Revista CAJP - Edição 0 - Regulamentação

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Comitê Acadêmico Jorge Pinheiro 27 03 E D I Ç Ã O NÚMERO0 REGULAMENTADO DESIGN Esta revista é fruto da união de voluntários da GDG-2012M que tem como fins compartilhar informações sobre design.

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Tratamos nesta primeira edição assuntos relacionados ao Design e explicamos os lados da regulamentação de nossa profissão. Esta edição foi fruto da parceria de : Douglas Baptista, Matteo Manes e Érico Dimundo.

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Comitê Acadêmico Jorge Pinheiro

2703

E D I Ç Ã O

N Ú M E R O 0

REGULAMENTADO D E S I G N

Esta revista é fruto da união de voluntários da GDG-2012M que tem como fins compartilhar informações sobre design.

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SumárioApresentação .......................................................................................................

Jorge Pinheiro ..................................................................................................................... 04

O CAJP ................................................................................................................................ 05

Tópicos da reunião ...............................................................................................

Foco no Design. ................................................................................................................... 06

Atrasos na entrega do briefing. ............................................................................................ 06

Portfólio que é bom... Nada ! ............................................................................................... 07

E o mercado? Quem é esse ? ............................................................................................... 07

Saída de membros e a bosca. .............................................................................................. 07

Tara Dougans .......................................................................................................

Tara Dougans - Sobre ............................................................................................... 09 até 11

Designers inspiradores ........................................................................................

Cristiano Siqueira ................................................................................................................ 12

Diogo Montes, Fábio Sasso, Eduardo Prox, Ralph Karam e Dudu Torres .................................13

Regulamentação ..................................................................................................

Enfim regulamentado ....................................................................................................14 e 15

Ciência sem fronteiras .........................................................................................

Você sem fronteiras .......................................................................................................16 e 17

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Equipe

D o u g l a s B a p t i s t a

“ A regulamentação é de fato um grande avanço para a nossa profis-são, mas acredito que o Design tem que ter um valor maior na sociedade. O primeiro passo já foi dado, mas não podemos nos deixar levar por apenas uma ação, devemos exigir e acompanhar de perto toda a movi-mentação desse processo. “

É r i c o D i m u n d o

“ Design regulamentado: Você já leu algo sobre? Qual sua opinião? Agora, aquele seu primo (“capivara”) que se diz designer apenas por que sabe mexer no Corel ou porque sabe editar vídeos, agora será considerado oficialmente como um perigo à socie-dade...apesar de você já saber disso há tempos. “

M a t t e o M a n e s

“ Apesar de a maioria das justifica-tivas para a não-regulamentação da profissão serem válidas, aqueles que as usam em conjunto se contradizem diversas vezes. Nada é certo, de fato, no entanto o medo de mudanças é o tipo de atitude que não nos permite avançar e faz com que o ensino de design no Brasil seja além do ideal. “

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Comitê Acadêmico Jorge Pinheiro

“Ninguém , com toda certeza, é capaz de assumir a liderança em todos os campos, pois para um homem os deuses conced-eram as proezas da guerra, a outro, a dança, para um outro, a música e o canto, e, num outro, o todo poderoso Zeus colocou

uma boa cabeça.” - Homero

Durante as aulas do professor Jorge Pinheiro, no primeiro ciclo, foi criado o comitê acadêmico com o propósito de funcionar como um pequeno grupo de conselheiros ao representante de turma – na época, Caio Machado. O comitê foi criado com 12 membros, em uma turma com quase 50 alunos, homenageando o seu criador.

No entanto, o comitê não viria a funcionar exatamente da maneira proposta, nem todos os seus participantes continuariam por muito tempo, e um grande problema teria que ser resolvido. Este problema era a comunicação com toda a turma.

Muitas soluções, iniciativas e discussões foram iniciadas nas reuniões do CAJP, mas pouco disso foi passado para a turma de maneira eficaz. Da mesma forma, a comunicação entre os dois lados tem sido abaixo do desejável para que o CAJP funcione como a voz da turma.

Com o intuito de resolver esse problema foi criada a revista do Comitê Acadêmico Jorge Pinheiro. Aqui, nosso objetivo é passar informação sobre tudo o que ocorre em nossas reuniões e abrir um meio de comunicação onde a turma e o comitê possam trabalhar em conjunto, enriquecendo portfólios, conhecimento e nossas relações.

Rio de Janeiro, 27 de março de 2013

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Tópicos da última reuniãoReuniremos em cada edição todas as abordagens, problemas, soluções e pensamentos que nós debatemos durante as reuniões, com o propósito da reflexão. Fazer com que você entenda os problemas que cercam a graduação e a Instituição, e nos ajude a planejar alguma solução para os respectivos problemas.

- Foco no design, desfoca no Káká.

Um dos pequenos problemas que afetam nossa turma é a constante reclamação de falta de projetos para a exposição no seu portfólio, ou até mesmo questionamos o que iremos tirar de aprendizado daquele projeto. Colocando esse problema como ponto de partida, procuramos solucionar de maneira clara esse tipo de caso que, na maioria das vezes, se torna comum pelo fato dos alunos não manifestarem suas reclamações e opiniões. Algumas tarefas que tiveram um foco muito grande poderiam ser executados em duas aulas, no máximo, como foi com o exercício da camisa do Kaká. Entendemos bem que há uma didática e um propósito para aquilo, mas chegamos a ter que levar trabalhos de nível normal por 1 mês e meio, sem contar que esses trabalhos eram levados como nota fundamental para a P1. O que procuramos levar a coodernação de design é que os exercícios passados em aula sejam revistos e que de certa forma seja levado em consideração o nível de dificuldade daquele processo. Estamos no nosso quarto ciclo e ainda escutamos que os professores estão buscando nivelar a turma.

- Atrasos na entrega do briefing.

Infelizmente, ciclo após ciclo, escutamos da coordenação e do professor líder de projeto, que receberemos o briefing o quanto antes, nas primeiras semanas. No entanto, isso está longe da realidade, criando dúvidas sobre a história de que os professores se reúnem todo começo de ciclo para estruturar o briefing e discutí-lo. Basta irmos de aluno em aluno para entender que os briefings não mudam tão constantemente assim, o que nos leva a crêr que há na verdade uma falta de organização para a entrega do mesmo. Nossa turma, através das atividades do comitê, tem levado novas propostas que são implantadas em turmas mais novas e, dessa forma, servimos como ‘cobaias’. Não somos a primeira e nem a última turma da graduação de design e, tendo isso em vista, não podemos nos acomodar com essa desculpa que tudo é questão de teste e renovações.

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- Portfólio que é bom... Nada!

É claro que ninguém entrou na faculdade sabendo de tudo, o que ainda nos incomoda é que cursamos uma graduação tecnológica vista no mercado como “menos teoria, mais ação”, e de fato deveria ser bem por essa linha de pensamento. Contudo, não é bem assim que acontece. As taregfas passados em aula não estimulam o aluno a explorar novos metódos de trabalho e o que deveria ser aproveitado para pôr no portfólio acaba virando arquivo esquecido no pen-drive. Ninguém vai utilizar no portfólio um panda vetorizado, o Káká com a camisa modificada do Bonsucesso Futebol Crube, a garota que toca violão no Youtube e por aí vai. É comum você encontrar na turma pessoas que encontram dificuldades em elaborar um portfólio, em entender como funciona o que o mercado de fato pede. Acreditamos que isso seja decorrente da ideia que a turma deve ser nivelada, que é desigual, etc. Mas acreditamos que isso deve ser deixado um pouco de lado e, já que é uma graduação tecnológica, deve-se dar prioridade maior para o mercado de trabalho e o aluno suar a camisa pra aprender e entender as ferramentas. Isso talvez incentivaria os alunos a prestarem mais atenção na aula, buscarem mais conteúdo na biblioteca e estudar mais para acompanhar o ritmo.

- E o mercado ? Quem é esse ?

Quem esteve na palestra de inauguração da nossa turma, lembra bem de frases do tipo : “O Instituto Infnet te prepara para o mercado” ... “Você terá noção de mercado!”. Por enquanto, vimos noção de mercado em algumas matérias, como por exemplo a do Leo Bularmaqui que explicava muito bem como você apresentava um projeto ao seu cliente e como eram as etapas de projeção de um respectivo material. Não somos xiitas e nem seguimos tudo ao pé da letra, mas sentimos a carência de certas noções de mercado como por exemplo : - Onde compro tipografias. - Usei uma tipografia comprada por mim, sempre que usá-la em algum projeto devo cobrar uma taxa do cliente? - Como hospedo um site? - Quanto devo cobrar por um trabalho?

LUTA

R POR M

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Não há esse tipo de abordagem prática dos professores e nem uma solução para esse tipo de problema. Será que já foi discutida a necessidade de uma matéria específica para esse tipo de abordagem?

E você pensa o que?

O CAJP vem procurando medidas que tornem a turma mais próxima de nossas decisões e ações, justamente porque representamos a turma e nos pegamos em uma falta de comunicação muito grande com a mesma. Nos reunimos nas últimas semanas para discutir a importância de levar os assuntos que tratamos no comitê para a turma, colocamos em questão a abertura das reuniões do CAJP à turma e formas de captar ideias/sugestões/críticas. Desde a criação o CAJP buscava-se resolver problemas que atingiam não só a turma como a faculdade e a graduação de Design. Foram abordadas algumas soluções como: - Gravação das reuniões. (A edição do áudio era demorada e a gravação durava horas). - Nos reunirmos com a sala após as aulas (Quase ninguém fica, pessoal não se interessaria). - Formulário de opiniões. - Impresso das pautas (Geraria um esforço muito grande e o custo seria muito alto para uma impressão semanal). - Revista digital (Abordaríamos as reuniões e procuraríamos levar algum conteúdo informal pra turma para atrair olhares.).

Saída de membros e a busca.

Essas últimas semanas o comitê perdeu mais uma se não a maior de suas forças. Caio Machado se afastou do comitê por problemas pessoais e, com isso, vimos que precisavámos de novos membros que tenham disponibilidade de participar de nossas reuniões e exercer algumas funções como a de diagramador, corretor gramatical, ilustrador, etc. Visamos sempre a exposição de nosso material para inserção no portfólio.

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TaraDougans

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DesenhosAnimados

Tara Dougans é uma artista da área de moda que tenta expressar em seus desenhos sentimentos além do traço. Ela de certa forma tenta animar suas criações, que são feitas à lápis, com pequenos movimentos, seja uma gota caindo do rosto ou o movimento das mãos. Seu traço ligado a moda

acaba transmitindo a sensação de planejamento e, dessa maneira, se conecta ao design. Tara é uma ilustradora canadense e sua nova linha de trabalho destina-se a utilização do gif e seus traços são originais e vinculados diretamente a moda e ao design.

Seus personagens adotam um traço único e irreverentes. Neste ano mesclou a pintura/desenho com a animação e contribuiu com peças que adotam a repetição, contraste e texturas. Por mais que cada uma adote um tipo de impacto, seja com uma gota de lágrima descendo pelo rosto ou elementos

básicos em constante movimento, todas as obras de Tara Dougans contém uma semelhança e parecem seguir uma identidade. Ela também nos leva a questionar se podemos interpretar como arte ou design.

Fontes :www.taradougans.tumblr.comwww.taradougans.com

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Designers inspiradoresÉ normal conhecermos designers por algum trabalho mundialmente famoso, ou algum projeto que tenha ganhado uma divulgação internacional e acabamos esquecendo de homenagear alguns designers de território nacional. Por isso, realizamos nossa lista de designers brasileiros inspiradores. Com vocês, nossos favoritos:

1Cristiano Siqueira - IlustradorCristiano Siqueira é um ilustrador paulista que trabalha de maneira criativa suas ilustrações, fugindo da tradicional busca da perfeição e, de maneira criativa, utiliza cores para marcar bem a mudança da tonalidade da pele referente a iluminação. Cristiano já realizou materiais para clientes como: Nike, ESPM e Editora Abril.

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Diogo Montes - DesignerDiogo Montes é um Diretor de Artes que atua na cidade do Rio de Janeiro e trabalha com um estilo muito fora do tradicional. Realizou um trabalho incrível para o grupo de samba de roda Casuarina.

3

Fabio SassoIlustrador

Fabio Sasso é um brasileiro que desenvolve trabalhos na Google em São Francisco, EUA.

4

Eduardo Prox Designer

Eduardo Prox é um diretor de arte muito focado no design para posters. Segue o pós-mordenismo.

5

Ralph Karam Designer

Pra quem acha incrível trabalhar com ilustração e tipografia, Ralph é uma recomendação.

6

Dudu TorresWeb Designer

Dudu desenvolve um trabalho institucional incrível para certas empresas como a Tim muito cool.

Buscar inspirações é uma forma de interagir com uma diversidade de culturas, métodos de trabalhos e de conhecimento muito rica. Em nossa profissão, como qualquer outra, há uma necessidade de buscar novos horizontes, porém deve-se lembrar sempre de manter o seu tipo de trabalho, ter a sua própria diretriz de processo e adquirir uma identidade única te faz ser o diferencial no mercado. Tem alguma sugestão de inspirações? Então mande suas sugestões para nós e compartilhe o conhecimento. [email protected]

Fonteshttp://www.behance.net/CrisVectorhttp://www.behance.net/dudutorres

http://www.behance.net/karamhttp://www.behance.net/eduardoprox

http://www.behance.net/abduzeedohttp://www.behance.net/diogomontes

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Enfim, regulamentado.No dia 26 de março de 2013 foi aprovado o projeto de lei que regulamenta a profissão de designer na MESA, ou seja, seremos de fato profissionais reconhecidos judicialmente. Nada mais justo que tratar um pouco desse marco histórico. O que isso trará de benefício e porque alguns designers não aprovam a regulamentação? Vale ressaltar que as opiniões escritas aqui nesta publicação nada mais são do que uma opinião particular de pessoas da área.

Foram 33 anos de projetos mal sucedidos e que foram arquivados ano após ano. Para se ter ideia, em 1980 aconteceu a primeira tentativa para regulamentar a profissão e o projeto foi vetado. Ao decorrer desses 33 longos anos, foram ao total 7 projetos, sendo o último, levado pelo Deputado José Luiz Penna, bem sucedido. A justificação para a proposta de regulamentação implica em questões como facilitar a contratação através

de licitação para serviços gráficos, favorecer o cliente final que – por recorrer a um profissional que não é regulamentado – acaba sofrendo com a carência de leis que possam o defender de qualquer eventual ‘problema’. Ou seja, o designer acaba se responsabilizando de fato por tudo que produzir, seja lá um site ou até um simples cartão de visita.

No dia 26 de março de 2013 foi aprovado o projeto de lei que regulamenta a profissão de designer na MESA, ou seja, seremos de fato profissionais reconhecidos judicialmente. Nada mais justo que tratar um pouco desse marco histórico. O que isso trará de benefício e porque alguns designers não aprovam a regulamentação? Vale ressaltar que as opiniões escritas aqui nesta publicação nada mais são do que uma opinião particular de pessoas da área.

Foram 33 anos de projetos mal sucedidos e que foram arquivados ano após ano. Para se ter ideia, em 1980 aconteceu a primeira tentativa para regulamentar a profissão e o projeto foi vetado. Ao decorrer desses 33 longos anos, foram ao total 7 projetos, sendo o último, levado pelo Deputado José Luiz Penna, bem-sucedido. A justificação para a proposta de regulamentação implica em questões como facilitar a contratação através de licitação para serviços gráficos, favorecer o cliente final que – por recorrer a um profissional que não é regulamentado – acaba sofrendo com a carência de leis que possam o defender de qualquer eventual problema. Ou seja, o designer acaba se responsabilizando de fato por tudo que produzir, seja lá um site ou até um simples cartão de visita.

Agora, só pode se auto intitular “designer” quem se formar a partir da data em que a lei entra em vigor. Segundo o texto da lei, foram contemplados os profissionais de Comunicação Visual, Desenho industrial, Programação Visual, Projeto de Produto, Design Gráfico, Design Industrial, Design de Moda e Design de Produto. A versão final, que foi aprovada, garante o direito a todos que puderem comprovar o exercício da profissão há 3 anos ou mais. Da mesma forma, quem tiver diploma expedido por instituição de ensino estrangeira também se encaixa na lei e pode usar o título. Aqueles designers que aprenderam o ofício “sozinhos” mas que já trabalham na área há muito tempo, portanto, podem ficar tranquilos. Haverá uma carteira de registro profissional para cada designer e a profissão será fiscalizada pelo ministério do trabalho.

Há o medo de que, com sindicatos controlando o piso salarial dos designers, empregadores passem a

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querer pagar apenas esse piso, o que diminuiria a renda do profissional. Esse medo, contudo, se mostra um tanto infundado a partir do momento que se percebe que os sindicatos de designers serão controlados, obviamente, por designers atuantes no mercado, como outros sindicatos são controlados por profissionais de suas respectivas áreas, sempre lutando por melhorias nas mesmas. Acredita-se também que o número de “profissionais” vai cair, diminuindo a concorrência e consequentemente a qualidade. Ora, se apenas os “micreiros” e “sobrinhos” serão retirados do mercado, como pode a qualidade cair? Com novos designers formados a cada ano, sujeitos à uma regulamentação da profissão que fiscaliza a qualidade (tanto dos profissionais atuantes que agora poderão assumir mais responsabilidade sobre suas criações, quanto das instituições de ensino), a qualidade geral só tende a subir...e a médio prazo, também a concorrência subirá. Além do mais, é de se imaginar que os trabalhos de baixo custo não deixarão de existir. Continuarão a serem oferecidos e feitos tanto pelos “micreiros” (que agora, no entanto, não poderão mais se auto intitular designers) quanto por estudantes da área, prestes a poder retirar seu registro profissional junto aos órgãos competentes.

Resumindo: os antigos profissionais da área apenas terão o aval (e proteção, e fiscalização) do governo para continuar fazendo o que já faziam. Os estudantes poderão se formar com a segurança de ter planos de carreira em uma profissão agora reconhecida pela sociedade. E, claro, aquele seu primo que se diz designer apenas por que sabe mexer no Corel ou porque sabe editar vídeos, agora será considerado oficialmente como um perigo à sociedade (apesar de você já saber disso há tempos). Podemos ver que boa parte dos argumentos contra a regulamentação da profissão advém de más interpretações da proposta ou de medo de possíveis consequências as quais não podemos exatamente prever, mas que no entanto podemos racionalizar sobre, e ficarmos tranquilos. Agora, além de poder participar de licitações públicas e de sabermos que a má conduta na área será punida pelo Ministério do Trabalho, a concorrência desleal com aquele seu primo vai abrandar bastante. O registro profissional permite também a emissão de ART, a Anotação de Responsabilidade Técnica necessária na produção e comercialização em larga escala de produtos que chegarão a um consumidor final.

Claro, um ponto interessante a se discutir é que a nova lei não cobre todos os campos de design que atualmente existem no país. Design de interiores, por exemplo, ficou de fora. Outros dizem que seria mais inteligente esperar o mercado amadurecer um pouco (e deixar passar o momento “aquecido” que se tem agora), para só depois ver o que é necessário e o que pode ficar de fora da lei. Não creio realmente que esse seja o caso. A luta pela regulamentação do design no Brasil já dura décadas, e jogar mais esse elemento no atual mercado em aquecimento pode “complicar” ou até confundir um pouco as coisas. Todavia, já passou da hora de nossa profissão ser oficializada perante a sociedade, que recebe formandos que atuam nessa área já há décadas, mesmo que atuando sob outros nomes (programador visual, por exemplo). Devemos lembrar que a regulamentação, mais do que proteger o designer que sofre com péssimas condições de trabalho ou falta de plano de carreira, serve também para proteger a sociedade brasileira do mau designer (sim, o seu primo), aquele indivíduo (“capivara”, diria o Almir) que carece de conhecimentos técnicos e experiência. Esse que sai por aí vendendo seu desserviço a um preço desleal se comparado ao de profissionais bons e experientes, não é mesmo?

Por Érico Dimundo e Douglas Baptista

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Você sem fronteiras.

Já pensou em passar um ano estudando no Canadá, Estados Unidos, Reino Unido ou Alemanha? Isso não só é possível, como muito mais barato do que você imagina. O Ciência sem Fronteiras é um programa do governo brasileiro que tem como objetivo levar nós, estudantes, para outros países como meio de promover a internacionalização de conhecimento, inovação e aumentar a competitividade do mercado brasileiro.

O que isso significa para você? Facilidade incrível de estudar no exterior, melhorar sua proficiência com uma (ou mais) língua estrangeira, conhecer novos lugares e novas pessoas. Tudo isso, com ajuda financeira do nosso governo.

Parece bom demais para ser verdade, mas não é. Para participar do programa você deve ser brasileiro, estar matriculado em uma instituição de ensino superior no Brasil, ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) – a partir de 2009 – com nota mínima de 600 pontos, possuir bom desempenho acadêmico e ter concluído entre 20% e 90% do curso em que está matriculado. Além disso, pode ser necessária a apresentação de uma nota de exame de proficiência na língua do país de destino (como o IELTS no caso do Reino Unido, por exemplo).

Se encaixando nesse perfil, é só ficar de olho na abertura das inscrições para o seu país de escolha. E essas escolhas não são poucas. Alemanha, Austrália, Espanha, França, Holanda, Itália, Japão, além dos citados anteriormente, são somente algumas da opções disponíveis.

Para cada uma das inscrições é disponibilizado um edital com todos os passos a serem seguidos e quaisquer outras informações ou requisitos que mudam dependendo do seu país de escolha, além da época do ano que também faz diferença (inscrições para viajar no meio do ano costumam ser mais acessíveis e com mais opções de cursos e universidades).

Todos os requisitos atendidos e inscrição feita, e agora? O processo seletivo para participar do Ciência sem Fronteiras é extremamente simples, sem nenhuma prova. O aluno só é cortado caso a disponibilidade de vagas na área de estudo for menor que o número de candidatos. Conversando com uma representante do programa, fomos informados que, na última chamada para o Reino Unido,

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nenhum candidato foi excluído por causa do número de vagas.

A partir desse momento, o candidato é apresentado com diversas opções de cursos e universidades no país de destino para que possa escolher o destino final de suas atividades no exterior.

Quanto aos benefícios, são concedidos ao aluno – usando o Reino Unido como exemplo – uma bolsa de £ 420,00 mensais; seguro saúde no valor de £ 1.080,00; auxílio instalação de £ 1.320,00; auxílio material didático de £ 1000,00; e também US$ 1.706,00 para a compra das passagens. Além disso, também é oferecida acomodação.

Esse tipo de oportunidade, com tamanha facilidade de acesso, não deve ser desperdiçado para aqueles que gostariam de estudar design no exterior. Não só é uma chance de conhecer o ensino de outra instituição, de outro país, como também de conhecer novas pessoas, criar contatos, aprender sobre uma outra cultura, conhecer outros pontos de vista e aprimorar o seu inglês, alemão, francês.

Para saber mais sobre o Ciência sem Fronteiras, entre no site cienciasemfronteiras.gov.br ou mande suas dúvidas e perguntas para futuramente entrarmos novamente em contato com representantes do programa. 1

1 Por Matteo Manes