Treino
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Periodização tática Periodización táctica
Tactical periodization
Mestre em Ciência da Motricidade Humana pela UCB do RJ
(Brasil) Nelson Kautzner Marques Junior
Resumo A maioria dos modelos de periodização é oriunda dos esportes individuais, sendo aplicados nas modalidades coletivas. Entretanto, em 1989, foi elaborada a periodização tática (PT) para os jogos esportivos coletivos. O objetivo do artigo de revisão foi explicar a periodização tática. O treino da PT acontece no modelo de jogo. O modelo de jogo é treinado no jogo e no treino situacional. O treino físico da PT ocorre no modelo de jogo durante o jogo e no treino situacional. Em conclusão, o treino físico inserido no modelo de jogo e o uso dos princípios para estruturar a sessão da PT precisam ser revistos e mais estudados para esse modelo de periodização ter mais aceitação pelos envolvidos no esporte. Unitermos: Periodização. Tática. Esporte. Periodização tática. Abstract The majority of the model of periodization is originating in individual sports, but the coaches use in collective sports. However, in 1989, was elaborates the tactical periodization (TP) for the collective sports. The objective of the review was to explicate the TP. The training of the TP occurs in game model. The training in game model occurs during the match and in mine-game. The physical training of the TP occurs in game model during the match and of the mine-game. In conclusion, the physical training during the game model and the use of the principles for elaborate the session of the TP need of revision and more studies for TP has more acceptation by the coaches of the sport. Keywords: Periodization. Tactical. Sport. Tactical periodization.
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 163, Diciembre de 2011. http://www.efdeportes.com/
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“Com esta moda de futebol físico, parece que nos esquecemos de que o principal é a bola” (Maradona em 2001,
citado por COSTA¹, p. 12)
Introdução
Os modelos de periodização mais conhecidos no mundo possuem quatro linhas de treino que
são prescritas da seguinte maneira2: a 1ª linha acontece um aumento considerável do volume,
a 2ª linha a ênfase é na intensidade e no treino específico, a 3ª linha dá mais atenção a
adaptação fisiológica do atleta e a técnica esportiva e a 4ª linha se preocupa com um melhor
planejamento e organização do treino. Segundo Carvalhal3, a periodização dessas linhas de
treino dão mais atenção ao treino físico e ao treino técnico, ficando em segundo plano o treino
tático.
Atualmente existe um modelo de periodização que foi criado no futebol e que pode ser
utilizado nos jogos esportivos coletivos (JECs). Esse tipo de periodização foi elaborado em 1989
pelo português Vítor Frade, com o intuito das sessões darem mais atenção ao treino tático, que
merece ser realizado no jogo, no treino situacional ou no treino teórico4. Esse modelo de
periodização é denominado de Periodização Tática (PT). A PT possui uma metodologia de treino
diferente das demais periodizações porque o treino é estruturado conforme o modelo de jogo,
ou seja, o técnico determina como a equipe vai jogar e as demais sessões (treino físico, treino
técnico e treino situacional) ficam subordinadas a esse modelo de jogo5. Oliveira et alii6 através
da entrevista com o técnico de futebol José Mourinho, identificou a relevância do modelo de
jogo para a PT:
“O mais importante numa equipe é ter um determinado modelo de jogo, um conjunto de
princípios de jogo, conhecê-los bem, interpretá-los bem, independente de ser utilizado este ou
aquele jogador” (p. 162).
“Por isso é que eu digo que não acredito em equipes bem ou mal preparadas fisicamente,
mas em equipes identificadas ou não com uma determinada matriz de jogo, adaptadas ou não
com uma determinada forma de jogar” (p. 111).
Apesar da PT possuir algumas publicações7,8, ela continua pouco conhecida no mundo.
Mesmo em Portugal, ela é difundida somente na cidade do Porto e em Lisboa. Quando é
consultada algumas referências da PT9,10, não são observados vários conteúdos sobre esse
modelo de periodização. Por exemplo, quais microciclos e mesociclos são utilizados na PT?
Como o treino físico é realizado no modelo de jogo? Quais exercícios recuperativos são
indicados na PT? Quantas horas devem ser realizada uma sessão da PT? Sabendo dessa lacuna
do conhecimento, o objetivo do artigo de revisão foi explicar a PT para o professor utilizar esse
modelo nos JECs.
Metodologia de treino da periodização tática
O professor dos JECs para estruturar a PT precisa determinar o modelo de jogo (Obs.:
Modelo de jogo é a maneira que a equipe vai jogar) que a equipe vai utilizar ao longo da
temporada, isso ocorre no primeiro dia de treino até o fim do calendário esportivo11. O modelo
de jogo escolhido precisa ser repetido por várias vezes para acontecer o engrama no encéfalo a
fim de promover adequada ação tática da equipe durante a partida. Esse modelo de jogo
necessita ser treinado no jogo, no treino situacional e no treino teórico. A carga de treino
dessas sessões é determinada conforme a complexidade da tarefa que é feita em uma dessas
atividades, sendo subjetiva.
Quando o modelo de jogo é treinado no jogo, a equipe titular deve jogar contra a reserva
utilizando a maneira de jogar estabelecida pelo técnico. O treino de jogo também pode ser
efetuado em partidas amistosas ou em campeonatos de menor importância. Caso seja
necessário melhorar algum posicionamento ou uma jogada do modelo de jogo, o técnico pode
acertar essa falha na partida ou merece utilizar o treino situacional. O treino situacional consiste
na decomposição do jogo da modalidade treinada em um momento da partida12. Essa situação
do jogo é treinada várias vezes até os atletas melhorarem essa parte do modelo de jogo. Por
exemplo, uma equipe de basquetebol não está acertando a defesa por zona 2-1-2, onde dois
defensores ficam na área de lance livre (parte dianteira do garrafão), um basquetebolista no
centro da área restritiva (centro do garrafão) e outros dois mais atrás, defendendo as laterais
desse setor. Para o técnico melhorar a defesa por zona 2-1-2, uma equipe ataca e a outra se
defende praticando essa defesa por zona por várias vezes no treino situacional.
Em PT os únicos treinos existentes são o treino de jogo e o treino situacional, mas sempre o
técnico precisa estar atento na evolução do modelo de jogo. O treino técnico não é realizado na
PT, caso o atleta precise melhorar algum fundamento, ele exercitará no jogo ou no treino
situacional tendo correção do treinador. O treino técnico é abolido da PT porque Garganta13
informou que essa sessão só trabalha mecanicamente o fundamento não desenvolvendo a
técnica esportiva no contexto da partida e não exercita o modelo de jogo da equipe.
O tempo de treino da PT costuma ter a duração da partida da modalidade treinada14. Mas
como as sessões desse modelo de periodização acontecem sempre no jogo ou no treino
situacional, a intensidade é máxima relativa, ou seja, depende da velocidade do jogo e da
complexidade tática das ações para a intensidade ser máxima ou submáxima. Portanto, essa
classificação é subjetiva. Sabendo que as sessões da PT possuem uma intensidade máxima
relativa, o técnico precisa estar atento na fadiga do atleta. Quando a fadiga central ocorre no
esportista dos JECs, ele costuma não conseguir realizar adequadamente as tarefas do modelo
de jogo com a mesma qualidade do que as ações anteriores. Existem alguns procedimentos que
o técnico pode realizar: interromper o treino, tirar da sessão apenas o atleta fadigado ou
efetuar um treino recuperativo. Então, quando o treino é terminado ou somente o jogador
cansado sai da sessão, esse trabalho costuma ter menor duração do que do jogo.
Em PT todas as sessões são específicas, inclusive o treino recuperativo15. No treino
recuperativo a intensidade da sessão é menor, sendo efetuado o modelo de jogo na sessão de
jogo ou no treino situacional. Essa menor intensidade acontece porque os atletas são
orientados em fazer as atividades em menor velocidade, o tamanho do campo pode ser
reduzido, a altura do salto tende ser menor, a velocidade da cortada ou do chute é em menor
velocidade e outros para acontecer uma recuperação específica.
O treino teórico é outra sessão utilizada na PT. O técnico ministra na sala de reunião uma ou
mais aulas para os atletas sobre o modelo de jogo que a equipe deve realizar. Podendo utilizar
de recursos visuais como a filmagem, onde o treinador mostra para os jogadores os erros e
explica para os jogadores como eles precisam praticar aquela tarefa do modelo de jogo. O
treino teórico precisa ser efetuado com linguagem simples e de fácil compreensão para os
esportistas, merecendo que as situações explicadas sejam as mais relevantes e que a duração
sessão não passe de 20 minutos para acontecer uma fixação do conteúdo na memória de longo
prazo16.
O treino físico da PT acontece durante a prática do modelo do jogo, ocorrendo no treino de
jogo ou no treino situacional17. Logo, a força, a flexibilidade, a velocidade e o componente
aeróbio ficam subordinados ao modelo de jogo. Conforme o objetivo da sessão uma ou mais
capacidades motoras são treinadas. Mas como isso acontece?
Silva, Santos e Marques Junior7 recentemente ensinaram num artigo de revisão em como
trabalhar a cabeçada e a força reativa do futebolista conforme o modelo de jogo. Os atletas de
futebol para exercitar a força reativa merecem realizar cabeçadas na área através de uma
jogada ensaiada, onde o homem que está fora dessa zona vem correndo para essa região e
posteriormente faz o salto para executar esse fundamento, mas tendo marcação. Essa tarefa
ocorre num treino situacional. Trabalhar a velocidade, o mesmo procedimento pode ser
realizado, mas precisa ser conforme o modelo de jogo, acontecendo no treino situacional. Por
exemplo, um atleta do voleibol de dupla na areia corta “meia força” na paralela e o jogador de
defesa corre em máxima velocidade em direção à bola para fazer a defesa. Esse procedimento
é feito várias vezes e sempre ocorre algum intervalo após alguns estímulos. Similar a esses
exemplos, o preparador físico também deve prescrever o treino de outras capacidades motoras
do JEC treinado. Segundo Martins18, o treino físico da PT é realizado dessa maneira porque o
jogador raciocina o modelo de jogo que ele vai fazer durante a partida. A carga do treino físico
segue os mesmos ensinamentos explicados anteriormente, conforme a complexidade da tarefa
do modelo de jogo, o trabalho pode ser forte (a intensidade é máxima relativa) ou fraco (ocorre
no treino recuperativo).
Apesar da vantagem do atleta sempre exercitar o modelo de jogo, existem algumas
limitações de prescrever o treino físico da PT. Quando são consultadas algumas obras de
especialistas do treinamento esportivo19,20, foi observado que é difícil do treinador estabelecer a
carga do treino físico quando acontece a sessão no jogo ou no treino situacional conforme o
modelo de jogo. Outro problema, é o controle do esforço do atleta durante a atividade,
depende da sua motivação para chegar à bola e da atividade proposta, com ou sem marcação.
Também existe a deficiência do estímulo do treino físico, ou seja, a sessão de força,
velocidade, flexibilidade e outras capacidades motoras para serem melhoradas necessitam de
um número de repetições e depois acontecer um intervalo. Quando o treino físico ocorre na
partida ou no treino situacional, a quantidade de repetições e da pausa nem sempre pode ser
controlada. Em certos momentos da partida o número de repetições pode ser mínimo ou em
excesso, o mesmo pode ocorrer com a pausa. Então, as normas da PT de treinar toda sessão
física durante o modelo de jogo merecem mais estudos ou serem revisadas.
Consultando novamente Martins18, em PT os atletas não fazem trabalho de força com
aparelhos de musculação, tudo acontece no jogo ou no treino situacional de acordo com o
modelo de jogo. Quando o atleta faz vários saltos, o caso do voleibol, ele já está trabalhando a
força reativa. No momento que efetua um drible em um ou mais atletas, acontece o trabalho de
força rápida. Apesar dessas informações, é conclusivo na literatura que para desenvolver
significativamente a força é necessário treino com aparelhos de musculação e sessões de salto
em profundidades para maximizar a força reativa21,22, sendo questionável essa diretriz da PT.
O treino de flexibilidade em PT segue o mesmo raciocínio do treino de força, ele é exercitado
durante o modelo de jogo. Acontecendo as mesmas críticas que foram feitas anteriormente.
Em PT não existem testes físicos para mensurar o condicionamento físico do esportista dos
JECs6. A explicação para não uso da cineantropometria é porque esse conteúdo da Educação
Física não mensura a qualidade do modelo de jogo da equipe. Em PT estar bem condicionado é
efetuar bem o modelo de jogo da equipe durante a partida. Por exemplo, um esportista fez o
teste de potência aeróbia máxima e conseguiu um VO2máx de 90 ml/kg/min, mas durante a
partida sua atuação é péssima em vários jogos. Esse atleta é considerado mal condicionado em
PT porque ele não causa um incremento no modelo de jogo. Já outro jogador da mesma equipe,
está obeso e tem um resultado no mesmo testes de potência aeróbia máxima de 30 ml/kg/min,
muito baixo, mas é o melhor do time nas partidas. Logo, em PT ele é um jogador bem
condicionado porque é fundamental para o modelo de jogo da equipe. Portanto, em PT estar
em forma é atuar bem taticamente e a única avaliação praticada é a análise do jogo, com
intuito de observar a evolução e a piora do modelo de jogo do time ou da seleção ao longo da
temporada competitiva.
Conteúdos para estruturar a periodização tática
A PT é destinada para os JECs, então esse modelo não visa o pico da forma esportiva porque
não é necessário melhorar em condições máximas as capacidades motoras do esportista23. O
mais importante é otimizar o modelo de jogo da equipe para permitir uma evolução nos seus
patamares de rendimento que visam a regularidade competitiva ao longo das disputas do ano.
Em PT não existem períodos (preparatório, competitivo e de transição), blocos (força, força
rápida e competitivo) e outras nomenclaturas similares que determinam a ênfase do treino.
Para Batista24, a PT tem o intuito de distribuir ao longo do ano uma estruturação tática da
equipe para jogar cada vez melhor e possuindo regularidade competitiva. Mas para isso
acontecer é necessário elaborar o microciclo, chamado nesse modelo de periodização de
morfociclo. O morfociclo ao longo da temporada costuma ter um mesmo padrão, ou seja, sendo
repetido o mesmo morfociclo em cada semana. Porém, as atividades do modelo de jogo podem
diferir de morfociclo para morfociclo.
Em todo morfociclo está inserido o princípio da alternância horizontal, onde esse organizador
da periodização está preocupado com o esforço (do treino e da disputa) e recuperação do
jogador. A carga de treino do morfociclo é conforme a complexidade da tarefa do modelo de
jogo, sendo numa intensidade máxima relativa. A soma dessas intensidades do morfociclo
formam o volume de treino da PT. As cores de cada dia do morfociclo possuem um significado,
relacionadas com a ênfase no jogar. O morfociclo de padrão semanal é explicado por Gomes25:
• 2ª feira é Branco: Ocorre uma recuperação passiva dos atletas por causa do
jogo de domingo. O branco é formado por ausência de cor, significando que
não ocorre jogo.
• 3ª feira é Verde Claro: O trabalho ocorre na recuperação ativa, mas
acontecendo num jogo de menor complexidade (campo menor, menor
velocidade dos atletas, menor desgaste emocional etc). A junção do verde do
jogo com o branco da recuperação passiva forma o verde claro, treino de
recuperação ativa de jogo.
• 4ª feira é Azul: A sessão acontece numa escala média do jogar, exige mais
da tática coletiva dos jogadores. As tarefas do modelo de jogo proporcionam
mais desgaste emocional e da tensão muscular, a partida acontece em maior
velocidade. Neste terceiro dia de treino acontece mais no treino situacional.
Como o jogo ocorre em partes porque o treino situacional é a decomposição de
um momento da partida, a cor azul expressa bem esse dia.
• 5ª feira é Verde Escuro: O jogo ocorre de maneira mais complexa, é
exercitado ao máximo o modelo de jogo (os grandes princípios, ver adiante),
sendo similar ao da competição. Então, a tensão muscular, o estado emocional
e a velocidade são quase iguais ao da disputa. Esse dia o verde escuro
representa a junção do azul de 4ª feira com o amarelo de 6ª feira, englobando
o dia anterior e o seguinte de treino.
• 6ª feira é Amarelo: É exercitado o treino situacional em pequenas partes do
campo, ou seja, é praticado um aperfeiçoamento ou melhora de determinados
momentos do modelo de jogo da sessão anterior, ao mesmo tempo ocorre uma
recuperação ativa do treino de 5ª feira para o jogo da competição. Com essa
execução da sessão acontece menos desgaste emocional e inferior tensão
muscular, a velocidade ocorre em curtas distâncias. O amarelo é a melhor cor
para expressar esse trabalho.
• Sábado é Amarelo Claro: São lembrados os principais objetivos que foram
treinados durante a semana, podendo ser exercitado através de uma palestra
do técnico com exposição de slides ou filme da equipe, podendo também
acontecer o treino tático, onde o treinador orienta no posicionamento tático
adequado dos jogadores, mostra os pontos fortes e fracos do adversário,
aperfeiçoa as jogadas ensaiadas, realiza cobrança de pênalti e realiza outras
atividades que apronte a equipe para a disputa. Esse treino tático pode ocorrer
no treino situacional ou no jogo. Esse trabalho gera mínimo desgaste físico,
técnico, tático e emocional do jogador porque é de baixa intensidade. Então o
amarelo claro é o resultado da junção do dia anterior com o branco da
recuperação.
• Domingo é Verde: Momento que acontece o jogo da competição, sendo
realizado pela equipe tudo que foi treinado ao longo da semana. Então, esse
verde representa a soma de todas as cores (branco + verde claro + azul +
verde escuro + amarelo + amarelo claro = verde) da semana, sendo expresso
pelo jogar. Terminado o jogo, o mesmo morfociclo é realizado na semana
seguinte. Isso ocorre até o fim da temporada.
A figura de Gomes25 ilustra o morfociclo semanal utilizado na PT:
Figura 1. Morfociclo padrão da periodização tática
Para o técnico dos JECs elaborar as sessões da PT ele precisa entender os princípios do jogo
e seus sub-princípios que acontecem em um modelo de jogo14. Os princípios de jogo e seus
sub-princípios e sub-sub-princípios são comportamentos do modelo de jogo manifestados na
partida, mas os técnicos desejam que sua equipe realize os princípios de jogo mais eficazes
com o intuito de conseguir êxito na disputa. Os diversos princípios do jogo estão inter-
relacionados e existe uma hierarquia desses princípios.
O grande princípio é o jogo, sendo manifestado nos diversos setores do campo conforme a
situação da partida. O grande princípio é composto pelo ataque, defesa, a transição da defesa
para ataque e a transição do ataque para defesa. Escolhendo um desses grandes princípios, o
técnico deve exercitar o modelo de jogo nesse momento da partida, ocorrendo geralmente no
treino situacional, mas pode ser treinado na sessão de jogo. O grande princípio é o mais
importante componente da hierarquia dos princípios, sendo constituído por um conjunto de
sub-princípios, sub-princípios, sub-sub-princípios que referem o conteúdo mais micro ou
particularizado do modelo de jogo.
Mas como fracionar o grande princípio?
Por exemplo, no futebol ou em qualquer JEC, o princípio é o jogo. Para fracionar esse grande
princípio, basta determinar o sub-princípio. O sub-princípio que o técnico deseja treinar é o
ataque versus a defesa, acontecendo cruzamento para área pela lateral do campo. Esse
cruzamento deverá ocorrer quando o jogador chegar próximo da bandeirinha do corner. O sub-
princípio deste sub-princípio (sub-sub-princípio) é a ação dos jogadores ao receberem o
cruzamento. Na área os atletas devem dominar a bola e efetuar um chute para o gol. Logo,
sabendo fracionar um grande princípio de jogo o treinador consegue prescrever o treino da PT.
Conclusão
A PT tem o intuito de melhorar cada vez mais o modelo de jogo da equipe ao longo da
temporada. Toda sessão está subordinada ao modelo de jogo, inclusive o treino físico. Contudo,
essa prescrição torna-se diferente da literatura, desenvolver a preparação física do atleta
somente no jogo não é tão eficaz do que trabalhar somente aquela capacidade motora
(somente velocidade, força e etc). Então, essas normas da PT são questionáveis, sendo
indicada uma alternância entre jogo e treino físico. Em conclusão, a PT necessita de mais
estudo para ter mais aceitação pelos envolvidos no esporte.
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