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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
CURSO DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO E SUA
INFLUÊNCIA NA PRODUTIVIDADE
Bianca Vasconcellos Segabinaze
Rio de Janeiro
2011
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
CURSO DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO E SUA
INFLUÊNCIA NA PRODUTIVIDADE
:
Monografia apresentada ao Curso de Gestão de Recursos Humanos da Faculdade Candido Mendes do Rio de Janeiro, para obtenção do grau Pós-Graduação. Orientadora: Profª Adelia
Araújo
Rio de Janeiro
2011
3
AGRADECIMENTOS
A Deus e a todas as pessoas que fazem parte da minha
vida.
4
DEDICATÓRIA
A minha família, referência de amor e dedicação;
Ao Leonardo, por acreditar em mim, sempre;
5
RESUMO
O presente trabalho teve por finalidade apontar o paradoxo atualmente
presente na maioria das organizações, que apesar de reconhecerem a
importância do bem estar do trabalhador e sua influência na produtividade,
ainda não conseguiram na prática, equalizar os investimentos entre pessoas e
processos de produção.
Ressalto a necessidade de construção de uma nova ética no local de trabalho,
tendo em vista a dimensão deste nas nossas vidas, onde será apontada a
importância de repensar as relações de trabalho enquanto condição vital não
só à saúde física e mental do trabalhador, mas a sobrevivência das empresas,
que se vêem diante do desafio de superar continuamente as expectativas do
mercado em um cenário cada vez mais globalizado e competitivo.
O trabalho acaba por definir nosso nível de rendimento e nosso papel na
sociedade. Desta forma, é primordial que as empresas compreendam que
nunca terão vantagem competitiva, aumentando os lucros, resultados e sua
produtividade, se mantiverem os velhos modelos traduzidos em receitas que
não motivam as pessoas no local de trabalho.
6
LISTA DE SIGLAS
ABRH- Associação Brasileira de Recursos Humanos
QVT - qualidade de vida no trabalho;
PDCA - modelo de gestão de processos utilizados nos programas de
qualidade total.
PNQ- Prêmio Nacional da Qualidade
CCQ- Controle de Qualidade
TQC- (Total Quality Control) Controle de Qualidade Total
7
ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTOS 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
LISTA DE SIGLAS 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I
EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE QUALIDADE RUMO A EXCELÊNCIA
ORGANIZACIONAL
11
1.1 Evolução histórica do conceito de “Qualidade de Vida no Trabalho” 13
1.2 Fatores de influência na qualidade de vida no trabalho 18
CAPÍTULO II
AUDITORIA OPERACIONAL DE RECURSOS HUMANOS
Uma proposta de método em busca da qualidade de vida no trabalho
22
2.1 Objetivos dos Programas de QVT 22
2.2 Fatores envolvidos na melhoria da QVT 24
2.3 Objetivo e Papel da Gestão de RH no Sucesso dos Programas de QVT 26
2.4 Conceito de auditoria e seus objetivos 29
8
2.5 Meta Central da Auditoria Operacional de Recursos Humanos 30
CAPÍTULO III
SÍNTESE DAS ETAPAS DO MÉTODO DE AUDITORIA OPERACIONAL 32
3.1 Padrões para Avaliação e Controle 32
3.2 Itens importantes para Auditoria de Recursos Humanos 34
3.3 Metodologia 35
3.4 Conclusões sobre a eficácia do método 39
CONCLUSÃO 40
BIBLIOGRAFIA 41
INTRODUÇÃO
9
Historicamente, à preocupação com a melhoria ou qualidade dos produtos
datam do início da existência da humanidade. A busca pelo homem primitivo de
material mais resistente para construir suas armas ou a “Lei das Alavancas”, de
Arquimedes, veio a diminuir o esforço físico de muitos trabalhadores, revelando
que já nas primeiras civilizações, as preocupações com a forma de execução
das tarefas existiam e que vários foram os métodos ou teorias que, aplicados,
minimizaram o mal-estar ou esforço físico do trabalhador.
Desta forma, o presente trabalho terá como escopo a evolução do conceito de
Qualidade de Vida no trabalho, considerando as diversas mudanças ocorridas
no mundo e nas organizações, desde o surgimento do tema. Ressaltamos que
falar em Qualidade de Vida no Trabalho, torna-se um assunto inquietante e
bastante complexo, tendo em vista esta preconizar um semi-número de
pequenas grandes coisas, como: trabalho digno e estável, salário condigno;
oportunidades de crescimento e realização no trabalho. Como falar da
possibilidade concreta de criação e manutenção destas condições quando
sabemos que a Qualidade de Vida no Trabalho é antes de tudo, um perfil e um
retrato da própria sociedade que gerou aquele trabalho?
Ao longo da abordagem, iremos concluir o quanto repensar as formas de
execução do trabalho, visando tornar o ambiente organizacional e a tarefa mais
atraente a quem executa, torna-se condição primordial para o êxito das
organizações, visto que, um programa de melhoria da Qualidade de Vida no
Trabalho pode permitir reconciliar os objetivos dos indivíduos em situação de
trabalho e os propostos pelas organizações.
Sabe-se que é preciso construir um caminho que aponte possibilidades de uma
vida melhor no ambiente corporativo para os milhares de profissionais que hoje
contribuem com os melhores anos de sua vida para o êxito das organizações.
É sobre as premissas constituintes desta nobre prática que se irá discutir, de
forma conceitual e analítica, sem, contudo, esquecer-se do nível de reflexão e
criticidade necessários para o adequado entendimento do tema.
10
O presente trabalho surgiu a partir da reflexão sobre a qualidade das relações
de trabalho estabelecidas no atual cenário empresarial e a sua relação direta
com os resultados obtidos pelas organizações.
Mediante a análise da literatura científica, passando pelos primeiros teóricos da
administração, como Frederick Taylor, até o surgimento das teorias que
compõem a administração contemporânea, verificou-se a afinidade de
percepções, traduzida na preocupação demonstrada por todos os referidos
teóricos em apontar para as organizações que pretendem manter o seu
diferencial competitivo, a importância em voltar todos os esforços para a
melhora na qualidade de vida oferecida ao principal recurso responsável pelo
funcionamento e êxito de toda a engrenagem organizacional: o
TRABALHADOR.
Embora se tenha citado diversos teóricos durante a definição dos conceitos,
visando o adequado desenvolvimento do tema, como metodologia para
dissolução da problemática apontada, apresentou-se exclusivamente a
proposta pela comunidade científica de Fernandes (1996).
O trabalho está estruturado da seguinte forma: o primeiro capítulo aborda a
evolução do conceito de qualidade rumo a excelência organizacional; o
segundo apresenta auditoria operacional de Recursos Humanos. O terceiro
abrange a síntese das etapas do método de auditoria operacional. No último
capítulo expõe-se a conclusão do trabalho com algumas considerações finais.
CAPÍTULO I
11
EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE QUALIDADE RUMO A
EXCELÊNCIA ORGANIZACIONAL
Ao abordar o tema qualidade, devemos nos remeter a algo, que transcende a
apresentação de produtos e serviços com características capazes de satisfazer
as necessidades do mercado consumidor. Deve-se, antes de tudo, tomar
conhecimento da rede complexa de ações que envolvem todo o processo de
criação do produto em si, passando por todas as etapas do fluxo de produção,
do nascimento de seus insumos até a pós-morte do produto, buscando a
qualidade em todas as etapas.
As primeiras preocupações com a melhoria dos produtos datam do início da
existência da humanidade, os ensinamentos de Euclides de Alexandria sobre
os princípios de geometria, há 300 anos a. C e que foram aplicados para
melhorar o método de trabalho dos agricultores à margem do Nilo, ou a “Lei
das Alavancas”, de Arquimedes, que, em 287 anos a.C veio diminuir o esforço
físico de muitos trabalhadores, retratam que já nas primeiras civilizações as
preocupações com a forma de execução das tarefas existiam.
Contudo, somente no início do século XX, com o surgimento da Administração
Científica, é que as preocupações com os métodos para a busca da melhoria
passaram a ser sistematizadas e a fazer parte das normas ou objetivos
organizacionais. Frederick Taylor, o pai da Produtividade, introduziu no meio
produtivo o conceito e as técnicas para medição e inspeção da qualidade do
trabalho e do produto. Lembramos que a proposta básica de Taylor buscava a
racionalização da produção com o objetivo de alcançar maiores índices de
produtividade e a motivação econômica do trabalhador.
Ressaltamos, que a posição de Taylor e outros estudiosos, no início da teoria
das organizações surgidas nos EUA, dirigidas ao trabalho e a produtividade,
foram o incentivo inicial e ofereceram as normas técnicas para a mensuração e
avaliação dos produtos do trabalho. A visão do referido teórico, não
negligenciou o fator humano, diante da produção, o que precisa ser
12
considerado é que, em sua época, o conhecimento sobre o homem era
reducionista e limitado.
Atualmente, os modelos de gestão buscam o compromisso de toda a
organização com os resultados, através do envolvimento da alta gerência e de
todo o corpo funcional, e do estabelecimento prioritário da relação entre
qualidade e os objetivos básicos e estratégicos da empresa.
Os novos conhecimentos adquiridos sobre o comportamento humano e a
reacomodação política, social, econômica e produtiva do pós-guerra fizeram
com que a teoria das organizações evoluísse. Várias foram às contribuições
que fizeram com que princípios e conceitos fossem redirecionados. A visão de
produtividade foi o principal deles. Assim, a qualidade apresenta-se como uma
evolução do que se entendia por produtividade, ou seja, a qualidade passou a
agregar, além das ideias de produtividade, devidamente contextualizadas no
tempo e espaço, outros aspectos decorrentes do novo saber em relação ao
homem, aos meios de produção e a sociedade.
Nos últimos anos, falar em melhoria dos processos ou produtos é tema
obrigatório em qualquer reunião de executivos ou acadêmicos, é uma
tendência mundial. Contudo, não basta atualmente avaliar apenas a qualidade
na gestão dos processos envolvidos na constituição de bens ou serviços. Na
atual visão globalizada e multidisciplinar de organização, nosso compromisso e
desafio com a saúde empresarial, constituem-se na conquista da “Excelência”,
que transcende o âmbito organizacional, envolvendo todo o contexto social e
ambiental.
A excelência é uma visão macro que considera todo o fluxo de produção diante
do novo contexto, agregando valores externos à organização e ao seu produto,
não incorporados na visão de qualidade.
Apenas a título ilustrativo, cabe ressaltar que todos os teóricos envolvidos nos
estudos sobre qualidade nos meios de produção, passando por Taylor, Fayol,
Ford, Weber entre outros até chegarmos aos estudos sobre os processos
macro de gestão e seus desdobramentos com o ambiente e a sociedade,
13
passando por Bill Gates, Habermas entre outros, visando à consolidação do
conceito de excelência, concluíram que as variáveis decifradas para a definição
dos critérios de excelência, estão em consonância com os critérios
estabelecidos pelo Prêmio Malcom Baldrige e em particular pelo Prêmio
Nacional da Qualidade (PNQ), afirmando que: “[...] qualidade centrada no
cliente, foco nos resultados, valorização das pessoas, responsabilidade social e
compromisso com o aprendizado contínuo” (RODRIGUES, 2002, p. 108),
deverão ser valores continuamente desenvolvidos pelas organizações que
buscam manter o estado da arte/ “Excelência”, na gestão dos seus negócios.
1.1 - Evolução histórica do conceito de “Qualidade de Vida no
Trabalho”
A implantação de um processo de gestão da qualidade começa com o
entendimento do que significa qualidade. Para Paladini (1995, p. 52) o conceito
de qualidade é: “A necessidade de buscá-la a partir de aspectos elementares
que compõe o produto. Desta forma, a análise da qualidade do produto envolve
o estudo detalhado do produto explodido, isto é, reduzido as suas melhores
partes”.
Conforme exposto no tópico anterior, as organizações num primeiro momento
ocuparam-se em estabelecer um padrão de qualidade nos produtos e / ou
serviços oferecidos, limitando o conceito de qualidade a revisão dos processos
técnicos, entendendo o resultado final, como consequência da revisão das
etapas do processo produtivo. Posteriormente, mediante a crise da razão
diante de uma visão multidisciplinar que vem afetando todas as áreas do saber
constituído, as organizações viram-se diante da responsabilidade de estender
seu compromisso, a todo o contexto social e ambiental a fim de atender as
solicitações impostas pela nova sociedade emergente. Contudo, para garantir
sua sobrevivência no mercado em face, a este novo desafio, imposto pelo atual
contexto histórico social, as organizações tiveram que dar especial atenção não
14
somente a qualidade dos processos, mais, sobretudo as pessoas responsáveis
pela execução dos processos. Portanto não podemos falar de qualidade ou
excelência organizacional, sem antes discorrermos sobre o elemento
constitutivo e grande responsável pela eficácia nos processos organizacionais.
As PESSOAS, já que são estas, as responsáveis pelo sucesso ou declínio
empresarial.
Tendo em vista não ser este o objetivo do tópico, será realizada posteriormente
uma análise relativa aos principais fatores de influência no processo de gestão
das pessoas, que afetam sobremaneira o resultado dos programas de
Qualidade e Qualidade de Vida no Trabalho, impedindo a conquista do tão
almejado estado de excelência organizacional.
Se voltarmos no tempo, tomaremos conhecimento que o conceito de Qualidade
de Vida no Trabalho surgiu no início da década de 50, na Inglaterra, quando
Eric Trist e colaboradores estudavam um modelo macro para agrupar o
trinômio INDIVÍDUO/ TRABALHO/ ORGANIZAÇÃO.
Conforme tomamos conhecimento no tópico acerca da evolução do conceito de
qualidade, o homem desde o início da sua existência esteve de forma intuitiva
e assistemática, preocupado com a qualidade e com o bem-estar do
trabalhador na execução de sua tarefa.
Como exemplo, foi citado o método de trabalho dos agricultores à margem do
Nilo há 300 anos A.C., bem como a visão de Arquimedes. Estes são alguns
fatos históricos que vieram alterar a forma de execução da tarefa, trazendo
intrinsecamente uma melhoria nas condições de trabalho e bem-estar do
trabalhador. A intenção na apresentação dos referidos exemplos foi explicitar
que já nas primeiras civilizações estava presente à preocupação com a forma
de execução das tarefas e que vários foram os métodos ou teorias que,
aplicados, minimizaram o mal-estar ou esforço físico do trabalhador.
O primeiro marco estabelecido a partir das diversas teorias elaboradas no
desenvolvimento da Qualidade de Vida no Trabalho teve início na década de
60 e se estendeu até 1974, ano marcado pela crescente preocupação de
15
cientistas, líderes sindicais, empresários e governantes, pelas formas de “[...]
como influenciar a qualidade das experiências do trabalhador num determinado
emprego”. (RODRIGUES, 1994, p. 77). Impulsionados pela perspectiva de uma
sociedade progressista, induzida pelo contexto da época, e tendo como base
saúde, segurança e satisfação dos trabalhadores, a QVT seguiu,
primeiramente, uma linha sócio técnica.
A abordagem sócio técnica tinha como princípio maior a organização do
trabalho a partir da análise e reestruturação da tarefa (Frederick Taylor).
Nos Estados Unidos, neste primeiro período, ocorreram alguns fatos
significativos. Dentre os mais importantes, podemos citar a criação da “National
Comission on Productivity” que teve como função analisar as causas da baixa
produtividade nas indústrias norte-americanas, bem como a criação pelo
congresso do “National Center for Productivity and Quality of Working Life” que
tinha como função realizar estudos e servir de laboratório, sobre a
produtividade e a qualidade de vida do trabalhador nas atividades de produção.
Neste mesmo período, a Universidade de Michigan teve também grande
participação nas pesquisas e estudos sobre a QVT.
Apesar do ambiente favorável e do crescente interesse pelo assunto traduzido
no surgimento de diversas propostas, outro fato histórico acabou por prejudicar
o curso dos estudos realizados.
A crise energética e a alta inflação que acometeram as grandes potências do
Ocidente e, em particular, os Estados Unidos, no início dos anos 70,
desaceleram e mudaram os rumos da QVT. A crescente competição nos
mercados internacionais, com o surgimento de novas forças industriais e
comerciais, principalmente o Japão, fez com que os norte-americanos
repensassem seus modelos organizacionais e principalmente de
gerenciamento. Desta forma, até o final da década de 70, tivemos uma
paralisação no desenvolvimento e preocupações com a QVT.
Em 1979, teve início uma nova fase no desenvolvimento das abordagens sobre
a QVT. Este período foi induzido pelo fascínio das técnicas de administrar,
16
usadas em um país que superou muito bem a crise: o Japão. Algumas destas
técnicas, como por exemplo, os Ciclos de Controle de Qualidade (CCQ)
disseminaram-se nas organizações do Ocidente, principalmente nas norte-
americanas.
O esforço americano em reproduzir o método japonês de gerenciamento, não
foi o suficiente para se manter uma ética no trabalho que assegurasse bem
estar aos trabalhadores e rentabilidade aos empresários. “Como afirmaram
alguns estudiosos, logo as fascinações iniciais dos modelos japoneses deram
lugar a soluções domésticas.” (RODRIGUES, 1994, p. 79).
Os empresários e administradores americanos, pressionados por problemas
gritantes de estagnação, precipitaram-se em adotar práticas administrativas
japonesas, sem considerar as vastas diferenças culturais que obviamente iriam
influenciar de forma tangível no resultado dos diversos modelos de gestão
implementados.
Apesar do insucesso, algumas empresas americanas foram bem sucedidas e
serviram como referencial para teóricos como Peter e Waterman (apud
RODRIGUES, 1994), que identificaram em suas pesquisas, oito atributos que
devem ser seguidos pelas organizações e que seriam a base para um
programa de produtividade organizacional e melhor Qualidade de Vida no
Trabalho. Os atributos de Peters e Waterman (apud RODRIGUES, 1994, p. 79)
são os seguintes:
1) Uma firme disposição para agir.
2) Maior aproximação do cliente.
3) Autonomia e iniciativa dos trabalhadores.
4) Produtividade através dos trabalhadores.
5) Orientação por valores-filosofia organizacional.
6) Limitar-se ao conhecido.
7) Formas de trabalho simples e em pequenos grupos.
8) Política Administrativa flexível.
17
Podemos concluir este primeiro momento de definição conceitual, afirmando
que a QVT é hoje difundida e tem acentuado desenvolvimento também em
países como a França, Alemanha Ocidental, Dinamarca, Suécia, Noruega,
Holanda e Itália. Estes países institucionalizaram em suas organizações a
filosofia e métodos para uma maior satisfação do indivíduo no trabalho.
Também em outros países as abordagens sobre a QVT apresentam
significativo desenvolvimento, dentre eles podem ser citados a Inglaterra,
Tchecoslováquia, Hungria, Iugoslávia, Canadá, México e Índia.
No Brasil, algumas pesquisas, no intuito de readaptar modelos estrangeiros e
encontrar um modelo próprio a partir das características culturais, estão sendo
desenvolvidas. Dos vários focos existentes identificam-se como os mais
sistematizados e com maior contribuição já fornecida a comunidade científica
de Tarcísio Quirino e colaboradores em Brasília, o de Eda Fernandes e
colaboradores no Rio Grande do Sul e o de Lúcio Flávio R. de Moraes e
colaboradores em Minas Gerais.
A responsabilidade pela qualidade é tarefa de todas as pessoas engajadas na
organização e não de um departamento, já que a empresa é um sistema. Nele
todos os empregados são importantes pelo fato de contribuir, através do seu
trabalho, com a satisfação das pessoas. Isto sim, ajuda a criar uma verdadeira
cultura de serviço que, na opinião de Albrecht (apud CASTELLI, 2003, p. 39),
[...] faz a excelência do serviço prestado ao cliente uma missão reconhecida
para todos os membros da organização, inclusive os administradores. Ou seja,
ainda segundo o referido autor, quando os administradores de todos os níveis
estiverem preparados para compreender, apoiar e contribuir para a missão de
serviço, eles começarão a fazer as coisas certas para ajudar o pessoal de linha
de frente a cuidar dos clientes.
18
As empresas são criadas com a missão de tornar mais fácil à vida das
pessoas, e ao longo dessa história, sofreram influências de muitos pensadores
e empreendedores no que diz respeito à organização e gerenciamento.
Portanto, a empresa precisa de uma Estrutura Operacional, que é a
organização das atividades e instrumentos que leva as conclusões da
avaliação, à implementação das melhorias.
A construção da imagem de uma empresa está diretamente ligada à qualidade
prestada no atendimento de seus funcionários. O cliente não esta apenas á
procura de bons produtos, mas também de um bom atendimento, que
proporcione a ele experiências agradáveis e positivas.
A avaliação do cliente não está apenas na infraestrutura de um local, mas sim
na soma de tudo que ele pode ver e receber de melhor.
1.2 - Fatores de influência na qualidade de vida no trabalho
O homem passa a maior parte do seu dia e da sua vida no local de trabalho,
dedicando sua força, energia e esforços para a realização das tarefas nas
organizações. Portanto o lazer, os amigos, a religião, e a afetividade estão
interligadas a qualidade de vida das pessoas, pois o profissional dificilmente
consegue ser um profissional na empresa, e outro fora dela. “A qualidade de
Vida no Trabalho (QVT) refere-se à preocupação com o bem-estar geral e a
saúde dos trabalhadores no desempenho de algumas tarefas.” (CHIAVENATO,
1999, p. 391).
Um dos novos desafios da administração é a QVT, pois ela afeta diretamente a
vida dos indivíduos e consequentemente os resultados das organizações. Além
disso, com o avanço tecnológico, o “local de trabalho” pode ser em qualquer
lugar: em viagens, casa, hotéis, etc. em todos os locais podem-se “trabalhar”
para a organização.
19
A organização deve se preocupar em oferecer um ambiente que traga ao
indivíduo: conforto, respeito, segurança e bem-estar, entre outros. Ou seja, a
organização deve oferecer um ambiente propício e que favoreça o uso de suas
capacidades, pois muitos desses fatores influenciam na realização das
atividades na empresa.
Chiavenato (2004, p. 449) cita vários fatores que envolvem a QVT:
[...] a satisfação com o trabalho executado, as possibilidades de futuro na
organização, o reconhecimento pelos resultados alcançados, o salário
percebido, o relacionamento humano dentro do grupo e da organização e o
ambiente psicológico e físico de trabalho, a liberdade e responsabilidade de
tomar decisões e as possibilidades de participar.
Para entender de forma consistente, a temática da Qualidade de Vida no
Trabalho, deve-se antes realizar uma análise cuidadosa entre cultura, clima e
sua relação com os níveis de satisfação e produtividade empresarial.
A origem da palavra Cultura vem do latim, cultus, que significa, cultivo ou
instrução.
O tema cultura organizacional foi motivo de muitos exames no final dos anos
80, principalmente nos EUA, teve seus primeiros passos nas obras de Elton
Mayo, Chester Barnard, Elliot Jaques, Douglas Mcgregor, Rensis Likert, Philip
Selznick, Daniel Katz & Robert Kahn, entre outros. Embora não exista
concordância plena na definição do conceito dentre os diversos teóricos que se
dedicaram ao estudo da cultura, como Edgard Schein, Chris Argyris, Ralph
Kilmann, Rocher, Janice Beyer, Terrence Deal, Harrison Trice e Benjamin
Schneider, todos os pesquisadores são unânimes na constatação da sua
importância para a compreensão estrutural e comportamental na busca da
excelência organizacional.
Tendo em vista as divergências de tendências, tomaremos por base os
aspectos comuns aos diversos estudos da cultura organizacional, entendida
20
aqui, segundo a definição de Jaques e Katz (apud RODRIGUES, 2002, p. 14)
como:
O hábito tradicional e costumeiro de pensar e fazer as coisas, que é
compartilhado em maior ou menor grau pelos seus membros e que os novos
membros devem aprender e assimilar, pelo menos parcialmente, para que
possam ser aceitos no contexto da empresa. Cultura, neste sentido, cobre uma
ampla gama de comportamento: os métodos de produção; habilidades no
trabalho e conhecimento técnico; as atitudes em direção a disciplina e punição;
os costumes e hábitos do comportamento gerencial; os objetivos da empresa;
as formas de condução dos negócios; os métodos de pagamento e os valores
colocados nas diferentes modalidades de trabalho.
Como podemos avaliar a partir da análise do conceito, não podemos pensar
em nenhuma estratégia que envolva a gestão de pessoas ou processos sem
antes realizar uma análise cuidadosa da tipografia cultural da organização, já
que os aspectos essenciais para o sucesso dos programas de QVT, como
sistema de comunicação, recompensa e reconhecimento; comportamento e
estruturas são fatores diretamente relacionados aos aspectos culturais da
organização.
Desta forma, se quisermos realizar mudanças permanentes e não apenas
patrocinar modismos, fadados ao fracasso, teremos que nos esforçar na
reconstrução do simbólico organizacional, já que, conforme mencionamos, a
cultura irá determinar a estrutura e estratégias da organização, que por sua vez
terão influência direta no clima e nos níveis de motivação e satisfação dos
empregados, traduzindo-se no que chamamos de comportamento e/ou
produtividade organizacional.
Ainda no tocante a cultura, não podemos ser ingênuos ao falar da necessidade
de reconstrução do simbólico da organização. De acordo com os estudiosos do
tema, sendo a cultura “um patrimônio social, relacional e experimental
acumulado pela empresa” (THÉVENET), não é difícil concluir que qualquer
21
mudança na esfera da cultura, torna-se um processo difícil, e, em muitos
casos, os custos superam os benefícios. O que propomos aqui é a tentativa de
realinhamento da cultura, onde não serão realizadas mudanças apenas
aparentes, que de nada valem em termos de resultado prático, mas, tampouco,
queremos propor o impossível, que seria o abandono da identidade
organizacional através da revolução cultural, mas sim, o realinhamento que irá
permitir que a cultura atinja novos estágios, que serão induzidos a partir da
injeção de novos valores e crenças aos já existentes e legitimados, ou ainda,
identificando na organização crenças ou valores já existentes e adormecidos e
que apresentem o mesmo alinhamento dos aspectos culturais desejados a
realização dos programas de QVT.
O ambiente de trabalho em si pode provocar muitas doenças, como o estresse,
por exemplo, que é um conjunto de reações físicas, químicas e mentais, está
presente tanto na vida profissional, como na vida pessoal dos indivíduos, e
através dele pode ser a porta de entrada para várias outras doenças mais
sérias.
Existem vários outros fatores que afetam a QVT, a saúde do trabalhador, que
envolve o ambiente físico, a higiene no trabalho está relacionada com a
(iluminação do ambiente, ventilação, temperatura, ruídos); aplicação de
princípios de ergonomia, (equipamentos adequados de trabalho, instalações
ajustadas ao tamanho das pessoas, ferramentas que reduzam a necessidade
de esforço físico humano); a saúde ocupacional, que se resume (pela ausência
de doença); ambiente psicológico (relacionamentos humanos agradáveis, tipo
de atividade agradável e motivadora, gerência democrática e participativa,
eliminação de possíveis fontes de estresse). (CHIAVENATO, 2004, p. 430-
431).
Por esses motivos é necessário utilizar métodos de redução do estresse, como
planejamento, exercício físico, dieta, e a biofeedback (técnica terapêutica
utilizada no tratamento de dores de cabeça, tensão muscular, entre outros), e a
meditação ou relaxamento, fisioterapia e psicanálise.
22
CAPÍTULO II
AUDITORIA OPERACIONAL DE RECURSOS HUMANOS
Uma proposta de método em busca da qualidade de
vida no trabalho
Com o objetivo de oferecer aplicabilidade aos conceitos abordados no presente
trabalho, apresentaremos a seguir a metodologia proposta pela comunidade
científica de Fernandes (1996), que de forma brilhante, conseguiu a partir de
suas pesquisas, readaptar modelos estrangeiros e encontrar um modelo
próprio a partir das características culturais do Brasil.
Cabe ressaltar, que a metodologia a ser apresentada, intitulada como Auditoria
Operacional de RH para a Melhoria da Qualidade de Vida no Trabalho,
conquistou o primeiro Prêmio SER HUMANO, concedido pela Associação
Brasileira de Recursos Humanos (ABRH - Nacional), no ano de 1995.
Antes de passarmos à análise da metodologia apresentada, devemos trazer a
luz determinados conceitos e fatores essenciais ao adequado entendimento do
método proposto, como: objetivo macro dos programas de QVT e sua relação
com os programas de Qualidade total; fatores envolvidos na melhoria da QVT;
objetivo e papel da gestão de RH no sucesso dos programas de QVT; entre
outros.
2.1 - Objetivos dos Programas de QVT
Em nível macro, o grande desafio dos programas de QVT, consiste em
conciliar os objetivos dos indivíduos em situação de trabalho aos objetivos
propostos pelas organizações.
23
Desta forma, a principal preocupação da QVT encontra-se no estudo das
melhores formas de organização do trabalho, visando o estímulo e a
participação dos empregados traduzidos no aumento da sua produtividade e
consequente alcance dos objetivos organizacionais. Desta forma, seria natural
observarmos um investimento nos produtos e serviços proporcional ao
investimento na Qualidade das estratégias de gestão de pessoal. Infelizmente,
não é esta a realidade observada no cotidiano empresarial.
“Pesquisas realizadas revelam que 55% das empresas não escutam a opinião
dos seus empregados (clientes internos) e que 65% não avaliam os seus níveis
de satisfação.” (FERNANDES, 1996, p. 38).
Estes dados nos remetem a um grande paradoxo: como exigir qualidade no
desempenho de um empregado, se este não tem qualidade em seu próprio
trabalho?
Mediante estes questionamentos, podemos concluir que não há como se
pensar na condução de programas de Qualidade Total, eficazes, se não houver
um compromisso proporcional com a formação, reconhecimento, participação e
elevação dos níveis de satisfação junto aos responsáveis pela construção da
excelência.
Não é novidade para as empresas que o desempenho e a produtividade ficam
comprometidos quando baixam os níveis de satisfação dos empregados o que
irá inevitavelmente afetar o atendimento às exigências do cliente externo.
Pode-se concluir afirmando que a melhor qualidade de vida dos trabalhadores
é o alicerce para a implantação da Gestão da Qualidade Total, já que,
Qualidade Total só se faz através das pessoas. São as pessoas que
conseguem atualizar os projetos da empresa. E, somente atendendo as
necessidades das pessoas e maximizando as suas potencialidades, é que a
empresa também se desenvolverá, atingindo suas metas.
24
2.2 - Fatores envolvidos na melhoria da QVT
O ponto de partida para a implantação de qualquer Programa de Qualidade de
Vida é analisar os fatores, critérios e indicadores determinantes da QVT,
segundo a percepção de quem executa o trabalho. Tendo em vista a
multiplicidade de fatores intervenientes no bem estar do trabalhador e a
amplitude de teóricos e conceitos, torna-se mais apropriado destacar em linhas
gerais, os aspectos mais valorizados pelo trabalhador brasileiro dentro das
organizações.
De acordo com Quirino e Xavier (1987), o estudo da qualidade de vida no
trabalho, em organizações públicas, ou privadas, tem enfatizado,
principalmente, as necessidades dos empregados, buscando resolver, ou
amenizar, problemas que prejudicam o desempenho daqueles e,
consequentemente, o crescimento e a prosperidade da organização.
As diferenças individuais (valores, crenças, sentimentos) dificultam a definição
de ações estratégicas, que visam melhorar a qualidade de vida no trabalho,
que atendam a todas as pessoas de uma organização, pois elas “diferem
quanto ao tipo de necessidades e grau de importância que dão às várias
necessidades, bem como quanto às formas de satisfazê-las”
Ainda esclarecem que existem, pelo menos, dois caminhos para se medir a
Qualidade de Vida no Trabalho: o “objetivo” e o “subjetivo”. O enfoque
“objetivo” parte de mensurações das condições materiais, como existência de
equipamentos, nível de salário, etc., e o “subjetivo” parte da percepção que as
pessoas têm dessas condições, ou seja, se as acham satisfatórias.
De acordo com diversas pesquisas, foram apontados os fatores abaixo
relacionados, como sendo de extrema importância para a melhora da QVT
segundo a visão do trabalhador brasileiro:
• Realização no trabalho.
• Oportunidade de aprender.
25
• Informação científica adequada para realizar o trabalho.
• Equipamentos adequados para a realização da tarefa.
• Segurança no emprego
• Salário indireto
• Promoções justas.
• Aumento salarial proporcional ao desempenho.
• Influência sobre os objetivos e políticas da área de atuação
/ participação. (FERNANDES, 1996, p. 57).
No tocante aos fatores de influência, é importante enfatizar que as empresas
precisam ter potencial motivador que não se restrinja apenas à remuneração. É
de suma importância utilizar fontes de energização não econômicas, bem como
estimular a inteligência prática dos trabalhadores através da participação na
resolução dos problemas e mudanças organizacionais, visando incrementar a
produtividade, desempenho e satisfação no trabalho, elementos essenciais à
eficácia das organizações.
Dentre os fatores acima mencionados, gostaríamos de dedicar especial
atenção à participação, tendo em vista ser uma característica das atividades
dos programas de QVT, o aumento do envolvimento do trabalhador nas
decisões que afetam o seu trabalho.
Vemos que um dos maiores obstáculos a QVT está no não reconhecimento
dos valores e potencialidades humanas, em não oferecer o mínimo de
condição e dignidade para o homem no ambiente de trabalho.
Desta forma, quem dá o trabalho deve ter em mente que o trabalhador precisa
ser educado e treinado para saber o que faz, como faz e por que faz. Isso lhe
dá consciência não só do seu valor como de sua necessidade de saúde,
segurança e crescimento no trabalho. O trabalho torna digna a pessoa que o
executa. Isso é QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO.
26
Outro ponto importante para contribuição da qualidade de vida no trabalho é a
Motivação, pode-se dizer que ela possibilita a criatividade. Uma pessoa para
realizar um bom trabalho depois de um determinado tempo na empresa,
porém, ela precisa estar motivada por algo que lhe incentive a continuar
produzindo, isso é responsabilidade da organização, e uma das formas desse
incentivo é através do Feedback (retorno do trabalho que está sendo
realizado).
Utilizando o Feedback é uma grande oportunidade de desenvolvimento. Ele
nos permite reconhecer os comportamentos que facilitam ou dificultam a
realização de nossos objetivos. Para que esse processo traga benefícios, é
preciso usar o feedback de forma adequada, ou seja, uma informação que
ajude o outro a aperfeiçoar o que vem fazendo, ou seja, permite ao colaborador
avaliar e corrigir as possíveis falhas na execução das atividades.
Pessoas motivadas pela realização trabalham mais, quando seus supervisores
oferecem uma avaliação detalhada de seus comportamentos no trabalho e
tendem a escolher colaboradores que sejam tecnicamente capazes, sem se
importar com os sentimentos pessoais que possam ter por eles.
2.3 - Objetivo e Papel da Gestão de RH no Sucesso dos
Programas de QVT
Passaremos agora a análise de um dos pontos de maior valor para a eficácia
dos programas de QVT, que é a importância da atuação adequada do RH na
gestão do programa.
Embora não seja foco do presente estudo aprofundar a necessidade de
mudança na atuação dos profissionais da área de RH que devem assumir um
papel cada vez mais tático estratégico em detrimento do tático operacional, não
podemos ignorar a importância do conceito, tendo em vista ser o gestor de RH
a figura articuladora junto às demais gerências e a alta administração da
27
essência da proposta ora apresentada, bem como será a área de RH a
responsável direta pela análise, condução e avaliação do processo.
Esses profissionais normalmente desenvolvem atividades nas seguintes áreas
de atuação:
• Recrutamento: Trabalham em parceria com os gerentes de áreas. O
psicólogo identifica os candidatos e o gerente de área escolhe quem fará parte
de seu time de trabalho. O psicólogo orienta os gerentes em suas dificuldades
e dúvidas, de forma a garantir que o perfil profissiográfico seja o mais indicado
para determinada função e esteja relacionado aos objetivos e política da
empresa e à cultura da qualidade.
• Treinamento: Desenvolvem uma série de treinamentos, que são
programados a partir do levantamento de necessidades da empresa.
Consideram os treinamentos como educação, auxiliando na mudança de
hábitos e na transmissão de conhecimentos e valores. Como meios de
levantamento de necessidades, utilizam a administração de desempenho; as
reclamações e sugestões de clientes internos e externos; o número de
acidentes do trabalho; as solicitações das gerências para sanar alguma
dificuldade em seu setor de trabalho, as auditorias e as transformações em
nível mundial dependendo da empresa.
• Auditorias: Para a manutenção dos níveis da qualidade por toda a
empresa, seus profissionais desenvolvem um conjunto de atividades
relacionadas às auditorias. São responsáveis pela escolha e
formação/treinamento dos futuros auditores para a qualidade e pela realização
das auditorias propriamente ditas. As auditorias são meios de detectar se as
pessoas estão conscientes dos objetivos da qualidade, bem como é uma
oportunidade para conversar e perceber as dificuldades enfrentadas pelos
colaboradores no ambiente de trabalho.
• Realizam trabalhos referentes à formação de líderes organizacionais;
desenvolvimento de equipes de trabalho e treinamentos ao nível de gerência,
de modo a transformar gerentes técnicos em gerentes de recursos humanos.
28
A área de RH deve estar voltada a ajudar a organização a alcançar seus
objetivos e, além disso, prover funcionários bem treinados e bem motivados e
ao mesmo tempo em que desenvolve e mantem a qualidade de vida no
trabalho, administra mudanças e incentiva políticas éticas e comportamento
socialmente responsável.
Marras (2000) diz que, é essencial que o profissional tenha não só uma
formação humanista, mas, principalmente, esteja dotado de uma empatia
profunda para estabelecer relações proveitosas tanto com os executivos da
empresa, como os trabalhadores.
Ao gestor de RH caberá à apresentação quantitativa e qualitativa dos
benefícios passíveis de serem alcançados, mediante a adequada
implementação dos programas de QVT, bem como a ele caberá desenvolver e
preparar as gerências operativas adotando tecnologias facilitadoras do
envolvimento e da participação dos empregados, de forma contextualizada a
realidade organizacional, alertando para a importância da manutenção de um
clima interno motivador e na abertura para inovação e flexibilidade como chave
para a produtividade. A ele caberá apontar para a necessidade da manutenção
do equilíbrio entre as dimensões tecnológicas, econômicas e sociais, entendo
que saber ouvir os empregados torna-se uma competência gerencial
fundamental para o sucesso dos programas de Qualidade.
Cabe ressaltar, que a competência de ouvir o público interno, não se restringe
apenas a avaliação da repercussão de medidas e benefícios. Neste contexto,
ouvir significa oferecer espaço para que os trabalhadores avaliem as
estratégias visando à melhoria dos processos de gestão das pessoas.
É de suma importância dar aos funcionários oportunidade de expressão e de
participação nas decisões, como forma de reconhecimento a sua inteligência, o
que acabará por refletir em sua qualidade de vida e na produtividade da
organização. Só transformando nossos empregados em parceiros internos é
que será possível obter a satisfação do cliente externo.
29
Mediante o esclarecimento dos pontos acima relacionados, passaremos agora
a síntese sobre o Método de Auditoria Operacional de RH, que nós remete a
um desafio primordial, o de mensurar as contribuições da área de RH na
produtividade global da empresa, enquanto condição para manutenção da
credibilidade e prestígio junto à alta administração da empresa.
2.4 - Conceito de auditoria e seus objetivos
A palavra auditoria vem do latim auditus, que significa audição, o que já nos
remete a função de escuta inerente ao papel do auditor. O auditor de RH será o
responsável por qualificar e quantificar a expressão do trabalhador, visando
traduzir em ações de correção as estratégias incompatíveis com o atendimento
das suas necessidades e com os objetivos da organização. A auditoria
Operacional de Recursos Humanos classifica-se como uma auditoria de
conformidade e de gerência. Ao mesmo tempo, procura avaliar a conformidade
com um conjunto de dispositivos legais e organizacionais: planos,
procedimentos, leis, regulamentos e políticas de RH, bem como a eficácia dos
mesmos na consecução dos objetivos de uma organização, e busca gerenciar
tais aspectos para satisfação de seus colaboradores em termos de sua
qualidade de vida no trabalho.
O subsistema de monitoração de Recursos Humanos compreende o controle.
Segundo Chiavenato (2002) este subsistema envolve bancos de dados e
sistemas de informação e auditoria de Recursos Humanos. O autor afirma que
o controle é baseado em informações obtidas por meio de processamento de
dados, exigindo que os dados sejam armazenados e acumulados em registros
ou arquivos, formando o banco de dados. A partir do banco de dados pode-se
planejar um sistema de informações como base para o processo de tomada de
decisões.
A auditoria de Recursos Humanos é uma análise sistemática das práticas de
RH e a respectiva avaliação de seu funcionamento, objetivando tanto a
30
correção de possíveis desvios, como a melhoria de quantidade, qualidade,
tempo e custo, permitindo avaliar e controlar através da comparação do
desempenho com os resultados daquilo que se pretende controlar. As fontes
de informação para a auditoria de RH encontram- se nos próprios sistemas ou
processos de ARH. A auditoria de RH pode ser aplicada a todos os níveis de
abordagem, como filosofias, missões, políticas, programas e resultados
(CHIAVENATO, 2002).
2.5 - Meta Central da Auditoria Operacional de Recursos
Humanos
A Meta Central da Auditoria destina-se a avaliar especificamente se os
objetivos ou resultados que se esperam de uma atividade estão sendo
alcançados e, caso não estejam, como fazer para melhorar o desempenho.
Como acentuam Bjur e Caravantes (1995 apud FERNANDES, 1996, p. 67),
“[...] uma das estratégias mais importantes para as empresas consiste no
aperfeiçoamento da capacidade diagnóstica [...]”, especificando que qualquer
processo de mudança planejada implica em uma tripla abordagem: -em
primeiro lugar, reunir os dados disponíveis que digam respeito ao estado das
operações da organização, das atitudes interpessoais e do comportamento dos
indivíduos envolvidos na operação; em segundo lugar, fornecimento de
“feedback” dos dados para todas as partes envolvidas, que irão analisá-los e
procurar a identificação de como os comportamentos estão impedindo ou
facilitando o andamento das operações da organização. Em terceiro lugar, o
planejamento das novas soluções que irão resolver os problemas operacionais,
permitindo que a organização responda com eficácia.
Assim sendo, a partir dos estudos sobre a Auditoria Social, chegou-se à
Auditoria Operacional de Recursos Humanos, com a finalidade de avaliar o
nível de satisfação dos funcionários, não de forma intuitiva, mas baseando-se
31
em procedimentos concretos, visando medir os resultados de um processo,
permitindo que o mesmo seja gerenciado.
32
CAPÍTULO III
SÍNTESE DAS ETAPAS DO MÉTODO DE
AUDITORIA OPERACIONAL
Conforme vimos anteriormente o processo de auditoria mede os níveis de
satisfação face a complexidade de variáveis que afetam o bem estar com
reflexos no desempenho profissional proporcionando oportunidade de
melhorias bem como comparar resultados para uma ação posterior.
A Auditoria Operacional não se limita a rever documentos, bens e direitos, mas
basicamente, se a vida da empresa tem um curso proveitoso, procurando
conhecer a “funcionalidade” do sistema e não apenas se ele existe em
conformidade com as “normas”.
Um dos objetivos é tornar o ambiente pleno de desafios, com a certeza que
através do desenvolvimento das pessoas, as próprias organizações se
desenvolverão e atingirão o sucesso desejado.
Seu propósito principal é mostrar como o programa QVT está funcionando,
encontrando práticas e condições que são prejudiciais à organização ou que
não estão compensando seu custo.
3.1 – Padrões para Avaliação e Controle
Padrão é um critério ou um modelo previamente estabelecido para permitir
comparação com o que se pode avaliar os resultados obtidos e verificar quais
os ajustamentos e correções a serem feitos no sistema, a fim de que funcione
melhor.
33
O sistema de Recursos Humanos necessita de padrões mínimos para a
avaliação e controle, assim como um critério para permitir a comparação dos
dados e objetivos.
Os tipos de padrões podem ser:
Padrões de quantidade: Normalmente informado por meio de Relatório do
subsistema de RH, como o número de empregados efetivos e mão-de-obra
terceirizada, percentual de turn-over, ou seja, numero de admissões e
demissões no mês, índice de acidentes e de empregados licenciados.
Padrões de qualidade: Ligados aos aspectos de satisfação dos treinamentos
internos e externos e funcionamento de avaliação de desempenho.
Padrões de tempo: Rapidez e eficiência no atendimento ao funcionário recém
admitido, permanência média do funcionário na área ou na
empresa(considerando os processos operacionais de contratação e folha de
pagamento).
Padrões de custo: Custo direto e indireto de acordo com as admissões e
demissões, com acidentes de trabalho, com licenças médicas de curta e longa
duração, dos benefícios sociais, encargos, de treinamentos internos e externos
e benefícios da empresa, assim como plano de saúde, seguro de vida etc.
De um modo geral, os padrões permitem a avaliação e controle de comparação
com:
Resultados: quando a comparação entre o padrão e a variável é feita depois de
terminada a operação. A mensuração realiza-se em termos de algo pronto e
acabado, no fim da linha, e apresenta o inconveniente de mostrar os acertos e
falhas de uma operação já terminada, uma espécie de atestado de óbito de
algo que já aconteceu.
Desempenho: quando a comparação entre o padrão e a variável é feita
paralelamente à operação, ou seja, quando a comparação acompanha a
execução da operação. A mensuração é concomitante com o processamento
da operação. Embora feita paralelamente ao tempo, e, portanto atual, a
34
mensuração é feita sobre uma operação em processamento e ainda não
terminada.
A comparação é a função de verificar o grau de concordância entre uma
variável e seu padrão.
3.2 – Itens importantes para Auditoria de Recursos Humanos
A auditoria baseia-se em justificações, acompanhamento, registro e
estatísticas.
Quando Beuren (2000, p.21) cita “(a) informação adicional (a)”, pode-se
incluir a informação da auditoria interna como informação adicional de
qualidade para alimentar o modelo de decisão. E, também, quando destaca no
texto “(a) a fim de reduzir o problema da incerteza”, pode-se remeter ao
trabalho da auditoria interna que executa as suas tarefas a fim de aumentar o
padrão de eficiência, o que resultará numa informação fidedigna e real para o
gestor no seu modelo de decisão.
Perante um futuro incerto, num mundo em mudança com ritmo muito
acelerado, as organizações têm de observar cada vez mais com atenção e
continuadamente o seu meio envolvente, analisar a evolução dos mercados e
identificar ameaças e oportunidades, diagnosticar a sua envolvente interna e
identificar os seus pontos fortes e fracos, definir os seus objetivos estratégicos,
as suas estratégias e políticas globais e analisar sistematicamente os
resultados que vão obtendo.
Para conseguirem uma posição competitiva, vantajosa e sustentada, para
serem rentáveis e até mesmo para sobreviverem, as organizações precisam
ser geridas com eficácia, de modo a que os objetivos propostos sejam
alcançados e, para isso, a auditoria interna, como função de apoio, dotada dos
conhecimentos neste domínio, desempenha um papel importante. Rego (2001,
p. 19) considera que: “a auditoria interna preocupa-se, também, com a melhor
35
rentabilização dos recursos disponíveis assim como com o cumprimento dos
objetivos previamente fixados, servindo as organizações na sua globalidade e
não apenas os seus gestores”.
As Políticas e Diretrizes de RH são guias para a ação, servem para prover
respostas às questões ou aos problemas rotineiros, devem estar disponíveis
para todos os funcionários, precisam estar de acordo com outras empresas do
mesmo porte, adequadas a filosofia da empresa e aprovadas pela Diretoria.
Os treinamentos de acordo com as necessidades de cada cargo sendo
auditados periodicamente por um auditor externo ou interno.
Controle das informações com banco de dados desenvolvido para atender as
demandas da auditoria.
A auditoria interna normalmente elabora o plano anualmente, promovendo
revisões de quatro em quatro meses para ajustes necessários, quando é
verificado um desvio de função, revisão do Plano de Cargos e Salários,
readaptação decorrentes de doenças ocupacionais provenientes do INSS, na
implantação ou mudança de novas tecnologias, enquadramento de pessoal e
estrutura organizacional.
Conclui-se que a auditoria operacional propõe mensurar para melhorar
simultaneamente a qualidade de vida dos trabalhadores e a produtividade,
automaticamente a empresa como um todo.
3.3 – Metodologia
Independente da modalidade de auditoria seja auto-auditoria ou a cargo do
consultor externo, a auditoria relativa aos recursos humanos, tal como em
qualquer outra área, terão etapas comuns, independente do tipo de
organização em que é efetuada.
36
Numa auditoria normalmente possui as seguintes etapas: Levantamento prévio;
Preparação; Sensibilização; Planejamento; Fase de Execução; Apresentação
do Relatório Apreciativo; Plano de Ação / Avaliação.
Levantamento Prévio: Consiste em definir o escopo do trabalho a ser
desenvolvido. É nesse momento que decidimos se ela deve abranger a
eficiência, economia ou eficácia. O auditor deverá também enfocar outros
fatores de performance, como a complexidade do assunto, o método e as
capacidades necessárias, como também a disponibilidade de recursos, devem
ser considerados no momento de escolha das questões.
Preparação: etapa de observação visando o diagnóstico do momento
organizacional. Nesta etapa, o profissional responsável pela condução da
auditoria deverá estabelecer contatos com todos os níveis da organização,
visando à colheita de informações para a montagem adequada do
planejamento da auditoria. Nesta etapa, caberá inclusive o questionamento
junto à alta administração dos desdobramentos do trabalho. Ou seja, cabe a
indagação: o que se pretende realizar a partir das informações coletadas? A
empresa está realmente disposta a ouvir e rever suas estratégias?
Só a partir destas respostas e do profundo conhecimento da realidade
institucional, poderá dar-se início ao trabalho.
Sensibilização: mediante o adequado entendimento da realidade
organizacional e das expectativas dos principais executivos, o auditor passará
a apresentação da importância do trabalho e do impacto que este terá no
contexto da organização.
Devemos ressaltar, que todas as etapas do processo são fundamentais para o
seu sucesso, contudo, sem o comprometimento da alta administração o
método de auditoria já terá fracassado antes mesmo de ser iniciado.
Quando falamos em sensibilização, lembramos que esta se dá em dois níveis,
onde, num primeiro momento, devemos garantir o compromisso da alta
37
administração com os resultados do trabalho passando posteriormente à
apresentação da proposta aos demais níveis da organização.
Os patrocinadores do projeto (alta administração) deverão estar cientes dos
riscos e benefícios envolvidos na proposta, bem como da importância em
transformar os pontos de obstrução identificados em ações de correção que
serão propostas no plano de ação, etapa final do processo de auditoria. Da
mesma forma, os demais níveis deverão ter consciência da importância do seu
engajamento para o sucesso do trabalho.
Planejamento: montar uma equipe multidisciplinar, que deverá incluir os
dirigentes da organização e um selecionado grupo de gestores e técnicos das
diversas áreas. O objetivo com a junção de profissionais de diversos níveis e
formações é o de poder montar um programa que concilie as diversas visões
dos membros da organização, pois têm-se constatado grandes vantagens
quando é criada uma equipe multifuncional para tocar o Projeto QVT.
Execução: com base no aprofundamento conceitual da literatura especializada
sobre QVT, bem como considerando a realidade e as necessidades do nível
em que se encontra a organização, será desenvolvido pela equipe de auditoria
um diagrama para definição de fatores e subfatores a serem investigados. Esta
condição faz que o instrumento de investigação no trabalho de auditoria, seja
específico à realidade organizacional ao qual o trabalho se destina.
Com base na literatura, os fatores comuns a serem investigados por ocasião da
aferição da percepção dos trabalhadores, são: condições de trabalho (ambiente
físico), saúde (assistência ao funcionário e família), moral (qualidade das
relações interpessoais, segurança e identidade com a tarefa), compensação
(remuneração e benefícios), participação (autonomia e espaço para criação),
comunicação (veículos e fluxo de transmissão das informações), imagem da
empresa (interna e externa), relacionamento com a chefia (hierarquia e
relações de poder) e organização do trabalho (métodos, processos, ritmo e
variedade).
38
Elaboração do Relatório Apreciativo: uma vez escolhido o modelo de análise da
QVT, através da definição dos fatores e subfatores de investigação, será
elaborado o instrumento de aferição, sob a forma de questionário. O
questionário será aplicado mediante a realização de entrevistas individuais
junto aos empregados, conduzidas por uma equipe de entrevistadores
previamente treinados pelos responsáveis pelo programa de Auditoria.
Nesta etapa, devemos atentar para a importância da definição da amostra, que
deverá ser aleatória e representativa frente ao quantitativo total de membros da
organização. De uma forma geral, podemos eleger aleatoriamente 30% do
efetivo dos setores, áreas ou ocupantes de um determinado cargo, tendo como
referencial a proposta de investigação de pelo menos 30% do quadro efetivo
total de empregados da organização.
A seguir, os depoimentos serão tratados cientificamente, utilizando-se a técnica
de análise de conteúdo, sendo codificados, o que permite a sua quantificação,
revelando os níveis de satisfação dos empregados por fator, setor, por sexo, ou
por qualquer outra variável que se pretenda avaliar. Os dados após
organizados serão analisados qualitativa e quantitativamente, através de
técnicas estáticas que podem ser univariadas, bivariadas ou multivariadas,
visando à apresentação dos resultados através do relatório apreciativo.
Cabe enfatizar, que o objetivo é apenas apresentar a metodologia da
pesquisadora e não detalhar o passo a passo da operação. Desta forma, não
serão incluídos no presente trabalho, modelos de questionários ou quaisquer
fluxogramas visando á prática do método.
Plano de Ação: após a apresentação das informações a cerca da percepção
dos empregados sobre os fatores intervenientes na sua satisfação no trabalho,
a organização deverá elaborar um plano de ação, constituído de ações de
correção, o que irá permitir a organização ajustar de forma coerente e produtiva
suas estratégias as expectativas do quadro funcional.
39
Este processo, nada mais é do que a aplicação do PDCA em RH. Primeiro
planejar, depois executar e posteriormente checar visando agir de forma
corretiva rumo a um processo contínuo de melhoria.
3.4 - Conclusões sobre a eficácia do método
Conforme exposto, a metodologia proposta por Fernandes (1996), tem como
base o PDCA utilizado nos programas de TQC, que visam à identificação,
análise e correção dos processos existentes na organização.
Contudo, para obtermos resultados eficazes na consecução do método, é
primordial que a organização esteja disposta a OUVIR, no sentido radical da
palavra definido no papel do auditor.
Se a organização não alcançou um estágio de maturidade que permita a
disponibilidade para a escuta dos seus pontos de entrave, ou se ainda, a
cultura organizacional não permite aos seus empregados realizar uma análise
visando discutir de forma transparente os Fatores Críticos de Sucesso, de nada
vai adiantar mobilizar as expectativas do pessoal, que irá aguardar pela
execução das ações de correção que não serão implementadas, o que
inevitavelmente irá transformar a iniciativa de transformação em mais ponto de
obstrução, retração e desmotivação dos empregados.
40
CONCLUSÃO
“QVT” - Buscando uma nova ética no local de trabalho
Mediante a exposição de todos os aspectos acima abordados, com foco central
na importância da valorização da QVT, haja vista sua influência na
produtividade organizacional e de forma mais ampla em todo o contexto social,
espera-se ter apontado de forma consistente para a importância de se
estabelecer uma nova ética no local de trabalho.
Sabe-se que o trabalho é algo tão central em nossas vidas que a típica maneira
como nos identificamos (“Eu sou psicóloga; Eu sou caixa”). O trabalho acaba
por definir nosso nível de rendimento e nosso papel na sociedade. Desta
forma, é primordial que as empresas compreendam que nunca poderão
recuperar sua vantagem competitiva, alavancar resultados e aumentar a sua
produtividade, se mantiverem os velhos modelos traduzidos em receitas que
massacram as pessoas no local de trabalho.
Espera-se ter proporcionado a todos que tiveram contato com o tema, a
oportunidade de refletir sobre a evolução dos conceitos de Qualidade,
Qualidade de Vida no Trabalho, Cultura e tudo mais que envolve o
Desenvolvimento organizacional, a partir de propostas brilhantes de
transformação como a de Fernandes (1996), que nos leva a concluir que
investigar melhores práticas visando à redução dos níveis de insatisfação no
trabalho é condição primordial não só para a saúde da organização, mas para
a integridade física e mental do elemento mais complexo e importante
envolvido no contexto empresarial, o TRABALHADOR.
Contudo, é de grande valia que a gestão de qualidade seja fator primordial na
estrutura empresarial, pois como vimos só na busca do servir melhor e/ou
buscar o melhor para o cliente podemos desenvolver um trabalho de qualidade
que seja atrativo, bem como resulte também em lucro para a empresa.
41
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