TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA...

45
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA UNIPÊ PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO CURSO DE PSICOLOGIA LEONARDO OLIVEIRA DA ROCHA TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA JOÃO PESSOA 2020

Transcript of TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA...

Page 1: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA – UNIPÊ PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO

CURSO DE PSICOLOGIA

LEONARDO OLIVEIRA DA ROCHA

TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

JOÃO PESSOA 2020

Page 2: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

LEONARDO OLIVEIRA DA ROCHA

TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Monografia apresentada a Coordenação do Curso de Psicologia do Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Psicologia sob orientação da Prof.ª Ms. Jayana Ramalho Ventura.

JOÃO PESSOA 2020

Page 3: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

R672t Rocha, Leonardo Oliveira da.

Terapia Cognitivo Comportamental para Casais: uma revisão bibliográfica/Leonardo Oliveira da Rocha. - João Pessoa, 2020.

f.44

Orientador (a): Profª. Ms. Jayana Ramalho Ventura. Monografia (Curso de Psicologia) – Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ.

1. Relacionamento Conjugal. 2. Terapias do

Comportamento Cognitivo. 3. Terapia de Casais. I. Título.

UNIPÊ / BC CDU - 615.832.9

Page 4: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO

BIBLIOGRÁFICA

LEONARDO OLIVEIRA DA ROCHA

Monografia apresentada ao Curso de Psicologia do Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ, como requisito parcial para a obtenção do título de Psicóloga,

obtendo Conceito _____

Data: ________________ ( ) Aprovada ( ) Reprovada

BANCA AVALIADORA

________________________________________________________________ Profa. Ms. Jayana Ramalho Ventura

(Orientadora - UNIPÊ)

________________________________________________________________ Prof. Esp. Guilherme Jorge Stanford Dantas

(Membro – UNIPÊ)

________________________________________________________________ Profa. Ms. Luciane Lira da Cruz

(Membro – UNIPÊ)

Page 5: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

Esse trabalho é dedicado a todos que se fizeram presentes durante todo esse meu processo de transformação pessoal e profissional, pois um pouco que trago de cada

um, me fez tornar o que sou hoje.

Page 6: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

AGRADECIMENTOS

A Deus, pois creio que Ele é quem nos dá o sustento diário, por me abençoar com pessoas maravilhosas, que em meu caminho foram postas. Aos meus pais, pelo apoio que me é dado sempre, seja nas diversas perspectivas que a vida me apresenta, a cada novo amanhecer. Aos meus familiares que estão sempre presentes e são torcedores assíduos por cada passo e sucesso que vou alcançando. Aos colegas e amigos, em especial, aos que fiz durante todo esse processo de graduação, e que se tornarão colegas de profissão, e é com eles que aprendo a cada dia o significado da profissão em seus diversos contextos. Aos professores, que foram essenciais para nos preparar um ambiente onde a construção do conhecimento pôde ter sido realizado da melhor forma possível, uma verdadeira troca de saberes, que é o espírito real do crescimento.

Page 7: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

O casamento não precisa ser o lugar onde eu possa ser inteiramente eu mesmo, mas pode ser o lugar onde eu descubro algumas das possibilidades de eu me tornar eu mesmo (COLMAN,1994 –Tradução do autor).

Page 8: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

RESUMO

Viver a dois é uma arte, todas as características sejam elas positivas ou negativas atuam com força e interferem de modo direto na construção conjugal. O modo como a sociedade vem evoluindo está tornando as relações cada vez mais frágeis, solicitando dos integrantes a busca por mecanismos que os ajudem a ter uma relação mais funcional e realista, na busca de uma relação bem mais assertiva e harmoniosa. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) vem sendo uma ferramenta eficaz para o acompanhamento dos casais, em seus problemas conjugais, no intuito de melhorar os relacionamentos para ambos os cônjuges. O presente trabalho tem o intuito de apresentar a relevância da TCC para as relações conjugais, pontuando o processo evolutivo do matrimônio e a maneira como o contexto vivenciado pelo casal, impacta interfere na no equilíbrio da relação. Apropria-se de um método qualitativo de cunho bibliográfico. Ao longo da pesquisa é possível compreender a história da TCC nos seus aspectos gerais, incluindo seu contexto histórico, seus fundamentos e as terapias comportamentais contextuais além disso, o reflexo de casamento e família, o modo como o casamento vem evoluindo, com suas relações e dinâmicas e o auxílio da psicoterapia para os casais, e, por fim, a TCC no tratamento de problemas conjugais, incluindo suas técnicas, atuação do terapeuta, dentre outros. A TCC possuem técnicas fundamentais, com evidências que podem ser cientificamente comprovadas para solucionar os conflitos conjugais, que causam sofrimento psíquico aos cônjuges, como aquisição de habilidades e treinos de comunicação, no intuito de tornar essas relações mais válidas e harmoniosas, refletindo em indivíduos mais conscientes frente a suas emoções e comportamentos. O trabalho tratou de uma pesquisa bibliográfica, baseada em fontes como livros, artigos científicos, dissertações e teses relacionadas ao desempenho da TCC, casais e suas interações e desempenho da TCC com os cônjuges. Palavras chave: Relacionamento Conjugal. Terapias do Comportamento Cognitivo. Terapia de casais.

Page 9: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

ABSTRACT Living for two is an art, all characteristics whether positive or negative act with force and directly interfere in marital construction. The way society has been evolving is making relationships increasingly fragile, asking members to search for mechanisms that help them to have a more functional and realistic relationship, in the search for a much more assertive and harmonious relationship. Cognitive Behavioral Therapy (CBT) has been an effective tool for the follow-up of couples, in their marital problems, in order to improve relationships for both spouses. The present work aims to present the relevance of Cognitive-Behavioral Therapy for conjugal relationships, punctuating the evolutionary process of marriage and the way the context experienced by the couple, impacts interferes in the balance of the relationship. It appropriates a qualitative method of bibliographic nature. Throughout the reading it is possible to understand the history of cbt in its general aspects, including its historical context, its fundamentals and contextual behavioral therapies in addition, the reflection of marriage and family, the way marriage has been evolving, with its relationships and dynamics and the aid of psychotherapy for couples, and finally CBT in the treatment of marital problems , including his techniques, the therapist's performance, among others. TCCs have fundamental techniques, with evidence that can be scientifically proven to solve marital conflicts, which cause psychological distress to spouses, such as acquisition of communication skills and training, in order to make these relationships more valid and harmonious, reflecting on individuals more aware of their emotions and behaviors. The work dealt with a bibliographic research, based on sources such as books, scientific articles, dissertations and theses that related to the performance of CBT, couples and their interactions and performance of CBT with spouses. Key Words: Marital Relationship. Cognitive Behavior Therapies. Couples Therapy.

Page 10: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9

2 ASPECTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS DA TERAPIA COGNITIVO-

COMPORTAMENTAL............................................................................................... 11

2.1 CONSTRUTO HISTÓRICO DAS TERAPIAS COGNITIVOS

COMPORTAMENTAIS .............................................................................................. 11

2.1.1 Terapias Cognitivas ....................................................................................... 11

2.1.2 Terapias Comportamentais ........................................................................... 12

2.2 PRESSUPOSTOS DAS TCCS ............................................................................ 13

2.3 TERAPIAS COGNITIVAS COMPORTAMENTAIS CONTEXTUAIS .................... 16

3 O CASAL, SUAS RELAÇÕES E A CONTRIBUIÇÃO DA PSICOTERAPIA ......... 20

3.1 CASAMENTO X FAMÍLIA: UM CONSTRUTO HISTÓRICO ............................... 20

3.2 O CASAL E SUA RELAÇÃO ............................................................................... 22

3.3 A PSICOTERAPIA COMO FERRAMENTA PARA OS CONFLITOS

CONJUGAIS ............................................................................................................. 24

4 A TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL PARA CASAIS ......................... 27

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 35

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 37

Page 11: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

9

1 INTRODUÇÃO

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) se baseia em dois fundamentos

que determinam que nossas cognições determinam os pensamentos e

comportamentos, e a forma como atuamos podem influenciar nossas formas de

pensamentos e afetos (WRIGHT, 2018). Já a Terapia Cognitivo Comportamental para

Casal (TCCC) é uma abordagem terapêutica, de que se detém a Psicologia, para o

acompanhamento terapêutico conjugal. A escolha pelo estudo através dessa linha

teórica, se dá pelo fato de já ter demonstrado empiricamente, bastante eficácia em

vários segmentos, através de uma gama de estudos já realizados.

As crises conjugais exigem métodos terapêuticos que estabilizem o

desequilíbrio do casal e se concentrem em modificações a situações mais crônicas.

Segundo o IBGE (2016), o número de casais que vivem relacionamentos conflituosos

tem alcançado números bastante significativos. Outro ponto importante é o fato de

que o término do relacionamento de casal tem mostrado um dos maiores estressores

de vida, podendo desenvolver alguns transtornos mentais e patologias (MELO, 2018).

Decorrente desse cenário, surge os questionamentos para o crescente conflito, e a

necessidade do acompanhamento terapêutico para o casal, buscando o trabalho

contribuir, para que se compreenda a relevância da terapia para a demanda

apresentada, através das especificidades que a TCCC tem embasada.

O objetivo principal deste trabalho é a relevância da TCC para as relações

conjugais, pontuando o processo evolutivo do matrimônio e a maneira como o

contexto vivenciado pelo casal, impacta interfere na no equilíbrio da relação. Dentre

os objetivos específicos, encontram-se compreender o modelo terapêutico, entender

a forma como ele age no auxílio dos casais e pautar a atuação do terapeuta durante

o processo de aplicação do método.

A relevância da pesquisa parte desde a disseminação de informações para os

estudantes de psicologia, como para consagrar os estudos já realizados dentro dessa

temática. Destacando que o TCC proporciona um modelo de domínio e tratamento

psicológico que compreende os problemas dos fenômenos mentais como um sistema

de respostas que se debruçam no conjunto dos seguintes aspectos: o cognitivo,

afetivo, fisiológico e comportamental. O decorrer do conteúdo apresentado vai

apresentar os pressupostos das TCCs, suas teorias e técnicas, as relações conjugais

e seus conflitos, e a TCC no auxílio frente a essas problemáticas apresentadas por

esses cônjuges em sua relação.

Page 12: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

10

O trabalho realizado foi desenvolvido através de uma pesquisa bibliográfica.

Para Andrade (2010), o método bibliográfico divide-se em algumas etapas, como:

acervo geral, que seria a busca por fontes de uma forma global, como enciclopédias,

anuários, que vão apontar as para fontes mais específicas; em seguida apresenta uma

leitura prévia, que servirão como base para uma leitura mais específica adiante; essa

leitura mais específica estaria ligado a seleção de capítulos ou parte das obras

pesquisadas, que contenham os conteúdos necessários; e por fim, a etapa da leitura

crítica, onde a busca a apreensão do conteúdo estudado, fase que requer mais do

leitor, pois dessas leituras, vão ser elaborado as anotações pertinentes da pesquisa.

Essa pesquisa tem como intuito pesquisar e descrever sobre um determinado

tema definido, sendo elaborado através de fontes bibliográficas, sem a necessidade

de ser um trabalho inédito (SOUZA, 2017). Para a realização dessa revisão

bibliográfica, foram utilizados artigos, livros, dentre outros documentos científicos,

priorizando autores célebres e mais atuais que explanam a respeito da temática.

Page 13: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

11

2 ASPECTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS DA TERAPIA COGNITIVO-

COMPORTAMENTAL

A abordagem cognitivo comportamental surge em decorrência da insatisfação

dos modelos puramente comportamentais e também pelo crescimento voltado ao

papel da cognição para o funcionamento humano, na psicologia de um modo geral

(FALCONE, 2018). A TCC surge na década de 60, através dos trabalhos de Aaron

Beck e de Albert Ellis (NEUFELD et al., 2018). Decorrente do que foi apresentado,

compreende que essa abordagem surge no intuito de suprir pontos deficitários que

foram construídos por outras teorias da época.

2.1 CONSTRUTO HISTÓRICO DAS TERAPIAS COGNITIVOS

COMPORTAMENTAIS

2.1.1 Terapias Cognitivas

A terapia cognitiva inicia ao realizar um trabalho de pesquisa com o objetivo

de verificar os pressupostos psicanalíticos acerca da depressão, Para Freud (1917

apud BAHLS; NAVOLAR, 2004), as pessoas deprimidas, apresentavam uma

“hostilidade retrofletida”, uma forma de masoquismo ou necessidade de sofrer. Porém

durante seus estudos Beck, se deparou com resultados de outra natureza, os

pacientes não resistiram a certas mudanças (BAHLS; NAVOLAR, 2004). Com isso,

Beck propôs um modelo cognitivo da depressão e que com o passar do tempo acabou

evoluindo para a compreensão e tratamento de outros transtornos, destinando tanto

ao tratamento dos diferentes transtornos psicológicos e emocionais como a

depressão, ansiedade, transtornos alimentares, transtornos psicossomáticos, fobias,

traumas, dependência química e outros transtornos (BECK, 2013).

Com isso, Beck e outros pesquisadores, iniciaram uma sequência de novos e

diversos estudos sobre a depressão, que passou a ser vista como um transtorno, onde

as pessoas depressivas, apresentam um tendência negativa, e expectativas

negativas em relação ao seu comportamento e também uma visão negativa de si

mesma (BAHLS; NAVOLAR, 2004).Posteriormente, os demais estudos se

desenvolveram de maneira a testar táticas de modificação de tendências negativas

existentes na depressão, além de testar este novo modelo em outros transtornos

(BAHLS; NAVOLAR, 2004):

Page 14: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

12

A teoria cognitiva é vista como pertencente às teorias construtivistas pois vê o homem como um ser que constrói seus significados sobre os fatos e, portanto, constrói sua própria realidade já que a forma como este interpreta seu mundo determinará a maneira com que ele irá comportar-se. (BAHLS; NAVOLAR, 2004, p. 5).

A seguir, é apresentado o quadro contendo comparações entre terapias

cognitivas, visando a compreensão de seus processos e objetivos:

Quadro 1 – Comparações entre terapias cognitivas

Terapia Emotiva Racional de Ellis

Técnica mais diretiva, que busca conscientizar seus pacientes a desafiar suas crenças irracionais,

no intuito de erradicá-las, pois o paciente é responsável suas emoções e comportamentos.

Terapia Cognitiva de Beck

Técnica mais ou menos diretiva, essa terapia, enfatiza as distorções cognitiva, transpondo para uma

ressignificação por pensamentos reais e úteis para o enfrentamento das situações.

Treino de Autoinstrução de Meichenbaum

Surge da teoria comportamental, defende que o paciente deve se adaptar as situações, para que

seja possível a criação de meios para o embate dos conflitos. Essa técnica se aproxima mais com a

de Beck no fato de ser menos diretiva e mais aberta.

Fonte: Elaboração própria com base em KERBAUY, 1983.

2.1.2 Terapias Comportamentais

Já a origem da terapia comportamental, de acordo com Barbosa e Borba

(2010), relaciona-se as pesquisas realizadas na Rússia, no final do século XIX, a

emergência do behaviorismo nos Estados Unidos no ano de 1913 e com o

desenvolvimento da Psicologia da aprendizagem.

A utilização do termo terapia comportamental, vai ter sua aparição, na década

de 1950, a menção do termo surgiu com os estudos de Lindsley, Skinner e Solomon,

quando estes se referiram a procedimentos que envolviam o condicionamento

operante junto a pacientes psicóticos hospitalizados (BARBOSA; BORBA, 2010). “O

desenvolvimento da teoria comportamental permitiu o conhecimento a respeito das

leis gerais do comportamento tornando-o mais previsível” (BAHLS; NAVOLAR, 2004,

p. 5).

Page 15: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

13

Em torno da década de 50, existiam duas formas clínicas que sobressaíram

através do Behaviorismo, que eram: a Terapia Comportamental, que se concentravam

nos questionamentos do condicionamento reflexo e a Modificação do Comportamento,

que detinham dos estudos voltados para o condicionamento operante (MELNIK;

ATALLAH, 2016).

De acordo com Martin e Pear (2015), duas correntes principais atuavam: uma

que defendia o condicionamento operante e outra que defendia o condicionamento

respondente. O intuito principal seria a modificação do comportamento que apresenta

como características meios de intervenções para modificar o ambiente que o indivíduo

está inserido.

O condicionamento respondente, também conhecido como condicionamento

clássico, defende que um estímulo condicionado gera um reflexo condicionado,

descobrindo assim um primeiro nível de aprendizagem; já o condicionamento

operante defende uma tríplice contingência, em que envolvem as relações entre uma

resposta emitida e seus estímulos antecedentes e consequentes (LONDERO, 2016).

Corroborando com essa ideia, a formulação que envolve o organismo e seu

ambiente tem que estudar conjuntamente: o momento e situação que envolve a

resposta (Sd), a resposta em si (R) e o resultado reforçador (Sr). Compreendem o

comportamento numa interação onde o organismo modifica o mundo e é modificado

como o resultado de seu ato (MELNIK; ATALLAH, 2016).

De acordo com Martin e Pear (2015) algumas terapias comportamentais se

destacam, como: dessensibilização sistemática (desenvolvido por Wolpe em 1958,

tido como o primeiro tratamento comportamental direcionado para os transtornos

fóbicos), em que o terapeuta utiliza de outros estímulos relacionados aos que causam

medo, apresentando numa ordem hierárquica, partindo dos que causam menos medo;

inundação, que seria a possibilidade de expor o indivíduo ao vivo ou por meio de

imagens de uma forma a extinguir a aversão, confrontando diretamente a situação

aversiva ou seja, eliciar o medo na sua intensidade máxima ou mais próxima disso; já

a modelação participante está ligado a aproximação dos estímulos temidos, isso se

dá conjuntamente com o terapeuta, o terapeuta serviria como um modelo a encorajar

o paciente a apresentar os seus comportamentos.

2.2 PRESSUPOSTOS DAS TCCS

Page 16: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

14

Um dos pilares para a Teoria Cognitivo Comportamental é que o ambiente que

o indivíduo está inserido reflete as crenças sobre si e do meio, interferindo suas

interações e pensamentos (MIRA; MARQUES, 2016). De acordo com essa afirmativa,

a situação em si, não gerará os efeitos cognitivos nos indivíduos, mas sim a maneira

como eles interpretam determinada situação.

De acordo com Bahls e Navolar (2004), a terapia comportamental se baseia na

de acordo com os construtos estudados sobre o comportamento que são advindos

desde o início do século XX e que na década de 50, de acordo com os méritos dados

as obras de Skinner. O modelo teórico cognitivo-comportamental, tem como princípio

básico, compreender como que a percepção de mundo, modificam comportamentos,

sentimentos e emoções (GONÇALVES, 2018).

Esses autores refletem bem, a união da terapia comportamental com a terapia

cognitiva, pois falam dos estudos iniciados na observação dos comportamentos,

principalmente nas obras de Skinner, e uma futura remodelação, onde a cognição foi

incorporado nesse processo de percepção.

Já para Mira e Marques (2016) dois pressupostos norteiam a Terapia Cognitivo

Comportamental: as cognições, que controlam as emoções e o comportamento; e

como atitudes e comportamentos interferem na maneira como pensa e sente.

Baseado nesses autores, a terapia parte da premissa que a percepção que alguém

terá de algo regula todo seu processo emocional e comportamental e que o sofrimento

psíquico parte, quando esse modo de perceber as coisas estão em desacordo com a

realidade, causando assim reações disfuncionais e desadaptativas.

De acordo com Nogueira (2017, p.110),

a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), desenvolvida por volta de 1960 por Aaron Beck, é uma abordagem da psicologia que tem por objetivo reduzir reações emocionais excessivas e os comportamentos desadaptativas, partindo da modificação de pensamentos e crenças disfuncionais subjacentes a estas reações.

De acordo com os pressupostos básicos da TCC que foram citadas

anteriormente, Santos (2017, p. 205) diz que “uma das finalidades da TCC consiste

em corrigir as distorções cognitivas que estão gerando sofrimento ao indivíduo e fazer

com que o mesmo desenvolva meios eficazes para enfrentá-los”.

Essas distorções estariam ligados ao que a Terapia Cognitiva atribui como

níveis de pensamento: pensamentos automáticos (PA), que são os pensamentos que

se apresentam mais rapidamente a consciência, que em muitas situações são tidos

como verdadeiros e as crenças, também conhecidas por alguns autores como

Page 17: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

15

esquemas, que seriam estruturas mais arreigadas que os seres humanos trazem

consigo decorrente de seu desenvolvimentos e que são mais difíceis de serem

moldadas (KNAPP; BECK, 2008). Esses escritos refletem que a distorções cognitivas

ocorreriam pelo fato de como a pessoa tenha incorporado suas vivências, sua forma

individual de compreender a si e ao meio, que quando estão em desacordo.

De acordo com Beck (2013), essas distorções seriam as seguintes:

Quadro 2 – As distorções cognitivas: seus conceitos e exemplos

Pensamento dicotômico

A situação é vista através de duas possibilidades, em seus polos, tudo ou nada. Ex: Se eu não conseguir tirar 10 na prova, eu sou burro.

Catastrofização A pessoa prenuncia o futuro de maneira negativa, sem perceber outras possibilidades mais prováveis de acontecimentos Ex: Eu vou ficar nervosa, assim eu não vou conseguir estudar.

Desqualificar ou Desconsiderar o positivo

A pessoa desconsidera suas qualidades Ex: Eu passei naquela prova, só porque estava fácil.

Raciocínio Emocional

O indivíduo acredita algo ser verídico, só pelo fato dele ter um preceito que algo iria acontecer, sem considerar a real situação. Ex: Eu faço muitos gols, mas não me sinto um goleador.

Rotulação A pessoa rotula a si e aos outros, de maneira inflexível, sem levar em consideração sinais menos adversos. Ex: Eu sou um fraco. Ele é um incapaz.

Magnificação/ Minimização

O indivíduo avalia a si e ao outro maximizando o polo negativo e depreciando o polo positivo. Ex: Receber uma crítica, prova o quanto estou errado. Ter recebido o prêmio, não quer dizer que mereci.

Filtro Mental A pessoa enxergar a situação negativa, sem levar em conta o contexto de forma inteira. Ex: Como que não fui aprovado, se quase todos da turma foram.

Leitura Mental A pessoa crê que sabe o que passa na cabeça dos outros, sem compreender o que realmente acontece. Ex: Ele pensa que eu não vou consegui passar no concurso.

Supergeneralização O indivíduo toma uma decisão radical de algo, que sobressai para mais do que se apresenta. Ex: : Como eu não fiquei calado, eu não posso ser uma pessoa comportada.

Personalização A pessoa acredita que a culpa é dela pelas pessoas agirem negativamente, sem levar em conta os esclarecimentos racionais da situação. Ex: A pessoa falou alto comigo, porque eu sou um idiota.

Afirmações com “deveria” e “tenho que”

O indivíduo acredita ter um pensamento fixo de como você e as outras pessoas devem se apresentar, e superestima o mal que será se o que pensa não for correspondido. Ex: Foi horrível o que você fez. Eu tenho que estar sempre bem.

Visão em túnel A pessoa só percebe o lado negativo da situação. Ex: Meu chefe não sabe ser um líder. Ele é totalmente egoísta e insensível.

Fonte: Elaboração própria com base em Beck, 2013.

Essa terapia estuda uma norma marcante no tocante à Psicologia Clínica,

apresentando uma nova maneira de compreender as particularidades que são típicas

da personalidade e que auxiliam na assistência (BECK, 2013; HOFMANN, 2014). A

TCC se dá em um emprego associado entre paciente e terapeuta, de maneira diretiva,

Page 18: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

16

estruturada e breve, onde busca modificar os pensamentos do paciente que estão em

desacordo (NOGUEIRA et al., 2017).

Essa terapia surgiu como uma novidade na Psicologia, uma forma pioneira de

entender e intervir nos processos psíquicos dos pacientes, focado especialmente em

suas cognições, e como elas influenciam no psiquismo.

A TCC está baseada em alguns princípios, como: formulação e conceituação

do paciente, aliança terapêutica, colaboração e participação ativa, orientada para os

objetivos e focada nos problemas, enfatiza o presente, ensina o paciente a ser seu

próprio terapeuta, é limitada no tempo, as sessões são estruturadas, ensina os

pacientes a identificar, avaliar e responder aos seus pensamentos e crenças

disfuncionais e usa de várias técnicas para mudar o pensamento, o humor e o

comportamento (BECK, 2013).

Por se tratar de uma terapia onde a participação do paciente é tão relevante

quanto a do terapeuta, e o terapeuta busca prepará-lo para uma futura alta, cito aqui,

duas técnicas como bases essenciais para que isso ocorra: a psicoeducação e o

questionamento socrático.

Segundo Beck (2013), a psicoeducação proporciona ao indivíduo uma reflexão

frente a seus pensamentos, de si e de mundo e como comportar-se frente a essas

situações. Já no questionamento socrático o terapeuta guia o paciente, de forma

investigativa, direcionando o paciente para que ele compreenda a situação, busque

possíveis soluções e estratégias para enfrentar as dificuldades (SANTOS;

MEDEIROS, 2017). Seguindo os princípios citados anteriormente e apresentando

estratégias e técnicas, como algumas aqui citadas, o objetivo terapêutico pode ser

alcançado.

2.3 TERAPIAS COGNITIVAS COMPORTAMENTAIS CONTEXTUAIS

As Terapias de terceira geração, conhecidas também como terapias

contextuais de uma maneira geral, segundo Hayes (2004, p.658), nos concerne como

sendo:

Enraizada em uma abordagem empírica e focada em princípios, a terceira onda de terapia comportamental e cognitiva é particularmente sensível ao contexto e ás funções dos fenômenos psicológicos, não somente nas suas formas, e assim tende a enfatizar estratégias de mudanças contextuais e experenciais em adição às estratégias mais diretas e didáticas. Estes tratamentos tendem a buscar a construção

Page 19: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

17

de repertórios amplos, flexíveis e efetivos acima de uma abordagem eliminativa de problemas estreitamente definidos, e a enfatizar a relevância dos problemas tanto para os clientes, como para os clínicos (HAYES, 2004).

De acordo com o autor citado anteriormente, essas terapias surgem no intuito

de compreender o homem no meio em que insere e suas relações. Corroborando com

isso, essas terapias nos mostra um novo modo de visualizar o ser, aquele que não é

mais observado de uma maneira absoluta, mas sim, fruto de um construto social

(BARBOSA; TERROSO; ARGIMON, 2014).

A maioria dessa abordagem terapêutica, busca em seu repertório, expor as

vivências para o auxílio de seus pacientes a focarem no presente momento e

contestarem essa luta incessante em controlar suas emoções, pensamentos e

sentimentos, como uma condição primordial de transformação comportamental

(SANTOS, 2018).

Segundo Santos (2018), as terapias de terceira geração, ou terapias

contextuais mais populares, são: Psicoterapia Analítica Funcional (FAP), Terapia de

Aceitação e Compromisso (ACT), Terapia Comportamental Dialética, Ativação

Comportamental, Terapia Comportamental Baseada em Mindfulness, Terapia Focada

na Compaixão, Programa de Redução de Estresse Baseada em Mindfulness e

Terapia Integrativa de Casais. Abaixo, segue o propósito de algumas dessas terapias.

De acordo com Barbosa, Terroso e Argimon (2014) a ACT enfatiza na aceitação

de suas sensações fisiológicas, suas cognições e percepções, como sua função

primordial para que a pessoa possa atingir sua essência. Acredita que os conflitos

surgem decorrentes da esquiva, onde o paciente tenta fugar a todo custo de suas

privações e experiências repulsivas, com isso a terapia utiliza técnicas que tragam

consciência dessa evitação ao paciente, proporcionando a aceitação desses

acontecimentos repugnados (MELNIK; ATALLAH, 2016).

Como o que foi citado anteriormente pelos teóricos, a ACT, defende

compreender que o paciente no momento que começa a aceitar seus sentimentos e

sensações, acabam por evitar as fugas das situações rotineiras que atrapalham sua

vivência, que resulta na eliminação dos conflitos que os deixam estagnados.

A Psicoterapia Analítica Funcional (FAP) destaca-se pelo envolvimento do

terapeuta de maneira consciente na sua exposição perante a sessão e sobre seu

paciente, uma relação de envolvimento emocional e íntimo como essencial durante o

desenrolar terapêutico (SANTOS; GOUVEIA; OLIVEIRA, 2015). É nessa interação

durante a intervenção psicoterápica que ocorre o desenvolvimento da mudança, onde

Page 20: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

18

o intuito é que o profissional está consciente às aparições ao vivo das problemáticas

que são apresentadas pelo paciente durante as sessões (MELNIK; ATALLAH, 2016).

Pelo que foi citado pelos autores, na FAP é acrescido algo que reformula essa

relação terapeuta paciente, que é o envolvimento emocional por parte do terapeuta,

fundamental para que o paciente reviva situações enfrentadas, durante as próprias

sessões, isso transforma a sessão em seu meio.

A Terapia Comportamental Dialética (DBT) foi de início, uma linha terapêutica

desenvolvido para os pacientes que sofrem de Transtorno de Personalidade

Borderline, mas que foi observado para outros transtornos que evidenciem uma

desregulação emocional (SANTOS; GOUVEIA; OLIVEIRA, 2015). Esta terapia está

fundamentado numa perspectiva biopsicossocial, onde ocorre através do elo entre

uma tendência natural apresentada pelo indivíduo para seu desordenamento

emocional, em um contexto que revoga as suas vivências afetivas (BARBOSA;

TERROSO; ARGIMON, 2018). Isso reflete que, essa desregulação surge, de um

organismo que já concerne esse emocional, aliado a um meio que ativa o que já está

propenso pelo seu próprio sistema orgânico.

A Ativação Comportamental é utilizado principalmente em pacientes

deprimidos, pois seu sentimento de anedonia, refletindo em comportamentos que

validam esse sentimento de desprazer. A função principal do terapeuta é tornar esse

paciente mais ativo, dando-lhes respaldos por cada esforço realizado, podendo assim

refletir um incremento em seu humor, auxiliando na propensão de sentimento de

autoeficiência (BECK, 2013).

As Terapias baseadas em Mindfulness, tem o intuito de concentrar a atenção a

uma única experiência, em primeiro momento de uma forma estável, no intuito de

estabelecer esse momento a outras situações de forma gradativa, expondo pra efeitos

corporais e mentais (BARBOSA; TERROSO; ARGIMON, 2018). A finalidade não é

avaliar se o pensamento está correto ou coerente, mas sim, realizar uma observação

consciente, experenciando o que ocorre no momento presente (MELNIK, ATALLAH,

2016). As terapias de Mindfulness, vai tentar incrementar o paciente para seu

autoconhecimento, sem qualquer tipo de julgamento, mas sim, ciente de cada evento

sentido.

A Terapia Focada na Compaixão tem como premissa transformar o seu

paciente menos oponente consigo mesmo, incorporando um estímulo compassivo no

processo de modificação. O terapeuta estabelece o Treino da Mente Compassiva,

estabelecendo a compaixão em seus pacientes através de atributos (empatia,

Page 21: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

19

sensibilidade, não julgamento, dentre outros) e habilidades (atenção, sentimentos,

comportamentos, dentre outros), isso promove sentimentos de gentileza e apoio em

um cabedal de afazeres deixando bem claro da importância de utilizar essas

ferramentas consigo mesmo (SANTOS; OLIVEIRA; GOUVEIA, 2015). Essa terapia

tenta incorporar a seu paciente sentimentos de complacência consigo mesmo,

desenvolvendo algumas estratégias que serão também levadas frente aos outros.

De acordo com Santos, Oliveira e Gouveia (2015) a Terapia Integrativa de

Casais surgem, quando os terapeutas percebem que a terapia utilizada para casais

buscavam a modificação dos cônjuges. O que necessitava era um acolhimento entre

eles, uma aceitação de problemas que surgem naturalmente da relação conjugal, com

isso, de forma geral, o terapeuta tenta unir o casal de forma empática na solução dos

problemas apresentados.

Page 22: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

20

3 O CASAL, SUAS RELAÇÕES E A CONTRIBUIÇÃO DA PSICOTERAPIA

3.1 CASAMENTO X FAMÍLIA: UM CONSTRUTO HISTÓRICO

O casamento consiste na união de duas pessoas legitimada judicialmente ou

perante os princípios da igreja. De acordo com Alves-Silva, Comin-Scorsolini e Santos

(2017) com uma pesquisa realizada com casais, eles mencionaram, que a fé e o

compromisso assumido frente à religião são motivos importantes para manutenção do

casamento.

Ocorrem também aqueles ditos “amigados”, onde apenas passam a morar

juntos sem a assinatura de qualquer papel. O casamento estar relacionado a

construção de uma família, essa relação vem evoluindo e constituindo novos viesses

à medida que a sociedade evolui:

Embora continue patriarcal a sociedade, o homem, hoje, já não exerce mais a liderança absoluta em sua casa. O papel da mulher se torna cada vez mais ativo e importante. O sustento do lar é provido por ambos; os papéis ativo e passivo se revezam. Em outras palavras, ora manda o homem, ora manda a mulher. Depende do assunto e do momento ( FIUZA, 2004, p. 893).

No âmbito do nosso Direito, o casamento é um ato formal, plurilateral, intuitu

personae (pessoal), dissolúvel, realizado entre pessoas de sexos diferentes. Para

Venosa (2009) na questão do direito, o matrimônio cria uma ligação jurídico entre

ambos os parceiros, que resulta numa relação de apoio e de incorporação físico-

psíquica, como também do cuidado aos filhos. Assim a um sentido mais amplo no

casamento, que exacerba alguns sentimentalismos, como uma sina sexual.

De acordo com Leal e Pepino (2020), a entidade casamento civil perpassaram

por diversos momentos, arraigados consigo distintas maneiras de compreensão , que

antes defendia o casamento como legítimo de fato e o termo fora do casamento como

"concubinato" (1973). Já a legislação de 2002, já defende a relação fora do

casamento, como união estável.

De acordo ao citado acima pelos autores, é visto que a evolução nas formas de

relacionamentos que foram sendo instituídos durante o tempo, pode ter contribuído

para uma mudança em compreender essas uniões. Com isso, é nítido que a legislação

evolui para compreender as várias facetas das famílias com suas várias

configurações, constituindo garantia de direitos, que antes não detinham (LEAL;

PEPINO, 2020).Isso defende bem a evolução que foi construída no que tange ao

conceito e formar de enxergar as uniões.

Page 23: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

21

De acordo com Alves-Silva, Comin-Scorsolini e Santos (2017), as modalidades

de relacionamentos ou uniões que são perpassadas correspondem aos contextos

advindos de sua individualidade , questões familiares e sociais, mas a relação dos

cônjuges é obtido durante o período que estão juntos, desde a escolha do parceiro. O

paradigma apresentado, reflete que, ao decidirem se relacionar, precisam

compreender que o construto relacional precisa sobressai sobre suas vivências

enraizadas.

Já partindo por uma contextualização histórica que compreende a família,

ressalta-se o patriarcado que institucionalizou a família uma composição pela figura

paterna e materna, que juntos geram filhos. A família no contexto patriarcal constitui-

se a partir do casamento, Segundo Gagliano e Pamplona (2014) a família configura-

se como um fator social reprodutor de efeitos jurídicos. Enfatiza-se que sua relevância

é notada diante sua citação na Constituição Federal (1988) onde indica a família como

base da sociedade e detentora de proteção do Estado (BRASIL, 1988). No decorrer

dos anos a família vem evoluindo também em suas constituições e interações e como

a legislação vem creditando esses valores a família.

Atualmente, o conceito de família abrange a todas as formas de convivência,

estando caracterizado necessariamente um dos principais elementos, ou seja, o

vínculo afetivo. A família é a maneira primordial de organização que aconteceu

durante a humanidade. De início a família dispõe de crenças místicas advindas da

religiosidade (SANTOS, 2018).O conceito de família vem evoluindo à medida que a

sociedade estabelece novos critérios e constrói seus vínculos.

Nos paradigmas familiares atuais, compreende-se um momento onde as

pessoas se motivam por meio de seus desejos e expectativas de suas

individualidades, deixando um pouco de lado, os momentos singulares da relação

(SANTOS, 2018). A relação nos tempos de hoje, reitera por uma convivência mais

longínqua, mas é observado que suas individualidades , busca do crescimento

profissional e as realizações individuais construídas, interferem nessa realização

(ALVES-SILVA; COMIN-SCORSOLINI; SANTOS, 2017).

Segundo Taibbi (2016) a família vem se constituindo através de alguns

arcabouços que poderão se tornarem prejudiciais para o casal, como: centrar na

criança, onde o casal usa todo seu tempo para dedicação quase que total para os

filhos; as vidas separadas, onde os filhos tem o contato na maior parte com um de

seus pais, fazendo com que a parentalidade venha a desmoronar; a questão do

cônjuge substituto, onde a proximidade entre pais e filhos pode se tornar algo doentio,

Page 24: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

22

interferindo em seus limites hierárquicos, podendo acarretar no incesto físico (forma

mais grave), como também no incesto emocional; conspirar contra, aqui seria as

uniões e rivalidades que são criadas entres filhos e também entre os pais, gerando

uma espécie de guerra familiar; rivalidade fraterna, os pais tem que tentar

compreender essas discussões na frente dos filhos, tentar perceber quando os filhos

discutem, se é algo do casal que já reflete neles, cuidado na hora de tomar alguma

partido entre os filhos; e separa os papéis, tentar buscar e compreender seus

problemas como casal, separando dos seus problemas como pais.

3.2 O CASAL E SUA RELAÇÃO

Conceituar o que vem a ser um casal, está tornando-se cada vez mais

complexo, devido às relações se darem das mais variadas formas possíveis

(ESTRADA, 2015). De uma maneira habitual todos os casais se iniciam quando

ambos constroem sentimentos afetivos entre si e assim se juntam para denominar-se

casal e nessa dinâmica, acaba que 1+1 tornam-se 3, pois aliados as suas

individualidades também incorpora-se o que os dois constroem juntos (MOREIRA,

2015).

Os autores Estrada (2015) e Moreira (2015) refletem bem a dificuldade de

compreender a forma como muitos casais se formam na contemporaneidade, que por

mais que tenham adquiridos esse laço afetivo, eles também continuam com sua

essência pessoal, de onde debruçam para a construção de seu interstício conjugal.

A família é um sistema complexo, de onde se ramificam alguns subsistemas,

numa escala ordenada, com regras que regulam mutuamente suas relações

(STURMER; MARIN; OLIVEIRA, 2016). Nessa temática se destaca um dos

subsistemas familiares, que é o subsistema conjugal. O subsistema conjugal é

compreendido quando dois indivíduos se unem para formar uma família, onde ambos

carregam em si, as suas vivências e individualidades (STURMER; MARIN; OLIVEIRA,

2016).

Essas afirmações mostram a relação conjugal como um subsistema, que

advém do macro sistema que é a família, deste modo a relação conjugal se dá nas

entre linhas da interação de ambos os cônjuges, com as vivências que trazem consigo.

Para uma maior e melhor compreensão de como o casal se encontra é

necessário estudar a satisfação e a qualidade conjugal (ESTRADA, 2015). De uma

maneira mais complexa,

Page 25: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

23

o casal sentirá maior ou menor satisfação ao avaliar a qualidade do seu casamento – o desempenho na e da relação –, nível de satisfação esse que irá influenciar a qualidade, a qual, por sua vez, irá influenciar a satisfação, e assim sucessivamente, estabelecendo-se, pois, um ciclo de instigação recíproca que se autoperpetua (NARCISO; RIBEIRO, 2009, p.59).

De acordo com Silva, Scorsolini-Comin e Santos (2017), nos tempos atuais a

união conjugal ainda está ligada a convicção de romantismo, de felicidade e de

relações indesatáveis e indestrutíveis, como se fossem para sempre. Mas os

momentos de crise são natural do casal e na realidade devem já serem previstos,

decorrentes dos confrontos de suas singularidades (SILVA; SCORSOLINI-COMIN;

SANTOS, 2017).

Esses pensamentos refletem que o afeto por si, traz aquela crença que a

relação é algo que não acaba, mas anterior a essa relação afetuosa existia indivíduos

com suas individualidades, e que esse conflito será algo natural do próprio casal, ou

seja, não é porque existiu conflitos que a união do casal tenha que ser desfeita. Como

já foi dito anteriormente, o conflito torna-se algo comum na relação conjugal, mas em

muitas situações esse embate não consegue ser resolvido entre os cônjuges.

Para que evite esse choque é necessário que o casal constitua modos flexíveis

de estabelecer a relação frente a individualidade de cada um, criando um espaço para

debater o desenvolver da união com excelência (FONSECA; CARVALHO, 2016). O

casal tem que estar ciente que as individualidades são distintas para cada um, mas

que o ambiente formado tenha que ser instável para expor suas vivências, refletindo

assim numa situação mais harmoniosa e saudável.

Quando percebe-se que o conflito está instaurado, é necessário uma busca

terapêutica. De acordo com Machado et al. (2018) é preciso que o terapeuta faça uma

avaliação inicial, para que busque compreender o que o casal traz como queixas, seus

sofrimentos e as condições de meio que estão inseridos; para que essa psicoterapia

seja indicada, é necessário que esses conflitos estejam incorporados a vivência

compartilhada entre os dois na relação.

No início de um relacionamento, quando uma pessoa se apaixona, apresenta

resposta racional, que pode evitar ver os defeitos do outro ou justificar seus próprios

erros, e também produzir distorções que fazem com que o outro veja o outro como

perfeito, podendo vir à tona no futuro, com um novo significado (GARCÍA, 2002). No

processo de namoro, as pessoas muitas vezes ficam fascinadas pelo fato de só

Page 26: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

24

enxergarem pontos positivos, pois há um processo de idealização que faz com que as

distorções também tenham um significado positivo (BECK, 1995).

Durante o namoro, é comum que os casais não morem juntos e se encontrem

em um curto período de tempo. Quando se casam, a dinâmica acaba mudando, o

tempo de convivência aumenta, e passam a lidar com dificuldades de comunicação,

o que leva a julgamentos e comparações de suas condições anteriores ao casamento

e de seu comportamento hoje (ELIAS; BRITTO, 2007). Quando se casaram,

começaram a pensar que a pessoa havia mudado após o casamento, e aos poucos

foram saindo da briga para mostrar a situação anterior da pessoa. Veja os problemas

que surgem tanto quanto possível, ignorando todas as coisas positivas que o cônjuge

fez (BECK, 1995).

Muitos requisitos fazem os casais procurarem tratamento/atendimento

profissional (por exemplo, dificuldades de comunicação, problemas de

comportamento das crianças, problemas de saúde da família, luto, traição). Visto que

o casal vem sendo acompanhado por diversos planos pessoais derivados de sua

história pessoal, e esses planos se estabelecem através da relação com os pais e a

cultura inserida, desencadeando pensamentos, crenças e pressupostos que podem

ser a causa modo de desconforto conjugal (ELIAS; BRITTO, 2007). As relações

conjugais acabam gerando conflitos e desentendimentos, pois por muitos anos cada

cônjuge tem desejos diversos e acreditam que, no relacionamento conjugal, serão

capazes de atender a essas necessidades, aumentando assim as expectativas para

o casamento podem se tornar um problema (SCRIBEL; SANA; BENEDETTO, 2007).

Dessa forma, a discordância esclarece alguns conflitos, fazendo com que as

distorções cognitivas tenham consequências negativas, fazendo com que cada

parceiro reaja à situação de forma errada, evitando a discordância e atribuindo-a ao

egoísmo (BECK, 1995). Essas diferenças são repassadas para o comportamento de

demanda e retirada como se fosse uma escala, ou seja, conforme a demanda

aumenta, a retirada diminui gradativamente. Além disso, em certos comportamentos,

um dos parceiros está mais preocupado com os relacionamentos do que com outras

atividades. Por fim, a diferença é bastante significativa, e as mudanças em torno do

aspecto emocional estão relacionadas à racionalidade (ELIAS; BRITTO, 2007).

3.3 A PSICOTERAPIA COMO FERRAMENTA PARA OS CONFLITOS CONJUGAIS

Page 27: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

25

Conforme a sociedade foi evoluindo e buscando métodos para solucionar os

problemas, a psicoterapia se tornou um caminho coeso e muito frequentado. Para

Machado et al. (2018) a psicoterapia seria um meio de tratamento indicado para

atribulações emocionais, onde o terapeuta busca compreender o momento do

paciente, buscando a remissão do seu sofrimento e com isso a possível melhora.

A psicoterapia de casal em si, vai buscar compreender, o que o casal apresenta

como queixa e o que pode estar mais a fundo dessa queixa, pois muitas vezes essa

queixa é um mero sintoma do que está apresentado e assim o terapeuta tem o papel

de apresentar uma condução para essa díade (MACHADO et al., 2018). A terapia irá

ressignificar as vivências estabelecidas pelo casal, na busca de restabelecê-los de

maneira que a relação possa ser retomada de maneira precisa.

O ensino de habilidades de comunicação durante a terapia de casal é a

principal razão e motivação para a mudança. Quando eles observam e têm uma forma

de interpretação mais confiante, a atitude torna-se mais efetiva, e as habilidades

ensinadas podem auxiliar no desempenho de comportamentos verbais e não verbais

e prevenir comportamentos de evitação (VANDENBERGHE, 2008).

Várias são as vertentes a serem trabalhadas numa psicoterapia com o casal,

segundo Taibbi (2016), a busca está em compreender algumas dinâmicas conjugais

que se padronizam na relação conjugal, como segue abaixo:

Quadro 3 – Padrões de dinâmicas conjugais

Comunicação Esse ponto mostra o papel fundamental de saber ouvir e falar, tentar incorporar esse meio no casal, onde eles possam conversar. O terapeuta auxilia com alguns exercícios de comunicação para educa-los, buscar discutir o problema apresentado de forma conjunta.

Violência O terapeuta tem que estar atento as questões que envolve violência entre o casal, buscar incorporar esse questionamento, mostrando que a violência em suas diversas manifestações, são questões que podem surgir por meio alguns problemas que estejam subentendidos e de emoções invalidantes.

Emoções e Relacionamentos

O papel aqui é buscar conscientizar que não adianta centrar numa relação agressor-vítima, e sim instruí-los a perceber que seus estilos emocionais se diferem, mas que ambos sentem a mesma coisa, que é uma forte desregulação. O terapeuta tenta fazer com que eles criem uma visão de cenário.

Reconhecimento dos papéis dos filhos

É buscar compreender as mudanças que estão ocorrendo com os filhos, como apresentando comportamentos diferentes, rendimento escolar baixo, desinteresse por algumas atividades que antes tinham, isso pode ser reflexo dessa relação conjugal. O terapeuta busca que os pais se conscientize dessas situações e consigam perceber a que ponto a relação entres eles podem estar sendo prejudiciais para os filhos ou vice versa.

Habilidades frente aos problemas

É trazer ao casal uma visão mais realista das situações que estão sendo prejudiciais para ambos

Questões de supremacia

Essa questão é bem típica entre os casais, onde tem que dê a última palavra em casa, ao invés de tomarem as decisões de forma conjunta. O terapeuta tenta entender o que ocorre e tornar claro as emoções existentes.

Page 28: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

26

Apoio ao prejudicado

Aqui seria a ideia do terapeuta como alguém ativo nesse processo de transição que o casal está passando durante a terapia, planejando as modificações necessárias que devem ser feitas em casa, para uma boa evolução do caso.

Criação de situações positivas

Aqui se trata de estratégias que o casal começa a incorporar em suas vivências, aqueles conflitos mal resolvidos, distanciamentos entre cônjuges, problemas com os filhos, vã dando espaço a programas que unem mais o casal em sua intimidade.

Interrupção de padrões

Aqui seria o que realmente busca na terapia de casal de uma maneira geral, interromper referências desadaptativas, e vendo as novas formas de enfrentamento que são apresentadas pelo casal.

Fonte: Elaboração própria com base em Taibbi, 2016.

Em resumo, o quadro apresentado anteriormente mostra vivências que são

relatadas e descobertas no processo de psicoterapia com o casal, e onde o terapeuta

deva estar atento a compreender como auxiliar e proceder frente a isso. O terapeuta

irá se impor de algumas ferramentas que o incrementam para lidar com as

problemáticas apresentadas.

De maneira geral, a psicoterapia traz como experiência, compreender que os

atos que são realizados por alguém, nunca será mais importante como a sua forma

de pensar e refletir a essência de você fazer determinado ato, e que não é fácil esse

processo de compreensão, isso será com altos e baixos, com dores, confusões

frustrações, etc. (TAIBBI, 2016). Assim dando prosseguimento ao papel da Terapia

no âmbito cognitivo comportamental frente às relações conjugais.

Page 29: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

27

4 A TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL PARA CASAIS

Há diversos desafios no relacionamento que podem levar um casal a procurar

a terapia conjugal, o que seria uma opção segura, prática e menos cansativa de

resolução de problemas. Essas pessoas procuram a psicoterapia porque querem

entender melhor seu relacionamento, o que deu errado com elas e como melhorar seu

relacionamento (PIZOL, 2009).

De acordo com Peçanha e Rangé (2008), os conceitos das técnicas de

intervenção em terapia cognitivo-comportamental têm apresentando eficácia no

tratamento de indivíduos que passam por relacionamentos complicados e cheios de

percalços, tendo como fator consequente às distorções cognitivas. Dessa forma, os

problemas que os casais vêm apresentando de forma contínua, estão relacionados a

pensamentos disfuncionais que agregam no desenvolvimento de emoções e

comportamentos, as quais em diversas situações, prejudicam o relacionamento e a

comunicação afetiva, influenciando de forma negativa.

Beck (1997) apresenta que a TCC teve início em meados dos anos 60, onde

Aaron T. Beck apresentou o objetivo de realizar terapia com breve uso de tempo para

tratamento de transtornos emocionais ligados a ansiedade e depressão. Todo o seu

trabalho ancorou-se em encontrar diversas formas de modificar os pensamentos, ao

modo que estes se apresentem de maneira disfuncional, gerando problemas

cognitivos e tornando mais difícil a tomada de decisão e resoluções de problemas de

uma forma concreta e eficaz.

Dessa forma, o início da TCC para casais se deu logo após a experiencia

supracitada, em meados dos anos 60 e 70, por meio das contribuições significativas

de Albert Ellis para a área, de modo que, a terapia foi sendo reconhecida de modo

continuada e enfim introduzida como fator importante na reestruturação cognitiva de

casais, tendo sido evidenciado o ganho de força do tema somente nos anos 80

(DATTILIO, 2011).

Para tanto, a partir do fortalecimento da psicoterapia, alguns terapeutas se

dedicaram a observar a TCC individual, no qual concluíram sua viabilidade de

melhoria, para então se tornar adaptação para TCC de casais. Dessa forma, foi

possível distinguir sua agregação de valor, contribuindo para a amenização e o cessar

de conflitos e divergências do casal, através da busca por evidências para trabalhar

as distorções provedoras dos problemas conjugais. (DATTILIO, 2011).

Page 30: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

28

É importante evidenciar que a TCC se demostra com grande eficiência no

trabalho das disfunções cognitivas, as quais surgiram através de crenças absurdas

decorrentes de avaliações negativas.

A TCC para casais é inquestionavelmente, uma abordagem bem

contemporânea e no Brasil, esse meio de assistência terapêutica, com casais em

conflito ainda se apresenta num estágio inicial (GUIMARÃES, 2019). Segundo

Gameiro e Corrêa (2019), o fortalecimento da TCCC se deu à medida que A TCC

individual também se fortalecia, assim adaptando a terapia para casais. De acordo

com esses autores é notório perceber esse segmento terapêutico com um poder de

avanço evidente, quando comparado com seu despontamento real, advindo dos

construtos trazidos pela TCC individual.

Segundo Dattilio (2011), aos poucos, a terapia foi obtendo seu valor na forma

de ressignificar as cognições dos casais, pois corroboravam efetivamente nas

distorções e conflitos que se apresentavam nas relações conjugais. Alguns

pesquisadores que atuam nessa área, defendem que a premissa central do TCCC é

que a satisfação conjugal depende de 3 vieses: comportamentos positivos e negativos

do casal, das cognições que um tem do outro e da relação que um apresenta com o

outro (NASCIMENTO, 2016).

Reforçando o que foi citado anteriormente, Silva e Paro (2018), diz que o

objetivo da terapia seria identificar e reestruturar crenças e pensamentos que são

inválidos, no intuito de alcançar as modificações comportamentais e emotivas da

relação. Com isso, a reestruturação cognitiva exerce o papel primordial para que o

relacionamento seja retomado de uma maneira mais assertiva, refletindo em

comportamentos e emoções mais condizentes com a realidade.

Observamos o surgimento de habilidades sociais conjugais, estão que

necessariamente tem por objetivo maior, prestar auxílio em ajustar a interpretações a

fim de garantir a satisfação conjugal. Algumas pesquisas buscam apontar a satisfação

conjugal sendo dependente de habilidades de interação. Apresentando o exemplo da

capacidade de conseguir contornar conflitos, além de manter uma boa comunicação,

uma vez que também foi observado nos indivíduos satisfeitos com suas relações,

habilidades sociáveis e comunicação assertiva. (DURÃES, 2016).

Cardoso e Del Prette (2017), apontam a importância de observar o momento

dos conflitos, uma vez que os casais tem por costume, a maximização de eventos

negativos, gerando uma maior dificuldade em buscar evidencias que possam

contribuir para a minimização dos desentendimentos.

Page 31: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

29

De acordo com Dattilio (2011), TCC de casais, de modo geral, tem pesquisas

e estudos direcionados para a melhoria da comunicação do casal e na resolução de

problemas/conflitos. Os estudos que se dedicaram a abordar o trabalho ligado a uma

reestruturação cognitiva ainda são escassos no meio acadêmico.

Os conflitos são caracterizados por desejos e valores considerados

incompatíveis, no qual as pessoas lidam com um desacordo, por causa de suas

diferentes posições, interesses e necessidades. Estes apresentam relevante

importância na relação, podendo ser motivo de fortalecimento ou enfraquecimento, a

depender do processo e das devidas resoluções possíveis, uma vez que também é

um meio para gerar novos caminhos de entendimento. Ainda acerca do conflito,

existem autores que apontam como sendo algo inevitável entre casais, afinal é

praticamente impossível que dois indivíduos quando estão em uma relação de

intimidade, tenham sempre desejos iguais (LOPES, 2015).

Isso pode ser reflexo de que a medida que o indíviduo escolhe um parceiro, isso

se dá quase que em sua totalidade, para a satisfação própria, escolhendo assim uma

pessoa que vá confirmar os seus esquemas em relação a si, ao outro e ao futuro

(GAMEIRO; CORRÊA, 2019).

Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE

(2019), entre 2017 e 2018 o número de casamentos caiu 1,6% enquanto o de divórcios

aumentou significativos 3,2% somente no intervalo dos anos citados. Os conflitos na

relação conjugal estão sendo considerados agentes estressores e estão associados

ao desenvolvimento de transtornos psicológicos (PEÇANHA E RANGÉ, 2008).

Dessa forma, é notória a necessidade de investigação e pesquisa sobre esta

área, a fim de contribuir para um aumento significativo de estudos voltados para esta

terapia, a qual se encontra cada vez mais solicitada e aceitada de modo geral, por

possuir características como a colaboração de práticas e desenvolvimento de técnicas

das habilidades diretivas e assertivas, a fim de garantir relacionamentos melhores

através das mudanças realizadas nos níveis cognitivos, comportamental e afetivo.

(DATTILIO, 2011).

Esta terapia condiz com a necessidade de garantir estratégias especiais de

intervenção, à medida que possam ser utilizadas para amenizar os estados de crise,

através de uma habilidade do terapeuta de casal enquanto avaliador e indicador de

uma melhor alternativa de tratamento para esta crise. (SILVA; PARO, 2018).

As relações contemporâneas se tornaram mais frágeis ao longo do tempo, o

que pode levar um casal a procurar terapia conjugal, por consequências de problemas

Page 32: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

30

como o aumento das discussões, insatisfação na área sexual, dificuldades de

diferentes possibilidades, as quais o casal não consegue resolve-las. Dessa forma, a

tcc com ênfase no tratamento de casais que estejam passando por conflitos, tem

objetivos traçados, ligados a reestruturação de cognições inadequadas, possibilidade

de manejo das emoções, busca pela modificação de padrões de comunicação até

então não funcionais e por fim o desenvolvimento de estratégias que apontem

soluções dos problemas cotidianos. (PEÇANHA; RANGÉ, 2008).

Estes problemas geram dificuldades emergentes nos relacionamentos, como

por exemplo as crenças. Quanto maior o controle de pressupostos, mais difícil fica a

resolução do problema por causa da criação das cognições inadequadas. (PEÇANHA;

RANGÉ, 2008). Uma comunicação ineficiente também causa interferência no

relacionamento, uma vez que provoca o surgimento de novos conflitos com um tipo

de rebaixamento de negociações. Portanto se configura como importante o trabalho

no aspecto que abrange a terapia, para que se possa implementar a comunicação

diária do casal como uma das melhores formas de resolução de problemas (PRADO;

VANDERBERGHUE, 2008).

A maneira como as pessoas interpretam as situações, geram pensamentos

negativos nas condições que regem o relacionamento, tendo a situação um significado

invertido, tornando-o um problema e criando barreiras para a resolução do conflito

gerado. Os conflitos de modo geral, tendem a levar as pessoas a criarem uma visão

generalizada do problema, tendo reflexo direto na comunicação do casal. (BECK,

1995).

Segundo Rocha (2019), cada um inserido na relação conjugal, apresentam

suas compreensões, e quando essas se dão de modo instável, ambos se encontram

abertos para a comunicação, já quando se dá de forma estável, pode se tornar

inflexível mentalmente, especialmente quando esses cônjuges não apresentam

brechas para a modificação e também não conseguem perceber os empecilhos

adversos que ocorrem durante a relação.

Elias e Britto (2007), apontam que diversas são as distorções cognitivas que

atingem o relacionamento do casal, causando consequências negativas. Nas relações

são observadas um tipo de leitura mental, caracterizada como um erro de pensamento

muito frequente no relacionamento, à medida que ambas as partes passam a tirar

suas próprias conclusões sobre o que o outro pensa ou faz, gerando assim uma

reação nem sempre positiva no posicionamento com o outro. As generalizações são

preocupantes porque induzem ao pensamento cerrado, uma vez que ainda que se

Page 33: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

31

tenha atitudes positivas a serem levadas em consideração, por causa do ato de

generalizar formando uma opinião própria sobre uma determinada atitude, acontece

uma situação aversiva, onde se ignora todo o feito positivo de antes, dando ênfase

somente ao que aconteceu de negativo.

Segundo Gameiro e Corrêa (2019), as principais distorções que prejudicam o

relacionamento conjugam se configuram na leitura mental, interpretando que sabe o

que o outro pensa frente aos acontecimentos; e nas generalizações onde um

determinado ocorrido é maximizado e o que foi realizado de positivo fica retraído.

Dando espaço a uma interpretação errônea que o parceiro não realiza nada

condizente, acarretando conflitos de diálogo, acarretando rótulos negativos, gerando

sentimento de culpa.

Baptista e Teodoro (2012) referem-se à intervenção com casais como sendo

um modulo de treinamento preventivo, ao mesmo tempo que educacional, o qual visa

engajar os envolvidos no casamento em processos voltados para a aprendizagem,

reflexão conscientização e treinamento de habilidades.

Epstein e Baucom (2002) apontaram duas perspectivas utilizadas nas

intervenções para modificação de interações entre o casal:

1. Mudança orientada de comportamento: o terapeuta tem o papel de

auxiliar o casal na identificação dos excessivos comportamentos negativos e nas

deficiências dos comportamentos positivos em suas interações, ressignificando o

aumento dos atos positivos e a diminuição dos atos negativos, pois a satisfação do

casal está diretamente ligada as atitudes agradáveis e desagradáveis apresentadas.

2. Intervenções baseadas em habilidades: os terapeutas ensinam as

habilidades essenciais para expor seus comportamento e emoções, como ouvir de

forma empática, através dos treinamentos de comunicação e de solução de

problemas.

Segundo Gameiro e Corrêa (2019) uma importante estratégia utilizada para

uma relação mais harmoniosa entre os cônjuges é o registro de conduta, técnica que

ajuda o parceiro a ter uma interpretação mais realista frente as situações.

Uma grande dificuldade na terapia de casais configura-se no desenvolvimento

de modelos de intervenções que sejam capazes de absorver a complexidade das

relações, tendo em vista que as dimensões que resultam a qualidade da relação

conjugal são complexas, além de subjetivas. Dessa forma, identificar os motivos pelos

quais acontecem os conflitos mais comuns na relação, pode garantir o subsidio

terapêutico a fim de que reflitam sobre a realidade diária que estão sendo expostos,

Page 34: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

32

assim como os filhos e demais envolvidos, buscando a possibilidade de engajamento

dos cônjuges no processo. Há intervenções que se mostram eficazes com os casais

abertos a envolver o parceiro em situações de aprendizagem, reflexão,

conscientização e treinamento de habilidades. Portanto, é de grande importância

estabelecer proposta de intervenção conjunta do casal, para que ambos possam

desfrutar do amadurecimento proposto pelo processo. (MOSMANN; FALCKE, 2011).

O estudo de Mosmann e Falcke (2011), aponta que:

Os resultados apontaram que o motivo mais frequente de desentendimento entre o casal é a relação com os filhos, seguido pelo tempo que desfrutam juntos, o dinheiro, as tarefas domésticas e, por fim, o sexo e as questões legais. Preponderaram as formas de resolução em discussões com calma, mas situações de agressão verbal foram reportadas como já tendo ocorrido por 75,8% dos casais e episódios de agressão física ou arremesso de objetos já haviam ocorrido com 7,3% dos casais. Sendo assim, estabelecer um foco específico para intervir junto aos casais, por exemplo, no desenvolvimento de estratégias de resolução de conflitos, pode favorecer o incremento dos níveis de qualidade nos relacionamentos conjugais (MOSMANN; FALCKE, 2011, p.5).

Os meios interventivos que são mais utilizados predizem aos registros dos

pensamentos automáticos, uma atividade que encaminha os seus pacientes a um

meio de compreensão de pensamentos, sentimentos e comportamentos, em um dado

momento durante suas atividades rotineiras, indagações a respeito das sessões e

suas lembranças (SILVA; PARO, 2018).

De acordo com Melo (2018), o casal tem um grande déficit em exteriorizar os

seus pensamentos e sentimentos durante a interação entre os cônjuges, isso reflete

muito na maneira de assimilar e compreender o que um dos cônjuges pensam e

sentem a respeito de uma determinada circunstância, utilizando assim de palavras

inadequadas que passam interpretações ambíguas. Isso dá-se decorrente, a

comunicação de maneira errônea, é uma problemática comum encontrada nos

relacionamentos conjugais, elevando cada vez mais os problemas ou ocasionando

um novo, pois a comunicação é o ouvir e o falar entre os cônjuges. (GUIMARÃES,

2019). A maneira de compreender o outro torna-se dificultosa por vários fatores, por

isso a importância de adquirir habilidades para a interação conjugal.

No decorrer da psicoterapia, algumas situações devem ser compreendidas,

como: cada cônjuge deve identificar, suas regras e vivências estabelecidas em seus

comportamentos funcionais e disfuncionais durante seu desenvolvimento; identificar

e perceber os pensamentos e sentimentos que mais são emitidos nas suas relações;

identificar maneiras de comunicação entre o casal e estabelecer o treinamento de

Page 35: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

33

novas formas mais adaptativas; identificar outras formas para tomar as decisões e

treiná-las (FREIRE, 2019).

Através da elaboração de perguntas a respeito do que se pensa outro e regras

do consulente, é feita a busca pela presença de pensamentos automáticos, crenças

intermediarias e centrais (BECK, 1997), dessa forma a utilização destas técnicas,

ainda que sejam advindas de uma teoria não relativamente nova, proporciona ao casal

visualizar de forma clara, a relação que tem os pensamentos e as reações emocionais

que são grandes contribuintes para o desgaste da relação.

Entretanto, diversas outras intervenções são utilizadas por psicoterapeutas de

casais a fim de modificarem as cognições problemáticas, buscando ensinar cada

parceiro a forma com que pode ser feita a avaliação de experiencias pessoais e assim

ser possível entender a lógica que pode sustentar ou até mesmo contradizer uma

condição que seja particular de estresse (EPSTEIN, 2010).

De acordo com as sessões, elas devem ser iniciadas com a presença de ambos

os cônjuges, para que o terapeuta possa observar a problemática do casal e como se

dá essa interação, auxiliando na formulação das hipóteses preliminares; após isso são

realizadas sessões individuais, para que possam expor algo que não se sentem bem

em falar na presença do outro e não tenha sido expressado na presença do parceiro

(SILVA; PARO, 2018).

De acordo com a estruturação das sessões na linha cognitivo comportamental

está baseado na compreensão do histórico de vida e da descrição dos conflitos que

envolvem a relação, o controle emotivo, a compreensão dos comportamentos, que

envolvem a identificação destes por parte dos cônjuges, testando e validando seus

pensamentos, estratégias para o enfrentamento dos conflitos e de abertura de diálogo,

visando uma modificação de suas condutas inválidas, evitando assim a reincidência

que acarretavam negativamente a relação (ROCHA, 2019).

Segundo Dattilio (2011), os casais vêm se incorporando a terapia, devido a ser

colaborativa, prática e por obter em seu repertório, técnicas de habilidades diretivas e

assertivas, que promovem uma qualidade no relacionamento, de acordo com as

mudanças feitas no campo cognitivo, comportamental e afetivo.

De acordo com Mosmann e Falcke (2011) é importante apresentar uma base

mais diretiva na questões da resolução dos conflitos, interpretando que os casais

possuem incapacidades para enfrentarem seus conflitos, então trazendo o enfoque

para essas técnicas, privilegiam para que os propósitos sejam alcançados com mais

facilidade.

Page 36: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

34

Portanto, é nítida a necessidade do trabalho em diferentes níveis com ambos

os envolvidos, a fim de buscar a plena conscientização sobre os mitos existentes nas

relações conjugais, sobre a importância do reconhecimento e a modificação dos

padrões que resultaram o conflito, além da melhoria nos processos de comunicação,

como já foi evidenciado que a comunicação diária possibilita uma melhor relação.

De acordo com Gameiro e Corrêa (2019):

É importante que o casal se conscientize de que a forma empática de enfrentamento é uma das melhores estratégias para a redução das distorções e essa conscientização é desenvolvida através da TCCC, que tem por finalidade auxiliar nas habilidades de comunicação e procurar evidências cognitivas que comprovem a funcionalidade ou não de como o casal está se comportando, com a perspectiva de ativar a organização e interpretação do pensamento de forma positiva. Isso explica o fato de que os casais que têm mais facilidade de lidar com suas emoções minimizam com mais facilidade esses erros de pensamento.(GAMEIRO; CORRÊA, 2019, p.226).

De modo geral, o processo terapêutico e a terapia conjugal garante o privilégio

do indivíduo reconhecer-se, motivo pelo qual tende a melhorar sua tomada de

decisão, assim como suas atitudes, por estar em uma condição superior a quem não

auto se conhece, podendo assim controlar o comportamento diante das mais diversas

situações, ainda que estas sejam de conflitos com o conjugue.

Page 37: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

35

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com o trabalho, foi observado que o principal objetivo da terapia

cognitivo comportamental é buscar ressignificar os sistemas de significados que os

pacientes apresentam diante de situações que a eles são apresentadas, que alteram

assim suas emoções e comportamentos, que na maioria das circunstâncias, se

apresenta como invalidantes, refletindo num paciente com dificuldades de adaptação

nas diversas áreas de sua vida. Nas questão da relação conjugal, busca ressignificar

esses seus conceitos que são construídos ao longo da vida, e que ficam enraizados

em cada um dos cônjuges, isso é realizado principalmente, através de técnicas de

comunicação e treino de habilidades que procuram tornar esses indivíduos mais

flexíveis para uma relação mais útil e harmônica.

Ressalta-se que algumas questões são primordiais para o tratamento

psicoterápico, que seriam: a aliança terapêutica uma relação mútua de confiança e

autenticidade, pois essa situação facilita para que o paciente se sinta num ambiente

onde ele possa ser aceito em sua essência, sem rotulações ou julgamentos, que

interferem diretamente no processo psicoterápico, com isso o paciente poderá relatar

tudo o que está vivenciando; a questão da psicoeducação do paciente, para que no

futuro ele possa se tornar seu próprio terapeuta; os questionamentos realizados

durante a terapia, no intuito de revalidar as distorções cognitivas que são

apresentadas; e o desenvolvimento de técnicas e habilidades que tornam os pacientes

mais flexíveis a mudança. O terapeuta cognitivo comportamental possui comprovação

empírica, que validam seus estudos numa gama de contextos, buscando meios para

que o paciente consiga refletir sobre suas vivências, e desenvolver estratégias que

poderão ressignificar suas cognições e moldar seus comportamentos.

Na questão da relação conjugal em si, foi pertinente as questões dos conflitos

que surgem e que tornam uma convivência prejudicial entre ambos os cônjuges, em

sua maioria tocante a respeito da comunicação e nas habilidades sociais, que

apresentam como um ponto a ser trabalhado e desenvolvido durante o processo de

terapia. Nela, a busca são desenvolverem estratégias para que esse casal possa se

tornar mais funcional diante das situações rotineiras que surgem, tornando essa

relação mais harmoniosa. O intuito é fazer com que os cônjuges se tornem mais

flexíveis e conscientes frente a suas vivências e comportamentos, para que esses

conflitos conjugais possam ter uma resolução equilibrada, tornando a convivência em

Page 38: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

36

conciliação. Isso tudo através, de um casal que esteja ativo e aberto a terapia e um

terapeuta autêntico e neutro em relação a demanda apresentada.

O intuito do trabalho foi alcançado, pois era contribuir de uma maneira geral

com os estudos que também já foram realizados acerca da temática, numa maior

elaboração de conhecimento científico, que reflita as diversas formas de como se

formam e constituem as relações conjugais, nas suas mais variadas facetas, e como

a Terapia Cognitivo Comportamental pode contribuir para esse campo, que ainda é

muito vasto, devido as diversas transformações com que essas relações vem se

dando no decorrer do tempo.

Page 39: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

37

REFERÊNCIAS ALVES-SILVA, J. D.; SCORSOLINI-COMIN, F.; SANTOS, M. A. dos. Bodas para

uma vida: motivos para manter um casamento de longa duração. Temas

psicol., Ribeirão Preto , v. 25, n. 2, p. 487-501, jun. 2017 . Disponível em:

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-

389X2017000200005&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 02 de dezembro

de 2020. http://dx.doi.org/10.9788/TP2017.2-05.

ANDRADE, M. M. de. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos na graduação. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010. BAHLS, S.; NAVOLAR, A. B. B. Terapia Cognitivo-Comportamentais: Conceitos e Pressupostos Teóricos. Revista Eletrônica de psicologia. Psico UTP online. N. 04, Curitiba, jul. 2004. Disponível em: www.utp.br/psico.utp.online. Acesso em 03 de outubro de 2020. BAPTISTA, M. N.; TEODORO, M. L. Psicologia de família: teoria, avaliação e intervenção. 1. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. BARBOSA, J. L. C.; BORBA, A. O surgimento das terapias cognitivo-comportamentais e suas consequências para o desenvolvimento de uma abordagem clínica analítico-comportamental dos eventos privados. Rev. bras. ter. comport. cogn. [online], São Paulo, 2010, vol.12, n.1-2, pp. 60-79. ISSN 1517-5545. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-55452010000100004. Acesso em: 29 de novembro de 2020. BARBOSA, A. de S.; TERROSO B. L.; ARGIMON, I. I. de L. Epistemologia da

terapia cognitivo-comportamental: casamento, amizade ou separação entre as

teorias? Bol. Acad. Paulista de Psicologia, São Paulo, Brasil - V. 34, no 86, p. 63-79,

2014. ISSN 1415-711X.

Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1415-

711X2014000100006&lng=pt&nrm=iso. Acesso em 29 de novembro de 2020.

BECK, A. Para além do amor: como os casais podem superar os desentendimentos, resolver conflitos e encontrar uma solução para os problemas de relacionamento através da terapia cognitiva. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1995. BECK, J. Terapia Cognitivo Comportamental: Teoria e prática. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. BECK, J. S. Terapia cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Centro Gráfico, 1988. CARDOSO, B. L. A.; DEL PRETTE, Z. A. P. Habilidades sociais conjugais: uma revisão da literatura brasileira. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, v. 19, n. 2, p. 124-137, 2017.

Page 40: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

38

Disponível em: http://usp.br/rbtcc/index.php/RBTCC/article/view/1036. Acesso em: 29 de novembro de 2020. DOI: https://doi.org/10.31505/rbtcc.v19i2.1036 DATTILIO, F. M. Manual da Terapia Cognitivo – Comportamental para Casais e Famílias. Rio de Janeiro: Artmed, 2011. DATTILIO, F. M.; FREEMAN, A. M. Estratégias cognitivo-comportamentais de intervenção em situações de crise. In: EPSTEIN, B. N.; SCHLESINGER E. S. Casais em crise. Porto Alegre: Artmed, 2004. p. 241-261 DURÃES, R. S. S. Identificação de distorções cognitivas em casais e intervenção cognitivo- -comportamental. 2016. 22p. Dissertação (Mestrado em Psicologia da Saúde) - Universidade Metodista de São Paulo, São Paulo, 2016. Disponível em: http://tede.metodista.br/jspui/handle/tede/1600. Acesso em 29 de novembro de 2020. ELIAS, P. V. O.; BRITTO, I. A. G. S. A função da assertividade no relacionamento afetivo. In R. R. Starling (Org.). Sobre Comportamento e Cognição: temas aplicados, v. 19, p.23-36, Santo André: ESETec, 2007. EPSTEIN, N. B. Terapia cognitivo-comportamental de casais. Porto Alegre: Artmed. 2010. EPSTEIN, N. B.; BAUCOM, D. H. Terapia cognitivo-comportamental aprimorada para casais: uma abordagem contextual. Washington, DC, EUA: Associação Americana de Psicologia, 2002. https://doi.org/10.1037/10481-000 Disponível em: https://content.apa.org/PsycBOOKS/toc/10481. Acesso em: 29 de novembro de 2020. ESTRADA, D. Conjugalidades com mais de 25 anos. Estudo Exploratório. Dissertação (Mestrado em Psicologia). Universidade de Coimbra – Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação – UC/FPC, Coimbra, 2015. Disponível em: https://estudogeral.uc.pt/handle/10316/32233. Acesso em 29 de novembro de 2020. FALCONE, E.M.O. As bases teóricas e filosóficas das abordagens cognitivo-comportamentais. In: Vilela, A. M. J.; Ferreira, A. A. L.; Portugal, F. T. História da Psicologia: rumos e percursos. Rio de Janeiro: Nau, 2018. FIÚZA, C. Direito Civil, 8° edição, Belo Horizonte: Ed. Del Rey, 2004. FONSECA, R. C. T.; CARVALHO, A. L. N. O papel da empatia e da comunicação assertiva na satisfação conjugal em casamentos de longa duração. Revista Polêmica – UERJ, Rio de Janeiro, v.16, n.2, p. 40-58, abril/maio/junho 2016. DOI: 10.12957/polemica.2016.22901. Disponível em:https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/polemica/article/view/22901. Acesso em: 29 de novembro de 2020. FREIRE, L. Terapia Familiar: Múltiplas abordagens com Casais e Famílias. 1. Ed. Curitiba: Appris, 2019.

Page 41: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

39

GAGLIANO, P.S. FILHO, R. P. Novo curso de direito cível: direitos das famílias, as famílias em perspectiva constitucional. 4a Ed. São Paulo: Saraiva, 2014. GAMEIRO, C. B. S.; CORRÊA, A. S. Terapia Cognitivo-Comportamental para Casais diante das distorções cognitivas. Disciplinarium Scientia. Série: Ciências da Saúde, Santa Maria, v. 20, n. 1, p. 217-228, 2019. ISSN 2177-3335 Disponível em: https://periodicos.ufn.edu.br/index.php/disciplinarumS/article/view/2630. Acesso em 29 de novembro de 2020 GONÇALVES, J.; OLIVEIRA, A. J.; SILVA, J. V. A. Psicologia Cognitivo – Comportamental e experiência de estágio em Psicologia Clínica: avaliação psicológica da Ansiedade. Perspectivas Online: Humanas e Sociais Aplicadas,

Itajaí, v.8, n.21, p.28-36, 2018. ISSN: 2236-8876 DOI:10.25242/887682120181344. Disponível em: https://ojs3.perspectivasonline.com.br/humanas_sociais_e_aplicadas/article/view/1344. Acesso em 29 de novembro de 2020. GARCÍA, H. J. A. La estructura de lapareja: implicaciones para la terapia cognitivo conductual. Clínica y salud [em linea],Madrid, v. 13, n. 1, p. 89-125, 2002. ISSN: 1130-5274. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/1806/180618083004.pdf. Acesso em 29 de novembro de 2020. GUIMARÃES, C. C. Psicoterapia com casal disfuncional na terapia cognitiva – comportamental. Rev. Humanae: Questões controversas do mundo contemporâneo, Recife, v.13, n.2, 2019. ISSN: 1517-7606 Disponível em: http://humanae.esuda.com.br/index.php/humanae/article/view/684. Acesso em 29 de novembro de 2020. HAYES, S.C. Terapia de Aceitação e Compromisso, Teoria do Quadro Relacional e a terceira onda de terapias comportamentais e cognitivas. Terapia Comportamental, 35, p. 639 – 665. DOI: 10.1016/S0005-7894(04)80013-3 Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0005789404800133. Acesso em 29 de novembro de 2020. HOFMANN, S. G. Introdução à terapia cognitivo-comportamental contemporânea. Porto Alegre: Artmed, 2014. IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA. Estatísticas do Registro Civil, Rio de Janeiro, 2016. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/17943-registro-civil-em-2016-registros-de-nascimentos-tem-queda-5-1-em-relacao-a-2015, acesso em: 28 de abril de 2020. KERBAUY, Rachel Rodrigues. Terapia comportamental cognitiva: uma comparação entre perspectivas. Psicol. cienc. prof. v.3, n.2 ,Brasília, 1983. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98931983000100002&lng=pt&nrm=iso. Acesso em 20 de setembro de 2020.

Page 42: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

40

KNAPP, P.; BECK, A. T. Fundamentos, modelos conceituais, aplicações e pesquisa da terapia cognitiva. Rev. Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, v.30, n.2, p. S54-64, out. 2008.DOI: https://doi.org/10.1590/S1516-44462008000600002. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462008000600002&lng=pt&tlng=pt. Acesso em 29 de novembro de 2020. LEAL, R. F.; PEPINO, E. J. L. O casamento civil e suas repercussões no mundo jurídico. Rev. JurES, Vitória – ES, v.13, n.23, p. 1-13, 2020. Disponível em: http://periodicos.estacio.br/index.php/juresvitoria/article/view/8570. Acesso em 02 de dezembro de 2020. LONDERO, I. Teoria e Técnica na Terapia Comportamental e Cognitivo-comportamental. Reimpressão. São Paulo: Santos, 2016. LOPES, D. F.. Representações e vivencias conjugais: da construção a resolução de conflitos. Mestrado (Psicologia Clínica e da Saúde), Universidade de Lisboa – Faculdade de Psicologia, Lisboa, 2015. Disponível em: https://repositorio.ul.pt/handle/10451/23522. Acesso em 29 de novembro de 2020. MACHADO, R. N. et al . Psicoterapia de casal: ambiguidade na demanda de

tratamento e manejo clínico. Rev. Vínculo, São Paulo , v. 15, n. 1, p. 8-21, 2018 .

Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-

24902018000100003&lng=pt&nrm=iso. ISSN 1806-2490.

Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-

24902018000100003&lng=pt&nrm=iso. Acesso em 29 de novembro de 2020.

MARTIN, G.; PEAR J. Modificação de comportamento: o que é e como fazer. 8 ed. Reimpressão. São Paulo: Roca, 2016. MELNIK, T.; ATALLAH, A. G. Psicologia baseada em evidências: provas científicas da efetividade da psicoterapia. Reimpressão. São Paulo: Santos, 2016. MELO, E. C. Terapia Cognitivo – Comportamental para Casais: Uma revisão bibliográfica. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização). Centro de Estudos em Terapia Cognitivo Comportamental, São Paulo, 2018. Disponível em: https://cetcconline.com.br/wp-content/uploads/2018/12/Elisete-Costa-de-Melo.pdf. Acesso em 29 de novembro de 2020. MIRA, C. S.; MARQUES, E. L. L. Sistema Único de Saúde e a Terapia Cognitivo Comportamental: implicações, importância e contribuições. Synthesis Revista Digital FAPAM: Pará de Minas, v.7, n.7, 310-332, dez. 2016. ISSN 2177-823X Disponível em: https://periodicos.fapam.edu.br/index.php/synthesis/article/view/145. Acesso em 29 de novembro de 2020. MOREIRA, T. S. C. Influência da rede social na percepção da conjugalidade por sujeitos reformados. Dissertação (Mestrado em Psicologia). Universidade de Coimbra – Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação – UC/FPC, Coimbra, 2015. Disponível em: https://estudogeral.uc.pt/handle/10316/30987. Acesso em 29 de novembro de 2020.

Page 43: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

41

MOSMANN, C.; FALCKE, D. Conflitos conjugais: motivos e frequência. Rev.

SPAGESP, Ribeirão Preto , v. 12, n. 2, p. 5-16, dez. 2011 . ISSN 1677-2970

Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-

29702011000200002&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 27 de novembro de 2020.

NASCIMENTO, F. S. P. do. Terapia Cognitivo Comportamental para casais em conflito: estudo de caso. Dissertação (Mestrado em Psicologia e Saúde) - Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, São José do Rio Preto, 2016. Disponível em: http://bdtd.famerp.br/handle/tede/490. Acesso em: 29 de novembro de 2020. NEUFELD, C. B. et al. Terapia Cognitivo – Comportamental nos cursos de graduação em Psicologia: Um mapeamento nacional. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, São Paulo, v.20, n.1, p. 86-97, 2018. DOI: https://doi.org/10.31505/rbtcc.v20i1.1139. Disponível em: http://usp.br/rbtcc/index.php/RBTCC/article/view/1139. Acesso em 29 de novembro de 2020. NOGUEIRA, C. A. et al. A importância da psicoeducação na Terapia Cognitivo Comportamental: uma revisão sistemática. Revista das Ciências da Saúde do Oeste Baiano – Higia: Faculdade São Francisco de Barreira – FASB, v.2, n.1, p. 108-120, 2017. Disponível em: http://noar.fasb.edu.br/revista/index.php/higia/article/view/190/211. Acesso em: 29 de novembro de 2020. PECANHA, R. F.; RANGE, B. P. Terapia cognitivo-comportamental com casais: uma

revisão. Rev. bras. ter. cogn., Rio de Janeiro, v. 4, n. 1, jun. 2008. ISSN 1808-5687

Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-

56872008000100009. Acesso em 29 de novembro de 2020.

PIZOL, K. B. Psicoterapia cognitiva comportamental para adultos, casais e adolescentes. Disponível em: http://www.psicoterapiacognitiva.com.br/. Acesso em 10 de setembro de 2020. PRADO, L.VANDENBERGHE, L. A importância do treino de comunicação na terapia comportamental de casal. Psicologia em estudo, v. 13, n. 1, p. 161-168, 2008. ISSN: 1413-7372. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/2871/287122106019.pdf. Acesso em: 29 de novembro de 2020 ROCHA, A. Terapia Cognitivo-Comportamental com Casais e Família. In: FREIRE, L. Terapia Familiar: Múltiplas abordagens com Casais e Famílias. Curitiba: Appris, 2019. SANTOS, C. E. M.; MEDEIROS F. A. A relevância da técnica de questionamento socrático na prática cognitivo comportamental. Archives of Health Investigation, v.6, n.5, p. 204-208, 2017. DOI: http://dx.doi.org/10.21270/archi.v6i5.1940. Disponível em: https://archhealthinvestigation.com.br/ArcHI/article/view/1940. Acesso em 29 de novembro de 2020.

Page 44: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

42

SANTOS, P. L. dos. A família contemporânea e a busca da compreensão de novos paradigmas a partir da família de Marta, Maria e Lázaro. Dissertação (Mestrado profissional em Teologia) – Faculdade EST, São Leopoldo, 2018. SANTOS, P. L. dos. Terapias Comportamentais de Terceira Geração:

Disseminação aos falantes de língua portuguesa, validade transcultural e aplicabilidade no Brasil. Universidade de Coimbra, 2018. Disponível em: http://hdl.handle.net/10316/83587. Acesso em 29 de novembro de 2020. SANTOS, P. L.; GOUVEIA, J. P.; OLIVEIRA, M. S. Terapias Comportamentais de terceira geração: guia para profissionais. Novo Hamburgo: Sinopsys, 2015. SCRIBEL, M. D. C.; SANA, M. R.; DI BENEDETTO, A. M. Os esquemas na estruturação do vínculo conjugal. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, v. 3, n. 2, p. 1-10, 2007. ISSN 1808-5687. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-56872007000200004. Acesso em 29 de novembro de 2020.

SILVA, A. P. M. da.; PARO E. A Terapia de Casais com base na abordagem Cognitivo – Comportamental. UNIVAG, Várzea Grande, 2018. ISSN 2526-0715 Disponível em: https://periodicos.univag.com.br/index.php/psicologia/article/view/574. Acesso em: 29 de novembro de 2020. SILVA, L. A.; SCORSOLINI-COMIN, F. S.; SANTOS, M. A. Casamentos de Longa

Duração: Recursos Pessoais com Estratégias de Manutenção do Laço Conjugal.

Rev. Psico – USF, Bragança Paulista, v.22, n.2, p. 323-335, mai./ago. 2017.

ISSN 2175-3563. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-82712017220211

Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-82712017000200323&lng=pt&tlng=pt. Acesso em 29 de novembro de 2020. SOUZA, G. E. de. Manual do trabalho acadêmico-científico. Rio de Janeiro: Alta Books: 2017. STURMER, T. R.; MARIN, A. H.; OLIVEIRA, D. S. Compreendendo a estrutura familiar e sua relação com a parentalidade: relato de caso de um casal em terapia de abordagem sistêmica. Revista Brasileira de Psicoterapia, Porto Alegre, v.18, n.3, dez. 2016. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Angela_Marin/publication/318981245_Compreendendo_a_estrutura_familiar_e_sua_relacao_Com_a_parentalidade_relato_de_Caso_de_um_Casal_em_terapia_de_55_RBPsicoterapia_Revista_Brasileira_de_Psicoterapia_Compreendendo_a_estrutura_familiar_e_/links/59890f3745851560584f9638/Compreendendo-a-estrutura-familiar-e-sua-relacao-Com-a-parentalidade-relato-de-Caso-de-um-Casal-em-terapia-de-55-RBPsicoterapia-Revista-Brasileira-de-Psicoterapia-Compreendendo-a-estrutura-familiar-e.pdf. Acesso em: 29 de novembro de 2020. TAIBBI,R. Fazendo terapia familiar: habilidade e criatividade na prática clínica. Reimpressão. São Paulo: Roca, 2016. VENOSA, S. S. Direito Civil: 9° edição ,v. VI, São Paulo: Atlas, 2009.

Page 45: TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA …€¦ · TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia apresentada a Coordenação do Curso

43

WRIGHT, J. H. et al. Aprendendo a Terapia cognitivo comportamental. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2019.