UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A NECESSIDADE DE UMA GESTÃO FINANCEIRA

PROFISSIONAL DO ESPORTE NO BRASIL

Por: Edson Rodrigues da Silveira Neto

Prof. ALEKSANDRA SLIWOWSKA

Rio de Janeiro, 2017

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A NECESSIDADE DE UMA GESTÃO FINANCEIRA

PROFISSIONAL DO ESPORTE NO BRASIL

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada

como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Finanças e Gestão Corporativa.

Por: Edson Rodrigues da Silveira Neto

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

1. EXEMPLOS DE GESTÃO PROFISSIONAL RENTÁVEIS NO

EXTERIOR

1.1 NFL – National Football League

1.2 Premier League

2 O RESSURGIMENTO DO VÔLEI NO CENÁRIO BRASILEIRO

2.1 A Evolução do Voleibol

3. AS AÇÕES GOVERNAMENTAIS NO DESENVOLVIMENTO ESPORTIVO NO PAÍS

CONCLUSÃO

AGRADECIMENTOS

A AVM, seu corpo decente e toda administração que

permitiram o acesso à especificação que me permite alçar voos

maiores na minha carreira e me fez crescer também

pessoalmente.

À minha orientadora Aleksandra Sliwowska por todo o suporte

oferecido, assim como o incentivo e correções feitas ao longo

do período desde trabalho.

À minha família por toda base e apoio que me foram oferecidos

ao longo da vida.

E também aos amigos e colegas de trabalho que me

incentivaram e fizeram, e até hoje fazem, parte da minha vida e

me auxiliaram a formar o ser humano que sou hoje.

RESUMO

O propósito principal desse trabalho de conclusão de curso é abordar a gestão

financeira dos clubes brasileiros, prioritariamente de futebol, abordando a

administração amadora da maioria frente aos parâmetros internacionais,

principalmente americano e europeu, e como é possível implementar ações visando a

melhoria dessa gestão.

Introdução

No Brasil tem sido observada a necessidade urgente de se profissionalizar o

esporte, principalmente o futebol. Seja no âmbito público ou privado,

administrar o esporte com transparência e competência é o caminho para que

o Brasil possa crescer e atingir patamares internacionais em diversos esportes

olímpicos e que volte a “reinar” no futebol.

Diversos profissionais da área consideram a combinação entre talento e

organização como sendo uma boa fórmula para se chegar ao sucesso. Tal

combinação tende a preceder a obtenção de resultados expressivos, desde

que haja organização e que esta seja entendida como a sinergia entre trabalho

em equipe, liderança e planejamento.

Para o aprimoramento da área é necessário, antes de tudo, que se conheça o

esporte no Brasil, que se tenha a real avaliação da realidade nacional em

termos das condições e necessidades existentes, que sejam desenvolvidos

estudos e pesquisas na área. Só dessa forma será possível a construção das

práticas necessárias aplicadas aos diversos segmentos do desporto,

respeitadas as características sociais e culturais do país.

A mudança no esporte, em termos organizacionais e administrativos no Brasil,

é o caminho para a evolução em algumas modalidades esportivas. Cada vez

mais tem se observado que o desenvolvimento do esporte é fruto de uma

competente gestão profissional.

No Brasil, o melhor exemplo a ser considerado pode ser observado no Voleibol,

que contou com um forte investimento do patrocinador (Banco do Brasil),

levantando o esporte no país e criando uma geração de vencedores que se

mantém entre os campeões, trazendo o esperado para o esporte, aliando o

investimento realizado em resultados.

Formação do profissional e sua demanda no mercado

A partir da demanda do mercado e do desenvolvimento da área em diversos

países, diferentes universidades, faculdades, entidades profissionais,

sindicatos passaram a oferecer de maneira significativamente crescente a

disciplina “Administração Esportiva” e cursos de administração esportiva para

públicos das áreas de educação física e esporte e não profissionais que atuam

em organizações esportivas.

Verifica-se então, no campo da formação do profissional para atuar na área, que

diversas ações têm sido desenvolvidas, em busca de atender um mercado

historicamente carente de um tratamento mais profissionalizado. Entretanto, a simples

frequência de “administradores esportivos” em cursos e palestras que repassem e

discutam de forma generalizada os conceitos básicos da área não serão suficientes

para a tão almejada mudança e a credibilidade necessária para o esporte no país.

Nos Estados Unidos e em diversos países da Europa, há uma oferta crescente de

cursos de formação profissional específica já em nível de graduação, normalmente

voltados às ciências do esporte, assim como licenciatura específica para a área de

Gestão Esportiva (Pires & Lopes, 2001; Pitts, 2001; Miller, Stoldt; Comfort, in Hoffman;

Harris, 2002).

A demanda de atuação do profissional de administração no esporte é bastante

diversificada, diferenciando-se de acordo com a cultura, a organização e as

políticas de cada região.

A formação de administradores esportivos é fruto da exigência dos mercados

de atuação e das demandas sociais no país. O profissional capacitado na área

tem se mostrado uma necessidade em toda organização que queira administrar

de forma rentável e sustentável o seu produto/serviço.

Para melhor entender sobre a administração esportiva e suas necessidades de

melhoria é necessário que se avalie além do produto final. A análise deve

considerar desde a formação de seus administradores até o acompanhamento

e desenvolvimento das equipes de base (sub 21 anos).

Mas, pouco se estuda e conhece sobre o perfil deste administrador, sua

formação e campos de atuação. A própria caracterização da área se dá de

diferentes maneiras. Internacionalmente, temos exemplos de caracterização da

área que se dão através de um conceito amplo de esporte que engloba todos

os segmentos da chamada Indústria do Esporte.

Parks & Zanger (1990) definem áreas de atuação, nos Estados Unidos: no

esporte universitário e escolar, no esporte profissional, na gestão de

equipamentos esportivos, de programas recreativos, nas agências de esporte

comunitário e de participação, em informação e marketing esportivo, no

jornalismo esportivo, nos clubes, na indústria esportiva, nos centros de fitness,

nas áreas de treinamento atlético e de medicina esportiva, na área de

atividades aquáticas e no campo da consultoria e empreendedorismo.

Roche (2002) classifica, na Espanha, as organizações esportivas em quatro

grandes grupos – organizações desportivas públicas, as privadas sem fins

lucrativos, as empresas de serviços esportivos e as sociedades anônimas

desportivas –, destacando os setores de atuação: desenvolvimento de políticas

públicas de esporte e construção e gestão de complexos esportivos; clubes

esportivos, associações de clubes, ligas e Federações esportivas; prestação de

serviços de escolas desportivas, acampamentos, esportes ligados à natureza,

administração de complexos desportivos, organização de espetáculos, eventos

e competições esportivas, consultorias, assessorias e atividades de

capacitação.

O sistema português é descrito por Lopes (2003), sendo composto por órgãos

ligados ao estado; pelo associativismo desportivo, englobando federações,

associações e clubes; pelo desporto escolar e militar e pelo setor privado.

Enquanto isso no Brasil, enfrenta-se, em diversas equipes de futebol, um

amadorismo impressionante na administração financeira destes clubes. A

característica impressionante é reforçada em virtude da repetida incapacidade

para organização profissional, considerando parâmetros internacionais,

atrelada ao recurso financeiro movimentado por estas empresas.

O nível de endividamento de muitos clubes do futebol nacional atinge valores

estratosféricos sendo considerados por muitos como dívidas impagáveis. A

gestão não considera algumas premissas básicas de economia para

administração de uma empresa rentável, como obter uma arrecadação superior

às despesas do clube, ou seja, lucro.

Uma administração mais profissional dentro dos clubes refletiria diretamente no

faturamento das ligas que organizam e administram estes campeonatos, pois

estes atingiriam maiores números nos aspectos mais rentáveis para o clube,

como aumento no número de sócios, compra de pacotes PPV (pay-per-view)

que refletem diretamente no direito de imagem, aumento no número de

patrocinadores querendo estampar a sua marca nas camisas e dependências

do clube, entre outras.

Neste estudo, dividido em três capítulos, será apresentado o modelo de

administração e gestão das ligas mais rentáveis do planeta para futebol e

futebol americano (Premier League, na Inglaterra e National Football League,

NFL, nos Estados Unidos), a revitalização do vôlei brasileiro no final do século

XX e o potencial mal explorado e administrado do futebol brasileiro.

1. EXEMPLOS DE GESTÃO PROFISSIONAL RENTÁVEIS NO

EXTERIOR

1.1 NFL – National Football League

A administração dos clubes brasileiros é muito amadora em comparação aos

clubes das maiores ligas nacionais do mundo, como a NFL (National Football

Association) nos Estados Unidos e a Premier League, a liga nacional de futebol

da Inglaterra, por exemplo.

Na National Football Association, NFL, a diferença já começa a partir do topo

da administração, pois os clubes possuem um dono (sócio majoritário) que

acompanha o clube com o foco no lucro, diferente do modelo brasileiro, cuja

administração se dá através de uma chapa eleita pelos sócios por um período

determinado no regimento do clube (em média três anos, para os grandes

clubes cujo esporte mais forte é o futebol).

O próprio “clube” na liga americana não recebe essa denominação no país. A

classificação adotada por eles é “franquia”, uma denominação que remete,

culturalmente, a palavras ligadas à administração, como por exemplo negócio,

empresa, lucro.

Cada franquia possui em sua estrutura um dono que zela pelo bem-estar de

sua empresa e espera que seu patrimônio apresente um modelo de gestão que

seja lucrativo e sustentável. Para isso, é indispensável que a Liga receba

investimentos de seus patrocinadores e invista boa parte de seus recursos em

Marketing.

A busca constante por bons parceiros de negócios é uma realidade na liga

americana. Exemplo disso foi o anúncio do acordo de patrocínio da NFL e a

Hyundai, em 2015, por um período de quatro anos. Com o acordo, a NFL

substitui a General Motors, que patrocinava a Liga desde 2001, pela Hyundai

como principal patrocinador da marca.

O investimento da GM na liga girava em torno de US$ 25 milhões por ano, mas

o aporte anual em marketing na propriedade, incluindo anúncios, foi estimado

em mais de US$ 150 milhões anuais. Os valores investidos pela Hyundai não

foram divulgados. Entretanto, a parceria permite que a Hyundai use a marca da

NFL nas suas ações publicitárias. A marca também ganha acesso prioritário de

marketing para eventos anuais como o NFL Draft (evento que recruta atletas

universitários para a Liga) e o Super Bowl (a final do campeonato, que ano

após ano atinge recordes de transmissão e patrocínio).

O CEO da montadora coreana nos Estados Unidos, Dave Zuchowski, declarou

em comunicado:

“Nós da Hyundai somos grandes fãs de futebol e achamos que não tem

lugar melhor para alcançar clientes, aumentar a consideração e contar

a história da marca. Mal podemos esperar para mostrar aos 188

milhões de fãs da NFL o grande design, as tecnologias avançadas, as

performances dinâmicas e as novidades de segurança na linha de

veículos”.

A NFL realiza diversas partidas de pré-temporada em cidades de outros países

para propagação da marca. No Reino Unido, por exemplo, o contrato para

realização de jogos foi renovado por mais nove anos, estendendo-se até 2025,

abrindo a possibilidade de realização de jogos da temporada regular em

estádios como Wembley e Tottenham.

A Liga declarou que pretende ainda expandir a realização de jogos “fora de

casa” em novos mercados que já consomem a marca e ainda não receberam

nenhum jogo oficial como Alemanha e Brasil.

Essas ações além de potencializar a visibilidade da Liga também são capazes

de expandir o mercado consumidor de seus produtos licenciados em nível

internacional, incrementando assim o retorno da Liga em diversos produtos,

como venda de produtos licenciados, cotas de TV, direitos de imagem, entre

outros.

Os investimentos da NFL buscam aprimorar e elevar o nível da Liga visando

um retorno futuro. A companhia é referência mundial em se tratando de

investimentos, não só pelos valores investidos, mas também no destino dado

para os recursos.

Estes dados são publicamente disponibilizados no sítio da companhia na

Internet e prezam por acelerar a investigação para a saúde e segurança dos

atletas, através de investimentos em pesquisa científica e médica

independente, propondo impactar não apenas o esporte, mas todos os atletas

e a sociedade em geral.

A título de exemplificação, conforme informado no sítio da companhia, a NFL

investiu nos últimos anos 60 (sessenta) milhões de dólares em um programa

intitulado Iniciativa de saúde da cabeça* - NFL Head Health Initiative.

Deste total investido, 20 (vinte) milhões de dólares se destinariam para a parte

de inovação do programa, como a pesquisa por soluções na detecção e

prevenções de casos de traumatismo craniano causado por lesões decorrentes

da prática esportiva. Seguindo essa linha, os outros 40 (quarenta) milhões são

destinados a estudos em prol do desenvolvimento de tecnologias capazes de

diagnosticar e tratar casos de traumatismo craniano causado por lesão

decorrente da prática esportiva.

Outra importante característica que influencia na gestão é a questão da cultura

organizacional, ou seja, como as pessoas se organizam e interagem dentro de

uma organização. Essa cultura abrange valores, expectativas e crenças que

influenciam os processos individuais e coletivos da organização e em geral é

constituída por uma série de costumes existentes dentro de um conjunto

humano.

De acordo com Chiavenato (2004, p. 165):

“A cultura corporativa é o conjunto de hábitos e crenças,

estabelecidos por normas, valores, atitudes e expectativas,

compartilhado por todos os membros da organização. Ela se

refere ao sistema de significados compartilhados por todos os

membros e que distingue uma organização das demais.“

*O esporte também é famoso por sua agressividade, tendo em vista ser um esporte de contato e com

sucessivos choques na cabeça que podem causar sequelas graves em seus atletas.

Uma outra definição, apresentada por Schein (2009, p. 7), aponta sobre a

cultura organizacional:

“É o modelo dos pressupostos básicos que determinado grupo

tem inventado, descoberto ou desenvolvido no processo de

aprendizagem para lidar com os problemas de adaptação

externa e integração interna”.

Em outras palavras, a cultura organizacional consiste nas relações e na

maneira com que as pessoas se organizam, interagem e agem dentro de sua

empresa. Sendo assim, os hábitos que tenham funcionado bem serão

considerados válidos e ensinados para as gerações futuras como sendo a

maneira correta, podendo, assim, essa cultura durar por décadas, séculos ou

por toda sua existência. A Companhia busca melhorar as relações de trabalho,

qualidade de vida dos trabalhadores e a produtividade.

A relação de trabalho do americano funciona de uma forma bem diferente do

modelo brasileiro, principalmente pela questão da grande diferença dos

regimes trabalhistas que imperam em cada lugar. Tal assunto não será

abordado neste estudo, porém é um outro fator a agregar à questão cultural

que influencia na administração e gestão das empresas esportivas.

Além da questão da cultura organizacional, a herança cultural das

organizações nos Estados Unidos ligado a um “sistema com problemas

crônicos” como no Brasil permite uma condução menos complicada na

organização da empresa esportiva e na implementação de melhorias. Por

“sistema com problemas crônicos” entende-se que a Liga americana não

apresenta boa parte dos problemas existentes hoje no Brasil, como corrupção

e influência de agentes de atletas atuando dentro dos clubes, determinando a

compra e venda de certos jogadores (fato que também gera corrupção).

O NFL Draft é a forma como alguns jogadores são recrutados, anualmente,

para os clubes da liga saindo direto das universidades. As equipes da NFL

desenvolvem seus plantéis de jogadores usando três métodos: contratar

jogadores com passe livre, trocar seus jogadores com os de outros times e

recrutar jogadores de faculdade que se declararam prontos para o

recrutamento da NFL. Esse recrutamento é um evento de dois dias no qual

todas as 32 equipes se revezam na seleção desses jogadores.

A organização do evento de recrutamento da NFL além de abrir diretamente

aos universitários a chance de jogar na maior liga do mundo, também é um

evento rentável e bem organizado pela Liga, cuja organização rende

patrocínios milionários à NFL e aos clubes que irão selecionar os futuros

calouros.

Esses apontamentos servem para indicar uma importante diferença na

arrecadação da liga e dos times americanos em relação aos brasileiros.

Enquanto os times brasileiros têm poucas fontes de renda, centralizadas

basicamente nos direitos de TV, negociação de jogadores e patrocínio, o

modelo americano acaba sendo mais completo pois abrange mais fontes de

receita para as franquias.

A principal premissa na gestão do esporte na liga americana é enxergar como

pré-requisito estratégico a inserção do torcedor como parte fundamental de seu

negócio. A conversão desses torcedores em consumidores ativos e motivados

é essencial para a criação de uma demanda doméstica pelas marcas dos

clubes e pela ampliação dos negócios diretamente com marketing, com seu

estádio e com demais receitas.

1.2 Premier League

Outra liga famosa mundialmente pelo seu alto nível em performance e uma das cinco que mais movimentam recursos é a Premier League. A liga mais cara do futebol mundial trabalha com cifras que superam, e muito, os números do campeonato brasileiro.

Em uma gestão diferente do modelo americano, o campeonato inglês proporciona aos seus clubes uma forte fonte de receita em virtude do recebimento dos direitos de TV e a repartição desses recursos se dá da seguinte maneira: 50% é distribuído de forma igualitária, 25% de acordo com a classificação no campeonato e os outros 25% levando em conta a audiência de cada time nas transmissões.

As estimativas apontam que o lanterna da Premier League na temporada

2016/2017 irá receber 99 milhões de libras, ou, pelo câmbio atual, um valor

aproximado de R$ 435 milhões. Com o novo contrato, o campeão inglês irá

faturar R$ 685 milhões em uma temporada, ou seja, mais do que Corinthians e

Flamengo (os dois maiores clubes do país) juntos conseguem com todos os

tipos de receita.

Os clubes do campeonato inglês, dentro do seu planejamento de marketing,

investem e direcionam esforços para que as suas casas, arenas onde jogam,

sejam, antes de tudo, um grande e eficiente ponto de venda e que consiga

oferecer experiências aos espectadores dos jogos e em demais eventos

realizados nessas arenas que incluam a marca do clube e seus respectivos

patrocinadores.

2 O ressurgimento do Vôlei no cenário brasileiro

Perceber no esporte profissional uma ferramenta para alavancar negócios tornou-se um importante diferencial no desempenho de uma empresa. As competições esportivas passaram a ser eventos de oportunidade empresarial. As organizações valorizam cada vez mais os atributos do esporte profissional e da marca, além de utilizar os exemplos de vida dados pelos atletas para inspirar e motivar a juventude, funcionários e clientes.

O marketing é decorrente do investimento das empresas em aspectos maiores de visibilidade, indo além do seu produto propriamente dito. Para Kotler e Armstrong (2003, p. 3), “o marketing é considerado um processo administrativo e social para a satisfação de necessidades e desejos através da criação, oferta e troca de produtos”.

Os autores citam ainda o conceito relacionando-o a uma atividade que orienta o fluxo de bens e serviços ao consumidor, somados ao processo de planejamento e execução da concepção, determinação de preços, promoção e distribuição.

As empresas multinacionais encontraram no esporte profissional um suporte à altura de suas intenções em globalizar as marcas. Com a saturação dos mercados tradicionais e a superprodução de bens, o sistema econômico não pode mais se limitar somente às necessidades reais dos consumidores. Tornou-se essencial criar diferenciais na demanda e atender novos desejos a fim de construir um mercado capaz de absorver a oferta. E, desse ponto de vista, o marketing esportivo vale-se de uma estratégia privilegiada.

O marketing esportivo deve atingir tanto os símbolos quanto os bens. O estudo de Bourg e Gouguet (2005) apresenta uma abordagem focalizando a relação do esporte profissional com a lógica mercantil da mundialização dos mercados do esporte e identifica os grandes modelos de organização do esporte profissional existentes no mundo, que vêm substituir a antiga concepção fundamentada no amadorismo.

A explanação acerca do marketing esportivo faz-se necessária para apresentar a transformação sofrida no voleibol nacional ocorrida nas últimas três décadas. Graças ao investimento realizado neste esporte e em suas categorias de base que hoje o país é potência mundial e já figura no quadro dos maiores campeões do planeta.

O investimento do Banco do Brasil (BB) em Marketing esportivo se iniciou em 1991, como o projeto Vôleibrasil, patrocinando todas as seleções de Voleibol, masculina e feminina (categorias adultas, juvenil e infanto-juvenil). O BB também realiza o Circuito Banco do Brasil de Vôlei de praia, nas categorias masculinas e femininas, resultando no total16 etapas.

Dentre as ações de Marketing Esportivo desenvolvidas estão: o patrocínio às seleções de vôlei de quadra, escolinhas de vôlei para adolescentes de 11 a 16 anos, seminários em universidades com profissionais (comissão técnica e jogadores), desenvolvimento de ações sociais como visita a hospitais apoiados pela FBB – Fundação Banco do Brasil, realizações do Circuito Banco do Brasil de vôlei de praia – 16 etapas, torneio estudantil, além de torneio para os próprios funcionários do BB.

2.1 A Evolução do Voleibol

A evolução do vôlei no decorrer dos anos tem exigido muito mais de seus atletas. Tanto no aspecto técnico quanto no físico. É impossível não notar diferença se compararmos com o passado.

Hoje em dia o vôlei é muito mais técnico que antigamente. Todos os jogadores em quadra agora têm que possuir habilidade, fazendo com que em alguns casos o gigante de 2,10 m de altura, que só conseguia bloquear perdesse a sua vaga para um jogador mais baixo que possua a capacidade de suprir outros pontos fracos do time. No aspecto físico a evolução foi gigante. Os jogadores de hoje estão mais rápidos, mais fortes e mais altos. Os treinamentos são mais desgastantes, exigindo que o atleta atinja seu potencial máximo, para que ele esteja 100% em quadra na hora do jogo.

Toda essa transformação no Voleibol brasileiro ocorreu devido ao incentivo da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) por uma melhoria na prática do esporte. A seriedade na administração do vôlei proporcionou toda essa mudança no esporte, fazendo como que ele cresça de maneira acelerada, eficiente e organizada.

Graças ao projeto de Marketing da CBV, o vôlei alcançou lugares que não eram sequer imaginados. Essa mistura de investimentos somados aos resultados fez com que o vôlei se tornasse cada vez mais presente no cotidiano do brasileiro.

Já se pode observar pelo país, nos prédios que possuem quadra de futebol, essa mesma quadra possui marcação de vôlei, possibilitando a prática do esporte (quadras polidesportivas). No Rio de Janeiro, as praias possuem mais redes de vôlei que traves de futebol.

Quando comparados a outros esportes o vôlei também supera, e muito, os demais esportes (desconsiderando o Futebol). Por exemplo, as escolhinhas de vôlei possuem muito mais alunos que as escolhinhas de Basquete e Handebol.

Todas essas informações são indícios de que o investimento feito com seriedade no Voleibol vem dando certo no Brasil e este é o maior responsável para este sucesso. O projeto de marketing da Confederação Brasileira de Voleibol não foi o único responsável, porém o seu mérito é indiscutível.

Entretanto, uma razão que corroborou para este destaque do Voleibol no cenário esportivo foram os corriqueiros escândalos no mundo do futebol envolvendo juízes, cartolas, atletas, ou seja, pessoas ligadas ao futebol em todas as áreas. A sucessão desses casos vem diminuindo a diferença na preferência de esporte. A diferença entre futebol e o vôlei vinha caindo vertiginosamente ao longo dos anos, até a Copa do Mundo Fifa de 2014.

Essas conquistas fazem tanta diferença que, sempre que o vôlei masculino conquista um título, que fora televisionado, o índice de procura por escolhinhas de vôlei nas semanas seguintes cresce muito.

Todo esse investimento além de atender o cunho social do projeto patrocinado tem que, de alguma forma, apresentar algum retorno ao patrocinador. O retorno do patrocínio com mídia espontânea ampliou em 2015 (antes era de duas vezes), como consequência do aumento na quantidade de eventos de vôlei de quadra transmitidos pela TV, entre eles o Sul-Americano e a final de Liga Mundial, e a inclusão da audiência em mídias eletrônicas e redes sociais. De acordo com o BB, o retorno é de 5,17 vezes para cada R$ 1 investido (Murilo Rodrigues Alves, O Estado de São Paulo, Agosto 2016).

Oportunidades de relacionamento com clientes e de atração de novos correntistas são fundamentais na decisão do banco de apoiar um atleta ou seleção. Além de obter retorno em mídia espontânea, o BB busca agregar à marca da instituição valores positivos e subjetivos, como brasilidade, determinação, superação e vitória.

O banco também patrocina o Handebol desde o início de 2013, quando assinou contrato com a Confederação Brasileira de Handebol (CBHb), tanto masculino quanto feminino. No fim daquele ano, a seleção feminina conquistou, pela primeira vez, o título mundial da modalidade. As seleções feminina e masculina também alcançaram medalhas de ouro nos Jogos-Sul Americanos do Chile, em 2014 e no Pan Americano de Toronto (Canadá), no ano seguinte.

O investimento no atual ciclo olímpico é de R$ 19,5 milhões. Em maio deste ano, o contrato foi renovado até 2018. O retorno de mídia espontânea é de 2,63 vezes para cada R$ 1 investido. "Queremos fazer do handebol um dos esportes mais praticados no País, assim como fizemos com o vôlei", afirmou Cavicchioli, diretor do BB responsável

Essas duas modalidades são o carro-chefe do patrocínio esportivo do BB, que soma R$ 230 milhões por ano. O banco também apoia atletas isolados, como os de vôlei de praia Alisson, Bruno, Maria Elisa, Juliana e Ricardo; o iatista Robert Scheidt, octacampeão mundial e maior medalhista brasileiro; e o piloto de F1 Felipe Nasr. Desde 2003, o BB tem o projeto Embaixadores do Esporte, por meio do qual atletas campeões se tornam representantes do banco e participam de diversos eventos promovidos pela instituição, bem como de visitas a entidades sociais e oficinas de esporte para crianças carentes.

Todo esse contexto faz parte do patrocínio e do tipo de retorno esperado pelo patrocinador.

3. AS AÇÕES GOVERNAMENTAIS NO DESENVOLVIMENTO ESPORTIVO NO PAÍS

O cenário esportivo do país acaba sendo um reflexo do tratamento que o esporte tem através dos investimentos públicos e privados que recebe. Hoje, boa parte dos investimentos no setor esportivo com os atletas de ponta, vêm do setor privado. Porém, pouco se investe na base e formação desses atletas, tanto no setor público quanto no privado.

O que tem sido observado é um enorme esforço por parte do poder público em investir recursos para sediar grandes eventos como os Jogos Panamericanos Rio2007, Copa do Mundo 2014 e os Jogos Olímpicos Rio2016, em contrapartida o investimento constante para estimular a formação de novos atletas, infelizmente, não acompanha o mesmo ritmo.

Esta é uma preocupação que afetou países de Primeiro Mundo, como o Reino Unido, por exemplo. País que passou a explorar de uma forma ainda melhor o seu potencial esportivo (buscando retorno financeiro no longo prazo). Esta necessidade se deu após a fraca performance do país nas Olimpíadas de 1996, em Atlanta, quando a nação amargou o 31º lugar no quadro de medalhas com apenas 1 Ouro, 8 Pratas e 6 Bronzes, atingindo 15 medalhas no total.

Após 5 Olimpíadas, nos Jogos Rio2016, o país alcançou a incrível 2º colocação, melhorando e muito o seu desempenho, com um total de 67 medalhas. Além da queda de desempenho de alguns concorrentes, como Austrália e Rússia, o sucesso do Reino Unido se deu ao forte investimento no esporte, saltando de R$ 20 milhões, em Atlanta, para mais de R$ 1 bilhão nos Jogos Rio2016.

Em contrapartida, no cenário esportivo brasileiro faltam incentivos do governo e patrocínio de empresas privadas para avanços na área. O governo não vem explorando em sua magnitude o potencial para investir corretamente em esporte e desenvolver um bom material humano para ser bem administrado.

Não é à toa que os dois melhores colocados nas últimas olimpíadas são os países que mais arrecadam com suas Ligas mais fortes, a NFL e a Premier

League, dos Estados Unidos e Reino Unido, respectivamente. Ambos países investem fortunas em seus atletas desde a base.

Enquanto isso no Brasil, o governo não cuida do esporte a ponto de explorar o seu pleno potencial, seja através do âmbito social ou econômico.

No âmbito social, o esporte tem função pedagógica no processo de formação do indivíduo, ressaltando a disciplina, o respeito à hierarquia e às “regras do jogo”, a solidariedade, o espírito de equipe e outros fatores do desenvolvimento humano. Pode ser utilizado também como instrumento de resgate social, como no caso da Itália, por exemplo, que organizou um programa social para recuperar jovens envolvidos com drogas através da prática do esporte.

No âmbito econômico, o esporte envolve recursos financeiros muito elevados, além de movimentar uma grande indústria diversificada e especializada na produção dos mais diversos equipamentos esportivos, uniformes, equipamentos protetores e calçados, entre outros.

Constitui meio de vida para milhares de pessoas em todo o mundo, pois é uma atividade de grande geração de empregos que envolve desde médicos, professores, técnicos, dirigentes, fisiologistas, nutricionistas, dirigentes até pessoal de apoio que trabalha em rouparia, lavanderia e comércio de artigos esportivos, entre outros. Além disso, estimula o setor de construção, aumenta o fluxo turístico e propicia o surgimento de novos produtos e serviços.

A atividade por si mesma pode apresentar retorno econômico, deixando de ser considerada despesa e passando a ser considerada investimento. Em todo o mundo, cada vez mais, fica evidente a vantagem para os governos investirem em esporte, já que os frutos colhidos são muito proveitosos no médio e longo prazo. O governo tem realizado algumas ações que darão algum resultado no longo prazo.

No âmbito do Ministério da Educação e do Desporto, incluiu-se um projeto de lei específica sobre futebol a ser enviado ao Congresso Nacional. Pode-se citar também a implantação do Projeto Esporte Solidário, iniciativa do Indesp e do governo do Rio de Janeiro. Foram construídas vilas olímpicas com quadras poliesportivas, campo de futebol, pista de atletismo, sala para artes marciais ou danças, refeitório e vestiários nas cidades de São João de Meriti, Nova Iguaçu, Caxias e Belford Roxo. Foram localizadas em áreas de grande concentração urbana e com carência de equipamentos desse gênero.

Entretanto, o país ainda precisa superar uma série de questões problemáticas de origem estrutural em diversas áreas da base esportiva, como a prática do esporte nas escolas, nas comunidades e também o esporte de alto rendimento, em todas as modalidades esportivas, assim como desenvolver know-how na produção e condução de grandes eventos esportivos, melhorar as instalações esportivas e dar apoio aos atletas, para que assim se possa melhorar o planejamento e a organização do esporte no Brasil, pensando em atender melhor as necessidades do país.

Conclusão

O Brasil, ainda conhecido como o “país do futebol” em boa parte do mundo, hoje já não vive tanto esta realidade. O país não tem um jogador eleito como melhor do mundo desde 2007, quando o eleito foi Kaká, jogador do Milan da Itália à época.

Isso não é apenas reflexo dos resultados da seleção nos últimos 10 anos, que vieram abaixo das expectativas. O futebol nacional, devido a sua fraca gestão tem apresentado números que qualquer gestor de empresa (diferente dos clubes nacionais) questionaria e buscaria apresentar soluções.

Em 2012 o Campeonato Brasileiro não superou a média de 13 mil torcedores no estádio (BBC Brasil). As receitas do esporte no país ainda são muito baixas quando comparadas as dos principais clubes da Europa ou mesmo de países onde o futebol não é tão popular. Esses são problemas já conhecidos e que não foram resolvidos nos últimos anos. Ao mesmo tempo, países com até então pouca tradição no esporte, como Estados Unidos, Japão e China, evoluíram, criaram ligas competitivas e começaram a atrair jogadores renomados no cenário internacional. E a perspectiva no curto prazo não é boa para o futebol nacional, tendo em vista que os times brasileiros não conseguem impedir a ida de seus principais talentos para a Europa.

Considerando o cenário internacional (principalmente Europa e Estados Unidos) do mundo do futebol e dos demais esportes, fica clara a necessidade do Brasil se espelhar nos exemplos do exterior para obter uma melhor performance nos resultados do futebol.

Por resultados, entende-se além dos títulos, melhorando também os resultados financeiros. Desta forma, os principais quesitos a serem melhor planejados, desenvolvidos e estruturados pelos clubes nacionais se resumem a melhorias no desempenho dos times, na gestão (incluindo nesse item a adoção de um

novo modelo de negócio), o calendário e os estádios (que deveriam adotar o conceito de arena).

Exemplificando a respeito do desempenho, o Brasil foi apenas o 18º colocado em média de público em um ranking dos 20 maiores campeonatos nacionais do mundo divulgado no início de 2013 pela Pluri Consultoria. Ficou atrás, por exemplo, da MLS, Major League Soccer (a liga americana de futebol), do Campeonato Chinês e da Segunda Divisão da Inglaterra.

Comparado à Alemanha, que ocupa o primeiro lugar (com média de 42.646 torcedores por jogo na Bundesliga), o "país do futebol" perde, e de goleada, com média de público de apenas 12.983 por partida no Campeonato Brasileiro.

O desempenho financeiro dos clubes brasileiros também é tímido, na comparação com os europeus. Um levantamento da consultoria Deloitte apontou, ainda no início de 2013, que o Corinthians é o primeiro time do país a aparecer na lista dos mais ricos do mundo (em 31º lugar) - atrás de clubes de menor expressão na Europa, como o Sunderland, da Inglaterra.

Além disso, a perda de grandes jogadores para o futebol pode até ter diminuído nos últimos anos, mas ainda provoca desfalques irreparáveis nos grandes clubes. Neymar, Paulinho e Bernard foram alguns dos que deixaram Santos, Corinthians e Atlético-MG, respectivamente, durante o Campeonato Brasileiro, em busca de maior exposição na rica Europa.

Qualquer transformação do futebol brasileiro depende fundamentalmente do que executivos do mundo de negócios chamam de "choque de gestão". A administração dos clubes, dos campeonatos, das finanças, tudo é extremamente necessário para a evolução do esporte, que tem um potencial ainda não aproveitado em sua plenitude no país.

Os grandes clubes brasileiros só começaram a dedicar maiores esforços para gerir o negócio recentemente. Até o início da década, muitos deles estavam tomados por dívidas, e a grande maioria ainda está, e entregues a dirigentes pouco interessados em mudanças.

O Corinthians, por exemplo, ficou 14 anos com o mesmo presidente, Alberto Dualib, que comandou o clube em alguns dos melhores e dos piores momentos de sua história, assim como a conquista de três Campeonatos Brasileiros, de um lado, e o início da campanha que culminaria na queda para a Série B em 2007, do outro.

Outro grande clube que permaneceu 12 anos sob a polêmica gestão do mesmo dirigente, Mustafá Contursi, foi o Palmeiras, capaz de levar o clube à conquista de uma Taça Libertadores e, anos depois, permitir o rebaixamento do time para a Segunda Divisão em 2002.

Os clubes do Rio também sofreram com sérios problemas administrativos. Eduardo Bandeira de Mello assumiu a presidência do Flamengo com uma dívida de R$ 750 milhões. O Botafogo não consegue arcar com os salários dos jogadores, e o Vasco sofre com problemas semelhantes. Os fracassos administrativos apontam para um triste futuro se a mudança não começar a ocorrer nos clubes do Rio de Janeiro.

Segundo o especialista em Marketing esportivo Erich Beting "A gestão tem que ser empresarial, mas não precisa ser uma empresa. E isso já começou a ser feito. Precisa ter menos política no dia a dia da gestão. O que o Flamengo está fazendo, Palmeiras e Corinthians fizeram lá trás", diz o especialista.

O Brasil tem uma tradição muito forte ainda no esporte, mas ainda encontra inúmeras dificuldades para administrar as finanças de um negócio que poderia e deveria ser muito mais lucrativo.

Os exemplos mais bem-sucedidos de marketing com o futebol ainda vêm da Europa. O Real Madrid, por exemplo, clube mais rico do mundo, faturou em 2012 um total de 512, 6 milhões de euros (mais de R$ 1,8 bilhão), enquanto o Corinthians, time que mais arrecadou no Brasil, atingiu apenas R$ 358,5 milhões.

As expectativas para o futuro são de melhora. Tendo em vista que os clubes brasileiros realmente têm faturado mais a cada ano, é natural que essa diferença entre os clubes brasileiros e europeus diminua. A chave para acionar esse “gatilho do sucesso” está em tirar melhor proveito de seus milhões de torcedores.

Entretanto, o que mais atrapalha essa melhora são os “vícios” da gestão administrativa no futebol. Em um ambiente onde ainda é constante a escalação de jogadores por empresários e influências na escolha dos jogadores desde a base fica difícil a equiparação no curto prazo com os clubes/empresas do exterior.

Considerando que o futebol europeu está em seu auge e, como possui as ligas mais fortes e os jogadores mais cobiçados do planeta ali atuando, este deve ainda desfrutar seus anos de glória pela próxima década. Porém, dada a necessidade de revitalizar o futebol brasileiro, tendo o movimento já iniciado por grandes clubes nacionais como Corinthians, Flamengo e Palmeiras, é natural que as demais equipes sintam a necessidade de iniciar o mesmo processo.

Até a expressiva redução das dívidas e forte expansão das receitas muito ainda pode ocorrer, como mudanças de diretoria com vícios antigos que possam derrubar o trabalho que vem sendo feito, por isso a necessidade de expressão em resultados para que os torcedores possam “comprar a briga” do trabalho que vem sendo executado. Isto feito, a diferença entre os clubes europeus para os brasileiros deve reduzir a partir da próxima década com o fortalecimento dos clubes tidos como grandes, já que estes têm um potencial de desenvolvimento maior. Assim, o futebol nacional, ao copiar este modelo, tende a seguir a mesma dinâmica do futebol europeu, aumentando a diferença entre os clubes grandes e pequenos.

Referências bibliográficas

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