hoje em estado de vulnerabilidade quanto aos chamados eventos extremos que podem ocorrer devido às mudanças climáticas globais, não se limitando apenas a população de países em desenvolvimento, visto que estes eventos são considerados problemas mundiais. Porém, tais países serão os que mais sofrerão os efeitos das mudanças climáticas por não possuir as devidas estruturas necessárias para atender as demandas de sua população.

O aumento da temperatura, ondas de calor, tempestades, inundações, secas e incêndios são fatores que atingem a saúde da população causando o aumento da mortalidade e morbidade, o aumento na carga de doenças diarréicas, na incidência de doenças cardiorrespiratórias, na distribuição espacial de populações de vetores de doenças infecciosas (migrações - redistribuição de endemias como a malária, a dengue e a leishmaniose) e acidentes e traumas (deslizamentos).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que as mudanças climáticas podem ser responsáveis pela morte de 150.000 pessoas por ano, e estas mortes devem aumentar substancialmente no futuro.

Tantas catástrofes e tantos episódios de disseminação de doenças, associados a um alto custo financeiro são eventos resultantes das mudanças climáticas e das alterações causadas pelo ser humano no ambiente e estão intimamente ligadas a saúde da população. Não basta apenas conscientizar um grupo de pessoas ou uma população específica, para mudarmos este problema que vivemos, o mundo deveria ser alertado e tomar as devidas providências. Se cada país fizesse sua parte reduzindo suas emissões de gases, contribuiriam significativamente para controlar o processo de aquecimento global e minimizar as doenças causadas pelos efeitos diretos e indiretos. Sendo assim, a cooperação e a contribuição para reduzir os efeitos das mudanças climáticas são fundamentais para permitir uma vida saudável e segura dentro de um mundo globalizado.

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Estamos comendo o planeta!

Geórgia Aparecida Santos Araújo a e Paola Elizandra Simões Gasparini b aAluna do curso de Obstetrícia. E- [email protected] bAluna do curso de Obstetrícia. E- [email protected]

Palavras-Chave: aquecimento global, desenvolvimento sustentável, biocombustíveis.

as ultimas décadas temos sido bombardeados por sucessivas noticias acerca de efeito estufa, aquecimento global, mudanças climáticas, etc. Todas essas noticias, abordando superficial ou profundamente, esses polêmicos temas levam cidadãos a uma

reflexão preocupada sobre as transformações que operamos em nossos ecossistemas.

Dados fornecidos por organizações mundiais como Greenpeace e WWF fornecem informações relevantes sobre a influência desses fenômenos nos biomas da Terra e sua conseqüência sobre os animais, incluindo nós os seres humanos. Atualmente muitos cientistas publicam artigos e procuram soluções capazes de amenizar os problemas originados do aquecimento global e fenômenos da natureza contíguos.

O ciclo da destruição do planeta é gerado pelo aquecimento global, como conseqüência da revolução industrial, que foi e é ao mesmo tempo causada pelo processo natural/destrutivo de sobrevivência do homem; onde se pode observar o desmatamento de vegetações nativas e o desenvolvimento de tecnologias para o conforto do homem o que resulta em graves alterações em seu meio, mas também o uso das mesmas, agora, para solucionar esse problema.

O aquecimento do planeta sempre existiu, ele é necessário e responsável pela nossa sobrevivência, ele funciona como um isolante térmico (gases atmosféricos) que prende a radiação vinda do sol e mantêm o planeta em uma temperatura estável durante o tempo em que a Terra não é iluminada. Esse aquecimento começou a se intensificar a partir da década de 60 pelo aumento de emissão de gases, como o CO2, oriundos de combustíveis fósseis, formando uma espécie de cobertor que prende e aumenta o calor.

O aumento de calor na superfície terrestre é o ator das alterações climáticas, gerando catástrofes como furacões, tempestades tropicais, derretimento de geleiras, entre outros. Esse é um processo evolutivo e global, um fenômeno anormal da natureza que ocorre no sul atinge o norte seja por migração de povos, morte e animais ou quebra da economia.

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Os evidentes estragos causados pelo aquecimento global e suas conseqüências levam cientistas e estudiosos a pensarem em intervenções, que são algumas vezes vantajosas ou outras tantas inviáveis, para amenizar ou até acabar com esse fenômeno. Entre algumas das soluções propostas há o sumidouro e créditos de carbono. É de cunho econômico uma das maiores barreiras para as soluções de amenização desse fenômeno. Muitos países, e dentre esses os principais contribuintes para o aumento do aquecimento, só aceitam investir e implantar medidas que não interfiram no seu desenvolvimento econômico.

Soluções e economias a parte, o eminente risco de em poucos anos (isto considerando pouco mais de 100 anos) consumirmos nosso planeta ao pó levou vários países preocupados com a temática do aquecimento a criarem políticas onde possam continuar a se desenvolver de forma limpa e simultaneamente a contribuírem de forma a solucionar esse impasse, a essa política damos o nome de Desenvolvimento Sustentável. A política de sustentabilidade defende o desenvolvimento que é capaz de suprir as necessidades da geração atual sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das gerações futuras.

No Brasil as formas adotadas dessa política são: Programa Pró-Álcool, uso de energia eólica, solar e produção de bicombustíveis.

Uma proposta inusitada e curiosa e improvável de ser realizada é o Vegetatismo, elaborado e divulgado em relatório da ONU em fevereiro de 2007, que afirma que a criação de animais para consumo é uma das principais causas de degradação do solo, poluição do ar e água, além do próprio aquecimento global. Sendo que um quinto das emissões de gases que contribuem para o aumento da temperatura é proveniente da criação desses animais e de todo o processo realizado até a carne chegar em nossas mesas. Com base nesses dados alguns pesquisadores da ONU propõem que uma medida possível seria a adoção do vegetatismo, ou seja, consumo exclusivo de vegetais.

Se analisado teoricamente, o vegetatismo seria uma grande medida de intervenção, pois o que consumimos como carnívoros realmente é destrutivo para a situação atual do planeta, embora devam também ser considerados outros meios que contribuam igualmente.

Extinguir todos os meios de criação e abate comerciário de carne, de qualquer animal, e instituir o consumo de vegetais seria curioso e eficaz se não fosse considerados alguns fatores como esgotamento nutricional e espacial do solo, expropriação de terras, entre outros, e o mais importante quebra da economia local e mundial.

Medidas e intervenções a parte, eficazes ou não, estamos sendo expectadores e aos poucos também atuantes em projetos que visam a promoção de desenvolvimento sustentável, esse assunto agora é de responsabilidade mundial, o que atinge pessoas comuns a cientistas e faz com que vários países cooperem em conjunto.

Assim a solução ou intervenção do desenvolvimento Sustentável, às vezes abordada por medidas inviáveis ideológica ou economicamente, e por outras

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tantas eficazes (nesse caso principalmente economicamente) nos leva á uma pergunta reflexão: As medidas propostas pelo desenvolvimento Sustentável serão permanentes se levadas de encontro a interesses financeiros?

A Terra está doente

Juliana Ferreira a e Natalie Klann Garcia b

aAluna do curso de Obstetrícia. E- [email protected] bAluna do curso de Obstetrícia. E- [email protected]

Palavras-Chave: doença, vulnerabilidade, mudanças climáticas.

s mudanças climáticas tem sido foco de extensos debates em vários setores de nossa sociedade, e é claro presente na área da saúde, criando um sinal de alerta sobre a influência dessas transformações ambientais e suas atuais e posteriores conseqüências no curso da vida

humana.

Muitos acham que as mudanças climáticas só estão prejudicando o meio ambiente, mas nosso corpo também está sofrendo com isso, pois saúde e meio ambiente estão intimamente ligados. Tais mudanças estão sendo causadas pela enorme emissão de gases estufa, principalmente pelos países industrializados. O impacto no ambiente é mais evidente, pois sentimos que a temperatura aumentou e que as precipitações de chuvas estão irregulares, muitas vezes causando inundações e que o período da seca é maior, trazendo muitas conseqüências às nossas vidas.

As principais ameaças à nossa saúde podem ser: as doenças transmissíveis endêmicas, como malária, dengue e febre amarela que estão aumentando devido a mudanças no ciclo dos insetos vetores através do aumento de temperatura e águas paradas das chuvas; problema de subnutrição por causa das secas que além de prejudicarem as colheitas, não oferece a água necessária para a população que sofre com isso, implicando no aumento da mortalidade infantil; acidentes causados por tempestades, inundações, furacões, estiagens; doenças respiratórias e cardiovasculares causadas pela crescente poluição; e as instabilidades do clima que a humanidade não está preparada para enfrentar.

Os efeitos das mudanças climáticas sobre a saúde não afetam igualmente todas as regiões. Um aspecto importante a ser analisado é a vulnerabilidade de cada população, pois isso irá intensificar ainda mais os impactos. Ser vulnerável é resultado de uma infra-estrutura fraca tanto na promoção de saúde como de saneamento básico, não promovendo disposição adequada do lixo doméstico para impedir a contaminação do solo e a proliferação de insetos vetores, assim como a ausência de recursos que evitem a ocorrência de inundações e distribuição de água potável para todos.

Uma nova metodologia para avaliar as relações entre o clima e saúde foi criada pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e apresentado pelo IPCC. Consiste em

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medir a vulnerabilidade das populações através de índices epidemiológicos, socioeconômico e climatológico. Dengue, malária, hantavirose, cólera, leptospirose e leishmanioses visceral e tegumentar americana foram consideradas doenças que podem ser suscetíveis a um aumento devido a fatores socioeconômicos e climáticos. A vulnerabilidade socioeconômica considera a densidade demográfica, grau de urbanização, renda, escolaridade, saneamento básico, mortalidade infantil e expectativa de vida. Já a vulnerabilidade climatológica permite identificar eventos atípicos, como chuvas intensas e fora de época.

O Brasil é um país muito vulnerável, pois não possui uma agenda de saúde pública para adaptação dos impactos gerados pelas mudanças climáticas. Devido a sua enorme extensão territorial e a grande quantidade de pessoas serem de baixa renda, sem acesso a serviços de saúde e informações, o risco se torna maior. A concentração em massa nas áreas urbanas implica na imposição de uma estrutura e política de saneamento mais eficaz. Parte da região Norte e o Nordeste é que estão sofrendo mais com os impactos, pois as situações socioeconômicas, juntamente com o clima semi-árido típico da região e a alta incidência de endemias, intensificam a vulnerabilidade para as doenças, agravada pela falta de motivação por parte dos governos para a ação coletiva. Países desenvolvidos também têm sofrido com essas mudanças, e sentem que muita coisa mudou e que precisam de novas estratégias para deixar a população mais preparada.

Organizações como a OMS (Organização mundial de Saúde) têm criado programas de alerta da necessidade de proteção da saúde pública. Neste ano (2008) o tema do dia mundial da saúde foi: “Protegendo a saúde frente às mudanças climáticas”, comemorado no dia 7 de abril, que buscou uma sinalização mundial do problema, proporcionando a identificação dos fatores determinantes e condicionantes que interferem na saúde humana.

Só com a aquisição do conhecimento mais amplo sobre as mudanças nos proporcionará medidas para tomar as decisões corretas e eficazes para prevenção e controle dos fatores de risco das doenças e os agravos devido à vulnerabilidade específica de cada região do nosso planeta Terra.

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Condições humanas de saúde no cenário atual das alterações climáticas

Julio César Carmo Faria dos Santos a e Marina Martins Mompean de Souza b

aAluno do curso de Ciência da Atividade Física. E- [email protected] bAluna do curso de Ciência da Atividade Física. E- [email protected]

Palavras-Chave: mudanças climáticas, estilo de vida, saúde.

partir da Revolução Industrial, houve um intenso processo de desenvolvimento tecnológico, que, permanece até os dias de hoje. Esse desenvolvimento gera inúmeras conseqüências em diversos setores tanto econômicos, políticos, sociais e ambientais, onde, neste

ultimo ocorrem alterações nos fenômenos climáticos que vem preocupando a população.

Segundo Nahas, saúde se caracteriza como uma “condição humana com dimensões físicas, sociais e psicológicas ordenadas num contínuo de pólos positivos e negativos em busca da autonomia”. Nos dias de hoje, a saúde esta relacionada também ao estilo de vida do indivíduo.

O estilo de vida sofre influências do meio, e as mudanças climáticas interferem quase diretamente promoção de saúde da população. Essas mudanças não significam apenas mudanças nos índices pluviométricos ou na elevação de temperatura, e sim em mudanças mais amplas que afetam produções agrícolas conseqüentemente na qualidade dos alimentos.

Além dos fatores citados anteriormente, o aumento da temperatura do planeta colabora para a manutenção e ampliação de doenças tropicais como a malária, cólera, tuberculose assim como a dengue que afetou grande parte da população carioca nos últimos meses.

A ONU também mostra – se ativa e preocupada com o tema em questão. O secretário geral, Ban Ki-moon, destaca que as mudanças climáticas realmente podem comprometer a saúde, pois elas afetam além da disponibilidade, a qualidade da água e da comida, elementos fundamentais para a nutrição e conseqüentemente para a saúde humana. Além disso, Ban ainda ressalta que os países que menos contribuem para o aquecimento global são os que mais sofrem com os problemas de saúde pública, porém as conseqüências negativas fazem – se presentes em todo o mundo, como a onda de calor que atingiu a Europa, em 2003, matando cerca de 70 mil pessoas.

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Para enfrentar estas mudanças climáticas e o agravamento das epidemias (causadas por estas mudanças) é preciso que a sociedade e que os governos se orientem para intensificar os investimentos em saúde pública, saneamento e defesa civil. Além disso, é preciso que a sociedade se mantenha alerta com os níveis de poluição que agravam e intensificam as mudanças climáticas e por conseqüência colocam em risco sua saúde.

A dengue e o aquecimento global

Pâmela de Cavallieri Rodrigues a e Simone Matos Batista dos Santos b

aAluna do curso de Obstetrícia. E- [email protected] bAluna do curso de Obstetrícia. E- [email protected]

Palavras-Chave: dengue, Rio de Janeiro, aquecimento global.

epidemia de dengue no Rio de Janeiro no ano de 2008 resultou, até o fim desse artigo (13/05/2008) em 65 mortes, aproximadamente 80 mil infectados na capital e 140 mil em todo o estado.

O número de casos e a velocidade com que a doença dissemina-se são impressionantes. De acordo com o secretário nacional de Vigilância em Saúde, Fabiano Pimenta, o habitat do Aedes aegypti é urbano e a grande concentração de mosquitos não acompanhou o saneamento e a coleta de lixo do Rio de Janeiro. Pimenta ainda relata que a produção de descartáveis aumentou nos últimos anos, expandindo-se os criadouros e que esses fatores juntamente com o aumento de temperatura e chuva contribuíram para a proliferação do mosquito nas cidades; demonstrando que há outros fatores interferindo na reprodução do mosquito, como por exemplo, o contexto social.

Originário da África Tropical e introduzido nas Américas durante a colonização, mosquito Aedes aegypti é o principal vetor da dengue. A fêmea vive de 30 a 45 dias e a temperatura ideal para sua proliferação é de 26 a 28 graus, ou seja, uma temperatura comum em países tropicais. Com o calor, a metamorfose do ovo em mosquito acontece mais rapidamente. O metabolismo do inseto também fica mais rápido, resultando assim, numa maior necessidade de alimento. A fêmea que em condições normais picava alguém de 15 em 15 dias passa a picar de 4 em 4, o que auxilia na transmissão da doença.

A dengue está entre os principais problemas de saúde publica em vários países do mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que a doença exista em mais de 100 países e cerca de 80 milhões de casos no mundo surjam todo ano. Com o aquecimento global, os países que possuem uma

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densidade alta de insetos em terras baixas irão ter suas áreas mais altas invadidas pelos mesmos, já que anteriormente essas áreas eram frias e agora estão atingindo uma temperatura mais propícia para o crescimento desses.

Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas promovido pela ONU em 2001, a temperatura da Terra pode aumentar até 5,8ºC em 2100 (em relação a 1990). Essa elevação da temperatura é decorrente do agravamento do efeito estufa, tendo como principal responsável e prejudicado o próprio homem.

A diminuição da disponibilidade de água potável, desastres naturais e aumento de problemas cardiovasculares e respiratórios são prováveis conseqüências da maior intensidade e duração das ondas de calor; sendo o aumento na distribuição e freqüência das doenças tropicais transmitidas por insetos, assim como a dengue, uma das maiores preocupações dos especialistas.

Há de ser criada uma estrutura adequada para que os efeitos dessas variações sejam minimizados antes de se tornarem um enorme problema, como uma epidemia. Devemos encarar que o que está ocorrendo agora no Rio de Janeiro é um grande alerta para um futuro não tão distante, para que possamos fazer investimentos e aplicar nossa avançada tecnologia em ações que impeçam ou minimizem a proliferação da dengue. Outro fator muito importante é que para solucionar o problema da dengue, não somente no Rio de Janeiro mas em qualquer outro lugar em que ela se prolifere rapidamente, é preciso uma união entre o povo e o governo. Não adianta investir em saneamento e melhorar as condições da coleta de lixo se o povo não se unir e fizer a sua parte; a epidemia a qual estamos passando é fruto do que plantamos em todos esses anos, mas com a conscientização e união podemos reverter a situação.

Emergente estado de alerta

Marcelo Piovezan

Aluno do curso de Gerontologia. E- [email protected]

Palavras-Chave: mudanças climáticas, setor da saúde, emergência.

ercebemos que as mudanças climáticas tem levantado várias questões dentro da esfera governamental, como os efeitos que essas mudanças trazem para o setor da saúde.

Discussões são postas em pauta para esclarecer quais realmente são as causas e conseqüências decorridas neste contexto. Observa-se que dessas “transformações” climáticas que podemos citar como exemplos, tufões, chuvas torrenciais e também secas intensas, diversas doenças são agravadas.

Pesquisas mostram que no ano de 1.999 na Venezuela as chuvas torrenciais trouxeram um grande problema a lidar, a proliferação da cólera e junto dela

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diversos outros casos de doenças. Nos países subtropicais doenças infecciosas e de difícil controle como a dengue e a malária entram em agravamento, levando a população e as unidades competentes a grande preocupação e as vezes até a um estado de emergência.

Não apenas tem se constatado o aumento dessas enfermidades devido às mudanças climáticas como também temos que considerar e ressaltar a situação de diversos países em desenvolvimento que tendo como principal atividade econômica assim como modo de subsistência a agricultura, tem sido grandemente prejudicados com as secas intensas que outrora não se apresentavam em certas regiões, acarretando num estado de miséria, fome e também maior número de doentes.

Assim sendo, dados e pesquisas são levantados de forma até que fácil levando informação e mostrando às nações a delicada situação em que se encontram, no entanto menos que isso é feito quanto prevenir e cuidar dessas conseqüências.

O setor da saúde por mais desenvolvido que seja e independentemente do país em questão não está preparado para lidar com tamanho problema, pois se um estado de emergência se desencadear de forma repentina, não será oferecido um suporte suficiente para arcar com essa necessidade a fim de assistir a todos, e é aí que entramos em conflito.

Se de um lado organizações trabalham para retardar as mudanças climáticas e seus previsíveis e até de certo ponto imprevisíveis efeitos, de outro as unidades responsáveis devem se mover de forma mais ágil para se organizarem, perceberem quais são suas demandas e assim estarem prontas para lidar com tais efeitos e necessidades na sociedade e na economia.

Neste contexto de grande preocupação o que queremos é alertar os setores da saúde a se questionarem se estão prontos para o que há de vir e assim mostrar sua competência mediante a população.

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Mudanças climáticas e seus impactos na saúde

Priscila Sandjer Antônio a e Rosana Marques de Souza b

aAluna do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza. E- [email protected] bAluna do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza. E- [email protected]

Palavras-Chave: aquecimento global, doenças, mortalidade.

s mudanças climáticas que estão ocorrendo no planeta, atualmente é um dos assuntos mais abordados no mundo inteiro. As evidências estão sendo claras, a temperatura da superfície terrestre aumentou desde o fim do século XIX cerca de 4 °C acima do normal, e não é

só o planeta que corre risco, a população humana obviamente sofrerá conseqüências, não apenas na economia e nos negócios e desenvolvimento tecnológico, mas principalmente na saúde

Segundo o médico e pesquisador brasileiro Ullisses Confalonieri, que ao lado de um cientista alemão, coordena o comitê de saúde do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), os efeitos das mudanças globais na área da saúde são genéricas, haverá impactos, mas é difícil prever quais serão.

Existe uma relação entre o aquecimento global, o aumento mundial de doenças e a mortalidade. Esses fatores climáticos podem acelerar os ciclos infecciosos e facilitar a dispersão espacial dos agentes microbianos e de seus transmissores, aumentar a quantidade de chuvas, inundações, temporais e secas. Tais conseqüências justificam a epidemia causada pela dengue no Rio de Janeiro, e a malária no Norte do Brasil. Podemos também citar o aumento de doenças diarréicas e cardiorrespiratórias. Outro efeito dessa relação, na produção de alimentos que tem um impacto direto na saúde. Segundo os climatologistas do IPCC, os piores problemas do aquecimento global, é o clima ficar instável e imprevisível. Se não houver previsão, não é possível proteger a população.

As mudanças climáticas se tornarão agravantes em países vulneráveis pela própria situação sócio-econômica. Porém tudo o que pode ser feito para melhorar a eficiência do sistema de saúde, reduz a vulnerabilidade. O fato dos países serem desenvolvidos não quer dizer que não possam estar vulneráveis. Todo o planeta está sujeito à sofrer as conseqüências dos fenômenos climáticos, por exemplo as mortes causadas pelo furacão Katrina, nos EUA, em 2005, e em agosto de 2003 cerca de 30 mil pessoas morreram de calor na Europa. Embora esses eventos climáticos não estejam associados ao aquecimento global, mostram claramente, a força e os impactos climáticos causados quando populações, instituições e países não se preparam

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adequadamente, portanto é necessária a conscientização para amenizar esses problemas.

As mudanças climáticas afetando a saúde do homem

Paulo Marins Neto a e Gabriel Leite Garcia de Campos b

stima-se que os fenômenos associados às mudanças climáticas signifiquem um estresse adicional sobre situações-problema já existentes, tais como: desnutrição, doenças infecciosas endêmicas e acidentes por eventos extremos. Riscos adicionais para a saúde

pública também devem ser considerados, a saber: demanda excessiva sobre os serviços de saúde, problemas de abastecimento de água e possível aumento de distúrbios respiratórios.

Citemos como exemplo a Amazônia – o desflorestamento, a perda de biodiversidade e a contaminação das águas são grandes problemas. Com a derrubada das florestas há um significativo impacto sobre a emissão de gás carbônico (CO2), o que ocasiona mudanças climáticas e afeta “substancialmente” a vida da população, com destaque para a incidência de doenças transmitidas por mosquitos e outros vetores (malária e febre amarela, por exemplo), tempestades tropicais, secas, desertificação e inundações. A poluição das águas e geram áreas alagadas, que agravam ainda mais as condições socioambientais.

As mudanças climáticas que vêm sendo presenciadas, em sua maioria influenciadas por nós, seres humanos, vêm matando cada vez mais pessoas. A conscientização e o esforço de cada um, mesmo que “devagar”, ajuda a amenizar e talvez reverter um problema que criamos para a natureza: as mudanças climáticas.

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Saúde em risco

André Kawamura Oliveira a e Leandro César Cruz Silva b

aAluno do curso de Sistemas de Informação. E- [email protected] bAluno do curso de Sistemas de Informação. E- [email protected]

Palavras-Chave: aquecimento global, problemas ambientais, doenças.

partir do final da década de 70, com uma maior utilização dos satélites, a quantidade de trabalhos científicos que falam sobre o aquecimento global e outros temas relacionados a degradação do meio ambiente aumentou consideravelmente.

Com isso, vários problemas que não estavam visíveis foram aparecendo. Um deles, e um dos mais importantes, é o aquecimento global, causado principalmente pela emissão de gases nocivos. Os cientistas estimar que daqui a 50 anos a temperatura mundial aumentará cerca de 3ºC, pode não parecer muito, mas uma pequena alteração de 0.5ºC no nosso organismo é capaz de nos deixar com febre.

O aquecimento global esta contribuindo fortemente com o derretimento das calotas polares, o que pode fazer o nível do mar subir cerca de 50 metros, o suficiente para inundar muitas cidades, acabar com a economia de países e gerar inúmeros problemas sociais.

Outro fator ligado ao aumento da temperatura terrestre que tem impacto em nossa saúde é a maior incidência de raios solares. Juntamente com esses raios encontram-se os raios ultravioletas que, em excesso, são prejudiciais à saúde humana, podendo causar doenças como fotoalergia, queimaduras, envelhecimento precoce e até mesmo o câncer, que é a mais perigosa.

Contudo, o raio ultravioleta é a principal fonte de vitamina D no nosso organismo, porém, um excesso dessa vitamina pode causar, por exemplo, diminuição de crescimento em jovens, mas as doenças não são o único problema. O fitoplâncton, conjunto de organismos aquáticos com capacidade fotossintética, é o maior responsável pela absorção dos gases do efeito estufa, mas é muito sensível a essas radiações, podendo morrer caso exposto a uma grande quantidade desses raios.

Com o aquecimento, a qualidade dos alimentos produzidos também será afetada. Como exemplo, a soja e o milho não conseguiriam mais crescer no Rio Grande Do Sul e em Santa Catarina. O nordeste se tornaria inviável para plantações que não fossem irrigadas. A cultura do café buscaria climas mais amenos, abandonando Minas Gerais e São Paulo.

Como forma de diminuir o aquecimento global e amenizar as mudanças climáticas no planeta, algumas soluções são apresentadas por diversos pesquisadores do assunto, e entre elas estão: aumentar o uso do

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biocombustível, criação de leis que regulamentem a emissão de dióxido de carbono e CFC e ampliação da geração e do uso de energia limpa.

A globalização das doenças tropicais

Cássia Odorize Veiga a e Édipo Araújo Gonçalves b

aAluna do curso de Sistemas de Informação. E- [email protected] bAluno do curso de Sistemas de Informação. E- [email protected]

Palavras-Chave: saúde pública, mudanças climáticas, doenças tropicais.

de conhecimento geral que certas doenças e problemas de saúde são mais freqüentes diante de situações climáticas específicas: durante o verão, as campanhas contra a dengue são mais veiculadas, enquanto no inverno os hospitais vêem as filas para inalação duplicarem.

Porém, diante do quadro climático atual do mundo, no qual ondas de calor intenso surgem no inverno e as chuvas desaparecem em pleno verão, o impacto dessas mudanças climáticas sobre a saúde da população vem preocupando especialistas. Pensando nisso, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), que é um órgão vinculado às Nações Unidas, que produz relatórios científicos desde 1998, em seu segundo relatório de 2007, dividiu os efeitos climáticos sobre a saúde humana em três tipos: diretos, indiretos e socioeconômicos.

Os efeitos diretos são descritos como as conseqüências de desastres climáticos na fisiologia humana. Tomando os furacões como exemplo, além das mortes durante o evento, há os traumas tanto físicos quanto psicológicos – decorrentes de inundações e destruição de casas. Temos ainda as ondas de calor, que causaram mais de trinta mil mortes na Europa, no verão de 2003, por desidratação e problemas cardiovasculares.

Já os efeitos socioeconômicos são as conseqüências das mudanças climáticas sobre aspectos da sociedade. Secas prolongadas estimulam migrações, principalmente das populações que dependem da produção agrícola para sobreviver. Esses povos tendem a fixar nova moradia na periferia de grandes aglomerados urbanos, onde o saneamento básico é insatisfatório e os prejuízos à saúde ocorrem em maior número.

Os efeitos indiretos, por sua vez, são aqueles sofridos pelo meio ambiente e que causarão efeitos na saúde humana a curto e médio prazo. Um exemplo claro é o aumento da incidência de doenças tropicais na população. No Brasil, o aquecimento global acelera o metabolismo do mosquito Aedes Aegypti, vetor (transmissor) da malária e da dengue, fazendo com que os mosquitos se tornem adultos em menos tempo e procurem mais alimento: mais mosquitos, mais picadas de mosquitos, maior transmissão de doenças. Moléstias

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transmitidas por microorganismos também aparecem com maior freqüência, já que a alta temperatura facilita a sua proliferação: a cada 1ºC de aumento na temperatura da água, o número de microorganismos nela aumenta dez vezes. Na região do rio Amazonas, onde os moradores costumam coletar a água da chuva para consumo, a ausência de chuvas força-os a usar a água do rio. Diante disso, o número de casos de cólera tende a subir.

As regiões de riscos dessas doenças também são afetadas. Conforme a temperatura global sobe, as áreas quentes o bastante para a sobrevivência dos vetores se ampliam. Assim, as doenças típicas de clima quente começam a surgir em locais cada vez mais altos e em latitudes maiores.

Outros efeitos indiretos vêm da qualidade do ar, que piora com a escassez de chuvas. O acúmulo de CO2 na atmosfera traz implicações sérias na saúde respiratória, mas esse não é o único caso. Em países europeus, a primavera tem começado mais cedo, e a época na qual o pólen das plantas fica suspenso no ar se prolonga. Pessoas com qualquer tipo de alergia respiratória são as primeiras a sentir os efeitos.

Como visto, os impactos das mudanças climáticas na saúde humana, além de alarmantes, são presentes em nossos dias. O momento das agressões ao meio ambiente se reverterem contra a humanidade está no início. Só cabe à sociedade notar a situação em que se encontra e tomar suas providências, seja por políticas públicas, seja pelo uso racional dos recursos naturais em cada casa. O planeta só terá a agradecer.

Alterações climáticas: um reflexo na saúde do planeta

André Aparecido de Souza Marques a e Viviane Cássia Capetine b

aAluno do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza. E- [email protected] bAluna do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza. E- [email protected]

Palavras-Chave: impactos ambientais, saúde, doenças.

xistem muitas dúvidas em relação ao aquecimento global, bem como as mudanças climáticas, quanto as suas causas e conseqüências na vida terrestre. Por isso, a elevação da temperatura, também conhecida como aquecimento global, é uma das principais questões de nossa

sociedade, sendo um desafio aos pesquisadores, que os leva a um aprofundamento sobre as repercussões na vida dos seres vivos.

O efeito estufa, que é uma característica natural do planeta, tem como finalidade o aprisionamento de calor proveniente do sol. O que preocupa a

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sociedade é a intensificação desse aquecimento na baixa atmosfera e segundo a maioria dos pesquisadores, esse aquecimento global parece estar diretamente ligado as atividades humanas como, por exemplo, a queima de combustíveis fósseis, desmatamento e etc, levando ao aumento da temperatura do planeta e causando conseqüências drásticas aos seres vivos.

Essa modificação na atmosfera ocasiona mudanças climáticas. Existem aspectos positivos e negativos, quando se fala nessas , como alguns desastres naturais (poluição do ar, da água, chuva ácida e surgimento de novas doenças).

“Repercussões positivas e negativas da intensificação do aquecimento atmosférico são prognosticadas por diversos especialistas, embora as segundas sejam sobejamente mais expressivas e incomparavelmente preocupantes que as primeiras” (Francisco Mendonça, Doutor em geografia e professor da UFPR).

Grande parte dos problemas de saúde está ligada a mudanças no clima, como por exemplo: doenças crônicas (asma, bronquite) que são diretamente afetadas, intoxicação alimentar (devido a má conservação dos alimentos), modificando a fisiologia do organismo humano, prejudicando a qualidade de vida do mesmo.

Regiões de clima tropical são as mais prejudicadas por doenças como a dengue (pois o ambiente favorece a proliferação do Aedes aegypte, sua principal vetor), malária, tripanossomíase (doença de Chagas), amebíase e diversas verminoses. O aumento da temperatura nessas regiões favorece o aumento da ocorrência dessas doenças, causando assim impactos como epidemia, endemia e pandemias.

A imagem ambiental está crescendo no mundo, mas o que fazer para que isso não cause um impacto contrário do que se espera das grandes potências, ou melhor, como a qualidade da saúde pode ser afetada com as mudanças ambientais?

É preciso perceber que existe uma interação direta entre os impactos de fenômenos naturais e as condições socioeconômicas e tecnológicas, das diversas sociedades humanas, pois as que são menos favorecidas são mais vulneráveis do que os países ricos.

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Influência das mudanças climáticas na proliferação de doenças

Cristina da Silva Alves de Castro a e Fabrício da Rocha Silva b

aAluna do curso de Sistemas de Informação. E- [email protected] bAluno do curso de Sistemas de Informação. E- [email protected]

Palavras-Chave: aquecimento global, saúde, doenças.

s mudanças climáticas ambientais têm causado repercussões crescentes na saúde. Elas ocorrem quando são lançados mais gases de efeito estufa do que as florestas e os oceanos são capazes de absorver. Mas o que é o efeito estufa? É ele o responsável pelas

mudanças climáticas? Não. O efeito estufa é um fenômeno natural para manter o planeta aquecido; só desta forma é possível a vida na Terra. O que ocorre é que a humanidade, ao lançar muitos gases de efeito estufa na atmosfera, faz com que o planeta se torne cada vez mais quente, gerando assim o aquecimento global.

São conseqüências do aquecimento global os furacões, as tempestades tropicais, as inundações, as ondas de calor, as secas, o aumento do nível do mar, o aumento da temperatura média do planeta. Todas têm impacto direto na saúde da humanidade.

Segundo Margaret Chan, diretora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), os efeitos das mudanças climáticas já podem ser percebidos e são ameaça direta à saúde, já que suas conseqüências podem afetar elementos como o ar, a água, os alimentos, a moradia e a ausência de enfermidades.

Ulisses Confalonieri, colaborador do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, coordena atualmente o grupo de saúde e esclarece: “Existem três grandes riscos em relação à saúde. O primeiro é o das doenças transmissíveis. Os fatores climáticos podem acelerar os ciclos infecciosos e facilitar a dispersão espacial dos agentes microbianos e de seus transmissores. O segundo são os extremos de clima, como aconteceu em muitas partes do país. A quantidade de chuvas e inundações que tivemos foi algo surpreendente. A maioria das causas são as inundações, os temporais e as secas. O terceiro efeito é na produção de alimentos, que tem um impacto direto na saúde.”

No Brasil a epidemia da dengue é apontada como um dos possíveis efeitos das mudanças climáticas. Especialistas afirmam que o aumento da temperatura e da umidade, aliado ao desmatamento, favorece a proliferação do mosquito da

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dengue em áreas urbanas. “A dengue pode ser considerada um exemplo de como as mudanças climáticas colocam em risco a saúde pública”, afirma Reinaldo Guimarães, Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos traz a saúde como direito fundamental de todo cidadão. Na mesma linha a Constituição da República Federativa do Brasil em seu art. 225 estipula que: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo, preservá-lo para a presente e futuras gerações.”

Para garantirmos direitos devemos cumprir com os deveres. A humanidade está vulnerável, a capacidade de vivermos no Planeta Terra está em risco. É preciso atitude para mudar.

Você está pronto para alterar o modo como vive? Para cumprir com seus deveres?

Precisamos consumir diferente, pensar diferente, viver diferente. As pequenas atitudes é que fazem a diferença.

Conseqüências do aquecimento global: como isso afeta sua saúde

Maria Carolina Albergaria Ferreira a e Manuela Paschoal Alves b

aAluna do curso de Marketing. E- [email protected] bAluna do curso de Marketing. E- [email protected]

Palavras-Chave: doenças, aquecimento global, poluição.

mudança climática pode trazer grandes e já conhecidas ameaças: poluição da água e do ar, aumento progressivo da temperatura, chuva ácida, desertificação dos solos. Porém, outra conseqüência que muitas vezes é deixada de lado é o aumento de doenças e epidemias.

Segundo Gatrell, em Geographies of health: an introduction, os efeitos do aquecimento global sobre a saúde, se darão a longo prazo, diferente dos efeitos decorrentes de episódios climáticos extremos que se dão a curto prazo.

No entanto, as autoridades internacionais já foram recomendadas, pela agência das Nações Unidas, a fortalecer a vigilância sanitária e o controle de doenças infecciosas.

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Perguntas muito freqüente atualmente são: o que é o aquecimento global? E de onde ele veio? O efeito estufa é resultado da soma de vários gases que se acumulam ao redor da terra e servem para manter a temperatura agradável e filtrar parte de raios nocivos para a saúde. O acúmulo exagerado desses gases faz com que aumente muito a temperatura, pois os gases impedem que parte do calor retorne ao espaço.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, o aquecimento global mata cerca de 160 mil pessoas por ano. Alguns fatores afetam diretamente a saúde, como por exemplo, enchentes que trazem leptospirose, e podem contaminar fontes de água, se essa água for ingerida sem um cuidado especial, pode ocasionar diarréias, proliferação de mosquitos, consequentemente epidemias, Malária, dengue, febre amarela e outras doenças teriam mais chance de se propagar. Além disso, mosquitos originários de regiões equatoriais poderiam se propagar para zonas antes frias, que agora estão se aquecendo, causando epidemias.

Grandes amplitudes térmicas podem ocasionar elevação dos índices de mortalidade, por enfermidades cardiovasculares, cérebro-vasculares e respiratórias além de cataratas na visão e câncer de pele.

Para mudar essa situação, precisamos investir em novas tecnologias para substituir as comodidades fornecidas pelo petróleo, buscando novas formas de obtenção de energia menos poluentes para a redução da emissão de gases.

A contribuição do aquecimento global para a proliferação de doenças tropicais infecciosas

Laís Markarian a e Stefano Tersariolli Muto b

aAluna do curso de Gerontologia. E- [email protected] bAluno do curso de Obstetrícia. E- [email protected]

Palavras-Chave: doenças sazonais, elevação térmica, migrações populacionais.

s governos e profissionais da saúde vêm alertando que o aquecimento global é um fenômeno em cadeia como resposta às ações humanas. A emissão dos gases CO2 (dióxido de carbono) e CH4 (metano) estão relacionados ao aumento da temperatura

média planetária e a sua concentração em nossa atmosfera denomina-se Efeito Estufa.

Essa elevação térmica favorece a manifestação de doenças sazonais tais como a malária, dengue, cólera, entre outras. Devido à diminuição do tempo de incubação dos ovos para se tornarem hospedeiros transmissores e aumentando

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o número da prole e se reproduzindo mais rapidamente formando um ciclo. No Brasil, nos meses de janeiro a maio, o período chuvoso, facilita a maior incidência dos casos de doenças de veiculação hídrica, a dengue, por exemplo. Com o desequilíbrio climático, o índice pluviométrico aumenta porem, diminui-se o espaço de tempo em que se ocorre essas chuvas espaçados por períodos de seca e ondas de calor.

As regiões com alta vulnerabilidade aos efeitos epidemiológicos são as regiões metropolitanas do litoral devido suas características sociais, demográficas e geográficas. Nas áreas onde a população não possui o habito de lidar com essas questões o enfrentamento é mais dificultoso, justamente pela necessidade de orientação e veiculação de informações de maneira eficiente.

As migrações populacionais propiciam ao aumento de contaminações. Um bom exemplo são as populações de mananciais que, no êxodo para os centros urbanos servem como “veículo” de doenças que pertenciam apenas às regiões habitadas por eles.

O papel das políticas públicas como provedoras de informações e divulgação do tema junto à sociedade brasileira tem sido fator fundamental no combate às epidemias, porém ações que amenizaram os problemas relacionados aos fenômenos climáticos devem ser levadas em consideração para auxiliarem na resolução dos problemas, não só de saúde, mas no que afeta a população em geral.

Sua saúde: outra vítima do aquecimento global

Bianca Lemos Rocha a e Deborah Monteiro dos Santos b

aAluna do curso de Gerontologia. E- [email protected] bAluna do curso de Obstetrícia. E- [email protected]

Palavras-Chave: aquecimento global, saúde, doenças.

á faz algum tempo que sabemos do fenômeno do aquecimento global causado principalmente pelo alto padrão de consumo humano e de seus métodos de produção como a queima de combustíveis fósseis, desmatamentos e queima de biomassa, por exemplo, que liberam gases altamente poluentes. Já se sabe também de seus possíveis efeitos como a elevação da temperatura mundial que causa o degelo das geleiras,

catástrofes naturais como furacões e inundações causadas por tempestades anormais. Isso tudo afeta os animais, inclusive humanos e plantas de todas as localidades do mundo.

Será que esses possíveis efeitos são somente a morte devido a eventos catastróficos e rápidos? Cientistas estimam que, além de eventos tão diretos e rápidos, o aquecimento global pode interferir na saúde das pessoas de várias

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formas e que este é um problema ao qual não se dá o devido valor por não possuir um efeito imediato.

Uma das hipóteses é que com o aumento da temperatura mundial regiões onde a habitação de certos insetos era até então impossível poderão favorecer sua vida e reprodução. Mas o que isso tem a ver com a saúde humana? Considerando, por exemplo, que o mosquito da dengue só não habita ainda países de temperaturas mais baixas porque não sobrevive, com o aumento da temperatura conseguirá viver e se reproduzir, agravando e expandindo os casos da doença em muitas outras regiões antes não afetadas. Dessa forma, essa e várias outras doenças consideradas tropicais, como a leishmaniose e a doença de chagas, se alastrarão por muitas outras áreas e algumas já erradicadas poderão voltar, como a malária no Brasil.

Outra hipótese é com relação à poluição atmosférica. Já se observa que em cidades grandes e muito industrializadas os índices de doenças com relação à poluição são muito grandes. Com as altas emissões de gases poluentes agora já no mundo todo, doenças crônicas teriam um índice maior do que jamais foi visto.

O aquecimento global também traz outra possível conseqüência não muito conhecida. Com o aumento da temperatura e as fortes chuvas as plantas produzem uma quantidade maior de polens do que o normal e os libera no ar, o que implicaria numa maior intensificação de doenças como rinite e asma, pois são motivos de alergia.

Outro ponto também muito importante de ser lembrado são os efeitos psicológicos sobre a sociedade e sua sanidade mental que, em sua maioria, considera a degradação ambiental um problema grave, além das pessoas que possivelmente sofreriam com a perda de parentes, amigos e até bens em decorrência das catástrofes naturais causadas pelas mudanças climáticas, como furacões, tempestades incomuns e inundações.

Infelizmente apenas uma pequena parcela da população mundial tem acesso a tecnologias que controlem as enfermidades. Muitos ainda poderão sofrer devido ao aquecimento global por não possuírem recursos para combater e conter diversas doenças. Por isso é mais do que necessário frear o aquecimento global já que conhecemos suas causas e implicações e fortalecer os sistemas de saúde pública, principalmente em relação ao combate às doenças vetoriais, parasitárias e infecciosas que são efeitos diretos das condições climáticas. Afinal, apesar de não ter efeito imediato, as doenças não deixam de afetar e muito a qualidade de vida humana. E, é claro, prevenir é sempre melhor do que remediar.

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Clima em transição, mosquito em ação!

Juliana Freitas Pereira a e Renée Seiji Okada b

aAluna do curso de Obstetrícia. E- [email protected] bAluno do curso de Obstetrícia. E- [email protected]

Palavras-Chave: aquecimento global, saúde, dengue.

Clima em transição, mosquito em ação! Alterações climáticas estão propiciando melhores condições para a proliferação do mosquito que transmite a dengue, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde)

quecimento global é um tema bastante discutido entre pessoas de todas as regiões do Brasil, porém o que elas não sabem é que as mudanças climáticas proporcionadas por esse fenômeno podem agravar a situação da saúde pública. A maior responsabilidade desse

“mal contemporâneo” está relacionada com as atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis, lançamento de gases estufa na atmosfera e desmatamento constantes. Como conseqüência desses atos, houve uma grande alteração nos fatores internos do planeta: mudanças da composição de gases na atmosfera, principalmente o gás carbônico, ozônio e metano; mudanças nas condições das camadas geográficas, com ênfase na troposfera; mudanças nas rotas das correntes marítimas. Além das conseqüências internas, existem também variações na órbita do planeta, o que ocasionou uma alteração na intensidade da radiação incidente.

E no que essas alterações relacionam-se com a dengue? Simples. Com o clima alterado, o verão no Brasil costuma prolongar-se até meados de março ou abril (dependendo do ano), proporcionando chuvas intensas e freqüentes, e uma elevação na temperatura. Com isso, temos um ambiente adequado às necessidades reprodutivas dos agentes transmissores, além de uma ampliação na distribuição geográfica dos criadouros.

A dengue é uma doença viral que é transmitida por um mosquito distinto, o Aedes Aegypti, cujo ciclo vital encontra-se principalmente, e não exclusivamente, em água parada proveniente das chuvas e o aumento da temperatura descritas anteriormente. Essa enfermidade, além de causar dores na cabeça, no corpo e náuseas, pode levar à morte através de hemorragias. O número de casos de dengue tem subido de forma caótica e uma das explicações usadas acarreta na seguinte relação: clima versus focos.

Segundo o relatório de sete de maio de 2008 da Superintendência de Vigilância em Saúde do Rio de Janeiro, só neste ano foram notificados 131.238 casos, sendo 220 óbitos confirmados, onde 42% destes representam crianças de 0 a 15 anos; 682 casos em gestantes, com três óbitos materno-fetais e dois maternos.

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Não apenas no Brasil, mas em todos os outros paises tropicais em desenvolvimento, o número de casos de dengue está crescendo desgovernadamente. O impacto do aquecimento global na saúde mundial foi tão grande que a ONU (Organização das Nações Unidas) decretou dia 8 de abril o Dia Nacional da Saúde. A OMS estima que em 2080 o número de casos de dengue em todo o mundo aumentará de 50 milhões (hoje) para 2 bilhões, e que o aumento de um grau centígrado na temperatura do planeta representa mais de 20 mil mortes todo o ano!

A consciência de que o aquecimento global é um problema que atinge diretamente a todos, faz-se extremamente necessária quando a vida de todos é colocada em risco. Deve haver mobilização por parte de todos os indivíduos do contexto social. Esperar resultados de projetos como o Protocolo de Kyoto de braços cruzados é, com todo respeito, o mesmo que esperar do governo brasileiro uma reforma agrária voluntária. O aquecimento global acarreta e acarretará implicações para a saúde pública, por isso novas medidas sociais precisam ser tomadas, com investimento em planejamento urbano em infra-estrutura, prevenção, aumento da imunidade das pessoas através de uma melhoria na assistência médica especializada. Todavia, precisamos nos mobilizar e começar a combater os males pela raiz por meio de atos com responsabilidade no dia-a-dia, o uso de veículos pouco poluidores e atenção ao acúmulo de água parada no quintal, eliminando assim o papel de “vítima da própria incompetência”.

A dengue não é apenas um problema de saúde, é também um problema sócio-ambiental, e no Brasil pode ser considerado um problema histórico que precisa ser combatido.

O desenvolvimento de doenças devido ao aquecimento global

Natália Carolina de Castro Faria a e Andrea Maya Oda b

aAluna do curso de Obstetrícia. E- [email protected] bAluna do curso de Obstetrícia. E- [email protected]

Palavras-Chave: doenças, descobertas tecnológicas, saúde.

s impactos do clima sobre a sociedade repercutem, dentre outros, na condição de saúde humana. Após sucessivas implicações do homem no planeta com suas descobertas tecnológicas, avanços energéticos e suas aplicações na sociedade, começou o processo de

degradação do meio e o início do grande problema climático.

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Houve, ao longo de toda história da humanidade, uma permanente interação entre a sociedade e o clima. Essa se deu de forma benéfica quanto maléfica. No primeiro caso observou-se uma condição favorável à consolidação de incontáveis civilizações sobre determinados espaços, enquanto no segundo, a história mostra-se rica em momentos de tristeza e desespero de sres humanos para os quais somente a adaptação e as migrações de massa constituíram e permaneceram em soluções para enfrentar os desafios impostos pelas condições climáticas.

O efeito estufa, assim como as inversões térmicas em áreas urbano-industrias, dentre outros, revela a interação negativa estabelecida entre a sociedade e a natureza, bem como a criação de situações de risco e de impacto ambiental decorrente da interferência humana na dinâmica climática. Um resultado da ação do homem é a concentração de gases como dióxido e monóxido de carbono e metano, que têm aumentado, e desta forma, o efeito estufa adicional produzido é introduzido na atmosfera. A intensificação do efeito estufa provoca o aquecimento da superfície da Terra.

O aquecimento do planeta tornou-se o maior desafio ambiental do século XXI. O aumento da temperatura provoca o derretimento de massas de gelo causando a elevação do nível dos mares, que afeta as áreas costeiras e as ilhas oceânicas causando vítimas em todo o mundo.

A saúde humana é fortemente influenciada pelo clima. As condições térmicas de dispersão (vento e poluição) e de umidade do ar exerce destacada influência sobre a manifestação de muitas doenças, epidemias e endemias humanas. Existem estudos relacionados a manifestações fisiologicas devido a elementos climáticos, entre eles podemos citar o famoso Mal das Montanhas (dor de cabeça, fadiga, alteração sensorial, entre outros), causado pela altitude (pressão atmosférica).

Ao considerar mudanças climáticas todos nós observamos, pois é nítido, várias doenças como malária, esquistossomose e diversas verminoses, hoje restritas as zonas tropicais, ocorrendo com maior freqüência e isso poderia teoricamente ser causado pela radical mudança do clima. A temperatura tem relação também com muitas outras doenças como a febre amarela, dengue, e outras enfermidades como a peste bubônica.

Os perfis de desenvolvimento e multiplicação de parasitas no interior dos mosquitos transmissores dependem da temperatura do ar. Devido ao aquecimento global criou-se um ambiente favorável à transmissão de tais doenças e procriação dos vetores.

Com todas essas informações, concluímos que se continuarmos com o efeito estufa adicional e conseqüentemente com o aquecimento global nesta progressão, o aumento de doenças será alarmante devido as condições climáticas, como o vento causando vários tipos de manifestações mesmo que não perceptíveis para o momento. Não podemos esquecer também que pelo motivo da superfície terrestre estar cada vez mais quente, a proliferação de mosquitos transmissores de doenças, muitas vezes fatais, aumenta e se não fizermos nada para detê-los teremos muitos problemas futuros.

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Para salvar nosso planeta, a humanidade terá que diminuir de 50% a 85% as emissões de CO2 até a metade deste século. Logo, necessita-se de agilidade nas discussões e resoluções dos projetos que ajudarão a mudar este estado catastrófico. Para que tantos protocolos, audiências e convenções se os maiores poluidores não participam delas? Será que o lucro que se tira dos combustíveis fósseis tornou-se mais importante que a vida? Perguntas essas que somente o tempo irá nos responder.

De que maneira as mudanças climáticas podem afetar a vida dos brasileiros?

César Eduardo Martins a e Rafhaela Maria Ferreira Priolli b aAluno do curso de Ciência da Atividade Física. E- [email protected] bAluna do curso de Ciência da Atividade Física. E- [email protected]

Palavras-Chave: saneamento básico, impactos, saúde.

os últimos anos é que se vem dando maior atenção as mudanças climáticas. Os piores problemas do aquecimento global segundo os pesquisadores, o clima fica instável e imprevisível se não houver previsão, não é possível proteger a população.

A população Brasileira vem sofrendo muito desses impactos das mudanças climáticas globais, doenças como malária, dengue, diarréia, cólera, podem ser provenientes desses fenômenos ocorridos na natureza. Devido aos fatores climáticos como as chuvas e inundações, podem acelerar os ciclos infecciosos e facilitar a dispersão dos agentes causadores de doenças e seus transmissores. As altas variações climáticas também afetam a produção aumentando o risco de fome.

A seca com intensidade mais ocorrentes na região do nordeste Brasileiro, já pode ser vista a pouco tempo na região Amazônica, os rios amazônicos tiveram os seus níveis de água tão baixos que milhares de peixes morreram. Estas secas podem causar alterações na reprodução, migração e distribuição geográfica de espécies de plantas e animais.

As regiões mais pobres podem ser bastante afetadas, moram em locais onde pode haver deslizamentos de terra, com a seca sofrerão por falta de água e alimentos que ficaram mais caros, fato que já vem ocorrendo em todo o mundo, e esta elevando em níveis que já vem ocorrendo em todo o mundo

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assim elevando em níveis altíssimos as contas das Nações Unidas e Organizações contra a fome.

Algumas regiões do Brasil têm sofrido muito nos últimos meses devido as fortes chuvas. Em São Paulo no Vale do Ribeira e até mesmo no nordeste muitas pessoas tem ficado desabrigadas devido suas casas estarem inundadas, tendo maior possibilidade de adquirir doenças, havendo também a indisponibilidade de água potável para o consumo.

O Brasil é um país muito vulnerável a essas mudanças climáticas devido a sua vasta extensão territorial, havendo regiões com pouco acesso a serviços básicos de saúde. A saúde dos Brasileiros poderá ser afetada de varias formas, com o aumento da desnutrição implicaria no crescimento e desenvolvimento das crianças, ocorrendo o aumento de doenças diarréicas causadoras de anemia, mortes devido as tempestades e inundações, com as secas os incêndios são mais freqüentes aumentando as doenças cardiorespiratórias devido há grande poluição do ar.

Os impactos causadores pelas mudanças climáticas podem ser reduzidas, com uma sociedade que os governantes se preparem adequadamente, com as melhorias e expansão das infra-estruturas de saneamento, melhorando na assistência médica e controle de doenças em geral, assim dando um ensino de qualidade paras que as pessoas possam entender melhor as mudanças climáticas e se conscientizarem da importância na diminuição de gases causadores desses fenômenos da natureza.

A repercussão dos problemas ambientais na saúde do planeta

Ana Carolina Maragno a e Flávia Masseto Nastari. b aAluna do curso de Ciência da Atividade Física. E- [email protected] bAluna do curso de Ciência da Atividade Física. E- [email protected]

Palavras-Chave: doenças, mudanças climáticas, saúde.

explosão populacional dos últimos séculos exigiu um relativo aumento da produção energética com o intuito de melhorar a qualidade de vida humana.

Apesar da energia ter uma extrema importância e trazer bons resultados, a produção convencional e sua forma de consumo estão diretamente ligados à degradação do meio ambiente afetando com gravidade a saúde e qualidade de vida das pessoas. Quanto mais indivíduos habitando a Terra, maior a queima de combustíveis fósseis para obtenção de energia, um

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dos principais responsáveis pelo aquecimento global que ocasiona as mudanças climáticas.

Ou seja, os grandes responsáveis por essas mudanças que degradam a saúde física e mental humana somos nós mesmos, pois dentre as principais causas das mudanças climáticas estão, além da queima de combustíveis fósseis, o lançamento de gases estufa na atmosfera, o desmatamento, entre outros que estão ligados a ação do homem.

As mudanças climáticas e suas repercussões trazem em destaque as possíveis enfermidades que poderão afetar a população. A incidência de algumas doenças transmissíveis e infecciosas como, por exemplo, a cólera, malária e dengue, tenderão a aumentar, assim como problemas respiratórios, cardiovasculares e câncer de pele.

É característica natural da Terra o aprisionamento do calor em sua superfície, mas devido às altas variações climáticas ondas de calor e frio muito intensas causam a elevação dos índices de mortalidade por doenças cardiovasculares e respiratórias.

O aumento estimado da temperatura, devido ao aquecimento global, pode variar de 3°C a 6°C, o que já seria suficiente para agravar doenças como a malária, já que o seu vetor se desenvolve entre temperaturas de 20°C a 25°C.

No caso da dengue a temperatura influencia em topo o seu ciclo, desde a picada até a incubação do vírus. Sendo assim, com a elevação da temperatura global, o risco de expansão dessas doenças se torna inevitável.

Além das doenças citadas acima, o envenenamento alimentar e a falta de disponibilidade de água potável, que ocorrerá possivelmente, complementa o comprometimento da saúde humana.

Portanto as drásticas conseqüências do mau uso dos recursos não renováveis atingem aos próprios indivíduos que as causam. A escolha do uso consciente desses recursos certamente contribuiria para amenizar os efeitos prejudiciais das mudanças climáticas. Então, porque não fazê-lo?

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A ameaça do homem para o homem

Flávia Pasti de Oliveira a e Tamiles Mayumi Miyamoto. b

aAluna do curso de Gerontologia. E- [email protected] bAluna do curso de Gerontologia. E- [email protected]

Palavras-Chave: tecnologia, doenças, alterações ambientais.

om o desenvolvimento da ciência, tem-se o aumento de novas tecnologias com intuito de melhorar a vida humana. Estas, porém, à medida que podem facilitar a rotina e proporcionar o maior conforto, podem também agravar a saúde dos seres vivos e do meio ambiente.

O planeta Terra possui um equilíbrio natural; equilíbrio este que agüentou por muitos anos, apesar de ocorrerem freqüentes desmatamentos, queimadas, entre tantas formas de violação. Há quem pense que se tratando de um planeta tão vasto, não teria como o homem destruir a natureza de modo que esta não consiga se recuperar por si só. Hoje em dia, diante de tantas catástrofes naturais, a visão se inverteu: chegou o momento em que se nada for feito pelo planeta, a vida contida nele estará ameaçada.

A população na Terra tem presenciado uma mudança lenta e gradual no clima. O aumento da tecnologia contribui para este fato, sendo que os maiores culpados para tal mudança climática são os gases estufa, provenientes das combustões de veículos motorizados, fábricas, queimadas, etc.

Todos os fatores citados liberam os chamados gases estufa, que se acumulam na atmosfera, agravando o efeito estufa. Tal efeito é um fenômeno natural do planeta Terra que ajuda a manter a temperatura constante no mesmo, mas tal efeito é agravado devido à presença dos gases liberados nas combustões, fazendo com que a radiação solar refletida pelo solo do planeta não retorne ao espaço e fique retida na atmosfera, o que causa um aquecimento anormal no planeta.

Um exemplo clássico é o aumento do número de carros no mundo, pois além de ser um transporte particular apresentando conforto, mostra rapidez e liberdade para seguir diferentes caminhos. Tal crescimento, contudo, tem causado graves problemas ambientais como a poluição, contribuindo para alterações no clima e no ambiente natural.

Com conseqüência das mudanças climáticas causadas pelo efeito estufa, vários tipos de doenças ligadas a isso já podem ser detectadas com maior freqüência que o normal nas populações onde a poluição é grande. A poluição presente no ar pode acarretar doenças nos pulmões e sistema cardiovascular, assim como também podem ocorrer contaminações de água e alimentos, que se não foram bem tratados podem contaminar as pessoas que os ingerem.

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A poluição atmosférica é um enorme agravante quando se diz respeito às doenças respiratórias. Tudo depende do nível de exposição e da tendência a se desenvolver a doença no organismo de determinada pessoa, e geralmente são conseqüências a longo prazo, podendo acarretar diversos tipos de doenças como asma, bronquite, infecções nos pulmões, enfisema pulmonar, etc.

Além de contribuir para o efeito estufa, um estudo britânico (03/2007) mostra que o aumento de veículos contribui para a impermeabilização do solo, possibilitando assim, o maior número de enchentes.

O aumento da temperatura global, e por conseqüência, o aumento da umidade, ajudam na criação de um ambiente propício e proliferação de vetores de doenças, como por exemplo, a dengue. Em países tropicais como o Brasil, onde se chove muito, é muito como o acúmulo de água em determinadas áreas, facilitando a proliferação do mosquito transmissor.

Com as mudanças climáticas o homem está propenso a novas e variadas doenças. Não só a vida do ser humano como a de outras espécies de animais e plantas estarão ameaçadas.

As doenças e as epidemias resultantes do aquecimento do planeta

Flávio Ferraz Fernandes a e Gabriel César de Melo. b

aAluno do curso de Ciência da Atividade Física. E- [email protected] bAluno do curso de Ciência da Atividade Física. E- [email protected]

Palavras-Chave: doenças, saúde, aquecimento global.

sustentação da temperatura média da Terra de 15ºC é mantida através da liberação natural de gases como o vapor d'água, o dióxido de carbono, metano e óxido nitroso em quantidades não danosas. Tal ação é importante para a formação de uma camada que aprisiona

o calor mandado pelo Sol, fenômeno denominado “efeito estufa”. Seu agravante tem como principal e atual método a queima de combustíveis fósseis causando assim o excesso de tais gases e o aumento da temperatura média global.

Um método de avaliar as mudanças climática é através do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Nascido da percepção de que ações humanas estariam exercendo forte influência sobre o clima do planeta e havendo a necessidade de acompanhamento. Outra observação seria

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o declínio da qualidade da saúde mundial devido à conseqüências e agravantes das mudanças climática.

Desde a Revolução Industrial e com os avanços tecnológicos em diversas área como a medicina, houve no mundo, principalmente nos países desenvolvidos, a diminuição das doenças chamadas infecciosas e o respectivo aumento das doenças crônicas degenerativas. Esse processo é associado aos hábitos que a humanidade adquiriu com o passar do tempo como o sedentarismo, fruto de tecnologias que permitem aos seres humanos fazerem quase tudo sem que precisem nem ao menos sair de casa, e novas dietas alimentares baseadas principalmente em comidas fast food.

A Hipertensão arterial, a Obesidade, e a Diabete tipo II são os principais exemplos de doenças crônicas e têm por característica não possuir um agente transmissor. Observa-se que essas não param de crescer e já não atingem mais só os países desenvolvidos. Porém, sua tendência de continuar aumentando e cada vez mais se distanciar das doenças infecciosas pode não se confirmar, mas não pela diminuição na ocorrência das mesmas, mas por um possível aumento das doenças infecciosas resultado das mudanças climáticas.

O aumento da temperatura global pode gerar alguns maus à saúde pública. Prevê-se um aumento estimado entre 2ºC e 4ºC para os próximos cem anos na temperatura média da Terra. Esse aumento já seria suficiente para a elevação do número de algumas doenças infecciosas como a dengue e a malária.

A malária que possui como vetor o Anopheles e como parasita o Plasmodium desenvolve-se em temperaturas entre 20ºC e 25ºC, estando abaixo desta o vetor morre. Em algumas regiões do planeta há registro da presença do vetor, porém, com a baixa temperatura o parasita não sobrevive, evitando assim a proliferação da doença.

Já a dengue tem seu ciclo todo influenciado pela temperatura, tanto a picada quanto a incubação do vírus dependem das condições climáticas. Com uma temperatura média de 27ºC o período de incubação é de 10 dias, caso houvesse um aumento de 10ºC esse número de dias cairia para 7. É claro que um aumento dessa proporção não é tão comum, entretanto um aumento de 2ºC, que é a realidade pela qual passamos, já seria suficiente para levar a doença para a Espanha, Grécia e ao sul dos Estados Unidos.

Outras doenças como a doença do sono, amebíase, filariose também teriam suas áreas de incidências aumentadas com as mudanças climáticas.

Além das doenças, as mudanças climáticas tendem a elevar o índice de mortalidade devido às ondas de calor e frio muito intensas que agravam enfermidades cardiovasculares, cerebrovasculares e respiratórias e trazendo à tona antigos problemas como o câncer de pele e a catarata.

A estimativa do IPCC é que mais de um bilhão de pessoas poderiam ficar sem água potável, afetando e comprometendo assim, a disponibilidade e qualidade da água e comida, elementos fundamentais para a nutrição e saúde humana.

Contudo, uma possível solução para amenizar as mudanças climáticas e seus agravantes, seria os países diminuírem os efeitos maléficos do aquecimento

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global estabilizando em um patamar razoável as emissões de carbono até 2030, isso custaria em torno de 3% do PIB mundial.

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Os desafios para a contenção do desmatamento da floresta amazônica

Wedna Lívia Pereira do Nascimento a e Bianca Moraes Camargo Rocha b

aAluna do curso de Têxtil e Moda. E- [email protected] bAluna do curso de Obstetrícia. E- [email protected]

Palavras-Chave: degradação ambiental, desmatamento, floresta amazônica.

questão da degradação ambiental, em especial o aquecimento global, tem sido alvo de grande preocupação mundial. A industrialização que intensificou a queima de combustíveis fósseis é a maior protagonista desse cenário. Entretanto, no Brasil a prática de desmatamento é a

grande responsável pelas emissões de gases poluentes, correspondendo a 3% das emissões globais e transformando o Brasil no quarto maior poluidor do planeta. Essa prática vem sendo realizada desde a chegada dos portugueses, interessados na comercialização do pau-brasil na Europa. Segundo dados divulgados no ano de 2008 pela WWF-Brasil (World Wildlife Fund), 12% da cobertura original da floresta amazônica já foi devastada. No mesmo relatório a WWF-Brasil, estima que até 2020 essa taxa cresça mais 13%. Se liberada a quantidade de carbono armazenado na floresta remanescente poderá anular metade das reduções conseguidas através do Protocolo de Kyoto (tratado do qual fazem parte 168 países comprometidos com a redução obrigatória de gases que contribuem para o aquecimento global).

O setor da pecuária desmata 80% da região, transformando-a em pastagens para criação de gado. A falta de cumprimento das leis ambientais e o baixo custo das terras contribuem para tal situação. Além disso, extensas áreas desmatadas são mal utilizadas e por vezes até abandonadas e novas áreas são desflorestas para servir aos fins agropecuários. A crescente comercialização da soja colabora para que a devastação na Amazônia e no Pará aumente.

Desempenha importante papel no crescimento do desmatamento a indústria madeireira que, além de desflorestar para utilizar a matéria-prima, o faz para construir e pavimentar estradas, facilitando o acesso a grileiros (pessoas que se apoderam de terras alheias, mediante falsas escrituras de propriedade) que

Seção V I I Mudanças climáticas e o desenvolvimento

sustentável

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extraem madeira de forma intensiva e sem práticas de manejo (reflorestamento). De acordo com dados do governo federal, 90% da madeira extraída da floresta é oriunda de exploração não-sustentável e parte considerável de madeira de alto valor econômico é desperdiçada nas queimadas.

Outros importantes fatores que têm causado o desflorestamento amazônico são as grandes obras de infra-estrutura que intensificam a especulação fundiária e as migrações que abrem novas frentes de desmatamento e promovem a ocupação irregular do espaço.

Extensas áreas de florestas, possivelmente já teriam sido desmatadas se não fosse pela presença de unidades de conservação de terras indígenas. Essas terras seriam preservadas de uma forma mais segura se fossem sinalizadas e demarcadas. Infelizmente o desmatamento avança em uma proporção muito maior do que a criação de novas unidades de conservação.

As queimadas têm enorme impacto ambiental, como o esgotamento do solo produtivo e de recursos hídricos e também a liberação de gases do efeito estufa, que consiste em um fenômeno natural que mantêm a Terra com uma temperatura adequada, porém o excesso desses gases têm tido como conseqüência o aumento da temperatura, ameaçando a vida no planeta. A exploração de madeira é um dos grandes responsáveis pela ocorrência de incêndios florestais.

A partir da avaliação das principais causas do desmatamento atual da Floresta Amazônica, a estratégia para a contenção desse processo poderia se basear no conjunto das seguintes ações sugeridas por organizações não governamentais de preservação ambiental, plano de políticas nacionais e órgãos de pesquisa e tecnologia de meio ambiente: reflorestamento, aumento do número de unidades de conservação, implantação de programas de controle das queimadas, monitoramento rigoroso das áreas de desmatamento ilegal, punição efetiva ao uso predatório dos recursos, melhor utilização das áreas já desmatadas, investimento em obras de infra-estrutura que não causem grandes impactos ambientais, parcerias intergovernamentais com objetivo de desenvolver a região de maneira sustentável e aumento de orçamento para políticas ambientais.

Como mencionado, o desmatamento é um sério agravante para os problemas ambientais. Por outro lado, ele é um mal necessário para atender a demanda do mercado interno e externo, por alguns produtos alimentícios e produtos cujas matérias-primas são obtidas através dessa prática.

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Desenvolver sem destruir: maneiras de amenizar as mudanças climáticas

Mariana Gouvêa Nogueira de Lima a e Luana Alexandre Silva b

aAluna do curso de Têxtil e Moda. E- [email protected] bAluna do curso de Obstetrícia. E- [email protected]

Palavras-Chave: meio ambiente, destruição, energia renovável.

esde a Revolução Industrial começou a haver uma utilização maior de energia não renováveis (carvão, combustível fóssil, minerais, etc.), e foi a partir de então que a poluição começou a ser um problema para a humanidade, a poluição deixou de ser local para se

tornar planetária, o que ajudou a ocasionar o aumento do efeito estufa, fenômeno natural que aquece o planeta, sem o qual não haveria vida na Terra. Porém, esse aumento provoca o super aquecimento da Terra. E na tentativa de reverter essa situação busca-se o desenvolvimento sustentável.

Segundo a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, que tem como objetivo o crescimento econômico e a conservação ambiental, o desenvolvimento sustentável é uma maneira de suprir as necessidades da geração atual sem prejudicar as futuras gerações, ou seja, o desenvolvimento que não esgota os recursos naturais para o futuro.

A busca pelo desenvolvimento sustentável surgiu, quando as mudanças climáticas se tornaram visíveis, com catástrofes naturais (enchentes, furacões, tornados e tsunamis). Os principais motivos que acarretam as mudanças climáticas são as emissões de “gases do efeito estufa” na atmosfera, sobretudo o dióxido de carbono (CO2), que os oceanos e as florestas não são capazes de absorver. As formas de emissão desses gases na atmosfera são: a queima de combustíveis fósseis, pelas indústrias e automóveis e a queima de madeira, tanto nas florestas quanto o que não tem valor comercial e é descartado e depois queimado pelas pessoas. Isso mostra que quanto mais desenvolvido for um país na área industrial, maior será a sua emissão desses gases na atmosfera. Os países pobres devem procurar se desenvolver de maneira diferente dos já industrializados, que precisam se reestruturar para levar em consideração o meio-ambiente, ou seja, produzir sem destruir.

Para alcançar essa sustentabilidade, é necessário reconhecer que os recursos naturais são finitos. Novas tecnologias estão sendo aprimoradas para aproveitar matérias antes descartadas, como o bagaço da cana-de-açúcar que é transformado em biomassa. Está sendo estudado e colocado em prática também a utilização de energias renováveis não-convencionais, ou seja, energias que não provém de combustíveis fósseis e hidrelétricas, mas provem

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do sol (energia solar), girassol (biocombustível), vento (energia eólica) entre outras.

Vemos então a necessidade de uma conscientização populacional e governamental sobre a importância de desenvolvimento sustentável, e as conseqüências do aumento da temperatura da Terra. Visando que cabe ao governo implantar formas de desenvolvimento sustentável, como incentivo à reciclagem, utilização de energias renováveis, melhoria no transporte público, pois assim haveria sua maior utilização pela população diminuindo a emissão de gases poluentes. Lembrando também que cada um pode fazer a sua parte, para diminuir a poluição do planeta e que a responsabilidade não é apenas dos governos. Essas são algumas maneiras de minimizar os acontecimentos atuais e ter alguma esperança para o futuro do planeta e de seus habitantes.

Sustentabilidade corporativa

Lucas Guimarães Zeraik Fernandes a e Karen Sousa Lemos b

aAluno do curso de Lazer e Turismo. E- [email protected] bAluna do curso de Têxtil e Moda. E- [email protected]

Palavras-Chave: sustentabilidade, corporações, FBDS.

uito é falado sobre as causas e conseqüências do aquecimento global, e das mudanças climáticas no geral, pois já percebendo que a ação humana poderia estar diretamente relacionada com essas alterações, algumas atitudes foram tomadas. Em 1988, a

Organização Metereológica Mundial (WMO), criou o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), que confirmou através de pesquisas nos anos posteriores que algo que realmente merece a nossa atenção está acontecendo.

O planeta está doente, o consumo excessivo de recursos naturais, com relação ao crescimento econômico desenfreado, são os principais responsáveis. Para evitar uma situação extrema e irreversível é preciso repensar nas formas de consumo dos recursos, ou seja, gerar um desenvolvimento sustentável.

Mas o que é desenvolvimento sustentável? Primeiramente é reconhecer que tais recursos são finitos, de modo a planejar uma utilização de qualidade ao invés de quantidade, dissociando da idéia do crescimento econômico, que depende do consumo crescente de energias e recursos naturais, garantindo de forma durável a contínua existência desses materiais para as futuras gerações.

Existem hoje diversos projetos focados nesse assunto, originados da busca por um desenvolvimento menos agressivo ao meio ambiente e preocupados em desenvolver meios alternativos para incorporar a sustentabilidade aos meios sociais e econômicos.

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Devido a forte repercussão do assunto no cenário mundial, um novo tipo de empresas têm surgido, agindo estrategicamente em busca de uma melhor imagem, começando a levar em consideração as questões ambientais, o que está sendo chamado de sustentabilidade corporativa.

No Brasil, esse tipo de empresa vem se difundindo q para isso a FBSD (Fundação Brasileira de Desenvolvimento Sustentável) auxilia as corporações a identificarem possíveis ações para a colaboração e a criação de projetos.

Em relação às principais causas das mudanças climáticas, essas empresas estão gerando ações como, financiamento de projetos que buscam a redução de emissões de dióxido de carbono, desenvolvimento de tecnologias limpas, e investimentos em energias renováveis, não somente aqui mais em todo o mundo. O que é no mínimo contraditório, afinal algumas delas estão entre as principais vilãs do episódio “aquecimento global”.

A sustentabilidade corporativa é apenas uma das parcelas do desenvolvimento sustentável, que sozinho também não é a solução. Ele não é uma utopia, tendo a comprovação disse a partir do crescimento do interesse capitalista em ter uma imagem ecologicamente correta.

O papel das ecovilas na mudança para uma consciência ambiental

Fernando Mendonça Meyera a e Eduardo César dos Santos b

aAluno do curso de Ciência da Atividade Física. E- [email protected] bAluno do curso de Ciência da Atividade Física. E- [email protected]

Palavras-Chave: agenda 21, ecovila, sustentabilidade.

pós leituras e debates sobre as mudanças climáticas, assistimos ao filme de Al Gore “Uma verdade inconveniente”. No final do filme é deixada a mensagem “faça sua parte”, muito criticada nos debates. De que adianta a minha parte frente aos seis bilhões que não fazem

as suas? Ou, pior, de que adianta a minha parte frente às indústrias que consomem quantidades enormes de energia e água e contribuem com a dinâmica de consumismo e descaso com o meio ambiente? Realmente, a minha parte sozinha não pode mudar o quadro das mudanças climáticas.

Nesse sentido é que o movimento ambientalista ganha força e visibilidade a partir dos anos oitenta. Cientistas, governos e ONG's procuram investigar o tema e buscar soluções possíveis que sejam compatíveis com a sociedade contemporânea. Um exemplo foi a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD) realizada por governos e

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instituições civis no Rio de Janeiro, em 1992. Conhecida por Rio 92, a conferência concebeu a aprovou a Agenda 21.

Nas palavras de Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente no Brasil, “a Agenda 21 reúne o conjunto mais amplo de premissas e recomendações sobre como as nações devem agir para alterar seu vetor de desenvolvimento em favor de modelos sustentáveis e a iniciarem seus programas de sustentabilidade”¹. A Agenda 21 orienta um processo de análise da situação atual tanto de um país, quanto de um município ou uma determinada região e, então propõe um planejamento para um futuro sustentável de acordo com as necessidades do local.

Mas o que é ser sustentável? O conceito de sustentabilidade é difícil de ser definido, mas em geral traz a idéia de que devemos estar atentos às conseqüências de nossos atos. Por exemplo, que devemos usar a água potável, disponível em abundância, de forma econômica e consciente, do contrário, nossos descendentes podem não mais contar com esse recurso natural tão fundamental à nossa vida. Portanto ser sustentável envolve o uso econômico da água, energia e recursos naturais, minimizar a produção de lixo, reciclar, produzir alimentos sem agredir o ambiente (evitar inseticidas e adubos químicos), etc.

A Agenda 21 é uma agenda de desenvolvimento que coloca o meio ambiente como prioridade, ao contrário da prioridade econômica vigente, mas não se limita a preservação da natureza. Ela concebe o problema como sendo socioambiental. Por exemplo: não é possível pedir a um madeireiro na Amazônia que pare de cortar árvores sem dar a ele uma alternativa para seu sustento. Assim, a Agenda 21 busca soluções que abarquem os problemas da degradação do meio ambiente e da degradação do ser humano. Muito bonito na teoria, mas como isso vem sendo aplicado desde 1992?

Um bom exemplo é o surgimento das chamadas ecovilas. Ecovilas são comunidades que procuram por em prática modelos de sustentabilidade, mas que englobam, além de aspectos ambientais e ecológicos, questões sociais, culturais e espirituais. Hoje, encontramos ecovilas em todos os continentes, inclusive várias no Brasil.

Existe uma ecovila perto da cidade de São Paulo, em Piracaia, SP. A Ecovila Clareando é fruto do trabalho do Engenheiro Agrônomo Edson Hiroshi Séo, pesquisador, educador ambiental e referência em eco-tecnologias de baixo impacto ambiental e ecologia social. O projeto é pautado em seis pontos centrais da Agenda 21:

- O primeiro é a agricultura orgânica, que vai além de não usar inseticidas e adubos químicos e reutiliza o lixo orgânico do local, produzindo alimento rico e saudável.

- O segundo é a utilização de técnicas de construção que não utilizem madeiras de lei ilegais e que minimizem o impacto ambiental. Para isso a comunidade mantém um convênio de intercâmbio tecnológico com a USP, UNICAMP, UNESP e empresas privadas.

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- O terceiro é a questão da água. As águas pluviais são coletadas pelos telhados, armazenadas em um reservatório e destinadas para irrigação dos jardins e hortas, lavar roupa, dar descarga, tomar banho. A água do esgoto será separada das outras águas para não contaminá-las. Após passar por uma mini estação de tratamento anaeróbio pode ser aproveitada por árvores frutíferas. As águas provenientes do chuveiro, pias e tanques passam por um tratamento chamado leito de raízes e podem ser utilizadas para irrigação e lavar o chão.

- O quarto é a integração social dos moradores da região e entorno através da agricultura orgânica familiar, formando cooperativas. Isso diminui o desemprego e a fome, fornecendo alimento saudável e ecologicamente correto.

- O quinto é a energia. A proposta é utilização de energia solar.

- O sexto é a criação de parcerias regionais entre o poder público, a sociedade civil e empresários, criando uma autonomia do projeto.

Para isso a comunidade mantém um convênio de intercâmbio tecnológico com a USP, UNICAMP, UNESP e empresas privadas.

É muito bom constatar que projetos como a ecovila Clareando e iniciativas como agenda 21, ao qual a ecovilas seguem nesse caminho, vem ocupando cada vez mais espaço na mídia e nas agendas políticas, mas ao mesmo tempo cresce o consumo e as indústrias. É inviável fechar todas as indústrias e parar o consumismo de um dia para o outro, por isso, a importância de núcleos como as ecovilas que servem de exemplo e referência de funcionamento, como núcleos de divulgação de tecnologias sustentáveis e para uma alternativa possível.

Aquecimento global em função do desenvolvimento do conforto humano

Henrique Dae Hung Mina a e Thiago Chong Bin Im b

aAluno do curso de Marketing. E- [email protected] bAluno do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza. E- [email protected]

Palavras-Chave: desenvolvimento, influência humana, aquecimento global.

osso planeta está doente. Frase muito utilizada pelos meios de comunicação, nos dias atuais, para descrever um grande problema que afeta o nosso planeta e seus habitantes: A crise climática. Essa crise está ocorrendo devido ao progresso da humanidade que

utilizou os meios naturais de maneira exagerada, provocando desequilíbrios ambientais e afetando os ecossistemas da Terra. A população está ciente das conseqüências e nada fez até o momento. A crise climática não é algo que

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começou recentemente, mas foi gradativamente aumentando na medida em que a civilização foi se desenvolvendo.

Segundo uma pesquisa publicada pela BBC, empresa de rádio e televisão britânica, afirma que 79% das pessoas entrevistadas ao redor do mundo acreditam que as ações humanas, como transporte e indústria, são responsáveis pelas mudanças climáticas. O levantamento foi conduzido pela Globescan, empresa especializada em pesquisa de mercado e opinião, em conjunto com o Programa sobre Atitudes em Política Internacional, da Universidade de Maryland (EUA) e ouviu mais de 22 mil pessoas em 21 países incluindo Brasil, China, Estados Unidos e Índia.

O desenvolvimento tecnológico fez com que a preocupação com o ambiente fosse deixada de lado, priorizando a natureza inconseqüentemente provocando catástrofes como desmatamento e o aumento de gases que tornam o efeito estufa mais ativo, “segurando” mais o calor emitido pelos raios infravermelhos oriundos do sol, deixando a Terra com “febre”. É importante lembrar que o efeito estufa já existe antes do homem poluir, ou seja, é um fenômeno natural para que o planeta mantenha sua temperatura média.

Aliado ao consenso da influência humana sobre o clima global e o grau de informação da população mostrada pela pesquisa, indicam um momento favorável para ampliar as discussões e buscar soluções efetivas, ancoradas na mudança de atitude e curar a doença do nosso planeta para que futuramente possam ser evitadas possíveis mudanças extremas como ondas de calor e de frio, chuvas intensas, secas, e mais freqüentes furacões e ciclones tropicais e extratropicais.

Mudanças nos hábitos de consumo da população no seu cotidiano podem ajudar a combater o aquecimento global. Um primeiro passo que pode ser dado é em relação ao consumo, pois toda elaboração de um produto envolve a extração de matéria-prima, mão-de-obra, energia, água, transporte provocam o lançamento de gases que agravam o efeito estufa. Ao repensar o hábito de consumo cada um estará contribuindo para se combater o problema.

Enquanto a sociedade se desenvolve, a tecnologia avança junto e agora a utilização de forma inteligente e associada ao consentimento da população sobre as mudanças climáticas, as catástrofes que, futuramente irão ocorrer se não forem feitas ações no presente, podem ser amenizadas e proporcionar melhor qualidade de vida para as pessoas e estas visarem o bem estar dos outros. Porem, como o aquecimento global vem ocorrendo tempos atrás, fazer com que o planeta tenha níveis de concentração menor de gases que agravam o efeito estufa é um grande desafio.

Um grande desafio a ser realizado para que as gerações futuras possam desfrutar de um mundo ainda agradável de viver.

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Mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável

Marco Aurélio Barbosa a e Kaori Adachi b aAluno do curso de Marketing. E- [email protected] bAluna do curso de Marketing. E- [email protected]

Palavras-Chave: desenvolvimento sustentável, mudanças climáticas, sociedade contemporânea.

iante dos estudos do IPCC ( Painel Governamental de Mudanças Climáticas), durante o século XX houve um aumento de 0,7 graus Celsius na temperatura terrestre, dado alarmante para a conservação da média de 14,5 graus Celsius. Crendo nisso, os tradicionais

padrões de produção e acumulação de riquezas do mundo capitalista têm se tornados incompatíveis e por isso surge um novo estudo que visa a conciliação entre crescimento econômico e proteção do meio ambiente: o desenvolvimento sustentável.

O conceito de desenvolvimento sustentável foi definido no documento “Our common future” (conhecido por relatório Brundtland, 1988) como “aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de responder as próprias necessidades), essa corrente teve inicio nos anos 70, durante a Guerra Fria dedicados a promoção de estratégias de eco desenvolvimento sob a direção da ONU tendo evoluindo bastante nos últimos anos.

Em 1997, foi assinada no Japão o Protocolo de Kyoto, durante a COP-3, estabelecendo que todas as nações têm responsabilidade no combate ao aquecimento global. Os países desenvolvidos que iniciaram a sua industrialização há mais tempo possuem maior responsabilidade, devendo auxiliar com recursos financeiros e tecnológicos projetos de países emergentes, além de reduzir a emissão de gases do efeito estufa. Tal Protocolo só passou a entrar em vigor em 2005, quando foi ratificado por 174 países , com exceção de alguns importantes como os EUA.

A busca pelo desenvolvimento sustentável pode se dar em vários âmbitos, entretanto a aplicação de opções alternativas urgem por algumas implementações como a opção por fontes mais limpas de energia. Por exemplo, a aplicação da energia solar e eólica no funcionamento de indústrias e iluminação de ruas.

Além disso, a valorização de investimentos em transportes públicos ferroviários não só auxiliam na desobstrução do tráfego nas cidades como também na contenção da eliminação de gases danosos na atmosfera, já que

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grande parte dos carros circula abaixo de sua capacidade total de passageiros, gerando uma emissão per capita de CO2 mais alta.

Outro aspecto a ser analisado é a relação da nossa sociedade com o lixo, pois quanto maior a renda, maior a capacidade de produzir lixo e esses resíduos promovem a contaminação dos solos e lençóis freáticos com chorume e o descarte através de incinerações ou aterros sanitários provoca grande impacto ambiental. Sendo nesse caso indicados pelo IPCC como medidas futuras uma recuperação do metano nos aterros sanitários para aplicações energéticas, compostagem de resíduos orgânicos e otimização da reciclagem.

China, uma esperança

Marcela Ribeiro Leite a e Júlia Cicaroli Dávila b

aAluna do curso de Gestão Ambiental. E- [email protected] bAluna do curso de Gestão Ambiental. E- [email protected]

Palavras-Chave: China, poluição, conscientização.

China cresce em ritmo acelerado sendo o país que mais cresce atualmente, crescimento este, que tem causado grandes impactos no meio ambiente, afinal de contas, o país esta em processo continuo de industrialização, que invariavelmente explora os recursos naturais,

sendo que este único país é habitado por cerca de ¼ da população mundial.

Diante do quadro catastrófico de poluição e também pelas pressões internacionais, o governo chinês propôs medidas para reverter o problema. As emissões deliberadas de poluentes têm custado caro ao governo chinês, outro forte fator persuasivo para realização de mudanças, alguns exemplos disso são: a liberdade que suas indústrias encontram ao emitir sua poluição custa ao governo chinês 7,7% do PIB anual tentando-se reverter a situação, se gasta muito dinheiro, afinal de contas, das 20 cidades mais poluídas do mundo, 16 delas se encontram na China, que é atualmente o maior emissor de dióxido de carbono e de enxofre. Outros grandes gastos que o governo encontra é com o tratamento de crianças que nascem com má-formação devido à poluição, e o tratamento de rios urbanos que deve custar aproximadamente 156 bilhões de dólares de 2006 a 2010 para sua limpeza.

Infelizmente, sua própria população não esta ciente dos danos que sofrem e dos riscos que correm devido a tal manejo do ambiente, e são os maiores afetados.

Diante de tal quadro, o governo vem assumindo uma nova postura, mais adequada aos tempos atuais, referente à preocupação e manejo ambiental.

O conselho do Estado da China anunciou um plano para combater as mudanças climáticas. O plano nacional chinês reúne medidas na tentativa de reduzir as conseqüências do aumento do nível do mar, de secas, de degelo

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polar, ao mesmo tempo em que protege suas metas de crescimento econômico.

Além de tal projeto, o país estabeleceu metas para redução do consumo interno de energia e a emissão total de poluentes até 2010. Entre outras medidas, o governo chinês em 2005 fechou 40 empresas por serem grandes poluidoras, além de criar recentemente um ministério para cuidar do meio ambiente.

A China apresenta atualmente um cenário otimista em relação ao seu costumeiro descaso ambiental. Os efeitos das medidas que estão sendo tomadas poderão ser sentidos dentro em breve por toda a população mundial, já que a China é imensa e possui uma população imensa, e em conseqüência de tal, seus atos são ampliados. Podemos esperar uma diminuição da poluição atmosférica em escala global, e uma crescente conscientização de nossos atos e suas conseqüências inseridas na natureza.

Desenvolvimento e meio ambiente

Maria Cristina Mendonça Vieira a e Rosana Pereira da Silva b

aAluna do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza. E- [email protected] bAluna do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza. E- [email protected]

Palavras-Chave: desenvolvimento sustentável, meio ambiente, educação ambiental.

e no século passado Renato Russo, compositor e vocalista da lendária Legião Urbana, considerou o mal do século, a solidão, como cantou em "Há tempos", o grande mal do século em que vivemos parece ser o Aquecimento Global, assunto que está sempre presente nos Meios de

Comunicação.

Muito se fala em gases que intensificam o Efeito Estufa, poluição atmosférica, desmatamentos, queimadas... Uma série de conseqüências das atividades humanas, que são as principais responsáveis pelas mudanças climáticas.

De fato, a temperatura média do planeta Terra está aumentando, o que provoca, por exemplo, o derretimento de grandes massas de gelo, ocorrendo aumento do nível do mar e ameaçando ilhas oceânicas e zonas costeiras; furacões, ciclones e tufões se tornam mais intensos e destrutivos; enxurradas e secas mais fortes.

Como vemos, essas mudanças climáticas podem ser catastróficas para o planeta. Além de conhecermos as causas do Aquecimento Global, é de vital

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importância sabermos como combater essas causas, uma solução seria a prática do desenvolvimento sustentável.

Chegamos muito mais longe do que o homem primitivo poderia imaginar em nome do desenvolvimento, após a Revolução Industrial, o homem passou a usufruir os recursos naturais de forma desenfreada e abusiva. O crescimento econômico gerou aumento do uso de energia e matérias primas, pois depende do consumo, consumo esse que, por muitas vezes, torna-se tão extremo que as pessoas precisam de ajuda médica, pois se adquire bens de consumo além de suas necessidades, talvez como uma forma de concretizar o esforço do trabalho desta sociedade, que perde muito tempo de sua vida no trânsito das grandes metrópoles, porque simplesmente há carros demais.

Essa forma de vida é insustentável, se todas as pessoas do mundo tivessem o padrão de vida das grandes metrópoles acarretaria no esgotamento dos recursos naturais, o que comprometeria as futuras gerações em satisfazer suas próprias necessidades. Por todas essas razões, o desenvolvimento sustentável busca um equilíbrio entre a manutenção do meio ambiente e o desenvolvimento econômico e social.

Para que esse equilíbrio ocorra é preciso acabar com o desperdício, a sociedade precisa priorizar qualidade em vez de quantidade, adotar o uso de fontes renováveis, no Brasil há um grande potencial eólico e solar a ser explorado; diminuir o uso de combustíveis fósseis podendo adotar o uso de álcool e o biodiesel. Os transportes coletivos devem ser prioridades numa política que tenha intuito de reduzir os riscos das mudanças climáticas, bem como o investimento em transportes eficientes e baratos, como bondes elétricos, trens metropolitanos e ciclovias. A agricultura também pode contribuir com o planeta, produzindo práticas agrícolas sustentáveis, onde a expansão agrícola ocorre através da recuperação de áreas desmatadas.

A sociedade precisa de informação a fim de que se conscientize que o Aquecimento Global não é apenas um problema político, ela precisa cobrar sim planos de ação para se combater as causas das mudanças climáticas, mas deve entender que cada um pode fazer sua parte para reduzir os impactos ambientais, com atitudes simples como reaproveitar água da chuva podemos reduzir o uso de matérias-primas e produtos, dessa forma promover o aumento da reutilização desses bens e da reciclagem.

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Um protocolo para a vida

Daniel Lau Pereira Soares a e Jeniffer Pereira de Freitas b

aAluno do curso de Sistemas de Informação. E- [email protected] bAluna do curso de Sistemas de Informação. E- [email protected]

Palavras-Chave: protocolo de Kyoto, sustentabilidade, recursos naturais.

planeta passa por sérias mudanças climáticas provocadas principalmente pela ação humana. A preocupação com o futuro do planeta levou alguns países, juntamente com a ONU, a apresentarem métodos ou soluções de como nós poderíamos

usufruir dos recursos naturais da Terra, mas sem esgotá-los. Assim, como resultado dessa preocupação, foram feitos alguns tratados e protocolos defendendo o desenvolvimento sustentável. Podemos citar, entre outros, o protocolo de Kyoto, realizado no Japão em 1997.

O modelo de desenvolvimento implementado desde o início da Revolução Industrial até os dias de hoje não teve como preocupação a sustentabilidade dos recursos naturais do Planeta. A busca incessante pelo lucro cegou os seres humanos. Somente quando evidências de degradação e escassez apareceram, surgiram preocupações com o ambiente.

O aumento artificial e desproporcionalmente rápido na concentração de certos gases que provocam o efeito estufa (como o CFC, oxido nítrico, ozônio e o CO2, por exemplo) gera aumento de temperatura da atmosfera. Isto pode levar a mudanças climáticas significativas para a manutenção da vida como a conhecemos.

Segundo simulações de computador, alterações de temperatura que para nós são relativamente pequenas (um ou dois graus centígrados a mais na média mundial) poderão produzir alterações climáticas drásticas, devido principalmente à possibilidade de descongelamento de parte da água que se encontra em forma de gelo nos pólos. A presença de maior proporção de água líquida na atmosfera não somente aumentaria os níveis de água nos oceanos, mas também faria com que os regimes de chuvas de várias regiões se alterassem. Paralelamente, os próprios efeitos do aumento de temperatura fariam com que os movimentos de massas de ar também se alterassem e inclusive influenciassem os regimes de chuvas.

Essas alterações comprometerão a vida na Terra. Então, quando o ser humano se deu conta do que está por vir, foram feitos encontros e conferências entre alguns países para discutir o tema desenvolvimento sustentável, ou seja, equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e o uso dos recursos naturais. De acordo com a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU, desenvolvimento sustentável é aquele que atende as necessidades presentes sem comprometer a possibilidade de que as gerações futuras satisfaçam as suas necessidades.

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O protocolo de Kyoto é uma das formas propostas com o intuito de melhorar a situação do Planeta. O objetivo principal deste protocolo é reduzir a emissão de gases poluentes causadores do efeito estufa. Para tanto, necessita-se adotar algumas medidas econômicas, tais como: reformar setores de energia e transporte, eliminar mecanismos financeiros e de mercados inapropriados, limitar as emissões de metano no gerenciamento de resíduos e dos sistemas energéticos, proteger florestas e sumidouros de carbono.

Este assunto é de grande relevância, mas o relatório de Desenvolvimento Humanos das Nações Unidas 2007-2008 afirma que a maioria dos países ricos, que são os maiores emissores de gases poluentes, não está cumprindo os objetivos acordados no Protocolo de Kyoto. Embora algumas nações tenham reduzidos as emissões, as tendências atuais indicam que os países desenvolvidos não cumprirão as suas metas até 2012, sendo que em alguns países houve até mesmo o aumento de emissões.

Apesar da maioria dos países não atingir a sua meta de reduzir a emissão dos gases causadores do efeito estufa, o cumprimento do protocolo de Kyoto é importante na melhoria da qualidade do ar e conseqüentemente na qualidade de vida, sendo assim, um passo significante para a manutenção da vida na Terra.

Medidas para um desenvolvimento sustentável

Nina Sawada a e Raquel de Jesus Siqueira b

aAluna do curso de Obstetrícia. E- [email protected] bAluna do curso de Obstetrícia. E- [email protected]

Palavras-Chave: mecanismo de desenvolvimento limpo, emissão de CO2, recursos renováveis.

partir da Revolução Industrial no século XXI, as mudanças climáticas passaram a ser causadas também pela ação do homem, devido à emissão de poluentes na atmosfera.

O aumento contínuo da população, junto com o modelo econômico capitalista, contribuiu para a degradação do meio ambiente, com isso reduz-se a capacidade do planeta de absorver quantidades significativas de dióxido de carbono (CO2), um dos principais causadores do efeito estufa. O dióxido de carbono tem capacidade de reter a radiação infravermelha do Sol na atmosfera, o que pode provocar um aumento na temperatura terrestre suficiente para trazer graves conseqüências para o nosso planeta, agravando assim o problema do aquecimento global.

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Uma alternativa eficaz e viável para suprir as necessidades humanas e produzir o menor impacto ambiental possível é adotar um modelo de economia sustentável, baseado na produção de energia e de bens de consumo a partir de recursos renováveis.

Com o protocolo de Kyoto, foi estabelecido o Mecanismo de Desenvolvimento Sustentável Limpo (MDL), que é uma medida para promover o Desenvolvimento Sustentável nos países em desenvolvimento, como, por exemplo, o Brasil. Seu principal objetivo é estimular a produção de energia limpa, como a solar e a gerada a partir de biomassa, e remover o carbono da atmosfera.

O MDL permite aos países desenvolvidos compensarem suas emissões de gases causadores do efeito estufa, por meio de um projeto de energia limpa instalado em países em desenvolvimento.

Um bom exemplo de projeto, que já esta sendo realizado no Brasil, é a captura de gás em aterro sanitário, que consiste em reter o gás metano para depois, com ele, gerar energia. Esse projeto reduz indiretamente a poluição do ar, ao compensar o uso de recursos não renováveis. A produção de eletricidade a partir do metano evita que sejam utilizados recursos não renováveis como carvão, óleo ou gás natural. Isto pode evitar a s emissões de CO2 de fábricas de energia e poluentes como o dióxido de enxofre, que contribui em grande parte para a chuva ácida.

Com esse projeto, de acordo com o MDL, a cada tonelada de que deixar de ser emitida, o Brasil pode negociar no mercado mundial através da venda de Reduções Certificadas de Emissões, contribuindo para o crescimento da economia e a proliferação do desenvolvimento da energia limpa.

Para que todo esse desenvolvimento sustentável seja viável, portanto, é necessário o apoio sócio-político, ou seja, o governo junto com a população promovendo campanhas, incentivando a economizar energia e pressionando as empresas a substituírem as energias perigosas e ultrapassadas, como combustíveis fósseis, nuclear, grandes hidrelétricas pelas energias alternativas, como a solar, eólica, pequenas hidrelétricas. Combustíveis de transição, como o álcool, e o biodiesel, devem ser amplamente utilizados por veículos particulares e coletivos. Nas metrópoles deve haver prioridade para o transporte coletivo de qualidade, com investimentos em sistemas mais eficientes e baratos. Os bondes elétricos e os trens metropolitanos são uma alternativa eficaz. Dessa maneira, além de contribuir para o crescimento econômico, essas medidas também preservam o meio ambiente.

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Tijolo ecológico: futuro social e justo

Andressa Lima a e Anderson Patrick de Almeida b

aAluna do curso de Lazer e Turismo. E- [email protected] bAluno do curso de Lazer e Turismo. E- [email protected]

Palavras-Chave: meio ambiente, tijolo ecológico, futuro.

“Secas na Amazônia cada vez mais estranhas, intensos furacões no Atlântico Norte, são efeitos do descaso com o meio ambiente, que a cada dia tem menos árvores para captar CO2.”

Manfred Schwartz

uestões ambientais e desastres na natureza, são temas que preocupam e assustam a atualidade, que procura saídas racionais para o uso dos recursos naturais.

Aumento do nível dos oceanos, crescimento e surgimento de desertos, aumento de furacões e ondas de calor, e o desmatamento que ocorre principalmente em florestas de países tropicais, como o Brasil, são fatores que podem ser solucionados com simples ações.

Mudanças climáticas são ocasionadas pelo efeito estufa, buraco na camada de ozônio, poluição atmosférica e aumento na produção de gás carbônico.

Cada árvore queimada lança uma quantidade relativa de CO2, o tijolo ecológico dispensa o uso de forno para queima e cura; analisemos: Para a construção de uma casa simples são necessárias nove árvores para queimar os tijolos convencionais, 1% do mercado nacional de tijolo convencional exige a derrubada de mais de 45mil árvores para sua produção, já com o tijolo ecológico obtém-se uma significante diminuição do desmatamento, e além de ser um produto ecologicamente correto ele é economicamente viável, a exemplo: 1000 tijolos convencionais custam cerca de R$230,00, por outro lado a mesma quantidade de tijolo ecológico custa R$180,00, além de dispensar gastos com reboque na parede argamassa e pintura.

O fato do tijolo ecológico ser mais barato, pode vir a ser uma solução para facilitar a construção de moradias populares.

Essa preocupação ultrapassa os limites acadêmicos, vemos a sociedade se mobilizando com ações efetivas ligadas ao meio ambiente, como exemplo, os alunos da Escola Estadual Dom Miguel Kruse do Jardim Danfer localizado na zona leste da capital paulista que desenvolveram o projeto do tijolo, utilizando água da chuva, garrafas pet de refrigerante e capim, e utilizaram na construção de bancos para a escola.

Para evitar impactos ambientais, que por conseqüência influenciam em mudanças climáticas, é necessário que haja um empenho não somente de estudiosos da área, mas populacional também, pequenas ações semelhantes a

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dos alunos da Escola Dom Miguel Kruse, podem atenuar o grande mal que causamos a natureza a séculos, e o tijolo ecológico é uma ferramenta simples, que todos devem utilizar, pois além de ser economicamente viável é uma medida socialmente justa e ecologicamente correta.

Será preciso frear o desenvolvimento econômico para proteger o meio ambiente?

Ana Paula Garbulho a e Cristina Balzano Guimarães b aAluna do curso de Obstetrícia. E- [email protected] bAluna do curso de Obstetrícia. E- [email protected]

Palavras-Chave: desenvolvimento sustentável, recursos naturais, meio ambiente.

desenvolvimento da tese do desenvolvimento sustentável é uma resposta aos mais céticos que prevêem um futuro catastrófico diante do atual crescimento predatório. Esta via busca alternativas viáveis para se preservar o meio ambiente sem prejudicar o

crescimento econômico. Visa, com isso, incorporar as populações excluídas a uma vida digna, sem colocar em risco as gerações futuras.

Não somente o esgotamento de recursos naturais é pauta para esta tese, mas também os prejuízos que essa ação desenfreada causa, como o aquecimento global.

Sabemos que se a economia mundial mantiver as atuais taxas de crescimento, num futuro próximo os recursos energéticos e hídricos, assim como as terras atáveis e o próprio ar, não serão suficientes para atender à demanda de toda a população. Sem contar, ainda, o aumento da temperatura global, interferindo em todo ecossistema, por exemplo, com o derretimento das calotas polares. Todas essas conseqüências não atingem apenas as nações menos privilegiadas, o mundo desenvolvido também é vítima desse progresso a qualquer custo.

Assim, o estilo de vida dos cidadãos deve mudar. Desde a conscientização no tocante à economia de água e energia até a reciclagem e o fim do desperdício, a sociedade deve mudar seus hábitos de consumo.

O desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos. Atividades econômicas devem ser encorajadas em prejuízo à base de recursos naturais dos países. Esta tese sugere qualidade em vez de quantidade.

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Há iniciativas tímidas em alguns países desenvolvidos, mas é necessária uma política de governos de abrangência mundial, envolvendo os meios de comunicação, as escolas, as empresas e as comunidades. Somente com a colaboração de todos conseguiremos crescer sem comprometer o futuro.

Isto inclui, por exemplo, a produção de alimentos com qualidade, o uso racional da água e energia, sem desperdícios; a utilização de madeira certificada para garantir que os produtos foram obtidos de maneira legal, sem desmatamento predatório; a prioridade para o transporte coletivo; o controle da poluição do ar e da água; o tratamento de esgotos e dos efluentes industriais; a reciclagem de lixo e a preservação dos ecossistemas.

O terceiro relatório do IPCC (“Intergovernamental Panel On Climate Change” – Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas) lançado em maio de 2007 propôs diversas ações sobre o que pode ser feito hoje e incentiva a ação individual. Algumas das alternativas seriam trocar combustíveis fósseis por alternativas mais limpas, como gás, biocombustíveis, energia nuclear, hidroelétrica, eólica, maremotriz e solar; veículos mais eficientes, híbridos, preferência pelo transporte ferroviário; equipamentos de iluminação mais eficientes, energia solar para aquecimento e refrigeração, captura e reciclagem de gases; equipamentos que gastem menos energia nas indústrias; maior armazenamento de carbono no solo; recuperação de terras degradadas; redução do desmatamento de florestas; recuperação de metano nos aterros sanitários, compostagem dos resíduos orgânicos e tratamento do esgoto.

O desenvolvimento sustentável propõe uma sociedade econômica e ecologicamente equilibrada, com energia renovável e racionalização no uso dos recursos naturais.

Uma verdade inconsciente: o mau dos recursos!

Denise Martins a e Lissa Ferreira Lansky b

aAluna do curso de Gerontologia. E- [email protected] bAluna do curso de Gerontologia. E- [email protected]

Palavras-Chave: recursos naturais, desenvolvimento, revolução industrial.

esde a Revolução Industrial, os homens começaram a utilizar combustíveis fósseis como fonte de energia. A queima desses combustíveis lança na atmosfera gases do efeito estufa.

Diante das mudanças ocorridas no período da industrialização, houve transformações na atmosfera que deram origem às modificações climáticas.

De acordo com o documentário “An Inconvenient Truth” (Uma Verdade Inconveniente) de Albert Arnold Gore Jr., essas modificações climáticas são

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causadas pela emissão excessiva de CO2 para atmosfera terrestre. Esse lançamento excessivo na atmosfera forma uma camada que impede a saída da radiação solar. A esse fenômeno dá-se o nome de Aquecimento Global. Assim como a queima dos combustíveis fósseis gera gases, que em excesso, prejudicam a atmosfera, a deterioração das árvores também libera esses gases, pois ao se decompor, devolvem para a atmosfera todo CO2 que haviam consumido em vida.

Segundo a WWF (World Wide Fund for Nature) o Brasil é o 4º maior emissor de gases do efeito estufa do planeta. Esse índice se dá pelo fato de cerca de 75% das emissões serem oriundas do desmatamento (corte e queima). Isso nos leva a refletir que o Brasil não tem dado a devida importância quanto a utilização correta de seus recursos naturais.

Visando essa preocupação, a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas, para discutir o desenvolvimento econômico e a conservação do meio ambiente estabeleceu o termo Desenvolvimento Sustentável, que tem como objetivo o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as demandas das gerações futuras. Isto foi ponderado levando em consideração o não esgotamento dos recursos naturais.

A Declaração de Política de 2002 da Cúpula Mundial sobre o desenvolvimento sustentável, realizada em Johanesburgo, afirma que o desenvolvimento sustentável é constituído sobre “três pilares interdependentes e mutuamente sustentadores” - desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e proteção ambiental.

O desenvolvimento econômico e social, intenta quanto a conservação e utilização dos recursos naturais de forma racional e duradoura, beneficiando tanto as gerações atuais quanto as futuras. A proteção ambiental é uma complementação destes, pois é a base para a coexistência do desenvolvimento econômico e do desenvolvimento social, uma vez que sem a devida proteção ao meio ambiente, eles não podem exercer suas funções.

Esses pilares requerem um planejamento de recursos naturais e reconhecimento de que esses são finitos, sendo que a humanidade e a diversidade biológica são totalmente dependentes dos mesmos. Por isso somos os principais prejudicados caso esses pilares sejam abalados.

O conceito de que a industrialização desencadeou o mau uso dos recursos naturais não pode ser considerado de forma taxativa. É necessário conciliar progresso e tecnologia com o objetivo de estabelecer um ambiente saudável. Isso não quer dizer que a industrialização não é bem vinda, afinal o desenvolvimento é essencial para a evolução da sociedade, desde que seja ele um desenvolvimento consciente.

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O planeta e a (in)sustentabilidade

Kátia Silva Souza dos Anjos a e Regiane Roman Gomes Lima b

aAluna do curso de Ciência da Atividade Física. E- [email protected] bAluna do curso de Ciência da Atividade Física. E- [email protected]

Palavras-Chave: progresso, meio ambiente, sustentabilidade.

m pleno século XXI, vários países se dão conta de que as mudanças climáticas são um problema global. O grande desafio é amenizar estas alterações climáticas levando em consideração aspectos políticos, sociais, culturais, ambientais e econômicos.

Com a revolução Industrial, a quantidade de gases poluentes (CO2 e metano) despejados na atmosfera aumentou em grandes proporções, alterando o efeito estufa, intensificando o aquecimento global e modificando, assim, o clima de todo o planeta.

Medidas drásticas devem ser tomadas; caso contrário, a temperatura continuará aumentando e o planeta enfrentará riscos de extinção em massa, colapso dos ecossistemas, falta de alimento, escassez de água e grandes prejuízos econômicos.

Com a criação do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), obtivemos importantes relatórios alertando o mundo sobre o aquecimento do planeta, avaliando os impactos socioeconômicos e dando opções para limiar a emissão de gases nocivos e outras maneiras para acabar com as mudanças do clima.

Mais tarde, foi implantado o Protocolo de Kyoto, um tratado que tem como meta a redução da emissão de gases poluentes com responsabilidade comum, porém, diferenciada, já que os países desenvolvidos, historicamente contribuíram mais intensamente com os acúmulos desses gases na atmosfera, tendo, portanto, uma obrigação maior de reduzir suas emissões. Ao contrário dos países em desenvolvimento que se comprometem a adotar medidas para que o crescimento de suas emissões seja contido.

A solução para conter um progresso desequilibrado é o desenvolvimento sustentável, que visa o desenvolvimento respeitando o meio ambiente, ou seja, suprindo as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das gerações futuras.

O MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), criado pelo Protocolo de Kyoto, é uma forma de desenvolvimento no qual países desenvolvidos além de reduzir suas emissões podem também comprar uma parcela de metas em créditos de carbono. Uma vez que tais países não poderiam substituir sua matriz energética em curto prazo, eles investem em empreendimentos menos

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poluentes e assim conseguem “créditos” que contem pontos para atingir a meta de redução.

O Brasil foi o primeiro país com um projeto baseado no MDL, financiado pela Holanda, a ter registro aprovado. Esse projeto foi realizado em Nova Iguaçu, RJ, onde um antigo lixão foi desativado e foi construído um aterro sanitário em seu lugar. O gás metano produzido pelo lixo é capturado e transformado em energia limpa. Assim vemos que a Holanda consegue “créditos” investindo no Brasil.

Existem outros projetos de desenvolvimento sustentável no Brasil. Um exemplo é o que acontece no Pará, onde se vislumbra a agricultura de subsistência sustentável. Porém, projetos como esse causam conflitos econômicos e de exploração de terras; como o caso da irmã Dorothy, que por ter esse projeto, contrariou fazendeiros e estes, mandaram matá-la.

Hoje, um grande desafio é como obter esta mudança de um padrão de desenvolvimento já estabelecido, para um modelo sustentável de organização humana. Um desenvolvimento que não esgote os recursos para o futuro e que tenha como objetivo harmonizar o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.

Por isso é essencial que todos tomem consciência do problema e façam sua parte!

Eco-desenvolvimento no Brasil

Yasmin Silva Baggi a e Hugo César da Silva Ledo b

aAluna do curso de Têxtil e Moda. E- [email protected] bAluno do curso de Gerontologia. E- [email protected]

Palavras-Chave: harmonia, meio ambiente, pecuária sustentável.

Brasil ocupa o 4º lugar dos maiores emissores de CO2 (Dióxido de Carbono), agravante do efeito estufa, causado pela queima de florestas e matas. Se fossem erradicadas as queimas, o Brasil ocuparia o 18º lugar.

Nos dias atuais é imprescindível que o homem elabore soluções para atenuar as mudanças climáticas. O planeta sofre com a ação humana e apesar dos diversos problemas tornarem-se mais visíveis, como a elevação de temperatura, a humanidade continua a desrespeitar o meio-ambiente por diversas razões, principalmente por ganância financeira e a não consciência da importância dessas mudanças climáticas.

As maneiras em que a sociedade intervém no meio ambiente em relações harmônicas, retira o que precisa sem prejuízo ambiental, são diversas. Nesse

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contexto surgem vários projetos em prol do meio ambiente. Um dos principais projetos foi o Desenvolvimento Sustentável, construído durante a Conferência de Estocolmo, em 1972, ficou conhecido como Eco-desenvolvimento, que visa harmonizar o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.

Para aumentar a ação contra as mudanças climáticas, alem de áreas protegidas e reservas naturais, foram desenvolvidas atividades econômicas sustentável em florestas, principalmente na Amazônia, que fortaleçam comunidades locais e aproveitam recursos naturais disponíveis nessas regiões. A tentativa de cumprir com o Eco-desenvolvimento, faz com que grandes empresas como o Banco Real, Petrobrás, Natura com o apoio de instituições como o Greenpeace e a WWF, tenham além de sucesso econômico uma política de conservação ambiental.

Um dos programas que dá certo é da Fundação WWF-Brasil, o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável (PADS). Os projetos do PADS ajudam famílias de baixa renda a viver da coleta de castanhas, artesanato, ecoturismo e o uso de outros elementos naturais sem ter que derrubar árvores para a extração de madeira ou obtenção de pastagens, assegurando a conservação das florestas e da biodiversidade.

Para complementar o Eco-desenvolvimento, um projeto também da WWF-Brasil, a Pecuária Sustentável foi criada prevendo uma diminuição de poluentes na região do Pantanal. A pecuária é considerada uma das mais importantes atividades econômicas para a região, assim o Programa Pantanal Para Sempre incentiva os produtores a adotarem a pecuária orgânica certificada como forma de minimizar os impactos ambientais já que o uso da queima para obtenção de pastagens é proibido, diminuindo os gases liberados no efeito estufa.

Para contribuir com o debate, o programa está viabilizando estudos sobre o balanço energético e de emissões do sistema produtivo orgânico comparado com o convencional.

Mas não basta grandes empresas fazerem esses investimentos se o ser humano não tem consciência de que ele pode alterar muito o planeta, mas para pior.

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A integração do desenvolvimento do meio ambiente com relação às múltiplas questões sociais

Camila Sato Kanashiro a e Catarina Nucci Stetner b

aAluna do curso de Gerontologia. E- [email protected] bAluna do curso de Gerontologia. E- [email protected]

Palavras-Chave: visão holística, transdisciplinaridade, eco-desenvolvimento.

visão holística provém do termo holismo, que origina-se do termo grego "holos", que significa todo. No século VI antes de Cristo, o filósofo Heráclito de Éfeso já dizia "A parte é diferente do todo, mas também é o mesmo que o todo. A essência é o todo e a parte".

Desse modo, partes e todo em sentido absoluto não existem. Tudo o que há na natureza, seja o homem, uma molécula, ou até mesmo as galáxias, são considerados todos, em relação às suas partes constituintes, mas também são partes de um todo maior. Com isso, todos e partes, estão interligados.

A holística não é ciência, nem filosofia e não é uma religião, ela também não constitui um paradigma. Segundo Pierre Weil, (1991), “a abordagem holística propõe uma visão não-fragmentada da realidade onde sensação, sentimento, razão e intuição se equilibram e se reforçam”.

O pensamento holístico é profundamente ecológico. O indivíduo e a natureza estão unidos, formando um conjunto impossível de ser separado. O desenvolvimento da integração do meio ambiente com suas múltiplas relações envolvem aspectos ecológicos, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais.

Por isso, hoje existe a idéia de que as questões ambientais estão relacionadas com as questões econômicas e sociais, e que o funcionamento da proteção ambiental depende do tratamento global e conjunto de todas essas questões.

Devido a complexidade da pesquisa sobre o meio ambiente,os vários aspectos específicos citados acima podem ser utilizados para a construção de um conceito mais amplo e abrangente: a transdisciplinaridade .Segundo Colóquio, (1986) é uma troca dinâmica entre as ciências exatas,humanas, à arte e a tradição- no próprio cérebro humano.A transdisciplinaridade não procura construir uma ligação entre a ciência e a tradição, mas sim, que a mesma procura pontos de vista a partir dos quais seja possível torná-las "interativas", respeitando-se as diferenças que têm entre si, apoiando-se em um novo conceito da natureza.

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Futuramente possibilitará a formação de grupos capazes de preparar programas com propostas avançadas visando ás soluções que melhor se adéqüem à realidade e que sejam capazes de atender às necessidades humanas. Programas esses que foram direcionados para a elaboração de diagnósticos com o objetivo de propor políticas públicas, ressaltando a importância na adoção de medidas preventivas para evitar que o crescimento econômico e o desenvolvimento industrial tenham ações desfavoráveis relacionados à sociedade e ao meio ambiente, como diz Sachs em seu texto sobre o eco desenvolvimento que também é conhecido como uma versão alternativa do desenvolvimento sustentável.

Com o propósito de buscar o ideal de harmonização lançam-se as bases conceituais do desenvolvimento sustentável, este visa atender as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras em atender as suas próprias demandas.

A visão holística, explica uma vez mais Pierre Weil, implica em uma vivência transpessoal, não podendo, pois, ser dimensionada como meramente intelectual; para o mesmo autor, na construção do holismo, não se deve negar jamais o antigo paradigma, antes, a holística deve ser considerada como a "cena onde as correntes já existentes podem encontrar-se na busca de soluções criativas para os problemas relacionados ás mudanças climáticas, levando em conta a experiência do passado diante do desafio que provoca o tema, questiona-se se não é chegado o momento em que tudo tenha que ser "repensado", talvez "reinventado, mas não refeito".

Biodiesel: a alternativa

Maíra Siqueira de Souza a e Jessé Félix da Silva b

aAluna do curso de Ciência da Atividade Física. E- [email protected] bAluno do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza. E- [email protected]

Palavras-Chave: biodiesel, desenvolvimento, mudanças climáticas.

elevação das temperaturas é uma evidência de que a maneira de viver dos seres humanos está perturbando o clima do planeta.

A problemática ambiental que assola a sociedade tem trazido grandes preocupações às autoridades mundiais. O aquecimento global causado pelo desmatamento cada vez maior e pelo contínuo acúmulo

de gases poluentes advindos da queima de combustíveis fósseis, lançados na atmosfera, principalmente nos países industrializados, pelas indústrias, escapamento de automóveis e CFCs provenientes de ar condicionados e aerossóis, traz diversos danos ao meio ambiente. Afirma-se que em média o paulistano perde dois anos de vida devido à poluição ambiental (Dado do Laboratório de Poluição Atmosférica da USP).

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Mas as atuais alternativas com o uso mais eficiente de energia limpa devem ajudar na melhora do problema ambiental. O petróleo é o combustível mais usado no mundo, é prejudicial, pois a sua queima elimina gases poluentes na atmosfera.

Uma saída a este transtorno é o uso do biodiesel, um combustível que não afeta o meio ambiente. É derivado de fontes renováveis vindas da gordura vegetal, tais como a mamona, dendê, amendoim, milho, girassol, etc.

O Brasil é um país em desenvolvimento, que tem um projeto e já produz, em escala industrial o biodiesel. Porém isso é bastante discutido e também criticado pelos países ricos, que dizem que a fome irá aumentar, pelo fato de que as terras usadas para o cultivo de matéria prima para produção do óleo vegetal, poderiam /deveriam estar sendo usadas para produção de alimentos.

Ainda assim, a produção do biodiesel é uma ótima alternativa, a mais efetiva, até hoje, para reduzir custos e os impactos ambientais ao mesmo tempo. Além de competir comercialmente com o petróleo, é renovável e permite gerar empregos.

A posição do Brasil é boa em relação ao resto do mundo é auto-suficiente em petróleo e também já possui produção da energia limpa.

Porém é necessário se ter alguns cuidados, pois o cultivo para produção do óleo vegetal avança sobre as paisagens naturais, um exemplo é a cana - de - açúcar que avança para a Amazônia, Acre, e também para o cerrado. Isso pode comprometer os recursos naturais, alterando os biomas.

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