Universidade Candido Mendes Curso de Auditoria e … · A auditoria interna é um controle...
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Universidade Candido Mendes Curso de Auditoria e Controladoria
Papel da Auditoria Interna na Detecção e Prevenção de Fraudes
e Erros nas Organizações
Aluno: Leandro de Lima Martins Orientador: SERGIO MAJEROWICZ
Rio de Janeiro 2011
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Leandro de Lima Martins
Papel da Auditoria Interna na Detecção e Prevenção de Fraudes
e Erros nas Organizações
Monografia apresentada à diretoria do curso de pós-graduação da Universidade Candido Mendes, como requisito parcial para a obtenção do grau de pós-graduação em Auditoria e controladoria, sob a orientação do Prof° Sergio Majerowicz.
Rio de Janeiro 2011
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Papel da Auditoria Interna na Detecção e Prevenção de Fraudes
e Erros nas Organizações
Leandro de Lima Martins Aprovado em __/__/____
________________________________ SERGIO MAJEROWICZ
Mestre em Economia Empresarial
Conceito Final: _________
4
Objetivo O objetivo deste trabalho é compreender os motivos para se cometer um
erro ou uma fraude, como a auditoria interna poderia proceder para evitar uma
fraude interna. Como a auditoria interna poderia ajudar a auditoria externa na
detecção de fraudes e erros. Qual o efeito de uma fraude em uma organização
para o mercado e para o governo. Quais os tipos de controle se poderia criar para
evitar uma fraude interna.
5
Agradecimentos
Em primeiro lugar agradeço a Deus por ter
me dado forças e disposição para conseguir
cursar esta pós-graduação, a minha família
que me ajudou a continuar os estudos, a todo
corpo docente da pós-graduação em Auditoria
e Controladoria do Instituto “A Vez do Mestre”
que contribuiu para a expansão dos meus
conhecimentos, me capacitando para a
realização deste estudo.
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Resumo
Esse estudo tem como objetivo o entendimento do conceito de fraude, os
tipos de fraudes, como ocorre, qual o perfil do fraudador, as suas conseqüências,
as medidas as serem tomadas após a detecção da fraude. O principal objetivo é
determinar as ações necessárias para se evitar fraude e quando a mesma ocorrer
sabermos proceder com medidas eficazes.
No primeiro capitulo será apresentado alguns conceitos necessários para o
entendimento do estudo entre são: O que é Auditoria?, Classificação da Auditoria
e suas funções, O que é Fraude?, As conseqüências de uma fraude, Os motivos
de se cometer uma fraude, o que é risco?.
No segundo capitulo é apresentado uma analise do impacto das fraudes na
conjuntura brasileira, baseado na pesquisa realizada pela KPMG (2009), onde
faremos uma correlação deste cenário com a auditoria interna, denominaremos o
atual perfil do fraudador no mercado econômico brasileiro, e as medidas mais
adotadas pelo mercado para se evitar fraudes internas.
No capitulo três analisaremos a importância da auditoria interna na
prevenção de fraudes, qual o seu papel, suas responsabilidades, como ela auxilia
na prevenção de fraudes e sua relação com a Lei SOX Lei (Sarbanes-Oxley).
No capitulo quatro visualizaremos as conseqüências das fraudes para as
organizações, para o governo e para o mercado consumidor. Quais os efeitos que
a fraude pode desencadear na economia capitalista.
Por fim concluiremos o nosso estudo destacando os pontos chaves e
relevantes sobre o tema tratado neste estudo.
7
Metodologia
O trabalho tem como ponto de partida algumas definições necessárias para
a compreensão do estudo, definindo o que é auditoria, como foi criada, para que
serve, quais os recursos que a mesma dispõe para detectar e evitar fraudes,
definindo o que é fraude, como ocorre, o que leva um indivíduo a cometer um erro
ou fraude. Quais as conseqüências de uma fraude para o mercado e para o
governo. Este estudo foi realizado de uma forma geral para todas as
organizações, não foi realizado estudo de caso. As referências bibliográficas
adotadas foram: Sites - www.Drsauditores.com.br ; www.congressousp.fipecafi.org
; www.ipai.pt/noticias ; www.cfc.org.br ; www.brasileconomico.com.br; e alguns
livros: ATTIE, Willian. Auditoria interna. São Paulo: Atlas, 2007 ; MAESTA, Vitor
Paulo. A importância da auditoria interna nas organizações; Auditoria Interna,
Manual Prático para Auditores Internos, Joaquim Leite Pinheiro.
8
Sumário INTRODUÇÃO......................................................................10
CAPÍTULO I – DEFINIÇÕES................................................12
I.1 - O que é auditoria?........................................................................12
I.2 – Classificação da Auditoria e suas funções:.................................12
I.3 – O Que é fraude?..........................................................................14
I.4 – As Conseqüências de uma fraude:..............................................14
I.5 – Motivos de se cometer uma fraude:.............................................15
I.6 – Compreensão do que é risco:......................................................16
CAPÍTULO II – ANÁLISE DO IMPACTO DAS FRAUDES NA
CONJUNTURA ECONÔMICA:.............................................18
II.1 – Correlação do cenário econômico com a auditoria interna:........18
II.2 – Atual perfil do fraudador no mercado econômico brasileiro:.......21
II.3 – Medidas adotadas pelo mercado econômico para se evitar
fraudes internas:..................................................................................24
CAPITULO III - IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA
NA PREVENÇÃO DE FRAUDES:........................................27
III.1 – O papel da Auditoria Interna:.....................................................27
III.2 – Responsabilidades da Auditoria Interna:...................................29
9III.3 – Como a Auditoria Interna pode evitar fraudes:..........................31
III.4 – Lei Sarbanes-Oxley e sua importância para Auditoria
Interna:.................................................................................................34
CAPÍTULO IIII – CONSEQUÊNCIAS DAS FRAUDES PARA
AS ORGANIZAÇÕES:..........................................................39
CONCLUSÃO:......................................................................42
BIBIOGRAFIA:......................................................................45
10
INTRODUÇÃO
O papel da auditoria é realizar testes e avaliações de procedimentos
internos, processos, sistemas em geral, registros contábeis e documentos físicos,
tendo como objetivo o cumprimento dos planos, metas, políticas e objetivos
traçados para o bom desenvolvimento das organizações, criando procedimentos
internos para evitar fraudes que possam ocasionar perdas substanciais nos seus
respectivos patrimônios.
O foco deste estudo é entender a função da auditoria ao nível necessário a
permitir o entendimento sobre as possibilidades de sua aplicação na prevenção e
descoberta das fraudes, fazendo permitir uma reflexão por parte dos
administradores das organizações para a decisão de implementar todos os
recursos que a auditoria interna fornece para minimizar as fraudes nas
organizações.
A estrutura deste estudo se inicia com a definição de alguns conceitos de
auditoria para a melhor compreensão deste trabalho. Também é realizada uma
analise sobre a conjuntura de fraudes no âmbito internacional e nacional,
evidenciando as etapas seqüenciais das fraudes e o inter-relacionamento da
auditoria antes, durante e posteriormente a ocorrência da fraude nas empresas, de
acordo com dados obtidos por empresas de auditoria nomeadas no mercado.
Algumas questões abordadas como ponto central deste estudo serão
abordadas para sua compreensão e entendimento para conseguirmos localizar
uma forma de controle interno, supervisionado pela auditoria interna, para ajudar
na prevenção de fraudes e erros, facilitando o trabalho de fiscalização do setor de
auditoria externa. Segue as questões que serão compreendidas:
• O que leva à um funcionário de uma organização cometer uma
fraude ou um erro?
11• Qual o papel da auditoria interna na detecção da fraude ou erro, e
quais a medidas a serem tomadas após a detecção do mesmo?
• Quais os efeitos de uma fraude ou erro internos para as
organizações de pequeno e médio porte?
• Quais são os prejuízos para o governo, em termos de alíquota de
imposto, quando uma organização comete uma fraude interna?
A falta de controle interno ou quando não ocorre segregação de funções
pode acarretar em uma oportunidade de um funcionário cometer uma fraude
interna. O papel da auditoria interna sempre é criar uma formar de controle que
empeça que a fraude ocorra. Uma fraude em organizações de pequeno e médio
porte pode comprometer sua continuidade no mercado, e ate mesmo levar a sua
falência, gerando danos à sociedade que podem levar anos para serem revertidos.
Para o governo a fraude em uma organização pode geram prejuízos na
arrecadação de impostos reduzindo a receita para realização dos projetos
governamentais.
O objetivo deste estudo é contribuir para que o leitor possa desenvolver um
questionamento critico, que o leve a compreender o problema analisado pelo
estudo desta monografia, e que o mesmo seja capaz de criar soluções plausíveis
que contribuam para o melhor funcionamento e desenvolvimento das
organizações.
12
CAPÍTULO I – DEFINIÇÕES
I.1 - O que é auditoria?
Podemos definir como Auditoria sendo um exame analítico, sistemático e
pericial de forma cuidadosa dos procedimentos desenvolvidos em uma
organização, tendo como objetivo averiguar se elas estão de acordo com as
normas e procedimentos planejados e estabelecidas pela administração (conselho
administrativo), se foram implementadas com eficiência e se estão adequadas ao
alcance dos objetivos, procedimentos que segue o desenvolvimento das
operações contábeis, desde o início até o balanço.
I.2 – Classificação da Auditoria e suas funções:
A auditoria se divide em Auditoria interna e Auditoria externa. A auditoria
interna é subdividida em áreas de gestão: auditoria de sistemas, auditoria de
recursos humanos, auditoria da qualidade, auditoria de demonstrações
financeiras, auditoria jurídica, auditoria contábil.
A Auditoria interna é responsável pela garantia e consultoria, concebida
para adicionar valor e melhorar as transações das organizações. A mesma
direciona uma organização a atingir seus objetivos através de um controle interno
sistemático e disciplinado para analisar melhor sua efetividade dos processos de
gerenciamento de riscos, controle e governança.
A auditoria interna deve ser independente dentro da estrutura da
organização e reportar-se diretamente à direção. Os principais objetivos de um
auditor interno são: verificar a existência, a suficiência e a aplicação dos controles
internos, bem como contribuir para o seu melhor desempenho; verificar se as
13normas internas estão sendo seguidas e cumpridas; verificar a necessidade de
melhoramento das normas internas vigentes e avaliar a necessidade de novas
normas internas nas organizações. A auditoria interna é um controle gerencial que
funciona por meio de medição e avaliação da eficiência e eficácia de outros
controles, onde a mesma deve ser compreendida como uma atividade de
assessoramento à administração quanto ao desempenho das atribuições definidas
para cada área da empresa, mediante as diretrizes políticas e objetivos por aquela
determinados.
A Auditoria externa só pode ser realizada por profissionais de auditoria
graduados em Ciências Contábeis totalmente independentes da empresa a ser
auditada. Ela tem como objetivo emitir uma opinião/parecer sobre as
demonstrações contábeis e financeiras das organizações (Balanço Patrimonial,
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados ou Demonstração das
Mutações do Patrimônio Líquido, Demonstração das Origens e Aplicações de
Recursos, Demonstração do Resultado do Exercício e Notas Explicativas). Os
principais motivos para uma empresa contratar o serviço de auditoria externa são:
Obrigação legal, Imposição de bancos para ceder empréstimo, Imposição
estatutária, Imposição dos acionistas minoritários e para efeito de fusão,
incorporação cisão ou consolidação.
Obs. A auditoria externa não tem como objetivo detectar fraudes, erros,
interferir na administração da empresa, reorganizar o processo produtivo,
desligar funcionários ineficientes, sendo que no desenvolvimento do
processo de auditoria, o mesmo possa detectá-los. Seu principal objetivo é
emitir um parecer sobre as demonstrações contábeis da empresa que esta
sendo auditada.
14
I.3 – O Que é fraude?
Podemos definir como fraude sendo um ato ilícito realizado por um
individuo com objetivo de se beneficiar. Ato este com intenção de lesar terceiros,
ou seja, é burlar uma obrigação, um dispositivo de lei, violar normas e
procedimentos internos das organizações, prejudicar, enganar; burlar, sonegar,
falsificar/adulterar documentos, acarretando como conseqüência o prejuízo de
terceiros.
Segundo Humberto Theodoro Júnior existem dois tipos de fraude, sendo
elas a fraude de execução e a fraude contra credores, segue suas diferenças:
"a) a fraude contra credores pressupõe sempre um devedor em estado de
insolvência e ocorre antes que os credores tenham ingressado em juízo para
cobrar seus créditos; é causa de anulação do ato de disposição praticado pelo
devedor;
b) a fraude de execução não depende, necessariamente, do estado de
insolvência do devedor e só ocorre no curso de ação judicial contra o
alienante; é causa de ineficácia da alienação.” (THEODORO JUNIOR, 2002:
101)”.
I.4 – As Conseqüências de uma fraude:
Quando um indivíduo realiza uma fraude, ele acarreta diversas
conseqüências para as organizações, para o mercado e para o governo. Para as
organizações as conseqüências são a deficiência de seu desenvolvimento no
mercado em modo geral (redução do lucro, menor produtividade, perda de publico
consumidor, entre outras), menor credibilidade para os acionistas (ações podem
se desvalorizar), encaminhando a empresa à falência. Para o mercado as
15conseqüências são a retração do mesmo (devido a quebra de empresas com
efeito em cascata), instabilidade da economia, desvalorização da moeda nacional,
prejuízo para os consumidores (aumento do valor dos produtos consumidos
devido a menor eficiência/produtividade na confecção dos mesmos), podendo
acarretar uma crise nacional. Para o governo as conseqüências são menor
arrecadação de impostos, que geram menos investimentos na economia
(infroestrutura, escolas, hospitais, programas de desigualdade social, entre
outros), maiores gastos com fiscalização para evitar novas fraudes (recursos que
poderiam ser investidos em outros setores que gerassem maior retorno).
Obs. Concluímos as conseqüências que uma fraude realizada em
organizações de pequeno e médio porte, ou em instituições, podem
direcionar um País a uma crise econômica, gerando sua quebra e solicitação
de ajuda internacional.
I.5 – Motivos de se cometer uma fraude:
Uma fraude é executada quando um individuo tem a oportunidade de
cometê-la de forma que não seja facilmente detectada. Na maioria das vezes a
fraude é cometida devido o executante esta com instabilidade em sua vida
financeira, ou quando o mesmo pretende adquirir bens que o seu poder aquisitivo
não é suficiente para comprá-los. A fraude sempre ocorre quando o individuo que
ira realizá-la detecta que não existe um controle eficiente em um determinado
departamento de uma organização, instituição ou setor público.
Obs. A fraude é estruturada por um tripé seqüencial: Razão/Motivo,
justicativa/desculpa, oportunidade/falta de fiscalização e controle.
16I.6 – Compreensão do que é risco:
Podemos entender como risco sendo um valor estimado adicionado a
probabilidade de ocorrência de um dano e sua gravidade. O seu nível varia de
acordo com o grau de perigo e sua exposição à vulnerabilidade do mesmo, sendo
observado como o produto entre a relação de ocorrência de perigo e da perda
prevista.
Os riscos do mercado se dividem em regulamentar, financeiro (taxa de
juros, câmbio, crédito, garantia e liquidez), operacional (pessoa, processo,
sistema, fraudes), estratégico (perda de mercado, mudança de habito de
consumo, concentração de fornecedor e clientes, mudança ambiental de longo
prazo). Nesta monografia iremos focar o risco operacional que é a principal base
deste estudo.
O risco operacional esta vinculado à perdas no patrimônio das
organizações, tendo como fundamento a ineficiência de processos/procedimentos
resultado de sistemas/controles inadequados, falhas de gerenciamento e erros
humanos. O risco operacional se divide nas seguintes áreas: organizacional -
está relacionado à organização ineficaz, administração incompetente (objetivos de
longo prazo não são bem definidos e estruturados), fluxo de informações internos
(funcionários) e externos (acionistas) ineficientes, responsabilidades não são bem
definidas, fraudes internas, facilidade no acesso as informações internas pela
concorrência; Operações – que está vinculado à problemas como overloads de
sistemas (telefonia, elétrico, computacional, etc.), processamento de dados
(Banco de Dados) que são passíveis de fraudes e erros, confirmações indevidas
ou sem controle eficiente; Pessoas - relacionado com contratação de empregados
mal qualificados e sem motivação para trabalhar na empresa, personalidade fraca,
falsa ambição, carreiristas, problemas com suas finanças.
17Obs. O principal objetivo da auditoria é mitigar o risco, reduzindo sua
probabilidade de ocorrer, para evitar a tempo que as fraudes sejam
executadas.
18
CAPÍTULO II – ANÁLISE DO IMPACTO DAS FRAUDES NA
CONJUNTURA ECONÔMICA:
II.1 – Correlação do cenário econômico com a auditoria interna:
Atualmente o cenário econômico brasileiro vem apontando estudos
relevantes referentes às fraudes empresariais. Recentes pesquisas de instituições
conceituadas no mercado estão relacionando dados comprobatórios sobre os
prejuízos de fraudes realizada nas principais organizações na economia brasileira.
Estes dados foram obtidos na pesquisa realizada pela KPMG (2009) citado por
HSN Consult (2009).
Em relação ao Brasil as perdas ocasionadas pelas fraudes nos fazem
refletir sobre o volume do mesmo, conforme constatado pelos órgãos públicos
responsáveis e pela própria conjuntura política nacional. De acordo com pesquisa
da KPMG (2009), realizada em 150 empresas que possuem faturamento na faixa
entre R$ 50 milhões e R$ 5 bilhões, constataram que 80% das empresas
reconheceram que sua empresa havia sido afetada por fraude interna devido
falhas em seus procedimentos operacionais, sendo que dois terços acreditam que
o nível de fraudes aumentará nos próximos anos.
Contab. Vista & Rev. Belo Horizonte, v.14, n. 1, p. 31-48, abr. 2003 6
Também podemos citar uma outra pesquisa que evidenciou que as perdas
decorrentes de fraudes em organizações brasileiras podem chegar a 37% do PIB,
sendo ponderada uma media entre 65% das empresas que destacaram as fraudes
como o maior problema empresarial. Estes dados projetaram um valor médio
anual de fraudes por organização de R$ 67 mil (HSN Consult, 2009).
19As perdas decorrente de fraudes nas organizações brasileiras devem estar
em torno de 6 à 7% de seus faturamentos de acordo com dados da GBE – Peritos
& Investigadores Contábeis (2009). Sendo estes números muito impressionantes
nos induzindo há alguns questionamentos, pois os valores em espécie perdidos
nas fraudes das empresas podem justificar um estudo científico para identificar e
compreender o motivo destas perdas significativas e suas conseqüências para o
mercado e para o governo. Vale também ressaltar que em relação à carga
tributária, não se verifica uma contestação dos empresários no sentido de
contestar estas perdas junto à sociedade através dos canais competentes, motivo
o qual se pode observar que diversas empresas quando detectam uma fraude
interna sequer tem condições de punir os fraudadores, devido elas mesmas
praticarem algum tipo de fraude, como por exemplo a sonegação de impostos,
adulteração de dados no demonstrativo de resultados.
Diante desses acontecimentos diários podemos indagar alguns
questionamentos que podem nos ajudar a compreender o crescimento das
fraudes nas empresas brasileiras:
• Qual o motivo de um funcionário cometer uma fraude?
• Porque que as organizações não conseguem punir os fraudadores
internos, de forma a evitar que a mesma volte a ocorrer?
• Como detectar o risco de ocorrer fraude interna?
• Qual o papel do Auditor Interno no controle dos procedimentos
internos?
• Quais as conseqüências para a sociedade, para as organizações e
para o governo quando uma fraude ocorre?
Obs. Esses questionamentos serão compreendidos durante o
desenvolvimento do estudo.
20 Quando uma organização exerce atividades ilícitas para sua continuidade
no mercado, ela cria um ambiente propício para ocorrência de fraudes internas,
cuja sua intensidade poderá significar a sua própria descontinuidade operacional
no mercado brasileiro. Não podemos deixar de explicitar algumas considerações
sobre conivência, pois toda fraude pode ser incluída dentro de um regime de
conivência, onde atitudes negligentes e posturas complacentes na adoção de
medidas corretivas/punitivas aos repensáveis referente às fraudes identificadas
pelas organizações são vistas como práticas de conivência devido à empresa não
possuir um bom controle interno que a torna vulnerável ao reacontecimento da
fraude.
Podemos contatar esta conveniência através de dados extraídos de
pesquisa realizada pela CEPEX – Centro de Pesquisa de Executivos realizado em
805 empresas industriais, comerciais e prestadoras de serviços, onde revela a
postura das empresas após a descoberta das fraudes, sendo que em 36% dos
casos de fraudes identificadas as empresas não adotaram nenhuma providência
para recuperar suas perdas (Canal Executivo, 2001).
Podemos observar que as empresas que não estabelecem políticas
estratégicas para combater fraudes internas estão constantemente sendo alvo de
maior incidência de fraudes, tanto em termos quantitativos de acontecimentos,
quanto na intensidade dos danos/prejuízos causados, prejuízos este que podem
ser irreversíveis encaminhando a empresa para sua falência. Às áreas mais
importantes para detecção de fraudes internas são os controles internos, auditoria
interna, auditoria externa e investigação especial (investiga alguma denuncia de
fraude interna). Foi constatado que as empresas que possuem canais de denúncia
anônima de fraudes internas, são mais eficientes no controle e prevenção do
mesmo.
Uma pesquisa realizada pela KPMG (2009) indica que 93% das
organizações pretendem aprimorar seus controles internos. Em relação a
tecnologia atual e sua rápida evolução possibilidade de entrada de dados
21simultânea, onde a forma como os dados são introduzidos nos sistemas dificulta o
responsável pela administração detectar de fraudes. Podemos detectar um
fraudador através de sinais de alerta que identificam sua mudança de estilo de
vida, sinais estes tais como discrepância entre salário e bens.
No Brasil o perfil do fraudador tem sofrido alterações de características
deixando de ser uma atividade individual para se tornar uma atividade coletiva
(grupo com formação de quadrilhas estelionatárias). A seguir segue dados das
principais contas contábeis mais utilizadas como pratica criminosa:
Contas (%) Caixas e Bancos 17,48 Contas à receber 9,71 Estoque 16,5 Ativo permanente 0,97 Fornecedores 6,8 Contas à Pagar 4,85 Vendas 6,8 C.M.V. 3,88 Contas da folha de pagamento 3,88 Despesas de viagem 9,71 Outras despesas 7,77 Despesas de serviços 7,77 Outras 3,88
Fonte: GBE Peritos & Investigadores Contábeis, 1997.
II.2 – Atual perfil do fraudador no mercado econômico brasileiro:
Constantemente as organizações vêem sofrendo fraudes internas ao qual
ameaçam sua perpetuidade no mercado devido à má-conduta e desonestidade de
alguns de seus funcionários. Conforme Pesquisa realizada pela empresa KPMG
22(Relatório de Pesquisa 2009 – kpmg.com.br) iremos determinar o perfil do
fraudador na atual conjuntura do mercado econômico brasileiro, com objetivo de
podermos compreender o motivo de se cometer uma fraude nos próximos
capítulos deste estudo:
• 52% das empresas que participaram da pesquisa realizada pela
empresa KPMG -2009 pertencem ao ramo de atividade industrial –
Faturamento anual entre R$ 250 milhões à R$ 3 Bilhões (72%).
• O perfil típico do funcionário fraudador é do sexo masculino (78%),
pertence à posição hierárquica do staff, tem idade média entre 26 à
40 anos (65%), recebe remuneração mensal em torno de R$
1.00,00 à R$ 3.000,00 (51%), e possui tempo de casa na
organização em torno de 2 à 5 anos (41%).
• Na maior parte dos casos as perdas são relativamente pequenas
sendo abaixo de R$ 1 mil (83%), embora em 2% dos casos
envolvem mais de R$ 10 milhões.
• Em mais da metade dos casos (58%), as fraudes são praticadas
por funcionários das empresas. O restante é composto por
prestadores de serviços (18%), fornecedores (14%) e, em casos
esporádicos, por clientes (8%).
• Dentre as razões levantadas para o crescimento das fraudes
corporativas, a maioria dos entrevistados aponta a perda de valores
morais e sociais (62%). Porém, a insuficiência nos mecanismos de
controle (51%) e a impunidade (52%) também são vistos como
fatores que contribuem para a tendência a se cometer uma fraude.
• A Maioria das empresas não dá prosseguimento a processo judicial,
o que não só dificulta a recuperação das perdas, como favorece a
23sensação de impunidade. Cerca de 50% das empresas não
conseguem recuperar nada do que foi perdido.
• Segundo pesquisa da KPMG-2009 é de fundamental importância
conhecer os antecedentes do funcionário. Segundo a auditoria,
30% das empresas não realizam background checks, ou seja, não
entram em contato com antigos empregadores na tentativa de
entender o porquê do desligamento.
• Cerca de 60% dos funcionários que cometem fraudes nas
organizações em que trabalham pertencem ao alto escalão.
• Foi constatado na pesquisa da KPMG-2009 formas de se prevenir
uma fraude, onde cerca de metade dos casos de fraudes (52%), a
fraude é identificada pelos controles internos, 39% pela auditoria
interna e 29 % devido informações dos funcionários via canais de
comunicação como hotlines (Canal de denuncia anônima).
• A grande maioria dos atos de fraude encontra-se na falsificação de
cheques e documentos cerca de 29%, seguido de roubo nos ativos
da empresa com 25% dos casos.
• Quando a fraude é confirmada e detectada os responsáveis pelo
ocorrido, na maioria (60%) opta pela demissão dos funcionários,
sendo que a maioria dos empreendedores preocupados com esta
situação (84%) afirmaram que estão investindo na melhoria dos
controles internos, mas 73% deles acreditam que seja preciso
combinar esta ação com o planejamento de diretrizes sobre
integridade e ética profissional de seus funcionários, onde segundo
a pesquisa realizada pela KPMG-2009, atualmente apenas 10%
das empresas adotam este tipo de procedimento.
24II.3 – Medidas adotadas pelo mercado econômico para se evitar
fraudes internas:
Atualmente a maioria das organizações estão despreparadas para lidarem
com o combate as fraudes dentro de suas instalações, isto se deve a ineficiência
de seus controles internos (processo, sistema, departamento de auditoria interna),
e ao despreparo dos seus administradores, onde as mesmas adotam medidas
paliativas para solucionarem o problema ocasionado com objetivo de não permitir
que se espalhe o fato ocorrido, quando acontecimentos maiores estão por ocorrer
e eclodir.
Com temor de que as fraudes passem por despercebidas, as organizações
vêem melhorando seu processo de controle interno. De acordo com o relatório de
pesquisa realizado pela empresa de auditoria KPMG-2009, a melhoria dos
controles internos subiu para 93%, seguida pela elaboração de um manual de
comportamento profissional para seus funcionários (normas e procedimentos
éticos) 57%, e do treinamento dos funcionários 50%.
Outras medidas adotadas foram investigações especiais pela auditoria
externa ou terceiros 34%, sensibilização da gerencia 31%, aumento de recursos
no Depto./Auditoria Interna 24%, Rodízio de funcionários 12%, outros
procedimentos 3% (segregação de funções, acesso ao banco de dados somente
por pessoas autorizadas, entre outros). Em 84% das organizações participantes
da pesquisa há existência de diretrizes sobre integridade e ética profissional na
organização.
Referente ao método utilizado para melhorar e desenvolver a lealdade dos
funcionários temos os seguintes procedimentos de acordo com a pesquisa: ênfase
na ética 76%, aumento de transparência nas operações da empresa 62%,
implementação de programas de satisfação de funcionários 43%, amplos
25benefícios em seguridade social 17%. A maioria das organizações possui ótimos
conhecimentos pela diretoria da empresa sobre as diversas formas e praticas da
fraude cerca de 52% dos entrevistados.
As principais causas para o crescimento de atos fraudulentos constatados
pela pesquisa são: perdas de valores sociais e morais 63%, insuficiência de
sistema de controles 56%, impunidade 53% (este item é de fundamental
importância, pois sem nenhum tipo de punição por parte da empresa ao
funcionário fraudador a organização cria um ambiente favorável à ocorrência de
novas fraudes internas pelos mesmos funcionários e por outros funcionários que
ainda não tenham o perfil de fraudador determinado pela pesquisa), alteração na
organização da empresa 16%, problemas econômicos 11%, outros 3%.
Segundo a pesquisa realizada pela empresa de auditoria KPMG-2009, após
a descoberta da fraude as ações executadas pelas organizações: demissão dos
envolvidos 55%, denuncia criminal 31%, investigação pela auditoria interna 33%,
investigação pela auditoria independente 4%, pedido de indenização 9%,
comunicação à seguradora 1%, acordo sigiloso 2%, revisão da eficácia dos
procedimentos/processos antifraude 30%. Estes resultados demonstram que a
maioria das organizações estão engajadas em revisar a eficácia de seus
procedimentos internos com objetivo de verificar se hà/existe outro de seus
departamentos com fraudes encobertas a serem detectadas para que
providencias sejam tomadas antes que uma possível fraude encoberta prejudique
financeiramente a organização e coloque em risco sua continuidade no mercado.
Conforme a pesquisa algumas organizações implementaram ferramentas e
procedimentos para evitar fraudes internas, como: TI 60%, canal de denuncia
anônima 53%, background checks 22%, fraud risk assessment 17%.
26 Outros dados importantes obtidos pela pesquisa referem-se ao crime
organizado como o mesmo pode ameaçar a permanência da organização no
mercado, onde foram obtidos os seguintes resultados: Fraudes 56%, Roubo 50%,
Uso de informações privilegiadas 45%, suborno de empregados 35%, competição
ilegal 30%, computer hacking 25%, espionagem 25%, lavagem de dinheiro 13%.
Como podemos observar as fraudes e os roubos sempre ocorrem em mais da
metade das empresas, o que leva as mesmas a adotarem medidas preventivas
para que o mesmo no ocorra ou volte a ocorrer dentro de seus instalações.
Uma medida preventiva bastante eficaz e muito adotada pelas
organizações do mercado refere-se à restrição ao acesso físico a informações
sensíveis e a áreas sensíveis da empresa, onde ficam armazenadas todas as
informações sigilosas da empresa (Banco de Dados e documentos físicos), que
segundo a pesquisa realizada pela KPMG-2009 é adotada em cerca de 78% das
organizações entrevistadas. Segue os dados obtidos pela pesquisa: Restrição ao
acesso físico a áreas sensíveis 56%, Acesso limitado de visitantes nos escritórios
da empresa 30%, Esforços contínuos na construção de lealdade em relação a
empresa 46%, Background checks para novos funcionários, fornecedores e
prestadores de serviços que trabalham com informações sensíveis e confidenciais
25%, Verificação periódica eletrônica para detectar falhas e problemas 31%.
Obs. Os dados do conteúdo deste capítulo foi adquirido da pesquisa realizada pela
empresa de auditoria KPMG (A Fraude do Brasil – Relatório da Pesquisa 2009),
http://www.kpmg.com.br/publicacoes/forensic/Fraudes_2009_port.pdf
27
CAPITULO III - IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA
NA PREVENÇÃO DE FRAUDES:
III.1 – O papel da Auditoria Interna:
A Auditoria interna é definida como um departamento de controle interno
dentro das organizações com objetivo de auxiliar os administradores a gerenciar a
empresa de forma eficaz prevenindo possíveis perdas (Fraudes Internas) para a
mesma. A palavra chave muito utilizada pela auditoria interna é “mitigar” risco, ou
seja, reduzir a probabilidade do risco ocorrer.
Atualmente a Auditoria interna tem sido uma peça fundamenta na
prevenção e detecção de fraudes dentro das organizações. Devido os seus
métodos de controles internos ela analisa os riscos da empresa e verifica a
possível implantação de um controle, também consegue identificar falhas
operacionais encobertas pelos funcionários que as cometeram e detectar fraudes
internas que possam comprometer a integridade das organizações.
A auditoria interna realiza exames analíticos, sistemáticos e periciais de
forma cuidadosa dos procedimentos desenvolvidos dentro de uma organização,
tendo como objetivo averiguar se elas estão de acordo com as normas e
procedimentos planejados e estabelecidos pela administração, se estão
adequadas às leis e normas estabelecidas pelos órgãos de controle do governo
(NBCT), e também verificam se foram implementadas com eficiência,
procedimentos estes que segue o desenvolvimento das operações contábeis,
desde o início até o balanço.
28A auditoria interna se divide em áreas de gestão: auditoria de sistemas
(TI), auditoria de recursos humanos, auditoria da qualidade, auditoria de
demonstrações financeiras, auditoria jurídica, auditoria contábil.
A auditoria interna deve ser independente dentro da estrutura da
organização e reportar-se diretamente à direção. Os principais objetivos de um
auditor interno são: verificar a existência, a suficiência e a aplicação dos controles
internos, para evitar que fraudes possam ocorrem dentro das organizações por
seus funcionários.
O papel da auditoria é verificar se os controles existentes são eficientes e
suficientes para evitar que fraudes internas ocorram dentro de uma organização.
Um controle interno só é implantado quando o beneficio gerado por ele for
superior ao gasto de implementação do mesmo. A implementação de um controle
esta vinculada à avaliação do risco da empresa, qual o risco para empresa em um
de seus departamentos, primeiramente calcula-se o risco em R$ para determinar
se é viável ou não a implementação de um controle interno.
A Auditoria Interna também tem como papel contribuir para governança
coorporativa das organizações enfatizando as seguintes praticas: actuar em áreas
críticas da organização, promovendo a redução dos riscos de gestão; fortalecer o
sistema de controlo interno; recomendar decisões que ajudem a solucionar falhas
nos processos das organizações, melhorando o desempenho das mesmas;
garantir credibilidade e transparência no processo de prestação de contas e
confiança nas informações fornecidas para os acionistas e para o governo
(Auditoria Externa); garantir maior envolvimento e responsabilidade do órgão de
gestão e fiscalização da empresa, frente às recomendações mencionadas nos
seus pareceres e relatórios para que o mesmo dsejam seguidos.
29 Os benefícios gerados pelos procedimentos de responsabilidade da
auditoria interna são fundamentais para o desenvolvimento e a continuidade das
organizações no mercado, pois a auditoria não visa somente detectar fraudes e
erros ela contribui para melhoramentos dos processos das organizações tornando-
os mais eficientes e produtivos. O departamento de auditoria interna verifica se os
procedimentos de demonstrativo contábeis da empresa estão de acordo com as
leis e regras criadas pela NBC (Normas Brasileiras de Contabilidade), adaptando o
sistema de registro da empresa aos procedimentos a serem seguidos.
III.2 – Responsabilidades da Auditoria Interna:
A Auditoria Interna possui diversas responsabilidades fundamentais para o
bom funcionamento das organizações. Algumas funções são atribuições à
auditoria interna como avaliar os componentes significativos das demonstrações
financeiras das organizações; avaliar a observância às diretrizes, normas políticas,
planos, procedimentos, leis e regulamentos aplicáveis se estão de acordo com o
planejado, o seu nível de economididade no uso dos recursos e da eficiência
operacional; ajudar a disseminar as estratégias políticas e mudanças da
organização e ser agente catalisador de sugestões e propostas do corpo
funcional; acompanhar o cumprimento de recomendações decorrentes de
trabalhos de auditoria interna e externa e a correção de problemas de caráter
organizacional estrutural, operacional e sistêmico sugeridos; elaborar o plano de
atividades de auditoria e relatórios de atividades de auditoria e de seus resultados.
Podemos analisar que as verificações de auditoria têm por objetivo final
contribuir para a melhoria dos resultados das organizações auxiliando os
administrados na tomada de decisões fundamentais para a continuidade da
mesma no mercado. O setor de auditoria de gestão se utiliza dos procedimentos
adotados pelas outras áreas da auditoria interna, porém muito mais focada na
30avaliação dos resultados obtidos pela unidade sob exame, em confrontação com a
estratégia e o plano de ação das organizações, bem como na identificação de
ameaças (fraudes, roubos, espionagem industrial, mercado consumidor, entre
outros) e oportunidades para evolução de resultados futuros.
Uma das principais responsabilidades da Auditoria Interna é garantir a
integridade das informações geradas para os acionistas, ela também visa evitar
que fraudes internas ocorram e comprometam os resultados das organizações
que são de fundamental importância para o pagamento de dividendos aos
acionistas, garantindo o retorno do capital investido.
A Auditoria Interna é responsável pela criação de controles internos
fundamentais para a prevenção de fraudes que evita a prática desses delitos e
identificar os fatos já realizados. Observa-se ainda, que a prevenção deve ser uma
preocupação constante, onde as empresas devem começar desde a seleção de
seus empregados, para os setores de compras, financeiro, e de recursos
humanos, que de acordo com o SEBRAE-RJ são as áreas mais críticas da
empresa (onde se identifica a maioria dos casos de fraudes cometidas). Mas
deve-se observar também a área da tecnologia da informação, para que não
sejam utilizados nos computadores da empresa softwares piratas, além de realizar
constantemente backup de arquivos. Também deve-se utilizar um bom programa
de antivírus, limitar o acesso a determinados dados (Banco de Dados e
Informações sigilosas) mediante a utilização de senhas, instalação de software
que estão relacionados a segurança de informações.
Outra responsabilidade fundamental é após a detecção da fraude, a
auditoria interna tem obrigação de comunicar à administração, sugerindo medidas
corretivas. Cabe aos administradores da empresa tomar providências para que
não haja brechas para a ocorrência de outros erros e fraudes.
31III.3 – Como a Auditoria Interna pode evitar fraudes:
Atualmente a Auditoria Interna se tornou um papel fundamental dentro das
organizações no auxilio na prevenção de fraudes internas. Na maior parte das
vezes as incidências de fraudes ocorrem em operações que envolvem moeda
física ou eletrônica, estoques e valores a receber de clientes.
Uma medida muito adotada atualmente pelas organizações do mercado
para impedir a ocorrência de fraudes é em relação aos pagamentos a
fornecedores onde as organizações devem evitar que a realização e autorização
destes pagamentos sejam realizadas pela mesma pessoa, ou seja, deve-se adotar
o modelo de segregação de funções, onde para se autorizar este tipo de operação
dois ou mais funcionários sejam responsáveis. Quando esta medida não é
adotada pela organização, os auditores contábeis quando efetuarem auditoria nos
processos da empresa poderá indicar que há indícios de possibilidade de fraude
dentro desta organização.
O auditor interno tem uma grande responsabilidade de influenciar e
direcionar os administradores da organização, sugerindo que sejam tomadas as
medidas corretivas necessárias para que seja evitado que uma fraude possa vir a
ocorrer internamente. O auditor deve tomar alguns cuidados para prevenir o tipo
de comportamento que leve um funcionário de uma organização a cometer uma
fraude, segue:
• A primeira medida se refere a contratação de funcionários onde os
administradores devem buscar saber nas empresas por onde já
trabalharam, o comportamento em que tinham, e se o mesmo
apresentou indícios de comportamentos que sejam suspeitos. As
áreas mais atingidas pelas irregularidades são os setores de
32compras, financeiro, de recursos humanos, como também a área de
tecnologia da informação;
• Fiscalizar se as operações estão sendo registradas de forma correta,
ou seja, verificar se a contabilidade está correta;
• A auditoria interna deve auxiliar a auditoria externa, facilitando seu
trabalho na conferencia e busca de possíveis erros cometidos para
serem regularizados, o ideal é que as auditorias externa e interna
trabalhem de forma integrada, aplicando programas de prevenção
para erros e fraudes;
• Tem como tarefa de extrema importância o controle e conferencia
dos sistemas de folha de pagamento, de contas a pagar e contas a
receber, pois de acordo com a pesquisa analisada neste estudo, são
as áreas onde mais se encontra fraudes sendo cometidas;
• O auditor interno tem como responsabilidade primordial agregar
conhecimentos das Leis e Códigos Processuais, de Criminologia, de
Sociologia, de Psicologia e, principalmente, de Auditoria e de Perícia
Contábil, onde esses estudos irão ajudar o contador aumentando sua
capacidade de identificar padrões de conduta alterada e indícios de
distúrbios. O objetivo destes estudos é dar o suporte e a base ao
Contador Investigador de Fraudes condições de propor alternativas e
penalidades para se prevenir a ação dos fraudadores;
• Um método utilizado em algumas organizações de grande porte é a
instalação de câmeras e a infiltração de investigadores nas equipes,
os chamados “funcionários espiões”, para monitorar os funcionários
diariamente.
33As organizações devem possuir mecanismos de Controle e Prevenção de
fraudes internas, adotando algumas medidas necessárias com auxilio da auditoria
interna, como: desenvolvimento da matriz de risco do negócio; implementação de
controle interno, gerenciamento e treinamento de equipes de auditoria interna;
revisão periódica dos controles internos, verificação de equipe de auditoria,
análise de risco de fraude; revisão da qualidade do ambiente de negócio,
enfocando aspectos tais como: cultura empresarial, ética do trabalho, revisão de
funcionários, estrutura de recursos humanos e controle de informação;
acompanhamento e controle de investimentos em atividades críticas, tais como:
construção, logística e manutenção; programas e seminários de treinamento
antifraude voltados para equipes de auditoria;
A Auditoria interna tem como obrigação exercer serviços de Investigação de
Fraudes dentro das organizações, com o objetivo de detectar fraudes internas que
já ocorreram e evitar que outras ocorram utilizando seus mecanismos de
prevenção. Ela pode proceder a investigação de fraudes financeiras, investigação
de fraudes gerenciais e comerciais, realizar análise de documentos e de dados
financeiros e perícia em computadores e servidores (recuperação de arquivos e de
dados deletados), realizar cálculos financeiros das perdas e prejuízos causados
por fraudes internas, e proceder a perícia e tabulação de documentos, analisando
e informando os resultados de investigação de forma objetiva e coerente com a
organização para seus administradores.
A avaliação das perdas financeiras realizada pela auditoria interna deve
conter os seguintes procedimentos: uma perícia contábil dos valores,
apresentando o cálculo financeiro das perdas; cálculo dos danos causados pela
fraude, tais como: valor presente dos recursos desviados, cálculo do lucro
cessante e custos de oportunidade; revisão independente dos valores pagos a
fornecedores e parceiros comerciais; revisão independente de contas a receber e
conciliação contábil; revisão independente dos contratos e cláusulas comerciais.
34 Podemos analisar que todos os mecanismos de prevenção de fraudes
utilizados pela auditoria interna são importantes para se prevenir e detectar
fraudes internas nas organizações, os quais as mesmas devem considerá-las
fundamentais para desenvolver suas atividades de forma segura e sustentável,
oferecendo confiança a seus clientes e acionistas, alcançando o seu principal
objetivo que é gerir bons resultados.
III.4 – Lei Sarbanes-Oxley e sua importância para Auditoria
Interna:
A lei Sarbanes-Oxley é atualmente a mais rigorosa regulamentação para o
tratamento de questões de controles internos, elaboração de relatórios financeiros
e divulgações de demonstrativo de resultados já impostas às organizações que
possuem capital aberto. O objetivo desta etapa do estudo é analisar o processo de
implantação de controle interno adequado às exigências da Lei Sarbanes-Oxley
nas organizações brasileiras, encaminhado-as as boas praticas de governança.
No Brasil, mesmo antes do surgimento da Lei Sarbanes-Oxley, já existiam
órgãos do governo que controlavam as boas práticas de governança corporativa
para as empresas brasileiras, principalmente as de capital aberto. Em 1995, surgiu
o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC, em dezembro de 2000,
foi lançado o Novo Mercado da Bolsa de Valores do Estado de São Paulo –
BOVESPA, em 2001 a Lei nº 10.303 alterou a Lei das Sociedades por Ações –
6.404/76; em 2002 a Comissão de Valores Mobiliários – CVM criou a sua Cartilha
de praticas de Governança Corporativa. (informações obtidas da Revista de
Administração e Contabilidade da Unisinos 4(2):160-170, maio/agosto 2007 by Unisinos)
A Lei SOX foi aprovada pelo Congresso americano em 30 de julho de 2002
e sancionada em seguida pelo presidente George W. Bush, onde se torno a nova
35lei da reforma administrativa para as organizações americanas (‘The Sarbanes-
Oxley Act”). Ela é conhecida como Sarbox ou SOX e representa uma das
principais reações do governo dos Estados Unidos contra as manipulações nos
balanços, demonstrativos de resultados e nos escândalos de fraudes contábeis
descobertos em grandes organizações norte-americanas. A SOX criou um novo
ambiente de governança corporativa, gerando um conjunto de novas regras,
responsabilidades e sanções aos administradores das organizações de capital
aberto, com objetivo de evitar praticas ilícitas que possam causar danos a
sociedade.
Neste estudo iremos nos concentrar nas seções 302 e 404 da SOX que
tratam diretamente das responsabilidades dos administradores com a fidelidade
dos números nas demonstrações financeiras, com a avaliação dos controles e
procedimentos internos para a emissão dos relatórios financeiros, das multas e
penalidades aplicadas àqueles que cometerem fraudes. Onde a seção 302
determina que o principal diretor executivo e o diretor financeiro devem declarar
pessoalmente que são responsáveis pelos controles e procedimentos de
divulgação. Já a seção 404 determina uma avaliação anual dos controles e
procedimentos internos das organizações para a emissão de relatórios financeiros,
ela também exige que o diretor executivo e o diretor financeiro avaliem e atestem
periodicamente a eficácia dos controles internos. O auditor independente da
companhia deve emitir um relatório distinto que ateste a participação da
administração nos estudos e certificação da eficiência dos controles internos e dos
procedimentos executados para a emissão dos relatórios financeiros.
A seção 302 da Lei SOX possui algumas regras que exigem dos
administradores uma certificação onde seja constatada que nos relatórios
trimestrais e anuais das demonstrações contábeis foram executados uma
minuciosa revisão dos relatórios sendo livres de declarações falsas, que as
demonstrações contábeis apresentam de forma autêntica as condições financeiras
36e o resultado das operações da companhia, que foi executado uma avaliação da
eficiência dos controles internos da empresa, que os mesmos são responsáveis
pelos procedimentos de divulgação das informações contidas no demonstrativo de
resultado, que foi divulgado ao seu comitê de auditoria todas as deficiências
materiais e os atos de fraude envolvendo qualquer funcionário (seja da
administração ou de outro setor da organização), que desempenham papéis
significativos nos controles internos da companhia.
Na seção 404 da Lei SOX é determinado que dentre os relatórios emitidos
pela administração, sempre deverá ser criado um relatório de controles internos,
onde deve afirmar a responsabilidade da administração no estabelecimento e
manutenção dos controles e procedimentos internos para a emissão dos relatórios
financeiros, avaliação acerca da eficácia dos controles e procedimentos internos
para a emissão dos relatórios financeiros, demonstrar que o auditor independente
da companhia atestou e reportou a avaliação feita pela administração sobre a
eficácia dos controles internos e procedimentos para a emissão dos relatórios
publicados.
No entanto para eficácia da implementação dos procedimentos exigidos
pela SOX no controle interno das organizações é fundamental o conhecimento e
cumprimento de todas as seções e etapas contidas nesta lei, assim como a sua
implantação e a seleção de uma apropriada estrutura de controle interno que seja
capaz de corresponder as expectativas que a lei determina, e que a diretoria das
organizações almeja obter.
Para as organizações a implementação da Lei SOX em seus processos
internos é de fundamental importância, pois gera a transparência na emissão de
relatórios de fundamental importância para os investidores, garantindo qualidade e
segurança em suas decisões sobre qual empresa investir.
37A Lei SOX pode ser implantada em todas as empresas que possuem ações
ou títulos na bolsa de valores, ou seja, as organizações de capital aberto no
mercado, o qual estabelece novos padrões para as organizações que aderiram as
normas e procedimentos da lei de forma que os controles sejam mais bem
regulamentados, pois um sistema eficaz de controles internos pode contribuir para
a fidelidade dos investidores e maior segurança nas informações geradas pela
empresa, resguardando os interesses tanto da empresa quando dos acionistas.
Com isto pode-se garantir a observação e previsão de acontecimentos ocorrentes
dentro das organizações que geram reflexos tanto em seu patrimônio quanto no
mercado, tendo como conseqüência a minimização em grande proporção dos
custos e na quantidade de horas na jornada de trabalho gasto no processo de
adequação as exigências das normas e procedimentos da SOX.
Os diretores da alta administração devem ser capazes de gerir a
organização de tal forma que a mesma se disponha de um bom sistema de
controle interno, sendo necessário que o ambiente de controle tenha uma postura
exemplar da alta direção, processos de avaliação de riscos, atividades de controle,
processos de informação e comunicação e um monitoramento de funções e
processos. Os controles internos devem se implantados pela alta administração,
compreendendo intervenções tanto o conselho administrativo quanto da diretoria
executiva das organizações.
Após a implementação da Lei SOX é necessário que sejam adotadas as
medidas de boas práticas de governança corporativa pelas organizações, pois
além da mesma conseguir conquistar seu espaço no mercado consumidor ela
também pode obter a confiança por parte de todos os envolvidos na corporação,
principalmente de seus investidores, que vêem com bons olhos essas práticas
como sendo um diferencial para tomar decisões de investir cada vez mais na
organização e de aumentar sua participação efetiva na mesma.
38 O principal objetivo da Lei SOX é conseguir fazer com que as organizações
busquem uma eficiência das informações de sua empresa no mercado de capitais,
já que os investidores as utilizam para avaliar o melhor direcionamento de seus
capitais a serem investimentos, pois somente assim o investidor poderá ter
condições concretas para avaliar o risco que estará correndo e qual a sua chance
de retorno em determinada organização do mercado. Somente os investidores que
possuem o mínimo de capacidade administrativa necessária conseguem avaliar as
informações oferecidas pelas organizações do mercado, sendo que os mesmos
estão totalmente atentos a todas as variações que podem vir a ocorrer no preço
das ações na bolsa de valores.
Entretanto as organizações que optaram por aderir Lei Sarbanes Oxley,
mais conhecida como SOX, terão que rever todos os seus sistemas de controles e
processamentos internos (principalmente os bancos de dados), buscando detalhar
ao máximo cada procedimento para aumentar o nível de responsabilidade das
informações apresentadas nos relatórios internos e externos processados,
revendo seu o código de ética para ver se esta adequando as exigências da lei, e
por fim reestruturar sua base de governança corporativa.
Um sistema de controle interno mais eficiente demonstra transparência da
entidade aos olhos dos investidores do mercado que gera atratividade de
investimentos para organizações brasileiras (principalmente os investimentos
estrangeiros), o que tem como conseqüência um aumento do retorno de forma
atrativa do capital investido tanto para empresa como para seus investidores.
Pode-se concluir que os propósitos da lei são bem amplos e eficazes fazendo com
que os organizadores, auditores, funcionários e responsáveis pela organização, se
mobilizem quanto à política interna, fazendo com que surjam empresas
socialmente responsáveis. No mercado.
39
CAPÍTULO IIII – CONSEQUÊNCIAS DAS FRAUDES PARA
AS ORGANIZAÇÕES:
Atualmente as organizações vêm demonstrando no mercado sua
preocupação com as conseqüências ocasionadas a uma fraude interna, que
dependendo do nível de impacto pode levar a decadência de toda a estrutura da
empresa. As conseqüências de uma fraude podem ser drásticas não só para as
organizações, como também refletem toda a estrutura do mercado e também a
estrutura projetada pelo governo (orçamento anual).
Conforme dito nos capítulos anteriores se uma organização não possuir um
sistema de controle eficiente em seus processos internos, o risco de ocorrer uma
fraude interna se torna altíssimo, pois cria o ambiente favorável ao fraudador
(triangulo da fraude – Motivo / Justificativa / Oportunidade), podendo acarretar em
diversas conseqüências para organização, que dependendo do grau podem ser
irreversíveis.
Uma fraude pode gerar prejuízos múltiplos, ou seja, acarreta em prejuízos
para a organização ao qual ocorreu à fraude, para o governo, e para o mercado
consumidor (engloba os acionistas e os consumidores). Os efeitos para
organização são: financeiros (perda de capital, equipamentos, informação-banco
de dados, entre outros), imagem (reputação da empresa no
mercado/confiabilidade das informações passadas aos acionistas), desvalorização
de suas ações, e de legalidade (autorização do governo para exercer a atividade
no mercado). Os efeitos para o governo são: a perda de receita e maiores gastos
na criação de instituições de controle para fiscalizar as organizações no mercado.
Os efeitos para o mercado consumidor são: perda de capital com a desvalorização
40das ações, aumento dos preços em geral dos produtos no mercado consumidor,
aumento do índice de desemprego, entre outros.
Os efeitos de uma fraude interna para as organizações como mencionado
no parágrafo acima, geram dificuldades financeiras para a organização, ao qual a
fraude ocorreu, de se reerguer no mercado. Quando um dos funcionários da
empresa tem a oportunidade de efetuar desvio de dinheiro para favorecimento
próprio (denominado como Crime do Colarinho Branco), este ato se torna em um
habito maléfico para as finanças da organização que no futuro poderá desfalcar o
patrimônio da empresa de tal maneira que a mesma não consiga dar continuidade
as suas atividades no mercado. Também podemos mencionar os prejuízos de
imagem que podem gerar no mercado tendo como conseqüência a desvalorização
das ações da empresa no mercado, e a recusa por parte do consumidor na
aquisição de seus produtos e/ou serviços. Podemos destacar também na retração
ou quebra de outras empresas menores que dependem da organização onde
ocorreu a fraude para se manter no mercado (efeito de quebra em cadeia).
O fato mencionado no parágrafo anterior gera como conseqüência para o
governo a diminuição na arrecadação dos impostos, valor este que desfalcará o
orçamento anual projetado, gerando como conseqüência a diminuição da verba
para os novos projetos, os que estão em andamento e a manutenção dos que já
foram concluídos. Além disso, podemos citar os gastos extras que o governo terá
que desembolsar para arcar os custos da criação de instituições governamentais
de controle e fiscalização para se evitar futuras fraudes, tendo com o objetivo de
aumentar o nível de dificuldade de uma fraude ocorrer.
As conseqüências mais graves são dissolvidas pelo mercado consumidor,
que absorver grande parte do impacto gerado pela fraude interna em uma
organização. Com a desvalorização das ações da organização onde ocorreu à
fraude, diversos acionistas terão que arcar com prejuízos financeiros (redução de
41seus patrimônios) que gera como conseqüência a retração do mercado devido à
redução do consumo de bens oferecidos pelo mercado ocasionado pela redução
do patrimônio dos acionistas. Outra conseqüência para o mercado esta
relacionada ao aumento dos preços referente aos produtos/serviços que a
organização onde ocorreu à fraude fornecia ao mercado, ocasionado a retração do
consumo de bens e serviços. Por ultimo destacamos uma conseqüência fatal para
o mercado que é o aumento do índice de desemprego, onde o aumento deste
índice ocorre quando a organização ao qual a fraude ocorreu decreta sua falência
no mercado, acarretando na demissão de todo o seu quadro de funcionários e na
redução das vagas de empregos oferecidas no mercado, ocasionando a retração
do mesmo.
Como podemos analisar uma fraude em uma determinada organização
pode gerar um efeito em cadeia em toda a estrutura do capitalismo, efeito este
que dependerá do porte da organização no mercado e do nível da fraude ocorrida.
Mas como verificamos nesse estudo os efeitos são drásticos para todos
(Organizações, Governo e Mercado Consumidor).
42
CONCLUSÃO:
No desenvolvimento desse estudo podemos compreender o que é uma
fraude, as classificações de uma fraude, quem comente uma fraude, o perfil do
fraudador, as medidas punitivas que se deve adotar quando se detecta uma
fraude, e as conseqüências que uma fraude pode gerar.
Os funcionários causam as fraudes com a intenção de se beneficiarem, e
sempre com o impacto da destruição, da perda, da omissão, da avaria, que são
provocadas por algum desvio ou falha nos processos ou no uso dos recursos.
Cabe ao auditor responsável pelo controle da empresa procurar a administração e
comunicar o ocorrido, para que a mesma possa tomar as medidas corretivas e
reestruturar seus processos de controles internos tornando-os mais eficazes, alem
de terem que efetuar o calculo financeiro dos possíveis prejuízos gerados pela
fraude. Os administradores da organização podem utilizar os serviços de um
especialista para detectar em qual ponto a fraude vem ocorrendo em sua
empresa, com objetivo de ter o conhecimento necessário para tomar as medidas
corretas para resolução definitiva do fato ocorrido.
Com o avanço da tecnologia nos negócios e a redução do tempo para
controlar as atividades internas, cada vez mais rápido um maior numero de falhas
são percebidas e conhecidas pelos controles internos das organizações. Nesse
estudo foram demonstradas algumas medidas que se pode adotar para se evitar
que fraudes ocorram dentro de uma, como, por exemplo, informar-se melhor sobre
os funcionários que a empresa contrata e também criar um processo de controle
interno eficiente. Também destacamos os principais motivos para que algum
funcionário cometa uma fraude, como por exemplo, o não reconhecimento
profissional (desmotivação profissional – crescimento dentro da empresa),
43necessidade financeira (dificuldades financeiras ou desejo de aquisição de bens o
qual suas finanças não são suficientes para adquiri-los), e o mais importante que
se deve a não punição na maioria dos casos de fraudes (devido às organizações
terem receios de sua exposição no mercado “manchar o nome da empresa”).
Cabe à administração tomar providências eficazes para que não existam erros ou
fraudes dentro da empresa.
Destacamos nesse estudo uma pesquisa realizada pela KPMG (2009), que
ajuda a compreender a conjuntura atual do mercado diante das fraudes internas
nas organizações. Essas informações são de fundamental importância para os
administradores das grandes organizações para que os mesmo reflitam sobre os
números apresentados e criem planos estratégicos que ajudem a evitar que o
mesmo ocorra em suas empresas. Uma fraude não tratada a tempo da maneira
correta pode levar à crise, que é uma conseqüência de decisões equivocadas e
incidentes não gerenciados ou não tratados a tempo, que podem ocasionar novos
incidentes mais graves que os anteriores.
Vimos também à importância do papel do auditor interno e externo no
auxilio a detecção de fraudes internas, e a ajuda que os mesmos podem oferecer
as diretorias das organizações na criação de controles mais eficazes. A
importância da Lei SOX para o seu cumprimento por parte das organizações com
objetivo de ajudar as organizações a se defenderem das possíveis fraudes
internas.
O fenômeno das fraudes de acordo com a conjuntura atual do mercado não
está restrita apenas aos países subdesenvolvidos / emergentes, esta atrelada à
crise de valores morais mundial, onde as atividades fraudulentas atingem de forma
generalizada às instituições públicas e privadas exigindo uma performance mais
eficiente da auditoria em face da elevação considerável das fraudes nas duas
últimas décadas e a tendência ao seu aprofundamento tanto no aspecto qualitativo
44quanto no aspecto quantitativo. Onde as medidas preventivas tendem a evoluir e
se tornarem bem eficazes na prevenção de possíveis fraudes.
Para concluirmos esse estudo destacamos as conseqüências que as
fraudes podem ocasionar tanto as organizações, quanto o governo, e quanto o
mercado consumidor. Conseqüências essas que podem ser irreversíveis, gerando
a quebra em cadeia de diversas empresas do mercado, Assis como a sua
retração.
No entanto uma fraude ocorrida tem que ser tratada de forma eficaz
punindo os fraudadores e criando controles internos mais eficazes que sejam
capazes de evitar que outras fraudes ocorram. A não punição de um fraudador
pode inspirar outros indivíduos a cometer fraudes, que podem ser ate mais graves
que as anteriores. Suas conseqüências como já dito anteriormente são
desastrosas afetando tanto a organização onde a fraude ocorreu, o governo, e
principalmente o mercado consumidor. Torna-se necessário uma mudança de
comportamento nos administradores nos aspectos éticos, sobretudo no âmbito de
conscientização de que a fraude consome grande parte dos recursos gerados pela
economia causando deterioração em sua estrutura interna, afetando sua imagem
e sua competitividade no mercado.
45
BIBIOGRAFIA:
• CFC. Princípios fundamentais de contabilidade e normas brasileiras de
contabilidade. 2ª. ed. Brasília, DF: CFC, 2003.
• MAUTZ, Robert Kuhn. Princípios de Auditoria. Trad. Hilário Franco. 4.ed.
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• SOUZA, Lázaro Evair de, BERGAMASCO, Claúdia. O tormento das fraudes. Pequenas Empresas Grandes Negócios, São Paulo, Ano XIII, n. 152, p. 16-21, set.
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Contábeis da Faculdade Humanas de Vitória – ES Contab. Vista & Rev.
Belo Horizonte, v.14, n. 1, p. 31-48, abr. 2003
• Site: http://www.webartigos.com/articles/12160/1/As-Fraudes-No-Mundo-
Empresarial/pagina1.html