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Considerando as possibilidades de desenvolvimento das cidades e de suas regiões, na forma de municípios centrais onde os serviços, atividades e equipamentos se concentram, ou na condição de rede de cidades, onde a cooperação traz o desenvolvimento conjunto, o presente trabalho visa levantar as relações existentes, as relações em potencial e algumas possibilidades e diretrizes para a efetivação do planejamento pensado sobre uma rede de cidades. A área escolhida para tal reflexão se insere no nordeste de Minas Gerais e consiste em um recorte de municípios que já possuem certo nível de relação intra-regional. As questões aqui discutidas giram principalmente em torno das atividades econômicas, turísticas e culturais deste recorte.

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Universidade Federal de Juiz de Fora Faculdade de Engenharia Departamento de Arquitetura e Urbanismo

AS REDES DE RELAÇÕES

O PLANEJAMENTO REGIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL

BÁRBARA LOPES BARBOSA

Monografia apresentada ao curso de Arquitetura e Urbanismo, da Faculdade de Engenharia, da Universidade Federal de Juiz de Fora, como requisito parcial para conclusão da disciplina Trabalho Final de Graduação I Orientador: Prof. Antônio Agenor Barbosa Co-orientador: Prof. Fabio Jose Lima

JUIZ DE FORA – JULHO DE 2011

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Dedico aos meus pais, Deia e Klinton.

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NOTAS E AGRADECIMENTOS

O pensamento sobre o conteúdo aqui colocado começou muito antes de realmente ser

um trabalho de fim de curso. Nasci e fui criada em Capelinha, cidade do Vale do

Jequitinhonha, região que teve sua imagem sempre muito presente em minhas

discussões escolares e familiares, acerca da rica cultura ali concentrada, e em contra-

senso, sobre a visão de terra abandonada, que ainda hoje muitos tem, nos discursos

políticos e nas mídias nacionais.

Apesar de não conhecer o Vale como um todo, foi destas pequenas discussões que

surgiu a vontade de procurar saber mais sobre a realidade da cidade onde nasci, que

se espelha as realidades do seu entorno.

Morando na Zona da Mata há sete anos, pude, com maior clareza, reconhecer certos

aspectos que a vivência diária não destaca tanto. E foi com esta pequena carga que

tracei os objetivos deste trabalho.

Agradeço aqui a todos os representantes das instituições de Capelinha que me

receberam com tanta receptividade e foram tão solícitos em minha pesquisa e coleta

de dados no trabalho de campo.

Muito obrigada aos meus tios e primos por estarem sempre dispostos a ajudar, em

todas os momentos que precisei. É impossível neste caso, não destacar a ajuda da

Tia Zan, Tio Toni, Tio Cau e da prima Sara, muito obrigada, sempre. E ainda à Vovó

Zita e à Dindinha Graça, pela torcida e oração que fizeram toda a diferença.

À FeNEA, que me levou à Diretoria de Ensino, Pesquisa e Extensão, onde encontrei o

que realmente me encanta na Arquitetura e Urbanismo. E a quem me mostrou este

caminho, o CACAU, que me rendeu amigos e aprendizados que levo para a vida,

nunca deixando de representar para mim um segundo lar.

À minha turma, que fez do meu tempo de faculdade, um tempo que eu queria que

fosse eterno. Aos núcleos de pesquisa Gpur e npeurb. Aos colegas de intercâmbio

que no pouco período de convívio fizeram parte de importantes momentos da minha

vida.

Aos meus professores, que doaram cada um, um pouco de si para formar o

aprendizado que hoje tenho, em especial ao Antônio Agenor e Fabio Lima.

Agradeço especialmente ao Fabrício, que se mostrou tão companheiro, fazendo parte

de todo o processo deste trabalho, discutindo idéias e ideais, me fazendo pensar

sempre além.

Obrigada aos meus irmãos, Débora e Nuno, e ao meu sobrinho Gabriel, vocês são um

pedaço de mim. Obrigada ao meu cunhado Rodrigo pelo apoio constante.

E principalmente, aos essenciais e indispensáveis...

Meus pais, Déia e Klinton, grandes responsáveis por todas as minhas conquistas.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

1.1. Conceituação - O planejamento Regional

1.2. As redes urbanas

1.2.1. As redes de influência no Brasil

1.2.2. As redes de influência em Minas Gerais

2. OBJETO DE ESTUDO: A REDE URBANA NA REGIÃO DE CAPELINHA

2.1. O município

2.2. Metodologia de pesquisa

2.3. As relações existentes e em potencial

2.4. Os facilitadores dos Fluxos

3. OBJETIVO E JUSTIFICATIVA

3.1. Possibilidades e Diretrizes de Planejamento

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

5. BIBLIOGRAFIA

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RESUMO

Considerando as possibilidades de desenvolvimento das cidades e de suas

regiões, na forma de municípios centrais onde os serviços, atividades e

equipamentos se concentram, ou na condição de rede de cidades, onde a

cooperação traz o desenvolvimento conjunto, o presente trabalho visa levantar

as relações existentes, as relações em potencial e algumas possibilidades e

diretrizes para a efetivação do planejamento pensado sobre uma rede de

cidades.

A área escolhida para tal reflexão se insere no nordeste de Minas Gerais e

consiste em um recorte de municípios que já possuem certo nível de relação

intra-regional. As questões aqui discutidas giram principalmente em torno das

atividades econômicas, turísticas e culturais deste recorte.

1. INTRODUÇÃO

1.1. Conceituação

[...] como observa Offner (2000), atualmente convivem

dois tipos de sistema urbano - o sistema de localidades

centrais, com regiões formadas no entorno dos centros, e

o sistema reticular, em que a cidade funciona como nó de

uma rede mundial. Especialmente em um país como o

Brasil, marcado por profundas desigualdades de renda e

de acesso a mercados consumidores, a rede urbana

divide-se entre uma arquitetura clássica desenhada pelos

fluxos materiais - muitas vezes limitada aos níveis

hierárquicos mais elementares para parcela significativa

da população (CORRÊA, 1996) – e os pontos inseridos

nas redes globais, mais dinâmicos economicamente.

(IBGE – Regiões de Influência das cidades 2007)

É necessário perceber com clareza e analisar a diferença entre as

cidades/produto que vamos obter em cada um dos sistemas classificados por

Offner.

O sistema de localidades centrais é o que dá origem às regiões metropolitanas,

ou antes, aos centros regionais e suas cidades de entorno que se tornam

cidades dormitório. É onde o acesso aos serviços para suprir as necessidades

de uma cidade e sua população são encontrados somente neste centro,

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fazendo com que este em torno não gere vitalidade e fique sempre a mercê do

que o pólo centralizador lhe oferece.

O mercado guiado geralmente por sua lei do lucro leva os seus investimentos

para os centros já consolidados, ficando as regiões menos adensadas ou com

menores incentivos do país sem a possibilidade de usufruir da dinâmica que

esse mercado proporciona, seja ela positiva ou negativa. Assim, muitas das

políticas públicas acabam por serem direcionadas simples e puramente pelas

questões mercadológicas que envolvem as cidades.

A cultura expansionista dos núcleos urbanos brasileiros atinge principalmente estes maiores centros, aumentando assim os problemas habitacionais, de infra-estrutura básica, de inserção social, entre outros, isto ocorre pelo fato de não conseguirem planejar o crescimento na mesma velocidade em que ele acontece. O acesso a habitação, saneamento, transporte, saúde, cultura, entre outros, que são parte do direito a cidade, acabam por não serem cumpridos pela falta de administração de algumas políticas públicas. Esta pode ser uma herança do chamado Planejamento Estratégico que tem como característica marcante a visão da cidade como uma empresa competitiva, onde cada município oferece tudo de si para conquistar empreendimentos, buscando um desenvolvimento isolado que não se preocupa com um desenvolvimento comum. O Planejamento trabalhado regionalmente tem inicio entre 1950 e 1964 de forma incipiente e se insere a princípio nos grandes centros devido crescente processo de urbanização e conseqüente conurbação, mas ainda assim conserva os princípios do planejamento estratégico de caráter competitivo entre as cidades. Assim, na citação abaixo, o autor ao tratar o tema planejamento estratégico no capítulo: Competitividade, Estratégia e Políticas Urbanas, de seu livro, esclarece a questão do funcionamento das cidades neste sistema de planejamento e desenvolvimento urbano.

Da empresa privada assimilam-se lógicas e técnicas até então estranhas à administração pública. Apelou-se, com freqüência, para sua eficiência e para a objetividade, flexibilidade e eficácia de suas decisões, apontando como padrão a ser perseguido. Ter a empresa como parâmetro sugeria gerir a cidade como a iniciativa privada, do que resultava uma mudança na forma da ação governamental e nos seus resultados tangíveis: a maneira como está institucionalizado o processo decisório determina quais objetivos e temas têm condições de emergir na agenda política (Offe,1975). A referência à empresa também foi fundamental na concepção e afirmação do planejamento estratégico em cidades. A óptica que assinalava a abrangência planetária da empresa contemporânea ao ser adotada no planejamento de cidades, demandava que as unidades

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urbanas fossem concebidas em relação de concorrência. (NOVAIS, 2010. P. 28)

Em contrapartida, existe a possibilidade de se haver a complementaridade

entre municípios como uma rede, com relações horizontais de cooperação, que

ainda podem ser facilitadas graças às transformações decorrentes das novas e

mais eficientes formas de comunicação.

Não se trata de disseminar funções dentro de uma área, mas sim, que as

cidades trabalhem suas necessidades em forma de rede onde os nós nunca

são totalmente semelhantes, levando-se em conta as especificidades locais.

Para tal análise, é necessário partir das possibilidades de relações

interestaduais, inter-regionais e intermunicipais, o grau de influência e a

abrangência das relações já existentes.

1.2. As redes urbanas

Nos itens e subitens que se seguem as redes urbanas são abordadas de forma

macro para se chegar finalmente em um recorte, parcialmente conclusivo, de

uma região que virá a ser tomada como futura área de atuação.

1.2.1. As redes de influência no Brasil

O IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - faz desde 1966 um

estudo acerca das relações entre os municípios brasileiros, no inicio se tratava

de um estudo sobre a Divisão do Brasil em Regiões Funcionais Urbanas e hoje

este estudo é conhecido como REGIC – Regiões de Influência entre as

Cidades. Esta análise tem como objetivo conhecer os relacionamentos entre as

cidades brasileiras com base na análise dos fluxos de bens e serviços. Através

da pesquisa de campo o REGIC permite vislumbrar os diferentes tipos de

centros gestores e a relação entre estes municípios integrantes deste campo.

A definição destes centros classificados pelo IBGE segue alguns quesitos,

como:

Subordinação administrativa no setor público federal, gestão federal;

Localização das sedes e filiais de empresas, gestão empresarial;

Oferta de equipamentos e serviços: Informações de ligações aéreas,

deslocamento para atendimentos hospitalares, áreas de cobertura das

emissoras de TV, oferta de ensino superior, diversidade de atividades

comerciais e serviços bancários, presença de domínios de internet, entre

outros.

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Depois de definidos os principais centros da rede urbana, que são os principais

nós da rede, a análise passa para a definição das regiões de influência destes

centros. Através de questionários, o IBGE investigou:

Principais ligações de transportes regulares (em especial para os

centros)

Destino dos moradores para obter produtos e serviços (compras em

geral, educação superior, aeroportos, serviços de saúde, fluxos para

aquisição de insumos e destinos agropecuários)

É importante salientar que nesta classificação alguns municípios localizados

em regiões menos adensadas, devido a fatores demográficos e econômicos,

apresentam indicativos de centralidades mais fortes que outros em regiões

mais adensadas, assumindo na hierarquia um nível de centralidade mais

elevado.

Mapa 1 - Relações entre os estados brasileiros. Fonte: IBGE - Regiões de Influência das Cidades [2007].

As cidades foram classificadas em cinco grandes níveis, por sua vez subdivididos em dois ou três subníveis, a saber:

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1. As metrópoles que englobam os doze principais centros urbanos brasileiros,

caracterizadas por seu grande porte, com grande area de influência e fortes

relações entre si. Segundo a extensão territorial e a intensidade destas

relações, estes centros foram sub-divididos em: São Paulo como grande

metrópole nacional, por ser o maior conjunto urbano do país, sendo alocado

assim no primeiro nível da gestão territorial; Metrópoles Nacionais, onde se

inserem Rio de Janeiro e Brasilia, juntamente com São Paulo, fazem parte

deste primeiro nível de gestão, constituem foco para centros localizados em

todo o País; e as Metropoles, Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo

Horizonte, Curitiba, Goiânia e Porto Alegre, que constituem o segundo nível da

gestão territorial.

2. No nível de Capital Regional, se inserem setenta centros que também se

relacionam com o nível das metrópoles, com capacidade de gestão no nível

imediatamente inferior ao destas, tendo área de influência de ambito regional.

Na sub-divisão do nível de capital regional, tem-se um primeiro grupo que inclui

as capitais estaduais não classificadas no nível metropolitano e Campinas. No

segundo e terceiro grupos, faz-se uma diferenciação de porte, padrão de

localização regionalizado. Os grupos das Capitais regionais são divididos em A,

B e C, com variações decrescentes de população e relações gerais.

3. Com atividades de gestão menos complexas, os Centros sub-regionais, têm

área de atuação mais reduzida, e seus relacionamentos externos em geral se

resumem às três metrópoles nacionais. Também se dividem em sub-grupos, os

Centros Sub-regionais, A e B.

4. Os Centros de zona, são cidades de menor porte e com atuação restrita à

sua área imediata; exercem funções de gestão elementares. Estes centros se

dividem em Centros de Zona A e B.

5. O último nível concentra as cidades classificadas como Centros locais, cuja

centralidade e atuação não extrapolam os limites do seu município, servindo

apenas aos seus habitantes, têm população dominantemente inferior a 10 mil

habitantes. Possuem grande dependência dos núcleos mais próximos e

superiores na hierarquia da rede de relações.

1.2.2. A rede de influências em Minas Gerais

Minas Gerais, estado do sudeste brasileiro, faz divisa com outros cinco

estados, Goiás, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo e é em cada

uma dessas divisas que vemos ressaltadas as inúmeras realidades deste

estado.

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Belo Horizonte enquanto metrópole na hierarquia dos núcleos gestores, tem

grande parte do Estado de Minas Gerais como sua área de influência, no

entanto, existem áreas como a parte sul do estado e do triângulo mineiro que

estão mais ligadas ao núcleo de São Paulo, havendo também a Zona da Mata

Mineira, que sofre uma influência compartilhada, por parte do Rio de Janeiro e

Belo Horizonte.

[...]Belo Horizonte e sua rede urbana respondem por

9,1% da população e 7,5% do PIB do País. A metrópole

concentra 30,5% da população e 40,4% do PIB da rede.

(...) o PIB per capita do centro é mais alto, de R$ 12,7 mil,

enquanto os demais municípios da rede não passam de

R$ 8,2 mil per capita. (...) Fazem parte da rede de Belo

Horizonte as Capitais regionais B de Juiz de Fora

(também ligada ao Rio de Janeiro) e Montes Claros; as

Capitais regionais C de Divinópolis, Governador

Valadares, Ipatinga, Coronel Fabriciano, Timóteo, Teófilo

Otoni, Varginha e Uberaba (também ligada a São Paulo);

os Centros sub-regionais A de Barbacena, Muriaé, Ubá,

Patos de Minas, Lavras, Manhuaçu, Passos e Ponte

Nova; e os Centros sub-regionais B Cataguases,

Janaúba, Caratinga, São Lourenço, Viçosa, Conselheiro

Lafaiete e São João del Rei.( op cit. IBGE – Regiões de

Influência das cidades 2007)

Na Tabela 1 é possível vislumbrar a dimensão das redes que estão em

primeiro nível nas quais Belo Horizonte se insere. Tendo Belo Horizonte, dentre

estas, um elevado numero de cidades pólo em cada categoria apresentada.

Redes de

primeiro nível

Dimensão

Número

de capitais

regionais

Número de

capitais sub-

regionais

Número de

capitais de

Zona

Número de

municípios População Área (Km²)

São Paulo 20 33 124 1028 51020582 2279108,45

Rio de Janeiro 5 15 25 264 20750595 137811,66

Brasília 4 10 44 298 9680621 1760733,86

Manaus 1 2 4 72 3480028 1617427,98

Belém 3 11 10 161 7686082 1389659,23

Fortaleza 7 21 86 786 20573035 792410,65

Recife 8 18 54 666 18875595 306881,59

Salvador 6 16 41 486 16335288 589229,74

Belo Horizonte 8 15 77 698 16745821 483729,84

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Curitiba 9 28 67 666 16178968 295024,25

Porto Alegre 10 24 89 733 15302496 349316,91

Goiania 2 6 45 363 6408542 835783,14

Tabela 1 - Destaque para a dimensão da rede de Belo Horizonte – MG. Fonte: IBGE [2007] Região de Influências das cidades. Acesso em março de 2011.

Mapa 2 - Relações entre os centros de Minas Gerais e os demais grandes centros. Fonte: IBGE [2007] – Regiões de Influências das cidades. Acesso em: março de 2011.

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Mapa 3 - Rede de influência dos centros de Minas Gerais com ênfase no pólo de Belo Horizonte(vide legenda mapa 2). Fonte: IBGE [2007] Regiões de Influências das cidades. Acesso

em:março de 2011.

Ao analisar a rede de influências dentro do estado, tomando como base o

Mapa 2 e 3 apresentados acima, é possível notar as diferentes relações das

regiões de Minas Gerais entre si e com relação aos demais estados. Nota-se

uma clara dispersão dos raios na região mais a norte e nordeste do Estado.

O Vale do Jequitinhonha, região situada no nordeste do território de Minas

Gerais, como mostra o mapa 4, carrega o estigma de ser uma região

miserável. Estigma baseado no lento desenvolvimento em questões materiais

dos municípios da região que compõe os paradoxos formados por esta pobreza

e a riqueza cultural existente no Vale. Assim se justifica a diminuição das redes

de influência quando se considera esta região do estado, visto que o

levantamento elaborado pelo IBGE no REGIC se baseia em fluxos

relacionados a estas questões materiais. “Construída sob o signo da carência,

do abandono e do subdesenvolvimento persistente” (RIBEIRO, R., 1993, p.91)

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Mapa 4 – Divisão das Mesoregiões de Minas Gerais. Fonte: Base do IBGE, desenhista BOSCARIOL, A.C.

A mesorregião do Jequitinhonha, mapa 5 (pag.15), definida pelo IBGE, inclui 80

municípios em uma área de 85.467,10 km². Esta dividida em três partes: Alto

Jequitinhonha, Médio Jequitinhonha e Baixo Jequitinhonha. O Alto e o Médio

situam-se na porção ocidental da BR-116 e o Baixo, na porção oriental.

Uma peculiaridade importante de ser notada é que se comparada às outras

regiões do estado, a região do Vale do Jequitinhonha se mostra formada por

municípios com grande extensão territorial, e por isso, com núcleos urbanos

distantes entre si.

O afastamento físico acaba por dificultar a relação de cooperação entre estes

municípios. Assim, neste processo de busca por um desenvolvimento

individualista acabam perdendo a força que teriam se o planejamento acerca

do desenvolvimento local tivesse uma compreensão de integração entre as

cidades unidas pela semelhança da dinâmica regional.

Seguindo ainda as subdivisões estaduais do IBGE, chega-se aos Centros de

Zona A de Minas Gerais, mapa 3, que correspondem a cidades com média de

45 mil habitantes, os municípios enquadrados nesta subdivisão são: Além

Paraíba, Almenara, Araçuaí, Araxá, Campo Belo, Capelinha, Carangola,

Caxambu, Curvelo, Diamantina, Formiga, Frutal, Guanhães, Guaxupé, Itabira,

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Januária, João Monlevade, Pará de Minas, Patrocínio, Pirapora, Salinas, São

Sebastião do Paraíso e Três Corações (MG);

Voltando a análise para a comparação das regiões do estado, os centros de

zona e os centros locais que pertencem a cada uma destas áreas de influência,

nota-se mais uma vez a dissonância relativa entre estas. As cidades mais

próximas da zona de maior fluxo representada no Mapa 3, tendem a conter

maior disponibilidade de serviços e equipamentos. Ou seja, quanto mais ao sul

do estado, maior o vínculo estabelecido entre as cidades e maior a capacidade

de atendimento às necessidades da população.

Neste trabalho é desenvolvido um estudo mais detalhado sobre a cidade de

Capelinha, destacada no mapa 5 na mesorregião do Vale do Jequitinhonha.

Este recorte foi feito com vistas à compreensão global dos problemas e

potencialidades da região onde ela se insere, sendo trabalhado um grupo de

cidades no qual estas semelhanças se tornam mais evidentes principalmente

na economia que move os sítios e na cultura e costumes locais tão peculiares

como será abordado adiante.

Mapa 5 - Situação de Capelinha na região do Vale do Jequitinhonha. Fonte: Produto final- Relatório plano diretor Capelinha.

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A definição de região pode suscitar diversas interpretações e não é objetivo

deste trabalho questionar a definição correta para um conceito tão complexo. A

priori, este texto busca definir um espaço enquanto região, e para isto trabalha

as dependências entre municípios, suas particularidades e semelhanças para

chegar enfim em um recorte regional que possa ser trabalhado através de

estratégias de planejamento e rede de relações, fluxos e trocas.

[...] queremos deixar claro que todos os conceitos de

região podem ser utilizados pelos geógrafos. Afinal todos

eles são meios para se conhecer a realidade, quer num

aspecto espacial especifico, quer numa dimensão

totalizante: no entanto, é necessário que explicitemos o

que estamos querendo e tenhamos um quadro territorial

adequado aos nossos propósitos. (CORRÊA, 2000)

2. O OBJETO DE ESTUDO: A REDE URBANA NA REGIÃO

DE CAPELINHA.

2.1. O município

Situada no Nordeste de Minas Gerais a 427 km da capital do estado, Belo

Horizonte, como mostra o Mapa 6, na região do Vale do Jequitinhonha,

Capelinha possui em seu território as nascentes do Rio Fanado, sendo por

isso, pertencente à Bacia do Jequitinhonha. Escarpas rochosas da Serra do

Espinhaço e chapadões do Planalto Cristalino compõem seu relevo e

particularizam a paisagem da região como é possível notar figura 1 e 2. A

cidade tem altitude máxima de 1.244m sendo que o ponto central da cidade

está a 948,2m. A diversidade de biomas de todo o vale do Jequitinhonha no

qual a cidade se insere se deve ao fato dela se situar no espaço de transição

entre o cerrado e a mata atlântica.

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Mapa 6 - Situação do município no estado de Minas Gerais e no Brasil - Fonte: Dados da pesquisa Plano Diretor de Capelinha – Technum Consultoria SS, 2010.

Figura 1 – Fotografia capturada na periferia da cidade de Capelinha, destaque para o relevo local - Fonte: Arquivo Pessoal

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Figura 2 - Vista parcial de Capelinha, destaque para o relevo local - Fonte: Arquivo Pessoal

A origem da cidade está descrita abaixo, em trecho retirado do levantamento

histórico feito para a elaboração do Plano Diretor local em 2010. Este se

encontra em processo de aprovação pela câmara municipal do município.

“A decadência da mineração em Minas Gerais, ao final do século XVIII, foi um dos fatores que desencadearam a expansão do povoamento do território mineiro. Assim, no limiar do século XIX, muitos eram os que vendiam parte de seus escravos na região de Minas Novas para se internarem pelas matas nas adjacências de Alto dos Bois e vales dos rios Doce e Mucuri, com o objetivo de estabelecer fazendas de criação de gado e lavouras em geral.

Em 1801, Manuel Luiz Pego se instalou nas proximidades de um córrego localizado no atual município de Capelinha e que hoje tem o seu nome. As terras que pretendia ocupar faziam limites com outras terras ocupadas pelos temíveis índios Botocudos, amplamente espalhados pelo vale do rio Doce.

Em 1808, D. João VI, rei de Portugal, instituiu uma lei declaratória de guerra ofensiva contra a nação dos índios Botocudos, com a finalidade de exterminá-los e explorar as riquezas existentes em suas terras. Para tanto, o rei criou Divisões Militares em todo o vale do rio Doce e perseguiu cruelmente as tribos. Acuados, os índios debandaram-se na direção dos rios Mucuri e Jequitinhonha. Nessa fuga, por onde passavam vingavam-se dos colonos, ora tirando-lhes a vida e a de seus familiares, ora incendiando roças e pastos. Manuel Luiz Pego, ao tomar conhecimento dessa debandada dos índios, retirou-se da fazenda há pouco estabelecida e, juntamente com os familiares e amigos, instalou-se às margens do córrego Areão, exatamente onde se encontra hoje a cidade de Capelinha.

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Após a morte de Manuel Luiz, provavelmente em 1812, seu filho Feliciano Luiz Pego recebeu por herança a fazenda do córrego Areão. Nesse mesmo ano, construiu uma humilde capela dedicada a Nossa Senhora da Graça. As pessoas da região começaram, então, a chamar a fazenda de Capelinha.

Muitos moradores foram se mudando para as proximidades, fazendo nascer o arraial, que se desmembrou de Minas Novas, pela Lei n° 566, de 30 de agosto de 1911.

A criação do município, porém, só se deu em 24 de fevereiro de 1913, data em que se comemora o aniversário de Capelinha.” (TECHNUM Consultoria – Plano Diretor de

Capelinha – 2010. P.27 )

2.2. Metodologia de pesquisa

O primeiro passo para o desenvolvimento deste trabalho foi uma visita de campo para coleta de informações em diferentes órgãos e instâncias do município de Capelinha. Esta foi tomada como prioridade visto que para se especular qualquer intervenção ou diretriz de planejamento, é necessário um diagnóstico, com o máximo de precisão, ainda que este diagnóstico se baseie na percepção empírica do espaço, depoimentos dos agentes envolvidos e observação da dinâmica local.

Assim, no desenvolvimento deste diagnóstico, em cada nova entrevista, coleta

de dados e percepção da dinâmica local, o envolvimento e as relações de

Capelinha com os municípios que a rodeiam se mostraram com grande

potencial para um maior investimento na aproximação social, cultural e

econômica que são tão semelhantes em muitos aspectos. Considerando a

existência de uma relação ainda tímida que se restringe a algumas áreas da

economia, principalmente no que se refere à produção rural, principalmente de

café e eucalipto, e a riqueza cultural que transforma os moradores de

diferentes cidades em um só povo e que podem vir a se tornar mais

consistente e proveitosa vistas as dificuldades de superar certos problemas

que reprimem o desenvolvimento, tendo como principal causa a falta de

recursos financeiros que quando trabalhada em âmbito regional pode ser

amenizada com diferentes estratégias de cooperação.

2.3. As relações existentes

Tomando por base dados estatísticos e demográficos do IBGE, além de

considerar Capelinha como Centro de Zona A através do REGIC, assumiu-se

também a semelhança entre os municípios da região, sendo a análise regional

feita principalmente sobre dados específicos do município de Capelinha (MG)

que se coloca por vezes como pólo aglutinador nas questões que aqui serão

levantadas, ou como município inserido em outras questões de maior âmbito.

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Segundo o quadro da rede urbana, na matriz das regiões de influência, dentro

da área que tem como pólo, a metrópole, Belo Horizonte, Capelinha aparece

como Centro de Zona A.

A hierarquia neste caso funciona da seguinte forma:

Água Boa,

Angelândia,

Belo Horizonte Capelinha Aricanduva,

Minas Novas e

Setubinha

No mapa 7 é possível situar tal recorte inserido em Minas e mais

especificamente na mesorregião do Vale do Jequitinhonha já citado

anteriormente.

Mapa 7 - Zona de influência de Capelinha, segundo REGIC - IBGE 2007. Fonte: Elaboração própria a partir de base cartográfica e informações do IBGE

Além desta classificação do IBGE onde Capelinha se enquadra como Centro

de Zona A, no levantamento feito in loco, foi possível constatar em outros

campos a centralidade que Capelinha assume em um recorte regional mais

abrangente. Esta relação interurbana que origina esta centralidade é por vezes

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ligada a questões espontâneas, culturais de mercado ou até políticas. Já é

possível notar em alguns casos a cooperação entre estes municípios por

partilharem semelhanças geográficas e naturais ou pelos motivos já

enumerados, a presença de certas atividades e equipamentos que originam

fluxos e trocas entre eles e que vai além, ampliando esta rede intra-regional. É

preciso destacar dentre estas relações as questões culturais que tem um

enorme potencial para contribuir na formação desta rede e que ainda são

pouco exploradas, como será mostrado adiante.

As reuniões feitas nas secretarias da prefeitura, órgãos e instituições do

município de Capelinha foram fundamentais para se ter a percepção da

potencialidade presente nos fluxos já existentes entre os municípios e na

possibilidade de maior investimento em novas relações visando o

desenvolvimento conjunto.

Um dos espaços onde esta relação já acontece está ligado à questão da

economia rural, a Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural

(EMATER) tem forte presença nos municípios da região, sendo Capelinha sua

cidade sede. Seu foco de ação é implementar políticas públicas que promovam

o desenvolvimento sustentável, com foco na agricultura familiar, alinhadas ao

Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado do Governo de Minas Gerais, à

Política Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento e à Política

Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural. Além disso, trabalha com

projetos na área de remanejamentos de proprietários de terras atingidos pela

construção de barragens. Neste caso, especificamente a Usina Hidrelétrica de

Irapé em Minas Gerais, construída no Rio Jequitinhonha no Vale do

Jequitinhonha. Uma das sedes deste projeto especifico funciona também em

Capelinha, e um dos reassentamentos fica dentro de seu território. A EMATER

é, portanto, bastante ativa na região, promove fluxos de bens e serviços entre

os municípios, sendo assim um importante objeto de pesquisa para este

trabalho.

A unidade regional da EMATER de Capelinha abrange os municípios

destacados no Mapa 8.

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Mapa 8 - Unidade Regional da EMATER de Capelinha. Fonte: Elaboração própria a partir de base cartográfica e informações da Unidade Regional da EMATER de Capelinha.

Outro agente da centralidade no município de Capelinha é o Sistema de

Cooperativas de Crédito do Brasil (SICOOB). Por ser composto por

cooperativas singulares, centrais de crédito e a Confederação Nacional de

Crédito, o SICOOB se torna um elemento aglutinador visto que a região tem

como principal atividade a produção rural, sendo de extrema importância este

facilitador de credito para investimento no setor.

A área de atuação esta demarcada no mapa 9, a sede desta área se encontra

também em Capelinha.

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Mapa 9 - Área de atuação do SICOOB. Fonte: Elaboração própria a partir de base cartográfica, informações do IBGE e dados do SICOOB de Capelinha - MG

A EMATER e o SICCOB são colocados aqui com importância a ser

considerada, já que a região tem como principais produtos de exportação o

café e o eucalipto que movem grande parte da economia regional e são

grandes responsáveis pelo transito nos municípios.

Além destes, existem outros agentes geradores de fluxo na região.

Capelinha é sede da 37° Delegacia Regional de segurança pública, e da 38°

Coordenadoria Regional do DER(CRG), sendo que as sedes mais próximas se

situam em Guanhães (2°CRG), a 186km de distância, Valadares (23° CRG), a

210km, Teófilo Otoni (28°CRG), a 208km, Diamantina (8°CRG), a 169km e

Araçuaí (22°CRG), a 174km, como mostra o mapa 10.

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Mapa 10 - Coordenadorias Regionais do Departamento de Estradas de Rodagem – DER. Fonte: http://www.der.mg.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=19&Itemid=123. Acesso

em maio de 2011.

Capelinha é também sede regional do IEF e IMA, que atualmente junto a

EMATER e IGA congregam o SISAMA. Além disso a cidade é centro de

referência na atenção ambulatorial e hospitalar para os municípios de

Angelândia, Aricanduva, Água Boa, Minas Novas, Setubinha, e Veredinha.

A cultura regional, ao se tratar das relações existentes, ganha destaque dentre

os demais aspectos. Apesar de não receberem a atenção necessária, as

tradições, costumes, crenças e produtos com características peculiares do

povo da região, formam um patrimônio carregado por muitos anos e que deve

ser lembrado como grande movimentador da economia tendo como base o

turismo.

Em Capelinha a feira livre que se realiza no mercado municipal aos sábados

conta com uma enorme variedade de produtos que inclui além dos gêneros

triviais, artesanato em cerâmica, madeira, palha, taquara, couro, fumo de rolo,

cachaça, carnes variadas e muitos outros artigos e objetos produzidos

principalmente pelos moradores da zona rural de Capelinha e municípios

adjacentes. Visitantes de inúmeros lugares vêm à cidade em busca de tais

artigos que não são encontrados em outras regiões. Bares e restaurantes

servem pratos da culinária local, dando ainda mais vitalidade a este espaço de

experimentação cultural.

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Figuras 3 e 4 – Feira de Capelinha – MG. Vista exterior e interior, venda de artigos alimentícios.

Fonte: Arquivo de LOPES, Sara.

Entretanto, atualmente nota-se um enfraquecimento dos costumes e uma

tendência generalista tomando lugar dentro da feira de Capelinha, assim como

de outras cidades da região que possuem espaço semelhante. Grande parte

dos produtos alimentícios, por exemplo, tem sido comprados dos centros de

abastecimento da zona metropolitana de Belo Horizonte, desvalorizando a

produção local e regional.

Outros pólos de efervescência cultural e geradores de turismo semelhantes a

feira, estão em outras cidades da região como Diamantina e Minas Novas, com

importante participação na história do estado. Elas guardam importante acervo

arquitetônico originários do ciclo da mineração, além das tradições regionais

como festas tradicionais e mais especificamente nestas duas cidades, o

carnaval.

O já comentado artesanato em cerâmica é produzido principalmente nas

cidades de Carbonita, Minas Novas, Araçuaí, Berílo entre outras, e entra

também como um elemento turístico com grande potencial, visto que esta

produção já é bastante conhecida, inclusive em âmbito nacional. Muitos destes

artesanatos são vendidos na feira de Capelinha como mostram as figuras 5 e

6.

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Figura 5 e 6 – Feira de Capelinha – MG. Artesanato em cerâmica e madeira do Vale do

Jequitinhonha. Fonte: Arquivo de LOPES, Sara.

A singularidade e belezas das manifestações culturais da região, como festas,

grupos de música e dança, produtos, dentre outras, formam um conjunto que

se configura na autêntica cultura popular brasileira.

Acerca de todos estes atrativos turísticos ou atrativos em potencial, é de extrema importância que se tenha um olhar crítico e cuidadoso sobre eles para que a sua conseqüência seja um desenvolvimento e crescimento positivo e bem planejado. Já existe um estudo que trata especificamente deste aspecto, no “Plano de desenvolvimento Integrado do turismo Sustentável do Pólo turístico do Vale do Jequitinhonha – PIDTS”, da Fundação João Pinheiro, que faz um levantamento detalhado destas questões e especifica algumas diretrizes a este respeito. Destaca-se a importância que deve ser dada ao patrimônio ligada ao modo de viver e fazer do povo pertencente ao Vale do Jequitinhonha.

[...] é preciso que a discussão e as ações em torno do patrimônio cultural de um determinado lugar deixem de ser uma prerrogativa dos especialistas da área para se tornar uma preocupação de todos. (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 2004)

Os municípios selecionados do Plano Integrado do desenvolvimento turístico

Sustentável do Vale do Jequitinhonha - PIDTS em seu volume IV, acerca do

Patrimônio Histórico Cultural são: Capelinha, Couto Magalhães de Minas,

Diamantina, Felício dos Santos, Itamarandiba, Minas Novas, São Gonçalo do

Rio Preto, Serro e Turmalina. (mapa 11)

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Mapa 11 - Municípios pertencentes ao Pólo Turístico do Vale do Jequitinhonha, Patrimônio Histórico Cultural. Fonte: Elaboração própria a partir de base cartográfica, informações do IBGE e

Plano de desenvolvimento Integrado do turismo sustentável do pólo Turístico do Vale do Jequitinhonha.

Tabela 2 – Municípios selecionados do pólo turístico do Vale do Jequitinhonha – Patrimônio Histórico-Cultural da área de planejamento – Minas Gerais – 2003. Fonte: FUNDAÇÃO JOÃO

PINHEIRO, 2004.

A AGENDA 21 da Bacia do Rio Fanado é mais uma organização de cunho

regional. O projeto foi aprovado pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente,

abordando melhorias e diretrizes para conservação da bacia do Rio em

questão. O projeto engloba os municípios de Minas Novas, Capelinha,

Turmalina e Angelândia. (mapa 12)

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Mapa 12- Municípios pertencentes à Agenda 21 do Rio Fanado. Fonte: Elaboração própria a partir de base cartográfica, informações do IBGE e Plano de desenvolvimento Integrado do turismo

sustentável do pólo Turístico do Vale do Jequitinhonha.

2.4. Os facilitadores de fluxos

Quanto à comunicação intra-regional, no Plano de Desenvolvimento Integrado

do Turismo Sustentável do Pólo Turístico do Vale do Jequitinhonha – PIDTS,

elaborado pela Fundação João Pinheiro em 2004, em seu volume VI, que trata

da Capacidade Institucional dos municípios, existe instalação de internet em

todos estes municípios, sendo que os provedores até 2004 se encontravam

somente nas cidades de: Capelinha, Diamantina, Minas Novas e Serro, sendo

esta uma forma eficiente de troca de informações e negociações entre os

municípios.

Segundo o PIDTS a gestão do transporte coletivo intermunicipal relativo à

definição de linhas e de tarifas é competência do DER-MG, assim como a

manutenção das estradas estaduais. Os municípios têm pouca influência

nestes aspectos, com exceção do Serro, que conseguiu negociar suas linhas

intermunicipais. Segundo o mesmo levantamento, Felício dos Santos, além de

não dispor de terminal rodoviário, é atendido por apenas um ônibus, que circula

de dois em dois dias, situação que a administração municipal considera

insuficiente, Couto de Magalhães de Minas e São Gonçalo do Rio Preto estão

em situação semelhante, não dispondo de terminal rodoviário. Em Capelinha,

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As redes de relações: O Planejamento Regional como Estratégia para o Desenvolvimento Local | 28

Itamarandiba, Minas Novas e Turmalina, os terminais são geridos por órgãos

da Administração Direta dos municípios e as instalações atendem à demanda.

Quanto ao transporte aéreo, o documento ainda dispõe que os aeroportos de

Turmalina, Capelinha, Minas Novas e Itamarandiba só dispõem de uma pista

de terra, não possuindo hangar. Em Itamarandiba, a prefeitura vê a

necessidade de melhorar a terraplanagem, porque só descem aviões

pequenos. No Serro, o aeroporto também só dispõe de uma pista que é

asfaltada. Em Diamantina, as instalações físicas atendem, uma vez que não

existem vôos regulares. Em Couto de Magalhães de Minas, existe um campo

de pouso da Mineração Andrade Gutierrez, sendo que este, dista 40km da

sede, e o de Diamantina fica a 35km da mesma.

Apesar da deficiência apresentada, o trânsito entre alguns destes municípios já

citados, hoje se encontra mais facilitado devido à criação do Programa de

Pavimentação de Ligações e Acessos Rodoviários aos Municípios,

PROACESSO (mapa 13), criado pelo governo de Minas, em 2004, para ligar

por asfalto os 225 municípios que não possuíam esse tipo de benefício. Um

dos objetivos deste programa, inclusive visa melhorar a infra-estrutura de todas

as regiões do Estado, diminuindo as diferenças regionais e contribuindo para o

desenvolvimento socioeconômico dos municípios mais carentes, sendo,

portanto de importância considerável para que qualquer outra iniciativa na

região dê certo.

Mapa 13 - Programa PROACESSO - obras concluídas e planejadas. Fonte: site:

http://www.der.mg.gov.br/programas-e-acoes-de-governo/programas/proacesso . Acesso em

março de 2011.

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O território de Capelinha é cortado pela BR – 120 e pelas rodovias estaduais:

MG – 211, MG – 214 e MG – 308, com exceção da rodovia MG-214, que liga

Capelinha a Itamarandiba, as demais ligações intermunicipais são asfaltadas e

em bom estado.

Ainda assim, existe uma grande necessidade de melhorias nos acessos,

principalmente no transporte coletivo entre as cidades e suas zonas rurais, que

apesar desta melhoria nas estradas, continuam deficientes com poucas

diferenças sobre o levantamento de 2.004 citado do PIDTS.

3. OBJETIVO E JUSTIFICATIVA

A priori, este trabalho busca a integração entre os municípios para o

fortalecimento da região.

Objetiva investigar a intensidade de fluxos de pessoas em busca de bens e

serviços, Fazendo um recorte regional que mescle as divisões espaciais

estabelecidas por questões físicas, econômicas, sócias e culturais de forma a

criar uma rede de cooperações em diversos aspectos do desenvolvimento

urbano e rural, através do planejamento conjunto.

Dentro deste propósito, ao analisar as redes urbanas, busca-se dar base para

que o planejamento seja feito de forma que as decisões de investimentos

privados ou aplicações de verbas públicas sejam distribuídas facilitando o

acesso não só da população do entorno imediato, mas de toda uma região que

se torna interdependente.

3.1. Possibilidades e Diretrizes de Planejamento

Para se chegar a esta rede de interdependência e cooperação entre os

municípios, foi delimitado através das relações já existentes destacadas no

capítulo 2, um recorte regional de planejamento.

As relações existentes são colocadas como critério para a elaboração deste

recorte por representarem os pontos coincidentes entre os municípios e que

podem ser entendidas como portas para a criação de novas relações entre

eles.

Assim, o mapa 14 mostra o resultado deste recorte regional formado sobre as

coincidências de certos municípios em cada ponto abordado.

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Mapa 14 – Criação do recorte região de influências com base nas relações já estabelecidas entre os municípios. Fonte: Elaboração própria a partir de base cartográfica do IBGE.

Serão levantadas aqui apenas algumas das possibilidades e oportunidades de

interação entre os municípios destacados bem como melhorias nas soluções já

existentes para alcance do mesmo objetivo.

Considerando os problemas de acesso entre os municípios, uma importante

diretriz se pauta na necessidade da melhoria da estrutura viária intermunicipal

assim como nos transportes coletivos visando a integração dos diversos

municípios da região, facilitando assim as relações econômicas e turísticas e

por conseqüência, viabilizando a implantação de equipamentos urbanos e

comunitários em toda a área do recorte regional.

Na questão econômica, principalmente o café, que é produzido em grande

escala na região, necessita de um estudo mais detalhado quanto à

possibilidade de investimentos maiores em seus meios de exportação e

beneficiamento para uma maior valorização da produção local.

A região possui também atrativos naturais, como por exemplo, os rios que são

muito usados para o lazer da população, como, o Rio Jequitinhonha, próximo à

Turmalina, o Rio Itamarandiba, que faz a divisa entre a cidade de mesmo nome

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e Capelinha, O Rio Fanado em Minas Novas, O Rio Araçuaí na cidade de

mesmo nome, além das diversas cachoeiras em Diamantina principalmente.

Atrativos estes, com grande potencial para uma reafirmação do lazer na região,

sendo possível uma maior articulação entre estes pontos.

A usina Hidroelétrica de Irapé, no Rio Jequitinhonha, em que sejam pesados os

impactos ambientais e sociais que inevitavelmente foram gerados, com sua

construção, se tornou importante destino turístico pelas belas paisagens

formadas por sua represagem, sendo passível de uma exploração planejada e

controlada neste sentido.

A Agenda 21 do Rio Fanado é um instrumento extremamente válido que deve

ser considerado e tomado como exemplo para os demais municípios do recorte

regional que ainda não possuam nenhuma forma de planejamento comum

acerca das bacias a que pertencem. Esta pode se tornar uma abertura para o

surgimento de outras parcerias entre os municípios envolvidos.

O Patrimônio Arquitetônico como foi visto na tabela 2 (pág.26), possui

tombamentos principalmente nas cidades de Diamantina, Minas Novas e Serro,

sendo o patrimônio de Diamantina o mais reconhecido nacionalmente. Não

existe uma preocupação latente sobre os patrimônios dos municípios, este

ponto, portanto deve ser mais trabalhado para garantir a proteção e a

valorização regional conjunta.

Ainda em Diamantina e Minas Novas, outro grande atrativo é a festa anual de

carnaval, que especialmente em Diamantina, aglomera visitantes de diversos

lugares do país e até do exterior, sendo necessária uma maior atenção neste

caso para os impactos positivos e negativos deste caso, buscando um maior

equilíbrio nesta questão. No município de Minas Novas, o carnaval já foi uma

festa mais efervescente com muitas tradições e costumes, como desfile de

fantasias e eleição dos reis e rainhas do carnaval.

Outro ponto a ser levantado é a necessidade de maior valorização da feira de

Capelinha assim como de outras cidades que possuem este elemento, como

Água Boa, Minas Novas e Carbonita, que mesmo com menor porte, não

deixam de ser uma vitrine cultural além de geradora de fluxos. O principal eixo

desta valorização está ligado ao incentivo à produção e venda dos artigos

regionais e maior visibilidade destas mais modestas.

As possibilidades para esta interação regional são inúmeras e podem se

relacionar a cultura que une os municípios, a economia que os completa, e aos

equipamentos e serviços que podem ser trabalhados de forma cooperativa

para que todos gozem do Direito a Cidade.

[...] buscamos sensibilizar as comunidades com relação à

necessidade de permanência da identidade local. Neste sentido

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trabalhamos as escolhas da própria população no que diz

respeito à produção cultural e, a partir delas, expomos, através

de documentos iconográficos, o patrimônio cultural da região e a

diversidade do mesmo. As festas, a culinária, os costumes, a

arquitetura, as músicas e os poemas, entre outros, são criações

que dão alma ao povo e vida às cidades, estes vistos por quem

é de fora e discutidos por quem pertence ao lugar. (LIMA, F J M,

2010)

Fica como principal diretriz, a busca pela interação dos municípios através das

suas particularidades que diferenciam os potencias de cada cidade em paralelo

as semelhanças que a região lhes denota, seja física, social econômica ou

cultural.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No desenvolvimento deste trabalho, algumas questões foram tratadas, por

vezes superficialmente, mas ainda assim, merecem ser ressaltadas como “nós”

essenciais para o entendimento geral do trabalho e pelas abordagens mais

específicas feitas.

Fica então ressaltada a importância da multidisciplinaridade no tema aqui

discutido, relacionado ao planejamento como um todo e em especial na

questão do espaço regional. Principalmente por parte dos arquitetos e dos

profissionais de outras áreas envolvidas no planejamento regional, é

necessário um maior aprofundamento do debate, e encarar o pensamento

acerca do espaço macro, que é o regional, como uma medida que pode

antecipar as soluções dos problemas locais, espaço micro.

Muitas dificuldades foram encontradas na abordagem temática que não está

presente, ou é tratada de forma incipiente, na maioria dos referenciais

existentes, quando se trata de planejamento urbano no Brasil. Este é o caso do

Estatuto da Cidade que regulamenta o ordenamento territorial do país com

grande ênfase na organização municipal e por conseqüente os materiais daí

provindos.

Isto se deve também ao fato de não existir organizações regionais no Brasil,

sendo, portanto as questões e soluções tratadas nos âmbitos, municipal,

estadual e federal.

Nota-se na tentativa de refazer um recorte regional, que as divisões existentes

desconsideram muitas relações, sendo portanto, possível e positivo que

rearranjos sejam feitos para melhor atender às necessidades e parcerias entre

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municípios. Assim as regiões se sobrepõem de acordo com as necessidades

particulares de cada aliança feita.

Acerca da região tratada especificamente, existe grande dificuldade no acesso

a referenciais teóricos, talvez pela pouca exploração da área, ou pelas

abordagens feitas, onde o Vale do Jequitinhonha toma muitas vezes uma

imagem negativa, que enfatiza a pobreza da região sem interpretá-la ou dar

reais significados com diferentes formas de leitura.

As colocações feitas até o momento levam a pensar nas diferentes maneiras

de responder às questões relativas ao planejamento regional, em especial a

esta região, que como outras do Brasil, possui suas peculiaridades que podem

ser bem exploradas, sem que seja necessário fazer referência ao estigma da

pobreza local.

A solicitude e solidariedade é traço marcado do Vale do Jequitinhonha e do seu

povo. Esta afirmação, apesar de empírica, guiada pela vivência local, diz muito

sobre o papel da rede de cooperação que pode trazer o desenvolvimento

conjunto para os municípios desta região.

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5. BIBLIOGRAFIA

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Mapa 2 - Relações entre os centros de Minas Gerais e os demais grandes

centros. Fonte: IBGE http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/geografia/regic.shtm; Área territorial oficial. Rio de Janeiro: IBGE [2007] Regiões de Influência das Cidades (REGIC - 2008). Acesso março 2011

Mapa 3 - Rede de influência dos centros de Minas Gerais com ênfase no pólo

de Belo Horizonte. Fonte: IBGE http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/geografia/regic.shtm; Área territorial oficial. Rio de Janeiro: IBGE [2007] Regiões de Influência das Cidades (REGIC - 2008). Acesso março 2011

Mapa 4 – Divisão das Mesoregiões de Minas Gerais. Fonte: Base do IBGE,

desenhista BOSCARIOL, A.C.

Mapa 5 - Situação de Capelinha na Região do Vale do Jequitinhonha. Fonte: Volume II Produto Final. Relatório Do Plano Diretor. Capelinha: TECHNUM CONSULTORIA. 2010

Mapa 6 - Situação do município no estado de Minas Gerais e no Brasil - Fonte:

Volume II Produto Final. Relatório Do Plano Diretor. Capelinha: TECHNUM CONSULTORIA. 2010

Mapa 7 - Zona de influência de Capelinha, segundo REGIC - IBGE 2007.

Fonte: Elaboração própria a partir de base cartográfica e informações do IBGE

Mapa 8 - Unidade Regional da EMATER de Capelinha. Fonte: Elaboração própria a partir de base cartográfica e informações da Unidade Regional da EMATER de Capelinha.

Mapa 9 - Área de atuação do SICOB. Fonte: Elaboração própria a partir de

base cartográfica, informações do IBGE e do SICOOB de Capelinha.

Mapa 10 - Coordenadorias Regionais do Departamento de Estradas de Rodagem – DER. Fonte: http://www.der.mg.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=19&Itemid=123.

Mapa 11 - Municípios pertencentes ao Pólo Turístico do Vale do Jequitinhonha,

Patrimônio Histórico Cultural. Fonte: Elaboração própria a partir de base cartográfica, informações do IBGE e Plano de desenvolvimento Integrado do turismo sustentável do pólo Turístico do Vale do Jequitinhonha.

Mapa 12- Municípios pertencentes à Agenda 21 do Rio Fanado. Fonte:

Elaboração própria a partir de base cartográfica, informações do IBGE e Plano

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Mapa 13 - Programa PROACESSO - obras concluídas e planejadas. Fonte:

site: http://www.der.mg.gov.br/programas-e-acoes-de-

governo/programas/proacesso . Acesso em março de 2011.

Mapa 14 – Criação do recorte região de influências com base nas relações já

estabelecidas entre os municípios. Fonte: Elaboração própria a partir de base cartográfica do IBGE.

LISTA TABELAS:

Tabela 1 - Destaque para a dimensão da rede de Belo Horizonte – MG. Fonte:

IBGE [2007] Região de Influências das cidades Contagem da população 2007; Área territorial oficial. Rio de Janeiro: IBGE, [2007]. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/default_territ_area.shtm>Acesso em março de 2011.

Tabela 2 – Municípios selecionados do pólo turístico do Vale do Jequitinhonha

– Patrimônio Histórico-Cultural da área de planejamento – Minas Gerais – 2003. Fonte: Plano de desenvolvimento Integrado do turismo Sustentável do Pólo turístico do Vale do Jequitinhonha – PIDTS. FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 2004.

LISTA FIGURAS:

Figura 1 – Fotografia capturada na periferia da cidade de Capelinha, destaque

para o relevo local - Fonte: Arquivo Pessoal

Figura 2 - Vista parcial de Capelinha, destaque para o relevo local - Fonte:

Arquivo Pessoal

Figuras 3 e 4 – Feira de Capelinha – MG. Vista exterior e interior, venda de

artigos alimentícios. Fonte: Arquivo de LOPES, Sara.

Figura 5 e 6 – Feira de Capelinha – MG. Artesanato em cerâmica e madeira do

Vale do Jequitinhonha. Fonte: Arquivo de LOPES, Sara.

Capa – Elaboração própria sobre imagem capturada em:

http://ultradownloads.uol.com.br/papel-de-parede/Estrada-de-terra/ Acesso em

junho de 2011.

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Universidade Federal de Juiz de Fora

Faculdade de EngenhariaDepartamento de Arquitetura e Urbanismo