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SEQUÊNCIA DIDÁTICA UM CONTO SEM MISTÉRIO – STANISLAW PONTE PRETA

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Por: Joseane Brito

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SEQUÊNCIA DIDÁTICA

UM CONTO SEM MISTÉRIO – STANISLAW PONTE PRETA

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SÉRIE: 7º. a 9º. ano

• Objetivos Essa seqüência didática procura sugerir atividades que forneçam orientação específica aos alunos para escreverem seus contos de mistério.

Conteúdos específicos - Elementos da narrativa; - estrutura da narrativa - escolhas para esse tipo de texto: advérbios e tempos verbais, léxico específico (relacionado com o clima de suspense) ; - leitura de contos de suspense - apresentação oral dos contos com boa dicção, entonação e tom de voz audível.

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• Tempo estimado Aproximadamente 15 aulas

Material necessário - Texto impresso Conto de Mistério, de Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto). - Vários exemplares de livros de contos de mistério. - Filme de mistério para ser assistido em classe. - Caderno para produção de texto, em suas várias fases ou versões. - Retroprojetor, monitor de computador ou lousa para reflexão e refacção de textos de forma coletiva. - Mural ou varal para exposição dos textos dos alunos. - Materiais diversos para montagem da sala de contação de histórias de mistério. - Sala com cenografia para contação das histórias de mistério e suspense.

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• Desenvolvimento das atividades

• 1ª aula Converse com os alunos sobre contos, histórias e filmes de mistério. Procure levantar com eles que elementos existem nesses gêneros. Anote o que disserem na lousa ou em uma folha de papel pardo, que ficará exposta na classe, durante todas as aulas.

Em seguida leia o Conto de mistério, de Stanislaw Ponte Preta, até o trecho Saiu então sozinho, caminhando rente às paredes do beco. Quando alcançou uma rua mais clara, assoviou para um táxi que passava e mandou tocar a toda pressa para determinado endereço. , portanto, não leia o desfecho.

Utilize a técnica de predição de leitura, pergunte-lhes o que o personagem teria ido buscar naquele lugar. Anote na lousa as idéias e sempre questione a coerência destas com os elementos desenvolvidos no texto até ali.

Na seqüência, entregue-lhes o texto impresso e deixe que descubram do que se tratava. Surgirão perguntas sobre o porquê do mistério ser um quilo de feijão. Levante com eles, o que poderia estar acontecendo para o personagem ter passado por tanto suspense para obter aquele simples quilo de feijão. Compare com outros produtos escassos e a dificuldade para obtê-los etc. Por fim, avalie com eles quem chegou mais próximo do desfecho ou se algum aluno descobriu o mistério. Não se esqueça de salientar que a novidade, o elemento surpresa, estava justamente no inesperado- elemento típico dos contos de mistério.

Proponha que leiam para seus pais e amigos em casa, mantendo o mesmo procedimento, sem o desfecho, para que possam saborear com outras pessoas o que sentiram em classe. Assim, também, estarão trabalhando sua leitura em voz alta, que é um dos objetivos da leitura.

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• 2ª e 3ª aulas Faça uma avaliação das opiniões dos ouvintes de casa. Compare com eles se estas coincidiram com as de seus colegas de classe. Sempre aparece uma ou outra novidade, o que enriquece o campo das idéias.

Retome o texto e comece a destacar com eles os elementos lingüísticos que construíram o mistério no conto. Destaque as descrições, para isso levante os adjetivos especiais, soturnos, que foram usados para caracterizar as personagens e os objetos em cena; saliente os advérbios de modo e as descrições das ações onde foram usados períodos curtos, quase sempre orações coordenadas; repare também a quase ausência de diálogos e o emprego dos verbos no pretérito (perfeito, imperfeito).

Faça um inventário do léxico pertinente a esse tipo de texto (substantivos: crime, pistas, álibi, suspeitos, vítimas, acusados, cúmplices, prisão, condenação, seqüestro, rapto de alguns verbos, advérbios; adjetivos) , facilitando-lhes a aquisição de repertório. Registre todas as sugestões e as deixe expostas no papel pardo na classe.

Na seqüência, comece a trabalhar os elementos e a estrutura do conto:

Uma narrativa deve elucidar os acontecimentos, respondendo às seguintes perguntas essenciais: O QUÊ? - o(s) fato(s) que determina(m) a história; QUEM? - a personagem ou personagens; COMO? - o enredo, o modo como se tecem os fatos; ONDE? - o lugar ou lugares da ocorrência QUANDO? - o momento ou momentos em que se passam os fatos; POR QUÊ? - a causa do acontecimento

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• A estrutura de um conto pode ser a seguinte: Uma situação inicial onde se expõe o assunto, o lugar ou a ação que vai acontecer. A complicação ou o problema que vai se apresentando gradativamente. O clímax que a complicação elevada ao máximo de suspense. E o desfecho que soluciona ou tenta solucionar o problema.

Proponha que delimitem (na medida do possível, pois nem todos os contos seguem rigorosamente a mesma estrutura) tais elementos lingüísticos e de estrutura da narrativa no conto lido. Esse procedimento é importantíssimo para que vivenciem realmente, na prática de leitura, os elementos essenciais a esse gênero.

Lembre a eles os dois tipos de foco narrativo (narradores) que costumam fazer parte dos contos de mistério: em primeira pessoa (narrador personagem ou participante da ação) e narrador em terceira pessoa (observador ou onisciente: que tudo viu, tudo sabe e expõe pensamentos e sentimentos das personagens).

Para casa, peça que leiam um conto de mistério para comentar na aula seguinte. Sugira alguns, se possível imprima outros e socialize entre eles; se não for possível fazê-lo em casa, que se faça em classe.

4ª e 5ª aulas  A discussão hoje será sobre como criar o suspense - A partir das leituras feitas em casa, levante formas de suspense encontradas nas leituras. Haverá histórias de crimes, de roubos, de fatos estranhos, de aventuras extraterrestres etc. Converse sobre o nível de suspense de cada um desses textos e como foi conseguido. Depois registre isso na lousa, enquanto os alunos o farão em seus cadernos: 

Como criar o suspense? Crie frases que sugiram apenas, provoque no leitor a vontade de querer saber o que vai acontecer depois.

Dê margem a se pensar em vários suspeitos, com vários fatos combinados com ações que despistem o leitor. Trabalhe com muitas pistas: umas falsas e outras verdadeiras. Use palavras, vocabulário específico para criar suspense: adjetivos expressivos, exagerados; advérbios de modo, de lugar, de tempo que acrescentem circunstâncias especiais às ações. Trabalhe com verbos no pretérito (perfeito, imperfeito ou mais-que-perfeiro) Use as palavras- chave com freqüência e ênfase. Esconda do leitor determinados detalhes. Crie um desfecho inusitado, surpreendente.

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• Completeas lacunas com as palavras ou expressões do quadro, acrescentando emoções e sentimentos a ele.

Foi uma cena ......................... Entramos no quintal vagarosamente e para não espantar nem uma nem outra, mas ficamos ...................... Desmentindo o dito popular 'vivem como cão e gato', a visão era ........................... Dentro da casinha, deitadas estavam a ........................ dobermann preta, de dentes afiados, espalhada no chão e a gatinha vira-lata toda branquinha com sua orelha cinza .................., mamando em uma das tetas da outra, como filhote. Não se mexiam, como em um ..................... espetáculo a não ser modificado. Restou-nos ficar ali ..........................., contemplando aquele ................... momento de satisfação.

raro- de muita delicadeza- extasiados- inesquecível- temida- maravilhados- inconfundível- magnífico

• Reescreva o texto 

Substitua os espaços pelos advérbios ou locuções abaixo para expressar um clima de suspense.

Era ......................, vinha caminhando para casa, .................................., chovia uma garoa fina e gelada. ...................................., olhei para o lado esquerdo e vi ..................., algo me pareceu uma trouxa de roupa, um saco de lixo. ......................, ...................., ........................................, fui me aproximando ..................................., para não ser surpreendido. E se fosse um bicho estranho que .................................. avançasse sobre mim?

perto da praça vazia- repentinamente - lentamente - sem fazer barulho - sorrateiramente- junto a um orelhão- rente às paredes dos prédios- muito tarde- sem pressa

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• 6ª e 7ª aulas Proponha que eles escrevam contos de mistério para publicar. Nesse momento é preciso discutir dois determinantes: público e formato.

Peça que escolham para quem irão escrever, o formato de seus textos e o suporte onde serão publicados.

Sugira: Para quem você irá escrever seu texto: para uma revista dirigida ao público jovem, para o jornal da escola, para um painel no pátio da escola para a seção literária de uma revista, para um concurso de contos, para uma antologia de contos de mistério, para ser lido para uma platéia, para ser editado com ilustrações em um livro.

Em que formato você irá escrever: em folha sulfite, em colunas, como texto de jornal e revista, em folha bem grande para um painel, seu texto será interrompido por ilustrações de cenas ou outros. Peça que tomem essas decisões porque delas dependerá o produto final: o conto de mistério. Em seguida faça exercícios com o caráter de oficina de contos. Pode trazê-los em lâminas para retroprojetor, ou em arquivos para usarem os computadores, ou impressos.  

• Reescreva o texto

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• 8ª aula e 9ª aulas Escolha um bom filme de suspense e assista com os alunos. (os que foram baseados nas obras de Agatha Christie são bons para retomar os elementos dos contos de mistério). Ao final, promova uma discussão a respeito dos elementos de uma história de mistério presentes no roteiro, nomes de personagens, espaços cênicos, cores etc.

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• 10ª aula Proponha que escrevam o conto de mistério a partir do que foi planejado: • Dicas• - Escreva seu texto a partir do que você planejou.

- Você já deve ter escolhido o público para o qual irá escrever. - Considere esse público na hora de elaborar seu texto. - Não se esqueça da estrutura do conto. - Procure usar palavras para criar emoção e suspense como as usadas na oficina. - Dê um título ao seu texto.

•  •  9ª e 10ª aulas Edição de texto - Sentados em quartetos, os alunos lerão os contos

de seus colegas. Após fazerem isso registrarão sua avaliação em uma pequena ficha que será entregue ao autor. Nela estarão registrados alguns aspectos e inclusive sugestões para melhorar a edição dos textos.

Essa atividade também pode ser feita em Word e com cada aluno ou dupla em um computador.

• Modelo de ficha de avaliação• Foi muito suficiente pouco (ou nada)?

O texto apresentou a estrutura de um conto? Narrou o fato, quando aconteceu, com quem aconteceu e como aconteceu? Você acha que ele conseguiu criar emoção, suspense? Usou para isso os adjetivos nas descrições, verbos e advérbios adequados?

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• Sugestões ao autor: Nome do leitor:

•  O professor deve acompanhar essa atividade andando pelas carteiras, auxiliando nas avaliações, contemporizando falas e sugestões. Lembre a eles a questão do público a quem se destinam os textos e em que formato cada um vai ser editado.

Como tarefa de casa , peça que façam a revisão de seus contos, usando para isso as tabelas de avaliação e as sugestões dos leitores. Nesse momento os autores já serão capazes de formular novos objetivos para o processo de construção.

Nessa revisão deverão proceder às seguintes operações: avaliar o planejado e ajustá-lo de imediato; modificar o texto escrito em dois aspectos avaliando o resultado em função dos objetivos (público, formato), e avaliação da coerência do conteúdo, em função do esquema textual. Por fim revisão e correção de acordo com os resultados dessa avaliação.

Crie um roteiro de observações gerais.• Sugestões• Aspectos gramaticais

Observe os itens abaixo: Verifique a ortografia . O dicionário vai ajudá-lo e vai lhe oferecer sinônimos para evitar algumas repetições de termos sem necessidade. Depois revise a pontuação; cuide para que fique bastante expressiva. Passe o conto a limpo, no formato que você escolheu.

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• Importante: O professor pode criar pautas de correção a partir de aspectos gramaticais, ortográficos e de pontuação já trabalhados com a classe. Além disso, deve desempenhar também a função de leitor. Ao ler os textos dos alunos, poderá fazer observações a respeito dos conteúdos trabalhados durante o processo de produção dos contos. Deve evitar, assim, ser apenas um corretor e sim, um leitor.

10ª e 11ª aulas Atividades complementares - Socialização dos textos - Todo texto deve ter uma função social, portanto, esta sugestão atende a essa função.  Momento de preparação para exposição dos textos (em painel, em livros, em antologias etc.) para leitura expressiva dos textos. Os alunos, em grupos, devem planejar e executar a cenografia, a decoração da sala de contos de mistério, se usarão trajes como contadores das histórias etc. quando isso acontecerá e como preparar uma leitura expressiva desses contos para a platéia. Dê sugestões para fortalecer a atividade, professor.

12ª e 14ª aulas Preparação da leitura expressiva dos contos - Os alunos devem ler os contos para seus pares. Na preparação, acompanhados do professor, devem refazer entonações, pausas, dar ênfase a frases de suspense, entre outros detalhes.

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• 15ª aula Apresentação dos contos para alunos de outras turmas da escola, para pais e amigos.

• Avaliação A avaliação se dará em cada etapa do processo de criação dos contos. O professor acompanhará os alunos nas atividades cotidianas, reforçando a realização de um plano de texto, de uma pré-redação, da preparação e da edição dos textos. Outro aspecto a ser observado deve ser o desenvolvimento da capacidade de leitura, de percepção de inadequações e de correção de textos próprios e alheios, visando à clareza, objetividade e coerência. A evolução dos alunos nas atividades propostas deve ser compartilhada com eles.