UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE … de Melissa VAZ... · bom, não evitou a prática de testes...

46
UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO MELISSA VAZ DE LIMA SEIRAFE A ANSIEDADE NA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA DA PRIMEIRA HABILITAÇÃO MACEIÓ - AL 2014

Transcript of UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE … de Melissa VAZ... · bom, não evitou a prática de testes...

UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO

MELISSA VAZ DE LIMA SEIRAFE

A ANSIEDADE NA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA DA PRIMEIRA

HABILITAÇÃO

MACEIÓ - AL

2014

MELISSA VAZ DE LIMA SEIRAFE

A ANSIEDADE NA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA DA PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito. Orientador: Prof Ms. Alessio Sandro de Oliveira Silva

MACEIÓ - AL

2014

MELISSA VAZ DE LIMA SEIRAFE

A ANSIEDADE NA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA DA PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito.

APROVADO EM ____/____/____

________________________________________________________

PROF MS. ALESSIO SANDRO DE OLIVEIRA SILVA

ORIENTADOR

_______________________________________________________

PROF. DR. LIÉRCIO PINHEIRO DE ARAÚJO

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________________

PROF. ESP. FRANKLIN BARBOSA BEZERRA

BANCA EXAMINADORA

DEDICATÓRIA

Com muito carinho dedico esta monografia a minha família, principalmente a minha

querida avó, falecida nesse tempo, que sempre estiveram ao meu lado, me

apoiando e principalmente acreditando em mim.

Aos professores pelo simples fato de estarem dispostos a ensinar, Ao meu

orientador Manoel Ferreira Nascimento pela paciência demonstrada no decorrer do

trabalho.

Enfim, a todos que de alguma forma tornaram este caminho mais fácil de ser

percorrido.

AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais pela determinação e luta para eu poder concluir

essa graduação,

Ao meu marido por entender minhas ausências,

Lutas, conquistas, vencer e viver é o meu modo de agradecer sempre!!!!!

“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas,

mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra

alma humana.”

(Carl Jung)

RESUMO

Este trabalho vem apontar os comportamentos apresentados no ser humano, quando este vai adquirir sua primeira carteira de habilitação, sabendo que o nervosismo (medo de serem reprovados nos testes psicotécnicos, e com isso, atrasarem em sua meta), e a ansiedade (quererem logo sua habilitação) são notáveis em algumas pessoas. O objetivo deste trabalho consiste em observarem-se os principais comportamentos apresentados e tentar ajuda-los na diminuição desse nervosismo e ansiedade. A metodologia usada nesta pesquisa foi bibliográfica (livros, sites, artigos), e também o estudo de caso, onde foi avaliado 20 pessoas que iam conquistar pela primeira vez sua habilitação, em uma clínica, chamada ‘Clínica Ciretran – Santos’, foi aplicado o Inventário de Beck, onde o mesmo contém 21 perguntas, apresentando o comportamento antes de serem aplicados os testes. Chega-se a conclusão de que se as pessoas, podessem viver com menos ansiedade, em tudo que a vida lhe impor, ela conseguirá viver melhor e com uma boa qualidade de vida. Palavras-chave: Testes Psicotécnicos, Comportamentos, Ansiedade, Nervosismo.

ABSTRACT

This paper has pointed out the behaviors in humans, when it will acquire your first driver's license, knowing that nervousness (fear of being disapproved in psychometric tests, and thus, delay in its goal), and anxiety (wanting your logo habilitation) are notable in some people. The objective of this work is to observe are the main behaviors presented and try to help them in reducing this anxiety and nervousness. The methodology used in this research was literature (books, articles, sites), and also the case study, which assessed 20 people who were going to win their first qualification in a clinic called 'Clinic Ciretran - Santos' was applied to this Beck, where it contains 21 questions, presenting the behavior before the tests are applied. Arrives at the conclusion that if people can live with less anxiety in all that life force him, she better be able to live with a good quality of life.

Keyword: Psychometric Tests, Behaviors, Anxiety, Nervousness.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 01 – Valores Quantitativos dos Comportamentos Apresentados nas

Mulheres quanto Dormência, Sensação de Calor, Tremor nas

Pernas, Incapacidade de Relaxar e Medo. ..................................... 31

Gráfico 02 – Valores Quantitativos dos Comportamentos Apresentados nas

Mulheres quanto Atordoamento, Palpitação, Falta de Equilíbrio,

Aterrorizada e Nervosismo. .............................................................. 31

Gráfico 03 – Valores Quantitativos dos Comportamentos Apresentados nas

Mulheres quanto Sensação de Sufoco, tremores nas Mãos,

Medo de Perder o Controle e dificuldade de Respirar...................... 32

Gráfico 04 – Valores Quantitativos dos Comportamentos Apresentados nas

Mulheres quanto Medo de Morrer, Indigestão, Sensação de

Desmaio, Rosto Afogueado, Suor Frio e Assustada. ....................... 33

Gráfico 05 – Valores Quantitativos dos Comportamentos Apresentados nos

Homens quanto Dormência, Sensação de Calor, Tremor nas

Pernas, Incapacidade de Relaxar e Medo. ..................................... 33

Gráfico 06 – Valores Quantitativos dos Comportamentos Apresentados nos

Homens quanto Sensação de Sufoco, tremores nas Mãos,

Medo de Perder o Controle e dificuldade de Respirar...................... 34

Gráfico 07 – Valores Quantitativos dos Comportamentos Apresentados nos

Homens quanto Atordoamento, Palpitação, Falta de Equilíbrio,

Aterrorizada e Nervosismo. .............................................................. 35

Gráfico 08 – Valores Quantitativos dos Comportamentos Apresentados nos

Homens quanto Medo de Morrer, Indigestão, Sensação de

Desmaio, Rosto Afogueado, Suor Frio e Assustada ........................ 35

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 11

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................. 12

2.1 O Conceito de Bom Motorista ...................................................................... 12

2.1.1 Histórico ...................................................................................................... 12

2.1.2. A Validade do Psicotécnico ...................................................................... 13

2.2 Normatizações e Aspectos sobre o uso de Testagem Formal na Avaliação Psicológica .................................................................................. 15

2.3 Processo de Avaliação Psicológica para fins de CNH ............................... 16

2.4 A Atuação do Profissional quanto à Avaliação Psicológica para fins de CNH ........................................................................................................... 18

2.5 Ansiedade ...................................................................................................... 19

2.5.1 Definições de Ansiedade ........................................................................... 19

2.5.2 Ansiedade no Trânsito ............................................................................... 22

3 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................ 28

3.1 Ética ................................................................................................................ 28

3.2 Tipo de Pesquisa ........................................................................................... 28

3.3 Universo ......................................................................................................... 28

3.4 Sujeitos da Amostra ...................................................................................... 29

3.5 Instrumentos de Coleta de Dados ............................................................... 29

3.6 Plano para Coleta dos Dados ....................................................................... 29

3.7 Plano para a Análise do Dados .................................................................... 29

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 30

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 37

REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 38

APÊNDICE ............................................................................................................ 43

ANEXOS ............................................................................................................... 45

11

1 INTRODUÇÃO

Todo jovem sonha com sua primeira Carteira Nacional de Habilitação (CNH),

e há também alguns adultos que ainda não a possui e a almeja muito, mas, que por

alguma circunstância não a conquistou ainda.

Segundo a reportagem do jornal Gazeta do Povo (2011), em nosso país são

habilitados milhares de brasileiros mensalmente. Mas, conquistar a CNH requer um

processo desgastante que acarreta um nervosismo, levando o indivíduo a ficar

inseguro.

No mundo atual que vivemos, tudo está modernizado, necessitando que as

pessoas estejam ligadas e informadas sobre todas as questões exigidas que são

impostas na vida diária. Isso faz com que todos fiquem muito ansiosos, inclusive o

jovem que espera impacientemente por sua primeira habilitação, e com isso, ficar

independente no volante de um carro, ou pilotar uma moto. (GLOBO REPORTER,

2011)

De acordo com Abreu (2011), o jovem quando atinge a maioridade, seus 18

anos, a primeira coisa que ele tem como atitude, é conquistar sua CNH, isso faz com

que eles sintam certa independência. O primeiro empecilho que aparece quando se

vai tirar a CNH, é o psicotécnico, um exame exigido para tal aquisição, que avalia a

condição motora, leva aos candidatos a se perguntarem: Para que serve? O que é

avaliado? O que leva uma pessoa a ser reprovada?

Quando o candidato sabe que é necessário passar por diversos obstáculos

(provas, testes e aulas) para conquistar a tão sonhada habilitação, começa a ficar

ansioso demais, mas, destes obstáculos o mais pesaroso é o exame psicotécnico.

É bom ressaltar que, o candidato que vai realizar este exame, fica nervoso

demais, o que acaba atrapalhando em seu desempenho, mudando o resultado, com

isso, acontece o retardamento deste sonho dos jovens, segundo Rocha (2010), o

psicotécnico não é difícil, embora seja necessária muita concentração e atenção, e

alguns detalhes não cumpridos são o bastante para ser reprovado.

A imaturidade e inexperiência de alguns jovens faz com que não notem que

para ser aprovado é preciso somente ter calma, evitando que ‘chute’ nas respostas,

pois são perguntas simples que necessitam apenas de muita atenção e boa

interpretação. Este trabalho tem como foco principal entender porque ocorre esta

ansiedade toda, com relação ao exame de psicotécnico.

12

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 O Conceito de Bom Motorista

O psicólogo de trânsito se foca primordialmente em traçar o perfil de um

motorista apto a dirigir, onde a fundamentação científica ainda não foi atingida, mas,

é necessário saber o perfil traçado de um motorista bom, segundo o autor FARINA

(2004), esta importância se dá devido a probabilidade de um desenvolvimento das

ferramentas de avaliação psicológica em relação ao perfil traçado, com isso,

adequariam aos candidatos escolhidos à CNH.

2.1.1 Histórico

Seguramente a inexistência de uma consideração científica de um motorista

bom, não evitou a prática de testes de habilitação. Ao invés disso, desde a

massificação dos transportes, sempre houve preocupação com a cientificidade deste

procedimento. Hoffmann (2003) lembra que no Brasil a seleção e orientação

psicológica nos transportes começam no Estado de São Paulo nas primeiras

décadas do século passado atendendo ao setor ferroviário, fato que também

significou a possibilidade do desenvolvimento da Psicologia do Trânsito no Brasil.

Com a criação do primeiro Código Nacional de Trânsito (CNT) de 1941, são

estabelecidos exames psicotécnicos para aspirantes a condutor profissional e para

motoristas envolvidos em acidentes, mas apenas em 1953 os testes psicotécnicos

se tornam obrigatórios a todos os candidatos à Carteira Nacional de Habilitação

(CNH). Em 1966 um novo código de trânsito entra em vigor, constituindo-se em

importante marco, segundo Hoffmann (2003, p.22), porque “viria ratificar com mais

força a obrigatoriedade da introdução dos exames psicológicos para a obtenção da

carteira de habilitação em todos os Estados brasileiros. Além disso, este Código foi

extremamente importante na medida em que proporcionou os conceitos de

unificação e uniformidade em relação à avaliação de condutores”.

A partir de meados da década de 80, o Psicólogo do Trânsito passa a receber

muitas críticas, principalmente contra sua função de simples aplicador de testes cuja

utilidade prática talvez não existisse (HOFFMANN, 2003). Ações oficiais de

13

reformulação do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) de 1998, que tem fomentado o

desenvolvimento de pesquisas em bases multidisciplinares visando à melhor

abordagem da complexidade do fenômeno trânsito (HOFFMANN, 2003). O momento

atual em Avaliação Psicológica é de intensa reformulação teórica e metodológica.

2.1.2. A Validade do Psicotécnico

De acordo com o DENATRAN (1998), resolução nº 80, conteúdo obrigatório

da Avaliação Psicológica aos aspirantes à CNH, classificado em três áreas da

Psicologia.

1) Percepto – Reacional, Motora e Nível Mental subdividida em: atenção; percepção; tomada de decisão, motricidade e reação, cognição e nível mental. 2) A área do Equilíbrio Psíquico e as Habilidades Especificas, subdividida em: ansiedade e excitabilidade; ausência de quadro reconhecidamente patológico; controle adequado da agressividade e impulsividade; equilíbrio emocional; ajustamento pessoal-social; demais problemas correlatos (alcoolismo, epilepsia, droga adição, entre outros), que possam detectar contraindicação a segurança do transito). 3) As Habilidades Específicas e Complementares, que dizem respeito a: tempo de reação; atenção concentrada; rapidez de raciocínio; relações espaciais outras, desde que necessárias ao aprofundamento da avaliação psicológica.

Ao ser aplicada esta avaliação, os resultados podem ser: “apto”, “inapto

temporariamente” e “inapto". O aspirante é considerado apto “quando apresentar

desempenho condizente na Avaliação Psicológica para condução de veículo

automotor na categoria pretendida.” É considerado apto com restrições “quando

apresentar distúrbios ou comprometimentos psicológicos, que estejam no momento

temporariamente sob controle, fazendo constar o prazo de validade para a

revalidação da CNH.” Para o candidato ser considerado “inapto” é atribuído ao

indivíduo “quando apresentar nas áreas avaliadas que estejam fora dos padrões de

normalidade e de natureza não recuperável.”

Embora o texto oficial pareça claro quanto à fundamentação e definição do

perfil de bom motorista, a discussão sobre a validade destas disposições legais é

uma das maiores em Psicologia do Trânsito atualmente e tem produzindo

considerável literatura a respeito Alchieri e col. (2003). A primeira crítica à legislação,

compartilhada por todos esses autores, é de que

14

as avaliações psicotécnicas no país sempre se constituíram por provas de personalidade e entrevistas que desde os primeiros trabalhos publicados na área sobre aspectos psicológicos a avaliar (VIEIRA, PEREIRA E CARVALHO, 1953) observa-se que as primeiras avaliações eram conduzidas por meio de provas de personalidade, de aptidão e de entrevistas, sem que as características do que avaliar estivessem descritas quanto ao estabelecimento de critérios para o comportamento do motorista. Os resultados das avaliações simplesmente mediam os resultados do sujeito, sem que houvesse qualquer perfil ou padrão do que indicasse o que deveria ser considerado apto ou não ALCHIERI e NORONHA (2003, p.317).

Para Alchieri, (2003) as causas de tal status quo seriam a falta de consciência

do Psicólogo sobre quais instrumentos avaliativos utilizar e a finalidade específica de

cada teste. Hoffmann e Cruz (2003) destacam outras possíveis causas: a falta de

conhecimento mais preciso sobre o fenômeno trânsito por parte das entidades

oficiais e a falta de difusão dos resultados das avaliações para CNH, que impede

estudos acerca do que deveria ser avaliado, uma vez que “só e possível realizar a

intervenção quando se conhece o fenômeno que se quer avaliar” (HOFFMANN;

CRUZ, 2003, p.183). Assim, talvez os problemas dos testes psicológicos, segundo

estes autores, se resumiriam a aspectos burocráticos impedindo a produção e

aplicação de um melhor instrumento avaliativo ou então à atitude displicente de

psicólogos, que não estariam empenhados em aperfeiçoar este instrumento.

Entretanto, os problemas talvez se devam à falta de cientificidade com que o

assunto é tratado. Mea e Ilha (2003, p.273) salientam que: “não existem habilidades

especificas necessárias e ou precisas investigadas cientificamente que sirvam como

parâmetro de comparação para dizer se um motorista está apto ou não para dirigir.”

Lamounier e Rueda (2005, p. 26) sustentam idêntica opinião:

As informações científicas que se têm até o dia de hoje ainda não fornecem subsídios para compreensão das infrações associadas ‘as características de personalidade (...) não existe um estudo que defina claramente um perfil de bom motorista, seja no exterior seja no Brasil, em virtude da dificuldade de realização desse tipo de trabalho.

Portanto, de nada serviria o CTB especificar as ferramentas necessárias à

Avaliação Psicológica e os seus respectivos pareceres, como na Resolução 80/98,

se ambos ainda carecem de suficiente respaldo científico.

Em decorrência, proliferam as pesquisas em busca do perfil realmente

científico de bom motorista, e apesar do objetivo ainda não ter sido alcançado,

“muito tem se caminhado no sentido de conseguir um perfil psicológico mais próximo

15

do ideal” (LAMOUNIER; RUEDA, 2005, p. 26). O otimismo, para ambos, é apoiado

em estudos que têm evidenciado certa correlação consistente entre acidentes de

trânsito e características de personalidade como irritabilidade, agressividade,

histórico de conflitos familiares, personalidade instável, descontrole emocional,

estresse, inteligência e percepção. Dentre todas essas causas, a agressividade vem

se consolidando como a principal (LAMOUNIER; RUEDA, 2005). De acordo com os

autores, um perfil psicológico favorável de motorista se constataria a medida em que

se evidenciasse a antítese destas características negativas. Naturalmente, como os

próprios autores reconhecem, o problema ainda aguarda solução melhor.

2.2 Normatizações e Aspectos sobre o uso de Testagem Formal na Avaliação

Psicológica

Pela Resolução nº 02/2003 do CFP, são considerados testes psicológicos em

condições de uso, aqueles que, após receber parecer da Comissão Consultiva em

Avaliação Psicológica, for aprovado pelo CFP.

Eles são métodos ou técnicas de uso privativo do psicólogo, e são

instrumentos de avaliação e de mensuração de característica psicológicas. A

Resolução determinou que além, de conterem fundamentação teórica, também

deverão apresentar evidências empíricas de validação e precisão das interpretações

propostas para os escores dos testes, justificando os procedimentos adotados na

investigação. Entre outros aspectos, testes estrangeiros, devem ser adequados a

partir de estudos realizados com amostras brasileiras. Todos os testes aplicados no

mercado nacional passam pela avaliação de qualidade do Conselho Federal de

Psicologia.

No dicionário teste significa: “exame, observação ou avaliação crítica”. Urbina

(2007), cita que o teste psicológico é um procedimento sistemático para a obtenção

de amostras de comportamentos relevantes para o funcionamento cognitivo ou

afetivo e também, para a avaliação destas amostras de acordo com certos padrões,

que na essência, são simplesmente amostras de comportamento.

Os testes podem ser padronizados, pois neste caso, apresentam objetividade

no processo da testagem, também de caráter de uniformidade de procedimentos na

administração, avaliação e interpretação dos resultados, para que este seja o mais

uniforme possível, para a redução de variáveis no resultado.

16

Para a avaliação de um resultado do teste psicológico, Urbina (2007) afirma

que deve apresentar uma amostra normativa de um grupo de indivíduos. Sobre os

testes que avaliam habilidades e conhecimentos e qualquer outra função cognitiva,

serão referidos como testes de habilidade e todos os outros serão denominados

testes de personalidade.

No campo da mensuração psicológica, também conhecido como psicometria,

a padronização dos resultados são apresentadas em forma de escalas, com um

grupo de itens com uma variável, e são dispostos em ordem de dificuldade ou

intensidade, e escalonados.

Quando se trata de Bateria, é um grupo de testes e sub testes que são

aplicados de uma única vez a uma única pessoa, no qual são avaliados as diversas

funções, como exemplo o Teste WISC – Escala Wescheler de Inteligência para

crianças ou a BFM - Bateria de Funções Mentais para Motorista.

Os testes também podem servir para outros fins para os quais além dos que

foram criados. Eles são ferramentas usadas no processo de avaliação que se

prestam à investigação de:

a) questões diagnósticas, tais como diferenciar entre depressão e demência;

b) predições, como estimar a probabilidade de comportamento suicida e homicida, e

c) julgamentos avaliativos.

Nenhumas destas prerrogativas citadas, podem ser resolvidas somente por

meio de escores de testes formais, mas em geral são componentes chaves da

avaliação psicológica. A diferença reside em avaliar vários procedimentos, como

entrevista, observações juntamente com a testagem, e também outras dimensões.

Segundo URBINA (2007), os resultados levantam dados para o uso na tomada de

decisões.

2.3 Processo de Avaliação Psicológica para fins de CNH

O aumento na produção e utilização dos meios de transporte no decorrer do

século ampliou os conflitos e as dificuldades relativas à ocupação do espaço público,

crescimento populacional e da frota e principalmente, no que tange as mortes e

perdas econômicas por disfunções no funcionamento do sistema de tráfego. Cada

17

vez mais se mostrou necessária a seleção de pessoas capacitadas para a

circulação, com intuito de evitar o acesso ao sistema, de pessoas “problemáticas”

que poderia apresentar um mau desempenho como condutor.

A partir desta necessidade é que se estabelece o trabalho mais antigo da

Psicologia de Trânsito: a Avaliação Psicológica de motoristas, avaliação esta que

pressupõe, teoricamente, que existem pessoas que não podem dirigir e outras que

possuem as habilidades e as condições necessárias para assumir o papel de

motorista. (MACHADO, 1996)

Observa-se uma preocupação crescente em relação a questões pertinentes

ao trânsito, principalmente quanto a acidentes, vidas perdidas e prejuízos financeiros

decorrentes de tais eventos. De acordo com Campos (1951), na história da

psicologia é antigo “o desejo de diminuir os acidentes de tráfego com emprego da

seleção por meio de testes psicológicos”. Relata que o primeiro registro data de

1910, em Nova York (EUA), quando o professor Hugo Munsterberg foi convidado

pela Associação Americana de Legislação Trânsito do Trabalho, pressionada por

empresas de ônibus e companhias de seguros, a “selecionar só motoristas

prudentes e aptos, e instruir a população de como andar nas ruas”. Assim entrou em

cena o primeiro psicólogo do trânsito que teve a difícil tarefa de criar, sem referencial

e nem pesquisa, o perfil do bom motorista, através de métodos psicotécnicos para

seleção de condutores.

Percebe-se desde do início do Século XX o interesse em avaliar as

habilidades necessárias para atuação do condutor no trânsito. Alves (1999) cita que

os exames psicológicos para condutores de veículos no Brasil foram

regulamentados em 1966, sendo que eles constavam de várias provas perceptivas,

de avaliação de nível mental, da personalidade e da coordenação bimanual, esta

última, através dos discos de Walter. Posteriormente, as provas perceptivas

deixaram de ser aplicadas tendo permanecido apenas as três últimas. A resolução

nº 353/62, do Código Nacional de Trânsito, regulamentou o Exame Psicológico para

a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, o que alterou o volume de

exigências ao profissional de psicologia. A partir, desta regulamentação, o

psicotécnico passou a ser chamado de avaliação psicológica.

18

2.4 A Atuação do Profissional quanto à Avaliação Psicológica para fins de CNH

Com o passar dos anos, ter um psicólogo na área do trânsito, foi preciso, com

o intuito de avaliar e nomear as pessoas que tinham capacidade de ser um

motorista. Atualmente a única referência do psicólogo de trânsito, é o de ‘aplicador

de testes’, a mesma foi referência em vários países, é um ponto muito forte até

mesmo entre os profissionais da área.

Existem alguns psicólogos que nomeiam aspirantes a motoristas, sem ao

menos se preocuparem em terem resultados de estudos científicos, relacionados as

etapas psicológicas implícitas ao ato de dirigir, e sem que os testes sejam contidos

aos estudos críticos sobre a validação dos mesmos.

Grande parte dos psicólogos, argumentam sobre a maneira como estes

profissionais avaliadores do trânsito atuam, crendo desta forma, que não possuem o

domínio técnico para atuar neste cargo, de acordo com Sbardelini (1990), esta

ocorrência vem confirmando o conceito geral de insuficiência na formação de

avaliadores. Verifica-se então que esta falha está relacionado ao fato de que muitas

Universidades dão preferência em seus currículos treinamento de aplicação,

esquecendo da aplicação e avaliação.

Em concordância com Alchieri (1999), o aprendizado da avaliação psicológica

não se resume ao entendimento dos instrumentos e de sua maneira de ser aplicado,

é imprescindível a técnica, mas também a postura, a análise e as condições de

conhecimento do caso.

Toda essa preocupação em volta da atuação deste profissional,

impulsionaram na invenção de resoluções, as quais, consigam ocupar estes

espaços na formação, com isso, a resolução 080/98 do CONTRAN veio de encontro

a estes objetivos, e atualmente exige e regulamenta a realização do Curso de

Psicólogo Perito Examinador do Trânsito, com carga horária mínima de 120

horas/aula e conteúdo pré-definido, sendo obrigatório para todo profissional

responsável pela avaliação psicológica, seja em instituição pública ou em clínica

privada.

Fazer o exame psicológico antes de começar as aulas para direção, é um

fator indispensável, pois, afirma Gouveia (2002), que qualquer veículo automotor

pode virar uma ‘arma’ das mais perigosas, isto pela maneira de dirigir ou mesmo

perante a qualidade de insegurança do local, por isso, é imprescindível muito

19

cuidado no momento de confiar uma arma a um indivíduo, sem saber previamente

de quem se trata.

É preciso que os psicólogos estejam muito atentos, em relação ao estudo do

comportamento no trânsito, pois pouco se sabe sobre quais fatores permitiriam

diferenciar com exatidão os bons dos maus condutores, mas para isto dispõe banco

de dados informatizado e permanente onde figuram a quantidade e tipos de infração

no trânsito e indivíduos envolvidos.

Exemplifica Gouveia (2002), seria possível relacionar os resultados dos

exames psicológicos de cada condutor com seu desempenho em situação real de

trânsito. Isto geraria um modelo explicativo o qual ajudaria a traçar o perfil do bom

condutor, e auxiliaria na seleção de instrumentos psicológicos mais adequados

neste contexto.

As ferramentas usadas nesta avaliação são válidas no que se propõe, mas

exige maiores estudos para se verificar a necessidade de melhorias e redução de

erros no conjunto da avaliação.

2.5 Ansiedade

Atualmente os tempos são considerados como a Idade da Ansiedade, isso se

dá porque a rotina habitual da vida atual é bem agitada, em virtude de se exigir das

pessoas um comportamento ligado a competição e consumista. Com isso, é notável

perceber que o singelo fato do indivíduo existir nos dias atuais possui a ansiedade, e

deste mal, ninguém está livre.

2.5.1 Definições de Ansiedade

O Dicionário Aurélio (1996), define a ansiedade como: 1 Aflição, angústia,

ânsia. 2 Psicol, atitude emotiva concernente ao futuro e que se caracteriza por

alternativas de medo e esperança; medo vago adquirido especialmente por

generalização de estímulos. 3 Desejo ardente ou veemente. 4 Impaciência,

insofrimento, sofreguidão.

De acordo com Graeff (1999 apud ALEXANDRE, 2010), ansiedade é uma

palavra que vem do grego anshein e quer dizer estrangular, sufocar, oprimir.

Segundo Alen e col., (1995) e SWEDO e col., (1994) apud CASTILHO e col.,

20

(2000), a ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo, apreensão,

constituído por tensão ou desconforto derivado de antecipação de perigo, de algo

desconhecido ou estranho.

Com estas definições de ansiedade apresentadas, nota-se que é um

sentimento que causa medo e aflição relacionado com o futuro.

De acordo com Albuquerque (2011), a ansiedade é vista como algo positivo,

pois a partir do medo, a pessoa ficará em estado de alerta quanto a um provável

perigo, onde o mesmo terá a chance de planejar estratégias necessárias para se

defender.

A pessoa está sempre numa tensão constante e com "medo de algo" que ela

não conhece nem sabe definir. Ela sente-se intranquila e as situações á sua volta

criam-lhe muitas vezes um mal-estar que ela não consegue definir nem controlar.

Este estado de espírito altera negativamente a vida da pessoa e leva-a a afastar-se

da realidade á sua volta, acabando muitas das vezes por prejudicar a sua vida e os

seus relacionamentos.

Contudo, segundo Alves (2011), a ansiedade por ser rápida de passar, mas

na hora com alguns sintomas é um sofrimento muito grande. Cerca de 22% da

população sofre de uma das perturbações de ansiedade em algum momento da sua

vida.

Na visão de Anjos e Oliveira (2012), a ansiedade é ter medo sem razão. Roer

o lápis, as unhas, ter um frio na barriga, suar excessivamente, são sintomas comuns

da ansiedade, que está presente em todas as pessoas. Umas mais evidentes que as

outras, mas quando o corpo está se preparando para reagir a uma surpresa, boa ou

ruim é inevitável algumas reações. O problema é quando esse nervosismo se

transforma num jeito pessimista de ver a vida, ou num medo excessivo de fazer

alguma coisa, transformando-se numa doença.

Todas as definições acima levam para a conclusão de que a ansiedade passa

a ser reconhecida como patológica quando é exagerada, desproporcional em

relação ao estímulo, ou qualitativamente diversa do que se observa como norma e

interfere com a qualidade de vida, o conforto emocional ou o desempenho diário do

indivíduo (ALLEN et al., 1995 apud CASTILHO et al., 2000).

A esse respeito, Barros Neto (2000) adverte que é difícil diferenciar a

ansiedade do medo, pois ambas tem a mesma reação fisiológica, como sudorese

excessiva, taquicardia, tremor generalizado, sensação de sufocamento e outros.

21

Castilho et al., (2000) muito bem destaca que:

A maneira prática de se diferenciar ansiedade normal de ansiedade patológica é basicamente avaliar se a reação ansiosa é de curta duração, autolimitada e relacionada ao estímulo do momento ou não. Os transtornos ansiosos são quadros clínicos em que esses sintomas são primários, ou seja, não são derivados de outras condições psiquiátricas (depressões, psicoses, transtornos do desenvolvimento, transtorno hipercinético, etc.) (p. 20).

Então Alves (2011) cita alguns sintomas que ocorrem quando um indivíduo

está ansioso, como por exemplo: Fadiga (Cansaço); Insônia; Falta de ar ou

sensação de sufoco; Picadas nas mãos e nos pés; Confusão; Mal estar;

Instabilidade ou sensação de desmaio; Dores no peito e palpitações;

Afrontamentos, arrepios, suores (testa, cabeça), frio, mãos úmidas; Boca seca;

Contrações ou tremores incontroláveis; Tensão muscular, dores; Urgência de

defecar ou urinar; Dificuldade em engolir; Sensação de ter um "nó" na garganta;

Dificuldades para relaxar; Dificuldades para dormir; Leve tontura ou vertigem ;

Vômitos incontroláveis.

Zandomeneghi (2011) alerta que quando um indivíduo se encontra nesta

situação, a primeira reação é de salvamento, pois geralmente ele tenta sair desta

pressão a qualquer custo. Impulsivamente, pode abandonar algo que desejava

muito, alegando que não queria tanto assim, ou então, pode permitir que a

ansiedade se deposite na sua cabeça, exercendo uma pressão forte a ponto de

deslocar sua atenção ao que estava gerando ansiedade para a dor física da

enxaqueca ou dor de cabeça.

Conclui-se desta forma, segundo Mendes (2005) que um indivíduo ansioso

experiência diversos sintomas, cujo número e intensidade podem variar, sendo a

ansiedade principalmente caracterizada, no plano psíquico por sentimentos de

tensão emocional, inquietação, preocupação, apreensão ou medo, vivências que

trazem progressivamente dificuldades de concentração, certa apatia, baixa

resistência à frustração, mau-humor, irritabilidade e sensação de perda do controlo,

situação que é vivida penosamente, podendo ir ao ponto de dificultar o

funcionamento do sujeito na sua vida diária. Além disso, o indivíduo experiência

sintomas físicos que refletem um aumento na atividade do sistema nervoso

simpático, como, por exemplo: o ritmo cardíaco, as palpitações, os suores, as dores

musculares, os tremores, as mãos frias e úmidas, etc., etc. Ou seja, sujeitos com

22

traços de dependência, baixa autoestima, introversão, inibição e ansiedade social

muito facilmente desequilibrarão a sua egostasia, ficando ansiosos.

Deste modo, e tendo em conta o que foi exposto, pode-se imaginar que um

indivíduo com tais características, terá um funcionamento inseguro e frágil,

revelando um conflito interno muito intenso. Como consequência terá na sua vida

quotidiana dificuldades na resolução dos problemas com que é confrontado

(MENDES, 2005).

2.5.2 Ansiedade no Trânsito

De acordo com o autor Viecili (2003), a humanidade previne diversas

circunstâncias que exigem soluções ágeis e rotineiras ao convívio da humanidade,

tendo em vista que o trânsito se define como a junção dos deslocamentos, ou seja, a

movimentação dos automóveis e dos pedestres.

“O espaço público agrega uma infinidade de individualidades, com diferentes objetivos nas vias públicas. [...] para que cada um chegue ao seu objetivo há dois conflitos inerentes ao trânsito. O primeiro é o conflito físico, a disputa pelo espaço. Já o segundo é o conflito político, que é menos aparente e reflete os interesses das pessoas no trânsito, interesses ligados à posição de cada um no processo produtivo da sociedade. Dessa forma, os participantes do trânsito vão vivenciar esses conflitos na disputa de maior acessibilidade, rapidez, segurança, facilidade e fluidez no trânsito. A tarefa de assegurar que cada indivíduo garanta suas necessidades e interesses específicos e tenha sua integridade mantida é promovida por um sistema convencional de normas, cuja finalidade é assegurar e organizar a circulação, os deslocamentos humanos.” (VIECILI, 2003, p. 277-278).

Analisando a situação da ansiedade no trânsito, a mesma autora mencionada

Viecili (2003) ressalta que a Resolução nº 80 do Conselho Nacional de Trânsito

(CONTRAN), anexa ao Código de Trânsito Brasileiro, instituída pela Lei nº 9.503, de

23 de setembro de 1997, destaca algumas características psicológicas essenciais

aos motoristas, entre elas, a ansiedade que, além de ser uma das características

avaliadas influencia o desempenho das demais.

É importante frisar que a ansiedade é um dos comportamentos emocionais do

indivíduo, que mais se coloca em evidência no trânsito, pois ele afeta a parte

cognitiva e de percepção dos motoristas. Torna-se um estado psicobiológico nos

indivíduos, onde ao surgimento de situações que necessitam de atitudes ágeis e

incisivas, e esse estado emocional é sanado quando essas situações chegam ao

23

fim. Sendo que, para alguns indivíduos essas reações são mais demoradas, e são

solucionadas por situações que não são reais, causando um medo ao extremo e

uma ansiedade incontrolável.

As maiorias dos indivíduos possuem um sentido geral de perigo que muitas

vezes conduz a uma interpretação catastrófica da realidade, o que, muito

provavelmente, deva-se à jornada evolutiva do ser humano, sua evolução biológica,

pois: “Na Idade da Pedra, ou período Pleistoceno, os perigos eram reais, imediatos e

constantes, a humanidade enfrentava em seu dia a dia inundações, ataque de

animais e outras adversidades que colocavam sua vida em risco” (VIECILI, 2003, p.

281).

A mencionada autora pontua que a dualidade da relação da ansiedade no

comportamento humano permite afirmar que um determinado nível de ansiedade é

até desejável durante o ato de dirigir, porém a ansiedade exagerada deve ser

controlada.

“Enquanto ansiedade “boa” ela pode proporcionar um estado de atenção e concentração maior na circulação das pessoas, pode servir como um auxiliar mantendo as pessoas alertas e respeitando as leis do trânsito considerando o perigo constante e iminente que é circular. Bem se sabe que ao dirigir um veículo em uma estrada cheia de curvas a atenção do motorista é maior do que se ele dirigisse por uma estrada reta. A ansiedade desencadeada pelo perigo (real neste caso) da estrada desperta a atenção e concentração do motorista. A ansiedade “má” pode servir como um dificultador no momento de tomar decisões rápidas e inesperadas provocando, pelo fato de o estímulo ser sentido pelo sujeito de forma tão intensa, reações psicológicas de extrema perturbação, causando confusões e distorções perceptivas, comprometendo o aprendizado, a concentração e a memória, prejudicando a sua capacidade de associação.” (VIECILI, 2003, p. 282).

De acordo com Viecili (2003), a ansiedade no trânsito se dá como uma etapa

interna em que o ser humano, motivado por uma estimulação externa, ou seja, em

situações da direção no trânsito, quando tem que passar automóveis, parar, diminuir

ou aumentar a velocidade, etc., pois são atos que são exigidas nas ruas, e onde o

condutor tem que adaptar o automóvel para que tudo transcorra de maneira efetiva.

Tais exigências, conforme a mesma autora, remetem as pessoas à sua

história com outras situações semelhantes que tenha experienciado, nas quais

interagiu com o meio e aprendeu como fazê-lo, e por isso desencadeiam maior ou

menor grau de ansiedade quando tiver de decidir o que fazer. Assim, frente a uma

situação na qual exige uma tomada de decisão (estímulo externo) o indivíduo

24

resgatará (em sua memória) situações semelhantes já vivenciadas para saber como

se comportar, se essas ações foram eficazes em outras ocasiões, não tendo ele se

envolvido em acidentes, a ansiedade desencadeada será menor e maior controle o

motorista terá na situação. Porém, se sua ação anterior o levou a se envolver em

acidentes ou se ele não vivenciou situações semelhantes, a ansiedade

desencadeada, muito provavelmente, será maior, o que dificultará a sua tomada de

decisão.

A resolução nº 80 do CONTRAN fornece, segundo Viecili (2003), critérios

psicológicos a serem avaliados e indispensáveis ao ato de dirigir, estando entre eles:

- atenção; - percepção; - tomada de decisão; - motricidade e reação; - cognição; -

nível mental; - ansiedade; - excitabilidade; - ausência de quadro patológico; -

controle da agressividade e da ansiedade; - equilíbrio emocional; - ajustamento

pessoal; - demais problemas correlatos que podem ir contra a segurança no trânsito.

Além disto, há habilidades específicas que também devem ser consideradas

como:

- tempo de reação; - atenção concentrada; - rapidez de raciocínio; - relações

espaciais.

De fato, a condução de veículos requer conhecimentos prévios (obtidos pela

aprendizagem), tais como: legislação de trânsito, sinalizações, funções e forma de

utilização dos equipamentos do veículo e outros. Também exige a compreensão

dessas informações advindas do ambiente para poder tomar uma decisão e agir de

forma adequada. No decorrer desse processo, o indivíduo como um todo é

acionado, ou seja, todas as suas capacidades cognitivas, emotivas e motoras

entram em ação a fim de atingir o seu propósito. Um determinado grau de ansiedade

é necessário para que a pessoa permaneça atenta e alerta. Mas, se o nível de

ansiedade for alto, todo esse processo fica comprometido (VIECILI, 2003).

Corassa (2007) comenta que os indivíduos ansiosos (fóbicos) apresentam um

excesso de cautela, têm medo de dirigir. São pessoas extremamente capazes,

responsáveis, humanas, porém não apreciam lidar com a crítica. Esses indivíduos

revelam elevado grau de exigência, consigo e com os outros.

A mesma autora informa que os ansiosos se subdividem em três grupos de

pessoas, quais sejam:

1. As pessoas que nunca se aprovam

Pessoas desse grupo dirigem-se ao órgão competente, fazem a prova e são

25

aprovadas. Contudo, o alto grau de exigência pessoal impede que elas sintam-se

aprovadas. Normalmente, elas têm medo de pedir ajuda e ser malvistas na escola

de condutores, porque já possuem a C. N. H.

2. As pessoas que reprovam a si mesmas antes de serem reprovadas pelo

examinador

Essas pessoas iniciam as aulas e, mesmo tudo indo bem, acabam desistindo.

Isso ocorre não por falta de competência, mas, sim, para sair de cena antes que

alguém as reprove. Muito provavelmente elas não seriam reprovadas, visto que são

pessoas que costumam ter destaque no trabalho, na família ou na comunidade.

3. As pessoas que esperam se aposentar para cuidar do dirigir

Estas pessoas sofrem apenas em ver um carro de CFC – Centro de

Formação de Condutores – na rua, mesmo sendo por acaso, pois isso os remete a

algo que limita suas vidas. É como se elas não fossem seres humanos completos.

Pessoas desse grupo esperam a aposentadoria para cuidar do dirigir, tamanha a

dificuldade que supõem encontrar nessa tarefa. Elas não conseguem guiar um

veículo como sendo uma outra atividade normal em suas vidas.

Considera-se importante comentar aqui que a ansiedade e o medo de dirigir

envolvem diversas preocupações, tais como:

- gerenciar o ato de guiar (parte interna do veículo);

- gerenciar o trânsito (parte externa);

- evitar acidentes ou que o carro volte na rampa;

- saber se há espaço suficiente entre um carro e outro;

- fazer parte do tráfego sem atrapalhar;

- estacionar;

- opinião alheia sobre seu desempenho;

- deixar o carro morrer.

Na opinião de Corassa (2007), a manifestação da ansiedade antecipatória

surge quando os indivíduos pensam em sair dirigindo e até decidir fazê-lo, a

dificuldade pode alcançar dimensões insuportáveis.

Biaggio (2012), abordando o que pode ser feito para superar e controlar as

fontes de ansiedade, afirma que a psicologia tem desenvolvido importantes técnicas

que podem auxiliar as pessoas a lidar melhor com suas ansiedades. Essas técnicas

são a psicanálise e os diversos enfoques denominados psicodinâmicos. Outras são

mais práticas, rápidas e lidam com os problemas concretos do dia a dia.

26

Na opinião de Biaggio (2012, p. 03):

Muitas ansiedades são adquiridas por imitação ou identificação. Da mesma forma, você pode diminuir a ansiedade espelhando-se em modelos de pessoas que não apresentam ansiedade em situações semelhantes. Assim, uma criança que tem medo de nadar poderá diminuir sua ansiedade se tem a oportunidade de ver outras crianças ou adultos que não demonstram essa ansiedade na piscina. Ou, ainda, uma criança com medo de animais poderá diminuir essa ansiedade ao ver outras crianças que tocam e brincam com cachorrinhos, coelhinhos e outros animais pequenos. Um adulto também poderá diminuir sua ansiedade de falar em público vendo outros colegas de universidade apresentarem trabalhos oralmente na sala de aula.

Fica esclarecido por essa autora que existem técnicas relacionadas para

reações fisiológicas. Dessa forma:

“Respirar fundo é uma técnica que alivia muito a ansiedade. Há tipos de comportamentos que são incompatíveis uns com os outros, isto é, você não pode estar com os músculos relaxados e ao mesmo tempo sentir-se ansioso; assim, todas as técnicas de relaxamento físico são boas para diminuir a ansiedade de uma pessoa. Os exercícios físicos, como caminhadas, natação e outros também ajudam a relaxar. Procure afastar os pensamentos negativos que o preocupam, forçando-se a pensar em outras coisas, quando estiver ansioso e preocupado com alguma coisa sobre a qual você não tem controle e ainda não pode resolver ou ter uma resposta.” (BIAGGIO, 2012, p. 03).

Para Biaggio (2012), procurar dominar situações que geram ansiedade,

gradualmente, também é uma boa técnica. Não se deve, evidentemente, atirar-se

em situações que provocam grande ansiedade, apenas para se testar. Importante

mencionar que “correr riscos o tempo todo não é necessário nem saudável, porém

não devemos cair no outro extremo, de evitar ou fugir de todas as situações que nos

deixam ansiosos” (BIAGGIO, 2012, p. 03).

Na orientação de Biaggio (2012, p. 03):

“Enfrentar certas situações criadoras de ansiedade, principalmente quando são necessárias, é importante, não só porque são necessárias, como apresentar-se periodicamente para revisões médicas ginecológicas, cardiológicas ou odontológicas, mas também porque ao enfrentá-las sentimos um certo sabor de vitória, de que fomos capazes de enfrentar a situação que nos assustava e superá-la. Sair do consultório de um dentista é quase sempre reforçador ou gratificante, ou porque saímos confiantes de que está tudo bem, ou porque o tratamento elimina a dor que sentíamos. Da mesma forma, se a pessoa tem medo de uma situação social, como falar em público, ou mesmo de ir a uma festa e não conseguir se enturmar, se ela nunca tentar isso nunca perderá a ansiedade de fazer esse tipo de coisa. Mas se conseguir se esforçar um pouquinho e ir a uma festa, poderá ter a oportunidade de ver que não foi tão difícil ser aceita e divertir-se.

27

Assim, o comportamento de ir à festa ficará reforçado e da próxima vez que for convidada ela não ficará mais tão ansiosa. Isso ocorre em várias outras situações, como o medo de viajar de avião ou de falar em público, de ir ao médico ou de realizar qualquer tarefa.”

Existem muitas coisas que podem ser feitas para ajudar a diminuir a

ansiedade. Por exemplo, em um engarrafamento, procurar ouvir música no rádio e

relaxar, pois buzinar, irritar-se ou brigar com os outros motoristas não vai resolver o

problema. Pode-se afirmar que a ansiedade, de acordo com Menezes Pinto (2011 f)

provoca em qualquer indivíduo uma sofrida dificuldade mental, onde muitos relatam

não conseguirem controlar seus pensamentos, sentindo, também, um estado de

elevada tensão, acompanhado de um sentimento de expectativa apreensiva que

ameaça a personalidade do indivíduo ansioso. Mas, Goldstein apud May (1980)

assinala o uso construtivo da ansiedade, orientando que a capacidade de suportar

ansiedade é importante para a autorrealização do indivíduo e para a sua conquista

de seu ambiente. Ou seja, ao experimentar choques e ameaças à sua existência, o

indivíduo procura avançar a despeito de tais choques, o que indica o uso construtivo

da ansiedade.

28

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Ética

A presente pesquisa segue as exigências éticas e científicas fundamentais

conforme determina o Conselho Nacional de Saúde – CNS nº 196/96 do Decreto nº

93933 de 14 de janeiro de 1987 – a qual determina as diretrizes e normas

regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos:

A identidade dos sujeitos da pesquisa segue preservada, conforme apregoa a

Resolução 196/96 do CNS-MS, visto que, não foi necessário identificar-se ao

responder o questionário. Todos assinaram o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE). Foram coletados dados com a finalidade de analisar a

interferência que a ansiedade e o medo geram no indivíduo, que vai realizar a

avaliação psicológica para a sua primeira habilitação.

3.2 Tipo de Pesquisa

Trata-se de um estudo exploratório-descritivo, de caráter quantitativo.

A princípio foi feita uma pesquisa bibliográfica, onde segundo Gil (2000), essa

maneira de pesquisa possui uma grande importância, em virtude de ter um acesso

mais fácil a inúmeras vertentes do tema deste trabalho, pois permite aos

pesquisadores tomar conhecimento de informações anteriormente abordadas por

outros pesquisadores, diminuindo consideravelmente o tempo para conhecimento

dos fatos e que por muitas vezes só são possíveis por dados secundários.

Posteriormente realizou-se uma pesquisa de campo pretendendo aprimorar

as ideias e a utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o

questionário utilizado.

3.3 Universo

O presente estudo foi realizado na Clínica Cetran – Santos/SP.

29

3.4 Sujeitos da Amostra

A amostra deu-se por conveniência quando se lançou mão os peritos psicólogos ou

os mototaxistas, os motoristas de ônibus ou os candidatos a CNH, etc. que

frequentaram ou estavam presentes em tal período.

3.5 Instrumentos de Coleta de Dados

Um questionário foi utilizado junto a vinte (20) pessoas, com idades entre 19

anos à 50 anos, candidatos a primeira habilitação (CNH).

3.6 Plano para Coleta dos Dados

Na oportunidade, o questionário foi entregue pessoalmente aos candidatos,

num total de 20 participantes, que concordaram em responder e participar da

pesquisa. Foram respondidos um questionário de 21 perguntas (Inventário de

Ansiedade de Beck – BAI).

3.7 Plano para a Análise do Dados

Os resultados foram analisados pelo método analítico descritivo, onde

construiu-se uma análise do perfil da amostra.

30

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os entrevistados que participaram da entrevista tinham entre 19 e 50 anos,

sendo que a maioria está entre 30 e 40 anos. Quanto ao sexo, 50% eram mulheres

e 50% homens.

Todos os entrevistados estavam um pouco apreensivos, por não ter

conhecimento da avaliação psicológica a ser realizada ou por já ter ouvido

comentários diversos sobre a avaliação, sendo necessário uma explicação mais

detalhada.

O inventário de Beck foi aplicado antes da avaliação psicológica e não

influenciou no estado emocional dos entrevistados. Foi observado que os

entrevistados que já haviam feito algum tipo de avaliação anterior, seja em uma

entrevista de trabalho, ou para um concurso público, e não foram aprovados, ficaram

mais inseguros e com medo do resultado dos que não tiveram contato anterior com

alguma avaliação psicológica.

A seguir, os gráficos mostram os comportamentos apresentados em pessoas

que vão tirar pela primeira vez a CNH (Carteira Nacional de Habilitação). Em

primeiro, serão mostrados as pessoas do sexo feminino, todos os dados extraídos

do Inventário de Beck. Em seguida o mesmo procedimento de apresentação dos

resultados será para o sexo masculino.

No gráfico 01 verifica-se que entre as 9 mulheres entrevistadas, 8 delas não

apresentaram ‘Dormência ou Formigamento’, 5 não demonstraram ‘Sensação de

calor’, 6 não apresentaram ‘Tremores nas pernas’, 6 não apresentaram estar

‘Incapaz de Relaxar’, 7 não demonstram ‘Medo que aconteça o pior’; 1 das

entrevistadas se mostrou com uma levemente ‘Dormência ou formigamento’, 3

sentiram uma levemente ‘sensação de calor’, 1 apresentou levemente ‘Tremores nas

pernas’, 2 demontraram levemente estar ‘Incapaz de relaxar’, 2 tiveram ‘Medo que

aconteça o pior’.

31

Gráfico 01 – Valores Quantitativos dos Comportamentos Apresentados nas Mulheres quanto Dormência, Sensação de Calor, Tremor nas Pernas, Incapacidade de Relaxar e Medo.

Fonte: Dados da pesquisa. Santos/SP.2013.

No gráfico 02 verifica-se que 8 das 9 mulheres entrevistadas, não

apresentaram estar ‘Atordoada ou tonta’, 5 não sentiram ‘Palpitação ou aceleração

no coração’, 7 não se sentiram ‘Sem equilíbrio’, 7 não apresentaram estar

‘Aterrorizada’, e 4 não apresentaram estar ‘Nervosa’; 1 demonstrou levemente

‘Atordoada ou tonta’, 4 apresentaram levemente ‘Palpitação ou aceleração no

coração’, 2 demonstraram estar levemente ‘Aterrorizada’, 5 demonstrar estar

levemente ‘Nervosa’ e 1 apresentou moderadamente ‘Nervosa’.

Gráfico 02 – Valores Quantitativos dos Comportamentos Apresentados nas Mulheres quanto Atordoamento, Palpitação, Falta de Equilíbrio, Aterrorizada e Nervosismo.

Fonte: Dados da pesquisa. Santos/SP.2013.

32

No gráfico 03 verifica-se que 9 mulheres não apresentaram ‘Sensação de

sufocação’, 7 mulheres não sentiram ‘Tremores nas mãos’, 7 mulheres não se

sentiram ‘Trêmulas’, 9 não apresentaram ‘Medo de perder o controle’, 8 não tiveram

‘Dificuldade de respirarar’, 2 apresentou levemente ‘Tremores nas mãos’, 2

apresentaram levemente ‘Trêmulas’, e 1 apresentou levemente ‘Dificuldade de

respirar’.

Gráfico 03 – Valores Quantitativos dos Comportamentos Apresentados nas Mulheres quanto Sensação de Sufoco, tremores nas Mãos, Medo de Perder o Controle e dificuldade de Respirar.

Fonte: Dados da pesquisa. Santos/SP.2013.

No gráfico 04 verifica-se que 9 mulheres não apresentaram ‘Medo de morrer’,

7 não apresentaram estar ‘Assustadas’, 9 não apresentaram estar com ‘Indigestão

ou desconforto no abdomên’, 8 não apresentaram ter ‘Sensação de Desmaio’, 6 não

apresentaram um ‘Rosto afogueado’, e 7 não sentiram ‘Suor (não devido ao calor’, 2

se mostraram levemente ‘Assustadas’, 1 se mostrou ter uma ‘Sensação de desmaio’,

4 apresentaram sentir levemente o ‘Rosto afogueado’ e 2 apresentaram ter ‘Suor

(não devido ao calor)’.

33

Gráfico 04 – Valores Quantitativos dos Comportamentos Apresentados nas Mulheres quanto Medo de Morrer, Indigestão, Sensação de Desmaio, Rosto Afogueado, Suor Frio e Assustada.

Fonte: Dados da pesquisa. Santos/SP.2013.

No gráfico 05 verifica-se que, entre os 11 homens entrevistados, 10 deles não

apresentaram ‘Dormência ou Formigamento’, 9 não demonstraram ‘Sensação de

calor’, 8 não apresentaram ‘Tremores nas pernas’, 7 não apresentaram estar

‘Incapaz de Relaxar’, 7 não demonstram ‘Medo que aconteça o pior’; 1 dos

entrevistados se mostrou com uma levemente ‘Dormência ou formigamento’, 2

sentiram uma levemente ‘sensação de calor’, 3 apresentaram levemente ‘Tremores

nas pernas’, 4 demontraram levemente estar ‘Incapaz de relaxar’, 1 apresentou

‘Medo que aconteça o pior’, e 3 apresentaram moderadamente ‘Medo que aconteça

o pior’.

Gráfico 05 – Valores Quantitativos dos Comportamentos Apresentados nos Homens quanto Dormência, Sensação de Calor, Tremor nas Pernas, Incapacidade de Relaxar e Medo.

Fonte: Dados da pesquisa. Santos/SP.2013.

34

No gráfico 06 verifica-se que 10 dos 11 homens entrevistados, não

apresentaram estar ‘Atordoado ou tonto’, 9 não sentiram ‘Palpitação ou aceleração

no coração’, 10 não se sentiram ‘Sem equilíbrio’, 11 não apresentaram estar

‘Aterrorizado’, e 5 não apresentaram estar ‘Nervoso’; 1 demonstrou levemente

‘Atordoado ou tonto’, 2 apresentaram levemente ‘Palpitação ou aceleração no

coração’, 1 levemente ‘Sem equilíbrio’, 5 demonstraram estar levemente ‘Nervoso’ e

1 apresentou moderadamente ‘Nervoso’.

Gráfico 06 – Valores Quantitativos dos Comportamentos Apresentados nos Homens quanto Sensação de Sufoco, tremores nas Mãos, Medo de Perder o Controle e dificuldade de Respirar..

Fonte: Dados da pesquisa. Santos/SP.2013.

No gráfico 07 verifica-se que 11 homens não apresentaram ‘Sensação de

sufocação’, 9 homens não sentiram ‘Tremores nas mãos’, 9 homens não se sentiram

‘Trêmulos’, 7 não apresentaram ‘Medo de perder o controle’, 10 não tiveram

‘Dificuldade de respirarar’, 2 apresentaram levemente ‘Tremores nas mãos’, 2

apresentaram levemente ‘Trêmulos’, 4 apresentaram levemente ‘Medo de perder o

controle’, e 1 apresentou levemente ‘Dificuldade de respirar’.

35

Gráfico 07 – Valores Quantitativos dos Comportamentos Apresentados nos Homens quanto Atordoamento, Palpitação, Falta de Equilíbrio, Aterrorizada e Nervosismo.

Fonte: Dados da pesquisa. Santos/SP.2013.

No gráfico 08 verifica-se que 8 homens não apresentaram ‘Medo de

morrer’, 8 não apresentaram estar ‘Assustados’, 10 não apresentaram estar com

‘Indigestão ou desconforto no abdomên’, 11 não apresentaram ter ‘Sensação de

Desmaio’, 9 não apresentaram um ‘Rosto afogueado’, e 7 não sentiram ‘Suor (não

devido ao calor)’, 3 se mostraram levemente ‘Medo de morrer’, 3 sentiram

levemente estarem ‘Assustados’, 1 mostrou ter levemente ‘Indigestão ou desconforto

no abdomên’, 2 apresentaram sentir levemente o ‘Rosto afogueado’ e 4

apresentaram ter ‘Suor (não devido ao calor)’.

Gráfico 08 – Valores Quantitativos dos Comportamentos Apresentados nos Homens quanto Medo de Morrer, Indigestão, Sensação de Desmaio, Rosto Afogueado, Suor Frio e Assustada

Fonte: Dados da pesquisa. Santos/SP.2013.

36

Através desta pesquisa de campo, aplicando o Inventário de Beck, pode-se

afirmar que os participantes apresentam-se predispostos a terem ansiedades em

seu comportamento relacionado a direção de veículos, podendo ser apontados

perante as reações ou situações nas quais devem tomar decisões no trânsito, o que

acontece nos dias de hoje, por conta dos fatores envolvendo a vida moderna

(horários a serem cumpridos, pressa, agitação e tensão). Cabe aqui a reflexão de

que, se as pessoas conseguirem passar pelas situações do dia a dia com menos

ansiedade, inclusive no trânsito, torna-se possível uma vivência mais adequada e

com mais qualidade de vida.

37

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao concluir esta pesquisa, é importante salientar que as alterações emocionais e

cognitivas geradas pelo estado de ansiedade podem, efetivamente, contribuir para o

ocasionamento de acidentes de trânsito, pois a resposta dada pelo organismo à

situação conflitante será resultante de uma percepção desfocada da realidade, o que

pode conduzir a ações imprecisas, devido à influência da ansiedade na tomada de

decisão.

Não se pode negar que os processos psicológicos são atingidos quando do

estado de ansiedade, fazendo com que os indivíduos na direção veicular fiquem

mais vulneráveis. E é no trânsito que as manifestações dos traços da personalidade

aparecem; é o lugar onde se encontra todos os tipos de caracteres juntos, pois é o

espaço compartilhado por pessoas de todos os níveis sociais e culturais.

A ansiedade não pode ser evitada, mas pode ser reduzida. O problema do

controle da ansiedade é o de reduzi-la a níveis normais e usá-la, depois, como

estimulação para aumentar a consciência, a vigilância e o gosto pela vida.

A pesquisa de campo realizada para este estudo identificou que a população

analisada apresenta estado de ansiedade, pois em maior número os participantes

indicaram: conhecimento de que são pessoas ansiosas; comportamento de

agitação; reconhecimento de que se sentem com vários comportamentos ansiosos,

ao irem realizar os exames psicotécnicos, são situações que provocam ansiedade;

consciência de que os próprios desempenhos em realizar estes testes sofrem

interferência da ansiedade.

Diante do apurado, confirma-se a importância do trabalho dos profissionais da

psicologia no sentido de melhorar a ação da ansiedade no ato da realização destes

testes, contribuindo, dessa forma, para minimizar os sintomas físicos e psíquicos dos

indivíduos.

38

REFERÊNCIAS

ABREU, F. Por que é difícil tirar carteira? 2011. Disponível em:

http://www.dialogosuniversitarios.com.br/pagina.php?id=857. Acesso em: out. 2013.

ALBUQUERQUE, A. B. Transtornos de Ansiedade. 2011. Disponível em:

http://www.albuquerquepsicologia.com/saiba_mais_transtornos_ansiedade.html#topo.

Acesso em: out. 2013.

ALCHIERI, João Carlos. Dilemas do Psicotécnico: Exame psicotécnico ou Avaliação

psicológica? In: Anais VIII Congresso de Avaliação Psicológica. Porto Alegre, 1999

p.208-215.

ALCHIERI, João Carlos; CRUZ, Roberto Moraes; HOFFMANN, Maria Helena.

Comportamento humano do trânsito. São Paulo: Caso do Psicólogo, 2004.

ALEXANDRE, B. Ansiedade pré-competitiva em modalidades de esporte coletivo e

individual. 2010, 56f. Dissertação (Psicologia). Santa Catarina: Universidade do Extremo

Sul Catarinense, UNESC, 2010. Disponível em:

http://www.bib.unesc.net/biblioteca/sumario/000043/000043FE.pdf. Acesso em: out.

2013.

ALVES, I. C. B. As técnicas no Psicodiagnóstico e sua função na Psicoterapia. Rio de

Janeiro: Ed. Campus. 1999.

ALVES, R. Vencendo a ansiedade que paralisa. 2011. Disponível em:

http://www.renatoalves.com.br/blog/?p=42. Acesso em ago. 2013

ANASTASI, A.;URBINA, S. Testagem Psicológica. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.

ANJOS, D. S.; OLIVEIRA, F. O. Ansiedade? antes, durante e depois da carteira de

habilitação (CNH): Como a psicologia transita por esta via?. Disponível em:

http://www.propesq.ufrgs.br/sic2010/cienciashumanas/avaliacaopsicologica.pdf. Acesso

em: out. 2013.

ARRUDA, J. F. R. S. Avaliação da atenção: estudos de validade no contexto do trânsito.

2008, 85f. Dissertação (Psicologia). São Paulo: Universidade São Francisco, 2008.

Disponível em:

http://www.saofrancisco.edu.br/itatiba/mestrado/psicologia/uploadAddress/Juliana%20R.

%20Arruda%5B10989%5D.pdf. Acesso em: out. 2013.

AZEVEDO, G. Carteira de motorista esbarra no psicotécnico. 24 abr. 2011. Disponível

em: http://www.gazetadopovo.com.br/m/conteudo.phtml?tl=1&id=1119006&tit=Carteira-

de-motorista-esbarra-no-psicotecnico-. Acesso em: out. 2013.

39

BALLONE, G. J. Ansiedade, Esgotamento e Estresse. PsiqWeb. Disponível em:

www.psiqweb.med.br. Acesso em: out. 2013.

BERNARDINO, A. CNH: Os fantasmas do exame. 2006. Disponível em:

www.webmotors.com.br/cnh:osfantasmasdoexame. Acesso em: out. 2013.

CADERNO DE PSICOLOGIA DE TRANSITO E COMPROMISSO SOCIAL. Resolução

CFP N. 012/2000. Dezembro, 2000.

CARVALHO, R. Ansiedade e nervosismo prejudicam candidatos nos testes para

emissão de CNH. 23 mai. 2011. Disponível em: http://governo-

rr.jusbrasil.com.br/politica/7024179/ansiedade-e-nervosismo-prejudicam-candidatos-nos-

testes-para-emissao-de-cnh. Acesso em: out. 2013.

CASTILLO, A. R. G. L. et al. Transtornos de ansiedade. Rev. Bras. Psiquiatr. v. 22, n. 2,

p. 20-23, 2000. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbp/v22s2/3791.pdf. Acesso em:

out. 2013.

CAVALCANTI, A. Ansiedade prejudica candidatos que querem tirar a CNH. Jornal da

Paraíba, 09 set. 2012. Disponível em:

http://www.jornaldaparaiba.com.br/noticia/91450_ansiedade-prejudica-candidatos-que-

querem-tirar-a-cnh. Acesso em: set. 2013.

CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO, Curitiba: Editora do CENTEC, 2006.

COIMBRA, C. et al. Subvertendo o conceito de adolescência. Arquivos Brasileiros de

Psicologia, v. 57, n. 1, p. 2-11, 2005.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Avaliação Psicológica: Diretrizes na

Regulamentação da Profissão. Brasília: Conselho Federal de Psicologia, 2010.

Disponível em: http://site.cfp.org.br/wp-

content/uploads/2010/09/avaliacao_psicologica_web_30-08-10.pdf. Acesso em: set.

2013.

DAVI, J. Avaliação Psicológica: Vitória da Psicologia. Jornal Argumento n.1, p.1-8

DEPARTAMENTO NACIONAL DE TRANSITO. Resolução 080/98. Brasília, 2000.

DETRAN DO PARANÁ. Habilitação: o nervosismo para tirar a carteira. Revista de

trânsito, v. 1, n. 9, p. 33-37, 2004. Disponível em:

http://www.pr.gov.br/detran/detransito/detransito_009c.html. Acesso em: out. 2013.

DSM-IV (1995) Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. 4ª ed. Porto

Alegre: Artes Médicas.

DUTRA, R. Qual ansiedade é a sua?. 19 maio 2011. Disponível em:

40

http://www.assessocor.com.br/noticias.aspx?QUAL+ANSIEDADE+E+A+SUA&__idNot=4

11. Acesso em: set. 2013.

FRANCO JR., E. O que você tem de fazer para tirar a Carteira de Habilitação?. 21 jul.

2012. Disponível em: http://jovem.ig.com.br/cultura/mix/2012-07-21/o-que-voce-tem-de-

fazer-para-tirar-a-carteira-de-habilitacao.html. Acesso em: set. 2013.

FUNDAÇÃO DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO DA UNICENTRO. Exame

psicotécnicos: convênio FAU/DETRAN. 2011. Disponível em:

http://www.fundacaounicentro.com.br/servicos/psicotecnico.asp. Acesso em: set. 2013.

GAZETA DO POVO. Carteira de motorista esbarra no psicotécnico. 24 abr. 2011.

Disponível em:

http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1119006. Acesso

em: out. 2013.

GENTIL, V. et al. Pânico, fobias e obsessões: a experiência do Projeto AMBAN. São

Paulo: EDUSP, 1997.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1994.

GLOBO REPORTER. Pesquisa indica que ansiedade na adolescência tem relação com

os pais. 19 ago. 2011. Disponível em: http://g1.globo.com/globo-

reporter/noticia/2011/08/pesquisa-indica-que-ansiedade-na-adolescencia-tem-relacao-

com-os-pais.html. Acesso em: 13 out. 2013.

GOUVEIA, V. V. et al. Atitudes frente à avaliação psicológica para condutores:

Perspectivas de técnicos, estudantes de psicologia e usuários. Psicologia Ciência e

Profissão, v. 22, n. 2, p. 50-59, 2002.

HOFFMANN, Maria Helena; CARBONELLI, Henrique; MONTORO, Luís. Álcool e

Segurança no Trânsito (II), A Infração e Sua Prevenção. R.J: Psicologia Ciência e

Profissão, n.2, 1996.

HOLLANDER, Eric e SIMEON, Daphne. Transtornos de ansiedade. Porto Alegre:

Artmed, 2004.

IACOVIELLO, B. M.; MATHEW, S. J. Transtornos de ansiedade. ACP Medicine.

Canadá, v. 1, n. 11, p. 44-48, 2010. Disponível em:

http://www.medicinanet.com.br/conteudos/acp-

medicine/4642/transtornos_de_ansiedade_%E2%80%93_brian_m_iacoviello_phd_sanja

y_j_mathew_md.htm. Acesso em: set. 2013.

ISAUDE.NET. Tratamento com biofeedback auxilia pessoas com medo de dirigir. 04

jun. 2010. Disponível em: http://www.isaude.net/pt-BR/noticia/7932/geral/tratamento-

com-biofeedback-auxilia-pessoas-com-medo-de-dirigir. Acesso em: set. 2013.

41

KIERKEGAARD, Soren. O conceito de Angústia. São Paulo: Hemus Editora, 2007.

KOPYCKI, Cassemira de Fátima de Maia. Revista Contato do Conselho Regional de

Psicologia, Edição nº141, Jan/Fev 2007, (pág. 20 e 21)

LAMOUNIER, R.; RUEDA, F. J. M. Avaliação psicológica no trânsito: perspectiva dos

motoristas. Psic, v. 6, n. 1, p. 35-42, 2005.

LEMOS, M. Medo de dirigir? Saiba como se livrar da ansiedade. 2011. Disponível em:

http://www.clinicacuidarte.com.br/medo-de-dirigir-saiba-como-se-livrar-da-

ansiedade. Acesso em: out. 2013.

MARTY, F. Adolescência, Violência e Sociedade. Revista de Psicanálise Ágora. Rio de

Janeiro, v. 9, n. 1, jan./jun., 2006, p.119-131, 2006.

MAY, R. (1980). O significado da ansiedade. Rio de Janeiro: Zahar.

MENDES, R. Ansiedade nos motociclistas. Análise Psicológica, v. 1, n. 23, p. 43-47,

2005. Disponível em: www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/aps/v23n1/v23n1a08.pdf. Acesso

em: out. 2013.

NARDI, A. E. (1998). Comentários do debatedor: escalas de avaliação de ansiedade.

Revista de Psiquiatria Clínica, 25, 331-333.

PASQUALI, Luiz. Instrumentos psicológicos: Manual Prático de elaboração. Brasília:

LabPAM, 1999.

RAAD, A. J. et al. A ansiedade no processo para obtenção da Carteira Nacional de

Habilitação. Psic. v. 9, n. 2, p. 245-249, 2008.

REVISTA CONTATO. Notas Gerais, ano nº24, nº120, Conselho Federal de Psicologia,

Julho/Agosto, 2003, pág.18.

ROCHA, T. Psicotécnico amedronta quem quer tirar carteira de motorista. 10 out. 2010.

Disponível em:

http://www.jornaledicaodobrasil.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=

132:psicotecnico-amedronta-quem-quer-tirar-carteira-de-motorista&catid=34:demo-

category&Itemid=78. Acesso em: out. 2013.

SILVA, F. H. V. C.; ALCHIERI, J., C. Avaliação psicológica da personalidade de

condutores: uma revisão de literatura. Psico-USF, v. 12, n. 2, p. 189-196, jul./dez. 2007.

Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pusf/v12n2/v12n2a07.pdf. Acesso em: out. 2013.

URBINA, Suzana Fundamentos de Testagem Psicológica, Tradução: Claudia Dornelles

Porto Alegre. Artmed, 2007.

42

VIECILI, J. Ansiedade e comportamento de dirigir. In: HOFFMANN, M. H.; CRUZ, R.

M.; ALCHIERI, J. C. (org.). Comportamento humano no trânsito. São Paulo: Casa do

Psicólogo, 2003.

ZIMERMAN, David E. Manual de técnicas psicanalíticas: uma revisão. Porto Alegre:

Artmed, 2004.

43

APÊNDICE

Questionário da Pesqusa

Nome:_______________________________________________ Idade:_________

Data: _____/_____/_____

Abaixo está uma lista de sintomas comuns de ansiedade. Por favor, leia

cuidadosamente cada item da lista. Identifique o quanto você tem sido incomodado por

cada sintoma durante a última semana, incluindo hoje, colocando um “x” no espaço

correspondente, na mesma linha de cada sintoma.

Absolutamente

não

Levemente

Não me

incomodou

muito

Moderadamente

Foi muito

desagradável

mas pude

suportar

Gravemente

Dificilmente

pude

suportar

1. Dormência ou

formigamento

2. Sensação de

calor

3. Tremores nas

pernas

4. Incapaz de

relaxar

5. Medo que

aconteça o

pior

6. Atordoado ou

tonto

7. Palpitação ou

aceleração do

coração

8. Sem equilíbrio

9. Aterrorizado

10. Nervoso

11. Sensação de

sufocação

12. Tremores nas

mãos

13. Trêmulo

44

14. Medo de

perder o

controle

15. Dificuldade de

respirar

16. Medo de

morrer

17. Assustado

18. Indigestão ou

desconforto

no abdômen

19. Sensação de

desmaio

20. Rosto

afogueado

21. Suor (não

devido ao

calor)

45

ANEXOS

46