Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Peamb … modificada 55 30 Objetivos e metas para...

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Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro de Tecnologia e Ciências Faculdade de Engenharia Sergio Luiz Serber Proposta de implantação e certificação de um sistema de gestão ambiental: estudo de caso de indústria metal-mecânica Rio de Janeiro 2009 PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

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  • Universidade do Estado do Rio de Janeiro

    Centro de Tecnologia e Cincias

    Faculdade de Engenharia

    Sergio Luiz Serber

    Proposta de implantao e certificao de um sistema de gesto ambiental: estudo de caso de indstria metal-mecnica

    Rio de Janeiro

    2009

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    Sergio Luiz Serber

    Proposta de implantao e certificao de um sistema de gesto ambiental: estudo de caso de indstria metal-mecnica

    Dissertao apresentada, como requisito parcial para obteno do ttulo de Mestre, ao Programa de Ps-graduao em Engenharia Ambiental, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. rea de concentrao: Saneamento Ambiental Controle da Poluio Urbana e Industrial.

    Orientador: Prof. Dr. Elmo Rodrigues da Silva

    Rio de Janeiro

    2009

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    Sergio Luiz Serber

    Proposta de implantao e certificao de um sistema de gesto ambiental: estudo de

    caso de indstria metal-mecnica

    Dissertao apresentada, como requisito parcial para obteno do ttulo de Mestre, ao Programa de Ps-graduao em Engenharia Ambiental, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. rea de concentrao: Saneamento Ambiental Controle da Poluio Urbana e Industrial.

    Aprovado em 23 de maro de 2009 Banca Examinadora:

    _________________________________________________________ Prof. Dr. Elmo Rodrigues da Silva (Orientador)

    Faculdade de Engenharia da UERJ

    _________________________________________________________

    Prof. Dr. Ubirajara Aluzio de Oliveira Mattos Faculdade de Engenharia da UERJ

    _________________________________________________________ Prof. Dr. Gilson Brito Alves Lima

    LATEC/UFF

    Rio de Janeiro

    2009

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    DEDICATRIA

    A Joslia e rica, Minha esposa e filha, sempre presentes. Obrigado pelo apoio, pacincia e

    incentivo e por estarem participando deste momento importante da minha vida.

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    AGRADECIMENTOS Ao meu orientador, Prof. Dr. Elmo Rodrigues da Silva, por ter acreditado no meu trabalho e, com pacincia, ateno e sabedoria soube aceitar minhas limitaes e ausncias. Aos meus pais, Moiss e Glria, pela dedicao, educao e amor que me fizeram chegar at aqui. A minha esposa Joslia pela anlise crtica do trabalho, constantes incentivos e toda pacincia dispensada. A minha filha rica pela pacincia e ateno, mesmo nas minhas ausncias e falta de pacincia. Aos professores e funcionrios do PEAMB, pelo conhecimento transmitido. Aos meus colegas da Dresser pelos anos de convivncia e pelo compartilhamento dos bons e maus momentos da vida profissional. A gerncia da qualidade e meio ambiente e diretoria tcnica da Dresser pelo apoio dado e a oportunidade de desenvolver este trabalho. Por fim, e principalmente, a Deus. Muito obrigado!

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    RESUMO

    Serber, Sergio Luiz. Proposta de implantao e certificao de um sistema de gesto ambiental: estudo de caso de indstria metal-mecnica. 181f. Dissertao (Mestrado em Engenharia Ambiental) Faculdade de Engenharia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.

    O gerenciamento industrial, no incio da dcada de 1980, no considerava os impactos ambientais de seus processos produtivos. O controle desses impactos era considerado custo e estava totalmente dissociado do processo. Nesta mesma dcada conceitos como globalizao tornam o mercado mais competitivo e aps o fim da dcada de 1990, com a publicao da Lei dos Crimes Ambientais, as indstrias se voltaram para o atendimento a seus requisitos legais bsicos. Este cenrio direciona as empresas para a implantao dos denominados sistemas de gesto ambiental. Assim sendo, o estudo de caso selecionado, em empresa metal-mecnica, sistematiza a implantao de um sistema de gesto ambiental onde a indstria utilizou recursos humanos e financeiros prprios baseado nas legislaes ambientais pertinentes, na norma NBR ISO 14001: 1996 e na sua reviso 2004, na pesquisa bibliogrfica, consulta a artigos tcnicos, levantamento de dados, identificao de aspectos e impactos ambientais e entrevistas, a partir da auto-gesto, se limitando a apresentar os pontos fortes (resultados positivos alcanados) e, apresenta as aes que devem ser executadas para o atendimento dos requisitos da Norma NBR ISO 14.001, as dificuldades encontradas para desenvolver estas aes e os resultados alcanados. A anlise dos resultados obtidos, atravs da proposta, permite concluir que a implantao de sistemas de gesto ambiental prprios vivel s empresas desde que se adapte os requisitos da norma citada s especificidades de cada empresa. No estudo de caso, esta implantao uma condio indispensvel para reduo de custos do processo, racionalizao do uso de recursos naturais, reduo de resduos gerados no processo produtivo, reduo dos efeitos dos impactos ambientais significativos da atividade e demonstrar seriedade e preocupao com as questes ambientais. A maior contribuio esperada para o trabalho mostrar, de forma simples e sucinta, os passos para a certificao de um sistema de gesto ambiental apresentando as conquistas obtidas bem como as dificuldades e resistncias s mudanas que a implantao encontrar pela frente.

    Palavras chaves: Sistema de Gesto Ambiental. FMEA (Failure Mode and Effects Analysis). Certificao Ambiental. Aspectos e Impactos Ambientais.

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    ABSTRACT

    Industrial Management in the beginning of the 1980s did not take environmental aspects into account when considering its productive processes. The control of such impacts was costly and was totally unrelated to the process. In that same decade concepts like globalization turned the market more competitive and after the end of the 1990s decade after the publication of the Bill of Environmental Crimes, industries were focused on attending the basic legal requirements. The scene drives companies towards implementing environmental management systems. Therefore the selected case study at a metal-mechanic company systemizes the implementation of a system where the company has used its own human and financial resources based on appropriate environmental legislation, in NBR ISO 14001:1996 2004 revision, in the bibliographic research, consulting of published technical articles, data survey, identification of environmental aspects and impacts and interviews, from self management, limiting itself to present strong points (positive results reached), thus presenting actions that must be executed to attend the prerequisites of NBR ISO 14001 as well as the difficulties found in developing such actions and the achieved results. The analysis of the obtained results through what has been proposed allows the conclusion that the implementation of environmental management systems is viable for the companies once they adapt themselves to their specificities. In the case study the implementation is a sine-qua-non condition for cost reduction, natural resources rationalizing, and the reduction of the effects of significant environmental impacts and also demonstrates seriousness and concern about environmental questions. The biggest contribution for the work is to show the steps to have an environmental management system certified by demonstrating what has been reached as well as the difficulties and resistances to the changes that the implementation will face along its way. Key words: System of Environmental Management. FMEA (Failure Mode and Effects Analysis). Environmental Certification. Aspects and Environmental Impacts.

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    LISTA DE FIGURAS 1 Ciclo PDCA 21

    2 Produo de uma tpica indstria metal mecnica 31

    3 Fluxograma de processo produtivo da Dresser Diviso Wayne 37

    4 Layout da indstria 38

    5 Setor estamparia 40

    6 e 7 Setor fosfatizao 40

    8 Setor pintura p 41

    9 e 10 Setor pintura lquida e serigrafia 42

    11 Setor de usinagem 42

    12 Linha de impregnao 43

    13 e 14 Montagem do GHM 43

    15 Setor de montagem de bombas 44

    16 Setor de teste final 44

    17 Setor de embalagem 45

    18 Centro de treinamento 46

    19 e 20 Fbrica antes e depois da implantao do SGA 47

    21 e 22 Setor teste final antes e depois da implantao do SGA 48

    23 e 24 Setor de estocagem temporria de resduos antes e depois da

    implantao do SGA 48

    25 e 26 Sinistro em 1989 49

    27 Fluxo da gesto ambiental 50

    28 Poltica ambiental aprovada 52

    29 Classificao da significncia dos impactos ambientais - Matriz de

    Leopold modificada 55

    30 Objetivos e metas para desempenho ambiental na indstria estudada 64

    31 Planilha de controle de objetivos e metas para o ano de 2008 65

    32 Exemplo de relatrio mensal do resultado de metas 65

    33 Objetivos e metas, resultados, para desempenho ambiental na indstria

    estudada 66

    34 Fluxo de processo OPM 69

    35 Estrutura organizacional 77

    36 Retorno dos investimentos 79

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    37 Reduo de resduos leo de corte e usinagem descartada 81

    38 Reduo de resduo borra metlica ferrosa oleada descartada 81

    39 Reduo do consumo de gua 82

    40 Fechamento do objetivo e meta efluente industrial 82

    41 Curva F x N para populao externa 84

    42 Curva iso-risco para as instalaes 84

    43 Comunicao de emisso de fumaa negra 86

    44 Comunicao de reincidncia fumaa negra 87

    45 Check list ambiental 90

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    LISTA DE TABELAS 1 Nmero de certificados emitidos em todo mundo 24

    2 Percentual de certificados emitidos no Brasil por regio 25

    3 Percentual de certificao ISO 14001 emitidos por estado 26

    4 Percentual de certificados emitidos no Brasil por setor em 2006 26

    5 Desempenho da indstria metalrgica brasileira 28

    6 Produo de ao bruto no estado do Rio de Janeiro 30

    7 Principais aspectos ambientais e impactos associados e riscos

    sade e segurana dos trabalhadores 32

    8 Identificao de aspectos e impactos para a estamparia 58

    9 Freqncia do aspecto 60

    10 Severidade do aspecto 60

    11 Quantidade do aspecto 61

    12 Probabilidade do aspecto 61

    13 ndice de risco ambiental para situaes normais e anormais 61

    14 ndice de risco ambiental para situaes emergenciais e futuras 62

    15 Instrues e procedimentos SGA Wayne 70

    16 Registros ambientais 74

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    LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

    ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas BS British Standard Institution BVQI Bureau Veritas Quality International CBMRJ Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro CCE Comisso das Comunidades Europias CEG Companhia Estadual de Gs CO xido de Carbono CSN Companhia Siderrgica Nacional DIN Deutsches Institut fr Normung EMAS Ecomanangement and Audit Scheme FEEMA Fundao Estadual de Engenharia do Meio Ambiente FMEA Failure Mode and Effects Analysis GACP Grupo de Aes Corretivas e Preventivas GHM Mdulo Hidrulico Global GLP Gs Liquefeito de Petrleo HC Hidrocarbonetos IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente IBGE Instituto Brasileiro de Engenharia e Estatstica IBGE/PIM Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica/Pesquisa Industrial Mensal IBS Instituto Brasileiro de Siderurgia IGA Instruo da Gesto Ambiental INMETRO Instituto Nacional de Metrologia ISO International Standard Organization JIS Japanese Standard Association LI Licena de Instalao LO Licena de Operao LP Licena Prvia MSGA Manual de Sistema de Gesto Ambiental MTR Manifesto de Resduo Industrial NBR Norma Brasileira NFPA National Fire Protection Agency NOx xidos de Nitrognio NR Norma Regulamentadora OHSAS Occupational Healt and Safety Assessment Series OPM Oportunidade de Melhoria PDCA Mtodo Plan-Do-Check-Act PGRSS Plano de Gerenciamento de Resduo de Servio de Sade PM10 Partculas respirveis Procon-gua Programa de auto-controle para efluentes lquidos Q Qualidade QA Qualidade Assegurada RACAS Reunies de Anlise Crtica da Alta Administrao RH Recursos Humanos RTP Requisito para Treinamento de Pessoal SEBRAE Servio de Apoio s Micro e Pequenas Empresas SESI Servio Social da Indstria SGA Sistema de Gesto Ambiental SOx xidos de enxofre VOCs Compostos Organo-Volteis

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    SUMRIO 1 INTRODUO 14

    1.1 O problema 14

    1.2 Objetivos 15

    1.2.1 Objetivo especfico 15

    1.3 Mtodo 16

    1.3.1 A organizao do estudo 17

    2 ESTUDO DA ARTE DAS CERTIFICAES 18

    2.1 A busca das estratgias competitivas atravs do SGA 18

    2.2 Conceituao de Sistema de Gesto 18

    2.3 Certificados e rtulos ambientais 21

    3 A INDSTRIA METAL-MECNICA NO ESTADO DO RIO

    DE JANEIRO 28

    3.1 A indstria metal mecnica 28

    3.1.1 O processo produtivo do setor metal mecnico 30

    4 ESTUDO DE CASO 36

    4.1 A Dresser Indstria e Comrcio Ltda., Diviso Wayne 36

    4.1.1 Etapas do processo de produo da indstria 39

    4.1.2 O histrico da empresa quanto s certificaes 45

    4.1.3 A motivao a partir das certificaes adquiridas 46

    4.2 Modelo implantado de Sistema de Gesto Ambiental 49

    4.3 O apoio da alta administrao 51

    4.3.1 Delegando poderes gerncia de qualidade assegurada 51

    4.4 A poltica e o manual do Sistema de Gesto Ambiental 51

    4.5 Planejamento 53

    4.5.1 Levantando aspectos e impactos ambientais 53

    4.5.1.1 Metodologia utilizada para priorizar os aspectos ambientais 53

    4.5.1.2 A coleta de dados 56

    4.5.1.3 A filtragem das informaes 57

    4.5.1.4 A montagem da planilha aspectos ambientais 59

    4.5.1.5 Identificao do aspecto ambiental 59

    4.5.1.6 Identificao do tipo de situao referente ao aspecto ambiental 59

    4.5.1.7 Identificao da temporalidade de ocorrncia do aspecto ambiental 59

    4.5.1.8 Identificao da dimenso do aspecto ambiental 60

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    4.5.1.9 Identificao do ndice de risco ambiental 61

    4.5.2 Requisitos legais e outros 63

    4.5.3 Objetivos, metas e programas 63

    4.6 Implementao e operao 67

    4.6.1 Recursos, funes, responsabilidades e autoridades 67

    4.6.2 Competncia, treinamento e conscientizao 67

    4.6.3 Comunicao 67

    4.6.4 Documentao 69

    4.6.5 Controle de documentos 71

    4.6.6 Controle operacional 71

    4.6.7 Preparao e resposta emergncia 71

    4.7 Verificao 72

    4.7.1 Monitoramento e medio 72

    4.7.2 Avaliao ao atendimento a requisitos legais e outros 72

    4.7.3 No conformidades, ao corretiva e ao preventiva 73

    4.7.4 Controle de registros 73

    4.7.5 Auditoria interna 75

    4.8 Anlise pela administrao 75

    5 RESULTADOS E DISCUSSES 76

    6 CONCLUSES E RECOMENDAES 92

    REFERNCIAS 95

    ANEXO A - Cpia do Certificado NBR 14001:1996 100

    ANEXO B - Plano de Controle de Emergncias 101

    ANEXO D - Identificao de Aspectos Ambientais 130

    ANEXO E - Identificao e Classificao dos Aspectos e Impactos

    Ambientais 136

    ANEXO F - Monitoramento e Medio dos Objetivos e Metas e

    dos Aspectos Ambientais Significativos 169

    ANEXO G - Relatrio do PROCON-GUA 179

    ANEXO H - Cpia do Certificado NBR 14001:2004 181

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  • 14

    1 INTRODUO

    1.1 O problema

    H cerca de duas dcadas o gerenciamento de uma indstria no considerava os

    impactos ambientais de seu processo produtivo. O controle desses impactos era considerado

    custo e estava totalmente dissociado do processo produtivo.

    Em um mercado globalizado, competitivo, com legislao cada vez mais exigente e

    com uma preocupao em relao s questes ambientais e ao desenvolvimento sustentvel

    levou sociedade a cobrar dos setores pblicos e privados uma mudana na forma e

    desenvolvimento at ento empregado e a adoo de programas ou sistemas de gerenciamento

    que atinjam e demonstrem um desempenho ambiental correto, controlando os impactos das

    atividades industriais, produtos e servios no meio ambiente.

    O conceito de globalizao, surgido na dcada de 1980, o qual vem substituir

    conceitos como internacionalizvel e transnacionalizvel, tm sido um dos impulsionadores

    do processo e programa de gerenciamento ambiental. A partir da dcada de 1980 ficou

    evidente que estas exigncias, cobranas da sociedade e do mercado, geraram um novo

    conceito de qualidade, no s no processo produtivo como tambm para a qualidade de vida

    (FONSECA, 2004). O meio ambiente neste contexto adquire nova dimenso, passando de

    uma conotao local para uma concepo global, passando a ser reconhecido como bem

    econmico, sujeito a mecanismos de mercado, enfim a vida do ser humano sofre influncia

    direta da globalizao.

    A busca permanente da qualidade ambiental pode ser obtida pela implantao de um

    sistema de gesto ambiental (SGA). Desta forma as empresas ganham competitividade, tanto

    para a sua sobrevivncia no mercado global quanto para o controle dos aspectos ambientais,

    garantindo a sustentabilidade de desenvolvimento e melhoria, contnua, da qualidade

    ambiental e da vida da populao.

    Para a implantao de um sistema de gesto ambiental a escolha das ferramentas ou

    instrumentos que devem ser utilizados de fundamental importncia. Como principais

    ferramentas pode-se citar a avaliao (levantamento) dos aspectos e impactos ambientais,

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  • 15

    programas de monitoramento ambiental, programas de recuperao ambiental, auditorias

    ambientais, inspees ambientais, programas de minimizao de carga poluidora, programas

    de anlise e gerenciamento de riscos, emergncias ambientais e educao ambiental.

    A implantao de um sistema de gesto ambiental bastante abrangente e pode ser

    definida como um conjunto de polticas, programas, e prticas administrativas e operacionais

    que levam em conta a sade e segurana das pessoas e a proteo do meio ambiente atravs

    da eliminao ou minimizao de impactos e danos ambientais decorrentes do planejamento,

    implantao, operao, ampliao, realocao ou desativao de empreendimentos ou

    atividades, incluindo-se todas as fases do ciclo de vida de um produto.

    Nesta dissertao pretende-se mostrar como foi implantado o sistema de gesto

    ambiental em empresa metalrgica de mdio porte, estudo de caso da Dresser Indstria e

    Comrcio Ltda., Diviso Wayne, as dificuldades de implantao, suas rotinas, as interaes

    entre as etapas para o atendimento da NBR ISO 14001 e o que foi feito para obter, alcanar,

    este atendimento.

    1.2 Objetivos

    O trabalho tem por objetivo apresentar o processo de construo de um sistema de

    gesto ambiental em todas as suas etapas atravs de uma estratgia organizacional que

    direcione a sua implantao utilizando ferramentas adequadas e com recursos prprios a fim

    de alcanar a certificao NBR ISO 14001:2004, como no caso da Dresser, Diviso Wayne.

    1.2.1 Objetivos especficos

    Conhecer os principais problemas de uma organizao metal mecnica para implantar

    um sistema de gesto ambiental;

    Estabelecer uma relao entre os itens da NBR ISO 14001:2004 e a colocao em

    prtica de cada um deles;

    Testar a utilizao do FMEA (Failure Mode and Effects Analysis) para levantamento

    dos aspectos e classificao dos impactos da empresa e como utilizar este

    levantamento no gerenciamento do sistema e,

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  • 16

    Apresentar as conquistas obtidas com a implantao, os erros e os pontos fracos,

    observados durante o processo.

    A maior contribuio esperada para o presente trabalho mostrar, de forma simples e

    sucinta, os passos para a certificao de um sistema de Gesto Ambiental utilizando recursos

    prprios (sem o auxlio de consultorias externas) e apresentando as conquistas obtidas bem

    como as dificuldades e resistncia s mudanas encontradas.

    1.3 Mtodo

    Segundo CUNHA (2006), a metodologia tem como funo mostrar como andar no

    caminho das pedras, auxiliar a refletir e instigar um novo olhar sobre o mundo: um olhar

    curioso, indagador e criativo.

    O trabalho mostra a implantao de um sistema de gesto ambiental, baseado na

    norma NBR ISO 14001: 1996 e na sua reviso 2004, atendendo a legislao ambiental em

    vigor, atravs de pesquisa bibliogrfica, consulta a artigos tcnicos, levantamento de dados,

    identificao de aspectos e impactos ambientais e entrevistas, a partir da auto-gesto, se

    limitando a apresentar os pontos fortes (resultados positivos alcanados) e as dificuldades

    encontradas para implantao do sistema.

    Para o desenvolvimento do estudo adotaram-se as seguintes estratgias:

    A experincia obtida pelo autor durante a implantao de um sistema de gesto

    ambiental em uma indstria de mdio porte, que obteve sua certificao inicial em

    2003 e a mantm at hoje e, sua experincia como auditor lder de sistemas de gesto

    ambiental;

    Reviso bibliogrfica sobre metodologia de anlise dos aspectos e impactos

    ambientais, aplicao do FMEA como ferramenta para anlise de falhas, adoo

    do mtodo de anlise e soluo de problemas, para controle de cada ao - ciclo

    PDCA (Plan-Do-Check-Act), manuais de implantao de sistemas de gesto

    ambientais, ferramentas da qualidade no gerenciamento de processos, e

    implantao de sistemas de gesto ambiental.

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  • 17

    Em relao aos procedimentos adotados, o trabalho est baseado a partir de pesquisa

    bibliogrfica, consulta a artigos tcnicos e principalmente na estrutura da norma

    ABNT NBR ISO 14001 e 14004 onde cada item da norma foi levantado e analisado

    de forma a se ter um quadro consistente da implantao do sistema na indstria

    estudada, como mostra o captulo 4.

    1.3.1 A organizao do estudo

    Para atender aos objetivos propostos o trabalho foi estruturado da seguinte forma:

    No primeiro captulo so apresentadas a introduo, os objetivos e a metodologia do

    trabalho.

    No segundo captulo apresentado, no estado da arte das certificaes, a conceituao

    de sistemas de gesto e certificaes e rtulos ambientais voltados indstria.

    No terceiro captulo apresentado a indstria metal-mecnica no Estado do Rio de

    Janeiro.

    O quarto captulo apresenta o estudo de caso na indstria metal-mecnica estudada, as

    etapas do seu processo produtivo, o histrico da empresa e a motivao quanto s

    certificaes adquiridas e todos os procedimentos adotados para o atendimento aos requisitos

    orientadores da norma NBR ISO 14001:2004 para a implantao do sistema de gesto na

    indstria metal-mecnica estudada e que permitiram sua certificao ambiental.

    Os resultados, a discusso, as concluses e recomendaes para solues de

    dificuldades que so encontradas ao longo da implantao do sistema de gesto encontram-se

    nos captulos 5 e 6, respectivamente.

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  • 18

    2 ESTADO DA ARTE DAS CERTIFICAES

    2.1 A busca de estratgias competitivas atravs do Sistema de Gesto Ambiental

    Apesar de a Ecologia ser uma cincia antiga, sua evidncia comeou a ser considerado

    na dcada de 60, como conseqncia do avano internacional das indstrias provocando a

    degradao ambiental. Os anos 70 foram caracterizados por ambientalistas radicais, no

    acreditando da convivncia entre ecologia e economia. A poluio era vista como o preo a

    ser pago pelo desenvolvimento. Em 1972, a Organizao das Naes Unidas ONU reuniu

    pela primeira vez os governantes de diversos pases para discutir a capacidade limitada da

    natureza, ou seja, a sobrevivncia do planeta. Em 1983 a ONU atravs da Comisso Mundial

    sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento publicou o Relatrio Brundland, Nosso Futuro

    Comum, baseado no Desenvolvimento Sustentvel, que alertava para a necessidade de busca

    de alternativas de desenvolvimento sem agresso ao meio ambiente, contrariando a viso

    predominante da poca. O conceito de Desenvolvimento Sustentvel parte do trip da

    eficincia econmica, justia social e harmonia ambiental, atendendo as necessidades atuais

    da sociedade sem prejudicar as necessidades futuras. (Medeiros, 2007).

    Como a questo ambiental vem ganhando cada vez mais espao dentro das

    organizaes, por estar o mercado cada dia mais globalizado, aberto e competitivo, as

    empresas devem aplicar os conceitos de desenvolvimento sustentvel e responsabilidade

    social nos seus negcios. Para que isto ocorra, as questes ambientais devem deixar de ser

    apenas operacionais, no que tange melhoria da sua performance e atendimento legislao,

    devendo ser adotadas estratgias ambientais duradouras e perfeitamente alinhadas s suas

    estratgias organizacionais.

    Nesse cenrio, a aplicao das ferramentas previstas nos Sistemas de Gesto

    Ambiental SGA tem se tornado um grande aliado, disseminando a dimenso ambiental nas

    estratgias corporativas e competitivas adotadas pelas empresas.

    2.1 Conceituao de Sistema de Gesto

    Dentre as diversas definies apresentadas na literatura para gesto ambiental destaca-

    se a de NILSSON (1998): Gesto ambiental envolve planejamento, organizao, e orienta a

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  • 19

    empresa a alcanar metas (ambientais) especficas, em uma analogia, por exemplo, com o que

    ocorre com a gesto de qualidade. Um aspecto relevante da gesto ambiental que sua

    introduo requer decises nos nveis mais elevados da administrao e, portanto, envia uma

    clara mensagem organizao de que se trata de um compromisso corporativo. A gesto

    ambiental pode se tornar tambm um importante instrumento para as organizaes em suas

    relaes com consumidores, o pblico em geral, companhias de seguro, agncias

    governamentais, etc.

    O objetivo maior de uma gesto ambiental a busca permanente da melhoria

    ambiental dos servios, produtos e tambm do ambiente de trabalho. Esta busca um

    processo de aprimoramento constante do sistema de gesto ambiental e deve estar sempre, em

    concordncia com a poltica ambiental proposta pela alta administrao da empresa.

    Segundo requisitos com orientao para uso da Norma Brasileira ABNT NBR ISO

    14001:2004 sistema da gesto ambiental a parte de um sistema de organizao utilizada

    para desenvolver e implementar sua poltica ambiental para gerenciar seus aspectos

    ambientais. Este sistema um conjunto de elementos inter-relacionados utilizados para

    estabelecer a poltica e os objetivos para atingir esses objetivos. Um sistema de gesto inclui

    estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, prticas,

    procedimentos, processos e recursos.

    Neste contexto a NBR ISO 14001:2004 define:

    Organizao: empresa, corporao, firma, autoridade ou instituio, ou parte ou uma

    combinao desses, incorporada ou no, pblica ou privada, que tenha funes e

    administrao prprias.

    Poltica ambiental: instrues e princpios gerais de uma organizao em relao ao

    seu desempenho ambiental conforme formalmente expresso pela alta administrao.

    Aspectos ambientais: elemento das atividades ou produtos ou servios de uma

    organizao que pode interagir com o meio ambiente.

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  • 20

    Impacto ambiental: qualquer modificao do meio ambiente, adversa ou benfica,

    que resulte, no todo ou em parte, dos aspectos ambientais da organizao.

    Meio ambiente: circunvizinhana em que uma organizao opera, incluindo-se ar,

    gua, solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-relaes.

    Objetivos: propsito ambiental geral, decorrente da poltica ambiental que uma

    organizao se prope a atingir.

    Procedimentos: forma especificada de executar uma atividade ou um processo.

    Assim, CUNHA (2006) entende como sistema de gesto o conjunto de elementos

    dinamicamente relacionados que interagem entre si para funcionar como um todo, tendo como

    funo dirigir e controlar uma organizao com propsito determinado.

    Para que o sistema funcione, para que os objetivos sejam alcanados, a adoo de um

    mtodo de anlise e soluo de problemas, para controle de cada ao, se faz necessrio e o

    ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act) foi definido como a melhor ferramenta.

    O PDCA foi criado na dcada de 1930 por Walter A. Shewart mas foi William Edward

    Deming quem disseminou o seu uso no mundo todo. Por isso, a partir da dcada de 1930, o

    ciclo PDCA passou a ser conhecido como Ciclo de Deming.

    O PDCA constitui-se das seguintes etapas:

    PLAN o primeiro passo para a aplicao do ciclo. o estabelecimento de um

    plano ou um planejamento que dever ser estabelecido com base nas diretrizes ou polticas da

    empresa.

    DO o segundo passo do PDCA, a execuo do plano. Consiste no treinamento

    dos envolvidos, na disseminao do mtodo a ser empregado, a execuo propriamente dita e

    a coleta de dados para posterior anlise.

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  • 21

    CHECK O terceiro passo do PDCA, a anlise ou verificao dos resultados

    alcanados. Nesta fase so detectados os erros e falhas cometidos no planejamento e

    execuo.

    ACT - a ltima fase do ciclo PDCA, a realizao das aes corretivas, isto , a

    correo das falhas encontradas na terceira etapa (CHECK). Aps a correo das falhas o

    ciclo deve ser todo repetido de forma a melhorar cada vez mais o sistema e o mtodo de

    trabalho.

    A figura 1 descreve o esquema geral do ciclo PDCA.

    A

    C

    P

    D

    Definir novas metasQual o objetivo?

    Definir metas e meios

    Comunicar / Treinar envolvidos

    Executar conforme planejado, registrando resultados

    Analisar desvios

    Comparar resultados com metas

    Definir aes corretivas

    Figura 1-Ciclo PDCA (Fonte: Serber, 2008).

    2.3 Certificaes e rtulos ambientais

    As normas ambientais internacionais e a NBR ISO 14001 brasileira so recentes

    contudo, apresentam um ponto em comum: so voluntrias. Essas normas objetivam prover

    organizaes de elementos de um sistema da gesto ambiental eficaz que possam ser

    integrados a outros requisitos da gesto, e auxili-las a alcanar seus objetivos ambientais.

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  • 22

    Na dcada de 1990 surgiram conjuntos de normas para empresas, de uso voluntrio,

    relacionados gesto ambiental: a norma BS 7750, as normas EMAS e a norma NBR ISO

    14001. Outro ponto comum e que estas normas devem ser introduzidas na organizao por

    meio de um processo formal de certificao.

    Norma BS 7750

    Em 1994 a British Standard Institution, entidade inglesa de normatizao, desenvolvia

    a BS 7750, um sistema de normas de gesto ambiental para empresas no Reino Unido. Em

    1996, por deciso da Comisso das Comunidades Europias reconhecida para efeito do

    disposto no Artigo 12 do regulamento (CCE) n 1.836/93.

    Normas EMAS (Ecomanagement and Audit Scheme)

    Em 1995, a Unio Europia publicou uma regulamentao para todos os pases

    membros, criando uma norma para sistemas de gesto ambiental. Um dos principais pontos da

    referencia EMAS, que a empresa certificada se obriga a reportar em declarao pblica, seu

    desempenho ambiental.

    Rotulagem ambiental (Eco-labeling)

    A rotulagem a certificao de produtos adequados ao uso e que apresentam menor

    impacto ao meio ambiente do produto como de seu processo produtivo em relao produtos

    similares. Esses rtulos so direcionados consumidores enquanto as certificaes so

    voltados indstria.

    A rotulagem ambiental tem os seguintes objetivos:

    Despertar nos consumidores, produtores, distribuidores e demais envolvidos a

    conscincia sobre os propsitos de um programa de rotulagem;

    Crescimento da conscincia e conhecimento sobre aspectos ambientais dos produtos

    que recebem o rtulo;

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  • 23

    Influenciar positivamente na escolha dos consumidores, para que estes busquem

    produtos que causem menos impacto ao meio ambiente;

    Influenciar os produtores a substiturem processos e produtos que ofeream impacto

    negativo ao meio ambiente.

    Norma NBR ISO 14000

    A ISO (International Standard Organization), com sede em Genebra, Sua, que rene

    mais de 100 (cem) pases com finalidade de elaborao de normas internacionais,

    desenvolveu sua prpria norma, a ISO 14001, a partir da instalao do Comit Tcnico 207,

    em 1993. A ISO 14001 a nica considerada de mbito internacional e seu processo de

    elaborao / aprovao foi lento, pois levaram em considerao as caractersticas e opinies

    de vrios pases. A norma ISO 14001 estabelece requisitos para que as empresas gerenciem

    seus produtos, processos e/ou servios de forma que estes no venham causar impactos

    negativos ao meio ambiente. Cada pas possui um rgo responsvel por elaborar suas

    normas. No Brasil temos a ABNT, na Alemanha a DIN, no Japo a JIS, etc. A ISO 14000

    estabelece diretrizes para selecionar normas que devem ser usadas em uma determinada

    organizao, ou seja, no h certificao ISO 14000, mas sim uma certificao baseada na

    ISO 14001 que permite certificao de um sistema de gerenciamento ambiental.

    POMBO e MANGRINI (2008, p. 7) relatam que uma boa maneira de analisar a

    evoluo de um pas no contexto da certificao ambiental seria verificar o nmero de

    certificados obtidos por suas empresas e comparar com o nmero de certificaes alcanadas

    por outros pases industrializados em uma mesma poca. A tabela 1, disponibilizada pela

    ABNT, contm o nmero de certificados ISO 14001 emitidos em todo o mundo at abril de

    2005, permitindo esta comparao.

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  • 24

    Tabela 1- Nmero de certificados emitidos em todo o mundo.

    Pases Nmero de certificados

    Japo 17882

    China 9230

    Espanha 6523

    Reino Unido 6223

    Itlia 5304

    Estados Unidos 4671

    Alemanha 4400

    Sucia 3716

    Coria 2610

    Frana 2607

    Brasil 1800

    ndia 1500

    Taiwan 1463

    Austrlia 1406

    Canad 1706

    Sua 1348

    Repblica Tcheca 1332

    Pases Baixos 1134

    Fonte: POMBO e MAGRINI , 2008.

    Em junho de 2006, o Brasil atingiu a expressiva marca dos 2500 certificados ISO

    14001. Isto porque as grandes empresas como PETROBRAS, Vale, Aracruz Celulose e as

    grandes montadoras de automveis esto sugerindo a seus fornecedores que tambm se

    certifiquem, disseminando assim conceitos ambientais e a melhoria contnua do sistema de

    gesto de cada empresa.

    MARTINI e GUSMO (2003, p.212) descrevem os fatores de influncia que

    determinam o reconhecimento da gesto ambiental como parte integrante dos processos

    decisrios das empresas:

    Acidentes com efeitos ambientais;

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  • 25

    Ampliao da legislao ambiental;

    Aumento da concorrncia, com novos padres de competio;

    Constatao da responsabilidade ambiental pelos produtos e processos;

    Novas oportunidades de negcios;

    Opinio e presso pblica;

    Presso de associaes de classe;

    Reverso de imagem negativa e maior aceitabilidade do consumidor e

    Reduo de custo.

    Esses fatores variam nas suas caractersticas porm, possuem um mesmo propsito,

    so interdependentes, recebem influncias distintas em funo de poca ou lugar, e provocam

    uma reviso dos custos externos causados pelos impactos ambientais das atividades

    agregando-os aos custos internos, privados.

    A tabela 2 mostra a estatstica sobre o estado das certificaes por regio brasileira,

    apontando o grau de desenvolvimento por regio.

    Tabela 2 - Percentual de certificados emitidos no Brasil por regio.

    Regio Percentual de certificados ISO 14001

    maio/junho de 2005

    Centro-Oeste 1

    Nordeste 11

    Norte 4

    Sudeste 67

    Sul 17

    Fonte: adaptado de POMBO e MAGRINI, 2008.

    A tabela 3 mostra o domnio absoluto do estado de So Paulo sobre os demais, com quase

    50% dos certificados emitidos, seguido de Minas Gerais (9%), Rio de Janeiro (7,9%) e Rio

    Grande do Sul (7,3).

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  • 26

    Tabela 3 - Percentual de certificaes ISO 14001 emitidos por estado.

    Estado Percentual

    Certificados ISO 14001

    Par 1,2

    Esprito Santo 1,6

    Pernambuco 1,8

    Amazonas 3,1

    Santa Catarina 3,9

    Paran 5,9

    Bahia 6,8

    Rio Grande do Sul 7,3

    Rio de Janeiro 7,9

    Minas Gerais 9,0

    So Paulo 48,1

    Fonte: POMBO e MAGRINI, 2008.

    Pela tabela 4 o setor predominante quanto s certificaes o setor industrial, com

    predominncia dos setores automotivo e petroqumica que, juntos, correspondem a mais de

    20% dos certificados ISO 14.001 emitidos, ficando acima do setor metalrgico, somando-se a

    metalurgia e siderrgica, que compreende 9% do total.

    O quadro de certificaes vem se modificando por ao das grandes empresas

    automotivas e petroqumicas que do preferncia a fornecedores com certificao ISO 14001.

    Tabela 4 Percentual de certificados emitidos no Brasil por setor em 2006.

    Percentual Descrio

    14 Automotivo

    9 Petroqumico

    8 Qumico

    8 Prestao de servio

    6 Metalurgia

    5 Transporte/hotelaria/turismo/logstica/navegao

    Fonte: POMBO e MAGRINI, 2008.

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  • 27

    Tabela 4 Percentual de certificados emitidos no Brasil por setor em 2006. (continuao) Percentual Descrio

    5 Agroflorestal/papel e celulose/florestal madeira/reflorestamento/moveleiro

    5 Eltrica/eletroeletrnico/eletrnico

    4 Hidreltrica/servios pblicos/saneamento

    4 Plstico/borracha

    3 Tecnologia/computao/telecomunicaes

    3 Alimentcio/bebidas

    3 Farmacutico/hospital

    3 Siderurgia

    2 Construo civil/material de construo

    2 Minerao

    2 Txtil/calados

    1 Cosmtico/higinico/limpeza

    1 Fbrica de vidros

    14 Outros

    Fonte: POMBO e MAGRINI, 2008.

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  • 28

    3 A INDSTRIA METAL - MECNICA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

    3.1 A Indstria metal-mecnica

    O ramo metal mecnico tem como seu principal setor industrial fornecedor de

    matrias-primas a indstria siderrgica. Os produtos fabricados no setor metal-mecnico so

    oriundos de setores como a indstria automobilstica, hidro-mecnica, siderrgica, naval,

    minerao, construo civil e outras. Como na indstria metal-mecnica, ao longo da dcada

    de 90, o setor siderrgico nacional passou por grandes transformaes e, sem dvida, a maior

    delas foi privatizao das empresas estatais. Mas, o investimento (modernizao do parque

    industrial) foi notvel nessa dcada. A indstria metal-mecnica e a siderurgia otimizaram

    seus processos produtivos aumentando a produtividade, em relao dcada de 1980 a uma

    taxa mdia de 9,3%. A tabela 5 mostra o desempenho recente da indstria siderrgica

    brasileira de 1989 a 2004.

    Tabela 5 Desempenho da indstria metalrgica brasileira. Anos Produo Consumo

    aparente

    de

    laminados

    Emprego

    Total (*)

    (B)

    Produtividade

    (A/B)

    Investimento

    (US$

    milho)

    Capacidade

    produtiva

    Grau de

    ocupao

    (%)

    Ao

    bruto

    (A)

    Lami-

    nados

    Semi-

    acabados

    1989 25.055 16.269 6.473 11.748 173.974 144 601 28.000 89,5

    1990 20.567 14.686 4.880 8.810 132.657 155 494 28.000 73,5

    1991 22.617 14.940 5.899 9.216 122.350 185 339 28.000 80,8

    1992 23.934 15.804 5.783 8.861 109.707 218 350 28.000 85,5

    1993 25.207 16.493 6.476 10.564 101.528 248 581 28.000 90,0

    1994 25.747 17.271 6.221 12.061 97.414 264 866 28.200 91,3

    1995 25.076 16.059 6.623 11.994 89.246 281 987 28.300 88,6

    1996 25.237 16.683 6.468 13.033 77.547 325 1.334 29.550 85,4

    1997 26.153 17.425 6.724 15.326 73.578 355 2.000 29.897 87,5

    1998 25.760 16.433 6.856 14.483 62.868 410 2.227 30.557 84,3

    1999 24.996 16.793 7.131 14.078 58.849 425 1.359 28.928 86,4

    2000 27.865 18.213 7.584 15.760 62.712 444 1.234 29.889 93,2

    2001 26.717 18.073 7.717 16.694 66.155 404 1.335 32.876 81,3

    2002 29.604 19.032 8.841 16.484 64.424 460 857 33.388 88,7

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  • 29

    Anos

    Produo Consumo

    aparente

    de

    laminados

    Emprego

    Total (*)

    (B)

    Produtividade

    (A/B)

    Investimento

    (US$

    milho)

    Capacidade

    produtiva

    Grau de

    ocupao

    (%)

    Ao

    bruto

    (A)

    Lami-

    nados

    Semi-

    acabados

    2003 31.147 21.090 8.029 15.955 82.131 379 824 33.694 92,4

    2004 32.909 23.368 7.187 18.316 86.287 381 946 34.022 96,7

    2005 31.610 22.607 6.629 16.812 95.110 332 1.894 36.039 87,7

    Fonte: Anurio Estatstico do IBS, vrios anos.

    Nota: Dados de produo, consumo e capacidade produtiva em milhares de toneladas; dados de produtividade em quilograma de ao bruto por homem-ano; dados de emprego incluem trabalhadores subcontratados. (*) A partir de dezembro de 2003 todas as empresas passaram a incluir o efetivo de terceiros na produo e administrao.

    O Rio de Janeiro, mais precisamente sua indstria metal-mecnica, passou por um

    longo perodo de esvaziamento econmico, conseqncia em parte da mudana da capital

    federal para Braslia e da fuso entre antigos estados da Guanabara e Rio de Janeiro

    (MOREIRA, 2003). Porm, a indstria metalrgica, caso especfico, modernizou seu cenrio.

    Como exemplo a Companhia Siderrgica Nacional (CSN) que passou de sinnimo de

    ineficincia, ainda sobre o controle estatal, a elevado padro internacional de tecnologia,

    produtividade e eficincia, mantendo uma taxa de crescimento, segundo o Instituto Brasileiro

    de Geografia e Estatstica (IBGE/PIM)2006, de 1,9% contra -0,2% do perodo 1994/1999 e

    vem mostrando uma crescente e irreversvel conscientizao ambiental. O Estado

    responsvel na rea siderrgica por quase um quarto da produo nacional de ao bruto, se

    posicionando como segundo plo siderrgico do pas. Esta posio se deve Usina Presidente

    Vargas, CSN, como detentora de 75% do produto deste ao no estado em 2004. Os

    investimentos realizados na CSN na dcada de 1990 consolidaram sua posio como maior

    usina siderrgica da Amrica Latina. A tabela 6 mostra a produo de ao bruto do Rio de

    Janeiro por usinas, entre 1993 e 2004.

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  • 30

    Tabela 6 Produo de ao bruto no Estado do Rio de Janeiro, em milhares de toneladas.

    Regio/Usina 1993 1995 1997 1999 2001 2002 2003 2004

    Mundo 727.548 752.260 798.842 786.750 845.500 903.100 964.700 1.056.600

    Brasil 25.207 25.076 26.153 24.996 26.700 29.600 31.100 32.909

    Rio de Janeiro 5.867 5.836 6.222 6.365 5.484 6.459 6.836 7.398

    CSN 4.337 4.340 4.796 4.851 4.084 5.107 5.318 5.518

    Cosigua-Santa

    Cruz

    1.218 1.180 1.064 1.124 1.044 965 1.097 1.316

    Barra Mansa 312 308 364 390 392 387 421 564

    RJ/Brasil (%) 23,30% 23,30% 23,80% 25,50% 20,5% 21,8% 22,0% 22,5%

    Fonte: Anurio Estatstico do IBS, vrios anos.

    Nota: Produo da Usina de Santa Cruz calculada por resduo.

    O trabalho enfoca a indstria metal-mecnica especializada na fabricao de bombas

    para combustveis lquidos comerciais que, como todo setor metal-mecnico, utiliza suas

    matrias-primas da siderurgia.

    3.1.1 O processo produtivo do setor metal-mecnico

    CHAIB (2005) apresenta de forma esquemtica (figura 2) o processo produtivo tpico

    de uma indstria metal-mecnica. Estas atividades sero descritas a seguir com suas

    operaes e impactos ambientais e riscos a sade e segurana do trabalhador.

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  • 31

    Figura 2 - Produo de uma tpica indstria metal-mecnica (Fonte: CHAIB, 2005)

    A tabela 7 lista cada atividade do fluxograma apresentado na figura 2, seus aspectos

    ambientais, impactos ambientais e riscos a sade e segurana dos trabalhadores de uma

    indstria metal mecnica.

    Projeto mecnico Matria Prima

    Furao

    Traagem

    Corte

    Montagem

    Soldagem

    Limpeza / Acabamento

    Inspeo Inicial (mecnica)

    Inspeo Final (Jateamento / Pintura)

    Conformao Usinagem

    Jateamento de granalha

    Pintura Expedio

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  • 32

    Tabela 7 - Principais aspectos ambientais e impactos associados e riscos sade e segurana

    dos trabalhadores.

    Setor Aspecto ambiental Impactos ambientais associados

    Riscos sade e segurana dos trabalhadores

    1)Recebimento e transporte de matrias primas e peas

    a. Emisses da queima de combustveis nos escapamentos dos veculos de transporte (material particulado): CO, Sox, NOx, HC, etc.

    - Aumento da concentrao de poluentes atmosfricos; - Danos sade da populao

    a. Fsicos: rudo e temperaturas extremas b. Qumicos: materiais particulados. c.Mecnicos: corte, atropelamento e prensamento. d. Ergonmico: posies inadequadas e carregamento de peso.

    2) Traagem a. Gerao de resduos slidos: giz e outros materiais utilizados para marcao / traagem

    - Contaminao do solo a. Fsicos: rudo b. Mecnicos: atropelamento, corte e prensamento. d. Ergonmico: posies inadequadas.

    3) Corte a. maarico b. corte plasma c. mquina de corte

    a. Gerao de resduos slidos: cavacos, borras, e sucatas metlicas reciclveis b. Gerao de efluentes lquidos: leos lubrificantes, lquidos refrigerantes e fluidos de corte; c.Emisses atmosfricas: material particulado (partculas inalveis PM10 e totais em suspenso), nvoas e vapores; d. Uso de energia eltrica e de combustveis (GLP)

    - Contaminao do solo e cursos dgua; - Emprego de recursos naturais e energia; - Alterao da qualidade do ar.

    a. Fsicos: rudo, temperaturas extremas (calor) e radiaes no ionizantes b. Mecnicos: atropelamento, corte, prensamento, choques, queimaduras e projeo de partculas c. Qumicos: fumos metlicos e material particulado d. Ergonmico: posies inadequadas

    4) Usinagem a. Gerao de resduos slidos: cavacos, borras e sucatas metlicas reciclveis. b. Gerao de efluentes lquidos: leos lubrificantes, lquidos refrigerantes, fluidos de corte. c. Emisses atmosfricas: material particulado (partculas inalveis PM10 e totais em suspenso), nvoas e vapores. d. Uso de energia e de combustveis (GLP)

    - Contaminao do solo e dos cursos dgua. - Emprego de recursos naturais e energia. - Alterao da qualidade do ar

    a. Fsicos: rudo e radiaes no ionizantes b. Mecnicos: atropelamento, corte, prensamento, queimaduras, projeo de partculas e choques. c. Qumicos: fumos metlicos e material particulado d. Ergonmico: posies inadequadas

    Fonte: CHAIB, 2005.

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  • 33

    Tabela 7 - Principais aspectos ambientais e impactos associados e riscos sade e segurana dos trabalhadores (continuao).

    Setor Aspecto ambiental Impactos ambientais associados

    Riscos sade e segurana dos trabalhadores

    5) Furao a. Gerao de resduos slidos: limalhas b. Gerao de efluentes lquidos: fluidos de corte e leos lubrificantes c. Uso de energia eltrica

    - Contaminao do solo - Emprego de recursos naturais e energia

    a. Fsicos: rudo b.Mecnicos: atropelamento, corte, prensamento e choques. c. Qumicos: lquidos oleosos refrigerantes d. Ergonmico: posies inadequadas

    6) Conformao

    a. Gerao de resduos slidos: cavacos e sucatas metlicas reciclveis b. Gerao de efluentes lquidos: leos lubrificantes, lquidos refrigerantes, fluidos de corte c. Emisses atmosfricas: material particulado (partculas inalveis PM10 e totais em suspenso) d. Uso de energia eltrica e de combustveis (GLP)

    - Contaminao do solo - Emprego de recursos naturais e energia - Alterao da qualidade do ar

    a. Fsicos: rudo b.Mecnicos: atropelamento, corte, prensamento e choques. c. Qumicos: fumos metlicos e material particulado d. Ergonmico: posies inadequadas

    7) Montagem a. Gerao de resduos slidos: cavacos, borras e sucatas metlicas reciclveis. b. Gerao de efluentes lquidos: leos lubrificantes, lquidos refrigerantes e fluidos de corte. c. Emisses atmosfricas: material particulado (partculas inalveis PM10 e totais em suspenso), nvoas e vapores. d. Uso de energia eltrica

    - Contaminao do solo e dos cursos dgua. - Emprego de recursos naturais e energia. - Alterao da qualidade do ar

    a. Fsicos: rudo b. Mecnicos: atropelamento, corte e prensamento c. Qumicos: fumos metlicos e material particulado d. Ergonmico: posies inadequadas

    8) Soldagem a. Gerao de resduos slidos provenientes dos materiais consumveis de solda b. Uso de energia eltrica c. c. Emisses atmosfricas: material particulado (partculas inalveis PM10 e totais em suspenso)

    - Contaminao do solo - Emprego de recursos naturais e energia - Alterao da qualidade do ar

    a. Fsicos: rudo, radiaes no ionizantes e temperaturas extremas (calor) b. Mecnicos: atropelamento, corte, prensamento, choques, queimaduras e projeo de partculas c. Qumicos: fumos metlicos e materiais particulados d. Ergonmico: posies inadequadas

    Fonte: CHAIB, 2005.

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  • 34

    Tabela 7 - Principais aspectos ambientais e impactos associados e riscos sade e segurana

    dos trabalhadores (continuao). Setor Aspecto ambiental Impactos

    ambientais associados

    Riscos sade e segurana dos trabalhadores

    9) Acaba- Mento

    a. Gerao de resduos slidos: limalhas, borras e cavacos metlicos b. Emisses atmosfricas: material particulado (partculas inalveis PM10 e totais em suspenso) e fumos metlicos c. Uso de energia eltrica e de combustveis (GLP)

    - Contaminao do solo - Emprego de recursos naturais e energia - Alterao da qualidade do ar

    a. Fsicos: rudo, temperaturas extremas (calor) e vibrao b. Mecnicos: atropelamento, corte, prensamento, queimaduras, choques e projeo de partculas c. Qumicos: fumos metlicos e poeira d. Ergonmico: posies inadequadas

    10) Operao De ponte rolante

    a. Uso de energia eltrica - Emprego de recursos naturais e energia.

    a. Fsicos: rudo b. Mecnicos: quedas de pessoas, queda de materiais e choques

    11) Inspees (em quaisquer fases)

    - - a. Fsicos: rudo b. Mecnicos: atropelamento, corte, prensamento, e queimaduras c. Ergonmico: posies inadequadas

    12) Expedio

    a. Gerao de resduos slidos: isopor, papel, madeira e plstico b. Emisses de escapamentos dos veculos de transporte c. Emisses atmosfrica: material particulado, gases, nvoas e vapores

    - Contaminao do solo e cursos dgua - Emprego de recursos naturais e energia - Alterao da qualidade do ar

    a. Fsicos: rudo e temperaturas extremas (calor) b. Mecnicos: corte, prensamento e choques c. Ergonmico: posies inadequadas

    13) Jateamento de granalha de ao

    a. Gerao de resduos slidos: limalhas, borras e cavacos metlicos b. Emisses atmosfricas: material particulado (partculas inalveis PM10 e totais em suspenso) c. Uso de energia eltrica e de combustveis (GLP)

    - Contaminao do solo - Emprego de recursos naturais e energia - Alterao da qualidade do ar

    a. Fsicos: rudo, temperaturas extremas (calor) e vibrao b. Mecnicos: atropelamento, corte, prensamento, queimaduras, choques e projeo de partculas c. Qumicos: fumos metlicos e poeira d. Ergonmico: posies inadequadas

    Fonte: CHAIB, 2005.

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  • 35

    Tabela 7 - Principais aspectos ambientais e impactos associados e riscos sade e segurana

    dos trabalhadores (continuao).

    Setor Aspecto ambiental Impactos ambientais

    associados

    Riscos sade e segurana

    dos trabalhadores

    14) Pintura a. Gerao de resduos slidos: borra de tinta b. Emisses atmosfricas: material particulado (partculas inalveis PM10 e totais em suspenso), vapores e nvoas, compostos orgnicos volteis VOCs (solventes e tintas c. Uso de energia eltrica

    - Contaminao do solo e cursos dgua - Emprego de recursos naturais e energia - Alterao da qualidade do ar

    a. Fsicos: rudo b. Mecnicos: corte, prensamento e choques c. Qumicos: neblinas e nvoas (hidrocarbonetos aromticos) d. Ergonmico: posies inadequadas

    15)

    Escritrios

    administrativo

    e operacional

    e cozinha

    a. Gerao de resduos slidos:

    papel e plstico

    - Contaminao do

    solo e cursos

    dgua.

    a. Fsicos: rudo e

    temperaturas extremas

    (calor)

    b. Ergonmico: posies

    inadequadas

    Fonte: CHAIB, 2005.

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  • 36

    4 ESTUDO DE CASO

    4.1 A Dresser Indstria e Comrcio Ltda., Diviso Wayne

    A chegada da Wayne ao Brasil est diretamente ligada a um momento de grande

    desenvolvimento industrial, mas tambm de crises polticas e sociais. Em 22 de julho de 1931

    a Equipamentos Wayne do Brasil iniciou suas atividades no pas, na fabricao e venda de

    bombas medidoras e computadores e sistemas de controle para postos de abastecimento de

    combustveis lquidos. Hoje, a Wayne Brasil lder do mercado nacional, com posio

    marcante nas exportaes atendendo a mais de 80 pases na Amrica Latina, frica, Oriente

    Mdio e sia.

    As preocupaes com o meio ambiente levaram a Wayne a investir em preveno e

    eliminao / minimizao de riscos em suas instalaes da fbrica, recebendo, em julho de

    2003, o certificado ISO 14001:96 (Anexo A). Em setembro de 2006 obteve o certificado em

    conformidade com os requisitos da norma ISO 14001:2004 (Anexo H). O fluxograma

    simplificado do processo de fabricao e layout da produo so apresentados nas figuras 3 e

    4, respectivamente.

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  • 37

    Recebimento / Inspeo

    Corte de tubos

    Almoxarifado

    Estamparia Pintura Eletrosttica Usinagem

    Virar tubos

    Impregnar Teste da Compacta

    Fazer vira ou rosca

    Montagem Centrifugar Pintura Eletrosttica

    Rebarbar Usinagem

    Montagem

    Teste Final

    Aprovado

    Adesivo

    Embalagem

    Expedio

    Teste

    Aprovado

    Exportao

    Ferro Alumnio Ao Tubos de cobre e alumnio

    Desmontar

    Segregar

    No

    Sim

    Figura 3 - Fluxograma do processo produtivo da Dresser -Diviso Wayne (Fonte: Serber, 2008)

    Montagem do

    GHM

    Desmontar

    Pintura lquida?

    No

    Sim No

    Sim

    Galvaneal

    Pintar com tinta lquida

    No

    Sim

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  • 38

    Figura 4 - Layout da indstria (Fonte: Dresser, 2006).

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  • 39

    4.1.1 Etapas do processo de produo da indstria

    A seguir so apresentadas as etapas do processo produtivo, de acordo com a figura 3.

    Os processos so apresentados com o objetivo de descrever as atividades de cada setor

    envolvido no processo produtivo e suas matrias primas. Os aspectos e impactos ambientais

    destes setores esto descritos mais detalhadamente, no item 4.5.

    Recebimento de materiais (Qualidade Assegurada)

    Objetivo: analisa quantitativamente as matrias primas recebidas e libera o material

    conforme para guarda no almoxarifado e posterior distribuio linha de produo.

    Recebimento / Almoxarifado

    Objetivo: recebe matrias primas dos fornecedores externos, codifica e direciona s

    reas produtivas.

    As matrias primas so retiradas dos caminhes com auxlio de empilhadeiras gs

    GLP. Os materiais de menor porte (parafusos, porcas, bicos, elastmeros, etc...) so retirados

    manualmente.

    Estamparia (figura 5)

    Objetivo: transforma chapas de ao em produtos atravs das seguintes operaes:

    Corte: corte das chapas em guilhotinas e puncionadeiras. O material colocado sob as

    ferramentas de corte (guilhotinas) e atravs de um sistema pneumtico, acionado a

    guilhotina que realiza o processo de corte.

    Estampagem: existem no mercado inmeros processos de conformao de chapas

    contudo, esta etapa do processo ser resume a furao feita em puncionadeiras de

    controle numrico.

    Dobramento: a conformao das peas neste processo se d por utilizao de prensas e

    viradeiras que, por ao mecnica / pneumtica, conformam as peas forma de uma

    matriz.

    Matrias primas utilizadas: chapas de ao carbono sem revestimento ou com

    revestimento de zinco (galvanneal, minimizada e galvanizada) e ao inoxidvel.

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  • 40

    Figura 5 - Setor de estamparia (Fonte: Serber, 2008).

    Fosfatizao (figuras 6 e 7)

    Objetivo: processo qumico para preparo de superfcies que sero pintadas. Esses

    processos aumentam a ancoragem da tinta no metal base e do a este metal aumento de

    resistncia a intempries (ao da luz solar, calor, frio e umidade).

    Esta linha composta por trs banhos:

    Primeiro desengraxante e fosfatizante;

    Segundo lavagem com gua corrente e

    Terceiro lavagem com gua corrente.

    Matrias primas utilizadas: desengraxantes alcalinos e fosfato de ferro.

    Figuras 6 e 7 - Setor de fosfatiza0 (Fonte: Serber, 2008).

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  • 41

    Pintura p eletrosttica (figura 8)

    Objetivo: aplicar camada orgnica (tinta) sobre peas de ao (carbono e inoxidvel)

    para proteo contra intempries e ataques qumicos causados por solventes orgnicos. Este

    tipo de pintura no requer uso de solventes orgnicos (redutores).

    Matrias primas utilizadas: tintas p polister de diversas cores.

    Figura 8 - Setor pintura p (Fonte: Serber, 2008).

    Pintura lquida / Serigrafia (figuras 9 e 10)

    Objetivo: aplicar sobre a pintura p eletrosttica a imagem do cliente no processo de

    serigrafia ou pintura com uso de pistola. Linha de pintura lquida convencional, usando

    pistola ou mquina serigrfica para impressos gerais, com tintas vinlicas e/ou automotivas.

    As peas que foram pintadas com tinta lquida foram necessariamente pintadas com tinta p

    eletrosttica, mas, nem toda pea pintada com p eletrosttica pintada com tinta lquida

    convencional. O processo possui cabine de pintura com cortina dgua.

    Matrias primas utilizadas: tintas lquidas serigrficas vinlicas ou poliuretnicas,

    redutores de tinta e coagulante de tinta.

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  • 42

    Figuras 9 e 10 - Setor de pintura lquida e serigrafia (Fonte: Serber, 2008).

    Usinagem (figura 11)

    Objetivo: usinar as matrias primas fundidas por terceiros (alumnio e ferro) em

    Centros de Usinagem.

    Matrias primas utilizadas: blocos de alumnio ou ferro fundido e leo solvel.

    Figura 11 - Setor de usinagem (Fonte: Serber, 2008).

    Linha de Impregnao (figura 12)

    Objetivo: impregnar peas de alumnio fundido com resina anaerbia com objetivo de

    eliminar micro poros das peas.

    Matrias primas utilizadas: fundidos de alumnio, resina anaerbia, eritorbato de sdio

    e detergente aninico.

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  • 43

    Figura 12 - Linha de impregnao (Fonte: Serber, 2008).

    Montagem do GHM (figuras 13 e 14)

    Objetivo: montagem do bloco medidor componente da bomba de combustvel com

    peas fundidas e testes para liberao do bloco montado para linha de montagem.

    Matrias primas utilizadas: blocos fundidos, usinados, impregnados e lquido de teste

    hidrocarboneto parafnico.

    Figuras 13 e 14 - Montagem do GHM (Fonte: Serber, 2008).

    Montagem das bombas (figura 15)

    Objetivo: montagem de bombas com as matrias primas citadas nas etapas anteriores.

    Matrias primas utilizadas: peas estampadas e pintadas, blocos medidores usinados e

    impregnados, elastmeros diversos, motores e mangueiras.

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  • 44

    Figura 15 - Setor de montagem de bombas (Fonte: Serber, 2008).

    Teste Final (figura 16)

    Objetivo: testar as bombas de combustveis lquidos para aferio (INMETRO).

    Matrias primas utilizadas: lquido de teste hidrocarboneto parafnico.

    Figura 16 - Setor de teste final (Fonte: Serber, 2008).

    Embalagem (figura 17)

    Objetivo: Embalar o produto final, numerar e posicionar para expedio final.

    Matrias primas utilizadas: embalagem de madeiras e papelo, sacos plsticos,

    grampos e fita adesiva.

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  • 45

    Figura 17 - Setor de embalagem (Fonte: Serber, 2008).

    4.1.2 O histrico da empresa quanto s certificaes

    Acompanhando o bom desempenho do setor metal mecnico na dcada de 1990, a

    Wayne investiu, em outubro de 1995, no processo de garantia da qualidade, tendo sido uma

    das pioneiras no Brasil a receber a certificao ISO 9000. Nesta fase, ou melhor, a partir dela,

    uma segunda Wayne tomou forma, mais moderna e dinmica. Novas mquinas, equipamentos

    e funcionrios foram necessrios ser introduzidos para que a empresa enfrentasse a

    concorrncia. Internacionalmente a Wayne Brasil comea a ganhar reconhecimento e seus

    produtos comeam a ser exportados no s para a Amrica Latina, como para a frica e

    Oriente Mdio.

    A partir de ento a Wayne comea a se preocupar com sua responsabilidade social e

    lana, no incio da dcada de 2000 o projeto volta s aulas, baseado em pesquisa interna que

    indicava que 38% do quadro funcional apresentavam escolaridade inferior ao ensino mdio.

    Foi ento firmado parceria com o SESI (Servio Social da Indstria) e criado um centro de

    treinamento com toda a infra-estrutura necessria (figura 18). Hoje 100% da mo de obra na

    empresa tm, no mnimo, escolaridade secundria ou curso tcnico.

    O trabalho social da empresa se expande e chega ao Lions Camp Tijuca para

    aprendizado com menores de 16 a 18 anos de idade que so treinados e aprendem o convvio

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  • 46

    no mercado de trabalho. Esses menores tm que estar cursando o segundo grau e tm

    avaliao permanente dos supervisores de rea da empresa.

    Em 2002 a Wayne, aps efetivada a cultura da qualidade na empresa e os primeiros

    passos sociais com a comunidade vizinha, inicia todo o processo que a levou, em julho de

    2003, a obteno do certificado ISO 14001.

    Figura 18 - Centro de treinamento (Fonte: Dresser, 2006).

    4.1.3 A motivao a partir das certificaes adquiridas

    A partir de 2003 comeou a ser verificado, vindo dos prprios funcionrios, mudanas

    comportamentais que levaram melhoria no housekeeping fabril. A figura 19 ilustra a

    situao antes da implantao do SGA e a figura 20 a situao atual e as participaes pr

    ativas nos objetivos e metas ambientais anuais.

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  • 47

    Figuras 19 e 20 - Fbrica antes e depois da implantao do SGA (Fonte: Dresser, 2006).

    Isto se deve ao fato de que as informaes e treinamentos passaram a fazer parte da

    rotina dos funcionrios. Os objetivos e metas, tanto para a qualidade quanto para os critrios

    ambientais foram dirigidos ao treinamento e conscientizao para que a mensagem de fbrica

    limpa (Programa 5S), coleta seletiva, descarte de resduos e outras ferramentas de Qualidade

    como boas prticas ambientais sejam perpetuados na empresa. Podemos destacar, para melhor

    ilustrar as mudanas que as certificaes vem causando na empresa:

    Melhorias das condies do teste final de bombas de acordo com as figuras 21 (antes)

    e 22 (depois). Vale ressaltar, como mencionado anteriormente, que este teste utiliza,

    hoje, um produto orgnico (hidrocarboneto parafnico) cujo ponto de fulgor 121C,

    em comparao com mistura de solventes anteriormente usada cujo ponto de fulgor

    era de 38C.

    Melhoria das condies de armazenagem e coleta de resduos industriais, de acordo

    com as figuras 23 (antes) e 24 (depois).

    Melhoria das instalaes eltricas, visando atender sempre (aps a implantao do

    sistema 14001) as normas brasileiras, no caso a norma regulamentadora nmero 10

    segurana em instalaes e servios em eletricidade da Portaria n 3.214 do Ministrio

    do Trabalho e Emprego.

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  • 48

    Figuras 21 e 22 - Setor de teste final antes e depois da implantao do SGA

    (Fonte: Dresser,2006).

    Figuras 23 e 24 - Setor de estocagem temporria de resduos antes e depois da implantao do

    SGA (Fonte: Dresser, 2006).

    Estas melhorias, caso especfico, so solicitadas pelos funcionrios, em formulrio

    prprio para oportunidade de melhoria ou atravs de ordem de servio manuteno. Isso

    levado primeira importncia por todos os funcionrios devido ao incndio que, em 1989,

    consumiu grande parte das instalaes da Wayne (figuras 25 e 26).

    Este evento uma mostra do no cumprimento de normas e legislaes que levam

    graves conseqncias materiais e ambientais. Hoje, aps o sinistro de 1989, a NR10 e a

    instruo do sistema de gesto ambiental identificao, estocagem e manuseio de produtos

    perigosos IGA-010 so utilizadas dentro do parque industrial evitando este tipo de

    acidente. Dentro do escopo da ISO 14001 (item 4.4.7 da norma NBR ISO 14001:2004

    preparao e resposta a emergncia) a empresa deve estabelecer, implementar e manter

    procedimento para identificar potenciais situaes de emergncia e potenciais acidentes que

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  • 49

    possam ter impacto sobre o meio ambiente e deve, periodicamente, analisar e testar esse

    procedimento. Para este atendimento foi elaborado o procedimento interno A-002- Plano de

    Emergncia (Anexo B) o qual revisado a cada 24 meses (ou quando da ocorrncia de

    acidentes, situaes emergenciais ou resultados de simulaes) e posto em prtica, atravs de

    simulados, a cada ano.

    Figuras 25 e 26 - Sinistro em 1989 (Fonte: Dresser, 2006).

    4.2 Modelo implantado de sistema de gesto ambiental

    A certificao um procedimento pelo qual um terceiro, rgo certificador, fornece

    prova escrita de que um produto, processo ou servio encontra-se em acordo com requisitos e

    normas especificados. Da empresa certificada conclui-se que possui uma poltica ambiental e

    que vem mantendo o seu sistema de gesto em conformidade com os requisitos da norma

    NBR ISO 14001.

    No caso especfico Wayne, a proposta de se criar um sistema de gesto ambiental e

    posterior certificao deste sistema foram decididos pela diretoria em reunio da alta

    administrao do sistema da qualidade que, desde 1995, j havia sido implantado (ISO

    9001:2000). Formou-se ento uma equipe, onde a todos os gerentes e supervisores da fbrica

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  • 50

    foram dadas responsabilidades ambientais nos seus setores. O modelo ento proposto por

    todos para incio do sistema de gesto ambiental (SGA) indicado na figura 27.

    Priorizar FMEA dos aspectos ambientais significativos

    Alta Administrao quer Setor Ambiental na empresa

    Levantamento dos impactos em toda a indstria

    Contratao de Consultoria Especializada

    Gerncia de Qualidade assume responsabilidade

    Reunio entre diretoria e gerentes para implementao do sistema

    Elaborar planilha para controle dos aspectos ambientais significativos

    Correlacionar planilha de legislao ambiental com as instrues e procedimentos e sua aplicabilidade

    Levantamento da legislao ambiental aplicada Wayne

    Elaborar a poltica ambiental e manual do sistema Wayne

    Elaborar instrues e procedimentos especficos para o SGA e Plano de Emergncia

    Elaborar manual do sistema de gesto ambiental

    Aprovar, na reunio da alta administrao

    Figura 27 - Fluxo da gesto ambiental (Fonte: Serber, 2008).

    Preparar local adequado para treinamento constante

    Treinar toda a empresa Elaborar ficha de freqncia (evidncia)

    Acolher sugestes OPM (oportunidade de melhorias da organizao)

    Sim

    No

    Implantao de mudanas no processo

    Treinamento em auditorias internas

    Avaliar o sistema de auditorias internas do SGA

    Abrir relatrio de ao corretiva

    SGA OK?

    Implantar as correes

    Gerenciamento contnuo do processo

    Sim No

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    A seguir descrevem-se as etapas deste sistema para melhor entendimento de como se

    iniciou o SGA Wayne.

    Esta descrio seguir, para melhor orientao, os passos do sistema de gesto

    ambiental Requisitos com orientaes para uso, contidos na NBR ISO 14001:2004.

    4.3 O apoio da alta administrao

    Na Wayne o SGA foi uma solicitao direta da diretoria, alta administrao, aos

    gerentes. Foi colocado que era estratgico para a empresa a obteno da certificao NBR

    ISO 14001 devido entrada da Wayne no mercado asitico, e isto seria um diferencial. Logo

    o comprometimento da alta administrao foi total.

    4.3.1 Delegando poderes a gerncia da qualidade assegurada

    O coordenador para a implantao do SGA Wayne, designado pela alta administrao,

    foi o gerente da qualidade assegurada j que este detinha os conhecimentos da implantao do

    sistema da qualidade. O gerente da qualidade passa ento a ser o gerente da qualidade

    assegurada e meio ambiente e o engenheiro da qualidade, ligado ao departamento, assume

    tambm a responsabilidade para execuo do novo sistema.

    4.4 A poltica e o manual do sistema de gesto ambiental

    A equipe responsvel para a elaborao da Poltica Ambiental da empresa e do

    Manual do Sistema de Gesto Ambiental foi composta pelo diretor tcnico, o gerente da

    qualidade e meio ambiente e o engenheiro qumico da qualidade e meio ambiente. O incio

    dos trabalhos foram levantamentos de polticas e manuais de empresas j certificadas (NBR

    ISO 14001) e brainstorming entre os participantes para adequar todos os dados obtidos s

    condies especficas da empresa. Visitas empresas certificadas foram realizadas e drafts

    da poltica e manual foram submetidos presidncia da empresa para aprovao. O processo

    foi concludo com a aprovao, pela presidncia em reunio da alta administrao, da Poltica

    Ambiental, figura 28, e do Manual do Sistema de Gesto Ambiental, Anexo C.

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    Figura 28 - Poltica ambiental aprovada (Fonte: Manual do Sistema de Gesto Ambiental).

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    4.5 Planejamento

    4.5.1 Levantando aspectos e impactos ambientais

    Segundo a norma NBR ISO 14001:2004, aspecto ambiental elemento das

    atividades ou produtos ou servios de uma organizao que pode interagir com o meio

    ambiente. J o impacto ambiental qualquer modificao do meio ambiente, adversa ou

    benfica, que resume, no todo ou em parte, dos aspectos ambientais da organizao.

    Este levantamento, caracterizao, o estado atual da empresa e aponta onde devem ser

    direcionados e priorizados os cuidados e investimentos da empresa.

    4.5.1.1 Metodologia utilizada para priorizar os aspectos ambientais

    Segundo Saroldi (2009, p.17) Os mtodos de avaliao de impacto ambiental so

    mecanismos estruturados para identificar, coletar, analisar de modo sistemtico, comparar e

    organizar as informaes e dados sobre um projeto ou processo e seus impactos ambientais.

    Estes mtodos devem ser selecionados e aplicados sempre por equipes

    multidisciplinares, contando com profissionais da rea ambiental e com os tcnicos

    responsveis pela implantao e operao do empreendimento ou atividade.

    Segundo Magrini (1996) existem tcnicas de avaliao que buscam uma mensurao

    dos aspectos ambientais em termos monetrios (valorao econmica) e outras que procuram

    aplicar escalas valorativas aos diferentes impactos medidos originalmente em suas respectivas

    unidades fsicas.

    Os mtodos so mecanismos estruturados para a identificao, comparao e

    organizao de dados sobre impactos ambientais, meios pelos quais as informaes so

    apresentadas em diversos formatos visuais para que possam ser interpretados pelos

    responsveis pela tomada de deciso (Almeida, 2006).

    Em relao seleo da metodologia a ser empregada para a avaliao dos impactos

    ambientais, Braga (2002) ensina que tarefa especfica de cada caso a partir da comparao

    entre os mtodos de aplicao desses impactos. Cada um dos mtodos apresenta diferentes

    graus de subjetividade na sua aplicao e possveis dificuldades de quantificao para cada

    caso especfico.

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    Apresenta-se a seguir os principais mtodos utilizados na avaliao de impacto

    ambiental.

    Mtodo ad hoc elaborados para um projeto ou processo especfico, identificando

    normalmente os impactos atravs de brainstorming realizado em reunies de tcnicos

    permitindo obter uma viso da questo ambiental. Os impactos so caracterizados e

    sintetizados em tabelas ou matrizes.

    Listas de Controle ou Check-Lists relaes padronizadas de fatores ambientais a

    partir das quais se identificam os impactos provocados pelas aes. Alm de ser uma forma

    concisa e organizada de relacionar os impactos, podem estar associados a escalas de valorao

    e ponderao dos fatores apresentando-se de diversas formas:

    Listagens descritivas utilizadas para orientar as avaliaes de impacto ambiental,

    relacionando aes, componentes ambientais e respectivas caractersticas que podem

    ser alteradas. Podem conter informaes sobre tcnicas mais adequadas de medio e

    previso para os indicadores ambientais, bem como sobre a ponderao dos impactos.

    Listagens comparativas incorporao de critrios de relevncia aos indicadores

    ambientais caractersticos do estado ambiental altervel pelos impactos. A relevncia

    do impacto atribuda numericamente, ou atravs de letras, de acordo com a

    intensidade do impacto considerado significativo, podendo ainda considerar o tempo

    de atuao desse impacto.

    Listagens em questionrios consideram os impactos de forma mais ampla que as

    listagens anteriores, analisam os impactos em relao ao ecossistemas, vetores de

    doenas, poluio da gua, do ar e do solo, entre outros. Este tipo de listagem

    baseada numa srie de perguntas encadeadas.

    Listagens ponderais listagens de controle comparativas com ponderao. A

    importncia de cada parmetro indicada pela atribuio de pesos em relao soma

    dos impactos do projeto. bastante objetivo para comparao de alternativas, permite

    previso de magnitude pelo emprego de escala normalizada de valores, porm no

    permite a interao dos impactos e no distingue a distribuio temporal.

    Mtodos Matriciais tcnicas bidimensionais que relacionam aes com fatores

    ambientais. Utilizam indicadores que quantificam e qualificam os impactos de cada ao

    configurando seu potencial de impacto visando fixar medidas mitigadoras de impactos

    negativos ou pontencializadoras de impactos positivos.

    A Matriz de Leopold o mtodo matricial mais conhecido, onde as colunas

    representam as aes do projeto e as linhas referem-se aos componentes ambientais afetados

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    pelo empreendimento ou processo (fatores ambientais). A montagem da Matriz de Leopold

    consiste em assinalar todas as possveis interaes entre os aspectos ou aes e os fatores

    ambientais identificando os impactos positivos e os negativos e seus atributos principais:

    magnitude, a grandeza em escala espao-temporal da interao dos aspectos e a importncia, a

    intensidade do efeito no ambiente.

    tambm usual a utilizao da Matriz de Leopold modificada, como por exemplo a

    identificao e a avaliao dos impactos ser em trs etapas: (1) correlao de cada uma das

    atividades impactantes previstas com os respectivos aspectos ambientais afetados; (2)

    identificao dos impactos ambientais significativos; (3) avaliao e descrio de cada

    impacto, tendo como critrios magnitude, importncia e significncia. A magnitude refere-se

    ao grau de incidncia de um impacto sobre o fator ambiental, em relao ao universo deste. A

    importncia refere-se ao grau de interferncia do impacto ambiental sobre diferentes aspectos

    ambientais, estando relacionada estritamente com a relevncia da perda ambiental e a

    significncia a combinao dos nveis de magnitude e importncia, conforme o quadro

    abaixo.

    Importncia Magnitude

    Grande Mdia Pequena

    Grande MS MS S

    Mdia MS S PS

    Pequena S PS PS

    Legenda: MS Muito significativo; S Significativo; PS Pouco Significativo

    Figura 29 - Classificao da significncia dos impactos ambientais Matriz de Leopold

    modificada. (Fonte: Biodinmica, 2007)

    Modelos de simulao so utilizados modelos matemticos com a finalidade de

    representar a estrutura e funcionamento dos sistemas ambientais explorando as relaes entre

    fatores fsicos, biolgicos e scio-econmicos, representam de forma simplificada a realidade.

    So utilizados na previso da magnitude da alterao de um determinado aspecto ambiental

    devido influncia de um projeto.

    No caso da Wayne, para priorizar os aspectos ambientais levantados utilizou-se a

    ferramenta da qualidade, anlise de falhas e seus efeitos (FMEA Failure Mode and Effects

    Analysis). A escolha do FMEA como ferramenta se deu em funo da priorizao que ela

    possibilita, atravs da aplicao de ndices de criticidade os quais pontuam e permitem uma

    avaliao dos maiores riscos ambientais. Esses ao serem identificados, procedeu-se uma

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    anlise crtica, de modo a estabelecer o levantamento e a anlise dos aspectos ambientais e

    constituiu uma das maiores tarefas na implantao do SGA.

    Para iniciar o processo, a escolha da equipe responsvel multidisciplinar foi

    prioritria, contendo profissionais de reas distintas da empresa. Estes profissionais, no caso

    da Wayne gerentes, supervisores e corpo tcnico, retm o conhecimento tcnico especfico

    para o levantamento. Toda a equipe recebeu treinamento especfico, contido na instruo de

    trabalho A-001 Identificao de aspectos ambientais, Anexo D. Abaixo so relacionadas s

    funes, na empresa, de cada um dos membros da equipe e a formao acadmica.

    Gerncia da qualidade e meio ambiente engenheiro mecnico

    Gerncia de produo engenheiro eletrnico

    Gerncia de manuteno engenheiro mecnico

    Gerncia de recursos humanos administrao de empresas

    Gerncia engenharia industrial engenheiro mecnico

    Posto mdico mdico

    Engenharia da qualidade e meio ambiente engenheiro qumico

    Recursos humanos psicloga

    Secretaria da engenharia bibliotecria

    Segurana do trabalho tcnico de segurana

    Superviso da qualidade assegurada tcnico mecnico

    Superviso de estamparia e pintura advogado

    Superviso de almoxarifado administrao de empresas

    Superviso de usinagem engenheiro mecnico

    Restaurante nutricionista

    4.5.1.2 A coleta de dados

    Os aspectos foram observados e coletados diretamente em visita s reas de processo.

    Inicialmente nenhum aspecto, mesmo insignificante ou que no esteja no escopo do trabalho

    (como por exemplo, os aspectos de sade e segurana ocupacionais no abordados na NBR

    ISO 14001), deixou de ser considerado.

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    4.5.1.3 A filtragem das informaes

    Todos os aspectos foram levantados e colocados em planilha por rea de processo. Os

    aspectos, por exemplo, relacionados a doenas ocupacionais, riscos de fora maior, como

    terremotos, furaces, etc, foram suprimidos, pois, ou no estavam no escopo da NBR ISO

    14001 ou fora do controle da empresa.