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Transcrição da Teleconferência Resultados do 4T14 Q&A Braskem (BRKM3 BZ) 12 de fevereiro de 2015 1 Operadora: Boa tarde e obrigada por aguardarem. Sejam bem vindos à teleconferência da Braskem para discussão dos resultados referentes ao quarto trimestre e do ano de 2014. Estão presentes hoje conosco os senhores Carlos Fadigas, Diretor-Presidente, Mario Augusto da Silva, Vice-presidente de Finanças e RI, e Roberta Varella, Diretora de RI. Informamos que esse evento está sendo gravado e que todos os participantes estarão apenas ouvindo a teleconferência durante a apresentação da Companhia, e, em seguida, iniciaremos a sessão de perguntas e respostas, quando mais instruções serão fornecidas. Caso algum dos senhores necessite de assistência durante a conferência, queiram, por favor, solicitar a ajuda de um operador, digitando *0. Esse evento também está sendo transmitido, simultaneamente, pela internet, via webcast, podendo ser acessado no endereço www.braskem.com.br/ri, onde se encontra disponível a respectiva apresentação. A seleção dos slides será controlada pelos senhores. O replay deste evento estará disponível logo após seu encerramento. Lembramos que os participantes do webcast poderão registrar antecipadamente, no website, perguntas a serem respondidas durante a sessão de perguntas e respostas. Antes de prosseguir, gostaríamos de esclarecer que eventuais declarações que possam ser feitas durante essa teleconferência, relativas às perspectivas de negócios da Braskem, projeções e metas operacionais e financeiras, constituem-se em crenças e premissas da diretoria da Companhia, bem como em informações atualmente disponíveis. Considerações futuras não são garantias de desempenho. Elas envolvem riscos, incertezas e premissas, pois se referem a eventos futuros e, portanto, dependem de circunstâncias que podem ou não ocorrer. Investidores devem compreender que condições econômicas gerais, condições da indústria e outros fatores operacionais, podem afetar o desempenho futuro da Braskem, e podem conduzir a resultados que diferem, materialmente, daqueles expressos em tais considerações futuras. Agora, gostaríamos de passar a palavra a Roberta Varella, Diretora de RI da Braskem, que iniciará a apresentação. Por favor, Roberta, pode prosseguir. Roberta Varela: Boa tarde senhoras e senhores, gostaria de agradecer a todos pela participação em mais uma teleconferência da Braskem. Hoje discutiremos os resultados do quarto trimestre e do ano de 2014. Lembramos que em atendimento à lei 11.638/07, os resultados aqui demonstrados refletem a adoção de regras contábeis internacionais IFRS. As informações financeiras aqui apresentadas foram revisadas por auditores externos independentes. Vamos então para o slide seguinte onde iniciaremos os nossos comentários. No slide de número 3, falaremos dos principais destaques do quarto trimestre de 2014: A taxa média de utilização dos crackers foi de 86%, 4 pontos percentuais abaixo da taxa do trimestre anterior, refletindo, principalmente, a parada programada de manutenção do site de São Paulo.

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Operadora: Boa tarde e obrigada por aguardarem. Sejam bem vindos à teleconferência da Braskem para discussão dos resultados referentes ao quarto trimestre e do ano de 2014. Estão presentes hoje conosco os senhores Carlos Fadigas, Diretor-Presidente, Mario Augusto da Silva, Vice-presidente de Finanças e RI, e Roberta Varella, Diretora de RI. Informamos que esse evento está sendo gravado e que todos os participantes estarão apenas ouvindo a teleconferência durante a apresentação da Companhia, e, em seguida, iniciaremos a sessão de perguntas e respostas, quando mais instruções serão fornecidas. Caso algum dos senhores necessite de assistência durante a conferência, queiram, por favor, solicitar a ajuda de um operador, digitando *0. Esse evento também está sendo transmitido, simultaneamente, pela internet, via webcast, podendo ser acessado no endereço www.braskem.com.br/ri, onde se encontra disponível a respectiva apresentação. A seleção dos slides será controlada pelos senhores. O replay deste evento estará disponível logo após seu encerramento. Lembramos que os participantes do webcast poderão registrar antecipadamente, no website, perguntas a serem respondidas durante a sessão de perguntas e respostas. Antes de prosseguir, gostaríamos de esclarecer que eventuais declarações que possam ser feitas durante essa teleconferência, relativas às perspectivas de negócios da Braskem, projeções e metas operacionais e financeiras, constituem-se em crenças e premissas da diretoria da Companhia, bem como em informações atualmente disponíveis. Considerações futuras não são garantias de desempenho. Elas envolvem riscos, incertezas e premissas, pois se referem a eventos futuros e, portanto, dependem de circunstâncias que podem ou não ocorrer. Investidores devem compreender que condições econômicas gerais, condições da indústria e outros fatores operacionais, podem afetar o desempenho futuro da Braskem, e podem conduzir a resultados que diferem, materialmente, daqueles expressos em tais considerações futuras. Agora, gostaríamos de passar a palavra a Roberta Varella, Diretora de RI da Braskem, que iniciará a apresentação. Por favor, Roberta, pode prosseguir. Roberta Varela: Boa tarde senhoras e senhores, gostaria de agradecer a todos pela participação em mais uma teleconferência da Braskem. Hoje discutiremos os resultados do quarto trimestre e do ano de 2014. Lembramos que em atendimento à lei 11.638/07, os resultados aqui demonstrados refletem a adoção de regras contábeis internacionais IFRS. As informações financeiras aqui apresentadas foram revisadas por auditores externos independentes. Vamos então para o slide seguinte onde iniciaremos os nossos comentários. No slide de número 3, falaremos dos principais destaques do quarto trimestre de 2014: A taxa média de utilização dos crackers foi de 86%, 4 pontos percentuais abaixo da taxa do trimestre anterior, refletindo, principalmente, a parada programada de manutenção do site de São Paulo.

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O mercado brasileiro de resinas termoplásticas atingiu 1,3 milhão de toneladas, uma redução de 5% em relação ao terceiro trimestre face a sazonalidade do período. As vendas da Braskem acompanharam esta tendência e totalizaram 850 mil toneladas. No caso da unidade de negócios EUA e Europa, o volume de vendas de polipropileno foi de 454 mil toneladas, 4% inferior ao trimestre anterior em função da postergação de parte das compras dos clientes no trimestre face a expectativa de nova redução de preços, em linha com tendência de queda apresentada pelos preços de petróleo e nafta. O EBITDA consolidado do quarto trimestre foi de R$ 1,4 bilhão, uma redução de 10% na comparação com o 3º trimestre, explicada (i) pelo menor volume de vendas de resinas, conforme já mencionado; (ii) e pela redução dos preços de petroquímicos no mercado internacional; parcialmente compensados pela depreciação do real. Na comparação com o 4º trimestre de 2013, o EBITDA apresentou alta de 19%, refletindo a recuperação dos spreads de petroquímicos no mercado internacional. Ainda em relação aos destaques financeiros, a companhia contratou uma nova linha de stand-by no valor de US$ 750 milhões, em linha com sua estratégia de liquidez. No que tange seu comprometimento com o desenvolvimento da cadeia brasileira, a Braskem seguiu avançando no plano de incentivo à competitividade da cadeia do plástico. Foi lançado, em conjunto com a ABIPLAST, o fundo setorial para a promoção da imagem do plástico. O objetivo é desenvolver ações de estímulo à inovação, competitividade e desenvolvimento sustentável da indústria brasileira de transformação plástica. Destaca-se também no trimestre a participação da Braskem, pelo décimo ano consecutivo, no índice de sustentabilidade empresarial da BM&FBOVESPA. A companhia faz parte do grupo seleto de 11 empresas que estão inclusas no índice desde sua criação. Passando para o próximo slide. No slide de número 4, apresentamos os fatores que influenciaram o EBITDA no quarto trimestre de 2014 na comparação com o mesmo período de 2013. O EBITDA consolidado da companhia foi de R$ 1,4 bilhão, um crescimento de 19%, refletindo, principalmente, a recuperação dos spreads de petroquímicos no mercado internacional. O resultado foi ainda influenciado pelo impacto positivo de R$ 106 milhões decorrente da quitação integral e antecipada do REFIS, incluindo novas contingências, parcialmente compensado pelo valor negativo de R$ 66 milhões referente ao ajuste contábil do valor do estoque da unidade de negócios EUA e Europa a valor de mercado, em função da redução de preços de propeno e polipropileno no mercado internacional. A depreciação média do real em relação ao dólar também foi fator positivo e impactou o resultado em R$ 256 milhões, sendo cerca de R$ 900 milhões negativo no custo e R$ 1.2 bilhão positivo na receita. Em dólares, o EBITDA do trimestre foi de US$ 536 milhões, uma alta de 6%.

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Passando para o slide de número 5. No slide 5, falaremos dos principais indicadores financeiros de 2014 e dos projetos de crescimento. A receita líquida totalizou R$ 46 bilhões ou US$ 20 bilhões, uma alta de 12% e 3% em relação a 2013, respectivamente. Os principais fatores que levaram a esse crescimento foram a recuperação dos preços de petroquímicos no mercado internacional e o maior volume de vendas da unidade EUA e Europa. O EBITDA consolidado atingiu R$ 5,6 bilhões, uma alta de 17% na comparação com o ano anterior. Destacam-se a recuperação dos spreads de petroquímicos no mercado global e a depreciação do real de 9%. Este resultado inclui ainda o impacto positivo não recorrente de R$ 277 milhões ocasionado pela venda de ativo não estratégico. Em dólares, o EBITDA atingiu US$ 2,4 bilhões, um crescimento de 8%. Nesse contexto, a Braskem registrou lucro líquido de R$726 milhões. Por sua vez, a alavancagem da companhia, medida pela relação dívida líquida/EBITDA em dólares foi de 2,58x, uma redução de 10% em relação a 2013. Em relação aos projetos de expansão e diversificação de matéria-prima, o projeto no México atingiu 88% de progresso físico; sendo que as atividades de engenharia e procurement estão praticamente finalizadas. A Braskem anunciou ainda o investimento para produzir polietileno de ultra-alto peso molecular no seu site de La Porte. Conhecida como Utec, a resina tem aplicações em diversas indústrias, como construção civil, agricultura e automotiva, e complementará o atual portfolio produzido no Brasil. Por fim, a companhia finalizou a expansão e conversão de uma de suas linhas de produção de polietileno para produzir polietileno de baixa intensidade lineal base metaloceno. A resina, de tecnologia mais moderna, atende a indústria de transformação de filmes plásticos. Passando para o próximo slide. No slide 6 falaremos sobre o desempenho do mercado brasileiro de resinas termoplásticas e as vendas da Braskem no ano de 2014. O baixo crescimento da economia brasileira, influenciado por diferentes fatores como a redução do número de dias úteis durante a copa do mundo e aumento da taxa de juros, impactou o desempenho de diversos setores, dentre eles automotivo, construção civil e bens duráveis. Nesse contexto, a demanda por resinas termoplásticas apresentou uma retração de 1% em relação a 2013. As vendas da Braskem acompanharam a dinâmica de mercado e totalizaram 3,6 milhões de toneladas, uma redução de 3%. O market share, por sua vez, foi de 67%, cerca de um ponto percentual abaixo do apresentado em 2013. A entrada oportunista de material importado no último trimestre do ano reverteu a tendência de recuperação de market share apresentada ao longo de 2014. Passando para o slide 7. Nesse slide falaremos agora dos principais destaques operacionais de 2014 das nossas unidades de negócios.

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A taxa média de utilização dos crackers foi de 86%, 4 pontos percentuais abaixo de 2013, influenciada (i) pelas paradas programadas de manutenção em triunfo e São Paulo; e (ii) pela restrição de fornecimento de matéria-prima da central petroquímica do Rio de Janeiro no 1º semestre. As vendas de eteno e propeno, por sua vez, cresceram 4%, explicadas pela maior disponibilidade de produto em função de paradas programadas na 2ª geração, e pelo aproveitamento das oportunidades de vendas para o mercado externo. Em relação à unidade de poliolefinas, a produção de polietileno e polipropileno foi 5% inferior a 2013, refletindo as paradas programas e não-programadas de manutenção. As vendas da Braskem no mercado brasileiro apresentaram redução de 4%, acompanhando a tendência de mercado. No caso do mercado externo, as vendas apresentaram queda de 2%. No que tange à unidade de vinílicos, o ano foi marcado pelo crescimento de 9% na produção de PVC, explicado pela normalização da operação da nova planta de alagoas. Com isso, as vendas de PVC apresentaram alta de 4%, em um ano que o mercado brasileiro caiu 2%. O market share da companhia foi de 53%. Por fim, a unidade de negócios EUA e Europa apresentou um sólido desempenho em 2014. A produção de polipropileno apresentou recorde histórico de 1,9 milhão de toneladas e as vendas da Braskem cresceram 4% em relação ao ano anterior. Contribuíram para essa performance a expansão de capacidade de 40 mil toneladas da planta de Seadrift e o melhor desempenho das economias norte-americana e europeia. Passando para o slide de número 8. Nesse slide falaremos da evolução do EBITDA de 2014 em relação ao ano anterior. O EBITDA consolidado da companhia atingiu R$ 5,6 bilhões, um crescimento de 17%. Em dólares, o EBITDA foi US$ 2,4 bilhões, 8 % superior. Destacam-se a recuperação dos spreads de petroquímicos a nível global e a depreciação do real de 9%, que afetou positivamente o resultado em R$ 817 milhões, sendo cerca de R$ 3 bilhões negativo no custo e de R$ 4 bilhões positivo na receita. Esse resultado inclui ainda o impacto positivo não recorrente de R$ 277 milhões ocasionado pela venda de ativo não estratégico e o efeito líquido positivo de R$ 72 milhões referente a adesões adicionais e à quitação antecipada e integral do REFIS; parcialmente compensados pela provisão adicional de R$ 65 milhões dos planos Petros e pelo impacto negativo de R$ 66 milhões referente ao ajuste contábil do valor do estoque da unidade de negócios EUA e Europa. Passando para o slide 9. Nesse slide falaremos agora sobre o projeto no México.Em linha com sua estratégia de diversificação e competitividade de matéria-prima, a construção do projeto integrado para a produção de 1 milhão de toneladas de polietileno no México seguiu avançando e o progresso físico do empreendimento atingiu 88%. As atividades de engenharia e procura foram praticamente finalizadas, com todos os principais equipamentos e materiais já entregues no site. As atividades de pré-marketing seguiram avançando e, atualmente, a subsidiária Braskem Idesa conta com uma carteira total de 320 clientes.

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O investimento acumulado até o fim de 2014 totalizou US$ 4,2 bilhões, sendo US$ 2,9 bilhões via project finance e US$ 1,3 bilhão via aporte dos acionistas controladores. O projeto, que entra em operação no fim de 2015, é o primeiro projeto greenfield a ser comissionado na região da américa do norte e utilizará etano, a preço competitivo, para a produção de polietileno. Além da competitividade de matéria-prima, outro diferencial do projeto é o foco no atendimento do crescente mercado doméstico mexicano, hoje já deficitário, e que tem cerca de 70% de sua demanda suprida por material importado. Passando para o próximo slide. No slide 10, apresentamos o investimento de 2014. A Braskem, em linha com seu compromisso na realização de investimentos com retorno acima de seu custo de capital, desembolsou cerca de R$ 2,5 bilhões em 2014, uma redução de 5% em relação à estimativa inicial de R$ 2,7 bilhões. Excluindo-se da análise o projeto do México, o investimento totalizou R$ 1,9 bilhão sendo que 85% foram direcionados para a manutenção e outros investimentos operacionais, incluindo as duas paradas programadas dos crackers de São Paulo e Triunfo; e o remanescente direcionado à produtividade, eficiência operacional e outros projetos em andamento, como o investimento para produzir UTEC nos EUA, e o de expansão e conversão de uma das linhas de polietileno para polietileno de baixa densidade linear base metaloceno. Passando para o slide 11. Esse slide ilustra o endividamento da Braskem. Pelo fato do investimento do projeto México, feito pela subsidiária Braskem-Idesa, ser financiado pela modalidade de project finance; onde a dívida deve ser repaga com a geração de caixa do próprio projeto, a análise do endividamento, aqui apresentada, não considera essa estrutura de financiamento. Nesse contexto, em 31 de dezembro de 2014, a companhia apresentou dívida bruta de US$ 7,7 bilhões, 2% inferior à registrada no terceiro trimestre. Quando medida em reais, a dívida foi 7% superior, influenciada pela apreciação da moeda norte-americana em 8% entre o fim dos períodos. A dívida bruta atrelada ao dólar foi de 68%. O saldo de caixa e aplicações totalizou US$ 1,4 bilhão, US$ 76 milhões superior ao apresentado no trimestre anterior. A companhia, em função de sua estratégia de liquidez, todavia, possui linhas de crédito rotativo, que não apresentam cláusulas restritivas de saque em momentos adversos de mercado. Por consequência, a dívida líquida da Braskem apresentou queda de 3%, totalizando US$ 6,2 bilhões. Quando medida em reais, a dívida foi 5% superior. A dívida líquida atrelada ao dólar foi de 74%. A alavancagem financeira medida pela relação dívida líquida/EBITDA, em dólares, encerrou o trimestre em 2,58x, uma queda de 10% em relação a 2013. Em 31 de dezembro de 2014, o prazo médio do endividamento era de cerca de 16 anos. Se considerarmos apenas a parcela da dívida em dólares, o prazo médio fica em cerca de 21 anos. Apenas 7% do total da dívida tem vencimento no ano de 2015, e o elevado patamar de liquidez da companhia garante que seu saldo de disponibilidades cubra os vencimentos dos próximos 33 meses.

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Passando para o próximo slide. No slide 12, falaremos do cenário global. O fundo monetário internacional revisou a expectativa de crescimento da economia global, ainda que num patamar superior a 2014, para 3,5% em 2015; uma redução de 0,3 pontos percentuais em relação ao seu último relatório. A exceção ao relatório foi a revisão de perspectiva para a economia norte-americana, onde o fundo prevê uma expansão de 3,6%. Em relação à China, espera-se um patamar de crescimento mais moderado, próximo de 6,8%. No caso do brasil, o maior patamar de taxa de juros, os ajustes fiscais anunciados e a queda dos preços das commodities no mercado internacional impactaram a projeção do PIB, que deve ser próximo de zero em 2015, segundo o relatório Focus. A esse cenário desafiador, adiciona-se a potencial necessidade de racionamento de energia, em função dos atuais níveis dos reservatórios do país. Por outro lado, a recente dinâmica do mercado de petróleo, que teve sua redução de preços motivada, principalmente, pela maior oferta de produto, poderá impulsionar o crescimento da demanda global, especialmente dos mercados desenvolvidos e dos países importadores de petróleo. No que tange o mercado petroquímico, conforme esperado, observou-se uma redução dos preços de petroquímicos, que acompanharam a tendência de queda dos preços de nafta, principal matéria-prima utilizada pelo setor. Espera-se, todavia, que a melhora da economia global continue a influenciar positivamente a demanda e a rentabilidade do setor. Do lado da oferta, o atraso observado em alguns dos projetos anunciados e a possibilidade de novas postergações, ou até mesmo o cancelamento de novos projetos greenfield, em função da mudança no patamar dos preços de petróleo, também são alavancas favoráveis para a margem do setor. Os fatores de atenção permanecem relacionados às questões geopolíticas no oriente médio e norte da África, bem como na volatilidade do mercado de petróleo. Passando para o último slide. Nesse slide apresentamos as concentrações da administração da Braskem para 2015. Destacam-se a renovação, em bases competitivas, do contrato de fornecimento de nafta com a Petrobras; a finalização da construção do projeto integrado no México e o início de sua operação no final de 2015; a renovação do contrato de energia com a Chesf, de modo a assegurar a competitividade de custos, viabilizando as operações eletro-intensivas da Braskem na região nordeste do Brasil; e a implementação de ações estruturantes, em paralelo às medidas de ajuste fiscal anunciadas pelo governo. Em linha com seu compromisso com a higidez financeira e disciplina de custos, as prioridades da Braskem para 2015 contemplam ainda a redução pontual do seu nível de investimentos e a implementação de um programa de redução de gastos fixos. Encerramos aqui a nossa apresentação e passamos para a sessão de perguntas e respostas.

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Paula Kovarsky, Itaú BBA: Boa tarde a todos. Queria começar com duas perguntas, uma mais geral. Nós observamos uma queda bem acentuada dos spreads, tanto de PP quanto de PE, para nafta no mercado internacional. Obviamente que isso tem impacto de um rebound dos preços de petróleo, um impacto em nafta, mas eu queria saber como vocês acham que será o comportamento dos spreads, se isso é um primeiro overshoot de uma volta de petróleo, se há risco de continuar, se vocês acham que existe espaço para estabilizar em um patamar mais alto ou não. E a segunda pergunta, com relação a mercado doméstico, claramente vocês adotaram uma política cautelosa com relação à rentabilidade, na medida em que houve uma queda de market share relevante, e imaginamos que isso tenha a ver com o que vocês mencionam como sendo importações oportunistas. Eu queria entender como está a sua cabeça para proteger ou não o mercado, o que é patamar aceitável de market share? No release há um comentário sobre uma das razões para o aumento do SG&A como sendo política conservadora de crédito. Queria entender exatamente o que isso quer dizer e se tem a ver com a questão da importação ou não. Como vocês estão abordando os clientes para se proteger disso? Carlos Fadigas: Boa tarde, Paula. Vou endereçar primeiro sua pergunta sobre spread. Vou voltar um pouco para o 4T14. No 4T14, o petróleo cedeu mais rápido, em algum momento temos uma abertura interessante de spread em petroquímicos básicos e resinas, e vemos esse retorno agora, o petróleo veio de US$47, US$46 e está US$55. Então, pode ter apertado um pouco. Tudo ainda está um pouco volátil. Felizmente, de algumas semanas para cá o petróleo estabilizou um pouco, mas petroquímicos básicos e resina ainda estão um pouco mais voláteis, falando de mercado internacional. Então, eu não acredito em spread de resina. Para explicar melhor o médio prazo, se você pensar nos trimestres, 1T, 2T e 3T, não vejo lógica econômica que justifique spreads menores. Pode haver um squeeze pontual; como você mesma colocou em sua pergunta, se era uma coisa pontual, eu acho que sim. Mas quando olhamos e pensamos em spreads para o ano de 2015, neste exato momento não vemos motivo para termos spreads piores do que do ano passado. Talvez o 4T tenha sido pontual e excepcionalmente melhor. Talvez agora tenhamos algum retorno de petróleo e nafta que tenha diminuído um pouco, mas de maneira geral eu acho que teremos spreads pelo menos iguais aos que tivemos no ano passado. Lembrando sempre que há uma diferença bem grande entre queda de petróleo por conta de fragilidade econômica ou de menor demanda, o que é bem diferente do que vimos, que foi por conta de excesso de oferta. Não é um cenário que acontece com muita frequência, mas já aconteceu no passado, e é evidente que os spreads por isso

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não seriam obrigatoriamente ruins. Na verdade, estamos estimando alguma coisa mais ou menos em linha. Na questão com o spread de petroquímicos básicos, estamos acompanhando a Ásia. O spread de produtos petroquímicos básicos está um pouco pior e acreditamos que eles voltam para chegarmos a um número parecido com o que tivemos no ano passado. Em termos de market share, pelo benefício de termos fechado o ano de 2014, vale a pena olhar o ano inteiro, se tem um market share parecido com o que tivemos no ano de 2013. 67% em 2014 de market share contra 68% no ano anterior. Então, o último trimestre foi mais agudo, sim, e quando falamos em importação oportunista, isso tem uma dinâmica interessante. Na Braskem, como você conhece e sabe, subimos os preços de forma gradual, vamos repassando os aumentos de preço internacional de forma gradual, e a mesma coisa na descida, fazemos o repasse gradual da redução de preço. Então, às vezes, se você pega determinado mês, pode haver um incentivo para uma compra quando você compara o preço da Braskem deste mês com o preço do importado spot, mas você tem que lembrar que o importado demora para chegar. E quando ele chegar, dado que a Braskem seguirá alinhando os seus preços, é possível até que ele não seja a melhor opção para o comprador. Mas, ainda assim, alguns traders e alguns clientes acharam que era uma oportunidade de comprar produto no último trimestre do ano. Você perguntou qual é o market share confortável. Eu gostaria de ter um market share superior a 67%. Eu vou até separar um pouco o PVC, porque PVC está um pouco mais limitado pela capacidade de produção que temos, mas quando vimos para PE e PP, e aí você vê uma mudança um pouco maior de 2013 para 2014, de 64% para 71%, isso é fruto um pouco da pressão de polietileno. Eu acho que a pressão em polipropileno fica um pouco contornada pelo antidumping obtido no fim do ano passado contra Coreia do Sul, Índia e África do Sul; PE tem essa disputa toda com gás de xisto, e vamos tentar trazer esse número para um número mais alto, tentar subir do 71% de média do ano passado em PE e PP para um número mais próximo de 74%. Isso dependerá de uma série de fatores: dependerá de câmbio, e isso felizmente está ajudando; dependerá do spread, de qual é o tamanho da vantagem do produtor base gás versus o produtor base nafta, e isso caiu, voltou a aumentar quando petróleo e nafta subiram; e dependerá um pouco da estratégia comercial dos dois lados, dos importadores e da própria Braskem. Eu não gostaria de ver a base de market share da Braskem erodir além do que tivemos de média no ano de 2014, de maneira geral, mas é um mercado com bastante concorrência. Esse é um dos nossos principais focos de atenção. Eu vou passar para o Mario Augusto e para Roberta para eles comentarem um pouco a questão de SG&A, que é a sua terceira pergunta. Mario Augusto da Silva:

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Paula, boa tarde. Ao longo de 2014, em função de um ambiente macroeconômico um pouco mais desafiador, vimos fazendo ao longo dos últimos trimestres um complemento das nossas provisões para devedores duvidosos, com uma postura um pouco mais conservadora em relação a crédito. Então, esse comentário no SG&A, parte do aumento explicado no SG&A está relacionada a esses complementos de provisão que fizemos ao longo de 2014. O ambiente de 2015 segue desafiador, e aí monitoraremos a questão de crédito com atenção. Não temos nenhum caso mais agudo, mas por uma política um pouco mais conservadora nossa, ao longo de 2014 achamos por bem irmos fazendo um complemento do nosso volume de provisões para devedores duvidosos. Paula Kovarsky: OK. Obrigada. André Sobreira, Credit Suisse: Boa tarde. Uma pergunta para o Mario e outra para o Fadigas. Mario, queria que você falasse um pouco sobre cash flow. Você aumentou o standby facility de US$600 milhões para US$750 milhões. Queria que você falasse um pouco se está prevendo que usará isso no ano que vem, e se puder falar também do CAPEX de 2015 versus o de 2014. Segunda pergunta, para o Fadigas, um pouco sobre management e um pouco sobre disclosure: vocês falaram da dinâmica de cada unidade de negócio. Você pode nos relembrar como está a gestão da unidade de petroquímicos básicos versus a de poliolefinas? Porque sempre tentamos ver o business de uma maneira integrada, e um tempo atrás vocês até tiraram um pouco mais de disclosure do release e deixaram mais no ITR, mas agora você começa a falar de cada uma separada. Se puder falar um pouco disso, até porque petroquímicos básicos afetaram bastante o trimestre. Queria ouvir um pouco de vocês nesse ponto. Obrigado. Mario Augusto da Silva: André, boa tarde. Eu vou começar comentando seu primeiro ponto, sobre cash flow. Vou primeiro comentar um pouco da dinâmica de cash flow no ano. Tivemos um cash flow bastante forte ao longo de 2014, uma geração de caixa bastante forte. Encerramos o ano com uma posição de caixa de R$3,8 bilhões. Adicionalmente, estamos com linhas comprometidas de mais ou menos R$2,5 bilhões, totalizando uma liquidez disponível de R$6,2 bilhões para a Companhia. Também fizemos, ao longo de 2014, um trabalho de renovar nossas linhas comprometidas. Renovamos nossa linha em Reais, essa de R$500 milhões que temos, uma linha de cinco anos; renovamos também as nossas linhas em USD. Essa operação foi finalizada em dezembro, chegamos a comentar brevemente no último conference call do trimestre, uma linha de US$750 milhões, feita com um sindicato de 15 bancos, também com prazo de cinco anos. O objetivo foi exatamente o momento positivo de mercado do ano passado e fazer a renovação de todas essas linhas, deixando a Braskem com uma liquidez adicional disponível até 2019.

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Não há nenhuma intenção de utilização dessas linhas ao longo de 2015. Temos uma expectativa de continuar com a geração de caixa positiva no ano, então não há nenhuma intenção nossa de fazer a utilização dessas linhas. Mas a ideia é, com certeza, dado o cenário desafiador ao longo de 2015, mantermos um patamar de liquidez sempre bastante elevado. Carlos Fadigas: André, você pediu para eu comentar um pouco sobre petroquímicos básicos versus poliolefinas. Vou fazer alguns comentários, mas se sua pergunta for diferente do que estou respondendo, você me avisa. Destaco a questão de Brasil, principalmente, porque de fato temos produção de PP e venda de PP fora do Brasil, mas entendo que sua pergunta tenha mais a ver com o desempenho das centrais petroquímicas versus as plantas de PE, PP e de vinílicos, cloro-soda e PVC. Eles têm dinâmicas diferentes porque naturalmente seguem spreads internacionais que nem sempre estão tão alinhados. Além disso, o segmento de petroquímicos básicos trabalha atendendo grandes empresas industriais que estão instaladas nos complexos petroquímicos com contrato de longo prazo com referenciais internacionais. Tendo dito tudo isso, uma coisa que prestamos menos atenção na Braskem é na migração de resultado entre primeira e segunda geração no que é integrado. No nosso negócio de PE e nosso negócio de PP, que são abastecidos de matéria-prima interna – PP compra um pouco de fora, da Petrobras, mas é abastecido de matéria-prima interna –, ora o resultado está um pouco mais na central, ora o resultado está um pouco mais na resina. Eu vou deixar isso de lado, porque nos afeta menos. Dinâmica de cada um dos dois. Dinâmica de resina, falamos um pouco, tem uma concorrência internacional mais acirrada no negócio de PE; o negócio de PP é menos commoditizado, com clientes mais específicos, clientes um pouco maiores, mais formais. Portanto, não existe um degrau competitivo tão grande quanto existe entre PE gás e PE nafta. O PP está quase todo em um custo de produção parecido no mundo, então não há ninguém com uma vantagem muito diferente dos outros. E PVC é mais limitado pela nossa capacidade de produção de PVC, concorrência com importado também, mas com uma dinâmica própria. O que vemos na parte de químicos das centrais petroquímicas, a venda de químicos para os nossos clientes, é a dificuldade da indústria química brasileira. Em um comentário breve, a Abiquim soltou dois dados importantes: a menor taxa da operação histórica da indústria foi em 2014. A indústria química operou a 79%, que são os nossos clientes. 79% de média de taxa de operação. E o market share dos importados em químicos chegou a 35,6%, que é o maior número da série histórica também. São esses clientes que temos nos complexos petroquímicos que enfrentam dificuldades muito parecidas com as nossas, são grandes empresas que consomem energia, gás, estão expostas ao mesmo tipo de desafio da Braskem. Portanto, fora a dinâmica integrada, cada negócio tem uma dinâmica um pouco diferente. Não sei se era nessa linha que você queria que eu fosse ou se você quer algum complemento, André.

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André Sobreira: Era nessa linha. Era para entender um pouco de gestão e de dinâmica, e foi muito bem atendido. Obrigado, Fadigas. Se eu puder fazer um follow-up, alguma estimativa para CAPEX de 2015 ou vocês vão deixar para falar um pouco depois? Carlos Fadigas: André, em função da recente dinâmica de preço de petróleo, mudou bastante o cenário de petróleo, o preço de nossas resinas, petroquímicos básicos, uma série de variáveis que acabam impactando o plano de negócios da Braskem, houve um pedido do Conselho para que investíssemos talvez mais 30 ou 60 dias para refletir todas essas alterações na dinâmica internacional do mercado petroquímico no nosso plano de negócios e, junto com isso, ter também uma reflexão em cima de CAPEX para 2015. Um pouco mais para frente, assim que tivermos esse número fechado, traremos para vocês. André Sobreira: Ótimo. Mas México não para? Startup no final do ano vai ser normal, isso é mais relacionado ao Brasil, imagino. Carlos Fadigas: Na verdade, André, é mais a nossa disciplina de não comentar o número sem ele ter sido aprovado pelo Conselho. Não estamos preparando nenhuma novidade, nada radicalmente diferente. É só questão de respeito à governança, aprovar com eles e trazer. México segue em frente, vamos colocar essa planta para rodar o quanto antes e continuaremos nosso investimento. André Sobreira: Ótimo. Obrigado. Luiz Carvalho, HSBC: Boa tarde. Obrigado. Tenho três perguntas. A primeira, Fadigas, talvez seja um pouco mais estrutural. Como você vê a geração de caixa da Companhia de longo prazo alinhada com os projetos que vocês têm? Hoje, vocês mencionaram pelo menos o estudo da duplicação do complexo do Rio de Janeiro, tem o projeto Ascent, tem o projeto do México. Queria entender, um pouco mais no longo prazo, como podemos enxergar do ponto de vista de pagamento de dividendos no longo prazo, geração de caixa versus os investimentos que vocês estão fazendo. A segunda pergunta é em relação ao contrato de nafta, que é uma coisa um pouco mais de curto prazo. Esse contrato que vence agora no final de fevereiro tinha uma previsão efetivamente de retroatividade. Se esse contrato não for renovado agora, se for estendido, você irá provisionar isso já no 1T do ano que vem? Queria entender um pouco com relação a isso. Obrigado.

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Carlos Fadigas: Obrigado, Luiz. Falando da sua primeira pergunta, geração de caixa versus projetos. É uma pergunta um pouco mais aberta, mas deixe-me tentar objetivar. Financiamos o México com project finance, achamos um sócio, então, no final das contas, 30% vêm dos acionistas, esses 30% do projeto, e 75% nosso. No final das contas, a Braskem está investindo um pouco mais de 20% do investimento total, que foi a forma que achamos para preservar o balanço para fazer outros investimentos. Desses outros investimentos, o prioritário era o Comperj, um projeto do qual falamos há muito tempo, que depende de contrato de matéria-prima e infelizmente não aconteceu. Estamos aproveitando para desalavancar a Companhia; estamos com 2,5x, 2,6x de dívida líquida/EBITDA quando medida em USD – temos que medir em USD por conta de ser a moeda de geração de resultado da Companhia –, e preparando-a para eventuais novos investimentos. Talvez para colocar algumas referências de gestão de alavancagem, dividendo e investimento, pela necessidade de investimento e crescimento, uma Empresa que precisa se internacionalizar, diversificar matéria-prima, você dificilmente verá uma Braskem por longos períodos com uma alavancagem muito baixa, de 1x dívida líquida/EBITDA. Pela natureza do setor, você encontrará uma Braskem investment grade, é nisso que trabalhamos, temos como meta; 2,5x de alavancagem como uma zona em que você sobe um pouco se fizer um investimento, mas retorna para essa zona. Essa é uma referência. A segunda referência é pagamento de dividendos. Temos tentado manter uma política de pagamento de dividendos, temos distribuído por volta de R$500 milhões todo ano; mais especificamente, acho que o número é R$483 milhões, que é um número, inclusive, que remunera igualmente preferencialistas e ordinaristas. E pode ser que, excepcionalmente, façamos distribuições maiores. Pode ser que, se acontecer alguma coisa, nós não tenhamos base contábil. Isso aconteceu, se não me engano, em 2012 por falta de base contábil, não por falta de caixa. Pode ser que em um extremo paguemos mais dividendos, pode ser que no outro extremo não tenhamos base contábil para pagar dividendos. Mas essa referência de distribuição de dividendos, que enquanto a Empresa reinveste ela disponibiliza recursos, é uma segunda referência que buscamos na gestão do balanço versus investimento. A terceira variável nessa história é o tamanho do investimento. Aí segue um pouco em função da oportunidade. Infelizmente, a oportunidade de investimento no Comperj não está aí agora, a oportunidade de investimento no Ascent está sendo reavaliada à luz da nova competitividade relativa gás-nafta, mas se as oportunidades surgirem, nós vamos atrás delas. De que forma? Talvez usando um pouco da alavancagem, e aí saindo, de novo, de 2,5x para um número um pouco mais alto, para ser desalavancado de novo no tempo, e através de outras formas.

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Já cogitamos no passado trazer sócios, já cogitamos fazer estruturas parecidas com a estrutura que fizemos com a Enterprise nos Estados Unidos, onde o ativo é deles e nós ficamos com a margem e o risco intrínseco do negócio, quase um built-to-suit. A pergunta é um pouco aberta, mas você tem uma referência de alavancagem, você tem uma referência de pagamento de dividendos e investimento é meio que a variável de ajuste em função das oportunidades que surgirem. Se surgirem muitas oportunidades, buscaremos ser criativos para não forçar demais a alavancagem; se não surgirem, teremos a Braskem se desalavancando um pouco mais e abrindo espaço para uma oportunidade futura. Eu não esperaria nada materialmente diferente disso. Com relação à nafta, o contrato vence em 28 de fevereiro, ele prevê que o preço fique em aberto. A Petrobras, para efeito de faturamento, precisa mandar uma fatura, nós precisamos contabilizar uma fatura e usamos a fórmula que já existia, mas está em aberto até 28 de fevereiro. Estamos discutindo com a Petrobras principalmente a continuidade de fornecimento, e algum mecanismo que nos permita continuar rodando enquanto esse impasse permanece. Só um comentário a esse respeito, Luiz: eu espero que a troca da administração permita que a administração nova, com a divulgação do balanço, possa de fato trabalhar em agendas mais de médio e longo prazo. Entendemos o momento da Petrobras, entendemos a dificuldade pela qual eles estão passando, e espero que a mudança da administração dê um horizonte de planejamento maior para a equipe. Então, se de um lado eu acho pouco provável que achemos uma solução de longo prazo nas próximas semanas, por outro lado, em obtendo algum aditivo, espero que seja o último e que de fato consigamos achar a equação de longo prazo durante a vigência de um próximo aditivo. Nós contabilizamos conforme fatura o resultado de agosto a dezembro. O que será contabilizado dependerá exatamente do desfecho desse aditivo que vence em 28 de fevereiro, e aí informaremos para vocês exatamente como foi feito. Mas, sinceramente, minha atenção agora está mais em não parar, porque tem um aditivo novo, do que nesse ajuste final, que é um pouco do que já passou. Mas é dessa forma que está contabilizado no DRE que vocês receberam do último trimestre no que diz respeito ao período de vigência desse aditivo. Dentro dessa demonstração de agosto a dezembro é o que está auditado, está conforme a fórmula antiga, que foi a fórmula de faturamento. Luiz Carvalho: Está certo, ficou claro. Obrigado. Vicente Falanga, Bank of America/Merrill Lynch: Boa tarde. Eu tenho duas perguntas. Primeiro, vocês mencionam um programa de redução de gastos. Eu queria saber se vocês já têm uma meta para atingir isso ou se é muito cedo para falar agora.

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E minha segunda pergunta é se mudou alguma coisa nos planos para a planta de West Virginia com a diminuição dos spreads de base gás, onde temos uma curva petroquímica menos acentuada. Queria saber se isso muda alguma coisa nos seus planos para lá. Obrigado. Carlos Fadigas: Com relação à meta de redução de custo, começamos um programa de revisão de processos, revisão de estruturas, exatamente para achar ganhos de formas de reduzir o custo. Tivemos uma primeira reunião ampla desse assunto na segunda-feira dessa semana – hoje é quinta-feira – e está marcada, daqui a 45 dias, exatamente uma reunião na qual cravaremos uma meta para este programa. Então, eu não tenho ainda um número para lhe dar, mas nós teremos em algum momento na frente alguma referência de quanto buscaremos de redução de custo da Braskem nesse programa. O que eu espero e estou trabalhando para é ter um programa um pouco mais ambicioso, dado o cenário no qual estamos convivendo. O pano de fundo é o que vocês conhecem da indústria brasileira, um PIB cujo consenso é de que não irá crescer este ano, da vantagem para o produto base gás. Com relação à planta de West Virginia, o projeto que nós chamamos de Ascent, a construção de um complexo de produção de eteno e PE em West Virginia, nós estamos incorporando ao estudo cenários novos. Tem um desafio aí, Vicente, que um projeto como este demora quatro ou cinco anos para ser construído, e você precisa fazer uma projeção de dez a 15 para fazer NPV, taxa interna de retorno. Então você tem que estimar preço de petróleo quase que para os próximos 20 anos. Em um cenário de volatilidade como temos tido, essa não tem sido uma tarefa exatamente fácil. Temos visto, inclusive, as petroquímicas americanas anunciando um projeto, cancelando outro. Estamos vivendo um momento de volatilidade por conta de um fator tecnológico que é o shale, o faturamento hidráulico e o horizontal drill, enfim, por conta da técnica do shale, que mexeu dramática e rapidamente no preço do gás e mexeu dramática e rapidamente no preço do petróleo. Foi um dos fatores importantes do preço do petróleo. Então, estamos com um pouco mais de volatilidade, e daí o cuidado. É claro que com a redução do spread que o produtor base gás tem, o projeto tem menos atratividade. Produzir base gás continua sendo mais vantajoso, mas o quanto isso é vantajoso no longo prazo e quanto isso justifica o projeto green field é exatamente o que estamos afinando nas nossas contas, e pretendemos ter em breve uma posição sobre avançar agora ou aguardar mais um pouco em relação ao projeto de West Virginia. Vicente Falanga: OK, Fadigas. Obrigado. Se você me permitir um follow-up na pergunta do Luiz, quando vocês mencionam que o preço no contrato da nafta fica em aberto, quer dizer que ele

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não terá nenhuma mudança vis-à-vis o que era enquanto não se chegar a um desfecho. É isso ou estou errado? Carlos Fadigas: Aí estamos entrando de fato em um aspecto mais específico. Ele tem preço em aberto, ele diz que, chegando a um acordo, ele retroage, e tem uma fórmula para definir o que fazemos se não chegar a acordo nenhum. Como ainda tem tempo para tentarmos chegar a algum acordo, eu queria evitar entrar nesse cenário, mas o que eu posso colocar é que não tem nenhuma mudança material em relação ao que vimos provisionando. Pelo menos não tem chance de perda para a Braskem nesse cenário. Mas é a especificidade da situação na qual nós estamos. Não é comum, de fato. Depende do que for acordado até o dia 28 de fevereiro, e esse é um ponto no qual estamos trabalhando com a Petrobras. Vicente Falanga: Está certo. Obrigado, Fadigas. Pedro Medeiros, Citigroup: Bom dia. Eu tenho duas perguntas, a primeira delas voltando a uma questão que foi discutida na primeira pergunta, sobre o aumento do nível de provisionamento de PDD. Quando olhamos seu capital de giro reportado no seu contas a receber do fim do ano, você teve um aumento bastante expressivo do total de recebível vencido; meu cálculo é de algo próximo de R$300 milhões. Apesar de ter um aumento da PDD no ano a ano, essa PDD caiu em relação ao 3T. Na verdade, é mais uma confirmação: isso foi situação específica de fim de ano, que já foi revertida, ou essa relação está de fato se deteriorando um pouco mais? A segunda pergunta é sobre a renovação do contrato de energia da Chesf e da Riopol. No caso específico da Chesf, pela operação no Nordeste, especialmente vinílicos, ser bastante intensivo em eletricidade, você tem como comentar um pouco a sua cabeça sobre como estão os prazos para avaliar a operação como um todo e a definição desse contrato? Acho que a pergunta ficou um pouco torta, mas a conta que estávamos fazendo aqui era que se você tivesse que operar a sua planta de vinílicos hoje usando como referência o preço spot do mercado de energia, o nível de rentabilidade que essa planta teria poderia até levar a Empresa a repensar essa operação. Você pode comentar um pouco sobre isso e se existe algum prazo para a Companhia tomar uma decisão sobre isso? Carlos Fadigas: Pedro, deixe-me começar pela sua segunda pergunta, depois o Mário endereça a questão de provisionamento.

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O primeiro ponto é o seguinte: esse contrato é válido até junho, então o prazo que temos é até junho. Nós vamos idealmente resolver o assunto até lá, e se não resolvermos, qualquer providência só será tomada depois disso. O que significa “resolver até lá”? Aí tem um aspecto interessante: o Governo vetou o que o Legislativo tinha aprovado, e aí eu acho que é trivial; Câmara dos Deputados e Senado recomendaram, propuseram, colocaram emenda renovando esse contrato da licença com o Nordeste, o Poder Executivo Federal vetou, mas colocou na justificativa de veto que irá dialogar. De lá para cá, o que já aconteceu? Já fomos recebidos pelo Ministro de Minas e Energia para discutir o assunto. Na sequência, as equipes técnicas das empresas, e são sete principais empresas que estão nesse contrato, consumidoras de energia, todas eletrointensivas, já estiveram lá também com a equipe técnica do MME. O MME entendeu a relevância da indústria, e mais que isso: nós somos compradores e pagadores dessa energia há 30 a 40 anos. Até o investimento nessas barragens foi remunerado por esse grupo de empresas via preço, que não é um preço só de O&M. O preço de O&M, preço de operar e manter a hidrelétrica, pelo que eu leio, é R$30 a R$40/MW, e nós estamos pagando R$110/MW. Então, pagamos e remuneramos também o investimento. Então, tem uma legitimidade no pleito. A ideia é resolver. Não resolvendo, tem outra coisa: você fez conta com o mercado spot, e sua conta está certa. Com o mercado spot a planta fecha. Essa planta não roda comprando energia no mercado spot. Mas tem outro ponto: ela não precisa ir para o mercado spot. A interpretação das empresas deste grupo é de que, inclusive, temos o direito de permanecer no mercado cativo. Migrou para o mercado livre quem fez a opção de migração para o mercado livre, e esse contrato sempre existiu, foi um híbrido, então nós poderíamos migrar para o custo de distribuidora. Seria pior que o que temos, porque o custo da distribuidora também está um ponto impactado agora, mas é um custo menor que o custo de mercado spot. E quando você migra para as distribuidoras do Nordeste, acho que principalmente em Coelba e CEAL, você tem um preço mais intermediário. Essa é uma alternativa. Não é uma questão naturalmente ímpia, mas essa é uma alternativa que entendemos como concreta e legalmente sólida como um plano B. Mas o plano A de fato é continuar comprando essa energia, melhor inclusive do que a Chesf venderia no mercado de cotas para distribuidoras a custo de O&M, é algo que ajuda a Chesf a fazer caixa, e nosso projeto propõe, inclusive, que esse caixa adicional que a Chesf terá nos vendendo em vez de vender para as distribuidoras seja usado para geração de energia, inclusive no mesmo submercado de Nordeste. O plano A é esse, o plano B eu já comentei qual é, e não trabalho com a migração para spot porque sua conta está certa. Migração para spot provavelmente levaria ao fechamento de uma série de fábricas, não só de Braskem, mas de tantas outras. Alguns, inclusive, já disseram isso de forma muito pública o que significaria a extinção desse contrato. Eu só acho que, sendo um contrato que existe há várias décadas, durante a maior parte do tempo ele foi, inclusive, mais caro que o mercado spot. Então, só porque às

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vezes alguém ache que estamos tendo algum benefício, é muito longe disso. A maior parte do tempo de vigência desse contrato nos custou mais que o mercado spot. Se hoje ele está abaixo do mercado spot, é muito mais pelo estouro do preço de mercado spot do que pelo fato desse preço ser barato. Não é, inclusive. Vários outros países têm energia mais competitiva do que isso do setor eletrointensivo. Me estendi um pouco porque esse é um tema importante para nós e tem uma série de conceitos que são importantes. Vou passar para o Mario comentar um pouco a questão de provisionamento. Mario Augusto da Silva: Pedro, deixe-me comentar rapidamente: hoje, a Braskem tem uma carteira de quase 2.000 clientes. Ao longo desses anos temos tido um nível de perda bastante baixo sobre o faturamento da Companhia. Neste ano, de fato, por uma postura mais conservadora, resolvemos fazer alguns provisionamentos adicionais, até percebendo um ou outro cliente com um pouco mais de dificuldade, e essa variação que você vê no nosso contas a receber de aproximadamente R$300 milhões foi de algumas renegociações que fizemos ao longo de 2014. Mas, mais pontual, não tem muitos casos críticos na nossa carteira, são pouquíssimos casos, e não temos expectativa de um problema mais agudo em relação à nossa carteira de clientes. Pedro Medeiros: Ótimo. Obrigado, foi bem esclarecedor. Felipe Santos, JPMorgan: Bom dia. Eu vou fazer uma pergunta em duas partes. Primeiro, quanto a Braskem já fez de investimento no Comperj? E dada toda essa situação, como vocês estão vendo a continuidade desse projeto para frente? A segunda, como vocês veem a sensibilidade do mercado de resinas e petroquímicos básicos em um cenário de racionamento? Carlos Fadigas: Felipe, são duas perguntas bem interessantes. Primeiro, a Braskem ao longo dos anos investiu alguma coisa no projeto Comperj. Eu não tenho o número comigo, mas são números muito menos materiais do que vimos, por exemplo, em discussões de baixa de balanço de Petrobras. Estamos falando de número de duas, três, quatro dezenas de milhões de reais. Não é pouco dinheiro, mas estamos falando de uma equipe que tinha custo anual de R$10 milhões, às vezes; custo anual e de manutenção de uma equipe dedicada ao projeto em uma zona de R$10 milhões, trabalhando nisso ao longo de dois, três, quatro anos.

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O primeiro ponto é que não estamos falando de centenas de milhões, e o segundo ponto é que não estamos falando de um trabalho que está perdido. Uma parte importante deste trabalho desse trabalho tem a ver com adição de planta nova, tem a ver com estudo inclusive de desgargalamento da unidade do Rio de Janeiro. Porque nós falamos de Comperj, e o nome Comperj se confunde com um investimento da Petrobras, mas estamos falando de adição de capacidade no Rio de Janeiro. Enquanto fazíamos isso, também sempre trabalhamos considerando a integração com o que chamávamos de Riopol, nossa central de petroquímicos básicos e plantas de PE em Duque de Caxias, hoje no centro do Rio. Então, vamos fazer eteno de um lado, transportar, fazer o PE do outro, ou nós vamos fazer tudo integrado, ou vamos fazer tudo separado. Então parte desse valor, inclusive, é recuperada no momento em que pudermos fazer um projeto de crescimento de capacidade no Rio de Janeiro. E foi exatamente por conta de estudo que nós chamamos de Comperj Petroquímico que chegamos à conclusão que o melhor desenho é crescer o que temos em Duque de Caxias antes de fazer em Itaboraí, porque há uma distância de uns 100km entre um local e outro – Itaboraí é onde está o Comperj da Petrobras e onde o Comperj Petroquímico poderia ser feito. Nossa conclusão é que vale mais a pena fazer isso em Duque de Caxias. Adoraríamos que esse investimento feito estivesse agora se revertendo em um projeto em andamento. Infelizmente, isso não aconteceu. Infelizmente, uma parte do custo não vai virar projeto no curto prazo. Esse é um ponto que eu gostaria que fosse diferente, mas tem a ver com a viabilidade, ou falta de viabilidade dos projetos. Racionamento é uma pergunta difícil de responder. Temos nos feito essa mesma pergunta internamente. Eu vou lhe dar a resposta que posso dar neste momento, que consigo lhe dar neste momento, que é a seguinte: vemos que petroquímico e plástico de maneira geral são tão intrinsecamente ligados a diversas cadeias produtivas que o impacto que podemos ter de um racionamento de energia no consumo de químicos e de plástico, eu acho que não será diferente do que perderíamos de PIB. Mas o Brasil vai perder PIB? Vai haver racionamento? Vai perder PIB, vai perder 1%, 2%, 3%? Neste exato momento, a única coisa que eu consigo traçar é um paralelo com alguma coisa desse tipo. Uma redução de PIB, uma redução de atividade industrial; inclusive, a expectativa de produção industrial este ano, dados que condizem com o CNI de algumas outras fontes, fala de um pequeno crescimento. O CNI está falando de 1%. Enfim, é alguma coisa que vai acompanhar uma eventual perda de PIB, e esperamos que não aconteça o racionamento. De qualquer forma, Braskem tem a obrigação de estar preparada para um cenário desses. Temos uma série de estudos internos do que cortaríamos, em que reduziríamos carga, onde geraríamos mais energia, porque temos capacidade interna de geração de energia, para minimizar o impacto econômico de um eventual racionamento. Mas continuamos na expectativa de que ele não aconteça. No final das contas, talvez para tentar adicionar algum fator positivo nesse cenário todo, o movimento de câmbio, que tende a dar mais competitividade aos nossos clientes, principalmente os transformadores, que têm uma base de custo em Reais, mais até que a Braskem, e alguns clientes nossos de indústria química. Espero que isso possa servir de algum contraponto para eventuais dificuldades, se existir um racionamento.

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Felipe Santos: Excelente, Fadigas. Obrigado. Gustavo Allevato, Banco Santander: Boa tarde. Fadigas, eu tenho duas perguntas. A primeira é referente à compra da Solvay, se vocês realmente desistiram de comprá-la, ou, caso contrário, como está a negociação com o CADE. E a segunda pergunta é: como vocês enxergam potencias mudanças na lista do Reintegra ainda para 2015 com as medidas que o Governo pode anunciar nas próximas semanas? Muito obrigado. Carlos Fadigas: Gustavo, primeiro em relação à Solvay, a operação que tínhamos se encerrou. Da forma como ela estava contratada com a Solvay para a compra das quatro fábricas, as duas do Brasil e as duas da Argentina, cloro-soda e PVC no Brasil, cloro-soda e PVC na Argentina, ela se encerra pela negativa do CADE. Agora vai depender do que a Solvay quer fazer. A Solvay claramente está em uma estratégia de saída do negócio na Europa, isso é uma informação pública. Nos primeiros dias depois da decisão do CADE, ela comentou publicamente que continua vendedora e que irá analisar a forma de fazer isso, então nós vamos acompanhar. Hoje, não temos nenhuma posição formal. Se existiu interesse nos ativos, continua existindo, mas claro que terá de ser em um formato que o CADE possa aceitar. Então, estamos na ponta mais reativa. O dono do ativo é a Solvay; ela que vai decidir o que vai fazer. Se vai vender, para quem vai vender, como vai vender, se vai vender tudo junto, se vai vender separadamente, e nós vamos acompanhar. O interesse permanece, que é a lógica de estratégia de integração, a grande sinergia de operação industrial, logística e custo permanece existindo. Agora teremos de aguardar para ver como e o que eles querem fazer. Com relação à mudança em Reintegra, eu vejo com preocupação. Eu vejo com preocupação porque os dados da indústria são todos muito ruins. E estou falando da indústria de uma maneira geral. A balança de manufaturado do Brasil foi um buraco de US$109 bilhões. Se você quiser fazer uma pesquisa no Google dos maiores importadores brasileiros, você verá uma série de empresas importando eletrônicos, carros, enfim, produtos industrializados; se fizer uma pesquisa dos maiores exportadores brasileiros, você verá uma série de empresas exportando petróleo bruto, minério de ferro, sódio e carne, só produtos básicos, com pouco beneficiamento. Isso que levou a esses US$190 bilhões de déficit. Você olha a produção industrial, o pico industrial, -3,2% no ano passado; você olha para a indústria química e tem 79% de taxa de operação. Então, eu acho que, ainda que todos nós, ou a grande maioria, concorde com a agenda de ajuste econômico que está sendo implementada principalmente pelo

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Ministério da Fazenda, e não nos cabe criticar, nossa posição é que, em paralelo a ela, continue existindo uma agenda para a indústria brasileira. Porque durante muito tempo a política esteve voltada para fomentar o consumo ou o crédito, e sim, esteve também, pontualmente, apoiando a indústria, mas claramente, seja por custo de energia, seja por custo de matéria-prima, seja por custo de mão-de-obra, seja pela apreciação do Real durante muito tempo, a indústria está fragilizada. E é importante que isso aconteça. Eu vejo, portanto, preocupação. O Reintegra que existiu no passado, deixou de existir, voltou no ano passado com 0,1%, depois foi mudado para 3% e agora se fala em mudar de novo. Você não tem como planejar exportação, não tem como planejar produção se ficar entrando e saindo Reintegra. Com US$109 bilhões de balança negativa, me parece mais que óbvio que o Reintegra é um mecanismo necessário, até para sua legitimidade. Na essência, o Reintegra devolve ao exportador o tributo que ficou preso do processo produtivo. E nossas contas apontam, inclusive, que mais de 3% do preço do produto exportado é imposto que não foi expurgado do processo produtivo. Então, você tem 35%, 36% de carga tributária no País, tem dificuldade da indústria de exportar, e o único programa que dá esses 3% está sendo discutido para ser revisto, e mesmo as desonerações o Governo fala também em discutir, nós vemos com preocupação, porque não achamos que seja o momento de isso acontecer, e também não é caso de termos uma agenda única de ajuste econômico. O Brasil precisa, naturalmente, junto com a agenda de ajuste econômico, de uma agenda para a indústria, do mesmo jeito que precisa ter outras agendas importantes sendo desenvolvidas. É dessa forma que eu vejo, Gustavo, as notícias recentes sobre esse assunto. Gustavo Allevato: Perfeito, Fadigas. Muito claro. Muito obrigado. Luiz Carvalho, HSBC: Obrigado, Fadigas. Eu só queria voltar a um ponto aqui, e aí talvez seja um pouco mais no longo prazo: quando olhamos a entrada de capacidade – eu vi que vocês colocam um slide disso na apresentação – e nossa projeção de demanda, principalmente depois de 2017, quando parte da capacidade dos Estados Unidos começa a fazer seu ramp up, em 2017, 2018, a nossa percepção é que parte dos crackers que estão sendo adicionados lá são de empresas globais, que efetivamente têm também crackers na Europa, no Oriente Médio e na Ásia. E principalmente falando com o nosso time global, que um caminho meio que normal, ou consequência para uma possível não absorção dessa capacidade adicional nos Estados Unidos, seria a América Latina, dado que eles não exportariam para essas outras três regiões para não competir com as próprias plantas ao redor do mundo. Como vocês veem mais no longo prazo, de forma mais estrutural, a competitividade desses produtos ao longo do tempo aqui no Brasil? Se vocês poderiam, por exemplo,

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eventualmente, usar a capacidade do México para proteger o mercado doméstico aqui. Eu sei que é um pouco no longo prazo, mas queria ouvir como vocês entendem isso. Obrigado. Carlos Fadigas: O primeiro ponto, e eu sei que sua pergunta é sobre o longo prazo, mas temos um horizonte até 2017 de margens saudáveis porque não há um volume relevante de capacidade entrante. Em 2018, de fato, o spread global tende a sentir, tende a ceder, cair por conta de uma adição relevante de capacidade, especialmente vinda dos Estados Unidos. De fato, você tem ali empresas que estão adicionando capacidade como Dow, Exxon Mobile e Chevron, que têm produção em outras partes do globo. Mas de uma maneira geral, nenhuma dessas outras partes é mercado cativo só deles. Então, não é que eles têm mercado cativo em determinado país onde eles irão preservar. Eu acho que esse efeito vai bater em todas as regiões, e o preço tende a se equilibrar pela paridade de exportação a partir dos Estados Unidos. Frete para cá, frete para a Ásia. Por exemplo, a Exxon tem cracker, tem um complexo relevante, em Cingapura. Não é por isso que eles vão deixar de mandar produtos para a Ásia, se houver lógica em mandar produtos para a Ásia. Claro que sabemos que a América Latina é um mercado de destino de uma parte dessas exportações, mas eu acho que isso não baterá em América Latina de forma distinta do que vai bater no mundo. Aliás, os preços, nos países – isso vale para o Brasil também – não é nada muito diferente do preço internacional ajustado por custos de frete e custos de internação. Então, isso não vai mudar. Não é que a água vai baixar, o preço vai baixar só no mercado de América Latina. Ele vai acontecer across the border, para todas as regiões, respeitadas diferenças de custo e frete. Tendo dito isso, estamos também trabalhando exatamente para esse período de concorrência e de competição. Não precisamos ter no Brasil um custo de produção mais barato que o deles. No fundo, o que teremos aqui é um preço alinhado com o preço internacional. Não acho que o projeto do México tenha como vocação natural defender o mercado doméstico, apesar de que, se o projeto tiver capacidade de exportação e houver necessidade não há prejuízo em se trazer para o Brasil, mas não é o objetivo original dele. O que faremos é trabalhar para reduzir custos, para ter rentabilidade no volume que será vendido no Brasil. Estou tentando achar uma forma de sumarizar o que eu lhe disse, para tentar dar consistência à minha resposta. Mas, talvez, se eu tivesse que resumir muito: primeiro, caminhamos bem até 2017, em 2018, de fato, tem redução de margem. Segundo, essa redução de margem vale para todos os mercados, porque são todos interconectados e a diferença de preços entre eles é meramente custo de logística e preço de internação.

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Terceiro, por conta disso eu não espero uma redução de preço, especificamente dentro do Brasil e mesmo na América Latina, tão dramática e tão diferente da redução de preços que veremos no mundo inteiro; Quarto, eu não tinha dito, mas nafta continuará sendo a parcela mais relevante de matéria-prima a partir da qual os polietilenos são produzidos, então não é que toda a capacidade será expulsa do mercado. E quinto, talvez para fechar, o que continuaremos enxergando daqui até 2018 é fechamento de capacidade também na outra ponta. Então, para compensar esse aumento de capacidade, você tem dois fatores: o primeiro é que a demanda cresce; e o segundo é que, se você olha para o Japão, eles têm feito racionalizações importantes de capacidade, fechamento de crackers base eteno. Vários anúncios e estão previstos vários outros. Se você olha para a Europa, também vê fechamento de capacidade. Notícia de ontem, um e-mail muito transparente dizendo que se for banido o shale gas na Europa, o site de (73:16) não tem futuro. É esse tipo de ajuste que irá acontecer na outra ponta. Essa é a nossa visão de longo prazo. E até chegar a 2018 eu lhe digo: tem água para passar debaixo da ponte. Vimos nos últimos dois anos o que foi preço de gás versus nafta, depois o petróleo cai, volta a subir. Vamos continuar fazendo a nossa parte, diversificando a base de matéria-prima da Braskem, cracker base gás no México, cracker base gás no Rio de Janeiro, que já temos, e expansões em cima de base gás; corte de custo em busca de nafta competitiva, e enquanto o cenário para produzir no Brasil for tão desafiador, uma estratégia de defesa comercial também é importante. Todos fazem. Acompanhamos inclusive os Estados Unidos fazendo os movimentos de antidumping, acabaram de colocar um antidumping em relação a um produto chinês – de memória é pneu, mas não tenho certeza então não vou afirmar. Mas todos fazem e o Brasil também, e será mais um elemento nessa discussão. Luiz Carvalho: Está claro. Obrigado. Operadora: Obrigada. Não havendo mais perguntas, gostaria de passar a palavra para a Companhia para as considerações finais. Carlos Fadigas: Queria convidar quem está participando deste call, se não teve a oportunidade de fazer perguntas, para se juntar a nós no call em inglês, que vai começar agora às 14h30, e aí seguimos discutindo os resultados da Companhia. Enfim, para quem termina o call aqui conosco, agradeço a atenção, a participação.

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O ano de 2014 foi um ano em que, como vocês sabem, desafiador é uma palavra que talvez até não resuma bem o que foi, com crescimento de PIB, ainda sem número final, mas quase zero. Houve também discussões de racionamento; no começo do ano de 2014 esse risco existia, um ano que terminou com uma crise de água, um câmbio que variou bastante, com Copa do Mundo, eleições. Não foi um ano dos mais fáceis. A Braskem precisou rodar com dois aditivos no contrato de nafta, um conquistado em fevereiro e outro em agosto. Dentro desse cenário, eu acho que os R$5,6 bilhões de EBITDA que conseguimos gerar, o dividendo que estamos pagando aos nossos acionistas, eu sempre quererei gerar mais, mas tenho que admitir que foi um resultado bom, dado o cenário. 2015 tende a ser também um ano difícil, já começamos o ano discutindo se há risco de recessão ou de queda de PIB, começamos o ano com uma visão de que o PIB continuará flat, discussões ao redor de água e energia. Nosso compromisso é operar simultaneamente na defesa e no ataque: na defesa da operação atual, permitindo que ela rode de forma competitiva, gere o melhor resultado possível; e o ataque talvez seja uma metáfora para os investimentos que estamos fazendo para crescer capacidade no México e os investimentos pontuais no Brasil, como o que acabamos de concluir de conversão de uma planta de alta densidade linear na Bahia para (76:30) da Braskem de capacidade competitiva. Obrigado novamente a vocês. Desejo a todo mundo não só um bom final de semana, mas um bom Carnaval na semana que vem para os que estão no Brasil. Obrigado e um abraço. Operadora: Obrigada. A teleconferência de resultados da Braskem está encerrada. Desconectem suas linhas e tenham uma boa tarde. “Este documento é uma transcrição produzida pela MZ. A MZ faz o possível para garantir a qualidade (atual, precisa e completa) da transcrição. Entretanto, a MZ não se responsabiliza por eventuais falhas, já que o texto depende da qualidade do áudio e da clareza discursiva dos palestrantes. Portanto, a MZ não se responsabiliza por eventuais danos ou prejuízos que possam surgir com o uso, acesso, segurança, manutenção, distribuição e/ou transmissão desta transcrição. Este documento é uma transcrição simples e não reflete nenhuma opinião de investimento da MZ. Todo o conteúdo deste documento é de responsabilidade total e exclusiva da empresa que realizou o evento transcrito pela MZ. Por favor, consulte o website de relações com investidor (e/ou institucional) da respectiva companhia para mais condições e termos importantes e específicos relacionados ao uso desta transcrição.”