RIMA - FERTILIZANTE

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL

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  • Unidadede Fertilizantes

    Nitrogenados III

    RIMA - Relatrio de Impacto Ambiental

  • 3Introduo

    Quem Far o Empreendimento?

    O que o Empreendimento?

    Quais as justiticativas para o empreendimento

    Qual a rea de Influncia do Empreendimento?

    Como o Ambiente da Regio Influenciada pelo Empreendimento?

    Impactos Identificados e as Medidas e os Programas Ambientais Propostos

    Consideraes Finais

    Quem Elaborou o Estudo Ambiental?

    4

    5

    6

    18

    20

    27

    44

    65

    67

    Sumrio

  • 4Este Relatrio de Impacto

    Ambiental (RIMA) apresenta para a

    sociedade, de forma simples, em lin-

    guagem direta e no tcnica, um re-

    sumo das principais informaes e

    resultados do Estudo de Impacto

    Ambiental (EIA) Unidade de

    Fertilizantes Nitrogenados (UFN) III.

    O Estudo de Impacto Ambiental

    (EIA), assim como seu respectivo

    Relatrio de Impacto Ambiental

    (RIMA), so uma exigncia do rgo

    ambiental para a primeira etapa do

    processo de licenciamento de todo

    empreendimento que causa ou pode

    causar impactos ao meio ambiente e

    populao.

    Este relatrio apresenta seu con-

    tedo conforme recomendado pelo

    IMASUL Instituto de Meio Ambiente

    de Mato Grosso do Sul, pela

    Resoluo no 001/1986 do Conselho

    Nacional do Meio Ambiente

    (CONAMA), por outras resolues

    deste Conselho e pela legislao

    brasileira.

    O Relatrio est organizado em

    captulos que descrevem: a empresa

    responsvel e o empreendimento; as

    reas de influncia onde sero nota-

    dos os efeitos deste empreendimen-

    to, o meio ambiente (em suas

    caractersticas fsicas, biticas e so-

    cioeconmicas), a avaliao dos im-

    pactos, as medidas (mitigadoras ou

    potencializadoras), os programas

    ambientais e as consideraes finais

    sobre a viabilidade da atividade.

    Aqueles que desejarem outras in-

    formaes com detalhes tcnicos

    sobre Unidade de Fertilizantes

    Nitrogenados (UFN) III, no encon-

    tradas neste RIMA, podero obt-las

    no respectivo EIA, que se encontra

    disposio do pblico no IMASUL.

    1Introduo

    Medidas MitigadorasAes destinadas a

    mitigar ou diminuir os efeitos de um impacto

    negativo.

    Medidas Potencializadoras

    Aes destinadas a potencializar ou

    reforar os efeitos de um impacto positivo.

  • 5A empresa responsvel pelo proje-

    to que pretende implantar a Unidade

    de Fertilizantes Nitrogenadas III

    PETROBRAS Petrleo Brasileiro SA,

    com endereo Avenida Repblica

    do Chile, no 65, sala 2201 B (Ala

    Norte) 22o andar. CEP 20031-912

    Centro Rio de Janeiro RJ. Telefones

    (21) 3224-1553 e (21) 3224-1392

    Para que a PETROBRAS obtenha o

    licenciamento do empreendimento e

    possa construir e operar a UFN III,

    necessrio que a IMASUL, da

    Secretaria de Meio Ambiente, das

    Cidades, do Planejamento, da Cincia

    e Tecnologia (SEMAC), aprove o EIA/

    RIMA, ouvida a sociedade, e constate

    sua viabilidade socioeconmica e

    ambiental.

    O EIA/RIMA da UFN III foi elabora-

    do pela HabTec Engenharia

    Ambiental, empresa de consultoria

    especializada e legalmente habilitada

    para o desenvolvimento de estudos

    desta natureza, sediada na cidade do

    Rio de Janeiro. A HabTec encontra-se

    registrada, sob no 198.582, no

    Cadastro Tcnico Federal de

    Atividades e Instrumentos de Defesa

    Ambiental, do Instituto Brasileiro do

    Meio Ambiente e dos Recursos

    Naturais Renovveis (IBAMA).

    2Quem Faro Empreendimento?

  • 6O empreendimento consiste em

    uma unidade industrial de fabricao

    de fertilizantes nitrogenados denomi-

    nada Unidade de Fertilizantes

    Nitrogenados (UFN) III. A UFN III de-

    ver produzir aproximadamente

    2.200 toneladas de amnia por dia e

    3.600 toneladas de uria por dia, ou

    seja, essa ser a maior fbrica de fer-

    tilizantes nitrogenados no Brasil.

    A implantao da UFN III tem

    como objetivo produzir fertilizantes

    nitrogenados, que um dos princi-

    pais insumos para o crescimento e

    melhoria da produtividade agrcola

    nacional. Os fertilizantes produzidos

    pela UFN III ajudaro a reduzir a de-

    pendncia das importaes de fertili-

    zantes, uma vez que, atualmente, o

    Brasil importa cerca de 70% do fertili-

    zante que consome.

    A UFN III dever ser construda a

    aproximadamente a 25 km do centro

    urbano do municpio de Trs Lagoas,

    municpio que localiza-se no extremo

    leste do Estado do Mato Grosso do

    Sul, regio Centro-Oeste do Brasil

    (Figura 1).

    O que o empreendimento?

    Quais os objetivos do empreendimento?

    Onde dever ser construda a UFN III?

    3O que o Empreendimento?Curiosidade:

    O Brasil consumiu cerca de 28,1 milhes

    de toneladas de fertilizantes no ano de

    2008. Mas, desde ento, o consumo vem aumentando

    cerca de 10% ao ano.

  • 7Figura 1:Mapa de Localizao da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN) III.

  • 8

  • 9A UFN III ser construda com a

    tecnologia mais moderna que existe,

    fazendo com que seja alcanada a

    maior produtividade com o menor

    consumo de materiais e energia, e

    menos emisses atmosfricas e

    efluentes lquidos.

    A UFN III ocupar uma rea total

    de aproximadamente 965.000 m,

    sendo que a rea construda ser de

    aproximadamente 667.000 m.

    A unidade ser basicamente com-

    posta por trs grandes grupos opera-

    cionais: os Extra-Muros, On-Site e

    Off-Site, os quais sero sintetizados a

    seguir, no Quadro 1 e ilustrado na

    Figura 2

    SETORES SNTESE

    ON-SITE

    Formado pela Planta de Amnia e Planta de Uria (e Granulao), as duas principais unidades do complexo.

    OFF-SITE

    Conjunto de unidades auxiliares responsveis pela infraestrutura do complexo industrial, formado por: sistema de cogerao, estao de tratamento de gua, estaes de tratamento de efluentes, gerao de vapor, ar comprimido, sistema de facilidades, sistema de transpor-te, transferncia e armazenagem, entre outros.

    EXTRA-MUROS

    Ramal externo de gasoduto, para interligao com o GASBOL, o qual ser responsvel por fornecer gs natural ao complexo industrial, produto que ser utilizado tanto para matria prima como gerao de energia do complexo industrial;

    Linha de descarte de efluentes gerados na ETDI (Estao de Tratamento de Dejetos Industriais), linha de descarte de guas pluviais no contaminadas e seus respecti-vos pontos de lanamento no rio Paran.

    Quais so as principais caractersticasdo empreendimento?

    Quadro 1:Sntese dos setores On-Site, Off-Site e Extra-Muros.

  • 10

  • 11

    Figura 2:Arranjo geral da UFN III

  • 12

  • 13

    A implantao da UFN III ter duas

    principais etapas: a construo e a ope-

    rao, conforme descrito a seguir.

    Construo

    A construo da UFN III dever ser

    iniciada no primeiro semestre de

    2011 e ter durao de aproximada-

    mente trs anos e meio.

    A construo ser iniciada com a

    instalao das reas de apoio, prepa-

    ro do terreno e abertura de acessos,

    ou seja, servios de estruturao para

    efetivamente dar partida s ativida-

    des de construo.

    No momento de execuo das ativi-

    dades de construo, sero construdos

    os edifcios e unidades administrativas

    e industriais, em seguida sero realiza-

    das as montagens eletromecnicas, ou

    seja, a montagem das mquinas e equi-

    pamentos. Por fim, sero realizadas as

    atividades de acabamento, desmobili-

    zao das reas de apoio s obras e re-

    alizao dos testes dos equipamentos

    para dar incio etapa de operao.

    Operao

    A operao da unidade dever ser

    iniciada em meados de 2014. Parte

    da amnia e do CO2 (dixido de car-

    bono) produzidos sero destinados

    comercializao e parte ser utilizada

    como insumo para fabricao de

    uria granulada na prpria UFN III. A

    produo ser direcionada s reas

    de armazenagem interna e em segui-

    da para rea de escoamento de pro-

    duo onde ser realizada a

    organizao e transporte da produ-

    o para o comrcio.

    Considerando as caractersticas e a

    dinmica de cada uma das fases de im-

    plantao do empreendimento cons-

    truo e operao foram realizados

    estudos especficos sobre onde, como

    e qual a quantidade de gua poderia

    ser captada e quais os impactos que

    esta captao geraria. Os resultados

    dos estudos permitiram definir que

    toda a captao de guas ser do

    Aqufero Santo Anastcio.

    Durante a fase de construo

    sero instalados dois poos pioneiros

    e, posteriormente, para a fase de

    operao, sero instalados 12 poos

    para captao de gua. Os estudos

    demonstraram ainda que, o volume

    de gua a ser captado e utilizado no

    compromete a recarga natural do

    aqufero e nem as demais captaes

    j existentes na regio.

    Quais as principais etapasda implantao da UFN III?

    Como ser a captao de guapara a implantao da UFN III?

    Aqufero uma formao ou grupo de formaes geolgicas que pode armazenar gua subterrnea.

    Recarga natural do aqufero o processo que ocorre com a infiltra-o natural da gua pluvial no solo, sendo em seguida armaze-nada no solo ou nas rochas.

  • 14

    Para a implantao do empreendi-

    mento, considerando o volume de

    trabalho necessrio, estima-se que

    sero necessrios 5.000 trabalhado-

    res na fase de construo e 505 tra-

    balhadores na fase de operao da

    unidade.

    Objetivando reduzir ao mximo os

    efeitos da implantao do empreen-

    dimento sobre o ambiente da regio

    onde ele dever ser implantado, a

    PETROBRAS adotou uma srie de

    aes previstas em projeto para ges-

    to adequada dos efluentes, emis-

    ses atmosfricas, resduos slidos e

    rudos, gerados nas fases de constru-

    o e operao do empreendimento.

    Gerao de Efluentes

    Considerando as diferenas entre

    as fases de construo e operao da

    UFN III, a PETROBRAS projetou dois

    sistemas diferentes de gerenciamen-

    to dos efluentes gerados pelo

    empreendimento.

    Para atender a fase de constru-

    o, o empreendedor planejou

    duas etapas distintas para a

    gesto dos efluentes gerados.

    Na fase inicial, de implantao

    das reas de apoio as obras e

    servios preliminares, foi pro-

    posto um sistema de coleta, e

    tratamento por tanque spti-

    co, filtro biolgico e descarte

    por sistema de sumidouros ou

    valas infiltrao, devido ao nu-

    mero de at 400 trabalhadores

    neste perodo.

    Com o aumento do nmero de

    trabalhadores, at alcanar o

    pico das obras, ser instalado

    um sistema nico composto

    por coletores que direcionaro

    todo efluente gerado nas reas

    de apoio para uma unidade de

    tratamento.

    Os efluentes (sanitrios, indus-

    triais e guas de drenagem

    pluviais contaminadas) gera-

    dos durante a fase de opera-

    o da UFN III sero tratados

    numa unidade de tratamento

    complexa, com varias etapas,

    com capacidade de tratar as

    diferentes cargas e tipos de

    efluentes gerados nos proces-

    sos operacionais do empreen-

    dimento. A unidade de

    tratamento contemplar trata-

    mento fsico e biolgico, onde

    a partir do tipo do efluente

    estabelecido em que etapa

    cada corrente dever ser dire-

    cionada. Nessa fase, os efluen-

    Mo de Obra

    Quais os cuidados ambientais adotadospara a construo e operao da UFN III?

    A unidade de trata-mento proposta

    um sistema equiva-lente a uma Estao

    de Tratamento de Efluente (ETE) porttil.

  • 15

    tes tratados sero

    encaminhados por linha de

    descarte e lanados no rio

    Paran. Aps o tratamento, as

    guas descartadas estaro em

    condies equivalentes ou me-

    lhores do que as do rio Paran.

    Emisses Atmosfricas

    As principais fontes das emisses

    atmosfricas sero os equipamentos

    e mquinas fixas da fbrica, por isso,

    o empreendedor, alm de utilizar

    equipamentos como filtros para re-

    duo das emisses, tambm insta-

    lou diversas chamins em lugares

    estratgicos da fbrica.

    Para sabermos os possveis impac-

    tos das emisses causadas pelas ativi-

    dades de produo, foi elaborada

    simulao, que demonstrou que

    todos os poluentes emitidos apresen-

    taro valores mximos bem abaixo

    dos valores estabelecidos na legisla-

    o pertinente. Alm disso, esses po-

    luentes se dispersaro na atmosfera,

    sendo que o maior valor observado

    para dixido de nitrognio foi de 33,2

    g/m3, sendo que o limite legal de 320

    g/m3, para um local distante cerca

    de 2,7 km da chamin do empreendi-

    mento. O odor de amnia gerado di-

    minui rapidamente no ambiente, no

    possuindo grande alcance.

    Figura 3Sistema de tratamen-to de efluentes da fase de operao da UFN III

  • 16

    Resduos Slidos

    Tanto durante a fase de constru-

    o quanto durante a fase de opera-

    o do empreendimento, a

    PETROBRAS priorizar as prticas de

    reduo, reciclagem e reutilizao de

    resduos. Os resduos gerados sero

    coletados seletivamente na fonte,

    transportados para local de armaze-

    nagem interna, acondicionados tem-

    porariamente e transportados at o

    local de destinao final. Cada uma

    dessas etapas levar em considera-

    o as condies estipuladas pela le-

    gislao brasileira e pelas

    recomendaes da ABNT.

    Rudos

    Para controle dos nveis dos rudos

    gerados, a PETROBRAS adotou aes

    estabelecidas em projeto para man-

    ter os rudos dentro dos nveis de

    conforto estabelecidos pela legisla-

    o e normas brasileiras.

    As aes estabelecidas para o con-

    trole de rudos executadas pela

    Figura 4Modelagem de

    disperso de gases

  • 17

    PETROBRAS sero baseadas nos prin-

    cpios reduo das emisses na fonte

    geradora sempre que possvel, con-

    trole no meio quando vivel isolando

    as fontes geradoras e controle no in-

    dividuo, reduzindo o tempo de expo-

    sio do trabalhador e estipulando a

    obrigatoriedade do uso de EPI

    (Equipamento de Proteo Individual)

    nas atividades realizadas.

    Vale destacar tambm que na fase

    de operao, o complexo industrial

    contar com um cinturo verde, va-

    riando de 250 a 450 m de largura, no

    entorno da planta. Esse cinturo fun-

    cionar como isolamento acstico da

    unidade industrial, possibilitando a

    diminuio da propagao dos rudos

    na regio do entorno do

    empreendimento.

  • 18

    O Brasil um dos maiores produ-

    tores agrcolas do mundo. O que fez

    tambm com que a produo agrco-

    la se tornasse muito importante para

    a economia nacional. Para manter e

    ampliar o atual nvel de produo

    para atender ao consumo da popula-

    o brasileira e exportar os exceden-

    tes, o pas precisa tornar a produo

    agrcola brasileira mais eficiente. Para

    isso, aumentar o uso de fertilizantes

    uma das principais aes. Mas, cerca

    de 70% dos insumos agrcolas utiliza-

    dos no Brasil so importados. Assim,

    a implantao do empreendimento

    tem como objetivo a produo de fer-

    tilizantes (nitrogenados), insumo fun-

    damental para o crescimento da

    produtividade agrcola nacional.

    Tal fato d ao empreendimento um

    carter estratgico no que se refere

    melhoria do atendimento do mercado

    consumidor do pas, reduzindo a de-

    pendncia externa para aquisio deste

    importante insumo agrcola.

    Com a instalao desse empreen-

    dimento a Petrobras visa consolidar

    sua posio como fornecedora do

    mercado interno, reduzindo, confor-

    me indicado anteriormente, o volu-

    me de importaes destes insumos.

    Deve ser considerado tambm que a

    principal matria-prima para fabrica-

    o dos fertilizantes o gs natural, e

    que o local de implantao do empre-

    endimento se encontra prximo ao

    ramal do Gasbol (Gasoduto Brasil-

    Bolvia) de controle da PETROBRAS,

    assim como, das lavouras de cana-de-

    acar, fontes de matria-prima para

    fabricao de biocombustveis, de-

    monstrando a logstica estratgica de

    locao do empreendimento.

    No processo de implantao do

    empreendimento torna-se relevante

    destacar tambm algumas das pre-

    missas do projeto:

    4 Quais as Justificativas para o Empreendimento?

  • 19

    Implantao de uma planta in-

    dustrial mais eficiente poss-

    vel, a fim de minimizar o

    consumo de gs natural;

    Viabilidade atmosfrica, atra-

    vs da utilizao de equipa-

    mentos que operem gerando

    emisses atmosfricas compa-

    tveis com os limites da legisla-

    o mais rgida no mundo

    sobre o assunto;

    Viabilidade hdrica, tanto para

    captao como para lana-

    mento dos efluentes, manten-

    do processo operando de

    acordo com os padres

    estipulados;

    Unidade otimizada

    energeticamente;

    Produo de produtos com

    qualidade superior exigida

    pelo mercado.

  • 20

    A definio da rea de Influncia

    uma etapa importante do processo

    de anlise e determina a abrangncia

    dos estudos a serem realizados. No

    caso da UFN III, os critrios levaram

    em considerao a legislao am-

    biental brasileira, as caractersticas

    do empreendimento e as caractersti-

    cas do ambiente (fsico, bitico e

    antrpicos).

    Partindo da delimitao de uma

    rea que permitiu a satisfatria com-

    preenso dos ambientes natural

    (fsico-bitico) e antrpico (socioe-

    conmico) da regio que ser afetada

    de algum modo, foram estabelecidas

    trs categorias de reas impactadas,

    segundo o tipo de impacto previsto.

    So elas:

    Para os meios fsico e bitico ter-

    restre, foi considerado como a rea

    de Influncia Indireta do empreendi-

    mento a rea contida em um raio de

    10 km do centro da planta da unidade

    at a margem direita do rio Paran,

    incluindo tambm 5 km de cada lado

    da faixa de descarte de efluentes

    (Figura 5). Devemos destacar que o

    raio de 10 km e a faixa de 5 km so

    interrompidos no rio Paran, pois ele

    funciona como uma barreira natural

    para os efeitos dos impactos identifi-

    cados sobre os meio natural

    terrestre.

    rea de Influncia Indireta (AII)

    5 Qual a rea de Influncia do Empreendimento?rea de Influncia:

    Espao passvel de ser afetado direta ou

    indiretamente pelos impactos provocados pelo empreendimen-to, em suas fases de

    projeto, implantao e operao.

  • 21

    Figura 5Mapa de AII

  • 22

  • 23

    Para os meios fsico e bitico aqu-

    tico, a rea de Influncia Indireta foi

    definida como a rea de 2 km a jusan-

    te do ponto de descarte e o trecho

    compreendido entre a margem direi-

    ta do rio Paran e o centro do canal.

    Essa rea foi definida a partir de uma

    Modelagem Matemtica de

    Disperso de Efluentes (Figura 6).

    A Modelagem Matemticautilizada um tipo de simulao desenvolvi-da para tentar prever como ser a disperso de algum tipo de material no ambiente,

    Figura 6Modelagem matem-tica de disperso de efluentes descartados no rio Paran.

  • 24

    Para o meio antrpico, foi consi-

    derado como AII todo o territrio

    dos municpios de Trs Lagoas e

    Brasilndia, conforme Quadro 2, a

    seguir:

    No caso da UFN III, para a realiza-

    o de estudos ambientais mais deta-

    lhados e diretos, foi estabelecido

    para os trs meios fsico/bitico ter-

    restre e socioeconmico, um limite

    de 800 metros, sendo 400 metros

    para cada lado da faixa de duto e um

    crculo de 5 km de raio, com centro

    da planta industrial (Figura 7). Para os

    meios fsico e bitico aqutico, a rea

    de Influncia Direta foi definida como

    a rea de 200 metros a jusante do

    ponto de descarte, baseada na

    Modelagem Matemtica realizada.

    Esta a rea afetada pelos impac-

    tos nos meios natural (fsico-biti-

    co) e antrpico (socioeconmico),

    ou seja, a rea diretamente afetada

    corresponde aos locais onde sero

    realizadas obras (UFN III e faixa do

    duto de descarte de gua), alm dos

    locais de apoio (canteiros de obras,

    etc) Figura 7).

    rea de Influncia Direta (AID)

    rea Diretamente Afetada (ADA)

    Estado Municpio

    Mato Grosso do SulTrs Lagoas

    Brasilndia

    Quadro 2:rea de Influncia Indireta da UFN III

    para o meio socioeconmico.

  • 25

    Figura 7Mapa AID e ADA

  • 26

  • 27

    A regio onde se pretende insta-

    lar o empreendimento possui clima

    tropical de altitude, ou seja, apre-

    senta veres quentes e chuvosos e

    invernos secos. A temperatura

    mdia anual de 23,7C, sendo que

    o ms de fevereiro apresenta a

    mdia mais alta (aproximadamente

    26 C) e o ms de julho apresenta as

    mdias mais baixas (aproximada-

    mente 19 C). A umidade relativa do

    ar mdia anual foi de 69,6%.

    Durante o ano, a umidade relativa

    mdia permanece entre 60% e 76%.

    O estudo dos ventos indica grande

    variabilidade de direes. Entretanto,

    os ventos oeste e noroeste so os

    menos frequentes. H bastante dife-

    rena entre os regimes de ventos

    diurnos e noturnos. Durante o dia, os

    ventos os ventos predominantes so

    nordeste e norte. noite, os ven-

    tos de sul ganham destaque, segui-

    do pelos ventos de sudeste. Esses

    padres de vento podem ser espe-

    cialmente importantes para facilitar a

    disperso de emisses atmosfricas e

    reduzir as suas concentraes.

    A rea constituda por depsitos

    coluviais e que est assentada sobre

    os arenitos da Formao Santo

    Anastcio. Os solos originados a par-

    tir dessas unidades geolgicas so

    frgeis, apresentando grande possibi-

    lidade de sofrer processos erosivos.

    Entretanto, a paisagem apresenta um

    relevo suave, dominada pelas colinas

    e morros baixos, constitudas por for-

    mas de relevo de baixa amplitude (in-

    ferior a 100 m) e com baixas

    declividades e com topos relativa-

    mente planos.

    Assim, apesar da fragilidade do

    solo, a suavidade do relevo faz com

    que sejam reduzidas as chances de

    instalao e acelerao de processos

    erosivos na rea.

    A paisagem do local de instalao

    O Ambiente Natural (Meios Fsico e Bitico)O Ambiente Terrestre

    6Como o Ambienteda Regio Influenciadapelo Empreendimento?Depsitos ColuvionaisSo acmulos de sedimentos oriundos das encostas, que pode conter areia, silte, argila e cascalhos.

    ArenitoSedimentos que possuem o tamanho dos gros de areia.

    Processos erosivosou eroso o processo de transporte de sedimento por ao mecnica natural (guas ou ventos) ou humana.

  • 28

    As Veredas geralmente ocupam os

    vales pouco ngremes ou reas pla-

    nas. Essa formao apresenta predo-

    mnio de espcies arbustivas e

    eventuais indivduos de porte

    arbreo.

    da UFN III caracterizada tambm

    por ambientes modificados pelo

    homem, onde destacam-se reas de

    reflorestamento comercial de

    Eucalyptus sp. e reas de pastagem.

    Entretanto, na rea atravessada pela

    faixa de dutos de gua de descarte,

    esto presentes tambm expressivos

    remanescentes de florestas nativas,

    como Savana Arbrea Densa

    (Cerrado), Vereda e Floresta Ciliar

    (Figura 8). Os levantamentos realiza-

    dos para este estudo indicam que

    esta regio apresenta grande diversi-

    dade biolgica, principalmente as

    formaes de cerrado.

    Figura 8Vista erea da regio

    da UFN III e as principais formaes

    florestais presentes na rea.

    Figura 10Mata ciliar nas margens do rio

    Paran

    Figura 9Cerrado

    Cerrado uma formao

    florestal natural que, geralmente, ocorre

    em terrenos planos, com rvores e

    arbustos espaados. Essa formao ocupa

    grandes reas no territrio brasileiro.

    O Cerrado uma formao flo-

    restal do bioma Cerrado. O Cerrado

    apresenta rvores com copas que se

    emaranham e grande cobertura ar-

    brea, sendo maior na estao chu-

    vosa e menor na seca (Figura 9). A

    altura mdia da camada de rvores

    varia entre 8 e 15 metros, proporcio-

    nando condies de luminosidade

    que favorecem a formao de cama-

    das de arbustos e plantas herbceas

    no interior da floresta.

    As Florestas ou Matas Ciliares en-

    globam os tipos de vegetao com

    predominncia de espcies arbreas,

    que ocupam as reas restritas ao

    longo dos cursos dgua de mdio e

    grande porte (Figura 10), diferencian-

    do-se das matas de galeria que acom-

    panham pequenos rios, nascentes e

    crregos. Essas formaes so extre-

    mamente importantes para a prote-

    o dos rios, pois reduz a ocorrncia

    de eroses nas margens.

  • 29

    Alm da importncia ecolgica

    para a manuteno da biodiversida-

    de, a vegetao nativa da regio apre-

    senta algumas espcies que

    necessitam de ateno para que pos-

    sam sobreviver. So as espcies con-

    sideradas como vulnerveis ou

    ameaadas de extino (Quadro 3).

    Nome Cientfico Nome Popular

    Myracrodon urundeuva Aroeira

    Ocotea porosa Canela preta

    Cedrela odorata Cedro

    Anadenanthera macrocarpa Angico

    Na regio, foram registradas no es-

    tudo 121 espcies vegetais. Na

    mesma rea, foram identificadas 194

    espcies sendo 8 anfbios, 2 rpteis,

    165 aves e 19 mamferos (Figura 11).

    Figura 11(A) Rn-manteiga (Leptodactylus ocellatus); (B) Coral-falsa (Oxyrhopus trigemi-nus); (C) tucanuu (Ramphastos toco) e (D) tatu-de-rabo-mole (Cabassous unicinctus).Fonte: HABTEC, 2010

    Figura 12Gralha-do-campo (Cyanocorax crista-tellus) espcie que ocorre apenas no Cerrado.Fonte: HABTEC, 2010.

    Quadro 3Algumas espcies vegetais consideradas ameaadas de extino que foram registradas na regio onde ser instalada a UFN III

    De modo geral os animais obser-

    vados na rea de estudo ocorrem

    tambm em outras regies do

    Brasil. As aves: Tangar (Antilophia

    galeata), Gralha-do-campo

    (Cyanocorax cristatellus, Figura 12)

    e Pula-pula-de-sobrancelha

    (Basileuterus leucophrys), so esp-

    cies endmicas do Cerrado, ou seja,

    no ocorrem em ambientes que

    no seja do tipo Cerrado.

  • 30

    Algumas das espcies da fauna

    tambm so registradas na Lista das

    Espcies de Fauna Brasileira

    Ameaadas de Extino, como mos-

    tra o Quadro 4, a seguir:

    Na regio, foram identificadas

    tambm 4 Unidades de Conservao.

    As caractersticas de cada uma delas

    so apresentadas no Quadro 5, a se-

    guir. J a Figura 13 apresenta a locali-

    zao das mesmas.

    Categoria/Nome Categoria de Uso rea (ha) Ambiente

    Parque Natural Municipal do Pombo Proteo Integral 3.300 Cerrado

    rea de Proteo Ambiental de Jupi Uso Sustentvel 184 Cerrado

    Reserva Biolgica das Capivaras Proteo Integral 70,7 Cerrado

    Reserva Particular do Patrimnio Natural Cisalpina Uso Sustentvel 6.261,75 Cerrado

    Espcie Nome PopularCategoria na Lista

    de Espcies Ameaadade Extino

    Rhea americana Ave- Ema Em perigo

    Chrysocyon brachyurus Lobo-guar Quase ameaada

    Puma concolor Ona-parda Ameaado de extino

    Leopardus tigrinus Gato-do-mato Ameaado de extino

    Blastocerus dichotomus Cervo-do-pantanal Vulnervel

    Tapirus terrestris Anta Vulnervel

    Myrmecophaga tridactyla Tamandu-bandeira Em perigo

    Quadro 4Espcies da fauna

    consideradas ameaa-das de extino que

    foram registradas na regio onde ser

    instalada a UFN III

    Quadro 5 Caractersticas das

    Unidades de Conservao presen-

    tes na regio.

  • 31

    Figura 13Mapa com a localiza-o das UCs

  • 32

  • 33

    Nas margens dos cursos dgua

    esto localizadas as plancies fluviais,

    que so reas aplainadas, sujeitas a

    inundaes peridicas. A rede de dre-

    nagem, que apresenta baixa densida-

    de, foi responsvel pelo modelado

    dos vales abertos observados.

    A UFN III est localizada na Bacia

    do rio Paran, mais especificamente

    nas subbacias dos crregos Moeda e

    gua Limpa, que drenam diretamen-

    te para o rio Paran. A rea onde des-

    saguam esses crregos est localizada

    entre as barragens das UHEs Jupi,

    montante, e Porto Primavera, ju-

    sante (Figura 14). A instalao dessas

    duas hidreltricas motivou o desen-

    volvimento de vrios estudos cientfi-

    cos na regio, permitindo que hoje

    tenhamos um bom conhecimento

    sobre a biota aqutica da regio, a

    partir de monitoramento contnuo.

    Os estudos realizados na regio,

    documentam a biodiversidade do

    plncton, do bentos e dos peixes e as

    mudanas que estes grupos vem

    apresentando. Algumas dessas mu-

    danas so sazonais e naturais, ou-

    tras evidenciam os efeitos das aes

    antrpicas, onde destacam-se os des-

    pejos de efluentes sem tratamento

    adequado, a introduo de espcies

    exticas e a sobrepesca.

    O Ambiente Aqutico Biodiversidadeou diversidade biolgica refere-se a variedade de vida em uma regio.

    Plncton so organismos muito pequenos, que vivem na coluna dgua, sem locomoo eficiente e que s podem ser vistos com o auxlio de microscpio. So organismos extrema-mente importantes, pois servem de alimento para outros organismos maiores, como os peixes.

    Bentos so aqueles organis-mos que tem algum tipo de ligao com o fundo do rio ou do reservatrio. Podem viver sobre o fundo se movimentando livremente.

    Os eventos sazonaisso aqueles que acontecem de acordo com a mudana das estaes do ano.

    A sobrepesca a situao em que a atividade pesqueira de uma espcie ou de uma regio deixa de ser sustentvel, ou seja, quando a quantidade pescada maior do que a capaciade de reposi-o natural dessas espcies no ambiente, levando a reduo do tamanho das populaes.

    Espcies exticas so espcies que no so naturais de uma determinada regio e que foram trazidas pelo homem.

  • 34

  • 35

    Figura 14Mapa da bacia e localizao do empreendimento

  • 36

  • 37

    Os municpios que integram a rea

    de Influncia da UFN-III so: Trs

    Lagoas e Brasilndia, situados no

    Estado do Mato Grosso do Sul. De

    acordo com a Estimativa da Populao

    do Instituto Brasileiro de Geografia e

    Estatstica (IBGE) para o ano de 2009,

    a populao da rea de Influncia

    Indireta soma 102.031 habitantes

    Quadro 5.

    Os principais setores econmicos

    nos municpios de Trs Lagoas e

    Brasilndia so: comrcio e servios,

    o industrial e o setor agropecurio.

    Nos ltimos anos, esses municpios

    vm passando por grandes mudanas

    econmicas. As prefeituras passaram a

    adotar uma poltica de incentivo fiscal

    que, juntamente com a disponibilidade

    de energia eltrica das Usinas

    Hidreltricas Jupi e Porto Primavera

    tornaram a regio muito atraente para

    as indstrias. Assim, h perspectiva de

    que o nmero de estabelecimentos in-

    dustriais continue aumentando e Trs

    Lagoas mantenha sua posio estrat-

    gica no Eixo do Desenvolvimento

    Industrial de Mato Grosso do Sul. J em

    Brasilndia, destaca-se a produo de

    cermica e de tijolos nas vrias olarias

    existentes no municpio.

    Especificamente no entorno da

    rea onde dever ser construda a

    UFN III, as principais atividades eco-

    nmicas desenvolvidas so a planta-

    o de eucalipto para a produo de

    papel celulose e a criao de gado de

    corte.

    O local onde pretende-se instalar

    a UFN III o Distrito Industrial do

    Crrego Moeda, criado em maro de

    2010 e pertence ao municpio de Trs

    Lagoas. Ali, a unidade ser vizinha de

    fazendas dedicadas exclusivamente

    plantao de eucalipto, da planta in-

    dustrial da Fibria/International Paper

    onde feita a fabricao de celulo-

    se e de papel (Figura 15) e de pro-

    priedades rurais, onde h pecuria de

    criao e engorda e plantaes para

    subsistncia de seus moradores.

    uma rea com pouca ocupao popu-

    lacional, mas com localizao estrat-

    gica por conta da facilidade de acesso

    virio atravs da BR-158 e da proximi-

    dade com Trs Lagoas.

    MUNICPIO NMERO DE HABITANTES

    Trs Lagoas 89.400

    Brasilndia 12.600

    TOTAL 102.031

    Meio Socioeconmico

    Quadro 5Nmero de habitantes total e por municpio da rea de influncia

    Figura 15.Plantao de Eucaliptos prxima rea onde dever ser construda a UFN-IIIFoto: HABTEC.

  • 38

    A forte presena da indstria em

    Trs Lagoas tem levado necessidade

    de aumentar a qualificao e especiali-

    zao da mo de obra local. Para isso, o

    desenvolvimento da infraestrutura de

    educao tem sido fundamental, com o

    aumento da oferta de escolas dos ensi-

    nos fundamental e mdio, de cursos de

    capacitao e profissionalizantes ofere-

    cidos pelas prprias empresas que se

    instalam no municpio e pelo Servio

    Nacional de Aprendizagem Comercial

    (SENAC) e pelo Servio Nacional de

    Aprendizagem Industrial (SENAI) e a ex-

    panso da rede de ensino superior, for-

    mada atualmente por faculdades

    particulares e pelo Campus de Trs

    Lagoas da Universidade Federal do

    Mato Grosso do Sul (UFMS). Mas, a po-

    pulao de Brasilndia tem acesso so-

    mente aos ensinos fundamental e

    mdio, precisando se deslocar para ou-

    tros municpios para continuar os estu-

    dos no ensino superior.

    Alm da agropecuria j mencio-

    nada, outra atividade econmica que

    perde espao nos dois municpios da

    rea de influncia a pesca profissio-

    nal no rio Paran. Isso acontece por-

    que, de acordo com os pescadores

    locais, o estoque de peixes tem dimi-

    nudo, levando-os a buscarem outras

    atividades para complementao da

    renda, como acompanhar os turistas

    que procuram a pesca esportiva nos

    ranchos pesqueiros e nas pousadas

    situadas ao longo do rio. Outros pes-

    cadores optaram por abandonar a

    atividade e adotar outras profisses

    como a de caseiros. Apenas o munic-

    pio de Trs Lagoas conta com uma

    entidade de pesca, a Colnia de

    Pescadores Z-03, localizada no bairro

    de Jupi e que possui cerca de 450

    afiliados.

    Alm da BR-158, que passa por Trs

    Lagoas e Brasilndia e conecta-os a ou-

    tros municpios de Mato Grosso do Sul

    e aos estados do Par, Mato Grosso,

    Gois, So Paulo, Paran, Santa Catarina

    e Rio de Grande do Sul, existem outras

    duas rodovias federais nos municpios:

    a BR-262, que abrange os estados de

    Mato Grosso do Sul, So Paulo, Minas

    Gerais e Esprito Santo, e a BR-267, que

    corta os estados de Mato Grosso do

    Sul, So Paulo de Minas Gerais. So vias

    com intensa movimentao de cargas e

    de passageiros.

    Alm do transporte rodovirio, Trs

    Lagoas tambm possui transporte fer-

    rovirio de cargas, pois abriga um tre-

    cho da Malha Oeste a cargo da Amrica

    Latina Logstica (ALL), e hidrovirio no

    rio Paran, que passa tanto por Trs

    Lagoas, quanto por Brasilndia, e onde

    predomina o transporte de soja e

    derivados.

    Figura 16Caminho transpor-

    tando eucalipto na BR-158.

    Foto: Patrcia Golodne, 2010.

  • 39

    Em Brasilndia, existe uma tribo

    indgena, os Ofai, localizada a 9 km

    da sede do municpio, e a 40 km da

    rea onde ser construda a UFN III

    (Figura 19). De acordo com informa-

    es disponibilizadas pela FUNAI, na

    tribo vivem 100 indivduos de diver-

    sas etnias alm dos Ofai, como os

    Guarani e os Kaiwo.

    Figura 17Embarcaes de pesca prximas Colnia Z-03. Foto: HABTEC.

    Figura 18Sede da Colnia Z-03, Jupi, Trs Lagoas.Foto: HABTEC

    A Fundao Nacional do ndio (FUNAI) responsvel por administrar e prote-ger as populaes e a cultura indgena no Brasil.

  • 40

  • 41

    Figura 19Mapa de Localizao da TI em Relao ao Empreendimento

  • 42

  • 43

    Na regio estudada, tambm

    foram identificados stios arqueol-

    gicos, sendo 49 em Trs Lagoas e 26

    em Brasilndia. Estima-se que os s-

    tios arqueolgicos encontrados na

    rea de influncia sejam da pr-his-

    tria ou do perodo pr-colonial.

    Prximo ao local de construo da

    UFN-III, na margem esquerda do

    Crrego Moeda, foi encontrado o

    stio arqueolgico crrego Moeda

    II, onde foi registrada a ocorrncia

    de artefatos lticos, ou seja, ferra-

    mentas simples feitas com rochas

    lascadas ou polidas.

    Nos municpios de Trs Lagoas e

    Brasilndia existe uma parcela significa-

    tiva da populao que vive direta ou

    indiretamente da pesca. Para a maior

    parte dos pescadores entrevistados, a

    pesca no a nica atividade profissio-

    nal exercida, no sendo tambm a prin-

    cipal fonte de renda.

    Devido presena constante de

    turistas interessados em pescar na

    regio, muitos pescadores profissio-

    nais tambm trabalham como guias,

    chamados de piloteiros na regio.

    Os pescadores afirmaram que

    houve diminuio da quantidade de

    peixes na regio nos ltimos anos.

    Figura 20Vista area daTerra Indgena Ofai.Foto: Aline Martins.

    Figura 21Detalhe da Terra Indgena Ofai (Foto area).Foto: Aline Martins.

    Stios arqueolgicosso locais onde se encontram vestgios de ocupao de seres humanos que viveram antes do incio da civilizao atual, como ferramentas de pedra lascada, pinturas, sepulturas, entre outros.

  • 44

    Quando se realiza o cruzamento

    das informaes sobre o empreendi-

    mento e o ambiente da regio onde

    se pretende implant-los, identifi-

    cam-se os impactos que podem ser

    gerados pelos aspectos das ativida-

    des de planejamento, construo e

    operao da UFN III.

    Os impactos identificados so clas-

    sificados segundo os meios e os fato-

    res ambientais em que incidem e

    critrios definidos por metodologia

    especfica para que possam ser ava-

    liados e que se identifiquem e se pro-

    ponham as medidas e os programas

    adequados para cada um desses im-

    pactos. No Quadro 6 a seguir, so

    apresentadas as formas de classifica-

    o desses impactos.

    Critrio Definies

    QualificaoPositivo quando o impacto resulta na melhoria ambiental.Negativo quando o impacto resulta em perda da qualidade ambiental.

    IncidnciaDireta impacto resultante de uma simples relao de causa e efeito.Indireta impacto resultante de uma reao secundria.

    Permanncia ou Durao

    Temporrio seus efeitos s sero sentidos durante a ao geradora ou durante um horizonte temporal conhecido compatvel com o perodo de durao da atividade.Permanente seus efeitos permanecem mesmo aps cessada a ao geradora, ou aquele cujo horizonte temporal de retorno s condies ambientais previstas sem a ao da atividade seja desconhecido ou de ordem de grandeza superior ao perodo de durao da atividade.Cclico seus efeitos ocorrem de acordo com variaes ambientais associadas sazonalidade.

    7 Os Impactos Identificados, as Medidas e os Programas Ambientais PropostosImpacto Ambiental:

    Efeito causado no meio ambiente pelas

    alteraes provocadas por atividades modificadoras

    realizadas pelo homem ou em

    consequncia dessas.

    Aspectos:Conjunto de aes

    relevantes, especficas do empreendimento

    em cada etapa (planejamento,

    construo e operao).

    Meios:Caractersticas fsicas, biolgicas e socioeco-nmicas do ambiente.

    Fator Ambiental:Caracterstica do

    ambiente impactada pelas atividades em

    cada etapa do empreendimento

    Quadro 6Critrios para a

    avaliao dos impactos da UFN III

    (Continua)

  • 45

    Critrio Definies

    Momento ou Desencadeamento

    Imediato impacto em que os efeitos surgem imediatamen-te aps a ao.Mdio prazo impacto em que efeitos surgem num perodo de tempo aps a ao, porm dentro do perodo de desen-volvimento da atividade.Longo prazo impacto em que efeitos somente podero ser detectados aps o trmino do desenvolvimento das atividades.

    Grau de Reversibilidade

    Reversvel quando as condies naturais so restabelecidas.Parcialmente reversvel quando as condies originais so parcialmente restabelecidas.Irreversvel quando no so restabelecidas as condies originais.

    Abrangncia Espacial

    Local seus efeitos se restringem rea de Influncia Direta do empreendimento, composta pela rea do reservatrio, rea de preservao permanente (APP) do reservatrio e aquelas destinadas ao canteiro de obras, bota-fora e reas de emprstimo.Regional seus efeitos incidem sobre a rea de Influncia Indireta (AII) do empreendimento. Para o meio antrpico, a AII engloba os municpios que possuem terras afetadas pelo empreendimento. J para o meio natural, esta rea corres-ponde bacia hidrogrfica do Rio Grande/Turvo.Extra-regional seus efeitos extrapolam a regio correspon-dente rea de Influncia Indireta.

    Magnitude

    Baixa quando a intensidade da alterao, considerando sua abrangncia espacial e temporal, baixa para o fator am-biental avaliado.Mdia quando a intensidade da alterao, considerando sua abrangncia espacial e temporal, mdia para o fator ambiental avaliado.Alta aquele cuja intensidade da alterao, considerando sua abrangncia espacial e temporal, alta para o fator ambiental avaliado.

    Quadro 6Critrios para a avaliao dos impactos da UFN III.(continuao)

    Quadro 7Critrios utilizados para avaliao da importncia dos impactos da UFN III.

    Medidas:Aes necessrias manuteno da qualidade ambiental e social da rea.

    Programas:Transformao de medidas mais complexas em projetos para execu-o, acompanhamen-to e avaliao sistemtica.

    A importncia dos impactos, clas-

    sificada em pequena, mdia ou gran-

    de, definida com base

    principalmente nos dois critrios lis-

    tados no Quadro 7 a seguir:

    Critrio Definies

    Cumulatividade Simples impacto que no apresenta interao com outro(s) impacto(s).Cumulativo apresenta algum tipo de interao com outro(s) impacto(s)

    Carter Estratgico Estratgico quando incidem sobre um fator ambiental de relevante interesse coletivo ou nacional.No-estratgico quando no incidem sobre tais recursos.

  • 46

    Alm destes critrios gerais, para a

    avaliao da importncia, so tam-

    bm levados em considerao crit-

    rios especficos, como, por exemplo,

    perodos crticos (defeso, migrao

    de peixes, dentre outros), estado de

    conservao e importncia biolgica,

    socioeconmica e cultural identifica-

    da na rea estudada.

    Depois de identificados e avalia-

    dos todos os impactos ambientais,

    so propostas medidas que tm como

    principal objetivo melhorar a qualida-

    de ambiental da regio onde ser im-

    plantada a UFN III. As medidas so

    uma importante ferramenta de ges-

    to ambiental, podendo reduzir a

    consequncia das alteraes ambien-

    tais identificadas. Estas medidas so

    classificadas conforme apresentado

    no Quadro 8 a seguir.

    Com base nessas ferramentas uti-

    lizadas, foram identificados os impac-

    tos esperados devido ao

    planejamento, construo e ope-

    rao da UFN III so apresentados a

    seguir, juntamente com as medidas

    ambientais relacionadas aos impac-

    tos ou aos grupos de impactos que

    incidem sobre o meio ambiente e a

    sociedade.

    Do total de impactos, a maioria

    inicia-se ou acontece na fase de cons-

    truo, o que ressalta a necessidade

    do acompanhamento da gesto am-

    biental do empreendimento desde o

    incio das obras. Outros impactos es-

    tendem-se pelas fases de operao

    da UFN III e merecem destaque devi-

    do necessidade de aes continua-

    das ao longo da vida til do

    empreendimento. Dentre os impac-

    tos identificados, alguns foram consi-

    derados positivos e outros avaliados

    como negativos. Estes ltimos inci-

    dindo principalmente sobre o meio

    natural.

    Para melhor compreenso, os im-

    pactos so listados e descritos em se-

    guida, juntamente com as medidas e

    os programas propostos para a ade-

    quao ambiental do

    empreendimento.

    Impactos e Medidas Ambientais Associadas

    Medida Definies

    Mitigadora Quando a ao resulta na preveno ou reduo dos efeitos do impacto ambiental negativo.

    Potencializadora Ao que tem como objetivo aumentar as consequncias de um impacto positivo.

    CompensatriaQuando a ao objetiva compensar um impacto ambiental negativo e no mitigvel, atravs de melhorias em outro local, dentro ou fora da rea de influncia da atividade.

    De controle Ao que objetiva controlar e monitorar os possveis impac-tos e verificar a eficcia;

    Quadro 8Classificao das

    medidas propostas para os impactos da

    UFN III

  • 47

    1. Gerao de expectativa;

    2. Interferncias sobre a vegetao;

    3. Interferncias sobre a fauna

    silvestre;

    4. Interferncias sobre reas de

    Preservao Permanente (APPs);

    5. Interferncia com o patrimnio

    histrico e arqueolgico;

    6. Interferncia com aquferos;

    7. Intensificao dos processos ero-

    sivos e de assoreamento;

    8. Interferncia e alterao no uso e

    ocupao do solo;

    9. Alterao da paisagem;

    10. Aumento do afluxo populacional;

    11. Gerao de empregos;

    12. Presso sobre a infraestrutura de

    servios essenciais;

    13. Incremento das atividades de co-

    mrcio e servios;

    14. Aumento da receita tributria e

    incremento da economia local,

    estadual e nacional;

    15. Presso sobre a infraestrutura de

    disposio final de resduos;

    16. Interferncia sobre o cotidiano da

    populao (trafego, rudos e

    poeira);

    17. Presso sobre o trfego

    rodovirio;

    18. Presso sobre a infraestrutura

    rodoviria;

    19. Alterao da qualidade da gua

    do rio Paran;

    20. Alterao da biota aqutica;

    21. Alterao da qualidade do ar;

    22. Incremento da disponibilidade de

    insumos agrcolas no pas;

    a) Fase de Planejamento

    Componente Ambiental:

    Populao da rea de Influncia

    Impacto 1 - Gerao de expectativas

    A partir do momento em que so

    anunciadas localmente as primeiras

    intenes para a implantao de um

    empreendimento, ainda na sua fase

    de estudos, desenvolvem-se vrias

    expectativas por parte dos segmen-

    tos da sociedade a serem afetados

    direta e indiretamente.

    Em geral, as expectativas geradas

    referem-se principalmente a: (i) gera-

    o de empregos, diretos e indiretos,

    por parte das populaes da rea de

    influncia, influenciando movimen-

    tos migratrios da populao pro-

    cura de emprego; (ii) recursos

    financeiros por parte das prefeituras,

    em razo de impostos recolhidos; (iii)

    incertezas por parte dos produtores

    locais, e; (iv) dvidas em relao a in-

    terferncias ambientais nas reas na-

    turais e mesmo no espao construdo,

    por parte de instituies ambientais e

    da populao em geral.

    Conforme os critrios expostos

    neste RIMA, trata-se de um impacto

    negativo de mdia magnitude,

    mdia importncia.

  • 48

    Medidas Ambientais Associadas

    Esclarecimento da populao e autoridades da rea de influncia.

    Capacitao profissional e contrao da mo de obra da rea de influncia.

    Desenvolvimento de aes de educao ambiental.

    Divulgao das Metas de Capacitao de Trabalhadores da rea de Influncia

    Controle da contratao e desmobilizao de pessoal frente s variaes na dinmica demogrfica local.

    Programas Ambientais Associados

    Programa de Comunicao Social - PCS.

    Programa de Capacitao, Mobilizao e Desmobilizao da Mo de Obra.

    Programa de Educao Ambiental - PEA.

    b) Fase de Construo

    Componente Ambiental:

    Remanescentes Florestais

    Impacto 2 - Interferncias sobre a

    vegetao

    Na regio onde se pretende insta-

    lar a UFN III, so encontrados rema-

    nescentes florestais de vegetao

    nativa compostos por formaes de

    Cerrado e Mata Ciliar com influncia

    de Mata Atlntica, alm de reas de

    pastagem com indivduos isolados de

    espcies nativas e reflorestamentos

    comerciais de Eucalyptus sp.

    Haver necessidade cortar algu-

    mas rvores para a instalao da

    planta industrial e do duto de descar-

    te de efluentes. O processo de su-

    presso de vegetao (remoo da

    cobertura vegetal) para as obras ter

    efeitos diretos pela perda de algumas

    plantas e perda de habitat dos ani-

    mais, ou seja, de biodiversidade. As

    espcies vegetais que so encontra-

    das na rea diretamente afetada tam-

    bm tero a dinmica de suas

    populaes alterada em funo da

    reduo de parte de seu habitat.

    Mas, antes de qualquer ao, ser

    necessria a solicitao de

    Autorizaes de Supresso de

    Vegetao junto ao IMASUL.

    Este impacto foi classificado como de mdia magnitude e mdia importncia.

    Tipo de Vegetao rea (hectare)

    Cerrado 0,76

    Mata Ciliar 0,93

    Veredas 0,87

    Reflorestamento comercial 5,51

    TOTAL 8,07

  • 49

    Impacto 3 - Interferncias sobre a

    fauna silvestre

    A planta industrial da Unidade de

    Fertilizantes ser construda em uma

    rea atualmente ocupada por pasta-

    gem e algumas rvores esparsas de

    espcies nativas. Assim, pode-se con-

    siderar que esta rea pouco impor-

    tante para a fauna devido ao estado

    de degradao da vegetao natural

    pelo uso da rea para pecuria. Mas,

    a implantao da faixa do duto de

    descarte de efluentes afetar reas

    de remanescentes de vegetao na-

    tural. Essas reas so importantes ha-

    bitats para as espcies da fauna

    durante todo o ano, pois o local

    onde a fauna se abriga, reproduz e

    obtm alimentos. As principais alte-

    raes causadas sobre a fauna nesta

    rea resultam da supresso de vege-

    tao. Assim, ao suprimir vegetao

    natural, a fauna associada ter seu

    ambiente reduzido. Esse impacto

    considerado de baixa magnitude.

    Considerando a dimenso da rea

    afetada, a durao de seus efeitos e a

    capacidade natural das espcies se

    de se recuperar, o impacto sobre a

    fauna silvestre local apresenta pe-

    quena importncia.

    Medidas Ambientais Associadas

    Recuperao de reas degradadas

    Identificao e controle de processos erosivos

    Planejamento da localizao de canteiros de obras e reas de emprstimo e bota-fora

    Controle da supresso de vegetao

    Programas Ambientais Associados

    Programa de Recuperao de reas Degradadas PRAD.

    Programa de Reposio Florestal.

    Programa Ambiental da Construo PAC.

    Programa de Controle de Supresso de Vegetao.

    Programa de Controle de Processos Erosivos PCPE.

    Medidas Ambientais Associadas

    Recuperao de reas degradadas

    Planejamento da localizao de canteiros de obras e reas de emprstimo e bota-fora

    Controle da supresso de vegetao

    Conservao da Fauna Silvestre

    Programas Ambientais Associados

    Programa de Recuperao de reas Degradadas PRAD.

    Programa de Reposio Florestal.

    Programa Ambiental da Construo PAC.

    Programa de Controle de Supresso de Vegetao.

    Programa de Conservao da Fauna

  • 50

    Componente Ambiental:

    reas Legalmente Protegidas

    Impacto 4 - Interferncias sobre

    reas de Preservao Permanente

    (APPs)

    Parte da rea de influncia direta

    da UFN III constituem-se de rea de

    Preservao Permanente de margem

    de rio, do reservatrio da hidreltrica

    e de vereda. Assim, devero ocorrer

    interferncias com estas reas em al-

    guns pontos, como remoo da co-

    bertura vegetal e alterao do uso e

    ocupao do solo, o que impedir

    parcialmente que as mesmas cum-

    pram sua funo ambiental.

    Quaisquer alteraes das funes de-

    senvolvidas por estas reas so consi-

    deradas como um impacto negativo.

    Ele classificado como de baixa mag-

    nitude. Por incidir sobre uma rea le-

    galmente protegida, o impacto pode

    ser considerado como de mdia

    importncia.

    Impacto 5 - Interferncias sobre o

    patrimnio histrico e arqueolgico

    Ao contrrio de grandes empreen-

    dimentos, como usinas hidreltricas

    e atividades de minerao, o impacto

    provocado durante a fase de implan-

    tao da Unidade de Fertilizantes

    Nitrogenados - UNF III sobre o patri-

    mnio histrico e arqueolgico pode

    ser considerado relativamente pe-

    queno, uma vez que consiste em um

    fenmeno restrito rea de interven-

    o do empreendimento. Vale ressal-

    tar que somente ocorrer impacto se

    nestas reas for identificado material

    que configure a presena de stios ar-

    queolgicos, o que indicaria poten-

    cial arqueolgico local. Este potencial

    ser confirmado ou no a partir da

    realizao de um trabalho de pros-

    peco arqueolgica, cujo intuito

    localizar e identificar eventuais stios

    arqueolgicos. importante ressaltar

    que este procedimento est associa-

    do fase de Licena de Instalao do

    empreendimento (LI), conforme pre-

    visto na legislao brasileira.

    A magnitude deste impacto pode

    ser avaliada como baixa, tendo em

    vista a dimenso da rea passvel de

    ser afetada pela implantao do

    empreendimento.

    Levando em considerao a neces-

    sidade de preservao de possveis

    stios em uma rea de grande interes-

    se para a Arqueologia, tendo em vista

    a quantidade de stios arqueolgicos

    descobertos na regio, bem como a

    Medidas Ambientais Associadas

    Planejamento da localizao de canteiros de obras e reas de emprstimo e bota-fora

    Recuperao de reas de preservao permanente (APP)

    Programas Ambientais Associados

    Programa Ambiental da Construo PAC.

    Programa de Recuperao de reas Degradadas PRAD.

    Programa de Reposio Florestal.

  • 51

    antiguidade destes achados, este im-

    pacto classificado como sendo de

    alta importncia, visto que, caso seja

    descoberto algum vestgio arqueol-

    gico na rea, este patrimnio ser

    considerado um bem pblico e sua

    destruio considerada crime con-

    tra o Patrimnio Nacional.

    Componente Ambiental:

    Ecossistemas Aquticos

    Impacto 6 - Interferncias sobre

    Aquferos

    A regio do empreendimento est

    situada sobre o aqufero Bauru, re-

    presentado pela Formao Santo

    Anastcio, o qual utilizado no muni-

    cpio de Trs Lagoas por captaes

    formais de poos tubulares profun-

    dos e informais de poos rasos do

    tipo cacimba.

    Apesar da captao de gua para a

    implantao da UFN III poder afetar o

    nvel do lenol fretico, a quantidade

    captada no dever trazer prejuzos

    para o abastecimento pblico da re-

    gio e nem a futuros empreendimen-

    tos que se estabeleam no entorno,

    como tambm no dever afetar os

    poos j existentes prximos ao em-

    preendimento, como o da Fazenda

    Mataberi.

    Portanto, esse impacto pode ser

    classificado como negativo, de baixa

    magnitude e de mdia importncia,

    devido a probabilidade de interfern-

    cias significativas no aqufero Santo

    Anastcio ser muito baixa.

    Medidas Ambientais Associadas

    Planejamento da localizao de canteiros de obras e reas de emprstimo e bota-fora.

    Diagnstico, prospeco e resgate arqueolgico.

    Programas Ambientais Associados

    Programa Ambiental da Construo PAC.

    Programa de Avaliao e Salvamento do Patrimnio Arqueolgico.

    Medidas Ambientais Associadas

    Manejo do uso das guas subterrneas

    Programas Ambientais Associados

    Programa de Monitoramento das guas Subterrneas PMAS.

  • 52

    Componente Ambiental:

    Solo, Usos e Paisagem Dominante

    Impacto 7 - Intensificao dos proces-

    sos erosivos e de assoreamento

    Os processos erosivos na fase de im-

    plantao deste empreendimento so

    predominantemente causados pelo es-

    coamento das guas pluviais, mais es-

    pecificamente, os processos erosivos

    pluviais, envolvendo a desagregao, a

    remoo e o transporte das partculas

    de material terroso pela ao das guas

    de chuva e seu escoamento em super-

    fcie e subsuperfcie. Estes processos

    podem ser intensificados pela retirada

    da vegetao e pela movimentao de

    maquinrio.

    Contudo, os trabalhos de terraple-

    nagem sero simples, de pequena

    magnitude, devido baixa declividade

    do terreno, no envolvendo a forma-

    o de grandes taludes com declivida-

    des acentuadas.

    Portanto, esse impacto pode ser

    classificado como de baixa magnitude

    e importncia pequena, devido s ca-

    ractersticas topogrficas e dos solos da

    regio e do tipo de interveno do

    empreendimento.

    Impacto 8 Interferncia e altera-

    o no uso e ocupao do solo

    A implantao do empreendimento

    se dar em rea rural, em parcela da

    Fazenda Mateberi, localizada no munic-

    pio de Trs Lagoas. A interferncia com o

    uso do solo ocorrer a partir da fase de

    construo da Unidade, persistindo tam-

    bm durante a fase de operao.

    A implantao do empreendimento

    causar alterao no uso do solo, pois

    est prevista a construo de facilidades

    em uma rea til de 67 hectares, alm de

    uma rea prevista para futura ampliao,

    com 30 hectares, totalizando 97 hectares.

    Desta forma, a unidade industrial ocupa-

    r 12% da rea da Fazenda Mateberi.

    Trata-se de um impacto de baixa

    magnitude e considerado de peque-

    na importncia.

    Impacto 9 - Alteraes na paisagem

    As intervenes promovidas durante a

    implantao da Unidade de Fertilizantes

    Nitrogenados - UNF III, no municpio de Trs

    Lagoas, afetaro a paisagem local porque

    para que o empreendimento opere regu-

    larmente ser necessria a construo de

    diversas estruturas.

    Medidas Ambientais Associadas

    Recuperao de reas degradadas

    Planejamento da localizao de canteiros de obras e reas de emprstimo e bota-fora

    Identificao e controle de processos erosivos

    Programas Ambientais Associados

    Programa de Recuperao de reas Degradadas PRAD.

    Programa de Reposio Florestal.

    Programa Ambiental da Construo PAC.

    Programa de Controle de Processos Erosivos PCPE.

  • 53

    Componente Ambiental:

    Sociedade, Populaes e Infra-Estrutura

    Pblica

    Impacto 10 - Aumento do afluxo

    populacional

    A implantao da Unidade, no mu-

    nicpio de Trs Lagoas, poder gerar

    um aumento do afluxo populacional

    induzido pela abertura de novos pos-

    tos de trabalho, principalmente na

    fase de construo, onde a oferta de

    empregos ser maior (est prevista a

    contratao de 5.000 trabalhadores

    na fase de construo e 505, na fase

    de operao). Cabe acrescentar que

    no municpio de Brasilndia, ser im-

    plantado o alojamento para 15% dos

    trabalhadores e no municpio de Trs

    Lagoas alojamento para 85% dos tra-

    balhadores. Sendo assim, ambos os

    municpios podero sofrer um au-

    mento do contingente populacional.

    Espera-se que, para cada posto de

    trabalho oferecido cuja mo de obra

    no possa ser contratada localmente,

    afluam para o municpio um nmero

    maior de pessoas, na proporo de

    trs para um, tendo em vista a possi-

    bilidade de alguns trabalhadores

    virem acompanhados de seus fami-

    liares e a expectativa gerada por ou-

    tros trabalhadores de serem

    absorvidos como mo-de-obra.

    O impacto ambiental resultante

    pode ser considerado de alta magni-

    tude e de grande importncia, devi-

    do as consequncias relacionadas

    presso sobre a infraestrutura

    urbana.

    Embora seja considerado um dos ele-

    mentos mais subjetivos analisados numa

    avaliao de impactos ambientais, a pai-

    sagem vem sendo reconhecida como um

    importante fator ambiental, que pode

    contribuir para a qualidade de vida das

    pessoas e atrair investimentos, contri-

    buindo, desta forma, para o desenvolvi-

    mento regional.

    Embora as condies ambientais an-

    teriores no se restabeleam, o empre-

    endimento ir interferir em uma rea

    com baixa ocupao antrpica, onde no

    foi constatada a utilizao da rea para o

    desenvolvimento de atividades de turis-

    mo ou lazer. Dessa forma, sua magnitude

    foi avaliada como baixa e a importncia

    pequena.

    Medidas Ambientais Associadas

    Recuperao de reas degradadas.

    Planejamento da localizao de canteiros de obras e reas de emprstimo e bota-fora.

    Identificao e controle de processos erosivos.

    Programas Ambientais Associados

    Programa de Recuperao de reas Degradadas PRAD.

    Programa de Reposio Florestal.

    Programa Ambiental da Construo PAC.

    Programa de Controle de Processos Erosivos PCPE.

  • 54

    Impacto 11 - Gerao de empregos

    Na fase de implantao da

    Unidade, ser necessria a contrata-

    o de diversos empregados, envol-

    vendo, principalmente, profissionais

    nacionais. A mo de obra no espe-

    cializada ser recrutada preferencial-

    mente nos municpios da rea de

    Influncia Indireta e localidades pr-

    ximas a esta regio.

    Nesta fase, est prevista a necessi-

    dade de contratao de cerca de

    5.000 trabalhadores. Porm, esta ne-

    cessidade ser temporria e restrita

    fase de implantao. J na fase de

    operao, est prevista a gerao de

    aproximadamente 505 postos de

    trabalho.

    Na fase de operao parte dos

    equipamentos das Unidades ser

    operada de forma automatizada, re-

    duzindo com isso a demanda de mo-

    de-obra e exposio dos trabalhadores

    em reas de risco. Assim, o contin-

    gente de mo-de-obra ser de aproxi-

    madamente 505 trabalhadores no

    total entre, funes administrativas,

    tcnicas e operacionais.

    Preferencialmente esse nmero de

    trabalhadores ser recrutado nas co-

    munidades prximas ao empreendi-

    mento. Cabe acrescentar que 380

    postos de trabalho sero ocupados

    por trabalhadores que pertencem ao

    corpo de empregados da Petrobras.

    Alm dos empregos diretos, sero

    gerados, tanto na fase de construo

    quanto na de operao, diversos em-

    pregos indiretos. O nmero de postos

    de trabalho gerados indiretamente

    ser decorrente de vrios aspectos

    relacionados aquisio de bens e

    servios.

    importante frisar que estes pos-

    tos de trabalho devero estar con-

    centrados nos municpios de Trs

    Lagoas e Brasilndia e entorno, onde

    esto localizadas as empresas de

    apoio logstico ao empreendimento e

    onde ser instalado o alojamento dos

    trabalhadores. Assim, este impacto

    foi avaliado como de mdia magnitu-

    de e de grande importncia.

    Medidas Ambientais Associadas

    Estabelecimento de metas de capacitao de trabalhadores na rea de influncia.

    Estabelecimento de parcerias para incremento da infraestrutura rodoviria e de servios essenciais.

    Desenvolvimento de aes de educao ambiental.

    Controle da contratao e desmobilizao de pessoal frente s variaes na dinmica demogrfica local.

    Capacitao profissional e contrao da mo de obra da rea de influncia.

    Programas Ambientais Associados

    Programa de Capacitao, Mobilizao e Desmobilizao da Mo de Obra.

    Plano Ambiental da Construo PAC.

    Programa de Educao Ambiental - PEA.

    Programa de Capacitao, Mobilizao e Desmobilizao da Mo de Obra.

  • 55

    Impacto 12 - Presso sobre a infra-

    estrutura de servios essenciais

    As atividades de implantao da

    Unidade no municpio de Trs Lagoas

    podero gerar um aumento na deman-

    da de alguns servios urbanos como os

    de educao, rede de saneamento b-

    sico, coleta de resduos, sade e segu-

    rana nos municpios da AII (Trs Lagoas

    e Brasilndia). Este aumento decorre

    do afluxo populacional induzido pela

    abertura de novos postos de trabalho e

    gerao de expectativas. Ainda que

    temporrio, ocorrer majoritariamente

    na fase de implantao da Unidade.

    Considerando as caractersticas da

    infraestrutura disponvel nos munic-

    pios, nos servios referentes sade

    pblica e ao saneamento bsico, es-

    perada uma presso, uma vez que

    estes servios j se apresentam ina-

    dequados para o suprimento das ne-

    cessidades da populao nos

    municpios pertencentes a rea de

    Influncia Indireta, principalmente

    em Brasilndia. O impacto ambiental

    resultante pode ser considerado

    como de alta magnitude e de grande

    importncia.

    Impacto 13 - Incremento das ativi-

    dades de comrcio e servios

    A fase de implantao do empre-

    endimento dever provocar afluncia

    de pessoas, envolvidas de alguma

    forma com as atividades, para os mu-

    nicpios da rea de Influncia Indireta,

    de maneira intensificada durante a

    fase de construo e de forma menos

    intensa durante a operao. Assim,

    tal afluncia, ainda que de forma di-

    ferenciada, ocorrer ao longo de toda

    Medidas Ambientais Associadas

    Estabelecimento de metas de capacitao de trabalhadores na rea de influncia.

    Capacitao profissional e contrao da mo de obra da rea de influncia

    Controle da contratao e desmobilizao de pessoal frente s variaes na dinmica demogrfica local

    Programas Ambientais Associados

    Programa de Capacitao, Mobilizao e Desmobilizao da Mo de Obra.

    Medidas Ambientais Associadas

    Estabelecimento de metas de capacitao de trabalhadores na rea de influncia

    Desenvolvimento de aes de educao ambiental

    Controle da contratao e desmobilizao de pessoal frente s variaes na dinmica demogrfica local

    Estabelecimento de parcerias para incremento da infraestrutura rodoviria e de servios essenciais.

    Programas Ambientais Associados

    Programa de Capacitao, Mobilizao e Desmobilizao da Mo de Obra.

    Programa de Educao Ambiental - PEA.

    Plano Ambiental da Construo PAC.

  • 56

    a vida til do empreendimento.

    Em decorrncia deste afluxo de

    profissionais, esperado um aumen-

    to da dinamizao das atividades de

    comrcio e servios ofertadas nesta

    regio, especialmente no que se refe-

    re aos setores de hotelaria, alimenta-

    o, lazer, transportes, servios

    pblicos e outros.

    Este impacto foi considerado posi-

    tivo, de mdia magnitude e de gran-

    de importncia.

    Impacto 14 - Aumento da receita

    tributria e incremento da econo-

    mia local, estadual e nacional

    Com o incio das atividades de

    construo e operao da unidade,

    ser necessrio adquirir diversos ma-

    teriais, insumos e equipamentos, o

    que implicar num aumento na arre-

    cadao tributria, tanto local quanto

    regional, assim como num aumento

    da massa salarial no mbito do muni-

    cpio onde ser realizada a obra de

    implantao.

    Haver tambm um fortalecimen-

    to das atividades voltadas para a pro-

    duo e distribuio de fertilizantes

    no Estado de Mato Grosso do Sul.

    Este impacto foi considerado posi-

    tivo, de mdia magnitude e de gran-

    de importncia.

    Impacto 15 - Presso sobre a infra-

    estrutura de disposio final de

    resduos

    Na fase de implantao do empre-

    endimento, poder ocorrer presso

    sobre a infraestrutura de disposio

    final de resduos provenientes dos

    canteiros de obras.

    Estes canteiros contaro, pelo

    menos, com escritrios de projetos e

    administrao, banheiros, refeitrios,

    ambulatrio, oficina, veculos de

    Medidas Ambientais Associadas

    Controle da contratao e desmobilizao de pessoal frente s variaes na dinmica demogrfica local

    Aes de desenvolvimento dos fornecedores da rea de influncia (setor de comrcio e servios - empreendedorismo)

    Programas Ambientais Associados

    Programa de Capacitao, Mobilizao e Desmobilizao da Mo de Obra.

    Programa de Apoio ao Empreendedorismo.

    Medidas Ambientais Associadas

    Capacitao profissional e contrao da mo de obra da rea de influncia.

    Aes de fortalecimento dos fornecedores da rea de influncia (setor de comr-cio e servios - empreendedorismo).

    Programas Ambientais Associados

    Programa de Capacitao, Mobilizao e Desmobilizao da Mo de Obra.

    Programa de Apoio ao Empreendedorismo.

  • 57

    abastecimento, estoque de ferra-

    mentas, combustvel e peas de repo-

    sio dos equipamentos, dentre

    outros.

    Todos os resduos gerados nos

    canteiros de obra, ptios de estoca-

    gem de equipamentos e veculos,

    assim como nas reas de administra-

    o e coordenao, sero coletados,

    segregados, acondicionados e arma-

    zenados para posterior destinao

    final adequada. Esse descarte obede-

    cer aos critrios do Plano de

    Gerenciamento de Resduos (PGR),

    que dever ser aplicado a todas as

    fases do empreendimento e de aten-

    dimento compulsrio a todas as em-

    preiteiras contratas e servidores que

    estaro vinculados obra.

    Este impacto ambiental caracteri-

    za-se como negativo, de alta magni-

    tude e de grande importncia, tendo

    em vista que o aterro sanitrio do

    municpio de Trs Lagoas possui so-

    mente mais 10 anos de vida til e que

    este impacto continuar na fase de

    operao do empreendimento.

    Impacto 16 - Interferncia sobre o

    cotidiano da populao

    Durante as obras de implantao

    do empreendimento, ser necessria

    a movimentao de equipamentos

    pesados e materiais diversos, assim

    como o transporte de trabalhadores,

    intensificando o trfego local. Sero

    gerados, ainda, rudos pelas mqui-

    nas e equipamentos utilizados nas

    atividades, assim como poeira gerada

    nos trabalhos de movimentao de

    terra.

    A rea da planta dista cerca de 25 km

    do permetro urbano de Trs Lagoas.

    No existem nas proximidades aglo-

    meraes de pessoas; h somente

    propriedades rurais de grandes ex-

    tenses, em geral de posse de apenas

    um proprietrio. As instalaes resi-

    denciais encontradas correspondem

    s residncias de empregados das

    propriedades que, em sua maioria,

    vivem com as famlias, e s sedes das

    propriedades rurais. Assim, este im-

    pacto de natureza negativa, de

    mdia magnitude e de mdia

    importncia.

    Medidas Ambientais Associadas

    Gerenciamento de resduos slidos.

    Capacitao ambiental de trabalhadores.

    Programas Ambientais Associados

    Programa de Controle da Poluio PCP.

    Programa de Educao Ambiental - PEA.

  • 58

    Impacto 17 Presso sobre o trfe-

    go rodovirio

    Na fase de implantao do empre-

    endimento, possvel prever a ocor-

    rncia de interferncias rodovirias

    entre os municpios da rea de

    Influncia Indireta e os locais de aqui-

    sio de insumos e de equipamentos

    e destinao final de resduos, por

    causa do aumento da circulao de

    veculos de carga utilizados para

    transportar os materiais.

    Com a entrada em operao da

    Unidade, possvel prever a ocorrn-

    cia de interferncias rodovirias no

    trecho situado entre esta e os locais

    de destino dos produtos denomina-

    dos como fertilizantes, devido ao au-

    mento da circulao de veculos de

    carga. A entrega destes produtos ser

    realizada atravs de carregamento

    por caminhes e possivelmente por

    ferrovias.

    A estrutura que ser utilizada pelo

    empreendedor prev a circulao

    dos caminhes em horrio de menor

    fluxo de veculos, como forma de mi-

    nimizar possveis transtornos. Ainda

    assim, este um impacto ambiental

    considerado negativo, de mdia

    magnitude e de mdia importncia.

    Medidas Ambientais Associadas

    Esclarecimento da populao e autoridades da rea de influncia.

    Desenvolvimento de aes de educao ambiental.

    Umedecimento do terreno.

    Utilizao das rodovias locais fora dos perodos de pico

    Implantao de sinalizao e redutores de velocidade.

    Construo de acessos de acordo com a realidade local em atendimento s normas brasileiras e reconstruo de vias existentes

    Programas Ambientais Associados

    Programa de Comunicao Social - PCS.

    Programa de Educao Ambiental - PEA.

    Programa Ambiental da Construo PAC.

    Medidas Ambientais Associadas

    Esclarecimento da populao e autoridades da rea de influncia.

    Utilizao das rodovias locais fora dos perodos de pico.

    Estabelecimento de parcerias para incremento da infraestrutura rodoviria e de servios essenciais.

    Programas Ambientais Associados

    Programa de Comunicao Social - PCS.

    Programa Ambiental da Construo PAC.

  • 59

    Fator Ambiental:

    Infraestrutura rodoviria

    Impacto 18 - Presso sobre a infra-

    estrutura rodoviria

    Na fase de implantao do empre-

    endimento, ser necessrio o trans-

    porte de diversos materiais

    construtivos e dutos, assim como o

    transporte de mo-de-obra para o

    local do empreendimento, ocasio-

    nando presso sobre a infraestrutura

    rodoviria. Na fase de operao do

    empreendimento, esta presso conti-

    nuar, ainda que em menor escala,

    em funo do transporte de produtos

    gerados na fbrica, de resduos sli-

    dos para destinao final e de empre-

    gados, sendo representado por

    veculos pesados e leves. Deve-se

    tambm esperar um aumento desta

    presso medida que se aproxima do

    local do empreendimento, por se tra-

    tar de estradas que requerem uma

    maior manuteno.

    A presso exercida na infraestru-

    tura viria pelo aumento do trfego e

    a presena de transporte de equipa-

    mentos de grande porte podero

    causar danos infraestrutura viria

    local e regional. Desta forma, consi-

    derando que alguns trechos das ro-

    dovias que do acesso ao

    empreendimento esto em bom es-

    tado de conservao, enquanto ou-

    tros trechos possuem um

    asfaltamento precrio, este impacto

    ambiental considerado negativo,

    de mdia magnitude e de mdia

    importncia.

    Fase de Operao

    Componente Ambiental:

    Ecossistemas Aquticos

    Impacto 19 - Alterao da qualidade

    da gua do rio Paran

    As alteraes na qualidade da

    gua e do sedimento causadas pela

    operao da fbrica de fertilizantes

    esto ligadas, principalmente, ao lan-

    amento de efluente domstico e in-

    dustrial no rio Paran.

    Os efluentes sanitrios gerados

    pelo empreendimento so caracteri-

    zados pelas guas oriundas de vasos

    sanitrios (gua negra), banheiros, la-

    vanderias e cozinha (gua cinza ou

    cinzenta). J os efluentes industriais

    so compostos basicamente por re-

    jeitos oriundos da planta de uria, la-

    vagem de tanques e piso, bem como

    Medidas Ambientais Associadas

    Estabelecimento de parcerias para incremento da infraestrutura rodoviria e de servios essenciais

    Implantao de sinalizao e redutores de velocidade

    Construo de acessos de acordo com a realidade local em atendimento s normas brasileiras e reconstruo de vias existentes

    Programas Ambientais Associados

    Programa Ambiental da Construo PAC.

  • 60

    resduos oleosos, que porventura

    podem estar contaminados com ou-

    tros tipos de substncias. Estes

    efluentes gerados na planta devero

    ser encaminhos para uma estao de

    tratamento, que dever garantir que

    os descartes estejam dentro dos limi-

    tes estabelecidos pela Resoluo

    CONAMA no 357/05.

    Este impacto pode ser considera-

    do como negativo, de baixa magni-

    tude e pequena importncia.

    Impacto 20 - Interferncias sobre a

    biota aqutica

    Durante a fase de operao da

    UFN III, em consequncia do descarte

    de efluentes lquidos advindos das

    instalaes sanitrias, cozinha e dos

    processos operacionais da prpria

    unidade, sero observadas, ao menos

    pontualmente, alteraes na biota

    aqutica (plncton, bentos e ictiofau-

    na) do rio Paran.

    O lanamento desses efluentes,

    mesmo aps tratamento prvio, con-

    tribuir para o aumento dos nveis de

    matria orgnica no rio e, consequen-

    temente, para o aumento da

    turbidez.

    Contudo, na interpretao desse

    impacto, deve-se levar em considera-

    o que a qualidade da gua muda ao

    longo do ano, devido a fatores clim-

    ticos, e, medida que as guas do rio

    se distanciam do ponto de lanamen-

    to de efluentes e/ou da contamina-

    o, a qualidade melhora devido

    capacidade de autodepurao do

    prprios rio e devido diluio dos

    contaminantes pelo recebimento de

    melhor qualidade de seus afluentes.

    Portanto, o impacto causado pelo

    descarte de efluentes sobre a biota

    aqutica (plncton, bentos e ictiofau-

    na) foi considerado negativo, de

    baixa magnitude e pequena impor-

    tncia, uma vez que tais efluentes so-

    mente podero ser lanados no corpo

    hdrico aps o devido tratamento e

    enquadramento na legislao vigente

    (Resoluo CONAMA n357/2005).

    Medidas Ambientais Associadas

    Gerenciamento de efluentes lquidos.

    Identificao e controle de processos erosivos.

    Acompanhamento das alteraes limnolgicas.

    Programas Ambientais Associados

    Programa de Controle da Poluio PCP.

    Programa de Controle de Processos Erosivos PCPE.

    Programa de Monitoramento Limnolgico.

    CONAMAConselho Nacional de

    Meio Ambiente.

  • 61

    Componente Ambiental:

    Sociedade e Economia

    Impacto 21 - Alterao da qualidade

    do ar

    A movimentao de maquinrio e

    veculos e as queimas geradas por

    motores a combusto so alguns dos

    aspectos capazes de causar modifica-

    es na qualidade do ar durante a

    fase de construo da UFN III. Mas, as

    alteraes mais importantes podero

    ser notadas durante a fase de opera-

    o, por causa da queima de alguns

    gases e liberao de outros durantes

    os processos produtivos.

    A fbrica ter trs equipamentos

    para queimar hidrocarbonetos e

    amnia coletados da fuga de vlvu-

    las, selos e tanques de estocagem, de

    forma que as emisses desses produ-

    tos sero igualmente de pequenas

    quantidades. Mas, para sabermos a

    quantidade de gases escapariam e

    que direo eles tomariam na atmos-

    fera, foi feita a modelagem do impac-

    to da disperso atmosfrica das

    emisses dos poluentes regulamen-

    tados pela Resoluo CONAMA no

    3/1990, isto , dos xidos de nitrog-

    nio (NOx), como dixido de nitrognio

    (NO2), dos xidos de enxofre (SOx)

    como dixido de enxofre (SO2), de

    material particulado total (PMT), de

    monxido de carbono (CO) e dos po-

    luentes no regulamentados hidro-

    carbonetos totais (HCT) e amnia

    (NH3).

    Este impacto foi avaliado como ne-

    gativo, de magnitude baixa, de baixa

    importncia.

    Impacto 22 Incremento da disponi-

    bilidade de insumos agrcolas no Pas

    De acordo com levantamento de

    dados realizado pela Petrobras, cerca

    de 70% dos insumos agrcolas utiliza-

    dos no Brasil provem de importa-

    es. Considerando a alta relevncia

    da produo agrcola na economia

    nacional e na balana de exporta-

    es, aliada ao recente investimento

    em biocombustveis, o aumento da

    autonomia brasileira na produo

    Medidas Ambientais Associadas

    Gerenciamento de efluentes lquidos.

    Acompanhamento das alteraes na biota aqutica.

    Identificao e controle de processos erosivos.

    Programas Ambientais Associados

    Programa de Controle da Poluio PCP.

    Programa de Monitoramento Limnolgico.

    Programa de Controle de Processos Erosivos PCPE.

    Medidas Ambientais Associadas

    Gerenciamento das emisses atmosfricas

    Programas Ambientais Associados

    Programa de Controle da Poluio PCP.

  • 62

    destes insumos tem se tornado uma

    meta nacional. Deste modo, o produ-

    to gerado pela UFN III incrementar o

    fornecimento de fertilizantes utiliza-

    dos na produo agrcola das regies

    sudeste e centro-oeste do pas,

    principalmente.

    Devido a estas caractersticas rela-

    cionadas ao aumento da disponibili-

    dade de fertilizantes utilizados na

    produo agrcola nacional, este

    um impacto positivo, de alta magni-

    tude e grande importncia.

    Em sntese, foram identificados e

    avaliados para este empreendimento

    22 impactos, dos quais 7 so referen-

    tes ao meio natural (fsico e bitico) e

    15, ao meio socioeconmico. A gran-

    de maioria inicia-se na fase de cons-

    truo do empreendimento, o que

    ressalta a necessidade do acompa-

    nhamento da gesto ambiental do

    empreendimento desde o incio das

    obras. Contudo, muitos se mantm

    durante a fase de operao e mere-

    cem destaque devido necessidade

    de aes continuadas ao longo da

    vida til do empreendimento.

    Dentre os 22 impactos identifica-

    dos, 4 foram considerados positivos,

    que se referem especialmente gera-

    o de empregos, s atividades de co-

    mrcio e servios e consequente

    incremento da economia municipal e

    regional, e ao incremento de insumos

    agrcolas no pas. Os outros 18 impac-

    tos foram avaliados como negativos,

    incidindo principalmente sobre o

    meio natural, no qual, dos oito im-

    pactos identificados, todos apresen-

    taram qualificao negativa.

    A gerao de empregos, especial-

    mente na fase de construo, desenca-

    deia um processo caracterizado por

    uma induo positiva: o incremento

    das atividades de comrcio e servios e

    o aumento na gerao de tributos ala-

    vancam o desenvolvimento da econo-

    mia como um todo. O desenvolvimento

    da economia, por sua vez, incentivado

    pela gerao de empregos e pelo au-

    mento de arrecadao impostos, propi-

    cia condies para o incremento das

    atividades de comrcio e servios.

    Com relao intensidade das al-

    teraes, observa-se que a maioria

    dos impactos incidentes no meio fsi-

    co-bitico foi classificada como de

    baixa magnitude e pequena impor-

    tncia (Figura 22). No meio socioeco-

    nmico, os impactos positivos so

    todos de grande importncia, e de

    magnitude que varia de mdia a alta.

    Para os negativos, verificou-se um

    equilbrio entre baixa e mdia magni-

    tude e pequena e mdia

    importncia.

    Assim, pode-se concluir que a

    maioria dos impactos provoca altera-

    o mediana nos respectivos fatores

    ambientais afetados. J a importn-

    cia de diversos impactos est relacio-

    nada, por sua vez, ao carter

    estratgico de alguns setores da eco-

    nomia, sensibilidade dos ecossiste-

    mas terrestres e respectivas

    comunidades associadas e forte in-

    terao e interdependncia entre os

    fatores ambientais.

  • 63

    Qualquer tomada de deciso, rela-

    tiva ao desenvolvimento sustentvel

    e compatibilizao do empreendi-

    mento com o meio ambiente, depen-

    de da proposio de medidas de

    mitigao, compensao e controle

    para os impactos negativos e poten-

    cializadoras para os positivos com

    baixo grau de significncia. Assim,

    com o objetivo de contribuir para a

    viabilidade ambiental deste empre-

    endimento, foram propostas 26 me-

    didas, relacionadas aos impactos

    negativos e positivos identificados e

    avaliados neste Estudo, sendo 14 mi-

    tigadoras, 7 de controle, 2 com ca-

    ractersticas mitigadora e

    potencializadora, 1 estritamente po-

    tencializadora e 2 compensatrias.

    Alm das medias, foram propostos 16

    programas ambientais. Estes

    Programas devero fazer parte de um

    Sistema de Gesto Ambiental (SGA),

    a ser descrito no PBA (Projeto Bsico

    Ambiental), o que dever acontecer

    aps o empreendimento o obter a

    Licena Prvia.

    O Sistema de Gesto Ambiental

    tem como objetivo geral estabelecer

    mecanismos eficientes que permitam

    Figura 22Proporo de impac-tos positivos e negativos, de grande, mdia e pequena importncia e de alta, mdia e baixa magnitude, no conjunto de impactos identificados.

    Importncia

    Meio Fsico-Bitico (100% dos impactos negativos)

    Meio Socioeconmico

    Importncia

    Impactos Negativos Impactos Positivos

    Importncia

    Magnitude

    Magnitude

    Magnitude

  • 64

    a execuo e o controle das medidas

    propostas e demais aes integrantes

    dos programas ambientais, tendo

    como principais metas acompanhar

    as atividades, o cumprimento do cro-

    nograma e a qualidade de todos os

    planos e programas ambientais, que

    sero desenvolvidos para o

    empreendimento.

    Quanto a anlise dos riscos do em-

    preendimento proposto, foi realizado

    estudo especfico para avaliar os

    eventos capazes de causar danos s

    pessoas prximas das instalaes da

    UFN III. Os resultados mostraram

    que, considerando os modelos mate-

    mticos, condies de processo, ca-

    ractersticas da regio e limites de

    efeitos avaliados, no h indicao de

    efeitos sobre reas residenciais ou