Semana Cidadã - 2012. Rio + 20 Uma abordagem didática Uma abordagem didática.
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UMA SEQUENCIA DIDÁTICA PARA A ABORDAGEM DA RELATIVIDADE
ESPECIAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA COM A UTILIZAÇÃO DA INSTRUÇÃO
PELOS COLEGAS
DAVID GUIMARÃES FREIRE JÚNIOR
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de
Pós-Graduação da Universidade Estadual de Santa
Cruz (UESC) no Curso de Mestrado Profissional de
Ensino de Física (MNPEF), como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de Mestre em Ensino
de Física.
Orientador: Prof. Dr.: Zolacir T. de Oliveira Junior
Ilhéus
Março/2018
ii
iii
FICHA CATALOGRÁFICA
F866 Freire Júnior, David Guimarães. Uma sequência didática para abordagem da rela- tividade especial na educação básica com a utiliza- ção da instrução pelos colegas / David Guimarães Freire Júnior. – Ilhéus, BA: UESC, 2018. x, 122f. : il.; anexos. Orientador: Zolacir T. de Oliveira Júnior Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Santa Cruz. Programa de Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física (MNPEF). Inclui referências.
1. Física (Ensino médio). 2. Relatividade. 3. En-
sino – Metodologia. 4. Abordagem interdisciplinar do conhecimento na educação. I. Título.
CDD 530
iv
Dedico todo o sacrifício e esforço para a realização deste trabalho à
quatro pessoas que motivam a minha vida, mostrando-me o sentido do
amor. À minha mãe Ely (in memória), ao meu pai David e aos meus
filhos David Norberto e Maria Elisa.
David Guimarães Freire Junior
v
Agradecimentos,
À Deus, ser sublime em minha vida.
À esposa Luciana Lélis e às minhas irmãs, Daniele Freire, Eliene Freire e Rosely Freire por
serem exemplos de determinação, competência, honestidade e inspiração.
Ao amigo Prof.Dr. Luís Augusto Gesteira pelo auxílio e incentivo constante.
Ao meu orientador Prof. Dr. Zolacir T. de Oliveira Junior pela paciência, competência e
por acreditar neste trabalho.
Ao Prof. Dr. Maxwell Roger da P. Siqueira pela ajuda constante em nossa caminhada.
Aos demais professores do programa.
Aos amigos de trabalho pela compressão, incentivo e suporte nas atividades diárias.
Aos colegas do Mestrado, pelo acolhimento, paciência e compartilhamento das
experiências enriquecedoras e a motivacionais.
Aos amigos, Wanderley Lago e Jocival Souza, pela parceria e amizade consolidadas nas
constantes viagens.
A Sociedade Brasileira de Física (SBF) por promover o curso.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo
incentivo institucional e pelo apoio financeiro ao programa.
Á UESC pelo acolhimento e disponibilidade de um ambiente salutar ao
aperfeiçoamento profissional.
vi
Lista de Abreviaturas
CAPES: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
EM: Ensino Médio
FMC: Física Moderna e Contemporânea
IpC: Instrução pelos Colegas
MNPEF: Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física
PCNEM: Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio
RE: Relatividade Especial
SBF: Sociedade Brasileira de Física
SD: Sequencia Didática
TC: Teste Conceitual
TL: Tarefa de Leituras
UCA: Um Computador por Aluno
UESC: Universidade Estadual de Santa Cruz
UFJF: Universidade Federal de Juiz de Fora
UFRGS: Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UFV: Universidade Federal de Viçosa
USA: United States of America
vii
RESUMO
UMA SEQUENCIA DIDÁTICA PARA ABORDAGEM DA RELATIVIDADE
ESPECIAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA COM A UTILIZAÇÃO DA INSTRUÇÃO
PELOS COLEGAS E APRENDIZAGEM SOB MEDIDA
Este trabalho trata da abordagem da Relatividade Especial (RE) na 1ª série do Ensino
Médio(EM) na disciplina de Física com a utilização da Instrução pelos Colegas(IpC). A
abordagem da RE visa a consolidação de tópicos da Física Moderna e Contemporânea (FMC)
no ensino. A IpC é um dos métodos ativos que tem sido utilizado com alternativa pedagógica
para a melhoria da qualidade de ensino de Física entre outras disciplinas. Foi desenvolvida
pelo professor Eric Mazur (USA), na década de 1990 e propõe entre outras coisas estratégias
que promovam a compreensão conceitual. A interação entre os pares faz com que os alunos
deixem a forma passiva e sejam proativos na consolidação do seu conhecimento. O trabalho
utiliza recursos midiáticos, textos e aplicativos educacionais. A abordagem da RE no EM e a
IpC resulta nesta Sequencia Didática (SD) composta de oito temas distribuídos em oito aulas
de 50 minutos. O público alvo são alunos da1a serie do EM e foi aplicada em três turmas da
1ª série do EM no Colégio Modelo Luis Eduardo Magalhães da cidade de Jequié - Bahia. As
aulas foram planejadas com base na IpC fazendo as adaptações necessárias para o EM. Os
planos de aulas sequenciadas bem como todas as atividades desenvolvidas estão no apêndice
deste trabalho. A proposta aqui desenvolvida pode servir de referencia para outros
professores.
Palavras-chave: Ensino de Física, Relatividade Restrita, Método Instrução pelos Colegas.
Ilhéus
Março/2018
viii
ABSTRACT
This paper deals with the Special Relativity (RE) approach in the 1st grade of High School
(HS) in Physics discipline with the use of Peer Instruction (PI). The RE approach aims at
consolidating topics of Modern and Contemporary Physics (FMC) in teaching. PI is one of
the active methods that has been used with a pedagogical alternative to improve the quality of
Physics teaching among other disciplines. It was developed by Professor Eric Mazur (USA) in
the 1990s and proposes among other things strategies that promote conceptual understanding.
Peer interaction makes students passively passive and proactive in consolidating their
knowledge. The work uses media resources, texts and educational applications. The RE
approach in MS and IPC results in this Didactic Sequence (SD) composed of eight themes
distributed in eight 50-minute classes. The target audience are students of the MS series and
was applied in 3 classes of the 1st series of MS in the Luis Eduardo Magalhães Model School
in the city of Jequié- Bahia. Classes were planned based on IPC making the necessary
adaptations for HS. The lesson plans sequenced as well as all activities developed are in the
appendix of this paper. The proposal developed here can serve as a reference for other
teachers.
Keywords: Physics Teaching, Special Relativity, Peer Instruction.
Ilhéus
March/2018
ix
Sumário
LISTA DE ABREVIATURAS vi
RESUMO vii
ABSTRACT viii
Capitulo 1
1 Introdução 11
1.1 Justificativa 15
1.2 Objetivos 19
Capitulo 2
2 Metodologias Ativas 20
2.1 O método IpC no Brasil 21
2.2 O método IpC 21
2.2.1 A Metodologia 22
2.2.2 Da Aula Expositiva 24
Capitulo 3 3. A Relatividade Especial 25
3.1 Das concepções filosóficas de Aristóteles a Relatividade galiláica 25
3.2 O movimento relativo dos corpos 26
3.3 O Eletromagnetismo 27
3.3.1 O Eletromagnetismo e Maxwell 27
3.4 A origem da Relatividade Especial 28
3.5 Relatividade da Simultaneidade 29
3.6 Dilatação Temporal 29
3.7 Contração do Espaço 31
3.8 Adição de Velocidades na Relatividade Especial 31
3.9 Paradoxo dos Gêmeos 32
Capítulo 4
4 O Produto Educacional 33
4.1 Visão Geral 33
4.2 Materiais e Equipamentos 34
4.3 Recursos Pedagógicos áudio visuais 34
4.3.1 Vídeo 01 – Relações históricas entre força e movimento 35
4.3.2 Vídeo 02 - Os cinco minutos mais longo da Historia! 35
4.3.3 Vídeo 03 - Física Referenciais (PSSC - Frames of Reference parte 1) 35
4.3.4 Vídeo 04 - Experiência de Michelson e Morley 36
4.3.5 Vídeo 05 - 60 Segundos de Aventuras no Pensamento 36
4.4 Aplicativo Educacional LIMC 36
4.5 Tarefa de Leitura 37
x
4.6 Relato da Aplicação da TC 38
4.6.1 TCs da Aula 01 39
4.6.2 TCs da Aula 02 42
4.6.3 TCs da Aula 03 45
4.6.4 TCs da Aula 04 48
4.6.5 TCs da Aula 05 51
4.6.6 TCs da Aula 06 54
4.6.7 TCs da Aula 07 57
4.6.8 TCs da Aula 08 59
Capítulo 5
5 Considerações Finais 62
6 Referências Bibliográficas 64
Anexo A 68
11
Introdução 1
É consenso entre os professores de Física que o ensino desenvolvido nas
escolas necessita ser melhorado. No Brasil, esse desafio parece ser ainda maior uma
vez que as dificuldades enfrentadas pelos professores perpassam por fatos facilmente
constatados nas escolas. A falta da disponibilidade de recursos didáticos, de
laboratórios adequados e o acesso a grande rede, é uma realidade ainda distante.
Nesse momento delicado do ensino de Ciências, em especial o de Física, que parece
não ser diferente em outras regiões do país, é visível que a física é “detestada” pela
maioria dos alunos das séries iniciais no EM. Aulas expositivas com resolução de
exercícios envolvendo problemas matemáticos e memorização de fórmulas são
marcas dessa disciplina. Nesta combinação, pouquíssimos são os estudantes
encantados e professores que conseguem encantar os seus alunos. Tudo leva a
considerar que este ensino convencional de Física desenvolvido esteja alicerçado num
modelo de ensino meramente tradicional. Sem considerar as mudanças sofridas pela
sociedade e pelos indivíduos, a maioria dos docentes parece não despertar para
mudanças em estratégias de ensino. E o que indica esse modelo de ensino parece não
atender ao novo cenário educacional. Tal fato pode ser constatado pelas dificuldades
apresentadas pelos alunos. Ao tentarem desenvolver harmoniosamente seus estudos
no curso básico de nível médio, depara-se como fracasso representado pelos baixos
rendimentos quantitativos apresentados nos exames, não demonstrando a
aprendizagem mínima necessária no processo de formação científica.
“Nesse sentido, mesmo os jovens que, após a conclusão do ensino
médio não venham a ter mais qualquer contato escolar com o
conhecimento em Física, em outras instâncias profissionais ou
universitárias, ainda assim terão adquirido a formação necessária para
compreender e participar do mundo em que vivem.” (BRASIL, 2002)
Os problemas envolvidos e os desafios enfrentados ao se ensinar a disciplina
Física, a bem da verdade, são inúmeros. Possivelmente o que surge como premissa
dessas dificuldades é a necessidade por parte dos professores em buscar alternativas
de estratégias de ensino que permitam a compreensão conceitual dos fenômenos
físicos. Por conseguinte as dificuldades em interpretar a problematização existente
poderiam ser minimizadas. Acreditando ainda que parte desse problema seja agravada
12
por um ensino de física pautado na matematização descomedida em detrimento a
compreensão conceitual em sala de aula. Surge a necessidade do professor de Física
reavaliar a sua prática docente, refletindo-a e aperfeiçoando-se.
O Ensino de Física vem se repetindo e se desenvolvendo a décadas por meio
de treinamentos matemáticos e resoluções de problemas. O desenvolvimento
conceitual, relevante a aprendizagem, foi se perdendo com o tempo e, concomitante,
os modelos de aulas embasados na resolução de problemas, se fortalecendo.
Reforçado pelos livros didáticos que diminuem paulatinamente as discussões
conceituais e aumentam os números de exercícios com resoluções de exercícios.
Desta maneira, o ensino de Física tem se firmado e embasado numa prática
educacional que o reduz a resolução de problemas, muitas vezes, com quantidades
exageradas de fórmulas e equações que devem ser memorizadas, impostas, aceitas,
descritas e transcritas sem significados. O modelo de ensino puramente tradicional
parece tornar as aulas da disciplina entediantes e desestimulantes.
O ensino de Física e o de Matemática contribuem pelo maior número dos alunos que
vão a recuperação e por consequência a reprovação na Unidade Escolar. Ao que se
sabe, quando ocorrem reprovações excessivas, os percentuais de evasão escolar são
proporcionalmente crescentes. Essas evidências explícitas são alguns dos sintomas
que relatam os sérios problemas que envolvem da aprendizagem e do ensino das
Ciências.
“O ensino de Física vem deixando de concentrar-se na simples
memorização de fórmulas ou repetição automatizada de procedimentos,
em situações artificiais ou extremamente abstratas, ganhando consciência
de que é preciso dar-lhe um significado, explicitando seu sentido já no
momento do aprendizado, na própria escola média”. (BRASIL,2002)
No presente cenário é notório que o ensino de Física precisar de mudanças.
Algumas mudanças têm ocorrendo paulatinamente, mas ainda não têm despertado nos
discentes o interesse, a curiosidade e o encantamento que são características
peculiares desta Ciência tão bonita e necessária para o desenvolvimento científico e
tecnológico do país.
Especialistas apontam que:
“A maioria dos professores de Física do ensino médio e superior
concorda que o ensino da disciplina apresenta muitos problemas. É fácil
constatar também que a maior parte das pessoas, mesmo após frequentar a
escola de ensino fundamental e médio, sabe muito pouco de Física.
13
Pouquíssimas delas conseguem se posicionar sobre problemas que exijam
algum conhecimento dessa matéria. (Nascimento, 2010,p. 16,)
Os conteúdos de Física que são elencados como base da matriz curricular para
o EM, seguem as sequencias que são apresentados livros didáticos. Por melhor que
seja intenção de melhoramento dos livros didáticos, verifica-se que suas elaborações
estão voltadas aos métodos educacionais seculares, com pouquíssimas inovações. Os
educadores por sua vez garantem a perpetuação de uma prática conteudista,
resultando como proposta de ensino a resolução de problemas matemáticos. Não
havendo novas abordagens. O mundo mudou, as tecnologias mudaram e nossa escola
e o ensino de Física não.
“A Física deve apresentar-se, portanto, como um conjunto de
competências específicas que permitam perceber e lidar com os fenômenos
naturais e tecnológicos, presentes tanto no cotidiano mais imediato quanto
na compreensão do universo distante, a partir de princípios, leis e modelos
por ela construídos”. (BRASIL,2002)
O número de professores licenciados em Física ainda é pequeno para atender a
demanda das escolas e dessa forma muitos profissionais que estão na regência da
disciplina, não tem formação específica, muitas vezes nem nas áreas afins. Além
desse problema, as aulas tradicionais parecem ser a única de ensinar. Na atualidade a
velocidade e a interação parecem dominar o universo das pessoas. Prender a atenção
de uma turma inteira, durante um período de aula, estando o professor como foco do
conhecimento e das atenções, enquanto os alunos permanecem de forma passiva,
apenas como ouvinte, é indubitavelmente uma tarefa difícil. Certamente é um modo
desconfortável de se aprender.
As várias metodologias de ensino, desenvolvidas e estudadas nas formações
docentes, as inovações tecnológicas presentes na sociedade e na vida da maioria dos
alunos nos direcionam para a reflexão da necessidade de mudanças da forma como o
conhecimento deve ser ministrado. Todavia, essas práticas inovadoras e os avanços
tecnológicos não são capazes de seduzir os professores de ciências que parecem
relutar em mudar sua práxis. Todas essas descobertas deixam de ser consideradas,
refletidas e implementadas nos cursos de física básica. Nada parece acontecer na
maioria das salas de aulas de Física. Há ao que tudo indica a necessidade da formação
continuada para os professores do ensino básico.
Outro ponto que merece ser refletido na prática docente é a matriz curricular
do ensino de física do ensino básico e as escolhas dos conteúdos que devem ser
14
apresentados aos alunos em suas respectivas séries. Uma prática bastante corriqueira
entre os professores e facilmente verificada é a compilação dos conteúdos dos índices
dos livros didáticos de Física. Seguindo a ordem seguinte bem definida e da forma
seguinte: Mecânica; Termologia; Óptica; Eletricidade; e assim por diante de acordo
Terrazzan.Não há preocupação em abordar temas da Física Moderna e
Contemporânea (FMC). Nesta compilação, é visível a falta da inclusão de conteúdos
da Física Moderna e Contemporânea (FMC), uma vez que esses conteúdos aparecem,
muito superficialmente, nos capítulos finais dos exemplares dos livros da 3ª série. ”O
vasto conhecimento de Física, acumulado ao longo da história da humanidade, não
pode estar todo presente na escola média” (BRASIL, 2002).
O que torna a sua inserção da FMC em plano secundário, sendo muitas vezes
deixada de lado em função da quantidade de aulas destinadas a disciplina nas escolas
publicas, principalmente.
É notável o fascínio que os alunos demonstram pela temática da FMC, como
Relatividade e a Física Quântica. Tais temas aguçam a curiosidade e despertam
questionamentos por respostas. Como na escola a abordagem dessa temática é quase
sempre omitida, as respostas passam a ser concedidas em lugares poucos confiáveis,
com conceitos errôneos ou distorcidos.
Por entender que a curiosidade e os questionamentos são ferramentas básicas
para o desenvolvimento da aprendizagem e é uma característica intrínseca do ser
humano que ocorreu uma proposta para elaboração de uma SD que abordasse a RE.
Desenvolver um tema cuja abordagem seja instigante para os alunos e, ainda
contemple as sugestões dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) parece ser uma
ação que contemplará mudanças efetivas tanto na práxis docente quanto ao
procedimento dos alunos.
“Não se trata de apresentar ao jovem a Física para que ele
simplesmente seja informado de sua existência, mas para que esse
conhecimento transforme-se em uma ferramenta a mais em suas formas de
pensar e agir”. (BRASIL, 2002)
Este produto versa a abordagem da RE para o EM concomitante com a
implementação de uma metodologia ativa e alternativa. Na elaboração de uma SD que
possa contribuir para minimizar o cenário caótico do ensino e da aprendizagem da
disciplina Física no EM. Buscar auxiliar o professor com uma SD que tenha um
formato de aula ativo e que viabilize o tempo do planejamento das aulas e ainda
consolide a relação da FMC no EM. Desenvolver as habilidades e competências para
15
lidar com o mundo físico ao se tornar parte do processo percebendo que os fenômenos
físicos podem ser compreendidos de maneira ativa e despertando o sentimento altivo
do conhecimento.
Nesse trabalho é desenvolvido e comentado a aplicação da SD planejada por
meio da IpC. Abordando temas da evolução do conceito de movimento a partir dos
pensamentos Aristotélicos passando pelas teorias galiláicas, de Newton e culminando
com o estudo conceitual da Teoria da RE.
Esse trabalho está dividido em quatro capítulos. O primeiro é a introdução,
neste capitulo é feito umas prefações do trabalho, discorrendo sucintamente os
problemas educacionais acerca do ensino de Física, quanto aos seus métodos e quais
conteúdos possam e devam ser abordados no EM. Ainda nesse capitulo é feita a
justificativa da relevância dessas SD e quais contribuições podem ser inseridas no
EM.
O segundo é dedicado a abordagem geral das metodologias ativas e
enfatizando em especial o Método Instrução pelos Colegas (IPC), discutindo as
adaptações para bom emprego da mesma ao EM. Serão discutidos alguns referenciais
teóricos precursores considerados importantes para a validação e relevância desse
produto educacional.
No terceiro encontra descrito o produto educacional resultante da combinação
da abordagem da RE, do método IpC e algumas ferramentas educacionais. Nesse
capítulo será relatando a aplicação do produto nas três salas do 1ª série do EM com as
respectivas abordagens e discussões dos TC aplicados.
O último capítulo estão às considerações finais que faz uma reflexão sobre o
processo de desenvolvimento e implementação do produto educacional.
1.1 Justificativa
A formação acadêmica nos cursos de Ciências da Natureza tem como
peculiaridade aula expositiva e resoluções de exercícios. A formação acadêmica é
comumente carregada para a prática docente bem como os exemplos vivenciados e
aceitados como forma padrão de trabalho. Na docência há a contribuição por parte
dos docentes em dar continuidade aos “modelos” das aulas observadas em sua
formação.Existe ainda a pratica de se sustentar nos livros didáticos do EM para
16
planejamento de suas aulas e desenvolver as aulas sem a preocupação de trazer o
aluno para interagir de forma ativa no processo ensino aprendizagem. O professor
detentor do conhecimento. Como é verificado nos métodos convencionais e
tradicionais de ensino. A compilação do livro didático como norteador para
preparação de suas aulas.
A partir das dificuldades dos alunos em aprenderem a disciplina de física no EM é
que se faz UMA SEQUENCIA DIDÁTICA PARA A ABORDAGEM DA
RELATIVIDADE ESPECIAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA COM A UTILIZAÇÃO
DA INSTRUÇÃO PELOS COLEGAS, tema desse produto.
Na perspectiva de coligir que formação pode ser alternada com métodos alternativos
de ensino. Para minimizar as inquietações e sugerir ao professor buscar novas
tentativas metodológicas de ensino que dê suporte a uma nova práxis. Poucas
mudanças tendem a ocorrer se o professor não ousar em desenvolver atividades em
sala de aula.
O curso de Mestrado Nacional Profissional do Ensino de Física (MNPEF)
viabilizou a participação dos mestrandos em uma palestra sobre a IpC. A IpC é
método de ensino que se baseia na compreensão dos conceitos e nas interações entre
os colegas como fortalecimento da aprendizagem. Como parte das avaliações do
MNPEF, é a elaboração de um produto educacional. Foi creditado na IpC a
metodologia alternativa para a elaboração da SD para abordagem da RE, no EM.
Entender que os estudantes do EM sejam capazes de conceberem as
transformações vivenciadas na contemporaneidade e que o ensino precisa acompanhar
a dinâmica da vida atual é que se desenvolveu essa SD.
Neste ponto surgiu como perspectiva de trabalho desenvolver uma SD que
verse sobre a abordagem da FMC sob uma nova metodologia mediadora, que conduza
os alunos a uma participação efetiva e significativa no mundo em que vivem. A
mediação como forma ativa na construção cognitiva de seus significados e apreensão
dos conhecimentos adquiridos.
Em função da relevância do ensino de física para o país, o tema a RE fora
escolhido como ponto inicial para inserção da FMC para o EM. O que se ensinar e
como ser feita a abordagem dos conteúdos do EM deve ser parte dos problemas da
prática docente. De modo que:
“Caberá sempre ao professor, dentro das condições específicas nas
quais desenvolve seu trabalho, em função do perfil de sua escola e do
projeto pedagógico em andamento, selecionar, priorizar, redefinir e
17
organizar os objetivos em torno dos quais faz mais sentido
trabalhar.”(SBF,1987)
A RE de Acordo Castilho (2005) é um tema que sabidamente desperta grande
interesse nos alunos, além de aguçar a curiosidade é um tópico especialmente
oportuno para a introdução da Física Contemporânea no ensino médio.
A RE tem sido pouco abordada nas escolas do país e segundo Castilho (2005),
seja pelo tempo que os professores têm para cumprir os conteudos “recomendados”
nos indices dos livros didáticos, seja pela falta de preparo ou formação do professor.
Segundo Borges (2005,p. 2) “ O conteúdo programático, apresentado na quase
totalidade das escolas de esnino médio, exclui topicos que abordam o nascimento da
ciencia moderna, as mudanças no mundo cientifico ocorridas a partir do século XX,
bem como as teorias decorrentes”. Ainda de acordo borges (2005,p. 2), “os conteúdos
que recebem a denominação de Física Moderna e Contemporânea(FMC), cujo estudo
começou no final do século XIX, acabam não sendo trabalhados com os estudantes”.
A idéia que esse produto fosse aplicado aos alunos da 1ª serie em sua
formação básica inicial traz como premissa a perspectiva que estes sejam seduzidos
por uma Física envolvente. Pensando ser possível que parte desses alunos sejam
atraídos e encantados por estudar Ciências, em especial a Física.
Devido à importância que é atribuída a essa ciência para o desenvolvimento de
um país é que há a necessidade de que a cada dia mais alunos se interessem em
prosseguir seus estudos em formação científica. A preocupação é antiga e pode se
verificar nesse trecho de um documento desenvolvido pela SBF.
“A Física é o campo da ciência que investiga os fenômenos e as
estruturas mais fundamentais da natureza. O conhecimento acumulado
neste campo tem possibilitado a humanidade compreender aspectos cada
vez mais complexos da natureza, e através dele criar sistemas, dispositivos
e materiais artificiais que têm contribuído decisivamente para o progresso
tecnológico”.(SBF ,1987)
A carga horária ofertada à docência Física são de 2horas/aulas semanais. Ao
professor de carga horária de 20horas/semanais, cabe atender a 7 turmas com 40
alunos por classe. Dessa forma, 14h são em efetiva regência e 6 h nas atividades de
coordenação (AC). Tal fato torna o cumprimento da ementa um grande desafio.
O Colégio Modelo Luis Eduardo Magalhães na cidade de Jequié, Sudoeste da
Bahia, está localizado a 360 km de Salvador, capital do estado e a 188 km da
Universidade Estadual de Santa Cruz, na cidade de Ilhéus.
18
A escola se caracteriza como uma escola de centro, sendo responsável pela
formação de alunos oriundos da rede municipal e estadual e da rede particular da sede
e das cidades circunvizinhas.
Um fato marcante, em meio a toda heterogeneidade dos alunos, independentes
de suas origens, se pública ou se privada, é a pouca habilidade matemática. A carência
de pré-requisitos básicos em matemática propicia ao fracasso das aulas convencionais
de Física e corroboram para a necessidade de planejar e desenvolver novas SD para o
ensino de Física que atendam a essa demanda.
O produto foi aplicado em três turmas da 1ª série do ensino médio, com 40
alunos. A turma turno matutino, o 1 BM, são alunos oriundos da rede municipal e
duas turmas, do turno vespertino, o 1BV e o 1CV. As turmas foram escolhidas por
apresentarem características distintas. A turma da 1ª série B, vespertino (1BV) é uma
sala mista, tendo alunos da rede pública e poucos alunos da rede particular e a 1ª série
C vespertino (1CV) também mista, apresenta maior parte de alunos que são oriundos
da rede particular de ensino.
O tema proposto foi desenvolvido com enfoque no avanço teórico-conceitual
com pouca ênfase à resolução de problemas matemáticos elaborados.
1.2 Objetivos
De forma (auto) reflexiva, em relação à prática docente, ditame ser evidente a
necessidade de uma reformulação por meio de uma repaginação no processo geral do
ensino de Física, tanto nas metodologias de ensino quanto nos conteúdos curriculares
a serem desenvolvidos no curso de Física, no EM. Esse trabalho tem como objetivo
geral desenvolver uma SD que consiga estabelecer o diálogo da RE com os alunos de
maneira ativa com o recursos da IpC. Os objetivos específicos são buscar uma
intervenção pedagógica nas aulas de Física por meio de uma metodologia ativa, Ipc,
na tentativa de atenuar as dificuldades enfrentadas pelos alunos na compreensão
conceitual dos fenômenos; Desenvolver estratégias educacionais que promovam a
redução da matematização e a necessidade de memorização de fórmulas e equações;
Utilizar recursos educacionais que promovam uma melhor dinâmica nas aulas
expositivas; abordar a RE como competências da 1ª serie do EM.
19
20
CAPITULO 2
Metodologias Ativas
As várias inovações ocorridas com o desenvolvimento tecnológico, as várias
formas de apresentação das aulas não foram capazes de colocar o aluno de forma
ativa no processo. Segundo Braz (2014) Em todas estas formas o aluno continuou
com sua função passiva na transmissão do conhecimento, aluno ouvinte. A forma de
ensinar continua a mesma do século XIX.
“Uma das alternativas ao ensino tradicional está na adoção de
metodologias construtivistas, as quais apresentam um contraponto àquele,
visto que teorias construtivistas pregam que o ser humano organiza e
constrói seu conhecimento a partir de interações tanto com outros seres
humanos, quanto com o meio em que está inserido”. (Braz, 2014)
É importante perceber que alguns desses métodos podem ser melhorados ou
ainda refutados, oportunamente, a depender na necessidade de transposição para a
realidade da escola, do professor e dos alunos. Esse papel, quase que exclusivamente
cabe ao professor e é sua responsabilidade mensurar e avaliar qual a melhor e mais
eficiente estratégia de ensino a ser desenvolvida em suas turmas. Braz (2014) diz que
“Essa busca constante deve ser parte das atividades diárias dos educadores”. Esse
papel do professor em ter que planejar e avaliar qual o melhor método de ensino para
as turmas não é considerada por Mazur (2015) uma tarefa fácil em função das
condições adversas de infra-estruturar e apoio institucional.
Contudo parece ser imprescindível a busca de formas dinâmicas de se ensinar
e que estas sejam inseridas nas salas de aula. A inserção do IpC é uma proposta para
tirar o aluno de sua posição passiva. “Trata-se de um conjunto de ações, com
finalidades e aplicações específicas, que contribuem para aprendizagem no ensino”.
(DUMONT, p .107-131).
21
2.1 A IpC no Brasil
No Brasil, a IpC de Acordo ARAUJO e MAZUR (2013), esse método tem
sido pouco utilizado, sendo desconhecido pela grande maioria dos professores com os
quais estabeleceram contato em palestras e cursos de formação.
Alguns artigos, monografias e dissertações são citadas por DINIZ (2015), e
dois trabalhos de acordo autor merecem atenção ao relatarem que sua aplicação no
EM mostrou-se potencialmente viável ao apresentar um ganho potencialmente
significativo. Outros trabalhos podem ser encontrados, na forma de artigos,
dissertações e sequencias didáticas. Culminados em grande parte como produtos
educacionais.
Santos (2016) afirma que a IpC se mostrou, entres outros métodos ativos,
uma metodologia promissora como ferramenta no EM no Brasil.
A transposição da IpC para a educação básica pode proporcionar uma
mudança comportamental que vai desde a ação do professor mediador ao
engajamento do aluno ativo.
Diniz (2015) fez comparação dos resultados entre as turmas de aplicação e a
turma-controle, os dados analisados pelo ganho Hake, constatou um avanço
quantitativo. Contudo em suas considerações finais Diniz (2015) acredita que o
método sirva como uma alternativa educacional para ser alternado com as aulas
tradicionais ao reforçar que há boa aceitação do método por parte dos alunos.
2.2 O Método IpC
Na busca de melhoria do ensino de Física, alguns estudos dos métodos ativos
tem se apresentado como ferramentas pedagógicas eficientes, quando comparadas aos
métodos tradicionais. Esse fato tem sido levado em consideração em diversos níveis
de ensino. Várias metodologias ativas de ensino foram propostas. Eric Mazur criou a
IpC, cuja dinâmica tem na forma como os alunos trabalham os conteúdos o seu
diferencial.
No ensino médio, alguns estudos da viabilidade, aplicabilidade da IpC e a
integração do método como metodologia ativa tem oferecido um ganho de
aprendizagem para os alunos ( DINIZ,2015).
22
A escolha de uma metodologia ativa de ensino, em particular o método IpC é
uma alternativa a mais e a disposição dos professores de Física. A IpC possibilita que
os alunos compreendam os conteúdos mediados. Possibilitando ao mediador
averiguar se o conhecimento foi aprendido e apreendido pelos alunos, na expectativa
que o seu saber sabido faça parte da vida do aluno e no meio sócio-cultural no qual
está inserido.
Eric Mazur (2015) descreve alguns problemas do ensino tradicional,
destacando ser difícil manter uma aula que prenda a atenção dos alunos apenas pela
exposição. Pela experiência da própria práxis, o que temos como prática pegagogica é
preparação das tiradas dos livros didáticos. Transcrevendo na lousa e resolvendo
exercícios, normalmente num monologo onde o aluno apenas escuta de forma passiva.
As aulas expositivas são, portanto, a reprodução do que se tem nos livros.
Ao constatar que seus alunos mantinham-se no mesmo nível de aprendizagem
Mazur (2015) revela-se indignado e então, passa a buscar novos modos de
intervenção e mediação dos conteúdos. Dessa forma, desenvolve uma sequencia de
estratégias que tem como objetivos básicos: “Explorar a interação entre os estudantes
durantes as aulas expositivas e focar a atenção dos estudantes nos conceitos que
servem de fundamento”. (Mazur,2015,p.10).
2.2.1 A metodologia
O IpC orienta que a aula aconteça com tempo previamente determinado. A
aula expositiva deve acontecer no inicio da aula e abordar os tópicos não
compreendidos na TL ou que seja de difícil compreensão, de acordo com a análise do
professor. O tempo de exposição não deve ultrapassar 15 minutos. Após a explanação,
cabe ao professor iniciar a aplicação dos testes conceituais (TC) ou explicar os tópicos
caso ainda haja duvidas entre os alunos. O tempo para cada aluno responder cada TC
é 2 a 4 minutos, podendo ser 2 minutos para resolução e 2 minutos para a votação das
TC.
Após a votação individual é feita a apuração dos resultados de acordo com o
qual o método sugere pois a averiguação dos resultados em termos percentuais de
acerto para cada questão é que delineará o caminho para a continuidade da aula. Se o
percentual de acerto for igual ou superior a 70%, a questão será corrigida e passa-se
23
para a próxima questão, contudo se o percentual obtido for um intervalo entre 30% e
50%, o método deve ser aplicado propriamente dito e então os alunos devem se reunir
em grupos de 3 ou 4 alunos para discutirem entre si e após 2 minutos uma nova
votação é feita. No caso de um percentual de acerto inferior de 30%, o professor
deverá fazer uma breve retomada do tema e retomando a explanação inicial focando
no ponto especifico ou propor uma nova estratégia motivacional. Concluída essa fase,
a classe é submetida a uma nova averiguação e a contagem é feita. O processo pode
ser estabelecido e repetido até que se tenha alcançado o objetivo. A metodologia
alcança uma maior eficiência quando o índice de acertos fica entre 30% e 70%, uma
vez que, neste caso, há discussão em pequenos grupos de alunos mediada pelo
professor (MAZUR, 2015).
O esquema da aula pode ser verificado no quadro abaixo.
Figura 1: Dinâmica de aula utilizando o IpC (ARAUJO e MAZUR, 2013).
2.2.2 Da Aula expositiva
O método IpC caracteriza-se por um momento de aproximadamente 15
minutos de aula expositiva. Para a aula expositiva procurou-se utilizar recursos
didáticos disponíveis em produtos educacionais, que tornassem esse momento inicial
24
mais atrativa e interativa. Para contribuir com a compreensão da TL, foram usados
vídeos e o aplicativo didático. Todas as estratégias adotadas têm como foco a
compreensão conceitual dos temas desenvolvidos.
A utilização de recursos alternativos, em cada aula, trata de diversificar as
oportunidades de interações que melhorem a compreensão, facilitando a visualização,
permitindo ao aluno, participar em cada momento, podendo parar e voltar sucessivas
vezes, até que a visualização do fenômeno seja compreendida. Todos os recursos
foram cuidadosamente analisados quanto a sua aplicabilidade, afim de que toda
sequencia tivesse uma natureza proativa, na qual os alunos estivessem engajados e
responsáveis por sua aprendizagem.
25
Capitulo 3
A Relatividade Especial
A inclusão dos novos conhecimentos físicos que foram produzidos a partir do
século XX, conhecidos como Física Moderna e Contemporânea na escola de ensino
médio tem se tornado indispensável. Temas da FMC despertam o interesse dos
alunos. A explicação desses temas, todavia, não têm sido abordados com regularidade
no EM. Os motivos são os mais variados possíveis podendo-se levar em conta que são
temas de difícil compreensão que carecem de um desenvolvimento da abstração e
habilidades matemáticas muitas vezes adquiridas pelos alunos das séries iniciais.
A proposta desse trabalho é inserir a RE para o EM fazendo a transposição
didática com a utilização de recursos metodológicos e tecnológicos para amenizar as
dificuldades matemáticas e de abstração encontradas em nossos alunos.
Neste capitulo será desenvolvido uma revisão dos pensamentos filosóficos de
Aristóteles a relatividade de Galileu e as mudanças conceituais dos fenômenos físicos
clássicos aos fenômenos relativistas de Einstein.
3.1 Das concepções filosóficas de Aristóteles a Relatividade galiláica
A questão relativa ao movimento é discutido a muito tempo, o homem desde
sempre tenta entender o comportamento descritos pelos corpos. A evolução dos
conceitos ou concepções filosóficas vem desde Aristóteles no século III a.C. É
notável o quanto suas concepções perpetuaram durante séculos. Os pensamentos
aristotélicos começam a sofrer contestação no universo cientifico quando o seu
modelo geocêntrico é refutado, isto é, as concepções filosóficas passam a perder força
para a análise matemática. Por mais de 20 séculos , a compreensão do movimenta era
embasada na concepção de aristotélica. Apenas nos séculos XVI e XVII é que
cientistas como Giordanio Bruno( 1548 – 1600) e Galileu(1564-1642) que, baseados
em relações matemáticas, conseguiram uma descrição de movimentos relativos. A
Galileu coube o título de grande gênio da Ciência contribuindo significativamente
para a geração da Mecânica e dos métodos experimentais.
26
A relatividade galileana, assim chamada por Einstein, é descrita por alguns
eventos observados por Galileu para a descrição do movimento em relação a um
referencial inercial.
Ao considerar dois referenciais inerciais, ele se apóia no conjunto de
coordenadas, admite que se um evento em um ponto P possa ser identificado pelo
conjunto de quatro coordenadas em cada referencial: em S (x, y, z e t) e S’ (x’, y’, z’ e
t’), sendo que as três primeiras coordenadas de cada referencial localizam o ponto no
espaço, enquanto a quarta coordenada indica o momento da ocorrência do evento e o
tempo para Galileu é absoluto, independente do referencial. De acordo as afirmações
de Galileu é impossível para uma pessoa dentro de um elevador, determinar se este
esta em repouso ou em movimento uniforme. Dessas afirmações são obtidas as leis da
Mecânica que diz que quaisquer que sejam os referenciais inerciais as leis são
invariantes perante uma transformação de Galileu.
3.2 O movimento relativo dos corpos
Dentre os grandes gênios da Ciência moderna, destaca-se a sapiência de Isaac
Newton. Contemporâneo de momentos históricos em um mundo marcado por grandes
mudanças onde a matemática é cada vez mais utilizada para as explicações dos
fenômenos físicos. A sua capacidade de observação fez com que pudesse reunir vários
conhecimentos deixados por outros grandes cientistas como Galileu, Kepler e
Descartes. As leis de Newton obedecem ao sistema de referencial inercial, descritas
como a lei da inércia, a segunda lei e a lei da ação e reação. De acordo Woff (2005) o
que se pode concluir a respeito das Leis de Newton é que a massa e a aceleração de
um corpo independem do sistema referencial escolhido e que desta forma a força
resultante é independente do referencial em que for medida e que não há sistema
referencial preferencial a qualquer outro.
3.3 O Eletromagnetismo
Os registros históricos mostram que o desenvolvimento da Eletricidade e o
Magnetismo ocorreram independentemente até que Oersted relacionou os efeitos
elétricos e magnéticos. Até o final do século XIX os problemas relacionados aos
27
fenômenos pareciam resolvidos. Nesse contexto, acreditava-se que nada mais era
possível de ser descoberto. Alguns fenômenos conhecidos desde os tempos de Galileu
e de Newton não eram de natureza mecânica, como os fenômenos ópticos, elétricos e
magnetismos. A tentativa de Newton em sua Teoria propunha que a luz fosse
composta por partículas. Antes de Newton, já se conhecia o fenômeno da
interferência da luz, que pode ser explicado pela natureza ondulatória da luz. As
experiências com ondas até então exigia que as ondas fossem propagadas em algum
meio material, desta forma não se podia admitir que a luz não se propagasse em um
meio material. Este meio material foi chamado de Éter. O éter luminífero deveria ter
propriedades que permitisse a propagação da luz com velocidade elevadíssima,
ocasionado por baixa resistência. Nessa indefinição junto à existência do Éter, alguns
fenômenos elétricos e magnéticos passaram a ser atribuída a essa existência. Em
meados do século XIX, James C. Maxwell, em seus estudos sobre o magnetismo,
conseguiu formular uma teoria que acomodava as propriedades elétricas, magnéticas e
ópticas, independentemente da existência do Éter, bastando admitir a existência de
campos, elétrico e magnético.
3.3.1 O Eletromagnetismo e Maxwell
Em seu tratado sobre Eletricidade e Magnetismo, James Clerk Maxwell,
descreve no ano de 1873, uma formulação matemática na qual unifica as leis de
Coulomb, Oersted, Ampère, Biot e Savart, Faraday e Lens, que são conhecidas como
as Equações de Maxwell. No seu tratado, a confirmação da hipótese de a luz ser de
origem eletromagnética, proposta por H.Hertz. Com a unificação, acreditava-se que
pouco ou nada havia para ser adicionado ao conhecimento do eletromagnetismo e da
Mecânica newtoniana. Mas, de fato havia ainda alguns problemas a ser destacados
como o fato de que a luz, sendo uma onda, necessita de um meio para se propagar,
como se acreditava na época, como as ondas mecânicas.
As Equações de Maxwell descrevem que uma onda eletromagnética se dava
no vácuo e isto levantava um sério questionamento, se a luz é uma onda ela
necessitava de um meio para a propagação. Para provar a existência de um meio, no
caso o éter várias tentativas foram realizadas. Uma das mais famosas foi a realizada
pelos físicos A.A.Michelson e E.W. Morley, entre os anos de 1881 e 1887, utilizando
28
um instrumento denominado de interferômetro. Com sucessivos experimentos,
Michelson e Morley não conseguiram comprovar a existência desse meio de
propagação. Foram as tentativas fracassadas de medir a velocidade da luz (c) em
relação ao referencial solidário com a Terra que motivaram Einstein a invariância da
luz e as consequências de tal fato.
Um problema destacado com a invariância da luz, que é mencionado na
relatividade galileana refere-se ao fato que a leis da Física deveriam ser iguais em
qualquer referencial inercial. Foram constatadas inconsistências com este principio
com esse principio Físico. Ao se passar de um referencial inercial para outro, por
meio das transformações de Galileu , para um mesmo fenômeno, as equações de
Maxwell apresentavam resultados diferentes, o que apresentava um conflito no meio
cientifico, pois estabeleciam um problema conceitual. Se as transformações
estivessem corretas, fato já consolidado as equações de Maxwell deveriam estar
erradas, fato que contradizia, pois estas eram bastante fundamentadas tanto
teoricamente quanto experimentalmente. Esse fato levou a Einstein a escolher as
transformações de Galileu.
3.4 A origem da Relatividade Especial
O físico alemão, Albert Einstein, no ano de 1905 publicou um artigo que
mexeria com todos os conceitos científicos e que deu origem a Teoria da Relatividade
Especial. O artigo tratando Sobre a Eletrodinâmica dos Corpos em movimento. Nesse
artigo Einstein dá validade das Equações de Maxwell em qualquer referencial
inercial, admitindo a invariância da velocidade da luz para qualquer referencial
inercial contradizendo a Relatividade galileana, desse artigo as concepções de tempo
e espaço como absoluto são refutadas. Essas modificações resultaram em dois
postulados:
- As leis da Física são iguais em qualquer referencial inercial, ou seja, não existe
referencial inercial preferencial.
- A luz sempre se propaga no espaço vazio com uma velocidade definida, cujo
modulo é independente do estado de movimento do corpo emissor.
29
3.5 Relatividade da Simultaneidade
Uma das consequências dos postulados propostos por Einstein é o conceito de
simultaneidade. Para a Relatividade galileana, eventos são simultâneos para qualquer
observador quaisquer que sejam os referenciais inerciais adotados, uma vez que na
mecânica clássica o tempo é absoluto. Na Relatividade Especial de Einstein, o
conceito de tempo deixa de ser absoluto. A conseqüência é que eventos simultâneos,
em um determinado referencial inercial, não serão necessariamente simultâneos em
outro referencial inercial, logo há uma mudança de simultaneidade absoluta para o
relativo. Einstein cria alguns exemplos mentais, devido a impossibilidade de
realização experimental. No seu exemplo, ele cria um trem que se desloca com
velocidade relativista constante V, próxima à da luz. Nesse trem há um observador S´
que se encontra no meio do trem e outro que se encontra no solo e que estão se
cruzando exatamente quando os raios de luz ocorrem nas extremidades frontal e
traseira do trem. Do ponto de vista do observador S, ao mesmo tempo. Os eventos
serão simultâneos para o observador S, pois as duas frentes de onda de luz irão atingi-
lo ao mesmo tempo. Para o observador S´, que esta no interior do trem (S´) os
eventos não serão simultâneos, pois ele verá primeiro a frente de onda da frente, pois
é neste sentido que se desloca o trem, e depois verá a frente de onda de trás. De modo
que os eventos não serão simultâneos. Estando de acordo com o princípio da
invariância da luz.
3.6 Dilatação Temporal
Uma conseqüência da invariância da luz e da propriedade da luz se
propagar em todas as direções é que as medidas de tempo não são
medidas absolutas, como afirmava Galileu e Newton, pois essas medidas
de tempo dependerão do referencial inercial em que esse tempo será
medido. Voltando ao exemplo do trem citado no tópico anterior, vamos
considerar agora que dentro desse trem há um observador S’ e do lado
externo ao trem um outro referencial S. Na parte interior um sinal de luz é
emitido verticalmente e refletido por um espelho que se encontra no teto.
30
Essa distancia percorrida pela luz D entre esses dois pontos. Δt’ o
intervalo o intervalo de tempo gasto para essa luz percorrer desde a fonte
emissora até o espelho e retorne ao ponto emissor. Nesse caso, usando a
equação da velocidade vamos obter que Δt’= 2D’/c.
Para o observador S localizado do lado de fora do trem no solo,
onde o trem tem velocidade constante V ele deverá medir um intervalo de
tempo maior para o mesmo evento. Baseado no conceito que a trajetória
depende do observador, a distancia que a luz percorrerá com a mesma
rapidez, veremos que o intervalo de tempo para a luz atingir o espelho, na
medição desse observador será igual ao valor da hipotenusa desse
triangulo retângulo que se forma com a trajetória da luz descrita pelos
dois observadores. Desse modo o Δt = 2AB/c, conforme a figura 01
abaixo:
Figura 01
Temos pelo teorema de Pitágoras que:
(AB)2 = d2 + D2
c2. t2 = V2 . t2 + c2 . t’2
(c2 – V2) . t2 = c2 . t’2 .
Dividindo tudo por c2, temos: Δt2 (1 − v2
c2) = Δt´2
Usualmente utilizamos Δt = γ . Δt’2, onde γ é denominado de fator de Lorentz:
31
Veja que só V < c permite, para γ, um valor real.
Como o fator γ é sempre maior que um, teremos que Δt > Δt’.
Dessa forma podemos perceber que o intervalo de tempo para o observador que esta
no interior do trem, chamado de tempo próprio (Δt’) é menor que o tempo medido
pelo observador que está fora do trem, chamado de tempo dilatado(Δt).
3.7 Contração do Espaço
Dos postulados da Relatividade Especial temos como conseqüência a
relatividade do comprimento. De maneira análoga a dilatação do tempo, o
comprimento terá valores diferentes para observadores que se encontram em
movimento relativo um em relação ao outro. De modo que a dilatação do
comprimento sempre ocorre na mesma direção do movimento.
Assim, como γ > 1, temos que o comprimento próprio L é sempre menor que o
comprimento contraído.
3.8 Adição de velocidades na Relatividade Especial
Na composição de velocidade na física clássica temos que se um móvel está
em movimento em relação a outro e no mesmo sentido, como consequência a
velocidade relativa galileana será a soma das velocidades. Se em caso contrário , um
móvel desloca-se em sentido contrario ao outro móvel, teremos como resultada a
diferença entre as velocidades próprias de cada móvel. Para as velocidades
Relativistas essa composição de velocidades descritas por Galileu não podem ser
aplicadas. Pois de acordo como segundo postulado da RE, a luz propaga-se com
velocidade constante e em todas as direções e independe da velocidade da fonte
emissora.
32
3.9 Paradoxo dos Gêmeos
O paradoxo dos gêmeos consiste numa situação onde dois gêmeos
A e B são separados logo após o nascimento. A é escolhido para realizar
uma viagem a um planeta distante 15 anos-luz da Terra. Para realizar a
viagem será utilizado para um foguete que atinge a velocidade de 99% da
velocidade da luz. Para B que fica na Terra, o tempo de viagem de A será
de 30,3 anos (tempo dilatado). Para A que viajou, o tempo transcorrido
será menor. Sendo transcorridos apenas 4,24 anos, ou seja, sua idade será
de 4,24 anos. Para o B que ficou na Terra, terá 30,3 anos de idade.
Porem se forem invertidos os referenciais e A seja escolhido como
referencial, neste caso o foguete em repouso, e o tempo passe a ser
medido por B, que está em movimento em relação a A, que medirá o
tempo dilatado. Desta forma esta instalada o paradoxo: Pois dependendo
do referencial escolhido como determinar quem estará mais velho A ou B
no final da viagem. A resolução desse paradoxo é simples se
considerarmos apenas como referencial a Terra, considerando que este é
um referencial inercial. Haja vista que o foguete para chegar a velocidade
de 0,99c e para mudar o sentido de movimento, o foguete tem de ser
acelerado. Logo não há paradoxo pois os dois referenciais não são
inerciais.
33
Capitulo 4
O Produto Educacional
Esse capítulo apresenta as etapas de elaboração e aplicação das aulas
sequenciadas com os respectivos comentários. Estão contidos, respectivamente, a
visão geral, os Materiais e equipamentos, Recursos Pedagógicos áudio visuais, O
aplicativo Educacional e o Relato de Aplicação das TC. O primeiro tópico faz um
panorama do âmbito escolar onde o autor é professor regente e aplicou as etapas do
produto.
O tópico dois descreve a elaboração do material utilizado e a elaboração dos
cartões – respostas, subdividindo os tópicos elencam a pesquisa dos vídeos; o texto
utilizado na TL e a adaptação; o Aplicativo LIMC. Esse material buscou utilizar
recursos que não eram usados nas aulas do autor, substituindo as aulas totalmente
expositivas com resoluções de problemas pela IpC. Estes materiais didáticos foram
obtidos em consulta a internet, complementado pelos livros dos autores da IpC.
O último tópico detalha o procedimento de aplicação do método IpC, fazendo
uma descrição das aulas, das discussões de cada aula e tabulação dos resultados das
TC com comentário da aula em cada questão e de cada turma.
4.1 Visão Geral
A escolha do IpC leva em consideração o desânimo verificado nestas salas
bem como rendimentos verificados. Em atividades desenvolvidas na escola percebeu-
se que em exames avaliativos, os resultados eram melhores quando apresentavam um
número maior de questões conceituais. A IpC é o oportunidade de propor algo
sistematicamente elaborado, afim de testar ou comprovar as suas constatações
A realidade dos educandos do CMLEM - Jequié é bem heterogênea e com os
alunos oriundos tanto da rede particular quanto da privada. As três classes de 1ª série
onde o produto foi aplicado, as diferenças parecem ser cristalinas. Muitas escolas
particulares dos municípios desenvolvem em suas bases metodológicas um ou outro
método ativo. A SD foi aplicada acreditando que a grande maioria dos alunos teve sua
formação com aulas expositivas e tradicionais. O fato dos alunos não conhecerem o
34
método motivou na aplicação da IpC. A elaboração dessa SD é direcionada para esse
público-alvo. Para a aplicação da IpC foi necessária alguns ajustes e adequações,
mantendo-se contudo as características principais.
4.2 Materiais e Equipamentos
A aplicação do IpC necessita da utilização de alguns materiais, isso não
precisa representar dificuldades pois os recursos tecnológicos podem ser substituídos
com alguma facilidade. O uso de equipamentos eletrônicos pode tornar ainda mais
dinâmica a aplicação do IpC. Todavia verificou-se que a falta desses equipamentos
não representam empecilhos. Como exemplo, foi feita a substituição dos dispositivos
eletrônicos (Cliques , celulares, etc) por cartões-respostas em ordem alfabética e
impressos em folhas de ofício A4, ordenados de A a E, e impressos em letras
coloridas. O objetivo da impressão em cores diferente é o de facilitar a identificação
das respostas no momento da apuração, outras substituições podem ser feita, dependo
apenas da habilidade do professor.
Outros recursos eletrônicos podem ser utilizados na aplicação, o projetor
multimídia foi substituído pela TV de 50 polegadas. A TV está fixada em cada sala
onde o produto foi aplicado, mas poderia ter sido usado um projetor multimídia,
4.3 Recursos Pedagógicos áudio visuais
A importância do uso de filmes, como recurso pedagógico relevante no
processo da aprendizagem foram utilizados como uma ferramenta a mais para a
explanação do tópico. Foram escolhidos cinco vídeos de curta duração, cada um de
tema específico. Para a escolha dos vídeos, atentou-se para a qualidade da imagem, do
som, a linguagem utilizada, e sobre tudo o predicado dos conteúdos apresentados
Todo esse cuidado na escolha dos vídeos, visava que houvesse uma boa
codificação do aluno em relação a linguagem, a imagem e o áudio. Esta ferramenta
proposta tem como objetivo de apoiar visualmente o aluno na construção da abstração
necessárias as mudanças conceituais expostas.
35
4.3.1 Vídeo 01 - Relação histórica entre força e movimento
O vídeo Astros da Física - Relação histórica entre força e movimento, tem
duração de 7min 38s e está disponível no site:
https://www.youtube.com/watch?v=70GSPqrNQr4&t=319s. Neste vídeo é feita de
forma dinâmica a evolução dos pensamentos filosóficos Aristotélicos em relação ao
movimento, abordando os conceitos físicos desenvolvidos por Galileu, relatando a
importância da experimentação galilaica culminando na relatividade do movimento.
Demonstra as Leis de Newton deixando claro que cada teoria se desenvolve a partir
de conhecimentos previamente adquiridos.
4.3.2 Vídeo 02 - Os cinco minutos mais longos da Historia!
Os cinco minutos mais longo da Historia! Disponível no site:
https://www.youtube.com/watch?v=RpX4l9hieEc&t=2s é um vídeo curto muito
dinâmico apesar de ser uma narrativa de um jovem professor que explica a uma
famosa luta que ocorre entre personagens de um seriado infantil. As personagens
Goku e Freeza lutam por apenas 5 minutos, tempo restante para o Planeta Namekusei
explodir. Na serie, a luta passa em 20 episódios de aproximadamente 20 minutos
cada, o que fez a luta passar por um tempo aproximado de 4h. Fazendo uma relação o
narrador explica, em parte, á luz da física relativista, como isso é possível. A série
Dragon Ball Z, passa no Brasil em canal aberto e fechado , provavelmente, fazendo
parte dos desenhos preferidos dos alunos.
4.3.3 Vídeo 03
O terceiro vídeo, Física Referenciais (PSSC - Frames of Reference parte 1 -
legendado port), disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=fzV6J1iMwGI,
ao contrario dos demais, é utilizado um vídeo clássico que explica detalhadamente a
relatividade do movimento e a relatividade da velocidade. Este vídeo foi escolhido
por demonstrar de maneira experimental e de forma fidedigna os conceitos da
relatividade de Galileu, assim chamada por Einstein. O vídeo apesar de estar em
36
Inglês é legendado. Por se tratar de um vídeo antigo, provoca a imaginação de quem o
vê, por não apresentar truques de computação gráfica.
4.3.4 Vídeo 04
O quarto vídeo foi exibido na quinta aula e trata do experimento de
Michelson-Morley, https://www.youtube.com/watch?v=UKaoTOoDzpU. É um vídeo
educacional que trata dos conflitos e busca em relação à existência do éter luminífero
e problemas conceituais no universo científico após os resultados do experimento. O
vídeo traz uma abordagem histórico-conceitual dos problemas envolvendo a luz. Ao
mudar a concepção do pensamento científico e abre caminho para a necessidade de
explicação de fenômenos em relação a Luz.
4.3.5 Vídeo 05
Esse ultimo Vídeo, 60 Segundos de Aventuras no Pensamento, O Paradoxo
dos Gêmeos (LEGENDADO), tem apenas 60 Segundos de exibição, da série as
Aventuras no Pensamento - 5/6. https://www.youtube.com/watch?v=Jw6McOwxfXs.
O vídeo de maneira bem descontraída e animada arremete ao espectador à questão do
paradoxo dos gêmeos, criando dois personagens Al e Bert. O vídeo por ser curto pode
despertar a atenção, pois de repente aparecem dois personagens com aparências
diferentes. O vídeo traz também a resolução do paradoxo, o que não favorece muito a
discussão sobre o tema.
4.4 Aplicativo Educacional LIMC
O aplicativo LIMC foi desenvolvido pelo Laboratório de Pesquisa e
Desenvolvimento em Ensino de Matemática e Ciências da UFRJ. Esse aplicativo trata
de uma proposta para oferecer aos professores de Física nos cursos básicos uma
ferramenta educacional em suas aulas e aos alunos a possibilidade de poder utilizar
em seu computador. É resultado de um consórcio de cinco universidades brasileiras,
desenvolvendo e oferecendo produtos e serviços aos usuários finais. Tem como
37
objetivo, entre outros, o aprimoramento na formação tecnológica de professores da
educação básica. Desenvolvendo materiais educacionais entre outras atividades.
O aplicativo é de fácil manuseio, aplicação e possui alguns recursos que
podem ser manipulados pelos alunos, requisito que atende ao propósito deste produto.
Apresenta uma boa plataforma e pode ser baixado da rede e utilizado off line . Nesse
produto foram usados do aplicativo:
- Galileu e seu navio, disponível no link:
http://www.if.ufrj.br/~marta/aplicativos/transfdegalileu.swf
- Simultaneidade, disponível no link:
http://www.if.ufrj.br/~marta/aplicativos/Simultaneidade.swf
4.5 Tarefa de Leitura
O texto da tarefa de Leitura foi retirado e adaptado de um Produto Educacional
desenvolvido sobre o tema da RR, para a 3ª série do EM. O trabalho tem por título O
ensino da Teoria da Relatividade Especial no nível Médio: Uma abordagem
Histórica e Conceitual do então mestrando Jeferson Fernando de Souza Wolff, da
UFRS, ano de 2005. Este trabalho traz uma contribuição importante da inserção da
RR no EM. Seu trabalho é destinado a capacitação de professores que almejam
trabalhar em suas aulas com esse tema, sendo baseado na teoria do desenvolvimento
humano histórico-cultural de Vygotsky, na teoria da aprendizagem de Ausubel e
Novak.
Nas considerações o autor disponibiliza o texto para consulta, aplicação
integral ou parcial.
O texto traz em seu corpo a evolução dos pensamentos Aristotélicos elencando
os problemas não explicados ou esclarecidos. Desenvolvido de maneira cronológica
dando enfoque as contribuições da cada cientista. O texto satisfaz como material
didático na inserção do RR e na Relatividade Geral (RG). Vale ressaltar que o texto
foi adaptado para atender a necessidade deste produto, sendo desconsiderada a RG. O
texto adaptado está no apêndice B deste trabalho.
38
4.6 Relatos da aplicação da TC
As aulas foram estruturadas tendo no primeiro momento um breve comentário
e discussão sobre a TL, indagação das possíveis dúvidas após a leitura de cada tema e
ainda, se os alunos compreenderam a linguagem abordada no texto e se abarcaram as
imagens em cada tema proposto. Em seguida, no segundo momento de cada aula, foi
feita a exibição de vídeo do tema ou do aplicativo educacional adequado, o momento
seguinte era seguido pela apresentação das questões conceituais, no total de duas para
cada tema. No transcorrer metodológico, das aulas foram desenvolvidas de acordo as
orientações do IpC.
As orientações indicam que após cada votação os cômputos dos resultados
sejam avaliados. A formação dos grupos, por necessidade dos resultados, deu-se de
forma aleatória, com números de alunos variando entre 3 a 5 pessoas e fazendo-se o
pedido para que fossem agrupados com alunos cujas alternativas fossem diferentes,
sem determinar quantas pessoas de cada alternativa. Quanto ao tempo para cada
atividade, o tempo era flexível. Após um tempo, preferencialmente de 2 a 3 minutos,
nova votação fora estabelecida.
39
4.6.1 TCs da Aula 01
As questões foram apresentadas em sala como seguem abaixo:
Questão 01 - (BP - 2001) Até a divulgação dos trabalhos de Galileu Galilei (1564-
1642), a Ciência era dominada pelas idéias do filósofo grego Aristóteles (384 - 322
a.C.), que achava que se devia entender a realidade apenas pelo raciocínio, baseado
em princípios evidentes por si mesmos. Aristóteles afirmava que os corpos mais
pesados deviam cair antes dos menos pesados, ou seja, cada elemento da natureza
deveria ocupar a posição a qual tinha direito: primeiro a terra, depois a água, depois o
ar e, finalmente, o fogo.
Analise as sentenças a seguir:
I. Uma das grandes diferenças entre o pensamento aristotélico e o galiláico é
que enquanto Aristóteles pregava o movimento absoluto, gerado sempre por
uma única fonte, Galileu pregava o relativismo, ou seja, o fato de ser possível
ocorrer uma composição de movimentos.
II. Galileu é considerado como sendo o introdutor dos métodos experimentais no
estudo da Ciência, tendo se utilizado de experiências em suas pesquisas
científicas.
III. O pensamento aristotélico foi o principal recurso utilizado por Ptolomeu em
seus trabalhos a cerca do heliocentrismo, ou seja, do fato de ser o Sol e não a
Terra o centro do Universo.
Está(ão) correta(s):
a. Apenas a alternativa I.
b. Apenas a alternativa II.
c. Apenas a alternativa III.
d. Apenas as alternativas II e III.
e. Apenas as alternativas I e II.
O objetivo dessa questão é apreciar a concepção da evolução do movimento proposto
por Aristóteles à relatividade de Galileu. A abordagem evolutiva e as contribuições
prévias para o desenvolvimento do pensamento e teorias. Sendo a alternativa correta
a letra E.
40
10 B Matutino
Alunos presentes: 34
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 1 2 2 13 16 47
2ª VOTAÇÃO 0 0 0 10 24 70
Comentários: Foi necessário a aplicação da IpC com a formação dos grupos e
posteriormente uma nova votação. Não foi, contudo, necessário uma nova intervenção
motivacional. Após a formação dos grupos, os alunos acabaram atingindo o
percentual mínimo para avançar para próxima etapa. A conclusão é que a turma
estava ainda meio dispersa e sem atenção e o aparentou a TL havia sido feita por um
número reduzido de alunos. A impressão que a turma passada é a verificada quando
se vai mudar de postura levando resquícios da anterior. O percentual alto na letra D se
deu por conta da falta de observação da linha do tempo que se estabelece tanto na TL
quanto no vídeo 01.
1 B vespertino
Alunos presentes: 34
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 00 00 00 08 26 76,4
2ª VOTAÇÃO
Comentários: A sala atingiu o objetivo na primeira votação notando que alguns alunos
ficaram entusiasmados ao acertarem as questões.
1C vespertino
Alunos presentes: 29
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 00 03 01 06 17 58,0
2ª VOTAÇÃO 00 01 00 02 26 89,6
Comentários: A turma inicialmente estava desatenta, parecia não ter feito a TL. Após
a formação do grupo, houve a discussão e nesse momento alguns alunos perceberam o
quão é importante a TL e a atenção da aula expositiva.
41
Questão 02 - (UEPA) Na parte final de seu livro Discursos e demonstrações
concernentes a duas novas ciências, publicado em 1638, Galileu Galilei trata do
movimento do projétil da seguinte maneira: "Suponhamos um corpo qualquer,
lançado ao longo de um plano horizontal, sem atrito; sabemos que esse corpo se
moverá indefinidamente ao longo desse plano, com um movimento uniforme e
perpétuo, se tal plano for limitado". O princípio físico com o qual se pode relacionar o
trecho destacado acima é:
a. o princípio da inércia ou primeira lei de Newton.
b. o princípio fundamental da Dinâmica ou Segunda Lei de Newton.
c. o princípio da ação e reação ou terceira Lei de Newton.
d. a Lei da gravitação Universal.
e. o princípio da energia cinética.
10 B Matutino
Alunos presentes: 34
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 28 00 02 06 00 82,3
2ª VOTAÇÃO
Comentários: A turma fez a leitura com mais atenção e não houve a necessidade de
formação dos grupos, pois o objetivo nessa questão foi atingido satisfatoriamente.
1 B vespertino
Alunos presentes: 34
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 26 02 00 00 06 76,4
2ª VOTAÇÃO
Comentários: A turma manteve atenta a leitura, conseguindo responder
satisfatoriamente a questão. Os alunos pareciam entender que o objetivo era refletir e
relacionar sobre o conceito e a evolução da Ciência.
42
1C vespertino
Alunos presentes: 29
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 28 01 00 00 00 96,5
2ª VOTAÇÃO
Comentários: A turma acertou a questão com um percentual excelente. Não houve a
formação do grupo.
4.6.2 TCs da Aula 02
Questão 01 – (UEG-GO) Antes mesmo de ter uma idéia mais correta do que é a luz, o
homem percebeu que ela era capaz de percorrer muito depressa enormes distâncias.
Tão depressa que levou Aristóteles – famoso pensador grego que viveu no século IV
a.C. e cujas obras influenciaram todo o mundo ocidental até a Renascença – a admitir
que a velocidade da luz seria infinita.GUIMARÃES,L.A.; BOA,M. F. “Termologia e
óptica”. São Paulo: Harbra, 1997. p. 177.
Hoje sabe-se que a luz tem velocidade de aproximadamente 300.000 km/s, que é uma
velocidade muito grande, porém finita. A teoria moderna que admite a velocidade da
luz constante em qualquer referencial e, portanto, torna elásticas as dimensões do
espaço e do tempo é:
a) a teoria da relatividade.
b) a teoria da dualidade onda – partícula.
c) a teoria atômica de Bohr.
d) o princípio de Heisenberg.
e) a lei da entropia.
10 B Matutino
Alunos presentes: 37
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 37 00 00 00 00 100,0
2ª VOTAÇÃO
43
Comentários: Acharam obvio demais, falaram que bastou prestar atenção no vídeo. É
algo que precisa ser revisto, pois não é interessante para o método que a resposta seja
muito óbvia como aconteceu nessa questão.
1 B vespertino
Alunos presentes: 32
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 32 00 00 00 00 100,0
2ª VOTAÇÃO
Comentários: Assim como na turma 1BM, a turma achou muito fácil a resolução pois
a mesma aparece no vídeo motivacional.
1C vespertino
Alunos presentes: 29
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 29 00 00 00 00 100,0
2ª VOTAÇÃO
Comentários: Mesmo comentário verificado nas demais turmas.
Questão 02 - (CFT-CE) Em 2005, Ano Mundial da Física, comemora-se o centenário
da Teoria da Relatividade de Albert Einstein. Entre outras conseqüências esta teoria
poria fim à idéia do éter, meio material necessário, semelhantemente ao som, através
do qual a luz se propagava. O jargão popular “tudo é relativo” certamente não se deve
a ele, pois seus postulados estão fundamentados em algo absoluto: a velocidade da luz
no vácuo – 300.000 km/s.
Hoje sabe-se que:
I. O som propaga-se no vácuo.
II. A luz propaga-se no vácuo.
III. A velocidade da luz no vácuo é a velocidade limite do universo.
É (são) verdadeira(s):
a. Todas
b. Nenhuma
c. Somente II e III
44
d. Somente II
e. Somente III.
10 B Matutino
Alunos presentes: 37
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 08 02 12 10 05 32,4
2ª VOTAÇÃO 04 0 26 04 03 70,0
Comentários: Houve muita discussão nos grupos. Depois de um tempo e como eles
não haviam estudado ondas sonoras, achei por bem expor um pouco sobre assunto
afim que pudessem responder a questão.
10 B vespertino
Alunos presentes: 32
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 04 02 14 09 03 43,7
2ª VOTAÇÃO 03 00 23 04 02 71,8
Comentários: Foi necessário a aplicação do IpC. A sala tem um perfil agitado e houve
discussão entre os componentes do grupo. Tal como pela manhã, acabei fazendo
intervenção sobre o som.
10 C vespertino
Alunos presentes: 29
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 05 00 21 03 00 72,0
2ª VOTAÇÃO
Comentários: A turma começou a comentar durante o vídeo, esse fato influenciou na
resolução da questão. Não foi necessário aplicar o IpC. No momento aproveitei para
reforçar o sobre as ondas sonoras.
45
4.6.3 TCs da Aula 03
Questão 01 - (UERJ-RJ) A figura abaixo representa uma escuna atracada ao cais.
Deixa-se cair uma bola de chumbo do alto do mastro – ponto O. Nesse caso, ele cairá
ao pé do mastro – ponto Q. Quando a escuna estiver se afastando do cais, com
velocidade constante, se a mesma bola for abandonada do mesmo ponto O, ela cairá
no seguinte ponto da figura:
a) P
b) Q
c) R
d) S
10 B Matutino
Alunos presentes: 37
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 06 22 08 01 59,0
2ª VOTAÇÃO 02 32 03 00 86,4
Comentários: Após a aplicação do método houve um ganho no aproveitamento.
Contudo a turma que se manteve atenta e parecia não compreender bem.
10 B vespertino
Alunos presentes: 32
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 00 30 02 00 93,7
2ª VOTAÇÃO
Comentários: A turma vinha mantendo uma constante, fazendo uma boa leitura
conseguiu na primeira votação atingir o objetivo. Fato relevante é que a turma
mostrou-se motivada e a participação se fazia presente. Alguns alunos que faziam
parte do fundo da sala aproximaram-se da TV.
46
10 C vespertino
Alunos presentes: 27
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 00 19 07 01 70,3
2ª VOTAÇÃO
Comentários: A turma nesse dia estava mais agitada que o normal. Contudo o
desempenho foi dentro da média e o índice foi alcançado. Nesse dia, em especial a
turma ficou parcialmente desatenta.
Questão 02 - (FATEC-SP) Ao estudar o movimento dos corpos, Galileu Galilei
considerou que um corpo com velocidade constante
permaneceria nessa situação caso não atuasse sobre ele qualquer força ou se a
somatória das forças, a força resultante, fosse igual a zero.
Comparando esse estudo de Galileu com o estudo realizado por Isaac Newton, Lei da
Inércia, pode-se afirmar que, para Newton
I – um corpo com velocidade constante (intensidade, direção e sentido) possui força
resultante igual a zero;
II – um corpo em repouso, com velocidade constante e igual a zero, possui força
resultante igual a zero;
III – Galileu considerou a velocidade constante (intensidade, direção e sentido) no
movimento circular.
Está correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
47
10 B Matutino
Alunos presentes: 37
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 04 24 09 00 00 64,0
2ª VOTAÇÃO 03 26 08 00 00 70,2
Comentários: Nessa questão houve alguns alunos ficaram bastante confusos, pode ser
atribuído ao fato de não terem realizado a TL.
10 B vespertino
Alunos presentes: 32
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 00 26 01 03 02 81,2
2ª VOTAÇÃO
Comentários: A sala estava desatenta nessa questão, não leram corretamente. Esse
fato pode ser a causa das muitas alternativas assinaladas. Objetivo alcançado.
10 C vespertino
Alunos presentes: 27
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 07 20 00 00 00 74,0
2ª VOTAÇÃO
Comentários: Objetivo alcançado. A turma revelou que se precipitou em assinalar a
letra A não atentando para as demais alternativas.
48
4.6.4 TCs da Aula 04
Questão 01 - (FUVEST-SP) Num vagão ferroviário, que se move com velocidade
Vo=3m/s com relação aos trilhos, estão dois meninos que correm um em direção ao
outro, cada um com velocidade V=3m/s, com relação ao vagão.( Dados: Va = menino
menor e Vb = menino maior)
As velocidades dos meninos, VA e VB, com relação aos trilhos, será respectivamente:
a) 6 m/s e 0
b) 3m/s e 3 m/s
c) 0 e 0
d) 9m/s e 0
e) 8 m/s e 8 m/s
10 B Matutino
Alunos presentes: 37
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 37 00 00 00 00 100,0
2ª VOTAÇÃO
Comentários: A sala pediu a repetição do vídeo por três vezes. Perceberam que a
velocidade era relativa a depender do referencial adotado. O resultado pode ser visto
na resolução dessa questão.
10 B vespertino
Alunos presentes: 30
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 02 05 20 02 01 6,6
2ª VOTAÇÃO 21 02 05 01 01 70,0
Comentários: A turma estava muito agitada nesse dia. Foi necessário fazer
interferência disciplinar. Os alunos não estavam focados e parecia que não havia feito
49
as TL. A falta de atenção, no momento motivacional, e não terem feito a TL podem
ser a causa do baixo índice de acerto. Nesse momento foi feita uma nova intervenção
com a exibição do vídeo e posteriormente foi feita uma segunda votação da mesma
questão onde o percentual assegurou a continuidade da aula.
10 C vespertino
Alunos presentes: 31
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 31 00 00 00 00 100
2ª VOTAÇÃO
Comentários: A sala estava focada e fizeram a TL, foi feito o questionamento antes da
aula. O percentual foi excelente. No momento motivacional a turma realizou varias
perguntas e o vídeo foi repetido duas vezes a pedido.
Questão 02 - Um trem se desloca com velocidade constante de 60 km/h em trilhos
retilíneos. Dentro de um vagão, uma pessoa anda com uma velocidade de 10 km/h em
sentido a frente do trem, medida em um referencial inercial fixo no trem. Use as
transformadas de Galileu para a velocidade e posição para estimar e determine a
velocidade da pessoa em relação a um ponto fixo nos trilhos atrás do trem. Nessa
situação, a velocidade será, em km/h, de:
a) 60
b) 50
c) 70
d) 600
e) 45
10 B Matutino
Alunos presentes: 37
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 00 00 35 02 00 94,6
2ª VOTAÇÃO
Comentários: Os alunos compreenderam vem a relatividade. Os comentários dos que
erraram foi que não prestaram atenção na leitura, sendo uma prática muito comum
nessa sala.
50
10 B vespertino
Alunos presentes: 30
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 00 00 27 01 02 90,0
2ª VOTAÇÃO
Comentários: Após a intervenção na primeira questão, tanto disciplinar quanto na
exibição do vídeo. Houve avanço e a turma , agora menos agitada, respondeu a
questão atingindo um bom percentual.
10 C vespertino
Alunos presentes: 31
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 02 00 29 00 00 93,5
2ª VOTAÇÃO
Comentários: Nessa aula, a turma começou a discutir a questão com muita
propriedade. Houve momento de euforia de alguns alunos.
51
4.6.5 TCs da Aula 05
Questão 01 - A teoria da relatividade restrita prevê que a velocidade da luz é a mesma
para todos os observadores, independentemente do estado de movimento relativo
entre eles. Com base nessa afirmação, imagine duas naves que viajam no espaço com
velocidades altíssimas em uma mesma direção, mas com sentidos opostos. Se cada
nave possui velocidade V e a velocidade da luz no vácuo é c, a luz percebida pelo
piloto teria velocidade:
a) V + c
b) c – V
c) V – c
d) c
e) 2c
10 B Matutino
Alunos presentes: 36
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 0 0 13 24 0 60
2ª VOTAÇÃO 0 0 1 35 0 97
Comentários: A primeira votação o percentual ficou entre os 30% e 70%. Alunos se
reuniram em grupo e discutiram entre sim. Após o tempo estabelecido, uma nova
votação foi realizada e o percentual melhorou significativamente, mas pairava uma
certa dúvida no ar entre os alunos.
10 B vespertino
Alunos presentes: 26
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 1 5 0 20 0 77
2ª VOTAÇÃO
Comentários: A turma estava focada, apresentou um bom desempenho logo na
primeira votação. Os alunos particularmente nesse dia, pareciam ter feito a TL e o que
tudo indica, compreenderam bem a invariância da Luz.
52
10 C vespertino
Alunos presentes: 30
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 0 0 0 30 0 100
2ª VOTAÇÃO
Comentários: Nessa votação houve euforia, pois todos estavam havidos por responder
antes do tempo determinado. Um excelente índice de aproveitamento.
Questão 02 - (UFV-MG) A figura a seguir mostra um vagão aberto que se move com
velocidade de módulo V em relação a um sistema de referência fixo no solo. Dentro
do vagão existe uma lâmpada que emite luz uniformemente em todas as direções. Em
relação ao vagão, o módulo da velocidade de propagação da luz é c. Para uma pessoa
parada em relação ao solo, na frente do vagão, o módulo da velocidade de propagação
da luz emitida pela fonte será:
a) c/2
b) 3c/4
c) 3c/5
d) 4c/5
e) c
10 B Matutino
Alunos presentes: 35
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 03 08 01 01 22 62,8
2ª VOTAÇÃO 02 02 00 00 31 88,2
Comentários: A primeira votação houve confusão e alguns aparentemente “chutaram”
a resposta. Após o agrupamento chegaram a percentual de acerto desejado.
53
10 B vespertino
Alunos presentes: 26
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 00 00 00 00 26 100,0
2ª VOTAÇÃO
Comentários: A votação ocorreu sem problema. Todos responderam convictos.
10 C vespertino
Alunos presentes: 30
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 00 00 00 00 30 100,0
2ª VOTAÇÃO
Comentários: A turma respondeu questão tranquilamente, sem esboçar dificuldades.
54
4.6.6 TCs da Aula 06
Questão 01 - (UFSE) A teoria da relatividade de Einstein formaliza adequadamente a
mecânica para os corpos que viajam a velocidades muito altas, evidenciando as
limitações da Mecânica Newtoniana.
De acordo com essa teoria, analise as informações as informações e assinale o que for
incorreto:
a) A velocidade limite para qualquer corpo é a velocidade da luz no vácuo,
aproximadamente, 3,0. 108 m/s.
b) O tempo pode passar de maneira diferente para observadores a diferentes
velocidades.
c) As dimensões de um objeto são sempre as mesmas, quer ele esteja em
repouso, que em movimento.
d) A massa de um elétron viajando à metade da velocidade da luz é maior que a
do elétron em repouso.
e) A célebre equação E= mc2 pode explicar a energia que o sol emite quando
parte da sua massa se converte em energia.
10 B Matutino
Alunos presentes: 39
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 00 04 35 00 00 89,7
2ª VOTAÇÃO
Comentários: A turma demorou em compreender o conceito da simultaneidade, a aula
esticou um pouco na exibição do aplicativo que fora repetido algumas vezes. Após a
utilização do aplicativo e discussão, foi exibido na tela o tópico da TL que havia a
dedução da transformação de Lorentz sem aprofundamento. Em seguida foi aplicada a
questão e tendo como resultado um bom desempenho.
55
10 B vespertino
Alunos presentes: 32
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 00 02 30 00 00 93,7
2ª VOTAÇÃO
Comentários: Assim como na turma 1BM, a turma precisou de um tempo para
assimilar o conceito de simultaneidade. O Aplicativo foi repetido algumas vezes.
Após a discussão no momento motivacional, foi demonstrado na TV o tópico da
dedução da transformação de Lorentz, sem o rigor matemático. Em seguida foi
aplicada a questão obtendo-se um bom resultado.
10 C vespertino
Alunos presentes: 27
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 00 01 26 00 00 96,3
2ª VOTAÇÃO
Comentários: Houve necessidade de um maior tempo no momento motivacional, pois
o tempo de assimilação foi relativamente alto. Após a discussão em grupo, foi
demonstrado na TV o tópico da dedução da transformação de Lorentz, sem o rigor
matemático. Em seguida foi aplicada a questão obtendo-se um bom resultado.
Questão 02 - Uma régua de 1,0m move-se na direção de seu próprio comprimento
com uma velocidade constante de 2,7 x 108 m/s em relação a um determinado
observador. Determine o comprimento da régua medido por este observador.
a) 1,00 m
b) 0,0 m
c) 0,44 m
d) 0,33m
e) 0,99 m
56
10 B Matutino
Alunos presentes: 39
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO
2ª VOTAÇÃO
Comentários: O tempo na explanação excedeu pela necessidade de repeti-la o que
impossibilitou de aplicar na aula esta questão. Ela foi mostrada, foi pedido que os
alunos resolvessem a questão e que trouxessem a resposta na aula seguinte. A
dificuldade em resolver foi uma fala em geral. Por esse motivo, essa questão ficou
sem o cômputo do percentual.
10 B vespertino
Alunos presentes: 32
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO
2ª VOTAÇÃO
Comentários: O tempo na explanação excedeu pela necessidade de repeti-la o que
impossibilitou de aplicar na aula esta questão. Ela foi mostrada, foi pedido que os
alunos resolvessem a questão e que trouxessem a resposta na aula seguinte. A
dificuldade em resolver foi uma fala em geral. Por esse motivo, essa questão ficou
sem o cômputo do percentual.
10 C vespertino
Alunos presentes: 27
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO
2ª VOTAÇÃO
Comentários: O tempo na explanação excedeu pela necessidade de repeti-la o que
impossibilitou de aplicar na aula esta questão. Ela foi mostrada, foi pedido que os
alunos resolvessem a questão e que trouxessem a resposta na aula seguinte. A
dificuldade em resolver foi uma fala em geral. Por esse motivo, essa questão ficou
sem o cômputo do percentual.
57
4.6.7 TCs da Aula 07
Questão 01 – (UNIMAT-MT) Com o advento da Teoria da Relatividade de Einstein,
alguns conceitos básicos da física newtoniana, entre eles, o espaço e o tempo, tiveram
de ser revistos. Qual a diferença substancial desses conceitos para as duas teorias?
10 B Matutino
Alunos presentes: 36
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 00 00 00 36 00 100,0
2ª VOTAÇÃO
Comentários: Nessa questão não houve problemas, a turma conseguiu responder com
muita facilidade. Conseguiram perceber a diferença entre a Física Newtoniana e a RR
de Einstein.
10 B vespertino
Alunos presentes: 29
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 00 09 02 17 00 58,6
2ª VOTAÇÃO 00 07 00 22 00 75,8
Comentários: Alguns alunos não conseguiram diferenciar. Mesmo após a aplicação do
IpC, alguns alunos ainda não conseguiram responder acertadamente.
58
10 C vespertino
Alunos presentes: 27
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 00 02 00 25 00 92,5
2ª VOTAÇÃO
Comentários: O percentual de acerto foi alto e os dois alunos que responderam a letra
B, disseram ter marcado por não ter entendido a questão. Vale a pena ressaltar que a
questão foi lida por um aluno.
Questão 02 - (UFRGR-RS) Assinale a alternativa que preenche corretamente as
lacunas do texto a seguir, na ordem em que aparecem. De acordo com a relatividade
restrita, é ___________ atravessarmos o diâmetro da Via Láctea, uma distância de
aproximadamente 100 anos-luz (equivalente a 1018m), em um intervalo de tempo bem
menor que 100 anos. Isso pode ser explicado pelo fenômeno de ___________ do
comprimento, como visto pelo viajante, ou ainda pelo fenômeno de ___________
temporal, como observado por quem está em repouso em relação à galáxia.
a) impossível – contração – dilatação
b) possível – dilatação – contração
c) possível – contração – dilatação
d) impossível – dilatação – contração
e) impossível – contração – contração
10 B Matutino
Alunos presentes: 36
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 03 00 33 00 00 91,6
2ª VOTAÇÃO
59
Comentários: A sala apesar de não acreditar no que respondia, estavam convencidos
que há a possibilidade dessa viagem. Alguns alunos fizeram a relação com alguns
filmes de ficção cientifica.
10 B vespertino
Alunos presentes: 29
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 00 02 27 00 00 93,1
2ª VOTAÇÃO
Comentários: De forma muito parecida a turma do matutino, eles pareciam responder
algo que as evidencias dos estudos mostravam mas que eles ainda não haviam
imaginado. Muito interessante ver a expressões em seus comentários.
10 C vespertino
Alunos presentes: 27
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 00 01 26 00 00 96,3
2ª VOTAÇÃO
Comentários: A classe teve comportamento muito parecido com as demais turmas.
Relacionaram a questão aos filmes de ficção cientifica e fizeram a expressão de
“Como fazer isso acontecer?”.
4.6.8 TCs da Aula 08
Essa aula, em especial, teve apenas uma questão que trazia a parte conceitual
em seu enunciado e exigiria a resolução matemática envolvendo o problema do
paradoxo dos gêmeos. Como na aula 06, os alunos apresentaram dificuldades em
substituir na transformação de Lorentz. Foi pensado para última aula, oferecer um
tempo maior de resolução na qual os alunos deveriam calcular o tempo passado na
Terra.
60
Questão 01 - (UEPB-PB) A relatividade proposta por Galileu e Newton na Física
Clássica é reinterpretada pela Teoria da Relatividade Restrita, proposta por Albert
Einstein (1879-1955) em 1905, que é revolucionária porque mudou as idéias sobre o
espaço e o tempo, uma vez que a anterior era aplicada somente a referenciais
inerciais. Em 1915, Einstein propôs a Teoria Geral da Relatividade válida para todos
os referenciais (inerciais e não inerciais). Ainda acerca do assunto tratado no texto,
resolva a seguinte situação-problema: Considere uma situação “fictícia”, que se
configura como uma exemplificação da relatividade do tempo.Um grupo de
astronautas decide viajar numa nave espacial, ficando em missão durante seis anos,
medidos no relógio da nave. Quando retornam a Terra, verifica-se que aqui se
passaram alguns anos. Considerando que c é a velocidade da luz no vácuo e que a
velocidade média da nave é 0,8c, é
correto afirmar que, ao retornarem a
Terra, se passaram:
a) 20 anos
b) 10 anos
c) 30 anos
d) 12 anos
e) 6 anos
10 B Matutino
Alunos presentes: 34
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 00 00 00 00 00 0,0
2ª VOTAÇÃO 00 00 00 00 00 0,0
Comentários: Os alunos não souberam responder a conta. Nesta atividade, optou-se
por deixar a questão no formato conceitual, aplicando a equação do tempo relativista.
Foi aplicado o IpC e, como o resultado foi abaixo dos 30%, foi feito uma nova
motivação. Mesmo assim os alunos não avançaram na resolução da mesma.
10 B vespertino
Alunos presentes: 30
A B C D E %ACERTO
61
1ª VOTAÇÃO 00 00 00 00 00 0,0
2ª VOTAÇÃO 00 00 00 00 00 0,0
Comentários: A turma não conseguiu montar a equação, havia noção de que o tempo
passado na Terra havia sido maior que o tempo passado no espaço, contudo a
formulação não foi obtida. Nesse momento, colocamos a equação na lousa e mesmo
assim, substituir e resolver a equação foram um transtorno. Não foi alcançado o
resultado pelos alunos.
10 C vespertino
Alunos presentes: 30
A B C D E %ACERTO
1ª VOTAÇÃO 00 00 00 00 00 0,0
2ª VOTAÇÃO 00 03 00 00 00 10,0
Comentários: Assim como nas outras turmas, o mesmo problema na resolução
matemática da questão. Foi dado novo tempo para a resolução e apenas 3 alunos
conseguiram resolver o exercício proposto. Eles afirmavam sobre a diferença entre o
tempo passado na Terra e no espaço, mas resolver o que parecia simples não
aconteceu com a maioria.
62
Capitulo 5
Considerações Finais
Neste produto educacional foi utilizada como metodologia a IpC para abordar
o tema RR na 1ª série do EM. A ênfase do produto está na abordagem histórico
conceitual da evolução do movimento do período compreendido entre Aristóteles
perpassando por Newton até Einstein. Foram abordados 8 temas e todos voltados para
as orientações da IpC.
A preocupação inicial para a preparação do planejamento das aulas que iriam
compor a SD foi elencar a sequência dos temas que poderiam ser abordadas na SD
para primeira série do EM. Concluída a seleção dos temas, foram pesquisadas e
separadas as QC. As QCs foram retiradas da internet e de domínio público,
disponibilizadas em sites ou blogs, dos exames de vestibulares. Estas QCs foram
aplicadas sem nenhuma alteração. A TL foi retirada e adaptada de um produto
educacional aplicada a 3ª série do EM. O aplicativo educacional utilizado é mais uma
ferramenta pedagógica, bastante relevante para auxiliar a aula expositiva. De fácil
manipulação, pode ser utilizado tanto online ou offline. A busca dos vídeos foi outra
etapa importante para a construção da SD, foram escolhidos para propiciar uma
exposição conceitual dinâmica. A busca dos recursos visuais,filme ou aplicativo,
contribuíram consideravelmente para a compreensão conceitual em cada tema. Ao
término da elaboração da SD e dos planos de aula foram confeccionadas as placas
com as letras de A a E, impressas em cores diferentes, cujo objetivo foi o de facilitar a
identificação da alternativa correta após a aplicação da QC.
Na primeira aula os alunos já dispunham da TL, distribuídas na semana
anterior ao inicio da aplicação do produto. O material distribuído, presente no
Apêndice B deste produto, está dividido em tópicos que foram elencados e
selecionados para cada aula. No primeiro dia de aula foi arguído aos alunos o que
haviam achado da leitura do tópico e se estavam tendo alguma dificuldade em
compreender o que estavam lendo. Esse procedimento foi realizado em todas as aulas
de aplicação da SD. Neste dia, foi seguido à orientação contida no plano que se
encontra no apêndice A1. Essa mesma formação ocorreu nas turmas 1BM, IBV e
1CV e após a exposição e exibição do vídeo, foram apresentadas as QC no total de
63
duas questões da 1ª a 7ª aula e apenas uma QC na 8ª aula da SD. No rol das QC há
duas questões que traz a abordagem conceitual em seu texto, mas requer um pequeno
calculo para a sua resolução.
As aulas desenvolveram adequadamente ao que se havia proposto até
aproximadamente até a 6ª aula. Nesta aula cujo o tema é o da simultaneidade, foi
notado que os alunos demonstraram dificuldades em perceber esse conceito na TL. O
uso do aplicativo foi decisivo para que ocorresse a visualização do fenômeno
abordado.
O desenvolvimento do produto ampliou substancialmente a forma de se
ensinar e de se fazer Ciência. Nas aulas a dinâmica dos vídeos e do aplicativo eas
resoluções das QC fez parecer que o tempo da aula havia contraído. Os alunos
entusiasmavam-se querendo acertar as QC, não acertar pelo acertar, mas acertar por
terem compreendido o tema proposto.
A IpC possibilita o feedback em tempo muito próximo. Acertar ou errar, mas
tendo a possibilidade de interação com o colega para posterior a discussão poder
analisar e julgar qual a alternativa correta, esse fato pode ser julgado relevante ao se
observar a euforia de alunos que quase não expunham suas respostas.
Na abordagem da RR pode ser percebida que causou reflexão. Os alunos
chegavam a utilizar a expressão: “está dando nó na minha cabeça”. Mas queriam
compreender o tema proposto na aula. O tema fez os alunos pensarem e reavaliarem o
que estava pensando.
Trabalhar concomitante o IpC e a RR foi algo fantástico pois, ao longo de
quase 20 anos o autor nunca havia se deparado com alunos vindo do final da sala para
a frente, participando , respondendo as questões e motivados em participar das aulas
de Física. A possibilidade de “inovar” em sala de aula fez desse produto um
momento de tornar a aula em um momento de prazer e motivação para a próxima os
próximos encontros. Foi gratificante ouvir de um aluno, após a aplicação do produto e
a retomada das atividades curricular e perguntar: “Quando é que teremos aulas legais
de novo”.
A inovação em sala de aula faz com que o professor e professora saia da sua
zona de comodidade e tenha um pouco mais de trabalho, contudo a possibilidade de
ver os alunos compreendendo e participando das aulas de Física, faz com que se tenha
motivação para a busca docente em melhorar o ensino.
64
Referencias Bibliográficas 6
ARAÚJO, I. S.; MAZUR, E., Instrução pelos colegas e ensino sob medida: uma
proposta para o engajamento dos alunos no processo de ensino aprendizagem em
física. Cad. Bras. Ens. Fís., v. 30, n. 2: p. 362-384, ago. (2013).
BRAZ, Cristiano Jose de Farias. Instrução Por Colegas: Apresentação de um
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Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande - PB, 2014. Disponível em:
Http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/bitstream/123456789/5018/1/PDF. 2014. 93 p.
MONOGRAFIA (Licenciatura em Física)- Universidade Estadual da Paraíba,
Campina Grande - PB, 2014. Disponível em: . Acesso em: 13 jul. 2017. >. Acesso
em: 13 jul. 2017.
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<http://www.if.ufrgs.br/mpef/mestrados/M_Ines_Castilho_2005.pdf>. Acesso em: 08
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DINIZ, Alan Corrêa . IMPLEMNTAÇÃO DO MÉTODO PEER INSTRUCTION
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SCIENTIAE - UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA, VIÇOSA - MG, 2015.
Disponível em:
<http://www.locus.ufv.br/bitstream/handle/123456789/7700/texto%20completo.pdf?s
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65
DUMONT, L.M.M; CARVALHO, R.S.; NEVES, A.J.M. . O PEER INSTRUCTION
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Journal of Chemical Engineering and Chemistry- JCEC , Viçosa - MG, 03 fev.
2016. Revista de Engenharia Química e Química, p. 107-131. Disponível em:
<http://www.seer.ufv.br/seer/rbeq2/index.php/req2/article/view/112/137>.Acesso em:
04 dez. 2017.
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WOLFF, Jeferson Fernando de Souza. O Ensino da Teoria da Relatividade
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MÜLLER, M. G. et al.; Implementação do método de ensino Peer Instruction com o
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Caderno Brasileiro de Ensino de Física, Porto Alegre, v. 29, n. Especial 1, p. 491-524,
set. 2012.
NASCIMENTO, Tiago Lessa. Repensando o ensino da Física no ensino médio /
Tiago Lessa do Nascimento. Fortaleza, 2010.
RABELO DE SÁ, Marcos Ribeiro. Teoria da relatividade restrita e geral ao longo do
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66
orientadora Vanessa Carvalho de Andrade; co-orientadora Maria de Fátima da Silva
Verdeaux. -- Brasília, 2015.
RESENDE, Sergio M. et al. (Org.). A Física no Brasil: Sociedade Brasileira de
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Estudos/A-Fisica-no-Brasil.pdf>. Acesso em: 11 maio 2017.
SANTOS, Madge Bianchi dos. Uma sequência didática com os métodos Instrução
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para o estudo de Ondulatória no Ensino Médio . 2016. 174 p. Dissertação ( Mestre
em Ensino de Física do PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE
FÍSICA )- UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL , Porto Alegre,
2016. Disponível em: <http://hdl.handle.net/10183/156802>. Acesso em: 04 maio
2017.
67
1
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC
MESTRADO NACIONAL PROFISSIONAL NO ENSINO DE FÍSICA –
MNPEF
PRODUTO EDUCACIONAL
UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA A ABORDAGEM DA
RELATIVIDADE ESPECIAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA COM A
UTILIZAÇÃO DA INSTRUÇÃO PELOS COLEGAS
www.sbfisica.org.br
Autor: Prof. David Guimarães Freire Júnior
Orientador: Prof. Dr.: Zolacir T. de Oliveira Junior
Ilhéus
Março/2018
2
Apresentação
No momento caótico vivido pelo ensino de Física nas escolas brasileiras,
buscar novos métodos de ensino por intermédio das Sequencias Didáticas é uma
ferramenta que pode minimizar as dificuldades. UMA SEQUENCIA DIDÁTICA
PARA A ABORDAGEM DA RELATIVIDADE ESPECIAL NA EDUCAÇÃO
BÁSICA COM A UTILIZAÇÃO DA INSTRUÇÃO PELOS COLEGAS é um
produto educacional que reúne de maneira sucinta algumas ferramentas educacionais,
a inserção da Relatividade Especial (RE) na 1ª série do Ensino Médio com a
utilização de uma metodologia ativa, a Instrução pelos Colegas (IpC).
A inserção dessa temática tem como objetivo prepará-lo para os novos
conhecimentos que o mundo moderno e tecnológico reserva. Entendido aqui como
ponto de partida para a compreensão dos temas da Física Moderna e Contemporânea,
para que assim possa ser capaz de transformar e avaliar ações presentes ou não em seu
dia-a-dia.
Na abordagem da RE, utilizaremos como metodologia de ensino, a IpC, uma
metodologia desenvolvida pelo Físico Eric Mazur, professor da Universidade
Harvard. A IpC é uma metodologia ativa e tem como objetivo a interação pelos
colegas como ferramenta pedagógica para a promoção da aprendizagem. A IpC
baseia-se numa série de estratégias nas quais os alunos devem realizar antes e durante
o tempo de aula. Neste produto, concomitante a IpC, foram utilizados vídeos e
aplicativos educacionais que tornaram as aulas mais dinâmicas e interativas.
A SD é composta de oito planos de aulas que perpassam, cronologicamente,
dos pensamentos filosóficos e Aristóteles, abordando a evolução para a relatividade
galiláica, das contribuições de Newton como forma de compreensão para o
desenvolvimento teórico até a formulação da RE de Albert Einstein, em 1905. Em sua
elaboração foram incluídas as Questões Conceituais (QC) para que assim fosse
possível perceber em cada aula os avanços alcançados pelos alunos.
Portanto, além de fornecer informações sobre assuntos pouco conhecido pelos
alunos, essa SD, procura oferecer aos professores no EM, que queiram trabalhar com
a RE, uma maneira alternativa em oposição às aulas tradicionais. O prazer de ousar
nas aulas de Física pode ser experimento ao se utilizar esse Produto Educacional.
3
Sumário
1 Planos de Aulas 04
1.1 Aula 01 04
1.2 Aula 02 08
1.3 Aula 03 11
1.4 Aula 04 15
1.5 Aula 05 19
1.6 Aula 06 22
1.7 Aula 07 24
1.8 Aula 08 27
2 Tarefa de Leitura 29
2.1 Introdução 29
2.2 Histórico 30
2.3 A Relatividade Galileana 30
2.3.1 Transformações galileanas 33
2.4 Isaac Newton e o movimento relativo dos corpos 34
2.5 O Eletromagnetismo 36
2.5.1 O Eletromagnetismo e Maxwell 36
2.5.2 Problema do Eletromagnetismo com a Mecânica clássica 37
2.6 Einstein e a origem da Relatividade Especial 39
2.7 Relatividade da Simultaneidade 39
2.8 Dilatação Temporal 41
2.9 Contração do Espaço 43
2.9.1 Contração de Lorentz – FitzGerald 44
2.10 Adição de Velocidade na Relatividade Especial 44
2.11 Paradoxo dos Gêmeos 46
3 Cartão-Resposta 48
4 Aplicativo LIMC 49
5 Referências Bibliográficas 5
4
1 Planos de aulas
A Sequência Didática do produto é composta por 8 planos de aulas. A duração de
cada é de 50 minutos. Nos planos de aula estão as Questões Conceituais e os links dos
filmes e do aplicativo LIMC estão disponíveis.
1.1 Aula 01 com Questões Conceituais
Tema da aula: História da Física – Dos pensamentos de Aristóteles a Relatividade de
Galileu
Duração: 50 minutos
Objetivos específicos:
- Apreciar o desenvolvimento das concepções do movimento de Aristóteles a
relatividade de Galileu
- Dialogar com os alunos, para possíveis mudanças conceituais, dos fenômenos físicos
clássicos aos fenômenos relativistas.
Motivação: Aula expositiva
- Assistir ao vídeo, Astros da Física - relação histórica entre força e movimento, de
7min 38s disponível no site:
https://www.youtube.com/watch?v=70GSPqrNQr4&t=319s. (Acessado em
06/06/2017, as 22h).
Neste vídeo, o aluno poderá perceber que a ciência é mutável e que o conhecimento
evolui a partir da cooperação de toda comunidade científica e que, em vários casos, os
cientistas nem são gênios.
Habilidades a serem desenvolvidas:
- Conhecer a evolução das teorias desde os modos empíricos (Aristotélicos) até a
formalidade conceitual de Galileu, perpassando pelas contribuições de Newton, na
formulação das leis da Dinâmica e Gravitação Universal e estabelecer relações sobre
a necessidade de uma nova teoria sempre que a haja necessidade da explicação de
novos fenômenos, não explicados pela antiga teoria.
Conteúdos:
5
- As concepções aristotélicas sobre o Movimento
- A formalidade Galileu e a relatividade do Movimento
Procedimentos metodológicos /Recursos instrucionais:
- Será utilizada a IpC.
- Será exibido vídeo motivacional.
Momentos da aula:
- Será distribuído um conjunto de cartões com as letras de A, E, I, O e U, para cada
aluno, que serão utilizados para a interação nas questões conceituais e devolvidos ao
professor após o término da aula.
- Assistir ao vídeo Assistir ao vídeo, Astros da Física - relação histórica entre força
e movimento, de 7min 38s disponível no site:
https://www.youtube.com/watch?v=70GSPqrNQr4&t=319s.
- Após a exibição do vídeo, fazer questionamento aos alunos sobre a existência do
tempo absoluto, indagando-os se o mesmo poderia passar de maneira diferente para
duas pessoas?
- Exposição, serão fornecidas 2 questões conceituais de múltipla escolha, listadas
abaixo:
- Para a resolução das questões os alunos terão, em média 2 minutos, para a
formulação de suas respostas. Com o Auxilio das placas fornecidas, no inicio da aula,
e, de acordo com a orientação da IpC, o aluno deverá levantar a placa com a
alternativa que julgar correta. Estas respostas serão computadas para avaliar o
percentual de acertos pelos alunos em cada questão;
Das respostas acertadas, serão avaliados os percentuais de acertos:
- Como o método orienta, se o percentual de acerto for igual ou superior a 70%, o
professor poderá dar continuidade a aula e, neste caso, será exibida a segunda questão
conceitual;
- Se o percentual for inferior a 30%, retomaremos a aula com uma breve explanação,
em uma nova abordagem de 5 min, e em seguida, lançada a mesma questão conceitual
ou outra, de acordo entendimento do professor.
6
- Contudo, se o percentual de acertos estiver entre 30% e 70%, será aplicada a
metodologia propriamente dita, nesse momento serão formados grupos mesclados,
isto é, alunos serão organizados em grupos de modo que, aqueles que acertaram
ficarão juntos com aqueles que alunos que erraram, sem que nenhum saiba se a sua
resposta correta ou errada.
- Nessa fase, os grupos terão dois minutos para discussão e reformulação da
alternativa que julgar correta, da questão conceitual, estabelecendo a sua conclusão.
Essa resposta será individual.
- Os dados serão anotados, calculados e analisados para avaliar se a aula prosseguirá
para o próximo tópico ou será necessária uma nova intervenção, de acordo com o
explicitado acima.
- Caso seja necessário uma nova intervenção, isto é, se o percentual estiver igual ou
inferior a 30%, o professor fará uma nova intervenção, fará uma nova exposição e
aplicará uma nova questão conceitual e o método será reaplicado.
Questões Conceituais:
Questão 01 - (BP - 2001) Até a divulgação dos trabalhos de Galileu Galilei (1564-
1642), a Ciência era dominada pelas idéias do filósofo grego Aristóteles (384 - 322
a.C.), que achava que se devia entender a realidade apenas pelo raciocínio, baseado
em princípios evidentes por si mesmos. Aristóteles afirmava que os corpos mais
pesados deviam cair antes dos menos pesados, ou seja, cada elemento da natureza
deveria ocupar a posição a qual tinha direito: primeiro a terra, depois a água, depois o
ar e, finalmente, o fogo.
Analise as sentenças a seguir:
I. Uma das grandes diferenças entre o pensamento aristotélico e o galiláico é
que enquanto Aristóteles pregava o movimento absoluto, gerado sempre por
uma única fonte, Galileu pregava o relativismo, ou seja, o fato de ser possível
ocorrer uma composição de movimentos.
II. Galileu é considerado como sendo o introdutor dos métodos experimentais no
estudo da Ciência, tendo se utilizado de experiências em suas pesquisas
científicas.
7
III. O pensamento aristotélico foi o principal recurso utilizado por Ptolomeu em
seus trabalhos a cerca do heliocentrismo, ou seja, do fato de ser o Sol e não a
Terra o centro do Universo.
Está(ão) correta(s):
a. Apenas a alternativa I.
b. Apenas a alternativa II.
c. Apenas a alternativa III.
d. Apenas as alternativas II e III.
e. Apenas as alternativas I e II.
Questão 02 - (UEPA) Na parte final de seu livro Discursos e demonstrações
concernentes a duas novas ciências, publicado em 1638, Galileu Galilei trata do
movimento do projétil da seguinte maneira: "Suponhamos um corpo qualquer,
lançado ao longo de um plano horizontal, sem atrito; sabemos que esse corpo se
moverá indefinidamente ao longo desse plano, com um movimento uniforme e
perpétuo, se tal plano for limitado." O princípio físico com o qual se pode relacionar
o trecho destacado acima é:
a. o princípio da inércia ou primeira lei de Newton.
b. o princípio fundamental da Dinâmica ou Segunda Lei de Newton.
c. o princípio da ação e reação ou terceira Lei de Newton.
d. a Lei da gravitação Universal.
e. o princípio da energia cinética.
8
1.2 Aula 02 com Questões Conceituais
Tema da aula: Das leis de Newton aos postulados de Einstein
Duração: 50 minutos
Objetivos específicos:
- Apreciar o desenvolvimento das concepções do movimento de Newton a Einstein.
- Colaborar para possíveis mudanças conceituais dos fenômenos clássicos aos
relativistas.
Motivação: Aula expositiva
- Assistir ao vídeo, Os cinco minutos mais longos da Historia! Disponível no site:
https://www.youtube.com/watch?v=RpX4l9hieEc&t=2s Acessado em 06/06/2017, as
22h30min.
Habilidades a serem desenvolvidas:
- Conhecer a evolução das teorias, desde as contribuições de Newton, na formulação
das leis da Dinâmica e Gravitação Universal, e a necessidade da aceitação de uma
teoria que explique alguns fenômenos, bem como, a dos postulados da Relatividade
Restrita, enunciados por Albert Einstein, em 1905.
Conteúdos:
- As formulação das Leis de Newton
- A invariância da velocidade da luz e os postulados de Einstein
Procedimentos metodológicos /Recursos instrucionais:
- Será aplicado a IpC
Momentos da aula:
- Será distribuído um conjunto de cartões com as letras de A, E, I, O e U, para cada
aluno, que serão utilizados para a interação nas questões conceituais e devolvidos ao
professor após o término da aula.
- Assistir ao vídeo, Os cinco minutos mais longos da Historia! Disponível no sítio:
https://www.youtube.com/watch?v=RpX4l9hieEc&t=2s Acessado em 06/06/2017, as
22h30min.
9
- Após a exibição do vídeo, fazer questionamento aos alunos sobre o tempo absoluto,
indagando-os se o mesmo poderia passar de maneira diferente para duas pessoas?
(Obs. Não será citada, propositadamente, a questão do referencial inercial)
- Após a exposição, serão fornecidas duas questões conceituais de múltipla escolha
listadas abaixo:
- Para a resolução das questões, após a sua exibição, os alunos, terão, em média 2
minutos para a formulação de suas respostas. Com o Auxilio das placas fornecidas
aos alunos, no inicio da aula, e, de acordo a IpC, o aluno deverá levantar a placa com
a alternativa que julgar correta. Estas respostas serão computadas para avaliar o
percentual de acertos pelos alunos em cada questão;
- Das respostas acertadas, serão avaliados os percentuais de acertos.
- Como o método orienta, se o percentual de acerto for igual ou superior a 70%, o
professor poderá dar continuidade a aula e, neste caso, será exibida a segunda questão
conceitual;
- Se o percentual for inferior a 30%, retomaremos a aula com uma breve explanação,
em uma nova abordagem de 5 min. e em seguida lançando a mesma questão
conceitual ou outra, de acordo entendimento do professor.
- Contudo, se o percentual de acertos estiver entre 30% e 70%, será aplicada a
metodologia propriamente dita, nesse momento serão formados grupos mesclados,
isto é, alunos serão organizados em grupos de modo que, aqueles que acertaram
ficarão juntos com aqueles que alunos que erraram, sem que nenhum saiba se a sua
resposta correta ou errada.
- Nessa fase, os grupos terão dois minutos para discussão e reformulação da
alternativa que julgará correta, da questão conceitual, estabelecendo a sua conclusão.
Essa resposta será individual.
- Os dados serão anotados, calculados e analisados para avaliar se a aula prosseguirá
para o próximo tópico ou será necessária uma nova intervenção, de acordo com o
explicitado acima.
- Caso seja necessário uma nova intervenção, isto é, se o percentual estiver igual ou
inferior a 30%, o professor fará uma nova intervenção, fará uma nova exposição e
aplicará uma nova questão conceitual e o método será reaplicado.
10
Questões conceituais:
Questão 01 – (UEG-GO) Antes mesmo de ter uma idéia mais correta do que é a luz, o
homem percebeu que ela era capaz de percorrer muito depressa enormes distâncias.
Tão depressa que levou Aristóteles – famoso pensador grego que viveu no século IV
a.C. e cujas obras influenciaram todo o mundo ocidental até a Renascença – a admitir
que a velocidade da luz seria infinita.GUIMARÃES, L. A.; BOA, M. F. “Termologia
e óptica”. São Paulo: Harbra, 1997. p. 177.
Hoje sabe-se que a luz tem velocidade de aproximadamente 300.000 km/s, que é uma
velocidade muito grande, porém finita. A teoria moderna que admite a velocidade da
luz constante em qualquer referencial e, portanto, torna elásticas as dimensões do
espaço e do tempo é:
a) a teoria da relatividade.
b) a teoria da dualidade onda – partícula.
c) a teoria atômica de Bohr.
d) o princípio de Heisenberg.
e) a lei da entropia.
Questão 02 - (CFT-CE) Em 2005, Ano Mundial da Física, comemora-se o centenário
da Teoria da Relatividade de Albert Einstein. Entre outras conseqüências esta teoria
poria fim à idéia do éter, meio material necessário, semelhantemente ao som, através
do qual a luz se propagava. O jargão popular “tudo é relativo” certamente não se deve
a ele, pois seus postulados estão fundamentados em algo absoluto: a velocidade da luz
no vácuo – 300.000 km/s.
Hoje sabe-se que:
I. O som propaga-se no vácuo.
II. A luz propaga-se no vácuo.
III. A velocidade da luz no vácuo é a velocidade limite do universo.
É (são) verdadeira(s):
a. Todas
b. Nenhuma
c. Somente II e III
d. Somente II
e. Somente III.
11
1.3 Aula 03 com Questões Conceituais
Tema da aula: Sistemas Referenciais
Duração: 50 min.
Objetivos específicos:
- Explorar os conceitos de referenciais inerciais;
- Comparar o movimento de um corpo em sistemas referenciais diferentes;
- Estabelecer o conceito de referencial inercial.
Motivação: Aula expositiva
- Vídeo Física Referencial (PSSC - Frames of Reference parte 1 - legendado port.), disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=fzV6J1iMwGI Acessado em 17/09/2017 as 17h
16min.
- Analise de 4 situações do movimento de um objeto no trem de Galileu, disponível no link:
http://www.if.ufrj.br/~marta/aplicativos/tremdeGalileu.swf produzidos pelo Laboratório de
pesquisa e Ensino de Física e Ciências,LIMC, da Universidade Federal do Rio de
Janeiro(UFRJ).
Habilidades a serem desenvolvidas
- Perceber a relatividade do movimento em relação ao referencial inercial adotado;
- Compreender a existência de outras grandezas físicas relativistas.
Conteúdos:
- Relatividade do movimento.
- Sistemas de referenciais inerciais.
Procedimentos metodológicos /Recursos instrucionais:
- Será aplicado a IpC.
- Será usado os aplicativos, O trem de Galileu para as discussões da aula expositiva
dialogada, da discussão em grupo e reflexão dos alunos durante a apresentação do aplicativo.
Momentos da aula:
12
- Será distribuído um conjunto de cartões com as letras de A , E, I ,O e U, para cada aluno,
que serão utilizados para a interação nas questões conceituais e recolhidos pelo professor após
o término da aula.
- Movimento ou repouso?
- Aula iniciará com uma breve exposição dos conceitos da relatividade de Galileu do
movimento. Indagando-os, se estão em movimento ou em repouso? Aguardar que formulem
suas respostas e as exponham oralmente ( 5min)
- Em seguida será apresentado o aplicativo do trem de Galileu, na ordem de casos 1, 2, 4 e 5.
Em cada caso, pedir para que observem o móvel em questão.
- Após discussão e exposição, uma breve exposição de 4 min. e os alunos serão submetidos ao
teste conceitual, obedecendo as orientações da IpC.
- Para a resolução das questões, após a sua exibição, os alunos, terão, em média 2 minutos
para a formulação de suas respostas. Com o Auxilio das placas fornecidas aos alunos, no
inicio da aula, e, de acordo com a orientação da IpC, o aluno deverá levantar a placa com a
alternativa que julgar correta. Estas respostas serão computadas para avaliar o percentual de
acertos pelos alunos em cada questão;
- Das respostas acertadas, serão avaliados os percentuais de acertos.
- Como o método orienta, se o percentual de acerto for igual ou superior a 70%, o professor
poderá dar continuidade a aula e, neste caso, será exibida a segunda questão conceitual;
- Se o percentual for inferior a 30%, retomaremos a aula com uma breve explanação, em uma
nova abordagem de 5 minutos, e em seguida, aplicando a mesma questão conceitual ou outro
de acordo entendimento do professor.
- Contudo se o percentual de acertos estiver entre 30% e 70%, será aplicada a metodologia
propriamente dita, nesse momento serão formados grupos mesclados, isto é, alunos serão
organizados em grupos de modo que, aqueles que acertaram ficarão juntos com aqueles que
alunos que erraram, sem que nenhum saiba se a sua resposta correta ou errada.
- Nessa fase, os grupos terão dois minutos para discussão e reformulação da alternativa que
julgará correta, da questão conceitual, estabelecendo a sua conclusão. Essa resposta será
individual.
13
- Os dados serão anotados, calculados e analisados para avaliar se a aula prosseguirá para o
próximo tópico ou será necessária uma nova intervenção, de acordo com o explicitado acima.
- Caso seja necessário uma nova intervenção, isto é, se o percentual estiver igual ou inferior a
30%, o professor fará uma nova intervenção, fará uma nova exposição e aplicará uma nova
questão conceitual e o método será reaplicado.
Questões Conceituais:
Questão 01 - (UERJ-RJ) A figura abaixo representa uma escuna atracada ao cais.
Deixa-se cair uma bola de chumbo do alto do mastro – ponto O. Nesse caso, ele cairá ao pé do
mastro – ponto Q. Quando a escuna estiver se afastando do cais, com velocidade constante, se
a mesma bola for abandonada do mesmo ponto O, ela cairá no seguinte ponto da figura:
a) P
b) Q
c) R
d) S
Questão 02 - (FATEC-SP) Ao estudar o movimento dos corpos, Galileu Galilei considerou
que um corpo com velocidade constante permaneceria nessa situação caso não atuasse sobre
ele qualquer força ou se a somatória das forças, a força resultante, fosse igual a zero.
Comparando esse estudo de Galileu com o estudo realizado por Isaac Newton, Lei da Inércia,
pode-se afirmar que, para Newton
14
I – um corpo com velocidade constante (intensidade, direção e sentido) possui força resultante
igual a zero;
II – um corpo em repouso, com velocidade constante e igual a zero, possui força resultante
igual a zero;
III – Galileu considerou a velocidade constante (intensidade, direção e sentido) no movimento
circular.
Está correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
15
1.4 Aula 04 com Questões Conceituais
Tema da aula: Transformações de Galileu
Duração: 50 min.
Objetivos específicos:
- Explorar os conceitos de referenciais inerciais;
- Comparar o movimento de um corpo em sistemas referenciais diferentes
Motivação
- Aplicativo: Galileu e seu navio, disponível no link:
http://www.if.ufrj.br/~marta/aplicativos/transfdegalileu.swf, produzidos pelo Laboratório de
pesquisa e Ensino de Física e Ciências, LIMC, da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ).
Habilidades a serem desenvolvidas
- Perceber a relatividade do movimento em relação ao referencial inercial adotado;
- Compreender que existem outras grandezas físicas e que são relativas;
- Escrever a relação da velocidade relativa.
Conteúdos:
- Relatividade do movimento.
- Composição de movimento.
-Transformações de Galileu
Procedimentos metodológicos /Recursos instrucionais:
- Será aplicado a IpC;
- Será usado os aplicativos, o Navio de Galileu para as discussões da aula expositiva
dialogada, da discussão em grupo e reflexão dos alunos durante a apresentação do aplicativo.
Momentos da aula:
- Será distribuído um conjunto de cartões com as letras de A, E, I, O e U, para cada aluno, que
serão utilizados para a interação nas questões conceituais e recolhidos pelo professor após o
término da aula.
16
- Após discussão e exposição, uma breve exposição de 5 minutos a turma é submetida ao teste
conceitual, obedecendo às orientações do método.
- Após a exibição de cada questão, os alunos, terão 2 minutos para responder cada uma. O uso
das placas fornecidas aos alunos, no inicio da aula, de acordo com a orientação da IpC, servirá
para avaliar o percentual de acertos pelos alunos em cada questão isoladamente;
- Dadas as respostas, serão avaliados e calculados os percentuais de acertos.
- Como o método orienta, se o percentual de acerto for igual ou superior a 70%, o professor
poderá dar continuidade à aula e, neste caso, será exibida a segunda questão conceitual;
- Se o percentual for inferior a 30%, retomaremos a aula com uma breve explanação, em uma
nova abordagem de 5 min. e em seguida, lançada a mesma questão conceitual ou outra, de
acordo entendimento do professor.
- Contudo, se o percentual de acertos estiver entre 30% e 70%, será aplicada a metodologia
propriamente dita, nesse momento serão formados grupos mesclados, isto é, alunos que
acertaram com os alunos que erraram, sem que saibam a resposta correta, logo sem saber
quem acertou ou errou.
- Para essa fase, os grupos terão novamente dois minutos para discussão da questão conceitual
e assim concluir. De acordo com as conclusões determinar a possível resposta correta. Essa
resposta será individual.
- Os dados serão anotados, calculados e analisados para avaliar se a aula poderá prosseguir
para o próximo tópico ou será necessária uma nova intervenção, de acordo o explicitado
acima.
- Caso seja necessário uma nova intervenção, percentual igual ou inferior a 30%, o professor
fará uma nova intervenção, fará a exibição do vídeo e uma pequena exposição e aplicará uma
nova questão conceitual e o método será reaplicado. - Para a resolução das questões, após a
sua exibição, os alunos, terão, em média 2 minutos para a formulação de suas respostas. Com
o Auxilio das placas fornecidas aos alunos, no inicio da aula, e, de acordo com a orientação da
IpC o aluno deverá levantar a placa com a alternativa que julgar correta. Estas respostas serão
computadas para avaliar o percentual de acertos pelos alunos em cada questão;
- Das respostas acertadas, serão avaliados os percentuais de acertos.
- Como o método orienta, se o percentual de acerto for igual ou superior a 70%, o professor
poderá dar continuidade a aula e, neste caso, será exibida a segunda questão conceitual;
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- Se o percentual for inferior a 30%, retomaremos a aula com uma breve explanação, em uma
nova abordagem de 5 min. e em seguida, lançada a mesma questão conceitual ou outra, de
acordo entendimento do professor.
- Contudo, se o percentual de acertos estiver entre 30% e 70%, será aplicada a metodologia
propriamente dita, nesse momento serão formados grupos mesclados, isto é, alunos serão
organizados em grupos de modo que, aqueles que acertaram ficarão juntos com aqueles que
alunos que erraram, sem que nenhum saiba se a sua resposta correta ou errada.
- Nessa fase, os grupos terão dois minutos para discussão e reformulação da alternativa que
julgará correta, da questão conceitual, estabelecendo a sua conclusão. Essa resposta será
individual.
- Os dados serão anotados, calculados e analisados para avaliar se a aula prosseguirá para o
próximo tópico ou será necessária uma nova intervenção, de acordo com o explicitado acima.
- Caso seja necessário uma nova intervenção, isto é, se o percentual estiver igual ou inferior a
30%, o professor fará uma nova intervenção, fará uma nova exposição e aplicará uma nova
questão conceitual e o método será reaplicado.
Questões Conceituais:
Questão 01 - (FUVEST-SP) Num vagão ferroviário, que se move com velocidade Vo=3ms
com relação aos trilhos, estão dois meninos que correm um em direção ao outro, cada um com
velocidade V=3m/s, com relação ao vagão.
A velocidade dos meninos VA e VB, com relação aos trilhos, será respectivamente:
a) 6m/s e 0
b) 3m/s e 3 m/s
c) 0 e 0
d) 9m/s e 0
e) 8m/s e 8 m/s
Questão 02 - Um trem se desloca com velocidade constante de 60 km/h em trilhos retilíneos.
Dentro de um vagão, uma pessoa anda com uma velocidade de 10 km/h em sentido a frente
18
do trem, medida em um referencial inercial fixo no trem. Use as transformadas de Galileu
para a velocidade e posição para estimar e determine a velocidade da pessoa em relação a um
ponto fixo nos trilhos atrás do trem. Nessa situação, a velocidade será,em km/h, de:
a) 60
b) 50
c) 70
d) 600
e) 45
19
1.5 Aula 05 com Questões Conceituais
Tema da aula: A natureza da Luz
Duração: 50 min.
Objetivos específicos:
- Conhecer o experimento de Michelson-Morley;
- Compreender a invariância da luz;
- Perceber a necessidade de uma nova teoria.
Motivação: Aula expositiva
- Breve exposição dos antecedentes históricos
- Demonstração do vídeo, disponível no link:
https://www.youtube.com/watch?v=UKaoTOoDzpU que trata dos experimentos de
Michelson-Morley, discutindo pontos fundamentais do experimento.
Habilidades a serem desenvolvidas
- Conhecer o experimento que tornou evidente a invariância da velocidade da luz em qualquer
referencial inercial, isto é, que a velocidade da luz é sempre a mesma em qualquer referencial
inercial e que essas características têm consequências que tornam a Relatividade de Galileu e
as Leis de Newton inválidas para velocidades próximas ou muito próximas a velocidade da
Luz;
Conteúdos:
- Os experimentos de Michelson-Morley;
- A invariância da velocidade da luz.
Procedimentos metodológicos /Recursos instrucionais:
- Será aplicado a IpC.
Momentos da aula:
- Será distribuído um conjunto de cartões com as letras de A , E, I ,O e U, para cada aluno,
que serão utilizados para a interação nas questões conceituais e recolhidos pelo professor após
o término da aula.
20
- Após a visualização do vídeo, discussão e uma breve exposição de 5 minutos, os alunos
serão submetidos ao teste conceitual, obedecendo as orientações do método.
- Para a resolução das questões, após a sua exibição, os alunos, terão, em média 2 minutos
para a formulação de suas respostas. Com o Auxilio das placas fornecidas aos alunos, no
inicio da aula, e, de acordo com a orientação da IpC, o aluno deverá levantar a placa com a
alternativa que julgar correta. Estas respostas serão computadas para avaliar o percentual de
acertos pelos alunos em cada questão;
- Das respostas acertadas, serão avaliados os percentuais de acertos.
- Como o método orienta, se o percentual de acerto for igual ou superior a 70% , o professor
poderá dar continuidade a aula e, neste caso, será exibida a segunda questão conceitual;
- Se o percentual for inferior a 30%, retomaremos a aula com uma breve explanação, em uma
nova abordagem de 5 min. e em seguida, lançada a mesma questão conceitual ou outra, de
acordo entendimento do professor.
- Contudo, se o percentual de acertos estiver entre 30% e 70%, será aplicada a metodologia
propriamente dita, nesse momento serão formados grupos mesclados, isto é, alunos serão
organizados em grupos de modo que, aqueles que acertaram ficarão juntos com aqueles que
alunos que erraram, sem que nenhum saiba se a sua resposta correta ou errada.
- Nessa fase, os grupos terão dois minutos para discussão e reformulação da alternativa que
julgará correta, da questão conceitual, estabelecendo a sua conclusão. Essa resposta será
individual.
- Os dados serão anotados, calculados e analisados para avaliar se a aula prosseguirá para o
próximo tópico ou será necessária uma nova intervenção, de acordo com o explicitado acima.
- Caso seja necessário uma nova intervenção, isto é, se o percentual estiver igual ou inferior a
30%, o professor fará uma nova intervenção, fará uma nova exposição e aplicará uma nova
questão conceitual e o método será reaplicado.
Questões Conceituais:
Questão 01 - A teoria da relatividade restrita prevê que a velocidade da luz é a mesma para
todos os observadores, independentemente do estado de movimento relativo entre eles. Com
base nessa afirmação, imagine duas naves que viajam no espaço com velocidades altíssimas
em uma mesma direção, mas com sentidos opostos. Se cada nave possui velocidade V e a
velocidade da luz no vácuo é c, a luz percebida pelo piloto teria velocidade:
a) V + c
21
b) c – V
c) V – c
d) c
e) 2c
02 - (UFV-MG) A figura a seguir mostra um vagão aberto que se move com velocidade de
módulo V em relação a um sistema de referência fixo no solo. Dentro do vagão existe uma
lâmpada que emite luz uniformemente em todas as direções. Em relação ao vagão, o módulo
da velocidade de propagação da luz é c. Para uma pessoa parada em relação ao solo, na frente
do vagão, o módulo da velocidade de propagação da luz emitida pela fonte será:
a) c/2
b) 3c/4
c) 3c/5
d) 4c/5
e) c
22
1.6 Aula 06 com Questões Conceituais
Tema: Princípios da Relatividade Restrita e as transformações de Lorentz
Duração: 50 min.
Objetivo Específico:
- Compreender as transformações de Lorentz como um fator que torna possível os postulados
de Einstein, isto é, os postulados da Relatividade Restrita(RR).
Motivação:
- Demonstração do aplicativo: http://www.if.ufrj.br/~marta/aplicativos/Simultaneidade.swf
- Exposição do conceito de simultaneidade
Habilidades a serem desenvolvidas
- Resolver as transformações de Lorentz;
Conteúdos:
- As transformações de Lorentz
Procedimentos metodológicos /Recursos instrucionais:
- Será aplicado a IpC.
- Será demonstrada a resolução das transformações de Lorentz.
Momentos da aula:
- Será distribuído um conjunto de cartões com as letras de A, E, I, O e U, para cada aluno, que
serão utilizados para a interação nas questões conceituais e recolhidos pelo professor após o
término da aula.
- Após discussão e uma breve exposição de 5 min. e serão submetidos ao teste obedecendo as
orientações da IpC.
- Após a exibição de cada questão, os alunos, terão 2 minutos para responder cada uma. O uso
das placas fornecidas aos alunos, no inicio da aula, de acordo com a orientação da IpC, servirá
para avaliar o percentual de acertos pelos alunos em cada questão isoladamente;
- Dadas as respostas, serão avaliados e calculados os percentuais de acertos.
- Como o método orienta, se o percentual de acerto for igual ou superior a 70% , o professor
poderá dar continuidade a aula e, neste caso, será exibida a segunda questão conceitual;
- Se o percentual for inferior a 30%, retomaremos a aula com uma breve explanação, em uma
nova abordagem de 5 min. e em seguida, lançada a mesma questão conceitual ou outra, de
acordo entendimento do professor.
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- Contudo, se o percentual de acertos estiver entre 30% e 70%, será aplicada a metodologia
propriamente dita, nesse momento serão formados grupos mesclados, isto é, alunos que
acertaram com os alunos que erraram, sem que saibam a resposta correta, logo sem saber
quem acertou ou errou.
- Para essa fase, os grupos terão novamente dois minutos para discussão da questão conceitual
e assim concluir. De acordo com as conclusões determinar a possível resposta correta. Essa
resposta será individual.
- Os dados serão anotados, calculados e analisados para avaliar se a aula poderá prosseguir
para o próximo tópico ou será necessária uma nova intervenção, de acordo o explicitado
acima.
- Caso seja necessário uma nova intervenção, percentual igual ou inferior a 30%, o professor
fará uma nova intervenção, fará a exibição do vídeo e uma pequena exposição e aplicará uma
nova questão conceitual e o método será reaplicado.
Questões Conceituais:
01 - (UFSE) A teoria da relatividade de Einstein formaliza adequadamente a mecânica para os
corpos que viajam a velocidades muito altas, evidenciando as limitações da Mecânica
Newtoniana.
De acordo com essa teoria, analise as informações e assinale o que for incorreto:
a) A velocidade limite para qualquer corpo é a velocidade da luz no vácuo,
aproximadamente, 3,0. 108 m/s.
b) O tempo pode passar de maneira diferente para observadores a diferentes velocidades.
c) As dimensões de um objeto são sempre as mesmas, quer ele esteja em repouso, que
em movimento.
d) A massa de um elétron viajando à metade da velocidade da luz é maior que a do
elétron em repouso.
e) A célebre equação E= mc2 pode explicar a energia que o sol emite quando parte da sua
massa se converte em energia.
02 - Uma régua de 1,0m move-se na direção de seu próprio comprimento com uma velocidade
constante de 2,7 x 108 m/s em relação a um determinado observador. Determine o
comprimento da régua medido por este observador.
a) 1,00 m
b) 0,0 m
c) 0,44 m
d) 0,33m
e) 0,99 m
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1.7 Aula 07 com Questões Conceituais
Tema: A dilatação do tempo e a Contração do espaço
Conteúdo: A relatividade da Simultaneidade
Duração: 50 min.
Objetivo Específico:
- Compreender a Relatividade Especial (dilatação do tempo e a contração do espaço).
Motivação: Aula expositiva
- Demonstração do aplicativo: http://www.if.ufrj.br/~marta/aplicativos/Simultaneidade.swf
- Exposição do conceito de simultaneidade
Habilidades a serem desenvolvidas
- Calcular o tempo e a dilatação do espaço com velocidades relativistas.
Conteúdos:
- Dilatação do tempo
- Contração do Espaço
Procedimentos metodológicos /Recursos instrucionais:
- O método a IpC ;
- Será usado os aplicativos, o Navio de Galileu para as discussões da aula expositiva
dialogada, da discussão em grupo e reflexão dos alunos durante a apresentação do aplicativo.
Momentos da aula:
- Será distribuído um conjunto de cartões com as letras de A, E, I, O e U, para cada aluno, que
serão utilizados para a interação nas questões conceituais e recolhidos pelo professor após o
término da aula.
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- Após discussão e exposição, uma breve exposição de 5 min e os alunos será submetidos ao
teste obedecendo às orientações do método.
- Após a exibição de cada questão, os alunos, terão 2 minutos para responder cada uma. O uso
das placas fornecidas aos alunos, no inicio da aula, de acordo com a orientação da IpC, servirá
para avaliar o percentual de acertos pelos alunos em cada questão isoladamente;
- Dadas as respostas, serão avaliados e calculados os percentuais de acertos.
- Como o método orienta, se o percentual de acerto for igual ou superior a 70%, o professor
poderá dar continuidade a aula e, neste caso, será exibida a segunda questão conceitual;
- Se o percentual for inferior a 30%, retomaremos a aula com uma breve explanação, em uma
nova abordagem de 5 min. e em seguida, lançada a mesma questão conceitual ou outra, de
acordo entendimento do professor.
- Contudo, se o percentual de acertos estiver entre 30% e 70%, será aplicada a metodologia
propriamente dita, nesse momento serão formados grupos mesclados, isto é, alunos que
acertaram com os alunos que erraram, sem que saibam a resposta correta, logo sem saber
quem acertou ou errou.
- Para essa fase, os grupos terão novamente dois minutos para discussão da questão conceitual
e assim concluir. De acordo com as conclusões determinar a possível resposta correta. Essa
resposta será individual.
- Os dados serão anotados, calculados e analisados para avaliar se a aula poderá prosseguir
para o próximo tópico ou será necessária uma nova intervenção, de acordo o explicitado
acima.
- Caso seja necessário uma nova intervenção, percentual igual ou inferior a 30%, o professor
fará uma nova intervenção, fará a exibição do vídeo e uma pequena exposição e aplicará uma
nova questão conceitual e o método será reaplicado.
Questões conceituais
01 - UNIMAT-MT) Com o advento da Teoria da Relatividade de Einstein, alguns
conceitos básicos da física newtoniana, entre eles, o espaço e o tempo, tiveram de ser
revistos. Qual a diferença substancial desses conceitos para as duas teorias?
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02 - (UFRGR-RS) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto a
seguir, na ordem em que aparecem. De acordo com a relatividade restrita, é ___________
atravessarmos o diâmetro da Via Láctea, uma distância de aproximadamente 100 anos-luz
(equivalente a 1018m), em um intervalo de tempo bem menor que 100 anos. Isso pode ser
explicado pelo fenômeno de ___________ do comprimento, como visto pelo viajante, ou
ainda pelo fenômeno de ___________ temporal, como
observado por quem está em repouso em relação à galáxia.
a) impossível – contração – dilatação
b) possível – dilatação – contração
c) possível – contração – dilatação
d) impossível – dilatação – contração
e) impossível – contração – contração
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1.8 Aula 08 com Questões Conceituais
Tema da aula: O paradoxo dos Gêmeos
Duração: 50 min.
Objetivos específicos:
- Refletir sobre o paradoxo;
- Compreender o fenômeno.
Motivação: Aula Expositiva
- Vídeo 60 Segundos de Aventuras no Pensamento - 5/6 - O Paradoxo dos Gêmeos
(LEGENDADO) https://www.youtube.com/watch?v=Jw6McOwxfXs
- Exposição de 10 minutos sobre o paradoxo dos gêmeos.
Habilidades a serem desenvolvidas
- Refletir sobre o paradoxo dos gêmeos.
Conteúdos:
- O paradoxo dos Gêmeos
- Simultaneidade
Procedimentos metodológicos /Recursos instrucionais:
- Será aplicado a IpC;
- Aplicativo educacional.
Momentos da aula:
- Será distribuído um conjunto de cartões com as letras de A , E, I ,O e U, para cada aluno,
que serão utilizados para a interação nas questões conceituais e recolhidos pelo professor após
o término da aula.
- Após a visualização do vídeo, discussão e uma breve exposição de 5 minutos, os alunos
serão submetidos ao teste, obedecendo a IpC.
- Após a exibição de cada questão, os alunos, terão 2 minutos para responder cada uma. O uso
das placas fornecidas aos alunos, no inicio da aula, de acordo com a orientação da IpC servirá
para avaliar o percentual de acertos pelos alunos em cada questão isoladamente;
- Dadas as respostas, serão avaliados e calculados os percentuais de acertos.
- Como o método orienta, se o percentual de acerto for igual ou superior a 70% , o professor
poderá dar continuidade a aula e, neste caso, será exibida a segunda questão conceitual;
- Se o percentual for inferior a 30%, retomaremos a aula com uma breve explanação, em uma
nova abordagem de 5 min. e em seguida, lançada a mesma questão conceitual ou outra, de
acordo entendimento do professor.
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- Contudo, se o percentual de acertos estiver entre 30% e 70%, será aplicada a metodologia
propriamente dita, nesse momento serão formados grupos mesclados, isto é, alunos que
acertaram com os alunos que erraram, sem que saibam a resposta correta, logo sem saber
quem acertou ou errou.
- Para essa fase, os grupos terão novamente dois minutos para discussão da questão conceitual
e assim concluir. De acordo com as conclusões determinar a possível resposta correta. Essa
resposta será individual.
- Os dados serão anotados, calculados e analisados para avaliar se a aula poderá prosseguir
para o próximo tópico ou será necessária uma nova intervenção, de acordo o explicitado
acima.
- Caso seja necessário uma nova intervenção, percentual igual ou inferior a 30%, o professor
fará uma nova intervenção, fará a exibição do vídeo e uma pequena exposição e aplicará uma
nova questão conceitual e o método será reaplicado.
Questão Conceitual:
01 -(UEPB-PB) A relatividade proposta por Galileu e Newton na Física Clássica é
reinterpretada pela Teoria da Relatividade Restrita, proposta por Albert Einstein (1879-1955)
em 1905, que é revolucionária porque mudou as idéias sobre o espaço e o tempo, uma vez que
a anterior era aplicada somente a referenciais inerciais. Em 1915, Einstein propôs a Teoria
Geral da Relatividade válida para todos os referenciais (inerciais e não inerciais).
Ainda acerca do assunto tratado no texto, resolva a seguinte situação-problema: Considere
uma situação “fictícia”, que se configura como uma exemplificação da relatividade do tempo.
Um grupo de astronautas decide viajar numa nave
espacial, ficando em missão durante seis anos,
medidos no relógio da nave. Quando retornam a
Terra, verifica-se que aqui se passaram alguns
anos. Considerando que c é a velocidade da luz no
vácuo e que a velocidade média da nave é 0,8c, é
correto afirmar que, ao retornarem a Terra, se
passaram:
a) 20 anos
b) 10 anos
c) 30 anos
d) 12 anos
e) 6 anos
29
2. Tarefa de Leitura
Relatividade: A passagem do enfoque galileano para a visão de Einstein
Após a verificação e estudo do texto, constatou-se que havia necessidade que devesse
ser estruturado para que pudesse ser aplicado à 1ª serie do EM. O ajuste ocorreu com a com a
retirada de algumas partes irrelevantes para a série. O trabalho final de adaptação do texto
para a 1ª série do EM, não negligenciou o conteúdo a ser ensinado nem retirou as informações
relevantes sobre os acontecimentos históricos e científicos. Quanto a reprodução, todas as
características foram mantidas.
2.1 Introdução
A história do pensamento humano mostra a constante busca de teorias que possam
descrever, da forma a mais coerente possível, o nosso cotidiano. Desde a Antigüidade, a
humanidade busca respostas para muitas questões, até mesmo para a nossa própria existência.
Durante mais de dois séculos, as teorias desenvolvidas por Isaac Newton não foram
contestadas, pois descreviam de maneira satisfatória os fenômenos da Natureza, chegando-se
a ponto de, no final do século XIX, afirmar-se que não havia nada mais de novo a ser
desenvolvido, “descoberto”.
Concepções simplistas apresentam estudiosos como Galileu, Newton e Einstein, como
gênios que desenvolveram todas as suas teorias de forma independente. Realmente, estes
cientistas elaboraram teorias que contribuíram muito para a evolução da humanidade. No
entanto muitos livros, em apresentações simplificadas, deixam a idéia de que suas
“descobertas” ocorreram a partir apenas de observações, ou por pura casualidade, sem
nenhuma conexão com teorias já previamente existentes. Outra idéia errada que nos é
transmitida é a de que a aceitação de cada nova teoria pela comunidade científica ocorreu, em
geral, sem grandes polêmicas. Buscamos, através do presente texto, comentar a evolução das
idéias científicas, enfatizando os caminhos que foram percorridos até a elaboração da Teoria
da Relatividade.
30
2.2 Histórico
A seguir, faremos uma breve descrição dos principais fatos que levaram Albert
Einstein à elaboração da Teoria da Relatividade Especial (ou Relatividade Restrita). Note que,
ao descrevermos esses fatos, existe uma seqüência: a cada desenvolvimento de um novo
conhecimento foi necessário que se conhecesse o que já havia sido desenvolvido até a época.
Temos que considerar que pessoas como Galileu, Newton, Maxwell e Einstein foram grandes
gênios que contribuíram muito para o desenvolvimento do conhecimento humano. Porém,
suas teorias não foram formuladas de forma totalmente independente. Nenhuma descoberta
ocorreu de uma hora para outra. Muito pelo contrário. O conhecimento dos fenômenos da
Natureza passou e ainda passa por uma constante evolução, onde em cada nova teoria que
surge temos contribuições das teorias anteriores. Isto é o que tentaremos descrever: que a
gênese da Teoria da Relatividade Especial começou muito tempo antes de Albert Einstein.
2.3 A Relatividade galileana
O homem sempre procurou entender melhor o mundo que o cerca, a Natureza. A
busca para entender o movimento dos corpos já aparece antes de Cristo. A evolução da
descrição do movimento dos corpos em relação a outros, em movimentos uniformes ou
acelerados, teve seu início com o filósofo grego Zenão, de Eléia (500 – 451 a.C.), estendendo-
se até os trabalhos de Albert Einstein, em 1905, com a Teoria da Relatividade Especial. Zenão
considerava que se dois bastões (A e B) se deslocassem com velocidades iguais em
intensidade, porém de sentidos opostos em relação a um terceiro bastão C, mantido fixo, um
observador em A (ou B) mediria a velocidade do bastão em B (ou A) como duas vezes maior
do que a medida por C. Zenão concluiu que este movimento era impossível, passando a
chamá-lo de paradoxo dos bastões em movimento.
A C B
V v
Fixo
Figura 2
Um observador em A irá perceber que o bastão C se afasta com uma rapidez v e o bastão B
com uma rapidez 2v.
31
Outro filósofo a procurar descrever o movimento dos corpos foi o grego Aristóteles,
nascido provavelmente em 384 a.C. Suas idéias permaneceram aceitas por mais de vinte
séculos. Segundo Aristóteles, a matéria era composta basicamente de quatro elementos
terrestres: fogo, ar, água e terra. Estes elementos tinham posições determinadas no Universo,
chamadas lugares naturais. O lugar natural do fogo era acima do lugar natural do ar que estava
acima do lugar natural da água, por sua vez acima do lugar natural da terra. Deste modo,
explicava por que uma pedra e a chuva caem: seus lugares naturais eram terra e água.
Analogamente, a fumaça e o vapor sobem em busca de seus lugares naturais acima da terra.
Aristóteles também elaborou várias outras teorias sobre ciências naturais, que foram aceitas
até a Renascença. Dentre elas, podemos destacar o modelo geocêntrico (Terra como centro do
Universo). Somente nos séculos XVI e XVII é que o pensamento aristotélico começou a ser
contestado mais veementemente, principalmente no que diz respeito à idéia do geocentrismo.
A descrição dos movimentos passou a ser analisada de maneira mais matemática, e não
apenas filosófica como era a descrição aristotélica. Assim, a dificuldade em entender o
movimento dos corpos permaneceu até os séculos XVI e XVII com Giordano Bruno (1548 –
1600) e Galileu Galilei (1564 - 1642) que deram respostas ao paradoxo dos corpos em
movimentos relativos (Zenão), utilizando relações matemáticas e não apenas respostas
filosóficas como as dadas por Aristóteles.
Galileu Galilei foi o primeiro grande gênio da Ciência moderna e o primeiro homem
que observou o céu com um telescópio, aderindo entusiasticamente ao sistema heliocêntrico
proposto por Copérnico, o que, aliás, lhe custou muitos contratempos. Além da discussão do
movimento planetário, Galileu contribuiu muito para o desenvolvimento da Mecânica,
estabelecendo as leis da queda livre de um corpo e introduzindo o método experimental em
Física.
Galileu utilizou o princípio da relatividade dos movimentos, ou princípio da
independência dos movimentos, para demonstrar a trajetória parabólica dos projéteis.
Consideremos o seguinte exemplo: um projétil lançado a partir do solo com um certo ângulo
de lançamento pode ter seu movimento decomposto em dois movimentos independentes: um
horizontal e outro vertical. No lançamento de um projétil verticalmente para cima, sobre uma
plataforma em movimento retilíneo e uniforme, um observador que esteja sobre a plataforma
em movimento verá a trajetória do projétil como retilínea de ida e volta. Quanto a um
observador que esteja parado no solo, onde a plataforma está em movimento, visualizará a
trajetória do projétil como parabólica. Assim, cada observador terá uma visão diferente do
32
movimento. Com isso, Galileu conseguiu resolver o paradoxo de Zenão, mostrando que a
trajetória e velocidades são dependentes do referencial de onde se observa o movimento.
Figura 3
Um observador que se encontra em movimento sobre uma plataforma verá uma trajetória
vertical para o projétil.
Figura 4
Um observador que se encontra em um referencial no solo verá uma trajetória parabólica para
o projétil.
Podemos citar o filósofo John Locke que escreveu há duzentos anos, em seu grande tratado
“Sobre o entendimento humano”, da importância do referencial: “Se encontrarmos as pedras
do xadrez na mesma posição em que as deixamos, diremos que elas não foram movidas, ou
permanecem imóveis, mesmo que o tabuleiro, nesse ínterim, tenha sido transportado para
outro cômodo. Da mesma forma diremos que o tabuleiro não se moveu, se ele permanece no
mesmo lugar em que se encontrava na cabina, embora o navio esteja andando. E diremos
também que o navio se encontra no mesmo lugar, desde que se mantenha à mesma distância
da terra, embora o globo tenha dado uma volta completa. Na verdade, as pedras de xadrez, o
tabuleiro e o navio, tudo isso mudou de lugar em relação a corpos situados muito mais longe”.
Então, para descrevermos o movimento dos corpos quantitativamente é necessário adotarmos
um referencial, como por exemplo, as paredes da sala de aula, onde podemos considerar que
existam três eixos imaginários que se cruzam ortogonalmente. Além do referencial, o
observador necessita de um relógio para poder descrever quantitativamente o movimento. A
Relatividade galileana, termo utilizado por Einstein, trata da descrição de movimentos em
33
relação a um referencial inercial, ou seja, um referencial em repouso ou em movimento
retilíneo e uniforme (não acelerado) em relação a outro referencial.
2.3.1 Transformações galileanas
Consideremos dois referenciais inerciais: um deles S, formado pelos eixos x, y e z, em
repouso em relação à Terra e outro, S’, formado pelos eixos x’, y’ e z’, paralelos a x, y e z,
respectivamente, e com velocidade V na direção do eixo x em relação ao sistema S,conforme
a figura 4.
Figura 5
Consideremos que ocorra um evento em um ponto P que pode ser identificado pelo conjunto
de quatro coordenadas em cada referencial: em S (x, y, z e t) e S’ (x’, y’, z’ e t’), sendo que as
três primeiras coordenadas de cada referencial localizam o ponto no espaço, enquanto a quarta
coordenada indica o momento da ocorrência do evento. Se considerarmos que inicialmente os
referenciais S e S’ coincidem em t = t’= 0, temos que x0 = x0’, y0 = y0’ e z0 = z0’, conforme a
figura 5.
Figura 6
34
Agora consideremos um instante posterior t = t’ > 0. O referencial S’ terá se deslocado de
uma distância V.t, em relação ao referencial S, de acordo com a figura 6.
Figura 7
Então, podemos relacionar as coordenadas dos dois referenciais da seguinte forma:
x = x’ + V.t; (1)
y = y’; (2)
z = z’; (3)
t = t’. (4)
Note que estamos fazendo t = t’ (relógios estão sincronizados). Isto, porque para Galileu o
tempo é absoluto, independente do referencial, o que chamamos de invariância do tempo. Isto
está de acordo com o nosso senso comum, pois se não fosse assim, teríamos que sincronizar
os nossos relógios constantemente. Uma conseqüência direta da invariância do tempo,
segundo as transformações galileanas, é a invariância do comprimento. Explicitando melhor,
pelas transformações de Galileu, concluímos que o comprimento, assim como o tempo, é
absoluto, independentemente do referencial em que for medido. Ainda com relação ao
referencial, Galileu afirmou ser impossível determinar se um navio estava parado ou em
movimento uniforme, realizando uma experiência mecânica em um dos seus camarotes. Com
esta afirmação, podemos concluir que as leis da Mecânica são invariantes (não mudam)
perante uma transformação de Galileu.
2.4 Isaac Newton e o movimento relativo dos corpos
Isaac Newton nasceu na Inglaterra na noite de Natal do ano de 1642, na cidade de
Lincolnshire. Newton veio ao mundo em uma época em que a Ciência, o conhecimento
35
humano, passava por grandes modificações. O pensamento aristotélico passa a ser criticado,
surgindo uma nova Ciência, com a utilização da Matemática para a descrição dos fenômenos
da Natureza. Newton desenvolveu sua obra utilizando conhecimentos deixados por outros
grandes pensadores como Galileu, Kepler, Descartes. O próprio Newton afirmou que “se
enxergou mais longe era porque estava sobre ombros de gigantes”.
Em 1687, Newton publicou a sua maior obra, Os Princípios Matemáticos da Filosofia
Natural (Principia Mathematica Philosophiæ Naturalis), contendo uma exposição da
Cinemática de Galileu e do movimento dos planetas descrito por Kepler. Podemos considerar
que a essência dos Principia está no que hoje denominamos as três Leis de Newton: a
primeira é a Lei da Inércia, segundo a qual um corpo deixado por si permanece em repouso ou
em movimento retilíneo e uniforme; a segunda é a que relaciona a força resultante sobre uma
partícula com sua aceleração, e é também conhecida como princípio fundamental da
Dinâmica; a terceira é o conhecido princípio de ação-reação.
A primeira Lei de Newton, Lei da Inércia, é considerada por muitos autores, de uma forma
equivocada, apenas como um caso especial, particular, da segunda Lei. Mas, para a
formulação da primeira Lei, Newton levou mais de vinte anos, passando por um lento e
gradual amadurecimento, até chegar à sua forma final. Esta lei estabelece o sistema de
referência inercial. Para se medir a força e seus efeitos na mudança do movimento,
necessitamos de um referencial inercial. Então, a primeira Lei é fundamental para a existência
da segunda, ou seja, uma lei complementa a outra.
O que podemos concluir a respeito das Leis de Newton é que a massa e a aceleração de um
corpo independem do sistema referencial inercial escolhido. Com isso, a força resultante,
descrita pela segunda Lei de Newton, é independente do referencial em que for medida,
nenhum sistema referencial inercial sendo preferencial a qualquer outro. Sendo assim, as Leis
de Newton são iguais em qualquer sistema referencial inercial.
Partindo disso, podemos relacionar as velocidades e as acelerações de um ponto P em relação
a dois referenciais inerciais, S e S’, utilizando as transformações galileanas da seguinte forma:
v’x = vx – V; (5 )
v’y = vy; (6 )
v’z = vz. (7 )
a’x = ax; (8 )
a’y = ay; (9 )
a’z = az. (10)
36
Na equação (5), V expressa a intensidade da velocidade de S’em relação a S, orientada
no sentido positivo do eixo x de S, como indica a figura 4. Imaginemos um exemplo de uma
pessoa A em um avião em movimento com velocidade constante, e uma outra pessoa B em
uma plataforma fixa e em repouso em relação à Terra. Se ambos lançarem um objeto
verticalmente para cima com velocidades iniciais iguais, irão medir a mesma altura máxima
atingida pelos objetos, o mesmo tempo para atingi-la, concordando quanto à forma da
trajetória descrita pelo objeto. Também concordam com a aceleração e a força resultante que
será exercida sobre o objeto. Portanto, podemos concluir que os dois referenciais são
equivalentes para a descrição deste movimento, ou seja, tanto a plataforma quanto o avião em
velocidade constante são referenciais equivalentes, sendo impossível distinguirmos um do
outro.
2.5 O Eletromagnetismo
A Eletricidade e o Magnetismo foram desenvolvidos de forma totalmente
independente até o século XIX, quando Oersted verificou uma relação entre os efeitos
elétricos e magnéticos. Assim como a Mecânica clássica, o Eletromagnetismo foi uma teoria
unificadora, já que Maxwell, em 1873, unificou não apenas a Eletricidade ao Magnetismo,
mas também à Óptica. Quando a Teoria Eletromagnética foi desenvolvida, existia um
predomínio da Mecânica newtoniana, e acreditava-se que esta poderia descrever todos os
fenômenos da Natureza.
2.5.1 O Eletromagnetismo e Maxwell
O físico e matemático escocês James Clerk Maxwell, no ano de 1873, foi quem
sintetizou as equações do Eletromagnetismo. Em seu tratado sobre Eletricidade e
Magnetismo, descreveu uma formulação matemática na qual conseguiu unificar as leis de
Coulomb, Oersted, Ampère, Biot e Savart, Faraday e Lenz, atualmente conhecidas como
Equações de Mawell. Campos elétricos e magnéticos satisfazem uma equação análoga às de
ondas elásticas, a onda eletromagnética tendo a mesma velocidade da luz. Conclui-se,
portanto, que a natureza da luz é eletromagnética.
Citando agora Maxwell, a respeito de sua descoberta:
37
“A velocidade das ondulações transversais no nosso meio hipotético, calculada a partir das
experiências de Eletromagnetismo efetuadas pelo Srs. Kolhraush e Weber (311.000 km/s),
tem um valor tão próximo do valor da velocidade calculado a partir de experiências de
Óptica realizadas pelo Sr Fizeau que é difícil de evitar a inferência de que a luz consistirá
em ondulações transversais do mesmo meio que é a causa dos fenômenos elétricos e
magnéticos.”
A confirmação da hipótese de Maxwell de a luz ser de origem eletromagnética foi feita em
1887 pelo físico alemão H. Hertz. Esta confirmação se deu por meio de um circuito oscilante
que produziu ondas que podiam ser refletidas, refratadas, difratadas e polarizadas da mesma
forma que a luz. Maxwell conseguiu unir três ramos do conhecimento cientifico da época em
uma única teoria: Eletricidade, Magnetismo e Óptica. Como conseqüência disso, no final do
século XIX, acreditava-se que pouco ou nada restava para ser adicionado ao conhecimento do
Eletromagnetismo e da Mecânica newtoniana. Porém, ainda restavam alguns problemas.
Dentre eles podemos destacar o fato de que se a luz é uma onda, necessita de um meio para se
propagar, pois, segundo o conhecimento da época, todas as ondas (mecânicas) necessitavam
de um meio para sua propagação.
2.5.2 Problema do Eletromagnetismo com a Mecânica clássica
As Equações de Maxwell descreviam uma onda eletromagnética, cuja propagação se
dava no vácuo, o que causava um sério problema, pois se a luz era uma onda, isto não poderia
ocorrer. O conhecimento que se tinha neste período era de ondas mecânicas, como por
exemplo, ondas sonoras que necessitam de um meio para se propagar. Essa visão mecanicista
dominava o pensamento científico da época. Então, imaginou-se que deveria existir um meio
com algumas propriedades especiais onde as ondas eletromagnéticas se propagassem. Para
este meio, chamado de éter luminífero ou simplesmente éter, era necessário postular
propriedades um tanto incomuns, como densidade zero e transparência perfeita. Este meio já
havia sido idealizado por René Descartes no século XVI.
Várias foram as tentativas de provar a existência do éter, que deveria permear todo o universo.
Uma das tentativas mais famosas foi a realizada pelos físicos A. A. Michelson em 1881, e em
1887 por Michelson e E. W. Morley, utilizando um instrumento que denominamos de
interferômetro.
38
Com o interferômetro seria possível determinar o movimento da Terra em relação ao éter.
Mas, depois de realizadas as experiências, Michelson e Morley não conseguiram verificar a
existência desse meio de propagação.
Para salvar todo o conhecimento teórico que se possuía até o momento, FitzGerald (em 1892)
propôs uma hipótese que foi aceita e complementada por Lorentz. Esta hipótese consistia em
supor que os corpos são contraídos, quando se deslocam, no sentido do movimento relativo ao
éter estacionário, por um fator de
(Onde v é a velocidade do sistema, e c é a velocidade da luz).
Mas, além deste problema, existia outro. Como já mencionado na Relatividade galileana, as
leis da Física deveriam ser iguais em qualquer referencial inercial. Isto quer dizer que
deveríamos observar as mesmas manifestações de um fenômeno, indiferentemente do
referencial inercial em que nos encontramos.
Mas foram constatadas inconsistências com este princípio. Ao passarmos de um referencial
inercial para outro, utilizando as transformações galileanas, para um mesmo fenômeno, as
Equações de Maxwell forneciam resultados diferentes, gerando assim um conflito. Ou as
equações de Maxwell estavam erradas ou teríamos que mudar as transformações galileanas.
Frente a isto, tinham-se três alternativas:
1. A Relatividade galileana seria válida apenas para a Mecânica clássica. As leis do
Eletromagnetismo exigiriam um referencial inercial preferencial chamado éter.
2. A Relatividade galileana seria válida tanto para a Mecânica clássica quanto para o
Eletromagnetismo, mas as equações de Maxwell deveriam ser modificadas.
3. As equações de Maxwell seriam válidas, mas as leis da Mecânica clássica teriam que
ser modificadas.
As equações de Maxwell eram bastante fundamentadas para que fossem modificadas. As leis
da Mecânica clássica também possuíam uma boa fundamentação teórica e experimental.
Então, como alternativa, Einstein escolheu modificar as transformações de Galileu
(alternativa 3).
39
2.6 Einstein e a origem da Relatividade Especial
Em 1905, Albert Einstein, físico alemão, publicou cinco grandes artigos, dentre os
quais um deu origem à Teoria da Relatividade Especial, sob o título Sobre a Eletrodinâmica
dos Corpos em Movimento.
A condição da validade das Equações de Maxwell em qualquer referencial inercial levava à
invariância da velocidade da luz, o que contradizia a Relatividade galileana. Einstein
considerou que a velocidade da luz é a mesma para qualquer referencial inercial, o que causou
sérias modificações nas concepções de tempo e espaço aceitas até a época.
Einstein enunciou dois postulados:
1) As leis da Física são iguais em qualquer referencial inercial, ou seja, não existe
referencial inercial preferencial.
2) A luz sempre se propaga no espaço vazio com uma velocidade definida, cujo
módulo é independente do estado de movimento do corpo emissor.
O primeiro postulado está associado diretamente às leis da Mecânica, Termodinâmica, Óptica
e do Eletromagnetismo, ou seja, é uma generalização do princípio da Relatividade galileana e
de Newton, que se aplicava apenas à Mecânica. Esta generalização de várias leis somente foi
possível graças à modificação dos conceitos de espaço e tempo.
O segundo postulado trouxe, entre algumas conseqüências, a de que nenhuma partícula pode
se deslocar com velocidade superior à da luz
Nos próximos capítulos, iremos discutir as conseqüências a que estes dois postulados
levaram, que em muito contrariam o nosso senso comum. Discutiremos os seguintes aspectos:
relatividade da simultaneidade, dilatação temporal, contração do espaço, adição de
velocidades na Relatividade Especial, relação massa-energia, paradoxo dos gêmeos e uma
introdução à Relatividade Geral.
2.7 Relatividade da Simultaneidade
Na Relatividade galileana, dois eventos são simultâneos para qualquer observador
desde que, em qualquer referencial inercial, ocorra a simultaneidade. Isto porque, para a
Relatividade galileana, o tempo é absoluto, independe do referencial que estivermos
utilizando. Para a Relatividade Especial de Einstein, o conceito de tempo deixou de ser
absoluto e passou a ser relativo. Eventos simultâneos, em um determinado referencial inercial,
40
não serão necessariamente simultâneos em outro referencial inercial. Assim, a noção de
simultaneidade também é relativa. Vejamos um exemplo simples. Consideremos o trem de
Einstein (experiência de pensamento) que se desloca com velocidade relativística constante V
(velocidade próxima da luz), com um observador S’ que se encontra exatamente no meio do
trem, e outro observador S que se encontra no solo, e que estão se cruzando exatamente
quando os raios ocorrem (ver figura 7). Consideremos que dois raios atinjam as posições
frontal e traseira do trem, do ponto de vista do observador S, ao mesmo tempo. Os eventos
serão simultâneos para o observador S, pois as duas frentes de onda de luz irão atingi-lo ao
mesmo tempo. Já para o observador que está no referencial no interior do trem (referencial S’)
os eventos não serão simultâneos, ou seja, ele verá primeiro a frente de onda da frente, pois é
neste sentido que se desloca o trem, e depois verá a frente de onda de trás. Isto está de acordo
com o princípio da invariância da velocidade da luz, ou seja, para qualquer que seja o
observador inercial, ambos os pulsos se movem com a mesma rapidez c. logo, S’ é levado a
concluir que o raio produzido na frente do trem foi emitido primeiro do que o outro, ou seja,
para este observador os raios não são simultâneos.
Mas quem está com a razão, o observador S ou o observador S’? Ambos estão corretos;
embora pareça estranho, não existe uma única resposta para esta questão. A simultaneidade é
uma noção relativa e não absoluta.
Analise a figura a seguir.
Figura 8
41
Se a velocidade da luz fosse infinita em qualquer referencial, os dois eventos
seriam simultâneos para os dois observadores. Mas, como a rapidez da luz é igual em
todas as direções em qualquer referencial inercial, os dois eventos que são
simultâneos em um referencial não serão necessariamente simultâneos em outro
referencial.
2.8 Dilatação Temporal
Uma das conseqüências da luz se propagar em todas as direções com a mesma rapidez
é que as medidas de tempo não são mais absolutas, como consideravam Galileu e
Newton, ou seja, as medidas de tempo irão depender do referencial inercial em que o
tempo é medido. Consideremos a seguinte situação: um trem desloca-se com
velocidade constante V , em relação ao solo, o qual poderemos considerar como um
referencial inercial que chamaremos de S. Dentro do trem, que será o nosso
referencial inercial S’, um sinal de luz emitido verticalmente e refletido por um
espelho que se encontra no teto. Sejam D a distância do teto até a fonte emissora de
luz, e Dt’ intervalo de tempo necessário para que a luz se desloque até o espelho e
retorne, do ponto de vista de S’. Assim Dt’ = 2.D/c. Veja a figura 8, que indica
esquematicamente a experiência realizada em S’.
Figura 9
Agora, se considerarmos um observador que se encontra no solo, onde o trem se
desloca com velocidade V constante, ele irá medir um intervalo de tempo maior para
o mesmo processo. Como a luz percorre uma distância AB com a mesma rapidez,
teremos que o intervalo de tempo para a luz atingir o espelho, medido por este
observador, será igual a AB/c. Logo a experiência (ida e volta do sinal de luz) terá
42
durado o intervalo de tempo Dt = 2.AB/c. Como a distância AB é maior que a
distância D e sendo a rapidez da luz constante, teremos como conseqüência que Dt >
Dt’. Analise a figura 9.
Figura 10
Enquanto o sinal de luz sobe da fonte até o espelho, o trem desloca-se, no solo, de
uma distância d, que pode ser determinada por d = V . Δt/2. Podemos determinar a
relação entre Δt’ e Δt pelo teorema de Pitágoras, considerando o triângulo retângulo
da figura 10.
Figura 11
Temos, portanto:
(AB)2 = d2+D2
c2. Δt2 = V2 . Δt2 + c2 . Δt’2
(c2 – V2) . Δt2 = c2 . Δt’2 .
Dividindo tudo por c2, temos: Δt2 (1 − v2
c2) = Δt´2
Usualmente utilizamos Δt = γ . Δt’2, onde γ é denominado de fator de Lorentz:
43
Veja que só V < c permite, para γ, um valor real.
Como o fator γ é sempre maior que um, teremos como já referido anteriormente, que
Δt > Δt’. Assim, quem está fora do trem irá medir um intervalo de tempo maior do
que o observador que estiver dentro do trem. Este fenômeno é conhecido como
dilatação temporal.
O intervalo de tempo para quem mede no interior do trem é chamado de tempo
próprio (Δt’), e o intervalo de tempo para quem está no referencial fora do trem é
chamado de tempo dilatado (Δt). O movimento, portanto, afeta o tempo. O tempo
próprio é o do referencial em que se está medindo a duração entre dois eventos
ocorridos no mesmo local (em nosso exemplo, emissão e absorção do sinal de luz,
pela fonte fixa ao trem). Não percebemos a dilatação do tempo em nosso cotidiano
porque as velocidades que atingimos são muito menores que a velocidade da luz, o
fator de Lorentz sendo praticamente igual a um.
2.9 Contração do Espaço
Outra conseqüência dos postulados da Relatividade Restrita é a relatividade do
comprimento. Assim como o tempo, o comprimento terá valores diferentes para
observadores que se encontram em movimento relativo um em relação ao outro. A
contração do comprimento sempre ocorre na mesma direção do movimento.
Vamos considerar novamente, como exemplo, um trem que se desloca com
velocidade constante em relação à plataforma da estação, e dois observadores: um no
interior do trem (S’) e outro na plataforma (S). Suponhamos que um observador em S
meça o comprimento da plataforma, encontrando o valor L. Este é o chamado
comprimento próprio da plataforma, aquele que foi medido no referencial em que ela
está em repouso. Este observador vê a frente do trem passar pela plataforma no
intervalo de tempo Δt.
Note que o trem viaja na direção do comprimento medido. São medidas na direção do
movimento do referencial móvel que sofrem efeitos relativísticos. O observador em S
44
pode, então, concluir que L = V. Δt. Para um observador em S’, a plataforma é que se
move. Para ele, o comprimento medido vale L’= V. Δt’, onde Δt’ é o tempo próprio, a
duração entre dois eventos ocorridos no mesmo local, em seu referencial: a passagem
de um extremo da plataforma pela frente do trem, e a passagem do outro extremo da
plataforma pela mesma frente do trem.
Aqui, o comprimento próprio é L. Como γ > 1, L’ < L, ou seja, o comprimento da
plataforma, conforme medido em um referencial em relação ao qual ela está em
movimento, é sempre menor que seu comprimento próprio.
2.9.1 Contração de Lorentz - FitzGerald
Vimos que as medidas de comprimento são afetadas pelo movimento relativo
dos corpos, sendo isto uma conseqüência do segundo postulado. Então, fica o
questionamento: o que acontece com um objeto que se encontra em movimento
relativo a um referencial inercial? Há uma contração no material, onde as moléculas
são afetadas pelo movimento, ficando umas mais próximas das outras, ou seja, há
uma alteração na estrutura do material?
Ou será que é apenas a aparência visual do objeto em movimento relativo?
Antes de Albert Einstein publicar a Teoria da Relatividade Especial em 1905, os
físicos George Francis FitzGerald (Irlanda, 1851 - 1901) e Hendrik Antoon Lorentz
(Holanda, 1853 - 1928), propuseram a mesma relação da contração do comprimento
na direção do deslocamento, porém com significado diferente. Para Lorentz e
FitzGerald a contração era resultado da modificação da estrutura da matéria: o éter
(meio hipotético onde a luz se propagava) afetava as forças moleculares, o que
explicaria a contração do comprimento. Este argumento foi utilizado e aceito na
época, pois assim explicava os resultados negativos obtidos por Michelson e Morley,
na identificação do éter através do interferômetro, conforme já mencionado na seção
2.3.1.
No artigo de FitzGerald (1889), ele descreve a influência do éter na estrutura dos
materiais: “...parece ser uma suposição não improvável que as forças moleculares
sejam afetadas pelo movimento [relativo ao éter] e que, em conseqüência, o
tamanho do corpo se altere”.
A partir da Teoria da Relatividade Especial de Einstein, a contração do comprimento
passou a ter um outro significado, deixando de ser uma contração que afetaria a
45
estrutura da matéria, e passou a ser uma contração devido à aparência visual dos
objetos em movimento relativo.
Comparando a interpretação dada por FitzGerald com a de Einstein, verificamos que a
primeira estava relacionada com a mudança estrutural da matéria enquanto que a
segunda (Einstein) está relacionada com o ato de medir, ou seja, não ocorre uma
mudança na estrutura da matéria dos corpos, mas sim uma alteração nas medidas de
comprimento, pelo fato da luz possuir a mesma rapidez em todas as direções.
2.10 Adição de Velocidades na Relatividade Especial
Na Relatividade Especial, como já discutimos nas seções 4 e 5, as medidas de
tempo e espaço foram modificas totalmente, e fomos obrigados a abandonar a
Relatividade galileana. Como conseqüência, a adição de velocidades também foi
alterada, até mesmo porque nenhum corpo pode possuir velocidade maior que a da luz
em relação a um referencial inercial.
Vamos recordar um pouco a soma galileana de velocidades: considere um trem que se
desloca com velocidade V constante, conforme a figura 11, e uma pessoa dentro do
trem deslocando-se no mesmo sentido do trem (referencial inercial S’). Um
observador está em repouso em um referencial inercial S, preso ao solo. O módulo da
velocidade da pessoa que caminha no interior de trem, para quem está em repouso no
solo, será:
v = V + v’, (16)
Onde:
V é o módulo da velocidade de S’ em relação a S;
v’ é o módulo da velocidade da pessoa em relação a S’, caminhando no mesmo
sentido do movimento do trem;
v é o módulo da velocidade da pessoa, como vista pelo observador em S.
Figura 12
46
Em outra situação, onde a pessoa no interior do trem (referencial S’) desloca-se em
sentido contrário ao do trem (figura 12), teremos:
v = V - v’ , (17a)
onde v’ refere-se ao módulo da velocidade com que a pessoa caminha, em relação ao
trem para trás, e supomos V > v’. Se o trem viaja tão lentamente de tal forma que V <
v’, então o observador em S verá a pessoa deslocar-se para a esquerda com uma
velocidade de módulo
v = v’ – V . (17b)
Figura 13
Para velocidades relativísticas (próximas da velocidade da luz) não podemos
utilizar a adição de velocidades descrita por Galileu, pois, de acordo com o segundo
postulado da Relatividade Especial, a luz desloca-se em todas as direções com a
mesma rapidez c. Por exemplo, uma fonte que se desloca com rapidez 0,8.c em
relação ao solo emite um pulso de luz com rapidez c; então, utilizando a equação
calcularemos que o pulso de luz se deslocaria com rapidez 1,8.c, em relação ao solo,
ou seja, com uma velocidade maior que a velocidade da luz.Após efetuar os cálculos
veríamos que:
v = c , consistente com o segundo postulado da Relatividade Especial.
2.11 PARADOXO DOS GÊMEOS
O paradoxo consiste no seguinte: dois irmãos gêmeos, José e Carlos, crescem
juntos até a idade de 25 anos, quando Carlos é escolhido para realizar uma viagem a
47
uma estrela que fica distante 15 anos-luz da Terra. Para realizar a viagem será
utilizado um foguete que atinge a velocidade de 99% da velocidade da luz (0,99.c).
Para José, na Terra, o tempo de viagem de Carlos será de 30,30 anos (tempo dilatado)
(verifique a validade desta afirmação). Para Carlos, que viajou, o tempo transcorrido
(tempo próprio) será menor.
Para Carlos, que viajou, terão sido transcorridos apenas 4,24 anos, ou seja, sua idade
após a viagem será de 29,24 anos, enquanto que José, que permaneceu na Terra, terá
55,30 anos, ou seja, José será mais velho que Carlos aproximadamente 26 anos.
Agora, considere uma situação contrária. Vamos colocar o nosso referencial S em
Carlos, que está dentro do foguete. Desta forma, Carlos verá seu irmão José se
afastando. Nesta situação consideramos o foguete em repouso, e o tempo próprio
passa a ser o tempo medido por José, que está em movimento em relação a Carlos,
que medirá o tempo dilatado. Então, eis o paradoxo: dependendo do referencial que
escolhermos José ou Carlos estará mais velho ao final da viagem. Como resolver este
paradoxo? É simples: José está na Terra, e podemos considerar que este é um
referencial inercial. Já Carlos, que está no foguete, não pode ser considerado como
um referencial inercial, pois, para atingir a velocidade de 0,99.c, e para mudar de
sentido de movimento, o foguete tem de ser acelerado. Não temos paradoxo, já que
não estamos comparando observações a partir de dois referenciais inerciais.
48
3 Cartão Resposta
A
B
C
D
E
49
4 Aplicativo LIMC
Imagens meramente ilustrativas de apresentação do aplicativo LIMC
Para Iniciar
a) Sistema operacional Windows:
- Se o autorun estiver habilitado, o CD iniciará sozinho;
- Caso contrário, clique em "iniciar.exe".
b) Sistema operacional Linux ou MacOS (ou similares):
- Clique em "index.html" e o conteúdo abrirá dentro de seu navegador
predileto (obs.: É necessário ter algum navegador tipo Internet Explorer, Firefox,
Opera, etc. instalado em sua máquina)
O Acesso é possível pelo link: http://www.if.ufrj.br/~marta/aplicativos/ ou
http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:SeKFvamI7iIJ:www.if.ufrj.
br/~marta/aplicativos/+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
50
51
52
53
5 Referências Bibliográficas
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