Revista Vida Plena #11 - Hospital Santa Cruz

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A Revista Vida Plena #11 apresenta a você leitor a nova UTI Neonatal do Hospital Santa Cruz. A estrutura foi completamente reformada e ampliada, aumentando sua capacidade em 40%. Todo esse investimento tem como objetivo o reforço da qualidade e da segurança no atendimento médico e assistencial – sem nunca deixar de lado o carinho e o cuidado humanizado aos bebês e seus familiares, inclusive durante a pandemia de coronavírus e o período de proibição das visitas. Para isso, a equipe multidisciplinar da UTI Neonatal criou o projeto “Ligação do Coração”, que permite que o pai ou outros familiares acompanhem o desenvolvimento do bebê mesmo distante, por meio de vídeo-chamadas.

Esta edição traz ainda uma matéria especial sobre mitos e verdades do período pré e pós-parto, apontando as dúvidas mais comuns das gestantes como: todo mundo precisa tomar vitaminas? É obrigatório o uso de cinta depois do nascimento do bebê? E é normal continuar sangrando após o parto?

E mais: conheça a campanha permanente de prevenção e incentivo ao diagnóstico precoce do câncer; entenda como o ronco noturno afeta sua qualidade de vida e desempenho durante o dia; desvende o processo de envelhecimento saudável que desafia a população brasileira.

Boa leitura!

Conselho Editorial:Bruna BrassalottiCamila Candal NevesClaudio Enrique LubascherJuliane PoitevinRafael MoraesRosane Cadena

Conteúdo Editorial:Grupo Excom(41) 3523-0766www.excom.com.br

Jornalista responsável:Cecile Moreschi Freire Krueger (DRT-PR 1111)

Redação:Camila TsubauchiEloisa MalheirosGiulie Carvalho

Diagramação:Lilian Coelho

Revisão:Karina Trzeciak

Tiragem: 2.500

www.hospitalsantacruz.com

Avenida Batel, 1889, Batel. Curitiba - PR+55 41 3312.3000

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Segundo dados da Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (IARC), em 2018, foram registrados mais de 18 milhões de novos casos de

câncer em todo o mundo. Desde 2012, novos registros mostram que um em cada cinco homens e uma em cada seis mulheres de todo o planeta acabam desenvolvendo um tipo de câncer durante a vida.

Dentro desse cenário, as campanhas de conscientização sobre prevenção e diagnóstico precoce ganham importância ainda maior. No Hospital Santa Cruz, cada mês do ano recebe uma cor, uma forma de alertar sobre os sintomas e os grupos de r isco para os tipos mais comuns de câncer.

Campanha contra o câncer destaca importância do diagnóstico precoceA cada mês do ano, uma cor representa o combate aos principais tipos da doença

Dra. Ana Maria de Oliveira Santos, oncologista e coordenadora do Serviço de Oncologia do Hospital Santa Cruz

Descobrir a doença antecipadamente aumenta

em 95% as chances de cura”

Janeiro: câncer de colo de útero

Fevereiro: leucemia

Março: câncer colo retal

Abril: câncer de testículo

Maio: câncer cerebral

Junho: melanoma

Julho: tumores ginecológicos

Agosto: linfoma

Setembro: câncer de pâncreas

Outubro: câncer de mama

Novembro: câncer de próstata

Dezembro: câncer de pele

CAPA 08Nova UTI Neonatal

PREVENÇÃO 03Um ano inteiro contra o câncer

MATERNIDADE 04Mitos x Verdades no pré e pós-parto

BEM-ESTAR 06Por que as pessoas roncam?

QUALIDADE DE VIDA 12O desafio do envelhecimento saudável

INSTITUCIONAL 15Novo ambulatório para pacientes com sintomas respiratórios

n°11sumárioeditorial

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Mitos e verdades sobre o pré e pós-partoEspecialista esclarece principais dúvidas que surgem durante a gestação e após o parto

Durante todo o período da gestação até o pós-parto, o corpo da mulher passa por algumas transformações e situações que podem trazer muitas dúvidas às mães, principalmente

para aquelas de primeira viagem. Além disso, nesse período, surgem muitos questionamentos, que só ajudam a aumentar a insegurança em torno do parto. Para tentar esclarecer alguns pontos, o coordenador do Centro de Especialidades em

Saúde da Mulher do Hospital Santa Cruz, o ginecologista e obstetra Dr. André de Paula Branco, preparou uma

pequena lista de mitos e verdades:

Toda gestante precisa tomar vitaminas?

Mito. O uso de vitaminas ajuda muito no pré-natal e algumas podem faltar no processo de gestação do bebê. Mas, não dá para afirmar que é obrigatório para todas as mulheres. Quando há uma carência especial, é necessário fazer uma reposição individualizada de cada vitamina faltante.

Os enjoos só ocorrem no primeiro trimestre?

Mito. Os vômitos e as náuseas podem acontecer durante toda a gestação, porém são mais comuns no primeiro trimestre por conta de algumas alterações hormonais, em especial do HCG. A tendência é diminuir após a 12ª ou 14ª

semanas. Mais para frente, já no final da gravidez, muitas mulheres sentem náuseas e vômitos por

outros motivos, como por exemplo, refluxo devido ao tamanho do útero que passa a comprimir o estômago.

Grávidas têm mais cáries?

Mito. Não há nenhum estudo que comprove o aparecimento de cáries durante a gravidez.

Elas também têm mais chances de desenvolver hemorroidas?

Verdade. Durante a gestação, o útero se transforma em um órgão cada vez maior, que vai comprimindo os vasos sanguíneos da região pélvica. Isso dificulta a circulação do sangue, favorecendo a dilatação dos vasos, o que causa as varizes que dão origem às hemorróidas.

E sofrer com prisão de ventre, é comum?

Verdade. O processo de digestão se torna mais lento durante a gravidez e há uma tendência em fazer constipação intestinal. Quando necessário, o médico pode receitar alguns medicamentos que ajudam na digestão, tanto durante a gravidez como no pós-parto.

É obrigatório usar cinta no pós-parto?

Mito. A cinta pode ser um instrumento de apoio para algumas mulheres por uma questão de adaptação. Algumas pacientes se sentem mais seguras com a cinta, por dar sustentação e diminuir a sensação de desconforto pós-cirúrgico, geralmente no caso das cesarianas.

A mulher pode engravidar novamente amamentando?

Verdade. É realmente mais difícil a mulher engravidar enquanto amamenta devido aos níveis elevados do hormônio prolactina, que proporciona a lactação. Mesmo assim, não é confiável acreditar que não vai ocorrer, pois a amamentação pode durar meses e os níveis de hormônios são variáveis. Nesse caso, se a paciente não deseja engravidar novamente, é preciso utilizar métodos preventivos.

É normal sangrar após o parto normal?

Verdade. Sangrar no pós-parto é natural nos primeiros dias, mas vai diminuindo ao longo do tempo. Isso ocorre porque há uma perda sanguínea em virtude da saída da placenta e o útero, por um determinado tempo, ainda sangra, porém a perda de sangue é controlada por fatores musculares e hormonais, impedindo que haja um sangramento exagerado.

É normal sentir dor nas primeiras relações sexuais?

Verdade. O corpo da mulher está em recuperação nos primeiros 40 dias. Então, há desconforto sim nas primeiras relações sexuais, principalmente nesse período inicial. Não é proibido, mas sim desaconselhável. Se dois ou três meses após o parto a dor ou desconforto permanecer, é necessário investigar.

O formato da barriga implica ou traz riscos para a gravidez?

Mito. O formato ou altura da barriga são subjetivos – muito baixa, muito alta, quadrada –, não conseguimos supor um diagnóstico apenas olhando as características da barriga da paciente.

Grávida não pode pintar os cabelos?

Verdade. Há muitos produtos que possuem componentes de risco e elementos tóxicos para a gravidez e para a formação do bebê. É imprescindível que a gestante converse com o seu obstetra sobre fazer a tintura no cabelo, pois deve haver consenso entre o médico e a paciente.

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Por que roncar não é sinônimo de dormir bem?O ruído é sinal de obstrução nas vias respiratórias e prejudica quase um bilhão de pessoas em todo o mundo

O ser humano dorme em média 8 horas por dia, o que dá cerca de 2,9 mil horas por ano e, provavelmente, um terço de toda a

vida. No entanto, nem todas as pessoas conseguem se deitar e pegar no sono imediatamente. Isso pode ocorrer por diversos motivos, mas um dos mais comuns é o ronco ou, mais profundamente, a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono.

A revista The Lancet – uma das mais importantes publicações científicas do mundo – divulgou, em 2019, que mais de 936 milhões de pessoas convivem com o problema, número quase 10 vezes maior que a estimativa de 2007 da Organização Mundial da Saúde (OMS), que indicava a ocorrência em cerca de 100 milhões pacientes.

De acordo com o otorrinolaringologista e cirurgião de ouvido, nariz e garganta do Hospital Santa Cruz, Dr. Mohamad Feras Al-lahham, o ronco é um ruído provocado pelo estreitamento ou obstrução das vias respiratórias superiores durante o sono que, consequentemente, dificulta a passagem do ar e provoca a vibração dessas estruturas.

A apneia do sono é tudo isso somada à pausa da respiração enquanto se dorme, o que causa um impacto ainda maior na saúde. “Por isso, não tem como falar sobre ronco sem mencionar e investigar a apneia do sono. Nem todo paciente que ronca tem apneia, mas quem sofre desse problema, provavelmente ronca”, enfatiza.

Como o ronco prejudica a saúde?

Como podemos evitar ou melhorar o nosso sono?

Tratamento médico

Apesar da patologia ser comum, muitas pessoas não dão a devida importância ao problema e ao tratamento. “No consultório, a primeira coisa que precisa ser feita é a apuração do que causa o ronco ou a apneia de sono. A partir disso, é preciso descobrir se o problema tem origem obstrutiva como desvio de septo, hipertrofia do corneto inferior, sinusite crônica, pólipos nasais, entre outras patologias”, diz Dr. Mohamad.

De acordo com o médico, a melhor solução para corrigir essas disfunções precisa ser construída em conjunto com o otorrinolaringologista. “Se for uma rinite crônica, por exemplo, iniciamos sempre com medicamentos e acompanhamos a evolução. Porém, a maioria dos casos são cirúrgicos e demandam certo tempo de repouso, apesar da recuperação ocorrer rapidamente de modo geral”, explica.

Dormir de lado: a obstrução das vias aéreas acontece mais quando se dorme de barriga para cima porque a língua e o palato mole são empurrados contra a garganta.

Perder peso: quando se está acima do peso, é possível que haja acúmulo de gordura em volta da traqueia, o que dificulta a passagem do ar.

Evitar álcool e nicotina: além de fazerem mal à saúde de modo geral, essas substâncias provocam o relaxamento dos músculos e o aumento da obstrução.

Exercitar a língua, a faringe e a garganta: tentar levantar o sininho da garganta, segurar e relaxar; abrir a boca tentando manter a língua grudada no céu da boca; posicionar o dedo na parte interna da bochecha entre os dentes pressionando a bochecha para fora são alguns exercícios que ajudam a diminuir o ronco.

Quando dormimos, nossos processos vitais entram em uma linha básica, reduzindo o gasto de energia. Com isso, os chamados hormônios do dia (adrenalina, cortisol e insulina) também dormem, enquanto o hormônio do descanso (melatonina) começa a se espalhar pelo organismo para promover o repouso necessário e a recuperação celular. Quando há alguma alteração nesse ciclo devido à obstrução das vias aéreas, a saturação sanguínea começa a diminuir até chegar a um nível tão baixo que o cérebro interpreta como sufocação.

“Quando chega a esse ponto, o corpo desperta para inalar mais oxigênio, fazendo com que nossos processos vitais e hormônios diurnos despertem também. É a partir disso que começamos a sentir os efeitos colaterais como insônia, palpitação, taquicardia, respiração rápida e ansiedade. Além disso, o efeito dos hormônios inapropriados pode levar a pressão alta, obesidade, alterações no colesterol e triglicerídeos, problemas no coração e no cérebro, sono diurno e cansaço crônico”, alerta o otorrinolaringologista.

milhões de pessoas têm a Síndrome da Apneia

Obstrutiva do Sono

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A escolha da maternidade é um dos pontos mais importantes da gestação. É preciso pensar com cuidado no tempo de deslocamento, na qualificação da equipe médica e assistencial,

mas, acima de tudo, é indispensável estar atento à infraestrutura hospitalar oferecida. “Preferir uma instituição com Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal e Geral, para, em caso de intercorrências, contar com o suporte adequado faz muita diferença. É importante ter em mente que, mesmo em casos de parto normal, podem ocorrer complicações”, explica o gerente médico do Hospital Santa Cruz, Dr. Rafael Moraes.

Pensando em reforçar a qualidade, a segurança e o cuidado humanizado em um momento tão delicado e marcante como o nascimento de um filho, o Hospital Santa Cruz investiu na reforma e ampliação da unidade de atendimento aos prematuros. “Passamos a operar com 14 leitos neonatais, quatro a mais do que o oferecido até então. Somados à nossa capacidade de internamento na UTI Geral, que garante segurança também às gestantes, conseguimos prestar um serviço com ainda mais excelência tanto para a mãe quanto ao bebê que precise de cuidados especiais”, enfatiza Dr. Rafael.

“A ampliação traz benefícios para todas as gestantes, em especial às que apresentam alto risco. Os pais também passam a ter mais conforto e tranquilidade para se dedicar à evolução dos bebês, pois tem certeza que podem contar com uma equipe extremamente capacitada, atuando em um ambiente muito mais moderno, seguro e acolhedor”, pontua o coordenador da UTI Neonatal do Hospital Santa Cruz, Dr. Ênio Torricillas. O projeto contemplou ainda a Sala de Atendimento ao Recém-Nascido, onde o bebê recebe os primeiros cuidados e é apresentado à família e aos amigos.

A nova UTI Neonatal fortalece o compromisso do Hospital Santa Cruz com o bem-estar e o cuidado integral ao público feminino. Desde agosto de 2019, além dos serviços de urgência e emergência, a instituição oferece atendimento ambulatorial de baixa à alta complexidade em ginecologia e obstetrícia por meio do Centro de Especialidades em Saúde da Mulher. “Dessa forma, reforçamos também a segurança da equipe multidisciplinar, que sabe que pode contar com uma estrutura moderna e aplicar as melhores práticas assistenciais, o que influencia também no controle dos índices de infecção e mortalidade”, completa a coordenadora de enfermagem da UTI Neonatal, Paula Mara Bordim Lopes.

Nova UTI NeonatalAmpliação da estrutura reforça a segurança assistencial, a qualidade do atendimento e o cuidado humanizado aos bebês prematuros e seus familiares

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Ligação do Coração: a tecnologia humanizando o cuidadoDevido a proibição de visitantes na UTI Neonatal, o Hospital Santa Cruz promove encontros por vídeo-chamada; projeto permite que os pais acompanhem o desenvolvimento de seus filhos mesmo de longe

A pandemia do novo coronavírus mexeu com a rotina de todos os hospitais brasileiros. Além de reforçar os cuidados com a higiene e a proteção das equipes de trabalho, para achatar a curva de contaminação e garantir o bem-estar também dos pacientes que demandam atendimento médico por outros sintomas, foi preciso reforçar os protocolos de segurança, controlar o trânsito de acompanhantes e proibir o acesso de visitantes – principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

Na UTI Neonatal do Hospital Santa Cruz, por exemplo, antes da pandemia, mãe e pai conseguiam entrar e sair quantas vezes quisessem da unidade durante todo o dia. Depois da chegada do vírus, apenas uma pessoa pode entrar e ainda é preciso respeitar outras regras. “A mãe ou o pai pode permanecer por até 12h, mas só pode sair uma vez para almoçar e, mesmo assim, não pode deixar o hospital”, explica a psicóloga, Patrícia Ferrari. Para ampliar o suporte ao acompanhante e evitar o uso do restaurante interno, o Hospital Santa Cruz passou a oferecer as refeições diárias de forma gratuita.

Mas com todas essas restrições de segurança, ficou mais difícil revezar a visita ao bebê internado. “Na maioria das vezes, quem entra é a mãe, pois esta tem preferência devido a necessidade de esgota do leite e ou amamentação do bebê. Assim o pai fica sem acompanhar o desenvolvimento do filho e sem sentir-se presente nesse momento tão delicado e importante da vida da família”, completa a psicóloga.

Para diminuir essa distância e ajudar a tranquilizar os pais, a equipe multidisciplinar da UTI Neonatal desenvolveu o projeto “Ligação do Coração”, que consiste em uma vídeo-chamada diária para Rodrigo Zanardini, pai do Valentim.

Pela vídeo-chamada, o Valentim pode me ouvir e quem sabe reconhecer minha

voz. É o melhor momento do meu dia”.

acompanhamento do pequeno paciente pelo pai ou outro familiar. “Todo dia, às 11h, as mães são autorizadas a entrar na UTI com o celular e fazer uma ligação por vídeo para quem desejarem. Todo o processo é acompanhado pela equipe multidisciplinar, inclusive a ação de higienização dos aparelhos e das mãos na entrada e na saída da unidade”, enfatiza a enfermeira coordenadora da UTI Neonatal do Hospital Santa Cruz, Paula Mara Bordim Lopes. “Trabalhamos para manter a humanização durante a pandemia, mas sem deixar de lado a segurança do paciente”, completa a enfermeira.

Visita por vídeo-chamada ajuda a tranquilizar e a reduzir a ansiedade do pai ou da mãe que não pode entrar na UTI Neonatal no momento

A restrição das visitas impactou de forma significativa o dia a dia dos pais do pequeno Valentim, a Juliana Gonçalves Pereira e o Rodrigo Zanardini Martins. O pequeno nasceu de 25 semanas com apenas 570g – sendo que uma gestação completa tem duração aproximada de 40 semanas – e, há mais de 60 dias, recebe cuidados intensivos na UTI Neonatal do Hospital Santa Cruz.

“Eu gostava das visitas presenciais, de compartilhar esses momentos com meu marido. Acho que era mais fácil porque a gente acolhia um ao outro. Estamos nos adaptando, mas fico com o coração mais apertado ao vê-lo triste por não visitar mais o nosso pequeno. Ele espera ansioso pelas notícias, pelas fotos e muitas vezes chora de saudades”, conta Juliana, a mãe do Valentim.

Segundo ela, apesar de não substituir o contato ao vivo e a cores, o projeto “Ligação do Coração” tem sido um alento. “Pela vídeo-chamada, o Valentim pode me ouvir e quem sabe reconhecer minha voz. É o melhor momento do meu dia”, confirma o pai. Mas em função do trabalho, nem sempre Rodrigo consegue participar da vídeo-chamada no horário agendado. Nesses dias, Juliana aproveita para ligar para outros familiares.

“Já telefonei para os avós e para a bisa do Valentim, que está internada em outro hospital e também não pode receber visitas”, conta a mãe. De acordo com Patrícia, além de ajudar a reduzir a distância e minimizar ansiedades causadas por esta, o projeto tem incluindo no processo outros integrantes da família que antes não podiam entrar na UTI Neonatal, como os irmãos e os avós.

Experiência

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Envelhecer com saúdeO crescimento da expectativa de vida no Brasil aumenta a demanda por profissionais especializados na terceira idade

Segundo dados da Agência Brasil, a expectativa de vida de uma pessoa nascida no país registrou um aumento de três meses e quatro dias e

passou a ser, em média, 76,3 anos. A expectativa para os homens subiu de 72,5 anos, para 72,8 anos. Já as mulheres saíram de 79,6 para 79,9 anos. Os dados estão na Tábua Completa de Mortalidade para o Brasil – 2018, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em novembro de 2019.

Com o aumento da expectativa de vida, graças às inovações cada vez mais constantes na medicina, a terceira idade se torna um público cada vez maior e por isso a demanda para cuidados específicos a essa classe também cresce. Segundo o geriatra do Hospital Santa Cruz, Dr. Carlos Sperandio, o estudo especializado sobre idosos se faz cada dia mais necessário. “Hoje a oferta de cursos em quase todas as áreas do conhecimento engloba o cuidado com o público idoso. Na área da saúde em especial, há grande defasagem no mercado de bons profissionais. Cuidadores de idosos bem formados e profissionais com gerontologia como pós-graduação terão grande diferencial. Entre os próprios médicos, a geriatria se torna área de grande oportunidade”, afirma.

O geriatra é o médico especialista em envelhecimento. Todo processo que escape da curva do envelhecimento normal, pode se beneficiar de uma consultoria geriátrica. Um paciente com menos de 60 anos, por exemplo, mas que tem artrose grave de quadril. Ou ainda aqueles pacientes que já ultrapassaram a curva normal e

começaram a ter um envelhecimento patológico, mais acelerado, como, por exemplo, portadores de insuficiência de órgão vital - como demenciados, renais crônicos, cardiopatas e cirróticos. O geriatra identifica o melhor planejamento terapêutico, individualizando as condutas, visando sempre o melhor para cada paciente.

Cabe ao geriatra a identificação e a correção dos fatores de risco para adoecimento ou perda de capacidade funcional. Dr. Carlos acrescenta que, para envelhecer com saúde, é fundamental para os idosos manterem-se ativos, com exercícios físicos que contemplem um mínimo de 150 minutos por semana de cardiovascular, duas horas de fortalecimento muscular e duas horas de alongamento. “Ingerir dieta equilibrada, sem exageros de nenhuma ordem. Acostumar-se a meditar, única ação comprovada contra a atrofia cerebral. E, finalmente, manter-se o mais ativo socialmente quanto possível, somente os círculos sociais nos mantém ativos e com propósitos até o final de nossas vidas”, acrescenta.

O acompanhamento do geriatra depende muito de cada paciente. “Idosos com capacidade funcional plena, podem ser muito bem acompanhados com apenas uma consulta anual. Já aqueles que estão fragilizados por uma internação mais prolongada, uma cirurgia grande ou exacerbações constantes de doenças crônicas precisam de um acompanhamento quase que diário. O bom geriatra customiza suas condutas frente a cada caso”, conclui o especialista.

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D esde o dia 22 de março, todos os pacientes que chegam ao Hospital Santa Cruz com sintomas como tosse, febre e dificuldade para

respirar passam por triagem e avaliação médica em um ambulatório separado. A estrutura modular foi montada no estacionamento da instituição, com acesso pela Avenida do Batel, na região central da cidade. A iniciativa tem como objetivo agilizar o atendimento a pacientes com sintomas respiratórios que possam estar relacionados com o coronavírus e reforçar a segurança de todos os pacientes que buscam acompanhamento médico no hospital.

A instituição adotou ainda outras medidas de segurança, como a suspensão de visitas a pacientes internados e a entrada de acompanhantes em consultas, procedimentos e exames.

Novo ambulatório para pacientes com sintomas respiratóriosPronto-atendimento está sendo feito em estrutura modular no estacionamento do Hospital Santa Cruz

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• Praticar exercícios físicos combinando

cardio, musculação e alongamento

Dicas para envelhecer com saúde

• Ingerir uma dieta equilibrada

• Meditar • Manter-se socialmente ativo

Dra. Adriana Blanco, infectologista e gerente de Qualidade do Hospital Santa Cruz.

Nossa equipe médica e assistencial trabalhou para organizar todos os processos,

equipamentos e materiais dentro desse ambulatório especial para oferecer

atendimento ágil, seguro e de qualidade”.

Dr. Carlos Sperandio, geriatra.

[É fundamental] manter-se o mais ativo socialmente quanto possível, pois somente os círculos sociais nos mantém ativos e com propósitos até o final de nossas vida”.

Expectativa de Vida

Fonte: IBGE/Tábua Completa de Mortalidade para o Brasil - 2018

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