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Uma publicação LANXESS Xnews Ano 5 | Nº 32 | Março de 2015 ARTIGO A energia eólica no Brasil, por Alexandre Nogueira Machado, da Renova Energia COMPORTAMENTO Uma geração que prefere se comunicar por mensagens Sim, a água pode acabar Seca histórica e pouco investimento explicam crise hídrica no Sudeste. Empresas buscam soluções criativas para lidar com o problema Represa Jaguari-Jacarei, Vargem - São Paulo/Brasil

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Uma publicação LANXESS

XnewsAno 5 | Nº 32 | Março de 2015

ARTIGOA energia eólica no Brasil, por Alexandre Nogueira Machado, da Renova Energia

COMPORTAMENTOUma geração que prefere se comunicar por mensagens

Sim, a água pode acabarSeca histórica e pouco investimento explicam crise hídrica no Sudeste. Empresas buscam soluções criativas para lidar com o problema

Represa Jaguari-Jacarei, Vargem - São Paulo/Brasil

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SUMÁRIO

CURTAS 04Ciclo Verde está em sua quinta edição

LANXESS: 10 anos na bolsaÁgua é tema de livro patrocinado

Pingue-pongue com gerente de RH

CAPA 06Sim, a água pode acabar

COMPORTAMENTO 10Um perfil da chamada “geração texto”

ARTIGO 11

Energia eólica no Brasil, por Alexandre Nogueira Machado

EDITORIAL

EXPEDIENTE

A Xnews é uma publicação bimestral da LANXESS Indústria de Produtos Químicos e Plásticos Ltda. Coordenação: Comunicação Corporativa. Editores-chefes: Ana Laura Gushiken e Octavio Campolongo. Edição: Juliana Borges. Reportagem: Rogério Ba-Senga. Diagramação: Moai Comunicação. Impressão: Colorsystem Gráfica Digital e Offset. Jornalista Responsável: Juliana Borges. Colaboraram nesta edição: Francisco Vieitez, Marcelo Garcia, Rogério Lima, Ricardo Pinheiro e Hans Claassen

Em 2015, mais de metade dos municípios do Brasil irão sofrer com problemas de abastecimento de água, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA).

São Paulo, a maior cidade brasileira, vem sofrendo um desabaste-cimento gigantesco de água, prejudicando residências, escolas, comércio e empresas. A situação para os próximos meses é incer-ta, mas já sabemos que haverá racionamento.

A crise hídrica que o Brasil atravessa não é exclusiva da metró-pole que já foi conhecida como “A Cidade da Garoa”. Em 2015, além de São Paulo, mais de metade dos municípios do Brasil irão sofrer com problemas de abastecimento de água, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), no relatório “Atlas Brasil – Abastecimento Urbano de Água”.

A água – um bem que, durante muitas décadas, foi errone-amente considerado um recurso infinito no Brasil – é tema da reportagem de capa desta edição da Xnews. O repórter Rogério Ba-Senga traça um panorama da origem e as consequências da maior crise hídrica que o país atravessa e conta como as empre-sas, entre elas a LANXESS, estão fazendo para economizar esse precioso – e agora escasso – bem.

O tema da nossa reportagem de capa é, também, o assunto central de um livro fotográfico que a LANXESS está patrocinando através da Lei Rouanet. “ÁGUA”, do jornalista Valdemir Cunha, traz imagens que retratam a relação do homem com esse escas-so recurso natural, em diferentes regiões no Brasil. O livro será lançado em outubro. Mais detalhes na seção “Curtas”.

Esta Xnews traz, ainda, um interessante artigo escrito porAlexandre Nogueira Machado, diretor de Engenharia e Ope-rações da Renova Energia, sobre energia eólica no Brasil. Esta matriz energética pode ajudar o Brasil a aumentar a segurança energética e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Boa Leitura!

/LANXESS @LANXESS_BR

Marcelo LacerdaCEO da Lanxess Brasil

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LANXESS comemora 10 anos de atividades em mercado de ações

ANIvERSÁRIO

No último dia 31 de janeiro, a LANXESS completou 10 anos de capital aberto no mercado de ações. Em uma década, a com-panhia conquistou lugar de destaque no mercado consolidando-se a maior produto-ra de borracha sintética do mundo.

Em 2007, a LANXESS adquiriu a pro-dutora de borracha brasileira Petroflex, a sua primeira grande aquisição. Outras

aquisições menores e projetos de investi-mento em Singapura, China e Índia impulsio-naram o crescimento orgânico da empresa.

No ano de 2012 a LANXESS foi incluí-da no DAX – índice que inclui as 30 maiores empresas de maior receita (em termos de sua capitalização de mercado de ações livres para negociações e receitas do volume de encomendas) da Alemanha – o que coloca

a empresa em uma posição estratégica entre as principais do país.

A LANXESS opera como empresa inde-pendente desde 2004. Sete anos depois, o grupo ultrapassou, pela primeira vez, a marca de 1 bilhão de dólares em EBITDA pré-excepcionais. Só no Brasil são mais de 1000 colaboradores, 10 unidades de negó-cios, cinco unidades produtivas e laborató-rios e escritórios nas cidades de São Paulo e Porto Feliz (SP), São Leopoldo e Triunfo (RS), Duque de Caxias (RJ) e Cabo de Santo Agostino (ES). ><

LANXESS em números:

8,3 bilhões de euros de faturamento anual

16.900 funcionários Atuação em 29 países 52 unidades de produção 10 unidades de negócios

CURTASCURTAS

A edição 2015 do Concurso Ciclo Verde premiará organizações sociais, pessoas físi-cas ou instituições de ensino dos municípios dos arredores das fábricas da LANXESS em Porto Feliz (SP) e Cabo de Santo Agostinho (PE) com até R$ 10 mil para desenvolver projetos/ideias socioambientais em suas co-munidades. Este ano, o concurso vai apoiar pelo menos quatro projetos com foco na im-plantação de ações voltadas ao saneamento básico, desmatamento, água, educação am-biental, lixo, poluição e energia.

O lançamento do edital será em abril, as ideias selecionadas serão divulgadas em julho

e começam a ser implantadas a partir de agosto. Cada um dos projetos selecionados terá o acompanhamento técnico de especia-listas em gestão de projetos socioambientais durante todo o período de execução.

O Concurso Ambiental Ciclo Verde, atualmente em seu quinto ano, integra a política de Responsabilidade Corporativa focada nas áreas de educação, ecologia e economia. O objetivo é possibilitar um crescimento e evolução da LANXESS sem deixar de proporcionar a mesma oportuni-dade às comunidades do entorno onde ela desenvolve suas atividades e negócios. ><

A LANXESS é patrocinadora do ensaio foto-gráfico intitulado “Água”. O projeto é assina-do pelo fotógrafo e jornalista brasileiro Valde-mir Cunha e as imagens serão publicadas no mês de outubro em forma de livro. O repasse será feito por meio da Lei Rouanet.

As imagens captam a beleza da água, a relação do homem com esse recurso natural e apresenta os contrastes entre a abundân-cia e a escassez do bem nas diversas regiões no Brasil. A ideia central do projeto é causar nos leitores ações que ajudem a valorizar o

recurso e incentivar seu consumo racional. Tanto é assim que o material será distribuído em bibliotecas e escolas públicas.

Além disso, o projeto prevê contraparti-das sociais e educacionais com oficinas de fotografia oferecidas a cerca de 600 jovens entre 11 e 18 anos e oficinas do processo produtivo do livro, onde cada grupo de parti-cipantes aprende e produz um livro sobre sua própria comunidade. Cunha também fará ex-posições em shoppings sobre o panorama da fotografia documental no Brasil. ><

O executivo Francisco Vieitez acaba de assu-mir a gerência de Recursos Humanos (RH) da LANXESS. Ele conversou com a Xnews sobre os desafios da carreira e traçou como principal meta da sua administração no gru-po de especialidades químicas a “excelência operacional em serviços”.

Xnews – O senhor tem larga experiên-cia na atuação em RH e passou por grandes empresas como o Grupo WTorre e a Net. Em sua opinião, hoje, quais são os reais e mais imediatos desafios de um gestor de RH?

F.v. – Acredito que em nosso país o grande desafio de RH está dividido em duas metas estruturais: gestão de talentos e car-gos chaves por um lado e, por outro, controle e gestão dos custos com pessoas. Ou seja, o RH precisa estar atento em proporcionar aos colaboradores de uma organização, condições de satisfação pessoal e profissio-nal, buscando estimular o desenvolvimento de competências, motivação ocupacional e o engajamento. O desafio, portanto, é fazer isso sem deixar de estar alinhado com as es-tratégias de gestão econômica do negócio.

Xnews – Em um mercado competitivo e com profissionais cada vez mais qualifica-dos, quais os recursos e/ou estratégias que os grandes executivos lançam mão para se manter no mercado?

F.v. – Acredito que cada vez mais nossos gestores de negócios precisam saber mais e mais lidar com pessoas, pois, a dificuldade destes gestores em lidar com as compe-tências comportamentais de seus colegas, pares e subordinados é mais demandante

que a interação na solução de competências técnicas, visto que hoje em dia há uma cres-cente evolução da capacitação profissional neste sentido. Por outro lado, ainda perma-nece a realidade de que ainda há um deficit de mão de obra qualificada em nosso país, principalmente se levamos em conta o nosso "gigantismo continental". Mas, estamos con-seguindo evoluir na redução desta falta de qualificação. Ou seja, precisamos sim, abrir mão do absolutismo técnico e nos aperfei-çoar na gestão de relações interpessoais, para lidar melhor com o desenvolvimento de capital humano em condições específicas.

Xnews – Agora, na LANXESS espe-cialmente, quais os desafios que mais lhe entusiasmam? Alguma meta específica para 2015?

F.v. – Sempre busquei implementar nas empresas por onde passei a excelência ope-racional em serviços. O RH é uma área de serviços e é desta forma que tem que bus-car estruturar-se. Meu direcionamento inicial será, efetivamente, fazer funcionar bem os padrões básicos de serviços de nossa área, e percebo que já estamos no caminho. Por isso mesmo, já vamos iniciar o planejamento de projetos de desenvolvimento e engaja-mento de nossas pessoas. ><

Concurso apoia projetos socioambientais LANXESS patrocina livro sobre água

Francisco Vieitez, gerente de Recursos Humanos

RESPONSAbILIDADE CORPORATIvA ARTE

PINGUE-PONGUE

Sede da companhia em Colônia (Alemanha)

Ciclo Verde está em sua quinta edição

Projeto prevê contrapartidas sociais e educacionais

"Lidar com pessoas é um desafio"

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CAPA

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Represa Jaguari-Jacareí, que faz parte do Sistema Cantareira, em São Paulo: desde sua criação, em 1974, o nível de água nunca esteve tão baixo

O panorama não é nada animador: em 2015, mais de metade dos municípios do Brasil irão sofrer com problemas de abasteci-mento de água. O risco foi detectado pela Agência Nacional de Águas (ANA), no relatório “Atlas Brasil – Abastecimento Urbano de Água”, elaborado em 2011 e revisado em setembro de 2014. O levantamento considerou, principalmente, a disponibilidade hí-drica, as precárias condições de infraestrutura dos sistemas de produção e distribuição, a falta de programas de reuso na indús-tria e apontou o problema antes mesmo do prolongado período de estiagem que castiga o país.

Durante muitas décadas, se viveu no Brasil um mito de que a água potável seria sempre abundante. Afinal, esse é um país tro-pical, cortado por milhares de rios e, em sua maior parte, o índice de chuvas é elevado. Porém, uma série de fatores humanos e naturais fez com que o país chegasse a um ponto crítico.

Em 2011, a ANA calculou em R$ 22 bilhões os investimentos necessários para evitar o desabastecimento. Com a seca dos últi-mos dois anos – uma das maiores estiagens da história, causada, em parte, pelo aquecimento global – agravada pela não aplicação proporcional dos recursos necessários e o consumo desenfreado do bem, o problema chegou antes do previsto.

O caso é tão importante que foi pauta central na disputa pre-sidencial de 2014, quando candidatos começaram a prometer fortes investimentos para modernizar sistemas de produção e distribuição. Por enquanto, a região Sudeste é a mais castigada.

A pior situação é em São Paulo: segundo a Sabesp, empresa responsável pelo abastecimento, em 20 de outubro, o reserva-tório do Sistema Cantareira chegou a ficar com apenas 3,5% de sua capacidade de armazenamento. Em Minas Gerais, a Copasa, que abastece 600 municípios no Estado, informou que a crise hídrica é a pior dos últimos cem anos e, em média, a vazão dos rios do Estado caiu 40%. No Rio de Janeiro, o governo local

afirmou que a falta de chuva afetou, principalmente, a Reserva do Funil, em Itatiaia, sul fluminense que, em setembro e outubro, operou com níveis abaixo de 20%, quando o normal seria entre 70% e 80%.

Um levantamento sobre o impacto da seca no Sudeste realiza-do pelo jornal Folha de S. Paulo, publicado em novembro, apon-tou que a seca assolou pelo menos 133 cidades. Casos mais graves dizem respeito a cidades que chegaram a ficar mais de dois dias seguidos sem abastecimento. Além disso, ao menos 61 municípios adotaram racionamento e 19 aplicaram ou ameaça-ram aplicar multas para inibir o aumento do consumo.

CRISE “SECA” ECONOMIAÉ difícil estimar o quanto a crise hídrica no Sudeste afeta a eco-nomia da mais rica região do país. Mas, é fato que todos os se-tores de consumo – das residências às indústrias – sofrem com a escassez do recurso. Ao mesmo tempo em que cidadãos se queixam da falta de água para higiene pessoal ou para confecção de alimentos, as projeções de produção no setor industrial são de pessimismo.

A União da Indústria da Cana de Açúcar (Unica), que em abril já havia feito uma projeção de crescimento 2,9% menor para a safra entre 2014 e 2015 no Centro-Sul, em agosto baixou ain-da mais, para 8,6%. A indústria têxtil também foi atingida. “Há unidades de produção inteiras paradas na região”, reclamou em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo Rafael Cevone, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

Para piorar o cenário, segundo o Instituto de Defesa do Consu-midor (Idec), o valor cobrado pelas empresas de caminhão-pipa, que costumam ser uma opção de água potável nestas situações, passou de R$ 450,00 em média para R$ 1.500,00, valor 275% mais caro. >>

Ela pode acabarSeca histórica e pouco investimento explicam crise hídrica no Sudeste; uso sustentável da água é imprescindível nesse momento

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>> “Momentos de crise são importantes na medida em que es-timulam mudanças de paradigmas”, disse Helio Mattar, diretor--presidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente. “Desta vez, aprendemos duas lições básicas: a primeira é que claramen-te, sem água, somos todos miseráveis e a segunda é que apesar do consumo extremamente desigual entre os diferentes setores, a inovação e a postura de uso sustentável deste recurso, que é finito, deve ser coletivo, integrado e de larga escala”.

Mattar se refere ao setor da irrigação industrial, responsável por quase 75% de toda a água consumida no país. Para promover o uso sustentável do recurso no setor, três pastas do governo fede-ral – Meio Ambiente, Integração Nacional e Agricultura, Pecuária e Abastecimento – em conjunto com a ANA, assinaram acordo de cooperação técnica (ACT) no início de 2014.

USO RACIONAL PODE SER bOM PARA OS NEGÓCIOS Um estudo divulgado em 2010 pelo Instituto Akatu revelou que a execução de programas para racionalização e otimização do uso da água é a quinta de 11 práticas de Responsabilidade Social Empresa-rial (RSE) mais valorizadas pelos consumidores. “Isso mostra que os consumidores estão dispostos a reconhecer esse diferencial na hora de escolher de quem comprar”, analisa Mattar.

“A indústria poderia investir mais fortemente no reuso da água descartada no processo de produção em atividades secundárias, como usar a água que sobra do processo produtivo para lavar o chão da própria fábrica”, considera o engenheiro hidráulico e pro-fessor do curso de gestão ambiental da Universidade de São Paulo. “Isso pode parecer pouca coisa, mas essa simples medida pode diminuir o consumo de água na indústria em até 70%”.

Iniciativas como estas já existem no Brasil. A General Motors, em Gravataí (RS), reduziu em mais de 80% o consumo: dos 4.770 litros de água que eram usados para fabricar um veículo, hoje, a fábrica gasta apenas mil litros. O total economizado é resultado da inovação no mecanismo de reaproveitamento na lavagem durante a fase de pintura, reuso nos testes de desempenho em situação de chuva, entre outros.

Na indústria cervejeira, a Ambev passou a reaproveitar a água excedente durante a produção para realizar a lavagem de tanques e garrafas e também limpeza em geral. Desse processo, resultou uma economia de 1,7 litros de água a cada litro de cerveja produ-zido. Até 2002, a empresa usava 5,6 litros de água para processar um litro de cerveja e, hoje, esse volume caiu para 3,5 litros. A têxtil Hanesbrands instalou um sistema de ultrafiltração no final do seu processo de tratamento de afluentes e o resultado é de 650 mil litros de água filtrada reaproveitada em jardins e vasos sanitários todos os meses.

Desde 2004, quando iniciou suas atividades no Brasil, aLANXESS tem procurado maior eficiência possível no aproveita-mento da água e outros recursos naturais, como a energia. Em 2007, a empresa implementou na Unidade de Negócios de Pig-mentos Inorgânicos, em Porto Feliz (SP), o processo de Retro La-vagem, onde a água residual do processo produtivo retorna para a fase da reação de onde é proveniente, conta Marcelo Garcia, gerente técnico da LANXESS. De acordo com o executivo, >>

vEJA TAMbÉM ALGUMAS DICAS DO INSTITUTO AKATU QUE PODEM ORIENTAR vOCÊ PARA O CONSUMO CONSCIENTE DA ÁGUA:

CAPA CAPA

EvITE DICA CONSCIENTE

Fique atendo e concerte vazamentos. Um buraco de 2 mm em um cano de uma única casa desperdiça 3.200 litros de água por dia. Se 3,5 milhões de domicílios tiverem um vazamento como esse, em 14 horas desperdiçariam água suficiente para encher os 6,5 milhões de litros da Lagoa Rodrigo de Freitas no Rio de Janeiro.

Se, de repente, a conta de água aumentar consideravelmente sem nenhum motivo aparente, procure um profissional para verificar se há vazamentos em sua casa. Assim, você contribui para haver mais água disponível. É bom para o seu bolso, é bom para o planeta.

Aposente a mangueira na hora de lavar a calçada. Uma máquina de lavar roupas com capacidade para 5 litros, usa 135 litros de água por lavagem. Se uma família usar a máquina duas vezes por semana, gastará 270 litros. Parte desse total, ao sair do enxague, pode ser usada em outros pontos da casa que não precisam de água totalmente limpa.

Ao invés de usar a mangueira, reutilize a água que sai do enxague da máquina para limpar a calçada. Se você fizer isso uma vez por semana, economizará mais de 14 mil litros de água por ano, o equivalente a um e meio caminhão pipa cheio de água.

Escove os dentes de torneira fechada. Se as 1,5 milhões de pessoas de Recife resolvesse passar a escovar os dentes três vezes ao dia com a torneira fechada, a água economizada em apenas dois dias seria suficiente para abastecer por um dia todas as necessidades de água para todos os 397 mil habitantes de Florianópolis.

Converse com amigos e familiares procurando sensibilizá-los para estamudança tão simples neste ato da vida cotidiana.

Evite longos banhos. Se metade da população de uma cidade com 100 mil pessoas reduzir o tempo de banho de 15 para cinco minutos, a água economi-zada ao longo de um ano seria suficiente para satisfazer todas as necessidades com água de todos os habitantes dessa cidade por mais sete meses e meio, reduzindo custos públicos com construção de estações de tratamento da água.

Reduza o seu tempo de banho e ajude a economizar dinheiro que seria usado pelo poder público no tratamento e distribuição de água e torna possível investir, por exemplo, na educação, tão necessária para a população brasileira.

Sistema de bombeamento do volume morto instalado pela Sabesp: à beira do colapso

CONSUMO DE ÁGUA POR SETOR

>> a inovação permitiu melhorias nos processos de produção de óxido de ferro: inicialmente o sistema reciclava apenas 30% do volume total gerado e atualmente esse valor gira em torno de 50%. “Apesar dos valores expressivos, a equipe continua traba-lhando para o aprimoramento desse sistema e pretende che-gar a 65% nos próximos anos”.

A simplificação da rede de distribuição de vapor, a conver-são dos secadores de borra-cha anteriormente aquecidos por meio de radiadores a vapor d'água por aquecimento obti-do através da queima de gás natural, reduziu o consumo de água na fábrica da borracha da LANXESS, em Duque de Caxias (RJ). “Desde 2009 o nosso consumo de vapor caiu de 3,5 para menos de 2,0 to-neladas de vapor por tonelada de borracha produzida” afirma Rogério Lima, gerente de pro-dução da LANXESS Elastôme-ros no Brasil.

No entanto, não é só apli-cando projetos de redução do uso da água em seus proces-sos produtivos que a LANXESS viabiliza o uso sustentável deste

recurso. A empresa desenvolve e oferece para o mercado nacional e internacional Resinas de Troca Iônica e Membranas de Osmose Reversa, produtos utilizados em sistemas de tratamento da água de esgoto sanitário, provendo o polimento final no efluente, reduzindo

ou removendo os elementos quí-micos e biológicos indesejáveis.

Empreendimentos como este ainda são incipientes no Brasil, mas o cenário dos últimos anos é animador, principalmente por-que o governo do Estado de São Paulo, que é pioneiro no tra-tamento de esgoto municipal de grande porte, para fins de reuso industrial, anunciou a constru-ção de mais estações do mes-mo tipo como forma de viabilizar fontes alternativas de forneci-mento da água. “Mas é preciso registrar que já ocorre em vários projetos de pequeno porte para o tratamento de esgoto sani-tário para reuso em descargas de vasos sanitários e sistemas de resfriamento em shoppings centers e condomínios corpora-tivos”, avança Ricardo Pinheiro, gerente de vendas de Tecnolo-gias de Purificação de Líquidosda LANXESS. ><

72% - Irrigação (grandes e médias plantações)

11% - Animal (agropecuária)

9% - Urbano (serviços e residências)

7% - Industrial (siderúrgica, têxtil, química etc.)

1% - Rural (residencial e pequenas plantações)

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(Fonte: ANA, 2013)

AJUDE vOCÊ TAMbÉM A REDUZIR O CONSUMOVocê sabia que é possível calcular o volume de água consumi-do no ciclo produtivo de todos os produtos que usamos, incluin-do dados da poluição? Este é o conceito de Water Footprint (algo como pegada hídrica, em português), desenvolvido pelo holandês Arjen Hoekstra, professor de gestão de recursos hídri-cos da Universidade de Twente, na Holanda e diretor científico da Water Footprint Network (WFN).

Veja na tabela abaixo a pegada hídrica de sete produtos:

Produto Pegada hídrica (em litros de água)

1 quilo de carne bovina 15.500

1 camiseta 2.700

100 gramas de chocolate 2.400

1 hamburguer 2.400

1 quilo de açúcar refinado 1.500

1 xícara de café 1.400

1 taça de vinho 1.200

Fonte: WFN

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Xnews Março 2015 Xnews Março 2015 1110

Energia eólica: estratégica para o crescimento do BrasilO ano de 2015 será desafiador para o setor elétrico brasileiro. A crise hidrológica que atingiu o país colocou os reservatórios de água, sobretudo da região Sudeste, em níveis críticos. As chu-vas que cairão até março, durante o chamado período úmido, definirão o nível de recomposição dos reservatórios das usinas hidrelétricas, que respondem por 63% da capacidade de gera-ção instalada e 75% da energia gerada em 2014, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Neste cenário, o Operador Nacional do Sistema (ONS) adota uma política operativa que visa a economia de água nos reser-vatórios das usinas hidrelétricas, operando o sistema com a má-xima eficiência energética possível.

Como parte desta política, o ONS mantém as usinas térmicas operan-do na “base” do sistema elétrico, ou seja, funcionando a maior parte do tempo possível para sustentar, con-juntamente com as hidrelétricas, grande parte da demanda de ener-gia elétrica dos consumidores.

Em 2014, as usinas térmicas re-presentaram 28,5% da capacidade instalada e 22,6% da energia gera-da. Originalmente integradas ao sis-tema elétrico como uma reserva de segurança – ou seja, para funciona-rem apenas por curtos períodos de tempo em caso de escassez momentânea – as termoelétricas atualmente estão sendo demandadas a operar em tempo inte-gral. Isso vem levantando dúvidas quanto à sua capacidade de operar em um regime para o qual não foram projetadas.

Esta situação é similar à ocorrida no início da década de 2000, quando uma grande seca no Brasil diminuiu o nível de água nas usinas hidrelétricas do país, causando uma grave es-cassez de energia. A crise ressaltou a necessidade urgente de diversificarmos nossas fontes de energia.

A primeira turbina de energia eólica do Brasil foi instalada em Fernando de Noronha em 1992. Dez anos depois, o go-verno criou o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) para fomentar a utilização de outras fontes renováveis, como eólica, biomassa e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). O Brasil realizou o seu primeiro leilão de energia eólica em 2009, em um movimento para impulsionar a diversificação de sua matriz energética.

A capacidade instalada das usinas eólicas em operação no

Brasil teve um aumento de 126,7% em 2014, passando de 2.181 MW para 4.945 MW, segundo boletim da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). O crescimento deve-se não somente ao início de operação de novas usinas viabilizadas em uma série de leilões, mas também ao aumento na capacidade de operação comercial de empreendimentos já existentes. O ano de 2014 terminou com 195 usinas eólicas em operação comercial, 105 a mais do que em 2013.

Os números colocam o Brasil na 11ª posição entre os paí-ses com maior capacidade instalada no mundo, de acordo com dados do Conselho Global de Energia Eólica, pouco à frente de

Portugal e da Dinamarca. Quando observada a expansão anual, o país registrou a 4ª posição no ranking mundial entre os que mais colo-caram megawatts eólicos em ope-ração, com 2.764 MW, atrás ape-nas de China, da Alemanha e dosEstados Unidos.

O potencial de energia eólica no Brasil é mais intenso de junho a de-zembro, coincidindo com os meses de menor intensidade de chuvas. Ou seja: é justamente quando chove menos que venta mais. Isso coloca a energia eólica como uma excelente fonte suplementar das hidrelétricas.

Durante o período de seca pode-se preservar as bacias hi-drográficas fechando ou minimizando o uso das hidrelétricas. O melhor exemplo disso é na região do rio São Francisco. Por essa razão, esse tipo de energia é excelente contra a baixa pluviosida-de e a distribuição geográfica dos recursos hídricos existentes no país.

A maior parte dos parques eólicos concentra-se nas regiões Nordeste e Sul do Brasil. No entanto, quase todo o território na-cional tem potencial para geração desse tipo de energia.

O desenvolvimento da energia eólica pode ajudar o Brasil a alcançar seus objetivos estratégicos de aumentar a segurança energética e de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, além de criar empregos em regiões como o Nordeste, que ainda necessita de boas oportunidades de crescimento econômico. ><

11Xnews Março 2015

COMPORTAMENTO

1Alexandre Nogueira Machado é diretor de Engenharia e Operações da Renova Energia

O Brasil está em 11º no ranking de países com maior capacidade eólica instalada

ARTIGO

Os jovens brasileiros passam cada vez mais tempo online. Esse tempo todo conectado pode ser traduzido num imenso volume de conversas por escrito. De acordo com um levantamento da Lab42, empresa americana de pesquisas do mercado digital, 71% das pessoas que responderam à pesquisa preferem enviar mensagens em vez de realizar ligações para se comunicar com os colegas ou superiores – é a chamada “geração texto”.

Além dos e-mails e SMS, os programas de comunicação instan-tânea como Hangouts, WhatsApp, Skype e os corporativos como o Sametime encurtam tempo, distâncias e aumentam a produtividade no ambiente de trabalho. “Eu utilizo bastante os aplicativos porque deixam os destinatários à vontade para responder quando e onde puderem. No caso do telefone, por exemplo, sempre existe a possi-bilidade de a pessoa contatada estar ocupada”, conta Hans Jürgen Claassen, gerente executivo de Controladoria da LANXESS.

Estas inovações estão à disposição e seu uso deve ser enco-rajado já que seus ganhos são inquestionáveis. “Mas, por outro lado, é discutível se ao usá-los eles estão realmente fazendo uma escolha”, explica a psicóloga Ana Cristina Cruz, pesquisadora do Núcleo do Grupo de Estudos em Mídias Digitais da Universida-de de São Paulo. A pesquisadora pontua ainda que, “no limite, estes aplicativos ainda têm a característica de apontar para problemas sociais que precisa-mos entender e resolver”.

Duas questões resultantes desse tipo de hábito chama-ram a atenção da pesquisado-ra. A primeira é que, em mui-tos casos, esses mecanismos camuflam a dificuldade que algumas pessoas têm de falar em público ou de conversar pessoalmente com colegas. A segunda refere-se à consta-tação de que as novas gera-ções, mesmo preferindo usar aplicativos de texto para se comunicarem, em geral come-tem muitos erros de português. “Mesmo entre altos executivos, escrever corretamente ainda é uma raridade”, constata Ana Cristina.

“É sempre bom averiguar grandes tendências da sociedade, como essa disposição para o uso de aplicativos”, pontua o psi-cólogo Cristiano Nabuco, coordenador do Grupo de Dependên-cia de Internet do Hospital das Clínicas de São Paulo. Ele explica

que, no mundo corporativo, estas limitações podem prejudicar profissionais com carreiras promissoras que, por não praticarem a conversa franca e cara a cara, não aperfeiçoam a capacidade de organizar frases longas, de abordar de forma adequada as pesso-as e de cultivar a empatia durante um contato. “Com o tempo, a habilidade de liderança pode ser questionada”, conclui.

Nenhum dos casos apontados pelos pesquisadores ou pelo levantamento se aplicam a Claassen que, além de ter respondido à entrevista para esta matéria por e-mail e sem erros de portu-guês, garante que sempre que possível, prefere o contato pessoal. Suas escolhas, diz o executivo, são norteadas pela flexibilidade e a comodidade. “Fico mais à vontade para responder no período e lugar mais conveniente para mim” e destaca que, desta forma, “dá tempo de revisar as respostas”.

bRASIL É O PAÍS QUE FICA MAIS TEMPO ONLINESe o executivo da LANXESS passa, em média, 16 horas do dia conectado, Alessandro da Silva, professor do Programa de Pós--graduação em Mudança Social e Participação Política da Univer-sidade de São Paulo fica online o dia todo. “Oriento pesquisas de mestrado e doutorado aqui no Brasil, em outros países da América

Latina e na Europa. Aplica-tivos como WhatsApp e o Skype resolvem em minutos ou mesmo segundos, casos pontuais como uma simples indicação de uma bibliogra-fia. Em outros tempos, isso poderia levar horas e até dias. Por isso, para ser justo com todos meus orientandos, es-tou sempre online”.

O professor está entre os que colocam o Brasil no 1º lugar entre os países em que os internautas passam o dia inteiro conectados, se-gundo uma pesquisa feita pela consultoria A.T. Kearney. O levantamento entrevistou

10 mil pessoas conectadas em dez países. Por aqui, 51% dos entrevistados responderam que passam 24 horas por dia conec-tados. A Nigéria, com 37% e África do Sul, com 35%, ocupam o segundo e terceiro lugares, respectivamente. A consultoria explica os altos números para esses países por serem populações jovens, além de ter alta taxa de penetração de smartphones. ><

Geração texto Eles são jovens, evitam o telefone e preferem se comunicar por mensagens

Companhias estão tendo que se adaptar a esses novos profissionais

O potencial de energia eólica no Brasil é mais intenso de junho a dezembro, coincidindo com os

meses de menor intensidade de chuvas. Ou seja: é justamente

quando chove menos que venta mais. Isso coloca a energia eólica como uma excelente fonte

suplementar das hidrelétricas.

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